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Sem curiosidades para essa história no momento!

I keep telling myself your ghost story

  O Vale Dormente tinha sua fama por ser um lugar de aparições e muito ligado ao sobrenatural. Claro, a maior parte das histórias eram inventadas, tanto por pessoas querendo aumentar a fama do lugar — e de si mesmas — quanto por mentes férteis que deixavam a imaginação tomar conta do seu lado racional. Mas duas histórias do Vale eram reais — ao menos o máximo que poderiam ser —, O Cavaleiro sem Cabeça e A Dama das Cinzas.
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  A minha história começa quando eu, jovem e inocente, decidi passar alguns dias no Vale Dormente para visitar os pontos turísticos. Digamos que o lugar se aproveitava das diversas lendas de fantasmas e seres sobrenaturais para chamar a atenção dos turistas e, aparentemente, eu era um desses turistas que curtiam um bom turismo macabro.
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  Me hospedei na Hospedaria Cinzenta e pedi pelo quarto “assombrado” do lugar, no qual diziam que a Dama das Cinzas aparecia. Me acomodei e depois fui dar uma volta pelo local.
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  O Vale Dormente também tinha uma aura sinistra para grande parte das pessoas porque durante o dia — e a noite também —, de repente, sem aviso prévio, uma espessa névoa cobria todo o lugar. Obviamente existem explicações para isso — que eu não vou me dar ao trabalho de descrever, você só precisa saber que o Vale é um lugar propício para a formação de névoa —, explicações racionais e científicas, mas por que estragar o misticismo da coisa? A névoa era o indicativo de que as almas que ali habitavam estavam zangadas ou tristes, não importa, a questão é que sair no meio da névoa significava que você estava propenso a sofrer um grande acidente.
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  Por mais que minha visão fosse perfeita, eu não queria arriscar em ficar fora durante um momento de névoa do dia, então logo me enfiei de volta ao meu quarto “assombrado”. Não foi exatamente uma surpresa quando vi uma mulher me encarando — mais precisamente encarando a porta — com uma expressão de fúria, a minha surpresa foi perceber que ela não se parecia com uma “dama das cinzas” que tinha sua história originada séculos atrás.
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  A mulher fez com que um vaso pesado voasse em minha direção, se espatifando contra a porta, eu só tive tempo de desviar e encará-la surpreso.
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  — Para que exatamente foi isso? — questionei, olhando diretamente na direção da mulher que, após me encarar direito, abriu a boca em surpresa e vergonha.
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  — Me desc- — Ela se parou no meio do caminho, se endireitou e ficou me olhando por um bom tempo, se movendo de lá para cá. Eu a acompanhei com os olhos. — Você pode me ver? — perguntou incrédula e eu apenas assenti.
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  Ficamos nos encarando por alguns instantes, até que cansei e fui me sentar à cama. A mulher chegou perto de mim, e quando digo perto quero dizer bem perto, quase encostando o nariz no meu.
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  — O que é você? — questionou.
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  Sorri. Admito, achei divertido que ela já tivesse suposto que eu não era um humano quase normal com um dom de ver fantasmas. Ergui a sobrancelha sem responder.
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  — Você não é humano, embora pareça um — murmurou ela, cruzando os braços e se endireitando, mas ainda me encarando.
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  — E você ainda não me disse por que jogou aquele vaso em mim. — Dei de ombros, tentando fugir um pouco da pergunta dela.
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  — Achei que fosse — respondeu, dando de ombros também. Fiquei encarando-a sem a menor ideia de quem poderia ser , mas imaginava que não era alguém bem quisto por aquela moça.
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  Ficamos mais alguns instantes a nos encarar.
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  Eu não precisei perguntar qual era a história dela, ela me contou mesmo assim.
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   era seu nome. E era o nome do seu (ex) namorado. Ela não sabia há quanto tempo estava morta — não a culpo, o tempo no mundo dos espectros corria diferente — e nem exatamente como havia morrido, mas se lembrava de ver ir embora sem pensar duas vezes e deixa-la para trás. Era por isso que ela estava tão raivosa quando entrei.
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  — E por que acha que esse tal voltaria para cá depois de te deixar? — questionei um tanto debochado.
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  — Ele sempre volta — murmurou sentando-se ao meu lado na cama.
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  — O quê? — soltei descrente.
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  — É, eu sei que é estranho, mas ele sempre volta e fica aqui, nesse quarto. — Ela suspirou.
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  — E você o assombra todas as vezes? — apenas sorriu de forma marota e eu nem precisei questionar. Era claro que ela o assombrava.
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  — Por quê? Quer dizer, você poderia simplesmente seguir em frente.
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  — Eu confiei nele e fui traída- Quem é você afinal? — Ela voltou seu olhar para mim, a expressão séria.
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  — — me apresentei. — Vampiro — completei sorrindo de lado, esperando alguma reação típica de humanos. Mas apenas balançou a cabeça em concordância e continuou a narrar sua história de vingança.
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  Por alguma razão, continuava a voltar para o local da morte de e se permitia ser assombrado das piores formas possíveis. Precisava admitir que aquela fantasma tinha ideias inovadoras no quesito “assombrar”. Mas aquilo para mim não fazia sentido, por que diabos o cara que abandonou a namorada para a morte voltaria tantas vezes aqui?
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  Depois de muitos protestos de e de uma turbulenta saída do quarto — estava apavorada com a ideia de deixar seu “lugar de morte”, tendo ficado todo aquele tempo confinada apenas àquele cômodo —, fui até o dono da hospedaria e questionei sobre o que havia acontecido no quarto em que eu estava hospedado. O senhor Macintosh explicou que, séculos atrás, aquele havia sido o quarto onde a Dama das Cinzas havia morrido, ao menos era o que as lendas diziam, mas que há alguns anos, um trágico e misterioso acidente havia acontecido com um casal que parecia investigar aparições paranormais, a jovem garota havia morrido.
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  — E quanto ao rapaz? Ele simplesmente se foi assim? — questionei.
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  O senhor Macintosh balançou a cabeça negativamente. Não, ficou se lamentando durante dias antes de finalmente conseguir forças para sair do Vale, e, desde então, todos os anos, na data do aniversário de morte da jovem, ele voltava e se hospedava no mesmo quarto.
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  — Eu não sei o que acontece ali quando ele se hospeda, o rapaz nunca quis me contar, apesar das olheiras de noite mal dormida e dos barulhos durante a madrugada. Eu acho que a pobre menina ainda o assombra de certa forma. — Eu apenas balancei a cabeça, concordando com o senhor. — E eu também acho que ele sente certo conforto ao se deixar ser assombrado. Acho que ele nunca se perdoou com o que houve com ela.
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  — E o que exatamente houve?
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  O senhor deu de ombros com um suspiro pesado.
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  — Ela tomou remédios para dormir e acabou afundando na banheira. Ele se culpa por não ter percebido a demora dela e a falta de resposta.
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  Agradeci as informações e voltei para o meu quarto, claro que sem antes ser questionado da razão de eu ter perguntado aquilo e com o leve temor no senhor Macintosh de que a “assombração” do quarto estivesse me perturbando também.
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  Quando me sentei novamente à cama, parecia… vazia.
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  — Agora você sabe que ele se importava com você — murmurei e ela assentiu. — Você pode seguir em frente.
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  Ela olhou ao redor e então voltou os olhos para mim.
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  — É estranho, agora que eu sei da verdade, ao invés de sentir que posso ir para… o além, sinto apenas um vazio. E não tem luz nenhuma pra me guiar pra seja lá onde, só… — Ela se interrompeu.
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  — Só o quê? — questionei.
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  — Só você.
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  Na época eu não sabia o que ela queria dizer com aquilo, mas decidi que eu a levaria comigo até minha terra de origem. Normalmente, nós, habitantes de Maxia não levávamos humanos de fora para lá, mas… algo em dizia que seu lugar era ali, em Maxia, onde fantasmas podiam ter uma “vida”, onde eu poderia vê-la.
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  — E foi assim, crianças, que eu conheci a mãe de vocês — finalizo a história com Anatólia e Gaius saltitando alegres no sofá.
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  — Papai, então você encontrou o amor da sua vida na sua vida-morte e na morte da mamãe? — Ana balança a cabeça um tanto confusa e eu gargalho.
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  — A morte não precisa ser o fim, meus pequenos. — Sorrio para os dois e levanto o olhar para encarar que sorria de volta.
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  Nós tínhamos encontrado uma vida após a “vida” em si ter terminado para nós, mas o que importava? Nós estamos felizes. E como um vampiro e um fantasmas conseguiram procriar? Bem, isso fica para uma outra história.
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Fim

  Nota: Não era bem isso que eu ia escrever, mas eu sou toda do contra, e quando surge um enredo que dava pra ser realmente assustador, eu caminho pro lado “fofinho” da coisa. Essa história talvez tenha maiores explicações numa longfic que eu estou planejando trazer — já faz 84 anos, eu sei —, só não sei quando HEHEHEHEH

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Liv
Liv
2 meses atrás

MULHER, EU QUERO A LONGFIC PRA ONTEM NA MINHA MESA!!!!!!!!!!
É do mesmo universo da fic com o DK, né? Pelo amor, só traz 😭😭😭
Eu simplesmente AMEI a short e queria saber mais a fundo desse casal, e também to super curiosa pra saber sobre esse universo 🥺

Nyx
Nyx
2 meses atrás

Eu simplesmente amei essa short, maravilhosa, Lelen!
Me diz que essa continuação já está no forninho? Preciso conhecer um pouco mais da história desses dois, que só com esse comecinho, deu para perceber que é incrível! Um arraso, mds!
Meus parabéns, eu amei!


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