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Chaos – A Christmas Tale

  Jin estava parado no meio de Lugarnenhum e por um momento se perguntava o que estava fazendo ali. Além disso, seu Lugarnenhum estava estranhamente escuro e diferente. Geralmente aquele era um lugar claro e extremamente organizado, era daquela forma que ele gostava que as coisas ficassem, mas naquele instante, Lugarnenhum parecia um mundo bagunçado de espelhos, sem em cima, embaixo ou lados exatamente. Era como a ideia de “nada” que os humanos tinham, um grande e vasto preto sustentado por sabe-se lá o quê. Jin não estava entendendo muito bem o que estava acontecendo, talvez ele tivesse feito alguma coisa errada antes de iniciar aquela viagem?
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  Ele estava prestes a tocar em um dos milhares de espelhos a sua volta quando ouviu uma voz o chamar. Ao se virar, de repente, o cenário havia mudado completamente. Ele estava de frente para um espelho encarando seu reflexo no meio do que parecia ser um quarto grande e bem iluminado de uma casa humana.
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  — Jin? — Ele voltou a ouvir a mesma voz o chamando.
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  Quando se virou novamente se deparou com uma garota consideravelmente mais baixa que ele encostada no batente da porta com expressão curiosa.
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  — Tá tudo bem? — ela perguntou erguendo a sobrancelha e se endireitando enquanto seu olhar o analisava cuidadosamente.
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  Jin balançou a cabeça concordando e pigarreou um pouco sem graça. Quem era ela?
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  — Hobi, , Suga e acabaram de chegar, acho que só falta o JK agora — anunciou ela abrindo um sorriso animado que automaticamente fez com que Jin quisesse sorrir também.
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  — Tá, eu já vou — conseguiu dizer em tom normal, embora sua mente estivesse um caos de confusão.
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  A moça saiu saltitando para fora do quarto deixando Seokjin sozinho novamente. Ele voltou a encarar o espelho de corpo inteiro que havia ali. Com certa hesitação ele estendeu a mão e tocou a superfície fria do objeto, tão sólida quanto deveriam ser as superfícies de espelhos normais. Um leve desespero começou a se fazer presente em Jin. O que estava acontecendo?
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  Talvez sejam necessárias algumas pequenas explicações para que você, leitor ou leitora, possa entender o sentimento iniciado em Jin.
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  Em todo um conjunto de universos há o Universo dos Universos, aquele que tem o domínio absoluto do tempo-espaço. No Universo dos Universos existem os Senhores do Universo, seres que cuidam para que o equilíbrio de todas as existências continue sem problemas. O papel de um Senhor do Universo é não intervir em curso histórico-temporal a não ser que seja estritamente necessário, o que significa a extinção e aniquilação de uma raça. Jin é um Senhor do Universo.
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  Os Senhores do Universo viajam no tempo-espaço através de espelhos que possibilitam o acesso à Lugarnenhum, onde todas as linhas do tempo e universos se encontram. Se uma pessoa normal pudesse encontrar Lugarnenhum, se depararia com uma confusão de imagens aleatórias num mundo completamente tomado pelo breu, nada acima, nada abaixo ou dos lados, apenas as imagens e o completo nada. Era assim que Lugarnenhum se pareceria aos olhos de um simples humano.
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  Mas para um Senhor do Universo, Lugarnenhum era como um grande arquivo de momentos e universos. Quando havia algo para ser corrigido em algum tempo-espaço, o Senhor do Universo responsável pegaria um holograma com um momento específico que deu origem ao problema e adentraria Lugarnenhum diretamente para aquele momento, poupando trabalho de procurar por todo Lugarnenhum
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  E era por esse motivo que Jin estranhou o fato de a superfície daquele espelho estar completamente sólida. Não era possível para um Senhor do Universo.
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  Ele estava dando leves cutucadas sobre o espelho na esperança de conseguir alguma coisa quando um rapaz sorridente entrou no quarto dizendo alguma coisa, mas parou imediatamente quando se deparou com a cena.
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  — Hyung, o que está fazendo? — o rapaz perguntou fazendo cara confusa.
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  — Ah… — Jin soltou, ele não tinha ideia de quem aquele à sua frente poderia ser… Hoseok, de repente o nome ecoou em sua mente. — Tinha umas manchas no espelho, só isso, Hoseok… — murmurou torcendo para não estragar o que deveria ser seu disfarce…? Jin não sabia nem o que estava fazendo naquele lugar, mas talvez fosse sensato “seguir com o papel”.
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  — Waah hyung, o estranho do grupo é o Taehyung — o rapaz, Hoseok, murmurou fazendo uma cara engraçada. — Vamos, hyung! Estamos todos esperando o dono da casa pra festa começar! — O rapaz voltou com a expressão alegre e puxou Jin pelo braço, quase o arrastando ao longo do corredor que aparentemente dava para uma sala de estar.
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  — Yah, hyung, você deixou a cuidando de tudo sozinha? — um rapaz pálido – o mais branco dentre o grupo numeroso de pessoas que se encontravam no recinto – retrucou num tom zombeteiro. — , como pode estar junto desse hyung? — Ele voltou o olhar para a mesma moça que havia chamado por Jin no quarto instantes antes.
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  — Jin tem o direito de demorar um pouco mais pra se arrumar hoje. Ele preparou a maior parte da comida, como sempre — a garota informou indo se sentar em um espaço vago no sofá, logo uma almofada foi vista voando em direção ao rapaz que havia se pronunciado, por pouco não o atingindo na cara.
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  — Yah! — Yoongi exclamou segurando a almofada enquanto gargalhava.
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  Alguns minutos se passaram em meio a uma algazarra, com conversas paralelas e gargalhadas no grupo. Era estranho, mas Jin simplesmente se juntou à turma, como se aquela fosse a coisa mais natural de se fazer. Todos os nomes foram ecoando em sua mente aos poucos, e mesmo que não soubesse exatamente quem aquelas pessoas eram, ele sabia que eram importantes em sua existência… Ou deveria dizer vida?
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  A campainha começou a ser tocada insistentemente e , a melhor amiga de Hoseok, se levantou e saiu correndo para atender o visitante, Bailey, a simpática husky de a seguindo com interesse e empolgação.
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  — Finalmente, senhor atrasado! — A voz da moça pôde ser ouvida enquanto cumprimentava um Jungkook sorridente e um pouco sem graça na porta.
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  — Desculpe, pessoal, eu precisava ficar um pouco com a minha família antes de vir para cá… — O rapaz, o mais novo do grupo todo como Jin pareceu saber assim que o viu, se explicou enquanto entrava de vez na casa.
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  — Tá tudo bem, mas só porque você é nosso maknae favorito. — Hoseok puxou o mais novo para que se juntasse à rodinha de amigos.
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  Jin, que agora se encontrava sentado quieto num canto do sofá, encarou aquele enorme grupo de quatorze pessoas – quinze se ele se incluísse -, sentiu o peito aquecer e um sorriso involuntário se formou em seus lábios. Não tinha a mínima ideia de como aquilo podia ser possível, mas aqueles humanos eram seus amigos, sua família… Haviam os seis garotos, Namjoon, Hoseok, Yoongi, Jimin, Taehyung e Jungkook, pareciam como irmãos para o Seokjin daquele instante, apesar de não saber exatamente quando era aquele instante. E também haviam as garotas, , , , , Nellie, , e … Jin não conseguiu deixar de sorrir quando procurou por com o olhar e a viu brincando com Bailey no chão da sala. … Ela parecia ser, de alguma forma, ainda mais importante em sua vida. Aquele grupo todo parecia ser… Perfeito.
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  — Tô com fome… — Suga murmurou em um momento em que a conversa estava mais calma, logo recebendo um tapinha leve de .
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  — Eu também estou com fome, acho que podemos partir pra ceia, né? — se levantou em um pulo do lugar onde estava sentada brincando com a cachorra de .
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  — Faz tanto tempo que não comemoramos o Natal que eu mal me lembro das tradições — murmurou ficando um pouco acanhada, mas recebendo um abraço de seu irmão, Taehyung, em forma de conforto.
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  — Bem, noona, se depender deste grupo de amigos, mais nenhum ano de nossas vidas o Natal deixará de ser comemorado — Hobi, o que Jin aprendeu ser o apelido de Hoseok, exclamou sorrindo radiante em direção à , pousando levemente a mão no ombro dela.
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  Após mais alguns minutos de conversa de uma parte do grupo e a outra parte arrumando a mesa da sala de jantar da casa, finalmente estavam todos sentados à mesa preparados para começarem a comer.
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  Com um pigarro, Namjoon chamou a atenção do grupo.
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  — Mesmo eu não tendo nenhuma religião e nem nada do tipo… — O rapaz começou ficando um pouco sem graça com a atenção completamente sobre si. — Eu gostaria de agradecer pelo caminho de cada um de vocês aqui presentes ter se cruzado com o meu. Vocês são o pilar da minha vida e eu não tenho palavras pra expressar o quanto sou grato por cada um de vocês. — Joon finalizou ficando corado quando todos começaram a bater palmas e a gritar em sua direção, como se ele tivesse acabado de fazer um grande discurso em algum evento importante.
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  — Acho que essas foram ótimas palavras para a abertura da nossa ceia! — exclamou animada. — E antes de atacar essas comidas deliciosas, gostaria de agradecer por me permitirem fazer parte das vidas de vocês — murmurou espetando uma fatia de peru com seu garfo.
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  O grupo gargalhou e logo todos começaram a comer também, a conversa voltando a se instalar entre eles.
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  Mesmo que fizesse pouco tempo que Jin havia tido contato pela primeira vez com aquele enorme grupo de amigos, aquele Senhor do Universo sentia como se cada uma daquelas pessoas fosse extremamente importante para ele, um sentimento que ele só tinha para com os seus irmãos, os outros Senhores do Universo. Estranhamente, Jin queria que todos aqueles 14 humanos tivessem o melhor que a vida podia lhes dar e sentia que seria capaz de qualquer coisa para que aquilo se concretizasse.
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  — O que foi, Jin? — chegou perto da poltrona em que ele estava sentado e se encostou no braço da mesma. — Está mais quieto que de costume. — Ela o encarou com um olhar analisador que para Jin parecia ao mesmo tempo estranho e familiar.
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  Ele sorriu quando voltou o olhar para ela e ela retribuiu o sorriso, mas o olhar continuava a analisá-lo.
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  — É só… Nostalgia…? — A resposta saiu em tom de dúvida, já que o Senhor do Universo não sabia exatamente como estava se sentindo. Podia sentir saudade de uma coisa que nunca havia tido antes?
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  — Realmente, fazia um bom tempo que todos nós não nos reuníamos em um único dia… — murmurou olhando para as pessoas espalhadas pela sala de estar. — Gosto dessa sensação de quando estamos todos juntos. — Sorriu mais abertamente e mais uma vez Jin se viu seguindo aquele sorriso.
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  Ele se viu questionando novamente o que poderia ser tudo aquilo que estava vivenciando. Nunca tinha visto aquelas pessoas em toda a sua existência, no entanto, elas pareciam conhecer uma versão dele que ele mesmo não fazia ideia de onde havia surgido. Quando seus pensamentos voltaram para o presente, o relógio da sala marcava meia-noite e os fogos de artifício começaram a marcar presença do lado de fora.
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  — Feliz Natal! — Ele ouviu de repente várias vozes dizerem dessincronizadas.
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  Jin estava completamente perdido naquilo tudo quando sentiu a manga de sua camisa ser puxada de leve. Olhou para o lado e sorriu abrindo os braços.
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  — Precisa se levantar se quiser o seu abraço de Natal, senhor Kim. — E dizendo isso, puxou-o pela mão fazendo-o se levantar e rir.
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  Os dois se abraçaram e logo Jin se viu sendo abraçado por cada um dos amigos presentes, e de forma estranha, ele não se incomodou com isso, apesar de não ser muito fã de toques e interações físicas. A animação não desapareceu por nenhum instante sequer naquela noite.
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  — Tá na hora dos presentes! berrou empolgada correndo até um montinho de pacotes que estava ao pé da árvore de Natal para procurar pelo embrulho que havia levado.
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   encarou Jin e gargalhou com a alegria de e de Nell, as duas mais novas do grupo inteiro, que foram as primeiras a separarem seus conjuntos de presentes a serem entregues. Foi uma pequena bagunça até todos se organizarem e entregarem seus presentes, e apesar de Jin não fazer a menor ideia do que havia separado para presentear os amigos, seus pacotes também estavam ali para serem entregues.
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  Todos estavam entretidos em abrirem seus presentes, vibrando todas as vezes que um novo pacote era aberto. Jin não quis ficar de fora daquele momento, então também começou a abrir o que havia ganhado. Ele gargalhou quando viu uma caricatura sua estampando uma caneca personalizada, presente de Jungkook que havia se esforçado para desenhar todos os 14 amigos a tempo do Natal. Cada um dos presentes parecia ter um significado especial para as pessoas que o haviam escolhido, embora Jin ainda não soubesse exatamente quais significados eram.
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  Ele deu uma espiada nos presentes de todos e não pôde conter o sorriso vendo toda a alegria de vários amigos que aos poucos pareciam estar se tornando confidentes e um pouco mais. Olhou para e Taehyung que conversavam num canto, ela havia dado a ele uma corrente relicário onde havia uma foto de alguém que Jin não soube dizer quem era, mas parecia ser alguém importante para Tae, que sorriu para e a abraçou parecendo realmente emocionado e grato. Em troca, Taehyung deu à uma pulseira com dois pingentes, um deles sendo uma letra “V”. Jin conseguiu ouvir Taehyung explicar que todas as coisas das quais ela quisesse lembrar ela poderia colocar mais um pingente para representar cada uma dessas coisas.
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  Jungkook estava sentado ao pé da árvore de Natal e parecia verdadeiramente uma criança enquanto olhava com olhos arregalados e brilhantes para o presente que havia recebido de . Uma action figure de tamanho considerável de algum personagem que Jin não fazia ideia de quem poderia ser, e também um bonequinho personalizado no estilo Funko do próprio Jungkook. Jin não conseguiu contar as vezes que o mais jovem garoto do grupo agradeceu a amiga e a abraçou entusiasmado. , por sua vez, recebeu do amigo um quadro do que parecia ser um personagem de algum jogo, mas as feições eram muito parecidas com a da garota presenteada, além disso, JK ainda havia dado um headset para , que parecia não saber qual dos dois presentes havia gostado mais.
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  Já parecia extremamente encantada, não apenas pela corrente prateada com um delicado pingente de um pássaro alçando voo que Hobi havia lhe dado, mas principalmente por um pote todo enfeitado – que também havia sido dado pelo rapaz – e tinha uma etiqueta que dizia em letras grandes “The Happy Jar” com mais uma mensagem logo abaixo que Jin não podia ler, mas aparentemente fez sorrir largamente e num impulso abraçar Hoseok que pareceu um pouco surpreso com a reação. Hobi estava abraçado com o porta-retratos personalizado que havia feito especialmente para ele com alguns espaços já ocupados por algumas fotos que ela havia encontrado dele com os amigos – usando Tae nas escolhas e também para obter as imagens – e a pelúcia do Doraemon que Taehyung havia lhe dado dizendo que o personagem do desenho infantil o lembrava do amigo, sempre alegre e sorridente e com uma solução para qualquer problema que surgisse. “Nós vamos ter que tirar uma foto juntos para eu colocar aqui, noona!” Jin ouviu Hoseok exclamar da forma alegre e espalhafatosa que era sua característica.
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  Namjoon estava com sentado no sofá lendo concentrado a contracapa do livro que a garota havia lhe dado de presente. O rapaz abriu um grande sorriso assim que viu o que tinha ganhado, um livro intitulado “O Fim da Eternidade” de Isaac Asimov. Jin conseguiu entreouvir um “você se lembrou do livro que eu lia quando nos conhecemos!” surpreso de Namjoon para a moça que sorriu um pouco envergonhada. tinha no colo um álbum scrapbook enfeitado com vários detalhes que lembravam viagens. A garota parecia extremamente encantada com o presente e Jin ouviu quando Joon explicou “você sempre diz que quer viajar o mundo todo, então você vai ter espaço onde colocar suas memórias.” o rapaz disse sorrindo, e depois abrindo uma página em específico do presente dado, apontou: “E aqui, para você lembrar que mesmo estando pelo mundo afora, você tem um lar para voltar quando quiser e precisar”. Aparentemente, aquela página era a mais significativa e especial para , que ficou um bom tempo observando cada pequeno detalhe dela.
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  No meio do tapete da sala estavam Jimin e , rindo animados enquanto tirava uma selfie ao lado de Jimin que segurava a almofada que tinha ganhado e tentava imitar a expressão da pelúcia. “Quando vi o Meowchi na loja eu imediatamente me lembrei de você!” ela exclamou animada e nada discreta. Depois da selfie com o Meowchi, foi a vez de tirar uma foto com o que Jimin havia dado para , um travesseiro com uma fronha divertida e um tapa olhos para dormir. “Dance, Sleep and repeat porque você está precisando descansar e se divertir mais, !” Jimin riu quando a garota abriu o embrulho. Depois dessas duas fotos, puxou Jimin para um abraço apertado e tirou mais uma selfie dos dois.
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  Yoongi e eram os que estavam mais afastados de toda a algazarra, ambos encostados na parede perto da grande janela da sala. segurava o celular bem perto do ouvido e parecia bastante concentrada, vez ou outra lançando um olhar terno em direção ao namorado, que apenas esperava a observando. Foram alguns minutos com aquela cena, até sorrir largamente, apesar dos olhos marejados “eu vou te amar ainda mais do que amei ontem e nunca vou soltar sua mão, Min Yoongi. E não vou deixar você soltar a minha.” foi o que Jin conseguiu ouvir a moça dizer após afastar o celular do ouvido. Aparentemente, Suga havia composto uma canção como presente de Natal para ela. “Agora abre o seu.” disse parecendo empolgada. Jin viu Yoongi soltar um risinho e fazer como o pedido, tirando do embrulho algo que parecia um conjunto de baralho. “Yah! Então foi você que desapareceu com as cartas de baralho lá de casa?!” retrucou, mas um sorriso de lado surgiu logo depois. “Bem, veja pelo lado bom, eu te comprei um jogo novinho. E você ainda vai poder se lembrar de 52 motivos pelos quais eu gosto de você.” A garota rebateu, entregando uma caixa de baralho ainda embalada em plástico para o namorado que gargalhou.
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  Ninguém havia ficado sem algum presente especial naquela noite. Nellie, a irmã mais nova de tinha ganhado um conjunto de tintas spray para graffiti e uma promessa de Taehyung de que ela poderia praticar no velho clube desativado que ele costumava ir se ela prometesse não usar as tintas em locais proibidos. Além disso, Nell também ganhou de uma pulseira nova com cordões de couro, exatamente no estilo que ela amava.
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  Nem mesmo Bailey, a cachorra de , tinha sido esquecida. Ela havia ganhado uma porção de petiscos diferentes e brinquedos novos.
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  Jin decidiu dar atenção ao pacote de tamanho considerável que havia recebido de e ficou um pouco surpreso ao perceber que havia ganhado um pêndulo cinético giratório composto de vários aros e com uma pequena ampulheta no centro de tudo. Na caixa havia um pequeno bilhete: “Para o meu senhor do tempo favorito”. Jin olhou ao seu redor à procura de , mas ela não estava em nenhum lugar ao alcance do olhar do rapaz. Ele levantou de onde estava, um tanto desnorteado. Será que aquela mulher sabia quem ele era? Ou melhor, o que ele era? Aquilo não fazia o menor sentido, iria contra todas as regras dos Senhores do Universo. Já estava começando a ficar um tanto desesperado quando Bailey surgiu entrando pela porta aberta que dava para uma pequena varanda. Ele seguiu até lá e encontrou parada, encarando o céu com a expressão serena e satisfeita, segurando a luminária em formato de lua que ele havia dado para ela.
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  — Senhor do tempo favorito, é? — Jin murmurou chegando mais perto da moça que soltou uma gargalhada ao ouvir.
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  — Você sempre me deu as melhores ideias para desenvolver melhor o meu enredo de As Crônicas do Senhor do Tempo, o que me faz pensar que talvez você seja mesmo um. — se virou para encará-lo com o sorriso largo. — E você parece saber tanto sobre o tempo e o universo… Então você se tornou o meu senhor do tempo — disse puxando-o para mais perto e entrelaçando seus braços.
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  Jin se sentiu um pouco estranho com aquela proximidade, mas não era um estranho desconfortável, só… Não usual. Mas ele não se atreveu a se mover sequer um centímetro dali. Embora a sensação fosse quase desconhecida para ele, ao mesmo tempo era confortante. Os dois ficaram em silêncio por vários instantes com olhando para o céu, as estrelas refletindo em seus olhos, e Jin observando discretamente a moça que parecia alheia demais para perceber. Até que ela soltou uma exclamação e deu uma leve sacudida em seu braço.
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  — Uma estrela cadente! Rápido, faz um pedido! — exclamou ao mesmo tempo em que fechava os olhos com força e juntava as mãos como numa prece.
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  Jin deixou um risinho lhe escapar vendo a empolgação e quase desespero da mulher ao seu lado, mas olhou para o céu e pensou que gostaria que um dia aquela vida que estava vivendo naquele instante pudesse ser realmente sua. Quando terminou o pensamento e voltou o olhar para , ela o encarava com olhos grandes e curiosos que quase a deixavam com aparência de uma criança.
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  — O que foi que você pediu? — perguntou soltando o braço dele para poder encará-lo de frente.
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  Jin sorriu, mas não pretendia contar a verdade, já que não faria o menor sentido para um humano.
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  — Se eu contar, não vai se realizar — murmurou a desculpa que ele já havia ouvido centenas de pessoas dizerem ao longo de sua monitoria do mundo humano como Senhor do Universo.
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  Ele viu fazer bico parecendo realmente magoada com a frustração de não saber qual fora seu pedido, quase o convencendo a falar qualquer baboseira só para não a ver triste. Mas ela soltou um suspiro e voltou a entrelaçar seus braços.
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  — Então eu conto o meu — disse simples encostando a cabeça no braço de Jin. — Desejo que em qualquer mundo, tempo, universo, eu possa encontrar vocês. Ou que vocês possam me encontrar.
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  Jin queria responder àquela frase, mas quando deu por si, o cenário todo ao seu redor começou a ficar desfocado, quase como num sonho, mas ele ainda podia sentir a mão de que lentamente havia escorregado até a sua e agora a segurava. Jin apertou mais aquela mão na tentativa de voltar a se firmar naquele momento…
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  E então despertou com a luz do sol adentrando a janela aberta de seu quarto, sua mão segurando firme um pedaço embolado do lençol. Jin olhou para sua mesinha de cabeceira e pegou seu celular que mostrava ser oito da manhã de um dia 13 de setembro. Ele se lembrou de ter tido aquele mesmo sonho quando mal tinha a intenção de viver entre os humanos e conseguiu se lembrar de seu desejo de ter todas aquelas pessoas de volta em sua existência. Embora até aquele instante ele ainda não soubesse exatamente o que havia acontecido para ele ter ido parar naquele mundo em que ele vivia com humanos, Jin estava satisfeito por ter reencontrado Namjoon, Yoongi, Hoseok, Jimin, Taehyung e Jungkook. Ele não sabia se seria capaz de reunir todas aquelas pessoas, mas iria trabalhar para que aquele sonho se tornasse real e que aquele grupo de amigos conseguisse se reunir, sem exceções, como naquela visão perfeita.
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Fim

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