Fôlego
Capítulo Um:
Os gritos de ecoavam pelo corredor do local atraindo a atenção da equipe toda. Seu rosto contorcido de dor, enquanto ela tentava se apoiar nas paredes, deixava claro o quanto a lesão havia sido grave. A dor que a dominava era insuportável, mas ela sabia que precisava suportar. Afinal, sua carreira de maratonista estava em jogo.
Quando a porta da sala de fisioterapia se abriu, o fisioterapeuta entrou com a calma habitual, mas seus olhos não podiam esconder a preocupação. Ele a observou por um instante, como se tentasse entender até onde ela estava disposta a ir para continuar competindo.
— , você precisa se acalmar. Vamos cuidar disso. — Sua voz era firme, mas suave. Ele sabia que ela estava em crise, mas sua preocupação ia além da dor física.
Ela o encarou com uma expressão mista de frustração e desespero. “Eu não posso perder isso”, ela pensou, tentando controlar os respingos de lágrimas que ameaçavam cair.
— Eu… eu sei o que você vai dizer. Mas eu preciso continuar. Não posso parar agora.
Ele deu um passo à frente, seu olhar profissional e distante, mas ao mesmo tempo algo mais, uma tensão crescente entre os dois. Por mais que tentasse manter a distância profissional, era difícil ignorar a intensidade daquela conexão.
— … — Ele suspirou. — O seu corpo não pode ser forçado assim. Você precisa parar antes que piore. A maratona vai esperar, eu prometo.
Ela franziu a testa, querendo protestar, mas ele já se aproximava dela, a mão estendida para ajudá-la. O toque dele, no entanto, parecia mexer mais com ela do que qualquer coisa que ela tivesse imaginado.
A tensão no ambiente era palpável, mas não conseguia focar em nada além da dor que se espalhava por seu corpo. O fisioterapeuta, ainda com o semblante sério, olhou para o médico que estava a seu lado, um profissional experiente que rapidamente tomou as rédeas da situação.
— Vamos começar com a medicação intravenosa. — O médico falou, dirigindo-se a ela com voz calma, mas autoritária.
mal teve tempo de reagir antes que a agulha se enterrasse em sua veia, administrando um analgésico forte. O líquido percorreu seu braço, e ela pôde sentir um alívio gradual que começava a tomar conta de seu corpo. A dor se transformava em uma sensação de formigamento leve, quase anestésica.
Os olhos dela se fecharam por um instante, e quando abriu, viu o fisioterapeuta observando-a atentamente, como se estivesse calculando a cada movimento o impacto daquela medicação em seu corpo já fragilizado.
— Isso vai te ajudar a relaxar um pouco, mas é essencial que você faça os exames agora. — O médico acrescentou, levantando-se para abrir a porta. — Vou te levar para o laboratório.
balançou a cabeça em sinal de entendimento. A cada passo que dava, sentia a pressão em sua perna, mas a medicação a fazia funcionar em um estado quase surreal, como se estivesse flutuando. Ela olhou para o fisioterapeuta e, embora estivesse grata pela assistência dele, uma estranha sensação de vulnerabilidade a invadiu. Estava sendo cuidada, sim, mas parte de seu ser queria continuar lutando, e a sensação de dependência a incomodava.
— Vamos, . — O fisioterapeuta disse, sua voz mais suave agora, enquanto a conduzia até o elevador.
O silêncio entre os dois era carregado. Ela podia sentir os olhos dele em sua direção, uma atenção cuidadosa, mas também uma distância que ele tentava manter. Uma parte dela queria quebrar essa barreira, fazer com que ele a olhasse de outra forma. Mas outra parte sabia que isso complicaria tudo. Eles estavam ali para um propósito específico: ajudar a se recuperar. Nada mais.
Ao chegar ao laboratório, foi acomodada na mesa de exames. O médico a preparou, explicando o procedimento que verificaria o grau da lesão e se havia algum dano interno mais grave.
Ela fechou os olhos, respirando fundo, sentindo o remédio fazendo efeito. Mas, antes de ser tomada pelo cansaço que ameaçava dominá-la, ela percebeu o fisioterapeuta parado na porta, esperando. Era como se ele estivesse esperando o momento certo para entrar, ou talvez não soubesse o que dizer.
— Você está bem? — ele perguntou, a voz mais baixa, quase hesitante.
Ela olhou para ele, sentindo que aquelas palavras simples estavam carregadas de uma preocupação que ela não queria aceitar. Um suspiro escapou de seus lábios enquanto ela assentia.
— Só quero sair dessa. E voltar a correr. — Ela murmurou, sentindo a fraqueza tomando conta, mas o olhar dele ainda a observava com intensidade.
O médico entrou para realizar os exames, e fechou os olhos, permitindo-se relaxar um pouco mais enquanto os sons do ambiente ao redor se misturavam à sua mente turvada pela dor e medicação.
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despertou lentamente, um pouco desorientada. O suave cheiro de seu travesseiro e a leve brisa entrando pela janela eram familiares, mas sua mente ainda estava em neblina. Ela tentou mover o corpo, mas a sensação de cansaço profundo e a dor na perna fizeram-na ficar imóvel por um momento. Algo parecia diferente, como se o tempo tivesse passado sem que ela se desse conta.
Seu corpo, envolto pelo cobertor quente, parecia uma prisão que a impedia de se mover livremente. O remédio ainda estava agindo, mas o efeito começava a diminuir. Ela tentou se sentar, sentindo uma leve tontura ao fazê-lo, e um gemido involuntário escapou de seus lábios.
Do outro lado do quarto, em um canto próximo à janela, o treinador, o agente e o fisioterapeuta estavam cochichando em voz baixa, como se tentassem manter a conversa entre eles sem incomodá-la. As palavras deles se misturavam ao som suave do vento, e por um momento, ficou perdida em seus pensamentos.
— Não sei se ela vai conseguir voltar a correr tão cedo… — a voz do treinador era baixa, mas cheia de preocupação. — Essa lesão, é grave. Ela vai precisar de tempo, talvez até mais do que estamos imaginando.
— Isso é o que mais nos preocupa. — O agente respondeu, com um tom de voz que reconhecia. Ele sempre pensava em números e resultados. — Mas precisamos garantir que ela não vá se arriscar novamente antes de estar completamente curada. A recuperação não pode ser apressada.
— Eu estou fazendo o meu melhor aqui. — O fisioterapeuta respondeu, a voz mais calma, mas também tensa. — Ela vai precisar de muito mais que descanso. Não é só a perna, é a cabeça dela também. Ela está obcecada por voltar à pista.
, ainda deitada, sentiu uma sensação de frustração tomando conta de si. Ela sabia que todos estavam apenas tentando ajudá-la, mas isso a deixava mais impaciente. O que mais a incomodava era a percepção de que, enquanto os outros planejavam seu futuro, ela mal conseguia controlar o seu. Sentia-se fraca, vulnerável, e isso, mais do que qualquer outra coisa, a incomodava.
Tentando ignorar a dor, ela tentou se sentar novamente, agora com mais força. Mas, ao fazer isso, um pequeno gemido de esforço escapou de seus lábios. A reação foi imediata. O trio se virou rapidamente, como se não esperassem que ela acordasse tão cedo.
— ! — O fisioterapeuta exclamou, aproximando-se rapidamente da cama. Ele se abaixou, tentando ajudá-la a se recompor. — Você deve descansar mais.
O treinador e o agente trocaram olhares rápidos, mas se aproximaram também, com expressões de alívio por ela estar acordada, mas também de preocupação por seu estado.
— Como você está se sentindo? — O agente perguntou, seus olhos analisando-a atentamente.
olhou para eles, tentando se recompor e esconder o desconforto que ainda sentia. Mas, ao mesmo tempo, não queria parecer fraca para eles. Ela não queria ser tratada como se fosse uma ferida exposta.
— Estou… bem. — Ela respirou fundo, esforçando-se para manter a calma. — Só… só preciso de um pouco de tempo. Eu sei o que vocês estão pensando. Não vou desistir. Quero voltar.
O silêncio tomou conta do quarto por um momento. Todos sabiam que a determinação de era uma das coisas que mais a definia, mas também sabiam que sua obsessão pela corrida poderia ser sua maior inimiga no momento. O fisioterapeuta, percebendo o brilho de determinação nos olhos dela, foi o primeiro a quebrar o silêncio.
— Nós sabemos que você quer voltar. Mas precisa ser com segurança, . Não podemos correr riscos.
Ela olhou para ele, o rosto dele mais próximo do que o normal, e por um instante, as palavras se dissiparam. A preocupação dele parecia genuína, mas o toque dele, o jeito como a olhava, fez com que algo despertasse dentro dela. Ela desviou os olhos, desconfortável, antes de se concentrar no que realmente importava.
— Eu vou me recuperar. Eu prometo. — Sua voz foi firme, determinada.
O fisioterapeuta deu um suspiro, mas não contestou. Ele sabia que não desistiria tão facilmente. Ele só esperava que, dessa vez, ela fosse capaz de escutar seu corpo, e não apenas sua mente obstinada.
O agente e o treinador trocaram olhares e, sem dizer uma palavra a mais, saíram silenciosamente do quarto. Antes de fechar a porta atrás de si, o agente olhou para e acenou com a cabeça, como se o confiando à tarefa de cuidar de naquele momento.
observou os dois se afastando, um suspiro escapando de seus lábios. Sua mente estava ainda turva pela medicação, mas já começava a clarear. Ela estava cansada de ser tratada como se fosse frágil. Era difícil ver as pessoas preocupadas, ainda mais quando ela só queria seguir em frente. Mas ela sabia que precisava ouvir, se não os outros, ao menos o seu corpo.
ficou em pé ao lado da cama, observando-a com os olhos sempre atentos e cautelosos. Ele sabia que era obstinada, mas também estava ciente dos limites do corpo dela. O silêncio entre os dois se estendeu por alguns momentos, mas logo ele se aproximou com um sorriso tranquilo, quebrando a tensão do ambiente.
— Eu sei que você quer voltar, . Mas você já está cansada de tanto escutar isso, não é? — falou com um tom de voz calmo, quase como se estivesse tentando entender o que se passava na cabeça dela.
Ela o encarou, um pouco surpresa com a percepção dele. Ele sempre foi alguém que soubera ler a linguagem corporal dela com precisão, talvez melhor do que qualquer outro.
— Não é isso… — Ela começou, as palavras saindo mais baixas do que pretendia. — Eu só não sei mais quanto tempo consigo esperar. Sinto que, a cada dia, a maratona vai ficando mais distante. E isso… isso me faz sentir que estou perdendo algo muito importante.
assentiu lentamente, caminhando até a cadeira ao lado da cama e se sentando. Ele olhou para ela com empatia, seu rosto sério, mas suave, como se tentasse passar toda a sua confiança para ela.
— Eu entendo. A pressão de um atleta de alto nível é imensa. Mas, … se você correr antes da hora, se pressionar seu corpo além do limite, isso vai apenas prolongar sua dor e suas limitações. O seu sonho de competir vai esperar um pouco mais, mas eu prometo que ele não vai desaparecer.
Ela não respondeu de imediato, suas mãos se apertando contra as cobertas enquanto seus pensamentos se embaralhavam. sempre falava com calma, com uma confiança que ela, muitas vezes, sentia falta em si mesma. Ele não só era seu fisioterapeuta, mas uma das poucas pessoas que realmente parecia entendê-la.
— O que você faria se fosse eu? — Ela perguntou de repente, a curiosidade na voz, como se quisesse saber se ele entendia o peso que aquilo tinha para ela.
hesitou por um momento, como se estivesse ponderando a pergunta antes de dar sua resposta. Finalmente, ele olhou para ela, seus olhos sérios, mas com um brilho de sinceridade.
— Eu sei o que você sente, . Eu também sei o quanto você lutaria para voltar, para provar que pode ir mais longe. Mas, se fosse eu, faria o mesmo que você: escutaria meu corpo. Não porque o desejo de correr é menor, mas porque um corpo machucado não pode levar você ao seu objetivo. Às vezes, a maior força está em saber quando se fazer parar.
mordeu o lábio inferior, refletindo sobre as palavras dele. Algo no fundo de sua mente sabia que ele estava certo, mas o medo de perder seu lugar entre os melhores ainda a consumia.
— Eu só… não quero ser esquecida. — Ela sussurrou, como se finalmente dissesse a verdade que estava guardando para si mesma.
a olhou por um momento, o silêncio entre os dois pesado, mas confortável. Ele sabia como ela se sentia. Havia algo mais ali, algo que ela nunca havia falado diretamente a ele, mas ele podia sentir. Era a obsessão de por sua própria carreira, o medo de ser deixada para trás.
— Você não será esquecida, . Mas a sua saúde é mais importante. E eu estarei aqui, cuidando de você até o momento em que você puder voltar com toda a força.
Ela não soube o que responder a isso. Apenas fechou os olhos por um instante, permitindo-se sentir o conforto daquela promessa. Ele não estava apenas dizendo palavras vazias. Ele estava dizendo aquilo como alguém que sabia o que era necessário para que ela pudesse alcançar seu sonho, sem se perder pelo caminho.
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passou a noite quase toda acordado, entre xícaras de café, os exames de antigos e atuais e suas anotações. Ele queria ajudá-la a se recuperar o mais rápido o possível, e tentava se convencer de aquela vontade toda, se dava apenas ao fato de que era exatamente porque aquele era o seu trabalho a quase 2 anos e apenas por isso.
Ele sempre tivera uma relação profissional com ela, respeitando os limites, focando no que era necessário. Mas, à medida que o relógio avançava e o sono se afastava, não pôde negar que suas razões estavam se tornando mais complexas do que apenas um dever profissional.
O jeito como ela sorria, quase como se o mundo não fosse capaz de tirá-la da sua zona de conforto, sempre deixava algo em seu peito apertado. A maneira como ela arrumava o cabelo, com aquela precisão simples, mas confiante, como se cada movimento fosse uma extensão da disciplina que ela possuía dentro de si. O uniforme que ela usava durante as sessões de fisioterapia, aquele conjunto de treino preto e apertado que, por alguma razão, sempre parecia acentuar suas formas, ele não conseguia deixar de notar. tinha a sensação de que ela poderia ser qualquer coisa que quisesse, mas era ali, com ele, naquele momento vulnerável, que ela se mostrava humana, com as fraquezas e as inseguranças que, por vezes, ele nunca imaginou que teria acesso.
Ele ainda se lembrava da risada dela, do som leve, mas contagiante, que escapava quando ele fazia uma piada para aliviar a tensão durante o tratamento. Algo nela parecia sempre se iluminar naquele instante, como se a dor e o desconforto fossem esquecidos por um breve momento, e ela se permitisse simplesmente ser, sem o peso da responsabilidade sobre seus ombros. Ela riu, um sorriso genuíno e despreocupado, e, por um momento, ele se pegou pensando que talvez ela estivesse em paz ali, naquele pequeno espaço, mais do que em qualquer outro lugar.
Mas não era apenas isso. Ele também reparava em detalhes pequenos, mas que lhe pareciam cada vez mais significativos. Como ela ajeitava o cabelo atrás da orelha, com aquela leveza, como se fosse um gesto tão automático que ele mal percebia, mas que o atraía com uma intensidade que ele não sabia como explicar. tentava, em vão, não prestar atenção nos modos dela, mas a forma como ela se movia, com tanta graça, parecia se infiltrar em sua mente de maneira irresistível.
Ele fechou os olhos por um momento, tentando se afastar desses pensamentos, mas, quando os abriu, lá estava ela, mais uma vez, invadindo sua mente com toda a sua energia, com seus sorrisos e suas pequenas manias que, agora, pareciam ocupar mais espaço do que ele estava disposto a admitir.
Mas era seu trabalho, ele pensou novamente. Era sua responsabilidade ajudá-la. Apenas isso.
O problema era que ele não sabia mais se conseguia se convencer disso.
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acordou lentamente, os raios suaves da manhã penetrando pela janela e iluminando o quarto. Seus olhos ainda estavam pesados, mas a mente já começava a se afiar, processando as lembranças do dia anterior. Ela se mexeu na cama, o corpo ainda pesado pela medicação, mas a sensação de desconforto se dissipando aos poucos. Mesmo assim, uma inquietação permanecia, como se algo estivesse fora de lugar, sem que ela pudesse entender o que era exatamente.
Ela tentou se sentar, mas logo o cansaço e a dor leve na perna a forçaram a recostar de novo. O quarto estava silencioso, e, por um momento, pensou que talvez os outros ainda estivessem fora. Mas então, o nome dele veio à mente: . Seu fisioterapeuta. Sua presença estava tão vívida em seus pensamentos que parecia que ele nunca havia saído de lá.
não pôde evitar lembrar da maneira como ele se comportava com ela, com aquela calma que, por mais controlada que fosse, sempre escondia algo mais. Ele parecia ver mais do que qualquer um. Talvez fosse a forma como seus olhos se prendiam nela durante as sessões de fisioterapia, sempre tão atentos e cuidadosos. Mas não apenas isso. tinha algo de diferente, uma força silenciosa que ela não conseguia descrever. E, o mais confuso, era que isso a atraía. Não era apenas a sua habilidade como fisioterapeuta, mas algo mais que ela começava a perceber cada vez mais.
Ela fechou os olhos, tentando afastar esses pensamentos, mas logo se pegou lembrando do sorriso dele, daquele sorriso tão suave, mas também distante. A maneira como ele a observava, como se estivesse atento ao mínimo gesto que ela fizesse, à respiração acelerada, às expressões de dor que ela tentava esconder. Ela sabia que ele se importava, mas sempre de uma maneira sutil. Ele nunca ultrapassava a linha do profissionalismo. E talvez fosse isso que a fazia pensar nele com tanta frequência.
Era difícil não notar como ele estava sempre tão focado. O cabelo preto e bem arrumado, o jeito tranquilo com que ajeitava suas anotações, os gestos delicados ao tocar seu corpo durante os tratamentos. E, quando ele falava, sua voz baixa e controlada parecia penetrar cada parte de sua mente, levando-a a se concentrar não apenas no que ele dizia, mas na forma como ele dizia.
suspirou, não conseguindo mais fugir de suas próprias emoções. Não era apenas a necessidade de recuperação que a mantinha ali, na cama, observando a distância entre ela e o mundo. Era a presença dele que a desestabilizava de uma maneira que ela não queria admitir. Ele era mais do que um profissional. Algo dentro dela sabia disso.
Ela se mexeu na cama, tentando se levantar mais uma vez, mas, dessa vez, foi mais por impulso do que por necessidade. A dor na perna ainda estava lá, mas não a impedia de pensar nele. A forma como ele parecia sempre tão calmo e, ao mesmo tempo, distante. Ela se perguntou, mais uma vez, se ele sentia algo a mais também ou se era só ela quem estava começando a confundir as coisas…
Mas o que mais a incomodava não era o que ele sentia. Era o que ela estava começando a sentir.
Ela sabia que, em breve, ele voltaria ao seu lado, e a rotina das sessões de fisioterapia recomeçaria. Mas, desta vez, algo era diferente. Ela não sabia o que era exatamente, mas uma coisa era certa: a linha entre o profissional e o pessoal estava ficando cada vez mais tênue.
Olha, na boa, eu não consigo ter a empatia 100% porque eu não consigo entender esse povo que tem amor por corridas/caminhadas longas tipo maratona, NÃO CONSIGO IOASNDOASPND
Eu corro é pra bem longe dessas coisas LOLOLOL
Mas tá, vamos ver o que o físio Xiaojun vai fazer nessa história. Será que a Malu vai conseguir se recuperar logo? Ou ela vai ter que se conformar com o que der?