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Enchanted

Capítulo 1

  — Mas como a vovó vai ficar lá sozinha? — questionou a mãe enquanto ela fazia as próprias malas.
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  Areum olhou para a filha enquanto parava de arrumar a mala e então se aproximou de no batente da porta do quarto.
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  — E se trouxéssemos ela para cá? — A mãe ergueu uma sobrancelha —
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  — Mãe, você sabe que a vovó jamais deixaria aquela vila — suspirou, balançando a cabeça. — Ela vive lá desde que nasceu, e mesmo depois que o vovô se foi, ela continuará firme. Não é fácil pra ela, mas eu sei que ela nunca sairia de lá.
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  Areum parou por um momento, olhando a filha com um olhar cansado, mas compreensivo. Seus olhos estavam ligeiramente vermelhos de tantas lágrimas já derramadas. Era evidente o quanto estava sofrendo pela perda de seu pai. A dor ainda era recente, como uma ferida aberta, e podia sentir o peso disso nos ombros da mãe.
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  — Eu sei, querida. Só queria poder cuidar dela de perto. Parece tão errado deixar ela sozinha naquele lugar… — Areum disse com a voz embargada, voltando a organizar as roupas na mala com movimentos mais lentos, como se o ato físico fosse sua única forma de manter a compostura.
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   também estava triste pela morte do avô, mas a verdade é que ela mal o conhecia. Suas visitas à vila sempre foram esparsas e curtas. Ela admirava o avô, claro, mas não sentia a mesma dor devastadora que via na mãe. Para Areum, perder o pai era como perder uma parte de si mesma. Para , era mais uma sensação de distância, como um elo que nunca se fortaleceu o suficiente.
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  Ela caminhou até a mãe, pousando a mão no ombro dela suavemente.
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  — Você fez tudo o que podia, mãe — murmurou, tentando transmitir algum consolo. — A vovó tem muita força. E se ela escolher ficar lá, a gente tem que respeitar isso.
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  Areum apenas assentiu em silêncio, embora a dor ainda permanecesse evidente. Para , era como se estivesse tentando alcançar algo que sempre esteve fora de seu alcance: o relacionamento íntimo e profundo que sua mãe tinha com o avô. Ela sentia a tristeza, claro, mas não da mesma forma intensa.
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   suspirou profundamente, sentindo o peso do momento, e virou-se para a própria mala aberta no chão. Começou a dobrar algumas roupas, guardando-as sem pensar muito, pois a viagem que fariam não exigia grandes preparativos. Era apenas o necessário para o funeral, para se despedir do avô e estar ao lado da avó em um dos momentos mais difíceis de sua vida.
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  Enquanto dobrava uma blusa, sua mente divagava. Fazia tanto tempo desde sua última visita àquela vila. Sempre que pensava nos avós, lembrava-se dos verões que passava lá quando era criança — o som das cigarras, o cheiro de terra molhada, e o silêncio acolhedor do campo, tão diferente da agitação de Seul. Mas com o passar dos anos, as visitas se tornaram menos frequentes. Os compromissos da cidade e a vida que ela havia construído por lá distanciavam-na cada vez mais daquele lugar.
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  — Eu devia ter visitado mais… — murmurou para si mesma, sentindo uma leve pontada de culpa.
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  Mesmo que seu relacionamento com o avô nunca tivesse sido tão próximo quanto o da mãe, sabia que aquele tempo perdido não podia ser recuperado. Agora, tudo o que restava era estar ao lado da avó, apoiá-la, e talvez tentar se reconectar com aquele lugar que um dia havia sido tão familiar.
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  Ela olhou para a mala, agora praticamente pronta, e se deu conta de que a viagem não seria apenas um adeus ao avô. De certa forma, seria também um confronto com o passado, com memórias e partes de si mesma que havia deixado para trás.
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  Com um suspiro, fechou a mala e a colocou ao lado da porta. Sua mãe passou por ali novamente, visivelmente mais calma após uma pausa para respirar.
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  — Está pronta, filha? — Areum perguntou com a voz suave.
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  — Sim, quase. Só vou pegar minha jaqueta — respondeu, tentando soar mais confiante do que se sentia.
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  Areum assentiu e sorriu de leve, embora o brilho em seus olhos ainda estivesse obscurecido pela tristeza. sabia que essa viagem não seria fácil para nenhuma das duas. Mas, ao mesmo tempo, sentia que talvez a tranquilidade da vila pudesse trazer algum tipo de consolo, mesmo que temporário.
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***

  Com as malas prontas, e Areum desceram em silêncio até o carro. A manhã estava cinzenta, como se o tempo refletisse o luto que ambas carregavam. O céu nublado ameaçava uma chuva que parecia nunca chegar, enquanto as ruas de Seul começavam a se agitar com o trânsito costumeiro. O contraste entre o burburinho da cidade e o vazio que elas sentiam por dentro era quase sufocante.
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  Areum abriu a porta do motorista, enquanto colocou as malas no porta-malas. O som da porta batendo ecoou no estacionamento, e por um momento, parou, respirando fundo, tentando se preparar mentalmente para a viagem que estava prestes a fazer. Ela não gostava de funerais — quem gostava? —, mas este parecia particularmente difícil. Não só pela perda em si, mas pela viagem de volta àquele lugar que sempre pareceu tão distante.
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  — Vamos? — A voz da mãe interrompeu seus pensamentos, suave, mas carregada de uma melancolia silenciosa.
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   assentiu e entrou no carro, acomodando-se no banco do passageiro. As duas permaneceram em silêncio enquanto Areum ligava o motor, que ronronou suavemente. Conforme o carro deixava o estacionamento e seguia pelas ruas movimentadas de Seul, olhava pela janela, observando as multidões apressadas e as grandes construções da cidade que deixariam para trás.
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  A viagem até a vila seria longa, cerca de três horas de estrada, passando por colinas verdes e pequenas comunidades rurais. À medida que saíam do caos urbano e entravam no interior mais tranquilo, sentiu uma mudança de atmosfera. O som constante das buzinas e motores foi sendo substituído por um silêncio quase absoluto, quebrado apenas pelo som das rodas no asfalto.
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  Areum dirigia concentrada, os dedos firmemente agarrados ao volante. podia ver o cansaço no rosto da mãe, a tensão nos ombros. Era difícil para ela — perder o pai, enfrentar o luto e, ao mesmo tempo, cuidar de tudo o que vinha com a morte de um ente querido. desejava poder aliviar parte dessa carga, mas tudo o que podia fazer agora era estar ali, ao lado dela.
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  Depois de quase uma hora de viagem, finalmente quebrou o silêncio.
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  — Eu sei que a vovó vai sentir muito a falta do vovô… — ela disse suavemente, ainda olhando para a estrada. — Mas acho que ela vai ficar bem, mãe. Ela é forte, sempre foi.
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  Areum suspirou, seus olhos permanecendo fixos à frente, mas com um brilho de tristeza.
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  — Eu sei. Só que é difícil aceitar que ele se foi, mesmo que já soubéssemos que esse dia ia chegar. Ele era… tão presente, de uma forma que eu achava que seria impossível imaginar a vida sem ele.
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   não respondeu de imediato, deixando que o silêncio voltasse ao carro enquanto ambas se perdiam em seus próprios pensamentos. À medida que as paisagens ao redor começavam a mudar — grandes campos verdes, montanhas à distância e pequenas casas de vilarejo pontuando o horizonte —, sentiu um nó se formar em sua garganta. A vila onde seus avós moravam estava cada vez mais próxima.
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  Era curioso como o tempo parecia se dilatar. As horas passavam devagar, e ao mesmo tempo, cada quilômetro as levava de volta a uma parte de suas vidas que elas sabiam que nunca mais seria a mesma.
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  Quando o carro começou a percorrer a estrada de terra que levava ao vilarejo, o ambiente ao redor mudou completamente. As árvores altas ladeavam o caminho, formando uma espécie de túnel natural que os envolvia em silêncio e tranquilidade. O som dos pneus esmagando a terra seca era o único ruído constante. À medida que o vilarejo surgia no horizonte, com suas casinhas simples e telhados de cerâmica, sentiu uma mistura de nostalgia e apreensão.
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  Ela olhou para a mãe, que mantinha os olhos fixos na estrada, embora seu rosto agora estivesse mais tenso, como se a realidade estivesse se aproximando de maneira avassaladora. Areum suspirou profundamente ao avistar a vila.
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  — É estranho voltar aqui sem ele… — murmurou, mais para si mesma do que para .
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   assentiu, compreendendo o que a mãe estava sentindo. O vilarejo parecia exatamente como ela lembrava — quieto, com uma atmosfera pacífica, quase como se o tempo ali tivesse parado. Mas a ausência do avô, que sempre fora uma presença constante, parecia impregnar o ar, tornando tudo mais pesado.
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  O carro seguiu pelas ruas estreitas e familiares, até que finalmente parou em frente à casa dos avós. A pequena casa de madeira, com seu jardim bem cuidado, estava exatamente como sempre. Era como um refúgio escondido no meio do nada, protegido pela natureza ao redor. observou a casa por um momento, recordando-se dos verões que passava ali, dos dias em que corria pelos campos com a avó, enquanto o avô cuidava das plantações ao fundo.
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  — Chegamos — disse Areum, desligando o motor. Sua voz era calma, mas cheia de emoção contida.
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  As duas saíram do carro, o ar fresco da vila as envolvendo imediatamente. Era diferente do ar de Seul — limpo, com um cheiro de terra e vegetação que não sentia havia anos. Ela respirou fundo, sentindo-se estranhamente reconfortada por estar ali, embora soubesse que a razão daquela visita tornava tudo mais difícil.
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  A porta da casa se abriu lentamente, e a figura da avó de apareceu no batente. Ela estava envelhecida, mais do que lembrava, como se a perda recente tivesse levado consigo parte de sua vitalidade. Mesmo assim, havia uma força quieta em seus olhos, uma firmeza de quem já havia enfrentado a vida com todas as suas dificuldades.
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  — Mãe… — Areum disse baixinho, com a voz embargada, enquanto caminhava em direção à própria mãe.
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  A avó abriu os braços e Areum se lançou neles, afundando o rosto no ombro da mãe. O abraço foi longo, silencioso, mas carregado de uma dor profunda. observou à distância, sentindo-se deslocada naquele momento íntimo, mas também tocada pela conexão entre as duas.
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  Quando o abraço terminou, a avó olhou para com um sorriso suave, embora seus olhos ainda estivessem úmidos.
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  — , querida — ela disse, estendendo a mão.
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   caminhou até ela, abraçando-a com cuidado. Sentiu o cheiro familiar da avó — uma mistura de ervas e terra —, algo que sempre a reconfortava quando era criança.
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  — Senti sua falta, vovó — sussurrou.
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  — Eu também senti a sua — a avó respondeu, apertando-a gentilmente antes de se afastar. — Entrem, vou preparar um chá. Precisamos de um pouco de calor depois de uma viagem tão longa.
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  Areum e assentiram, seguindo a avó para dentro da casa. O interior era exatamente como lembrava: simples, com móveis de madeira, fotografias antigas nas paredes e o cheiro reconfortante de chá fresco que parecia sempre estar no ar. No entanto, a ausência do avô era sentida em cada canto da casa, como se uma parte vital estivesse faltando.
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  Enquanto a avó preparava o chá, se sentou na pequena sala de estar, observando o lugar. Seus olhos pousaram em uma foto antiga do avô no auge de sua juventude, sorrindo ao lado de Areum e da avó. Era estranho ver aquela imagem agora, sabendo que ele não estava mais ali. Uma sensação de vazio a envolveu, e, pela primeira vez, sentiu a real perda se aproximar de maneira mais tangível.
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  A presença da avó na cozinha, preparando algo para elas, oferecia um conforto silencioso. Estar ali, de volta àquela casa, trazia um certo alívio, ainda que envolto em tristeza.
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  A avó de surgiu da cozinha segurando uma bandeja com o chá e alguns biscoitos que já estavam preparados. O silêncio entre as três mulheres era preenchido apenas pelo tilintar suave das xícaras sendo colocadas na mesa. Quando se sentaram, a avó serviu o chá e respirou fundo, como se o ato de cuidar das duas fosse sua forma de manter a normalidade em meio ao caos emocional.
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  — Está um pouco frio hoje, não é? — a avó comentou, tentando quebrar o clima tenso que pairava no ar.
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   e Areum assentiram em silêncio, ambas ocupadas com suas próprias emoções e pensamentos. O calor do chá na xícara ajudava a afastar o frio que sentiam por dentro, mas não era o suficiente para aliviar completamente a dor.
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  — Como estão as coisas por aqui, mãe? — Areum perguntou suavemente, depois de tomar um gole de chá. Ela parecia hesitante, como se temesse a resposta.
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  A avó suspirou, seus dedos brincando com a borda da xícara. — Difícil… tem sido muito difícil. Ele estava aqui comigo todos os dias, por tantos anos. Agora, de repente, não está mais. A casa parece grande demais, vazia demais.
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  Areum olhou para a mãe, os olhos marejados, mas tentou conter as lágrimas. — Eu deveria ter vindo mais vezes.
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  — Você tinha sua própria vida, Areum. E seu pai entendia isso — respondeu a avó, dando um sorriso triste, mas compreensivo. — Ele se orgulhava de você, sabia? Sempre falava de como a filha dele tinha construído uma vida bonita em Seul.
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   observava as duas, sentindo-se uma espectadora naquele momento doloroso entre mãe e filha. Sabia que a avó e o avô tinham sido a âncora de sua mãe, especialmente após a partida dela para a cidade grande. Agora, com o avô se indo, era como se aquela âncora tivesse se soltado, deixando todas à deriva.
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  Após um longo momento de silêncio, finalmente se pronunciou, tentando aliviar um pouco a tensão. — Eu… eu sei que fiquei distante esses anos. Mas vou passar mais tempo aqui, vovó. Prometo. Vou ajudar com o que precisar.
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  A avó deu um sorriso carinhoso, estendendo a mão para segurar a de . — Isso já significa muito para mim, querida. Mas não se preocupe tanto. Eu vou ficar bem. Com o tempo, a gente se acostuma. Mesmo com as ausências.
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  Areum olhou de lado para , sua expressão suavizando ao ver o carinho entre a mãe e a filha. Era difícil para ambas, mas estar ali, na casa onde a vida seguia seu curso lento e imutável, parecia de alguma forma reconfortante, como se o tempo tivesse desacelerado e permitido que elas sentissem cada momento.
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  — Amanhã é o velório — a avó disse, com a voz um pouco mais firme. — Alguns vizinhos já passaram por aqui para oferecer ajuda. A comunidade sempre foi unida, e eles querem prestar suas últimas homenagens. Sei que vai ser um dia difícil, mas também sei que seu pai gostaria que a casa estivesse cheia de gente, cheia de vida.
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  Areum assentiu, os olhos cheios de dor, mas com uma resolução silenciosa. — Ele sempre gostou de ver a casa cheia. Vai ser difícil, mas é o que ele teria desejado.
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   ficou em silêncio, pensando no que estava por vir. O velório seria um momento decisivo, o verdadeiro adeus ao avô. Embora ela sentisse que não estava pronta para aquilo, sabia que precisaria ser forte. Tanto por sua mãe quanto por sua avó. A perda era um processo doloroso, mas estar ali, juntas, parecia dar algum sentido ao vazio.
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  Depois de mais alguns goles de chá e um pouco de conversa leve sobre as preparações do dia seguinte, o cansaço finalmente se abateu sobre todas. O peso emocional da viagem e da situação deixava claro que precisariam descansar para enfrentar o que viria no dia seguinte.
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  — Eu preparei o quarto de vocês — disse a avó, levantando-se lentamente. — Descansem, vocês tiveram uma viagem longa.
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  Areum se levantou e abraçou a mãe mais uma vez, enquanto recolhia as xícaras da mesa. A casa estava silenciosa, exceto pelo suave crepitar do vento do lado de fora. Quando seguiu sua mãe até o quarto que costumava ser dela nas visitas à vila, sentiu um misto de conforto e tristeza. O quarto parecia intocado, como se o tempo realmente tivesse parado ali.
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  Ela se deitou na cama, o corpo pesado de exaustão, mas sua mente ainda ocupada com as lembranças. Fechando os olhos, ela se permitiu, por um breve momento, revisitar os dias em que o avô a levava para caminhar pelos campos, ensinando-a sobre as plantas e a vida na vila.
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  Agora, tudo aquilo parecia distante, como uma memória desbotada, mas estar ali, naquela casa, trazia à tona uma verdade difícil de ignorar: o tempo passa, e a perda faz parte dele.
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  Com um suspiro profundo, finalmente deixou o cansaço dominá-la e, aos poucos, adormeceu, sabendo que o dia seguinte traria ainda mais despedidas.
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***

  Na manhã seguinte, o vilarejo parecia ainda mais quieto. O céu estava nublado, como se o próprio clima refletisse o peso do dia. acordou cedo, sentindo uma estranha mistura de tristeza e ansiedade. O dia do velório havia chegado, e ela sabia que seria difícil. A casa estava silenciosa, exceto pelos sons abafados de sua mãe e sua avó se preparando para a cerimônia.
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  Quando desceu as escadas, encontrou Yejin, a avó, já vestida de luto, com um semblante sereno, apesar da dor evidente em seus olhos. Areum, por outro lado, estava tensa, como se o fardo da despedida a estivesse esmagando.
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  — Está pronta, filha? — Areum perguntou a , ajustando seu próprio vestido preto.
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   assentiu silenciosamente, e as três saíram juntas. A caminhada até a pequena capela da vila foi breve, e a cada passo, sentia o peso da ausência do avô. As ruas estavam mais movimentadas do que de costume, com vizinhos e conhecidos se dirigindo para prestar suas homenagens.
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  Ao chegarem à capela, ficou surpresa ao ver quantas pessoas estavam presentes. O espaço era simples, com bancos de madeira e flores discretamente colocadas ao redor do caixão, mas o número de rostos familiares e gentis a surpreendeu. Pessoas de todas as idades estavam ali, oferecendo condolências e abraços silenciosos para Yejin e Areum. A vila inteira parecia estar presente, como se quisessem mostrar o quanto o avô de havia sido amado e respeitado.
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  — Sua avó e seu avô são muito queridos por todos aqui — uma senhora comentou, ao apertar a mão de . — Ele sempre foi um bom homem. Vai fazer falta.
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  Areum e sorriram tristemente, agradecendo com um aceno de cabeça. Enquanto isso, observava de longe as interações, notando como os vizinhos pareciam ter uma conexão profunda com seus avós. A vila era mais do que um lugar para eles — era uma família.
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  Ela estava perdida nesses pensamentos quando notou um rapaz alto e de expressão séria se aproximar de Yejin. Ele estava vestido de maneira simples, mas sua presença era forte, como se tivesse crescido naquele ambiente, moldado pela vida rural. Ele inclinou a cabeça respeitosamente ao se aproximar da avó de .
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  — Ajhuma… sinto muito por sua perda. — Sua voz era calma, mas cheia de respeito. — O senhor Lee foi como um avô para todos nós.
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  Yejin sorriu gentilmente, embora a tristeza ainda marcasse seus olhos.
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  — Obrigada, . Seu avô e ele sempre foram grandes amigos. Ele teria ficado feliz em saber que você veio — respondeu Yejin, apertando levemente o braço do rapaz.
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  , observando a interação de longe, sentiu-se curiosa. Ela não se lembrava de de suas visitas anteriores ao vilarejo, mas algo nele a fez prestar atenção. Enquanto ele conversava brevemente com sua avó, ela notou como ele parecia à vontade ali, como se pertencesse àquele lugar mais do que qualquer outra pessoa.
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  Quando Yejin se afastou para conversar com outros vizinhos, percebeu a presença de e se aproximou, curioso. Ele a observou por um instante antes de falar, sua expressão relaxando levemente.
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  — Você deve ser a neta da ajhuma, certo? — Sua voz era suave, mas havia uma firmeza na maneira como ele falava.
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   assentiu, surpresa pela abordagem direta.
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  — Sou, sim. E você…?
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  — — ele respondeu, oferecendo um sorriso discreto. — Nossa fazenda fica logo ao lado da de sua avó. Cresci vindo aqui. O senhor Lee… bem, ele sempre me ensinava algo novo. Era um homem sábio.
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  — Ah, entendi — disse , um pouco sem jeito. — Eu não lembrava de você. Faz muito tempo que não venho por aqui.
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   deu de ombros, ainda mantendo o tom respeitoso.
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  — Não me surpreende. Você e sua mãe não vinham com frequência, mas seus avós sempre falavam de vocês. Para eles, vocês eram o orgulho da família.
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   ficou em silêncio por um momento, absorvendo o que ele havia dito. Era estranho pensar que, mesmo à distância, seus avós sempre haviam guardado um espaço para ela e sua mãe em suas vidas.
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  — Eu sinto muito pela sua perda — disse , depois de um breve silêncio. — Sei que é difícil, mas a ajhuma é forte. Ela vai ficar bem. Todos aqui vão cuidar dela.
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   sorriu levemente, apreciando a sinceridade nas palavras dele.
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  — Obrigada, . É bom saber que ela tem pessoas tão boas ao redor.
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  Ele assentiu, e os dois ficaram em silêncio por alguns segundos, enquanto o murmúrio das pessoas ao redor preenchia o ambiente. , embora parecesse quieto e reservado, transmitia uma sensação de solidez e segurança, algo que ainda não sabia como definir, mas que a fez se sentir mais à vontade.
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  — Se precisar de algo enquanto estiver aqui… — ele começou, olhando para ela. — Pode me procurar. Estou sempre por perto.
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   agradeceu com um sorriso tímido.
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  — Eu vou lembrar disso.
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  Com um último aceno de cabeça, se afastou para dar espaço a outras pessoas que queriam prestar suas condolências. o observou enquanto ele se movia pela capela, cumprimentando outros vizinhos com a mesma calma e respeito. Era óbvio que ele também era uma figura familiar na vila, alguém em quem as pessoas confiavam.
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  Conforme o velório prosseguia, não podia deixar de pensar em como aquele vilarejo, que ela sempre enxergou como um refúgio silencioso e distante, agora parecia mais vibrante, cheio de vida e de histórias que ela nunca conhecera de verdade. E, entre essas histórias, parecia ser uma peça importante.
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***

  Enquanto a capela permanecia em um murmúrio suave, com vizinhos ainda prestando suas condolências, , Areum e Yejin continuavam a receber abraços e palavras de conforto. Cada vez que alguém se aproximava, Yejin sorria, agradecendo de maneira gentil, enquanto Areum, com os olhos ainda vermelhos, mantinha-se em silêncio, deixando sua mãe tomar a liderança nas interações.
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   observava tudo com uma certa distância emocional. Era difícil para ela processar a ideia de que seu avô, um homem que, apesar da distância, sempre foi uma presença constante em sua vida, agora estava ali, no centro daquela cerimônia. Ela sabia que, a qualquer momento, precisaria se despedir de fato.
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  Uma pausa nas condolências deu a ela o momento que precisava. Sentindo o peso da situação, respirou fundo e começou a caminhar em direção ao caixão. Suas pernas estavam um pouco trêmulas, como se cada passo fosse mais difícil do que o anterior. Ela evitava olhar diretamente para o caixão, focando nos arranjos de flores ao redor, mas sabia que não podia adiar o momento.
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  Quando finalmente chegou ao lado do caixão, parou, olhando para o rosto sereno de seu avô. Ele parecia em paz, mas a visão dele ali, tão imóvel, era dolorosa. O homem que sempre lhe dava presentes discretos e lhe contava histórias sobre o vilarejo nas poucas visitas que fez à casa dos avós agora estava completamente ausente.
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  Ela ficou parada em silêncio por um longo tempo, os olhos fixos no rosto dele, tentando reunir as palavras que queria dizer. Mas, naquele momento, nada parecia suficiente.
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  — Eu sinto muito por não ter estado mais presente… — Pensou, mas não disse em voz alta. O arrependimento tomou conta dela, uma sensação amarga de que poderia ter feito mais, poderia ter sido uma neta mais presente.
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  — Eu… eu queria ter passado mais tempo com você — murmurou baixinho, finalmente encontrando sua voz. — Eu sei que você sempre entendia, que nunca reclamava… mas eu sinto muito.
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  Lágrimas começaram a encher seus olhos, mas ela as conteve, tentando manter a compostura. Lentamente, ela estendeu a mão e tocou de leve a borda do caixão, como se esse simples gesto fosse uma forma de se conectar com ele pela última vez.
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  — Obrigada por tudo… — sussurrou, sem saber como encerrar a despedida.
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  Ela ficou ali por mais alguns minutos, em silêncio, apenas sentindo a presença da perda. Quando finalmente se afastou, enxugou as lágrimas que teimavam em cair, sentindo-se ligeiramente mais leve, como se aquele momento de despedida tivesse sido um passo necessário.
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  Ao se virar para voltar ao lado de sua mãe e avó, ela viu que Areum também se aproximava, segurando a mão de Yejin. Juntas, as três se sentaram em um banco próximo, em silêncio, compartilhando uma dor que, de formas diferentes, tocava cada uma delas profundamente.
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***

  Após o velório, a casa da cidade parecia ainda mais vazia. O silêncio entre , Areum e Yejin era pesado, mas carregava uma sensação de compreensão mútua, como se as palavras não fossem mais necessárias naquele momento. A perda do avô ainda pesava sobre todas, mas a necessidade prática de se preparar para ir à fazenda logo ocupou suas mentes.
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  — Acho que devemos começar a arrumar as coisas — sugeriu Yejin, quebrando o silêncio enquanto olhava pela janela, seus olhos cansados focando na estrada que levava à fazenda. — O carro da funerária vai levar seu avô até lá. Precisamos estar prontas para recebê-lo.
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  Areum assentiu, passando uma mão pelos cabelos e levantando-se do sofá. , sentindo o mesmo peso de responsabilidade, foi até seu quarto temporário, onde a mala ainda estava aberta e algumas roupas estavam espalhadas.
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  Enquanto guardava suas coisas, refletia sobre a fazenda. Nas suas raras visitas, ela se lembrava de correr pelos campos, sentindo o cheiro da terra úmida e o calor do sol batendo em seu rosto. Seu avô sempre parecia parte daquela terra, como se ele próprio tivesse brotado ali, e agora voltaria para seu descanso final naquele solo que tanto amava.
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   suspirou, fechando a mala com um pouco mais de força do que o necessário, tentando afastar a melancolia que a envolvia. Ela desceu as escadas, onde Areum já ajudava Yejin a reunir algumas roupas e objetos essenciais.
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  — O que mais precisamos levar, vó? — perguntou, observando as duas trabalharem em um ritmo sincronizado.
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  — Algumas coisas que vou precisar nos próximos dias — respondeu Yejin, dobrando uma peça de roupa com cuidado. — Mas nada demais. A maioria das minhas coisas já está na fazenda. Só precisamos de itens essenciais para hoje e amanhã.
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  Areum acrescentou algumas fotos da família e alguns itens pessoais do avô que estavam na casa da cidade. ajudou a carregar as malas para o carro, cada gesto silenciosamente eficiente, mas carregado de significado. Era como se preparar para voltar a um lugar onde o avô sempre estaria, de certa forma, presente, mesmo em sua ausência física.
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  Quando o carro estava carregado, Yejin parou por um momento na porta da casa, olhando em volta, como se se despedisse do espaço que, embora familiar, parecia agora um eco distante da vida que ela havia compartilhado com o marido.
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  — Prontas? — perguntou Areum, a voz gentil.
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  — Sim, vamos — respondeu Yejin, finalmente se virando para o carro.
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  Elas seguiram para a fazenda em um silêncio confortável, acompanhadas apenas pelo som suave do carro sobre a estrada de terra. O caminho era longo e cercado de campos verdes que se lembrava vagamente. Aos poucos, o ambiente urbano ficava para trás, dando lugar ao cenário rural, mais vasto e sereno.
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   observava a paisagem pela janela, seus pensamentos vagando sobre como aquele lugar parecia diferente agora, quase como se estivesse esperando para que ela o descobrisse de novo.
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  O carro avançou pela estrada de terra, deixando para trás o vilarejo com suas ruas silenciosas. À medida que se aproximavam da fazenda, o ambiente mudava gradualmente, dando lugar a vastos campos de cultivo, árvores esparsas e a sensação de estar isolado do mundo.
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  Quando a velha fazenda apareceu à distância, sentiu uma onda de nostalgia. A casa de madeira, com sua pintura desbotada pelo tempo, parecia quase intocada, como se tivesse parado no tempo desde sua última visita. O telhado de telhas antigas e o alpendre, onde tantas vezes o avô se sentava para observar o pôr do sol, agora estavam mergulhados em uma melancolia silenciosa.
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  Areum parou o carro próximo ao portão de entrada, e as três mulheres saíram lentamente, observando a paisagem ao redor. Yejin foi a primeira a andar até o portão de ferro, que rangeu ao ser aberto. Seu olhar varreu o local, e ela suspirou pesadamente, como se o peso das lembranças ali fosse grande demais para ser carregado sozinha.
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  — Está tudo como eu me lembro — disse Areum, sua voz baixa, como se estivesse falando consigo mesma. Ela passou os olhos pela casa e pelo terreno, onde o vento balançava suavemente as plantações ao longe.
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  , por sua vez, sentiu uma mistura de familiaridade e estranheza. A fazenda sempre fora um símbolo de algo distante, uma lembrança vaga de sua infância. Agora, estando ali novamente, o lugar parecia maior, mais vasto, como se carregasse um significado novo e mais profundo.
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  Yejin caminhou lentamente até a varanda da casa. e Areum a seguiram em silêncio, ambas cientes do peso emocional daquele momento para a matriarca da família. Quando chegaram à entrada, Yejin parou e olhou ao redor com os olhos úmidos.
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  — Ele sempre dizia que queria que eu ficasse aqui, mesmo depois que ele se fosse — Yejin murmurou, quase como se estivesse falando com o próprio vento. — E eu nunca pensei que esse dia realmente chegaria.
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  Areum colocou uma mão suave no ombro da mãe, um gesto silencioso de apoio. , ao lado delas, observava a cena com uma mistura de reverência e tristeza. Ela sabia que a fazenda significava muito mais para a avó e para sua mãe do que jamais significaria para ela. Aquela terra, aquele espaço, era parte da história delas de uma maneira que ela nunca havia experimentado.
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  — Vamos entrar? — sugeriu Areum, depois de um momento, percebendo que o silêncio começava a pesar.
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  Yejin assentiu e, com passos calmos, subiu os degraus da varanda, destrancando a porta com as mãos trêmulas. Quando a porta finalmente se abriu, o ar da casa veio ao encontro delas, carregado de memórias e do cheiro de madeira antiga.
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  — Está tudo no mesmo lugar… — murmurou , ao olhar para os móveis que não pareciam ter mudado desde sua última visita.
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  Elas entraram na casa em silêncio, cada uma absorvendo a atmosfera à sua maneira. Yejin caminhou até a poltrona favorita do avô e a tocou suavemente, como se fosse uma maneira de se conectar com ele uma última vez.
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  — Vai ser difícil sem ele aqui — disse Areum, sua voz quase um sussurro, ecoando os sentimentos de todas.
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   se aproximou da janela, de onde podia ver parte das plantações. O sol começava a baixar no horizonte, tingindo o céu com tons de laranja e dourado. O lugar, apesar de estar imerso em tristeza naquele momento, tinha uma beleza tranquila e reconfortante.
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  — A fazenda sempre foi o lar dele, e agora é o seu, vovó — disse , com um tom suave, se virando para olhar Yejin. — Ele está em paz aqui.
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  Yejin sorriu tristemente e assentiu, ainda acariciando o tecido da poltrona.
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  — Eu sei, querida. É por isso que nunca vou deixar este lugar.
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  As três compartilharam um momento de silêncio, até que o som distante de um carro se aproximando pela estrada de terra chamou a atenção delas. Era o veículo da funerária, trazendo o corpo do avô para sua última despedida na fazenda que ele tanto amou.
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  — Vamos nos preparar — disse Areum, respirando fundo.
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  Juntas, elas saíram da casa para aguardar a chegada do caixão. As árvores ao redor balançavam suavemente com o vento, como se até a natureza estivesse oferecendo sua homenagem silenciosa.
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  Após o longo dia de condolências e despedidas, a fazenda se envolveu em um silêncio profundo. O sol já se punha, tingindo o céu com tons suaves de laranja e rosa. , Areum e Yejin, junto com os dois coveiros contratados, chegaram à parte mais afastada da propriedade, onde o avô de seria enterrado, como ele sempre desejou. A escolha do local era especial para todos eles — um campo florido, sob a sombra de uma grande árvore que o senhor Lee amava.
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  O vento soprava suave, fazendo com que as folhas da árvore balançassem delicadamente. O silêncio era respeitoso, e o som das pás dos coveiros cavando a terra preenchia o espaço de forma quase solene. A cada pá de terra removida, sentia o peso da despedida crescer. Olhou para a mãe, que segurava a mão de Yejin, ambas com expressões calmas, mas carregadas de tristeza.
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  — Ele queria estar aqui — murmurou Areum, mais para si mesma do que para qualquer outra pessoa. — Sempre disse que esse era o lugar onde se sentia mais conectado com a terra e a vida.
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  Yejin assentiu silenciosamente. Suas mãos tremiam um pouco, e ela respirou fundo, tentando se manter forte, mas as memórias a estavam consumindo naquele momento. sentiu um nó na garganta, observando a avó. Sabia que, para Yejin, perder o avô significava muito mais do que apenas perder um marido. Eles tinham construído aquela vida juntos, passado por dificuldades, vitórias, e agora, sem ele, o vazio parecia imenso.
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  Finalmente, os coveiros terminaram de preparar a cova. Com respeito e cuidado, baixaram o caixão no solo, onde o senhor Lee finalmente descansaria. O silêncio que se seguiu foi quase ensurdecedor, como se todos estivessem esperando por algo — talvez uma última palavra, ou uma última memória a ser compartilhada.
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  Yejin deu um passo à frente, as mãos apertadas uma na outra enquanto olhava para o caixão que agora repousava em sua nova morada. As lágrimas que ela vinha segurando por tanto tempo começaram a cair lentamente, molhando suas bochechas.
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  — Obrigada por tudo… — sussurrou ela, a voz trêmula. — Por tudo que fez por mim, por nossa família… Você será sempre o meu amor, mesmo não estando mais aqui.
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  Areum, lutando para manter a compostura, aproximou-se da mãe e colocou a mão em seu ombro, oferecendo o apoio que Yejin tanto precisava naquele momento. , observando a cena, sentiu uma lágrima solitária escorrer pelo seu rosto. Mesmo que não tivesse convivido muito com o avô, a dor da avó e da mãe tocava algo profundo dentro dela. Era como se, finalmente, ela entendesse o verdadeiro peso daquele lugar e daquela despedida.
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  Quando os coveiros começaram a cobrir o caixão com terra, Yejin se ajoelhou ao lado da cova, pegando um punhado de terra com as próprias mãos. Ela jogou o solo suavemente sobre o caixão, um último gesto de adeus. Areum e seguiram o exemplo, cada uma jogando um punhado de terra, em um silêncio respeitoso, carregado de emoções.
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  O momento era simples, mas cheio de significado. As três mulheres, unidas pela dor da perda e pelo amor compartilhado por aquele homem, se apoiaram mutuamente enquanto a terra cobria o caixão, encerrando um ciclo de vida, amor e trabalho duro naquela fazenda.
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  Quando tudo terminou, o campo parecia mais quieto do que antes, como se até a natureza estivesse ciente do adeus que havia sido dado. O sol já estava quase desaparecendo no horizonte, pintando o céu de um dourado suave.
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  Yejin se levantou lentamente, com a ajuda de Areum, e as três ficaram ali por um momento, observando o local onde o avô de agora descansava. Não havia mais palavras a serem ditas. Apenas a presença delas ali, juntas, era o suficiente. Uma sensação de paz silenciosa envolvia o ambiente, como se o próprio avô estivesse de alguma forma presente naquele momento, observando-as com um sorriso tranquilo.
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  — Vamos para casa, vovó — sugeriu , sua voz suave, mas firme, enquanto segurava a mão de Yejin.
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  Yejin assentiu, secando as lágrimas com a ponta dos dedos e sorrindo para a neta. As três caminharam de volta para a casa, deixando para trás o campo que agora carregava a memória do avô, mas levando consigo o amor que ele havia deixado em cada pedaço daquela fazenda.
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***

  Na varanda da casa grande da fazenda, as três mulheres estavam sentadas em cadeiras de balanço, observando o campo ao longe. O ar fresco da noite começava a soprar suavemente, trazendo consigo o cheiro de terra e flores que sempre parecia acolher quem chegava ali. A fazenda ainda carregava a presença do senhor Lee em cada detalhe — desde as árvores que ele havia plantado até o velho celeiro que resistia ao tempo.
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  Yejin suspirou, olhando para o horizonte, enquanto o balanço da cadeira fazia um leve rangido. Ela sorriu nostalgicamente.
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  — Eu me lembro da primeira vez que ele trouxe um trator para cá — disse ela, a voz baixa, mas cheia de afeto. — Foi como se tivesse trazido um tesouro. Ele ficou o dia inteiro tentando fazer funcionar, mas, no final, teve que chamar o vizinho para ajudar.
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  Areum riu baixinho ao lado da mãe, lembrando-se da cena.
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  — Ele nunca desistia das coisas. Estava determinado a fazer a fazenda prosperar, mesmo quando os recursos eram escassos. Essa teimosia dele… Acho que herdei um pouco disso.
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  , balançando lentamente, observava as duas com um sorriso discreto nos lábios. As memórias que compartilhavam eram como pequenos retalhos de uma vida que, para ela, parecia distante, mas ao mesmo tempo tão próxima. Mesmo tendo passado pouco tempo na fazenda, ela podia sentir o amor profundo que existia entre os avós e a ligação forte que mantinham com aquele pedaço de terra.
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  — Eu adorava quando a gente vinha passar o verão aqui — disse , se juntando às lembranças. — Lembro de correr por esses campos e vovô me ensinando a plantar girassóis. Ele dizia que as flores sempre seguiam a luz e que eu deveria fazer o mesmo.
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  Yejin sorriu, emocionada.
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  — Ele sempre foi sábio. E, de alguma forma, acho que esse lugar ainda guarda tudo o que ele acreditava. Era o mundo dele, e nós fazemos parte disso.
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  As três ficaram em silêncio por um tempo, cada uma perdida em suas próprias lembranças. O céu começou a se tingir de um azul escuro, e o som dos grilos e das árvores ao redor preenchia o ar. A noite já começava a cair, e as estrelas apareciam lentamente no céu.
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  — Acho que está na hora de nos prepararmos para a noite — disse Areum, se levantando devagar. — Temos um longo dia pela frente amanhã.
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  Yejin assentiu e se levantou também, esticando as costas cansadas. foi a última a sair da varanda, observando o cenário à sua volta antes de seguir para dentro da casa.
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  Enquanto as duas se preparavam, foi a última a tomar banho. A água quente a envolveu, trazendo uma sensação de relaxamento após um dia tão intenso. As memórias ainda pairavam em sua mente, cada uma preenchida de carinho e saudade. Ela se secou e vestiu algo confortável antes de sair do quarto em direção à sala, onde esperava encontrar apenas a mãe e a avó.
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  No entanto, quando entrou na sala, viu algo inesperado: Areum e Yejin conversando calmamente com , o vizinho da fazenda ao lado, que já havia conhecido no velório.
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   levantou o olhar assim que apareceu e deu um sorriso educado, erguendo-se da cadeira em sinal de respeito.
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  — Boa noite, — ele disse com sua voz tranquila. — Desculpe aparecer assim de surpresa, mas eu queria fazer um convite.
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   se aproximou, curiosa, enquanto ele continuava:
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  — Sei que foi um dia difícil para todas vocês. Eu estava pensando… que tal um jantar na minha casa esta noite? Sei que deve estar sendo cansativo para vocês lidarem com tudo isso, então pensei em oferecer algo para ajudar a relaxar um pouco.
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  Yejin sorriu suavemente para , como se o conhecesse desde sempre, o que, de certa forma, era verdade. Ele era o filho dos vizinhos de longa data, e sempre tivera um respeito enorme por Yejin, chamando-a carinhosamente de “ajhuma” desde que era criança.
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  — Você sempre foi tão atencioso, — disse Yejin com um olhar carinhoso. — Acho que um jantar seria uma boa maneira de encerrar este dia.
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  Areum assentiu, ainda com um sorriso cansado no rosto, e olhou para como se esperasse a reação da filha.
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  — Parece uma boa ideia — concordou. — Além disso, estou curiosa para conhecer um pouco mais sobre os vizinhos.
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   sorriu, aliviado que a oferta tivesse sido aceita.
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  — Ótimo! Prometo que não será nada muito elaborado, mas vai ser algo que traga um pouco de conforto. Nos vemos lá em cerca de uma hora?
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  Yejin e Areum assentiram, e se despediu com um sorriso educado antes de sair da casa, deixando as três mulheres trocando olhares leves e cúmplices, como se, por um momento, a presença dele tivesse suavizado o peso daquele dia.
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***

  As três se prepararam rapidamente após a visita de , colocando roupas confortáveis, mas adequadas para a ocasião. Não demorou muito para que estivessem prontas para o jantar oferecido pelo vizinho. Yejin, embora ainda visivelmente abatida pela perda do marido, estava animada pela hospitalidade de . Era reconfortante ver que os vizinhos continuavam atenciosos e prestativos, como sempre foram.
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  Saíram da fazenda e seguiram o caminho em direção à propriedade de , que não ficava muito longe. A casa dele era vizinha da de Yejin, situada a uma curta caminhada pela estrada de terra batida que separava as fazendas. Ao se aproximarem, começou a reparar nos detalhes da casa e do terreno ao redor.
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  A fazenda de era diferente da dos seus avós. Embora também fosse antiga, estava bem conservada, com sinais de modernização em algumas áreas. A casa principal era um pouco maior que a de Yejin e tinha um estilo mais rústico, com paredes de madeira escura e um telhado inclinado coberto por telhas vermelhas. Uma varanda espaçosa se estendia pela frente da casa, iluminada por lanternas de luz suave que balançavam levemente com a brisa noturna.
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   notou que o jardim da frente era bem cuidado, com flores coloridas em pequenos canteiros que contrastavam com a rusticidade da construção. Um balanço de madeira pendia de uma árvore enorme ao lado da casa, algo que parecia ter sido usado por crianças em um passado não tão distante.
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  Ela podia sentir o cheiro de terra úmida e da vegetação ao redor. O ambiente exalava uma calma quase palpável, algo que não experimentava havia muito tempo. Comparado ao ritmo frenético de Seul, aquilo parecia um refúgio de paz, um lugar onde o tempo desacelerava.
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  — A fazenda deles sempre foi bem cuidada — comentou Yejin, observando o local com nostalgia. — e a família trabalharam duro aqui. Seu pai costumava falar que eles eram o exemplo de como uma fazenda deveria ser mantida.
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  — Dá para ver o carinho que eles têm por esse lugar — concordou, ainda observando os detalhes ao seu redor. Havia algo especial naquele espaço, uma sensação de pertencimento que ela não conseguia ignorar.
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  Ao chegarem à entrada, apareceu na porta, acenando de forma amigável e convidando-as a entrar.
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  — Bem-vindas — disse ele com um sorriso caloroso. — Fico feliz que tenham aceitado o convite. Espero que a noite ajude a aliviar um pouco do peso de hoje.
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  As três agradeceram e seguiram para dentro da casa. O interior era aconchegante, com uma mistura de móveis de madeira antiga e toques modernos, como luminárias de ferro e tapetes simples, mas elegantes. notou como tudo parecia harmonioso, como se cada detalhe tivesse sido pensado para manter o espírito tradicional da casa sem abrir mão de algumas conveniências contemporâneas.
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  — Está tudo muito bonito, — disse Areum, observando o ambiente com um sorriso suave.
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   se aproximou, um pouco tímido diante do elogio, e gesticulou em direção à sala de jantar, onde uma mesa já estava posta.
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  — Obrigado. Eu tentei preparar algo simples, mas que pudesse trazer algum conforto depois de um dia tão difícil.
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  As três se sentaram à mesa, e não pôde deixar de sentir que, de alguma forma, aquele jantar estava criando uma ponte entre o passado que elas lamentavam e um futuro que, por mais incerto que fosse, parecia agora menos solitário.
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  Enquanto conversavam, continuava a observar a casa ao redor, reparando em como a simplicidade e o cuidado que dedicava ao lugar refletiam um pouco da personalidade que ela começava a perceber nele. Havia uma sensação de segurança e estabilidade ali, algo que ela não esperava encontrar tão rapidamente.
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  Conforme a noite avançava, ela começou a sentir que talvez aquela fazenda — e , em particular — poderiam ter um papel mais importante em sua jornada do que ela imaginava ao chegar àquele vilarejo.
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Capítulo 2

  O jantar fora servido e observou a comida que estava sendo servida. se certificou de preparar uma refeição aconchegante e tradicional, servindo pratos que trouxeram memórias nostálgicas para Yejin e Areum e despertaram a curiosidade de , que não estava acostumada a ver uma refeição tão caseira e completa, típica da vida rural coreana.
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  O prato principal era um samgyeopsal, as tiras grossas de barriga de porco grelhadas na chapa, com bordas douradas e crocantes, e um leve aroma defumado que preenchia o ar. Ao lado, havia folhas frescas de alface e perilla, além de pequenos pratinhos de molho de pasta de pimenta vermelha fermentada (ssamjang) e alho cru, para que cada um pudesse montar seu próprio embrulho.
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  Na sequência, trouxe uma tigela generosa de doenjang jjigae, um ensopado espesso feito com pasta de soja fermentada, tofu macio, cogumelos frescos e pedaços de abobrinha. O caldo aromático exalava um cheiro quente e reconfortante, lembrando tardes frias e refeições em família. Yejin, ao ver o ensopado, sorriu de forma melancólica, talvez recordando as inúmeras vezes em que seu marido o preparava.
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  Ao lado da sopa, serviu tigelas de arroz fresco e fumegante, de grãos curtos e lustrosos, típicos do cultivo local, acompanhadas por uma seleção de banchan — os pequenos acompanhamentos coreanos que enriquecem qualquer refeição. Entre os banchan, havia kimchi caseiro, preparado com acelga, com o sabor picante e fermentado na medida certa, além de kongnamul (broto de feijão levemente temperado com óleo de gergelim e cebolinha) e jangajji, pickles de rabanete crocantes e ligeiramente adocicados.
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  Para dar um toque ainda mais especial, trouxe à mesa uma travessa de jeon, panquecas salgadas feitas com cebolinha e camarões pequenos, que ele serviu em fatias delicadas e douradas, crocantes por fora e macias por dentro.
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   observava tudo com fascínio, sentindo-se transportada a um tempo mais simples, mas cheio de sabor e significado. Ela sentiu um misto de reverência e curiosidade por todos aqueles pratos feitos com tanto cuidado.
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***

   estava sentada na sala de estar, absorvendo o calor acolhedor do ambiente enquanto observava a decoração simples e rústica ao seu redor. A conversa suave de sua mãe e avó com a governanta da casa de ecoava pela casa, mas se sentia em um pequeno mundo à parte, perdida em seus próprios pensamentos. O dia havia sido longo e cheio de emoções, e agora, em meio ao silêncio, ela começou a sentir o peso de tudo o que estava acontecendo.
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  Foi então que entrou na sala em silêncio, carregando uma xícara de chá fumegante. Ele parou ao lado dela e estendeu a xícara com um sorriso gentil.
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  — Achei que talvez um pouco de chá pudesse te fazer bem — ele disse em um tom baixo e tranquilo, como se não quisesse perturbar o momento de introspecção dela.
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   aceitou a xícara com gratidão, segurando-a com as duas mãos para absorver o calor e sentindo o aroma delicado das ervas que subia junto ao vapor.
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  — Obrigada, . — Ela deu um pequeno sorriso, apreciando o gesto.
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  Ele se sentou ao lado dela no sofá, sem dizer mais nada, deixando o silêncio confortável preencher o espaço entre eles. Era reconfortante estar ao lado dele, alguém que, apesar de não conhecê-la bem, parecia entender que ela precisava de um momento de tranquilidade. Enquanto tomava o chá em pequenos goles, sentiu uma calma diferente se instalar.
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  Depois de um tempo, ela se virou para ele, ainda em um tom de voz baixo, como se respeitasse o silêncio entre eles.
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  — Você cresceu por aqui, não foi? — perguntou, olhando-o com curiosidade e percebendo um traço sereno em seu rosto, como se ele realmente pertencesse àquela terra.
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   assentiu, os olhos refletindo a suavidade das luzes da sala.
  — Sim. Este sempre foi meu lar. Cada canto, cada caminho da fazenda, eu conheço como a palma da minha mão. — Ele sorriu levemente, como se estivesse revivendo memórias agradáveis. — É engraçado, mas nunca tive vontade de sair. Sempre achei que pertencer a um lugar fosse algo especial.
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   se pegou refletindo sobre aquilo, admirando a simplicidade com que ele enxergava o mundo. Em meio ao frenesi de sua própria vida na cidade grande, essa visão dela parecia tão distante…
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   observou por um momento, estudando suas expressões enquanto ela segurava a xícara de chá. Com um leve ar de curiosidade, ele perguntou:
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  — E a vida na cidade grande? É o que você gosta?
   desviou o olhar para o chá em suas mãos, parecendo refletir. Ela havia passado tantos anos acreditando que o ritmo acelerado, as luzes e a correria de Seul eram exatamente o que ela queria. Mas, agora, algo dentro dela parecia… diferente.
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  — Eu achava que sim, que era isso que eu queria, sabe? — Ela respondeu suavemente, hesitando por um instante. — O movimento, as oportunidades, as pessoas… sempre pareceu o lugar certo para crescer, para fazer algo importante. Mas, ultimamente… — suspirou, seus olhos se perdendo em algum ponto distante na sala. — Acho que eu me perdi no meio de tudo isso. A cidade às vezes consome a gente, faz com que tudo se misture e perca o sentido.
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   assentiu com compreensão, sem interromper, apenas ouvindo-a com atenção.
  — Aqui parece tão diferente — continuou ela, seus olhos se voltando para a janela, onde a escuridão da noite abraçava o vilarejo e o som suave do vento era a única coisa que se ouvia. — É como se o tempo tivesse uma outra velocidade, um outro ritmo. É estranho, mas ao mesmo tempo… acolhedor.
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  — É — concordou , com um leve sorriso nos lábios. — A vida aqui é assim. Simples, mas cheia de pequenos detalhes.
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  Ele hesitou por um momento, como se ponderasse as próximas palavras, e então disse:
  — Talvez você só precise de um tempo para respirar. Às vezes, nos acostumamos tanto com uma rotina que nem percebemos quando deixamos de aproveitá-la.
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   olhou para ele e sentiu algo mexer dentro dela, uma sensação de alívio por finalmente admitir o que sentia para alguém, ainda que esse alguém fosse, até então, um estranho.
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   ficou em silêncio por alguns instantes, mas a curiosidade parecia crescer em seu olhar. Com um leve sorriso, ele comentou:
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  — Ouvi a ahjumma mencionar que você é artista… Você pinta, não é?
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   assentiu, olhando para a xícara de chá que segurava. Não era sempre que falava sobre sua arte com outras pessoas, especialmente alguém de fora do seu círculo na cidade, mas parecia genuinamente interessado.
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  — Sim, eu pinto — respondeu, a voz suave. — Comecei ainda pequena, e aos poucos a arte foi se tornando algo mais sério. É o que eu amo fazer, o que me faz sentir… livre.
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   a escutava com atenção, seus olhos refletindo uma curiosidade calma, como se tentasse imaginar como era o mundo pelo olhar dela.
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  — E como é isso, pintar? — Ele perguntou com simplicidade, como quem queria entender o que a movia. — Quero dizer, o que faz você querer colocar suas ideias em uma tela?
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   sorriu, surpresa pela pergunta. Era raro alguém se interessar tanto pela razão por trás de sua arte.
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  — Acho que é uma maneira de entender o mundo ao meu redor — explicou ela, com um brilho de paixão surgindo em seu olhar. — Quando pinto, consigo ver as coisas com mais clareza, mesmo as emoções mais difíceis. Colocar cores, formas e detalhes numa tela… é quase como dar sentido ao que eu sinto, sabe? — Ela pausou, quase envergonhada por estar se abrindo tanto. — Mas às vezes, com toda a pressão e as expectativas de ser artista na cidade, sinto que fui perdendo isso. Pintar passou a ser mais uma obrigação do que um prazer.
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   a observou, refletindo sobre suas palavras.
  — Talvez aqui, longe de toda essa pressão, você consiga encontrar isso de novo — sugeriu ele, com um olhar esperançoso. — Às vezes, as coisas mais simples ajudam a ver o que realmente importa.
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   o olhou, sentindo-se tocada pela gentileza em suas palavras. Era estranho, mas naquele breve momento, sentiu que estar ali — naquela vila calma, na companhia de alguém que parecia entender o que ela mesma ainda não compreendia — podia ser justamente o que ela precisava.
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   soprou a superfície do chá, vendo o vapor desaparecer ao toque do seu sopro, e tomou um pequeno gole, sentindo o calor confortante se espalhar pelo corpo. O sabor suave era reconfortante, um convite ao silêncio que, curiosamente, parecia natural ao lado de .
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  Nenhum dos dois sentiu a necessidade de preencher o silêncio. Era como se ambos estivessem imersos em pensamentos próprios, mas ao mesmo tempo conectados, compartilhando aquele momento de calma e entendimento mútuo. olhou de relance para , que também segurava uma xícara, seu rosto tranquilo e os olhos voltados para algum ponto distante da sala.
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  Ela sentiu algo estranho, como se o silêncio entre eles fosse quase uma conversa — um diálogo sem palavras, mas cheio de significados. Era uma sensação rara, quase mágica.
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  Depois de alguns minutos, o som suave de passos anunciou a presença de Areum e Yejin voltando para a sala. As duas tinham expressões serenas, embora visivelmente cansadas pelo longo e difícil dia. Areum sorriu gentilmente para , agradecida.
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  — , obrigada por hoje. — Ela se inclinou levemente em uma reverência, gesto que Yejin também fez com respeito. — Foi um conforto imenso para nós saber que podemos contar com você e sua família nesse momento.
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   levantou-se, retribuindo a reverência com humildade.
  — Não precisa agradecer, senhora Areum — disse ele, a voz suave e genuína. — O senhor Lee foi como um avô para mim. A fazenda de vocês sempre será uma extensão da nossa família.
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  Yejin sorriu, visivelmente tocada pelas palavras do jovem, e então colocou uma das mãos no ombro de com carinho, indicando que estava na hora de partirem.
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  — Acho que já é tarde — comentou Yejin, olhando para a neta e depois para a filha. — Vamos para casa descansar.
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   assentiu, deixando a xícara vazia sobre a mesa e levantando-se ao lado da mãe e da avó.
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  — Obrigada pelo chá, — disse ela, com um leve sorriso que carregava uma gratidão silenciosa.
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   retribuiu o sorriso com um aceno suave.
  — Vocês são sempre bem-vindas aqui. Se precisarem de algo, estarei por perto.
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  Com essas palavras, Areum, Yejin e fizeram suas despedidas e deixaram a casa de , atravessando o jardim iluminado apenas pela luz suave da noite. A caminhada de volta para a fazenda parecia serena e tranquila, e, no fundo, sentia uma paz estranha, como se o dia tivesse terminado de um modo mais leve do que ela imaginava possível.
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  Assim que chegaram na grande casa da fazenda, se despediu da mãe e da avó, que lhe deu um beijo na testa, e quando ela estava subindo os degraus, ouviu a avó e a mãe elogiarem .
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  — Ele será um ótimo marido! Não acha que já está na hora de arrumar um marido Areum? O seria perfeito.
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   franziu o cenho ao ouvir as palavras da avó.
  Areum suspirou e riu levemente com o comentário de Yejin, balançando a cabeça.
  — Eomma, os tempos mudaram, sabia? As jovens de hoje têm outras prioridades… querem explorar o mundo, conhecer a si mesmas antes de pensarem em casamento. — Areum lançou um olhar compreensivo para a mãe. — O que eu quero para a é que ela descubra o que realmente a faz feliz, seja aqui ou em outro lugar.
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  Yejin apertou os lábios e soltou um suspiro, parecendo refletir sobre as palavras da filha.
  — Talvez você esteja certa, mas eu ainda acho que uma vida simples ao lado de alguém como o … — ela pausou, sorrindo ao pensar no rapaz. — Ele é trabalhador, dedicado, respeitoso… Qualidade rara hoje em dia. Acho que ele poderia ajudá-la a encontrar essa felicidade.
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  Areum apenas sorriu de volta, respeitando o desejo da mãe, mas mantendo-se firme na ideia de que o futuro de era algo que ela deveria decidir por si mesma.
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  No alto da escada, , que tinha ouvido a conversa sem querer, franziu o cenho, surpresa e ligeiramente intrigada. A ideia de casamento nunca tinha sido uma prioridade para ela, especialmente com alguém que mal conhecia. E, embora tivesse achado agradável e gentil, a vida na fazenda ainda era um cenário novo e distante de sua realidade.
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  Ela seguiu para o quarto com esses pensamentos, sentindo que sua vinda à vila estava se mostrando muito mais interessante e cheia de surpresas do que imaginara.
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***

  Na manhã seguinte, despertou com o som distante, mas constante, da atividade na fazenda. Ainda sonolenta, sentou-se na cama, piscando enquanto seus olhos se ajustavam à luz suave que entrava pela janela. Os barulhos eram tão diferentes dos que estava acostumada na cidade: o som das galinhas ciscando, de ferramentas sendo movimentadas, o mugido das vacas. Cada som parecia intensificar o ritmo de vida ao redor, acordando a fazenda pouco a pouco.
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  Ela olhou o relógio e percebeu que era bem mais cedo do que costumava levantar. Estava acostumada ao silêncio dos apartamentos e à rotina tranquila de um ateliê, onde as horas passavam quase sem perceber. Mas ali, na fazenda, o dia começava cedo e de maneira vibrante.
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  Levantou-se, sentindo a curiosidade a impulsionar a sair do quarto. Vestiu uma roupa simples e, depois de prender o cabelo rapidamente, saiu pelo corredor. Ao descer as escadas, encontrou Yejin na cozinha, já preparando o café da manhã, com uma expressão tranquila e familiar.
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  — Bom dia, halmeoni cumprimentou, sorrindo levemente.
  Yejin ergueu o olhar e retribuiu o sorriso.
  — Bom dia, minha flor. Levantou cedo! — ela comentou, notando o ar ainda sonolento da neta. — A fazenda tem esse efeito, não é? Parece que todo o lugar desperta com o nascer do sol.
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   assentiu, sentindo-se estranhamente revigorada pelo novo ambiente. Era um ritmo diferente, mais natural, e, apesar de inesperado, ela sentiu uma pontada de curiosidade em vivenciar aquele estilo de vida.
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  — Acho que vou dar uma volta lá fora, ver como é — disse ela, com um sorriso de canto.
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  Yejin acenou, satisfeita.
  — Vá, querida. É uma boa maneira de começar o dia. E, se encontrar o , mande um bom dia meu para ele, sim?
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  A simples menção da avó ao nome de , misturada à conversa que ouvira na noite anterior, fez seu estômago revirar de uma maneira que a deixou intrigada. Havia uma mistura de expectativa e desconforto que ela não sabia explicar direito, mas que a fez ruborizar.
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  — As fazendas são tão próximas assim que, só de eu simplesmente passear por aí, corro o risco de encontrá-lo? — murmurou, mais para si mesma do que para Yejin.
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  Ao ouvir isso, Yejin soltou uma gargalhada calorosa, suas rugas de expressão se aprofundando de um jeito afetuoso, enquanto olhava a neta com um brilho divertido no olhar.
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  — Ah, minha querida, parece que a possibilidade de encontrar o rapaz deixou você nervosa, hein? — provocou a avó, dando-lhe um leve tapinha nas costas. — Não precisa se preocupar. é como parte da paisagem por aqui; ele sempre está por perto, ajudando onde pode.
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   sentiu as bochechas esquentarem ainda mais com a insinuação, e ela desviou o olhar, tentando disfarçar o embaraço.
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  — Não é isso, halmeoni… Eu só… — balbuciou, sem saber exatamente o que dizer, percebendo o quanto a menção do nome dele realmente a deixava estranhamente desconfortável.
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  Yejin apenas continuou rindo, enquanto se aproximava da neta e dava um leve aperto em seu ombro.
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  — Ora, ora, . Não se preocupe tanto. Apenas aproveite o passeio e deixe a vida na fazenda te mostrar o que ela tem a oferecer. Quem sabe você encontre algumas surpresas por aí? — disse, piscando de maneira cúmplice antes de se voltar novamente para o fogão.
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   balançou a cabeça, tentando afastar as ideias que a conversa com a avó trouxera à tona, mas não pôde evitar sentir um misto de curiosidade e ansiedade.
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***

   saiu de casa e se viu rodeada pelo frescor da manhã. A brisa leve trazia o cheiro de terra molhada e das flores que brotavam em diferentes pontos do terreno. Conforme caminhava pelo pátio e seguia em direção às áreas de plantação, foi surpreendida pela movimentação dos funcionários da fazenda, que a cumprimentavam com sorrisos e acenos respeitosos.
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  — Bom dia! — respondeu de volta, um tanto envergonhada, mas genuinamente tocada pela receptividade. Eles pareciam pessoas dedicadas, cuidadosas, e ela notou como cada um tinha um papel específico na rotina da fazenda. Cada movimento era executado com precisão, como uma engrenagem bem azeitada.
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   observou um homem mais velho transportando baldes de água, um jovem organizando as ferramentas, e uma senhora cuidando de algumas plantações de ervas e verduras. Ela caminhava devagar, absorvendo a energia daquele lugar e tentando entender melhor o que cada setor significava para a vida da fazenda. Cada canto parecia ter uma história, e os funcionários pareciam todos familiarizados com os detalhes que, para ela, ainda eram um mistério.
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  Perto do estábulo, parou para ver um grupo de cavalos pastando calmamente. Um dos funcionários, percebendo seu olhar curioso, sorriu.
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  — Está gostando do passeio, senhorita ? — perguntou ele, com um leve sotaque rural que dava um charme ainda mais autêntico àquele ambiente.
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  — Sim, muito — ela respondeu, um sorriso tímido se formando em seu rosto. — É tudo tão diferente da cidade. Parece… calmo, mas ao mesmo tempo vivo.
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  Ele assentiu, contente com a impressão dela.
  — Esse é o encanto daqui. Sempre há trabalho, mas ele nos conecta com a terra, sabe? Nos faz lembrar das coisas que realmente importam.
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   refletiu sobre as palavras dele e continuou andando, sentindo-se cada vez mais absorvida pela dinâmica daquele lugar. Era um contraste marcante com a vida urbana; tudo parecia ter seu próprio ritmo, um fluxo que era quase terapêutico de observar.
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  Mais adiante, viu uma plantação de arroz, onde algumas pessoas já estavam ajoelhadas, plantando as mudas sob a orientação de um funcionário mais experiente. Ela se aproximou, fascinada pelo cuidado com que tratavam o solo e as plantas, e sentiu uma onda de respeito por aquelas pessoas que dedicavam a vida a algo tão essencial e simples.
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  Conforme continuava a explorar, um sentimento inesperado de paz tomou conta de .
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  Ela continuou caminhando, envolvida pelos detalhes da fazenda que se revelavam a cada passo. O som dos galos, o cheiro do mato fresco e o murmúrio distante de um riacho enchiam o ambiente de uma serenidade que ela raramente experimentava em Seul. Conforme seus pés a levavam cada vez mais longe, ela se distraiu, encantada com as diferentes paisagens ao redor.
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  Depois de um tempo, começou a notar que estava em uma área da fazenda que não reconhecia. O verde parecia mais denso, e as árvores, altas e robustas, lançavam sombras que deixavam o ambiente ainda mais misterioso. Ela parou, olhando em volta, e percebeu que havia se afastado demais da casa principal.
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  Seu coração deu uma leve acelerada, e ela respirou fundo, tentando manter a calma. Olhando ao redor em busca de algum ponto de referência, ela ouviu o som relaxante de água corrente. Decidiu seguir o som, torcendo para que o riacho a levasse de volta a um ponto conhecido ou, pelo menos, a um caminho de volta para casa.
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  Quando finalmente chegou ao riacho, a água cristalina corria suavemente sobre as pedras. Era uma cena tranquila e convidativa, mas imediatamente notou uma figura masculina mergulhada na água, os ombros largos e os cabelos escuros reluzindo sob a luz suave que filtrava pelas árvores. Ela hesitou por um momento, sem querer interromper, mas a sensação de estar perdida falou mais alto.
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  Ela se aproximou com cuidado, pisando levemente para não fazer barulho, mas acabou tropeçando em uma pedra. O som da pedra rolando pelo chão chamou a atenção dele, que virou a cabeça com uma expressão surpresa.
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  — ? — disse , visivelmente surpreso, enquanto se virava para ela, com a água escorrendo pelos ombros e o olhar curioso. Ele rapidamente saiu da água, pegando uma toalha para cobrir o torso.
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   sentiu o rosto aquecer ao perceber que o havia flagrado em um momento de intimidade, mas tentou disfarçar.
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  — Desculpe, eu… me perdi — disse ela, um pouco sem jeito. — Não queria interromper.
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   deu um sorriso leve, ainda enxugando o rosto com a toalha.
  — Tudo bem. Esse riacho é meio escondido mesmo — disse ele, lançando um olhar compreensivo. — Quer que eu a acompanhe de volta?
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  Ela assentiu, aliviada e ainda um pouco constrangida, mas agradecida pela oferta.
  — Se não for muito incômodo… — murmurou ela, olhando para o chão enquanto ele se preparava para guiá-la de volta à fazenda.
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  Enquanto unwoo pegava sua camisa jogada sobre uma pedra próxima, não pôde evitar que o olhar curioso repousasse sobre ele. A forma com que a água escorria pelos ombros largos e pelo peito bem definido dele a deixou ligeiramente hipnotizada. Ele tinha um porte robusto e, ao mesmo tempo, uma tranquilidade em seus movimentos que exalava uma confiança natural. engoliu em seco, tentando desviar o olhar para disfarçar o próprio interesse, mas era difícil.
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  , ao vestir a camisa, percebeu o olhar dela e, com um sorriso de leve malícia no rosto, comentou:
  — Aproveitando a vista, ?
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  Ela imediatamente corou, desviando os olhos e balançando a cabeça, tentando se explicar.
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  — Eu… não, quer dizer… não estava olhando para… — ela murmurou, sem saber como reagir.
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  Rindo de forma descontraída, decidiu aliviar o clima, mas não sem antes provocá-la um pouco mais.
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  — Relaxa — ele disse, divertido. — Se quiser, pode aproveitar o riacho também. A água está boa. Faz bem para relaxar, sabe?
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   piscou, surpreendida pela sugestão inesperada. Ela olhou para a água límpida e a superfície tranquila, e a ideia de um mergulho parecia tentadora depois da caminhada longa e quente. Porém, a ideia de estar ali, na presença dele, a deixava um pouco nervosa.
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  — Ah, não sei… acho que não trouxe nada pra… — ela começou a responder, meio incerta.
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   deu de ombros, casual.
  — Pode molhar só os pés, então. É refrescante — ele sugeriu, ainda sorrindo, enquanto se abaixava para lavar o rosto mais uma vez, como se deixasse a decisão no ar para que ela se sentisse confortável.
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  Encantada com a ideia de se refrescar, decidiu aceitar a sugestão de . Ela retirou os sapatos e se aproximou da margem do riacho, onde a água corria suavemente entre as pedras. Sentindo a frescura da água ao mergulhar os pés, ela deixou escapar um suspiro de alívio. A sensação era revigorante e a lembrava de momentos mais simples, de quando visitava a fazenda de seus avós na infância.
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  Porém, ao dar um passo adiante, seu pé escorregou em uma pedra lisa, e seu corpo perdeu o equilíbrio. Antes que ela pudesse reagir, sentiu um braço firme a segurar pela cintura, impedindo que caísse na água. Surpresa, ela olhou para cima e se deparou com o rosto de , muito mais próximo do que imaginava. O toque dele era firme e seguro, e o contato entre os dois fez seu coração acelerar.
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  — Cuidado, — disse ele, com um sorriso discreto, ainda a segurando com cuidado. — Essas pedras podem ser traiçoeiras.
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  Ela sentiu o rosto aquecer enquanto se recompunha, ainda com os dedos dele pousados levemente na sua cintura. Respirou fundo, tentando esconder o nervosismo e a timidez, mas ele notou o rubor nas bochechas dela.
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  — Acho que não sou tão boa com a vida rural quanto pensava… — ela murmurou, rindo de si mesma.
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   riu também, soltando-a com gentileza assim que percebeu que ela estava equilibrada novamente.
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  — Com o tempo, você se acostuma — ele disse, e o tom tranquilizador dela a fez relaxar um pouco. — E se precisar de ajuda, sabe onde me encontrar.
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   sorriu, um pouco mais à vontade, agradecida pelo apoio inesperado. Eles permaneceram em silêncio por um instante, apenas ouvindo o som suave da água e os cantos dos pássaros ao redor, criando um momento tranquilo entre os dois, cheio de uma conexão silenciosa.
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Capítulo 3

   observou por um momento, admirando o perfil delicado dela enquanto seus olhos vagavam pelo rio e a paisagem ao redor. Havia algo na expressão dela, um misto de curiosidade e serenidade, que o fazia sorrir discretamente. Ela parecia tão deslocada naquele ambiente rústico e, ao mesmo tempo, encaixava-se nele de forma graciosa.
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  Quando percebeu o olhar dele, virou-se ligeiramente, encontrando os olhos de . Sentiu-se um pouco exposta, como se ele estivesse vendo mais do que ela pretendia mostrar.
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  — O que foi? — perguntou, arqueando uma sobrancelha, tentando quebrar o momento.
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   apenas sorriu mais abertamente.
  — Nada — respondeu, desviando o olhar para a água. — Só estava pensando que você parece gostar daqui, mesmo sendo tão diferente do que está acostumada.
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   deu de ombros, inclinando a cabeça enquanto o estudava.
  — É tudo muito novo, mas acho que é difícil não se sentir cativada por um lugar assim. É bonito, tranquilo…
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  Ele assentiu, parecendo satisfeito com a resposta. Após um momento, ele ajeitou o chapéu e olhou de volta para ela.
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  — Quer conhecer mais alguma parte do local?
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   piscou, surpresa com a oferta. Não esperava que ele fosse tão solícito depois do encontro inesperado no riacho.
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  — Mais? Tem algo ainda mais bonito do que isso? — ela perguntou, gesticulando para a paisagem ao redor.
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   deu uma risada suave, cruzando os braços.
  — Talvez. Mas você só vai saber se aceitar.
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  Ela sorriu de volta, intrigada e, ao mesmo tempo, curiosa.
  — Certo, então. Acho que posso confiar no meu guia.
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  Ele fez um gesto para que ela o seguisse, o sorriso leve ainda no rosto.
  — Vamos, então. Prometo que não vai se arrepender.
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  Enquanto caminhavam lado a lado, sentiu uma mistura de expectativa e um certo nervosismo. Por algum motivo, aquele passeio parecia mais significativo do que ela imaginava.
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***

  Quando começaram a caminhar mata a dentro, olhou para o terreno irregular à frente, repleto de pedras e raízes que se erguiam como pequenos obstáculos. Ele então virou-se para , que avançava cuidadosamente, olhando para onde pisava com uma expressão de concentração.
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  — Espere, — ele disse, estendendo o braço em direção a ela. — Segure aqui. Assim, se escorregar, eu seguro você.
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   olhou para o braço que ele oferecia e depois para o rosto dele, hesitando por um segundo antes de aceitar.
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  — Obrigada, mas eu estou bem… Só preciso prestar atenção.
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   arqueou uma sobrancelha, um meio sorriso se formando.
  — Confie em mim, é mais fácil assim. O terreno aqui pode ser traiçoeiro.
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  Relutante, mas consciente de que ele tinha razão, segurou no braço dele. Imediatamente, sentiu a firmeza do músculo sob a camisa de algodão, e algo em seu interior revirou, deixando suas bochechas levemente coradas.
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  — Está tudo bem? — ele perguntou, notando a expressão dela.
  — Sim, está… Só não esperava que o terreno fosse tão… complicado. — respondeu rapidamente, tentando soar casual.
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   riu baixinho, a voz baixa e calorosa.
  — Por isso estou aqui. Pode confiar, não vou deixar que caia.
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  Eles continuaram caminhando, e percebeu que a proximidade dele era reconfortante, quase como se o braço dele fosse uma ponte segura que a conectava àquele mundo novo e estranho.
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  — Você faz isso sempre? — ela perguntou, tentando desviar a atenção de como estava consciente do toque. — Ajudar visitantes perdidos pela fazenda?
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   sorriu, o olhar caloroso.
  — Nem sempre. Mas acho que você é uma visitante especial.
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   olhou para ele, surpresa pela resposta direta. O tom dele era tranquilo, mas havia algo em suas palavras que a fez desviar o olhar rapidamente, sentindo o coração acelerar.
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  Os dois continuaram a caminhar, o som suave do riacho e o canto distante dos pássaros preenchendo o silêncio confortável entre eles. ajustava o passo para acompanhar , guiando-a com paciência pelos trechos mais difíceis do caminho.
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  — Essas fazendas são maiores do que imaginei, — comentou, olhando ao redor para o campo vasto que parecia se estender infinitamente. — Não sei como vocês conseguem administrar tudo isso.
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  — Não é fácil, — respondeu, com um tom que misturava orgulho e cansaço. — Mas cresci aqui, então conheço cada pedaço de terra. Meu pai costumava dizer que a fazenda era como um quebra-cabeça gigante, e que nós éramos as peças que precisavam mantê-la inteira.
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   sorriu diante da metáfora.
  — E você acha que já encontrou todas as peças certas?
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   a olhou de soslaio, o canto dos lábios erguendo-se levemente.
  — Algumas peças ainda estão se encaixando, mas acho que estou no caminho certo.
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  Ela sentiu o coração acelerar levemente, mas desviou o olhar, focando nas flores silvestres que cresciam à beira do caminho.
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  Logo, chegaram a uma clareira onde o riacho formava uma pequena queda d’água antes de seguir seu curso sinuoso. A luz do sol atravessava as árvores, criando reflexos cintilantes na água.
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  — Uau, — sussurrou, impressionada. — Isso é lindo.
  — É um dos meus lugares favoritos, — confessou, soltando o braço dela e avançando alguns passos. Ele se virou para olhá-la, os olhos brilhando com um entusiasmo raro. — Quando as coisas ficam difíceis, venho para cá. É como se a natureza tivesse o poder de acalmar tudo.
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   assentiu, absorvendo o ambiente tranquilo. Sentiu-se grata por ele ter compartilhado aquilo com ela, algo que parecia tão pessoal e íntimo.
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  — Posso entender por quê, — ela disse suavemente. — É como se o tempo parasse aqui.
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   a observou por um momento, notando como ela parecia estar em harmonia com o ambiente. Ele hesitou antes de perguntar:
  — Quer continuar explorando ou prefere ficar aqui um pouco?
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   sorriu.
  — Acho que posso ficar aqui por horas… Mas, se você tiver algo mais para mostrar, estou pronta.
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   sorriu de volta, estendendo a mão para ajudá-la a subir em uma pedra próxima.
  — Vamos. Ainda há muito mais para ver.
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  Juntos, eles retomaram a caminhada, a conexão entre eles crescendo a cada passo e palavra trocada.
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  Enquanto caminhavam, mostrou a vários pontos da fazenda que carregavam memórias especiais para ele. Passaram por um pomar de árvores frutíferas onde ele costumava brincar quando criança, um celeiro antigo que abrigava ferramentas e histórias de gerações passadas, e uma colina coberta de flores silvestres, onde os raios de sol pareciam dançar com o vento.
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   apontava detalhes que talvez passassem despercebidos para outros: a textura da casca de uma árvore centenária, o ninho de pássaros escondido entre os galhos, o aroma sutil das flores que cercavam o caminho. , por sua vez, absorvia cada detalhe com curiosidade, admirando o quanto ele parecia conectado àquele lugar.
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  Durante o trajeto, o tom das conversas alternava entre leve e introspectivo. compartilhou memórias de sua infância na fazenda, enquanto falava sobre como era crescer em Seul, cercada pela agitação da cidade grande. Ambos se surpreendiam ao encontrar pequenas similaridades em meio às suas vidas tão diferentes.
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  Ao final da caminhada, chegaram a uma campina aberta com uma vista deslumbrante das montanhas ao longe. O vento era fresco, carregando o aroma de terra e grama. Eles pararam por um momento, ambos em silêncio, apenas apreciando a imensidão ao seu redor. sentiu uma paz que há muito tempo não experimentava, como se aquele lugar tivesse o poder de acalmar sua alma inquieta.
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   se virou para ela, os olhos brilhando com uma mistura de orgulho e algo mais sutil, quase imperceptível.
  — Então, o que achou do passeio? — ele perguntou.
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   sorriu, o rosto iluminado pelo sol.
  — Acho que nunca estive tão conectada com a natureza como agora. Você tem sorte de chamar este lugar de lar.
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  Ele riu suavemente.
  — Talvez o lar seja mais sobre as pessoas que estão com você do que o lugar em si.
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   desviou o olhar, sentindo o impacto das palavras dele. Sem querer prolongar o momento, apontou para o caminho de volta.
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  — Acho melhor retornarmos antes que minha avó mande alguém me procurar.
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   assentiu, retomando a caminhada com ela ao seu lado. O caminho de volta foi mais descontraído, com ambos rindo de pequenas anedotas que compartilhavam. Quando finalmente chegaram ao ponto de partida, se deu conta de que aquele passeio havia sido mais do que uma simples caminhada: era o início de algo que, embora ela ainda não conseguisse definir, já sentia que seria especial.
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***

   acompanhou até a porta principal da fazenda, onde a varanda ainda exalava o aroma do café que Yejin provavelmente havia preparado mais cedo. Ele parou ao lado dela, com um sorriso tranquilo, enquanto ela observava o ambiente ao redor.
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  — Obrigada por me guiar de volta — disse, sorrindo timidamente. — Eu realmente achei que estava perdida.
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   inclinou levemente a cabeça, como se ponderasse a situação.
  — Perder-se às vezes leva a lugares inesperados. Mas se precisar, sempre estarei por perto para ajudar.
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  Ela riu suavemente, sentindo um leve calor no rosto diante da gentileza dele.
  — Vou lembrar disso.
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  Enquanto se preparava para ir, alguns trabalhadores da fazenda de Yejin passavam pelo pátio, carregando ferramentas e cestos cheios de hortaliças. Ele acenou para eles com familiaridade, o que fez perceber que ele parecia conhecer a todos, mesmo na propriedade da sua avó.
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  — -ssi! — um dos homens mais velhos chamou, sorrindo calorosamente. — Já está indo?
   assentiu, caminhando até eles para uma breve conversa. Ele trocou algumas palavras sobre as plantações e os reparos no celeiro, demonstrando conhecimento e preocupação com o andamento da fazenda, mesmo que não fosse a sua.
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   observava a interação de longe, surpresa com a naturalidade e o respeito que todos pareciam ter por ele. não era apenas um vizinho; ele fazia parte daquela comunidade, como se estivesse profundamente enraizado em cada pedaço daquele lugar.
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  Quando ele voltou para onde ela estava, lançou um último olhar à grande casa da fazenda.
  — Vou deixar você descansar agora. Foi um longo passeio.
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  — Foi mesmo — admitiu, mas havia algo na expressão dela que parecia não querer encerrar a conversa.
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  Ele sorriu, inclinando levemente a cabeça em despedida.
  — Até mais, .
  — Até mais, — ela respondeu, a voz mais baixa do que pretendia, mas ainda assim carregada de um tom genuíno.
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   virou-se e começou a descer a trilha que levava de volta à sua própria fazenda, parando apenas uma vez para olhar brevemente por cima do ombro. continuou ali, observando-o desaparecer entre as árvores, enquanto uma sensação estranha e familiar começava a se formar em seu peito, como se aquela despedida fosse o prelúdio de algo maior.
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***

  Assim que entrou pela grande porta de madeira da casa, foi imediatamente recebida por um par de olhares preocupados. Yejin e Areum estavam na sala principal, sentadas no sofá, mas levantaram-se assim que a viram atravessar o limiar.
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  — Onde você estava, ? — a mãe perguntou, o tom de voz calmo, mas com uma evidente preocupação.
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  — Ficamos preocupadas quando não a vimos por aqui — acrescentou Yejin, com a expressão mais severa do que o habitual.
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   ergueu as mãos em um gesto de desculpa, tentando dissipar a tensão no ar.
  — Desculpem. Fui dar uma volta para conhecer melhor a fazenda e… me perdi um pouco.
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  Yejin franziu o cenho e cruzou os braços.
  — Você deveria ter nos avisado antes de sair, querida. Esta é uma fazenda grande, e há muitos lugares onde alguém pode se machucar ou se perder.
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  — Eu sei, eu sei. Não foi minha intenção preocupar vocês — respondeu rapidamente, enquanto tirava os sapatos e os deixava na entrada.
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  Areum deu um suspiro, aliviada por vê-la bem, mas ainda com um leve toque de reprovação no olhar.
  — Pelo menos está tudo bem. Mas, por favor, não faça isso de novo.
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   assentiu, sentando-se na poltrona ao lado das duas.
  — Eu acabei encontrando o no caminho. Ele me guiou de volta até aqui.
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  Ao mencionar o nome de , Yejin relaxou visivelmente, um leve sorriso surgindo em seus lábios.
  — Ele é um bom rapaz. Sempre tão prestativo…
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  Areum arqueou uma sobrancelha, observando a filha com atenção.
  — Ele guiou você de volta?
  — Sim. Eu tropecei em uma área próxima ao riacho, e ele estava por lá… — hesitou, lembrando-se do momento, o rosto ficando levemente corado. — Foi pura coincidência.
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  Yejin sorriu, satisfeita.
  — Coincidências são como o destino gosta de trabalhar.
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   bufou, desviando o olhar para esconder o sorriso nervoso.
  — Não tirem conclusões precipitadas. Ele só estava sendo gentil.
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  Areum riu suavemente, passando a mão pelo cabelo da filha.
  — Não estamos dizendo nada, querida. Mas talvez seja uma boa ideia começar a levar o celular com você quando for sair. Assim, se algo acontecer, podemos ligar para você.
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   assentiu, percebendo que a preocupação delas não era apenas exagero, mas um reflexo do cuidado que tinham.
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  Yejin, no entanto, parecia mais tranquila agora, e sua expressão de alívio se transformou em uma brincadeira leve.
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  — Ainda bem que estava por perto. Quem sabe quantos outros riachos você acabaria encontrando sozinha!
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   riu, balançando a cabeça, enquanto pensava que talvez o destino tivesse mais a dizer sobre aquelas “coincidências” do que ela estava pronta para admitir.
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***

   subiu as escadas em silêncio, o peso do dia ainda sobre seus ombros. Ao entrar no quarto, a luz suave que entrava pelas cortinas mal abertas iluminava o celular deixado sobre a cômoda. Ela o pegou e viu a tela cheia de notificações: várias chamadas perdidas e algumas mensagens de texto.
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  Curiosa e um pouco apreensiva, ela começou a deslizar o dedo pela tela, lendo as mensagens.
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  , precisamos falar. É urgente.”
  “Entre em contato assim que puder.”
  “Pode vir à galeria amanhã? Precisamos conversar pessoalmente.”
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  Era do pessoal da galeria de arte onde trabalhava. franziu o cenho, o estômago revirando de leve. Algo parecia sério.
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  Ela respirou fundo antes de discar o número. A ligação não demorou a ser atendida, e a voz familiar de seu supervisor, Sungho, soou do outro lado da linha.
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  ! Finalmente! Estávamos tentando falar com você o dia todo. Está tudo bem?”
  “Sim, sim, está tudo bem” — ela respondeu rapidamente, sentando-se na beira da cama. — “Estou na fazenda da minha avó e fiquei sem olhar o celular. O que houve?”
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  “Precisamos conversar pessoalmente. Pode vir à galeria amanhã?”
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  A preocupação na voz dele era evidente, e isso só aumentou a ansiedade de .
  “O que está acontecendo? Por que tanta urgência?”
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  Sungho fez uma pausa antes de responder, como se estivesse escolhendo as palavras com cuidado
  “Não quero discutir isso por telefone. É algo que você precisa ouvir pessoalmente.”
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  “Tudo bem…” respondeu, hesitante. — “Vou dar um jeito de voltar para a cidade amanhã.”
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  “Ótimo. Avise assim que estiver a caminho.”
  Quando a ligação terminou, permaneceu sentada, segurando o celular com força. Uma mistura de preocupação e curiosidade preenchia sua mente.
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  Ela suspirou, deitando-se brevemente na cama e encarando o teto. O dia já havia sido cheio o suficiente, e agora parecia que as coisas poderiam ficar ainda mais complicadas.
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   ficou alguns minutos em silêncio, encarando o teto, tentando organizar seus pensamentos. Porém, o peso da ligação não lhe dava sossego. Decidida, levantou-se da cama, pegou uma toalha e foi direto ao banheiro.
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  A água quente escorreu sobre sua pele, relaxando um pouco os músculos tensos e clareando sua mente. Ela lavou o rosto com cuidado, sentindo-se um pouco mais leve, mas ainda inquieta com a urgência da mensagem da galeria.
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  Após o banho rápido, vestiu uma roupa confortável e voltou para o quarto, onde abriu a mala que havia trazido. Ela começou a separar suas roupas, dobrando-as de forma prática, mas seus pensamentos vagavam.
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  — Por que será que querem falar comigo pessoalmente? — murmurou para si mesma enquanto colocava um par de jeans na mala.
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  A cada peça que arrumava, ela pensava na galeria, nos colegas de trabalho, e em qualquer possível motivo para a reunião repentina. Era difícil se concentrar totalmente na tarefa com tantas perguntas sem resposta.
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  Enquanto ajustava o nécessaire no canto da mala, a porta do quarto foi aberta de leve, e Yejin colocou a cabeça para dentro, com um sorriso suave.
  — Está tudo bem, querida?
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   parou de mexer na mala e olhou para a avó, que agora entrava no quarto com passos calmos.
  — Sim, só preciso voltar para a cidade ainda hoje. A galeria quer falar comigo, parece importante.
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  Yejin assentiu, seu sorriso diminuindo levemente.
  — Quer ajuda com as malas?
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   sorriu de volta, sentindo o carinho da avó.
  — Não precisa, vó. É só organizar algumas coisas.
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  Yejin se aproximou e colocou a mão no ombro da neta.
  — Tudo bem. Só não se esqueça de descansar, está bem? Amanhã será outro dia cheio.
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  — Pode deixar, vó.
  Com um último sorriso, Yejin saiu do quarto, deixando sozinha novamente. Ela terminou de ajeitar as últimas peças, fechou a mala e sentou-se na cama, respirando fundo.
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  Mesmo pronta para partir, a fazenda começava a deixar uma marca em seu coração. E pensar em deixá-la, mesmo que por um curto período, parecia mais difícil do que imaginava.
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***

  Na cozinha, o cheiro da comida fresca preparada por Yejin invadia o ambiente. Areum estava à mesa, servindo o arroz em tigelas, enquanto Yejin organizava os acompanhamentos. entrou no cômodo, já pronta, mas com o semblante um pouco distante.
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  — Finalmente, mocinha! — Yejin disse com um sorriso, apontando para a cadeira vazia. — Sente-se. Precisamos alimentar você antes de enfrentar a estrada.
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   sorriu levemente e sentou-se. Observou a comida disposta sobre a mesa: kimchi fresco, bulgogi bem temperado, uma sopa de doenjang que exalava um aroma reconfortante e alguns vegetais salteados. Era uma refeição simples, mas carregada de carinho.
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  Elas começaram a comer em silêncio, o som dos hashis tocando as tigelas preenchendo o espaço. Areum olhou para a filha entre uma mordida e outra.
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  — Tem certeza de que precisa voltar agora? — perguntou, preocupada. — Ainda estamos nos acostumando a tudo isso aqui.
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   suspirou e pousou os hashis na tigela.
  — Eu queria ficar, mas a galeria me pediu para ir pessoalmente. Não sei exatamente o motivo, mas parece importante.
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  Yejin franziu o cenho, mas não disse nada. Em vez disso, colocou mais comida no prato de , como se isso pudesse ajudá-la de alguma forma.
  — A gente entende, filha — Areum disse, tentando soar tranquila. — Só espero que não se sobrecarregue.
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   assentiu. Depois de um tempo, enquanto terminava sua tigela de sopa, ela olhou para a mãe.
  — Você pode me levar até a rodoviária? Preciso pegar o ônibus para Seul à tarde.
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  Areum hesitou por um momento, mas depois sorriu suavemente.
  — Claro. Vou deixar tudo pronto para sairmos depois do almoço.
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  Yejin, que até então estava em silêncio, colocou a mão sobre a de .
  — Vai com cuidado, minha neta. E não se esqueça de que essa casa sempre será seu lar, onde quer que você esteja.
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   apertou a mão da avó com carinho, sentindo um nó se formar na garganta.
  — Eu sei, vó. Obrigada.
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  O resto da refeição foi mais silencioso, mas cheio de pequenas trocas de olhares e gestos de afeto. Apesar da despedida temporária, o vínculo entre elas parecia mais forte do que nunca.
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***

  O sol da tarde brilhava suavemente, iluminando a grande varanda da casa enquanto Areum e carregavam as malas para o porta-malas do carro. Yejin, encostada no batente da porta, observava as duas com um olhar melancólico, mas resignado.
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  De repente, o som de cascos ecoou pela estrada de terra. olhou na direção do som e viu se aproximando a cavalo, o animal troteando de maneira elegante. Ele usava uma camisa leve de linho e parecia completamente à vontade no cenário rural.
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   parou o cavalo a poucos metros do carro e desceu com destreza, pousando um olhar curioso sobre a cena.
  — Achei que a estadia de vocês fosse durar mais — disse, sua voz carregada de surpresa, mas com um toque de desapontamento que não passou despercebido.
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   e trocaram olhares. Os olhos dele, cheios de uma intensidade tranquila, encontraram os dela, que carregavam uma mistura de hesitação e algo que ela não conseguia nomear.
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  Antes que ela pudesse responder, Areum, sempre prática, deu um pequeno sorriso enquanto fechava o porta-malas.
  — Na verdade, é só a que vai voltar para a cidade por enquanto. Eu vou permanecer mais um tempo aqui com a minha mãe.
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   assentiu, os lábios formando um sorriso discreto.
  — Entendi. — Ele olhou novamente para . — Espero que tenha aproveitado o tempo por aqui.
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   desviou o olhar, mexendo na alça da bolsa que segurava.
  — Foi… diferente — disse, tentando soar casual, mas a leve curva em seus lábios denunciava algo mais.
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  Yejin, que até então apenas observava a troca, decidiu intervir.
  — , meu rapaz, vai deixar sua vizinha partir sem um adeus decente?
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  Ele riu baixo, um som que fez sentir um calor inesperado subir pelo rosto.
  — Eu não sabia que estava tão perto de uma despedida, ajumeoni. — Ele deu alguns passos à frente, parando próximo a . — Boa viagem, . Espero que nos vejamos em breve.
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   assentiu, o coração batendo um pouco mais rápido do que deveria.
  — Obrigada. Cuide-se.
   recuou, montando novamente no cavalo, mas não sem lançar um último olhar na direção dela. Com um breve aceno, ele puxou as rédeas e se afastou pela estrada, o som dos cascos diminuindo aos poucos.
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  Areum olhou para a filha, um sorriso curioso nos lábios.
  — Parece que você fez um amigo por aqui.
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   balançou a cabeça e entrou no carro sem responder, tentando ignorar o leve rubor em suas bochechas enquanto Yejin soltava uma risadinha discreta ao fundo.
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***

   estava sentada em um dos bancos de madeira da rodoviária, com as malas ao seu lado e a bolsa no colo. O local era modesto, típico de uma cidade pequena, com poucos passageiros esperando seus respectivos ônibus. O relógio na parede marcava ainda quinze minutos até a partida, e sentia o tempo arrastar-se enquanto seus pensamentos vagavam.
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  Ela apoiou o cotovelo no braço do banco, descansando o queixo na mão, e olhou para o horizonte. A paisagem rural ao longe era uma pintura viva — colinas verdejantes, o céu claro com algumas nuvens brancas, e o som distante de pássaros. Aquilo a fez pensar na fazenda.
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  A casa grande e cheia de memórias, o cheiro de terra e grama fresca, o som do riacho que a levou ao encontro inesperado com . Ele. O pensamento nele a fez franzir a testa, sem saber por que exatamente ele surgia com tanta frequência em sua mente. Ela se lembrava da expressão tranquila dele, das palavras gentis e do sorriso que parecia sempre conter algo mais. Algo que, de alguma forma, mexia com ela.
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  “Por que ele me intriga tanto?”, pensou, suspirando e balançando a cabeça como se quisesse afastar a ideia.
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  Mas então sua mente viajou para a avó. Yejin, com sua sabedoria tranquila e olhares significativos, parecia tão serena naquele ambiente que era, sem dúvida, o seu lar. sentiu um aperto no peito ao pensar no vazio que seu avô deixara e na força com que sua avó lidava com tudo. Ela se perguntava se também poderia ser tão resiliente diante das mudanças.
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  E então havia Areum, sua mãe, que decidira ficar na fazenda por mais um tempo. entendia a decisão e até admirava a mãe por querer se conectar mais com o lugar e com a avó. Mas, ao mesmo tempo, sentia-se um pouco sozinha ao pensar no retorno para Seul.
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  Seul. A cidade grande, o caos e o ritmo frenético que, de alguma forma, sempre a haviam preenchido. Mas agora, a perspectiva de voltar parecia diferente. Talvez fosse porque sua mente estava dividida entre dois mundos tão opostos. Ou talvez fosse por causa do motivo que a aguardava.
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  O pessoal da galeria. Suas palavras ainda ecoavam em sua mente: “Precisamos conversar pessoalmente”. O tom sério das mensagens a deixava inquieta. O que seria tão importante que não pudesse ser resolvido por telefone? Ela tentou não criar cenários catastróficos, mas a ansiedade já fazia morada.
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   olhou para o celular em sua mão, a tela escura refletindo seu próprio rosto. Ela passou os dedos distraidamente sobre o aparelho, pensando em como sua vida parecia estar em um ponto de interseção. Entre a cidade e o campo, o passado e o presente, o conhecido e o desconhecido.
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  O som de um motor ao longe a despertou de seus pensamentos. O ônibus estava se aproximando. ajeitou a bolsa no ombro e pegou a alça de sua mala, respirando fundo.
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  “Um passo de cada vez”, murmurou para si mesma. Mas, mesmo enquanto se preparava para seguir viagem, uma parte de sua mente ainda estava presa naquele riacho, na fazenda, e nos olhos intensos de .
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Continua

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Lelen
Admin
2 meses atrás

Achei esse Eunwoo fofinho. Vamos ver como será mais pra frente HHEHEHEH

Lelen
Admin
1 mês atrás

Esses dias sonhei com o Eunwoo, então tô toda trabalhada na vibe dele HEHEHEH
Acho que se um dia eu puder, quero ter o privilégio de ter uma casa no interior e outra na cidade grande porque, por mais que eu adore a tranquilidade, eu sentiria falta de uma agitação, de uma xingada no trânsito e tal SOPNDASOPDNAP
Vamos ver como o combo Paz + Cha Eunwoo vai fazer a pp se reencontrar <3

Lelen
Admin
3 dias atrás

Eunwoo é uma fofura mesmo, né?
O que a galeria quer com a pp que teve que tirar ela da paz do campo, hein?
Espero que seja algo bom e que valha a pena HAHAHAH


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