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Sem informações no momento.

Fantasya

  Eu sentia a dor se espalhar por meu corpo. Eu tinha algum tempo para abusar de mais uma última dose daquilo.
Fantasya, era isso que estava me matando naquele momento.
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  Eu ainda lembro a primeira vez em que ouvi falar dela. Tinha acabado de sair de um cansativo dia na faculdade e caminhava para um bar conhecido. Minha cabeça parecia prestes a explodir e isso estava mais do que evidente em meu rosto.
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  Eu já estava no terceiro copo de vodka quando alguém se aproximou de mim com um pacotinho em mãos.
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  - Você está precisando de uma dose, querida. – Falou uma voz grave estendendo o pacote com comprimidos coloridos.
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  - Eu não uso drogas… – Murmurei já um pouco afetada pela bebida.
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  - Isso não é droga, é Fantasya, vai fazer com que sua dor pare. Vamos, experimente. – O rapaz que me oferecia a droga sorriu incentivando.
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  Encarei sua mão com o pacote, hesitante. Eu sabia que aquilo não era certo, mas a dor estava aumentando, me fazendo decidir rapidamente.
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  Peguei um dos comprimidos coloridos que me foi oferecida e com o restante da vodka mandei-a goela abaixo. No início, mal senti a diferença, eu xingava o rapaz que me oferecera uma coisa que sequer funcionava quando saí pela porta do bar. Foi quando eu o vi. Um rapaz um tanto quanto pálido, com um sobretudo preto lhe cobrindo até o queixo me encarava encostado ao poste de luz. Seus olhos acompanhavam-me a cada passo e isso me deixou constrangida.
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  Caminhei até a esquina e sem poder conter a curiosidade, olhei para trás, para o poste onde o rapaz estava parado. Minha surpresa foi perceber que ele já não estava mais lá. Olhei todos os lados para onde ele poderia ter ido, mas nada encontrei, apenas alguns bêbados que acabavam de sair do bar. Suspirei desapontada, até que ele era… Bonito.
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  Revirei os olhos e me voltei novamente para meu caminho, trombando com alguém.
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  Ao encará-lo, eu quase sufoquei. Como é que ele tinha ido parar ali?
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  O rapaz que eu procurava estava bem a minha frente, me encarando da mesma forma que me encarava em frente ao bar. Eu ruborizei.
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  - Desculpe… – Murmurei baixando o rosto, completamente envergonhada, tanto pela trombada quanto pelo modo como ele me olhava.
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  Com sua mão pálida ele me fez encará-lo a tempo de ver um pequeno sorriso brotar de seus lábios.
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  Tudo o que aconteceu depois foi rápido demais, talvez pelo efeito da droga desconhecida que eu acabara de ingerir, ou talvez fosse apenas minha falta de companhia e carência falando mais alto.
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  O fato é que, depois do sorriso passamos a um beijo doce; do beijo doce passamos a um beijo mais voltado ao desejo; e então quando percebi já estava deitada em uma cama, quase completamente nua, apenas com as roupas de baixo. O rapaz estava da mesma forma, agora beijando-me o pescoço.
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  Eu mal o conhecia e devia estar com medo, mas meu corpo se confiava a ele, e aparentemente aquilo já bastava.
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  Ele mordiscou meu pescoço e não pude reprimir um gemido baixo. Sua boca escorregou para meu ombro e meu corpo já pedia por mais. Foi quando o vazio veio, tudo ficou escuro e não havia mais rapaz, não havia mais beijos, não havia mais nada, a não ser a sensação de inexistência.
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  Alguns minutos depois senti uma picada em meu braço e de alguma forma senti minha existência sendo puxada a superfície novamente. Ouvi uma respiração ofegante, como se alguém acabasse de voltar a si depois de um afogamento. Demorou certo tempo até perceber que aquela respiração era minha.
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  Meus olhos estavam embaçados e eu estava confusa demais para compreender que estava em um hospital.
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  Meus pais estavam lá, mamãe com cara preocupada e papai parecendo desapontado. Claro, eu sempre fora o exemplo da família. A mais estudiosa, a mais prendada, a mais inteligente, a única que se casaria virgem e, até aquela noite, a única que nunca experimentara usar drogas. Era compreensível que meu pai estivesse desapontado, até eu me sentia assim. Eu sempre soube e presenciei os riscos das drogas, mas mesmo assim eu acabei experimentando…
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  - Você teve uma overdose das piores, menina. Teve sorte de um senhor a encontrar num beco. – O médico murmurou.
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  - Que tipo de homem andaria nos arredores de um beco em plena madrugada? – Minha mãe perguntou erguendo a sobrancelha.
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  - Foi um morador de rua que a encontrou. – O doutor murmurou dando de ombros logo saindo do quarto em que eu me encontrava.
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  Mamãe ficou comigo o resto da noite e mais dois dias em que fiquei de observação.
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  Saí do hospital em pleno domingo de tarde e fazia frio, muito frio.
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  - , prometa para mim que nunca mais irá fazer coisas assim! – mamãe murmurou me abraçando.
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  - Claro mãe, prometo. – Disse. Pura farsa. Eu sabia muito bem que a qualquer minuto eu correria atrás de mais informações sobre aquela droga e, na pior das hipóteses, eu procuraria quem pudesse manter meu vício.
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  Minha mãe saiu do quarto e no instante seguinte me vi sentada em frente ao computador pesquisando sobre aquela droga.
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  Fantasya era a nova sensação no momento entre os jovens. A droga alucinógena de alguma forma colocava as pessoas numa fantasia enquanto a mesma dormia. Ela ativava as partes menos utilizadas do cérebro pelo usuário.
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  Decidi que procuraria alguma fonte de Fantasya. Eu precisava daquela droga novamente.
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  Depois de cerca de duas semanas finalmente encontrei quem eu queria. O mesmo rapaz que me oferecera o alucinógeno da primeira vez. Ele sorriu ao me ver e sem cobrar mais do que farmácias cobram por aspirina, me entregou um pacote.
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  Fui para casa e, trancada em meu quarto, peguei um comprimido alaranjado e o engoli seco. Minutos depois eu já me encontrava mergulhada em mais uma fantasia.
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  Acordei na cama suando frio, mas nada de hospitais ou overdose desta vez.
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  Os comprimidos duraram cerca de duas semanas com doses diárias e logo me vi indo procurar por meu fornecedor novamente. Foi assim por um mês, até que Simon – o fornecedor – teve de desaparecer da cidade, me largando apenas com dois comprimidos. Quando cheguei ao meu quarto me joguei na cama e empurrei a droga para dentro de meu corpo apenas com a saliva.
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  Mais uma vez me afundei em ilusões.
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  O rapaz da outra vez estava nela, ainda mais bonito vestido com uma camisa branca quase totalmente desabotoada. Ele me encarava da mesma maneira e sorria abertamente dessa vez. Senti meu rosto esquentar, eu sabia que esse ato era irracional, era apenas uma ilusão, mas pensar que ele tinha me visto quase que nua me deixava sem graça.
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  Ele riu parecendo saber o que eu pensava. Marotamente ele baixou o olhar para meu corpo e eu o acompanhei.
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  Fiquei ainda mais vermelha ao ver que tudo que me cobria era uma toalha.
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  Ele se aproximou lentamente e enquanto acariciava meu rosto, desenrolou a toalha de meu corpo.
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  Aquilo de algum modo me fez lembrar da sensação que tivera na primeira alucinação e eu definitivamente queria senti-la de novo.
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  Sem constrangimento por estar agora completamente nua a sua frente, puxei-o pela nuca para um beijo. Fui empurrando o rapaz para algum lugar e logo me vi deitada naquela mesma cama novamente. Ele estava apenas com as roupas de baixo de novo, beijando meu pescoço e mordiscando-o. Gemi novamente, como num déjà vu, e então ele desceu seu beijos novamente. Minhas mãos o apalpavam a procura de sua boxer, querendo desesperadamente arrancá-la.
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  Quando finalmente o fiz, ele parou os beijos em meu pescoço e me encarou hesitante. Eu não estava a fim de esperar mais, meu corpo necessitava do que estava por vir. Apenas o puxei para mais um beijo e quando ele cortou-o pude senti-lo dentro de mim. Aquela sensação não se igualava a nenhuma outra que eu tivesse sentido antes na vida. A sensação de ter seu corpo unido ao de outro alguém era inexplicável. Ele se movimentou lentamente e eu gemi alto, logo mordendo o lábio, tentando reprimir mais um gemido. Desisti na terceira investida, eu não queria segurá-los para mim, então abri um pouco os lábios e deixei mais gemidos escaparem altos e longos de minha boca.
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  Eu estava em completo êxtase, tanto físico como espiritual. Uma última investida, eu estava chegando ao ápice.
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  - – Gemi seu nome antes de me agarrar às fronhas da cama e sentir o calor da satisfação subir pelo meu corpo, ao mesmo tempo em que eu relaxava.
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  Minha respiração estava falha, foi quando senti o vazio me tomar novamente. Acordei numa poça de suor em minha cama. Meus músculos doíam, minha cabeça parecia querer explodir a qualquer momento e eu tremia.
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  Era isso, a Fantasya lhe dava o prazer, ao mesmo tempo em que tirava toda sua vida, literalmente. E depois de ter abusado tanto daqueles pequenos comprimidos coloridos, meu corpo já não aguentava mais, era o fim para mim. O fim de tudo já que eu não conseguiria viver sem aquela droga.
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  Saí de casa e caminhei até um beco escuro e isolado da cidade, o mais longe que minhas pernas já enfraquecidas conseguiram me levar. Me joguei no chão, já não conseguia mais respirar direito e meus músculos doíam ainda mais por causa do esforço de caminhar até ali.
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  Com dificuldade, peguei em meu bolso o último comprimido que me restara. Encarei-o. De qualquer modo eu estaria morta em alguns minutos, então por que não?
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  Coloquei o comprimido na boca e o engoli. O efeito dessa vez foi rápido e eu logo estava em minha última fantasia.
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   estava lá, sorrindo tristemente para mim. Ele sabia que era meu fim. Eu apenas estendi os braços e ele compreendeu o que eu queria. Um abraço forte e reconfortante. Talvez a morte fosse menos dolorosa daquela forma.
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  Ele me abraçou e acariciou meus cabelos, brincando com algumas mechas.
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  Alguns minutos depois, senti que estava sendo puxada para o nada, ou talvez para a morte. Encarei por uma última vez e selei nossos lábios com um beijo carinhoso e assustado, depois me soltei de seus braços, permitindo que seja o que fosse me puxasse para o fim.
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Fim

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