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Ideia #252

Aura

// A Ideia
Ela comanda um grupo de piratas, é famosa por ser uma das melhores e mais implacáveis piratas que já existiram. Um dia, um estranho chega e lhe faz uma oferta: “invadir a prisão e matar um prisioneiro, sem ser pega e então ela receberia dinheiro o suficiente para nunca se preocupar com algo outra vez; do contrário, ela seria morta ali mesmo”. Ela aceita, é claro. A boa notícia, é que ela consegue invadir a prisão, a má notícia, é que o alvo dela é a última pessoa que esperava ver. É o próprio Imperador, seu marido.

// Sugestões
--
// Notas
O casamento deles era arranjado e por contrato. Ela fugiu porque não suportava viver sua vida sendo controlada, ele foi preso pq houve um usurpador no trono. Quem está no trono é o irmão gêmeo do mal do Imperador. O vilão tem se passado por ele desde que ela fugiu.

Esta história não possui capas prévias (:

Sem curiosidades para essa história no momento!

Dragon’s Seal

Prólogo

“Aqueles que podem fazer você acreditar absurdos, podem fazer com que você cometa atrocidades”

VOLTAIRE.

•••

  A calmaria não era comum perto do arquipélago de Corsália.
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  Onde os vastos prados de Shao-Kai, a Capital de Tsengai, se metamorfoseia em um aglomerado de pedras pontiagudas e irregulares, envolvendo toda a extensão litorânea, era extremamente comum que houvesse, pelo menos um, náufrago. Eles chamavam aquele pequeno pedaço de terra em meio ao mar de Boca do Dragão, por algumas pedras do desfiladeiro lembrarem vagamente o que poderia vir a ser dentes de uma criatura mágica ancestral, e porque a única entrada para Shao-Kai era justamente através de um buraco no desfiladeiro, onde a água carregava as caravelas para dentro da cidade flutuante.
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  O problema em si não eram as pedras, mas a parede do desfiladeiro que se formava ao redor. Mesmo que fossem irregulares, a correnteza do Tridente era consideravelmente forte e ruim o suficiente para facilmente arrastar uma embarcação em direção a parede de pedras. Isto, unido com o vento, provava-se uma combinação mortal para qualquer navegação mais desatenta ou, talvez, tomada de infortúnio.
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  Mesmo depois de anos, ainda sinto a mesma sensação de desconforto e enjoo que senti da primeira vez que vi a Boca do Dragão.
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  Movi a luneta para a esquerda, tentando conseguir enxergar o máximo que podia do que provavelmente nos aguardava a bombordo. O oceano, hoje, não está agitado, mas o vento ainda sopra por sobre nossas cabeças com uma intensidade que parecia um prelúdio silencioso de uma tempestade a se aproximar. Eu podia sentir o cheiro da chuva aproximando-se, como uma velha conhecida — não muito querida. Acompanho com cuidado, inclinando-me mais para frente, enquanto deixo que a corda grossa, enroscada em meu braço direito, deslize, quase queimando minha pele, mesmo que as faixas de proteção mantivessem o atrito longe. Uma pequena barreira que não parecia importar muito, tendo em vista a frequência em que eu costumava pendurar-me pelo navio.
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  Porsh costumava dizer que minha natureza traiçoeira gostava de testar os limites da sorte, e que, um dia, pagaria por isso. Porsh era meu imediato, com uma mistura de cicatrizes e tatuagens espalhadas não apenas pelo corpo, mas por seu rosto inteiro, uma careca lisa, e um corpo atarracado, porém forte, era o tipo de homem que você muito provavelmente buscaria para ter algum problema em alguma taverna esquecida pelos deuses, ou o que quer que você acreditasse. Mas apesar de sua expressão de poucos amigos, olhos afiados, e cicatrizes que evidenciavam ou uma resistência muito grande, ou propensão a brigas com facas, de todos nós? Porsh era o mais calmo. Sua serenidade me incomoda. Já Azure, pequena, com olhos grandes, tão agitada quanto um esquilo, dependurada do topo dos mastros e saltando como um macaquinho, parecia se divertir com a ideia de me derrubar. Não poderia culpá-la, suas tentativas eram no mínimo cômicas, e, para uma criatura de 15 anos, qualquer entretenimento seria válido do que perceber a realidade em que estava inserida.
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  Eu posso quase ouvir o ronco da garota no topo do mastro, a essa altura, completamente apagada, por mais irônico que fosse, já que a menina tinha propensão para dormir durante o dia e não a noite. Por sorte, Malik estava fazendo companhia a ela, debruçado sobre a pequena cabine no mastro principal, com a luneta reserva, vigiando, sempre apostos. Assim como Oriel, Calisto e Miska, Malik era, igualmente, um escravo liberto. Tecnicamente, não havia recebido alforria do Império, nós meio que impusemos sua liberdade, mas ainda assim, era melhor do que permanecer eternamente como escravos dos malditos que dominavam aquelas terras. E assim como os outros, Malik prontamente havia se comprometido em tripular o , com o único propósito de caçar aqueles malditos escravagistas, um por um, até eu conseguir chegar em Hao , o maldito Tigre Branco de Shao-Kai, tão bem conhecido pelo Império de Tsengai.
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  Abaixo a luneta, guardando-a em meu cinto novamente, antes de me lançar para frente para trás, a fim de conseguir impulso para alçar-me para cima, e conseguir aterrissar novamente na proa do navio. Ouço a madeira da proa do navio estalar sob meus pés, e faço uma nota mental de verificar aquilo novamente, uma vez que tivéssemos chegado a Kras’ay, uma baía mercante, em território neutro, que não possuía jurisdição alguma além do Livre Mercado, tiraria um tempo para verificar quais madeiras deverão ser trocadas, e quais reparos deveriam ser feitos. Levando em consideração que aquele navio deveria ter pelo menos uns vintes anos de uso, certamente precisaria convencer mais do que apenas um desconto do vigarista conhecido apenas por Acólito.
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  A água atinge a lateral do navio, respingando em meu rosto, gotas salgadas adentram em meus lábios ressecados, lembrando-me vagamente da quantidade de provisões que ainda tínhamos e que se esta incursão desse errado, então, bem… talvez a sorte não estivesse do nosso lado. Mas se algo a vida havia me ensinado era que não importava o quanto você tentasse, se não fosse um deles, você nunca iria ter sorte. A sorte era forjada, uma casualidade limitada, não pertencia a nomes estrangeiros. E, certamente, eu jamais seria um deles.
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  Tenciono minha mandíbula, cuspindo para fora do navio, tentando me livrar do sabor salgado da água, ignorando o leve incômodo que meus lábios ressecados adquirem devido ao sal. A brisa toca meu rosto, afastando meus cabelos encharcados de suor, e eu uso uma das agulhas de Azura para prendê-lo.
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  Resgatada de um porto ao Noroeste de Tsengai, próximo das fronteiras Norte com Ghorgân, havia um vilarejo, agora destruído, chamado Jintou. Até onde eu sabia, faziam cerca de décadas que o lugar havia se tornado uma colônia menor de Tsengai, devido a abertura que eles tinham para com o encontro das águas do Tridente e com Tempesta, mas antes do Império tomar conta daquele lugar, antes de seus povos serem brutalizados e escravizados, viviam os Feng Tians. O povo de Azura.
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  Eram pessoas distintas, curiosas, descendentes de magia ancestral que costumavam possuir asas longas, como as de um pássaro, e algumas penas ao redor de seus rostos, emoldurando os olhos com pequenas fendas no lugar de pupilas. Possuíam algum tipo de conexão profunda com a magia, e viviam com a terra como um. Assim como os meus costumavam encontrar força e conexão com a magia através das tintas sagradas, os Feng Tians encontravam com as correntes de vento e a terra, viviam nas montanhas mais altas de Ghorgân, um caminho estreito e perigoso permeado por ilhotas flutuantes, coloridas e deslumbrantes. Lembro-me de meu pai dizer que o local era rico em propriedades místicas, e plantas raras para cura. Lembro-me de ter perguntado a ele como sabia de tal coisa, já que Katha Mandjar é consideravelmente distante de Ghorgân, e ele apenas me dizia: “as pessoas são como árvores, nós nos conectamos através de nossas raízes”.
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  Quando eu era pequena, achava aquela ideia simplesmente ridícula. Como poderíamos ter raízes? Agora, quando olho para Azura e suas costas despidas, com a cicatriz onde suas pequenas asas deveriam estar — roubadas, é claro, pelo Império, já que vendiam bem como acessórios e decorações para as pessoas na Capital —, percebo o que ele queria dizer. Nossas raízes realmente se conectavam, nossas dores nos tornavam família. Dificilmente, no entanto, alguém que não a tivesse sentido, seria capaz de compreendê-la.
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  Aquela agulha, longa e afiada na ponta, feita de madeira esculpida, que se usava para prender os cabelos, era uma das poucas heranças que Azure tinha de seu povo. Uma memória, eu supunha, que pertenceu a alguém importante para ela, embora eu nunca tivesse tido a coragem de questioná-la sobre quem. Eu havia lhe dado minha bússola e ela havia me dado sua agulha, e de alguma forma, eu sabia que estávamos conectadas pela eternidade. O que fazia aquela situação inteira ser ainda pior.
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  — Como estamos? — Paro ao lado de Porsh, franzindo o cenho enquanto me inclinava para frente a fim de ver o que diabos o homem estava trabalhando a tanto tempo ali. O mapa, cuidadosamente elaborado, possuía pequenas anotações sobre o papel amarelado e com as bordas umedecidas. Estreito os olhos, observando a reprodução cuidadosa de Porsh ao último mapa cartográfico que havíamos conseguido durante o saque. O problema de se apoiar em mapas cartográficos do Império de Tsengai era que, justamente por serem de Tsengai, havia sempre algo faltando. Os mapas que eram usados pelos marinheiros do Império não eram os mesmos mapas que a população do Império recebia. Havia pequenas adaptações para apresentar uma visão mais… substancial para a narrativa deles.
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  Porsh e eu havíamos aprendido a adaptar e criar os nossos próprios com base no que encontrávamos não apenas pelo caminho, mas com o que roubávamos também. O sistema de navegação que elaborávamos permitia cruzar os dados e identificar os locais onde Tsengai poderia estar tentando dominar ou mantendo vigília. Era com base nisso que nos movíamos, que os caçávamos. Outro espirro da água nos atinge, fazendo o navio mover-se um pouco mais para frente, com um pequeno estalido, antes de voltar ao normal. Seguro o pequeno pote com tinta de Porsh enquanto o homem se debruça sobre a mesa, a fim de segurar as frutas na bacia. Prioridades, é claro, mas não podia julgá-lo, aquelas frutas estavam realmente boas.
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  Alço da bacia um Sete-Bem, fruta característica da Floresta Escura, que se espalhava por metade da região de Tsengai, as Ruínas de Katha Mandjar, e as cidades gêmeas Karghata e Makhata além da Fenda. Não eram assim tão difíceis de encontrar, mas sua “raridade” se dava de modo a como se colhia a fruta. Havia uma maneira certa de cortá-la em seu pé. Deveria ser cortada sempre de baixo para cima, na horizontal de sua árvore, do contrario a seiva venenosa da árvore infestaria seus frutos, e condenaria não apenas uma fruta, como todas. Por conta deste fator, e do índicie em potencial de erros, a fruta era considerada para alguns como sagrada.
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  As pessoas de Tsengai a usavam em rituais, e especialmente, casamentos. Diziam que os seis gomos que a fruta dourada possuía era o divino para o passado, o presente, e o futuro. Comiam-se apenas duas, uma representando o fim do passado, e a outra representando o agora, um cometimento para com o futuro que se iria comer. A terceira e última seria queimada, e suas cinzas guardadas em uma pequena urna para a hora de sua morte. Este ciclo, e a raridade da fruta, a potencialidade mortal que tinha, eram uma promessa sagrada matrimonial. Para mim, era o lanche da tarde todos os dias em casa.
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  — Está ficando perigoso, . — Ouço a voz grave, pesada e, no entanto, tão familiar como a minha própria, de Porsh, projetar-se a minha direita, enquanto o homem deixava-se recostar contra a cadeira de madeira. Esta estala sob seu peso, mas não se quebra, ainda. Graças a Porsh, estávamos começando a ter que usar os barris vazios para nos sentar.  Eu tento não suspirar pesado, ou revirar meus olhos, mas sei aonde aquela conversa está indo, e não sei se estou determinada a escutá-la. Continuo, portanto, a destacar a Sete-Bem, jogando em um balde vazio, a casca vermelha viva, como sangue, enquanto analisava os gomos dourados, com pequenos veios esbranquiçados.
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  — O mundo sempre foi, Porsh, a gente só se acostumou a não ter que enxerga-lo. — Volto meu olhar na direção do velho marinheiro, apertando os lábios e então oferecendo na direção dele, um dos gomos. É claro que ele recusa, dada a natureza da fruta e sua simbologia na cultura dele, e talvez seja isso que me faça rir com sinceridade pela primeira vez em semanas. De onde eu vinha, era uma mera erva daninha, mas para alguém de Tsengai? O símbolo mais puro e romântico que poderia haver. Era ridículo, é claro, mas bem, costumes eram costumes. — Qual é, não estou pedindo você em casamento, só oferecendo comida, de onde eu venho, costumávamos oferecer pedaços de comida para nossos amigos como uma declaração de amizade.
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  Porsh suspira, negando com a cabeça, mas posso ver que seus lábios o traem com o sorriso que ele tenta ocultar, tentando ainda parecer o mais sério que consegue. Ele não vai me deixar fugir daquele assunto mesmo se eu tentasse.
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  — Eles estão cada vez mais perto, , não dá mais para continuar assim. — Porsh suspira por fim, ignorando meu comentário, e eu tenciono a mandíbula. Sei o que ele irá dizer, o que espera que eu pelo menos considere, de todos naquele navio, e éramos em 10, tirando por Lev e Kaelin D’Skog, na enfermaria, Porsh era o único que realmente sabia de onde eu  vinha. Era o único para quem eu havia contado, como uma espécie de voto de fé, e, ao mesmo tempo, teste de confiança. Se a informação eventualmente vazasse, eu saberia quem havia me traído. A história se difundia para cada um dos membros do navio, eu lhe pedia segredo, e alterava apenas um detalhe ou outro, a única que eu não havia alterado era a que eu havia contado para Porsh. Eu sei que não era justo, mas este mundo não era um lugar justo de qualquer forma, porque diabos eu seria? Não havia justiça se você não estivesse sentado no lugar certo, e possuísse o sangue certo. — , não, chega, você pode revirar os olhos o quanto quiser, mas precisa pelo menos me ouvir.
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  Porsh se silenciou abruptamente quando dois dos nossos marujos mais novos, igualmente escravos resgatados dos navios de Tsengai, o Sagan e Ahrmir, ambos provavelmente da mesma região que Malik, passam por nós, comentando algo baixo sobre o ronco alto de Azura, e os cabos de adriças estarem bem mais desgastadas do que deveriam, lançando-me um olhar significativo e petulante, como apenas garotos da idade deles — quase 19 anos — poderiam fazer. Eu solto um chiado, entre dentes, acertando Sagan na cabeça com a fruta, e ouço-os rir baixo, ao som do meu praguejar irritado “volte a trabalhar, palhaço!” que não possuía nenhuma raiva ou frustração verdadeira ali.
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  Em dias como aquele, em que estávamos de tocaia, pouco se teria a fazer, pequenos reparos aqui e acolá, alguns jogos talvez, e apostar em quem iria dormir primeiro, mas observar os dois, agora pelo menos com um peso aceitável, ainda incomodava-me com a sensação difusa de raiva, culpa e orgulho. É claro que eu estava orgulhosa de vê-los agora em um bom estado físico, os tendo encontrado, ambos em um estado de desnutrição avançado, com ossos protuberantes, e vomitando toda comida que colocavam na boca. Lembro-me vagamente de Porsh dizer que seria perda de tempo tentar salvá-los, um gasto de recursos necessários que não tínhamos como nos dar ao luxo de perder, e que pelo menos um dos dois iria morrer durante a noite, talvez ambos, devido suas condições. Ainda assim, recusei-me a deixá-los perecer sem ao menos ter algo em suas bocas. Havia sido um jogo perigoso, admito, tendo em vista quem somos, o que fazemos, mas havia dado certo, os dois haviam sobrevivido. E, no entanto, não posso deixar de sentir-me culpada: aquela vida nunca seria melhor para eles, diante do Império, eles jamais serão livres. Como Azura, como Malik, Oriel, Calisto e Miska, assim como Porsh…
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  Assim como eu.
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  Condenados por natureza. Desafortunados por nascença.
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  Somente quanto tenho a certeza que Sagan havia pegado o esfregão outra vez, e Ahrmir está praticamente empoleirado em um banquinho, tagarelando com Oriel e Miska, que, para crédito do ruivo, estava fingindo muito interesse em verificar o leme do que a conversa em si de Ahrmir, que eu volto meu olhar para Porsh outra vez. Suspiro pesado, cruzando meus braços sobre meu peito.
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  — Precisamos fazer algo, — diz Porsh, incomodado.
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  — O que você espera, Porsh? Que com algumas palavras de efeito, algumas chamadas de conexões talvez importantes, e bum, incitamos uma revolução descabida? — digo impaciente, porque já havia ouvido aquela conversa vezes o suficiente. Embora eu reconhecesse que os sentimentos de Porsh refletissem os meus, eu sabia que não era assim tão simples. Nada era assim tão simples, e as chances de acabarmos como “exemplos” executados em meio a praça pública já eram o suficiente para que eu não desejasse arriscar ficar perto de Shao-Kai por muito tempo, sequer atracar por ali parecia uma ideia concebível, quiçá nos tornar, além de piratas e ameaças do reino, rebeldes terroristas.
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  Porsh aperta os lábios, em frustração, mas seus olhos refletem o mesmo desespero que eu sentia todos os dias. A sensação sufocante de ter um alvo invisível preso a parte de trás de sua cabeça, esperando o momento em que eles chegariam. Porque eles iriam vir, uma hora ou outra, aconteceria, e então, bem, havia acabado para nós.
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  — O Imperador não vai parar, . — Porsh aponta, e eu o amaldiçoo por sua maldita boa memória. Muitas vezes, vinha a calhar que ele tivesse memória fotográfica, aquele não era um desses momentos. — Então a gente precisa fazer alguma coisa. Antes que seja tarde demais!
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  — Exatamente por isso que eu digo para ficarmos de fora! — praguejo entre dentes, começando a perder minha paciência, algo que eu não tinha em demasia, mas que bem, ainda assim, esforçava-me para manter quando se tratava de minha tripulação. Dou um passo na direção de Porsh, instintivo, sustentando o olhar dele com frustração, tentando colocar um pouco de senso comum naquela maldita cabeça lisa, mas sei que não irá funcionar. Porque, igualmente bem, sei que ele não está errado. Recuso-me a desviar meus olhos. — Eu sei bem o que eles são capazes. O que fizeram com Katha Mandjar! Você estava lá! Sabe o que acontece quando alguém tenta se colocar no meio do caminho do Império! Eu não vou…
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  — E ficar parada aqui rendeu o que a você? — Porsh sussurrou com um tom de voz mais grave, acusatório, cortando minhas palavras antes que eu pudesse termina-las. Eu o encaro por um breve momento, pega desprevenida pelo tom que ele usa comigo, quase condescendente, e trinco meus dentes. Então, como sempre, acabo soltando um riso meio depreciativo, meio amargo, encarando-o por um longo momento. Às vezes era fácil se esquecer de que sua serenidade não era sinônimo de submissão, mas sim, uma consciente escolha de resignação. Porsh era pacífico, não porque não possuía impulso ou desejo pela violência, mas porque, capaz de grandes atos violentos, Porsh escolhia, deliberadamente, não agir. Era fácil confundir sua resignação com submissão, e percebo que eu talvez o tenha feito. — Se não fizermos nada eles ainda vão nos encontrar, então que seja fazendo alguma coisa, algo relevante! Estamos cansados, , todos nós! Acredite, deve haver pelo menos metade de pessoas que estão exaustas de toda essa situação ao redor deste continente! Só precisamos começar! Continuar nessa caçada, saqueando os navios, resgatando os escravos, há sempre mais, a gente precisa parar de tentar colocar a água para fora, e encontrar a merda do buraco que está inundando o navio, e exterminá-lo!
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  Eu o encaro em completa descrença.
  — Vamos morrer se fizermos isso, Porsh.
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  — Que seja, — Porsh sussurra, e sua voz está tão determinada que eu sei que não importa o que eu pense em dizer a ele, ele não irá mudar de ideia. Engoli em seco, desviando meus olhos do rosto dele e então encarando por um breve momento o horizonte, absorvendo suas palavras. — Há maneiras piores de se permanecer vivo, , nós dois sabemos disso. Pelo menos, se morrermos lutando para que sejam livres, talvez um dia, ela — ele indica com o queixo na direção do mastro principal, onde Azura deveria estar ainda dormindo, a voz dele, é mais suave, compreensiva. O velho Porsh de sempre. Aperto meus lábios — possa ser livre por nós.
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  — Odeio você, Viron — sussurro de volta, negando com a cabeça, antes de apoiar minhas mãos em meus quadris, considerando, pela primeira vez, em toda a minha vida, as palavras dele. — Você luta sujo demais, sabia? Usar Azure? Golpe baixo.
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  Porsh deu de ombros, com um sorriso aliviado, por ser ouvido.
  — Nunca disse para que você confiasse em mim — ele retrucou, lançando-me uma piscadela. — Escute, depois que finalizarmos aqui, podemos seguir para…
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  — CORSÁRIO ESTIBORDO! — Malik gritou, interrompendo-nos do topo do mastro principal.
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  Franzi o cenho, trincando os dentes, disparando em direção a proa do navio enquanto Porsh seguia imediatamente para o timão. Enrolo o cabo de uma das velas, e então me lanço da ponta da proa do navio, escorando-me na estátua velha do que deveria ter sido uma sereia, pela metade agora, graças aos nossos embates, e então retiro a luneta de meu cinto, tentando localizar o Corsário que Malik havia anunciado. E não levo muito tempo para o fazer.
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  Um Corsário Imperial. É claro…
  Pelo menos 30 guardas imperiais, liderados por um desprezível homem: Hao , o maldito Tigre Branco de Shao-Kai.
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  Puxo meu braço de volta a fim de usar o impulso para me lançar em direção ao centro da proa, enquanto assobiava, tentando ganhar a atenção de minha tripulação, agora alerta. Retiro a pistola de pólvora e arremesso para Azura, indicando com o olhar para que ela fosse para enfermaria. Ela não reclama dessa vez, não após ter explicado para a menina que sua importância na enfermaria era maior do que lutando contra os guardas imperiais, não apenas para tirá-la do campo de baixas que poderíamos ter, mas porque Kaelin e Lev também precisavam de ajuda.
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  — ESCUTEM! — grito, minha voz um brado de puro ferro e determinação, não dando espaço para contestações. Precisava que entendessem, precisava que levassem aquela ordem a sério como suas vidas dependessem disso, porque, sinceramente, elas dependiam. — A gente encontrou outro rato no caminho! Um grande desta vez! Eu não me importo com misericórdia, esses filhos da puta vão conhecer medo hoje! — brado, e meus olhos se encontram com os de Porsh por um breve momento. Na comunicação silenciosa, ambos assentimos, um voto havia sido feito. — Lembrem-se! Ninguém toca nas vítimas! Nenhuma vítima é deixada para trás! E a gente arrasta esses filhas da puta para o Submundo se for preciso!
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  E Hao ? Ele finalmente me paga por tudo que roubou de mim!
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Continua

  NOTA DA AUTORA: essa história terá um foco maior nas partes política e não no romance em questão.  

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Lelen
Admin
1 mês atrás

Tenho interesse em saber onde essa história vai dar e como os principais vão se encontrar. QUERO LOGO ATT!


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