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“Você poderia se dedicar mais a ele, sabia? Pode ser que ele não diga, mas Jake sente sua falta todos os dias, principalmente os dias que você está em casa.”
Esse não é o tipo de coisa que um pai gostaria de ouvir. Principalmente quando a pessoa que está falando não apresenta raiva ou rancor na voz, mas tristeza, mágoa e cansaço.
Passei a mão pelo rosto enquanto dirigia meu carro de volta para casa. O caminho parece longo demais para a saudade que eu guardo dentro do peito, mas muito curto para o tempo que preciso para bolar uma maneira de voltar a ser a pessoa mais importante da vida do meu filho.
Desligo a rádio porque o som do locutor fazendo propaganda de um filme que já lançou no cinema está atrapalhando mais do que me entretendo.
E se eu comprar o novo videogame que os jovens querem?
Ou, quem sabe, tentar levá-lo para uma viagem inesperada, só nós dois? Eu teria tempo o suficiente para ficar com ele?
Suspiro e não consigo evitar dar um soco na direção. O que eu poderia fazer com uma criança de 8 anos que mal vê o pai? Tentar descobrir qual a sua cor favorita? A sua comida favorita? O seu herói favorito?
Bem… este último certamente não é o Thor.
Vejo o bairro onde eu e minha esposa escolhemos para ser nossa residência nos Estados Unidos. Por nenhum de nós dois sermos ivos americanos, foi difícil achar um lugar que oferecesse tudo o que nossos países poderiam oferecer. A ureza que me lembrasse a Austrália e uma boa vizinhança com pessoas gentis como as do Brasil.
Sinto meu estômago embrulhar quando estaciono o carro na garagem. Diferente de todas as outras vezes, Jake, meu filho, não sai correndo aos berros, feliz da vida que o pai dele voltou de uma viagem longa – sempre mais longa do que a última.
Decido não tirar as malas do carro com a esperança de que ele perceba que não quero gastar mais nenhum segundo longe dele. Entro em casa e imediatamente ouço vozes vindas do jardim. As portas de correr de vidro estão abertas e há gritos de mais de uma criança.
– Ei! – digo com um sorriso, e abro os braços na direção de Jake assim que o vejo.
Ele está vestindo o capacete de sua bicicleta, posicionado dentro do que parece ser uma aeronave de papelão. Apesar de haver 4 crianças, só há espaço para uma ali dentro, mas nenhuma delas parece se importar.
– Uau! É o Thor! – uma delas grita ao me ver. – O Thor está no seu jardim, Jake!
– Dã! Ele é o pai do Jake. Todo mundo sabe disso, Peter.
– Bem, eu não sabia! – o garoto retruca Tom, que tem a mesma idade de Jake e é filho de nossos vizinhos de frente. Ele foi o primeiro amigo e tem sido fiel ao meu filho e de .
Olho ansioso para Jake, que não se mostra feliz como nas vezes anteriores, e me pergunto se foi realmente a escolha certa ter aceitado incluir mais duas semanas de trabalho, porque quiseram estender as premieres em mais alguns países da Europa.
– Oi, pai – Jake responde, mas logo volta a olhar para Yuri, uma criança um ano mais velha que os garotos, mas que também vive aqui no bairro.
Por estarem acostumados comigo, Yuri e Tom me cumprimentam com gritos e voltam a brincar com Jake, que não se importa em não vir me dar um beijo e um abraço de boas-vindas. O tal Peter, por outro lado, continua me olhando como toda criança que assiste aos filmes da Marvel: os olhos e a boca arregalados, os braços caídos ao lado do corpo.
Sorrio para a criança.
– E quem é você?
– Você não vai chamar o seu martelo?
– Bem, o nome dela é Mjolnir, mas não preciso dela agora – sorrio para o garoto e faço um carão –, a não ser que você seja um mau garoto. Você é?
– Não, não! Eu limpo o jardim toda semana para minha mãe. E ajudo ela a olhar minha irmã mais nova enquanto ela cozinha.
Volto a sorrir e vejo-o suspirar aliviado.
– E qual é seu nome?
– Peter Graham. Eu sou primo do Tom. Vim passar as férias aqui e conheci o Jake e o Yuri.
– Bem, seja bem-vindo à nossa casa, Peter Graham. Espero que se dê bem com Jake.
Não espero que o garoto responda. Dou uma espiada em Jake, que continua brincando com os dois amigos já acostumados com o pai-Thor-mas-não-de-verdade e, ao perceber que não terei a atenção dele enquanto as 3 crianças estiverem aqui, decido deixá-los à vontade.
Enquanto volto para dentro de casa, ouço Peter perguntar para Jake:
– Cara, você também sabe voar?
Eu poderia rir, se não estivesse tão chateado. Olho meu reflexo pelo vidro da porta de correr aberta e não gosto nada do que vejo. Não foi uma escolha sensata colocar minha família em segundo plano e aceitar receber mais alguns milhares de dólares na minha conta já milionária.
Caminho automaticamente para a cozinha, onde sempre está quando há amigos de Jake ou convidados em casa. Quando não a vejo ali, sigo para o segundo cômodo mais frequentado pela minha esposa: seu escritório.
Ela está digitando fervorosamente em seu computador, os óculos apoiados no rosto e uma xícara de café quente ao lado. Vejo seus olhos indo de um lado para o outro, de acordo com que as palavras vão surgindo em sua tela.
– Ele me odeia – é tudo o que consigo dizer, encostando no batente da porta.
– É claro que não odeia – ela me responde sem tirar os olhos da tela – Ele ainda não sabe odiar pessoas, Chris.
– Bem, não me sinto muito melhor em saber que sou a primeira pessoa que ele odeia em sua vida.
não responde. Ela escreve mais algumas palavras e então para, retira os óculos do rosto e os deixa em cima de sua mesa.
Observo seu rosto e entendo imediatamente o que ela quis dizer com Jake sentir saudades de mim, mesmo quando estou em casa. Estou com saudades da minha esposa e ela está bem aqui à minha frente.
– Não faça essa cara – ela diz.
– É a única que tenho.
– Você tem outras melhores, Chris.
– Bem, essa é a única que tenho agora.
suspira e encosta em sua cadeira. Ficamos os dois calados, tentando achar as palavras certas para dizer ao outro. Quero poder pedir ajuda a ela, mas já fiz isso tantas vezes, que sei exatamente o que irá dizer. Por outro lado, gostaria de ser consolado, mesmo não merecendo.
– Você tem muita sorte, Chris. – é o que ela diz. – Por eu te amar tanto.
– Eu sei.
E sei mesmo.
e eu nos conhecemos em uma festa.
Ela era amiga da namorada de Liam, meu irmão mais novo, e acabou sendo arrastada para nossa festa anual que, pela única vez naquele ano – 2012 – aconteceria aqui nos Estados Unidos por conta da minha agenda e da de Liam.
Não posso dizer que foi amor à primeira vista, mas ao primeiro papo. disse que achou que eu era muito para o caminhão dela, então logo descartou qualquer possibilidade de romance entre nós, o que fez com que ela me tratasse diferente de todas as pessoas naquela festa – o cara que havia acabado de ficar famoso mundialmente. Ela riu sem se importar de parecer desengonçada, e fez piadas que nenhuma mulher com a intenção de conquistar um cara faria. E que ironia que esse tipo de pessoa fosse exatamente o meu tipo de pessoa.
Começamos a nos envolver logo na primeira vez que a chamei para sair. não é muito boa de enrolar e por isso não quis apostar no charme de mulher difícil, o que, mais uma vez, mostrou-se perfeito para mim.
Um ano depois, nos casamos após descobrirmos a gravidez de Jake. pausou o penúltimo ano da faculdade de jornalismo e acabou finalizando só em 2016, quando eu consegui me dedicar mais à nossa família. Após isso, ela permaneceu fazendo todos os cursos de forma online e começou a escrever livros digitais, uma forma de ganhar dinheiro sem sair de casa – ou podendo sair para qualquer lugar no mundo. Só que, com Jake tendo de ter uma rotina por conta da escola, e eu decidimos que era hora de priorizarmos ele, e não a mim. Ela, então, fica com Jake aqui na Califórnia, enquanto eu fico longe a maior parte do tempo gravando filmes, participando de programas e eventos. Os dois apenas me acompanham durante as férias de verão de Jake ou comparecem nos eventos que acontecem em Los Angeles. Tentamos manter Jake e nossa filha mais nova de 3 anos, Vivian, o mais longe possível da mídia.
– Mamãe! – ouvimos a voz de Vivian ao fundo.
– Eu vou – digo de forma apressada, sentindo que preciso urgentemente de alguém que demonstre carinho por mim de forma leal.
Como é de se esperar de uma garotinha de 3 anos, Vivian gritou e veio correndo para meus braços, mostrando-se genuinamente feliz pela minha presença. Respiro aliviado em saber que pelo menos um filho meu ainda não se decepcionou comigo e a pego em meu colo, levando-a para a mãe, que já fazia o caminho do escritório para a cozinha.
– Está com fome, Vi? – passa por nós dois e abre a geladeira para tirar algumas frutas picadas.
– Morango! Morango! – Vivian balança suas perninhas e a deixo em sua cadeira.
coloca os morangos em uma tigela de aço e a posiciona à frente de Vivian com um garfo infantil. Em seguida, dá uma olhada no jardim, onde os 4 garotos continuam gritando e rindo, alheios à minha preocupação.
Engulo o bolo que se forma em minha garganta ao ver minha família tranquila em uma rotina sem mim, como se não sentissem minha falta. Não percebo quando dá a volta na bancada central da cozinha e para ao meu lado, me puxando para um abraço. Posso ser o dobro de seu tamanho, mas sempre que ela parte para essa ação, me sinto como uma criança em meio aos braços da mãe. Fecho os olhos e enlaço sua cintura, escondendo meu rosto sob o dorso de seu pescoço.
– Bem-vindo de volta – ela sussurra em meu ouvido, fazendo meu carinho favorito no topo de minha cabeça.
– Desculpe – murmuro com a voz abafada por sua pele, e sei que ela sorri.
– Que tal se você começar a agir de forma que não precise se desculpar?
– Como posso fazer isso?
separa nosso abraço e logo quero voltar para o aconchego dela.
– Que tal se você não estender mais do que o combinado com seu filho?
– Achei que ele tivesse entendido que…
– Chris – ela me corta e segura em meu rosto –, Jake tem 9 anos. Essa é uma idade que ele tem noção da realidade. Ele sabe o que seu trabalho significa e sabe que não há uma maneira de mudar isso. Mas ele também sabe que se disser a verdade dele, irá te magoar. E ele te ama. Logo…
– Ele não vai me falar.
– Não.
– Eu também não sei se quero ouvir – abro um sorrisinho e a vejo sorrir comigo.
– Então está na hora de você cumprir com as promessas que faz. Começando com “passar mais tempo com ele quando estiver em casa”.
– Eu passo…
– Chris. Passe um tempo com seu filho. Estou falando sério.
Vejo o sorriso de sumir do rosto, e então percebo que Jake está muito mais chateado do que eu imaginava. Que ele cresceu e agora não tem mais o dom de relevar meus erros em troca de novos momentos comigo.
– Não me faça ter de escolher entre você e meus filhos, Christopher.
E então eu vejo.
Vejo a que pé está meu relacionamento. Minha família.
Vejo nos olhos de o quão cansada ela está. Cansada de inventar desculpas por mim para nosso filho e ainda ter de suportar suas reclamações.
Quantas vezes, será, que ela se perguntou se fez a coisa certa ao se envolver comigo? Ao ter dito “tudo bem” quando perguntei, em 2012, se ela queria me acompanhar até uma praia isolada que havia encontrado para surfar.
A ideia de perdê-la fez meu coração pular uma batida.
– Isso não vai acontecer – respondo e ela assente –, vou resolver isso.
– Obrigada.
Dessa vez, eu a puxo para um abraço e então beijo seus lábios.
– Papai e mamãe estão se beijando!
Dou uma risada com e nos afastamos. Eu me aproximo de Vivian, que até então estava calada comendo seus morangos, para conversar com ela, e se dedica a preparar o jantar.
– Posso entrar?
Jake ergueu os ombros e voltou a olhar para o caderno em cima de sua mesa de estudo.
– Ei, você não vai me cumprimentar?
– Oi, pai.
– E meu abraço?
Ele suspira e deixa o lápis na mesa. Afasta sua cadeira e então vem até mim, dando-me um fraco abraço. Quando faz menção de se afastar, seguro firme em seu braço, não permitindo.
– Ei – digo, sentando-me em sua cama, vendo-o desviar o olhar -, sei que está chateado comigo. Será que você pode me dar mais uma chance?
Jake ergueu os ombros mais uma vez. Será este um novo hábito que ele criou nos últimos meses?
– Filho, podemos conversar sobre isso? Um diálogo precisa de duas pessoas conversando, e não erguidas de ombros.
– Eu já falei com a mamãe.
– Bem, eu acho que quem tem que resolver a nossa questão somos nós dois, e não a mamãe. – Jake não me responde e permanece em pé olhando para o chão. Suspiro e uno minhas mãos. – Me desculpe, filho. Sei que exagerei desta vez. Não vou criar desculpas, isso não é legal. Mas gostaria que soubesse que amo muito você, e que tentarei ser um pai melhor, se você deixar.
Ligeiramente, vejo seus lábios mexerem e seu olhar suavizar.
– Ouvi você brincando lá fora mais cedo. O que era aquela cabine? Um foguete?
– Uma máquina do tempo. O Peter quem fez com as caixas de papelão que tinha na garagem do pai do Tom.
– E para onde vocês foram?
– Fomos para lugares diferentes – ele disse, sentando-se do meu lado em sua cama. – Pai, você acredita que no futuro metade do planeta estará submerso e que todas as músicas são feitas por boybands como a One Direction?
Apertei os lábios. Enquanto ele falava sobre ter encontrado com a bisneta da bisneta dele, e como ela era ministra do trânsito dos golfinhos, que então se comunicavam eficientemente através das ondas sonoras – esta é uma língua que todos falam – e cuidavam da segurança das cidades subaquáticas.
– E por isso eu acho que preciso passar as férias de verão na casa do vovô e da vovó na Austrália. Minha bis-bis-bis-bis-bis-bisneta disse que nossa família é praticamente a líder dos golfinhos porque eu comecei a estudá-los e passei o meu dom de falar com eles para os meus filhos, que passaram para os meus netos e praticamente somos o presidente dos Estados Unidos, só que mais poderosos, porque todo mundo quer os golfinhos para garantir a segurança nacional.
– E nossa família garante a segurança nacional de que país?
Jake parece ter sido pego de surpresa pela minha pergunta. Ele se cala e olha para os lados como se tivesse feito algo de errado. Desce de sua cama e vai até a porta, olhando corredor afora e então fechando lentamente a porta, para então vir até mim e sussurrar bem baixo:
– Austrália. Não conta para a mamãe, mas os golfinhos não gostam muito do Brasil.
Solto uma risada, mas logo paro, pois vejo que ele leva muito a sério a informação que poderia magoar sua mãe.
– Bem, talvez você possa fazer algo para mudar essa informação no futuro, não?
– Acho que sim. Minha bis-bis-bis-bis-bis-bisneta disse que os golfinhos são teimosos, mas a Vivian também é e mesmo assim eu consigo convencê-la de tomar banho antes de mim.
– O que é um dom – eu murmuro, mas Jake com seu ouvido biônico me ouve e abre um sorriso orgulhoso.
– Talvez eu faça os golfinhos criarem uma boyband. Quem sabe assim nossa família seja dona do mundo?
– O jantar está pronto! – grita do andar de baixo e Vivian grita a mesma coisa logo em seguida.
– Cuidar do mundo requer muita responsabilidade. – eu digo me levantando ao ouvir os passinhos de Vivian subir as escadas, pronta para nos dar uma bronca por não estarmos na mesa no mesmo instante que gritou. Jake me acompanha enquanto olho ao redor de seu quarto. – Você precisa ser uma pessoa com bons hábitos para se tornar um bom adulto.
– Mamãe faz yoga todos os dias – Jake comenta ao meu lado no caminho para a sala de jantar.
Abro um sorriso ao ver Vivian e a pego no colo, ouvindo seus gritinhos e risadas assim que aperto as partes de seu corpo que sei que são mais sensíveis às cócegas.
– Sua mãe é um exemplo perfeito de bom adulto.
– Você também, pai.
Olho para ele e coloco Vivian no chão quando terminamos de descer as escadas.
– Você acha? – pergunto, temeroso pela sua resposta.
Jake ergueu os ombros.
– O pai do Peter abandonou ele e a mãe dele, tipo, pra sempre. É por isso que ele está morando um tempo com a família do Tom. Mamãe disse que isso nunca aconteceria com a gente, porque você sempre volta para casa.
Sinto meu estômago embrulhar, assistindo Jake entrar na sala de jantar, onde terminava de arrumar a mesa. Vejo Vivian ao lado da mãe falando sem parar até ser colocada em sua cadeira; Jake senta em seu lugar de sempre e vai até a cozinha e volta com uma jarra de suco de morango, o favorito das crianças.
– Querido – ouço sua voz me chamar suavemente. Saio do transe e abro um sorriso -, você pode cortar o frango assado?
– É claro – sorrio, indo até meu lugar, onde o frango esperava ser cortado com os utensílios de cozinha apoiados na frigideira ainda quente. Vivian começa a falar sobre como o frango teve uma família, enquanto Jake lhe retrucava pacientemente que aquilo não era legal de se dizer de um frango morto. chama a atenção dele e lhe explica que Vivian não considerou o fato de que o frango estava morto, mas sim a família que ele tinha.
Como com um nó na garganta. Rio de forma automática. A ideia de que Jake cogitou pensar que eu o abandonaria me marcou mais do que a mensagem de há duas semanas.
Assistimos a um documentário de golfinhos após o jantar, até informar que estava na hora das crianças irem para a cama. Tomei a frente para colocar os dois para dormir sozinho e foi muito mais fácil do que há cinco meses atrás com Jake, e absurdamente mais difícil com Vivian.
– Não precisa se martirizar tanto, Chris – diz do nosso closet, enquanto decide desfazer minhas malas, porque sabe que se deixar para eu fazer, é capaz de passar um mês inteiro vendo a mala intacta em nosso closet. – Jake não pensa nisso tanto quanto você imagina.
– Ele achou que eu fosse fazer o mesmo que o pai de Peter.
Procurei pelos olhos da minha esposa, mas ela fez um bom trabalho em esconder o que quer que estivesse sentindo. Agradeci mentalmente por ter uma mulher tão incrível, ao mesmo tempo que me senti péssimo por ser um marido horrível.
– Mas você nunca faria isso.
– É, mas… acho que ele não tem tanta certeza disso.
– Ei, ei… – ela veio até mim e abriu os braços. Fui rapidamente até ela receber seu consolo – Você é um pai incrível. Ele passa metade do tempo da própria vida se gabando por você ser quem é e a outra metade aproveitando os amigos e os jogos de videogame. Não seja tão duro consigo mesmo. A única coisa que pode fazer, é aproveitar todo o tempo possível que tiver livre com ele.
Olho para ela e, de repente, a vejo como uma mulher muito maior do que eu.
– Por que você ainda está casada comigo mesmo?
– Abra suas redes sociais e irá descobrir – ela responde, brincalhona, me fazendo rir. – Porque você, Christopher Hemsworth, prometeu a mim uma família, um lar e muito amor. Olhe ao nosso redor. Temos uma família saudável, um lar incrível e amor de sobra entre nós.
Sua mão vem até meu rosto, fazendo o carinho que mais gosto de receber dela, simplesmente porque junto dele seus olhos sempre demonstram o amor que ela sente por mim.
Puxo-a até sentir todo seu corpo junto ao meu e a beijo como se fosse nossa primeira vez. Seu corpo se molda ao meu perfeitamente e quando a levo para nossa cama, sussurro:
– Quer ouvir uma coisa interessante?
Ela assentiu, me assistindo despir minha roupa para então voltar a ficar por cima dela e enchê-la de beijos. Em um momento, quando desviei meus beijos para o dorso de seu pescoço, cheguei ao seu ouvido e disse:
– Você sabia que teremos uma bis-bis-bis-bis-bis-bis-bisneta que será ministra do trânsito dos golfinhos em um futuro distante?
Fim
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