Faking for Love
PRIMEIRO CAPÍTULO
— Você revisou toda essa documentação, Mingyu? — Joshua questionou, fixando o olhar intenso no amigo.
Mingyu hesitou por um momento, ajustando os óculos de aro fino e segurando a pilha de papeis com mais força do que o necessário.
— Sim, claro que sim. Eu dei uma boa olhada em tudo.
Joshua inclinou-se na cadeira de couro, o semblante sério.
— Uma boa olhada? Mingyu, você sabe que isso não é suficiente.
Mingyu engoliu em seco, tentando disfarçar o desconforto.
— Eu revisei, Joshua. Prometo que está tudo em ordem.
Joshua soltou um suspiro curto e ajeitou os punhos do terno, antes de se inclinar para frente. A autoridade em sua voz era inconfundível.
— Vamos deixar algo claro aqui. Quando estamos no escritório, você não é apenas o meu amigo, Mingyu. Você é parte da minha equipe, e eu espero o mesmo nível de excelência de você que espero de qualquer outra pessoa. Talvez até mais.
— Eu sei disso… — começou Mingyu, mas Joshua o interrompeu.
— Não, eu não acho que você saiba. Eu confio em você, Mingyu, mas confiar não significa que vou tolerar erros. Se você realmente tivesse revisado isso com cuidado, não teríamos inconsistências na cláusula 12. — Ele empurrou um dos papeis sobre a mesa, destacando com o dedo uma anotação feita à mão. — Isso pode custar um contrato inteiro.
Mingyu olhou para o papel, o rubor subindo ao rosto.
— Eu… Desculpe, Joshua. Não vai acontecer de novo.
Joshua manteve o olhar firme por mais alguns segundos, deixando o peso do momento pairar no ar. Finalmente, ele se recostou na cadeira.
— Não precisa se desculpar comigo. Corrija isso agora e me traga o trabalho pronto em uma hora. E da próxima vez, lembre-se: ser meu amigo não te dá imunidade.
Mingyu assentiu, os ombros ligeiramente caídos, mas com determinação renovada. Ele pegou os papeis e saiu da sala rapidamente, deixando Joshua esfregar as têmporas em um momento breve de cansaço antes de voltar ao foco implacável que o tornava um dos empresários mais temidos — e respeitados — do mercado.
🎯🎯🎯
— Com licença. — Duas batidinhas leves ecoaram na porta antes de entrar, segurando uma prancheta em uma das mãos e lançando um olhar casual para Joshua.
Ele levantou os olhos do monitor, visivelmente impaciente. — Vai querer participar da entrevista?
Ela arqueou uma sobrancelha, inclinando levemente a cabeça.
— Que entrevista, ?
soltou um suspiro audível, rolando os olhos em um gesto que misturava exasperação e diversão.
— Para sua nova assistente pessoal, Joshua. Você repetiu pelo menos umas dez vezes que queria participar do processo seletivo pessoalmente.
Joshua franziu a testa, como se estivesse tentando se lembrar, mas seu semblante logo foi tomado por um misto de irritação e surpresa.
— Isso é hoje?
— Sim, é hoje. — aproximou-se, colocando a prancheta sobre a mesa dele. — E, a propósito, as candidatas já estão na sala de espera.
Joshua recostou-se na cadeira, apertando os olhos por um momento, claramente contrariado.
— Isso é ótimo. Porque eu realmente precisava de mais interrupções no meu dia… — Ele se endireitou, ajustando o terno. — Muito bem. Vamos acabar logo com isso.
— É esse o espírito. — cruzou os braços, observando-o com um sorriso sarcástico. — Só tente não assustar nenhuma das candidatas dessa vez, ok? Não queremos repetir o fiasco da última entrevista.
— Eu não assusto ninguém. — Ele pegou a caneta sobre a mesa com um movimento rápido, ignorando o olhar cético dela.
— Claro que não. — riu baixinho e fez um gesto para que ele a seguisse. — Vamos lá, “chefe“.
Joshua levantou-se, ajeitando o paletó com um ar de quem estava prestes a enfrentar um desafio maior do que gostaria, mas determinado a manter o controle como sempre.
— Espero que desta vez apareça alguém que realmente saiba o que está fazendo.
— Ou alguém que saiba lidar com você. — murmurou, baixo o suficiente para que ele não ouvisse, enquanto caminhavam em direção à sala de entrevistas.
A porta da sala de entrevistas foi aberta por , que entrou com passos confiantes, seguida de Joshua, cuja presença dominou o ambiente imediatamente. As candidatas, sentadas em uma fileira, endireitaram-se ao vê-lo, algumas ajustando discretamente a postura enquanto outras trocavam olhares nervosos.
sorriu educadamente, gesticulando para as mulheres.
— Boa tarde, senhoritas. Este é Joshua Hong, CEO da empresa. Ele fará parte do processo seletivo hoje, como mencionamos no aviso inicial.
Joshua apenas acenou com a cabeça em cumprimento, mantendo sua expressão profissional e avaliativa, enquanto seus olhos passavam rapidamente por cada uma das candidatas, pousando brevemente em uma delas, que o encarou com um misto de curiosidade e firmeza.
— Vamos começar com apresentações individuais — anunciou , movendo-se para a frente da sala e assumindo o comando. — Cada uma de vocês terá dois minutos para se apresentar. Digam seus nomes, experiência relevante e por que acham que são a pessoa certa para esta posição.
Ela olhou para a primeira candidata na fila, que, visivelmente nervosa, começou a falar.
As apresentações seguiram uma após a outra, com algumas candidatas mais seguras e articuladas, enquanto outras tropeçavam nas palavras. Quando chegou a vez de , ela se levantou, mantendo a compostura.
— Meu nome é . Tenho experiência como assistente executiva em empresas de médio e grande porte nos últimos quatro anos. Meu foco é a eficiência e organização no ambiente de trabalho, e acredito que posso agregar valor ao lidar com desafios e manter tudo funcionando de forma impecável.
Joshua a observou com atenção, o olhar avaliador de sempre, mas não demonstrou nenhuma reação visível enquanto falava.
Assim que a última candidata concluiu sua apresentação, retomou a palavra, sorrindo para todas.
— Ótimo. Agora, vamos fazer uma dinâmica em grupo. Vou propor um cenário, e vocês, juntas, deverão trabalhar para encontrar uma solução. Observaremos como vocês lidam com o trabalho em equipe, comunicação e iniciativa.
Ela deu uma pausa antes de continuar.
— Depois disso, as que se destacarem participarão de entrevistas individuais comigo e com o senhor Hong. Boa sorte a todas.
virou-se para Joshua com um olhar divertido, como se perguntasse silenciosamente se ele ainda achava que o processo seria fácil. Joshua permaneceu em silêncio, mas havia uma centelha de interesse em seus olhos enquanto as candidatas se preparavam para a próxima etapa.
— Muito bem, senhoritas, vamos começar a dinâmica. — anunciou, entregando-lhes papéis com o cenário para resolverem, enquanto Joshua, agora mais focado, cruzava os braços e observava atentamente cada movimento.
Ao entregar o último papel, ela parou no centro da sala, olhando para as mulheres com um sorriso encorajador.
— Aqui está o cenário: vocês foram contratadas para organizar um evento de grande escala para nossa empresa, que ocorrerá daqui a uma semana. Será uma conferência internacional, com mais de 500 convidados, incluindo líderes de várias indústrias. No entanto, o local que reservamos cancelou de última hora, e vocês precisam encontrar uma solução. Quero que trabalhem juntas para apresentar uma alternativa viável em trinta minutos. Lembrem-se de considerar custos, logística e comunicação com os convidados.
O grupo ficou em silêncio por um momento, assimilando a complexidade do desafio. Joshua permaneceu ao lado de , observando as candidatas com olhos avaliadores, enquanto acrescentava:
— Nós não estamos apenas avaliando ideias brilhantes, mas também como vocês se comunicam, colaboram e dividem responsabilidades. Vamos lá, o tempo já está correndo.
As mulheres se reuniram em um círculo improvisado, começando a discutir ideias. No início, houve uma leve confusão enquanto todas tentavam falar ao mesmo tempo, mas rapidamente se destacou ao assumir a liderança de maneira sutil, sem parecer impositiva.
— Esperem, pessoal. — ergueu a mão com um sorriso calmo. — Antes de começarmos a atirar ideias, acho que seria útil listar as prioridades. Concordam?
As outras candidatas assentiram, e pegou a folha e uma caneta.
— Primeiro, precisamos de um novo local. Isso é o mais urgente. Depois, ajustamos o cronograma e comunicamos os convidados. Certo?
— Sim, mas onde vamos encontrar um local que comporte 500 pessoas com tão pouco tempo? — uma das mulheres perguntou, franzindo a testa.
pensou por um momento.
— Precisamos pensar em alternativas que já estejam acostumadas com eventos desse porte. Hotéis de luxo, centros de convenções… Vou fazer uma lista rápida dos lugares mais conhecidos e já ligar para verificar disponibilidade enquanto vocês pensam em outras opções.
— E os custos? — outra candidata retrucou. — Isso pode sair muito caro.
sorriu de leve.
— É por isso que também precisamos de um plano B mais econômico, caso as opções de alto padrão estejam indisponíveis. Alguém pode pesquisar locais menores que ofereçam descontos para eventos corporativos de última hora?
Enquanto as outras candidatas começavam a se dividir nas tarefas sugeridas por , Joshua observava tudo em silêncio, com um leve arquear de sobrancelha. Havia algo no tom de voz dela — direto, mas sem ser agressivo — que parecia prender a atenção do grupo.
Conforme os minutos passavam, organizava as ideias e assegurava que cada pessoa contribuísse com algo. Ela usou as informações recolhidas para estruturar uma solução clara e apresentou-a ao grupo no final do tempo.
— Então, resumindo: nossa proposta é usar o salão de eventos do Grand Meridian Hotel, que já está disponível na data, com custo dentro do orçamento. Entraremos em contato com os convidados imediatamente para confirmar o novo local, e também informaremos um plano de transporte gratuito, já que é um pouco mais afastado do local original.
interrompeu o grupo ao notar o relógio.
— Muito bem, senhoritas, o tempo acabou. Obrigada a todas. Agora, Joshua e eu vamos revisar o desempenho de vocês antes de começarmos as entrevistas individuais.
Joshua lançou um último olhar avaliador para antes de se virar para .
— Parece que temos algumas candidatas interessantes, não é?
sorriu sutilmente.
— Sim, especialmente uma delas. — Ela piscou discretamente para Joshua antes de se afastar para organizar a próxima etapa.
🎯🎯🎯
cruzou as pernas pela terceira vez em cinco minutos, apertando os dedos contra o tecido de sua saia. A sala de espera estava silenciosa, exceto pelo som esporádico de uma das candidatas mexendo no celular ou folheando a papelada que trouxera. , no entanto, não conseguia se concentrar em nada que não fosse o som de seus próprios pensamentos.
“Será que fui longe demais assumindo a liderança? E se eles acharem que fui mandona? Talvez eu devesse ter deixado as outras participarem mais… Mas também, se ninguém tomasse a iniciativa, ficaríamos estagnadas. Foi a decisão certa, não foi?”
Ela soltou um suspiro, tentando ignorar o aperto no estômago que parecia crescer a cada minuto. As palavras de ainda ecoavam em sua mente: “Estamos avaliando trabalho em equipe, comunicação e iniciativa.” sabia que havia feito o melhor que podia, mas isso não diminuía a pressão de estar ali, competindo por um emprego que poderia mudar sua vida.
“O que será que ele achou de mim? O senhor Hong parecia tão sério… Será que ele percebeu que eu estava nervosa? Ou pior, será que ele já descartou minha candidatura?”
ergueu os olhos para a porta fechada, como se esperasse que ou Joshua surgissem a qualquer momento para chamar seu nome. Seus pensamentos se alternavam entre autocrítica e tentativas desesperadas de se convencer de que havia feito o suficiente.
“Tudo bem, , respire. Você se preparou para isso. Anos de experiência como assistente executiva, incontáveis eventos organizados sob pressão… Você é boa no que faz. Eles precisam de alguém competente, e você mostrou isso. Certo?”
Apesar das palavras de encorajamento que repetia para si mesma, a ansiedade ainda era palpável. Ela passou a mão no pescoço, sentindo a tensão acumulada ali. Se fechasse os olhos por um segundo, poderia jurar que sentia o olhar penetrante de Joshua Hong avaliando cada movimento seu durante a dinâmica.
“Por que ele precisa ser tão… intimidador? Aquele olhar… Não dá para saber o que ele está pensando. Será que é sempre assim, ou ele simplesmente gosta de ver as pessoas suando frio?”
balançou a cabeça, como se quisesse afastar os pensamentos sobre Joshua. Agora não era hora de divagar sobre o chefe potencialmente mais difícil — e charmoso — que já havia conhecido. Ela precisava focar.
Afinal, ainda havia uma entrevista individual pela frente, e ela sabia que seria sua última chance de impressionar.
🎯🎯🎯
tamborilava os dedos no braço da cadeira, o som ritmado ecoando suavemente no ambiente silencioso. Os minutos pareciam se arrastar, cada segundo prolongando sua ansiedade. Ela olhou discretamente para o relógio na parede, mordendo o lábio inferior.
“Se eles estão demorando tanto, talvez seja porque estão em dúvida… Ou será que já decidiram e estão só prolongando o inevitável? E se eu não passar? Preciso mesmo desse emprego, mas não sei se aguentaria trabalhar sob o olhar constante daquele homem. Joshua Hong é… complicado.”
Ela sacudiu a cabeça, tentando afastar os pensamentos. O foco, agora, era o momento presente. Ainda havia esperança.
A porta finalmente se abriu, e entrou com um sorriso educado, mas controlado, como sempre. Todos os olhares da sala se voltaram para ela, e o ar pareceu ficar mais denso. segurou a respiração sem perceber.
— Obrigada por esperarem, senhoritas — começou , olhando para cada uma delas. — Primeiro, gostaria de parabenizar a todas pela participação. Sabemos que essa foi uma dinâmica desafiadora, mas vocês demonstraram comprometimento e criatividade, o que apreciamos muito.
sentiu o coração acelerar enquanto continuava.
— Infelizmente, apenas três candidatas foram selecionadas para a próxima etapa. Se seu nome não for chamado, por favor, saibam que isso não diminui suas habilidades. Este processo é altamente competitivo, e agradecemos profundamente pelo tempo e esforço de todas.
fez uma pausa breve, mas significativa. Os olhos de estavam fixos nela, o som do próprio coração batendo abafando tudo ao redor.
— A primeira candidata selecionada é… Sofia Mendes.
Uma jovem de cabelos castanhos curtos levantou a cabeça, surpresa, antes de esboçar um sorriso tímido e acenar em agradecimento.
— A segunda candidata é… Carla Romero.
Uma mulher alta e confiante, de blazer azul, sorriu satisfeita, ajeitando a postura na cadeira.
apertou as mãos no colo, sentindo a tensão atingir o auge. Quando pronunciou o próximo nome, ela quase não acreditou no que ouviu:
— E por último, .
piscou, surpresa, antes de sentir um alívio imenso inundar seu corpo. Ela endireitou os ombros e assentiu ligeiramente, tentando não demonstrar a onda de emoção que passava por ela.
— Parabéns às selecionadas — continuou . — Por favor, aguardem mais alguns minutos enquanto organizamos as entrevistas individuais. As demais, novamente, muito obrigada por participarem.
fez uma breve reverência em agradecimento, e as candidatas não selecionadas começaram a recolher suas coisas, algumas com sorrisos compreensivos, outras visivelmente decepcionadas. observou a movimentação, ainda digerindo o fato de que havia passado para a próxima etapa.
“Ok, , você passou… Agora vem a parte mais difícil. Se concentre. Sem erros daqui para frente.”
observou enquanto Sofia Mendes, a primeira candidata chamada para a entrevista, levantava-se com um sorriso confiante e caminhava até a sala onde Joshua e estavam aguardando. A porta se fechou suavemente, deixando e Carla Romero sozinhas na sala de espera.
O silêncio era quase ensurdecedor. olhou de relance para Carla, que parecia completamente alheia, folheando calmamente um caderno de anotações. Por outro lado, sentia como se o tempo estivesse parado.
“Essa é a etapa mais importante. Preciso estar preparada para qualquer pergunta. Será que eles vão me pressionar? E se ele me olhar daquele jeito outra vez? Foque, . Você precisa desse emprego.”
Os pensamentos ansiosos de foram interrompidos quando, para sua surpresa, a porta da sala se abriu novamente. Ela olhou para o relógio na parede. Não haviam se passado nem cinco minutos desde que Sofia entrou.
Sofia saiu com um sorriso meio sem graça, os olhos ligeiramente arregalados. Ela evitou contato visual com e Carla enquanto pegava sua bolsa e rapidamente deixou a sala de espera.
ergueu uma sobrancelha, surpresa, e então se virou para Carla, que também olhava para a porta, claramente intrigada.
— Isso foi… rápido — murmurou Carla, ajustando o blazer no ombro.
apenas assentiu, sentindo o estômago apertar ainda mais. Se a entrevista durava tão pouco tempo, o que isso significava? Seria bom ou ruim?
“Talvez ela tenha sido eliminada… Ou será que foi tão boa que eles não precisaram de mais tempo? Não, não posso pensar nisso agora.”
A porta se abriu novamente, e apareceu com o mesmo sorriso profissional de antes.
— Carla Romero, sua vez.
Carla se levantou com um aceno confiante para e caminhou até a sala. Assim que a porta se fechou, deixou escapar um suspiro pesado, tentando se preparar para o que viria a seguir.
“Minha vez está chegando. Espero que esteja pronta, .”
observou a porta se fechar atrás de Carla e imediatamente sentiu o ambiente pesar ainda mais. O silêncio da sala era opressor, cada segundo se arrastando como uma eternidade. Ela tentou distrair-se, olhando para as mãos trêmulas em seu colo, mas sua mente estava focada em uma coisa: o tempo que Carla levaria na entrevista.
“Sofia saiu em menos de cinco minutos… Será que Carla vai demorar mais? Isso significa que ela está indo melhor? Ou será que eles estão questionando mais porque não têm certeza sobre ela?”
Os pensamentos vinham em turbilhão, enquanto cruzava e descruzava as pernas, mexendo-se inquieta. Seus olhos instintivamente buscavam o relógio na parede. Cinco minutos se passaram. Depois sete. Quando o ponteiro alcançou dez minutos, ela sentiu o estômago afundar.
“Dez minutos! Por que estão demorando tanto com ela? Será que ela está impressionando mais do que eu consegui na dinâmica? E se eles já tiverem decidido por ela? Não, , pare! Concentre-se na sua própria entrevista, não na dela.”
Apesar da tentativa de manter a calma, o nervosismo era evidente. começou a arrumar o tecido de sua saia, alinhando-o perfeitamente, apenas para desfazê-lo e ajustá-lo novamente.
Quando o relógio indicava doze minutos, ela ouviu risadas abafadas vindo da sala de entrevista. Aquilo foi como um golpe.
“Eles estão rindo? Isso não pode ser bom. Eles estão gostando dela. E se Joshua estiver impressionado? Talvez ela seja a candidata perfeita… E eu, só a última opção?”
mordeu o lábio, apertando os dedos com força contra o colo. Os minutos continuavam a passar, e cada um parecia mais longo que o anterior. Finalmente, depois de quase quinze minutos, a porta se abriu.
Carla saiu da sala com um sorriso confiante, a postura ereta e um brilho de satisfação no olhar. Ela não olhou diretamente para , mas parecia muito mais tranquila do que quando havia entrado.
engoliu em seco, sentindo o nervosismo chegar a um novo pico. apareceu logo em seguida, chamando-a com seu tom profissional e cordial.
— , é a sua vez.
se levantou com cuidado, tentando parecer calma, mas seu coração batia tão forte que ela tinha certeza de que poderia ouvi-lo. Ela ajeitou a saia mais uma vez, respirou fundo e deu os primeiros passos em direção à sala.
“É agora. Preciso mostrar que mereço esse emprego. Não importa quanto tempo eles levem comigo, vou dar o meu melhor.”
🎯🎯🎯
entrou na sala de entrevistas com passos firmes, mas internamente lutava para manter a compostura. A sala estava iluminada por uma luz suave, e a grande mesa de vidro no centro separava os entrevistadores das candidatas. estava sentada à direita, com um sorriso amigável, enquanto Joshua estava à esquerda, observando-a com um olhar neutro, quase crítico.
— Por favor, sente-se — disse , indicando a cadeira à frente deles.
agradeceu, ajustando a postura e mantendo as mãos sobre o colo. Ela respirou fundo, pronta para o que viesse.
iniciou a entrevista com um tom acolhedor.
— , agradecemos por chegar até essa etapa. Para começar, gostaria que nos falasse sobre sua experiência anterior como assistente e como você acredita que isso pode ajudá-la nesse cargo específico.
assentiu, mantendo contato visual.
— Claro. Tenho cinco anos de experiência como assistente executiva em uma empresa de tecnologia. Durante esse período, gerenciei agendas complexas, organizei eventos corporativos e fui responsável por manter a comunicação entre diferentes departamentos. Acredito que minhas habilidades de organização e minha capacidade de adaptação seriam úteis para lidar com a dinâmica de uma empresa como esta.
sorriu, satisfeita com a resposta, mas Joshua continuava impassível, os olhos fixos nela, avaliando cada palavra.
— E como você lida com mudanças inesperadas? — perguntou .
— Bem, na minha experiência, mudanças são inevitáveis, especialmente em cargos como este. Procuro manter a calma, priorizar as tarefas mais importantes e comunicar-me de forma clara com a equipe para que todos estejam alinhados.
assentiu e olhou para Joshua, que finalmente se inclinou para frente, apoiando os cotovelos na mesa.
— , qual foi a decisão mais difícil que você teve que tomar no trabalho, e como lidou com as consequências? — ele perguntou, o tom de voz firme e direto.
respirou fundo.
— Durante uma fusão de empresas, precisei reestruturar a agenda do meu chefe em questão de horas, cancelando compromissos importantes com parceiros de longa data para priorizar reuniões estratégicas. Não foi fácil, porque sabia que a decisão poderia desagradar alguns stakeholders. No entanto, expliquei a situação de forma transparente, oferecendo alternativas para os compromissos adiados. Felizmente, todos compreenderam a importância da fusão e mantiveram a confiança na empresa.
Joshua ergueu uma sobrancelha, como se surpreso pela resposta detalhada, mas não demonstrou mais nada.
— E como você lida com personalidades… desafiadoras? — ele perguntou, estreitando os olhos ligeiramente, o tom de voz carregando um desafio implícito.
percebeu o tom, mas manteve a calma.
— Entendo que pessoas diferentes têm formas únicas de trabalhar. Meu foco é sempre o profissionalismo. Tento entender as expectativas, adaptar-me quando necessário e, acima de tudo, ser objetiva e respeitosa.
Joshua a observou por alguns segundos, o olhar intenso, antes de fazer outra pergunta.
— Você está disposta a viajar frequentemente, gerenciar situações sob pressão e trabalhar em horários pouco convencionais?
sustentou o olhar dele.
— Sim. Tenho experiência com viagens a trabalho e já lidei com prazos apertados e agendas imprevisíveis. Entendo que, em um cargo como este, flexibilidade é essencial, e estou preparada para isso.
Joshua recostou-se na cadeira, com os dedos entrelaçados, ainda avaliando-a. então retomou o controle.
— Por último, , como você se descreveria em três palavras?
pensou por um momento antes de responder.
— Resiliente, dedicada e proativa.
sorriu novamente, claramente satisfeita, enquanto Joshua permaneceu em silêncio por alguns instantes antes de falar novamente.
— Muito bem, . É tudo por agora. Obrigado por sua sinceridade.
agradeceu e levantou-se, mantendo a postura firme. Ao sair da sala, sentiu o peso da entrevista desvanecer um pouco, mas não deixou de se perguntar o que Joshua pensava dela.
Dentro da sala, Joshua olhou para , que sorria discretamente.
— Impressionante, não acha? — ela comentou.
Joshua cruzou os braços, ainda pensativo.
— Mais do que eu esperava.
🎯🎯🎯
estava sentada em um dos bancos no saguão do prédio onde havia feito a entrevista, com o celular nas mãos, respondendo algumas mensagens enquanto tentava aliviar a tensão que ainda sentia no corpo. Seus amigos estavam curiosos sobre como havia sido o processo seletivo, e ela digitava respostas rápidas, tentando manter um tom otimista.
“Ainda não sei o resultado, mas acho que fui bem. Foi difícil, mas consegui manter a calma… na maior parte do tempo.”
Depois de enviar a última mensagem, ela abriu o aplicativo de transporte para chamar um carro. Estava tão concentrada em verificar o trajeto do motorista que quase não percebeu quando a porta do corredor das salas de entrevista se abriu.
Joshua e saíram lado a lado, imersos em uma conversa.
— Isso mesmo, , a vaga tem que ser dela — Joshua disse com firmeza, gesticulando levemente enquanto caminhava. — E espero que comece o quanto antes.
Ao ouvir seu nome, levantou os olhos instintivamente, arregalando-os levemente ao perceber que eles falavam dela. O olhar confuso e surpreso denunciava que havia escutado a conversa.
Joshua e pararam assim que a viram. , percebendo a situação, tentou contornar com um sorriso descontraído e um toque de humor.
— Bem, parece que a nossa futura assistente tem ouvidos bem atentos, hein? Isso é um ótimo sinal para o cargo! — comentou, rindo levemente enquanto cruzava os braços.
Joshua, no entanto, não parecia interessado em amenizar o momento. Ele deu dois passos à frente, mantendo os olhos fixos nos de , a expressão séria como de costume.
— A vaga é sua — declarou diretamente, o tom firme e inconfundível. — Mas não me decepcione com essa decisão, senhorita .
, ainda um pouco abalada pela interação repentina, engoliu em seco e endireitou-se no banco.
— Obrigada… senhor Hong. Não vou decepcioná-lo — respondeu, tentando soar confiante, embora sua voz tivesse um leve tremor.
Joshua manteve o olhar fixo nela por mais um segundo antes de dar um leve aceno com a cabeça e virar-se para .
— Certifique-se de que ela esteja pronta para começar o quanto antes — disse, já retomando o tom prático e caminhando em direção à saída.
piscou para de maneira cúmplice antes de seguir Joshua, deixando sozinha novamente. Ela soltou o ar que nem havia percebido estar prendendo e olhou para o celular.
“Parece que o dia não acabou tão mal assim…” pensou, um pequeno sorriso formando-se em seus lábios enquanto observava o motorista do aplicativo se aproximar.
SEGUNDO CAPÍTULO
As taças de vinho tilintaram em um brinde animado, o som ecoando pelo pequeno apartamento de . A luz quente da luminária refletia nos copos, criando um brilho aconchegante. e estavam sentadas no tapete da sala, cercadas por almofadas, embalagens de sushi abertas e risadas que preenchiam o ambiente.
— A nova assistente pessoal do senhor Joshua Hong! — exclamou, erguendo a taça com um sorriso largo. — Isso merece um brinde épico!
riu, um pouco tímida, mas claramente feliz.
— Obrigada, . Eu realmente precisava desse apoio hoje. Foi tão… intenso.
— Intenso? — arqueou a sobrancelha, já curiosa. — Intensidade é meu nome do meio. Me conta tudo, começando pelas perguntas mais difíceis e, claro, se o chefe é tão gato quanto você deixou escapar!
revirou os olhos, mas o rubor em suas bochechas a denunciava.
— Ele é… intimidador. Sabe aquele tipo de pessoa que parece ver através de você com um único olhar?
apoiou o queixo na mão, interessada.
— Hmm, gosto desse tipo. Mas, sério, como você lidou com isso?
suspirou, brincando com a borda da taça.
— Fui honesta. Acho que ele estava me testando para ver se eu conseguia sustentar minha posição. E olha, pelo jeito, consegui.
— Conseguiu é pouco! — disse, levantando-se de repente e fazendo um movimento exagerado de reverência. — Senhorita , a mais nova sobrevivente das trincheiras corporativas!
caiu na gargalhada, jogando uma almofada em direção à amiga.
— Você é ridícula!
desviou com facilidade e sentou-se novamente, sua expressão agora mais suave.
— Ridícula, mas orgulhosa de você. Só espero que aquele Joshua saiba reconhecer o talento que tem ao lado.
deu de ombros, mas não conseguiu esconder um pequeno sorriso.
— Ele parece exigente, mas justo. Acho que vai ser um desafio, mas estou pronta.
ergueu a taça novamente.
— Isso que eu queria ouvir! Agora, nada de falar de trabalho. É noite das garotas! Vamos focar no vinho, nas fofocas e… — ela puxou o celular, abrindo uma playlist animada. — Na dança, claro.
A música começou a tocar, e em pouco tempo as duas estavam de pé, rindo e se movendo ao ritmo da melodia. A sala parecia pequena para tanta energia, mas elas não se importavam.
Entre risadas e passos desajeitados, sentiu a pressão do dia se dissipar. Pela primeira vez em muito tempo, ela se permitiu relaxar completamente. O futuro ainda era incerto, mas ali, naquela noite, ela sabia que tinha uma amiga ao seu lado para celebrar cada pequena vitória.
— Ao que brindamos agora? — perguntou, já com a taça vazia e um sorriso no rosto.
— Ao início de uma nova era, querida! — disse com firmeza, abraçando de lado. — Porque você merece o mundo e mais um pouco.
sorriu, grata. Talvez essa nova fase realmente fosse o começo de algo incrível…
🎯🎯🎯
A sala de reuniões estava mergulhada em um silêncio tenso, quebrado apenas pelo som ocasional de dedos digitando em teclados e o suave zumbido do ar-condicionado. Já passava das dez da noite, mas Joshua estava longe de dar sinais de cansaço. Ele estava sentado à cabeceira da longa mesa de madeira escura, seu olhar sério fixo em uma tela projetada na parede, onde gráficos e relatórios enchiam cada canto.
— O próximo trimestre será crucial para a expansão no mercado europeu — Joshua começou, sua voz firme cortando o silêncio. — Precisamos consolidar nossas operações antes de anunciar qualquer novo investimento.
Mingyu, sentado do lado direito de Joshua, revisava um documento em seu tablet, seu semblante carregado de concentração. Apesar de sua postura relaxada habitual, naquele momento ele sabia que o mínimo deslize seria notado.
— A análise de mercado que recebi hoje cedo aponta uma resposta favorável em Berlim e Amsterdã, mas Londres ainda está nos desafiando — Mingyu disse, ajustando os óculos e olhando para Joshua. — Precisamos de uma abordagem mais agressiva lá.
Joshua assentiu levemente, tamborilando os dedos sobre a mesa.
— Vernon, você conseguiu o relatório completo sobre a concorrência no Reino Unido?
Vernon, sentado próximo a Mingyu, inclinou-se para a frente com uma pasta nas mãos. Seu cabelo desalinhado e a leve sombra de cansaço sob seus olhos denunciavam as longas horas que ele havia dedicado ao trabalho.
— Sim, está aqui. Mas, francamente, eles estão jogando pesado. O investimento em marketing deles é três vezes maior que o nosso. Precisamos de algo disruptivo para chamar a atenção.
Joshua pegou a pasta que Vernon lhe entregou e analisou as primeiras páginas. Após alguns segundos, ergueu o olhar diretamente para Vernon.
— E qual é a sua sugestão?
Vernon não hesitou.
— Parcerias estratégicas. Precisamos de aliados fortes que possam complementar nossa presença. Estou trabalhando em uma lista de potenciais parceiros, mas precisaremos agir rápido.
Joshua permaneceu em silêncio por alguns segundos, absorvendo as informações. Então, ele assentiu, demonstrando aprovação.
— Continue com isso, Vernon. Quero um plano detalhado na minha mesa até amanhã.
Enquanto Vernon fazia anotações rápidas, Joshua voltou-se para Mingyu.
— E você, Mingyu? Algum progresso com a logística em Amsterdã?
Mingyu coçou a nuca, parecendo hesitar por um momento antes de responder.
— Estamos enfrentando alguns atrasos nas negociações de transporte. A empresa local quer um contrato mais longo do que o planejado.
Joshua estreitou os olhos.
— E você deixou isso se arrastar? Mingyu, eu preciso que você resolva isso imediatamente. A expansão depende de prazos rigorosos.
Mingyu soltou um suspiro quase imperceptível e assentiu.
— Entendido, vou priorizar isso amanhã.
Joshua continuou a reunião, delegando tarefas e exigindo relatórios detalhados de cada setor representado ali. Apesar da hora avançada, sua energia parecia inabalável, e ele não deixava passar nada despercebido.
Quando a reunião finalmente chegou ao fim, Joshua fechou o laptop e olhou para o grupo reunido.
— Sei que está tarde, mas isso é essencial para garantir nosso sucesso. Conto com a competência de cada um de vocês.
Os outros membros da equipe começaram a se levantar, recolhendo documentos e dispositivos. Vernon deu um leve tapinha no ombro de Mingyu enquanto eles saíam, murmurando algo sobre precisarem de café no dia seguinte.
Joshua permaneceu sentado por mais alguns segundos, seus olhos fixos na tela agora escura. Ele sabia que o peso das decisões recaía sobre seus ombros, mas isso nunca o incomodou. Era a razão pela qual ele era quem era: um líder implacável, exigente, mas justo.
Quando finalmente se levantou e apagou a luz da sala, Joshua sentiu um breve momento de satisfação. Amanhã seria outro dia cheio de desafios, mas ele estava pronto para enfrentá-los.
🎯🎯🎯
O estacionamento subterrâneo estava silencioso, exceto pelo eco das passadas rápidas de Joshua enquanto ele caminhava até o seu carro, os pensamentos ainda focados na reunião. Ele sabia que o trabalho nunca parava, mas uma parte dele já estava ansiosa para relaxar por algumas horas, antes que o ciclo começasse novamente no dia seguinte.
Quando chegou à sua caminhonete, ouviu vozes distantes, risadas abafadas. Olhou para o lado e viu Mingyu e Vernon encostados no carro de Vernon, conversando em um tom baixo, mas descontraído. Ao notar Joshua, os dois se endireitaram, trocando olhares rápidos antes de se aproximarem.
— E aí, chefe, tudo certo? — Mingyu perguntou, o sorriso largo como sempre, embora um pouco cansado.
— Tudo tranquilo, só terminando por aqui — respondeu Joshua, tentando não demonstrar muito interesse na conversa. Ele estava mentalmente esgotado e só queria ir para casa.
Vernon deu um sorriso travesso e se aproximou um pouco mais.
— Ah, cara, você sabe que já estamos indo para a nossa terceira rodada de café, mas… — Ele olhou para Mingyu, que rapidamente fez um gesto de aprovação. — E se a gente dar uma esticada no dia, hein? Que tal um barzinho, só para relaxar um pouco?
Joshua franziu a testa, já sentindo a exaustão tomando conta de si.
— Não, pessoal, já está tarde demais para isso. Preciso descansar, amanhã tem mais.
Mingyu, sempre persistente, riu e bateu no ombro de Joshua.
— Ah, vai dizer que não merece um tempo para descontrair? Você é imbatível na sala de reuniões, mas vamos lá, só uma horinha. Faz bem para a cabeça.
Vernon, com seu jeito irreverente, também se posicionou, abrindo um sorriso mais largo.
— Pode até ser tarde, mas sabemos que você não resiste a uma boa cerveja. Vamos, Josh, não seja careta.
Joshua olhou para os dois, a expressão de cansaço se misturando com a relutância. Ele pensava em como o dia havia sido longo e como preferiria ir direto para casa. Mas, ao olhar para Mingyu e Vernon, não pôde deixar de perceber que eles estavam ali não só como colegas de trabalho, mas como amigos, querendo um pouco de companhia.
Ele suspirou, desistindo por fim de sua resistência.
— Está bem, mas só por uma hora. Depois de um drink, vou direto para casa, ok?
Os dois amigos soltaram um grito de comemoração, e Mingyu deu um tapa nas costas de Joshua com força, quase derrubando-o.
— Isso aí, chefe! Vamos fazer essa noite valer a pena!
Vernon deu uma piscadela, já animado com a ideia.
— Esse é o Joshua que a gente conhece! Vamos lá, cara, você merece um descanso.
Joshua apenas balançou a cabeça, sorrindo de leve, e seguiu os amigos até o carro de Vernon. Às vezes, um pouco de diversão era exatamente o que ele precisava para recarregar as energias e enfrentar os próximos desafios. E quem sabia? Talvez fosse bom sair um pouco da rotina.
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O bar estava mais movimentado do que Joshua esperava, mas ainda assim, o ambiente era agradável. Luzes suaves, música ao fundo e o som de conversas e risadas preenchendo o ar. Vernon e Mingyu estavam se divertindo, jogando conversa fora enquanto se dirigiam ao balcão para pegar as bebidas. Joshua, no entanto, parecia estar longe dali. Ele observava a cena com um semblante cansado, mas um leve sorriso no rosto, já começando a relaxar.
Ao entrar no ambiente, os amigos rapidamente se sentaram em uma mesa perto da janela. Vernon e Mingyu começaram a conversar animadamente sobre o trabalho, mas Joshua, como sempre, se sentia um pouco distante. Ele tirou o celular do bolso e começou a digitar, os dedos rápidos, enquanto olhava as mensagens de Nabi. Era sempre bom manter tudo em ordem com ela.
Mingyu foi o primeiro a notar o gesto. Ele cruzou os braços e arqueou uma sobrancelha.
— Ah, não. Não vai me dizer que você vai passar a noite toda no celular, Joshua?
Vernon, que já estava tomando um gole de cerveja, olhou para o amigo com uma expressão de desaprovação.
— Exato. Como você vai aproveitar a noite com a gente se ficar nessa de celular?
Joshua levantou as mãos em um gesto de defesa, sorrindo de leve.
— Eu só estou avisando a Nabi que estou aqui com vocês, nada demais. Não vou ficar o tempo todo no telefone, relaxem.
Os dois amigos se entreolharam e torceram os lábios, uma reação que Joshua já conhecia bem. Eles não aprovavam o namoro dele com Nabi, e isso sempre ficava claro em momentos como esse.
Mingyu foi o primeiro a falar, a voz um pouco cética:
— Joshua, você já está fazendo hora extra nesse namoro. Não sei não, viu…
Vernon riu de forma desconfortável, desviando o olhar.
— A gente só quer o melhor para você, cara, mas você sabe… Não estou convencido de que ela é a melhor escolha.
Joshua suspirou, colocando o celular na mesa, finalmente se concentrando na conversa com os dois.
— Eu sei o que vocês pensam, mas, caras, é a minha escolha. Eu estou bem com ela, e isso é o que importa. Não preciso da aprovação de vocês, mas agradeço a preocupação.
Mingyu, sempre direto, balançou a cabeça.
— Só não me venha com histórias quando as coisas começarem a dar errado. Eu já te avisei, cara.
Vernon deu um sorriso forçado, tentando amenizar a situação.
— É, bom, o que importa é que você está aqui com a gente agora, sem ficar preso a ela por um tempo. Aproveite a noite, cara.
Joshua deu um leve sorriso, tentando afastar o desconforto.
— Pode deixar. Só estou dizendo para ela que estou aqui. Depois, vou me desligar. Prometo.
O clima ficou mais leve depois disso, e os três começaram a se concentrar mais na bebida e nas piadas. A noite, que antes parecia apenas um alívio temporário, aos poucos começava a ter um gosto um pouco mais doce, e Joshua, mesmo com os pensamentos vagando para Nabi, não pôde deixar de relaxar um pouco, apreciando a companhia dos amigos.
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A noite estava fresca e tranquila quando Vernon parou em frente ao apartamento de Joshua. Ele olhou para o amigo no banco do passageiro, já visivelmente mais relaxado depois de algumas rodadas de bebida e algumas boas risadas.
— Aqui estamos, meu chapa. Deveria sair com a gente mais vezes. — Vernon disse com um sorriso de leve, estacionando o carro.
Joshua deu um sorriso cansado, ainda sentindo o peso de um dia cheio de reuniões e decisões importantes. Ele abriu a porta do carro, pronto para sair.
— Talvez, mas por agora, preciso de um pouco de paz. — respondeu Joshua, colocando uma mão sobre o volante. — Obrigado por me trazer, Vernon.
Vernon assentiu e sorriu.
— Sempre. Só não fique muito preso a ela, cara. Aproveita o descanso, ok?
Joshua deu uma risada baixa, já sabendo que Vernon nunca deixava passar uma chance de fazer uma piada sobre Nabi.
— Vou tentar. Boa noite, cara.
Com um aceno, Joshua saiu do carro e foi em direção ao seu apartamento. Assim que entrou e trancou a porta, jogou a chave na mesa e, automaticamente, pegou o celular. Abriu as mensagens e viu que Nabi ainda não havia respondido, então decidiu enviar uma mensagem rápida.
“Cheguei em casa. Tudo tranquilo. Vou descansar um pouco.”
Antes mesmo de ele terminar de tirar os sapatos, a tela do celular piscou, sinalizando uma chamada. Era ela.
Joshua suspirou, mas atendeu.
“Oi, Nabi. Acabei de chegar, tudo bem.” — sua voz estava relaxada, mas ao mesmo tempo, ele já sabia que a conversa não seria tão tranquila quanto o normal.
Do outro lado da linha, a voz de Nabi estava alta e carregada de um tom possessivo.
“Como assim, ‘tudo bem’? Você estava com o Vernon e o Mingyu, certo? Eles são uns bagunceiros, Joshua! O que estavam fazendo? Por que não me avisou antes? Você me prometeu que não ia ficar até tarde!”
Joshua franziu a testa.
“Eu te avisei que ia sair com eles, Nabi. E não fiquei tão tarde assim, são só algumas horas. Eu estava apenas relaxando um pouco. Não tem motivo para esse drama todo.”
Nabi não estava disposta a ouvir justificativas. Sua voz ficou mais alta, mais irritada.
“Não, Joshua, você não entende! Eu fico preocupada, é por isso! Você sempre diz que vai cuidar de mim, mas eu fico aqui sozinha e você não me avisa direito. Fico imaginando o que você faz quando está fora. Você não acha que me deixa insegura?”
Joshua fechou os olhos por um momento, tentando manter a calma. Ele estava cansado e queria apenas um pouco de paz, mas sabia que isso não aconteceria enquanto Nabi estivesse tão irritada.
“Nabi, eu estou aqui, em casa, tudo bem. Não fiz nada de errado. Você não precisa se preocupar tanto assim. Eu já te disse que não há nada de errado entre nós, eu só estava com os meus amigos.”
A respiração de Nabi ficou pesada do outro lado da linha.
“Isso não é sobre “estar com os amigos”, Joshua! É sobre você sempre desaparecer e me deixar aqui, com essas inseguranças. Você não percebe o quanto isso me afeta?”
Joshua sentiu a pressão aumentar em sua cabeça. Ele sempre odiava discutir por telefone, especialmente quando o assunto parecia nunca ser resolvido. Tentou suavizar a voz, mas não conseguiu esconder a frustração.
“Nabi, eu não estava sumindo, eu estava com os meus amigos. Não é o fim do mundo. Eu também preciso de um tempo para mim, entende? Não é porque estamos juntos que eu vou passar 24 horas por dia com você.”
Nabi estava prestes a responder, mas Joshua interrompeu antes que ela falasse:
“Olha, eu vou descansar agora. Podemos falar sobre isso depois. Eu te amo, mas não vamos continuar com essa discussão, ok?”
Houve uma pausa do outro lado da linha. Era como se Nabi estivesse ponderando as palavras que ele acabara de dizer. Finalmente, ela suspirou.
“Está bem, Joshua. Mas isso não está resolvido. Não vai ser fácil para mim, você sabe disso.” — ela disse, a voz mais suave, mas ainda com um tom de mágoa.
Joshua fechou os olhos por um momento, exausto, e respirou fundo.
“Eu sei, Nabi. Vamos conversar amanhã, prometo. Boa noite.”
Ele desligou o celular com um suspiro, se deixando cair no sofá, sentindo o peso da conversa, mas ao mesmo tempo aliviado por finalmente acabar. A relação dele com Nabi sempre parecia ser feita de altos e baixos, e, naquele momento, ele só queria que a paz reinasse por alguns minutos, mesmo que fosse apenas por uma noite.
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O som do elevador chegou aos ouvidos de antes que Joshua entrasse na sala. Ela estava concentrada revisando alguns documentos quando ele entrou sem bater, com a postura característica de quem estava no controle de tudo.
— Como está o processo de contratação da ? — Joshua perguntou diretamente, seu olhar fixo em enquanto ele se aproximava da mesa.
olhou para ele, arrumando alguns papéis e levantando a cabeça com um sorriso sutil.
— Tudo está indo bem, Joshua. ainda está na fase de envio dos documentos e exames admissionais. Ela fará os exames hoje mesmo, como solicitado. Se tudo correr bem, ela começa amanhã. — respondeu com precisão, mantendo o tom profissional.
Joshua permaneceu em silêncio por um momento, pensando nas palavras de , antes de cruzar os braços.
— Exames? Você está dizendo que ainda estamos aguardando o resultado final? — ele perguntou, ligeiramente surpreso com a rapidez com que a coisa estava avançando.
assentiu.
— Sim, querido. A parte administrativa está resolvida. Só falta a parte dos exames, mas não vejo motivo para preocupação. Não há nenhum obstáculo que possa impedir a contratação. E, como mencionei, se os exames forem aprovados, ela começa amanhã mesmo.
Joshua olhou para a porta, pensativo por um momento, e depois voltou a encarar .
— Espero que esteja certa. Não podemos nos dar ao luxo de ter um contratempo nesse estágio. — sua voz era firme, mas havia um traço de confiança nas palavras, como se ele estivesse garantindo a si mesmo que tudo sairia como planejado.
sorriu discretamente, sem perder a compostura.
— Tudo está sob controle, Joshua. Pode ficar tranquilo.
Joshua fez uma breve pausa, avaliando as palavras dela, e finalmente assentiu.
— Tudo bem. Aguardarei a confirmação então. — ele disse, seu tom de voz mais relaxado, mas ainda atento a cada detalhe.
Antes de sair, ele se virou para , que estava sentada à mesa de , parecendo absorver cada parte da conversa. Ela o olhou, parecendo surpresa com o breve encontro.
— Espero que tudo corra bem para você, senhorita . — Joshua disse com um tom leve, mas havia um brilho de curiosidade nos olhos dele.
sorriu rapidamente, sentindo o peso das palavras dele, mas sem saber como respondê-las de forma mais pessoal.
— Obrigada, senhor Hong. Vou dar o meu melhor. — ela respondeu, com um leve nervosismo, mas também com uma ponta de determinação.
Com isso, Joshua se retirou, deixando a sala para dar início a seus outros compromissos, enquanto continuava sua organização de documentos.
Após Joshua sair da sala, o silêncio se fez presente, mas era um silêncio diferente, algo mais relaxado, agora que a tensão havia diminuído. sentou-se novamente na cadeira, tentando organizar seus pensamentos. continuava a revisar alguns papeis, mas parecia ansiosa para aproveitar aquele momento de privacidade.
Ela observou por alguns segundos antes de decidir perguntar, um pouco hesitante, mas com a curiosidade de quem já começava a se sentir parte daquele mundo.
— … — ela começou, sua voz suavizada pela dúvida. olhou para ela, levantando uma sobrancelha.
— Sim? — respondeu, sorrindo gentilmente.
se remexeu na cadeira, sentindo um leve nervosismo tomando conta dela ao pensar em como perguntar. Era estranho pedir dicas sobre Joshua, especialmente com o pouco que ela sabia sobre ele, mas era impossível negar a sensação de que ela precisava entender um pouco mais sobre ele se realmente fosse começar a trabalhar como sua assistente pessoal.
— Eu… só queria saber… Como é que você lida com ele? Quero dizer, com o Joshua. Ele… — fez uma pausa, tentando achar as palavras certas. — Ele é diferente, né?
deixou os papéis de lado e se inclinou para frente, com um sorriso divertido no rosto, como se estivesse esperando essa pergunta.
— Ah, o Joshua. — riu suavemente, sabendo exatamente onde queria chegar. — Ele é… único. Tem esse jeito de ser muito direto, mas no fundo ele é muito mais complexo do que parece. Não é difícil trabalhar com ele, mas você precisa saber como separar o pessoal do profissional. Isso é fundamental. E… se você realmente quer saber o que o faz funcionar, você precisa ser muito boa no seu trabalho, porque ele não tolera falhas.
ouviu com atenção, absorvendo as palavras de . Ela sabia que seria um desafio lidar com Joshua, mas estava disposta a aprender.
— E você… — hesitou por um momento antes de continuar. — Como lida com ele, quando ele está… não tão profissional? Tipo, nos momentos em que ele é mais… “Joshua”, você sabe?
deu uma risada baixa, um sorriso maroto cruzando seus lábios.
— Ah, você quer saber como lidar com o lado “amigo” dele, né? — brincou, se recostando na cadeira. — Bem, como já te disse, ele é bem direto, então se você o tratar com o mesmo nível de sinceridade, ele vai respeitar. Mas cuidado, ele tem uma língua afiada. Ele pode parecer que está sempre no controle, mas às vezes ele se perde nos próprios pensamentos e começa a complicar as coisas sem necessidade.
sorriu, ainda um pouco desconfortável com a ideia de estar se aproximando de Joshua de uma forma mais pessoal, mas também intrigada por tudo o que estava compartilhando.
— E… você acha que ele vai ser difícil de lidar como chefe? — perguntou com um toque de ansiedade, como se precisasse de mais garantias antes de enfrentar o que estava por vir.
pensou por um momento antes de responder com um sorriso enigmático.
— Difícil… pode ser. Mas não se esqueça, se você mostrar que tem a competência e a confiança no que faz, ele vai começar a confiar em você mais do que imagina. Só que isso leva tempo, e você vai precisar ser paciente. E uma última coisa… — se inclinou um pouco mais para frente, o tom de sua voz mais sério. — Ele tem um olhar que pode te deixar nervosa. Não se deixe abalar. Ele faz isso de propósito.
riu nervosamente, entendendo o que queria dizer. Ela sabia que a partir dali, seria um grande desafio equilibrar sua vida pessoal com a profissional ao lado de um homem como Joshua. Mas, de algum modo, ela se sentia mais preparada para o que estava por vir.
— Acho que vou precisar de toda a paciência do mundo, então. — brincou, mais relaxada agora, embora o nervosismo ainda estivesse presente.
sorriu, oferecendo um olhar de apoio.
— Você vai dar conta. Só lembre-se de uma coisa… nunca se esqueça de onde você está. Ele é poderoso, mas você também tem sua força. Não se deixe intimidar.
assentiu com um sorriso, sentindo uma onda de confiança começando a tomar conta dela. tinha razão. Ela não poderia se deixar impressionar por Joshua, independentemente do quanto ele fosse… desafiador.
E, assim, enquanto o dia avançava e o barulho da cidade ecoava ao fundo, as duas continuaram a conversar sobre o trabalho e as novas aventuras que estava prestes a embarcar, cada palavra de sendo um lembrete de que a jovem assistente tinha um caminho difícil pela frente, mas um caminho que ela estava disposta a seguir.
TERCEIRO CAPÍTULO
se olhou no espelho rapidamente antes de pegar a escova de dente dentro do armário do banheiro. Enquanto escovava os dentes ela se encarava outra vez no espelho. A espuma da pasta de dente parecia insignificante diante do turbilhão de pensamentos que inundava sua mente.
“É hoje”, ela pensou, tentando conter a ansiedade que começava a crescer no peito. O primeiro dia no novo emprego. O primeiro dia lidando diretamente com Joshua Hong.
Ela fechou os olhos por um momento, lembrando-se da conversa com . As palavras de encorajamento misturadas com os avisos sobre o comportamento direto e exigente de Joshua. “Ele respeita competência e confiança”, dissera. Mas e se ela falhasse? E se ele percebesse qualquer sinal de nervosismo?
abriu os olhos novamente, observando seu reflexo com mais atenção. “Você consegue. Você precisa conseguir.” Ela suspirou, tentando se convencer. A pressão já era palpável, mesmo antes de colocar os pés no prédio da empresa.
O olhar firme de Joshua, a forma como ele avaliava as pessoas sem cerimônia, as perguntas diretas que ele fazia… Tudo isso ecoava em sua mente, como se ele estivesse ali, no mesmo banheiro, testando-a novamente.
“Não se deixe intimidar”, lembrou-se das palavras de . Era fácil dizer, mas sabia que enfrentar Joshua era como estar sob os holofotes. Cada movimento seria analisado, cada palavra avaliada.
Ela enxaguou a boca e deixou a escova no suporte, mas seus olhos continuavam presos ao espelho. “Você precisa mostrar que está à altura disso, “, sussurrou para si mesma.
O celular vibrou no criado-mudo do quarto, tirando-a momentaneamente de seus pensamentos. Ela caminhou até lá e viu uma mensagem de .
“Vai arrasar hoje! Só não esquece de respirar, tá?”
sorriu, sentindo uma pontada de alívio. Pelo menos ela tinha alguém torcendo por ela.
“Respirar… parece fácil”, pensou, soltando o ar que nem tinha percebido que estava segurando. Ela pegou a roupa que tinha separado na noite anterior, uma combinação que misturava elegância e profissionalismo, e começou a se vestir. Depois ela fez uma maquiagem leve, nada muito exagerado que tirasse o foco de seu profissionalismo.
Enquanto ajeitava a blusa, a conversa com voltou à sua mente mais uma vez. “Seja paciente, confie no seu trabalho e não deixe que ele te intimide.”
deu uma última olhada no espelho, passando as mãos nos cabelos para alinhar os fios. Sua expressão estava mais séria agora, determinada.
— Você vai dar conta disso. É só um dia. Só o primeiro de muitos.
Ela pegou sua bolsa, conferiu o conteúdo para garantir que tudo estava em ordem, e respirou fundo antes de sair do apartamento. A pressão estava lá, pulsando em cada passo, mas decidiu que não a deixaria paralisá-la. Afinal, aquele era apenas o começo de algo que poderia mudar sua vida.
E enquanto ela descia as escadas do prédio, um pensamento persistente ecoava em sua mente: “Não decepcione, senhorita .”
🎯🎯🎯
saiu da estação de metrô com passos rápidos, sentindo a leve brisa da manhã acariciar seu rosto. Ela ajeitou a alça da bolsa no ombro e, instintivamente, olhou para o relógio de pulso. Para sua surpresa, estava adiantada.
Um suspiro de alívio escapou antes que ela esboçasse um pequeno sorriso. “Bom começo”, pensou. Os minutos extras eram preciosos, e ela decidiu aproveitá-los de maneira estratégica.
Do outro lado da rua, uma cafeteria aconchegante chamou sua atenção. As grandes janelas mostravam algumas pessoas já acomodadas com suas canecas fumegantes. hesitou por um instante, mas logo decidiu entrar.
Assim que abriu a porta, o aroma acolhedor de café fresco e pão recém-assado invadiu seus sentidos, trazendo uma sensação momentânea de conforto. Ela caminhou até o balcão, seus olhos varrendo o cardápio rapidamente.
— Bom dia, o que vai querer? — perguntou o atendente com um sorriso educado.
retribuiu o gesto e apontou para o menu.
— Um café preto grande, por favor. E… — ela olhou para a vitrine recheada de opções — dois croissants simples. Ah, e mais um café, mas pode ser médio.
Enquanto o atendente preparava os pedidos, pensou em como aquele gesto simples poderia causar uma boa impressão. Trazer algo para Joshua logo no primeiro dia talvez quebrasse um pouco do gelo. Ou pelo menos, ela esperava que sim.
Minutos depois, com uma bandeja na mão e um sorriso de agradecimento ao atendente, deixou a cafeteria.
Agora carregando os cafés e os croissants cuidadosamente, ela caminhou em direção ao imponente prédio da empresa. Cada passo a aproximava mais do desafio que o dia prometia ser.
Ao virar a esquina, lá estava ele: o edifício de vidro que refletia o céu claro daquela manhã. O prédio parecia tocar as nuvens, uma estrutura monumental que exalava poder e profissionalismo. parou por um momento, observando-o com um misto de admiração e apreensão.
Ela respirou fundo e deu os últimos passos até a entrada principal. As portas automáticas se abriram suavemente, revelando o saguão luxuoso e movimentado.
Com os cafés em mãos, se dirigiu à recepção para informar sua chegada. O coração batia rápido, mas ela manteve a compostura. Era agora.
E com isso, ela deu o primeiro passo concreto para encarar o que o dia reservava.
🎯🎯🎯
saiu do elevador e foi recebida por um corredor impecavelmente decorado, o tipo de ambiente que exalava sofisticação e poder. As portas de madeira envernizada ao longo do corredor eram identificadas com placas discretas, e ao fundo, uma dupla de portas maiores indicava a sala de Joshua.
Enquanto caminhava em direção à imponente sala do chefe, notou a luz acesa na sala ao lado, onde estava escrito “Recursos Humanos – “. Uma voz animada a chamou antes que ela pudesse passar direto.
— ! Entre aqui por um momento! — acenava com um sorriso caloroso.
hesitou por um segundo, mas logo entrou na sala.
— Bom dia! — disse , erguendo os olhos de uma pilha de papeis em sua mesa. — Como está se sentindo no primeiro dia?
esboçou um sorriso educado, mas não conseguiu esconder completamente o nervosismo.
— Estou bem, eu acho. Só um pouco ansiosa. É muita coisa para assimilar, sabe?
assentiu compreensivamente e se recostou na cadeira.
— Entendo perfeitamente. Olha, você vai se sair bem. O Joshua pode ser… direto demais às vezes, mas ele é justo. E eu estou aqui se precisar de qualquer coisa.
respirou fundo, sentindo-se levemente mais aliviada com as palavras de .
— Obrigada, isso significa muito.
pegou duas pequenas chaves em uma gaveta e a entregou a .
— Aqui está uma cópia da chave da sua sala e da sala dele. Uma das primeiras coisas que você precisa saber é que o Joshua gosta da sala já preparada quando ele chega. As cortinas abertas, a cadeira perfeitamente alinhada com a mesa, e o ar-condicionado ajustado.
assentiu, guardando a chave em sua bolsa.
— Certo, entendi. Vou me certificar de que tudo esteja pronto.
Foi então que notou os copos de café e a embalagem que carregava.
— Ah, isso é ótimo! Café para ele logo cedo é sempre uma boa ideia. E trouxe algo para comer também?
sorriu timidamente.
— Sim, achei que seria uma boa maneira de começar o dia.
— Excelente trabalho, . Ele vai notar esse tipo de iniciativa, pode ter certeza.
sentiu um calor reconfortante com o elogio.
— Obrigada, . Vou fazer o meu melhor.
— Tenho certeza de que vai. Agora vá, arrume a sala antes que ele chegue. E lembre-se, respire fundo e encare tudo com confiança.
A loira assentiu mais uma vez, ajustou os cafés na mão e saiu da sala. Ao se aproximar das grandes portas de madeira da sala de Joshua, ela destrancou a porta e entrou, pronta para começar o dia.
Ela entrou na sala anexa e parou por um momento para observar o espaço que agora seria seu escritório. Era simples, mas funcional, com uma mesa bem posicionada próxima à janela, um armário de arquivo discreto e uma cadeira ergonômica. Sobre a mesa havia um monitor de computador, um pequeno bloco de notas e uma caneta com o logotipo da empresa.
colocou sua bolsa sobre a mesa, ajustando-a cuidadosamente para não amassar os papeis que estavam ali, e deixou os copos de café e a embalagem de comida ao lado. Não era uma sala grandiosa, mas tinha tudo o que ela precisava para desempenhar seu papel.
Respirando fundo, se dirigiu à porta que conectava seu escritório à sala de Joshua. Ao abri-la, foi recebida pela imponência do espaço.
A sala era enorme, com janelas do chão ao teto que ofereciam uma vista espetacular da cidade. As cortinas pesadas estavam fechadas, bloqueando a luz natural, e o ambiente parecia um pouco frio, com o ar-condicionado desligado. Uma mesa de madeira maciça, perfeitamente polida, dominava o centro do espaço. À esquerda, uma estante de livros que se estendia até o teto exibia uma coleção de títulos variados, troféus corporativos e alguns itens pessoais discretos.
foi direto ao trabalho, começando pelas cortinas. Ela as abriu cuidadosamente, permitindo que a luz inundasse a sala. Depois, foi até o painel de controle na parede e ajustou o ar-condicionado para uma temperatura agradável.
Ela se aproximou da cadeira de couro preto, que estava ligeiramente fora de alinhamento com a mesa, e a posicionou com perfeição. Em seguida, organizou a superfície da mesa: ajustou um porta-canetas, centralizou uma agenda de couro e verificou se havia algo fora do lugar.
Por fim, voltou a sua sala, pegou um dos copos de café e a embalagem com o lanche que havia comprado para o chefe, e os colocou sobre a mesa dele com cuidado.
Enquanto fazia isso, ela se pegou pensando no que havia dito sobre Joshua: “Ele é direto, mas justo.” A lembrança renovou sua determinação.
Depois de um último olhar para se certificar de que tudo estava impecável, deu um passo para trás e murmurou para si mesma:
— Espero que isso seja o suficiente para impressioná-lo.
Ela voltou para sua sala, ajustou sua cadeira e se sentou, pronta para o que o dia lhe reservava.
🎯🎯🎯
sentou-se em sua cadeira e começou a analisar os papeis que haviam sido deixados sobre sua mesa. Eram documentos relacionados a reuniões, relatórios de clientes e alguns lembretes importantes. Ela separou as tarefas prioritárias, colocando pequenos marcadores coloridos para se organizar.
Depois, ligou o computador e acessou o sistema interno da empresa. A agenda de Joshua estava lotada, com reuniões marcadas praticamente em todas as horas úteis do dia. começou a reorganizá-la, adicionando intervalos estratégicos e verificando os compromissos que poderiam ser ajustados.
Enquanto estava concentrada na tela, o som de passos ecoou no corredor. Ela levantou os olhos a tempo de ver Joshua entrar, ainda falando ao telefone com um tom sério e direto. Ele vestia um terno impecável bege e tinha a expressão habitual de quem estava sempre focado no próximo objetivo.
— Sim, confirmem isso com o departamento jurídico. Não quero nenhuma falha dessa vez. — Sua voz era firme, quase cortante.
Joshua lançou um breve aceno de cabeça para ao passar por sua mesa, uma saudação educada, mas distante, antes de seguir direto para sua sala.
Quando ele alcançou a porta, parou por um instante, surpreso ao perceber que estava destrancada. Ele franziu a testa ligeiramente e empurrou a porta, entrando.
Assim que seus olhos varreram o ambiente, sua expressão endurecida suavizou levemente. As cortinas estavam abertas, inundando a sala com luz natural, e o ar fresco tornava o espaço muito mais convidativo. Sua cadeira estava perfeitamente alinhada, e sobre a mesa estavam o café e o lanche.
Joshua ficou parado por alguns segundos, processando a cena. Não era comum ser surpreendido, mas isso o pegou desprevenido. Ele colocou o telefone no modo mudo por um momento e lançou um olhar para trás, na direção de , que estava novamente concentrada na tela do computador.
— Hm… interessante… — ele murmurou para si mesmo, voltando sua atenção para a sala.
A precisão com que tudo havia sido arrumado chamou sua atenção. Joshua não era de elogiar facilmente, mas não pôde deixar de reconhecer que sua nova assistente havia começado muito bem.
🎯🎯🎯
Joshua colocou o celular sobre a mesa e acomodou-se em sua cadeira de couro, ajustando a postura enquanto encerrava a ligação com eficiência.
— Sim, entendido. Atualizem-me assim que houver progresso. — Ele deslizou o dedo na tela para desligar e deixou o aparelho de lado, voltando sua atenção para o café e a embalagem que havia deixado sobre sua mesa.
Ele puxou o copo com o nome dele escrito de forma cuidadosa no rótulo e abriu a tampa, sentindo o aroma do café fresco. Era exatamente como ele preferia: forte, com um leve toque de creme. Sem hesitar, deu um longo gole, fechando os olhos por um breve momento enquanto apreciava o sabor e a temperatura ainda quente.
Depois, ele colocou o copo de lado e começou a inspecionar a embalagem de comida. Ao abrir, encontrou um sanduíche simples, mas preparado com ingredientes de qualidade. Ele ergueu uma sobrancelha, ligeiramente impressionado.
Joshua pegou uma metade do sanduíche e deu uma mordida, mastigando devagar enquanto analisava o sabor. Sua expressão permaneceu neutra, mas o pensamento que lhe veio à mente era claro: “Ela realmente presta atenção aos detalhes. Isso é bom.”
Enquanto terminava de mastigar, ele olhou para a porta de sua sala, como se tentasse decidir se deveria comentar algo com . Por ora, limitou-se a voltar ao café, tomando mais um gole enquanto começava a organizar os papeis que estavam sobre a mesa.
O café e o lanche deram a ele uma sensação inesperada de ordem, como se o dia tivesse começado da maneira certa. “Pelo menos, ela não está aqui para ser um peso morto”, pensou consigo, já com a mente voltada para o primeiro compromisso do dia.
🎯🎯🎯
Joshua estava revisando a agenda no tablet quando se lembrou de algo crucial: o terno que havia deixado na lavanderia na semana passada. Ele precisaria dele impecável para o evento de gala que aconteceria dali a dois dias. Franziu a testa ao perceber que não tinha organizado o recolhimento.
Suspirando, ele pegou o telefone fixo em sua mesa e digitou o ramal da assistente recém-contratada. Após dois toques, a voz de atendeu do outro lado, um pouco ansiosa.
— Senhor Hong?
— Senhorita , preciso que venha à minha sala agora. — Joshua disse, direto e sem rodeios, como era seu estilo.
— Claro, já estou indo. — respondeu ela rapidamente.
Ele desligou o telefone e recostou-se na cadeira, cruzando os braços enquanto esperava. Em poucos segundos, uma batida leve na porta anunciou a presença dela.
— Pode entrar. — disse ele, sem desviar os olhos da tela à sua frente.
abriu a porta e entrou com passos firmes, embora sentisse o nervosismo pulsando por dentro. Ela se posicionou a uma distância educada da mesa, esperando que ele iniciasse a conversa.
Joshua levantou o olhar, analisando-a brevemente antes de falar:
— Preciso que resolva algo para mim. Há um terno na lavanderia que deixei semana passada, e preciso dele impecável para um evento daqui a dois dias. Certifique-se de que seja retirado hoje e esteja no meu closet amanhã pela manhã. Vou passar os detalhes da lavanderia para você.
Ele deslizou um pequeno cartão com as informações para o outro lado da mesa.
— Entendido?
pegou o cartão com cuidado e assentiu.
— Sim, senhor Hong. Alguma instrução específica quanto ao transporte ou cuidados adicionais?
Joshua ergueu as sobrancelhas, levemente surpreso pela pergunta.
— Certifique-se de que o traje esteja em perfeitas condições. Isso é tudo.
assentiu novamente e apertou o cartão em suas mãos.
— Com licença, vou organizar isso agora mesmo.
Joshua fez um gesto breve com a mão, indicando que ela estava dispensada. Assim que ela saiu, ele voltou aos seus papeis, permitindo-se um pequeno sorriso de canto. Pelo menos, ela era eficiente.
voltou à sua mesa com o cartão nas mãos, sentindo o peso da responsabilidade. Ela sentou-se, abriu o laptop e digitou rapidamente o número da lavanderia no telefone. Após alguns toques, uma atendente atendeu com uma voz educada.
“Lavanderia Excellence, boa tarde.”
“Boa tarde, aqui é , assistente do senhor Joshua Hong. Ele deixou um terno com vocês na semana passada. Preciso confirmar se está pronto para retirada e em perfeitas condições.”
A atendente digitou algo no sistema.
“Um momento, por favor… Sim, encontrei o pedido. Está pronto e passou pela nossa inspeção final. Pode ser retirado a qualquer momento dentro do horário de funcionamento.”
“Ótimo. Qual é o horário de vocês?”
“Estamos abertos até as 20h.”
verificou o relógio em seu pulso e calculou o tempo que teria.
“Perfeito. Vou buscar hoje mesmo. Muito obrigada.”
Ela desligou a ligação e rapidamente pegou o telefone celular. Abriu uma mensagem para , explicando a situação:
“Bom dia, . Preciso de uma informação urgente: qual é o endereço da casa do senhor Hong? Ele me pediu para cuidar de um terno que está na lavanderia, e preciso saber para entregá-lo diretamente amanhã de manhã.”
Poucos minutos depois, o telefone vibrou com a resposta de :
“Claro, sem problemas! Aqui está o endereço: Hanam-Daero, 95, Yongsan District. Apt 202. Aproveitando, como está o primeiro dia? Já sobrevivendo? 😂”
riu baixinho da mensagem e respondeu:
“Sobrevivendo, sim! 😅 Obrigada mais uma vez pela ajuda, .”
Com tudo organizado, ela ligou novamente para a lavanderia e marcou um horário específico para buscar o terno.
“Olá, é novamente. Gostaria de confirmar que passarei para buscar o terno do senhor Hong hoje às 18h.”
“Anotado, senhorita . Estaremos aguardando.”
encerrou a chamada, satisfeita por ter resolvido o assunto, e fez uma nota rápida no calendário para não esquecer. Por enquanto, tudo estava sob controle.
🎯🎯🎯
estava organizando a agenda no computador quando ouviu passos se aproximando. Ela ergueu os olhos no momento em que a porta se abriu, revelando um homem alto e de sorriso descontraído. Ele usava um blazer casual sobre uma camisa social, com um ar que parecia equilibrar profissionalismo e leveza.
— Olá! — ele cumprimentou, entrando. — Eu sou Vernon Chwe. Trabalho aqui no setor de desenvolvimento estratégico.
levantou-se, estendendo a mão com um sorriso educado.
— , nova assistente do senhor Joshua Hong. Prazer em conhecê-lo, senhor Chwe.
Vernon aceitou o aperto de mão e inclinou levemente a cabeça, com um sorriso amigável.
— O prazer é meu. E, por favor, pode me chamar só de Vernon. — Ele olhou ao redor e comentou: — Joshua não mencionou que já tinha uma assistente nova. Acho que estou desatualizado.
sorriu sem jeito.
— Eu comecei hoje. Ainda estou me adaptando, mas obrigada pela recepção.
— Bem-vinda ao caos controlado, , — Vernon brincou, cruzando os braços. — Eu mandei uma mensagem para o Joshua, mas ele não respondeu, então decidi vir pessoalmente.
consultou a agenda na tela do computador e depois olhou para Vernon.
— O senhor Hong está na primeira reunião programada para hoje. Não deve demorar muito. Por favor, fique à vontade e pode se sentar enquanto aguarda.
Vernon deu de ombros com um sorriso.
— Obrigado. Acho que vou aceitar sua sugestão.
Ele se acomodou em uma das cadeiras perto da mesa dela e observou o ambiente, mantendo o tom leve.
— E então, como está sendo o primeiro dia? Joshua já fez algum discurso intimidador?
riu baixinho, ajustando um caderno sobre a mesa.
— Não exatamente, mas tenho certeza de que ele gosta de manter tudo sob controle.
Vernon riu também, balançando a cabeça.
— Ah, isso é bem típico dele. Mas, confie em mim, ele só é exigente porque gosta de tudo funcionando perfeitamente. Não se preocupe, ele se acostuma rápido com novas pessoas.
sorriu, sentindo-se um pouco mais confortável com a presença descontraída de Vernon enquanto aguardavam o término da reunião.
Vernon recostou-se na cadeira, pegando o celular do bolso enquanto retornava sua atenção à tela do computador. Ele percebeu que ela estava concentrada organizando os compromissos de Joshua e decidiu não atrapalhá-la mais.
— Não vou te distrair. Pode voltar ao seu trabalho, — ele disse com um sorriso fácil. — Vou esperar aqui tranquilamente.
lançou-lhe um breve sorriso educado.
— Obrigada. Se precisar de algo, é só avisar.
Vernon assentiu, já com os olhos fixos na tela do celular. Ele abriu o aplicativo de mensagens e encontrou a conversa com Mingyu.
“Cara, acabei de conhecer a nova assistente do Joshua. , o nome dela.”
Ele pausou, olhando brevemente para , que continuava trabalhando, parecendo alheia ao que ele fazia. Um sorriso brincou em seus lábios enquanto continuava a digitar.
“Ela é bonita, viu? Bem elegante também. Acho que o Joshua acertou nessa.”
Ele riu sozinho e acrescentou uma última mensagem antes de guardar o celular no bolso:
“Quem sabe ela balance as coisas por aqui, né? Vou te contar mais depois.”
Vernon recostou-se novamente na cadeira, esperando pela resposta de Mingyu e observando casualmente a movimentação no escritório.
Logo, a resposta de Mingyu chegou. Vernon, com uma leve expressão de curiosidade, pegou o celular novamente para ler a mensagem.
“Sério? Hmm, interessante… mas não acho que o Joshua tenha muito critério quando se trata de assistentes. Você acha que ela vai durar mais do que as outras?”
Vernon sorriu ao ler, um sorriso quase travesso, e rapidamente começou a digitar a resposta:
“Ah, eu também não sou muito fã dessa ideia de assistente nova, mas ela parece ser diferente… E quem sabe, talvez ela tenha o que é preciso para não se deixar abalar pelos altos e baixos desse trabalho.”
Ele pausou por um momento, pensativo.
“De qualquer forma, acho que ela vai ser interessante por aqui. Vamos ver o que ela faz. E se o Joshua começar a se entrosar, eu aposto que o clima vai mudar por aqui.”
Vernon olhou de relance para , que estava agora digitando rapidamente, concentrada, e um pequeno sorriso se formou em seu rosto. Ele mandou a mensagem e guardou o celular, voltando a se recostar na cadeira, aparentemente satisfeito com a troca de mensagens.
🎯🎯🎯
olhou rapidamente para o relógio e se deu conta de que a reunião de Joshua já deveria ter acabado há algum tempo. O movimento nas outras salas começava a diminuir, e ela já havia finalizado o que precisava para aquele momento. Ela se ajeitou na cadeira, pegando o telefone da mesa, e discou o número de Joshua, decidindo avisá-lo sobre a presença de Vernon na sala.
O telefone tocou algumas vezes até que, finalmente, a voz de Joshua soou do outro lado da linha.
“Sim?”
“Oi, senhor Hong. Só queria avisar que o Vernon está aqui na sua sala esperando. Achei que a reunião já tinha terminado… por isso resolvi ligar”
Ela esperou um momento, ouvindo o som de uma respiração leve do outro lado da linha.
“Ah, certo, obrigado por avisar, . Pode avisá-lo que já vou descer e conversar com ele lá na sala dele. E… boa tarde.”
“Claro, sem problemas. Até já.”
desligou o telefone e, com um leve suspiro, levantou-se de sua cadeira. Ela fez um gesto para a porta de sua sala, vendo Vernon ainda ali, mexendo no celular, alheio à conversa que acabara de ter com Joshua.
— Vernon, o Joshua vai descer para falar com você. Ele pediu para você aguardar na sua sala — ela disse, com um sorriso simpático.
Vernon levantou os olhos do celular e deu uma rápida olhada para , ainda um pouco surpreso com a presença dela, mas reconhecendo a cordialidade no gesto.
— Ah, obrigado, — respondeu, guardando o celular no bolso. Ele deu um sorriso descontraído, um pouco mais amigável do que antes. — Boa sorte aí com o trabalho, e espero que se sinta bem por aqui. E se precisar de algo, é só chamar.
acenou com a cabeça, sentindo que Vernon, apesar de ser um pouco reservado, já estava se acostumando com sua presença.
— Agradeço, Vernon. E espero que tenha um bom restante de dia. — Ela sorriu, educada, enquanto ele se retirava da sala.
Ela observou Vernon sair pela porta e depois se concentrou novamente no seu trabalho, tentando se manter focada, embora uma pontada de nervosismo a incomodasse. Ela já havia sido muito atenta às suas tarefas até aquele momento, mas cada passo em sua nova função parecia trazer novas surpresas e pequenos desafios.
Quando Joshua saiu de sua sala, seus olhos encontraram logo à frente, voltando para sua mesa após a conversa com Vernon. Ele a observou por um momento antes de se aproximar, com um leve sorriso no rosto.
— Viu sobre o terno? — ele perguntou, a voz calma, mas com um tom de expectativa.
parou ao ouvir a pergunta e se virou para ele, sentindo a pressão de ter cumprido sua tarefa com precisão. Ela rapidamente começou a explicar.
— Sim, senhor Hong. Eu já entrei em contato com a lavanderia, e o terno já está pronto. Eu marquei de pegá-lo às 18h, e logo depois vou para a sua casa. Vou pegar a chave na recepção, e o terno será entregue diretamente no seu closet.
Joshua levantou uma sobrancelha, surpreso com o cuidado e a organização com que ela tinha planejado tudo.
— Hm… Parece que você pensou em tudo. — Ele observou, um pouco impressionado com a eficiência de , mas sem demonstrar muito mais. Após um momento de silêncio, ele continuou. — Não se esqueça de pegar a chave do meu apartamento. Quero que você mesma deixe o terno no meu closet após buscá-lo.
assentiu rapidamente, sentindo uma leve ansiedade. Ela já tinha em mente os detalhes, mas a ideia de estar em seu apartamento pessoalmente a fazia se sentir mais envolvida nas responsabilidades de seu trabalho.
— Claro, senhor Hong. Vou me certificar de fazer tudo exatamente como o senhor pediu. — Ela sorriu, tentando se mostrar o mais tranquila possível.
Joshua observou ela por mais um momento antes de dar um aceno de cabeça.
— Ótimo. Qualquer coisa, me avise. — Ele então deu as costas, voltando à sua sala.
ficou ali por um instante, processando a tarefa que acabara de receber. O dia ainda estava longe de terminar, e ela sabia que essa responsabilidade, embora simples, exigia total atenção aos detalhes. Ela respirou fundo, sentindo que seu primeiro dia como assistente estava começando a se tornar mais intenso do que imaginara.
QUARTO CAPÍTULO
— Está aqui a cópia da chave da casa do Joshua. — entregou as mesmas para e lançou um olhar preocupado em sua direção.
pegou as chaves com as mãos ligeiramente trêmulas, sentindo o peso da responsabilidade aumentar a cada momento. Ela já havia se acostumado com a ideia de ser a assistente de Joshua, mas agora, com a missão de ir até sua casa, parecia que algo novo estava se desenrolando diante dela.
— Hoje é só o seu primeiro dia , se lembre de respirar, ok? Não precisa ficar tão nervosa. Você está fazendo um ótimo trabalho até agora.
olhou para , que sempre parecia tão tranquila, tão confiante. Ela se sentia um pouco pressionada, com a responsabilidade das tarefas começando a cair sobre ela, mas as palavras de tinham um efeito calmante.
— Eu… não sei, . Sinto como se tudo estivesse acontecendo rápido demais. A chave da casa do Joshua, as responsabilidades… Eu não quero cometer nenhum erro, sabe? — confessou, sua voz um pouco insegura.
deu um leve sorriso, mais compreensiva do que nunca. Ela sabia que estava se esforçando ao máximo, tentando agradar a todos, especialmente Joshua.
— Relaxa, você está fazendo tudo certinho. — continuou com um tom suave, como uma amiga mais velha oferecendo conselhos. — Só lembre-se de dar um passo de cada vez. Ele já gostou de você, isso é um bom sinal. E, sobre a chave… bem, é só mais uma parte do trabalho. Quando você terminar, volta para o escritório, ok? Se precisar de algo, provavelmente ainda estarei aqui.
deu um suspiro e olhou para , sentindo-se um pouco mais leve. As palavras dela eram como um ancla, ajudando-a a manter os pés no chão enquanto tentava não se afundar na ansiedade.
— Você tem razão. Vou dar o meu melhor. — Ela respondeu, tentando sorrir.
sorriu de volta, com os olhos brilhando de uma confiança tranquila. Ela sabia que tinha tudo para se sair bem, mas também entendia o quanto o começo de um novo trabalho podia ser assustador.
— Eu sei que sim. — respondeu com um brilho no olhar, antes de se afastar para continuar com seu próprio trabalho. — Agora vai lá e deixa esse terno bem lindinho no closet dele. E lembra, se der algum problema, me avise, ok?
assentiu com a cabeça, sentindo uma onda de gratidão pela presença de . Embora sua mente ainda estivesse cheia de dúvidas e inseguranças, ela sentiu que, com o apoio da colega, as coisas pareciam um pouco mais fáceis de lidar.
Com um último olhar para a chave em sua mão, respirou fundo e se preparou para o que estava por vir. O seu primeiro dia havia apenas começado, e ela estava determinada a não deixar as expectativas e a pressão a derrubarem.
Com a carteira, as chaves do apartamento e o celular em mãos ela aguardou pelo carro de aplicativo já do lado de fora do prédio. O pensamento de ter que ir até a casa de Joshua ainda parecia surreal. Ela respirou fundo, tentando se concentrar no que precisava fazer, mas sua mente estava, inevitavelmente, se perguntando sobre o que ela encontraria.
Como seria o apartamento de um homem como Joshua?
Ela imaginava que, com o cargo que ele ocupava e a posição de poder que tinha na empresa, seu apartamento seria um reflexo de seu estilo e personalidade. Provavelmente moderno, clean, com uma decoração minimalista, pensou ela. Nada de excesso, apenas o necessário, mas com um toque de luxo e elegância. Talvez um sofá grande e confortável, uma cozinha equipada, e, claro, uma sala de estar impecavelmente organizada. Mas o que mais a intrigava era o tipo de ambiente em que ele se sentiria à vontade, o espaço onde ele passava seu tempo fora das reuniões e prazos. Seria um lugar frio e impessoal? Ou haveria algo que revelasse um lado mais pessoal, talvez até mais vulnerável, que ela não imaginava de alguém tão focado e implacável no trabalho?
Enquanto o carro finalmente se aproximava, não pôde deixar de pensar na primeira impressão que tinha tido de Joshua: o olhar sério, a postura rígida, e o modo como ele parecia carregar o peso do mundo nas costas. Será que no seu apartamento ele era diferente? Será que, quando ninguém estava olhando, ele se permitia relaxar, ser ele mesmo?
O carro parou, e ela entrou rapidamente, colocando as perguntas de lado por um momento. Sua mente continuava a girar, misturando ansiedade com curiosidade. E, apesar da insegurança que sentia por ser a nova assistente dele, ela não conseguia negar que uma parte de si estava, de alguma forma, empolgada para ver de perto o lado mais pessoal de seu chefe.
“Ok, . Respire fundo e foque no trabalho. Isso é só uma parte da sua função”, ela se disse mentalmente, tentando se recompor. Afinal, a missão era simples: buscar o terno e deixá-lo no closet dele.
O carro parou na frente da lavanderia, e pagou o motorista com o cartão da empresa antes de sair apressada. O pequeno estabelecimento estava praticamente vazio, com apenas o som de uma máquina de secar ao fundo. A atendente, que já a reconheceu pela voz, a saudou e foi até o balcão pegar o terno que estava pendurado em um cabide.
Ela estendeu a peça para , que a pegou com cuidado. O terno estava impecável, os fios brilhando sob a luz da lavanderia, como se tivesse sido recém-passado. deu uma olhada mais atenta, conferindo se tudo estava em ordem como esperado. O corte era perfeito, e a cor, um tom sóbrio e elegante de cinza, parecia ainda mais sofisticado quando estava tão bem conservado.
“Bom, pelo menos isso está resolvido,” pensou , aliviada por não precisar lidar com um erro inesperado.
Com o terno cuidadosamente embalado, ela o segurou com uma das mãos enquanto mandava uma mensagem rápida para : “Terno pego e em perfeito estado. Agora, vamos para a próxima missão.”
Ela guardou bloqueou o celular depois de pedir outro carro e se dirigiu rapidamente para fora da lavanderia, seu pensamento agora se concentrando no próximo passo: o apartamento de Joshua. O que ela faria lá além de entregar o terno? Era apenas uma tarefa simples, mas a ideia de ir até seu espaço pessoal ainda a fazia sentir uma pontada de nervosismo.
“Vamos lá, “, ela se disse mais uma vez, respirando fundo enquanto esperava pelo outro carro.
🎯🎯🎯
O percurso até o apartamento de Joshua foi rápido, mas cada minuto parecia mais longo do que o anterior. sentia o peso de cada segundo enquanto o carro se aproximava do prédio imponente, com sua fachada moderna e elegância. O motorista parou na entrada e, após pagar pela corrida, ela se encaminhou para a entrada principal.
Logo, estava atravessando o estacionamento subterrâneo, onde as luzes fluorescentes refletiam no chão de concreto. havia dado a ela o controle de acesso, que ela segurava em sua mão com firmeza, sentindo o metal frio da chave. Ela o usou para abrir o portão que dava acesso à garagem interna, onde os carros ficavam estacionados. Com um suspiro, ela respirou fundo e caminhou até o elevador.
No caminho, os pisos de mármore refletiam a luz suave que iluminava o corredor vazio, conferindo um ar ainda mais solitário ao ambiente. Quando chegou ao elevador, pressionou o botão com o número do andar de Joshua — o 19º. O painel iluminado indicava a subida, e repetiu mentalmente as instruções que lhe passara.
“Andar 19, apartamento 1901. Apenas deixar o terno no closet e sair. Não é nada demais.” Tentou se convencer enquanto olhava o painel do elevador subir andar após andar, acompanhando a numeração que avançava.
Aquele momento era como uma pausa, e ela se sentia um pouco fora de lugar. “Apartamento de Joshua,” pensou, sentindo um leve frio na barriga. “Agora sim será o mais próximo que vou chegar do lado pessoal dele.”
Quando o elevador parou com um leve som metálico, a porta se abriu para um corredor luxuoso, e seguiu em direção à porta do apartamento 1901. Ao se aproximar, sentiu um misto de antecipação e nervosismo. Ela sabia que estava apenas cumprindo sua função, mas algo dentro dela estava mais consciente de tudo ao seu redor, como se o ambiente estivesse carregado de algo que ela ainda não conseguia entender completamente.
Ao chegar à porta do apartamento 1901, parou por um instante, sentindo a leve pressão de seus braços cheios de itens. Ela verificou rapidamente a tela de seu celular para conferir a senha que havia enviado mais cedo. Lá estava, escrita com precisão, a sequência de números para a porta do apartamento.
Com um suspiro, ela tentou se organizar. Em uma mão, segurava a chave da garagem e a chave extra do apartamento. Na outra, a carteira e o terno embalado cuidadosamente. Seus braços estavam quase sobrecarregados com o peso de tudo aquilo, mas ela se ajeitou, equilibrando o peso de maneira a ter uma mão livre para digitar a senha.
Com um pouco de dificuldade, ela digitou os números na tela do painel da porta, tentando não deixar cair nada. A luz vermelha do painel piscou brevemente, indicando que ela havia acertado a senha, e a porta se abriu suavemente. respirou aliviada, mas ao mesmo tempo, uma sensação de realização, por mais simples que fosse a tarefa, tomou conta dela.
Ela passou pela porta, sentindo o contraste do calor acolhedor do interior do apartamento contra o corredor fresco e iluminado. A sala à sua frente estava impecavelmente decorada, com móveis elegantes e uma atmosfera moderna, mas acolhedora.
caminhou pelo apartamento silencioso, os passos ecoando suavemente no piso de madeira polido. Ela se sentia um pouco fora de lugar, mas tentava focar na tarefa que tinha em mãos. Ao chegar diante de uma porta discreta ao fundo do corredor, ela parou por um momento. A porta estava fechada, mas rapidamente foi aberta por .
A porta se abriu com um suave clic. Quando entrou, percebeu que o ambiente era bem diferente do que havia visto até então. O quarto era simples, mas ainda assim elegante — uma cama queen-size, lençóis impecáveis, e um móvel com algumas molduras discretas nas paredes. Uma grande janela de vidro permitia a entrada de luz suave, iluminando a decoração clean e minimalista.
”Este provavelmente é o quarto de hóspedes…”, pensou ela, observando os detalhes. Não havia toques pessoais evidentes, como fotos ou objetos que indicassem um uso frequente por Joshua. Era acolhedor, mas parecia feito sob medida para um hóspede, alguém que não precisasse estar ali por muito tempo. Além de claro, não haver nenhum closet, apenas um guarda-roupas modesto.
hesitou por um momento, mas logo percebeu que o closet provavelmente ficava em outro local — talvez dentro do quarto principal de Joshua. Ela fechou a porta suavemente, sem fazer barulho, e se preparou para seguir em frente. “Ok, o trabalho é simples. Basta acahr o quarto e deixar o terno no closet dele”, ela se repetiu mentalmente, tentando afastar qualquer nervosismo desnecessário.
se dirigiu para a outra porta, mais próxima do final do corredor. Ao girar a maçaneta e entrar, ela imediatamente se deparou com o que parecia ser o verdadeiro refúgio de Joshua. O quarto era amplo, com uma decoração sóbria e elegante. O piso de madeira continuava por todo o ambiente, mas a iluminação suave e quente contrastava com a frieza do restante do apartamento. A cama era imensa, e as roupas de cama eram de um tom neutro e sofisticado, como se nada ali fosse fora do lugar.
O que mais chamou a atenção de , no entanto, foi o closet. Era grande, como um cômodo à parte dentro do próprio quarto, com portas de vidro e prateleiras organizadas. Ela reparou nos ternos e camisas alinhadas, impecavelmente dobradas ou penduradas, e notou que tudo parecia em perfeito estado. Cada peça, com um toque de cuidado e, sem dúvida, muito mais caro do que qualquer roupa que ela tivesse.
Ela suspirou, um pouco impressionada, e deu um passo à frente. Colocou o terno que havia trazido em uma das prateleiras, observando como ele se encaixava entre os outros trajes perfeitamente organizados. De repente, a sensação de estar em um espaço tão íntimo de seu chefe parecia mais real. Não era apenas um escritório profissional; estava dentro da vida de Joshua, onde cada objeto parecia ser um reflexo de sua personalidade meticulosa e exigente.
deu mais uma olhada ao redor, seu olhar agora mais atento aos detalhes. O quarto, embora impecável, estava marcado pela ausência de elementos pessoais. Não havia fotos, lembranças ou qualquer item que refletisse os gostos ou o passado de Joshua, o que a fez pensar que talvez ele fosse uma pessoa muito reservada ou simplesmente alguém que preferia manter seu espaço isolado do mundo exterior.
“Interessante…”, ela murmurou para si mesma, antes de começar a se afastar do closet, ainda absorvendo tudo ao seu redor. Ela sentiu uma leve ansiedade, talvez pela intimidade do local, mas logo se recompos, fechando o closet com a mesma suavidade com que havia aberto.
Agora, com a missão cumprida, ela se preparava para sair do quarto e seguir com o restante de suas tarefas, mas não conseguia deixar de pensar em como aquele ambiente refletia tanto sobre o tipo de homem que Joshua era. O que mais ele esconderia por trás da fachada impecável que ele exibia no trabalho?
🎯🎯🎯
Nabi estava animada para a surpresa que preparara para Joshua. Ela tinha passado a tarde toda pensando no jantar especial que prepararia e estava ansiosa para vê-lo depois de um dia longo de trabalho. Ao chegar ao apartamento de Joshua, algo parecia fora de lugar. As luzes estavam acesas, o que era estranho, já que Joshua normalmente não chegava em casa tão cedo.
“Isso não está certo…” Nabi murmurou para si mesma, seu coração acelerando com um pressentimento ruim. Aquele aperto no peito cresceu à medida que ela entrou no apartamento, notando o silêncio da casa. Ao seguir pelo corredor, seus olhos se fixaram na porta do quarto de Joshua, que estava entreaberta e com as luzes acesas.
Foi ali que ela viu. Uma mulher estava dentro do quarto. A figura de , que estava de costas, parecia completamente à vontade naquele espaço íntimo. O olhar de Nabi se estreitou, e sua mente entrou em parafuso. Ela não sabia quem aquela mulher era, mas o ciúmes e a raiva começaram a consumir suas emoções.
— Quem é você?! O que está fazendo aqui?! — A voz de Nabi soou alta, cortante, como um grito atravessando o ar.
se virou imediatamente, visivelmente surpresa, e sua expressão congelou ao ver a mulher ali. Ela tentou parecer calma, mas seu coração disparava. Forçou um sorriso nervoso, tentando encontrar palavras para explicar a situação.
— Eu… eu posso explicar. Eu sou… a nova assistente do Joshua. Ele me pediu para vir até aqui e deixar um terno no closet dele. Eu estava apenas cumprindo com o pedido. — disse , tentando soar tranquila, mas sua voz vacilava ligeiramente.
Nabi, no entanto, não estava ouvindo. A raiva e a desconfiança a dominaram. Ela franziu o cenho e avançou um passo em direção a , seus olhos furiosos.
— Assistente?! Nova assistente?! — O tom de Nabi foi venenoso, e ela se aproximou ainda mais. — Como assim você é assistente dele? Eu… eu pedi para ele contratar alguém mais velho, mais experiente. Não posso acreditar que ele traga uma mulher tão jovem e sozinha para o AP dele! Você acha que eu sou idiota?!
Sua voz saiu quase em um grito de desespero e raiva.
recuou, tentando manter a calma diante da acusação. Seria aquela mulher a esposa de Joshua? Mas ele era casado? Ela não se lembrava de ter visto nenhuma aliança de casamento em seus dedos. Mas ela claramente era íntima o suficiente para estar agindo daquele jeito com a presença dela no apartamento do chefe.
— Não, não, eu juro que não é o que você está pensando. Eu… eu não sou nada além de uma assistente. Eu só estava fazendo o meu trabalho. Joshua me pediu isso. Por favor, tente entender!
Mas Nabi não queria ouvir. Ela estava completamente tomada por ciúmes, sem saber o que pensar ou como lidar com a situação. Para ela, o simples fato de uma mulher estar no quarto de Joshua, sozinha e aparentemente confortável ali, já era motivo suficiente para crer que algo estava acontecendo entre os dois.
— Você… você está mentindo, não está?! — Nabi gritou, as lágrimas se formando nos seus olhos, uma mistura de raiva e tristeza. — Eu nunca imaginei que ele fosse fazer isso…
Nabi olhou fixamente para , seus olhos brancos de fúria. O ciúmes a cegava, e ela não conseguia ver mais nada além daquilo. Para ela, não importava a explicação. Ela estava certa de que estava sendo traída.
— Não! Olha, calma…Não é o que você está pensando, senhorita!
Uma voz familiar interrompeu o caos da situação. Joshua, que havia acabado de chegar do corredor, parou ao ver a cena. Seu olhar de surpresa foi instantâneo ao ver o que estava acontecendo. Ele correu até Nabi, tentando acalmá-la.
— Joshua… você… você… — Nabi balbuciou, ainda sem acreditar no que estava vendo. Ela o olhou com os olhos cheios de lágrimas. — Você está me enganando com ela, não está?!
Joshua olhou de Nabi para e logo percebeu o mal-entendido. Ele deu um passo à frente, tentando interceder antes que tudo saísse de controle.
— Nabi, escuta, por favor. Não é o que você está pensando. Eu estou trabalhando com a , ela é apenas minha assistente, nada além disso. Você precisa acreditar em mim.
Mas Nabi estava furiosa demais para ouvir.
— Eu não vou acreditar em nada disso! Como você pôde fazer isso comigo, Joshua?!
Ela se virou abruptamente, a raiva estampada em seu rosto, enquanto tentava controlar as lágrimas.
, agora visivelmente desconcertada e se sentindo deslocada, tentava encontrar uma maneira de apaziguar a situação.
— Eu… eu só estou fazendo o meu trabalho, por favor, entenda.
Joshua se aproximou ainda mais de Nabi, mas ela o afastou com um gesto abrupto, incapaz de lidar com a explosão emocional.
— Eu não vou ficar aqui e ser humilhada!
Ela disse, com a voz embargada de raiva, e se virou para sair do apartamento.
Joshua a seguiu por um momento, mas ao perceber que qualquer palavra dele só pioraria as coisas, ele parou, sabendo que precisava lidar com isso em outro momento. Ele então se virou para , com um olhar de desculpas e frustração.
— Desculpe por isso. Ela não entende tudo ainda, eu deveria ter explicado melhor.
suspirou profundamente, ainda processando o turbilhão que acabara de acontecer. Seu coração estava acelerado, e ela sentia uma tensão imensa no ar. Embora soubesse que não tinha feito nada de errado, a situação a fazia questionar se havia algo que ela poderia ter feito diferente para evitar aquela confusão. Sentiu-se vulnerável, como se estivesse no centro de um furacão, com emoções e suposições fora de controle.
Ela olhou para Joshua, com um olhar preocupado e um pouco temeroso.
— Eu… me desculpe, Joshua. — disse, a voz baixa e trêmula. — Eu não queria que isso acontecesse, eu realmente não sabia que… que a situação ia tomar essa proporção. Eu não sabia que ela poderia estar aqui… não sabia que ela entenderia tudo errado.
Ela engoliu em seco, sentindo um nó na garganta.
— Eu sinto muito, talvez eu tenha feito algo errado. Eu nunca imaginei que fosse causar tanto conflito.
Joshua a observou por um momento, vendo a tensão em seu rosto e o nervosismo em suas palavras. Ele podia perceber que ela estava realmente assustada e tentando lidar com a situação da melhor forma possível. Ele aproximou-se dela, com um olhar mais suave, tentando transmitir alguma calma.
— , não foi sua culpa. Você só estava fazendo o que eu pedi, e não havia nenhuma razão para você saber que a minha namorada apareceria aqui. — ele respirou fundo, tentando manter o controle da situação — Eu deveria ter te explicado antes que ela é… muito ciumenta. Mas eu não esperava que ela fosse aparecer e reagir assim, e muito menos de forma tão agressiva.
olhou para ele, ainda sem saber como reagir.
— Ainda assim, sinto que falhei na missão e fiz algo errado, e detesto essa sensação.
Joshua sorriu suavemente, colocando uma mão no ombro dela.
— Não, . Você não fez nada errado. E não é você quem tem que se desculpar por isso. Eu sou o responsável por não ter sido claro com a Nabi. Vou resolver isso com ela. Não se preocupe.
Ela assentiu lentamente, tentando aliviar a pressão em seu peito, mas a culpa ainda pairava sobre ela. Ela sabia que as coisas poderiam ser muito complicadas agora, especialmente entre ela e Nabi, e não sabia o que o futuro reservava. Porém, aliviada pelas palavras de Joshua, ela deu um passo para trás, ainda tentando se recompor.
— Obrigado, senhor Hong. — ela disse, com um sorriso tímido. — Eu só… só não quero que isso atrapalhe o seu trabalho, ou o que quer que seja entre vocês dois.
Joshua a olhou com uma expressão sincera.
— Não vai atrapalhar nada. Eu vou conversar com ela e resolver as coisas. Você não tem que se preocupar.
deu um leve sorriso, ainda um pouco nervosa, mas sentindo-se mais tranquila por dentro, sabendo que Joshua assumiria a responsabilidade. Ela então respirou fundo, tentando se acalmar e se preparar para o que viria a seguir.
— Bom, o terno está lá no seu closet, está muito bem lavado e passado. Impecável na verdade. Eu vou voltar para a empresa, tenho que devolver a sua chave para a e pegar minhas coisas. O senhor vai precisar de mim?
Joshua balançou a cabeça em negativa e depois passou as mãos pelos cabelos.
— Eu levo você de volta para a empresa. Vou aproveitar para trabalhar mais um pouco, não vou conseguir descansar nem ficar aqui depois disso.
— Acho melhor não. — disse, firme.
— Não tem problema nenhum , estamos indo para o mesmo lugar. Pode ficar tranquila que a Nabi é um problema antigo, a gente sempre se acerta. Vamos?
🎯🎯🎯
O silêncio que pairava no carro era pesado, a única coisa que o preenchia, era música suave ao fundo. Joshua dirigia com uma expressão fechada, visivelmente imerso em seus próprios pensamentos. olhava pela janela, sentindo a tensão da situação ainda na sua mente. Ela não podia evitar pensar no que acabara de acontecer e nas palavras de Nabi, e o quanto tudo aquilo estava fora de controle. Mas, por mais que quisesse falar, sentia que a única coisa que poderia fazer naquele momento era permanecer em silêncio.
Joshua, por outro lado, estava lidando com o turbilhão que se formara em sua vida pessoal, e sentia um peso crescente nos ombros. As palavras de Nabi ainda ecoavam em sua cabeça, e ele não conseguia evitar o desconforto que sentia, Nabi precisava melhorar ou aquele relacionamento não teria mesmo futuro. E ele não pode deixar de pensar no profissionalismo que havia demonstrado, o seu jeito calmo e sua maneira de lidar com os problemas, começaram a fazer com que ele se sentisse vulnerável de maneiras que nunca havia experimentado. Afinal de contas, ela havia presenciado algo muito pessoal.
A situação com Nabi o deixara mais distante, e uma conversa com ela agora parecia algo distante e desgastante. Mas com … Ela parecia diferente. Ela era calma, prática e, mais do que isso, parecia ser alguém em quem ele poderia confiar, uma pessoa com a qual ele se poderia se sentir à vontade.
Já se perguntava se aquilo estava acontecendo de maneira natural ou se, de alguma forma, ela havia se colocado em um papel mais importante na vida de Joshua do que o esperado. Ainda era o primeiro dia, mas, ao mesmo tempo, algo dentro dela a fazia querer estar ali para ele, querendo ajudar mais do que era pedido, talvez até mais do que seria prudente. E ela não sabia se isso era certo ou errado, especialmente agora que ela via o quanto ele estava sobrecarregado.
Em algum ponto, ele quebrou o silêncio.
— — disse, a voz mais suave do que ela imaginava — Eu… queria agradecer por tudo, realmente. Por ter ficado calma na situação com a Nabi. Sei que foi desconfortável para você também.
Ela o olhou de relance, surpresa pela sinceridade em sua voz, mas respondeu com naturalidade.
— Eu só estava fazendo o que era necessário. Não precisa de nenhum agradecimento.
Mas ele não parecia concordar.
— Não, você fez mais do que o necessário — disse Joshua, sua voz mais suave agora, um pouco menos impessoal do que antes. — Eu… realmente admirei a sua postura na situação de hoje. Você manteve a calma, foi profissional, lidou com tudo com tanta… dignidade. Eu não sei se eu teria conseguido fazer o mesmo.
olhou para ele, surpresa com o elogio. Ela não estava esperando isso, especialmente no primeiro dia. Mas, ao ver sua expressão, notou uma tensão que ele não estava conseguindo esconder. O sorriso nervoso dela desapareceu aos poucos, dando lugar a uma expressão mais atenta.
Joshua continuou, mais relaxado agora, como se o elogio feito a ela tivesse lhe dado alguma espécie de alívio também.
— Eu tenho me sentindo sobrecarregado com tantas coisas, e… não vou mentir, estou lidando com situações complicadas, tanto no trabalho quanto na minha vida pessoal. Mas ver alguém tão calmo, tão equilibrado… Eu preciso disso, sabe? Eu precisava disso.
Ele se esforçou para não parecer vulnerável, mas o cansaço em seus olhos dizia o contrário.
ouviu em silêncio, sem saber exatamente como reagir. Ela queria responder, oferecer algum tipo de apoio, mas sabia que, naquele momento, tudo o que ele precisava era de alguém para ouvir. E ela estava disposta a ser essa pessoa.
— Eu não esperava me sentir tão… perdido em meio a tudo isso — ele murmurou, mais para si mesmo do que para ela — Talvez eu tenha me acostumado a estar no controle de tudo, mas tem horas que é difícil, sabe? Parece que as coisas estão fugindo de mim, e eu só… não sei mais como lidar.
sentiu um aperto no peito, não apenas pela frustração que ele estava expressando, mas também pela maneira como ele parecia tão… humano, tão vulnerável, diante dela. Ela, que estava ali apenas para fazer seu trabalho, de repente se viu em um espaço onde sua simples presença parecia ser mais importante do que ela imaginava.
— Eu entendo… — ela disse, com suavidade, procurando soar reconfortante — Mas todo mundo tem esses momentos, Joshua. Às vezes, só precisamos de um tempo para respirar e reorganizar as coisas. Eu… estou aqui para ajudar no que for possível, no trabalho e, se precisar, em outras coisas também.
Ele a olhou por um momento, como se realmente estivesse pesando suas palavras.
— Obrigado, . Eu não sei como vai ser essa nossa dinâmica, mas sei que, no fundo, estou mais aliviado por ter alguém como você para lidar com tudo isso.
O silêncio que se seguiu não era desconfortável, mas confortável de uma maneira estranha. Eles estavam, de alguma forma, mais próximos agora, de um jeito que nem Joshua nem haviam antecipado. Era o começo de algo novo — não só no trabalho, mas também uma conexão que, aos poucos, estava se desenvolvendo entre eles.
Perdão, Joshua, NÃO CONSIGO TE VER COMO UM CHEFE CHATOOOO 😂😂
Tô lendo “Joshua” imaginando o Wonwoo <3
EU AMO FAKE DATING, MIMDÁ TODO O RESTOOOOOOOOO
Ahhhh eu sei que ele é um neném, af, masssssss depois ele transforma, juro.
Menina, também não consigo imaginar o Joshua como chefe chato, mas tô adorando e já quero o romance hehehehehe
Ai eu juro que em alguns momentos ele vai ser um docinho haha
Gente, a tal da Nabi precisa de terapia, não é bem assim que a vida funciona não, tu tem uma vida fora das relações, sabe?
Agora tô começando a entender de onde vai sair essa proposta da história. Coitado do Joshua, como ele foi parar aí?
Nabi problemática viu? vai dar trabalho a bicha kkkk
Eu tô imaginando o Joshua como a Miranda Priestly só que mais bonzinho HAHHAHA
Por que eu tô sentindo que algo vai rolar nessa ida dela pra casa dele? Só não sei se vai ser algo bom ou alguma treta (ou os dois) e não sei como me sentir com isso HAHAH
E o Vernon fofocando com o Mingyu, amei HASOIDBAOISDBIO
Ele é justo que nem a Yui fala <3 tadinho haha
Sobre a ida dela para a casa dele: vem aí…. uma coisa muito forte
O Vernon é o maior boca de sacola dessa empresa kkkkkkkkkk
Será que presenciamos o começo do fim de um relacionamento? IASNONADO
Joshua não é Miranda e foi compreensivo com a situação toda, grazadeus. Tamo chegando na parte que nois gosta HEHEEHHE