2.
Ouviram batidas na porta e abriu uma pequena fresta para ver quem era.
— Ora, ora — gargalhou —, se não são nossos membros mais assíduos. Sejam muito bem-vindos mais uma vez! — Escancarou a porta para que Cedrico e Emmett passassem, os cumprimentando com um aceno.
— Chegamos cedo? — perguntou Montgomery olhando em volta.
— Para jogar, sim. — Fred deu de ombros. — Mas nunca é cedo demais para começar a beber. — Apontou com a cabeça para as cervejas amanteigadas. — Conhecem o esquema.
Cedrico foi direto na direção da mesa de bebidas e depositou um punhado de sicles em um caldeirão, antes de se servir de uma caneca de cerveja. se aproximou lentamente.
— Ali tem bem mais que oito sicles, tá pagando pelo Montgomery ou alguém ali — apontou para os garotos — esteve te chantageando?
O lufano riu.
— Eu posso ter pagado menos das outras vezes. — Deu de ombros. — E dinheiro para cerveja nunca é demais.
— E é com esse pensamento que sempre recebe nossos convites!
Monty rolou os olhos ao ver o amigo reclamando, dando-lhe tapinhas nas costas.
— Você mesmo disse que estava precisando beber para esquecer os problemas!
— Mas não queria jogar para poder beber — acrescentou Cedrico segurando seu copo de cerveja amanteigada, olhando para o mesmo. — Não estou interessado em beijar ninguém.
— Ah, cara, eu sei que você quer beijar sua namorada secreta — Montgomery começou solidário, então deu-lhe um soquinho no peito —, mas você disse que não está dando certo, não é? Então pronto, beija alguém hoje e ganha sua confiança de volta, aí você investe nela!
Diggory preferiu se manter em silêncio, apenas encarando a bebida em suas mãos. Ainda se sentindo péssimo em estar escondendo do melhor amigo que a garota de quem ele gostava era justamente a irmã mais nova de Emmett, mas não achava que ele fosse entender muito bem a situação, o moreno era extremamente ciumento e protetor quando se tratava de .
— Mas o que é isso?
— O quê? — perguntou confuso, tomando um gole de sua bebida, virando-se na direção que o amigo encarava de boca aberta. Diggory engasgou-se levemente ao notar entrando com Potter, que enrolava uma capa. Winter explicava para os dois como as coisas funcionavam e logo os viu deixarem dois galeões no caldeirão ao canto.
— O que é que você pensa que está fazendo aqui? — perguntou Monty em voz alta, atraindo atenção de todo o grupo.
— Eu poderia te perguntar a mesma coisa! — respondeu de braços cruzados.
— Eu tenho idade para isso, você é uma criança! É melhor voltar para a Torre da Grifinória se não quiser que eu conte para o pai que você está fora da cama depois do horário.
A garota deu risadinhas, negando com um aceno antes de voltar a conversar com Harry.
— Se enxerga, Emmett, se você abrir a boca eu conto que você tem feito isso há anos! — Monty abriu e fechou a boca por um instante, completamente sem argumentos. Virou-se em seguida para Winter e os Weasley.
— Quem foi que a convidou?
— Fui eu — sorriu orgulhosa —, achei que estava na hora de termos pessoas novas nesse lugar!
— E achou que chamar a minha irmã era uma boa ideia, Winter?
— Eu achei uma ótima ideia — disseram Fred e George ao mesmo tempo, sorrindo de orelha a orelha.
— Calma, cara — Cedrico tentou intervir, tentando não parecer muito feliz com a oportunidade que havia acabado de aparecer para ele. — Não é nada demais…
— Para você é fácil falar, queria ver se tivesse uma irmã que fosse convidada para uma festa como essa! — Então virou-se ameaçadoramente para os outros rapazes. — Se algum de vocês tentar qualquer coisa com a …! — Deixou a frase morrer, embora mantivesse a expressão séria ao encarar os gêmeos e Jordan.
— E como é que essa ameaça não vale para o Diggory também? — comentou como quem não quer nada. — E o Potter?
— Nós somos amigos — rebateu Harry no mesmo segundo, não querendo ser alvo do ataque de ciúmes de Emmett.
— E o Ced jamais me trairia dessa forma — respondeu Monty como se fosse óbvio.
Diggory, mais uma vez, preferiu se manter em silêncio, encarando momentaneamente os sapatos. Sentiu-se ainda pior ao ouvir o que o amigo havia dito: Emmett confiava nele e o que Cedrico fazia com toda essa confiança? Pensava em uma forma de não ficar muito óbvio durante o jogo seu interesse na garota.
Olhou de canto para , mais ao lado, conversando com Harry, enquanto pegavam um copo de cerveja amanteigada, rindo de algum comentário que o grifinório havia feito. No fundo ele
achava que ela também estava interessada nele, mas nunca chegou a responder seus flertes, então não podia confirmar se suas suspeitas eram verdadeiras. Talvez só estivesse tímida justamente por Diggory ser melhor amigo de seu irmão ou só fosse simpática demais e por isso nunca deu um fora nele. A última coisa que Cedrico queria era tentar algo com a garota, levar um fora e ainda perder a amizade com Emmett.
conseguia sentir o clima de tensão que se instaurou entre e Cedrico assim que a grifinória entrou na sala. Já os havia encontrado conversando pelos cantos algumas vezes e reparou muito bem no jeito que Diggory a olhava e como a garota sorria em sua direção. Era até engraçado ver Monty defendendo o amigo daquela forma. Queria estar presente no momento em que ele descobrisse que seu melhor amigo e irmã estavam cada vez mais perto de começarem a se pegar pelos cantos, e realmente esperava que aquilo acontecesse aquela noite e ela pudesse ver todo o escândalo que Montgomery faria. Aquilo sim seria inesquecível! Sorriu satisfeita, sabia que Gina não a decepcionaria quando fez o convite. Não que tivesse falado “os Campeões” ao invés de “o Potter” na intenção de que a Weasley alertasse a Montgomery mais nova. Claro que não.
✨✨✨
Fred e George não demoraram a ir até Potter, cada um enlaçando um de seus braços.
— Trouxe? — perguntou Fred.
— Sim. — Harry disfarçadamente passou um pergaminho para o ruivo. — Não se esqueçam de me devolver!
— Para começar — George revirou os olhos —, nós que te demos. Agora vai lá conversar com os seus amigos e deixa que a gente cuida da segurança.
riu de lado, se aproximando dos gêmeos. Eles poderiam ser um pouco mais discretos às vezes.
— Eu escrevi
mapa tão pequeno no canto, para se caso alguém pegasse não entendesse, que eu cheguei a achar que o Potter não entenderia — sussurrou para os garotos. Fred e George riram baixo.
— O Harry pode não parecer muito esperto — os gêmeos olhavam para o garoto, que voltava a andar na direção de —, não parece mesmo — Fred deu de ombros —, mas tem umas coisas que ele acerta!
— E cadê o restante do pessoal? — perguntou Jordan impaciente, voltando com mais um copo de cerveja pra cada um. — Tem homem demais pra só duas meninas! Tem certeza que convidou mais garotas, ?
— É claro que sim! Sou sempre ótima em fazer convites!
— É — Fred olhou de canto para a colega da grifinória mais ao canto —, um pouco novinha, mas não foi uma má ideia!
— Estou torcendo para ir com ela só para ver o Montgomery surtar! — concordou Lino aos risos, junto dos amigos.
— Vocês estão muito saidinhos! Não começamos isso aqui para interagir com outros alunos? — relembrou Winter, colocando a mão na cintura.
— E não foi você mesma quem deu a ideia da brincadeira no primeiro dia? — rebateu George com a sobrancelha arqueada. riu culpada.
— Eu só queria ter minha chance com o Wood! — Deu de ombros, vendo os outros garotos rolarem os olhos em desaprovação. — Até parece que vocês não gostaram da ideia!
✨✨✨
balançava os pés de forma agitada, enrolada na capa preta e com seu cabelo longo e loiro solto, perguntava-se se não tinha sido uma má ideia aceitar o convite da amiga. Se ela fosse pega, talvez ganhasse uma detenção. E isso afetaria muito o futuro dela. Será que mandavam corujas para os pais quando os alunos recebiam detenção?
“Minha mãe vai morrer”, pensou Darling.
Mas, bem, ela tinha que crescer, né. E queria MUITO beijar Harry. Isto é, se de alguma forma os dois combinassem. Não faria mal beijar outra pessoa também, desde que fosse bonito, claro. Mas o foco era em Potter.
Será que teria como manipular o jogo com magia?
Ela iria adorar. Riu sozinha.
Escutou um barulho e o coração parou.
Era o Filch, FERROU TUDO. Tinha sido pega.
Encostou-se na parede, desejando poder fundir-se a ela. Quando o barulho de passos se aproximou, notou que era apenas Gina, sorriu relaxada.
— Que susto, Weasley — falou tensa.
— Achou que era o Filch? — perguntou. — Vou me sentir ofendida, acho que sou mais bonita do que ele — falou brincando, enquanto andavam da forma mais silenciosa possível pelo corredor escuro.
— e Hermione não aceitaram vir com você? — questionou a amiga, ao perceber que ela estava sozinha.
— A Mione eu nem convidei, falou que ela iria nos entregar. E iria mesmo, tenho certeza — confessou a ruiva rindo. — A aceitou, mas veio na frente com o Harry — explicou ao virarem o corredor.
ficou calada, não entendendo como Gina, que também nutria uma paixonite por Harry, se importava zero com a proximidade de Montgomery com ele.
— Hey, para de ficar de cara fechada — disse Gina. — Já te falei que a é louca pelo Diggory. Pronto, chegamos — avisou, sussurrando em frente a uma porta. — Como estou? — perguntou a ruiva para a amiga.
— Está linda, Gina. E como estou? — questionou , soltando o cabelo e rindo para a Weasley.
— Tá bonitinha. — deu um soco leve no braço da amiga, que sorriu antes de completar: — Tô brincando. Você é linda.
Ao terminar de falar, deu 3 batidas na porta que se abriu com que colocou o rosto para fora, a fechando logo em seguida. As amigas se olharam chocadas.
✨✨✨
Winter abriu e fechou a porta rapidamente, pedindo para que quem estivesse do outro lado esperasse. Tinha esquecido desse
pequeno problema.
— George, Fred — chamou —, podem vir aqui um pouquinho?
— Aconteceu alguma coisa? — perguntaram juntos.
— Na verdade não — riu. — Eu posso ter esquecido de comentar uma coisa com vocês. Sabem como é, ficamos ocupados com a organização e quase não nos vimos.
— Nós, literalmente, passamos o dia inteiro juntos. — Fred revirou os olhos. — O que você aprontou?
— Essa é a imagem que você tem de mim? — Cruzou os braços. — Eu aqui tentando fazer o meu melhor todos os dias enquanto vocês dois só me julgam!
George passou o braço pelo ombro da menina, a puxando para perto.
— Para de drama e fala logo.
— Eu posso ter
esquecido de mencionar — sorriu — que eu convidei sua irmãzinha para vir hoje. Sabem como é, iniciação na sociedade e blábláblá.
— Você fez o quê? — Os Weasleys passaram as mãos pelos cabelos, claramente nervosos. — Ela não tem nem idade para isso.
— Agora a garota não tem idade para isso — respondeu Monty ao ouvir a conversa, ainda de cara fechada —, quando foi a minha irmã, tudo bem!
— É diferente! — respondeu Fred. — Gina é um bebê, não tem idade pra essas coisas!
— Ah é? — Winter revirou os olhos. — Vocês lembram o que nós fazíamos com 13 anos?
Cerraram os olhos para a garota, mas ela se limitou a sorrir. George considerou brevemente o que tinha dito; se sua irmã seguisse pelo menos um pouco seus irmãos mais velhos, era melhor que eles estivessem por perto.
— Deixa ela entrar. — Suspirou derrotado. — Não podemos deixar ela para fora tanto tempo, Filch pode perceber alguma coisa.
— Sabia que seriam maduros. — Beijou as bochechas dos garotos. — Depois de uma pequena onda de teimosia, claro.
Pediu para que os garotos se afastassem da porta.
— Será que ela acha que não trouxemos o dinheiro? — questionou do lado de fora. — Trouxe logo 2 galeões, por precaução.
— Eu não faço a mínima ideia do moti… — mas Gina foi cortada por , que abriu a porta com um sorriso enorme.
— Pirralhas, se preparem para a primeira noite do início de suas vidas.
✨✨✨
— Você veio! — Ouviram a voz de Gina, a qual sorriu para , puxando-a para o outro canto, em que a corvina também estava.
— E aí, Diggory? — começou Winter sorridente, apontando do Campeão para a garota se afastando com a Weasley, falando baixo para não correr o risco de Monty ouvir a conversa. — Acha que chegou seu momento de brilhar? Não precisa me agradecer!
— Foi você? — perguntou surpreso, vendo-a concordar rindo.
— Achei que estava precisando de ajuda para seguir com seu romancezinho!
— Ah, cala a boca! — Negou rindo baixo. — Mas não é como se o Monty não fosse querer me matar se eu tentar qualquer coisa!
— Não é como se você fosse ligar se for depois de ganhar uns beijos, não é? — rebateu a outra, vendo-o sorrir de lado, sem nada responder.
Alguns passos de distância, a Weasley mais nova apresentava formalmente as duas amigas:
— , essa é Darling! — Apontou para uma terceiranista da Corvinal, a qual já havia visto junto a ruiva. — , amiga, essa é Montgomery!
— Darling, é? — questionou a mais velha, estendo a mão, sem conseguir se conter. — Espero que seja
queridinha mesmo!
A menina rolou os olhos, sorrindo de canto, claramente já tendo ouvido aquela piada outras vezes.
— Eu juro que ela é melhor do que isso! — avisou Gina, apontando de canto para a morena.
— Ah, para, essa foi ótima!
riu do comentário da colega, olhando por sobre o ombro para Diggory, que parecia agitado conversando com seu irmão.
— O que foi? — perguntou Gina, seguindo o olhar da amiga.
— Não sei se foi uma boa ideia… — Suspirou passando a mão pelos cabelos. — É só o que me falta ter que ver o Diggory beijar mais trinta garotas, incluindo vocês duas! — Apontou para Weasley e Darling.
— Não se preocupe, não é nele que estamos de olho! — respondeu a ruiva, piscando e dando uma cotovelada de leve na corvina, que engasgou-se com a cerveja que tomava, olhando assustada.
franziu o cenho, virando-se para ela.
— Em quem é que você está de olho? A Weasley tem uma queda pelo Harry desde que nasceu, mas e você?
ficou roxa, olhando para baixo, incapaz de responder à pergunta.
— Harry Potter! — respondeu Ginevra por ela. A morena olhou de uma para a outra surpresa.
— Como é que isso funciona? Estão pensando em dividi-lo?
— Não é como se a gente tivesse que considerar muita coisa por ora… — murmurou Darling, olhando de canto para Potter, que conversava com Lino e Fred.
Ouviram mais uma batida na porta e logo Rogério Davies e Cho Chang apareceram.
— Finalmente, nossos últimos convidados chegaram! — gritou George, levantando as mãos para agradecer.
— Oh, pois bem — suspirou, olhando de canto para Diggory, esperando pela reação do lufano, que apenas sorriu para os recém-chegados —, parece que nós três temos uma competição em comum: Cho Chang é um risco para todas!
— O quê? — perguntaram ao mesmo tempo, a outra rolou os olhos.
— Cho é a ex-namorada do Cedrico — resmungou, cruzando os braços — e atual paquera de Potter. Vocês não sabiam?
As terceiranistas se encararam, virando-se de lado para Chang que conversava com Winter, antes de olhar na direção delas, acenando animada. As três garotas sorriram forçado, nem um pouco interessadas em interagir com a quintanista.
— Garotas novas! Finalmente! — Ouviram a voz de Davies, que as encarou de cima a baixo. — Muito bem-vindas! — Piscou sorrindo, aproximando-se e passando um braço pelo ombro de , na outra mão segurava um copo de bebida. — Vamos poder nos conhecer melhor em instantes!
— Fica longe da minha irmã, Daves! — Puderam ouvir Fred e Emmett gritarem ao fundo, encarando com desagrado a interação de corvino com as garotas.
— Deixa as novatas respirarem, Rogério! — apareceu, negando com a cabeça. — Se você as assustar já de cara, acaba a festa. E você está correndo um risco triplo hoje, então se comporte!
— Está com ciúmes, linda? — Daves virou-se para a colega de sala. — Sabe que é minha sonserina favorita, não é? — Piscou, estalando os lábios em sua direção, como se mandasse um beijo. — Daqui a pouco mostramos para todos que somos o casal mais quente desse lugar!
— Nos seus sonhos, meu querido! — negou, afastando-se de leve, embora risse.
Quando o corvino andou em direção aos dois lufanos que seguiam encarando a interação toda que ele havia tido com as meninas, Winter voltou a sorrir para elas.
— Não se preocupem, ele e Montgomery parecem ser abusados, e são mesmo, mas são legais. E bonitos, não é? — Riu, vendo-as concordarem no mesmo instante.
— O Daves com certeza, Emmett é um nojo! — fez careta, fazendo-as rirem.
— Prontas para nossa festinha? Se gostarem podem vir mais vezes!
— Como isso funciona, exatamente? — questionou apreensiva.
— Bem, vamos rodar aquilo ali — apontou para um canto, no qual puderam ver uma caixa —, está fechado agora, para garantir que nenhum dos garotos tente sabotar, só eu tenho a senha, então está tudo sob controle, não se preocupem. Enfim, vamos rodar e sempre que a flecha apontar para alguém, a pessoa que girou faz uma pergunta, você pode responder, se errar, vai beijar quem perguntou. Se não responder, beija também. Se acertar, bem, você roda e vai para a próxima vítima! É bem simples.
— Então a gente só beija se errar as perguntas?
— Isso, ruivinha, normalmente são perguntas aleatórias: Quadribol, Hogwarts, algo sobre as matérias… Só cuidado, pois os garotos gostam de sacanear quando tem intenção de beijar. E eles
sempre tem essa intenção.
mexeu-se, inquieta.
— Todos eles estão sempre aqui? — Apontou com a cabeça para os garotos.
olhou por sobre o ombro, encarando-a de canto e sorrindo de lado.
— Bem, Daves e Monty estão em todas. Diggory-Nem-Tão-Comportado costumava vir com mais frequência, Cho é bem recorrente também… Prontas para beijarem os garotos mais requisitados de Hogwarts?
As três se encararam, dando de ombros.
— Mais uma coisa — aumentou o tom de voz para que todos pudessem ouvir —, todos me entregando suas varinhas agora! Não queremos incidentes como os da última vez.
A garota passou recolhendo todas as varinhas, embora os garotos as entregassem de má vontade. Juntou tudo e colocou em uma mesa perto da porta, se tivessem imprevistos poderiam pegá-las rapidamente. E tinham o péssimo hábito de atraírem imprevistos.
— O que aconteceu da última vez? — correu para perguntar a , que gargalhou.
— O Diggory ali pode dar informações mais detalhadas — deu de ombros —, mas, resumindo, um sonserino ciumento quase arrancou seu nariz por causa da ex-namorada.
escancarou a boca, virando-se diretamente para o lufano, que fingiu não ouvir o comentário da colega, como se estivesse muito interessado em uma mancha na parede.
— A gente mal deu início e a Winter já começou a explanar o Ced. — Emmett colocou a mão no ombro do amigo. — Você vai ter uma longa noite.
gargalhou.
— Vai ser longa mesmo. Então por que você não aproveita e começa o jogo?
Winter pegou a caixa que estava trancada em uma das carteiras e bateu com a varinha no cadeado, murmurando uma senha que não confiaria nem aos gêmeos. Uma seta vermelho-berrante levitou para fora e a garota a guiou para onde todos estavam sentados em círculo.
— Que graça — comentou —, hoje vocês se organizaram sem que eu precisasse insistir.
— Milagres acontecem — murmurou George.
— Vamos, Montgomery. Gire a seta.
O lufano se levantou e tocou no objeto flutuante, a flecha girou por alguns instantes, perdendo a força e logo parando apontada para Cho Chang. Cedrico sorriu, olhando de lado para o amigo e esperando a pergunta idiota que ele faria, tentando dificultar a vida da corvina, já que estava interessado em beijar o maior número de garotas que pudesse aquele dia (esperava que aquilo melhorasse muito o seu humor).
— O que estava escrito naquele bilhete que McGonagall pegou hoje? — Sorriu sacana, sabendo que pela expressão dela na aula de Transfiguração, boa coisa não deveria ser.
Cho, como esperado pelo lufano, ficou roxa, baixando a cabeça e deixando o rosto ser coberto pelos cabelos escuros que estavam soltos, antes de levantar-se lentamente.
Montgomery sorriu, ficando em pé em um pulo.
— Nossa, deve ter sido bem vergonhoso pra você preferir beijar o Emmett! — comentou Fred, surpreso, ouvindo risadinhas.
— Pronta para o melhor beijo da sua vida? — perguntou o lufano arqueando a sobrancelha ao encará-la no meio da roda.
— Eu gosto de como ele é confiante! — disse Gina em voz alta, fazendo o pessoal rir.
— Vai! — gritou Lino, batendo em um relógio à frente, para cronometrar os vinte segundos que o beijo deveria durar. Emmett logo puxou a corvina para perto, não perdendo tempo e beijando-a longamente. — Tempo!
Quando o casal se separou, o rapaz manteve um sorriso enorme em seu rosto, voltando para seu lugar, ao tempo que Cho girava a flecha, ainda constrangida.
ainda estava rindo junto a Gina e , comendo alguns amendoins quando viu a flecha parar na direção do outro lufano do grupo. Apertou o joelho da ruiva, que estava sentada ao seu lado, tentando controlar a vontade de gritar, olhando para a amiga com os olhos arregalados.
— Calma! — sussurrou a mais nova para só a loira ouvir, antes de virarem-se para o grupo.
Diggory travou a mandíbula, olhando sem graça para sua ex-namorada.
— Sinto um clima diferente no ar… Parece que alguém está fuzilando um certo lufano… — comentou Jordan sacana, olhando de canto para a garota.
— Calma, pessoal, o jogo mal começou! — disse Fred rindo, completando o comentário do amigo, ao reparar na reação exagerada da colega que apenas deu língua para eles, aproveitando que o irmão estava virado pegando um pouco de amendoins. — Deixa só eu contar para seus pais que é assim que você se comporta na Escola!
— De quem estão falando? — perguntou Monty inocente.
— Ninguém! — disseram os gêmeos juntos. — Vai, Cho, continua!
— Você já foi para a terceira base com alguém de Hogwarts, Diggory? — perguntou a corvina, segurando a risada.
Cedrico fechou os olhos por um instante, fazendo careta, considerando se deveria responder aquilo e correr o risco de descobrir o que tinha acontecido ou de se negar a responder e então beijar sua ex. Definitivamente aquilo deveria ser pior.
— Sim — respondeu simplesmente, sem olhar para ninguém.
— Você sabe bem que sim, né, Cho? — respondeu Montgomery pelo amigo, negando com a cabeça. Cedrico o encarou de lado com os olhos cinzentos arregalados.
— Com um amigo assim, Diggory, não precisa de inimigos! — pronunciou-se Winter aos risos, dando um gole em sua bebida.
— Vai logo, cara, estamos perdendo tempo! — comentou George, apressando-o.
Cedrico girou a flecha, tentando por tudo que mais prezava não encarar , incapaz de saber se ela estaria levando tudo na esportiva ou não (nem mesmo sabia se podia considerar como verdade a brincadeira dos colegas, mas torcia para que sim), ao tempo que também torcia muito para que a flecha apontasse para a garota.
— Uhuuul, será que hoje teremos um novo casal em Hogwarts? — George esfregou as mãos, olhando de Cedrico para Rogério, ambos fazendo caretas.
— Nem tenta, que o Ced é meu, Daves — avisou Emmett, cruzando os braços e causando uma onda de risos na roda.
— Eu sempre soube que vocês dois tinham um caso! — respondeu Winter rindo. — Parece que o Diggory quer mesmo entrar para a família!
— O que quer dizer? — Monty arqueou a sobrancelha na direção da sonserina.
— Que ele provavelmente gosta muito da sua família e por isso até aceitou ser seu par romântico! — respondeu a garota rápido, piscando em seguida para o loiro.
— Quem ganhou o último jogo entre Corvinal e Lufa-Lufa? — questionou Cedrico, preferindo ignorar a conversa paralela, vendo o colega suspirar para responder, passando a mão pelos cabelos.
— Infelizmente, Lufa-Lufa — respondeu mal-humorado, aproximando-se para girar o objeto.
Rogério encarou as garotas, sorrindo e piscando para elas, antes de rodar a flecha.
— Será que vou ter o prazer de iniciar alguma das novatas no jogo? — perguntou sorridente, vendo os Weasley, Jordan, Montgomery, Diggory e até mesmo Potter, rolarem os olhos, enquanto as garotas riram sem graça. Tomou um gole de sua cerveja e então sorriu maroto, piscando para a ruiva. — Opa, desejo concedido!
— Olha lá o que você vai dizer! É nossa irmãzinha! — gritou Fred no mesmo instante, sentado ao lado do corvino.
— Aliás, não tinha nem que estar aqui, Gina! — emendou George, encarando aflito a irmã que rolou os olhos, embora parecesse nervosa com a expressão de Daves.
— Ah, qual é? Todos aqui tem que aproveitar as coisas boas de Hogwarts, felizmente, eu sou uma delas! — Sorriu para as meninas que explodiram em risadas. — Muito bem, ruivinha, o que eu tenho no meu bolso?
Gina abriu a boca, totalmente sem reação, olhando de lado para e que deram de ombros, sem ideia do que dizer.
— Ei, olhos aqui! — chamou Daves, apontando com o indicador para seu rosto. — E então?
— Ahn… Dinheiro? — respondeu a primeira coisa que lhe veio à cabeça.
— Opa, opa, parece que começamos cedo. — Sorriu, levantando-se e mostrando que havia apenas um pedaço de papel amassado. — Pode se preparar para se apaixonar por mim, Weasley, depois do Daves aqui, ninguém será bom o suficiente para você! — Piscou, puxando-a para o meio da roda.
— Alguém já o beijou para saber se o que ele fala é verdade mesmo? — questionou , virando-se para Cho e , que riram ao concordar.
— Infelizmente, é sim — respondeu Cho sem graça.
— Se você tiver sorte, vai descobrir em breve, gatinha! — Rogério piscou para a garota, antes de virar-se para Gina.
— Eu não acredito que isso está acontecendo! — os gêmeos tornaram a gritar, olhando para baixo, recusando-se a presenciar aquela cena.
— Antes a irmã de vocês do que a minha! — resmungou Monty, embora estivesse se divertido com a situação.
Gina ainda estava atordoada. Tinha sido seu primeiro beijo. E tinha sido O beijo.
O que não era para menos; provavelmente Rogério havia treinado com todas as meninas de Hogwarts. Os gêmeos ainda resmungavam que não podiam lidar com isso, fazendo a ruiva revirar os olhos.
— Vai, Gina, é sua vez — falou para a mais nova.
A Weasley girou a flecha e aguardou, bebendo mais um gole da cerveja amanteigada. Quase cuspiu tudo ao ver em quem a flecha havia parado: Harry James Potter! O qual a encarava com os olhos verdes arregalados.
Os gêmeos soltaram um “ah não” ao mesmo tempo.
— Calma, vocês não sabem nem se o Harry vai errar, sei que ele não é dos mais inteligentes, mas acreditem no meu amigo! — falou solidária, arrancando risos de todos, exceto de Potter, que deu-lhe um tapa leve no braço. — Vai, ruiva, manda a ver! — concluiu, dando uma piscadela para a amiga.
Gina ficou pensativa, não sabendo o que perguntar. Queria muito beijar Harry, e não era segredo para ninguém que tinha uma paixão por ele há anos, então resolveu ser ousada.
— Qual ano começou a Guerra dos Duendes? — perguntou, confiante.
Todo mundo soltou risadinhas, a ruiva havia deixado bem claro a que veio.
Já Potter estava preocupado, não sabia como os gêmeos reagiriam se beijasse Gina. E por mais que ela fosse muito bonita, preferia manter boas relações com os amigos. O único problema é que não lembrava a última vez que tinha prestado atenção na aula do Professor Binns, quanto mais lembrar o ano de início da Guerra dos Duendes.
— Ei, Potter, tem tempo para responder, tá? Caso não responda, tem que beijar — falou Lino, animado.
Harry decidiu por responder o primeiro ano que lhe veio na cabeça:
— 1261? — respondeu, com um tom muito mais próximo a uma pergunta do que resposta.
O que não esperavam, é claro, era que ninguém soubesse se a resposta estava correta ou não, afinal, ninguém ali prestava o mínimo de atenção em História da Magia.
Com exceção de Darling, considerou Gina, mas ao olhar para a corvina, notou que ela agia estranhamente, encarando a parede com o cenho franzido. Se a loira não o corrigiu, certamente ele estava certo, pois a amiga não perdia a oportunidade de corrigir as pessoas.
— Bem, eu acho que a resposta está… certa? — falou e todos concordaram. — Não será hoje que Potter vai ser morto pelos Weasley, fica para outra oportunidade. Próximo! — gritou ela, interrompendo Diggory, o qual tentava dizer algo parecendo em dúvida, mas desistiu e deixou o jogo seguir.
“
Ok. Voltei a respirar sem ajuda de magia”, pensou ao ver que Potter tinha acertado a pergunta de Gina. Bem,
acertado era uma palavra forte.
Ele tinha errado feio, mas ninguém ali, felizmente, prestou atenção em História da Magia. Talvez Diggory, mas ele também não chegou a corrigir o erro do colega. E não seria ela que entregaria Harry Potter direto para os lábios da amiga. Agora era a vez de Potter girar a seta e Darling torcia loucamente para que parasse nela.
Mas e se caísse, o que ela faria? Esperava que ele não fizesse uma pergunta sobre assuntos escolares, todo mundo saberia se ela errasse de propósito. Enquanto pensava, a seta seguia seu curso e girava cada vez mais lentamente até parar em . A loira travou, havia desejado tanto que realmente tinha acontecido e agora olhava para Potter no aguardo de sua pergunta.
Harry estava super nervoso, a garota loira era muito bonita. Claro que ele estava torcendo para cair em Cho, mas não podia reclamar em nada sobre Darling.
Será que ficaria na cara se ele fizesse uma pergunta para ela errar?
Ou pior, será que ficaria na cara que era o primeiro beijo dele?
Não tinha como ninguém ali saber, certo?
Exceto … Potter olhou de canto para a amiga, sentada ao seu lado, a garota já estava vermelha, segurando o riso. Ele a odiava, já imaginava que talvez fizesse algum comentário para o constranger.
— Vamos, Harry, não temos a noite toda. Pergunta logo — reclamou Monty.
Harry assentiu e olhou novamente em direção aos olhos azuis da corvina.
— Bem, eu não sei o que perguntar… Qual foi a pontuação do último jogo da Corvinal? — questionou finalmente.
engoliu seco, ela sabia a resposta. Tinha uma memória quase perfeita.
“
Mas ninguém vai achar estranho se eu errar isso, né?” pensou. Afinal, a loira nem gostava tanto assim de Quadribol. Gina parecia que estava sentindo o que a amiga iria fazer e a fuzilou com o olhar.
— Bem, eu não acompanho tanto Quadribol — começou, justificando-se com cuidado. — Sei lá, 150×200? — chutou, escolhendo um valor próximo para não ficar tão na cara, enquanto corava violentamente.
Na mesma hora um barulho enorme com gritos de “TÁ ERRADO” vindo dos gêmeos e Lino Jordan, ovações da parte de todos os meninos e , ao tempo que gargalhava descontroladamente por saber que seria o primeiro beijo do amigo. Gina encarava a corvina de forma cética:
— Você consegue lembrar por ordem todas as batalhas existentes no mundo bruxo, mas esqueceu o resultado de um jogo do ano passado? — questionou a Weasley a amiga de forma petulante.
apenas riu sem graça, corando mais ainda.
— Tá bom. Chega de baderna! — gritou , batendo no chão, rindo. — Errou tem que pagar ou melhor, beijar. Vamos!
Potter e Darling se levantaram e andaram em direção ao meio do círculo, ambos visivelmente nervosos, principalmente ao ouvir as risadinhas dos colegas. Seria o primeiro beijo dos dois, mas apenas Gina e sabiam daquilo.
A Montgomery iniciou um coro de “
Beija!”, aumentando ainda mais o desconforto do amigo.
Darling respirou fundo e aproximou-se do rosto de Potter, encostando os seus lábios ao dele, lentamente eles aprofundaram o beijo. A corvina sentiu seu coração parar, como se tudo estivesse explodindo ao seu redor, sentiu Harry se aproximar mais, colocando a mão em sua cintura. Jogou seus braços ao redor do pescoço do moreno e aprofundou ainda mais o beijo. Ouviu alguns assobios e sentiu Harry sorrir contra seus lábios. Parecia que havia passado horas o beijando, mas, infelizmente, haviam sido apenas alguns segundos.
— Chega! Acabou o tempo! — falou , no maior tom de juíza de Quadribol, sorrindo para a loira.
— Caramba, Harry, você mal começou e já foi com sede ao pote, hein? Quase não dava para separar… — comentou de forma simples, fazendo o amigo e a corvina ficarem ainda mais corados, ao tempo que ele a mandava calar a boca.
Os dois voltaram a seus lugares e sentaram-se.
ficou de cabeça baixa por alguns segundos, ao levantar, notou que Potter ainda a olhava, sorriu para ele, sendo correspondida no mesmo instante.
— Os pombinhos podem se paquerar depois, agora gira a flecha, loirinha — disse Lino em tom brincalhão.
corou mais uma vez, havia esquecido que ainda tinha que jogar, apressadamente girou a flecha. Enquanto o objeto girava, olhou para Gina, a ruiva ainda estava de cara fechada.
A loira se sentiu um pouco culpada, afinal, meio que tinha puxado o tapete da amiga ao não corrigir o erro de Potter, mas certamente a Weasley faria a mesma coisa se tivesse oportunidade. E, pensou consigo mesma, Gina não tinha tanto do que reclamar, havia beijado Rogério Davies que era muito bonito. Ao escutar o coro de “
uuhhhhs” virou e olhou para a flecha que tinha parado, apontando para Emmett Montgomery.
A garota o olhou, ele era bonito, muito bonito. E olhava para a loira em expectativa.
Contudo, a corvina não queria beijar ninguém, pelo menos não depois de ter beijado o garoto que gostava há anos.
— Cuidado com o que vai perguntar para o meu irmão — falou em tom alto, fingindo uma expressão séria antes de completar —, ele é muito novo para essas coisas!
O grupo soltou risadinhas, enquanto Monty mostrava o dedo do meio para a irmã. então olhou para o lufano e lançou a pergunta mais óbvia que veio a sua cabeça:
— Qual a sua Casa em Hogwarts?
— Lufa-Lufa? — respondeu Montgomery, surpreso e decepcionado. A pergunta o pegou tão de surpresa que nem pensou em responder errado.
Então a corvina não queria beijá-lo? Sentiu-se particularmente ofendido. Ainda mais ao ver o sorriso esperto no rosto da garota e os risos de todos ao seu redor.
— Quer dizer que você beija bem, hein, Potter? — falou . — Fez a pirralha evitar beijar mais um hoje — terminou, arrancando mais risadas e fazendo tanto Harry quanto Darling ficarem extremamente vermelhos.
Emmett manteve a cara de desagrado por alguns instantes antes de rodar e aguardar com expectativa o resultado da flecha, sorrindo largo ao ver que ela diminuiu a velocidade próxima de Cho, não seria nada mal repetir a dose da noite, contudo, para seu total desagrado, terminou em Rogério Davies.
— Eu sei que eu sou maravilhoso e todos querem me beijar, contudo, cuidado, Montgomery! — avisou, encarando o lufano com a sobrancelha arqueada, ouvindo as risadas.
— Puff, até parece que você teria essa sorte. — Rolou os olhos, fazendo o pessoal gritar.
— Por Merlin, beijem logo se é isso que vocês querem! — Fred abanou a mão, fazendo os dois rirem, embora negassem.
— Hoje eu só estou disposto a beijar as bruxinhas. — Rogério começou, olhando de canto para , Gina e , que eram as novatas no jogo, logo vendo as três corarem fortemente, rindo sem graça. — E aí, qual sua pergunta?
— Muito bem, muito bem… — Pensou por alguns instantes, sorrindo animado no momento seguinte. — Davies, qual é o seu sobrenome?
Todos tornaram a rir da pergunta besta;
— Isso vale? — questionou em voz alta, encarando Winter, a qual acenou com a cabeça.
— Eles sempre fazem isso, masculinidade frágil, não podem dar um beijinho sequer…
— Ei! — Todos os garotos responderam ao mesmo tempo, vaiando a sonserina.
— Muito bem, meu sobrenome é Davies, muito prazer! — respondeu Rogério, fazendo joinhas com as mãos antes de tomar mais um gole de sua bebida.
O corvino girou e todos encararam a flecha virar por quase um minuto antes de parar, apontando para , a qual pareceu parar de respirar por um instante ao encarar Rogério e olhar o sorriso enorme que ele tinha no rosto.
— Só pode ser brincadeira! — Emmett jogou as mãos para cima, sentindo um tapinha de consolo em suas costas vindo de Fred.
Diggory olhava de Daves para , transtornado ao ver que sua garota iria justamente com o corvino, era claro que aquilo daria errado.
— O que eu obteria se adicionasse raiz de asfódelo em pó a uma infusão de losna? — perguntou, piscando lentamente.
— Filho da puta! — disse Cedrico revoltado, fazendo os gêmeos terem uma crise de risos.
— Não vale sussurrar a resposta! — Lino sorriu divertido, olhando para o lufano que parecia a ponto de matar o colega. Sua
sorte, Diggory pensou, foi que Monty parecia tão revoltado que nem havia se dado conta do que aconteceu, xingando Rogério de todos os nomes possíveis.
— Desculpe, você deve me confundir com alguém que presta atenção no que o Snape fala — respondeu , ouvindo a risada do pessoal ao redor, e um sorriso vitorioso aparecer no rosto bonito de Rogério, ao tempo que Cedrico sentia que poderia morrer ali mesmo quando viu o colega levantar-se, esticando a mão para a loira e Emmett gritar que era novo demais para ver aquela cena.
— Senhorita, lembra que você estava em dúvida se meus beijos são tudo o que eu digo que são? Está na hora de descobrir por si mesma!
sentiu o corpo todo tremer e o ar faltar, não que fosse uma má ideia beijar Davies, pois ele era lindo, mas nem de longe imaginou que seu primeiro beijo seria com ele.
— É melhor você não olhar! — disse em voz alta, sem direcionar a qual dos dois lufanos estava se referindo. Diggory manteve o olhar fixo na cena à sua frente.
— Não sei vocês, mas estou adorando esse jogo! — comentou Gina animada, cruzando as mãos e olhando sorridente para o casal parado no meio da roda.
— Vai, Daves! — avisou George aos risos e, no instante seguinte, puderam ver o corvino passar as mãos pela cintura e pescoço da grifinória, encostando seus lábios em um beijo ardente.
sentiu a mão tremer por um instante e o coração bater acelerado, mas não teve tempo de pensar direito, pois os lábios de Rogério estavam colados aos seus e sua língua quente invadiu sua boca poucos segundos depois.
Cedrico parecia a ponto de vomitar, sem saber se continuava olhando ou não.
— TEMPO! ACABOU! — gritou sem conseguir se conter quando ouviu o apito do relógio. — SENTA LOGO, ROGÉRIO!
Não se importou com as risadas que explodiram ao seu redor com seu claro ataque de ciúmes, manteve o olhar no moreno, o qual separou-se lentamente de
sua garota, piscando para ela, logo fazendo um joinha para Cedrico, provocando-o antes de voltar a sentar-se em seu lugar. De fato, havia sido uma boa ideia pegarem sua varinha ou Daves estaria morto naquele momento, sem nem saber o que havia o atingido.
— Eu não entendi o motivo de tanto estresse vindo de você, Cedrico… Achei que ela era irmã do Montgomery!
— Justamente — pigarreou, apontando para o amigo —, olha o estado que ele ficou! — Emmett tinha a mão em frente ao rosto, negando com a cabeça.
Cedrico virou-se para , que estava extremamente constrangida, vendo-a voltar a rodar a flecha, sem olhar para ninguém em particular. O lufano tornou a encarar o objeto vermelho, pedindo por tudo que mais acreditava no mundo que caísse nele, definitivamente aquilo melhoraria seu humor, mas, para seu total desagrado, a mesma apontou para Lino Jordan.
— Opa, vamos ver o que você tem para mim, meu amor! — O rapaz piscou animado, vendo-a rir sem graça. A garota pensou por alguns instantes, logo sorrindo confiante antes de perguntar em voz alta:
— Quantos gols eu fiz no jogo em que ganhamos a Taça de Quadribol?
Lino riu da animação dela, então olhou de canto para Cedrico, que pareceu mais tranquilo ao ouvir a pergunta. Passou a língua pelos lábios, antes de sorrir e responder:
desmanchou o sorriso no mesmo instante, revoltando-se:
—
Como é que você se atreve?
Harry começou a gargalhar ao lado, sabendo o quanto a garota odiava que duvidassem de suas habilidades no esporte, principalmente em um jogo importante como o da Taça.
— Opa, eu errei? — perguntou inocente, fazendo todos gargalharem, gritando incentivos para os beijos, o que só deixou Cedrico ainda mais estressado, passando a mão pelos cabelos. Era só o que faltava, além de beijar Davies também beijaria Jordan em menos de dois minutos?
— Só pode ser brincadeira com a minha cara — resmungou consigo mesmo.
— Então o foco da noite é todos nós beijarmos a ? — perguntou Rogério sorrindo, olhando de canto para Diggory. — Eu estou dentro, posso repetir quantas vezes forem necessárias! — Cedrico pareceu se contorcer para evitar responder alguma coisa perto do amigo.
— Ué, por que agora você não está reclamando? — perguntou Winter ao ver Montgomery rindo da irmã.
— Acho que o trauma foi tanto que eu já desassociei o que está acontecendo. — Deu de ombros. — Além do mais, ninguém é tão ruim quanto o Rogério.
A garota nem mesmo prestou atenção na conversa que se seguiu, ainda olhava com raiva para Jordan, o qual levantou as mãos desculpando-se quando se aproximaram.
— Desculpe, mas não poderia perder a oportunidade de te beijar, não é?
— Poderia ter mudado o número ao invés de me sabotar dessa forma — resmungou, suspirando.
— Vou lembrar disso na próxima rodada! — Piscou, antes de inclinar-se para beijá-la.
Ouviram assobios e alguns gritinhos animados, até separarem-se instantes depois.
— Ela beija bem, né? Você deveria tentar qualquer dia, Ced! — disse Rogério ao ver Lino sorridente ao afastar-se para voltar a seu lugar.
— Vai se foder, Daves! — Diggory tornou a gritar, enraivecido.
— Hein, mas o Cedrico só parece ser certinho, não é? Já tá xingando todo mundo! — comentou Gina em voz alta, vendo-o encará-la com a expressão fechada, ao tempo que os outros riam, com exceção de , que ainda parecia sem graça demais para qualquer piada.
— E tá certo ele, se eu não estou em condições de defender a minha irmã, conto com meu amigo pra isso! — falou Monty, dando tapinhas nas costas do loiro, que sorriu amarelo, ao tempo que o restante do grupo dava risadinhas.
Não sabia se era por ter irritado Cedrico (Jordan tinha problemas com qualquer um que pudesse ameaçar a Grifinória no Quadribol) ou se era por beijar muito bem, achava que um pouco dos dois, mas o garoto parecia extremamente satisfeito com a rodada anterior. Winter ainda ria da expressão frustrada de Diggory quando a seta girada pelo grifinório apontou em sua direção.
— Sua vez, minha bruxinha. — Lino piscou para a garota.
— Manda!
— Quais eram os jogadores de Quadribol da Sonserina em nosso primeiro ano no castelo?
Winter xingou:
— Vai tomar no cu, Jordan. — Revirou os olhos. — Se quer me beijar é só falar logo.
Gritos animados preencheram o lugar, olhou de relance para os gêmeos, mas eles mantinham as caras fechadas. Talvez não tivessem achado tão engraçado quanto os outros. Lino gargalhou.
— Eu só acho engraçado que você pode citar todos os jogadores da Grifinória até hoje, mas não é capaz de dizer quem estava no time da sua própria Casa.
— Eu tenho motivos bem pessoais para saber quem estava no time da Grifinória — sorriu sacana —, mas vem aqui. — Se dirigiu para o centro da roda, arrastando o garoto junto, passou os braços em torno do seu pescoço e chegou mais perto. — Vamos acabar logo com isso.
Lino acabou com a distância entre os dois, tratando logo de aprofundar o beijo. Só pararam ao ouvir o apito, anunciando que o tempo havia acabado.
— Bom, isso foi divertido. — sorriu. — Minha vez de girar, certo?
Colocou a mão sobre a seta, esperando que girasse. O indicador passou cerca de dez vezes por cada um antes de parar na direção de Cedrico. Diggory estava irritado com todo mundo; irritado por ter aceitado voltar a frequentar aquele jogo idiota, irritado por terem convidado , com os garotos que acharam que seria uma boa ideia beijá-la e, principalmente, por não poder fazer nada a respeito. Precisava começar a se cuidar se não quisesse que Emmett descobrisse que estava interessado na garota. Quando a seta parou em sua direção, achou que seria uma boa ideia descontar toda sua frustração e, com sorte, a grifinória também sentiria um pouco do ciúme que ele estava naquele momento.
— Me diz, Diggory — Winter passou a mão no queixo, pensando no que perguntaria para o lufano —, qual sua posição no time de Quadribol?
O loiro olhou para antes de responder, mas a garota não esboçava nenhuma reação, nem mesmo olhava em sua direção, comentando alguma coisa junto a Potter. Parecia que tinha se enganado e ela realmente não estava a fim dele… Talvez fosse bom para ele aproveitar para beijar outras garotas e seguir em frente. Respirou fundo e soltou a resposta antes que mudasse de ideia.
— Batedor.
— Exatamen… Pera, o quê? — A garota franziu as sobrancelhas.
Cedrico mudou a expressão ao perceber que pareceu completamente surpresa com sua resposta, travando a mandíbula em seguida. Então ela sentia ciúmes?
respirou fundo, Winter iria beijar Cedrico, mas não era com a morena que a garota estava irritada, porque a pergunta foi extremamente óbvia. Foi Diggory quem errou de propósito. Agora se sentia estúpida de achar que o loiro queria algo com ela. Suspirou encarando Davies de canto, o qual ria com a cena, bebericando sua cerveja; se tivesse outra chance, beijaria ele sem pensar duas vezes. Agarraria Rogério ali e agora se pudesse.
— Batedor — respondeu Diggory novamente.
— Essa vai ser mesmo a sua resposta?
— Por quê? Eu não sou o Batedor da Lufa-Lufa?
— Você quem sabe. — Deu de ombros indo até o garoto.
Foi Diggory quem tomou a iniciativa, puxando Winter pela cintura. A garota queria rir, não se importava nem um pouco de ser uma peça para causar ciúmes, tinha certeza de que a história ainda renderia muito naquela noite. Agradeceu mentalmente por ter confiscado todas as varinhas ou não estaria viva para rir de tudo isso depois. Quando o relógio tocou, empurrou Cedrico gentilmente.
— Vamos parar por aqui — sussurrou no ouvido do garoto para que apenas ele ouvisse —, eu posso não ver a cara da , mas sinto seu olhar queimando minhas costas.
O lufano riu, fazendo o sangue da grifinória ferver ainda mais; além de tudo ainda estavam cheios de sussurros e risadinhas?
— Bem, isso foi estranho — falou alto para que todos ouvissem.
— Ah, — Daves riu —, não precisam fingir que nunca fizeram isso antes.
— Cala a boca, Rogério — gritaram Winter e Diggory juntos.
Cedrico parecia muito mais bem-humorado, parte porque Winter beijava extremamente bem, parte porque havia notado o quão brava havia ficado; seu objetivo tinha sido alcançado com sucesso. Bom, pelo menos o começo, porque o maior ganho da noite seria finalmente conseguir beijar a grifinória.
Girou e esperou, olhando de canto para a garota que parecia um tanto mal-humorada, conversando baixo com Potter. Se pelo menos caísse nela… mordeu o lábio inferior, sorrindo com a possibilidade. Entretanto, mais uma vez, a sorte não esteve ao seu lado e acabou caindo com um dos gêmeos.
— Diggory, eu sei que você estava torcendo para cair em outra pessoa, mas eu não sou a garota, ok? Então, cuidado, porque eu não quero te beijar — avisou Fred, erguendo as mãos.
Cedrico riu junto do pessoal, olhando de canto para que tomava sua bebida.
— Quantos irmãos você tem? — perguntou tranquilo, vendo-o pensar por alguns segundos.
— Eu quero dizer seis? — Virou-se para o gêmeo, que concordou rindo. — Seis.
Diggory sorriu, acenando com a cabeça, vendo-o girar em seguida.
Fred estava irritado de não ter beijado ninguém até o momento, afinal já tinham passado um número considerável de rodadas sem que ele tivesse a chance de tentar qualquer coisa. Girou a seta na esperança de que apontasse para uma garota bem específica, infelizmente, ela apontou para a última opção de todo o universo. Suspirou frustrado.
— Já que estamos falando de irmãos — olhou para Gina —, quantos anos você tem mesmo?
— O Weasley tá parecendo tão desesperado que por um segundo eu achei que ele tentaria beijar a própria irmã — comentou Lino, fazendo que um coro de gargalhadas histéricas surgissem.
Fred não se deu ao trabalho de dizer nada, apenas mostrando o dedo para os amigos.
— Mais respeito — brigou —, tem crianças na sala.
Gina estava vermelha de tanto rir, se sentiu incomodada com o “crianças”, mas deixou passar por saber que só tinha dito para atingir seu irmão.
— Acredito que 13 anos. — Deu de ombros.
— E tá fazendo o que aqui, menina? — perguntou desesperado, fazendo todos gargalharem de novo.
— Aquela ali me convidou! — A ruiva apontou para a sonserina.
— Aquela ali não, me respeita. — Winter precisava fazer um esforço enorme para falar, já que estava chorando de tanto rir. — Por Merlin, se seus pais ficarem sabendo que eu te trouxe aqui, Aaron vai me deixar de castigo até eu me formar.
— Gira logo isso, Gina! — provocou. — Já está mais do que na hora de você beijar alguém além do Daves!
— A Montgomery é uma péssima influência! — responderam os gêmeos juntos, fazendo a garota rir.
Gina girou a flecha rindo com o comentário dos irmãos, afinal, a péssima influência era ela, que tinha convencido tanto quanto a acompanharem nessa brincadeira. Era certeza que elas tinham adorado, a morena tinha beijado dois caras gatos, e tinha beijado apenas um, mas, bem, era Harry Potter, então era o dia de sorte dela.
E Gina não tinha ficado de todo mal, claro… Beijou o Daves que era bem mais velho e um gato.
Só deu o azar de Harry acertar a sua pergunta e sem chances de serem emparelhados novamente, infelizmente um raio não cairia duas vezes em um mesmo lugar… Mas ao que parece, ela estava enganada, pois a flecha apontava diretamente para o rapaz de olhos verdes.
Um sorriso escancarou-se no rosto da Weasley.
Potter olhava para a seta e pensava “
de novo não”, olhou nervoso em direção aos gêmeos, que o encaravam de forma assassina.
— Parece que o destino quer muito esse beijo, hein? — disse , risonha. Estava adorando o desconforto do melhor amigo e a felicidade mal disfarçada da ruiva. — Agora vai lá, Gina, manda a pergunta que vale um beijão do Harry!
A Weasley mais nova tinha pensado em uma pergunta perfeita, não teria resposta correta, claro. Mas conhecendo Harry, sabia que ele jamais iria dizer.
— Quem é a garota que você mais quer beijar em Hogwarts?
Harry tinha certeza que adquiriu todos os tons de vermelho.
Preferia enfrentar 10 trasgos montanheses adultos a responder àquela pergunta. Ainda mais com as pessoas que estavam na sala. Bem, os gêmeos pareciam melhor de se enfrentar do que admitir em voz alta seus sentimentos para um grupo formado, em maioria, por desconhecidos.
— Vou me abster nessa — disse, suspirando.
Fred e George fizeram uma cena, gritando “não” e aumentando as risadas após a resposta de Potter.
— Vai lá, Gina! — disse , morrendo de rir. — E você também, Potter, até porque ela não vai beijar sozinha — terminou, dando uma piscadela para a ruiva.
“
Beijar ela não é nenhum esforço”, Harry pensou, enquanto se levantava para ir ao centro do círculo, junto com a ruiva. A única coisa que pesava era o olhar dos irmãos dela em suas costas. Ele já não estava tão nervoso como na primeira vez que esteve ali, só tinha beijado uma vez, claro, mas agora que sabia como era, parecia mais fácil.
Aproximou o rosto do dela e encostou os lábios, iniciando um beijo casto, mas a ruiva mostrou que não estava para brincadeira; colocou os braços em volta do pescoço de Harry, aprofundando o beijo, fazendo o moreno corresponder na mesma medida.
Eles se separaram ao som do apito e dos gritos dos Weasley, informando que tinha acabado o tempo. Potter voltou ao seu lugar e sentou-se com um sorriso no rosto.
Harry não seria hipócrita de negar que estava gostando do jogo até o momento; tinha entrado sem beijar ninguém e já tinha beijado duas garotas muito bonitas. Que bom que o convenceu a sair da Torre naquela noite! Girou novamente a roleta, esperando ter um pouco mais de sorte, talvez conseguisse beijar Cho também, mas a seta parou apontada para George.
— Quer beijar a família inteira, Potter?
Harry riu sem graça.
— Hm. — O que perguntaria para o ruivo? — Qual o nome dos seus pais?
— Você tem coragem de falar dos nossos pais depois de beijar nossa irmãzinha desse jeito? — brigou Fred, fazendo o restante do grupo rir.
— Eu estou pensando se devo errar para te beijar ou não — George considerou. — Gina pareceu gostar…
Fred bufou.
— Não acredito que não foi selinho, Potter.
Gina foi ficando cada vez mais vermelha, embora continuasse imensamente feliz, não se importaria de enfiar a cabeça em um buraco. Lino olhou para a ruiva, gargalhando em seguida.
— Acho que foi a Gina que não quis um selinho.
— Arthur e Molly Weasley estariam tão decepcionados se soubessem. — George fingiu tristeza.
— É isso — fez uma pausa, tomando um gole de sua cerveja —, ele enrolou, mas respondeu.
— Tudo em seu devido tempo, gatinha.
George girou a roleta e aproveitou para pegar um pedaço de torta de abóbora enquanto ela não parava.
— Seu bando de alcoólatras — chamou. — A cerveja está diminuindo drasticamente e até agora ninguém tocou nas comidas. Fred e eu não pegamos um monte de coisa na cozinha à toa, vocês tratem de consumir tudo isso ou na próxima vocês não estarão aqui.
Banidos! Todos banidos! — Mais alguém achou que no final ele pareceu um pouco o Filch falando sobre correntes? — comentou .
— Talvez o Filch ame tanto as correntes quanto o George ama comida… — considerou Fred.
— Ah não! — Riram juntos.
A seta parou apontando diretamente para que piscou para o ruivo.
— E aí, Weasley. — Sorriu. — O que você tem para mim?
Desde que o jogo começou, George torcia para que em algum momento ele acabasse com . Tentou conter a irritação quando Lino beijou a garota, mas sabia que não poderia culpar o amigo por algo que ele não sabia. Ninguém ali era legilimente. Resolveu perguntar algo fácil e tentar a sorte em alguma outra hora. Pior do que ver Winter beijar outro cara, era ver isso acontecer depois que finalmente a beijasse; preferia não arriscar se sentir mal.
— Vamos lá, meu bem — sorriu travesso —, qual o nome do nosso antigo professor de Trato das Criaturas Mágicas?
sorriu satisfeita.
— Ah, essa é moleza! Foi o… — A garota tentou buscar na memória o nome. — O… Por Merlin, qual o nome daquele homem mesmo?
— Ih, parece que você não sabe?! — Daves sorriu.
— Claro que eu sei. — Bateu o pé. — Foi o que veio antes do Hagrid. O… Eu não acredito que não lembro.
O coração de George parou por um segundo. Se ela não sabia, isso significava que…
— E não saber é tão ruim assim? — Emmett gargalhou. — Parece que tá na hora de você dar uns beijos na , Weasley.
— É a primeira vez em quatro anos que isso acontece. — Lino ria. — Não acredito que nunca se beijaram antes.
— Pera… Quatro anos? Vocês fazem isso desde os 12? — Gina apontou o dedo para os irmãos. — E estavam reclamando de mim?
— Eu falei para vocês que nós éramos piores. — gargalhou. — Mas o Jordan, Diggory, Montgomery e Davies estão nessa também. E um pessoal que já formou.
— E a Cho veio logo depois por causa do Ced! — concluiu Emmett, não reparando no olhar desesperado do loiro ao seu lado.
— E então, vocês dois vão se beijar ou não? — Rogério revirou os olhos, parecendo entediado. — Eu estou adorando a conversa, mas tô mais interessado na ação.
deu de ombros e se levantou, ficando de frente para George. Sentia o coração do ruivo bater acelerado contra seu peito, mas fingiu não perceber. Passou gentilmente a mão em sua nuca, o trazendo para perto. Weasley suava frio, a mão gelada de Winter em sua nuca lhe causava arrepios, mas não podia esperar mais. Colou seus lábios em um beijo suave, aprofundando logo em seguida. Lentamente acariciou a cintura da sonserina, sentindo a pele macia da garota. Quando o apito soou, relutou em soltá-la, gostaria de ficar ali para sempre.
— Ok, tempo — Lino anunciou. — Depois vocês continuam isso aí!
Os dois ficaram vermelhos, sem saber o que dizer.
— Eu vou precisar de um pouco de cerveja. — riu. — Enquanto isso, me deixa girar isso aqui.
— Podia cair em mim, né? — Emmett piscou para a garota. — Faz tempo que a gente não… Conversa?
George fechou o punho, tinha razão, não seria nada bom ver a garota beijar outras pessoas depois de finalmente tê-la beijado.
— Deixe a sorte decidir, Montgomery.
levantou e foi até a mesa de bebidas se servir de mais cerveja amanteigada. Estava quase terminando de encher sua caneca quando ouviu os amigos explodirem em gargalhadas. Se virou lentamente, a flecha apontada para Emmett que sorria satisfeito. Winter riu.
— Alguém ficou olhando para ver se ele não deu um jeitinho de manipular?
— Ah, gatinha — ele sorriu de lado —, você sabe que eu jamais faria isso.
— Sei sim. — Revirou os olhos. — Claro que sei.
— Nós não temos a noite toda! — Cedrico riu.
— Ok, qual foi a última vez que o Snape passou uma aula sem nos tirar pontos?
— Uh — Lino gritou. — Parece que a Winter está a fim de beijar.
— Na verdade, a resposta é bem fácil — Fred deu de ombros. — Todos nós sabemos, inclusive.
Emmett se levantou, estendendo a mão para que chegasse mais perto. Ela gargalhou, segurando sua mão e o sentindo puxá-la.
— Então não vai responder? — Ela sorriu.
— Uma coisa de cada vez. Primeiro me beija, vai.
Os dois se beijaram por todos os vinte segundos, talvez um pouco mais, antes de Montgomery gargalhar.
— Então — respondeu —, caso alguém tenha alguma dúvida, isso nunca aconteceu. Desde o primeiro ano, não se passou uma aula em que o Snape não tirasse uns pontos da gente.
riu concordando.
— Mas então — Emmett olhou para todos a seu redor. — Quem eu vou beijar agora? — Continuava com um sorriso enorme pelo beijo recém dado, antes de girar a flecha. — Será que terei duas rodadas de sorte?
— Mas você realmente está querendo me beijar, não é? — falou Rogério, antes de enfiar o resto de bolo que tinha em mãos na boca.
— Você não é o melhor beijo de Hogwarts, Daves? Acho que seria justo começar a beijar os garotos também, de repente eles aprendem com você! — comentou em voz alta, encarando o corvino.
Rogério engoliu o bolo entre tossidas e gargalhadas, engasgando-se e precisando de tapas nas costas para recuperar-se, enquanto as outras garotas gritavam em aprovação e os rapazes vaiavam.
— Quem parece estar querendo me beijar de volta é você! Podemos trocar de Montgomery para a próxima pergunta! — Piscou sedutor, vendo-a sorrir de volta, sem negar o comentário.
— Ei, ela ainda é minha irmã! — Emmett cruzou os braços, encarando-o com certa raiva. Cedrico ficou em silêncio em seu canto, com as mãos fechadas em punho e a cara vermelha. — Muito bem, Daves, qual o nome da Diretora da Lufa-Lufa?
O moreno passou a mão pelos cabelos sedosos, respondendo no instante seguinte:
— Pomona Sprout.
— Mais uma vez vocês perderam a chance de beijar o Rogério! — acrescentou Winter, suspirando e causando mais uma rodada de risinhos nas garotas, e alguns xingamentos dos rapazes. — É com essas bocas que vocês querem nos beijar? Vão lavar com sabão!
— Qual das senhoritas eu não beijei ainda? — começou Daves, antes de inclinar-se para girar a flecha, focando a atenção em Cho e . — Uhm, será que vai ser agora? — Piscou. — Tudo bem que eu e Cho já nos beijamos antes, mas um remember nunca é ruim e, bem — sorriu para Darling —, se não acontecer hoje, podemos sempre nos encontrar no Salão Comunal, bruxinha!
ficou extremamente vermelha, cobrindo o rosto com as mãos quando Gina a cutucou com o cotovelo.
— A falta que me faz o Chapéu Seletor ter me mandado para Corvinal nessas horas… — baixou a cabeça, em negação.
— Eu deveria ter escutado minha mãe falando para eu estudar mais, vai que meu destino tivesse sido mudado? — concordou Gina pesarosa.
— Por Merlin, será que dá para pararem de convidar o Daves? — Diggory irritou-se, vendo os gêmeos concordarem no mesmo instante.
— Nem pensar, ele é o rei das festas! — negou com o dedo, ignorando os gritos dos rapazes. — Mais fácil eu fazer uma festa nova só entre as garotas e o Rogério.
O corvino manteve um sorriso ainda maior em seu rosto, olhando debochado para os amigos, que pareciam a ponto de matá-lo a qualquer instante.
— Muito bem, vamos ver qual é a da vez! — disse, finalmente girando o objeto e, segundos depois caindo em uma das colegas de Casa. — Ora, ora, então vamos de remember! — Sorriu para Cho, que estava sentada ao seu lado.
A garota sentiu o rosto inteiro esquentar, mas, assim como todas as outras meninas presentes, não se importava nem um pouco com a ideia de poder beijar o rapaz. Rogério, além de colega de Casa, era seu Capitão no time de Quadribol, o que tornava quase impossível prestar atenção no que ele dizia nas reuniões de time.
— Quem é o professor mais antigo de Hogwarts? — questionou sorridente, sabendo que não era nem uma pergunta muito difícil, mas se garantia o suficiente para não se importar com aquilo.
Cho sorriu antes de responder confiante:
— McGonagall!
— ERROU! — gritaram os gêmeos ao mesmo tempo, fazendo-a arregalar os olhos, assustada.
— O mais antigo é o Binns, Cho! — explicou Lino sorrindo de canto. Embora não gostasse tanto de Daves, achava sempre engraçado quando alguém errava e precisava beijar.
— Acho que nem precisávamos levantar, não é? — comentou o rapaz, inclinando-se sobre a garota e juntando seus lábios em um beijo profundo. Separaram-se após os vinte segundos de sempre e Rogério piscou para ela, notando os lábios avermelhados da colega, que parecia até um tanto desnorteada.
Cho respirou fundo, passando a mão pelos cabelos e jogando-os para o lado antes de virar-se para girar a flecha. Olhou ao redor pensando nos garotos que estava mais interessada em beijar aquela noite; já havia riscado Emmett e Rogério da lista, esperava que o próximo fosse Potter ou Diggory, mas, para sua tristeza, acabou por cair em uma garota. A morena virou-se para a garota da Grifinória, não tinha absolutamente nada contra ela, fora o fato de saber que seu ex-namorado parecia interessado em beijá-la. Nem mesmo entendia o motivo dos dois não estarem juntos, já que era visível o interesse de no lufano, imaginou que o único problema ali fosse a amizade de Cedrico com Emmett, e que inclusive o moreno estava sendo extremamente burro em não reparar no clima entre o casalzinho.
— Ok, — começou sorrindo pequeno para a mais nova —, qual o nome do fantasma da Corvinal?
A Montgomery a encarou por um instante, franzindo o cenho e parecendo extremamente confusa.
— A Corvinal também tem um fantasma?
A roda explodiu em risadas, deixando-a ainda mais confusa.
— Essa mania dos grifinórios de se acharem melhor que os outros… — negou, ainda rindo da expressão confusa da morena.
— Ei! Eu sei do Barão Sangrento e do Frei Gorducho! — respondeu, pensando em quais eram as opções restantes.
— Eu não acredito que finalmente voltaremos a ter um beijo entre duas garotas! — gritou Lino animado.
— Para você ver que nenhuma de nós tem medo de morrer por beijar outra menina, não é? — comentou Winter ácida, ainda revoltada com a falta de beijos entre os garotos.
— Não é bem assim… — respondeu Fred pelo amigo, tornando a olhar para . — E aí? Vai chutar alguma coisa?
A Montgomery ergueu as mãos totalmente sem graça, olhando de relance para Harry, esperando que ele pudesse ajudá-la de alguma forma, mas o garoto ria de sua cara tanto quanto os outros.
— Eu não acredito que chegou o dia que eu me arrependo de não ter lido Hogwarts: Uma História. Hermione Granger está gargalhando em algum canto na biblioteca!
Depois desse comentário, Lino e Emmett chegaram a se curvar de tanto rir, Cho ficou roxa ao notar o que acontecia, enquanto Daves encarava as duas garotas, negando com um sorriso nos lábios.
— Posso beijar as duas se quiserem!
— Meu Merlin, vai real todo mundo beijar a minha irmã — comentou Montgomery entre risos e caretas.
— Que momento, hein, Diggory? Sua ex e sua paquerinha se beijando e você nada! — provocou George ao lado do loiro, aproveitando quando Monty saiu para pegar mais bebida, mas Cedrico não respondeu a nenhuma das piadas, vendo as duas garotas se encararem totalmente constrangidas no meio da roda. Só o que conseguia pensar era no quão azarado era por, realmente, parecer ser o único que não conseguiria beijá-la.
— Valendo!
Cho colocou as duas mãos no rosto da loira, inclinando-se poucos centímetros para juntar seus lábios com os dela. Por um instante, sentiu-se extremamente estranha, principalmente por saber que se tratava da ex-namorada de Diggory. Colocou as mãos em sua cintura, sem saber direito o que fazer, conseguia ouvir os gritos e assobios dos garotos e, logo depois, o apito anunciando o fim do momento. As duas se separaram encarando-se por um instante, sorrindo sem graça uma para outra antes de voltarem para seus lugares.
— Acho que é a primeira vez em quatro anos que vejo a com vergonha! — disse Harry displicente, aumentando as risadas e recebendo como resposta um olhar enfezado da amiga.
— A piada está com você, Cicatriz; até eu beijei a Cho, será que você pode dizer o mesmo? — respondeu irônica, vendo-o desmanchar o sorriso, o rosto vermelho. O grupo começou a gargalhar histericamente, embora e Gina tivessem se calado no mesmo instante.
— Uhul, parece que mais um casalzinho foi revelado! — Fred sorriu animadamente.
— Eu amei a sua irmã porque se ela vai cair, não cai sozinha. Leva até o melhor amigo junto! Eu adorei, de verdade. Vamos andar juntos pela Escola, !
— Cala boca, Davies! — resmungou Cedrico de seu canto, ainda mais estressado ao notar que parecia ter gostado da ideia.
— Vai, , gira aí para ver se o sonho do Diggory finalmente será realizado ou se esse sonho virará outro pesadelo! — pediu Jordan.
— Como é? — perguntou Emmett com o cenho franzido, sendo ignorado por todos que assistiam a flecha rodar entre o círculo até parar em Fred Weasley, o qual abriu um sorriso enorme para a colega, após mandar um joinha para os lufanos.
virou-se para o ruivo, sorrindo de canto.
— Weasley, qual é o quadro de entrada para a Torre da Grifinória?
— , , tá beijando todo mundo, mas quando chega a minha vez você facilita? — Negou com a cabeça, parecendo desapontado.
A garota pensou por um instante, sorrindo em seguida.
— Minha pergunta foi fácil, mas não significa que eu quero necessariamente que você acerte. A escolha é sua, ruivo.
Todos a encararam por um instante, desacreditados na cara de pau da garota. Fred pareceu em choque por um segundo, rindo no momento seguinte ao levantar-se.
— É o quadro daquele bule de chá, horrível!
— Errou — respondeu, levantando-se satisfeita.
— Alguém aqui quer realmente dar o troco! — observou Gina, ainda chocada com o que estava prestes a acontecer.
— Se você quiser se vingar mais um pouco, eu estou livre a qualquer horário! — avisou o corvino, vendo-a piscar em sua direção.
— Quem sabe mais tarde, Daves!
— E por que é que ela vai querer se vingar de mim? — questionou Emmett confuso. — Não é como se eu fosse contar para os nossos pais… — O restante do grupo deu risadinhas, aumentando a confusão de Monty enquanto Diggory olhava para o lado.
— Shiu, com licença, estou tentando ter um momento romântico aqui! — pediu Fred, rindo irônico na direção dos dois lufanos.
— Vai!
Fred não perdeu tempo, era seu primeiro beijo da noite e seria um beijão para se vingar e, para sua alegria, também queria uma desforra. Inclinou-se sobre a garota, a qual correspondeu no mesmo instante, passando a mão por seus cabelos avermelhados, beijando-o com vontade.
— Estou triste em dizer isso, pois quero ver sangue, mas o tempo de vocês acabou! — avisou Jordan momentos depois, vendo o casal separar-se sorridente.
— Nada mal, Montgomery!
— É, você também não é dos piores, Weasley!
A última rodada tinha sido tranquila e o clima estava muito bom, com exceção de Cedrico Diggory que ainda parecia prestes a morrer ou matar, resultado dos comentários engraçados que sempre faziam e a cerveja amanteigada, pensava. Fred Weasley tinha girado a flecha, quase todos riam e cantarolavam, sabe-se lá o que, enquanto esperavam a flecha parar. Até já tinha superado o beijo que a Gina e o Harry tinham dado há algumas rodadas.
A flecha parou e apontava diretamente para a loira. Bem, fazia algumas rodadas que ela não participava, só ficava de telespectadora.
Acertaria a pergunta ou erraria, afinal, os gêmeos Weasley eram bem gatos.
Fred encarava a corvina com curiosidade; ela era bem bonita, nunca chamou tanto sua atenção, era muito novinha e por mais que negasse, o interesse dele estava em certa sonserina. Porém nunca foi de perder oportunidades; um beijinho só não faria diferença.
E ele só havia beijado uma pessoa nesse jogo, estava na hora de tirar o atraso.
— Você não sabe muito de Quadribol, não é, bruxinha? — perguntou, de forma marota. — Então… Quem era o Capitão do time da Grifinória ano passado?
tentou puxar na cabeça o nome do rapaz, lembrava vagamente dele, mas nunca atribuiu um nome ao rosto.
— Hmm… Não faço ideia — disse a corvina.
Todos gritaram e gargalharam.
— Como você não lembra de Olívio Wood? O cara mais gato dessa Escola? — perguntou , arrancando mais risadas e um grande revirar de olhos junto com “
Até parece” vindo do Diggory.
— Bonitão mesmo, não é? — soltou . — Já peguei!
E em meio as risadas e brincadeiras, Fred levantou dizendo:
— Vamos, loirinha. Estou reivindicando meu prêmio.
se levantou, levemente envergonhada, mas agora mais solta do que a primeira vez que foi ao centro do círculo, afinal, não estava com o menino que gostava e estava um pouquinho alegre, culpa da cerveja amanteigada em excesso. Fred a puxou carinhosamente pelos braços e abaixou a cabeça em direção a dela. E o beijo foi bem… Uau.
A loira conseguiu visualizar alguns pontos em que Potter tinha que melhorar, porque, nossa, o beijo de Weasley pareceu a atingir em todas as articulações. Ao terminar, ao som do apito, a corvina estava de pernas bambas e com um sorriso enorme, arrancando gargalhadas de todos e inflando o ego do ruivo.
voltou ao seu lugar, sorrindo satisfeita e tomando mais um gole da cerveja, girou a flecha pensando que não tinha como a noite melhorar, mas notou para quem a flecha estava apontando e seu queixo caiu.
A corvina corou violentamente sem saber o que fazer. Todos riam da expressão em seu rosto, exceto , que mal disfarçava sua fúria mortal.
respirou fundo e sorriu para Diggory, o qual sorria de volta.
— Sinto uma vibe meio ameaçadora — brincou Lino, olhando na direção da morena e de volta para Diggory. Darling pensou o mesmo, mas ainda nem tinha feito a pergunta, não havia motivo para pânico. O problema maior é que nem sabia o que perguntar; Diggory era muito inteligente, então provavelmente acertaria qualquer pergunta.
Decidiu ir por águas neutras, tudo para evitar aquele olhar matador no rosto da grifinória, já a havia visto derrubar um jogador adversário da vassoura num jogo de Quadribol, não queria correr o risco de ser a próxima vítima.
— Em que ano Eldritch Diggory deixou de ser Ministro da Magia? — Uma pergunta inteligente, Darling pensou, e que com certeza ele saberia a resposta.
— Você teve um parente Ministro da Magia? — perguntou Emmett, virando-se para o amigo aparentemente chocado, Diggory assentiu rindo. — E como só você sabia? — tornou para a corvina. — Todo mundo riu um pouco mais.
— Eu não acho que só ela quem saiba — comentou Gina —, mas a resposta é: ela vive no mundo dos livros.
— Deveria andar com a Hermione — acrescentou Potter, olhando sorridente para a garota, vendo-a corar por um instante.
— A conversa está boa, mas vamos ao que interessa: a resposta, Diggory. — Davies atravessou-se, enquanto pegava alguns petiscos na bandeja à sua frente.
Cedrico sabia a resposta, claro. Pensou em responder corretamente, mas ao olhar para , decidiu jogar o mesmo jogo que ela; se a garota não se importava em beijar todos os meninos (e Cho), ele também não deveria se importar de beijar algumas outras bocas.
— 1745? — respondeu ele, demonstrando incerteza.
, que estava levando alguns salgadinhos à boca, congelou no ato.
— Isso foi uma pergunta, Diggory? Aqui ninguém vai saber a resposta — disse Lino e todos tornaram a rir. — E aí, loirinha, acertou ou errou? — acrescentou, tomando um gole de sua cerveja amanteigada.
— Pela cara dela, certeza que ele errou — disse , rindo ao notar o rosto paralisado da loira.
— Err… Ele errou mesmo — contou Darling baixinho.
Todos gritaram e bateram palmas, enquanto Cedrico se levantava, indo para o centro do círculo. se levantou logo após, evitando encarar , a garota tinha uma personalidade muito forte.
— Bem, Harry, que tal nós dois nos beijarmos? — começou a garota, entediada, olhando para o amigo, que atingiu um novo tom de vermelho e preferiu não responder, olhando em outra direção. — Sinceramente, após 4 anos, você não tem curiosidade? — tornou, vendo-o rir sem graça.
corou ao ouvir isso, aumentando as risadas, principalmente de Gina e .
Cedrico encarou o casalzinho com a sobrancelha arqueada, esperando por alguma reação do moreno, que não veio, pois parecia envergonhado demais para sequer olhar para qualquer pessoa. Diggory então virou-se sorrindo para a corvina que sorriu de volta, aproximando-se do mais velho. Cedrico abaixou-se alguns centímetros, aproximando seus rostos, os lábios dos dois se encontraram e começaram com um beijo lento que logo se aprofundou de forma incrível. Ao ouvir o som do apito, eles se afastaram sorrindo e voltaram aos seus lugares.
estava satisfeitíssima por ter quebrado as regras naquele dia.
— Eu só não entendi ainda o motivo desse drama todo, viu? — começou Daves, virando-se para . — Por que você quer beijar o Diggory?
— O quê? — gritou Monty do outro lado da roda.
— Quem foi que te disse que eu quero? — respondeu no mesmo instante, arqueando a sobrancelha para o corvina.
— Menos mal — Emmett colocou a mão sobre o peito, causando algumas risadas dos amigos, embora Cedrico parecesse realmente magoado com o comentário da morena.
quase tentou consertar ao ver sua expressão chateada, mas não ficaria por baixo nem em sonhos. Se Diggory queria causar-lhe ciúmes intencionalmente, ele havia conseguido com sucesso, mas aquilo não significava que ela não poderia fazer o mesmo.
O que se faz é o que se leva, não era esse o ditado?
— Significa que você está livre para dar uns beijos mais tarde? — questionou o corvino com um sorriso malicioso crescendo em seus lábios.
— É só dizer a hora e o local, Daves! — replicou no mesmo tom.
O pessoal ao redor apenas olhava de um para o outro, uma mistura de choque com vontade de rir da cena.
— Que tal aqui e agora? — retrucou, piscando para a loira.
— Ei, estamos em um jogo de perguntas e respostas, lembra? — acrescentou , embora estivesse segurando a vontade de gargalhar, principalmente ao ver a expressão descontrolada de Diggory.
— Tudo bem, relaxa, Winter — respondeu o rapaz, olhando para a sonserina antes de virar-se para a mais nova. — Quando é o meu aniversário?
fez uma expressão pensativa, sorrindo em seguida:
— Doze de maio?
— Hmm, fevereiro. Que pena! — disse, falsamente triste. — Parece que vamos precisar beijar de novo…
Cedrico levantou-se no mesmo instante que viu o colega em pé aproximando-se da garota.
— Senta agora, Davies, não era sua vez. Isso não faz parte do jogo, não valeu. Volta para o seu lugar!
— Primeiro, eu não levantei sozinho! — Apontou para a garota, que estava em pé ao seu lado. — Segundo, quem foi que te disse que eu preciso de um jogo para fazer isso?
No momento seguinte sentiu as mãos grandes e firmes de Rogério em seu pescoço e cintura, puxando-a para mais perto ao tempo que os lábios do rapaz encostaram nos seus por uma segunda vez.
— Eu não sei nem como reagir ao que estou vendo! — comentou Gina em voz alta, vendo concordar ao seu lado.
— Por Merlin, é a minha irmã! — resmungou Monty, colocando a mão sobre o rosto.
— Não acho que ninguém estava esperando por isso hoje — disse Fred surpreso, adorando ver o outro lufano descontrolado. Cedrico estava a ponto de vomitar ou bater no corvino, preferiu pelo segundo, pois pelo menos o afastava de .
— Sai fora, Davies! — gritou transtornado, dando passos largos na direção do casal que se mantinha aos beijos do outro lado da roda.
— Calma, calma! — levantou-se apressada, segurando o Monitor. — Era só brincadeira, Cedrico, é para te fazer ciúmes, significa que ela também gosta de você! — disse baixinho para que só ele ouvisse.
— Que se foda! — esbravejou, ao tempo que o casal se afastava, Rogério ainda sorriu convencido para Cedrico.
— Algum problema?
de fato não esperava por aquela reação exagerada do lufano e sentiu-se mal ao pensar que talvez, só talvez, tivesse exagerado em sua vingança, contudo, não conseguia achar aquilo tão ruim, afinal havia beijado Rogério Daves outra vez.
— Seu filho da puta!
— Chega, Ced — Monty tentou manter-se sério, embora estivesse achando incrível ver o amigo perder o controle daquela forma —, já acabou, vamos continuar o jogo. Até eu já ignorei! — Puxou-o pelo braço, fazendo-o voltar ao seu lugar, ainda encarando Daves com raiva, nem mesmo conseguindo olhar para depois daquilo.
— Muito bem, de quem é a vez? — perguntou Cho alguns instantes depois, tentando quebrar a tensão que ficou no ar.
Diggory respirou fundo, ainda olhando torto para o corvino, que pegava um copo de cerveja, parecendo alheio às caretas do lufano. Cedrico virou-se para a flecha, olhando de canto para a garota que sussurrava algo com Potter. Tornou a atenção para o objeto, rolando os olhos ao ver que o mesmo havia parado em Lino Jordan.
— Eu sei que todos gostamos de ver a Cho e a se beijando, mas facilita na pergunta porque eu não estou a fim de te beijar — pediu Lino, juntando as mãos, fazendo o grupo soltar risadinhas.
Cedrico passou a mão pelo rosto, sentindo-se um tanto cansado, pensando em uma pergunta.
— Muito bem, Jordan, qual o nome daquele bicho que Hagrid nos fez cuidar na última aula de Trato de Criaturas Mágicas?
Lino fez uma careta ao lembrar-se do episódio.
— Ainda estou esperando a melhor chance de matar todos! — comentou George, lembrando-se de quase ter perdido um dedo ao alimentá-los.
— Moody poderia pegar emprestado para treinarmos feitiços — concordou Emmett, coçando a nuca. — Muito mais proveitoso.
— Sabe o que é ainda mais proveitoso? — começou Gina, rolando os olhos para o assunto dos garotos. — Você girar logo essa flecha, Jordan. Vamos, vamos! — apressou-o batendo as mãos.
— Hm, parece que alguém realmente está querendo dar mais uns beijos essa noite… — respondeu o rapaz dando risadinhas e girou a flecha.
levantou e se dirigiu até os gêmeos que pareciam um pouco tensos. Os dois estavam virados para o lado contrário da roda, encarando o Mapa do Maroto, a garota se abaixou na frente deles.
— O que foi? — sussurrou.
— Madame Nora já passou duas vezes aqui na porta, mas não parece que ela tenha percebido alguma coisa — George passou a mão nos cabelos e suspirou fundo. — Pelo menos ela não foi chamar o Filch ainda.
— Bom feitiço a prova de som — elogiou Fred.
— A ideia foi de vocês. — sorriu. — Vocês acham que a gente precisa encerrar? Ela pode não ouvir, mas ainda consegue sentir o cheiro de regras sendo quebradas.
— Acho que ainda não. — Fred encarou novamente o mapa, procurando a gata e seu dono. — Se ela for até o Filch, a gente encerra.
— Querem que eu fique de olho no mapa para vocês jogarem?
— Ah, minha querida — George piscou para a garota —, e quem disse que não conseguimos fazer duas coisas ao mesmo tempo?
— Ah, mas eu não estou com sorte hoje — reclamou Lino em voz alta mais ao lado, ao ver a seta apontar para Potter.
— Primeiro, ei — franziu as sobrancelhas ao voltar para seu lugar —, e segundo, você acabou de cair com os dois Campeões de Hogwarts, não aproveitou porque não quis!
— Nenhum dos dois faz muito meu tipo, prefiro os ruivos. — Ele piscou para os gêmeos. — Achei que melhor do que qualquer um aqui você entendesse.
Todos riram, enquanto Fred e George avermelharam ligeiramente.
— Vai se foder. — Ela mostrou o dedo. — E pergunta logo qualquer coisa para o Potter.
Lino gargalhou, sabia que os amigos tinham uma queda pela garota e acreditava que ela gostava de um deles mais do que se gosta de um melhor amigo. Achou que quando beijasse a garota, os ruivos pelo menos admitissem para ele que estavam com ciúmes, mas se limitaram a ficar de mau humor. Se eles não falavam nada, não seria ele a iniciar o assunto.
— Você quem manda. — Ele apontou para Harry. — Potter, desde que você entrou em Hogwarts, qual foi o melhor professor de Defesa Contra as Artes das Trevas?
— Lupin. — O garoto sorriu. — Definitivamente.
— Acho que essa é unânime, né? — olhou para todos os presentes, que assentiram.
— Então muito bem. — George sorriu. — Próximo!
Potter, que já se sentia muito mais confiante a essa altura do jogo, girou a flecha de forma leve. Já tinha beijado duas garotas e isso significou muito, já que há algumas horas o número era zero. Não via a hora de contar a Rony sobre isso, mas lembrou que o amigo não estava falando com ele. Era até melhor assim, pensou Potter. Não sabia como encarar o amigo depois de ter beijado a irmã dele, e algo lhe dizia que ele não reagiria tão bem quanto Fred e George.
Harry voltou sua atenção para a flecha ao ouvir os barulhos que os colegas faziam.
— Então quer dizer que vamos ter um remember? — disse Daves. — Queria muito — completou, piscando para as garotas que já tinha beijado.
A flecha que Potter tinha acabado de girar apontava para , que estava bem vermelha.
Bem, Harry havia gostado de beijá-la e queria muito repetir, e os outros garotos não estavam disfarçando nas perguntas para beijar as meninas, decidiu seguir a mesma linha.
— Qual o nome dos artilheiros do time de Quadribol da Grifinória? — perguntou com um sorriso malicioso.
— Potter, sabemos que fazer perguntas sobre Quadribol para a Darling só resulta em uma coisa: beijo — disse George rindo.
— Ele tem razão… — concordou sem graça. — Infelizmente Quadribol é meu ponto fraco — concluiu a loira.
— “
Infelizmente”. Dá para sentir sua tristeza daqui, pirralha — falou de forma irônica. jogou umas bolinhas de amendoim que estavam na bandeja em sua frente na sonserina, a qual desviou rindo da mais nova.
Ao notar que Potter se levantava, Darling fez o mesmo, ambos se aproximando.
— Esses dois estão rápidos, quando eu consegui entender que ela não sabia a resposta, os dois já estavam se agarrando — provocou Emmett, apontando para Potter e Darling que já estavam bem próximos, arrancando risadas de todos.
Harry aproximou-se da loira de forma firme, passando os braços por sua cintura e a beijando. A corvina correspondeu de forma ávida, passando os braços por seu pescoço e aproveitando ainda mais o momento. Mesmo após o apito que indicava o fim do beijo, eles não se separaram, fazendo os colegas rirem e jogarem alguns petiscos neles.
Separaram-se rindo e levemente envergonhados.
não deixou de notar que o beijo foi muito melhor que o primeiro e, em sua opinião, muito melhor do que o de Cedrico e Fred. Afinal, estava beijando Harry Potter, por quem estava interessada há muito tempo. Voltou ao seu lugar com um sorriso de orelha a orelha.
— Aprendeu rápido, Harry — elogiou-o em voz alta quando o amigo tornou a sentar-se ao seu lado. — Mas não estou muito surpresa, para quem até já soltou um Basilisco por aí, beijar deve ser fácil mesmo.
O grupo começou a gargalhar, entendendo o segundo sentido da frase utilizada pela garota.
— Me diz, — começou Rogério, passando a língua pelos lábios, sorrindo malicioso —, você já viu o Basilisco do Potter, foi?
Potter ficou roxo, encarando as próprias mãos ao ouvir todos gargalharem com exceção de Diggory, que parecia a ponto de enfartar. encarou o corvino, segurando a risada.
— Daves, Daves, você não faz ideia do que eu já vi nesses quatro anos de Hogwarts!
Darling girou a flecha após o pessoal se acalmar com a rodada anterior, a qual parou rapidamente em Winter. Não sabia o que perguntar à amiga; sabia que era daquelas que nada a deixava sem jeito, mas faltava em a coragem de fazer uma pergunta mais audaciosa. Decidiu então ir por algo mais neutro, mas que sempre a deixou curiosa.
— Como você e os gêmeos se movimentam sempre pela Escola, e por fora dela, aparentemente — disse enquanto apontava para os barris com cerveja amanteigada —, sem ninguém saber e
quase nunca são pegos? — questionou a loira arrancando risadas de todos.
— Então quer dizer que vamos descobrir o segredo do pior trio de Hogwarts? — questionou Emmett animado. — Pago mil galeões por isso.
— Bem, loirinha, o segredo está com o Potter agora — respondeu rindo, piscando para o grifinório.
— Hey! Isso não vale como resposta — reclamou Rogério indignado.
— Quem decide se a resposta está boa ou não é quem fez a pergunta. — Winter deu de ombros. — E aí? Tá ok a resposta? — completou, olhando para a corvina.
— Por mim tá ótimo — respondeu baixinho, concordando com a cabeça.
Daves resmungou, ganhando um olhar debochado de Winter, antes de a sonserina virar para as amigas, aproveitando o pequeno intervalo no qual o pessoal levantou para pegar comida e mais bebida.
— E então, meninas — falou para e Gina —, o que estão achando? Eu perguntaria para a , mas é possível que ela tente me estrangular apenas pela palavra jogo. — Apontou para a morena que conversava animada com o melhor amigo e o irmão, riu.
— Parece que as coisas estão saindo um pouco do controle — comentou a loira, colocando uma mecha solta atrás da orelha —, mas eu estou feliz de ter vindo.
— Claro que está! — Gargalhou, a corvina corou levemente. — Ginna soube escolher quem trazer nessa noite.
— Eu sempre escolho bem! — A ruiva sorriu presunçosa.
deu de ombros, pensando no garoto que as duas amigas gostavam.
— Vamos ver se isso vai continuar com o passar dos anos…
— Você definitivamente não pode me dizer isso. — Gina riu, olhando para seus irmãos que conversavam com Jordan em um canto.
A sonserina não teve tempo de protestar antes que Lino gritasse.
— Winter, você vai girar isso ou não? Você sabe que é a sua vez.
— Isso aqui é um encontro social e eu não posso nem socializar? — brigou a garota. — Vocês estão muito apressadinhos.
— Então a gente vai te pular e… — Lino sorriu, existiam certos egos que nunca permitiriam serem deixados para trás.
— Já levantei! — gritou. — Que audácia insinuar que poderiam prosseguir sem mim. Muito mal-educado, viu?
Winter andou até a flecha, nem um pouco surpresa quando apontou para Rogério.
— Se não é o melhor beijador de Hogwarts. — Riu, sob o protesto dos amigos. — Pronto?
— Para beijar? Eu sempre tô pronto. — Daves fez um joinha com a mão. — E já faz um tempo, né, ? Tô quase esquecendo como é te beijar.
— Então nós podemos relembrar. — Colocou a mão no queixo, fingindo pensar. — Responde, qual foi a última vez que nos beijamos?
— Daqui uns trinta segundos, aproximadamente.
gargalhou.
— Eu realmente não sei dizer se essa resposta está certa ou não.
— Bom, por via das dúvidas — ele piscou —, vamos fingir que não.
Depois de beijá-lo, estava muito satisfeita por ter convidado Daves para o jogo; ela tinha razão, aquilo não era nada sem ele.
— Rogério, vamos fazer um trato? — A garota olhou para o corvino, que sorria assentindo. — Você não pode, jamais, faltar nesses jogos.
Todas as garotas gargalharam assentindo, enquanto os garotos xingavam de todos os nomes possíveis.
— Ah, meu docinho — Daves quase não conseguia falar, os olhos cheios de lágrimas e a barriga doendo de tanto rir —, isso você nem precisa pedir.
Daves girou a flecha ainda se sentindo cheio de si do comentário de Winter e ao notar para onde sua flecha parou gargalhou alto.
— Ah, não. Só pode ser brincadeira — soltou Emmett. — Ele conseguiu parar em todas as garotas?
— Tem certeza que ele não tá manipulando isso? — perguntou Fred, fuzilando o corvino com olhar, fazendo com que ele risse ainda mais.
— Ei! Assim vocês me ofendem! — resmungou . — A imparcialidade dessa flechinha tem o selo Winter de confiança.
— Pronto. Agora que não confio mesmo — disse Potter, já se sentindo muito mais à vontade para fazer piadas, fazendo o grupo rir mais ainda.
— Vamos, Daves, pergunta logo — pediu Diggory, entediado, olhando do moreno para , que mantinha as bochechas vermelhas.
— Não podemos pular essa parte? — O corvino riu. — Já sabemos como isso vai terminar… — Deu de ombros, olhando para a sua colega de Casa, dando uma piscadela em sua direção, fazendo-a atingir um novo grau de vermelho, mas sorrir de volta, animada.
— Regras são regras — comentou George, nem um pouco animado com a situação sempre favorável do corvino —, e pelo menos aqui nesse jogo, eu respeito todas elas.
— Ok, então… — Suspirou, de forma teatral, passando a mão pelos cabelos. — Darling, qual a cor da minha meia? — questionou por fim.
Automaticamente, os olhos da loira foram na direção dos pés do corvino, os quais estavam cobertos pelas roupas.
— Hm, não sei… Pretas? — arriscou , incerta.
— Eu não estou usando meias — respondeu Daves com um sorriso enorme e malicioso.
As meninas caíram na risada, enquanto os garotos reviraram os olhos, bufando.
Rogério se levantou, estendendo a mão para Darling, para ajudá-la.
— Prepare-se, bruxinha, para o melhor beijo de Hogwarts. Satisfação garantida. — Ele piscou, antes de aproximar os lábios dos da garota.
pensou que ele tinha razão, faltava um pouco do frio na barriga que sentiu ao beijar Potter, mas em termos de técnica, se é que isso existia para beijos, o cara era perito.
Ao fim dos 20 segundos, o beijo terminou com um Daves sorrindo convencido e uma mole.
— Bem, meu serviço aqui está completo; mostrei a todas como um bom beijo deve ser. A algumas mais de uma vez. — Piscou para ao falar isso, vendo-a rir em sua direção, arrancando risadas das outras garotas e total desprezo dos rapazes.
— Nunca mais vamos convidar você — reclamou Lino.
— Eu sou a alma da festa, Jordan, todos sabem disso — respondeu rindo, adorava ver os colegas revoltados, ainda mais quando as garotas adoravam concordar com ele, aumentando ainda mais seu ego e autoestima. — Vamos, , sua vez de jogar.
Darling voltou a girar, em um intervalo bem curto, diga-se de passagem, a flecha.
Estava mais do que satisfeita; havia beijado quatro garotos em uma noite. E um deles era quem ela mais queria beijar desde sempre. Mais feliz impossível, ela pensou, ao beber mais um gole de sua cerveja amanteigada. E então a flecha parou em Emmett Montgomery mais uma vez. Darling não tinha nada contra o lufano, além de engraçado ele era muito bonito, mas para ela a noite já havia encerrado. Olhou para o rapaz sorridente e resolveu usar da mesma tática que havia usado mais cedo.
— Qual animal representa a Lufa-Lufa? — perguntou com um sorriso nos lábios.
Monty, que já imaginava uma pergunta óbvia, tinha uma resposta na ponta da língua:
— Um urso grande e feroz, gatinha — falou de forma simples, arrancando risadas de todos e um olhar chocado da Darling. — Não achou que eu cairia duas vezes no mesmo truque, não é? — Sorriu para a loira, que riu de volta para ele.
— O fato dela tentar a todo custo evitar te beijar, é um indicativo péssimo para você, Montgomery — comentou Lino, provocando o lufano.
— Ei, veja lá como falam do Emmett — protestou , recebendo joinhas do mais velho —, ele é um ótimo partido, a começar por me ter como irmã! — concluiu, fazendo o pessoal rir.
— Juro que não é pessoal. — sorriu sem graça. — É mais uma questão de afinidade — completou, entrando no jogo de provocar o lufano.
— Aí! Assim você me magoa! — disse colocando as mãos sobre o peito.
Eles ainda riam ao se aproximarem, Monty puxou a corvina para perto, beijando-a de forma profunda, separam-se após o apito soar.
O lufano voltou para seu lugar, muito satisfeito e sorridente com a noite que estava tendo, Montgomery olhou as garotas ao redor, pensando em qual poderia ser a próxima que beijaria. Estava ainda mais animado após o beijo em , vendo-a toda constrangida no canto, tão vermelha quanto antes.
— Ah, era só o que faltava mesmo! — resmungou ao ver a flecha apontar para sua irmã.
— E então, o que você tem em mente? — perguntou a garota ao encarar o mais velho, que fez sua melhor cara de pensativo, antes de sorrir maldoso, pronto para deixá-la constrangida.
— Já que estamos em um jogo e nossos pais jamais vão saber sobre a noite de hoje — começou simples —, me diz, tem algum cara que está aqui hoje que você gostaria de beijar pela primeira ou segunda vez…? Ou terceira se a gente pensar no Rogério…?
O grupo deu risadinhas, virando-se direto da garota para Cedrico, completamente ansioso com a resposta.
— Que tipo de pergunta é essa?
— Ih, não era pra levar a brincadeira do Rogério a sério e fazer uma pergunta difícil achando que pode beijar ela também, deixa isso pra nós! — começou Fred aos risos com a pergunta confusa do moreno.
— Tá bom, tá bom, é só dizer sim ou não: tem alguém aqui que você gostaria de beijar?
— Talvez.
— Quem é?
— É só uma pergunta por vez, Emmett!
— Eu sei que você tem uma resposta melhor do que essa — provocou.
Cedrico não olhou para o amigo, mas notou o sorriso de canto em seus lábios, sentindo o estômago revirar. Será que ele sabia do interesse da irmã em algum outro cara? Talvez fosse por isso que ele não se preocupou com os claros ataques de ciúmes do loiro, porque sabia que gostava de outra pessoa.
Virou-se de canto para Potter… Seria possível?
Cruzou as pernas, encostando o queixo sobre a mão, apoiando-a no joelho, chateado com a situação toda até perceber e todos os outros amigos o encarando surpresos.
Cedrico piscou por um segundo, só então notando que a flecha havia caído em sua direção. Abriu um sorriso enorme ao tornar a olhar para a garota, reparando o quão vermelha ela estava ao tempo que todos começaram a gritar.
— Agora o Diggory morre!
— Eu acho que dava pra pular a pergunta e já beijar logo, pra acabar com o sofrimento dele!
— Mais respeito, ainda estamos falando da minha irmã!
A garota respirou fundo, ignorando os comentários ao redor, pensando em uma pergunta que não fosse extremamente fácil, mas que também não fosse a coisa mais difícil do mundo. Encarou Diggory, vendo-o a olhar cheio de expectativa, tentando segurar o sorriso.
— O que… — começou em voz baixa, pigarreando antes de continuar. — Ahn… Qual foi a colocação da Inglaterra na Copa Mundial de Quadribol?
Cedrico abriu a boca animado com a resposta, então lembrou-se que se acertasse, não a beijaria e aquilo não era uma opção. Franziu o cenho, respondendo em seguida:
— Terceiro?
— Ele nem tentou disfarçar! — gritou , começando a assobiar.
sentiu o rosto ficar ainda mais vermelho, principalmente ao ver o lufano levantar-se empolgado e parar no meio da roda.
— Alguém tem uma câmera? — perguntou Lino em voz alta, enquanto a grifinória levantava-se devagar.
— Helga Hufflepuff que segure Cedrico Diggory, ele nunca mais vai largar essa menina! — emendou George.
— Diggory vai agradecer a Gina o resto da vida por convidar a para a festa! — gritou Fred, fazendo-os rirem ainda mais.
— Gente, por favor! É só um jogo, ok? Não é como se o meu melhor amigo estivesse interessado na minha irmãzinha, não é verdade? Eu sei que a é bonita, mas mais respeito!
O grupo encarou Emmett quase assustado que ele realmente pudesse ser tão lerdo de ainda não ter entendido o que acontecia. Com exceção do casal no meio da roda, que sequer prestavam atenção na conversa.
— Muito bem, quando eu… Calma! — gritou Lino, começando a gargalhar ao ver a afobação do loiro que sequer esperou o aviso, antes de levar as duas mãos ao rosto da garota, beijando-a avidamente no instante seguinte.
sentiu o ar faltar e o coração parar de bater até sentir a língua dele encostar na sua, jogando os braços por seu pescoço no momento seguinte, logo sentindo-o abraçá-la com força, as mãos firmes em sua cintura. Nem acreditava que após todo aquele tempo, finalmente estava beijando Cedrico Diggory.
— Chega, gente! Acabou o tempo! — Jordan voltou a dizer, sendo ignorado.
— Eu falei que ele nunca mais soltava! — respondeu George aos risos.
Quando finalmente se separaram, extremamente sorridentes, notaram a expressão séria de Emmett, sentado em seu lugar. Diggory sentiu o sorriso desmanchar no mesmo instante, sem saber o que dizer. Havia ficado tão feliz de finalmente conseguir sua vez com a garota que sequer considerou as consequências de beijá-la na frente do amigo.
O grupo parou de brincar aguardando o desfecho da cena, talvez começassem a duelar? Será que Monty seria capaz de bater em Cedrico por causa do beijo?
— Não sei o que é pior: — começou com cara de poucos amigos — você estar há meses interessado na minha irmã e não me dizer nada ou achar que se a beijasse durante o jogo eu não perceberia.
— O que…? Você… sabia?
— É claro que eu sabia! — Rolou os olhos. — Por Merlin, você não é tão sutil quanto acha! Até meus pais já sabem, Diggory!
— Seus pais?
— A gente tinha uma aposta — contou ao voltar ao seu lugar, rindo divertida.
— Que aposta? — perguntou o loiro descrente.
— Quanto tempo demoraria para você me chamar para sair!
— O quê? — perguntou Diggory completamente sem reação.
— Cara, você é meu melhor amigo, achou mesmo que eu não perceberia você olhando para minha irmã o tempo todo?
O grupo explodiu em gargalhadas ao notar a cara perplexa do rapaz que voltava a sentar em seu lugar ainda completamente confuso com toda a situação, enquanto Monty e se encaravam rindo.
— Só para você saber — o moreno continuou, colocando uma mão em seu ombro —, tá tudo bem, eu não me importo não.
— Por que foi que você nunca disse nada?
— E perder a chance de tirar uma com a sua cara por todo esse tempo? Jamais!
— Eu fico muito feliz que vocês dois finalmente se beijaram e os cunhadinhos tenham se resolvido — Fred riu —, porque vamos ter que parar por aqui. Temos um pequeno problema.
— Sério? — reclamou Jordan no mesmo instante, encarando as garotas. — Não é justo. Algumas garotas eu ainda não beijei.
George revirou os olhos.
— A Madame Nora está há uns cinco minutos parada na frente da porta. Ela provavelmente vai sair para chamar o Filch a qualquer momento.
— Peguem suas varinhas e fiquem prontos. — se levantou, indo procurar a dela. — Quando ela sair para procurá-lo, todo mundo corre para se esconder.
— Espera — coçou o queixo —, como vocês sabem de tudo isso?
olhou de Harry para , buscando ajuda. Ninguém ao longo dos anos realmente se importava com os métodos que utilizavam, desde que todos conseguissem sair a salvo, mas Darling era o tipo de pessoa que não deixaria aquilo quieto.
— Isso não é importante — deu de ombros. — Quando ela sair a gente corre de volta para os dormitórios…
— Mas e se ela não sair para chamá-lo? — perguntou Cho. — Como a gente sai daqui?
— Alguém sabe aparatar? — perguntou Gina ansiosa.
— Não se pode aparatar dentro de Hogwarts — apontou , fazendo com que todos olhassem para ela. — É sério? Vocês não leem nenhum livro?
— Isso não vai ser um problema — George aproveitou que todos estavam olhando para a corvina e passou o Mapa do Maroto para Potter — porque ela acabou de ir chamar o zelador. Temos que sair daqui agora!
levantou-se apressada junto com o restante dos colegas ao ouvir que Filch estava a caminho, passando os olhos ao redor atrás de sua varinha mais ao canto, gritando de longe Lumus, não querendo correr o risco de pegar alguma errada na hora da correria.
Puxou-a consigo, ao tempo que os gêmeos corriam pela porta, seguidos de Cho, Emmett e Jordan. Daves parou ao seu lado para pegar sua própria varinha, piscando em sua direção ao se despedir.
— Nos encontramos pelos corredores, gatinha! Foi um prazer!
sentiu o rosto esquentar, sorrindo sem graça, olhando para os lados atrás de Harry, afinal, tinham ido juntos, mas foi Diggory quem apareceu ao seu lado, guardando sua varinha na jaqueta e puxando-a pelo braço.
— Acho melhor você vir comigo — disse simplesmente, parando para olhar pela porta, apenas para garantir que o zelador não estava pelo corredor, se estivesse, era melhor que o visse primeiro, estava totalmente fora do seu horário, mas ainda era Monitor, teria uma desculpa melhor para não estar em seu Salão Comunal. — Vamos!
A Montgomery acenou para Harry, que rolou os olhos, negando com a cabeça.
A garota deixou-se levar por Diggory pelo corredor, andando apressados, embora tentassem não fazer barulho nenhum. Cedrico então colocou um dedo sobre os próprios lábios, pedindo para que ela fizesse silêncio antes de empurrá-la apressado para uma sala desocupada. Batendo com a varinha na maçaneta assim que passaram pela porta.
respirou fundo, encostando-se contra a parede, tentando acalmar-se da corrida repentina enquanto esperava para poder voltar para a Torre da Grifinória. Cedrico estava ao seu lado com o ouvido colado à porta, tentando escutar algo no corredor, encarando-a de canto.
— Tudo bem?
A morena concordou com a cabeça, olhando ao redor, reconhecendo o local como a sala que costumava ter aulas com Lockhart, dois anos antes.
— Já podemos sair? — questionou instantes depois.
Cedrico franziu o cenho, tentando escutar o que acontecia do lado de fora.
— Acho bom esperarmos um pouco — respondeu em voz baixa, passando a língua pelos lábios finos. — Se divertiu hoje? — perguntou, olhando-a atento.
sorriu pequeno, concordando com a cabeça.
— Tinha certeza que seria uma péssima ideia, mas até que o resultado foi bom, sim — confessou, sem olhá-lo. Diggory mordeu o lábio inferior, sorrindo de canto em seguida.
— Aquele último beijo foi realmente bom… — começou baixo, vendo-a sorrir sem graça. — Mas não acredito que você e seu irmão estavam me usando em uma aposta! — A morena riu baixo.
— Foi ele quem me falou na verdade — contou baixinho, sem coragem de encará-lo — que você estava interessado em mim, depois eu comecei a reparar também… E aí ele veio falar da gente apostar durante o verão, depois que você foi passar o final de semana lá em casa!
— E como é que seus pais ficaram sabendo? — perguntou constrangido.
— Minha mãe falou alguma coisa sobre vocês serem próximos e ele respondeu falando que eram tão amigos que você estava querendo ser o cunhado dele… Aí ele explicou para os dois… Parece que eles também já meio que suspeitavam…
Diggory respirou fundo, olhando para o lado e sentindo-se a pessoa mais idiota do mundo.
— Quer dizer que eu fiquei todo esse tempo sem te chamar para sair por causa do seu irmão e ele estava até mesmo fazendo apostas contra mim?
— Para você ver que não pode confiar em ninguém mesmo!
— Bem, mas agora que isso já foi resolvido… O que acha de aproveitar o tempo perdido?
— Parece uma ótima ideia!
Cedrico sorriu largo, passando os braços por sua cintura, grudando seus corpos antes de tornar a beijá-la com a mesma vontade de minutos antes, aproveitando que dessa vez não tinham os amigos nem o cronômetro dizendo quando deveriam se separar. E se dependesse do lufano, aquilo não aconteceria tão cedo.
✨✨✨
Harry revirou os olhos ao ver a amiga dar de ombros como se não tivesse escolhas e seguir com Diggory. Bem, ele tinha uma capa de invisibilidade, a melhor pessoa para ficar junto em um momento de fuga com certeza era ele, pensou. Contudo, estava mais interessada em outras coisas. Riu sozinho, segurando o Mapa que tinha pegado dos gêmeos assim que notou a confusão, não confiava nos amigos para devolver o artefato se deixasse para depois. Correu até a esquina, garantindo que ninguém o estivesse vendo, antes de se cobrir com a Capa.
Agora tinha uma caminhada tranquila até a Torre da Grifinória.
Harry olhou o mapa para ver se todos tinham conseguido sair e estavam distante de Filch, viu Gina, Fred e Lino em um canto, totalmente oposto ao que o zelador estava, Winter e George parecendo uma só pessoa em um ponto e Diggory junto a em uma sala.
Seus olhos procuraram o nome de Darling, ela tinha vindo com Gina, era estranho não estar com a amiga. Rodou os olhos por todo o Mapa até que a encontrou, na esquina que a Madame Nora acabava de dobrar.
— Droga! — falou Potter e começou a correr em direção a ela, olhou o Mapa e viu que a gata tinha voltado para chamar o dono, era o tempo que tinha para chegar até que, felizmente ou não, continuava no mesmo lugar.
Harry chegou ao local antes de Filch, por pouco. Jogou a Capa por cima da e tampou sua boca, abafando um grito. o encarou de olhos arregalados, mas ao notar que era Potter, relaxou. Ele removeu a mão de sua boca e moveu a cabeça, indicando para que caminhassem para o outro lado. Deram poucos passos até Filch dobrar a esquina, junto com sua gata.
Potter puxou a garota e encostou-se na parede, pressionando o corpo da garota ao seu. O moreno corou um pouco, sentindo um calor no baixo ventre que nada tinha a ver com a possibilidade de ser pego por Filch, mas sim com o corpo quente da corvina ao seu lado.
A gata olhava ao redor, como se não entendesse o que tinha acontecido.
— Eu sei que vocês estão por aqui — disse Filch, continuando o caminho pelo corredor.
Potter e permaneceram na mesma posição por alguns minutos, até que Harry se esticou e olhou para algo.
— Vamos, o Filch já está longe — falou, baixinho.
— Como você sabe? — perguntou , desconfiada.
— Pelo tempo, ué — respondeu Harry, tentando disfarçar, guardando o Mapa nos bolsos do casaco.
— O que é que você tem nas mãos? — insistiu a corvina.
— Nada! — retrucou, coçando a cabeça.
— Parece com o “nada” que os gêmeos Weasley estavam usando lá na festa — replicou a loira de forma petulante.
Harry riu da insistência da menina, mas jamais diria sobre o Mapa dos Marotos a alguém que não conhecia, já bastava ela saber da existência da Capa.
— Não sei do que você está falando — tornou, antes de apontar com a cabeça para o lado. — Vamos, a Capa consegue cobrir nós dois andando lado a lado, só preciso me abaixar um pouco — completou.
— Aliás, essa Capa é sua? É de um material muito bom. Onde conseguiu?
— Você faz muitas perguntas — disse Potter rindo, fazendo dar um sorrisinho sem graça. — E por que você não estava com a Gina? — completou ele.
— Eu me perdi dela — confessou. — Não sou muito boa com essas coisas de estar fora da cama em horários proibidos, fiquei um pouco agitada e puff… Quando olhei para o lado não vi ninguém.
— Ah sim… Você quer que eu te acompanhe até a entrada da Corvinal? — perguntou Harry, sem jeito.
— Você faria isso? Que gentil — disse com um sorriso enorme, fazendo Harry corar. — Agradeço muito, Potter. Se ficar sozinha, certeza que serei pega e sofrerei uma detenção, não consigo imaginar coisa pior. A entrada fica na Ala Oeste — falou e balançou a cabeça, como se se imaginar em uma detenção fosse a pior coisa possível.
— Você com certeza devia andar com a Hermione — disse Potter rindo.
— Hey! Você não é a primeira pessoa que me diz isso hoje — respondeu a loira, empurrando levemente o ombro do moreno. — E por que ela não veio com vocês hoje? — questionou curiosa.
— A Mione? Ela jamais aceitaria, nos entregaria a um professor, ou pior, nos daria um sermão enorme — disse rindo.
— Eu sou um pouquinho parecida com ela, então. Normalmente jamais aceitaria algo assim. Não sei por que aceitei — concordou, mas depois olhou para Harry e corou. Bem, ela sabia muito bem o motivo de ter aceitado. — Er… Você vem muito a essas festas? — perguntou, abaixando a cabeça imediatamente.
— Foi a primeira vez que fui convidado — falou ele, sincero. — Mas espero que me convidem mais vezes — completou rindo.
— Eu também!
Os dois caminharam em silêncio até a Ala Oeste, chegando perto de uma escada em espiral, parou.
— Bem, é aqui que eu fico. — Ela sorriu, tirando a capa assim como Harry.
— É aqui a entrada da Corvinal?
— Sim, ao fim da escada — concordou . — Bem…. Obrigada por me acompanhar, Potter — completou a loira, um pouco tímida.
— Que nada! Não podia deixar você sozinha. — Sorriu, coçando a cabeça sem jeito. — E pode me chamar de Harry.
— Então você pode me chamar de — acrescentou ela sorrindo. E em uma decisão impetuosa, resolveu dar um abraço no grifinório.
Harry ficou sem jeito, não estando acostumado a ter muito contato com as meninas, exceto Samantha e Hermione, mas devolveu o gesto.
A loira terminou o abraço, mas não se afastou totalmente do garoto. Com os rostos próximos, ela mordeu os lábios e respirou fundo, procurando coragem.
— Eu gostei muito dessa noite!
— Eu também — respondeu Potter no mesmo tom, olhando para os lábios dela.
Lentamente, eles desfazem a distância, encostando os lábios em um beijo casto.
Potter segurou a loira pela cintura, aprofundando o beijo, enquanto aproveitou o momento para enlaçar o pescoço do moreno, curtindo cada minuto do momento mais mágico de sua vida. E para Darling, que conviveu com a magia desde que nasceu, isso era um feito em tanto.
✨✨✨
pegou a caixa o mais rápido que pôde e tratou de colocar a seta dentro, trancando o cadeado em seguida. Deu uma olhada rápida para ver se ninguém tinha esquecido nada e saiu da sala. O corredor estava vazio, então todos os seus amigos tinham conseguido se esconder. Ouviu os passos de Filch cada vez mais próximos, e correu o máximo que pôde na direção contrária, se escondendo no primeiro armário que apareceu.
O espaço era pequeno e assim que entrou, sentiu ter pisado em alguém. Prendeu a respiração e sussurrou “Lumus”, ouvindo a outra pessoa fazer o mesmo. e George respiraram aliviados ao se reconhecerem.
— Caralho, que susto. — O ruivo riu fraco. — Você precisa avisar antes de entrar assim nos lugares.
Sentia a respiração do garoto bater em seu rosto, já que não tinha espaço o suficiente para os dois.
— E eu então? Pensei que tivesse pisado em um cadáver ou coisa assim.
— Por que teriam cadáveres nos armários de Hogwarts?
— Por onde você esteve nos últimos seis anos?
George riu, estava perigosamente perto da garota.
Depois de tê-la beijado uma vez, só queria repetir a experiência o mais rápido possível. Será que ela gostaria de beijá-lo de novo? Pensou em perguntar, quando ouviu um miado ao lado do armário.
— Você… — começou .
George a apertou contra seu peito, indicando para que ficasse em silêncio. Apagaram as varinhas com um aceno. Seu coração batia na garganta com a proximidade, não conseguia pensar em nada além de que a menina estava tão colada nele. Ouviram os passos preguiçosos de Madame Nora indo embora e relaxaram novamente.
— Que noite. — riu baixo. — Isso que eu chamo de uma volta de sucesso.
— Esse jogo realmente foi memorável. — A voz do Weasley estava mais rouca que o normal, causando arrepios na nuca da garota.
— Pena que o Filch estragou a festa — deu de ombros —, ou ficaríamos lá até de manhã.
— Na verdade já deve estar amanhecendo. — O ruivo colocou a mão sob o queixo dela, o puxando para cima. — Por mim ele teria interrompido muito antes.
— Antes? — Winter franziu as sobrancelhas. — Por quê?
— Exatamente depois que nos beijamos. — George foi lentamente chegando mais perto. — Nosso primeiro beijo. Eu gostaria de ter sido o último a beijá-la essa noite.
agradeceu que o ruivo não pudesse vê-la, não era capaz de dizer o quão vermelha estava. Se qualquer outra pessoa perguntasse, negaria. Mas não era mais capaz de negar para si mesma que esperava esse beijo há algum tempo, e que agora não sabia se era capaz de se controlar perto do garoto.
Se naquele momento George perguntasse seu nome, ela certamente esqueceria.
— Mas isso é algo que podemos facilmente resolver. — Passou as mãos pelos ombros do Weasley, acabando com a distância que restava.
Foram mais do que sete minutos no paraíso.
N/A: Olá, tudo bem?
Espero que gostem dessa, sinceramente é uma das minhas shorts favoritas pois também escrevi em parceria com duas amigas que gostam de HP tanto quanto eu! Então um beijo pra Adriana (que escreveu as cenas com Evie Darling) e a Izadora (criadora de Sophie Winter). Inclusive, se você já leu alguma das minhas outras fics aqui no site, provavelmente já viu esses dois nomes + Emmett Montgomery são bem recorrentes, né? Assim como a personalidade do Rogério Davies, que embora seja um personagem de HP nunca foi muito utilizado nos livros/filmes (um crime!!!).
Mas é isso, espero que gostem, ainda tem mais três shorts relacionadas pra vir nos próximos dias/semanas! 😉
E um beijo pra Lelen que tá sempre aceitando todas as fics que eu mando pra ela!!
Curiosidade: Essa fic foi escrita por mim e mais duas amigas muito queridas em um dia de completo surto no whatsapp! Kisses é uma saga de 4 shorts, e a primeira foi a mais fácil de escrever, o restante só loucuras e desespero!
Eu, mal tinha começado a ler essa história e já tava “no aguardo do resto HEHEHEH”
Eu adorei a salada de fruta que foi nessa brincadeira toda HSAODHASDPO
Adoro as participações do Monty e do Davies nas histórias (tô mais acostumada com o Monty, mas beijos, Rogério HAHAHAH) e eles de fato que não são usados, e quando são, nem são mencionados exatamente 🤓
O “plot twist” do Emmett e da Ellie (e os PAIS) já sabendo do tombo do Cedrico pela moça foi MARA 😂😂😂
Esperando todo o resto da história e todas as outras mais que você tiver de Harry Potter, obrigada, de nada <3
Ah é, esqueci de comentar que enquanto eu lia, fiquei o tempo todo com “Room on the 3rd floor” do McFLY na cabeça HAHAHAHHAHAHA