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Natashia Kitamura
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Quiz #010
// O Tema
Qual tipo de viagem combina com você?
// O Resultado
Viagem solo


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Em Busca de Mim: Intro

  – Eu posso dar um jeito.
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  – Não.
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  Tentei não dar atenção ao olhar ofendido que me enviou. Eu sabia que ela tinha toda a boa intenção do mundo em não querer me deixar atravessar o continente rumo ao norte, e ter minha primeira experiência internacional acompanhada de uma das minhas melhores amigas, ao invés de sozinha.
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  Porque eu nunca fui muito de fazer as coisas sozinha.
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  – Obrigada por se preocupar, – digo, tentando acalmar a fera que despertava dentro dela –, mas eu preciso desse desafio.
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  – Desde que você foi naquele cartomante, você anda tomando algumas decisões bem esquisitas.
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  É verdade. , nossa melhor amiga, gosta muito de se consultar com a área esotérica e nos levou até uma mulher em Santa Branca, que falou sobre tudo e nada ao mesmo tempo.
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   recebeu uma progressão de que precisava falar mais e agir menos. Por ser uma pessoa impulsiva, as atitudes dela estavam magoando algumas pessoas ao seu redor, e a maneira dela resolver isso, é, ao invés de sair fazendo, conversar antes e dar uma chance das pessoas compreenderem as intenções dela.
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  , como uma das pessoas que sempre vão nela, já recebeu algo mais generalizado, já que a mulher sabe mais sobre a vida dela do que provavelmente eu e . A única coisa que precisava fazer, era parar de pensar que tudo vai cair à frente dela só porque ela ouviu uma notícia boa, e começar a correr mais atrás do que quer.
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  Eu, por fim, só recebi uma única notícia:
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  – Por fora vemos uma mulher completa, mas por dentro ela está vazia.
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  Ninguém nunca foi tão certeira. Eu, de fato, estava me sentindo vazia.
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  – Como que se acha um propósito? – pergunto com curiosidade. Se ela tem coragem de dizer que sou um casco vazio, então precisa bancar a notícia e me ajudar a solucioná-la.
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  – Vivendo.
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  Quase revirei os olhos. Cheguei bem perto mesmo. Mas quando estava prestes a suspirar, a resposta bateu forte no oco do meu corpo. Viver não é só se alimentar e seguir uma rotina. É passar por novas experiências e descobrir novos limites.
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  Por fim, a mulher olhou para nós três e disse:
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  – A melhor forma de se achar uma resposta, é manter-se em movimento. Nenhuma oportunidade passa por uma porta fechada. Você precisa abri-la para permitir que ela entre.
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  Naquela noite, passei as primeiras horas da madrugada acordada, pensando em como viver. Decidi que era hora de eu tentar algo sozinha. Eu, comigo mesma. Sem ninguém para desviar minha atenção.
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  Peguei meu celular na estante ao lado da minha cama e digitei “lugares cheios e fáceis de turistar sozinha”. Entre praias e montanhas, eu escolhi uma cidade. Li que Nova Iorque é um lugar onde as pessoas andam tão rápido que mal se importam com aquele que está do lado.
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  Era perfeito. Eu poderia ser quem eu quisesse sem que ninguém prestasse atenção em mim. Poderia mudar de versão todos os dias, até achar aquela que se encaixava em mim. Tentaria várias atividades, independente de serem bizarras ou não, até sentir aquela que fazia meu coração vibrar. Acho que é assim que se define um propósito. Não tem explicação… a gente simplesmente sente.
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  Quando contei para meus pais e meus irmãos que eu viajaria para os Estados Unidos, os mais velhos ficaram preocupados, afinal, aquele é um país com muitos ataques terroristas; meus irmãos riram.
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  – Você nunca nem foi até Freguesia sozinha.
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  – Bem, eu vou para Manhattan.
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  Jorge e Miguel se entreolharam e voltaram a rir. Começaram a apostar quantos dias (ou horas) levaria até que eu me arrependesse e ligasse para minha mãe chorando.
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  Foi ali que eu percebi que realmente precisava dessa mudança. Precisava que as pessoas parassem de achar que me conheciam, quando eu mesma não sabia quem eu era.
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  Meu chefe, o prefeito, não disse nada, mas vi um pequeno sorriso em seu rosto que indicava ironia. Ele também devia pensar que não sou capaz de fazer nada sem alguém ao meu lado. Devido à falta de intimidade, o homem só assinou a permissão de férias na época que pedi, e voltou para seu escritório junto com Marisa, a outra secretária que foi contratada para estagiar ali (mas que todo mundo sabe que é A Outra).
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   e foram as que mais compreenderam, mas, por força do hábito, se ofereceram para irem juntas de mim. Neguei e expliquei que eu precisava ir sozinha.
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  – Sinto que esse é um divisor de águas na minha vida – digo, animada. Meu peito começa a vibrar com a animação e eu olho para as duas, que devem ter enxergado algo ali, pois abriram um sorriso de orgulho e me abraçaram.
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  – Tenho certeza de que você vai voltar uma nova mulher, diz com a voz mais animada que a minha –, quem sabe você não encontra alguém por lá?
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  – A única pessoa que ela vai encontrar lá, é ela mesma, diz, curta e grossa –, é esse o intuito da viagem.
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  – Deixa de ser grosseira, ! – soa ligeiramente ofendida, mas conhecemos a desde crianças, então sabemos quando ela está sendo ou não grossa de verdade. – Você entendeu o que eu quis dizer, né ?
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  – Entendi sim, . Quem sabe? Mas a tem razão. Minha prioridade é encontrar uma nova lá e acolhê-la dentro de mim antes de voltar para cá.
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  Olhei para minhas amigas, que haviam se oferecido para me levar até o aeroporto de Guarulhos, porque meus pais precisavam ficar no armazém e meus irmãos na madeireira. Vi o olhar repleto de expectativas delas – e um pouco de nervosismo também.
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  Minha viagem não era só uma viagem de descobertas.
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  Era um teste. Escolhi um lugar que falasse outra língua, porque quero saber quão bem consigo me virar no meio de pessoas que não me entendem.
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  – Boa sorte! – as duas gritam assim que passo pela catraca de identificação.
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  Aceno em resposta e ouço um “Nos mantenha atualizadas!”. Respiro fundo e viro em direção à enorme fila que levava até o guichê da alfândega.
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  É isso. Agora ou nunca.
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  , me espere. Eu estou chegando.
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  Não existe nada que nos deixe mais animada do que nossos planos estarem dando certo.
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  Quando o policial carimbou meu passaporte e disse o famoso “welcome to the United States”, meu estômago deu uma cambalhota no ar e aproveitou para dar um hi-five no coração, que palpitou tão alto que até um surdo poderia ouvi-lo.
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  Recebi minha mala e me senti vitoriosa, pois a dona Marta da rua de baixo havia dito que os americanos gostavam de fuxicar em busca de drogas e coisas ilegais, e era normal as malas de porão extraviarem. Só que isso não aconteceu, porque eu não tenho nada que pudesse ser confundido com algo ilegal.
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  E assim caminhei até a área do trem, onde facilmente consegui comprar minha passagem e cheguei bem a tempo de escolher um ótimo lugar na janela, no vagão do trem que ia em direção à Manhattan.
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  Coloquei meus fones de ouvido e olhei mais uma vez minha programação. Era isso. Eu viajaria até o apartamento que aluguei sob uma agenda minimamente calculada. Após isso, o jogo estava on. A nova estará livre para tomar decisões de última hora, resolver pepinos sem se desesperar e enxergar o propósito que acabará caindo, do nada, em sua frente.
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  Talvez isso seja outro plano meu, mas posso interpretar como uma progressão ilusória do que eu gostaria que acontecesse.
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  O trem chegou no Grand Central às 9h45 e peguei um Uber até o apartamento. Às 10h06, eu avisava o porteiro da minha chegada, e ele, com um sorriso, me dá as boas vindas e aponta o elevador que eu poderia utilizar para chegar até minha hospedagem.
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  Estava tão feliz por tudo estar dando tão certo, que mal tive a chance de estranhar o fato do homem não ter me dado nenhuma chave, nem senha para entrar no apartamento. Fui direto para o elevador e apertei o botão do 16º andar.
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  Foi só quando cheguei na porta 1606 que percebi que não tinha como entrar.
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  – Será que o proprietário está aí? Ele disse que eu deveria pedir ao porteiro.
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  Decidi arriscar e tocar a campainha. Seria horrível ter que esperar o elevador, que agora estava parado no 11º andar, para descer até o térreo e me deparar com a notícia de que o dono do apartamento estava me esperando.
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  Quando ouvi o som da porta destrancando, me senti mais uma vez orgulhosa por minha escolha.
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  – Pois não.
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  Abri a boca. A luz das enormes janelas no cômodo ao fundo fazia parecer que eu havia chego no paraíso. E poderia ser, visto que o homem à minha frente mais parecia um anjo caído do céu.
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  – Er… eu… hum… aluguei este apartamento. Você é o proprietário?
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  – Não.
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  Não teve como. Minha boca voltou a abrir.
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  Tirei meu celular rapidamente do bolso e acessei o e-mail com a reserva. Olhei o número na porta. Estava no apartamento certo.
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  – Este é o edifício Levie?
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  – Sim.
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  Não podia ser. Meu primeiro desastre. Tudo bem. Nova em ação. Eu poderia resolver isso.
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  Olhei de novo em meu celular e então mais uma vez para o homem à minha frente.
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  Ele vestia uma calça de moletom cinza (que deveria ser proibido, pelo menos em frente a mulheres solteiras e com uma imaginação criativa incrível) e uma camiseta branca (como alguém pode ficar tão bem com algo tão simples?). Os pés estavam descalços e os cabelos escuros, bagunçados por ser manhã. Não era assim tão tarde, talvez ele fosse um desempregado?
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  Seus olhos castanhos eram puxados, dando a entender que era asiático. Japonês? Chinês? Coreano? Indonesiano? Seja qual fosse, deu certo. Deu absurdamente certo. Talvez ele fosse mestiço. Existem asiáticos com mais de 1,90m? No Brasil é bem difícil. Mogi das Cruzes tem diversos homens asiáticos e é muito difícil ver um com essa altura.
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  Eu não conseguia parar de olhar para os bíceps. Por Deus, eu sei que essa é uma parte do corpo naturalmente sensual para as mulheres, mas eles estavam parcialmente cobertos por um fino tecido branco, e a promessa do que havia por debaixo daquele branco todo era atormentador.
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  Foco, . Você tem um problemão para resolver.
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  Olho mais uma vez para o celular. Abro o aplicativo que fiz a reserva do apartamento. As mesmas informações do e-mail constam ali.
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  – Alô?
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  Pisquei, saindo do breve transe (espero que tenha sido breve) e levei cerca de 1,9 segundos para olhar uma sétima vez para o celular.
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  – Acho que a informação não mudou desde a última vez que olhou aí. – ele soou bem humorado. O sorriso, no entanto, mostrava que ele estava mesmo era se divertindo às minhas custas. Um dos cantos dos lábios estava levemente torcido para cima. O que tinha de perturbador, tinha de lindo.
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  – Eu aluguei esse apartamento. – digo a primeira coisa que vem à minha cabeça. O que prova que a nova não consegue somar dois mais dois diante de uma situação de emergência. Não estou gostando da versão que estou encontrando.
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  – Acho difícil. Eu o aluguei.
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  Sinto que minhas pupilas dilatam com o desespero. Eu estava sem lugar para dormir. Fui vítima de um golpe em inglês.
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  Tento argumentar, mas tudo o que eu consigo de solução é a única coisa que eu não precisava ter (por infinitos motivos que qualquer um poderia entender).
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  O Homem-Charmoso (não é humanamente possível dar outro apelido do que esse; tudo o que me vem em seguida possui teor sexual e, às vezes, de baixo calão) sugere que façamos a divisão do apartamento.
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  Eu. Dividir o apartamento com ele. Um homem.
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  Um homem lindo.
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  Um homem charmoso.
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  Gostoso pra caralho, como diria .
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  Fecho os olhos, tentando não parecer sentir pesar, porque apesar de eu estar decepcionada com o primeiro pepino do meu plano, também não estou tão chateada assim, porque o homem à minha frente é absolutamente tudo o que qualquer garota sonhou quando era mais nova e imaginava com quem dividiria a vida no futuro.
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  Quando os abro, ele está ali, o sorriso de lado que pode me causar centenas de reações estampado no rosto, o corpo relaxado encostado no batente da porta de entrada e os bíceps berrando toda a masculinidade sem que ele sequer os contraísse.
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  Um mês.
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  Eu teria um mês com esse homem (que poderia muito bem ser um assassino em série).
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  Minha razão berrava que isso estava errado. Tudo isso era muito errado. Iria atrapalhar meus planos e eu não conseguiria ser quem eu quero ser.
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  Mas todo o resto (minha mente irracional, meu corpo, meu coração e qualquer parte física ou abstrata que fizesse parte de mim) gritava com uma enorme placa neon de que dane-se o que é certo ou errado. O destino mandou o Homem-Charmoso na minha vida.
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  Encarei aqueles olhos e o sorriso irritante/maravilhoso de novo.
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  Apertei meus lábios e a única coisa que pensei, foi:
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  O errado nunca me pareceu tão certo.
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Fim

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Liv
Liv
6 meses atrás
  – Vivendo." Read more »

errada não tá

Liv
Liv
6 meses atrás
  – A única pessoa que ela vai encontrar lá, é ela mesma, – diz, curta e grossa –, é esse…" Read more »

iiiih, chata

Liv
Liv
6 meses atrás

Eu adoro essa temática e já estou animada para saber o desenrolar HEHEHEHEHE


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