At Midnight
CAPÍTULO UM
’s POV:
– Nunca subestime o poder de uma mulher na fossa querendo se isolar do mundo na noite da virada.
Eu revirei os olhos ao ouvir rir com enquanto eu fechava o notebook da empresa pronta para ir embora.
– Sério, gente? – Cruzei os braços, encarando e com uma mistura de impaciência e incredulidade. – Eu só quero um pouco de paz e silêncio, e vocês duas ficam aí, me zoando como se eu estivesse cometendo algum crime ao me isolar por algumas noites. Qual o problema?
– Ah, para, vai! – respondeu, lançando um olhar cúmplice para . – O “problema” é que você está fazendo muito drama para alguém que poderia muito bem estar aproveitando a virada em uma festa incrível. Em vez disso, vai se entocar sozinha numa praia!
assentiu, rindo e pegando uma taça de vinho.
– E, convenhamos, você se isolando? Logo você, a mais sociável do grupo?
– Bom, as coisas mudam – revirei os olhos de novo. – Quem disse que eu não posso tirar um tempo só pra mim?
Elas se entreolharam com aquele sorriso típico de quem já estava pronta para me desafiar.
– Tá bom, tá bom – respirei fundo. – Mas se eu não responder mensagens, nem adianta insistirem, ok? Nada de vídeos, chamadas ou “surpresinhas de última hora” que, por acaso, envolvem aparecerem do nada na praia da cidade que eu vou, entenderam?
levantou as mãos, como se se rendesse.
– Tá bom, tá bom, senhorita reclusa!
piscou para mim, claramente se divertindo.
– A gente só quer garantir que você não se afunde na fossa mais do que o necessário. Afinal, nada cura um coração partido como uma boa festa ou… quem sabe, o destino.
– Eu posso muito bem cuidar do meu próprio destino, obrigada! – respondi, segurando o riso. Mas no fundo, sabia que elas não iam desistir tão fácil.
Desci até o estacionamento com e tagarelando atrás de mim, ambas insistindo até o último segundo para que eu mudasse de ideia. Quando finalmente chegamos aos carros, me virei para elas com um suspiro, tentando manter a paciência.
– Olha, foi ótimo, meninas – comecei, tentando não revirar os olhos de novo –, mas vou aproveitar esse tempo pra mim, ok? Nada de festa, nada de gente… só eu, a praia e o silêncio.
me puxou para um abraço, exageradamente dramática.
– Tudo bem, mas se você não responder à primeira mensagem do ano saiba que vamos aparecer lá, para te resgatar da solidão.
– Prometo responder só pra evitar isso – respondi com uma risada.
acenou, ainda sorrindo.
– Só vai. E se cuide, viu? Nada de encontrar com desconhecidos suspeitos por aí.
– Cuidar de mim é tudo o que planejo, acreditem – lancei—lhes um último olhar de despedida e entrei no carro.
Assim que fechei a porta, soltei um suspiro aliviado. Liguei o motor e, ao sair do estacionamento, deixei a música baixa me envolver, já imaginando como seria aquele tempo longe de tudo e de todos. O trânsito estava tranquilo, mas minha cabeça já estava a quilômetros dali, perdida nas imagens da casa de praia que eu havia alugado.
Era o retiro perfeito: um chalé isolado, com uma banheira espaçosa que eu mal podia esperar para usar, uma piscina que parecia quase deserta na vista das fotos e, claro, a praia logo ali, apenas alguns passos de distância. Pensei na paz que aquilo traria. Sem barulho, sem trabalho, sem conversas forçadas… apenas eu, o som das ondas e a liberdade de não ter que fazer nada além de relaxar.
Era exatamente disso que eu precisava depois de tanto tempo.
⚡️⚡️⚡️
’s POV:
, e Wooyoung deram alguns tapinhas nas minhas costas enquanto elogiavam a minha escolha. Era o jeito deles de mostrar apoio, mesmo quando minhas escolhas pareciam um pouco fora do comum para eles.
– Cara, você realmente vai passar a virada sozinho? – Wooyoung perguntou, com uma mistura de surpresa e respeito. – Quer dizer, a gente sabe que não é muito a sua cara, mas, se é isso que você quer…
– Eu preciso de um tempo pra pensar – respondi, tentando encontrar as palavras certas para explicar sem soar dramático. – Esse ano foi meio… confuso. Quero um tempo só meu, pra colocar as coisas em ordem, sabe? Refletir sobre o que eu quero pro próximo ano, as metas que deixei de lado.
assentiu, compreensivo.
– Todo mundo precisa disso de vez em quando. E, olha, se alguém entende querer espaço e tempo pra si mesmo, sou eu.
sorriu de lado e deu mais um tapinha em meu ombro.
– , se esse é o seu jeito de começar o ano, então a gente apoia. E te conhecendo, sei que não tomaria essa decisão se não tivesse uma razão boa.
Wooyoung concordou, com um brilho de admiração nos olhos.
– E talvez você até inspire alguns de nós. Tem algo meio… zen, sei lá, nessa sua decisão. Quem sabe ano que vem a gente não acaba copiando?
Ri, balançando a cabeça.
– Vocês nunca conseguiriam ficar uma virada inteira em silêncio e sozinhos.
– Verdade, talvez não – Wooyoung admitiu, rindo também. – Mas isso só prova o quanto te respeitamos por conseguir. E qualquer coisa… estamos a uma chamada de distância, ok?
Assenti, sentindo o apoio deles. Sabia que essa escolha podia parecer solitária para alguns, mas, com os amigos certos, mesmo uma virada de ano solitária ainda parecia repleta de companheirismo…
Assim que cheguei em casa, senti o familiar aroma do ensopado que minha mãe sempre fazia em datas especiais. Ela estava na cozinha, mexendo a panela enquanto cantarolava baixinho, imersa na preparação. Coloquei minha mochila no chão e fui até ela, encostando de leve para que ela percebesse minha presença.
– Oi, mãe – murmurei, inclinando—me para deixar um beijo em sua testa. Ela sorriu, surpresa, e me abraçou com carinho.
– Oi, meu filho! – disse ela, com aquele tom acolhedor de sempre. – Pensei que você fosse direto para a festa com seus amigos. As comemorações da sua empresa não começam hoje?
Respirei fundo, hesitando por um segundo antes de responder.
– Então… eu tomei uma decisão diferente este ano. Vou passar a virada sozinho, numa casa de praia que aluguei. Quero um tempo para mim, pra pensar e… e entrar no novo ano com a cabeça no lugar.
Ela me olhou com certa surpresa, mas logo sua expressão suavizou, e ela assentiu, compreensiva.
– Entendo, . Às vezes, é mesmo importante a gente se afastar um pouco, dar espaço para refletir. Acho bonito você querer isso, de verdade.
– Eu sabia que você entenderia – sorri, sentindo—me mais leve com seu apoio. – Sabe como o ano foi complicado pra mim. Parece que… que preciso de uma virada que seja minha, sabe? Sem festa, sem barulho.
Ela passou a mão pelo meu cabelo, o carinho familiar que sempre me acalmava.
– Está certo, meu filho. A gente passa a vida correndo, e nem sempre dá pra parar e olhar para dentro. Se é isso que você precisa, vá em frente. Mas me promete que vai cuidar de si e que vai me ligar à meia noite?
– Prometo – respondi, rindo um pouco. – E, se eu não responder de imediato, é porque talvez eu esteja dormindo antes mesmo dos fogos.
Ela riu, apertando meu ombro.
– Ah, meu menino especial… Boa sorte, e aproveite seu momento. Você merece esse tempo só pra você.
Com um abraço longo e silencioso, senti que não precisava de mais nada para seguir com minha decisão.
Subi para o quarto, sentindo um misto de calma e expectativa. Minha decisão parecia mais concreta agora, especialmente depois de conversar com a minha mãe. Peguei minha mala, já parcialmente pronta, e comecei a acrescentar as últimas coisas: algumas roupas confortáveis, um casaco para as noites frescas, meu caderno de anotações e, claro, um bom livro para me fazer companhia.
Ao fechar a mala, respirei fundo, observando o quarto. Esse espaço tão familiar que, por algum motivo, agora parecia mais um lembrete de tudo que eu queria deixar para trás, ao menos por uns dias. Peguei minha mochila com alguns itens essenciais, desliguei as luzes e desci as escadas em silêncio.
Minha mãe estava na sala, me esperando para a despedida. Ela sorriu, acenando e me desejando boa viagem mais uma vez. Com um último abraço, parti.
Entrei no carro, ajeitei a mala no banco de trás e liguei o motor. A estrada até a praia era relativamente longa, cerca de três horas de viagem. A primeira hora passou tranquilamente, com a cidade aos poucos ficando para trás. Conforme avançava, as paisagens urbanas começaram a dar lugar a estradas ladeadas por árvores e montanhas, e o ar já parecia diferente, mais puro e fresco.
O rádio tocava baixinho, mas meus pensamentos estavam longe, imersos na ideia do que essa virada representava para mim. Não sabia exatamente o que esperava encontrar nesse tempo sozinho, mas sentia que precisava desse momento de silêncio para reavaliar as coisas, refletir sobre o ano que passou e o que eu realmente queria para o próximo.
Depois de algumas paradas na estrada, avistei finalmente a placa que indicava a entrada da cidade costeira. A adrenalina começou a tomar conta, aquele misto de liberdade e tranquilidade que sempre vinha ao ver o mar. Sabia que essa seria uma viagem solitária, mas, de alguma forma, isso me trazia um conforto que eu não sentia há tempos.
Com um sorriso discreto, acelerei, ansioso para finalmente chegar na casa de praia e aproveitar cada momento da minha própria companhia.
Enquanto dirigia pela estrada sinuosa, o mar começou a aparecer no horizonte, e minha ansiedade se transformou em puro encantamento. A água refletia os últimos raios do sol da tarde, tingindo o céu de tons de laranja, rosa e dourado. As ondas quebravam suavemente na praia quase deserta, criando uma cena que parecia saída de um cartão—postal. Sorri sozinho, feliz por ter tomado essa decisão.
Finalmente, avistei a casa de praia que tinha alugado. Era uma construção charmosa, com janelas amplas e uma varanda de madeira que parecia convidativa para passar as noites olhando as estrelas. Estacionei o carro em frente à casa e desci, sentindo o ar fresco e salgado que vinha do mar.
Fui até a porta de entrada, lembrando—me do que o proprietário havia instruído. Levantei o grande tapete e encontrei o molho de chaves conforme combinado. Porém, notei que havia um segundo molho de chaves ali também. Franzi o cenho por um instante, mas logo relaxei – era comum que as casas de aluguel tivessem chaves extras para emergências, talvez para um caseiro ou para o próprio proprietário.
Com isso, destranquei a porta e entrei, deixando minha bagagem no chão da entrada para explorar o lugar.
A casa era exatamente como nas fotos, e talvez até melhor. O ambiente era acolhedor, com móveis de madeira clara e grandes janelas que deixavam a luz natural invadir cada canto. Havia uma sala de estar confortável, com um sofá macio e uma lareira ao lado – perfeita para uma noite tranquila.
Passei pela cozinha, compacta mas bem equipada, e subi as escadas até o quarto principal. Uma cama grande ocupava o centro do cômodo, e as janelas ofereciam uma vista privilegiada do mar. Eu já podia imaginar a tranquilidade de acordar com o som das ondas.
Desci novamente e fui até a varanda nos fundos, onde uma pequena piscina parecia quase escondida pela vegetação ao redor. Sorri, já imaginando as horas de paz que teria ali.
Saí novamente para buscar as malas no carro, que estava estacionado na rua, bem em frente à casa. Peguei a mochila e a mala do banco de trás e, enquanto trancava o carro, olhei mais uma vez ao redor. A paisagem era realmente perfeita. A rua estava quase deserta, cercada por outras casas de veraneio, mas nenhuma com tanta gente – parecia que todos já estavam na praia, preparando—se para a virada. Suspirei, contente por ter encontrado um lugar tão tranquilo.
Levei as malas para dentro e as deixei próximas à escada, pensando que, mais tarde, organizaria tudo com calma. A princípio, só queria sentir o lugar e me acomodar.
Comecei tirando o essencial da mala: um par de roupas leves e o livro que trouxera para ler à beira da piscina. Coloquei o livro sobre a mesinha da sala e fui até a cozinha, guardando algumas das poucas coisas que havia trazido. Na geladeira, deixei algumas bebidas e snacks para os próximos dias.
Subi para o quarto, coloquei minha mochila em uma cadeira e aproveitei para abrir a janela. A brisa fresca do mar entrou, preenchendo o ambiente com um cheiro que só as cidades costeiras têm – algo misto de sal, areia e liberdade.
Finalmente, me sentei na cama, respirando fundo. Eu mal tinha acabado de chegar, mas já sentia que aquele seria o refúgio que tanto precisava.
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Capítulo Dois
’s POV:
Quando estacionei meu carro em frente à casa, reparei que já havia um outro carro preto estacionado por lá e me indaguei mentalmente se um dos donos da casa estaria lá para me recepcionar e sorri, achando o gesto fofo.
Desci do carro e resolvi que daria uma olhada no local primeiro, para me certificar que não havia caído num golpe, e que de fato a casa era segura e igual à das fotos.
Me abaixei, colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha e procurei pelo molho de chaves debaixo do tapete, conforme havia sido orientada.
Com ele em mãos, destranquei a porta e entrei devagar, ainda um pouco desconfiada. Olhei ao redor, analisando o ambiente com cuidado. A casa era exatamente como nas fotos: acolhedora, com decoração rústica e uma iluminação suave que criava uma sensação de tranquilidade.
Dei alguns passos, fechando a porta atrás de mim, e me permiti relaxar por um segundo. Mas, ao virar para a sala, parei imediatamente ao ver alguém parado em frente à TV. Meus olhos se arregalaram, e meu coração quase saltou do peito.
Ali, no meio da sala, um rapaz que eu não conhecia escovava os dentes, vestindo apenas uma toalha enrolada na cintura. A televisão estava ligada, tocando um videoclipe animado, enquanto ele parecia completamente à vontade, alheio à minha presença.
Eu engoli em seco, atônita. Ele só percebeu que eu estava ali depois de alguns segundos, quando se virou para pegar uma garrafa de água na mesinha ao lado.
– Ei! – exclamei, a voz saindo mais alta do que eu pretendia, o susto evidente. – Quem é você? O que está fazendo na minha casa?
Ele congelou, a escova de dentes ainda na boca, e me olhou surpreso, claramente sem entender nada.
– Sua casa? – ele murmurou entre uma escovada e outra, ainda meio confuso. – Eu aluguei essa casa.
Minha boca se abriu em choque.
– Como assim? Eu aluguei essa casa!
Nós ficamos ali, nos encarando, ambos atordoados com a situação. Eu estava incrédula. Como podia haver um estranho na minha casa de férias? O rapaz, ainda meio confuso, engoliu a água que usava para enxaguar a boca e limpou o rosto com a toalha.
– Eu… eu posso provar que aluguei esta casa – disse ele, recuperando um pouco da compostura. Ele pegou o celular de cima da mesa e começou a rolar as mensagens. – Veja, aqui estão as conversas com o proprietário. Ele confirmou tudo comigo há alguns dias.
Ele virou o celular em minha direção, mostrando as trocas de mensagens. E, para o meu desespero, realmente estavam lá: a confirmação da reserva, a data e o horário de check—in.
Eu suspirei, exasperada.
– Certo, mas isso não faz sentido, porque eu também aluguei essa casa! – Resmunguei, tirando meu celular do bolso. – Aqui, olha só.
Abri minhas mensagens com o outro proprietário da casa e mostrei para ele a mesma coisa: confirmação de reserva, detalhes da estadia, tudo acertado. O estranho franziu o cenho, observando as mensagens.
– Isso só pode ser um erro, então… – ele murmurou, coçando a cabeça enquanto analisava a tela. – Parece que um dos proprietários me passou as informações, e o outro fez o mesmo com você. Eles não se comunicaram e acabaram alugando a casa para os dois sem saber.
Revirei os olhos, irritada, mas não tinha como negar a situação. Ambos estávamos ali, cada um com a sua reserva e nenhuma opção imediata para resolver o problema.
– Ótimo, justo na véspera de Ano Novo… – murmurei, suspirando.
Ele me olhou, ainda meio sem jeito.
– É, parece que vamos ter que dar um jeito nisso, já que… ninguém mais vai sair daqui, né? Eu não abro mão da minha estadia.
Revirei os olhos, irritada com a teimosia dele.
– Pois fique sabendo que eu também não vou abrir mão da minha estadia. – Cruzei os braços e me sentei no sofá, me recusando a dar o braço a torcer.
Ele me observou por um momento, como se tentasse entender se eu estava blefando, mas percebeu que eu estava tão determinada quanto ele. Nos encaramos mais uma vez, o silêncio preenchido apenas pelo som do videoclipe ainda tocando na TV.
Eu suspirei, tentando manter a calma.
– Quer saber? Acho melhor ligarmos para algum dos donos da casa e resolvermos isso de uma vez. Eles precisam explicar essa bagunça.
Ele assentiu com uma expressão séria e, em seguida, me entregou o telefone para que eu mesma ligasse. Peguei o celular dele e disquei o número que tinha anotado das conversas com um dos donos.
Após alguns toques, o proprietário atendeu com uma voz tranquila e simpática. Expliquei a situação, tentando ser o mais educada possível, apesar do meu nervosismo. Quando terminei, ouvi um suspiro do outro lado da linha.
– Ah… acho que entendo o que aconteceu – disse o dono, parecendo envergonhado. – Meu sócio e eu dividimos a administração da casa, e, pelo jeito, nós dois reservamos para a mesma data sem perceber. Realmente foi um erro de comunicação… Peço mil desculpas aos dois!
Revirei os olhos novamente, dessa vez tentando conter a irritação. O estranho continuava de pé, esperando uma resposta, e eu fiz um gesto para que ele aguardasse.
– Eu sinto muito mesmo – continuou o dono. – Vou tentar encontrar outra acomodação para você, . Sei que a cidade está cheia, mas vou ver o que consigo. Por favor, aguarde um pouco, está bem?
Respirei fundo, sem ter muita escolha.
– Certo, eu espero, então – respondi, olhando de canto para moreno que apenas cruzou os braços, impassível.
Desliguei a ligação e devolvi o celular do estranho para ele.
— Bom, vou ter que esperar ele arrumar outra acomodação para mim. Caso você não se incomode vou esperar aqui… prometo não atrapalhar seu momento idol.
arqueou uma sobrancelha ao ouvir meu comentário e seguiu meu olhar para a TV, onde clipes de algum grupo de idols estavam passando, todos performando coreografias intensas. Ele soltou uma risada baixa, como se tivesse achado graça da minha provocação.
– Idol, é? – Ele riu, um pouco divertido. – Pode esperar aqui, não vou me incomodar… E, prometo, não vou te atrapalhar com as performances deles também.
Revirei os olhos, mas não pude deixar de sorrir. Ele parecia mais descontraído agora, e o clima ficou um pouco menos tenso. Ele assentiu com a cabeça para mim, ainda com um sorriso no rosto, antes de se virar para subir as escadas.
– Vou me trocar. Fique à vontade – disse, caminhando para o segundo andar e me deixando sozinha na sala.
Quando ele desapareceu no corredor, olhei ao redor, tentando absorver mais da casa enquanto aguardava a confirmação da minha nova acomodação.
⚡️⚡️⚡️
’s POV:
Subi as escadas com passos lentos, tentando entender a bagunça em que me meti. Só eu mesmo pra achar que a noite de Ano Novo passaria em silêncio, com tranquilidade. E agora estou aqui, com uma completa desconhecida lá embaixo, olhando feio pra mim porque acha que tenho culpa no cartório.
Entrei no quarto e fechei a porta, soltando um suspiro enquanto começava a tirar a toalha dos ombros. Olhei para o espelho, e ri um pouco da situação. A ideia era fugir da cidade, dos compromissos, das cobranças… e acabar dividindo essa casa não fazia parte do plano. Pelo menos, não com alguém tão… intensa como ela.
. Esse nome ficou na minha cabeça, girando. Ela parece ser do tipo que não leva desaforo pra casa, daquele jeito firme e cheio de atitude. Eu até tentei explicar a situação, mostrar que estava tudo certo do meu lado também, mas só ganhei um olhar irritado e alguns comentários sarcásticos.
E tinha algo nela que me intrigava… A forma como me olhou antes de jogar aquele comentário sobre os clipes na TV. Ela queria me provocar, claro, mas acho que nem ela esperava que eu fosse rir. Tem uma coisa meio divertida nisso tudo… a gente mal se conhece e já estamos disputando território como dois adolescentes.
Eu dei uma última olhada no espelho, tentando não me deixar levar por essas primeiras impressões. Melhor manter a cabeça no lugar e ver onde isso vai dar. Afinal, é só uma noite, né? O que pode dar errado?
Terminei de me vestir e desci as escadas calmamente, mas antes mesmo de chegar ao último degrau, ouvi a voz dela explodindo na sala.
— Como assim é alta temporada e você não conseguiu outra casa?! — dizia em um tom de frustração inegável, enquanto falava ao telefone. — Eu fiz uma reserva com antecedência exatamente para evitar isso! — Ela fez uma pausa, provavelmente ouvindo o que o proprietário dizia do outro lado, mas era evidente que estava cada vez mais irritada. — Não, eu não acho aceitável, e sinceramente, isso é um erro que vocês deviam resolver! Eu não vou pagar por uma confusão que não criei!
Parei no meio da escada, observando-a de longe. Ela andava de um lado para o outro, mexendo nos cabelos, impaciente, claramente tentando controlar a raiva que crescia. Eu quase senti pena do proprietário do outro lado da linha — quase.
— E então? — Ela finalmente suspirou, pausando enquanto ouvia a resposta. — Certo… então vou ter que esperar mesmo? Até quando? Porque já estou aqui, não posso dormir na rua!
Por um segundo, nossos olhares se cruzaram quando ela se virou na minha direção, mas era como se eu não estivesse ali, sua atenção estava totalmente no telefone. Decidi descer os últimos degraus, esperando o inevitável momento em que ela desligaria a ligação e descarregaria o resto da frustração — provavelmente em mim.
— Ótimo — ela resmungou por fim. — Vou esperar, mas espero que você realmente consiga alguma coisa. — Desligou com um toque brusco, respirando fundo antes de finalmente se virar para mim, sem esconder o olhar de irritação.
Eu tentei manter a expressão tranquila, mas por dentro já me preparava para o que viria a seguir.
Desci os degraus finais e fui direto para a cozinha, mantendo a expressão o mais tranquila possível. Abri o armário, peguei um copo e me servi de água antes de me virar para ela.
— Por que você não traz suas malas pra dentro e se acomoda? — sugeri calmamente. — Já que vamos esperar uma resposta do proprietário, é melhor do que ficar lá fora, não acha?
Ela me olhou com uma mistura de incredulidade e indignação, cruzando os braços.
— Sério isso? — disparou, o tom cheio de sarcasmo. — Acho que quem deveria procurar outra acomodação aqui é você. Afinal, não acha que deveria ser cavaleiro e me ceder o espaço? Você é homem, deveria saber que é educado deixar uma mulher ficar!
Eu suspirei, tentando manter a paciência.
— , não é? Ouvi o proprietário dizer… eu entendo o que você está dizendo, mas a reserva foi feita por mim também. E eu não tenho intenção de passar a virada do ano na estrada ou buscando um lugar de última hora. Sem contar que, como homem ou não, eu também paguei por esse lugar.
Ela bufou, ainda irritada, mas eu podia ver que ela estava tentando manter a compostura.
Observei enquanto ela respirava fundo, ainda relutante, mas claramente começando a aceitar a situação. Decidi tentar uma última vez, agora com um pouco mais de calma.
— Olha, vamos fazer o seguinte… por que você realmente não busca suas coisas e traz para dentro? Se quiser, eu posso te ajudar com as malas. — Ofereci, tentando soar mais amigável.
Ela me encarou por um momento, hesitando, mas depois soltou um suspiro de rendição.
— Tá bom, você venceu. — Ela revirou os olhos, mas deu um leve aceno de cabeça. — Pode me ajudar, então.
Dei um pequeno sorriso, surpreso por ela ter concordado. Sem perder tempo, fomos juntos até o carro dela. Peguei a maior das malas e esperei que ela pegasse o restante antes de voltarmos para dentro da casa, agora com um clima um pouco mais leve.
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Capítulo Três
’s POV:
Caminhávamos em direção à casa, cada um segurando uma das minhas malas, quando de repente parei, e ele se virou para mim com um olhar confuso.
— Espera! — exclamei, sentindo um calafrio subir pela espinha. — Eu nem sei o seu nome, nem conheço você. Como posso saber que você não é um psicopata ou algo do tipo?
Ele ergueu uma sobrancelha, claramente surpreso com a acusação.
— Claro que eu não sou nada disso, ! — respondeu, tentando manter o tom calmo.
— É exatamente o que um psicopata diria — murmurei, cruzando os braços e encarando-o com suspeita.
Ele soltou um suspiro exasperado, deixando minha mala no chão de uma vez.
— Ok! Faça o que você quiser, . Se quiser, pode dormir no seu carro ou ir embora, tanto faz. Eu desisto! — disse ele, virando-se e marchando de volta para a cozinha sem olhar para trás.
Fiquei ali, parada e pensativa, olhando para a mala largada no chão. Eu sabia que minha reação talvez tivesse sido um pouco exagerada, mas era difícil confiar em alguém que eu acabara de conhecer. Mesmo assim, ele parecia genuíno — e, sinceramente, eu estava cansada demais para continuar com aquela desconfiança.
Respirei fundo, decidindo que talvez fosse hora de diminuir a tensão. Caminhei até a cozinha, parando ao lado do balcão que dividia os dois ambientes. Ele estava de costas, mexendo em alguma coisa na pia, mas percebi pelo jeito que os ombros dele caíram que ele havia me notado ali.
— Ei… — murmurei, pigarreando antes de continuar. — Desculpa pela cena. É só que… essa situação toda é um pouco estranha, sabe? Acho que fiquei na defensiva.
Ele parou o que estava fazendo e se virou para mim, com uma expressão mais suave no rosto.
— Tudo bem, eu entendo. — Ele me lançou um sorriso leve, que quase me desarmou. — Eu me chamo .
Assenti, sorrindo timidamente enquanto finalmente conseguia relaxar um pouco.
— . — Estendi a mão para ele, numa tentativa de selar a paz entre nós.
Ele apertou minha mão rapidamente e assentiu, ainda com um leve sorriso no rosto.
— Pronto, agora você já sabe meu nome. E posso garantir, não sou psicopata.
Não consegui evitar uma risada leve, sentindo a tensão aos poucos se dissipar.
se recostou no balcão, cruzando os braços enquanto me observava com um ar curioso.
— Então, quais eram os seus planos para a virada do ano? — perguntou, com um tom leve de interesse.
Suspirei, desviando o olhar para a janela, onde a vista da praia parecia se estender até o horizonte. A ideia de passar a noite de Ano Novo ali, sozinha e em paz, tinha sido o motivo principal para eu escolher aquele lugar.
— Nada muito especial, na verdade — respondi, dando de ombros. — Eu só queria um tempo para mim, sabe? A ideia era ficar sozinha, aproveitar a piscina, ver os fogos de artifício à distância e… pensar um pouco na vida.
Ele assentiu, e eu percebi que havia um entendimento silencioso em seu olhar, como se ele compreendesse exatamente o que eu queria dizer.
— Então, você também veio para fugir? — ele perguntou, um leve sorriso surgindo em seus lábios.
Sorri de volta, me sentindo um pouco mais à vontade.
— Exatamente isso.
Nossos olhares se encontraram por um momento, e senti uma onda estranha de curiosidade e algo mais indefinido passando por mim. também parecia estar me avaliando, mas não de um jeito invasivo; havia um toque de gentileza em seus olhos. Foi o suficiente para me deixar um pouco desconfortável, então fui a primeira a desviar o olhar, disfarçando com uma risada leve.
— Bom, você provavelmente já se instalou no quarto principal, né? — comentei, tentando soar casual enquanto olhava para o lado. — Então, acho que vou ter que me contentar com o quarto de hóspedes… pelo menos por essa noite.
deu de ombros, o semblante relaxado.
— É… faz sentido. Mas, se precisar de alguma coisa, é só avisar, ok? Não quero ser um “companheiro de casa” ruim — disse ele, num tom brincalhão.
Assenti, tentando conter o sorriso que ameaçava surgir. Ele parecia mais fácil de lidar do que eu tinha imaginado no começo, e talvez essa estadia forçada não fosse tão ruim assim…
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’s POV:
Eu a ajudei a subir com suas malas para o andar de cima e ela se instalou no pequeno – mas nada modesto – quarto de hóspedes e enquanto ela se preparava para tomar um banho, eu, claro, desci de volta para a cozinha.
Resolvi preparar um macarrão ao molho quatro queijos parecia uma boa ideia — simples, mas gostoso e reconfortante. Comecei a organizar tudo no balcão, separando os queijos, creme de leite, macarrão e temperos.
Enquanto cortava o queijo em cubos, uma ideia me veio à mente. Já que também ficaria aqui esta noite, por que não fazer um pouco mais e dividir com ela? Afinal, estávamos numa situação inusitada, e talvez compartilhar uma refeição ajudasse a quebrar o gelo. Eu não tinha nenhum compromisso para a virada, e, pelo que ela disse, ela também planejava uma noite tranquila. Nada melhor do que um bom prato de massa para acompanhar.
Liguei o fogo e comecei a derreter os queijos na panela, mexendo para formar um molho cremoso. O aroma tomou conta da cozinha, e imaginei que ela pudesse sentir o cheiro lá de cima. Era quase um convite involuntário para ela descer. Preparei uma porção generosa de macarrão, calculando o suficiente para duas pessoas, e fui ajustando o sal e a pimenta enquanto o molho engrossava.
Enquanto terminava de misturar o molho ao macarrão, ouvi os passos de descendo as escadas. Tentei não olhar imediatamente, mas acabei espiando de canto de olho. Ela tinha trocado de roupa, agora usando um short de tecido leve e uma blusa branca que marcava um pouco mais suas curvas. Parecia relaxada, mas havia algo de calculado na forma como ela caminhava até o sofá.
Sem dizer uma palavra, se acomodou, jogando as pernas para cima do móvel e ligando a TV. Na mão, um pacote de salgadinhos, que ela abriu com calma, como se ignorar o cheiro delicioso do macarrão fosse parte de uma estratégia. Eu observei de relance enquanto ela fingia não me notar, focando nos clipes que passavam na tela.
Dei um sorriso discreto. Era óbvio que ela estava se fazendo de difícil, mas também era meio engraçado. O cheiro do molho quatro queijos era praticamente irresistível, e eu sabia que ela estava ciente disso.
— Parece que alguém veio bem preparada — comentei casualmente, colocando o macarrão em dois pratos, sem nem esperar que ela reagisse.
Ela finalmente olhou na minha direção, arqueando uma sobrancelha enquanto dava uma mordida no salgadinho.
— Não gosto de incomodar ninguém — respondeu, num tom provocador.
Ri baixo, aproximando-me com os pratos.
— Não parece ser o caso aqui. Fiz o suficiente para dois. Claro, se você quiser continuar com os salgadinhos, tudo bem. Mais para mim. — Coloquei um prato na mesa de centro ao lado dela e me sentei com o meu na poltrona próxima.
Ela lançou um olhar hesitante para o prato, depois para mim, mas não disse nada. Afinal, o cheiro falava por si.
Dei uma garfada generosa no macarrão e suspirei dramaticamente, como se estivesse experimentando a melhor refeição da minha vida.
— Hum… perfeito. O molho está no ponto. Cremoso, com a mistura exata de queijos. — Fiz uma pausa, olhando para ela. — Ah, mas claro, você não precisa disso. Salgadinhos são sempre uma escolha tão… sofisticada.
Ela manteve os olhos grudados na TV, mas percebi um leve erguer de sobrancelhas. mastigou lentamente, como se estivesse provando um caviar imaginário, e deu de ombros.
— Não é sobre o que você come, e sim sobre a companhia, não é? — retrucou, seca, sem me encarar.
Sorri, apreciando o desafio. Peguei outra garfada, dessa vez com mais exagero, deixando o cheiro do molho invadir o ambiente.
— Tem razão, a companhia faz toda a diferença. É uma pena que a sua seja só um pacote de salgadinhos. — Inclinei-me levemente para frente, colocando o prato mais perto dela na mesa de centro. — Se mudar de ideia, sabe onde encontrar algo que não seja ultraprocessado.
Ela virou os olhos na minha direção por um breve momento, depois voltou a encarar a TV. O jogo dela estava forte, mas eu podia ver como ela mordia de leve o canto do lábio, talvez tentando ignorar o estômago que provavelmente já dava sinais de rendição.
— Estou muito bem assim, obrigada — respondeu, com um tom quase convincente.
Apenas sorri e dei de ombros.
— Tudo bem, então. Mais para mim. — Dei outra garfada, saboreando lentamente, enquanto ela fingia não me notar.
Eu tinha paciência, e a batalha estava longe de terminar.
Terminei de mastigar mais uma garfada e olhei para , que agora se mexia um pouco no sofá, como se estivesse desconfortável. Ela abriu mais uma vez o pacote de salgadinhos, mas o barulho plástico parecia mais uma forma de preencher o silêncio do que uma necessidade real de comer.
— Sabe, , eu li em algum lugar que salgadinhos podem causar ressaca alimentar. Muito sódio, pouco sabor real. — Comentei casualmente, fingindo estar mais interessado no meu prato do que nela.
Ela riu sem humor, ainda encarando a TV.
— E eu li que provocar alguém que só quer ficar em paz pode ser um sinal de carência. Tá tudo bem aí? Quer desabafar? — respondeu, enfiando mais um salgadinho na boca e mastigando com uma calma calculada.
Sorri, adorando o desafio.
— Só estou preocupado com você, claro. Não quero que perca a chance de experimentar algo que não precise ser conservado por cinquenta anos.
Dessa vez, ela desviou os olhos da tela para me encarar diretamente, apoiando o pacote de salgadinhos no colo.
— Olha, chef de cozinha, eu já disse que estou bem. Não preciso de um prato cheio de queijo para sobreviver à noite, obrigada.
— Ah, eu percebi — retruquei, inclinando-me um pouco para frente. — Mas sabe o que dizem? Quem desdenha… — Dei uma pausa, apontando para o prato ainda intocado na mesa de centro.
Ela arqueou uma sobrancelha, desafiadora.
— …costuma ter bom senso para não aceitar qualquer coisa que venha de um estranho — completou, mantendo o tom afiado.
Cruzei os braços, rindo baixo.
— Claro, claro. Porque um pacote de salgadinhos de uma prateleira de mercado é muito mais confiável. Quem sabe o que colocam dentro?
Ela me lançou um olhar estreito, mas agora havia um brilho divertido nos olhos dela.
— Pelo menos eu sei que eles não têm segundas intenções — retrucou, inclinando-se levemente para trás no sofá, como se estivesse muito à vontade.
Inclinei-me para a mesa, pegando meu prato e recostando-me na poltrona.
— Você está dizendo que eu tenho? — perguntei, com um tom quase inocente, mas carregado de provocação.
deu uma risada curta, balançando a cabeça.
— Não, , claro que não. Você só parece do tipo que faz um macarrão quatro queijos perfeito para dividir com uma total estranha porque… é altruísta, certo?
Dei um sorriso satisfeito, saboreando outra garfada enquanto a observava. Ela estava começando a entrar no jogo, e eu adorava cada segundo disso.
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CAPÍTULO QUATRO
’s POV:
Revirei os olhos, mas o sorriso que escapou foi inevitável. era tão insuportavelmente seguro de si que era quase cômico. Eu me recostei no sofá, fingindo um interesse renovado nos clipes que passavam na TV, enquanto ele terminava de comer, parecendo muito satisfeito consigo mesmo.
— Sabe, , se mudar de ideia, o macarrão ainda estará aqui — disse ele, levantando o prato vazio como se fosse um troféu antes de se levantar.
— Não se preocupe, . Meu salgadinho e eu estamos ótimos juntos. — Abanei a mão em um gesto displicente, nem mesmo me dignando a olhar para ele.
Ouvi o som dos passos dele se afastando e, logo depois, o barulho dos degraus enquanto subia as escadas. Esperei mais alguns segundos para garantir que ele tinha realmente ido embora antes de virar lentamente a cabeça na direção da mesa de centro.
O macarrão estava ali, tão tentador quanto antes, e o cheiro parecia estar ainda mais forte agora que ele não estava mais aqui para comentar sobre isso. Eu mordi o lábio, olhando para o pacote quase vazio de salgadinhos em meu colo. Ah, quem ele pensa que é para me vencer nessa provocação?
Depois de muito debater comigo mesma, decidi que provar só uma garfada não era uma rendição total. Era curiosidade, no máximo. Com esse pensamento como desculpa, inclinei-me para a mesa, pegando o garfo que ele havia deixado ao lado do prato.
— Então, o que temos aqui? — murmurei para mim mesma, girando o garfo no molho antes de levar à boca.
O sabor me pegou desprevenida. Era… delicioso. Cremoso, perfeitamente equilibrado, e muito melhor do que qualquer coisa que eu estivesse disposta a admitir em voz alta.
— Gostando do sódio disfarçado de molho? — A voz dele soou atrás de mim, fazendo-me quase engasgar. Virei-me tão rápido que quase derrubei o prato.
— Você é um psicopata! — exclamei, meu rosto queimando ao ser pega no flagra. — Como consegue andar sem fazer barulho assim?
Ele estava encostado na parede, os braços cruzados e um sorriso triunfante no rosto.
— É um talento natural — respondeu, dando de ombros. — Mas a parte mais importante é que eu estava certo. É bom, não é?
Cruzei os braços, tentando manter a compostura.
— É aceitável — menti, olhando para qualquer lugar que não fosse o rosto dele.
— Aceitável? — repetiu, erguendo uma sobrancelha. — Você quase lambeu o garfo, .
— Em seus sonhos, . — Larguei o garfo de volta na mesa e cruzei os braços. — Pode subir e me deixar em paz agora?
Ele riu, balançando a cabeça.
— Claro, claro. Aproveite o aceitável enquanto pode. — Ele se virou para subir as escadas novamente, mas antes de desaparecer, lançou um último olhar divertido. — E, ? Não tem problema admitir quando alguém é bom em algo. Isso não machuca tanto quanto você pensa.
Bufei, jogando-me de volta no sofá enquanto ele subia. tinha um talento irritante para me tirar do sério e, pior, fazer com que eu sorrisse mesmo assim.
Assim que desapareceu completamente no andar de cima, permiti-me relaxar no sofá. Olhei para o prato de macarrão ainda sobre a mesa. Ele sabia que tinha me vencido, e eu odiava isso. Mas já que o estrago estava feito, não havia razão para não terminar. Afinal, desperdício de comida era um pecado ainda maior do que ceder a uma provocação, certo?
Puxei o prato para mais perto e mergulhei o garfo novamente, saboreando cada mordida como se fosse a última. Era injusto o quão bom aquele macarrão estava, e ainda mais injusto o fato de que ele tinha razão. podia ser insuportável, mas pelo menos sabia cozinhar.
Quando terminei, coloquei o prato vazio de volta na mesa e recostei-me no sofá, satisfeita e ligeiramente irritada comigo mesma. Parabéns, . Você perdeu essa batalha. Suspirei, peguei o controle remoto e aumentei o volume da TV, como se a música pudesse abafar a voz irritante de ecoando na minha cabeça.
Depois de mais alguns minutos de clipes aleatórios passando na tela, decidi que precisava fazer algo para compensar. Se ele teve o trabalho de cozinhar, o mínimo que eu podia fazer era lavar as louças. Não porque ele merecia, mas porque era o certo a se fazer.
Levantei-me, peguei o prato e o garfo e fui para a cozinha. Liguei a torneira, sentindo a água morna correr pelos meus dedos enquanto procurava a esponja. Lavar louças nunca foi exatamente meu passatempo favorito, mas nesse momento parecia uma forma de apaziguar a pequena guerra que começava a se formar entre nós. Além disso, talvez ele ficasse surpreso. E quem sabe, menos convencido.
Claro, isso era . Provavelmente ele encontraria uma forma de transformar até mesmo um simples ato de educação em uma piada. Que ótimo.
⚡️⚡️⚡️
’s POV:
Desci as escadas com calma, ainda indeciso sobre o que fazer com o resto da noite, mas pronto para me preparar para aproveitar a piscina. Quando cheguei na metade do caminho, o som de uma voz feminina cantando chamou minha atenção.
estava na cozinha, lavando os pratos que eu tinha deixado e, surpreendentemente, cantarolando junto com a música que passava nos clipes da TV. Parei por um momento, observando-a. Sua voz não era perfeita, mas era animada, descontraída. Ela parecia tão à vontade que foi quase estranho comparado à garota tensa e teimosa que tinha conhecido horas atrás.
Encostei-me ao batente da porta e esperei que ela percebesse minha presença, mas ela estava tão imersa na sua performance que não me notou. Aproveitei o momento para implicar.
— Uau, seu coreano é perfeito, hein? — provoquei, cruzando os braços com um sorriso divertido.
deu um pequeno sobressalto, parando de cantar imediatamente. Virou a cabeça para mim e, ao perceber minha expressão, revirou os olhos dramaticamente.
— Muito engraçado, . Aposto que você não canta tão bem assim também, então nem começa. — Ela voltou sua atenção para a louça, mas dava para ver que estava sorrindo de canto.
Não resisti.
— Você tem razão, eu sou péssimo cantando. Talvez eu devesse aprender com você. Quem sabe você vira minha professora de pronúncia?
Ela soltou um riso curto e, sem aviso, virou-se com as mãos molhadas, espirrando água na minha direção.
— Aqui está sua primeira lição! — exclamou, debochada.
A água atingiu meu braço e parte do meu peito, e eu ergui uma sobrancelha, surpreso com a ousadia. Antes que eu pudesse revidar, vi o olhar dela vacilar. Seus olhos desceram rapidamente pelo meu corpo, e então ela ficou estática por um segundo, como se só naquele momento tivesse notado que eu estava novamente apenas de toalha.
Ela engoliu seco, desviando o olhar de forma apressada.
— Certo… você poderia… colocar uma camiseta, talvez? Isso seria ótimo. — Sua voz soou mais nervosa do que desafiadora dessa vez.
Cruzei os braços, divertindo-me com a mudança de atitude.
— Por quê? Estou atrapalhando sua concentração? — perguntei, inclinando-me ligeiramente.
apertou os olhos para mim e deu um passo para trás, tentando recuperar a pose.
— Por favor, como se você fosse tudo isso.
Soltei uma risada baixa, gostando do jeito que ela tentava disfarçar o desconforto. Decidi não prolongar mais a provocação, então ergui as mãos em rendição.
— Ok, vou para a piscina aproveitar minha noite. Relaxa. — Dei um meio sorriso antes de me virar para sair.
— Pois seja rápido, porque eu também quero aproveitar minha noite. — A voz dela me fez parar no meio do caminho.
Virei-me, arqueando uma sobrancelha.
— Desculpa, o que você disse?
enxugou as mãos com um pano e me encarou com firmeza, sem recuar.
— Você ouviu. Vou querer usar a piscina também, então não demore muito.
Cruzei os braços, analisando-a com um olhar meio desafiador, meio divertido.
— Não sabia que precisávamos marcar horários. Tem algum problema em usarmos a piscina ao mesmo tempo?
Ela fez uma careta, como se a ideia fosse absurda.
— Claro que tem. Você está… assim — ela apontou de forma vaga na minha direção, referindo-se à toalha —, e, bem, eu não te conheço. Não é como se fosse confortável dividir esse espaço com um estranho.
Revirei os olhos, tentando não rir.
— , você vai mesmo fingir que eu sou uma ameaça? Além disso, não estou pedindo para tomarmos banho de piscina juntos. Apenas relaxe. Dá para conviver sem drama.
Ela estreitou os olhos, claramente não gostando do meu tom despreocupado.
— Não é drama, é só… questão de limites, sabe?
Dei de ombros, começando a sair em direção à piscina.
— Tudo bem, então. Fique à vontade para usar a piscina depois que eu terminar. Mas, honestamente, se você quiser evitar constrangimentos, talvez seja mais fácil cada um ficar no seu canto.
Ouvi bufar baixinho enquanto eu me afastava. Mesmo sem olhar para trás, consegui imaginar a expressão dela, provavelmente dividida entre irritação e alguma relutância em ceder. Quando cheguei à varanda, não pude deixar de sorrir. Essa convivência estava começando a ficar bem mais interessante do que eu esperava.
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CAPÍTULO CINCO
’s POV:
Voltei a me jogar no sofá, soltando um suspiro frustrado enquanto cruzava os braços. era, sem dúvida, a pessoa mais irritante que eu tinha conhecido em muito tempo. Aquela postura relaxada, os comentários sempre no limite entre a provocação e o desdém, e ainda por cima aquela confiança toda… Ele me tirava do sério.
Olhei de relance para a porta que dava para o quintal. A luz da piscina iluminava parte do espaço, e o som sutil da água parecia quase me chamar. Era injusto. Aquele era o meu plano desde o início: chegar aqui, tomar um banho tranquilo, colocar um biquíni e relaxar na piscina enquanto deixava o estresse do ano todo para trás.
Mas não, agora tinha um intruso com um senso de humor irritante e um corpo… Ok, melhor não ir por esse caminho, pensei, balançando a cabeça para afastar a ideia.
Passei uma mão pelo rosto e resmunguei baixo. Por que isso tinha que acontecer justo comigo? Eu só queria um pouco de paz. Mas, em vez disso, estava presa dividindo uma casa com um completo estranho que fazia questão de mexer com a minha paciência a cada oportunidade.
Ainda assim, a ideia de não usar a piscina era frustrante. Eu merecia isso. Tinha trabalhado tanto, aguentado tanto… Não ia deixar o senhor “relaxa, dá para conviver” estragar o único momento que planejei para mim mesma.
Desviei o olhar para a TV, mas nem mesmo os clipes conseguiriam me distrair agora. estava lá fora, provavelmente todo satisfeito por ter o espaço só para ele, enquanto eu ficava aqui remoendo minhas frustrações. Que droga.
“Talvez eu devesse só ir mesmo”, pensei, mordendo o lábio. Mas seria muito ceder ao que ele queria, não seria? Talvez, só talvez, eu precisasse repensar meu conceito de limites.
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’s POV:
A sensação da água fria na piscina tinha feito maravilhas para relaxar meus músculos, mas admito que parte de mim tinha aproveitado a ideia de lá dentro, provavelmente fervendo de frustração. Ela era uma mistura intrigante de teimosia e orgulho. Mas eu estava com sede…
Adentrei a casa sem me preocupar em me secar muito, sentindo a água pingar no chão e deixando um rastro molhado no caminho.
— Você tá brincando comigo, né? — a voz dela cortou o silêncio, carregada de irritação.
Olhei para o sofá e lá estava ela, me encarando com os braços cruzados, a testa franzida e aquele jeito típico dela de quem estava pronta para me dar uma bronca.
— O quê? — perguntei, com um tom de falsa inocência, parando no meio da sala.
— Isso! — ela gesticulou para o chão. — Você está encharcado e molhando a casa inteira! Tem noção de que alguém vai ter que limpar isso?
Ergui uma sobrancelha e dei de ombros, ignorando o sermão. Fui direto para a cozinha e abri a geladeira, pegando uma cerveja. Enquanto torcia a tampa, ouvi os passos dela se aproximando.
— Eu estou falando sério, ! — continuou, o tom de voz ficando mais insistente. — Você não pode simplesmente agir como se isso aqui fosse uma casa de praia qualquer e não tivesse regras básicas de convivência.
Virei-me para encará-la, dando um longo gole na cerveja antes de responder.
— Relaxa, . É só água. Vai secar. — Dei um sorriso despreocupado, o que claramente só a deixou mais irritada.
Ela bufou e passou as mãos pelo cabelo, como se tentasse se acalmar. Mas, no fundo, eu percebia que havia algo mais ali. Seus olhos desviavam da garrafa de cerveja para o meu peito molhado antes de voltarem rapidamente para o meu rosto.
— Você não tem limites, tem? — ela resmungou, cruzando os braços de novo.
— Limites? — perguntei, apoiando-me casualmente no balcão. — Eu só estava aproveitando a piscina, como você também poderia fazer… Se não estivesse tão ocupada brigando comigo.
Vi o maxilar dela apertar, e um sorriso involuntário surgiu nos meus lábios. era como uma tempestade pronta para explodir, e eu estava começando a gostar do desafio.
Ela continuava ali, bufando e me encarando como se eu fosse o maior inconveniente do planeta. Eu ri internamente; tinha uma energia que era impossível ignorar.
Abri a geladeira novamente e peguei outra cerveja. Com um movimento rápido, torci a tampa e coloquei a garrafa aberta sobre o balcão, bem na frente dela.
— Quem sabe algo gelado não derreta esse seu coração, hein? — provoquei, apoiando-me casualmente no balcão e observando sua reação.
Ela franziu as sobrancelhas e olhou para a cerveja como se eu tivesse oferecido veneno.
— Muito engraçado, . — O tom dela era afiado, mas eu podia ver o canto dos lábios ameaçando um sorriso.
— Não custa tentar. — Dei de ombros, levando minha própria cerveja à boca enquanto mantinha o olhar fixo nela. — Vai me dizer que nunca usou a desculpa de uma bebida para relaxar?
Ela revirou os olhos, mas dessa vez o movimento parecia menos irritado e mais… quase divertido.
— Se eu aceitar, você promete parar de pingar água pela casa inteira? — perguntou, erguendo uma sobrancelha desafiadora.
— Talvez. — Sorri, levantando as mãos como quem não faz promessas, mas o suficiente para manter a brincadeira.
suspirou, pegando a garrafa no balcão. Quando deu um gole, pude jurar que a vi esboçar um sorriso mínimo antes de tentar escondê-lo atrás do vidro da garrafa.
Ponto para mim.
⚡️⚡️⚡️
‘s POV:
Observei se afastar com a cerveja na mão, pingando água pelo chão como se não fosse nada demais. Ele parecia completamente confortável com a situação, o que me deixava ainda mais irritada. Como ele conseguia ser tão… despreocupado?
Quando chegou à porta que dava para o lado de fora, ele parou, virou o rosto ligeiramente para mim e lançou um olhar. Não um olhar qualquer. Um olhar convidativo, provocante, como se dissesse: “Você sabe que quer.”
Revirei os olhos e levei a garrafa aos lábios, tomando mais um gole. A bebida gelada desceu suavemente pela garganta, mas não fez muito para apagar a chama de irritação — ou seria curiosidade? — que ele tinha acendido em mim.
Por que aquele olhar tinha me incomodado tanto? Ou melhor, por que parecia um desafio que eu não queria ignorar?
desapareceu para o lado de fora, e eu fiquei ali, olhando para a garrafa de cerveja como se ela fosse me dar uma resposta. Tomei mais um gole. Depois outro. E, antes que percebesse, já estava caminhando em direção à varanda.
Quer saber? Essa piscina era parte dos meus planos desde o início.
Deixei a garrafa sobre o balcão e subi rapidamente para o quarto. Peguei meu maiô, um modelo simples e confortável, mas que ainda assim me fazia sentir confiante. Troquei de roupa e desci as escadas com passos firmes, ignorando o fato de que meu coração estava batendo mais rápido do que deveria.
Se ele acha que vai dominar o espaço só porque chegou primeiro, está muito enganado.
Abri a porta que dava para a piscina, a brisa fresca da noite envolvendo minha pele. estava lá, encostado na borda, a água reluzindo sob a luz da lua. Ele levantou os olhos ao me ver e, sem surpresa, aquele sorriso provocador apareceu novamente.
— Resolvi aceitar o convite — anunciei, tentando soar casual, enquanto caminhava até a borda.
— Pensei que fosse esperar a casa inteira secar antes de sair — ele brincou, com aquele tom insolente de sempre.
Eu o ignorei, respirando fundo antes de entrar na água. Afinal, eu tinha vindo para relaxar. E, mesmo com ali, eu não ia deixar ninguém roubar isso de mim.
Assim que meus pés tocaram a borda da piscina, senti os olhos de sobre mim. Ele me encarava descaradamente, de cima a baixo, sem sequer tentar disfarçar. Meu instinto inicial foi ajustar a alça do maiô, como se isso fosse mudar alguma coisa, mas logo percebi que, se eu demonstrasse desconforto, estaria dando a ele exatamente o que queria.
Então, ergui o queixo e devolvi o olhar.
— Vai ficar aí me analisando ou vai nadar também? — perguntei, tentando soar desinteressada, mesmo que meu coração estivesse acelerado.
Ele deu um sorriso preguiçoso, inclinando a cabeça para o lado.
— Só estou admirando sua determinação. Parece que você realmente não gosta de perder.
Revirei os olhos e, em um impulso, decidi acabar com aquele clima provocativo do jeito mais simples e direto que pude pensar: molhando ele.
Sem avisar, me joguei na água, causando o maior splash possível. A onda atingiu , que estava encostado na borda, e ele imediatamente afastou o rosto para evitar a água nos olhos.
— Sério? — ele perguntou, entre risos, enquanto limpava o rosto com a mão.
Emergi com um sorriso satisfeito.
— Você estava precisando se refrescar.
Ele balançou a cabeça, ainda rindo, mas havia algo diferente em seu olhar. Algo que parecia um misto de surpresa e divertimento.
— Tá bom, . Se é assim que você quer brincar, não diga que eu não avisei.
Eu não sabia exatamente o que ele queria dizer com aquilo, mas não me preocupei. Afinal, a noite era minha — ou pelo menos era o que eu dizia a mim mesma enquanto ele voltava a se apoiar na borda, agora visivelmente mais atento.
Decidi nadar um pouco, deixando a água fresca aliviar o calor da noite e, quem sabe, clarear meus pensamentos. O silêncio era quase confortável, exceto pela sensação persistente de me observando. Eu conseguia sentir seu olhar seguindo cada movimento meu, mesmo sem precisar confirmar.
Resolvi ignorá-lo, mantendo o foco na sensação agradável da água contra minha pele. Nadei até a borda oposta da piscina e me apoiei ali, respirando fundo e permitindo que a brisa leve acariciasse meu rosto.
Atrás de mim, o som de abrindo mais uma cerveja ecoou. Espiei rapidamente de soslaio, apenas para confirmar que ele continuava do outro lado da piscina, completamente relaxado, com um braço apoiado na borda e a garrafa na outra mão.
— Não precisa se esforçar tanto para me impressionar, . — Sua voz tranquila cortou o ar, carregada com aquele tom provocativo de sempre.
Sem virar, ergui uma sobrancelha e respondi, casual:
— Quem disse que isso é sobre você?
Ele soltou uma risada baixa, que quase soou como um desafio.
— Claro que não. Mas é interessante como você parece tentar tão desesperadamente me ignorar.
Fingi não ouvir, embora o calor que subiu às minhas bochechas denunciasse que sua provocação havia surtido efeito. Ao invés de responder, deslizei pela água novamente, nadando tranquilamente, como se ele fosse uma presença irrelevante.
Mas, a cada movimento meu, eu sabia que seus olhos permaneciam em mim, acompanhando cada braçada, cada respiração. E, por mais que tentasse, não conseguia decidir se aquilo me irritava ou me intrigava.
⚡️⚡️⚡️
Eu acho que vou programar pra fazer isso nesse fim de ano, vai que eu encontro meu mozão? ONAMSPODNASPODNASDOP
Eu também queria vius
Eu não sei se teria coragem de ficar sozinha com um estranho (mesmo sendo um estranho gato e famoso), eu sou muito trabalhada nos filmes de terror e aí já estaria montando todo um cenário errado aqui HAHAHAHAHAH
Mas vamos ver como as coisas seguem por aqui porque aqui não terror e sim romance, então nada de coisas estranhas acontecendo HEEHEHEHEH
Com o Jongho eu ficaria (aquelasssssssssss) kkkkkkk
Essa desconfiança toda, eu acho engraçado IOHASDOIASND
Seria diferente? Nem um pouco, mas eu disfarçaria um pouco mais LOL
E veja lá o que você vai fazer nesse “jogo” aí, homem 🧐
Os dois ainda vão ter muitos embates, o Jongho é terrível
Dizer que eu vejo o Jongho como um neném ainda então pra mim é difícil imaginar ele assim HAHAHAHAHHA
mas uma hora eu aceito que o menino cresceu 🥹🤧
Ai amiga sim, haha eu também vejo ele como um bebê, mas sei lá quis fugir disso um pouco porque ao mesmo tempo, quando ele tá no palco ele me passa outra impressão sabe? u.u