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CAPA ATIVA ATÉ 10/07/2024

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Castelo de Cartas

  Nota inicial de autora: Olá amoras, tudo bem? Essa fanfic tem uma playlist temática especial. Cada capítulo aqui, é o título de uma música que inclusive, relaciona-se com o “espírito” ou “clima” do enredo do capítulo. Por isso, para uma imersão profunda na leitura, para sentir-se no universo de CDC, eu aconselho bastante que ouçam enquanto lê. Faz a tentativa, e me conta nos comentários, tá? Ouvir a playlist aqui.

Prólogo

Lament for Boromir
Lamento por Boromir

  A chuva caía como se lavasse a alma dos súditos que seguiam ao cortejo. A rainha com postura impávida seguia arrastando seu longo vestido preto, suntuoso, pelas poças lamacentas da estrada. Sob o véu escuro, ninguém podia ver as lágrimas que escorriam extensas e pesadas, e nem ouvir ao choro doloroso, afinal, não demonstrava sentimentalismos.
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  Jang-Hyuk e Gong-Yoo caminhavam ao lado da mãe, como dois pequenos príncipes comportados que eram, mas atentos à postura dela. Olhavam-na, vez ou outra inexpressiva, com olhos vidrados ao caixão, e sabiam que ela sofria. Os pequenos príncipes eram apaixonados pela mãe, passavam tanto tempo com a rainha que sabiam exatamente como o silêncio dela era ensurdecedor.
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  O campo verde e vasto pelo qual aquele velório acontecia, o enterro no campo mais alto do reino, donde a vista permitia enxergar a torre do castelo, propositalmente escolhido a dar de frente à longínqua janela do quarto real. Era ali, que nenhum homem ou mulher passaria sem reverenciar ao grande homem que ali, jaz estaria. Enquanto o corpo era transladado de volta da Guerra, as duas colunas de madeira talhadas com o juramento heróico nas línguas estrangeiras dos dois reinos, os distintivos honrosos e o cavalo. O cavalo dele, que bravamente o acompanhou em sua última batalha.
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  Nenhum rei lutou com tanta bravura como ele. Nenhum cavaleiro. Nenhum homem. A rainha foi a primeira a entrar no templo, ao seu lado, as crianças. Os meninos deixaram sob a pedra sepulcral a flor do mediterrâneo, e o incenso do oriente. A rainha depositou sob o caixão, o simbólico jarro da dinastia , que estava vazio de cinzas fúnebres, pois era vontade do falecido ser enterrado como um cristão. No lugar de cinzas, encheu o jarro com óleo de mirra, para manter o sepulcro sempre perfumado.
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Capítulo I.

Long ago and far away…
Muito tempo atrás e longe…

Cinco anos antes do tempo atual…

  — Bom dia Senhora.
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  Aretusa adentrou ao quarto da princesa com a mesma cautela de todas as manhãs. Posicionou a bacia de água, e a toalhete1 na pequenina mesa de higiene ao lado da penteadeira. Junto, colocou também o prato com ervas de sálvia2, e o pequeno cálice de rum.
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  Enquanto a princesa se espreguiçava e levantava-se vagarosa, Aretusa abria as cortinas do quarto, de maneira cuidadosa. O humor de sua senhora era medido pelo seu despertar, pela forma como reagia aos primeiros raios do dia.
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  Aretusa acreditava que naquela manhã, ela estaria feliz e ansiosa, entretanto ao notar a indiferença dela para com a luz solar e seus movimentos silenciosos até sua mesa higiênica, Aretusa tornou-se curiosa.
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   esticou delicadamente as mangas de sua camisola, e molhando as mãos em concha higienizou o rosto. Aretusa, sua dama de companhia, já estava ao seu lado para auxiliá-la naquela tarefa mediocremente simples. Esticou-lhe a toalha e enquanto a princesa secava o próprio rosto, a outra dama lhe esticava o prato com sálvias. o pegou e depositou as ervas em sua boca mastigando-as, Aretusa apressou-se a pegar a cuspideira. Logo que a princesa as cuspiu, sua dama já lhe entregava o pequeno cálice do qual virou o rum em sua boca, bochechou o líquido e o cuspiu. Ainda em silêncio, ela seguiu para seu biombo3 e iniciou a troca de roupas.
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  Aretusa, após entregar-lhe suas peças de roupas e auxiliar sua senhora no vestir direcionou-se à penteadeira. , sentou-se à poltrona de sua penteadeira, encarou sua face no espelho, e parecia devanear por seus pensamentos. Aretusa começou a pentear-lhe os cabelos, e ansiosa pelo silêncio atípico daquela manhã, ela pôs-se a falar:
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  — Está uma linda manhã, não é mesmo Senhora?
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  Após um breve silêncio, , séria, olhou para as grandiosas janelas abertas de seu quarto e espiou as pradarias à frente. Volveu novamente o olhar seco e distante para o espelho, encarou-se e ao notar que Aretusa havia parado de escovar-lhe os cabelos, encarou diretamente sua dama. A mulher assustou-se e arregalou os olhos voltando a encarar as madeixas de sua senhora e o serviço que fazia. De certo, o humor da princesa não estava nada bom aquela manhã.
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  — Aretusa… — Ela a chamou aguardando que a dama lhe encarasse, para então, desviar o olhar para sua própria imagem no espelho antes de continuar. — Aretusa, preciso que ouça atentamente minhas ordens.
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  — Cla-Claro, Senhora.
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  — No dia de hoje, antes do grande evento… Nem tão tarde que já o tenha se aproximado o horário, e nem tão cedo que possa levantar suspeitas. Você deverá avisar ao Sir. que o esperarei nos labirintos do jardim para tratar de um importante assunto.
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  — Senhora… — Aretusa pronunciou-se de maneira duvidosa, e a princesa encarou-lhe categórica.
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  Ela perguntaria à sua princesa se aquilo seria seguro, mas, ao notar sua face intrépida4 decidiu não a contestar. Aquele seria um dia dos mais complexos para todo o reino.
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  — Senhora, em que momento especificamente devo avisar ao Sir ?
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  — Logo que terminar suas tarefas em meus aposentos. Obviamente, tu não deve esperar o crepúsculo para isso.
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  — Claro, Senhora.
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  — Como estão os preparativos?
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  — Tranquilos. Urgentes, mas tranquilos.
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  — Que sorte lânguida5 não ter sido importunada por ninguém até agora.
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  — Na verdade, a Senhora Rainha Yang Mi a aguarda para o desjejum.
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  — Certo… Lânguida sim, sorte nem tanto. — Ironizou a princesa desgostosa pelo anúncio de sua dama.
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  — Ela está ansiosa por vós, princesa.
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  — E quando ela não está ansiosa?
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  Aretusa fez uma pausa silenciosa, e seu olhar compadeceu-se em pena por sua senhora. detestava aquele olhar, e não o admitiria nem mesmo de sua dama fiel.
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  — Não há motivos para esta face compadecida, Aretusa! Está entre os deveres de uma princesa subtrair-se do luto para cumprir suas responsabilidades reais. Estou preparada desde que nasci para tal momento.
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  — Me desculpe Senhora, mas… É cruel até mesmo para uma princesa criada sob os deveres da Coroa, submeter-se a um momento de festança quando… Há poucos dias faleceu vosso pai.
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  — O rei está morto Aretusa, não é como se adiar as obrigações do reino fosse trazê-lo de volta do mundo dos aflitos.
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  — Entendo Senhora… Mesmo assim…
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  — Penosa não é a morte, e sim as minhas atuais circunstâncias.
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  Aretusa observou a face rígida de sua senhora no espelho, e não se conteve a perguntá-la:
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  — A senhora está referindo-se ao casamento?
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  Então, direcionou seu olhar para o próprio vestido de noiva ao canto do quarto. Iluminado fracamente pela luz do sol. Passou a noite observando-o à luz da lua, reluzindo os cristais em seu longo tecido. E talvez alegraria-se por vesti-lo se não estivesse tão contrariada com tudo aquilo. Tantas coisas aconteceram até aquele momento, que mal podia acreditar que de fato, perdera o controle de tudo. Entretanto, não desistiria facilmente.
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  — Eu seria hipócrita em negar. O que mais me incomoda é saber que dentro de instantes, eu terei que suportar minha futura sogra à mesa do desjejum.
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  — A Rainha Yang Mi parece-me gostar da senhora.
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  — Como não gostaria, Aretusa?
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  A dama de companhia então sorriu. E prendeu duas mechas frontais do cabelo da princesa, com seus grampos de esmeralda.
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  — Tem razão. A senhora é mesmo adorável.
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  — Não minta para mim, Aretusa.
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  — Não, Senhora. Eu falo a verdade. Sinto apenas, por… Não saber se posso compartilhar de vossa felicidade neste dia.
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  — Podes se felicitar por mim. É o suficiente.
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  — Senhora… Não sentes mesmo, nada, pelo príncipe?
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  — Sinto. Um carinho gradual, talvez. Mas, não diria que desejava casar-me com ele.
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  — Com quem desejaria então?
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  — Não é algo que importe a esta altura dos fatos. é um bom príncipe. Será um bom rei comigo ao seu lado, evidente. Um tanto quanto excêntrico, mas com modo subterfúgio6 de lidar com assuntos importantes. Não é incompreensível que a rainha insistira tanto pela minha mão. Ela sabe o quanto uma rainha forte pode decidir por um reino.
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  — Desculpe-me princesa, mas se algum dos dois a ouvissem agora… Certamente estariam a bradar7 por tal indelicadeza.
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   pegou um pouco do rouge8 em sua penteadeira e com leves batidas em sua face, com a ponta de seus dedos, deu-lhes um pouco de cor. Levantou-se e puxou a saia de seu vestido, a fim de não o pisar. Ajeitou-o no corpo e deu às costas para Aretusa, encarou-a antes de virar-se totalmente e respondeu:
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  — Indelicadeza têm eles. Se pensam que com a morte de meu pai, o reino cairá nos domínios de Gangwon, ambos estão enganados. A província deles é que me pertencerá. Este casamento está longe de ser uma aliança.
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   direcionou-se até a porta de seu quarto, e com leves batidas informou aos guardas do lado de fora, que lhe abrissem a passagem. E quando ambos o fizeram, a princesa pôs-se a sair, porém, retornou a falar com Aretusa, que já preparava o quarto para que as arrumadeiras viessem.
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  — Aretusa.
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  — Sim, Minha Senhora. — disse voltando a atenção para ela, e parando o que fazia.
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  — Não esqueça das minhas ordens.
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  — Cla-Claro.
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  E assim que a dissera, a princesa saiu.
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Capítulo II.

The Innkeeper
O Estalajadeiro

Quinze anos antes do tempo atual…

  O jovem Geomsa9 cavalgava com celeridade10 e astúcia pela sinuosa e perigosa trilha abismal11. Alguns de seus companheiros vinham mais atrás, tão astuciosos quanto, entretanto menos ágeis. Havia a necessidade de uma chegada imediata àquele reino. Vinte dias de cavalgada bruta e exaustiva, e agora pelo cume12 daquele monte já podiam avistar as torres do castelo.
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  Quando a cascalhosa13 estrada se desfez aos cascos dos cavalos, dando-lhes conforto pela terra macia que iniciaram a trotar, pôde desapressar o seu galope. Logo os companheiros o alcançaram. Estavam silenciosos, até que um deles pôde observar a estalagem14 próxima.
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  — Sir .
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  — Hm?
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  — Há uma estalagem próxima, não seria prudente que parássemos para dar água aos cavalos?
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  — Aos cavalos, ou às nossas gargantas secas, Sir ?
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  Os três homens riram cúmplices, e logo puseram-se a dirigir à estalagem. O crepúsculo ainda não chegara, mas se aproximaria logo. Os três amarraram seus cavalos, e puseram água nos cochos15 externos, onde nenhum outro animal havia. Passaram pela porta do estabelecimento, e uma baixa música de lira16 era tocada por uma bela mulher, no canto do lugar. Poucos homens se encontravam no local. O estalajadeiro17, observava-os enquanto retornava de uma mesa servida para o balcão.
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  Eles se aproximaram e apresentaram-se:
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  — Senhor. Paramos para dar de beber aos nossos animais. Teria uma bebida a nos servir?
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  — Temos rum, água e leite de cabra. O que querem?
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  Os três se entreolharam confusos, por não conhecerem nada além de água. , o mais convencido, quis mostrar dominância, e perguntou ao homem:
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  — O que eles bebem? — Apontando para uma mesa onde dois grandalhões bebiam silenciosos os observando.
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  — Rum.
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  — É o que queremos.
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  — … — sussurrou — Não estamos em Gangwon. Apenas recorde-se.
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  — Gangwon? — O estalajadeiro perguntou, já os servindo.
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  — Sim. Somos geomsa, ou melhor… Como dizem aqui no ocidente, cavaleiros, da Província de Gangwon, servidores da rainha de Yeongseo. — disse em resposta.
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  — Certamente que estão aqui pela princesa .
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  — O que faz o senhor crer nisso?
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  — Cavaleiros de todos os lugares têm vindo apresentar-se ao rei Arthus, desde que o nosso rei anunciara o interesse em desposar a princesa.
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  — E acaso o rei já nomeou alguém?
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  — Não houvera nenhum comunicado real, ainda.
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  — Bem haja18! — exclamou aliviado, provocando olhares reprovadores de .
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  — Aqui está. — depositou algumas moedas de prata no balcão e aguardou o homem confirmar-lhe se aquilo era suficiente, assim que o homem mordeu as pratas e assentiu, os três saíram.
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  Puseram-se a sair sem encarar as poucas pessoas no local. A não ser por que demorou a olhar durante sua saída, sobre a figura discreta e bela da mulher que tocava a lira. Enquanto desamarravam os cavalos, os repreendera:
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  — ! Não é prudente que demonstremos o motivo de nossa viagem.
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  — Perdão, , mas meu refrigério19 foi imediato ao saber que todos os dias de cavalgada não foram em vão.
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  — Entendo.
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   afirmou compreensivo, e montando seu cavalo pôs-se a galopar para fora dali, um pouco mais rápido do que vieram. A noite se aproximava, e precisariam chegar logo. , no caminho, pigarrou algumas vezes. E , não pode deixar de notar sua garganta seca.
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  — E ! Da próxima vez, não nos obrigue a beber do que não conhecemos.
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  — Sim, .
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  — Ainda tenho sede. — respondeu olhando para de maneira bravia.
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  — De certo, não nos negarão um cálice de água quando chegarmos ao castelo.
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  — Ela deve ser uma bela mulher.
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  — Não é o que nos interessa aqui, .
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  — Não, de fato. Mas, o príncipe ficaria muito grato caso desistíssemos ao notar que lhe faltasse algum agrado.
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   e riram entre si pela piada feita. Certamente não aceitaria a vontade de sua mãe, a rainha, caso tivesse que desposar uma princesa sem atributos. Kim , preocupava-se mais em convencer o rei a aceitar a pretensão do príncipe do que, se a princesa seria bela ou não. Para ele, pouco importava.
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  As relações da Província de Gangwon, com o antigo reino da Babilônia jamais seria possível. Dentre a história do Império Coreano, nenhum descendente da dinastia permitiria uma mescla desonrosa como aquela. Principalmente com babilônios, pior ainda, com descendentes Caldeus. Na mente de Kim era um mistério compreender os motivos da rainha Yang Mi em desejar desposar com aquela princesa.
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Capítulo III.
The Fair Maiden

A Justa Divina

  O salão do castelo exibia uma miscelânea20 de dançarinos valsando ao som de flautas e harpas diante do rei e da princesa. Aretusa, e algumas criadas encontravam-se escondidas observando as danças. Estavam todas eufóricas para saber qual daquelas composições a senhorita princesa escolheria por sua valsa. O músico oficial do rei fora designado a compor as mais belas opções líricas para sua filha.
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  Aretusa, curiosa como de sua natureza, saiu sorridente e encoberta pelos cantos do salão. Como uma ratazana astuta entre as cortinas, conseguira se aproximar furtiva dos tronos a fim de espiar a face de sua senhora. Poderia por sua expressão saber quais composições a agradariam.
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   que já estranhava a demora de sua dama, em, tolamente, surgir fofoqueira como se pudesse ser invisível, ao olhar de soslaio à direita de seu pai, pôde vê-la espreitar. Aretusa arregalou os olhos, receosa se havia feito mal, e sorriu discreta por sua dama ser tão previsível.
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  — O que achaste, minha filha? Acaso agradou-se de alguma composição de Calebe?
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  O rei segurou a mão da filha, cortês, a olhando curioso. Os dançarinos haviam parado de dançar e a orquestra silenciou. O músico do reino encontrava-se à frente das realezas.
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  — Gostaria primeiramente, de agradecer ao senhor Calebe por tamanha dedicação.
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   referiu-se ao músico, que em um gesto de respeito abaixando a cabeça, agradecia-a.
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  — E dentre todas as cançonetas21, tão bonitas, eu ainda tenho dúvidas. Entretanto, como poderia uma princesa decidir a sonhada valsa de seu célebre momento se ainda não lhe fora apresentado o noivo?
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  — Oras, . É só uma valsa. — suspirou cansado, o rei.
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  — Perdão majestade, mas creio que a princesa tem razão. As mulheres têm tamanha devoção ao matrimônio, tudo deve ser feito com cautela e fulgor22.
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  — Obrigada por vossa compreensão Calebe. Embora haja dúvida em meu peito, afirmo-te que a primeira e última sinfonias tocaram-me com mais afinco23. Contudo, até conhecer o meu futuro rei, não poderei apresentar tanta tenacidade24 em questões como essa.
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  — É claro, princesa. Estarei a postos para eventuais mudanças que desejares.
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  Quando o músico terminou de falar, o anunciante do rei se pôs ao salão, seguido por um guarda.
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  — Vossas Majestades… — reverenciou-os — Perdoem-me por tamanha interrupção ao evento tão importante da princesa…
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  — O que houve Anrão?
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  — Há três cavaleiros nos portões do castelo, majestade. Afirmam ser da Província de Gangwon, enviados pela rainha Yang Mi e trazem uma mensagem honorífica25 ao rei.
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  — Deixe que venham.
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  O rei afirmou, e então Anrão e o guarda se puseram para fora. Em seguida, Arthus dispensou os músicos e dançarinos. As criadas que ainda estavam escondidas foram repreendidas por Aretusa para que voltassem aos seus afazeres. E a própria dama da princesa saíra do salão.
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  Ela apressou-se a preparar os aposentos de , pois certamente ela se recolheria logo após o jantar, já próximo de ser servido.
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  — Meu pai, creio que não seja necessária mais a minha presença. — levantou-se e o reverenciou.
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  — Fique onde está . Se bem conheço Yang Mi, os cavaleiros trarão um pedido por sua mão.
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   surpreendeu-se pela fala do pai, que logo colocou-se ao lado dela, de pé. A princesa ajeitou sua postura também. E com a mão sobre a do pai, ao lado dele, olhava fixamente para frente no aguardo dos cavaleiros.
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  — Achei que o senhor já tivesse um favorito. — A princesa sussurrou cautelosa.
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  — E tenho. Mas, estou curioso para conhecer o príncipe de Yeongseo.
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  — Oras… O senhor brinca com minha mão.
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  — Não sejas petulante .
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  Assim que ambos terminaram de se olharem, discretos, a porta fora aberta. Novamente Anrão pôs-se à frente com dois guardas e os três visitantes.
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  — Majestade Arthus I, princesa , apresento-lhes os cavaleiros Sir. , Sir. e Sir. , da província de Gangwon. Nordeste da Ásia Oriental.
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  Os três homens se aproximaram respeitosos, sendo seguidos pelos guardas reais. Pararam com prudente distância das realezas e os reverenciaram.
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  — Majestades. — dissera como porta-voz: — Com honra, vos agradecemos por nos receberem. E entregamos os corteses cumprimentos da rainha Yang Mi, e do príncipe .
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  — O que os traz ao nosso reino? — disse o rei de maneira cortês.
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  — Eu ouvi Anrão afirmar que todos os três se chamam ? Que excêntrico! Ou seriam irmãos?
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  O rei encarou a filha de maneira descontente, e os três cavaleiros se puseram a encará-la sem nenhuma expressão significativa. observava o olhar avaliativo da mulher sobre si, concentrava-se em averiguar, de modo discreto, o quão agradável a aparência dela poderia ser. Não levou muito tempo a descobrir a resposta. E , mantinha seu olhar direto ao rei. Não admitiria, mas a postura da princesa o assustara um pouco.
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  — No bom sentido da palavra, é claro. Perdoem-me se lhes pareci indelicada. Apenas, achei um tanto quanto curiosa a coincidência.
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  — Não há o que vos desculpar princesa.
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   respondeu-a e ela apenas acenou afirmativa, levemente.
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  — é um tanto quanto atenta aos detalhes. — O rei dissera, em tentativa de justificar a impetuosidade da filha.
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  — Majestade… Viemos em nome da rainha Yang Mi, que gostaria de apresentar-lhe a intenção do príncipe em desposar a mão da princesa, vossa filha.
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  — Hm… O que faria uma rainha provinciana, descendente de uma dinastia tão longa e tradicional interessar-se em uma aliança com um reino Babilônico?
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  — De certo, a dinastia de Vossas Majestades também é longa e tradicional. Entretanto, os interesses da rainha em unir-se ao reino Caldeu são desconhecidos para nós. Por isso, prezo para que em nome de nós, os cavaleiros geomsa de Yeongseo, Vossa Majestade aceite receber o príncipe e nossa rainha para um Conselho26 amistoso.
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  O rei silenciado, observava os olhos diretos e límpidos27 de . Aqueles olhos demonstravam uma honra pouco encontrada nos homens. , olhava para o pai de maneira furtiva28. Já estranhava a demora do rei em responder uma pergunta tão comum nos últimos tempos.
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  — A rainha Yang Mi deixou-me bastante curioso para compreender a destemida decisão em apresentar seu filho a um reino tão distante do vosso.
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  — Obrigado Majestade. — respondeu .
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  — Como visitantes longínquos29 de nosso reino, ofereço-lhes a hospedagem de meu castelo para que possam pernoitar30 até a vossa partida.
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  — Será uma grande honra e irrealizável negar vossas comodidades.
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  — Ótimo. Sejam bem-vindos ao reino de Amitísia! Anrão, chame algumas criadas e as peça para que preparem os aposentos dos nossos visitantes. E disponha-os um criado para atendê-los no que precisarem.
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  — Sim, Majestade.
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  Anrão logo pôs-se a cumprir sua ordem.
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  — .
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  — Sim, meu pai?
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  — Mostre-os o castelo, sim?
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  — Claro Majestade.
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  — Com licença senhores, há alguns assuntos que tenho a tratar. — disse o rei Arthus.
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  — Obrigado, Majestade.
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  Os três cavaleiros reverenciavam-no enquanto o rei saía. os cumprimentou com um leve aceno e os indicou que a seguissem. Ela caminhava à frente dos homens, e logo que encontrou uma criada pediu-lhe que dissesse à Aretusa para encontrá-la na sala dos antepassados.
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  A mulher se distanciou respeitosamente, e prosseguiu seu caminhar silencioso pelos corredores do castelo. Os três cavaleiros olhavam-se curiosos entre si.
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  — De certo, vieram de muito longe. Fizeram uma boa viagem, cavaleiros?
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  — Sim princesa, obrigado.
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  — E nunca antes estiveram em Amitísia?
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  — Não, Senhorita.
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   era o único a responder às falas reais.
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  — Bem, então gostaria de apresentar-lhes primeiramente a história de meu reino.
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  — Como preferir, princesa.
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  Ela os direcionou a sala dos antepassados. Empurrou as pesadas portas adentrando primeiro. Sorrindo como uma simpática dama, entretanto, com seu fascinante e perigoso olhar sobre eles, se colocou frente a um grandioso quadro.
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  Os homens olharam a pintura, curiosos.
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  — Este é Sumulalel. O grande imperador da qual se destina a criação de todo o Império Babilônico. Antes dele, vieram outros, entre amoritas, sumérios e semitas que contribuíram para que o Império se formasse também. Entretanto, Sumulalel, poucos sabem… É um dos nossos antepassados semitas. O precursor de nossos reinos. Na época de seu reinado, a Babilônia era um único reino.
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  Andou mais alguns passos à frente, passando ao próximo quadro:
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  — Hamurabi, seu filho, tornou a nossa dinastia ainda maior…
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  Entre breves explicações de quedas, reinados gloriosos, povos em guerra, tomadas de poder e outros nomes, chegou até seus antecessores mais próximos.
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  — Meu avô Belael Arthus e minha avó, a rainha Joquebede. Meus pais, Arthus I, e minha mãe… A rainha Amitis…
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  Ela demorou-se um tempo a observar a pintura da mãe.
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  — Perdão princesa… Mas, Amitis não fora o nome da rainha que vossa majestade dissera ser casada com Nabucodonosor II? — perguntou curioso .
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  Sem retirar os olhos da fotografia de sua mãe, explicou-lhes:
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  — Amitis fora considerada uma rainha muito especial. Muito bela, mas muito melancólica. Dizia-se que Amitis fora infeliz por ter deixado sua terra… Nabucodonosor então, criara os secretos Jardins Suspensos para ela. E como forma de fazê-la sentir-se importante ao nosso reino, mudara o nome do reino para Amitísia. Em sua homenagem. Mamãe me contava que, quando viera da Assíria sentia-se um pouco como Amitis. E, portanto, seu nome de rainha fora dado como igual… Amitis II.
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  — O que houve com a rainha Amitis II? — perguntou sem notar a falta de delicadeza, apenas dando-se conta de seu erro quando lhe pisara o pé. — Perdão princesa, eu não quis ser indelicado e…
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  — Tudo bem, Sir . De certo, seus companheiros também estão curiosos… — Ela virou-se de frente para os homens e encarando terminara: — Apenas não tiveram coragem como o senhor.
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  — Com licença, princesa ?
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  — Oh, sim Aretusa, entre.
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  Aretusa aproximou-se.
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  — Cavaleiros. Esta é a minha dama de companhia, senhorita Aretusa.
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  Os homens a cumprimentaram em um meneio31, discreto, de cabeça.
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  — Aretusa. Confirme se as servas já prepararam adequadamente os aposentos de nossos hóspedes.
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  — Claro, senhora. Se me permite, princesa… O jantar está prestes a ser servido.
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  — Obrigada Aretusa, pode ir.
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  — Com licença. — A mulher reverenciou-os e saiu.
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  — Sir . — A princesa retomou a atenção dos homens: — A rainha Amitis II, minha mãe, falecera na última guerra de nosso reino. Bem… Creio que após a longa viagem estejam cansados e famintos. Sigam-me, por favor.
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  Os três a acompanharam silenciosos. Até o momento do jantar nada mais fora pronunciado. Fartaram-se com a boa comida servida de modo educado, beberam confortavelmente o delicioso vinho oferecido. E depois que o Rei Arthus I se recolheu aos seus aposentos, os três homens levantaram-se da mesa em honraria. Ficaram novamente a sós com a princesa.
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  — Senhores, é a serva designada a atender vossas necessidades. O que vós precisarem podem solicitá-la.
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  Eles olharam para a mulher de cabeça baixa ao lado de Aretusa. E assentiram à princesa.
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  — , os acompanhe até vossos aposentos.
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  — Sim, Senhora.
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  — Cavalheiros, com toda licença, eu irei me recolher. Tenham um bom pernoitar.
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  — Obrigado, princesa. — Os três responderam juntos.
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Capítulo IV.
Troubadour

Trovador

   saíra do local acompanhada por Aretusa. E assim que ela se foi, os três homens seguiram que lhes indicou o caminho de seus quartos. Ao entrarem, cada um no seu próprio cômodo, puderam notar que o conforto ia além do que julgavam necessário. , retirou suas pesadas vestes ficando apenas com suas calças de baixo e uma leve camisa de linho fino. Caminhou por seus aposentos, observando uma sacada chamativa. Estava aliviado por ter conseguido a permissão do Rei, em aceitar a visita da rainha e do príncipe, mas algo ainda o inquietava…
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   acabara de dispensar Aretusa de seus aposentos. Fizera sua troca de roupas estando apenas com a fina camisola de linho branca. Seus cabelos soltos e os pés em confortáveis pantufas de lã de ovelha. Caminhou calma até a suntuosa32 sacada de seu quarto. Lembrar-se de sua mãe e revisitar sua pintura, a fizera sentir-se solitária de novo. Por que ao invés dela, não deveria ser o Rei a desposar novamente outra rainha? Um breve tempo pensando nisso e logo concordou em ser ultrajante outra rainha tomar o trono que um dia fora de sua mãe. Entretanto, algo ainda lhe indagava por quais seriam os motivos de seu pai em quebrar as tradições e, ao invés de casar-se novamente, impôr a responsabilidade da Coroa à sua única herdeira, uma mulher.
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   estava abismado com o que via. Era beleza demais para que ele desviasse os olhos. Os medianos seios delicados daquela mulher bem à sua vista, empinados sobre o fino tecido, tão fino que se mostrava transparente… O brilho da noite a lhe iluminar a pele, e a brisa suave a colar-lhe o restante do tecido ao corpo. Por mais desrespeitoso que pudesse ser espiá-la daquela maneira, ele não conseguia desviar o olhar. Apenas sentia-se no dever de admirá-la. Ele não poderia negar, estava hipnotizado e desejoso daquele corpo.
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  A noite estava convidativa demais para que a princesa apenas deitasse, e tentasse fechar os olhos para adormecer. Há muito não reparava numa abóbada celeste33 tão brilhante e bela como aquela. E a brisa suave a lhe colar o fino tecido de sua camisola à pele… Sentia-se confortável como há muito não sentia. Como se sentisse sua pele queimar, a princesa olhou para baixo e pôde flagrar seu nem tão oculto, admirador. a prescrutava34, com um brilho voluptuoso35 em sua íris. E gostara daquilo. Daquela sensação de tê-lo a observando daquele modo. Na sacada de baixo, encarava-a imóvel, e apenas quando lhe sorriu de modo provocante e atrevido, que o cavaleiro se dera conta de que a mulher na suntuosa sacada, lateralmente acima da sua, havia o surpreendido em atos tão repreensíveis. Sem reação, ele apenas a encarou, assustado. A princesa virou-se em direção ao seu quarto e antes de sair completamente do campo de visão de , ela novamente o sorriu com um olhar provocante e então, entrou ao próprio quarto.
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   como última visão pode admirar as nádegas36 redondas e perfeitas da princesa sob o fino pano. Atordoado com o que lhe acontecera, caminhou de volta ao seu quarto. Alguns pensamentos promíscuos37 o rodeavam. Ele chacoalhava a cabeça como se os pudesse afastar, entretanto, algo os mantinha firmes em sua mente. A longa viagem, e a falta total de uma companhia feminina desde que deixara Gangwon deixaram-no vulnerável. Deitou-se em sua cama, e ao olhar para o lado, em sua mesa de cabeceira, a serva havia deixado algumas frutas e jarros de água e vinho. Entendendo que a visão perturbadora não o deixaria dormir, completou um cálice com vinho e virou-o de uma só vez.
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  Pouco tempo após deitar-se olhando para o teto já podia sentir o efeito, não apenas daquele cálice, mas dos anteriores ao jantar lhe trazerem torpor38. Puxou sua camisa, sentindo a pele suar. E ao fechar de seus olhos, a deleitável imagem da princesa na sacada tomara a negritude de sua cegueira. Ele arfava à medida que em seus pensamentos a mulher se aproximava em passos lentos, retirando aquela peça, tão desnuda quanto poderia desejar. Desejou beijar-lhe os castos lábios, delicados, anunciando nunca terem sido antes tocados. Nem os lábios, nem mesmo o corpo. Viu-a sorrir provocante novamente, e compreendeu ser uma afirmativa ao seu toque. E então a tocou. Passou a mão por seu rosto, puxando ávido39 seus lábios contra os seus. Tomou-lhe a cintura nua, e sentiu o peso fraco do corpo dela sobre o seu. Massageava os seios e quando encarou novamente o olhar dela, viu-a descer com os lábios sobre o corpo dele. Depositando ósculos40 pela extensão do corpo dele, até chegar ao seu membro rijo.
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  Aquele gesto parecia rude demais para uma princesa, gesto próprio das doidivanas41 de estalajadeiros, mas não havia forças para fazê-la parar. Perguntava-se mentalmente, aonde a princesa teria aprendido tais maneiras. observou a mulher lamber sua glande e depositar seu membro vagarosamente por sua boca, sentindo a língua quente dela. Fechou os olhos e reprimiu um gemido. Novamente os abriu, no desespero de enxergar a luxúria que deveria estar estampada na face da princesa. Aquela face que permeava entre o angelical e o demoníaco. E ao abrir os olhos, qual não foi sua surpresa, ao notar que ela não estava em seu quarto, e sim, que sua própria mão o masturbava. E na busca de alívio para o que sentia, continuou os movimentos de subida e descida sobre seu membro ereto. Sua mão escorregava com facilidade devido ao viscoso líquido que escorria ali e quanto mais fácil tocar-se, mais rápido o fazia. Não pôde perceber o ápice de sua ejaculação, pois, a cada vez que imaginava a princesa o tocando, aquilo parecia ser insuficiente. Cansado e infeliz com a noite, ele largou seu membro e arfou. Até que pegou no sono, sem perceber.
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  A manhã chegara, e levantara-se apressada. Aretusa já estava nos aposentos reais, auxiliando a princesa.
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  — A princesa parece-me ansiosa para o dia que já vem.
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  — Sim Aretusa. Não posso negar-lhe que a chegada destes visitantes deixou-me um tanto quanto curiosa.
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  — Algum deles é pretendente à vossa mão, Senhora?
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  — São apenas cavaleiros da Província de Gangwon, Aretusa. Mas, não posso fingir que não há entre eles, um que me tomou alguns desejos.
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  Aretusa encarou sua senhora pelo espelho, e embora assustada, sorria curiosa. A princesa mantinha o olhar travesso, e um riso contido para sua dama.
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  — Senhora… Eu poderia… Atrever-me a perguntar qual deles?
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  — Ora, Aretusa! Acaso não vê que não consigo me conter? Estou ansiosa para compartilhar o que houve!
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  — E o que houve, Senhora?
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  — Ontem pela noite, pouco antes de dormir, eu fui à sacada pensar sobre as razões pelas quais o futuro me parece adiantado… Quando abordei Sir , à sacada de seus aposentos observando-me de modo… Predador.
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  Aretusa pôs as mãos à boca e observou a princesa levantar-se apressada e sentar-se em sua cama. Indicou que Aretusa a fizesse companhia. A dama, cautelosa, sentou-se ao lado de sua senhora para ouvir-lhe.
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  — Senti algo diferente com o olhar dele sobre mim, Aretusa… Quem dera ele fosse o homem que me desposaria…
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  — Ele é realmente bonito, Senhora. Todos eles… , e outras servas ficaram um pouco eufóricas.
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  — Oras vocês… Todas pervertidas42 doidivanas.
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  — Não princesa, não nos entenda mal… É só que…
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   sorriu, pois, Aretusa não compreendera seu tom de zombaria.
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  — Não te preocupe Aretusa. Com exceção de , vocês podem satisfazê-los como bem entenderem.
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  — Imagine Senhora, nenhuma de nós…
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  — Aretusa!
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  , interrompendo o raciocínio de sua serva amiga, se levantou iluminada por uma descabida43 ideia. Caminhou até sua escrivaninha, e puxando um pedaço de papel, escreveu algo em risos. 
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  — Aretusa!
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  — Senhora?
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  — Entregue este papel ao Sir , logo que findarmos o desjejum. Depois me encontre nos labirintos do jardim com um balaio balneário44.
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  — O que pretende, Senhora?
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  — Apenas faça o que eu lhe ordenei. Agora vamos, estou faminta!
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Capítulo V.
Lantern’s Lodge

Cabana da Lanterna

  Ainda à infância de , Ruth, a serva fiel da rainha Amitis engravidara quase ao mesmo tempo em que a rainha. Ambas eram mais do que rainha e serva, eram amigas. Aretusa e cresceram juntas e foram destinadas por suas progenitoras à mesma relação que suas mães. Amitis, apesar de ser rainha, delegou na educação de sua princesa que encarasse a sua serva escudeira, a pequena Aretusa, como a uma irmã. E assim ambas tratavam-se, dentro do decoro de suas funções hierárquicas.
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   já havia descido e encontrou aos cavaleiros já dispostos à mesa de desjejum na companhia de sua Majestade, o seu pai.
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  — Bom dia, senhores. Papai.
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  Os homens corresponderam e logo todos foram servidos. , astuta e alegre como era, observava atenciosa – mas, discreta – aos trejeitos e comportamentos dos visitantes. De um, em especial.
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  — Sir , como líder da cavalaria gostaria que me contasse mais sobre o reino de Yeongseo.
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  O rapaz assentiu limpando brevemente, em um lenço de refeições, a sua boca, enquanto os seus dois colegas se entreolharam discretos, acompanhando ao seu líder nos gestos.
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  — Claro, mas exatamente o quê Vossa Majestade deseja saber?
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  — Estou bastante curioso ao quê faria Yang Mi tomar tal interesse, mas como disseste não saber, porque não me conta como é o reino Yeongseo? Com certeza, encontrarei a resposta em pormenores que só um Rei pode encontrar.
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   assentiu, mas não lhe passou despercebido desde que ali chegara, a maneira como o rei Arthus parecia conhecer à rainha Yang Mi.
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  — Yeongseo é um reino pequeno em tamanho, mas imponente em domínio. Somos uma força poderosa dentro de um lugarejo sutil. Nossos inimigos subestimam-nos por nossa capacidade, até que nós os vencemos no campo de batalha.
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  O orgulho na voz de e no olhar de todos os três cavaleiros eram notórios, ficou um tanto quanto interessada a mais no diálogo.
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  — Quando o rei Eun He faleceu, a rainha Yang Mi governou Yeongseo com punho forte e ardil. Com a força de um poderoso exército, e um ardil próprio às mulheres… — falou discreto, e o rei sorriu.
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  Arthus sabia exatamente do que falava. Não se tratava de um ardil malicioso, mas do dom ardiloso da manipulação feminina. Dom, cujo Arthus reconhecia há tempo na rainha Yang Mi.
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  — Não deve ser fácil a uma mulher governar.
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  E novamente, a fala de seu pai aguçara os sentidos de . Se ele sabia daquilo, por quê expunha a ela o peso da Coroa através daquele casamento?
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  — Certamente. Mas, em nosso reino o poder matriarcal ganhou respeito e honraria, desde a nova era da dinastia pelo governo da rainha Yang Mi. — respondeu novamente orgulhoso.
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  — Percebo que Yang Mi soube conduzir bem a Coroa, quando tem súditos tão fiéis e orgulhosos como vós. — Arthus respondeu sorridente e encarou à sua filha como se dissesse que ela deveria conquistar também aquele tipo de fascínio de seu povo.
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  — Mas, perdoe-me Majestade… — pronunciou-se — Parece conhecer a rainha Yang Mi…
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  Não somente os homens estavam curiosos, como também a princesa. Havia notado que o pai ficou deveras desconfiado quando os homens anunciaram de onde vinham, e principalmente por qual motivo vieram. Calada, ela continuou a comer, atenciosa ao pai que também havia lhe dado razões para ficar interessada na conversa.
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  — Vós não dissestes que vosso reino é imponente em domínio? Digamos que Yang Mi já tentara dominar também, meus territórios.
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  Todos se espantaram com a informação.
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  — Não me recordo de nenhum embate ao vosso reino, Majestade.
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  — E não houvera. — respondeu Arthus.
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  O rei terminou de comer e novamente pediu licença a todos os presentes. Direcionou-se à filha e pegando-lhe a mão beijou-a casto e carinhosamente.
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  — Faça boa companhia aos nossos visitantes.
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  — Como queira, Majestade. — A filha respondeu.
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  Após sua saída, os cavaleiros observaram atenciosos a princesa, que notara: eles haviam parado de comer para dar atenção ao Rei. Por isso, ela lhes deu permissão a voltarem a fartar-se, e agradecidos eles sorriram obedientes. e trocavam olhares curiosos e perigosos entre si, por mais cuidadoso e respeitoso que ele fosse, não conseguia ignorá-la. foi primeira a terminar seu desjejum e pedir-lhes licença. Os cavaleiros puderam então conversar entre si com mais conforto antes de também se retirarem.
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  — , não achas que o rei Arthus parece ter alguma relação com Yeongseo? — perguntou.
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  — Também acho estranho o fato de, não termos nunca antes sabido nada a respeito de Amitísia, além desta única missão. — respondeu.
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  — O que o rei teria tentado dizer por “Yang Mi tentar dominar seus territórios”?
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  — Não faço ideia , antes de nós, os geomsa do general Go devem ter tido algum tipo de embate com o exército de Arthus. Ao retornarmos, tentarei descobrir algo.
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  — É deveras estranho…
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   e conversavam atenciosos entre si, e o silêncio de foi por eles notado. Ao encararem o amigo, este que bebia seu licor de amoras não tirava os olhos das servas que passavam lentas e risonhas pelo salão de jantares.
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  — ? — o chamou risonho.
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  — Estranho é estarmos aqui e não nos deleitarmos com o calor extenuante da Babilônia.
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  — O calor da Babilônia ou das mulheres da Babilônia, ?
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  O mais calado dos três olhou para seu amigo e sorriu como se não precisasse mais respondê-lo.
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  — Se pretendem algum divertimento, sejam rápidos, cuidados e cautelosos, pois partiremos o mais breve possível, e tão discretos como chegamos. — disse .
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  Todos eles sorriram e se levantaram da mesa após terem se fartado. , a serva da cozinha que ali havia acabado de entrar para retirar a mesa, ao passar por trocou olhares rápidos com o rapaz.
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  Aretusa andava apressada em direção aos jardins, onde sua princesa a aguardava. Assim que a encontrou, as duas puseram-se a sair dali imediatamente. , caminhava até seus aposentos ao lado de seus companheiros.
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  — Partiremos hoje, ? — perguntou.
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  — Nós iremos. Mas, antes eu tenho algo a fazer…
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   sorriu malicioso, e não compreendera.
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  — O que está acontecendo?
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  — Acaso não viste , quando a dama de companhia da princesa entregou ao um pequeno bilhete assim que nos colocamos em direção ao desjejum?
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  — Oras… Nós apressados para partimos, e o Sir preocupado em aliviar-se de sua tensão masculina após longa viagem.
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   sorriu tranquilo quando percebera que seus companheiros acreditaram que a princesa nada teria a ver com aquilo.
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  — Bem, nós o aguardaremos voltar . — dissera cortês — Aproveite por nós, já que a mulher pela qual me interessei está pelo caminho.
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  — Do que está falando? — perguntou .
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  — Da donzela garbosa45 tocando a lira na estalagem. — respondeu .
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  — A filha do estalajadeiro.
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  — Como podes saber, que é filha do estalajadeiro, ?
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  — É óbvio. Nós vimos a maneira como o estalajadeiro encarou-lhe ao notá-lo fitando a mulher… — encarou os dois à sua frente, e despediu-se: — Bem, eu tenho que ir. Não podemos demorar à partir.
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  — E eu irei conhecer um pouco mais deste curioso castelo. — disse saindo.
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   notando-se só, partiu em direção ao seu cavalo e decidiu conferir um pouco mais da bela donzela da estalagem. Certamente eles não retornariam ao lugar em seu caminho de volta.
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   caminhava calmo pelos corredores do palácio, com seus olhos atentos a tudo. Sentiu um aroma chamativo e embora, houvesse quebrado seu jejum há pouco, não poderia evitar seguir aquele aroma tão bom. Caminhou entre alguns corredores, e logo ouviu vozes femininas e risadas. Escondeu-se observando um pouco as mulheres na cozinha do palácio:
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  — Eu não posso mais servir a estes senhores!
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  — Ora , contenha-se! Parece que nunca viu cavaleiros no castelo!
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  — E não vi mesmo ! Não como estes.
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  — Certo, se não queres os servir mais, então deixe que Mirian o faça!
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  — Eu adorarei! — Mirian respondeu risonha a passar com uma bacia de água pelas mulheres.
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  — De forma alguma! A princesa delegou tal obrigação a mim, e não posso ir contra uma ordem real. — reclamou .
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  — Oras, então pare de gralhar46 e faça o vosso serviço.
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  — Tu não entendes , pois, há muito fechara vosso coração para os homens e não percebes os quão atraentes são os cavaleiros.
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  — Fechastes o coração e as pernas, !
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  Dissera Mirian gargalhando acompanhada por . que estava escondido a observar conteve uma risada.
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  — Oras, suas atrevidas! Apenas não sou uma depravada como vós.
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  — Claro que não, já tivera um homem em posse de invadi-la. Enquanto nós aguardamos aquele que nos tomará por sua!
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  — Calem-se e vão cuidar de seus afazeres!
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  As duas mulheres saíram pela porta dos fundos, e assim que saíram Lucas surgiu à porta. Carregava um pesado tambor de leite, recém tirado das vacas.
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  — Mamãe, aqui está o leite.
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  — Obrigada meu filho. És mesmo um rapaz digno. Logo, terás boas mulheres interessadas, mas há de me prometer que não encontrarás mulheres depravadas como Mirian e !
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— Depravadas?
  — Ah, esqueça meu filho. — A mãe sorriu beijando o rosto de seu filho e dizendo: — Apenas, lembre-se das palavras de tua mãe no futuro quando fores escolher vossa esposa.
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   sorriu para o filho ainda criança, e afagou seus cabelos. Pegou o tambor de leite e o colocou sobre a mesa.
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  — Com licença?
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  — Oh sim, senhor. O que desejas? — surpreendeu-se ao ver um dos cavaleiros que as moças tanto falavam.
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  — Na verdade, nada. Senti saboroso aroma e o segui.
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  — Ah sim, é apenas um guisado47 que preparo para logo mais.
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  — E este rapaz forte, quem é? — comentou se aproximando em passos silenciosos e um sorriso simpático ao garoto.
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  — Este é Lucas, meu filho. Cumprimente o cavaleiro… — olhou para o homem a espera de uma apresentação.
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  — Sir . — O coreano respondeu.
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  — Sir , meu filho.
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  Lucas o reverenciou com um aceno de cabeça. Em seguida saiu discreto e educado para os fundos do castelo.
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  — Em que posso servi-lo, Sir?
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  — Eu gostaria de um pouco de água, por favor.
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  — Claro, claro…
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   apressou-se em servi-lo. Estava nervosa. Não era comum que entrassem em sua cozinha, menos ainda que ela tivesse qualquer diálogo com visitas ou moradores do castelo. Salvo os momentos em que a própria princesa direcionava-se à cozinha.
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  — Então é de vossa responsabilidade as apetitosas ceias e desjejum que nos serviram?
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  — Sim… — Ela dissera estendendo-o um cálice com água fresca.
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  — Devo parabenizá-la. Tão bela dama e tão abençoadas mãos…
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   sentiu-se um pouco sem graça.
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  — Por favor, não te acanhe. Não foi minha intenção deixá-la constrangida. — pediu ao notar o semblante rubro da mulher.
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  — Claro… — sorriu desviando o olhar para as próprias mãos ao justificar extremamente sem graça: — Apenas não estou acostumada a visitas em minha cozinha, senhor.
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  — Estou a incomodando?
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  — De maneira alguma. O senhor fique à vontade… Eu apenas preciso dar continuidade às minhas tarefas.
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  — Por favor, prossiga… Estou apenas conhecendo o castelo.
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  — Certo… É curioso que queira conhecê-lo. Aposto que já estivera em tantos outros como este. — comentou um pouco mais tranquila, dando-lhe as costas e retomando o seu posto ao fogão de pedra e lenha.
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  — Não são iguais. Nunca são… Há sempre, uma pessoa ou alguma curiosidade para nos surpreender.
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   sentiu-se estranha quando notou a presença próxima demais do homem atrás de si. Ele aproximou-se por trás dela, e tocou-lhe a mão que mexia o guisado. Puxou a colher, pingando um pouco do caldo em sua própria palma, e experimentou o sabor. pode senti-lo invasivo demais, perto demais, e seus corpos próximos demais. Um calor subiu-lhe às pernas e por um momento perdera suas ações.
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  — Está mesmo delicioso.
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   disse deixando ainda mais muda e nervosa.
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  — O-Obrigada Sir.
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  — E o pai de seu filho, o que faz? — Ele perguntou se afastando naturalmente.
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  — Ele faleceu quando o menino tinha um ano. Era um guerreiro do reino.
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  — Lamento.
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   assentiu silenciosa, e afastou-se do fogareiro quando recuperou o domínio de suas pernas. Caminhou até a outra ponta da mesa a fim de pegar os legumes e encarou furtiva e envergonhada, ao homem que a analisava silencioso.
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   sorriu despedindo-se e agradecendo-a pela cordialidade. Ao passar por ela, pegou-lhe a mão e beijou. Logo que ele saiu, voltou a picar os legumes com velocidade e agressividade incomuns a ela.
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←←← ♠ →→→

  A estalagem não era tão distante do palácio quanto parecia na noite anterior. Ou estava ansioso demais para chegar.
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  Assim que avistou o tronco onde amarravam os cavalos, desceu de sua montaria e prendeu firme o animal ali. Entrou à estalagem com cautela. Estava vazia.
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  — Ainda não estamos funcionando.
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  Ouviu uma voz forte, ao mesmo tempo feminina, lhe falar. E lá estava a mulher que tocava Lira.
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  — Perdão, é que sou um estrangeiro e…
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  Ela o olhou com desdém, mas, ao notar sua diferente figura indicou-lhe, com o olhar, uma mesa para que ele sentasse. Ela pegou um caneco que enxugava e o serviu de rum, sem ao menos perguntá-lo o que desejava beber. Olhava-o com curiosidade e desconfiança. Caminhou até a mesa onde ele sentou e o serviu. Em seguida retornou para trás do balcão.
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  — Onde está o estalajadeiro?
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  — Ele chegará logo mais… — Ela dissera para não levantar suspeita.
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   não se continha em manter distância. Pegou seu caneco e caminhou até o balcão, onde sentou-se.
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  — A senhorita toca lindamente.
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  — Obrigada.
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  — E não é muito de falar, não é?
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  — Vi a maneira como olhaste para mim ontem à noite. E se pensa que deixarei meu pai vender-me a vós, tu estás enganado!
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  — Vender-te a mim? — arqueou a sobrancelha com um sorriso duvidoso que expunha as covinhas de seu rosto.
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  Ela percebera então, que o homem estava confuso com o que dissera.
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  — Esqueça!
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  — Qual é a vossa graça, senhorita?
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  A mulher o encarou novamente com desconfiança, mas algo no olhar dele a fazia se sentir bem.
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  — .
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  — É uma grande estima, … — Ele pronunciou o nome dela com um sorriso prazeroso — Eu sou Sir. .
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  — Um cavaleiro?
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  — Sim.
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  — Destes que salvam donzelas em apuros?
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  — Sim. Há alguma donzela que eu deva salvar?
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  Ela desviou-lhe o olhar e retomou suas tarefas. percebeu o quanto ela era arredia, e passou a mão no próprio queixo ao pensar de que forma puxaria algum assunto, para melhor introsar-se com a mulher que tanto lhe chamou a atenção.
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  — … — Ele chamou cauteloso, mas ela não o olhou de volta, então prosseguiu: — Vós mencionaste que o estalajadeiro é o vosso pai?
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  — Sim.
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  — Então meus companheiros tinham razão… Eles acreditaram que fosse o seu pai pela maneira como, ele aparentemente não gostara de me ver lhe admirando ontem.
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  — Duvido muito que não tenha gostado, ele apenas analisava que tipos de bens vós poderiam ter. Se seria o suficiente para mim.
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  — Acaso, tu estás anunciada a ser desposada?
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  — Não.
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  Um silêncio se fez e a mulher saiu de trás do balcão para limpar algumas mesas. aproximou-se dela um tanto aturdido. Havia compreendido a mensagem subliminar nas recentes frases trocadas, mas não queria acreditar, então encorajou-se a perguntá-la:
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  — Está me dizendo que o estalajadeiro aceita honrarias para que os homens se deitem contigo?
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  — O que o senhor cavaleiro faria se essa fosse a verdade? — perguntou de volta, com jocoso tom de ironia em sua voz.
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  — Roubaria-te para mim e jamais nenhum outro tocaria em ti. A não ser aquele que tu der a permissão.
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   o encarou assustada por um momento. E correu até a porta da estalagem, trancando-a com um ferrolho48.
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  — E eu poderia confiar em vós? — Ela perguntou agora em postura totalmente desesperada, como se aquele diante de si fosse a sua esperança que invadiu a porta da estalagem.
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  — Como não confiaria em um homem que está propondo lhe dedicar a própria alma? — respondeu sério, embora, com um sorriso de notório flerte em seu rosto.
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  — Salve-me.
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  Disse ela ansiosa, com olhar aflito para aquele estranho que se parecia tanto com o salvador que ela tanto esperou. Só então, compreendeu que a mulher não estava tentando o assustar. Ela dizia a verdade! Estava sendo abusada em troca de dinheiro e posses. Ela estava lhe implorando ajuda. E ele, tal como o geomsa honroso a quem foi condecorado pela própria rainha, sob o juramento da katana sagrada, não poderia negar um pedido de ajuda. Ainda mais, quando este, provinha dos olhos mais suplicantemente lindos e sedutores que ele já conhecera.
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  — Em breve partirei. Não sei a hora, mas passarei por este caminho entre hoje ou amanhã. Façamos assim… Entrarei para pedir uma bebida, e se acaso vosso pai estiver aqui, antes que eu saia, dê um jeito de ir para fora e esconder-se atrás das pedras na estrada. Quando eu sair, a encontrarei. — falou suspirando passando as costas de seu dedo indicador pela bochecha da mulher: — Se queres ser salva, precisará fugir comigo. É a sua única chance.
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  — Certo! Eu darei um jeito de o encontrar! Ficarei pronta!
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  — Mas, tenho uma pergunta.
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  — Sim?
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  — Por que não fugistes agora, por exemplo? Está sozinha todo este tempo desde que cheguei, e já poderia ter deixado esta estalagem.
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  — Acaso viveis em qual mundo, cavaleiro? Eu sou uma mulher, e por mais asco49 que eu tenha do que me façam aqui… Sabes quantas coisas piores poderiam fazer-me se eu estivesse a vagar sozinha por aí?
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  — Entendo…
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  Eles se olharam cúmplices.
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  — Preciso retornar agora donzela, logo mais virei. Esteja pronta.
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  — Sim!
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  Ele distanciou-se a caminho da porta, e antes que a abrisse escutou o chamar:
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  — Sir ! — Ele encarou-a atencioso a ouvir: — Obrigada. E por favor, não se atrase.
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   apenas assentiu-a e seguiu à galope de volta ao castelo. Pensava na tamanha loucura que se metera. Roubar uma donzela? Ainda que fosse para salvá-la? Uma mulher que avistara somente uma vez? Certamente, pior do que roubá-la seria explicar aos seus companheiros o que estava prestes a fazer.
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←←← ♠ →→→

  Aretusa caminhava curiosa atrás de sua princesa, e aos poucos foi reconhecendo o local para onde iriam.
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  — Senhora! O que faremos na Caverna da Lanterna?
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  — Aretusa, preste atenção. Eu entrarei e tu vigiará a entrada até que surja. Então se esconderá com o balaio e não retornarás à Caverna até que ele saia.
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  — Senhora! Isto é uma loucura!
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  — Acaso está contestando a ordem de vossa senhora?
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  — Não… Jamais, princesa.
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  — Ótimo. Agora, fique aí até que ele surja.
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   ordenou travessa, sorrindo maliciosa e adentrando a caverna rapidamente. Sua dama, no posto em que foi colocada ficou, à espera do cavaleiro, e absolutamente, ansiosa, é claro.
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   havia chegado no lugar onde o bilhete descrevia. Não compreendia por que viera tão distante. Era correto que o assunto no bilhete, se fazia necessário de segredo, mas ainda não entendia porque tão longe do castelo.
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  “Precisamos falar sobre o que tu fizera ontem, cavaleiro”.
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  Cada vez que relia a primeira frase do bilhete, sentia-se imensamente culpado. E apavorava-o a ideia de seu senhor, o príncipe descobrir como seu súdito desejou à sua futura rainha.
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  Ao chegar na entrada da caverna, depois de deparar-se com Aretusa nervosa, apontando-o  que passasse entre os arbustos da entrada, uma escuridão longa se fazia até que ele avistara uma luz. Como se houvesse uma lanterna acesa ao fundo. Seguiu em frente, e quando atravessou a passagem entre as rochas, vislumbrou um límpido lago azul no interior da caverna. E uma fresta no topo dela, que iluminava todo aquele espaço. Era de fato como uma lanterna ao fim da escuridão.
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  — Olá? — Ele chamou e mesmo em tom baixo, podia-se sentir o eco.
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  — Sir .
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  — Princesa ? Onde a senhorita está?
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   caminhava curioso e lento, até o interior da caverna, aproximando-se do lago, mas não havia visto-a ainda.
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  — Tu espionaste-me ontem em um momento do qual eu estava vulnerável.
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   parou de caminhar e falou:
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  — Quanto àquilo, princesa, rezo para que me perdoe! Foi um momento desrespeitoso e do qual não pude dominar os meus atos.
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  — Sabe o que o rei fará se souber disso? Ou pior… O que o seu príncipe fará se souber que olhaste com tamanha cobiça para sua pretendente?
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  — Senhorita… Eu gostaria de me redimir, sem que fossem necessárias intervenções graves.
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  — Certo… O senhor pode se redimir. — falou escondendo um riso entre as mãos. Ela podia vê-lo, mas ele ainda não era capaz de ver ela. A face aturdida do homem a olhar para todos os lados da caverna procurando-a, não foi melhor do que a expressão dele ao ouvir a curiosa ordem dela: — Tire suas vestes, Sir , e entre na água fria.
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  — Um banho gelado? É a maneira como…
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  — Faça o que eu mandei! — disse cortante, o impedindo de continuar.
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   se sentia ridículo, principalmente por conversar com ela sem ver onde ela estava escondendo-se, mas fizera o que aquela princesa fora de si, o pedia. Ou melhor, ordenava. Retirou suas roupas e entrou na água.
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  — Nade até a rocha alta.
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  — Princesa… Onde a senhorita está?
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  — Até a rocha alta, eu disse.
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  Ele fez o que ela ordenou, e ao virar-se pela rocha avistou a imagem da princesa à sua frente. Dentro da água, nua, com os cabelos molhados. E o mesmo olhar e sorriso provocantes da noite anterior.
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   não conseguira dizer nada, apenas observá-la se aproximando de seu corpo nu. Quando percebeu os olhos dela junto aos seus, e os lábios dela tomando os seus, sentiu a mão da princesa sobre seu membro. Estaria sonhando de novo? Não poderia deixar passar a oportunidade de senti-la mais uma vez, ainda que em sonho. Grudou-a sob seu corpo. Enquanto a princesa masturbava-o delicadamente, chupava seus seios tão desejados na noite anterior. Sugava-os com força e os massageava, ouvindo o leve arfar da princesa.
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  As mãos dela movimentavam-se com mais domínio em seu membro. E sentia vontade de cada vez mais afundar-se nela, tocou a entrada dela com delicadeza, e sentiu-se ansiosa. Tomou a boca do cavaleiro na sua à medida que os dois brincavam com seus corpos. Ela foi o empurrando aos poucos até o alto do lago, de modo que ficassem mais próximos da margem, e posicionando-se sobre ele, a princesa não esperou para tocar o membro ereto, forte e alvo50 de com seus lábios macios. O homem gemeu e aquilo fez com que ela o enfiasse cada vez mais para dentro. Lambeu toda a extensão do pênis dele e chupou-lhes os testículos apertando-os delicadamente em sua boca.
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  Ninguém além de Aretusa sabia que a princesa já houvera feito algo parecido antes. sentiu dor, mas uma dor prazerosa. O suficiente para puxá-la pelos cabelos e inverter suas posições. Ele abriu as pernas da princesa com voracidade, e colocou-se a chupar também seu clitóris, e com os dedos invadiu-a ansioso. gemia, arfava e pedia por mais e antes que sentisse-a enfraquecer, posicionou seu membro na entrada dela e a estocou uma única vez. Diretamente, e foi então que a princesa gemeu alto com a dor sentida. Ela era apertada para ele. Mas, quanto mais sentia-a tencionar sob seu pênis, mais o cavaleiro estocava-a fortemente.
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  Ao fim do orgasmo mútuo, o cavaleiro encarou-a com luxúria nunca antes sentida e agarrou-lhe a cintura selando um beijo ardente. , não se opôs ao gesto. Ela correspondeu e sorriu.
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  Só então, no findar de todo aquele tesão selvagem e irracional, é que deu-se conta do que havia acabado de fazer.
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  — Princesa! Por Deus! Não deveríamos…
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  — Tome como uma punição, Sir . — Ela o interrompeu tranaquila, enxergando a culpa no rosto dele — Afinal, tu não devia ter me espionado daquela forma.
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  — Princesa!
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  — ! Entre nós, vou deixar que me chame pelo nome.
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  — Eu prefiro manter a formalidade.
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   o olhou, indignada. Ela estabelecera uma informalidade entre os dois a fim de soar gentil, mas mostrava-se arrependido do que aconteceu, sem ao menos notar que a própria, não se importava nenhum pouco com quaisquer consequências. Não era aceitável que uma princesa fosse rejeitada daquela forma, tampouco suportaria ferida tão grande em seu ego. Principalmente sabendo que ele fizera aquilo com tanto desejo quanto ela.
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  — Como queira. — respondeu séria, modificando sua postura.
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  — Isso tudo foi um completo despautério51! Uma sandice que jamais eu deveria tê-lo cometido! Por céus… O que foi que eu fiz! — saiu da margem do lago, buscando desesperado suas vestes.
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  — Fez o quê queria fazer desde que me viu descomposta em minha janela, cavaleiro. E não o fez sem o meu conssentimento, então deveria ao menos dizer que gostou ao invés de agir como se tivesse desvirginado a própria mãe de Cristo! — , um tanto ultrajada falou certeira e provocante, sentando-se sedutora à margem do lago e o observando.
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  Então ele virou-se de frente para a princesa, tentando redimir-se do ocorrido, ainda nu e com os olhos e sorriso malicioso dela, atentos ao corpo esbelto do cavaleiro.
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  — Como eu dizia… Acredito que meu deslize mereça, de fato, uma punição. Mas, não posso aceitar-te como tal. O que aconteceu aqui fora indecoroso52 e certamente…
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  — Certamente, se o rei souber, o senhor será um cavaleiro morto . Na verdade, são muitos os riscos não é mesmo? Estão envolvidos também a rainha Yang Mi, e o príncipe
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   encarou o cavaleiro com seu olhar vingativo e pronunciou–se em tom ameaçador. Ela deixaria bem claro que não aceitaria desculpas por algo que ela desejara ter e ele também.
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   a olhava atencioso às reações da princesa. Compreendia que ela se sentia ofendida com sua represália ao que ocorrera, mas não poderia afirmar o quão bom fora aquilo. Ele era um cavaleiro real, afinal.
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  — Portanto Sir. , ponha suas vestes, retorne ao seu palácio e não dê nenhum pio sobre o que aconteceu. Pois, já aconteceu. E nada adiantará pedir desculpas por algo que lhe foi ordenado fazer. Tampouco bancar o ofendido, ou o culpado por desejar o corpo da princesa prometida a outro homem e ainda assim, o tê-lo.
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  — Lamento se a ofendi, princesa.
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  — Me ofende em continuar falando e agindo como se tivesse sido torturado a isso. Apenas vista-se e saia. Se preferir, esqueça o que viveu aqui, embora… — o encarou de modo sedutor de novo antes de declarar: — Eu tenha a certeza de que nunca poderá apagar essa lembrança.
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   saiu da água e pôs-se a vestir-se enquanto a princesa, mergulhava tranquilamente pelas águas do lago. Quando ela retornou à superfície, olhou-a envergonhado e pôde ler no reflexo do olhar dela, o quanto ela detestara a expressão dele.
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  Certamente, se antes a princesa nada faria pelo erro do cavaleiro, agora, temia pela vingança de uma mulher com o ego ferido.
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Capítulo VI.
Young Squire

Jovem Escudeiro

  Novamente submergiu a fim de esfriar os ânimos que não apenas sua mente mostrava, quanto Aretusa que surgiu afoita53 pela caverna, com o balaio em mãos. A dama de companhia da princesa avistou-a mergulhando nua e rapidamente pôs o balaio ao chão. Pegou o lençol de banho e a princesa saía de dentro da água, com placidez54 na face. Aretusa a cobriu com o tecido, ajudando-a a se enxugar. Em seguida puxou as roupas de sua princesa e ajudou-a a se vestir. A mulher estava assustada com o que teria acontecido, e ainda mais pela princesa parecer tão feliz.
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  — Princesa?
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  — Hm?
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  — O que acontecera aqui… Não será por demais danoso?
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  — Aretusa. Nada aconteceu aqui, eu apenas vim banhar-me. Entendido?
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  — Claro Senhora!
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  — Aretusa… Tenho-te por amiga durante todos teus anos de servidão. E falarei agora com a minha confidente, não com a serva…
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  — Pois sim, Senhora.
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  — Eu creio estar apaixonada.
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  A princesa girou o corpo para encarar sua serva, que com os olhos arregalados encarava silenciosa à mulher em sua frente. O sorriso desmedido55, e o olhar fulgurante56 da princesa confirmaram o que Aretusa já desconfiara. Não pôde evitar o rubor em sua face.
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  — Oras, não me olhes assim! Foi realmente maravilhoso!
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  — Mas senhora… Ele é um cavaleiro ao qual foi incumbida a missão de…
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  — Pedir minha mão em nome do príncipe a que serve. Eu sei disso, Aretusa. — interrompeu a princesa — E isso só faz com que, a certeza de aceitar a oferta seja maior.
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  — Senhora!?
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  — Jamais poderia me desposar por um cavaleiro, por mais nobre e subserviente57 que fosse. Mas, aceitando a proposta da rainha Yang Mi, eu estaria próxima de Sir. . Convencer o rei a aceitar é que será complicado.
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  — Pronto, Senhora.
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  Aretusa afirmou terminando de pentear os cabelos de sua senhora, que já estava sentada sobre uma pedra há algum tempo. Ambas se dispuseram a voltar ao castelo, e antes de saírem da caverna por completo, a princesa parou o passo, sendo incisiva com sua dama:
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  — Por mais que eu lhe confie… Ordeno que nenhum pio seja dito sobre o que houvera aqui.
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  — Fique tranquila, minha princesa. Eu sou totalmente leal à vossa majestade.
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  — Eu sei disso, e por isso lhe estimo. Agora vamos, demoramos o suficiente.
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  Ao retornarem ao castelo, não avistaram nenhum dos cavaleiros. Eles encontravam-se em seus aposentos. , repousava em sua cama, e já portava suas vestes de partida. Ele repensava o feito daquela manhã.
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  No outro quarto, contava a Taehyung sobre o ocorrido da manhã dele, também.
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  — Estás a cometer um desatino58, !
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  — Dei minha palavra à que a salvaria, Taehyung!
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  — Céus… E depois? O que fará com a moça?
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  — Não pensei no depois. Ao vê-la ali… Tão bela e desesperada…
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  — Sei! — interrompeu bravo, o companheiro: — Agiste com a parte do teu corpo que não raciocina!
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  — De fato! … De uma maneira totalmente desconhecida a mim, perturba meus instintos.
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  — Oras, ! E o que diremos ao ?
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  — A princípio, penso em não dizer nada. Seguiremos o caminho e próximo à taberna do estalajadeiro eu me separarei de vós.
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  — Como quer que eu convença a permitir que prossigamos sem tu?
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  — Se eu soubesse não estaria aqui a pedir-lhe apoio!
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  — É bom que penses bem nisto, : se trouxeres a moça convosco, terás de a desposar. Ou ao invés de salvá-la, a condenará ao próprio infortúnio59!
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  — E quando eu lhe disse que desposar não é o meu desejo?
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  Taehyung olhou ao amigo, de maneira curiosa. Sorriu-lhe e balançando a cabeça negativamente, o disse:
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  — Está louco! — ambos riram entre si.
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  — E tu? O que fizeste toda a manhã?
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  — Vaguei pelo castelo, e arredores. É um reino de fato, admirável. E abundante! Entendo agora as proposições da rainha.
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  — E encontraste alguma dama?
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  — Sim. A cozinheira do rei.
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  — A cozinheira? Ora, ora, Taehyung. Jamais poderia imaginar que as robustas senhoras faziam o vosso gosto.
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  — Robusta… Podemos dizer que sim. De um modo muito positivo, aliás. Já senhora, não. Adulta, porém não tão mais velha que nós.
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  — Então, eu não fora o único a aprontar…
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  — De maneira alguma! É uma mulher respeitável e tem um filho.
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  — Taehyung…! Estás a se meter numa confusão maior que a minha.
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  — É viúva.
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  Antes que pudesse responder qualquer coisa se ouviu um bater à porta do quarto de Taehyung. Eles a abriram, e os dissera que estavam de partida.
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  A princesa, que descia as escadas daquele andar, surgira no fim do corredor no momento em que os três parados à porta falavam em partir.
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  — Os cavaleiros não aguardarão por uma refeição digna na companhia do rei? — os surpreendeu.
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  — Princesa.
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  Os três abaixaram a cabeça em reverência e uma troca discreta de olhares fora notada por Aretusa, entre a princesa e o cavaleiro.
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  — Se for indispensável ao rei que aceitemos o convite, é com prazer que ficaremos. — disse Taehyung.
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  A princesa apenas abaixou a cabeça levemente, em afirmação ao cavaleiro. E silenciosa prosseguiu. Aretusa, tão silenciosa quanto, se pôs a segui-la.
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  — É uma mulher envolvente, a princesa . — dissera .
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  — Com certeza. O príncipe não deixará que outro lhe roube esta chance. — disse Taehyung.
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  — Eu não deixaria. — falou risonho para seus companheiros, mas apenas Taehyung sorriu. ainda encarava o caminho que a mulher havia passado, e os outros dois perceberam: — E você, ?
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  — Hã?
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  — Deixaria passar a oportunidade de ter a princesa como tua? — perguntou Taehyung.
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  — Cuidado com o que dizem. Ela é a prometida de .
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  Assustado, mas contido, encaminhou-se adiante. Os companheiros riam da reação polida do homem que lhes indicava que, não exporia seus pensamentos sórdidos por devido respeito. Por virtuoso cavaleiro que era.
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  A princesa foi ao encontro do rei, e comunicou-lhe que os cavaleiros se preparavam para partir. O rei exigiu que aguardassem a refeição do meio-dia. Logo, Aretusa pusera-se a correr até os cavaleiros para lhes informar. Ela chegou à cozinha e perguntou onde estava a serva dos cavaleiros para as demais serviçais presentes ali.
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  — Eles estão de partida, e pediram que a serva lhes levasse algumas providências para a viagem. — disse Dalila.
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  — Onde estão eles?
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  — Preparando os cavalos.
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  Aretusa seguiu em direção ao pátio dos cavaleiros.
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  — Sir ! Sir !
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  Ela o gritava à medida que se aproximava, apressada ao vê-lo pedindo a um servo que encaminhasse os animais às entradas do castelo. Os três cavaleiros olharam-na confusos e aguardaram em silêncio sua aproximação.
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  — Não podem partir. O rei ordena que tomem a refeição do meio-dia com ele.
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  Eles se olharam e dirigindo-se ao servo, pediu:
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  — Pedirei a alguém que o avise depois para levar os cavalos à entrada, obrigado.
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  O servo saiu e tomando as rédeas dos animais os retornou aos cochos.
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  — Por favor, me acompanhem. — pediu Aretusa.
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  Seguiram ela até o salão de jantar real, onde rei e princesa já estavam à mesa. Ao adentrarem o local, reverenciaram as majestades.
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  — Acaso partiriam com fome? Acaso nosso alimento não é saboroso o suficiente a vós? — perguntou-lhes, brando60, o rei.
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  — De maneira alguma majestade, apenas preparávamos os animais para a partida. A viagem é longa, mas certamente não sairíamos sem as vossas bênçãos.
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  — Sentem-se! E fartem-se.
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  Obedeceram, comeram e em seguida despediram-se.
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  — Majestade, com lustroso brio61 nos despedimos e agradecemos vossa imensurável62 generosidade em nos hospedar.
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  O rei sorriu à :
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  — Aguardo a comitiva da rainha em breve e espero rever tão honrados cavaleiros. , peça à serva que os providencie o que lhes for necessário a um bom retorno.
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  — Já providenciei tudo meu pai. — Ela o respondeu e direcionou-se aos homens: — Vossas providências já foram levadas às vossas montarias. Peçam o que lhes faltar.
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  — Agradecemos, mais uma vez, majestades.
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  Reverenciaram o rei, e a princesa uma última vez. E retiraram-se das presenças reais, sem mais delongas. , friamente observou o cavaleiro partir.
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  Quando subia a seu quarto, o rei que lhe acompanhava em silêncio chamou a filha para um diálogo. Adentraram aos aposentos reais, e posicionou-se até a janela. Do quarto do rei era possível ver a estrada do Sol poente, longínqua e num alto cume. Por ali ela poderia ver os cavaleiros irem embora se permanecesse ao quarto por mais um tempo. Mas, não poderia dar desconfianças ao pai, por isso daria um jeito de manter por perto de outra forma.
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   olhou para seu pai que sentado numa poltrona real, retirou a coroa a colocando na mesa e suspirando profundo, ele sorriu para a filha a observá-la:
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  — É como ver tua mãe a admirar as colinas.
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  — Recordo-me que este era o lugar favorito dela no castelo. E acho que é um pouco meu também… — A princesa sorriu nostálgica pela mãe e encarou a colina discretamente antes de sentar-se à cama do pai e indagá-lo: — Ainda sentes a falta dela como eu, papai?
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  — Para sempre. E a cada vez que se aproximam assuntos de vosso casamento, sinto ainda mais por tu não tê-la aqui, minha filha.
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  — Ela sempre está comigo, pai. Em meu coração.
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  Arthus felicitou-se a ouvir aquilo e ajeitou o corpo, confortavelmente à poltrona indo direto ao assunto:
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  — O que achaste dos cavaleiros de Yeongseo?
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  — Cavaleiros são cavaleiros em qualquer reino… — Ela desdenhou: — E o senhor, papai? Não compreendi ter aceitado a visita de cortejo da rainha.
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  — . Yang Mi é uma rainha muito, muito ardil. Ela pode destruir nosso Império com poucos movimentos quando eu não mais reinar. Eu preciso ouvir o que ela terá a me dizer, mas creio que eu saiba. Por isso, minha filha, gostaria que preparasse-se para a possibilidade de aliançar-nos ao Reino deles, embora eu vá tentar tudo o que puder para isso nunca acontecer.
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   encarou ao pai com extrema curiosidade. Ela não achava que seria fácil convencer ao pai de aceitar o pedido de . Havia algo não dito mesmo entre os dois reinos.
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  — Eu não me importo sobre aceitar o noivo, embora espero que eu possa fazer uma união de amor como fora a do senhor e de mamãe, mas… Papai, por que eu? O senhor ainda pode se casar!
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  — Minha filha, eu já lhe disse, quando sua mãe faleceu eu a prometi que não me casaria novamente, e te faria uma rainha feliz. É por tua felicidade que espero não precisar unir-te a , confie em vosso pai. Tu terá a escolha final sobre quem desposá-la.
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  — Eu sei Papai, e por isso tranquilizo-me. Mas, o que houve entre os reinos para o senhor saber tanto da dinastia , e ainda, desejar não aliançar-nos?
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  — Quando for a melhor hora saberás, mas Yeongseo já foi um reino inimigo ao nosso.
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   sentiu-se ainda mais necessitada em descobrir até onde o caminho em direção ao poderia levá-la.
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Capítulo VII.
Legerdemain

Domínio do Exército

  A tarde punha-se quente e bela por entre as estradas que os distanciava do reino. acenou para Taehyung, num claro sinal de que o momento de raptar havia chegado.
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  — ! — gritara ao cavaleiro mais à frente, e o mesmo o olhou atento, então fora direto: — Preciso parar um momento na taberna da estalagem, mas podem prosseguir que os alcançarei logo.
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  — O que houve?
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  — Creio que precise despedir-se de uma bela citarista63. — defendeu Taehyung.
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  — Podemos aguardar, não é seguro que tu viajes sozinho.
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  — Não , mas eu prefiro que não nos atrasemos.
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   olhou desconfiado para . Taehyung prevendo a complicação, prosseguiu com seu cavalo gritando ao amigo:
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  — Não demore !
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  Logo, o seguiu. aguardou os companheiros afastarem-se minimamente e estudou à sua volta se havia companhia na estrada. Adentrou pelo caminho paralelo que levava à estalagem. Aproximou-se da rocha marcada e apeou seu cavalo.  Caminhou espreito às proximidades da taberna, e observou que o estalajadeiro já estava de volta. O homem que carregava tonéis de fora para dentro da taberna, não o viu se aproximar. Então, o cavaleiro amarrou seu cavalo na entrada da taberna. Quando o dono do local, virou-se para pegar outro barril, deu-se de face com .
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  — Cavaleiro? Em que posso ajudar? — perguntou desconfiado o homem.
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  — O senhor teria rum a me vender para viagem?
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  Passaram um tempo em silêncio. O homem olhava o cavaleiro com dúvida, por estranhar a não presença dos demais.
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  — Entre. — por fim dissera à .
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  Quando adentrou à taberna, avistou escondida, espiando-os de um cômodo atrás do balcão que parecia ser uma espécie de dispensa. A garota arregalou os olhos ao notar ser realmente, e discretamente, ela desaparecera dali. O estalajadeiro serviu um cantil de rum ao cavaleiro e recebeu as moedas de prata. Cordialmente, despediu-se e saiu. O estalajadeiro observou-o sair montando em seu cavalo e calmamente se distanciar. Retornou para seus afazeres, carregando os tonéis de volta à estalagem.
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   aproximava-se da rocha marcada, e quando imaginara que algo havia impedido a moçoila de sair, a avistou correndo apressada em sua direção. Portava uma capa que lhe escondia bem o rosto, sua cítara e um cantil de água amarrado ao corpo. Sem descer de seu cavalo, ele puxou-a pela mão e logo a mulher estava montada junto de si e ambos cavalgavam em direção aos demais cavaleiros.
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   parara de trotar e Taehyung o encarou em dúvida.
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  — está demorando. — disse olhando para trás.
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  — Ele logo estará aqui, . Não há com o quê preocupar-se.
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  — Taehyung, é tão péssimo mentiroso quanto é galanteador. O que ele foi fazer?
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  Taehyung sentia um frio lhe percorrer o corpo.
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  — Creio que despedir-se da moça da estalagem.
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  — Ficaremos aqui até que ele nos alcance. — afirmou descendo de seu cavalo.
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  — Certo… — Taehyung concordou observando a estrada a fim de que estivesse vindo — ?
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  — O que há?
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  — Como foi a tua manhã?
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  Taehyung perguntou sorrindo sugestivo e bebendo um gole de sua água. , embolou-se em como responder àquela pergunta quando avistou aproximar-se cavalgando. E notara a presença de mais alguém no cavalo. Assim que ele emparelhou aos outros dois, pôde ver a moça da estalagem atrás de sobre o equino.
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  — Despedir-se? — olhou aos amigos cúmplices, de maneira reprovadora.
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  — Comprei rum para a viagem! — disse-lhes mostrando o cantil e ignorando a expressão de que montava seu cavalo assim como Taehyung no outro.
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  — E a citarista veio com o rum? — perguntou .
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  — Sei o que estou fazendo, .
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  — É bom mesmo que saiba.
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  — Bem! — disse Taehyung interrompendo as provocações entre os olhares dos dois: — Diante da presença inesperada de nossa convidada, é melhor que nos apressemos. Não é como se não fossem dar falta da bela jovem.
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   deu rédeas ao cavalo pondo-se a cavalgar em corrida pela estrada. Os dois que ficaram para trás se entreolharam e correram também. sabia que não lhe cabia julgar . Afinal, ele mesmo cometera desvario64 muito maior, do que o de raptar uma jovem.
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  Durante grande parte daquele trajeto, se propôs mentalmente a passá-lo calada, respondendo ao que lhe fosse perguntado, mas os homens galopavam incansáveis e apressados a chegar em qualquer destino por ela desconhecido. Quando fizeram a primeira parada para dormirem na estrada, mostrou-se atencioso e preocupado com ela, o que não foi suficiente para ela não perceber que reprovava sua presença ali.
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  Enquanto os cavaleiros deitaram para dormir, ficaria acordado em vigília, e assim revezariam pela noite. estava deitada enrolada em sua capa, próxima à fogueira. Ela ergueu sua cabeça discretamente para olhar os homens, parecia dormir e Taehyung também, já farfalhava a fogueira atiçando mais fogo. Cautelosamente, ela o chamou, e quando a notou acordada ele prestou atenção, ainda sério.
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  — Ele me salvou. Por favor, não o puna.
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  — Salvou-te de quê? Percebes que se ele não mais a quiser, terás um destino muito pior do que o anterior? — perguntou ele.
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  — Não digas o que não sabes. Meu destino anterior era tão horrível que eu não ousaria ser uma mulher só e livre se não pudesse defender-me.
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  — Do que ele salvastes!?
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  — Dos homens que pensam serem as mulheres seus objetos.
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   respondeu brava e virou-se de costas a para dormir.
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  — E se ele tomar-te como objeto dele?
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   perguntou sábio, como se tentasse provar que ela foi imatura em ter seguido com . Mas, era esperta e ele não imaginaria isso.
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  — Primeiramente, cavaleiros tem honra e ele não me tomará como objeto se eu não quiser. Por dois simples motivos: eu sei defender-me como lhe disse, e porque, caro cavaleiro… Donzelas em perigo, para livrar-se do próprio perigo podem ser mais astutas do quê os heróicos homens pensam.
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  — Eu sei. Por isso acho um erro ele tê-la trazido, suas intenções não são ficar com ele. São?
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   também era astuto como ela não imaginou.
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  — Entre ele e eu, não houvera promessas de ficarmos um com o outro. — respondeu — Descanse cavaleiro.
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   sorriu ao notar que teria um grande desafio de conquistar aquela mulher acaso desejasse ficar com ela. E soube no exato momento, pois sorrateiro, ouvia a tudo atentamente. Se fosse aquele um desafio, conquistá-la, as coisas só se tornariam melhores. não gostava de vitórias fáceis.
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Capítulo VIII.
Song of Kings

Canção dos Reis

  A comitiva de Yeongseo pôde ser avistada por Arthus da janela de seu quarto a cruzar o cume poente. Como se estivesse preparando-se para um desafio, ele retomou sua coroa em mãos a vestindo à cabeça. Estufou o peito e pôs-se para fora de seus aposentos. Encontrou-se com Anrão, o mensageiro que já o aguardava na sala do trono.
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  — Receba-os com amizade, e peça ao general Tardif que deixe os homens a postos.
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  Ordenou Arthus, e Anrão saiu. Seu conselheiro, Misaquias, preocupava-se com aquele encontro após tanto tempo.
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  — Majestade, não devemos falar do acordo. Deixe que a rainha Mi fale primeiro. Certamente ela o dirá.
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  — Misaquias, prometa-me cuidar de se eu faltar-lhe.
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  — Majestade, eu prometo, mas o senhor não a faltará hoje por nenhum desvario da rainha, nosso exército não é mais tão fraco. Do contrário ela não estaria aqui pelo interesse que a trouxe.
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  — Preocupa-me apenas faltar à em protegê-la deste casamento.
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  — Faça como lhe aconselhei se necessário for, Majestade.
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  O rei Arthus pôs-se a acariciar a sua barba, pensativo. Teria de contar toda a história passada, a se tudo desse errado. E aquelas memórias do passado o faziam sentir-se culpado em muitos aspectos possíveis!
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  Quando o jovem príncipe Arthus I foi designado a representar o seu reino no Conselho de Paz das províncias Meso-Asiáticas, numa tentativa de propor trégua entre os territórios da Mesopotâmia, sob a dinastia de Nabucodonosor, e os territórios da Ásia sob a dinastia , o príncipe não imaginaria que teria as linhas de seu destino tão entrelaçadas com as linhas de Yang Mi, a terceira princesa na linha sucessória da dinastia .
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  Yang Mi era jovem, bela, de aparência doce, mas gananciosa o suficiente para tentar fazer com que Shun’ya seu irmão mais velho, e Li Chao, seu segundo irmão, não assumissem ao trono. As batalhas de Gangwon precisavam ganhar força e assim, os príncipes não só lutariam, como seriam motivação ao pequeno exército do reino. E aquele acordo de trégua só teria a atrapalhar. Mas, a presença de Arthus I fez com que todos os planos de Yang Mi mudassem, assim que o avistara.
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  A dinastia jamais permitiria quem quer que fosse de seu casto e puro sangue misturar-se aos mesopotâmicos da Babilônia. Entretanto, a dinastia não se importaria de sacrificar a terceira sucessora, numa aliança matrimonial se isso permitisse trégua de guerra e domínios de novos territórios, ao mesmo tempo. Por isso, Yang Mi arquitetou todo o plano de desposar-se com Arthus I, naquele Conselho. Shun’ya ainda poderia assumir a Coroa, mas, Yang Mi queria mais do que ser esposa de Arthus I sendo rainha de Amitísia. Ela queria governar tudo.
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  Por mais que pudesse pensar em formas de depois tomar o trono de sua dinastia, Yang Mi não poderia lutar contra uma aliança já firmada: entre Arthus e a princesa Namira, que futuramente tornaria-se Amitis II. O Conselho de Paz aconteceu, Yang Mi jurou um dia tomar tudo de Arthus, por sua negativa a ela. Mas antes precisaria chegar onde queria. E conseguiu: Shun’ya manipulado pela irmã enviou Li Chao, seu outro irmão que tornou-se general do reino, também por estratégia da caçula, em uma batalha fatal. Armadilha de Yang Mi, assim como o envenenamento progressivo do rei Shun’ya. Sendo a única sucessora, os anciãos dinásticos providenciaram que a Coroa recaísse para Yang Mi, e por isso ela deveria se casar. Assim, ela e seu primo de quarto grau, Eun He, tornaram-se novos imperadores de Gangwon até a morte de Eun, aonde ela pôde finalmente estar onde gostaria.
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  Seus filhos, — , o mais velho e , o caçula — eram os únicos herdeiros de seus feitos, e com bravura, perspicácia e sedução, Yang Mi tornou-se a maior rainha da dinastia, e a primeira a governar sozinha. Depois de tantos anos havia chegado o momento de sua última cartada, aquela que jurara vingança a Arthus.
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  Aretusa adentrou ao quarto de apressada informando a chegada da comitiva. A princesa deixou a escova que usava para pentear os cabelos sob a penteadeira, e se colocou de pé a fim de sair, mas foi interrompida por sua dama.
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  — Senhora, o rei pediu que aguardássemos o chamado para descer à sala do trono.
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   estava eufórica, não para conhecer os reis, mas para ver novamente o rosto de que certamente liderava a comitiva junto aos outros cavaleiros. Ao ouvir a ordem de seu pai, ela retratou confusa:
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  — Por quê? Acaso meu pretendente não chegou!? Devo recebê-lo como a todos os outros, ao lado do rei!
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  — Ainda não cruzaram as entradas do palácio. Senhora, o senhor Misaquias pareceu-me preocupado ao me repassar as ordens do rei, por favor, não desça.
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  Aretusa temia pela impetuosidade de , praticamente a suplicando para não desobedecer. Mas a princesa compreendia que seu pai a estava protegendo. Caminhava de um lado a outro do quarto, pensativa. Arthus estava acuado, sabia disso! O casamento já tardio para uma princesa de vinte e sete anos era por tal razão explicável, mas quando soubera que seu pai apressava-se também por uma aliança segura ao Reino, não acreditava em quaisquer motivos para não ser ele a se casar. Até dias antes, em que o pai a confessara a promessa feita para a mãe de . Logo, compreendia que seria total e inteira responsabilidade sua assumir a Coroa. Sem dúvidas, ela não se opunha a nada daquilo, principalmente por seu pai mostrar-se tão disponível às flexibilidades e mimos de sua princesa. Contudo, aquela postura do rei, de estar acuado diante da rainha oriental era tão curiosa quanto amedrontadora. sabia que deveria temer por um segredo.
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  O som dos cascos dos cavalos batendo ao solo da estrada e o trepidar de sua carruagem, já estava deixando estressado. Por isso, o jovem rapaz abriu a cortina de sua janela. Avistou a mata verde e o rio que corria ao lado, estavam em um lugar muito alto, ele notara. Mas era também um lugar muito lindo por sua natureza. Yang Mi observou o filho entediado suavizar sua expressão sutilmente ao avistar a paisagem, e sorriu. Ele era tão parecido com ela, em sua vida de juventude! E também carregava a seriedade de sua vida adulta. não era de sorrisos, ocultava-os e sorte daqueles que pudessem vê-lo sorrir verdadeiramente. Era como avistar parte dos segredos do céu. A expressão sombria e diabólica do príncipe, quando sorria verdadeiramente transfigurava-se na figura de um Deus. Era perigoso a quem visse, e uma arma poderosa da beleza do príncipe. Tal qual sua mãe. Yang Mi puxou a cortina de sua janela também e soubera onde estava. Observara ao cume da visão do castelo, mas ao contrário de seu filho sua expressão não suavizou. Tão fria como passara a ser por anos, Yang Mi percebeu as suas últimas memórias de ter estado ali tomarem-na os olhos, mas não se abalou. Encarou o castelo ao longe, e puxou seu monóculo para observar melhor, então enxergou ao Arthus. Parado à janela de uma torre observando ao longe, certamente sabia que eram eles. Se não fosse a lupa ela não viria o rei, tampouco saberia de sua presença sutil ali. Yang Mi não sorriu, embora quisesse.
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  — . — chamou o filho que encarou à mãe, com expressão séria e sobrancelha arqueada e a ouviu atento: — Eis vosso futuro castelo.
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   olhou pela janela, deparando-se com uma vista surpreendente do reino. Mas não se abalou, a sua mãe já havia o convencido de que não haveria chances dele desposar outra que não fosse a princesa de Amitísia. Por aquele acordo antigo, ele não esperava ter destino diferente, e exatamente por isso que sua curiosidade e preocupação moravam em como seria a princesa. Seus súditos fiéis e homens leais de sua cavalaria havia o certificado de que a princesa seria uma das mulheres mais belas e envolventes que o príncipe um dia tivera a chance de encontrar. Confiava nas palavras deles, sabia do bom gosto dos cavaleiros , e até mesmo , que pouco dissera-o sobre a princesa. Mas, precisava certificar-se daquilo com os próprios olhos.
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  — Aretusa! — dissera urgente, com o lampejo de ideia que pairou à sua mente ao observar a paisagem pela janela de seu quarto: — Desça! Espreite em torno do conselheiro e do rei, sinto que há algo que eu não possa saber…
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  — Mas princesa…
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  — Ouça tudo! E suba para me alertar, sei que sabes espiar como uma serpente silenciosa!
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   interrompeu a prévia reclamação de Aretusa com os olhos duros e sua ordem. A dama de honra da princesa pôs-se para fora do quarto, puxando as grandes portas com a cabeça baixa, e antes de fechá-las completamente, encarou sua senhora. estava de pé, ereta em sua postura real, de queixo erguido e olhar diretivo à paisagem de seu quarto que não mostrava a estrada inteira de entrada do castelo, apenas parte dela. Seus braços cruzados sob os seios em forma de auto abraço. Aretusa entendia sua princesa em seus gestos todos, estava preocupada, e era bem mais do que uma ansiedade para ver o cavaleiro.
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  Aretusa desceu apressada e silenciosa na direção do salão real. Pôde ver pelas brechas das longas cortinas fechadas, entre um paredão de pedra e outro, que havia uma atmosfera de tensão em torno do rei e do conselheiro, Misaquias.
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  — Uma ratinha a espreitar! — sussurraram em seu ouvido a causando espanto.
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  Aretusa virou-se de imediato e tranquilizou em seguida, ao ver o rosto de Petrus. Um dos guardas reais.
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  — Petrus! Silêncio! Sigo ordens da princesa! — sussurrava ela atenta em não ser vista ou ouvida.
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  — Venha comigo.
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  O homem pegou a mão de Aretusa arrastando-a para o corredor que dava ao salão, por onde antes ela tinha passado. Ali poderiam falar com mais tranquilidade.
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  — Preciso ouvir o que dizem Misaquias e o rei.
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  — A princesa deve ter visto o general Tardif alocar os homens ao redor das torres, não é?
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  — Não sei, mas ela está preocupada Petrus. Também pudera, esta vinda deste pretendente está por demais, misteriosa… Acaso sabes algo?
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  — Que não digas à princesa que fora eu quem lhe contara isto, mas a rainha Yang Mi é inimiga do rei. Recebemos ordens de estarmos atentos a qualquer ataque.
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  — Inimiga? Por quais razões aliançariam então, os reinos neste matrimônio? Céus… o que o rei pretende?
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  — Preciso ir. Devo me pôr a postos da entrada externa ao salão. Espreite na cortina atrás dos tronos, de onde tu sempre espreitas, aliás.
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  — Oras, seu… — Aretusa sorriu vendo Petrus afastar-se.
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  A dama seguiu para o lugar onde melhor poderia escutar: as cortinas atrás dos tronos. Esgueirando-se entre um vão de cortinas abertas nas laterais do salão, e outra fechada, conseguiu chegar ao seu ponto. Observou os corredores e ninguém caminhava por ali.
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  — Misaquias, eu sinto que Mi irá aceitar qualquer das nossas propostas.
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  — Rei, isto é impossível! Ela não entregará Gangwon aos inteiros comandos de ! Isso é o que a fará desistir, sabes que pelo Conselho, temos o reino maior e com maior apoio.
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  — Yang Mi não pretende uma aliança, não é o reino e os territórios de Amitísia que ela quer. É vingança.
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  — Mas, rei… Que tipo de vingança teria em casar os príncipes deixando a ordem dos reinos na mão de ?
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  — A vingança de eu não poder impedir que a única coisa que Amitis temia, que acontecesse.
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  — Há algo ocorrido na última guerra, sobre este momento de que o rei não tenha me contado?
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  — Se der sua última palavra a favor deste matrimônio, eu não poderei impedir, prezo que em minha ausência, sejas tu Misaquias o braço forte de minha filha.
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  — Senhor, a princesa é muito esperta, ela não entregará o reino a Yang Mi, mas precisará saber de todo o passado.
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  — E vós também. Caso seja esta aliança uma realidade, quebrarei os selos secretos sobre a última guerra.
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  Aretusa não pôde mais ouvir nada, Anrão surgiu pelo portal do salão, informando a chegada da comitiva. A dama correu para o quarto da princesa a fim de contar-lhe tudo.
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Capítulo IX.
Road to Camelot

Estrada para Camelot

  — Segredos da última guerra? Pedidos de minha mãe? Vinganças? Ora, ora Aretusa… Meus instintos estavam certos afinal!
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   caminhava ao redor de seu quarto, ainda mais pensativa.
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  — Senhora, em breve a chamarão para descer. Queres que eu faça algo?
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  — Ajude-me a trocar o vestido! Pegue aquele vermelho aveludado.
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  Enquanto a dama de companhia seguia a ordem da princesa, e ajudava-a ao vestir, seguia um raciocínio cauteloso. Iria pedir que Aretusa fosse os seus olhos e seus ouvidos ao redor do rei, quando ela não pudesse estar. E avaliaria as personalidades de seu pretendente e da Rainha Mi. E claro, sorrateiramente, iria ver o cavaleiro pelo qual estava disposta a ser conivente com o matrimônio. Embora soubesse agora, que apenas aceitar o matrimônio por conta de um romance proibido não fosse mais prioridade: havia algo a descobrir com seu pai.
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  Logo que Misaquias pediu a uma serva para chamar a princesa, olhou pela janela de seu aposento real e pôde ver os soldados de seu reino a postos, aos fortes do castelo, observando a entrada do palácio. A princesa observou a comitiva na estrada calçada e apressou-se a descer à companhia de seu pai. Aretusa, tal qual fosse ela a ser desposada, encontrava-se extremamente ansiosa.
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  — Já estão a atravessar as entradas do palácio majestade. – Anrão informou ao rei que estava à sala do trono.
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  Arthus manteve-se calado e apenas acenou com a cabeça. Misaquias observou a expressão do rei, era plácida, mas ele sabia que por dentro da mente de Arthus o passado lhe rondava.
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  — Senhor Misaquias… Majestade… — A voz de a surgir no salão se fez ouvir.
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  Posicionou-se ao lado de seu pai, sentada ao trono, com a mão sobre a dele. Misaquias notou pelo sorriso que o rei dera a filha, que ele faria o que pudesse para protegê-la de Yang Mi. E aquilo era um tanto quanto perturbador ao conselheiro do reino. A princesa observou diretamente a Misaquias após trocar um sorriso com seu pai, e a diretiva de seu olhar indicara ao conselheiro que ela estava atenta aos segredos que aparentemente se colocavam entre ambos.
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  — Meu pai… — A voz dela soou suave, e o rei Arthus a observou atento: — Espero que não demores a situar-me dos perigos ao qual queres me proteger.
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  — Como?
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  — Eu sei ler os vossos olhos papai, mas ainda que não o soubesse, há uma atmosfera densa aqui. Meu sexto sentido me diz.
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  O rei não dissera nada, apenas sorriu e apertou a mão da filha. Novamente voltaram o olhar à frente das portas do salão real, à espera dos visitantes. A comitiva adentrou pelo calçamento do palácio com os cavaleiros à frente. Foram reconhecidos por alguns servos reais e assim que os portões foram abertos, Yang Mi, silenciosa em sua carruagem deixou um sorriso de escárnio lhe tomar a feição. Aspirou profundamente o ar fresco das árvores de mirras do castelo, e tocou a mão de seu filho o encarando já com sua expressão vitoriosa.
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   permaneceu sério, mesmo com o brilho dos olhos de sua mãe. Ele sabia que ela já tinha em sua mente tudo pronto para que o reino de Amitísia fosse dele. Não havia nada a preocupar o príncipe, senão conhecer a sua — para ele, já então — futura rainha. observou cauteloso, com seus pequenos olhos que lhe davam um ar misterioso, aos fortes do castelo. Alguns cavaleiros e soldados se encontravam preparados com arcos e flechas, bestas e até dispostos a alguns canhões.
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  — Creio nunca ter sido recebido de forma a me sentir tão poderoso em reino algum. — pronunciou sério à sua mãe, com curiosidade e certo tom de ironia.
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  A rainha sorriu largamente, e orgulhosa atestou:
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  — Arthus é perspicaz. Não é que nos tema de fato, pois apesar de saber do nosso poder crescente, ele teria a vitória por uma guerra contra nós. Nisso estaríamos em desvantagem.
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  — Então acaso de quê tanta proteção, como se estivéssemos prestes a atacar?
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  — Por que ele sabe que estamos prontos a atacar. Mas, não como pensas, meu filho.
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  — Não deveria eu estar ciente dos vossos planos, minha mãe?
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  — No momento em que tu fores o cavalo deste tabuleiro, saberás. Por enquanto, permaneces como o bispo.
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   suspirou profundamente. Não reclamaria se sua tão manipuladora mãe lhe pudesse contar o que havia acontecido há tanto tempo e o que ela pretendia agora. Contudo, ele nunca poderia controlar por si só às atitudes da rainha, mesmo sendo sua mãe. A carruagem parou, o lacaio desceu abrindo a portinhola e estendendo a mão para que a rainha descesse. Yang Mi saiu primeiramente, com a ajuda do servo e ajeitou suas vestes enquanto descia ao lado dela. À frente deles, os cavaleiros de Yeongseo que haviam acompanhado a comitiva, já estavam enfileirados e prontos para escoltá-los para dentro do castelo. As majestades de Gangwon deram seus passos lado a lado, e seguiram à sua frente, sir e sir e à vossas retaguardas, os cavaleiros, sir e sir .
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  As portas do salão real se abriram, e quando iria levantar-se, seu pai a segurou pela mão indicando-lhe a quebra do protocolo: os receberiam sentados. Aquilo significava para ela que seu pai deixava claro à rainha, o quão não a tinha respeito. A princesa decidiu que ainda naquela noite, descobriria as razões para tudo aquilo. Yang Mi adentrou e sorria ladina, observando com fervor aos olhos cor de mel do rei Arthus. Ele notara o brilho sombrio do olhar da rainha de Gangwon e sentiu o arrepio, que sentia toda vez que a ela, encontrara em sua vida. De cenho discretamente franzido, observava ao embate entre os olhares de seu pai e da rainha coreana, mas logo seu olhar foi magnetizado à presença do cavaleiro que ali reverenciava a ela e seu pai.
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  — Cavaleiros bem vindos novamente. — Arthus pronunciou aos já conhecidos rostos — E rainha Yang Mi, bem vinda ao meu reino. O reino de Amitísia.
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  — Rei Arthus… — A voz doce e o sorriso simpático, para logo lhe soaram como verdadeiramente eram: falsos — É uma honra poder estar em terras tão belas! Já faz algum tempo desde que não sentia o frescor da mirra Ocidental!
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  Silenciosamente, Arthus ergueu-se e deu a mão à vossa filha para que ficassem de pé, e não respondeu ao cumprimento da rainha, apenas apresentou sua princesa:
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  — Esta é , princesa de Amitísia e minha estimada e preciosa filha.
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  A princesa reverenciou séria, mas educada à presença da outra majestade. Yang Mi aproximou-se um pouco dela, e — como pedia a educação real — com a aproximação de outra majestade, também foi de encontro à rainha. Yang Mi observou minuciosamente ao rosto de , e sentiu-se invejada por um breve momento. Mas logo, seu sorriso emoldurou-se novamente em seu rosto e ela tocou com ternura às mãos da princesa dizendo:
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  — Muito bela. Tal qual vossa mãe… É como se eu pudesse ver a própria Amitis em minha frente.
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  — A rainha foi amiga de minha mãe? — perguntou direta .
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  — Não. Nem um pouco amiga.
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  O tom de voz tão direto quanto o dela, logo anunciara para a princesa o tão dito “ardil” de Yang Mi, que seu pai e os cavaleiros haviam dito tempos atrás. E cautelosa, Yang Mi, logo se pôs a amansar sua voz e num breve sorriso explicar:
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  — Não poderíamos ser amigas, nossos reinos eram inimigos até um pouco antes de vossa mãe falecer, princesa.
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   sorriu falsamente, e deu às ordens para que aquela situação fosse o quanto antes, dispersada.
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  — Aretusa! — chamou a princesa com altivez educada em sua voz, e a dama logo se apresentou próxima reverenciando a todos os presentes: — Como da outra vez, peça a que se apresente aos cavaleiros de Yeongseo e os guie aos aposentos.
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  — Claro. Com vossa licença, majestades.
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  — A rainha deseja se encaminhar aos vossos aposentos? — perguntou esquecendo-se do principal: seu suposto noivo.
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  — Oras Arthus! — Yang Mi bradou em postura excêntrica e riu divertida antes de dizer: — Tens uma princesa tão dedicada e pronta à coroa, que tua atenção como anfitriã é impecável ao ponto de mal importar-se em conhecer aquele que a pretende desposar! Será uma rainha forte, .
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  — Não tenho dúvida majestade, agradeço aos elogios.
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  — Pois bem Yang Mi… Apresente-nos ao candidato. — Arthus falou descendo do trono em direção às duas mulheres, mas já atento ao rapaz que ali permanecia observando a tudo com seriedade.
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  — . — Yang Mi apenas o chamou.
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  O jovem aproximou-se com postura principesca e nenhuma alteração nas expressões de seu rosto. O rei Arthus enxergou em exatamente as mesmas características de Yang Mi quando jovem, contudo, ele poderia assegurar que o brilho nos olhos baixos do rapaz era bem mais sereno do que os da mãe. Quase… Preguiçosos. A aura de para Arthus soava muito melhor e mais branda do que a de Yang Mi.
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   encarou diretamente ao príncipe, que sorriu de lado, discreto, assim que percebeu o quanto a princesa era petulante. Nunca havia sido encarado por igual daquela forma, e não poderia reclamar de nada que estava notando nela: nem o rosto, nem a personalidade e nem seus atributos físicos. Era perfeita para ele. Podia assentir. reverenciou primeiramente ao rei, que lhe direcionou o olhar de pai zeloso em proteger a filha, com certa desconfiança. E em seguida reverenciou e pegou à mão da princesa, beijando-a.
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  — É de grandiosa estima conhecê-los e sinto-me honrado por visitar tão vasto reino. — Aquelas foram as únicas palavras pronunciadas por ele.
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  Pelo menos até que o jantar lhes tenha reunido à mesa com conversas curiosas sobre suas personalidades e curiosidades, e após o jantar, quando Arthus sugeriu que a princesa apresentasse ao seu pretendente o castelo. Aretusa é claro, acompanhando à certa distância ambas a majestade. E assim, Yang Mi e Arthus puderam reunir-se à sala real para terem a conversa que apenas os dois sabiam que teriam. Misaquias aguardava preocupado ao momento em que Arthus o solicitaria.
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♦ Na Sala Real ♦

  — Conseguiste reinar muito bem sem sua amada rainha, Arthus.
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  — Tal como vós, em seu pequeno reino.
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  — Ainda desdenhas de minha Yeongseo… — Ela balbuciou sarcástica andando em círculos no ambiente.
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  Arthus permanecia parado ao lado da porta que dava acesso aos jardins laterais. Observava Yang Mi mover-se como uma serpente.
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  — Não desdenho de reino algum, tenho respeito por todos, e não minto ao pronunciar-me. Vosso pequeno reino não pode se comparar a vastidão do meu, por acaso não foi esta a vossa justificativa anos atrás, quando sorrateiramente empunhou-me uma espada imaginária?
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  — Arthus… — Ela murmurou irônica e nostálgica — Nunca irás perdoar a minha inteligência estratégica? Por favor… Estou aqui a propor a nossa tão esperada aliança! Não somos mais inimigos… Não foram estas as palavras da vossa amada antes da morte?
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  — Ousas falar da minha rainha? Recolha-se em sua rejeição Yang Mi. Eu não estou totalmente de acordo com o quê pretendes. Tenho condições.
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  — Já as conheço todas. Não pretendo que meu filho preocupe-se com o trabalho pesado de um reinado, vossa filha terá autonomia para liderar Amitísia.
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  — Como posso ter confiança em vossas… Astuciosas palavras?
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  — Eu não sou uma rainha que falta com sua palavra, deverias saber Arthus! — Yang Mi zombou.
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  Arthus então sorriu astucioso também e gritou por Misaquias, que logo adentrou em reverência.
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  — Apresente à rainha Yang Mi as proposições do Conselho.
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  — Já as conheço. — Ela desdenhou.
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  Misaquias olhou para o rei e o mesmo lhe fez um sinal com o olhar para que pudesse insistir.
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  — Perdoe-me majestade, mas estas são as novas proposições do Conselho.
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  — Novas? — O olhar de Yang Mi estava um tanto quanto surpreso.
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  A rainha puxou o pergaminho das mãos do conselheiro de Amitísia e leu-as. Mal pôde acreditar o quanto o Conselho dava agora vantagem ao reino de Arthus. Mas, não era como se ela não esperasse por tal retaliação. Anos atrás, em meio à Guerra, Yang Mi conseguira atingir ao reino babilônico, mas sabia que haveria possibilidade de em todos aqueles anos, Arthus reagir junto ao Conselho Geral Meso-Asiático.
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  — Pois bem… Então, a última palavra é a dela. Aposto que isso foi desejo de sua querida rainha…
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  — Eu a disse que faria a vontade de Amitis mesmo após sua morte.
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  — Tudo bem. Tenho certeza que irá gostar de e aceitá-lo. E quanto à governança total de vossa princesa… Podemos atribuir a ela tal poder em Gangwon, após a minha morte. — enfatizou e esbravejou em tom duro: — Eu ainda sou rainha da minha província, Arthus!
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  — Ao momento que o sucessor da Coroa se matrimonia, a ele são dados os poderes de todos seus reinos. deverá governar pela ordem natural, mas como pôde ler Yang Mi, o Conselho apoia que seja rainha onipotente de nossas terras, já que nossos domínios foram muito maiores ao longo dos anos. E claro… Por vosso histórico de… Inimizades aos meus aliados, não é mesmo?
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  Arthus não poderia sentir-se mais feliz ao notar que a presunção com a qual a rainha ali chegara estava caída por terra. Yang Mi nunca esperou que fosse ser traída por aqueles que a ela se aliaram contra Arthus na última guerra. É claro que ela armara tudo aquilo, mas imaginava que o Conselho honraria o primeiro acordo, e não fora o que aconteceu. Amitísia tinha muitos mais aliados do que Yeongseo.
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  — O que há Yang Mi? Acaso, queres retirar a proposição de vosso filho a desposar ?
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  — Não sorria como se houvesse vencido Arthus… Eu nunca desisto do que quero, e neste momento, o que mais quero é fazer de vossa preciosa filha… — Ela retesou a fala.
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  Estava começando a descontrolar-se em sua raiva e inveja, e os olhares atentos de Arthus e seu conselheiro a tentar captar as verdadeiras intenções dela, logo a despertaram ao próprio tom.
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  — É fazer de vossa preciosa filha, a minha querida filha também.
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  A rainha pronunciou e pediu a licença para se recolher aos seus aposentos.
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Capítulo X.
Beauty of Dawn

Beleza do Amanhecer

  Colibris de uma distante terra que foram dados como presentes aos jardins do castelo, revoavam entre as grandiosas árvores perfumadas de mirra, e de outras flores. Ressoavam uma melodia tranquila em seu canto e sentia como se nunca mais, aquela canção mais lhe soaria como antes. Não depois da chegada dos reis de Gangwon. Apesar da companhia de não lhe causar nenhum tipo de repulsa, mas até curiosidade por seus trejeitos misteriosamente polidos, era a presença da rainha Yang Mi que lhe trazia à tona aquele sentimento: o sentimento de alguém que vê se aproximar a tempestade, sem saber se o abrigo que tem é seguro o suficiente.
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   caminhava ao seu lado, silencioso e contemplativo aos jardins. Eram belos, sem dúvida. Ouvira a história dos jardins suspensos da Babilônia terem sido erguidos para o bel-prazer dos antepassados de , e a própria princesa acabara de lhe dizer que a procedência da maioria das plantas ali, provinham de lá. E também, de presentes de outros reinos.
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  , assim como , não era de falas desnecessárias e aquilo o cativou. Estava farto das princesas que houvera conhecido antes, todas falantes e pouco autênticas. Mas, com a princesa de Amitísia não. Em poucas horas desde que ali chegou, observou-a educadamente lidar com a rainha Yang Mi por igual, assim como com ele. Indagava-se se ela estaria agindo daquela maneira contida e legante por ser ele e desejar sobressair-se ou, pelo tal segredo que ele sabia existir e desconhecia a forma.
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  — Por que queres casar-se comigo? — perguntou-o direta enquanto eles caminhavam pelos jardins depois de longo silêncio.
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   sorriu ladino, quase imperceptivelmente, e encarou com baixos olhares à princesa ao seu lado perguntando-a:
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  — E por que não casar-me?
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   ponderou sobre a resposta. Ele não parecia conhecer a raiz de tudo aquilo.
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  — É próprio pelas atitudes de sua mãe que é desejo dela esta união, mas… Acaso tens o direito de manifestar-se? Ou é refém das decisões dela?
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  — Por que me ataca? Mal nos conhecemos, princesa. — Ele perguntou agora parando de andar e se prostrando erguido e meticuloso à frente dela — Não és tu também fiel às obrigações do teu reino?
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  — Em meu reino… — olhou-o com expressão de deboche, um sorriso de vitória e proferiu: — A minha voz equipara-se à voz do rei quando assim convém. E no caso deste matrimônio, príncipe … A minha voz tem grande peso. E a vossa?
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  — Abdico de gastar o meu vocábulo naquilo que está selado e decidido antes mesmo da vossa majestade nascer. É perda de tempo quando o destino já está posto. — disse tão certeiro quanto ela.
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  Entretanto revelaram-se desconhecidos fatos: ele não sabia da importância da decisão dela naquela união, uma vez que a mãe o garantiu ser aquele matrimônio algo acordado há anos. E ela não sabia, que estava prometida àquilo, como ele dissera: antes mesmo dela nascer. suspirou observando o olhar especulativo que lhe lançara e virou-se dando as costas à ela e seguindo pela caminhada que faziam.
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   se manteve alguns minutos parada a encarar as costas um pouco encurvadas do príncipe. Para um príncipe, aliás, ele se movimentava de um modo tão despojado quanto um plebeu vez ou outra. Naquele momento, por exemplo.
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  Aretusa seguia atrás dos dois com um pouco de distância e ao notar que a princesa ficou para trás, aproximou-se preocupada.
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  — Majestade?
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  — Aretusa. Retorne ao castelo, por favor. — pensativa ordenava sem tirar os olhos dos movimentos do príncipe: — Tente ouvir algo em torno de meu pai e da rainha.
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  — Mas senhora… — Aretusa iria contrapor quando o olhar firme de a fizera desistir — Como queira princesa.
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   observou por sobre o próprio ombro a direção que a serva tomava, e quando desviou brevemente os olhos para um dos arbustos do lugar, pôde dar de cara com o cavaleiro os espiando. Ela lhe lançou um sorriso de sarcasmo, um sorriso incompleto, mas que ele entenderia tratar-se de uma zombaria. E tão cruel quanto o sorriso foi o seu olhar cheio de uma não esquecida raiva pela rejeição que ele a fizera.
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   observou a princesa parada a fitar o nada e logo atrás dela a serva que antes os acompanhava distanciando-se cada vez mais. Olhou ao redor tão discreto como ele o sabia ser, e percebeu seu cavaleiro ocultado entre folhagens de um arbusto, com a expressão séria. sempre era o mais sério, sem perder a doçura de sua face. o encarava e em silêncio enxergou que a princesa parecia intimidar o homem.
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  Então era do feitio dela tentar soar intimidadora ao sexo oposto? Sem muito o que analisar da cena, ele retornou a caminhar para perto dela, e percebendo, sem muito disfarçar para o quê ou quem encarava direcionou seus olhos ao príncipe .
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  — Aonde foi a serva? — Ele perguntou indicando com seus olhos entediados o portão dos jardins.
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  — Preparar-me um banho. Podemos retornar, ou há algo mais que queiras conhecer no castelo, príncipe?
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  — Nada que eu não vá ter toda a vida para conhecer. — respondeu ele indiferente e gentilmente estendendo o braço para a princesa.
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  Gentilmente, mas sem o parecer por sua face. tinha de confessar: era o príncipe mais excêntrico, curiosamente misterioso, e com uma beleza original a lhe surgir ali em interesse.
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  Sentia que com ele, ela estava falando de igual para igual sem que parecesse ofendê-lo, ou sem que tivesse de disfarçar que as suas intenções eram de atrevimento. Ou como diria Arthus, seu pai… Impetuosidade. Ela aceitou o braço que ele lhe ofereceu e pondo sua mão ali, como o primeiro contato entre seus corpos, ela o guiou em companhia de volta ao castelo.
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   observava à cena fingindo que não havia abalado-se pelos olhares dela ao lhe descobrir, ou mesmo pelo modo como os dois príncipes pareciam se entender. Havia cometido um grande desatino ao deitar-se com a princesa, mas não poderia negar: se pudesse faria novamente.
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  Algo nas memórias daquela manhã passada tempos atrás, e no modo como o olhar da princesa lhe caía sedutor em todos os momentos, impediam que pudesse esquecê-la. O cavaleiro mais correto e fiel ao novo reinado de Gangwon, vivenciava o grande dilema de não saber quanto tempo poderia ser leal ao futuro rei, na presença tão sinuosa da futura rainha.
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♣ Há mais anos atrás.
Última guerra dos reinos Meso-Asiáticos ♣

  A chuva forte que recaía sobre as pedras de um reino que ainda revelava um pouco de destruição parecia querer lavar a alma dos Amitísios. Houveram baixas, perdas estimadas pelo rei entre seus soldados, cavaleiros, súditos leais. Mas nenhuma seria tão cruel e pesarosa quanto à morte de Amitis. Naquela noite, os cavalos estavam agitados por quaisquer partes dos reinos próximos que lhes fossem postos a galopar. As chamas de várias flechas flamejantes dos ataques já não resistiam à chuva. O cheiro do sangue se misturava ao cheiro de terra molhada. Não se viam pessoas pelos campos mais devastados, e muito menos pelos vilarejos. As pessoas todas, camponeses, súditos, guerreiros, todos estavam envoltos pela atmosfera do luto. Mas no castelo de Arthus, um lampejo de vida se fazia presente para combater àquela vitória do reino tão marcada de mortes, principalmente inimigas. Amitis dava à luz.
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  Arthus estava cansado da batalha, mas ao chegar ao castelo e lhe avisarem que a rainha havia entrado em trabalho de parto, suas energias renovaram-se. Pôs-se aos aposentos reais, para aguardar à porta já que sabia que não poderia entrar. E ali no corredor encontrou sua filha , que ao vê-lo correu até seu pai o abraçando. Do lado de fora do castelo, a guerra retornava. Ou melhor, o inimigo. Sendo carregada em sua carruagem que sacolejava irritantemente, Yang Mi e a frota de aliados que havia conseguido para seu reino naquela batalha, adentravam ao reino de Arthus. Sem poder ficar no corredor de seus aposentos ao lado da filha a esperar o nascimento do novo herdeiro ou herdeira, Arthus pôs-se de volta ao salão do trono. Martin, segundo conselheiro-mor de seu pai, junto ao primeiro, Misaquias, lhe havia surgido informando a nova invasão inimiga.
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  Quando pensaram em impedir, já era tarde. Yang Mi surgia tempestiva e ensanguentada pela sala do trono de Arthus. As vestes completamente cheias de sangue deixaram o rei um tanto quanto assustado, principalmente pelo estado de gravidez da rainha inimiga à sua frente. Ela aproximou-se de Arthus e seus conselheiros, com a tropa de outros representantes reais atrás de si.
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  — Como repararás Arthus?! — gritou — Como irás reparar a morte de meu marido?
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  — Yang Mi, numa guerra… Todos sabemos o que pode acontecer. Lamento que Eun tenha perdido a vida por se tornar inimigo do meu reino.
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  — É isso o que fazes, Arthus! Domina o Conselho, convence os pequenos reinos de que estarão sob tua proteção, mas devasta a todos na guerra! — Yang Mi bradou num tom dramático, como se ela não fosse a inimiga dele, e levando a todos os outros representantes reais presentes, a crerem nela.
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  — Não sejas ardilosa Yang Mi! Acaso não prostrou-se ao fronte de batalha inimigo contra nós? — Arthus aproximou-se da rainha suficientemente possível de olhar em seus olhos e em seguida direcionou-se aos outros: — Amirah, Nicolau, Bartolomeu… Acaso não são aliados de Amitísia? Por que sois ingênuos ao ponto de enrredarem-se às mentiras de Yang Mi?! Acaso faltei-lhes com minhas promessas?
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  Arthus estava extremamente chateado, sentia-se traído. Os demais representantes argumentaram. Disseram sentir-se tão traídos quanto ele quando o reino de Amitísia apesar de destruído pela guerra, ainda mantinha-se firme enquanto os pequenos reinos deles estavam devastados. Arthus garantiu-lhes a proteção e apoio, mas os outros sentiam-se assustados. Entre os oito representantes reais ali, os que eram mais influentes a convencerem os outros, eram os reis Amirah, Nicolau e Bartolomeu. Eles poderiam ser porta-vozes dos outros cinco príncipes que ali estiveram. Mas, Yang Mi conseguiu plantar a discórdia.
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  Um grito estridente ouviu-se ressoar ao longe, e Arthus surpreso olhou para a direção onde seus aposentos davam. Amitis estava dando a luz a mais um herdeiro, e eis que ele não poderia estar ao lado dela. Yang Mi percebeu que se tratava do nascimento, e levou a mão à sua própria barriga que não faltaria muito a nascer também e direcionou dura a Arthus:
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  — Daqui cinco dias retornaremos para um Conselho urgente! Ou declararemos guerra eterna entre nós ou nos aliançamos. Uma coisa pode saber Arthus: eu, Yang Mi, rainha de toda a província de Yeongseo, não permitirei perder para vós, nunca mais!
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  — Desfaça teu ódio Yang Mi. A vós sempre fora mais proveitoso ser minha aliada, mas tu vestiu o manto da vingança por não lidar com a minha rejeição.
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  — Tu não é tudo isto que pensa, Arthus. — Ela zombou, olhou para seu ventre e dramática dissera alto para que todos ouvissem: — Vá para Amitis! Sua rainha está dando a luz, e eu… Tenho agora um funeral do meu rei para organizar. Deixaste meus filhos órfãos Arthus, e deverás cumprir com tal responsabilidade.
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  Ela vociferou e deu às costas para o rei saindo pelas grandes portas. Um sorrisinho de satisfação por seus planos seguirem como planejara, disfarçadamente, pôs-se ao rosto dela enquanto a mulher se afastava de todos os demais presentes.
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  — Não caiam na lábia de Yang Mi. Ela é uma serpente capaz de sacrificar ao próprio filho para não perder o poder. — Arthus avisou aos presentes.
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  — Em cinco dias nos veremos novamente Arthus. Espero que o Conselho possa dar fim às vossas desavenças e obrigá-lo a cumprir tua palavra com nossas pequenas províncias.
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  Bartolomeu falou e estendeu a mão para Arthus.
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  Apesar das diferenças políticas tinha de admitir: Arthus era um excelente rei, e nunca deixara de ajudá-los. Pode ser que aquela guerra tenha sido uma infeliz fatalidade no curso de seus passos. Ele não poderia mesmo salvar a si, e a todos. Aquela era a esperança de Arthus: o lampejo da sabedoria de Bartolomeu, que tal qual seu pai era um rei devotado aos súditos e aliados.
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  Quando Arthus retornou aos seus aposentos, a rainha havia dado a luz a um menino. Rapidamente a felicidade tomou sua face e aquela névoa deixada pela presença de Yang Mi dissipou-se. Sua filha estava ao lado de sua mãe, sorridente com o irmãozinho. As servas ainda limpando a tudo, mas Arthus notara que Amitis estava fraca. A parteira real aproximou-se dele com semblante preocupado.
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  — Meu caro rei… Temo pela saúde da rainha. Ela foi muito forte para dar a luz ao herdeiro, e está fraca. É melhor que chames aos físicos65.
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  — Providencie isto. Ela… — ponderou o rei: — Ela sobreviverá?
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  A parteira olhou delicadamente e disfarçada para a rainha que parecia agora ter caído em sono e sem muitos rodeios dissera ao rei:
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  — Somente eles dirão. Estamos fazendo o possível para impedir que ela continue a sangrar.
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  O rei sentiu um nó em sua garganta. Imediatamente chamou as servas ordenando-as que enviassem homens atrás dos físicos. Recebeu os cumprimentos por seu herdeiro e deitou-se ao lado da esposa e dos filhos. sorria ingênua, deslumbrada com o bebê ao moisés66 disposto ao lado da cama.
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  — Como ele se chamará papai?
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  — Seth Arthus II.
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  — É um belo nome. — A menina falou e logo sorriu acompanhada pela dama de companhia de sua mãe.
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  Arthus temia não conseguir salvar à rainha.
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Continua

Glossário

1 Toalhete: Toalha pequena.
2 Sálvia: Planta aromática, utilizada por algumas civilizações para amenizar o mau-hálito.
3 Biombo: Tabique móvel que resguarda parte de uma habitação.
4 Intrépida: Que não tem medo = audaz, corajoso, resoluto.
5 Lânguida: Desfalecido, abatido, frouxo.
6 Subterfúgio: Meio artificioso ou sutil que se emprega para sair de dificuldades. = evasiva.
7 Bradar: Dizer ou reclamar com brados, berros.
8 Rouge: Cosmético, geralmente avermelhado, destinado a dar cor às maçãs do rosto = Blush
9 Geomsa: Os Geomsa eram cavaleiros que serviam ao rei e à nação, enquanto os Gibanggwan eram cavaleiros que serviam como guarda-costas de oficiais de alto escalão.
10 Celeridade: Qualidade do que é célere, rápido. = agilidade, presteza, rapidez, velocidade.
11 Abismal: Referente a abismo.
12 Cume: Alto ou topo de uma montanha.
13 Cascalhosa: Referente a cascalhos, pedregosa.
14 Estalagem: Pousada, albergaria, hospedaria. Casa humilde onde se alojam muitas pessoas de baixa condição social.
15 Cocho: Espécie de vasilha onde se coloca água para o gado.
16 Lira: Instrumento de cordas dedilhado na antiguidade.
17 Estalajadeiro: Aquele que tem ou administra uma estalagem.
18 Bem Haja: interjeição antiga como se dissessem “Graças a Deus”.
19 Refrigério: Alívio, conforto, consolo.
20 Miscelânea: confusão, variedade.
21 Cançoneta: pequena canção.
22 Fulgor: brilho intenso, energia, expressão.
23 Afinco: Insistência em que há perseverança e tenacidade.
24 Tenacidade: Apego obstinado a algo, grande persistência.
25 Honorífica: Que honra; que torna distinto ou presta homenagem.
26 Conselho: Corpo deliberativo superior, reunião entre um grupo consultivo de hierarquia administrativa.
27 Límpido: Que apresenta clareza, limpeza, reflete luz.
28 Furtiva: Feito de forma oculta.
29 Longínquos: Que está demasiadamente distante.
30 Pernoitar: Passar a noite em algum lugar, dormir.
31 Meneio: Aceno.
32 Suntuosa: Que é de um luxo extremo.
33 Abóbada celeste: Céu, firmamento.
34 Prescrutar: Observar
35 Voluptuoso: Dotado de volúpia.
36 Nádegas: Bumbum.
37 Promíscuos: Que é obsceno.
38 Torpor: Inação de espírito. Estado tórpido de alguma parte do corpo.
39 Ávido: Que não se farta, insaciável, que tem avidez.
40 Ósculo: Beijo.
41 Doidivanas: Extravagante, perdulário. Nome pejorativo dado para mulheres que se prostituiam ou eram libertinas.
42 Pervertidas: Corrompido, depravado, imoral.
43 Descabida: Inoportuna.
44 Balneário: Relativo a banho
45 Garbosa: Elegante, qualidade do que é charmoso, belo.
46 Gralhar: O som do grasnado de uma gralha, no sentido figurado utilizado = gritar, berrar, falar muito.
47 Guisado: Prato que consiste em alimentos, geralmente carne, peixe ou legumes, cozinhados em recipiente fechado, com alguma gordura e pouco líquido, em fogo brando.
48 Ferrolho: Ferro corrediço que se fecham portas, janelas.
49 Asco: Nojo, repulsa.
50 Alvo: De um branco reluzente.
51 Despautério: Grande disparate, tolice de marca maior.
52 Indecoroso: Indecente, vergonhoso, obsceno, escandaloso.
53 Afoita: Arrojo, ânimo.
54 Placidez: Sossego, tranquilidade, serenidade.
55 Desmedido: Que excede as medidas, excessivo, enorme.
56 Fulgurante: Que fulgura. = Brilhante.
57 Subserviente: Que se presta servilmente às vontades de alguém.
58 Desatino: Desvario, falta de tino.
59 Infortúnio: Sofrimento, azar.
60 Brando: Suave, fraco, pouco enérgico.
61 Brio: Sentimento que induz a cumprir o dever ou a fazer algo com perfeição ou sentido de responsabilidade.
62 Imensurável: Que não se pode medir.
63 Citarista/Lirista: tocadora do instrumento chamado Cítara ou Lira.
64 Desvario: Grande disparate, ato de loucura.
65 Os físicos era como chamavam aqueles homens que detinham maior conhecimento acerca do corpo humano. Não havia posto ainda o conceito da medicina moderna, e aqueles que cumpriam ao papel de “médicos” na Idade Média, assim eram chamados.
66 Moisés é o nome dado ao cesto que equiparava-se a um berço, antigamente, e ficava ao lado da cama da mãe
67 Ignóbil: Que causa repugnância, especialmente se for estética. Referindo-se a uma pessoa, que tem pouco caráter ou comportamento baixo.
68 Noona: pronome coreano para indicar uma mulher próxima (amiga ou irmã) mais velha que um homem.
69 Ommoni: Escrita completa de “mãe” em coreano. Também há a variação “Omma”. É como “mamãe” e “mãe”.
70 Vitrais: na história, nome dado aos óculos no tempo antigo.
71Unguento: Gordura misturada com perfumes especiais que lhe dão características muito desejáveis. Na Bíblia, era utilizado para ungir os pés dos hóspedes, simbolizando a alegria pela chegada daquele hóspede, e desejando-lhe boas vindas. Também é mencionada como um preparo de pomadas para feridas, feitas na mistura de ervas, gorduras ou ceras, por povos antigos.
72 Vassalos: aquele que é súdito muito devotado de um soberano
73 Tenro: em sentido figurado, delicado, suave ou mimoso.
74 Teso: que se inteiriçou; hirto, imóvel, tenso.
75 Desposo: Tomar (a alguém) para consorte, Ajustar casamento, Casar-se.
76 Pajear: cuidar de, vigiar.

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Livia
Livia
3 meses atrás

Eu to enlouquecida!!!! Li tudo de uma vez, estou ansiosa para os próximos capítulos


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