English Love Affair
Tudo começou em um final de semana de maio. A primavera já dava o ar de sua graça havia alguns meses, mas para , tudo era novo.
A banda estava na Inglaterra para uma pequena turnê em três cidades. Já haviam se apresentado em duas e agora, estavam em Londres para a última apresentação antes de partirem para a Irlanda, e então voltarem para os Estados Unidos.
Para , tirando o fato de poder tocar para suas fãs inglesas, ele não achava a cidade de Londres nada demais. Era cheia de gente, grande parte turistas. Já havia visitado a cidade outras vezes, todas em turnês, pois não era o destino que ele escolheria para passear, quando havia ainda um mundo de lugares desconhecidos para ir.
– Vamos naquele pub que sempre nos serve petiscos extras! – diz, animado com a ideia de ganhar coisas de graça. Apesar de serem famosos, não é sempre que a banda recebe mimos dos lugares; quando acontecia, tendiam a se tornar clientes assíduos como uma forma de retribuição.
No entanto, não estava afim de ir naquele local de sempre. Estava assíduo por um lugar novo, algo que lhe despertasse algo diferente. Queria mais atenção, mais… mais.
– Vou pra outro lugar. – ele disse, sem perguntar aos amigos se queriam o acompanhar, no entanto, mesmo que convidasse, nenhum iria junto, pois todos estavam em busca de comer mais e gastar menos. Além disso, a previsão do tempo era de chuva, como típico de Londres e também da estação, então todos preferiam permanecer nas redondezas do hotel em que estavam hospedados.
Acabou em um bairro próximo de Mayfair por indicação de algumas pessoas na internet.
O pub não era cheio como os que estava acostumado a ir com a banda. Quando pediu o menu de bebidas, sentado no balcão do bar, soube o motivo: preços exorbitantes por uma quantidade minúscula de álcool.
Conversando com o bartender, que ainda estava disponível, pois o local não estava muito cheio, acabou pedindo a bebida especialidade da casa. Era uma bebida amarga, do jeito que muitas pessoas que ele conhecia diziam gostar, mas não ele. Cada gole vinha acompanhado por uma careta diferente, o que causava risos no bartender. suspeitou que a sugestão foi só para a própria diversão do homem.
E então, de repente, uma sensação incômoda lhe tocou a espinha, o que o fez olhar para trás e vê-la. .
Era como se a primavera entrasse pela porta e tomasse conta do lugar. , inclusive, tinha certeza que o ambiente estava com um aroma mais floral.
Ela caminhou em sua direção, talvez com a intenção de chegar até ele, talvez não. Mas sentou-se em seu lado e disse:
– Oi Kev, o mesmo de sempre.
O bartender, o mesmo que atendeu , agora tinha a postura mais ereta e o peito mais inflado. identificou os sinais de que estava tentando chamar a atenção da mulher, mas sem sucesso.
– Americano? – ela olhou para , que ergueu uma das sobrancelhas. – Acertei, não foi? – disse, com um sorriso no rosto.
nunca foi bom com esse jogo de cintura. Mas, de repente, ele sabia exatamente o que falar para , que se mostrou mais interessada em falar com ele, do que dar atenção aos outros homens que vinham paquerá-la.
Enquanto ela falava, observou a mulher de pele morena que chegava a parecer veludo. Os olhos eram grandes e com cílios enormes; os lábios, muito cheios, pintados em uma cor vermelha, mas não forte, estava mais puxado para um tom avermelhado de boca. Era alta, talvez quase da altura dele, mas ainda ganhava, e ela usava um pequeno salto. Devido à altura maior do que a maioria das mulheres, foi inevitável os olhos não pararem nas pernas; assim que as viu, ele imediatamente decidiu que aquelas eram as partes do corpo mais bonita de .
Gerente de marketing em uma agência bastante conceituada de Londres, ela gostava de ir àquele pub para bater um papo sem compromisso nenhum. Isso lhe rendia bons contatos. Profissionais e não profissionais. Tinha facilidade em se comunicar com desconhecidos e os deixá-los à vontade. Sua profissão requer isso o tempo todo, então se tornou um estilo de vida.
– Estar em uma banda deve ser incrível! – ela diz, terminando sua terceira bebida. – Você viajou o mundo inteiro?
– Nunca fui para a Ásia. E nem para a África. – ele responde.
– Uau – ela sorri –, tenho um sonho de conhecer o mundo inteiro. Pelo menos um país de cada continente. Até agora conheço só a Europa, a América do Norte e Central.
– Já foi para os Estados Unidos?
– A trabalho – ela concordou –, sempre temos eventos e congressos em Los Angeles e Nova Iorque.
– Claro.
– Claro – ela ri. – Mas eu gosto! São duas cidades bem legais, com muita coisa para se fazer.
sabia exatamente o que ela queria dizer. Perdeu a conta de quantas vezes visitou as duas cidades, a maioria a trabalho também.
– Mas nunca fiquei com nenhum americano.
O olhar parecia sonolento, mas conseguia muito bem diferenciar sensualidade e sono. exalava sensualidade. Os lábios estavam inchados, pois ele viu o tanto de vezes que ela os mordia como um hábito. E isso tornou mais difícil não querer beijá-los. Porque lábios carnudos eram os favoritos dele, e ela parecia tê-los no tamanho e volume certo.
Quando deu por si, estava perdido entre os lábios de , jogados no banco de trás de um táxi cuja porta abria de maneira esquisita, indo para a casa da mulher, localizada no bairro de Mayfair.
jogou uma nota de 20 para o motorista, que não reclamou quando os dois saíram rapidamente, sem se importar de pegar o troco, que dava pouco menos de 10 libras.
A chuva na região era torrencial, e ao invés de reclamar dos cabelos sendo molhados, puxou para um beijo como se fosse cena de filme – tirando o fato da chuva estar realmente forte e sentir que estava bebendo mais água do que saliva.
Diferente da imagem que se tem das casas inglesas, aquela era grande, mesmo não parecendo, quando vista do lado de fora. A porta verde escura envernizada mostrava um hall com piso de mármore em tom gelo, e escadas forradas por um tapete cinza que parecia novo. Tudo ali dentro era grande, os vãos da porta, o sofá, os quadros nas paredes, os enfeites em cima dos móveis… e tudo parecia ser de extrema qualidade.
E antes que pudesse observar melhor a obra de arte que era a decoração da casa, o puxou para cima, enchendo-o de beijos, o que os obrigou a parar de tempo em tempo, caso contrário perderiam o rumo, e talvez até mesmo o equilíbrio, antes de chegarem na cama king-size do quarto principal da casa.
– Uau – foi a única coisa que ele disse quando, deitado na cama já sem camisa e com a braguilha da calça aberta, despiu a lingerie.
– Você precisa ir agora? – a voz rouca de sono surgiu assim que se sentou na beira da cama.
Mal havia dormido e, mesmo assim, sentia-se energizado para o dia que viria pela frente.
Olhou para trás, onde , nua, o encarava com preguiça. Queria poder voltar para os braços dela, mas precisava estar no local do show em meia hora para a passagem de som, ou ele voltaria para os Estados Unidos mais cedo, com uma péssima relação com os melhores amigos e talvez desempregado.
– Tenho que estar lá em meia hora.
gemeu de desânimo, o fazendo querer voltar para a cama e seus braços, mas olhou no relógio. Não poderia nem se dar o prazer de aproveitar uma última vez. Por isso, engatinhou até ela quando estava já vestido, e deu-lhe um último beijo de despedida.
Ao sair da residência, olhou para trás e suspirou. Sabia que nunca mais veria . Tudo havia sido perfeito demais. E momentos como esse dificilmente voltam.
~*~
– , mano! – o foi retirado de seus devaneios pela mão de , que balançava em sua frente, junto de uma expressão que dizia que ele já estava a um bom tempo tentando conquistar a atenção do amigo. – Se perdeu, foi?
– É… – corou. – Estava aqui pensando no passado.
Os amigos de banda se entreolharam. Pensar no passado só tinha um significado…
– De novo a “moça” de Londres? – fez um sinal de aspas com os dedos das duas mãos, mostrando sua ironia e fazendo os amigos rir, menos , que fechou a cara. – Já fazem quatro anos…
– E vocês ainda acham que eu inventei?
, que segurava o riso e por isso tinha uma expressão de deboche, disse:
– Bem, nós só podemos acreditar na sua palavra, não é?
O que deixava bem claro que sim, eles ainda achavam que havia inventado toda a história com .
No meio dos risos dos amigos, o não teve escolha a não ser se conformar de que aquele caso de amor ficaria somente na lembrança dele; sabia que ninguém acreditaria em sua história, mas isso não importava mais.
Pensando bem, era até bom ter tudo só para ele. Não é qualquer um que consegue ter um caso amoroso como aquele. E às vezes ele se pegava lembrando daqueles lábios, até a realidade bater e ele se recordar que havia milhares de milhas de distância entre ele e .
Mas era melhor assim. Deixasse que as pessoas pensassem o que quisessem do caso de amor dele; o mais importante de tudo, é que ele teria uma história incrível para contar para seus netos.
Fim
JOHN, TU VAI CONTAR ESSA HISTÓRIA PROS SEUS NETOS, MAS EU BEM TÔ ESPERANDO QUE OS SEUS NETOS TAMBÉM SEJAM OS MEUS. KKKKKKKKKKK
Cara, fiquei com mais saudade ainda de ler fic com The Maine! Sdd de quando JohnO era meu muso inspirador, viu? HAHAHAH
Apoio mais fanfic sua de The Maine, Nat HEHEHEHEH
Comentário originalmente postado em 21 de Agosto de 2021