Prólogo
O sonho de sempre foi ser uma escritora de sucesso, e um dia poder ser uma roteirista de um grande drama coreano. Por isso, ela se desafiou e, após terminar a faculdade de Educação Física, a mulher decidiu estudar roteiro na Coréia do Sul.
Os primeiros anos não foram nada fáceis! Mas, no penúltimo ano do seu curso, ela pôde ver seu sonho se realizar. Estagiava numa empresa de
mangás e, um dia, Sang Chang, o seu
sunbae na empresa lhe deu a notícia que ela não sabia, mas iria mudar sua vida.
— , poderíamos falar um momento? – Ele perguntou próximo à mesa de trabalho dela.
Todos os seus colegas encararam de volta. No início, ela sofreu uma resistência absurda de alguns ali por sua nacionalidade brasileira, e ainda havia um colega ou outro que a olhava torto, mas dentro da equipe de Chang, poderia se considerar uma roteirista de sorte! A
Mangaká Enterteinament também era uma excelente empresa para se trabalhar.
Sang Chang era poucos anos mais velho que , e começou na empresa dois anos antes dela, portanto, ele era líder da equipe de roteiros auxiliares da empresa. Ele vislumbrava chegar a líder da equipe dos roteiros principais, ou seja, dos principais
mangás de sucesso da empresa. E assim também, seus subordinados esperavam entrar ao grupo de escritores principais. Para isso, Chang era sério em seu trabalho, de pouco diálogo ou amizade. Era um chefe tranquilo, mas pontual em sua liderança. Não era carrasco, e sim cordial, mas evitava se expor demais aos funcionários.
se levantou e seguiu o homem descolado, dentro de sua figura calada, aos olhares atentos de todos. Chang sentou-se à mesa grande de madeira da sala de reunião coletiva, e se sentou ao lado dele, observando o envelope sob suas mãos.
— Eu fiz algo errado,
sunbae?
Ela não conseguiu conter a curiosidade, Chang a olhou curioso e, ajeitando os óculos, sorriu.
— Eu diria que você fez algo muito certo, .
— Como? – ela arregalou os olhos, confusa.
Chang retirou um maço de papéis presos em um
clip de dentro do envelope e entregou a ela.
— Você não iria jogar isso fora, não é?
percorreu os olhos no título e nas primeiras frases, reconhecendo seu manuscrito.
— Ah… Isso é só um esboço de um manuscrito meu para… Eu achei que um dia poderia se tornar um livro, mas foi rejeitado.
A expressão no semblante da mulher era de derrota, então Chang, surpreso por ter escutado que alguém foi capaz de ter rejeitado aquele esboço e também por ela não tê-lo mostrado aquilo, foi logo enchendo de perguntas:
— Você realmente iria jogar fora?
— Ah não, não,
sunbae! Na verdade, eu achei que havia perdido esta cópia… Como a encontrou?
— Estava caída aqui na sala de reuniões, segundo a senhora da limpeza que me entregou esta manhã.
Como um flash em sua mente, recordou-se da última reunião que tivera ali e quais as probabilidades de seu manuscrito ter caído enquanto ela se apressava a juntar as suas coisas.
— Ah, claro. Foi isso então. Mas… Você gostou,
sunbae?
—
Er… – Chang observou o olhar aflito da mulher e tomou coragem para pedir algo a ela que há algum tempo já queria fazer: — Quando estivermos apenas os dois… Você pode me chamar pelo meu nome. se espantou com aquilo, sabia a importância da hierarquia na sociedade coreana até mesmo entre amigos, e Chang e ela nem eram assim tão amigos. Estava mais para um coleguismo profissional.
— Ah, sim. Chang então. Mas você gostou?
— , me espanta isso ter sido rejeitado! Tudo bem que é apenas um esboço, mas… Dá para desenvolver uma grande história. Quem rejeitou seu manuscrito?
— Meu professor. Da escola de roteiros. Ele tem uma entrada no mercado editorial e se disponibilizou a ler o meu manuscrito, ainda que não estivesse acabado. Ele leu e… Bem, talvez por não o ter terminado, ele não viu potencial.
— , você não mostrou este manuscrito sem o registro, não é?
— Claro que tem registro, Chang! Eu não sou assim tão fácil de iludir.
A mulher fez um biquinho descontente que Chang não admitiria, achou fofo.
— Bem, isso é ótimo. Talvez tenha sido uma pergunta desnecessária para uma roteirista. – ele assumiu e ela sorriu concordando — Mas , também me espanta você não ter me mostrado este manuscrito. Não se passou à sua mente que eu poderia ajudar?
Realmente ela não conseguia compreender o que o líder dos roteiristas de sua empresa poderia fazer. Um ato ingênuo de . Chang riu fracamente e a olhou por cima dos óculos, a fim de parecer chateado:
—
Uwa… Você tem tão pouca fé assim em mim? – ela o observou, confusa — Logo eu, o líder dos roteiristas desta equipe?
E, de repente, um estalo a sobressaltou ao observar a expressão de falsa chateação de Chang.
— Você acha que a
mangaká pode se interessar por esta história?
— … Eu me interessei pela história! Este pode ser o seu primeiro trabalho independente aqui dentro… Quero dizer… O primeiro que você assine como escritora, já que toda a equipe trabalharia com você.
—
Oh my God, Chang! Realmente acha que
“Garota Ocidental” pode ser um bom
mangá?
irradiava felicidade e esperança num amplo sorriso, que fizera até mesmo Chang sorrir igual. Ele apoiou os cotovelos à mesa, cruzando os braços e sorriu pacífico para .
A garota se levantou de repente dando pulos e gritinhos silenciosos, afinal, não poderia gritar dentro da empresa. Chang a observou feliz, mas sentindo-se um pouco constrangido pela reação, já que do outro lado do vidro da sala de reuniões, toda a sua equipe os encarava curiosos. O que havia feito para estar pulando daquele jeito contido e ao mesmo tempo animado?
Meses se passaram e muito trabalho foi feito e, por incrível que pareça, era agora o alvo da curiosidade nacional.
“Garota Ocidental” foi o primeiro
mangá na Coréia escrito e pensado por uma brasileira, com uma história bastante original e que ganhou as estantes de todos os públicos e idades em um curto tempo. Um tremendo sucesso! E a
mangaká agora tinha no seu
hall uma preciosa escritora, que lhe rendeu mais prestígio e atenção. rompeu as barreiras do preconceito e da xenofobia, e mal podia acreditar que estava ali, agora, num camarim de uma emissora de TV coreana, onde em alguns instantes seria uma das entrevistadas da noite.
01.
O camarim contava com a presença das pessoas ilustres que representavam o sucesso que
“Garota Ocidental” se tornara. Estavam ali , a escritora mais falada ultimamente, a diretora Mayoree – da emissora tailandesa parceira à KBS –, Chang, o agente de e atual líder da equipe de principais escritores da
Mangaká Entertainament. Também os atores tailandeses Mauro Maurer, Nadech Kugimiya, e as atrizes Anyarin Terathananpat e Luana Songyu, os três principais atores do
lakorn, que se originou do mangá, e a atriz mestiça coreano-brasileira.
já havia passado por todo aquele surto bom, ao encontrar-se com os atores principais do drama que nasceu graças à sua história, nos eventos de lançamento. Mas nunca era o suficiente, ela sempre se assustava e se emocionava ao notar a grandeza que sua história alcançara. Estava bebendo o seu décimo copo de água quando a produtora do programa veio ao camarim chamá-los. No palco do programa, o auditório que aplaudia e a quantidade extensa de vários sorrisos em vários rostos, na mente de , se justificavam pela presença dos atores ali. Mas eram por ela também. A apresentadora da KBS lhes cumprimentou e assim que se sentaram às poltronas, sentiu-se extremamente nervosa. Já havia sido entrevistada antes graças ao sucesso do
mangá, e agora era a segunda vez que passava por aquilo graças ao sucesso que o drama também se tornava. Entre perguntas sobre a estreia do seu
mangá na Tailândia e do posterior sucesso dele, e Chang contaram como foi feito o contato da parceira da KBS na Tailândia para a produção do drama.
— Sem dúvidas, foi uma grande surpresa quando o
sunbae Chang me telefonou dizendo que a emissora parceira da KBS na Tailândia estava interessada em uma adaptação de
Garota Ocidental para a TV… Eu não achava que a história cresceria tanto assim em outros países. – disse à entrevistadora.
— Bem, o Brasil não é um país muito adepto ao formato de novelas que temos aqui na Ásia. Na verdade, posso garantir que são formatos muito diferentes de roteiro. Mas o mercado editorial de
cartoons e
mangás tem crescido muito desde que eu saí de lá, e bem… Foi uma feliz notícia saber que meu
mangá estava sendo distribuído em algumas das principais livrarias brasileiras. Contudo, não chega ao número de leitores que temos aqui.
— Talvez seja por você ser brasileira que
Garota Ocidental também tenha leitores por lá?
— Com certeza! Existem muitos adolescentes interessados no conteúdo dos dramas,
animes e
mangás, e todas as outras formas de entretenimento asiáticas no Brasil. Mas o próprio mercado não produz este conteúdo abertamente, então tudo é importado. A notícia de ter uma brasileira que está fazendo sucesso com suas histórias em outro continente é de orgulhar o meu país e por isso acredito estar sendo prestigiada por eles.
— Uma filha que orgulha a nação – a entrevistadora disse e sorriu um pouco sem graça, aquilo para ela já era um pouco demais, mas não perderia tempo explicando-lhes que, para o Brasil e os brasileiros em si, às vezes pouco importava.
A entrevistadora perguntou ao Chang como tem sido o trabalho com , sua equipe e sobre a sua crescente profissional graças ao
mangá.
— Quando propus para a transformar o seu manuscrito em um
mangá, eu tinha certeza que daria certo. Mas, como disse em outras entrevistas, não imaginei que chegaria a tanto. Parece que a Coréia realmente sente-se orgulhosa de ter uma estrangeira fazendo este sucesso, e eu concordo. Somos uma nação tradicional, mas que não deve fechar os olhos para novas tradições. Se eu pudesse comparar a um grupo de
K-pop, diria que ela tivera o seu grande
debut com imenso sucesso e elevou a
Mangaká Enterteinament aos extremos do seu reconhecimento.
Chang brincou e a entrevistadora logo entrou na brincadeira:
— Ora, parece que o
sunbae Chang está por dentro dos nossos convidados de hoje!
— Eu posso ter ouvido alguns rumores nos corredores… – ele riu e o auditório inteiro gritou de ansiedade.
Ou melhor, murmurou. Gritar mesmo, para , era coisa que o auditório coreano nunca faria de forma tão espontânea. E naquele momento, o assistente com a plaquinha “gritos” não estava a postos. Ela olhou para Chang de modo curioso. Que grupo estaria ali e ela não sabia?
— Mas, retornando à sua pergunta… Eu quero dizer que eu não imaginei que Mayoree me telefonaria pedindo uma reunião para o drama. Foi uma surpresa maravilhosa também que eu e minha equipe, ou melhor, nossa equipe – Chang falou olhando simpático à — que nós pudéssemos ser enquadrados à equipe principal da
mangaká depois de
Garota Ocidental.
— certamente é o pé de coelho de todos nós, não? Poderia, por favor, apertar a minha mão antes de ir embora, senhorita ? – a entrevistadora brincou novamente arrancando risadas, ao mencionar a sorte da escritora.
Mayoree também contou sobre as altas expectativas que teve quando a ideia do drama lhe surgiu.
— Quando
Garota Ocidental bateu o recorde de vendas na Tailândia, nossa empresa marcava uma reunião para o planejamento do novo drama. Eu tenho uma filha de quinze anos e fui uma das pessoas que mais comprou este
mangá para ela. Um dia, antes de dormir, Nari gargalhava em seu quarto e eu fiquei curiosa e a perguntei
“o que está acontecendo?”; ela me mostrou o
mangá e contou animada pelo que a personagem passava. Eu fiquei curiosa e comecei a ler a história, então quando a reunião aconteceu, eu fiz uma ousada aposta:
“por que não tentamos produzir a história deste mangá?”, eu disse. Ninguém entendia porquê eu estava levando uma ideia daquelas à mesa de reuniões. Como sabem, o meu foco é direção de dramas mais adultos, suspenses com temáticas de vingança e brigas familiares… De repente, eu estava querendo dirigir um drama adolescente! Bem, propus que todos nas reuniões o lessem e levei os
mangás de Nari para a empresa. Três semanas depois estávamos planejando como solicitar os direitos pela escritora e onde buscar os investidores. Você disse que é um pé de coelho, bem, para nós ela está sendo um coelho inteiro.
— É uma história incrível! – a apresentadora falou animada: — Vocês sabiam disso, e Chang?
— Ah sim, eu acho que a história da
sunbae Mayoree foi o que me fez levar com profundidade esta possibilidade até a .
— É! Eu a ouvi quando a senhora Mayoree me encontrou na primeira vez. Eu inclusive quis conhecer Narissara, pois se não fosse ela, a mãe talvez não tivesse lido o
mangá!
— Não teria mesmo, não por causa do
mangá, mas porque eu sou uma maluca por suspense. Confesso que
Garota Ocidental me faz relaxar bastante.
A resposta da diretora trouxe afago ao coração de , que toda vez que escutava alguém elogiando o seu
mangá, sentia-se realizada.
— Eu fiquei curiosa com uma coisa! – a apresentadora perguntou a Mayoree: — De que cena Nari estava rindo?
— Oh… Era uma cena em que a personagem principal apanhava da mãe do Yooni, que lhe batia por ela encará-la nos olhos.
— Sim! Sim, esta cena é muito boa! Vocês já a gravaram? – a apresentadora perguntou ansiosa aos atores e diretora.
— Na verdade, ainda não chegamos a este bloco de gravações.
Luana, a atriz mestiça que até então estava calada mencionou:
— Eu gravei nesta semana outra cena que é a minha favorita até então. E que a escritora contou que aconteceu com ela.
— Aquela quando a
sunbae errou as palavras e falou em três idiomas com um coreano. – Luana falou olhando para que imediatamente se lembrou, animada.
— Oh… Oh, é uma excelente história! Eu não poderia deixar de fora do
mangá e estou muito ansiosa para vê-la no drama. Posso te mostrar como foi a minha expressão se quiser.
Todos riram da escritora se dispondo a encenar para a atriz.
— Nós vamos querer ver isso, mas antes eu preciso convidar um grupo muito aguardado para estar aqui conosco! Eles certamente ficarão tristes de não participarem do próximo bloco, então vamos para o intervalo rápido e em seguida… Que tal se nós explorássemos o
“Best Of Me” hoje?
A pequena referência deixada pela apresentadora imediatamente alvoroçou ao auditório que a entendeu. O programa partiu para um
break, e se adiantou para ir ao banheiro, pensativa em quem seriam as pessoas.
02.
Quando retornou ao palco, Chang mexia em seu celular.
—
sunbae! – ela murmurou e ele a encarou: — Quem são os
idols?
— Você não sabe? BTS. BTS é o grupo que estava no camarim VIP.
— E só agora você me diz isso!?
— Você é
army também? Ah… Esquece, quem não é
army hoje em dia. – Chang riu.
— Não sou
army! Mas sou fã e eu precisava me preparar psicologicamente para isso… Céus, como eu posso continuar esta entrevista agora?
Chang riu do desespero contido da escritora, e então se aproximou do ouvido dela para perguntar brincalhão:
—
Hey , qual é o seu
bias?
Ela o encarou, assustada, e decidiu não responder.
— Você anda muito “por dentro” do universo adolescente.
— É o meu trabalho, não é? Aliás, o nosso.
não pôde responder de volta. O programa anunciou o retorno e todos se recolocaram em seus lugares. A apresentadora anunciou ao grupo e logo os
idols estavam se apresentando no palco do programa, com todos os olhos vidrados neles. Inclusive os de . Chang riu ao notar o quanto ela havia ficado nervosa.
Quando os sete rapazes estavam sentados num espaço próprio para eles, ali no palco, de frente para os outros entrevistados, sentia-se sufocada. Percebeu que entre os sete, alguns fugiam olhares a ela, e graças à apresentadora conseguiu retomar sua atenção ao que viera fazer ali.
— , pode nos contar mais sobre a cena que Luana comentou?
contou então, sobre o dia que estava na rua, ainda recém-chegada na Coréia, aprendia um pouco do idioma nativo quando um rapaz coreano pegou seu par de luvas que havia caído de sua bolsa e foi lhe devolver. Ela o agradeceu certa de pronunciar um
“komawo” corretamente, mas o homem a encarou assustado e então ao perguntar a ele:
“eu disse algo errado?” em inglês, ele respondeu que ela havia acabado de pedi-lo um beijo. se desesperou e tentou se explicar e se desculpar, mas confundia-se toda e falou com o homem em português, inglês e em um coreano miserável. Depois o rapaz começou a rir dizendo que havia feito uma piada ao notar que ela era estrangeira, e dali por diante os dois se tornaram amigos.
Depois disso os atores, Mario, Nadech e Anyarin contaram da experiência em gravar o drama.
— Eu nunca achei que seria tão divertido gravar este drama, até ler o mangá. Temos o nosso roteiro adaptado, é claro, mas, o mangá…
Anyarin parou sua fala para pensar e então Mario se pronunciou:
— É como assistir o filme e ler o livro, não é?
— Sim, sim, é isso! Obrigada, Mario.
— Vocês três leram o mangá? – a apresentadora perguntou e Mario respondeu:
— Sim, por mais que o roteiro esteja impecável… – ele olhou para a escritora com uma expressão maliciosamente ingênua: — A escritora conseguiu extrair o melhor para o roteiro sem sacrificar o mangá. Bem, por mais que ela seja realmente talentosa e cuidadosa em nos entregar o melhor material de trabalho, conhecer o mangá nos ajuda a compor o personagem.
— Eu concordo. Só com o roteiro já é possível fazer um drama sensacional, mas tem certas particularidades dos personagens que estudando mais a fundo o mangá tornam nosso trabalho ainda melhor. – respondeu Nadech.
Entre todas as falas e entrevistas, não conseguia conter-se. Ela não tirava os olhos do BTS. Na verdade, tirava sim, porque não podia ficar babando ali, mas não era fácil disfarçar. Depois que os atores comentaram as perguntas feitas pela entrevistadora, o segundo bloco foi focado no BTS e em alguns momentos, eles foram perguntados se conheciam ao mangá.
Namjoon disse ter lido, mas não conseguiu terminar graças ao grande volume de trabalho. Certamente ele se desculpou dizendo que faria aquilo: terminar o mangá, depois de tanto ouvir falar bem. Suga perguntou se o drama não passaria na TV coreana, e Chang respondeu então algo que todos gostariam de saber:
— Talvez, quem sabe no futuro. Por enquanto, estamos aguardando para ver se teremos um sucesso até o fim de
Garota Ocidental na Tailândia.
— Mas o que você está dizendo? É lógico que será um sucesso! – Mayoree ralhou fingindo ofensa e todos riram.
— Olha este elenco, acha que não somos capazes de parar a Tailândia? – respondeu Nadech, o mais novo dos atores, animado.
A apresentadora jogou a bola novamente para , a fim de saber se ela prestigiava ao trabalho do BTS. Ao responder que sim, fez com que Namjoon se sentisse constrangido e a respondesse brincalhão.
— Eu estou que não me aguento sentada aqui, vocês deveriam ter me dito que BTS estava no programa… Eu não sou uma
army, mas,
oh my God! Quem em sã consciência não gosta do trabalho deles?
— Escritora, agora eu estou me sentindo péssimo! Minha nossa, alguém tem o mangá aí? Eu vou terminar de ler ele agora!
A resposta de Namjoon causou risos e de repente uma garota na plateia estendeu o braço mostrando o mangá. A produção o pegou e entregou ao Namjoon que sorriu e agradeceu, já o abrindo para ler.
— Você realmente fará isso?
J-Hope perguntou mais descontraído para seu colega que piscou apara a moça da plateia e perguntou:
— Se importa se eu ficar com isso?
A garota continuava com a boca aberta olhando entre a escritora e o
idol. sentiu-se mais relaxada com a situação e pediu ao Chang uma cópia. Ele sempre andava com cópias das obras.
— Um momento! Com licença.
Chang levantou-se e ninguém entendia nada, ele foi até uma parte que a câmera do programa não filmava, e pegou ali o
box especial da nova edição dos três mangás de . Uma edição nova, de colecionador, que começaria a ser vendida em algumas semanas, e que ele havia feito autografar um a um. Ela não sabia para quem seriam as vinte caixas
boxes que havia autografado, mas Chang se aproximou com elas nos braços e entendeu tudo esbravejando, ao vivo:
— Sang Chang! Como você me faz autografar tudo isso sem me dizer que eram para o BTS?
— Era para ser uma surpresa! Você quer entregar?
Ela se levantou e pegou um a um entregando aos meninos sentados, e então o programa inteiro ria enquanto a apresentadora falava alguma coisa sobre:
“ é mesmo um coelho inteiro, acabamos de bater a audiência!”.
— Namjoon, acho que a fã na plateia vai gostar de receber de volta o mangá dela depois de ter passado em suas mãos.
falou e olhou para a fã, que gritava “sim, sim” e chorava. Todos riram, então Namjoon devolveu a edição antiga do mangá, a primeira, aliás, autografou e caminhou até a menina a entregando. A jovem lhe pediu uma foto, ela tirou e em seguida retornou ao seu assento e disse:
— Me desculpem. Brasileiros são um pouco calorosos e espontâneos. Não imaginei que eu transformaria o programa numa tarde de autógrafos.
— Oh não, por favor, você pode fazer o que quiser aqui, escritora. Somos o programa mais assistido neste momento. – a apresentadora disse.
— Ah, mas é claro, isso não é por minha causa. Tem sete homens cobiçados pela Coréia, e quatro atores pela Tailândia no palco.
— Não seja modesta, você também entra neste combo, senhorita ! – a apresentadora respondeu.
sorriu cortês e agradeceu.
— Ora, é muito bom saber que sou dispensável. – Chang brincou — Mayoree, deveríamos sair?
— Fale por você senhor Chang, eu sou uma diretora cobiçada também.
— Certo, eu estou mesmo sobrando aqui? – ele brincou e olhou para .
— Claro que não, onde eu poderia encontrar um agente tão competente ao ponto de me trazer a este palco?
A declaração entre amigos chamou a atenção da apresentadora. Chang naquele tempo em que vinha trabalhando com , não deixou de ser sério, porém descolado, e nem passou a se expor entre os funcionários. Mas, com ela… Com , ele conseguia ser um bom amigo. E se comportar de uma forma mais liberal, tal qual sua aparência descolada às vezes pedia.
— Por acaso, vocês namoram? – a apresentadora perguntou de repente fazendo todos ali no palco olharem para escritora e para o agente.
Em especial, um par de olhos se mostrou muito interessado naquilo. Suga que estava ao lado de Taehyung, havia notado naquele momento o quanto o amigo estava perdido em olhares para a escritora.
— Um com o outro? – Chang perguntou de repente e todos riram e murmuraram.
— Bem, não foi esta a minha pergunta, mas… – a apresentadora sorriu.
— Não namoramos. Um com o outro, não namoramos. – respondeu um pouco apreensiva por ter notado o olhar do
idol sobre si.
— O que a quer dizer é que tanto ela quanto eu, estamos solteiros. – Chang falou muito mais sem graça do que estava anteriormente.
—
Hm… Temos aqui dois bons partidos para a próxima edição de “casados ou namorando”?
Novamente, a plateia e os convidados riram com a menção da apresentadora a outro programa da emissora, e o programa continuou.
03.
Ao final do programa, BTS foi convidado a uma última apresentação ao palco, a plateia despediu-se de e dos demais convidados, e todos assistiram o encerramento ao som de KPOP. Finalizada a transmissão, saiu com os demais convidados do palco, e BTS permaneceu ainda conversando com os diretores do programa no palco. Ela e Chang estavam em um canto conversando antes de um dos atores surgir ao lado deles.
— E então, como me saí? – ela perguntou ao Chang, seu agente.
— Você foi incrível. Tenho certeza que as pessoas realmente gostam de você, .
— Acha que fiz alguma coisa fora… Do padrão?
— Relaxa você se comportou muito bem!
— Isso é um alívio… Quando o BTS entrou no palco eu só pensava que a qualquer momento eu iria estragar tudo!
Chang deu uma risada divertida e pegou a mão da amiga para acariciar e a confortar, à medida que baixou seus olhos à altura dela.
— Acalme-se! Você foi realmente muito bem, ninguém desconfiou que você fosse uma
army!
— Eu não sou
army, Sang Chang! Se as pessoas o escutam dizer isso eu posso ser apedrejada!
— Certo, certo… Sabe… – Chang mudou o assunto — Eu acho que esta foi a nossa melhor entrevista juntos.
— Realmente! – lhe deu um sorrisinho travesso: — Quem diria que o líder Chang seria tão descolado em público! Aposto que nossa equipe está assistindo e morrendo de vontade de vê-lo logo…
Chang murmurou um resmungo em descontentamento por saber que sua imagem de “líder amigo” estava se transformado em “amigo líder” para todos. Ele ficava constrangido enquanto ria discretamente. Os dois foram interrompidos pelo ator Mario Maurer, que se aproximou cortês.
— Com licença… — o observou diretamente e sorriu, assim como Chang — Eu gostaria de agradecê-los por hoje. Acho que fizemos um bom trabalho em conjunto.
Chang concordou risonho, mas notando que Maurer não estava bem ali para agradecer, já que entre um olhar sutil e outro, os olhos do ator brilhavam para .
— Eu espero não tê-la decepcionado com nada do que eu disse sobre o roteiro, escritora .
— Ah não! De forma alguma, o senhor foi muito delicado com a minha obra, senhor Maurer. Eu lhe agradeço.
— Ah… Senhor é um pouco demais. Somos… Talvez eu seja um pouco mais velho do que a senhorita, então, podemos dispensar o pronome?
— Ah, claro… Desculpe-me. Pode me chamar por também. Sem o, “escritora”.
sorriu sem graça e Maurer sorriu abertamente. Já Chang começava a observar aquilo tudo com um pouco de constrangimento. Estava mesmo presenciando um homem flertar com sua… Com à sua frente.
— então! Nadech, Anyarin, Mayoree e eu estamos hospedados no mesmo hotel, e eles estão me esperando para irmos, mas… Vamos embora depois de amanhã e eu gostaria muito de saber se você aceita tomar uma bebida comigo amanhã, me mostrar algo interessante em Seoul talvez…
olhou para Chang de forma discreta e o seu agente disfarçava um sorrisinho olhando para baixo. Ela novamente encarou a figura magnífica de Mario Maurer à sua frente e decidiu aceitar antes de começar a corar também.
— Que ótimo! Eu tenho mesmo algumas curiosidades sobre o roteiro que eu gostaria de saber por você!
se iluminou ao ouvir aquilo e riu abertamente, Chang já se sentia extremamente desconfortável de estar ali, mas não seria educado deixar à companhia dos dois sem uma desculpa adequada, e na verdade ele não queria ter que mentir. De alguma forma preferia ficar por perto.
— E tenho algumas curiosidades sobre você também, .
E aquele foi o tiro final. Se e Chang tinham alguma dúvida de que Mario Maurer estivesse flertando, havia caído por terra. Chang não teve tempo de reagir assim como não tivera tempo de responder. Ele foi chamado para perto do grupo de KPOP que estava parado os olhando.
Os três olharam na direção da voz e ao notar que a desculpa perfeita surgiu, Chang se afastou com extremamente corada disfarçando risinhos e olhares para Mario, que depois de observar para onde Chang iria, retornou sua atenção à escritora.
— Bem, então onde devo buscar você e a que horas? – ele perguntou diretamente, mas tão gentil como sua presença poderia ser.
— Ah, eu posso encontrá-lo no hotel! Não precisa se incomodar.
— De forma alguma, que tipo de anfitrião eu seria fazendo você ir até mim? – ele riu.
— Oras, mas anfitriã sou eu… – mencionou em baixo tom de voz, mais relaxada.
— Não nesse encontro. O convite partiu de mim, eu faço questão de te buscar.
novamente sentiu a atmosfera pesar e lhe faltar um pouco de ar. Não era tímida, mas também não esperava que fosse ser alvo de interesse do ator, e muito menos que Taehyung ficaria a olhando daquela forma tão intensa, alguns metros atrás. Entre encarar o sorriso gentil de Mario Maurer e o olhar enigmático de Taehyung, deu graças por Chang chamá-la para se despedir. Ela se aproximou dos garotos, junto com Maurer. Os atores e a diretora se despediram do BTS, da equipe do programa, de e Chang. E Mario sorriu uma última vez para , dizendo:
— Eu pego o seu telefone com o Chang, escritora, e assim combinamos melhor mais tarde.
apenas sorriu e assentiu discreta. Ela estava extremamente sem graça pela situação na frente do grupo de
idols, alguns deles não haviam percebido, mas Suga, Hobi e Tae sim. O grupo de tailandeses saiu restando em reunião ali, apenas Chang, e os integrantes do grupo de KPOP.
— Escritora, eu peço desculpas mais uma vez por não ter lido antes o seu mangá! Mas pode acreditar: eu vou terminar estes volumes até amanhã! – Namjoon falou sorrindo com a cortesia que só os coreanos têm.
— Não se sinta pressionado, por favor! – sorriu — Eu nem sei se vocês todos gostam deste tipo de leitura, mas Chang e eu queríamos presenteá-los com nossa edição
Golden. Ainda não começou a ser vendida.
—
Uwa… Estamos lisonjeados escritora! – Seokjin respondeu animado olhando para o box autografado em suas mãos, como algo realmente valioso.
— é realmente fã de vocês! Aliás, somos todos! – Chang respondeu apontando para toda a equipe ao redor que já desmontava o cenário — Será que…
o olhou de soslaio assustada por imaginar que Chang pediria uma foto. Ela se sentiria extremamente constrangida se ele fizesse aquilo. Mas, Chang era contido demais para isso. Ele não faria não é?
— Será que podemos pedir-lhes para tirar uma foto conosco?
E a boca de se abriu em surpresa. Yoongi percebeu aquilo e sorriu ladino, com sua expressão sempre entediada, mas divertido ao notar no fundo da “cara de nada” da escritora, a pequena raiva que se escondia. Ele desconfiava que ela e o tal Chang tivessem algo, mas ao vê-la trocar tantos risinhos com o ator de antes – embora não tenha gravado o rosto dele de fato – Suga notou que eles eram só amigos. E como amigos, ela iria dar um peteleco na testa de Chang, certamente. É algo que o próprio Suga faria.
— Mas é claro! – Hobi se adiantou animado batendo palmas e organizando os amigos.
Só para irritar Taehyung, na hora de se enfileirarem para a fotografia, Yoongi se colocou ao lado de . Ele observou o amigo o fuzilando de forma discreta e contida, e se posicionando atrás da escritora e todos sorrirem para a foto. Antes que o grupo dispersasse em novas despedidas, a voz de Kim Taehyung ecoou ao pé do ouvido de :
— Será que eu poderia lhe pedir o número do seu telefone?
A mulher olhou para trás discreta, e percebeu que realmente aquela era a voz de Tae. E minha nossa! não estava preparada para aquilo! Ela sorriu e iria virar-se para ele, quando Jimin tocou o braço de Taehyung. Abaixando a cabeça freneticamente em cumprimento e sorriso largo para a escritora, Jimin se despedia e puxava Taehyung que o encarava como se fosse capaz de fuzilá-lo com o olhar.
apenas ficou parada onde estava pensando se deveria ir até eles ou não. A mulher levou a mão à sua bolsa carteira e retirou o seu cartão dali. Ficou observando Chang ocupado com alguns produtores, certamente agradecendo, observou o grupo de
idols saindo em direção ao estacionamento, e pensou novamente:
“Será que pega mal eu ir até ele?”. Não precisou de muita ousadia da parte dela, já que Taehyung se adiantou.
— Jimin você não tem o menor senso de inconveniência não? – ele ralhou soltando a mão do amigo de seu braço, de forma delicada.
— O quê? – a expressão de dúvida do outro foi rapidamente dissipada pela mão de Suga a lhe bater a testa.
—
Yá! Ele estava prestes a pegar o telefone da escritora, lerdo. – Suga explicou.
Jimin não entendeu até que Suga apontou com o olhar, a figura de Taehyung indo até a escritora que já estava sendo chamada por Chang e dando as costas ao grupo. Os amigos observaram, cada um percebendo aos poucos que o outro havia parado e no final, todos atentos a Tae que pegava um cartão das mãos da mulher, e retornava para o grupo com um sorriso disfarçado, e um desejo forte de começar a cantar bem ali.
— Você realmente pegou o telefone dela? – Jungkook perguntou alarmado.
— Sim! E não, eu não vou dá-lo a você.
A resposta de Tae fizera os meninos todos rirem, e o parabenizarem.
— Espera aí! – JHope parou e começou a se espantar e gritar dizendo: —
Uwa! UWA! O Taehyung deu mole para uma garota?!
De repente estavam todos surpresos e fazendo piada daquilo.
— Agora eu estou realmente curioso para conhecer melhor a mulher que finalmente chamou a atenção do nosso sempre esnobe Kim Taehyung! – Yoongi zombou saindo na frente dos outros.
04.
estava caminhando na rua de sua própria casa com Mario ao seu lado. O táxi do qual eles desceram, ainda estava parado aguardando o ator como ele havia pedido. O encontro foi incrível, Maurer era extremamente divertido e não era também de dar voltas sobre o que pretendia. Quando chegaram ao fim do encontro, no jantar, Mario e já estavam se beijando, graças à diretiva intenção que Mario lhe expôs.
, como brasileira habituada a outro ritmo de paquera, já estava sentindo falta daquele comportamento. Para o conforto da escritora, ele entendia o “estilo Brasileiro” de ficar e, não queria perder um dia antes de ir embora com apenas diálogos. Desde as visitas, aos pontos turísticos de Seoul, à exposição de arte, às praças onde sempre tinham artistas de rua que adorava assistir, à ponte famosa do rio Han, ao café que gostava de ir para escrever e Mario insistiu para conhecer, até ao jantar romântico que ele secretamente havia planejado… Em todos estes momentos, Mario andou de mãos dadas com ela como se fossem um casal cheio de trocas de carinhos. E não se sentia animada por um encontro daquele há algum tempo! Afinal, os coreanos tinham outro ritmo de namoro que precisava admitir: haja paciência… O último cara com quem havia saído demorou três meses para beijá-la, e quando o fez, foi sem língua total. Sem falar no jeito que eles terminam… Eles apenas somem!
havia ficado animada com o encontro que tiveram naquela noite. Estava feliz, mas sentiria falta. Mario beijou-a novamente à porta da casa dela e quando se separaram risonhos, ele disse:
— Eu estou pensando desde a hora que saímos do restaurante em mil maneiras de ficar mais uns dias… — sorriram e então o ator suspirou desanimado: — Mas eu realmente não posso.
— Claro que não… Você é o protagonista da primeira fase do meu drama!
sorriu acariciando o rosto dele.
— Quando posso te ver novamente? É só me dizer. Assim que chegar à minha casa, irei te colocar em todas as brechas da minha agenda se você quiser! — Mario informou ansioso.
— Vamos apenas deixar rolar. Tudo bem? — Ela respondeu.
E ali, os dois se despediram. e Mario vinham se falando com certa frequência e já havia se passado três semanas do encontro. As coisas andavam mais agitadas na
mangaká desde o programa de televisão e estava absolutamente feliz, Chang ainda tinha grandes planos para a sua amiga e escritora especial que envolvia ao trabalho, e ele se esforçava para conseguir realizar tudo que ela quisesse. Sem dúvida, não encontraria um agente como ele em toda a Coreia.
[XXX]
Suga sentou-se na poltrona ao lado de Tae, aliviado por conseguir finalizar mais uma produção que ele se esforçara muito, e observou o mais novo encarando uma foto da escritora no
Instagram. E então se lembrou do ocorrido semanas antes. Passou a língua pelos lábios, curioso e então perguntou:
— Você ainda não ligou para ela Taehyung?!
Tae olhou para o amigo e deixou o telefone de lado fechando os olhos e se escorando cansado ao sofá.
— Ela está saindo com o ator.
Suga pensou sobre aquilo tentando se lembrar do dia da entrevista.
Taehyung assentiu silencioso e abriu o celular no
Instagram de Maurer. Ele andou
stalkeando o ator e descobriu pela foto do dia seguinte à entrevista, que ele saiu com a . A escritora vinha sendo citada e marcada constantemente nos
stories e perfil do ator.
— Então você vai desistir porque um cara já está saindo com ela?
Suga perguntou confuso e Tae apenas suspirou.
—
Aigoo! — Suga reclamou — Você tem mesmo, muito a aprender com o seu
hyung.
Yoongi se levantou depois de notar que Taehyung não estava muito bem. Jogou a garrafa de água no lixo e saiu da
Big Hit escondido, rumo ao seu carro. Deu uma pesquisada sobre a escritora e foi para casa se arrumar. Ele já havia ficado curioso sobre a mulher que interessou ao Tae daquele jeito, porque não era algo corriqueiro, então passou em sua mente que poderia e
deveria checá-la de perto.
As coisas estavam agitadas na sala de criação de seu estúdio, e só notou aquilo quando a barulheira de risos se revelou. Dentro de sua sala estava tudo silencioso demais. Ela observou ao redor: toda a equipe rindo muito e procurou por Chang, mas não o encontrou. Foi para a sala de café, e depois de buscar uma xícara, Song Hiro se aproximou dela chamando-a:
—
sunbae! Tem um homem querendo falar com você lá na portaria.
Pensando que poderia ser Maurer, apenas assentiu. Geralmente, as pessoas se identificavam e se ele não fizera aquilo, com certeza era o Mario com a surpresa que havia dito que a faria.
— Claro! Cadê o Chany, Hiro?!
— Foi resolver uns problemas na gráfica.
Song se voltou aos amigos e foi em direção ao elevador para a portaria. Assim que chegou, ela viu um homem encostado na pilastra de mármore do prédio, com boné e máscara. Olhou em volta, estranhando a figura, mas só poderia ser ele. Contudo, ao se aproximar mais, notou que pela postura não era o Mario.
— É você quem me procura?
Ele levantou o rosto para observá-la de perto e notou que seus olhos pareciam denunciar um sorriso ínfimo, e antes que ele dissesse algo, ela mesma disse:
— Eu reconheceria estes olhos de longe… Mas o que faz aqui… — olhou para os lados e se aproximou falando baixo: —
Suga?
Ele se alarmou sentindo certa alegria por ser reconhecido.
— Você marcou o meu olhar tanto assim?
sorriu discreta pela piada, mas já se explicando:
— Não entenda mal, por favor. Com os anos vivendo aqui, eu aprendi a reconhecer os coreanos pelos olhos.
— Entendo… Você pode sair?
não entendia nada! Ficou pensando se por caso Taehyung havia pedido a ela, o seu número para dá-lo, enfim, ao Suga… Pelo fato de estar ali, era a única explicação, mas… Fazia sentido? Ele nem mesmo ligou, só apareceu diante dela daquele jeito!
— O meu expediente ainda demora. — explicou a escritora e indagou bastante curiosa: — Você tem algo a falar comigo pelo visto, para vir até aqui assim…
— Só quero te conhecer, dar uma volta, fazer algo… Sei lá… E eu não sou de ligar avisando, desculpe por isso.
— Oh… — estava mesmo confusa e assustada com o que estava acontecendo! Um BTS lhe chamando pra sair… — Como eu posso te chamar?
Ela perguntou e ele estranhou, por isso, ela se aproximou sussurrando para ele:
— Suga e Yoongi são nomes muito próprios de certo,
idol, não?!
Ao ouvir, seu nome e apelido, sussurrados por ela, Yoongi pôde quase adivinhar como Taehyung se sentiria ao ouvi-la pronunciar o nome dele sussurrado daquela forma.
— Só Min. — disse por fim: — E então, quando acaba o seu expediente?
— Considerando que você não pode dar sopa por aí, aonde eu devo te encontrar, Min?
— Em lugar nenhum. Iremos juntos, eu te espero, já disse.
— Bem… — ela desconfiou: — Você vem aqui do nada e me chama para sair sem nunca ter falado comigo… Eu não sei se me sinto segura com isso.
— Não se preocupe, eu só queria te conhecer. Mas, o Taehyung não te ligou ainda, o que me fez vir diretamente.
suspirou, com a cabeça girando confusa, ele continuou:
— Posso te esperar aí? — Yoongi falou apontando para o interior do prédio.
Ela não entendia mesmo o que estava rolando ali, mas se virou apontando para o elevador com a cabeça, indicando ao
idol que a seguisse.
— Olha, tem algo de estranho nisso…
— É, eu sei. Pareço estranho, né? Mas eu não posso voltar depois, e é melhor não dar sopa por aí como você disse. E também… Eu fugi do meu trabalho, embora tivesse acabado tudo, eu não podia sair sem avisar meus superiores. Então, não tem como eu ir e voltar…
o encarou curiosa por tal atitude, mas apenas murmurou positivamente.
— Você pode ficar pelo estúdio, mas a minha equipe inteira vai estar lá, ou então espera na minha sala. O que prefere?
— No ambiente mais privado possível, por favor.
assentiu e a porta do elevador se abriu. Os dois caminharam pelo pequeno espaço e Yoongi não chamou a atenção de ninguém. Minutos depois, ele entrou na sala de e observou o lugar minuciosamente, afinal, uma decoração pode dizer muito sobre alguém.
— Fique à vontade Yoongi, você quer beber algo?
disse e ele negou silencioso. Yoongi sentou-se no sofá confortável que havia ali e até cochilou um pouco, enquanto voltava a trabalhar espiando o homem estranho.
Depois de uma hora ele acordou, e ficou um tempo imóvel no mesmo sofá, deitado, apenas observando-a trabalhar. estava incomodada com aquilo e então decidiu parar.
— Certo! Isso é estranho, você é estranho, e eu não consigo trabalhar mais com você traçando um perfil mental sobre mim!
— Como sabe que eu estou fazendo isso?
— Eu sou boa em ler as pessoas.
— É deve ser… Para uma escritora. — Yoongi murmurou e sorriu.
sentiu-se sem graça pela forma como ele a olhava buscando ler a sua alma.
— Melhor irmos… — A escritora quebrou o silêncio e fugiu ao olhar dele.
— Finalmente! Achei que realmente fosse continuar escrevendo depois que eu acordei…
indignou-se pela forma como ele a tratava como se a conhecesse.
— Fico feliz que o meu sofá foi confortável o suficiente para você! — disse sarcástica e se levantou para juntar suas coisas.
— Vou ao banheiro enquanto você desliga tudo.
Ao abrir a porta, Song esbarrou em Yoongi que já tinha colocado a máscara de novo, e estranhou a presença de alguém no escritório de . Yoongi saiu de cabeça baixa, disfarçando a identidade ainda mais e refletindo em como notou que era uma mulher atraente em sua postura de trabalho.
— Song eu já vou indo, seja o que for, deixe no escaninho, ok? Amanhã eu olho.
O assistente dela observou o cenário diferente, de um cara aleatório saindo dali, em dúvida.
— Achei que estivesse saindo com o ator,
sunbae!
— Eu não
estou saindo com o Mario, eu
já saí. É diferente! E, eu não estou com ele… — Ela apontou com a cabeça para a porta por onde Yoongi tinha saído. — Você sabe.
disse diretamente para Song terminando de arrumar sua mesa. Song deixou uma pasta no escaninho dela, e sorriu travesso ao notar a
sunbae fugindo do assunto:
Ela encarou surpresa ao Song que arregalou os olhos de modo óbvio:
— O seu amigo! Que saiu agora… — explicou.
— Ah! É… — pensou e viu a folha do calendário na sua mesa e soltou: — Min!
Song estranhou e antes que dissesse algo mais, a porta se abriu, e pegou a bolsa rápida se direcionando ao Suga:
— Agust! Este é o meu assistente Song Hiro.
Yoongi a encarou confuso e apenas acenou para Song, colocou as próprias mãos no bolso à espera do que viria a seguir.
— Bem, a gente se fala amanhã, Hiro! Juízo viu?! Eu estou sabendo que vai sair com a Ailee hoje!
disse e os dois trocaram algumas palavras divertidas, mas Yoongi apenas absorvia as informações como um espião. Ele seguiu que acenava e se despedia de todos sorrindo, animados. A empresa e a equipe dela pareciam ter um clima ótimo! Já dentro do elevador, Yoongi perguntou a sós:
— Se eu falo que o nome do cara que dormiu no sofá é Suga ou Yoongi, estaríamos até agora trancados na sala evitando rumores.
— Não sou o único Yoongi no mundo.
— Mas é o Yoongi que esteve no mesmo programa que eu meses antes.
—
Hm… Você tem um bom ponto! Mas… Agust? Isso é nome de velho britânico!
gargalhou e afirmou antes da porta abrir:
— Exceto pela parte do britânico, se me convencer que não é um velho, eu mudo o nome.
Yoongi estendeu o mindinho para ela fazer a promessa e revirou os olhos, mas entrelaçou o dedo. Os dois saíram do elevador e Yoongi rumou para o estacionamento da empresa, onde havia deixado seu carro, e a mulher o seguiu um pouco perdida.
— Espera! Aonde vai me levar?
—
Hm… — Yoongi apertou os lábios e coçou a nuca, observando a noite que caía sem saber onde poderia levar a escritora, e sem criar muito alarde — O que você sugere?
— Não… Espera… — cruzou os braços e sorriu indignada: — Cara, você surge do nada no meu trabalho e fica por duas horas esperando eu sair, mas não sabe aonde quer me levar? Você sabe o que está fazendo aqui, ou…?
observou a expressão indiferente dele e mordeu os lábios suspirando. Afinal de contas, qual era a daquele cara?!
— Vem! Eu vou te levar em um lugar de pobre! — Ela apontou para o ponto de ônibus e murmurou baixinho a fim de que Yoongi não a ouvisse, em português: — E foda-se se não for apropriado a uma celebridade.
Yoongi percebeu que ela ficara desnorteada quando a viu caminhar para o ponto de ônibus e murmurar algumas palavras em outra língua. Foi engraçado não ter um plano e vê-la daquele jeito. Com certeza ela esperava a ligação do Taehyung! Parecia um pouco decepcionada por ser ele ali e não o amigo.
O coreano se apressou em alcançar e tocou em seus braços a puxando para se virar e a mulher o encarou novamente com estranheza, então Suga apontou o carro dele no estacionamento, e o rosto dela enrubesceu:
Estava tão nervosa com a figura que lhe seguia àquela tarde, mas ao mesmo tempo seu lado fã gritava dentro de si, e ela não podia perder a compostura e
tietar. Ele abriu a porta do carro para que entrasse e enquanto Yoongi dava a volta, ela o observava com cenho franzido como o
meme da Nazaré, o qual havia mostrado aquela semana aos amigos e explicado o contexto.
— O que significa “foda-se”? Era português, não é?
— Você não vai querer saber.
Yoongi deu partida e sorriu de lado, com olhos baixos e travessos na direção dela, e depois de tirar a máscara e o boné, com os vidros todos fechados ele puxou seu próprio telefone, dizendo:
—
Siri, o que significa “Foda-se”? — perguntou à assistente virtual.
Mas não ouviu resposta, a mão de voou até seu
iphone e ela se desesperou para cancelar.
—
Aish!!!! Suga!!! — ela brigou e ele caiu na risada — Eu estava xingando, ok? Só quis dizer que se você não gostar de onde vamos é problema seu!
— Aaahhh… — Ele murmurou e então fez a expressão e murmúrio de quando estava com alguma dúvida, afirmando em baixo tom, mas claramente para que ela ouvisse: — Você parecia uma menina mais indefesa naquela entrevista…
o encarou com expressão de análise e então sorriu dizendo para si, mas também dando para ele ouvi-la: —
Tsc… Eu nunca fui uma garota indefesa…
Yoongi a olhou de soslaio e sorriu discreto depois de ouvir aquilo, e os dois não falaram muito ao longo do trajeto, exceto por ele sendo guiado por no caminho.
Quando chegaram ao seu bairro, disse para Yoongi estacionar perto de uma barraquinha de rua, ele vestiu a máscara antes de sair seguindo-a. A mulher saiu à frente acenando para um
ahjussi e uma
ahjumma que estavam sozinhos preparando comidas na barraca.
—
Anyeongseo Ahjumma!! Está vazio hoje!
—
Anyeongseo ! Sim, do jeito que você gosta!
A senhora respondeu e indicou ao marido que fosse preparar uma mesa escondidinha sob a tenda para a escritora, e depois de cumprimentar o
ahjussi, a senhora olhou a figura de Yoongi parado ao lado de e perguntou com um sorriso avaliando o rapaz:
— Agust… — Yoongi apresentou-se abaixando em reverência: —
Anyeongseo!
O
ahjussi voltou indicando a eles o “esconderijo” de na tenda. Yoongi seguiu, pediu os bolinhos de peixe de sempre e dois
sojus, e quando eles estavam sentados ali, ela falou tranquila:
— Pode tirar a máscara. Ultimamente eu tenho sido incomodada por fãs dos mangás aqui, então a
Ahjumma teve essa ideia de colocar um biombo dentro da tenda para mim. Eu fico mais escondidinha e é mais quente também!
Yoongi observou aquilo e ia falar algo quando o
ahjussi chegou para servi-los e ele abaixou a cabeça. Então o
ahjussi riu ao perceber a timidez dele e falou para :
— Tímido, o seu namorado!
— Ele não é meu namorado,
ahjussi! — riu.
— Ohh… — o senhor riu e piscou na direção dela zombando: — Nem o outro que sempre vem, não é? A senhorita é mesmo durona!
Ela ficou sem graça e quando ficaram a sós, também explicou para Yoongi:
— Meu agente. Todos que vem eles perguntam o mesmo, embora eu só tenha vindo com o Chany e agora com você aqui…
—
Uoow! — Yoongi zombou e tirou a máscara, cauteloso, mesmo com dizendo pra ele se despreocupar — Então além do seu agente, eu fui o único a vir aqui? Já estava achando que você fosse uma viúva negra!
— Eu ainda estou te achando um pouco psicopata, sabe? — disse atrevida tirando suas luvas e as colocando em seu colo.
— É justo. Talvez eu seja… — ele murmurou sorrindo e voltou a olhar a expressão dela, curioso e perguntando: — Mas por que me trouxe aqui?
— Me poupe! Você nem sabia aonde queria ir! Acho que nem sabe o que veio fazer atrás de mim! — A mulher riu e ele deu de ombros.
— Eu não tinha mesmo um plano, mas e você? Trouxe um psicopata que acabou de conhecer num lugar bem íntimo para você… Apesar do pouco requinte. — o encarou com expressão de raiva e ele riu — Então… Isso significa algo?
— Que provavelmente você vai gastar bem menos do que gastaria se fosse me levar pra comer em algum lugar estranho como você!
—
Hm… Achei que era algum tipo de fetiche de fã… — o observou estranhando a colocação de Yoongi e mergulhou o bolinho que havia sido servido, no molho. Yoongi manteve a expressão sacana dizendo: — Você sabe… Levar o seu ídolo para comer esse tipo de coisa e beber
soju, é bem típico de um fetiche de fã
dorameira!
Yoongi riu servindo o
soju dela e caiu no riso, tamanha a bizarrice do momento, porque era exatamente o que ela poderia dizer sobre a situação. Os dois brindaram e beberam juntos. Eles comeram, Yoongi a surpreendeu com uma simplicidade que ela não achava que ele tinha, e ela o surpreendeu com a maturidade que ele também não esperava, mas tinha algo de moleque, que Yoongi também gostou.
— E aí, o lugar de pobre, gostou? — perguntou quando eles caminhavam meio altinhos para o carro.
— O lugar é bom, a comida é boa, estava tranquilo e eu tive sala
vip… — riu divertida e Yoongi apenas sorriu tímido, mas ficou sério ao constatar: — E a companhia foi incrível também…
assentiu concordando e então perguntou o que estava a incomodando desde o começo da tarde:
— Certo, fale a verdade… Por que veio atrás de mim tão de repente? Isso tudo foi bizarro!
— Mas foi bom? — Suga perguntou sério, encarando-a de forma intensa.
Ela sorriu com as mãos ao bolso e ele sorriu também, desviou o olhar para respondê-la:
— Eu não sei o porquê eu vim, na verdade. O Taehyung se interessou por você naquele dia e eu fiquei bem curioso sobre você. Acho que é só isso.
não compreendia, apesar de entender o que ele dizia, mas o lugar começava a encher em torno deles então ela apontou para o rosto de Yoongi, indicando que subisse a máscara e assim o assunto foi encerrado. Yoongi vestiu-se do disfarce e perguntou onde ela morava, no momento em que o seu celular tocou com Namjoon preocupado por seu sumiço a tarde toda.
— Já estou indo, Nam. Eu precisei fazer uma coisa. Namjoon respondeu-lhe que não chegasse tarde ao dormitório, e quando Yoongi desligou a chamada, já respondia:
— Eu moro aqui no bairro, vou a pé para casa, não se preocupe! Chame um motorista de aluguel, e vá.
— Não, eu te levo! Te acompanho a pé se quiser.
—
Hey, Agust! Eu já te trouxe no meu bairro, mostrar onde eu moro é demais, não é? Você ainda pode ser um psicopata! — riu debochada.
Yoongi assentiu e então chamou um motorista. Os dois ficaram dentro do carro esperando o motorista chegar, e conversaram mais um pouco, e antes de ir embora, Yoongi prometeu que na próxima vez levaria ela a algum lugar do estilo dele. assentiu sorrindo e se afastou do carro cruzando os braços e observando. Então Yoongi abriu o vidro e sacudiu as mãos dizendo para ela ir.
— Vai logo! Eu te ligo pra saber se você chegou bem em sua casa, escritora!
— Mas eu nem te dei o meu número! — disse surpresa.
— Não, mas deu ao Taehyung. — ele respondeu e ela ficou confusa e então Yoongi disse: — Vá para casa!
acenou e sorriu, saiu andando à medida que o carro dele se afastava. Não entendeu se ele quis dizer que o número dado ao Taehyung era de fato para si, ou se ele roubaria o número com o amigo. Mas quando seu telefone soou a mensagem dele, ela notou que Yoongi havia sido rápido:
“Você tem 10 minutos para me enviar uma mensagem com a sua foto dentro de casa!”
riu e sussurrou para si enquanto caminhava:
“ te enviou uma figurinha” – a mensagem chegou e Yoongi sorriu murmurando para si dentro do carro:
— É, você não é mesmo uma mulher indefesa, escritora, mas é uma mulher muito legal e interessante…
05.
Yoongi entrou no dormitório aquela noite e estavam todos reunidos na cozinha, fazendo algo para comer. Ele parou na porta, com as mãos ao bolso, observando-os e anunciou:
— Eu estou de volta, o que vocês estão preparando?
— Suga! — Namjoon se aproximou preocupado: — Onde estava?
Yoongi percebeu a ansiedade no rosto de todos. E então apontou com a cabeça para Taehyung, os deixando ainda mais curiosos.
Taehyung arregalou os olhos assustado e de repente sua expressão mudou de surpreso e curioso para enciumado e confuso.
— Você está falando da escritora ? — Tae perguntou.
Jimin e Jungkook giravam a cabeça de um para o outro como se assistissem a uma partida de
ping-pong. Seokjin naquele momento, também estava curioso nas razões pelas quais Suga foi atrás de uma mulher que decdamente Taehyung estava interessado.
— Ela mesma. Acho que… Ela esperava a sua ligação.
— Yoongi… — Jin perguntou ao notar Taehyung sem reação — Você passou o fim da tarde com ela?
—
Uhum! Eu joguei o nome dela na internet, já que Taehyung não me daria o número dela, e fui à empresa convidá-la para sair. E foi legal, ela é uma mulher incrível Tae!
A faca caiu no chão assustando a todos e Jungkook entrou na frente de Tae como se ele fosse fazer algo, o que deixou todo mundo surpreso. Taehyung encarou Kook de forma impaciente perguntando:
— Você não pode bater no
hyung, Tae!
— Quem disse que eu vou fazer isso?!
Taehyung cruzou os braços e encostou-se à bancada, emburrado, olhando Yoongi que sorria de lado, travesso a observar a situação. Jungkook se abaixou pegando a faca e entregando a Jimin que, rindo, levou-a até a pia e quebrou o silêncio dizendo risonho:
—
Uuuhh, estamos em um drama da KBS?
Ninguém disse nada, apenas voltaram aos poucos a fazer o que faziam. Exceto Taehyung que ainda encarava Yoongi de forma desafiadora.
— Não vai me perguntar nada? — Suga pronunciou.
—
Hyung! O que você queria com ela?
— Eu fui checar. Não é porque você viu fotos dela com alguém, que ela realmente esteja com alguém! Para isso você tem que perguntar, e não se esconder!
—
Hm? E isso significa o que? Que agora você passou na minha frente?
Yoongi riu baixinho coçando o nariz, e Seokjin mantinha-se atento, afinal, Suga não precisava de mais nada pra se enrolar ainda mais.
— Relaxa Tae, eu vou te ajudar! Ela aceitou sair comigo, e graças a isso eu sei agora que ela não tem namorado, é popular entre os amigos, é uma mulher simples, muito divertida e inteligente, e eu diria que… O seu maior concorrente é o agente dela! — Yoongi murmurou em dúvida: —
Aish… Mas ainda não sei se é mesmo, preciso observar mais de perto.
— Moral da história! — Jin falou se intrometendo no assunto: — Você se aproximou dela de forma amigável? É isso? Não tem interesse?
Yoongi não esperava aquela pergunta vinda diretamente de Seokjin, mas acenou num meneio afirmativo com a cabeça e quase imperceptível. Taehyung continuava sem gostar daquilo, alguma coisa o incomodava muito no fato de seu
hyung ter se antecipado, e voltado cheio de percepções sobre a escritora.
[XXX]
— Taehyung, liga para ela. — Yoongi falou antes de sair da cozinha.
Alguns dias depois, estava sentada em sua mesa junto a Sang Chang Chanyeol, seu chefe e amigo, juntos a toda a equipe quando o seu telefone denunciou uma mensagem no nome de “Agust”.
— Agust? — Chang perguntou. — Outro dia o Hiro me falou que veio um homem com este nome aqui, e ficou algum tempo na sala com você…
olhou para o amigo estranhando a pergunta feita diretamente e diante de todo mundo. Trocou olhares significativos com ele, denotando como a conversa estava pública.
— Você nunca me falou sobre ele.
Os outros estavam todos atentos, e certos olhares cúmplices e risinhos foram escondidos. estava totalmente desnorteada com aquela postura de Chany, geralmente ele era comedido, e por mais que estivesse com algum tipo de curiosidade pessoal naquilo, não demonstraria no meio da equipe. Mas, foi só Song Hiro tossir falsamente, para Chang perceber que havia cometido um deslize.
— Bem, mas isso não é do nosso interesse, também! — desconversou o
sunbae na tentativa de disfarçar.
A equipe finalizou os últimos detalhes da reunião, e então abriu a notificação para lê-la.
Agust:
Anyeongseo, escritora!
Estarei passando na sua casa às 21 horas de hoje!
Não me faça esperar, por favor. Você sabe… Eu não posso me expor.
16:45pm
Escritora :
Anyeongseo! Você é maluco? Como assim vai passar na minha casa?
Você não deveria perguntar se eu posso ou quero te receber?
17:50pm
Agust:
Você não irá fazer uma desfeita assim…
Entre nós dois a agenda mais apertada é a minha, e eu estou tirando meu tempo livre para passar com você.
17:53pm
Escritora :
Eu deveria mostrar ao mundo como você é um folgado, Suga!
17:54pm
Agust:
Não me faça esperar. ☺ Precisa de carona para sair do trabalho?
17:55pm
Escritora :
Não! Não apareça aqui, você vai me causar problemas.
17:55pm
Agust:
Seu namorado?
17:56pm
não mais respondeu. Estava absolutamente surpresa com a atitude estranha, de novo, de Suga. Ela sempre achou que ele fosse o menos sociável do grupo. Acreditava que aquele tipo de aproximação forçada não faria o tipo dele, mas ali estava Yoongi manipulando a situação para encontrá-la novamente. Saiu da sala de reuniões e Chang a esperava no corredor.
—
Hey… Me desculpe. Não quis soar invasivo naquele momento.
sorriu para o amigo, e acenou para que eles entrassem na sala dela. Assim que estavam sozinhos, ela escorou-se à própria mesa, deixando ali a pasta que estava em sua mão explicando:
— Eu confio em você e sei que a informação estará segura. O Agust é uma pessoa extremamente aleatória, mas famoso. Então, eu meio que tive que inventar este nome.
— Famoso? Era o Maurer? Mas… Todo mundo sabe que vocês estão saindo.
— É. Ele apareceu aqui há algumas semanas me chamando para sair. A gente só conversou um pouco aquele dia, e desde então, temos trocado poucas mensagens. Mas, é só isso.
Chang a olhou desconfiado com a mão no bolso.
— E… Por que ele se aproximou de você?
— Sei lá! Porque eu sou interessante? — perguntou irônica.
— Claro que é! Mas, achei esquisito… A única vez que vocês se falaram foi…
— No programa de TV. — interrompeu — E desde então ele me procurou. Mas, não tem nada de errado nisso, não é?
— Claro que não! — Chang sorriu largamente — Eu fico feliz que você está ficando amiga de um dos seus
idols favoritos,
army!
— Ei! Já falei que não sou
army, e nunca diga a ele que ele é um dos meus
idols favoritos! Sem o menor pingo de intimidade ele já é bastante… Enfim…
Chang assentiu e beijou a testa de saindo. Logo a mulher fez o mesmo, ansiosa, para chegar a sua casa e descansar um pouco.
No dormitório do BTS…
— Yoongi! Conseguiu liberação? — Namjoon perguntou preocupado, ao ver o colega preparar uma mochila.
— Sim! E não volto para o dormitório, mas já falei com o
manager. Vou dormir no meu apartamento, já que o lugar em que vou é perto.
— Tudo bem! Eu e Jin damos conta dos meninos. Mas, posso saber aonde você vai?
— Vou sair para beber com uma amiga.
Jin surgiu no quarto escutando o que o amigo dissera e olhou surpreso para Namjoon. Certamente não deixariam de zoar.
— Olha lá
hein, Suga! Nós não podemos namorar… — Namjoon falou em tom de falsa preocupação.
— Me admira uma garota ter aceitado sair com este velho! Ela tem algum problema? — Seokjin zoou rindo alto.
— Primeiro, ela não tem nenhum problema! Na verdade é uma mulher incrível! Segundo, ela não sabe que a gente vai sair hoje. E terceiro… Ela é só uma amiga.
— Ela não sabe? — Seokjin perguntou ainda ironizando: — Isso vai ser um sequestro! Eu sabia! Ninguém com sanidade suficiente aguentaria sair, em livre e espontânea vontade com o Yoongi!
—
Tá, tá… Fale o que quiser Seokjin, no final não sou eu que estarei suportando a sua presença.
Namjoon riu dos amigos, e então desejou uma noite divertida para Suga. E claro, não deixou de orientá-lo sobre os cuidados de exposição e outros, para Yoongi, extremamente desnecessários. Quando estavam sós, Jin o perguntou ao sentar-se na cama:
— Quem é ela? É famosa? É de algum grupo?
Yoongi o encarou com olhos semicerrados, e continuou guardando as roupas na mochila, silencioso e ponderando se deveria falar alguma coisa.
— Ah qual é! Eu já falei da Maya para você e ela também é só uma amiga, mas, eu já contei que às vezes saio com ela, qual o problema de você também contar?
— Não sei se é famosa, talvez esteja se tornando. Ou talvez seja… Dentro no nicho dela. E não é de nenhum grupo.
— Espera… — Jin pensou um pouco e perguntou: — É a escritora? A escritora do Taehyung?
— Ela não é do Taehyung, Jin. Ele não se mexe para ser. Mas, sim é a escritora.
Seokjin ficou preocupado e não escondeu. Levantou-se da cama e foi fechar a porta do quarto. Naquele momento, Yoongi pressentiu que seria especulado.
— Yoongi, você está interessado nela,
desse jeito?
— Claro que não Jin, estamos apenas nos conhecendo. Nos tornando amigos!
— Sabe que o Tae está sempre
stalkeando ela, pensando nela, e falando nas obras dela… Ele já leu quase tudo o que ela escreveu, e o fato de demorar a agir… Enfim… Ela é uma mulher um pouco mais velha do que ele, então, o tempo do Tae é diferente… Mas, Yoongi, não faz isso. Não se aproxime dela de outra maneira, porque o Taehyung pode se magoar.
— Eu já disse que não tem nada a ver, Seokjin! Eu não estou competindo uma mulher com o Taehyung! Pelo contrário, eu estou tentando trazer ela até ele.
— Para quê isso? Deixe que ele resolva as coisas dele. Aliás… Eu não sei por que você ficou curioso sobre ela e tão atencioso sobre isso!
— Está dizendo que eu estou sendo maldoso com o nosso amigo?
— Não. Estou dizendo que pode ser perigosa essa aproximação! Ao menos Taehyung sabe que vocês dois tem conversado e que vão sair hoje?
— Eu falei aquele dia que estive com ela, não falei? Por que eu deveria dar passo a passo para o Tae sobre isso?
— Jin, você quem está vendo coisas onde não tem.
Suga pronunciou e o amigo suspirou saindo dali depois de um breve aceno. Yoongi revirou os olhos com aquela preocupação excessiva, e desceu para a sala comum, onde todos jogavam juntos, e aproveitou um pouco de tempo com os amigos antes de sair.
06.
ligou o seu celular no carregador, e com a toalha ainda enrolada na cabeça caminhava lenta pela casa entre um passinho dançante e outro, do som baixinho tocando no pequeno espaço. Seu apartamento era bem pequeno, e embora ela já tivesse condições de se mudar dali, a mulher adorava o lugar. Havia se habituado à vizinhança, sem falar, que era muito perto de seu trabalho. Soltou a toalha da cabeça, deixando a taça de vinho que tinha em sua mão sobre um aparador da parede e terminou de secar o cabelo de qualquer jeito. Jogou a toalha sobre o sofá e foi até a pequena cozinha conjugada à sala para verificar se o seu
lámen estava pronto. Mexeu o macarrão na panela, e deu uma incrementada com alguns legumes que havia picado e deixado na tábua. Tampou a panela, pegou a sua taça, em seguida a toalha jogada no sofá pequeno, e saiu pela porta da frente.
O apartamento da escritora, era o último de um sobrado antigo de quatro andares, então, ao lado da porta de sua casa, havia o portãozinho de acesso para o terraço compartilhado. Mas, os outros vizinhos não iam lá em cima com frequência, apenas para estender suas roupas nos varais compridos. Era quem mais fazia o uso ali, e os cuidados do terraço ficaram sob sua responsabilidade depois que ela conversou com os outros inquilinos e com o senhorio do prédio, sob seu interesse em transformar a cobertura num “cantinho” coletivo. Logo, a chave do cadeado ficou com ela, e quando alguém precisava estender suas roupas, procuravam-na. Porém, uma das coisas que nos últimos anos vinha preocupando Chang em relação à moradia de , é que no prédio atualmente só viviam ela e a vizinha do terceiro andar, Nin’Ri Ho. Os outros dois moradores dos andares primeiro e segundo eram idosos e há dois anos foram levados pelos parentes a morarem com eles. Portanto, era um tanto quanto “perigoso” na mente de Chang, que ela e a amiga morassem sós no prédio, apesar da tranquilidade do bairro.
Enquanto se concentrava em estender sua toalha no “terraço” do prédio, Yoongi estava dentro do carro já impaciente por não ser atendido. Havia discado a chamada quatro vezes e nada da escritora o atender.
— Não acredito que você vai me ignorar… — falou para si mesmo encarando o próprio telefone.
Olhou para fora, rumo ao prédio antigo onde ele podia ver as escadas externas. Era um típico sobrado daqueles que via em
doramas, e não entendia porque ela morava ali, se claramente poderia mudar-se. Yoongi pegou sua mochila, colocou o telefone ao bolso, certificou-se de não esquecer nada, e saiu do carro ativando o alarme.
Subia as escadas do sobrado torcendo para que ela estivesse em casa e o atendesse, até que chegando ao andar dela, ainda nas escadas de acesso do terceiro andar, ele viu uma mulher de pijamas, cabelos molhados bagunçados e com uma taça de vinho em sua mão descendo de outra escada, e trancando um portãozinho de metal que dava passagem para algum lugar acima.
O sorriso ladino de seu rosto não poderia ser visto sob sua máscara, que lhe servia de disfarce. Não evitou olhá-la de cima a baixo e notar que a beleza da escritora era mesmo genuína e denunciava claramente a diferença étnica entre ela e as outras mulheres coreanas. Mesmo sem se bronzear há alguns anos, por conta da pouca acessibilidade à praia, a pele dourada de ainda fazia presença em seu corpo. Yoongi se pegou pensando como seria no país dela, em que a
tropicalidade é inevitável.
Caminhou devagar e silencioso pelas escadas até alcançá-la, e notou-a distraída quando mesmo parado no topo da escada de ferro ela não o viu.
— Por que você não está atendendo às minhas ligações,
huh?
soltou um grito assustado, e Yoongi riu baixinho.
—
Aish! — murmurou: — Seu… Seu…
Ela ponderou. Se tivesse intimidade com ele a certo ponto, o mandaria um bom palavrão em português, mas apesar da situação entre os dois parecer íntima, não o era de fato.
suspirou, e levou um dedo apontando em direção a ele para reclamar, mas Nini apareceu abrindo a porta do seu apartamento no andar debaixo preocupada, olhando para cima e se assustando ao ver um homem todo de preto, com máscara e boné, e uma mochila suspeita às costas parado em frente a sua vizinha e amiga.
— …?
Unnie… Está tudo bem? — apesar do medo notável pelo modo como a vizinha gaguejou no início, Nini encorajou-se a perguntar e segurando uma vassoura na mão.
Se o estranho virasse o rosto e mencionasse fazer algum gesto perigoso, ela lhe atacaria. notou as intenções corajosas da amiga, e sentiu-se grata, mas achou melhor adiantar-se antes que Yoongi fosse descoberto por Nini, ou atacado.
— Sim, Nini! Foi só um susto, mesmo. O meu amigo chegou quando eu estava voltando do terraço, e eu esqueci o celular lá dentro.
Nini subiu alguns degraus e sussurrou preocupada:
— Tem certeza? Ainda se lembra do código de ajuda, não é?
— Lembro sim Nini, pode ir tranquila. Ele é o meu amigo Agust, da ME.
— Nunca o vi, então eu vou continuar desconfiando. O único que vem aqui é o Chany… Mas, você lembra, não é? — Nini olhou desconfiada para o homem que ainda lhe dava as costas lá em cima, curioso com o portão do terraço — É sério, qualquer coisa eu vou ficar atenta. Me manda mensagem, ou me liga se precisar!
— Obrigada! — sorriu ainda mais, a fim de passar calma para a mulher e mostrar ainda mais gratidão.
Quando sua amiga vizinha entrou, a escritora virou-se para Yoongi que a olhava entediado e até um pouco… Irritado?
— Por que não me atendeu?!
— Eu não tenho obrigação nenhuma de lhe atender! — falou virando sua taça e apontando um dedo acusador para ele: — Eu avisei para não vir!
— Primeiro, que mulher nega uma ligação de um… — abaixou a máscara e sussurrou para ela, atento se a vizinha ainda não estava os observando: — BTS?!
— Uma mulher com bom senso? Uma mulher que acha que está sendo perseguida?
— O quê?! — ele alarmou-se fazendo cara de ultrajado — Eu aqui querendo ser seu amigo e você me diz que eu sou um
stalker?
— Ora, vamos lá! Você há de convir que sua forma de fazer amizade é um tanto estranha!
— , vamos entrar ou não? Eu não posso ficar me expondo!
A mulher revirou os olhos e suspirou pesadamente, abrindo a porta de seu apartamento e dando-o espaço para entrar. Yoongi entrou com educação, pedindo licença e deu uma boa olhada em volta. O ambiente era absurdamente limpo e organizado, tinha cheiro de
lámen, o que o fazia associar aquilo a um bom lar. Assim também como a música baixinha que tocava.
— Bem, pode se sentar. Não precisa ficar igual uma estátua em pé.
— Por que não se muda daqui? — A pergunta lhe escapou direta.
Yoongi não pensou que estava sendo grosseiro, na verdade, foi tão espontâneo que não imaginou que ela se ofenderia. Ele apenas não entendia, por que ela morava em um
apartamentinho tão pequeno, por mais que lhe soasse aconchegante.
— Você vem sem ser convidado e ainda insulta o meu lar? — perguntou de braços cruzados mandando a língua formal coreana para a casa do cacete: — Realmente, Yoongi, você é bem audacioso!
— Me desculpe! — Ele riu — Eu não quis ofender, na verdade, é bem aconchegante. Só que é pequeno, é o tipo de lugar que estudantes alugam por ser mais barato, e você… Bem você não é mais tão anônima, não é? Deve ter algum dinheiro para sair daqui…
— Eu tenho os meus motivos e não lhe interessam!
—
Yá! — Ele reclamou ao vê-la ir para o que seria a cozinha, justificando-se mais: — Por favor, me desculpe, não quis te ofender.
— E não use este tom informal comigo, eu sou seu… — parou de falar observando-a. Ela virou-se com uma panela e talher nas mãos, colocando-a sobre a mesa da saleta. Observou-o curioso e pensativo, ainda de pé, e então a própria esclareceu:
— Não. Não é meu
sunbae, hyung e muito menos um
oppa! Nem pense nisso! Nós temos a mesma idade, e considerando o quanto você é folgado eu vou tratá-lo como as coisas funcionam em meu país!
Yoongi deu de ombros associando ainda a informação, que não havia percebido se em algum momento tinha sido dita: Tinham a mesma idade. Ele deixou sua mochila em cima do sofá, e que servia uma nova taça de vinho para si perguntou sem rodeios:
— Para quê essa mochila? Você não está pensando em ficar aqui, não é? Aliás, o que veio fazer aqui?!
— Também tenho perguntas, não precisa pressa. — Ele falou sarcástico puxando a única outra cadeira da mesa e sentando-se ao lado dela. —
Hm… Lámen! E…
uow! Este aqui está caprichado!
fez uma careta ao vê-lo destampar a panela sobre a mesa.
— Lógico! E beber também, aceito vinho.
Quão folgado ele era capaz de ainda ser? Ela se levantou e foi pegar talher e taça para ele.
— Anda, Yoongi. O que está fazendo aqui?
— Nós vamos sair. — disse simplesmente puxando o macarrão tão apetitoso.
— Bom… Eu estava a fim de sair para um lugar legal, e achei que você também gostaria disso.
— Assim? Do nada? — perguntou desconfiada sugando o macarrão também.
E quase engasgou com a pergunta tão diretiva dele. Yoongi a olhou de soslaio, com um sorriso sacana em sua face enquanto comia tranquilo.
— Bem, estamos dividindo uma panela de
lámem… Isso poderia desagradar se ele chegasse e nos visse aqui… Você não assiste
drama, escritora? Logo você?
— Você deveria se preocupar com isso antes de ficar me cercando e aparecendo do nada! — falou um tanto irritada.
— Eu fiz isso. Te perguntei mais cedo, mas você não respondeu, e também não vi notícias oficiais de você com aquele ator que andou saindo há algumas semanas.
— E vem me dizer que não é um
stalker! Qual o seu interesse nisso, seu esquisito?!
— Nenhum, na verdade. Mas, eu vou te levar pra sair hoje, seria bom saber se há um namorado para eu me preocupar… — Ele falou como se fosse óbvio e a encarou, depois olhou para a panela: — Não vai comer?
—
Aissssh! Você é impossível! Eu não gosto do modo como você age, Yoongi! Não é porque é um
idol que vai vir na minha casa quando bem entender, fazer perguntas pessoais, e ainda me dizer o que fazer! Eu não vou a lugar nenhum! É meu dia de folga amanhã e eu quero aproveitar a minha noite pré-folga também!
— Exatamente por isso estou aqui! Eu não sabia de nada disso, mas vai ser legal se a gente sair. — Ele a olhou de um modo bobo, sorrindo um pouco e implorando com um biquinho na face: — Ah ! Vamos lá, vai! Vai ser legal, eu prometo! E eu deixo você em casa inteirinha!
— Sei não… Você… Você não é confiável.
— Deixaria uma pessoa não confiável entrar na sua casa, enquanto você está com um
pijaminha provocante tão pequeno e confortável, e ainda por cima o deixaria comer
lámen com você?
Yoongi tinha um bom ponto. Tão bom que enrubesceu, só não sabia se era pelo olhar predador dele ou pela falta de argumento. Por incrível que pareça, ela sentia-se bem perto de Yoongi, apesar de achar que a expressão dele era típica de um sociopata. Apesar do olhar tão enigmático vindo dele, para era quase como se ele fosse um amigo do Brasil, em que a relação não exigia tanto esforço.
— Isso! — Ele comemorou batendo palmas e pela primeira vez a deixando ver o seu sorriso gengival — Você vai gostar! Confia em mim! É uma boate reservada, seleta.
—
Hm… Claro. Numa barraquinha de bairro que não seria… — Ela ironizou.
— Ei! — Yoongi reclamou e a cutucou se sentindo ofendido: — Eu gostei,
ok? Eu gostei mesmo de ir lá com você!
arqueou a sobrancelha estranhando a forma sincera dele, e voltou a comer seu macarrão e beber seu vinho, ainda constrangida sob o olhar dele. Yoongi viu o rosto da mulher corando um pouco e soltou uma risadinha.
— Vamos comer logo, que você tem que se arrumar e eu sei que vai demorar! Tem cara de quem demora.
— Você está muito enganado sobre mim, Yoongi! — murmurou.
— Assim como você de mim, estamos empatados.
Ele falou e os dois se olharam, trocando um sorriso de provocação. passou a sentir que se livrar de Yoongi seria uma tarefa bem difícil, talvez impossível. E mesmo sem entender o que ele queria ou pretendia com ela, a escritora não temia. Pelo contrário, sentia que aquilo era certo.
Depois de comerem, caminhou para o seu quarto pequeno e começou a mexer em seu guarda-roupa, se assustando quando Yoongi apareceu atrás dela querendo dar palpite.
— Pega um vestido qualquer, não é como se você precisasse impressionar ninguém!
— Que susto! — falou virando-se para ele e o empurrou para fora de seu quarto — Dê-me licença, por favor!
— Aquele vestido rosa está bom!
— Eu não perguntei a sua opinião. — arqueou a sobrancelha para ele, e fechou a porta em sua cara.
Yoongi sorriu ladino e caminhou pelo lugar que ele não chamaria de “casa”, mas era a casa de . Apesar de ser apertado era tão funcional, com as mobílias simples e bem colocadas fora a organização minimalista, que ele sentia-se mesmo à vontade ali. Ficou imaginando como Taehyung se sentiria em entrar na casa de .
Caminhou até o ambiente onde a caixinha de som estava e observou as músicas selecionadas por ela que tocavam. Descobriu que ela também tinha um bom gosto musical. Observou alguns livros e
mangás em prateleiras da parede, notou algumas plantinhas penduradas, e andou até a porta da frente, observando pelo olho mágico o portãozinho que havia descido. Gostaria muito de saber o que havia lá em cima.
Uma música que ele gostava começou a tocar e então, Yoongi aumentou o volume. Em seguida foi até a geladeira dela e pegou mais do vinho aberto, e enquanto bebia sentado ao sofá a esperando, percebeu que precisaria de um motorista se não parasse de beber. Pegou o telefone e enviou uma mensagem para seu motorista particular de sempre, afinal, a
Big Hit controlava tudo para a segurança deles. Disse ao
ajhussi que ele mandaria mensagem na hora de buscá-lo, e passou o endereço.
— Pronto! — surgiu na sala procurando alguma coisa e não notou o modo como Yoongi a olhou.
— Vo… Você… Você pretende voltar comigo? — perguntou surpreso entre gaguejares.
— Esta é a sua forma de me dizer que eu estou linda? — Ela riu encontrando o brinco que estava perto de um móvel do sofá.
— Eu quis dizer que não era como se você precisasse impressionar.
— Ora! — reclamou levando a mão até a cintura — E se eu quiser impressionar?
— Você vai sair comigo! Não é para se distrair com outro cara, !
A mulher começou a rir da expressão de desprezo de Yoongi e de seu biquinho irritado ao dizer aquilo.
— Ora Yoongi, vai me dizer que se aparecer uma mulher interessante você não vai me deixar?! — perguntou e ele ruborizou, pigarreou então ela provocando mais um pouco: — Ou a mulher interessante de hoje sou eu, e você realmente pretende
voltar comigo?
Yoongi reclamou e se levantou subitamente dando as costas. Não queria ver a expressão divertida da escritora. Não queria ver o vestido preto tão bonito que deixavam suas pernas tão evidentes, tampouco queria ver as pernas torneadas que finalizavam em um lindo salto preto. Nem queria reparar na
tornozeleira sutil que ela usava em seu tornozelo esquerdo, tão delicada. Yoongi pegou sua mochila, afoito, jogando-a nas costas e bebeu o restante do vinho.
— Você vai dirigir? — perguntou pegando a bolsinha simples e colocando dentro dela um batom, as chaves, cartão e o seu celular.
Yoongi passou por ela e sentiu o perfume amadeirado da mulher, e quase saiu correndo dali. Estava arrependido da ideia. era uma mulher muito atraente, e ele não poderia imaginar que aquilo seria mesmo, perigoso, como dissera Jin.
— Vou. Mas, quando viermos embora eu chamo um motorista. Relaxe!
— Certo! Então, vamos! — sorriu e ele assentiu — Não vai se trocar?
— É só tirar o meu boné dentro do carro, e vestir a jaqueta que deixei lá dentro. Eu não preciso me enfeitar para ser notado.
entendeu que ele estava a sacaneando quando o viu rir sarcástico, e empurrando-o para fora de sua casa, deixou a resposta na ponta da língua:
— Nem eu. Apenas evidencio as coisas para deixar homens bobos sem palavras, como deixei você.
Yoongi precisava admitir: ela havia o deixado sem argumentos, e realmente, mudo.
07.
A boate era mesmo seleta. podia jurar que viu alguns caras do
Seventeen ali, mas como eram muitos os integrantes, ela nunca sabia quem era quem. Yoongi gargalhou quando ela disse aquilo e o perguntou se poderia ser mesmo o grupo. Os dois conversaram muito e beberam muito também. E dançaram à vontade, ou melhor, dançou e Yoongi apenas ficava parado por perto, até que ela revirou os olhos por ele a levar ali, mas não dançar.
— Vem! Vamos voltar para nossa mesa, porque eu não vou dançar sozinha e você não sai da minha cola para ninguém se aproximar!
— Não te convidei para você dançar com nenhum outro
idol. — ele zombou.
— É, mas o problema é que você também não dança.
Os dois se sentaram à mesa de novo e continuaram a beber e conversar.
— Por favor, não é? Dançar faz parte do meu trabalho, e você quer me obrigar a isso na minha folga? É como se eu te pedisse para escrever um livro agora!
— Mentira. É porque você tem dois pés esquerdos, e só dá conta de dançar seguindo os passos dos outros… Você é o que menos dança no seu grupo!
— Ah é? Então quem é o melhor dançarino?
—
Hm… — ponderou — Não sei se o Jimin ou Hobi, mas… Jungkook também é bem competitivo então…
— Você é
army!? — Yoongi a interrompeu rindo e virando sua vodka.
— Eu não! — falou gesticulando muito, devido ao seu teor alcoólico alto — Para sua informação, é um absurdo dizer isso! Eu não sei tudo sobre vocês como o
army, e…
— Quem de nós é o seu favorito!?
— Ah por favor, eu não vou responder uma coisa dessas!
— Vamos! Pode dizer, eu sei que sou eu, certo? Só por isso você está aqui comigo, não é?
Yoongi sorria malandramente como se tivesse a colocado contra a parede e pigarreou, virou seu uísque – coisa que inclusive, deixou Yoongi surpreso, já que a bebida era na concepção dele
“forte demais para mulher” — e então, ela estalou a língua como se estivesse desinteressada dizendo:
— Não tenho um favorito entre vocês. Eu nem ouço tanto assim suas músicas.
— Ah, vai à merda. – falou em português o fazendo estranhar — Esquece!
— Você vai me fazer aprender português só para saber se realmente você anda me ofendendo em outra língua!
— Mas é óbvio que estou! – riu e apoiou-se à mesa de modo a aproximar mais de Yoongi e zombou-lhe: — E ora, ora, quer dizer que você aprenderia a minha língua só por minha causa?
Yoongi ruborizou e novamente fez a sua expressão de desprezo proposital e sacudiu a mão na frente dela dizendo:
—
Yá, yá! Você é muito convencida!
— Eu só estou interpretando os fatos como eles são!
Entre mais bebidas e conversas, e mais idas de até a pista de dança já que Yoongi preferia ficar sentado apenas observando e rindo, os dois foram ficando cada vez mais bêbados e alegres. Até que sem muita noção do que estavam fazendo, na hora que disse que queria ir embora, ele chamou o motorista e mandou-o dirigir para “casa”. Mas não explicou para a casa de quem. Yoongi e adormeceram no banco de trás, e quando chegaram no apartamento dele, o
ajhussi o acordou.
— Onde estamos? – perguntou ainda bêbado e confuso.
— Na sua casa, Yoongi. Bem, vamos… Eu devo levar a senhorita pra cima?
Yoongi assentiu saindo cambaleante pelo estacionamento do prédio, e alcançando o elevador sem se lembrar direito de . Mal sabia de onde estava vindo. Então percebeu o
ajhussi carregando uma mulher e se aproximando do elevador e espantou-se:
—
Yá! Yá! O que, quem é esta?
— Acredito que a sua namorada, senhor Yoongi. Ou algo do tipo já que estavam juntos.
— Eu estou namorando? – perguntou para si, confuso, e apenas assentiu positivo para o motorista.
Entraram no apartamento, o homem perguntou onde a colocar, e Yoongi apontou seu quarto. Depois que o
ajhussi saiu, Yoongi observou o rosto da mulher deitada em sua cama, e não conseguia entender como havia chego ali com ela. Sentou-se na beira da própria cama, e suspirou perguntando-se:
— Qual é mesmo o nome dela?
Yoongi retirou a bolsa transpassada no corpo de , e os sapatos da garota e a cobriu, em seguida saiu para a sala. Quando jogou seu travesseiro no sofá, finalmente ele se recordou: era , a escritora.
— Meu Deus, como eu pude me esquecer? Eu nunca mais bebo vodka.
Na manhã seguinte, acordou e ao abrir os olhos e se ver num ambiente totalmente diferente, assustou-se. Recordou da noite anterior, e desesperada observou-se, mas para sua felicidade estava vestida com a mesma roupa da noite passada. Esfregava a cabeça e ouviu a porta se abrir. Yoongi viu que ela estava assustada e ela notou que ele estava um bagaço. O rapaz entrou no quarto com seu travesseiro na mão, jogou-o ao lado dela na cama, e disse ranzinza:
— Eu passei frio a noite por sua culpa!
—
Hey! O que eu tenho a ver com isso? Você disse que me deixaria em casa, e não na sua casa! O que afinal aconteceu?
— A gente dormiu no carro, e eu não sabia nem quem você era! Meu motorista que te trouxe para cima.
— Eu não acredito Yoongi! – ela gritou jogando uma almofada nele — Você não teve nem a gentileza de subir comigo? Deixou um estranho me carregar?
— Não sou mais estranho agora só porque dormiu nos meus lençóis? – zombou e viu a garota esfregar a cabeça de dor, ao tentar falar mais alguma coisa para ele — , se eu te carregasse nós estaríamos até agora no estacionamento.
— Não importa… O fato é que eu tenho que ir embora.
— Não era seu dia de folga? — ele perguntou abrindo a porta do próprio
closet. — Sim, mas eu preciso ir para minha casa, tomar banho e…
— Eu não tenho condições de te levar agora, sério! Eu estou com muita ressaca, porque não fica e almoça aqui? Toma. — ele estendeu uma camisa dele, uma cueca nova e uma bermuda.
— É sério isso? Eu posso tomar um táxi, ou carro de aplicativo! – mencionou levantar-se e sentiu a cabeça latejar — Depois que você me der comprimidos para dor de cabeça, é claro.
— Vá, tome seu banho, tem toalha limpa para você e escova de dente nova no meu banheiro. Vou trazer o remédio.
fez o que Yoongi aconselhou e enquanto estava no banheiro se pegou pensando em que situação mais estranha era aquela. Ao mesmo tempo, era uma situação que não a causava medo. Era mesmo como se ele fosse um velho amigo, e ela esperava não se arrepender deste sentimento.
A mulher tomou banho, lavou os cabelos analisando que produtos ele usava e pensando:
“O que as fãs diriam se soubessem que ela estava no banheiro de um BTS usando o xampu dele?”, ao mesmo tempo que gostaria de rir daquilo, imaginou um
exército de garotas raivosas invadindo a ME e destruindo tudo, a tirando de lá arrastada. Não foi uma premonição boa, então era melhor esquecer que aquele era o banheiro de Suga. Assim como era melhor esquecer que aquela escova de dente na frente dela, era dele, e o quanto cada vez mais, ficava esquisita aquela situação.
— Credo. Eu espero mesmo que não tenha rolado nada, porque você não lembra de nada, ! Sua irresponsável! – ela sussurrou para seu reflexo no espelho.
Enrolou-se na toalha e agradeceu por ser uma mulher bem resolvida com o próprio corpo, já que teria de usar aquela camisa sem sutiã. Abriu a cueca da embalagem nova e observou o tamanho, rindo em seguida. Quanto valeria no mercado negro o tamanho e tipo das cuecas de Min Yoongi? Vestiu-as e em seguida pegaria a camisa preta sobre a cama, mas antes que pudesse a vestir se assustou com o homem entrando no quarto correndo, e gritou.
08.
Enquanto estava no banho, Yoongi preparava um café da manhã para os dois e procurava pela cartela do medicamento que acabara de pegar, e ao encontrá-lo, ele caminhava até seu quarto, mas foi interrompido pela campainha. Não tinha ideia de quem poderia ser, então deixou a bandeja com o copo de água e o remédio sobre a mesinha de centro e foi até a porta. Estava prestes a abrir quando pensou:
“Quem iria subir sem ser anunciado?”. Só uma pessoa tinha a senha do seu apartamento e poderia subir sem ser anunciado. Yoongi arregalou os olhos e virou-se para a direção do seu quarto, e voltou novamente o olhar para a porta, que já estava sendo aberta.
—
Ommonni está aqui, meu querido Yoongi! — sua mãe falou sorrindo e carregando algumas sacolas.
Yoongi demorou a perceber o que deveria fazer. Sua mãe veio até ele e o abraçou apertando-o e deixando as sacolas no chão.
—
Omma! Por que não avisou que viria?
—
Uwa! Qual o problema da sua mãe vir sem avisar, Min Yoongi!?
— Eu teria arrumado a casa!
Ele deu uma desculpa qualquer e correu até as sacolas as levando para a cozinha, e sua mãe o seguiu, risonha:
— Oras Yoongi! Sua casa está absolutamente arrumada, você saiu ontem do dormitório! Que tipo de bagunça faria em uma noite!?
— Bem, de qualquer forma, eu vou arrumar o quarto antes da senhora entrar! Eu ainda nem estendi minha cama, e não coloquei as roupas para lavar e…
Yoongi ia dizendo tentando disfarçar seu desespero, dentro de sua pose de “tranquilidade”, mas sua mãe o conhecia. Não demoraria a achar que ele estava estranho, então ele se afastou devagar até seu quarto. Se corresse, ela descobriria que não era para entrar no quarto dele. E por causa disso, ele entrou de qualquer jeito pegando de surpresa e seminua. A escritora estava apenas vestida com a sua cueca, e puxou rapidamente a toalha para cobrir os seios quando ele entrou de uma vez.
— O que pensa que está fazendo!? Eu estou me trocando! Saia e…
A voz dela era alta e Yoongi temia que sua mãe ouvisse, então a interrompeu se aproximando da mulher e pegando a blusa dele sobre a cama e tentando ajudá-la a se vestir:
—
Shiiii!!!! – vista isso rápido e…
— O que está fazendo?! Para! Eu sei me vestir sozinha! Você estava me espiando ou…?
— Pelo amor de Deus mulher, cala a boca! – Yoongi tampou a boca de com a mão e a entregou a camisa com olhar desesperado: — Veste!
se vestiu contrariada enquanto ele lhe dava as costas e Yoongi estava na porta observando por uma greta alguma coisa. Yoon percebeu sua mãe sair da direção da cozinha para a sala e então fechou a porta, caminhou até que o observava assustada.
Ele novamente levou a mão até a boca dela a pedindo para ficar em silêncio, e a empurrou em direção ao
closet dizendo:
— Entra por esta porta no meu guarda-roupa e…
— O que?! – parou abrindo os braços o impedindo de a empurrar para entrar no armário: — Você está me escondendo!?
— , só entra logo aí, pelo amor de Deus e eu te explico depois!
Yoongi levou a mão até a cintura da mulher tentando a empurrar, mas mantinha-se firme evitando que ele conseguisse a empurrar e Yoongi começou a suar frio. Primeiro, porque estava com a cena dela seminua em sua cabeça e agora com as mãos na cintura dela, coberta apenas por sua blusa. E a mulher forçava o próprio corpo contra o dele na tentativa de não perder em força para ele, que parecia desesperado para a esconder, o que atiçava também a imaginação de Suga.
— A sua namorada está aí, é isso? – a escritora perguntou querendo rir.
— É muito pior do que isso! – Yoongi falou forçando o corpo contra o de , e tentando abrir a porta de correr do móvel, tirou a mão da cintura dela, mas antes que conseguisse, ele ouviu a porta do quarto se abrindo.
— Min Yoongi! – a senhora Min gritou assustada.
olhou para a porta e em seguida para ele que sussurrou:
— Pelo amor de Deus, é a minha mãe.
— E porque não me disse!? – ela sussurrou de volta.
— Vocês dois! – a
ajhumma gritou chamando a atenção deles que permaneceram colados um no outro daquela forma que aos olhos da senhora Min era tão suspeita: — Yoongi! Largue esta mulher!
olhou para ele, mas Yoongi parecia apavorado, e com medo da mãe não conseguia se afastar. Então revirou os olhos e desceu os braços das portas do armário e levou-as até os ombros de Yoongi, o que o fez ficar ainda mais nervoso com aquilo e sentir um arrepio percorrer seu corpo.
— Min Yoongi! Explique já o que está acontecendo! — sua mãe gritou de novo.
Não foi algo fácil de explicar. A senhora Min estava vendo uma mulher claramente estrangeira, dentro da camisa de seu filho, sendo prensada por ele na porta do guarda-roupa, e não havia desculpa que pudesse fazê-la compreender a situação.
— Você está trazendo mulheres para cá, desde quando!? – ela gritou com ele, e lhe jogou o sapato que calçava.
— Calma
ommoni! Eu não estou trazendo mulheres para cá e…
— E o que é esta cama bagunçada? As roupas que ela está vestindo são suas! Aliás, esta mulher está nua! Ela entende o que eu falo,
seu bastardo!?
— Ela entende!
Omma! Calma aí, eu posso explicar!
A mãe de Yoongi avançou para batê-lo, e o garoto correu pelo quarto tentando fugir e pulando a própria cama. estava boquiaberta e pensando no que poderia dizer, diante tudo aquilo. A mãe de Yoongi o alcançou e pegou a orelha dele, que reclamava de dor e pedia a mãe para se acalmar.
—
Ajhumma! – se pronunciou e a senhora Min a olhou com audácia, e Yoongi surpreso.
o encarou como se dissesse claramente que ele lhe devia uma, então se ajoelhou ao chão na frente da mãe dele dizendo:
— Me desculpe
Ajhumma! Yoongi não fez nada de errado! Ele apenas me ajudou! Me desculpe por desonrar à senhora e ao seu filho com a minha presença aqui deste modo, mas seu filho foi muito atencioso com meu bem estar, senhora Min!
A mãe de Yoongi olhou para a mulher sob seus pés, e depois para o filho que apenas encarava a garota ao chão, um pouco estático.
— Yoongi!? – sua mãe o chamou.
—
Ommoni, é verdade! Ela dormiu aqui, mas sem mim! Eu dormi na sala, e só emprestei minhas roupas a ela porque ela não tinha como se vestir.
A mãe de Yoongi percebeu a garota ajoelhada ainda com o rosto virado ao chão e viu o filho parecer formular algum tipo de explicação, e então ela soltou a orelha já vermelha dele.
— Espero os dois na sala para uma conversa.
A
ajhumma falou e saiu sem nem olhar novamente para , mas espiou rapidamente o filho indo se abaixar na direção da mulher e a amparar de modo cavalheiro. Sorriu e então saiu dali até a sala.
— Eu devo ter cometido um grande pecado em minha vida passada não é?! – a escritora falou séria para ele, cerrando os dentes puxando um travesseiro caído no chão para bater nele.
— Me desculpe! Ela chegou de surpresa! Não é como se eu soubesse!
— Por que não veio me avisar antes de abrir a porta para ela, Yoongi!?
— Ela tem a chave! Não fui eu que abri a porta!
— Você é mesmo um
bebezão, não é? Garoto… Olha só! Só cala essa boca e vem na minha história, ouviu?
— Claro! A escritora aqui é você, eu nem vou me atrever!
Yoongi ajudou a se levantar e já ia sair quando a viu abrir seu
closet de novo.
— Vou vestir uma calça! Ou quer que eu vá conversar com sua mãe assim ainda?
Yoongi ainda estava um pouco perdido, então ficou parado a observando. puxou uma calça jeans dele, observou pela numeração dele que caberia, mas ficaria justa, porém, vestiria mesmo assim. Yoongi ainda estava ali a esperando e deixou-se levar pelo movimento das calças jeans subindo pelas pernas dela, e só se deu conta de que estava focado na bunda de , quando ela lhe jogou o outro travesseiro no rosto.
— Controle-se seu pervertido!
pegou o sapato da mãe de Yoongi que estava caído perto do
closet, e puxou-o para ir na frente. Yoongi respirou e foi até a sala, encontrando sua mãe sentada de pernas e braços cruzados, com uma expressão de que o mataria.
— Cale a boca e sente-se, Yoongi! Onde está a moça?
— Estou aqui,
ajhumma. – falou num tom de voz calmo, de quem estava tranquila por saber estar com a razão.
Yoongi se pegou pensando se por acaso era aquele tipo de pessoa que não saía do controle em situações de vida ou morte, e achou mais uma informação importante sobre ela, dada a forma como ela reagiu à sua mãe.
A senhora Min ordenou e obedeceu. Sorriu à mais velha colocando o sapato dela aos seus pés e a
ajhumma Min olhava um tanto curiosa. Analisava cada característica física e cada maneira comportamental da mulher.
—
Ajhumma, gostaria de explicar-me, se me permitir.
— Eu gostaria de dizer que sou grata à senhora pela educação que deu ao seu filho. Se não fosse ele, eu poderia estar em uma situação muito ruim agora. Seu filho é um homem muito honrável,
ajhumma.
— Você sabe quem é o meu filho?
— Ah, sim… Ele é Min Yoongi.
— Então sabe que elogiá-lo não vai me fazer acreditar em você, afinal, ele é um
idol famoso e você apenas uma oportunista!
—
Ommoni! – Yoongi falou em defesa de , mas a amiga apenas tocou a mão dele e sorriu negando:
— Ela tem razão de pensar o que quiser, Yoongi. As circunstâncias foram estranhas não é mesmo?
— E qual é a situação então, senhorita!? – A
ajhumma Min falou incomodada pela forma como a mulher parecia tranquila, livre de culpa e até sensata.
— Estávamos ontem numa danceteria, por acaso, nos conhecemos há pouco tempo. E eu estava sozinha, de táxi, mas seu filho ofereceu me levar até em casa em segurança, já que nós dois tínhamos bebido. Porém, tanto ele quanto eu dormimos no trajeto.
— E então, aproveitaram isso para dormirem juntos! – a mãe dele interrompeu, mas negou silenciosa com um sorriso, e a expressão educada e plácida dela fizera a senhora Min ficar curiosa com o restante da história dela:
— Na verdade, o motorista dele nos trouxe para esta casa, já que ele não foi informado do meu endereço. E Yoongi educadamente me trouxe para seu apartamento, não ficou tranquilo em deixar ele me levar sozinha e desacordada para qualquer outro lugar. Yoongi me deixou dormir em seu quarto. Ele dormiu no sofá, e esta manhã acordou me oferecendo que tomasse banho, vestisse suas roupas e após o café, fosse embora. Apenas isso, senhora.
— E posso saber porque aquela cena no quarto, Yoongi? – sua mãe o perguntou e ele suspirou óbvio:
— Então está respondido. A senhora iria vê-la e deduzir o que está deduzindo, então eu ia a esconder no
closet. olhou para Yoongi assustada por ele confessar e sua mãe nada surpresa por ouvir o que ele disse.
— Eu posso ser uma
ajhumma, mas não sou burra. Sei que vocês jovens não respeitam mais alguns costumes, e eu sei que você está nessa idade em que um homem não consegue…
—
Ommoni! – Yoongi falou a interrompendo e bateu em sua mão.
— Não interrompa sua mãe! Apenas ouça.
não sabia, mas o modo como Yoongi se calou e desculpou-se com sua mãe foram um sinal claro de que a
ajhumma tinha em sua frente, uma mulher capaz de controlar os impulsos do filho, assim como ela fizera a vida inteira.
— Como eu dizia… Eu sei que vocês tem necessidades. E não me importo que namore Yoongi, desde que a sua carreira não seja destruída por isso! Você tem um contrato, sabe disso! E também não gosto de saber que é uma estrangeira que está namorando você e…
— Mãe, nós não somos namorados!
— Então você ao menos usou camisinha? Porque isso continua sendo péssimo!
—
Ajhumma! – interveio ainda calma e educada: — Nós não fizemos. Realmente eu apenas dormi no quarto dele, e ele na sala.
— Ah é? Bom, e há quanto tempo você namora o meu filho?
— O motorista Nam me contou que deixou você e sua namorada em casa. Eu não sou burra Yoongi!
— Espera… Então a senhora veio aqui para nos flagrar?! – ele perguntou surpreso e irritado.
— Flagrei mesmo? A história que ela contou é outra.
— Eu realmente fui ajudada por seu filho,
ajhumma! Mas, é verdade também que Yoongi possa ter dito qualquer coisa, estávamos bêbados.
— Quem é você, querida? – a senhora perguntou num tom irônico.
— Você é a escritora da
mangaká Entertainament? Aquela que estava no mesmo programa que ele?
— Ah… – e Yoongi se olharam surpresos pela forma como ela falou — Sim, sou eu.
— Ah! Então eu estava certa! Seu rosto não me era estranho! Eu adoro os seus livros! Eu li a série dos
mangás e estou ansiosa para o drama! Mas, preciso perguntar! – o lado fã da mãe de Yoongi tomou conta da situação: — Shin Yo Nam não vai mesmo ficar com a Clair?
— Mãe… Espera… Você é fã da ?!
— É claro que eu sou! E quem é você pra me julgar? Está namorando ela!
escondeu um sorriso orgulhoso da situação, e antes que Yoongi dissesse novamente que não namoravam, a mãe dele brigou com o filho:
— Ela é a única estrangeira que eu aceito, ouviu bem, Yoongi!? E não a faça mal, ou eu sou capaz de arrancar suas orelhas!
— E ela é a primeira mulher decente que você escolhe!
— Eu nunca apresentei nenhuma namorada à senhora!
— Claro! Ela é a sua primeira!
— Ela não é minha namorada!
— Bem, então você continua não me apresentando! Está até mentindo! Se eu não apareço de surpresa, você iria a esconder também!
suspirou percebendo que a coisa só piorou, mas se aliviou ao ver a mãe dele se levantar do sofá, calçar sua sapatilha e dizer aos dois apontando a cozinha:
— Eu trouxe comida caseira, e é bom que você não permita ele te fazer comer mal, ! Yoongi sabe cozinhar, eu ensinei muito a ele! E também, quero os dois em Daegu na próxima folga do grupo, Yoongi! Essa história de dormirem juntos sem falar comigo e seu pai, nem mesmo a apresentar… Isso ainda não me desceu, e não é porque sou sua fã que eu vou te aceitar dessa forma, senhorita !
—
Ajhumma, realmente há muitos mal entendidos aqui.
— Resolveremos todos em Daegu, escritora! Agora eu tenho que ir, preciso encontrar o irmão de Yoongi! – a senhora interrompeu — Veja se não demore a aparecer em casa, Yoongi! Eu vou me certificar de saber as datas da sua próxima folga! Eu vou pedir uma licença pessoal ao seu
manager e…
—
Omma, por favor a senhora pode nos escutar!?
— Agora não! Geumjae já está me esperando!! Escritora, aguardo-a em Daegu! – falou incisiva para e caminhou até a porta, antes de sair completamente, falou séria ao filho: — E não façam bebês! Isso destruiria a vida dos dois agora!
Yoongi sentiu o rosto enrubescer e quando se deu conta, a sua mãe saiu tal como o furacão que entrou. Ele olhou para que estava jogada de novo no sofá, ainda envergonhado e perdido.
— Vejo que a abordagem estranha e invasiva é de família.
— Eu vou dar um jeito nisso, juro.
— É bom mesmo. Olha só onde você me meteu com sua desculpa de sair um pouco!
bufou e foi até a cozinha ver que comidas a mãe dele tinha entregue e o que precisaria ser guardado.
— Pelo menos podemos almoçar algo caseiro. – ele surgiu na cozinha atrás dela.
— Você merece uns tapas! – a escritora ameaçou fazendo careta: — Cadê meu remédio? Vou tomá-lo e ir embora. Quanto mais distante de você melhor para mim.
Yoongi riu e foi até a sala trazer a bandeja que havia deixado sobre a mesa, e quando entrou na cozinha, percebeu comendo o omelete que ele havia feito antes de sua mãe chegar. Ela sorria com tanto prazer que ele não pode não sorrir, contagiado pelo sorriso satisfeito dela.
09.
Os rapazes estavam todos reunidos na sala de seu apartamento coletivo, entre jogos e outras coisas. Tae, Jimin e Namjoon assistiam a um filme, quando o telefone de Namjoon tocou. Era a
ajhumma Min em chamada de vídeo. Eles estranharam, mas atenderam.
—
Ajhumma! Que prazer ver a senhora! — Namjoon afirmou.
— Olá
Ajhumma! — Jimin e Tae disseram juntos.
—
Anyeongseo, meninos!
Uwa! Como estão bonitos! Vocês são o orgulho de sua família! — brincou risonha a
ajhumma diante o telefone, fazendo-os ficar enrubescidos, e depois que eles a agradeceram, a senhora perguntou ao líder: — Namjoon, o Yoongi já chegou?
— Ah, não
Ajhumma. Ele ainda está no apartamento dele, acredito. Mas, a senhora não consegue falar com ele?
—
Anyo! O Yoongi está merecendo um castigo! Mas, será que ele saiu com a namorada dele ou ainda estão trancados naquele apartamento!?
A
ajhumma perguntou mais para si, contudo, os rapazes ficaram confusos. Namjoon ia perguntar do que ela estava falando, mas ela logo perguntou:
— Vocês devem ter o telefone dela, não tem?
— Desculpe
ajhumma, mas de quem a senhora está falando? — Nam perguntou tão atento quanto Tae e Jimin.
— Da namorada dele! É claro! Não se faça de ingênuo, Namjoon! Eu já descobri que o Yoongi está namorando! Eu os flagrei juntos essa manhã e eu acho bom que vocês não sigam o exemplo do
hyung de vocês! O que o Yoongi está fazendo é muito errado! Ele deveria ter dito primeiro à família dele! E vocês ainda não tem permissão de namorar, não é?
Os três estavam tão confusos quanto em choque, e Jimin se aproximou mais de Namjoon perguntando curioso:
—
Ajhumma! Quem é a namorada do
hyung Yoongi?
— A estrangeira, Jimin! Por acaso tem outras?
— Estrangeira? – Taehyung perguntou sentindo o peito doer com o que passou em sua mente.
— Oras! Vocês querem que eu acredite mesmo que não sabiam!? Yoongi não teria como esconder a namorada de vocês! Vocês já a conheceram naquele programa que fizeram tempo atrás! A escritora !
No mesmo instante, Jimin arregalou os olhos para Taehyung e Namjoon, também encarou a expressão desacreditada dele. A porta se abriu e a voz de Yoongi avisando que chegou foi escutada.
—
Ajhumma, ele chegou… — Nam falou e chamou Suga.
Ele se colocou atrás do sofá dos meninos, bebendo água e abaixou para ver o que eles estavam vendo no telefone e se assustou com sua mãe ali.
— Estava até agora com a sua namorada, Yoongi!? Você não tem que trabalhar ou estudar…? Olha lá,
hein!
— Mãe! Ela não é minha namorada! — insistiu constrangido, mas menos do que ficaria ao saber o que ela disse para os outros.
— Não me venha com mais mentiras, Min Yoongi! Eu já estou em casa, e te liguei mais de dez vezes e você não atendeu!
— Esqueça! Não fique sem me atender quando estiver com a ! — Yoongi gelou por ela falar o nome da garota e olhou de rabo-de-olho para Tae enquanto ouvia a mais velha: — Eu só queria avisar que o seu pai já está sabendo também, e que Geumjae virá no final da semana que vem para casa, então, aproveitando para reunir toda a família, você traga a sua namorada para nos apresentar devidamente!
— Mãe, por favor, a não é minha namorada, ela só é a minha amiga e…
— Você realmente quer que eu acredite nisso depois de ver o que eu vi?
Jimin ficou vermelho, Namjoon também, Taehyung ainda mais, e apenas se levantou saindo dali. Naquela altura, todos prestavam atenção na conversa, mesmo os outros meninos que faziam outras coisas. Viram Taehyung sair para seu quarto cabisbaixo, e cheio de raiva estampada no rosto. Yoongi percebeu o escândalo errado que aquilo tudo causou, e viu os olhares acusadores de Jin para si.
—
Omma, depois nos falamos tá? Tenho que ir agora… – ele desligou a chamada na cara da mãe, e Namjoon se alarmou pela falta de educação, mas não disse nada, já que Yoongi apontou para todos eles justificando: — Não é nada disso! Ela entendeu tudo errado e tirou conclusões precipitadas.
— Eu só queria saber o que ela viu para chegar nessas conclusões. — Jin alfinetou e foi até o quarto de Tae para ver como ele estava.
— Jogou baixo,
hyung. – Jimin disse tristonho.
— Eu não estou namorando! E não aconteceu nada entre ela e eu! E… Olha, eu tenho que me explicar pro Tae primeiro.
— Espera Yoongi! — Namjoon falou indo atrás dele também, e pedindo para os meninos esperarem todos na sala.
Jin estava no quarto com Tae, e o mais novo estava mudo. Não dizia nada e Jin sabia que era a forma de Taehyung não estourar. Quando Yoongi surgiu no quarto dele, Taehyung desviou o olhar.
— Tae, não é nada disso, cara. É sério, a minha mãe chegou lá em casa hoje e viu a , saiu deduzindo coisas erradas!
— Ela dormiu na sua casa. Acho que até eu entendi essa.
— Não, Tae! Não rolou nada, eu juro! Nós saímos ontem à noite, e bebemos muito. Na volta, o meu motorista nos levou para a minha casa, a dormiu lá, mas eu não dormi com ela. Só que de manhã ela estava no meu quarto, e aí a minha mãe chegou do nada! Eu fui tentar esconder a para ela não pensar merda, mas a minha mãe entrou no meu quarto e nos viu, saiu deduzindo o mesmo que você. Mas, não! Eu não sou namorado dela e nada do tipo! Eu jamais faria isso com você, Taehyung!
— Yoongi, só me deixa tá? Eu não quero falar com você por enquanto.
Jin suspirou e junto com Namjoon pediram para Yoongi sair do quarto do mais novo. Na sala, Yoongi contou para todos eles de novo o que tinha rolado, e mesmo sabendo que era difícil acreditar, alguns com exceção de Jimin e Jin, confiaram no mal-entendido.
Durante a semana, Yoongi e Taehyung mantiveram diálogos necessários e cordiais, e Suga ainda não sabia como se livrar do evento que sua mãe armou, e ainda teria que dar aquela notícia para a escritora.
estava no seu escritório com Chang e havia contado para o melhor amigo, e chefe, o mal entendido gerado na casa de Suga. Ele havia dito a ela quase no final da semana seguinte, que não conseguira se livrar do que a mãe armou. , obviamente estava incomodada, mas não tanto quanto Sang Chang Chanyeol. O seu chefe previa que aquela confusão poderia gerar ainda mais aproximação entre Suga e . E o problema era justamente aquele.
— Então, creio que não terá jeito. Eu vou ter que ir para Daegu com o maluco do Yoongi, e lá, esclarecer para os pais dele que nós nunca fomos namorados!
— Mas será que ele quer esclarecer isso, ? – o tom de ciúme foi notado por ela.
—
Hey, Chany! É lógico que ele não vai mentir, e mesmo se fizesse isso, eu não quero.
O outro torceu os lábios e logo foram chamados por Hiro, que disse precisar dos dois na reunião de projetos que se iniciaria.
[xxx]
Sexta-feira à tarde, e Yoongi estava absolutamente nervoso por que buscaria a escritora para a viagem, e ainda não havia conversado com Taehyung direito sobre aquilo. O amigo, ainda o evitava e agora Seokjin estava dando novo sermão em Suga.
— Você espera até a última hora para contar a ele, e ainda quer que ele o desculpe?
— Eu tentei falar com ele, Seokjin! Taehyung está me evitando há duas semanas! Há duas semanas eu nem converso direito com ele e não quis forçar uma situação que tornasse a convivência ainda mais delicada! Afinal, trabalhamos juntos.
— Como vai ser agora? Vai bater no quarto dele e dizer:
“Ei, Tae, desculpa avisar só agora, mas eu vou levar a em Daegu! Quer ir?”. Embora o tom de Seokjin fosse de absoluto escárnio, Yoongi achou uma boa ideia.
— Sabe que não é tão ruim?
— O quê? – zombou o outro.
— É! Se ele for com a gente, eu o apresento como namorado dela, e aí resolvemos dois problemas!
— Yoongi, você está intelectualmente deficiente.
Seokjin saiu do quarto desistindo, e encontrou Jimin no corredor indicando: — Entre aí e diga para o Yoongi que ele é um idiota, por favor? Jimin tomava um sorvete e arqueou a sobrancelha dizendo em dúvida:
— Eu não posso ofender o meu
hyung! — ouviu Suga o chamar dentro do quarto e entrou, perguntando: — Por que o Jin está nervoso com você?
Yoongi contou tudo para o Jimin, que depois de ouvir olhou para o chão se sentindo ainda mais chateado pela situação.
— Olha
hyung… O Tae está muito chateado, e com razão. Tudo isso fez parecer que você agiu de má fé, e mesmo que tenha se justificado antes, e dado tempo a ele de desculpá-lo, agora você vai jogar tudo abaixo de novo. Porque na verdade, você deveria tê-lo dito dessa viagem. Ir lá agora e falar, tornará as coisas piores, mas não falar também. Você não tem saída, se já vai piorar tudo, pelo menos seja honesto com ele.
Yoongi percebeu Jimin sair constrangido e percebeu que o conselho dele e de Jin eram as únicas opções. Bateu na porta do quarto de Taehyung que estudava, e entrou após o amigo permitir.
— Tae, eu preciso te contar uma coisa.
Taehyung o olhou descrente, como se já esperasse ele contar:
“eu estou sim saindo com a escritora”. Indicou uma cadeira para Yoongi sentar, mas ele preferiu ficar de pé na soleira da porta, e começou: — Eu não consegui convencer meus pais de não ir a Daegu. Eles não acreditam que eu estou falando a verdade, então, e eu teremos que ir para esclarecer as coisas verdadeiramente.
— E por que está me contando? É culpa ou você está fazendo o tipo que “fez a sua parte” antes de voltar, e me dizer:
“Ah Tae, então não deu!”?
Suga suspirou aflito. A última coisa que queria era chateá-lo.
— Tae, eu estou falando a verdade, não me sinto culpado por nada, porque não tem o que me culparem. Foi um engano da minha mãe, que se tornou uma fofoca. E mais cedo ou mais tarde, você vai ver isso. Até lá, espero pacientemente que você possa me desculpar.
— Era só isso? — Taehyung falou suspirando e dando as costas para Yoongi, retornando aos estudos.
Saiu do quarto de Tae, e pegou sua mochila rumo ao próprio carro. Deu um “até logo” a todos os outros meninos no dormitório por onde passou, e foi ao encontro de .
A escritora já o aguardava na saída de seu trabalho, com sua pequena mala, e ao ver o carro dele parando, se encaminhou até ele. Colocou sua malinha no banco de trás, e retirou a bolsa trançada de seu corpo entrando no carro.
— E aí, tudo bem escritora? — Yoongi falou com uma cara de enterro ao vê-la entrar.
— Eu estou ótima, mas a sua cara de quem está indo para a forca me preocupa. — suspirou ela colocando o cinto.
— , sério. Desculpe por isso! Eu juro que eu tentei.
— Relaxa Yoongi,
‘tô encarando como um passeio. Eu vou para Daegu, sem pagar hospedagem e ainda vou conhecer o passado de um BTS na fonte. Está tranquilo.
Apesar de desconfortável a situação, estava genuinamente sendo sincera. A tranquilidade em seu rosto fazia com que Yoongi também ficasse mais tranquilo, mas ela notou enquanto ele dirigia como o estranho novo amigo-falso-namorado estava chateado.
— Aconteceu alguma coisa, ou realmente devo me preocupar que seus pais vão nos casar quando chegarmos a Daegu? — o tom sarcástico arrancou um risinho dele.
— Taehyung não fala comigo. Está uma situação estranha…
— Er… — refletiu e confusa perguntou apontando para si e para ele: — Por causa disso?
— Sim. — Yoongi a olhou rapidamente e notou a expressão de estranhamento da escritora, dando um jeito de esclarecer: — A minha mãe ligou para os meninos e deixou escapar que nós somos namorados, e meio que… Disse o que ela viu, sem de fato dizer. Ficou parecendo que ela nos pegou num flagrante, e eu não consegui convencer os meninos totalmente. O Tae então… Nem tem olhado na minha cara.
— Tá… — soltou um muxoxo desacreditado e continuou: — Eu não entendo porque ele está nessa! Não faz nem sentido, não é? O garoto pede meu telefone e nem me liga! Pelo contrário, o amigo dele cola na minha saia! Na minha cabeça, quem tem intenções comigo é você.
Yoongi arregalou os olhos, ansioso, e começou a emburrar dizendo:
— Mas se até você não acredita em mim, vai realmente ficar muito difícil desfazer essa confusão! É o Tae que quer sair com você, !
— Yoongi, sejamos coerentes: faz sentido para você ele simplesmente não dar um passo que confirme isso o que você diz?
— Eu sei que parece estranho! Mas… O Tae é reservado, ele é mais novo do que você e…
— Ah então o problema sou eu? — começou a indagar sentindo como se ele fosse culpar a idade dela, que na verdade era a mesma de Suga.
— Não ! Você não é um problema, só que para ele… Olha eu não posso falar por ele. Isso é algo que só o Taehyung vai poder explicar!
— Não pode falar por ele, mas veio chamar a escritora para sair no lugar dele. Bem normal né? – debochou.
Yoongi decidiu que não iria insistir. À medida que tentava consertas as coisas, tudo só piorava, então, a melhor coisa a fazer foi ligar o aparelho de som do carro, e levar a viagem com conversas sutis, alguns risos e depois que pegou no sono, ele até mesmo cantarolava.
— Geum? — atendeu uma chamada do irmão, e olhou para o lado vendo que a escritora cochilava com a cabeça escorada na janela.
— Falta muito para chegar, Yoongi? A omma já está pensando que você mentiu e não está a caminho. —
Aigoo… Estou entrando na cidade, logo mais eu chego. Que pouca fé!
— Não tem como culpá-la. Quem escondeu a namorada foi você… — Geumjae sacaneou com um tom um pouco mais humorado do que o normal.
—
Aish! Ela não é minha namorada! Geumjae, até logo!
Yoongi desligou a chamada com um pouco de nervosismo no rosto, porque estava chegando em casa e encararia sua família inteira pensando que ele e eram um casal.
Por alguma razão, aquela situação o deixava cada vez mais apreensivo. que já estava acordada a algum tempo, apenas de olhos fechados ouvindo tudo, abriu-os e sorriu para Yoongi zombando:
— Você não tem um pingo de moral entre seus familiares, não é? Ninguém acredita no que você diz, e isso me faz pensar: você era um mentiroso na infância, Yoongi?
—
Aish… Que fofoqueira fingindo que estava dormindo!
gargalhou e abriu a janela podendo observar melhor a noite de Daegu.
— Eu ainda não tinha vindo até essa cidade… — aspirou o ar friozinho e colocou o rosto um pouco mais para fora, apoiando-se na porta.
Yoongi sorriu largamente a observando pelo retrovisor lateral. O sorriso de era algo mesmo muito bonito, e o modo como ela parecia maravilhada com tudo, também era uma cena digna de ser memorável.
— Obrigada! — ela falou se virando para ele, e ajeitando-se no banco o pegando de surpresa: — Embora a situação tenha tudo para ser caótica, pelo menos eu vou conhecer um lugar novo.
— Eu posso te levar aonde você quiser!
Yoongi disse tão prontamente que até ele mesmo estranhou. sorriu fraquinho, percebendo que o coreano havia ficado sem jeito e achou aquilo até fofo, para alguém que se mostrava rabugento a maior parte do tempo. Chegaram até a casa da família Min, e notou que a mãe de Yoongi já abria a porta de entrada da casa modesta, e não tão simples quanto pensava. Os pais de Yoongi estavam à entrada da casa, aguardando enquanto o filho adentrava com o carro na garagem.
— Ok, agora eu estou achando isso um pouco demais… Olha a expressão deles… — falou sorrindo pelo vidro, falsamente.
— Está com medo agora, não é? — Yoongi soltou o cinto e pegou a mão de a olhando de forma engraçada e prestes a fazer piada com a situação, falou: — Fique tranquila querida, eles vão gostar de você!
deu um tapa na mão dele, e riu ao dizer antes de abrir a porta e descer: — Claro que vão! Eu sou adorável! Você corre o risco de perder seu posto de filho pra mim, estranho!
A mulher desceu, e Yoongi sorriu ao vê-la cheia de coragem saindo do carro. Respirou fundo e abriu sua porta saindo também. Pôde ver sua mãe vindo até a mulher e a abraçando de uma forma cortês demais para o que ele estava acostumado. Certamente, sua
ommoni deveria mesmo ser fã da escritora. Seu pai a cumprimentou de forma educada, enquanto a esposa dizia:
“Essa é a namorada de Yoongi!”. Ele trocou olhares com e viu a mulher sorrir como quem dizia que não era o momento de esclarecer as coisas. O casal Min guiou-a na frente mal se importando com a presença do filho. Era como se estivessem dando graças por Yoongi apresentar uma mulher como sua namorada.
Geumjae estava dentro de casa, e para a surpresa de Yoongi também estava acompanhado. O evento realmente era uma viagem de apresentações, a diferença é que o relacionamento de seu irmão com a Jinah era real. Depois dos devidos cumprimentos, a senhora Min afirmou que as duas moças dormiriam juntas no quarto de Yoongi, e que os dois rapazes dormiriam no quarto de Geumjae. assentiu e logo se enturmou com Jinah e Geumjae. Apressou-se a ajudar sua falsa sogra e falsa cunhada no jantar, enquanto os três homens conversavam na sala.
— Ela é bem bonita, Yoongi! — o irmão falou fazendo um sinal de “ok”.
— Sua namorada também. Ela tem algum problema?
— Engraçado, eu ia perguntar a mesma coisa sobre a sua! O que uma mulher linda e aparentemente mais inteligente do que você, está fazendo ao seu lado?
— Ela é muito inteligente mesmo, por isso está ao meu lado. — Yoongi zombou de volta sem dar-se conta do que dizia.
—
Uwa!— o pai interrompeu a discussão ente irmãos dizendo: — Meus dois filhos se tornando homens trazendo namoradas em casa! Eu realmente estou ficando velho.
—
Appa! Espera… Eu tenho que esclarecer uma coisa… — Yoongi suspirou.
— Eu sabia! Ela tem algum problema não é?
— Hey rapazes! — apareceu os interrompendo: — A
ajhumma disse que não vai contar até três para virem comer.
Enquanto Geumjae e o senhor Min se levantaram para ir até a sala de jantar, passando por e a cumprimentando com sorrisos e expressões de alegria, a escritora notou Yoongi a olhando pedindo para esperar. E assim que ficaram a sós, ele caminhou até a entrada do corredor e pegou pela mão a puxando para outro canto do cômodo, um pouco desesperado.
— Como vamos fazer isso? Quero dizer… Eu
‘tô com medo de acabar dando a entender que somos um casal, então…
— Yoongi, relaxe. — falou risonha notando ele se sentindo acuado — Não dá para falar isso na mesa do jantar, então, depois que arrumarmos tudo a gente conta. Assim, se rolar estresse todos vão dormir mesmo…
— É… Geumjae tem razão. — ele a olhou de modo admirado — Você é mesmo muito inteligente.
— Está muito nervoso Yoongi. Não tem motivos para ter medo de contar a verdade, não é?
falou e apenas saiu sorrindo e negando com um meneio de cabeça. Os dois entraram no cômodo ao mesmo tempo, e Geumjae disse algo como
“já estar indo buscar os pombinhos”, e notou novamente, que Yoongi coçou a nuca nervosamente. Serviram-se, jantaram e conversavam bastante sobre suas vidas particulares. As mulheres estavam sendo alvejadas de perguntas dos pais, e tanto Jinah quando , respondiam a tudo sem nenhum medo.
Yoongi observava o modo como a escritora lidava com a situação de forma natural, e quase se deixou iludir pela mentira de que aquele era o primeiro jantar de namoro oficialmente. Depois, os homens foram organizar a cozinha, enquanto as mulheres conversavam na sala.
— Seus pais sabem que estão namorando? — A
ajhumma perguntou às duas, quando os homens já estavam retornando.
— Sim, o Geumjae conheceu os meus pais primeiro. — Jinah sorria pegando na mão do namorado que se sentava ao seu lado e olharam-se apaixonados. Yoongi se jogou de qualquer jeito no sofá ao lado de , fazendo até mesmo o corpo da mulher, dar um saltinho e bagunçando os cabelos dela. Ela o encarou com uma expressão de careta pelo comportamento dele, e não notaram como todos o encaravam esperando uma resposta.
— Que foi? — Yoongi perguntou aos quatro pares de olhos.
— Você já conheceu os pais dela, Min Yoongi? — o pai perguntou sério — Foi pedir permissão para este namoro da forma certa como seu irmão?
— Não acredito Min Yoongi! — a mãe dele gritou se levantando um pouco do encosto do sofá: — Você está fazendo tudo errado? O que pensarão de nós? Nosso filho não tem respeito por regras básicas!?
—
Ommoni, não é isso! É que como dissemos, nós não somos namorados!
E o silêncio a seguir foi tão constrangedor quanto à situação mentirosa no todo. A verdade era uma infâmia tão grande para os pais de Min Yoongi, que observava curiosa às reações.
— Nós te dissemos isso,
omma! — Yoongi resmungou um pouco mal educado apontando para si e para .
— Bem, o que ele quer dizer senhora Min, é que nós tentamos esclarecer isso antes, mas parece que as informações se desencontraram. E eu só estou aqui, porque foi preciso que eu viesse pessoalmente para esclarecer já que…
— Já que vocês não acreditam em mim! Eu estou a uma semana dizendo que este jantar não teria sentido!
Yoongi interrompeu , e novamente a escritora retomou a fala tentando amenizar o tom usado pelo amigo:
— Quer dizer, pelo menos não para nos apresentar como namorados. No final das contas, Geumjae trouxe uma namorada de verdade, e preciso dizer que foi uma excelente escolha, Geumjae! — disse cortês.
A
ajhumma Min encarou Yoongi e de uma forma ultrajada. Não estava com raiva dos dois, mas havia se animado por achar que fosse sua nora. Apesar de ser uma estrangeira e ela não ter tido aquele tipo de sonho para seus filhos, em casá-los com uma mulher não coreana, ao menos , em sua concepção, era elegante e sabia se portar. Era uma mulher bonita e agradável.
— Bem, mas o que foi aquilo que eu vi então? Você estava a agarrando Yoongi! — a mãe falou ainda ultrajada.
Os três homens se sentiram constrangidos, assim como Jinah, mas segurava o riso. Poderia explicar ela mesma, já que Yoongi parecia ter sido pego nu, até que o
ajhussi Min disse primeiro:
— Querida… É comum que na idade deles, e nesta geração os rapazes sejam…
— Não, não! Se o meu filho dorme com uma mulher, que tipo de modos são esses!? — a
ajhumma reclamava — Ele desvirtua a filha de outra família assim e diz que não tem um relacionamento?
—
Omma! Os tempos são outros! — Geumjae falou para ajudar o irmão.
— Chega! — Yoongi falou firme e se levantou com as mãos na cintura, um tanto nervoso: —
Ommoni, eu não estava a agarrando! A senhora entendeu tudo errado e ainda que estivesse não estamos mais na
Era Joseon! Um homem e uma mulher transam sem terem algum tipo de relação, ok? E nós dois… — apontou para e para si — Não temos uma relação, não namoramos, tampouco transamos! É isso! Foi tudo um mal entendido e, por favor, pare de dizer que ela é minha namorada, porque não é!
Yoongi puxou a mão de que o olhava assustada como todos os outros e saiu a guiando para fora de casa.
— Hey Yoongi! — a mãe gritou: — Aonde você vai?
— Eu vou dar uma volta com ela!
pegou sua bolsa de qualquer jeito que estava sobre o sofá e colocou-a no corpo vendo Yoongi a arrastar pela entrada da casa, atônito.
— Yoongi! Que surto é esse!? — ela falou assustada ao ver que ele ainda a arrastava pelas ruas do bairro — Nem pegou seus documentos! Até onde vamos andar?
Yoongi não deu ouvido. Parou um táxi e a indicou que entrasse. Quando estavam lá dentro, ele notou que realmente não havia pegado nada.
— Minha nossa! — reclamou rindo: — Você vai sempre me meter em roubadas, é isso?
—
Ajhussi, nos leve para o
Old Blue! — disse para o motorista à frente e retornou o olhar para sem notar que ainda segurava a mão dela: — Você vai conhecer meu bar favorito.
arqueou a sobrancelha estranhando o modo como ele estava pouco se importando com o modo como saiu de casa, e soltou a mão dele. Só então Yoongi olhou para a mão que segurava a dela, e notou que não havia soltado a mulher. Chacoalhou a cabeça revoltado por toda a confusão desnecessária e direcionou um olhar contemplativo para fora da janela até que viu o telefone de estendido para si.
— Ligue para eles, avise que estamos bem e indo para um bar. Sua mãe vai ficar preocupada.
revirou os olhos com os modos mal educados dele de novo.
— Disca logo, Yoongi! — brigou.
Ele pegou o aparelho e discou o número de casa, onde logo em seguida insistiu que se ela queria avisar, que a mesma fizesse aquilo. A mulher então conversou com a senhora Min pelo telefone explicando tudo, e ouviu a outra suspirar aliviada. Depois, seguiram para o tal bar e quando estavam entrando, disse de forma divertida:
— É melhor que este lugar não seja tão caro!
— Eu era um fodido quando morava aqui, sabe? — Yoongi brincou guiando-a para uma mesa.
Depois que se sentaram os dois fizeram seus pedidos e iniciou a conversa:
— Será que pode me dizer que reação foi aquela?
— Yoongi! Por que está tão desesperado com essa mentira? Quero dizer, esclarecemos as coisas, não tinha porque agir daquele jeito com a sua mãe… Eu sinto que você está decepcionado de ter que desmentir tudo.
— Talvez eu esteja um pouco… — deu de ombros bebendo e percebeu o olhar surpreso de , desviou os olhos para o próprio copo explicando: — Geumjae e eu temos uma boa relação, apesar de sermos um pouco distantes um do outro. Não pense que é porque ele está levando alguém de verdade, já que eu já estou aflito com isso desde antes.
— Eu sei, não tem a ver com Geumjae e se você viesse com essa desculpa esfarrapada, eu desmentiria.
— É… Não tem a ver com ele. Mas, de algum modo meus pais não estiveram sempre aprovando as minhas escolhas… O meu pai achava que eu deveria ter seguido outra carreira, e a minha mãe… Acho que em relação às mulheres ela sempre teve expectativas altas demais. Eu tô surpreso de ela se mostrar satisfeita com você de alguma forma…
— Então, está querendo dizer que o fato de trazer uma namorada de mentira para sua casa te deixa magoado porque, de certa forma, é a primeira vez e logo nessa situação é uma decepção para eles?
— Mais ou menos por aí… Eu nunca apresentei mulher nenhuma. E nem pretendo, na verdade.
assentiu virando sua bebida também. Observou ao redor do bar e notou como haviam muitos casais ali, e então encarou Yoongi de novo. Ele ainda encarava o próprio copo com um olhar vazio.
— Dá para ver na sua testa que você queria muito que fosse real. Não nós dois, mas digo, isso de levar alguém em casa.
— Você tá maluca? Viu como a minha mãe é possessiva e controladora?
— Ela é assim porque você sempre deixou, e acho que o que ela realmente quer é sentir que você terá uma mulher com o mesmo efeito que ela tem sobre você. Por isso ela ficou satisfeita comigo, deu para ela notar que a probabilidade de eu controlar você é maior do que o contrário.
— Eu duvido! Ela não ia querer uma mulher mandando em mim! E você não manda em mim…
— Não precisa de muito tempo contigo para saber que você toma umas escolhas estranhas e confusas sozinho, não é
Agust? — ironizou com o apelido que precisou criar para disfarçar a identidade dele — É nítido que com o tempo você vai comer na minha mão também.
Yoongi observou o que dizia e cruzou os braços sobre a mesa sorrindo desafiador para :
— Então, o que você acha é que a minha mãe quer uma aliada?
— Sem dúvida! Eu sou uma mulher adorável, eu te disse, mas com certeza o fato de que eu meio que impus certo controle na situação desde o começo, mostrou para ela, que eu sou uma mulher foda demais para não ter medo de uma
ajhumma. E é como dizem, mulheres fodas querem outras mulheres fodas ao lado.
— Quem diz isso? — Yoongi arqueou a sobrancelha, confuso.
— Eu digo. Mas, sabe, não precisa ficar chateado, agora que sabe que tipo de mulher sua mãe espera, essa situação toda foi, na verdade, um bom aprendizado para você. E apesar da decepção dela em saber que eu não sou a nora escolhida, ela vai superar isso. Ela não é a primeira a sofrer por isso… — Você é muito convencida! — Yoongi zombou — Então, eu só preciso encontrar uma mulher como você? É isso?
— Não. Exatamente como eu, não vai rolar.
— Me deixa adivinhar: porque você é única no mundo?
— Logico! Ou você me apresenta como sua namorada um dia, ou vai ter que se contentar com uma versão menos qualificada. Mas, você conseguirá estranho. Acredite nisso!
falou demonstrando um gesto de quem não poderia desistir. E Yoongi riu animado. Sem dúvida, era única.
Eles riram juntos, beberam o suficiente para que relaxassem sem ficar bêbados, depois Yoongi levou para uma caminhada aos arredores, onde apresentou um pouco mais dos pontos da cidade. Quando retornaram para casa, aparentemente todos dormiam, e então entraram com risos baixos e subiram os degraus da sala se despedindo na porta do quarto de Yoongi.
— Obrigada pelo passeio, estranho. Apesar de estar me devendo uma grana! — sussurrou.
— Que mesquinha! — ele falou apertando o nariz dela se aproveitando que ela não poderia reclamar senão acordaria os outros. — Boa noite, qualquer coisa bate na porta do quarto ao lado.
assentiu e os dois entraram ao mesmo tempo, mas ela não viu Jinah ali. Apesar disso, retirou sua bolsa do corpo, pendurando-a na cadeira, e trocou de roupa, indo para a cama de Yoongi em seguida. O colchonete no chão, provavelmente para ela e onde Jinah deveria estar não havia sido mexido.
Yoongi entrou no quarto do irmão se deparando com o casal dormindo profundamente e agarradinhos. Pensou que aquilo provavelmente seria algo que Geumjae o pediria. Então, ele pegou sua mochila e foi até seu quarto, batendo na porta. se deitava na cama e riu por imaginar que Yoongi estaria ali para reclamar do irmão agarrado à namorada.
— Eles estão juntos! — reclamou entrando no quarto e fechando a porta.
— E não duvido que ele fosse propor o mesmo se a gente não dissesse a verdade! — Yoongi deixou sua mochila sobre a própria mesa do quarto afirmando: — Eu vou deixar minha mochila aqui já que essa história vai se repetir.
acenou afirmativa enquanto se ajeitava melhor na cama e via Yoongi ir até o guarda-roupa.
— E só vou pegar outra roupa para me trocar, eu não consegui achar a que eu separei lá no quarto dele.
— Ué, estranho! Se você dormir lá, a sua mãe vai desconfiar! Deita aí no colchãozinho do chão. Só temos que acordar cedo e chamar a Jinah para cá.
— Mas se eu fizer isso vai ficar parecendo que a gente realmente dormiu juntos.
— Não vai não, diremos para o seu irmão que quebramos o galho dele, só isso.
Yoongi refletiu e deu de ombros. Pediu para se virar para que ele trocasse de roupa e ela riu debochada, mas se virou.
— Vem cá, é sério que é a segunda vez que você vai tomar a minha cama? — ele falou fazendo o olhar de volta, depois de vestido.
O rapaz fez uma careta e suspirou deitando-se no colchão do chão. Os dois desejaram “boa noite” um para o outro e então dormiram. No dia seguinte Jinah acordou antes e bateu levemente na porta, abriu uma fresta e viu que o cunhado dormia no chão.
“Eles não são mesmo um casal”, pensou. Ela entrou e acordou , de modo delicado. A escritora a encarou sonolenta, e então assentiu entendendo a situação.
— Yoongi… — sacudia o rapaz ao chão, mas ele não acordava. Então ela puxou um pouco a coberta para destampar o rosto dele, e enfiou o dedo indicador na bochecha dele: — Acorda estranho!
—
Aigoo… — Yoongi tirou o dedo dela de seu rosto a empurrando — Sai!
— Vai logo, Yoongi! Jinah está aqui e você tem que ir pro quarto do seu irmão.
Yoongi olhou para cima e viu as duas mulheres o encarando, um tanto mais perto do que a outra. Então ele se levantou apontando um dedo para a cunhada que se escondia entre os próprios braços, envergonhada por seu pijama, e falou zangado:
— Você e Geumjae nos devem!
Saiu rabugento, e a mulher assustada olhava pra outra que sorriu amena a confortando:
— Ele ladra, mas não morde. Agora deita aí Jinah, a
ajhumma com certeza virá nos acordar.
voltou a dormir um pouco e Jinah fez o mesmo.
10.
No outro dia, Yoongi quis mostrar um pouco mais de sua cidade para . Após o café da manhã, Geumjae sugeriu que visitassem os parques que eles iam na infância para brincar. E achando boa ideia, topou apesar da expressão de poucos amigos de Yoongi.
— Por que essa cara? — perguntou já rindo da possível resposta rabugenta e sem nexo.
— Geumjae sabe que eu detesto revisitar os lugares da infância. Não foi tão legal para mim quanto foi para ele.
A amiga ponderou sobre aquilo e vendo as crianças em volta com seus pais reunidas e alegres, sugeriu:
— Tem razão. Meio passeio de namoro esse, né? — Yoongi a encarou surpreso e atento: — Porque a gente não faz aquilo que só os adultos podem fazer?
Os olhos dele se espremeram em dúvida.
— Eu tô falando de beber, Yoongi.
— Eu sei! Claro que eu sabia!
A mulher riu da maneira como ele havia ficado sem graça e então eles retornaram para a casa dos pais do Yoongi. Ao chegarem, Jinah e foram ajudar a mãe dele com o jantar, enquanto a
ajhumma enchia as garotas de histórias dos meninos. Geumjae e Yoon ficaram sós, já que seu pai havia saído.
— Jinah me contou que vocês não estavam dormindo juntos.
— Eu falei que não éramos um casal…
— Mas a
omma disse que pegou vocês na sua casa agarrados e ela estava quase nua.
— Isso por acaso é motivo para sermos um casal? — Devolveu ao irmão, um pouco irritado.
— Não, isso significa que ao menos vocês transam. — Geumjae riu — Olha Yoongi, sabe-se lá por que razão a mamãe gostou dela e decidiu acreditar que se não é sua namorada ao menos será. Porque ela realmente acha que vocês tiveram algo.
— A mamãe está sempre procurando alguém para mim… — Ele suspirou.
— Por quê trouxe ela aqui? Poderia muito bem ter vindo sozinho e dito para nós tudo o que disse.
— Talvez eu quisesse mesmo que ela viesse para não parecer que eu preciso de alguém me arranjando futuras noivas. Eu estou cansado da mãe se meter na minha vida, Geumjae. Eu já não sou um garotinho, e ano passado ela insistia na Mirae dizendo que “eu não era bom escolhendo mulheres”, e agora, sabe-se lá por que motivo, ela cismou que eu fiz uma boa escolha com a ? E eu nem tenho nada com ela! Você não sabe o problema que eu me meti em trazer ela para cá!
Geumjae viu o irmão falar sem parar e então abafou um risinho.
— Vai negar o quanto quiser, mas independente dos motivos que você teve e dos problemas que ela te trouxe, você está a fim dela.
Yoongi arregalou os olhos, e antes de começar o seu protesto, seu irmão entregou para ele uma foto que tirou no próprio celular. Era Yoongi observando a interação de e sua mãe.
— Você pode não sentir nada, mas há uma admiração. E a admiração é o primeiro sentimento que nos faz querer estar perto de alguém.
Yoongi ficou reparando que realmente, havia um sorrisinho de canto no seu rosto naquela fotografia, e aquilo não poderia ser um bom sinal, não é?
— O Taehyung gosta dela. Ele tentou se aproximar dela, mas não conseguiu e então, eu me meti para ajudar, mas no fim rolou todo esse mal-entendido com a mamãe e ela falou para os garotos que eu e a estamos juntos.
—
Uow, entendi… — Geumjae ficou mais sério — Parece que você foi desleal com seu amigo, não é?
— É, e essa nunca foi a minha intenção. Se eu realmente quisesse sair com ela desse jeito, eu teria dito a ele… É só que, eu notei que ela é uma mulher incrível e a gente parece se dar muito bem. Eu quero ser amigo dela, mas… Se isso tudo desandar, eu vou me manter longe.
Geumjae suspirou e tocou no ombro do irmão aconselhando-o a ser sincero não só com Tae e , mas também consigo, e que não há nada de errado em sentir atração por uma amiga, mas ele precisa saber o que realmente está disposto a viver com ela.
Yoongi começou a achar péssima ideia sair para beber aquela noite com . Já havia notado que quando bebiam, ela lhe parecia muito mais atraente aos olhos, do que o devido. E por fim, Jinah sugeriu que eles assistissem um filme, já que sua mãe sairia com o pai dele para um evento que já havia sido marcado aquela noite. Assim, os quatro ficaram em casa assistindo aos filmes, e acabaram adormecendo ali mesmo. Geumjae e Jinah abraçadinhos em um dos sofás, e Yoongi e , que estavam escorados nele sentados ao chão sobre almofadas e cobertores, apagaram um no ombro do outro. Quando o senhor e a senhora Min chegaram e se depararam com aquela cena, sorriram um para o outro.
— Parecem adolescentes, não é? — O senhor Min proferiu sussurrado à esposa: — Acorde-os, eu vou subir.
Ela assentiu e ficou parada observando-os mais um tempo. Jinah era uma ótima garota, e bastante tradicional como era o sonho da senhora Min, mas não…. Ela era estrangeira, e aquilo lhe preocupava, contudo, desde que a conheceu soube que era uma boa mulher, e forte. Além de admirar os trabalhos de , agora, admirava a pessoa. E pela primeira vez precisava dar o braço a torcer de que Yoongi escolheu bem. Apesar dos dois insistirem que não eram um casal, a
ajhumma sabia que havia algo entre eles e que seria apenas questão de tempo. Retirou o telefone do bolso e fotografou os casais, sorriu, decidida a conquistar por seu filho!
xxxx
depois
Ao fim daquela viagem, retornar para o dormitório pareceu ainda pior. Taehyung não estava mais o evitando, mas ainda estava distante. Yoongi decidiu que precisaria dar um jeito naquela situação! Os amigos acreditavam nele, mas também compreendiam Tae, por isso, uma ideia passou à mente de Yoongi. E lá ia ele novamente, perturbar , na saída de seu trabalho.
— Ok, eu estou começando a achar que você quer uma vaga de roteirista! — Ela falou risonha quando o viu parado à recepção.
— Se eu for expulso do meu grupo, eu aceito a proposta!
— Está livre essa noite? — Perguntou acompanhando-a em passos para o estacionamento da empresa dela — Pensei em te levar para conhecer os meninos.
— Jantar com os BTS? — Arqueou uma sobrancelha — Deixa eu adivinhar… é mais uma tentativa de me enturmar com o Taehyung?
— Com todos, na verdade, eu acho que é uma boa ideia eles verem que não estou te escondendo por ter algo contigo. E perceberem eles mesmos que a gente não é mesmo um casal. Isso está meio que atrapalhando a minha relação com eles de um modo geral…
notou a seriedade com a qual Yoongi falava aquilo e ficou realmente preocupada.
— A última coisa que eu quero é uma horda de fãs e jornalistas atrás de mim por motivos errados, não serei a responsável por um atrito idiota desse.
— Então você vai jantar com a gente?
— Vou. Me dê a localização e apareço lá.
— Na verdade você tem que ser levada por mim, com um capuz preto na cabeça para não descobrir o caminho. — Yoongi disse sério e ouviu um
“como é?”, de com a expressão assustada — Brincadeira!
A mulher o empurrou de leve e ele gargalhou antes de sair em rumo contrário ao que ela iria:
— Oito horas, está bem? Te mando o endereço por mensagem! Melhor você chegar sozinha do que comigo e eu preciso avisá-los.
— Ok, mas, eu acho que você vai arrumar mais problemas avisando de última hora. Não tô nem aí, me prometeu comida, agora eu vou! E é bom vocês fazerem um bom jantar! Tive um dia e tanto!
A amiga entrou no carro e Yoongi sorriu satisfeito. era muito divertida e sarcástica, e era leve. Uma pessoa leve! Correu para seu próprio carro na pressa de passar em um restaurante e pedir comida, porque com certeza, Seokjin iria o matar se ele pedisse ajuda para preparar um jantar de última hora.
Chegou no apartamento com toda aquela comida nos braços, e Jimin o ajudou sentindo o cheiro apetitoso.
—
Uwa, hyung! O que é tudo isso?
Jungkook sorriu com olhos esbugalhados vindo mexer nas sacolas, e chamando a atenção de todos ao que acontecia.
— Não toque, JK! Não é para agora! — Os amigos todos olharam para Suga, confusos. — Eu quero avisar que chamei a para vir jantar hoje aqui, e como sei que foi em cima da hora, eu já trouxe comida. É bom todo mundo tomar banho, não vão querer parecer um BTS fedorento, né? Não esqueçam que ela é nossa fã!
— Qual o tom dessa apresentação? — Seokjin perguntou sério olhando para Namjoon. Os dois observaram a reação de Tae, descontente. — Por que está a trazendo aqui?
— Porque ela é uma amiga, e não é óbvio? Taehyung não moveu um músculo, quem sabe ela vindo até aqui, vocês todos não se aproximam dela também e param de achar que eu sou o vilão da história?
Yoongi notou a desconfiança de Jin no tom de voz, e falou sem muito cuidado se pareceria ofensivo ou não. Em seguida, pegou as coisas para levar à cozinha, com Jimin e JK o ajudando.
— Taehyung, tudo bem? — Seokjin perguntou preocupado.
— Claro, não se preocupem comigo. — O mais novo falou indo em direção ao quarto.
— Não sei se fico tranquilo com isso… — Namjoon falou para Jin — A tentativa de Yoongi parece boa, mas…. Será que isso ainda é o que o Tae quer?
— Também não sei… Ele está estranho.
Todos se arrumaram e esperaram a escritora chegar comportados, como se estivessem recebendo a rainha Elizabeth. Yoongi saiu do banho descendo as escadas todo despenteado e com uma roupa qualquer. Observou os amigos e ironizou:
— O presidente da Coreia que está vindo? Que roupas são essas?
— Nós só não queremos parecer um molambo perto de alguém que vamos conhecer. Sua mãe não te deu modos? — JHope falou risonho ao observar Yoongi tão… desleixado.
— Ok, mas vocês vão ver que não precisa disso tudo…
No exato momento em que ele falou, a campainha tocou e Yoongi jogou a toalha no ombro abrindo a porta e dando de cara com , vestida de forma casual.
— E aí, Estranho! — Ela o cumprimentou sorrindo e os amigos puderam ouvir, se encaravam surpresos pelo modo como aqueles dois se tratavam.
— Ora, ora! Achei que chegaria com o cabelo bagunçado pelo capuz!
— Idiota! Eu posso entrar ou não?
Os dois riram e Suga deu passagem. entrou sorrindo, um pouco ansiosa por ver todos eles de novo.
Os rapazes a cumprimentaram de longe, um tanto sem jeito e ela percebeu que estavam tão nervosos quanto ela de receberem-na ali. Então ela olhou para Yoongi, dos pés à cabeça:
— Você por acaso é um morador de rua? Isso é jeito de receber visita? Olha os seus amigos como estão apresentáveis!
— Você não é visita para mim, é só uma doida que invadiu um dormitório masculino proibido.
arregalou os olhos na hora e começou a bater em Yoongi.
— O QUÊ? Eu não podia vir? Eu
tô aqui clandestina? — Perguntava ao amigo e olhava aos outros que começavam a rir — Seu idiota! Por que a gente não foi num restaurante então?!
— Porque a gente nunca trouxe uma garota e gostamos de adrenalina, não é pessoal?
Os rapazes começaram a relaxar e a se aproximar de a cumprimentando direito. Jimin foi o único que abriu os braços para a abraçar com um sorriso no rosto.
— Ah! Alguém que gosta de abraços! Gostei de você, Jimin! — Se jogou num abraço forte a ele.
— Culturalmente vocês brasileiros gostam, não é? Eu também gosto!
— É o agarradinho do grupo, ele… — explicou Yoongi — Eu vou estender minha toalha e lavar a minha cueca, fica aí se apresentando e vê se não desmaia de emoção!
fez uma careta para Suga, assim como Jin negou com a cabeça pelo comportamento de Yoongi. A escritora cumprimentou com apertos de mãos todos eles, e foi abraçada apenas por JHope e Jimin. Jungkook parecia nervoso perto dela e Taehyung… Ele foi o último a se aproximar com as mãos no bolso e um sorriso pequeno no rosto, estendeu a mão para ela e a escritora ansiosa pegou-a. Ele era o seu favorito no grupo, e desde o dia que se conheceram, ficou com os olhares dele ao longo do programa, na cabeça. Mas, ali, nem parecia o mesmo homem que pediu seu telefone.
— Taehyung, finalmente estou o revendo.
Os amigos notaram que ele não alimentaria um diálogo, então Seokjin chamou a atenção para irem comer já que todos estavam famintos, e a guiaram para o que seria a mesa de jantar.
— , fique à vontade para se servir.
— Ah! Me deixe servi-los! — Disse educada tirando os pratos da mesa e pedindo que eles se sentassem — Estão me recebendo na sua casa e prepararam uma mesa tão bonita! Deixe eu os servir em agradecimento também.
— Garota, acha mesmo que a gente ia cozinhar em cima da hora para você? — Yoongi falou se aproximando e rindo sarcástico ao lado dela: — Comprei a comida!
— Não fez mais que a sua obrigação! Quem convida alguém para jantar em cima da hora? Quer saber? Você devia servir a mim e seus amigos, pela sua falta de elegância, Estranho!
entregou o prato na mão dele com a sobrancelha arqueada e os outros riram, concordaram imediatamente e se sentaram todos, inclusive .
Taehyung observava a interação entre os dois, certo de que não eram um casal, mas tinham tudo pra ser. Suspirou um pouco incomodado e Jimin notou, o amigo sentado ao seu lado sussurrou para ele:
— Ela pareceu ansiosa para te conhecer… — Jimin falou e Tae deu de ombros — Não vá descontar sua frustração nela, Tae. Se ela conversar com você, dê uma chance. Seja lá o que o Yoongi pensou, no fim, ele trouxe ela até você não foi?
Taehyung apenas assentiu calado.
Eles jantaram, conheceram mais sobre a e ela sobre eles, depois a mulher ajudou Jungkook que aos poucos foi perdendo o nervosismo com ela, a arrumar a cozinha e ao acabarem seguiram para a sala, Jin e Hobi ficaram jogando enquanto os demais continuavam a conversar entre si, conhecendo a escritora. Ela contou para eles como foi a viagem para Daegu a fim de convencer a mãe do Yoongi de que não eram um casal, e apesar de atento no assunto, Taehyung não dizia muita coisa. Por fim, ela contou para os amigos de Yoongi algumas das histórias que ouviu da mãe dele, e Suga apenas a encarava descontente com uma expressão de irritação.
E assim, as conversas seguiram amenas e tranquilas. Quando notou que estava ficando tarde, se levantou dizendo que tinha que ir. Despediu-se dos rapazes que confessaram ter gostado de conhecer ela, e Namjoon animado perguntou se ela não gostaria de sair com ele e Yoongi num evento de
rap que teriam em algumas semanas.
— Claro Nam! Vai ser legal!
— Vou colocar seu nome na lista! Posso pegar seu número?
— À vontade! Taehyung e Yoongi tem meu contato, pega com eles. — falou naturalmente tentando pescar se por acaso Tae ainda teria seu número, e logo em seguida Taehyung afirmou:
— Pronto, já mandei o número dela no grupo.
Yoongi observou o amigo um pouco enciumado e sorriu fraquinho, estava satisfeito por aquilo, porque, se ele tinha ciúme é porque ainda tinha interesse e agora, não tinha ciúme só dele, mas de todos. Seu plano correu bem, para ficar melhor só se…
— Eu te acompanho até lá fora. — Tae ofereceu à escritora à medida que ela terminava de se despedir.
No começo, estava irritado com Yoongi indo esfregar a amizade dele com a mulher na sua cara daquele jeito, mas depois, ele compreendeu que a tentativa foi de aproximá-la de todos. E isso o incluía. Agir como um imaturo não a faria gostar dele, então, era melhor tentar se aproximar um pouco. Ofereceu de a levar até o estacionamento do prédio e enquanto caminhavam silenciosos lado a lado, pensava no que deveria dizer. Mas, foi mais rápida.
— Posso te fazer uma pergunta?
— Claro… — respondeu nervoso.
— Porque… — suspirou derrotado de que confessaria que a vigiou nas redes sociais — Você estava saindo com alguém…
— Está falando do Maurer, não é?
— É, eu vi nas suas redes.
— Isso não te impedia de telefonar para tentar uma aproximação…. Uma amizade pelo menos, como fez o Yoongi. Eu devo interpretar que você não tem interesse em ser meu amigo?
— Se um homem pede meu telefone, eu vou achar que ele quer outra coisa além de amizade, mas se mesmo sabendo que estou saindo com alguém ele insiste, eu vou aceitar isso como uma tentativa saudável de se aproximar sendo amigo. Se ele não tenta nem isso, então era mesmo algo apenas físico…
Taehyung arregalou os olhos surpreso com o que ela pensou a respeito de seu interesse. continuava caminhando olhando para frente e com um sorriso fraco, quase decepcionado em seu rosto.
— Você foi quem menos interagiu comigo hoje também, então… eu acho plausível pensar que você não quer ser um amigo, não é?
— Quero. Não quis parecer grosseiro assim, e nem dar a entender que era apenas um interesse físico. Mas, eu fiquei chateado com Yoongi e as justificativas que ele me deu…
— Ele me disse. Ele contou que vocês achavam que tínhamos algo por conta do que a mãe dele fez. Mas, não é isso. Yoongi realmente quer apenas ser um amigo, então, por favor Taehyung, não o interprete como desleal. Ele tem sofrido muito por isso.
falou sem esperar mais respostas do mais novo, e entrou em seu carro. Abaixou o vidro do motorista vendo Tae parado ao lado do carro a observando e sorriu para ele.
— Espero que possamos nos ver de novo e começar algo sem más interpretações, Taehyung. Obrigada por me receber e me acompanhar até aqui.
Ela sorriu e piscou para ele. Tae acenou sorrindo de volta, em concordância e logo que o carro dela partiu, ele retornou cabisbaixo ao dormitório. Entrou em casa sem falar com ninguém, indo para o seu próprio quarto e deixando todo mundo curioso.
11.
Alguns meses haviam se passado e já estava familiarizada com todos os rapazes do grupo, à medida que convivia com eles, tornava-se ainda mais próxima a cada um deles, inclusive de Taehyung. E embora o rapaz demonstrasse interesse no começo, parecia ter desistido já que ainda não a tinha convidado para sair apesar de deixar c a sua intenção de um encontro. Yoongi notava que a pouca ação de Tae ainda tinha razão por sua pregressa e mal feita aproximação com a escritora. Então, sentia-se responsável pela história ainda inexistente daqueles dois, por mais que o dissesse que Taehyung não estava interessado e tudo bem, e por mais que Yoongi soubesse que havia deixado tudo muito claro, e que era culpa de Tae manter-se inacessível a um encontro. Mas, Yoongi só cogitou que estava certa, depois de uma ocasião específica: o dia que os três foram juntos a uma boate.
— Tae! — chamou o amigo que saía do banho estando parado em frente ao próprio quarto e Taehyung olhou para seu
hyung Yoongi — Vou com a num evento legal hoje, me acompanha?
— Só vocês dois? — perguntou e Yoongi rolou os olhos por entender que caso fosse, ele recusaria.
— Não entendo porque você evita sair com nós dois, mas não… O Nam vem também. Terá um evento numa boate, é um local fechado pra uma batalha privativa de
rap, a maioria dos convidados são
idols.
E assim Taehyung assentiu. Aquilo frustrava Yoongi, porque era como se Tae acreditasse que não havia espaço para si quando estavam só Yoongi e a amiga. Namjoon iria, mas tinha quase certeza de que ele não ficaria à mesa, sabendo que havia alguns outros de seus amigos ali. Hobi havia dito que apareceria, mas no fim, não foi porque estava com a irmã depois de um longo tempo.
O bar estava cheio numa quantidade moderada de pessoas, e os quatro chegaram num bom horário, após Yoongi ter buscado a antes de Nam e Tae estarem prontos.
— Ei estranho! — A amiga falou entrando no carro dele e acenando para a vizinha amiga que mantinha os olhos compridos nela.
— Hoje você mata o Kim Taehyung, ! — Yoongi falou assim que encarou-a de cima à baixo.
estava gostosa como poucas vezes ela fazia questão de estar, quando saía ao lado de Yoongi. Quer dizer, ela era uma gostosa e ele sabia e
achava aquilo, mas especialmente naquela noite ela caprichou.
— Ele vai estar, é? — falou beijando rapidamente a bochecha de Yoongi que não se acostumava àquele modo tão caloroso e espontâneo dela, por mais que passassem tempo demais juntos.
— Droga, então vai chover…— Ela zombou.
— Juro que não sei porque ele não te jogou na parede logo…
— É, ele não sabe o que está perdendo…
Yoongi sorriu ladino e olhou de soslaio para ela dando mais uma conferida, e disse:
— Sabe sim. Não tem como não saber… — E pigarreou, arrancando uma gargalhada de que adorava quando o amigo dava o braço a torcer pra qualquer coisa que a envolvesse. O passatempo favorito daqueles dois, era implicarem-se e essas coisas estavam cada vez mais comum entre eles, e então Yoongi notou o riso vitorioso da amiga, não evitando fazer as vezes de irmão mais velho: — Aliás, por que toda essa produção? Não me diga que é pro Namjoon? Porque você nem sabia que o Tae iria!
— Hm… Namjoon… — murmurou num gemido divertido fechando os olhos e mordendo os lábios, Yoongi suspirou pesadamente reclamando.
— Me poupe de te ver imaginando sacanagens com os meus amigos!
— Ah, Yoongi, o que posso fazer se os seus amigos são uns gostosos?
— A gente pegou intimidade demais, vou voltar pro dia em que eu te conheci e mudar as coisas.
— Você sabe que não faria nada diferente. — Ela riu.
Yoongi ficou silencioso, na verdade, ele faria uma coisa diferente sim.
— Anda , me diz! Pra quem tudo isso?
— Bem, o Nam me deu a lista de
rappers e eu vi que Jay Park está na lista.
— Ah pelo amor de Deus! — resmungou — Eu não gosto desse cara, !
— Querido, isso é um problema seu! Se ele quiser que eu abra a pernas pra ele, me desculpe Yoongi, mas eu vou. Até parece que vou perder de sentar naquele rostinho porque você não gosta dele…
— Informações demais, ! — reclamou e bufou: — Que história é essa agora também!? E o Taehyung?
— Já te falei que ele não quer nada comigo. E bem, se ele me provar o contrário eu ficarei bem feliz, porque você sabe como eu estou na dele… mas, eu não sou mulher de esperar garotinho se decidir Yoongi.
— Você não fica com o Jay Park. Não mesmo.
Yoongi queria dizer que aquilo não aconteceria nem por cima de seu cadáver, mas que direito ele teria? A amiga era livre para ficar com quem quisesse por mais que ele não simpatizasse com a pessoa.
Dirigiu para pegar os amigos, enquanto conversava amenidades com , e quando Namjoon a viu no carro, sorriu. Enfiou a cabeça entre os bancos da frente deixando um beijo no rosto dela e então encarou o corpo da mulher no vestido vermelho, e sentiu um calor subir à seu rosto.
— Alguém está tentando matar, hoje… — murmurou ao voltar para o seu banco colocando o cinto.
Tae entrou fazendo o mesmo trajeto de Nam, deixando um beijo no rosto dela e travando em seguida quando viu como ela estava estonteante, e ainda nem havia visto-a de pé realmente.
— Fecha a boca Taehyung. — Yoongi provocou trocando olhares com Namjoon pelo retrovisor.
— Espera, eu preciso olhar mais um pouco.
— Pode olhar, é o que você mais faz mesmo… — O amigo continuou retrucando e apenas sorria de tudo aquilo.
— Parem vocês! Vamos logo Yoongi! E, Tae… Se quiser, pode até tocar mais tarde.
A resposta de fez os amigos rirem e Taehyung passar a língua nos lábios sem tirar os olhos dela, voltando ao seu assento um tanto abalado.
— Taehyung, Taehyung… — Namjoon murmurou para ele negando com a cabeça.
Durante o trajeto nenhuma outra provocação se sucedeu. Eles fam animados sobre a batalha, e e Tae apenas assentiam aos outros dois rapazes.
Então, quando chegaram no lugar, notaram que faltava pouco para a batalha começar, procuraram uma mesa, cumprimentaram algumas pessoas e de repente, era uma atração aos olhares. Convenhamos, Taehyung, Namjoon e Yoongi entrando juntos em qualquer lugar já era um evento próprio, mas com aquela mulher ao lado deles… Foi realmente a cereja do bolo.
Namjoon não ficou na mesa, como previsto, pegou sua bebida e disse aos amigos que iria falar com algumas pessoas. Ficaram Taehyung, Yoongi e na mesa bebendo e observando cuidadosamente o lugar.
— Senhorita, com licença… — Um garçom falou se aproximando logo após ter entregue a bebida deles, direcionado à escritora com um cartão na mão: — Aquele senhor pediu pra lhe entregar junto aos seus cumprimentos, com um bebida a seu gosto.
e Tae olharam na direção que o garçom apontava e Yoongi já bufava de novo, bem impaciente. acenou sorrindo e aceitou a gentileza, o que incomodou também ao Tae, um pouco.
— Caramba, mas a gente nem chegou! Já começou essa palhaçada!
— Aí Yoongi, não começa vai! — reclamou revirando os olhos.
— Se prepare Taehyung! É isso o que acontece toda vez que ela sai! Um bando de idiotas ficam circundando como se não vissem que ela está acompanhada!
— Acontece tanto assim, é? — Tae perguntou a ela sem deixar de notar o quanto o incômodo de Yoongi também lhe soava um pequeno incômodo.
— Não! O estranho está só exagerando, Tae…
— Toda vez que a gente sai isso acontece, ! É um saco! Bom que hoje o Tae vai poder ver com os próprios olhos e você vai parar de me dizer que eu é que sou um rabugento.
— Qual o problema de eu chamar atenção? Nunca te entendo! Você é a porra de um
idol, chama atenção o tempo todo, mas não consegue lidar com uns caras afim de mim?
A gargalhada dela era o tipo que provocava Yoongi a se sentir um idiota, e Tae apenas observava a dinâmica dos amigos, silencioso.
— Você não vê mulheres se jogando aos meus pés quando estamos juntos… Acha isso normal?
— Nessa sociedade machista? Super! Mulheres podem deixar o flerte na mão de vocês, mas não sabe o que eu tenho que ouvir sobre você quando vou no banheiro Yoongi… — deu de ombros arregalando os olhos para Tae.
— Aí, você sempre dá um jeito de falar de patriarcado… O fato é que se fosse só isso, , eles não fariam, porque você está acompanhada. Não é você que me diz que o machismo faz os caras respeitarem outros caras antes da mulher?
A escritora riu contida pelo absurdo que lhe soava aquela revolta sem propósito de Yoongi, e Taehyung continuava pensativo absorvendo a situação.
— Yoongi, acorda! Não é porque estamos juntos nos lugares que as pessoas consideram que estejamos acompanhados, porque somos só amigos e isso tá escrito na nossa testa. Não é Tae? Não estou certa?
Taehyung ergueu as sobrancelhas, e deu de ombros ao dizer:
— Uma estrangeira não é mesmo tão respeitada por aqui, dada algumas observações do Yoongi, assim como é verdade que se notarem que você não tem um parceiro eles vão investir, mas… Não está exatamente escrito isso na testa de vocês, não é?
— Tem razão, não está escrito porque é bem óbvio que o Yoongi é só um guarda-costas. Ele nem dança comigo quando a gente sai, eu tenho que implorar!
— Ela não entende que a gente dança o tempo todo. Se prepare Tae, ela vai te fazer dançar a noite toda.
não evitou um sorrisinho de canto assim como Taehyung não pôde evitar também, ao notar a malícia na face dela. Yoongi percebeu o clima entre os amigos e então se levantou indo ao banheiro.
A escritora bebericou o drinque recém-recebido do outro homem mesas atrás deles, e encarou Tae de modo falsamente inocente enquanto mordia um pedaço de fruta de seu copo.
— E então, você gosta de
rap.
— Gosto. Sou eclética, Taehyung. Mas, eu vim mesmo pelo convite do Nam. Ele me chamou com tanto entusiasmo, e a AOMG em peso está aqui, eu sou fã dos artistas.
— Não se sinta deixada de lado pelo entusiasmo do Namjoon só porque ele não está aqui. —Tae apontou o amigo e líder do seu grupo rindo largamente a pouca distância e conversando com Hyuna.
— Eu perdoo, só porque ele está acompanhado da Hyuna.
Taehyung sorriu bebendo uma dose do seu uísque e trocou olhares com a escritora, cheio de significados, tomando coragem de dizer:
— Você realmente jogou baixo comigo hoje.
— Precisei de uma intervenção forte, você ainda está me evitando. Só saímos juntos quando os outros estão, e em programas casuais… Talvez você precisasse ver melhor para entender.
sorriu enviesado e aproximou o rosto do dele que estava ao seu lado, de modo a falar baixo para que só ele escutasse, Taehyung ficou tenso, e encarou os olhos e lábios da mulher de modo frenético.
— Que eu estou dando condições totais a você há meses, Taehyung.
— ! — A voz de Yoongi soou interrompendo-os quando ele voltou à mesa: — Eu não deveria, porque no fim você só me dá trabalho! Mas olha o que eu achei pra você!
Pela primeira vez na noite Taehyung quis gritar com Yoongi. Ele estava prestes a mandar toda a sua desconfiança de que o amigo era apaixonado na escritora para o inferno e puxar os lábios dela contra os seus.
e ele olharam os copinhos postos na mesa.
— Tequila, minha querida! — sorriu falando para as doses, eram exatamente três. — Vai Tae, pra você se soltar… — entregou um copinho, mas ele negou apontando seu uísque.
Ela entortou o lábio descontente, e empurrou outra para Yoongi.
— Anda logo, Yoongi! Não me faça ir até aí!
Yoongi olhou de para Tae e depois para a tequila que ela estendia a ele e explicou sua negativa, sem ser exatamente explícito:
— Sabe o que acontece quando eu bebo essas tequilas malucas com você!
— Você é carregado no final, qual o problema!? Nossos amigos estão aqui, não vou precisar pedir pra um estranho me ajudar a te rebocar!
Yoongi encarou Taehyung que riu baixinho. Na verdade, ele estava falando no primeiro incidente que gerou toda aquela confusão entre ela e Tae. Mas, os dois pareciam alheios àquilo, , na real, não entendeu a mensagem que ele tentava passar.
— Só uma! Não vou ser carregado hoje.
— É bom mesmo, ou vou contar pra sua mãe o indigente que está se tornando.
— Faça isso e destrua a imagem que ela tem de você! — Yoongi falou animado brindando com ela e viraram juntos, a bebida.
Faziam caretas quando fez a parte que ele mais detestava, segurou o limão e colocou na boca dele pra ele chupar e Yoongi fez o mesmo com ela. Os dois descobriram que odiavam limão depois da tequila, mas beber sem ele era pior, e uma vez numa brincadeira, provocaram o outro enfiando o limão em sua boca de modo que não poderiam evitar, até o outro soltar. Aquilo se tornou uma espécie de ritual íntimo dos amigos. Taehyung arregalou os olhos vendo aquilo e pigarreou bebendo outro gole do seu drinque.
— Ah Tae, qual é! Divide uma comigo?
Yoongi estava sem graça pelo o que o amigo presenciou, e então olhou pra Tae o encorajando.
sorriu e foi buscar mais deixando os dois ali e Taehyung gostaria de perguntar o que era aquilo, mas se conteve. Só não esperava Yoongi se desculpando.
— Foi mal, eu interrompi algo né? — perguntou apontando os copinhos vazios de tequila.
— Não exatamente. Ela só estava sendo direta, parece que ela entrou nesse modo agora.
— Sabe que ela quer muito sair com você. E você também, então por que está a evitando, Tae?
O olhar indecifrável de Yoongi fazia Taehyung pensar se era mesmo uma loucura de sua cabeça o que ele enxergava entre os outros dois.
— Não estou a evitando, só… — Não conseguiu continuar e Yoongi esperou uma resposta, e não entendeu quando a mesma não veio.
— Não acha mais ela interessante? É isso?
— Ela é absurdamente interessante Yoongi,
você sabe. — Então, o que? Ela não mexe com você? Olha lá… — apontou Yoongi para onde a mulher remexia discretamente seu corpo ao som da música enquanto esperava a bebida ficar pronta — Não me diz que você não a acha linda e que não se sente atraído…
Taehyung concordou observando-a de longe, e então voltou os olhos pra Yoongi que sorria de canto observando o jeito espontâneo da amiga. O
hyung virou-se para ele, e Tae não conseguia evitar. O que ele interpretava no rosto de Yoongi atingia sua moral.
— Você acha que tem como um cara não se sentir atraído por ela?
— Não, Yoongi. Não interessa se é
só um amigo, um cara no bar, ou quem quer que seja, ela tem tudo o que uma mulher fatal tem.
E você sabe disso. — a frase cortante de Tae cheia de significados pegou Yoongi desprevenido.
— É verdade, ela tem mesmo, então por que você não chama ela pra sair?
— Por que você não a chamou pra sair ainda?
Yoongi piscou mudo. O que Taehyung pretendia com aquela pergunta? E por que ele ainda estava pensando na resposta?
— Tae… Você está comparando a nossa situação? Sabe que entre ela e eu…
— A resposta é a mesma que a sua. — Taehyung jogou o interrompendo.
— Por que vocês são apenas amigos? Porque é isso que…
— Prontinho! — interrompeu surgindo na mesa com quatro doses.
Yoongi ia dizer de novo o que sempre dizia, Taehyung estava pronto para retrucar o que impediam os outros dois de se aproveitar daquela amizade para transformar em algo mais. Afinal, para Tae, relacionamentos entre homens e mulheres quando precedidos de uma amizade sólida como a deles vinha se tornando, eram chave de uma grande oportunidade de sucesso. Mas sentou-se ansiosa para compartilhar aquele momento com Taehyung que nem notou a conversa interrompida.
— Aqui Tae! Já bebeu antes? — perguntou entregando o copinho para ele e o viu assentir sorrindo pequeno em sua direção — Então beleza, a gente vira e quando for chupar o limão um leva à boca do outro!
Taehyung apenas pegou o limão fatiado e seu copo sem se importar muito com o ritual. Yoongi ainda o olhava com o cenho franzido em dúvida. contou até três, eles viraram o drinque e quando ela foi levar o limão até ele, Taehyung chupou o próprio que segurava.
A escritora sentiu-se sem graça e um tanto idiota. Era o primeiro fora da noite, e estava agora ainda mais certa do que dizia à Yoongi: ele não queria. Mas aquele momento em que o viu abalado por ela no carro, e antes, com a sua provocação sussurrada na mesa, antes do amigo os interromper, haviam dado a ela uma impressão de esperança. Até ali. Contaria três vezes. Três foras numa noite e ela não iria mais brincar de perseguir o novinho.
Yoongi sentiu-se extremamente sem graça por ter presenciado aquela cena. Pensou em se retirar, mas como deixaria com o amigo depois do claro afastamento de Tae? Nem foi preciso. A mulher terminou de chupar o limão e então deixou o resto na mesa, pegando outras duas doses com um pedacinho em suas mãos e se levantou, sem dizer nada indo até Namjoon.
Namjoon conversava com Gray, Loco e Jackson, mas assim que Gray bateu no braço dele, com o queixo um pouco caído, o integrante do BTS olhou na direção apontada avistando a amiga.
— Olá! — cumprimentou num aceno discreto aos presentes — Desculpe atrapalhar vocês. Nam, falta você, já brindei com Tae e o Yoongi.
— Já virou três dessas? — Ele perguntou assustado e talvez preocupado, não havia saído muito com para beber.
— Duas. A terceira é culpa sua.
Ela riu entregando e não deixou de sentir os olhares dos outros três em si. Namjoon riu e Jackson brincou com o amigo:
— Não faça desfeita com a moça!
— Eu jamais faria, você sabe…— Namjoon riu.
Ele e brindaram e contaram até três. Depois de virarem a dose chuparam o limão sem o ritual dela. Aquela era uma brincadeira dela e de Yoongi, que a escritora só quis dividir com Taehyung.
—
Aish… Você é resistente! — Gray falou para a linda mulher.
— Ela é maravilhosa! — Namjoon disse educado e gentil para os rapazes apresentando-a: — Essa é a minha amiga , nos conhecemos numa entrevista.
— Ah! LEMBREI! — Jackson anunciou. —Eu assisti!
sorriu gentilmente, animada.
— É maravilhosa mesmo, muito linda, senhorita. — Gray disse piscando.
gargalhou agradecendo e ficou alguns instantes ali conversando com os garotos.
Na mesa, Yoongi e Tae a observavam, o mais velho ainda incomodado com o que escutou de Taehyung.
— Você realmente vai continuar acreditando nisso tudo só por causa daquele mal entendido, Tae!?
—
Hyung… Mal entendido foi antes…
Yoongi suspirou derrotado, e Tae desconversou:
— Esquece isso. É melhor você só curtir e deixar que eu lido ou não com a .
Yoongi assentiu, não sem antes dizer:
— Você é um idiota e não sabe o que está perdendo.
— Talvez não saibamos, não é?
Taehyung deu de ombros sorrindo frustrado. Levantou-se para pegar outra dose de uísque, e Yoongi se jogou na cadeira observando Tae sair tranquilo. Observou das costas de Tae para as costas de , várias vezes enquanto tentava descobrir o que havia perdido. Por que Taehyung insistia em provocar colocá-lo na mesma zona de interesse por sua amiga? Quando ele entenderia que e ele eram apenas amigos? E por que o incomodava tanto que Tae pensasse aquilo?
Depois de algum tempo, as batalhas haviam começado, e os quatro amigos assistiam juntos ao redor do palco. Elas eram intercaladas com momentos de música, e num desses momentos, e Namjoon conversavam com Jackson, e Yoongi, como o bom “velho” que o dizia ser, quis se sentar. Tae voltando do banheiro o acompanhou, já estava mais alterado do que quando chegou. Na verdade todos estavam altinhos pelas bebidas, e ainda não estava mal como Taehyung pensou que estaria após cinco doses de tequila.
— Cara, ela é mesmo resistente! — Taehyung falou pra Yoongi apontando os últimos copos e a mulher distante em pé, parecendo controlada em seu equilíbrio.
— Espera até o efeito bater, talvez você fique chocado. — Yoongi gargalhou.
Eles olharam de novo pra ela, e falava qualquer coisa com Namjoon enquanto intercalava sua atenção à mesa do DJ. Yoongi acompanhou o gesto constatando para Taehyung:
— Ela quer dançar, mas não quer ir sozinha.
— Como sabe? — Tae perguntou surpreso encarando Yoongi.
— Está olhando pro DJ, e ainda não chamou nenhum deles. Provavelmente nem vai chamar, pela quantidade de vezes que eu já vi ela controlar os quadris pra não começar a rebolar sozinha, ela não está confortável pra dançar com eles.
Taehyung suspirou. Yoongi não se dava conta de como prestava atenção aos detalhes!? Comparando-se, Tae sabia que possuía menos observações sobre a mulher, já que ele passou menos tempo com ela, mas… Aquele tipo de informação não era minucioso demais para alguém que se dizia só um amigo? Tae se sentiu incomodado, e pior, frustrado. Levantou-se e foi com um copo de outro drinque até .