Finding You – In Case
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Fazia cerca de oito meses que havia deixado naquela noite, no churrasco entre amigos na casa dos . Como ela previra, o rapaz não se deu o trabalho de correr atrás dela para tentar se explicar ou dizer claramente que estava terminando com ela, mas os dois se conheciam muito bem para entender o recado indireto um para o outro. sentiu extrema raiva do agora ex-namorado. Não conseguia entender por que ele fizera aquilo, não quando pareciam estar tão felizes.
Mas o primeiro mês se passou e a raiva deu lugar às especulações. Ela não entendia e queria entender, então começou a analisar todas as situações que envolveram os dois no passado, voltou a ter contato com os amigos em comum e às vezes até topava com nos encontros de família. Foram preciso mais dois longos meses para ela chegar à conclusão de que ainda sentia algo por ela. Que ele terminou por algum motivo bobo que martelava em sua cabeça. Sua vontade era de correr em sua direção, dar-lhe um grande sermão e então beijá-lo e nunca mais soltar, mas sabia bem que o ex-namorado relutaria até o ultimo fio de cabelo para admitir que os dois deveriam permanecer juntos. Então decidiu fazer da forma que os dois entendiam muito bem: com música.
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Quase nove meses sem ela. Ele bem que tentara se livrar da sensação de ser um belo idiota, tentou esquecê-la, mas era impossível parar de se sentir um idiota quando terminou com a garota da sua vida, certo? Certo.
achou que conseguiria lidar com a situação no primeiro mês, já que evitava ao máximo ir aos mesmos lugares que seus amigos em comum costumavam se encontrar, porém, no segundo mês em diante, parecia que ela estava disposta a ir a todo e qualquer lugar que ele estivesse, sempre o observando de longe, um pouco acanhada e sem jeito, como costumava ficar quando se conheceram. Ele às vezes se pegava sorrindo para o nada ao pensar que ela ainda gostava dele, mas espantava o pensamento no mesmo instante. Eles estavam separados para o bem de ambos. Certo?
Ele já não tinha mais tanta certeza. Depois de seis meses sem trocarem palavras, percebeu que , a sua , estava bastante próxima de Joel Kanitz, um amigo que também tinha uma banda e parecia próximo demais da sua garota.
se sentia tentado a se aproximar dos dois e interromper qualquer papinho que tivessem ali, mas ele não tinha mais o direito. Aliás, ele nunca realmente tivera isso. tinha o direito de conversar com quem bem entendesse… Toda vez que os via juntos, mais queria se bater por ter terminado com sua . Via ela sorrindo e gargalhando ao lado de Joel, não da mesma forma que fazia quando estava com ele, mas mesmo assim, não era ao seu lado que ela estava sendo feliz. E aquilo o matava aos poucos.
Faltavam apenas dois dias para o dia de Ação de Graças, e naquele ano, a comemoração seria feita na casa da família Kanitz, parecia algum tipo de conspiração contra sua sanidade tudo o que acontecera ao longo do período em que esteve longe de .
estava determinado a não comparecer à comemoração, mas além de se sentir um babaca covarde, ainda teria de ouvir um belo sermão de sua mãe, então iria. E não faria nenhuma bobagem.
Estava difícil. Queria muito sentar entre Joel e para afastá-los um do outro, ambos insistiam em ficar sentados na banqueta em frente ao piano que ficava num canto da sala de estar da casa dos Kanitz, conversando e tocando algumas notas no instrumento, completamente alheios ao restante do mundo ao seu redor. Completamente alheios a ele.
Era fim de tarde quando decidiu ficar na varanda da casa dos Kanitz enquanto esperava que sua mãe fosse compreensiva e decidisse ir embora cedo para casa, o que claro, só ficaria na esperança. Sua mãe adorava aquele tipo de encontro com amigos e passava horas e mais horas conversando com todos.
Estava pensando em inventar uma desculpa e ir para casa quando ouviu a porta ser aberta.
- Hei, . – Ouviu a voz de Joel chamar. – Nós estamos começando a tocar lá dentro, seria legal se você participasse. – O dono da casa informou dando um sorriso simpático.
- Acho que vou passar essa. – murmurou sorrindo sem vontade, apenas tentando não ser mal-educado.
- Ah, qual é! – Joel exclamou parando em frente ao amigo. – Faz tempo que o The Maine e o This Century não tocam juntos. E The Maine sem não é The Maine! – O rapaz estendeu a mão.
suspirou. Talvez um pouco de música animasse seus ânimos, afinal. Aceitou o convite e a mão estendida, se levantou e adentrou a casa, indo em direção à sala de estar onde todos os seus amigos estavam reunidos de uma forma meio desordenada. Todos os seus amigos também incluía , que se manteve sentada no banquinho em frente ao piano.
Tocaram e cantaram covers e algumas músicas do This Century e The Maine de forma animada, mal tinham terminado de tocar “Young and Useless” quando todos puderam ouvir o som vindo do piano. tocava de costas para eles e podia apostar que a garota se sentia um pouco desconfortável por estar sendo o centro das atenções.
Ohh
Pictures in my pocket
Are faded from the washer
I can barely just make out your face
ouvia com atenção o que cantava, era a primeira vez que a via cantando sozinha; normalmente ela preferia cantar acompanhada, por amigas ou por ele. Mas lá estava ela, tocando e cantando. Quando foi que aprendera a tocar piano?
I know
One day eventually
Yeah I know
One day I’ll have to let it all go
But I keep it just in case
Yeah I keep it just in case
Olhou em direção a Joel, que sorria na direção de transparecendo algo parecido com orgulho. E então entendeu o que os dois faziam juntos aquele tempo todo.
In case you don’t find what you’re looking for
In case you’re missing what you had before
In case you change your mind, I’ll be waiting here
In case you just want to come home
In case you’re looking in that mirror one day
And miss my arms
How they wrapped around your waist
I say that you can love me again
Even if it isn’t the case
Era uma canção curta, mas transmitia exatamente o que provavelmente queria dizer. E sorriu. Ele queria correr ao encontro dela, abraça-la e não soltá-la mais, mas quando finalmente achara que ia conseguir fazê-lo, mais uma nova rodada de músicas começara, como se a música de tivesse sido apenas mais uma na roda de amigos.
O fim da tarde passou e o jantar de Ação de Graças viera. estava de prontidão para falar com , acertar as coisas finalmente.
Vira que depois do jantar ela fora para fora da casa, para o quintal dos fundos, então aproveitara a oportunidade e a seguira. E lá estava ela observando o céu noturno e brilhante de estrelas. Quando ouvira sua aproximação, ela apenas dera uma pequena e rápida olhada em sua direção para voltar seu olhar para o céu novamente, depois deixando um sorriso lhe estampar os lábios.
Os dois ficaram lado a lado no quintal, observando o céu. não sabia por onde começar. Como poderia começar uma conversa que deveria ter acontecido há nove meses?
- Eu entendo, . – Ouviu a voz de soar ao seu lado. – Mas deixa que eu decido o que é bom para mim. – Ela voltou seu olhar para , um brilho de esperteza passando por ele num lampejo.
- , eu…
- Cala a boca, . Não estraga. – A garota riu e se aproximou. Um pouco acanhada, ela selou os lábios nos dele passando os braços em torno de seu pescoço. – Eu senti a sua falta. – Murmurou o abraçando enquanto era retribuída da mesma forma.
- Eu não consegui parar de pensar no quão idiota eu fui… – Ele murmurou encarando-a.
- E foi mesmo. – Ela retrucou, mas logo sorriu novamente. – Mas eu te amo mesmo assim. – apertou de leve o nariz de , que fizera careta e rira logo em seguida. Os dois permaneceram abraçados durante alguns instantes, até dar um gritinho e dizer que havia esquecido algo importante.
Correra para dentro da casa e logo voltara balançando um papel dobrado na direção de que a encarava curioso.
- O que é isso? – Perguntou pegando a folha das mãos de .
- Leia! – Dera de ombros.
passara dois minutos inteiros lendo e relendo a folha em suas mãos, não acreditando muito em seus olhos.
- , fala alguma coisa! – resmungou.
- … Como é que é? – Fora tudo o que conseguira soltar. Em suas mãos estava um contrato de teste com uma gravadora de verdade, que estava interessada no The Maine e em seus trabalhos.
- Eu corri atrás disso para vocês. Eu sempre disse que acreditava no potencial de vocês, não disse? – Ela perguntou erguendo a sobrancelha.
gargalhou, abraçou a garota ao seu lado e a girou em seu colo, fazendo-a gritar de surpresa.
- Eu ainda não acredito que encontrei você nesse mundo. – Ele murmurou colocando-a no chão, sem deixar de abraça-la.
- Fomos feitos para ficarmos juntos. – Ela murmurou de volta, dando-lhe um selinho.
- Agora eu entendo isso. – sorriu abraçando ainda mais forte a de novo namorada.
- Feliz Ação de Graças, . – sussurrou encostando a cabeça no ombro do namorado.
- Feliz Ação de Graças, . – sorriu beijando o topo da cabeça da garota.
Fim
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