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Colegas de Corrida

  “Seu motorista chegará em três minutos.” 
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  James reparou na hora e revirou os olhos, almadiçoando até a quinquagésima geração do responsável por marcar uma reunião em pleno feriado. O dia havia amanhecido cinzento, e com suas nuvens carregadas, não tardou para o temporal cair, provocando a perda de vontade de se fazer qualquer coisa, e o que o homem mais queria, era ficar em casa e assistir um bom filme. Caso a chuva passasse, sairia para algum bar com seus amigos para usufruírem do karaokê e de algumas cervejas, mas o seu único desejo era poder ficar em sua cama, sem se importar com o mundo e os motoristas infernais que não tiravam as mãos das buzinas. Jay suspirou, checando novamente o seu aplicativo, que havia lhe dado uma promoção, e guardou o celular ao ver o carro parando na sua frente. Desejou bom dia ao outro, que o respondeu prontamente e deu a partida, indo de encontro com mais um passageiro. Ao aceitar o desconto, automaticamente o aplicativo pesquisava quem estava perto e com destinos próximos para que pudesse dividir a corrida, assim deixando a conta final com um ótimo preço. Jay plugou seu fone e escolheu uma música aleatória, voltando a sua atenção para a sua timeline, em busca de novas notícias. Mal percebeu quando o carro parou, porém deu uma olhada na calçada e nas casas, vendo que mesmo a distância sendo pouca, o padrão já mudava. Na sua vizinhança, havia diversos prédios com inúmeros andares, comércio com um fluxo frenético e várias pessoas com roupas sociais e seus cafés. Ali, as casas eram mais simples, mas bonitas e com um ar de aconchegante, algo que James não desfrutava há bastante tempo. As ruas eram mais calmas, e tinha algumas crianças brincando nelas enquanto não passava carro. Nada luxuoso, como estava acostumado, porém era tudo o que ele queria.
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  Seu transe foi despertado ao ouvir a porta bater, mostrando uma figura com um cabelo bagunçado e um cachecol enrolado perfeitamente em seu pescoço. Em uma mão segurava um copo de suco, e com a outra ajeitava sua mochila entre suas pernas, para que ficasse em uma posição confortável. O rapaz se comunicou com o motorista e se virou para James, esticando o braço para um aperto de mãos. O contato que durou um pouco mais de dez segundos, fez com que um arrepio percorresse o corpo de Jay, que coçou a nuca e engoliu a seco, mudando o seu foco para o público através do vidro. Seus pensamentos começaram a lhe perturbar com o ato de agora a pouco, e o homem sabia que não iria sossegar até conseguir falar com o seu colega de corrida. Decidiu, por fim, que era uma má ideia, afinal, mal passara vinte minutos de viagem e provavelmente o outro não gostaria de ser perturbado.
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  Para sua sorte – ou não – o engarrafamento continuava lento, fazendo com que os dois tivessem mais meia hora compartilhando o mesmo ambiente. James discutia consigo as opções para tentar engatar uma conversa, algo que sempre fora bom, mas por algum motivo o rapaz o deixava sem palavras. O nervosismo era quase visível, e agora Collins se amaldiçoava por estar que nem um adolescente apaixonado.
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  Bobo, sem graça e com as mãos suando, igual a um jovem. Respirou fundo, tomando fôlego para a tão aguardada iniciativa, que fora interrompida por uma voz rouca do seu lado.
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  - Está tudo bem? – Jay engasgou.
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  - Claro! Por que não estaria?
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  - Não sei, você não para de bater seus dedos na sua perna e de gesticular sozinho. – O rapaz riu.
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  - Ah, isso, eu tenho uma reunião daqui a pouco e… vai ser importante! – Collins fechou os olhos com força, vendo que suas qualidades de mentira estavam escassas.
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  - Deve ser mesmo, para marcarem em pleno feriado. Sinto muito por esse trânsito, espero que não te atrapalhe muito. – Ele sorriu, levando o outro a dar um riso fraco.
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  - Igualmente. Não sei porque tanta gente gosta de sair em dias chuvosos.
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  - Eu gosto de tomar banho de chuva, confesso. E o meu trabalho não dá muita folga em datas comemorativas, então, algumas pessoas não tem muitas escolhas.
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  James assentiu em silêncio, vendo a razão na fala do rapaz. A verdade é que caiu de paraquedas nessa vida, depois de mandar inúmeros currículos e viver de trabalhos instáveis, foi chamado para uma entrevista na atual empresa e ganhou os donos por sua carisma e simpatia, logo sendo contratado. Ele presenciou dois lados da moeda, e sabia muito bem como é não ter a escolha de ficar em casa em dias caóticos porquê precisa pagar as contas atrasadas e atuais, e praticamente ficar com uma quantia rasa na sua conta, o suficiente para comprar algumas coisas e se manter.
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  Jay deitou a cabeça no descanso do banco, se sentindo mal por não ter pensando melhor nas suas palavras e pediu desculpas ao rapaz, que lhe assegurou que estava tudo bem.
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  Menos dez minutos de viagem, e mais 600 segundos de silêncio após o breve diálogo. Ainda tinham uns quinze minutos e Collins continuava nervoso, queria ouvir mais aquela voz tão gostosa, além de poder observar o par de olhos em um tom de caramelo. Talvez os céus haviam escutado o seu desejo, já que o seu colega iniciara mais uma conversa.
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  Dessa vez falaram um pouco sobre suas infâncias e o assunto mudou para filmes e séries, tópico o qual descobriram ter muita compatibilidade. Ambos conversavam como se fossem melhores amigos, e os minutos restantes passaram voando, causando uma tristeza nos dois, que se encararam, admirando um ao outro.
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  - É aqui que fico, James. Espero que dê tudo certo na sua reunião!
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  - Obrigado, bom trabalho para você…
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  - Luke Andrees. – Ele sorriu. – Nos esbarramos por aí?
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  - Claro, mas… Eu poderia pegar seu número? – Jay viu o rapaz saindo do carro e dando a volta, parando na janela abaixada.
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  - Eu saio às sete, até mais. – Luke acenou e se afastou, rapidamente entrando no shopping e sumindo pela multidão.
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  Collins suspirou, definitivamente o seu mau humor tinha ido embora, e até que sua vontade para ir a empresa estava com uma porcentagem maior depois desse acontecimento.
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  Realmente, Andrees tinha causado um efeito em James que ele não saberia explicar nem se tivesse todas as palavras do mundo.
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  E ele estava adorando isso.
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*

  Porre.
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  Era tudo o que envolvia a mente do homem, que tentava bloquear o máximo de picuinhas que seus amigos arrumavam. A perda de tempo havia sido bem esclarecida nos primeiros cinco minutos em que os donos abriram a boca, e depois de vinte minutos Collins já não prestava mais atenção. Sua cabeça o guiava para a corrida na parte da manhã, e seu corpo se enchia de energia ao lembrar daquela risada adorável de seu colega, juntamente com as suas adoráveis covinhas. A ansiedade o consumia, não queria se atrasar, muito menos continuar naquela sala infernal, e agradeceu aos deuses ao saber que todos ali estavam liberados. O cansaço mal se fez presente, afinal, com tanta euforia de rever o outro, nem tinha como se permitir a sentir qualquer coisa que pudesse coloca-lo no estágio de desânimo. Ainda tinha quarenta minutos, então se encaminhou até uma floricultura e comprou uma rosa, e seguiu para o shopping. O trajeto nem era curto, por isso prosseguiu sua rota a pé, sem se importar em molhar seu sapato ou sua calça. De longe pôde ver o letreiro do local, e logo seu coração acelerou, sabendo que daqui há alguns bons segundos, o veria. Apressou os passos, chegando na entrada no horário exato que Luke cruzara a porta. Ambos se entreolharam e riram por conta da tamanha pontualidade, algo que estavam acostumados a não ter com seus amigos.
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  - Para você! – James entregou a flor.
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  - Era combinado trazer presentes? – Luke falou rindo, tirando uma sacola de sua mochila. – Achei válido trazer doces para dividimos enquanto temos nosso encontro.
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  - Rápido, não é?
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  - Perder tempo não é comigo, baby. – Sua voz soou um tanto sexy.
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  - Mais uma coisa em comum. – O homem lhe deu um sorriso. – Tenho algo em mente, vamos?
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  - Surpreenda-me! – Lu esticou o braço para que o outro pudesse entrelaçar.
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  Ainda sem saber o motivo, Collins ia para o um lugar tão frequentado por si nesses últimos meses. Algo dentro de si quis que ele levasse o moreno lá, finalmente se sentia bem o suficiente para mostrar o seu esconderijo a alguém, e ficara genuinamente feliz por estar indo com Luke. Os dois achavam graça de estarem se dando tão bem, parecia que estavam juntos há anos em uma amizade e gostavam disso, dessa sensação. James o abraçou pelo o ombro durante a subida, tendo a mão dele em sua cintura e seus dedos fazendo um carinho no local. Assim que chegaram no topo, Lu se desvinchilhou de Jay e foi para perto da beirada, admirando a beleza da cidade durante a noite. O silêncio estabelecido não era constrangedor como o de mais cedo, eles curtiam a calma e a brisa que batia levemente nos seus rostos. Andrees observou a expressão tranquila de Collins e decidiu se aproximar, esticando o pacote de doce.
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  - Eu te falei que esses são os meus favoritos?
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  - Pelo menos cinco vezes desde que chegamos aqui. – Lu riu. – É realmente lindo.
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  - Eu? – Jay gargalhou, recebendo um tapa no braço. – Descobri essa maravilha quando fugi de casa. Bom, tecnicamente, meu pai já queria me ver fora de casa e minha mãe nunca fez questão, então, saí. Fiquei vagando meio sem rumo até que por alguma razão parei aqui, onde passei a noite vendo as estrelas e pensando em tudo o que a minha vida tinha se tornado. – Pausou, olhando para Luke que o encarava com um sorriso incentivador. – Morar fora sem planejamento é uma merda. Antes de tomar essa decisão, meus trabalhos se resumiam em noites em claro e finais de semanas quase cheios, e quando precisei de um apartamento, minhas tardes também foram tomadas. O único ruim era conciliar com os estudos, sabe? De resto, eu me virava e conseguia um tempinho para sair. Mas, era muito instável. Tinha vezes que o pagamento mal dava pra pagar o aluguel, e nossa, ainda ouço meu síndico e suas ordens de despejo. – Riu sem humor. – Depois de muito tempo tentando, minha empresa me contratou e eu quitei todas as dívidas e me mudei, porém dores de cabeças existem em qualquer circunstância, e aqui se tornou mais meu lar do que meu próprio apartamento. Então, caso queira algum dia fugir dos problemas, você tem uma rota de escape. E eu precisei falar um testamento para te explicar como encontrei e provavelmente você deve estar me achando chato…
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  Antes de completar a frase, Andrees se inclinou e encostou sua boca na de Collins, puxando seu rosto para si e iniciando um beijo.
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  Calmo, gostoso e desejado, assim como os toques que se alternavam entre as nucas e costas. Ambos se entreolharam e sorriram cúmplices, encostando as testas uma noutra.
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  - Você é lindo. – James comentou. – Quero saber mais sobre você.
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  - Temos uma madrugada toda pela frente, baby. Porém, quero sentir teus lábios mais do que uma vez.
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  As futuras horas iam nesse ritmo, entre carícias, risadas e conversas aleatórias. James chegara a conclusão de que precisava agradecer quem marcou a reunião em pleno feriado, afinal, se não fosse por isso, não teria conhecido o seu colega de corrida.
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Fim

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rafsney
rafsney
2 anos atrás

amo demais essa au, tão soft <3

Comentário originalmente postado em 21 de Junho de 2019

Liv
Liv
2 anos atrás
Reply to  rafsney

O vício, socorro hahahaha obrigadaaaa!!!!

Comentário originalmente postado em 21 de Junho de 2019


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