Contos de Cerejeira
Capítulo 1 – Aquele dia do blackout
Konoha
23 de Maio
Sakura Haruno se mudou para Konoha devido ao seu trabalho, medicina era sua vida, quase a única coisa que levava realmente a sério na sua vida, o resto era diversão. Na noite em que saiu para beber com sua melhor amiga Ino Yamanaka, que também trabalhava no hospital, ela perdeu a chave do apartamento e bêbada do jeito que estava, apenas sentou à porta de casa e esperou o chaveiro 24 horas que ela tinha chamado. Enquanto esperava, seus vizinhos chegaram e a encontraram naquele estado, como dois bons cavalheiros, convidaram-na para esperar no apartamento deles. E então conheceu os amigos de infância Naruto e Sasuke, que moravam juntos no apartamento ao lado.
Naruto era um rapaz animado, cabelos curtos e loiros, costas largas, sorriso bonito e encantador, os olhos azuis piscina brilhavam passando uma sensação de paz. Na verdade, tudo nele brilhava. Em um total contraste com Uzumaki, Sasuke Uchiha, cabelos pretos na altura dos ombros. O moreno era um pouco mais alto. Toda sua roupa era preta, piercings ornamentavam suas orelhas e um em seu lábio tinha chamado a atenção da garota. Os dois eram fisicamente apetitosos, foi o que passou na cabeça de Haruno. Quando os olhos esmeralda de Sakura viram os dois naquele corredor, parecia que toda a bebida tinha se esvaído do seu corpo, afinal, dois gostosos estavam à sua frente. Quando lembrava dessa história, sempre se referia a eles como o primeiro sinal de sorte na cidade, já que fazia apenas alguns meses que estava ali.
O motivo era óbvio, dois homens maravilhosos, lindos e gostosos ficavam a uma distância tentadora; uma parede. Daquele dia em diante os três ficaram próximos, saíam juntos quase todos os finais de semana, Sakura entrava e saía do apartamento deles com frequência, passavam horas conversando, eles realmente tinham criado um vínculo de amizade. Sasuke e Naruto apresentaram os seus amigos para ela, Temari e Gaara No Sabaku, os irmãos Hyuuga e Shikamaru. Cada um deles tinha um atrativo para Haruno e ela ficou louca para experimentar todos eles, sempre flertava, beijos eram dados em festas, levou algum tempo para todos se acostumarem com o jeito carinhoso que ela os cumprimentava; sempre um selinho. Contudo, nenhum deles tinha tido a sorte de estar com ela entre quatro paredes; pelo menos não ainda.
Não tinha como negar, Sakura tinha conquistado todos de uma só vez e desde que Sasuke e Naruto tinham apresentado ela e Yamanaka, não havia outro assunto no grupo, era sobre as duas amigas mais gostosas que eles já tinham visto naquela cidade. Alguns até ousavam dizer que queriam Sakura em sua cama por pelo menos uma vez e estariam satisfeitos, mal sabiam que ela queria o mesmo e que não seria tão fácil tê-la uma vez e não a querer novamente. No entanto, vamos por partes. Certo dia, Sasuke encontrou Sakura no supermercado e, como sempre, Haruno ficou flertando com Uchiha descaradamente, eles brincavam o tempo inteiro, e ele era tão cafajeste quanto ela e era por isso que se tornava divertido.
— Vamos assistir um filme lá em casa hoje? — Sasuke sorriu malicioso.
— Devo comprar um vinho, Uchiha? — Ela o olhou com malícia apontando para a sessão de bebidas e ele apenas deu de ombros. Os dois riram.
— Entenda como quiser. — O moreno sorriu de canto e saiu em direção ao caixa acenando para ela.
Haruno pegou dois vinhos, um tinto e um branco, esperava agradar os dois. Ah, sim, ela estava pensando em Naruto também, ele estaria lá com certeza e ela não perderia uma oportunidade como essa. Estava há bons meses sem transar, precisava descarregar toda a adrenalina que ser uma médica cirurgiã lhe dava. Pagou suas compras e foi para casa, guardou tudo na geladeira e armário, partindo para seu banho em seguida. Despiu-se sem pressa, ligou a água e sentiu todo o calor de seu corpo ser retirado pela água levemente fria. Enxugou-se, colocou uma lingerie preta de rendas, um short jeans rasgado, que dava para ver a poupa de sua bunda, e uma blusa branca regata. Olhou no espelho e sorriu para seu reflexo, seu cabelo ainda estava molhado, dando um ar despojado. Pegou os dois vinhos na geladeira e colocou uma sandália baixa, saiu por sua porta e bateu na do lado de seu apartamento.
Mordeu o lábio quando Sasuke abriu a porta só com uma calça xadrez e um olhar intimidador, mas que para ela era apenas um convite para desvendar a pose de
bad boy. Ela curvou o canto dos lábios e passou por ele passando de leve a mão em seu peitoral, em provocação, foi até a bancada da cozinha colocando as duas garrafas ali.
— Dois vinhos? — Uchiha indagou ao fechar a porta.
— Somos três, não?
— ‘Oh… — O moreno ficou surpreso e viu o amigo chegar no corredor e se encostar na parede.
— Pretende nos embebedar então, Saky? — Ouviu a voz aveludada do loiro vindo de trás de si e virou-se, dando de cara com os olhos azuis a encarando.
Apenas calças. Céus, poderia marcar um filme mais vezes.
— Até que não é uma má ideia. — Ela riu e foi até os armários da cozinha já os abrindo. — Onde estão as taças?
Podia usar os corpos esculturais como recipientes, mas não queria os assustar.
Sasuke estava sentado no meio do sofá e os outros dois, um de cada lado do moreno, as taças já estavam cheias pela terceira vez, o filme de guerra que Uchiha tinha escolhido não estava agradando muito. Sakura gostaria de estar assistindo um filme de terror e o loiro já era mais sensível, uma comédia romântica estava de bom tamanho. Haruno só queria acabar com aquele sofrimento, foi quando seu estômago roncou e ela teve uma brilhante ideia.
— Vamos pedir comida japonesa? — Os dois a olharam e confirmaram, ela pegou o celular de cima da mesinha de centro, levantou e pediu para Sasuke afastar, então ela sentou no meio dos dois. — O que vão querer?
— Eu quero um combo de peças e um temaki — Uzumaki começou.
— Não é mais fácil pedirmos uma barca? — Sasuke comentou.
Ficaram decidindo a comida, que demorou mais do que o previsto. Depois de finalizar o pedido, Sakura levantou e foi abrir a outra garrafa de vinho, servindo ela e os outros dois. Sakura deitou no chão com a cabeça em uma almofada, suas pernas dobradas com os pés em cima do sofá, dava uma visão de suas coxas fartas e eles quase podiam ver sua bunda. Os dois tinham que admitir que era uma visão um tanto quanto tentadora, os cabelos rosas compridos contrastavam com o tapete cinza, as risadas encorpadas eram cativantes e os dois sentiam o tom de provocação no tom da voz dela a todo momento, era tão convidativo.
— Vocês têm algo além de amizade? — Ela estreitou os olhos e os dois se entreolharam. — Gente, sério, não vou julgar. Eu já peguei mulheres, caso se interessem em saber. — Ela riu.
— Bom… — o loiro falou e levou um tapa do outro em seu braço. — Ai, Sasuke!
— ‘Tá, já entendi, não querem que virem bafafá nesta cidade de interior atrasada, mas olha ‘pra mim. — Ela ergueu o corpo ficando sentada e apontou para si mesma. — Eu sou basicamente tudo que essa cidade desaprova e mesmo assim eu não ligo.
— É diferente, Saky. Todo mundo conhece a gente desde pequeno aqui — Uzumaki disse, recebendo um olhar repreensivo de Uchiha. — Deixe de ser idiota, Uchiha! Ela entende a gente.
— Eu sei, só é… Estranho falar em voz alta — Sasuke comentou cruzando os braços se encostando no sofá.
— Eu acho que vocês não precisam se importar tanto com isso. — Ela levantou e sentou entre eles. — Se vocês se gostam e se sentem bem um com outro, por que esconder?
— Nós não temos um relacionamento de fato — foi a vez do moreno falar —, então não tem muito o que esconder.
— Não temos porque você não quer! — exclamou o loiro.
— Ok, calma, vamos entender o motivo disso.
Depois de tanto conversar e discutir o porquê Uchiha tinha medo de assumir Uzumaki, Sakura entendeu tudo. A família Uchiha era conhecida, pois o pai de Sasuke era chefe da polícia e seu irmão o detetive do departamento de polícia de Konoha. A família de Naruto também não ficava para trás no quesito fama, seu pai era prefeito da cidade, seria um escândalo e tanto caso o filho do chefe de polícia e o filho do prefeito namorassem. Sakura acreditava que só por morarem juntos já deveriam render boas fofocas, ela não sabia muito, mas o suficiente para tirar conclusões.
Quando fazia menos de três meses que ela estava morando em Konoha todos já sabiam quem era ela, a mulher que mesmo sendo médica, uma profissão de responsabilidade e respeito, possuía os cabelos rosas, tatuagens pelo corpo, andava de moto e roupas curtas pela cidade. Que todos fossem para o inferno, ela se vestia e se portava como quisesse fora do seu trabalho, era uma médica respeitada dentro do hospital e em todo o país, não foi à toa que ofereceram um bom dinheiro para ela sair da capital e ir para aquele fim de mundo. Então se ela já era assunto na cidade em tão pouco tempo, quem dirá o que se tornaria se o caso de Sasuke e Naruto fosse descoberto.
— Não sou só eu que tenho medo… — Sasuke disse olhando para Naruto.
— Claro que não, teme, mas eu faria de tudo para isso dar certo. — Sakura sorriu sentada no sofá olhando os dois que discutiam em pé, mas ainda assim se olhavam com desejo.
— Por que está sorrindo? — Uchiha voltou o olhar para a mulher que sorria satisfeita, segurando a taça em sua mão.
— Vocês são fofos juntos e dá para ver de longe o quanto se gostam. — Ela deu de ombros. — Não deixem que o medo os impeça de viver o que vocês têm.
Eles ficaram em silêncio por um momento olhando para ela e logo em seguida os olhos ônix e os azuis voltaram a se encontrar. Eles sabiam que ela tinha razão e era hora de decidir o que era mais importante: não causar um escândalo na cidade ou serem eles mesmos.
— Aceitam mais uma essa noite? — Haruno disse com um tom sugestivo deitando no sofá de um jeito sexy, Sasuke e Naruto saltaram os olhos. Eles não eram santos, também flertavam com ela, já tinham beijado a médica em festas e achavam tudo muito sedutor, mas estar na cama em três seria uma novidade.
— Na cama? — Uchiha perguntou receoso.
— Não, Sasuke, para jogar damas. — Ela revirou os olhos.
— É… — O loiro ficou sem jeito, mas foi salvo pela campainha que tocou.
— Eba, vamos comer! — Haruno saltou do sofá indo em direção à porta, deixando os dois completamente desnorteados com a proposta que ela tinha lançado.
Sentaram em volta da mesa para comer, os hashis em mãos, uma música baixa tocava ao fundo e eles se deliciavam com a comida. Sasuke não conseguia não pensar em como seria ter Sakura em sua cama junto com Naruto, era uma ideia interessante. Olhou para o loiro e viu que ele de vez em quando direcionava o seu olhar para Haruno, deveria estar pensando o mesmo que ele. “
Merda”, Uzumaki pensou, agora ele realmente queria ter essa nova experiência. Terminaram de comer e Sakura, que já estava mais do que acostumada com esse tipo de situação, pegou suas coisas e foi caminhando até a porta com os dois em seu encalço.
— Boa noite, meninos — disse ao chegar no corredor, e com os dois ainda na porta, ela virou-se para eles sorrindo, depositou um selinho em cada um e falou: — Pensem no assunto. — Piscou o olho direito e seguiu para casa.
[…]
Konoha
05 de Setembro
Konoha finalmente tinha entrado no inverno, apesar de estar no início, ainda fazendo calor durante o dia. Sakura terminava de atender um caso de emergência e finalmente foi em direção à sua sala para se livrar do jaleco e sapatos de salto, e colocar seu coturno para voltar para casa. O que ela não contava era que uma tempestade estava caindo lá fora, olhava para o estacionamento, com o capacete em mãos, da recepção do hospital, o céu completamente fechado e os pingos grossos de chuva que caíam com frequência. Reclamou mentalmente, mas que mal poderia fazer ela pegar uma chuvinha até em casa, seria até libertador, lavaria a alma e o estresse do dia, assim que chegasse em casa tomaria um banho quente em sua banheira para aquecer o corpo e uma taça de vinho para esquentar o interior. Era sexta, afinal. Saiu correndo pelo estacionamento em busca da sua moto, sentou no banco de couro, colocou o capacete e partiu em direção ao seu prédio.
Ao chegar, estacionou a moto na garagem subterrânea, seu cabelo pingava, então subiu até o quinto andar, de escada, não queria molhar o elevador e levar uma multa. Chegou exausta em seu andar, pois apesar do corpinho que ela exibia, era tudo genética, Haruno não sabia nem o que era uma academia. Respirou fundo antes de procurar sua chave na bolsa e, pasmem, pela quinta vez ela tinha esquecido a chave no hospital. Só naquele mês ela teve que voltar ao hospital três vezes para pegar suas chaves, entretanto, não ia sair naquela chuva de novo. Olhou para a porta ao lado e suspirou soltando um palavrão. Bateu na porta, que foi aberta por Naruto, ele a mirou de cima a baixo.
— O que houve?
— Esqueci a chave. — O loiro não se segurou e riu, recebendo um tapa no ombro. — Me empresta seu chuveiro e uma roupa? — pediu manhosa e ele assentiu, dando espaço para ela passar.
— Quem é, dobe? — Sasuke chegava à sala. — Que isso, Haruno? Foi tomar banho de chuva e nem nos convidou? — Ele riu debochado.
— Muito engraçado. — A outra estirou o dedo para o Uchiha.
— Venha, tome banho no meu banheiro, vou pegar toalha e roupas para você. — Naruto a acompanhou até o quarto no fim do corredor.
Uzumaki deu uma toalha e algumas roupas para ela, tudo dobrado e ela seguiu para o banheiro, sentia o cheiro do loiro por todo o ambiente e não tinha um único perfume na bancada, ficou curiosa. Viu o frasco de desodorante e sentiu o cheiro dele, constatando que aquele era o seu cheiro, ficou chocada com a descoberta, pois Naruto cheirava tão gostoso, sexy até. Contudo, era suave, nada comparado a Uchiha, já que o cheiro dele era tão marcante que parecia ter cheiro cítrico misturado com algo amadeirado, e Sakura adorava fragrâncias. Tirou a roupa molhada e tomou um longo banho quente, não era o de banheira com o qual ela estava sonhando, porém, dava para o gasto.
Vestiu a camiseta enorme de Naruto, que mais parecia um vestido, indo até o meio de suas coxas e colocou a cueca, que estava com etiqueta, agradeceu pelo loiro, apesar de ser estabanado, ter o cuidado de dar uma cueca nova. Saiu do banheiro com as roupas molhadas em mãos e então Uzumaki falou para ela colocar para lavar e secar na área de serviço, após colocá-las para lavar foram até a sala. Juntaram-se a Sasuke que assistia qualquer programa sobre carros na tv.
— Vocês acham que consigo um chaveiro a essa hora? — falou olhando para o celular.
— Você já deve ter desconto com o chaveiro, né, Haruno? — Sasuke riu e recebeu um olhar assassino da mulher. — Desculpa, já entendi que está irritada.
— Pare de brincadeiras, Sas, vamos pedir uma pizza para jantar. — Naruto virou para Sakura. — Não se preocupe com isso, Saky, durma aqui.
— Obrigada, Naru.
Mal viram o tempo passar, a tempestade a cada hora aumentava ainda mais, os trovões podiam ser ouvidos e os raios rasgavam o céu. Os três já tinham comido metade da pizza enquanto jogavam no console de Sasuke, Uzumaki reclamava pois já era a terceira vez que perdia no jogo de luta. Sakura ria e Uchiha não deixou de esboçar um sorriso debochado nos lábios. Quando um raio cruzou o céu, a energia caiu, acarretando em um grito alto e sonoro de Haruno, que se agarrou em Sasuke, que estava do seu lado esquerdo, o mais longe das janelas.
— Pelo jeito você tem medo de alguma coisa… — o moreno provocou falando baixo e caso pudesse ver o olhar assassino que ela lhe lançou, ele teria pedido desculpa.
— Vou pegar velas — Naruto falou pegando o celular e ligando a lanterna indo até a cozinha.
Acendeu diversas velas pela sala e então o loiro tentou acalmar a amiga, Sakura morria de medo da escuridão. Era algo mais profundo que apenas medo do escuro, ela sentia que o breu trazia a sensação de perda de controle. Quando as velas trouxeram claridade para a sala, Uzumaki ligou uma música baixa no celular e ela se acalmou, então eles começaram a conversar sobre qualquer coisa. Era confortável, ela se sentia bem com eles, as brincadeiras eram saudáveis, a companhia era agradável e as conversas interessantes. O loiro em algum momento tinha ido pegar um cobertor para cobrir os três, os dois sentados no chão, encostados no sofá e Sakura, também sentada, entre eles.
— Dobe, tem algo para beber aí?
— Não sei, acredito que tenha, talvez um vinho ou uma vodka — o loiro respondeu ainda pensando.
— Por deus, querem me embebedar? — disse ela divertida, devolvendo a brincadeira da outra vez que esteve no apartamento.
— Oh, não, não entenda mal, Saky. Desculpe — Sasuke pediu preocupado. — Eu só queria esquentar, sem o aquecedor está muito frio, o cobertor não está sendo o suficiente.
— Vou pegar algo, teme… — Naruto ia se levantar, mas foi impedido pela mão de Haruno em seu pulso.
— Tenho uma ideia melhor… — Ela sorriu maliciosa, mas com a pouco luz, as expressões ficavam um pouco difíceis de serem lidas.
— E o que ser… — Sasuke foi interrompido por um beijo, os lábios de Haruno encontraram os seus e logo as línguas se enrolaram.
Ela se afastou e virou-se para Naruto que admirava o beijo dos dois, porém agora era a vez dele. Sentiu os lábios sabor cereja avançarem sobre si, as sensações vieram com força, não conseguiu impedir sua mão de se apossar da nuca dela com vontade. Sakura logo sentiu os beijos de Sasuke em seu pescoço, ombro e colo, coisa que ela não esperava, mas que amou a iniciativa. Ela foi atrevida em fazer o convite, mas foi mais ainda ao apenas tomar uma atitude. Contudo, o ambiente, a situação, tudo era propício, aqueles dois seriam sua perdição naquela noite.
A mão de Sasuke apertou sua coxa com força, ele era mais bruto, ela gostava disso. Do outro lado a mão do loiro foi até sua cintura por baixo da camiseta larga e acariciou de leve, dois dedos dele resvalaram em sua coluna e um arrepio percorreu toda a extensão de suas costas. Sentiu a outra mão de Uchiha em seus cabelos, os puxando para trás, a fazendo pender a cabeça levemente, sentiu mordidas em seu ombro, queixo e os atos cessaram apenas para os dois puxarem a camiseta de Naruto do corpo da médica. Os beijos voltaram com ainda mais intensidade, o moreno explorava sua boca enquanto o loiro descia a língua para o vale de seus seios. A respiração, já ofegante, denunciava o prazer que ela estava sentindo, os calafrios que subiam do seu ventre passavam pelo seu estômago e chegavam até sua boca, a secando, estavam a torturando. Precisava de mais.
— Quero mais… — falou de um jeito arrastado, que deixou os dois completamente imersos naquela esfera sexual.
Pegaram o edredom, o jogando para longe, Sasuke engatinhou até ficar entre as pernas de Haruno, que já estavam minimamente abertas. A puxou pelo quadril, fazendo-a deitar totalmente no chão, arrancou a cueca que ela vestia e começou a chupá-la. A língua desfilava pelos grandes lábios antes de se afundar entre os menores, achando o ponto inchado e o lambendo com vontade, o gelado do piercing no lábio dava um ótimo contraste com a boca quente de Sasuke, que a devorava. Sakura revirou os olhos de tanto prazer que sentia. Naruto, vendo aquela cena, não tardou a se juntar a eles, começou lambendo o pescoço, desceu pelo peito até chegar em seu seio esquerdo, ele então usou a outra mão para apertar o seio direito. O baixo ventre da mulher se remexeu em expectativa, sentiu os dentes do loiro cravarem na pele macia do seu seio e gemeu com uma mistura de dor e prazer.
Eles a levavam cada vez mais à beira da insanidade, a língua de Uchiha trabalhava com vontade em seu clitóris enquanto dois de seus dedos a estocavam com uma certa precisão e atenção, ele sabia o que estava fazendo e isso chamou sua atenção, guardou uma nota mental para perguntar a Sasuke depois. As mãos percorrendo seu corpo, dedos apertando sua carne a levaram à loucura em tempo
record, derramando-se na boca do moreno. Gritou o nome de Sasuke em alto e bom som, e Naruto tratou de capturar cada nota.
Sakura ainda se recuperava, tentava normalizar a respiração e quando deu por si e abriu os olhos, viu os dois ajoelhados se beijando, por um momento ficou apenas ali deitada, apreciando a vista. Por mais que ela não achasse totalmente certo ficar analisando, era impossível. Naruto era mais afobado, era notável, as mãos do loiro passeavam pelo abdômen trabalhado de Uchiha de forma tentadora. Os beijos eram molhados, o moreno mordeu o pescoço do loiro arrancando um gemido rouco, a mão dele foi direto para a ereção do outro o estimulando, e Uzumaki fez o mesmo, enfiou a mão dentro da calça de Uchiha e começou a masturbá-lo. O tesão e o desejo estavam latentes, perceptível, era gostoso assisti-los.
A mulher se viu meio perdida, achou que estava sobrando, mas assim que se sentou, sentiu um braço forte circular sua cintura e a puxar para o beijo. Três línguas ansiosas e desejosas, disputando um espaço pequeno, mas extremamente gostoso de estar. Sakura sentiu uma mão em sua cintura fazendo-a virar e ela encontrou Naruto, medindo seu corpo como se ela fosse a sobremesa mais gostosa de um buffet, ela adorava aquele olhar. A ereção de Uchiha bateu em sua bunda, e logo sentiu a mão dele em um de seus seios e os beijos em sua nuca. Sorriu, aproveitando as sensações diversas que sentia com cada toque, língua, lábios e dentes em seu corpo. A ereção do loiro encostou em seu monte de vênus e ela olhou para baixo, constatando o tamanho e a imponência, passou a língua pelos lábios, ansiando pelo ato.
Sasuke apertava seus seios arrancando gemidos audíveis de sua garganta, Naruto a beijava com lasciva enquanto dedilhava seu clitóris. Sakura levantou a mão colocando-a para trás, arranhando a nuca do mais alto e puxando alguns fios negros no processo.
— Você tá me enlouquecendo, Saky… — Naruto falou entre seus lábios, inebriado com o cheiro de sexo que estava se tornando cada vez mais presente na sala.
— Vocês estão… — ela tentou formular uma frase, mas foi impossível, pois estava completamente entorpecida pela luxúria.
Sasuke deslizou as falanges pela coluna de Sakura, quase como se dedilhasse cada vértebra, passou a mão entre suas pernas até a sua boceta extremamente encharcada, melando seus dedos, levando o seu fluido até sua segunda entrada e com aquela voz rouca e embriagada de prazer falou:
Ela gemeu arrastado e respondeu:
Ele então enfiou um dedo no ânus dela enquanto o loiro enfiava dois dedos em sua fenda. Sakura gemeu mais alto, sentiu seu interior esquentar e um turbilhão de sensações atravessou seu corpo inteiro fazendo suas pernas tremerem. Precisava dos dois dentro de si. Sasuke enfiou outro dedo e as unhas da Haruno cravaram nos ombros do loiro fazendo com que ele rosnasse.
— Preciso… — ela não conseguia terminar uma frase sequer. Sentiu lábios em sua nuca, mais lábios em seus próprios, uma língua contornou a curvatura de seu pescoço e, céus, perdeu completamente a sua consciência, estava presa às sensações. Escutou barulho de plástico metalizado se rasgando e mordeu o lábio apenas em pensar no que aquilo significava.
— Vou entrar em você, Saky… — Naruto sussurrou em seu ouvido e os pelos dela arrepiaram.
Sentiu ser preenchida aos poucos, os dedos de Sasuke continuavam a estocando devagar, a preparando para recebê-lo, as mordidas em seu ombro e a mão dele apertando sua cintura estavam a deixando sem forças. Uzumaki começou a se movimentar devagar e os dois arfaram com tamanho prazer.
Uchiha contornou a orelha de Sakura com a língua e murmurou em seu ouvido:
— Não serei tão cuidadoso agora, ok?
Ela apenas acenou positivamente e sentiu seu corpo ser retirado do chão por Naruto, o que a fez enrolar as pernas em sua cintura. Sasuke se enterrou em sua segunda entrada, os três gemeram em conjunto, alto, forte, com um prazer que os mandou para fora de órbita. Quando Sasuke e Naruto entraram em sincronia foi a melhor descoberta que poderiam ter tido, transar em três era extasiante. Os gritos ecoavam, o suor escorria, o barulho indecente de sexo; era tudo gostoso, as sensações, os beijos em sua pele, as mãos de Naruto a segurando pelas nádegas, apertando a carne como se ele fosse perder o rumo se não a segurasse com firmeza.
Sasuke puxou Naruto e o beijou por cima do ombro de Sakura, que deitou a cabeça no ombro do moreno, gemendo, embriagada de prazer.
— Não parem, eu vou… — ela tentou vociferar, mas não tinha forças, queria apenas se entorpecer ainda mais naquelas sensações extasiantes.
— Mais rápido, Naru… — Sasuke falou e o loiro acatou.
Uchiha gozou fortemente mordendo o ombro de Haruno, mas não parou. Sakura sentiu seu ventre contorcer em um nível nunca sentido antes, os dois paus dentro de si latejavam, sentia suas paredes pequenas, apertadas, tremendo de tanto prazer. Naruto rosnou ao chegar ao ápice e tomou os lábios de Sakura, continuava a fodê-la, assim como Sasuke. Ela estava beirando a loucura, gritava palavras desconexas, chamava o nome dos dois, até que gozou puxando o cabelo deles, um em cada mão. Deitou a cabeça no ombro de Sasuke, suas pernas amoleceram e os três respiravam acelerado, eles ainda estavam agarrados, abraçados e ambos ainda se encontravam dentro dela sentindo cada espasmo que suas paredes ainda davam.
Sakura só conseguia pensar que parecia que eles sabiam exatamente o que fazer, aquilo a deixou satisfeita, a sincronia dos três no sexo foi perfeita de um modo assustador. Deitaram no chão e Naruto os cobriu com o edredom.
— Isso foi… — Naruto começou.
— Quente — Sasuke completou.
— Esclarecedor — Sakura falou, recebendo o olhar confuso dos dois. — Devia faltar luz mais vezes. — Os três começaram a rir e Sakura se aconchegou no peito de Uchiha e Naruto a abraçou, recebendo a mão de Sasuke em seu ombro abraçando os dois e assim, dormiram.
Capítulo 2 – Aquele dia do presente
Konoha
04 de Janeiro
Depois de férias tão revigorantes, Sakura se preparava para voltar ao trabalho, pegou seu crachá, sua bolsa e subiu em sua moto rumando o caminho do hospital. Quando Haruno parou em frente à sua vaga e olhou um carro preto no seu lugar no estacionamento, ela bufou, estacionou a moto atrás do carro e caminhou pisando duro até a recepção do hospital. Retirou o capacete, liberando os longos cabelos rosas e mirou a recepcionista.
— Bom dia, Yumi, poderia me informar quem parou na minha vaga? — Irritada? Sim, muito. Mal-educada? Jamais.
— Bom dia, doutora Sakura, foi o novo chefe da ala de pediatria.
— Novo… O quê? — Ela arqueou a sobrancelha.
— Posso chamá-lo para tirar o carro. — A recepcionista fez menção que iria se levantar, mas foi impedida pela fala de Haruno.
— Não, eu mesma vou falar com ele. — Entrou pelo corredor largo e extenso, foi para a sua sala no sexto andar e ao entrar, respirou fundo três vezes.
Mal tinha chegado de suas férias e já tinha um idiota lhe tirando do sério. Tirou a jaqueta de couro e a pendurou no cabide de chão, colocando o jaleco por cima de sua camiseta do Super Mario, talvez ela tivesse esquecido de lavar roupa e foi obrigada a vestir suas camisetas ridículas da adolescência, mas que por algum motivo ainda as guardava. Ora, sabia bem o motivo, ela amava, em seu interior continuava sendo uma nerd de carteirinha. Trocou os coturnos pelos sapatos de saltos branco, que sempre ficava em sua sala, afinal, só os usava no hospital, levava para casa apenas para lavá-los, caso precisasse. Colocou o estetoscópio em volta do pescoço e foi até a porta para então sair em busca do ladrão de vagas.
Ao abrir a porta, deu de cara com um homem que até aquele momento nunca tinha visto no hospital, porém, pelo jaleco branco, trabalhava ali. Os olhos negros e intensos lhe chamaram a atenção, mas não tanto quanto os ombros largos, as mãos grandes, com dedos compridos e bonitos. Pôde ver os poucos músculos nos braços, ele era esguio, no entanto, dava para ver que malhava. Desceu mais um pouco os olhos e viu as coxas torneadas pelo jeans branco que usava. Mordeu a pele interna no seu lábio inferior discretamente, mania que ela tinha quando via um homem gostoso e aquele era um belo representante da espécie. O homem pigarreou e estendeu a mão até ela.
— Bom dia, doutora Haruno. É um prazer conhecê-la.
— O prazer é todo meu… — Apertou a mão do homem que deveria ter um 1,85 pelas suas contas.
— Kakashi, Kakashi Hatake — completou o grisalho. — Sou o novo chefe do setor de pediatria.
Sakura fechou a cara no mesmo instante e cruzou os braços.
— Então foi você que parou na minha vaga — disse ela quebrando o quadril para o lado e arqueando uma das sobrancelhas.
— Não tinha seu nome na vaga.
— Sim, tinha. Tem uma placa com o meu nome na vaga, bem grande por sinal.
— Sério? — Kakashi colocou a mão em seu queixo olhando para cima, mas logo voltou os orbes para Sakura. — Perdão, talvez não tenha visto.
— A ala de oftalmologia fica no primeiro andar, doutor Hatake — falou forçando um tom doce.
— Bom, qualquer coisa estou em minha sala. — Hatake virou-se e entrou na sala ao lado.
Sakura esticou o pescoço para fora de sua sala e não acreditava que aquele gostoso era um idiota e que ele estaria bem ao seu lado. Deu dois passos para dentro de sua sala e fechou a porta fechando as mãos em punho. A vontade era de gritar, mas controlou seus ânimos, estava dentro do hospital e lá ela não podia deixar sair o seu pior lado, ou o melhor, dependia do ponto de vista. Sentou-se à sua mesa e se pôs a trabalhar, era o que ela podia fazer naquele momento.
[…]
Konoha
11 de Janeiro
Uma semana havia se passado e depois que Sakura falou com o chefe do hospital a respeito do mal-entendido com a sua vaga no estacionamento, ela não teve mais problemas com o novo pediatra. Apesar de que conseguiria conviver apenas olhando o belo corpo que ele exibia, ele era gostoso, ela não era cega, mas preferiu ignorar seus pensamentos pervertidos quando olhou o relógio de parede acima de sua porta. Com o fim do expediente, ela queria chegar logo em casa, arrumar-se e ir para a casa de Temari, onde tinham marcado uma pequena reunião. Ela queria beber, curtir suas amigas, beijar umas bocas e quem sabe parar na cama de alguém.
Tomou um banho rápido, colocou uma saia jeans e uma blusa regata, que deixava seu umbigo de fora. A jaqueta de couro foi colocada por cima da regata vermelha e o coturno preto completou o look despojado. Passou na casa da amiga Yamanaka para dar carona e as duas foram para a casa de Sabaku. Sakura estacionou a moto em frente à casa, tirou o capacete e Ino fez o mesmo, descendo da moto.
— Achei que era só uma reunião entre amigos — falou a médica.
— Bom, hoje é sexta, né? — Ino deu de ombros e entrou na casa, que estava lotada.
Sakura entrou olhando para os lados como se procurasse algo ou alguém. Pegou uma bebida na cozinha, caminhou mais alguns metros e viu o ruivo encostado nas costas do sofá conversando com algumas pessoas. Ela sorriu do seu jeito único e os olhos verdes mediram Haruno dos pés à cabeça, fazendo-a morder o lábio inferior, não tinha nada que a fizesse se sentir bem como um olhar de desejo. Viu o Sabaku vindo em sua direção e encostou na parede, despretensiosamente, dando um gole em sua cerveja. Ele chegou bem próximo e, como sempre, colou seus lábios nos dela, recebendo as esmeraldinas o olhando de forma provocativa.
— Como está?
— Ótima, Sabaku, como sempre. — Os lábios fizeram uma curva indecente, e o ruivo apenas a pegou pela cintura e a beijou.
A química que eles tinham era palpável, porém, não era ainda o momento dela ir para a cama com ele, afinal, gostava de uma boa provocação e conquista, e Gaara sempre deixava seu corpo em estado de frenesi. Não queria acabar com aquilo. Ainda.
— Preciso procurar a Temari. — Afastou-se segurando o homem pelo peito, desfilou os dedos pelo peitoral e acariciou o maxilar do ruivo, sorriu e passou a língua pelo lábio superior, tentava manter seu autocontrole, o que era bem difícil com ele.
— Ela está com a Hina perto da piscina. — Ele deu um último selinho nela, que piscou o olho direito e saiu rebolando a bunda de maneira sensual, o que manteve os olhos do escritor em suas curvas.
Sakura respirou fundo indo até o jardim e viu as três amigas conversando na beira da piscina, e então foi até elas, deu um selinho em Hinata e um na Sabaku e sentou-se ao lado da Hyuuga.
— Já chegou causando, né, vagabunda? — Temari riu.
— Já falei que só quem pode me julgar é Deus — apontou para cima —, além de que, sou uma mulher livre.
— Então transa logo com o ruivo senão eu vou, Saky — falou Yamanaka mordendo o lábio olhando para Gaara, que conversava com os amigos do outro lado da piscina.
— Pode ir, faça bom proveito e depois me conta se o pau é gostoso para eu não perder tempo. — Ela deu de ombros.
— Céus, é meu irmão! Parem de falar sobre o pau dele. Obrigada! — A Sabaku bufou antes de beber de sua cerveja.
— E eu gostaria que vocês parassem de falar sobre pau, ponto. — Hinata revirou os olhos e sentiu a rosada se aproximando de seu ouvido.
— Eu também gosto de…
— Nem ouse. — A Hyuuga colocou o indicador na boca de Haruno, que fez um bico. — Já falei que não vou transar com você, estragaria a amizade. — A morena deu um beijo carinhoso na bochecha da amiga.
— Só se for por você, veja como eu estou com o Sas e o Naru. — Sakura fechou os olhos e empinou o nariz. — Nos damos bem.
— Claro, e transam uma vez por mês… — Yamanaka riu alto, levando as amigas a gargalharem com ela. — Quando você transa a primeira, não consegue mais largar, Saky.
— Isso não é verdade! — Haruno ralhou com a melhor amiga e virou o restante do líquido da long neck. — O problema é que eles realmente se tornaram um vício. — Temari estreitou os olhos. — Não me olhe assim, qual é… Eles moram no apartamento ao lado!
— E daí? — perguntou Hinata recebendo um murmúrio em resposta.
— Vou pegar mais bebida. — Sakura se levantou e foi até a cozinha, encontrando os dois “vícios” preparando doses de tequila.
Ela até pensou em negar o convite deles para beber, mas que se lascasse, ela iria se divertir sem pensar nas consequências, como sempre, então virou doses com Sasuke e Naruto. Nunca deixou de curtir a vida por comentários de quem quer que fosse, além de saber que suas amigas estavam tirando uma com a sua cara, pois se tinha alguém que a aceitava, eram elas. Haruno tinha plena certeza que tudo estava sob controle.
Foi para o meio das pessoas quando ouviu uma de suas músicas favoritas tocando e começou a dançar de forma sexy. Suas mãos deslizavam pelo próprio corpo, os dedos entravam entre os fios rosas e os olhos se fechavam à medida que o sorriso tomava conta dos lábios.
Uzumaki e Uchiha ficaram olhando aquela cena completamente perdidos nos movimentos dela, quando se deram conta, estavam junto a ela. As mãos deles se perderam completamente no ritmo da música, eles estavam em sintonia, dançando, rindo e aos beijos, chamando a atenção de boa parte das pessoas presentes ali e uma delas, foi Neji Hyuuga. Ele não tirou os olhos daquela dança, um tanto erótica para ser feita em público, no entanto, ele sabia bem que quando se tratava de Sakura Haruno poderia esperar qualquer coisa e isso o instigava.
— Tem alguém de olho em você, Saky — sussurrou Naruto no ouvido dela.
A médica encostou a bunda na pélvis do loiro, levou uma das mãos até a nuca dele o puxando para si. Assim fez também com Sasuke à sua frente, cada vez mais colados, cada vez mais obscenos. Sakura desviou o olhar e viu aquele par de olhos pérolas a olhando de maneira desejosa.
— Será que ele quer a atenção que estou dando a vocês? — Ela riu, divertida.
— Não sei, quer ir descobrir? — perguntou Uchiha beijando o pescoço dela.
— Acho que sim. — Ela deu um beijo em cada um e caminhou até o bar, onde Neji estava. — Neji…
— Sakura — cumprimentou ele curvando o canto dos lábios. — Está bem?
— Sim — ela pegou uma garrafa de um drink pronto e abriu, dando um gole em seguida. Ela virou para o moreno, aproximando-se mais —, mas poderia estar melhor. —Haruno sorriu sem deixar o contato visual.
Hyuuga inclinou-se até sua boca estar próximo da orelha dela e disse sussurrado:
— O que posso fazer para tornar sua noite melhor? — Um arrepio percorreu o corpo suado de Sakura, ela pegou a long neck e deu um gole generoso antes de passar a língua pelos lábios avermelhados.
— Eu tenho uma ideia…
Entraram no banheiro do segundo andar aos amassos, mal trancaram a porta e Hyuuga a pegou pelas coxas e a colocou sentada na bancada da pia, derrubando alguns frascos de produtos, o que fez com que eles rissem entre os beijos. A mão grande agarrou a nuca de Sakura e os lábios de Neji traçaram um caminho do pescoço até o colo. Ela tirou a camisa que ele estava e ao ver o físico escultural do homem, suspirou e mordeu o lábio antes de puxá-lo pela nuca e seguir com um beijo intenso. A jaqueta de couro foi parar no chão, junto com sua regata e a camisa do moreno.
Os seios empinados e com os mamilos durinhos de tesão já estavam à mostra, já que quase nunca usava sutiã. A boca de Neji não tardou a encontrar sua auréola, beijou, lambeu, chupou enquanto massageava o outro com sua mão. Os gemidos começaram a preencher o banheiro, e quando Sakura menos pôde perceber, os dedos ágeis de Neji invadiram sua calcinha por baixo da saia que usava. As línguas voltaram a se encontrar, ela mordeu o lábio dele quando sentiu dois dedos a penetrarem.
— Molhada… — sussurrou ele antes de lamber e morder o lóbulo da orelha dela. — Já está pronta desse jeito?
— Para você ver o quanto é bom… — Ela sorriu indecente e ele retribuiu com um sorriso mais safado ainda.
Sakura se dedicou a abrir o botão e o zíper da calça de Hyuuga, que tirou um preservativo da carteira e encapou seu pênis, o qual Sakura ficou bem surpresa pelo tamanho, mas se Deus fez… Ele afastou a calcinha e a preencheu devagar e com precisão, fazendo-a pender a cabeça para trás. Sakura apoiou sua mão na parede e a outra foi no ombro do homem, seus dedos buscaram a nuca e logo invadiram o cabelo comprido, que estava preso em um rabo de cavalo baixo, puxando devagar. O quadril dele ia e voltava com ritmo, estocando fundo, e as mãos dele apertavam a cintura fina tentando aplacar seu tesão.
Sakura sentia o calor tomando conta de seu corpo cada vez mais, a respiração acelerada, os gemidos mais encorpados e sem controle, uma das mãos dele desceu pro seu quadril, apertando a carne e ele se retirou dela apenas pra tirar a calcinha que já estava atrapalhando. Neji metia com vontade, levou as palmas até a bunda dela e a tirou da bancada para encostá-la na parede do outro lado. Beijou o pescoço, o ombro e voltou para a boca, onde o lábio inferior já estava maltratado pelas mordidas.
— Ne-neji! — exclamou ela sentindo todo o seu corpo se contrair, preparando-se para um orgasmo, o calor se concentrando diretamente em seu baixo ventre a deixava ciente disso. Tanto quanto Hyuuga, que já se sentia no limite, e buscando dar o que ela queria, acelerou os movimentos para que melhorasse a noite da médica safada. As unhas dela arranharam suas costas e o gemido que escapou alto demais da garganta dela era o aviso que tinha gozado. Neji sorriu tão sem vergonha que ela poderia transar com ele novamente só por sua expressão. Ela passou os braços ao redor do pescoço dele e riu, levando o outro a rir também.
— Não esperava te foder hoje — disse, sorrindo e beijou a curva do maxilar de Sakura.
— E valeu a pena? — Ela desceu do colo de Neji ofegante e sentou no chão do banheiro.
— Valeu cada minuto.
Após algum tempo sentados no chão do banheiro para se recompor, levantaram e se vestiram. Sakura destrancou a porta e buscou a maçaneta, mas antes que pudesse abrir, Neji a chamou.
— Não está esquecendo nada? — Ela olhou para trás e viu ele segurando a calcinha rosa bebê entre os dedos, nem sabia em que momento tinha tirado ela. Sakura sorriu e deu dois passos, ficando rente a ele, dando-lhe um selinho.
— Presente. — Piscou o olho direito e saiu.
[…]
Konoha
14 de Janeiro
A segunda-feira mal tinha começado e Sakura ouviu duas batidas em sua porta enquanto ainda retirava sua jaqueta de couro. Apressou seus movimentos e vestiu o jaleco.
— Entra — disse ela sentando-se em sua cadeira.
— Bom dia, doutora Haruno. — Ela se segurou para não revirar os olhos e esboçou um pequeno sorriso.
— Bom dia, doutor Hatake, a que devo a honra de você
tão cedo em meu consultório? — frisou o cedo e então ele fechou a porta antes de ir em direção a ela.
— Preciso conversar a respeito de um novo integrante da equipe médica. — Ela assentiu para que ele continuasse. — Ele fez faculdade comigo, é um ótimo profissional. Também é pediatra, mas especialista em cardiologia. — Ele entregou a pasta para Sakura que a pegou e abriu, folheando alguns papéis. — Creio que você também precisa aprová-lo já que fará parte da sua ala também. — Ela levantou a cabeça e arqueou a sobrancelha. — Caso o queira, claro.
— Vou olhar com calma. — A médica fechou a pasta e se levantou, dando a volta na mesa. — Agora preciso atender um paciente.
— Claro, desculpe se atrapalhei. — Ele levantou e foi andando até a porta, onde colocou a mão na maçaneta, mas antes de sair virou para trás e disse: — Belos coturnos. — Sakura olhou para baixo e quando olhou de volta para a porta, ela já se fechava.
— Filho da…
Ela sentou-se na cadeira novamente, claro que tinha mentido que teria que ver um paciente, Sakura só não queria ter que ficar olhando para a cara de convencido do doutor Hatake. Trocou os sapatos e foi olhar a pasta que Kakashi tinha lhe dado, o currículo do homem era realmente bom e o Hospital precisava de um pediatra especialista em cardiologia. A ala infantil carecia de alguém assim, além de ser ótimo para a emergência. Decidiu que iria aceitá-lo de bom grado, mas só daria a notícia para o chefe da pediatria ao fim da semana.
Levantou e foi ver seus pacientes internados, teria apenas uma cirurgia pela manhã e duas pela tarde, então teria tempo para almoçar tranquilamente. Enviou uma mensagem para Ino marcando de almoçar juntas no restaurante que tinha próximo do hospital. Recebendo uma mensagem da amiga concordando pouco tempo depois, sorriu e pegou sua prancheta para começar mais um dia árduo.
Passavam das 12:30 quando Sakura cruzou a porta do restaurante e avistou Ino sentada à uma mesa próxima a janela. Após fazerem seus pedidos, Yamanaka começou o interrogatório a respeito do novo médico no hospital. Aquele que Haruno tinha asco, e ela contou o porquê. O que ela não esperava era a amiga rir de toda a história.
— Do que está rindo? — Sakura franziu o cenho.
— É incrível como você tem esse sexy appeal que conquista todo mundo. — Ino deu de ombros enquanto comia sua salada.
— Você ouviu alguma palavra do que eu disse? — Ela torceu os lábios.
— Ouvi e acho que isso é tesão enrustido. Você é linda, Saky e ele é um gostoso. Vai, confessa que você olhou para ele.
— Não tem como não olhar, Ino. — Ela torceu os lábios, enquanto falava com uma entonação de que aquilo era óbvio demais.
— Eu sabia!
— Chega, vamos falar sobre o happy hour de quarta-feira — Sakura cortou o assunto revirando os olhos.
— O happy hour que fazemos quase toda semana? O que tem para falarmos dele? — Haruno bufou por sua desculpa de mudar de assunto ter falhado.
[…]
Konoha
16 de Janeiro
Sakura entrou no bar como se fosse dona do lugar, correu os olhos e achou a real dona do estabelecimento. Hinata estava atrás do balcão do bar dando ordens, ainda era cedo, ela tinha chegado antes, pois estava precisando de uma bebida. O dia no hospital tinha sido cansativo, um paciente quase morreu em suas mãos e por mais que amasse sua profissão sabendo dos riscos que a envolviam, isso sempre a abalava. Sentou em uma das banquetas e assim que a Hyuuga a viu se aproximou.
— Saky! — Os lábios foram pressionados contra os seus. — Chegou cedo. ‘Tá tudo bem?
— Estou cansada, hoje o dia foi pesado. — A médica respirou fundo.
— Já sei o que quer. — A morena saiu e voltou com um copo com whisky.
— Precisarei da garrafa, Hyuuga. — Ela virou metade da dose e riu, levando a amiga a rir com ela.
— Devagar, Haruno. — A rosada olhou para trás vendo a loira furacão. — Me espera pelo menos, né? — Ino sentou ao lado dela e pediu um
dry martini.
As duas conversavam animadas, aquela expressão de cansaço e preocupação que Sakura carregava quando chegou parecia ter sumido. Elas estavam viradas uma para a outra e quando Yamanaka levou os olhos por cima do ombro de Haruno de maneira maliciosa, ela ficou no mínimo curiosa. Quando a médica olhou para trás, viu Neji com uma regata, gotas de suor escorriam pelo pescoço e peitoral, enquanto ele carregava uma caixa com garrafas de bebida, deixando as duas sem reação.
— Depois de um banho deve ficar uma delícia… — sussurrou Yamanaka.
— Fica mesmo… — A loira estapeou o braço da amiga a fazendo virar para si novamente. — Ai! Que isso, tá louca?
— Você deu para ele! — exclamou ela em um tom baixo, e Sakura apenas riu. — Me conta! — Haruno revirou os olhos e levantou segurando o copo de whisky.
— Olha, eles chegaram! — Ela andou até próximo a porta de entrada e se agarrou com o ruivo. — Lindo, como sempre, Gaa. — Sakura sorriu e beijou os lábios desenhados de Sabaku.
— O preferido da Saky é o Gaara, tá bem claro!
— Tá com ciúmes, Sas? — Ela fez bico e riu da cara de emburrado que Uchiha fez.
Caminhou até Sasuke e selou os lábios nos dele, assim como fez com Naruto, Temari e Shikamaru. Caminharam todos juntos até a mesa de sempre e tomaram seus lugares de costume, logo colocando o papo em dia. Neji e Hinata se juntaram a eles e o garçom logo trouxe mais bebidas. As risadas não demoraram para se tornar cada vez mais altas, a cada rodada as vozes se alteravam e as besteiras que saíam boca a fora aumentavam. Aquele lugar era o local preferido deles, quase toda semana se reuniam ali, depois dos seus trabalhos, para distrair a cabeça e poder continuar a semana.
Gaara levantou, avisando que sairia para fumar e Sakura não poderia perder a oportunidade. Deixou passar alguns minutos e levantou discretamente, indo para fora do bar e ao chegar atrás do ruivo, roubou o cigarro de seus dedos, encostando no guarda corpo da varanda que tinha ali. Sabaku sorriu cruzando os braços e arqueou uma das sobrancelhas assistindo a médica tragar seu cigarro.
— Eu adoro esse cigarro. — Ela sorriu indecente, o que fez o outro se aproximar e apoiar os braços no metal, prendendo Haruno entre eles. Ela se aproximou ainda mais e passou a língua no lábio inferior do ruivo. — Mas ainda prefiro o gosto dele nos seus lábios.
— Eu gosto do gosto de morango que tem os seus. — Foi a vez de Gaara chupar o lábio inferior de Sakura e isso fez com que um beijo lascivo se iniciasse.
A mão dele foi para a cintura da mulher, agarrando-a com força. As línguas brigavam e se saboreavam com brutalidade, como se pudessem fugir a qualquer momento. Separaram-se para tomar fôlego, Sabaku se aproximou do ouvido dela e disse de maneira rouca:
— Quero saber se seus outros lábios têm o mesmo gosto.
— Quer experimentar? — Ela curvou os lábios da maneira mais indecente que podia, e ele adorava as facetas dela.
— Sakura! — Naruto apareceu na porta. — Vamos, preciso de você para ser minha dupla na sinuca.
— Claro! Somos invencíveis juntos. — Ela sorriu largo e voltou a olhar para o ruivo à sua frente, que continuava perto demais. — Quem sabe outro dia. — Sakura deu um selinho nele, devolveu o cigarro e entrou para o bar.
Eles entraram e todos estavam esperando os dois para começar o jogo, Sasuke e Shikamaru passavam o giz nos tacos e ameaçavam ganhar já que eram melhores, era sempre o mesmo papo que terminava de um único jeito. O jogo começou devagar, muitos erros devido ao alto teor alcoólico no sangue de todos, porém quando o sentimento de competitividade tomou conta, as bolas começaram a ser encaçapadas. Uchiha trincou os dentes ao ver que só restavam duas bolas e eles estavam perdendo e, como todos já esperavam, Sakura e Naruto ganharam, eles se abraçaram rindo, comemorando, e Sasuke ficou extremamente irritado.
— Calma, Sas, se quiser posso te dar o presente de consolação. — Sakura acariciou o peito dele e riu, dando um beijo na bochecha dele.
— Relaxa, cara, toda semana é isso. Não sei por que ainda quer desafiar eles. — Shikamaru se jogou na cadeira mais próxima, dando um gole em sua cerveja.
— Não seja preguiçoso, Nara — Sasuke brigou.
— Agora a culpa é minha? — O outro revirou os olhos. — Não seja tão competitivo, é só um jogo.
— Ok, chega vocês dois. Parecem dois velhos ranzinza — Temari cuspiu as palavras. — Próximos a jogar, vamos, Hina. — Temari puxou a Hyuuga.
— Eu vou pegar mais bebida, já volto. — Sakura caminhou até o balcão do bar e foi surpreendida pelo que parecia ser o novo barman.
— Em que posso ajudá-la?
— Primeiro, um whisky, estou tomando
Jack Daniels, sem gelo. — O homem foi até a prateleira, ficando de costas para Haruno, e pegou a garrafa. — Duplo, ok?
— Você que manda. — Ele serviu o líquido âmbar e ela o mirou de cima a baixo apreciando o “material”. Ele colocou o copo à frente dela e disse: — Aqui está, e a segunda coisa?
— Como? — Ela uniu as sobrancelhas.
— Você disse “primeiro” quando pediu o whisky. — Ele sorriu de maneira charmosa fazendo aspas com as mãos, atraindo a atenção completa da médica.
— Ah, sim. Desculpe. — Ela riu. — Segundo, gostaria de saber seu nome.
— Deidara, prazer.
— Sakura, e o prazer é todo
meu.
Capítulo 3 – Aquele dia do bar
Konoha
18 de Janeiro
Sakura entrou cedo no hospital naquela sexta-feira, estava determinada a conversar com o senhor arrogante. Ela foi direto para o seu consultório, trocou sua jaqueta de couro e seus coturnos pelo jaleco e sapatos de salto branco. Pegou a pasta do médico que Kakashi queria trazer para a equipe do hospital e saiu de sua sala, batendo na porta ao lado. Escutou sua liberação para adentrar ao recinto e assim o fez, abriu a porta com o canto dos lábios levemente levantados.
— Bom dia, doutor Hatake.
— Bom dia, doutora Haruno. — Ele se encostou na cadeira e sorriu. — Quando vamos nos chamar pelo primeiro nome?
— Não somos amigos, somos colegas de trabalho. — Ela conteve a vontade de xingá-lo, então apenas caminhou até a cadeira em frente e perguntou mudo se poderia sentar e ele assentiu.
— Tem problema sermos amigos? — perguntou arqueando as sobrancelhas.
— Não foi isso que vim debater, Hatake.
— Hm…
— Quanto ao seu amigo, gostei bastante do currículo dele e realmente precisamos de um especialista nessa área. — Entregou a pasta a ele e levantou. — Pode trazê-lo. — Sakura virou de costas e foi caminhando até a porta.
— Vi que não está de coturnos hoje, uma pena, ficam muito bem em você. — Haruno aproveitou que estava de costas e revirou os olhos fortemente;
homenzinho irritante, pensou ela. Abriu a porta e foi saindo dali antes que desse um soco no médico abusado.
Sakura saiu a passos largos para o terceiro andar, onde se encontrava a ala psiquiátrica, bateu na porta e foi liberada pela voz da sua melhor amiga. Ela então a abriu, mirando Yamanaka com uma cara emburrada.
— O que rolou? — Haruno entrou no escritório e sentou na cadeira em frente à loira.
— Quero matar um médico, me ajuda a esconder o corpo? — Ela sorriu de maneira sarcástica.
— Céus, Kakashi de novo? — Ela apenas afirmou. — O que vocês têm é tesão acumulado um pelo outro. Dá para ele que tudo se resolve.
— ‘Tá louca, Ino? — A amiga revirou os olhos. — Ele é muito arrogante e prepotente, ainda fica com gracinhas para cima de mim.
— Bar hoje?
— Por favor, preciso de uma bebida para relaxar — respondeu Sakura se jogando na cadeira. — Vou mandar mensagem para a Tema.
[…]
— Agora falem um homem que vocês não conseguiriam deixar passar por vocês sem ao menos um beijo.
— Qualquer um, Tema, fala sério, se fizer meu estilo eu tô pegando… — Sakura gargalhou, já estava alterada com a bebida, todas elas estavam. Depois do expediente do bar dos Hyuuga ter terminado e elas terem expulsado Neji e o restante dos funcionários do local, começaram a noite das garotas e estavam falando mais besteiras por segundo do que qualquer um poderia aguentar.
— Quer dizer que você pegaria qualquer um dos nossos amigos? — Sabaku estava sem acreditar.
— Vocês são amigas da Sakura mesmo? — Foi a vez da Yamanaka rir. — Ela já pegou três dos nossos amigos.
— Três? — perguntou Hinata franzindo o cenho.
— Neji, Hina, ela trepou com o Neji — falou a psiquiatra antes de beber de seu martini.
— Me poupe dos detalhes — reclamou Hyuuga com uma careta.
— Tá aí… duvido você pegar o Shikamaru — provocou Sabaku.
— Por que ele? — Ino franziu o cenho.
— Ele é o mais fechado, duvido que ela consiga levar ele para a cama.
— Nós estamos na 5ª série de novo? — Haruno cruzou as pernas em cima da mesa e bebeu do seu drink.
— Tá com medo, Saky? — provocou Tema.
— É uma aposta, Tema? — Ela se endireitou na cadeira olhando para a amiga com determinação.
— Ah, é sim. — Sabaku se aproximou da mesa sorrindo entusiasmada.
— Antes de eu concordar com isso… Me responde uma coisa… — Sakura sorriu convencida.
— O quê? — Temari arqueou uma das sobrancelhas.
— Você quer que eu transe com ele antes ou depois de foder o seu irmão?
— Caralho! — gritou Ino e todas elas gargalharam. — Você não tem jeito, Saky. — Elas brindaram e viraram o resto dos seus drinks.
Depois de muito álcool, conversas pervertidas e Temari e Ino pegando carona com Gaara, as duas abraçadas no banco de trás, e o Sabaku de motorista para levar elas em segurança para casa, Sakura e Hinata limpavam a bagunça que haviam feito, Haruno estava lavando os copos e Hyuuga limpava as mesas.
— Você realmente transou com meu irmão? — A morena cortou o silêncio.
— Sim — respondeu a outra, simplista.
— Quando isso aconteceu? — Ela se aproximou do balcão, ficando de frente para Sakura, que terminava de secar as mãos.
— Na festa dos Sabaku, mas por que a curiosidade? Está com ciúmes, Hina? — Ela serviu mais uma dose de whisky e contornou o balcão, chegando próximo demais de Hinata. Viu a amiga ficar corada e muito sem graça olhando para o chão. — Não acredito, você sempre me nega, Hina.
— Não quer dizer que eu não tenha vontades, Saky! — falou inconformada e se arrependeu do tom que usou assim que viu os olhos verdes se tornarem mais escuros. — Não foi isso… — Foi interrompida por um beijo, a língua de Sakura explorava o gosto cítrico do último drink que a amiga havia bebido, a mão firme na cintura da Hyuuga a deixou amolecer nos braços da médica, era gostoso demais para negar naquela altura.
— Hina… se não quiser, fale agora, porque se eu continuar eu não vou parar… — Os olhos verdes encaravam os lilases com desejo.
— Não pare, Saky…
A língua da Hyuuga foi ao pescoço de Sakura até chegar à orelha, os dentes dela agarraram o lóbulo desprotegido fazendo Haruno soltar um gemido esganiçado. As mãos dela foram diretamente para a blusa da morena, que a ajudou a tirar com pressa, os seios fartos saltaram para fora e Sakura tratou de se deliciar ali, mordiscava e lambia os mamilos enquanto Hinata agarrava a bunda da amiga.
— Sobe aqui, Saky. — A morena bateu a palma no balcão do bar três vezes e umedeceu os lábios. — Vou te chupar como nenhum homem nessa vida vai fazer.
— Não esperava uma Hinata falando putaria, gostei dela — falou a médica enquanto subia no balcão e mordia o lábio de maneira ansiosa, ela nem acreditava que finalmente transaria com Hinata.
Abriu as pernas e a saia facilitava o trabalho, a morena agarrou a amiga pelas coxas colocando-a mais na beirada e apenas puxou a calcinha pelas pernas grossas de Sakura até deixar seu corpo e encontrar o chão.
Trilhou beijos na pele macia da parte interna da coxa de Sakura, deslizou os dedos pelas coxas, abrindo ainda mais as pernas dela. Quando chegou ao meio de suas pernas, com um toque suave, ela começou a lamber, usando a língua para traçar linhas delicadas e exploratórias. Os sons de prazer preenchiam o espaço, enquanto a morena se dedicava a explorar cada sensibilidade e cada reação da médica. Os movimentos eram fluidos e rítmicos, deixando Sakura completamente entregue, ela arqueava as costas, deixando-se levar pela onda de sensações que a envolvia. O clímax se aproximava, e a intensidade dos toques aumentava.
— Céus, Hina… — gemeu.
A língua ágil da mulher circulava o clitóris de Haruno e no momento certo ia até sua entrada invadindo-a, a sensação era de puro êxtase, Sakura gemia descontrolada. Quando os dedos longos de Hinata a invadiram, ela foi à loucura e cada vez mais sentia que iria se desfazer em um orgasmo.
— Aguenta mais que dois dedos, Saky? —Hyuuga a olhou, lambendo os lábios.
— Uma rola é maior que isso, Hyuuga… — falou em tom de obviedade. — Ah! — gritou desejosa e fechou os olhos aproveitando cada onda de prazer que ondulava em suas extremidades e se concentrava em seu baixo ventre.
Seu corpo inteiro esquentou, sentia as bochechas arderem, sua respiração se tornando tão escassa que mal tinha voz para gritar com tamanho prazer. Nunca tinha sido chupada daquela forma, Hinata iria acostumá-la mal. Gritou alto ao gozar forte, seus músculos se contraíram e suas pernas tremeram em espasmos. Hinata saiu dali satisfeita e pegou o copo de whisky que era da amiga, bebendo dele, saiu para trás do balcão e continuou a arrumar as coisas.
— Volta aqui, Hinata. — Sakura irritou-se com o distanciamento da amiga.
— Isso é tudo que terá de mim, Saky.
— Droga, Hyuuga! Por que tão relutante? — perguntou, já completamente deitada no balcão deixando seu corpo se recuperar, enquanto olhava nos olhos da amiga.
— Fique satisfeita, Saky, eu fiquei — disse a morena com um sorriso no rosto.
— Não fiz você gozar, então não estou satisfeita.
— Teremos oportunidades. — Aquilo tinha deixado Sakura desconfiada, mas animada de certa forma, antes era sempre “não”, agora era “teremos oportunidades”.
— Você não vai me escapar, Hinata. — A outra riu e jogou um pano de prato na médica, que bufou, mas logo riu também achando um tanto inusitado o que tinha acontecido ali.
[…]
21 de Janeiro
— Ela me fez gozar e me abandonou, acredita? — Sakura e Ino estavam pegando café na cafeteria que tinha próximo ao hospital, então Haruno falava sussurrando, mas não o suficiente.
— Você não deveria falar essas coisas em público, moranguinho. — Haruno se arrepiou dos pés à cabeça ao ouvir a voz grossa e aquele apelido que só uma pessoa a chamava.
— Gaara… — disse ela ainda de costas, virou-se e viu os olhos verdes subindo devagar até o seu rosto, que já continha um sorriso malicioso; poderia imaginar onde seus olhos estavam. — Boa tarde.
— Agora com certeza é uma boa tarde. — O curvar de lábios do ruivo era com certeza uma das poucas coisas que faziam as pernas de Sakura bambearem.
A loira pigarreou e falou:
— Eu vou pegar nossos cafés, Saky.
— O que está fazendo tão longe de casa?
— Vim pegar meu café preferido.
— E por uma grande coincidência ele fica perto do meu trabalho. — A médica sorriu arqueando a sobrancelha.
— Claro, foi um acaso do destino. — Sakura quase não se segurou para não rir com tamanho cinismo. — Preciso me concentrar no meu novo livro e sem esse café… — ele a mediu de cima a baixo — eu não consigo.
— Quer uma ajudinha? Posso passar na sua casa. — Ela sorriu e se aproximou dele acariciando o peitoral de Sabaku.
— Você adora me deixar sem graça em público, não é? — Suas bocas estavam perto o suficiente para sentir o hálito quente um do outro, aquele hálito dele de hortelã que sempre deixava ela querendo beijá-lo.
— Adoro. — Sakura passou a língua pelos lábios sem desfazer o contato visual, os olhos transpareciam de longe o desejo mútuo, era impossível não ver o quanto os dois emanavam uma atmosfera sexual.
— Vamos, Saky? — Yamanaka chegou ao lado dos dois.
— Preciso ir. — Beijou os lábios do ruivo, demorando um tanto quanto demais para os já tão conhecidos selinhos de Haruno.
— Vou cobrar sua visita. — Ela já caminhava para fora do estabelecimento, mas ainda deu tempo de virar e piscar para ele, que apenas balançou a cabeça em negativo, pensando no quanto ela o tirava do eixo.
— Dá logo para ele, Saky, meu deus, vocês me irritam. — Ino entregou o café da amiga enquanto já caminhavam em direção ao hospital, que ficava na outra quadra.
— Me diz, é gostoso?
— Claro que é, até demais, se eu não visse o quanto ele te deseja eu já teria investido no Sabaku.
— Tá querendo se amarrar? — Sakura uniu as sobrancelhas rindo.
— Longe de mim, mas nada como ter uma foda fixa, né? — A loira deu de ombros dando um gole em seu café.
Chegaram no elevador do hospital e cada uma desceu em seu andar, Sakura caminhava em direção à sua sala quando viu Hatake delegando algo para um enfermeiro, mas nem se importou com sua presença, passou pelos dois a fim de entrar em sua sala e poder revisar os relatórios do dia. Contudo, estava tudo bom demais para ser verdade, então ouviu seu nome sendo proferido pelo médico arrogante quando ela tinha colocado a mão na maçaneta de sua porta. Ela apenas respirou fundo e fechou os olhos tentando buscar calma para lidar com o colega de trabalho insuportável. Por que ele tinha que ficar ao lado de sua sala mesmo?
— Podemos conversar? — Sakura virou para olhar Kakashi e não segurou a cara de desagrado. — Não vai demorar, doutora Haruno.
— Tudo bem.
— Na sua sala ou na minha? — A médica bufou com a conotação de duplo sentido que ele usou.
— Na sua. — Sakura passou por ele e entrou no escritório e sentou na cadeira enquanto bebia seu café. Hatake entrou, fechou a porta e caminhou até sua cadeira para se sentar. — Então, algum problema?
— Sim. Não gostaria de ficar nesse clima com a senhorita.
— Que clima? — Ele apenas torceu os lábios como se ele tivesse dito algo óbvio. — Tudo bem, olha, vamos nos tratar bem e sem gracinhas, assim espero. Começamos de novo?
— Doutor Kakashi Hatake, muito prazer.
— Doutora Sakura Haruno.
Eles curvaram os lábios e Sakura levantou, virou as costas e saiu da sala do médico respirando fundo. Tentaria tratá-lo bem, caso ele não ficasse de graça com a sua cara, revirou os olhos com seus pensamentos antes de entrar em seu escritório para terminar o trabalho. Sentou em sua mesa, largou o café em seu descanso de copo e começou a bater nas teclas para finalizar o que tinha para ser feito. Sentiu seu celular vibrar em cima da mesa e viu uma notificação de uma mensagem de Naruto, sorriu com aquele fato, era incrível como ele e Sasuke tinham esse poder em sua vida; fazê-la sorrir.
Naruto: Saky, a gente precisa de você.
O que aconteceu, Naru?
Naruto: só vem aqui para casa quando sair do hospital, ok?
Eu já ‘tô terminando por aqui, chego daqui a pouco.
Sakura sentiu um aperto no peito, não sabia o que esperar, mas pela urgência que Naruto usou, ela não conseguiu fazer mais nada, apenas aceitou que só conseguiria terminar aqueles relatórios no dia seguinte.
Trocou de roupa, colocou seu coturno e pegou o capacete, saiu às pressas do hospital, subiu na moto e quando estava colocando o capacete, viu o doutor Hatake de boca aberta olhando para ela. Sakura riu, era tão engraçado ver as pessoas a admirando apenas por pilotar uma moto maior que ela, não deixou de curvar o canto dos lábios, pois se tinha uma coisa que ela adorava era o olhar de desejo sobre si. Ligou o motor e saiu dali, fazendo questão de passar na frente de Kakashi, acenando, deixar homens desconcertados era o seu passatempo preferido.
Chegou no prédio em menos de 15 minutos, era um novo recorde, estacionou na sua vaga, desceu da moto e foi caminhando tirando o capacete e bateu no botão do elevador, ele parecia estar demorando mais do que o normal, sua perna balançava ansiosa e assim que chegou, deu dois passos para dentro da caixa metálica. Desceu no seu andar e nem foi em casa, apenas caminhou até a porta ao lado do seu apartamento e bateu, viu Naruto abrir a porta com os olhos inchados e molhados de lágrimas, ela arregalou os olhos e antes que pudesse falar qualquer coisa foi envolta nos braços fortes de Uzumaki. Ela estava sem entender nada, olhou para dentro do apartamento e viu Sasuke sentado no sofá, com a cabeça apoiada em suas mãos e um copo de whisky pela metade na mesinha de centro a sua frente.
— O que aconteceu?
— Nossos pais… — o loiro tentou falar, mas um soluço o impediu — eles sabem sobre mim e Sasuke. — Sakura estava estática, ela não sabia o que dizer, o que pensar, como isso tinha acontecido?
— Ok, vamos entrar no apartamento, Naru. — A médica se desvinculou do amigo, fechou a porta e pegou em sua mão, levando-o para o sofá também. Deixou o capacete em cima da mesa de centro e se sentou entre os dois. — Sas, você está bem? — O moreno apenas balançou a cabeça em negativo. — Vamos todos respirar fundo, o que exatamente aconteceu?
— Meu pai falou comigo mais cedo, disse para eu deixar o apartamento e voltar para casa — falou Uchiha e Sakura ficou perplexa.
— Ele não pode fazer isso! Você é adulto, quem ele pensa que é?
— É ele que me sustenta, Sakura — falou Sasuke seco antes de virar a dose de whisky.
— Vamos pensar, eu não vou deixar vocês se separarem. — Sakura respirou fundo e se encostou no sofá, tentou buscar uma solução em sua mente, até que… — Naruto, o que seus pais falaram?
— Ah, minha mãe disse que já sabia e que eu podia ter contado para ela antes, que eu não precisava ter medo, que meu pai também estava ao meu lado.
— Então por que está chorando tanto? — Ele olhou diretamente para Sasuke, que levantou e foi servir mais bebida, fazendo com que ela entendesse tudo; era por ele.
Uchiha deveria estar quebrado por dentro, apesar de não demonstrar muito os sentimentos, ela nunca tinha visto ele tão feliz quanto quando eles finalmente pararam de se importar. Eles se beijavam nas festas ignorando o julgamento, mas não achavam que chegaria aos ouvidos de seus pais.
Haruno abaixou a cabeça e respirou fundo, o loiro deitou em seu colo e ela jogou a cabeça no encosto do sofá enquanto deslizava os dedos pelos fios loiros, ficou encarando o teto, até receber um toque em seu ombro. Viu o copo na mão de Sasuke estendido em sua direção, ela pegou e deu um bom gole, fazendo uma careta em seguida, Uchiha sentou no outro lado e encostou a cabeça no ombro de Sakura e ali ficaram por mais de duas horas. Sem dizer absolutamente nada, ela estava ali apenas confortando seus melhores amigos e tentaria a todo custo achar uma solução em sua mente.
[…]
22 de Janeiro
Sasuke acordou e tentou sair da cama sem acordar Naruto ou Sakura, foi até o seu quarto e, como se um peso se formasse em seu peito, desabou em um choro angustiante. Quantos anos faziam desde que derramou a última lágrima? Não sabia ao certo, mas depois de sentir que todo aquele peso tinha sido derramado pelos seus olhos, começou a arrumar sua mala. A cada roupa que tirava do cabide sentia que tudo estava errado, Naruto era seu… seu o que? Namorado? Amizade colorida? Amava tanto ele que não sabia em que momento começou a vê-lo daquela forma, porém era muito covarde para assumir.
— Sas… Não faz isso. — Sakura apareceu na porta e ele suspirou. — Nós vamos dar um jeito. Por favor, não vá embora, o Naruto não vai conseguir sem você.
— Você acha que eu não sei? Mas eu não tenho escolha… Saky, eu… — Pela primeira vez, Haruno viu lágrimas deixando os olhos negros e tudo que ela podia fazer era abraça-lo. — Eu amo tanto ele, Sakura, não sei viver sem ele.
— Você não vai. — Foi aí que ela teve uma ideia. — Eu já sei! — Ela se desvinculou dele e foi saindo do quarto.
— Pensou em que, Saky?
— Fique aqui até amanhã, por favor, eu vou resolver isso. — O moreno apenas concordou e a viu pegando suas coisas e deixando o apartamento.
Sakura entrou em casa, tomou banho e se arrumou para o trabalho, mas antes, ela faria algo. Foi até a cafeteria próxima do hospital e comprou dois cafés e em seguida rumou para a casa de Gaara. Quando chegou em frente ao prédio, respirou fundo e apertou o interfone ouvindo em seguida a voz rouca e sonolenta do ruivo.
— Sou eu, Sakura. — Ela riu quando ouviu ele se atrapalhar com as palavras.
— Pode subir.
Entrou no elevador e logo chegou ao apartamento de Sabaku, um tanto quanto charmoso, não imaginava nada melhor, o lugar era a cara dele. Falando nele, o ruivo apareceu apenas de calça de moletom, exibia uma tatuagem que dominava seu peito direito, ombro e quase chegava ao abdômen perfeitamente esculpido e uma cara de sono muito fofa, aos olhos de Haruno, óbvio.
— Não achei que sua visita seria às… — ele olhou no relógio — 8:34 da manhã.
— Bom dia para você também, mal-humorado. — Ela entregou um dos cafés a ele. — Seu preferido, lembra? — Ele riu anasalado com a brincadeira, e ela sentou no sofá.
— A que devo a honra de sua presença, moranguinho? — perguntou Gaara a olhando de maneira indecente.
— Vou adiantar que não, infelizmente, não vamos foder, por mais que nesse momento você esteja uma tentação difícil de resistir, porém, eu preciso ir para o trabalho. — Ele riu com a sinceridade dela, mas ela não estava mentindo, o abdômen de fora tirava o foco de qualquer um. — Inclusive, coloque uma camisa, por favor. Está me distraindo… — Gaara riu ainda mais e foi atrás de vestir uma camiseta, ele amava o jeito espontâneo dela, de falar o que vinha a mente sem se importar com o que os outros vão pensar. — Você falou sério quando disse que precisava de ajuda para escrever seu novo livro?
— Sim, estou tendo problemas com meu revisor, ele parece mais idiota que eu. — Ele revirou os olhos sentando-se na poltrona ao lado do sofá e deu um gole no café. — Preciso de alguém que me ajude e não que atrapalhe.
— Você trocaria?
— Eu adoraria, mas nunca achei outro melhor, você precisa ter uma conexão com seu revisor, sabe? Não é qualquer pessoa… — ele parou de falar — mas por que você está me perguntando isso? Resolveu mudar de profissão, Saky?
— Não mesmo, ser médica é minha vida, você sabe. — Sakura sorriu e ele assentiu.
— Então não estou entendendo o que está acontecendo — comentou confuso.
— Eu acho que com essa pessoa você já tem uma conexão. — Gaara franziu o cenho. — Sasuke, Gaara, ele precisa de um emprego. Ele é formado em letras, lembra?
— Nossa! Não lembrava disso, ele nunca quis trabalhar como professor, mas realmente… Acho que daria certo. — Ele coçou o queixo olhando para cima. — Mas por que você veio falar por ele?
Sakura suspirou e contou o que aconteceu, por alto, não queria expor a privacidade dos meninos, apesar do ruivo ser amigo deles há muito tempo. Gaara ficou chocado com a atitude do pai de Sasuke e disse que com certeza faria um teste com ele, se desse certo, o emprego era dele.
— Obrigada, Gaa! — Eles se despediram na porta do elevador. — E eu virei outra vez aqui, e dessa vez eu quero você nu. — Sakura deu um beijo lascivo no ruivo e se xingou mentalmente por ter feito isso, já que a sua vontade foi de ficar e transar com ele em todos os cômodos do apartamento. No entanto, entrou no elevador e em seguida subiu em sua moto para ir para o trabalho, chegando lá, viu duas ambulâncias na entrada de emergência e isso só podia significar uma coisa: seu dia estava começando bem turbulento.
Capítulo 4 – Aquele dia que ninguém perdeu
Konoha
22 de Janeiro
Assim que entrou no hospital recebeu informações da enfermeira:
— Doutora Haruno, precisamos de você! — Ela apenas pediu para a enfermeira a acompanhar para que pudesse chegar à sua sala e se trocar. — Homem baleado no peito, próximo ao coração, está com sangramento intenso.
— Arrumem a sala de cirurgia imediatamente, quero tudo pronto em 10 minutos. — Saiu do elevador em direção à sua sala já retirando sua jaqueta.
— Sim, doutora Haruno — respondeu prontamente a enfermeira e foi fazer o que foi pedido.
Sakura trocou de roupa o mais rápido possível e saiu rapidamente para a sala de cirurgia, colocaram a roupa especial, luvas de borracha e todos os apetrechos necessários. Entrou e viu o homem já no oxigênio, muito sangue e todos os enfermeiros esperando o seu sinal.
— Vamos começar.
Depois de 2 hora e 45 minutos, Sakura conseguiu respirar aliviada, conseguiu salvar o paciente, porém, foi chamada novamente para a sala de cirurgia quando outro homem chegou baleado; pelo que disseram a ela, ele também estava no mesmo acontecimento que o primeiro. Quando ela finalmente sentou em sua cadeira já se passavam de 14 horas da tarde; duas cirurgias complicadas no mesmo dia, três pessoas feridas gravemente e uma com escoriações leves. Realmente, cidade de interior quando acontece merda é tudo de uma vez, pensou Sakura.
Jogou a cabeça para trás respirando fundo e ouviu seu estômago reclamar, nem lembrava que precisava comer. Quando estava arrumando suas coisas para ir almoçar, ouviu batidas em sua porta e ela permitiu a entrada.
— Doutora Haruno, desculpa incomodar, mas o paciente que você fez a cirurgia de retirada de projétil quer muito falar com você.
— Sem problemas, Emi, em que quarto ele está?
— No 101.
— Obrigada, eu já estou indo. — Sakura sorriu, colocou o jaleco novamente e o estetoscópio no pescoço. Levantou e deixou sua sala em direção ao quarto do paciente, bateu devagar, mesmo a porta estando aberta. — Olá, como se sente?
— Você é a doutora Haruno? — perguntou ele surpreso.
— Sim, esperava um homem velho e barbudo? — Ela riu se aproximando da cama.
— Não, só achei a senhorita… jovem — disse sem graça.
— Obrigada.
— Eu que devo agradecer, salvou minha vida.
— É o meu trabalho, não me agradeça. — A médica sorriu solícita. — Minha recompensa é saber que você está bem.
— Obrigado de qualquer forma.
— Caso precise de algo é só chamar… — Ela esperava um complemento, afinal, não teve tempo de olhar a ficha dele.
— Itachi. — Ela sorriu e deixou o quarto.
[…]
Sakura chegou em casa, tomou um longo banho de banheira, vestiu seu pijama favorito de cerejas e agradeceu aos céus por estar em casa, o dia tinha sido cansativo. Chegou na cozinha e pegou um vinho, serviu em uma taça e assim que estava levando à boca para se deliciar com o líquido rosé, ouviu batidas na porta.
— Merda! — Bufou em reclamação, caminhou de forma preguiçosa e girou a maçaneta recebendo um abraço duplo. — Tá virando hábito me abraçarem no arco da porta?
— Saky, você é… nem sei o que dizer. — Naruto deu um selinho demorado na amiga e logo foi a vez de Sasuke.
— O que eu fiz para receber tudo isso? — Ela fechou a porta assim que os dois passaram por ela. — Não estou reclamando, adoraria essa recepção calorosa todos os dias. — Ela riu e Sasuke a encarou com as sobrancelhas unidas.
— Não foi você que falou com o Gaara?
— Ah, céus! — Ela bateu a palma na própria testa. — Sim, falei! Desculpem meninos, hoje o dia foi cheio. — Sakura voltou à bancada para pegar a taça. — Aceitam? — Os dois se entreolharam e assentiram, ela serviu mais duas taças e eles as pegaram. — O que achou da minha ideia, Uchiha?
— Você é brilhante! Até eu tinha esquecido que sou formado. — Ele começou a rir e então brindaram.
— Só você, Sas.
— Sério, Saky, obrigado. Eu não saberia viver sem esse cabeça oca. — Uchiha olhou para Uzumaki que ficou surpreso pela declaração. — Não me olhe assim, você sabe disso.
— Saber e ouvir você dizer são coisas diferentes. — O loiro sorriu largo e deu um beijo em Sasuke.
— Vão para o quarto de vocês, por favor.
— Você vem junto? — brincou Naruto e fez cosquinha em Haruno, que começou a rir descontroladamente.
— Para, Naru! — Ele parou e deu um beijo na bochecha dela. — Não vou deixar ninguém privar vocês de serem felizes. Eu gosto de ver esses sorrisos. — Aquela noite com certeza ficaria na lembrança como algo especial. — Vamos brindar!
[…]
30 de Janeiro
Sakura desceu do Uber e viu Gaara na varanda em frente ao bar dos Hyuuga’s e já subiu os três degraus com um sorriso no rosto. Ele não a viu já que estava encostado no gradil de costas para a rua, então ela caminhou até ele e pegou o cigarro de seus dedos, depois de ter lhe deixado um selo nos lábios, é claro. O ruivo cruzou os braços e apenas admirou a mulher que estava exuberante em um vestido tubinho vermelho colado em seu corpo.
— Tá gostando da visão, ruivo?
— Demais.
Ela se aproximou dele, encostou seus seios no peitoral do homem, que mesmo por cima da camiseta, ela sabia que ele sentiria que ela estava sem sutiã. Levou os lábios até a orelha de Sabaku e disse:
— É ainda melhor quando estou pelada. — Gaara chegou a engolir em seco pensando na visão.
— Vocês chegaram! — A voz de Ino se fez presente e Sakura se afastou de Gaara. — Achei que seria a primeira a chegar dessa vez. — A loira fez bico e cumprimentou os dois amigos.
— Vamos entrar? — Sakura apagou o cigarro e piscou para o ruivo que ainda sentia seu corpo anestesiado, ele sempre ficava surpreso com a falta de pudor da Haruno.
Os três entraram no bar e pegaram uma mesa que logo ficou cheia com todos ali presentes. Bebidas, conversas, fofocas e promessas de novas festas em breve na mansão dos Sabaku, o que deixou todo mundo animado. Era sempre assim a quarta-feira, era o dia do happy hour deles, era sagrado, nada tiraria aquele momento de amizade, companheirismo e apoio que eles criaram. O bar já estava vazio, Neji e Hinata dispensaram seus empregados e ficaram todos ali curtindo o resto da noite.
— Claro que não quis jogar sinuca hoje, Naruto e Sakura sempre ganham — reclamou Sasuke.
— Quer jogar outra coisa? Temos cartas — perguntou Hinata.
— Poker? — sugeriu Shikamaru e Temari mirou Sakura com uma expressão tão maliciosa que a Haruno quase ficou com medo do que viria a seguir.
— Que tal… streap poker? — A Sabaku sorriu.
— Céus, Temari, não quero ver minha irmã pelada! — Gaara fez careta.
— Podemos ir só até as lingeries, o que acham? — perguntou Yamanaka.
— Isso será um problema pra mim. —Haruno entortou os lábios.
— Não me diga que está em pelo, Saky! — Todo mundo começou a rir com o comentário de Hinata.
— Desculpa, gente, não sabia que a gente ia jogar streap poker, se soubesse teria me preparado.
— E veio sem calcinha por que, vagabunda? Planejando algo? — Temari soltou e a médica apenas deu de ombros, estava de calcinha, mas a falta do sutiã a deixava em desvantagem.
— Ela tá é com medo de perder — falou Nara em tom de desafio e cruzou os braços.
— Isso foi um desafio, Shika? — Sakura curvou os lábios de maneira travessa.
— Talvez…
— Vamos fazer uma aposta então, o que acha? — Haruno iria aproveitar para matar dois coelhos com uma cajadada só. Temari parecia apreensiva, será que ela ainda duvidava da capacidade da amiga em ser direta?
— Claro, por que não?
— Se eu perder eu não jogo mais sinuca em dupla com o Naruto.
— Ei! Isso não é justo! — gritou loiro em protesto.
— Xiiu… — Sasuke colocou a mão na cara de Uzumaki. — Começou a ficar interessante.
— E se eu perder? — perguntou Nara desconfiado.
— Você vai pra cama comigo. — Parecia que todo mundo tinha prendido a respiração, Shikamaru parecia relutante e esperavam ansiosos pela resposta do moreno.
— Sério, Nara? — Neji encarou o amigo irritado, estava incrédulo que ele ainda estava cogitando possibilidades.
Mais de 1 hora e meia depois, Shikamaru estava apenas de cueca e Sakura sorria satisfeita com o último royal flush que ela exibia em mãos.
— Até pediria pra você tirar, mas prefiro que faça isso na minha casa. — Sakura levantou e pegou o celular para chamar um uber.
— Como? — disse Sasuke indignado. — Como você é boa em todos os jogos?
— Não em todos, apenas sinuca, poker, blackjack, roleta… Acho que só… — Todos olhavam incrédulos para ela. — Meu pai tem um cassino em Vegas.
— Como que não sabíamos disso? — perguntou Temari.
— Eu sabia… — Yamanaka se pronunciou rindo.
— E mesmo assim deixou eu apostar com ela?
— Como assim? — perguntou Shikamaru enquanto vestia suas roupas.
— Ela duvidou que eu levaria você pra cama — disse Haruno simples.
— Não é possível, quantos anos vocês tem? — Neji fez uma pergunta retórica revirando os olhos.
— Falei pra ela que parecia a 5ª série. — Sakura olhou o celular. — O uber chegou, Shika.
Despediram-se de todos e os dois deixaram o bar juntos, o silêncio no carro era quase ensurdecedor. Desceram em frente ao prédio de Sakura e entraram no elevador, antes que ele pudesse chegar no quinto andar, a médica sentiu-se culpada, não queria que seus amigos achassem que ela estava brincando com eles ou algo parecido. Ela realmente não se importava, mas não tinha certeza se eles também sentiam o mesmo, não era porque eles eram homens que não tinham sentimentos e iriam para a cama de qualquer forma só por ela ser bonita.
— Shika, não precisa fazer isso. — Ele não respondeu, apenas respirou fundo. — É sério. — Saíram do elevador e ela colocou a chave na fechadura, quando a porta abriu, ela caminhou até o abajur da sala e acendeu a luz amarela. — Olha, não quero que pense que estou brincando com você.
— Sakura, sempre quis te foder, mas não sou o tipo de cara que fica em cima pra provar algo pra mulher ou para as pessoas ao redor. Caso fosse acontecer, iria acontecer e estamos aqui, não estamos? — Haruno ficou surpresa com o que Nara disse e logo em seguida com o que ele fez.
Sentiu seu pescoço sendo agarrado e no instante seguinte, estava tão próxima de Shikamaru que podia sentir o coração dele batendo forte no peito.
— Agora me mostra o quanto estava com vontade de trepar comigo. — A mão dele foi direto entre as coxas dela e foi subindo devagar, Sakura fechou os olhos e sua respiração ficou difícil. — Já está molhada desse jeito? — Os dedos tiraram o tecido do meio do caminho e passou entre os lábios melados da médica.
— Shika… — Um gemido escapou dela e ele não se segurou, tomou a boca dela com vontade, as línguas se conheciam de maneira apressada. O calor subia cada vez mais pelos corpos, a mão de Nara deixou o pescoço feminino e agarrou a cintura, enquanto seus dedos ainda trabalhavam no clitóris de Sakura. Os beijos desceram para o pescoço e logo viraram mordidas, enquanto dois dedos dele já a estocavam e os gemidos se intensificavam.
— Eu quero rasgar esse vestido, Saky… — sussurrou ele no ouvido dela e Haruno pôde jurar que seu clitóris tinha pulsado.
— Rasga, rasga o que você quiser… — disse completamente entregue à luxúria.
Ele trouxe os dedos que estavam dentro de sua boceta até a boca dela, que os chupou olhando diretamente os olhos castanhos de Nara. Ele puxou o vestido com força, rasgando as alças e tirando o restante do tecido pelas pernas dela. Pegou-a pelas coxas e a colocou em seu colo, fez questão de chupar os seios até deitá-la no tapete da sala, mordeu os mamilos rosados enquanto Sakura agarrava seus cabelos longos e os puxava com fervor. A língua dele desceu pela barriga e antes de se enfiar entre as pernas dela, arrancou a calcinha a jogando em qualquer canto.
A boca de Shikamaru fazia maravilhas, fosse em sua própria boca, nos seus seios ou em sua intimidade, Sakura pensou. Sentiu uns arrepios na coluna, as pernas formigando e seu corpo agindo por conta própria; ela estava bem perto. Sua coluna arqueou e com isso, um grito sonoro deixou sua garganta, um orgasmo intenso tinha atingido seu corpo inteiro, dos pés à cabeça ela sentia seus músculos contraindo de maneira involuntária. Ela tentou inverter as posições, porém, Shikamaru a impediu.
— Quem manda hoje sou eu, doutora. — Ele puxou as duas mãos de Sakura para cima da cabeça dela, arrastou o nariz no pescoço, subindo pela bochecha, até a orelha e então fez o caminho de volta, distribuiu beijos e mordidas pelo pescoço, ombro, colo, seios e barriga. — Fica de quatro pra mim, vai. — Sakura levantou e se apoiou no sofá, Shikamaru passou a língua pelos lábios e acariciou a bunda dela antes de desferir um tapa com precisão. — Que bela bunda, Sakura.
— Gostou, Shika?
— Gosto ainda mais quando abre a boca para gemer. — Ele desenrolou a camisinha em seu pau, puxou o cabelo comprido de Haruno e enrolou no pulso para puxá-la até encontrar seu corpo. — Agora, geme meu nome, vai amor. — Colocou ela em posição novamente e se enterrou fundo nela.
— Ah, Shika…maru!
— Isso, grita mais, Saky. — Sakura estava delirando de tanto prazer, jamais imaginou que Shikamaru fosse tão dominador na cama, e céus, como ela estava gostando daquilo. — Já parou pra pensar que eu queria perder?
— Você… ah… fez de propósito, hmm… Shika, mais forte! — Ele impulsionou seu quadril com mais agressividade e apertou o laço que tinha dado nos cabelos rosas.
— Ah, Sakura, você realmente subestimou minha inteligência.
— Muito pelo contrário, Nara, eu estava… contando… com ela. — Ele largou o cabelo dela, segurou com as duas mãos o quadril farto da mulher e começou a bombar mais rápido, então sentiu ser apertado pelas paredes dela. — ‘Hm… eu vou gozar, Saky…
— Eu… ah! — Sakura caiu no sofá tendo espasmos e Nara por cima dela. Os dois respiravam ofegantes, o coração batia rápido com tamanho esforço físico. — De novo, Shika.
— 10 minutos, Sakura, tudo que peço… — falou de maneira arrastada, tentando controlar a respiração.
[…]
31 de Janeiro
Sua sala foi invadida pela loira e ela apenas suspirou massageando as têmporas. Ino era sempre escandalosa, quando queria saber de uma fofoca então, era três vezes mais, e a cabeça de Sakura estava latejando. Resultado de muitos drinks e uma madrugada de sexo selvagem que lhe deixou marcas, que definitivamente iriam ficar roxas. Shikamaru era um dominador nato em cima de uma cama, no chão e ah, sem esquecer da bancada da cozinha também. Haruno riu com as lembranças que passavam por sua cabeça.
— Não podia estar mais feliz, né, vagabunda? Trepou até o clitóris cair.
— Não seja exagerada.
— Que horas foi dormir? — Sakura ficou em silêncio. — Está virada, Saky?!
— Não grita, dor de cabeça. — Sakura apontou para a própria cabeça e bebeu um gole de água, então ouviu batidas na porta. — Céus, hoje todo mundo resolveu vir me fazer uma visitinha? — falou baixo, mais para si do que para a amiga sentada à sua frente. — Entra.
— Doutora Haruno, está disponível? — Sakura respirou fundo.
— Sim, estou. A Doutora Yamanaka já estava de saída. — Ino levantou, cumprimentou Hatake e saiu.
— Preciso que venha até minha sala, o novo médico chegou.
— Ah, sim, claro. — Haruno pegou seu jaleco e vestiu, acompanhando Hatake até sua sala.
Entraram na sala ao lado e Sakura viu o homem sentado de costas, Kakashi caminhou e sentou em sua cadeira antes de falar:
— Doutora Haruno, esse é o doutor Uchiha. — Sakura arregalou os olhos e ficou estática, na pasta que Kakashi tinha dado para ela não era esse o sobrenome que constava e se ele é um Uchiha, ele é…
— Obito Uchiha, prazer, doutora Haruno.
O homem estava em pé à sua frente lhe estendendo a mão e ela só tinha uma coisa a fazer: curvar os lábios e cumprimentá-lo dando as boas-vindas, ou seria bem-vindo de volta?
Capítulo 5 – Aquele dia da insônia
06 de Fevereiro
Mais uma semana tinha se passado, Sakura estava atarefada no hospital, além dos relatórios semanais dos enfermeiros, tinha pacientes que receberiam alta e os recém-formados que entrariam para iniciar a residência. Estava tão sem tempo que não tinha conseguido nem ver seus vizinhos, estava curiosa para saber como Sasuke estava indo com Gaara, e, como se eles a tivessem ouvido, recebeu uma mensagem de Naruto perguntando por ela, então tratou de marcar algo com eles.
Pizza na minha casa hoje?
Naruto: sabe que não recuso comida.
Sakura chegou em casa, tomou um banho ouvindo música, por mais que tivesse feito mais plantões do que podia contar, seu corpo estava elétrico, resultado da privação de sono. Vestiu uma calça de flanela xadrez e uma blusinha de alças, eram apenas seus melhores amigos e tudo bem não se arrumar para vê-los, essa era a melhor parte. Três batidas na porta e quando foi aberta, recebeu quatro braços a rodeando.
— Estávamos com saudades, Saky! — Naruto praticamente ralhou com ela. — Nem foi para o nosso
happy hour essa semana. Sentimos sua falta. — O loiro fez bico.
— Eu achei ótimo, consegui pelo menos ganhar na sinuca. — Levou um soco leve do namorado. — Ai, Naruto! — Sakura começou a rir da infantilidade dos dois. — Senti sua falta, irritante. — Sasuke deu um beijo na bochecha da médica fazendo-a sorrir.
— Uma pizza quatro queijos e uma marguerita para o Sas, certo? — Fechou a porta e pegou o celular do bolso para pedir pelo aplicativo.
— Sim! — falou Uzumaki, animado, jogando-se no sofá ao lado de Uchiha.
Sakura fez o pedido e se juntou a eles no móvel confortável, começaram a contar as novidades e uma delas era que Sasuke tinha conseguido o emprego com Sabaku. A médica ficou mais do que feliz com aquela notícia, a relação deles estava a salvo e nem o chefe de polícia poderia se intrometer. As pizzas chegaram, comeram assistindo qualquer coisa na TV, mas estavam mesmo conversando, o som do programa aleatório só servia de som ambiente.
— Eu esqueci de falar! — exclamou Sakura.
— Deu pra quem dessa vez?
— Sas, você sabe, se soubesse mais do que isso teria que estar aqui pra assistir — brincou ela e viu a careta na cara de Uchiha se formar.
— Não gosta de voyeurismo, apenas com seu namorado. Anotado — disse Sakura e Naruto gargalhou fazendo o moreno estirar o dedo do meio.
— Ei, espera aí. — O loiro parou de rir. — Nunca transamos na sua casa. — Ele fez bico.
— Não seja por isso… — Haruno se insinuou para Naruto, se aproximando.
— Muito cheio pra isso, mas vou cobrar — falou, enquanto levava o quarto pedaço de pizza à boca.
— Os dois, foco — Sasuke chamou atenção estalando os dedos.
— Tem um Uchiha trabalhando no hospital. — Viu o amigo arregalar os olhos.
— Um Uchiha? Só pode ser…
— Seu primo, Obito — completou Naruto. — Ele voltou!
— Isso não vai dar bom.
Sasuke explicou que Obito tinha fugido da família para se casar com um homem, foi para a capital e nunca mais voltou, até aquele momento. A família deserdou Obito pelo simples fato de, segundo eles, “amar errado”. Parecia que o preconceito da família Uchiha vinha de outras gerações. Sakura achou que ele poderia ajudar e disse para o amigo tentar conversar com seu primo, afinal, ele passou por algo parecido, em escala maior, claro. E ela tinha finalmente sanado a confusão do sobrenome, agora que o amigo tinha falado sobre ele ter se casado, isso explicaria o sobrenome diferente na ficha que o doutor Hatake deu a ela.
O casal deixou a casa de Sakura quase 1 da manhã, falando que estavam morrendo de sono, porém, ela continuava elétrica, resultado de muitos plantões em uma semana só, o corpo ficava tão acostumado com a privação de sono que ele não entendia que chegara a hora de dormir e se recuperar. Depois de rodar os canais da televisão, beber uma taça de vinho em busca de lhe dar sono, o que acabou fazendo o efeito contrário, pegou o celular e começou a ver o
feed do
Instagram. Coisa que ela odiava, no entanto, já tinha tentado de tudo e depois de mais de 1 hora ela não aguentava mais não conseguir pregar os olhos.
Gaara: acordada a essa hora?
Uma DM apareceu em sua barra de notificações e ela sorriu.
Estou com insônia 🙁
Gaara: banho quente?
Até vinho eu já tentei.
Gaara: Alguém não vai trabalhar amanhã, hahaha
E você está acordado por quê?
Gaara: Tentando escrever, mas acabei perdendo o foco.
Perdeu o foco no meu instagram?
Gaara: Você inteira me tira o foco, moranguinho.
Sakura riu com aquilo, um orgasmo talvez fosse o que precisava para adormecer em sono profundo, porém, não queria apenas
nudes. Será que tinha chegado o momento de provar Sabaku? Ela respirou fundo, fechou os olhos e umedeceu os lábios pensando no ruivo, ele tinha um poder sobre ela que chegava a ser assustador, já se sentia excitada o suficiente para pegar a moto às 2:46 da manhã e ir até o prédio dele.
Chego em 10 minutos.
Colocou uma
lingerie, vestiu uma calça jeans e a jaqueta de couro fechada por cima, colocou os coturnos, pegou a bolsa e a chave, e partiu em direção ao prédio do ruivo. Estacionou já sentindo seu corpo pedindo por ele. Céus, conseguia ter uma imaginação fértil demais. Mordeu o lábio olhando para o prédio durante alguns minutos e então respirou fundo e entrou. Sentia seu corpo esquentando enquanto subia o elevador. Chegou ao apartamento e encontrou tudo a meia luz, uma garrafa de vinho na mesa de centro, quando chegou próximo, viu a marca de uma taça que deveria estar ali e uma limpa, serviu-se e foi até a varanda. Viu o ruivo de costas, usava apenas uma calça de moletom, pés descalços, um cigarro aceso entre os dedos e a taça com o líquido bordô na outra mão.
— Chegou mesmo em dez minutos. — Ele virou, sorrindo, estendendo o braço com o cigarro que Sakura pegou de bom grado, dando um trago em seguida. — Vi quando chegou, ficou parada em frente ao prédio, estava em dúvida se subiria?
— Nunca tenho dúvidas quando se trata de você, ruivo. — Ela deu um gole no vinho e curvou o canto da boca de maneira libidinosa, aproximou-se dele devagar e encostou seus lábios nos dele, as línguas se aproveitavam apreciando o gosto misturado dos dois, do vinho, de hortelã;
uma bela mistura.
Gaara soltou a taça na mesa que havia ali e segurou a cintura dela com uma mão e a nuca com a outra, subiu os dedos até o cabelo preso em um coque, tão frouxo que se desfez quando ele puxou alguns fios.
— Só não queria acabar com a nossa brincadeira tão cedo… — falou entre suspiros e os lábios do ruivo enrolados nos seus.
— Ela está só começando — sussurrou ele no ouvido dela e a pegou pelas pernas, fazendo-a se encaixar em sua cintura.
Sakura virou o restante do vinho em sua taça e também a largou na mesa, segurou a nuca do homem e o beijou com voracidade enquanto ele caminhava até o quarto, onde tinha um LED roxo aceso deixando tudo muito sensual, ele realmente tinha se preparado.
Ela desceu de seu colo e o empurrou na cama, fazendo com que ele ficasse apoiado em seus cotovelos admirando-a, arrancou os coturnos e os jogou em um canto, foi tirando a jaqueta de maneira lenta e estava adorando as expressões de tesão e desejo por si de Sabaku. Quando finalmente se livrou da peça, começou a tirar a calça jeans revelando o
body cavado de cor preta, todo rendado e com transparência em lugares estratégicos.
— Cacete, Sakura… — Ouviu a voz mais grossa pelo tesão e um arrepio correu pela sua espinha, sorriu começando a caminhar até ele, subiu na cama engatinhando em direção ao ruivo e atacou os lábios dele novamente enquanto arranhava seu abdômen.
— Me privei demais de provar você, Gaara… — falou a médica e começou a descer, beijou o pescoço, o peitoral, passou a língua devagar nos pequenos gomos que tinha na barriga raspando os dentes de leve, e, finalmente, chegou na calça, que fez questão de arrancar junto com a cueca de uma só vez. Sentiu sua boca salivar por aquele pau à sua frente, estava duro, brilhante do pré-gozo, não segurou mais nenhum segundo, abocanhou com gosto e vontade, enfiou até quase senti-lo em sua garganta;
delicioso.
— Puta que… pariu! Sakura! — O ruivo estava indo à loucura com tamanho empenho e maestria com que ela fazia aquilo.
A língua de Sakura parecia conhecer todos os seus pontos erógenos, sentia seu corpo quente como o inferno, arrepios lhe subiam pela pélvis, estômago, até deixar sua boca seca. Ele levantou, ficando sentado na cama, e a puxou pela cintura, fazendo-a sentar em seu colo, beijou a boca com os lábios avermelhados devido ao sexo oral. Haruno rebolava em sua ereção e arranhava suas costas, soltava gemidos baixos quando deixava sua boca para jogar a cabeça para trás aproveitando os toques de Gaara pelo seu corpo. Ele a pegou pela cintura e virou, colocando-a deitada no colchão.
— Eu estava aproveitando…
— Quero adorar a Deusa agora. — Ele sorriu travesso e a mulher mordeu o lábio em expectativa.
Sakura puxou o zíper na lateral do
body e o tirou até a cintura, libertando os seios, que capturaram o olhar de Gaara no mesmo instante, suas mãos foram quase automáticas para os mamilos rijos, sentiu a textura macia deles e quis experimentar com a língua. Chupou o bico duro e mordeu de leve fazendo Sakura gemer e agarrar os fios ruivos, a língua dele deslizou do seu seio, passou pelo colo, pescoço e encontrou a dela iniciando um beijo voraz.
Gaara voltou a descer pelo corpo feminino, massageou o seio direito com sua mão enquanto descia beijos pela barriga lisa. Suas mãos foram até o
body enrolado no quadril e o tirou até cruzar os calcanhares. Agarrou o quadril e mordeu o interior das coxas, causando a inquietação da médica, ele estava adorando ter os gemidos melódicos de Haruno como música ambiente para si. Seu ego envaideceu quando viu a boceta dela brilhando de excitação e ele não pensou duas vezes, passou a língua por toda a extensão, de sua fenda até o botão inchado.
— Ah, Gaa… — gemeu seu nome o deixando ainda mais excitado, fez movimentos circulares e logo a penetrou com dois dedos, ouvindo um gemido ainda mais longo, continuou a estocando enquanto se deliciava com o gosto doce dela na ponta de sua língua. — Mais… mais…
— Me diz o que quer, Sakura.
— Me bate. — Gaara arregalou os olhos.
— O quê? — Levantou a cabeça para encará-la e ver se não entendeu errado, mas viu seus olhos fechados, a mão em um dos seios e os dentes maltratando o lábio inferior. Ele desferiu um tapa fraco no quadril dela para ver a reação.
— Mais forte, Gaara! — falou como se estivesse ordenando e ele acatou o desejo dela, o encontro entre sua palma e o quadril dela estalou alto. — ‘Hm… isso. — Ele voltou a chupá-la e apertou com força suas coxas, sentiu as paredes dela apertarem seus dedos e viu a coluna arquear, os gemidos mais agudos denunciavam o ápice chegando. Desferiu outro tapa mais forte e ela gritou ao se desfazer em um orgasmo, que ele tratou de sorver cada gota do seu prazer.
— Não sabia que gostava de apanhar, moranguinho. — Gaara sorriu indecente e os olhos esmeralda o miraram nublados pelo tesão. — Fica de quatro pra mim, vai. — Ela virou e se empinou em direção a ele, Gaara se ajoelhou e pegou o preservativo desenrolando em seu pênis em seguida, passou pela entrada molhada de Sakura apenas para provocar, viu ela rebolando como se pedisse para que fosse logo. — Está querendo algo? — perguntou o ruivo e deu um tapa forte na nádega direita, ouviu um gemido encorpado e viu a pele criar um tom de rosa na mesma hora.
— Me come logo, Gaara! — Ele sorriu presunçoso e começou a se enfiar nela devagar, querendo torturá-la por mais tempo, mas também estava torturando a si mesmo, sentia cada músculo de seu corpo querendo meter com força, porém, ouvir ela gemendo e movendo o quadril para ter mais contato era prazeroso demais. — Para de me torturar…
— É prazeroso ouvir seus gemidos pedindo mais. — Gaara terminou a frase e se enfiou nela com tanta força que o corpo da médica quase caiu no colchão, sorte que suas mãos estavam bem firmes. Ele rosnou em prazer ao preenchê-la, tão apertada e deliciosa, chegava a pensar que existia sim um encaixe perfeito.
— Ah… Isso! — Outro tapa forte em sua bunda a fez gritar, agarrou os lençóis tentando sanar seu prazer, iria ao segundo orgasmo rápido demais se ele continuasse assim. — Gaara, deita, quero sentar em você.
Inverteram as posições, ele deitou na cama e Sakura subiu em cima dele, colocou um joelho de cada lado de seu quadril e sentou revirando os olhos a cada centímetro que o pau de Sabaku entrava em si. Ela começou a rebolar e subir e descer levando Gaara a loucura mais uma vez, ele gemia rouco com os movimentos dela, apertava a carne de suas coxas entre seus dedos em busca de extravasar tamanho prazer. Ele pensava em como ela sabia todos os seus pontos fracos, o que essa mulher tinha? Subiu as mãos até a bunda dela e apertou com força, roubando um gemido esganiçado de Haruno, ele levou o olhar até ela, admirando a cena à sua frente, o suor escorria pelo pescoço, passava pelo vale dos seios e descia até o umbigo, que possuía um
piercing discreto, alguns fios rosas grudavam em seu rosto, a boca entreaberta em busca de ar tornava tudo mais sexual, além dos seios médios, balançando, como a cereja do bolo.
— Você deve ser ainda mais linda tendo um orgasmo. — Ele levou a mão até o pescoço dela e a puxou para si com certa agressividade, as línguas disputavam espaço enquanto a movimentação frenética de suas pélvis não parava. Ele sentiu as paredes dela o mastigando, chegou a apertar o pescoço dela um pouco mais forte e sentiu a vibração do gemido dela em seus dedos. Gaara a largou e ela voltou a cavalgar com mais afinco, apoiada no peito dele, gemendo sem parar. — Goza pra mim, Sakura. — Ela sentiu o pau dele latejar entre suas paredes e essa foi a deixa para ela ir mais rápido, os corpos esquentaram de maneira intensa e se derramaram em um ápice compartilhado. Sakura se jogou no colchão ao lado do ruivo respirando ofegante, seu corpo pedia clemência depois de tanto esforço, mas sua boceta queria mais.
Olhou para o relógio constatando ser 3:54.
— É, eu realmente não vou trabalhar amanhã — disse e voltou seu olhar ao ruivo sorrindo sapeca. — Próxima?
[…]
Se tinha uma coisa que Sakura não fazia, era acordar com seus casos, como ela gostava de chamar, muito menos em suas casas. Tinha aberto uma exceção a Sabaku, claro que também tinha seus vizinhos; dormiu com Sasuke e Naruto, mas a logística entre os três funcionava de maneira natural, eles tinham se tornado melhores amigos, dormiam juntos mesmo sem terem transado e estava tudo bem. Contudo, percebeu que com Gaara seria diferente assim que colocou seus olhos nele há pouco menos de 1 ano, quando se conheceram, o ruivo tinha um certo poder sobre ela que nem saberia explicar colocando em palavras. Gostava de manter a distância justamente pelo medo do que aconteceria depois e, ah, o depois tinha chegado.
— Bom dia, moranguinho. — Ele beijou sua nuca enquanto envolvia sua cintura com o braço. Acordar nua na cama de alguém sempre foi evitado, mas nunca negou a possibilidade de isso acontecer um dia, Sakura gostava da sua liberdade, da sua vida de solteira, mas nunca manteve a cabeça fechada a ponto de ser impossível.
— Bom dia, Gaa. — Ela virou para ele e selou os lábios. — Preciso ir.
— Não disse que não iria trabalhar?
— Apenas pela manhã. — Olhou o relógio e notou ser 12:32. — Ainda dá tempo de pegar o turno da tarde, preciso ver alguns pacientes. O lado bom de ser a chefe do setor é que posso não ir pela manhã depois de 4 dias fazendo plantões. — Sakura sorriu e levantou sem se importar com a nudez. Caminhou pelo quarto sentindo os olhos do ruivo queimar em seu corpo, pegou o
body e a calça jeans no chão. — Por mais que eu gostaria muito de ao menos uma rapidinha, estou exausta. — Ela olhou para ele antes de entrar no banheiro e piscou o olho direito dizendo: — Fica para outro dia. — Fechou a porta e tomou um banho rápido, viu as marcas em seu corpo no reflexo do espelho e sorriu lembrando da madrugada intensa, deixou o pequeno espaço já vestida. — Me empresta uma camiseta branca?
— É claro, tem várias no meu closet, pode ficar à vontade.
Pegou uma camiseta básica, deu um nó na lateral e voltou para o quarto, sentou na cama e calçou os coturnos. Levantou e colocou a jaqueta por cima dos ombros, ajoelhou-se na cama apenas para dar um selinho no ruivo, que já estava sentado encostado na cabeceira assistindo a movimentação da mulher.
— Até sábado.
— Só vou te ver sábado?
— Sim, é a festa na mansão dos Sabakus, conhece? — Ela riu fazendo pouco caso enquanto pegava o resto de suas coisas.
— Sabe que não? Quem são esses riquinhos metidos a besta? — Sakura continuou rindo e ele levantou, indo até ela. — Me diz que eu vou te ver antes. — Beijou o pescoço dela fazendo com que Haruno fechasse os olhos, aproveitando o contato dos lábios dele com sua pele.
— Você me deixa sem condições de responder negativamente dessa forma, ruivo. Ainda mais pelado… — Ela desceu os olhos até as coxas torneadas e quis desistir de sair daquele apartamento pelo resto do dia. — Vou pensar. — Empurrou ele pelo peito e acenou com a mão sem olhar para trás, deixando o quarto antes que decidisse ficar. — Céus, o que eu tô fazendo… — murmurou para si mesma enquanto colocava o capacete e ia em direção ao hospital, teria um longo dia pela frente.
Capítulo 6 – Aquele dia da mesa de jantar
11 de Fevereiro
As pernas enroladas na cintura de Gaara enquanto Sakura estava sentada no balcão da cozinha da mansão dos Sabaku chamava atenção, afinal, Haruno nunca se enrolava em ninguém em festas, mas aquela já tinha começado de forma diferente. Os dois riam e bebiam juntos enquanto conversavam o quanto queriam sair dali para foder em qualquer cômodo da casa. A médica tinha viciado no sexo com o ruivo, era verdade, desde a primeira vez ficou pensando no quanto os dois estavam além de uma boa foda, era quase um encaixe perfeito, e se dependesse de Gaara, eles dois se encaixariam várias vezes.
— Oi, irmãozinho, vejo que está se divertindo… — Gaara virou o rosto e deu de cara com seu irmão.
— Kankuro… — falou com desdém. — Quando chegou?
— Hoje pela manhã, papai me deu uns dias de folga e resolvi visitar meus irmãos. — Ele sorriu daquela forma arrogante que sempre fazia e logo olhou para a médica, que estava sentada no balcão. — E você é nova por aqui.
— Sakura, prazer. — Ela sorriu e recebeu a mão possessiva do ruivo em sua cintura, como se quisesse lhe proteger de algo que ela não podia ver.
— O prazer é todo meu, senhorita. Me chamo Kankuro, sou o irmão do meio. — Ele piscou para ela e virou-se de lado para pegar uma cerveja na geladeira. — A gente se vê por aí, Sakura. — O moreno saiu de perto deles, sumindo entre as pessoas.
— O que foi isso?
— Ele é problema, Sakura — alertou Gaara, mas tudo que passou pela cabeça dela foi:
eu adoro um problema. Em algum momento da festa, Sakura estava no meio das pessoas dançando com Sasuke e Naruto, daquela forma sensual que fazia todo mundo olhar e admirar o quanto eles eram sexys, principalmente juntos. Kankuro ficou admirando a beleza da médica, bebia sua cerveja e a olhava como se fosse o seu mais novo objetivo. Entretanto, Sakura sorriu olhando para alguém bem específico e começou a caminhar em direção a Gaara, mas o moreno surgiu em sua frente.
— Posso dançar com você?
— Agora estou cansada, quem sabe mais tarde. — Sakura piscou o olho, deu dois passos para continuar seu caminho, mas seu pulso foi segurado. — Não é assim que vai conseguir o que quer, Sabaku.
— Chama meu irmãozinho assim também? — falou, próximo ao ouvido dela com sua voz encorpada e cheia de segundas intenções.
Ela virou, rindo debochada, e disse:
— Não, só quando eu peço pra ele me bater na cama. — Kankuro soltou o braço dela e ficou perplexo com as palavras que ela falou com tanta naturalidade. —
Bye, bye. — Sakura saiu rindo, viu a expressão de irritação de Gaara e os olhos dele pesados, de cenho franzido olhando por cima de seu ombro, diretamente para Kankuro, ao chegar próximo a ele, pegou em sua mão e saiu o arrastando entre as pessoas. Passaram pelo jardim se agarrando como dois adolescentes saindo escondidos, ela encostou no carro dele e o puxou, encaixando suas pernas. — Vamos melhorar esse humor, ruivo?
— Depende do que meu irmão falou para você.
— Esquece isso, Gaa, me leva pro seu apartamento. — Beijou os lábios desenhados e entrou no carro, sendo seguida pelo rapaz, que fez a volta e entrou do lado do motorista.
— Sua moto?
— Deixei em casa, só vamos, ruivo, quero lamber esse corpo inteiro — disse ela deslizando a mão pelo peitoral e abdômen de Gaara, que ligou o carro a mirando com desejo e tomou o rumo de casa.
Entraram no apartamento aos beijos, as peças de roupa foram deixando um rastro por onde passavam. Sakura o jogou na cama e lambeu o lábio superior, tirou o sutiã e permaneceu de calcinha.
— Vamos deixar a brincadeira justa — falou, se referindo a ele estar apenas de cueca.
Sorriu maliciosa e caminhou até ele, apoiou-se nas mãos para lamber a bochecha dele, desceu para o pescoço, peitoral, fez questão de molhar com sua saliva cada gominho existente naquela barriga, que era um atentado a insanidade de qualquer um, até chegar na linha da cueca, com aquele caminho de músculos que a levaria à perdição. Arrancou a cueca boxer e mordeu o lábio antes de chupar a cabeça rosada de Sabaku.
— Céus, Sakura… — rosnou Gaara, sentiu os lábios carnudos deslizando pela extensão do seu pau de maneira experiente. A saliva molhava cada vez mais a sua pele, a mão de Sakura o masturbava com maestria, fechou os olhos para aproveitar apenas a sensação de ter a língua macia circulando sua ereção. O calor estava subindo cada vez mais rápido e seu corpo começava a dar sinal do orgasmo. Sua mão desceu e pegou os cabelos de Sakura para guiá-la, fodia a boca dela com estocadas lentas, revirou os olhos quando ela sugou com mais força e cravou as unhas nas coxas torneadas de Sabaku.
— Goza na minha boca, Gaa — pediu, manhosa antes de acelerar a velocidade que engolia o homem e o movimento de vai e vem com sua mão.
— Caralho! — Chegou em seu ápice e como se tudo já não estivesse indecente o suficiente, Sakura colocou a língua para fora e deixou o resto do gozo cair em seus lábios e peitos. — Você vai acabar comigo! — Ele a puxou pelos cabelos para o seu colo e a beijou com veemência. As línguas se deliciavam freneticamente, as mãos corriam pelos corpos em busca de mais contato, mais prazer, mais pele com pele. Gaara chupou e mordeu os seios da médica, fazendo-a delirar de tanto tesão.
— Me chupa, vai…
— Não precisa pedir duas vezes, moranguinho. — O sorriso cafajeste dominava seu rosto, ele a colocou deitada no colchão e sem deixar seus olhos, foi descendo, abocanhou toda a sua boceta ainda por cima do tecido rendado. — Você é uma delícia, já disse isso?
— Pode dizer quantas vezes quiser, não canso de escutar… — falou enquanto esfregava suas coxas na barba rala no rosto de Sabaku e revirava os olhos com as sensações que ele trazia nela. — Agora me lambe como nunca fez antes, ruivo.
Ele agarrou o tecido e o arrebentou, ouvindo o gritinho arrastado que Sakura deu. Sua língua invadiu os lábios molhados, arrastou o músculo quente por toda extensão, viu as costas da médica arquear e ele não hesitou em agarrar o quadril com força, os dedos maltratavam a pele branca sem nenhum pudor.
— Gaa…ra! Eu vou… ah! — gritou, sentindo seu líquido escorrer e logo ser sorvido pela língua ágil de Sabaku. Ela recuperou o fôlego, empurrou Gaara no colchão e subiu em cima dele. — Eu quero algo diferente… Me diz o que está disposto a me dar, ruivo delícia.
— Quer mesmo saber? — Ele ficou sentado e agarrou a cintura de Sakura, beijou os lábios avermelhados e sorriu.
— Agora estou em dúvida. — Ela mordeu o lábio e olhou para cima pensativa. — Deixa que eu falo, me come na mesa de jantar. — Sakura esboçou um sorriso cheio de malícia.
— Você realmente tem as melhores ideias. — Ele levantou com ela engatada em sua cintura, caminhou até a sala e a colocou sentada na grande mesa de quartzo.
— Eu sou a melhor refeição que fará nessa mesa, então aproveite, ruivo. — Sakura chupou o pescoço dele e arranhou o abdômen sarado do homem.
— Você é a melhor pessoa dessa cidade, Saky. — Enterrou-se fundo dentro dela, fazendo os dois gemerem alto. O barulho dos quadris se chocando era cada vez mais frequente, as unhas deixavam marcas nas costas de Gaara, assim como os dígitos dele ficavam marcados no quadril farto de Haruno. Apertou o ombro do homem e tombou a cabeça para trás, estava indo a loucura rápido demais, sentia seu pau indo fundo e tocando lugares que nem ela mesma sabia ser possível. Todo seu corpo parecia vibrar, uma corrente elétrica veio de seu ventre, subiu pela coluna e se instalou na nuca como um arrepio. O ruivo mordeu um de seus seios e ela gritou sentindo suas paredes cada vez mais tensionadas, voltaram a se beijar como se estarem conectados não fosse o suficiente. — Eu… tô perto… — gemeu no ouvido dela.
— Não para, não para… — O gemido alto veio em sequência, assim como o rosnado do ruivo, que se enterrou no pescoço de Sakura tentando controlar a respiração ofegante.
— Quero te foder em todos os cômodos, moranguinho.
— Então temos uma longa noite pela frente…
[…]
23 de Fevereiro
Dias e mais dias de trabalho, Sakura amava sim o que fazia, mas às vezes ficava tão exausta que a única coisa que desejava era a sua cama. Contudo, se ela faltasse no happy hour logo após a festa dos Sabaku, Ino ficaria irritada, pois depois não teria com quem comentar as fofocas no trabalho, já que ela estaria perdida por não ter ido saber em primeira mão. Então, Haruno se concentrava para terminar os relatórios dos pacientes que tinha visto pela manhã para poder ir almoçar, imaginou que teria que ir até o restaurante sozinha, já que Yamanaka não tinha dado sinal de vida a manhã inteira, o que era um tanto esquisito.
Assim que Sakura terminou o que fazia, pegou o elevador para ir até o andar da Psiquiatria atrás de sua amiga, não queria almoçar sozinha; apesar de às vezes querer silêncio e a loira não facilitar, aquele não era um daqueles dias. Entrou no corredor da sala dela e assim que colocou a mão na maçaneta, a porta se abriu, fazendo-a olhar para cima e então entortar a cabeça para o lado e franzir o cenho.
— Shika?
— Oi, Saky — disse de forma surpresa, coçando a nuca.
— O que você tá fazendo aqui? — perguntou ela confusa, e foi aí que Ino apareceu na porta, um tanto quanto esbaforida.
— Amiga, ele veio arrumar meu computador, estava com alguns problemas…
Sakura cruzou os braços e quis rir da cara de pau da amiga.
— Temos uma equipe de TI pra isso, Ino — comentou com a sobrancelha arqueada.
— É, mas… Era meu notebook pessoal, não achei que fosse muito profissional, sabe?
— Hm, sei… — Os olhos verdes desceram pelo corpo de Nara e ela riu, apontando, antes de dizer: — O zíper, Shikamaru. — Os outros dois se entreolharam e ele sorriu sem graça, fechando a braguilha.
— Preciso ir, até de noite. — O homem saiu a passos apressados pelo corredor, e Sakura empurrou a amiga para dentro da sala, fechando a porta em seguida.
— Queria mesmo me enganar, vagabunda?
— Eu ia te contar depois, não queria que ficasse um momento constrangedor…
— Ah, você fez um ótimo trabalho lá fora — falou ironicamente, apontando para a porta se referindo aos minutos anteriores. — Vamos almoçar que estou com fome. — Virou as costas e saiu do consultório, sendo seguida pela amiga.
Chegaram no restaurante e sentaram à mesa de sempre, fizeram seus pedidos ao garçom e começaram a conversar, adoravam fofocar na hora do almoço, longe dos ouvidos atentos do restante da equipe do hospital. Era mesmo um saco estar em uma cidade pequena onde todos se conheciam e pareciam procurar algo para fazer, já que o tédio é presente quase que o tempo inteiro. No entanto, Ino notou dois homens entrando no estabelecimento e ela olhou para Sakura como se pedisse desculpas pelo olhar, fazendo a amiga franzir o cenho.
— Kakashi, Obito — chamou e então a amiga arregalou os olhos —, sentem com a gente.
— Eu vou te matar, Ino… — sussurrou a Haruno.
Os dois se juntaram a elas e Sakura tentou ser a mais simpática que pôde, mas, na verdade, depois de alguns minutos, engatou em uma conversa com Obito e ela estava realmente gostando da companhia. Ino conversava com Kakashi, porém ele parecia um tanto interessado na conversa dos outros dois médicos, e Yamanaka começou a suspeitar de algo.
— Então, Obito, está instalado no hospital e, principalmente, na cidade? — perguntou Ino para Uchiha.
— Ah, sim, foi fácil, já que eu cresci aqui. O hospital é incrível e a chefe Haruno é ótima no nosso setor de cardiologia. — Ele virou para Sakura e sorriu, deixando-a sem graça.
— Obito, você é um profissional incrível, estávamos mesmo precisando de um médico como você. — Ela sorriu, e Ino viu quando Kakashi revirou os olhos, fazendo com que ela risse discretamente.
— Agradeça ao Kakashi, foi ele que me convenceu a voltar pra esse fim de mundo. — Ele apontou para o amigo, fazendo Sakura olhar para ele também.
— Fez uma ótima escolha, doutor Hatake. — Ela curvou os lábios.
Ino já estava prestando atenção na linguagem corporal de Kakashi há um tempo, mas quando ela se referiu a ele pelo sobrenome, aquilo pareceu o atingir e dali em diante foi tudo ladeira a baixo, dava para ver os raios se formando entre os olhos dos dois, era bizarro a raiva que sentiam um pelo outro. Contudo, Yamanaka sabia bem que aquilo não era uma raiva genuína.
— Não tem motivo para me agradecer, doutora Haruno. Eu e Obito fizemos faculdade e residência juntos, eu sei da capacidade do meu melhor amigo — disse Kakashi com um sorriso lateral, como se tentasse provar um ponto.
— Que ótimo que não quis colocar qualquer um apenas pela ligação pessoal, doutor Hatake, é o que se espera de um profissional da saúde — devolveu Sakura ácida, e Kakashi suspirou, irritado. A loira queria rir, ela olhou para Uchiha e ele também parecia engolir o riso. Era tão óbvio.
— Jamais cometeria esse erro. — Estalou a língua no céu da boca e chamou o garçom. — A conta, por favor.
[…]
03 de Março
O happy hour no bar dos Hyuuga já era tradição, toda quarta era parada obrigatória depois dos trabalhos de cada um daquela turma de amigos. A primeira a chegar foi Temari, logo viu Hinata no balcão e foi falar com a amiga, pedindo uma cerveja em seguida e ficou ali conversando com ela.
— A festa foi incrível, Tema. Eu adorei, fiquei chateada por que a Saky foi embora do nada, eu nem vi ela. — Hinata revirou os olhos.
— Sabe-se lá qual foi o macho da vez. — A loira riu.
— Quem que falta do nosso grupo? — falou Hyuuga baixo.
— Vocês são muito curiosas. — Neji apareceu atrás de Hinata e Sabaku sentiu as bochechas esquentarem. — Foi com seu irmão, Tema.
— Ah… — Temari ficou sem graça e a amiga franziu o cenho achando estranho o comportamento dela.
— O que você tem? — A morena arqueou uma das sobrancelhas grossas.
— Nada. — Deu de ombros e soltou o ar de maneira exagerada, dando um gole de sua cerveja em seguida.
— Você ficou estranha… Não me diga que… — ela olhou para o irmão, que também deu de ombros e saiu andando em direção ao escritório — você transou com o meu irmão?
— Seu irmão? — repetiu Temari, para ganhar tempo para inventar uma desculpa. Hinata cruzou os braços e comprimiu os lábios, olhava para a outra com obviedade no olhar. — Ok, eu estava bêbada e aconteceu, ok? Fim.
— Boa noite! — Sakura sentou ao lado de Temari enquanto ainda respondia mensagens no celular. — Hina, um mojito, daquele jeitinho. — Ela finalmente largou o aparelho na bolsa e olhou para as amigas, percebendo o clima de enterro. — Quem morreu?
— Em breve eu, já que a Hina não para de me olhar assim — constatou Temari.
— Ela transou com o Neji e não falou nada — disse Hyuuga, claramente irritada.
— Hina, é a primeira vez que tô falando com você depois da festa — Tamari se defendeu.
— Céus, Hina, não seja dramática, todo mundo já deu pro seu irmão. — As três olharam para trás, vendo Yamanaka, que sentou do outro lado de Sabaku. — Uma dose de tequila que hoje eu tô animada. — As três seguiram caladas, olhando para Ino. — Que é?
— Como assim todo mundo? — perguntou Hinata.
— Sim, eu também transei com ele, qual o problema? — perguntou Ino.
— Nenhum problema, só gostaria que me falassem os segredinhos de vocês. — A morena começou a preparar os drinks para as amigas, de forma irritada.
— Hinata, não é segredo, só não saio falando com quem eu ando fodendo — Sakura disse o óbvio.
— Comigo, é claro. — Gaara selou os lábios no pescoço de Haruno, que empurrou ele pelo peito.
— Eca. — Temari levantou com cara de nojo, puxando Ino junto para ir em direção à mesa que costumavam sentar às quartas-feiras, e os outros três gargalharam da reação dela.
— Espera aí, minha tequila… — Ino voltou e pegou o copo que Hinata deixou em cima do balcão dentro de um pires com sal e um pedaço de limão, e correu para se juntar a outra amiga na mesa.
— Não se ache tanto, ruivinho. — Sakura levantou, pegando seu drink, deu um selinho nele e foi sentar com as amigas.
— Não olha com essa cara… — disse Hinata quando viu Sabaku confuso. — Você sabe que a Saky é livre. — Ela deu de ombros e se virou, indo atender um cliente.
Passou-se alguns minutos e a mesa já estava mais cheia, Shikamaru sentou ao lado de Yamanaka falando algo indecente no ouvido dela, que riu antes de beijá-lo, Naruto e Sasuke estavam na ponta da mesa conversando entre si e Gaara se posicionou do outro lado, ficando em frente a Haruno. O movimento do bar já começava a diminuir com o passar das horas e finalmente os irmãos Hyuuga se juntaram aos amigos. As fofocas da festa rolavam soltas, todo mundo cada vez mais animado com os drinks que não paravam de chegar. Todos trabalhavam no outro dia, mas ninguém ligava muito para isso, afinal, o café daria conta de ajudá-los para que estivessem em seus empregos na hora que deveriam, então não tinha problema estarem de ressaca.
Sakura estava no balcão conversando com Deidara, para ser mais específico, flertando com ele. Ela já bebia sua terceira dose de whisky e não havia quase mesas cheias no bar, além da deles. Toda quarta-feira era a mesma coisa, eles praticamente ajudavam os Hyuuga a fechar o bar.
— Parece que nos encontramos de novo. — Sakura virou o rosto e viu o moreno do sorriso cafajeste a encarando dos pés à cabeça.
— Olá, Kankuro.
Do outro lado do salão, Gaara franziu o cenho, virou diretamente para Temari e perguntou:
— O que diabos ele tá fazendo aqui?
— Ele estava sozinho em casa, convidei ele pra vir. — Sabaku deu de ombros e continuou conversando com Hinata, enquanto o ruivo não tirava os olhos dos dois no balcão.
Sakura sorria, mas Gaara ainda tentava entender se era por educação ou ela realmente estava flertando com seu irmão. Era difícil tentar ler os lábios daquela distância, por mais que ele se esforçasse, no entanto, a preocupação falou mais alto quando viu a médica fazer uma careta de desconforto. Levantou e caminhou a passos largos, mesmo ouvindo sua irmã chamar seu nome, entendeu o tom de repreensão de Temari, mesmo assim não levou em consideração.
— Uma dose de whisky, por favor, Konan — pediu para a
barwoman, tentava se acalmar enquanto esperava, mas a conversa entre Sakura e Kankuro entrou em seus ouvidos como pólvora para a bomba explodir.
— Eu vi o jeito que dançou com aqueles dois, poderia fazer o mesmo comigo, delícia — falou o moreno cheio de malícia na voz, causando uma certa repulsa em Sakura.
— Para sua informação, Naru e Sas são meus melhores amigos, tenho intimidade com eles pra isso.
— Nada impede que criemos essa intimidade… — Kankuro se aproximou de Sakura a olhando como se fosse um pedaço de carne, e ela deu dois passos para trás, esbarrando em Gaara, que a colocou atrás de si e franziu o cenho para o irmão.
— Não ouse avançar mais nem um passo, Kankuro.
— Ah, claro, ela está com você, né? Mas você viu o jeito que ela dançou e beijou aqueles dois — apontou para a mesa, onde estavam Uchiha e Uzumaki — na nossa festa, irmãozinho?
— Primeiro, a festa era da Temari, você não mora aqui, Kankuro, e isso não me diz respeito, o que Sakura faz com a vida dela é problema dela. — Nesse momento os outros já estavam prestando atenção, Naruto e Sasuke levantaram, porém Temari disse para que eles não se metessem.
— Ah, então quer dizer que ela dá pra todos os seus amigos e você não liga? — falou ele mais alto e todos da mesa arregalaram os olhos chocados.
Sakura começou a rir e disse:
— Ele não tem o porquê ligar, a boceta é minha, anjo. — Ela deu um gole no whisky de Gaara que Konan tinha colocado no balcão.
— Já que tá fácil assim… — Gaara deu um soco no rosto do irmão impedindo que ele terminasse aquela frase, fazendo-o cair no chão massageando o maxilar. Todos da mesa levantaram assustados e Haruno apenas piscou várias vezes tentando entender em como chegou naquele ponto.
— Pelo jeito papai te ensinou sobre como respeitar a burocracia da empresa, mas ainda não ensinou a respeitar as mulheres — falou Gaara com desdém. — Vai embora, Kankuro… De preferência, da cidade.
Capítulo 7 – Aquele dia da mesa de bilhar
03 de Março
— Mas o que porra deu em você, Gaara? — perguntou Sakura, enquanto os dois estavam fumando na varanda do bar. O ruivo encostado no guarda corpo e ela não parava de andar de um lado para o outro. Depois de toda a confusão, Kankuro foi embora e todos os amigos deles tentaram apaziguar a situação, mas tudo que Sakura fez foi chamar Gaara para conversar.
— Eu disse que ele era problema.
— E eu sou uma mulher adulta! — Sakura parou e virou o encarando, ela suspirou e apertou os olhos com o polegar e indicador, tentando se acalmar. — Não preciso de proteção, você não é meu namorado, Gaara.
— Sakura, não foi essa a minha intenção. — Ele sacudiu a cabeça em negativo algumas vezes, estava preocupado que ela entendesse errado.
— Você socou o seu irmão!
— Ele mereceu. — Os dois olharam para o lado e viram Temari de braços cruzados e uma expressão triste. Ela se aproximou e pediu um cigarro para o irmão, que prontamente a alcançou. — Saky, o Gaara tem razão, ele é problema. Foi idiotice minha achar que ele tinha mudado. Desculpe por ele ter tratado você daquela forma. — Sabaku riscou a pedra do isqueiro e colocou em frente ao cigarro da irmã para acendê-lo.
— Tema, não se desculpe por algo que não foi você que fez. — Ela voltou a olhar para o ruivo. — Por mais que ele tenha sido um babaca, não precisava de uma agressão física.
— O Gaara só queria proteger você, Saky — a loira tentou explicar.
— Eu sei me defender, mas agradeço a preocupação, só não precisava chegar a tanto. — Ela tragou a fumaça e estalou a língua no céu da boca. — Porra, Gaara… — Sakura viu que o ruivo estava calado e de cabeça baixa, não entendia muito bem o comportamento dele naquele momento, já que ele nunca foi de ficar quieto, então apenas respirou fundo tentando trazer um pouco de paz para a sua cabeça.
— Ele assediou a ex-namorada dele, Saky. — A médica virou a cabeça devagar para olhar a amiga.
— Temari! — Gaara a repreendeu.
— Ele o quê? — Haruno estava perplexa com o que tinha acabado de ouvir.
— Temari, você não tinha o direito de falar sobre isso. — Ele crispou os lábios olhando para a irmã.
— Ela precisava saber, você não é um idiota que nem ele. — Os dois discutiam enquanto Sakura tentava absorver as informações. — Você a protegeu com razão!
— Gente, calma — pediu Sakura e os dois se calaram. — Isso é muito sério! — Ela ficou em silêncio, tentando ver a situação de um novo ângulo com a nova informação e voltou a olhar para o ruivo. — Desculpa, Gaa…
— Você não tinha como saber, tá tudo bem — o ruivo a interrompeu e acendeu outro cigarro. — Eu nunca cheguei a bater nele… Nem quando… — Ele engoliu em seco deixando a frase morrer.
— Você não precisa falar sobre isso… — Sakura deu alguns passos e o abraçou com carinho.
— Vou deixar vocês… — A loira apagou o cigarro e curvou os lábios olhando para o irmão, entrou no bar com o coração tranquilo, pois sabia que os dois se entenderiam.
— Eu fiquei em choque… — ele começou a justificar o motivo de não ter feito nada antes, não queria que Haruno entendesse errado. — Era meu irmão.
— Não precisa se explicar… — Sakura se afastou e acariciou o rosto do ruivo. — Quando estiver pronto e quiser, eu escuto você, sabe disso. — Ele afirmou com a cabeça e curvou os lábios com uma expressão serena e também de agradecimento pela compreensão.
Gaara e Sakura eram grandes amigos, todos daquele grupo eram, a amizade deles era sempre de muito companheirismo e carinho. E naquela noite, todos foram para casa preocupados com Sabaku, eles viram que ele não tinha ficado muito confortável com a situação toda. Haruno considerou ir para a casa dele, mas Temari disse que faria companhia ao irmão e isso a deixou mais tranquila.
[…]
08 de Março
Sakura respirou fundo segurando firme a agenda que tinha em mãos, era a primeira vez naquele hospital que seria a médica responsável por guiar os residentes. Não que fosse uma tarefa difícil para si, mas fazia alguns anos que não era vista como médica modelo por alguém, era um pouco aterrorizante. Entrou na sala dedicada aos residentes e deu boa tarde, apresentou-se e explicou como funcionaria os dias dali em diante.
Ela estaria à frente dos atendimentos, finalmente sairia um pouco de sua sala, além das saídas para cirurgias, claro. Fazia algum tempo que não clinicava, mas adorava ouvir os pacientes e aquela vontade de ajudar as pessoas que fazia parte do seu ser, sempre fez.
— Podemos dar início ao nosso dia indo para o ambulatório. — Sakura se levantou e os 4, ainda estudantes de medicina, seguiram-na. Entrou no ambulatório, cumprimentou as enfermeiras que estavam presentes e foi diretamente a um paciente específico. — Essa é a Nika, ela chegou ao hospital tossindo muito e com falta de ar.
— Ela teve febre, Doutora Haruno? — perguntou um dos garotos.
— Sim.
— Poderia ser algum tipo de resfriado? — questionou uma das garotas.
— Até poderia, mas constatamos que a tosse está cheia e ela também reclamou de dor no peito.
— Pneumonia?
— Muito bem, Konohamaru. — Sakura sorriu, largando o prontuário da garota, o garoto curvou os lábios um pouco sem graça e todos seguiram a médica que ia em direção aos próximos pacientes.
Depois de um dia exaustivo pelo ambulatório e a reunião com os residentes, Sakura se despediu de seus agora alunos e foi se dirigindo à sua sala. Só pensava em ir para casa e tomar um belo banho de banheira para relaxar, mas seu caminho foi interrompido por uma enfermeira dizendo que um paciente queria vê-la. Haruno deu meia volta no corredor e foi em direção à ala dos consultórios, estava no mínimo curiosa para saber quem pediria por ela em específico, porém, quando chegou à porta do consultório viu o moreno de cabelos longos sendo examinado por uma enfermeira. Sorriu se lembrando dele e entrou no ambiente, sendo cumprimentada pela mulher que logo pediu licença e deixou a sala.
— Então, Izuna não estava lhe atendendo bem? — Sakura sorriu.
— Fui muito bem atendido, doutora Haruno, apenas pedi que a chamassem para lhe agradecer mais uma vez. — O homem falava de modo calmo e baixo. — Salvou minha vida, afinal.
— Já disse que é meu trabalho, assim como você salva vidas no seu trabalho também, policial Itachi.
— Então, de um mero trabalhador para outro, aceitaria sair para jantar? — Sakura riu e olhou para baixo, subiu os orbes verdes para ele novamente e assentiu. — Posso pegar seu número? — Os dois trocaram celulares e anotaram seus telefones.
— Mande uma mensagem para marcarmos. — Ela entregou o aparelho para ele, segurando o lábio inferior entre os dentes, ele fez o mesmo com o celular dela, os olhos pareciam se atrair a cada troca de palavras e a médica precisava sair dali, era seu local de trabalho, o único que não ousava transgredir a linha profissional. — Preciso ir agora, policial Itachi.
— Sempre um prazer falar com você, doutora Haruno.
Ela foi caminhando para sair do quarto, mas não antes de falar:
— Apenas Sakura, por favor.
Finalmente o expediente tinha chegado ao fim e Sakura iria poder desfrutar de sua banheira, um bom livro e uma taça de um bom vinho. Largou a bolsa no sofá, tirou os coturnos no corredor e a jaqueta assim que entrou em seu quarto, foi até o banheiro, ligou a torneira e jogou sais de banho na água; enquanto aguardava a banheira encher foi até a cozinha, serviu vinho e voltou ao quarto para terminar de se despir. Testou a temperatura da água com a ponta dos dedos e começou a ouvir gritos, franziu o cenho e fechou a água para escutar melhor. Ela reconheceu uma das vozes, pegou o robe e o fechou bem, já caminhando devagar pelo apartamento, assim que chegou na sala ouviu em alto e bom som:
Seu coração disparou e ela correu para a porta, abrindo-a, dando de cara com Sasuke sendo empurrado para dentro do elevador. Sakura arregalou os olhos e não pensou duas vezes em puxar um dos seus melhores amigos pelo braço para trás de si.
— Quem é você? — o homem, claramente mais velho, perguntou.
— A vizinha e melhor amiga do Sas. Quem é
você!? — Ela deu ênfase na última palavra de maneira agressiva.
— O pai dele. Agora se me permite. — Ele tentou alcançar Uchiha, mas Sakura entrou na frente mais uma vez. — Saia da frente antes que eu perca a paciência.
— Me obrigue — a médica falou com a expressão mais séria que conseguia, não estava entendendo nada do que estava se passando, porém, para Naruto gritar e Sasuke estar chorando era algo bem sério.
— Você vai voltar pra casa nem que eu tenha que mandar seu irmão vir escoltá-lo! — O homem olhava bem nos olhos do filho, apontando o indicador.
— Ele não vai a lugar algum! — Ela peitou o velhote, enquanto Naruto olhava tudo apreensivo, estava tão em choque que não conseguia se mover. — Em que mundo você vive que acha que pode fazer isso?
— Eu sou o chefe de polícia dessa cidade, eu posso fazer o que quiser — disse com um ar de superioridade e arrogância na voz.
— Grande merda! Enfie seu… — Sasuke colocou a mão no ombro de Sakura, chamando a sua atenção e ela viu o desespero nos olhos negros quando ele negou com a cabeça. — Só vá embora daqui, não foi convidado a entrar, tenho certeza. — O homem bufou irritado e entrou no elevador, sumindo das vistas deles. — Você está bem? — Ela virou para Uchiha e ele apenas a abraçou.
— Obrigado, Saky.
— Sas! — Naruto correu até eles, Sasuke deixou os braços de Haruno e abraçou o namorado. — Achei que perderia você.
— Alguém pode me explicar o que acabou de acontecer? — perguntou ela, completamente confusa.
— Fugaku queria levar o Sas embora, iria trancá-lo em casa pra gente nunca mais se ver — disse Uzumaki com lágrimas nos olhos enquanto Uchiha acariciava seu rosto.
— Seu pai é maluco? — Sakura suspirou. — Não precisa responder o óbvio. Peguem roupas e venham, vão dormir na minha casa, vai que ele acha uma boa ideia te sequestrar de madrugada? — Naruto arregalou os olhos. — Calma, não vamos deixar ele levar o Sas. — Os três se abraçaram.
Naruto e Sasuke foram até seu apartamento enquanto a médica voltou a fazer o que estava fazendo antes do drama estilo filme de ação lhe desviar a atenção. O casal pegou uma mochila e colocaram pijama e uma muda de roupa, após isso, trancaram a porta de seu apartamento e entraram no apartamento de Sakura, trancando a porta, seguiram pelo corredor até verem a luz do banheiro acesa. Os dois se apoiaram no batente e riram baixo com a cena que viram. Ela estava dentro da banheira, seu Kindle em uma mão e a taça de vinho em outra, estava tão concentrada que nem notou a presença deles, até Uchiha pigarrear.
— Oh, desculpem. — A médica colocou a taça e o objeto eletrônico na mesinha ao lado. — Querem se juntar a mim? — Os dois se entreolharam. — Nada sexual, eu prometo. — Os dois riram e começaram a se despir para entrar na banheira, quando os três conseguiram se encaixar no espaço pequeno, começaram a rir. — Talvez não tenha sido uma boa ideia.
— Foi uma ótima ideia — disse Sasuke baixo entre os dois que olharam para ele um pouco surpresos, mas entendiam sua fragilidade naquele momento. — Tô me sentindo seguro. — Uzumaki sorriu e entrelaçou seus dedos nos dele, ao mesmo tempo que Sakura pegou sua outra mão, os dois encostaram suas cabeças em Sasuke, um em cada ombro, abraçando-o.
[…]
14 de março
Talvez fosse uma boa ideia descansar depois do dia pesado que teve; clinicar, ensinar os residentes, fazer cirurgias de emergência, plantões, tudo isso estava a deixando exausta. Contudo, a exaustão foi substituída pela raiva que Kakashi fazia ela sentir quase todo santo dia, tinham dias específicos, como aquele, em que ele tinha resolvido que seria o dia oficial de tirar Sakura Haruno do sério.
Já faziam alguns dias em que Kakashi brincava com Sakura que um de seus alunos estava de quatro por ela, Sakura apenas ignorava os comentários sem noção. Apesar de que ela realmente tinha notado o admirador em questão, mas admitir para Hatake que ele estava certo era fora de cogitação. Ela apenas fazia o seu trabalho, ignorando completamente a existência de um moleque vivendo a primeira paixão por admiração da sua vida. No entanto, Kakashi conseguia ser extremamente irritante quando queria.
— Estou indo embora, Kakashi, não me atormenta.
— Doutora Haruno, não seja irresponsável e diga para o garoto que você é muita areia pro caminhãozinho dele. — Sakura parou de supetão em meio ao corredor, vazio pelo horário, virando para ele, que freou os pés no mesmo instante. Sakura levou os olhos verdes até os negros e o mirou de maneira arrogante, seus lábios curvaram o mais libidinoso sorriso.
— Eu sou muita areia para o seu caminhãozinho e não vejo você me deixando em paz, doutor Hatake. — Ela o olhou de cima a baixo e riu anasalado, virando em seguida para seguir o seu caminho. Deixou o homem perplexo e com o ego ferido, com certeza aquilo teria volta.
Sakura apertava o acelerador com certa força, sua moto passava rápido pelos carros e se não tivesse pegado o caminho mais longo, já estaria em casa, mas precisava sentir o vento abraçando seu corpo. Respirar fundo depois de um dia de trabalho pesado era como voltar à superfície depois de um mergulho demorado, sentir os pulmões enchendo de ar como se fosse restaurar a sua energia. Ela olhou o relógio de pulso e pensou que talvez o bar dos Hyuuga estivesse fechado, mas não custava nada ir até lá dar uma olhada, sentia que uma bebida e um bate-papo com sua amiga poderiam ser revigorantes.
Estacionou a moto em frente ao bar e desceu, já retirando o capacete, subiu os 4 degraus, cruzando a varanda e abrindo a porta com a mão livre em seguida.
— Estamos fechados… — Sakura sorriu e colocou o peso de seu corpo em uma perna só, assim que o loiro, que varria o chão, virou para encará-la. Deidara pensou que seu dia poderia melhorar ali e se pudesse ler os pensamentos impuros que passavam pela cabeça de Haruno, ele teria a certeza. — Sakura…
— Olá, Deidara. — Ela deu alguns passos e colocou o capacete em cima do balcão de maneira preguiçosa, sentou em um dos bancos altos. — Será que você poderia abrir uma exceção pra mim?
— Claro, acredito que Hinata não ficaria contente se eu lhe negasse atendimento — falou ele, largando a vassoura e contornando o balcão. — O que posso lhe oferecer?
— Depende… — Deidara franziu o cenho. — Sabe pilotar?
— Estou com receio de responder essa pergunta — disse divertido.
— Minha moto está lá fora e se eu beber, você vai precisar me levar para casa. — Sakura sorriu travessa.
— Sim, eu sei pilotar. — Sorriu o bartender. —
Cowboy? — Referiu-se à bebida enquanto pegava a garrafa de whisky e um copo baixo, e a médica assentiu, mordendo o lábio em um sorriso.
Sakura pegou o copo e levantou, indo em direção à sinuca, organizando as bolas, pediu para Deidara ligar uma música e o chamou para jogar com ela. Ele pegou um dos tacos e começou a passar giz na ponta, enquanto sorria para a médica, que se preparava para dar a primeira tacada. As bolas se espalharam pela mesa e ela pegou o copo, dando um gole em sua bebida, assistindo o loiro se curvar na mesa para jogar. Viu os músculos dos braços tencionarem e ela passou a língua pelos lábios, perdeu-se analisando o homem e na possibilidade de ser fodida ali mesmo por ele, mas logo foi acordada de seus pensamentos pelo impacto da bola.
— Finalmente um oponente a altura. — Ela sorriu enquanto contornava a mesa para jogar. — Você é bom, Dei — usou o apelido que nem sabia se era utilizado —, mas não tanto quanto eu. — Ela encaçapou uma bola e logo outra foi para o buraco, deixando o barman surpreso.
— Não sabia que estava jogando com uma profissional. — Ele olhou para ela com malícia, a curvatura indecente no canto dos lábios era evidente e Sakura não iria deixar passar.
Aproximou-se dele, que estava ao lado de seu copo, pegou o whisky e sorriu antes de virar. Os olhos verdes não desgrudavam dos azuis, o homem era bonito além da conta, os cabelos loiros presos em um coque bagunçado, a barba rala por fazer, o piercing na sobrancelha e as tatuagens que insistiam em aparecer pelas mangas da camiseta. O homem era gostoso, estava louca para olhar tudo aquilo sem roupa.
— Não sou profissional, apenas sei bastante sobre jogos — o sorriso ladino e a aproximação repentina os deixou à beira do abismo, as respirações podiam ser sentidas no rosto um do outro —, mas caso queira me ensinar algo, prometo me comportar e ser uma boa aluna. — Deidara a pegou pela cintura e a colocou em cima da mesa de bilhar, os tacos caíram no chão com a velocidade que ele fez o movimento. Ele olhou bem nos olhos dela sentindo sua respiração ofegante e a boca entreaberta de Sakura, que só significava uma coisa.
Os lábios se tocaram com pressa, as mãos tocaram o corpo um do outro em busca de mais contato, o lábio de Sakura foi puxado pelos dentes do loiro, que a olhava apreciando suas expressões de prazer. O pescoço de Sakura foi tocado pela língua quente do homem, enquanto as mãos dele desfilavam pela cintura e subiam o tecido da sua camiseta até ele se afastar para arrancar o tecido do corpo da médica.
— Faz tanto tempo que a olho de longe. — Tocou os seios, já desnudos, desceu a língua até os mamilos e os chupou, quando deixou uma mordida ouviu o gemido encorpado e sentiu os dedos dela enrolaram em seus cabelos.
— Por que não… me chamou pra sair? — disse, entre suspiros e gemidos. — Eu aceitaria.
— Acredito que o flerte deixa o sexo mais gostoso… — Desceu a mão pela barriga chapada e desabotoou a calça jeans, enfiou os dedos e começou a estimular ainda por cima da calcinha pequena. Deidara lambeu o lóbulo de Haruno, enquanto se deliciava com as expressões e gemidos. — Você é muito gostosa, Sakura…
— Me fode logo, vai… — Ele sorriu travesso.
— Está com muita pressa, doutora. — Ele puxou a calça jeans a deixando apenas de calcinha, pressionou três dedos na boceta dela, o tecido já estava molhado. Sakura jogou a cabeça para trás, abriu mais as pernas, colocou as mãos para trás para se apoiar e acabou se desequilibrando por causa de uma bola.
— Deveria ter encaçapado todas as bolas antes disso acontecer… — Ela riu, jogando as bolas para longe.
— Vou encaçapar meu pau na sua boceta, e tenho certeza que você vai adorar…
Agarrou os cabelos rosas e mordeu o pescoço de Sakura que gemeu em um fio de voz. Ela deitou na mesa e sua calcinha foi arremessada longe assim que deixou seu corpo, os dedos de Deidara finalmente tocaram seus lábios, pele com pele, não demorou para a língua se juntar ao serviço. O músculo quente lambuzava sua pele com saliva e seu próprio fluido, os dedos escorregavam para dentro dela com facilidade, enquanto a língua circulava seu clitóris, ele fez algo com os dentes e chupou seu ponto inchado a fazendo dar um gemido apertando os olhos. Ela pôde jurar que era o melhor sexo oral que já tinha recebido em sua vida, aquela habilidade com a língua não era qualquer um que possuía.
— Ah, Dei… Eu vou… — falou mais esganiçado — gozar! — gritou ao chegar em seu ápice, seu corpo tremia em espasmos, sua boca secou e sentiu sua respiração faltar. — Céus… — Olhou para frente e não viu o barman, franziu o cenho e apoiou-se em seus cotovelos para procurá-lo. Sentiu mãos em seu quadril, que foi virado para o lado, bem no meio da mesa de sinuca, quando finalmente focou seu olhar, viu Deidara nu, seu pau já estava com o preservativo e lindamente duro, então ele subiu na mesa ficando de joelhos entre as pernas de Sakura.
Beijou as coxas dela e assim que alcançou a cintura, trouxe-a para o seu colo. Encaixaram-se gemendo alto pelo contato, Deidara fechou os olhos aproveitando o aperto em volta de seu pênis. Era delicioso estar dentro dela, quente, apertado e pulsante. Os olhos dela o olhavam com desejo e ele fazia questão de manter o contato visual, aproveitando cada expressão de prazer da médica. Os movimentos de vai e vem começaram lentos e quanto mais o tesão e o prazer os abraçava, os quadris se chocavam com mais intensidade. Os gritos ficaram mais altos até os dois se calarem completamente, em um orgasmo poderoso que os deixou sem voz.
Os dois deitaram na mesa de bilhar, encarando o teto para tentar retomar a respiração que estava falhada pelo esforço físico. Sakura respirou fundo e disse:
— Belo jogo.
— Podemos jogar mais vezes.
Capítulo 8 – Aquele dia do delito
19 de Março
Obito olhava para Sasuke um pouco chocado, tentava entender quando foi que tudo começou a dar errado naquela família. Primeiro ele, agora Sasuke não podia ser o que ele era por um capricho de Fugaku. Achar que pessoas do mesmo sexo não podiam se relacionar era tão ultrapassado quanto era criminoso aquele preconceito.
Naruto abria uma garrafa de vinho, enquanto esperava o clima ficar mais ameno para pedir a Sasuke para pegar o Whisky e servir seus convidados naquela noite. Uzumaki tentava servir bebidas, arrumar os petiscos e pedir uma pizza ao mesmo tempo, enquanto absorvia aquela conversa da intimidade da família Uchiha, estava realmente difícil se concentrar em algo.
— Honestamente, não esperava menos do meu tio. — Obito se recostou na poltrona e cruzou os braços. — Seu pai foi o pior de todos, Sas, meu pai no começo não era contra, mas algo aconteceu e tenho pra mim que foi o tio Fugaku.
— Achei que tinha sido o tio Madara que tinha expulsado você de casa. — Sasuke franziu o cenho.
— Ele nunca me expulsou, muito pelo contrário, ele que me sustentou enquanto não arranjava um emprego na capital. — Obito sorriu. — Meu pai se mostrou contra em frente a família, mas nunca disse uma palavra quando estávamos a sós.
— Sas, o whisky — lembrou Naruto, vendo o namorado levantar e ir pegar a garrafa.
— A família de vocês sempre foi problemática — comentou Kakashi.
— Concordo com você… — Uzumaki riu, levando um tapa de Sasuke. — Você discorda? — Sasuke negou mudo. — Então não me bate.
— Estamos sem gelo… — Uchiha constatou ao abrir o congelador.
— Vai pedir pra vizinha, tenho certeza que ela vai dar de bom grado. — Naruto riu com a piadinha de duplo sentido, sendo repreendido pelo namorado logo em seguida.
— Eu posso ir. — Hatake se predispôs para ajudar os anfitriões, já que os dois estavam arrumando tudo para eles poderem beber e comer. Sasuke deu um pote para ele e continuou pegando os copos e taças.
— É no 503 — falou o loiro.
Kakashi saiu do apartamento, fechando a porta atrás de si e bateu no apartamento indicado, encarava seus pés enquanto aguardava pacientemente, até que a porta branca foi aberta e seus olhos subiram calmamente, vendo os sapatos de salto vermelhos, as pernas longas à mostra, as coxas grossas dentro de um vestido preto apertado, deixando o quadril e cintura bem marcados, o decote em V profundo e logo o rosto um tanto familiar.
— Doutor Hatake. — Sakura uniu as sobrancelhas. — Não se mudou para o meu prédio para me perseguir, não é?
— Eu… — Por um momento, Kakashi esqueceu como era falar, engoliu em seco e viu os olhos verdes brilharem e um sorriso um tanto travesso brotar nos cantos dos lábios da médica. — Sasuke e Naruto pediram para eu… pedir gelo à vizinha, não sabia que ela era você.
— Claro, Obito é seu melhor amigo, primo do Sas. Entendi tudo… — Deus as costas e foi até a geladeira que podia ser vista da entrada do apartamento pela arquitetura de espaço aberto. Kakashi não conseguiu tirar os olhos dela, estava estonteante, os cabelos soltos, quase batendo na bunda empinada, a maquiagem leve com um batom vermelho sangue nos lábios. Sakura era realmente uma mulher atraente. Ela pegou duas bandejas de gelo e entregou a Hatake. — Diga aos dois que estou de saída, então caso precisem de mais, vão ter que ir comprar ou colocar para fazer… pelo menos uma vez na vida. — Revirou os olhos com aquele fato recorrente.
— Obrigado, doutora Haruno — Kakashi agradeceu quando percebeu que o silêncio durava tempo demais e seus olhos não queriam parar de olhar para aquela beldade de mulher. Virou-se para voltar ao apartamento ao lado, mas sua atenção foi chamada.
— De nada, Kakashi, tenha uma ótima noite. — Antes que ele pudesse voltar seu olhar a ela, seus olhos encontraram a porta fechada.
— Que mulher difícil… — disse para si mesmo sem entender o motivo de ela ter falado seu primeiro nome pela primeira vez desde sempre.
Sakura se encostou na porta e começou a rir em silêncio, ela realmente tinha percebido os olhos desejosos de Hatake no seu corpinho, então estava mais do que óbvio que Kakashi tinha mesmo uma quedinha por ela, Ino estava certa afinal. Passou a língua pelo seu canino e mordeu o lábio, a brincadeira tinha acabado de ficar divertida para si. Pairou seu olhar no relógio da cozinha e lembrou de seu compromisso, pegou a bolsa e saiu enquanto chamava um Uber pelo celular.
Chegou em alguns minutos no restaurante, afinal, tudo naquela cidade era perto. Entrou e falou com a recepcionista que logo mostrou o caminho até a mesa do seu
date. Sakura sorriu assim que viu o moreno em uma camisa cinza, os dois primeiros botões abertos davam um gostinho do que poderia ser aquele corpo. Ela agradeceu a recepcionista, dando a entender que continuaria dali em diante sozinha.
— Doutora Haruno. — O homem levantou sorrindo e puxou a cadeira para ela que sentou, agradecendo.
— Itachi, use meu primeiro nome, por favor.
— Me desculpe, vou me policiar, Sakura. — Sorriu de maneira graciosa. — O que quer beber?
— Uma taça de vinho branco.
— Peço desculpas desde já. Não vou poder te acompanhar, estou dirigindo.
— Ah, é? — Sakura apoiou o queixo com a mão, enquanto seu cotovelo encontrava a mesa. — Vai me levar a algum lugar interessante depois daqui? — Ela sorriu ladino, deixando Itachi sem graça.
— Caso queira…
Depois de um jantar agradável, três taças de vinho e um policial muito charmoso, interessante e inteligente conversando e flertando de forma excitante. Itachi a levou para ver a cidade de cima, estacionou o carro na colina mais alta de Konoha e Sakura olhava tudo encantada. Teve que admitir que na capital não tinha nada como aquela paisagem. Estava entretida demais nas histórias que ele contava da cidade e de como proibiram subir até ali, já que os jovens estavam fazendo muita baderna e coisas ilícitas.
— Quer dizer que estamos quebrando leis, policial Itachi? — Sakura mordeu o lábio.
— Não, já que você está acompanhada de um policial.
— Já me sinto mais segura… — Acariciou o peitoral do homem e sorriu maliciosa.
— Mas se fizermos o que eu sei que está imaginando, definitivamente estaremos quebrando uma lei. — Ele sentiu a mão de Haruno descendo pelo seu abdômen e chegar em seu cinto, desafivelando-o devagar, o brilho suave das luzes do painel do carro iluminava seus rostos, fazendo Itachi notar os olhos de Sakura transbordarem o desejo latente.
— Não ligo, e você? — Ela umedeceu os lábios com a ponta da língua.
Itachi agarrou a nuca da médica e findou a distância entre seus lábios, logo entre suas línguas que exploravam cada canto de suas bocas. O beijo se aprofundou, tornando-se mais urgente, como se estivessem tentando capturar todo o desejo expresso em seus olhos. Sakura tirou os sapatos com os próprios pés e subiu no colo do policial, agarrou firme o pescoço dele e sua língua passeou pela pele branca, deixando uma mordida em seu pescoço. Sentiu seus fios serem puxados e os dentes em seu queixo, seu seio esquerdo foi massageado e então sentiu os dedos suaves de Itachi deslizando sua alça do vestido para o lado, beijando o ombro dela e logo descendo sua boca até o mamilo rijo.
— Ninguém vem aqui. — Beijou cada pedaço de pele ao seu alcance, apertou a bunda farta, ouvindo um ronronar da mulher ao jogar a cabeça para trás e então lambeu a aréola para deixar uma mordida suave em seu seio. Subiu o vestido e, percebendo a falta de um pano íntimo, sorriu com a visão. — Vejo que você que estava planejando me levar para um lugar interessante. — Sorriu safado antes de levar dois dedos na boceta e perceber ela encharcada.
— ‘Hm… Quando um gostoso me chama pra sair eu espero sentar nele até o final da noite. — Rebolou nos dedos de Itachi e mordeu o lábio, olhando intensamente os olhos negros presos em si. Passou a língua pelos lábios grossos e sentiu os dedos irem até o seu ponto de prazer e o circularem com habilidade. — Ita…chi, ah, que delícia, não para… — Beijou o homem com veemência, estava sedenta por aquilo, ele era realmente bom com os dedos. Ouviu um barulho conhecido e o mirou com os olhos brilhando em luxúria.
— Quero ver essa carinha gozando no meu pau. — Ele apertou o maxilar da médica, chupou seus próprios dedos e sorriu passando a língua nos lábios, abriu a calça e Haruno levantou o quadril se apoiando no banco, para que ele pudesse libertar seu pênis. Encaixou-se em Sakura e os gemidos encorpados dos dois se uniram em uma só melodia. — Vai, Sakura, rebola bem gostoso… — Ela obedeceu com o maior prazer, subia e descia engolindo o pau de Itachi, rebolava ao ter ele bem fundo dentro de si, aquilo estava a levando a loucura rápido demais, Sakura apoiou uma das mãos no teto da caminhonete e a outra no vidro já embaçado, gemia cada vez mais alto.
— ‘Tô tão perto, lindo… — gemeu, as mãos de Itachi foram até a bunda, apertando com vontade a carne branca. Beijou a boca de Sakura mais uma vez para abafar seus gritos de prazer e sentiu seu pau ser massacrado pelas paredes acolhedoras da mulher. Segurou o quadril e ajudou ela a se mover mais rápido. — Ah, meu Deus, Ita!
As mãos de Sakura buscavam apoio para se impulsionar e sentir ele cada vez mais dentro de si, queria tudo que ele pudesse dar a ela. Bateu no teto do carro com sua mão fechada em punho e jogou a cabeça para trás gritando ao se derramar em um orgasmo intenso o suficiente para fazê-la perder a audição por alguns segundos e até mesmo, nem notar que o policial também tinha gozado, apertando forte em sua cintura. Quando ela voltou a si, abriu os olhos encarando o tecido que cobria a lataria, sentia o suor escorrendo pelo seu pescoço e seu interior ainda pulsava. Olhou para frente e viu Itachi com os olhos fechados, também se recuperando do orgasmo. Respirou fundo e começou a rir, os olhos ônix a miraram sem entender.
— O que houve?
— Fiz um policial cometer um delito — explicou e começou a rir novamente, dessa vez, acompanhada de Itachi.
[…]
21 de Março
Sakura estava sorridente, além de ter tido uma ótima transa com um policial gostoso, sábado tinha sido sua folga, então aproveitou para descansar, fazer
skin care e maratonar uma das muitas séries que ela deixava pela metade. Domingo era um belo dia para viajar ou tomar banho de piscina na mansão dos Sabaku, porém, ela não tinha esse privilégio e isso ficaria para terça-feira, depois do seu plantão de 36 horas que ainda tinha pela frente. Chegou ao hospital, cumprimentou as recepcionistas e enfermeiras que estavam atendendo os pacientes e entrou no elevador mexendo no celular e antes que as portas se fechassem, uma mão foi colocada entre elas, fazendo-as parar.
Sakura levantou a cabeça vendo o doutor Hatake, ela automaticamente sorriu, aquele plantão não parecia tão ruim naquele momento, pois agora quem iria infernizar a vida do doutor sabe-tudo era ela.
— Bom dia, Kakashi. — O homem ao seu lado a olhou incrédulo, as portas se fecharam e o elevador começou a subir.
— Bom dia, Sakura.
Kakashi ainda estava encucado com ela o chamando pelo primeiro nome depois de tanta recusa, mas não iria reclamar. Olhou para ela de soslaio e a viu pegar algo da bolsa, Sakura virou para o espelho e começou a retocar o batom. Ele acompanhava tudo com o olhar, nem percebeu que o fazia, até sentir uma gota de suor se formar em sua testa, ao ver ela passando a ponta do dedo indicador no lábio inferior para espalhar o produto. Engoliu em seco e tudo que ele pensava era que precisava sair daquele espaço que tinha se tornado apertado demais.
As portas metálicas abriram e ele e a médica tentaram sair ao mesmo tempo, fazendo com que trombassem um no outro e Sakura se desequilibrasse e quase cair no chão, porém Hatake a segurou pela cintura, ficando próximos demais. Kakashi pensava em quando começou a ficar nervoso perto daquela mulher, ah, lembrava-se bem, culpa de Obito que o arrastou até o apartamento do seu primo para ter uma DR familiar.
— Está bem? — perguntou o médico, antes que o silêncio ficasse ainda mais constrangedor.
— Planejou isso? — Ela cerrou os olhos e ele arregalou os dele. — Estou brincando, doutor Hatake. — Ele pigarreou ajeitando o jaleco após soltá-la, ajudou a recolher os papéis que tinham caído no chão. — Obrigada. — Sakura seguiu seu caminho até sua sala e riu, negando com a cabeça, assim que estava em território seguro e sozinha. Às vezes o destino dava um jeito de as coisas acontecerem.
[…]
23 de Março
— Finalmente, princesa! — exclamou Ino ao abrir a porta da casa dos Sabaku.
— Não embaça, Ino, tô chegando de um plantão de 36 horas. — Empurrou a loira para o lado e entrou na casa, deixando sua bolsa no sofá. — Cadê as vadias dessa casa?
— Aqui! — gritou Hinata e Haruno seguiu o som das vozes das amigas, viu a luz colorida da hidromassagem acesa e sorriu travesso.
— Vamos nos divertir hoje?
— Fica quieta, Saky, está vindo de um plantão de 36 horas. — Yamanaka riu, recebendo o dedo do meio da médica em resposta, o que fez as gargalhadas das garotas soarem altas. — Grossa!
— Também te amo, loira. — Sakura tirou a roupa, ficando apenas de lingerie e entrou na hidromassagem.
— Eu podia emprestar um biquíni, sabia? — comentou Temari e Haruno deu de ombros enquanto se afundava na água. — Ok, entendi…
Conversavam sobre as fofocas que rolaram nas festas do fim de semana que, infelizmente, Sakura tinha perdido devido ao seu
date, o cansaço e depois o trabalho. Hinata reclamou que não existiam garotas na cidade para ela, todas eram novas demais ou então não queriam nada sério, enquanto ela só queria ficar de boa em um relacionamento saudável. Talvez tivesse que sair da cidade para achar alguém disposto ao mínimo. Ino acabou sendo pressionada a contar como estava o enrosco com Nara, já que depois que Sakura contou o episódio do hospital as garotas ficaram tirando sarro dela.
— Devo confessar que estou pensando em ficar só com ele… — Yamanaka mordeu o lábio.
— Mentira… — disse Sakura incrédula.
— Não seja hipócrita! — gritou Ino antes de beber um gole do seu drink e continuar: — Faz quanto tempo que você ‘tá transando só com o irmão da Tema?
— Sinto informar que sexta eu transei gostoso com um policial delícia. — Haruno sorriu safada, arrancando gritinhos eufóricos e pedidos para contar mais. — Não, não vou falar nem nome. Chega, minha vida está virando um livro aberto demais.
— Você sempre estragando a melhor parte. — Temari revirou os olhos.
— Ah, Tema, então conta pra gente como foi transar com o outro irmão do rolê… De novo. — Haruno riu.
Neji e Temari treinavam na mesma academia, desde a festa os dois trocavam olhares um tanto quanto libidinosos, mas nenhum dos dois era corajoso o suficiente para falar sobre o assunto. Mesmo sem trocar uma palavra, dava para sentir a tensão sexual de longe e em um dia qualquer, os dois se trombaram na entrada dos vestiários da academia. Os olhos se cruzaram e disseram mais do que eles mesmos podiam dizer em palavras, Neji puxou Temari para dentro do vestiário masculino. Entraram na ala dos chuveiros aos beijos e sem ouvir barulho de água, os dois tomaram uma das cabines para eles. Temari fechou a porta e empurrou Hyuuga nela, mordeu o pescoço e voltou até a boca, fazendo as línguas disputarem espaço. Tiraram os tênis com pressa, jogando-os para fora, as meias foram as próximas, a blusa de Hyuuga deixou seu corpo e parou pendurada na divisória. Os beijos eram sedentos e necessitados, envoltos em uma luxúria inexplicável, e Neji não conseguia parar de olhar o corpo da loira dentro daquela malha apertada. — Por mais que fique sexy com essa roupa, te quero nua, Tema… — Neji abriu o chuveiro e deixou a água escorrer pelos corpos entrelaçados. — Quer dizer que me acha sexy com essa roupa? — A loira virou de costas, tirando o short devagar, esfregando a bunda na ereção do moreno. — De qualquer jeito… — Apertou o quadril com vontade e a virou para si. Neji a pegou no colo assim que a nudez foi explícita, agarrou a bunda empinada e pressionou as costas da Sabaku na parede. Mordeu o pescoço, o queixo e o ombro escutando gemidos sôfregos, desceu para os seios e chupou, mordeu e lambeu os mamilos rijos. Temari se remexia inquieta no colo dele, suas mãos passeavam pelas costas largas e arranhavam toda a extensão delas. — Ah, Neji, me fode com força vai…
— Informações demais! — gritou Hinata, levantando do assento da banheira de hidromassagem. — Meu Deus, preferia quando eu não sabia de nada. Ok, vocês venceram, não quero saber quando vocês derem pro Neji. — Sentou novamente, emburrada.
— Culpe a Saky, foi ela que pediu! — reclamou Temari, enquanto Ino e Haruno gargalhavam. — Inclusive, como sabe?
— Você esquece que tem outras pessoas que malham na
Hard Fit, né?
— Eu vou matar o meu irmão. — Sabaku rangeu os dentes.
Voltaram a rir alto, dessa vez Hinata acompanhou as amigas. Quando conseguiu parar de rir e voltar a si, Sakura comentou:
— O Neji fode bem, né? — Temari confirmou, sorrindo safada e Hinata bufou, revirando os olhos.
Após uma tarde divertida e um jantar maravilhoso com suas melhores amigas, Sakura sentia que seu corpo merecia um descanso. Apesar de conseguir dormir em alguns momentos no hospital, ela precisava estar sempre em alerta caso precisassem dela. Nunca eram as melhores dormidas, mas dava para não desmaiar de exaustão. Queria sua cama, seus travesseiros, ar condicionado e dormir de calcinha e uma blusa velha o suficiente para ser confundida com pano de chão.
O elevador abriu as portas e ela respirou fundo com os olhos fechados, agradecendo aos deuses que estava em casa. Saiu da caixa metálica e logo viu Naruto caminhando de um lado para o outro no corredor. Franziu o cenho e deu mais alguns passos, chegando mais próximo do loiro.
— Naru, o que houve? — Ele virou para ela e a abraçou apertado.
— O Sas, Saky, ele saiu depois do almoço para ir ao supermercado e ainda não voltou. — Sakura arregalou os olhos. — Eu tô com medo…
Capítulo 9 – Aquele dia do desabafo
23 de Março
Sakura e Naruto entraram no apartamento dela e o loiro explicou tudo que tinha acontecido, estava desesperado e pensando no quão longe o pai de Sasuke teria mandado ele. Cada minuto que passava pareciam ser preciosos, sabe lá se Fugaku não teria sequestrado Uchiha, colocado ele em um avião e, a essa hora, ele estaria longe demais para alguém fazer algo.
— Calma, Naruto! — Sakura respirou fundo e Uzumaki sentou no sofá. — Precisamos pensar racionalmente. Você ligou para todos os nossos amigos?
— Sim, Saky, liguei pra todos, tentando não parecer tão desesperado quanto estou agora, mas ninguém viu o Sas. — Naruto tinha os olhos brilhantes e vermelhos de tanto chorar.
— Fugaku não conseguiria colocar ele em um avião, não por vontade própria, pelo menos. — Seu amigo arregalou os olhos pensando o pior. — Não foi isso que eu quis dizer. — Sentou no sofá junto de Uzumaki e o abraçou. — Acho que até um pai tem escrúpulos! Mesmo que seja um pai como ele… — finalizou com uma careta.
— Vou ligar para o irmão dele. — Buscou o contato rapidamente no seu smartphone.
— O pai do Sas não disse que mandaria o irmão para buscar ele? — Sakura franziu o cenho.
— Ele não faria isso… — Naruto colocou o celular no ouvido e pediu aos céus que o Uchiha mais velho atendesse.
— Eu vou tomar um banho rápido, estou há três dias sem um banho decente. — Naruto balançou a cabeça positivamente e Haruno correu para o banheiro.
Sakura tirou a roupa e entrou no box, tentava pensar com calma, mas a realidade é que estava tão nervosa quanto Uzumaki. Deixou a água morna acalmar seus músculos tensionados pelo nervosismo da situação, lavou os cabelos com calma. Passou uma máscara no cabelo, lavou o rosto com seu sabonete próprio para isso e finalmente entrou embaixo do chuveiro novamente para tirar tudo. Saiu do box, pegando a toalha, assim que terminou de se secar, vestiu um short curtíssimo e uma blusa que ia até o meio de suas coxas. Passou um creme no rosto e outro no corpo, o cheiro de morango aumentava à medida que ela espalhava o produto. Ela então saiu do quarto penteando os cabelos e foi em direção à geladeira, ficando de costas para a sala.
— Naru, você já comeu? — A médica pegou uma jarra de chá gelado, um copo e serviu-se. — Sei que é uma péssima hora pra isso… — Deu um gole e virou-se na intenção de continuar, mas acabou se engasgando com o líquido. — Itachi?!
— Vocês se conhecem? — perguntou Uzumaki, franzindo o cenho.
Itachi riu, enquanto via Sakura secando a boca com um pano de prato e disse:
— Sim, ela salvou a minha vida.
Depois que Sakura explicou apenas a parte de ela ter sido a médica cirurgiã que tinha atendido Itachi, os três discutiram como eles iam descobrir onde Sasuke estava. Não era tão difícil, já que o pai dele disse que faria de tudo para levá-lo para casa e deixar ele longe de Naruto, só podia ter sido o chefe de polícia. Eles sabiam o poder que Fugaku tinha na cidade, então precisariam agir com cautela.
— Eu sempre almoço com meus pais no domingo, vou investigar a casa quando estiver lá — disse Uchiha.
— Vou ter que ficar esperando até domingo? — Naruto estava em pânico.
— Temos que agir com sabedoria, meu pai não é idiota. Se eu for até lá de repente, ele vai saber que eu sei que o Sas sumiu e vai desconfiar de algo — explicou ele. — Fique tranquilo, vamos trazer o Sas de volta. — Itachi piscou para o cunhado e deu dois tapinhas no ombro dele, tentando tranquilizá-lo.
— Não vou conseguir ficar sozinho no apartamento esperando por notícias… Eu… — Naruto abaixou a cabeça pensando no quanto seria difícil aquelas noites sem o seu namorado.
— Tenha calma, Naru, não vou te deixar sozinho. — Sakura segurou a mão do seu melhor amigo e sorriu. — Você dorme aqui comigo. — O loiro abraçou a médica e respirou fundo tentando relaxar.
— Vai dar tudo certo. — Itachi curvou os lábios em um sorriso sincero.
Sakura e Naruto se despediram de Itachi no corredor, Uchiha tinha acompanhado os dois até o apartamento ao lado, onde Uzumaki arrumou uma bolsa com suas coisas para passar a semana na casa da médica. Ficar sozinho no apartamento que era tão seu quanto de Sasuke sem ele doía demais, agradecia mentalmente por ter alguém ao seu lado como Sakura.
Itachi falou que manteria contato e assim que entrou no elevador, sorriu e olhou diretamente para Haruno, piscando um olho de maneira sedutora. Aquilo não passou despercebido por Naruto, que virou quase instantaneamente para a amiga assim que as portas metálicas fecharam e afirmou:
— Naru, por favor… — Revirou os olhos e entrou em seu apartamento seguida do loiro, que largou sua bolsa em qualquer lugar.
— Você é uma danada.
— Em minha defesa, eu não sabia que ele era irmão do Sas — defendeu-se sabendo que não conseguiria enganar Naruto com o óbvio estando na cara dele. Seguiu para a cozinha, pegando uma garrafa dos seus muitos vinhos.
— Você olhou pro Ita? — Naruto estava perplexo, os dois eram praticamente gêmeos, caso não fosse a diferença de idade.
— Agora eu sei que eles são parecidos, ok? — Sakura serviu duas taças e logo começou a cortar alguns queijos, salame e azeitonas que tinha em sua geladeira.
— Ah, por que antes você se perdeu na beleza do meu cunhado… — Uzumaki sentou na banqueta do outro lado da bancada.
— Bom, digamos que sim… — Ela fez um bico e logo mordeu o lábio lembrando da noite no carro.
— Nem quero saber os detalhes. — Arrastou uma das taças até sua frente.
— Eu não ia falar! — Deu um gole generoso da taça e assistiu o loiro fazer o mesmo em silêncio, os dois respiraram fundo, sentindo aquela aura de preocupação os abraçar novamente. — Vai dar tudo certo, Naru.
— Eu acredito que sim, Saky. — Sorriu pequeno para amiga, que sempre estava ao seu lado, não importasse a situação.
[…]
Quinta – 26 de Março
Os dias passavam arrastados, Sakura e Naruto gostavam da companhia um do outro e os fazia sentirem-se menos sozinhos e preocupados. Quando um caía em algum pensamento nebuloso, o outro parecia perceber apenas com o olhar e sempre ajudava o tirando de lá, fosse onde fosse. Era impossível não pensar no bem-estar de Sasuke, em como ele estava, onde ele estava, se estava comendo ou dormindo bem. O que até para Fugaku seria um exagero deixar o filho sem o mínimo de conforto, pelo menos era o que pensavam, ou ao que se agarravam para amenizar a situação.
Sakura parecia fazer tudo no automático no hospital, estava aérea, fazia três dias desde que Itachi saiu de seu apartamento dizendo que resolveria aquela situação, ele mandava notícias sempre que podia, avisando que o pai estava agindo estranho, ou que sempre que chegava perto do seu pai para perguntar qualquer coisa que fosse, ele parecia estar escondendo algo. Ela tentava ao máximo confiar no policial que pouco conhecia, afinal, ter tirado sua calcinha não era sinônimo de confiança, contudo, Uzumaki era muito próximo dele e nutria um carinho enorme pelo irmão mais velho que ele nunca teve, como ele mesmo falava. Naruto tinha certeza que Uchiha traria seu namorado de volta são e salvo, então Haruno não teve escolha a não ser confiar e entregar nas mãos de Itachi.
Respirou fundo, guardando as últimas folhas que assinava da turma de residentes. Tinha feito seu resumo sobre cada um dos seus alunos que agora seguiriam para continuar a residência em outro hospital, em outra cidade, tendo em vista que tinham cumprido a residência em seu hospital com excelência. Seu celular vibrou em cima da mesa, mostrando a chegada de uma mensagem da Yamanaka, massageou a testa, lembrando que já tinha evitado sua melhor amiga mais vezes do que podia justificar, mas não podia contar o que estava acontecendo, no último almoço teve que inventar desculpas e desviar de perguntas. Estava sendo exaustivo, não via a hora de Sas voltar para casa em segurança e tudo voltar a ser como antes.
Ouviu batidas na porta a tirando de seus pensamentos e permitiu a entrada, vendo logo em seguida a imagem de Konohamaru à sua frente.
— Com licença, Doutora Haruno.
— Pode me chamar de Sakura, Konohamaru, já falamos sobre isso. — Ela sorriu solícita, apontando a poltrona que ficava do outro lado de sua mesa. — Sente-se, no que posso ajudar?
— Só queria agradecer por tudo, eu aprendi muito com a senhorita. — O garoto estava claramente envergonhado e nervoso. — Foi uma ótima professora.
— Obrigada, você será um ótimo médico, tenho certeza.
— Gostaria de saber também… — pigarreou. — se…
— Doutora Haruno. — Sarutobi foi interrompido por uma voz grossa, o que fez os olhos verdes subirem e focarem na figura masculina na porta de sua sala. — Preciso de você na minha sala, com urgência.
Sakura se levantou de imediato e disse:
— Konohamaru, depois vou descer até o ambulatório para me despedir de todos e terminamos essa conversa. Preciso ir agora, tudo bem?
— Ah, sim. — O garoto sorriu fraco e levantou, seguindo o corredor extenso para o elevador.
Kakashi abriu a porta de sua sala e deu passagem para Haruno, que entrou apreensiva.
— O que houve, Kakashi? — perguntou aflita, já que pela voz do homem parecia algo extremamente sério.
Ele fechou a porta, caminhou até sua cadeira e sentou antes de falar:
— Não era nada, apenas te salvei de uma saia justa. De nada. — Sorriu presunçoso.
— O quê?! — Ela arregalou os olhos e piscou algumas vezes.
— O garoto ia te chamar pra sair, doutora Haruno.
— Como sabe? E o que estava fazendo na porta da minha sala escutando conversas alheias? E por último, mas não menos importante, você tem o quê? 12 anos, Hatake?! — gritou a última pergunta, estava sobrecarregada há dias e o idiota Hatake faz uma coisa daquelas. Queria voar em cima dele e dar bons tapas naquele rosto
bonito. — Você definitivamente me tira do sério!
— Eu só quis fazer algo amigável, seria um péssimo jeito de terminar a residência do coitado do garoto, um fora era a última coisa que ele precisava, não acha?
— Você é um belo de um babaca, Kakashi. — Sakura se aproximou da mesa com rapidez. — Estou cheia de problemas, uma pilha de documentos para revisar, um amigo desaparecido e outro morando na minha casa, sem falar na cirurgia que preciso fazer amanhã com uma probabilidade baixíssima de ser um sucesso — cuspiu as palavras sem nem mesmo pensar. — Ah! — gritou, fechando as duas mãos em punho. — Você é um idiota!
Kakashi estava com os olhos arregalados, nunca viu Haruno perder a compostura, pelo menos não ali no hospital, afinal, não tinha contato com ela que não fosse profissional. Ela era a médica mais respeitada de todo o lugar, uma exímia cirurgiã e chefe de ala. Sakura era admirada por onde passava, não só pelo seu currículo impecável, mas pela pessoa que ela era com todos os pacientes e equipe do hospital. Hatake sabia disso, sabia que trabalharia com Sakura Haruno, e foi aí, antes mesmo de chegar àquela cidade, que ele decidiu mantê-la afastada de si, pois ela era o tipo de mulher por quem cairia de quatro na primeira oportunidade. E lá estava ele, vidrado nela, como esteve nos últimos dias, ou seriam semanas?
— Você está bem, Sakura? — perguntou Kakashi com um tom de voz mais ameno e viu ela desabar na poltrona que havia ali, soltando o ar com força, ela jogou a cabeça no encosto e preferiu ficar calada, sabia que não estava bem e falar em voz alta iria dar abertura para o médico enxerido fazer questionamentos os quais ela não queria responder. Ele levantou e foi até a estante, abriu o armário e tirou uma garrafa de whisky e dois copos baixos.
— Não acredito que tem bebida aí dentro — comentou, surpresa.
— Você não tem no seu? — perguntou, abismado.
— Claro que sim, mas não esperava isso de você.
— Sou certinho demais, doutora Haruno? — Ele a olhou de soslaio sorrindo de maneira galanteadora, que fez ela revirar os olhos. Ele se aproximou dela com os dois copos em mãos e começou: — Seu turno acaba em dez minutos, podemos aguardar… — um dos copos foi retirado de sua mão e em seguida virado garganta abaixo — ou podemos beber agora mesmo.
— Nem preciso dizer o quanto ser uma mulher no mundo já é peso o suficiente, não é? — O homem fechou os olhos e torceu os lábios, concordando. — Deveríamos ter duas férias por ano, Hatake.
— Não poderia concordar mais. — Kakashi caminhou até o armário e serviu mais uma dose para sua colega. — Você precisa respirar, tire um dia de folga.
— Eu precisaria de no mínimo um mês de folga. — O médico entregou o copo baixo e se apoiou em sua mesa. Sakura bebericou o líquido âmbar e olhou para cima, vendo os olhos negros com uma sombra de fascínio por ela, parecia analisar cada expressão e movimento que Sakura fazia. — Ah, não me olhe desse jeito, Kakashi. — Virou o líquido, levantou enquanto colocava o copo em cima da mesa e seguiu seu caminho até a porta.
— Que jeito, posso saber? — perguntou antes que a mão da mulher atingisse a maçaneta.
Sakura respirou fundo e virou para ele, ficou pensativa se diria o que passou pela sua cabeça, mas com ela sempre foi assim, nunca teve papas na língua. Olhou o relógio, eram exatamente 21 horas, seu horário tinha acabado, não era mais Sakura Haruno, cardiologista cirurgiã, era Sakura, a mulher impetuosa e decidida. Riu fraco e tirou o jaleco.
— Se fosse em outro contexto a gente ia foder na mesa em que está sentado, Kakashi — a boca dele foi se abrindo em puro choque —, mas eu não faço isso no meu local de trabalho e também, tenho um amigo que precisa de mim em casa me esperando, e ainda uma coisa muito importante, por incrível que pareça, não estou com cabeça pra isso. — Deu de ombros e virou abrindo a porta. — Boa noite, Kakashi, obrigada pelo drink. — Saiu deixando um homem completamente embasbacado e se perguntando de onde que veio tudo aquilo.
Sábado – 28 de Março
— Saky? — Naruto escutou um murmúrio no escuro daquele quarto, sentiu a mão de Sakura passando pelo seu braço e logo os dedos entrelaçando nos seus. — É amanhã… — Ele respirou fundo e logo ela o puxou para um abraço.
— Vai ficar tudo bem, Itachi disse que ia resolver. — Beijou os fios loiros e acariciou as costas do seu melhor amigo.
— Eu tenho medo do Itachi se prejudicar ou pior, Fugaku sequestrar ele também.
— Naru, o Ita é inteligente, ele sabe o que tá fazendo. — Os olhos verdes encontraram os azuis, assim que ficaram de frente um para o outro, conseguiram se encarar pela luz do sol que entrava pela fresta do
blackout. — Vamos confiar nele, sim?
— Eu confio nele…
— Que horas são? — Sakura virou e pegou o seu celular na mesa de cabeceira. — Céus, já são 11:30?
— Você parecia cansada ontem, não quis te acordar antes. — Uzumaki sorriu e recebeu um selinho em seus lábios.
— As coisas estão complicadas, não é? — Ela curvou os lábios em um riso fraco. — Vamos almoçar.
Sakura foi a primeira a levantar da cama sem se importar por estar apenas com uma blusa surrada e uma calcinha minúscula. Entrou no banheiro, tirou a roupa e entrou embaixo do chuveiro, seus músculos agradeciam pela água morna escorrendo pelo seu corpo. Naruto tinha razão, estava cansada, não lembrava a última vez que estava desejando umas boas férias. O pior nem era o cansaço físico e sim a exaustão mental. Passou as mãos pelo rosto e subiu para os cabelos rosas, tirando o excesso de água, para então passar shampoo.
Não conseguia esquecer que desabou em frente ao homem que odiava, porém, naquele dia, descobriu que não o odiava tanto assim. Kakashi podia ser chato, encrenqueiro como um adolescente da oitava série, mas ela tinha noção de que o cara era um gostoso e não podia ser hipócrita que tinha pensado algumas vezes em como seria transar com ele. Revirou os olhos enquanto esfregava o corpo com a esponja, estava realmente considerando Hatake para uma foda casual?
— A que ponto cheguei… — disse para os azulejos do seu box.
— Massa ou comida japonesa? — Naruto apareceu na porta do banheiro olhando o celular.
— Ah, Naruto! — Colocou a mão no peito. — Me assustou…
— Estava tão distraída assim? — Ele riu e ela estreitou os olhos. — O que vai ser?
— Japonês. — O loiro deixou o banheiro e ela gritou: — Quero muito salmão!
— Pode deixar! — gritou de volta.
Sakura terminou seu banho, enxugou-se e vestiu uma calcinha rendada e o seu robe de cetim, secou os cabelos com o secador, escovou os dentes e foi em direção à sala. Naruto estava jogado no sofá, finalizando o pedido no aplicativo do celular, Sakura chegou no ambiente e foi até a geladeira pegar um chá, sentando-se também no sofá com as pernas em cima do loiro, conversaram sobre o quanto estavam ansiosos por notícias de Itachi, além da preocupação com Sasuke. Uma semana desde que ele sumiu, eles sabiam que o irmão dele daria um jeito de encontrá-lo, mesmo que tivesse que desafiar o próprio pai. Contudo, esperar era um tanto quanto desafiador para o autocontrole de ambos.
Horas se passaram desde o almoço, comeram como se aquilo fosse os confortar de certa maneira. Entretanto, a única coisa que podia deixá-los minimamente relaxados não chegaria em menos de 24 horas. Sakura levantou do sofá apressada assim que ouviu a campainha, achando que era Itachi, abriu a porta esperando pelos olhos negros, mas o que viu foram os verdes muito bem conhecidos por si.
— Gaara? — Franziu o cenho.
— Alguém pode me dizer por que o meu editor não aparece na minha casa há uma semana?
Sakura abriu a boca, as palavras tinham sumido da sua mente, respirou fundo e olhou para Naruto, que também mantinha uma expressão de surpresa no rosto.
— Quer um vinho? — Ela deu um sorriso amarelo e deu passagem para o ruivo entrar. — Ou um whisky que é mais forte? — Fechou a porta atrás de si e seguiu em busca de uma bebida, pois iriam precisar.
Capítulo 10 – Aquele dia do resgate
Sábado 28 de Março
— Deixa eu ver se eu entendi… — Gaara virou a dose de whisky e continuou: — O chefe de polícia da cidade sequestrou o próprio filho só porque namora com o Naruto? — Sakura e Naruto confirmam balançando a cabeça. — Mas o que caralhos ele tá pensando?
— Você nem imagina a minha vontade de partir pra cima do velho quando ele apareceu aqui querendo levar o Sas a força — conta Haruno de forma irritada.
— Ele é louco? — perguntou de forma retórica olhando para Sakura e virou para Naruto, continuando: — Ele é louco, Naruto! Você falou com seu pai?
— Não quero envolver meu pai nisso, Gaa. Ele tem preocupações o suficiente.
— Naru, seu pai é o prefeito! E o chefe de polícia da cidade… Onde ele é prefeito — enfatizou —, é maluco! Você precisa avisar ele…
— Gaara, estamos tomando providências.
— Que providências? O Sas está desaparecido há uma semana! — O ruivo se exaltou.
— Não temos certeza se foi o Fugaku que sequestrou o Sas, Gaara! — Uzumaki se alterou, levantando da poltrona. — Não posso acusá-lo, precisamos ter a certeza!
— Gaa… — Sakura apertou o joelho de Sabaku atraindo a atenção dele para si antes que aquela discussão fosse além. — O Itachi tá resolvendo, por favor, não fale pra ninguém sobre isso. Quando tivermos notícias eu vou até você.
— Mas, Saky…
— Por favor, confia em mim. — Gaara soltou o ar com força, fechando os olhos, e ela conhecia ele o suficiente para saber o que aquilo significava. — Obrigada.
Sexta 4 de Abril
Sakura olhava a noite pela janela do seu quarto enquanto bebia água, encostada na esquadria e coberta apenas pelo seu robe, sentia o frio da madrugada lhe abraçar. Olhou por cima do ombro, vendo Naruto embalado em um sono profundo, depois de beber algumas doses de whisky ele conseguiu dormir, ou seria apagar? Ela estava preocupada com ele, após o almoço do domingo passado, Itachi tinha ligado para eles confirmando que Sasuke estava na casa dos seus pais e que pensaria em um plano para tirá-lo de lá.
Naruto tinha ficado ainda mais inquieto e nervoso com o passar dos dias, toda aquela situação estava deixando quem sabia dela fora do seu estado normal. Sakura não conseguia dormir, no dia seguinte não trabalharia, tinha falado com Obito para assumir seu posto pelo fim de semana e voltaria apenas na segunda-feira. Ela precisava de um descanso, odiava admitir, mas Kakashi estava certo, e a sua consciência também, apesar de detestar ficar longe do trabalho por muito tempo, ela precisava de um descanso.
Foi tirada dos seus pensamentos pelo seu celular vibrando, pegou o aparelho e viu o nome de Itachi piscando em sua tela. Saiu do quarto de forma silenciosa para não acordar Uzumaki, fechou a porta e seguiu até a sala para atender o telefone.
— Oi, Ita.
—
Está acordada… — Sim, não consegui dormir.
— Meu pai está de plantão na delegacia por causa de um assassinato, eu não esperava que tivéssemos uma oportunidade tão cedo, mas parece que é a noite perfeita. — Do que você está falando?
— Me encontra na conveniência da rua Carlton, nós vamos tirar o Sas de lá hoje. — Sério?!
—
Me encontra em 10 minutos? — Estarei lá.
Sakura sentiu seu coração bater acelerado no peito, não sabia o que fazer primeiro, parou por alguns segundos para pensar seus próximos passos, então correu até a área de serviço e buscou algo para vestir no cesto de roupas limpas. Não queria entrar no quarto novamente e correr o risco de acordar Naruto. Colocou uma calça jeans, uma blusa preta e a sorte era que seus coturnos estavam jogados no corredor. Pegou o capacete extra, as chaves e desceu com pressa pelas escadas, a ansiedade não deixaria que ela esperasse pelo elevador.
Subiu em sua moto, deu a partida e pilotou rápido até o ponto de encontro. Quando chegou, viu Itachi encostado na caminhonete, aquela que eles tinham transado, e um fogo imediato subiu pelas suas pernas inconscientemente, apenas pela lembrança; precisava transar, mas a vontade desaparecia logo em seguida devido toda a situação. Desceu da sua moto e tirando o capacete liberou os cabelos rosas. Ele curvou os lábios à medida que via ela se aproximar, Sakura era linda, ele não podia ignorar a beleza daquela mulher, era impossível.
— Ita…
— Oi, Saky. Podemos ir na sua moto?
— Teremos que caber os três na volta… — Sakura riu.
— Daremos um jeito. — Itachi piscou para ela, que já dava o capacete reserva para ele.
— Não vou deixar ninguém pra trás, Itachi. — A médica subiu na moto e ligou o motor.
— Entendido, doutora Haruno. — Apertou a cintura da mulher de forma proposital.
Sakura acelerou a moto e foi seguindo o direcionamento que Itachi dava a ela. Em poucos minutos estavam em frente à casa dos Uchiha. Ele desceu da moto e deu o capacete para ela, pedindo para que esperasse ali. Os olhos verdes seguiram a movimentação do policial pela lateral escura da casa, viu ele abaixar e parecia falar com alguém, obviamente, Sasuke. Itachi levantou e seguiu para trás da casa, voltando com algo que ela não conseguiu identificar. Logo ele abaixou novamente, dessa vez demorou um pouco mais. Em um movimento brusco do homem, Sakura ouviu o barulho de vidro quebrando e ele caindo para trás.
Sakura estava aflita olhando para os lados, ao mesmo tempo que estava atenta a Uchiha, mas assim que viu a luz lateral da casa acender, seu coração disparou. Assim que tudo se iluminou, conseguiu ver Itachi puxando Sasuke por uma janela minúscula, que deveria levar ao porão. Os dois começaram a correr em sua direção. Ela jogou o capacete para o mais velho, ligou a moto enquanto seu melhor amigo sentava atrás de si.
— Vai, Sakura! — gritou Sasuke assim que Itachi se apertou para caber no banco e a moto roncou o motor, saindo dali depressa. Os três começaram a rir assim que estavam em um local seguro.
— Que ideia foi essa de vir me resgatar em uma moto?
— Sakura não tem carro… — comentou Itachi.
— O Naruto tem!
— Não quis acordar ele, Sas. — Sakura estacionou na loja de conveniência onde tinha encontrado Itachi mais cedo.
— Além de não ser tão divertido quanto isso… — O policial desceu da moto enquanto ria e tirou o capacete, entregando para o irmão.
— Foi superdivertido ser espremido no meio de vocês dois. — Sasuke fez um bico de irritação.
— De nada, Sas, também estava morrendo de saudade. — Haruno olhou para o amigo com irritação, e Sasuke virou e a abraçou. Com a adrenalina estabilizando novamente em seu corpo, lembrou de tudo o que sentiu e que pensou que nunca mais veria ela, ou Naruto, ou qualquer um de seus amigos. — Também te amo.
— Obrigado, Saky… — falou com a voz embargada. — Obrigado, Ita. — Olhou o irmão, que sorria, sabendo que agora ele estava a salvo, meneou a cabeça antes de entrar no carro e deu partida na caminhonete.
— Vamos pra casa? Tem alguém que vai amar te ver. — Ela sorriu, e os dois seguiram para o apartamento.
Sasuke sentia seu coração batendo cada vez mais rápido conforme eles iam se aproximando do prédio deles. Era inevitável não sentir nervosismo, achava que não veria mais seu namorado. Por mais que fosse o mais introspectivo e, aparentemente, sem coração da relação, ele amava tanto Naruto que chegava a doer. Os dois desceram da moto e entraram no elevador, saindo logo em seguida no andar dos seus apartamentos. Sakura girou a chave e abriu a porta, fazendo Naruto levantar sobressaltado do sofá.
— Sakura! Onde você estava?! Eu morri de preocupação, você não atendia o… — Naruto parou de falar assim que Sakura foi para dentro da sala, liberando caminho para Sasuke aparecer. Ele entreabriu a boca e lágrimas desceram de seus olhos. Sasuke correu até ele e o abraçou, tentando amparar o peso de Uzumaki, que perdeu as forças das pernas. — Sasuke…
— Eu tô aqui, Naru… Eu tô aqui… — Haruno sorriu e respirou fundo, aliviada que aquela aflição tinha finalmente acabado.
[…]
05 de Abril
— Saky… — A voz rouca ecoou assim que a médica saiu do elevador.
— Sasuke está bem e em casa. — Sakura caminhou em direção a Sabaku, largou a bolsa em cima do sofá, deu um selinho e sentou no colo do ruivo, que estava sentado em uma poltrona na varanda.
— Finalmente um pouco de paz pra minha mente. — Respirou aliviado. — Obrigado por me atualizar. — Selou os lábios no pescoço da mulher, que fez questão de tomar o cigarro, que estava entre os dedos de Gaara, para si. — Ainda acho que Naruto deveria falar com o pai, isso que aconteceu foi completamente absurdo.
— Concordo com você, mas eles dois precisam conversar e decidir o que vão fazer agora. — Ela cruzou as pernas e sentiu a mão grande em seu quadril e assim que levantou os olhos e soltou a fumaça, notou os verdes conectados aos seus, fazendo-a sorrir de canto. — Mas a minha pergunta é: você decidiu o que nós dois vamos fazer agora?
— Se estiver livre, tenho algumas coisas em mente… — Gaara deu um sorrisinho safado e nem precisou terminar a frase, apenas tomou os lábios de Haruno, pressionando-a contra seu peitoral, subindo a palma devagar pelas costas da mulher. — Quer escolher o cômodo da casa?
— Me surpreenda. — O ruivo levantou com a médica em seu colo, beijou os lábios carnudos novamente, mordeu-os e chupou a língua macia de Sakura. — Isso é saudade, ruivo? — Foi colocada no chão assim que chegaram ao quarto, as costas, recém desnudas, foram prensadas na parede.
— Talvez… — Distribuiu beijos pelo ombro, pescoço e mordeu o queixo da mulher, vendo ela inquieta com as carícias que suas mãos faziam pelo corpo curvilíneo. — Algo me diz que faz tempo que alguém não te come, moranguinho — sussurrou com os lábios grudados na orelha dela.
— Você acertou, e se sinta especial por eu ter escolhido você. — Gaara rosnou, raspando os dentes na pele dela, pegou-a pela cintura e a deitou na cama. Tirou a camiseta e ficou sobre ela, passando a boca pela pele sedosa da médica, até chegar em seu umbigo.
— Vou fazer você achar que foi uma ótima escolha. — Com a saia jogada no chão, a calcinha foi a próxima a deixar seu corpo, e o grito subsequente de Sakura diante das investidas da língua de Sabaku entre suas pernas dizia tudo.
— Definitivamente… uma ótima… escolha… — disse entre gemidos e suspiros. — Me fode gostoso, vai, Gaara…
Ele a virou, colocando-a deitada de barriga para baixo, segurou o pescoço, levantando-a levemente para que beijasse sua boca. Ele abaixou a cueca e vestiu seu membro com o preservativo, afastou as pernas de Sakura com seus próprios joelhos e encaixou-se nela. Entrou devagar, torturando-a e ouvindo cada resmungo de reclamação que ela tentava dar. Levou os lábios até a orelha dela, lambeu o local, desceu para o pescoço até chegar em suas costas e deixar uma mordida, sem deixar as investidas, que agora já se tornavam lentamente prazerosas.
Gaara enfiou a mão entre a barriga de Sakura e o colchão, descendo cada vez mais, até o clitóris inchado e pressionar o ponto castigado pelo tesão. Um gemido longo e estridente saiu da garganta de Haruno assim que ele começou a estimular o lugar e acelerar as estocadas.
— Geme meu nome… — Pegou o cabelo dela e trouxe a orelha da mulher até seus lábios. — Diz quem tá te fazendo gritar… — Meteu fundo dentro dela.
— Ah! Gaara… Não para, céus! — Saiu de dentro dela apenas para virá-la de frente para si, segurou as duas pernas dobradas e escorregou de vez para a cavidade quente e molhada, fazendo-a gritar alto. Sakura parou de morder o próprio lábio e puxou o ruivo pela nuca, chupou sua língua, forçou as unhas na pele das costas largas. — Eu vou gozar, eu vou gozar, eu vou…
Seu canal apertou forte o pau de Gaara, que apertou o travesseiro ao sentir ser engolido de uma forma que nunca aconteceu antes. Um arrepio cruzou seu corpo inteiro e o fez gemer sem controle algum e enfiar a cabeça entre os cabelos rosas, sentindo seu limite tomar conta de seus músculos, os deixando rígidos. Sakura tremia embaixo de Sabaku de olhos ainda fechados, aproveitando cada segundo do orgasmo prazeroso que fez falta nas últimas semanas.
— O que você fez comigo? — disse abafado.
— Sexo? — Sakura fez a pergunta retórica e riu para descontrair. Gaara levantou seu tronco e olhou nos olhos verdes de uma forma que ela sabia o que aquela pergunta significava, mas não podia deixar que ela fosse feita.
— Banho?
— E pizza?
— Feito. — Gaara deu um selinho nela e se levantou com toda sua imponência e beleza à mostra para quem quisesse ver, e, ah, como Sakura adorava ver. Contudo, não pôde ignorar o aperto no peito, talvez Ino estivesse certa, ela tinha que parar de repetir figurinhas, mas com o ruivo era tão difícil não repetir. Mordeu o lábio com seus pensamentos rondando sua mente, porém resolveu que era melhor ignorá-los por enquanto.
[…]
09 de Abril
Mesmo com o sumiço dos três — Sakura, Naruto e Sasuke — durante duas semanas nos happy hours, ninguém fez questionamentos, pelo menos não até aquele momento. Sakura tinha acabado de chegar no bar dos Hyuuga, tomou um lugar no balcão do bar e encarou Neji com sua costumeira cara de cansada depois de um plantão de 12 horas.
— Parece mais cansada do que de costume, Haruno, tá tudo bem? — Ele colocou o copo com uma dose de whisky dupla e se apoiou nos cotovelos para conversar com a amiga.
— Só… muita coisa pra resolver, no hospital está uma loucura. — Deu um gole na bebida e continuou: — Rolou alguma festa clandestina em uma fazenda aqui perto, tem um monte de gente doente e algumas machucadas.
— Ouvi falar sobre isso, parece que alguém apareceu morto — sussurrou ele, olhando para os lados, e Haruno tomou um gole generoso da sua bebida.
— Nem me fale sobre isso. — Soltou o ar com força, lembrando de esse ter sido o motivo pelo qual eles conseguiram salvar Sasuke, mas assim que ela viu a testa franzida do Hyuuga, tentou se corrigir: — Quero dizer, eu sou uma médica, sabe? Não gosto de saber que poderia ter salvado alguém.
— É, falaram que ele não chegou ao hospital a tempo.
— Boa noite… — Sakura ouviu a voz rouca próxima de seu ouvido e sorriu, olhou para o lado e recebeu um selinho do ruivo. — E aí, Hyuuga? O mesmo que ela, por favor, e já traga outro pra Saky, ela deve acabar no próximo gole. — Sakura sorriu e virou o resto do líquido âmbar.
— Me conhece tão bem… — Ela riu, colocando o copo vazio no balcão e abraçando Gaara de lado, beijando seu pescoço e falou baixinho: — Amanhã estou de folga…
— É pra já — falou Neji mais para ele mesmo do que para o casal, que já entrava em uma conversa privada.
— O que está planejando? — perguntou o ruivo baixo, mirando os olhos verdes.
— Não sei, podemos resolver aqui mesmo no bar ou na sua casa mais tarde.
— Definitivamente mais tarde na minha casa — falou com um sorrisinho safado no rosto, e Sakura beijou Sabaku com vontade, até ser interrompida por um pigarro. Os dois olharam, vendo Temari parada atrás deles.
— Estão se divertindo?
— Muito — disse Gaara —, até você atrapalhar, irmãzinha.
— Aqui está. — Neji voltou com os dois copos pela metade e voltou os olhos perolados para a loira. — Tema… Oi. — Ela sorriu e colocou uma mecha de cabelo para trás da orelha.
— Por Deus, se beijem logo! — Sakura pegou o seu copo para sair dali e Gaara fez o mesmo, mas não antes de lançar uma expressão de quem apoiava o casal e concordava com a médica.
Sakura abraçou Hinata, que já tinha preparado uma mesa para os amigos. Todos sentaram, inclusive Temari e Neji, que deixou o balcão ao comando de Deidara. Conversavam amenidades quando um novo casal cruzou a porta.
— Só pode estar brincando… — A Hyuuga fez bico. — Vocês vão ter filhos e eu vou ser a tia solteirona.
— Ei, me tire dessa! — reclamou Sakura.
— Também tô fora — resmungou Temari.
— Boa noite,
bitches. — Ino não teve nenhuma vergonha na cara em chegar de mãos dadas com Nara.
— E aí — cumprimentou Shikamaru antes de se sentar à mesa.
Com o passar das horas, Naruto e Sasuke chegaram, e Sakura pulou da cadeira para abraçá-los. Ficaram falando baixo antes de chegar até os demais, comentando sobre tudo que tinha acontecido, já que ela não conseguiu vê-los desde que Sasuke voltou. Sentados à mesa há algumas horas, com drinks em seus copos, Ino contava para Sakura, Hinata e Temari, em um cantinho afastado, como tinha finalmente decidido começar uma relação exclusiva com Nara. Sakura riu da cara da melhor amiga, que sempre dizia que nunca teria uma relação com um só.
— Cadê a mulher que seria solteira até morrer? — brincou Haruno.
— Para a tristeza de muitos, ela não está mais solteira. — Jogou o cabelo e empinou o nariz.
— Você é demais, Yamanaka. — Temari balançou a cabeça em negativo, levando seu drink à boca.
— Obrigada. — Sorriu largo, agradecendo.
— Não foi um elogio. — O comentário arrancou uma carranca da outra loira e várias gargalhadas das amigas.
— Não fale muito, Tema, saiba que já percebi que você tem ido lá em casa — comentou Hinata, sorrindo maliciosa, e a de olhos verdes ficou chocada com a afirmação. — Que foi? Achou mesmo que você deixar o seu carro na esquina ia adiantar alguma coisa?
— Não acredito que você fez isso! — Ino bateu no ombro da Sabaku e riu sem parar do comportamento adolescente dela. — Qual o problema de você estar fodendo com Neji?
— Não tem problema nenhum, eu só…
— Eu já bebi o suficiente para ter alucinações? — perguntou Sakura de maneira séria, olhando seu copo, interrompendo a discussão das amigas.
— Do que você tá falando, Saky? — perguntou a Hyuuga com o cenho franzido e olhou diretamente para onde Haruno direcionava sua atenção. — Nossa, se eu gostasse de homem eu bem que sentava.
— De quem vocês estão falando? — Yamanaka virou, a única que estava de costas para a porta de entrada, e então percebeu os dois homens que tinham acabado de entrar. — Puta que pariu.
— Já não basta eu ter que aturar ele no hospital? — Haruno bufou e virou seu drink.
— Que os dois são médicos gostosos, a gente sabe, mas qual é o ordinário que você fala tanto? — perguntou Temari com risinhos.
— Kakashi Hatake, o de cabelo branco — respondeu Ino. — E agora ele sabe que você está aqui. — Virou para Sakura, que ainda sustentava seu olhar no dele. Pela primeira vez teria que lidar com o doutor Hatake fora do horário de expediente. Se isso era bom ou ruim, ela teria que descobrir.
Capítulo 11 – Aquele dia do post it
— Obito! — gritou Sasuke e saiu de seu lugar na mesa para ir até seu primo.
— Descobrimos quem convidou. — Ino riu alto, mas logo se calou ao ver a expressão de descontentamento da amiga. — Amiga, supera, Kakashi não é tão ruim assim.
— Eu sei que não, eu só… — Parou de falar assim que viu o olhar de Yamanaka sobre si, estranhando o fato de ela ter concordado tão rápido. — Quer dizer…
— Desembucha, você transou com ele? — interrompeu a Haruno.
— Não! — Sua voz saiu mais esganiçada que o normal, ela pigarreou e repetiu: — Não. Só… — Ino arqueou uma das sobrancelhas. — Eu talvez possa ter desabafado com ele.
— O quê?! — exclamou Ino. — Isso é ainda pior!
— Como isso pode ser pior, Yamanaka? — Torceu os lábios encarando a loira.
— Você traiu suas amigas. — A de olhos azuis montou a pose de vítima irritada.
— Boa noite. — A voz masculina soou, desmontando a pose da loira e chamando atenção das demais.
— Obito… Doutor Hatake — cumprimentou Sakura, dando um pequeno sorriso, e os olhos verdes não deixavam os negros de Kakashi.
— Boa noite, doutores. Essas são nossas amigas, Temari e Hinata — Ino apresentou as outras mulheres devido ao silêncio constrangedor que tomou o ambiente.
— Prazer em conhecê-las. — Obito sorriu e logo o outro médico fez o mesmo.
— Venham, sentem-se aqui! — chamou Sasuke e os dois foram até o outro lado da mesa.
— Vai me contar exatamente o que aconteceu — sussurrou Ino próximo a Sakura.
Yamanaka voltou a interrogar a amiga, que mordia o lábio pensando em como explicar aquele momento, como dizer que estava tão estressada que cuspiu palavras para o primeiro que pareceu minimamente amigável? Como dizer que Sasuke tinha sido sequestrado pelo pai e que ela e Naruto ficaram duas semanas no limite de suas faculdades mentais? Ia ser complicado, além de terem prometido que não contariam para ninguém sobre o pai maluco de Uchiha.
— Saky, podemos… — chamou Gaara e balançou a cabeça para o lado da varanda do bar.
— Já volto, meninas. — Agradeceu mentalmente por ter sido salva pelo ruivo e os dois saíram do bar, ele acendeu um cigarro e deu para ela, acendendo outro para si em seguida. — Obrigada.
— Parecia estar precisando de uma mãozinha.
— Obrigada por isso também. — Curvou os lábios. — Vai ser difícil não dizer nada sobre o Sas. — Respirou fundo antes de tragar o cigarro e soltar a fumaça no alto. — São minhas melhores amigas, Gaa.
— Eu sei, Saky, mas prometemos ao Sasuke. — O ruivo a abraçou e logo se afastou para acariciar o rosto da mulher.
Os olhos de Sabaku pareciam conhecê-la de maneira que nenhum outro nunca foi capaz. Camadas foram perfuradas com muita vontade de desvendar cada uma delas, todo maldito defeito que Sakura odiava ou tentava esconder não pareciam tão ruins assim quando estava com ele. Suas fraquezas, que não gostava de deixar aparentes, inseguranças e medos, mas para ele, para ele era como se fosse naturalmente fácil mostrar tudo que ela era, tudo que tinha dentro dela. Ele ouvia, compreendia e a olhava com carinho, sem julgamentos, até para as piores partes. Era confortável.
Gaara passou o nariz pelo pescoço, subindo pela bochecha e encostando suas testas, os olhos verdes se abriram, vendo os dele tão perto, brilhantes e…
— Doutora Haruno. — Sakura virou de supetão, vendo Kakashi na porta do bar. — O hospital entrou em contato com Obito já que não conseguiram falar com você, parece que é um caso grave na emergência.
Ela puxou a fumaça e jogou o cigarro, caminhando em direção ao médico, mas então parou no meio do caminho e voltou. Olhou para Gaara e falou baixo, apenas para ele ouvir:
— Eu ligo pra você mais tarde. Obrigada, Gaa, por tudo. — Sorriu e deixou um selinho nos lábios dele, e entrou para o bar. — O que houve, Obito? — perguntou assim que viu o homem impaciente.
— Pediram por você, Sakura.
Os três partiram para o hospital no carro de Uchiha, Kakashi explicou que um policial tinha sido ferido, ela automaticamente pensou em Itachi, e imaginou que era por isso o pedido por ela. Sakura ficou inquieta e preocupada, começou a explicar que não poderia fazer nada pois tinha bebido, Obito era o único sóbrio, não bebeu nada no bar pois estava de motorista da rodada. Chegaram no hospital em poucos minutos, logo uma enfermeira veio em direção a Haruno e começou a informar o que tinha acontecido.
Dois policiais chegaram há pouco menos de 15 minutos, um deles em estado grave, a bala tinha conseguido perfurar o colete e se alojou próximo ao coração, ele já tinha perdido muito sangue e estava sendo preparado para a cirurgia. O segundo policial estava em estado eufórico já que eram primos. Estava com escoriações leves e um corte relativamente profundo no supercílio que ia até o começo do couro cabeludo, mas já estava medicado e com curativos. Chegaram até o corredor e quando Sakura viu Itachi, não se conteve em ir até ele o abraçando.
— Achei que tinha sido você. — Afastou-se e viu os olhos marejados do amigo.
— É meu primo, Saky, ele… — Itachi olhou por cima do ombro de Haruno, ficando surpreso ao ver Obito, que ficou estático. — Obito…
— Eu não posso fazer a cirurgia.
— Como assim, Obito? — Sakura virou para ele assustada.
— Eu pedi pela Sakura — disse o policial. — Pedi por você. — Ele a segurou pelos ombros e ela voltou seus olhos a ele, respirou fundo apertando os olhos e explicou:
— Eu bebi, Itachi. Não posso entrar em cirurgia. — Haruno virou para os dois médicos. — Obito, não há mais ninguém no hospital que seja cardiologista cirurgião.
— Shisui é meu irmão, doutora Haruno.
Sakura abriu a boca minimamente, surpresa com a notícia inesperada, viu ele sentar em uma das cadeiras, cabisbaixo por saber naquele momento a situação de seu irmão. Ela encostou na parede e respirou fundo, fechando os olhos, e começou a pensar. Os olhares seguiam atentos na médica, esperando qualquer sinal de que ela teria alguma ideia. Sentia-se responsável por qualquer decisão que tomasse ali, afinal, era a chefe do setor de cardiologia.
— Quanto tempo temos para a cirurgia? — Sakura mirou a enfermeira que estava munida com todas as informações.
— O quanto antes, ele está perdendo sangue.
— Merda! — Sakura ficou de cócoras com as mãos na cabeça, não tinha saída. — Obito — chamou o médico, que já a olhou com os olhos marejados, porém ele sabia o que tinha que fazer —, você precisa fazer essa cirurgia.
Com o médico Uchiha se recompondo e Sakura ajudando ele a ter a confiança necessária que ele precisava para operar o irmão, ele entrou para se preparar para a cirurgia. Nunca foi proibido operar familiares, mas não é recomendado por questões psicológicas. Caso a cirurgia desse errado, Obito se culparia pela morte do irmão, o que seria mais do que traumático para ele. Sakura pediu para cobrirem o rosto de Shisui na cirurgia, para que isso facilitasse as coisas para seu companheiro de trabalho.
Kakashi acabou saindo para buscar café, enquanto Sakura tentava acalmar Itachi, que parecia bem agitado e preocupado. Além de Shisui ser seu primo, ele era seu parceiro desde que entrou na polícia. Treinaram juntos, passaram nos exames juntos e acabaram sendo parceiros. Itachi e Shisui eram melhores amigos, além da ligação sanguínea.
— Saky, eu preciso falar uma coisa com você… — começou e ela balançou a cabeça, apenas prestando atenção no que o policial dizia. — Estou preocupado com o Sas, meu pai não fala mais comigo e minha mãe brigou com o meu pai, ela nem sequer sabia que o Sasuke estava debaixo do teto dela. — Ele respirou fundo, pegou a mão de Sakura e continuou: — Tenho medo do que ele pode fazer, não só com ele, mas comigo.
— Você acha que ele seria capaz de fazer algo… ruim? — Sakura engoliu em seco.
— Meu pai sempre foi muito duro, mais com o Sas do que comigo, mas… Não, talvez eu esteja sendo neurótico.
— Fale, Ita… Tá tudo bem, isso vai ficar entre nós… — Sakura acariciou a mão de Uchiha e manteve o contato visual.
— Essa operação pra qual fomos chamados hoje foi muito estranha, Saky. Eu acho que…
— Seu pai armou isso? — completou ela, chocada com a possibilidade, e obteve um manear de cabeça confirmando. — A gente precisa fazer alguma coisa. — Ela o abraçou forte. — Vai ficar tudo bem, Ita. A gente vai dar um jeito…
Escutaram um pigarro e se viraram, dando de cara com Kakashi segurando três cafés. Entregou os copos aos outros dois e manteve um para si, sentando-se na fileira de cadeira do outro lado do corredor. Sakura estava pensativa e ainda segurava a mão de Uchiha sem perceber, quando viu o olhar de Kakashi sobre si e logo o olhar descer até seus dedos entrelaçados foi que desfizeram a aproximação assim que percebeu. Pegou seu celular na bolsa e começou a mexer no aparelho para acabar com aquele clima estranho que tinha se instaurado no corredor.
Todos esperavam ansiosos por alguma notícia, mas Sakura tinha acabado de passar por um evento traumático, fora a informação que Itachi tinha lhe dito há poucos minutos. Estava à beira de um colapso, estresse pelo trabalho, pela segurança dos seus melhores amigos, por não poder ter entrado para fazer a cirurgia e ter feito Obito passar por isso. Respirou fundo e encostou a cabeça na parede, olhando o teto, tentava pensar o melhor e emanar a melhor das energias, e duas longas horas depois, uma enfermeira veio até eles confirmando que a cirurgia tinha sido um sucesso e o paciente estava fora de perigo. Obito apareceu logo depois e foi de imediato dar um braço em Itachi com força, os dois não se viam há anos, desde que ele tinha ido embora para a cidade grande.
— Eu salvei ele, Ita, eu consegui… — falou com a voz embargada.
— Eu sabia que conseguiria. — Os dois aproveitaram o carinho em silêncio. — Eu não sabia que estava de volta e o Shi também não sabe, Obito. — Afastaram-se para poderem se olhar.
— Sasuke não te falou? — questionou Obito franzindo as sobrancelhas.
— Acho que ele pensou que fosse segredo. — O policial sorriu de forma terna.
— Desculpe não ter falado nada, eu soube de tudo do tio Fugaku com o Sas, eu não queria outro drama na família. — Soltou o ar e abaixou a cabeça, Itachi apertou seu ombro e sorriu.
— Senti sua falta, primo. — Os dois se encararam novamente.
— Eu também, Ita, eu também…
Todos mantinham um sorriso de alívio no rosto, a madrugada tinha sido intensa e complicada. Passavam das 3 da manhã quando Sakura tentava pedir um Uber e nenhum deles aceitava a corrida. Ela esbravejava qualquer xingamento no corredor do hospital quando Kakashi apareceu ao seu lado.
— Tá tudo bem?
— Péssimo, Hatake, estou tentando ir pra casa e não consigo. — Baixou os ombros. — Estou exausta…
— Posso… te dar uma carona.
— Achei que estava com Obito. — Sakura virou o corpo para o médico e cruzou os braços. — Bebeu e dirigiu, doutor Hatake?
Ele riu anasalado e explicou:
— Eu moro no outro quarteirão, doutora Haruno. Podemos ir a pé até meu apartamento e eu pego o carro, já estou sóbrio, afinal, só deu tempo de beber duas doses de whisky. — Sakura parecia ponderar a oferta, mordeu o lábio enquanto decidia mentalmente o que faria. — Podemos?
— Agradeço a gentileza, é algo raro vindo de você. — Passou por ele indo em direção a saída do hospital, tirando uma risada incrédula do outro.
Os dois caminharam juntos por alguns metros, o silêncio não era incômodo, mas Sakura odiava pisar em ovos e era assim que se sentia naquele momento. Assim que chegaram na frente de um prédio de três andares, com arquitetura antiga por ser no centro histórico da cidade, Kakashi parou. Digitou uma senha no pequeno interfone e o portão destravou, ele empurrou e abriu passagem para Haruno passar, porém, ela ficou plantada olhando para ele.
— Dá pra ser menos intransigente? — Sakura apenas arqueou uma das sobrancelhas, fazendo Kakashi suspirar e apertar os olhos. — Olha, eu preciso pegar a chave do carro, não gostaria de te deixar sozinha na rua.
— Ok, você tem um bom ponto apesar de nada acontecer nessa cidade. — Sakura entrou e logo ele fechou o portão tomando a frente dela, subiram dois lances de escada e estavam em frente a porta do apartamento de Hatake. Ele abriu e o cachorro dele saiu eufórico pulando nele.
— Calma, Akino… — Kakashi ficou de cócoras no chão e fez carinho em seu pet. — Eu sei, eu demorei. — Sakura assistia toda a cena achando fofo aquele momento, parecia que o homem tinha um coração afinal. Assim que o cachorro teve a atenção que queria, foi cheirar a médica. — Essa é a Sakura, seja legal com ela. — Ele levantou e sorriu, abrindo mais a porta para a mulher entrar. — Fique à vontade, quer algo? — Ele falava enquanto mexia em uma espécie de vasilha de cerâmica onde guardava as chaves. — Onde eu deixei… — resmungava sozinho e foi em direção ao quarto — eu já volto.
Sakura fez carinho em Akino enquanto caminhava pela sala extremamente arrumada, se Ino visse o lugar, diria que uma pessoa com TOC morava ali. Viu uma mesa cheia de papéis espalhados perto da janela, a única coisa que não estava meticulosamente arrumado ali, e foi até lá, viu algumas revistas sobre medicina, com artigos científicos, todos sobre pediatria. Contudo, uma em específico lhe chamou a atenção, estava aberta na página onde falava sobre ela, Sakura Haruno, a cardiologista mais jovem a ser considerada como a melhor do mundo da medicina. Tinha um post it ao lado da foto dela dizendo:
não seja idiota. Ela olhou aquilo e uniu as sobrancelhas, o que diabos aquilo queria dizer?
— Achei! — Kakashi chegou na sala balançando as chaves. — Às vezes eu posso esquecer de colocar as coisas no lugar. Quase nunca acontece, mas… — Parou de falar quando Sakura pegou a revista e levantou até a altura de seu rosto, deixando a foto de si, a sua expressão de indagação e o
post it onde ele pudesse enxergar. — Eu posso explicar…
— Eu sou idiota?
— Não é isso! Merda! — Largou a chave e foi até ela pegando a revista e fechando ela e as outras que estavam em cima de sua mesa. — Não você, eu. — Respirou fundo. — Não achei que você algum dia viria à minha casa, ok?
— Essa é a explicação, doutor Hatake? — Ela apoiou a mão na cintura e o mirou indignada.
— Esse recado foi de mim pra mim, Sakura, você não entenderia.
— Tente. — Cruzou os braços e se encostou na mesa, aquilo estava lhe trazendo lembranças, a voz de Sakura ecoando pela sua mente, engoliu em seco.
— Naquele dia do… — pigarreou — que tomamos whisky na minha sala e você disse… sabe… aquilo sobre a mesa. — Engoliu em seco vendo os olhos verdes cravados em si.
— Tem problemas em dizer a palavra foder, Kakashi? — desafiou, aquilo estava tremendamente divertido.
— Não é isso, Sakura.
— O que isso tem a ver com…
— Era pra eu não ser um idiota e acabar na cama com você, ok? — disse de uma vez interrompendo-a e soltou o ar com força. Caminhou de um lado para o outro passando a mão pelo cabelo, claramente nervoso com aquela situação.
Sakura soltou um riso e disse:
— Fofo, Kakashi, mas é mais fácil eu ser a idiota depois de ir pra cama com alguém.
— Como? — Ele a mirou confuso.
Sakura molhou os lábios e sorriu de maneira libidinosa subindo na mesa e cruzando as pernas antes de perguntar:
— Quer descobrir como é foder comigo em cima da sua mesa? — Kakashi ficou estático, piscou os olhos algumas vezes e não acreditou naquilo, era real? — Céus, Kakashi.
Ela o puxou pela camisa, prendeu-o entre suas pernas lambendo seu sorriso, subiu a palma da mão até a nuca e arranhou as unhas de leve ali. Sua língua foi até os lábios do homem, deixando um rastro de saliva quente, instigando o membro de Kakashi a forçar o tecido de sua calça. Os lábios finalmente se encontraram, a disputa pelo controle daquele beijo já tinha sido perdida, ele estava aos pés de Sakura muito antes daquele momento. Suas mãos viajaram pelas curvas sinuosas de Haruno, queria arrancar completamente aquele pano do seu corpo, um vestido de seda lilás que mal cobria qualquer coisa. Era nítido que estava sem sutiã, agora, ainda mais pelos mamilos rijos.
Kakashi levou os dedos até as alças finas, enfiou os indicadores por baixo delas e empurrou pelos ombros de Sakura, que assistia tudo aquilo sentindo a sensualidade do homem reverberar em sua boceta. Os olhos negros brilharam ao ver os mamilos demonstrando excitação naqueles seios durinhos, tamanho perfeito para caber na palma de sua mão. Desceu os beijos pelo pescoço, colo e lambeu os mamilos rosados, Sakura jogou a cabeça para trás aproveitando a sensação molhada em sua pele e logo o arrepio pelo vento que entrava pela janela.
As duas mãos grandes de Hatake apertaram as coxas grossas de Sakura, que apenas ergueu o quadril para ele poder tirar o resto do vestido, restando nada mais que sua calcinha fio dental, que foi empurrada para o lado, assim como seu corpo foi forçado sobre os papéis e, consequentemente, contra a mesa. Kakashi se apossou de sua intimidade com tamanha dedicação, chupava com sabedoria de homem mais velho, usava a ponta da língua com maestria e os dedos tocavam lugares exatos para fazê-la gritar.
— Oh, Kakashi!
Puxou os cabelos brancos com uma mão e se segurou na mesa com a outra. Todo o seu corpo estava inquieto, sentia como se não conseguisse controlar os espasmos que percorriam por cada músculo do seu corpo. Estava tão fora de si que seu interior estava confuso, à medida que queria expulsar os dedos que a preenchiam, queria na mesma proporção tê-los cada vez mais fundo. Gritava cada vez mais alto, a mão de Kakashi apertando sua cintura, puxando-a em direção à sua boca, enterrando a língua em sua cavidade quente e molhada.
Abriu os olhos sentindo aquele calor gostoso tomar conta, sua boca se entreabriu tentando gemer, contudo, nada saiu, passou a língua pelos lábios e arqueou a coluna, berrando ao sentir o primeiro orgasmo a tomar por completo. Suas pernas tremiam e a boca de Kakashi chegou a sua, capturando cada murmúrio baixo sem sentido após se sentir afundando em um prazer orgástico.
— Você é uma delícia, Sakura. — Os lábios curvados no canto de maneira tão sexy que ela sentiu seu útero pulsar novamente, queria-o dentro de si.
— E você é irritantemente sexy, Hatake.
Inverteu as posições e o jogou em cima da mesa sentando em seu colo, derrubando papéis e canetas, beijou o pescoço, arrancou os botões da camisa no processo de deixá-lo nu e mordeu o peitoral que era ridiculamente torneado por músculos. Aquela urgência de sentir mais tinha lhe atingido, os beijos voltaram a ser molhados e intensos, deixou uma mordida no queixo dele e sentiu seus cabelos serem puxados quando ele se ergueu para ficar sentado, fazendo-a gemer de prazer.
Seu seio foi agarrado pelos dentes do homem, um grito esganiçado deixou sua garganta, aquela mistura de dor e prazer era atordoante. Ouviu o rosnado próximo à sua orelha, a mão grande agarrava sua cintura com força, forçando-a contra seu peito. Pendeu a cabeça para trás e sentiu sua garganta ser lambida, até ele chegar em sua boca novamente. Circulou o pescoço dele com o braço e o beijou com necessidade, sentiu os dedos dele preenchê-la novamente e gemeu entre seus lábios. Os dedos brincaram com seu clitóris inchado de tanto tesão, queria tudo que ele tivesse a oferecer.
Empurrou ele contra a mesa novamente com certa violência. Lambeu o tanquinho e por mais que gostaria de chupá-lo por bons minutos e fazer vê-lo que ela também tem seus truques, precisava sentir aquele pau que roçava em sua pélvis.
— Onde tem preservativo? — perguntou ofegante.
— Bem aqui. — Ele esticou o braço para cima e abriu a primeira gaveta de sua mesa, puxando três pacotes de camisinha presos um no outro.
— Transa muito na sala, doutor Hatake? — Sakura tomou um pacote e riu.
— Só se medicas safadas vêm me visitar, doutora Haruno. — Riu de maneira indecente e Sakura lambeu os lábios.
Ela abriu o pacote laminado no dente e puxou a calça e logo em seguida a cueca, deixando aparente a visão daquele pau gostoso, duro, brilhando com o pré-gozo. Vestiu a camisinha e foi sentando devagar, escorregando pelo pênis de Hatake, sentia seus músculos interiores agradecerem por estar sendo preenchida novamente.
— Ah… ‘hm… Um belo pau, devo dizer.
— Que bom que gostou. — Agarrou o quadril da médica e forçou ela a rebolar em cima de si. — Sa…kura… — rosnou sentindo-se ser engolido e mastigado pelas paredes desejosas de Haruno.
Sakura começou a cavalgar de maneira erótica em cima dele, estava completamente perdida no êxtase daquele sexo, apertava seu próprio seio com uma mão enquanto se apoiava no peito de Hatake com a outra. O suor escorrendo pelo pescoço, passeava pelo vale dos seios, descia pela barriga e desaguava no suor do homem abaixo de si. Kakashi estava hipnotizado, no entanto manter seus olhos abertos já não era mais uma tarefa fácil com tamanho prazer que estava sentindo. Podia jurar que não sairia dali vivo, seu coração batia tão forte, seus dedos apertavam a carne branca, porém, não era o suficiente para aplacar o tesão.
Sakura aumentou a velocidade em que descia e subia, os dois estavam ofegantes, sentindo seus corpos chegarem no limite; estava tão gostoso. O fogo os atingiu como uma explosão de estrela cadente, deixando Kakashi completamente desorientado. Sentia que tinha corrido uma maratona, olhou mais uma vez para a médica ainda encaixada em si antes de ela cair em cima de seu corpo. Ela respirava com dificuldade, seu coração acelerado e a boca seca pelo esforço.
Capítulo 12 – Aquele dia da terceira opinião
10 de Abril
Sakura chegou ao hospital e encontrou Itachi na sala de espera e foi até ele. Falou com a recepcionista, pegou um crachá de visitante e os arquivos sobre Shisui e acompanhou o policial. Ela leu o prontuário e identificou que ele estava bem, mas que precisaria ficar internado por pelo menos 3 dias, apenas por questão da recuperação, tranquilizando Itachi. Caminharam pelo corredor conversando até chegar no quarto em que o primo dele estava, bateram na porta e entraram, vendo Obito sentado na cadeira ao lado da cama do irmão.
— Bom dia! — disse a medica animada se aproximando, Itachi fechou a porta e também chegou próximo a cama. — Prazer, Shisui. Eu sou a Sakura.
— A famosa médica que o Itachi disse que ia me salvar. — Ele riu e Haruno olhou para trás, vendo Itachi envergonhado coçando a nuca, ela riu também.
— Bom, quem salvou você foi seu irmão. — Sorriu para Obito, que pela expressão, Sakura entendeu como um agradecimento mudo sobre tudo da noite anterior. — Vim apenas trazer o Ita, ele estava na sala de espera. Está em suas mãos agora, doutor Uchiha. — Sakura entregou o prontuário e piscou para ele antes de sair do quarto.
Seguiu seu caminho pelo corredor até o elevador para poder chegar em sua sala. Passaria na copa antes para pegar um café, saiu atrasada de casa e não teve tempo de comer nada além de uma maçã. Esperava o café passar na cafeteira enquanto mexia no celular, tinha recebido uma mensagem de Gaara perguntando se estava tudo bem, já que não deu notícias.
Desculpa, ruivinho, tive que resolver algumas coisas no hospital. Fiquei ocupada.
Ruivinho delícia: Fiquei preocupado, você disse que ligaria, moranguinho.
Tá com saudades?
Talvez… Só… Desde o sequestro do Sas minha ansiedade está à flor da pele.
Não estou tão diferente assim, preciso de férias.
Eu topo uma viagem de carro…
— Bom dia, doutora Haruno. — Sakura levantou a cabeça e assim que viu Kakashi bloqueou o celular e colocou em cima do balcão.
— Bom dia, doutor Hatake. — O homem fechou a porta e caminhou até o armário das xícaras, pegando uma para si. — Vejo que já está pronto, posso?
— Claro, fique à vontade. — Ela afastou minimamente, viu Kakashi pegar o bule e a servir primeiro. — Obrigada — agradeceu, assistindo ele se servir também e colocar o objeto no encaixe da cafeteira. — Bom, vou indo, preciso… — Sentiu a mão de Hatake na sua e sentiu seu corpo gelar, o que merda estava acontecendo?
— Posso… fazer um convite? — disse, já acariciando os dedos de Haruno, os olhos alternavam entre os seus e sua boca.
Seria bem hipócrita se dissesse que não estava com vontade de beijá-lo ali mesmo. Irritantemente gostoso, foi o que pensou. O jaleco agarrado aos músculos dos braços, podia ver o peitoral que mordeu há poucas horas marcando a camisa de botões branca, sentiu vontade de lamber os lábios, porém, mordeu a pele interior da boca.
— Queria chamar você pra jantar — completou.
Era isso que ela queria evitar, fazer sexo com alguém do trabalho é literalmente ter mais trabalho. Onde ela estava com a cabeça quando decidiu levar aquilo adiante? Só queria provocá-lo um pouco para ver até onde iria, ela não conseguia não tentar levar um homem a loucura, era sua maior diversão. Contudo, ela mesma tinha perdido o controle da brincadeira. Era tesão, sempre foi, Ino estava certa, agora ela conseguia ver com clareza e isso a estava deixando nervosa. Ela nunca ficava nervosa por causa de homens, porém, estava dentro da porra do hospital.
— Não posso — respondeu no ímpeto.
— Eu não disse o dia, doutora Haruno. — Kakashi sorriu prepotente.
— Isso, Kakashi — apontou para ela e depois para ele, afastando-se devagar, desprendendo sua mão da dele —, eu não posso fazer isso.
— Eu sei que estamos no horário de trabalho, mas não tem ninguém aqui, Sakura. — Ele uniu as sobrancelhas, estava confuso. O celular de Sakura vibrou no balcão atraindo os olhares dos dois, o contato:
ruivinho delícia e a mensagem:
dorme aqui comigo hoje? Foi o suficiente, Sakura não pegou o celular com rapidez o bastante para evitar que ele lesse o conteúdo, por mais que não tivesse tido a intenção. — Entendi.
— Kakashi, não tenho namorado, se é isso que está pensando…
— Bom dia. — Uma enfermeira entrou sorridente indo em direção ao café e os dois cumprimentaram a mulher.
— Depois nos falamos, doutora Haruno. — Kakashi sorriu e piscou um olho para ela antes de deixar o lugar.
Sakura passou a mão pela testa e bufou, aquilo estava bem estranho, Gaara, Kakashi, tudo aquilo a deixava com vontade de gritar. Entendeu que precisava de distância de ambos e era exatamente isso que iria fazer. Pegou sua caneca com café e foi para sua sala, enterrar-se no trabalho parecia uma boa escolha.
08 de Maio
Uma taça de vinho, delivery e qualquer filme que não fosse de romance eram suas companhias nas últimas semanas, Sakura decidiu que precisava de um detox de homem. Sim, foi convencida pela sua mente que ficar em casa e dedicar tempo a si e as coisas que gostava era o melhor naquele momento muito estranho em que se sentia sufocada. Kakashi era o irritante, que de repente passou a ser um alvo muito fácil e disponível, e Gaara era seu amigo, com o qual tinha transas incríveis e que podia contar para qualquer coisa. Não conseguia parar de pensar em como se enfiou em um buraco daquele tamanho.
Fazia exatas 4 quartas-feiras que não ia ao happy hour, recebia mensagens de todo mundo perguntando por si, ela só dizia que estava ocupada demais no trabalho, e a desculpa parecia ser aceita por todos. Dizer que estava confortável com aquela situação seria mentira, porém, estava confortável consigo mesma naquele momento, precisava de um tempinho a sós. Respirou fundo antes de dar mais um gole em sua segunda taça de vinho daquela noite, levantou preguiçosamente para pegar mais vinho na geladeira e, enquanto se servia, olhou pela janela constatando um carro todo preto, inclusive as películas dos vidros eram pretas demais para ver se tinha alguém ali dentro.
Parou para pensar e lembrou que já tinha visto aquele carro outras vezes parado em frente ao seu prédio, aquilo estava realmente esquisito. Uniu as sobrancelhas e tirou a cortina quase transparente da frente para ter uma visão melhor, logo viu o carro acender os faróis e sair dali com certa pressa, definitivamente ele tinha notado que ela tinha o visto. Seu coração deu um sobressalto e correu até o quarto para pegar seu roupão de pelúcia, saiu de seu apartamento, ainda o vestindo, e bateu na porta ao lado com certa força e rapidez.
— Credo, quem morreu?! — Sasuke abriu a porta com uma carranca e Haruno apenas o abraçou, deixando-o completamente confuso. — O que houve?
— Tá tudo bem, Saky? — Naruto apareceu na sala estranhando o comportamento da médica, então ela se afastou e curvou os lábios em um sorriso sem graça.
— Tive… um pressentimento ruim… Só isso.
— Hm… — Uchiha ficou meio incerto daquela resposta, mas resolveu mudar o assunto. — A gente vai ver um f ilme, quer ficar? — Sasuke segurou sua mão e ela balançou a cabeça em positivo.
— Nem sabia que estava em casa — comentou o loiro. — Ultimamente seu apartamento está silencioso demais… E você sumida.
— Tenho trabalhado muito, Naru. — Sakura sentou no sofá e uma vasilha de pipoca foi deixada em seu colo por Uzumaki. — Eu chego em casa muito cansada.
— Estamos sentindo sua falta — disse Sasuke ao se sentar ao lado da amiga. — Sinto falta até de você me derrotar na sinuca. — Os três riram.
— Prometo fazer um esforço pra ir essa semana — disse, querendo acabar com aquele assunto antes que se aprofundasse.
[…]
12 de Maio
— Tenho duas perguntas — Ino começou —, por que a Tema não está aqui? E por que ainda não estamos bebendo?
— Uma coisa de cada vez. — Sakura suspirou.
— Com toda certeza! Abre o vinho, Hina. — Yamanaka foi até o armário pegar três taças, enquanto a morena foi até a geladeira pegar a bebida.
— A Temari não está aqui porque envolve o irmão dela. — As duas amigas viraram com os olhos arregalados para Haruno. — Tenham calma, eu só não queria que ela se sentisse na obrigação de mentir pro Gaara caso ele perguntasse alguma coisa.
— Mas o que está acontecendo afinal, Saky? — Dessa vez foi Hyuuga a questionar, enquanto servia o líquido nas taças.
— Primeiro de tudo… — parou a frase no meio e olhou para a loira. — Ino, se você ousar falar alguma coisa eu te estrangulo, garota. — A psicóloga levantou as mãos em rendição. — Eu transei com o doutor Hatake. — As duas abriram suas bocas, perplexas com a informação. Sakura virou o líquido e pediu mudo para Hinata servir mais.
— Você… transou com o médico gostoso… Não vejo novidade. Apesar de você dizer que ele era insuportável. — Hinata olhou para o lado e percebeu a loira se contorcendo por dentro. — Deixa ela falar, vai, Saky, senão é capaz dela explodir. — Sakura balançou a cabeça e movimentou a mão para que Ino falasse e foi quase instantâneo.
— Eu disse que isso era tesão enrustido! Vocês dois estavam quase colocando fogo no hospital, e você: “não, ele é um idiota.” — Fez aspas com as mãos. — Você é inacreditável! Da próxima vez, vê se me escuta, ninguém me engana. — Cruzou os braços e empinou o nariz como se soubesse todos os segredos do mundo.
— Acabou? — perguntou Haruno, recebendo um aceno de cabeça. — Preciso contar tudo…
Sakura iniciou um monólogo contando como se sentia encurralada e sufocada por ter dois homens em cima dela. Isso nunca tinha sido um problema até aquele momento, Gaara a entendia e compreendia como ninguém. Ela tinha percebido em algum momento que aquilo não era mais só um rolo. Ele tinha demonstrado que estava sentindo algo mais, Sakura sentia que tinha se tornado algo mais complexo e mesmo assim continuou, como um viciado que não consegue largar a droga.
Com Kakashi era diferente, ele a irritava na mesma proporção que a excitava, aquilo definitivamente era novidade. Ele tinha deixado ela nervosa e não sabia explicar bem o porquê, e odiava não ter as respostas. Além de ele ser um macho arrogante e insuportável, como ela mesma dizia, tinha mais uma coisa que a incomodava, ela tinha quebrado sua própria regra de não se envolver com ninguém do trabalho. A ideia de ter que lidar com a pessoa que viu nua no ambiente de trabalho não a agradava.
Tudo estava meio confuso em sua cabeça, precisava se afastar de tudo para ter uma noção maior da merda toda que tinha feito. Entretanto, não tinha chegado a nenhuma conclusão, por esses e outros motivos, resolveu chamar as suas melhores amigas para uma noite das garotas. E ao pensar nisso, percebeu que não podia ter deixado Temari de fora, por mais que fosse o irmão dela, Sakura não queria magoá-lo, apenas entender o que se passava consigo.
— Você está apaixonada, Sakura — falou Ino da maneira mais serena possível, como se estivesse desvendado o segredo da humanidade.
Sakura começou a gargalhar e percebendo que nenhuma de suas amigas riam, parou imediatamente, uniu as sobrancelhas e disse:
— Você tá falando sério?
— É claro que estou. Você estar fugindo disso não quer dizer que não esteja.
— Parou de me analisar, Ino Yamanaka! — Haruno levantou da cadeira de supetão. — Eu quero a minha amiga e não a doutora. Guarde ela pros seus pacientes.
— Não estou te analisando, a Hina aqui deve pensar o mesmo que eu… — Ino apontou para amiga ao seu lado, levando os olhos verdes a encará-la também.
— Desculpa, Saky… — Hyuuga mordeu o lábio e baixou os olhos.
— Caralho, caralho… — Sakura começou a andar de um lado para o outro pensando em tudo, nos momentos, nos abraços, nas palavras, nas conversas, no sexo. — Porra! Isso não pode estar acontecendo…
—
Até a mais vadia de nós um dia cai, Sakura, só aceita. — Espera! — A médica virou de repente para as duas. — Você não disse por quem…
— Qual foi a primeira pessoa que veio na sua cabeça? — perguntou Hinata, e Sakura apenas engoliu em seco.
— Chama a Tema, eu preciso de uma terceira opinião.
Capítulo 13 – Aquele dia da prefeitura
15 de Maio
Sakura olhava para cima, admirando o prédio histórico que estava à sua frente. Respirou fundo e entrou, chegou até a recepção e pediu para falar com o prefeito.
— Entenda, senhorita… — Empinou o nariz e falou com arrogância.
— Sakura, Sakura Haruno — ela completou. — Médica chefe do setor de cardiologia do hospital de Konoha.
— Oh, não me disse que era… — A recepcionista ficou surpresa.
— Importante na cidade? — interrompeu a mulher novamente. — Não preciso, querida, qualquer um pode falar com o prefeito, não?
— Sim, vou ligar para a secretária dele, só um instante.
Demorou apenas alguns minutos para que sua entrada fosse liberada. Forçou um sorriso e subiu a grande escada até a antessala do prefeito Namikaze. Era impressionante como o povo daquela cidade só via títulos nas pessoas, era irritante. Falou com a secretária e ela disse que aguardasse, pois o prefeito estava em reunião, porém, logo saíram três homens da sala e foi possível que ela entrasse.
— Boa tarde, senhor Namikaze. — Sakura entrou e fechou a porta.
— Boa tarde, doutora Haruno, a que devo a honra de sua visita?
— Adianto que não é nada agradável.
O homem franziu o cenho e assim que a Haruno sentou em uma das poltronas, explicou o que estava fazendo ali. Contou sobre o sequestro de Sasuke, o quanto sofreu com Naruto e como Itachi ajudou em tudo que pôde. Disse também que o casal estava bem, mas que tinha se preocupado pois já havia visto mais de uma vez um carro parado em frente ao prédio. Também tinha o fato de o próprio Itachi estar preocupado.
— Isso tudo é muito grave, doutora Haruno — começou Minato. — Confio em Fugaku como chefe de polícia, e se ele realmente tiver feito tal atrocidade precisarei avisar as autoridades federais.
— Peço que converse com Naruto, acredito que ele vai tentar esconder. Ele disse que não queria incomodar o senhor pois já tinha muitas preocupações.
— Nada é tão importante quanto meu filho.
— Imaginei. Eu amo Naruto e Sasuke, são meus melhores amigos, peço, por favor, que tome providências, senhor Namikaze.
— Me chame de Minato, doutora. Se é amiga do meu filho a ponto de fazer o que está fazendo é mais do que próxima.
— Obrigada, Minato, e me chame de Sakura, por favor.
17 de Maio
— Neji, lança o de sempre… — Chegou Sakura sentando na banqueta e jogando sua bolsa no balcão do bar.
— Esquece que eu sou médica.
— Credo, que mau humor. — Hyuuga colocou o copo baixo em cima do balcão e assistiu a amiga virar a dose dupla do whisky. — Outra?
— Por favor.
— Fazendo o que aqui tão cedo, Saky? — Hinata se aproximou e deu um selinho na amiga.
— Fugi do hospital. — Fez uma careta.
— Ainda não resolveu aquele problema? — A morena colocou a mão na cintura e apoiou o cotovelo no balcão.
— Você esqueceu que são dois problemas… — Sakura levantou dois dedos.
— Achei que tínhamos reduzido a um.
— Reduzir a um não quer dizer que não precise lidar com o outro. — As duas discutiam, e Neji fazia a mais estranha das expressões tentando entender aquele papo muito do confuso.
— Do que vocês estão falando? — perguntou o moreno.
— Nada — as duas responderam juntas e ele levantou as mãos em rendição, virando de costas para lavar alguns copos.
— Vim mais cedo pra me preparar psicologicamente para lidar com o Gaara. — Deu mais um gole na bebida.
— Ficar bêbada você quis dizer…
— Mesma coisa. — Deu de ombros.
— Vejo que ainda não resolveu as coisas com o meu irmão. — Sakura virou e viu os olhos verdes da amiga.
— E vocês? — Haruno apontou para Temari e Neji. — Já se resolveram? — Os dois se entreolharam, Neji limpou a garganta e Sabaku apenas ficou vermelha. — Não me julgue tão rápido, Temari, você sabe que… — Sakura parou no mesmo instante de falar quando viu o ruivo cruzando a porta do bar.
— Eu sei que…? — incitou a loira, que seguiu o olhar da médica. — Vá falar com ele, Saky…
— Não tenho muito o que — pigarreou chamando Neji com a mão, que serviu mais uma dose a ela — falar. — Sakura sentiu a bebida descer mais amarga que o normal, Gaara falava com algum conhecido perto da entrada, não tinha a visto no balcão… ainda. — Dá tempo de ir embora? — Fez com que ia levantar, mas Temari a segurou pelo braço.
— Já evitou isso demais.
— E você, não? — Sakura apontou com o queixo para o Hyuuga atrás do balcão e a Sabaku olhou para ele.
— Estamos juntos, ok? — Neji virou surpreso pela fala da loira. — É isso que quer que eu admita?
— Já fico feliz com esse feito, Tema, estou orgulhosa…
— Sakura… — A médica sentiu um arrepio cruzar sua espinha. Não ouvia aquela voz há tempo demais e ser o seu nome saindo dos lábios do ruivo e não o apelido dado por ele, causava um incômodo na boca de seu estômago.
— Gaara… — Ela virou, encarando os olhos verdes musgo e mordeu a pele interior do lábio.
O silêncio constrangedor durou alguns segundos até Hinata o cortar:
— Temari, eu preciso de ajuda lá atrás, pode me ajudar, cunhadinha? — Ela puxou a amiga pelo braço, que saiu reclamando pelo novo apelido.
— Está tudo bem? — perguntou Sabaku, preocupado.
— Estou bem e você? — Sakura voltou a olhar para o balcão em busca de pedir outra dose, mas Neji tinha sumido, assim como as duas amigas. Inclinou-se por cima do balcão e pegou a garrafa de whisky, servindo uma dose generosa.
— Bem… — O ruivo deu mais alguns passos e sentou no banco ao lado da médica. — Você sumiu. — Sakura bebia o líquido âmbar e levantou a garrafa, oferecendo de forma muda ao ruivo, que prontamente aceitou pegando um copo na parte baixa do balcão.
— Desculpe por isso. — Desviou seus olhos dos dele, umedeceu os lábios. — Estava super ocupada no hospital.
— Ocupada o suficiente para nem sequer responder às minhas mensagens?
Sakura fechou os olhos e aquilo doeu em si, nunca quis ignorá-lo, mas precisava se entender antes. Sentia o pulsar de seu coração em sua garganta, como médica sabia que sua pressão sanguínea tinha aumentado devido ao nervosismo e ansiedade. Faltava saliva em sua boca, estava seca, virou a dose, porém nem isso foi capaz de dar-lhe algum alívio. Não tinha a merda de uma desculpa para aquilo, não queria mentir pro ruivo, adorava a sintonia, o companheirismo e a amizade que eles tinham, estragar tudo com uma mentira ali não era sequer uma possibilidade.
— Gaara, a verdade é que não estou pronta pra essa conversa.
— Como assim, Sakura? — O escritor franziu o cenho completamente confuso.
— Preciso ir…
Sakura levantou rapidamente pegando sua bolsa e se dirigiu para fora do bar batendo a porta atrás de si. Recebeu a brisa fria do começo da noite e respirou fundo, enchendo seus pulmões de ar. Seu coração batia acelerado em seu peito, fechou os olhos e pensou em voltar. Estava agindo como uma adolescente, precisava resolver seu dilema de forma madura, mas de que forma? Parecia impossível achar uma solução quando tudo que queria era não estar apaixonada por ninguém. Contudo, precisava ser sensata e não fazer uma cena daquelas, tinha prometido aos seus melhores amigos que naquela quarta-feira estaria ali. Tudo precisava voltar a ser como antes.
Virou-se para entrar novamente no bar e deu de cara com Gaara. Os olhos fixos nos seus, jurou estar completamente nua, pois era assim que os olhos dele a deixavam, completamente despida. Sakura abaixou o olhar e mordeu o lábio com força.
— Não quero que me esconda nada que não queira, Sakura, antes de tudo eu sou seu amigo, sabe disso — Gaara começou. — Está me evitando há mais de um mês, se não puder olhar nos meus olhos por algum motivo, me diga qual é e vamos resolver isso… juntos.
Sakura largou a bolsa no chão e encontrou a boca que tanto sentia falta. Agarrou o pescoço do ruivo na mesma vontade em que ele apertou sua cintura. Sua língua buscava a do outro como alguém que está se afogando e precisa de um colete salva vidas. Sentia seu corpo entrando em frenesi a cada carícia, cada toque, cada movimentar de lábios sobre os seus. Queria Gaara como nunca quis outro homem, queria ele na cama, na sua vida e no seu coração.
— Puta merda! — falou ao se afastar, ainda de testas coladas.
— Também estava com saudades, moranguinho, mas primeiro vamos conversar sobre o que aconteceu lá dentro… — Sabaku se afastou para olhar nos olhos da médica, colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha dela e acariciou sua bochecha.
— Eu estou fodida, Gaara, é isso…
— Ainda não… — Ele apertou a bunda dela e a mulher virou o rosto fechando os olhos e riu com a piada, mas riu também pela grande vadia que a vida era. Voltou a olhar aqueles olhos verdes e misteriosos o suficiente para fazer qualquer mulher querer descobrir o que existe além deles. O que ela pensava era que tinha sido a escolhida para ele abrir seu coração, e talvez tenha sido isso que tenha feito ela se sentir especial.
— Eu estou fodidamente apaixonada por você, Gaara. — Assistiu a boca do ruivo se entreabrir com a informação, sua expressão mudando de maliciosa para surpresa e logo ele prendeu a palma em sua nuca, acariciou a orelha dela com o polegar. Sakura fechou os olhos e seus lábios curvaram-se, aproveitando o toque dele, o carinho e finalmente, sentiu os lábios, que se uniram aos seus novamente.
— Nunca pensei que diria algo assim… — sussurrou, com os lábios colados aos dela, sentia a respiração quente aquecendo seu rosto.
— Nem eu, ruivo, nem eu…
— Saky! — A médica virou para trás e viu seus dois melhores amigos, desprendeu-se do ruivo e os abraçou. — Você veio mesmo… — disse Naruto, animado.
— Eu disse que viria…
— Ela já ia fugir, acredita? — Gaara falou e Haruno o olhou com os olhos arregalados. — Acho que depois de tanto tempo tá com medo de perder na sinuca. — Ele sorriu e piscou para Sakura, que sorriu aliviada.
— Jamais ficarei com medo… Vamos derrotar você e o Nara rapidinho! — Apontou para Sasuke, que estalou a língua e bufou.
— Não seja ranzinza. — Puxou o rosto do moreno pelo maxilar e deu um selinho nele. — Vamos nos divertir, estou com saudades.
Entraram no bar novamente e viram Hinata, Neji e Temari em uma das mesas, sentaram-se com eles e pediram suas bebidas, logo os demais da turma se juntaram a eles. Entre conversas e jogos de sinuca, Sakura e Gaara cochichavam no ouvido um do outro fazendo planos para depois do bar. Estavam distraídos brincando e mantendo a interação animada, quando dois policiais entraram no bar.
— Mas claro que eu não confio na louca aqui solta em uma festa — Temari reclamou de Yamanaka.
— Você e seu puritanismo, Temari.
— De puritana ela não tem nada — o moreno que antes estava calado resolveu soltar o comentário.
— Neji! — Sabaku se envergonhou e bateu no peito de Hyuuga, que estava abraçado a ela. Logo ele riu, algo raro de se ver, e beijou a lateral da cabeça dela. — Você é melhor calado.
— Isso concordo com você, irmã. Poupe-me dos detalhes, cunhado. — Gaara censurou o dono do bar.
— Sasuke… — A voz grave chamou atenção de todos.
— Itachi? — Ele se surpreendeu ao ver o irmão ali, ainda mais de uniforme.
— Preciso que nos acompanhe até a delegacia. — Shisui deu a ordem.
— O quê? — Naruto franziu o cenho.
— Itachi? — Sakura prontamente se levantou.
— Está tudo bem, Saky. — O rapaz balançou a cabeça como se explicasse que tudo estava sob controle. — Sas, por favor.
Sasuke se levantou e Uzumaki o acompanhou. Os quatro deixaram o bar e o silêncio desconfortável tomou conta. Todos da mesa deram um gole em suas bebidas, respiraram fundo e se entreolharam como se esperassem que alguém tivesse as respostas. Então, Sakura parou e pensou, ela não sabia que Minato agiria tão rápido assim, porém, talvez fosse uma coisa boa, não? Quanto mais rápido Sasuke estivesse em segurança e o pai dele atrás das grades, melhor. Sentou-se novamente e ficou nervosa pensando no que iria acontecer e o porquê dele ter que levar Sasuke para a delegacia.
— O que será que aconteceu? — perguntou Ino.
— Não sei, pode ser algo com os pais do Sasuke, Itachi pode não querer dar alguma notícia ruim na frente de todos — comentou Shikamaru.
— Shika tem um bom ponto. — Hinata deu de ombros.
— Saberemos em breve, se for notícia ruim ela vai correr rápido — pontuou Neji.
— Me leva pra casa? — disse Sakura baixo para o ruivo. — Não importa se para a sua ou pra a minha.
— Claro, vamos. — Gaara se levantou, sendo seguido pela médica. — Pessoal, vamos…
— Transar, ok, já sabemos… — Ino, sem pudor algum, cortou Sabaku, e por um momento Sakura agradeceu mentalmente, era melhor do que explicar que precisava sair dali.
Os dois se despediram e foram até o caixa, pagaram sua parte da conta e começaram a caminhar em direção à saída. Sakura pegou o celular e enviou uma mensagem para Naruto avisar qualquer notícia que tivesse. Guardou o aparelho na bolsa e Gaara entrelaçou seus dedos nos dela e saíram, pararam na varanda ao lado de fora para pedir o Uber.
— Quer que te deixe em casa? — perguntou o homem enquanto digitava no celular.
— Não. Não quero ficar sozinha. — Ela o mirou de canto. — Posso ir pra sua? — Sabaku a analisou e curvou o canto dos lábios, concordando.
Chegaram no apartamento do ruivo e ele abriu uma garrafa de vinho, os dois sentaram na varanda e aproveitaram o silêncio confortável olhando o céu estrelado. Sakura, no entanto, um minuto ou outro olhava o celular em busca de notícias de Sasuke e Naruto. Estava preocupada, preocupada por poder acontecer algo de ruim com eles, ou de ela ter feito uma burrada ao ir contar tudo para o prefeito. Ela se perdeu em pensamentos e culpa, mordeu o lábio e fechou os olhos jogando a cabeça para trás.
— O que tá acontecendo, Saky?
Ela virou para o ruivo e respirou fundo antes de dizer:
— Eu fui segunda até a prefeitura… falar com Minato.
— Não me diga que…
— Sim, ok? — Ela levantou da poltrona exasperada. — Contei tudo e pedi para ele resolver essa merda! Estou preocupada com o Sas, primeiro Itachi acha que Shisui foi ferido na operação que fizeram por armação do pai dele, depois eu vejo um carro estranho em frente ao nosso prédio… Eu tô com medo, Gaara! — As lágrimas escorreram pelo seu rosto e o ruivo se levantou para abraçá-la. — Estou com medo…
— Tá tudo bem… Eu tô aqui. — Ele acariciou os fios rosas da mulher e a consolou.
Sakura chorou nos braços dele, mas sentia-se segura em demonstrar fraqueza, pela primeira vez depois de muito tempo, conseguia chorar sem se sentir frágil, sentiu-se apenas… humana. Aquela noite estava atípica, definitivamente algumas coisas haviam mudado dentro de si nas últimas semanas, talvez meses e nem sequer percebeu. Estava na casa de alguém e não estava fodendo com ele e sim chorando, declarando seus medos e inseguranças. Contudo, Gaara sempre se predispusera a escutar, sempre foi ela que colocou o muro entre os dois, mas agora, ela se sentia bem em destruí-lo.
— Obrigada… e desculpe por…
— Nem ouse, Sakura. — Gaara se afastou e limpou as lágrimas dela com os polegares. — Sempre fomos mais do que um sexo carnal, você sabe disso. Sou seu amigo e, bom, depois precisamos conversar sobre esses rótulos.
Sakura riu secando o restante do rosto antes de proferir:
— Preciso beber mais pra essa conversa.
— Confie mais em você, falou tudo pra mim sem nem pensar.
— O que te faz pensar isso? — Uniu as sobrancelhas e crispou os lábios.
— Bom, você me beijou quando eu nem mesmo esperava, e olha que eu sempre espero — afirmou com um curvar de lábios sacana.
— Idiota! — Os dois riram e o ruivo foi até a cozinha para pegar outra garrafa de vinho então serviu as taças.
— Foi por isso que se afastou? — Entregou a taça a ela.
— Também… Acho que precisava de um tempo só meu. — Deu um gole no vinho. — Nossa, esse é uma delícia.
— Já me acostumei com o seu gosto para vinhos, acho que com esse acertei.
— Com certeza. — Sentou-se na poltrona novamente. — Como estava dizendo, precisei raciocinar, as meninas me ajudaram a perceber, sem elas estaria no escuro até agora.
— Você já sabia, Saky, só não queria admitir.
— Você é muito convencido, sabia? — falou, incrédula.
— Não estou falando disso… — Ela franziu o cenho, confusa. — Você já tinha percebido que
eu estava apaixonado por você.
Aquilo a desconcertou, era verdade, talvez quisesse negar para si mesma que estava vendo coisa demais onde não tinha. Entretanto, estava certa, ele tinha confirmado para ela ali, naquele momento, e por mais que já tivesse lidado com caras apaixonados por si, nunca foi um por quem sentisse o mesmo. Estava tudo atípico demais na sua vida e aquilo lhe dava arrepios. Resolver exigiria um esforço mental e um gasto de energia que ela sempre evitou, mas sentia que o ruivo era aquele que valia a pena.
Capítulo 14 – Aquele dia do acidente
18 de Maio
A luz do sol entrava por uma fresta da cortina que insistia em voar com a brisa que entrava pela janela do quarto. Sakura abriu os olhos devagar, respirando fundo, sentindo o cheiro do homem que dormia profundamente ao seu lado. Ela virou o rosto e deu um pequeno sorriso, era inevitável negar o que agora ambos já sabiam; era mais que sexo. Pela primeira vez em sua vida dormiu ao lado de um homem sem transar com ele, era surreal, e aquele incômodo em seu estômago ao constatar aquilo já não existia mais. Levantou devagar e foi até o banheiro, fechou a porta com cuidado e encarou-se no espelho.
— Tem certeza que quer isso? Não terá volta, Sakura. Você não pode machucar o Gaara… — falava para si mesma, tentando buscar algum resquício de uma parte dela que não quisesse estar com aquele ruivo gostoso e tatuado deitado no cômodo ao lado. — Quem não arrisca vive parado, não é? Sempre foi isso que te moveu.
— Oi! — falou mais alto com o susto da voz rouca do outro lado da porta. — Já vou sair. — Escovou os dentes com o dedo e fez um gargarejo com enxaguante bucal. — Bom dia, ruivinho. — Deu um selinho no homem assim que abriu a porta.
— Bom dia, linda. — Apertou a cintura dela ao sentir o beijo em seus lábios.
Gaara entrou no banheiro e fechou a porta, Sakura pegou uma camiseta qualquer jogada pelo quarto e vestiu. Foi até a cozinha, colocou o café para fazer na cafeteira, fritou uns ovos e colocou os pães na torradeira. Colocou tudo na mesa e viu o homem caminhar pelo corredor em direção a ela, usando nada mais que uma calça de moletom. Sentiu sua boca salivar, fazia tempo demais que não fodia, e Sabaku conseguia abalar todas as suas estruturas mesmo vestido, quer dizer, semivestido.
— Perdeu alguma coisa aqui? — falou de forma divertida balançando a mão em frente ao seu abdômen.
— Perdi. A vontade de comer, Gaara.
— Podemos resolver isso… — Ele a puxou pela cintura e beijou os lábios rosados.
Entregue, era isso que ela estava. Completamente de quatro, porra, o homem era tudo que ela não queria, sim, porque ela nunca quis nada além de sexo. Mesmo assim, entregou-se a ele de boa vontade. Sentia-se derreter nos braços fortes do ruivo à medida que ele beijava seu corpo e apertava sua carne com mais força. Gaara desceu a mão pelas costas e apertou a bunda farta da médica, seu corpo pedia por ele, movia-se em perfeita sincronia com ele.
— Gaara… — gemeu, ainda de olhos fechados.
— O que, moranguinho? — sussurrou em sua orelha. — Quer que eu pare? — Lambeu o lóbulo e desceu para o pescoço, mordendo ali.
— Eu preciso ir trabalhar… — A voz saiu pesada, encorpada de tesão.
— Olhe como estou… — Pegou a mão dela e colocou em seu pau; duro, pulsante. — E mais importante, olha como você está. — Pressionou os dedos na calcinha e a sentiu molhada. Adentrou o tecido com dois dedos e pegou seu fluido, levando até a boca e chupando os dedos de forma erótica, aproveitando o sabor doce na ponta da língua e mostrando que tudo que ele queria comer naquela manhã era ela. — Não posso deixar você sair daqui sem gozar no meu pau.
— Banho. — Espalmou o peitoral dele, fazendo-o andar de costas e sorrir em divertimento com o desespero que soou em sua voz. — Agora. — Saiu empurrando-o pelo corredor até chegar ao banheiro da suíte.
O gelado da parede do box atingiu as costas nuas de Sakura, Gaara mamava seus seios com vontade e nada poderia evitar os gemidos descontrolados que deixavam sua garganta. Sentia seu clitóris implorando por atenção, avolumado entre suas pernas, que foram abertas pela mão grande do ruivo, que movimentou os dedos em seu ponto de prazer, como se lesse sua mente. Ele terminou de se ajoelhar no chão e apoiou a coxa da Haruno em seu ombro, para poder enfiar o rosto em sua boceta de forma libertina. Passeou a língua entre suas dobras, sentindo o gosto adocicado predominar na sua boca; adorava aquela boceta.
— Tão melada, Saky… e é tudo pra mim.
— Ninguém mandou ser um gostoso… — Cravou as unhas no ombro de Sabaku quando ele chupou seu ponto de prazer mais forte e apertou a carne de seu quadril. — Puta que… — Não conseguiu terminar a frase, esbaldou-se na sensação gostosa que dominava seu corpo, seus braços e pernas formigando, adormecendo a cada chupada que recebia. Sentindo suas pernas perderem as forças a cada enterrada dos dedos libidinosos em sua fenda molhada. — Céus, eu vou gozar!
— Não vai não… — Gaara levantou, sorrindo devasso, seu pau completamente ereto, apontando para Sakura, que reclamou em um murmúrio por ter sido interrompida do seu prazer. Abriu os olhos e viu toda a imponência e devassidão que o ruivo exalava e sentiu seu corpo mais quente do que já estava. Queria ele ali, queria ele todos os dias, queria ele no chuveiro, na cama, na cozinha, na sala, em qualquer lugar daquele maldito apartamento. — Tá tudo bem?
— Logo vai estar… — Haruno pulou sendo segurada pelas pernas, encaixando de forma certeira no quadril de Sabaku — com você dentro de mim.
Foi levada até a outra extremidade do box, as costas ainda apoiadas na parede e dessa vez Gaara forçava seu pau contra sua entrada. Os gemidos preencheram o vazio, dos agudos aos roucos, que se misturavam junto ao barulho do sexo indecente que faziam. As línguas se procuraram, acharam-se e se lambuzaram em um beijo molhado e cheio de luxúria. Os quadris se chocavam com intensidade, pedindo mais contato, mais daquele calor sobre-humano que os tomava a cada investida bruta que o ruivo fazia.
— Ah! Gaara, eu vou gozar… eu vou gozar!
— Goza, delícia, mas goza olhando pra mim. — Segurou o maxilar da médica para que olhasse em seus olhos. — Olha pra mim pra ver quem tá te dando o melhor orgasmo matinal.
— Ah, meu Deus!! — gritou em desespero ao sentir todo o seu corpo se desmanchar em gozo e prazer. Fechou os olhos e quase pôde ver estrelas. Gaara a colocou no chão, porém ainda a segurava pela cintura, já que parecia ter perdido as forças de suas pernas. O ruivo se masturbava devagar, então Sakura foi descendo e se ajoelhou no chão, olhou para cima com um sorriso safado e disse: — Agora você goza aqui…
Abriu bem a boca colocando sua língua para fora e o engoliu com fome, levou sua mão até o comprimento cheio de veias, puxou sua saliva por todo o pênis e o masturbou. Manteve o ritmo calmo, mas a quentura da boca de Sakura estava enlouquecendo Sabaku. Ele apoiou a mão em punho na parede e rosnou com tamanha satisfação e prazer que o apoderava a cada lambida, cada sugada e movimentar da mão experiente da médica. Vendo tamanha perdição que Gaara se encontrava, acelerou os movimentos da sua mão e sua língua. Ele sentiu seu baixo ventre se remexer inteiro antes de soltar um jato forte da sua porra.
— Caralho, Sakura! — Espalmou a parede e deixou sua cabeça pender para frente, olhando para a dona dos seus pensamentos, do seu corpo, da sua cama e do seu coração. — Você ainda me mata…
— Impossível… fiz um juramento quando me tornei médica, Gaa. — Ela sorriu de maneira travessa e levantou o braço, abrindo a torneira do chuveiro, fazendo assim cair água sobre os dois corpos quentes. — Era disso que eu precisava…
Gaara a puxou pela cintura, trouxe o corpo dela junto ao seu e beijou os lábios avermelhados pelo sexo gostoso que tinham acabado de fazer. Sakura fechou os olhos e inclinou a cabeça para trás, aproveitando a água morna que os molhava, que escorria pelo seu pescoço, seios e barriga vidrando o ruivo naquela cena extasiante.
— E tudo que eu preciso está bem aqui. — Sabaku sorriu, e ela o olhou, admirando a beleza do homem que agora tinha certeza que era dela.
[…]
— Obrigada, Yuna. — Pegou seu crachá e prancheta com os pacientes que precisava averiguar após cirurgias feitas naquela semana. Foi apressada pelo corredor em direção ao elevador, estava atrasada, culpa do ruivo delícia e seu maldito abdômen a mostra. Seria uma tentação ter aquele homem todo dia de manhã à sua disposição, deveria ser pecado.
— Bom dia, doutora Haruno. — Sakura tirou apenas os olhos da prancheta e os levantou, vendo Kakashi à sua frente.
— Bom dia. — Sorriu amarelo.
— Tem um oficial de justiça na sua sala esperando você.
— Um o quê?! — Correu para a sua sala a fim de saber do que se tratava.
Após assinar o documento afirmando de que tinha recebido a intimação, agradeceu ao oficial de justiça e se despediu. Voltou até sua mesa e abriu o envelope, constatando uma intimação para depor no processo de Fugaku Uchiha. Desabou em sua cadeira, incrédula que teria que estar em um tribunal na capital no próximo mês. Enviou mensagem para Naruto, mas ele não recebeu, tentou Sasuke, ele parecia ter visto, mas não respondeu suas mensagens. Ficou preocupada, porém, teria um dia de trabalho pela frente e naquele momento a única coisa que poderia fazer era esperar.
Em algum momento após o almoço se lembrou de Itachi, enviou mensagem para o policial e ele apenas respondeu:
melhor conversar com eles pessoalmente. Aquilo era pior do que ficar sem resposta! Terminou seu dia de trabalho contando os minutos para sair do hospital, pegou o capacete, subiu na moto e acelerou o máximo que a via permitia. Já conseguia ver o topo do seu prédio quando, no cruzamento, um carro a atingiu. Ouviu o barulho de vidro e metal se chocando, o impacto dos dois veículos e seu corpo voou alguns metros, fazendo-a rolar pelo asfalto.
— Caralho! — Sakura soprou sentindo alguns pontos específicos em seus braços e pernas arderem.
— Você está bem?! — Ouviu a voz de um homem. — Eu vou chamar uma ambulância, não se mexa.
Sakura respirou lentamente, focou na sua respiração e tentou se acalmar. Estava ansiosa, nervosa, podia ter morrido por seu descuido. Mentalmente tentou analisar seu próprio corpo, sabia que não tinha quebrado nada, senão estaria sentindo uma dor bem pior. Olhou para o lado e conseguia ver seu prédio dali, apesar de tudo parecer meio confuso e embaralhado em sua cabeça no momento. Uma ambulância chegou em minutos, já que ela não morava tão longe assim do hospital. Foi internada e examinada pelo médico que estava na emergência, Kakashi Hatake.
— Como se sente? — perguntou Hatake enquanto preenchia o prontuário.
— Fisicamente, Sakura. — Crispou os lábios e a mirou de soslaio.
— Não quebrou nada, por um milagre. — Anotou algo no prontuário e olhou para ela novamente. — Vai precisar tirar uns dias de descanso e…
— Não precisa disso… — interrompeu o médico.
— Ordens médicas. — Ele a cortou, ríspido.
— Sakura! — Ino entrou no quarto, assustada. — Meu deus, eu passei pelo acidente… você está bem?!
— Não quebrei nada, de acordo com o doutor Hatake. — Olhou para o homem e sorriu forçado.
— Terá alta amanhã, por hoje, descanse.
— Gaara? — Ela arregalou os olhos ao ver o homem parado na porta do quarto, e Kakashi, ao se virar, encontrou o ruivo, e tudo em sua cabeça pareceu fazer sentido. O médico olhou novamente para Sakura e se despediu mudo, cumprimentou Sabaku e deixou o quarto em seguida, balançando a cabeça em negativo.
— Parece que os dois problemas foram resolvidos — sussurrou Yamanaka e Haruno a fulminou com os olhos.
— Como está? — Sabaku se aproximou e acariciou o rosto da médica, dando um selinho em seus lábios.
— Estou bem, não quebrei nada, só algumas escoriações. Amanhã terei alta.
— Vou ficar com você hoje. — Beijou a testa da mulher e entrelaçou seus dedos nos dela.
— A Ino vai ficar comigo, não se preocupe. — Sakura sorriu e acariciou a mão do ruivo.
— Vou? — Franziu a sobrancelha e sua mão foi apertada pela da amiga. — Vou… Foi por isso que eu vim. — Forçou um sorriso.
— Além de tudo você precisa trabalhar em seu livro, não é? — Haruno lembrou.
— Sim, mas… — Pareceu querer dizer algo, mas desistiu. — Bom, se a Ino vai ficar, estou despreocupado.
Gaara se despediu dizendo que iria buscá-la quando estivesse pronta no dia seguinte. Assistiu o homem ir embora e nem ela mesma sabia por que tinha recusado o ruivo para ficar com ela. Talvez pelo fato de Kakashi ser o médico de plantão, estava tudo esquisito entre eles, por essas e outras que não se envolvia com ninguém do trabalho. Ultrapassou os seus próprios limites e viu o quanto podia dar errado. Tinha que seguir suas regras, não misturar trabalho com prazer e foi essa a decisão que já tinha tomado, principalmente quando Ino a fez ver que estava apaixonada e sua cabecinha maravilhosa pensou imediatamente em Gaara. No mesmo instante em que ela falou, no instante em que ela afirmou, todos os momentos que viveu com o ruivo passaram pela sua mente.
Sakura se apaixonou pelos mínimos detalhes, pelo cuidado, pelo zelo e atenção, pela conexão surreal que tinham. Pelas conversas até de madrugada, pela forma como ele a fazia rir e esquecer do trabalho de forma tão rápida e eficiente. Gaara era mais do que um homem gostoso, ele tinha conteúdo, tinha um coração gigante. Tinha tudo para ser um playboy mimado, no entanto, sempre correu atrás dos próprios sonhos e desejos, e nunca desistiu do amor, por mais que o amor tivesse tantas vezes desistido dele. Ela gostava da liberdade que Gaara tinha porque parecia muito com a sua, e isso deixava ela à vontade. Gostava de como se sentia livre de julgamentos, de olhares que a condenassem por algo, gostava de não precisar pisar em ovos, estar com ele era tão fácil. Sem dúvida, estava decidida, resolveria os mal-entendidos com Kakashi, caso restasse algum, e seguiria sua vida com aquele que seu coração tinha escolhido.
Capítulo 15 – Aquele dia do tribunal
19 de Maio
— No que merda estava pensando quando foi falar com meu pai? — Naruto ralhou com Sakura.
— Eu estava preocupada, porra! — Haruno tinha chegado do hospital quase na hora do almoço e foi diretamente falar com seus vizinhos, e eles seguiam discutindo há uns bons minutos. — Não fiz nada para prejudicar vocês, se é o que está pensando.
— Não estamos pensando que fez de propósito ou algo do tipo, mas o pai do Sasuke vai ser julgado e provavelmente condenado! — gritou Naruto.
— E isso é ruim? — O loiro pressionou a têmpora. — Ele sequestrou o Sasuke! Por que estão brigando comigo?
— Porque Naruto decidiu não falar nada, Sakura — Uchiha finalmente falou. — Naruto não queria envolver o pai dele nisso. Além de que… meu pai não ia fazer nada para me machucar.
Sakura riu desacreditada.
— Você está brincando, não está? — disse encarando o moreno, que mantinha o rosto impassível. — Você está se ouvindo?
— Calma, Saky. — Gaara tentou acalmá-la acariciando seus ombros.
— Não, não vou ter calma. Já fazia dias que tinha um carro preto parado em frente ao prédio todas as noites — explicou, irritada. — Naquele dia que apareci aqui foi porque quem estava no carro me viu! E ele saiu cantando pneu. Além do mais, o Itachi… — Haruno parou e pensou se seria uma boa ideia, aquela teoria de Itachi envolvia uma terceira pessoa e uma acusação muito grave.
— O que tem meu irmão? — perguntou Sasuke franzindo o cenho e dando passos para se aproximar da médica.
— Ele… também está preocupado com você.
— Não era isso que ia falar, Sakura… — pediu Naruto, e ela umedeceu os lábios pensando se era mesmo uma boa ideia.
— Itachi acha que seu pai teve algo a ver com o acidente do Shisui na operação que eles fizeram — soltou tudo de uma vez.
Sasuke arregalou os olhos e entreabriu a boca, estava chocado que seu pai seria capaz de quase matar o próprio sobrinho; aquilo era demais. Ele deixou seu corpo cair no sofá, estava sem acreditar naquilo, Naruto sentou ao seu lado e o acariciou.
— Desculpa, Sas, mas talvez seu pai seja pior do que você imagina. — Ela murchou os ombros e respirou fundo.
— Saky, vamos… — Gaara pegou a mão dela e a puxou. — Vamos dar espaço para vocês. Qualquer coisa estaremos aqui do lado, só bater.
Sakura e Gaara foram para o apartamento da médica, assim que cruzaram a porta, ela se jogou no sofá e exalou o ar pelo nariz. Ele sentou ao lado dela e a abraçou, ficaram ali sentados, ouvindo apenas a respiração um do outro. Era confortável estar com ele, ter Gaara consigo era reconfortante, fazia com que ela sentisse algo com que não estava acostumada, muito menos tinha sentido tal sensação em sua vida; era bom. Ela olhou para ele e curvou os lábios.
— Tá tudo bem?
— Acho que sim… — Ela baixou a cabeça encostando no peito do ruivo novamente. — Não queria magoá-los.
— Você fez o que achou certo, Saky, você só queria protegê-los. Não se culpe por eles estarem lidando com isso dessa maneira, uma hora ou outra isso iria acontecer. — A médica o olhou, agradecendo mudo pelas palavras. — E talvez você tenha sido a responsável por não ter dado uma merda muito pior. — Ele acariciou o rosto dela e sorriu.
— Dorme comigo hoje — falou Sakura no ímpeto, só queria estar com ele naquele momento.
— Aqui no seu apartamento? — perguntou, surpreso.
— Onde mais seria? — Ela se afastou para olhar ele nos olhos.
— Nunca quis que eu viesse aqui.
— Agora é diferente.
— Me explique por que é diferente… — Gaara sentia que iria se divertir com aquilo e foi dito e feito, a expressão de Sakura foi de manhosa para completamente perdida.
Ela levantou do sofá de vez e foi até a cozinha, pegou dois corpos, uma jarra com chá gelado e levou para a mesinha de centro. Gaara assistia cada passo que ela dava, era bom tentar entender o que se passava na cabeça dela pela linguagem corporal. Sakura estava em um certo pânico, não era boa com sentimentos ou em explicar eles, não era boa em relacionamentos, por isso nunca se relacionou com ninguém. Gaara seria seu primeiro… alguma coisa, e isso a estava levando a loucura dentro da sua própria cabeça.
— Não quero que surte aí dentro — falou ele, atraindo os olhos verdes até si. — Não precisa me explicar que agora somos mais que uma foda casual, Sakura.
— Não é só isso. — Ela se sentou no sofá ao lado dele, serviu chá e pegou seu copo, dando um gole generoso no líquido antes de respirar fundo e começar: — Preciso dizer que eu não sou boa nisso, ou com sentimentos, ou com seja lá o que vamos ter daqui pra frente. — Ela pegou a mão do ruivo e entrelaçou os dedos, olhou as mãos deles juntas e voltou a encará-lo. — É difícil pra mim entender que… Não sei me comportar em uma relação normal.
— Sakura, nós dois somos novos nisso. Eu não planejei me apaixonar por você e acredito que você também não. — O ruivo passou os dedos pelo maxilar delicado da mulher e sorriu. — Vamos tentar entender juntos como fazer isso funcionar, certo? — Ela balançou a cabeça, concordando, e selou os lábios nos dele.
— Quero falar algo pra você… Sobre mim. — Gaara a olhou com curiosidade. — Como eu vim parar aqui.
— Achei que tinha aceitado o emprego no hospital porque pagava bem.
— Na verdade, eu fugi dos meus pais.
— Fugiu? — Ele franziu o cenho.
— É, nós meio que… não nos damos muito bem. — Ela murchou os ombros devagar. — Sabe, meu estilo de vida não é o mais bem aceito na sociedade, principalmente para uma médica. Tive várias discussões com eles sobre isso, eu estava cansada… — Terminou o líquido e serviu-se de mais. — Eles me julgavam e falavam que eu precisava agir como médica. O que diabos quer dizer isso exatamente?
— Ter pais controladores é um problema…
— Por isso ver como o pai de Sasuke o tratou me deixou tão ensandecida. Não é como se ele tivesse escolhido nascer bissexual… — Sakura cruzou as pernas e virou de frente para Sabaku. — Acho que eu não devia ter me metido nessa confusão da família dele, mas eu queria ver os dois felizes como eles são. Assim como me sinto feliz aqui em Konoha.
— Achei que odiasse a cidadezinha de interior. — Gaara gargalhou e ela torceu os lábios segurando a risada, afinal, era novidade para ela também.
— Eu gosto daqui por causa de você, da Ino, do Sasuke e do Naruto, da Tema e da Hina… todos vocês. Vocês me fazem sentir mais amada do que os meus próprios pais.
— Por que a gente realmente ama você, Sakura, do seu jeito. — Ele a abraçou com afeto, beijou sua testa e sorriu.
— Eu sei, e obrigada por isso. — Sakura sorriu e beijou os lábios do ruivo, demorando-se um pouco mais, sentia uma paz tão grande com ele, era reconfortante estar em seus braços e por ela, não sairia mais dali.
[…]
24 de Junho
— Não precisava ter vindo comigo, Gaa. — Empurrou sua mala para dentro do quarto e o ruivo vinha logo atrás.
— Não deixaria você vir sozinha, muito menos de ônibus.
— Outra coisa que preciso fazer aqui na capital… — Jogou-se na cama do hotel enquanto o ruivo pegava uma água no frigobar. — Comprar uma moto nova.
— Posso ajudar você com isso…
— Você não é mais um problemático há tempos, ruivinho, ainda sabe escolher uma boa moto? — brincou com o homem, que sorriu sedutor ao engolir a água, fechou a garrafa colocando-a em cima da mesa e subiu em cima da cama, ficando bem próximo de Haruno.
— Está com saudade de transar nos galpões das minhas festas, moranguinho?
— Uma festa sua esse ano seria uma boa — passou a mão pelos cabelos do ruivo acima de si com aqueles olhos verdes predatórios grudados nos seus —, mas eu ainda prefiro você todo pra mim dentro de quatro paredes.
— Deixou de ter graça foder em público pra você? — Os dedos dele rasparam em seus lábios, passaram pelo queixo, garganta e a cada centímetro que seu indicador e dedo médio desciam pelo colo, os olhos de Sakura se fechavam automaticamente. Estava aproveitando as sensações que ele causava em si e seu lábio inferior foi maltratado pelos seus dentes.
— Jamais… ainda mais se for com você. — Os dedos invadiram o decote do vestido florido que ela usava e quando ela menos esperou, abriu os olhos com o susto de ter a língua molhada e quente na parte interna de sua coxa esquerda. Olhou para baixo vendo apenas os cabelos entre suas pernas. — Não está cansado de ter dirigido até aqui?
— Nunca estou cansado demais pra te chupar… — A calcinha foi afastada e a boca sedenta do ruivo abocanhou a boceta da médica, que levou a cabeça para trás e soltou um gemido sonoro.
— Céus, Gaara!
— É pra lá que pretendo te levar…
Enfiou as mãos por baixo das coxas grossas e a puxou para si ainda mais, usou a língua para lamber desde a curvatura da bunda até o topo de vênus. Seus dedos marcaram o quadril, apertando a pele branca, enquanto chupava o clitóris inchado devido ao tesão que Sakura sentia correr como uma onda por todo seu corpo. Seus braços esparramaram no colchão, e seus dedos agarraram o edredom arrumado, que agora ela maltratava o puxando. Gaara enfiou dois dedos na cavidade molhada, fez movimentos de entra e sai enquanto mordiscava seus grandes lábios.
— Gaa, eu vou gozar desse jeito…
— Me dá esse prazer, Saky, goza na minha língua…
Afastou-se e soprou a boceta gostosa, vendo a pele de Haruno se arrepiar, usou a ponta da língua para penetrá-la e voltou para cima, sentia o ponto sensível vibrar em seu músculo quente, sua ereção já reclamava de estar presa na calça jeans. Entretanto, sua garota precisava gozar, levou o dedão até seu púbis e esticou a pele para lamber o clitóris com mais veemência. Seus dedos foram apertados pelas paredes da mulher, e o gemido agudo que deixou a garganta da médica deixou claro que seu clímax chegaria a qualquer momento. Apertou a cintura fina com a outra mão e quanto mais a chupava, mais os gemidos ecoavam pelo quarto.
— Ah, assim, Gaa… Não para… Deus…
— Bom saber que sou um Deus, agora goza bem gostoso, delícia…
Sakura chegou ao estopim com a sugada que ele deu, arqueou a coluna e sentiu os arrepios correrem pelas suas pernas e braços e se acumularem em seu baixo ventre. Explodindo em um orgasmo potente que a levou revirar os olhos e acaso estivesse em pé, cairia no chão, definitivamente. Respirava ofegante, sentindo as sensações remanescentes do prazer absoluto que seu homem lhe provocou.
Gaara levantou sorrindo, levantando o vestido, beijou a barriga, passou a língua nos mamilos enrijecidos e estava bem acima do rosto da médica, que abriu os olhos, encontrando o olhar sensual que ele destinava a ela. Ele sorriu devasso e ela levou a mão até os lábios do homem, subiu até a nuca e reivindicou sua boca, envolveu sua língua na dele, sentindo seu coração ainda bater forte contra o peito.
— Vamos tomar um banho…
— Essa língua faz maravilhas. — Segurou o queixo dele e lhe deu mais um selinho.
— Foi ela que te conquistou, não é? Admite. — Ele sorriu, convencido.
— Talvez. — Mordeu o lábio dando de ombros.
— Que abusada. — Ergueu a mulher nos braços, fazendo-a soltar um gritinho e agarrar em seu pescoço. — Pra baixo do chuveiro.
Tomaram banho juntos e desceram para jantar, estavam cansados da viagem, mas Sakura queria levá-lo até seu restaurante favorito. Iam passar poucos dias na capital e conseguir uma reserva tão em cima da hora era difícil. Saíram de mãos dadas do hotel e Gaara recebeu a chave de seu carro, e os dois seguiram caminho para o restaurante. Sakura estava animada, fazia mais de 3 anos que não via a cidade grande, era surpreendente o quanto tudo havia mudado.
Entraram no restaurante e a médica deu seu nome à recepcionista, que os levou até a mesa deles. O restaurante ficava em um
rooftop, a vista da cidade era incrível lá de cima, e ela fez questão de pedir uma mesa ao ar livre.
— É lindo aqui, Saky — disse Sabaku assim que sentou.
— A comida fica mais gostosa quando a vista é bonita, acredite. — Ela sorriu, enquanto se ajeitava na cadeira do outro lado da mesa.
— Acredito sim… a vista daqui é linda. — Os olhos verdes encontraram os dela.
— Não sabia que era romântico… — Sakura mordeu o lábio inferior e deu um sorriso.
— Eu sou escritor de romance, Haruno, o que esperava?
— Não li nenhum dos seus livros, Sabaku, você nunca me disse seu pseudônimo.
— Não é como se eu tivesse muitos… — O garçom se aproximou e anotou os pedidos, deixando-os a sós novamente. — Vou lhe dar uma cópia autografada do meu primeiro livro.
— Mal posso esperar! — A médica sorriu largo e bateu palminhas, fazendo o outro rir.
— Você percebeu que é o nosso primeiro encontro?
— Você tem razão… — A Haruno pareceu ponderar algo. — Tem algum protocolo que devemos seguir? — falou, soltando um riso em seguida.
— Não sei e nem quero saber. Podemos fazer os nossos próprios… protocolos. — Gaara segurou a mão de Sakura por cima da mesa e piscou o olho direito.
— Ah, ótimo… Porque pelo que eu sei — ela olhou para os lados e colocou a palma da mão na frente da boca antes de falar mais baixo: —, não se pode transar no primeiro encontro.
— Definitivamente eu protestaria contra isso. — Os dois riram e acarinharam a mão um do outro. — Nosso relacionamento não será igual aos outros.
— Tenho certeza disso, ruivinho delícia.
[…]
25 de Junho
— Todos de pé para receber o juiz Hashirama Senju.
Sakura estava nervosa, Naruto e Sasuke não falavam consigo há dias, era oficial, eles estavam brigados. O juiz chamou a primeira testemunha, Itachi Uchiha. Mal conseguia olhar para o policial, era culpa dela que estavam todos ali, ela levou tudo ao conhecimento do prefeito e acabaram em um tribunal.
— Senhor Uchiha, poderia nos contar exatamente como tudo começou? — começou a promotora.
— Do começo eu não sei, fui avisado pelo meu cunhado, Naruto, que meu irmão havia sido sequestrado e que eles, ele e Sakura Haruno, vizinha e melhor amiga do meu irmão, suspeitavam ter sido meu pai.
— Por que suspeitavam de seu pai?
— Ele estava querendo forçar o meu irmão a voltar para casa porque… — Itachi engoliu em seco — ele está em um relacionamento homossexual. — Itachi não sabia se ele podia jogar essa informação assim, não sabia se seu irmão se sentiria confortável. Olhou rapidamente para Sasuke que mantinha uma expressão de acalento para seu irmão.
— Então isso é um caso de sequestro e homofobia?
— Objeção, meritíssimo, o caso é sobre a acusação de sequestro. — A advogada de Fugaku levantou.
— Mantido. O motivo do sequestro foi homofobia, senhorita Kyoko. — O juiz voltou a olhar para a promotora. — Pode continuar, senhorita Mei.
— Seu pai tinha sido homofóbico com seu irmão anteriormente?
— Na verdade… com meu irmão não, mas com meu primo — respondeu Itachi.
— Sem mais perguntas, meritíssimo.
A defesa fez as perguntas necessárias e não conseguiu provar inocência, pelo menos era isso que Gaara acreditava. Estava atento às perguntas e não era possível que qualquer juiz acreditasse naquela baboseira de que Sasuke estava na casa dos pais sendo bem tratado e alimentado. O Juiz chamou Naruto, que relatou tudo de forma chorosa e sentida, não queria estar ali, e afirmou que não era de sua vontade que aquilo fosse até o tribunal. Itachi quis bater no seu cunhado.
Depois de Sasuke também contar seu lado da história, Sakura foi chamada e então sentiu o nervosismo e ansiedade tomar conta de seu corpo. Caminhou lentamente até o lado do juiz e sentou, fez o juramento de honestidade e sorriu de nervoso.
— Então, senhorita Haruno, de acordo com Naruto Uzumaki, você foi falar com Minato Uzumaki, prefeito de Konoha, por conta própria e sem ter o aval de seu filho — começou a defesa. — Teve algum acontecimento que inventou?
— Nem sequer um. Falei a verdade, mesmo que meus melhores amigos não me perdoem por isso, continuo achando que fiz o certo.
— De acordo com você… — A mulher pega uma folha e lê: — Abre aspas: “eu vi um carro preto parado em frente ao prédio e achei que Sasuke tinha sido sequestrado novamente, então bati no apartamento dos meus amigos e fiquei aliviada, vi que eles estavam bem.”
— Sim, foi isso que aconteceu. Eu ainda estava em choque com tudo que houve. Ele passou mais de uma semana desaparecido e…
— Estava na casa dos pais…
— Contra a vontade dele! — gritou. — Desculpe, meritíssimo. — Olhou para o Juiz de cabeça baixa, mas voltou sua atenção para frente. — Sasuke foi sequestrado pelo próprio pai porque não podia amar quem queria, não podia ser quem ele é. Itachi e eu tivemos que socorrer ele e trazer ele de volta para casa, onde é o lugar dele.
— Invadiram a casa do senhor Uchiha?
— Itachi salvou o irmão! Está ouvindo o que estou dizendo? — Sakura perdeu a paciência. — Eu vi ao vivo o quanto esse homem — apontou para Fugaku — pode ser detestável. Ele sim, invadiu o nosso prédio e quis levar o Sasuke à força para casa.
— Tem como provar isso, senhorita Haruno? — falou a advogada debochada e Sakura sorriu vitoriosa.
— Já que perguntou. — Um policial trouxe uma TV e ligou com as imagens das câmeras do prédio onde eles moravam. Inclusive a filmagem do carro preto parado em frente ao prédio. Todos assistiam a cena que desenrolava no corredor onde Fugaku arrastava Sasuke junto a si para dentro do elevador chocados, e Sakura olhou para Sasuke e Naruto e mexeu seus lábios sem voz: — Me desculpem.
— Senhor Fugaku, vou lhe dar mais uma chance — começou Hashirama. — Você sequestrou o seu próprio filho? — A advogada falou algo no ouvido do delegado de Konoha, que levantou.
— Apenas levei ele para casa, meritíssimo, estava preocupado e…
— Ótimo, vai ser do modo difícil. — O juiz escreveu algo e carimbou. — Sentencio Fugaku Uchiha a 16 anos de prisão por sequestro, homofobia e tentativa de obstrução da justiça. — O juiz bateu o martelo.
Sakura respirou fundo e levantou, Fugaku foi algemado novamente, e enquanto Sakura caminhava para os bancos o homem gritou:
— Eu vou acabar com você, Sakura Haruno!
— Quer mais 5 anos na cadeia, senhor Fugaku? — Uchiha se calou. — Tirem ele daqui!
Gaara abraçou sua mulher e beijou sua testa, Sasuke e Naruto vieram na direção deles e Haruno virou, encarando os seus dois melhores amigos com os olhos marejados. Eles pareciam arrependidos de terem brigado com ela, olharam-na com um pedido de desculpa mudo e ela os conhecia bem demais para não reconhecer que estavam sendo verdadeiros. Os dois abraçaram sua amiga com força.
— Desculpa, Saky — Naruto foi o primeiro a falar. — Agora eu entendo o quanto foi importante você ter falado com meu pai.
— Eu amo vocês e faria tudo de novo — disse a médica chorosa. — Mesmo que brigassem comigo.
— Obrigado, Sakura. — Sasuke mirou-a e sorriu, deu um selinho em seus lábios. — Você me protegeu mais do que qualquer um.
— Ei! — reclamou Naruto.
— Você também, idiota. — Beijou o namorado. — Desculpe, eu não deveria…
— Vamos almoçar juntos? — Gaara interrompeu… curvando os lábios em um sorriso singelo, e todos concordaram.
— Aí conversamos… — Sakura sorriu, abraçando os melhores amigos. — Vamos sair daqui, por favor.
— Ei, Ita… — chamou Sasuke. Itachi se aproximou com uma expressão preocupada. — O que houve?
— A mãe ligou, ela queria saber se “o pesadelo já teve fim”. — Ele fez aspas com as mãos.
— Ela não veio? — perguntou Sakura, surpresa.
— Nossa mãe ficou em choque, ela não sabia que o Sas sequer estava em casa por todos aqueles dias — explicou o policial. — Ela ficou muito abalada.
— Eu sinto muito…
— Vamos almoçar com a gente? — Naruto cortou a conversa que estava deixando todo mundo com cara de enterro.
— Ótima ideia. — Gaara sorriu, puxando Sakura, e logo os outros os seguiram também para fora do dito pesadelo.
Capítulo 16 – Aquele dia da família
24 de Maio
Para Sakura era meio estranho eles estarem ali depois do pai de Sasuke e de Itachi ter sido preso, mas todos pareciam bem à vontade com a situação. Entendia que crescer no meio da política e do departamento de polícia da cidade deveria deixá-los acostumados com certas situações, porém, ela tinha pouca experiência em dramas estilo novela das 9. Se sentia feliz pelos amigos, afinal, era importante pra ela poder estar com seus melhores amigos de novo, sem o pai de Sasuke solto por aí, podendo fazer alguma loucura. Além de tudo, Sakura via que Sasuke e Naruto estavam nitidamente felizes e com um peso a menos nos ombros. Estava aliviada, agora sem Fugaku no meio do caminho, eles poderiam ser felizes sem medo.
As conversas estavam animadas e ela olhava pra eles com uma sensação tão gostosa no peito, não se arrependia nem um minuto de ter feito o que fez, nem se eles nunca mais falassem com ela, ainda assim, acreditaria que um dia eles entenderiam. Gaara cochichou no ouvido de Sakura para irem em uma loja de motos depois daquele almoço e então ela sorriu, animada.
— E vocês? — Sasuke deu um sorriso maroto e encarou o casal. — Finalmente se assumiram?
— Não tem nada pra assumir aqui não, Uchiha — Sakura brincou, forçando um olhar atravessado para Sasuke. — Acho que todos já sabiam, menos a gente.
— Fale por você… — Ele acariciou a bochecha de Haruno e desceu a palma até a lateral de seu pescoço, para puxá-la para um beijo.
— Sakura… — Gaara se afastou da médica devagar olhando para trás e ela levantou os olhos até as duas figuras, percebendo seus pais parados em frente à mesa em que estava com seus amigos.
— Mãe… Pai. — Seu sorriso morreu na mesma hora, não queria ter que lidar com seus pais, muito menos ali.
— Resolveu vir passear na cidade e esqueceu de avisar seus pais, querida? — sua mãe falou com ironia.
— Eu vim apenas comprar outra moto, acabei sofrendo um acidente semana passada — ela disse, sem mais.
— Ainda continua com essa loucura de ser motoqueira? — falou seu pai com desdém.
— Sim, e não vou parar nunca com essa
loucura. — Sakura respirou fundo, controlando seus ânimos. — A propósito, eu não me feri, estou bem, obrigada por perguntar.
Seus amigos assistiam aquela conversa calados, afinal, o clima tinha ficado tenso em questão de segundos. Gaara, que já sabia da problemática, levantou-se devagar e estendeu a mão tentando ser simpático e desviar o foco da conversa.
— Gaara No Sabaku, prazer.
— Kizashi Haruno. — O homem apertou a mão do ruivo. — E essa é minha esposa, Mebuki. Espere… Sabaku como Raasa Sabaku?
— Sim, é meu pai.
— Vejo que tomou jeito, filha, está fazendo amizade com pessoas de boa família — Kizashi pontuou, fazendo a filha não se segurar em revirar os olhos.
— Esse é meu namorado,
papai — falou a última palavra com desprezo, levantando de sua cadeira —, e ele não é apenas filho do dono da Suna Enterprise, é um escritor maravilhoso de romances. Então sim, estou me envolvendo com ótimas pessoas. Agora se nos der licença, estamos almoçando.
— Vejo que seus modos seguem os mesmos… — Mebuki levantou o nariz em arrogância e começou a caminhar junto ao marido para longe da mesa.
— E sua soberba também,
querida mãe. — Sakura sentou novamente exalando com força o ar.
— Você está bem? — Gaara perguntou.
— Vou ficar… — Ela fechou os olhos por alguns segundos e respirou fundo, assim que abriu, notou seus amigos calados, sem qualquer expressão. — Desculpem por isso.
— Tá tudo bem, Saky… — Naruto foi o primeiro a falar.
— Eu não posso julgar, meu relacionamento com meus pais não é o dos melhores, não é? — Sasuke deu de ombros, voltando a comer.
Todos ficaram em silêncio até que Itachi riu e todos olharam pra ele sem entender sua reação.
— Puta família de bosta que a gente tem… — Itachi pontuou, levando todos a rirem com ele.
— Eu gosto da família que eu ganhei, essa eu amo bastante. — Sakura sorriu e os outros sorriram, entendendo perfeitamente o que ela queria dizer.
Sakura sentia seu peito cheio de felicidade, era bom se sentir em casa mesmo longe dela, agora sabia que casa não era um lugar e sim as pessoas que estão com você independentemente de onde.
[…]
26 de Maio
Sakura caminhava entre as motos, olhava os detalhes, valor, marca, modelo e tudo que tinha direito. Ela era uma motociclista, amava motos, se fosse por ela, teria uma coleção, mas não tinha necessidade. Dois dias procurando a moto perfeita, segundo ela, a moto precisava escolhê-la. Foi então que ela viu, sua boca se entreabriu, era aquela, a BMW R18. Ela chegou a ver a moto brilhar em sua direção, como se algo mágico tivesse acontecido. Sempre quis tê-la, mas nunca tinha visto ao vivo.
— É essa. — Ela passou a mão pelo banco de couro, sentindo cada pelo do seu braço arrepiar, seria um sonho realizado.
— Cacete, essa é linda, Saky! — Gaara exclamou.
— Babei nela por tempo demais… — Ela virou para o ruivo. — Enrolei por muito tempo porque não queria vender minha preciosa, mas hoje essa vai pra casa comigo. — Os olhos dela brilharam ao se virar novamente para a moto, Gaara a abraçou por trás, dando um beijo em seu pescoço.
— É bom te ver feliz assim.
— Existem três coisas no mundo que me colocam um sorriso genuíno no rosto. — Ela virou e apoiou seus braços nos ombros do seu namorado. — Moto, meu trabalho concluído com sucesso e um motivo recém descoberto… — Ela ficou na ponta do pé e colou os lábios no ouvido do ruivo. — Você.
— Achei que o romântico era eu.
— Pelo jeito passa por osmose. — Ela começou a rir e deu um beijo nos lábios do ruivo.
— Senhorita, já escolheu? — perguntou o vendedor se aproximando.
— Sim, essa belezinha aqui vai comigo pra casa. — Ela bateu no banco da moto sorridente, agora ela estava completa de novo.
Longas 4 horas depois, Sakura e Gaara entravam na cidade de Konoha, ela conseguia se sentir animada em voltar pra casa, coisa que ela achou que nunca sentiria. Os dois pararam no primeiro posto que viram e Sakura desceu da moto, indo até o carro do ruivo, que estava sendo abastecido, e debruçou na janela assim que ele baixou o vidro.
— Quer ir pro meu apartamento?
— Podemos passar no meu para eu deixar o carro?
— Você tá louco pra dirigir ela, não está? — Ela sorriu divertida.
— Posso? — O ruivo fez a maior cara de cão sem dono e por mais que Sakura tivesse ciúme de suas motos, era ele, e ela sentia que tudo bem.
— Sem problemas…
— Ei, gostosa! — Sakura ouviu aquilo e virou com uma expressão assassina, mas então sorriu ao ver Naruto e Sasuke saindo da conveniência. — Credo, achei que ia me socar… — disse Naruto ao se aproximar.
— Se fosse um desconhecido, muito provavelmente… — Eles gargalharam com a resposta da médica.
— Podíamos ir até o bar…
— Não, vou pra casa, estou cansada. — Sakura murchou os ombros. — Quero apenas assistir um filme grudada naquele macho ali. — Ela apontou para Sabaku, que riu, desacreditado.
— É mesmo uma nova Sakura — Naruto zombou cutucando o namorado.
— Já rodei na mão de metade da cidade, uma hora a gente precisa sossegar — ela falou, brincando.
— Ouviu aí, Gaara? — Sasuke zombou, piscando o olho pro seu amigo.
— Sim, ouvi, parece que eu sou Deus mesmo. — Sakura o mirou de soslaio com a brincadeira. — Consegui um milagre.
Eles começaram a gargalhar e logo Sasuke e Naruto foram indo para o carro deles, mas não antes de Naruto dizer bem alto:
— Só controlem os gemidos que meu quarto divide a parede com o seu, Saky.
A médica segurou a ponte do nariz, fechando os olhos e olhou para o ruivo, que ria de forma contida.
— Ninguém mais se importa com a minha reputação por aqui. — Ela foi andando em direção a sua moto e olhou por cima do ombro, vendo os olhos verdes a acompanhando por todo o trajeto. — Te vejo no seu prédio. — Ela piscou um olho e subiu na moto, colocando o capacete em seguida.
5 de Julho
Sakura cruzou as portas do bar eram mais de 22:30, tinha se atrasado por conta de uma emergência no hospital. Olhou bem pelo salão e viu seus amigos sentados na mesa de sempre, deu longos passos até eles e sentou no colo de Gaara sem nem mesmo avisar, e o ruivo levou um susto, mas logo sorriu. Ele abraçou sua namorada e a beijou no pescoço várias vezes antes de dar um selinho em seus lábios.
— Ai, que nojo… — Temari reclamou.
— Calma que o seu pau já vem — falou Ino.
— Pare de falar como se eles se resumissem a isso… — A Sabaku ralhou e então viu uma mulher, até então desconhecida, entrar no bar e ir diretamente até Neji, que deu um enorme sorriso e deu a volta no balcão para abraçar a moça. — Afinal, em breve ele não terá mais pau.
Hinata riu dos ciúmes da amiga, assim como Sakura e Ino, era nítido para elas o maxilar tensionado de Temari olhando os dois falando entre si com a maior intimidade. Então, Neji apoiou as costas da mulher com uma mão e a direcionou até seus amigos.
— Melhora essa cara antes que ele chegue aqui — disse a médica.
— Pessoal, essa é a Tenten Mitsashi, ela fez faculdade comigo.
— Olá, muito prazer. — A morena sorriu meiga e olhou pra Hinata com curiosidade.
— Hinata, minha irmã. — O Hyuuga apontou.
— Muito prazer, Tenten. — Hinata levantou toda desengonçada para apertar a mão dela e derrubou um dos copos. — Ah, meu Deus! Eu… vou… — Ela pegou o copo e colocou guardanapos em cima da mesa, completamente nervosa. — Vou pegar um pano pra… — Ela foi saindo sem terminar a frase e as três amigas se entreolharam de cenho franzido.
— Shots? — Sakura perguntou, recebendo um aceno de Temari e Ino.
As três chegaram no balcão e viram Hinata no canto, parecia estar se amaldiçoando e querendo sumir, apesar de elas não saberem, era isso mesmo que a morena fazia. Sakura chamou sua amiga, que logo olhou com os olhos arregalados para elas, suas bochechas ficando vermelhas como pimentões.
— Vem aqui, Hinatinha, serve umas doses pra gente — Ino soltou, sorrindo.
A dona do bar foi até o armário, pegou a tequila e no caminho pegou 4 copos de dose, serviu os copos até quase derramar e elas viraram em seguida. Elas apenas se olhavam, suspeitando da Hyuuga, querendo que ela abrisse a boca de uma vez. As três estavam em puro frenesi, ansiosas aguardando o que viria de sua amiga, afinal, Hinata sempre foi muito contida e reservada.
— Desembucha, Hinata! — Temari perdeu a paciência.
— Essa é a tal garota que Neji queria me apresentar desde o primeiro ano de faculdade dele, mas nunca deu certo.
— Estou chocada… — Sakura pegou ela mesma a garrafa de tequila do balcão interior e serviu outra dose, virando novamente. — A que ele disse que você ia gostar…
— Sim.
— Gostar do tipo dar uns pega? — Temari questionou.
— Sim.
— Céus, fala alguma coisa… vai ficar monossilábica? — Ino reclamou.
— Ela é muito bonita e eu fiz papel de idiota! — Hinata colocou a mão na cintura. — O que quer que eu fale?
— Pra que você foi apertar a mão dela tal qual uma senhora de 60 anos? — Ino comentou, fazendo a Hyuuga cobrir o rosto com as duas mãos e suspirar derrotada.
— Não piora a situação… — Temari sussurrou cutucando a loira.
— Nada que não possa ser consertado… — Sakura falou com confiança, enchendo os copos de dose novamente. — Um brinde à Hinata finalmente desencalhar. — Ela levantou o copo, recebendo uma carranca da morena.
— Não tem graça — Hinata reclamou.
— Confessa que estava encalhada, Hina — Temari comentou.
— Não foi por escolha, não tem mulher pra mim em Konoha, ok? — a Hyuuga falou irritada.
— Me senti ofendida… — Sakura colocou a mão no peito, forçando uma expressão de ultrajada.
— Meu braço está cansando… — Ino revirou os olhos batendo o copo nos das amigas e virando a dose em seguida.
— Agora tem… — Sakura apontou para Tenten, e Hinata suspirou nervosa. — Para com isso, Hina, seja confiante. Você é uma grande gostosa, além de ser divertida e fazer um oral como ninguém…
— Oi? — Temari a encarou em choque.
— Aconteceu um dia aí… — Sakura disse balançando a mão como se não fosse nada. — Agora vamos voltar pra mesa, pois você vai conquistar aquela mulher!
— Nem que seja só pra foder — Ino complementou.
Sakura concordou com um sorriso malicioso e todas elas voltaram para a mesa, Hinata sentou ao lado de Tenten e as duas engataram uma conversa e as outras três amigas se entreolharam sorrindo, cúmplices. Gaara sorriu ao sentir os braços da sua companheira em seus ombros e olhou para cima. Sakura olhou para todos os seus amigos ali e sorriu, estava feliz por ter encontrado um lugar para chamar de casa.
Capítulo 17 – Aquele dia da viagem
22 de Novembro
— Eu tinha certeza que isso ia dar certo…
— Cala a boca, Ino… — Hinata disse envergonhada.
— Vocês duas, parem… — Sakura decretou enquanto colocava mais uma calça jeans na mala. — Se alguém pode se vangloriar da Hina estar com a Ten é o Neji.
— Ela tem razão… — Temari deu de ombros e deu mais um gole em seu vinho.
— Não enche a bola do seu namorado não, querida… — falou Yamanaka apontando pra outra loira. — Parece que fazem só duas horas que você nem queria assumir ele. — Ela sentou na mesma poltrona de Temari, ficando grudada na amiga. — Eu não pensaria duas vezes.
— Te aquieta com teu macho e deixa o das outras… — Hinata repreendeu revirando os olhos.
— Vocês acham que estou levando roupa demais? — Sakura perguntou mordendo o lábio, alternando seu olhar entre as amigas que estavam espalhadas pelo seu quarto, discutindo besteiras e a mala em cima da sua cama.
— Vamos pra serra, Sakura, claro que está levando roupa demais. — Ino revirou os olhos.
— Eu estou nervosa… — Sakura sentou na beirada da cama desabando o peso do seu corpo e pegou sua taça de vinho, que descansava na mesa de cabeceira dando um gole generoso.
— Nervosa com o quê, garota?
— Não sei, é novo viajar em casal, nunca fiz isso…
— Como não? Vocês foram pra capital juntos — Hinata pontuou.
— É diferente. Não foi planejado, foi basicamente ele me dando carona pois eu estava sem a minha moto. — Sakura tentou contornar a situação, e a Hyuuga revirou os olhos.
— Saky, é como qualquer outra viagem… — Temari comentou. — E vai ter todos os seus amigos lá também, não vai ser estranho…
— Por que seria estranho? — Sakura franziu o cenho.
— Pronto, colocou mais uma coisa desnecessária na cabeça da Saky. — Hinata revirou os olhos e bebeu do líquido em sua taça. — Já basta de ansiedade.
— Bebe mais vinho que passa. — Ino pegou a garrafa e encheu a taça da melhor amiga novamente. — Relaxa, vagabunda, você ficando nervosa por causa de homem é novidade… O que diabos o Gaara fez contigo?
— Você tem razão! — Sakura bateu em suas próprias bochechas com as duas mãos, fazendo as amigas arregalarem os olhos. — Foco, é só uma viagem.
— Meu irmão realmente conseguiu fazer milagre. — O silêncio durou alguns segundos antes de todas elas gargalharem com o comentário de Temari.
Sakura estava com Gaara há pouco tempo, era verdade, mas não lembrava a última vez em que se sentiu tão bem e à vontade com alguém. Aquela sensação de pertencer e ao mesmo tempo se sentir livre de qualquer julgamento ou más impressões que poderia ter de si era nova e ao mesmo tempo muito bem-vinda. Ela finalmente sentia-se bem com outra pessoa, amorosamente falando. Sakura ficou em conflito quando se viu apaixonada, como se gostar de alguém fosse deixar ela dependente, porém, percebeu que não era necessidade, era querer estar. Gaara chegou devagarinho em sua vida,
mostrando que alguém pode somar sem o outro precisar ser metade. Sakura sorriu para as amigas e respirou fundo, estava tudo bem, apesar de pela primeira vez não estar totalmente segura de algo, já que gostava de estar no controle, Gaara a deixava hesitante, o que nunca foi uma de suas características. Era uma sensação esquisita.
23 de Novembro
— Sakura? — Ela virou ao ouvir seu nome e viu o ruivo perto da porta do carro dele, ele se aproximou dela e sorriu. — Posso levar a mala?
— Pode sim. — Sentiu os lábios de Gaara pressionar os seus e mordeu o lábio em um sorriso contido. — Bom dia…
— Bom dia, linda — Gaara respondeu com um sorriso.
Logo todos estavam ali, em frente ao prédio da médica, no carro de Naruto iriam ele, Sasuke, Neji e Temari, no de Gaara, Sakura, Shikamaru e Ino, e Hinata iria com Tenten no carro dela. Sakura sentou no banco do passageiro e colocou o cinto, assim como todos que estavam no veículo e pegaram a estrada. Estavam indo para a casa de campo dos Sabaku no topo da montanha, seria a primeira vez que Sakura iria conhecer o lugar. Ela olhava pela janela do carro vendo a paisagem que era lindíssima, estava encantada, parecia mesmo que as cidades do interior tinham seu lado bom. Ela voltou o seu olhar para dentro do carro quando sentiu uma mão em sua coxa. Viu os olhos verdes olhando para ela rapidamente de maneira carinhosa antes dele voltar os olhos a estrada novamente e então ela colocou a sua mão em cima da dele.
Estacionaram os carros em frente a cabana de dois andares, era uma casa estilo rupestre, bonita e imponente, desceram dos carros animados. Ino já dizia que queria se esquentar, afinal, o frio ali era mais severo do que na cidade, correu para abrir a porta e disse para os rapazes levarem as compras para a cozinha enquanto as garotas tiravam as bagagens dos porta-malas. Neji disse que iria preparar a fogueira no quintal e Sasuke e Naruto foram ajudar. Hinata pegou Tenten pela mão e sumiu para dentro da floresta, dizendo que queria mostrar uma coisa. Sakura olhou tudo acontecendo e sentiu um calor gostoso em seu peito, fazendo-a sorrir.
— O que está rindo à toa, moranguinho? — Sentiu os braços do Sabaku lhe envolver por trás.
— Nada, só… é bom me sentir em casa. — Ela virou a cabeça para trás, olhando um pouco para cima devido à altura do ruivo, e sorriu.
— Fico feliz que se sinta assim. — Gaara deu um beijo nos lábios de Haruno e outro na testa dela. — Fazia muito tempo que não vínhamos aqui.
— Por que não viemos antes?
— Não guardo boas lembranças dessa casa…
— Deveríamos ter vindo? — ela perguntou, franzindo o cenho preocupada e virando pra encarar o ruivo, que estava com um semblante desconfortável.
— Preciso superar isso, já faz muito tempo.
— Sua ex? — Ela viu Gaara torcer os lábios. — Sabe que não precisamos falar sobre isso se é desconfortável pra você.
— Muito pelo contrário, sempre me sinto confortável com você, Saky. — Ele a trouxe para seus braços novamente, sentindo o carinho que ela tinha por ele. — Eu nunca mais me relacionei com ninguém depois da minha ex, tudo que aconteceu com meu irmão me deixou com medo de me entregar de novo. — Sakura se afastou e o olhou com condolência.
— Foi aqui? — ela perguntou, franzindo o cenho.
— Foi, era a primeira vez que eu iria apresentar uma namorada à família. — Sakura abriu a boca em choque. — Não se preocupe, hoje em dia não me dou bem com meu pai de qualquer maneira, hoje não faço questão da aprovação dele pra nada, porém, na época era importante.
— Kankuro foi um escroto. — Temari atraiu a atenção dos dois, que viraram para olhá-la. — Desculpe me intrometer, Ino estava insistindo pra vir chamá-los, se eu não viesse, ela viria, achei melhor segurar a loira maluca lá dentro. — Ela apontou para casa e riu.
— Tudo bem, Tema, você sabe da história toda, afinal, você que viu. — Gaara riu sem humor coçando a nuca.
— Agora temos que olhar adiante, esquece isso, irmão, aquela garota não merecia você, mas você achou uma que sim. — Temari piscou o olho direito antes de virar as costas e entrar na casa.
— Eu não vejo problema em conversarmos sobre isso quantas vezes você quiser, mas estamos aqui com os nossos amigos pra ter uma semana de diversão e paz. — Sakura acariciou o rosto dele e sorriu. — Quero ver um sorriso nesse rosto, afinal, você tem a mim agora.
— E como foi difícil ter você, Sakura Haruno. — Ele a tirou do chão trazendo-a para o seu colo, ela riu divertida beijando todo o rosto de Gaara de forma carinhosa. — Ainda bem que decidi não desistir e me permiti sentir, sem medo de me entregar a você… — Ele apreciou o rosto levemente corado por causa do frio. — E não me arrependo nem um segundo.
— Agradeço por não ter desistido de mim, principalmente quando eu estava assustada demais pra admitir que eu estava fodidamente apaixonada por você. — Sakura o beijou nos lábios, lentamente, era maravilhoso poder senti-lo em si.
Sakura desceu do colo do ruivo e eles entraram na casa, vendo todos indo de um lado a outro arrumando tudo. Sakura piscou o olho direito para o ruivo, soltando a mão dele enquanto se distanciava para ir pra cozinha. Ela entrou no ambiente e viu Ino cortando limões e laranjas, uma garrafa de gin em cima da bancada e uma caixa cheia de gelo. Ajudou a amiga a preparar tudo enquanto Temari colocava os salgadinhos em vasilhas e as três conversavam animadas. Era gostoso aproveitar o inverno com os amigos enchendo a cara e comendo todo tipo de comida duvidosa possível. Levaram todas as comidas e drinks para fora, onde tinha um espaço especial para a fogueira com sofás e poltronas em volta dela. Os rapazes já tinham acendido e o fogo estava tímido, mas tomando forma e aumentando a cada minuto que passava.
— Eu vou pegar cobertores — Temari disse entrando na casa novamente.
Sakura sentou em uma poltrona bem espaçosa e Ino sentou no sofá ao lado dela, as duas conversavam e de repente Hinata e Tenten apareceram sentando em volta da fogueira também. Gaara tinha ido dentro da casa e voltou sorrindo para Sakura com uma garrafa de whisky na mão e dois copos na outra.
— Quem mais quer? — Gaara perguntou, largando a garrafa e os dois copos na mesa de canto que tinha ali.
— Eu — falou o Hyuuga.
— Eu topo, mas só uma dose pra esquentar — Sasuke se pronunciou, então Gaara foi e buscou mais dois copos, servindo a todos em seguida.
Sakura levantou da poltrona pedindo mudo pra Gaara sentar e quando o homem se acomodou, ela sentou no cantinho da poltrona com as pernas em cima das dele e o braço em volta do pescoço do namorado. Era o momento de muitas conversas paralelas e risadas, quanto mais as horas passavam, mais altas as vozes e menos frio sentiam. Estavam tão confortáveis uns com os outros, era bom se sentir parte de algo tão grandioso quanto aquele laço incrível de amizade.
Sakura nunca teve tantos amigos assim, nunca teve um amor tão genuíno quanto o que tinha com suas amigas ou nunca teve um namorado, principalmente um que a compreendia e a aceitava do jeito exótico dela, digamos assim. Ela se sentia mais do que completa, aquela sensação era o transbordo da soma de pessoas maravilhosas em sua vida. Sakura olhava aquela cena como se fosse um filme passando diante de seus olhos, alheia a qualquer conversa, sentia dentro de si que tudo ali fazia tanto sentido, que sua vida nunca tinha sido tão preenchida de amor quanto nos últimos anos em Konoha.
— Por que está chorando? — Ouviu a voz baixa perto do seu ouvido e Sakura voltou os olhos para o ruivo.
— O quê? — perguntou aturdida e então sentiu o polegar passar devagar em sua bochecha, captando a lágrima que descia sem o conhecimento dela. — Eu… não sei.
Ninguém estava olhando para eles naquele momento, Gaara a abraçou forte e beijou seu pescoço, sentindo o cheiro de morango da pele dela.
— Você está bem? — perguntou o ruivo com o rosto ainda enfiado nos cabelos rosas.
— Eu acho que esse vai ser o momento que eu vou responder essa pergunta com a maior honestidade que tem em mim. — Ele se afastou para olhá-la nos olhos. — Eu nunca estive tão feliz como estou agora. — Gaara sorriu e beijou os lábios rosados.
— Fico feliz em saber disso.
26 de Novembro
— De quem foi a ideia maravilhosa de fazer trilha? — Ino perguntou irônica ao se apoiar em uma árvore para descansar da subida íngreme.
— Não reclama, Yamanaka, quando chegar lá em cima vai valer a pena. — A Hyuuga revirou os olhos.
— Tem ouro lá em cima?
— Não… — Hinata a olhou de cenho franzido.
— Então não vale a pena esse esforço em plena 9 da manhã nas minhas férias, Hyuuga!
— Céus, parem vocês duas, força nessas pernas, Ino, pra sentar num macho você tem bastante disposição… — Temari brincou ácida.
— Claro, o orgasmo é a recompensa — ela falou com tom de obviedade e todos riram.
— Vocês conseguem estragar até uma bela caminhada na natureza… — Sasuke comentou.
Seguiam andando pela trilha entre as árvores altas, era uma subida não tão íngreme, mas era longa. Quando todos já estavam esbaforidos, finalmente sentiram o terreno ficar plano, uma fresta de luz passava entre as árvores cheias, ali ficava lindo quando nevava, porém, ainda não tinha iniciado a primeira neve do ano. Finalmente chegaram à beira do que parecia ser um precipício e todos olhavam abismados. Eles conseguiam ver toda a cidade dali de cima, bem ao longe, era linda a vista. Sakura respirou fundo, sentindo o vento gelado bater em suas bochechas e balançar seus cabelos, que apesar da touca, estavam soltos.
— Então? — Hinata perguntou com um sorriso enorme.
— Definitivamente valeu a pena! — Gaara falou ao abraçar sua namorada e beijar o topo de sua cabeça.
— Deveríamos ter trazido bebida — Shikamaru comentou. — Tá frio pra caralho.
— E quem disse que eu não trouxe? — Temari tirou da bolsa duas térmicas.
— Essa é minha garota. — Neji sorriu abraçando a Sabaku.
Temari deu uma das térmicas ao Hyuuga que foi desrosqueando a tampa, enquanto ela pegava os copos de dentro da sua bolsa. Ela deu um copo a cada um e foi servindo a todos junto com Neji. Então, brindaram às férias e beberam, ficando surpresos do quanto estava bom.
— Isso é… — Naruto começou.
— Chocolate quente — Temari completou.
— Tem álcool nisso, não tem? — Tenten questionou, porém, já sabendo a resposta.
— Rum.
— Vocês são loucos… — Tenten riu e deu mais um gole no líquido. — E eu amo isso. — Todos a acompanharam nas risadas.
Era realmente maravilhoso poder estar entre pessoas que funcionavam na mesma frequência, era algo até um pouco bizarro, já que se entendiam nos mínimos olhares. É aquela velha história, às vezes você conhece as suas amizades pra vida inteira depois de adulto. Para Sakura era revigorante estar ali, definitivamente as férias seriam memoráveis.
— Por mim eu ficaria aqui apreciando a vista, mas eu só consigo pensar nesse homem aqui — Sakura apontou para Gaara ao seu lado — embaixo dos cobertores comigo.
— Gostaria de desver essa cena na minha cabeça… — Temari fez careta.
— Você e sua cabeça poluída, não falei que estaríamos nus, quem concluiu foi você. — A médica deu risada enquanto puxava o namorado pela mão. — Vejo vocês lá embaixo…
Os dois seguiram caminho para a casa, olhavam as árvores altas, os pássaros nos galhos e ouviam o barulho do vento passando entre as folhagens. Conversavam sobre amenidades pelo caminho, riam de uma piada ou outra e o melhor de tudo, estavam aproveitando a companhia um do outro. Ela, melhor do que ninguém, sabia que antes sua própria companhia lhe bastava, porém, percebeu que ter alguém não era dependência, e sim dividir o melhor e o pior da vida, aprender com as vivências, experiências e sentimentos um do outro. Era bom ter alguém que compreendia e amparava suas dores, assim como era incrível ter alguém para compartilhar suas conquistas e alegrias.
Os dois entraram na casa e foram direto para o quarto em que estavam, Sakura tirou as roupas pesadas que estava devido ao frio do lado de fora, pois ali dentro era tudo climatizado. Ela se manteve apenas com uma camiseta de Gaara que lhe cobria até o meio das coxas e uma calça cinza de moletom. Caminhou até a sala de inverno que ficava adjacente ao quarto e viu o ruivo fumando um cigarro sentado em uma espécie de sofá, encostado na parede ao lado da janela, que estava entreaberta. Sakura sentou-se de frente ao ruivo e sorriu com os lábios, então o cigarro lhe foi oferecido e ela o pegou de bom grado. Colocou uma almofada do lado contrário ao ruivo e deitou sua cabeça nela, esticou suas pernas, apoiando-as no batente da janela. A mão de Sabaku acariciou as coxas grossas enquanto admirava a médica tragando o cigarro de maneira sensual.
— Estava pensando em algo que você pode não gostar… — Sabaku começou, atraindo os olhos verdes para si, então ela devolveu o cigarro a ele e soprou a fumaça.
— Duvido muito que algo que saia dessa boca eu não vá gostar… — Ela riu, divertida.
Gaara sentia seu coração acelerado no peito, não sabia se era uma boa hora para falar sobre aquilo, mas talvez nunca fosse uma boa hora, e ficar protelando só deixaria ele mais ansioso e repensando se era mesmo uma boa ideia. Sakura franziu o cenho com o silêncio do ruivo e sentou-se novamente, ficando com o rosto próximo ao dele. Gaara engoliu em seco, o que parecia ser difícil, tinha acabado de ficar pior com os olhos dela o olhando tão de perto, aguardando, em expectativa para saber o que ele queria dizer.
— Gostaria que… assim, se você não achar que é uma loucura, eu vou entender se você não quiser…
— Desembucha, Sabaku! — Ela riu ao dar um tapa fraco no ombro do homem.
— Você quer morar comigo?
Sakura achou que estaria pronta para qualquer coisa, ledo engano, ela travou. Sim, ela tinha chegado à conclusão de que ter alguém era muito especial etc.… contudo, ao mesmo tempo, era assustador cada novo passo que dava em direção a um futuro que ela não sabia o resultado, já que outra pessoa influenciaria parte dele. As escolhas de outra pessoa estariam diretamente ligadas às suas, ao seu presente e futuro. Era maluquice dela pensar tão a fundo sobre isso? Era. Ela tinha aprendido, com muita terapia ao longo dos anos, que deveria focar no presente, se possível, no dia em que estava.
O que ela sentia ali? Qual foi o primeiro sentimento que tomou seu peito quando ouviu a pergunta? Felicidade. Não, nunca quis que logo esse sentimento estivesse tão ligado a outrem, porém, era genuína a vontade dela de acordar ao lado do ruivo todos os dias. A felicidade era por ela também, era algo que ela queria. Sakura sorriu largo e pulou no colo de Gaara o abraçando. Respirou fundo, sentindo o cheiro maravilhoso que ele tinha misturado ao cheiro de nicotina e hortelã. O seu perfume ficava tão bem misturado ao dele. Ela o beijou, sentiu um frenesi a tomar quando suas línguas se encontraram, a mão grande de Gaara em sua cintura e a outra, ainda segurando o cigarro, estacionada em seu quadril.
Ela se afastou e olhou bem nos olhos verde musgo antes de dizer:
— Em qual apartamento iremos morar?
Os olhos dele pareciam ter brilhado com a pergunta dela, ele sorriu e a abraçou novamente respondendo:
— Depois resolvemos isso.
Capítulo 18 – Aquele dia da mudança
4 de Janeiro
Caixas e malas entulhavam o apartamento, Sasuke carregava a última caixa para a sala e soltou o ar antes de se jogar no sofá. Sakura vinha pelo corredor enquanto falava ao telefone com a empresa que tinha contratado para fazer sua mudança e ela não parecia feliz. Naruto, que vinha logo atrás dela, fez careta para o seu namorado, insinuando que tinha algum problema acontecendo. Sakura desligou o telefone irritada e olhou para os amigos suspirando audivelmente.
— Eu juro que se eu tivesse um amigo advogado eu iria processá-los.
— Você pode contratar um… — Sasuke comentou.
— Muita dor de cabeça, prefiro evitar.
— Mas o que aconteceu, afinal?
— O motorista que iria fazer a minha mudança se demitiu e eles não têm nenhum substituto.
— Ah, que maravilha… — Uzumaki comentou, revirando os olhos.
— Já pensou se eu me demito do hospital e não tem ninguém pra operar no meu lugar? — Sakura sentou ao lado dos amigos, apoiando sua cabeça no encosto do sofá e encarou o teto. — Quero saber o que eu faço agora…
— Fazemos um novo pedido de frete.
— Assim, de última hora? — Ela olhou para Naruto.
— E se fosse um pedido do prefeito? — O loiro sorriu.
— Não quero usar o título do seu pai pra fazer a minha mudança, Naru.
— Não é nada ilegal comentar que sou filho do prefeito, o problema está nessa cidade que fazem tudo pensando no status.
— Ele tem um ponto — Sasuke concordou.
A médica suspirou alto, ponderando sobre aquilo e assentiu, então o loiro pegou o celular e ligou para a mesma empresa de mudanças, sorrindo falsamente após conseguir contato, levantou e se afastou para falar com a atendente. Sakura sentiu seu celular vibrar e sorriu ao ver o nome:
ruivo delícia aparecer.
Atendeu o telefonema com um sorriso no rosto:
— Oi, Gaa.
— Estou a caminho do seu apartamento, chego num instante. — Tivemos um problema com a empresa de mudança.
— Nem que eu precise fazer 20 viagens com meu carro, você dorme comigo no nosso apartamento hoje. — Já está chamando de nosso?
— Quero que se sinta tão em casa quanto eu, sabe disso. Sakura sentiu suas bochechas arderem, parecia uma adolescente apaixonada. Gostava do jeito que Gaara a tratava, ele tinha um cuidado tão especial com ela, sempre teve. Ela nem poderia imaginar um homem tão cheio de qualidades quanto ele. Acreditava que fazia parte da última leva de românticos, além de fazer ela se sentir a mulher mais amada do mundo.
— Obrigada por isso.
— Estou estacionando, já subo. — Tá bom, baby.
Ela desligou e mordeu o lábio ainda olhando para a tela do celular. Nunca se importou com o afeto nas relações passageiras que tinha em sua vida, já que sempre foram apenas isso, passageiras. Sentir algo que te faz questionar se já se sentiu daquela forma alguma vez na vida era um pouco assustador, porém, Gaara a fazia sentir que aquele era o seu lugar e que com ele seguiria o caminho certo em sua vida.
— Naru, alguém quebrou a Sakura, corre aqui que eu tô com medo… — A médica olhou pra ele com uma expressão irritada. — Naruto! Ela vai me atacar… — O moreno levantou do sofá e correu para o namorado, que estava no corredor que ia para os quartos.
— Ora seu… — Ao mesmo tempo ela levantou, ficando em pé no sofá e pulou o encosto para alcançar o amigo mais rápido, os dois corriam entre as caixas, Uchiha morria de rir e Naruto tentava finalizar a ligação telefônica quando a porta do apartamento se abriu, revelando Gaara, o que fez Sasuke parar onde estava, bem em frente ao ruivo, e assim, Sakura deu um soco no braço de Sasuke.
— Ai, doeu, ok? — O moreno acariciava o próprio braço e a olhava com um bico nos lábios.
— A ideia era essa mesmo. — Ela caminhou até o namorado e o abraçou, beijando seus lábios. — Seja bem-vindo ao meu caos particular.
— Resolvido! — Uzumaki se pronunciou. — Um caminhão vem em meia hora.
— Cada dia mais com nojo da população de Konoha, credo — Sasuke comentou.
— Temos que aprender a usar os defeitos dos outros a nosso favor — disse Naruto.
— Alguém pode me explicar o que está acontecendo? — Gaara disse perdido.
— Nada que precise se preocupar, me ajuda com as caixas do escritório?
— Claro. — Ele sorriu.
— Eu vou até em casa pegar um vinho, precisamos nos despedir apropriadamente desse lugar. — Naruto sorriu, guardando o celular e caminhou em direção à porta da saída.
— Espera, eu vou com você! — Sasuke saiu logo atrás, fechando a porta.
— Consigo pensar agora. — Ela riu abraçando o namorado e respirou fundo. — Nunca quis comprar esse apartamento já que não sabia se ficaria na cidade, mas já sinto falta dele. — Ela olhou ao redor, caminhando até a cozinha e passou a mão pelo balcão que dividia os dois ambientes, antes de olhar para Gaara. — Não me entenda mal, só… são muitas lembranças. Boas lembranças.
— Não se preocupe, eu entendo você. Agora as lembranças ficarão em sua memória e criaremos várias outras no nosso apartamento. — Ele deu alguns passos e acariciou o braço e o ombro da médica.
— Sei que sim, vai ser maravilhoso criar novas lembranças com você. — Ela sorriu e beijou o ruivo, demorando-se um pouco mais e então sentiu as mãos descerem para sua cintura e ao chegar nas coxas, ele a puxou e colocou em cima do balcão. — Não temos tempo pra isso, baby.
— Nem um pouquinho? — perguntou entre os lábios que não se desgrudavam, a mão de Gaara se infiltrou por dentro da camiseta folgada que a mulher vestia e sorriu ao sentir os mamilos rijos. — Já está até no clima, moranguinho.
— Você sempre me deixa no clima, Gaa…
— Ah! — O grito fez com que Gaara se afastasse da namorada. — Saímos por 10 minutos! — Sasuke ralhou com os dois.
— São quase coelhos. — Naruto riu enquanto abria a garrafa de vinho.
Sakura riu e desceu do balcão, Sasuke estava com as taças e foi passando para cada um, então Naruto encheu todas elas, colocando a garrafa em cima da primeira caixa que viu. Todos se olharam com um sorriso emocionado, um ciclo chegava ao fim, mas um completamente novo e cheio de surpresas estava por vir. Naruto e Sasuke estavam felizes pela melhor amiga ter encontrado o amor tão perto, tão disponível e feito para ela.
— Obrigada pelas noites de filme, de pizza, de vinho e das noites de tempestades — Sakura começou.
— Não vamos esquecer das noites das chaves esquecidas — Sasuke pontuou, recebendo um olhar de reprovação. — Qual foi? Foram os melhores…
— Você é um idiota. — A médica revirou os olhos.
— Isso aqui tá um clima de enterro, ninguém morreu, caralho — Gaara comentou. — Sakura vai estar a 15 minutos de vocês, são bem-vindos no nosso apartamento.
— Não é a mesma coisa, mas obrigado — Uchiha agradeceu de forma teatral.
— Obrigada por tanto. — Sakura sorriu levantando a taça para um brinde.
— Nós que precisamos agradecer por você ter vindo pra esse fim de mundo. — Naruto sorriu largo.
— E daqui eu não saio mais! — O tilintar das taças se fez presente e nada mais precisava ser dito, era nítido em seus olhares e sorrisos.
[…]
3 anos depois…
— Eu jurava que já ia encontrar a Ino aqui. — Sakura sentou no balcão atraindo os olhares dos irmãos Hyuuga.
— E acertou, ela tá no banheiro — Hinata falou, revirando os olhos.
— Adivinha com quem? — Neji riu pervertido.
— Aqueles dois não têm um botão de desligar não? — Bufou.
— Falou a santa do grupo. — Temari se aproximou, sentando no banco ao mesmo tempo que se ergueu pra dar um selinho no Hyuuga do outro lado do balcão antes de sentar devidamente. — Por acaso não lembra das suas sem vergonhices? Não faz tanto tempo assim, vai.
— Agora só faço com meu ruivo.
— E para o azar de vocês, é só no nosso apartamento — Gaara falou ao abraçar Sakura, que sorriu antes de beijá-lo.
— Boa noite! — Naruto chegou, animado, abraçou todo mundo e sentou em um banco. — Fui convidado pra participar do nacional de skate.
— Uau! — Hina gritou. — Rodada de tequila, vamos brindar ao nosso Uzumaki!
— Fico feliz que esteja compartilhando suas conquistas no skate — Sakura sussurrou para Uzumaki.
— Você me ajudou nisso e o Sasuke também, ele me fez ver que não era apenas um hobby.
— Inclusive, cadê ele?
— Foi estacionar.
— Ele não vai beber? — Gaara questionou.
— Não, pois ele precisa chegar em casa e revisar 213 páginas do chefe dele. — Naruto levantou as sobrancelhas olhando para o ruivo.
— Desculpe por estar inspirado e conseguir escrever. — Sabaku levantou as mãos em rendição.
— Sei bem quem está te inspirando… — A voz arrastada de Shikamaru foi ouvida e todos olharam pra trás, vendo Ino com os olhos brilhantes de lágrimas e Nara parecendo orgulhoso de algo.
— Vocês não estavam no banheiro transando? — Sakura comentou ao se levantar do banco e ir até a amiga. — O que aconteceu, Ino? — A loira levantou a mão esquerda e mostrou o anel de brilhantes. — Ah! — ela gritou, atraindo o olhar das outras amigas, que gritaram também indo em direção a Yamanaka.
— Eu achei que isso nunca iria acontecer! — Ino falou entre soluços.
— Mandou bem hein, Nara. — Sasuke bateu nas costas do amigo ao chegar mais perto em meio ao rebuliço. — Agora colocou um peso nas costas de todos os outros.
— Não seja estraga prazeres! — Naruto socou o ombro do namorado.
As meninas gritavam e se abraçavam comemorando a loira, sem dar a menor bola para a conversa dos homens. Hinata entrou para os fundos do bar e gritou para Neji ir ajudá-la. Todos abraçaram o mais novo casal que agora estava noivo. Eles tinham passado por tantas coisas juntos, eles eram uma grande família apesar de não serem do mesmo sangue, o afeto os uniu e não iria mais os separar. Os irmãos Hyuuga vieram com duas garrafas de champanhe e taças longas, afinal, precisavam comemorar. Com todos tendo suas taças preenchidas pelo líquido borbulhante, em círculo, esperavam Ino se recuperar da emoção que sentia para ela ou Shikamaru se pronunciarem.
— Só posso agradecer por ter uma família tão maravilhosa quanto vocês e agora estar noivo da mulher da minha vida. — Nara puxou sua noiva pela cintura e beijou sua têmpora.
— Saúde aos noivos! — brindaram.
[…]
Gaara parecia nervoso dirigindo até o apartamento e Sakura percebeu, mas não quis fazer alarde, então esperaria eles estarem quentinhos embaixo do edredom para perguntar se estava tudo bem. Ele estacionou o carro na garagem e os dois desceram, pegando o elevador em seguida. Sakura puxou o celular do bolso e viu algumas mensagens no grupo das amigas, Ino em êxtase, Temari e Hinata mandando várias figurinhas comemorando o momento. Sakura apertou o botão para gravar áudio.
— Os meninos não ficaram tão felizes, pareciam… — Sakura parou de falar assim que as portas do elevador se abriram. — Gaara… o que… — Sua boca abriu em um O perfeito e seu dedo escorregou, mandando o áudio.
— Juro que não planejei que fosse na mesma noite, não falei pra ninguém sobre isso. — O ruivo pegou na mão dela e a levou até o meio da sala, onde havia várias velas em círculo junto as pétalas de rosa vermelha espalhadas. — Nunca foi meu sonho encontrar alguém pra dividir a vida, mas quando conheci você, eu me apaixonei de maneira irremediável, sabia que era você no momento que nos beijamos pela primeira vez. — A médica cobriu a boca e algumas lágrimas já brotavam em seus olhos verdes. — Com você eu descobri que não dividimos nada, nós compartilhamos e como é bom compartilhar a vida com você, Saky, e você realizaria um sonho, que nem mesmo eu sabia que tinha, se você disser… — Sabaku abaixou ficando em um joelho e a caixa de veludo verde foi aberta, com um anel de brilhantes com uma esmeralda bem no centro. — que sim, que aceita ser a mulher da minha vida. Quer casar comigo?
— É claro que eu aceito! — Abraçou o homem à sua frente aos prantos, o choro era de felicidade, nunca se imaginou se casando, mas ali estava ela, feliz por ter alguém ao seu lado para compartilhar o que antes achava que seria sempre sozinha. Beijou os lábios do ruivo com carinho e paixão. — Claro que aceito ser sua pra sempre.
Gaara afastou-se e pegando o anel, pediu para que ela lhe desse a mão esquerda antes de dizer:
— Até que a morte nos separe.
— Ainda irei te amar na próxima vida. — Abraçou forte seu homem antes de dar inúmeros beijos e sorrir genuinamente. Estava onde deveria e nunca agradeceu tanto por ter aceitado aquele emprego, naquele fim de mundo como tinha mania de chamar, contudo, era o seu mundo, era lá que o seu futuro estava.
Continua
Nota: Oi meus amores, essa história é um projetinho meu que surgiu de uma forma inesperada. Fiquei com bloqueio durante muito tempo e agora consegui voltar a escrever e se a Deusa da inspiração permitir, vou terminar! Escutei um amém? Hahahaha
Se divirtam e aproveitem com um ventilador e água gelada pois aqui o que não falta é hot de qualidade ✨
Beijos e have fun!
A mocinha já chegou causando HEHEEHEH
Vi meu Gaara sendo citado, curti? Sim :B Ele vai aparecer mais?
Vai rolar paixão a mais por uns ou vai ser um grande poliamor? Sou a favor de tudo HAHAHAHAHAH
Ela já chegou mostrando a que veio kkkkkkk
hm… Vamos aguardar pra ver se a Saky não acabar caindo por alguém 👀
Vai sim, nosso Gaarinha vai aparecer muuuuito ainda
Eu concordo com a Ino, essa “tensão” toda com o Kakashi não é ódio não HEHEEHEHEHEH
Quem é o novo médico? E o que vai rolar com o tal do Deidara, hm? :B
Será se algum deles vai conquistar el corazon da mocinha? E se conquistar, será se ela está preparada para isso?
Eu sei que em teoria o foco deveria ser a parte hot e tal, mas na real, tô curiosa pra saber das histórias dos personagens tudo.
Quero que Sasuke dê um belo de um tapão na cara do pai por esse preconceito todo e quero guardar os pais do Naruto em um potinho <3
Gaara, meu favoritcho, coisa linda, aparecendo mais vezes 😍
Agora eu preciso admitir que às vezes o meu cérebro buga porque ao mesmo tempo que imagino os personagens como desenhos, eu também acabo transformando eles em pessoas de verdade? Enfim, cérebro de Lelen 🤓
Você me deixa com vontade de aumentar os background dos personagens SEMPRE hahahaha
amg, tb faço isso, eu imagino mto eles como são no anime só que pessoas reais, uma loucura rs
Uai, quem é esse rapaz? Está de volta de onde? E antes de ir, o que fazia?
Curiosa pra essas histórias paralelas HAHAHAHHAHA
Sasuke moscando e esquecendo a profissão dele por formação é muito “pessoa que não precisou/conseguiu usar o diploma”. Vou dizer que eu só me formei pra poder usar o diploma, falei HAOIDAIDASHDO
Vou lá ver o resto da história porque eu tô curiosa.
Isso quer dizer que Gaara vai ter mais aparições importantes? Hm? Hmmmm?
Me gusta porque ele é meu lindo <3
E essa família Uchiha tá meio complicada, hein? Alguém dá um jeito nisso aí que tá ficando feio u.u (pelo menos os envolvidos deram um jeitinho pra serem felizes, amém)
E quando teremos Kakashi? OIASNDOPANDAOPSD
Meu Gaara foi premiado? EHJHEHEHHE
Irmão do Gaara, tu para de cagar em role alheio, tava tudo bem antes de você chegar, então ou tu aprende a lidar com como as coisas funcionam, ou vai embora que a gente não te quer u.u
E o Kakashi, hein? hmmm
Adoro que outros casais tão se formando <3
Kankuro chegou pra ser o estraga prazeres, baita de um c#$@& hahahahahahaha
Sou suspeita, amo todos os meus casais 🥹🤏
MAS GENTE, O SASUKE E O NARUTO NÃO TÊM UM MINUTO DE PAZ, NÉ? Ô senhor “chefe de polícia” (leia em tom de criança birrenta kkkk) vai correr atrás de criminosos e deixa seu filho viver a vida dele? Obrigada, de nada.
E quando vai rolar Kakashi e esse slow burn? ONASNASDP
E essa história da ex do Gaara? Que horror e que irmão de merda, hein? aff
Não, sasunaru perseguidos pelo maior pai sem noção do planeta terra 🙄
Pois é, podia estar fazendo o trabalho dele, né! Odio
Vem aí, amg hahahahahaha
Tamo chegando no Kakashi HEHEHEHEEH
Ok, Gaara é meu fave, mas no começo o Kakashi foi meu first crush na história, então sim, eu tô esperando esse momento HAISDASOIDN
E olha só, fiquei surpresa de saber que o pai do Obito não é um ser humano tão desprezível assim, apesar de querer (ter que?) fazer pose na frente dos outros 😑😑
E eu tô achando que o chefe de polícia sequestrou o próprio filho. Apenas acho mesmo. Vamos ver nas cenas dos próximos capítulos.
Gaara é tudo pra mim, mas como meu coração é grande cabe todos os queridos hahahahaha
Sera que vamos de sequestro? 👀🥲
Eu tinha esquecido que o Sasuke tinha um trabalho com o Gaara e super esqueci que precisava avisar ele do sumiço OIHAISHAOISHOAS
E achei que ia rolar coisitas com o Kakashi agora, mas ok, o momento dele vai chegar HAHAHA
O que será que as investigações do Itachi vão revelar, hein? Alguém precisa dar um jeito nesse pai Uchiha que só tá trazendo problemas, falei.
Amiga, se a Sakura e o Naruto esqueceram, ngm vai te julgar por esquecer tb hahahahaha Itachi segue fazendo tudo 🛐
Eu tenho a impressão que o pai do Sasuke não vai ficar parado por aí, então é bom o Naruto ir falar com o pai pra prevenir futuras dores de cabeça.
E tô só vendo o que vai rolar com o Kakashi e o Gaara no mesmo recinto será se vai rolar ciuminho? HEHEHEHEHEEH
Pense num desquerido que n tem o que fazer é o Fugaku, pqp… Ai, a Sakura falaria pra eles guardarem o ciúme deles pra eles kkkkkk
Esse senhor chefe de polícia tá merecendo uns tabefes bem dados no meio da fuça, porque olha… ALGUÉM FAZ ALGUMA COISAAAAA. Eu tô muito ofendida.
E arre que aconteceu com o Kakashi, hein? Como vão ficar as coisas no trabalho depois disso? 🤔
Tabefes é pouco! Alguém some ele, pfv kkkkk pois é, por isso que o ditado é: não misture prazer com trabalho. Sempre da merda.
E FINALMENTE CHEGOU O MOMENTO!
Será se vai rolar um triângulo amoroso pra depois sair o “vencedor” da história ou teremos um fim de vez? Ou talvez haja negação forte primeiro, né? HIOASDNOSD
E esse carro? Será se é o pai do Sasuke de novo novamente? Porque ele ainda não é carta fora do baralho, né. Alguém dá um jeito nesse homem. Ele tá muito sem nada pra fazer, não é possível. Vai cuidar da sua própria vida, homem, eu hein.
Eeeita, será se o caso do pai do Sasuke vai se resolver logo ou o homem ainda vai aprontar? (eu acho que ainda vai aprontar kkkkk) Quais serão as medidas tomadas pelo prefeito? E finalmente aconteceu a declaração pro nosso ruivo lindo <3
Meu Deus, finalmente acabou essa palhaçada do pai do Sasuke (mas sinto que a ameaça ainda pode acontecer, esse lixo deve ter contatos dentro da cadeia).
Bora pra um “felizes para sempre”? PONASDPOASNPODMASDOP
Tivemos um momento de paz agora que o pai do Sasuke foi de cela – mas eu ainda tô com o pé atrás e ficarei até chegar o “Fim” -, e aí surgem os pais da Sakura. A GENTE NUM TEM CINCO MINUTOS DE PAZ.
E A TEMARI CIUMENTAAA?? AHAHAHAH e no final era pretendente pra cunhada <3
EU QUERO QUE A HISTÓRIA FIQUE NA PAZ AGORAAAAAAAAA. Não sei se tô pronta pra mais drama ;-;
Essa ex traumatizou o nosso ruivinho, né? Sakura, protege ele desse mundo!
E eu jurava que ele ia pedir ela em casamento pelo jeito que ele tava hesitando e tal OIHASDOIANSDOPASNDPAD
Tá dando tudo certo, os casais estão se formando e firmando, posso ficar tranquila que todos terão seus finais felizes? OAMSDSMAPO
AAAH, ACABOOOUUU T-T
Fiquei feliz porque meu Gaara foi o ultimate da história, os românticos ainda têm chance HAHAAHAH
E eu super apoio umas shorts com outras fases e momentos da vida do casal e do grupo em si, uns spin offs com os outros casais, AI, EU JÁ TÔ SONHANDO COM O FUTURO E O FELIZES PARA SEMPRE DE TODO MUNDO AAAAAAAAA
Já tô com saudade :’D