Natashia Kitamura
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Back and Forth

  Eu a olhava se divertir com suas amigas, certo de que uma hora teria sua atenção voltada a mim.
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  O ambiente estava barulhento e superlotado. O som da música competia com as vozes do salão para saber quem conseguia ficar mais alto. De minuto em minuto, eu era esbarrado por alguém alterado. Meus amigos riam ao meu lado; fazia um bom tempo que eles desistiram de me fazer descontrair e resolveram simplesmente ignorar a minha presença até que eu tomasse a iniciativa de falar com eles. No entanto, eu estava ocupado demais tentando conseguir a atenção da minha namorada.
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  Uma grande ironia você ser o cara mais popular da cidade – por estar em uma banda que está crescendo mais rápido do que o amadurecimento de nossos cérebros -, e ainda ter de se esforçar para conseguir a atenção da garota que você diz a todos ser sua.
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  - Deixe ela para lá hoje, . – ouço a voz de . – Nenhuma delas nos darão atenção hoje, você sabe que é um dia especial para Kelly.
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  - Elas se veem todos os dias, nós não nos vemos todos os dias. – olho para ele como se ele tivesse alguma culpa por minha namorada estar muito longe de mim, no meio de todas aquelas amigas. Situação que não me fizera levantar de onde eu estava apenas porque ela estava entretida demais na conversa em grupo para perceber algum flerte de cara que passava para ver se fisgava alguma das dezenas de garotas que estavam naquele VIP.
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  - , qual é! – levanta os braços. – Nós sempre soubemos que as garotas têm essa mania de colocar as amigas antes de nós!
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  Bufo, provavelmente não sendo ouvido por ele. Olho para e resolvo me levantar.
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  - Você não vai lá, não é? – me olha arrumar minha roupa amassada.
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  - Vou. – falo decidido.
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  - Você gosta mesmo de brigar com ela.
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  - Acho que você está confundindo os papéis. – falo me afastando, não ouvindo mais nada do que ele gritasse.
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  Cego e focado somente nela, caminhei em linha reta até o grupo de garotas, que ao me verem, abriram sorrisinhos e então olharam para , que apenas soube de minha presença quando uma de suas amigas apontou para mim. A vi se virar e me olhar com surpresa. Disse alguma coisa para as amigas com quem conversava e então se levantou, vindo até mim:
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  - O que foi?
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  - Vamos embora. – digo. Ela levantou as sobrancelhas surpresa.
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  - Acabamos de chegar.
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  - Não, nós chegamos há quatro horas, lembra? E você havia dito que ficaria apenas uma ou duas horinhas. – tento imitá-la enquanto estávamos em meu carro vindo para cá. troca o peso de perna e suspira:
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  - , Kelly vai casar. Tipo, casar!
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  - Eu sei, Jordan, o noivo, é meu amigo, se lembra? – aponto para trás, onde o número de homens era relativamente igual ao de mulheres.
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  - E por que é que você não vai lá comemorar com ele?
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  - Nós homens somos pessoas práticas. – coloco as mãos na cintura, a vendo cruzar os braços e mexer a boca nervosa. – , eu vou embora daqui a uma semana, será que não podemos passar esse tempo juntos?
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  - Claro que sim, , eu só acho que quando estamos com os amigos, devemos dar atenção a eles.
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  - Concordo, mas ainda assim você deveria dar atenção ao seu namorado que ficará meses sem ver, à amiga que verá todos os dias até Deus lá sabe quando.
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  - Você sabe que não é bem assim–
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  - , não é por nada – ouvimos ao nosso lado. Kelly sorria sem graça e cochicha algo no ouvido de , que fica vermelha e concorda com a cabeça se desculpando e então pegando em minha mão, me puxando para fora dali. Não pude sequer me despedir de meus amigos, mas pela saída que dei a , não sei se faria alguma diferença agora.
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  Seus passos eram largos e até depois de eu ter pago nossa comanda e o manobrista do carro, se manteve calada. Assim que fechamos as portas, colocamos os cintos e eu soltei o freio de mão, se virou para mim:
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  - Qual é a sua, ? Caramba, nós estávamos nos divertindo! – sua voz estava alterada, demonstrando seu nervosismo.
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  - Você estava se divertindo, ! – olho para ela rapidamente, voltando a atenção para a rua vazia pelo horário. Durante a madrugada, tinha muito mais receio em dirigir, pois sempre achei que os loucos dominavam as ruas e poderiam aparecer na frente de meu carro, me fazendo atropelá-los. Porém, por mais que eu insistisse em ir de táxi para as festas, insistia que odiava ter de esperar a boa vontade de um taxista em vir nos buscar para voltar para casa; dessa maneira, eu sempre vou com meu carro e quase nunca posso beber.
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  - , são nossos amigos!
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  - , eu estou cansado! – falo alto, a calando. – Tudo o que tenho esperado nas duas últimas semanas, é voltar para casa, ligar para a minha namorada, ela se mudar provisoriamente para meu apartamento e ficarmos calados e juntos durante as duas semanas de folga que eu tenho até voltar a trabalhar sem parar. Acontece que durante uma semana inteira você tem sido uma tremenda egoísta! – vi sua boca abrir em forma de um ‘O’. – Cai na real, ! Quantas vezes nós saímos sozinhos desde que cheguei? Ou você quer fazer uma reunião de amigos para encontrar com os meninos, ou me arrasta com você para passeios culturais e festas de gente que eu nunca vi na vida! Nós saímos às 9 da manhã de casa e voltamos à meia-noite prontos para ir direto para cama dormir!
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  Ficamos calados. Eu não gostava de explodir com , porque sempre que isso acontecia, a história era sempre a mesma.
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  - Eu sempre disse que nós não servimos para namorar, . Somos amigos. Não um casal. Não gosto de ser um casal com você porque não sei lidar com todo o seu ciúmes de mim com o mundo; você espera que eu pare de viver minha vida para dividir uma com você. Mas eu gosto da minha vida. Você sempre soube. Você disse que saberia lidar com isso, mas você sempre acaba jogando coisas na minha cara que sabe que aconteceria ficando comigo.
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  Paro no estacionamento do meu prédio. Por não a ver soltar o cinto, fico calado.
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  - Talvez eu realmente espere que você divida uma vida comigo. – falo baixo. – Talvez porque eu seja o único que considere aqui que estamos em um relacionamento. Mas você tem razão, eu sou ciumento com todas as pessoas ao seu redor, não porque acho que elas tirarão você de mim, mas porque elas recebem muito mais atenção de você do que eu. Você não sabe ter namorados, , apenas amigos.
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  Dez meses depois…

  - Achei que estivesse em Maryland ainda. – ouvi uma voz familiar atrás de mim.
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  Jordan havia me chamado para ir até sua casa para o chá de bebê que ele e Kelly estavam organizando para seu primeiro filho. Mesmo não sendo o primeiro do nosso grupo a casar ou ter filhos, o casal sempre era tratado como se fossem os únicos grávidos do mundo; sempre me perguntei como seria se mais de um casal engravidasse ou casasse ao mesmo tempo e sempre concluí que isso nunca aconteceria, porque as mulheres de nosso grupo calculavam tudo muito perfeitamente.
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  Concordei em ir, porque Jordan disse que era importante minha presença. Há alguns meses, ele e Kelly apareceram em um show do All Time Low para pedirem que eu fosse o padrinho de seu filho, David. Mesmo achando que eu não sou uma pessoa apropriada para o papel, concordei, porque achei que deveria amadurecer um pouco. O filho poderia não ser meu, mas na falta de Jordan, ele teria que contar comigo para lhe proteger.
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  A casa decorada em branco hoje estava mais azul. O nome de David estava estampado atrás de uma imensa mesa de guloseimas. Kelly estava muito grávida, com a barriga enorme e o corpo curvado para suportar o peso. Talvez o bebê puxe Jordan, que é tão alto que, na época do colégio, era facilmente escalado para o time principal do basquete.
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  Olhei para trás, vendo com uma taça de ponche sem álcool em mãos. A festa não possuía nenhuma bebida alcoólica senão coctéis ou o champanhe que usamos para brindar a vinda de mais uma criança em nosso grupo. Até então, não havia visto ali, diferente da última vez que discutimos, há dez meses. Depois daquela noite, apenas a vi uma vez, quando retirou suas coisas com Hilary de meu apartamento. Achou que eu não estaria em casa, mas estava. Não trocamos muitas palavras por estarmos magoados demais um com o outro. Durante os meses de lá para cá, todos os nossos amigos em comum tentavam nos fazer reconciliar, mas a falta de tempo em minha agenda e o novo serviço de no hospital impediam de nos encontrarmos.
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  - Achei que estivesse de plantão hoje. – falei, virando meu corpo para ela e deixando de prestar atenção na decoração da mesa.
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  - Amigos em primeiro lugar. – ela disse. Abri um pequeno sorriso; se aquilo não foi uma indireta, não sei o que mais seria.
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  Ficamos nos encarando por um tempo. Eu estava pensando no que dizer e aposto que ela apenas aguardava minha iniciativa. De alguma maneira, parecia estar se divertindo com meu impasse. sempre foi muito mais madura que eu, mesmo sendo um ano mais nova. Admito ter encontrado nela uma segurança estável onde teria alguém para me dar o carinho que invejava dos meus amigos e cuidaria de mim quando quisesse me sentir irresponsável; ela, de fato, era uma pessoa assim. Dava carinho e cuidava… Mas colocava seus amigos em primeiro lugar. No fundo, sempre soube que não teria chance contra seus amigos, mas eu era seu amigo antes de ficamos juntos e criei a ilusão de que adicionando um relacionamento mais sério à nossa amizade, ninguém poderia tirá-la de mim. Que ingênuo eu sou.
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  - É uma surpresa vê-lo aqui. Kelly estava preocupada que você e os meninos estivessem em turnê. – tomou um gole de seu refresco.
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  - Um padrinho não deve faltar no chá de bebê de seu sobrinho. – falei, vendo-a diminuir seu sorriso para uma expressão séria. – O que foi?
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  - Você é o padrinho de David? – apontou para mim. Concordei com a cabeça. – O que eles têm na cabeça? – olhou para o lado.
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  - Obrigado pela parte que me toca. – respondi, vendo-a me encarar. – Por que tanta repulsão com meu título? Posso não ter o mesmo conceito de amizade que você, mas Jordan continua sendo meu melhor amigo.
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  Antes mesmo que pudesse receber sua resposta, fomos abordados por Jordan, Kelly e David enorme dentro de sua barriga:
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  - Olhe só, David, seus padrinhos mal se viram e já estão discutindo! – Kelly disse, alegre, me fazendo arregalar os olhos.
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  - Lembra o que o papai disse sobre eles serem engraçados? – Jordan acariciou o ventre enorme de Kelly, fazendo-a rir.
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  Olhei para , que fechava os olhos e respirava fundo:
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  - Vocês fizeram de propósito. – colocou suas mãos na cintura. Olhei de volta para os dois, também querendo uma boa explicação. Todo mundo sabia sobre minha relação com e a razão do término de nosso relacionamento.
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  Kelly e Jordan se entreolharam com um sorriso e voltaram a nos encarar:
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  - Pode ser que tenhamos planejado isso. – Jordan concordou com a cabeça. – Mas não escolhemos vocês somente por essa razão. é meu melhor amigo e é a melhor amiga de Kelly.
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  - No começo ficamos relutantes em colocarmos vocês juntos como responsáveis por David, porque sabemos de suas histórias. – Kelly continuou a falar. – Tentamos pensar em outras pessoas para cuidar de David, mas não conseguimos encontrar uma segunda mãe e um segundo pai melhor que vocês. Mesmo sendo tão diferentes e com pensamentos diferentes um do outro, vocês se completam.
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  - , o é mesmo muito ciumento. Mas ele só demonstra quando ele ama a pessoa. – Jordan colocou a mão em meu ombro e não pude deixar de levantar uma sobrancelha por vê-lo me elogiar, quando nós sempre xingamos um ao outro como forma de amizade. – Todos sabemos o pouco caso que ele faz de pessoas que não se importa. Achei que você soubesse também quando aceitou namorar com ele; achei que enxergasse esse lado dele.
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  - Por outro lado, tem esse problema de gostar demais de suas amizades para trocá-las por outra pessoa. – Kelly cruzou o braço com . – Ela não consegue demonstrar o mesmo amor que demonstra para nós, para um amante; mas isso não quer dizer que você seja menos importante que eu na vida dela. Na sua ausência, ela sempre se preocupou em criar programações para passar com você e passava todos os finais de semana me chamando para comer seus experimentos, porque queria que você gostasse de tudo.
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  Olhei para , que estava com as bochechas coradas. Se eu soubesse de seus esforços, não seria menos ciumento, mas seria mais tolerante. Engoli seco ao ver Kelly e Jordan rirem:
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  - O que vocês dois têm em comum, é a opinião forte e a teimosia. Mas veja bem, não ficou com ninguém, mesmo sendo bastante mulherengo nas turnês. – Jordan riu, e lhe enviei um olhar sério. – Cara, você acha que foi diferente?
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  - Ela só ficou de cabeça nos plantões. No dia dos namorados, quase desmaiou de tanto trabalhar. – Kelly completou. – Mesmo que vocês não fiquem juntos, eu e Jordan gostaríamos que vocês tivessem um bom relacionamento, para o bem de David.
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  Jordan e Kelly cada um se afastou de nós com um sinal de força para mim e . Ficamos calados, sem saber o que falar e sem mais vontade de provocar o outro com os defeitos do outro. Olhei para de esguela e me surpreendi ao vê-la mexer os dedos demonstrando seu nervosismo. Ela sempre mexe os dedos assim quando quer falar algo e tem vergonha de fazê-lo.
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  Em um impulso, peguei sua mão e a puxei para fora da casa. Fiquei aliviado ao não sentir nenhum impedimento da parte dela em ser arrastada por mim. Andei por alguns minutos até chegar à frente do meu carro, estacionado um pouco afastado por ter chego atrasado. Soltei sua mão assim que vi o quão longe estávamos da casa de Jordan e Kelly. Ela se encostou no carro e olhou para baixo.
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  - Você… – começou a falar – não ficou mesmo com ninguém?
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  Se estivéssemos no momento antes de Kelly e Jordan nos dar um sermão, eu diria que não, porque não tive tempo. Mas agora senti que apenas poderia ser sincero:
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  - Não.
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  Ela assentiu com a cabeça e olhou para o lado. Vi seus lábios pressionarem um contra o outro e as bochechas voltarem a corar. Abri um pequeno sorriso, me lembrando por que sempre gostei mais de do que qualquer outra mulher no mundo. O fato dela ser sempre segura e uma caixa forte para todo mundo faz com que as pessoas se mantenham perto dela para se sentirem confortáveis; quando a vi insegura e confiando em mim para protegê-la, achei que era algo especial. Tê-la vulnerável a mim, quando era tão forte perto das outras pessoas me fez sentir como se fosse o único homem do mundo que poderia protegê-la.
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  Dei um passo à frente, que não foi percebido por . Sem pedir permissão, inclinei meu corpo para baixo até meus lábios encontrarem com os dela. Somente me lembrei da saudade que tive de seus beijos quando senti seus braços me abraçarem. Longos minutos depois, quando nos separamos para respirar, senti seus lábios beijarem minha bochecha e então ela se acomodar entre meus braços.
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  - Eu senti sua falta. – falei, dopado pelo cheiro de seus cabelos.
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  - Eu senti mais. – ouvi seu murmúrio.
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  - Se você prometer me deixar saber de todo o esforço que faz para me fazer feliz, prometo amenizar minha crença de que sou a única pessoa do mundo que merece o seu amor. – sorri, vendo-a soltar uma risada e se afastar de mim para encarar meus olhos.
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  - Não achei que você fosse ser tão egocêntrico, apesar de certo.
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  - Ser artista faz com que você tenha mais confiança em você mesmo. – levantei os ombros, fazendo-a rir mais uma vez.
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  - Tudo bem. Tentarei colocar à frente das minhas amizades. Menos durante as festas de casamento e gestações. E aniversários. – ela contava em seus dedos, me fazendo levantar a sobrancelha. – E farei menos plantões quando você voltar para cá.
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  - Ótimo. – sorri, encostando minha testa na dela. – Mas não espere que eu diminua o meu amor por você.
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  - Você quer dizer, ciúmes?
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  - Ciúmes, no fim, é amor. E eu estou certo.
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Fim

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