Guilty as Sin?
Primeiro Capítulo
Abriu os olhos e respirou fundo, alguns segundos depois desativou o alarme no celular e encarou o teto ainda escuro do próprio quarto.
Hoje era o primeiro dia das gravações de seu primeiro dorama como protagonista. mal havia dormido noite passada, tamanha ansiedade. Ela havia participado de alguns doramas como coadjuvante, várias participações especiais, mas nada como aquela chance: a de ser protagonista de um dorama super esperado.
E ela atuaria ao lado de atores e atrizes incríveis, incluindo o premiado Park Jinyoung – que ela considerava talentosíssimo.
Além do mais ele era um idol, sendo parte do famoso grupo de K-pop, GOT7. E ela inclusive havia visto alguns vídeos dele no grupo, e ele conseguia além de ser ótimo ator, ser totalmente talentoso no canto e na dança, sendo inclusive o lead dancer do grupo.
Pensar naquilo fez ficar ainda mais nervosa. Apesar que na leitura conjunta do roteiro, ele havia sido um verdadeiro gentleman. Mas ainda assim, ela estava nervosa.
Sentia-se pressionada pelo talento tremendo dos colegas, especialmente o de Jinyoung, já que eles contracenariam diretamente um com o outro.
se sentou na cama, ainda envolta pela escuridão suave de seu quarto. Esfregou os olhos, tentando afastar o resto da fadiga que a acompanhara durante a noite agitada. Sua mente estava a mil. Por mais que tentasse relaxar, não conseguia parar de pensar no que a aguardava naquele dia tão importante.
— Primeira protagonista… — Sussurrou para si mesma, como se repetir aquilo a ajudasse a processar melhor. —
Era algo que ela sempre sonhara, e finalmente estava acontecendo. Mas a ansiedade em seu peito crescia cada vez que lembrava das cenas que teria de gravar ao lado de Jinyoung.
Ela balançou a cabeça, tentando se livrar da pressão que colocava sobre si mesma. A leitura do roteiro havia sido tranquila, e Jinyoung… Ele tinha sido encantador, sempre gentil e disposto a ajudar. Mas não havia como negar que a presença dele era intimidadora. Ele era o tipo de ator que dominava a cena com facilidade, e a ideia de contracenar diretamente com alguém tão talentoso – e famoso – fazia o estômago de revirar de nervosismo.
Com um suspiro, ela se levantou lentamente da cama, dirigindo-se ao banheiro. O dia seria longo, e ela precisava estar pronta para o que viesse. Mesmo com toda a pressão, havia uma pequena faísca de excitação dentro dela. A chance que ela tanto esperou estava finalmente ali, e estava determinada a fazer o melhor possível.
— Eu consigo, não é?— Murmurou para si mesma no espelho, enquanto a água do chuveiro começava a esquentar.
A água morna escorria por seu corpo, ajudando a aliviar parte da tensão que havia se acumulado em seus ombros. Enquanto lavava o rosto, tentava se acalmar, repetindo para si mesma que tudo daria certo. Era o que ela sempre quis, uma oportunidade como aquela. No entanto, o medo de errar, de não corresponder às expectativas, parecia crescer a cada segundo.
Depois do banho, enrolada em uma toalha, ela foi até o pequeno guarda-roupa e abriu as portas, procurando o que vestir. Decidiu por algo confortável, mas que ainda a fizesse se sentir confiante. Sabia que a equipe toda estaria no set, diretores, produtores, e claro, o elenco, incluindo Jinyoung. Mais uma vez, seu nome ecoou na mente dela.
— Eu só preciso ser profissional. — Disse baixinho, enquanto vestia uma calça jeans e uma blusa simples. Não importava que ele fosse um idol super famoso e talentoso. Ela também tinha chegado ali por mérito próprio. Seus pequenos papéis a levaram até aquele momento, e ela precisava confiar que estava preparada.
Pronta, pegou sua bolsa e verificou o roteiro mais uma vez, revisando mentalmente as primeiras cenas. Antes de sair, olhou para a foto na mesa de cabeceira – uma imagem dela com os pais, tirada no dia de sua formatura. Eles estavam tão orgulhosos. Esse pensamento trouxe um pequeno sorriso aos lábios de .
Respirando fundo, ela finalmente saiu do apartamento, as primeiras luzes da manhã iluminando as ruas ainda calmas da cidade. Quando entrou no carro que a produção havia enviado, sentiu seu coração acelerar novamente. Tudo estava começando.
No caminho, tentou distrair-se olhando pela janela. Era uma manhã fresca, e as árvores dançavam suavemente ao vento. Mas a tranquilidade exterior não refletia a tempestade que se formava dentro dela. Enquanto o carro avançava em direção ao set, suas mãos apertaram o roteiro que descansava em seu colo.
“Será que vou conseguir?”, a dúvida, que ela tentava suprimir, voltou com força. Não era apenas por ela, mas por todo o elenco, a equipe, e pela expectativa do público que já aguardava ansiosamente o dorama.
Antes que pudesse afundar mais em seus pensamentos, o carro parou. O set estava à frente, movimentado e cheio de vida. Pessoas iam e vinham carregando equipamentos, preparando as câmeras, ajustando luzes. desceu do carro e respirou fundo, tentando focar na energia do momento. Estava prestes a dar o primeiro passo para o que poderia ser o papel de sua vida.
E então, do outro lado do set, ela o viu. Jinyoung estava conversando com o diretor, rindo de algo que alguém havia dito. Ele parecia tão tranquilo, tão confiante. Aquela visão fez seu coração dar um salto. Ela tinha que se concentrar. Precisava manter a cabeça no lugar e lembrar por que estava ali.
Com passos decididos, avançou, pronta para enfrentar o que viesse, mesmo que seu coração ainda estivesse um pouco acelerado.
Antes que pudesse se perder completamente em pensamentos sobre Jinyoung, uma mulher da produção se aproximou dela com um sorriso caloroso.
— , certo? Sou a Jiyeon, vou te acompanhar até o camarim. Estão todos ansiosos para te ver no papel de protagonista. — Disse, animada, acenando para que a seguisse.
sorriu, ainda um pouco nervosa, mas agradecida pela gentileza. Enquanto seguiam pelos corredores movimentados do set, ela observava ao redor. O ambiente parecia um grande formigueiro: maquiadores correndo de um lado para o outro, assistentes ajustando figurinos, produtores dando instruções nas rádios, e câmeras sendo posicionadas em todos os ângulos possíveis. Era um caos organizado, e ela estava no centro de tudo.
— Então, vamos te levar para o camarim agora. Você vai dividir com algumas das atrizes coadjuvantes. A equipe de maquiagem e figurino já está te esperando lá. — Explicou Jiyeon enquanto atravessavam o set.
— Ótimo, obrigada! — respondeu, tentando absorver tudo ao seu redor, mas a pressão ainda pesava em seus ombros.
Era surreal estar ali, não apenas como coadjuvante, mas como a protagonista.
Chegando ao camarim, Jiyeon abriu a porta e gesticulou para que ela entrasse. O espaço era grande, com espelhos iluminados em todas as paredes, e várias atrizes já estavam se preparando. Elas a cumprimentaram com sorrisos amigáveis, o que a fez relaxar um pouco. Ainda assim, o nervosismo não ia embora totalmente.
— , venha se sentar aqui! — Disse uma maquiadora, apontando para uma cadeira diante do espelho — Vamos começar a maquiagem enquanto a equipe do figurino separa as roupas da sua personagem.
Ela assentiu, sentando-se na cadeira e olhando para si mesma no espelho. Ainda era ela, mas em algumas horas, se tornaria alguém completamente diferente – a protagonista do dorama. O processo de maquiagem começou rapidamente, com a equipe conversando entre si e comentando sobre os ajustes no visual da personagem, mas mal ouvia. Sua mente ainda estava presa na responsabilidade que vinha com aquele papel.
— Está tudo bem? — perguntou uma das maquiadoras, percebendo que estava mais quieta que o normal.
— Sim, só estou… um pouco nervosa, eu acho… — Admitiu, sorrindo de forma tímida.
— É normal, especialmente sendo o primeiro dia. Mas você vai arrasar, relaxa. A gente está aqui para te ajudar. — Respondeu a maquiadora com um sorriso acolhedor, aplicando a base de forma suave em seu rosto.
Enquanto a equipe trabalhava, ajustando cada detalhe de sua aparência, o camarim começou a parecer menos intimidante. A conversa entre as atrizes era leve e descontraída, e até riu de alguns comentários engraçados sobre as cenas que gravariam.
Logo após a maquiagem, a equipe de figurino entrou com as roupas que ela usaria nas primeiras cenas. A figurinista, uma mulher de meia-idade com olhos atentos aos detalhes, entregou o conjunto a .
— Essa vai ser a primeira roupa da sua personagem. Espero que goste. Qualquer ajuste, só avisar. — Disse com um sorriso antes de sair.
pegou as roupas em suas mãos e foi até o espaço reservado para se trocar. Ao vestir-se, sentiu-se mais conectada com a personagem que estava prestes a interpretar. Ao sair, já pronta, ela deu uma última olhada no espelho. A maquiagem e o figurino transformaram-na completamente. Agora, ela não era mais apenas , a atriz novata. Ela era a protagonista.
Quando Jiyeon apareceu novamente para buscá-la, respirou fundo uma última vez. O momento de entrar no set estava se aproximando, e com isso, a responsabilidade de dar vida àquela história também.
— Pronta? — Jiyeon perguntou, observando-a com um sorriso encorajador.
— Pronta! — respondeu, mais confiante agora.
***
Quando Jiyeon guiou até o set, o coração dela já batia um pouco mais acelerado. Ela podia ver toda a equipe se movimentando, ajustando câmeras, iluminação e microfones. Era como se estivesse no olho de um furacão – um furacão organizado e cheio de propósito.
— Essa primeira cena vai ser com os atores que fazem seus pais. — Explicou Jiyeon enquanto caminhavam — Vocês vão filmar uma conversa em casa, onde a personagem fala sobre o novo emprego dela. Depois disso, você tem mais algumas cenas com os colegas de trabalho.
respirou fundo. Não era a primeira vez que gravava uma cena, mas o peso de ser a protagonista fazia tudo parecer diferente, mais intenso. Ao chegar no set, foi recebida pelos atores veteranos que interpretariam seus pais. Eles a cumprimentaram com sorrisos acolhedores.
— , certo? Bem-vinda! Vai ser um prazer trabalhar com você! — disse o ator mais velho, que interpretava seu pai no dorama. Ele era um nome conhecido na indústria, com uma carreira de décadas. Sua presença impunha respeito, mas também tranquilizava. Ele parecia ser a personificação da calma.
— Obrigada. Estou animada para trabalhar com vocês. — respondeu, sorrindo de volta, embora sentisse o nervosismo ainda presente em sua voz.
A atriz que interpretaria sua mãe se aproximou em seguida, ajustando o cabelo da própria personagem.
— Relaxa, você vai se sair bem. Todos nós já passamos por isso. Primeiro dia de gravação é sempre assim, mas logo você pega o ritmo.
agradeceu com um aceno de cabeça. As palavras deles ajudaram, mesmo que um pouco. Ela sabia que precisaria de um momento para ajustar seus nervos e se concentrar.
Logo, o diretor deu algumas instruções finais e os atores foram para suas marcas. Era uma cena simples: a personagem de estava contando aos pais sobre seu novo emprego em uma grande empresa – um momento de orgulho, mas também de nervosismo, algo com o qual se identificava muito.
O diretor fez um sinal, as câmeras começaram a rodar e a sala ficou em silêncio. respirou fundo, assumindo a postura da personagem. Quando a câmera focou nela, algo mudou. Seu nervosismo foi substituído por uma onda de foco. Ela se tornou sua personagem, sentada à mesa com os “pais”, discutindo sobre sua nova fase de vida.
— Eu finalmente consegui! O emprego dos meus sonhos. — disse com um sorriso tímido, ajustando o tom para soar natural e nervosa, como o roteiro pedia.
Os atores que faziam seus pais reagiram com perfeição, mostrando uma mistura de orgulho e preocupação.
— Tem certeza de que está preparada? Esse trabalho vai exigir muito de você… — disse o ator que interpretava seu pai, sua voz calma, mas cheia de emoção, como se realmente estivesse preocupado com o futuro da filha.
respondeu como sua personagem deveria, com determinação e um pouco de hesitação, dando vida ao conflito interno que sua personagem estava sentindo. A cena fluiu de forma suave e, ao final, o diretor gritou “Corta!”, com um tom satisfeito.
Ela soltou um suspiro de alívio enquanto a equipe elogiava a cena. O nervosismo começava a se dissipar. Talvez ela realmente conseguisse fazer isso.
Pouco depois, o diretor anunciou que passariam para as próximas cenas, onde estaria com os atores e atrizes que interpretariam seus colegas de trabalho na empresa fictícia. Os rostos novos e as conversas animadas nos bastidores ajudaram a relaxar ainda mais.
No set, a energia era diferente. As cenas no escritório eram cheias de interações leves e diálogos rápidos, onde sua personagem precisava mostrar sua inexperiência enquanto tentava se adaptar ao novo emprego. Seus “colegas de trabalho” eram amigáveis e suas conversas fora das câmeras eram tão leves quanto as cenas que estavam gravando.
— Então, pronta para virar a chefe do escritório? — brincou uma das atrizes, que interpretava uma colega de trabalho mais experiente e meio esnobe.
riu e entrou no clima, sentindo-se cada vez mais à vontade com o papel e com o ambiente.
Quando as gravações começaram novamente, se sentiu mais confiante. Ela se movia com facilidade pelas cenas, reagindo aos diálogos e gestos dos colegas de elenco como se fosse parte natural daquele universo. Cada cena trazia uma nova camada de imersão, e o peso inicial que ela carregava aos poucos se transformava em excitação.
Ao final do primeiro bloco de gravações, estava exausta, mas com uma sensação de conquista. Ela sabia que o trabalho apenas começava, mas aquele primeiro dia tinha sido um sucesso. Quando voltava ao camarim para um intervalo, ela percebeu que, apesar de todos os seus receios, estava no caminho certo. E embora não tivesse contracenado com Jinyoung ainda, ela sabia que aquele momento viria em breve – e seria ainda mais desafiador.
***
Depois de encerrar o primeiro bloco de gravações, foi conduzida de volta ao camarim para se trocar. A próxima cena seria em um ambiente completamente diferente – e, finalmente, ela gravaria sua primeira cena com Park Jinyoung. O nervosismo voltou a se instalar enquanto a equipe do figurino lhe entregava outra roupa, desta vez mais formal e elegante, adequada para a personagem já em seu novo ambiente de trabalho.
— Você está indo muito bem, ! — Disse uma das maquiadoras enquanto retocava a maquiagem dela — Agora vem a parte emocionante, certo? A cena com o Jinyoung.
sorriu, um pouco tensa.
— Sim, estou ansiosa e… nervosa. Ele é tão talentoso, tenho medo de não estar à altura.
A maquiadora sorriu de volta.
— Relaxa. Ele é ótimo em ajudar o elenco a ficar confortável. Além disso, vocês ensaiaram bastante, vai dar tudo certo.
Depois de pronta, olhou-se no espelho uma última vez. Ela estava impecável – sua maquiagem e figurino a deixavam perfeitamente no papel da protagonista. Com um último suspiro, ela saiu do camarim e seguiu para o set.
Quando chegou lá, o ambiente estava preparado para a cena no escritório onde ela e Jinyoung finalmente interagiriam. Ele já estava no set, conversando com o diretor e os outros membros da equipe. Quando a viu, ele acenou com um sorriso acolhedor, o que ajudou a dissipar um pouco do nervosismo.
— , pronta para a nossa primeira cena juntos? — Jinyoung perguntou quando se aproximou dela.
Ela sorriu timidamente.
— Sim, mas ainda estou um pouco nervosa.
Jinyoung riu baixinho, demonstrando toda sua calma.
—Você está indo muito bem até agora. A primeira cena é sempre a mais difícil, mas depois fica mais fácil. Apenas siga o fluxo, e se precisar de qualquer coisa, é só me avisar.
assentiu, agradecida pela gentileza e pelo encorajamento. Eles assumiram suas marcas e aguardaram as instruções do diretor.
— Ok, pessoal, essa cena é crucial para estabelecer a dinâmica entre vocês dois. , sua personagem acabou de chegar no escritório novo e está sendo apresentada ao chefe, interpretado pelo Jinyoung. Vai ser a primeira interação direta entre vocês, então quero que vocês mostrem uma tensão leve, como se houvesse uma faísca ali, mas nada ainda muito explícito. Entendido? — O diretor falou com atenção nos detalhes.
Ambos assentiram, ajustando suas expressões e posturas para a cena. Quando o diretor deu o comando para começar, sentiu sua mente se focar inteiramente na personagem.
Sua personagem entrou no escritório de forma hesitante, seus olhos encontrando os de Jinyoung, que estava sentado atrás da mesa, avaliando-a com um olhar profissional. Ele se levantou e caminhou em sua direção, oferecendo um aperto de mão firme.
— Bem-vinda ao time. Espero que se adapte rapidamente ao nosso ritmo. — Jinyoung disse no tom sério e controlado do chefe que estava interpretando.
, como sua personagem, sorriu nervosamente, tentando esconder seu desconforto.
— Obrigada. Vou dar o meu melhor.
A troca de olhares entre eles foi intensa, como se, por um breve momento, ambos os personagens percebessem algo mais profundo acontecendo. A tensão que o diretor pediu estava ali – a faísca de uma conexão, mesmo que tênue, começava a se formar.
— Ótimo! Corta! — gritou o diretor, satisfeito — Isso foi perfeito. A química entre vocês está ótima, exatamente o que precisávamos para essa cena. Bom trabalho!
mal acreditava que a primeira cena com Jinyoung havia terminado tão bem. O nervosismo deu lugar a uma sensação de alívio e satisfação. Ela olhou para Jinyoung, que lhe ofereceu um sorriso de aprovação.
— Eu disse que você iria arrasar! — Ele comentou, relaxado, enquanto ambos aguardavam as instruções para a próxima tomada.
— Obrigada… Isso foi mais tranquilo do que eu pensei. — Ela admitiu, sorrindo aliviada.
— É assim que funciona. A primeira cena é sempre a mais difícil, mas você vai ver, agora só melhora. — Ele deu uma piscadela antes de se afastar para conversar com o diretor.
ainda sentia a leve tensão daquela primeira interação, mas agora misturada com uma excitação crescente. Se o resto das cenas com Jinyoung fossem assim, talvez ela estivesse finalmente começando a acreditar que poderia fazer isso – que aquele papel era realmente dela.
***
Com a primeira cena entre e Jinyoung concluída, a equipe rapidamente se reorganizou para as próximas tomadas. O ambiente no set ficou mais focado, todos sabiam que as cenas seguintes exigiriam uma intensidade maior. , ainda um pouco nervosa, aproveitou para se concentrar e respirar fundo. Jinyoung, com a tranquilidade de um veterano, parecia pronto para qualquer desafio.
O diretor se aproximou deles, segurando o roteiro com uma expressão pensativa.
– Ok, pessoal, essas próximas cenas precisam de mais tensão. A relação entre seus personagens está começando a ganhar nuances mais profundas, então eu quero ver uma interação mais carregada de subtexto. Vamos trabalhar na expressão, nos olhares – é aqui que começamos a criar a química que o público vai sentir.
assentiu, mesmo sentindo uma nova onda de nervosismo se formando. Ela sabia que, apesar da experiência em papéis menores, aquele era um nível completamente diferente de desafio. Jinyoung, ao seu lado, observou o diretor com atenção e depois voltou-se para , percebendo sua tensão.
— Não se preocupe, vamos acertar isso juntos. O truque é entrar na cena e esquecer o resto. Vamos focar apenas nos personagens e no que eles estão sentindo. — Ele disse, a voz calma e encorajadora.
Ela sorriu, tentando absorver aquela confiança.
— Ok, vamos tentar.
Eles assumiram suas marcas novamente. Dessa vez, a cena era um diálogo mais acalorado entre seus personagens, uma discussão sutil sobre a dinâmica de trabalho. As falas eram diretas, mas o subtexto carregava a tensão emocional que o diretor queria ver.
A primeira tomada começou. estava firme, trocando falas com Jinyoung em um ritmo controlado, mas sentia que a tensão não estava totalmente presente.
— Corta! — Gritou o diretor, sua expressão demonstrando que ainda faltava algo — , Jinyoung, eu preciso de mais intensidade. A discussão entre vocês dois tem que parecer que está prestes a explodir. Eu quero ver essa energia nos olhares e nas pausas. Vamos tentar de novo.
Eles recomeçaram, desta vez tentando seguir a orientação do diretor. focou em seus sentimentos de nervosismo e transformou isso em frustração, que refletiu em sua personagem. Jinyoung fez o mesmo, mantendo seu olhar firme e incisivo, criando um clima pesado entre os dois personagens.
— Isso, isso! Mais tensão! — O diretor incentivou enquanto a cena continuava — Corta! Perfeito!
Apesar do elogio, o diretor decidiu gravar mais algumas vezes, para garantir ângulos diferentes e explorar ainda mais as nuances entre os personagens. Durante essas tomadas, sentiu que estava começando a entrar mais profundamente na personagem, suas reações ficando mais naturais. Ela notava o olhar intenso de Jinyoung, cheio de subentendidos, e tentava devolver com a mesma intensidade. A cada “corta!” do diretor, ela respirava fundo, tentando controlar o nervosismo, mas também sentindo a excitação de estar construindo algo especial.
Em uma das regravações, , já imersa na cena, sentiu sua voz subir um pouco mais do que o necessário. As falas saíram de forma mais intensa do que ela planejava, e quando percebeu, pensou que havia exagerado.
— Ei, calma… — Jinyoung murmurou entre as falas, mantendo-se dentro do personagem — Use isso. Estamos quase lá.
Ela assentiu, usando aquela explosão momentânea para ajustar sua atuação. Quando o diretor finalmente gritou “Corta!” pela última vez, indicando que estava satisfeito, se sentia exausta, mas também orgulhosa. As cenas tinham exigido muito dela emocionalmente, mas ela sabia que estavam construindo algo especial.
— Bom trabalho, pessoal! — O diretor elogiou — Agora sim conseguimos a tensão que eu estava procurando.
Jinyoung se virou para , o rosto relaxado agora que a cena estava concluída.
— Você foi ótima. A tensão estava ali, do jeito que o diretor queria.
suspirou de alívio, agradecendo.
— Eu estava com medo de ter exagerado em alguns momentos, mas acho que a tensão ajudou.
— É assim mesmo. — Jinyoung respondeu com um sorriso — Às vezes, o que parece exagero no momento é exatamente o que o diretor quer ver na tela.
Eles continuaram gravando outras cenas ao longo do dia, alternando entre momentos mais leves e outros carregados de tensão. Em cada uma delas, sentia a química entre ela e Jinyoung crescer. A cada olhar trocado, a linha entre a personagem e a realidade parecia ficar um pouco mais tênue.
***
As gravações se arrastaram até o fim da tarde, e quando o diretor finalmente anunciou o término do dia, sentiu um misto de alívio e exaustão tomar conta dela. O sol já estava se pondo quando ela foi até o camarim pela última vez para se trocar de volta para suas roupas comuns. O estúdio já estava mais silencioso, com boa parte da equipe começando a desmontar o cenário e arrumar os equipamentos.
Com a mente ainda revirando os acontecimentos do dia, ela recolheu suas coisas, jogou a mochila nos ombros e saiu do camarim em direção à saída. Estava escuro lá fora, o clima mais frio da noite a fazendo encolher um pouco os ombros. Ela se sentia satisfeita com o seu desempenho, mas ainda estava imersa nas emoções das cenas, especialmente as que havia gravado com Jinyoung.
Enquanto caminhava pelo corredor semi-iluminado, seus pensamentos foram interrompidos quando esbarrou em alguém. Ela se desequilibrou por um segundo, mas mãos firmes a seguraram, impedindo que ela caísse.
— Desculpe, eu não vi você. — A voz familiar de Jinyoung soou ao mesmo tempo em que ela olhou para cima.
Por um momento, eles ficaram ali, parados, os olhos se encontrando, e sentiu a respiração dela falhar. A proximidade entre os dois fez seu coração acelerar, e o toque dele em seu braço, mesmo que breve, parecia carregado de uma eletricidade que ela não conseguia ignorar. Havia algo nos olhos de Jinyoung que ela não havia notado antes – uma intensidade que a deixou momentaneamente sem palavras.
— Não, a culpa foi minha! — Ela disse, quebrando o contato visual e dando um passo para trás, tentando recuperar o controle da situação.
Houve um momento de silêncio entre eles, mas o ar ao redor parecia mais denso, como se algo não dito estivesse pairando. sentiu o peso daquele instante, uma sensação estranha, como se a tensão das cenas que haviam gravado tivesse transbordado para a vida real. Ela não sabia ao certo se era a adrenalina do longo dia de gravações ou algo mais.
— Foi um longo dia, né? — Jinyoung comentou, com um sorriso suave, quebrando o clima.
— Com certeza. Estou exausta. — respondeu, rindo nervosa — Mas acho que foi um bom começo.
— Foi, sim. — Ele concordou, dando um passo para o lado, abrindo espaço para que ela pudesse continuar — Você se saiu muito bem hoje. Tenho certeza de que as próximas cenas vão ser ainda melhores.
— Obrigada! — disse, sentindo as bochechas corarem levemente. — Você também foi incrível, como sempre.
Houve mais um silêncio curto, e ela sentiu aquele desconforto agradável de quando não se sabe o que dizer, mas também não quer que a conversa termine. Havia algo ali – uma conexão, um clima – mas rapidamente afastou esses pensamentos da cabeça. Não fazia sentido, eram apenas colegas de trabalho. Qualquer tensão entre eles deveria se limitar ao que estava no roteiro.
— Bom, eu vou indo… — Ela disse, tentando manter o tom casual e cortando a possibilidade de qualquer outra leitura daquele momento.
— Claro. A gente se vê amanhã. — Jinyoung respondeu, o sorriso ainda presente no rosto.
— Até amanhã! — Ela disse, dando um último aceno antes de continuar seu caminho para fora do estúdio.
Enquanto se afastava, sentiu o coração ainda acelerado, e sua mente se encheu de pensamentos conflitantes. Aquele clima entre eles era real, ou ela estava apenas exagerando, confundindo as emoções da atuação com a vida real? Ela sacudiu a cabeça, decidindo que era melhor deixar aquilo para lá. No final das contas, era o trabalho deles criar essa tensão para o público, não para si mesmos.
Mas, mesmo quando entrou no carro e que a produção havia mandado para buscá-la, a imagem de Jinyoung, a maneira como ele a olhou, continuava rodando em sua mente. Ela respirou fundo, decidida a manter aquilo apenas dentro do set. Amanhã seria um novo dia, e ela teria que estar focada no que realmente importava: seu papel como protagonista.
O caminho para casa foi silencioso, exceto pelos pensamentos que ela tentava controlar. Precisava colocar a cabeça no lugar.
Segundo Capítulo
As gravações naquele dia começariam cedo e, claro, pontualmente lá estava ele: Park Jinyoung. Assim que entrou no estúdio, foi impossível não notar sua presença. Ele estava no centro de um pequeno grupo de atores e da equipe, rindo alto de algo que alguém havia dito. Seu sorriso era contagiante, e a energia ao redor dele parecia transformar o ambiente inteiro em algo mais leve e divertido.
, que havia chegado cedo para se preparar, foi até a mesa de maquiagem, mas não pôde evitar olhar para ele. Jinyoung estava de costas, os colegas rindo ao redor, mas quando ele jogou a cabeça para trás em um gargalhado alto e genuíno, algo aconteceu dentro de . Ela sentiu o corpo reagir – uma sensação estranha, como se o som da risada dele tivesse ressoado no fundo de seu peito. Seu coração deu um leve salto, e ela rapidamente desviou o olhar, tentando disfarçar o impacto daquilo.
A sensação não era apenas de uma risada alta e animada, mas de algo mais. A maneira como ele se entregava àquele momento, como se o mundo ao redor desaparecesse por um segundo, deixou um pouco atordoada. Ela não sabia o que era, mas o riso de Jinyoung, tão natural e descomplicado, parecia tocar algo nela.
Tentando afastar aqueles pensamentos, ela se concentrou na maquiagem, sentindo o calor subir em suas bochechas. O estúdio estava começando a se encher, os outros atores e membros da produção chegavam aos poucos, mas sentia uma tensão no ar – algo que ela não conseguia compreender, mas que se intensificava quando Jinyoung estava por perto.
Quando ele finalmente se virou e a avistou, seus olhos se encontraram por um segundo. Ele sorriu novamente, um sorriso amigável e acolhedor, e acenou com a cabeça. retribuiu o aceno, mas logo desvia os olhos, focando na maquiagem, tentando controlar a sensação estranha que ainda a acompanhava.
– Pronta para mais um dia de gravações? – A voz de Jinyoung soou de repente, como se ele tivesse se aproximado mais, e , ainda imersa nos próprios pensamentos, levantou o olhar para ele.
– Sim, claro… – ela respondeu, tentando soar natural. – Hoje o dia promete ser intenso.
– É sempre assim, né? – Jinyoung respondeu com um sorriso divertido. – Mas você vai arrasar novamente. Não tenho dúvidas.
sentiu uma leve onda de nervosismo, mas também uma sensação de conforto ao ouvir suas palavras. Ela tentou sorrir de volta, mas estava ciente da rapidez com que seu coração começava a bater mais forte novamente.
– Espero que sim – ela disse, tentando manter o tom leve.
Enquanto ele se afastava para se reunir com os outros membros da equipe, ficou ali por um momento, com as mãos ligeiramente tremendo enquanto a maquiagem era feita. Ela não conseguia explicar o que estava sentindo, mas algo dentro de si estava mudando, e ela sabia que as gravações daquele dia seriam um desafio – não apenas por causa das cenas, mas por causa da presença de Jinyoung.
Ela respirou fundo, tentando retomar o foco. Mas, em sua mente, os ecos daquela gargalhada continuavam reverberando, como se algo estivesse prestes a acontecer.
***
Depois de terminarem as preparações no estúdio, a equipe começou a se reunir para discutir o cronograma do dia. As gravações seriam feitas em várias locações externas em Seul, e o diretor aproveitou para explicar como seria o andamento das cenas e os desafios que enfrentariam.
, ainda segurando um copo de café que pegara minutos antes, observava a movimentação ao seu redor. A equipe ajustava os últimos detalhes de equipamentos, verificava câmeras e coordenava o transporte para as locações. A energia do grupo era contagiante – havia algo emocionante em gravar nas ruas movimentadas da cidade, especialmente porque isso significava interagir com um ambiente real, vivo.
– Vamos nos reunir antes de sair – anunciou o diretor, chamando os atores principais. seguiu para o pequeno círculo que começava a se formar, e lá estava ele novamente, Park Jinyoung, desta vez com um casaco casual que o deixava ainda mais carismático. Ele parecia completamente à vontade, cumprimentando todos com sorrisos e pequenas brincadeiras.
– Ok, pessoal! – começou o diretor, passando os olhos pelo grupo. – Hoje, nossa maior prioridade é manter o ritmo das cenas externas. Vamos ter muitas interações com o público e algumas tomadas de longa duração, então precisaremos ser eficientes. Lembrem-se de que estamos em locais abertos, com trânsito e pessoas passando, então a atenção de vocês é fundamental.
assentiu enquanto ouvia, mas a consciência da presença de Jinyoung ao seu lado parecia distraí-la um pouco. Ele estava casualmente encostado na parede próxima, com os braços cruzados e uma expressão concentrada, mas ainda com um toque de leveza.
– , Jinyoung… – o diretor chamou, olhando para eles. – Vocês terão a maior parte das cenas juntos hoje. As ruas podem ser imprevisíveis, então sigam as orientações da produção e não se preocupem se precisarmos de algumas regravações. A química entre vocês já está ótima, então confiem nisso.
– Entendido. – Respondeu Jinyoung com um sorriso, lançando um olhar breve para . Ela engoliu em seco, tentando manter a postura.
– Sim, claro! – respondeu, rapidamente.
Após as instruções, todos começaram a se mover em direção aos veículos da produção. e Jinyoung acabaram caminhando lado a lado. Ele parecia completamente confortável, comentando algo sobre o clima agradável de outono.
– Está pronta para encarar o trânsito de Seul como cenário?
– Pronta para enfrentar tudo, exceto o barulho das buzinas ela – respondeu com um sorriso nervoso, tentando aliviar a tensão que sentia.
– Ah, essa é a melhor parte – Jinyoung respondeu, rindo. – Dá aquele toque realista, sabe?
O comentário dele fez rir também, e por um momento, a naturalidade entre eles parecia superar qualquer nervosismo. O som da cidade começava a invadir o ambiente enquanto eles embarcavam no transporte que os levaria para a primeira locação.
Quando chegaram ao local, o cenário era vibrante: um cruzamento movimentado com cafés, lojas e um pequeno parque ao lado. A equipe começou a montar os equipamentos rapidamente, e foi levada para uma última revisã
o de cabelo e maquiagem enquanto o diretor ajustava os detalhes técnicos. Ela respirou fundo, observando o vai e vem das pessoas na rua. Tudo parecia tão surreal – atuar como protagonista em um dorama tão esperado, nas ruas de sua cidade natal, ao lado de um ator que ela admirava tanto. Era como um sonho se desenrolando, mas ao mesmo tempo, o peso da responsabilidade e da expectativa fazia seu coração bater um pouco mais rápido.
Jinyoung, como sempre, parecia completamente no controle, interagindo casualmente com a equipe e até mesmo acenando para alguns fãs que passavam e o reconheciam. Quando ele a chamou com um sorriso tranquilo, sentiu um momento de calma – como se, de alguma forma, tudo fosse dar certo.
– Vamos lá – ele disse, oferecendo a ela um gesto encorajador antes de se posicionarem para a primeira cena.
E assim, a magia das ruas de Seul começou a se misturar com a ficção, enquanto e Jinyoung mergulhavam na história que estavam ali para contar.
***
A cena estava no clímax. O diretor havia dado instruções claras para capturarem a emoção da conversa entre os personagens de e Jinyoung. Eles estavam em frente a uma pequena cafeteria, com o som ambiente das ruas de Seul preenchendo o espaço ao redor. A produção havia delimitado o local, mas ainda assim, curiosos paravam para observar a filmagem.
A tensão da cena era palpável. se entregou completamente, deixando que as emoções de sua personagem fluíssem de maneira natural. Seus olhos se conectaram aos de Jinyoung, e a intensidade de sua atuação parecia puxá-la para aquele universo fictício. Ele, como esperado, estava impecável – cada palavra, cada gesto milimetricamente perfeito, mas ainda assim repleto de espontaneidade.
– Corta! – A voz do diretor ecoou, e a equipe ficou em silêncio por um momento, antes que uma onda de aplausos irrompesse.
– Perfeito! Essa foi a tomada que eu queria. Sem necessidade de regravar – anunciou o diretor com um sorriso satisfeito.
piscou algumas vezes, ainda tentando sair da imersão da cena. Quando finalmente voltou à realidade, percebeu Jinyoung sorrindo largamente para ela. Antes que pudesse reagir, ele se aproximou e, com um gesto rápido e natural, tocou sua bochecha com a ponta dos dedos.
– Mandou muito bem – disse ele, o sorriso se transformando em algo mais contido, mas ainda caloroso.
O toque foi breve, mas deixou completamente desconcertada. Ela sentiu as bochechas esquentarem imediatamente, e sua mente disparou tentando interpretar a naturalidade com que ele fez aquilo. Era apenas uma comemoração entre colegas? Um gesto carinhoso? Ou algo mais?
– Ah… obrigada. – Respondeu, forçando um sorriso enquanto arrumava nervosamente uma mecha de cabelo que havia caído em seu rosto.
Jinyoung apenas riu levemente, como se não tivesse notado o impacto de seu gesto. Ele virou-se para a equipe, agradecendo ao diretor e ao restante do grupo pelo excelente trabalho.
tentou afastar a sensação estranha que percorria seu corpo. Ele era apenas um colega de trabalho. Um colega incrivelmente talentoso, gentil e, para seu azar, absurdamente carismático. Mas era isso – só um colega.
Ainda assim, enquanto ela se dirigia para o monitor, onde o diretor mostrava a cena finalizada, não conseguiu evitar o sorriso pequeno e tímido que escapou. Havia algo em Jinyoung que a desarmava, mesmo quando ela tentava manter o foco.
***
O dia de gravações continuou intenso, com a equipe se movendo de locação em locação pelas ruas de Seul. Após a cena inicial em frente à cafeteria, e Jinyoung tiveram várias tomadas juntos, algumas exigindo emoção intensa, outras focadas em momentos mais leves e cativantes entre seus personagens.
se esforçava para se concentrar no papel, mas a presença de Jinyoung parecia complicar essa tarefa. Durante uma cena em que ele deveria sorrir para ela de forma calorosa, como parte do enredo, o olhar dele foi tão genuíno que a deixou desconcertada. Ela quase esqueceu a próxima fala, mas conseguiu se recompor no último segundo.
No intervalo entre as cenas, enquanto a equipe ajustava o equipamento, se afastou um pouco para beber água e tentar organizar os pensamentos. No entanto, mesmo de longe, seus olhos pareciam buscar Jinyoung. Ele estava em uma conversa animada com o diretor, gesticulando e rindo de algo, a luz suave da tarde destacando ainda mais seu sorriso fácil e natural.
“Foco, ,” ela disse a si mesma em um sussurro, balançando a cabeça. Ele era apenas seu colega de trabalho, e pensar em algo além disso seria um erro.
As próximas cenas foram gravadas em um parque, onde o enredo do dorama exigia uma interação mais casual entre seus personagens. O diretor pediu que eles improvisassem parte da conversa enquanto caminhavam, algo que, segundo ele, ajudaria a capturar uma atmosfera mais natural.
Jinyoung, sempre seguro de si, começou a improvisar com facilidade, e fez o possível para acompanhá-lo. Em certo momento, ele fez um comentário fora do roteiro, uma pequena brincadeira que não só a surpreendeu como também arrancou uma risada genuína dela, quebrando por completo a tensão que sentia até então.
– Isso foi ótimo! – O diretor exclamou quando a cena terminou. – É exatamente essa naturalidade que quero ver de vocês.
Com o passar das horas, o céu começou a mudar, assumindo tons alaranjados e rosados do pôr do sol. As gravações finais do dia incluíam tomadas mais simples, capturando interações visuais e momentos de silêncio significativo entre os personagens. Essas cenas, embora parecessem mais fáceis, exigiam uma intensidade emocional que ainda estava aprendendo a controlar.
Durante uma delas, enquanto olhava para Jinyoung no contexto do roteiro, sentiu algo diferente – uma conexão que ia além do que as câmeras capturavam. Ele, por sua vez, parecia completamente no papel, mas havia algo em seu olhar que fazia se perguntar se ele também sentia aquilo.
Quando o diretor finalmente anunciou o fim do dia de gravações, o céu já estava escuro e as luzes artificiais iluminavam a rua. A equipe começou a desmontar os equipamentos, e sentiu o corpo relaxar, cansado, mas satisfeito com o trabalho feito.
Ela pegou suas coisas e estava saindo do set quando, de repente, quase colidiu com Jinyoung, que vinha na direção oposta.
– Ah, desculpe! – ela disse rapidamente, dando um passo para trás.
– Sem problema – ele respondeu, sorrindo de forma gentil. – Hoje foi um dia e tanto, né?
– Com certeza. – concordou, tentando ignorar o fato de que seu coração parecia estar batendo um pouco mais rápido do que deveria.
Por um breve momento, eles ficaram em silêncio, apenas se olhando, como se o cansaço do dia tivesse criado uma espécie de bolha ao redor deles. A proximidade e o clima noturno adicionavam um toque quase cinematográfico à situação.
– Bom trabalho hoje! – Jinyoung disse, finalmente quebrando o silêncio.
– Você também… – respondeu, forçando um sorriso enquanto tentava desviar os pensamentos. Ele era apenas seu colega, nada além disso.
Eles se despediram de maneira cordial, cada um seguindo seu caminho. Ainda assim, enquanto caminhava de volta para casa, não conseguia evitar o sorriso pequeno que surgia em seu rosto ao lembrar dos momentos do dia. “Concentre-se no trabalho,” repetiu para si mesma, mas parte de sua mente parecia insistir em permanecer em tudo o que Jinyoung a fazia sentir.
***
finalmente chegou em casa, exausta, mas com a mente ainda agitada pelos acontecimentos do dia. Assim que entrou, deixou os sapatos na entrada e suspirou, sentindo o cansaço tomar conta. O silêncio do apartamento era acolhedor, e ela sabia que um bom banho a ajudaria a relaxar.
Depois de pegar um pijama confortável, seguiu para o banheiro. A água quente escorria pelos ombros enquanto ela se apoiava contra a parede do chuveiro, os pensamentos voltando às gravações. Cada detalhe parecia se repetir em sua mente, mas, inevitavelmente, era Jinyoung quem dominava suas lembranças. O toque rápido na bochecha, o jeito como ele ria descontraidamente, e até a concentração dele durante as cenas.
“Ele é só um colega,” murmurou para si mesma, balançando a cabeça, tentando afastar qualquer ideia que pudesse ultrapassar os limites do profissionalismo.
Depois do banho, já vestida em seu pijama, foi para a sala e se jogou no sofá, abraçando uma almofada enquanto pegava o celular. A fome começou a se manifestar, mas o cansaço a impedia de pensar em cozinhar. Abrindo o aplicativo de entregas, começou a navegar pelas opções de comida, mas sem muita convicção.
No meio de sua indecisão, o celular vibrou com uma notificação. Era uma mensagem de Jinyoung.
“Ei, ! Tudo bem? Pensei em te convidar para um almoço amanhã. As gravações começam só à noite, então seria uma boa relaxar antes. O que acha?”
arregalou os olhos, surpresa. Não esperava que ele a chamasse para algo fora das gravações, mesmo que fosse algo casual. Embora tivessem trocado números no início dos trabalhos, ela pensou que dificilmente usariam o contato para algo pessoal.
Ela leu e releu a mensagem algumas vezes, tentando decifrar se havia alguma intenção por trás do convite ou se era apenas uma gentileza típica dele.
Finalmente, decidiu responder:
“Oi, Jinyoung! Estou bem, e você? Um almoço parece ótimo. Me avisa o lugar e o horário.”
Quase imediatamente, ele respondeu:
“Ótimo! Conheço um lugar tranquilo no Itaewon. Te mando o endereço amanhã cedo. Vai ser bom conversar fora do set.”
sorriu para o celular, sentindo uma mistura de nervosismo e empolgação. Por mais que dissesse a si mesma que não havia nada de especial, o coração acelerado contradizia seus pensamentos.
“É só um almoço entre colegas,” murmurou, tentando convencer a si mesma enquanto colocava o celular de lado e escolhia um restaurante para pedir comida. Mas, no fundo, sabia que Jinyoung estava começando a ocupar um espaço maior do que deveria em sua mente.
Terceiro Capítulo
Jinyoung esfregou as mãos assim que retirou as luvas para pegar o cardápio. Deu uma rápida olhada no cardápio e em seguida pousou os olhos na notificação do celular no grupo que ele tinha com os garotos do GOT7.
Jackson:
“Então, Jinyoung… um date com sua colega de elenco? Não esquece de pedir algo chique pra impressionar!”
Jinyoung soltou uma risada baixa e balançou a cabeça, os lábios curvados em um sorriso divertido. Ele digitou rapidamente uma resposta, com os dedos ágeis sobre o teclado.
Jinyoung:
“É só um almoço, Jackson. Comportem-se no grupo antes que eu envie capturas dessas mensagens para as fãs.”
Imediatamente, outras mensagens começaram a aparecer, os garotos se juntando à brincadeira.
Bambam:
“Ah, só um almoço, claro. Com aquele sorrisinho seu, aposto que já está conquistando a garota.”
Mark:
“Deixa ele, pessoal. Ele é um profissional. Tudo pela química do dorama, né, Jinyoung?”
Rindo novamente, Jinyoung bloqueou o celular e o colocou de lado, tentando ignorar a provocação. Apesar do tom leve das mensagens, ele se pegou pensando no motivo pelo qual sentiu a necessidade de justificar o encontro. Era verdade que ele e estavam apenas almoçando, mas não conseguia negar que estava mais animado do que esperava para vê-la…
Enquanto aguardava, Jinyoung se ajeitou na cadeira e olhou ao redor do restaurante, um lugar discreto e tranquilo, ideal para evitar olhares curiosos. Ele respirou fundo, afastando as brincadeiras dos amigos da mente. Assim que viu a porta do restaurante se abrir e entrar, envolta em um casaco grosso e com as bochechas rosadas pelo frio, sentiu que o almoço seria mais interessante do que imaginava.
Jinyoung ajeitou-se na cadeira assim que viu entrar pela porta do restaurante. Envolta em um casaco grosso, o cachecol cuidadosamente enrolado no pescoço, e as bochechas rosadas pelo frio, ela parecia carregada de uma delicadeza que contrastava com o ar gélido do lado de fora.
Ele percebeu algo estranho: o coração acelerou levemente, uma pulsação mais forte que o esperado para algo tão simples quanto vê-la se aproximar.
“Isso é estranho,” pensou consigo mesmo, franzindo a testa por um breve momento. Não era do tipo que se deixava levar facilmente por esses sentimentos, especialmente em ambientes profissionais. Ainda assim, havia algo na maneira como ela caminhava até ele, com um sorriso hesitante, mas caloroso, que o fazia sentir um leve desconforto, uma inquietação nova e inesperada.
, por sua vez, parecia tranquila, embora seus olhos traíssem uma mistura de nervosismo e timidez. Jinyoung notou cada detalhe: como ela ajeitava uma mecha de cabelo atrás da orelha, o modo como segurava a bolsa junto ao corpo, e o sorriso que parecia iluminar o espaço ao redor dela.
Quando ela finalmente chegou à mesa, ele se levantou, um gesto natural e educado.
— , você chegou bem na hora. — Ele apontou para o cardápio sobre a mesa, tentando manter a voz estável. — Espero que o lugar esteja do seu gosto.
Ela sorriu, tirando as luvas antes de responder:
— Está ótimo. Obrigada por me convidar, Jinyoung hoobae.
Ele acenou com a cabeça, gesticulando para que ela se sentasse. Quando ela acomodou-se à mesa, Jinyoung voltou a ocupar seu lugar, mas ainda sentia aquele ritmo acelerado e incomum em seu peito.
Ele respirou fundo, tentando afastar a estranheza da mente. “É só porque estamos trabalhando juntos,” justificou para si mesmo. “Tudo parte de construir a química para o dorama.”
Mas, enquanto observava abrir o cardápio e morder levemente o lábio, concentrada nas opções, ele não pôde deixar de se perguntar se havia algo mais por trás daquele leve descompasso em seu coração.
Jinyoung pareceu sair de um transe e refez as palavras de ao cumprimentá-lo, em sua mente, silenciosamente.
— Espera… hoobae? — Ele inclinou levemente a cabeça, um tom de brincadeira evidente na voz. — Você é tão mais velha assim do que eu? Achei que tivéssemos a mesma idade.
, que estava tomando um gole de água para disfarçar o nervosismo, — Jinyoung havia pedido a garrafa e dois copos, que já estavam lá quando ela se sentou — quase engasgou com a pergunta inesperada. Ela riu, tentando manter a compostura, mas o rubor começou a subir rapidamente por seu rosto.
— Jinyoung-ssi... — Ela pausou, ajeitando o cachecol no pescoço como se isso pudesse esconder o quanto estava corada. — Eu tenho… trinta e quatro anos.
Os olhos de Jinyoung se arregalaram, a surpresa estampada em seu rosto de forma tão genuína que não conseguiu evitar rir ainda mais.
— O quê? Não, sério? — Ele piscou, tentando processar a informação, enquanto apoiava os cotovelos na mesa e olhava para ela como se tentasse encontrar uma pista sobre sua idade. — Não parece. De jeito nenhum. Eu pensei… talvez uns vinte e nove… ou no máximo trinta?
— Bem, obrigada? — respondeu com uma risada nervosa, tentando esconder o quanto estava sem jeito.
— Não, é sério, você não parece mesmo. — Ele gesticulou com as mãos, como se quisesse reforçar suas palavras, mas acabou se embananando ao tentar encontrar algo mais para dizer. — Quero dizer, não que trinta e quatro seja… sabe, velho, ou qualquer coisa assim. É só que… você parece… tão jovem.
Ela riu ainda mais ao vê-lo tropeçando nas próprias palavras, claramente tentando remediar a situação.
— Está tudo bem, Jinyoung. — tentou tranquilizá-lo, embora a expressão divertida dela mostrasse que estava gostando da confusão dele.
— Não, sério! — Ele insistiu, rindo junto com ela agora, embora ainda um pouco atrapalhado. — Eu só… realmente não esperava isso. Hoobae, então. — Ele repetiu a palavra, balançando a cabeça como se ainda não conseguisse acreditar.
apenas sorriu, finalmente começando a relaxar enquanto os dois voltavam ao cardápio, mas algo na troca havia deixado o ambiente ainda mais leve e descontraído entre eles. Jinyoung, por sua vez, sentiu uma faísca diferente — não apenas de surpresa, mas de curiosidade — que continuava a rondar sua mente enquanto tentava se concentrar no almoço.
***
Jinyoung fechou o cardápio e sinalizou para o garçom, que prontamente se aproximou da mesa. Ele pediu um prato simples, algo leve, já que ainda estavam no meio do trabalho. seguiu com um pedido semelhante, optando por algo que não a deixasse com sono ou pesada demais para o restante do dia.
— Você parece já saber o que gosta de comer nesses lugares, Jinyoung-ssi, — comentou com um sorriso, enquanto entregava o cardápio de volta ao garçom.
Ele deu de ombros, um sorriso fácil nos lábios.
— Já frequentei muitos restaurantes parecidos por causa das gravações e da rotina do grupo. Acaba virando hábito escolher rápido.
— Imagino. — Ela assentiu, apoiando o queixo na mão enquanto o observava. — Deve ser exaustivo manter um ritmo tão intenso, tanto como ator quanto como idol.
— É cansativo, mas é algo que amo fazer. — Ele respondeu, sincero. — Acho que, quando a gente faz o que gosta, o cansaço parece mais leve, sabe?
concordou, mas antes que pudesse responder, o celular de Jinyoung vibrou sobre a mesa. A tela acendeu, e ele viu notificações do grupo com os integrantes do GOT7.
— O que foi agora? — Ele murmurou para si mesmo, pegando o aparelho e desbloqueando-o. Assim que leu as mensagens, uma risada escapou involuntariamente.
Jinyoung virou a tela rapidamente para ela, mostrando a troca de mensagens.
Jackson: “Então, como está o date com a sua noona? 👀”
Bambam: “Aposto que ele está se embananando todo pra impressionar! 😂”
Yugyeom: “Jinyoung hyung, seja educado, hein. Nada de assustar a colega de elenco logo de cara!”
leu as mensagens com uma mistura de surpresa e divertimento, seus olhos arregalados quando a palavra date chamou sua atenção.
— Oh… — Ela começou a rir, escondendo o rosto com a mão. — Eles realmente acham que estamos em um encontro?
Jinyoung riu junto, colocando o celular de lado.
— Eles adoram tirar sarro de mim, especialmente Jackson. Ele é o pior.
— Parece divertido, mas você devia se vingar. — sugeriu, ainda rindo.
— Vou guardar essa ideia. — Ele respondeu com um sorriso travesso, mas havia algo a mais em seu olhar enquanto voltava a encará-la. Algo que dizia que talvez, só talvez, a ideia de estar ali com ela não fosse tão absurda quanto Jackson e os outros brincavam.
Jinyoung apoiou os cotovelos na mesa, entrelaçando os dedos enquanto mantinha o sorriso descontraído.
— Então, — começou, com a voz leve e curiosa, — você foi dispensado do exército há pouco tempo, não é?
Ele assentiu, ajeitando-se na cadeira.
— Sim, faz alguns meses. Foi uma experiência única, mas, para ser honesto, fiquei ansioso para voltar ao trabalho.
— Não teve um tempo para descansar? — perguntou, inclinando a cabeça de lado. — Quero dizer, sair do exército e já mergulhar em gravações parece… exaustivo.
— Não tive muito tempo, não. — Jinyoung admitiu com uma risada baixa. — Mas acho que estou acostumado a não ter pausas longas. E eu realmente queria voltar à atuação. Ficar longe das câmeras por tanto tempo foi… estranho.
— Imagino. — sorriu, mas havia um traço de preocupação em sua expressão. — Você deve ter sentido falta disso, mas também parece que não dá muito espaço para respirar.
Ele ponderou por um momento, sua expressão se suavizando.
— Acho que estou tão acostumado a estar ocupado que, quando tenho tempo livre demais, fico inquieto. Mas não se preocupe, eu sei quando preciso desacelerar.
riu suavemente.
— Isso é bom de ouvir. Não queremos que você desmaie no set.
Jinyoung gargalhou, o som ecoando pela mesa.
— Prometo que vou evitar isso.
Ela o observou por um momento, admirando a forma como ele falava com tanta paixão e leveza ao mesmo tempo.
— Você tem mesmo uma energia contagiante, Jinyoung-ssi. Dá para ver o quanto você ama o que faz.
— E você? — Ele perguntou, inclinando-se levemente na direção dela. — Esse é o seu primeiro papel como protagonista. Você está ansiosa ou mais animada?
pensou por um momento antes de responder, um sorriso sincero surgindo em seus lábios.
— Acho que os dois. É uma grande responsabilidade, mas também é uma oportunidade incrível. Eu quero aproveitar cada momento.
Jinyoung assentiu, o olhar cheio de compreensão.
— Você vai se sair muito bem. Dá para ver o quanto você está comprometida.
As palavras dele eram simples, mas a sinceridade nelas fez o coração de aquecer.
— Obrigada. — Ela respondeu, sentindo suas bochechas esquentarem ligeiramente.
Eles continuaram conversando, a conversa fluindo de forma natural, cheia de risadas e pequenas provocações. O clima entre eles estava leve, mas havia algo mais, algo que ambos pareciam começar a perceber, mesmo que nenhum dos dois quisesse admitir tão cedo.
***
O almoço seguiu com uma energia descontraída e animada, mas sob a superfície, pequenos momentos revelavam algo mais profundo. Entre garfadas e goles de chá, as conversas iam desde curiosidades sobre o dorama até histórias engraçadas de bastidores, enquanto Jinyoung e se observavam com uma curiosidade crescente.
Sempre que olhava distraída para o lado, rindo ou refletindo sobre algo, Jinyoung aproveitava para admirá-la. Ele reparava nos pequenos gestos — o jeito como ela inclinava a cabeça quando pensava, como seus olhos brilhavam ao falar de algo que a entusiasmava. De vez em quando, ele se pegava sorrindo sem perceber, até que voltava a encará-lo e ele rapidamente desviava o olhar, fingindo concentração no prato.
Por outro lado, também não era imune. Havia momentos em que Jinyoung se inclinava para a frente, gesticulando enquanto explicava algo com entusiasmo, e ela se via fixada no movimento das mãos dele ou na expressão genuína em seu rosto. Quando ele ria — aquele tipo de risada que iluminava o ambiente —, sentia o peito aquecer, algo que a fazia desviar o olhar apressada, como se pudesse esconder seus pensamentos.
Eles trocavam provocações leves, riam das mensagens que Jinyoung ocasionalmente recebia dos colegas de grupo e até comparavam as preferências nos pratos. Em um momento, ele brincou sobre o quanto ela parecia séria quando estava decidindo o que comer, arrancando dela uma gargalhada tão despreocupada que fez Jinyoung parar por um segundo, surpreso com o som tão natural e leve.
Quando o almoço estava quase no fim, ambos pareciam mais relaxados. Havia uma familiaridade crescendo entre os dois, algo que ia além do profissional. Mesmo que não dissessem nada, os olhares trocados carregavam algo mais, um reconhecimento silencioso de que aquele encontro tinha sido mais do que apenas uma refeição entre colegas.
Ao saírem do restaurante, a conversa continuou fluida, mas ambos sentiam o peso daqueles momentos furtivos de observação que, por mais que tentassem ignorar, deixavam claro que alguma coisa estava mudando.
***
Enquanto caminhavam para fora do restaurante, Jinyoung checou o relógio de pulso e depois olhou para com um sorriso tranquilo.
— Ah, esqueci de te avisar — começou ele, colocando as mãos nos bolsos da jaqueta. — Antes de vir, falei com a produção e avisei que a gente estaria almoçando aqui. Eles mandaram um carro para nos buscar. Deve chegar em alguns minutos.
piscou surpresa, parando por um instante enquanto ajeitava o cachecol ao redor do pescoço.
— Você avisou à produção? — Ela riu de leve, cruzando os braços contra o frio. — Que eficiente. Achei que precisaríamos pegar um táxi ou algo assim.
Jinyoung deu de ombros, uma expressão despreocupada no rosto.
— Achei que seria mais prático. Além disso, as gravações hoje são externas, e a produção gosta de garantir que todo mundo chegue junto para evitar atrasos.
— Sempre pensando em tudo, não é? — comentou, a voz carregada de um leve tom de provocação.
Ele riu, a ponta do nariz ligeiramente avermelhada pelo ar frio.
— Só tento facilitar as coisas. E, para ser honesto, achei que seria uma boa desculpa para garantir que você não se perdesse no caminho.
bufou, sem conseguir evitar um sorriso.
— Como se eu fosse me perder…
— Bem, nunca se sabe — Jinyoung respondeu com um brilho divertido nos olhos, inclinando-se levemente para o lado, como se quisesse provocá-la. — A cidade é grande, sabe?
Ela balançou a cabeça, rindo, e ambos ficaram em um silêncio confortável por alguns instantes, observando os carros passarem na rua. Não demorou muito até que um veículo preto parasse ao lado deles. Um dos assistentes de produção desceu do carro, cumprimentando-os com um aceno.
— O carro chegou — Jinyoung anunciou casualmente, segurando a porta aberta para .
— Obrigada, Jinyoung-ssi — disse ela, entrando no carro com um pequeno sorriso.
Ele a seguiu logo depois, e, enquanto o carro começava a se movimentar pelas ruas movimentadas de Seul, a conversa entre eles continuava fluindo de forma natural, cada comentário reforçando a crescente sintonia que parecia se formar entre os dois.
***
O vento gelado de Seul cortava sem piedade enquanto puxava o casaco mais rente ao corpo, tentando se aquecer. Apesar de estar vestida com o figurino de sua personagem, que incluía um longo sobretudo cinza, a camada de roupa não parecia suficiente para protegê-la do frio daquela noite.
Ao seu lado, Jinyoung também esfregava as mãos juntas, tentando criar algum calor. Ele estava com o figurino de seu personagem: um casaco preto de lã, cachecol escuro e calças sociais que, embora elegantes, não eram suficientes para barrar o vento cortante.
— Está mais frio do que eu esperava — murmurou ele, olhando para de soslaio enquanto tentava esconder um sorriso. — Você está bem? Parece que está tremendo.
olhou para ele e forçou um sorriso, mesmo enquanto batia os pés no chão para se manter aquecida.
— Estou ótima. É só questão de me acostumar… Acho.
Jinyoung arqueou uma sobrancelha, claramente não convencido. Ele deu uma olhada ao redor e depois pegou o roteiro dobrado que segurava com uma das mãos.
— Quer repassar o texto de novo enquanto esperamos? Talvez isso te distraia do frio.
Ela assentiu rapidamente, feliz pela sugestão. Puxou seu roteiro do bolso e o desdobrou, segurando-o com dedos trêmulos.
— Boa ideia. Qual cena mesmo? — perguntou, encarando as páginas enquanto tentava ignorar o ar gelado que fazia suas bochechas arderem.
— A do parque. Aquela em que nossos personagens têm a primeira conversa mais séria — respondeu Jinyoung, virando as páginas do roteiro. — Eu começo.
Ele leu a primeira fala com facilidade, a voz calma e controlada, mesmo em meio ao desconforto do frio. tentou se concentrar na própria interpretação, mas era difícil não se distrair com o fato de que Jinyoung parecia tão imerso na cena, mesmo ali, de pé, no meio de uma rua movimentada.
Conforme iam avançando na cena, a interação entre os dois começava a fluir naturalmente. Ela se pegava respondendo a ele não apenas com as palavras de sua personagem, mas com olhares e reações que vinham instintivamente. Jinyoung notou isso, sorrindo de leve enquanto terminava uma das falas mais emotivas.
— Está vendo? — disse ele, baixando o roteiro e esfregando as mãos novamente. — Você é boa nisso. Mesmo com o frio, dá para sentir a emoção.
soltou uma risada curta, os ombros relaxando um pouco.
— Você também é bom nisso, mas acho que isso nem é novidade.
Jinyoung abriu a boca para responder, mas foi interrompido por um dos assistentes de produção que se aproximou apressado, informando que as câmeras estavam prontas e a gravação começaria em poucos minutos.
— Vamos lá? — Jinyoung perguntou, inclinando a cabeça para ela com um sorriso encorajador.
respirou fundo e assentiu, apertando o casaco ao redor do corpo enquanto caminhavam juntos em direção ao set, prontos para transformar aquelas palavras no papel em algo real.
***
As gravações daquela noite se estenderam mais do que o esperado. Entre ajustes de iluminação, mudanças no ângulo das câmeras e algumas regravações necessárias, o frio da noite parecia se tornar ainda mais intenso. Jinyoung e , no entanto, mantiveram o foco. As cenas no parque exigiam uma mistura de emoção contida e tensão entre os personagens, o que os obrigava a se conectar ainda mais enquanto atuavam.
Houve momentos em que os dois riram discretamente entre as tomadas, tentando aliviar o clima pesado que suas cenas exigiam. Jinyoung, sempre gentil, oferecia seu cachecol para entre os intervalos, enquanto ela insistia que estava tudo bem. Por outro lado, começou a perceber o quanto ele era atencioso, não apenas com ela, mas com toda a equipe, o que a fazia admirá-lo ainda mais.
Quando finalmente gravaram a última cena, o diretor anunciou o fim da produção do dia com um satisfeito “corta!”. Um misto de alívio e cansaço tomou conta de todos no set. abraçou o próprio corpo para se aquecer enquanto caminhava em direção à área onde ficavam seus pertences. Ela já imaginava o quanto a cama seria confortável naquela noite.
Jinyoung, que vinha logo atrás, percebeu o horário ao consultar o relógio. Passava da meia-noite, e as ruas de Seul estavam mais calmas, mas ainda movimentadas o suficiente para ele se preocupar. Ele se aproximou enquanto ela recolhia a bolsa e ajustava o casaco.
— -ssi — ele chamou, atraindo sua atenção. — Você já pediu um táxi?
— Ainda não, mas vou fazer isso agora. — Ela tirou o celular do bolso e começou a abrir o aplicativo.
Jinyoung pareceu pensar por um momento antes de continuar:
— Que tal eu te acompanhar? Vou pegar um táxi também. Posso te deixar primeiro, já que é tarde e, bom, está frio.
ergueu os olhos para ele, surpresa com o gesto. Ela hesitou por um momento, mas acabou sorrindo, sentindo-se grata.
— Obrigada, Jinyoung-ssi. Eu realmente agradeço.
— Ótimo. — Ele sorriu de volta, puxando o celular para chamar um táxi.
Poucos minutos depois, os dois estavam acomodados no banco de trás do veículo. O som suave do rádio preenchia o espaço enquanto o táxi cruzava as ruas iluminadas de Seul. Jinyoung mantinha uma conversa casual, perguntando como ela estava se sentindo após o longo dia de gravações. respondeu que, apesar do cansaço, estava feliz com o progresso.
Quando o táxi parou em frente ao prédio dela, Jinyoung desceu para abrir a porta, um gesto simples, mas que a fez corar levemente.
— Obrigada mais uma vez — disse , olhando para ele enquanto ajustava a bolsa no ombro.
— Não precisa agradecer. Boa noite, noona. Descanse bem.
Ela acenou com a cabeça, ainda sentindo o calor daquele pequeno gesto, antes de entrar no prédio. Enquanto subia para seu apartamento, não pôde deixar de sorrir ao lembrar de como ele havia sido cuidadoso e atencioso o tempo todo.
Do lado de fora, Jinyoung entrou novamente no táxi, um sorriso discreto no rosto enquanto murmurava para si mesmo:
— Ela é… interessante.
E assim, ambos encerraram o dia, com algo mais para pensar além das gravações.
Adoro história dentro de história. Os seus Jinyoung saem tão fofos que eu quase penso que ele é meu favorito OPNASDPOASMDOPASMDOP
O Jinyoung todo caidinho já pela Bommi, amoooo
Ele vai ser cadelinha dela, jurooooo