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Quiz #011
// O Tema
Qual emoção predomina seu personagem?
// O Resultado
Alegria


Esta história não possui capas prévias (:

Sem curiosidades para essa história no momento!

Fortuna & Mudanças

  Vazio. Foi aquilo que sentiu quando foi jogada para fora do Caldeirão.
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  Ela não sabia o que tinha acontecido, só sabia que, mesmo depois de sair do artefato mágico, ela ainda podia se sentir nele, e parecia que todas as emoções, sentimentos e sensações haviam ficado dentro dele.
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   Feirenhaar era apenas uma casca, posta sentada diante de uma grande janela para tomar sol durante o dia, deitada e perfeitamente aquecida sob as cobertas durante a noite. Os grandes olhos castanhos haviam perdido o brilho e parecia que não havia mais nada ali para comandar aquela casca. Mas bem lá no fundo, em algum lugar daquele corpo – ou talvez ainda dentro do Caldeirão –, uma se contorcia para se libertar.
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  A desaparecida via a vida passar como num filme. Talvez ela estivesse morta apesar de não se sentir morta. Depois de algum tempo – e ninguém saberia dizer quanto –, se lembrou de quando adentrou a floresta dos feéricos pela primeira vez. Havia sido quando ainda era uma criança e havia se encantado pelos seres que ali habitavam, mas que não necessariamente faziam parte do grupo de feéricos que se pareciam com humanos…
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  Também se lembrou da sua última vez. E do encontro com Lucien, o charmoso, porém triste, grão-feérico que aceitou se tornar uma companhia durante aquela sua viagem de exploração. No começo ele parecia mal-humorado, mas conforme o tempo foi passando e o feérico foi se acostumando à companhia da humana, Lucien pareceu ficar mais à vontade na presença dela.
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  Foi em um dia qualquer que caiu no que os antigos feéricos chamavam de “armadilha para humanos”, tudo e qualquer coisa que pudesse dificultar a sobrevivência humana podia ser encontrada ali. não sabia o que havia acontecido durante o período em que os venenos trabalhavam em seu organismo, tentando evitar que ela continuasse viva, só se lembrava de quando sua consciência havia voltado e a sensação gelada de algo que ela não conseguia identificar, tomou conta de todo o seu ser.
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  Pelas memórias que passavam à sua frente, não havia passado mais do que alguns segundos desde que seu corpo havia sido colocado dentro do Caldeirão e depois devolvido, mas a impressão que a moça tivera era que havia passado horas ali. O conteúdo do Caldeirão foi se tornando espesso e cada vez mais escuro ao seu redor antes de começar a aquecer até parecer escaldante demais para aguentar. E então, o vazio.
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  Todas as vezes as memórias paravam ali e o vazio voltava, até que o ciclo recomeçasse. Demorou algum tempo até conseguir sair do loop e se agarrar às lembranças que a faziam sentir algo. Quando começou a ficar mais consciente de si mesma, teve a impressão de que parte do conteúdo do Caldeirão que havia ficado nela se desprendeu. A primeira emoção que sentiu foi a raiva. Raiva por não ser mais a mesma de antes, raiva por não ter podido escolher, raiva pelos feéricos mesquinhos que haviam colocado aquela armadilha para humanos na floresta feérica…
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  … E então foi a vez da tristeza. Ela teria alguma chance de ver sua família outra vez? Poderia Feirenhaar realizar seus sonhos mesmo que parte de seu ser tivesse mudado? Com aquela tristeza veio o medo e logo depois dele, a ansiedade que começou a construir todo o tipo de cenários terríveis sobre o futuro.
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  E então a raiva voltou novamente. Onde estava a alegria?
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   olhou ao redor do nada escuro e pegajoso que a envolvia. Viu um feixe de luz logo à sua frente, mas quando tentava esticar a mão para alcança-lo, o nada – de sua mente ou de parte do Caldeirão que havia se juntado a ela – se enrijecia a impedindo.
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  De certa forma, sentiu as emoções começarem a se misturar em um pequeno turbilhão em algum lugar dentro de si, um turbilhão que foi aumentando cada vez mais, até ser impossível segurar.
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   Feirenhaar nunca imaginou que uma explosão de sentimentos que usualmente eram tidos como negativos, pudesse dar origem a uma luz tão intensa e colorida como havia acontecido – no Caldeirão? Em sua mente? Na imaginação? – naquele instante. Aquela explosão fez todo o nada pegajoso desaparecer por completo, e então, finalmente ela pôde alcançar a alegria…
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  Quando abriu os olhos novamente, ela se encontrava sentada de frente para uma grande janela e ao olhar ao redor, percebeu que o lugar estava rodeado de prateleiras com livros. Ela não reconhecia o ambiente, mas de alguma forma ela sabia que não precisava temer. Poucos instantes depois de “despertar”, recebeu a visita do que provavelmente eram os donos de onde estivera hospedada todo aquele tempo.
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  Depois de ser questionada e explicar tudo o que podia ao grão-senhor e grã-senhora do lugar, ela foi deixada sozinha, mas não por muito tempo. Minutos depois da saída do casal, a nova audição aguçada de conseguiu captar um barulho ritmado e de certa forma familiar do outro lado da porta fechada. Ela também pôde sentir um cheiro que lhe trazia a sensação de aconchego e acolhimento.
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  Seu coração deu uma tropeçada quando finalmente conseguiu entender o que ou quem estava escondido atrás das grossas portas daquela biblioteca. As pernas de pareceram trabalhar sozinhas, mesmo ainda um pouco fracas, e logo ela se viu girando a maçaneta e abrindo a porta, eufórica. O sorriso ao ver Lucien Vanserra parado à sua frente foi inevitável.
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Fim

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