Hearts on Lease
1º Capítulo:
Olhou mais o telão do aeroporto conferindo se seu portão de embarque não havia mudado, ao mesmo tempo em que ela pensava se havia tomado a decisão certa. O coração dela parecia tranquilo demais com aquela decisão, será que aquilo era normal? Certo? Trocar a carreira bem-sucedida que ela tinha nos Estados Unidos como diretora criativa de uma das maiores marcas de moda não só da América, mas do mundo, para trabalhar na Coreia – com uma marca bem famosa por lá também – às vezes parecia um grande tiro no escuro…
Os flashes de sua vida profissional e pessoal dançavam diante de seus olhos, como um filme em retrospectiva. Lembrou-se das coleções memoráveis, das inovações que marcaram sua trajetória. Seu nome ressoava nas passarelas e revistas de moda, uma conquista alcançada com talento e dedicação incansável.
A nítida lembrança de momentos pessoais a envolveu, um sorriso discreto curvando seus lábios. As amizades sólidas e a sensação de conquista plena em sua vida. era uma mulher completa.
No entanto, a busca por novos horizontes a seduzira. A Coreia, com seu encanto exótico e a oportunidade de mergulhar em uma nova cultura, representava uma mudança radical. Ela ponderava se essa decisão era uma busca legítima por crescimento ou uma fuga das expectativas que a cercavam.
Com a mala ao lado, deixou sua mente viajar pelas possibilidades que se estendiam diante dela. A incerteza sutilmente se misturava com a confiança que a guiara até ali. Ao embarcar naquele voo, não apenas cruzaria oceanos, mas também as fronteiras do conhecido em direção ao desconhecido, onde uma nova fase de sua vida aguardava para ser desvendada.
Enquanto aguardava o embarque, seu celular vibrava, interrompendo o fluxo de seus pensamentos. No visor, o nome “Mãe” piscava, e ela inspirou profundamente antes de atender.
“Oi, mãe!” cumprimentou , tentando transmitir tranquilidade em sua voz.
“, querida, como está tudo? Já está no aeroporto?” A voz calorosa da mãe soou do outro lado da linha.
“Sim, estou prestes a embarcar. Tudo está sob controle!” respondeu , escondendo um leve sorriso ao antecipar o motivo principal da ligação.
“Ah, que ótimo, minha querida! Estou tão animada por você… Tenho certeza de que será uma experiência incrível!” Sua mãe exaltou, mas logo sua entonação mudou sutilmente, como se estivesse prestes a abordar um tópico delicado. “E… falando nisso, você conheceu alguém especial recentemente e por isso resolveu largar tudo aqui e ir para lá? Pode falar a verdade, minha filha…”
suspirou interiormente, antecipando a direção da conversa.
“Mãe, eu mal cheguei ao aeroporto, não comece com isso agora.”
A mãe riu, uma risada que continha uma mistura de inocência e persistência.
“Eu sei, eu sei, mas uma mãe pode sonhar, não é? Imagina só, você conhecendo alguém incrível na Coreia!”
tentou desviar do assunto delicadamente.
“Mãe, estou indo para uma nova fase da minha carreira, focada nisso agora. Namoro não está no topo da lista no momento.”
A mãe suspirou, uma mistura de resignação e esperança na voz.
“Você sempre foi tão dedicada ao trabalho, querida. Mas lembre-se, a vida não é só sobre carreira. Encontrar alguém para compartilhar suas conquistas é igualmente importante.”
assentiu, mesmo sabendo que a mãe não podia ver.
“Eu sei, mãe. Vou manter isso em mente. Preciso ir agora, o embarque está começando.”
“Está bem, cuide-se, minha querida. E, quem sabe, talvez você encontre um rapaz encantador na Coreia!” disse a mãe, encerrando a chamada com uma nota de esperança.
olhou para o celular por um momento antes de guardá-lo, percebendo que a questão do namoro seria um tema recorrente durante sua estadia no exterior. Enquanto se encaminhava para a porta de embarque, ponderou sobre a nova jornada que a aguardava e a persistente influência materna em sua vida amorosa.
guardou o telefone com um suspiro contido. Sabia que a preocupação de sua mãe era genuína, mas a pressão constante sobre sua vida amorosa era uma sombra familiar que a acompanhava. Ajeitando a alça da bolsa sobre o ombro, ela avançou em direção à porta de embarque.
Enquanto se dirigia para o avião, os corredores familiares do aeroporto tornaram-se um labirinto de reflexões. Será que ela estava pronta para deixar para trás não apenas um país, mas também as expectativas que a prendiam? A decisão de se lançar em uma nova carreira na Coreia era, de certa forma, uma fuga das sutis cobranças maternas.
Ao entrar na aeronave, procurou seu assento, deixando-se envolver pelos murmúrios dos passageiros e pelo zumbido suave dos motores. A ideia de começar de novo na Coreia a empolgava, mas a sombra da expectativa materna pairava como uma nuvem no horizonte.
Enquanto a aeromoça fazia o discurso de boas-vindas, fechou os olhos por um instante, tentando silenciar as vozes externas e focar na jornada que estava prestes a iniciar. O cenário lá fora começou a mudar enquanto o avião taxiava, simbolizando as transformações que ela mesma buscava.
No meio das turbulências da decolagem, contemplou o futuro incerto à frente. A carreira promissora na moda, a cultura rica da Coreia e, claro, as persistentes esperanças maternas por um amor duradouro. Enquanto o avião ganhava altitude, ela se esforçou para deixar para trás não apenas o solo americano, mas também as amarras das expectativas que a acompanhavam.
estava a caminho de um novo capítulo, determinada a descobrir o que a vida na Coreia reservava para ela, longe das pressões e das cobranças familiares. O horizonte desconhecido a aguardava, e ela estava pronta para mergulhar nessa nova aventura com coragem e determinação.
***
Dias depois de se estabelecer em seu novo apartamento na Coreia, mergulhava em sua rotina profissional, explorando as nuances da moda local. Sentada em sua varanda, apreciando a vista noturna da cidade, seu celular tocou. Era a sua mãe… Ao atender, a voz animada de sua mãe ecoou do outro lado da linha.
“Querida, como estão as coisas na Coreia? Está se adaptando bem?”
sorriu, apreciando o entusiasmo materno.
“Sim, mãe, tudo está indo muito bem. O trabalho é incrível, a cidade é maravilhosa. Não poderia estar melhor!”
A mãe, então, mudou o tom da conversa, como se estivesse prestes a tocar em um assunto crucial.
“E quanto à sua vida amorosa, filha? Você sabe que sempre me preocupo com você. Algum rapaz especial cruzou o seu caminho?” Um suspiro involuntário escapou dos lábios de . Era uma dança familiar de perguntas e expectativas.
“Bem, mãe, na verdade, conheci alguém aqui. Ele é incrível, carinhoso e compreensivo e estamos namorando…”
Do outro lado da linha, a mãe soltou um suspiro de alívio e alegria.
“Oh, minha querida, estou tão feliz por você! Finalmente, um namorado para compartilhar sua vida. Quando poderei conhecê-lo?”
hesitou por um momento, ciente de que acabara de criar uma ficção…
“Mãe, ele está viajando a trabalho agora, mas assim que voltar, vou apresentá-lo a você… Ele é realmente especial!”
A mãe respondeu com entusiasmo genuíno.
“Mal posso esperar, querida! Você merece alguém que a faça feliz. Cuide bem desse rapaz!”
despediu-se da mãe, sentindo um misto de alívio e incerteza. A mentira sobre um namorado fictício parecia ser, por enquanto, o antídoto para as persistentes expectativas maternas. No entanto, enquanto observava as luzes da cidade brilhando à distância, ela se perguntava por quanto tempo conseguiria manter essa encenação e quais consequências inesperadas poderiam surgir dessa mentira bem-intencionada.
***
ajeitou sua gravata com uma expressão serena enquanto aguardava na recepção da agência. O contrato de namoro falso que mantivera por algumas semanas estava prestes a chegar ao fim, e ele estava prestes a se reunir com os representantes da agência para uma avaliação.
Ao ser chamado para a sala de reuniões, entrou com confiança, cumprimentando os presentes com um sorriso educado. Sua cliente, uma mulher de negócios respeitada, estava sentada à mesa, observando-o com uma mistura de gratidão e curiosidade. Os representantes da agência, profissionais experientes, analisavam a situação com olhares atentos.
- , queremos expressar nossa gratidão pelo trabalho excepcional que você realizou neste contrato! – Começou um dos representantes, fazendo uma breve pausa antes de continuar. – Recebemos feedbacks muito positivos de nossa cliente sobre sua performance durante esse período.
A mulher sorriu, dirigindo palavras de apreço a :
- Realmente, você tornou toda essa situação muito mais fácil para mim! Agradeço pela sua dedicação e habilidade em representar tão bem o papel, !
O rapaz inclinou a cabeça em agradecimento.
- É sempre minha prioridade garantir que minhas clientes se sintam confortáveis e satisfeitos com o serviço prestado!
Outro representante da agência acrescentou:
- Além disso, sua discrição e profissionalismo foram notáveis e isso é crucial para o sucesso desses contratos!
Enquanto os elogios fluíam, permanecia modesto, agradecendo e aceitando os comentários com profissionalismo. A reunião foi concluída com a assinatura dos documentos finais, encerrando oficialmente o contrato de namoro falso.
Ao sair da agência, respirou fundo, satisfeito por mais uma missão bem-sucedida. O dinheiro e os elogios eram recompensadores, mas ele sabia que, no meio dessa encenação, algo genuíno era difícil de ser desenvolvido. Observando o pôr do sol, ele refletiu sobre os desafios e as possibilidades que poderiam o aguardar no próximo contrato, sabendo que, por enquanto, a missão com aquela cliente específica estava completa.
O dia de trabalho de havia terminado, e ele caminhava pelas movimentadas ruas da cidade, perdido em seus próprios pensamentos. O ritmo constante da vida noturna envolvia-o enquanto ele se dirigia para casa, deixando para trás o cenário urbano iluminado pelos letreiros brilhantes.
Ao abrir a porta de seu modesto apartamento, suspirou aliviado, sentindo-se momentaneamente afastado das demandas do mundo exterior. Ele trocou o terno por roupas mais confortáveis, assumindo um visual descontraído. O apartamento, embora modesto, era seu refúgio, um lugar onde podia ser ele mesmo.
A cozinha pequena, mas acolhedora, testemunhava frequentemente as habilidades culinárias de . Ele gostava de cozinhar, uma paixão que cultivava como uma forma de relaxamento. Enquanto preparava uma refeição simples, pensava sobre os muitos papéis que desempenhava em sua vida profissional.
Enquanto a panela borbulhava no fogão, ponderava sobre sua carreira peculiar. Ser um “namorado de aluguel” oferecia-lhe uma perspectiva única sobre os relacionamentos, mas, ao mesmo tempo, deixava-o ansiando por algo mais genuíno. Ele desejava conexões reais, relações que não fossem construídas sobre encenações e contratos.
À mesa, saboreando sua própria criação culinária, deixou seus pensamentos vagarem sobre o que poderia ser. Imaginou-se construindo relacionamentos autênticos, onde pudesse compartilhar suas verdadeiras paixões e aspirações. A ideia de desenvolver conexões significativas começava a se tornar um anseio profundo.
Ao se recostar, olhando pela janela para o cenário noturno da cidade, refletiu sobre o equilíbrio delicado entre sua vida profissional e seus desejos pessoais. Ele se perguntava se um dia seria capaz de transcender os papéis que desempenhava e encontrar algo mais duradouro e autêntico.
No silêncio do seu apartamento, a luz suave das estrelas espreitava pela janela, e imaginou um futuro onde as conexões reais se tornassem a norma, desafiando as próprias bases de sua profissão. Enquanto a noite avançava, ele sonhava com possibilidades além dos contratos, onde a sinceridade e o carinho seriam a base de suas relações.
2º Capítulo:
2 meses depois
“Jura mãe?” – ergueu as sobrancelhas surpresa pela notícia. “Que bom, ele deve estar feliz!”
“Radiante, minha filha! Hoje é o último dia dele lá no trabalho e ele já me disse que recebeu várias homenagens! Inclusive nós dois estamos planejando passar um tempo aí com você! Eu só estava esperando essa aposentadoria dar certo, então já vamos organizar! Seu pai está com muitas saudades de você! Tem algum problema?”
abriu a boca, incrédula, pega de surpresa outra vez. Como ela diria não? Afinal de contas a casa dela era bem grande e espaçosa e os pais ficariam super bem acomodados lá, e eles sabiam muito bem disso, pois ela já havia enviado centenas de fotos da casa e até mostrado a mesma via chamada de vídeo para eles. Qual desculpa ela daria?
“Bom… eu tenho trabalhado muito! Então não sei se vou conseguir dar a atenção que vocês merecem sabe?” ela tentou, enquanto coçava a nuca .
A mãe umedeceu os lábios, nitidamente incomodada. conhecia os trejeitos da mãe de cor e salteado.
“A noite você sempre está em casa, já que quase não sai, mesmo namorando agora! Portanto, à noite você e meu genro vão conseguir nos dar atenção! Eu estou louca para conhecê-lo pessoalmente, já que nunca tive a chance de conhecê-lo por chamada de vídeo porque você tem essa bobeira de achar que está recente demais, mesmo tendo dois meses já!”
“Eu sabia que era por isso que a senhora e o pai queriam vir!” revirou os olhos.
“Não é só por isso, ! Como eu disse, seu pai sente muitas saudades! E eu também, claro! Não é possível que você não possa receber seus pais em sua casa!”
A moça respirou fundo, tentando se acalmar e tentando acalmar a mente. Ela não podia dizer que não! Mas como ela faria com o tal namorado? Ela inventaria que ele havia viajado a negócios e pronto. Daria certo.
“Posso mãe! Claro que posso! Só não quero reclamações sobre eu estar trabalhando demais e etc! Pode ser?”
“Minha querida, jamais vamos reclamar! Até parece que você não nos conhece!” A mãe riu e pensou: justamente porque conheço que estou pedindo.
“E quando vocês estão pensando em vir?”
“Vamos ajeitar só algumas coisas aqui, que tal semana que vem?” A jovem voltou a engolir seco.
“E vão ficar uma semana, quinze dias? Só para eu me programar!”
A mãe ficou em silêncio por alguns segundos.
“Queremos conhecer o máximo de coisas aí da Coreia, minha filha! Seu pai está aposentado e super empolgado! Um mês ou um pouco mais seria o ideal, não é? Pelo que pesquisamos aqui e pelo roteiro que ele está montando… vai regular até o tempo que queremos passar aí com você?”
umedeceu os lábios e então respirou fundo mais uma vez. Era tempo demais! Que diabos ela faria com o tal genro que havia inventado?
“Tudo bem! Então depois me avise a data certinho, tá bom? Agora vou desligar… estou muito feliz pela aposentadoria do papai, finalmente ele vai descansar um pouco!”
“Eu ligo para você assim que tivermos a data, querida! Estamos muito felizes, vai ser incrível, tenho certeza! Avise ao meu genrinho que estou ansiosa para conhecê-lo e não aceito nenhuma desculpa, ok?”
deu um sorriso forçado antes de responder:
“Pode deixar, mãe. Vou avisar. Estou ansiosa também!”
Ela despediu-se rapidamente, mas assim que desligou, uma onda de ansiedade a envolveu. Como ela manteria a farsa do namorado durante um mês inteiro? Era uma incógnita que exigiria muita criatividade e jogo de cintura.
***
O dia seguinte começou para com uma sensação de inquietação. Ela se arrumou para o trabalho, mas o pensamento constante sobre a iminente visita dos pais pairava sobre sua mente como uma nuvem pesada. Cada ação rotineira tornou-se um esforço, e a ideia de encobrir a mentira sobre o namorado fictício a deixava ansiosa.
Ao entrar em seu escritório na empresa de moda coreana Mixxmix, tentou mergulhar nas tarefas diárias, mas sua mente teimava em voltar para a situação em casa. Seus colegas de trabalho perceberam a mudança em seu comportamento habitualmente focado.
Durante a reunião de equipe, ela lutava para se concentrar nas apresentações e nas discussões sobre os projetos em andamento. Seus pensamentos divagavam, enquanto tentava conceber estratégias para manter a fachada da presença do namorado durante a longa estadia de seus pais.
À tarde, refugiou-se em sua sala, mas os relatórios e documentos na mesa pareciam distantes e sem importância. Seus dedos batiam nervosamente na superfície da mesa enquanto ela imaginava as perguntas que os pais poderiam fazer, as situações inusitadas que poderiam surgir.
A ansiedade cresceu quando recebeu uma mensagem da mãe, ansiosa para discutir detalhes sobre a visita planejada. respondeu com respostas vagas, prometendo atualizações em breve. Cada palavra digitada era uma tentativa de manter a fachada, mesmo que por mensagens de texto.
Ao longo do dia, sentiu a pressão aumentar. A visita dos pais, inicialmente uma notícia emocionante, agora se tornava um desafio, um teste de suas habilidades de improvisação e criatividade. Ela sabia que teria que tecer uma teia complexa de mentiras para explicar a ausência do namorado fictício.
Ao final do expediente, a mulher deixou o escritório com a mente cansada e preocupada. O trajeto de volta para casa foi repleto de reflexões sobre como manter a encenação e garantir que a visita dos pais ocorresse sem desvendar a verdade.
Chegando em casa, ela se deparou com a realidade iminente. A responsabilidade de manter as aparências e criar uma narrativa convincente estava sobre seus ombros, e a tarefa parecia cada vez mais desafiadora. sabia que teria que se reinventar e orquestrar uma performance convincente nos próximos dias, mas, por enquanto, a incerteza e a ansiedade persistiam, obscurecendo seu senso de calma e realização.
“Se acalma, ! Coloque a cabeça no lugar e arruma uma solução para essa encrenca que você se meteu!” Ela pensou enquanto se deitava para dormir.
***
A uma semana da visita dos pais, se via envolvida em uma rede cada vez mais intrincada de mentiras. Sentada em sua mesa de trabalho, ela recebeu uma mensagem no celular que anunciava a data definitiva da chegada dos pais à Coreia.
Um muxoxo involuntário escapou dos lábios dela enquanto lia a mensagem. Ela bloqueou o celular e o deixou de lado na mesa, atraindo a curiosidade de sua assistente, Yoona.
- Algum problema, ? – perguntou, observando a expressão preocupada de sua chefe.
suspirou, sentindo o peso da situação.
- Meus pais vão chegar daqui uma semana para uma visita prolongada…
- Ah, isso deveria ser uma ótima notícia, certo? – disse Yoona, tentando entender. A mulher assentiu, mas seu semblante denunciava o desconforto.
- Sim, claro! É só que… bem, eu inventei um namorado para eles, e agora estou presa nessa mentira.
A assistente arqueou as sobrancelhas, expressando surpresa.
- Um namorado? E agora?
balançou a cabeça, sentindo-se frustrada.
- Exatamente. Eu nem sequer tenho um namorado de verdade, e agora preciso inventar um para manter as aparências!
A assistente pensou por um momento antes de sugerir:
- E se você contratasse um namorado de aluguel? Há agências especializadas nisso aqui na Coreia! Poderia ser uma solução temporária para a situação.
olhou para Yoona, inicialmente surpresa pela sugestão, mas depois começou a considerar a ideia.
- Namorado de aluguel? Isso realmente existe?
- Sim, há agências que oferecem esse tipo de serviço. Você contrata alguém para se passar por seu namorado durante o tempo que precisar. Pode ser uma maneira de lidar com a situação sem comprometer sua vida pessoal.
A ideia de Yoona fez com que ponderasse. Contratar um namorado de aluguel poderia ser uma solução temporária para manter as aparências diante de seus pais. Era uma estratégia arriscada, mas, diante da complexidade da situação, a sugestão parecia oferecer uma saída viável.
sorriu para sua assistente, agradecida pela sugestão.
- Você pode ter acabado de me salvar, Yoona! Vamos ver como isso funciona.
ajustou a gola de seu blazer e pegou a pasta com os documentos essenciais para a reunião. Este era um dos dias mais importantes na agenda da diretora criativa da Mixxmix, pois seria discutida a sua participação em um grande evento de moda que teria impacto internacional.
A reunião transcorreu com a intensidade esperada. apresentou suas propostas, argumentou sobre a visibilidade da marca no evento e alinhou detalhes cruciais com os organizadores. O sucesso dessa colaboração seria vital para a imagem e expansão da Mixxmix no cenário global da moda. Ao final da reunião, com os detalhes alinhavados, sentiu um misto de alívio e empolgação. Seu compromisso com o trabalho estava, como sempre, em primeiro plano.
O resto do dia seguiu-se em um ritmo acelerado. , em sua busca pela perfeição, revisou os esboços e as ideias para a próxima coleção, participou de discussões criativas com sua equipe e revisou os contratos para garantir que tudo estivesse em ordem para o evento.
Ao chegar em casa à noite, o lembrete constante da visita iminente de seus pais pairava sobre ela. sentia a necessidade de resolver a questão do namorado de aluguel o mais rápido possível. Com o laptop aberto, ela começou a pesquisa pela melhor agência especializada em “namorados de aluguel” na Coreia.
Ao longo das horas, ela analisou avaliações, comparou serviços e finalmente escolheu uma agência que parecia confiável. fez contato com eles para obter informações detalhadas sobre o processo de contratação e os serviços oferecidos. A solução para seu dilema parecia estar tomando forma, mas ela sabia que ainda tinha um caminho a percorrer para manter a fachada de um relacionamento durante a visita de seus pais.
Antes de encerrar sua noite de trabalho, tomou nota mental de que precisava agendar uma reunião com a agência de namorados de aluguel para discutir os próximos passos. Com um suspiro, ela percebeu que essa inusitada jornada pelo mundo dos relacionamentos falsos estava apenas começando, e a incerteza do que viria a seguir adicionava um toque inusitado à sua vida já complexa.
***
- Agendei uma visita hoje à uma agência de namorados de aluguel! Vou até sair mais cedo hoje aqui da Mixxmix! Você bem que poderia ir comigo, não é? Eu libero você para sair mais cedo, para irmos juntas! – Elas riram e a assistente pareceu ponderar. – Por favor, Yoona! – segurou as mãos da outra sobre a mesa.
Yoona sorriu, contagiada pela empolgação de . Ela olhou nos olhos de sua chefe, refletindo sobre a proposta inusitada. As mãos de sobre as dela transmitiam uma mistura de ansiedade e esperança.
- Ok, ! Eu entendo o quão importante é para você resolver essa situação. Eu posso sair mais cedo hoje e acompanhá-la até a agência de namorados de aluguel. Afinal, quem sabe eu também não possa aprender algo novo sobre esses serviços? – disse a assistente, devolvendo o sorriso.
A expressão de alívio nos olhos de foi evidente. Ela apertou as mãos de Yoona suavemente, agradecendo pela compreensão e pela disposição em enfrentar juntas mais essa etapa na trama improvisada de suas vidas.
- Você é a melhor, Yoona. Vai ser bom ter sua companhia nisso tudo. Quem sabe não tiramos algo positivo dessa experiência, não é? – respondeu, já pensando nas possíveis reviravoltas que aguardavam ambas.
A cumplicidade entre e Yoona, que ia além das formalidades no ambiente de trabalho, tornava essa nova empreitada um desafio compartilhado entre amigas e profissionais. Juntas, elas se preparavam para adentrar no desconhecido mundo das agências de namorados de aluguel, onde a ficção se misturaria à realidade de uma forma intrigante.
Com a visita à agência de namorados de aluguel agendada para mais tarde, e Yoona voltaram para suas atividades na Mixxmix. Apesar da expectativa em relação ao encontro peculiar que as aguardava, ambas se esforçaram para manter o foco em suas responsabilidades profissionais.
mergulhou de volta no universo criativo da moda, revisando os últimos ajustes nos esboços da próxima coleção e garantindo que todos os detalhes estivessem alinhados para o evento de moda que se aproximava. Sua mente, no entanto, ocasionalmente divagava para a tarefa menos convencional que a aguardava na tarde.
Enquanto isso, Yoona, em sua mesa adjacente, imergiu-se em tarefas administrativas e organizativas. Ela estava acostumada a acompanhar a chefe e amiga em suas jornadas profissionais, mas essa aventura específica prometia ser um capítulo diferente. A ideia de explorar o mundo dos “namorados de aluguel” estava longe de suas experiências habituais no escritório.
À medida que o dia avançava, a ansiedade sutilmente crescia em ambos os lados da mesa de trabalho. verificava seu relógio mais frequentemente do que o habitual, enquanto Yoona ocasionalmente lançava olhares pensativos na direção de sua chefe. Ambas estavam ansiosas pela jornada única que as aguardava.
Finalmente, chegou o momento de deixar o escritório. e Yoona trocaram olhares determinados, prontas para enfrentar o desconhecido lado a lado. Com a perspectiva da visita à agência de namorados de aluguel à frente, elas seguiram em direção ao novo capítulo que se desdobraria na trama singular de suas vidas.
***
e Yoona chegaram à agência de namorados de aluguel, um espaço elegante e discreto que exalava profissionalismo. Um representante da agência, um homem de sorriso simpático e postura profissional, aguardava para recebê-las.
- Boa tarde, senhoritas! Sejam bem-vindas à LoveActors Agency. Meu nome é Joon-ho e estou aqui para ajudá-las em tudo o que precisarem – disse o representante, estendendo as mãos em um gesto caloroso.
retribuiu o cumprimento com um sorriso confiante, e então apresentou-se:
- Olá, Joon-ho! Sou , diretora criativa da Mixxmix, e esta é minha amiga e assistente, Yoona!
Yoona acenou com um sorriso, sentindo-se um pouco fora de sua zona de conforto naquele ambiente peculiar.
- É um prazer conhecê-las, e Yoona! Fico feliz que tenham escolhido a LoveActors para auxiliá-las. Podem ficar à vontade! Estamos aqui para tornar essa experiência a mais confortável possível… – assegurou Joon-ho, conduzindo-as para uma sala de reuniões aconchegante.
Sentadas em frente a Joon-ho, e Yoona começaram a explicar a situação única que as levou até ali. , com sua habitual eloquência, explicou a necessidade de criar a imagem de um relacionamento para a visita de seus pais, enquanto Yoona acompanhava atentamente, curiosa sobre como aquela agência poderia ser a solução para o dilema da amiga.
- Entendo completamente, ! Estamos aqui para ajudar a tornar essa experiência a mais autêntica e convincente possível. Poderia nos contar mais sobre o que tem em mente? Quais são suas expectativas para o ‘namorado de aluguel’? – perguntou Joon-ho, demonstrando compreensão e profissionalismo.
compartilhou detalhes sobre o perfil desejado, enquanto Yoona observava, notando a maneira como o homem captava cada nuance da história que se desenrolava à sua frente. Ao final, Joon-ho acenou com a cabeça, demonstrando que entendia as expectativas e estava pronto para ajudar.
- Então, Joon-ho, estou pensando em alguém que seja confiante, charmoso e, é claro, educado. Alguém que possa passar a imagem de estabilidade e comprometimento. Gostaria de alguém que saiba se portar em eventos sociais, que saiba falar inglês, porque meus pais não falam uma palavra de coreano e que seja capaz de interagir de forma natural. Ah, e é claro, que seja bom ator, afinal, precisamos que a história seja convincente – explicou , delineando suas expectativas.
Joon-ho ouviu atentamente, fazendo anotações conforme compartilhava os detalhes. Ele então esclareceu o processo de seleção de candidatos, destacando a importância de encontrar alguém que se encaixasse perfeitamente no perfil desejado.
- Compreendo completamente, . Nossa equipe está preparada para analisar suas preferências e garantir que a escolha seja a mais adequada para a situação. Levaremos em consideração todos os detalhes que você mencionou. Além disso, estamos aqui para ajustar qualquer aspecto conforme necessário – afirmou o atendente, transmitindo confiança à preocupada diretora criativa.
, sentindo-se mais esclarecida e confiante no profissionalismo da agência, sorriu e agradeceu a Joon-ho.
- Muito obrigada por nos ajudar nisso, Joon-ho. Estou ansiosa para ver como tudo vai se desenrolar.
Com as principais dúvidas esclarecidas, e Yoona continuaram a discussão para definir os últimos detalhes da encenação. Ao sair da agência, carregava consigo a esperança de que essa solução improvisada fosse a chave para manter a harmonia familiar durante a visita dos pais. O cenário estava montado e agora, apenas o desenrolar dos próximos dias revelaria se essa ousada estratégia seria bem-sucedida.
No dia seguinte, e Yoona se reuniram novamente para analisar os currículos e fotos dos candidatos enviados pela LoveActors Agency. Sentadas em frente ao laptop, as duas examinavam detalhadamente cada perfil, considerando não apenas a aparência, mas também as experiências e habilidades que cada candidato apresentava.
- Então, , o que você acha deste aqui? – perguntou Yoona, apontando para a tela onde estava o currículo de um dos candidatos.
A moça examinou os detalhes, ponderando sobre as qualidades que buscava.
- Ele parece ter a experiência certa em eventos sociais, e as fotos indicam uma boa presença. No entanto, acho que podemos ter mais opções antes de decidir.
Elas continuaram a revisar os perfis, discutindo os prós e contras de cada candidato. Após uma análise cuidadosa, e Yoona concordaram em selecionar dois candidatos que pareciam promissores.
Nesse momento, o telefone tocou, interrompendo a discussão. Era Joon-ho, propondo agendar um encontro presencial com os candidatos escolhidos.
“Boa tarde, ! Gostaria de marcar um horário para que possam conhecer os candidatos pessoalmente. Acredito que será uma oportunidade valiosa para avaliarem ainda mais antes de tomar a decisão final. Estariam disponíveis amanhã à tarde?” propôs Joon-ho do outro lado da linha.
olhou para Yoona, que assentiu com um sorriso.
“Sim, Joon-ho, amanhã à tarde é ótimo. Pode marcar para às 15h?”
“Perfeito! Agendarei os encontros para às 15h. Vocês poderão conhecê-los, fazer perguntas e, ao final, decidir qual deles melhor se encaixa no que estão buscando. Estou ansioso para vê-las amanhã. Até lá!” disse Joon-ho antes de encerrar a ligação.
suspirou, sentindo que o processo estava ganhando forma.
- Parece que estamos caminhando na direção certa. Amanhã será um dia interessante!
Com os encontros presenciais agendados, as amigas se preparavam para a próxima etapa, ansiosas para conhecer pessoalmente os candidatos que potencialmente desempenhariam o papel crucial na farsa que se desenhava em suas vidas.
***
No dia da entrevista, e Yoona chegaram à LoveActors Agency com uma mistura de nervosismo e expectativa. Joon-ho estava lá para recebê-las e conduzi-las até uma sala privada onde as entrevistas aconteceriam. A atmosfera estava carregada de antecipação quando os primeiros candidatos entraram na sala.
O primeiro candidato, um homem de nome Jun-seo, era carismático e demonstrava uma confiança notável. e Yoona fizeram perguntas sobre sua experiência em eventos sociais, suas habilidades de atuação e como ele lidaria com situações específicas que poderiam surgir durante o encontro com os pais de .
Enquanto Jun-seo respondia às perguntas de maneira convincente, observava atentamente, analisando não apenas suas palavras, mas também sua expressão facial e linguagem corporal. Yoona fazia anotações, registrando suas impressões iniciais.
Após a entrevista com Jun-seo, chegou a vez do segundo candidato, . Quando ele entrou na sala, as duas mulheres trocaram olhares de surpresa. era incrivelmente charmoso, com um sorriso cativante que instantaneamente iluminou a sala.
Joon-ho conduziu a entrevista, e começou a fazer perguntas sobre a experiência de e como ele encararia o desafio de representar um relacionamento em eventos sociais importantes. As respostas de foram diretas, mas cheias de charme e confiança. Ele falou sobre suas experiências anteriores de representar papéis diversos e destacou sua habilidade em se adaptar a diferentes situações.
, mesmo mantendo uma postura profissional, sentiu-se intrigada pela sinceridade misturada com uma pitada de mistério que o rapaz transmitia. Era como se houvesse mais a descobrir sobre ele.
Ao final da entrevista, Joon-ho deixou um momento para que e Yoona pudessem fazer suas próprias perguntas. , decidida a conhecer mais sobre a personalidade de , perguntou:
- Além de atuar, o que você gosta de fazer nas horas vagas? Quero saber mais sobre você como pessoa, não apenas como um ator contratado.
A resposta de revelou um lado mais pessoal, mencionando seus hobbies, paixões e a busca por conexões autênticas em meio ao seu trabalho de representação.
Enquanto a entrevista avançava, começou a sentir uma dualidade de sentimentos. Por um lado, a necessidade prática de encontrar o candidato mais adequado para o papel; por outro, uma curiosidade crescente sobre e a genuinidade por trás de sua persona de “namorado de aluguel”.
Ao final das entrevistas, e Yoona tiveram um momento a sós para discutir suas impressões. A escolha estava difícil, pois ambos os candidatos tinham qualidades notáveis, no entanto, algo sobre intrigava de uma maneira que ela não conseguia ignorar. A decisão final estava prestes a ser tomada e com isso, uma nova fase da trama se desenhava na vida de .
***
No dia seguinte, chegou à LoveActors Agency, um misto de curiosidade e ansiedade colorindo sua expressão. Ele foi conduzido até a sala de Joon-ho, onde o representante o aguardava com a notícia.
- Olá, ! Como mencionado anteriormente, , diretora criativa da Mixxmix, escolheu você para desempenhar um papel importante em uma situação delicada para ela – explicou Joon-ho, mantendo um tom profissional.
, surpreso e curioso, aguardou enquanto o homem prosseguia com as explicações.
- está prestes a receber a visita de seus pais, que estão ansiosos para conhecer o namorado que ela inventou para evitar as pressões sobre sua vida amorosa. Sua tarefa será representar esse papel durante a estadia dos pais de na Coreia.
Enquanto assimilava a peculiaridade da situação, assentiu, pronto para colaborar. Joon-ho continuou, explicando detalhes sobre o contrato, a necessidade de manter a confidencialidade e a importância de agir com autenticidade para garantir o sucesso da representação.
- É crucial que você seja convincente e capaz de se adaptar a diferentes situações. confia que você tem as habilidades necessárias para desempenhar esse papel de maneira autêntica. Vamos agora à sala de reuniões para finalizar os detalhes contratuais! – disse Joon-ho, indicando o caminho.
Juntos, eles se dirigiram à sala onde aguardava, ansiosa para formalizar a parceria. A atmosfera era carregada de expectativa enquanto eles se sentavam para assinar os papéis.
cumprimentou com um sorriso e expressou sua gratidão por ele ter aceitado o desafio.
- Estou confiante de que você será perfeito para o papel, . Seja bem-vindo à equipe, mesmo que temporariamente! – ela disse, estendendo a mão para um cumprimento amistoso.
retribuiu o sorriso da moça, aceitando o cumprimento amistoso.
- O prazer é meu, . Estou aqui para ajudar no que for preciso! – disse ele com uma expressão confiante.
Enquanto conversavam, não pôde deixar de observar mais atentamente a mulher. Ele notou a elegância em seus gestos, a confiança em sua voz e, é claro, sua beleza impressionante. Uma pergunta inevitável começou a formar-se em sua mente: por que alguém como ela, bem-sucedida e atraente, recorreria a um namorado de aluguel?
Enquanto eles discutiam os detalhes práticos, lutava contra a curiosidade que crescia em sua mente. Por que estava nessa situação? Ele se perguntou sobre as pressões que ela poderia enfrentar, as expectativas de sua família e o que a teria levado a criar essa farsa.
Ao longo da conversa, tentou não deixar transparecer seus pensamentos, mantendo uma atitude profissional, no entanto, a curiosidade persistente continuava a se manifestar, e ele se questionava sobre as complexidades por trás da vida pessoal de .
Enquanto assinavam os papéis do contrato, decidiu focar na tarefa imediata, deixando as reflexões para outro momento. Ele estava comprometido em desempenhar seu papel da melhor maneira possível e garantir que a farsa deles como casal fosse convincente. No entanto, mesmo com o foco na representação, o rapaz não conseguia ignorar completamente a intrigante questão que pairava sobre a situação. À medida que a trama se desenrolava, ele se preparava para descobrir mais sobre , sua história e as razões que a levaram a recorrer a um namorado de aluguel.
Após formalizarem o contrato, e combinaram de se encontrar para acertar os detalhes importantes da farsa que estavam prestes a viver. Marcaram um jantar em um restaurante elegante para o dia seguinte, na esperança de tornar a situação mais natural. Cada um partiu para sua casa, envolto em pensamentos e expectativas.
Enquanto dirigia para casa, o tráfego urbano noturno criava uma atmosfera de calma. A luz dos postes de rua refletia em sua janela, e o silêncio no carro proporcionava um momento para a reflexão. estava dividida entre o compromisso profissional de manter as aparências e a inquietação pessoal sobre a farsa que estava prestes a se desenrolar. Perguntas pairavam em sua mente: Como ela conseguiria manter a farsa sem revelar demais? O que seus pais realmente esperavam desse namorado temporário? Ao chegar em casa, ela encarou a iminente encruzilhada entre a verdade e a encenação.
Enquanto caminhava para casa, absorvia a atmosfera noturna, os sons distantes da cidade que ainda estava acordada. Ele se perguntava sobre , uma mulher bem-sucedida que, apesar de sua realização, optou por recorrer a um namorado de aluguel. O que estaria por trás dessa escolha? Seria apenas uma questão de manter as aparências, ou havia mais nuances em sua história? A curiosidade o impulsionava, mas também o fazia questionar o papel que desempenharia nessa farsa. Chegando em casa, sentiu a expectativa do desconhecido e o desafio que estava por vir.
Nota da autora: Olá! Não se esqueça de deixar um comentário para me dizer o que está achando! Beijos :*
3º Capítulo:
- Como você acha que deve ser a história de como nos conhecemos Yoona? Eu não consigo pensar em nada, parece que estou apavorada! Minha mente está congelada! Acho que eu deveria cancelar esse contrato, pagar essa multa e dizer a verdade aos meus pais!
se jogou em sua cadeira passando as mãos pelas têmporas, aflita e preocupada. Yoona colocou uma mão reconfortante no ombro de .
- Eu entendo sua preocupação, mas você trabalhou muito para chegar até aqui. Não vale a pena jogar tudo para o alto agora. Lembre-se de todas as suas conquistas e da pessoa forte que você é!
olhou nos olhos de Yoona, apreciando sua amizade e apoio.
- Eu só queria que as coisas fossem mais simples, Yoona. Mas parece que quanto mais tento, mais complicadas elas se tornam!
Yoona assentiu compreensivamente.
- Eu sei que pode parecer difícil agora, mas acredite em si mesma, . Você é capaz de superar isso. E lembre-se, estou aqui para te ajudar em qualquer momento, não importa o que aconteça!
As palavras de Yoona trouxeram um pouco de conforto para , fortalecendo sua determinação. Ela sabia que não estava sozinha nesta jornada e que poderia contar com o apoio de sua amiga. Com isso em mente, ela se sentiu um pouco mais preparada para enfrentar o desafio que a esperava no jantar e, claro, após ele!
pegou o celular ao ouvir a notificação de uma mensagem. Era sua mãe expressando a empolgação com a visita iminente. Com um suspiro, começou a redigir uma resposta:
“Oi mãe, estou ansiosa para recebê-los aqui na Coreia também! Tenho certeza de que será uma visita incrível! Mal posso esperar para vê-los!”
Ela enviou a mensagem com um sorriso forçado, tentando esconder sua própria ansiedade por trás das palavras positivas. A perspectiva da visita de seus pais trouxe à tona uma mistura de emoções, mas ela sabia que precisava manter as aparências, pelo menos por enquanto.
No mesmo dia, mergulhou em uma série de reuniões importantes que preenchiam sua agenda. Ela se viu imersa em discussões estratégicas, análises de mercado e planejamento de projetos. Cada momento era consumido pelo trabalho, cada segundo contava para garantir que os objetivos da Mixxmix fossem alcançados.
Apesar das preocupações pessoais que pairavam em sua mente, se esforçou para manter o foco no que estava à sua frente: o sucesso da empresa. Ela liderou as reuniões com confiança e determinação, garantindo que cada detalhe fosse cuidadosamente considerado.
À medida que o dia avançava, encontrou conforto na rotina familiar do escritório. Cada tarefa cumprida era uma pequena vitória, um lembrete de sua capacidade de lidar com os desafios que surgiam em seu caminho.
Mesmo quando a fadiga começou a se instalar, persistiu, alimentada pela paixão pelo trabalho e pelo desejo de alcançar a excelência. Ela estava determinada a cumprir suas responsabilidades profissionais antes de voltar sua atenção para as questões pessoais que a aguardavam no final do dia.
Ao pôr do sol, com as reuniões finalmente chegando ao fim, sentiu um senso de realização misturado com uma ansiedade persistente. O dia de trabalho havia chegado ao fim, mas os desafios pessoais ainda estavam à espreita, aguardando sua atenção.
***
Enquanto se preparava nervosamente em seu apartamento, o telefone tocou. Era Yoona, que sabia de sua ansiedade e decidiu ligar para oferecer apoio. atendeu com um suspiro pesado, pronta para desabafar suas preocupações.
- Oi, Yoona…
Yoona, do outro lado da linha, detectou imediatamente a tensão na voz de .
- , eu sei que você está nervosa com esse jantar, mas ouça mais uma vez… não faz sentido jogar tudo pro alto agora. Você precisa pensar que isso é um negócio como tantos outros que você fecha na Mixxmix! E isso você faz como ninguém, então não tem como dar errado! Foco !
As palavras reconfortantes de Yoona tocaram o coração de , trazendo um pouco de calma em meio ao turbilhão de emoções.
- Obrigada, Yoona! Eu realmente precisava disso agora…
Com as palavras de encorajamento de Yoona ecoando em sua mente, sentiu uma determinação renovada. Ela estava pronta para enfrentar o jantar e as incertezas que o acompanham, sabendo que tinha o apoio de sua amiga ao seu lado.
Enquanto as palavras reconfortantes de Yoona ainda ecoavam em sua mente, começou a se arrumar para o jantar, determinada a enfrentar a noite com confiança. Ela pegou sua roupa cuidadosamente selecionada e começou a se vestir.
Primeiro, deslizou a calça preta de linho, apreciando o ajuste confortável e elegante. A peça mais larguinha proporcionava liberdade de movimento, perfeita para a ocasião. Em seguida, escolheu a blusa estilo cropped na cor branca, cuja barriga aparecia ligeiramente, adicionando um toque de sutileza e charme ao visual.
Por cima, vestiu o sobre tudo no mesmo tecido da calça, completando o conjunto com uma camada de sofisticação e estilo. O casaco acrescentava uma sensação de elegância sem esforço, perfeito para a noite que se aproximava.
Para os acessórios, optou por um colar dourado que era uma corrente com um cadeado pendurado, simbolizando sua determinação em enfrentar os desafios que viriam. O toque dourado adicionava um brilho sutil ao conjunto, complementando sua pele e seu cabelo.
Nos pés, escolheu um par de tênis preto e branco, combinando conforto e estilo em uma escolha prática e moderna. Por fim, pegou uma bolsa preta, pronta para carregar seus pertences essenciais para a noite.
Ao se olhar no espelho, se sentiu confiante e preparada para enfrentar o jantar e todas as incertezas que o acompanham. Ela estava determinada a enfrentar a noite com coragem e determinação, sabendo que tinha o apoio de sua amiga e a força interior necessária para superar qualquer desafio que surgisse em seu caminho.
se preparava para o jantar com uma mistura de confiança e ansiedade. Ele escolheu uma calça de tecido preto, ligeiramente mais larga, proporcionando conforto e estilo. A peça permitia movimento livre, essencial para as ocasiões em que precisava representar um papel.
Para a parte de cima, optou por uma blusa de gola alta e mangas longas na cor preta, adicionando um toque de elegância e sofisticação ao visual. Por cima dessa blusa, vestiu uma camisa de mangas curtas e mais larga, adornada com estampas que pareciam labaredas de fogo em tons vibrantes. A combinação das duas peças refletia seu estilo único e sua confiança em expressar sua personalidade através da moda.
Apesar de estar acostumado com as formalidades e exigências do seu trabalho como namorado de aluguel, sentia uma pontada de ansiedade diante do jantar iminente. Mesmo após três anos na profissão, ele ainda experimentava um certo nervosismo antes de cada encontro, especialmente quando se tratava de uma situação tão importante como essa.
Enquanto se olhava no espelho, respirou fundo, ajustando os detalhes de sua aparência. Ele estava determinado a enfrentar o jantar com confiança e charme, sabendo que cada encontro era uma oportunidade para mostrar seu profissionalismo e habilidades interpessoais.
Com sua roupa escolhida e sua mente focada, partiu para o jantar, pronto para enfrentar o desafio que o aguardava e mostrar a que ela poderia confiar nele para desempenhar o papel de namorado de aluguel com maestria.
***
O ambiente do estacionamento estava iluminado pelos postes altos, criando uma atmosfera acolhedora enquanto e chegavam ao restaurante. Ambos se aproximaram do local quase simultaneamente, cada um saindo de seus próprios veículos.
saiu de seu carro, sentindo o coração bater um pouco mais rápido com a antecipação do encontro. Ela se endireitou, ajustando a bolsa no ombro enquanto observava se aproximando
, por sua vez, exalava uma aura de confiança e charme enquanto se aproximava do restaurante. Ele cumprimentou com um sorriso gentil, transmitindo uma sensação de calma em meio à expectativa do momento.
- Olá, ! – ele disse, sua voz suave e tranquilizadora – Você está linda esta noite…
sorriu em resposta, sentindo-se grata pelo elogio.
- Obrigada, . Você também está ótimo. Adorei a combinação!
Enquanto caminhavam juntos em direção à entrada do restaurante, uma mistura de emoções os envolvia. Ambos estavam ansiosos pelo que a noite reservava, mas também determinados a enfrentar qualquer desafio que surgisse em seu caminho.
Ao entrarem no restaurante, e foram recebidos calorosamente pela equipe e encaminhados para a mesa reservada para eles. O ambiente elegante do restaurante contribuía para a atmosfera sofisticada da noite.
Enquanto se dirigiam à mesa, demonstrou sua gentileza e cortesia ao puxar a cadeira para , convidando-a a se sentar. O gesto atencioso fez com que ela sentisse um calor repentino subir às bochechas, tingindo-as de um leve rubor.
- Obrigada, ! – disse , seu sorriso revelando sua gratidão pelo gesto cavalheiresco.
retribuiu o sorriso com gentileza, antes de tomar seu lugar à mesa. A troca de olhares entre os dois transmitia uma sensação de conforto e confiança, mesmo diante das incertezas que pairavam sobre o jantar.
Com o cenário do restaurante ao redor e a promessa de uma noite intrigante à frente, e se preparavam para mergulhar na experiência que os aguardava.
Enquanto examinavam o cardápio elegantemente decorado, e discutiam as opções disponíveis, comentando sobre os pratos e trocando ideias sobre o que gostariam de experimentar. O ambiente tranquilo do restaurante proporcionava uma atmosfera relaxante, permitindo-lhes desfrutar do momento juntos.
Apesar de estar acostumado com ambientes sofisticados devido à sua profissão, começava a sentir um leve nervosismo ao perceber o quão elegante era o restaurante. Ele se esforçava para manter a compostura, mas não conseguia evitar uma sensação de inadequação diante de tanta sofisticação.
, atenta aos sinais sutis de , percebeu o nervosismo em seu rosto e no seu tom de voz. Ela colocou gentilmente a mão sobre a dele, transmitindo conforto e apoio silencioso. Seus olhos encontraram os dele, transmitindo uma mensagem de tranquilidade e confiança.
- Está tudo bem, . Não precisa se sentir nervoso… – disse ela suavemente – Pense que estamos aqui para desfrutar da companhia um do outro e da deliciosa comida deste lugar maravilhoso.
As palavras reconfortantes de ajudaram a acalmar os nervos de , dissipando a tensão que se acumulava em seu peito. Ele sorriu, grato por sua compreensão e apoio, enquanto os dois continuavam a explorar o cardápio juntos, ansiosos para desfrutar de quem sabe, uma noite memorável ao lado um do outro.
Após examinarem cuidadosamente o cardápio, e finalmente decidiram sobre os pratos e o vinho que acompanhariam a refeição. Com um aceno discreto, chamaram o garçom para fazerem seus pedidos.
- Para mim, vou querer o risoto de cogumelos selvagens… – disse , com um sorriso.
assentiu, acrescentando:
- E eu irei experimentar o filé mignon ao molho de vinho tinto!
Quanto ao vinho, optaram por um Pinot Noir suave e frutado, perfeito para harmonizar com os pratos escolhidos.
Após o garçom partir para entregar o pedido à cozinha, um breve momento de silêncio pairou sobre a mesa. e se olharam, meio sem saber o que dizer, mas o silêncio era confortável, cheio de uma tensão suave.
Nesse instante, não pôde deixar de notar mais uma vez a beleza de . Seus olhos capturaram os detalhes delicados de seu rosto, o brilho suave em seus olhos e o sorriso gentil em seus lábios. Ele se viu cativado por sua presença, maravilhando-se com sua elegância e charme.
Um sorriso involuntário se formou nos lábios de enquanto ele admirava , perdido por um momento no encanto de sua companhia. Era impossível para ele não se sentir atraído por ela, não apenas pela sua beleza exterior, mas também pela sua inteligência, determinação e gentileza.
Enquanto esperavam pelo retorno do garçom, sentiu uma onda de tranquilidade e contentamento se espalhar por seu ser. Observando à sua frente, ela não pôde deixar de notar como ele irradiava uma aura de charme e elegância, mesmo em meio à leve tensão que pairava sobre eles.
Seus pensamentos se dispersaram, refletindo sobre como aquele momento simples, compartilhado em um restaurante sofisticado, estava repleto de significado para ela. Era mais do que apenas um jantar; era um encontro entre duas pessoas que estavam prestes a embarcar em uma jornada juntos, enfrentando os desafios que a vida lhes reservava.
sentiu-se grata pela companhia de . Ela se perguntou o que o futuro reservava para eles, mas no momento presente, estava feliz em apenas estar ali, aproveitando a sensação reconfortante de conexão e camaradagem.
Enquanto os segundos passavam, deixou-se envolver pela atmosfera do restaurante, apreciando cada detalhe ao seu redor e a presença reconfortante de ao seu lado. Era um momento de paz e serenidade em meio ao turbilhão da vida, um instante de verdadeira conexão que ela esperava poder guardar para sempre em seu coração.
Enquanto os dois se perdiam em seus pensamentos, o restaurante continuava sua dança de luzes e sombras. Era um momento simples, mas repleto de significado, um instante de conexão entre duas almas que se encontraram em meio ao caos do mundo.
Depois de um momento de contemplação silenciosa, decidiu quebrar o silêncio, buscando iniciar uma conversa leve e descontraída.
- Então, … – começou ele, com um sorriso gentil – Como nós dois nos conhecemos? Há quanto tempo estamos juntos, e como você gostaria que eu te tratasse na frente dos seus pais?
Ele esperava que essa linha de questionamento pudesse abrir espaço para uma conversa mais descontraída e ao mesmo tempo permitir que eles esclarecessem alguns detalhes importantes sobre a farsa que estavam prestes a representar.
- Que tal algo como… nos encontramos em uma conferência de moda em Seul? Você estava trabalhando como assistente de um renomado estilista, e eu estava lá como representante da Mixxmix. Trocamos olhares de longe durante o evento e acabamos nos aproximando depois de alguns dias. Parece plausível o suficiente para convencer meus pais, não acha?
- Claro! Muito plausível! Então eu sou assistente de estilistas? – assentiu para ele com fervor – Certo! Vou pesquisar bastante sobre o assunto para parecer o mais fiel o possível a profissão, caso seus pais me perguntem algo e etc.
- Quanto ao tempo que estamos juntos, acho que podemos dizer que são quatro meses. É um período razoável para justificar o compromisso que aparentamos ter, e sobre como você deve me tratar na frente dos meus pais, acho que devemos manter as coisas simples e naturais. Nada muito exagerado, mas também não muito distante. Vamos agir como um casal normal, certo?
Com essas respostas, espera garantir que eles tenham uma história convincente para apresentar aos seus pais e que possam manter a farsa do relacionamento o mais realista possível.
- Claro, . Você é a contratante, então sua opinião é a que mais importa. Estarei aqui para te apoiar e agir conforme sua vontade. Quero que se sinta confortável em cada momento, seja na frente dos seus pais ou em qualquer outra situação. Vamos trabalhar juntos para tornar essa experiência o mais natural e convincente possível!
Enquanto expressava sua disposição em apoiá-la, sentiu uma onda de gratidão e calor se espalhar por seu peito. Seus olhos encontraram os dele por um breve momento, antes de ela abaixar o olhar, sentindo as bochechas corarem mais uma vez com a gentileza e consideração dele.
Antes que ela pudesse dizer mais alguma coisa, o garçom chegou à mesa, interrompendo o momento delicado. Ele trouxe consigo uma garrafa de vinho, deslizando-a suavemente sobre a mesa com um sorriso cortês.
agradeceu ao garçom com um aceno de cabeça, aproveitando a oportunidade para recuperar a compostura enquanto ele servia o vinho. Ela pegou a taça que lhe foi oferecida, sentindo o frescor do líquido contra seus lábios enquanto tentava disfarçar a agitação interna causada pelo encontro com .
Depois de retomarem a conversa, e continuaram a discutir os detalhes da farsa que estavam montando. queria garantir que parecesse conhecer detalhes pessoais sobre ela, para que a história deles como casal parecesse ainda mais autêntica.
- Então, … – começou – Há algumas coisas que gostaria que você soubesse sobre mim, para que possa interpretar seu papel de namorado de forma mais convincente. Por exemplo, adoro música clássica e tenho um gosto particular por violino. Além disso, sou fascinada por fotografia e costumo tirar fotos em preto e branco quando estou viajando.
Ela olhou para ele, esperando que essas pequenas informações ajudassem a construir uma narrativa mais rica sobre seu relacionamento fictício. Afinal, quanto mais detalhes ele conhecesse sobre ela, mais naturalmente poderia agir na presença de seus pais e em outras situações simuladas.
- Certo . – respondeu , ouvindo atentamente as informações que ela compartilhava – Anotarei essas características para garantir que possa incorporá-las em nossas interações. Quanto mais autêntico parecer nosso relacionamento, melhor será para convencer seus pais de que somos um casal de verdade!
Com um sorriso curioso, quebrou o padrão usual ao perguntar diretamente a sobre ele mesmo.
- E você? – ela indagou, deixando-o momentaneamente surpreso com a mudança de dinâmica – Quais são seus hobbies, seus interesses? Gostaria de conhecê-lo um pouco mais também…
A pergunta pegou de surpresa, fazendo-o refletir sobre como normalmente as interações com suas clientes seguiam um roteiro pré-determinado. Ele se sentiu lisonjeado pela curiosidade genuína de e começou a compartilhar um pouco mais sobre si mesmo, revelando alguns de seus interesses e passatempos.
- Na verdade, , poucas pessoas me perguntam isso… – ele confessou, um brilho de gratidão em seu olhar – Gosto de passar meu tempo livre lendo, especialmente romances clássicos. Também sou apaixonado por fotografia, então podemos ter um interesse em comum nesse aspecto.
À medida que a conversa continuava, e encontravam-se compartilhando não apenas detalhes sobre suas vidas inventadas, mas também um vislumbre genuíno de suas personalidades reais. Era um momento único de conexão em meio à farsa que estavam criando, algo que nenhum dos dois esperava encontrar quando concordaram com o plano inicialmente.
***
Enquanto deixavam o restaurante para trás e caminhavam de volta ao estacionamento, e compartilhavam um clima de cumplicidade, resultado da conversa honesta e dos detalhes compartilhados durante o jantar.
- … – começou , rompendo o silêncio confortável que se estabeleceu entre eles – Acho que nosso plano está progredindo muito bem até agora. Estou confiante de que conseguiremos convencer seus pais de que somos um casal genuíno.
assentiu, concordando com um sorriso tranquilizador.
- Sim, concordo. Acho que estamos nos saindo muito bem juntos, . Obrigada por ser tão dedicado a essa farsa e por se esforçar para torná-la o mais autêntica possível!
Ela parou por um momento, olhando para ele com determinação.
- Sobre o jantar para a data em que meus pais chegarão… Que tal combinarmos para daqui a três dias? Parece uma oportunidade perfeita para nos prepararmos para a visita deles e garantir que tudo corra conforme o planejado.
concordou prontamente, expressando sua aprovação pela ideia.
- Excelente ideia, . Estarei lá pronto para mais uma etapa do nosso plano. Mal posso esperar para ver como tudo se desenrolará…
Com os detalhes do próximo encontro combinados, e continuaram seu caminho, ansiosos pelo que o futuro reservava para sua farsa de relacionamento e pela oportunidade de impressionar os pais dela.
Ao chegar em casa, se preparou para dormir, mas sua mente ainda estava repleta das lembranças do jantar com . Enquanto se deitava na cama, ele não conseguia deixar de pensar nos detalhes que havia observado nela ao longo da noite.
Seu rosto delicado, iluminado por um sorriso sincero, ainda pairava em sua mente, assim como o jeito como ela mexia nas mãos quando estava nervosa. Cada gesto, cada expressão parecia revelar um pouco mais sobre sua verdadeira essência, e se viu encantado por cada pequeno detalhe.
No entanto, enquanto refletia sobre a beleza e a personalidade cativante de , uma pergunta persistente ecoava em sua mente: Por que alguém tão encantador como ela precisaria de um namorado de aluguel? Por que ela não conseguia encontrar um relacionamento verdadeiro e genuíno?
Essa questão continuava a intrigá-lo, mas sabia que não cabia a ele julgar as escolhas de . Ele estava ali para ajudá-la a cumprir seu plano, não para questionar suas motivações.
Com esses pensamentos girando em sua mente, finalmente fechou os olhos, deixando-se levar pelo sono enquanto se perguntava o que o futuro reservava para ele e .
4º Capítulo:
O grande dia havia finalmente chegado… mantinha os braços cruzados abaixo do peito e aguardava pelos pais no aeroporto de Incheon. Ela engolia em seco de cinco em cinco minutos e encarava , que aguardava a seu lado pelo desembarque dos “sogros”.
estava visivelmente tenso enquanto esperava ao lado da mulher pelo desembarque dos pais dela. Seus olhos escuros demonstravam uma mistura de ansiedade e nervosismo, e suas mãos estavam levemente trêmulas, mesmo que ele tentasse disfarçar isso ao manter os braços cruzados.
Ele engolia em seco com frequência, uma manifestação clara de seu nervosismo crescente. Cada vez que um avião pousava e passageiros começavam a sair, seu coração parecia bater mais rápido, como se estivesse prestes a saltar do peito.
Apesar de tentar manter uma expressão serena no rosto, era evidente para que estava se sentindo extremamente apreensivo com a chegada dos “sogros”. A responsabilidade de interpretar o papel de namorado de aluguel diante deles era uma pressão adicional que ele não podia ignorar.
Mesmo assim, se esforçava para permanecer calmo e composto, sabendo que era importante para dar suporte a durante esse momento crucial. No entanto, por dentro, ele estava repleto de nervosismo, preocupado com o desfecho dessa encenação e com o que o futuro reservava para eles.
À medida que as pessoas continuavam a sair do portão de desembarque, começava a ficar cada vez mais nervosa. Seus olhos varriam ansiosamente a multidão em busca de seus pais, mas eles não apareciam. Cada minuto que passava sem vê-los aumentava sua agitação, e ela não conseguia conter a sensação de apreensão que crescia dentro dela.
Em um momento de frustração e nervosismo, bateu o salto do pé no chão, uma manifestação física de sua ansiedade crescente. Ela sabia que não deveria se deixar levar pela preocupação, mas era difícil manter a calma quando seus pais ainda não haviam aparecido.
Observando atentamente a reação de , percebeu seu estado de agitação e preocupação. Com um gesto gentil, ele colocou uma mão reconfortante sobre os ombros dela, oferecendo um apoio silencioso e tranquilizador. Seu toque era um lembrete de que eles estavam juntos nessa situação e que ele estava ali para apoiá-la, não importasse o que acontecesse.
sentiu um leve conforto com o gesto de , e sua tensão começou a diminuir lentamente. Ela sabia que, acontecesse o que acontecesse, poderia contar com ele ao seu lado durante esse momento desafiador.
Finalmente, após uma espera ansiosa, os pais de apareceram pelo portão de desembarque, empurrando um carrinho de malas. O coração de deu um salto de alívio ao vê-los, e um sorriso nervoso se formou em seus lábios.
Os olhos da mãe de rapidamente encontraram os dela no meio da multidão, e então se desviaram para , que estava ao lado de sua filha. Um brilho de reconhecimento e curiosidade surgiu nos olhos dela quando viu o jovem ao lado de , e um sorriso caloroso iluminou seu rosto enquanto ela e o marido se aproximavam.
A moça sentiu um misto de emoções ao ver os pais se aproximando, acompanhadas pela sensação de alívio por finalmente estarem juntos novamente. Ela lançou um olhar rápido para ao seu lado, grata por sua presença reconfortante durante esse momento importante.
Juntos, e aguardaram enquanto os pais dela se aproximavam, prontos para dar início a essa nova fase do plano que haviam traçado juntos.
Enquanto os pais de se aproximavam, seu pai foi o primeiro a chegar até ela, abrindo os braços em um gesto acolhedor. Com um sorriso radiante, ele a envolveu em um abraço caloroso, expressando sua alegria por revê-la após tanto tempo.
- Minha querida , como senti sua falta! – disse ele com ternura, mantendo-a apertada em seus braços por um momento antes de soltá-la.
Enquanto isso, a mãe de , cujo nome era Darci, observava atentamente , seu olhar percorrendo-o de cima abaixo com interesse. Um sorriso simpático brincava em seus lábios enquanto ela avaliava o jovem ao lado de sua filha, apreciando sua presença ali.
Darci então dirigiu-se a com um cumprimento cordial, estendendo a mão em sua direção.
- É um prazer conhecê-lo, . Sou Darci, a mãe de ! – disse ela com gentileza, seu tom amistoso transmitindo uma sensação de boas-vindas.
Enquanto isso, correspondia aos cumprimentos da mãe de sua “namorada” com educação e simpatia. Ele apertou a mão dela com firmeza, demonstrando respeito e cortesia. Por dentro, o rapaz se sentia um pouco tenso diante da avaliação silenciosa de Darci, mas ele estava determinado a causar uma boa impressão.
À medida que a conversa fluía entre eles, sentiu um calor reconfortante se espalhar por seu peito. Ver seus pais interagindo com de maneira tão amigável e natural era um alívio para ela, e ela se sentiu grata pela maneira como ele estava lidando com a situação.
Com um sorriso nos lábios, se juntou à conversa, compartilhando histórias e atualizações sobre sua vida desde que havia se mudado para a Coreia. Ela se sentia feliz por finalmente ter seus pais ali com ela, e sabia que, com ao seu lado, eles seriam capazes de superar qualquer desafio que surgisse.
***
Enquanto se preparavam para deixar o aeroporto, se ofereceu para ajudar a carregar as malas dos pais de até o carro. Com um sorriso gentil, ele pegou algumas das malas e guiou-os pelo terminal em direção ao estacionamento.
No caminho, os pais de expressaram sua gratidão pela gentileza de , elogiando sua atitude prestativa e educada. sentiu um orgulho discreto ao vê-lo interagir tão naturalmente com seus pais, e ela agradeceu silenciosamente por sua presença reconfortante.
Ao chegarem ao carro de , ele abriu o porta-malas e começou a ajudar a guardar as malas cuidadosamente. Com habilidade e eficiência, ele organizou o espaço para garantir que todas as bagagens coubessem de forma segura.
observou com admiração enquanto cuidava das malas, apreciando sua gentileza e atenção aos detalhes. Ela se sentia grata por tê-lo ao seu lado, ajudando a tornar esse encontro com seus pais o mais suave possível.
Com as malas devidamente guardadas, todos entraram no carro, prontos para seguir em frente com o próximo capítulo de sua jornada juntos. sentiu-se reconfortada pela presença de ao seu lado e ansiosa pelo que o futuro reservava para eles.
Após deixarem o aeroporto, , e seus pais seguiram em direção à casa de em Incheon. No caminho, aproveitou a oportunidade para atuar como guia turístico improvisado, apresentando pontos turísticos e compartilhando curiosidades sobre a cidade.
Os pais de ficaram encantados com a beleza de Incheon, maravilhando-se com a arquitetura moderna, os jardins pitorescos e a atmosfera vibrante da cidade. Eles admiraram a paisagem urbana enquanto destacava os locais de interesse ao longo do trajeto.
Enquanto exploravam a cidade juntos, sentia uma sensação de felicidade ao ver seus pais tão entusiasmados com a nova experiência. Ela agradecia silenciosamente a por sua habilidade em tornar o passeio tão agradável e informativo para todos.
À medida que o dia avançava, percebia o quanto estava grata por ter ao seu lado durante esse momento especial com seus pais. Ela sabia que, com ele ao seu lado, seriam capazes de criar memórias preciosas juntos, enfrentando os desafios com confiança e determinação.
Ao chegarem à casa de , todos desceram do carro e começaram a retirar as malas do porta-malas. e se uniram para ajudar os pais dela, pegando as malas e levando-as para dentro da casa.
Enquanto subiam as escadas até a entrada principal, aproveitou para mostrar a casa para seus pais, destacando os detalhes e explicando as diferentes áreas. Os pais de olhavam ao redor com admiração, impressionados com a grandiosidade e o conforto do local.
Enquanto isso, observava discretamente a casa majestosa de , impressionado com a elegância e o estilo do lugar. Era a primeira vez que ele entrava ali, e ele se esforçava para disfarçar sua admiração, já que precisava manter a aparência de que já estava familiarizado com o ambiente.
Enquanto continuavam o tour pela casa, explicava os diferentes cômodos e características, garantindo que os pais dela se sentissem bem-vindos e confortáveis. A atmosfera era de alegria e animação enquanto todos se instalavam na casa de , prontos para aproveitar o tempo juntos.
Enquanto os pais de começavam a se ajeitar e se instalavam confortavelmente em seu novo ambiente, e decidiram deixá-los sozinhos para que pudessem se ambientar à vontade.
Enquanto caminhavam de volta para a sala, propôs uma ideia inesperada: ao invés de saírem para comer, ele sugeriu cozinhar para todos eles ali mesmo, na casa de .
- Que tal se eu preparar o jantar para nós esta noite? – sugeriu , com um sorriso gentil – Posso fazer algo especial para dar as boas-vindas aos seus pais e tornar a nossa primeira noite juntos ainda mais memorável.
olhou para ele, surpresa pela proposta, mas ao mesmo tempo encantada com a ideia. Ela sabia que era um excelente cozinheiro, e a ideia de compartilhar uma refeição caseira com seus pais na confortável atmosfera de sua casa parecia perfeita.
- Isso soa maravilhoso, ! – respondeu , com um sorriso caloroso. – Estou certa de que meus pais vão adorar. Vamos tornar esta noite especial.
Com isso, os dois concordaram em começar os preparativos para o jantar, ansiosos para compartilhar uma refeição memorável.
***
Enquanto o cheiro delicioso do jantar se espalhava pela casa, o pai de foi o primeiro a se dirigir à cozinha. Ele seguiu o aroma tentador até encontrar preparando a refeição com habilidade e dedicação.
Ao se aproximar de , o pai de colocou uma mão sobre o ombro dele, expressando sua apreciação pelo esforço do jovem em preparar o jantar. Ele observou a panela no fogão com interesse, curioso para saber o que estava sendo preparado.
- Cheira maravilhosamente bem, ! – disse o pai de , com um sorriso sincero. – Você tem talento na cozinha, isso é certo. Estou ansioso para provar sua culinária.
A expressão de aprovação do pai de trouxe um sorriso de satisfação ao rosto de . Ele se sentiu grato pelo reconhecimento e pela oportunidade de mostrar suas habilidades culinárias aos pais de .
- Obrigado, senhor – respondeu , com humildade. – Estou confiante de que todos vão gostar. Apenas mais alguns minutos e estaremos prontos para servir.
Com isso, os dois continuaram a trabalhar juntos na cozinha, ansiosos para compartilhar o resultado de seu esforço com os outros. O clima na casa era de alegria e expectativa, enquanto todos aguardavam ansiosamente o jantar que estava por vir.
Enquanto todos se acomodavam à mesa, o aroma delicioso da comida preparada por enchia a sala de jantar, criando uma atmosfera acolhedora e convidativa. sorriu enquanto servia os pratos, observando com carinho seus pais e se preparando para desfrutar da refeição.
A mãe de não conseguiu conter sua curiosidade e começou a fazer uma série de perguntas a , demonstrando interesse em conhecê-lo melhor.
- Então, , como você conheceu minha filha? – perguntou a mãe de , com um brilho travesso nos olhos. – E onde você aprendeu a cozinhar tão bem?
respondeu às perguntas com cortesia, descrevendo a história fictícia que ele e haviam combinado de contar sobre seu suposto encontro em uma conferência de moda em Seul. Ele explicou que aprendera a cozinhar enquanto trabalhava em vários empregos ao longo dos anos.
Enquanto o jantar progredia, a mãe de continuou a bombardear com perguntas, parecendo não perceber o desconforto sutil de . Em certo momento, interveio, lançando um olhar de advertência para sua mãe.
- Mãe, por favor, deixe comer em paz – disse suavemente, mas firmemente. – Ele passou a noite quase toda preparando este delicioso jantar para nós, então vamos aproveitar o momento sem interrogatórios, tudo bem?
A mãe de pareceu um pouco surpresa com a repreensão, mas assentiu, reconhecendo a validade da observação de sua filha. Ela desviou o foco das perguntas e todos voltaram a desfrutar da refeição em um clima de harmonia e camaradagem.
Enquanto e cuidavam da louça na cozinha, os pais dela aproveitavam a vista deslumbrante da sacada do luxuoso apartamento. não pôde deixar de notar que Darci, a mãe de , ocasionalmente lançava olhares discretos na direção deles, o que o deixou um pouco desconfortável.
Em um momento, enquanto estava ocupada lavando os pratos, percebeu Darci observando-os com uma expressão atenta. Como se não notasse o olhar da “sogra”, moveu-se silenciosamente ao lado de e, com um gesto gentil, retirou uma mecha de cabelo do rosto dela.
olhou para com surpresa e gratidão, agradecendo-lhe com um sorriso discreto. Darci, que observava a cena de longe, pareceu impressionada com o gesto de , e um sorriso leve curvou seus lábios.
A ação de não apenas demonstrou sua atenção aos detalhes, mas também sutilmente desviou a atenção de Darci de seus olhares penetrantes, permitindo que todos continuassem a desfrutar do momento em harmonia. Enquanto lavavam a louça juntos, e compartilharam um breve momento de cumplicidade, conscientes da delicada dança que estavam executando para manter a farsa do namoro intacta diante dos olhos atentos de Darci.
***
Depois de um momento agradável juntos, e decidiram que era hora de ele ir embora. Eles se dirigiram à sala de estar, onde os pais de estavam sentados, apreciando a vista e conversando entre si.
Com um sorriso gentil, se aproximou de Darci e do pai de para se despedir. Ele expressou sua gratidão pela oportunidade de conhecê-los e compartilhar essa noite especial. Darci e o pai de retribuíram os cumprimentos calorosamente, expressando sua apreciação pela hospitalidade de .
Então, se virou para , a “namorada”, e segurou suavemente suas mãos. Eles trocaram um olhar significativo, entendendo o papel que estavam desempenhando. Como parte do disfarce, deram um leve selar de lábios, transmitindo uma sensação de afeto aos observadores.
Em seguida, e se abraçaram ternamente, compartilhando um momento de proximidade antes da despedida. Com um último sorriso, acenou para os pais de e se dirigiu à porta, deixando o apartamento enquanto os pais dela observavam com aprovação e ternura.
Depois que partiu e fechou a porta atrás de si, ela se virou para encarar seus pais, sentindo um misto de nervosismo e alívio. Seus pais estavam radiantes e cheios de elogios para , o que trouxe um breve momento de alívio para .
Ao ouvir os elogios calorosos de seus pais a respeito de , sentiu um peso sendo retirado de seus ombros, pelo menos momentaneamente. Ela se permitiu relaxar um pouco diante da aprovação de seus pais e sorriu, grata por ter conseguido passar por essa primeira prova.
Enquanto seus pais continuavam a tecer elogios sobre a simpatia e a gentileza de , permaneceu ao lado deles, aproveitando o momento de tranquilidade e felicidade em meio às complexidades de sua farsa de namoro. Por um instante, ela permitiu-se acreditar que talvez tudo pudesse dar certo no final.
Enquanto dirigia seu carro para longe da casa de , seu pensamento estava dominado pelo leve selar de lábios que compartilhou com ela. Uma mistura de emoções o invadiu, desde a excitação até a incerteza sobre o que aquilo significava para ambos.
Para acalmar a si mesmo, repetia mentalmente que o gesto não passava de um simples toque de lábios, algo que ele já havia feito inúmeras vezes com outras mulheres em seu trabalho como namorado de aluguel. Ele tentava se convencer de que não havia nada de especial naquele momento, que era apenas parte do jogo que estavam representando.
No entanto, por mais que tentasse racionalizar a situação, não conseguia ignorar a sensação que o selar de lábios havia deixado em sua mente. Por um breve instante, ele se permitiu imaginar um futuro onde aquele gesto não fosse apenas uma encenação, mas sim uma expressão genuína de afeto entre ele e . No entanto, logo afastou esses pensamentos, lembrando-se de seu papel e da natureza temporária de seu relacionamento com .
Com um suspiro resignado, voltou sua atenção para a estrada à sua frente, determinado a deixar de lado quaisquer pensamentos sobre o que poderia ter sido e focar apenas no que era necessário para manter a farsa do namoro com .
5º Capítulo:
- Minha filha, tem certeza? – Darci olhava seu reflexo no imenso espelho do quarto a filha –
- O que mãe? Não confia no meu senso de moda? – colocou as mãos na cintura, um tanto quanto ofendida –
- Não é isso querida! – a mãe, ficando vermelha, tratou logo de responder – É só que não é muito o meu estilo do dia a dia, não é?
soltou um suspiro e aproximou-se, colocando uma mão reconfortante no ombro da mãe.
- Claro que não é o seu estilo do dia a dia, mãe. – ela disse suavemente – Esse é um evento de gala. Precisamos estar vestidas de acordo. Você está linda e elegante, exatamente como deve estar para uma ocasião como essa.
Darci deu um meio sorriso, ainda se sentindo um pouco desconfortável.
- Você acha mesmo, ? Não estou exagerada?
- De jeito nenhum, mãe. – assegurou – Você está maravilhosa! E além do mais, você vai brilhar ao meu lado. Vamos representar a nossa família com muito estilo.
Darci olhou-se novamente no espelho, tentando ver o que via. O vestido era realmente lindo, destacando suas melhores características. Ela endireitou os ombros, respirando fundo.
- Ok, você venceu! – ela disse, virando-se para com um sorriso mais confiante – Vou confiar no seu senso de moda.
sorriu, satisfeita.
- É assim que se fala. Agora, vamos nos preparar para arrasar nesse evento. – ela disse, pegando a bolsa de mão e puxando a mãe pela mão – E lembre-se, mãe, você vai estar ao lado do . Ele vai garantir que você se sinta à vontade o tempo todo.
Darci assentiu, ainda um pouco nervosa, mas sentindo-se mais tranquila com as palavras da filha. Juntas, elas saíram do quarto, prontas para a noite que prometia ser inesquecível.
e Darci caminharam pelo corredor e chegaram à sala onde e o pai de estavam esperando. Assim que entrou na sala, vestindo um deslumbrante vestido vermelho que realçava sua figura esbelta, ficou momentaneamente sem palavras.
Ele estava de pé ao lado do “sogro”, que estava explicando algo sobre a arquitetura de Nova Iorque, quando os olhos de encontraram , ele ficou visivelmente impressionado. Seu coração deu um salto, e ele teve que se esforçar para manter uma expressão serena.
- Uau, , você está incrível! – disse , com um sorriso que tentava esconder seu verdadeiro espanto. Ele não conseguia desviar o olhar, admirando como o vestido realçava a elegância natural de –
Darci, ao perceber o olhar de admiração de , sorriu satisfeita. O pai de virou-se para ver o que havia capturado a atenção de e deu um largo sorriso ao ver a filha.
- Minha querida, você está deslumbrante! – o pai exclamou, abrindo os braços para um abraço –
sorriu, um pouco tímida com todos os olhares sobre ela, mas feliz com os elogios. Ela se aproximou do pai e o abraçou.
- Obrigada, pai. A mãe está bonita também! – ela disse, voltando-se para Darci, que ainda ajustava os detalhes do próprio vestido –
, tentando se recompor, se aproximou de e ofereceu o braço para acompanhá-la até o carro que os levaria ao evento.
O caminho para o evento foi repleto de instruções de para os pais e até para , afinal de contas aquela seria a primeira aparição “pública” dos dois. Não que ela fosse uma grande celebridade na Coreia, mas no que se referia ao mundo da moda, ela era sim conhecida, especialmente pelo seu currículo no emprego e país anterior. O que a tornava interessante aos olhos da mídia Coreana e Estadunidense. Então a vida dela repercutia na Coreia e especialmente fora dela.
suspirou profundamente quando terminou de falar e então começou a admirar a vista de Seul pela janela do carro, que passava rapidamente por suas vistas. era a primeira cliente de que não tinha uma vida completamente privada e particular, e a realidade daquilo o estava atingindo agora. e ele seriam fotografados, ela provavelmente daria entrevistas para as revistas de moda, e seriam escritos artigos sobre os dois na mídia.
Ele sabia que a agência estava cuidando de tudo para que nenhuma informação sobre sua vida falsa como assistente de estilistas fosse descoberta, e eles já tinham uma espécie de “dossiê” falso sobre a carreira que havia sido inventada para ele, para evitar que o segredo de , que de certa forma era uma cliente um pouco mais importante, fosse descoberto.
Mas e se ele desse algum passo em falso que pusesse tudo a perder? E se de repente, a imprensa coreana ou a estadunidense não o achassem bom o suficiente para ela? E se com isso, os pais de que eram muito preocupados com essa parte da vida da filha, começassem a achar isso também?
O coração de começou a bater mais rápido, e ele percebeu que sua mão começava a suar… Não, ele não podia dar uma crise de ansiedade logo agora! Não depois de tanto tempo sem ter nenhuma e não num momento tão importante quanto aquele.
Ele levou discretamente a mão ao peito para sentir os batimentos cardíacos e viu que eles aumentavam, então ele começou a respirar pelo nariz e soltar pela boca, calmamente, esperando que aquilo ajudasse seus batimentos cardíacos a normalizarem. A voz dos pais de era o plano de fundo enquanto ele continuava olhando para fora da janela do carro. A visão dele começou a ficar turva e então ele abaixou a cabeça e fechou os olhos, precisava ser mais forte que aquelas sensações todas.
depois de sorrir vendo os pais deslumbrados pela beleza de Seul, olhou para que tinha a cabeça baixa e respirava profundamente. abaixou o rosto ficando da mesma altura que o de e então colocou delicadamente uma das mãos sobre as costas dele.
- O que foi ? Está passando mal? – ela perguntou baixo para que só ele pudesse ouvir –
sentiu um leve arrepio com a voz suave de tão próxima à seu ouvido e então virou o rosto na direção do dela, fazendo com que a pontinha dos narizes se encostassem. Ele observou a feição preocupada de , passeando os olhos pelo rosto dela. Não podia estragar as coisas!
- Só um leve mal estar, acho que minha pressão caiu! Só isso, não se preocupe .
- Você está com uma crise de ansiedade, não está? Eu já tive muitas, sei como elas funcionam !
Ele piscou os olhos algumas vezes sentindo o coração palpitar ainda mais rápido e o estômago embrulhar. Os lábios dele secaram também, então ele levou a língua aos mesmos, umedecendo-os.
- Ei vocês dois… não estão brigando não é? – eles ouviram a voz da mãe de perguntar –
- Não! O está com um mal estar, só isso! – espontaneamente acariciou as costas dele –
- Já estou melhorando! Está tudo bem…
- Oh querido, você não quer abaixar as janelas do carro? Tomar um ar pode ajudar, não é?
O pai de concordou procurando abrir as janelas do carro.
vasculhou a bolsa com pressa enquanto as janelas eram abertas pelo motorista e sentiu o vento gelado de Seul lhe tocar o rosto.
- Toma! – segurou a mão de e colocou um comprimido na palma de sua mão – Eu carrego sempre comigo para caso minha pressão abaixe!
piscou para ele que apertou o comprimido e a mão dela, numa forma silenciosa de agradecer.
guardou o comprimido no bolso, mas logo lhe entregou uma garrafa de água, que provavelmente estava no carro. Ele abriu a mesma e então, um pouco trêmulo, pegou o comprimido no bolso e o tomou. Fazia tanto tempo que ele não se medicava por causa da ansiedade…
- Se sente melhor querido? – a sogra perguntou –
abaixou a cabeça, sorrindo sem mostrar os dentes, com a preocupação genuína da mais velha.
- Vou melhorar até chegarmos ao evento, pode ficar tranquila tchindjon omini!
sorriu ao ouvir chamar a mãe de “sogra” em coreano.
- O que? – a sogra arregalou os olhos –
- É sogra em coreano mãe! – respondeu depois de olhar para , que sorriu para ela –
- Ah! Como se diz mesmo? – ela se remexeu no banco, toda orgulhosa –
- Tchin-djon o-min! – virou o rosto para ensinar Darci –
Ele viu os olhos da mulher brilharem e então sorriu para ela, que piscou para ele.
sentiu as batidas do coração desacelerarem um pouco e então ele limpou o suor das mãos na calça bege de tecido que usava. Voltou a olhar a noite de Seul pela janela e fez a mesma coisa que ele, sabendo que rapidamente ele melhoraria com o remédio.
***
Assim que chegaram ao local e desceram do carro, alguns flashes já os atingiram. se encontrou com Yoona. As duas se cumprimentaram, e ela fez uma breve reverência para , depois apresentou a assistente aos pais.
- Vou levar seus pais para a mesa reservada para nós da Mixxmix, e aí venho buscar você e o depois que passarem pelo tapete vermelho e derem as entrevistas ok? – Yoona olhou para e depois para –
respirou profundamente, voltando a acalmar os batimentos cardíacos e então lhe apertou o ombro, tentando transmitir segurança.
- Você não precisa se pressionar tanto !
- E se não me acharem bom o suficiente para você?
- Quem exatamente? – franziu o cenho –
- A imprensa… especialmente a do seu país!
sorriu sem mostrar os dentes para ele e voltou a lhe apertar o ombro.
- Nunca me importei com o que achavam de mim. Exceto meus pais, claro, porque são muito importantes, mas o restante… – ela deu de ombros –
- Mesmo assim, ! A imprensa pode influenciar seus pais, pelo pouco que já percebi…
- Meus pais só querem me ver namorando , só isso. Eles amaram você, e amaram mais ainda o fato de que encontrei um coreano para namorar e aparecer em público, e eu não vejo motivos nenhum para a imprensa desaprovar você. E outra coisa, o que a imprensa tem haver com a minha vida pessoal ou com quem eu me relaciono?
engoliu seco e então encarou o grande tapete vermelho. As mãos dele voltaram a suar e então segurou uma delas, ela assentiu com firmeza para quando ele olhou de volta para ela.
- Relaxa! É só agir naturalmente. Os flashes podem cegar um pouco, mas rapidamente você se acostuma. Vamos posar como um desses casais famosos, responder algumas perguntas e pronto. Deixe que eu responda as perguntas quando se sentir desconfortável ou não souber o que falar, até porque eu acredito que a maioria das perguntas vai ser sobre moda.
assentiu para ela tentando soar confiante e então apertou a mão dela numa atitude instintiva.
Ambos começaram a caminhar pelo tapete vermelho, com a frente, guiando pela mão. Diferentemente do esperado, não encarou o chão, olhou diretamente para os fotógrafos, olhando para baixo apenas para tomar cuidado em não pisar na cauda do vestido de . Fator que não passou despercebido pelos fotógrafos, o cuidado dele em não pisar no vestido da “namorada”.
Os dois logo começaram a posar para as fotos. O coração de parecia querer rasgar o peito de tão forte que batia, e ele tremia um pouco. Encarou os fotógrafos de frente, enquanto circundava a cintura de com sua mão, trazendo o corpo esbelto dela para mais perto do seu.
O toque firme e inesperado de fez ela se desequilibrar levemente antes de sentir o quadril dele bater no seu. Ela olhou para , que mantinha os olhos nas lentes dos fotógrafos e ele parecia outra pessoa! Completamente diferente daquele que havia passado mal dentro do carro de ansiedade, ele parecia confiante, seguro de si mesmo e um verdadeiro cavalheiro que estava ali para posar ao lado de sua namorada para aquela montanha de flashes.
Isso fez com que sorrisse abertamente enquanto ainda olhava para ele. O que fez os fotógrafos coreanos balbuciar coisas como: “que fofos!” ou “encantadores.”
E então olhou para , não aguentando e sorrindo de volta para ela enquanto as bochechas enrubesciam.
- Muito bem! – ela balbuciou para ele, ainda sorrindo –
- Obrigado! – ele agradeceu, ainda tímido –
Depois eles andaram mais um pouco pelo tapete vermelho, parando para pousar mais um pouco, e ele sempre tomando cuidado com a barra do vestido vermelho que usava, o que encantou ainda mais os fotógrafos. Quando estavam chegando ao fim do tapete vermelho, as entrevistas começaram.
conversou primeiro com a Marie Claire Korea, onde respondeu rapidamente suas expectativas para o evento, suas expectativas para a nova coleção da Mixxmix, seu item de moda preferido do momento, e disse claro, de qual estilista da Mixxmix era a sua roupa.
, com os braços cruzados atrás do corpo e um pouco mais afastado, observou responder com facilidade as perguntas questionadas enquanto ria e sorria. Ele voltou a se perguntar porque ela não tinha um namorado de verdade, sendo tão bonita, inteligente e espontânea daquele jeito.
Nenhuma pergunta sobre o namoro dela e de foi feita pela repórter da Marie Claire, o que foi um alívio para os dois, em seguida ela foi abordada por um representante da Cosmopolitan dos EUA, ela já conhecia quase todos os representantes da revista, então abraçou o repórter rapidamente.
A primeira pergunta foi claro, sobre seu vestido, depois ela respondeu sobre como estava sendo morar num país com a cultura tão diferente da sua, e aí veio a primeira pergunta sobre :
- Então quer dizer que você teve que vir para o outro lado do mundo para conhecer um amor?
Os olhos do repórter pousaram em , que umedeceu os lábios.
- Quem diria não é? Os homens coreanos tem o molho, se é que você me entende…
Os dois riram e também deu uma risadinha breve, enquanto abaixava a cabeça.
- E como se conheceram?
Os dois voltaram a se olhar e então respondeu:
- Num evento de moda… – ela piscou os olhos algumas vezes, começando a ficar nervosa –
- Um evento desses privados? – questionou o repórter –
- Sim! Um desses mesmo…
- E você? Pode dizer que as americanas tem o molho? – o repórter riu e levou o microfone na direção de –
Ele deu alguns passos até conseguir alcançar o microfone e ficou ao lado de , que o encorajou com o olhar.
- As americanas eu não sei, mas a minha namorada sim! – gargalhou, fazendo sorrir, vermelha e o repórter gargalhar com ele –
- E quais são os planos para o futuro? – o repórter olhou de um para o outro –
umedeceu os lábios e engoliu seco, dando mais uma gargalhada.
- Por enquanto estamos aproveitando a lua de mel, começo de namoro, sabe como é, não é? Ainda temos muito o que conhecer e aproveitar um do outro, então estamos apenas vivendo um dia de cada vez, não é?
assentiu enquanto olhava para ele, orgulhosa e impressionada com sua desenvoltura.
- Estamos felizes então, acho que é isso que importa no momento.
Os dois assentiram e o repórter também. Depois as perguntas voltaram a ser feitas no âmbito profissional de , e relaxou um pouco.
Depois ela deu mais algumas entrevistas para a GQ Korea, Eyes Magazine, W Korea e entre outras. Nesse meio tempo Yoona estava ao lado dela e de , que estava se saindo melhor que a encomenda aos olhos de Yoona, assim que ficou livre ela os acompanhou até a mesa reservada para parte da equipe da Mixxmix.
Lá ela cumprimentou alguns colegas e claro, apresentou como seu namorado. Depois eles se sentaram perto dos pais de . Darci sorriu ao ver os dois se sentado e então o pai elogiou:
- Que celebração bonita minha filha! E elegante, a sua cara mesmo esse evento!
sorriu para o pai e depois observou a mãe que conversava animadamente com Yoona.
Ela respirou fundo, sentindo o corpo começar a relaxar. Olhou para que mexia no celular.
- Você melhorou? – ela encostou os lábios em seus ouvidos –
sentiu o corpo arrepiar outra vez, e olhou para ela. Para os lábios dela, mais especificamente. levantou o olhar do celular quando sentiu o calor do corpo de se aproximar. Ela sussurrou perto do seu ouvido, e ele sentiu um arrepio subir pela espinha. Seus olhos se fixaram nos lábios dela, que estavam tão perto, convidativos. Por um momento, tudo o que ele queria era puxá-la para perto e beijá-la ali mesmo, esquecendo-se de todos ao redor.
Ele podia sentir o perfume dela, suave e envolvente, que o atraía ainda mais. A forma como ela se preocupava com ele, como o apoiava, era algo novo para . Isso o fazia sentir uma conexão que ele não esperava. A tentação era forte, e ele se pegou inclinando-se levemente em direção a ela, os lábios quase tocando os dela.
Mas então, a realidade o atingiu como uma onda fria. Ele não podia se permitir aquele momento de fraqueza. Isso era apenas um trabalho, uma encenação. Ele precisava se manter focado, não podia deixar seus sentimentos se misturarem com a atuação.
respirou fundo, afastando-se ligeiramente, e forçando um sorriso tranquilizador.
- Estou bem melhor, – disse ele, a voz um pouco rouca. – Obrigada pelo remédio, por se preocupar e por me encorajar!
Ela sorriu para ele, um sorriso caloroso que quase o fez perder a concentração novamente. Mas sabia que precisava manter o profissionalismo. Ele desviou o olhar, tentando controlar os pensamentos que o assaltavam.”Isso é só uma atuação,” ele repetiu para si mesmo. “Você não pode se deixar levar.”
Ele voltou a olhar ao redor da mesa, observando os colegas de e os pais dela, que pareciam estar se divertindo. O pai de estava engajado em uma conversa animada com um dos representantes da Mixxmix, enquanto a mãe dela ria de algo que Yoona havia dito. Todos estavam tão à vontade, tão felizes, e isso o fez sentir-se um pouco deslocado.
balançou a cabeça, afastando os pensamentos confusos. Precisava se concentrar no papel que estava desempenhando, sem deixar que seus sentimentos atrapalhassem. Com um último olhar para , ele decidiu se focar no evento e no que ainda estava por vir. A noite ainda estava começando, e ele tinha que manter a compostura.
***
Darci olhou ao redor, observando o salão animado, cheio de pessoas dançando e se divertindo. Ela então se virou para e , um sorriso travesso se formando em seus lábios:
- Vocês dois não vão se levantar para dançar e se divertir? – perguntou ela, com um brilho nos olhos. – Vocês são jovens, deveriam aproveitar!
tentou esconder a surpresa e desconforto com a sugestão da mãe.
- Ah, mãe, acho que não… – começou , tentando disfarçar – Estamos bem aqui, só aproveitando as companhias.
Mas Darci não parecia convencida. Ela cruzou os braços e levantou uma sobrancelha, olhando para os dois de maneira insistente.
- Nada disso, ! Esta é uma noite especial. Você e merecem se divertir. Não vão me dizer que vieram a um evento tão elegante só para ficar sentados?
lançou um olhar de desculpa para , mas sua mãe continuou a insistir, quase como uma ordem.
- Vai, minha filha, levanta e vai dançar com seu namorado. Vocês formam um casal tão bonito. Mostrem a todos como vocês são felizes juntos!
percebeu que não havia escapatória. Ele viu a relutância nos olhos de , mas também o desejo de agradar à mãe. Ele então tomou a decisão. Sorrindo gentilmente, ele se levantou e estendeu a mão para .
- Vamos, . Vai ser divertido – disse ele, com um tom encorajador –
suspirou, mas aceitou a mão dele, levantando-se da mesa. Ela sabia que sua mãe não pararia de insistir enquanto não os visse dançando.
- Tudo bem, mãe. Vamos dançar… – disse ela, resignada, mas com um sorriso –
Eles caminharam até a pista de dança, e estava prestes a sugerir que ficassem apenas na borda, quando , com um brilho de determinação nos olhos, a puxou mais para o centro. Ele a girou suavemente, surpreendendo-a com sua iniciativa.
- Já que estamos aqui, vamos aproveitar de verdade! – disse ele, com um sorriso brincalhão –
não pôde deixar de rir, relaxando aos poucos. a envolveu em seus braços e começou a conduzi-la pela pista, movendo-se com uma habilidade que ela não esperava.
- Você dança bem. – comentou ela, impressionada –
- Eu tenho algumas habilidades escondidas… – respondeu ele, piscando para ela –
Enquanto dançavam, percebeu que estava se divertindo mais do que imaginava. era um parceiro gentil e atento, e ela se sentiu grata por ele estar ali, tornando aquela noite ainda mais especial.
Os dois se moviam em harmonia, rindo e conversando entre si, alheios aos olhares admirados que recebiam. Por um momento, esqueceu que tudo aquilo era parte de uma encenação. Ela se permitiu aproveitar a companhia de , sentindo-se mais leve e feliz.
Darci, observando da mesa, sorriu satisfeita. Ela sabia que havia algo especial entre os dois, mesmo que eles ainda não tivessem percebido. E aquela dança, no meio de tantas luzes e música, era apenas o começo de algo que ela acreditava ser muito bonito.
Enquanto dançavam, começou a perceber cada vez mais a proximidade de . O toque dele era firme, mas gentil, e a maneira como ele a guiava pela pista fazia com que ela se sentisse segura. Ela podia sentir o calor do corpo dele através do tecido fino do vestido, e seu perfume suave envolvia seus sentidos.
, por sua vez, estava encantado com a leveza de em seus braços. O sorriso dela, os olhos brilhantes, tudo nela parecia mais vivo sob as luzes da pista de dança. Ele se sentiu grato por aquele momento, por estar ali com ela, mesmo que a situação fosse uma encenação.
A música mudou para uma melodia mais lenta, e aproveitou a oportunidade para puxar um pouco mais perto. Ele podia sentir a respiração dela, e o coração dele bateu mais rápido ao perceber como seus corpos se ajustavam um ao outro.
- Você realmente me surpreendeu hoje… – disse , olhando nos olhos dele – Eu não esperava que você fosse um dançarino tão bom.
- Eu também não esperava estar dançando com alguém tão especial.. – respondeu ele, sem pensar –
corou, desviando o olhar por um momento, mas logo voltou a encarar , sentindo uma conexão genuína crescer entre eles. Os dedos dele estavam entrelaçados com os dela, e ela apertou levemente a mão dele, sentindo um arrepio percorrer seu corpo.
- Está gostando da noite? – perguntou ela, tentando quebrar o silêncio confortável que se formara entre eles –
- Estou. Mais do que imaginei… – ele respondeu, com sinceridade. – E você?
- Também. Você está tornando tudo mais fácil. – admitiu ela, sorrindo –
Enquanto giravam lentamente pela pista, sentiu um impulso repentino. Ele sabia que tudo aquilo era uma encenação, mas não pôde evitar. Seus olhos fixaram nos lábios de , e ele se inclinou um pouco mais para perto.
percebeu a aproximação, seu coração acelerando. Ela sentiu a respiração quente de tão perto que podia quase tocar. Por um momento, ela esqueceu onde estava, esquecendo as câmeras, as pessoas ao redor. Era como se existisse apenas eles dois naquele momento.
- … – ela sussurrou, quase sem voz –
Ele parou, seus lábios a milímetros dos dela, os olhos mergulhados nos dela. A tensão entre eles era palpável, um fio tênue que os conectava de uma maneira que nenhum dos dois esperava.
- , eu… – começou ele, mas foi interrompido por um suave clearing da garganta de um dos colegas de trabalho, que estava perto da pista –
Ambos se afastaram levemente, corando e rindo de nervoso, mas sem soltar as mãos.
- Acho que nos perdemos na dança… – disse , ainda tentando recuperar o fôlego e o controle sobre suas emoções –
- Talvez um pouco… – concordou , sorrindo para ela – Mas foi um bom momento, não foi?
- Foi sim. – disse ela, apertando a mão dele uma última vez antes de se separarem um pouco, ainda sorrindo – Vamos voltar para a mesa?
- Vamos. – ele respondeu, ainda sentindo o resquício daquele momento em seus lábios, sabendo que algo especial havia acontecido entre eles naquela dança –
Enquanto caminhavam de volta para a mesa, sabia que algo havia mudado. E mesmo que a noite fosse cheia de encenações, aquele momento tinha sido genuíno, e ela não podia negar a crescente atração entre ele e .
***
Quando eles entraram no quarto, olhou para a grande cama com uma expressão tímida. Ele não podia deixar de pensar na estranha intimidade da situação, apesar de tudo o que haviam vivido naquela noite. percebeu o desconforto dele e tentou aliviar a tensão.
- Fique à vontade, . – ela disse com um sorriso, pegando seu pijama que estava sobre a cama – Eu vou me trocar no banheiro.
assentiu, observando enquanto caminhava até o banheiro e fechava a porta atrás de si. Ele se sentou na beirada da cama, os pensamentos voando em sua mente. Ele refletiu sobre o quanto as coisas haviam mudado desde que ele e começaram a fingir ser um casal. Por mais que tudo tivesse começado como uma farsa, momentos como o da pista de dança e o apoio mútuo durante a noite haviam criado uma nova camada de autenticidade entre eles.
O som da água correndo no banheiro trouxe de volta ao presente. Ele olhou ao redor do quarto, notando os detalhes pessoais que revelavam um pouco mais sobre – as fotos na parede, os livros na estante, pequenos enfeites que davam um toque acolhedor ao ambiente.
Ele respirou fundo, tentando acalmar os nervos. O fato de estar ali, na casa de , prestes a passar a noite, era algo que ele nunca teria imaginado alguns meses atrás. A situação era ao mesmo tempo desconcertante e estranhamente confortável.
Quando saiu do banheiro, vestindo um pijama confortável, ela viu ainda sentado na beirada da cama, perdido em pensamentos.
- Ei, você está bem? – ela perguntou, aproximando-se dele –
olhou para ela e sorriu.
- Sim, estou. Só estava pensando em tudo o que aconteceu hoje. Foi uma noite incrível.
sorriu de volta, sentindo-se aliviada por ele estar se sentindo bem.
- Foi mesmo. – ela concordou, sentando-se ao lado dele – Você foi maravilhoso com meus pais. Eles adoraram você.
- Eu só queria causar uma boa impressão… – ele disse sinceramente –
- E conseguiu. – respondeu, tocando levemente a mão dele – Agora, vamos tentar descansar. Amanhã vai ser um dia longo também.
se levantou e começou a tirar o blazer bege escuro que usava, dobrando-o cuidadosamente e colocando-o sobre a cadeira no canto do quarto. Ele então olhou para , ainda com um pouco de hesitação.
- Você pode tirar o restante da roupa para dormir mais confortável. – disse , tentando parecer natural – Eu vou pegar uma calça de moletom do meu pai para você.
assentiu, começando a desabotoar a camisa enquanto saía do quarto. Ela caminhou até o quarto dos pais, tentando fazer o mínimo de barulho possível para não acordá-los. Quando abriu a porta, encontrou sua mãe meio acordada.
- O que você está fazendo, querida? – perguntou Darci, sonolenta –
- Só estou pegando uma calça de moletom para o dormir. – explicou , pegando uma calça do armário do pai –
Darci apenas murmurou algo e voltou a dormir. , com a calça em mãos, voltou para o quarto.
Ao entrar, encontrou já com os botões da camisa abertos, revelando parte de seu torso. Ela não pôde deixar de notar os braços dele, bem definidos sob as mangas longas e ajustadas da camisa branca. Era a primeira vez que ela realmente prestava atenção nos detalhes da sua aparência.
- Aqui está. – disse , entregando a calça para –
- Obrigado. – ele respondeu, pegando a calça e começando a tirar a camisa –
desviou o olhar, sentindo-se um pouco constrangida, mas não conseguiu evitar espiar de relance enquanto ele se trocava. Os braços de eram fortes, com músculos definidos que se destacavam ainda mais conforme ele movia os braços para tirar a camisa. Ela se sentiu ligeiramente envergonhada por estar observando, mas ao mesmo tempo, não pôde evitar admirar a forma física dele.
, agora vestido com a calça de moletom e sem camisa, olhou para com um sorriso tímido.
- Pronto. Acho que agora estou mais confortável. – disse ele –
- Ótimo. – respondeu , tentando não parecer afetada – Vamos tentar descansar então.
Ela se deitou na cama, tentando não pensar demais sobre a presença de ao seu lado. Ele se deitou ao lado dela, mantendo uma distância respeitosa, mas a proximidade era inegável. Ambos estavam cientes da tensão que existia entre eles, mas também sabiam que precisavam descansar para o dia seguinte.
- Boa noite, . – disse suavemente –
- Boa noite, . – respondeu ela, apagando a luz do abajur –
O quarto mergulhou na escuridão e, apesar de todo o constrangimento e a novidade da situação, ambos encontraram um certo conforto na presença um do outro. Era um passo importante em sua jornada, e enquanto eles adormeciam, sabiam que estavam juntos, navegando por essa nova fase de suas vidas.
6º Capítulo:
No dia seguinte, o som do celular de soou às seis e quinze da manhã, rompendo o silêncio suave do quarto. Ela se mexeu levemente, os olhos ainda pesados de sono, e ao abri-los, deu de cara com o rosto de . Ele estava praticamente grudado ao seu, dormindo profundamente, com uma expressão tranquila e angelical.
Por um momento, ficou imóvel, observando cada detalhe do rosto dele. O nariz de , pontudo e perfeitamente esculpido, chamou sua atenção. Era bonito de uma forma delicada, contrastando com a firmeza de suas feições. Os cílios longos repousavam sobre a pele suave, e seus lábios ligeiramente entreabertos pareciam ainda mais convidativos naquele estado de descanso.
Ela continuou observando, quase sem acreditar na proximidade entre os dois. O calor do corpo dele era reconfortante, e o cheiro suave de sua pele parecia preencher o ar ao redor deles.
No entanto, o celular continuava tocando, rompendo o encanto daquele momento. O som fez se mexer lentamente, seus olhos piscando enquanto ele acordava. Ele abriu os olhos e imediatamente deu de cara com , os rostos tão próximos que por um segundo ele prendeu a respiração, surpreso.
— Bom dia… — murmurou , um leve sorriso no rosto.
— Bom dia… — respondeu , ainda com a voz sonolenta e o olhar levemente perdido. Ele piscou algumas vezes, tentando processar a proximidade inesperada entre eles.
rapidamente desligou o despertador no celular, o som irritante finalmente cessando. Ela se sentou na cama, passando a mão pelos cabelos enquanto tentava despertar completamente. a acompanhou, se levantando devagar e se espreguiçando, ainda sentindo o peso do sono em seus ombros.
Ela olhou para ele com um sorriso suave, enquanto ele coçava os olhos de leve, parecendo adoravelmente desorientado.
— Você dormiu bem? — perguntou , sua voz calma enquanto ela o observava se recompor.
sorriu de volta, ainda meio sonolento, e assentiu.
— Dormi sim. E você? — Ele olhou ao redor do quarto, parecendo se lembrar de onde estava, e depois voltou o olhar para ela, com um brilho suave nos olhos.
— Também dormi bem — ela respondeu, ajeitando o cabelo distraidamente — Acho que não estou acostumada a dividir a cama com alguém, mas foi… confortável.
— É, também não estou muito acostumado com isso… mas confesso que foi melhor do que imaginei.
o olhou de lado, sentindo um calor subir pelo rosto com a confissão. Era estranhamente fácil estar ao lado dele agora, muito mais do que ela esperava quando tudo isso começou.
olhou para e sorriu de leve, percebendo que o clima entre eles ainda carregava uma certa timidez da noite anterior. Ele então se levantou da cama e ajeitou a camiseta uma última vez antes de falar, com a voz gentil:
— Você pode se arrumar tranquila aqui, . Eu vou usar o banheiro social lá fora — ele disse, apontando para a porta do quarto. — Assim, você fica mais à vontade.
olhou para ele, um pouco surpresa pela consideração, mas com um sorriso agradecido no rosto.
— Obrigada, . — Ela respondeu com um toque de carinho em sua voz.
Ele apenas assentiu, pegando suas coisas de forma discreta e caminhando até a porta. Antes de sair, olhou para ela uma última vez, com o mesmo sorriso suave que a fazia sentir-se reconfortada.
— Não precisa ter pressa. — E com isso, ele saiu do quarto, deixando sozinha para se preparar com calma.
se levantou da cama, ainda sentindo a leveza dos momentos compartilhados com . Ela caminhou até o guarda-roupa, escolhendo uma roupa simples, mas confortável para o dia. Enquanto se vestia, os pensamentos da noite anterior e daquela manhã ainda rondavam sua mente, trazendo um sorriso tímido aos seus lábios. Depois de escovar os dentes e ajeitar o cabelo, ela deu uma última olhada no espelho, satisfeita com a aparência, e saiu do quarto.
Ao descer as escadas, encontrou sentado no sofá da sala, de mãos nos joelhos, esperando pacientemente. Ele a notou assim que ela entrou, e seus olhos brilharam com um sorriso suave no rosto.
— Você já está pronto? — ela perguntou.
— Não ainda, só estava te esperando — ele respondeu de forma tranquila.
se aproximou e, com um gesto amigável, disse:
— Pode ir lá em cima no meu quarto para se trocar, . Assim você fica mais confortável também.
assentiu, levantando-se com leveza.
— Obrigado, . Vou fazer isso rapidinho — disse ele, com um olhar calmo e agradecido, antes de subir as escadas para o quarto dela.
foi até a cozinha, decidida a preparar um café simples para os dois. Enquanto pegava as xícaras e colocava a água para esquentar, seus pensamentos voltavam para os momentos que tinha passado com . O som suave do café sendo coado a tranquilizava, e ela aproveitou a paz daquele início de manhã para organizar seus sentimentos.
Poucos minutos depois, o aroma do café fresco se espalhou pela cozinha. Ela arrumou a mesa com duas xícaras, pães e alguns acompanhamentos. Quando estava terminando de organizar tudo, ouviu passos suaves descendo as escadas.
apareceu, vestindo o mesmo terno elegante da noite anterior, mas com o cabelo ligeiramente desalinhado de quem tinha acabado de se arrumar às pressas. Ele parou na entrada da cozinha, claramente surpreso ao ver que havia preparado tudo.
— Você já fez o café? — ele perguntou, meio sem graça, seus olhos piscando surpresos.
— Sim — respondeu , sorrindo suavemente — Achei que seria bom a gente tomar café juntos antes de você ir. Nada demais.
coçou a nuca, sem saber muito bem o que dizer, mas seu sorriso tímido deixava claro o quanto ele apreciava o gesto.
— Eu… realmente não precisava… — ele disse, ainda com um leve tom de culpa na voz. — Mas… obrigado, . Isso foi muito gentil da sua parte.
Ela deu de ombros, tentando parecer casual.
— Não é nada, . Só sente-se e aproveite antes que esfrie.
Ele assentiu e caminhou até a mesa, sentando-se na cadeira de frente para ela. O clima entre eles era leve, quase familiar, enquanto começavam a tomar o café juntos, com uma atmosfera de cumplicidade…
Depois que ela e terminaram de tomar o café da manhã, se levantou para continuar a preparar mais café e deixar a mesa pronta para quando os pais acordassem. Enquanto ela cortava frutas e organizava alguns pratos, , em silêncio, começou a recolher as louças sujas que estavam na pia.
se virou para observá-lo enquanto ele, de forma natural, se livrava do paletó e o pendurava cuidadosamente numa das cadeiras. Vestindo apenas a camisa branca de mangas longas, ele arregaçou as mangas e começou a lavar a louça. não pôde deixar de reparar novamente na forma como os músculos dos braços de se destacavam contra o tecido justo da camisa. Cada movimento dele, por mais simples que fosse, mostrava a força sutil e a elegância natural em seus gestos. O jeito despretensioso com que ele assumia a tarefa a fez sorrir.
Ela observou por alguns segundos antes de se aproximar, tentando esconder a admiração crescente.
— Você não precisa fazer isso, sabia? — ela comentou, meio brincando, mas ainda impressionada com a disposição dele.
olhou para ela e deu um sorriso tímido.
— Eu queria ajudar. — disse ele, enxaguando um dos copos. — Não gosto de ficar parado enquanto você faz tudo. Parece justo a gente dividir o trabalho, não acha?
soltou uma risada suave, o coração acelerando sem que ela percebesse.
— Você é impossível, . — ela disse, com uma nota de afeto na voz, observando-o voltar ao trabalho, ainda absorta nos pensamentos enquanto seus olhos se perdiam na forma como ele parecia estar à vontade naquela situação doméstica tão íntima.
Enquanto terminava de lavar a última louça, secava algumas xícaras, ainda envolvida na calma da manhã que os dois compartilhavam. Após um momento em silêncio, ela se virou para ele, com uma expressão um pouco mais séria.
— Então, a que horas você acha que consegue vir depois do almoço? — perguntou, tentando disfarçar a leve ansiedade que sentia.
olhou para ela, pensando por um momento.
— Talvez por volta das duas? Isso te dá tempo de descansar depois do almoço também — ele sugeriu, secando as mãos e se apoiando na bancada da cozinha.
assentiu, satisfeita com o plano.
— Perfeito. — Ela respondeu com um sorriso.
Depois de acertarem os detalhes sobre a viagem, e continuaram a organizar as coisas para o dia. Pouco depois, os pais de desceram, ainda sonolentos, mas animados com a perspectiva da viagem à ilha de Jeju. , sempre prática, já havia preparado um café reforçado para eles, incluindo frutas, torradas e o café que continuava quente na cafeteira.
— Bom dia, pai, mãe! — disse , sorrindo. — Já está tudo pronto para o café da manhã. Depois, podemos arrumar as malas com calma, já que nosso voo é só no início da tarde.
Os pais de trocaram olhares surpresos e curiosos, mas sabiam que a filha era cheia de surpresas. Eles se sentaram à mesa e começaram a tomar o café enquanto discutiam os detalhes da viagem. , por sua vez, manteve-se discreto, ajudando a terminar de organizar a cozinha.
— Jeju vai ser maravilhoso com esse clima, vai ser uma boa pausa — comentou a mãe de , satisfeita. — Faz tanto tempo que não vamos a praia!
— E você, , já foi para Jeju antes? — perguntou o pai de , com um sorriso acolhedor.
— Sim, uma vez, há alguns anos, mas foi uma viagem rápida — respondeu ele, ainda meio tímido, mas feliz em participar da conversa. — Estou ansioso para explorar mais desta vez.
observava a interação, notando como se sentia cada vez mais confortável ao redor de seus pais. Quando todos terminaram de tomar o café, eles se levantaram para se preparar para a viagem.
— Vamos subir e arrumar nossas coisas então — disse , direcionando o olhar para . — Se quiser, pode ir direto para o aeroporto.
— Acho que vou fazer isso, pode deixar. Eu volto direto para o aeroporto — ele respondeu com um sorriso.
Com isso combinado, a manhã seguiu em ritmo de preparação, e à tarde, todos partiram rumo a Jeju. A viagem foi tranquila, e logo eles estavam pousando na ilha, com seus horizontes de montanhas vulcânicas e praias de areia clara. Jeju prometia ser o lugar perfeito para eles se desconectarem da rotina e desfrutarem de alguns dias de tranquilidade em família — e, talvez, algo a mais entre e .
***
Depois que chegaram à ilha de Jeju, a família de foi conduzida para o hotel onde ficariam hospedados. Era um lugar charmoso, com uma vista maravilhosa para o mar e quartos espaçosos. Após o check-in, eles foram encaminhados para seus quartos. O quarto dos pais de ficava bem em frente ao de e , o que garantiu certa tranquilidade para a família.
abriu a porta do quarto que dividiria com , e os dois entraram carregando suas malas. O quarto era aconchegante, com uma decoração simples, mas acolhedora. Havia uma cama de casal grande e confortável, com lençóis macios, e ao lado, um pequeno sofá de dois lugares, que, para , parecia bastante estreito. Ele parou por um momento e coçou a cabeça, observando o ambiente.
, que estava organizando suas coisas, percebeu o olhar preocupado de e se virou, curiosa.
— O que foi? Não gostou do quarto? — ela perguntou, com um sorriso divertido.
soltou uma risadinha tímida, desviando o olhar para o sofá.
— Não é isso… — ele começou, um pouco embaraçado. — É que só tem esse sofá além da cama, e, bom, acho que não vou caber aqui.
olhou para o sofá e depois de volta para , e não conseguiu segurar o riso.
— Ah, , você dormiu na minha cama ontem à noite. O que tem de diferente agora? — ela brincou, piscando para ele de maneira descontraída.
sentiu as bochechas esquentarem com o comentário, mas logo relaxou ao ver o quão tranquila ela estava sobre a situação.
— Eu sei, mas… — ele começou, mas o interrompeu com uma risada suave.
— Não se preocupe. A cama é grande o suficiente para nós dois, e você sabe que não tem problema. — ela disse, ainda sorrindo. — Além disso, estamos em Jeju, . Vamos aproveitar e parar de pensar tanto, ok?
Ele soltou uma risada, aliviado, e assentiu.
— Ok, combinado. Vamos aproveitar. —
caminhou até a grande janela do quarto e a abriu sentindo a brisa do vento lhe cortar o rosto, e então ela observou a vista grandiosa à sua frente. Havia uma pequena piscina por lá e mais à frente era possível ver a praia.
continuou observando a praia no horizonte sentindo que realmente poderia relaxar durante aqueles três dias, mesmo preocupada com o trabalho.
Ela piscou algumas vezes e então correu até a bolsa, que estava sobre a cama e pegou o celular, verificando as mensagens no grupo do trabalho.
, sentado no sofá, ergueu os olhos do próprio celular e encarou que tinha a testa franzida, parecendo preocupada.
— O que foi? — Ele se atreveu a perguntar.
— Preciso fazer umas coisas aqui no notebook rapidinho.
— Do trabalho? — viu ela abrir a mochila e pegar o notebook.
— Sim! Acredito que vou demorar só algumas horas… Umas duas.
umedeceu os lábios e se levantou.
— Vou ver se seus pais querem explorar a ilha, assim você aproveita para trabalhar tranquilamente.
— Ah eles certamente vão querer! — riu enquanto caminhava até a mesa que havia no grande quarto —Tem certeza? Meus pais podem ser cansativos .
sorriu, sereno, e balançou a cabeça para .
- Fui contratado para isso, … Se esqueceu? Preciso ser o namorado perfeito e ideal, tem que parecer real, então vou dar toda a atenção possível a eles.
As palavras de caíram sobre como um balde de água fria, e ela sentiu um leve aperto no peito. O sorriso que antes iluminava seu rosto se desfez lentamente, substituído por uma expressão de incerteza. Ela observou enquanto ele mantinha seu semblante tranquilo e profissional, como se tudo aquilo fosse apenas parte do acordo que tinham feito.
Aquela frase — “fui contratado para isso” — ecoava em sua mente, trazendo-a de volta à realidade do que aquela viagem representava. Por mais que os momentos com ele tivessem sido descontraídos e leves, estava ali desempenhando um papel. Ele não era seu namorado de verdade, e por mais que, nos últimos dias, os gestos dele parecessem tão naturais e carinhosos, tudo fazia parte de uma fachada. A verdade bateu com força.
, que até então estava prestes a abrir o notebook e se concentrar no trabalho, parou no meio do movimento, sentindo uma onda de desconforto. Ela piscou algumas vezes, tentando se livrar do nó na garganta.
— Certo… — respondeu ela com a voz mais baixa do que pretendia, voltando-se para a tela do notebook. — É claro, você está certo… É só um trabalho.
percebeu a mudança no tom de , e por um breve segundo, o sorriso sereno que ele mantinha vacilou. Ele deu um passo em direção à porta, pronto para sair e dar a ela o espaço de que precisava, mas hesitou. Algo na forma como ela falava agora o incomodava, mas ele não conseguia encontrar as palavras certas para questionar aquilo.
— Vou deixá-los animados com a ideia de um passeio, então. — Ele disse por fim, tentando manter o tom leve. — Quando você terminar, pode nos encontrar.
assentiu levemente, sem tirar os olhos do notebook, mas sentindo o peso da presença de se afastando. Quando ele finalmente saiu e fechou a porta atrás de si, o quarto ficou silencioso.
Ela soltou um suspiro pesado, levando uma mão até a testa, ainda processando o impacto das palavras dele. Por mais que soubesse desde o início que aquele era o acordo, por algum motivo, ouvir dizer aquilo de forma tão direta, como se nada mais tivesse importância, mexeu com algo dentro dela.
***
saiu do quarto de e encontrou os pais dela já prontos na sala, ansiosos para explorar as belezas de Jeju. Eles eram um casal animado, sempre dispostos a aproveitar novas experiências, e a ideia de um passeio pela ilha os deixava empolgados. Ao ver descer as escadas, o pai de , Sr. Liam, sorriu e levantou-se de imediato.
— Pronto para nos acompanhar, jovem? — perguntou Sr. Liam, animado.
deu um sorriso educado, tentando parecer o mais à vontade possível.
— Claro, achei que seria uma boa ideia dar uma volta enquanto trabalha um pouco. Assim, quando ela terminar, a gente já terá explorado um pouco e poderá relaxar.
— Ótimo! — Darci exclamou. — Eu mal posso esperar para ver as praias de Jeju. Faz tanto tempo desde nossa última visita a uma praia.
guiou os pais de até o carro alugado e, enquanto dirigia pelas estradas tranquilas da ilha, ele manteve uma conversa leve com eles, fazendo perguntas sobre a relação com , o que gostavam de fazer juntos, e quais os lugares que eles mais queriam visitar.
Ao longo do caminho, eles pararam em diversos pontos turísticos, como as famosas falésias Jusangjeolli, onde o Sr. Liam fez questão de tirar várias fotos, e o Monte Hallasan, que impressionou com sua majestade natural. se mostrou um ótimo ouvinte, deixando os dois à vontade para falar sobre suas histórias e memórias familiares, especialmente as viagens que faziam com quando ela era mais jovem.
Enquanto caminhavam pela praia de Hyeopjae, a Sra. Darci virou-se para com um sorriso malicioso.
— Então, … — ela começou, olhando-o de soslaio. — Como está indo esse relacionamento com a nossa ? Ela é um pouco difícil de lidar às vezes, não é?
deu uma risada tímida, sabendo que precisava manter a farsa, mas ao mesmo tempo sentindo um leve desconforto. Ele olhou para o horizonte por um momento, antes de responder com um sorriso.
— é incrível, senhora Darci. Ela é independente e determinada, mas acho que é isso que a torna tão especial. A verdade é que eu gosto muito dela.
As palavras saíram mais naturais do que ele esperava, surpreendendo até a si mesmo. A Sra. Darci olhou para ele com uma expressão satisfeita e deu um tapinha amigável em seu ombro.
— Que bom ouvir isso, rapaz. A nossa merece alguém que entenda como ela é, que valorize a força dela, mas que também a apoie nos momentos difíceis.
O Sr. Liam, que até então observava a conversa em silêncio, também sorriu para .
— Estamos felizes por vocês dois estarem juntos. Espero que esse tempo aqui em Jeju faça bem para o relacionamento de vocês. Aproveitem a tranquilidade da ilha.
assentiu, mantendo o sorriso no rosto, mas dentro dele havia uma mistura de sentimentos confusos. Ele estava ali cumprindo o papel de namorado, mas não pôde deixar de se sentir um pouco culpado por estar enganando duas pessoas tão amáveis. De qualquer forma, ele sabia que precisava continuar com a farsa, pelo bem de e pelo acordo que tinham.
Depois de algumas horas de passeio, eles voltaram para o hotel, os pais de mais do que satisfeitos com o tempo que passaram com .
— Agora vamos deixar descansar e aproveitar o resto da tarde com você. — Sr. Liam disse, enquanto saíam do carro. — Obrigado pela companhia, .
— Foi um prazer, senhor Liam. — respondeu com sinceridade.
Enquanto entravam no hotel, olhou para o quarto onde ainda devia estar trabalhando, sentindo um peso no peito que ele não conseguia entender.
entrou no quarto de após o passeio com os pais dela, fechando a porta suavemente atrás de si. O ambiente estava silencioso, exceto pelo som distante do vento batendo na janela aberta, que trazia a brisa fresca de Jeju. Ele olhou em volta, buscando com os olhos, mas o quarto parecia vazio.
A cama estava desfeita, o notebook de repousava sobre a mesa ao lado de alguns papéis espalhados, mas não havia sinal dela. Por um momento, ele franziu o cenho, pensando que ela talvez tivesse saído. No entanto, um som suave chamou sua atenção.
O barulho do chuveiro.
percebeu que estava no banheiro. O som da água caindo contra os azulejos era baixo, mas audível o suficiente para que ele soubesse exatamente onde ela estava. Ele deu um passo para mais perto da porta do banheiro, ouvindo a água fluir. O pensamento de que estava ali, tomando banho, o fez sentir um leve calor subir até seu rosto, e ele se afastou um pouco, tentando ignorar a reação inesperada.
Ele soltou um suspiro e se jogou no sofá, passando a mão pelo rosto enquanto esperava. Aquele tempo que passou com os pais de foi tranquilo, mas estar de volta ao quarto, sozinho com ela — ou, ao menos, prestes a estar — trouxe de volta uma tensão que ele não conseguia explicar direito.
estava perdido em pensamentos, sentado no sofá, quando o som do chuveiro parou abruptamente. Ele ergueu os olhos, ainda um pouco distraído, quando a porta do banheiro se abriu lentamente, revelando envolta apenas em uma toalha. Ela saiu despreocupada, secando o cabelo com outra toalha menor, até perceber a presença de ali, sentado de frente para ela.
O olhar dos dois se encontrou, e por um instante, ambos congelaram. Os olhos de se arregalaram levemente de surpresa, enquanto , que já estava sentado mais relaxado, endireitou a postura rapidamente, os olhos se desviando por um segundo, surpreso e um tanto desconcertado com a cena à sua frente.
— Ah! Eu… — começou, a voz saindo meio hesitante enquanto instintivamente apertava a toalha contra o corpo.
— Desculpa! Eu não sabia que… — tentou dizer, desviando o olhar rapidamente para qualquer outro lugar do quarto, tentando ao máximo não parecer desconfortável.
O silêncio entre eles pareceu se estender por alguns segundos a mais do que o necessário, criando uma tensão inesperada no ar. , ainda surpresa, deu uma risada curta, sem jeito, tentando quebrar o gelo.
— Acho que você me pegou desprevenida — disse ela, meio brincando, embora sentisse o rosto esquentar de leve.
— Eu… — limpou a garganta, ainda evitando olhá-la diretamente. — Eu entrei e… não sabia que você estava no banho.
mordeu o lábio, ainda segurando a toalha firme, e balançou a cabeça com um sorriso divertido.
— Está tudo bem… É a minha culpa também por não ter trancado a porta. — Ela deu de ombros, tentando soar casual, mas o tom de leve constrangimento ainda pairava no ar.
, finalmente arriscando olhar para ela, apenas assentiu com a cabeça, tentando controlar a situação que se tornava mais embaraçosa a cada segundo.
— Vou… Vou deixar você se trocar — ele murmurou, já se levantando do sofá, ainda sem saber onde colocar as mãos ou para onde olhar.
riu suavemente, balançando a cabeça.
— , você dormiu na minha cama ontem. Acho que já estamos além desse tipo de formalidade — ela disse, tentando aliviar o clima, mas o próprio comentário só fez a situação parecer ainda mais surreal.
deu uma risada, agora finalmente relaxando um pouco, mas ainda sem saber como agir diante daquela cena inesperada.
, ainda com um sorriso no rosto, olhou para mais uma vez antes de se virar rapidamente em direção ao armário. Ela abriu as portas, procurando por algo para vestir, e pegou algumas peças de roupa com movimentos rápidos e precisos, tentando parecer o mais natural possível.
— Certo, acho que vou me trocar no banheiro mesmo — disse ela, ainda um pouco desconcertada, mas mantendo a leveza na voz.
apenas assentiu, agora um pouco mais relaxado, mas ainda cauteloso, como se qualquer movimento dele pudesse tornar a situação novamente constrangedora.
segurou as roupas e caminhou de volta para o banheiro, evitando encontrar o olhar de dessa vez. Ao entrar no cômodo, ela fechou a porta com um clique suave e soltou um suspiro baixo, tentando controlar o rubor que ainda sentia no rosto.
Sozinha no banheiro, ela se olhou no espelho e riu de leve, sacudindo a cabeça, ainda meio incrédula com o que havia acabado de acontecer.
“Que situação…” pensou ela, enquanto começava a se vestir com mais calma.
saiu do banheiro, agora vestida em uma calça jeans e uma blusa confortável. O rubor em seu rosto havia diminuído, e ela parecia mais tranquila. Ao se aproximar de , que estava sentado no sofá mexendo no celular, ela abriu um sorriso suave.
— Então… como foi com os meus pais? — perguntou ela, tentando puxar conversa enquanto se acomodava na beira da cama.
ergueu os olhos do celular e a encarou, com um sorriso brincando nos lábios.
— Foi… interessante. — Ele disse, escolhendo bem as palavras. — Sua mãe tem muita energia. Ela fez questão de passear por todos os cantos da praia e falou sobre histórias antigas de quando você era criança. Seu pai foi mais tranquilo, ficou mais na dele, mas sempre com uma piadinha pronta.
riu, imaginando a cena.
— Parece bem típico deles… — comentou ela, ainda sorrindo. — E eles não te cansaram muito, né?
balançou a cabeça, divertido.
— Não, até que foi divertido. Me senti quase parte da família.
Ela sorriu ao ouvir isso, relaxando ainda mais.
— Que bom, porque meus pais podem ser uma prova de fogo às vezes — brincou , cruzando as pernas na cama. — Mas parece que você está passando com louvor.
se recostou no sofá, observando por alguns instantes, a expressão pensativa no rosto dele. Ele franziu levemente a testa antes de perguntar, em tom hesitante:
— , eu estava pensando… O que você pretende fazer depois que seus pais voltarem para os Estados Unidos? Quero dizer… Sobre nós dois. Você vai continuar com a farsa? Ou vai contar a verdade?
foi pega de surpresa pela pergunta. Ela mordeu o lábio, claramente não esperando que esse assunto surgisse agora. Seus olhos se desviaram de enquanto ela processava a pergunta.
— Hum… — ela começou, claramente incerta. — Eu… não sei. Não pensei muito nisso ainda.
arqueou uma sobrancelha, surpreso.
— Você não pensou? — perguntou, a curiosidade agora evidente em seu tom.
balançou a cabeça, soltando um suspiro antes de responder.
— Não, na verdade, eu estava focada em fazer com que tudo parecesse real agora, enquanto eles estão aqui. Mas depois… — Ela parou, tentando encontrar as palavras certas. — Talvez eu devesse manter a mentira por um tempo e, depois, inventar outra desculpa… dizer que as coisas não deram certo entre a gente.
Ela o olhou, incerta.
— Você acha que isso seria errado?
refletiu por um momento antes de responder, seus olhos fixos nela.
— Eu não sei se seria errado, mas… eu só quero ter certeza de que você está confortável com o que decidir. Não quero que isso se torne um fardo para você, sabe?
o encarou, tocada pela preocupação em sua voz. Ela não tinha certeza de como responder, mas sabia que, de alguma forma, se importava mais do que ela imaginava.
observou o silêncio entre eles por um momento, sentindo o peso da conversa ainda pairando no ar. Ele passou a mão pelos cabelos, um gesto que já começava a reconhecer como uma forma de aliviar a tensão. Ele se levantou do sofá com um suspiro, tentando aliviar o clima.
— Acho que preciso tomar um banho também. — disse ele, com um sorriso suave, como se quisesse mudar de assunto de forma natural.
assentiu, ainda processando o que haviam discutido, mas se permitiu relaxar um pouco com a mudança de atmosfera.
— Claro, vai lá. Deve ter sido cansativo o passeio com meus pais — disse ela, em tom brincalhão, tentando aliviar o clima também.
riu baixo.
— Eles foram muito gentis. Mas sim, foi um pouco exaustivo.
Ele caminhou em direção ao banheiro, levando consigo uma muda de roupa. Quando chegou à porta, ele se virou uma última vez para , seus olhos encontrando os dela com um olhar um pouco mais suave.
— Não se preocupa demais com isso, tá? A gente vai descobrir o que fazer.
sorriu, sentindo uma pontada de alívio.
— Obrigada, .
Com um aceno de cabeça, ele entrou no banheiro e fechou a porta atrás de si. Logo o som da água do chuveiro enchendo o espaço tomou conta do quarto, enquanto tentava organizar os próprios pensamentos sobre o que fariam no futuro.
***
, ainda imersa em seus próprios pensamentos, decidiu ir até o quarto dos pais para ver como estavam. Bateu suavemente na porta e entrou quando ouviu a voz da mãe chamando-a.
— Oi, querida! — disse a mãe, com um sorriso caloroso. — Como está indo o trabalho?
— Está tudo bem — respondeu , tentando soar despreocupada. — E vocês? Estão gostando daqui?
— Ah, é maravilhoso! — exclamou o pai, sentado em uma poltrona próxima à janela. — Praias são sempre incríveis, mas essa estadia está sendo especialmente boa. O é muito atencioso.
Ao ouvir o nome dele, sentiu um leve nervosismo crescer. A mãe, como sempre, não perdeu tempo em aproveitar a deixa para falar mais sobre o assunto que a interessava.
— , você tem que “segurar” esse rapaz. Um homem como o não aparece duas vezes na vida, sabe? Ele é educado, gentil, bonito… e pelo que vimos, está completamente apaixonado por você. — A mãe sorriu, parecendo encantada com o genro “perfeito“.
engoliu em seco, tentando não deixar transparecer o desconforto que sentia. O que sua mãe não sabia era que aquilo tudo era uma farsa, um contrato que acabaria em breve. E quando isso acontecesse, ela teria que inventar outra mentira para justificar o “término” do relacionamento.
— Mãe, não é assim… — tentou argumentar, mas foi logo interrompida.
— Nada disso! — continuou a mãe, ignorando o tom da filha. — Você não vai encontrar outro como ele, minha filha. Ele tem tudo o que sempre sonhei para você.
sorriu sem graça, sentindo um aperto no peito. Cada palavra da mãe tornava a mentira mais pesada, e o pensamento de decepcioná-la mais tarde era angustiante. A pressão aumentava conforme o tempo passava, e a ideia de manter a farsa por mais tempo parecia inevitável.
— Você não acha, querida? — insistiu a mãe, como se já esperasse uma resposta afirmativa.
— É… — murmurou, sem saber exatamente o que responder. — Ele é realmente incrível.
Por dentro, ela sentia o peso da situação crescer ainda mais. Como seria a reação dos pais quando descobrissem a verdade? Como explicaria o término de um relacionamento que nem sequer existiu? E mais, como lidaria com a insistência da mãe, que certamente a pressionaria ainda mais depois?
Enquanto conversava com eles, só conseguia pensar em como lidar com o futuro incerto que se desenhava à sua frente.
***
saiu do quarto dos pais com o coração pesado, a mente fervilhando com as palavras da mãe. Caminhou lentamente pelo corredor até chegar ao seu quarto. Quando abriu a porta, notou que não estava lá dentro. Seu olhar rapidamente se dirigiu à varanda, onde o viu de costas, encostado na grade e admirando a vista.
Ele estava relaxado, com os braços cruzados, observando o horizonte. O céu de Jeju começava a tomar uma coloração alaranjada, enquanto o sol descia lentamente. A beleza tranquila da cena contrastava com a confusão interna que sentia.
Ela caminhou em direção a ele, parando ao seu lado e também se apoiando na grade. Ficaram em silêncio por alguns segundos, ambos contemplando o cenário à frente, a brisa suave soprando entre eles.
— É lindo, não é? — comentou, sem tirar os olhos da paisagem.
assentiu, respirando fundo.
— Sim, é mesmo. — Sua voz estava suave, mas havia um peso por trás das palavras.
virou-se um pouco para olhá-la, percebendo que ela estava pensativa.
— Está tudo bem? — perguntou, o tom de preocupação evidente.
Ela sorriu de leve, mas não era um sorriso pleno.
— Sim… Quer dizer, mais ou menos. Acabei de falar com meus pais. Minha mãe… está adorando você. Até demais.
Ele arqueou as sobrancelhas, curioso.
— Isso é ruim?
soltou um suspiro, inclinando-se um pouco mais sobre a grade.
— Ela está dizendo que eu deveria ‘segurar’ você, porque não vou encontrar alguém tão bom assim de novo. Ela realmente acredita que nós estamos juntos, … e eu não sei o que vou dizer a ela quando o contrato acabar.
ficou em silêncio por um momento, processando as palavras dela.
— Isso te preocupa muito, não é?
Ela olhou para ele, com os olhos cheios de incertezas.
— Sim, preocupa. Minha mãe vai ficar muito decepcionada. E eu… eu nem pensei em como explicar o término para eles. Vai ser complicado… e ela vai acabar me pressionando ainda mais.
assentiu, compreendendo a situação delicada. Ele não disse nada de imediato, mas se virou para a vista novamente, deixando que o silêncio entre eles falasse por si mesmo. , ao seu lado, sentiu a tensão se dissipar levemente, talvez por estar dividindo aquele momento com ele.
permaneceu em silêncio por alguns segundos, deixando o vento da brisa passar entre eles. Ele sabia que a situação era complicada, mas precisava mantê-los focados no presente.
— Por enquanto, a farsa precisa continuar… — disse ele, virando-se novamente para . — Tente não se preocupar tanto com o que vai acontecer depois. O foco agora é fazer isso funcionar enquanto estamos aqui.
soltou um suspiro, inclinando a cabeça levemente para o lado, como se absorvesse as palavras dele.
— É, você tem razão… — ela murmurou, ainda visivelmente preocupada, mas tentando se acalmar.
— Já sabe onde vamos jantar hoje à noite? — perguntou, mudando o tom, tentando aliviar a tensão que pairava entre eles.
riu, mas foi uma risada um pouco sem graça. Ela se afastou da grade e cruzou os braços, lançando um olhar divertido para .
— Na verdade, os meus pais acham que a gente deveria ter um jantar romântico… Só nós dois. — disse ela, balançando a cabeça, como se ainda não acreditasse no que tinha ouvido. — Eles insistiram para que jantássemos separados. Parece que estão mais investidos no nosso relacionamento falso do que nós mesmos.
arqueou uma sobrancelha, surpreso, e depois soltou uma risada baixa.
— Eu diria que estão gostando um pouco demais da ideia — ele brincou, mas o sorriso suave em seus lábios mostrava que ele entendia a estranheza da situação.
— Um pouco demais, sim. — confirmou, suspirando de novo. — Acho que vou ter que planejar esse tal jantar romântico, então.
olhou para , percebendo o desconforto no rosto dela. Ele cruzou os braços, recostando-se na grade da sacada.
— Você sabe que não precisa fazer isso, né? — disse ele, num tom gentil. — Não é como se precisássemos realmente ter um jantar romântico para manter a farsa. Podemos fingir que fomos. Se você não se sentir à vontade, podemos dar uma volta por aí, pegar alguma coisa rápida e voltar, sem complicações.
piscou, surpresa pela sugestão. Ele sempre parecia preocupado com o bem-estar dela, e isso a tocava de uma maneira que ela não estava preparada.
— Mas… e se meus pais perguntarem? Eles provavelmente vão querer detalhes sobre o jantar, sabe como eles são. — respondeu, ainda incerta.
sorriu suavemente, inclinando a cabeça para o lado.
— A gente inventa alguma coisa. Dizemos que foi simples, algo mais casual. Eu só quero que você se sinta confortável com isso tudo. Não precisamos forçar uma situação que te deixa desconfortável, .
Ela se deixou relaxar um pouco mais, percebendo que, mesmo no meio da mentira que estavam vivendo, ainda se preocupava com os limites dela. Isso trouxe uma certa tranquilidade que ela não sabia que precisava até aquele momento.
— Você sempre pensa em tudo, não é? — comentou, com um sorriso leve.
— Só tento garantir que você não se sinta pressionada, porque sei que isso tudo já é complicado o bastante. — Ele deu de ombros, mantendo o tom suave.
respirou fundo, sentindo o peso nas costas aliviar um pouco mais.
— Tudo bem, então. Vamos fazer do jeito que você sugeriu. — respondeu ela, ainda sorrindo. — Mas você vai ter que me ajudar a inventar uma boa história.
Enquanto eles se preparavam para sair, estava terminando de passar um batom leve na frente do espelho quando notou, pelo reflexo, que parecia estar lutando com o laço de sua blusa, bem próximo ao pescoço. Ele franzia a testa, claramente frustrado, tentando arrumar o nó sem sucesso.
sorriu de canto, observando a batalha dele por alguns segundos, até que não conseguiu mais conter o riso.
— Precisa de ajuda aí? — perguntou, virando-se para ele.
ergueu os olhos para ela, um sorriso constrangido no rosto.
— Eu… meio que não estou conseguindo fazer isso direito. — admitiu, balançando o laço frouxo na frente dela. — Acho que não tenho jeito para essas coisas.
deu alguns passos até ele, rindo suavemente enquanto estendia as mãos para ajeitar o laço.
— Deixa comigo, isso é fácil. — disse ela, começando a desamarrar o nó torto que ele havia feito.
ficou em silêncio enquanto ela trabalhava com precisão, os dedos ágeis mexendo no tecido delicado. Ele observava o rosto concentrado de , as sobrancelhas levemente franzidas enquanto ela ajustava o laço para ficar perfeito.
— Pronto. — disse alguns segundos depois, dando um passo para trás e admirando o trabalho. — Agora sim.
olhou para o espelho e sorriu, claramente aliviado.
— Uau, ficou bem melhor. Obrigado. — Ele deu um sorriso genuíno para ela. — Você realmente tem talento para essas coisas.
— Alguém tem que garantir que você não saia por aí com um laço torto, né? — brincou , dando um leve tapa de brincadeira no ombro dele.
Os dois riram, o clima leve novamente, e estavam prontos para seguir com o plano.
***
Com os dois finalmente prontos, e se dirigiram ao quarto dos pais dela para avisar que estavam saindo. bateu na porta levemente antes de abri-la.
— Mãe, pai, estamos indo jantar, só pra avisar! — ela disse, entrando no quarto com logo atrás.
Os pais de estavam confortavelmente instalados, com seu pai deitado na cama e sua mãe, Darci, sentada em uma poltrona próxima à janela, admirando a vista da piscina particular do quarto.
— Ah, vocês vão jantar fora? — Darci perguntou com um sorriso satisfeito. — Que romântico. Nós vamos ficar por aqui mesmo, aproveitando a piscina e relaxando. A viagem foi uma delícia até agora, mas acho que um pouco de descanso vai cair bem.
assentiu, sorrindo, enquanto permanecia educadamente em silêncio ao lado dela.
— Bom, espero que aproveitem bastante! — disse, já se preparando para se despedir, mas foi interrompida pela mãe.
— Espera um pouco, . — Darci chamou, os olhos brilhando. — Eu só queria dizer que vocês dois fazem um casal lindo. — Ela lançou um olhar significativo para , que ficou um pouco surpreso, mas sorriu de forma tímida. — Sério, querida, você encontrou um homem maravilhoso. Ele é educado, atencioso, bonito… — Ela fez uma pausa, virando-se completamente para . — Você tem que segurá-lo, viu? Um homem assim é raro. Não vai encontrar outro tão bom!
riu, um tanto sem graça, enquanto tentava disfarçar o constrangimento com um sorriso educado.
— Mãe… — tentou cortar os elogios.
— Não, estou falando sério! — Darci continuou. — Ele é o tipo de homem que qualquer mãe sonha em ter como genro. Você tem que aproveitar essa sorte, .
Os elogios deixaram ligeiramente preocupada, pois, com cada comentário da mãe, ficava mais claro que ela estava se apegando à ideia do relacionamento, sem saber que tudo não passava de uma farsa. O peso da mentira começava a pesar ainda mais sobre seus ombros. Ela só podia imaginar o quão mais difícil seria quando o contrato acabasse e ela precisasse inventar outra desculpa para o término.
, por sua vez, apenas sorriu e agradeceu educadamente, tentando não deixar a situação mais desconfortável.
— Obrigado, dona Darci, fico muito honrado com seus elogios. — ele disse, desviando o olhar rapidamente para , como se pedisse para irem logo.
— Tá bom, mãe. Vamos deixar vocês descansarem. Aproveitem a noite. — disse com uma leve risada, tentando encerrar a conversa.
— Aproveitem o jantar, meus amores. E, , pense no que eu falei, hein? — Darci piscou, sorrindo de forma cúmplice, enquanto o casal deixava o quarto.
Quando saíram, suspirou baixinho, ainda processando o que acabara de acontecer.
***
e deixaram o hotel, caminhando juntos sob o céu estrelado. O ar fresco de Jeju trazia uma sensação de tranquilidade enquanto eles andavam pelas ruas, ainda indecisos sobre onde iriam jantar.
— Alguma ideia de onde quer comer? — perguntou, quebrando o silêncio, enquanto olhava ao redor, observando as opções de restaurantes.
— Acho que podemos ver algum lugar mais acolhedor… Algo local, talvez? — sugeriu, ainda um pouco pensativa depois da conversa com sua mãe.
assentiu, concordando.
— Podemos pegar comida para viagem se você não quiser ficar muito tempo fora — ele comentou, preocupado com o conforto dela, já que ela parecia um pouco apreensiva.
olhou para ele e sorriu levemente.
— Vamos ver o que encontramos primeiro. Se for um lugar agradável, podemos ficar.
Caminharam por mais alguns minutos até avistarem um restaurante aconchegante, com luzes suaves iluminando o ambiente e um pequeno jardim à frente. O letreiro, escrito em uma caligrafia delicada, indicava um lugar típico de Jeju, especializado em pratos da ilha.
— Que tal esse? — apontou para o restaurante.
— Parece bom. — sorriu e, sem hesitar, abriram a porta do local.
Ao entrarem, sentiram o clima acolhedor que o ambiente proporcionava. O aroma de comida caseira e o som suave de uma música tradicional preenchiam o espaço. O lugar não estava muito cheio, e as mesas de madeira polida e a decoração simples e rústica davam ao restaurante uma sensação de conforto familiar.
— Acho que acertamos. — disse, olhando ao redor, sentindo-se mais relaxada.
— Sim, é perfeito. — concordou, já sentindo que seria bom aproveitar aquele momento com calma.
Sem trocar muitas palavras, eles resolveram se acomodar em uma das mesas próximas à janela, de onde podiam ver as luzes suaves do jardim do lado de fora. O ambiente tranquilo e convidativo fez com que ambos se sentissem à vontade para ficar e aproveitar um jantar ali.
Assim que se acomodaram na mesa próxima à janela, olhou ao redor, observando os outros clientes e o ambiente acolhedor. Ela sentia que aquele lugar era perfeito para relaxar um pouco depois de tantos dias tensos.
— Está bem mais tranquilo do que eu esperava — ela comentou, olhando para , que também parecia mais à vontade.
— Sim, acho que foi uma boa escolha — ele respondeu, sorrindo, enquanto examinava o cardápio. — E você? Já decidiu o que vai pedir?
folheou o cardápio por alguns instantes antes de responder.
— Acho que vou pedir algum prato típico da ilha. Faz tempo que não como algo assim, e aqui parece ser um bom lugar para isso.
assentiu, concordando.
— Eu vou no mesmo caminho, então. Vamos experimentar o que eles têm de melhor.
Eles fizeram o pedido e, enquanto esperavam, a conversa se manteve leve. sentia que a tensão de mais cedo estava diminuindo, e o clima aconchegante do restaurante ajudava a deixar tudo mais tranquilo.
— Seus pais estavam animados com a ideia de ficarem na piscina, né? — comentou, lembrando-se da despedida antes de saírem do hotel.
riu, assentindo.
— Sim, minha mãe adorou a ideia. Acho que estão aproveitando bastante, do jeito que ela elogiou o quarto e a piscina. Eles precisam desse descanso.
— E você também — ele acrescentou, com um olhar preocupado. — Acho que é importante você aproveitar essa viagem também, mesmo que seja só para relaxar um pouco.
suspirou, assentindo.
— Eu sei, só preciso me lembrar disso às vezes.
O silêncio confortável entre eles foi interrompido quando os pratos chegaram, e o cheiro da comida os fez perceber o quanto estavam famintos.
— Isso parece ótimo! — comentou, olhando para o prato à sua frente.
sorriu, pegando os talheres.
— Vamos ver se o sabor corresponde à aparência.
Enquanto começavam a comer, o silêncio entre eles era preenchido pelo barulho dos talheres e o som suave da música ambiente do restaurante. O cheiro da comida era convidativo, e se permitiu relaxar um pouco mais, saboreando cada garfada. Os sabores ricos da culinária local traziam uma sensação de conforto que ela não sentia há algum tempo.
— Está ótimo — ela comentou entre uma garfada e outra, olhando para com um sorriso discreto.
Ele assentiu, limpando a boca com o guardanapo.
— Concordo. Acho que fizemos a escolha certa ao ficarmos aqui para jantar. É bem melhor do que pegar algo rápido e voltar correndo para o hotel.
sorriu, sentindo-se grata pelo momento tranquilo.
— Faz tempo que não tenho uma refeição assim, sem pressa, sem preocupações imediatas. Até parece que estamos em uma bolha aqui, afastados do mundo.
a observou por um momento, percebendo a sinceridade em suas palavras. Ele sabia que a rotina dela era corrida, sempre cheia de expectativas e responsabilidades, e ver se permitindo um pouco de paz o deixou satisfeito.
— Você merece isso, — ele disse suavemente, seu olhar encontrando o dela com uma intensidade leve, porém reconfortante. — Mesmo que seja só por uma noite, acho que é bom você ter esse momento para respirar.
Ela ficou em silêncio por um instante, absorvendo o peso das palavras dele. sabia que a farsa que eles estavam vivendo trazia complicações, mas naquele momento específico, parecia que tudo estava certo. Era fácil esquecer das mentiras, das preocupações e das incertezas enquanto jantavam juntos em um lugar tão acolhedor.
— Obrigada, ! — ela disse com um sorriso genuíno, sentindo o calor de sua gratidão se espalhar. — Acho que não te agradeço o suficiente por tudo isso.
Ele riu, balançando a cabeça.
— Não precisa agradecer. Estamos nisso juntos, lembra? Faz parte do acordo.
deu uma risada suave.
— Sim, o famoso acordo… — ela repetiu, mas havia algo mais em seu tom, como se estivesse refletindo sobre a natureza desse “acordo” e tudo o que ele significava.
Eles continuaram comendo, aproveitando a leveza do momento e trocando olhares ocasionais, cada um imerso em seus próprios pensamentos, mas confortáveis na companhia do outro. Quando terminaram, ambos se recostaram nas cadeiras, satisfeitos.
— Talvez devêssemos fazer isso mais vezes — sugeriu , com um sorriso brincalhão. — Aproveitar mais esses momentos, sem tanta correria.
concordou, sentindo que talvez ele estivesse certo. Mesmo com toda a complexidade da situação em que estavam envolvidos, havia algo de genuíno nos momentos que compartilhavam, algo que ela não queria perder…
Depois de terminarem o jantar, suspirou satisfeita e olhou ao redor do restaurante. O ambiente aconchegante, com luzes suaves e música de fundo, fazia parecer que o tempo estava passando mais devagar. , ao seu lado, parecia igualmente relaxado, e, quando o garçom levou os pratos vazios, ele lançou um olhar para .
— E agora? — perguntou ele, erguendo uma sobrancelha. — Voltamos direto para o hotel ou damos uma volta por aí?
olhou pela janela, onde o céu já estava escurecendo, mas as luzes das ruas e das pequenas lojas iluminavam as redondezas de um jeito quase mágico.
— Que tal uma volta? — ela sugeriu, com um sorriso. — Ainda está cedo, e parece que a noite está agradável.
sorriu e assentiu.
— Vamos, então.
Eles se levantaram e saíram do restaurante. Assim que pisaram na rua, sentiu a brisa leve da noite acariciar seu rosto. O clima estava perfeito — fresco, mas não frio demais. As ruas estavam tranquilas, com algumas poucas pessoas caminhando, e as lojas ao redor emitiam luzes convidativas.
Caminharam lado a lado em silêncio por um tempo, apenas apreciando a serenidade da noite. O barulho distante das ondas do mar e o som suave dos passos ecoando no asfalto faziam o momento parecer quase íntimo, mesmo sem uma palavra trocada.
— É tudo tão diferente aqui, né? — quebrou o silêncio, olhando para as luzes da cidade com um sorriso suave. — Tudo parece mais calmo, mais fácil.
olhou ao redor e depois para ela.
— Sim, é bem tranquilo… Acho que é isso que Jeju faz com a gente. Parece que o tempo desacelera um pouco por aqui.
sorriu e continuou andando, deixando que o ambiente leve a envolvesse. Eles passaram por algumas vitrines, onde os reflexos de ambos se misturavam com as luzes da rua. Era fácil se perder no ritmo da caminhada, no som dos passos e no clima agradável.
— Obrigada por isso, — disse ela de repente, virando-se para ele enquanto caminhavam. — Eu realmente precisava de uma noite assim.
sorriu para ela, com uma gentileza que a fez se sentir ainda mais à vontade.
— Acho que nós dois precisávamos — respondeu ele. — E pode ter certeza de que, se depender de mim, ainda vamos ter muitos momentos assim, sem pressa.
riu, com o coração um pouco mais leve. Ela sabia que aquela era apenas uma pausa temporária na loucura que era sua vida, mas, por ora, isso era o suficiente.
Eles continuaram caminhando pelas ruas tranquilas de Jeju, sem pressa, aproveitando o clima agradável da noite. sentia o ar fresco lhe acalmar, enquanto conversavam sobre pequenas coisas, sem se preocupar com o tempo.
De repente, parou e olhou para o lado, onde um pub agitado chamava a atenção. O lugar estava iluminado, com música alta e muitas pessoas conversando animadamente. Pela grande janela de vidro, era possível ver mesas de jogos, incluindo uma mesa de sinuca. Ele sorriu, apontando para o local.
— Já jogou sinuca? — perguntou, curioso.
seguiu o olhar dele e viu o interior do pub. O clima lá dentro era bem diferente da tranquilidade do lado de fora: pessoas rindo alto, bebendo, alguns casais se beijando nos cantos, e um grupo de amigos competindo na sinuca.
Ela corou um pouco com a cena movimentada, mordendo o lábio.
— Não… nunca joguei — admitiu, desviando o olhar por um momento, envergonhada.
inclinou a cabeça, observando-a com um sorriso travesso.
— Quer tentar? — sugeriu, com um brilho no olhar.
olhou de novo para o pub, ainda hesitante, mas o entusiasmo de era quase contagiante. Ela sentiu um pequeno frio na barriga, mas ao mesmo tempo, a curiosidade e a ideia de fazer algo diferente a impulsionavam.
— Acho que… por que não? — disse ela, finalmente sorrindo.
riu, satisfeito com a resposta, e estendeu a mão para ela.
— Vamos, então. Vai ser divertido.
***
levou até o balcão do pub e rapidamente organizou tudo para que eles jogassem uma partida de sinuca. Eles se aproximaram da mesa verde, com as bolas cuidadosamente organizadas em um triângulo no centro. A música ao redor era alta, mas o ambiente estava agradável, e sentia uma mistura de animação e nervosismo.
— Tudo bem, antes de começarmos, deixa eu te explicar as regras básicas — disse, sorrindo enquanto se inclinava levemente sobre a mesa de sinuca, pegando um dos tacos. — É bem simples, na verdade. Existem as bolas listradas e as bolas lisas. O objetivo é encaçapar todas as bolas do seu grupo e, no final, a bola 8, que é a preta.
o ouvia atentamente, mas ainda se sentia um pouco perdida. percebeu sua hesitação e riu.
— Parece confuso agora, mas você vai pegar o jeito. — Ele a encorajou. — E você usa o taco para acertar a bola branca, que vai bater nas outras bolas e tentar encaçapá-las nas caçapas. Entendeu até aqui?
— Acho que sim — ela respondeu, ainda um pouco insegura.
pegou o taco e demonstrou um movimento básico, batendo na bola branca com precisão. Uma das bolas coloridas rolou pela mesa e caiu em uma das caçapas.
— Viu? É só isso — disse ele, confiante.
pegou um taco e se posicionou na frente da mesa, tentando imitar os movimentos dele. Ela se inclinou levemente sobre a mesa, mas seu posicionamento estava errado, e o taco parecia escorregar em suas mãos.
— Hum, espera aí, deixa eu te ajudar — se aproximou, pegando leve no braço dela. Ele posicionou as mãos de corretamente no taco e se inclinou atrás dela, quase envolvendo-a com o corpo para ajustar a postura. sentiu a respiração dele perto de seu ouvido, e o calor do corpo de contra o seu a fez corar instantaneamente.
Ele estava tão perto que ela podia sentir o toque suave das mãos dele sobre as suas, guiando-a. O cheiro familiar dele invadiu seus sentidos, e teve dificuldade em se concentrar.
— Assim, veja… você tem que manter o taco firme, mas não tenso demais — disse ele, a voz baixa e calma, enquanto suas mãos moviam o taco junto com as dela, conduzindo o golpe.
engoliu em seco, tentando focar no jogo, mas seu coração batia rápido demais. Ela sentia o corpo de praticamente colado ao dela, e a proximidade fez com que sua mente ficasse ainda mais distraída.
— Agora tenta — ele sugeriu, soltando-a devagar, mas ainda próximo o suficiente para orientá-la.
respirou fundo e, com a ajuda dele, fez o movimento com o taco, acertando a bola branca que bateu em uma das listradas e a fez rolar até a caçapa.
— Consegui! — ela exclamou, surpresa, virando-se para .
Ele sorriu, os olhos brilhando.
— Viu? Eu disse que você ia pegar o jeito.
O olhar que eles trocaram, por um breve momento, foi mais intenso do que qualquer coisa que esperavam sentir naquela noite.
***
Depois do primeiro acerto de , o clima na mesa de sinuca ficou mais descontraído. Eles continuaram jogando, rindo de cada tentativa errada e comemorando cada bola encaçapada. aplaudia sempre que fazia um bom movimento, e ela, aos poucos, começou a se sentir mais confiante.
Enquanto jogavam, sugeriu que pegassem alguns drinks para completar a experiência no pub.
— O que acha de experimentarmos alguns drinks? — ele perguntou, levantando uma sobrancelha. — Não podemos ficar só na sinuca.
riu, meio tímida, mas concordou. Eles se aproximaram do bar, e fez o pedido: dois drinks coloridos e festivos que brilhavam sob a luz do lugar. Quando os copos chegaram, segurou o seu com curiosidade, olhando para o líquido brilhante.
— Isso parece perigoso — ela disse, rindo.
— Talvez seja — respondeu, piscando para ela. — Mas estamos aqui para nos divertir, certo?
Eles brindaram, e deu um gole no drink, sentindo o sabor doce e refrescante. O álcool era suave no início, mas ela sabia que logo sentiria os efeitos. Já , mais acostumado com aquele tipo de situação, estava relaxado, aproveitando a bebida e o ambiente ao redor.
Com o tempo, eles continuaram jogando sinuca, entre risadas e mais alguns goles. começou a se soltar mais, rindo das piadas de , e o clima entre eles ficou ainda mais leve e confortável. A música alta, o riso das pessoas ao redor, e a energia animada do pub contribuíam para a atmosfera envolvente.
Depois de um tempo, decidiu que era hora de outra rodada de drinks, e foi até o balcão para fazer o pedido. Quando voltou, carregando os copos, entregou um a , que agradeceu com um sorriso.
— Está se divertindo? — ele perguntou, os olhos brilhando por causa das luzes do local.
— Sim, mais do que eu esperava — admitiu, rindo levemente enquanto tomava um gole da bebida. — Acho que você tinha razão. É bom relaxar um pouco.
olhou para ela, satisfeito. Ele a observou por um momento, apreciando como o rosto de estava mais descontraído e leve, diferente da tensão que ele tinha notado mais cedo no hotel.
— Fico feliz em ouvir isso. — Ele levantou o copo em direção a ela, e eles brindaram novamente.
O jogo de sinuca continuou, mas, a essa altura, a precisão deles estava um pouco prejudicada pelos drinks. As tentativas de acertar as bolas ficaram mais desajeitadas, mas isso só tornava tudo mais engraçado. se inclinava sobre a mesa para tentar encaçapar uma bola, e dava dicas, mas entre risadas e brincadeiras, as bolas muitas vezes iam para direções completamente inesperadas.
— Acho que estamos ficando péssimos nisso — comentou, rindo ao ver a bola branca ir parar do outro lado da mesa.
— Ou estamos nos divertindo mais do que deveríamos — respondeu, rindo também, enquanto tomava mais um gole de seu drink. — Mas é pra isso que estamos aqui.
Eles continuaram rindo e brincando, o clima leve e animado. A noite no pub estava sendo mais divertida do que qualquer um dos dois poderia ter planejado, e, aos poucos, começou a perceber que estava realmente aproveitando a companhia de — talvez mais do que deveria.
***
Quando e chegaram ao hotel, ambos já estavam levemente bêbados. Eles caminhavam lado a lado, trocando risadas, seus passos desajeitados e um tanto desequilibrados.
— Não acredito que você quase derrubou aquela mesa de sinuca! — riu, segurando o braço de para manter o equilíbrio.
— Ei, aquilo foi estratégico! — ele respondeu, com um sorriso travesso. — Eu estava tentando te distrair para você errar a tacada.
— Ah claro, distrair! — revirou os olhos, ainda rindo, enquanto eles atravessavam o lobby do hotel. O recepcionista lhes lançou um olhar curioso, mas eles estavam ocupados demais em sua própria diversão para notar.
Quando chegaram ao elevador, se desequilibrou e tropeçou levemente. , por reflexo, a segurou pelo braço, e os dois ficaram ainda mais próximos, rindo descontroladamente.
— Está tudo bem aí? — ele perguntou, a voz um pouco rouca por causa da bebida.
— Sim, só acho que esses drinks eram mais fortes do que pareciam… — respondeu, tentando recuperar o fôlego entre risadas.
O elevador chegou, e eles entraram, se encostando um no outro para manter o equilíbrio. As portas se fecharam, e o ambiente tranquilo do elevador contrastava com a agitação da noite que eles acabaram de viver.
— Sabe… — começou, ainda rindo um pouco. — Foi divertido hoje, você não acha?
— Muito! Acho que fazia tempo que eu não me divertia tanto. — sorriu, olhando para ele com sinceridade.
Quando o elevador chegou ao andar deles, as portas se abriram e os dois caminharam, ainda um pouco cambaleantes, até o quarto. , tentando parecer mais sóbrio, abriu a porta, mas logo em seguida tropeçou levemente no tapete da entrada, o que fez rir alto outra vez.
— Cuidado aí, ‘senhor estratégico’! — ela provocou, entrando no quarto atrás dele.
— Não me julgue! O chão está inclinado! — brincou, tentando parecer sério, mas logo caiu na gargalhada junto com .
Assim que fecharam a porta, ambos pararam um momento, respirando fundo para se acalmarem das risadas. O ambiente do quarto estava quieto e aconchegante, um contraste bem-vindo à agitação do pub e das ruas movimentadas.
olhou para , ainda sorrindo, sentindo a leve tontura dos drinks. A noite havia sido inesperadamente divertida, e, mesmo que estivesse um pouco nervosa com toda a farsa, ela se permitiu aproveitar aqueles momentos ao lado dele.
Ainda rindo da noite agitada, e caíram na cama de casal, nem se dando ao trabalho de trocar de roupa. O cansaço e os drinks começavam a pesar. Ela estava deitada de lado, olhando para o teto, ainda com o coração acelerado da diversão, enquanto se espreguiçava ao lado, claramente tentando se acomodar.
— Acho que isso foi mais cansativo do que eu imaginava — ela comentou, com um sorriso fraco nos lábios.
— Cansativo, mas divertido… — respondeu, virando-se um pouco para o lado dela. Seus olhos estavam meio fechados, e havia um sorriso bobo em seu rosto.
— Boa noite, . — murmurou, sentindo a tontura leve e o corpo relaxando.
— Boa noite, … — ele respondeu, ainda com a voz um tanto arrastada pelo álcool.
Foi então que, de maneira inesperada e impulsiva, se inclinou para frente e, em um movimento rápido e desajeitado, depositou um beijo nos lábios de . Um simples, breve toque, que deixou os dois congelados por um instante.
arregalou os olhos, surpresa, sentindo o calor momentâneo dos lábios de contra os seus. Seu coração disparou, e ela ficou imóvel, tentando processar o que havia acabado de acontecer.
, por sua vez, também parecia surpreso com o que fez, mas, ainda um pouco embriagado e confuso, apenas piscou lentamente, se afastando com um sorriso preguiçoso.
— Ops… — ele murmurou, parecendo não ter completa noção do impacto daquele gesto.
ainda estava em choque, mas tentou disfarçar o nervosismo.
— O que foi isso? — ela perguntou, tentando soar casual, mas sua voz saiu levemente trêmula.
— Um boa noite especial… — riu de leve, fechando os olhos enquanto se acomodava novamente no travesseiro, claramente sem pensar muito no que tinha feito.
ficou em silêncio, seu coração batendo descompassado. Ela se virou de lado, de costas para , mordendo o lábio, sem saber o que sentir ou pensar. Aquele beijo, mesmo rápido e inesperado, mexeu com ela mais do que ela gostaria de admitir.
7º Capítulo:
Quando as luzes dos primeiros raios de sol invadiram o quarto, indo direto de encontro ao rosto de , ela se remexeu na cama, inquieta.
Quando se virou na cama, buscando escapar do incômodo da luz do sol que atravessava as cortinas mal fechadas, sentiu algo quente e sólido muito próximo. O movimento a levou a encostar o nariz em algo… ou alguém.
Ela abriu os olhos com dificuldade, ainda sentindo o peso da ressaca, e deu de cara com . Ele já estava acordado, olhando para ela com uma expressão curiosa e levemente divertida, embora o cansaço estivesse evidente em seu rosto. Seus olhos estavam um pouco inchados, e o cabelo bagunçado o fazia parecer mais desarmado do que o habitual.
— Bom dia, dorminhoca — ele murmurou, a voz rouca, provavelmente por causa dos drinks da noite anterior. O hálito dele tinha um leve cheiro de álcool, mas não era desagradável.
sentiu o rosto esquentar ao perceber o quão próximos estavam. Ela podia sentir o calor da respiração dele contra sua pele, o que só intensificava a estranha tensão que pairava no ar. não parecia minimamente incomodado; ao contrário, ele parecia achar graça na situação.
— Você… já está acordado há muito tempo? — ela perguntou, a voz baixa e rouca, desviando o olhar. Tentava ignorar a proximidade, mas era impossível não notar como ele parecia confortável.
— Não muito. Só o suficiente pra perceber que você se mexe muito dormindo — ele respondeu, um sorriso de canto surgindo em seus lábios.
O comentário fez se afastar um pouco, tentando criar uma distância segura entre eles. Ela coçou a cabeça, sentindo a dor latejar. A ressaca cobrava seu preço, mas a maior parte de sua preocupação estava na maneira como o olhar de parecia prendê-la.
— E você… sempre olha as pessoas enquanto elas dormem? — rebateu, tentando soar casual e mudar o clima, mas sua voz ainda soava estranha, quase trêmula.
riu de leve, se espreguiçando, mas sem quebrar o contato visual.
— Só quando elas ficam bonitinhas enquanto dormem…
congelou por um segundo. A simplicidade com que ele disse aquilo, sem qualquer intenção maliciosa, fez com que sua mente ficasse ainda mais confusa. Ela precisava cortar aquilo antes que ficasse pior — ou melhor, dependendo do ponto de vista.
Ela levantou a mão, gesticulando nervosamente enquanto se afastava ainda mais na cama.
— Ok, chega. Estamos ambos com ressaca. Vamos fingir que essa conversa não aconteceu e começar o dia. — Ela se levantou, passando as mãos pelo rosto para tentar se recompor. — E por favor, vamos evitar qualquer coisa que me faça corar hoje, certo? Não tenho energia pra isso.
a observou, ainda com um sorriso no rosto, mas respeitou a barreira que ela claramente colocou. Ele se sentou na cama, coçando a nuca enquanto a via caminhar até a janela.
— Como quiser, chefe — ele respondeu, ainda com um tom brincalhão, mas sem insistir. — Mas, pra ser justo, foi você que encostou em mim primeiro.
virou o rosto, lançando-lhe um olhar fulminante, embora não pudesse evitar o calor que subia novamente para suas bochechas.
— Não quero ouvir mais nada, . Nada! — Ela apontou para ele, tentando soar firme, mas falhando miseravelmente.
Ele ergueu as mãos em rendição, ainda rindo, antes de finalmente se levantar e caminhar para o banheiro.
suspirou profundamente, tentando recuperar o controle de suas emoções. Por mais que quisesse ignorar, a proximidade com estava começando a se tornar perigosa demais para sua paz de espírito.
se levantou rapidamente da cama, mas mal teve tempo de se equilibrar antes que uma onda de tontura a atingisse. Ela levou a mão à testa, sentindo a cabeça latejar, e soltou um baixo gemido de frustração.
— Ah, droga… — murmurou, tentando organizar os pensamentos enquanto a dor parecia pulsar em suas têmporas. Olhou em direção ao relógio digital ao lado da cama e, ao ver que marcava quase 8 da manhã, arregalou os olhos, esquecendo momentaneamente a ressaca. — Eu já deveria estar acordada e trabalhando uma hora dessas! — exclamou, o tom urgente e levemente alarmado.
, que ainda estava sentado na cama, passou as mãos pelos cabelos bagunçados e a observou com uma expressão cansada, mas firme. Ele respirou fundo e, com um movimento lento, balançou a cabeça em reprovação.
— … sério? — Sua voz saiu rouca, mas carregada de uma calma que contrastava com a energia dela. Ele se ajeitou, sentando-se mais ereto, enquanto ela continuava a se preocupar com algo que ele sabia não ser prioridade.
Ela parou, virando-se para encará-lo com o rosto ainda tomado pela urgência.
— O quê? O que foi agora? Eu tenho coisas pra resolver, . E se eu não…
Ele ergueu a mão, interrompendo-a com gentileza, mas firme o suficiente para que ela prestasse atenção.
— Não, . Escuta. Você está de folga. Férias. Um tempo pra relaxar, lembra? Pra ficar com seus pais. — Ele cruzou os braços, estreitando os olhos como se quisesse deixar claro o ponto. — O que vai adiantar estar aqui se sua cabeça continua no trabalho o tempo todo? Eles vieram até essa ilha para passar tempo com você, não pra assistir você se enterrar em e-mails e relatórios.
As palavras dele a atingiram como um balde de água fria. abriu a boca para retrucar, mas nenhuma justificativa parecia boa o suficiente. Ele tinha razão, e isso só tornava tudo mais frustrante.
— Eu só… — começou, mas logo perdeu o fio da explicação. Ela desviou o olhar, mordendo o lábio enquanto tentava organizar os pensamentos. — É difícil desligar, tá? Eu sinto que, se não fizer algo, vou acabar atrasada ou esquecendo de alguma coisa importante.
suspirou, levantando-se da cama. Ele se aproximou dela, ainda mantendo a calma na voz, mas o olhar agora era mais suave.
— Eu entendo que seja difícil, , mas você precisa tentar. Essa viagem não é só sobre você. Seus pais estão aqui porque querem você presente. De corpo e mente. — Ele colocou as mãos nos bolsos e deu um sorriso leve. — Se você continuar nesse ritmo, vai perder momentos que não vão voltar.
Ela o olhou, ainda sentindo a cabeça girar, mas agora por um motivo diferente. As palavras dele mexiam com algo dentro dela que ela não queria admitir.
— Você fala como se soubesse exatamente o que fazer em situações assim — retrucou, cruzando os braços.
deu de ombros, o sorriso se ampliando um pouco mais.
— Eu posso não saber tudo, mas sei que trabalhar durante a folga não é a resposta. Agora… que tal você se dar um pouco de tempo? Comece pelo café da manhã com seus pais. Sem distrações.
suspirou, derrotada, mas deu um pequeno sorriso de canto. — Ok, eu entendi. Vou tentar.
— É um começo — ele respondeu, piscando para ela antes de se virar em direção ao banheiro. — Vou tomar um banho e depois a gente desce. Lembre-se: nada de abrir o laptop até o almoço, hein?
revirou os olhos, mas o sorriso em seu rosto era genuíno. tinha uma maneira de desarmá-la que era ao mesmo tempo irritante e tranquilizadora. Ela sabia que ele estava certo, mas isso não tornava o esforço menos desafiador.
decidiu sair do quarto para evitar qualquer interação desconfortável com enquanto ele tomava banho. Pegou uma troca de roupas simples e caminhou até o quarto dos pais, batendo de leve antes de entrar. Quando abriu a porta, encontrou a mãe arrumando algumas coisas perto da cama, enquanto o pai estava sentado na varanda, tomando um café.
— Bom dia, mãe. Pai — cumprimentou com a voz ainda um pouco rouca. — Posso usar o banheiro de vocês? está no nosso.
Darci ergueu o olhar, surpresa, mas assentiu com um sorriso curioso.
— Claro, querida. Está tudo bem?
fez que sim com a cabeça rapidamente, tentando soar despreocupada.
— Sim, tudo certo. Só achei melhor vir aqui enquanto ele termina lá.
Darci franziu levemente a testa e parou o que estava fazendo, colocando as mãos na cintura.
— Ué, mas vocês não têm intimidade o suficiente pra dividir o banheiro? Vocês são namorados, afinal. — A pergunta foi direta, com um tom genuíno de curiosidade, mas o suficiente para deixar sem reação.
Ela engoliu seco, sentindo o calor subir pelo rosto. Tentou manter a compostura, mas a pergunta a pegou desprevenida.
— Ah, mãe… — riu nervosamente, balançando a mão como se fosse algo trivial. — É que… eu quis dar um pouco de privacidade pra ele, sabe? Ainda é cedo, e… enfim, achei melhor assim.
Darci arqueou as sobrancelhas, claramente intrigada, mas não insistiu no assunto. Em vez disso, deu de ombros com um sorriso levemente divertido.
— Bem, você quem sabe. Só achei que, com meses juntos, isso não fosse um problema. Mas vai lá, querida. O banheiro é todo seu.
agradeceu com um aceno rápido e desapareceu dentro do banheiro, fechando a porta atrás de si com um suspiro aliviado. Encostou-se por um momento na porta, sentindo o coração acelerar.
— Droga, que bola fora… — murmurou para si mesma, cobrindo o rosto com as mãos.
Enquanto ligava o chuveiro, ela não conseguia deixar de pensar no quanto precisaria ser cuidadosa para manter a farsa intacta. Cada detalhe contava, e qualquer deslize poderia colocar tudo a perder. “Preciso me esforçar mais”, pensou, tentando afastar a preocupação enquanto a água quente começava a cair, relaxando seus músculos tensos.
saiu do banheiro do quarto dos pais já vestida e com os cabelos ainda úmidos. Tentava manter uma expressão relaxada, mas sabia que a curiosidade da mãe estava prestes a atacá-la. Assim que cruzou a sala, Darci, que estava sentada na cama, imediatamente se animou ao vê-la.
— E então, querida? Como foi o jantar ontem à noite? — perguntou com um sorriso travesso nos lábios. — E a noite de vocês? Se divertiram?
sentiu o rosto esquentar instantaneamente. Já esperava algo assim, mas não conseguia evitar a reação. Tentou parecer natural enquanto arrumava o cabelo com os dedos.
— Foi… ótimo. O jantar foi muito agradável, o lugar era lindo, e depois a gente deu uma voltinha por lá.
Darci inclinou a cabeça, visivelmente interessada.
— Só isso? Vocês dois, sozinhos, em uma ilha romântica, e só deram uma voltinha? Ah, , tem algo que você não está me contando.
— Mãe! — protestou , fingindo indignação enquanto dava uma risada nervosa. — Não começa! Foi só um passeio normal, nada demais. A gente se divertiu, riu um pouco, e depois voltamos para o hotel.
Darci estreitou os olhos, claramente não convencida.
— Hum, sei… E depois?
— Depois o quê? — arqueou as sobrancelhas, tentando parecer desentendida.
— Ah, querida, vocês chegaram tarde. E com essa carinha de sono hoje de manhã, parece que a noite foi… movimentada. — Darci deu uma risadinha maliciosa, cruzando os braços.
arregalou os olhos, completamente sem palavras por um momento.
— Não! Quer dizer… nada disso, mãe. A gente chegou, estava cansado e foi dormir, só isso.
Darci riu, balançando a cabeça.
— Tá bom, tá bom. Mas olha, se esse continuar sendo tão encantador assim, você tem que segurá-lo, hein? Ele é um achado, minha filha. Um homem educado, atencioso, e ainda por cima divertido? Não deixa escapar, .
sorriu sem jeito, sentindo o peso da mentira aumentar sobre seus ombros.
— Pode deixar, mãe. Eu vou… pensar nisso.
Ela se despediu rapidamente e saiu do quarto, o coração batendo acelerado. Cada conversa como aquela fazia a situação parecer ainda mais complicada, e a preocupação com o momento em que a verdade precisaria ser revelada crescia cada vez mais.
respirou fundo ao fechar a porta do quarto dos pais, ainda sentindo as bochechas aquecidas pela conversa anterior. Tentou afastar os pensamentos que a deixavam inquieta e focar no dia pela frente. Precisava parecer tranquila e animada, afinal, aquela viagem era para aproveitar com a família.
Ao entrar no quarto que dividia com , encontrou-o sentado na cama, os cabelos ainda úmidos do banho, ajustando o colarinho da camisa. Ele parecia tranquilo, mas ergueu os olhos ao vê-la entrar.
— Tudo certo com seus pais? — perguntou ele, colocando de lado a peça de roupa que dobrava.
— Sim, tudo tranquilo… Acho. — Ela sorriu de forma um pouco nervosa, ainda pensando nas palavras da mãe. — Eles já estão prontos e vão nos esperar no hall. É melhor a gente se apressar.
se levantou, ajeitando a camisa com um leve sorriso.
— Estou pronto. Só preciso calçar os sapatos.
observou enquanto ele pegava os sapatos próximos à cama. Por um momento, lembrou-se das palavras da mãe sobre “segurá-lo” e balançou a cabeça para espantar o pensamento.
— Tá bom, então. Vou te esperar lá fora. — Ela deu dois passos para trás em direção à porta.
, percebendo o tom ligeiramente apressado dela, arqueou uma sobrancelha.
— Tá tudo bem?
Ela parou, forçando um sorriso.
— Sim, só estou com fome. Vamos logo antes que a minha mãe fique insistindo para chamar você.
Ele deu uma risadinha, calçando os sapatos com rapidez.
— Ah, então é melhor eu me apressar mesmo.
Juntos, saíram do quarto e seguiram pelo corredor em direção ao hall, tentando manter o foco na rotina simples do dia e afastar as preocupações que pareciam persegui-la o tempo todo.
Ao chegarem ao hall do hotel, não hesitou em pegar a mão de , entrelaçando seus dedos aos dela com naturalidade. , que ainda estava distraída com pensamentos sobre o que a mãe havia dito mais cedo, olhou para ele, surpresa.
— … — começou a dizer, mas ele se inclinou ligeiramente, sussurrando ao ouvido dela:
— Segura a minha mão de volta. Namorados de verdade fazem isso, lembra?
Ela piscou algumas vezes, percebendo que a mão dele estava firme, mas não desconfortável. Engoliu em seco e, relutante, apertou os dedos dele de volta.
— Assim está melhor — ele sussurrou novamente, um leve sorriso no rosto.
soltou um suspiro baixo, tentando ignorar a maneira como o calor da mão dele parecia transmitir uma sensação estranha, quase aconchegante. Ao erguer os olhos, viu os pais sentados em um dos sofás do hall. Sua mãe, Darci, tinha um sorriso largo no rosto ao notar a interação entre os dois.
Darci cutucou discretamente o marido, indicando com um leve aceno de cabeça a cena que presenciava.
— Olha só como eles estão apaixonados! — murmurou ela, satisfeita — Eu sabia que tinha encontrado alguém especial.
O pai de apenas murmurou algo em concordância, distraído com o jornal que lia no celular.
e se aproximaram, e Darci levantou-se, claramente entusiasmada.
— Bom dia, meus queridos! — ela cumprimentou, os olhos brilhando ao observar a forma como as mãos deles ainda estavam entrelaçadas. — Dormiram bem?
— Muito bem, dona Darci — respondeu , educado, com um sorriso caloroso.
— Que bom, querido. Vocês dois formam um casal tão lindo. Mal posso esperar para ver as fotos dessa viagem!
sentiu o rosto esquentar, mas manteve o sorriso forçado, apertando levemente a mão de em um sinal de “não diga nada demais”.
— Bom, vamos ao refeitório? — ela sugeriu, tentando mudar de assunto.
Darci assentiu, animada, e os quatro começaram a caminhar juntos, tentando se concentrar no momento e afastar a constante sensação de que estava pisando em terreno perigoso.
***
No buffet do refeitório, o aroma dos pratos frescos preenchia o ambiente. estava ao lado dos pais de , explicando com paciência e simpatia cada item das opções típicas coreanas disponíveis.
— Esse aqui é kimchi, um acompanhamento bem tradicional. É picante, mas combina com praticamente tudo — ele explicou, apontando para uma travessa de repolho fermentado.
Darci observou com interesse, inclinando a cabeça para ouvir melhor.
— E esse arroz roxo? Parece tão diferente.
— É ogokbap, feito com grãos mistos. É bem nutritivo e tem um sabor suave. Acho que vão gostar.
Enquanto isso, enchia seu prato com frutas e torradas, mas seus olhos voltavam constantemente para a cena. parecia tão à vontade, ajudando seus pais com naturalidade. Ela viu sua mãe sorrir, quase admirada, enquanto conversava com ele.
— E essa sopa? Parece interessante — perguntou Darci, apontando para o doenjang jjigae.
— É uma sopa à base de pasta de soja fermentada. É saborosa, mas o gosto pode ser um pouco forte para quem não está acostumado — alertou, em tom cuidadoso. — Talvez seja melhor experimentar um pouquinho primeiro.
— Que bom ter você aqui para nos guiar, . Senão, acho que pegaríamos um monte de coisa sem saber — disse Darci, soltando uma risada calorosa.
percebeu o brilho nos olhos da mãe e sentiu uma pontada de culpa. A cada elogio direcionado a , a mentira que estavam vivendo parecia mais difícil de sustentar.
“Ela está realmente encantada com ele”, pensou , desviando os olhos para o prato à sua frente.
Quando finalmente todos se sentaram à mesa, Darci não perdeu a oportunidade de continuar exaltando o “genro”.
— , você realmente encontrou um homem de ouro — comentou Darci, enquanto experimentava o arroz roxo. — Gentil, educado, conhece a própria cultura… Onde você o encontrou mesmo?
deu um sorriso sem graça, sentindo o olhar curioso da mãe sobre ela.
— Em uma reunião de trabalho, lembra? — improvisou, desviando a atenção para a xícara de café.
, percebendo o desconforto dela, entrou na conversa com um sorriso discreto.
— Foi um acaso muito feliz. Nem sempre reuniões são tão… produtivas — brincou ele, arrancando risadas de Darci.
engoliu seco, sentindo que a pressão aumentava. Ela precisava pensar em uma forma de lidar com a verdade inevitável sem partir o coração da mãe — ou o dela mesmo.
O café da manhã transcorreu de forma descontraída. parecia em perfeita sintonia com a farsa, desempenhando o papel do namorado ideal. A cada gesto, ele parecia mais à vontade, o que não passou despercebido nem pelos pais de , nem por ele mesmo.
— Experimente isso, , é uma das melhores combinações — disse ele, segurando delicadamente um pedaço de pão coberto com geléia de frutas. Ele o levou até a boca dela, e hesitou antes de aceitar, consciente dos olhares atentos da mãe.
— Está ótimo — murmurou , desviando o olhar, tentando disfarçar o rubor que subia por suas bochechas.
sorriu e, sem pensar, passou o polegar pelo canto dos lábios dela, limpando um resquício de geleia. O toque foi rápido, mas o suficiente para que ele sentisse um calor inesperado subir pelo braço, algo que ele não deveria sentir em uma situação como aquela.
Sentados à mesa, vez ou outra ele deslizou os dedos sobre a mão dela, como se fosse algo completamente natural. Em outra ocasião, enquanto ela falava, ele inclinou-se para ajeitar uma mecha de cabelo que caíra sobre o rosto dela, sua mão roçando suavemente a bochecha de .
Cada gesto parecia uma atuação perfeita, mas sabia, em seu íntimo, que não precisava pensar muito para fazê-los. Eram automáticos, quase naturais, como se realmente se importasse com de uma forma que ia além do acordo profissional entre eles.
Enquanto os pais dela trocavam histórias animadas sobre suas viagens, se pegou observando , que ria de algo que o pai dizia. Ele tentou racionalizar os próprios sentimentos, lembrando-se do propósito daquela viagem. “Isso é só um trabalho”, pensou, quase como um mantra. Mas, por mais que tentasse, ele não conseguia ignorar o quanto era fácil para ele cuidar dela.
Quando , sem perceber, tocou a mão dele sobre a mesa para pedir que ele lhe passasse o açúcar, ele sentiu o estômago revirar. “Isso é atuação… certo?”, ele se questionou, confuso com o próprio coração.
O café da manhã terminou com risadas e elogios de Darci, que parecia cada vez mais encantada com a “relação perfeita” entre os dois. , por sua vez, lutava internamente para manter a fachada — não apenas para os pais dela, mas para si mesmo. Afinal, ele estava ali apenas para cumprir um papel… ou era isso que ele queria acreditar.
No elevador, o clima era tranquilo até que uma mãe com uma criança de colo entrou. O pequeno, curioso e animado, imediatamente começou a encarar , que respondeu com um sorriso caloroso. Ele fez uma careta engraçada, arrancando risadas da criança, que estendeu os bracinhos na direção dele.
— Ah, parece que ele gostou de você — comentou a mãe, rindo.
, com naturalidade, brincou:
— Crianças sempre sabem quem gosta delas.
A mãe sorriu, balançando a cabeça em concordância, e o pai de aproveitou a deixa, observando a interação com um ar satisfeito.
— Você se dá bem até com crianças, . Gosta delas?
— Sim, eu adoro — respondeu prontamente, desviando o olhar para , que parecia tentar esconder o desconforto crescente.
O pai continuou, rindo de forma descontraída:
— Então boa sorte para convencer a a ter filhos. Vocês já conversaram sobre isso?
engasgou levemente, os olhos arregalados enquanto encarava o pai.
— Pai! — exclamou, tentando conter o constrangimento.
manteve a calma, embora o coração batesse um pouco mais rápido. Ele lançou um olhar tranquilizador para antes de responder, com um tom descontraído:
— Ah, ainda não entramos nesse nível de planejamento. Estamos aproveitando o momento agora.
O pai de riu, satisfeito com a resposta, mas estava claramente desconfortável. O elevador parou no andar antes do deles, e a mãe com a criança desceu, acenando para com um sorriso. Os pais de também desceram, junto com a mãe da criança. Quando as portas se fecharam novamente e o silêncio tomou conta do pequeno espaço, soltou um suspiro aliviado, murmurando:
— Ele só precisava mesmo complicar tudo…
olhou para ela, contendo um sorriso.
— Relaxa, eu sobrevivi à entrevista sobre filhos.
Ela balançou a cabeça, exasperada, mas não conseguiu evitar um pequeno sorriso. Mesmo quando as coisas saíam do controle, ele parecia lidar com tudo de forma tão natural que até ela tinha que admitir: ele era bom nisso. Bom até demais.
Assim que chegaram ao quarto, caminhou diretamente até a escrivaninha, ligando o laptop com rapidez. Ela tinha perdido a manhã inteira e agora precisava recuperar o tempo, focando em terminar os e-mails que havia deixado pendentes. , por sua vez, jogou-se na cama, observando-a com um leve sorriso enquanto ela se concentrava na tela.
Depois de alguns minutos de silêncio, ele se levantou, pegou o próprio notebook e sentou-se ao lado dela. Sem dizer nada, posicionou o laptop em frente aos dois, desviando a atenção de .
— O que está fazendo? — ela perguntou, franzindo a testa, enquanto ele ajustava o ângulo da tela para que ambos pudessem ver.
deu um sorriso tranquilo.
— Estou procurando por passeios turísticos para fazermos à tarde.
Ela o encarou, incrédula.
— Passeios turísticos? , eu tenho trabalho acumulado para fazer.
Ele ignorou a reclamação, deslizando pelo site com sugestões de atividades.
— Aqui, olha. Tem uma trilha que leva a um mirante com vista para o mar… Parece incrível.
suspirou, balançando a cabeça.
— Eu não posso, . Meu trabalho não espera.
Ele finalmente se virou para encará-la, os olhos cheios de paciência.
— , você está aqui com seus pais. A ideia é aproveitar, lembra? Trabalho você tem todos os dias, mas momentos como esses são raros.
Ela mordeu o lábio inferior, hesitando. Ele tinha razão, mas parte dela ainda se agarrava ao hábito de priorizar o trabalho. Antes que pudesse responder, ele continuou:
— Além disso, vai ser divertido. Só pensa na vista e no ar fresco. Um pouco de caminhada não vai te matar.
soltou um suspiro derrotado, olhando para a tela e para a imagem do mirante que ele apontava.
— Tá bom, mas você vai carregar a mochila e as águas.
riu, satisfeito, e deu um pequeno soco no ar.
— Fechado. Vou reservar pra gente agora.
Enquanto ele voltava ao computador, não pôde deixar de sorrir levemente. Ele era irritantemente persuasivo, mas tinha um jeito de tornar as coisas mais leves. Mesmo contra sua vontade, ela já estava animada para o passeio.
primeiramente: perdão, Youngjae, mas vou imaginar o JB no seu lugar kkkkk
A pp criando toda uma fanfic aí pra contar pra mãe, quero ver logo esses dois se encontrando HEHEHEHEHEHHE
AHHHHHHHHH espero não te decepcionar, já que a idéia doada foi sua Lelen <3
E aconteceu o encontro <3
Vai lá, moço! Mostra do que você é capaz e por que você deveria estar nos doramas e cinema ao invés de nessa agência. E mostra também que você pode ser “o cara”, favor HIEOIEHOIEHOIE
Vamos ver se esse teatro todo vai ser o suficiente para convencer os pais da pp sobre o relacionamento e quais cenas estarão programadas (ou não) pra acontecer no meio do romance quase real <3
ahhhhhhhhh mais uma vez: espero não te decepcionar Lelen hihi
Ai, gente dá até um negócio porque tá chegando a hora de esses dois mostrarem a arte de atuar na frente dos pais da moça e eu tô empolgada! HAHAHAH
O bonito todo bobinho já pela Wendy, dá vontade de apertar <3
E eu tô adorando a amizade com a Yoona, por favor, Deus, que não tenho nenhum drama que envolva ela ser cobra, amém. ASOPDNAPSODNP
Esperando o próximo capítulo <3333
Vem aí eles “atuando” vamos ver se ele vai agradar os pais dela né?
Cadê o meu Youngjae (mentira, é meu JB) da vida real? (tirando a parte dele ser de aluguel, quero todo o resto kkkkk)
Por enquanto tá tudo indo bem, o plano tá dando certo, papai e mamãe enganados com sucesso… Agora vamos começar com as paixonites reais HAHAHAH
O que será que esses dois vão fazer quando a paixão disser “olá, eu sou real :D” para eles ONASDPOASNDOPADNSPO
Ai, adoro essa história que é tão tranquilinha e gostosa de leeer. <3
E esse povo curioso
enxeridoquerendo saber sobre a vida amorosa alheia, hein? Ainda bem que por enquanto ninguém precisa saber que é tudo um lindo teatro (que vai virar real *coff-coff*). E mamãe e papai estão satisfeitos com o moço, é tudo o que importa.O que vai rolar no dia seguinte?
Ah sim, e eu imaginando no meio do capítulo se uma das pessoas que contrataram anteriormente os serviços do Youngjae aparece e dá uma de sem noção? Eu tava com esse medinho quando a festa começou, não sei por quê 😂
Cê acredita que pensei nisso? de alguém que contratou ele aparecer? kkkkkkkkkkkkk mas pensei melhor… e o dia seguinte… quer spoiler? haha