Incepção
Abri os olhos sentindo mais do que um incômodo com a claridade. Meu corpo inteiro pulsava em uma dor descomunal. Era como se tivessem atirado centenas de pedras em mim.
A dor se vai com o toque suave de uma mão. Ouço sua voz em um suspiro, bem próximo. Ao sentir o aroma de seu perfume, arrisco abrir meus olhos e deixar que eles se acostumassem com a claridade.
– Bom dia – ouço-a dizer, me fazendo abrir um sorriso. Viro meu rosto e meus olhos encontrar um par de olhos azuis brilhantes. Sorrio de volta para e, ao me lembrar da noite passada, sinto meu corpo receber uma energia forte o suficiente para a dor que antes me massacrava, passar.
– Bom dia – respondo, abraçando-a e depositando um beijo no topo de sua cabeça –, dormiu bem?
solta uma risada maliciosa.
Seu dedo indicador faz um caminho sem rumo em meu peito e vejo até onde ela deseja ir. Olho para o lado e, no relógio digital, vejo: 22 de setembro, 06:06 am. Abro um pequeno sorriso. Ainda havia tempo até a primeira aula.
– Que tal um banho? – pergunto para ela, já tomando a iniciativa de me levantar. Vejo-a me acompanhar sem reclamar, então ligar o chuveiro na minha frente, e esperar que eu me unisse a ela.
– Pare, ! – sua mão afasta a minha como se eu a tivesse queimado.
Olho para ela, confuso e incomodado.
Estávamos na hora do intervalo entre o primeiro tempo e o segundo. Nele, havia 50 minutos para comermos e fazermos o que quisermos, até voltarmos para a sala de aula e ter mais uma bateria de matéria.
– Qual o problema, ? – pergunto. Não é como se eu estivesse tentando apalpá-la. Eu apenas estava pegando em sua mão, para caminharmos juntos até a área externa onde costumamos ficar com os nossos amigos dos outros cursos.
Ela não respondeu, mas vi em seu olhar o desconforto.
“O que pode ter acontecido? O que eu fiz?” Pensei em diversas coisas que eu poderia ter feito, mas não havia nada de errado. Não houve tempo para eu cometer qualquer gafe do momento em que acordamos e viemos para a faculdade.
Repassei nosso roteiro, enquanto a via apressar os passos para ficar com as amigas; mas, devido à última atitude, parecia mais que ela queria fugir de mim.
Após fazermos sexo no banho, quase repetimos na cama, e não fui eu quem estava fogoso. Em seguida, a levei até sua casa, onde ela disse que preferia trocar de roupa, só para não dar muito o que falar na turma. Não eram muitos os que sabiam sobre nós dois e, admito, sou um pouco mais famoso do que uma pessoa comum. Tudo porque faço parte do time de basquete; por ser minha paixão desde pequeno e um dom que Deus me deu, sou bom no jogo, chamando a atenção de olheiros e garotas.
Mas meus olhos não veem outra senão desde o momento em que a vi pela primeira vez, há 6 meses, na aula de finança. Fomos parceiros e me perguntei como não pude tê-la visto antes; , por outro lado, disse que estudamos na mesma turma desde o primeiro semestre. Estamos no sexto, e só recentemente me dei conta de sua presença.
– Brigaram de novo? – Lucca, um dos meus melhores amigos, me olhou com um riso estampado na cara e o olhar de quem estava se divertindo com minha seriedade.
Ergui os ombros, mostrando que não sabia.
, eu acho, é bipolar. Ela tem esse jeito incrível de ser às vezes, em que se mostra uma garota ousada, ambiciosa e sem escrúpulos; adoro a maneira como ela é certa de si e, principalmente, sabe o que quer. Por outro lado, às vezes mostra esse jeito doce e puritano que, na maior parte do tempo, parece em dúvida se quer ou não ficar comigo. Será que ela tem outra pessoa?
Abro um sorriso, só de pensar na ideia. Penso no que faria se soubesse que estava sendo feito de bobo por .
Decido dar um passo para trás, porque não sou de ficar correndo atrás das pessoas repetidamente. Eu acredito que, primeiro, preciso ter certeza de que não fiz nada de errado e, principalmente, que não estou sendo alvo de uma brincadeira de mau gosto. Durante o tempo em que permanecemos no intervalo, observei conversar com as amigas como se nada a preocupasse; por outro lado, não me encarou por nenhum momento. Suspirei e decidi que falaria com ela mais tarde.
À noite, decidimos ir para uma festa da fraternidade. Peguei em sua residência e segui com ela em direção à casa destinada ao time de basquete; ficava na área dos dormitórios, mas em um local mais afastado; era assim que eram as fraternidades, para que as festas não causassem problemas para os estudantes que não compareciam ao lugar e queriam fazer outras coisas, como estudar.
A festa estava sendo como todas as outras. Muito álcool, algumas drogas e pessoas vendo a necessidade de se envolver com outra, mesmo a outra não sendo exatamente a melhor do mundo. Eu, por outro lado, nunca fiquei com quem não queria – porque nunca precisei. Com do meu lado, passei um bom tempo conversando e sumindo com ela para, claro, trocar uns amassos.
– Ei – ela disse, cortando nosso beijo. Ergui uma sobrancelha, incomodado, mas paciente para ouvir o que ela tinha a dizer. Na maioria das vezes, era algo bom –, que tal irmos para outro lugar?
Como estávamos no escuro, não pude ver bem sua expressão, mas sabia exatamente que, estampado em seu rosto estava um olhar repleto de luxúria e um sorriso malicioso. Fiz um carinho em sua cintura, onde minha mão já estava apoiada e então coloquei certa pressão no local, para fazer com que ela andasse comigo para fora da casa.
Demos a volta por fora, pois me despedir em dia de festa, era como despedir em reuniões de família, você só sai uma hora depois. Fomos direto para o carro, mas, enquanto eu estava entrando no lado do motorista, fui atingido por algo duro que imediatamente me fez apagar.
– Oi – impossível. A dor em minha cabeça diminuiu com o susto que a visão me proporcionava.
Não era somente a aparência, mas a voz e até a maneira de permanecer em pé era idêntico. Permaneci boquiaberto sem saber como reagir. Em minha frente haviam duas . A diferença entre elas era mínima; a expressão no rosto dizia quem das duas era a verdadeira e a falsa.
– Você achou que era esperto, não é? – a verdadeira e agressiva se aproximou de mim, mantendo-se tão perto que era possível ver que seus olhos não eram bem azuis, estavam mais para acinzentados. – Meu nome é Kiara.
– O quê? – minha voz falhou. Seus olhos sempre foram azuis, eu tinha certeza.
Olhei para a outra , talvez a verdadeira, que tinha o rosto avermelhado, talvez pela vergonha de ter mentido para mim e me enganado.
– O que diabos está acontecendo? – pergunto, irritando. – Quer fazer o favor de desamarrar essa porra? – me remexo, sentindo a corda prendendo meus pulsos atrás da cadeira.
– Ah, é só uma brincadeira, … Você nunca reclamou quando nós dois brincamos de polícia e ladrão.
Abri a boca, sem saber exatamente o que dizer. Só podia ser palhaçada. Minha mente trabalhava em juntar as peças do que ela falava, mas a razão não permitia que eu concordasse com a conclusão.
Kiara olhou para , que abriu a boca para responder, mas sua voz não saiu. Ouvi, então, Kiara bufar e olhar para mim, sentando de frente para mim em meu colo. Suas mãos passaram por meus ombros e acariciaram o cabelo em minha nuca. Engoli seco; ela sabia exatamente como me seduzir; tenho certeza de que a mulher com que eu dormi foi Kiara.
– Somos irmãs gêmeas, mas, como pode perceber, não é todo mundo que sabe desse feito. Nossos pais faleceram em um acidente há 5 anos e nosso irmão mais velho nos banca, porém tem outras coisas com o que se preocupar. – ela inclinou a cabeça para o lado e sorriu. – gosta de você desde o primeiro ano, mas ela não é a coragem em pessoa.
Sua cabeça se voltou para e, por consequência, meus olhos também. Vi a garota sem graça, as mãos se movendo de nervoso.
– Ela acreditava que jamais teria você para ela, mas eu disse que isso não era verdade. Que eu poderia conquistar você para ela, afinal, ninguém na faculdade sabe que ela possui uma irmã gêmea. – Kiara contava o plano animada, como se enganar os outros e brincar com eles fosse a atividade mais divertida do mundo. – E foi exatamente o que eu fiz; o trato, entretanto, é que eu poderia, você sabe… – sorriu maliciosamente, trazendo suas mãos para meu peito. – E então você se mostrou bem mais interessante do que eu imaginava. Só que a idiota da minha irmã ficou morrendo de ciúmes e acabou falando pro meu namorado.
– Kiara! – gritou, nervosa, como se essa informação não pudesse ser passada para qualquer um. – N-não acredite nela, …
– Pff… – Kiara começou a rir escandalosamente, inclinando o tronco para trás enquanto segura em meus ombros.
– Então é seu namorado quem quer me matar?
– Pare de ser bobo! – Kiara riu. – Jude nunca tem a intenção de matar ninguém… – ela encostou sua testa na minha e passou a língua pelos lábios, antes de dizer: – As pessoas que ele bate quem são frágeis demais. Mas! – ela se levanta e vira para , que dá um passo para trás. – Vamos ao que interessa. Você sabe, minha irmã é… blé, virgem. Jude já disse que podia resolver isso, mas ela ainda acredita que pode perder com o príncipe encantado dela…
Kiara começou a falar sem parar, diferente de como fazia nas vezes que estava comigo; talvez ela estivesse tentando imitar . Agora vejo, uma imitação bem ruim. Enquanto isso, mordia o lábio, nervosa e sem ação.
– Então posso deixar vocês dois aqui para lidarem com essas diferenças, ou, se quiserem, posso mostrar para como que se faz. – ela sorri como se oferecer de transar com um cara na frente da irmã virgem fosse a coisa mais comum do mundo… essa mulher é absolutamente louca, assim como a irmã. – E então?
Olho para , que diz para a irmã sair, deixando Kiara desanimada. Alguns minutos depois, estávamos nós dois sozinhos no quarto. , próxima da porta, como se eu fosse o Hulk e conseguisse me desfazer dos nós da corda que me prendia e fosse atacá-la.
– Faça o favor de me desamarrar. – respondo, com raiva. Vejo-a hesitar e engolir seco. – Eu não vou te machucar, merda! Quem você pensa que eu sou?
Em um pulo, seu corpo se move para o meu, mas por ser mais delicada que Kiara, ela demora um tempo para conseguir cortar a corda. Assim que sinto a força das cordas afrouxarem em meu pulso, faço o resto do serviço, me soltando e levantando.
– Por que você fez isso? – pergunto para ela, que rapidamente se afastou de mim.
– Se você gostava de mim, passou pela sua cabeça
vir falar comigo?
Seus lábios tremeram e os olhos encheram de lágrimas.
Eu quem deveria estar chorando agora. Sou eu que quase cheguei a morrer. Ao lembrar dos socos que levei do tal Jude, sinto meu nariz voltar a pulsar, como se meu coração estivesse nele. De repente, sinto as mãos de em mim, e antes que eu conseguisse reagir, eles fizeram o trabalho de colocar o meu nariz no lugar.
– Porra! – grito, empurrando ela para longe. – Você está louca?
– Iria continuar doendo se não voltasse no lugar… – ela disse, mantendo sua distância de mim.
Não reclamei, porém também não a agradeci. Para começar, eu só estou nessa situação por culpa dela. Em segundo, não faço a merda de ideia de onde eu possa estar; as cortinas estavam fechadas e não havia nenhum objeto com a propaganda do hotel em que estamos.
– Desculpe – ela disse –, sei que fui covarde. Me arrependi no momento em que ela falou com você pela primeira vez, mas já era tarde demais. Minha irmã é um pouco… insistente.
Fiquei calado, parte de mim ainda descrente de estar passando por uma situação dessa. Se me dissessem que fui enganado por mulheres gêmeas, eu riria da pessoa. No entanto, aqui estou.
A pergunta soou berrante no meio do silêncio. Eu não sabia. Não sabia se a pessoa com que eu vivi os últimos 6 meses era ela ou a irmã. Como poderia julgar? Além disso, só um maluco ficaria com uma mulher que usou da irmã gêmea para conseguir um cara.
– Não. – respondi, vendo o alívio estampado no rosto. – E também não gosto de você.
– Você não espera que eu continue com essa palhaçada, como se ela nunca tivesse acontecido, não é? – pergunto, irônico, vendo-a morder o lábio. – Escuta. Quando você gosta de uma pessoa, precisa se arriscar para conquistá-la. Não pode simplesmente fazer o seu próprio jogo e esperar que dê certo. Sei que sou meio intocável, mas também tenho sentimentos.
A verdade é que meu ego estava completamente destroçado. Eu estava, sim, interessado nela. Por isso voltei depois de todas as vezes em que ela me afastava sem motivo algum. Eu apenas esperava por um motivo para, quem sabe, tornar tudo oficial e público.
Mas agora o plano veio por água abaixo. Agora, de frente para , não sinto nada senão raiva.
– Não. Isso seria assinar o atestado de idiota. – falo, indo até a janela e vendo se eu conseguia identificar aonde diabos eu estava.
Suspiro, vendo que eu estava somente no centro, e que não seria difícil chegar em casa dali. Olhei para e meu coração deu uma batida mais forte. Vi sua cabeça caída, assim como os ombros.
– Olha, se você quiser, podemos… – apontei com a cabeça para a cama. Eu já estava ali mesmo, e não acho que ela fosse fazer alguma coisa comigo; pelo menos, nada pior do que sua irmã faria. Eu apenas teria que garantir que a porta estivesse trancada.
Aguardei ela me responder, o que durou longos minutos. Até que então vi sua cabeça balançar, negando. Esperei que ela verbalizasse algo, mas não abriu a boca. Para ser sincero, quis que ela falasse como antes, mas talvez fosse Kiara quem tivesse tido o papo cabeça. Eu gostava do jeito calmo e ao mesmo tempo agressivo com que nos comunicamos; eu achava que era um charme do nosso relacionamento. Mas continuou calada.
Por fim, passei por ela e saí do quarto, cauteloso, caso Kiara e seu namorado brutamontes estivessem do lado de fora.
No dia seguinte, acordei com o som do celular tocando. Olhei no visor e vi o rosto de na foto que havia salvo. Não atendi. Não queria mais papo com essa maluca. Enquanto o telefone tocava, fui ao banheiro tomar um banho e colocar a roupa manchada com meu sangue para lavar.
Ao sair, vi que ela havia deixado um recado:
– Oi , é a . Desculpe. Por tudo. Eu resolvi tudo com a minha irmã e ela me prometeu que não vai atrás de você. Nem Jude. Nem ninguém. Me desculpe. Espero, hum, que seu nariz não esteja tão ruim. Click.
– Maluca… – murmuro, olhando meu rosto no espelho. Era óbvio que meu nariz estava péssimo, assim como o resto do meu corpo. Tenho certeza que aquele cara iria me matar.
Segui para a faculdade, onde as pessoas me perguntaram o que tinha acontecido, e eu apenas respondi que havia batido o carro na noite anterior. Ninguém me perguntou, afinal, todos estavam na festa e poderiam ter imaginado que eu estava pra lá de bêbado. não apareceu na aula, nem tentou entrar em contato comigo.
UMA SEMANA DEPOIS.
Era como se tudo tivesse sido um belo pesadelo. Voltei com facilidade para minha rotina entre estudos, treinos e festas.
Quando chegou o final de semana, decidi ficar em casa, ao invés de ir em uma festa do clube. Deitei em minha cama e respirei fundo, pensando no jogo que eu teria dali a duas semanas. Os treinos estavam intensos e a pressão do treinador tomavam conta de toda minha preocupação.
Fechei os olhos com sono e senti, gradativamente, meu corpo relaxar. E então, do nada, desperto com uma vontade intensa de gozar.
– Eu sabia… – sua voz sussurrou maliciosa em meu ouvido. Arregalo os olhos e viro meu rosto na direção de sua voz. Pela luz do luar, vi parte de seu rosto iluminado. A expressão era serena e extremamente sexy. – Você ainda me quer, … admita.
Tento me afastar, mas meus pulsos estavam amarrados fortemente. Olho ao redor em busca de uma segunda pessoa, mas não parecia que havia ninguém ali. Volto o olhar para Kiara, que estava em cima de mim, nua, sua mão esfregando em minha ereção.
– Saudades? – ela sorriu.
– Assim eu fico triste, … você encontrou minha irmã algumas poucas vezes e já chama por ela? Hum… menino mau. – sua mão faz magia com meu membro, que começa a formigar com a informação de que estava prestes a explodir sêmem para tudo quanto é lado.
– ? – digo, já com mais dificuldade. – O que diabos…
– , … – ela sorri. – Você é mais bobo do que imagina. – seus lábios encostam em meu ouvido e passeiam pela extensão do meu rosto, pescoço e indo em direção a meu peitoral. Sinto seus dentes me abocanharem, causando um prazer demoníaco. – Eu nunca, jamais vou te deixar.
Sua cabeça desce até minha virilha, as mãos fazendo o serviço de não deixar meu pênis esquecer da sensação do prazer.
– Porque você é meu. – ela diz, seus olhos me encarando com a luxúria que eu via nas noites em que passamos juntos.
E então, sem me pedir e sem a minha permissão, sua boca me cobre, fazendo o serviço até eu gritar em um misto de raiva e prazer alucinante.
– , DAVE! – sua voz me acorda, parecendo desesperada.
Abro os olhos com o susto e vejo ao meu lado, seus próprios olhos arregalados e a boca aberta com o desespero. Olho ao redor e vejo meu quarto. Passo a mão pelo rosto.
– Você estava tendo um pesadelo.
– O que você está fazendo aqui? – pergunto, vendo a expressão ofendida estampar em sua cara.
– Nossa, você não se lembra de nada? – ela perguntou, brava. – Você quem me ligou, .
Abri a boca e respirei fundo. Peguei em meu celular e olhei a data: 22 de setembro.
Foi, realmente, um sonho.
Mais uma vez, passo a mão pelo rosto.
– Eu tive um sonho maluco. – comento, rouco, vendo-a suavizar a expressão.
– Um pesadelo? – perguntou, compreensiva. Concordo com a cabeça. – Que tal uma ajuda para esquecer dele? – ela sorri, sua mão passando por meu peito, até descer e ir para dentro de minha bermuda.
Suspiro e deixo que ela me beije e faça o trabalho matinal de acabar com a ereção com que sempre acordo. Solto um gemido quando, em um impulso, ela encaixa seu corpo em cima do meu.
– Você gosta disso, ? – seu quadril rebola em cima de minha cintura, enquanto meu membro se encaixava dentro dela. – Você gosta de sentir meu interior?
– Ah, como eu gosto… – sorrio, minhas mãos segurando sua cintura, auxiliando em seus movimentos.
– Então sinta, … veja como eu cuido bem de você. – seu tronco se inclina para dentro de mim, até seu rosto estar bem acima do meu. – Porque você é meu.
Olho em seus olhos e o sorriso em meus lábios diminui. Eles não eram azuis.
Sua virilha aperta meu membro com força, de forma a perceber que havia algo errado.
– ? – pergunto, a voz mais falha.
– Pare de chamar por esse nome idiota. – ela murmura, aumentando o ritmo de seu quadril. – Entenda, … – suas mãos se apoiam em meu peitoral e ela se afasta para que eu pudesse enxergá-la melhor, apesar de não conseguir exatamente vê-la, devido à quantidade de sensações que pulsavam por todo meu corpo. – Você é meu.
Tentei me desvencilhar dela, mas a fraqueza me tomou conta. Era como se ela tivesse o poder de sugar minha vitalidade e me deixar enfraquecido.
O poder do diabo, aquele que quando as mãos tocam e agarram, nunca mais solta sua vítima.
Minha visão fica turva, como se passasse por uma vertigem. Em cima de mim, – ou Kiara – movia-se sem se preocupar que a pessoa abaixo de si estivesse prestes a desmaiar.
E então, a última coisa que ouvi antes de tudo apagar, foi:
– Lembre-se, , você sempre será meu.
Abro os olhos, estático e suando.
Estava escuro, mas minha visão parecia estar acostumada com o escuro. Olho ao redor, desesperado. Sem querer olhar para o lado, tateio a cama em busca de um corpo extra.
– Porra… – murmuro, fechando os olhos e respirando fundo, sentindo finalmente o corpo relaxar. – Que diabos foi isso…
Peguei em meu celular e vi que ainda eram 4 da manhã – do dia 22 de setembro. Olhei mais uma vez ao redor, só por precaução, e voltei o olhar para o celular.
– ? O que você está fazendo acordado?
Meu corpo gelou. Era ela.
Fim
Nota: Eu não me orgulho 100% dessa história porque, assim como vocês, não entendi quase nada. O conceito todo é exatamente esse, de causar um sentimento bem “quê?”, então me diga nos comentários se foi assim que terminou a leitura.
Saiba que se a resposta for ‘sim’, eu estou bem feliz!
O motivo de eu não me orgulhar é somente porque eu não sou fã dos finais não conclusivos, hahaha! Gosto dos que G A R A N T E M que os personagens tiveram um final (e feliz!). Mas não sei bem o que me levou a escrever a fanfic dessa maneira; honestamente, ela não era para ter essa vibe inception, muito menos de ter um final assim (que final, Nat? Eu sei), mas aconteceu e… bem. Me diga se foi sucesso ou se falhei, hahahaha (lembrando que se você não entendeu nada, então, mesmo que você ache que eu falhei, na verdade eu fui um sucesso (e só essa opinião é a que vale)).
ÃNFÃN! Obrigada pela leitura!
MANO HAHAHAH
Amei essa coisa tipo o filme Inception mesmo, camada atrás de camada de sonho e você nunca sabendo quando é real ou não.
E eu amo finais “x”, então… HOHOHO
Nat, tu sai divando não importa o tipo de história <3
Comentário originalmente postado em 11 de Agosto de 2021