Kisses in the Yule Ball
A expectativa do baile estava deixando alguns, mais do que outros, a flor da pele. Contudo, os garotos tinham decidido que a princípio deixariam toda a apreensão de lado e se concentrariam no fato de que pela primeira vez tudo estava dando certo; o final de semana estava chegando e junto com ele uma bela tarde em Hogsmeade.
Então, os novos amigos decidiram ir juntos e direto para o Três Vassouras beber por algo que todos sabiam que merecia comemoração, embora ninguém dissesse em voz alta.
O grupo ainda ria da piada de George, espalhados pela mesa, tomando suas cervejas amanteigadas e comendo alguns petiscos que haviam pedido a Madame Rosmerta. Cedrico então passou o braço por sobre os ombros da morena, inclinando-se suavemente em sua direção, sussurrando apenas para ela:
— Vamos dar uma volta? Podemos falar com eles depois.
riu baixo, concordando com um aceno e levantando-se junto ao lufano.
— O que vocês vão fazer? — perguntou curiosa.
— Nada demais, só o tipo de coisa que Cedrico não deveria fazer já que é Monitor. — deu de ombros, vendo os amigos rirem e o loiro corar, embora mantivesse o sorriso nos lábios.
— Você é uma péssima influência, mas não estou surpreso — comentou Harry antes de tomar um gole de sua bebida.
— Sou mesmo, e você deveria me agradecer eternamente por isso ou nem mesmo teria beijado a Darling! — respondeu debochada. — Vamos logo, Diggory — avisou, puxando-o pela mão para a saída do bar.
— Já sabemos quem manda na relação! — gritou Weasley para o casal mais à frente o escutar.
— E qual o problema de ser a ? — A sonserina virou-se com a sobrancelha arqueada. — Quem você acha que dá as cartas na nossa?
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O casal saiu de braços dados, ainda rindo dos comentários dos amigos.
— George claramente está com problemas agora — disse Cedrico, começando a andar entre os colegas e outros bruxos que passeavam por Hogsmeade naquela tarde fria.
— Achei muito bem feito! — respondeu , dando de ombros. — A audácia do Weasley…
— De qualquer forma — o outro começou, passando a língua pelos lábios —, não foi para isso que te chamei, não é mesmo? — Piscou, puxando-a pela cintura quando chegaram em uma parte um tanto mais isolada, escorando-se em uma parede e puxando a garota junto, escutando-a rir antes de colar seus lábios aos dela.
passou os braços pelo pescoço do rapaz, brincando com seus cabelos e arranhando levemente a nuca do rapaz, enquanto Diggory apertava a cintura dela com mais força, antes de levar uma mão até seu rosto e cabelos.
— Que casal fofo. — Ouviram uma voz, separando-se apressados. — Mas acho que aqui não é lugar para isso! — disse uma senhora mais baixa que , com os cabelos brancos e a pele enrugada, parada na porta da loja, a qual agora notavam estar cheia de vestidos espalhados do lado de dentro.
— Ahn… Sentimos muito… — disse Cedrico sem graça, passando a mão pelo pescoço antes de puxar Montgomery para longe dali. A grifinória acenou para a senhora, esperando afastar-se o suficiente para começar a rir, principalmente ao ver o loiro com o rosto vermelho.
— Com tantos lugares, Diggory…
— Não é minha culpa, como eu iria saber que alugaram a loja? Está vazia há anos.
— Então você levava outras garotas ali o tempo todo, é? — Arqueou a sobrancelha, vendo-o sorrir sem graça.
— Isso não vem ao caso…
rolou os olhos, negando com um aceno. Cedrico mordeu a língua, pensativo, enquanto caminhavam para outro canto com maior privacidade.
— Isso é um problema para você? — perguntou em voz baixa.
— O quê? — questionou sem entender.
— Eu já ter saído com outras garotas… — disse baixo, olhando-a de canto.
A Montgomery riu, dando de ombros.
— Seria se você fizesse isso enquanto estamos saindo, o que você fez antes disso não faz diferença pra mim… Ah, bem, na verdade me incomodou um pouco ano passado — confessou, parecendo sem jeito —, mas não a ponto de eu não querer falar com você porque saiu com alguém…
Diggory concordou com um aceno, aproveitando que estavam afastados o suficiente dos bruxos que andavam pela vila para puxá-la para o canto, colocando as mãos sobre seus ombros. o olhou curiosa, vendo-o respirar fundo antes de falar:
— Eu realmente saí com algumas garotas, mas gostaria que você soubesse que é diferente do que temos agora — disse em voz baixa, procurando as palavras —, eu realmente gosto de você, , isso — apontou dele para ela — é totalmente novo e até um tanto apavorante para mim; eu não paro de pensar em você quando não estamos juntos e, quando te vejo, sei lá… — Suspirou, passando a mão pelos cabelos. — Não sei explicar é só… Só me sinto realmente feliz.
Montgomery mordeu o lábio inferior, segurando o sorriso que insistia em tomar conta de seus lábios, antes de voltar seu olhar para o lufano.
— Eu sinto o mesmo — revelou baixinho, sentindo as bochechas esquentarem.
Diggory alargou o sorriso em seu rosto, rindo rouco antes de inclinar-se, juntando seus lábios em um beijo lento.
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— Por que não seguimos o exemplo do Diggory, hm? — sussurrou George para , após ter passado os últimos minutos se justificando da brincadeira anterior, ao perceber o que havia dito, franziu as sobrancelhas. — Eu nunca pensei que diria algo assim.
— faz milagres, não é mesmo? Mas vamos sim — completou, colando seus lábios com os do garoto. — Encontramos vocês dois mais tarde.
O casal saiu abraçado para a Casa dos Gritos, George não poderia se sentir mais leve do que naquele momento. Entraram pelos fundos e subiram para o segundo andar, onde supostamente ficava o quarto.
— Eu adoro que temos exclusividade nesse lugar. — Se aproximou da morena, jogando seu cabelo para trás de seus ombros.
— Agradeça ao Lupin por isso, ele fez um ótimo trabalho fazendo as pessoas acreditarem que é amaldiçoada. — Ela sorriu, colocando os braços em volta do pescoço do rapaz. — Embora eu acredite que se ele soubesse a privacidade que ela nos proporciona, não ia gostar muito.
— Então que ele não saiba. — George empurrou a garota com cuidado em cima da cama ao seu lado.
Desde o ano anterior, os gêmeos Weasley e Winter fizeram seu melhor para limpar e arrumar a casa, já que fugiam para fazer suas experiências ali. Naquele momento, George agradecia muito por todo o tempo que tinha empenhado no local. Seria muito útil pelos próximos anos.
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— Então… Ficamos só nós dois — falou , tomando o resto da sua cerveja amanteigada, vendo e George saírem pela porta do bar. — O que você acha de procurarmos um lugar mais tranquilo para conversar? — perguntou a loira ao garoto, com um sorriso malicioso.
— Eu acho uma ótima ideia — concordou Potter rapidamente, arrancando risos de Darling. Pagou a conta e saíram do Três Vassouras de mãos dadas. — Você pensou em algum local? — perguntou à .
— Na verdade, não — disse a corvina franzindo o cenho. — Você está com a Capa da Invisibilidade? — perguntou baixinho.
— Nunca saio sem ela — respondeu Harry, batendo no bolso de seu casaco.
— Então podemos ir para qualquer lugar — completou Darling, sorrindo marota e dando um selinho no moreno.
Caminharam em direção contrária ao fluxo de pessoas. Harry, nervoso, olhava ao redor a cada segundo, o que levava a gargalhar da preocupação dele.
Encontraram um canto próximo ao que parecia ser um bar, muito acabado por sinal.
— Então, Sr. Potter, que tal continuarmos de onde paramos ontem? — colocou os braços em volta do pescoço do moreno, aproximando o rosto do dele.
Na noite anterior eles tinham aproveitado um tempo juntos dentro de uma sala vazia. Graças ao Mapa do Maroto e a Capa da Invisibilidade, nunca eram descobertos por Filch, mas isso não impedia que o velho atrapalhasse várias vezes as sessões de amassos.
— Você só está tendo ótimas ideias hoje, — disse Harry rindo com os lábios quase encostados ao da loira.
— É o meu normal — respondeu, fechando o espaço entre os lábios dos dois em um beijo lento.
De repente, um flash os faz se separar rapidamente. Ambos olharam assustados ao redor e Potter revirou os olhos ao se deparar com Rita Skeeter, seu fotógrafo e sua pena de repetição rápida.
— Olá, Harry! — falou Skeeter, sorrindo ferina para o garoto. — Estava voltado para a hospedaria quando os vi vindo nessa direção, não pude deixar de me perguntar para onde dois jovens iam tão apressados — concluiu sua fala, deixando o moreno profundamente irritado.
— Tenho certeza que podia deixar, sim — falou Potter, enraivecido. — E você não vai publicar essa foto — completou, ainda mais irritado.
— Bem, Harry, talvez uma nova entrevista me faça esquecer dessa capa — falou Rita, sorrindo astuciosamente.
— Pois publique a foto na primeira página, Skeeter — falou Darling, decidida. — É disso que você precisa para conseguir que alguém leia as porcarias que escreve. Vamos, Harry — terminou a corvina, puxando Harry pelo braço antes de dar uma espiada no que a pena escrevia, arfando, indignada.
“O garoto vive com a companhia de uma terceiranista da Corvinal; Darling, uma garota de 13 anos tão relegada pelos pais, os famosos Inomináveis, que acha aceitável o comportamento de levar tímidos rapazes para becos escuros.”
— Hey! — falou Darling, tentando agarrar a pena, mas Skeeter foi mais ágil. Puxou rapidamente e guardou em sua bolsa. — Deixe meus pais fora disso!
A mais velha apenas sorriu, sem mostrar os dentes para o casal e se afastou, chamando o fotógrafo. A corvina ainda encarava o local que a repórter acabou de deixar com um ódio no olhar.
— , desculpa — começou Harry sem jeito. — Agora você vai ter essa matéria na primeira página do Profeta e a culpa é minha…
— A culpa não é sua. É da ridícula da Rita Skeeter — falou a loira brava, mas respirou fundo, tentando se acalmar. — Eu não me importo, Harry. Ninguém que use o cérebro dá a menor trela para o que essa mulher escreve — disse pragmática. — Só tem um probleminha: assim que chegar no castelo tenho que escrever para meus pais. Eles odiariam descobrir que estou saindo com alguém pelo jornal — comentou , olhando para Potter, que a encarava de olhos arregalados. — Relaxa, Harry, eles são legais, não é como se eles fossem aparatar aqui para te matar!
Decidiram retornar mais cedo para o castelo para aproveitar, longe da chance de serem interrompidos por Rita Skeeter.
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Fred, Lino, George e saíram às gargalhadas da aula do professor Moody, que tinha azarado um aluno da Sonserina em plena sala de aula. O casal, de mãos dadas, conversava sobre o que fariam à noite já que suas próximas aulas seriam em lugares diferentes.
— Nós podemos ir na Floresta Proibida — sugeriu —, deve ter alguma coisa legal para fazer lá.
— Eu gosto da ideia de coisas proibidas, mas não sei se quero ir para a floresta. Que tal voar um pouco no Campo de Quadribol?
— Infelizmente está cheio de coisas por causa do torneio. Casa dos Gritos?
— Casa dos Gritos é bom, mas demora muito pra chegar até lá.
— Eu não sei o que vocês dois discutem tanto — Fred se intrometeu. — Nós quatro sabemos que no final vocês vão desistir e ficar no túnel da estátua.
encarou o namorado que ficou instantaneamente vermelho.
— Ah, é? E como você sabe disso, ruivo?
— Ele não sabe — gaguejou George antes que o irmão abrisse a boca. — Ele está supondo, não é, Fred?
— Ah, claro. — Lino gargalhou. — Ele está supondo o que você cantarola pelo dormitório todas as noites.
— Tá, já chega vocês dois. — Weasley tampou o ouvido da sonserina para que ela não ouvisse mais nada. — Esse não é o tipo de coisa que se conta pra garotas, caras.
— Mas é o tipo de coisa que se conta para sua melhor amiga, é claro. — Winter, que até então estava calada, soltou uma gargalhada nada discreta. Não conseguiu se segurar ao ver a reação de George e imaginou como o ruivo reagiria se estivessem tendo a mesma conversa com e .
— Ai, se vocês soubessem as coisas que eu conto para as minhas amigas. — Ela riu, negando com a cabeça.
Todos riram, embora George quisesse cavar um buraco e pular dentro, tamanho seu constrangimento naquele momento. Até o que, exatamente, conversava com as amigas? E quantos detalhes existiam nessas conversas? Na realidade, achava melhor esquecer que tinha adquirido essa informação.
— Preciso de um segundo — disse Lino, correndo atrás de duas garotas que passavam a risinhos pelo corredor.
O grifinório cumprimentou Angelina e Alice e começou a conversar animado com a última, recebendo um aceno e um sorriso como resposta. Jordan agradeceu, piscou e voltou pulando para perto dos amigos.
— É isso. — Estendeu a mão para Fred, que depositou um sicle. — Agora é a sua vez.
— Eu ainda não sei o que eu quero. — Ele sorriu. — São muitas possibilidades.
— Qual a aposta da vez? — perguntou Winter interessada. — E por que ninguém me chamou?
— Infelizmente você não está qualificada para participar, bruxinha. — Lino abraçou a sonserina. — Nós apostamos quem iria arrumar um par primeiro para o baile.
— E o Lino resolveu convidar a primeira garota que apareceu só para me arrancar dinheiro. — Fred bufou.
— Você sabe que a Alice não é a primeira garota que apareceu, ela é lindíssima. Não é, ?
— Não faz exatamente o meu tipo, mas ela é sim. — A garota riu.
— Pensei que para ser seu tipo só precisava jogar Quadribol. — Lino estreitou os olhos, recebendo um empurrão de volta. — Ok, ok. Tem que jogar Quadribol bem. Mas voltando ao baile, Fred, você precisa chamar alguém logo ou as garotas legais já vão ter sido convidadas!
olhou para George que tinha começado a hiperventilar desde que a palavra “baile” foi mencionada, mas olhá-lo só pareceu piorar a situação.
— Eu preciso encontrar… Preciso… Eu vou ver os meninos, tchau — se despediu e correu para o mais longe possível.
Precisava encontrar Potter e Diggory e precisavam elaborar logo uma maneira de convidar as garotas para o baile. Lino não podia ter chamado uma garota assim, na frente de Winter, porque agora ele precisava acelerar cada ideia para que tudo não acabasse em um belo desastre. Esperava que ela achasse que ninguém tinha par ainda e que ele não estava demorando tanto! Ah, se soubesse como estava errado.
Esbarrou em algumas pessoas no caminho, encontrando Cedrico e Emmett conversando distraídos na porta da sala de Transfiguração.
— Precisamos de um plano — falou afobado, recebendo em troca uma risada de Monty.
— Sabe ,Weasley, eu já estou ficando cansado dos seus planos — reclamou Cedrico, passando a mão pelos cabelos.
— E eu soube que já está cansada da sua demora — resolveu chutar, se já estava perdendo a paciência, talvez a morena também estivesse.
— disse isso? — Virou-se apressado encarando Emmett. — Sua irmã te disse alguma coisa?
— Não conversamos sobre você, prefiro evitar alguns detalhes e manter minha sanidade! — Deu de ombros, divertido com o desespero mal contido do loiro.
— A te disse alguma coisa? — questionou ao ruivo, tornando a encará-lo.
— Isso não importa se você cansou das minhas ideias…
O lufano bufou puxando George pelo braço e acenando uma despedida rápida para Monty. Precisavam achar Potter o mais rápido possível.
Rodaram metade de Hogwarts até achar o grifinório que conversava tranquilamente com alguns colegas de classe. Como sempre, se dirigiram até a sala do terceiro andar antes de debater todos os problemas que acumularam na última semana. O fato era: ninguém tinha a mínima ideia de como convidar as meninas e muito menos como se dançava qualquer coisa.
Depois de muita briga e discussão, combinaram que convidariam as garotas individualmente, mas que preparariam tudo em grupo. Também iriam pensar naquilo que cada um fazia de melhor para ver se apareciam três ideias mágicas de convites perfeitos. E, por último, combinaram de se encontrar novamente na sala vazia do terceiro andar para treinar passos de dança e não fazer feio na frente das garotas.
Não tinha como dar errado.
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respirou lentamente, contando até dez para não ser grosseira sem necessidade. Embora, no fundo, achasse que não estava errada, já fazia mais de uma semana que o Baile de Inverno havia sido anunciado e ainda não tinha recebido convite nenhum de Diggory. Mordeu o lábio inferior quando o loiro aproximou-se sorridente, beijando-a em um selinho rápido antes de passar a mão pelos cabelos, começando a se explicar pelo atraso de alguns minutos.
— Encontrei com a Prof. Sprout no caminho e ela começou a falar sobre alguns problemas que estamos tendo no Salão Comunal… Lembra que eu disse que alguém estava sumindo com os pertences alheios? — contou, sentando-se ao seu lado no parapeito. — Parece que uns garotos do primeiro ano andaram fazendo algumas apostas e… Algum problema? — questionou ao vê-la respirar fundo, não parecendo escutar o que ele dizia. negou com um aceno.
— Nada demais, estava só pensando na última aula de Feitiços, pode continuar… — respondeu, sorrindo forçado.
— Bem, em todo o caso, ela já conversou com eles e devem parar, mas tenho que ficar de olho para não acontecer de novo… — Cedrico franziu o cenho por um instante, sem entender direito o motivo de a garota parecer tão distante. — Quer dar uma volta?
— Ah, tá. Tudo bem.
Caminharam juntos por alguns corredores andando em direção aos terrenos de Hogwarts, o loiro passou o braço por seus ombros, mas não foi correspondido no abraço de lado como costumava fazer.
— Tem certeza que está tudo bem?
— Tá sim, não se preocupe — disse rápido, segurando a vontade de gritar com ele.
Davies andava junto com mais um grupo da Corvinal na direção deles e, automaticamente, Cedrico se sentiu apreensivo; mesmo saindo com a morena por algumas semanas, ainda não confiava realmente que Rogério não tentaria mais nada com ela.
— Vocês ainda conversam? — perguntou após o rapaz passar por eles, piscando para Montgomery.
— Sim — concordou, pensando por um instante antes de continuar —, volta e meia nos esbarramos pelo Castelo. Daves me disse que está procurando alguém para convidar para o Baile… — Olhou-o de canto, esperando por alguma reação. Cedrico apenas concordou com um aceno, sem dizer mais nada. — Ced, nos falamos depois, tudo bem? Fiquei de encontrar com as meninas e como você demorou um pouco… — Deu de ombros, o loiro concordou parecendo um tanto chateado. — Até depois, ok? — Beijou-lhe a bochecha afastando-se apressada.
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escutava a conversa das amigas enquanto tentava não congelar na beira do lago. Na verdade, o clima estava frio, mas agradável, a corvina que não era fã de temperaturas baixas.
— Tem certeza que não podemos conversar lá dentro? — questionou a loira, mais uma vez.
— Onde? Na biblioteca? Você sabe que lá não pode nem respirar forte que a Madame Pince já está nos expulsando — respondeu para a mais nova. — Relaxa e senta aqui — disse a sonserina batendo no espaço ao lado dela na pedra que estavam sentadas.
, , Gina e Hermione estavam conversando, aproveitando um dos raros períodos livres em que os horários delas combinavam; Winter tinha ficado surpresa ao ver Weasley e Granger com Darling quando elas chegaram ao local marcado. Afinal, tinha combinado mais cedo apenas com e para se encontrarem ali, mas não se incomodou com a presença das grifinórias, muito pelo contrário, estava gostando cada vez mais de estar cercada de garotas para variar um pouco, mesmo que fossem mais novas. Agora aguardavam que ainda não havia chegado.
— E a Montgomery realmente acha que hoje é o casamento dela para chegar tão atrasada? — Winter bufou, entediada.
— Ela falou que iria encontrar com o Cedrico antes de vir pra cá — contou Mione, dando de ombros. — Disse que era coisa rápida o que tinham para conversar.
— Certamente estão “conversando” agarrados em um corredor vazio! — rolou os olhos, arrancando risadas das garotas.
— Bem, eu acho que não — comentou Gina, apontando para que caminhava com passos duros até o grupo.
— Você está bem, ? — perguntou preocupada ao ver a expressão no rosto da Montgomery.
— Eu tô por aqui — respondeu estressada, mostrando um espaço mínimo entre os dedos — com o Diggory. Vocês têm a obrigação de me distrair — finalizou, jogando-se no espaço vazio ao lado de .
— Ok, então. Que tal falarmos sobre o Baile de Inverno? — tentou Gina, mas recebeu um olhar nada amigável de .
— De todos os assuntos do mundo, justo esse que você resolve puxar, Weasley? — replicou, dramática.
— Certo, chega de choro — começou . — E conta o que o Cedrico fez de errado dessa vez…
— É o Baile! Ele simplesmente não me convida! — falou a grifinória, derrotada.
— Ah, eu sei como é isso. — fez coro à amiga, lamentando. — Harry nem sequer toca no assunto.
— E o George? — falou , bufando. — Tô a ponto de explodir aquele ruivo!
— Pelo menos vocês têm alguém que vai convidar vocês — replicou Gina. — E eu que sou do terceiro ano e não posso ir?
— Vão convidar, Gina? Você acha? Já se passou mais de uma semana do anúncio do baile e nada! O Harry reclamou comigo sobre não saber dançar, mas não me convidou — Darling suspirou frustrada.
— Eles vão convidar, fiquem tranquilas — falou Mione, tentando acalmar as amigas. — Vocês sabem como esses meninos são lerdos.
— Só que essa lerdeza tem tudo para acabar com a gente. Os vestidos mais bonitos já estão sendo escolhidos. E não quero ir para o Baile de Inverno do Torneio Tribruxo com uma roupa qualquer — comentou cruzando os braços, incomodada.
— Exatamente! Não ligo muito para essas coisas, mas quero viver a experiência completa! E com um vestido lindo, por favor — falou , concordando com a outra.
— Mas olhem o lado positivo: vocês têm alguém. A Gina e eu que estamos na pior! — concluiu Mione frustrada.
Como obra do destino, no mesmo momento Viktor Krum passou pela beira do lago se exercitando. As meninas cessaram a conversa para olhar, disfarçadamente, para o búlgaro, que arrastava uma legião de fãs em seu encalço. Porém, ao passar por elas, algo estranho aconteceu: Krum acenou. Não para todas, mas para Hermione Granger que retribuiu o aceno e abaixou a cabeça rapidamente, envergonhada.
— O Krum acenou para você? — perguntou , o que deixou Hermione ainda mais corada.
— Por Merlin! — falou , agitada. — É por isso que ele vive na biblioteca! Foi lá que vocês se conheceram? — questionou, olhando aturdida para Granger.
— Conta tudo, Mione! — disse Gina e todas as meninas prestaram atenção a cada palavra de Hermione.
A garota contou resumidamente sobre as idas de Krum à biblioteca e as breves conversas que tinham, ao concluir, falou que não era nada demais, ele estava apenas sendo simpático.
— Pois eu não o vejo tentando ser simpático com ninguém — replicou . — Na realidade, ele sempre parece estar chateado com algo.
— Por Merlin!. — repetiu . — Se você for para o baile com ele, o Rony vai morrer! — completou a morena em êxtase, gargalhando ao imaginar a cena.
E mais uma vez naquela tarde todos os rostos viraram para Granger.
— O Rony, sério? Você gosta do Rony? — falou com ultraje na voz. — De todos os Weasley você escolheu o pior, Granger. E ainda tem quem diga que você é a bruxa mais inteligente da sua idade! — ironizou, citando a frase que Lupin sempre usava para descrever a garota.
— Primeiro: eu não gosto do Rony — disse Granger, fuzilando Montgomery com o olhar, a outra apenas deu de ombros. — E segundo: o fato de Krum falar comigo algumas vezes não quer dizer que ele vá me convidar para o Baile — completou, se mostrando chateada com a última parte da afirmação.
— Então você quer ser convidada pelo Krum! — apontou para a amiga, sorrindo.
— E quem não iria querer? Ele é um gato — respondeu arqueando a sobrancelha, apontando para a direção que o búlgaro havia ido.
— Eu prefiro o Harry — acrescentou timidamente.
— O que não te convidou para o baile? — jogou para a corvina, que a encarou com os olhos semicerrados.
— Sim… Igual ao George que também não te chamou ainda — contra-atacou a loira.
— Lembro da mais doce, acho que ela está andando muito com vocês! — comentou Gina olhando de canto para e , a qual assentiu sorrindo.
— Mas vamos focar aqui: a Mione vai para o Baile com o Krum e a gente segue sem nenhum convite! — resmungou Montgomery, ressentida.
— Eu não vou para o baile com o Krum! — respondeu Mione constrangida.
— Aquele olhar, Granger, eu conheço — falou . — Aguarde.
— Pronto, então oficialmente só eu que não vou para o baile? — questionou Gina, frustrada.
✨✨✨
No dia seguinte, logo após o café-da-manhã, andava para fora do Salão Comunal ainda emburrada e procurando evitar encontrar com Cedrico antes que acabasse azarando-o, era irreal em sua cabeça o lufano achar que não precisaria convidá-la. E se, pior ainda, ele convidasse outra pessoa? E se não quisesse ser visto em público com ela? Só faltava agora ter que mandar a indireta por Emmett para que Diggory se mexesse!
— !
Virou-se ao ouvir as vozes das duas colegas de Casa, descendo apressadas as escadas.
— Por que essa animação toda? — questionou curiosa ao ver o sorriso largo nos lábios de Hermione.
— Tenho uma novidade! — disse, tentando conter a animação. — Cadê a e a ?
— Darling acabou de entrar para comer — apontou por sobre o ombro —, Winter não vi, talvez ainda esteja dormindo… O que aconteceu?
Granger negou com a cabeça, os cabelos balançando com o movimento.
— Só vou dizer quando reunir todas!
— Pelas Barbas de Merlin, Hermione — reclamou Gina frustrada, cruzando os braços. — Estou te seguindo há vinte minutos. Estou curiosa! Fala logo e a gente finge surpresa depois!
— Não, não! Só quando estivermos juntas.
— Ótimo — respondeu a ruiva, mordaz, andando para dentro do Salão Principal e logo sendo seguida pelas outras.
— Posso ao menos saber o tema desta conversa? — insistiu Montgomery, mas a amiga negou antes que ela pudesse dizer mais uma palavra.
— É importante e quero contar para todas vocês, juntas!
Atravessaram o portal logo vendo a Weasley andando apressada para a mesa da Corvinal, puxando a amiga pelo braço sem importar-se se ela ainda não havia terminado sua refeição.
— Pronto, agora falta a . Vai procurar, ! — Apontou, decidida.
— Eu? Desde quando você acha que manda em mim, ruiva? Que eu saiba, eu quem sou a mais velha.
Gina rolou os olhos, empurrando a morena pelo corredor.
— Vai logo para as Masmorras encontrar com ela, estaremos esperando no corredor do segundo andar.
— Alguém pode me explicar o que está acontecendo? — questionou ainda confusa com tudo, olhando para cada uma das amigas.
— Hermione tem uma fofoca, mas quer todas nós juntas para contar — explicou Gina rapidamente, então virou-se para . — Ainda está aqui? Vai logo!
Montgomery arqueou a sobrancelha, rolando os olhos no instante seguinte e seguindo pelo corredor a passos lentos.
— Corre, ! — tornou a ruiva exasperada, mal contendo a curiosidade para a nova fofoca.
— Por que demoraram tanto? — gritou Gina ansiosa quando viu as duas subindo o último lance de escadas.
— Você pensou que eu invadiria o Salão Comunal da Sonserina, é? — questionou com a sobrancelha arqueada. — Tive que esperar aparecer sozinha, ninguém de lá quis passar meu recado. E perdi 5 pontos por brigar com o Malfoy!
— O que aconteceu? — indagou aflita, preocupada com a amiga.
— Não importa! Eles sempre brigam mesmo — cortou Weasley rapidamente, virando-se agitada para Hermione. — Já estamos todas aqui…
— Não é porque meu corpo está aqui que significa que meu “eu” também está, nem sei o que está acontecendo! — contou , bocejando em seguida. — Dormi tarde, se não estivesse morrendo de fome, nem teria levantado.
— Que seja. — Gina deu de ombros, sem se importar com o drama da mais velha. — E então, Mione?
A grifinória sorriu tímida, sentindo o rosto esquentar por completo antes de soltar a frase que fazia seu corpo todo esquentar:
— Krum me convidou para o Baile de Inverno!
— O quê?
— Eu sabia!
— Como foi?
— Vocês se beijaram?
As quatro tornaram ao mesmo instante, atropelando umas às outras. Encararam e então concordou com a grifinória:
— Vocês se beijaram? Como foi? Detalhes, Granger! Rápido.
— Não! — Negou de imediato, o rosto ainda mais vermelho. — Eu estava devolvendo uns livros ontem à noite e quando eu fui sair da biblioteca ele me chamou e disse que gostaria de ir comigo…
— Meu Merlin, que coisa mais fofa! — juntou as mãos, os olhos brilhando.
— Eu te disse que aconteceria, Granger! — sorriu animada. — Eu sei tudo sobre garotos!
— Sabe, é? — alfinetou Gina. — Então como demorou tanto tempo para conseguir uns beijos do meu irmão?
— Peraí! — interrompeu , cruzando os braços. — Ontem à noite? E por que eu só estou sabendo disso agora? Dividimos um dormitório e nem tenho prioridade nas fofocas?
— Hermione, vocês com certeza vão se beijar! — continuou Darling, ignorando o drama da outra. — Ele te chamou para o Baile, com certeza vai te chamar para sair! Ai vocês fazem um casal tão lindo!
— As fãs dele vão querer te matar! — lembrou-se , rindo ao imaginar.
— Rony vai morrer! — gargalhou. — Por favor, espera eu estar junto para contar pra ele!
Granger corou ainda mais, negando repetidamente com a cabeça.
— Não quero que ele saiba — avisou, encarando a amiga. — Nem ele nem ninguém, só estou contando para vocês, mas não quero que mais ninguém saiba.
— Por quê? — questionaram curiosas.
— Justamente por Viktor ter muitas fãs, não quero me distrair dos estudos, já é bastante incômodo o barulho que elas fazem indo na biblioteca atrás dele, não quero nem imaginar como seria pior se descobrissem tão antes do Baile que ele me convidou…
— Melhor ainda! — Gina sorriu maldosa. — Imagina a cara do Rony quando te ver chegando com o Krum? É o tipo de cena que não posso perder! — completou, fazendo um high-five com no final da frase: por qualquer motivo que fosse, as duas tinham uma implicância enorme com o ruivo.
— Tudo muito lindo — começou Winter sorrindo para Granger —, fico feliz que você conseguiu seu convite, mas isso me lembra que — passou a mão pelos cabelos compridos, olhando para e em seguida — nós ainda não fomos convidadas. Viktor que nem estava saindo com Mione já a convidou. Talvez seja hora de tomarmos uma atitude.
— Vocês estão preocupadas? — resmungou Gina, bufando. — E eu que sigo sem qualquer opção de participar do Baile? — Bateu o pé, choramingando. — Não acredito que serei a única a não participar!
— É claro que vão te chamar, Gina — sorriu, passando o braço pelos ombros da amiga —, você é linda, qualquer garoto seria muito sortudo de ir com você.
— Em último caso um dos seus irmãos poderia te convidar! — comentou . — Fred e Rony não tem pares, não é?
A Weasley arregalou os olhos, negando veementemente.
— Prefiro não participar do que passar por essa humilhação!
✨✨✨
tamborilava os dedos na bancada enquanto esperava o Professor Binns entrar na sala. Olhou para o lado e viu Gina chegar atrasada e com o rosto muito vermelho.
— O que aconteceu? — perguntou Darling à amiga, preocupada.
— Nada. O Neville me atrasou — disse a ruiva de forma simples, olhando para frente.
— E o que ele queria? — questionou confusa. Não tinha nada contra Neville, mas não conseguia imaginar sobre o que ele e Gina poderiam conversar. A ruiva encarou a amiga, respirando fundo.
— Ele convidou a Mione para o baile-
— Mas a Hermione vai com o Krum para o baile! — Darling interrompeu Gina.
— Sim, eu sei. E o Neville também. Não que ela vai com o Krum, mas que ela vai com alguém — explicou Gina. — Então… ele me convidou para o Baile! — Soltou, rapidamente.
— Então você e o Neville…?
— Não! E eu expliquei a ele também — a ruiva negou —, mas ele falou que gosta de dançar e que as únicas garotas com quem ele se sentiria confortável, seria eu ou a Mione!
— Bem, amiga, isso é ótimo! — vibrou Darling. — Você vai para o Baile! — A loira acrescentou feliz. — Infelizmente não posso falar o mesmo de mim, o Harry não mencionou nada. — Suspirou frustrada. Olhou de canto para a amiga e resolveu falar sobre algo que a estava perturbando há alguns dias. — Gina, você está incomodada por eu e Harry estarmos juntos? — perguntou , preocupada. A resposta da ruiva era muito importante para ela, seria difícil não ter o apoio da ruiva.
— Não vou negar que não me incomodou no início, mas agora eu tô mais tranquila. — Ao ver a expressão no rosto de Darling, continuou: — Ei! Real mesmo! Nós somos amigas antes de tudo. Eu sempre vou ficar feliz por você.
Darling passou a mão no canto dos olhos.
— Por Merlin! Você está chorando? Se controla, — falou Gina olhando ao redor para ver se alguém estava prestando atenção.
— Você sabe que eu sou emotiva!
— Eu, hein. Não é como se eu tivesse aberto mão de muita coisa, o garoto nem te convidou para o baile — brincou Gina para evitar que continuasse aquele clima emotivo, não sabia muito bem lidar com essas situações.
— Hey! — falou rindo e batendo de leve no ombro da amiga.
Logo depois, Professor Binns entrou na sala e Darling interrompeu a conversa para prestar atenção na aula, fazendo Gina revirar os olhos.
✨✨✨
Os seis amigos conversavam animadamente encostados no corredor; Potter com o braço passado em torno dos ombros de ; e sentadas no parapeito da janela, enquanto George e Cedrico se mantinham em pé ao lado de cada uma, combinando a próxima ida a Hogsmeade:
— Eu não quero ir para Hogsmeade, tá muito frio — reclamou . — A gente não pode ficar aqui em Hogwarts?
— Não! — falaram e juntas.
— Nós precisamos ir na Zonko’s.
— E na Dedos de Mel, preciso de chocolates!
— E o Três Vassouras vai estar quentinho. — Harry cutucou a loira sorrindo. — Nós dois podemos ficar lá se você quiser.
— Por que eu sinto que não tenho escolha? — A loira fez beicinho, recebendo em troca um beijo do garoto.
— Porque você nunca tem. — riu.
Continuaram discutindo por mais uns bons minutos até Darling resolver ceder, após as garotas dizerem que iriam sem ela. Ainda discutiriam por várias outras coisas se não tivessem sido abordados por três estudantes da Beauxbatons, vestindo o uniforme da escola francesa e com os cabelos perfeitamente penteados.
— Oi meninas — falou o mais alto com um sorriso no rosto. — Como vocês estão hoje?
— Oi, estranho — respondeu sorrindo. — Nós estamos bem e vocês aí?
— Nós estamos bem melhores agora — dessa vez foi o loiro que respondeu com um sotaque bem carregado. — Nós somos Lohan, Marlon e Adam.
— E eu posso saber no que os senhores Lohan, Marlon e Adam estão interessados? — perguntou rindo, curiosa com o que viria a seguir.
Potter, Weasley e Diggory se entreolharam. Não iriam fingir que não perceberam que estavam sendo completamente ignorados e muito menos que não sabiam que as garotas estavam adorando a situação.
— Bom… — Marlon, o único que ainda não havia falado, tomou a frente. — Já faz uns dias que nós estamos pensando nisso e gostaríamos de saber se não querem ir ao baile com a gente…?
— Oh — começou a ficar mais vermelha do que os cabelos de George. — Eu não estava esperando por essa.
E ninguém estava, mas o grupo em si teve reações bem distintas:
Cedrico abriu e fechou a boca, percebendo imediatamente que qualquer coisa que falasse causaria uma enorme confusão com , e já havia aprendido sua lição sobre ser ciumento demais; Potter apertou mais o abraço em torno de Darling, pensando se seria muito indiscreto puxar a Capa de Invisibilidade e desaparecer dali; já George deu um passo à frente, parando ao notar o olhar cauteloso de Diggory, mandando que não se mexesse.
E com reações opostas, as meninas riram para os rapazes, sem saber exatamente o que deveriam falar. Se entreolharam rapidamente e em um acordo mútuo resolveram recusar educadamente. Não era possível que depois dessa os meninos ainda não as convidassem para o baile.
— Ah, seria uma honra — começou com um sorriso encantador —, mas ainda estamos estudando todas as possibilidades, rapazes.
— Sabe como é — riu levemente —, não gostamos de nos precipitar em nada.
— Mas muito obrigada pelo convite! — completou .
Lohan se aproximou mais de Winter, ficando de frente para a morena e apoiou seu braço na janela fechada, acima da cabeça da sonserina e se inclinou o máximo que conseguiu.
— Você tem certeza de que não quer reconsiderar?
— Ah, não — sussurraram Harry e Cedrico juntos ao verem George se sentar na janela e passar o braço pela cintura da garota que cerrou os olhos em sua direção.
— Foi mal, cara. Mas ela vai comigo.
Lohan riu, ainda perigosamente perto.
— Desculpa, cara — deu uma ênfase na última palavra —, mas não foi isso que ela disse.
— É, George. Não foi o que eu disse. — respirou fundo antes que perdesse a paciência. — Até porque, como eu iria com alguém que sequer me convidou?
O grifinório arregalou os olhos, pego de surpresa. Antes que pudesse falar qualquer outra coisa, foi interrompido novamente pelo francês irritante.
— Então, isso é um sim?
— Isso é um: vou considerar seu pedido, mas muito obrigada pelo convite!
O garoto assentiu e piscou para a garota, antes de se virar e se juntar novamente a seus colegas.
— Bom, o mesmo para nós — falou para quebrar o silêncio. — E foi um prazer conhecê-los. Até mais!
Outro silêncio constrangedor se instaurou no grupo, até que Weasley resolveu falar:
— …
— Mas que merda, Weasley! — gritou ela. — Que raio de ceninha foi essa agora?
— Eu- — O ruivo franziu as sobrancelhas. — Ele estava dando em cima de você na minha frente! O que você achou que eu iria fazer?
— Ele não estava dando em cima de mim!
— Ele te chamou para o baile.
A garota fechou os olhos e respirou fundo para não gritar de novo. Quando falou, sua voz estava carregada de amargor.
— Alguém tinha que chamar.
— Eu… ah…
— É.
Os outros quatro amigos se entreolharam, sem saber se deveriam sair e dar privacidade aos dois, acabar com a discussão ou simplesmente ficar ali até que terminassem. Contudo, e não queriam sair, queriam que os outros entendessem que aquela discussão era delas também e que todas estavam sentindo exatamente a mesma coisa.
George lutou para não revirar os olhos e suspirou, dando uma risada leve.
— Não acredito que um francês de meia tigela atrapalhou meus planos. Bom, pelo menos já está anoitecendo — sussurrou para si mesmo.
— O que você tá falando? E por que tá falando sozinho? Fala comigo, isso ainda não acabou!
Mas o ruivo a ignorou completamente.
— Rapazes, vamos ter que adiantar umas horinhas, vocês podem ir para suas posições e esperar meu sinal? e , vocês vão junto para aproveitar o show. Diggory, seu casaco, tá frio lá fora e o Potter é meio baixinho para a . Você não se importa de usar um casaco da Lufa-Lufa, né, bruxinha?
— O que raios está acontecendo aqui? — perguntou .
— E quando o Weasley ficou tão folgado assim com a gente? — reclamou o lufano.
— E por último — acrescentou Potter —, se eu estou ajudando, por que ele tá me ofendendo?
Por fim, todos assentiram e foram para suas posições. Diggory deu o casaco e o cachecol, pois segundo ele estaria realmente frio. George puxou a bruxa para fora do castelo e em direção ao Lago Negro que estava com mais pessoas em volta do que ele gostaria, e se sentaram em uma pedra grande que sempre usavam para conversar.
— Eu ia te chamar para ir ao baile comigo hoje à noite — ele sorriu, segurando a mão da morena — e não esperava que iria brigar comigo por demorar só um pouquinho.
— Não foi só um pouquinho.
— Foi só um pouquinho depois de eu decidir o que fazer. Agora relaxa e aproveita o show, docinho.
O grifinório se virou na direção da Torre de Astronomia e fez um joinha com os dedos. Em seguida, fogos de artifício tomaram conta do céu, iluminando o outro lado do Lago Negro. Palavras se formavam no ar na medida em que as luzes brilhavam.
“Obrigado por estar sempre ao meu lado, minha bruxinha”
— Aw! — riu desacreditada, isso sim era um show.
“Aceita ir ao baile comigo?”
— Aceita? — sussurrou ele em seu ouvido, passando o braço pela cintura dela.
— Aceito! — Winter gargalhou, beijando o namorado. Depois se abraçaram para admirar o resto da queima de fogos. — Mas se todos os vestidos bonitos de Hogsmeade tiverem acabado, eu te mato por ter demorado tanto para me convidar — sussurrou, enquanto uma enorme cobra verde brilhava no céu.
✨✨✨
Cedrico andava distraído junto a Monty, descendo as escadas após a aula de Astronomia, quando deu de cara com sentada no canto da escada principal, emburrada.
— Ei! — Sorriu leve, parando ao seu lado, assim como Emmett.
— Pela sua cara, vai matar o Cedrico por alguma coisa e tem meu total apoio! — Piscou para a irmã, que riu a contragosto. — Não se preocupe, quando encontrarem o corpo dele eu serei seu álibi!
— Como é? Eu nem fiz nada! — resmungou Diggory confuso sentando-se ao lado dela.
não disse nada, ainda olhando para o irmão, o qual ria da situação, já sabendo qual era o problema entre os dois. Embora se divertisse com o que escutava dos dois lados, preferia não se envolver, afinal o importante para ele era que o amigo realmente gostava da morena, então o resto podiam resolver entre eles mesmos. E era sempre divertido ver o loiro choramingando quando estava brava com ele por algum motivo. Embora fosse bastante inteligente para muitas coisas, aparentemente Cedrico não era lá muito esperto quando se tratava da garota. Ou talvez a irmã fosse mais difícil de lidar do que ele imaginava e ele só a conhecesse melhor do que outras pessoas.
— Claro que não fez, você nunca faz… — Emmett negou com um aceno, antes de erguer a mão em uma despedida silenciosa e virar de costas.
— Cala boca, Monty! — falou Cedrico mais alto, vendo o amigo sair às gargalhadas. — O que foi que eu fiz dessa vez? — perguntou ao virar-se de canto para a mais nova.
— Nada — respondeu a garota, baixo, parecendo chateada.
— Então por que está assim? — tornou a questionar, virando-se por completo em sua direção, preocupado com o tom de voz dela; pior do que estar brava com ele era quando ela estava triste por algo que ele fez.
suspirou, negando com a cabeça.
— Não é nada, Ced. Nos falamos depois, ok? — Sorriu triste, beijando-lhe a bochecha e se levantando, subindo as escadas em direção à Torre da Grifinória.
Diggory passou a mão pelos cabelos loiros, frustrado por não saber o que estava acontecendo, mas se sentindo extremamente mal sem saber se era, de fato, por sua culpa que a garota estava magoada. Levantou-se apressado subindo de dois em dois degraus, alcançando-a na metade do segundo lance de escadas, puxando-a pelo braço.
— Eu fiz algo errado? Pode me falar. Se eu fiz, não foi por mal, nem percebi. Mas me fala, assim não vou repetir! — A encarou preocupado.
Montgomery suspirou, negando com um aceno ao olhar para o lado.
— Você não fez nada, o problema é esse.
— O quê? — perguntou confuso, não vendo qualquer sentido no que a mais nova dizia. tornou a olhar nos olhos cinzentos do rapaz, dizendo rápido, antes que se arrependesse de se expor daquela forma:
— Você ainda não me convidou para o Baile de Inverno, Cedrico. Eu sei que para você pode não ser importante, mas para mim é — confessou. — E já fazem duas semanas, todo mundo já foi convidado. Até a Hermione e a Gina que nem estavam saindo com ninguém. George chamou na frente de Hogwarts toda!
— E você quer que eu lance fogos para te convidar? — Arqueou a sobrancelha, um sorriso divertido nos lábios.
— Não, não precisava de nada disso, só queria que você tivesse me convidado — respondeu com raiva, não vendo graça nenhuma na situação. — Mas quer saber? Também não quero mais. Se sou eu quem preciso falar algo pra você se mexer, prefiro não ir.
— … — chamou ao vê-la dar as costas e voltar a subir as escadas. — ! — tornou a chamar, mais alto.
— Não quero falar com você agora, Diggory! — resmungou, cruzando os braços sem olhá-lo quando ele parou na sua frente. O lufano passou a mão pelos cabelos mais uma vez, respirando fundo antes de puxá-la pela mão. — Também não quero andar com você! — apressou-se a dizer, tentando soltar-se do outro, mas foi ignorada, o que a frustrou ainda mais.
— Só confie em mim, ok? — pediu, ainda puxando-a pelo corredor, subindo para o quinto andar. — Pronto, entre aqui.
— Se está achando que eu vou te beijar agora-
— Não! — apressou-se a dizer, arqueando a sobrancelha no instante seguinte. — Espera, o quê? Quer dizer que você se adianta nas coisas e depois eu não ganho nenhum beijo?
— O quê? — tornou ela confusa.
Cedrico apontou para a porta da sala vazia, batendo com a varinha no trinco e esperando que ela entrasse.
— Se você tivesse esperado até amanhã, estaria tudo pronto. Mas é claro que você nunca seria capaz de esperar eu mesmo te convidar, não é? — comentou, sorrindo de canto ao balançar a varinha em sua mão direita.
abriu a boca, chocada ao reparar no número de luzes espalhadas pelo local, aproximando-se de uma e notando que eram fadinhas.
— Você aprisionou fadas, Diggory? — perguntou chocada.
— É claro que não! — negou de imediato, rindo. — É um feitiço, por isso estava demorando tanto, na prática é muito mais complexo do que na teoria, então demorei muito mais do que o planejado e ainda não terminei, porque eu tinha que parar de tempos em tempos para fazer minhas coisas de Monitor e estudar. — Suspirou, cruzando os braços. — Tinha certeza que até amanhã teria finalizado tudo e iria te chamar pra vir aqui após o jantar, mas você é muito impaciente, Montgomery!
A garota riu, concordando, ainda olhando maravilhada a sala toda iluminada.
— Deveria ter algumas flores também — explicou Cedrico, esticando o braço e apontando para um canto — e, se eu tivesse tempo, tinha pensado e-
Calou-se ao sentir os lábios da garota contra os seus, abaixando o braço e passando-o pelas costas da namorada, sentindo-a puxar sua camisa e gravata de encontro a ela.
— Não precisava de tudo isso, Ced — ela começou a dizer contra seus lábios, ainda sorrindo —, só queria que me convidasse, poderia ser através de um bilhete e eu estaria feliz do mesmo jeito.
Diggory arqueou a sobrancelha, negando no instante seguinte.
— Posso não querer chamar tanta atenção quanto o Weasley — começou, passando a língua pelos lábios —, mas não significa que eu não faria algo especial para você. Só queria já ter terminado tudo antes que você visse…
— Pois eu achei perfeito do mesmo jeito! — Sorriu para ele. — Aliás, quase, porque você colocou fadas, mas ainda não me pediu para ir ao Baile com você! — relembrou, afastando-se e cruzando os braços.
Cedrico gargalhou, concordando com um aceno antes de passar as mãos pela cintura da garota, aproximando seus rostos.
— , você me daria a honra de ser minha acompanhante no Baile de Inverno?
— Achei um pouco irônico — rolou os olhos —, mas é claro que eu aceito! E se sinta honrado mesmo! — declarou, antes de tornar a passar os braços pelo pescoço do rapaz, juntando seus lábios mais uma vez.
✨✨✨
Harry observava de longe a loira devolver os livros às prateleiras com mais força do que era necessário. Aparentemente, estava com muita raiva. Harry gemeu. Sabia que era raiva dele, e ele merecia. Não tinha tido coragem de convidá-la logo cedo com medo de ela recusar. Depois, George e Cedrico tinham feito superpedidos, e não queria desapontar Darling, afinal, ela merecia um superpedido também, e então ele teve a ideia perfeita. O garoto voltou a olhar para a loira, respirou fundo e tomou coragem de ir até ela.
— Noite, — falou ao se aproximar da garota que, ao vê-lo, o olhou de forma dura antes de responder.
— Noite, Potter — disse seca, antes de voltar a procurar livros nas prateleiras. Harry ficou em seu encalço, sem falar nada. Já perdendo a paciência, a loira tornou a olhar para o grifinório. — Você quer alguma coisa?
— Eu quero falar com você…
— Já está falando — respondeu friamente. Internamente a loira se recriminou por ter sido grossa, mas Harry merecia. Se não queria convidá-la para o baile, não tinha problemas, mas ele devia ter deixado claro e não ter a enchido de esperanças.
— Sei que você está chateada — começou Harry — e com razão. Só queria te dar uma coisa — completou o moreno.
Colocou as mãos no bolso e puxou uma bolinha dourada, reconheceu como sendo um Pomo de Ouro, o encarou confusa e impaciente. Harry, que estava visivelmente nervoso, pegou as mãos de Darling e depositou o objeto, a olhando com expectativa. , ainda sem entender, encarou a bolinha dourada. Alguns minutos se passaram e Harry não explicou nada, a garota respirou fundo novamente.
— Eu tinha que entender isso? — começou a corvina, grossa, contudo se controlou; seja lá o que fosse aquilo, ela seria educada. Falaria com Harry e depois iria para o seu Salão Comunal torcer para alguém a convidar para o baile. — Quer saber Harry, obrigada por esse Pomo…? — falou, incerta. — Muito gentil da sua parte, agora tenho que ir estou atrasada…
— Ah, não — Harry a interrompeu xingando-se internamente por ser tão lerdo. — Não é um Pomo de verdade… É quase como uma caixinha — completou, ficando mais nervoso. George havia falado mais de dez vezes para ele explicar como funcionava para a garota, mas era claro que ele havia esquecido disso. Diggory e Weasley o tinham ajudado na confecção do Pomo; Cedrico transfigurou uma bola qualquer na bolinha dourada e George transformou em uma caixinha.
— Ah, sim — falou , procurou o encaixe da bolinha e conseguiu abrir no meio. Dentro havia um pequeno pergaminho dourado enrolado. Darling sentiu seu estômago vibrar em expectativa, abriu o papel e dentro dele estavam escritas as palavras que tanto desejou ouvir ou, nesse caso, ler, vindo de Harry.
“Você quer ir ao baile comigo?” deu pulinhos silenciosos.
— Ah, Harry — falou a loira, emocionada.
— Desculpa, . Sei que não é igual ao dos meninos, mas foi a única coisa que pensei em-
Harry foi interrompido pela corvina que o abraçou e o beijou. Não mudaria nada nesse pedido, talvez só a demora, era a cara de Harry, algo simples e com Quadribol. Sentiu um aperto no peito; estava a cada dia se apaixonando mais pelo garoto e saber que ele sentia ao menos alguma coisa por ela tornava tudo mais belo.
— Mas você ainda não me respondeu… — falou Harry, interrompendo o beijo.
— Sim! Mil vezes sim! — falou com os lábios ainda encostados ao do garoto beijando-o novamente.
Dessa vez foram interrompidos por Madame Pince que os expulsou, quase aos gritos, ao ver os dois jovens beijando-se no corredor da biblioteca. Saíram pela porta rindo; Harry estava pronto para chamar para procurarem um local mais discreto, mas foram interceptados na saída da biblioteca por e .
— , estávamos te procurando! — falou . Ao ver Harry ao lado da corvina o olhou estranho. — E o que você está fazendo com ele?
Harry olhou para a sonserina com um olhar duro e a garota devolveu com a mesma intensidade.
— Ele me convidou para o baile! — falou Darling para as amigas, saltitante, levantando o Pomo de Ouro nas mãos.
— Finalmente, não é? — olhou para o moreno. — Já tinha uma fila de garotos interessados em convidá-la.
— Quem? — perguntou Harry, irritado.
— Não é da sua conta — debochou .
— E como foi o convite? Por essa demora toda tem que ter sido incrível no mínimo — falou .
— Foi incrível, sim — começou falando para as amigas.
e se colocaram cada uma ao lado de Darling e foram caminhando pelo corredor enquanto a corvina detalhava o convite. Harry olhou para elas indo embora e suspirou, lá se ia a chance de trocar uns beijos com , mas sorriu feliz com os eventos da noite: tinha um par para o baile.
E ninguém menos que Darling.
O garoto não conseguia acreditar na sua sorte.
✨✨✨
George estava aliviado depois de convidar para o baile – e receber um sim como resposta – então quando se encontraram naquela noite na sala do terceiro andar ele era o mais calmo de todos os rapazes.
— Sabe, eu já vi a porta do salão comunal abrir e fechar sozinha várias vezes e depois você aparecer magicamente — falou para Harry —, mas eu não imaginava nosso Monitor lufano, todo certinho, fora da cama depois da aula. Se a Minerva aparecer você vai acobertar a gente, é?
— Primeiro que a ideia foi sua. — Cedrico riu. — Segundo, não abusa não que eu falo que você sequestrou nós dois e nos obrigou a estar aqui. Em quem ela vai acreditar?
— Não acredito que estou andando com um chantagista. — Balançou a cabeça. — Ah como as pessoas mudam. O que o pobre Amos Diggory, que eu conheci na copa de quadribol e era tão orgulhoso de seu perfeito filhinho, diria disso?
— Não vamos começar com isso hoje — interrompeu Harry —, temos muito trabalho a fazer e pouco tempo para isso. Algum de vocês aprendeu alguma coisa sobre dança essa semana?
— Eu comprei uma revista em Hogsmeade que falava alguma coisa sobre isso. Deixei pra ler com vocês.
— Você foi pra Hogsmeade no meio da semana? — Diggory arqueou a sobrancelha.
— Cedrico: revista, dança. — Apontou com os dedos. — É nisso que você precisa focar agora.
Se aglomeraram em torno da revista, tentando absorver o máximo de informações possíveis. Os instrutores nas fotos se mexiam em um ritmo constante, tentando demonstrar como funcionava cada passo. Leram e releram a revista três vezes, sendo que, na última, começaram a praticar os movimentos ilustrados. Um deles repetia os passos, e os outros dois corrigiram os erros antes de revezarem.
— Está errado de novo, cara. — Cedrico suspirou, aproximando-se do moreno e mostrando a revista mais uma vez. — Você dá o passo pra direita e desliza; se for pra esquerda, vai dar errado.
— Você pelo menos sabe o que é direita e esquerda, Harry? — perguntou George entediado, sentado em uma das cadeiras no canto da sala.
— E você, sabe o que é tomar n-
— Ei, calma! — interveio Diggory, segurando a risada, um tanto surpreso ao ver Potter próximo de xingar o ruivo. — Tenta de novo do começo, Harry, estava indo bem…
— Bem mal! — alfinetou Wesley, olhando as unhas.
Harry fechou a cara, cruzando os braços.
— Se você é tão melhor, me mostra como se faz — disse, andando para o outro lado da sala. George levantou-se confiante, começando bem os primeiros 40 segundos de dança até.
— Quê? Não. Agora você rodopia, o pulo é mais pra frente. — Cedrico apontou para a imagem. George começou mais uma vez, acertando o que havia errado, então virou-se para a direita para deslizar e…
— Você está bem? — perguntaram os dois no mesmo momento, segurando as risadas ao ver o rapaz estatelado no chão.
— Poderia estar melhor — resmungou, esfregando as nádegas. — São esses sapatos, deslizam muito.
— É claro que sim. — Harry riu vitorioso. — Um dançarino como você nunca erraria algo tão simples.
— Escuta aqui… — George apontou o dedo para o mais novo, mas foi interrompido por Diggory.
— Talvez seja bom virmos na próxima vez com os sapatos que usaremos no Baile… — Passou a mão pelos cabelos, negando com um aceno. — Precisamos melhorar muito, muito mesmo. O melhor seria continuarmos ensaiando sozinhos para tentarmos decorar os passos…
— E correr o risco de mais alguém nos ver pagando esse mico? — Weasley negou, cruzando os braços. Potter concordou.
— Bom, a alternativa é dançarmos assim no dia e terminarmos a noite na Ala Hospitalar, porque eu, pelo menos, tenho certeza que vai me mandar pra lá se eu errar os passos. O que acha que Winter vai fazer com você? — Apontou para o ruivo que suspirou concordando pesaroso. O lufano virou-se para Harry. — Darling pode ser mais tranquila, mas lembre-se que ela está sempre sendo influenciada pelas amigas.
Potter bufou, ajeitando os óculos redondos.
— Tá, vai logo, Ced, é sua vez — disse, pegando a revista do mais velho para acompanhar seus movimentos. Os outros dois o encararam por um instante.
— Ced, é? — George riu. — Já estão amiguinhos assim?
Harry ficou vermelho, falando sem graça:
— Foi o costume, a sempre chama o Diggory assim…
— Tudo bem — o outro deu de ombros, sorrindo pequeno —, acho que já passamos da fase de sermos só três caras se ajudando, não? — Olhou de um para outro. — Ou vamos voltar a nos ignorar após o Baile?
— Não diria ignorar… — comentou o ruivo, pensando por um instante na fala do loiro.
— A gente sabe que antes você não tinha amigos, Harry…
— Eu sempre tive amigos, só não estava falando com o Rony — respondeu o moreno, rápido.
— … Mas apesar de tudo, até que é legal ter você por perto — completou Cedrico, sorrindo de canto para o mais novo. — E, George, é bom conversar com você fora das aulas para variar.
— A gente nem se fala nas aulas, Texugo. — O ruivo levantou as sobrancelhas. — Você tá sempre muito concentrado, lembra?
— Você me entendeu… — Deu de ombros.
— É, eu sei — concordou George —, é estranho para mim também. De tantos caras legais em Hogwarts, eu fui acabar dançando em uma sala com o certinho do Diggory e o melhor amigo do meu irmãozinho. Que fase. — Revirou os olhos.
— E você acha que a gente não conseguiria alguém melhor que você? — rebateu Harry com a sobrancelha arqueada. — O próprio Fred, por exemplo!
— Olha aqui-
— Chega, chega! — Diggory cortou o início da briga dos dois.
— Sinceramente — começou Harry, um tanto sem graça —, jamais imaginei que estaria conversando tanto com vocês… Mas imagino que também era uma questão de tempo, já que agora Cedrico tá namorando a e eu passo as férias nos Weasley também… E, realmente, não é ruim ter vocês pra conversar às vezes… — disse, sem jeito.
— Pra conversar ou pra te salvar das besteiras que faz com as garotas? — provocou George, recebendo o dedo do meio como resposta do moreno. — É, não me imaginei passando por tanta coisa junto de vocês esse ano, mas até que não é ruim… Quem diria que eu acabaria amigo do Nem-Tão-Certinho-Diggory e do Menino-Que-Sobreviveu!
Os três riram ao se encararem, pensando nos acontecimentos das últimas semanas e como haviam se aproximado de uma forma que nenhum jamais havia considerado, já que tinham grupos diferentes de amizades na escola.
— Mas tudo muito lindo — recomeçou Weasley, ignorando o instante de silêncio que se instaurou na sala —, mas acho melhor continuarmos. Vai lá, Ced. — Riu, sentando-se ao lado de Harry.
✨✨✨
As meninas se afastaram dos três garotos que tentavam pressionar Hermione para falar com quem ela iria ao baile.
— Será que eles não vão ficar chateados por terem sido deixados para trás? — perguntou às amigas, olhando por sobre os ombros. — Mas que fiquem! Eles merecem! Aposto que não vai ter mais nenhum vestido bonito — completou Darling, levemente irritada.
— Não perca a esperança, pequena corvina. Eles terão que aparatar para Londres se não acharmos nada hoje — falou , com um sorriso.
— Eu vou matar o Diggory se não encontrar nada bonito — emendou .
— Mas você é exigente, mesmo que viesse no primeiro dia, ainda assim sairia reclamando que não gostou de nada — falou Mione. Montgomery a encarou dando de ombros. — Além do mais, quem tem direito de matar alguém sou eu. Vocês me convenceram a esperar para comprarmos os vestidos juntas, mesmo que o Krum tenha me convidado há tempos — concluiu Granger.
— Até parece que você iria conseguir escolher um vestido sozinha, Mione. — riu.
— Se estamos brigando assim agora, imagina se gostarmos do mesmo vestido — brincou .
— Impossível! — Gina negou com a cabeça. — Nós somos muito diferentes.
— Na verdade, sempre me pergunto como terminamos amigas — ponderou . — Porque, sinceramente, Mione e deveriam ser gêmeas, já que só estudam, mas nós — acrescentou, apontando para e Gina —, só por um milagre.
— A Gina é minha irmãzinha — disse , abraçando a ruiva de lado.
— Você quer dizer cunhadinha, não? — Gina brincou com a sonserina.
— Isso também! — disse , sorrindo, ainda com os braços nos ombros da mais nova.
Chegaram em frente à loja de vestidos que havia se instalado provisoriamente em Hogsmeade para atender a demanda do Baile de Inverno. Entraram na loja, que estava lotada, as cinco garotas se espremeram até um local mais vago, em frente a uma vitrine com alguns modelos de vestidos, não conseguindo identificar quem era a vendedora da loja.
— Hey! — Gina chamou uma terceiranista da Lufa-Lufa. — Você sabe como identificar quem é a vendedora aqui?
— São as que estão de colete roxo — falou, apontando para uma vendedora, como se fosse óbvio, antes de se afastar.
— Por Merlin! Vai ser realmente uma sorte conseguirmos qualquer coisa — falou Mione, levemente angustiada.
— Sorte, não, jeito — respondeu , piscando para as garotas.
A sonserina andou até a senhora que apontou como sendo a dona da loja que ela havia visto semanas atrás quando estava com Diggory, e pediu para ver os melhores vestidos. A bruxa pediu para as meninas aguardarem. retornou e sentou ao lado das meninas que haviam encontrado umas poltronas vazias.
— Vocês estão vendo a ? — perguntou , olhando para os lados.
— De repente Harry apareceu com a Capa da Invisibilidade — falou Gina rindo e todas a acompanharam.
— Hey! Eu estou aqui — respondeu , aproximando-se do grupo e sentando ao lado de Gina. — Precisei ir ao banheiro — completou a loira.
— Com esse tanto de gente você sai sem avisar? E se você morresse pisoteada? — brincou , e a fuzilou com o olhar.
— Vocês têm noção de como querem o vestido? Estou entrando em desespero com tantas opções — começou Darling, nervosa, ignorando o comentário de Winter.
— Olha pelo lado bom — falou Gina, tentando acalmar a amiga —, pelo menos ainda tem vestidos bonitos — completou, apontando para o vestido que uma garota da Corvinal acabava de provar.
— E ela acabou de levar… — emendou . — Vem cá, será que vou ser muito julgada se aparecer com esse vestido? — perguntou Montgomery, apontando para um vestido na manequim que tinha um enorme decote que deixava quase todo o colo a mostra.
— Eu quero algo mais discreto — falou Mione, arregalando os olhos para o vestido que a amiga mostrou.
— Eu quero muito glamour! — disse .
— E eu quero um bem escandaloso — concordou Gina com , animada.
A ruiva ficou um pouco desanimada com o Baile a princípio, sabia que as amigas iriam comprar vestidos novos, mas, infelizmente, não poderia participar. A família Weasley não teria condições de bancar essa extravagância. Quando elas se ofereceram para dar o vestido para ela, a ruiva tentou recusar, mas foi convencida quando disseram que seria um presente de Natal de todas as meninas.
— Vai com calma, ruivinha — falou para Gina. — E você, , como quer o seu?
— Pelo andar da carruagem, vamos ter que aceitar qualquer vestido. — Darling suspirou, olhando ansiosa à procura da senhora.
— Alguém já viu a roupa que eles vão vestir? — perguntou , curiosa. — Imagina se aparecemos maravilhosas e eles com roupas cafonas? Eu me separo do Diggory e vou dançar com vocês, vou logo avisando.
— Inclusive, se tivéssemos decidido isso desde o começo não estaríamos tendo dor de cabeça agora — acrescentou .
A vendedora ainda não havia retornado; as meninas esperavam que ela estivesse providenciando vários modelos de vestido pela demora.
Montgomery estava ansiosa, balançando as pernas.
— Quem vocês convidariam para o baile se fossem meninos? — perguntou a morena às amigas, rindo com os pensamentos.
— A garota mais parecida comigo possível! — falou , prontamente.
— Se for pensando nos garotos que vamos para o baile… — começou Gina, encarando as amigas.
— Minhas opções seriam Hermione ou ? — perguntou , chocada. — Quem diria, estou fadada a sair com alguém que não quebra as regras…
— Eu iria com a , sem ofensas falou — Mione para as amigas.
— Mas a nem mesmo gosta de Quadribol… Para alguém que está saindo com o melhor Apanhador do mundo… — Gina brincou com Hermione.
A grifinória corou fortemente e fez um “shiu” para a ruiva, olhando para os lados para saber se alguém a tinha escutado.
— Minha primeira opção também seria a Mione — disse . — Mas se for procurar a versão feminina de nossos parceiros, teria que ser a ou a Gina, isso é, se a ruiva realmente for boa no Quadribol como ela diz — falou Darling, implicando com a amiga.
— Estou adorando o papo, mas acho que finalmente vamos poder provar os vestidos! — falou Mione, animada, apontando para a vendedora que estava retornando com vários vestidos.
— Olá, meninas. Vocês podem provar os modelos aqui — falou, apontando para o provador. — Os vestidos possuem medidas mágicas, ou seja, se adequam ao corpo de vocês. Quase um tamanho único. — A bruxa riu de sua própria piada antes de se afastar.
— Ok. Vamos escolher alguns, ir provando e as outras dão opinião — declarou . — Quem vai primei- Ah, deixa — falou ela, rindo. já tinha corrido para o provador com um vestido em mãos. Alguns minutos depois, saiu com um vestido extremamente transparente, com renda preta.
— Essa vendedora não viu que somos adolescentes? — questionou , horrorizada. — Por Merlin, dá quase para ver seus peitos. Não que você não esteja linda, mas UAU… — a corvina sussurrou a última parte.
— Não sei quem morreria primeiro se você aparecesse com isso: Cedrico ou Minerva. — Gina gargalhou.
— Pois eu achei lindo — falou , mas logo completou —, mas você é muito nova para usar isso! Por Merlin, não acredito que essas palavras saíram da minha boca! — falou a sonserina, desacreditada.
— Relaxem! É óbvio que não vou usar isso. — A morena riu, apontando para a roupa. — Mas queria uma foto com ele! — completou, fazendo uma pose e piscando.
— Só se eu puder mostrar para o Davies. — sorriu maliciosa, vendo a garota negar com a cabeça e voltar para o provador.
— Não seria mais rápido duas provarem de uma vez? — questionou ao olhar as amigas. — Ah, qual é, Mione, não é como se a gente já não tivesse visto você só com as roupas de baixo, entra logo as duas aí — terminou, empurrando Gina e Mione para dentro da cabine.
Pouco tempo depois, Hermione saiu com um vestido tomara que caia branco longo, justo no tronco e abria em uma saia godê.
— Olhem como ela está linda! — falou Gina, colocando apenas a cabeça para fora da cabine.
— Uau! Olha esses detalhes! — concordou , passando a mão pelo vestido. — Achei a sua cara!
— Não sei, não. Ele é lindo, mas tá muito simples para você — começou . — Vai saber quando teremos outra chance de ir a um baile, e você vai com um dos bruxos mais badalados do mundo. Tem que ir com algo mais chamativo, Mione! — terminou a morena.
— Não sei, eu acho que gostei desse — falou Hermione, um pouco incerta.
— Mas você não pode ficar com o primeiro que provar! — disse a Granger.
— É, Mione, experimenta outro para ver se você gosta mais — concordou Gina, ainda dentro do provador. — E agora vou mostrar o meu.
A ruiva saiu do provador com um vestido sem mangas, estilo tubinho, mas não tão justo, com um tecido cintilante.
— Esse tecido ficou tão lindo com sua pele! — falou .
— O tecido é lindo! Se tivesse uma cor mais vibrante — ponderou , procurando entre as roupas.
— Bem, é claro que vou provar outros, não posso ficar com o primeiro que provar — respondeu a ruiva, piscando para a Mione.
— e , faltam vocês. — Montgomery apontou para o provador, já separando outro vestido para provar.
— Vai lá, , ainda estou procurando um — disse Winter.
Darling entrou na cabine, colocando o primeiro vestido que escolheu, saiu um pouco incerta.
Provou um vestido de azul leve longo, com mangas ombro a ombro e tecido brilhoso.
— Por Merlin, , você tá parecendo uma princesa — falou Mione, olhando para a amiga.
— Vocês gostaram?
— Definitivamente, sim — começou . — Potter vai ficar pior do que se tivesse sido atingido por um balaço. Vamos provar outros, mas segura esse.
A loira voltou correndo para o provador. Enquanto tirava o vestido, entrou para provar o dela.
— Uau. Apenas uau — falou a corvina, ao olhar a roupa da mais velha.
Winter colocou um vestido tubinho preto com um decote longo em V.
— O George vai ficar numa mistura de: quero morrer com quero matar todos os garotos nesse salão. Você está deslumbrante, — disse ao olhar o vestido. — Queria ter idade para usar um desse e não ser julgada! — acrescentou.
— Realmente ficou perfeito em você, — falou Gina.
— É eu sei. — A sonserina riu, piscando enquanto se olhava no espelho. — Mas não senti que esse é o vestido. Quero um que grite “Cheguei!” — completou.
— Winter, quem estava gritando isso eram seus peitos nesse vestido — comentou , brincando.
Horas depois, quando finalmente estavam todas satisfeitas com suas escolhas, saíram sorridentes da loja, parando para uma cerveja no Três Vassouras antes de voltarem para o castelo, rindo animadas com a tarde que tiveram e ainda mais ansiosas para o Baile de Inverno.
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Cedrico tentava ajeitar o cabelo, colocando gel para que estivessem bem alinhados antes de virar-se pegando sua gravata, colocando-a sobre a camisa e tentando acertar o nó que havia treinado durante dias. Após duas tentativas frustradas, sorriu satisfeito ao ver que havia conseguido. Abotoou o colete preto que usava por cima e então colocou seu sobretudo. Passou a língua pelos lábios, encarando seu reflexo e suspirando frustrado ao reparar que seu cabelo já não parava mais como deveria, tendo crescido vários centímetros nas últimas semanas. Tentou arrumá-lo mais três vezes antes de bufar irritado, deixando-o como estava, pois não conseguiria nada melhor do que aquilo.
— Hm, é uma garota de sorte. — Ouviu a voz de Monty dizer aparecendo rindo ao seu lado, terminando de ajeitar a gravata borboleta — Tá bonitão, Ced!
Diggory riu.
— Você também não tá dos piores, quase nem te reconheci — pontuou, acostumado com as roupas despojadas do amigo para os dias que não precisavam usar seus uniformes.
— Eu sei — concordou sorridente. — Cho nem vai saber o que a atingiu! — Piscou, um sorriso malicioso nos lábios. O loiro riu, negando com um aceno.
— Coitada, vai precisar de sorte para te aturar a noite toda!
— Ah, cala boca, Ced! E vamos logo ou elas chegam antes de nós e eu já posso ver minha irmã te azarando na frente de todo mundo por fazer ela esperar!
Cedrico riu, concordando, ao passar as mãos pelos cabelos em uma última tentativa de arrumá-los antes de andar para fora do dormitório junto do amigo.
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Fred arrumou a gravata de George, que arrumava o cabelo de seu irmão gêmeo. Calçaram os sapatos, ajeitaram o colarinho da camisa e olharam satisfeitos para o espelho exibindo seus melhores sorrisos.
— Estamos gatos! — George riu dando um soquinho no irmão.
— Realmente… Quais as chances da me confundir com você essa noite? — Fred sorriu sacana, completando a frase ao notar o olhar do outro gêmeo às suas costas. — Eu tô brincando.
O ruivo riu balançando a cabeça, imaginando como sua garota estaria agora. Deveriam ter passado a tarde juntos, mas foi dispensado para a garota poder se arrumar para a festa. Claro que sabia que era um evento importante para ela e que gostaria de estar a mais bonita possível, mas não iria reclamar se ela tivesse perdido algum tempo com ele durante o dia, porque, convenhamos, a acharia linda mesmo que estivesse vestindo um saco de batatas. Riu mais ainda ao imaginar a cara que faria se soubesse que ele estava pensando na garota vestindo um saco de batatas. Talvez não tivessem sempre o mesmo senso de humor.
— Vamos? — perguntou Fred acenando para a porta. — Aproveitar que o Lino acabou de descer e encontrar as meninas. Provavelmente Angelina vai estar pronta junto com Alicia.
O garoto sorriu nervoso, pensando se era melhor esperar perto do Grande Salão ou no quarto.
— A provavelmente vai demorar bastante e eu preciso fazer mais algumas coisas antes de descer, te encontro lá?
O grifinório assentiu e desceu, deixando George sozinho no quarto. O garoto andou nervosamente por entre as camas e se sentou na sua, secando a mão suada na calça. Tentava repassar mentalmente todos os passos que tinha ensaiado com os meninos e arrumar novamente o cabelo, já que os fios começaram a sair do lugar. Esperou mais uns dez minutos, respirou fundo e secou o suor das mãos na calça mais uma vez antes de sair.
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Harry passou, pela milésima vez, as mãos pelo traje preto que usava. Tinha tentado domar os cabelos, mas não deu muito resultado, esperava que estivesse sendo sincera quando falou que adorava os cabelos dele daquele modo, pois não tinha muito o que fazer. Potter sorriu ao pensar em , saber que estaria com ela no baile tornava toda a perspectiva de abrir a festa e dançar para centenas de pessoas mais suportável.
O garoto estava passando dias maravilhosos; pela primeira vez em 4 anos sentia apenas as preocupações de um adolescente normal. Não importava a cicatriz doendo ou se Voldemort estava planejando algo com Rabicho.
Hoje ele seria apenas Harry.
— Harry, vamos descer? — falou Rony, interrompendo os devaneios de Potter.
O moreno encarou o outro, tentando disfarçar a expressão no rosto; o traje de Rony era horrível, mas o ruivo já estava sofrendo muito, não ia aumentar o martírio do amigo.
— Está muito ruim, não é? — perguntou Rony, olhando para Harry.
— Claro que não, Rony. Só é… diferente — mentiu Potter.
Desceram as escadas até o Salão Comunal, Simas e Dino estavam parados conversando com bonitos trajes pretos, o que fez Rony suspirar forte e tentar dar meia volta, mas Harry o impediu.
— Vocês estão legais — falou Simas, um pouco incerto, olhando para as vestes do ruivo. Harry deu um olhar para Finnigan, que tentou mudar de assunto. — E você, Harry, está muito nervoso? Soube que os Campeões vão abrir o baile — perguntou Simas ao moreno.
Potter sentiu o estômago revirar, estava tentando não lembrar dessa informação, estava preocupado em passar vergonha, torcia para que as aulas com George e Cedrico dessem resultado.
— Hey, Harry, você ficou sem cor — comentou Dino, rindo. — Pelo menos sua acompanhante é bonita. Você vai com a Darling, não é? — disse o rapaz, tentando acalmá-lo. — Eu não a convidei ao baile por pouco — completou.
Isso conseguiu atrair a atenção do garoto.
— Você ia convidá-la? — questionou Potter, sentindo pelo colega uma animosidade nunca antes sentida. Então foi dele que estava falando quando disse que alguém queria convidar , pensou.
— E que tal irmos para o salão? — interrompeu Rony, preocupado com o olhar no rosto do amigo.
Enquanto iam para o corredor, Fred e Lino apareceram descendo as escadas.
— Roniquinho, você está lindo — Fred debochou do irmão. — Cuidado para não ser confundido com a Gina, com tanta renda — concluiu o gêmeo.
Rony olhou para o irmão com um olhar assassino e foi em sua direção, mas Harry o segurou, rindo.
— Cadê o George? — perguntou, tentando aliviar o clima.
— A lady está dando os últimos retoques. — Fred deu de ombros, passando por eles.
— Só espero que ele chegue depois da , pagaria 10 galeões para ver o que ela faria com ele — disse Lino, rindo.
Os mais velhos foram em direção à saída, sendo acompanhados pelos outros três.
— Você não vem, Harry? — perguntou Dino, ao notar Potter parado.
— Ér… Acho que vou esperar o George para ele não ir sozinho — falou Harry.
Rony o encarou de forma estranha, mas deu de ombros e desceu junto com os colegas.
Harry precisava, na verdade, de um tempo sozinho. Sentou em uma das poltronas, com cuidado para não amassar a roupa, e suspirou. Esse baile estava deixando o garoto uma pilha de nervos, mas nada próximo do que ele vinha sentindo por .
A reação dele à ideia de Dino convidar a garota para o baile era uma prova.
E o misto de dor, raiva e tristeza de imaginar a loira com outra pessoa o impactou fortemente. Potter não queria isso. Decidiu naquele momento que iria tomar uma atitude. Tudo bem que só estavam saindo há algumas semanas, mas ele sabia o que sentia. E esperava com todas as suas forças que Darling sentisse o mesmo.
Weasley desceu as escadas pronto para sair, mas parou e olhou curioso para Harry, o Campeão parecia perdido em pensamentos e o ruivo imaginava que também repassava mentalmente todos os passos, já que teria que abrir a pista de dança junto com . Pensou se deveria deixá-lo sozinho, mas sabia que Darling não ficaria feliz se chegasse primeiro, então cutucou de leve o ombro do garoto fazendo-o olhar para ele.
— Harry? Você não vai descer?
— Vou? É, vou — respondeu distraído. — Eu só estava te esperando.
— Me esperando?
— Fred disse que você iria demorar para descer e, como eu já não queria descer sozinho, achei que não iria ter problema te esperar.
O ruivo gargalhou estendendo o braço para Potter se apoiar ao levantar. Caminharam juntos até a porta, quando achou que seria propício falar mais uma coisa para o garoto.
— Harry?
— Sim?
— Tenho certeza que todas suas preocupações vão acabar assim que você ver a Darling no vestido novo.
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Quando Cedrico e Emmett chegaram no corredor de acesso ao Salão Principal, encontraram um grupo de garotos esperando seus pares, pois a maioria das garotas estavam se arrumando em duas salas separadas apenas para o evento.
Cedrico passou rapidamente os olhos pelas poucas meninas que já estavam ali, não se surpreendendo com a ausência de , até mesmo respirando aliviado; Monty estava certo quando disse que se estivesse mais atrasado do que ela, teria problemas, ainda não o havia perdoado cem por cento pela demora no convite, dizendo que precisou de horas para conseguir um vestido que a agradasse.
Olhou em seu relógio de pulso, a garota ainda tinha alguns minutos para o horário combinado, então virou-se para conversar com os outros colegas, vendo Potter aproximar-se minutos depois, junto de Weasley.
— Vai ser um milagre se todas elas ficarem prontas em tempo — disse George, olhando de pouco em pouco para a escada. — me dispensou a tarde toda para se arrumar, deveríamos ser os primeiros a entrarem nesse Baile, mas possivelmente seremos os últimos! Escreve o que eu tô dizendo!
— Contanto que a apareça, não me preocupo muito com a demora. — Harry deu de ombros, ajeitando os óculos segundos depois.
Os dois viraram-se para o lufano que até então estava em silêncio, apenas mantendo um sorriso tranquilo nos lábios.
— Não me diga que finalmente seu lado Lufa-Lufa entrou em ação e agora você é o Sr. Paciência? — questionou o ruivo, irônico. Diggory rolou os olhos, negando com um aceno.
— É claro que não, cara. — Passou a mão pelos cabelos, rindo baixo. — Digamos apenas que ela tem motivos para se atrasar um pouco…
Sorriu sozinho, olhando para o lado ao colocar as mãos nos bolsos da calça social, pensando no tempo que teve com ela em um corredor vazio, o que fez com que a garota se atrasasse para começar a se arrumar, mas Cedrico não se importava nem um pouco em esperar por ela a noite toda se fosse preciso.
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Os garotos continuavam conversando uns com os outros ao pé da grande escada, aguardando suas acompanhantes, todos vestindo seus trajes a rigor, com os cabelos bem penteados, contudo já se sentindo um tanto impacientes com a demora.
— Alguém sabe que horas são? — questionou George em voz alta, andando em círculos. — Tenho certeza que estão atrasadas.
— Acho pouco provável que todas tenham resolvido atrasar. — Cedrico riu, negando com um aceno, embora mantivesse o olhar preso na escadaria, aguardando a chegada de .
— Sabem o que eu estou estranhando? — Monty começou de repente, chamando atenção do grupo. — Como é que o Daves não está aqui? Não me digam que ele não conseguiu nenhuma garota para o Baile?! — disse aos risos, ouvindo os colegas o acompanharem nas piadinhas.
— Quem diria que Daves… — Fred calou-se ao ver o grupo de franceses entrando pelo corredor lateral. — Eu não acredito!
— Filho da puta! — disse George em voz alta ao reparar em Rogério andando de braços dados com ninguém menos que Fleur Delacour.
Quase como se sentisse os olhares e comentários, o corvino virou-se sorridente na direção do grupo de garotos, piscando marotamente para eles.
— Rapazes — cumprimentou-os, passando a mão pelos cabelos antes de voltar a conversar com a francesa.
— Bem, antes com a Fleur do que com as nossas garotas… — comentou Potter, olhando de canto para o casal.
— Eu não sei vocês, mas eu odeio esse cara! — resmungou Montgomery, negando com a cabeça, cruzando os braços.
— Todos odiamos, Monty, todos odiamos — concordaram Fred e George, ainda encarando de lado o corvino.
Minutos depois, enquanto ainda falavam de Rogério e, vez ou outra, reclamavam da demora de suas acompanhantes, ouviram um assobio vindo de Lino Jordan.
— Agora sim!
Viraram-se de imediato para as escadas para descobrir quem descia, logo vendo Padma e Parvati Patil, descendo com suas vestes combinando, muitíssimo bonitas com os longos cabelos negros em penteados elegantes. Justino Finch-Fletchley aproximou-se da escada, sorrindo na direção de Padma, enquanto Parvati procurava por Rony com o olhar. O ruivo precisou ser empurrado por Fred para aproximar-se da escada, corando fortemente ao estender a mão para a corvina.
— Olá, meu anjo! — disse Lino em voz alta ao ver Alicia Spinnet descendo sorridente com suas vestes esverdeadas. — Que visão dos céus!
— Ai, cala boca, Jordan! — A grifinória riu, constrangida.
— Hermione?! — disse Rony em voz alta, a boca escancarada ao olhar para a quarta garota que descia as escadas.
Granger usava um vestido longo em camadas com diferentes tons de azul turquesa, os cabelos lisos em um penteado chique.
— Caramba… — Monty piscou duas vezes, olhando para a grifinória. — Espera, quem de nós chamou a Granger e- Ah, esquece. — Parou de falar, ao ver Viktor Krum, que estava mais afastado do grupo, parado sozinho próximo à entrada do Salão Principal, aproximar-se usando suas vestes vermelho-sangue.
O búlgaro parou em frente à escadaria, estendendo o braço para Hermione, que sorriu, constrangida. A morena ainda sorriu para os garotos, acenando com a mão por um instante, antes de caminhar ao lado do Campeão de Durmstrang para a frente da fila, à espera dos outros colegas e Campeões.
— Caramba! — Fred piscou, negando com a cabeça. — Não acredito que deixamos Krum convidar Hermione. — Então virou-se para Harry e Rony, o irmão ainda olhando por sobre o ombro para o casal, ignorando o que Padma falava. — Como é que vocês não nos contaram que ela iria com ele?
— Eu não sabia! — respondeu Harry, dando de ombros. — Só sabia que ela tinha convite, Rony nem nisso acreditava. Achou que ela ficaria chorando no quarto por ser orgulhosa e-
— Não foi bem assim — disse rápido, antes de tornar a olhar mal-humorado para Mione.
George estava a cada segundo mais impaciente com a demora das garotas. Ele até esperava que elas chegariam um pouco atrasadas, mas para alguém que estava se arrumando há, no mínimo, cinco horas, ele não entendia o que mais faltava ser feito.
— Nossa, que gata! — comentou Monty olhando para o topo da grande escadaria.
O ruivo tinha perdido as contas de quantas vezes tinha ouvido a frase naquela noite e não poderia deixar de concordar, todas as estudantes estavam lindíssimas. Ergueu o olhar para ver quem era a menina da vez, dando de cara com…
— Gina? — perguntou surpreso. Sabia que ela tinha ido com as outras garotas comprar o vestido, mas não esperava vê-la no baile. Não sabia que ela tinha sido convidada e muito menos quem seria seu par, mas cerrou os olhos não gostando muito da ideia de ver sua irmã rodando pelo baile com um cara qualquer.
— Sim, a Gina. — O lufano sorriu de canto. — Ela tá é muito…
— Nem mais uma palavra — interrompeu Fred, nervoso. — Ou você esqueceu que é da minha irmã que você está falando?
— E que irmã! — provocou Monty. — Não tinha ideia que os Weasley escondiam um ouro desses dentro de casa.
— Chega, Montgomery. — O ruivo cerrou os dentes. — Algum de vocês sabem quem convidou ela?
— Eu tenho um palpite. — George acenou com a cabeça para um garoto que vinha à esquerda de sua irmã, sorrindo para a mesma. — E, sinceramente, eu estou bem aliviado.
Neville Longbottom ofereceu o braço para Gina, que aceitou prontamente, sorrindo para o menino. Não sabia muito bem o que dizer, mas estava muito feliz em alguém convidá-la, então resolveu começar por isso.
— Obrigada por me convidar, Neville. Estou muito ansiosa para o baile!
O garoto assentiu, sentindo as orelhas começarem a avermelhar. Não era como se estivesse acostumado a ouvir um agradecimento por qualquer coisa.
— E eu agradeço por aceitar — gaguejou. — Eu treinei a semana inteira para não fazer feio — respondeu orgulhoso de si mesmo pelo esforço.
A ruiva riu enquanto descia as escadas.
— Então já sabemos que vai ser um dançarino melhor do que eu — pausou para cumprimentar seus irmãos assim que passou por eles —, é o meu primeiro baile — comentou sussurrando.
— É o meu primeiro baile também. — o grifinório estava começando a se sentir confortável com toda a situação. Sua avó ficou muito satisfeita ao saber que tinha um par para o baile, mandando uma das gravatas de seu pai para a ocasião. — Acho que vai ser bem divertido.
— Eu fiquei sabendo que eles vão trazer uma banda famosa! — Deu um gritinho de felicidade. — Eu mal posso esperar.
— O professor Moody me contou que Dumbledore está se empenhando para impressionar os diretores das outras escolas, então, sinceramente, eu espero qualquer coisa de hoje à noite!
A garota riu novamente, assentindo e parando em um canto para esperar o baile começar. Se continuasse rindo tanto assim com Longbottom, definitivamente seria uma noite muito divertida.
Diggory respirou fundo, passando a mão pelos cabelos pela enésima vez enquanto esperava por . De fato, não mentiu quando disse, quase trinta minutos antes, que poderia esperar o tempo que fosse necessário, mas agora já se sentia estranhamente nervoso. Várias garotas já haviam aparecido, a maioria dos colegas já estava no Salão Principal esperando o Baile começar, mas , é claro, não tinha dado o ar da graça.
Já se arrependia de ter zoado Potter por ele achar que Darling havia desistido de ir ao baile, porque começava a pensar que a grifinória talvez tivesse tido a mesma ideia. Pelo menos não seria o único Campeão sem par, pensou por um instante, passando a língua pelos lábios e respirando fundo, antes de tornar a olhar para a escada, procurando pela morena. Cedrico piscou duas vezes ao ver mais um pequeno grupo de garotas descendo, sorrindo largamente ao encontrar entre elas. Sentiu que perdeu um pouco da noção do tempo ao vê-la descer: ao mesmo tempo que parecia em câmera lenta, também sentia como se tivesse piscado uma vez e ela já estivesse ao seu lado, sorrindo confiante em sua direção.
Diggory sorriu para ela, aproximando-se e beijando-lhe a bochecha.
— Você está… — começou baixo, olhando-a dos pés à cabeça mais uma vez, reparando melhor no vestido que usava. — Está mais linda que uma Taça de Quadribol, !
A garota riu, logo arqueando a sobrancelha ao encará-lo, Cedrico deu um passo para trás, abrindo os braços.
— Nada mal, Diggory, nada mal!
— O que posso dizer — começou, piscando em sua direção antes de estender o braço —, não poderia fazer feio na sua frente, não é?
— Combinaram, foi? — perguntou rindo, apontando para George e Harry, parados mais ao lado, junto das amigas, parecendo elogiarem as mesmas. Weasley fazia dar uma volta, enquanto Potter estava sorrindo, constrangido, para , que também corava fortemente.
— Não vou negar — suspirou, passando a mão pelos cabelos, rindo baixo —, Potter realmente precisava de algumas dicas, viu?
gargalhou, concordando.
— Eu disse a mesma coisa pra ele ontem! — Então puxou-o pela mão em direção à entrada do Salão Principal onde Krum e Delacour estavam parados com Mione e Rogério. — Agora vamos logo, podemos falar com esses quatro depois!
— Wow. — Foi tudo o que George conseguiu falar ao ver aparecendo com as amigas no topo da escada. Na verdade, demorou para perceber que ela estava junto com as outras garotas já que só conseguia olhar para a sua.
Ela estava… Como descrever? Ele achava que qualquer elogio que fizesse à sua aparência pareceria pouco. Não queria desviar o olhar, mas não pôde evitar reparar qual era a reação dos amigos com a grande chegada. Ficou satisfeito quando percebeu que Potter e Diggory mantinham uma reação idêntica à sua.
As três desceram lentamente as escadas e, embora não entendesse muito de vestidos, diria que foram feitos sob medida para as garotas, eram completamente perfeitos para elas.
— Minha bruxinha. — Estendeu o braço para Winter segurar. A morena aceitou prontamente e sorriu, sussurrando no ouvido do garoto:
— Valeu a pena as horas me arrumando?
— Não tinha como não valer — sussurrou de volta.
sorriu satisfeita com o elogio e parou para analisar Weasley. O cabelo ruivo, que agora já estava na altura do ombro, pareciam perfeitamente desalinhados e tudo o que a garota conseguia pensar era em entrelaçar seus dedos nos cabelos dele, o bagunçando ainda mais.
— Eu diria que você está bonita — ele começou a dizer enquanto a puxava delicadamente para dentro do salão. — Mas isso não seria o suficiente.
A sonserina riu, um pouco sem graça, enquanto negava com a cabeça.
— Continua assim e a noite vai ser muito boa para você — comentou, fazendo o grifinório gargalhar.
Harry estava com as mãos suadas, a ideia que antes passou por sua cabeça de ter desistido voltou com força total. E se isso fosse uma punição do trio por eles as terem convidado em cima da hora? O garoto coçou o queixo, nervoso. O baile estava prestes a iniciar e pior que o vexame de aparecer sem nenhuma acompanhante, seria estar com raiva dele. Potter não conseguiu imaginar uma situação pior, dado que finalmente tinha aceitado seus sentimentos e estava a um passo de se declarar para a loira.
Quanto à parte de estar sem acompanhante, pelo menos Diggory também iria ficar sozinho.
Nesse momento, olhou para as escadas novamente e a viu.
estava acompanhada das amigas, mas Harry não conseguiu olhar para nada além dela. Darling estava deslumbrante, Harry sentiu um aperto no peito, olhou novamente sem acreditar que aquela garota linda seria sua acompanhante.
As meninas chegaram ao fim da escada, Potter notou pelo canto do olho que George e Cedrico se moveram, então os seguiu. Harry aproximou-se de , que cintilava com aquele vestido mágico.
O garoto sentiu seu rosto esquentar ao aproximar-se da loira.
— Você está deslumbrante — disse Harry a , que ficou extremamente vermelha.
— Obrigada, Harry — falou , dando um beijo no canto dos lábios do moreno. — E você está incrível! Ainda bem que não mudou o cabelo, prefiro assim — completou a loira.
— E foi exatamente por isso que deixei assim — falou Harry, baixinho para que sorriu para ele. — , muito obrigada por aceitar ser minha acompanhante — concluiu Harry, pegando as mãos de Darling.
— Não precisa agradecer, Harry — respondeu, um pouco seca.
Já era a terceira vez depois do convite que Potter a agradecia e isso passava para a garota a sensação de que ele só a tinha convidado por educação. Potter notou a expressão fria no rosto da garota que antes parecia tão leve e se xingou mentalmente.
— Não! Preciso, sim — começou Potter. — Eu já não conseguia acreditar em minha sorte quando você aceitou ser minha acompanhante. Mas quando você apareceu, por Merlin, eu ainda acho que estou sonhando. — Potter corou, mas achava que tinha que deixar claro para Darling como se sentia. — Você é a garota mais linda desse baile, de Hogwarts inteira, na verdade.
olhou para Harry, emocionada. A garota suspirou várias vezes pelo garoto nos corredores da escola, saber que agora estava sendo correspondida tornava tudo mais fácil.
Aproximou seu rosto do garoto e deu um selinho, mas foram interrompidos.
— Potter! Darling! — Prof.ª McGonagall falou alto, os chamando. — Venham para cá, imediatamente. Deixem isso — apontando para os dois — para depois.
Cedrico e , que já estavam ao lado dos outros Campeões, riram dos amigos. puxou a mão de Harry e juntaram-se aos outros para ouvir as instruções que a professora passava. Harry apertou levemente a mão que segurava a da loira, sorrindo para ela.
Mesmo nervoso, Potter sentiu que aquele era o melhor momento de sua vida.
A música lenta e romântica embalava os casais no salão. Harry e estavam dançando lentamente, abraçados. O garoto já não se preocupou mais em pisar nos pés da loira. Descobriu, felizmente, que Darling era uma ótima dançarina e condutora, sempre que começava a errar o passo, o guiava delicadamente. Estar com naquele momento tornou toda a experiência mais leve e divertida, assim como o baile deveria ser.
Faziam uma dupla e tanto, pensou Harry. A garota olhou ao redor, com aquela serenidade e leveza com que conduzia tudo na vida. Harry sentiu o aperto, agora familiar, no peito, que sempre surgia quando admirava . A loira o encarou, sorrindo ao notar Harry a encarando.
— Você está gostando do baile? — perguntou Harry, baixinho, falando direto no ouvido da corvina.
— Estou amando! — começou . — Está tudo tão lindo! Mas o melhor de tudo é a companhia — terminou, sorrindo marota para Harry.
— Hey! Essa fala tinha que ter sido a minha! — disse Potter, brincando. — Tenho certeza que metade dos garotos desse baile, com exceção de Cedrico e George e, talvez, Rony, queriam estar em meu lugar — completou, girando levemente , espelhando o movimento dos demais dançarinos.
— Talvez o Rony?
— Bem, não dá para garantir, né. Os outros dois sei que só têm olhos para as acompanhantes deles, pois estão tão apaixonados quanto eu. Mas os outros? Para mim todos eles são rivais — terminou Harry, nervoso.
Nem percebeu que tinha usado a palavra apaixonado. Embora fosse assim que o moreno se sentisse, não tinha falado a Darling sobre isso. sorriu, incapaz de comentar qualquer coisa. A loira só havia prestado atenção em uma frase “estão tão apaixonados quanto eu”. Sentiu mil borboletas em seu estômago. Será que realmente Harry estava apaixonado por ela? Se sim, por que ele não falava nada?
respirou fundo, tomando coragem para falar. Normalmente, ela ficaria calada e deixaria passar o comentário, mas algo que aprendeu com e foi que, quase sempre, devia falar o que estava pensando.
— E você está apaixonado, Harry?
Harry encarou , respirando fundo, muito nervoso, olhou para os lados antes de voltar a olhar para ela.
— Eu não sei se estou apaixonado, — começou, engoliu em seco e tentou disfarçar a decepção com um sorriso forçado, mas antes que ela falasse qualquer coisa, Harry continuou: —, mas eu durmo e acordo pensando em você, já não prestava atenção às aulas antes, agora, então, não tem a menor importância para mim, sempre que vejo algo a primeira coisa que penso é em contar para você. Adoro cada minuto que passo ao seu lado e sinto uma agonia só de pensar em você com outra pessoa…
encarou Harry, boquiaberta, a loira até parou de dançar, felizmente tinha espaço entre eles e os outros casais, caso contrário, teriam sido empurrados pelo fluxo de dançarinos.
— Ah, Harry! — falou Darling, emocionada, com os olhos cheios de lágrimas.
— Você tá chorando? O que eu fiz?
— São lágrimas de felicidade, seu bobo — disse batendo de leve no ombro do moreno. — Por Merlin! Eu sinto o mesmo por você. E estava a ponto de explodir achando que você não se sentia da mesma forma por mim. Por que você não falou logo? — falou, parecendo um pouco brava.
Harry se controlou para não falar para a garota que podia fazer a mesma pergunta a ela, algo lhe dizia que esse comentário estragaria a noite perfeita.
— Porque eu sou um bobo. — Deu de ombros, optando pelo caminho mais fácil. George e Cedrico ficariam orgulhosos se o ouvissem naquele momento.
— É mesmo — concordou, dando risadinhas.
Harry, que sempre achou que risadinhas deviam ser proibidas por lei, achou, naquele momento, que o som era mais melodioso que qualquer música que tocasse naquele baile.
Talvez isso fosse a sensação de estar apaixonado, pensou o garoto. Incentivado pela declaração de Darling, tomou coragem para fazer o que havia pensado no Salão Comunal da Grifinória. Olhou a garota, que sorria abertamente para ele, antes de soltar.
— Vocêquernamorarcomigo? — disse Harry rapidamente, o encarou confusa.
— Como? Não consegui entender.
Harry respirou fundo, engolindo o nervosismo e repetiu, dessa vez mais pausadamente para que a corvina conseguisse entender:
— Você quer namorar comigo?
O garoto esperou pela resposta, torcendo para que fosse um sim.
o encarou, de olhos arregalados, antes de soltar um gritinho fino e não tão alto, chamando apenas a atenção do casal que estava ao lado deles.
— Por Merlin, Harry! Sim! — falou , empolgada. — Claro que sim! — terminou, agarrando o garoto e o beijando apaixonadamente, Harry correspondeu avidamente.
Foram interrompidos por um pigarro do casal ao lado, ao olharem viram Cedrico e os encarando debochados.
— Nós somos namorados agora! — disse a loira, animada.
— Isso ai! Finalmente, Cicatriz. — sorriu, fazendo um joinha antes de virar a cabeça de volta para Cedrico e tornar a ignorar o mais novo casal de namorados.
Harry sorriu pelo comentário da amiga. Continuaram a dança, com a cabeça encostada no ombro dele. Potter sentiu-se leve e feliz. Não tinha como imaginar que esse ano seria tão incrível. Só podia agradecer aos gêmeos Weasley e a Winter por terem organizado aquela brincadeira. E a por tê-lo convencido a ir.
E a , por ser o par perfeito para ele.
, Gina, Neville e George conversavam animadamente em uma das mesas enquanto bebiam cerveja amanteigada. Os quatro tinham se sentado para descansar um pouco, já que, desde que o baile começou, não tinham parado nem por um segundo sequer.
— Não sabia que gostava tanto de festas, Longbottom — comentou , enquanto tomava mais um gole de sua cerveja.
— Eu gosto muito — respondeu ele, sorrindo. — Só não sou convidado para muitas…
A sonserina e o ruivo se entreolharam em um acordo silencioso; na próxima festa que fizessem, mas que fosse mais levinha, chamariam o menino para participar. A conversa não durou muito mais depois disso, pois, animados, os dois mais novos voltaram para a pista de dança.
— Quando foi que eu fiquei velha desse jeito? — Winter gargalhou balançando a cabeça. — Estou aqui sentada igual uma vovó.
— Mas uma vovó muito linda. — George gargalhou junto, fazendo-a aumentar a risada.
A morena se aproximou do garoto, beijando-o lentamente. Não se importavam com nada ao seu redor, apenas com a presença um do outro. cortou o beijo com gritinhos quando a música trocou.
— Ai, eu AMO essa música! — Ela bateu palmas sorrindo.
— Pois então seus desejos são uma ordem. — O ruivo se levantou estendendo a mão. — Me concede essa dança?
— Se você insiste!
A música era lenta, então o garoto envolveu a cintura de a deixando o mais perto possível. A sonserina passou seus braços pelo pescoço do ruivo, finalmente bagunçando seus cabelos do jeito que desejava. Sorriu ao perceber que ele soltou um sorriso fraco, voltando a mexer em seus cabelos.
Não falaram nada, nem respirariam se pudessem, só queriam guardar na memória cada segundo daquele pequeno momento infinito que estavam passando juntos. Uma música agitada começou, mas não prestaram atenção, continuando a dançar abraçados.
— Não pisou no meu pé nenhuma vez, hein? Desde quando você sabe dançar?
Ele riu.
— Sou um homem de muitas qualidades.
A garota arqueou as sobrancelhas, como quem duvida de alguma coisa.
— E eu posso ter andado treinando — falou, meio sem jeito.
Winter riu e o pescoço do ruivo se arrepiou com uma pequena rajada de vento.
— Então você aprendeu a dançar por mim?
George parou de dançar e afastou a menina para que pudesse olhar em seus olhos, então ele riu, balançando a cabeça como se não acreditasse na situação em que tinha se metido.
— Sabe que eu aprenderia qualquer coisa por você. Você é tudo pra mim.
— Ah, George — ela pulou em seus braços o apertando o mais forte que conseguiu —, você também é tudo pra mim.
rodopiou ao som da música quando Diggory levantou o braço, segurando em sua mão, gargalhando enquanto cantavam animados uma das músicas d’As Esquisitonas.
Cedrico já havia tirado o sobretudo e dobrado as mangas até o cotovelo, seu cabelo caía por seus olhos cinzentos e o restante estava bagunçado, devido às vezes que passou a mão por eles ou pulou junto da loira durante alguma canção.
Riu para quando a garota fechou a mão em punho, imitando um megafone e cantando refrões de sua música favorita. Parte de si ainda achava engraçado estarem juntos, lembrando-se do que Monty havia dito dias antes, quando ele contou que havia finalmente convidado para o baile; Cedrico Diggory e Montgomery eram o extremo oposto um do outro e Emmett tinha toda a razão.
era extremamente confiante, desinibida e impulsiva, além de rir com extrema facilidade e parecer ter o objetivo diário de quebrar o maior número de regras possíveis. Diggory era o oposto em tudo aquilo, poderia se preparar para absolutamente tudo o que fosse fazer, mas mesmo assim nunca se sentia confiante o suficiente para executar qualquer tarefa, sempre tinha uma parte de si que duvidava que ele fosse capaz, e, embora tivesse certo destaque por ser Monitor e, agora, um dos Campeões de Hogwarts, sempre preferia passar despercebido pelos cantos. Pesava mil vezes os prós e contras antes de tomar qualquer atitude e, é claro, passava longe de quebrar regras.
Eram, de fato, completamente diferentes, mas no fundo achava que era exatamente aquilo que os fazia combinar tanto, porque em sua cabeça ele e eram o casal ideal e ninguém o convenceria do contrário, eles se completavam.
Sorriu para ela quando a morena tornou a olhá-lo, com o cenho franzido.
— Que foi?
— Eu sou completamente apaixonado por você.
piscou devagar, sentindo o peito bater acelerado e as bochechas corarem ao processar aquela frase, não conseguindo conter o sorriso largo em seus lábios, passando uma mão por seu pescoço, puxando-o para um beijo profundo.
— E eu por você, Diggory — soprou contra os lábios do rapaz, que sorriu ainda mais antes de voltar a beijá-la.
Spinnin’ ’round like a crazy elf
Dancin’ by himself
Boogie down like a unicorn
And no stoppin’ till the break of dawn
Put your hands up in the air
Like an ogre, just don’t care
Can you dance like a hippogriff?
Na na na na na na na na na
pulou nas costas de George, levantando os braços ao tempo que cantava a plenos pulmões a música. Saltou de suas costas ao notar e se enrolando para tentarem fazer passos de dança, enquanto Diggory tinha o braço por sobre os ombros de Harry, os dois se balançavam no ritmo da música, rindo das garotas.
Winter juntou-se às amigas, encaixando o braço com , que ficou ao meio, dando os passos da direita para a esquerda, enquanto faziam caras e bocas e remexiam de forma estranha.
— Vocês são péssimas dançarinas! — disse George, aos risos. — Aprendam com os mestres! — Juntou-se aos dois amigos. — Cinco, seis, sete e oito… — disse estalando os dedos e os três começaram uma dança ritmada, com passos iguais e rodopios.
— Eu não acredito no que estou vendo! — berrou , começando a gargalhar apoiada no ombro de , a qual tinha as mãos na boca para controlar a risada, e se curvava, com as mãos na barriga, pequenas lágrimas escorrendo de seus olhos.
— O nome disso é inveja! — disse Diggory mais alto, ainda dando seus passinhos, acompanhado dos dois grifinórios.
Harry sentia o rosto esquentar de vergonha, mas parou de se importar ao perceber que não era o único pagando aquele mico e não era como se Darling e as outras meninas fossem se importar muito no dia seguinte. Riu junto dos rapazes antes de dar uma rebolada sem jeito; George descia até o chão, adorando a atenção e se sentindo um dançarino profissional, enquanto Cedrico fazia movimentos estranhos com a cabeça e braços, parecendo tão vermelho quanto Harry.
No fundo, nenhum deles se importava muito com nada daquilo porque, apesar da vergonha, estavam todos se divertindo com os novos amigos e com suas garotas, que logo se juntaram a eles, fazendo passos tão ruins e desengonçados quanto os dos rapazes, mas que rendia várias risadas não só para o grupo, mas para quem via de fora também.
Gina aproximou-se com Neville minutos depois, assim como Fred e Angelina. Em algum momento, Monty apareceu com Cho, pulando nas costas de Cedrico enquanto erguia os braços, parecendo um tanto fora de si. Pouco depois, Hermione também se juntou a eles, Krum até mesmo tentou fazer os passos que Harry e George ensinavam, desistindo minutos depois e apenas pulando, mexendo os braços desengonçadamente e gargalhando junto deles.
— E agora a última música antes de nos despedirmos d’As Esquisitonas — falou Flitwick seguido de um coro de “uuh”. — E vocês deveriam aproveitar ao invés de ficar reclamando por aí. — O professor deu de ombros antes de sair do palco.
— O Flitwick já foi mais gentil — comentou .
— Você também já foi e ninguém está te julgando por isso. — deu de ombros. — Vamos nos acabar de dançar nessa aqui?
— Só se for uma dancinha combinando. — Potter riu, claramente alterado. — Ou a gente já pode encerrar por aqui e ir, bom, fazer outra coisa.
— Por Merlin, o que aconteceu com essas crianças? O grande Harry Potter está insinuando coisas? — gargalhou, desacreditada.
— Vamos aproveitar! — exclamou Cedrico, puxando para perto do palco.
Os garotos os acompanharam acotovelando alguns amigos e conhecidos para chegar o mais perto possível da banda que estava para ir embora. Hermione e Krum já estavam na frente do palco, fazendo lembrar de um pequeno detalhe.
— Alguém viu o Rony esse tempo todo? — gritou ela, para que os amigos ouvissem. — Acho que esquecemos ele sozinho com a… a… ah, com a menina que ele veio.
Todos se entreolharam, negando. Desde que se encontraram na escadaria e cada um seguiu seu rumo, não tinham visto mais nenhum sinal do ruivo.
Hermione então bateu no ombro de e pediu que chegasse mais perto para ouvir o que iria dizer.
— Eu vi — contou —, ele acabou de gritar comigo sobre não ter gostado de eu ter vindo com o Krum no baile. Foi direto para o Salão Comunal, acho.
Era possível ver as engrenagens rodando na cabeça da menina; Rony enciumado no baile, Hermione não tão feliz quanto deveria com o apanhador búlgaro superfamoso a convidando. Abriu e fechou a boca ao confirmar suas suspeitas e sorriu, satisfeita sobre estar certa sobre alguma coisa.
— Bom, o Rony que aprenda a lidar com seus sentimentos — respondeu para Granger. — E você coloque um sorriso no rosto e aproveita a companhia do bonitão ali — apontou a cabeça para Krum — que não tira os olhos de você, Hermy-own.
Winter se juntou a George, o abraçando de lado imitando seus movimentos, e Hermione olhou sorrindo para Krum ao perceber que o que antes tanto a irritava, agora tinha se tornado algo único que a intrigava. Naquele instante decidiu que não o corrigiria mais, até que Hermy-own era fofo.
Ao fim da última música da noite, o grupo sentou-se nas escadas, vendo a multidão se dispersar. A noite havia sido divertida de uma forma única para cada um.
— Por Merlin, estou exausta — reclamou , massageando os pés.
— Exausta demais para darmos uma volta por aí? — perguntou George, malicioso.
— Nunca estou exausta para isso — respondeu no mesmo tom, aceitando a mão do ruivo, que tinha levantado.
— Pelo menos disfarcem! — gritou Cedrico, brincalhão, logo virando-se para a garota ao seu lado. — Vamos, , vou acompanhar você até a Torre da Grifinória!
— Mas é realmente muito cavalheiro esse homem — respondeu rindo ao se levantar, acompanhando o loiro escada acima.
— Só para deixar claro: quando eu sugeri “irmos embora” — Potter começou — fui duramente criticado!
— Mas ninguém está te julgando agora, Harry. Vamos aproveitar. — piscou.
— Sim! Hoje é o único dia que não precisamos nos preocupar com Filch a nossa espreita. O que mais tem são alunos fora da cama!
O grupo se despediu e cada casal seguiu aos risos em uma direção diferente, aproveitando para encerrarem à noite em qualquer canto vazio e estreito o suficiente para uns beijos, afinal, na opinião de todos, aquela era a melhor forma de aproveitar Hogwarts.
Mas gente, se eles estão assim pra convidar elas pra um baile, eu imagino o que vão aprontar quando for pra pedir em casamento, de verdade OPASOPDANSDP
Seus emocionados 😂😂
Por conta dessa emoção toda, quase que perdem a chance de ir ao baile com quem querem, né, olha aí. Aprendam a lição, meninos.
E eu super apoio mais histórias com essa turminha que eu quero guardar num potinho <3
No aguardo de mais fics em Hogwarts também HEHEHEHEEH