Inesperado
Primeiro Capítulo
respirou profundamente enquanto olhava a grande escultura que estava em sua frente sobre o pedestal.
Ela precisava terminar aquela restauração o quanto antes, a reabertura do museu era dali alguns dias e ela sentia que estava estagnada naquela restauração.
A oficina estava silenciosa, exceto pelo som suave de música clássica que preenchia o ambiente, algo que sempre mantinha para ajudá-la a se concentrar. As paredes estavam cobertas de prateleiras repletas de ferramentas, pigmentos e referências históricas. Uma grande janela permitia a entrada da luz natural, iluminando suavemente o espaço e ressaltando o brilho das superfícies de mármore e madeira.
ajustou os óculos, aproximando-se novamente da escultura. Sentia uma pressão constante para entregar um trabalho impecável, afinal, era uma das restauradoras mais renomadas da cidade. Seus dias começavam cedo, antes do amanhecer, quando ela preferia trabalhar sem interrupções. Era um ritual quase sagrado para ela; o café forte, o silêncio matinal e a preparação cuidadosa das ferramentas antes de iniciar o trabalho.
Ela passava horas analisando cada detalhe das obras, estudando as técnicas dos antigos mestres para garantir que cada restauração fosse fiel ao original. Mas, recentemente, sentia-se diferente. Uma inquietação que ela não conseguia explicar a acompanhava, como se uma parte dela estivesse faltando, ou como se algo estivesse para mudar em sua vida, algo além das paredes do ateliê.
suspirou, afastando esses pensamentos. Agora não era hora para distrações. A arte sempre fora sua prioridade, o que lhe dava propósito. Mas, nos últimos dias, aquele propósito parecia menos claro, como se as cores de sua vida estivessem começando a desbotar.
Seu celular vibrou na mesa ao lado, tirando-a de seus devaneios. Era uma mensagem de sua assistente lembrando-a de uma reunião com o diretor do museu. olhou o relógio, percebendo que já havia perdido a noção do tempo. Guardou as ferramentas, tirou as luvas de proteção e se preparou para sair. Enquanto caminhava pelos corredores do museu, sentia o peso de suas responsabilidades, mas também uma curiosa expectativa que não conseguia identificar.
***
ajustou a alça da câmera no ombro enquanto caminhava pelos corredores amplos do museu, os olhos atentos a cada detalhe ao seu redor. O lugar era uma verdadeira joia, com suas paredes revestidas de obras de arte e esculturas que contavam histórias de tempos passados. Ele parava de tempos em tempos, levantando a câmera para capturar uma imagem que o fascinava, o clique suave da câmera ecoando no ambiente silencioso.
Ao seu lado, segurava uma câmera de vídeo compacta, já filmando desde que entraram. Ele mantinha o foco em , registrando a maneira como o amigo se movia pelo espaço, mas também fazia algumas tomadas do ambiente, capturando a grandiosidade do museu.
- Isso aqui é incrível, cara! – comentou, abaixando a câmera por um momento para olhar em volta – Acho que nunca vi tanta arte incrível em um só lugar.
assentiu, concordando.
- É surreal. Cada peça aqui tem uma história, e eu mal posso esperar para começar a trabalhar nesse projeto. Documentar a restauração dessas obras é uma oportunidade única.
Os dois continuaram a caminhar, parando ocasionalmente para fotografar ou filmar algo que chamava a atenção. estava particularmente interessado em como a luz natural entrava pelas grandes janelas do museu, criando um jogo de sombras nas superfícies das esculturas e nas texturas das pinturas. Ele sabia que a luz era essencial para capturar a essência das obras, e já estava planejando como usaria isso em suas fotos.
- Você já conheceu a restauradora chefe? – perguntou enquanto ajustava o foco da câmera em uma escultura imponente.
- Não pessoalmente, ainda não, – respondeu – Mas ouvi dizer que ela é incrível no que faz. Acho que vamos aprender muito trabalhando com ela.
sorriu.
- E quem sabe, fazer novos amigos também. Você precisa se enturmar mais, .
riu.
- Vamos ver como as coisas se desenrolam. Agora, vamos pegar mais algumas fotos antes da reunião. Esse lugar merece ser capturado de todos os ângulos.
Eles continuaram seu caminho pelo museu, explorando cada corredor e sala, enquanto se preparavam mentalmente para a reunião com a restauradora. Para , essa era mais do que uma simples oportunidade de trabalho; era uma chance de mergulhar em um mundo que sempre o fascinou, e ele estava determinado a aproveitar cada momento.
***
entrou na sala de reuniões com passos firmes, mas a mente ainda focada na restauração que havia deixado inacabada. A sala era ampla e bem iluminada, com uma longa mesa de madeira polida no centro, cercada por cadeiras de couro. Na cabeceira, o diretor do museu, Sr. Roberto Salazar, já a esperava com uma expressão cordial.
- , que bom que você pôde vir! – ele disse, levantando-se para cumprimentá-la com um aperto de mão firme.
- Claro, Sr. Salazar. – ela respondeu com um sorriso profissional – Estou ansiosa para discutirmos os próximos passos.
Eles se sentaram, e pousou sua pasta sobre a mesa, preparando-se para a reunião. O diretor ajustou os óculos e pegou alguns documentos que estavam à sua frente.
- Primeiramente, quero parabenizá-la pelo progresso na restauração. Sabemos que o incêndio causou danos significativos, mas você tem feito um trabalho excepcional em recuperar as peças mais importantes.
- Obrigada. – respondeu, com um aceno de cabeça – Ainda há muito a ser feito, mas estamos avançando bem.
- Sim, e é justamente sobre isso que quero conversar… – ele continuou – Dada a importância histórica do nosso acervo e o impacto do incêndio, decidimos que essa restauração precisa ser registrada de uma maneira especial. Queremos documentar todo o processo em vídeo e fotos, e eventualmente produzir um documentário que mostre ao público não só a recuperação das obras, mas também a resiliência do museu e de todos os envolvidos.
piscou, surpresa.
- Um documentário?
- Isso mesmo. – Sr. Salazar confirmou – Sabemos que será uma tarefa adicional para você e sua equipe, mas acreditamos que é uma oportunidade única de mostrar o valor do trabalho que vocês estão fazendo. Sem contar que essa produção pode ajudar a angariar mais apoio para o museu no futuro.
ponderou por um momento, assimilando a ideia:
- Entendo a importância de documentar esse processo, mas como exatamente isso vai funcionar? Minha prioridade é a restauração, então precisaremos garantir que isso não atrapalhe o andamento do trabalho.
- O planejamento já está em andamento, . – ele disse, com um tom tranquilizador – Contratamos um fotógrafo, um cinegrafista, e sua equipe. e , ambos jovens talentos que têm se destacado na área. Eles serão responsáveis por toda a documentação visual, e já estão familiarizados com o tipo de sensibilidade que um projeto como esse requer. A ideia é que eles trabalhem de maneira discreta, capturando o processo sem interferir diretamente no seu trabalho.
inclinou-se para a frente, interessada:
- Eles já começaram a filmar?
- Estão explorando o museu neste momento, capturando imagens preliminares. Vou apresentá-los a você logo após nossa reunião, para que possam discutir como integrar o trabalho deles ao seu fluxo. Acreditamos que o resultado será algo não só bonito, mas profundamente significativo.
Ela assentiu, ainda refletindo sobre o novo desafio.
- Acho que pode ser uma iniciativa interessante, se conseguirmos alinhar nossos objetivos. Documentar o que fazemos aqui pode realmente ajudar as pessoas a entenderem a importância da preservação da arte.
Exatamente. – concordou Sr. Salazar – Queremos que esse documentário mostre não apenas a técnica, mas também a paixão e o esforço envolvidos na restauração. Algo que inspire e eduque as pessoas sobre o que acontece nos bastidores de um museu.
sorriu levemente, começando a se sentir mais confortável com a ideia.
- Então, vamos em frente. Estou disposta a colaborar e a ver onde isso pode nos levar.
- Ótimo! – disse ele, levantando-se e estendendo a mão novamente -Tenho certeza de que será uma parceria frutífera. Vou levá-la até os cinegrafistas para que possam se conhecer.
pegou sua pasta e se levantou, sentindo uma mistura de curiosidade e expectativa pelo que estava por vir. Essa nova faceta do projeto poderia trazer uma perspectiva interessante ao seu trabalho, e ela estava pronta para ver como as coisas se desenrolariam.
***
Sr. Salazar conduziu pelos corredores do museu, conversando casualmente sobre o progresso da restauração enquanto se dirigiam à galeria onde e estavam trabalhando. Ao se aproximarem, podia ouvir o som suave de cliques de câmera e sussurros entre os dois homens enquanto discutiam enquadramentos e ângulos.
Quando chegaram à galeria, avistou primeiro, ajoelhado ao lado de uma escultura, ajustando o foco de sua câmera. Ele estava concentrado, o rosto parcialmente coberto pela câmera, mas a postura descontraída e os movimentos seguros mostravam sua familiaridade com o trabalho. Ao lado dele, estava ajustando o tripé para uma filmagem, mas ergueu a cabeça ao notar a chegada deles.
- … – Salazar chamou sua atenção para os dois – Este é , nosso fotógrafo, e , cinegrafista. Rapazes, esta é , nossa talentosa restauradora.
levantou-se imediatamente, tirando a câmera do rosto e estendendo a mão para cumprimentá-la. Quando seus olhos encontraram os de , ele sentiu uma onda inesperada de admiração. Ela era diferente do que ele imaginara. Havia uma aura de elegância e autoridade ao redor dela, algo que o fez se endireitar, desejando causar uma boa impressão.
- Muito prazer em conhecê-la, Sra. ! – ele disse com um sorriso genuíno, seus olhos brilhando de curiosidade.
- , por favor… – ela respondeu, apertando sua mão com firmeza – O prazer é meu, .
manteve sua expressão profissional, embora não pudesse deixar de notar a aparência agradável de . Ele era atraente, com um ar descontraído, mas havia algo em seus olhos que a fez sentir que ele era mais do que apenas um jovem fotógrafo talentoso. No entanto, ela rapidamente afastou esses pensamentos, focando-se no motivo pelo qual estavam ali.
, que estava observando a interação com um sorriso divertido, também se aproximou para cumprimentá-la.
- É um prazer conhecê-la, . Estamos ansiosos para colaborar com você nesse projeto.
- Obrigada, . – disse , acenando para ele – Ouvi falar muito bem do trabalho de vocês. Espero que possamos encontrar uma boa sinergia durante esse processo.
- Tenho certeza de que será uma experiência enriquecedora para todos nós! – comentou, sempre o mais otimista do grupo.
Sr. Salazar interveio, explicando:
- O que estamos pensando, , é que e documentem tanto as obras quanto o processo de restauração. Eles estarão por aqui, capturando momentos enquanto você trabalha. Claro, qualquer necessidade ou ajuste que você precise, estamos abertos a discutir.
assentiu, mantendo o tom profissional.
- Entendo. Desde que isso não interfira no andamento da restauração, acredito que podemos trabalhar bem juntos. Vocês estarão por aqui todos os dias?
respondeu, com um leve entusiasmo na voz:
- Sim, estaremos por aqui durante todo o processo. Queremos captar cada detalhe, não só das obras, mas também da atmosfera que você cria enquanto trabalha. Acho que isso vai trazer uma profundidade única ao documentário.
notou a paixão no tom de e, por um breve momento, seus olhos se encontraram novamente. Havia uma intensidade e sinceridade que ela não esperava. Apesar disso, ela manteve a compostura, ciente de sua responsabilidade profissional.
- Perfeito! – disse ela, com um leve sorriso – Vamos trabalhar juntos para garantir que o resultado seja algo de que todos nós possamos nos orgulhar.
Sr. Salazar, satisfeito com a introdução, olhou para os três.
- Então, se estiverem prontos, podemos começar a alinhar os primeiros passos. Acho que temos um grande projeto pela frente.
Enquanto se afastava para discutir os detalhes com o diretor, a observou, ainda impressionado com a presença dela. Ele sabia que havia mais em do que sua aparência profissional e estava curioso para descobrir. , percebendo o olhar do amigo, cutucou-o levemente.
- Ela é impressionante, não é? – comentou em voz baixa.
sorriu, ainda olhando para .
- Sim, definitivamente.
SEGUNDO CAPÍTULO
O som dos passos ecoava pelos corredores do museu enquanto , e seguiam o Sr. Salazar em direção à área principal de restauração. As paredes, adornadas com obras de arte que resistiram ao incêndio, contrastavam com o cheiro levemente acre de tinta e produtos de conservação que pairavam no ar.
caminhava à frente, seu olhar focado no caminho à frente, mas sua mente estava parcialmente distraída pelo fotógrafo que, alguns passos atrás, parecia estudá-la sempre que pensava que ela não estava prestando atenção. era atraente, sim, mas o trabalho sempre vinha em primeiro lugar, e ela se recusava a deixar algo tão mundano interferir em sua missão de resgatar a história por trás de cada obra de arte.
— Então, , — a voz de a trouxe de volta à realidade. — O que te fez seguir a área de restauração? Sempre me perguntei como alguém escolhe trabalhar diretamente com… obras que já foram criadas, em vez de criar algo novo.
Ela diminuiu o passo, permitindo que ele a alcançasse, enquanto discretamente apontava a câmera para uma obra próxima, capturando a atmosfera.
— Boa pergunta, — ela começou, ajeitando uma mecha de cabelo atrás da orelha. — Sempre amei arte, mas nunca me vi como alguém que criaria algo original. Meu prazer sempre veio de entender e preservar a história por trás de cada peça. Restaurar é quase como… resgatar memórias que, de outra forma, seriam perdidas no tempo.
sorriu, fascinado pela paixão em sua voz. Ele não esperava uma resposta tão poética, e isso apenas aumentava sua admiração.
[wpdiscuz-feedback id="i8lpd06n5k" question="Comente!" opened="0"] — Isso é incrível. Acho que de certa forma, nós, com
o fotógrafos e cinegrafistas, também fazemos isso. Tentamos capturar momentos antes que eles se percam, para que possam ser lembrados.[/wpdiscuz-feedback][wpdiscuz-feedback id="i8lpd06n5k" question="Comente!" opened="0"] — Isso é incrível. Acho que de certa forma, nós, com
— Sim, — ela respondeu, lançando um olhar breve em sua direção. — É uma boa analogia. Mas, no meu caso, as memórias que resgato pertencem a alguém que viveu séculos atrás. É um desafio e tanto.
Sr. Salazar interrompeu a conversa ao se virar para o grupo quando chegaram à sala principal de restauração, onde esculturas parcialmente danificadas e pinturas desbotadas ocupavam o espaço. “Aqui estamos,” ele anunciou.
— Essa será a principal área de trabalho da e de sua equipe, e, a partir de agora, de vocês também. Vamos documentar cada etapa dessa jornada de recuperação.
olhou ao redor, maravilhado com as peças que, mesmo em seu estado degradado, ainda exalavam uma grandiosidade que não podia ser ignorada. Ele e imediatamente começaram a tirar fotos e a filmar, enquanto se aproximava de uma das esculturas danificadas, inspecionando-a de perto.
— Esta escultura, — começou, — É uma das minhas prioridades. Ela foi bastante afetada pelo incêndio, mas acredito que ainda podemos salvá-la.
aproximou-se com cautela, agora vendo a escultura através dos olhos de . Ele fotografou a peça, mas logo encontrou seu foco voltando para ela. Enquanto ela explicava os danos e as técnicas que pretendia usar, ele estava menos preocupado com as palavras e mais encantado pela maneira como ela falava, com uma paixão contida e uma determinação que ele não via com frequência.
— Você já começou a trabalhar nela?
perguntou, tentando manter a conversa.
— Não oficialmente. — respondeu, ainda observando a escultura — Estava em fase de estudo. Queria entender melhor os danos antes de colocar as mãos na obra. Cada passo precisa ser calculado para não perder mais da história que essa peça carrega.
assentiu, impressionado. Ele sabia que havia algo mais profundo em desde o momento em que a conheceu, e agora isso estava se tornando mais claro. Ele se aproximou com sua câmera, tirando algumas fotos de enquanto ela analisava a escultura. As fotos capturavam não só a peça em questão, mas também a seriedade e a paixão dela pelo que fazia.
— É engraçado, — ele comentou, ainda segurando a câmera. — Você fala sobre essas obras como se fossem pessoas. Como se cada uma tivesse uma alma que você está tentando salvar.
parou por um momento e virou-se para ele, percebendo pela primeira vez a profundidade do comentário.
— De certa forma, é isso mesmo. Cada obra de arte tem uma história, uma essência. Eu apenas tento garantir que elas não sejam esquecidas.
sorriu, admirando ainda mais sua visão. Ele sabia que estava se apaixonando pela ideia de conhecê-la melhor, mesmo que continuasse mantendo sua distância profissional.
Enquanto continuava a tirar fotos e capturava imagens da escultura e do ambiente ao redor, retomou seu foco na peça danificada, mergulhando novamente em sua análise. Ela se aproximou das bordas mais danificadas, correndo os dedos com delicadeza sobre as fissuras na superfície desgastada pela fumaça e pelo calor do incêndio.
— Com as ferramentas certas e um pouco de paciência, consigo trazer de volta os detalhes mais sutis dessa escultura… — murmurou ela, quase para si mesma.
, que não havia tirado os olhos dela por muito tempo, abaixou a câmera e cruzou os braços, intrigado.
— Isso parece… meticuloso. Quanto tempo algo assim pode levar?
— Meses, talvez mais, — respondeu, virando-se para ele com um olhar sério. — Não existe um processo rápido na restauração. Cada parte precisa ser tratada com cuidado, respeitando os materiais e técnicas originais. O resultado final nunca deve parecer que foi ‘arrumado’… deve parecer que a peça nunca foi danificada.
se aproximou, curiosidade em seu rosto.
— Então, é como se você estivesse devolvendo a vida à obra, mas de uma maneira que ninguém percebe que ela foi restaurada.
deu um pequeno sorriso, admirando a maneira como ele compreendia o seu trabalho.
— Exatamente. É um trabalho invisível, mas essencial.
, que até então estava em silêncio enquanto ajustava a iluminação para suas filmagens, interrompeu com uma pergunta prática.
— Você já lidou com algo assim antes? Um incêndio que causou tantos danos?
fez uma pausa, refletindo.
— Incêndios, inundações, desmoronamentos… já lidei com diversos tipos de desastres ao longo da minha carreira. Cada um traz um desafio único, mas todos exigem a mesma coisa: paciência, precisão e respeito pelo trabalho original.
assentiu, impressionado, enquanto se permitiu um breve momento de admiração silenciosa. A maneira como falava do seu trabalho, a paixão que ela colocava em cada palavra, só o fazia ficar ainda mais fascinado por ela. Ele sabia que havia algo especial em , algo que ele mal começara a entender.
Quando se virou novamente para a escultura, concentrando-se no trabalho à sua frente, observou-a com um leve sorriso no rosto. Ele sabia que aquele projeto seria longo e desafiador, mas também tinha certeza de que valeria cada momento. Não só pelas obras, mas pela oportunidade de conhecê-la melhor.
O som da porta da galeria se abrindo quebrou o silêncio. Sr. Salazar entrou na sala, observando a interação entre o trio.
— Vejo que vocês já estão se conhecendo melhor, — disse ele com um sorriso. — Isso é ótimo. Vamos precisar dessa colaboração para garantir que o documentário capture não só as obras, mas também a alma do que estamos fazendo aqui.
olhou para o diretor, assentindo.
— Vou fazer o que for necessário para garantir que o processo de restauração seja documentado sem comprometer a integridade do trabalho.
lançou um olhar rápido para , que sorriu de volta. Ambos sabiam que trabalhar com seria uma experiência única, e , em particular, estava mais do que disposto a fazer o possível para que aquela colaboração se tornasse algo especial – tanto profissionalmente quanto, talvez, pessoalmente.
Sr. Salazar então se virou para e .
— Nos próximos dias, vocês vão ter acesso total às áreas de restauração, mas lembrem-se de que a prioridade é o trabalho de . Se houver algo que precise ser ajustado, falem diretamente comigo.
— Entendido, — disse , olhando de relance para , que já estava de volta ao seu foco inabalável na escultura. — Vamos fazer isso da maneira mais discreta possível.
manteve os olhos na obra à sua frente, ciente da atenção que lhe dava, mas decidida a não desviar do profissionalismo. Ele era simpático, envolvente até, mas ela sabia que manter a linha entre trabalho e qualquer outra coisa era essencial. Por mais que seus olhos tivessem captado o charme dele, ela se recusava a deixar que isso a desviasse do que realmente importava naquele momento: salvar as obras.
***
No primeiro dia de gravações, a equipe de chega ao museu logo cedo. Ele e começam a ajustar o equipamento de filmagem enquanto já está imersa no trabalho de restauração. O ambiente no museu ainda carrega o peso do incêndio, e as cicatrizes nas obras são visíveis, tornando o clima mais intenso.
e fazem algumas capturas gerais do museu antes de se aproximarem de . Eles começam a filmar discretamente enquanto ela trabalha, sem interferir em sua rotina. está focada, explicando brevemente os procedimentos e as etapas da restauração para que a equipe entenda o processo e capture os momentos importantes.
Durante as filmagens, se surpreende com a precisão e o cuidado que tem com cada detalhe da escultura que está restaurando. Ele se aproxima para fazer algumas perguntas e , de maneira profissional, responde sem perder o foco no trabalho. , por sua vez, fica encantado com sua dedicação e seriedade, embora ela não demonstre nenhum interesse além do profissional.
Ao longo do dia, a equipe de captura imagens da escultura danificada, das ferramentas de e da maneira como ela lida com as delicadas etapas de restauração. também grava algumas cenas mais amplas, tentando capturar o ambiente de tensão que o incêndio deixou no local.
Conforme as horas passam e a manhã avança, o museu começa a ganhar vida com a chegada da equipe de restauração de . Os primeiros a entrar na sala são assistentes e técnicos, que cumprimentam brevemente antes de se dirigirem às suas tarefas. O ambiente ganha um ritmo de trabalho sincronizado, com a equipe se dividindo entre as obras que ainda precisam ser cuidadas.
Pouco depois, Alejandra e Chantal, as duas melhores amigas de , entram juntas na sala. Alejandra, com seus cabelos longos e intensamente vermelhos, chama imediatamente a atenção de , que para de ajustar a câmera por um momento, surpreendido. Ela veste um macacão de trabalho prático, mas sua presença vibrante e o contraste de suas cores parecem iluminar a sala. Chantal, por outro lado, é mais discreta, com um olhar tranquilo e um sorriso sereno, cumprimentando com um aceno sutil enquanto se dirige ao seu posto.
Alejandra não demora a notar que a está observando. Com um leve sorriso de canto, ela joga os cabelos para o lado e se aproxima de , fingindo não perceber o impacto que causou.
— Parece que as coisas estão indo bem aqui,— comenta, lançando um olhar breve na direção da câmera.
, que está limpando um fragmento de uma das peças, assente, sem desviar muito a atenção de seu trabalho.
— Por enquanto, sim. A equipe de filmagem está sendo cuidadosa. Nada que nos distraia do essencial.
, ainda um pouco fascinado, tenta se recompor e continuar ajustando a câmera, mas Alejandra não passa despercebida por ele. Ele murmura para , sem tirar os olhos da cena:
— Cara, quem é aquela? Com o cabelo vermelho?
, que até então estava concentrado em tirar fotos detalhadas do processo de restauração, levanta os olhos para ver Alejandra.
— Não faço ideia, — responde, com um sorriso brincalhão. — Mas parece que você já tem alguém em mente para ser sua musa para essas filmagens.
Enquanto a equipe de começa a se organizar para o trabalho do dia, aproveita para registrar alguns momentos mais descontraídos, tirando fotos e filmando a dinâmica entre eles. Ele percebe a forte conexão que existe entre , Alejandra e Chantal, mesmo que todas se mantenham profissionais e focadas no que precisam fazer. Há risadas rápidas e trocas de olhares cúmplices, algo que ele sabe que pode capturar nas filmagens para transmitir o lado humano do projeto de restauração.
Alejandra, ainda sentindo os olhares de , não resiste a provocá-lo mais um pouco. Quando ele se aproxima para ajustar a câmera mais perto do grupo, ela se inclina levemente para e murmura, sem tirar os olhos de :
— Parece que a equipe de filmagem está mais interessada em nós do que nas obras.
dá uma rápida olhada para e e, em seguida, solta um suspiro leve.
— Desde que eles não interfiram no trabalho, tudo bem. Vamos nos concentrar.
Enquanto as primeiras gravações do dia prosseguem, mantém seu foco na restauração, guiando sua equipe e colaborando com e conforme necessário. Alejandra e Chantal também começam a trabalhar nas peças, mas as pequenas trocas de olhares entre Alejandra e se tornam quase inevitáveis. Chantal, com seu jeito mais calmo, parece perceber a situação, mas apenas sorri em silêncio, focada em suas tarefas.
limpou as mãos delicadamente em um pano, terminando o detalhe minucioso em que estava trabalhando. Ela respirou fundo, observando sua equipe espalhada pela sala, ocupada com suas respectivas tarefas. Era o momento de formalizar as apresentações e garantir que todos estivessem na mesma página sobre o projeto do documentário.
— Ok, pessoal, — ela chamou, com uma voz firme e clara que imediatamente captou a atenção de todos. — Vamos fazer uma pequena pausa.
Os assistentes e restauradores, incluindo Alejandra e Chantal, pararam o que estavam fazendo e se aproximaram de . e , que até então estavam filmando a interação da equipe com as obras, abaixaram as câmeras e se posicionaram próximos a , prontos para serem apresentados.
— Gostaria de apresentar oficialmente a equipe de filmagem, que estará conosco durante as próximas semanas documentando o processo de restauração. — virou-se ligeiramente para e , que deram um passo à frente.
— Este é , o fotógrafo principal, — disse , gesticulando para ele com um sorriso profissional. — Ele será responsável por capturar imagens detalhadas do nosso trabalho e registrar todo o progresso das restaurações.
acenou com a cabeça, sorrindo amigavelmente para a equipe.
– Prazer em conhecê-los, — disse, mantendo o olhar um pouco mais fixo em antes de se virar para o resto da equipe. — Estou ansioso para documentar o incrível trabalho que vocês estão fazendo aqui.
então indicou .
— E este é , assistente de filmagem e também o responsável por algumas gravações que faremos. Ele estará filmando as entrevistas e as etapas principais do nosso processo.
, sempre simpático, acenou com um sorriso caloroso.
— É uma honra poder trabalhar com uma equipe tão dedicada. Vamos tentar ser o menos intrusivos o possível.
olhou para sua equipe e começou a explicar como funcionaria a dinâmica entre os restauradores e a equipe de filmagem.
— Eles estarão presentes diariamente para documentar nosso progresso. Sei que pode ser estranho ter câmeras por perto enquanto trabalhamos, mas é importante que capturemos cada detalhe, especialmente após o incêndio que danificou tantas peças. Este documentário será essencial para mostrar ao público o valor da restauração e do nosso trabalho árduo.
Alejandra, que até então observava com curiosidade, se aproximou de , lançando um olhar rápido para e antes de perguntar:
— Eles vão estar com a gente o tempo todo, então? Em todas as fases do processo?
— Sim, — confirmou . — Eles vão acompanhar cada etapa, desde as análises preliminares até o trabalho mais técnico. Mas fiquem tranquilos, eles já foram instruídos a não interferir diretamente no nosso trabalho.
Chantal, sempre mais reservada, olhou para e perguntou calmamente:
— E as entrevistas? Vamos ter que falar sobre nosso trabalho em frente às câmeras?
riu levemente, quebrando a tensão.
— Só se você quiser, mas seria ótimo ouvir a perspectiva de vocês. Não queremos apenas capturar o trabalho técnico, mas também o que isso significa para vocês como restauradores. Queremos contar a história completa.
assentiu.
— Exatamente. Quem se sentir à vontade pode participar das entrevistas. Vamos agendá-las conforme o andamento do projeto, e será tudo bem natural. Nada forçado.
A equipe de trocou olhares, claramente ainda se acostumando à ideia de trabalhar sob o olhar atento de câmeras, mas o tom confiante de e a simpatia de e ajudaram a aliviar as preocupações iniciais.
— Então, vamos manter o foco e continuar o ótimo trabalho, — concluiu, voltando sua atenção para o grupo. — E qualquer dúvida que vocês tiverem em relação ao documentário, podem falar comigo, com ou com o .
Com isso, deu uma última olhada para , que lhe lançou um leve sorriso de aprovação.
— Acho que estamos prontos para começar de verdade. — Ele comentou, ainda mantendo aquele brilho admirado no olhar.
, mantendo seu profissionalismo intacto, apenas retribuiu com um aceno de cabeça.
— Sim, vamos em frente.
***
Com as formalidades resolvidas e a equipe de filmagem devidamente apresentada, o trabalho voltou a fluir no museu. e começaram a se movimentar pela sala, ajustando suas câmeras para capturar o ambiente e o progresso das restaurações. focava em detalhes artísticos — mãos restaurando as superfícies de esculturas, pinceladas precisas, a textura do mármore que lentamente recuperava sua antiga glória. Já , com sua filmadora, concentrava-se em captar a interação das pessoas, documentando não apenas o processo, mas também a dedicação no olhar dos restauradores.
Conforme a manhã avançava, tirava fotos de enquanto ela trabalhava, tentando disfarçar seu crescente fascínio por ela. Havia algo na concentração serena dela, na maneira firme como lidava com cada detalhe minucioso, que o deixava intrigado. De vez em quando, seus olhares se encontravam, mas , sempre profissional, apenas retribuía com um sorriso discreto antes de voltar ao seu trabalho.
Alejandra, por outro lado, era mais expressiva. Quando a filmava, ela não perdia a oportunidade de lançar sorrisos enigmáticos na direção dele, o que o deixava ligeiramente constrangido, mas também mais motivado a filmar seus momentos. Ele estava claramente interessado nela, e , sempre observador, não deixou de perceber.
À medida que a manhã se aproximava do fim, o ambiente no museu começou a desacelerar. A equipe de restauração terminou uma etapa importante, e anunciou que todos poderiam fazer uma pausa para o almoço.
— Vamos fazer uma pausa agora, — disse , levantando-se e alongando os braços depois de passar horas concentrada. — Quem quiser pode comer aqui no refeitório do museu, mas também é uma boa hora para quem quiser sair e respirar um pouco de ar fresco.
Alejandra e Chantal conversaram brevemente sobre onde iriam almoçar, enquanto o restante da equipe começou a se dispersar. Alguns preferiram o conforto do refeitório do museu, onde podiam comer sem se afastar do local de trabalho, mas e decidiram que precisavam de um intervalo mais longo para reenergizar e ver a cidade ao redor.
— Vamos sair um pouco? — sugeriu a , que imediatamente concordou. Eles recolheram suas câmeras e saíram juntos do museu, caminhando pelas ruas até encontrarem um pequeno restaurante local.
Assim que se sentaram, pediram suas comidas e começaram a relaxar. , sempre o mais direto, logo puxou assunto sobre o que vinha ocupando seus pensamentos.
— Então, você também notou, né?”disse ele com um sorriso sugestivo, enquanto mexia no guardanapo à sua frente.
— Sobre o quê? — perguntou, tentando manter o tom despreocupado, mas claramente já imaginando onde a conversa iria chegar.
— Alejandra… — disse, sem rodeios. — Ela não é do tipo que passa despercebida. E aquele cabelo vermelho… Cara, é impossível não notar.
riu e balançou a cabeça.
— Sim, eu percebi. E parece que ela também notou você. Ela estava te lançando olhares o tempo todo.
sorriu, mas logo desviou o foco da conversa para algo que o intrigava mais.
— Mas e a ? Percebi que você estava tirando muitas fotos dela. Algo mais interessante na restauração ou…?
hesitou por um segundo, antes de admitir:
— Ela é… intrigante. Ela é diferente. Tem uma presença forte, sabe? A maneira como ela comanda a equipe, mas sem ser autoritária, e como está sempre tão concentrada. É como se nada conseguisse quebrar a bolha dela.
— Interessante, — comentou, arqueando uma sobrancelha. — Você raramente fala assim de alguém.
deu de ombros, tentando não demonstrar tanto o interesse que sentia.
— É só que ela tem algo que me chama a atenção. Ela é claramente apaixonada pelo que faz. Acho que isso é o que mais me atrai. Profissional, focada, mas ao mesmo tempo… parece ter uma história por trás daquele controle todo.
— Talvez você descubra mais sobre ela enquanto filmamos. — sugeriu, tentando provocar .
— Talvez. — respondeu, pensativo. — Mas tenho que manter o foco no trabalho também. Não estamos aqui para distrações.
— Ah, claro! — zombou, rindo. Foco total no trabalho. É o que todos dizem.
riu também, mas seus pensamentos voltaram brevemente para . Ele sabia que precisaria manter o profissionalismo, mas não conseguia evitar a curiosidade crescente que ela despertava nele. Enquanto eles continuavam a refeição, a conversa seguiu de forma descontraída, com falando mais sobre sua impressão de Alejandra e tentando desviar de comentários mais diretos sobre .
Após terminar a refeição, estava se preparando para voltar ao museu quando seu celular vibrou sobre a mesa. Ele olhou para a tela e viu o nome de Yugyeom aparecer. Imediatamente, atendeu.
“Yugyeom, e aí? Alguma novidade?” — perguntou enquanto gesticulava para , indicando que receberia uma chamada importante.
“Fala, cara! Eu e o Mark conseguimos resolver o problema com a documentação. Depois de horas de enrolação, finalmente liberaram tudo,” — Yugyeom respondeu com alívio na voz. — “Vamos embarcar para o México amanhã.”
sorriu, aliviado.
“Cara, que notícia boa! Estava preocupado que vocês fossem ficar presos aí por mais dias.”
“Pois é, foi mais complicado do que esperávamos, mas conseguimos. O Mark mandou avisar que está tudo pronto, as passagens estão confirmadas. O plano segue como o previsto.”
“Ótimo, vou avisar o diretor aqui. Estamos avançando bem no museu, mas vai ser bom ter vocês de volta. Precisamos finalizar essas filmagens o quanto antes.”
“Perfeito. Nos encontramos no México então, amanhã à tarde. Qualquer coisa, te ligo antes do voo.”
“Fechado. Valeu pela notícia, cara. Até amanhã.” — encerrou a ligação e olhou para , que o observava com curiosidade.
— Notícias boas? — perguntou.
— Sim, o Yugyeom e o Mark conseguiram resolver o problema da documentação. Eles embarcam amanhã para o México, conforme o plano original.
sorriu, claramente satisfeito.
— Parece que as coisas estão se encaixando. Agora, é só a gente seguir com essas filmagens e finalizar o documentário.
concordou com um aceno, já sentindo o peso da responsabilidade voltar.
— Sim, ainda temos muito trabalho pela frente, mas as coisas estão indo bem.
Eles se levantaram da mesa e, após pagarem a conta, começaram a caminhar de volta ao museu.
***
Ao retornarem ao museu, e perceberam que o ambiente estava mais calmo, com a maioria da equipe de restauração e de filmagem ainda no refeitório ou aproveitando a pausa do almoço. , no entanto, já estava de volta ao trabalho, focada em detalhes minuciosos de uma das peças. Seus movimentos eram precisos e quase hipnóticos, uma dança suave entre pincéis e solventes. não pôde deixar de observá-la por alguns segundos antes de se concentrar em suas próprias tarefas.
— Vamos voltar ao trabalho, — disse , ajustando sua câmera enquanto caminhava em direção ao local onde tinham parado antes do almoço. acenou, pegando seu equipamento para reiniciar a gravação.
, ao perceber a movimentação da equipe de filmagem, levantou-se e foi até eles.
— Vocês já estão de volta? — ela comentou com um leve sorriso, limpando as mãos com um pano — Achei que fossem aproveitar mais o intervalo.
— É, o almoço foi bom, mas ainda temos muito trabalho pela frente, — respondeu, tentando manter o tom profissional, embora não pudesse evitar uma leve admiração no olhar. — Estamos prontos para continuar as gravações.
— Ótimo, — disse, com a postura sempre firme, mas amigável. — Ainda temos bastante para cobrir hoje. Vou chamar o restante da equipe para retomarmos também. Se precisarem de algo mais específico para as filmagens, é só me avisar.
— Perfeito. Acho que agora vamos focar em capturar mais da interação entre você e a equipe. Mostrar o processo em detalhe pode ser interessante para o documentário.
assentiu, claramente confortável com a responsabilidade.
— Isso faz sentido. Vou tentar coordenar as atividades de modo que vocês consigam o melhor ângulo e mais dinamismo nas cenas.
Enquanto ela se afastava para reunir sua equipe, e prepararam o local para as próximas gravações. Pouco a pouco, os restauradores começaram a retornar ao salão principal, cada um voltando aos seus postos, com Alejandra e Chantal brincando entre si, enquanto se preparavam para retomar o trabalho.
, sempre observador, começou a filmar a interação entre Alejandra e Chantal. O cabelo longo e vermelho de Alejandra capturava a luz do ambiente, criando um efeito impressionante nas lentes da câmera. focou nela por um bom tempo, intrigado pela maneira descontraída com que ela lidava com o ambiente de trabalho.
— Fazendo um documentário ou um filme de arte? — brincou baixinho, notando o tempo que estava dedicando a Alejandra.
riu, mas não desviou o foco.
— É tudo sobre estética, meu amigo.
Enquanto isso, se concentrava em capturar imagens mais amplas, mostrando o grupo inteiro em ação. Ele focava especialmente em , que coordenava as atividades com precisão, movendo-se de um lado para o outro, oferecendo orientações e corrigindo detalhes. Havia uma harmonia no trabalho dela, que sabia que seria essencial para transmitir no documentário.
O dia seguiu com fluidez, cada membro da equipe, tanto de restauração quanto de filmagem, em total sintonia. À medida que o sol se inclinava mais para o fim da tarde, os sinais de cansaço começaram a aparecer. No entanto, e mantinham-se concentrados, sabendo que aquele era apenas o primeiro dia de muitos para finalizar o projeto.
Quando o relógio marcava o início do fim do expediente, fez questão de agradecer à equipe de filmagem pela paciência e dedicação.
— Sei que o ritmo pode ser exaustivo, mas o trabalho que estão fazendo é muito importante para nós. Documentar essas restaurações é essencial para que a história desse museu sobreviva ao incêndio.
— Estamos felizes em fazer parte disso, — respondeu com um sorriso sincero. — Esse projeto tem uma importância enorme, e poder capturar o processo é um privilégio.
Enquanto os restauradores começavam a limpar suas estações e guardar os materiais, olhou para mais uma vez, percebendo que ele realmente estava interessado no que estava acontecendo ali — não apenas nas filmagens, mas no próprio processo de preservação das obras de arte. Por um momento, ela permitiu que seus pensamentos vagassem, reconhecendo o quão atraente ele era em sua dedicação. Mas, como sempre, ela rapidamente recobrou sua postura profissional, mantendo o foco no trabalho.
— Vejo vocês amanhã! — disse, ao ver e recolhendo o equipamento.
— Com certeza. Vamos continuar de onde paramos. — respondeu, já ansioso pelo próximo dia.
Assim, o primeiro dia de gravações terminou com sucesso, mas tanto quanto sabiam que algo mais havia se iniciado ali — algo que talvez se desenvolvesse nos próximos dias de filmagem.
Eu tô tentando dar atenção ao meu Jayjay, mas você não está tornando as coisas fáceis trazendo fics em que o Jackson é adorável 🥹
A minha cara só 😏😏😏
Eu adoro “POV” do moço e saber que ele tem interesse muito antes de eu saber que tenho interesse também HAHAHAHAHA
O que o dia seguinte reserva para nós?