Deep
Introdução
10:30PM — Estados Unidos
— Acho que Anabelle desconfia de algo… — o homem murmurou, encarando a mulher à sua frente.
— Ela disse isso? — perguntou, verificando a munição de sua arma.
— Não, mas anda revistando minhas coisas, procurando por algum indício.
— Então não vai achar, porque eu nunca deixo rastros. — A mulher sorriu, com a arma em mãos. — Vamos dar uma olhada lá fora.
Os dois saíram, com as armas em mãos de seu esconderijo, para mais uma noite de caça ao crime.
CAPÍTULO 1
Os corpos de ambos estavam suados e os dois ofegavam. A mulher ainda estava sobre seu corpo, espalhando beijos em seu pescoço.
Ele apenas sorriu com o gesto, sentindo as últimas sensações da noite.
, sua parceira no ramo de investigação da polícia, era realmente boa em tudo o que fazia e amava isso. Amava o trabalho bem feito dela, as sensações e o prazer que ela lhe proporcionava em quase todas as noites de perseguição. Sim, ele amava tudo isso, mas não a amava.
Na realidade, amava sua esposa e amava verdadeiramente, mas apenas ela não o satisfazia, ele precisava de mais. E achou esse mais em , a fantástica . Porém, aquilo já não o agradava mais. Anabelle, sua esposa, já desconfiava de suas escapadas e além de tudo, ela estava grávida, um bom motivo para mudanças.
O rapaz ouviu seu celular tocar e suspirou, afastando e a empurrando delicadamente para o lado da cama.
— ? — Ele pôde ouvir a voz aguda de Anabelle do outro lado da linha.
— Diga, amor. — Sorriu.
— O bebê chutou! — Ana exclamou com emoção, fazendo o homem rir.
— Mesmo? Queria estar aí para sentir…
— Também queria que estivesse aqui — ela choramingou na linha. — Vai demorar muito para resolver o caso? Estou com saudades.
— Acho que não muito… — olhou para a mulher nua ao seu lado na cama.
— Certo, estarei te esperando! — E a linha caiu.
O rapaz se levantou da cama sem dizer nada e buscou suas roupas que, no momento, estavam espalhadas por todo o quarto de . A mulher, por sua vez, apenas encarou-o e suspirou. Sabia que agora as coisas mudariam para ambos.
— Diga que mandei lembranças… — Ela riu para o homem que se preparava para sair da casa.
lhe lançou um olhar malicioso.
— Pode deixar — E, sorrindo, deixou o local.
Três anos depois
dirigia seu carro com sua esposa, Anabelle, e sua filha, Caroline, no banco de trás. Os três estavam a caminho da casa de . Era aniversário do filho da mulher, que completava três anos naquela tarde.
havia se casado com um dos colegas de trabalho e, embora insistisse que o filho era de Albert, tinha certeza que era seu, mas preferiu manter a história de sua ex-amante.
O homem chegava à casa, quando percebeu as cinco viaturas e mais duas ambulâncias em frente ao local. Parou o carro a certa distância e saiu do veículo.
— Fique aqui, Ana — murmurou, antes de sair correndo em direção à entrada da casa de .
— Hey, hey! Não pode passar por aqui… — um dos policiais resmungou, logo sendo interrompido.
— Departamento de investigação criminal — tirou seu distintivo do bolso. — O que houve aqui? — perguntou, encarando os destroços da casa de .
— Eram parentes?
— Amigos.
— Assassinato — respondeu o policial, balançando a cabeça. — Mataram a mulher, o homem e a criança. O assassino fugiu depois de incendiar a casa.
ficou quase sem ação. Haviam matado a família toda?
Sem dizer nada, caminhou para dentro do que restara da casa, observando cuidadosamente cada detalhe. O cheiro de carne queimada e álcool ainda impregnavam o ar, fazendo o estômago de revirar um pouco. Caminhou sem rumo até encontrar algo no chão que lhe chamou a atenção: uma bala inteiramente de prata, com alguns números gravados.
— Senhor, precisa sair agora, os peritos precisam trabalhar — o policial murmurou e apenas assentiu, seguindo para fora do local.
— O que houve? — Anabelle lhe perguntou assim que entrou no carro.
— Mataram todos eles — respondeu, encarando um ponto fixo.
— Meu Deus… — Foi tudo o que Ana conseguiu dizer, completamente horrorizada.
— Mas eu vou pegar o assassino, isso não vai ficar assim — resmungou mais para si mesmo, apertando em suas mãos uma bala de prata.
CAPÍTULO 2
Quatro anos e meio mais tarde
A obsessão de para encontrar o responsável pela morte de e sua família estava cada vez maior. Seus dias, suas horas, seus minutos, estavam todos voltados a isso. Anabelle nem sequer reclamava mais pela falta de atenção ou presença familiar. Ela já estava cansada de falar, e ele de fingir que ouvia.
As coisas estavam indo de mal a pior e ninguém mais tinha esperanças de achar o assassino. Seria quase impossível.
— Desiste, . No nosso mundo, milhares de assassinos conseguem fugir se disfarçando, não é diferente com esse — um dos amigos de murmurou, colocando as mãos em seu ombro.
— Acho que está na hora disso mudar. Não é para isso que somos pagos? Para descobrir quem é responsável pelos crimes?
— Mas ca… — O homem foi interrompido pela entrada estrondosa do chefe do departamento.
Um homem barbudo e alto caminhou na direção dos dois, que o encararam, perplexos. Raramente Vincent McNollan aparecia para ver como andava o trabalho do departamento, tampouco para dar um olá. Mas, dessa vez, ele não estava só: uma mulher de longos cabelos loiros, nariz fino e pontudo e lábios cheios, o acompanhava.
— Rapazes, esta é Claire Hamps, a nova colega de vocês. — Vincent sorriu, apresentando a moça.
— Prazer. — Ela sorriu timidamente para todos que estavam no local, cerca de cinco pessoas, além de e seu amigo.
— O prazer é todo nosso… — Mark, com quem conversava, murmurou maliciosamente, fazendo a moça corar, revirando os olhos.
— Bem, bem. Claire é uma das melhores atiradoras de todo o país, sabe algumas técnicas de luta e outras coisas mais. Aprendam com ela. — McNollan saiu a passos largos, deixando a mulher na sala.
Claire se ajeitou em uma das mesas vagas do lugar, dando seu toque nela. Colocou alguns porta-retratos, relógio, extensão para seu notebook, suas anotações e uma pilha de livros para as horas vagas.
Durante todo o dia ela foi observada atentamente pelos sete rapazes do departamento de investigação criminal. Ela era bastante atraente com suas curvas bem definidas, seus olhos azuis penetrantes e seus lábios carnudos e vermelhos. Claire usava uma saia cinzenta com uma camisa social branca e sapatos de salto baixo. Aquela roupa, com toda a certeza, a deixava melhor do que já era.
— Certo, não temos nenhuma ocorrência ou caso? — ela perguntou, tentando ignorar os olhares de seus companheiros.
— Não exatamente… — Um dos rapazes respondeu.
— Como assim, exatamente? — a moça perguntou, confusa.
— O aqui tem uma investigação particular. Há um ano e meio… — Mark foi quem respondeu.
— Certo, podem me dizer os detalhes?
— Tudo o que sabemos está escrito aqui. — Mark entregou uma pasta cheia de papéis.
— ? — Claire murmurou, lendo a ficha.
— Sim, ela era nossa colega. Como você, na verdade, a melhor atiradora — um dos rapazes murmurou, sorrindo triste. — O assassino matou ela, o marido e o filho, depois incendiou a casa…
— Nossa…
— Não quero ajuda nesse caso — resmungou, amargurado.
Ninguém mais ali tinha esperanças e o rapaz não queria ajuda de gente descrente.
— Qual é, , acha que não sou boa o bastante para te ajudar? — a mulher perguntou, encarando o parceiro nos olhos.
— Não você, mas ninguém foi capaz.
— Você precisa de um olhar de fora, querido.
— É, Claire pode ser nosso A’s na manga, ! Pensa bem. E então, finalmente poderemos descobrir quem fez isso com . — Mark pegou as folhas que estavam na mesa de Claire e apontou uma foto.
encarou a imagem com seu estômago dando voltas. Era a foto da perícia. Todos os três corpos carbonizados horrivelmente.
O rapaz pegou a folha das mãos do amigo, amassando-a furiosamente e jogando-a no lixo mais próximo.
— Certo, vamos tentar — resmungou, por fim.
CAPÍTULO 3
— Certo, acho que não é qualquer um que pode usar uma bala de prata — Claire murmurou pensativa. — Tem que ser uma assinatura de alguém. — Continuou a falar enquanto digitava alguma coisa em seu computador.
— Já procuramos, foi a primeira coisa que fizemos! — retrucou um pouco contrariado.
— É, deve ter sido. Mas o tempo passou, pode haver mais algum indício de… — A moça parou de falar enquanto lia o que pesquisara. — Bingo! — exclamou, fazendo todos os presentes na sala se aproximarem.
Ela havia encontrado uma notícia da semana anterior, um assassinato em Chicago. O assassino da bala de prata havia agido novamente depois de um tempo considerável fora do circuito. Dessa vez, porém, ele havia sido descuidado e câmeras o pegaram em ação. Seu rosto estava coberto por uma máscara que deixava apenas os olhos a mostra. Seus cabelos negros eram curtos e suas roupas eram brancas. Não era a pista que eles esperavam, mas ainda assim era uma ajuda.
— Aaaah, você é demais, Claire! — Mark sorriu largamente. — Agora temos por onde começar. Chicago, aqui vamos nós!
— Hey, isso foi há uma semana, ele nem deve estar mais lá! — foi pessimista.
— Você queria uma pista, agora que achamos não quer segui-la? Que há com você, cara? — Andreas, mais um colega, perguntou quase irritado. — Eu estou com o Mark, Chicago que nos aguarde.
— Pessoal, pode ter razão, faz uma semana, ele pode não estar mais lá… Ficaremos de olho, algo me diz que ele vai dar as caras novamente.
Depois disso, o dia passou rastejante para a equipe do departamento de investigação criminal. Mark e Andreas ficaram procurando por notícias recentes relacionadas ao “assassino da bala de prata”, mas acabaram se frustrando ao não encontrar nada.
Claire ficou lendo um de seus livros completamente interessada; havia saído para resolver alguns casos simples na cidade e o restante se distraía como podia.
chegou em sua casa completamente exausto; dependentes eram um problema maior do que qualquer um poderia imaginar.
Girou a chave na fechadura e percebeu que Anabelle ainda estava acordada, encarando a TV sem prestar muita atenção.
— Demorou hoje — murmurou ao perceber a entrada do marido.
— Dia longo com viciados… — respondeu ele, massageando as têmporas.
— Hum… — Ana assentiu. Ela perguntava essas coisas apenas por costume, já estava no modo automático. — Encontrou pistas sobre o assassino?
— Aparentemente sim… Ele apareceu em Chicago. Os rapazes estão empolgados…
— Você não parece estar. — Ana finalmente encarou seu marido.
O homem suspirou e se sentou na poltrona ao lado da esposa. Era verdade, ele não estava nada empolgado com a nova pista, mas por quê?
Talvez não estivesse preparado para dar de frente com o homem que matara a mulher com quem passara suas melhores noites. Ou talvez porque na realidade ele não queria exatamente encontrar o culpado…
— Acho que não vamos encontrá-lo lá — respondeu à pergunta silenciosa que a esposa fizera com o olhar.
— Você era otimista quando nem sequer tinha indícios do assassino, agora que tem, precisa continuar sendo. — Anabelle pegou nas mãos de , as acariciando suavemente. — Agora vá dormir, você está péssimo. — Ele soltou um risinho cansado e fez o que a esposa lhe disse: foi dormir imediatamente.
A manhã no departamento começou animada na quarta-feira. Mark estava empolgado para receber sua lição de técnicas alternativas de luta com Claire. Já havia trocado de roupa e esperava pela moça no salão de treinamento de agentes. Cerca de cinco minutos mais tarde, lá estava ela, com uma calça moletom e uma camiseta regata. Seus cabelos estavam presos num rabo de cavalo alto.
— Preparado, agente Millan? — Ela sorriu se aquecendo.
— Sempre, minha cara Hamps! — O rapaz pôs-se a aquecer junto com Claire.
Alguns minutos de aquecimento e os dois já estavam trocando técnicas diversas entre si.
Mark era bom, mas Claire era muito mais. Logo o rapaz estava estirado no chão com a garota o prendendo ao mesmo.
Ele sentiu a respiração ofegante da mulher em seu pescoço, enquanto levava um mata-leão. Aquilo o fez sentir algo estranho, mas ao mesmo tempo excitante. Ficaram naquela posição, Mark no chão e Claire embaixo de seu corpo dando lhe uma chave no pescoço, até ouvirem a porta do salão se abrir. Era .
— Millan levando surra de uma mulher? — zombou do amigo, que fez uma careta assim que Claire o soltou.
— Não é só uma mulher, é A mulher — o outro respondeu, lançando um olhar maroto à moça, que riu. — Ela é a melhor em lutas, cara! Talvez até melhor que — ele murmurou pensativo.
— era ótima, ninguém se iguala a ela — resmungou um tanto aborrecido.
— Que seja, mas você precisa treinar com ela. — Mark fez joinha para o amigo e foi para o vestiário tomar uma ducha e trocar de roupa. Algo lhe dizia que ficaria dolorido por um bom tempo…
CAPÍTULO 4
— Certo, acho que nos enganamos quanto ao fato do assassino da bala de prata não estar mais em Chicago… — Agente Millan murmurou, encarando seu monitor. — Olha só, houve mais uma morte. — O rapaz apontou para a notícia.
— Deixe-me ver — murmurou, aproximando-se para ver melhor. — É impossível, é ser descuidado demais se deixar ser flagrado duas vezes! — exclamou, não colocando fé na notícia.
— Talvez… — Claire murmurou, vendo Mark e voltarem seus olhares em sua direção. — Bem, talvez ele queira ser encontrado… — sugeriu ela.
— Por que faria isso? — questionou incrédulo.
— Olha, se quer saber minha opinião, se ele está sendo descuidado, o problema é todo dele e se ele quiser mesmo ser encontrado, vamos atender seu pedido. — Mark concluiu firmemente, levantando de sua cadeira.
— Onde vai? — Claire questionou, erguendo a sobrancelha.
— Vou avisar a todo o nosso departamento que temos uma viagem para Chicago a ser providenciada — disse, saindo da sala para procurar seus companheiros de departamento.
Todos na pequena sala estavam bastante empolgados com a ideia de novas pistas do assassino que levara a vida de uma das melhores agentes daquele lugar, exceto, é claro, . Ele ainda não acreditava que o cretino que havia lhe tirado estivesse sendo tão descuidado sem querer, havia algo mais e esse algo não lhe agradava em nada.
— Não acho que devamos ir. — pronunciou-se quando a sala fez silêncio.
— Agente , o senhor era o mais obcecado em encontrar o responsável que fez o que fez com a agente , e agora está querendo fugir desse encontro? — o chefe do departamento questionou sério.
— Pode ser uma emboscada! — tentava convencer os companheiros.
— Claro. Diga-me, , por que um assassino se incomodaria e se arriscaria para armar uma cilada para nós? — Vincent questionou.
— Estamos há bastante tempo correndo atrás dele, talvez ele esteja cansado de perseguição e queira se livrar de nós… — Claire interveio em socorro ao companheiro.
O chefe do departamento de Investigação Criminal encarou a mulher com ar desapontado.
— Juro que pensei que você fosse um pouco menos sonhadora, senhorita Hamps. — Vincent soltou num suspiro. — Digo que temos uma chance de pegá-lo e puni-lo pelo que fez a um dos nossos, vão agarrar essa chance ou vão encolher o rabo como cães acuados? — esbravejou. — Você queria isso, , a resposta final é sua. — O grande homem disse a seu agente antes de sair da sala.
A cabeça de estava cheia de coisas, girava em todas as direções e o homem simplesmente não sabia que decisão tomar. Todos de sua equipe eram a favor de sair em caçada ao assassino de e sua família, mas era o certo?
Sua cabeça já estava latejando enquanto tentava decidir o que fazer; sua esposa não estava em casa, o que nos últimos dias estava sendo frequente. mal tinha tempo de pensar no que a ela poderia estar fazendo e, para ser sincero com todos? Ele mal sabia se se importava com isso.
bebia uma garrafa de cerveja enquanto assistia à TV, tentando esquecer um pouco de seus problemas, quando Anabelle entrou um tanto alterada pela sala; passava da meia-noite. O homem encarou a mulher tentando se equilibrar e ao mesmo tempo tentando tirar seus sapatos de salto. Ela estava bonita naquela noite. Não que ela não fosse sempre, era só que… Estava melhor produzida. levantou-se do sofá, desconfiado e chegou perto da esposa, que se assustou um pouco.
— ? Está acordado? — perguntou um tanto embolado, tentando focalizar o rosto do marido.
Por que a surpresa? Nos últimos dias chegava em sua casa cansado demais para se manter acordado à espera da esposa e no dia seguinte não se incomodava em perguntar onde ela estivera.
— É, estou acordado — o homem respondeu em tom frio, observando algumas manchas avermelhadas no pescoço da esposa. — Onde estava? — perguntou ainda mais friamente.
— E-eu… — ela gaguejou, cambaleando um pouco. — Saí com as meninas… — disse por fim.
— É? — perguntou , vendo a esposa afirmar com a cabeça. — E suas amigas por um acaso brincam de dar chupões nos pescoços umas das outras? — questionou, encarando a esposa, sério.
— … — Ana murmurou já com um vestígio de choro. — , meu amor… Eu… Eu… Você sempre esteve tão obcecado com o caso de , e depois que Caroline… — A mulher sentiu um nó na garganta se formar quando tocou no nome de sua filha.
Caroline havia ficado doente logo depois do assassinato de e, para a infelicidade completa do casal, a doença levou a pequenina.
— Depois que Caroline se foi, tudo só piorou! — Ana prosseguiu depois de deixar uma lágrima escorrer. — Você ficou frio comigo, sempre cansado demais para conversar ou para qualquer outra coisa!
— Podia ter me dito que não me queria mais, Ana — murmurou em tom neutro. Não tinha moral para cobrar fidelidade da esposa quando ele próprio já a havia traído.
— Eu não quero esse homem frio que você se tornou, . Quero o meu marido de volta! — Anabelle retrucou chorosa.
— Bom, esse é um outro ponto que quero falar com você, Ana. Seu marido, ou o que sobrou dele, está indo para uma viagem em Chicago… Não precisa esperar minha volta, não vai acontecer — disse, usando um tom frio antes de deixar a esposa — ou ex-esposa — no hall de entrada e ir em direção ao seu quarto preparar sua mala.
sentia-se despedaçando. Aquela separação doía, mas não pelo fato em si. Doía por ele não se sentir tão mal, por ele não se sentir realmente traído. Há tempos já não era mais de sua esposa, assim como ela já não era mais dele. Saber disso e perceber que sempre soube, era o que fazia tudo aquilo doer nele.
dirigiu até o apartamento de Mark Millan e o despertou em plena madrugada.
— Cara, é uma da manhã! — retrucou Mark, deixando o amigo passar por sua porta. — E aliás, que mala é essa?
— Vamos viajar para Chicago, Millan — respondeu, sentando-se no sofá.
— Hum, certo… E não podia simplesmente ter me ligado avisando?
— E tem mais uma coisa… — murmurou um tanto incomodado. — Estou me separando de Anabelle. — Continuou dando de ombros.
CAPÍTULO 5
No dia seguinte houve praticamente uma festa por ter decidido ir atrás do assassino da bala de prata. Haviam decidido que não iriam todos até Chicago, apenas , Mark, Andreas e Claire, os que não tinham uma família para cuidar ou se preocupar, exatamente.
Claire estava ligeiramente empolgada com seu primeiro caso no departamento, voltara para sua casa e arrumara suas malas bem rapidamente.
Quando a mesma chegou de volta, os quatro foram ao aeroporto, embarcando rapidamente, com prioridade.
— Espero que encontremos ação por lá! — Mark exclamou, esfregando suas mãos uma na outra.
— Hum, claro, claro… — revirou os olhos.
— Cara, se anima, é atrás daquele canalha que matou dois de nossos homens que estamos! — Andreas estava tão empolgado quanto os outros.
— Podem calar a boca, por favor? — reclamou, se recostando em sua poltrona.
Os agentes se entreolharam, mas decidiram deixar de lado o mau-humor do amigo. Não se pode dizer o mesmo de Claire, que só assistia a tudo do fundo do compartimento do avião. A mulher se levantou e caminhou até a poltrona de , sentando-se ao lado do rapaz.
— O que está havendo, ? — perguntou, olhando-o preocupada.
— Não é nada — resmungou ele de olhos fechados.
— , somos uma equipe e se tem algo atrapalhando um, irá atrapalhar a todos. — Claire o encarou séria.
suspirou, abrindo os olhos para encarar a companheira.
— Minha esposa me traiu, tive uma péssima noite e não acho que é uma boa ideia o que estamos fazendo aqui — respondeu por fim, erguendo a sobrancelha para a agente.
Depois daquela resposta, Claire não disse mais nada, mas continuou ao lado de .
Depois de algumas poucas horas de viagem, o quarteto pousou no aeroporto de Chicago e mal tiveram tempo de respirar, os policiais do lugar já os aguardavam. Aqueles pobres homens de uniforme não queriam mais um caso de assassinato em suas mãos, estavam loucos para se livrarem daquilo tudo, só teriam de passar o caso para o Departamento de Investigação Criminal e cooperar com as investigações deles e toda a dor de cabeça passaria.
— Senhores, o chefe quer dar uma palavrinha com vocês — um policial murmurou assim que viu os quatro agentes adentrarem a delegacia. — Acompanhem-me — disse, guiando-os por um corredor estreito, onde abriu a última porta à esquerda. — Chefe, os agentes. — Avisou antes de abrir a porta e deixá-los entrar.
— Ora, como é bom finalmente tê-los aqui. — O oficial da polícia sorriu. — Gostaria de realmente agradecer por virem.
— Acho que nós é que agradecemos por nos ceder espaço aqui — murmurou.
— Ah, acho que vocês e o assassino daqui têm uma história… Farei o possível para ajudá-los na investigação.
— Claro, pode começar nos mostrando o local do último crime? — pediu, recebendo um aceno positivo do homem à sua frente.
— Venham. Se importam em andar numa viatura? — perguntou brincalhão e três dos agentes riram.
No caminho para a “cena do crime” o oficial compartilhou as últimas descobertas que fizeram. A vítima do assassinato era um homem, traficante de drogas.
— O cara era da pesada, então supomos que o seu assassino seja bastante… Astuto e bom no que faz — o oficial Jenkins murmurou, engolindo em seco.
Os três no banco de trás se entreolharam com sorrisos de expectativa nos lábios. Já , que estava no banco do carona, ficou sério, sua sede de vingança voltando à tona.
O carro patrulha passou pelo interior da periferia do bairro em Chicago, um lugar não muito agradável de se estar num momento crítico. O objetivo do caminho era chegar a um galpão velho e abandonado escondido em meio à periferia.
— Credo, mas quem em sã consciência viria para um lugar desses? — Claire perguntou, enquanto saía do carro e observava a enorme construção à sua frente.
— Aqui era um dos pontos de encontro do cara que morreu com seus “clientes”. — Jenkins deu de ombros, indo em direção ao enorme portão que dava acesso ao interior do galpão. O homem fez um esforço tentando abri-lo. — Estranho, deixamos tudo aberto como estava quando viemos verificar a ocorrência… — murmurou, parando de tentar abrir o portão.
Os quatro agentes trocaram olhares, sacando suas armas. tentou, da mesma forma que o oficial, abrir o portão e depois de não conseguir, deu um chute onde deveria haver um cadeado antigamente. Quando o fez, o portão começou a se abrir automaticamente.
Os cinco se afastaram rapidamente do caminho do gigante de alumínio e se prepararam com as armas em mãos.
Quando o portão se abriu por completo, todos do lado de fora se surpreenderam; havia uma pessoa parada no meio do galpão, totalmente de branco e com uma máscara da mesma cor…
A máscara.
CAPÍTULO 6
baixou a arma encarando a figura no centro do galpão, completamente incrédulo. Avançou para mais perto e seus companheiros fizeram menção de ir junto.
— Não — disse ele fazendo um sinal para que os amigos ficassem onde estavam, houve protesto, mas ele é quem comandava aquela equipe.
continuou avançando, agora com sua arma apontada para a figura de branco, pronto para atirar a qualquer instante. O assassino deixou as mãos visíveis ao lado do corpo, dando a entender que estava desarmado.
avançou mais velozmente em direção ao ser.
— Seu desgraçado! — exclamou baixando totalmente a guarda. — Seu filho da mãe desgraçado! — disse ficando frente-a-frente com a pessoa, o olhar de era de puro ódio.
O assassino não disse nada, apenas balançou a cabeça negativamente.
— TIRA ESSA DROGA DE MÁSCARA, SEU COVARDE! — explodiu.
Ninguém podia ver seu rosto, mas o homem podia ter certeza que o assassino sorria por trás de seu disfarce. Colocou uma das mãos no bolso escondido de sua calça e quando o tirou, pôde ouvir o barulho estrondoso do portão de alumínio fechando-se às suas costas.
— Ótimo, será apena eu e você. Vou me vingar, canalha! — O rapaz ergueu a arma em direção a figura branca.
— Acalme-se, , estou aqui para conversar — murmurou uma voz por trás da máscara, que logo foi descartada por seu usuário.
O agente estacou em seu lugar encarando aquele rosto agora descoberto… Uma mulher; era tudo o que conseguia pensar e fazer sentido. Sim, o assassino de era uma mulher.
— Ora, senhor , até parece surpreso — murmurou a mulher a sua frente erguendo a sobrancelha.
— VADIA! — berrou assim que recuperou o raciocínio.
— Oh, por favor, não vamos começar com a baixaria, querido. — A mulher sorriu deixando à mostra seus dentes brancos e perfeitos. — Eu soube que queria me ver… — Ela continuou a dizer. — Bem, aqui estou, o que quer?
A mulher de cabelos curtos e rosto anguloso perguntou sorrindo de uma forma que irritou o agente. cerrou o punho e meteu um soco bastante forte no rosto da mulher, que cambaleou um pouco e encarou seu agressor.
— Achei que você não batesse em mulheres, … — Ela sorriu enquanto limpava um pouco de sangue em seu rosto.
— Abro uma exceção pra você, sua vadia suja. — O rapaz cuspiu as palavras com raiva.
A mulher se afastou um pouco do agente o encarando de cima a baixo.
Aquele olhar fez ficar irado. Imaginava aqueles olhos observando e sua família, vendo-os morrer sem fazer nada, sem fazer nada porque eram as mãos dela que estavam matando aquela família.
A mulher se afastou um pouco mais e logo viu sacar novamente a arma e mirar em sua direção.
— Qual é, , vai atirar numa mulher desarmada? — ela questionou marota.
— Você não pensou nisso quando matou — murmurou o homem destravando a arma.
A mulher a sua frente suspirou.
— Você não me dá escolha… — disse ela balançando a cabeça e sacando algo de um bolço escondido.
Não esperou para ver a reação do agente, mirou de longe e atirou. Não era uma arma qualquer, era um aparelho que lançava dardos com imobilizadores.
Ela caminhou em direção ao corpo do agente que se movia atordoado. Se agachou ao seu lado mexendo nos cabelos do mesmo.
— Não estava armada… Desgraçada — ele sussurrou movendo o pouco que podia os lábios.
— Tem uma coisa que tem que saber sobre mim, agente … Além de ser desgraçada, vadia e assassina… — Começou se levantando. — Sou mentirosa. — Concluiu caminhando em direção à saída dos fundos. — Uma ótima mentirosa — disse antes de bater a porta e deixar o agente imóvel para trás.
CAPÍTULO 7
— Merda, o que tá acontecendo lá dentro! — Mark resmungou enquanto chutava o portão do galpão.
— Vadia! — Ouviram um resmungo na esquina do galpão, os quatro se voltaram na direção e deram de cara com um andando com certa dificuldade, um pouco cambaleante.
— O que houve, ?! — Claire perguntou quase num grito de preocupação.
se encostou na parede tentando se manter de pé, só então os outros perceberam que o homem não estava bem.
— Cara, que aconteceu? — Mark chegou correndo para ajudar o amigo a sentar no chão. — Parece até que tomou um porre… — Brincou recebendo um olhar irado de .
— A assassina lá dentro me atacou com a droga de um dardo imobilizador, foi isso que aconteceu — o agente reclamou carrancudo.
— Como é? Disse assassina? — Andreas ergueu a sobrancelha incrédulo.
— É, foi o que eu disse.
— Tá brincando… — Mark deixou escapar.
— Claro que estou brincando! — exclamou em tom sarcástico. — Acha que eu brincaria com um assunto desses?
Todos ficaram em silêncio pensativos até o oficial Jenkins pigarrear.
— Não acham melhor levá-lo a algum lugar em que possa descansar? — perguntou o homem indicando com a cabeça o agente .
Primeiramente foi levado ao ambulatório da delegacia para terem certeza de que ele estava realmente bem, e então os quatro agentes foram para o hotel em que ficariam hospedados durante sua estadia em Chicago.
Ele não conseguia acreditar… Uma mulher? Era apenas nisso em que ele conseguia pensar enquanto estava deitado em sua cama macia demais de hotel.
Não tardou muito até um encarregado do DIC chegar para um retrato falado, afinal, fora o único que vira o rosto da assassina de , além é claro, dos assassinados.
— Consegue se lembrar dos detalhes do rosto, agente ? — o desenhista questionou sentado em uma das poltronas do quarto.
acenou positivamente com a cabeça. É claro que se lembrava, jamais esqueceria o rosto da maldita que matara .
Cabelos curtos, olhos penetrantes, silhueta magra e esguia, traços marcantes, mas apesar disso ainda femininos. Esses eram alguns aspectos da assassina, o desenhista terminou o desenho em mais alguns minutos, e até que a imagem havia ficado parecida com a pessoa original.
esperava que as coisas fossem rápidas ao menos naquele instante, tinham que encontrar aquela vadia!
descansava em seu quarto quando seu telefone celular tocou na mesinha de cabeceira. Ele torcia sinceramente que aquele som irritante do toque de seu celular parasse, mas isso não aconteceu e ele se viu obrigado a atender.
— — resmungou.
— E aí cara? É o Benny. — Ouviu do outro lado da linha.
— O que quer, Benny? — o agente resmungou levantando-se da cama para se esticar um pouco.
— Fiquei sabendo que encontrou com o assassino da … — o homem que ligara murmurou.
— É uma assassina. — corrigiu.
— É, eu sei… Recebi algumas imagens do meu pessoal, e cara, você vai querer ver isso — o tal Benny falou um tanto empolgado.
— O que é? Não estou com humor pra essas coisas.
— Dá uma passada aqui e eu te mostro. — não via o amigo, mas sabia que ele sorria de forma assustadora.
suspirou desligando o celular, olhou-se no espelho e deu de ombros. O que tinha a perder indo ver o que Benny tinha a lhe mostrar?
Benny morava num porão de um bar, era apenas faixada para apostas em lutas clandestinas que Benny patrocinava.
— Você não muda, cara. — balançou a cabeça enquanto o amigo fechava uma pesada porta de ferro as suas costas.
— Não dá pra mudar, estou no meio de uma investigação aqui, meu camarada! — o homem gordinho e baixo murmurou rindo.
— E então, o que tem pra mim aqui?
— Apresento-lhe Anastácia — Benny disse estendendo algumas fotos a .
O rapaz as examinou e seu coração quase parou. Era ela, a assassina.
— Mas…
— Parece que ela anda aparando as arestas aqui e ali… O criador das balas de prata? Morto. E também estão mortos dois cirurgiões plastas; um foi nadar pelado num mar de crocodilos e outro sofreu um “acidente” fatal de carro… — o homem foi dizendo e mostrando as imagens de cada pessoa assassinada.
— E no que isso pode me ajudar? — resmungou ainda encarando a foto da assassina, a tal Anastácia.
— Eu pesquisei um pouco mais e adivinha? Falta um cirurgião na lista, acho que ele ainda pode estar vivo. Ele pode nos dar pistas dessa daí.
pensou um instante, lá estava uma chance de desvendar mais um pouco sobre aquela desgraçada.
— Temos que ser rápidos, Benny. Ele corre riscos. — O agente sorriu um tanto insanamente e o amigo assentiu.
CAPÍTULO 8
Dr. Vince P. Morgan se refugiava em uma pequena favela no interior do México, não fora nada fácil conseguir entrar no local; o médico aparentemente não queria ser encontrado por qualquer pessoa, o acesso a ele era completamente restrito e quem o restringia eram os moradores do lugar. Fora um sufoco os agentes conseguirem convencer os moradores de que era para um bem maior o motivo para terem de encontrar com o ex-cirurgião.
Por fim e Benny conseguiram “permissão” para ir de encontro com Morgan. O homem morava numa casa quase aos pedaços em meio a outras casas, um lugar que não chamava a atenção nem de perto. Era perfeito. Quem imaginaria um cirurgião milionário morando em meio à uma favela?
— Tenho que admitir, ele se superou ao escolher este lugar… — Benny murmurou para enquanto os dois observavam a casinha espremida entre outras.
— Pois é, ele deve estar querendo mesmo sumir de vista… — concordou subindo os pequenos degraus irregulares que levavam à porta.
Bateram na porta algumas vezes e depois de não receberem resposta alguma, os dois agentes se encararam desconfiados. Havia algo errado…
Ouviram o gemido assustado de alguém quando arrombaram a porta frágil da casa do médico.
— Por favor, poupem minha vida! — choramingou um senhor encolhido ao lado de uma poltrona velha com o olhar aterrorizado.
— Hei, camarada, não viemos aqui para matá-lo! — Benny exclamou de sua maneira mais simpática enquanto fechava a porta da maneira que foi possível, já que os dois agentes a haviam arrombado de forma brusca. — Só precisamos conversar um pouco. — Sorriu assim que terminou o que fazia, se voltando na direção do médico.
— So-so-sobre o que…? — Vince P. Morgan questionou ainda encolhido na mesma posição em que o encontraram, apenas tremendo mais do que antes.
suspirou e se aproximou.
Levou certo tempo até conseguirem convencer o velho senhor de que os dois ali presentes não estavam ali para matar, mas sim para impedir que morresse.
— Não sei se serei útil nesta investigação, senhores… — Morgan murmurou baixando o olhar em direção à mesa em frente a qual estavam sentados os três.
— Deixe que nós diremos se será ou não útil, sim Dr. Morgan? — murmurou friamente logo recebendo um aceno de cabeça do médico em afirmação.
— Pois bem, Doutor… Diga se conhece este rosto. — Benny tomou as rédeas por um instante. Ele pegou uma das fotos que seus homens haviam conseguido da assassina que chamavam de Anastácia.
Vince Morgan teve de colocar seus óculos para conseguir enxergar bem a imagem e quando conseguiu fazê-lo seu sangue gelou.
— E então, chefia, conhece esse rosto? — Benny perguntou mais uma vez, erguendo a sobrancelha ao ver a reação do senhor ao seu lado.
— E como não? Eu dei o formato a este rosto… — Morgan murmurou engolindo em seco.
Os dois agentes encararam o cirurgião com espanto. Obviamente Benny expressava maior espanto que o amigo, que já não se surpreendia tão facilmente.
— Ainda me lembro de quando a vi pela primeira vez… Seu rosto… Ah Deus! — O senhor enfiou o rosto entre as mãos antes de continuar a contar a história. — O rosto estava completamente destruído, os ossos faciais esfacelados… — O homem ergueu a cabeça com o olhar atordoado por relembrar tal coisa. — Era terrível!
Benny fez careta ao imaginar o estado em que a mulher deveria estar quando chegou ao consultório do Dr. Morgan, mas sabia que o que sua imaginação podia alcançar não chegava nem perto da realidade que Vince havia visto.
— Eu não tive uma referência para reconstruir seu rosto, então fiz o melhor que pude… — Morgan murmurou baixando o olhar novamente, agora encarando a imagem que havia sido deixada a sua frente para análise.
— Fez um ótimo trabalho… — Benny murmurou balançando a cabeça.
— Essa mulher é uma assassina, está matando a todos que tiveram contato com ela depois dessa cirurgia, o senhor corre perigo — murmurou ignorando o comentário do amigo que observava mais atentamente a foto em cima da mesa.
— Eu sei que corro perigo, por que acha que estou neste fim de mundo! — o médico exclamou agora com ar de desespero. — Desde que lhe dei este novo rosto, depois da cirurgia ela nunca mais apareceu em meu consultório como eu havia dito para fazer para que eu pudesse acompanhar a recuperação… Comecei a suspeitar de que havia algo errado com ela… E então alguns colegas meus começaram a ser assassinados… Um deles eu havia indicado a ela caso precisasse de outras coisas… Foi aí que decidi me esconder…
— Inteligente da sua parte, doutor — Benny parabenizou encarando o médico. — Mas é o seguinte, não achamos que o senhor esteja seguro e escondido o bastante aqui. — Completou vendo a expressão do homem passar para uma mais desesperada ainda.
— Não precisa se preocupar, daremos apoio e proteção ao senhor se cooperar conosco — murmurou sério encarando o senhor.
— Eu não sei se seria de maior utilidade, agentes… — o velho médico murmurou em um choramingo.
— Já disse para que deixe que nós digamos se é ou não de utilidade, senhor Morgan — murmurou carrancudo. — Agora pegue seus pertences de maior importância e vamos. Partiremos em breve. Pegue apenas o essencial — ordenou e o homem assentiu se levantando e correndo por um pequeno e apertado corredor ao que parecia ser um quarto.
Havia apenas um minuto que o cirurgião havia saído em direção ao quarto onde provavelmente fazia suas malas, quando os agentes ouviram um estampido ao longe e em menos de segundos o barulho de vidro se quebrando, vindo exatamente da direção do quarto no fim do corredor sufocante da pequena casa onde Vince P. Morgan deveria estar. Benny e saíram correndo na mesma direção e logo chegaram no que deveria ser o quarto de Morgan.
Era um lugar simples, uma mesinha de cabeceira, um guarda-roupas que naquele instante tinha suas portas escancaradas, e uma cama de solteiro com lençóis que costumavam ser brancos agora manchados num tom rubro; o corpo do médico estava estirado ao lado da cama, sua cabeça envolta numa poça de sangue que surgira de um pequeno buraco na testa do homem, não tinha mais que um centímetro de diâmetro.
— MERDA! — exclamou socando o batente da porta.
Benny correu em direção à janela com cautela, mas obviamente não havia sinal do assassino. Não que eles ainda tivessem alguma dúvida de quem seria…
CAPÍTULO 9
Dois dias depois da morte de Morgan, estava de volta ao hotel em que sua equipe estava hospedada em Chicago, seu humor não era dos melhores. Na verdade, estava pior do que sempre fora. Perdera uma peça importante de seu quebra-cabeça e agora estava de volta ao mesmo lugar de onde partira, sem nada novamente.
O agente não aguentava mais tamanha dor de cabeça, precisava esquecer, nem que fosse por alguns instantes tudo o que estava a sua volta.
Resolveu então ir ao bar do hotel, não havia outro remédio para aquela situação a não ser a bebida. Pediu whisky duplo ao barman e de whisky em whisky, o agente logo se encontrava bêbado.
Ele encarava interessado seu copo de bebida quando alguém se aproximou sentando-se na banqueta que se dispunha ao seu lado.
— Não deveria beber, — Claire murmurou pegando o copo das mãos do agente e o afastando do mesmo.
— Ah, me deixa, Hamps — O homem resmungou de forma embolada.
— Estamos trabalhando aqui, , não pode ficar bêbado dessa forma! — a mulher o repreendeu.
tentou pegar o copo das mãos de Claire, mas esta o afastou ainda mais. acompanhou o movimento e logo os dois se viram bastante próximos.
Claire arfou baixinho por conta da aproximação, ficaram naquela posição por um instante e então , sem pensar no que estava fazendo dada as circunstâncias, agarrou a cintura de sua parceira de equipe e beijou-a de forma um tanto necessitada.
A mulher se surpreendera por aquele ato, mas naquele instante seu corpo já agia por conta própria; não tentou se afastar do chefe da operação em que estava atuando, apenas envolveu o pescoço do mesmo com os braços e aprofundou ainda mais o beijo.
Os dois foram em direção ao elevador ainda aos beijos, pouco se importando com os olhares curiosos que os seguiam pelo saguão.
Logo estavam no quarto de despindo-se de forma desesperada. Ambos queriam aquilo. Estavam atraídos fisicamente desde o primeiro instante em que se viram, só não se permitiriam admitir isso num momento comum.
Em instantes, já estava sobre o corpo de Claire e enquanto, aos beijos, abafava os gemidos de sua parceira, se movia contra seu corpo penetrando-a.
Os movimentos de ambos eram sincronizados, mas não combinavam tanto quanto os movimentos de e um dia combinaram. Em pouco tempo os dois chegaram ao ápice.
saiu de cima de Claire e deitou-se ao seu lado enquanto ouvia o respirar ofegante da mulher pelo ato que haviam acabado de realizar.
Ainda era cedo para pegarem no sono, e aquela madrugada seria longa.
Claire podia não aparentar, mas tinha uma sede de luxúria que pouco teriam a oportunidade de conhecer…
CAPÍTULO 10
Claire Hamps despertou na cama do hotel onde estava hospedada. Ainda não havia amanhecido, então supôs que não havia dormido mais do que meia hora, afinal, naquela noite havia tido a oportunidade de descobrir o quanto era bom na cama… E sim, ele era realmente ótimo.
A mulher sorriu ao lembrar-se de cada toque do homem em seu corpo, de cada beijo sedento que lhe dera; lembrou-se também de cada gemido que ele lhe fizera dar, e isso a fez ter vontade de acordá-lo para que a fizesse gemer mais e mais vezes.
Foi então que percebeu que não estava no quarto do agente , mas sim no seu, apesar de ainda estar nua e sua cama estar desarrumada.
Olhou ao seu redor confusa, tentando compreender como viera parar ali.
— Tsc, tsc… — Ouviu alguém fazer barulho em meio a escuridão em que se encontrava.
— Quem está aí? — perguntou puxando o lençol para cobrir-se.
— Nunca peça para uma vadia fazer o seu trabalho… — murmurou uma voz feminina ainda na escuridão. — Era o que eu sempre me dizia…
Claire sentiu seu corpo todo se arrepiar ao reconhecer a voz que lhe falava.
— Não pode pedir para uma vadia fazer o seu trabalho se quiser que as coisas saiam direito. — A voz continuou. — E a cada vez eu só concluo que isso está certo. Uma vadia como você nunca poderia fazer o trabalho direito. — A voz cuspiu, parecendo estar enojada.
— Por favor, não é o que está pensando. — Claire tentou se explicar.
— Eu não tive que pensar muito depois do que vi no quarto do fim do corredor, minha querida.
— Posso explicar, eu juro que…
— Cale-se, por favor, e tenha uma morte digna. — A voz voltou a murmurar da escuridão.
— O que… — A agente Hamps ia questionar quando se ouviu o estampido abafado vindo da escuridão.
O projétil atingiu Claire no peito e com o impacto da bala em seu corpo, a mulher tombou para trás em sua cama tentando gritar, mas a bala havia atingido não só o coração, como também parte do pulmão, logo Hamps estava se afogando no próprio sangue e suas tentativas de gritar por socorro não passavam de grunhidos em meio ao arfar para tentar segurar o ar.
Quando sua visão já estava ficando turva, sentiu alguém parar em pé ao lado da cama. Um rosto apareceu em seu campo de visão e esse rosto Claire Hamps jamais esqueceria.
CAPÍTULO 11
acordou com batidas bruscas na porta de seu quarto e, mais uma vez, seu humor não estava dos melhores. Mal se lembrava direito do que havia acontecido na noite anterior. Depois de se vestir e dar uma olhada no espelho, abriu a porta e deu de cara com Mark com uma expressão que não era usual dele.
— O que houve? — perguntou erguendo a sobrancelha.
— Claire… — Mark murmurou respirando fundo.
— O que tem a Claire? — perguntou sem muita paciência.
— Claire está morta. — Concluiu sério, sua expressão escurecendo.
não conseguiu processar a informação rápido o bastante, foi arrastado por seu parceiro ao longo do corredor e pararam em frente a uma porta lacrada por fitas amarelas da perícia.
O corpo de sua parceira já não se encontrava no local, fora removido assim que a perícia o analisara. Havia marcações onde o corpo estivera para indicar a posição em que foi encontrado e também algumas outras marcações indicando possíveis formas de morte. Sangue era o que não faltava em cima da cama de lençóis brancos daquele quarto.
apressou-se em ir em direção à porta. Seu chefe estava parado encostado no batente da porta encarando o interior do quarto com seriedade.
— Senhor — apresentou-se parando ao lado de seu superior.
— Não acredito que isto realmente aconteceu… Mais um de meus homens… — murmurou o homem de sobretudo preto sem encarar .
, apesar do tempo, sentiu uma certa fisgada em seu peito ao lembrar a que outro “homem” seu chefe se referia… .
pediu permissão para adentrar a cena do crime, queria ver como acontecera e se havia sido a mesma pessoa que levara sua antiga parceira de trabalho.
O homem entrou no quarto vestindo suas luvas de perícia e tomando cuidado onde pisava, não queria atrapalhar a investigação dos encarregados. Aparentemente não havia muito o que se procurar. Seria muito pouco provável que a assassina desse um passo em falso como da última vez.
— Senhor, esta capsula de bala foi encontrada… Parece ser…
— Prata? — o agente perguntou interrompendo o rapaz da perícia. Este por sua vez apenas assentiu.
cerrou o punho virando-se para sair do local. Não havia nada para ele ali, precisava sentar e pensar.
O agente desviou de todos que queriam conversar com ele, inclusive Mark, que conhecendo o companheiro, julgou que não deveria ir atrás do mesmo.
entrou em seu quarto e se jogou esparramado em sua cama com os pensamentos a mil por hora. Pensou em Claire e então teve um flash da última noite. Eles haviam transado… Lembrou-se do quanto Claire era… Dinâmica na cama. Ao mesmo tempo em que lembrara de Hamps, também se lembrou das noites que costumava passar com . Eram de longe as melhores, afinal, era .
suspirou pesaroso e logo apalpou seus bolsos atrás de sua carteira. Ele costumava carregar a maldita bala de prata que encontrara no lugar onde e sua família haviam sido mortos.
Quando finalmente achou sua carteira no bolso interno de seu paletó, o rapaz sentou-se e com cuidado abriu a mesma para poder observar uma das únicas pistas que a assassina de deixara para trás em anos. Depois de pegar o pequeno saco plástico de perícia que guardava a bala de prata, ele percebeu que havia algo mais ali, algo que ele não se lembrava de ter ali antes.
pegou uma cartela pequena e branca, do tipo em que se costumava colocar fósforos de brinde e que vinham com propagandas estampadas. Ao ver seu interior, percebeu que ao invés de fósforos haviam lá palitos de dente e uma pequena mensagem escrita à mão: “M41s efici3ntes”.
Mal terminou de ler aquilo e suas mãos já se fechavam em punho, demonstrando sua raiva. costumava tentar fazê-lo parar de fumar e dizia que mastigar palitos de dente era mais eficiente e mais saudável do que cigarro. Ele nunca dera ouvidos, ao menos durante muito tempo, apenas depois que sua filha havia nascido o homem decidiu tentar e por algum milagre havia conseguido. Mas depois dos últimos acontecimentos e com toda aquela tensão, havia voltado com seu vício e lá naquela cartela onde se encontravam os palitos de dente, antes haviam seus fósforos.
Ele deu uma boa analisada na cartela, era uma propaganda de um hotel na cidade. Encarou aquilo e parou para pensar por um instante, logo se levantando com a expressão furiosa. Aquela vadia estava brincando com ele!
correu para o hotel da propaganda da cartela em sua carteira. Não podia ser. Aquela desgraçada estava mesmo querendo vê-lo? Pois ele estava ainda mais ansioso para vê-la e matá-la, assim como ela fizera com e com Claire.
Parou o carro que pegara emprestado de um dos homens que estavam trabalhando no caso Hamps, e logo um manobrista veio para estacioná-lo no lugar certo.
correu para a entrada do hotel e sequer falou com a recepcionista que mal prestou real atenção no homem bem vestido que adentrava o local com pressa.
O agente pegou o elevador e parou ao andar referente ao quarto 413. Sem rodeios bateu na porta e logo ouviu um “entre” em resposta. Então era isso, a hora da verdade estava ali.
CAPÍTULO 12
entrou no quarto luxuoso de hotel, o quarto 413, e logo encontrou quem procurava sentada na cama com cara de tédio.
— Finalmente chegou, . — Ela sorriu como se ver o homem a sua frente tivesse curado seu tédio.
— Vadia. — Foi tudo o que soltou de volta.
— Oras, mal nos reencontramos e você já vem com elogios desses? — a mulher perguntou levantando-se com um sorriso maroto nos lábios. — Aposto como queria me ver depois do que fiz com mais uma de suas vadias. — A assassina fez careta ao dizer isso.
O agente cerrou os punhos e logo depois sacou sua arma. Ele queria acabar com aquilo o mais rápido possível, com aquela tormenta que durara por tanto tempo.
— Uou, agente. Tem certeza de que quer fazer isso? — a mulher perguntou não parecendo intimidada pela ação. — Não quer nem saber como foi que matei a vadiazinha da Claire? — Ela sorriu parecendo se deliciar ao mencionar o que havia feito fazia apenas algumas horas.
— Cala a boca, Anastácia! — grunhiu ainda apontando a arma na direção da mulher.
— Vejo que fez a lição de casa. — Ela sorriu satisfeita. — Mas ainda não chegou a uma conclusão certa. — Balançou a cabeça negativamente. — Ainda não sabe quem sou ou por que faço isso. — Suspirou.
O agente sentiu vontade de apertar de vez o gatilho e acabar com toda aquela baboseira, mas não podia. Não enquanto não conseguisse descobrir o que levara aquela mulher a matar .
— Acho que está na hora de saber as verdades aqui, não concorda, senhor ? — A mulher sentou-se novamente na cama. — Mas antes… Devo comentar que matar Claire Hamps foi a coisa mais prazerosa que fiz. — Ela sorriu. — Sabe o que dizem, quando quer que o trabalho seja bem feito, não pode deixar para vadias fazerem. — A assassina parou um pouco para pensar. — Não, acho que não é bem isso o que dizem, mas é o que se aplica aqui.
— Cala a boca, a única vadia aqui é você! — o agente exclamou irritado apontando a arma mais firmemente na direção da mulher.
A mulher que chamavam de Anastácia se levantou mais uma vez da cama sob a mira da arma do agente, e então se aproximou bem, quase encostando seu corpo no cano frio que lhe era apontado.
— Tem certeza de que quer me matar… De novo, ? — a mulher sussurrou olhando fixamente nos olhos do agente que estremeceu. — Mas dessa vez vai ser com suas próprias mãos, sem mandar uma mulher fazer isso? — questionou brincando com o cano da arma com os dedos.
estava sem ação. Do que aquela desgraçada falava?
— Não acha que foi covardia da sua parte mandar uma mulher me matar, ? — Anastácia perguntou se afastando um pouco para poder encarar melhor o homem. — Por mais que eu fosse uma mulher também, você sabia bem que eu era melhor em lutas do que qualquer um — murmurou.
ficou parado ainda apontando a arma na direção da assassina, mas estava ainda mais sem ação naquele momento.
— Não… — Conseguiu soltar assim que captou a mensagem. — Impossível…
— Aquela desgraçada matou meu filho na minha frente, . E depois meu marido — a mulher murmurou encarando séria o agente. — E depois tentou me matar. Ela não conseguiu e quem acabou indo para o outro lado foi ela… Mas é claro que entes disso conseguiu me deixar com algumas marcas… A vadia despedaçou meu rosto — murmurou frustrada.
— Não, é impossível. Você não é ela — resmungou voltando a segurar firme sua arma. A mulher se aproximou novamente parando bem a sua frente.
— Não foi você mesmo que disse uma vez que tudo pode mudar numa pessoa, menos o olhar? — perguntou. — Então olhe bem pra mim e tire suas conclusões.
Por mais que não quisesse fazer aquilo, seus olhos passaram a vasculhar o rosto daquela mulher assassina a sua frente.
O rosto era anguloso, mas feminino, o nariz era afinado e a boca rosada… Não, não havia nada de naquele rosto. Mas o olhar… Por mais que quisesse negar, aquele olhar era inconfundível e não poderia pertencer a ninguém mais…
— ? — o homem perguntou baixando a arma, seus olhos arregalados, sem conseguir acreditar.
A mulher sorriu se aproximando.
— , , por favor, me perdoe…! — o agente exclamou em um tom quase desesperado. — Eu nunca quis que isso acontecesse, não queria que tentassem matar você, só precisava que você parasse de investigar aquela organização! Eles disseram que só te dariam um susto e que seria o suficiente! — Lágrimas de desespero escorreram pelos olhos do homem. — Eu não sabia que eles fariam aquilo com… — Ele tentou continuar se desculpando, mas foi surpreendido por um beijo de .
Era impossível não admitir que ele sentira falta daqueles toques.
o agarrou, parecia que os dois precisavam daquele momento, seus corpos necessitavam um do outro mais uma vez.
Logo ambos estavam sem roupa, estava por cima do corpo de e ambos se moviam de forma sincronizada, certa.
Em alguns minutos ela havia chegado ao seu ápice, os corpos dos dois estavam suados como da última vez em que haviam feito aquilo, há alguns anos.
saiu de cima do agente, que ainda se encontrava ofegante.
— Obrigada pela diversão, . — Ele a ouviu murmurar em pé ao seu lado, ela se vestia quando se virou em sua direção com uma arma com silenciador em mãos. — Mas acho que está na hora de terminarmos — disse dando um único tiro na lateral do corpo de , a bala atingira parte do pulmão e logo o homem nu se viu com o ar lhe faltando.
aproximou-se para assistir a morte lenta e sufocante de seu ex-companheiro. Algumas vezes ela pôde ver os lábios do rapaz se movendo num “Sinto muito” sem som, até que numa de suas tentativas de se desculpar, foi sufocado por seu sangue que se infiltrava em seu pulmão perfurado.
— Sentir muito não é o bastante, agente. — Ela concluiu encarando o corpo inerte em sua cama. Suspirou e depois de terminar de se vestir, saiu do quarto sem se importar de limpar sua bagunça.
A mulher desceu os andares até o térreo e logo saiu do hotel ficando na calçada logo a frente, onde todos costumavam esperar seus carros.
Não demorou muito até um carro preto e nada discreto com o capô erguido aparecer na esquina e estacionando exatamente na frente da mulher que sorriu encarando Vincent McNollan.
— Esperou muito? — o homem alto e agora com a barba feita, perguntou enquanto via a mulher adentrar o carro.
— Não muito, como sempre, pontual. — Ela sorriu selando seus lábios com os do homem num curto selinho. — Sinto lhe informar, mas você perdeu mais um de seus agentes, McNollan — informou num suspirou.
— Não foi por isso que trabalhamos tanto? — o chefe do departamento de Investigação Criminal perguntou como se fosse óbvio, logo fazendo a mulher ao seu lado rir abertamente. — Pra onde vamos agora, minha querida?
— Qualquer lugar, agora está definitivamente morta. Não há mais ninguém que queira sustentar sua memória. Podemos viver como a família McNollan agora, meu amor. — Ela sorriu dando mais um beijo no homem, que sorriu de volta e deu partida no carro.
Não se ouviria mais nada sobre assassina alguma chamada Anastácia que usava balas de prata para matar suas vítimas, nem de ou de . Vincent McNollan já estava cansado de ouvir sobre aquele caso que por tantos anos ficara em aberto e o fez perder seus melhores homens. Ninguém mais morreria, ao menos não naquele caso em específico. E além do mais, o chefe do departamento de Investigação Criminal não queria mais estresse, não agora que seu primeiro filho com sua esposa estava a caminho. Aquele caso estava encerrado e tudo seria esquecido como devia ser. Como sempre foi.
Fim
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