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  Catarina Desmont era uma criança normal e alegre. Costumava brincar sozinha, pois ainda era muito pequena e não possuía irmãos ou parentes da mesma idade que morassem perto o suficiente para lhe fazer companhia. Como qualquer criança, às vezes fazia suas pirraças, principalmente na hora de dormir quando ela ainda estava elétrica e queria continuar brincando.
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  — O bicho-papão virá te pegar se você não se comportar, Cat! — a mãe lhe dizia toda vez que a menina não queria obedecer.
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  Catarina fazia um grande bico, mas o bicho-papão sendo mencionado, ela logo ia se deitar para não ser levada. Cat era uma criança esperta, mas se havia uma coisa em que ela acreditava, era na palavra da mãe. Se a mulher lhe dizia que o bicho-papão a levaria, era porque levaria. E ela não queria ser levada pelo monstro. Queria ficar com sua mamãe.
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  Era só mais um dia comum na casa das Desmont, e mais uma vez Cat fazia manha não querendo ir para a cama.
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  — Catarina! — Lucile, a mãe, exclamou cruzando os braços. — Eu não vou falar de novo — a mulher disse respirando fundo para manter a paciência.
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  — Mas, mamãe! Eu quero brincar! — choramingou pulando na cama.
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  — Catarina, agora é hora de dormir. Por favor — Lucile retrucou tentando fazer a filha deitar na cama, mas sem muito sucesso. — Ok. Então fique aí e brinque com o bicho-papão — a mulher disse virando-se para a porta. Dera mais uma olhada para trás, mas a menina continuava a pular na cama, agora abraçada a dois bichos de pelúcia. Lucile suspirou e apagou a luz para ver se daquela maneira a filha se sossegava, mas aparentemente, nada mudara.
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  Catarina continuou pulando na cama mesmo com a luz apagada e apenas o filete de luz que entrava pela porta semiaberta iluminava o quarto. Estava segurando o Senhor Leão e a Senhora Urso enquanto brincava. Ela adorava os dois bichos de pelúcia. Depois de alguns minutos, ela finalmente sentara-se com a respiração ofegante de tanto pular. Olhou ao redor e seus olhos pararam na parte escura atrás da porta.
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  — Senhor Leão, acho que temos companhia… — a menina murmurou sem tirar os olhos do local que encarava. — Oi? — disse um pouco incerta.
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  Ela saiu de cima da cama e com passos vacilantes caminhou até meio caminho da porta, sem se desgrudar das pelúcias.
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  — Senhor Leão… — ela disse parando de caminhar no meio do caminho. — Eu estou com medo… — murmurou baixinho.
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  Lucile terminava de secar a louça do jantar e esperava que Catarina tivesse desistido de brincar e finalmente tivesse dormido àquela altura. A mulher terminava de secar o último prato quando o grito agudo e desesperado de Catarina fez-se ouvir. Lucile largou o prato de qualquer jeito sobre a pia – quase deixando-o cair – e correu em direção ao corredor no qual ficava o quarto da menina. Quando abriu a porta e acendeu a luz, encontrou Cat se debatendo sobre a cama, gritando e chorando com desespero, as mãos sacudindo no ar como se tentando se livrar de alguma coisa.
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  — Filha! — exclamou enquanto corria na direção da menina que chorava. — Catarina, está tudo bem! — Lucile segurou os braços da filha que tinha os olhos fechados firmemente e tentava se livrar das mãos que a seguravam. — Catarina, é a mamãe, olhe pra mim. Está tudo bem! — disse abraçando a menina que finalmente abriu os olhos e começou a chorar ainda mais desesperadamente.
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  — Mamãe! — conseguiu exclamar entre um soluço e outro.
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  — O que houve, minha filha? — perguntou Lucile, preocupada.
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  — Mamãe, é o bicho-papão! — choramingou a menina. — Ele quer me pegar, mamãe! — Catarina abraçou a mãe com força. — Por favor, diz pra ele que eu vou ser boazinha, que vou me comportar! Não deixa ele me levar, mamãe! — As lágrimas começaram a escorrer novamente em uma nova onda de choro.
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  — Oh, meu amor — a mulher murmurou sentindo-se culpada pelo pesadelo da filha. — O bicho-papão não vai levar você, mamãe não vai deixar, está bem? — Sorriu para a menininha que a encarou e concordou abraçando-a novamente. — Tudo bem, então? — perguntou e a pequena concordou, deixando a mãe se levantar.
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  — Mas mamãe, não apaga a luz… — Catarina choramingou quando Lucile fez menção de levar a mão ao interruptor.
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  — Tudo bem, meu amor… — A mulher sorriu compreensiva e saiu do quarto, mantendo a luz acesa e a porta aberta.
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  Após uma semana inteira com Catarina tendo pesadelos e acordando de madrugada aos berros, Luci decidiu confessar a uma de suas melhores amigas sua aflição.
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  — O bicho-papão? — a mulher, Martha, perguntou em tom curioso. — Ora, bem, o bicho-papão é como o “medo do medo” — disse. — Você conhece a história dele? — perguntou recebendo um aceno negativo da amiga. — Ele se transforma no que a pessoa mais teme para deixá-la apavorada — explicou. — O medo do medo.
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  — E o que posso fazer para que ela deixe de lado essa história? — perguntou Lucile de forma ansiosa. Detestava ver a filha tão amuada daquela forma, fazia dias que Catarina não dormia direito e não brincava mais.
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  — Sugiro que passe a apagar a luz. E quando ela tiver essas crises de medo, tente deixá-la enfrentá-lo sozinha. Não vá até ela a não ser que seja de extrema necessidade. — Martha sugeriu com ar confiante.
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  Lucile não tinha mais ideia do que fazer com Catarina que gritava por ela naquele exato instante. Ela havia apagado a luz como Martha havia sugerido, mas os gritos da menina simplesmente a estavam deixando preocupada. Não conseguiu evitar o impulso de sair correndo para ir ver a filha que a chamava.
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  — Mamãe, não apaga a luz! — Cat exclamou assim que a mulher adentrou o quarto.
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  — Filha… — Luci murmurou sentando-se ao lado da menina. — Nós já conversamos sobre isso. — Acariciou o rosto de Catarina que estava avermelhado por conta dos gritos que havia dado.
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  — Mas, mamãe… — choramingou agarrando-se ao Senhor Leão.
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  — Filha, você já está bem grandinha e sei que é corajosa. Vamos tentar? — perguntou. Cat hesitou e fez bico por alguns instantes, mas logo concordou segurando o choro. — Muito bem, meu amor. — Lucile sorriu se levantando. — Boa noite, anjinho. — Curvou-se para dar um beijo na testa da filha.
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  A princípio, nada se escutou, mas alguns minutos se passaram e novamente Catarina começou a gritar…
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  — Mamãe, mamãe! Acende a luz! Ele vai me pegar! — a criança gritava em tom desesperado.
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  — Catarina, pare de gritar! — Lucile exclamou com certo aperto no peito.
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  — Mamãe! Por favor! — O choro podia ser ouvido naquele instante.
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  — Catarina, pare de gritar agora! — Ao dizer aquilo, a menina parou no mesmo instante. Luci respirou aliviada, não queria ter que brigar com a filha e ouvir aqueles gritos desesperados lhe cortavam o coração, mas Martha havia dito que aquela atitude ajudaria Cat a superar seu medo, então ela tinha que tentar.
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  Após algumas horas, como de costume, Lucile foi observar a filha dormir. Ela adorava ver a forma como Catarina parecia sorrir enquanto sonhava, era tão tranquilizante. Acendeu a luz do corredor e abriu a porta o bastante para deixar a claridade entrar e iluminar a cama da menina. Ela parecia estar como sempre, talvez um pouco mais encolhida entre as cobertas, mas parecia estar bem. Lucile sorriu aliviada, então fechou a porta novamente e foi ela mesma se deitar. Fora um longo dia e estava exausta.
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  Na manhã seguinte quando despertou, achou um pouco estranho não ouvir Catarina brincando, a menina costumava acordar mais cedo que a mãe, mas talvez a noite anterior tivesse sido cansativa demais para as horas de sono normais. Luci decidiu deixar Cat dormindo por mais algum tempo. A preocupação apenas bateu quando ao olhar o relógio constatou ser quase a hora do almoço, e por mais que a madrugada tivesse sido turbulenta, Catarina nunca dormia por tanto tempo. A mulher decidiu então que estava na hora de acordar a criança, não era saudável dormir tanto, ainda mais para uma criança elétrica como Cat.
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  — Filhinha, está na hora de acordar… — cantarolou enquanto atravessava o quarto para abrir a janela e dar passagem ao dia. — Catarina? — chamou se aproximando da cama, já que não recebeu nem um resmungo como resposta. — Cat? — Tocou o braço da criança que estava para fora das cobertas, segurando o leão de pelúcia. Demorou certo tempo até Luci perceber o quanto a filha estava fria e imóvel. — Catarina, pare de brincar — disse pensando que a menina apenas queria lhe pregar uma peça. — Cat…? — Então percebeu que Catarina não respirava.
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  Lucile estava encolhida na cama de Catarina abraçada aos dois bichos de pelúcia que ela mais gostava. As lágrimas não escorriam mais apenas por não ter mais reservas delas, mas a tristeza e a sensação de falha não haviam ido embora. Catarina Desmont havia falecido. Sua pequena Cat estava morta. O laudo dizia que possivelmente a menina havia se engasgado no meio de uma crise de terror noturno, mas aquilo não fazia o menor sentido para Lucile. Talvez se ela não tivesse apagado a luz naquela noite, a filha não tivesse literalmente morrido de medo. Ela ainda estaria ali para brincar com o Senhor Leão e a Senhora Urso. Para rir e sorrir…
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  Luci fungou e se encolheu ainda mais. Como queria sua filhinha ali. Estava no meio da escuridão como todos os dias, já que mantinha as janelas e as cortinas do quarto de Catarina fechados, quando sentiu algo gélido tocar-lhe o braço. Um arrepio percorreu toda sua espinha quando ouviu um sussurro de uma voz conhecida ao pé do ouvido:
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  — Mamãe, você tem medo do escuro?
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Fim

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