It’s Just A Game
“Se um dia tiver que escolher entre o mundo e o amor…
Lembre-se. Se escolher o mundo ficará sem o amor, mas se escolher o amor com ele você conquistará o mundo.”
Albert Einstein
Sou mesmo uma tonta. Por que dentre tantos homens no mundo, eu tinha que me apaixonar justo pelo mais popular, mesquinho, fútil e babaca?
Tonta, tonta, tonta!
Mas é claro que eu não sabia disso, não fazia ideia de onde eu estava me metendo quando a história aconteceu…
Estava eu em mais um de meus devaneios com Edwin Babaca&Fútil Stone e dizendo para – minha melhor amiga – o quanto eu o queria, quando se intrometeu na conversa, como sempre.
- Do que vocês garotas estão falando? – perguntou se jogando numa das poltronas da nossa sala. – De garotos, aposto.
Como ele sabia? Fiquei encarando que apenas deu um risinho sem graça. Ótimo, fomos entregues. Suspirei.
- Pelo jeito acertei… – murmurou erguendo a sobrancelha. – Se precisarem de uma ajudinha, estou aqui. – Ele sorriu fazendo pose.
Claro , como se eu fosse pedir ajuda a você sobre o assunto… Ok, eu ia mesmo fazer isso.
- Tudo bem, como faço para chamar a atenção de um garoto? – perguntei, depois ficando vermelha.
- Ciúmes? – respondeu com uma pergunta. Grande ajuda!
- Uhum, tá. Mas onde eu vou achar um cara que apareça o suficiente para ser notado por outro que é mais metido do que patricinha de filme? – perguntei encarando com a sobrancelha erguida.
- Isso já é problema seu… – Ele deu de ombros.
Grande amigo!
Certo, o que eu esperava falando de garotos metidos com um garoto popular não-metido? Ele só poderia me dar dicas de como…
- VOCÊ! – berrei fazendo-o pular de susto no sofá.
- Quê? – perguntou confuso.
- Você é perfeito pra esse papel! É lindo, popular, tem uma banda e vai ser meu namorado! – exclamei com os olhos brilhando.
- Ah, eu…
- , eu te amo! Te amo, te amo! – falei sem prestar atenção no que ele tinha a me dizer.
- Mas…
- A partir de hoje nós estaremos oficialmente comprometidos na frente de todos! – Concluí.
- Tá bem… Eu acho… – percebeu que eu não o deixaria negar.
Fiz prometer que não daria com a língua nos dentes e esquecer completamente que eu tivera aquela conversa com meu melhor e amado amigo, o que particularmente foi fácil para ela. é completamente desligada.
Na semana seguinte a banda ainda sem nome de teria um ensaio, e eu decidi que era a hora perfeita de começar o nosso ‘teatro’. A reunião seria na casa dos e fez questão de me apresentar à mãe – que já me conhecia – como namorada.
Todos ficaram espantados com a notícia, exceto meu irmão , que achou legal. Preciso admitir que meu irmão é estranho. Quer dizer, eu tava supostamente dando uns ‘pegas’ no melhor amigo dele e tudo o que ele diz é: Legal?
Claro que ele mal sabe que isso é só uma “brincadeirinha”.
Depois de ensaiarem um bom longo tempo, decidimos ir jantar em um restaurante legal da cidade.
Enquanto os garotos escolhiam o que iríamos comer, e eu ficamos observando o lugar. Nossos olhares cruzaram com os de alguns rapazes e apesar dos pesares, eles eram realmente bonitos.
- Gatinhos. – Concluiu rindo enquanto encarava um dos rapazes.
- É, pode ser… – Murmurei pensativa.
- O que vocês estão olhando hein, garotas? – perguntou , como se já não soubesse.
- Nada… – Respondeu com sua carinha inocente.
- Sei… – Ele riu revirando os olhos.
Logo depois de terminarmos de comer, resolvemos dar uma voltinha numa praça ali perto onde os rapazes eram bem conhecidos por causa da banda. Eu e andamos alguns passos atrás dos garotos, não queríamos atrapalhar o “momento rock star” deles.
Conversamos por alguns minutos, até começarmos a dar risada feito malucas e os meninos lembrarem de nós.
- Hei meninas, venham aqui! – gritou. Nós corremos para acompanhá-los.
No passeio, eu tentei milhares de vezes conversar com , mas ele me ignorava, fingindo não me ouvir. Puxei meu irmão para mais perto de mim e o questionei.
- Maninho, o que o tem?
- Tem certeza que não sabe?
- Tenho… – Murmurei confusa.
- Pensa bem, no restaurante… Meninos… – murmurou com uma voz insinuadora. , sou sua irmã e sou lerda.
Fiquei encarando meu irmão com cara de paisagem, ainda sem entender muito bem.
- Aff! – Ele retrucou impaciente. – ficou com ciúmes! – disse por fim.
- Ciúmes por quê?
- Porque você ficou olhando aqueles marmanjos no restaurante! – Meu irmão revirou os olhos.
- Sério? – SUA LERDA!
- É claro! Ele é seu namorado!
A lerdeza que restava em minha mente se foi e eu finalmente lembrei: estava sendo meu namorado e eu estava agindo como a babaca na frente de todos.
- Merda! – Deixei escapar.
- Sacou, agora?
- É, saquei. Vou lá falar com ele. – Exclamei correndo atrás de .
Ele estava andando bem a frente do nosso grupinho e parecia um pouco emburrado.
- ! – chamei e ele me ignorou. – , para com isso! – exclamei finalmente o alcançando.
Ele parou de andar, mas continuou sem olhar para mim. Mas o que raios estava acontecendo?!
- , dá para parar de me ignorar, por favor?
Ele dá um suspiro.
- E aí, fiz bem o papel de namorado ciumento? – Sorriu fraco para mim.
- Ah, sabia que eu quase acreditei que você estava mesmo com ciúmes? – perguntei fazendo-o soltar um risinho sem graça.
- Curtiu o jantar? – Mudança drástica no assunto.
- É, foi bem divertido. – Falei sorrindo. – Ah, e só para deixar claro, eu não estava paquerando aqueles caras no restaurante. Só estava fazendo companhia para a .
- Sei, sei… – Ele riu. – E então, vamos voltar para a turma? – perguntou estendendo a mão para mim. Eu a agarrei e fomos assim de volta ao nosso grupinho.
Quando chegamos, ficou me zoando, dizendo o quanto eu era má em relação aos sentimentos de e eu estava ficando bem sem graça com isso. Foi então que ele murmurou:
- Não sabe o quanto sua irmã é a pessoa mais maravilhosa desse mundo. – Sorriso e um beijo na testa.
Não sei bem o porquê, mas aquela frase ecoou em minha mente pelo resto da semana e naquele instante eu senti um friozinho na barriga, foi o melhor elogio que me fizeram, e talvez nem seja pelo que foi dito e sim por causa de quem disse e…
Ah meu Deus! Ah meu Deus! Ah meu DEUS!
Eu sou uma tonta boboca, fato.
Fim
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