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Lei Dos Cenários

  O vento gélido chocava-se contra o meu rosto, trazendo consigo um aroma diferenciado. Meu nariz, involuntariamente se contorceu, assim como o de minha amiga. Estávamos lá, ambas sentadas no banco de madeira, enquanto a outra afagava minhas madeixas escuras em sinal de consolo. A minha íris castanha ficara embaçada, e aos poucos ia inundando-se com as lágrimas. Liberando-as, prossegui a olhar a tenebrosa chuva que insistia em cair em nossas cabeças.
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  Lizzie respirou fundo e uma crise de espirros iniciou. Eu tentei alcançar sua bolsa, mas ela apenas barrou-me e pôs sua íris sob a minha.
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  Suspirei pesadamente, a mente dela comunicava-se comigo, havia chegado a hora. Mesmo sem escolhas, respondia-a com pirraça e levantei lentamente. Antes de despista-la, eu a abracei fortemente e a garota garantiu que me esperaria. Com relutância, pedi que minha amiga me deixasse, não podia prendê-la no meu cenário por muito tempo. Ela bufou, desaparecendo em seguida.
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  Observei a estrada vazia e pus-me a caminhar. Conforme eu dava passos largos, mais o vento batia levemente em minha pele e com ele vinha aquele aroma. Apertei meus braços contra meu corpo, eu podia me aquecer com um estalo, mas não queria permitir perder uma sensação sequer, talvez esse momento não se repetiria.
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  A neblina surgia rapidamente. Meus olhos não eram capazes de enxergar por causa da fumaça, e eu cheguei à conclusão de que estava sendo guiada pelo olfato.
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  As brisas frias vinham com mais intensidade, e eu pude sentir o forte e delicioso cheiro que me movia durante o silencioso trajeto. Engatei uma breve corrida com finalidade de encontrá-lo, mas havia esquecido de uma coisa: ele tinha o poder de atrasar as pessoas.
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  Uma dose de raiva desceu pela minha garganta, juntamente com uma onda deliciosa que o seu aroma me proporcionava.
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  Depois de algum tempo, percebi que desvendei o percurso. As ruas permaneciam as mesmas, então conclui que ele não conseguia mudar o meu cenário. Eu o achei encostado na sacada de um casebre, em pé em cima do poste. Movi minha mão em movimentos circulares, fazendo com que o poste diminuísse seu tamanho. Encarei o sujeito que mantinha aquele sorriso sarcástico nos lábios e fechei os olhos, escurecendo o cenário.
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  Ele se aproximou repentinamente, o que me fez ter um ar de dúvida de seus atos. O moçoilo era imprevisível, algo que minha mente nunca conseguia entender. Meu rosto começou a ser aquecido por sua íris castanha e eu logo levei meus glóbulos aos seus. Um choque térmico iniciaria novamente, porém ambos não sabiam o que aconteceria a partir dali.
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  Uma corrente de ar prendia-nos em um círculo, com poucos centímetros de distância. O perigo era eminente, dois corpos opostos se atraindo, as leis do cenário nunca haviam presenciado algo tão explosivo.
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  Eu estava embriagada pelo seu cheiro.
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  Ele, por meus olhos.
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  E ambos pelo desejo.
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  A corrente nos jogou um para os braços do outro. Faíscas saíam de nossos corpos úmidos por causa da chuva; quentes, por causa do choque. Sua mão queimava ao encostar em minha bochecha, as minhas gelavam sua nuca, fazendo-o arfar. Ergui meus pés para alcançar melhor sua face, inclinando minha cabeça em sua direção. Ao segurar minhas costas para me impulsionar, puxei-o para mim, percebendo a sua respiração descompassada.
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  Não precisávamos nos comunicar por olhares para saber que estávamos prontos. Apenas queríamos descobrir um novo poder: o real choque.
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  Nossos lábios estavam se reconhecendo, agiam com calma, diferente de nossos toques. A cada segundo uma sensação invadia nossos poros, provocando anseio por mais. Duas cargas opostas transformaram o cenário em vários, de acordo com nossas emoções. A junção dos poderes sempre fora temida, o choque poderia destruir a civilização construída em todos os cenários. Talvez seja por isso que não havíamos experimentado o real choque antes, sabíamos dos danos. Vivemos na fantasia como duas crianças, implicando e fugindo do sentimento. Agora, donos de nossos próprios desejos, íamos contra as leis impostas para nos separarmos. Eu podia ouvir suas palpitações que se confundiam com as minhas. O sujeito separou seus lábios dos meus, descansando sua íris na minha.
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  ”É para isso que nós viemos”, eu sussurrei, pondo aqueles dois centímetros para fora de jogo.
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  Agora é o momento.
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  Uma explosão ocorreu, mais conhecida como “colorido”. Havia diversas faíscas coloridas e estridentes saindo da corrente que nos prendia. Perdemos o controle do cenário e do tempo, acarretando os raios.
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  Curtíamos cada detalhe mínimo, pois essa seria a nossa primeira e última vez saboreando o choque.
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  A corrente começou a se desfazer, o que nos dizia que havia acabado o nosso encontro. Dei uma olhada nele, soltando-me de seu corpo. Passei meus dedos por seus lábios e mudei o cenário.
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  Tudo estava diferente, e ao longe eu pude enxergar Lizzie me esperando. Ao abraçá-la, um vento percorreu nossos narizes, fazendo os mesmos se contorcerem. Sorri em saber que aquele aroma permaneceria comigo, mesmo se o sujeito não estivesse.
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Fim

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Martins
Martins
1 ano atrás

ADOREI. Mss achei um pouco triste, por isso eu adorei. Quero logo a continuação.

Comentário postado originalmente em 22 de Fevereiro de 2018

Liv
Liv
1 ano atrás
Reply to  Martins

Obrigada!!
<3

Comentário postado originalmente em 23 de Fevereiro de 2018


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