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Enquanto Você Sonhava

Introdução

  11 anos antes

  — Por que você está sumindo, ? — O pequeno Ned Banks questionava observando sua melhor amiga ficando transparente.
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  A pequena garotinha – de cerca de 5 anos de idade, cabelos negros e olhos castanhos brilhantes – não sabia a resposta para aquela pergunta. Ela ficou cabisbaixa e encolheu os ombros tristonha.
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  — Você não quer mais brincar? — Ned perguntou parecendo desapontado. — Não gosta mais de vir brincar comigo? — Fez bico.
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  A garotinha apressou-se a negar com a cabeça. Ela adorava ir brincar com ele, mas o que estava acontecendo ela não podia controlar.
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  — Então por que não fica? Você prometeu ficar, que seria minha amiga. — O garoto quis saber, ia dizer coisas mais, mas sua mãe adentrou seu quarto, fazendo a imagem de sua “amiga” desaparecer. — Ah, mamãe! — O garoto de cabelos castanhos e olhos azuis reclamou.
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  — Com quem estava falando, Ned? — Delia perguntou enquanto deixava o cesto com roupas limpas em cima da cama do filho.
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  — Você assustou a . — O pequeno reclamou ficando emburrado.
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  Delia olhou a sua volta tentando entender do que o garoto falava, suspirou e então agachou-se para ficar à altura dos olhos do filho.
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  E então lá foi-se meia hora inteira com Delia Banks explicando a Ned – com seus sete anos – que já era bastante grandinho para ter amigos imaginários, que havia um mundo inteiro lá fora com o qual ele poderia fazer amizades. A partir daquele dia Ned nunca mais viu ou teve qualquer outro amigo “imaginário”.
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1ST

  Dias presentes

  Melinda tentava dormir em mais uma noite extremamente quente em Grandville, estava deitada ao lado de seu marido, Jim, na cama de casal, mas seu sono não havia chegado, isso fazia cerca de duas horas. Bufou cruzando os braços. Era incrível como o ar-condicionado precisava quebrar justo no mais quente verão que a cidade havia tido!
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  A mulher tentava pegar no sono, mas não conseguia. Resolveu ir lavar o rosto, talvez se conseguisse se refrescar…
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  Seguiu para o seu banheiro e lavou o rosto tranquilamente e enquanto se secava virou-se distraidamente para trás, foi então que pôde perceber a presença de uma garotinha de cabelos negros sentada na tampa do vaso sanitário.
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  Melinda deu um pequeno pulo com a surpresa.
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  — Eu te assustei? — a garota perguntou encolhendo os ombros como se pedisse desculpas.
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  Mel sorriu e caminhou em direção à garotinha agachando-se para ficar a sua altura.
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  — Hei, pequena, o que faz aqui? — perguntou observando a criança.
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  Aquele era um fantasma que não se parecia em nada com os milhares de outros com quem ela teve contato. A garotinha não tinha aparência assustadora, não parecia assustada ou tinha a pele pálida como todos os fantasmas tinham. Aquela criaturinha com os ombros encolhidos poderia ser facilmente confundida por uma criança qualquer, isto é, se apenas Melinda não a visse.
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  — Estou procurando meu lugar. — Ela sussurrou, como se fosse um segredo.
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  — Acha que posso ajudá-la a encontrá-lo? — Mel perguntou sorrindo docemente.
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  A pequena garota ia dizer mais alguma coisa, mas em um sobressalto voltou sua cabeça para o lado, como se ouvisse um chamado, e então desapareceu.
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  — Mel? —a voz de Jim chamou, o mesmo foi caminhando sonolento em direção à porta do banheiro. — Tivemos visitas? — perguntou encostando no batente da porta.
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  — Sim, uma adorável menininha. — Melinda informou o marido apagando a luz do banheiro e puxando Jim de volta ao quarto.
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  — Adorável? — James Clancy questionou, não acreditando no que ouvia. — Normalmente não é assim que você os define… — Ergueu a sobrancelha observando a esposa.
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  — Normalmente eles não são tão educados quanto esse. — Ela respondeu dando de ombros, chamando o marido para voltarem para a cama.
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2ND

  Na manhã seguinte, Melinda foi trabalhar em sua loja de antiguidades “Como Nunca Foi…” acompanhada por Jim, já que a loja ficava perto do Resgate, onde o marido trabalhava.
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  Quando Mel chegou ao local, Delia já se encontrava na loja bebendo seu café de todas as manhãs.
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  — Ela era uma gracinha… — Melinda entrou no estabelecimento murmurando para o marido.
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  — Olá, Melinda! — Delia exclamou, logo depois cumprimentando Jim. — Do que estão falando?
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  Melinda olhou para o marido como que pensando se deveria comentar sobre o assunto com a amiga.
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  — Oh, deixe-me adivinhar… Coisa de fantasma? — a mulher perguntou e logo viu Mel e Jim assentirem.
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  Delia era uma ótima amiga e sócia, o grande problema era ser cética demais. Ela não duvidava que Melinda fosse capaz de ajudar as pessoas com seu dom, mas ainda não havia decidido se acreditava ou não em fantasmas, ela nunca se deparara com um na vida! Mas havia alguns anos Mel havia lhe ajudado com um caso que lhe fez pensar menos ceticamente e abrir sua mente para as novas experiências que estavam por vir.
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  — Ok, acho que aguento… Quem era uma gracinha? — Delia perguntou por fim.
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  — Tivemos uma visita ontem à noite, Mel estava me contando sobre nossa fantasminha. — Jim sorriu.
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  — Era uma garotinha, deveria ter cinco ou seis anos… — Melinda começou a descrevê-la. — Olhos castanhos brilhantes, cabelos negros… — Parou para pensar em detalhes. — Usava os cabelos presos em maria-chiquinha e… Acho que ela usava uma daquelas roupas de residentes de hospital. — A mulher comentou pensativa.
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  Delia ficou em silêncio por um instante, assim como Jim.
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  — Não é triste pensar que uma coisinha pequena e inocente como esta garotinha esteja… Morta? — Delia perguntou com seu olhar pesaroso, os dois concordaram.
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  — Ela disse que precisava de ajuda para encontrar seu “lugar”. — Mel continuou sentando-se atrás do balcão da loja.
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  — Lugar? — Delia encarou a amiga. — Será que ela quis dizer “lar”? Ela quer encontrar os pais? — Questionou vendo Melinda dar de ombros.
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  — Mel, preciso ir para o trabalho, se precisar de ajuda…
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  — Eu chamo. — A mulher sorriu despedindo-se do marido com um selinho, o mesmo saiu apressado da loja, já estava atrasado para seu expediente.
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  Mel arrumava as prateleiras atrás do balcão em que estava, estas acomodavam uma dúzia de bonecas de todos os tipos. Delia havia saído para comprar o café da tarde para as duas, aproveitando o pouco movimento naquele dia. Melinda terminava de pôr a última boneca em seu lugar quando ouviu passos se aproximarem.
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  — Eu nunca gostei muito de bonecas. — Ouviu a voz da menininha da noite anterior dizer enquanto ela observava a estante.
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  — E por que não? — perguntou virando-se para a mais nova visitante.
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  — Elas me assustam. — A garotinha deu de ombros indo caminhar pela loja, às vezes parando para observar algum objeto interessante ao seu ver.
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  Melinda ia perguntar mais coisas a respeito da garota, mas ela desapareceu assim que Delia abriu a porta da loja. Mel suspirou. Não sabia quem era aquele fantasma, e também não sabia como poderia ajudá-la já que não fazia ideia do que ela queria…
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3RD

  Jim estava deitado no sofá ao lado de Melinda assistindo algum programa qualquer na televisão.
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  — Acabei me lembrando de uma coisa. — Ele murmurou casualmente. — Há uns 10 anos eu ajudei a tirar uma garotinha de um prédio em chamas e ela se parecia bastante com a que você me descreveu. — Concluiu.
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  A princípio Melinda não prestou muita atenção ao que o marido estava dizendo, mas depois de finalmente juntar as peças, ela se virou para ele surpresa.
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  — O que houve com essa garota? — perguntou, vendo Jim dar de ombros.
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  — Eu a tirei do local e os paramédicos a levaram para o hospital, não soube o que houve depois. — Baixou o olhar.
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  — Acha que consegue descobrir alguma coisa? — Mel aproximou-se mais do marido para poder encará-lo melhor.
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  Jim apenas sorriu em resposta, fazendo Melinda sorrir juntamente.
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  Era pouco mais de onze horas quando Mel terminou de ler o último capítulo de um livro, Jim fora deitar-se cedo, já que no dia seguinte teria de ir trabalhar algumas horas antes do que o normal. Melinda não se sentia cansada o bastante para ir dormir, então resolveu ficar na sala para esperar o sono bater. Ligou a televisão em um canal de desenhos animados, normalmente não gostava desse tipo de coisa, mas assistir algo engraçado e leve era a melhor escolha às onze da noite.
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  Por alguns minutos ela permaneceu sozinha, até que uma presença se materializou ao seu lado no sofá, sacudindo as pernas enquanto assistia ao desenho.
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  — Eu sempre gostei do Pernalonga. — A garotinha disse encarando a TV.
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  — Oh! — Melinda exclamou com a surpresa. — Olá! — Sorriu ao ver o fantasma sorrindo.
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  — Eu quero voltar… — A menina murmurou cabisbaixa. — Mas não consigo achar meu caminho! — choramingou.
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  — Onde estão seus pais? — Mel perguntou encarando a menina que balançou a cabeça negativamente, ela não sabia onde eles estavam.
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  Melinda observou mais atentamente sua mais nova fantasma, e por um instante pensou ter a sensação de que ela havia crescido desde a última vez que haviam se visto. Eram detalhes sutis, mas estavam ali. O rosto não era mais tão arredondado como o de uma criança de 5 ou 6 anos, os cabelos negros pareciam ter crescido alguns centímetros, e ela parecia ter emagrecido um pouco… Ou talvez tivesse ficado mais alta…
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  Mel encarou aquilo confusa. Nunca havia visto um fantasma crescer ou se desenvolver como os vivos, mas aparentemente era o que estava acontecendo ali.
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  — Quero voltar. — A criança fez bico. — Por que não consigo? Quero voltar, quero voltar, quero voltar! — Ela resmungou incessantemente, até que repentinamente desapareceu.
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4TH

  — Consegui algumas informações sobre a garota que comentei. — Jim entrou na loja da esposa com uma pasta em mãos, logo a entregando para Mel. — Essa é . — Mostrou uma pequena foto onde a mesma garotinha fantasma se encontrava.
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  — É ela! — Melinda exclamou. — Conseguiu mais alguma informação?
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  — Parece que ela entrou em coma depois do resgate, e então foi transferida para um hospital fora da cidade. — Jim explicou.
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  Melinda ia comentar algo quando percebeu a presença de uma garota de cerca de 16 ou 17 anos. Ela tinha os mesmos olhos castanhos brilhantes da pequena garotinha de dias atrás e também os mesmos cabelos negros, agora soltos em cascatas. Usava a roupa de hospital, mas seria possível ser o mesmo espírito?
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  — Eu não estou morta. — Ouviu-a dizer antes da mesma desaparecer.
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  — Eu sei… — Mel murmurou sem ação.
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  Mel havia conseguido entrar em contato com a família . Embora mantivessem a esperança de a única filha finalmente abrir os olhos daquele sono sem fim, era visível que aquele fato ainda os machucava muito. Nenhum médico conseguiu entender o que estava acontecendo com a menina, já que o incêndio não a tinha prejudicado de forma significante. O esperado era que ela despertasse com rapidez.
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  — Minha menina era tão cheia de vida e imaginação… — A sra. murmurou com o olhar distante enquanto folheava um álbum de fotos antigo. — Aqui, pouco antes do incêndio. — A mulher empurrou uma foto na direção de Melinda onde havia uma menina sorridente vestida com uma jardineira amarela.
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  — Ela parecia bem saudável. — Mel murmurou tentando entender o que estava acontecendo com seu novo fantasma nem tão morto assim.
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  — estava ótima. Estava feliz por ter feito um novo amiguinho… — A senhora murmurou e o marido soltou o ar pelo nariz, revirando os olhos.
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  — Aconteceu alguma coisa, senhor ? — Mel perguntou achando aquela reação estranha e fora de contexto.
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  — Ela não fez nenhum novo amigo de verdade. — O homem explicou. — Já fazia algum tempo que ela dizia que durante a noite ela ia visitar um garoto que tinha conhecido, mas sabemos bem que eram apenas devaneios, sonhos de uma criança cheia de imaginação.
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  — Bem, sim… — A senhora murmurou. — Mas ela falava tanto desse menino… Como era o nome mesmo? Ted?
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  — Ned, querida, Ned. — O sr. completou num suspiro, um tanto a contragosto.
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  — Isso, o pequeno Ned. Ela falava tanto sobre ele que o fazia parecer real. passava a tarde brincando com os coleguinhas na escola, mas mal via a hora de dormir para poder encontrar com o amigo.
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  — Eram sonhos, meu amor… — O pai de murmurou massageando a base do nariz, mas num tom calmo.
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  O silêncio durou por alguns instantes, e Mel pensava se aquilo poderia ser simplesmente uma coincidência.
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  — Me diga, senhora , falava mais sobre esse amiguinho?
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  — Ah, sim. — A mulher balançou a cabeça e sorriu com tristeza. — Ela dizia que Ned ia dormir tarde, por isso ela conseguia ir falar com ele, já que dormia cedo. Também comentou algo sobre ele estar chateado com o pai… Eu não entendo essa parte até hoje. — A mãe de parou pensativa. — Ela sempre dizia que Ned era um menino legal, apesar de ser um menino.
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  A senhora soltou um risinho e Melinda a acompanhou.
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  Após sair da casa dos , ela não conseguiu tirar da cabeça a suspeita que estava criando. Precisava falar com Delia, então correu para voltar para a loja de antiguidades encontrando a sócia arrumando algumas coisas novas nas prateleiras.
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  — Olá, Melinda. Como foi com os pais da garotinha?
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  — Consegui algumas informações, mas, Delia… — Mel disse se aproximando da amiga que parou de fazer o que fazia para dar-lhe atenção. — Você sabe me dizer se Ned tinha amigos imaginários?
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  A pergunta pegou Delia de surpresa, já que a conversa havia se iniciado com o novo “caso” de Melinda, o que aquilo devia ter a ver?
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  — Ah… — A mais velha ficou pensativa. — Eu não sei, acho que não… — Continuou fazendo um esforço. — Oh, uma vez, quando Ned tinha sete anos ele mencionou alguém chamado . Mas foi só uma vez e nunca mais.
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  Melinda balançou a cabeça pensativa. Mesmo assim, poderia ser?
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  — Por que a pergunta?
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  — Eu só estava pensando.
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  — Isso tem a ver com o caso?
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  — Talvez…
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5TH

  Ned estava no antiquário tentando se entreter com seu celular, sua mãe tivera de sair para resolver algumas coisas pela cidade e Melinda estava correndo atrás de pistas sobre seu novo fantasma, sendo assim, ele acabou ficando na loja a pedido da mãe.
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  Não haveria muito o que fazer durante a saída de Delia, o lugar não tinha muito movimento, embora uma vez ou outra algum turista aparecesse para comprar alguma coisa ou algum morador de Grandville surgisse procurando por itens de qualidade, mas com preço mais acessível. Ned estava esperando que fosse mais um dia daqueles — a verdade era que havia tido uma discussão com um de seus melhores amigos e seu humor não estava dos melhores —, mas suas esperanças foram interrompidas quando o barulho do sino na porta da frente soou, informando que alguém havia entrado.
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  O rapaz levantou os olhos do celular e tentou colocar sua expressão mais simpática no rosto para atender ao novo possível cliente.
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  — Olá, seja bem-vinda. — Murmurou para a garota que havia entrado e observava com curiosidade as prateleiras cheias pela loja, fazendo uma careta discreta ao bater os olhos na área de bonecas. Ned riu baixinho e saiu de trás do balcão do caixa. — Não gosta de bonecas? — Perguntou se aproximando da moça, que balançou a cabeça fazendo uma nova careta. — Eu também não gosto de bonecas. — Ned disse quase de forma compreensiva. — Algumas são realmente assustadoras.
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  — Não é? — A garota finalmente disse se virando para ele. — Minha mãe achava esse medo bobo. Mas existem filmes de terror o suficiente por aí para não subestimar essas coisas. — Ela apontou para um trio de bonecas de porcelana no alto de uma prateleira e fez uma nova careta.
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  Ned riu novamente e se virou para a garota. Algo parecia vagamente familiar nela, mas era algo no inconsciente do rapaz que lhe dizia isso. Não fazia ideia de quem ela poderia ser.
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  — Você está à procura de alguma coisa em especial?
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  A moça balançou a cabeça negando.
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  — Eu só estava de passagem e… Alguma coisa me chamou a atenção aqui… — Ela deu de ombros sorrindo timidamente.
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  — Sou Ned. — O rapaz estendeu a mão, mas a garota encolheu os ombros colocando os braços para trás.
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  — . — Sussurrou parecendo envergonhada por algum motivo.
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  Ao ouvir o nome, Ned sentiu a familiaridade bater novamente, mas não sabia por qual motivo. Tentando ser simpático, sorriu e fez sinal para o resto da loja.
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  — Você pode ficar à vontade para olhar por aqui. E se tiver alguma coisa específica que esteja procurando, podemos ver se achamos e… — Ele parou no meio da explicação quando Melinda e Delia entraram na loja conversando.
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  — Oi, Ned, algum cliente enquanto estivemos fora? — Delia perguntou deixando algumas sacolas sobre uma pequena mesa de madeira e tirando os óculos escuros para encarar o filho.
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  — Tô com uma cliente bem aqui, mãe… — Ned murmurou erguendo a sobrancelha, um tanto constrangido diante da moça chamada .
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  Delia se virou surpresa, pronta para pedir desculpas, mas se deteve no meio do ato. Com uma cara de interrogação ela se virou para Melinda, que estava parada, encarando seriamente o nada ao lado de Ned.
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6TH

  Três pessoas estavam sentadas ao redor da pequena mesa de madeira da loja de antiguidades “Como Nunca Foi…” discutindo seriamente.
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  — Então… O que isso quer dizer? — Delia perguntou, o olhar fixo em um ponto qualquer da mesa, sem saber muito bem como reagir.
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  — Eu posso ver fantasmas como você? — Ned perguntou confuso, seus olhos não desgrudando da garota que ele havia pensado ser uma cliente há poucos minutos.
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  — Duvido muito, Ned… — Melinda murmurou massageando as têmporas. — Mas de alguma forma você consegue ver .
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  — Ela vai me assombrar? — o rapaz perguntou hesitante.
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  — Eu não sou um fantasma! — reclamou fazendo menção de dar um tapa na nuca do garoto, mas sua mão o atravessou com facilidade. — Pelo menos não um fantasma morto… — Fez careta e cruzou os braços.
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  — Espera… ? — Delia ergueu o olhar para encarar Mel, os olhos arregalados. — Foi por isso que me perguntou se o Ned tinha tido amigos imaginários?
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  Melinda concordou e Ned finalmente deixou de encarar o lugar em que a garota estava para dar atenção à mãe e à amiga.
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  — Amigos imaginários? — perguntou confuso.
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  — Você uma vez, há mais de dez anos, estava em seu quarto conversando com alguém quando entrei para guardar as roupas passadas. E me deu bronca porque eu tinha “assustado a ”. — Delia explicou.
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  — E você me disse que eu já era velho demais para ter um amigo imaginário… — O olhar de Ned ficou perdido por alguns instantes, trazendo as lembranças de volta à tona. — Melinda… Você ainda tem a foto da garotinha do incêndio?
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  A mulher assentiu e vasculhou em sua bolsa à procura da imagem xerocada que Jim havia lhe dado dias antes e entregou para o rapaz.
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  — Caramba… — Soltou espantado, mas não tão surpreso. — Você é a ? — perguntou encarando a moça que havia se esgueirado para o seu lado para ver a foto também. — A minha amiga ?
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   parecia estar numa memória nostálgica enquanto observava a própria foto.
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  — Eu adorava esse vestido… — Comentou ainda olhando para a imagem, deixando um sorriso escapar.
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  — Puta merda.
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  — Ned! — Delia repreendeu dando um tapa no braço do filho, mas não sem antes atravessar o corpo de .
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  — Isso não foi legal. — A fantasma exclamou dando um pulo para trás, assustada. — Na verdade, foi bem desconfortável… — Fez careta estremecendo.
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  — Sinto muito. — Ned murmurou, um pouco preocupado. — Ela não consegue te ver… Não foi por querer.
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  Delia olhou para o filho sem entender e depois olhou para Melinda, questionando.
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  — Você acabou de atravessar a com o braço, Delia. — Mel riu enquanto a mãe de Ned cobria a boca surpresa e um pouco sem graça, não sabia como agir, a situação era atípica demais.
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  — Eu sinto muito…? — murmurou confusa e Melinda e Ned riram.
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7TH

  Após algum tempo de conversa fiada, os três começaram a discutir qual seria o motivo de ter ido parar ali, a quilômetros de onde seu corpo físico estava, mas não haviam chegado a nenhuma conclusão.
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  Agora Ned estava em seu quarto com a sua antiga amiga imaginária sentada ao pé da cama observando tudo com curiosidade.
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  — Você se lembra de alguma coisa? — Ned perguntou sentando ao lado da garota.
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   balançou a cabeça.
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  — Está tudo muito confuso, na verdade… — Ela fez bico, parecendo chateada. — Eu não sei há quanto tempo eu estou assim. Mal sei quando deixei de ser criança.
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  — Você precisa tentar se lembrar… — Ned refreou o instinto de erguer a mão para confortar , isso só a ofenderia por atravessar seu corpo.
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  A garota se recostou – ou o que os fantasmas fazem – na parede e ficou encarando o quarto ao seu redor, vasculhando cada canto, esperando por algum sinal que a fizesse se recordar de qualquer coisa, foi quando seus olhos pararam na porta, perto do guarda-roupas. se levantou, caminhou até um ponto do quarto e ficou parada em pé, encarando a porta.
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  Ned acompanhou cada movimento, curioso para saber o que estava acontecendo, mas decidiu não interromper, podia ser algo importante. Mas por um minuto inteiro nada aconteceu e a amiga imaginária ficou parada como uma estátua ali no meio do quarto.
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  — ? — chamou quase num sussurro.
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  Ela virou o rosto de repente, como se saísse de um transe e piscou várias vezes.
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  — O quê? — perguntou confusa.
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  — Faz mais de um minuto que você tá aí parada… — Ned murmurou com cautela. — O que houve?
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  — Eu acho que me lembrei da última vez que estive aqui… — disse baixinho, indo se sentar de volta na cama, como se precisasse de um apoio para o corpo. — Quando você ainda era um menino…
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  — Você desapareceu de repente e nunca mais voltou…
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  — É…
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  — Eu pensei que você tivesse ouvido o que minha mãe tinha dito e por isso tinha sumido, porque se ofendeu… — Ned riu um pouco sem jeito ao se lembrar de tantos anos antes. — Mas depois, com o tempo, eu fui crescendo e fui começando a acreditar que você era só um sonho de infância…
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  — Eu não voltei porque… — fechou os olhos parecendo fazer um enorme esforço para se lembrar de algo. — Aquele foi o dia do incêndio… — Murmurou por fim. — Quando eu tentei encontrar o caminho para casa… Não tinha mais… Casa. E de repente eu fui puxada para algum lugar… E me perdi…
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  Houve um grande instante de silêncio com ambos os adolescentes tentando assimilar cada um as suas próprias ideias e pensamentos.
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  — Mas você já tinha aparecido para mim muitas outras vezes antes desse dia… — Ned murmurou de repente, a expressão confusa. Ela não tinha entrado em coma ainda…
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  — Eu tinha, não tinha? — parecia ainda mais confusa que ele.
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  — Espera. — O rapaz murmurou se levantando da cama e indo em direção ao seu computador em um dos cantos do quarto. Depois de mexer no mouse, abriu o navegador e começou a digitar na barra de pesquisa.
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  — Projeção astral? — perguntou lendo o termo de busca.
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  — Aqui — Ned abriu uma página e começou a ler. — “Projeção Astral descreveria um suposto fenômeno paranormal: a ‘saída’ da consciência do corpo humano e uma suposta ‘manifestação’ em uma ‘dimensão extrafísica’ ou plano espiritual”.
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   leu e releu aquilo várias vezes antes de voltar o seu olhar para Ned que esperava por alguma reação.
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  — Você acha que eu posso fazer isso? — perguntou num murmúrio.
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  — Explicaria as coisas, não explicaria? — Ned voltou-se novamente para o computador. — “Um corpo astral não se perde de seu corpo físico, ambos são ligados por uma corda que os conecta”. Ok, deve ter alguma coisa que possa nos dizer o que está acontecendo com você. — O rapaz apertou alguns botões e a impressora começou a funcionar. Logo ele estava em pé com vários papéis em mãos os enfiando na mochila.
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  — Onde vai? — perguntou confusa.
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  — Vamos falar com Melinda, ela pode nos ajudar a entender melhor as coisas com essas novas informações. — Ned quase estendeu a mão para puxar a velha amiga imaginária consigo, mas conseguiu se parar no meio do ato. — Vamos lá. — Disse saindo do quarto e descendo as escadas.
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8TH

  Ned, Melinda e Jim haviam ficado discutindo por um bom tempo sobre as possibilidades de ter ficado presa fora do corpo, pelos relatos da garota, seu espírito havia se perdido do corpo após o incêndio e após ficar algum tempo vagando…
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  — Foi como se eu tivesse acordado de um longo sono e de repente… Eu tava aqui… No banheiro da sua casa. — murmurou olhando para Melinda que assentiu de forma compreensiva. — Posso dizer que você… Brilha. Se destaca nesse mundo em que estou… Por isso vim atrás de você.
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  — E por que eu posso vê-la também? — Ned perguntou confuso.
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  — Eu estava seguindo o rastro de Melinda quando vi você na loja. — murmurou pensativa. — E me desviei do caminho porque… Porque eu senti que algo ali era pra mim. — ergueu os olhos e os fixou em Ned que ficou desconfortável por alguns instantes. — Quando eu entrei na loja eu não sabia o que estava procurando e não esperava que alguém viesse falar comigo… Ninguém estava me vendo a não ser ela. — apontou Mel. — E de repente você apareceu e começou a conversar comigo… Eu sabia que era você, depois disso.
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  Melinda e Jim olhavam atentamente para Ned. Jim apenas curioso, já que o rapaz parecia confuso e de repente um tanto tímido. Já Mel queria entender melhor o que tudo aquilo significava.
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  — Você foi atraída por Ned? — a mulher finalmente perguntou e Jim, completamente por fora do assunto ergueu a sobrancelha com a pergunta.
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  — Não exatamente por ele. Mas por um sentimento familiar…
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  — Algo que você já sentiu alguma vez antes?
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  — Não. — balançou a cabeça negando. — Algo que ele já sentiu.
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  Melinda voltou os olhos para Ned que agora olhava para desconcertado.
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  — Você lembra da primeira vez que me viu? — o espírito perguntou seriamente para o rapaz que desviou o olhar, tentando se esforçar para trazer a memória à tona. — Você disse que estava muito magoado. Que tinha perdido seu melhor amigo.
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  Ned baixou o olhar ao se lembrar. Naquela época, havia pouco tempo tinha perdido o pai, o sentimento de luto ainda estava impregnado nele.
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  — Não foi tão forte quanto naquele dia, mas foi algo muito parecido. — concluiu. — Por isso eu fui até a loja. E porque isso me fez lembrar de uma promessa.
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  Ned ergueu a cabeça assim que a última palavra foi dita. Ele não se lembrava muito bem das coisas que tinham acontecido na sua infância, mas se lembrava de que por algum motivo ele se sentiu desapontado com algum coleguinha o ter deixado, embora sua mãe não se recordasse de nenhuma despedida realmente dolorosa de amigos na sua infância. Então havia mesmo tido um ocorrido. Ele soltou um riso e sorriu balançando a cabeça.
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  — Obrigado. — Murmurou e Mel e Jim se entreolharam confusos. — Tem alguma coisa que possamos fazer para ajudá-la a voltar para o corpo? — o rapaz perguntou por fim, percebendo os olhares curiosos sobre si.
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  — Se ela sente uma conexão com você e pode me seguir… — Melinda murmurou pensativa. — Talvez só tenhamos que leva-la para perto do corpo.
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  — Ótimo, vamos fazer isso. — Ned se levantou parecendo decidido.
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  — Agora? — Jim perguntou erguendo as sobrancelhas. — Pessoal, são dez da noite, o hospital não vai nos deixar entrar para visita e Delia com certeza deve estar preocupada com você. — O homem apontou para Ned com cara séria. — Vamos resolver isso amanhã.
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  — Mas…
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  — Vamos, garoto, vou te dar uma carona. — Jim já estava em pé e indo pegar as chaves do seu carro.
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  Não houve tempo para protestos.
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9TH

  Ned mal conseguiu pegar no sono. o seguiu de volta para sua casa — o que para o rapaz foi um alívio — e quando ele deitou na cama, não conseguiu deixar de conversar com .
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  Por vários meses na sua infância a garotinha que aquela havia sido foi o conforto que ele tivera nas noites após a morte do pai. Descobrir que ela era real e que estava viva o deixou atônito. A pequena havia conhecido um lado de Ned Banks que mais ninguém além dos pais teve a oportunidade de conhecer. Além de ter sabido segredos sobre sentimentos que nem mesmo Delia soubera.
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  Por mais que onze anos tivessem se passado, aquelas coisas estavam, de alguma forma, muito enraizadas nele. Um dia, o havia ajudado. Agora ele esperava poder fazer o mesmo por ela.
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  Na manhã seguinte, quando chegaram ao hospital, Ned estava ansioso. Mesmo que soubesse que era real, ainda não conseguia realmente acreditar e estava ansioso para ver com os próprios olhos. Jim e Melinda também estavam ali. Quando os três subiram para o quarto de , viram o sr. e a sra. conversando em frente à porta do quarto.
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  — Aconteceu alguma coisa? — Melinda perguntou assim que os pais de a avistaram.
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  — O doutor estava dizendo que… — A voz da senhora estava um tanto embargada.
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  — Os sinais vitais estão caindo… Assim como as ondas cerebrais…
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  — O quê? — Ned perguntou de repente se dando conta de que não estava mais ao seu lado. — Cadê ela? — Sussurrou para Melinda que não soube responder.
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  — O que você está fazendo aqui, Melinda? — a senhora perguntou fungando e tentando sorrir.
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  — Viemos… Visitar a … — Mel explicou.
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  — E esses dois seriam…? — o senhor perguntou desconfiado.
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  — Jim Clancy, senhor. — Estendeu a mão em cumprimento.
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  — Você não me é estranho…
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  — Eu estava lá com o corpo de bombeiros na noite do incêndio, senhor.
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  Uma luz de reconhecimento surgiu nos olhos do pai de .
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  — Foi você o bombeiro que a tirou de lá… — O homem murmurou assentindo.
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  — Será que eu posso ver ela agora? — Ned perguntou quase com urgência para Melinda, mas os pais de também puderam ouvir.
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  — E você, quem seria? — a expressão do pai ficou mais severa ao encarar o rapaz à sua frente.
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  — Sou amigo da . — Ele respondeu observando a porta do quarto tentando achar uma forma de passar pela barreira de pais.
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  O sr. soltou um riso debochado.
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  — Minha filha não tem mais amigos, rapaz. E eu não me lembro de ninguém como você na infância dela.
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  Ned abriu a boca para retrucar, mas foi interrompido quando um par de enfermeiras abriu caminho entre o pequeno grupo em frente à porta e adentrou o quarto com pressa.
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  — O que está acontecendo? — a mãe de perguntou fazendo menção de entrar no quarto, mas sendo barrada.
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  — Não pode entrar, senhora. — A enfermeira apressada avisou, mas logo correu para a cama onde o corpo de estava repousado.
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  — Ah, não… — Jim murmurou não muito animado.
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  — O quê?
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  — Isso não é bom, o coração está falhando…
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  Ned arregalou os olhos quando ouviu aquilo. Haviam chegado até ali só para morrer de verdade? Aproveitando a desatenção do senhor e a correria das enfermeiras, ele se esgueirou pela porta e correu até a cama, teve a leve impressão de que havia ouvido alguém o chamar, mas não tinha tempo para responder. precisava voltar para o corpo.
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  — Vamos, , você consegue! — Ned exclamou quando encostou na mão ainda quente do corpo da garota. As duas enfermeiras tentaram puxá-lo para fora dali, mas ele não soltou a mão que segurava. — Anda, ! Tem que voltar agora! Você me prometeu!
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  Na última palavra o pai de havia entrado no quarto e puxou Ned para longe da filha com força, mas tudo o que ele podia ter feito já o tinha sido.
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  — O que você pensa que está fazendo, garoto?! — o senhor berrou com certa raiva, e então houve o silêncio. E o som do monitor cardíaco de soando ritmado e saudável novamente.
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  Ned se endireitou na mesma hora em que abriu os olhos e as enfermeiras se olhavam confusas.
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  — Mamãe? — uma voz fraca chamou e o corpo de se moveu sobre a cama.
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  O senhor e a senhora correram para perto da filha se esquecendo completamente dos três estranhos no quarto.
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  — Filha, filha! — a senhora beijou e abraçou a garota, as lágrimas escorrendo pelo rosto. — Eu pensei que nunca mais te veria acordada!
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  — Eca, mamãe! — a garota reclamou soando infantil, tentando limpar o rosto que a mulher havia beijado de forma que consideraria “babado”. Quando ela finalmente foi abraçada pelo pai também, a garota conseguiu ver que não estavam apenas a família ali. — Eu morri? — Sussurrou baixinho, mas a senhora ouviu.
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  — É claro que não! — a mulher exclamou quase que ultrajada.
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  — Por que eu tô vendo o Ned aqui? — perguntou encarando o rapaz de cabelos castanhos e olhos azuis que estava parado ao pé de sua cama.
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  — O quê? — os pais perguntaram encarando a filha seriamente.
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  — Por que eu tô vendo uma versão crescida do meu amigo aqui? — ela olhou ao redor e parou o olhar na janela. — E ainda é dia. Eu não devia estar te vendo!
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  — Você conhece este rapaz? — o senhor perguntou se endireitando.
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  — É o Ned, papai! — exclamou como se fosse óbvio, mas logo parou. — Você está vendo ele? — perguntou arregalando os olhos. — O que está acontecendo?
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10TH

  Algum tempo mais tarde

  Foi difícil para os pais de começarem a entender o que havia acontecido com ela e muito mais para entender que o amigo dos sonhos de , na verdade era bem real e estava ali. Mas por fim, os dois deram um jeito de aceitar que de alguma forma Ned Banks e se conheciam de fato.
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  Ainda mais difícil foi entender que onze anos haviam se passado desde a última vez que havia estado acordada. E que agora ela tinha dezessete anos embora tivesse ido dormir com seis.
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  — Isso tudo é muito estranho e confuso… — murmurou pensativa.
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  — Você não faz nem ideia. — Ned respondeu e os dois riram.
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  — A última coisa que realmente me lembro é de ter ido até o seu quarto naquela noite.
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  Ned observou a amiga de rabo de olho. Os dois estavam na praça central da cidade, ainda precisava de ajuda para caminhar, já que seus músculos haviam ficado tanto tempo sem exercícios, mas ela se recuperava bem e estava se adaptando à nova realidade com facilidade.
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  — Estou feliz em saber que você não era uma amiga imaginária, afinal. — O rapaz murmurou sorrindo satisfeito.
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  — Obrigada por ter me ajudado… — sorriu um pouco sem graça.
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  Ela não se lembrava de muito do que havia acontecido nas últimas semanas antes de despertar, algumas coisas vinham à sua mente, mas ela nunca sabia dizer se era apenas um sonho ou se havia sido real. Mas ela sabia e sentia que Ned Banks havia sido primordial para o seu retorno.
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  — É para isso que os amigos servem, não é? — o rapaz voltou-se para a garota que sorriu ainda mais largamente. — E obrigado por ter voltado. — Ele quase sussurrou discretamente segurando a mão de que estava sobre o banco, ao seu lado.
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  — Eu prometi, não foi?
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Fim

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