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Daybreak in Incheon

7 anos atrás…

  — Omma, vamos morar aqui agora? — perguntei assim que entramos naquele minúsculo quarto. 
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  — Sim, querida, até segunda ordem vamos morar aqui na casa dos meus patrões, para economizar dinheiro — afirmou minha mãe ao me olhar com carinho dando um sorriso singelo.
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  Não seria fácil para nós duas, mas era nosso recomeço após o divórcio “amigável” dos meus pais. Papai aceitou deixar minha guarda com ela, juntou suas malas e voltou para o Brasil, seu país de origem, e sendo metade coreana por parte da mamãe, não seria problema para mim continuar no país onde nasci. Deslizei a mochila por meu ombro e a coloquei ao lado da porta. Minha mãe pegou mais algumas caixas e trouxe para dentro. Eu a ajudei a desempacotar tudo e ajeitar as coisas no lugar.
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  Me aproximei da janela e fiquei olhando o jardim. Um lado bom vindo do fato que viveríamos agora em um quarto nos fundos da mansão da casa dos patrões da minha mãe, a vista do jardim era linda. Não demorou para que avistasse um rapaz caminhando por entre os canteiros de lírios. Parecia ter a mesma idade que eu. Vestido com roupas de marca e headphones, parecia distraído.
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  — Este é o pequeno %Minho% — comentou minha mãe ao se aproximar de mim. — Filho único do senhor e da senhora Lee.
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  — Ele não me parece ser pequeno. — Mesmo olhando de longe conseguia notar que a altura dele era elevada.
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  Minha mãe soltou uma risada.
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  — Ele tem sua idade, então comporte-se, %Annia% — avisou ela.
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  — E o que eu faria? Seduzir ele e me casar para dar o golpe do baú? — brinquei rindo. — Não sou tão estrategista assim, e além do mais, quero conquistar as coisas por meu próprio mérito — assegurei a ela com confiança.
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  — Por isso é minha filha. — Ela me deu um beijo na testa e sorriu com doçura.
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  Mamãe trabalhava muito para me dar uma oportunidade nos estudos, isso me motivava a me esforçar cada vez mais para não a decepcionar, e era o que faria agora que tinha conseguido uma bolsa de estudos em um colégio de prestígio. Me afastei da janela e segui para o banheiro, depois de carregar todas aquelas caixas precisava tomar um banho para me livrar de toda a poeira que se instalou na minha roupa.
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  Os dias se passaram e para minha surpresa, descobri que o tal herdeiro da família Lee estudava na mesma escola que eu, e devido às minhas boas notas na prova de admissão, caí na mesma sala que ele, a classe A do segundo ano do ensino médio. Eu já esperava a colocação, só não contava que o filho dos patrões da minha mãe também estaria ali. O mais louco foi o remanejamento da sala, com a professora me colocando sentada ao lado dele. Eu já tinha dito a minha mãe que não iria me aproximar, nem mesmo para pedir informação, entretanto, foi ele quem puxou assunto quando passei na biblioteca para pegar um livro de pesquisa.
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  — Você está fugindo de mim ou é impressão minha? — perguntou ele ao aparecer do outro lado da estante.
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  — Hum?! — Dei um passo para trás me assustando com sua chegada repentina. — Do que está falando?
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  — Já se completam cinco meses que estudamos juntos, você senta ao meu lado e nem olha para mim — explicou ele. — Sempre ouvi dizer que brasileiros são acolhedores e comunicativos.
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  — Sou metade brasileira — retruquei.
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  — Quer dizer que só é metade acolhedora e comunicativa? — continuou ele em suas indagações.
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  — Entenda como quiser. — Eu peguei o livro que queria e me virei para sair de lá.
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  — Sua metade coreana deveria ser pelo menos educada — retrucou ele em provocação.
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  — O quê?! — Me voltei para ele novamente um tanto irritada por sua insistência. — O que você quer?
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  — Te dar bom dia. — Ele abriu um sorriso singelo mantendo o olhar curioso em mim. — Ouvi tanto a ajumma falando sobre a filha que fiquei curioso para te conhecer — respondeu ele com tranquilidade. — Mas não entendo o motivo de fugir de mim.
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  — Não estou fugindo, só não quero distrações — me expliquei.
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  Estava fugindo, mas não ia admitir e, de certa forma, me aproximar dele poderia ser uma distração, já que Lee %Minho% era bonito, gentil e atencioso, pelo menos foi o que consegui identificar da forma em que tratava minha mãe, uma simples empregada. Ficamos nos olhando por um tempo, me deu um frio na barriga. Parecia até aquelas cenas de doramas que os protagonistas ficam trocando olhares para que o público torça por eles. Eu não entraria nessa, não mesmo. Me afastei e segui para o balcão da atendente, quando terminei de registrar os três livros que peguei, saí da biblioteca sendo seguida por ele.
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  — Vai mesmo me ignorar, %Annia%? — perguntou ele.
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  — Vai mesmo ficar atrás de mim, %Minho%? — O olhei sem paciência.
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  — Você não se parece nem um pouco com sua mãe — comentou ele.
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  — Costumo ser mais racional — expliquei.
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  — Estou vendo. Então, garota racional, quer fazer o trabalho em dupla de literatura comigo? — perguntou ele.
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  — Por que eu faria com você?
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  — Eu sou o presidente da turma, somos os dois melhores alunos, significa que ninguém ganhará pontos em cima do nosso trabalho. — O argumento dele era bom.
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  — Nada mal. — Me fiz de desinteressada.
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  — Te vejo em casa então. — Ele sorriu de canto e seguiu na minha frente.
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  Ele seguiu na minha frente, deixando-me sem entender. Se ele queria fazer o trabalho comigo não precisava me seguir até a biblioteca. Joguei os livros na mochila e segui para meu emprego de meio período na loja de conveniência do bairro onde se localizava a mansão da família Lee. Não ganhava muito, mas era minha forma de juntar recursos para a universidade. Meu sonho era cursar marketing na Yonsei University, então tinha que me esforçar dobrado para conseguir alcançar.
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  Chegando em casa, %Minho% me parou no jardim dizendo que já tinha escolhido o poema para o nosso trabalho. Isso me deixou estática a primeiro momento, e logo quando tentei questionar sua iniciativa, a senhora Lee se aproximou de nós, perguntando se eu precisava de alguma coisa. Não precisou de muito para que eu entendesse seu olhar que me dizia: “Fique longe do meu filho, você é apenas a filha da empregada”.
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  De imediato eu me retirei dali e segui para meu quarto. 
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5 anos atrás…

  É claro que seria difícil me manter longe de Lee %Minho%, ainda mais quando os professores insistiam em passar trabalhos em dupla. Éramos discretos em nossa amizade que formamos ao longo dos últimos dois anos. Bem, eu lutava contra meu coração que desejava se abrir para algo além de somente bons amigos. E sentia no olhar de %Minho% que fazia o mesmo que eu. Uma coisa já tinha sido entendida, sua mãe não queria nossa aproximação, por isso só permitia que fizéssemos dupla na escola, por minhas notas se igualarem às do filho. O descarado utilizou do mesmo argumento com a mãe e conseguiu dobrar ela. Mas esse era o nosso limite. Aos olhos da senhora Lee, o único contato que tínhamos era puramente pelos trabalhos escolares, e seguiu durante todo o restante do ensino médio.
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  Se aproximava o final de mais um ciclo escolar e quinta pela manhã me preparava para a prova do vestibular. Dentro de mim a ansiedade reinava. As últimas semanas tinham sido de estudos intensos na biblioteca da manhã da família Lee com a companhia de %Minho% e a supervisão rigorosa de sua mãe. Ela jamais imaginaria que nos bastidores nossa amizade rolava longe de seus olhos e dos da minha mãe também.
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  As três horas de prova foram cansativas, mas estava de consciência limpa quanto à minha dedicação em ter me preparado. Quando cheguei em casa e esbarrei com %Minho% lanchando na cozinha, seu olhar denunciava que também tinha feito o seu melhor e estava em paz com a prova. O resultado foi anunciado dois dias depois, e para minha felicidade e orgulho da minha mãe, uma das bolsas ofertadas para o curso de marketing na Yonsei University era minha. Meu coração explodiu de alegria em saber que o meu sonho se iniciaria em grande estilo. Claro que não podia nem sonhar em reduzir o ritmo de dedicação.
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  Na sexta de manhã, peguei o lanche que minha mãe tinha preparado para mim e segui para meu trabalho na loja de conveniência. A luta por dinheiro continuava. Logo à noite, após retornar para a mansão, Lee %Minho% me esperava no jardim lateral da casa, próximo ao meu quarto. Com o olhar sereno e as mãos nos bolsos da calça. Aquela postura me lembrava mesmo os doramas colegiais que via na televisão, e isso deixava meu coração acelerado de uma forma estranha que me dava medo.
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  — %Minho%, o que faz aqui? — perguntei.
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  — Vim te dar os parabéns pessoalmente — respondeu ele dando um sorriso tímido.
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  — Pelo quê?
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  — A ajumma me disse que conseguiu a bolsa — explicou ele. — Seremos da mesma universidade.
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  — Você foi aceito também?
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  — Sim, em administração, preciso entender como funciona a empresa da minha família. — Ele riu, me fazendo rir também.
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  — Obrigada — disse a ele.
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  — Agora não precisamos mais ficar longe um do outro — comentou ele. — Não teremos minha mãe na universidade.
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  — A sua mãe nunca vai aprovar nossa amizade — disse com toda a certeza.
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  — Quem disse que estou falando sobre amizade. — Sua voz saiu com uma pitada de malícia.
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  — O quê?
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  Ele deu um passo para mais perto de mim e, retirando a mão direita do bolso, tocou minha face.
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  — Existe uma coisa que desejo muito fazer, desde o momento em que aceitou ser minha amiga — continuou ele.
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  — O que é? — perguntei me fazendo a inocente, mas já preparada e imaginando o que viria a seguir.
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  Ele não respondeu com palavras, apenas foi se aproximando lentamente até que seus lábios tocaram os meus de forma doce e suave. Tentei me retrair a primeiro momento, mas acabei me deixando levar pelo clima e por meu coração que se rendia completamente ali. Dois anos reprimindo qualquer sentimento mais profundo por ele, sendo lançado por terra naquele curto espaço de tempo. Confesso! Estava apaixonada por Lee %Minho%, e agora temerosa pelo que poderia acontecer após esse singelo beijo.
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  E não, não terminou nada bem nossa ousadia de nos beijarmos em pleno jardim. Teria sido mais prudente na adega do porão. No dia seguinte fui convocada ao escritório da mansão pela senhora Lee.
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  — Nós te acolhemos, te alimentamos e até ajudamos sua mãe a pagar seus estudos e agora, como é que você nos paga? Seduzindo meu filho como uma golpista qualquer? — ela cuspiu essas palavras e de forma ponderada, pois seu olhar dizia muitas outras coisas que nem queria imaginar.
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  — Desculpe-a, senhora Lee, minha filha não fez por mal — disse minha mãe se ajoelhando.
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  Aquele era o lado coreano que eu não tinha e nem queria ter. Minha mãe era uma boa mulher e muito humilde, mas tinha medo de se impor e de perder o emprego. No fundo, não a culpava por isso.
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  — O que tem de errado? Somos amigos — retruquei com aspereza na voz.
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  — Menina — minha mãe se levantou e bateu em meu braço —, pare de retrucar os mais velhos, não foi essa educação que lhe dei.
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  — Mas mãe…
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  — Mas nada. — O olhar de minha mãe demonstrava estar decepcionada comigo, o que doía ainda mais em mim. — Peça desculpas.
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  Engolindo minha revolta pela situação, respirei fundo e me curvei em direção à senhora Lee pedindo desculpas com a força da raiva. Depois daquele dia, ignorei todas as mensagens que %Minho% me enviou. Ele tinha sido enviado para a casa dos tios em Busan, uma estratégia para afastá-lo de mim no período das férias. O golpe final foi a conversa que tive a sós com o senhor Lee Hwang, pai de %Minho%. Eu só o tinha visto umas cinco vezes nesse tempo que morava ali, era um homem muito ocupado e vivia viajando a negócios. Para ele estar ali em seu escritório só para conversar comigo, certamente o assunto da filha da empregada ser amiga de seu filho também não lhe agradava e era mais sério do que eu imaginava.
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  — Eu sou uma pessoa muito ocupada, mas quando o assunto é sobre o %Minho%, mantenho toda a atenção possível — continuou ele, mantinha-se de pé em minha frente.
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  Ouvi a movimentação do lado de fora do escritório da senhora Lee e minha mãe, nos esperando. A portas fechadas continuamos a conversa.
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  — Serei sincero e dizer que quero o melhor para ele, e isso se estende ao seu futuro casamento, o que acha que pode oferecer ao meu filho?! — perguntou o homem.
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  — Me desculpe, senhor, mas entendeu errado, eu apenas sou uma amiga do %Minho%, não temos nenhum envolvimento amoroso — retruquei.
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  — Não sabia que amigos se beijavam — contra-argumentou ele.
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  — Em minha defesa, o beijo não partiu de mim — expliquei.
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  — Este é o ponto, não partiu de você, o que significa que meu filho se apaixonou primeiro — constatou ele. — %Minho% é uma criança obstinada e persistente, qualidades que me orgulham muito, e sei que quando coloca algo na cabeça, segue seu pensamento até o final. — O senhor Lee soltou um suspiro. — Ouso a acreditar que se ele a ama mesmo, poderia até abrir mão de sua herança por você, mas me preocupo se sente o mesmo a ponto de se sacrificar por ele.
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  Eu não estava entendo suas intenções, mas entendia basicamente o que dizia. Tudo se resumia não a eu ser a filha da empregada, não o seu filho gostar de mim, mas se o que eu sentia por %Minho% era forte o bastante para lutar por ele até o final e abdicar do que quer que fosse para estar ao seu lado. E confesso que não sabia se realmente eu gostava dele com toda essa intensidade necessária.
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  — O senhor pode ser mais claro? — pedi.
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  — Na minha opinião, você não é a mulher ideal para meu filho, não por ser a filha de nossa empregada, pois sei que muitas pessoas honestas não nasceram em berço de ouro — continuou ele —, mas não é ideal para meu filho por eu não ver em seus olhos o que vejo nos dele quando ficou diante de mim, o que sente por ele não é o mesmo que ele sente por você.
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  Talvez fosse meu lado racional que me deixava mais fria. Ou talvez por reprimir tanto o sentimento que não eu soubesse expressá-lo. Um ou outro, ele poderia estar certo.
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  — Por isso, quero lhe dar uma coisa, só não pense que é um suborno para se afastar do meu filho, mas uma bonificação por ter sido uma excelente aluna e honrar sua palavra de segunda melhor aluna no ensino médio — finalizou ele. — Tenho uma bolsa de estudos em uma universidade americana da Ivy League, no curso de marketing da Yale University, você terá alojamento e uma quantia como auxílio para se sustentar. 
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  — O que essa bonificação vai me custar?! — perguntei de imediato.
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  O senhor Lee sendo um homem de negócios, não jogava para perder dinheiro. Com a minha pergunta, um sorriso discreto saiu em seu rosto.
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  — Você pode não ser a mulher ideal para o meu filho, mas consigo ver a excelente profissional que será no futuro, e minha empresa precisa dos melhores trabalhando para ela — explicou ele. — Pensei nisso como um investimento meu para o futuro, se você for tão dedicada quanto foi e se destacar em sua profissão, terá um emprego garantido na minha empresa.
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  — E se eu não conseguir atender suas expectativas? — indaguei.
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  Sempre tinha o lado negativo.
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  — Sua mãe pagará a conta. — Agora sua voz foi mais firme e séria.
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  Engoli seco, ele realmente não brincava em serviço. Assenti à sua proposta. Melhor que estudar em Yonsei era estudar em uma Ivy League com tudo pago. Por um breve momento a imagem de %Minho% veio à minha mente. Se eu cogitava a ideia de aceitar a oferta, talvez eu realmente não o amasse como ele merecia. 
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Atualmente…

  Não conseguia acreditar que estava desembarcando no Aeroporto Internacional de Incheon. Voltar para a Coréia após 5 anos longe de casa me deixava receosa e ao mesmo tempo ansiosa. A saudade da minha mãe era enorme, assim como a preocupação com sua saúde que não ia nada bem. Mas agora que eu era uma excelente profissional da área que havia me formado com honras, poderia lhe proporcionar uma vida mais tranquila. Segui pelo saguão do aeroporto até encontrar uma moça com uma placa escrito meu nome. Certamente a estagiária que a empresa mandou para me buscar. Respirei fundo ao olhar para ela e segui em sua direção.
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  — Moonlight Company? — perguntei.
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  — Senhora Park. — A moça sorriu de leve. — Bem-vinda ao país e à empresa, sou Kim Yuri, sua nova assistente.
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  Assistente. Tinha cara de que não daria conta do meu estilo acelerado de impecável de trabalho.
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  — Agradeço a recepção — disse a ela. — O carro está à nossa espera?
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  — Sim senhora. — Ela apontou para o homem ao lado. — Este é Junhui, seu motorista particular.
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  Assim que ela apresentou, o homem pegou minhas malas.
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  — Estamos prontos para deixá-la em seu apartamento — continuou ela.
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  — Vamos direto para a empresa — ordenei.
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  — Mas disseram que não iria hoje — questionou ela.
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  — Mudança de planos — expliquei. — E não me questione nunca mais. — Meu olhar frio e sério para ela a intimidou.
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  — Sim senhora.
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  — Vamos.
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  Seguimos para o carro. Em trinta minutos o motorista estacionou em frente ao edifício da empresa. Ao sair do carro, meu olhar foi de encontro com o letreiro. Mesmo com o acordo do passado, eu realmente considerava jamais pisar naquele lugar. Minha vida era maravilhosa em Manhattan como diretora geral de marketing em uma rede de lojas de departamento. Um salário considerável, apartamento de frente com o Central Park, alguns romances passageiros pelo caminho e muito reconhecimento profissional entre a elite da cidade.
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  Mas ali estava eu, subindo pelo elevador até o décimo andar onde acontecia uma importante reunião de acionistas e diretores. Era a nomeação do novo vice-presidente comercial. Ninguém mais, ninguém menos que Lee %Minho%. Eu tinha mesmo que chegar naquele dia e naquela hora? Sim. Ordens do senhor Lee.
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  Assim que fui anunciada pela secretária que me recebeu, entrei na sala. Todos os olhares surpresos vieram para mim, mas somente um me causou impacto: o de %Minho%. Notei que ele realmente não esperava me ver ali. O acordo de trabalhar para a Moonlight Company era um segredo que pertencia apenas a mim e o senhor Lee.
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  — Aqui está ela. — O senhor Lee se aproximou de mim. — Direto da maior e mais rentável rede de lojas de departamento, nossa nova diretora de marketing, Park %Annia%. 
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  — Prazer, senhores e senhora. — Me curvei de leve em cumprimento e respeito. — Perdoe-me por atrapalhar a reunião.
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  — Não atrapalha. — O senhor Lee manteve o olhar de orgulho para mim. — Chegou pontualmente como combinado, sente-se. — Ele apontou para uma cadeira vazia e assenti. Assim que me sentei, voltei meu olhar para a senhora Lee que também participava da reunião, pois era um dos acionistas.
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  Durante toda a reunião o olhar de %Minho% se manteve em mim. Ele não conseguia nem mesmo disfarçar. Ao término com o discurso final do senhor Lee parabenizando a promoção do filho e minha chegada à empresa, todos se levantaram para se retirar.
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  Do lado de fora da sala, a senhora Lee se aproximou de mim com seu projeto de olhar intimidador e arrogante.
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  — O que faz em minha empresa? — perguntou ela.
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  — Como a senhora ouviu, estou aqui a trabalho — respondi com firmeza.
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  — Algum problema aqui? — perguntou o senhor Lee ao se colocar ao lado da esposa.
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  — Sim, querido, ela está em nossa empresa — respondeu a esposa. — Quando a mandamos para a América imaginei que nunca mais voltaria. 
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  — Ela voltou a pedido meu e não falamos mais sobre o assunto. — Ele olhou para mim. — Senhorita Park, lhe convido a visitar sua sala no sétimo andar antes de se retirar para descansar em seu novo apartamento.
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  — Agradeço a sugestão, já estava mesmo seguindo para lá.
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  Me despedi deles cordialmente e segui para o elevador. %Minho% se impulsionou para vir em minha direção, porém foi barrado por um dos acionistas. Fui guiada por minha assistente até o sétimo andar onde a equipe de marketing seguia trabalhando. Ela me apresentou a todos como a nova diretora e me levou até minha sala. Moderno, poucos móveis e muito espaço do jeito que mencionei em meu e-mail, o senhor Lee tinha seguido à risca minhas recomendações de como queria meu local de trabalho. Espero que tenha se estendido também à equipe com quem trabalharia.
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  Yuri se retirou a pedido meu, fechando a porta. Dei alguns passos até minha cadeira e me sentei. Senti um brilho no meu olhar de satisfação pela conquista. Uma sensação de euforia que não entendia de onde vinha, mas estava ali. Em instantes a porta se abriu, e %Minho% entrou no rompante. Eu me levantei da cadeira estranhando sua chegada.
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  — Deseja alguma coisa? — perguntei.
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  — O que faz aqui? Por que voltou? — perguntou ele. Sua voz tinha traços amargos e soava rude.
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  — Acha que voltei por sua causa? — presumi soltando uma risada presunçosa. — Estou aqui porque seu pai me chamou. Não por você, mas pela profissional que me tornei.
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  — Poderia ter recusado — retrucou ele.
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  — Sim, poderia, mas não recusei. — Mantive meu olhar firme.
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  — Você mudou muito, mas sei o motivo — comentou ele, seu olhar ficou mais triste.
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  — O que você sabe não me importa, mas lhe garanto que vou manter meu profissionalismo com você — assegurei.
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  — Quando meu pai me contou sobre o acordo e que tinha escolhido ir embora, meu coração doeu ao pensar que não gostava de mim, mas depois criei ilusões que tinha aceitado para se tornar alguém que meu pai aprovasse no futuro — continuou ele com um tom frustrado. — Mas vendo seu olhar agora, tenho a certeza que nunca sentiu nada por mim e isso me dói ainda mais.
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  Me mantive em silêncio, sem reação por não imaginar que ele ainda pudesse sentir algo por mim após cinco anos longe.
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  — Oh, querido, te encontrei — disse uma mulher ao entrar na minha sala.
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  Querido?! Olhei para ela brevemente, parecia uma bonequinha banhada aos padrões de beleza coreanos, então voltei meu olhar para ele arqueando de leve a sobrancelha direita. Explica o querido agora? Pensei comigo.
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  — Sora, o que faz aqui? — perguntou ele ao voltar sua atenção para a mulher.
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  — Estava de passagem com meu pai e resolvi te ver, mas não o encontrei em sua sala — explicou ela. — Quem é ela? A nova diretora de marketing que tanto falam?
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  — Sim, sou eu mesma — assenti, fazendo-os voltarem a atenção para mim. — E a senhorita, quem é?
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  — Song Sora, a noiva de Lee %Minho%. — Ela esticou a mão mostrando a aliança.
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  Noiva! Voltei meu olhar para ele. Que se manteve inexpressivo.
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  — Prazer — disse dando um sorriso discreto.
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  — Eu ouvi muito a seu respeito, meu pai me contou que é uma grande profissional no ramo do marketing, ele a elogiou bastante quando o senhor Lee disse que havia lhe contratado — continuou ela, não reparando no olhar de seu noivo para mim.
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  — Seu pai me conhece? — perguntei curiosa. — Quem é ele?
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  — Song Kyung — respondeu. — Ele disse que a conheceu em uma palestra que deu em Londres no ano passado. 
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  — Ah, sim, me lembro desta palestra, porém não me recordo do seu pai. — Tentei puxar em minha memória. — Mas agradeço o reconhecimento.
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  — Seu pai deve estar te esperando — disse %Minho% mantendo o tom sério.
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  — Vamos então, ele deseja te ver. — A mulher abriu um largo sorriso.
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  Em silêncio, mantive-me firme e indiferente à situação até que eles se retiraram. Respirei fundo, olhando para o relógio em meu pulso, senti que precisava descansar e absorver tudo o que tinha acontecido. Assim que cheguei no novo apartamento e coloquei as malas no quarto, liguei para minha mãe avisando de minha chegada e a convocando para agora pedir demissão da mansão e vir morar comigo. Essa também era uma das condições do acordo que tinha fechado com o senhor Lee.
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  Tirei a roupa seguindo para o banheiro, enchi a banheira de água quente e relaxei meu corpo. Fechei os olhos e fiquei alguns minutos saboreando o momento. Assim que terminei, coloquei uma roupa leve para aproveitar a brisa do verão. Seoul era maravilhosa naquela estação, apesar de amar a cidade no outono.
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  Disquei para o serviço delivery, e liguei a televisão. Primeira noite de volta em grande estilo com minha maratona de Brooklyn 99. Após minha pizza chegar, não demorou muito até que o interfone tocou com o porteiro avisando que uma pessoa da empresa estava ali para me ver. A primeiro momento achei que pudesse ser o senhor Lee ou minha assistente, então assenti a subida.
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  A surpresa veio assim que abri a porta e me deparei com Lee %Minho%. Um semblante triste e os olhos marejados e vermelhos. Será que ele tinha chorado? Pelo olhar, sim, ele tinha chorado. Não só isso, ele tinha traços de início de embriaguez.
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  — Lee %Minho%? O que faz aqui? — perguntei desnorteada pela sua presença.
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  — Mesmo que não queira me ver, mesmo que não sinta nada por mim, me deixe entrar, por favor — pediu ele como um cachorro sem dono.
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  — Não acho prudente, você tem uma noiva e você não está totalmente sóbrio, o que dificulta o raciocínio do ser humano — neguei seu pedido. — Melhor ir para casa, eu posso te chamar um táxi.
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  — Você não entendeu — retrucou ele —, estou aqui porque ainda te amo, e não me importa se não sente nada por mim, se me trocou pelo dinheiro que meu pai te ofereceu, eu te amo e só peço que me deixe entrar em seu coração e te conquistar. — Ele foi mais expressivo e direto desta vez. — Eu te amo, Park %Annia%, mesmo depois de todo esse tempo, sempre te amei e jamais deixarei de te amar!
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  Seu olhar sincero me quebrou por dentro. Fazendo toda a minha fortaleza, criada há anos para quando o visse novamente, se quebrasse em mil pedaços.
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  Lee %Minho% estava ali diante de mim dizendo que me amava.
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  E o conhecendo como o conhecia, me lembrei das palavras do senhor Lee quando mencionou que o filho seria capaz de deixar tudo por mim.
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  Mas e eu?
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  Estava disposta a deixar ele fazer isso desta vez?
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  Estava disposta a retribuir esse amor na mesma proporção?
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O tempo está lentamente se esvaindo pouco a pouco
Tudo o que faço por você não é o suficiente
Ainda assim eu me esforço para lhe manter firme
Não há como alguém ser capaz de te substituir, 
Assim como a nossa promessa.
  – Promise / EXO

  “Intensidade: Talvez não seja essa a sua sina, talvez amar descontroladamente não seja a ideia de amor que tens.” – by: Pâms.

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Lelen
Admin
2 meses atrás

Eu também quero saber o que vai rolar com esses dois. Eu sinto que o mocinho vai ter que ralar um pouco pra conquistar (o já conquistado) coração da pp, mas no final vai dar tudo certo. HEHEEHEH
Amei que o senhor Lee botou ordem na casa e não foi igual a esposa. Pensou de forma racional e uniu o útil ao agradável, gosto assim <3
Quando quiser trazer a continuação, estamos aqui HEHEEHH


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