Capítulo 1 — I Got A Crush On You
— Você acha que os membros voltam amanhã?
null soltou um suspiro pesado, observando os alunos completamente exaustos e quase sem vida saírem pela porta da sala de ensaio. O clube de dança sempre foi conhecido por ganhar diversos concursos ao longo dos anos, além de serem um dos mais rigorosos por conta desse mesmo motivo – perdendo talvez para o de
cheerleader. Por conta de seu status, a procura para ingressar nele era alta, no entanto, muitos não passavam da primeira semana, alegando que a demanda era grande e os treinos
muito intensos.
Como toda atividade extracurricular, havia alguns integrantes que entravam na categoria “semi fantasma”, ou seja, eram aqueles que precisavam das horas extras e só apareciam nos dias de competição e espetáculos, cuidando da parte do
backstage e de outras necessidades do time. Para null e null – líder e vice-líder, respectivamente – ter membros assim não incomodava, afinal, eles podiam focar totalmente nos ensaios e aulas enquanto os outros se preocupavam com os bastidores, tirando um “peso” do ombro de ambos, no entanto, os que escolhiam fazer parte do clube para dançar de fato, tinham que lidar com os dois professores não pegavam leve.
Por ganharem vários prêmios, null possuía plena noção de que os ensaios seriam pesados e que precisavam dar o melhor que podiam, contudo, ela sabia muito bem como era estar na pele dos alunos, tendo que lidar com toda a pressão de serem perfeitos. É claro que tanto a mulher quanto null tentavam transformar o ambiente no mais acolhedor possível, no entanto, a cobrança que os próprios integrantes colocavam neles mesmos atrapalhavam os seus rendimentos, e como não há a possibilidade de diminuírem o ritmo, nem sempre tinha muito o que fazer.
— Miller, todos que entram no clube são avisados desde o primeiro dia sobre o funcionamento. Nunca escondemos que os nossos treinos são pesados, ninguém está aqui forçado, e aposto que a maioria não leva a dança a sério, por isso se surpreendem.
— Eu sei, null — rolou os olhos —, mas daqui a pouco não teremos membro nenhum. —O olhar reprovador dela foi recebido com desinteresse pelo líder do clube que estava mais animado com o seu novo chaveiro de tigre do que com a vice-líder e seus comentários, então a garota simplesmente confiscou o acessório do rapaz, recebendo reclamações.
— Eles devem voltar sim, null — null respondeu a amiga, apoiando o queixo no topo da cabeça da garota. — null não pegou tão pesado assim.
— Nós somos acostumados com os treinos do hyung, por isso não achamos os ensaios pesados. — null se juntou ao grupo e entregou garrafinhas de água para cada um.
— Obrigada por concordar comigo, null! — null sorriu, voltando a sua atenção para null.
— Você sempre me critica, mas consegue ser pior do que eu, Miller! — null pegou seu chaveiro de volta e encaixou no zíper da sua bolsa, conferindo o celular em seguida. — Mesmo horário mais tarde?
— Não tente mudar de assunto! — null protestou, se dando por vencida no segundo seguinte. — Sim, preciso de uma cerveja para me recuperar depois de hoje.
— Acho que todos precisam, certo? Preciso ir, não se atrasem! — null sorriu, correndo até a saída.
— Querem carona? — null perguntou assim que o amigo saiu.
— Obrigada, null! — null lhe ofereceu um sorrisinho, agradecida por não precisar andar até sua casa no calor que fazia do lado de fora.
— Podem ir na frente, preciso pegar algumas anotações com uns colegas.
Os amigos se despediram de null, e assim que terminaram de organizar suas coisas, caminharam até a saída, prontos para irem embora. Antes de fechar a porta, null deu uma espiadinha em null, se surpreendendo ao perceber que ele também a olhava; um arrepio correu pelo corpo da garota, no entanto, null ignorou e apenas sorriu para o amigo, logo alcançando null que a esperava ao lado do carro.




null bebia o seu segundo copo de cerveja, completamente fora da realidade. A troca de olhares que tinha tido com null não saía de sua cabeça, e ela nem percebeu que os seus amigos conversavam animadamente sobre algum assunto aleatório até Minny, sua amiga e “integrante” do clube de fotografia, a cutucar, a trazendo de volta para a Terra. Miller engatou na conversa com a outra e Dokyeom tentando ignorar qualquer resquício da memória de mais cedo, mas parecia impossível.
Desde o segundo ano da faculdade, null começou a ter um pequeno
crush em null, apesar de manter em segredo por causa de um
certo achismo que quase se concretizou no final desse mesmo ano. A garota não gostava de drama, e a última coisa que queria fazer era se meter em um quando sua vida estava pacífica, no entanto, seu coração não ficava quieto por nada, a fazendo se remexer na cadeira; null, reparando na inquietação da melhor amiga, tentou distraí-la da melhor maneira, conseguindo após um tempinho. O rapaz sorriu, sentindo que seu coração agora estava em paz ao observar a amiga mais tranquila. null poderia não perceber, mas os olhares de null para ela eram os de quem é apaixonado, e assim como a amiga, null nunca havia falado sobre o seu
crush nela por saber que null possuía um em null. Contudo, algo dentro dele mudou, e null tentaria a sua sorte e confessaria os seus sentimentos mais tarde, apesar de saber que a rejeição viria. No final, independentemente de qualquer coisa, null torcia pela felicidade dos amigos e tinha plena noção de que a sua declaração não mudaria em nada o futuro, já que se fosse pros seus amigos serem felizes juntos, eles seriam e null ficaria feliz.
Não só null, mas null também olhou para null, se questionando a mesma coisa:
será que null tinha um crush? É comum ter uma paquera na faculdade, ainda mais por ser um ambiente diferente e com diversos eventos que ajudavam na interação dos estudantes. Não é difícil encontrar pessoas interessantes e que compartilhem dos mesmos gostos que o seu, ou que sejam apenas bonitas para você ter um crush ao longo dos anos, no entanto, no fim, era uma experiência compartilhada por boa parte de quem frequentava uma universidade. A questão era que desde que entraram na faculdade e criaram o seu grupinho, a única vez que viram null se entregando ao que chegava próximo ao “amor” foi há seis meses, e desde então, ninguém teve a coragem de perguntar ao rapaz se ele teria algum crush, apesar de terem intimidade para tal.
— Vamos jogar o jogo da garrafa! — Um null um tanto alto deu a ideia, ganhando o apoio dos demais.
— Verdade ou desafio! — Minny falou visivelmente animada.
— Não dá no mesmo? — Wonwoo comentou e bebericou sua bebida, sendo repreendido por sua namorada.
— Não precisa acabar com a alegria deles, né? — Mimi apertou a bochecha do namorado aos risos, recebendo um sorrisinho cúmplice.
— Todos a bordo? — Dokyeom perguntou e logo null girou a garrafa antes que o amigo fizesse.
— Verdade ou desafio, Minny?
— Desafio! — respondeu prontamente.
— Te desafio a virar o restante dessa garrafa em um só gole!
— Fácil assim? Se prepare, null. — Antes que pudesse beber o soju, Dokyeom, seu namorado, se ofereceu para beber em seu lugar, atraindo vários gritinhos de seus amigos. — É um cavalheiro o meu amor!
— Tudo por você, meu bem. — Ele piscou de volta, rindo com o alvoroço do pessoal.
— Já entendemos que vocês se amam. — null rolou os olhos, divertido, rodando a garrafa novamente.
O jogo prosseguiu por mais algumas rodadas, sendo interrompido apenas quando queriam pedir mais bebidas ou pelas crises de riso por causa de alguma piadinha. Eles já estavam altos o bastante para começarem a criar desafios mirabolantes, e assim que a garrafa parou em null e null, todos ficaram quietos, causando um certo clima no ambiente. Os amigos sabiam do crush dos dois, então as expectativas para saber o desenrolar dessa rodada estavam lá em cima, entretanto, null deu a sua resposta antes mesmo de null fazer a pergunta de sempre:
— Desafio! — Bateu as mãos na mesa, animada.
— Te desafio a ir com o null para a
sala ao lado por cinco minutos.
— Ei, isso não vale! — protestou. — Não é legal envolver outra pessoa nos desafios alheios…
— Não tem problema, Miller. — null se limitou a dar um pequeno sorriso e se levantou, a esperando na entrada do corredor.
null se juntou ao rapaz, dando uma última olhada em null, que fez questão de desviar do olhar da amiga, a deixando confusa. Minny e Dokyeom o encararam como se dissessem
“que diabos está fazendo?”, mas o amigo apenas deu de ombros e bebeu o restante de sua cerveja, que a essa altura estava quente.


Três dos cinco minutos já haviam passado.
Não é como se null e null estivessem contando, mas, para a garota parecia que eles estavam dentro daquela sala há horas, em um silêncio absoluto. A “sala ao lado” era conhecida por ser um espaço no qual o dono do bar guardava algumas caixas, mas não se importava caso os clientes quisessem usá-la, com tanto que não tirassem nada do lugar, ou seja, o local perfeito para os jovens se beijarem igual nos filmes. Todos os frequentadores do bar sabiam dessa fama, deixando null ainda mais confusa pelo motivo que null a desafiou a ir junto com null, até que a sua ficha caiu: como o seu melhor amigo não saberia do seu crush?
A mulher bateu a mão na testa com a descoberta, se sentindo idiota por ter achado que ninguém notaria, quando, muito provavelmente, todos os seus amigos sabiam; no momento, Miller só queria que um buraco surgisse no chão para se enfiar dentro dele, ainda mais ao lembrar que não estava sozinha no local. Ela elevou o seu olhar ao de null, que a observava durante os quatro minutos em que se perdera nos seus próprios pensamentos, sentindo o seu coração acelerar mais uma vez. Com uma dose de coragem, a mulher se desgrudou da parede e se aproximou do amigo, tendo uma visão melhor do rapaz, que continuava com a sua feição tranquila. null respirou fundo, ignorando os seus batimentos audíveis e tentou a sorte pela primeira vez:
—
Eu tenho um crush em você, null.
N/A: finalmente comecei a escrever Campus Crush \o/
Eu trouxe uma fic do mesmo universo “Campus Crush – The Photography Club”, que é com o Wonu e DK, e já estava na hora de trazer a fic principal HSJKASBAJHBSHA
Provavelmente só vou postá-la quando estiver praticamente finalizada (ainda mais que estou reescrevendo a querida), então as atts serão mais rápidas (espero) hehehehe
E NÃO DESISTAM DELA POR TER TRIÂNGULO AMOROSO!!!
Eu também não curto (hehehe), mas prometo que não terá aqueles dramas chatos e todo mundo sairá ganhando no final (e assim, é mais um quarteto amoroso do que triângulo, sinceramente KKKKKKKK)
Eu até pensei em pôr o título da fic que nem a do Wonu, mas como é a principal, deixei só o “Campus Crush” mesmo. Confesso que fiquei um tempinho pensando de qual clube eles seriam, e gostei de colocá-los em um de dança (obviamente temos nosso tigrão HAHAHAHA).
Enfim, espero que gostem!
Até a próxima <3
Capítulo 2 — I Got A Crush On You… again?
A coragem momentânea de null havia se retirado, a deixando sozinha em um dos momentos em que mais queria se esconder. Não estava nos seus planos se “declarar” para um de seus amigos, e agora que as palavras saíram de sua boca, ela não sabia como reagir. null se sentia meio boba, como se estivesse em um drama adolescente em que era a protagonista, e o fato de null não falar nada por estar assimilando o que acabara de ouvir não a ajudava em nada. Quando o rapaz deu indícios de que falaria algo, null bateu na porta e avisou que o tempo tinha encerrado, dando um alívio para Miller que não via a hora de retornar à mesa e fingir que nada aconteceu. Quando tocou a maçaneta, a sua mão esbarrou com a de null, a fazendo olhá-lo ao perceber que ele a impediu de abrir a porta tão bruscamente.
— Obrigado. — Ele permaneceu com a feição tranquila, o que não facilitou nada para a amiga. — Se você se lembrar disso amanhã, me conte novamente, sim?
O rapaz bagunçou o cabelo da garota e abriu a porta, a esperando do lado de fora para que pudessem voltar juntos. null não o encarou e se pudesse, evitaria trocar olhares com o outro pelo resto da noite para não denunciar que a fala dele havia alugado um prédio inteiro na sua cabeça. Ela não tinha nenhuma pista se a resposta de null foi ou não uma rejeição, contudo, isso seria algo que descobriria no dia seguinte, depois que tomasse uma bela dose de coragem para se “declarar” mais uma vez.


O pessoal deu uma pausa no jogo enquanto os amigos estavam na sala e quando eles voltaram, todos engataram em mais uma rodada, sem fazer perguntas sobre os cinco minutos passados. null se sentou ao lado de Minny e null, e a mulher indagou a amiga baixinho, curiosa para saber como havia sido; null apenas lhe deu um sorriso amarelo, bebericando um pouco da cerveja de null, que conversava com null alguma aleatoriedade. Miller percebeu que o seu melhor amigo continuava a ignorando, a deixando super confusa e irritada, mas foi algo que não durou muito tempo, já que se deu por vencida e voltou a focar a atenção no jogo.
— Acho que devemos ir. Temos aula às oito e meia e agora são — null olhou o relógio ao se levantar —
duas e quarenta. — Boooo — null e Minny desaprovaram, querendo continuar no bar.
— Infelizmente o Boo não pôde vir hoje, superem. — null riu.
— Nós levamos ele, null. — Dokyeom entrelaçou os braços com sua namorada e null, indo para a porta.
— Já acertei a conta — Wonwoo anunciou. — Vai com a gente, null?
— Sim, até mais tarde, pessoal — ele se despediu de todos e parou ao lado de null, bagunçando o cabelo dela de novo e lhe desejou um “boa noite” baixinho.
A garota sentiu o seu rosto aquecer, colocando a culpa no álcool e não na simples ação do seu amigo. Ela se sentiu aliviada por não precisar mais evitá-lo, se perdendo nos seus pensamentos sem perceber que null estava bem pertinho de seu rosto, a surpreendendo:
Miller assentiu, voltando a si. Se antes suspeitava do seu rosto estar corado, agora ela tinha a certeza de que ele estava
totalmente vermelho. Não que não fosse acostumada com a voz de null null, porém, havia alguma coisa de diferente nela, ou talvez fosse apenas sua mente querendo lhe pregar uma peça.
A última coisa que null queria era mais confusão não só para sua cabeça, mas para seu coração.


— Como acha que será o ensaio mais tarde? — Fazia cerca de vinte minutos que haviam saído do bar, e como suas casas eram próximas, eles sempre iam embora juntos.
— Sinceramente? Estressante e com muita ressaca.
— Se continuarmos com as faltas dos novos membros, será bem estressante mesmo. — null suspirou pesadamente. — Por mais que eu seja mais maleável, é inadmissível que ajam como se o clube não tivesse importância. Se não querem participar, é só saírem ou se juntarem aos bastidores. Nós só temos seis meses até o espetáculo, para muitos pode parecer que é muito tempo, mas temos que lidar com a coreografia, roupas, acessórios, ensaios no palco… é muita coisa! E temos um padrão a seguir, somos vencedores há anos para simplesmente permitirmos que nosso esforço seja…
— Eu sei, null. Amanhã pensaremos nisso, tudo bem?
A mulher foi envolvida em um abraço tão quentinho que sentiu todas as suas preocupações irem embora, aproveitando cada segundo do ato. A garota e null – e o resto do grupo – não tinham problemas em demonstrar afeto dessa maneira, então não era para Miller estar se sentindo meio… estranha? Para ela, havia algo diferente em null essa noite, no entanto, tal questão não a incomodava, apenas a deixava ansiosa.
Mas mal sabia ela que a sua resposta viria em poucos minutos.
— Chegamos! — null repetiu, continuando parada no mesmo lugar. Não sabia o porquê, entretanto, os seus pés não queriam obedecê-la.
— null? — Soltou um risinho baixo.
— Se lembra que o jogo terminou no meu desafio? — Miller concordou. Minny desafiou o rapaz a ir para a sala ao lado com quem quisesse, mas ele anunciou que todos precisavam ir embora por causa do horário. — Eu quero concluir agora com você.
— Tudo bem, temos cinco minutos. — Sorriu.
— Isso vai durar menos de cinco minutos, prometo.
null sorriu fraco, tendo plena noção que não poderia falar tudo o que quisesse. Apesar de sentir um nervosinho, o sorriso de null o fazia ficar em paz, então aos poucos ele foi se tranquilizando, focando somente em pôr para fora o que tinha planejado desde cedo:
— Eu tenho um crush em você, null. Mas sei que você tem um no null, portanto não se sinta pressionada a me dar uma resposta ou achar que ficarei chateado caso vocês decidam sair. O importante é ver vocês felizes, independentemente de qualquer coisa. Sei que pode não parecer muito justo eu te falar isso depois de eu mesmo ter mandado vocês dois para a sala, contudo, eu não queria perder a oportunidade e a coragem para tal.
Miller assentiu, entendendo o melhor amigo perfeitamente. O motivo de ele não ter falado antes era que nem o seu, então null não podia julgá-lo, e nem iria. Ela o agradeceu mentalmente por não querer uma resposta, já que a mulher não sabia o que dizer, ainda mais após ter se declarado para outra pessoa.
Eles ficaram na mesma posição por mais um tempinho até null beijar o topo da cabeça dela, se despedindo da amiga; null entrou em sua casa, sabendo que o amigo só iria para a dela quando ela trancasse a porta, como sempre fazia.
Assim que começou a caminhar para o final da rua, null sentiu o seu coração inquieto e por mais que tenha tirado um “peso” de seus ombros, não poder se declarar completamente o fazia ficar inquieto, entretanto, ele não queria pôr mais lenha na fogueira do que já tinha. Miller, por outro lado, saiu do banho ainda sem compreender perfeitamente todos os acontecimentos da noite, deixaria para a null do futuro lidar com a novela mexicana que sua vida virou. Antes de adormecer, relembrou das palavras de null, reparando que, ao contrário de como se sentiu com null, a todo tempo com null, seu coração estava em paz.
N/A: o nome da fic é “Campus Crush” e não é à toa HAHAHAHAHA
Isabel e Mingyu estão sendo atacantes, mas quem é que vai conseguir fazer o gol?
E a resposta do nosso baby Vernon, o que acharam?
No próximo capítulo teremos mais do clube e de uma certa pessoinha heheheheh
Até a próxima <3
Capítulo 3 — Teste, reencontros e saudades

A ressaca dos membros do clube de dança era nítida, ainda mais quando todos chegaram de óculos escuros e com garrafinhas de água nas mãos. Enquanto os demais não chegavam, eles decidiram se alongar silenciosamente, já que tentavam guardar o máximo de energia para o ensaio em si. null auxiliava null com o alongamento quando a porta foi aberta bruscamente, revelando ser alguns dos integrantes que o grupo jurava que não voltariam: Jisoo, Yoon e Tae-oh. O trio cumprimentou os colegas brevemente, guardando suas bolsas e iniciaram o aquecimento, e novamente a porta foi aberta, agora anunciando a novata que se juntou no último mês.
— Perdoem a demora! — Park null falou afobada, pondo a bolsa no final da sala. — Acabei perdendo a carona da minha amiga e o prédio de física fica longe daqui, precisei correr para chegar a tempo já que me atrasei nos outros dias e…
— Toma. — null lhe entregou uma garrafa de água, sorrindo. — Quanto tempo você leva de lá para cá?
— Vinte minutos a pé. — A garota suspirou. A universidade era realmente grande, não era à toa que tinham ônibus que transitavam por ela.
— Tudo bem, me passe o seu número no final da aula. Não há problemas em se atrasar contanto que nos notifique, e o prédio de arquitetura fica perto do de física, null pode te dar uma carona. Eu sempre passo pelos dois, então podemos combinar de vir juntos — ele se virou para os demais —, isso serve para o trio maravilha também. Quero o número de todos os novos membros para serem adicionados ao grupo.
Após os quatro assentirem, todos voltaram ao alongamento e mais membros adentravam a sala nesse meio tempo, ocupando os espaços vazios para se preparem para o treino.

— Bom, vocês já possuem uma ideia do tema da apresentação final. — null tomou a frente, dando início as explicações do espetáculo. — Por não ser uma competição, o tema é de acordo com o restante da faculdade, que nada mais é: “amor”, mais precisamente, o romântico.
— O comitê gosta bastante dessa temática, né? — Jisoo comentou.
— Pois é — null deu de ombros, rindo —, acho que eles se inspiraram no tema do clube de fotografia.
— Provavelmente — null sorriu —, mas, voltando ao assunto, pensamos em não nos prender a um único estilo de dança. Nosso grupo será dividido em casais e trisais, e cada um demonstrará o amor de acordo com um estilo diferente, e para isso, eu e null já montamos algumas das coreografias, só que queríamos que todos participassem da criação das novas ou se quiserem alterar algo, sintam-se à vontade.
— Gostaríamos que todos participassem dos processos, afinal, a apresentação depende do nosso clube! — null disse animado.
— Como será a divisão de casais e trisais? Sabemos que há casais no clube, então podemos ser o trisal. — Jisoo sorriu amigavelmente ao sugerir.
— Na dança não temos essa preocupação, nem na arte em geral — Yuki comentou, se aproximando ao terminar o seu alongamento. — Eu e Si-eun preferimos dançar separadas dependendo do tema, no entanto, agradecemos a consideração.
— Finalmente terminaram o aquecimento. — null rolou os olhos, recebendo um resmungo de Pedro e Sunny, outro casal da turma.
— Eu amo que o nosso clube inclui as diversas formas de amar sem medo dos olhares preconceituosos que receberemos no palco! — Si-eun abraçou a namorada.
— Mesmo que nos proibissem, colocaríamos de qualquer maneira, meu amor! — null mandou um beijo no ar, recebendo outro de volta.
— Desculpa interromper, mas não está faltando uma pessoa? — Tae-oh coçou a nuca, desconcertado por conta da timidez. — Eu sempre quis perguntar, porém, nunca achei uma brecha.
— Acho que os novatos nunca escutaram sobre a nossa
lenda urbana, certo?
A sala caiu em silêncio, causando mais confusão ainda nos membros mais novos.
O clube sempre foi conhecido por ter nove membros fixos desde o primeiro semestre, mas, especificamente há cinco meses, apenas oito deles continuavam frequentando, e com a chegada do trio e da estudante de física, o número subiu para dezessete – contando com os semi fantasmas. Para os recém-chegados, a “lenda urbana” não era conhecida, ainda mais por não tocarem no seu nome durante os ensaios.
— Assim me sinto lisonjeada, Yuki. Mas, cinco meses não são o bastante para me considerarem uma, né? A atenção do grupo foi voltada para uma pequena silhueta parada à porta, que tinha um sorriso de orelha a orelha e a sua antiga bolsa de dança no ombro. null Schiavo era uma das primeiras integrantes do clube de dança, que precisou se ausentar ao ganhar uma bolsa de estudos em uma das academias mais renomadas da França; o seu retorno estava marcado para a próxima semana, entretanto, ela conseguiu mexer os seus pauzinhos para voltar antes e planejou a surpresa, feliz por ter chegado a tempo de participar do espetáculo final.
— Por que não disse antes, unnie? — Si-eun correu para abraçar a amiga, não querendo largá-la por nada.
— Eu sempre perco a namorada quando a null aparece. — Yuki revirou os olhos.
— Sabe que você também cabe nos meus braços, né?
— Você é pequena demais para abraçar o mundo, Schiavo.
— Sou do tamanho perfeito para abraçar a sua namorada, Yuki — null rebateu e sorriu sapeca, assistindo a outra ir em sua direção.
—
E o seu melhor amigo? — null e null falaram em uníssono, se entreolhando. Os cinco membros se consideravam como melhores amigos, então a fala deles foi recebida com uma grande risada.
— Vocês cabem perfeitamente no meu abraço! — Ela foi envolvida pelos dois, tendo Pedro e Sunny se juntado segundos depois. — null, você vai mesmo me deixar sem um abraço? Se os outros membros também quiserem, tem abraços para todo mundo!
null possuía a sua fama como borboletinha social do grupo, sempre sendo a membro que fazia a ponte entre os integrantes mais antigos com os mais novos, criando uma atmosfera confortável para todos. null e null agradeciam bastante a amiga por isso, já que por conta dos seus cargos, às vezes os novatos não se sentiam à vontade por enxergarem eles apenas como “superiores” ao invés de colegas/amigos. O abraço tomou uma proporção bem maior do que o esperado, tendo null e o trio se juntado ao grupo, e apesar disso, por algum motivo a visão de Schiavo não foi tampada, a permitindo olhar diretamente para a única pessoa que não veio para o abraço:
null null. Ela não conseguia parar de encará-lo nem se tentasse. Era como se null nunca tivesse ficado cinco meses em outro país e ele estivesse ali, a esperando como sempre fazia após os ensaios como em um dia qualquer. O rapaz também a observava com um pequeno sorriso, se sentindo da mesma forma que a mulher, e Schiavo chegou a uma conclusão:
ele continuava o mesmo null por quem se apaixonou. Depois de matarem a saudade e a bombardearem de perguntas sobre a França, os demais engataram em um assunto sobre a dança, e null aproveitou a deixa para se aproximar de null, sendo recebida com um sorriso mais aberto.
—
Oi! — Ele a imitou, a fazendo gargalhar enquanto revirava os olhos.
— Sem abraços? — perguntou despretensiosa.
— Hum… — null inclinou um pouco o seu corpo para frente, chegando bem pertinho do rosto da garota a fim de provocá-la. A proximidade repentina fez com que os corações dos dois se inquietassem, como se clamassem para que seus donos se abraçassem rapidamente, contudo, null sentiu um olhar sobre si, vendo que null espiava os dois. Ela não havia feito por mal, mas acabou se escondendo na frente de null, não querendo atrapalhar novamente os amigos.
— Seria estranho depois de tudo, né? — null encarou o grupo com uma feição vazia, como se tivesse se perdido nas memórias de cinco meses atrás. null odiava vê-la com essa expressão, ainda mais quando sabia que a garota a odiava também, o que causava uma dorzinha no seu coração.
— Seja bem-vinda de volta, null. — A sua única reação foi dar um beijo demorado na testa da moça e ao se afastar, percebeu que as bochechas dela haviam ficado coradas.
— Obrigada, null. — A dançarina sorriu, sustentando a troca de olhares. — Acho melhor ficarmos sem…
— Eu sei. — O rapaz queria dizer muito mais, mas foi interrompido pelo líder.
— Ei, vocês dois! Vamos começar o teste.
— Você será o meu par, oppa? — null correu na direção do melhor amigo, o abraçando de lado e ignorando o fato de ter conversado com null após meses.
— Por favor, null. Você
nunca me chamou assim, pode continuar sendo a null de sempre. — Tanto Schiavo quanto Miller não eram coreanas, então elas não tinham muito o costume de usar os honoríficos com os amigos.
— Agradeço, pensei que teria que manter esse papel por mais tempo. Agora me contem como pretendem fazer o teste e tudo mais! Preciso me atualizar!
— Será simples: no primeiro momento a interação será livre. Para a segunda música, seremos separados em duplas e faremos o rodízio delas, alguma dúvida? — Negaram. — Ótimo, se surgir alguma, é só levantarem a mão para sinalizar.
O teste se iniciou e os integrantes se espalharam pela sala, aguardando a música para começarem a se movimentar. null terminou de posicionar os celulares para começar a gravar, e assim que deu play no rádio, o pessoal ia se envolvendo na dança e interagindo uns com os outros, como se estivessem em um musical. Quando os cinco minutos acabaram, null preparou a outra música e pediu que os membros formassem pares, e como estavam em ímpar, ele marcaria o tempo do rodízio e avisaria aos demais, encontrando um par para si após o primeiro rodízio. Para a surpresa do líder e da vice-líder, eles não tiveram problema algum apesar dessa parte ser a mais demorada e da quantidade de pessoas, e no final, todos dançaram juntos, e o teste havia sido concluído com sucesso.
— Amanhã anunciaremos as duplas e trios, e se estiverem de acordo, serão os oficiais para o festival. Obrigado pela aula de hoje e nos vemos depois, pessoal.
N/A: capítulo chegou meio recheadinho de personagens, incluindo a nossa quarta prota: Olívia \o/
Mais para frente saberemos o babado dela com o Vernon, mas já adianto que esse triângulo está virando um quadrado HEHEHEHEHEHE
Alguma suspeita de como serão as duplas/trios? Prometo que não vem muito drama pela frente (espero)!
Até a próxima <3
Capítulo 4 — eyes don’t lie


A sexta-feira tão desejada por muitos havia dado o ar da graça, com um solzinho gostoso e um clima agradável. null checou pela última vez o seu celular, vendo que null e null conversavam animadamente no grupo por conta dos planos para o final de semana, e a garota suspirou em seguida; às vezes ela gostaria de ser como os amigos e ser uma pessoa animada de manhã, do tipo que tem 100% da energia assim que acorda, mas para Miller, apenas duas coisas são capazes de fazê-la levantar cedo da cama além da faculdade: o clube de dança
e null null. E por falar no rapaz, ele se aproximou dela com uma garrafa térmica, entregando a ela assim que a alcançou e os dois começaram a caminhar, já que não iriam de carro para a universidade nessa manhã.
— Bom dia, null. Perdida nos pensamentos? — perguntou ao reparar que a amiga estava aérea.
— Ah, só pensando se eu daria certo sendo uma pessoa matutina. — null bebeu um pouco do café, se sentindo extremamente feliz. A mulher adorava a bebida, ainda mais quando era feita por seu melhor amigo, que sabia exatamente o ponto que Miller preferia. — Obrigada e bom dia!
— Sinceramente? Não. Você é muito rabugenta de manhã, null.
— Contra fatos não há argumentos, certo? — Os dois compartilharam uma risada.
— Mesmo sendo rabugenta, eu gosto de você de qualquer maneira. — null sorriu marotamente, notando que sua amiga havia ficado confusa com o intuito de sua resposta. — Você precisa parar de tentar procurar pelo em ovo, caso contrário, ficará imersa nas suas conclusões precipitadas. Não é mais fácil tirar a dúvida logo?
— Aish — resmungou. Tinha momentos que ela odiava o fato do seu melhor amigo a conhecer tão bem, mas Miller possuía a noção de que o rapaz estava certo.
— Ah, antes que eu me esqueça! Eu e null vamos para a biblioteca, então não vamos almoçar com o pessoal.
— E vão deixar de comer? — null se preparou para entrar no modo mãe, porém, null foi mais rápido e a interrompeu.
— Óbvio que não, Schiavo falaria por dez horas no meu ouvido se eu fizesse isso. Nós comeremos por lá mesmo, pode ficar despreocupada. Por que não aproveita a oportunidade para chamar o null para almoçar?
— null null! — null lhe deu um tapinha no braço, surpresa com a sugestão do amigo. O retorno de null a deixou muito feliz, só que agora ela se sentia meio mal por ter se declarado.
— null não ficará chateada por você ter se declarado, e sim por você começar a evitá-la. Ela é a primeira a nos apoiar em tudo, lembra?
— Não deixa de ser meio injusto, né… — null mordeu o lábio inferior, incerta do que fazer — considerando a história deles.
— Então por que se declarou? — null sorriu pequeno, a abraçando de lado. — Não adianta ter arrependimentos depois de já ter feito algo, certo? Você segurou essa informação por bastante tempo em prol dela, assim como eu, que também agi da mesma forma que você, e não tem nada de errado nisso. Conversa com ela e depois tire as suas conclusões, aposto que null não vai pensar que você furou o olho dela ou que é uma péssima amiga. Os dois não ficaram juntos por algum motivo, e todos são livres para fazerem o que querem.
— O que eu faria sem você, null? — null sorriu abertamente para o amigo, se sentindo um pouco melhor.
Toda essa história estava lhe causando uma grande confusão mental, entretanto, como null falou, o melhor é conversar com a amiga antes de criar qualquer cenário na sua cabeça, e isso é algo que Miller já pensava em fazer desde ontem. A mulher espiou o melhor amigo que já havia desfeito o abraço, e sentiu um arrepio gostoso percorrer o seu corpo, sem compreender muito bem o motivo; desde a declaração no meio da madrugada, tinha alguma coisa em null que a “incomodava”, contudo, não era um incômodo ruim, só que null não sabia o que era.


null acenou para a amiga, indo ao seu encontro no final da sala, já que null se sentou na mesma mesa que ambos costumavam sentar. A biblioteca do campus era bem espaçosa e aconchegante, e null e null sempre se reuniam nela para estudarem e trocarem anotações, ou a usavam apenas para passarem o tempo livre entre um período ou outro.
— A mesa mais estratégica para fofocarmos sem levarmos uma advertência! — anunciou divertida, assistindo o amigo se acomodar na cadeira a sua frente.
— E os nossos sanduíches para relembramos os velhos tempos! — O homem colocou as embalagens na mesa enquanto Schiavo distribuiu os sucos.
— Para finalizar: tiramisu e cheesecake.
— Eu adoro o fato que você faz parte de dois clubes e consegue conciliar com a faculdade facilmente.
— Bom, o de gastronomia é só um dia na semana, então não fica tão pesado assim. — Ela deu uma mordida no sanduíche, não contendo o quão maravilhada ficou. — Meu Deus, isso aqui está uma maravilha, meu bem!
— Passarei o seu elogio para o chefe, minha querida. Agora me conte sobre a sua estadia na França, não esconda nada do seu melhor amigo!
— Como posso explicar? — Apoiou a mão no queixo, relembrando os momentos com um sorriso no rosto. — Foi uma experiência magnífica. A academia era simplesmente incrível e superou todas as minhas expectativas, e apesar de sérios e rigorosos, os professores eram de outro mundo. Claro, tive que lidar com muita pressão e com pessoas que eu teria adorado cair na porrada, mas foram meses de muito aprendizado.
— Valeu a pena, então? — null a olhou, mordendo o seu sanduíche.
— Demais, por mais que eu tive que abrir mão de certas coisas… — O gosto amargo invadiu a sua boca, e nem o suco de uva estava ajudando.
— Se valeu a pena, isso que importa, certo? — null sorriu. — O restante você corre atrás.
— Você fala como se eu não soubesse que você se declarou para null que se declarou para o null. Como que vou correr atrás dele, meu bem?
null quase se engasgou com o sanduíche, precisando dar uma longa golada na bebida para conseguir voltar ao normal. Ele contaria tudo para a amiga, entretanto, não esperava que a garota percebesse os recentes acontecimentos em menos de um dia.
— Como? — questionou ainda meio perdido.
— Olhares
nunca mentem — falou tranquilamente ao cruzar os braços, encostando as costas na cadeira. — A forma como você a olhou ontem e a forma como ela olhou para o null entregou tudo, só que… enfim, você acha que me engana? E aí, o que null disse?
— Eu não pedi uma resposta por saber que ela falou com null, então… — Deu de ombros, fingindo que não ter uma resposta não o incomodava nem um pouco. Lá no fundo ele gostaria de saber se a amiga sentia algo por ele.
— O timing da sua declaração não foi o dos melhores, contudo, não te julgo. Ainda acredito que seria bom ter uma resposta, sabe, para poder seguir em frente, mas quem sou eu para falar de “timing”? Isso só comprova que eu e você, meu bem, somos farinha do mesmo saco, bonzinhos demais para priorizarmos nossos sentimentos e vontades. — null riu sem humor. — Ela quer falar comigo, né?
— null continua sendo a null de sempre. — A mulher sorriu carinhosa. — Quando Miller se sentir confortável, estarei aguardando.
— E o null? Pretende conversar com ele? — null lhe ofereceu um pedaço do seu cheesecake, levando a colher na boca da amiga.
— Eventualmente. Não temos como fugir um do outro por muito tempo, entretanto, sabendo que a null falou do seu crush, acho melhor deixar para depois. A última coisa que quero é drama para a minha
calma vida.
— Você fala como se não fosse estressada vinte e quatro horas por dia, Schiavo. — null revirou os olhos, rindo.
— Na França eu era um anjo, tá? — Fez um biquinho. — Se eu não fosse, provavelmente teria pulado no pescoço de umas cinco pessoas e seria expulsa!
— Tudo bem, eu acredito! — null caiu na gargalhada. — null, eu estava pensando…
— Por que não tentamos? — A olhou sem saber o que esperar da amiga, que o encarou confusa.
— De novo? — Schiavo soltou um risinho abafado com a sugestão de null. Antes de descobrirem que seriam colegas de faculdade, null e null se esbarraram em uma boate e começaram a sair, mas logo perceberam que a relação não passaria do estágio de amizade, sem contar que nunca se beijaram ou tentaram avançar romanticamente. — Você acha que mudaria algo dessa vez, após três anos? Você gosta da null e eu do null, não acho que magicamente vamos gostar um do outro, meu bem.
— Eu sei, é só que… — Suspirou derrotado. — Desisto.
— Você não quer ficar pensando na null o tempo todo ainda mais se ela e o null começarem a sair, certo? — null ficou surpreso, mas é claro que a sua melhor amiga o conheceria tão bem. — Bom, apesar do curto
crush que nós dois compartilhamos no passado, continuo achando que não vá mudar nada se sairmos, todavia, podemos planejar algumas coisas para fazermos para nos distrairmos. Já estamos em um quadrado amoroso, o que pode piorar?
— Por que você sempre embarca nas minhas ideias, até mesmo nas sem sentido?
— Se não eu, quem irá? — respondeu divertida. — Bom, temos que ir. Uma hora passou voando e se não nos adiantarmos, null mandará uns dez áudios nos xingando.
— Por falar em null — null e null recolheram o lixo e os materiais, organizando suas mochilas em seguida —, percebeu que uma das novatas tem uma bolsa com…
— Estampa e chaveiro de tigre? Yep.
— Você lê mentes? — O rapaz arqueou a sobrancelha, impressionado com o lado observador da amiga.
— Só sabe me responder com perguntas, null? Se for a sua, com certeza lerei sem problemas, você é um livro aberto. — Rolou os olhos divertida. — null não conseguia não olhar para o null, além deles terem tido uma química ótima no teste. Toda vez que eu espiava os dois, parecia que eu estava assistindo duas pessoas se apaixonando, sem contar que o papel de parede dela também é de tigre. Se lembra que null comentou sobre estar conversando com uma amante do bichano há algum tempinho? Provavelmente é a null, eles só não perceberam ainda.
— Uau, que análise! — O homem bateu palmas, recebendo um olhar reprovador da bibliotecária. — Alguém andou observando muito bem os membros.
— Por mais que os líderes sejam null e null, nós temos papéis importantes também. E sendo sincera, se eu não prestasse atenção nos demais, eu não conseguiria me concentrar em mais nada a não ser
nele. null passou o braço pelo ombro da amiga, a puxando para mais perto. Ele possuía plena noção de como ela se sentia, já que agiu da mesma forma tanto no bar quanto no treino de ontem, portanto, a sua única reação foi confortá-la e se confortar no embalo.


A chegada de Schiavo e null não passou despercebida, ainda mais quando adentraram a sala após todos os outros membros e com os braços entrelaçados, atraindo diversos olhares curiosos. null e null conversavam entusiasmados sobre os filmes recentes que haviam assistido até que perceberam a comoção, e no momento que avistaram os dois grudados falando algo com Yuki e Pedro, eles se sentiram inquietos, como se algo os incomodasse. Felizmente o líder do clube pediu para todos se reunirem, o que fez com que ambos dispersassem e ignorassem a sensação estranha que tal cena causou.
— Estou com a listagem das duplas e trios, caso tenham algo a acrescentar, peço que esperem eu finalizar. A montagem foi feita através de um sorteio, no entanto, precisei mudar algumas pessoas de lugar por conta do teste, acredito que essa escalação fará sentido também para vocês. Como no total temos números ímpares, decidimos ter três trisais: Si-eun, Primrose e Arabella; Yoon, Sunny e Jisoo; Pedro, Claude e Tae-oh. Agora, os pares: null e null; null e null; null e null. Alguma contestação ou dúvida? — Negaram. — Ótimo, null tomará a frente para falar dos detalhes enquanto eu arrumo as músicas.
— Como dito anteriormente, queremos a participação dos membros nas criações das coreografias, apesar de termos algumas prontas. Detalhes como estilo da dança, se será uma demonstração mais delicada, sensual ou um meio termo também ficará por conta das duplas e trios. Hoje a aula será para decidirmos essas questões e amanhã daremos início às criações, lembrando que só temos cinco meses até o espetáculo, então precisamos ter tudo muito bem amarradinho.
— Os figurinos serão feitos pelo clube de moda, assim que tivermos tudo organizado, eles virão para tirar nossas medidas — null completou. — Vamos aos trabalhos, pessoal!
Continua
N/A: e nesse capítulo tivemos bastante informação!
Mingyu e Isabel são tão fofinhos hihihi
E a ideia do Gyu pra Olívia e a revelação de que eles já saíram? Acham que dessa vez acontecerá algo de diferente? E o Hoshi e a Nayoung? Hehehehehe
E os bffs entrando na sala e Bel e Vernon incomodados, quem amou?
Temos a listagem para o espetáculo! Precisei usar um sorteador para conseguir dividir o restante dos casais/trisais, e a autora que lute com esse tema da dança e a montagem. Colocando todos os meus anos de dança e teatro na mesa para fazer algo decente e que faça sentido HAHAHAHAHA
Até a próxima <3
Capítulo 5 — a cada escolha uma renúncia


null olhou para o seu pulso a fim de checar as horas. Ela e null tinham combinado de ensaiarem no final de semana, e felizmente os detalhes da dança já haviam sido concluídos durante a semana que passou, restando apenas aperfeiçoarem a coreografia que criaram juntos. Os dois optaram pela demonstração mais delicada e que passasse para o público a leveza que queriam, então, precisavam trabalhar bastante nesse aspecto para que saísse da forma mais natural possível. Miller não considerava o ensaio como um “encontro”, ainda mais quando havia esquecido brevemente que tinha se declarado na outra semana, o que não queria dizer que não se sentia animada em estar na presença de null. Independentemente de ter um crush no amigo, ela sempre gostou muito da sua companhia e amizade, por isso adorava quando saíam juntos, visto que podiam falar horas a fio sobre filmes e séries.
— Quer comer alguma coisa? Por minha conta.
null aceitou o convite de null, agradecendo por ele ter lido a sua mente. O ensaio durou cerca de duas horas, e logo a sala que o tio da mulher cedeu precisaria ser fechada por conta do prédio comercial, e nada melhor que encerrar uma prática comendo algo delicioso como recompensa. Ao organizarem tudo, os dois saíram do local, discutindo sobre o que comeriam, decidindo ir em um restaurante de comidas típicas; não demorou para chegarem no lugar, se acomodarem e fazerem o pedido, e enquanto esperavam, conversavam sobre o clube e os seus membros.
— Nunca pensei que o null fosse tão devagar — null comentou bebericando o seu refrigerante. — null olha para ele de uma maneira tão doce.
— Mas a null também não percebeu como ele fica todo bobo perto dela. — O rapaz riu ao se lembrar do último ensaio e do comportamento do amigo.
— Exatamente! Eles realmente são feitos um para o outro e não conseguem perceber isso!
— Bem que null tinha razão quando nos contou sobre suas observações, só que acredito que eles perceberão no tempo certo. Em algum momento eles marcarão um encontro pelo aplicativo, então…
— Quais as chances, né? — null apoiou o rosto na mão, sorrindo de leve. — null sempre comentou da sua paquera e como eles eram tão similares, quem imaginaria que ela faria parte do mesmo clube que ele?
— Realmente, o destino é imprevisível.
Miller sentiu o seu rosto esquentar ao receber o olhar do amigo, e por mais que quisesse sustentá-lo, a timidez a consumiu e ela desviou, mordendo o lábio inferior; uma parte de si queria se “declarar” novamente e tentar a sorte, no entanto, não ter conseguido conversar sobre com null a impedia de dar qualquer passo em frente, além de ter um pequeno incômodo dentro de si ao pensar em null.
Nessa última semana a garota se pegou pensando bastante no seu melhor amigo e no fato de ele estar bem grudado na amiga, e de repente, null sentia essa sensação estranha, sem compreender muito bem o que poderia ser. Mas, mal sabia ela que null compartilhava da mesma inquietação, e apesar de terem noção de que seria melhor entenderem os seus próprios sentimentos antes de qualquer coisa, ambos decidiram ignorar tais emoções.
— Sobre o que você me disse na
sala ao lado — null iniciou o assunto —, é verdade?
— Sim. — A garota respirou fundo. Não imaginava que o rapaz falaria sobre, e não estava nos seus planos falar disso hoje.
— Provavelmente ano passado. — Coçou a nuca um tanto envergonhada.
— Eu não fazia ideia — null soltou um risinho abafado —, às vezes posso ser um pouco devagar nessas questões.
— Um pouco? — A pergunta saiu em um tom incrédulo, e logo null se deu conta de que tinha falado em voz alta.
— Uma reação totalmente compreensível, Miller. — null riu mais ainda, achando a amiga uma graça. — Você quer tentar algo ou deixar rolar?
— Sinceramente, não sei. — Suspirou pesadamente.
— De qualquer maneira, eu vou conversar com null sobre. Eu imagino que ele tenha te falado algo, então…
— E eu com a null. Inclusive, vocês não vão conversar? — Pondo de lado toda a questão de crush, null, assim como todo o grupo, sabia que os dois precisavam conversar.
— Eventualmente, não temos como nos evitar para sempre, porém, com toda essa situação, acredito que ela não queira falar comigo agora, sabe, para não adicionar um drama na sua
calma vida.
— Ah, entendo. null continua sendo a null de sempre… — falou com um sorriso carinhoso nos lábios, sentindo mais necessidade ainda de falar com a amiga.
Suas refeições chegaram e eles mudaram de assunto, aproveitando para contarem algumas fofocas que rolavam pelo campus. Depois de uma hora, eles já se encontravam no ponto em que se separariam, visto que moravam em direções opostas.
— Obrigada pelo jantar, null. E pela bolsa também. — null havia se oferecido para carregar a bolsa da garota.
— Não precisa agradecer, se quiser, podemos marcar outras vezes. — Ele a olhou como se esperasse uma resposta, e mais uma vez null mordeu o lábio inferior, sem saber exatamente como agir.
— Acho que podemos sim — disse de maneira tranquila, apesar de o seu coração ter acelerado um pouco. — Até segunda!
O rapaz bagunçou os cabelos da amiga levemente, e a esperou sumir do seu campo de visão para poder seguir o seu rumo.

null olhava a rua sem muito interesse, checando o seu celular toda vez que ele vibrava ao anunciar uma nova mensagem. Estar de volta ainda era estranho, ainda mais por ter apenas passado uma semana desde que retornou a Seul, então as suas emoções não estavam totalmente em ordem. Ao encarar a ida para a França como um “recomeço”, Schiavo acreditava que poderia deixar os sentimentos para trás, de modo que nada a prendesse no momento de seu embarque. Mas, como o destino adorava pregar peças, a garota percebeu que não adiantava muito ignorar os seus sentimentos para fingir que estava tudo bem.
Contudo, não faria nada para eles verem a luz do dia.
Alguns a julgariam, afinal, a mulher deveria lutar pelo amor do seu amado. Talvez estivessem certos, porém, null acreditava que se algo lhe pertencesse, voltaria para si em seu próprio tempo, e a última coisa que gostaria era de atrapalhar duas pessoas de encontrarem a felicidade por culpa de seu egoísmo. Não era justo com o seu coração, mas também não era justo voltar depois de cinco meses e causar uma confusão na vida de quem ela amava.
A fim de distrair a mente, null decidiu dar uma volta sozinha, sem planos ou companhias; um dos seus hobbies era sair sem rumo, o que lhe proporcionava ótimas histórias e aventuras, e não havia sensação melhor do que se sentir livre. Embora gostasse de deixar o celular de lado, a sua inquietação não a permitia focar somente em uma coisa, e como as mensagens de null a ajudavam a se distrair, ela não ficou chateada consigo mesma por não ficar longe do aparelho por um tempinho.
— Boa noite, ajumma! — desejou assim que adentrou no pequeno restaurante, sorrindo.
— Boa noite, minha querida! Que saudades eu estava da minha cliente favorita, como foi na França? — a senhora de cabelos curtos perguntou com entusiasmo.
— Foi incrível, mas não tinha o seu lámen…
— Ah, pare com isso — a mais velha riu —, mas cá entre nós, nenhum lugar do mundo tem um lámen tão delicioso como o meu. O de sempre?
— Sim, para viagem. Obrigada, ajumma!
A dona do estabelecimento sumiu após passar pela porta que dava para a cozinha, e null se sentou nos assentos do balcão, voltando a mexer no celular. Ela e null haviam combinado de se encontrarem mais cedo na segunda-feira para acertarem os detalhes pendentes da dança, já que havia movimentos que não se encaixavam com a proposta escolhida por ambos.
A garota pôs os seus fones e deu play no vídeo que gravaram na última prática, fazendo algumas anotações no bloco de notas; os cinco meses na academia de dança refinaram muito mais o seu olhar crítico, portanto, Schiavo queria que a sua apresentação com seu melhor amigo fosse perfeita e para isso, precisava focar completamente na dança e no que importava.
Depois de meia hora, a ajumma retornou com o seu pedido, a acompanhando até a porta. Elas se despediram com mais um abraço, e a dançarina iniciou o seu trajeto para casa, parando em uma vendinha de rua para comprar os doces que sua irmã mais nova pediu. Com tudo o que precisava em suas mãos, ela prosseguiu com a sua rota até que, ao parar no sinal, avistou duas pessoas bastante conhecidas, fazendo o seu interior se remexer. Um pequeno sorriso surgiu em seus lábios, e antes que eles pudessem vê-la, a garota recalculou a rota, escolhendo o caminho mais longo para voltar para casa.
N/A: um leve draminha para dar uma mexida nessa história hehehehehe
Bom, cada escolha uma renúncia, né?
Veremos as cenas dos próximos capítulos hihihi
Até a próxima <3
Capítulo 6 — can we talk?


Metade de uma semana já havia passado, e o clube de dança não parava por um minuto sequer. Felizmente, as coreografias já estavam todas prontas, e os detalhes a serem acertados diminuíam a cada ensaio, o que causava um certo alívio em null e null. Apesar de auxiliarem os membros o máximo que conseguiam, o líder e a vice-líder também precisavam ensaiar, então eles contavam com a ajuda de null para ser o suporte dos demais, que exercia um papel excelente como instrutora.
— Os movimentos estão bons, mas podem ser melhores — falou após analisar uma parte da dança de Yoon, Sunny e Jisoo. — Por que não tentam usar a contagem antes de partirem para a música? null e null, venham aqui, por favor.
Os rapazes se aproximaram, escutando atenciosamente as instruções da amiga. null pausou a música, e logo todos estavam prestando atenção no trio.
— Se vocês não tiverem todos os passos limpos e decorados, nunca conseguirão encaixá-los na música. Vamos reproduzir a coreografia de vocês com as marcações, certo?
Um, dois, três, quatro e repete, um, dois, três, quarto. Depois do giro, comecem uma nova marcação a partir do cinco até o oito, assim vocês finalizarão a série. Isso deve ajudar na dificuldade que estão tendo ao trocarem de lugar.
Os três assentiram, pondo em prática o que Schiavo havia ensinado. Após algumas tentativas, eles chegaram ao resultado esperado, felizes por não precisarem ter mais preocupações com essa parte da coreografia.
— Agora, com a música. — null observava cada passo com bastante atenção. — Só tomem cuidado com a afobação, vocês possuem tempo suficiente para dançarem, não há necessidade de correrem. A prática leva à perfeição, e posso dizer que vocês estão quase lá! Continuem praticando e qualquer coisa, podem me chamar.
A mulher se afastou a fim de beber um pouco de água, pronta para voltar para sua dupla que a aguardava ansiosamente. Desde segunda-feira, null e null vinham ensaiando com concentração total, ambos desejando que a coreografia que criaram fosse a mais impecável possível. Por escolherem uma demonstração que juntasse o delicado com sensual, eles queriam que todos os seus movimentos transmitissem exatamente o amor que seus personagens nutriam um pelo outro, e para isso, treinavam em todas as oportunidades que conseguiam.
— Vai mais tarde no karaokê? — null perguntou assim que a amiga se juntou a ele.
— É óbvio! Será a nossa primeira saída desde que voltei, estou animada para cantar com o meu melhor amigo! — Ela se jogou nos braços dele, o abraçando.
— Mas o seu melhor amigo sou eu, Schiavo! — null protestou, surpreendendo a garota ao surgir atrás dela.
— E eu especifiquei quem era, null? — Cruzou os braços. — Pelo amor, para de perder tempo comigo e volta para a sua dupla… — falou baixinho para que ninguém além dos três escutasse.
— E trate de chamá-la para o bar! — null completou.
— Aish, o que há com vocês? Estão agindo como se fossem um casal, completando a frase um do outro! — o líder do clube disse um pouco alto, atraindo alguns olhares curiosos com a palavra “casal”. — E para a informação de vocês, ela foi a primeira a ser chamada.
null e null assistiram o rapaz retornar para o seu par com sorrisos cúmplices, e logo voltaram a ensaiar.


O bar estava cheio e animado por ser uma sexta-feira, e todos os presentes se divertiam com as bebidas e os microfones, aproveitando ao máximo do karaokê. Nem todos do clube compareceram, já que alguns teriam que trabalhar no dia seguinte, deixando os cinco integrantes de sempre na companhia de null e do trio maravilha.
— Vão cantar? — null havia perdido a conta de quantas vezes escutou null fazer a mesma pergunta ao longo da noite.
— null disse que queria ir novamente, né? — null a abraçou de lado, vendo a colega ficar com as bochechas coradas. — Por que não cantam juntos?
— Se a senhorita Park me der a honra… — null esticou a sua mão na direção da garota, sorrindo para ela.
null segurou a mão do rapaz quase que de imediato, sem se importar com o que achariam. Desde que entrou no clube e conheceu null, a mulher sabia que o seu coração batia mais rápido ao estar na presença dele, e por mais inexplicável que fosse, null sentia como se o conhecesse há tempos, então, poder compartilhar esses momentos com null era incrível. Ela só não fazia a mínima de que o líder, apesar de não deixar transparecer, ficava todo animadinho com o simples pensamento de poder estar perto dela.


null sorriu pequeno, oferecendo uma garrafa de soju para a amiga ao se sentar ao seu lado. Elas ficaram em silêncio por um momento, apenas curtindo a brisa fresca da noite e a cantoria de fundo, até que se entreolharam e começaram a rir. Por mais que conversassem por mensagens, não era a mesma coisa do que pessoalmente, e ambas sentiam falta de terem um momento assim, só das duas.
— Achei que nunca viria até mim — Schiavo iniciou a conversa.
— Com null pegando no nosso pé mais as aulas e trabalhos, achei que só conseguiríamos bater um papo no final do semestre. — null revirou os olhos, brincalhona.
— Por favor, eu preciso do meu tempo de qualidade com a minha melhor amiga! — Ainda com a feição tranquila, Schiavo se virou para Miller, semicerrando os olhos. — Desembucha, você passou esses dias todos nervosa e pensando demais, né?
— null! — a garota exclamou surpresa, mas logo se deu por vencida. — Desculpa, null…
— Por não ter falado com você antes de qualquer coisa. Eu não quero que pareça que estou roubando o carinha que você gosta.
— Ih, menina. Tanto você quanto o null são livres e solteiros, então não tem motivo para tamanha preocupação. Eu agradeço por pensar em mim, contudo, você se arrepende de ter dito para ele sobre o crush? — Negou. — Ótimo, você já tem a sua própria resposta, amiga. Você nunca falou nada para ele por causa de mim, e eu não culpo ninguém por seguir em frente, principalmente quando eu e o querido não chegamos nem a namorar.
— Você ainda gosta dele? — null mordeu o lábio inferior ao reparar que fez a pergunta por um impulso.
— Sim? — null colocou a mão no queixo um tanto pensativa. — Eu sempre terei um carinho por ele, mas os meus sentimentos não afetarão a minha amizade com vocês dois. A vida é só uma, meu bem, e apesar de ter inúmeros peixes no mar, não temos muito controle por quem sentiremos algo, apenas acontece. Eu agradeço por ter vindo conversar comigo, por um momento achei que você fosse me evitar para sempre, null!
— Impossível te evitar, null! — null retribuiu o abraço da amiga, a apertando bastante. — E me…
— Se você pedir desculpas mais uma vez, eu juro que vou ficar uma semana sem falar com você, null Miller! — As duas caíram na gargalhada segundos após, ainda nos braços uma da outra. Era bom ter a sua melhor amiga de volta, e a vice-líder estava verdadeiramente aliviada em ter conversado com a outra.
— Quer voltar? — perguntou ao se afastarem. — null queria cantar no karaokê com nós duas.
— Será que ele ainda lembrará da gente estando na presença da null? Sério, você viu como ele fica bobo perto dela?
— Menina, e ela? — As amigas se levantaram, checando suas roupas e maquiagem antes de retornarem ao bar. — Está óbvio que eles têm um crush um no outro, entretanto, acho que estamos acompanhando um
slow burn. — Né? De qualquer forma, é um casal fofo. — null sorriu.
—
E bonito… — null deu um sorrisinho sapeca e Miller não conteve a gargalhada. — Ah, por falar em crush! — null parou na porta, se virando mais uma vez para null que a encarou levemente confusa. — Você não se importa se eu e o null começarmos a sair, certo?
— Por que eu me importaria? — null respondeu tão prontamente que tampou a boca com a mão, assustada por estar na defensiva.
— Que bom! Fiquei preocupada que isso pudesse te incomodar, ele me chamou para um encontro e decidimos tentar coisas…
novas. — Schiavo não diria que as “coisas novas” eram aulas de pintura e de tricô, ainda mais quando tinha uma outra ideia em mente com toda essa conversa.
— Ah, que bom, amiga! — null sorriu, tentando demonstrar apoio aos amigos. — Depois me conte como foi!
— Pode deixar! Vamos voltar antes que achem que fomos embora, null!
A mulher concordou apesar de estar um pouco atônita. Não havia motivos para null se incomodar tanto com o date dos dois, mas por que sentia o seu coração tão inquieto com a notícia?
N/A: e esse final HEHEHEHEHEHEHE
o plano da Olívia está bem claro e a querida está bem satisfeita com a resposta da amiga hihihi
finalmente as queens conversaram e estão com a amizade firme e forte <3 particularmente eu agiria que nem a Olívia, ainda mais se fosse um cara que eu nem cheguei a namorar, mas sei que cada um reage de uma maneira, né JSNJKANSASNA
Próximo capítulo teremos a conversa dos bofes hehehe
Até a próxima <3
Capítulo 7 — dating?


—
Você e a null vão o quê? Apesar de estarem sozinhos, null possuía plena certeza de que todo o campus havia escutado a pergunta de null, e ele começou a se arrepender de ter contado para o amigo os planos futuros. Claro que null sabia que os dois não se gostavam romanticamente, mas não podia deixar de ficar surpreso com a ideia que ambos concordaram, afinal, eles já tentaram isso anteriormente e não deu certo, então o rapaz se questionava o porquê disso.
— Acho que o pessoal do prédio de física não te ouviu, hyung. — null rolou os olhos.
— Bom, vocês são adultos e sabem o melhor para vocês. Desejo boa sorte na nova tentativa… mas, sinceramente, vocês quatro estão todos errados… — O líder colocou as mãos na cintura, ainda incrédulo com a notícia.
— Somos só nós três? — null surgiu na porta da sala do clube, pegando de surpresa os amigos. Os mais velhos se entreolharam, não sabiam o quanto null havia escutado.
— Por enquanto, o pessoal deve aparecer em breve — respondeu null prontamente.
— Ele já sabe? — null tentou falar baixo, contudo, não deu muito certo.
— Do quê? — null se juntou aos demais, bebendo um pouco do seu suco.
— Deixarei vocês a sós, mas, repito mais uma vez: vocês quatro estão todos errados!
— O que deu nele? — null estava extremamente confuso e encarou null com a esperança de ele esclarecer o que aconteceu.
— Não sei, entretanto, não duvido nada que ele falará isso para as meninas também. — null assistiu null ir para o outro lado da sala, vidrado no seu celular. — E por falar nelas…
— Que bom que entrou no assunto, hyung — null o interrompeu. — Eu queria falar sobre o que aconteceu no bar e checar como você está em relação a isso.
— Vulgo você e null saindo? Se for, por mim tudo bem. — Deu de ombros. — Minha prioridade é ver os meus amigos felizes, e eu e ela nunca chegamos a ter nada além de amizade.
— Certeza?
— Sim, pode ficar tranquilo. Eu já tentei a minha sorte — sorriu —, e somos todos solteiros e livres, mas agradeço por vir falar comigo. Se você tentar me pedir desculpas, eu juro que não vou mais trazer o seu café da manhã. — null não deu espaço para o mais novo se desculpar como já sabia que faria assim que acabasse de falar.
— Tudo bem! — null riu, sabendo que null o conhecia bem. — Ah, e sobre o que null estava falando? Se eu já sabia de alguma coisa, algo assim…
— Ah, é que eu e a null vamos sair em um encontro.
A sala ficou em completo silêncio.
Levou alguns
longos segundos para null raciocinar a fala do mais velho, sem saber exatamente como reagir com a recente notícia. Nesse quesito, ele era que nem o seu hyung priorizando a felicidade dos amigos, no entanto, mesmo acreditando que já tinha seguido em frente, algo nesse anúncio o incomodou, embora soubesse que não possuía direito de se sentir assim.
Não depois de ter sido quem colocou um ponto final na relação com null há cinco meses.
— Vão tentar de novo?
— Ah, sim! Fique até surpreso quando ela me chamou para sair… — null sustentou a cena, independente da mentira contada. Ele queria testar algo, e para isso não podia falar que, na verdade, o encontro dele e de Schiavo seria para descobrirem hobbies novos… como
amigos.
— Que ótimo. — Sorriu pequeno ao desviar o olhar para o espelho da sala de dança. Ele estava feliz pelos amigos, mas não podia negar que o seu coração não ficou muito contente.
— Está tudo bem por você?
— Por que não estaria? — Tentou parecer o mais tranquilo possível. — Nós nunca chegamos a namorar.
— Do mesmo jeito que você veio checar como eu estava, quis fazer o mesmo. — null analisava a feição do mais novo com atenção, fazendo algumas anotações mentais sobre a sua reação. Assim como null, null queria testar algo, e o resultado foi até melhor do que o esperado.
—
Que clima de enterro é esse? null entrou na sala com Yuki, null, null e Pedro – que estava pendurado na amiga –, logo indo até null para cumprimentá-lo e guardarem seus pertences. A fim de dar um espaço para o futuro casal, as três meninas e Pedro se afastaram sutilmente, se aproximando dos outros dois no outro lado da sala. A atmosfera levemente estranha havia se desfeito, mas os resquícios dela não passaram despercebidos por Schiavo, que lançou um olhar curioso para null, como se dissesse
“me conte tudo”. Entendendo perfeitamente o sinal, ele assegurou que contaria depois, e ela sorriu, sabendo que teria uma tarde muito edificante.


— null e sua boca de sacola! Não duvido nada que todo o campus achará que estamos namorando na semana que vem! — null revirou os olhos e suspirou, tentando voltar o foco para o crochê a sua frente.
Ela e null haviam aproveitado a tarde livre para se aventurarem em um novo hobbie, e a escolha da vez havia sido crochê. Eles acharam as aulas em um anúncio na biblioteca da faculdade e ficaram animados, afinal, seria uma ótima oportunidade para testarem os seus dons manuais.
— E seria tão ruim acharem isso?
— Você está querendo algo e não está sabendo pedir, né? — null apoiou o rosto na mão, olhando para o amigo. — E não, não seria ruim. Faríamos um casal muito bonito, além de ganharmos vários inimigos.
— Inimigos? — null encarava o seu cachecol, quer dizer, uma parte dele, analisando se estava ficando do jeito que queria.
— Meu bem, tanto as meninas quanto os meninos queriam uma chance com a gente. Sabe quantas vezes eu já escutei eles falando sobre o quão gostoso você é? — Schiavo voltou para a sua peça, dando continuidade ao seu próprio cachecol. — Que gracinha que está ficando!
— Acho que estamos nos saindo muito bem, null! E sobre o que você falou, de fato, eu também escuto e posso dizer o mesmo. A quantidade de gente que já veio perguntar de você e da null, meu deus.
— Acredita que quando eu e null estávamos ficando, vieram
me perguntar se ele estava solteiro?! — Apesar de parecer incrédula, a garota estava gargalhando. — null apenas me puxou para mais perto, deu uma olhada séria e disse que eu era a única para ele…
— Para depois terminar com você? — null soltou tudo na mesa, surpreso com esse episódio.
— Isso foi uns dois meses antes de eu ir pra França, mas acho que eu nunca senti tantas borboletas no estômago como naquele dia. — Sorriu.
— E as pobres almas daquele campus acham que tem chance com você…
— Ou com você, né. Somos dois idiotas apaixonados, aish.
— Idiotas
muito bonitos, por sinal. — null deu uma piscadinha, arrancando uma risada da amiga.
— E por falar em idiota, sabe quem encontrei na França? — O rapaz negou. — Os gêmeos.
— Mentira?
— Sério! Acredita que o Lawrence me perguntou se ainda tinha chances com você? E a Lysandra queria ficar comigo.
— Depois de eles tentarem nos fazer de idiotas? — null rolou os olhos com força.
Os gêmeos haviam estudado na mesma faculdade dos demais durante um período, por causa de um projeto de intercâmbio, e em algum momento, null e null se envolveram com eles, logo descobrindo que tinha sido parte de uma aposta.
— Sério, como acharam que ainda teriam chances? Pelo amor!
— E o que você falou?
— Que eu e você estávamos namorando e que nunca estivemos tão felizes.
— null! — O rapaz caiu na risada, tendo a certeza de que essa resposta era a cara da amiga. — Aposto que eles não esperavam por essa.
— Ainda completei dizendo que fazíamos
tantas coisas que a única reação deles foi dar um sorrisinho sem graça e pedirem licença. Ah, vão encher o saco de outro! Não tenho paciência para gente sem noção.
— Eu sei, meu bem, eu sei. Mas já passou, certo? — null segurou as mãos de null em uma tentativa de fazê-la mudar o foco do assunto. — Que tal comermos algo após a aula?
null logo concordou, se acalmando. O restante da aula seguiu sem maiores problemas, e ambos guardaram seus pertences no final, conversando sobre a apresentação do clube e outras amenidades.


null e null caminhavam lado a lado pelas ruas de Seul, aproveitando a brisa enquanto tomavam um sorvete. Depois das aulas, os dois decidiram dar uma volta e conversar sobre a apresentação, a fim de alinharem todas as expectativas para não precisarem mudar mais nada. Quando perceberam, já era noite, então não quiseram estender muito a estadia na cafeteria e passaram em uma loja de conveniência para comprarem os sorvetes, e null fez questão de acompanhar null até em casa. Em alguma parte do trajeto, eles começaram a falar sobre null e null, sendo um assunto inevitável para todos que faziam parte daquele grupo.
— Não tenho muita paciência pra slow burn, sinceramente. — null mordeu a casquinha, parte que ela adorava do sorvete.
— Para mim depende da construção do enredo, se for bem executado, não me importo.
— Você não fica nem um pouquinho frustrado? Sabe, quando estou assistindo uma série e eles levam
dez episódios para segurarem as mãos, eu juro que tenho vontade de entrar na tela e dar um tapa nos dois! Para que demorar tanto se vocês se gostam?!
— Nem tudo acontece quando a gente quer, certo? E nem da forma que queremos… — null ignorou a encarada do amigo, mas sentiu as suas bochechas esquentarem com a fala. Será que isso se aplicava aos dois também?
— É, você tem razão… no entanto, não deixa de ser frustrante.
— Você e null tem isso em comum. — Uma sensação estranha invadiu o seu corpo ao escutar o nome do melhor amigo, causando uma confusão mental na garota. — E a null também.
— Não é à toa que sempre assistimos os mesmos programas. — Riu. — Chegamos.
— Às vezes esqueço que vocês são vizinhos.
— Pois eu não. null consegue ser tão alto em tudo que tem dias que eu acordo com ele cantando do quarto dele.
— Sinto muito por isso, null. — Ambos caíram na gargalhada.
— Já estou acostumada. Mas, obrigada por ter me acompanhado.
— Obrigado pela ótima companhia, Miller. — null a puxou para um abraço. — Bom descanso e até amanhã.
— Para você também, null.
null esperou o amigo desaparecer do seu campo de visão para entrar em casa, e não conseguia conter o sorrisinho estampado no rosto. A tarde havia sido muito gostosa, e poder passar esse tempo a mais com null era maravilhoso, mesmo que no final do dia null se pegasse pensando no que null estava fazendo.
N/A: depois de 84 anos veio att
Não sei quando será a próxima, mas tentarei trazer até dezembro. Minha vida nessa época fica uma correria
Mas vamos aos comentários!
Eu amo o Hoshi e super imagino ele sendo boca de sacola HAHAHAHAHAHA e podem ficar tranquilas que vai ter desenvolvimento dele com a Na-young (provavelmente no próximo capítulo). Mingyu e Olívia são parceiros no crime em tudo que vocês possam imaginar 
eu amo a amizade dos doisssss
A Bel e o Vernon tem uma vibe tão fofinha 
eles são muito aqueles casais que fazem programinhas mais lights, assistem um filminho em uma tarde de domingo, e por aí vai.
Maaas, sabemos que o coração de ambos está bem mexido, então…….. cenas para os próximos capítulos hihihi
Até a próxima <3
Capítulo 8 — encontro e pedidos


Mais um final de semana havia chegado e com ele o nervosismo de sair no seu primeiro encontro atingia não só null, mas null também. Enquanto ensaiavam durante a semana, o rapaz sugeriu de eles “ensaiarem” no final de semana, já que como ele, a garota levava muito a sério o clube e gostaria de ter a coreografia mais perfeita do que nunca. Park logo aceitou e os dois estavam agindo como se eles fossem apenas dançar, quando, na verdade, null tinha planejado um super encontro para eles e null havia preparado uma surpresa para null. A ansiedade e animação se misturavam, e no momento em que se viram no metrô, o coração dos pombinhos acelerou e as tão famosas borboletas no estômago surgiram, os fazendo ansiar pelo encontro muito mais.
Apesar da agitação, null e Park mal trocaram palavras pelo caminho. Eles tinham tanto para falar, mas não sabiam como iniciar um assunto, principalmente por terem o costume de conversarem no clube ou por mensagens. Por estarem pessoalmente, tudo se tornava
muito real, então acabavam ficando sem jeito, por mais que fossem dois tagarelas. Assim que desceram na estação correta, null soltou um suspiro, tentando ignorar a ansiedade; ele queria tanto que o dia fosse especial, porém, tinha receio de estragar tudo e desperdiçar a sua chance. No entanto, mentalizando só coisas boas, o rapaz respirou fundo e tentou puxar assunto para quebrar o gelo:
— Estamos quase chegando — avisou. — O santuário fica bem perto do metrô.
— Oh, realmente! — null já conseguia avistar o local, e parecia estar bem animada com o passeio. — A iniciativa é tão legal, né? Eles cuidam dos animais, introduzem os que estão aptos aos seus habitats naturais quando estiverem curados.
— Sim, sempre que posso venho aqui e…
—
null null! Que bom te ver de novo! Um dos voluntários surgiu na frente deles com um sorriso estampado no rosto e com dois folhetos acompanhados de adesivos de tigres, entregando para null e null. O líder até ia reclamar da interrupção, contudo, ao ver o sorriso radiante da amiga, decidiu ficar quieto, apenas a admirando.
— Obrigada! — a garota agradeceu, visivelmente entretida no que o pedaço de papel tinha a oferecer. — No final ganhamos uma foto?
— Sim, é uma pequena lembrança, só passar na barraquinha próxima à saída para retirar — explicou o voluntário. — Hoje serei o guia de vocês!
— Quando eu venho sozinho não tenho nenhum guia, Yuri… — null fez um biquinho.
— Aish, você vem aqui quase toda semana. Se não é pra ser voluntário, é pra trazer lanche pra gente. — Yuri rolou os olhos, mas logo começou a andar para dar início à visitação. — Vamos? Para uma melhor experiência, pedimos que evitem fazer sons muito altos e que não tirem fotos com flash, além de, por favor, não tentar fazer carinho neles, não importa o quão fofo sejam!
null e null compartilharam uma risadinha, e a mulher mal podia esperar para conhecer o local e os seus bichinhos.


A visitação durou cerca de meia hora, e tanto null e Park podiam jurar que haviam sido os melhores trinta minutos de suas vidas. Tudo estava sendo mágico, e, na hora da foto, como se fossem namorados, null deitou sua cabeça no ombro de null enquanto ele passou a mão pelo seu ombro, a puxando mais para si. Sempre que estavam juntos, tudo fluía tão naturalmente que parecia que haviam sido feitos um para o outro, e ambos se perguntavam a razão de não terem marcado um primeiro encontro assim que começaram a conversar.
— Será que o pessoal acha que ainda não descobrimos que conversávamos on-line? — Park deu um sorrisinho travessa, se divertindo com a hipótese.
— Provavelmente, ainda mais que só descobrimos semana passada… — null riu. — Estava tão na nossa cara e mesmo assim nem percebemos, mas tudo fez sentido!
— Tá, talvez eu e você tenhamos mais uma coisa em comum depois disso…
— O quê?
— Infelizmente é um acontecimento recorrente com pessoas bonitas, sabe? — O rapaz se aproximou, colocando uma mecha do cabelo da null atrás da orelha dela. Assim que o passeio terminou, eles decidiram passar na lojinha do santuário e agora estavam perto da saída, esperando a foto ser revelada.
— É, fiquei sabendo… — Ela sorriu, o abraçando. — Obrigada por hoje, null. Eu me diverti muito.
— Eu que tenho que agradecer, hoje foi simplesmente…
— null, o velho quer falar com você!
A voz de Yuri fez os dois se afastarem e, como se pedisse desculpas com o olhar, null suspirou pesadamente e saiu resmungando.
— Desculpa atrapalhar vocês — o voluntário coçou a nuca sem graça —, mas o velho, vulgo nosso diretor, nunca tem um timing bom.
— Sem problemas, estávamos esperando a foto ficar pronta de qualquer maneira.
— Oh, vocês são um casal bonito mesmo! — Yuri voltou da lojinha com a fotografia em mãos, e a entregou para a garota.
— Somos, né? — Sorriu apaixonada, apesar de não serem namorados de fato.
— Você é a primeira pessoa que null traz aqui. Quer dizer, ele já trouxe os amigos do clube, porém, todos vieram como voluntários. Como mantemos o local somente com doações e campanhas online, null sempre tenta nos ajudar como pode, além da parte financeira. Então, é incomum ele vir à passeio, mas fico feliz que ele te trouxe aqui. Nunca o vi tão radiante como hoje, sabe?
— Ei, pare de falar mal de mim! — null foi ao encontro deles rapidamente, pegando na mão de null com carinho. — A foto ficou pronta? Ele está te enchendo? Se quiser, posso me livrar dele… — Park não conteve a risada e Yuri rolou os olhos, se afastando deles.
— Sim. — Mostrou a lembrancinha. — Somos nós com os tigres!
O comentário do rapaz fez o interior da mulher se agitar, e logo ela se viu querendo abraçá-lo mais uma vez. Park estava completamente apaixonada, e por mais que não expressasse em palavras, queria que null soubesse como se sentia.
— Até semana que vem, Yuri! — se despediu do amigo, que respondeu com um tchauzinho. — Vamos?


Ao contrário de mais cedo, a volta havia sido cheia de risadas e mais descobertas. null e null tagarelavam sobre vários assuntos, descobrindo que eram mais compatíveis do que imaginavam, e nem perceberam que passaram todo o trajeto de mãos dadas; quando repararam nessa questão, compartilharam um sorrisinho e continuaram conversando, ainda maravilhados com o encontro. Apesar de estar muito contente, Park começou a ficar um pouquinho nervosa, afinal, havia preparado uma surpresa para null e, por mais que tudo estivesse dando certo, não conseguia evitar aqueles pensamentos chatos de que talvez null não gostasse do seu presente. Ao voltar a sua atenção para o rapaz, viu que eles estavam em uma praça bem bonitinha que tinha algumas barracas de comida espalhadas e música ao vivo, além de um vendedor de flores que estava com bastante clientes — em sua maioria,
casais. null queria
muito ter esse status com null, mas, agora que chegou a hora, parecia que sua coragem ia fugindo de si, e, mais do que antes, o nervosismo ia ganhando mais espaço.
— null? — null segurou o seu rosto gentilmente, atraindo o olhar dela para si. — O que você gostaria de comer?
— Como? — Piscou os olhos algumas vezes, voltando à realidade.
— Tem várias opções aqui, pensei em comermos um cachorro quente e levarmos duas porções de lámen para a viagem. Ou, se preferir, temos doces também. Se bem que tem um específico que eu queria provar…
— Qual?
—
Você — sussurrou baixinho e a beijou brevemente, vendo as suas bochechas corarem automaticamente.
— Quem diria que null null poderia ser tão galanteador? — Riu.
— Esse é um dos meus charmes! — falou convencido. — Fico feliz que você esteja melhor.
— Ah, deu pra reparar, né? — Sorriu sem graça, desviando do olhar do rapaz.
— Se quiser conversar sobre, estou aqui. — Entrelaçou os dedos com os dela, sorrindo.
— É que tem algo na minha mente e… — Se desvencilhou de null e pegou uma caixa em sua bolsa, a segurando com força. — Eu fiz esse presente pra você! — falou afobada, quase que empurrando a caixa contra o outro. — Como nós dois gostamos de tigres, pensei que seria legal termos algo combinando, e como eu gosto
muito de você, ainda mais depois de saber que você era o meu correspondente, pensei que podíamos ser que nem aqueles casais clichês de filmes e termos vários itens combinando durante o futuro, sabe? Mas, para isso, nós temos que ser um casal, então eu queria saber se você quer ser o meu namorado?
null respirou fundo, sentindo toda a tensão ir embora ao terminar de falar. A sua declaração não havia saído como planejado, porém, a sua intenção era a das melhores e no final, conseguiu fazer o pedido tão esperado. null levantou as pequenas pelúcias de tigre feitas à mão e ficou sem palavras para descrever o quão perfeitas eram, contudo, mais importante do que essa questão era o pedido que acabara de ouvir. Seu coração estava batendo tão rápido que todos ali podiam escutar, e o rapaz também tirou uma caixa de sua bolsa, a entregando para a garota.
— Parece que até nisso somos iguais… — Sorriu apaixonadamente.
— Ei, esses cordões! Como?
— Quando sugeri de irmos ao santuário eu conversei com o Yuri e o velho sobre, e disse que levaria a minha futura namorada lá. Nosso diretor tem
inúmeros hobbies, e um deles é fazer esses cordões com fotos dentro. Então, como íamos tirar uma foto para a lembrança, pedi que ele fizesse esses cordões, já que os meus planos eram também te pedir em namoro. Então, sim, aceito ser seu namorado, mas você aceita ser a minha namorada?
— É claro que aceito!
null se jogou nos braços de null, selando seus lábios sem delongas. Ela estava tão feliz quanto ele e não tinha mais nenhuma dúvida em relação ao rapaz não gostar da sua surpresa. Park queria morar nesse momento para sempre, e agora ela só queria ir para casa e passar o resto da noite com o seu namorado, como se nada mais importasse no mundo além deles.
— Quer ir lá pra casa? — falaram em uníssono e começaram a rir.
— Podemos ir para qualquer lugar que quiser, null. — null beijou as costas da mão da moça.
E assim, depois de comprarem suas jantas, eles seguiram para a casa da mulher, completamente felizes e extasiados com a nova etapa do relacionamento.
Continua
N/A: veio aí o meu casal 
Eles são o puro suco da fofura e finalmente veio o date delesssss hihihi
Espero que tenham gostado e no próximo capítulo teremos um draminha básico hehehehehe nada demais, mas acho que vocês vão gostar 
Até a próxima <3
Capítulo 9 — troca de casais
No dia seguinte do encontro, null e null contaram para os amigos sobre o namoro, e todos festejaram, além de deixarem claro que já sabiam que cedo ou tarde os pombinhos iriam namorar. Por mais que fosse natural o campus ficar sabendo do relacionamento já que as fofocas rolam soltas e
bem rápidas, o novo casal não imaginava que virariam o hot topic do momento por duas semanas, nem que arrasariam alguns corações. Pedro e null disseram que alguns colegas de classe lamentavam o novo namoro, e null e null só caíam na gargalhada, achando engraçado o fato de
ninguém ter chegado neles quando eram solteiros. Não que mudasse o fato de os pombinhos estarem destinados, mas não adiantava chorar sobre o leite derramado agora. Havia também um boato aqui e ali sobre o quarteto maravilha, mas como ninguém possuía provas concretas sobre o status dos relacionamentos deles, as fofocas desapareciam rapidamente.
Conforme as semanas iam passando, os ensaios para o espetáculo ficavam cada vez mais frequentes e pesados, visto que todos os membros queriam suas danças mais do que perfeitas. A sincronia das duplas e trios só melhorava, e o líder e a vice-líder não podiam estar mais felizes, principalmente quando tudo estava dando certo.
null — e o restante do clube — percebeu que havia uma atmosfera um tanto
estranha pairando nos últimos ensaios. Ele não sabia exatamente o motivo, no entanto, tinha plena noção de que o problema estava nos seus quatro amigos, e o que mais o frustrava era o fato de que eles mesmos não sabiam disso. Até então, o quarteto continuava saindo com seus respectivos pares e tudo aparentava estar bem, já que também saíam em dates e atualizavam null e Park sobre. Contudo, desde que o clube de fotografia revelou as fotos do festival do ano passado, o clima mudou. null contou à null que naquela época, null e null ainda ficavam, e null e null pareciam um casal de tão grudados que eram, apesar de nunca terem tentado nada. É claro que isso mexeria com eles, principalmente quando os quatro tinham os seus pares trocados, porém, ninguém dava ouvidos ao líder, e o rapaz sabia que os amigos precisavam perceber certas coisas por conta própria. Todavia, isso não o impedia de intervir na situação, especialmente quando o climão começava a atrapalhar o clube.
— Parem! — ordenou assim que pausou a música, atraindo vários olhares confusos em sua direção. — Sei que falta pouco tempo para o espetáculo, mas gostaria de adicionar algo novo: mais uma dança!
— Em cima da hora? — null arqueou a sobrancelha e cruzou os braços, incerta da ideia do amigo.
— Sim, pois sei que vocês — apontou para os quatro — vão executar a coreografia com excelência.
— Como? — falaram null e null juntos, e null ainda raciocinava o que acabara de escutar.
— É simples: vocês vão dançar a mesma coreografia e no meio dela trocarão de pares. Acredito que não há problema em fazermos algo espelhado, sabe?
— Nós não temos tempo pra criar outra dança, null — falou null como se fosse óbvio.
— Mas a coreografia está pronta — respondeu no mesmo tom de voz do outro. — Bom, por hoje é isso, pessoal. Obrigado pelo ensaio e parabéns pelos avanços, a cada dia que passa estamos mais próximos de arrasarmos no palco!
Os demais membros pegaram os seus pertences e iam saindo da sala aos poucos até que sobrasse somente os cinco, já que null tinha uma aula. null se virou para eles com uma feição séria e os chamou para o centro da sala, a fim de demonstrar a coreografia.
— Não é nada mirabolante, mas gostaria que a troca de casais acontecesse na hora dessa batida — mostrou o tempo da música —, e eu vou ensaiar com cada um para que peguem os passos. Se tiverem a tarde livre, podemos começar hoje, e vamos gravar para que possam ensaiar sem mim. É o mínimo que podem fazer pelo clube. — Quando queria, null conseguia ser assustador, e os quatro decidiram ignorar essa última frase, visto que não entenderam o significado.
— De onde veio essa ideia? — Schiavo se posicionou ao lado do amigo, observando os passos iniciais e os repetindo em seguida.
— Desde quando soube do tema. — Ele ficou atrás da amiga e segurou a sua mão, a guiando como se estivessem em uma valsa. — Porém, como tivemos algumas questões com a quantidade de integrantes, decidi não incrementar. Só que certas situações precisam de algumas medidas mais… incisivas.
Por mais que quisessem saber o que null queria dizer com isso, eles novamente optaram por ignorar e focar somente em aprender a coreografia por ora, já que, quando o líder do clube colocava uma ideia na cabeça, ninguém o faria tirar.

— Se precisarem de mim nos próximos ensaios, é só mandar uma mensagem. Mas, vocês estão indo muito bem.
Fazia menos de uma semana que havia passado a coreografia para os amigos e eles já sabiam ela por completo, só precisavam limpá-la para que pudessem torná-la mais natural. Como o rapaz estava em todos os ensaios e na maioria o clube também estava presente, aquela atmosfera estranha ia sumindo aos poucos, contudo, a partir de hoje, os quatro ensaiariam sozinhos após as aulas, e tanto null quanto eles sabiam que o problema maior seria quando trocassem de casal. O quarteto evitava pensar nisso, afinal,
precisavam ser profissionais, já que levavam o clube e o espetáculo muito a sério, então, silenciosamente, os amigos decidiram que não deixariam os sentimentos atrapalhar, ainda mais que não queriam levar um esporro do líder.
— Estamos indo bem mesmo — comentou null durante a pausa. — Só acho que precisamos melhorar depois da troca, a sincronia não está boa.
— De fato, não está.
Uma voz surgiu atrás deles, e quando se viraram, deram de cara com Boo Seungkwan, um dos antigos membros do clube. Os quatro correram para abraçar o amigo, estavam cheios de saudade visto que, assim como null, o rapaz havia ido para outro país fazer um intercâmbio, e não era mais membro do clube de dança, e sim, do de canto.
— Como que você volta sem nos avisar? — Schiavo o apertou mais ainda.
— Você não fez o mesmo? Nem teve a consideração de me falar! — resmungou Boo.
— Surpresa! — A garota riu.
— Seu intercâmbio não acabou, o que está fazendo aqui, Seungkwan? — null o abraçou mais uma vez, recebendo um beijo no topo da cabeça.
— Uma miniférias. Nosso instrutor terá que passar por uma cirurgia, então todos decidiram tirar essa semana para descansar, aí pensei em visitar minha família e ver como vocês estão. null me deixou a par de tudo, inclusive da nova coreografia e da
troca de casais. — Quer aproveitar e dar sua opinião sobre a dança? — sugeriu null ainda agarrado no amigo juntamente de null.
— Se vocês me largarem, sim. — Caiu na gargalhada.

— Por que vocês estão dançando como se fossem estranhos? Se eu dançar com os quatro terei mais química do que essa troca de casal.
A fala de Boo fez a sala cair no silêncio e ninguém ousou discordar dele. Por mais profissionais que tentassem ser, a estranheza que a troca causava era meio inevitável, e eles estavam tentando melhorar isso, só não sabiam como.
— Olha, até a metade da música a sincronia está perfeita. Ver vocês dançando é lindo, mas o resto da coreografia não está boa, não sei como o null não brigou com vocês. Seja lá qual for o motivo, vocês precisam superar e seguir em frente, e eu sugiro que ensaiem separados.
— Como? — null já estava cansada de se sentir confusa ao longo da semana, porém, seus amigos não colaboravam com suas falas.
— Não seria melhor as duplas limparem a coreografia para depois se juntarem? Tipo, null e null, e você e null. O problema não é vocês como grupo, são as duplas da troca. A falta de sincronia é por culpa da falta de química entre vocês como casal.
Escutar a verdade dessa forma era como um tapa na cara, e o quarteto continuou em silêncio mais uma vez, sem saber como reagir.
— Seungkwan tem razão. Não há como estarmos todos em harmonia se ficamos travados ao trocarmos.
— Concordo com a null. Os próximos ensaios em quatro podem ser feitos daqui duas semanas, o que acham? Nesse meio tempo, precisamos focar em melhorar a metade da dança. Como meu tio tem a sala dele, eu e null podemos ensaiar lá quando vocês estiverem aqui. Se quiserem, também podemos inverter — sugeriu null.
— Por mim está ótimo. — null se aproximou de Boo, passando o braço pelo ombro do rapaz.
— Por mim também. — null sorriu, indo até sua mochila e pegando a bolsa de null também. — Acho que por hoje é só isso, né? Querem uma carona?
— Não, obrigada. Tenho que encontrar minha irmã do outro lado do campus. — null rolou os olhos. Sua irmã mais velha trabalhava perto da faculdade, então a buscava quando dava e a fazia ir ao shopping consigo.
— Vamos ao bar no final de semana? — Seungkwan recebeu uma resposta positiva de todos. — Ótimo! null, você vai comigo agora? — null fez um joinha. — E você, null? Já que somos quase vizinhos e…
— null, vamos? — null agarrou o braço do amigo rapidamente. — Desculpa, meu bem. Hoje preciso correr para resolver algumas questões, mas amanhã eu te busco em casa! Tchau, gente!
null saiu na mesma velocidade que sua amiga da sala, deixando apenas Boo e null que se entreolharam rapidamente, mas logo trancaram a porta e começaram a caminhar para a casa do mais novo.


—
Você e a null estão saindo?! Seungkwan quase cuspiu a sua bebida ao escutar a notícia, sem saber muito bem o que pensar a respeito. Ele sabia do crush da amiga, porém, podia
jurar que null e null ficariam juntos cedo ou tarde, já que para si, estava óbvio que a garota gostava de null.
— E a null? — perguntou ao limpar a boca, se recompondo.
— Tá saindo com o null. — Dessa vez, Boo engasgou com a bebida, e null lhe ofereceu um guardanapo. — Cara, você está bem?
— Não é à toa que vocês estão super estranhos! É a arte imitando a vida! O que tá acontecendo? Nem fiquei longe por muito tempo…
— E qual o problema nisso? — null rolou os olhos e descansou as costas na cadeira.
— Que vocês estão errados, simples. Desde quando você parou de gostar da null? Você era louco por ela e ela por você!
— Se eu fosse eu não teria terminado. — Deu de ombros, ignorando completamente certas lembranças.
— Você terminou por pura burrice e vejo que continua sendo desonesto com os seus sentimentos. Bem que o null disse que vocês quatro estavam todos errados. — O rapaz revirou os olhos.
— Ainda não vejo qual é o problema.
— Você
não quer ver, essa é a questão. Porém, se vocês estão felizes, quem sou eu para dizer o contrário, né? Sinto que essa semana vai render…
Boo não falaria mais nada, mas tinha plena noção de que essa semana seria digna de um dorama com uma boa dose de drama.
N/A: Hoshi sempre com uma carta na manga HAHAHAHAHA
Eu já tava com essa ideia da troca de casais na dança há séculos, só precisava encaixá-la na história. Prometo que não terá um drama tão grande, vai ser bem tranquilo até HEHEHEHEHEHEHE e agora o coração de cada um vai ficar bem mais mexido do que já estava
O MEU AMOR VEIO FAZER PARTICIPAÇÃO ESPECIAL!!!!!
Eu amo o Boo e tava animada para ele aparecer
Espero que tenham gostado!
Até a próxima <3
Capítulo 10 — ensaios


null e null ensaiavam com a presença de Seungkwan, já que pediram ao amigo para avaliar a performance deles. O resquício do clima estranho permanecia, mas, apesar dos pesares, null e null conseguiam passar por cima disso, e aos poucos iam esquecendo a estranheza que a troca de casais causava. Eles ainda precisavam limpar a coreografia, mas depois de ensaiarem por quatro dias seguidos, a dança ia tomando forma, assim como a química que, na visão de Boo, sempre existiu, só que seus amigos eram lerdos demais para perceberem. O rapaz deu sua opinião e ajudou os amigos o máximo que pôde, ficando feliz ao ver que as coisas estavam se acertando pelo menos para uma das duplas, visto que o outro par ainda o preocupava um pouco. Kwanie também havia acompanhado um ensaio de null e null, e mesmo que eles combinem muito em tudo e na dança, o clima estranho permanecia e Seungkwan não sabia se eles se resolveriam ou não, principalmente por não conversarem sobre o que houve meses atrás.
Como precisava se encontrar com sua família, Boo se despediu dos amigos e saiu da sala, deixando null e null sozinhos. Eles aproveitaram a ida do outro para descansarem um pouco, e logo null se juntou a Miller no banquinho que tinha no fundo do espaço, lhe oferecendo uma barrinha de chocolate.
— Nós melhoramos bastante, né? — null sorriu pequeno ao olhar para o espelho, vendo o seu reflexo e de null.
— Diria que uns oitenta por cento — completou, mordendo a sua barrinha em seguida. — A ideia de ensaiarmos separados realmente foi ótima, sinto que nos soltamos mais.
— Boo sempre tem ótimas ideias, e também senti isso! — Miller estava realmente animada. Independentemente de estar com os seus sentimentos confusos, ela levava a dança muito a sério, então conseguir avançar na coreografia e entregar um trabalho perfeito significava muito para si. — Ainda temos mais de uma semana juntos, entretanto, não quer dizer que podemos ficar parados como agora! Vamos voltar pro ensaio, null! — Ela se levantou abruptamente e esticou sua mão na direção do rapaz, esperando que ele a segurasse.
— Você, mais do que ninguém — null entrelaçou seus dedos com os dela e a puxou para mais perto, permanecendo sentado —, sabe que o descanso é importante. Entendo a sua animação, mas por que você não termina o seu chocolate primeiro e depois retomamos de onde paramos? Sua bochecha tá toda suja, null.
null não percebeu o quão próximos os dois estavam até o amigo se levantar e ficar a poucos centímetros do seu rosto, limpando a sua bochecha e o canto da sua boca com o próprio dedo, o levando até os seus lábios.
— Até que o chocolate não é tão amargo — continuou null saboreando o chocolate favorito da amiga, sem ter noção de como a sua ação a deixou desnorteada.
“Ele sempre foi sexy desse jeito?!”, pensou Miller enquanto ainda raciocinava o que o outro havia acabado de fazer. Não é como se nunca tivesse notado como null era bonito, porém, no passado ela não o olhava com segundas intenções, e desde que null confessou o seu crush por si, null vinha reparando nele com muita mais
frequência. Tudo o que envolvia null lhe chamava atenção, e sempre que estavam juntos, a mulher se sentia estranha ao mesmo tempo que sentia as borboletas no estômago surgirem, o que a deixava
muito confusa.
Ela realmente gostava do melhor amigo? E o seu crush em null, como ficava nesse meio? E null e null, em que pé estavam?
Eram tantas perguntas sem respostas que null se viu um pouco perdida, contudo, quando seu olhar encontrou o de null, nada mais importava. Toda a turbulência dos seus pensamentos se esvaiu nesse exato momento, e a única coisa que martelava em sua mente era:
será que o rapaz também se sentia desse jeito? Contudo, antes que pudessem continuar trocando olhares, o celular da garota tocou, e como estava conectado na caixa de som, o toque ecoou por toda a sala, fazendo os dois saírem do transe no mesmo instante. null queria saber o que se passava na cabeça da amiga, e por mais curioso que estivesse, deixou isso de lado e voltou a focar no ensaio, sem ter a noção de que Miller se sentia que nem ele.


null já se alongava quando null chegou, se limitando a cumprimentá-lo com um aceno. Nos últimos cinco ensaios eles alternavam os horários com null e null para que pudessem ter a presença de Boo, e com o amigo presente, tudo fluía muito bem, apesar de o clima continuar um tanto esquisito. Seungkwan não mediu esforços para dizer que os dois continuavam estranhos, e mesmo que tentasse ignorar, null estava extremamente incomodada com isso. Ela sabia que era verdade e que um diálogo precisava existir entre ambos, no entanto, saber que seus problemas pessoais estavam afetando a dança a irritava. Essa situação toda era uma confusão para a garota, e cada vez mais que pensava nisso, sua cabeça doía, o que a fez soltar um suspiro alto e deitar o seu tronco no chão enquanto fazia um espacate.
— Não parece ser a posição mais confortável para se tirar um cochilo. — null se juntou após terminar a primeira parte de seu alongamento, também deitando no chão.
— É uma das minhas posições favoritas depois que consegui zerar o espacate, você devia tentar — respondeu sem sair da posição.
— Eu sei, você me fazia treinar a abertura durante os dias do clube.
— Então você deveria saber que ela é confortável.
— Terei que discordar, ainda mais com você sendo a professora. Eu sofri bastante na sua mão, null.
— Estava no contrato.
— Que contrato? — Arqueou a sobrancelha.
— Que você assinou quando decidiu fazer alongamento comigo. Agora posso ter um minuto de paz enquanto medito?
— Você é estranha. — Riu baixinho.
— Só descobriu agora? — Schiavo rebateu na mesma hora, virando o rosto para o lado oposto do rapaz.
— Não, eu já sabia disso desde o dia um. Quem mais tentaria jogar um sapato em uma pessoa completamente desconhecida no primeiro dia de aula?
— Eu estava salvando a sua vida, tá? Tinha uma barata
enorme nas suas costas.
— Eu diria que você só aproveitou a situação pra se aproximar de mim de um jeito bem estranho…
— Você fala como se não tivesse gostado do meu jeito inusitado de fazer amizades, null.
— Finalmente você me olhou, null.
null saiu da posição e riu, tentando ignorar que o seu coração acelerou ao ver o rapaz tão pertinho de si. No segundo seguinte, null se levantou e esticou a mão para a garota, sem saber se ela a aceitaria; Shiavo, por outro lado, não pensou muito e segurou firmemente a mão do rapaz, sendo ajudada a ficar de pé.
— Tô chateada. — Fez um biquinho ao desviar o olhar.
— Eu sei, e é por isso que não vamos ensaiar agora.
— Como? — Encarou null um tanto confusa, percebendo também que eles não haviam soltado a mão um do outro.
— Tudo o que fizemos nos últimos dias foi ensaiar e escutar o Seungkwan falar que combinamos muito na mesma intensidade que a estranheza continua. A dança está perfeita, mas a nossa sintonia não está.
— E você sugere que façamos o quê? — null começou a cutucá-lo com a mão livre, arrancando uma risada de null.
— Sinceramente, devíamos ser pessoas maduras e resolver as nossas diferenças. — Soltou um suspiro pesado. Ambos tinham plena noção de que deveriam resolver as questões de meses atrás, no entanto, devido a certas
circunstâncias, preferiam não mexer nesse assunto por agora, e nem sabiam se valeria a pena. — Mas, como estamos sendo imaturos, podemos simplesmente fazer coisas aleatórias juntos.
— De mãos dadas?
— De mãos dadas — assentiu.
— Que nem duas crianças que acabaram de brigar e tem que retomar a amizade? — null estava séria, contudo, por dentro se divertia com a ideia mais aleatória que o seu amigo poderia inventar.
— Exatamente, Sherlock.
— Você é estranho, null. — Rolou os olhos.
— Temos algo em comum, Schiavo.
“É por isso que me apaixonei por você”, pensaram juntos, entretanto, nunca ousariam expor em palavras esse pensamento. No momento, eles queriam aproveitar a fase “amigos fazendo as pazes” para que toda a estranheza na dança sumisse, apesar de, bem lá no fundo, saberem que estavam cruzando uma linha tênue em relação a amizade e ao amor.
N/A: os casais aos poucos se acertando, mas ainda tem algumas coisinhas no caminho para acontecer hehehehehehe
Eu acho bem fofinho a Bel descobrindo que gosta do Mingyu, ela representa as pessoas que são mais devagar para perceber esse tipo de coisa 
Gyu continua sendo lindo e fofo e um amorzinho, e o pobi mal sabe que a Isabel tá gostando dele também
um dia ele descobre 
Olívia e Vernon, bem, tão no caminho ou pra ficarem mais confusos ou pra se apaixonarem de novo (no caso, mais ainda
). Eles precisam conversar, mas se preferem ignorar o problema por agora, aí é com eles
Bom, é isso!
Boas festas e aproveitem bastante esse finalzinho de ano!
Até a próxima <3
TADINHO DO MINGYU, MAS JÁ COMEÇA ASSIM? Pelo menos ele sabe das coisas, tô esperando a pessoinha que vai ajudar ele (ou vai ser poliamor e bora ser feliz? kkk)



Eu ia passar BEM longe do clube de dança, primeiro porque eu não curto muito dançar e segundo porque DEUS ME DIBRE TER O HOSHI COMO PROFESSOR. Não sei se ele consegue ser pior que o J-Hope com o BTS, MAS NO.
Eu tô certinha indo pro clube de fotografia com Nunu e DK
Vamos ver quem vai atingir o coração de senhor Kwon por aqui HEHEHEH
Curiosa pra saber como essa história toda vai se desenrolar ONASPDANP
Prometo que os refrescos do pobi virão em breve!!!!!
e eu posso trazer uma fic com poliamor hehehehehe essa não terá
eu amo fotografia, mas eu com certeza escolheria o de dança por ter passado boa parte da minha vida no ballet/jazz/etc. Mas assim, confesso que com o Hoshi eu ia ficar com o cu na mão (com o Hope tb bhsdjhasdjhas)
A querida dele já já aparece hihi
Eu tô achando que talvez o Vernon tenha um crush de volta na moça, o que me deixa muito dividida em “ebaaa! crusha de voltaaa” e “mas e o Mingyu?
”


Enfim, tô esperando um felizes para sempre pra todo mundo, seja em trio ou quarteto poliamor, seja em casal “dupla de dois” ou sozinhos mesmo HAHAHHA MAS QUE SEJAM TODOS FELIZES, OBRIGADA, DE NADA.
E gente, Hoshi bêbado… eu só consigo lembrar da imagem dele abraçando um sacão de gelo (era gelo? k) aleatoriamente e é isso.
Prometo que todos serão, de um jeito ou de outro HEHEHEHEHE
EU TAMBÉM HAHAHAHA
HEEEITCHAAA, chegou a bonita que tá (tava?) no coração do Vernon (agora eu vejo “Vernon” e lembro do tio Valter do Harry Potter e vice e versa kkkk). Eu acho que a Isabel vai ficar de par com o Vernon
Agora estou esperando mais do Hoshi e o parzinho dele, curiosa para ver como vai ser com nosso tiger-hamster <3
Aliás, aceito mais participações especiais do Nunu na fic, obrigada, de nada HAHAH
Será?
Hoshi e a amada dele são tudo <3 dois fofos que ficam longe dos dramas do coração HAHAHAHAHA
Pode deixar <3
Olha, acertei o parzinho de Isabel e Vernon HEHEHE
Sabe o que eu acho? (Senta pra novela mexicana) Que Bel e Vernon vão “ficar” juntos por um tempo, mas vão perceber que não se gostam tanto assim como mais do que amigos, enquanto Mingyu e Olívia vão começar a ter essas saidinhas e vão meio que se gostar SIM como mais do que amigos. E aí fica aí o rolo pros personagens resolverem, quem sabe não vira um wannabe poliamor, né? HAHAHAHAH
Eu amei essa revelação que Mingyu e Olívia já saíram antes e por alguma razão, eu acho que a ideia do Gyu vai dar bom. Por quê? Só Deus e meu cérebro sabem, mas é isso
HEHEHEHE
eu ameeei a sua novela mexicana, mas vamos ver como que será as cenas dos próximos capítulos hihihi
infelizmente nessa não teremos poliamor, MAS, posso trazer numa próxima hehehehehe
ai, eu também acho que vai dar bom, eles são bffs e adoram a companhia um do outro <3
Perfeito demais aaaaaaaa faz muito tempo que procuro uma fic do seventeen que seja bem escrita, e finalmente encontrei!! Por favor, não pare de escrever, isso é precioso
Muito obrigada pelo comentário, Julia!!!
Fico feliz que esteja gostando <3
Eu ainda tô apostando na minha novela mexicana


Isabel e Vernon, se existe alguma dúvida, eu sou sempre a favor de sanar ela antes de tomar qualquer decisão. Eu posso demorar MUITO pra escolher algo, mas quando escolho é porque eu tenho certeza daquilo e sei que não vou me arrepender LOL
E ESSAS SENSAÇÕES E EMOÇÕES QUE VOCÊS TÊM SENTIDO POR CAUSA DE OUTRAS PESSOAS É MUITO “DÚVIDA” GRITANDO PRA SER ESCUTADAAAA!
Mas bora, eu tô me preparando pra novela mexicana, mas mesmo assim eu ainda vou surtar HEOEHPOEHEO
E pode apostar, adoro ver as suas teorias hehehehehe
EXATAMENTE!!!! Mas vai entender esses jovens, né? HAHAHAHAHA
Ahhh, eu amo o desenvolvimento dessa história!! Não vejo a hora de ver mais demonstrações de ciúmes e amorzinho entre os casais
pelo amor de deus, eu preciso de uma fic só do Vernon e da Olivia 

Que bom que está gostando, Julia!
E obrigada por acompanhar <3
Não sei se eles terão uma fic só deles, masssss, teremos momentos fofos de todos os casais mais pra frente hihi
Eu tô só olhando pra Bel e Vernon com a minha cara de “deixa os dois experimentarem, mas eu acho que vão é voltar pro old bff to lovers” OASNDOASNDPOASN
Perdão a todos, mas aqui eu tô torcendo pro pobre do Mingyu (“pobre”) que já tava sofrendo de amor e a história nem tinha começado NASDINASDPO
Quero detalhes de Hoshi e Na-young e quem vai ser a boca de sacola sobre esse dois, porque alguém vai ter que ser só pro nosso hamster-wannabe-tiger sentir um pouquinho do poder das palavras HAHAHHAHAHAHA
Será? Hehehehehe
E sim, tb to torcendo pelo Gyu
O capítulo deles já chegou hihihi
Uma família de tigrinhos
hamstersbonita e feliz <3Eu não quero drama ;-; eu sou contra drama ;-;
Vou dizer que eu tava meio esquecida sobre uns detalhes da história desses dois, mas foi por uma boa causa, acabou que a “revelação” foi uma surpresa que deixou as coisas ainda mais fofas pra mim ao ler <333
Agora eu quero ver os outros casais e o que eles vão aprontar!
Aiii, demais!
E relaxa, os dramas das minhas histórias duram quase nada
Fico feliz!
Já já o próximo capítulo chega hehe
A arte mostrando que na vida cês tão tudo errado HAHAHAHHA
Se estivessem certos, a troca não ia afetar a química. Então faz favor de pararem de palhaçada e arrumem os parzinhos direito, todo mundo tá vendo isso aí, menos as pessoas que precisam ver, fala sério u.u
E amei a participação do Booboo na história, super aceito uma história com o clube dele e a história dele nesse universo HHEHEHEHEH
Exatamente!
Tudo poderia ser resolvido se eles fossem mais sinceros com eles mesmos
Aiii, eu também! E é uma boa ideia, viu?
Arre, os casais estão começando a se (re)encaixar, FINALMENTE. Mas eu ainda quero mais saídas do Gyu com a Liv antes de qualquer coisa KHAHAHAHA
Teremos cenas de ciuminhos dos dois que ainda estão “se descobrindo”? HHEHEHEHE
Eu torcendo pra novela mexicana HAHAHHAHAHA
Finalmente!!!

Pode deixar, eu amo esses dois também
TEREMOS HEHEHEHEHEHE