don’t give me one, two drinks
—
Ei, você não quer comemorar o meu aniversário comigo?
As palavras saíram da minha boca avermelhada, próxima o suficiente de sua orelha para fazê-lo ter sua atenção toda voltada para mim; o homem se virou o suficiente para ficarmos a poucos centímetros de distância, e para minha surpresa, não o vi confuso, mas logo um sorriso brotou em seu
belo rosto.
Eu tomei a liberdade de sentar ao seu lado, girando o banco para ter uma melhor visão da minha companhia e o observei brevemente antes de pedir mais um drink:
— Poderia me dar mais um desse aqui? – espiei o seu copo vazio e refiz o pedido – Na verdade, dois, por favor.
A bartender confirmou e se afastou, indo preparar as bebidas. Não que fosse necessário, mas resolvi retocar o batom e dar uma conferida se tudo se encontrava no lugar, afinal, é a primeira vez em
nove meses que eu tento me aproximar de alguma pessoa sem ser o meu
ex. Revirei os olhos brincalhona, reparando que eu e gastamos tempo demais um com o outro ao invés de irmos, sei lá, curtir a vida e beijar outras bocas. Mas, essa noite não é sobre um relacionamento passado, e sim sobre mim e o –
extremamente – bonito rapaz que decidiu me observar enquanto eu checava a maquiagem, parecendo estar entretido.
— Por minha conta – empurrei o drink em sua direção assim que a moça trouxe, o impedindo de retrucar — Não precisa agir como um cavalheiro, sim? Eu que fiz o pedido, nada mais justo que eu arcar com ele. O próximo você paga.
— Acredito que não há nada que eu possa fazer para a senhorita mudar de ideia? — assenti firmemente, arrancando uma risada sua — Tudo bem, terei que arrumar outro presente de aniversário. Contudo, para isso — sorriu novamente —, preciso saber o seu nome.
— É , prazer em te conhecer…
— Prazer em te conhecer,
. — disse o seu nome em um tom diferente de toda a frase, gostando – e muito – de como tinha soado.
— Igualmente — ele inclinou o copo para mim — Um brinde ao seu dia e
feliz aniversário, !
Escutá-lo me desejar parabéns causou um arrepio no meu corpo, e tenho quase certeza que o meu coração deu uma leve acelerada com o modo que falou o meu nome.
Definitivamente, voltei a ser uma adolescente.
— Então, também foi abandonado pelos amigos? — tomei uma golada do meu drink para fingir que a culpa das minhas bochechas rosadas era do álcool.
— Pode se dizer que sim — o homem riu —, não deu meia hora que chegamos e eles sumiram. E eles alegaram que agora que me recuperei do término, queriam me levar para “curtir”.
— Oh, isso nos faz dois — não vi essa informação como se quisesse deixar claro que estava solteiro, apenas acho que ele deva ser uma pessoa que não liga para isso. Mas, já que compartilhou, é bom saber. — Calhou de ser o meu aniversário, e acho que as nossas ideias de comemoração eram diferentes.
— Não, nem ouse — rolei os olhos — Se tem que agradecer alguém, esse alguém sou eu, não acha?
Sorri um tanto convencida, caindo na risada segundos depois; não sei os seus amigos, todavia, as minhas encheriam o meu saco tentando justificar o fato de terem me abandonado no meu dia, e eu não estava com vontade de gastar energia mandando as bonitas para o inferno.
me olhou como se eu fosse a única pessoa no pub, e a sensação que tenho é de estar hipnotizada pelos seus olhos castanhos, como se toda a existência desse homem fosse uma tentação. Eu bebi mais do líquido transparente, vendo que a bartender se prontificou de enchê-lo sem ao menos ser solicitado; tentei desviar de seu olhar, no entanto, a única coisa que me mantinha longe dele era os copos posicionados em nossos lábios, e eu tinha plena noção de que com a bebida eu tentaria fazer com que déssemos certo essa noite.
Ele estava perto o suficiente para que nossos cílios quase se encostassem, e assim que afastei o copo, o escutei sussurrar:
— Muito obrigado,
. Por ter vindo me encontrar.
Seu dedão deslizou da minha bochecha para o meu pescoço, contornando toda a pele sem pressa; o delicioso arrepio que tomou de mim veio com uma certa animação e um leve nervosismo, e por mais que uma parte minha soubesse que isso só duraria uma noite, eu curtiria o meu aniversário ignorando o fato de que eu me arrependeria futuramente.
Nossas bocas se encostaram sem cerimônia, e logo as línguas complementaram o beijo, o aprofundando do jeito que queríamos. O gosto do álcool ia se esvaindo lentamente, fazendo com que saboreássemos um ao outro nesse mesmo ritmo, aproveitando cada segundo da sensação gostosa em que nossos corpos colados proporcionava.
— Não me olhe assim — peguei meu copo de volta sem quebrar o contato visual.
— Assim como? — perguntou em um tom falsamente inocente.
— Da maneira que todos olham para a pessoa que estão, como se dissessem:
“não vejo ninguém além de você”.
— E se eu disser que eu posso me esquecer de tudo, menos de você?
— Eu diria que você está bêbado — dei um sorriso maroto —, e emocionado. Mas, para sua sorte, eu também sou.
— Felizmente a sorte está do meu lado — encarou os copos e inclinou a cabeça, um pouco pensativo. — Eu não quero continuar esvaziando esses copos pelo resto da madrugada.
— Igualmente! — coloquei o dinheiro das nossas bebidas no balcão, o puxando para a pista de dança — Agora, como é o meu aniversário e eu tenho uma bela companhia, gostaria de dançar até não aguentar mais.
— O seu desejo é uma ordem, .
* — Achou que eu tivesse ido embora?
Encostei as costas na parede, observando um seminu com o cabelo bagunçado; depois de passarmos bastante tempo dançando, decidimos ir para a sua casa e não demorou para nos beijarmos novamente, o que nos levou a sua confortável cama e a terminarmos as comemorações com uma maravilhosa sessão de sexo. O relógio marcava dez horas quando acordei, e por ainda estar adormecido, optei por não o acordar e fui lavar o rosto. Encarei o meu corpo no espelho do seu quarto, refletindo sobre o fato de eu não ter sentido vergonha – como pensei anteriormente – de mostrá-lo para outra pessoa após tanto tempo sem me relacionar com alguém, e de me sentir bem com a questão do meu sobrepeso. A confiança que eu sempre tive em mim permaneceu, mas isso não me impedia de ter esses pensamentos intrusivos, por mais que eu ache normal levando em consideração o período que fiquei sozinha. Fui interrompida do meu monólogo interior ao escutar o homem me chamar para deitar-se junto consigo ao retornar do banheiro, e logo ficamos de frente um pro outro, debaixo das cobertas e com a sua mão na minha cintura.
— Sim — respondi sinceramente — Apenas lembrando de algumas coisinhas da vida.
— Se quiser compartilhar, adoraria conhecer mais de você.
— Mesmo se for sobre inseguranças do passado? — arqueei uma sobrancelha — Não sei se é um bom assunto para conversar com o cara que eu acabei de conhecer.
— O
“adoraria conhecer mais de você” engloba todos esses tópicos, — não consegui segurar a risada com a sua fala em um tom de que isso era óbvio — Claro, não precisa falar se não se sentir confortável.
— Eu sei, eu sei — me enrosquei nele, pondo minha perna em cima da dele — Talvez um dia tenhamos essa conversa, pois no momento estou curiosa para saber mais de você e o que vamos comer.
— Para isso teremos que nos levantar, e não sei se estamos motivados… — a sua barriga roncou, nos fazendo cair na gargalhada — Bem, não temos escolha. Vamos para a cozinha!
*
Estávamos conversando durante o café da manhã quando chegamos nesse assunto, e não vi problemas em compartilhar com sobre tal fato – provavelmente todas as revistas com dicas de relacionamentos e minhas amigas desaprovaram a minha fala.
— E a sua é a , que mundo pequeno — enquanto lavava a louça, eu a secava. — Acredita que ela já foi na empresa que eu trabalho realizar parcerias várias vezes? Até conversamos.
— O que não acredito é como nunca nos esbarramos? Basicamente somos duas pessoas famosas com exe’s famosos, além de mim e sermos “colegas”. O mundo é realmente pequeno demais.
— Vocês três são super famosos, eu sou apenas uma escritora e ilustradora com uma legião de fãs fiéis. — suspirei ao lembrar que o meu trabalho estava consideravelmente atrasado.
— , eu literalmente tenho suas
novels e
comics na minha estante. Não é por usar um pseudônimo que não a faz famosa, já viu a quantidade dos seus seguidores?
— Eu entendi, meu queridíssimo idol — rimos — Só não sou uma pessoa pública, e prefiro continuar assim.
— E se continuarmos a nos ver? — o olhei confusa — Tudo bem por você namorar mais uma pessoa famosa?
—
— sequei as mãos e me virei pra ele, segurando o seu rosto — Eu não ligo se você é famoso ou não, apenas não me faça chorar. Ou me arrepender de ter escolhido passar o meu final de semana na sua companhia.
—
Oh, e eu vou adorar tê-la ao meu lado por dois dias seguidos.
O homem me beijou mais uma vez, envolvendo o meu corpo com os seus braços e logo me vi sentada na bancada.
É, seria um
longo final de semana.
Fim
N/A: Veio aí a continuação!
Antes de qualquer coisa, preciso reforçar: sim, Namjoon e Lila são dois emocionados HAHAHAHA
Não julgo eles, tadinhos, passaram bastante tempo remoendo os términos e acabaram encontrando um ao outro e bateu aquela conexão de milhões rssss
Confesso que é meio estranho escrever como se o Namjoon e Jungkook não fossem bests, mas, é isto kkkkkkkkkkk
Meu planejamento desde o início foi fazer essa história em 4 partes, então, a próxima fic é a última. Eu gostei bastante de escrever todas as três, e espero que tenham gostado também! Prometo que não teremos mais tristeza (bom, a autora espera que não. tudo pode mudar na hora da escrita HAHAHAHA)
Enfim! Obrigada por lerem e não se esqueçam de comentar!
Até a próxima <3