Capítulo 2
“A verdade é que todos nós já tivemos um amor inacabado ou não correspondido.”
E lá estava ele em Sokcho, depois de quase seis anos… rever os pais havia sido a sensação mais incrível que Hoseok tivera nesse tempo todo! Havia resolvido tirar alguns dias de férias da vida agitada como internacionalista, e nada melhor do passar alguns dias com os pais, que ele só via por chamada de vídeo. Agora, já formado e atuando na área há quase dois anos, ele trabalhava para uma grande multinacional, ajudando a mesma em processos de expansão internacional, programas de intercâmbio e elaborando análises de riscos políticos e econômicos.
Enquanto ele caminhava pelos campos de Sokcho, a brisa fresca do mar o envolvia, ele não pôde deixar de se lembrar dos dias de infância e juventude que passou ali com Namjoon. Eles costumavam brincar nesse campo, rindo e conversando sobre seus sonhos e planos para o futuro.
Hoseok já estava prestes a voltar para a cidade quando ele viu uma figura ao longe, caminhando em sua direção. Seu coração deu um salto quando ele percebeu que era Namjoon. Eles não se viam ou se falavam há cinco longos anos, desde que a vida os levou em direções diferentes.
Hoseok engoliu em seco, o coração batendo forte. Ele não conseguia acreditar que estava prestes a encontrar Namjoon ali, no mesmo lugar onde costumavam passar tanto tempo juntos.
Namjoon, por sua vez, também ficou surpreso ao ver Hoseok. Seus olhos se arregalaram de espanto, e ele parou no lugar, observando Hoseok se aproximando.
Quando finalmente estavam frente a frente, não havia palavras que precisassem ser ditas. Eles se olharam, e os anos de distância e silêncio derreteram em um instante. Hoseok finalmente sorriu, e Namjoon não pôde evitar um suspiro de alívio e felicidade.
Era uma grande coincidência, um encontro que nenhum deles esperava. Mas no fundo de seus corações, eles sabiam que era exatamente o que precisavam. O reencontro deles naquele campo em Sokcho era uma surpresa que o destino lhes reservara, e eles estavam prontos para descobrir o que o futuro reservava para eles.
***
- Eu confesso que não esperava te ver aqui… – Namjoon quebrou o silêncio, sua voz carregada de surpresa e nostalgia –
- Nem eu Namjoon! Há quanto tempo…- Hoseok respondeu, a voz um pouco trêmula –
Os dois sorriram timidamente um para o outro, como se o tempo não tivesse passado. Era estranho e maravilhoso estar frente a frente novamente depois de tantos anos de distância.
Namjoon finalmente deu um passo em direção a Hoseok, e eles se abraçaram calorosamente. Era um abraço cheio de emoção contida, repleto de palavras não ditas e saudades acumuladas.
- Como você está, Hoseok? – Namjoon perguntou, olhando nos olhos de Hoseok como se estivesse tentando ler sua alma –
- Estou bem, Namjoon! Trabalhando muito, como você provavelmente! – Hoseok respondeu, tentando manter o tom casual, apesar das emoções que borbulhavam dentro dele –
Eles se afastaram um pouco, ainda mantendo as mãos nos ombros um do outro. Era um momento delicado, cheio de perguntas não respondidas e sentimentos que precisavam ser explorados.
- Acho que temos muito o que conversar, não é? – Namjoon sorriu, e Hoseok assentiu com gratidão por ele ter quebrado o gelo outra vez –
- Com certeza, Namjoon… – Hoseok concordou, sua voz refletindo uma mistura de alegria e nervosismo – Muita coisa aconteceu desde a última vez que de fato nos vimos.
Eles caminharam em silêncio por mais alguns minutos, aproveitando a serenidade do lugar antes de finalmente chegarem à praia e se sentarem na areia, de frente para o mar. Namjoon olhou para Hoseok, seu olhar cheio de curiosidade.
- Então, o que você tem feito? – Namjoon começou, sua voz suave –
Hoseok sorriu e respirou fundo antes de responder:
- Bem, depois que nos formamos, entrei no mundo do internacionalismo. Trabalho para uma grande multinacional agora, ajudando em processos de expansão internacional, programas de intercâmbio e elaborando análises de riscos políticos e econômicos. É um trabalho desafiador, mas estou adorando. E você, Namjoon?
Namjoon assentiu, intrigado pela carreira de Hoseok.
- Parece incrível, Hoseok! Bom, eu, depois de formado, trabalhei em um escritório de arquitetura por um tempo, mas recentemente decidi seguir carreira solo. Tenho meu próprio estúdio agora, onde projeto e construo casas personalizadas… É um trabalho que me permite ser criativo e me sinto realizado fazendo o que amo.
Eles trocaram histórias sobre suas carreiras, compartilhando suas paixões e os desafios que enfrentavam em seus campos. A conversa fluía naturalmente, como se o tempo não tivesse passado, e ambos estavam ansiosos para descobrir mais sobre as vidas um do outro. Era o começo de uma jornada de reconexão que prometia revelar muito mais do que apenas atualizações profissionais…
- E o que você veio fazer aqui em Sokcho? Só ver os seus pais? Inclusive eu preciso passar lá para vê-los!
- Foi! Eu estava com muitas saudades, e aproveitei uma reforma no escritório para vir! Eu cheguei há três dias… preciso ver seus pais também! Mas eu não sabia com que cara chegar lá…
- Eles sabem que você e eu nos afastamos… eu precisei contar! Bom, no dia anterior à sua mudança eu avisei a eles, porque queria dividir o apartamento com outra pessoa, por causa das despesas. E, bom, gradativamente eles foram sabendo do nosso afastamento, já que sempre perguntavam notícias suas e eu não tinha!
Namjoon engoliu seco enquanto ouvia Hoseok falar sobre o afastamento dos dois, e especialmente sobre os pais de Hoseok saberem do afastamento… os dois eram amigos de uma vida inteira.
- O que exatamente você disse para eles? – Namjoon virou o rosto para encarar Hoseok –
- Quando você se mudou? Eu disse o que você me disse, ué!
- E depois? Quando o tempo foi passando? O que dizia?
- Que sua vida estava corrida, que nossos horários não batiam mais, para falar a verdade eu dei tantas desculpas que nem me lembro mais!
Namjoon engoliu seco enquanto ouvia Hoseok falar sobre as desculpas que ele precisou inventar para justificar o afastamento deles. Ele sabia que aquela situação era difícil para Hoseok, e sentiu um aperto no coração por ter sido o motivo disso.
- Hoseok, eu sinto muito por te colocar nessa situação… Eu deveria ter enfrentado isso com os seus pais, e não deixado você sozinho nisso! – Namjoon confessou, seu olhar cheio de remorso –
Hoseok olhou para Namjoon, seus olhos mostrando compreensão.
- Namjoon, não foi sua culpa. Ambos estávamos confusos naquela época, e fizemos o que achamos que era melhor. O importante é que estamos aqui agora, e podemos falar sobre tudo o que aconteceu…
Namjoon suspirou aliviado ao ouvir as palavras de Hoseok. Era o começo de uma conversa que eles precisavam ter, uma oportunidade de esclarecer mal-entendidos e seguir em frente. Eles sabiam que tinham muito mais para discutir e reconstruir, mas pelo menos estavam dispostos a enfrentar isso juntos.
***
O sol começava a se pôr, e então Hoseok se levantou, batendo as mãos pela calça para retirar o excesso de areia e Namjoon fez o mesmo que ele. Os dois se encararam outra vez.
O sol começava a se pôr, tingindo o céu de tons dourados, e Hoseok se levantou da areia, batendo as mãos pela calça para retirar o excesso de areia, e Namjoon fez o mesmo, ambos sorrindo suavemente um para o outro. Enquanto seus olhares se encontravam, Hoseok não pôde evitar uma onda de pensamentos que o inundou.
Ele observou o rosto de Namjoon, e não pôde deixar de notar o quanto ele havia mudado. O tempo os havia tornado mais velhos, mais maduros, mais masculinos. Namjoon estava mais bonito do que nunca, com traços faciais mais definidos e um olhar que irradiava confiança. Hoseok se pegou pensando em como Namjoon parecia estar malhando, tornando-se mais forte ao longo dos anos.
Os pensamentos de Hoseok vagaram, e ele se lembrou de como, mesmo após todo o tempo que passou longe de Namjoon, nunca o esquecera. Seus sentimentos ainda estavam ali, enterrados no fundo do seu coração. Ele sentiu um aperto no peito ao perceber o quanto Namjoon ainda significava para ele.
Hoseok respirou fundo, tentando afastar as emoções que o invadiam. Ele sabia que aquele reencontro estava mexendo com ele de formas que ele não esperava. E à medida que o sol desaparecia no horizonte, ele estava determinado a descobrir o que o futuro reservava para ele e Namjoon.
- Que tal você jantar lá em casa? Meus pais vão adorar… eles sentiram muito sua falta também! E eu acabei dando as mesmas desculpas para eles, então eles vão ficar muito felizes em te receber!
- Pode ser! Que horas? Perto das oito? Me lembro que era sempre esse o horário que jantávamos um na casa do outro… há muitos, muitos anos atrás!
- Sim! – Namjoon gargalhou enquanto começava a andar ao lado de Hoseok – Até o horário continua o mesmo! Sabe o que a gente podia fazer amanhã?
Hoseok e ele, lado a lado, se encararam.
- Andar de bicicleta? – Hoseok perguntou enquanto seus olhos começavam a brilhar –
O sorriso no rosto de Namjoon se alargou em seu rosto enquanto ele assentiu que sim para o amigo.
***
O jantar na casa dos pais de Namjoon foi um momento de reencontro e reconexão. A mesa estava cuidadosamente preparada, com pratos caseiros deliciosos que evocavam memórias de infância. O aroma da comida encheu a sala de jantar, criando um ambiente acolhedor.
Os pais de Namjoon estavam radiantes de alegria por terem Hoseok de volta em sua casa. Sua mãe o abraçou calorosamente, dizendo o quanto sentiu sua falta e como estava ansiosa para ouvir sobre suas aventuras nos últimos anos. Seu pai também cumprimentou Hoseok com um sorriso afetuoso, compartilhando histórias engraçadas sobre os tempos em que os dois eram crianças.
Namjoon sentou-se ao lado de Hoseok durante o jantar, e os dois amigos compartilharam olhares e sorrisos cúmplices. Era como se o tempo não tivesse passado, e eles se sentiam em casa, cercados pelo afeto e pela compreensão da família de Namjoon.
Conversas animadas preencheram o ambiente, enquanto todos compartilhavam suas histórias de vida e atualizações. Os pais de Namjoon estavam genuinamente interessados em ouvir sobre o trabalho de Hoseok como internacionalista e as realizações de Namjoon como arquiteto.
Hoseok e Namjoon trocavam olhares significativos de vez em quando, reafirmando a ligação especial entre eles. Era um momento de perdão silencioso e um primeiro passo para curar as feridas do passado.
Ao final do jantar, todos se levantaram, e Hoseok agradeceu calorosamente aos pais de Namjoon pela hospitalidade. Ele prometeu que a visita não seria a última e que continuariam a recriar os bons momentos compartilhados na infância.
***
- Vou te levar até sua casa e aproveito para ver rapidinho os seus pais também! Pode ser?
- Claro que pode! Eles vão adorar..
Enquanto dirigiam de volta para a casa de Hoseok, a conversa fluía naturalmente entre os dois amigos. A sensação de conforto e familiaridade preenchia o carro.
- E então, Namjoon, como tem sido sua vida amorosa ultimamente? Alguma novidade nessa área? – Hoseok perguntou de maneira despretensiosa, curioso para saber mais sobre a vida amorosa dele desde que haviam se afastado –
Namjoon olhou para Hoseok e suspirou levemente.
- Bem, na verdade, tenho estado ocupado com o trabalho e não tive muito tempo para relacionamentos. Continuo solteiro, não aconteceu nada de significativo nesse sentido…
Hoseok assentiu, compreendendo a correria da vida de Namjoon.
- E você, Hoseok? Alguma novidade na sua vida amorosa? – Namjoon perguntou, lançando um olhar curioso na direção de Hoseok –
Hoseok sorriu, mas sua expressão denotava um toque de hesitação…
- Na verdade, estou conhecendo alguém, alguém especial. – ele admitiu, deixando as palavras pairarem no ar por um momento –
A revelação fez com que um silêncio tenso se instalasse no carro. Namjoon sentiu uma mistura de emoções passar por ele. Mesmo que tivessem seguido caminhos diferentes e não tivessem mais o mesmo relacionamento que antes, a notícia de que Hoseok estava conhecendo alguém o afetou mais do que ele imaginava. Será que ele estava realmente pronto para confrontar os sentimentos que guardava por tanto tempo?
O restante da viagem de carro passou em silêncio, enquanto os dois amigos se perdiam em seus próprios pensamentos. O reencontro estava revelando camadas de emoções que precisariam ser exploradas e resolvidas. E, à medida que chegavam à casa de Hoseok, a atmosfera estava carregada de tensão não dita.
Quando eles chegaram à porta da casa dos pais de Hoseok, Namjoon sentiu uma mistura de expectativa e nervosismo. Era a primeira vez que ele estava diante dos pais de Hoseok após tantos anos de afastamento. Ele respirou fundo e deu um passo à frente quando Hoseok abriu a porta.
A casa estava iluminada e cheirava a comida caseira, e o calor do lar o envolveu imediatamente. Os pais de Hoseok estavam na sala de estar, e quando viram Namjoon, seus rostos se iluminaram com sorrisos afetuosos.
- Namjoon, querido! Que surpresa maravilhosa tê-lo aqui! – A mãe de Hoseok exclamou, indo até ele para abraçá-lo calorosamente –
- Sentimos muito a sua falta, Namjoon! Você sempre foi parte da nossa família! – O pai de Hoseok acrescentou, cumprimentando-o com um aperto de mão firme –
Namjoon sorriu com gratidão por sua calorosa recepção.
- Obrigado, é bom estar de volta. Eu também senti falta de vocês!
A conversa fluiu de forma agradável, e eles compartilharam histórias e atualizações sobre suas vidas. Enquanto se lembravam dos bons momentos que passaram juntos, os laços familiares e de amizade se fortalecem.
Depois de algum tempo, Namjoon resolveu que estava na hora de ir embora, não queria atrapalhar os pais de Hoseok, que dormiam cedo.
- Bem, acho que está na hora de ir! – Namjoon anunciou, levantando-se da mesa –
Os pais de Hoseok assentiram com um sorriso, compreendendo a situação. Sua mãe abraçou Namjoon mais uma vez, e seu pai deu um aperto de mão afetuoso.
- Cuide-se, e não deixe de voltar mais vezes! Foi ótimo ter você aqui. – a mãe de Hoseok disse, seus olhos cheios de carinho –
- Prometo que não vai demorar tanto até a próxima vez… – Namjoon assegurou, agradecendo mais uma vez pela hospitalidade –
Ao saírem da casa, a noite estava serena e estrelada. Hoseok acompanhou Namjoon até o carro estacionado na rua.
- Obrigado por hoje, Hoseok. Foi incrível revê-los! – Namjoon expressou sua gratidão, um sorriso sincero nos lábios –
- Foi maravilhoso mesmo! E obrigado por estar aqui, Namjoon… – Hoseok respondeu, também com um sorriso caloroso –
Eles se abraçaram, selando o reencontro com um gesto de amizade e cumplicidade. Quando se afastaram, Namjoon sabia que estava na hora de partir.
- Até logo, Hoseok! – Namjoon disse, enquanto entrava no carro –
- Até logo, Namjoon… – Hoseok respondeu, assistindo enquanto Namjoon se afastava na noite estrelada –
Capítulo 3
“em quem queria morar
mas não pode
mas não dá.”
O sol brilhava no céu azul enquanto Hoseok e Namjoon pedalavam suas bicicletas pelo caminho que costumavam percorrer quando eram crianças. A sensação do vento no rosto e o cheiro da natureza ao redor os enchiam de nostalgia, e eles conversavam animadamente, relembrando as aventuras do passado.
Após um bom tempo de pedalada, eles decidiram parar para descansar em um banco com vista para um lago pitoresco. Respiraram fundo e observaram a paisagem serena.
- Sabe, Hoseok, fazia muito tempo que não nos divertíamos assim. – Namjoon comentou, olhando para o amigo com um sorriso –
- Verdade, Namjoon… Foi uma ótima ideia reviver essa tradição! – Hoseok concordou, igualmente sorridente –
Enquanto eles aproveitavam o momento de relaxamento, o celular de Hoseok tocou. Ele pegou o aparelho e viu que era uma chamada de vídeo de Kyung-ho, o homem que ele estava conhecendo melhor recentemente.
- Desculpe, Namjoon, preciso atender! – Hoseok disse, levantando o celular e atendendo a chamada –
Kyung-ho apareceu na tela com um sorriso caloroso.
- Oi, Hoseok. E aí, o que está fazendo? Parece que está se divertindo!
- Oi, Kyung-ho… Estou com um amigo meu de infância, o Namjoon. Namjoon, este é Kyung-ho. – Hoseok apresentou os dois –
Namjoon acenou com um cumprimento, mas algo dentro dele se agitou quando viu o sorriso de Kyung-ho e a maneira como ele e Hoseok interagiam.
- Prazer em conhecer você, Namjoon… – Kyung-ho cumprimentou educadamente –
- Igualmente… – Namjoon respondeu, tentando ocultar qualquer traço de desconforto –
A conversa entre os três continuou, mas Namjoon não pôde deixar de sentir um leve ciúmes ao ver o entusiasmo de Hoseok com Kyung-ho. Eles estavam apenas começando a se reencontrar, mas sentimentos antigos e novos estavam se misturando, criando um turbilhão de emoções.
- Que dia você volta mesmo? Vou tentar buscar você na estação…
- No próximo domingo! – Hoseok sentiu as bochechas queimarem quando ouviu Kyung-ho dizendo que o buscaria –
Namjoon tossiu discretamente, tentando chamar a atenção de Hoseok. Ele queria que a chamada terminasse logo.
- Kyung-ho, acho que precisamos encerrar agora. Está ficando tarde, e ainda temos um longo caminho de volta! – Namjoon interrompeu, forçando um sorriso –
Kyung-ho pareceu entender o recado e concordou.
- Claro, entendo. Tenham um bom passeio, pessoal. Vejo você no domingo,
Hoseokie!
Hoseok desligou a chamada depois de se despedir carinhosamente de Kyung-ho, e o clima entre ele e Namjoon parecia carregado de tensão. Eles sabiam que havia muito para conversar, mas por enquanto, continuariam a pedalar, mantendo seus pensamentos para si mesmos.
Já na cidade, antes que Namjoon pedalasse de volta para sua casa ele perguntou:
- É ele? – os dois pararam finalmente na porta da casa de Hoseok –
- Quem? E o que exatamente? – Hoseok pareceu confuso –
Namjoon abaixou a cabeça, sem jeito…
- A pessoa que você disse que estava conhecendo… é o Kyung-ho?
Hoseok olhou para Namjoon, surpreso pela pergunta.
- Sim, é o Kyung-ho. – Hoseok confirmou, sem perceber a tensão no ar. – Ele é um cara muito legal e estamos nos conhecendo melhor…
Namjoon assentiu, tentando esconder os sentimentos conflitantes que o consumiam. A conversa estava ficando cada vez mais complicada, mas ele não podia evitar a curiosidade.
- Fico feliz por você, Hoseok… – Namjoon forçou um sorriso – Ele parece realmente ser um cara bacana!
Hoseok sorriu e agradeceu, sem perceber que a pergunta de Namjoon não era apenas casual. Ambos tinham muito a explorar em relação aos seus sentimentos e à complexidade de suas vidas.
***
O jantar na casa dos pais de Hoseok foi um momento de reunião calorosa e alegria. Os pais de Hoseok, juntamente com os de Namjoon, compartilharam histórias, risadas e lembranças de quando os dois amigos eram crianças.
Enquanto todos saboreavam uma deliciosa refeição caseira, os pais de Hoseok estavam encantados com a presença de Namjoon. Sentiam falta dele tanto quanto Hoseok, e a alegria do reencontro era evidente.
Após o jantar, enquanto a mesa era preparada para a sobremesa, Namjoon e Hoseok saíram para a varanda para aproveitar a brisa suave da noite. Eles caminharam até o guarda-corpo e observaram as estrelas no céu.
- Obrigado por este jantar maravilhoso, Hoseok! Seus pais como sempre, adoráveis! – Namjoon comentou, rompendo o silêncio –
- Fico feliz que você tenha gostado! Eles também adoraram ter você aqui… Tenho certeza! – Hoseok respondeu, sorrindo –
Depois de um momento, Namjoon suspirou e decidiu que era hora de enfrentar as questões que o atormentavam há muito tempo…
- Hoseok, acho que precisamos conversar sobre o nosso afastamento. – Namjoon começou, sua voz repleta de sinceridade –
Hoseok se virou para ele, olhando-o atentamente.
- Foi difícil para mim, Hoseok. Eu estava tão confuso naquela época, sobre quem eu era e o que eu queria. Eu não conseguia lidar com meus próprios sentimentos, e achei que fugir era a melhor opção!
Hoseok assentiu, compreendendo o que Namjoon estava dizendo. A expressão em seu rosto era uma mistura de alívio e tristeza.
- Eu nunca quis que nos afastássemos daquele jeito, Hoseok. Eu só não sabia como enfrentar a confusão dentro de mim naquela época… – Namjoon continuou, desabafando anos de segredos –
Hoseok olhou nos olhos de Namjoon, entendendo a dor que ele carregava.
- Eu não fazia ideia de que você estava passando por isso na época!Eu só queria que soubesse que sempre estive aqui para você… mas hoje as coisas são muito diferentes não é? Para mim e para você… – Hoseok disse, sua voz carregada de sinceridade –
Namjoon assentiu, ainda lutando para expressar seus sentimentos confusos.
- Sim, as coisas são muito diferentes agora, Hoseok. – ele murmurou, olhando para o chão –
- Namjoon, acho que esta não é a hora certa para termos essa conversa. Eu tenho o Kyung-ho na minha vida agora, e estou feliz assim. Nós dois precisamos seguir em frente e manter nossa amizade, que é tão importante para ambos. Se tentarmos forçar algo mais, só nos machucaremos, especialmente eu, que já sofri muito por causa disso.
Namjoon suspirou, compreendendo o que Hoseok estava dizendo.
- Você está certo, Hoseok. Talvez seja melhor deixar o passado no passado e nos concentrar no presente. Nossa amizade significa muito para mim, e eu não quero perdê-la de novo.
Hoseok sorriu, aliviado por ver a compreensão nos olhos de Namjoon.
- Fico feliz que pense assim. Agora, vamos voltar para dentro e curtir a sobremesa com os meus pais. Afinal, a amizade entre nós é o que importa…
Namjoon concordou, e os dois amigos voltaram para a casa, mantendo a esperança de que, com o tempo, as coisas se ajeitariam entre eles e que sua amizade permaneceria forte, mesmo diante das complexidades do passado e do presente.
***
“Namjoon se encontrava em um campo verde e vasto, onde passara inúmeras tardes de sua infância com Hoseok. O sol brilhava no céu azul e uma brisa suave balançava as árvores ao redor. Namjoon olhou ao redor, percebendo que estava sozinho no campo. Ele caminhou até um local onde costumavam se sentar juntos e viu Hoseok de pé ali, com o sorriso caloroso de sempre no rosto. Hoseok olhou para Namjoon e estendeu a mão, convidando-o para se juntar a ele. Namjoon se aproximou, sentindo seu coração acelerar. Eles estavam sozinhos, como costumavam estar quando eram crianças. Enquanto conversavam e riam, a proximidade entre eles era palpável. Namjoon olhou nos olhos de Hoseok, sentindo uma atração intensa. Ele se aproximou lentamente, e seus lábios se encontraram em um beijo suave e cheio de emoção. O beijo foi doce e significativo, como se todos os sentimentos reprimidos estivessem finalmente sendo liberados. No entanto, no meio do beijo, Kyung-ho apareceu de repente, interrompendo o momento íntimo. Hoseok se afastou rapidamente de Namjoon, olhando de um para o outro com uma expressão preocupada. – Hoseok, precisamos ir! – Kyung-ho disse, agarrando o braço de Hoseok. Hoseok olhou para Namjoon com tristeza nos olhos e se afastou, seguindo Kyung-ho enquanto ele o puxava. Namjoon ficou parado no campo, assistindo enquanto Hoseok se afastava, sentindo-se confuso e desamparado.”
O sonho de Namjoon se dissipou, deixando-o acordado e cheio de emoções conflitantes. O que aquilo significava? E o que ele deveria fazer com esses sentimentos reprimidos que o assombravam desde a juventude?
Capítulo 4
“Mas nada disso impede que você continue aqui, nas pontas dos meus dedos que ainda escrevem compulsivamente sobre você e ainda te sentem, na mente que te acolhe e às vezes falha. E no coração que te abriga dos trovões que minha insanidade vezes ou outra te lança.”
“Se você pode levar um amigo? Claro que pode!” foi o que Hoseok respondeu quando a mensagem de Namjoon chegou em seu
kakao. Kyung-ho percebeu o sorriso crescendo nos lábios de Hoseok e então os dois se encararam.
- Boas notícias aí no celular? – Kyung-ho perguntou –
- Não! É só o Namjoon me perguntando se pode levar um amigo para a festa surpresa do Suga hoje!
- Ah, ele foi convidado? – Kyung-ho se levantou assim que terminou de levar o copo de café aos lábios –
- Eu o chamei! Claro que perguntei para a Soo-min se podia convidá-lo antes! Acredito que ele quer levar um amigo para não se sentir deslocado, já que ele só conhece a mim…
- Porque mesmo vocês dois se afastaram?
Foi a vez de Hoseok se levantar e então engolir seco. Kyung-ho sabia da existência de Namjoon desde que os dois haviam começado a sair juntos, mas Hoseok nunca havia detalhado muito sobre a convivência intensa dos dois, nem sobre o porque ele achava que Namjoon poderia ter se afastado e muito menos sobre a paixão que Hoseok nutriu por ele.
- A vida foi afastando a gente! – deu de ombros –
Resolveu que naquele momento, aquela era a melhor resposta. Os dois então caminharam de volta para suas salas, em silêncio.
***
- Você não acha que vai ficar um climão entre vocês três? – Jimin perguntou enquanto encarava discretamente Kyung-ho –
- Porque ficaria? – Hoseok riu – O Kyung-ho não sabe de nada!
- Você até hoje não contou para ele que já foi apaixonado pelo tal Namjoon?
Jungkook questionou arregalando seus grandes olhos de jabuticaba.
- Precisa mesmo? Não tem a menor necessidade!
- Não tinha necessidade quando você e o Namjoon ainda estavam afastados e nem sonhavam em reatar a amizade! Agora? Eu acho que precisa sim!
- Já se colocou no lugar dele?
Hoseok bufou alto enquanto encarava o casal de amigos. Será que eles tinham razão? Kyung-ho e Taehyung se aproximaram deles e então o mais alto abraçou Hoseok pela cintura.
Enquanto Hoseok, Kyung-ho, Jimin, Jungkook e Taehyung conversavam animadamente, as risadas e vozes preenchiam o ambiente festivo. A casa estava decorada com detalhes encantadores, e todos estavam ansiosos pela chegada de Suga e a surpresa que prepararam para ele.
No meio da conversa animada, uma movimentação à porta chamou a atenção de todos. O som da campainha ecoou na sala, interrompendo momentaneamente as risadas. Hoseok virou-se para a porta, e seus olhos se encontraram com os de Namjoon, que estava ali, de pé, segurando um presente com um sorriso meio tímido.
- Olá, pessoal! – Namjoon cumprimentou, tentando não demonstrar a ansiedade que sentia –
- Namjoon! Que bom que você veio! – Hoseok respondeu, forçando um sorriso caloroso. Kyung-ho, ao lado de Hoseok, olhou para Namjoon com um aceno amigável –
- Estávamos esperando por você! – Jimin disse, tentando dissipar qualquer desconforto que pairasse no ar – Finalmente vamos conhecer o famoso Namjoon!
Namjoon e Hoseok se abraçaram de maneira amigável, tentando dissolver um pouco da tensão que pairava no ar. Hoseok, então, apresentou Namjoon aos seus amigos animadamente.
- Pessoal, esse é Namjoon, um grande amigo meu de longa data! Namjoon, esses são Jimin, Jungkook e Taehyung, e você já conhece Kyung-ho! – Hoseok fez as apresentações, tentando manter a naturalidade na voz –
- Oi, Namjoon! Prazer em finalmente te conhecer! – disse Jimin, estendendo a mão –
- E aí! – Jungkook cumprimentou com um aceno de cabeça –
- Olá, Namjoon! – Taehyung sorriu –
Kyung-ho também cumprimentou Namjoon com um sorriso amigável. O grupo continuou a conversa, tentando envolver Namjoon nas brincadeiras e risadas. A atmosfera começou a relaxar, e a festa seguia seu curso, com todos aproveitando o momento.
Enquanto a festa prosseguia, Seokjin, amigo de Namjoon, chegou com um sorriso caloroso, cumprimentando todos com entusiasmo.
- E aí, pessoal! Desculpe a demora, mas parece que cheguei no momento certo da diversão! – Seokjin brincou, recebendo sorrisos e cumprimentos em resposta –
- Pessoal, esse é Seokjin, um grande amigo meu! Seokjin, você já conhece Hoseok, claro, e esses são Jimin, Jungkook, Taehyung, e Kyung-ho! – Namjoon fez as apresentações enquanto todos acenavam ou cumprimentavam Seokjin.
- Namjoon já falou bastante sobre você Hoseok!. Estou feliz por finalmente conhecer o pessoal desse lado da história! – Seokjin disse com um sorriso amigável, sentindo-se bem-vindo –
A atmosfera da festa continuou descontraída, e a adição de Seokjin ao grupo trouxe ainda mais diversão à celebração. O som da música e as risadas continuavam a preencher o ambiente.
O som da campainha tocou, interrompendo as conversas animadas na sala. Todos se viraram para a porta, ansiosos pela chegada de Suga. Soo-Min, ciente da surpresa que aguardava seu namorado, apressou-se em abrir a porta.
Ao entrar, Suga foi recebido por um coro de
“Surpresa!” e o brilho do confete no ar. Seu rosto iluminou-se de surpresa e felicidade ao ver todos os amigos ali reunidos para celebrar o seu dia especial.
- Uau, isso é incrível! – Suga exclamou, ainda processando a surpresa –
Ele caminhou pelo ambiente, cumprimentando e abraçando cada amigo. Soo-Min observava com alegria a reação de seu namorado.
A atmosfera festiva tomou conta da casa, com risadas, abraços e mensagens calorosas de parabéns. A decoração caprichada e a presença dos amigos fizeram da surpresa um sucesso.
Suga foi apresentado a Namjoon e Seokjin estavam. Namjoon, com um sorriso caloroso, entregou seu presente.
Os cumprimentos foram trocados, e a conversa fluiu de maneira descontraída. Enquanto Suga interagia com os amigos, agradeceu a todos por terem feito parte da surpresa.
Mais tarde, quando a festa estava em seu auge, Suga guiou Soo-Min para um canto mais tranquilo da casa. Ali, entre sorrisos e cumplicidade, ele a abraçou e agradeceu por toda a surpresa, selando o momento com um beijo apaixonado. Ficaram ali, curtindo o carinho e a companhia um do outro em meio à alegria da festa ao redor.
***
Hoseok, apaixonado por fotografia, sentiu uma vontade irresistível de capturar os momentos especiais da festa. Ele se afastou um pouco do grupo e foi até onde havia deixado sua câmera. Com um brilho nos olhos, começou a registrar os sorrisos, as risadas e as expressões felizes de seus amigos.
A luz da festa proporcionava um ambiente perfeito para suas fotos. Ele focou nas interações animadas, nas decorações coloridas e nos detalhes encantadores ao redor. Cada clique da câmera era um esforço para congelar a felicidade daquela noite e eternizar os momentos compartilhados.
Hoseok se sentia no seu elemento, perdido na arte da fotografia, enquanto capturava a alegria que transbordava naquela festa surpresa. Seu amor pela imagem se manifestava em cada fotografia, transformando a celebração em memórias visuais que seriam apreciadas por muito tempo.
Os amigos perceberam o entusiasmo de Hoseok com sua câmera, e um a um começaram a se aproximar, ansiosos para posar para suas fotos. Jimin, Jungkook, Taehyung e Kyung-ho faziam poses engraçadas, enquanto Seokjin sorria para a câmera com sua presença carismática. Todos queriam participar da captura dos momentos alegres daquela noite.
No entanto, Namjoon permanecia mais tímido, evitando a câmera sempre que possível. Ele se esquivava das tentativas de Hoseok de registrar seu sorriso, parecendo desconfortável com a ideia de ser o foco da lente. No entanto, seus olhos observavam Hoseok com um brilho especial, capturando cada movimento do amigo com uma mistura de nostalgia e admiração.
Enquanto os amigos se divertiam posando para as fotos, Hoseok percebeu Namjoon sentado no degrau da cozinha, observando-o silenciosamente. Os olhares se encontraram, e Hoseok sorriu, capturando aquele momento através de sua câmera. Havia algo especial na maneira como Namjoon o observava, algo que despertava sentimentos antigos que ainda flutuavam no ar daquela festa surpresa.
Hoseok se aproximou do degrau onde Namjoon estava sentado, e com um sorriso brincalhão, sentou-se ao seu lado.
- O que está acontecendo, Namjoon? Por que está fugindo das fotos? A câmera não morde, sabe? – Hoseok provocou, tentando dissipar qualquer tensão –
Namjoon riu, meio sem jeito, coçando a parte de trás da cabeça.
- Não é isso, Hoseok. Eu só não sou o melhor modelo, sabe? Prefiro ficar nos bastidores.
Hoseok arqueou uma sobrancelha, desafiando-o com um olhar travesso.
- Ah, sério? Vamos testar isso. Fique bem aqui. – Hoseok posicionou a câmera e começou a fotografar Namjoon de perto –
Namjoon ficou inicialmente sem graça, mas à medida que Hoseok capturava cada detalhe, desde seus olhos até os traços de seu rosto, algo mudou. Ele começou a relaxar, permitindo-se ser o foco daquelas lentes amigáveis.
- Acho que você pode ser um ótimo modelo, Namjoon. Talvez até melhor do que imagina. – Hoseok sorriu, capturando a sinceridade na expressão de Namjoon –
E assim, o clima entre eles começou a se descontrair, pelo menos momentaneamente, enquanto Hoseok continuava a fotografar, registrando não apenas as poses dos amigos, mas também a imagem de Namjoon, agora mais à vontade diante da câmera e da presença calorosa de Hoseok.
***
A atmosfera na festa era descontraída, com todos se dando bem, rindo e aproveitando o momento. Seokjin e Taehyung, mais afastados, mantinham uma conversa animada, enquanto outros amigos interagiam em grupos animados.
Quando chegou a hora dos parabéns, todos se reuniram ao redor do bolo iluminado. Suga, visivelmente emocionado pela surpresa, agradeceu a todos pela presença. Os parabéns foram cantados em meio a risos e aplausos, celebrando mais um ano de vida do aniversariante.
Após os parabéns, a festa continuou animada. Namjoon permanecia observando Hoseok de longe, sua mente cheia de pensamentos. A atmosfera parecia mágica, até que seus olhos se fixaram em Hoseok e Kyung-ho, que trocavam carícias suaves, culminando em um selinho demorado.
A cena atingiu Namjoon como um choque, seu coração batendo descompassado. A realização de que Hoseok havia seguido em frente, encontrando felicidade com outra pessoa, o atingiu em cheio. Uma mistura de emoções invadiu seus pensamentos enquanto ele processava a cena diante dele.
Namjoon tentou disfarçar seus sentimentos, desviando o olhar e tentando se envolver novamente na festa. No entanto, a imagem de Hoseok e Kyung-ho permaneceu em sua mente, deixando-o com uma sensação agridoce de perda e uma profunda reflexão sobre o que o futuro reservava para ele e Hoseok.
Namjoon caminhou até a varanda da casa, acendendo um cigarro para encontrar um momento de tranquilidade. A noite estava estrelada, e o céu aberto proporcionava um ambiente calmo para a reflexão. Pouco depois, Hoseok se aproximou, surpreendido por ver Namjoon fumando.
- Desde quando você fuma? – Hoseok perguntou, uma expressão de surpresa pintando seu rosto –
Namjoon deu uma tragada profunda antes de responder, seu olhar perdido no horizonte.
- Comecei no último semestre da faculdade… as coisas ficaram meio turbulentas, eu precisava de algo para manter a sanidade, ou pelo menos parecer que estava tudo sob controle!
O silêncio pairou entre eles enquanto ambos contemplavam as estrelas. Hoseok, que estava encostado no parapeito, rompeu o silêncio.
- Lembro-me de você amar a lua… costumava chamar você de
moonchild. Você se lembra? – Hoseok sorriu, recordando-se do apelido afetuoso –
Namjoon soltou uma risada leve, lembrando-se claramente do passado.
- Claro que lembro… você era o único que me chamava assim. Acho que sempre soube que a lua tinha um significado especial para mim…
Os dois começaram a relembrar, compartilhando memórias de sua amizade de longa data. Conversaram sobre as noites que passavam juntos, as risadas, as dificuldades da vida adulta, e como o tempo havia moldado quem eram hoje. A atmosfera na varanda tornou-se carregada de nostalgia e sinceridade, proporcionando um momento especial de reconexão entre eles.
Kyung-ho observava Namjoon e Hoseok na varanda de longe, percebendo a atmosfera de nostalgia que envolvia os dois. Jungkook, notando a expressão pensativa de Kyung-ho, colocou gentilmente uma mão em seu ombro.
- Parece que eles têm uma conexão especial, não é? – Jungkook comentou, olhando na mesma direção que Kyung-ho –
Kyung-ho assentiu, mantendo os olhos fixos em Namjoon e Hoseok.
- Namjoon parece ser muito especial para Hoseok… – Kyung-ho disse, sua voz refletindo uma mistura de sentimentos – Pelo que eu entendi, eles têm uma história de amizade longa, é fácil entender essa conexão.
Jungkook deu um sorriso compreensivo, reconhecendo a complexidade das relações entre Namjoon e Hoseok.
- Às vezes, a história entre duas pessoas é mais complicada do que parece. Mas o importante é o que eles escolhem fazer com ela agora.
Kyung-ho concordou, agradecendo a perspectiva de Jungkook enquanto ambos continuavam observando, respeitando a história entre Namjoon e Hoseok.
Namjoon e Hoseok continuavam na varanda, mergulhados em memórias e conversas sobre os amigos presentes na festa.
- Eu não poderia imaginar uma turma melhor para você. Taehyung, Jimin, Jungkook, Suga, Soo-Min… todos são incríveis! – Namjoon expressou seu apreço pelos amigos de Hoseok –
Hoseok sorriu, sentindo-se grato pela presença de todos na sua vida.
- E você, Hoseok? – Namjoon perguntou, curioso –
Hoseok olhou para os amigos, que ainda se divertiam na festa, e depois voltou o olhar para Namjoon.
- Adoro cada um deles, Namjoon! Seokjin é uma pessoa incrível também… Fico feliz em ver que todos estão aqui hoje.
Os dois amigos sorriram, compartilhando a alegria de terem uma noite tão especial com pessoas queridas. A festa continuava, e a conexão entre Namjoon e Hoseok se fortalecia a cada conversa e risada compartilhada.
- Você e o Seokjin se conheceram no curso, não foi?
- Foi! – Namjoon assentiu e então soltou a fumaça presa nos pulmões – Mas ele estava dois períodos na minha frente! Hoje somos sócios…
- Ah! Vocês dividem o estúdio de arquitetura então?
Namjoon assentiu para ele outra vez e então eles voltaram a se encarar.
Namjoon sentiu a pergunta de Hoseok pairar no ar, e por um momento, a tensão voltou. Ele sabia que era uma pergunta importante e que a resposta poderia ter um impacto significativo na dinâmica entre ele e Hoseok.
- Somos amigos, sócios, mas nunca foi nada além disso! – Namjoon respondeu, olhando nos olhos de Hoseok com sinceridade – A amizade entre a gente sempre foi o mais importante, e eu não quero que você pense diferente.
Hoseok assentiu, absorvendo as palavras de Namjoon. Era um alívio ouvir que não havia nada mais entre Namjoon e Seokjin além de uma parceria profissional e amizade. A atmosfera relaxou mais uma vez.
Kyung-ho então, coçou a cabeça enquanto caminhava na direção dos dois.
- Acho que já vou para casa… está ficando tarde! Você vai querer ir comigo?
- Eu posso levar você depois, se quiser! – Namjoon deu de ombros enquanto dava a última tragada no cigarro –
Hoseok sorriu para Kyung-ho e depois olhou para Namjoon antes de responder:
- Na verdade, Kyung-ho, acho que vou ficar um pouco mais. Tudo bem para você?
Kyung-ho, ao ouvir a resposta de Hoseok, sorriu compreensivo.
- Claro, Hobi! Fique à vontade. Eu vou indo então, vocês aproveitem o restante da festa. – ele se despediu de forma amigável, dando um sorriso para Namjoon –
Kyung-ho deu um beijo suave em Hoseok, despedindo-se com um sorriso. Namjoon assentiu com um sorriso amigável, mas por dentro, uma sensação desconfortável começou a se instalar. Namjoon assistiu ao beijo entre Hoseok e Kyung-ho com um sorriso amigável nos lábios, mas por dentro, uma mistura de emoções tumultuava. Uma sensação de desconforto e apreensão começou a se instalar em seu peito. Os gestos carinhosos entre Hoseok e Kyung-ho mexiam com algo profundo dentro de Namjoon, desencadeando uma pontada de incerteza e insegurança. Enquanto tentava disfarçar seus sentimentos sob uma máscara de tranquilidade, o olhar de Namjoon parecia mais distante, e sua expressão refletia um turbilhão de pensamentos. A presença de Kyung-ho na equação trouxe à tona sentimentos confusos, e Namjoon se viu preso entre o passado e o presente, sem saber ao certo como lidar com essa nova realidade.
- Nos vemos depois então. Tenham uma ótima noite! – Kyung-ho disse antes de se afastar –
Hoseok e Namjoon ficaram ali, assistindo Kyung-ho se afastar, e uma atmosfera estranha pairou entre eles. Hoseok tentou dissipar a tensão:
- Vamos aproveitar o resto da festa, Namjoon! – Hoseok sugeriu, tentando restaurar a descontração que tinham antes –
Hoseok ergueu a mão na direção de Namjoon, e este aceitou o gesto. Os dois começaram a caminhar juntos de volta para dentro da casa, deixando para trás o vazio momentâneo deixado pela partida de Kyung-ho. Apesar da tensão anterior, Hoseok tentou retomar o clima descontraído que tinham antes, como se quisesse dissipar qualquer resquício de desconforto.
Ao adentrarem novamente a casa, o som da música, as risadas dos amigos e as luzes coloridas da festa preencheram o ambiente. Hoseok e Namjoon se deixaram levar pela energia festiva, mas a sombra do beijo entre Hoseok e Kyung-ho ainda pairava, criando uma espécie de nuvem silenciosa entre os dois amigos.
Namjoon e Hoseok observaram Taehyung e Seokjin, que estavam sentados no sofá, conversando animadamente ao pé do ouvido. As risadas deles preenchiam o ambiente, criando uma cena descontraída.
- Parece que o Taehyung e o Seokjin estão se dando muito bem, não é? – Hoseok comentou, tentando desviar um pouco o foco da situação anterior –
Namjoon concordou com um aceno de cabeça, mas sua mente ainda estava ocupada com as imagens do beijo entre Hoseok e Kyung-ho. Ele forçou um sorriso e tentou manter a conversa leve:
- É verdade! Parece que o Taehyung e o Seokjin são amigos de longa data… Nem parece que acabaram de se conhecer.
Hoseok riu, concordando com Namjoon.
- O Taehyung é bissexual… então, se ele parecer interessado, é normal!
- Já o Seokjin sempre deixou claro que sua sexualidade é algo aberto.
Enquanto observavam a interação descontraída entre Taehyung e Seokjin, Namjoon tentou desviar sua atenção das imagens que ainda rondavam sua mente, focando na conversa com Hoseok.
A noite avançou com Hoseok e Namjoon interagindo com os outros convidados da festa. A atmosfera festiva parecia ter retornado, e os amigos se envolveram em conversas animadas, risadas e brincadeiras. Hoseok pegou novamente sua câmera, capturando momentos especiais da festa, enquanto Namjoon tentava se integrar ao grupo.
Taehyung e Seokjin continuaram sua animada conversa, e o clima entre eles era leve e amigável. Suga, o aniversariante, aproveitava o carinho e os votos de felicidade dos amigos. A música animada e os risos preenchiam o ambiente, criando uma atmosfera acolhedora.
A festa prosseguiu com todos aproveitando a companhia uns dos outros. Hoseok, com sua paixão pela fotografia, capturava não apenas imagens, mas também memórias preciosas daquela noite especial. Enquanto isso, Namjoon, aos poucos, se permitia relaxar e aproveitar a festividade ao lado de Hoseok e dos outros amigos.
A noite culminou em momentos divertidos, risadas compartilhadas e uma sensação de alegria entre todos. À medida que a festa se aproximava do fim, Namjoon e Hoseok, apesar dos altos e baixos emocionais, perceberam o valor da amizade reencontrada e a importância de celebrar a vida com as pessoas queridas.
***
Namjoon dirigiu pela cidade enquanto o silêncio pairava no carro. A atmosfera era carregada de uma tensão palpável, como se ambos estivessem carregando um fardo de emoções não expressas. Finalmente, Namjoon decidiu quebrar o silêncio:
- Hoseok, eu tenho pensado muito… sobre nós, sobre mim mesmo. Às vezes, sinto que é tarde demais para entender ou me permitir sentir certas coisas. Mas… é tarde para eu me descobrir? Para me deixar levar pelo que sinto?
Hoseok, olhando para fora da janela, pensou por um momento antes de responder, sua voz suave quebrando o silêncio:
- Namjoon, nunca é tarde para se descobrir ou se redescobrir. A jornada de autodescoberta é única para cada um de nós, e todos nós merecemos a chance de entender nossos próprios sentimentos…
Um breve silêncio seguiu-se às palavras de Hoseok, preenchido apenas pelo som suave do motor do carro. Quando chegaram à casa de Hoseok, o ambiente se tornou tenso mais uma vez. Namjoon estacionou o carro, e ambos permaneceram lá por um momento, como se relutantes em encarar o próximo passo.
Ao se despedirem, o clima entre eles mudou. A proximidade quase inevitável, a tensão que havia sido contida durante toda a noite, estava prestes a se manifestar. Os olhares se encontraram, e por um instante, o mundo ao redor parecia desaparecer.
Quase instintivamente, Namjoon se aproximou de Hoseok, quase se permitindo mergulhar em algo mais profundo. No entanto, Hoseok recuou sutilmente, uma expressão séria em seu rosto.
- Namjoon, eu… – Hoseok hesitou por um momento – Eu não posso…
O nome de Kyung-ho pairou no ar não dito, mas compreendido. Hoseok se afastou, interrompendo o quase-beijo antes que pudesse se concretizar.
- Acho que é melhor eu ir. – Hoseok quebrou o silêncio, desviando o olhar e abrindo a porta do carro. – Boa noite, Namjoon!
E assim, com as palavras de despedida deixadas no ar, Hoseok se afastou, deixando Namjoon para enfrentar os ecos de uma noite repleta de emoções não resolvidas.
Capítulo 5
“Um band-aid no coração, um sorriso nos lábios – e tudo bem.”
- O que você acha que pode ser? Só a desidratação mesmo?
Ele escorou na bancada enquanto encarava Sherlock dentro da casinha de vidro deitado tomando soro.
- Provavelmente sim Hoseok! Você precisa deixar as vasilhas de água dele em lugares visíveis! Porque provavelmente a desidratação do Sherlock tem haver com a idade! Ele já está velho, e bom, temos a suspeita da insuficiência renal que comentei com você! Essas condições costumam fazer com que o animal beba mais água, no entanto, isso geralmente é insuficiente para compensar o grande volume de fluido que ele está perdendo. A desidratação dele pode ter haver com isso!
Hoseok fechou os olhos com força e então Kyung-ho lhe apertou os ombros, tentando acalmá-lo. Sherlock estava com ele há mais de nove anos, e agora a velhice havia chegado para o pequeno cachorro. Durante muitos anos Sherlock havia sido o companheiro e ombro amigo de Hoseok, especialmente quando Namjoon foi embora, deixando Hoseok sozinho com o cãozinho. Será que Namjoon ainda se lembrava dele?
Hoseok se aproximou do companheiro na casinha de vidro, e o observou dormir. Jungkook continuou explicando os cuidados adicionais que Sherlock precisaria enquanto Hoseok ouvia atentamente, o coração apertado pela preocupação com seu fiel amigo.
- Lembre-se de dar os medicamentos conforme a prescrição Hoseok. E se notar qualquer mudança no comportamento dele, mesmo que pareça pequena, não hesite em me chamar. Vamos manter um olhar atento, e vocês dois, Hoseok e Kyung-ho, devem trabalhar juntos para garantir o conforto e bem-estar do Sherlock.
Hoseok assentiu, tentando absorver todas as informações. Kyung-ho permanecia ao seu lado, segurando sua mão para transmitir apoio silencioso.
- Não hesite em ligar, a qualquer hora do dia ou da noite. – disse Jungkook – Assim que eu tiver o resultado dos exames eu aviso! Vou só atender outro paciente e venho liberar o Sherlock!
Hoseok agradeceu, e após a breve orientação, Jungkook se despediu, deixando Hoseok e Kyung-ho a sós na sala, com Sherlock ainda descansando na casinha de vidro.
- Vamos cuidar dele juntos, Hobi. Ele vai ficar bem! – Kyung-ho tentou tranquilizar Hoseok, acariciando seu cabelo com carinho –
Os dois ficaram ali, lado a lado, observando Sherlock enquanto absorviam a responsabilidade que tinham pela frente. O cãozinho, mesmo adormecido, representava uma parte significativa da vida de Hoseok, e o temor de perdê-lo pairava no ar.
- Eu sei, Kyung-ho. Só não quero que ele sofra! – Hoseok confessou, seus olhos fixos no companheiro canino –
Kyung-ho apertou a mão de Hoseok com ternura, reafirmando seu compromisso de estar ao lado dele, não apenas nos momentos felizes, mas também nos desafios difíceis.
- Nós faremos o nosso melhor, Hobi. Vamos dar todo o amor e cuidado que o Sherlock precisa.
***
De volta a casa, Hoseok e Kyung-ho se dedicaram aos cuidados de Sherlock, garantindo que ele se sentisse confortável. Kyung-ho mostrou-se prestativo, ajudando Hoseok a administrar os medicamentos e proporcionando companhia ao pequeno cão.
Por volta das oito e meia da noite, Kyung-ho se preparou para ir para casa, sabendo que Hoseok precisava de um tempo a sós com Sherlock. Antes de sair, ele dirigiu palavras de apoio a Hoseok:
- Qualquer coisa, Hobi, me ligue, certo? Vamos cuidar bem dele juntos.
Hoseok sorriu agradecido, reconhecendo o suporte que Kyung-ho oferecia. Após a despedida, Hoseok se viu sozinho com Sherlock, que ainda mostrava sinais de debilidade.
Ao longo da noite, Hoseok permaneceu ao lado de Sherlock, proporcionando o conforto necessário. Enquanto cuidava de seu fiel companheiro, uma preocupação persistente começou a surgir em sua mente. Lembranças de tempos passados, quando Namjoon e Sherlock eram parte essencial de sua vida, ecoavam em sua mente.
Por volta das nove horas, após algum tempo hesitante, Hoseok decidiu enviar uma mensagem para Namjoon, perguntando delicadamente:
“Namjoon, você se lembra do Sherlock? Ele não está bem, e eu estava pensando se você gostaria de passar para vê-lo. Acho que ele sentiria sua presença…” Após a mensagem ser enviada, Hoseok aguardou ansiosamente por uma resposta, seu coração dividido entre a esperança de uma visita reconfortante e as incertezas do passado.
Namjoon recebeu a mensagem de Hoseok e, ao ler sobre o estado de Sherlock, uma onda de memórias inundou sua mente. Lembranças de dias mais simples, onde Sherlock era um elo afetuoso entre eles, ressurgiram com nitidez.
Ele digitou sua resposta com um misto de nostalgia e preocupação:
“Claro, Hoseok. Lembro-me bem do Sherlock. Sinto muito ouvir que ele não está bem. Vou passar aí para vê-lo. Dê um abraço nele por mim até eu chegar.” A resposta refletia a disposição de Namjoon em reencontrar não apenas o cãozinho, mas também um pedaço de seu passado que estava ligado a Hoseok. O gesto de solidariedade poderia ser o início de mais uma reaproximação entre velhos amigos e, quem sabe, uma chance de curar antigas feridas.
Hoseok estava na cozinha, preparando algo simples para ele e Namjoon comerem. A atmosfera na casa era tranquila, com o suave aroma da comida pairando no ar. Ele queria que fosse um momento agradável, onde pudessem compartilhar não apenas a refeição, mas também a companhia um do outro.
Quando tudo estava pronto, Hoseok ouviu o interfone do apartamento tocar, era o porteiro anunciando Namjoon. Quando ele ouviu as batidas na porta caminhou até a entrada, sorrindo ao ver Namjoon ali, pronto para compartilhar aquele momento.
- Oi, Namjoon! Que bom que você veio. Entre, por favor. – Hoseok cumprimentou, gestando em direção à sala de jantar –
Namjoon sorriu em resposta, sentindo-se grato pela oportunidade de estar ali.
- Oi, Hoseok. Cheirou tão bem lá fora que não pude resistir… O que você preparou?
Eles se dirigiram à mesa, e Hoseok explicou o que havia preparado, enquanto a conversa fluía de maneira leve e descontraída. A refeição não era apenas sobre a comida, mas sobre compartilhar esse momento juntos, uma oportunidade de construir novas memórias e desfazer um pouco das distâncias que o tempo havia criado entre eles.
Enquanto saboreavam a refeição, Namjoon olhou ao redor da casa de Hoseok, notando a ausência do pequeno Sherlock, que costumava ser uma presença constante.
- Onde está o Sherlock? – Namjoon perguntou, curioso –
Hoseok sorriu suavemente, explicando:
- Ele está deitado, tirando um cochilo agora. As medicações são fortes, e eu preferi deixá-lo descansar um pouco.
Namjoon, mostrando interesse, perguntou:
Hoseok suspirou antes de responder:
- Provavelmente uma desidratação grave devido a uma insuficiência renal. Ele está comigo há tantos anos, e a velhice chegou para ele…
Namjoon, surpreso, comentou:
- Eu achava que Sherlock já tinha partido por causa da idade. Mas que bom que ele ainda está vivo Hoseok!
A conversa entre eles continuou, explorando as lembranças e as mudanças ao longo dos anos.
Sherlock acordou bem naquele momento, levantando-se da sua posição de descanso. Seus olhos brilharam quando ele percebeu a presença de alguém familiar. Com o faro aguçado, ele seguiu em direção a Namjoon e, ao chegar perto, farejou-o com entusiasmo, abanando o rabo animadamente.
Hoseok sorriu ao ver a reação de Sherlock.
- Parece que ele lembra de você, Namjoon. Ele sempre foi bom com rostos familiares.
Sherlock expressava claramente sua felicidade, movendo-se ao redor de Namjoon e esfregando o focinho nas pernas dele. A cena era reconfortante, e Hoseok observava, feliz por ver seu querido cão reconhecendo e acolhendo a presença de Namjoon.
Namjoon sentiu uma emoção genuína ao perceber que Sherlock ainda o reconhecia. Ele se abaixou, sentando-se no chão para ficar mais próximo do cãozinho animado. Sherlock, por sua vez, não escondia a alegria, pulando e movendo-se ao redor de Namjoon com uma energia contagiante.
- Incrível como ele ainda se lembra de mim, mesmo após tanto tempo… – Namjoon murmurou, acariciando suavemente o pelo de Sherlock –
Hoseok observava a cena com um sorriso, contente por ver a conexão entre Namjoon e Sherlock se reafirmando. Aquele momento simples, com o cãozinho feliz e Namjoon emocionado, trouxe uma nova dimensão à reunião deles, reacendendo memórias antigas e sentimentos de afeto compartilhados.
Enquanto Hoseok cuidava das louças na cozinha, Namjoon se divertia com Sherlock no tapete da sala. O cãozinho, cheio de energia e alegria, brincava animadamente com Namjoon. O som das risadas do arquiteto preenchia o ambiente, criando uma atmosfera leve e descontraída.
Hoseok, ao observar os dois, não pôde deixar de sorrir. Era reconfortante ver Namjoon tão à vontade com Sherlock, e a interação entre eles trazia uma sensação de familiaridade e nostalgia. De vez em quando, Hoseok parava suas tarefas na cozinha para admirar a cena adorável de Namjoon e Sherlock se divertindo juntos. Era um momento simples, mas cheio de significado para todos ali presentes.
Conforme a noite avançava, Namjoon continuava brincando e interagindo com Sherlock, enquanto Hoseok concluía suas tarefas na cozinha. A presença do pequeno cão reacendeu memórias e emoções para ambos os amigos, criando uma conexão especial entre eles.
Quando Hoseok voltou para a sala, notou o sorriso nos rostos de Namjoon e Sherlock. Era evidente que a presença do animalzinho estava trazendo alegria ao ambiente. Os três compartilharam alguns momentos descontraídos, criando uma atmosfera acolhedora.
À medida que a noite progredia, Namjoon e Hoseok trocaram histórias e risadas, relembrando o passado e compartilhando detalhes do presente. Sherlock, por sua vez, aproveitava a atenção e carinho que recebia de ambos.
A noite se desenrolava de maneira tranquila, com a presença de Sherlock servindo como um elo entre Namjoon e Hoseok, que estavam determinados a aproveitar o tempo juntos. A cada instante compartilhado, a amizade entre eles se fortalecia, construindo novas memórias para serem guardadas no coração.
Namjoon auxiliou Hoseok na tarefa delicada de administrar a medicação de Sherlock. Ambos estavam concentrados em garantir o bem-estar do pequeno cão.
Enquanto cuidavam de Sherlock, o celular de Hoseok tocou, indicando uma chamada de Jungkook. Ao atender, Jungkook compartilhou os resultados dos exames veterinários:
- Hoseok hyung, recebi os resultados dos exames do Sherlock! Infelizmente, a suspeita se confirmou… Ele está com insuficiência renal.
Um silêncio pesado pairou no ar enquanto a notícia era absorvida. Hoseok olhou para Namjoon, compartilhando a preocupação nos olhares.
- O que podemos fazer, Jungkook? – perguntou Hoseok, buscando orientação –
Jungkook forneceu informações sobre o tratamento, a dieta específica e as medidas necessárias para garantir o conforto de Sherlock. Namjoon permaneceu ao lado de Hoseok, oferecendo apoio silencioso enquanto eles absorviam a realidade do diagnóstico. A notícia trouxe uma sombra de tristeza, mas também uma determinação em enfrentar o desafio juntos.
***
Namjoon começou a se levantar, pronto para se despedir e deixar Hoseok e Sherlock. No entanto, ao se mover, Sherlock pareceu perceber a partida iminente de Namjoon.
O pequeno cão começou a latir, chorar e até mesmo a morder a barra da calça de moletom de Namjoon, como se estivesse protestando contra sua saída. A expressão nos olhos de Sherlock era de pura aflição, como se não quisesse que Namjoon fosse embora.
Hoseok olhou a cena com surpresa, e Namjoon, comovido pela reação do cãozinho, hesitou em continuar indo embora. Ele se abaixou para acariciar Sherlock, tentando acalmá-lo, mas o cãozinho continuava agitado.
- Parece que alguém não quer que eu vá, não é? – Namjoon sorriu para Sherlock, acariciando suas orelhinhas –
Sherlock, por sua vez, continuou a expressar seu descontentamento com latidos e choros, como se estivesse implorando para que Namjoon ficasse. Namjoon olhou para Hoseok, e então para o cãozinho que parecia tão apegado a ele naquele momento.
- Acho que vou ficar mais um pouco até ele se acalmar e dormir. – Namjoon decidiu, sentando-se novamente ao lado de Sherlock.
Hoseok agradeceu com um sorriso, reconhecendo o gesto gentil de Namjoon. Enquanto o cãozinho gradualmente se acalmava, eles passaram mais tempo juntos, compartilhando momentos tranquilos até que Sherlock, finalmente, adormeceu.
Hoseok caminhou até a porta ao lado de Namjoon, que se preparava para ir embora após o inesperado momento emocional com Sherlock. Ao chegarem à porta, Hoseok olhou nos olhos de Namjoon, expressando gratidão.
- Muito obrigado por ficar mais um pouco. Sherlock ficou tão feliz, e eu também! – Hoseok disse sinceramente, segurando os braços de Namjoon –
Namjoon sorriu, sentindo a emoção que permeava o momento. Ele correspondeu ao abraço de Hoseok com carinho.
- Não precisa agradecer. Fiquei feliz em passar esse tempo com vocês. – Namjoon respondeu, retribuindo o abraço com uma força reconfortante –
Eles permaneceram abraçados por mais alguns instantes, compartilhando um momento de conexão genuína. Era como se aquele abraço carregasse não apenas a gratidão pela presença de Namjoon, mas também uma espécie de reconhecimento de algo que, por muito tempo, ficou suspenso no ar entre eles.
- Cuide bem do Sherlock, e qualquer coisa, pode me chamar, ok? – Namjoon disse ao se afastarem do abraço –
Hoseok assentiu, sorrindo, enquanto abria a porta para Namjoon.
- Pode deixar, eu vou cuidar dele. E, novamente, obrigado por hoje. – Hoseok expressou sua gratidão outra vez antes de se despedirem –
Namjoon deu um último sorriso antes de sair pela porta, deixando Hoseok com um coração cheio de emoções e lembranças reconfortantes.
Capítulo 6
“as pessoas vão dizer que você é uma galáxia
e fazer infinitas metáforas sobre colisões
mas a verdade é que você é um universo inteiro
você não precisa se colidir com nada nem alguém para existir”
Kyung-ho olhava para ele, incerto se deveria ou não continuar aquela conversa. Mas talvez fosse melhor os dois colocarem os pingos nos i’s. Kyung-ho precisava tirar tudo a limpo, não que os dois fossem terminar e nunca mais se falar ou algo do gênero… mas aquilo precisava ser perguntado.
- Como assim? – Hoseok piscou algumas vezes – Eu não entendi… você falou muito baixo, pode repetir? Eu só entendi o nome do Namjoon…
Kyung-ho respirou fundo, criando coragem outra vez.
- Eu preciso saber o que você sente pelo Namjoon…
Hoseok piscou ainda mais vezes enquanto sentia o coração acelerar levemente. Umedeceu os lábios, levemente incomodado com a pergunta de Kyung-ho.
- Ele é meu melhor amigo, desde a infância Kyung-ho! Eu o amo! – deu de ombros enquanto levava a xícara de café aos lábios –
- Certo… mas o ama só como melhor amigo de infância? Porque alguma coisa aqui dentro, – ele apontou para o próprio peito – Me diz que não é só isso!
Hoseok engoliu seco. Ele olhou para Kyung-ho, sentindo a tensão aumentar no ar. A pergunta direta de Kyung-ho exigia uma resposta honesta, e Hoseok sabia que era hora de esclarecer as coisas.
- Kyung-ho, eu já fui apaixonado pelo Namjoon. – Hoseok admitiu, desviando o olhar por um momento antes de encarar Kyung-ho novamente – Na verdade, eu sempre fui, desde a época da faculdade. Mas Namjoon nunca sentiu o mesmo por mim, e acho que isso foi o verdadeiro motivo do nosso afastamento.
Kyung-ho absorveu as palavras de Hoseok, processando a revelação. O silêncio pairou entre eles, deixando espaço para a complexidade das emoções que começavam a emergir.
- Eu não sabia… – Kyung-ho finalmente falou, sua expressão refletindo uma mistura de surpresa e compreensão. – Então, agora que você e Namjoon voltaram a se aproximar, você ainda sentia algo por ele?
Hoseok ponderou sobre a pergunta de Kyung-ho, sentindo a sinceridade do momento.
- Kyung-ho, eu… eu não sei ao certo. Talvez tenha sido uma confusão de sentimentos, mas eu sei que o que temos é muito especial para mim! – Hoseok confessou, olhando nos olhos de Kyung-ho –
Kyung-ho sorriu de forma tranquila, colocando suavemente a mão sobre a de Hoseok.
- Eu sei que você me considera especial, Hoseok, e eu também acho você muito especial! Talvez seja melhor darmos um tempo, para que você possa colocar suas ideias no lugar. Não quero que você se sinta pressionado, e eu também preciso refletir sobre tudo isso…
Hoseok assentiu, agradecendo silenciosamente pela compreensão de Kyung-ho.
- Eu aprecio a sua paciência, Kyung-ho! Você é importante para mim, e eu não quero estragar o que temos…
Os dois trocaram um sorriso reconfortante, compartilhando um momento de compreensão mútua. O caminho à frente era incerto, mas ambos concordaram que um pouco de espaço e reflexão seria benéfico para ambos.
***
Quando ele chegou no bar viu Jungkook e Jimin roçando o nariz um no outro enquanto sorriam. Hoseok engoliu seco, se lembrando de Kyung-ho. Ele apertou as mãos lembrando do toque delicado das mãos do colega de trabalho, já que certamente os dois chegariam de mãos dadas.
Os dois amigos se deram conta da presença de Hoseok e então se levantaram para cumprimentá-lo. Os três se abraçaram e Jimin se antecipou:
- Cadê o Kyung-ho? – Jimin engoliu seco –
Hoseok umedeceu os lábios enquanto puxava uma cadeira para se sentar, ao lado de Jimin.
- Ele não vem! – Hoseok deu de ombros, sorrindo sem mostrar os dentes –
- Ih! O que é que tá rolando? Vocês dois brigaram? – Jungkook inclinou o corpo para poder enxergar Hoseok melhor –
O moreno balançou a cabeça em negativa.
- Não! Bom, não exatamente. Nós só tivemos uma conversa bem franca um com o outro e resolvemos que um tempo seria melhor para nós dois!
Jimin e Jungkook se olharam, achando estranho aquela decisão do nada.
- Do nada assim? – Jimin questionou –
Hoseok suspirou enquanto disfarçava, olhando o cardápio do lugar.
- Não foi bem do nada! O Kyung-ho é um homem esperto, e ele percebeu algo que eu achei que ninguém perceberia!
Jungkook levou o copo com cerveja até os lábios, já desconfiado do que poderia ser.
- Foi por causa do Namjoon não foi?
Jimin franziu o cenho, confuso.
- Ele ficou com ciúmes de você ter voltado a amizade com ele? Foi isso?
Hoseok respirou fundo antes de explicar a situação para seus amigos, sentindo a necessidade de ser honesto com eles.
- Na verdade, não foi bem ciúmes… Foi mais complicado que isso. – Hoseok começou, escolhendo cuidadosamente as palavras – O Namjoon voltou para a minha vida, e, bem, no passado, eu já fui apaixonado por ele! O Kyung-ho percebeu que a amizade com o Namjoon estava bagunçando um pouco as coisas entre nós, e nós tivemos uma conversa. Achamos que seria melhor dar um tempo para colocar as ideias no lugar!
Jimin e Jungkook trocaram olhares, absorvendo a revelação de Hoseok. Jungkook apoiou o cotovelo na mesa, aparentemente pensativo.
- Entendi… É complicado quando sentimentos antigos são reacendidos, né? – Jimin comentou, demonstrando compreensão –
Hoseok concordou com um aceno de cabeça, agradecendo por seus amigos compreenderem a complexidade da situação. O trio continuou a conversa, tentando manter o clima leve, mas a sombra das relações complicadas pairava no ar.
Taehyung chegou ao bar com seu sorriso quadrado característico e então cumprimentou os amigos, perguntando é claro por Kyung-ho, e obtendo a mesma explicação de Hoseok.
- Uau! Achei que vocês dois iam ficar juntos para sempre, combinam tanto!
Hoseok sentiu as bochechas esquentarem.
- É só um tempo Taehyung! Não seja exagerado, eles podem voltar ué!
Jimin levou a cerveja aos lábios e então Jungkook chamou o garçom para que eles pudessem pedir mais cerveja e algo para comer quem sabe.
- E o Namjoon já tá sabendo desse tempo? – Taehyung deixou o sorriso quadrado aparecer outra vez –
Hoseok soltou uma gargalhada nervosa e então fez que não para os amigos.
- Não! Ele me enviou uma mensagem para confirmar o compromisso de hoje conosco, e apenas! Não tem porque eu já ter falado…
- E como vai ser quando ele chegar? – indagou Jungkook –
Hoseok voltou a gargalhar e o garçom finalmente chegou para atendê-los.
Enquanto Taehyung, Jimin e Jungkook continuavam a conversar animadamente, Hoseok se sentia cada vez mais incomodado com a situação. Por um lado, a presença de Namjoon era aguardada, mas por outro, sua chegada trazia à tona uma mistura de sentimentos confusos.
A ideia de encarar Namjoon e explicar a situação para ele estava sempre à espreita em sua mente, criando um nó de ansiedade em seu estômago. Ele não conseguia evitar pensar em como Namjoon reagiria ao saber sobre seu tempo com Kyung-ho e o motivo por trás disso. Além disso, a incerteza sobre seus próprios sentimentos em relação a Namjoon continuava a atormentá-lo.
Enquanto tentava manter uma aparência calma e descontraída diante dos amigos, Hoseok sentia um turbilhão de emoções dentro de si. A perspectiva de enfrentar Namjoon e lidar com as consequências de suas escolhas era assustadora, mas ele sabia que era necessário confrontar seus sentimentos e tomar decisões importantes sobre seu futuro.
Quando eles finalizaram seus pedidos e o garçom saiu, Jimin lançou um olhar para Taehyung.
- E você e o Seokjin? Tem se falado com frequência?
As bochechas de Taehyung ruborizam levemente.
- Sim! Desde aquele dia na casa da Soo-Min! Porque a pergunta, Jimin-
ssi?
- Porque conheço você! Já se beijaram? – Jungkook e Hoseok gargalharam –
- Ainda não nos beijamos! – as bochechas dele ruborizam ainda mais –
Aigooo! Assim você me deixa sem graça! Eu não sei se ele quer me beijar ou não!
Enquanto Taehyung tentava desviar a conversa sobre seus próprios assuntos amorosos, Jimin e Jungkook trocaram um olhar divertido entre si.
- Acho que o Taehyung está com medo de levar um fora do Seokjin! – brincou Jungkook, provocando risadas entre o trio –
- Ah, para com isso, Kookie! – Taehyung fingiu estar ofendido, mas não conseguiu conter o sorriso –
- Mas falando sério, Taehyung, vocês parecem se dar muito bem. Tenho certeza de que ele não vai resistir a um beijo seu! – comentou Jimin com um sorriso encorajador.
Enquanto os amigos continuavam a conversar animadamente, Hoseok tentava se manter presente, mas sua mente continuava vagando para o momento em que Namjoon chegaria ao bar. A tensão aumentava à medida que o tempo passava, e ele se preparava para o inevitável encontro que teria que enfrentar.
Namjoon chegou ao bar com seu típico sorriso gentil, cumprimentando os amigos com entusiasmo. Hoseok observou sua entrada com uma mistura de ansiedade e nervosismo, seu coração batendo um pouco mais rápido ao vê-lo se aproximar.
- E aí, pessoal! – Namjoon disse, abrindo os braços em um gesto acolhedor – Estou feliz por nos encontrarmos novamente!
Os amigos responderam com entusiasmo, cumprimentando Namjoon calorosamente. Hoseok tentou manter uma expressão tranquila, mas seus olhos não podiam evitar desviar-se para Namjoon, capturando cada detalhe de sua presença. A proximidade física de Namjoon trouxe uma onda de emoções conflitantes para Hoseok, que se esforçava para manter a compostura diante dos amigos.
Enquanto conversavam e riam juntos, Hoseok lutava para manter seu foco, sua mente inundada por pensamentos sobre Namjoon e o turbilhão de sentimentos que ele representava. Ele sabia que teria que enfrentar uma conversa difícil mais cedo ou mais tarde, mas por enquanto, ele se concentrou em aproveitar o momento com seus amigos, mesmo que sua mente estivesse em outro lugar.
Suga e Soo-Min chegaram ao bar com sorrisos radiantes, irradiando uma energia contagiante enquanto se aproximavam do grupo de amigos. Suga cumprimentou todos com um aceno amigável, enquanto Soo-Min distribuía abraços calorosos.
- E aí, galera! – Suga cumprimentou, sua voz cheia de animação – Que bom ver todos vocês aqui!
- Olá, pessoal! – Soo-Min acrescentou, seu sorriso iluminando o ambiente – Como vocês estão?
Os amigos receberam Suga e Soo-Min com entusiasmo, trocando cumprimentos e expressando sua alegria por vê-los. A presença do casal acrescentou uma nova energia ao grupo, e todos se sentiram animados com a perspectiva de passar a noite juntos, desfrutando da companhia uns dos outros.
Enquanto os amigos esperavam pelos pedidos, o clima no bar estava descontraído e animado. Namjoon e Soo-Min fizeram seus pedidos, e o garçom logo trouxe suas bebidas, enquanto os pratos ainda estavam sendo preparados. A conversa fluía naturalmente entre eles, com risadas e trocas de histórias.
Então, Seokjin chegou ao bar, e Taehyung sentiu uma mistura de emoções surgir dentro de si. Por um lado, ele estava feliz em vê-lo, pois Seokjin já havia se tornado um grande amigo, mas por outro lado, havia uma leve sensação de desconforto. Taehyung notou como Seokjin parecia estar radiante, seu sorriso contagiante iluminando o ambiente. No entanto, havia algo na maneira como Seokjin olhava para Suga que deixava Taehyung com uma sensação estranha no peito.
Mesmo tentando disfarçar seus sentimentos, Taehyung não pôde deixar de notar a proximidade entre Seokjin e Suga. Eles trocaram cumprimentos calorosos, e Taehyung percebeu como seus sorrisos pareciam genuínos. Uma pontada de desconforto se instalou no peito de Taehyung enquanto ele observava a interação entre os dois, e ele se pegou desviando o olhar por um momento, tentando ignorar a sensação incômoda que crescia dentro dele.
Enquanto o tempo passava, o grupo desfrutava de risadas, conversas animadas e uma atmosfera de descontração no bar. Entre goles de bebida e petiscos, as histórias fluíam, criando memórias preciosas para compartilhar. Com o passar das horas, a ideia de estender a diversão em uma boate próxima ganhou força entre eles.
Decididos a continuar a noite em um ambiente mais movimentado, o grupo se levantou do bar e começou a se dirigir à boate. No caminho, Namjoon percebeu a ausência de Kyung-ho e decidiu abordar Hoseok sobre isso.
- Ei, Hoseok, cadê o Kyung-ho? – Namjoon perguntou, sua curiosidade evidente em sua expressão –
Hoseok, notando a expressão curiosa de Namjoon, decidiu ser honesto com ele.
- Na verdade, Kyung-ho pediu um tempo – confessou, desviando o olhar por um instante antes de continuar – Mas não entramos em muitos detalhes sobre isso. Acho que ele precisava de um momento para colocar as coisas em ordem.
Namjoon assentiu, absorvendo a informação, enquanto Jimin e Jungkook, ao lado, iniciavam uma conversa animada sobre a música que esperavam ouvir na boate. O silêncio pairou por um breve momento entre Namjoon e Hoseok, cada um perdido em seus próprios pensamentos.
***
Dentro da boate, o ambiente vibrava com música pulsante e luzes coloridas que dançavam pelo salão. Taehyung, apesar da animação ao seu redor, ainda se sentia um pouco apreensivo em relação a Seokjin, enquanto Namjoon permanecia imerso em seus próprios pensamentos, sua expressão reflexiva.
Enquanto eles pediam suas bebidas e começavam a se entregar à atmosfera envolvente da boate, a música alta e os movimentos ritmados da pista de dança pareciam criar uma bolha de euforia ao redor do grupo, temporariamente afastando as preocupações e os pensamentos mais profundos.
Com a música pulsante ao fundo e a energia da boate contagiando a todos, um clima de descontração pairava sobre o grupo. Enquanto aproveitavam a noite, um indivíduo se aproximou de Soo-Min, iniciando uma conversa que logo evoluiu para um beijo inesperado. A cena surpreendeu tanto Seokjin quanto Namjoon, que observavam atentamente.
Suga, notando a surpresa dos amigos, logo interveio para esclarecer a situação, explicando que o relacionamento deles não era monogâmico. Taehyung, ao perceber a abertura, cochichou algo para Seokjin, sugerindo que ele poderia aproveitar a oportunidade com Suga. No entanto, a resposta de Seokjin foi inesperada:
ele revelou que estava interessado em outra pessoa do grupo. Surpreso e aliviado ao mesmo tempo, Taehyung perguntou se Seokjin não estava interessado em Suga, e a resposta negativa abriu espaço para uma nova dinâmica entre os dois. Em meio à atmosfera eletrizante da boate, Taehyung e Seokjin trocaram olhares significativos, sentindo uma conexão especial entre eles. O momento estava carregado de tensão e expectativa, culminando no primeiro beijo entre os dois.
Lentamente, eles se aproximaram um do outro, os olhos fixos, revelando uma intensa troca de sentimentos.
O toque dos lábios foi suave no início, como se estivessem explorando a nova dinâmica de sua relação. Mas logo o beijo se tornou mais profundo e apaixonado, refletindo a conexão que começava a se formar entre eles.
Enquanto Taehyung e Seokjin se entregavam ao momento, os amigos ao redor observavam com surpresa e admiração. Alguns sorriram, felizes pela nova fase que se iniciava para os dois. Outros ficaram boquiabertos, surpresos com a revelação desse novo romance.
A atmosfera da boate parecia se tornar ainda mais elétrica, carregada com a energia do momento especial entre Taehyung e Seokjin. O beijo marcou o início de uma jornada emocionante para os dois, enquanto o grupo de amigos testemunhava o nascimento de um novo amor.
***
Enquanto a noite avançava, os gestos carinhosos entre os casais se intensificavam. Jimin e Jungkook trocavam carícias sutis, os olhares cheios de ternura revelando a profundidade de seu amor. Do outro lado, Suga e Soo-Min compartilhavam beijos apaixonados, perdidos em sua própria bolha de romance.
Enquanto isso, Namjoon percebia a necessidade de um momento de tranquilidade e solidão para refletir. Ele se levantou discretamente da mesa, atraindo a atenção de Hoseok, que prontamente se ofereceu para acompanhá-lo.
Do lado de fora da boate, a noite estava fresca e tranquila. Namjoon acendeu um cigarro, enquanto Hoseok respirava fundo, deixando o ar noturno acalmar seus pensamentos agitados. Juntos, eles compartilhavam um momento de silêncio confortável, permitindo que a serenidade da noite os envolvesse.
Após um tempo de silêncio tenso, Hoseok percebeu a expressão séria nos olhos de Namjoon, como se estivesse segurando algo importante para compartilhar. Sensível à tensão no ar, Hoseok decidiu enfrentar a questão de frente:
- O meu tempo com o Kyung-ho tem a ver com você… – confessou Hoseok, sua voz revelando a profundidade de sua hesitação –
Ele sabia que sua resposta anterior não havia sido suficiente, e agora estava diante da necessidade de explicar seus verdadeiros sentimentos.
Os olhos de Namjoon mostraram uma mistura de surpresa e confusão diante da revelação de Hoseok. Uma torrente de pensamentos invadiu sua mente, deixando-o sem palavras por um momento. Ele nunca imaginou que suas interações com Hoseok pudessem afetar tanto a dinâmica entre ele e Kyung-ho.
Percebendo a sinceridade nos olhos de Hoseok, Namjoon se viu confrontado com suas próprias emoções. Uma onda de incerteza e questionamento inundou sua mente, enquanto ele lutava para compreender o que exatamente estava sentindo. A confusão em seus olhos refletia o turbilhão de pensamentos e sentimentos que o consumiam naquele momento.
Com a confusão estampada em seu rosto, Namjoon olhou diretamente nos olhos de Hoseok, buscando entender a extensão das palavras que acabara de ouvir.
- Por minha causa? Por que…? – Namjoon murmurou, a perplexidade evidente em sua voz –
Ele se sentiu tomado por uma sensação de responsabilidade, uma culpa sutil que começava a se insinuar em sua consciência. A ideia de que suas próprias ações poderiam ter desencadeado uma mudança tão significativa na vida de Hoseok o deixou aturdido e desconcertado.
- Desculpe… – Namjoon murmurou, as palavras escapando de seus lábios quase que automaticamente, pois ele percebeu que sua presença inadvertidamente causou uma reviravolta nos relacionamentos de Hoseok –
Hoseok sentiu seu coração bater mais forte enquanto reunia coragem para continuar. Com um sorriso sem graça, ele desviou o olhar por um momento, reunindo suas palavras internamente antes de encontrar os olhos de Namjoon mais uma vez.
- E-eu percebi que talvez… o que eu sentisse por você, não fosse só amizade”, admitiu Hoseok, sua voz um sussurro quase inaudível na confusão da boate. “Kyung-ho achou melhor que déssemos um tempo para eu colocar minha cabeça no lugar.
Ele se sentiu vulnerável ao revelar seus sentimentos mais profundos, mas ao mesmo tempo, sentiu um peso sendo tirado de seus ombros, finalmente expressando em palavras o que vinha guardando dentro de si por tanto tempo.
As palavras de Hoseok ecoaram na mente de Namjoon, provocando uma série de turbilhões emocionais. Ele sentiu o peso das revelações de Hoseok, um misto de surpresa e compreensão inundando seus pensamentos.
- Eu acho que realmente precisamos conversar sobre isso… – murmurou Namjoon, sua voz carregada de uma mistura de incerteza e determinação –
O tom de vo de Namjoon ecoou nos ouvidos de Hoseok, deixando no ar a promessa de uma conversa necessária, onde verdades profundas poderiam vir à tona e os caminhos do destino se tornariam mais claros.
Capítulo 7
“Mais uma vez eu fiquei à sua espera, a sua estrela, e você cancelou a aterrissagem, pôs a culpa no mau tempo e nas lembranças de um voo que não deu certo. Mais uma vez você me disse que o problema não sou eu e não explicou o que isso quer dizer, mas me deixou completamente só debaixo de um céu impecável decolando e respirando com a ajuda de aparelhos.”
Hoseok respirou fundo antes de começar a falar, os olhos encontrando os de Namjoon com sinceridade.
- Namjoon, eu sei que você sempre me viu apenas como um amigo… – começou Hoseok, sua voz calma, mas carregada de emoção – E eu sempre soube disso. Nunca tive a intenção de criar expectativas além da nossa amizade.
Ele hesitou por um momento, reunindo coragem para continuar:
- Mas recentemente, percebi que meus sentimentos por você talvez fossem mais profundos do que eu imaginava… – confessou Hoseok, suas palavras soando vulneráveis – E foi por isso que concordei quando Kyung-ho sugeriu que dessemos um tempo.
Ele olhou para Namjoon, esperando uma reação, sem saber ao certo como o amigo receberia suas palavras.
Namjoon ouviu as palavras de Hoseok com uma mistura de choque e perplexidade. Enquanto o silêncio se prolongava entre eles, ele tentava processar as revelações do amigo. Um turbilhão de pensamentos e emoções inundou sua mente, deixando-o sem palavras.
Ele engoliu em seco, sentindo um nó se formar em sua garganta. Encarou Hoseok profundamente, tentando decifrar a verdade por trás de suas palavras. Seus olhos buscaram nos de Hoseok por qualquer sinal de dúvida ou arrependimento, mas encontraram apenas sinceridade e vulnerabilidade.
Por um instante, Namjoon ficou perdido em seu próprio mundo interior, lutando para entender o significado das palavras de Hoseok e o impacto que elas teriam em sua amizade.
Namjoon permaneceu em silêncio, lutando para encontrar as palavras certas para responder a Hoseok. Sua mente estava em turbilhão, mas suas palavras pareciam fugir dele naquele momento de intensa confusão.
Antes que ele pudesse reunir seus pensamentos e formular uma resposta, Hoseok interrompeu-o, colocando suavemente as mãos em seu peito e se aproximando dele. Namjoon pôde sentir o calor da proximidade de Hoseok e o olhou nos olhos, tentando decifrar seus sentimentos.
As palavras de Hoseok ecoaram em sua mente, atingindo-o em cheio. Ele sentiu um aperto no peito ao lembrar da última vez que se distanciaram e do impacto que isso teve em ambos. Namjoon engoliu em seco, sentindo uma mistura de culpa e tristeza.
Ele assentiu lentamente, prometendo a si mesmo que não repetiria os erros do passado. Embora ainda estivesse lutando para processar suas emoções, ele sabia que precisava enfrentar essa situação de frente, com honestidade e coragem.
Hoseok olhou nos olhos de Namjoon com seriedade, mas também com compaixão. Ele deu um suspiro antes de começar a falar, tentando encontrar as palavras certas para expressar seus sentimentos.
- Hmm, Namjoon, eu… acho que talvez esse não seja o momento certo para essa conversa. – começou Hoseok, sua voz calma, mas firme – Talvez você precise de um tempo para assimilar tudo isso, e eu entendo. Eu só te peço uma coisa: não fuja! E não suma do nada como da última vez. Aquilo doeu muito.
Ele viu a expressão nos olhos de Namjoon mudar, refletindo uma mistura de emoções. Hoseok esperava que suas palavras tocassem Namjoon de alguma forma, que ele entendesse a importância de enfrentarem seus sentimentos juntos, sem fugir das dificuldades.
Namjoon segurou o rosto de Hoseok entre as mãos com delicadeza, buscando transmitir sinceridade em seu olhar. Ele assentiu suavemente para as palavras de Hoseok, reconhecendo a validade de seus sentimentos.
- Eu entendo, Hoseok… – começou Namjoon, sua voz carregada de sinceridade – Eu não vou fazer aquilo de novo. Eu prometo. Porque, sabe, doeu em mim também…
Ele olhou nos olhos de Hoseok, buscando transmitir toda a honestidade de suas palavras. Namjoon esperava que, ao se abrirem um para o outro, pudessem encontrar uma forma de seguir em frente juntos, enfrentando os desafios que surgissem no caminho.
Hoseok sentiu a ternura no toque de Namjoon enquanto encostava a testa na dele, deixando-se envolver pelo momento de intimidade entre eles. A proximidade entre seus rostos era palpável, e Hoseok podia sentir o calor da respiração de Namjoon.
Por um instante, a tensão que pairava entre eles pareceu se dissipar, e Hoseok sentiu-se impelido a buscar os lábios de Namjoon com os seus. Mas antes que pudessem se entregar ao momento, foram interrompidos pelas risadas animadas de Jin e Taehyung, que surgiram de repente para tomar um ar fresco.
Hoseok e Namjoon se afastaram rapidamente, um tanto constrangidos pela interrupção. Embora o momento íntimo tenha sido interrompido, ficou pairando no ar uma sensação de expectativa e promessa não realizada.
Taehyung e Jin se aproximaram de Hoseok e Namjoon, unindo-se à eles e dando inicio á uma conversa animada que já estava em andamento entre os dois na boate. O assunto fluía entre eles, alternando entre histórias engraçadas e planos para o futuro.
Enquanto Taehyung e Jin compartilhavam suas histórias, Hoseok e Namjoon trocavam olhares discretos, capturando momentos fugazes de cumplicidade. Em meio à agitação da conversa, os olhares entre eles revelavam uma conexão silenciosa, repleta de significados não ditos.
Hoseok voltou para dentro da boate, deixando Namjoon sozinho com Taehyung e Seokjin do lado de fora enquanto ele acendia um cigarro. Enquanto o fumo se dispersava no ar noturno, Namjoon mergulhava em seus próprios pensamentos, relembrando as palavras sinceras de Hoseok e refletindo sobre seus próprios sentimentos e confusões internas. A noite continuava, mas sua mente estava ocupada com a complexidade das relações humanas e o labirinto dos sentimentos não resolvidos.
Enquanto o cigarro queimava entre seus dedos, Namjoon permitiu que sua mente mergulhasse nas lembranças dos momentos compartilhados com Hoseok desde a infância. Recordou-se das brincadeiras no parque, das conversas intermináveis durante as madrugadas e das risadas compartilhadas que ecoavam pelos corredores da escola. Apesar das adversidades e dos desafios ao longo do tempo, essas lembranças permaneciam como pontos de luz em seu caminho, lembrando-o dos laços profundos que os uniam. Um sorriso nostálgico se formou em seus lábios enquanto ele se permitia reviver esses momentos preciosos
Namjoon observou discretamente Taehyung e Seokjin trocando um momento de carinho, e por um instante, uma pontada de inveja o atravessou. Ao ver Taehyung entrar na boate, deixando-os sozinhos, Namjoon aproveitou o momento para abordar Jin sobre um assunto delicado:
- Jin, posso te fazer uma pergunta? Como você soube que também gostava de homens?
Seokjin olhou para Namjoon com um sorriso gentil, refletindo sobre a pergunta antes de responder:
- Foi um processo gradual, Namjoon. Levei algum tempo para entender e aceitar meus próprios sentimentos, mas eventualmente percebi que não importa o gênero, o amor é o que realmente importa! Você precisa conversar sobre isso? Tem haver com o Hoseok não tem?
Namjoon ponderou sobre como responder a Jin, sentindo-se dividido entre a vontade de desabafar e a necessidade de manter seus próprios sentimentos em ordem.
- É uma longa história, Jin. Acho que ainda não estou pronto para falar sobre isso… – admitiu Namjoon, desviando o olhar momentaneamente – Mas, com o tempo, acredito que teremos a oportunidade de conversar sobre isso com mais calma.
Seokjin colocou gentilmente uma mão sobre o ombro de Namjoon, transmitindo um gesto de apoio e compreensão.
-Namjoon, o tempo perdido não pode ser recuperado… – começou ele, com uma expressão serena – Não desperdice a oportunidade de viver plenamente o presente. A vida é curta demais para ficarmos presos ao passado. Se você tem algo importante a dizer, não adie. Aproveite o momento e siga em frente.
Namjoon observou silenciosamente enquanto Seokjin entrava na boate, deixando-o sozinho com seus próprios pensamentos. Um turbilhão de emoções e questionamentos continuava a girar em sua mente, enquanto ele lutava para encontrar clareza em meio à confusão. Com um suspiro pesado, ele decidiu que era melhor ir para casa.
***
Nos dias seguintes, Namjoon e Seokjin se viram imersos em suas responsabilidades no trabalho, com o mais novo mantendo-se ocupado para evitar confrontar seus próprios sentimentos. Namjoon usava o trabalho como uma desculpa conveniente para evitar lidar com suas emoções, enquanto Hoseok se sentia cada vez mais frustrado com o afastamento de Namjoon e a aparente indiferença de Kyung-ho. A tensão entre eles se intensificava, deixando Hoseok em um estado de confusão e angústia, enquanto ele lutava para entender o que estava acontecendo. Enquanto isso, Namjoon continuava a se esquivar das questões não resolvidas que pairavam sobre eles, mantendo-se ocupado com sua vida cotidiana.
Até que Hoseok e Namjoon se encontraram por acaso em um corredor do supermercado. Seus olhares se encontraram profundamente, carregados de emoção e incerteza. Hoseok decidiu passar por Namjoon sem cumprimentá-lo, mas antes que pudesse seguir em frente, Namjoon o segurou pelo braço, impedindo-o de continuar. O gesto foi inesperado e deixou Hoseok surpreso, fazendo-o virar-se para encarar Namjoon com uma mistura de curiosidade e apreensão.
- Eu sei que deve estar chateado comigo! Eu entendo! Mas não precisa ser assim! Eu ia procurar você!
- Ia mesmo Namjoon? Ou ia simplesmente desaparecer e fingir que eu nunca existi como da outra vez há anos atrás?
Namjoon engole seco com a lembrança do passado dos dois. E então ele solta o braço de Hoseok.
- O problema não é você, nunca foi Hobi!
Namjoon passou as mãos pelo rosto, começando a ficar exasperado.
- E o que é o problema então? – Hoseok esperou que o amigo respondesse e então suspirou pesadamente – Mais uma vez eu fiquei à sua espera, a sua estrela, e você cancelou a aterrissagem, pôs a culpa no mau tempo e nas lembranças de um voo que não deu certo. Mais uma vez você me disse que o problema não sou eu e não explicou o que isso quer dizer, mas me deixou completamente só debaixo de um céu impecável decolando e respirando com a ajuda de aparelhos.
Hoseok sentiu seus olhos se encherem de lágrimas ao proferir suas palavras para Namjoon. Era difícil conter a avalanche de emoções que tomava conta de seu peito. Com a voz embargada, ele olhou nos olhos de Namjoon e disse com firmeza:
- Isso é injusto, Namjoon! Não é justo para mim ficar nesse ciclo de espera e desapontamento. Eu não mereço isso.
Com um nó na garganta, Hoseok virou-se e começou a afastar-se, determinado a não permitir que Namjoon o machucasse novamente. Ele sabia que precisava se afastar para se proteger, mesmo que isso partisse seu coração. Deixando Namjoon para trás, Hoseok saiu do supermercado, deixando-o sozinho com seus próprios pensamentos e remorsos.
Enquanto Hoseok se afastava, deixando Namjoon para trás no corredor do supermercado, uma enxurrada de sentimentos tumultuava dentro de Namjoon. Ele sentia o coração apertado com a dor da separação iminente, misturada com a culpa e o arrependimento por suas próprias ações. As palavras de Hoseok ressoavam em sua mente, ecoando como um lembrete doloroso de como ele havia falhado com seu amigo mais uma vez.
A sensação de solidão começou a se instalar, pesando em seus ombros como um fardo insuportável. Namjoon se viu encarando o vazio do corredor, perdido em seus pensamentos e remorsos. Ele sabia que tinha deixado Hoseok para baixo, repetindo os mesmos padrões de comportamento que haviam levado ao afastamento entre eles anos atrás.
Agora, com Hoseok se afastando de novo, Namjoon percebeu o quanto estava perdendo. Ele sabia que precisava enfrentar seus próprios demônios internos, confrontar seus medos e incertezas, se quisesse ter uma chance de reconstruir sua amizade com Hoseok. Mas o peso da culpa e da auto-reflexão era avassalador.
Com um suspiro pesado, Namjoon enxugou uma lágrima solitária que escapou de seus olhos. Ele sabia que não podia mudar o passado, mas estava determinado a fazer as coisas certas desta vez. Com um último olhar para o corredor vazio, Namjoon decidiu que era hora de confrontar seus próprios demônios e correr atrás do que importava mais para ele: sua relação com Hoseok.
Capítulo 8
“Sim, no mundo existem mil pessoas capazes de nos despertar amor, se a gente parar para sentir.”
- Tá bom, deixa eu ver se entendi… – Taehyung ergueu as mãos na direção de Namjoon, como se pedisse um tempo –
Ele ficou em silêncio e franziu o cenho, como se estivesse tentando processar tudo o que havia sido exposto por Namjoon.
Jin soltou um muxoxo depois de bater com a mão na mesa, assustando Taehyung e Namjoon, que olharam para ele:
- Você é um covarde Namjoon-ah! – os olhos de Namjoon e de V se arregalaram – Sim! Não estou querendo ofender você, mas quem sabe palavras fortes assim façam você acordar para a vida, caramba!
- Calma Jin! – Taehyung colocou a mão sobre a perna do arquiteto – Não precisa falar assim, nem todo mundo aceita os próprios sentimentos com tanta facilidade como nós dois, ou como o próprio Hoseok! O Namjoon pode demorar um tempo para entender.
- Esse tempo já foi Taehyung! Os dois se conhecem desde sempre, você sabe, você ouviu toda a história… o Namjoon sempre foi apaixonado pelo Hoseok, e isso é óbvio. Tanto para nós, quanto para ele!
Jin olhou para Namjoon que abaixou a cabeça, engolindo seco. Talvez Seokjin tivesse razão, ele era mesmo um covarde, e sim, sempre havia sido apaixonado pelo melhor amigo… talvez ele tenha se dado conta disso justamente quando foram para a faculdade e ele foi confrontado pelos
“amigos” sobre o verdadeiro sentimento que nutriam um pelo outro. Namjoon fugiu durante uma vida toda praticamente…
- Jin! – Taehyung apertou a perna dele e o repreendeu com o olhar –
- O Jin tem razão! – Namjoon ergueu os olhos e a cabeça e a balançou de forma assertiva – Eu fugi disso a vida toda! Continuo fugindo…
- E pelo visto vai continuar para sempre não é?
Namjoon passou as mãos pelo rosto, exasperado, e então cruzou os braços sobre a mesa, afundando o rosto lá.
Taehyung e Jin se encararam outra vez e então Jin soltou um suspiro.
- Vocês tem razão! – disse ele, a voz firme apesar do tumulto em seu peito – Eu não posso continuar fugindo. Eu preciso me declarar para o Hoseok, preciso ser honesto com ele e comigo mesmo. Não posso mais perder tempo.
Taehyung sorriu amplamente, seus olhos brilhando com entusiasmo.
- Isso mesmo, Namjoon-ah! Vai lá e diga tudo o que sente! Chegou a hora de você ser feliz de verdade.
Seokjin, por sua vez, sorriu de forma mais contida, mas seus olhos mostravam o orgulho que sentia pelo amigo.
- Estou feliz em ouvir isso, Namjoon. Você merece ser feliz, e o Hoseok também. Não deixe o medo impedir você de viver o que sempre quis.
Namjoon assentiu, sentindo uma mistura de nervosismo e excitação. Ele se levantou da mesa, determinado a encontrar Hoseok e finalmente expor seus sentimentos. Antes de sair, ele olhou para Taehyung e Seokjin, que o incentivavam com sorrisos e acenos.
- Obrigado, de verdade! Eu precisava ouvir isso. – disse Namjoon, sentindo-se grato pelo apoio incondicional dos amigos –
- Vai lá e conquista seu amor, Namjoon! – incentivou Taehyung, batendo palmas de leve –
- E lembra, não importa o que aconteça, estou aqui para você. – acrescentou Seokjin, dando um leve tapa de encorajamento no ombro de Namjoon –
Com uma última respiração profunda, Namjoon saiu do local, seu coração batendo acelerado com a expectativa do que estava por vir. Ele sabia que não seria fácil, mas estava decidido a lutar pelo que realmente importava para ele. E, pela primeira vez em muito tempo, ele se sentiu pronto para enfrentar seus sentimentos e construir um futuro verdadeiro ao lado de Hoseok.
***
Namjoon saiu da cafeteria com uma nova determinação, mas antes de ir encontrar Hoseok, ele decidiu ligar para ele. Pegou o celular e discou o número, esperando ansiosamente enquanto o telefone tocava. Quando Hoseok atendeu, sua voz estava embargada e carregada de emoção.
“Hoseok?” – Namjoon perguntou, sua preocupação imediata evidente em sua voz. –
“O que aconteceu? Você está bem?” Do outro lado da linha, Hoseok suspirou pesadamente.
“Namjoon… meu pai sofreu um acidente grave. Eu estou arrumando as malas para ir para Sokcho. Preciso estar lá para acompanhar tudo de perto e dar suporte para a minha mãe. Eu… eu não posso falar agora.” Namjoon sentiu seu coração apertar ao ouvir a notícia. Ele sabia o quanto a família significava para Hoseok e o quão grave a situação devia ser para deixá-lo tão abalado.
“Hoseok, eu sinto muito. Isso é terrível! Se precisar de qualquer coisa, qualquer coisa mesmo, me avise. Posso ir para Sokcho com você, se precisar de apoio…” Hoseok fez uma pausa, claramente tocado pela oferta, mas ainda preocupado com a situação.
“Obrigado, Namjoon, mas eu preciso resolver isso com minha mãe primeiro. Eu só… eu não sei o que vai acontecer.” Namjoon fechou os olhos, tentando transmitir toda a sua força e apoio através das palavras.
“Eu entendo. Por favor, se cuide e mantenha-me informado sobre qualquer coisa. Estou aqui para você, Hobi.” Hoseok respirou fundo, tentando se manter firme.
“Obrigado, Namjoon. Eu realmente aprecio isso. Vou te manter informado, mas agora preciso terminar de arrumar as malas.” “Claro, vá. E me ligue se precisar de qualquer coisa, ok?” – Namjoon respondeu, seu coração ainda pesado com a preocupação –
“Eu ligarei, prometo. Tchau, Namjoon.” – Hoseok disse, antes de desligar a ligação –
Namjoon ficou parado por um momento, sentindo a gravidade da situação. Ele queria estar ao lado de Hoseok, oferecer todo o apoio que pudesse, mas sabia que agora o mais importante era que Hoseok estivesse com sua família. Namjoon fechou os olhos e fez uma oração silenciosa pela recuperação do pai de Hoseok, determinado a estar lá para seu amigo em qualquer circunstância.
***
Algumas horas mais tarde, Hoseok chegou ao hospital em Sokcho. O trajeto até lá tinha sido uma mistura de ansiedade e apreensão, com sua mente correndo solta com preocupações sobre o estado de seu pai. Ele entrou apressadamente pelas portas automáticas do hospital e se dirigiu diretamente para a área de espera onde sua mãe havia dito que estaria.
Ao avistar sua mãe, ele sentiu um aperto no peito. Ela estava sentada, com os ombros curvados e o rosto molhado de lágrimas. Ao vê-lo, levantou-se imediatamente, correndo para os braços do filho.
- Hobi, meu filho! – ela chorou, segurando-o apertado. Hoseok a abraçou de volta, sentindo a urgência e o desespero em seu aperto –
- Mãe, estou aqui. Estou aqui agora… – ele murmurou, tentando acalmá-la – O que aconteceu? Como está o
appa?
Ela se afastou um pouco, enxugando as lágrimas com um lenço já encharcado.
- Ele sofreu um acidente de carro. Os médicos disseram que o estado dele é muito grave. Ele está na UTI… Eles estão fazendo o possível, mas…
A voz dela falhou, e Hoseok sentiu uma onda de desespero varrer seu corpo. Ele apertou os lábios, tentando manter a calma e a compostura.
- Eu quero falar com o médico, preciso entender exatamente o que está acontecendo! – disse Hoseok, segurando as mãos de sua mãe – Vamos encontrar alguém para nos atualizar sobre o estado dele.
Eles se dirigiram à recepção, onde uma enfermeira os conduziu até a sala de espera da UTI. Pouco tempo depois, um médico apareceu, com uma expressão grave no rosto.
- Família do Sr. Jung? – ele perguntou, olhando para Hoseok e sua mãe –
- Sim, somos nós. – Hoseok respondeu, segurando a mão da mãe com força –
- O estado dele é muito crítico… Seu pai sofreu múltiplas fraturas e há um trauma significativo na cabeça. Nós estamos fazendo o possível para estabilizá-lo, mas as próximas horas serão cruciais. – explicou o médico, com um tom cuidadoso, mas direto –
Hoseok sentiu as pernas tremerem, e sua mãe soluçou baixinho ao lado dele. Ele apertou a mão dela, tentando encontrar alguma força em meio ao caos.
- Ele está consciente? – Hoseok perguntou, com a voz trêmula –
- Não, ele está em coma induzido para tentar minimizar o dano cerebral e permitir que o corpo se concentre na cura. – o médico respondeu –
Hoseok assentiu, tentando processar toda a informação. Ele sentiu uma mistura de desespero e impotência, mas sabia que precisava ser forte para sua mãe e para o pai.
- Obrigado, doutor. – ele disse, tentando manter a voz firme – Por favor, nos mantenha informados sobre qualquer mudança.
O médico assentiu e se afastou, deixando Hoseok e sua mãe na sala de espera. Hoseok puxou uma cadeira e se sentou ao lado da mãe, envolvendo-a em um abraço protetor.
- Vamos ser fortes, mãe. Vamos superar isso juntos. – ele murmurou, sentindo as lágrimas encherem seus próprios olhos – O
appa vai lutar, e nós vamos estar aqui para ele.
Ela assentiu, apertando a mão dele com força. Juntos, eles esperaram, tentando encontrar consolo um no outro enquanto as horas passavam.
***
Hoseok e sua mãe saíram do hospital depois de horas angustiantes. O caminho de volta para casa foi silencioso, cada um perdido em seus próprios pensamentos e preocupações. Ao se aproximarem da casa, Hoseok viu algumas figuras familiares esperando na porta. Ele piscou, surpreso ao reconhecer Namjoon e seus pais, todos com expressões de ansiedade e preocupação.
- Namjoon? – Hoseok chamou, sua voz cheia de incredulidade. Sua mãe também olhou para os visitantes com surpresa –
Namjoon levantou a cabeça, seus olhos refletindo um misto de alívio e preocupação ao ver Hoseok. Ele deu alguns passos em direção ao amigo, seus pais logo atrás dele.
- Hobi… – Namjoon começou, sua voz suave – Não consegui ficar em Seul… Como está seu pai?
Hoseok engoliu em seco, sentindo um nó na garganta.
- Ele está na UTI, em coma induzido. Os médicos disseram que as próximas horas são cruciais. – sua voz quebrou um pouco no final, e ele desviou o olhar, tentando manter a compostura –
A mãe de Namjoon deu um passo à frente, envolvendo a mãe de Hoseok em um abraço reconfortante.
- Vamos rezar por ele. Se precisarem de qualquer coisa, estamos aqui para ajudar. – disse ela, com um tom caloroso e solidário –
Hoseok assentiu, sentindo uma onda de gratidão. Ele olhou para Namjoon, que ainda parecia um pouco perdido em seus próprios pensamentos, mas claramente estava ali para apoiá-lo.
- Obrigado por virem! – Hoseok disse, tentando sorrir um pouco, mas sentindo a tensão em cada músculo do seu corpo –
Namjoon deu um passo à frente, estendendo a mão para tocar o ombro de Hoseok.
- Você não está sozinho, Hobi. Estamos aqui para você. – ele disse com firmeza, seus olhos encontrando os de Hoseok com uma intensidade que fez o coração de Hoseok bater mais rápido –
Hoseok sentiu os olhos se encherem de lágrimas, mas ele as piscou rapidamente, não querendo desmoronar ali.
- Obrigado, Namjoon. Isso significa muito para mim. – ele respondeu, a voz embargada –
Namjoon deu um sorriso pequeno, mas sincero, antes de puxar Hoseok para um abraço apertado. Hoseok retribuiu, sentindo um pouco do peso em seus ombros aliviado pelo simples fato de saber que Namjoon estava ali para apoiá-lo.
- Vamos entrar? Vou preparar o jantar para vocês, sei que devem estar exaustos. – a mãe de Namjoon sugeriu gentilmente, guiando todos para dentro da casa –
Enquanto todos se acomodavam na sala, Hoseok olhou ao redor, sentindo-se um pouco mais calmo com a presença de amigos e família. Ele sabia que os próximos dias seriam difíceis, mas com o apoio de Namjoon e de seus entes queridos, ele se sentia um pouco mais preparado para enfrentar o que viesse.
***
Hoseok saiu do banho, sentindo-se um pouco mais limpo e um pouco menos carregado, mas a tristeza ainda pairava sobre ele como uma nuvem. Ele se trocou rapidamente, vestindo uma camiseta confortável e calças de moletom. Sentando-se na beirada da cama, ele se permitiu um momento de fraqueza, inclinando a cabeça para trás e fechando os olhos.
Os pensamentos sobre seu pai e a incerteza do futuro pesavam em sua mente, fazendo seus ombros caírem com o peso da preocupação. Ele estava prestes a se levantar quando ouviu uma batida suave na porta.
- Hobi? – a voz de Namjoon era calma e gentil –
Ele abriu a porta lentamente e entrou, parando ao ver a expressão abatida no rosto de Hoseok.
- Só queria avisar que o jantar está pronto… – Namjoon disse, mas ao ver a tristeza nos olhos de Hoseok, ele se aproximou e sentou ao lado dele na beirada da cama –
Hoseok olhou para ele, um pequeno sorriso tentando aparecer, mas falhando.
- Obrigado, Joon. – ele disse, a voz baixa e carregada de emoção –
Namjoon colocou uma mão reconfortante no ombro de Hoseok.
- Eu sei que isso é muito difícil, Hobi. E eu… eu sei que não tenho sido o melhor amigo ultimamente, mas eu estou aqui agora. – ele disse, a sinceridade clara em seus olhos –
Hoseok respirou fundo, sentindo um nó na garganta.
- Eu sei, Namjoon. E eu agradeço por isso. – ele respondeu, a voz um pouco embargada –
Namjoon puxou Hoseok para um abraço apertado, e Hoseok retribuiu, fechando os olhos e permitindo-se sentir o conforto e o calor do abraço do amigo.
- Vamos passar por isso juntos… – Namjoon sussurrou, apertando um pouco mais antes de soltá-lo – E qualquer coisa que você precisar, eu estou aqui.
Hoseok assentiu, sentindo uma pequena onda de alívio.
- Obrigado, Joon. Você significa muito para mim. – ele disse, olhando nos olhos de Namjoon e sentindo a conexão entre eles crescer um pouco mais –
Namjoon deu um pequeno sorriso, os olhos brilhando com uma mistura de emoções.
- Vamos descer para jantar? Todo mundo está esperando… – ele sugeriu, levantando-se e estendendo a mão para Hoseok –
Hoseok pegou a mão de Namjoon e se levantou, sentindo um pouco do peso em seus ombros aliviado pela presença dele ali.
- Vamos. – ele disse, tentando sorrir um pouco mais – É bom ter o meu melhor amigo de volta!
Namjoon sorriu ainda mais com as palavras de Hoseok, sentindo uma onda de alívio e felicidade. Ele apertou a mão de Hoseok, como se quisesse transmitir ainda mais apoio.
- É bom estar de volta, Hobi. – Namjoon respondeu, a voz suave e cheia de sinceridade –
Os dois desceram as escadas juntos, lado a lado, e a presença de Namjoon parecia iluminar o caminho de Hoseok, como uma estrela guia. Quando chegaram à cozinha, encontraram as mães dos dois e o pai de Namjoon à mesa, conversando em tons baixos.
- Ah, aí estão vocês! – a mãe de Namjoon exclamou, levantando-se para colocar mais comida na mesa – Venham, sentem-se. Fizemos um jantar especial para tentar animar um pouco o clima.
Hoseok deu um pequeno sorriso e se sentou ao lado de Namjoon, sentindo o calor da comida e o carinho da família ao redor. Namjoon, sentado ao lado dele, dava-lhe um conforto silencioso, uma presença que significava muito mais do que palavras poderiam expressar.
A conversa ao redor da mesa era leve, cheia de memórias antigas e histórias engraçadas, tentando aliviar um pouco da tensão. Hoseok olhava para sua mãe e via o quanto ela estava tentando ser forte, e isso lhe dava forças para também ser forte.
Em meio à refeição, Hoseok percebeu que, apesar da situação difícil, ele não estava sozinho. Tinha sua família e seus amigos ao seu lado, e isso fazia toda a diferença. Ele pegou a mão de Namjoon sob a mesa e apertou levemente, um gesto de agradecimento.
Namjoon olhou para ele e sorriu, um sorriso que dizia “estou aqui para você”. Hoseok retribuiu o sorriso, sentindo uma renovada esperança.
- Como você está se sentindo, Hobi? – Namjoon perguntou suavemente, quando a conversa ao redor da mesa diminuiu um pouco –
Hoseok suspirou, olhando para o prato antes de voltar seus olhos para Namjoon.
- Melhor agora que você está aqui… – ele admitiu. – É difícil, mas eu sei que vou conseguir passar por isso.
Namjoon assentiu, seus olhos brilhando com determinação. – E eu estarei aqui em cada passo do caminho, Hobi. – Você não está sozinho. – ele garantiu, sua voz firme e cheia de convicção –
Hoseok sentiu uma onda de gratidão inundá-lo, e ele sorriu, um sorriso verdadeiro dessa vez.
O jantar continuou com uma nova energia, uma mistura de esperança e força que todos ao redor da mesa podiam sentir. E quando finalmente se levantaram para limpar a mesa, Hoseok sabia que, apesar de todas as dificuldades, ele tinha algo muito precioso ao seu lado: o apoio inabalável de Namjoon e o amor de sua família.
Capítulo 9
“Quando o medo não evita, o amor acontece.”
No dia seguinte, Hoseok desceu as escadas da casa ainda um pouco sonolento e encontrou um bilhete da mãe sobre a mesa da cozinha que dizia que ela estava no hospital, que era para Hoseok ficar tranquilo e tomar seu café com calma e aí sim ir para o hospital.
Ele suspirou pesadamente. Fechou os olhos com força desejando que aquilo tudo não passasse de um grande e terrível pesadelo.
Enquanto a água para preparar o café fervia, Hoseok aproveitou para fazer sua higiene matinal, quando voltou para a cozinha ele ligou para mãe:
“
Mãe,como o pai está?” — ele perguntou com a voz baixa, quase temendo a resposta.
Do outro lado da linha, houve uma pausa antes de sua mãe responder, e Hoseok pôde ouvir a respiração pesada dela, denunciando o estado emocional.
“Filho…” — a voz dela estava trêmula – “
Ele… ele piorou. Os médicos estão fazendo o que podem, mas…” — ela parou, engolindo o choro — “
Eu não sei o que fazer, Hoseok. Estou aqui, olhando para ele, mas me sinto tão impotente…” Hoseok apertou os olhos com força, tentando segurar a emoção que ameaçava transbordar.
“
Mãe, calma… eles estão cuidando dele, estão fazendo o possível, né?” — ele tentou reconfortá-la, mesmo sentindo o próprio coração apertar no peito.
“Eu sei, eu sei…” — ela suspirou profundamente, a voz ficando ainda mais embargada — “
Mas ver ele assim, tão frágil…” — a voz dela falhou, e Hoseok pôde ouvir o som abafado de soluços.
Hoseok segurou o telefone com mais força, desejando estar lá com ela naquele momento, desejando poder fazer mais.
“Eu vou já para o hospital, tá? Fica firme, mãe. Nós vamos passar por isso juntos.” — sua própria voz vacilava, mas ele tentava ser forte por ela.
“
Tudo bem, filho… só vem logo, por favor.” — ela pediu, a dor evidente em cada palavra.
“Eu tô indo, mãe.” — ele respondeu, sentindo o peso de cada segundo.
Enquanto o café terminava de ficar pronto ele ouviu a voz familiar de Namjoon soar do lado de fora da casa e então ele se dirigiu até lá para abrir o portão para o amigo.
Hoseok abriu o portão e viu Namjoon parado do lado de fora, com uma expressão suave, mas seus olhos imediatamente notaram o cansaço no rosto do amigo.
— Você não dormiu nada, né? — ele comentou suavemente, enquanto entrava na casa, observando o semblante abatido de Hoseok.
Hoseok suspirou, fechando o portão atrás de Namjoon e passando a mão pelos cabelos.
— O pai… ele piorou. — ele disse, a voz carregada de cansaço e preocupação. – Eu só vou trocar de roupa e ir pro hospital. A mamãe tá lá desde cedo… — completou, já se dirigindo para as escadas, sem conseguir esconder o peso que sentia.
Namjoon assentiu, preocupado.
— Quer que eu te leve? — ele ofereceu, a voz baixa, como se temesse agravar a tensão que já pairava no ar.
— Se não for muito incômodo… — ele olhou rapidamente para Namjoon, agradecido. — Eu só preciso de uns minutos pra me trocar.
Namjoon observou Hoseok subir as escadas, sentindo o peso da situação. Ele se aproximou da cozinha enquanto aguardava, olhando em volta, tentando encontrar alguma forma de aliviar a tensão que claramente dominava o ar daquela casa. Tudo ali parecia mais silencioso, mais pesado.
Alguns minutos depois, Hoseok desceu, já vestido, mas ainda com o olhar perdido.
— Pronto, podemos ir… — ele disse, tentando forçar um sorriso, mas a tristeza era evidente.
Namjoon apenas assentiu, pegando as chaves do carro e caminhando ao lado de Hoseok até a porta. Antes de sair, Namjoon colocou a mão no ombro do amigo, parando-o por um instante.
— Hobi… — ele começou, a voz suave e cheia de preocupação. — Vai dar tudo certo, tá? Eu tô aqui com você. Não importa o que aconteça.
Hoseok olhou para ele, os olhos carregados de emoções. Por um breve momento, a presença de Namjoon parecia ser o único alívio em meio ao caos que ele estava vivendo.
— Obrigado, Joon… — ele sussurrou, sentindo um nó na garganta, mas conseguindo manter a compostura.
Eles saíram de casa, prontos para enfrentar mais um dia difícil no hospital, mas sabendo que, pelo menos, estavam juntos.
No caminho para o hospital, o silêncio entre os dois era carregado. O som do motor do carro parecia ser a única coisa que preenchia o vazio. Hoseok olhava pela janela, as mãos inquietas no colo, tentando processar tudo o que estava acontecendo. Namjoon dirigia em silêncio, respeitando o momento, mas atento ao amigo.
Depois de alguns minutos, Hoseok finalmente quebrou o silêncio, a voz baixa e pesada.
— Eu… — ele começou, com um suspiro, sem desviar o olhar da estrada. — Eu não sei se estou preparado pra isso, sabe?
Namjoon olhou rapidamente para ele, percebendo a angústia no rosto de Hoseok, mas sem interrompê-lo.
— E se ele não sobreviver? Se… se essa for a última vez que vou ver meu pai? — a voz de Hoseok tremeu, e ele levou uma mão ao rosto, tentando conter as lágrimas que ameaçavam escapar — Eu sempre pensei que teria mais tempo… mais oportunidades de estar com ele, de dizer tudo o que não disse… Mas agora tudo parece tão… frágil.
Namjoon manteve o olhar na estrada, mas seu coração apertava com cada palavra de Hoseok. Ele sabia que não havia respostas fáceis para aquilo, mas também sabia que precisava ser o pilar que o amigo precisava.
— Hobi, ninguém nunca está preparado para perder alguém que ama… — ele falou, com a voz calma, mas firme. — Eu sei que as coisas parecem impossíveis agora, mas… você não está sozinho nisso. Estamos todos aqui por você, e você ainda tem tempo. Tempo para estar com ele, para dizer o que precisa. Não importa o que aconteça, você tem que se lembrar disso.
Hoseok respirou fundo, ainda tentando segurar as lágrimas, e assentiu lentamente.
— Eu só… — ele parou, engolindo seco. — Eu só queria que ele soubesse o quanto eu o amo. Que ele saiba disso, mesmo se não puder mais me ouvir…
Namjoon apertou levemente o volante, sentindo a dor de Hoseok reverberar dentro de si.
— Ele sabe, Hobi… Eu tenho certeza de que ele sabe. — Namjoon respondeu suavemente.
O resto do caminho foi percorrido em um silêncio respeitoso, enquanto Hoseok processava suas emoções e se preparava para o que os aguardava no hospital.
Quando chegaram ao hospital, Hoseok sentia o coração apertar a cada passo que dava. As portas automáticas se abriram e o cheiro familiar de desinfetante e medicamentos invadiu suas narinas, fazendo com que ele respirasse fundo, tentando controlar a ansiedade crescente. Namjoon estava ao seu lado, silencioso, mas sua presença sólida e constante era um conforto.
Hoseok avistou sua mãe sentada em uma das cadeiras da sala de espera, o rosto abatido e as mãos entrelaçadas no colo, como se estivesse rezando. Ela olhava fixamente para o chão, como se o peso do mundo estivesse sobre seus ombros. Assim que o viu, ela se levantou rapidamente, os olhos inchados de tanto chorar.
— Hoseok… — ela disse com a voz embargada, e imediatamente o abraçou com força, como se quisesse transmitir todas as suas emoções através daquele gesto.
Hoseok a abraçou de volta, sentindo o desespero da mãe. Ele não precisava perguntar; o abraço dela já dizia tudo. Ainda assim, ele precisava ouvir, mesmo que temesse a resposta.
— Como ele está? — ele perguntou, a voz saindo em um sussurro.
A mãe de Hoseok se afastou um pouco, com lágrimas nos olhos, e respirou fundo antes de responder.
— Ele… ele piorou, filho. — ela disse, a voz falhando. — Os médicos estão fazendo o possível, mas… — ela fez uma pausa, tentando segurar o choro. — Eles não sabem quanto tempo mais ele tem… não sabem se ele vai resistir.
O coração de Hoseok afundou com aquelas palavras. Ele sentiu uma fraqueza nas pernas, como se o chão estivesse desabando sob ele. Namjoon, percebendo o choque no rosto de Hoseok, colocou a mão em seu ombro, oferecendo suporte silencioso.
— Eu… eu não sei o que fazer, mãe. — ele disse, quase num sussurro, com os olhos marejados. — Como a gente lida com isso?
A mãe de Hoseok balançou a cabeça, os olhos se enchendo de lágrimas novamente.
— Eu também não sei, filho. — ela disse com um soluço. — Eu só… estou rezando para que ele tenha mais um tempo conosco.
Hoseok a abraçou de novo, mais forte desta vez, como se ambos estivessem tentando se manter de pé em meio à tempestade de emoções que os atingia.
Namjoon, que até então havia ficado em silêncio, observava a cena com o coração apertado. Vê-los assim, tão frágeis, o fez perceber o quanto queria estar ao lado de Hoseok, não só nesse momento difícil, mas em todos os outros. Ele precisava encontrar as palavras certas, mas agora, o mais importante era estar presente.
— Ele é forte, Hobi. — Namjoon falou, a voz tranquila, tentando oferecer algum alento. — E vocês também são. Vocês vão superar isso juntos.
Hoseok apenas assentiu, ainda segurando a mãe. O caminho à frente parecia incerto, mas, pelo menos, ele não estava sozinho.
***
Hoseok seguiu o corredor até o quarto onde seu pai estava internado, o coração apertado e a mente pesada. Ao abrir a porta do quarto, foi recebido pelo som monótono dos aparelhos médicos. O pai estava deitado, os olhos fechados, a respiração rítmica, mas frágil. O tubo de oxigênio e os fios conectados ao corpo dele eram lembretes cruéis da gravidade da situação.
Hoseok respirou fundo, tentando reunir forças enquanto se aproximava da cama. Ele puxou uma cadeira e sentou-se ao lado do pai, segurando a mão dele com delicadeza. A pele era fria, mais fria do que ele se lembrava, e a sensação fez seu peito apertar ainda mais. Durante alguns segundos, ele apenas ficou em silêncio, absorvendo a cena, sem saber ao certo o que dizer.
— Pai… — a voz saiu fraca, quase um sussurro.
Ele não esperava uma resposta, mas havia algo reconfortante em apenas falar, mesmo que as palavras fossem para alguém que talvez não pudesse ouvi-las.
— Eu não sei se você pode me ouvir agora, mas eu estou aqui. — ele apertou suavemente a mão do pai. — Eu só… não sei o que fazer. Nunca pensei que teria que te ver assim. Você sempre foi tão forte, tão cheio de vida… — Hoseok sentiu a voz embargar enquanto lutava contra as lágrimas.
Ele fez uma pausa, respirando fundo, tentando organizar seus pensamentos.
— Eu queria ter te dito isso antes, queria ter falado o quanto eu te admiro, o quanto você significa pra mim. Eu nunca soube como dizer essas coisas em voz alta, mas agora eu percebo que não dá pra deixar nada pra depois… Eu só queria que você soubesse o quanto eu te amo, o quanto você é importante pra mim, pai.
As lágrimas que ele segurava começaram a rolar silenciosamente pelo seu rosto. Ele abaixou a cabeça, sentindo o peso da tristeza e da impotência.
— Eu não sei se estou preparado para te perder… — ele admitiu, a voz quebrada. — Eu não sei se estou pronto para isso. Mas, se você estiver cansado… se você sentir que não consegue mais lutar… eu entendo. Eu só quero que você saiba que… tudo bem. Eu vou ficar aqui, e vou cuidar da mamãe. A gente vai ficar bem.
Hoseok levantou a cabeça e olhou para o pai, tentando encontrar algum sinal, qualquer resposta. Mas tudo o que havia ali era o som contínuo dos aparelhos e a respiração fraca. Ele não sabia quanto tempo ficou ali, segurando a mão do pai, mas a sensação de que o tempo estava escapando por entre seus dedos o consumia.
Nesse momento, a porta do quarto se abriu lentamente, revelando Namjoon. Ele entrou silenciosamente, sem querer interromper, mas seus olhos imediatamente captaram o estado emocional de Hoseok. Namjoon caminhou até ele e colocou uma mão gentil em seu ombro, oferecendo o apoio silencioso que Hoseok tanto precisava.
— Eu estou aqui, Hobi. — ele disse baixinho, e isso foi o suficiente para que Hoseok sentisse que, de alguma forma, não estava tão sozinho.
Hoseok balançou a cabeça, sentindo o calor da presença de Namjoon e se permitindo chorar de verdade, sem segurar mais.
Namjoon permaneceu em silêncio ao lado de Hoseok, respeitando o momento delicado. Ele sabia que nenhuma palavra seria capaz de confortar o amigo agora, mas sua presença, pelo menos, poderia oferecer algum apoio. Hoseok segurava a mão do pai com firmeza, enquanto as lágrimas ainda escorriam de forma silenciosa pelo rosto.
— Eu só queria mais tempo com ele sabe? — ele disse, com a voz embargada, ainda sem olhar para Namjoon. — Queria poder conversar mais, falar sobre coisas banais, contar como foi meu dia. Eu nunca pensei que o tempo fosse acabar assim, de repente.
Namjoon apertou o ombro dele, transmitindo a segurança de que estava ali, presente em corpo e espírito.
— Ninguém nunca está preparado, não importa quanto tempo a gente tenha. Mas eu sei que, lá no fundo, ele sabe o quanto você o ama, Hobi.
Hoseok fechou os olhos, respirando fundo para controlar o choro, mas ainda sentia o peso da situação esmagando seu peito. A presença de Namjoon, no entanto, era um lembrete de que ele não estava enfrentando aquilo sozinho, e isso, de certa forma, lhe dava forças.
— Eu só… eu só não sei o que vai ser sem ele. Minha mãe depende tanto dele, e eu também. Ele sempre foi a nossa rocha. Eu só queria que tudo fosse diferente.
Namjoon finalmente se abaixou ao lado de Hoseok, ficando na altura dele.
— Você não está sozinho nessa. Eu estou aqui, sua mãe está aqui, e a gente vai passar por isso juntos. Mesmo que pareça impossível agora.
Hoseok finalmente olhou para Namjoon, os olhos ainda vermelhos e inchados pelas lágrimas.
— Obrigado… — sua voz saiu como um sussurro, mas era sincero.
Namjoon se levantou e estendeu a mão para ele.
— Vamos lá fora um pouco? Acho que você precisa de um ar. A gente pode voltar depois e ficar mais com ele. Sua mãe vai entender.
Hoseok olhou para o pai mais uma vez antes de assentir. Ele soltou a mão do pai com delicadeza e, após um último olhar, seguiu Namjoon para fora do quarto. Enquanto caminhavam pelo corredor do hospital, Hoseok ainda sentia o peso da tristeza, mas a presença de Namjoon ao seu lado oferecia o consolo que ele tanto precisava naquele momento difícil.
Lá fora, o vento estava leve, mas frio, o que fez Hoseok puxar a jaqueta um pouco mais fechada. O hospital tinha uma pequena área externa, com bancos e um jardim simples, onde alguns familiares de pacientes se acomodavam. Namjoon levou Hoseok até um canto mais isolado, onde poderiam ficar a sós.
Hoseok sentou-se em um dos bancos, os ombros caídos de cansaço e preocupação. Namjoon se sentou ao lado, quieto por um momento, apenas observando a forma como o amigo respirava profundamente, tentando encontrar algum alívio.
Depois de alguns segundos de silêncio, Namjoon inclinou-se para frente, apoiando os cotovelos nos joelhos e olhou para Hoseok.
— Eu queria poder fazer mais, Hobi… — ele disse suavemente. — Queria poder tirar essa dor de você.
Hoseok olhou para ele, a expressão cansada suavizando um pouco com o carinho nas palavras de Namjoon.
— Ter você aqui já ajuda. Mais do que você imagina.
Namjoon sorriu de leve, e um breve silêncio caiu entre eles. O som das árvores balançando ao vento preenchia o ar, e Hoseok encostou a cabeça no ombro de Namjoon, buscando consolo naquele gesto.
— Eu sinto que vou desmoronar a qualquer momento, mas… com você aqui… — ele hesitou por um instante, tentando encontrar as palavras. — …me sinto um pouco mais inteiro.
Namjoon virou a cabeça ligeiramente, olhando para Hoseok. Ele ergueu a mão e, com delicadeza, pousou-a sobre a de Hoseok, que estava entre os joelhos. O gesto era pequeno, mas a conexão era profunda.
— Eu estou aqui. E eu não vou a lugar nenhum desta vez. Eu prometo.
Hoseok sorriu de lado, ainda que fosse um sorriso triste. O conforto daquela promessa, no entanto, aquecia algo dentro dele, um pedacinho de esperança em meio ao caos.
— Você sempre sabe o que dizer para me acalmar, Namjoon.
Namjoon riu levemente, um som que fez Hoseok relaxar um pouco mais. Ele virou o rosto para Namjoon, observando-o de perto.
— Sério, eu não sei o que eu faria sem você…
Por um breve momento, os olhos dos dois se encontraram, e havia algo mais profundo naquela troca de olhares, algo não dito, mas claramente sentido.
— Você nunca vai precisar descobrir isso, Hobi… – ele respondeu suavemente, apertando a mão de Hoseok.
Hoseok suspirou, mas dessa vez o suspiro parecia um pouco mais leve. Ele sabia que as coisas ainda estavam difíceis, mas a presença de Namjoon ao seu lado tornava tudo um pouco mais suportável.
E, pela primeira vez em dias, ele sentiu que não estava sozinho.
***
Namjoon e Hoseok ficaram mais alguns minutos do lado de fora, até que Hoseok sentiu que era hora de voltar para dentro. Ele se levantou primeiro, esticando a mão para Namjoon, que aceitou a ajuda com um pequeno sorriso. Juntos, caminharam de volta para o hospital em silêncio, o clima mais leve entre eles após o momento de conforto.
Assim que entraram, encontraram a mãe de Hoseok no corredor, claramente exausta, os olhos inchados e vermelhos de preocupação e cansaço. Hoseok caminhou até ela com um olhar preocupado.
— Mãe… você precisa descansar um pouco. — Ele falou suavemente, colocando a mão no ombro dela. — Eu fico aqui com o papai agora. Vá para casa, tome um banho, coma alguma coisa e tente dormir um pouco.
Ela balançou a cabeça, os lábios tremendo um pouco como se estivesse prestes a protestar.
— Eu não posso, Hoseok… e se… e se algo acontecer enquanto eu estiver fora?
— Eu te ligo se houver qualquer mudança, eu prometo. Não se preocupe, eu vou cuidar de tudo aqui. Você precisa descansar para poder cuidar do papai depois. Ele vai precisar de você forte.
A mãe de Hoseok olhou para o filho, claramente dividida entre querer ficar e ceder ao cansaço que a consumia. Namjoon, que observava a cena em silêncio, deu um passo à frente, oferecendo seu apoio.
— Eu também fico aqui, tia. O Hobi não vai estar sozinho. Nós vamos cuidar de tudo.
Ela olhou para Namjoon, reconhecendo a sinceridade no olhar dele, e soltou um suspiro longo, finalmente assentindo.
— Está bem… mas, por favor, me liguem se algo mudar, de verdade.
Hoseok sorriu levemente e puxou a mãe para um abraço apertado.
— Pode deixar, mãe. Vai descansar um pouco. Você merece.
Ela se afastou com um olhar cansado, mas aliviado, e depois de mais algumas instruções e despedidas, seguiu em direção à saída do hospital. Hoseok a observou partir, sentindo o peso da responsabilidade cair sobre seus ombros, mas com Namjoon ao seu lado, ele sabia que poderia aguentar mais um pouco.
Alguns minutos após a mãe de Hoseok sair, ele e Namjoon se sentaram na pequena sala de espera ao lado do quarto do pai dele. O clima no hospital era pesado, mas a presença de Namjoon ao seu lado ajudava Hoseok a se sentir menos sufocado pela preocupação.
De repente, o celular de Hoseok vibrou no bolso. Ele olhou para a tela e viu que era Jungkook ligando. Respirando fundo, ele atendeu.
“Alô?” “Hyung! Como estão as coisas por aí? Tem alguma novidade sobre o seu pai?” Hoseok fechou os olhos por um momento, deixando escapar um suspiro cansado.
“Ele está… estável, mas os médicos disseram que a situação é grave. Não há muito o que fazer além de esperar…” “Eu sinto muito, hyung… Se precisar de qualquer coisa, você sabe que estou aqui, né?” “Eu sei, Kook. Obrigado por cuidar do Sherlock para mim durante tudo isso. Ele está bem?” Jungkook riu baixinho do outro lado da linha.
“Sherlock está ótimo! Acho que ele está até gostando de ficar aqui em casa. Está correndo pelo quintal e brincando com Bam. Não se preocupe com ele, eu estou cuidando bem.” “Eu confio em você, Kook. Obrigado por estar sempre por perto. Qualquer novidade eu te aviso, tá?” “Combinado, hyung. Fica bem… e me avisa se precisar de mais alguma coisa, sério.” “Obrigado, Kook. A gente se fala depois.” Desligando a chamada, Hoseok soltou um suspiro longo. Namjoon observava em silêncio, respeitando o momento, mas ao perceber a expressão cansada no rosto de Hoseok, ele tentou puxar assunto.
Segundos depois, o celular de Hoseok vibrou novamente. Dessa vez era uma mensagem de Jungkook com uma foto de Sherlock brincando com Bam no quintal. Sherlock, com sua pelagem branca e fofinha, parecia até estar sorrindo e parecia tão despreocupado que fez Hoseok abrir um pequeno sorriso.
— Olha só… Jungkook acabou de me mandar uma foto do Sherlock.
Ele virou o celular para Namjoon, que se inclinou para ver melhor a imagem. Namjoon sorriu também, sentindo um calor no peito ao ver o cachorrinho, que era parte da história deles.
— Ele parece tão feliz… Ele sempre gostou de correr por aí, lembra? Quando a gente era criança, ele fazia a mesma coisa no quintal lá de casa.
— Lembro, sim. Ele sempre foi cheio de energia. Parece que nada muda, né?
Namjoon balançou a cabeça com um sorriso nostálgico, os dois imersos nas lembranças.
— Acho que ele sempre soube o quanto é importante pra você, Hobi. Ele sempre estava por perto quando você precisava de um momento de paz…
— É verdade… Sherlock faz parte de tudo, desde sempre. Lembro dele pulando no meu colo toda vez que eu chegava da escola… e de como ele ficava doido quando você aparecia.
— Ele meio que virou o nosso parceiro, né?
Os dois riram suavemente, e por um momento, a tensão do hospital pareceu diminuir, como se aquelas memórias de infância tivessem trazido uma leveza bem-vinda.
Hoseok suspirou, ainda olhando para a foto de Sherlock por mais alguns segundos antes de voltar à realidade do hospital. Ele virou-se para Namjoon, com um sorriso fraco no rosto, mas uma preocupação genuína no olhar.
— Namjoon, eu sei que você está aqui por mim, mas… pode ir para casa descansar. Não precisa ficar aqui o tempo todo. Já tá tarde, quase hora do almoço, e você deve estar cansado.
Namjoon balançou a cabeça quase de imediato, franzindo a testa de leve.
— Não. Eu não vou a lugar nenhum, Hobi. Você sabe disso.
— Sério, Joon… Eu vou ficar bem. Minha mãe já foi descansar, eu só vou ficar aqui cuidando das coisas.
— E é por isso mesmo que eu vou ficar. Você precisa de alguém aqui também, nem que seja só para te fazer companhia.
Hoseok soltou um riso sem humor, um misto de exaustão e alívio tomando conta de sua expressão.
— Eu não quero que você se desgaste…
— Você não tem que carregar isso sozinho. Eu estou aqui, Hobi, e vou ficar até que você não precise mais.
Hoseok mordeu o lábio, emocionado, mas sem palavras para expressar a gratidão que sentia pela presença constante de Namjoon. Ele sabia que Namjoon falava sério — ele sempre estava lá, nos momentos mais difíceis.
***
Hoseok apertou o telefone nas mãos, os dedos tremendo ligeiramente. A ligação para a mãe era a coisa mais difícil que ele já teve que fazer. Ele sentiu a garganta fechar e o peito apertar enquanto escutava o toque do outro lado.
Finalmente, a voz da mãe atendeu, cheia de ansiedade.
”Hoseok? O que aconteceu?” Ele tentou começar a falar, mas as palavras simplesmente não vinham. Depois de alguns segundos de silêncio, ele respirou fundo e, com um esforço enorme, forçou as palavras a saírem.
“Mãe…” — a voz dele falhou. —
“O papai… Ele… ele se foi.” Do outro lado da linha, houve um silêncio profundo. Era como se o mundo parasse naquele momento, enquanto ele esperava a reação da mãe. Finalmente, ouviu-se um soluço abafado, seguido de um choro pesado.
“Não… Não, Hoseok, não…” Ele fechou os olhos, sentindo o peso da dor da mãe o esmagar. Namjoon o observava de perto, os olhos cheios de empatia e preocupação, sem saber o que dizer ou fazer naquele momento. Quando Hoseok finalmente conseguiu desligar o telefone, o som do silêncio que se seguiu foi insuportável.
Ele encarou Namjoon por um momento, os olhos marejados, as lágrimas que ele estava segurando até então finalmente ameaçando escapar.
— Ele se foi, Joon… — a voz de Hoseok saiu rouca, quase inaudível, e, naquele momento, ele desmoronou.
Namjoon não hesitou. Ele deu um passo à frente, envolvendo Hoseok em um abraço apertado, segurando-o firme enquanto o amigo finalmente deixava as lágrimas rolarem. Hoseok agarrou-se a Namjoon, apertando o tecido da camiseta dele com os punhos fechados, seu corpo inteiro tremendo com o peso da tristeza.
— Eu não sei o que fazer, Joon… — ele soluçou contra o peito do amigo, as lágrimas quentes molhando o ombro de Namjoon.
— Você não precisa fazer nada agora, Hobi… Só deixa isso sair. Eu estou aqui.
O abraço entre eles era a única coisa que parecia real naquele momento. A única coisa que oferecia algum tipo de conforto diante de uma dor tão imensurável.
Hoseok continuava chorando no peito de Namjoon, e o peso de tudo parecia sufocá-lo. Namjoon permaneceu firme, abraçando o amigo com força, sem soltar, oferecendo toda a calma que podia em meio ao caos que Hoseok sentia.
— Você não está sozinho nisso, Hobi… — murmurou, passando a mão nas costas dele em um gesto de consolo. — Estamos todos com você, sua mãe, eu… e tudo o que você precisar, estou aqui.
Aos poucos, os soluços de Hoseok foram diminuindo, mas o aperto no peito dele ainda estava ali. Quando finalmente conseguiu respirar de forma mais calma, ele se afastou só o suficiente para olhar para Namjoon, os olhos ainda cheios de lágrimas, mas com uma gratidão silenciosa.
— Obrigado por estar aqui… — sua voz saiu fraca, mas carregada de sinceridade. — Eu não sei o que faria sem você.
Namjoon apenas assentiu, sem dizer nada, porque ele sabia que palavras eram desnecessárias naquele momento. Ele olhou nos olhos de Hoseok com uma profundidade que só os anos de amizade permitiam, deixando claro que não havia lugar onde ele preferiria estar.
O momento entre eles foi interrompido por um breve toque no celular de Hoseok, lembrando-o que sua mãe ainda estava a caminho. Ele passou a mão pelo rosto, tentando limpar as lágrimas, ainda sentindo o peso da perda. Mas antes de qualquer coisa, ele tinha que ser forte para ela também.
— Eu vou… vou precisar contar pra ela de novo quando chegar…
— Eu vou estar com você o tempo todo. Vamos fazer isso juntos.
Hoseok assentiu, sentindo uma pequena, mas significativa, força interior voltando. Ele sabia que ainda tinha um longo caminho pela frente, e que a dor da perda não ia embora tão cedo. Mas naquele momento, com Namjoon ao seu lado, ele sabia que poderia enfrentar o que viesse.
Hoseok deu uma última olhada para a porta do quarto de hospital onde seu pai estava. Seu coração apertou, mas ele respirou fundo. Havia muito ainda para processar, mas ele sabia que não estava sozinho.
***
Horas depois, Hoseok estava sentado na pequena sala de espera ao lado da mãe. O clima pesado pairava entre eles, com o silêncio sendo cortado apenas pelo som baixo da televisão ao fundo e o murmúrio distante de enfermeiros e pacientes andando pelos corredores. A mãe de Hoseok estava com o olhar fixo no chão, o rosto marcado pelas lágrimas que ela tentava segurar.
Hoseok a observava, sentindo o peito apertado. Ela parecia tão frágil, tão desgastada. Ele sabia que, apesar de estar tentando ser forte para ele, a dor era insuportável para ela também.
— Mãe… — sua voz saiu baixa e trêmula, mas ele precisava falar. — Eu sei que nada do que eu disser vai mudar o que aconteceu… mas estou aqui, com você. Não vamos passar por isso sozinhos.
Ela ergueu o olhar lentamente, os olhos ainda marejados, e sorriu de forma triste para o filho.
— Eu sei, querido… — sua voz também estava fraca, quase um sussurro. — Mas é tão difícil. Tantos anos juntos… e agora… — Ela fechou os olhos por um momento, tentando conter o choro. — Eu só não sei como seguir em frente sem ele.
Hoseok sentiu o coração apertar ainda mais ao ouvir isso. Ele se inclinou um pouco, pegando a mão da mãe com delicadeza.
— Eu também não sei, mãe… mas vamos descobrir juntos. Um dia de cada vez.
Ela olhou para a mão do filho segurando a sua e então o encarou com ternura. Hoseok sempre havia sido um ponto de apoio para ela, mas naquele momento, parecia que os papéis estavam mais claros do que nunca. Ela inspirou profundamente, apertando a mão dele com mais força.
— Eu estou tão orgulhosa de você, meu filho. Seu pai também estava… mesmo quando ele não sabia como demonstrar.
Hoseok sentiu as lágrimas voltarem aos olhos, mas ele não tentou impedi-las dessa vez. Ele sabia que precisavam compartilhar aquele momento de dor e de amor. Apertando ainda mais a mão da mãe, ele sussurrou:
— Eu sei, mãe. E eu sempre estarei aqui para você, assim como você esteve para mim.
Eles se abraçaram ali, naquele pequeno espaço da sala de espera, buscando forças um no outro enquanto enfrentavam juntos a dor imensa da perda.
***
O enterro do pai de Hoseok foi um dia nublado e melancólico, com uma leve garoa caindo sobre o cemitério. Hoseok estava de pé ao lado de sua mãe, ambos vestidos de preto, enquanto o caixão descia lentamente à terra. Ele sentia o peso da tristeza sobre os ombros, mas o apoio ao redor o ajudava a se manter firme.
Seus amigos mais próximos haviam feito questão de estar lá. Namjoon estava ao lado dele o tempo todo, oferecendo silenciosamente o conforto que Hoseok tanto precisava. Jungkoik, Jimin, Suga, Taehyung e Jun também estavam presentes, em pé um pouco mais atrás, respeitosos e visivelmente tristes pela perda do amigo.
Conforme o serviço fúnebre se desenrolava, Hoseok sentia o coração pesado, mas também aquecido pela presença das pessoas que amava. Ele sabia que, embora aquele fosse um dos momentos mais difíceis de sua vida, ele não estava sozinho. Cada abraço, cada palavra de apoio de seus amigos ajudava a amenizar um pouco a dor insuportável da despedida.
Depois de um longo silêncio em frente ao túmulo recém-coberto, os amigos de Hoseok se aproximaram um a um para oferecer suas condolências. Jin, sempre discreto, deu um aperto de mão firme e disse, com a voz suave, que ele sempre estaria por perto. Taehyung ofereceu um abraço caloroso, enquanto Jungkook segurava Sherlock, o cachorrinho de Hoseok, que ficou o tempo todo ao lado dele, como uma pequena fonte de conforto.
Após o enterro, Hoseok ficou parado ali por mais alguns momentos, segurando a mão da mãe, enquanto Namjoon ficava ao lado dele, pronto para apoiá-lo a qualquer momento.
Hoseok permaneceu em frente ao túmulo por mais alguns minutos, absorvendo o silêncio e o peso da perda. Namjoon e os amigos esperaram pacientemente, dando espaço a ele e à sua mãe para o momento de despedida final. Quando Hoseok finalmente se afastou, Namjoon o acompanhou, mantendo uma presença silenciosa e reconfortante ao seu lado.
De volta à casa da família, o clima era pesado, marcado pela ausência palpável do pai de Hoseok. Amigos e parentes haviam passado para oferecer condolências, mas aos poucos, o fluxo de pessoas começou a diminuir, e Hoseok se viu sozinho com a mãe na sala de estar. Ele a observou, notando o quanto a perda a tinha envelhecido em questão de dias. Sentindo-se preocupado, ele decidiu que era hora de abordar algo que já vinha pensando há algum tempo.
— Mãe… — Hoseok começou, com a voz baixa, sentado ao lado dela no sofá. — Eu estava pensando… você poderia vir morar comigo em Seul. Assim, não ficaria sozinha e eu poderia cuidar melhor de você.
Sua mãe, ainda com os olhos vermelhos e o rosto cansado, suspirou profundamente. Ela sorriu de leve, mas balançou a cabeça em negativa.
— Hoseok, meu filho… eu sei que você quer o meu bem, e agradeço por isso, de verdade. Mas essa é a minha casa. Aqui estão todas as lembranças que eu e seu pai construímos juntos. Não posso deixá-las para trás.
Hoseok mordeu o lábio, tentando conter a frustração e a preocupação que sentia. Ele queria insistir, dizer que seria melhor para ela estar perto dele, mas sabia que forçá-la não seria justo. Em vez disso, ele segurou a mão dela com carinho.
— Eu entendo, mãe… mas saiba que, sempre que precisar, estarei a apenas uma ligação de distância. Se algum dia mudar de ideia, minha casa em Seul está aberta para você.
Ela apertou a mão dele com ternura, dando um sorriso triste.
— Eu sei, querido. E isso me dá paz. Mas vou ficar bem aqui.
A conversa terminou com um abraço longo e silencioso, onde Hoseok prometeu a si mesmo que viria visitá-la com frequência e que não a deixaria enfrentar o luto sozinha, mesmo que de longe.
***
Seul, poucos dias depois…
A entrada do museu estava mais vazia do que Namjoon prévia, e não que ele tenha achado ruim, era ótimo na verdade.
Olhou o relógio de pulso checando as horas e riu para si mesmo de como ele estava adiantado.
Ele realmente deveria fazer isso agora? O peso da dúvida o atingiu com força, e ele se perguntou se esse era o momento certo para se declarar a Hoseok. O pai dele havia falecido há poucos dias, e o luto ainda estava presente no olhar de Hoseok, nas suas palavras, em cada gesto contido. Namjoon sabia que Hoseok precisava de apoio e conforto, não de mais confusão emocional.
“Será que isso vai parecer egoísta?”, ele pensou, mordendo o lábio enquanto observava as portas de vidro do museu.
“E se ele achar que estou me aproveitando da fragilidade dele? Talvez eu deva esperar mais um pouco… deixar as coisas se acalmarem.” Mas, ao mesmo tempo, Namjoon não conseguia afastar a ideia de que já tinha perdido tempo demais. Eles se conheciam desde sempre, e Namjoon sentia que, de alguma forma, sempre esteve adiando essa conversa por medo, medo do que pensarusm, medo de encarar o que sentia de frente e de peito e mente abertos, medo de estragar a amizade recém reconstruída, por insegurança sobre seus próprios sentimentos… Agora que Hoseok estava passando por uma fase tão difícil, ele questionava se continuar adiando não seria pior. Era como se um relógio invisível estivesse marcando o tempo que ele havia desperdiçado, o tempo que ele poderia ter passado ao lado de Hoseok de um jeito mais profundo, mais verdadeiro.
“E se nunca for o momento certo? A vida é imprevisível… se eu não falar agora, talvez nunca tenha outra chance.” Namjoon fechou os olhos por um instante, respirando fundo. A perda recente de Hoseok o preocupava. Talvez Hoseok não estivesse emocionalmente disponível para lidar com isso agora, ou talvez ele não soubesse como reagir. E se a confissão de Namjoon viesse como um fardo em vez de um alívio? Namjoon queria ser o apoio de Hoseok, não um motivo a mais de estresse.
“Mas… e se ele estiver esperando por isso também? E se Hoseok estiver precisando ouvir o que sinto, de uma vez por todas?” Namjoon balançou a cabeça, confuso. Ele estava preso entre a urgência do momento e o receio de fazer algo no tempo errado. No fim, era sempre assim… um ciclo de incertezas, de adiamentos, de esperas. E agora, com Hoseok de luto, o peso da dúvida era ainda maior.
Ele olhou
para a porta do museu mais uma vez. Talvez… talvez hoje não fosse o dia. Namjoon olhou o relógio de novo, seus dedos tamborilando contra o metal frio do pulso. A dúvida ainda latejava em sua mente, e ele se perguntava se não seria melhor ir embora e deixar essa conversa para outro dia, um momento mais apropriado. O coração batia acelerado, e ele já estava prestes a dar meia-volta quando, de repente, ouviu uma voz familiar.
– Namjoon? – Era Hoseok.
Namjoon parou no meio do movimento e levantou a cabeça, seus olhos encontrando os de Hoseok. Lá estava ele, parado bem em frente, com aquele sorriso tímido que Namjoon conhecia tão bem.
– Não fui só eu que me adiantei então? – Namjoon riu, tentando disfarçar a surpresa e o nervosismo.
Hoseok deu uma risada leve, e o som trouxe um calor confortável para o peito de Namjoon.
– Parece que não… – respondeu Hoseok, com um brilho suave no olhar.
Namjoon engoliu seco, o sorriso ainda preso em seus lábios, enquanto os dois permaneciam ali, parados à porta do museu, cercados pelo silêncio tranquilo daquele lugar.
Namjoon manteve o sorriso no rosto, mas por dentro, uma tempestade de pensamentos se formava. Ele observava Hoseok, cada detalhe de sua expressão, e a dúvida que o acompanhava nos últimos dias parecia ainda mais forte agora.
O momento parecia certo e, ao mesmo tempo, tão errado. A perda recente ainda pairava entre eles, e Namjoon não queria cruzar uma linha sem ter certeza de que Hoseok estava pronto. Mas e se ele nunca estivesse?
Hoseok inclinou a cabeça, notando o olhar pensativo de Namjoon.
– Tudo bem? – perguntou, a voz suave, mas carregada de curiosidade.
Namjoon abriu a boca para responder, mas hesitou. As palavras estavam na ponta da língua, prestes a sair… mas, por algum motivo, ele as segurou.
– Sim – mentiu, desviando o olhar para o museu atrás de Hoseok. – Está tudo bem.
Mas dentro dele, nada estava resolvido. E enquanto os dois caminhavam em direção à entrada, lado a lado, a tensão invisível entre eles parecia crescer, deixando um silêncio no ar. Um silêncio que só o tempo e a verdade poderiam quebrar.
E naquele instante, Namjoon sabia que a decisão que tomaria mudaria tudo. Ele só não sabia como.
Capítulo 10
“E daqui vejo seu sorriso, sei bem do que ele é capaz de fazer.”
Hoseok observava Namjoon enquanto eles caminhavam pela exposição no museu. Desde que chegaram, ele notou algo diferente no amigo, algo que fez seus olhos brilharem de uma forma que Hoseok não via há algum tempo. Namjoon falava sobre cada obra com uma precisão e uma paixão que surpreenderam Hoseok. Ele conhecia cada detalhe, cada técnica, e explicava com tanta clareza que parecia até ter estudado o assunto por anos. Hoseok não conseguia tirar os olhos do rosto de Namjoon enquanto ele apontava para as pinturas, esculturas e gravuras, detalhando suas histórias, os estilos e as influências dos artistas.
Depois de um tempo explorando a galeria, eles saíram do museu e decidiram comprar sorvete em uma pequena sorveteria ali perto. Agora, sentados em um banco de praça, Hoseok ainda tinha em mente tudo o que havia presenciado naquela exposição. Ele não conseguia evitar a curiosidade que crescia dentro dele.
Hoseok deu uma lambida no sorvete, ainda encarando Namjoon de lado, e soltou a pergunta que estava martelando em sua mente desde a visita ao museu.
— Por que você nunca fez um curso ou escolheu uma faculdade voltada para essa área de artes?
Antes que Namjoon pudesse responder, Hoseok se perdeu por um momento em suas próprias reflexões. O quanto o amigo realmente entendia daquilo? A forma como Namjoon falava, a paixão e o conhecimento profundo que ele demonstrava sobre as obras, tudo indicava que ele tinha um talento natural, quase como se a arte fosse uma segunda natureza para ele. E foi então que Hoseok se deu conta: Namjoon nunca tinha seguido aquela paixão. Mesmo sendo tão claramente fascinado pela arte, ele havia escolhido um caminho completamente diferente.
Namjoon sorriu de forma tímida, desviando o olhar do sorvete para o chão. A pergunta de Hoseok o pegou de surpresa, mas não de forma negativa. Ele apenas não esperava que o amigo tivesse percebido tão facilmente algo que ele sempre guardava para si.
— Eu… — ele começou, dando uma leve risada sem graça enquanto coçava a nuca. — Eu nunca achei que fosse algo com o qual eu realmente pudesse trabalhar, sabe? Sempre pareceu mais um hobby do que uma carreira.
Ele deu uma mordida no sorvete, usando o momento para pensar melhor no que dizer. Hoseok continuava a observá-lo, interessado e paciente, o que deixava Namjoon um pouco mais à vontade para continuar.
— E também… — ele suspirou, levantando os olhos para o horizonte à frente deles. — Acho que nunca me achei bom o suficiente. Tipo, tem tanta gente incrível nessa área… — Ele riu, balançando a cabeça. — Talvez tenha sido falta de confiança, ou medo de fracassar. Sei lá… E, com o tempo, fui me afastando disso.
Hoseok franziu o cenho, como se tentasse entender a lógica por trás daquelas palavras. Namjoon era brilhante, e ver alguém tão talentoso duvidando de si mesmo mexia com ele.
— Mas você entende muito! — Hoseok disse, de repente. — Eu vi isso hoje, Namjoon. Você não só gosta, você vive a arte quando fala sobre ela. Você tem um olhar especial, e eu nunca vi ninguém falar sobre essas coisas com tanta paixão. Não deveria se subestimar assim.
Namjoon sorriu, mas o desconforto ainda pairava em seus olhos. Ele balançou a cabeça, claramente grato pelas palavras de Hoseok, mas também ainda lidando com a própria insegurança.
— Talvez seja tarde demais para isso — ele disse, rindo de leve. — Eu já escolhi outro caminho.
Hoseok ficou em silêncio por um instante, como se estivesse ponderando algo importante. Então, ele respondeu de forma suave, mas determinada:
— Nunca é tarde demais, Namjoon.
Namjoon ergueu o olhar e encontrou o de Hoseok. Por um instante, tudo ao redor pareceu se silenciar. O sorriso tímido desapareceu dos lábios de Namjoon enquanto ele absorvia o significado das palavras de Hoseok.
— Talvez você tenha razão… — Namjoon murmurou, a voz baixa, quase como se estivesse refletindo em voz alta. — Nunca é tarde demais, não é?
O olhar intenso que Hoseok lançou em sua direção fez o coração de Namjoon acelerar. Havia algo naquele momento que ia além da conversa sobre carreira ou insegurança. Era como se, de repente, ambos tivessem se dado conta de que estavam em um ponto decisivo — não só na vida profissional, mas também na relação entre eles.
Os olhos de Hoseok, sempre tão expressivos, diziam mais do que qualquer palavra poderia. Namjoon sabia que aquele olhar continha apoio incondicional, mas também uma profundidade que o deixava sem fôlego.
Por alguns segundos, eles ficaram ali, trocando aquele olhar intenso e cheio de significados não ditos. O mundo ao redor parecia parar. Era apenas eles dois, o silêncio preenchido pela conexão que os dois sempre tiveram, mas que agora parecia diferente, mais forte, mais real.
— Hoseok… — Namjoon começou a falar, sem saber ao certo o que viria a seguir, mas com a sensação de que estava prestes a cruzar uma linha invisível.
Hoseok não disse nada. Ele apenas continuou a encarar Namjoon com a mesma intensidade, como se esperasse por algo, mas sem pressioná-lo. Namjoon sentiu o impulso de falar mais, de se abrir, de finalmente dizer o que estava em seu coração há tanto tempo…
Ele respirou fundo, sentindo o coração disparar no peito. Aquela era a chance que ele vinha adiando por tanto tempo. O momento estava ali, claro, como se o universo tivesse criado aquela situação exatamente para isso. Hoseok continuava olhando para ele, e a intensidade do silêncio entre os dois só aumentava a pressão dentro de Namjoon.
Ele tentou falar, mas as palavras ficaram presas em sua garganta por um segundo.
“E se fosse o momento errado?”,
“E se Hoseok não sentisse o mesmo?”, os pensamentos vinham como um turbilhão. Mas, ao mesmo tempo, Namjoon sabia que não poderia continuar fugindo. Eles já tinham perdido tanto tempo, e a vida era curta demais — a perda recente do pai de Hoseok só havia reforçado isso.
— Hoseok… — Namjoon começou de novo, agora com a voz mais firme. Ele não desviou o olhar, mesmo com o nervosismo fazendo suas mãos tremerem levemente. — Tem uma coisa que eu preciso te dizer… Algo que eu venho guardando há muito tempo.
Hoseok franziu o cenho levemente, a curiosidade e talvez um pouco de apreensão surgindo em seus olhos.
— Eu não sei como começar — Namjoon riu nervosamente, passando a mão pela nuca — mas eu não posso mais deixar isso guardado, não depois de tudo que passamos.
Ele respirou fundo, fechando os olhos por um segundo, antes de encarar Hoseok novamente, com toda a sinceridade que ele podia reunir.
— Eu sou apaixonado por você, Hobi. Sempre fui… Desde que a gente era mais novo, acho. Mas eu só percebi o quanto isso era real quando quase te perdi… — Namjoon deixou as palavras saírem, sua voz baixa, mas carregada de emoção. — Eu não consigo mais fingir que é só amizade. Eu te amo, Hoseok. E eu não quero perder mais tempo.
O silêncio que se seguiu pareceu durar uma eternidade. O coração de Namjoon estava disparado, e ele não sabia o que esperar da reação de Hoseok. Cada segundo parecia se arrastar enquanto ele esperava, a tensão no ar quase palpável.
Hoseok respirou profundamente, desviando o olhar de Namjoon por um instante e focando no sorvete que estava derretendo em sua mão. Ele passou a língua distraidamente no sorvete, como se precisasse de um momento para processar tudo o que havia acabado de ouvir.
Namjoon, por sua vez, continuou esperando, o silêncio entre eles crescendo a cada segundo. A expectativa o corroía por dentro, e ele não conseguia evitar que um leve nervosismo o tomasse.
— Você não vai falar nada? — Namjoon finalmente quebrou o silêncio, sua voz saindo mais hesitante do que ele pretendia.
Hoseok levantou os olhos para ele, a expressão ainda um pouco distante, mas com um sorriso contido se formando em seus lábios.
— Vou — ele disse calmamente, colocando o sorvete de lado. — Mas não aqui, no meio da rua.
Namjoon piscou, surpreso com a resposta, e uma ponta de alívio começou a surgir no fundo de seu peito.
— Topa jantar lá em casa? — Hoseok sugeriu, com um sorriso mais largo agora, os olhos voltando a brilhar com uma leveza que Namjoon não via há algum tempo.
Namjoon soltou uma risada curta, balançando a cabeça.
A tensão que havia se acumulado até aquele momento começou a se dissipar, substituída por uma sensação de tranquilidade, como se, de repente, tudo estivesse no lugar certo.
***
Namjoon parou em frente à porta do apartamento de Hoseok, segurando uma garrafa de vinho branco na mão. Ele sabia que era o favorito de Hoseok, e queria que aquela noite fosse especial, considerando o que estava por vir. Respirou fundo antes de tocar a campainha, o nervosismo voltando a rondar seu estômago.
Alguns segundos depois, a porta se abriu, revelando Hoseok com um sorriso acolhedor. Sherlock, o cachorrinho deles desde a infância, correu animado até Namjoon, balançando o rabo com entusiasmo. Namjoon se abaixou imediatamente, rindo ao acariciar o cachorro, enquanto Sherlock o enchia de lambidas.
— Olha só quem também estava com saudades! — Hoseok comentou, rindo da cena enquanto abria mais a porta, dando espaço para Namjoon entrar.
— Ele sempre foi o mais animado da casa. — Namjoon respondeu, ainda rindo e dando um último carinho em Sherlock antes de se levantar.
— E o mais mimado. — Hoseok brincou, olhando carinhosamente para o cachorro, antes de reparar na garrafa nas mãos de Namjoon. — Vinho branco? Você realmente me conhece bem.
Namjoon sorriu meio sem jeito, entregando a garrafa para Hoseok.
— Achei que ia combinar com o jantar… e, bem, achei que seria uma boa maneira de… relaxar um pouco.
Hoseok pegou a garrafa com um sorriso suave e assentiu.
— É perfeito. Entra, Namjoon. Vamos aproveitar a noite.
Namjoon entrou no apartamento, fechando a porta atrás de si enquanto Sherlock continuava ao seu redor, animado como sempre. Ele se abaixou de novo, desta vez dando mais atenção ao cachorro, que pulava e lambia suas mãos. O carinho entre os dois trouxe um breve alívio ao nervosismo que Namjoon sentia.
— Parece que ele não quer me deixar em paz — Namjoon riu, acariciando as orelhas de Sherlock, enquanto o cachorro se deitava ao seu lado, satisfeito com a atenção.
— Ele adora você, sempre adorou — Hoseok comentou, voltando da cozinha após colocar o vinho na geladeira. Ele ficou alguns segundos observando a cena, o sorriso no rosto crescendo ao ver Namjoon tão à vontade com Sherlock.
— Eu também adoro ele — Namjoon disse, levantando-se e ainda olhando para o cachorro, que agora rolava no chão, pedindo mais carinho. — Ele foi uma das melhores coisas da nossa infância, não foi?
Hoseok sorriu, se aproximando.
— Com certeza. Sherlock sempre esteve lá, como uma parte de nós dois.
Namjoon olhou para Hoseok, seus olhos se encontrando por um momento mais longo.
Hoseok coçou a nuca, meio sem jeito, enquanto desviava o olhar.
— Bom, eu… nunca fui muito bom na cozinha, sabe? — Ele riu, um pouco nervoso, olhando para os próprios pés por um segundo. — Então acabei encomendando o jantar. Deve estar chegando daqui a pouco.
Namjoon soltou uma risada suave, sentindo um alívio cômico com a confissão.
— Não se preocupe, Hoseok. Já imaginava que isso ia acontecer — ele brincou, balançando a cabeça. — Você nunca foi de passar muito tempo na cozinha mesmo.
Hoseok riu também, agora um pouco mais relaxado.
— Verdade, acho que isso não mudou muito desde a faculdade — respondeu, sentindo-se mais à vontade.
Namjoon e Hoseok se acomodaram no sofá, um de cada lado, enquanto Sherlock, sempre animado, se aconchegava no meio deles, deitando a cabeça no colo de Namjoon. O cachorro parecia tão confortável quanto os dois, balançando levemente a cauda.
— Ele gosta de você mais do que de mim — Hoseok brincou, dando uma leve risada enquanto acariciava as orelhas de Sherlock.
— Acho que ele sabe quem o mimava desde filhote — Namjoon respondeu, sorrindo, enquanto fazia carinho no cachorro.
Hoseok observou a cena por um momento, vendo Namjoon tão confortável ali. Era como se estivessem de volta à rotina de quando eram apenas dois amigos inseparáveis, mas ao mesmo tempo, algo no ar parecia diferente.
O silêncio entre eles foi preenchido apenas pela respiração tranquila de Sherlock, que agora dormia no colo de Namjoon, criando uma atmosfera acolhedora.
Quando o interfone tocou, anunciando a chegada do jantar, Hoseok deu um leve pulo no sofá.
— O jantar chegou! — Ele disse, levantando-se rapidamente.
— Eu vou buscar lá embaixo. — Namjoon se ofereceu, colocando Sherlock gentilmente de lado e se levantando. — Você pode ir preparando a mesa.
— Tem certeza? — Hoseok perguntou, coçando a nuca com um sorriso sem graça. — Eu posso ir…
— Relaxa, eu vou! — Namjoon respondeu com um sorriso, já caminhando em direção à porta. — Aproveita e arruma tudo aqui, deixa o ambiente pronto.
Hoseok acenou com a cabeça e foi em direção à cozinha, aliviado por não ter que lidar com a entrega naquele momento. Ele começou a pegar os talheres e pratos, tentando não pensar muito no fato de que, em breve, eles teriam uma conversa séria sobre os sentimentos de Namjoon.
Enquanto Namjoon descia, ele arrumava tudo com cuidado, colocando os pratos e guardanapos na mesa, tentando fazer parecer que estava calmo, mas, por dentro, seu coração estava a mil.
Alguns minutos depois, Namjoon voltou segurando as embalagens do jantar. Ele entrou pela porta com um sorriso tranquilo.
— O cheiro está ótimo — comentou, colocando as sacolas na bancada da cozinha. — Pronto, missão cumprida.
Hoseok sorriu, tentando esconder a ansiedade que ainda sentia.
— Que bom! Espero que esteja tão bom quanto parece. — Ele respondeu enquanto se aproximava para ajudar a retirar as embalagens. — Já deixei tudo pronto na mesa, podemos nos ajeitar.
Namjoon deu uma olhada ao redor e percebeu o esforço de Hoseok em arrumar o ambiente. A mesa estava simples, mas bem organizada, com os pratos e talheres alinhados, e Sherlock estava deitado perto da mesa, observando os dois com sua costumeira curiosidade.
— Você realmente caprichou. — Namjoon disse com um sorriso, enquanto eles começavam a distribuir os pratos pela mesa.
— Fiz o que pude, né? — Hoseok respondeu, rindo baixinho, ainda sem graça.
Os dois se sentaram à mesa, abrindo as embalagens e se servindo. Hoseok observava Namjoon enquanto ele servia a comida, e apesar da aparente normalidade, ambos sabiam que havia mais coisas no ar do que apenas o jantar.
Os dois começaram a jantar em silêncio por alguns instantes, o som suave dos talheres preenchendo o espaço. Hoseok, tentando aliviar a tensão, foi o primeiro a puxar assunto, relembrando momentos da juventude.
— Lembra da primeira vez que fomos juntos a uma exposição de arte? — ele perguntou, o olhar distante enquanto cortava um pedaço de sua comida.
Namjoon sorriu, se lembrando claramente daquele dia.
— Claro que lembro. Eu estava animado com a exposição do Van Gogh, mas você… estava meio perdido, achando que tudo era só uns rabiscos estranhos — Namjoon riu, balançando a cabeça.
Hoseok riu também, sentindo a nostalgia suavizar o peso que estava em seus ombros.
— É, não era muito minha praia naquela época. Mas confesso que, com o tempo, acabei pegando o gosto — ele admitiu, sorrindo de lado. — Acho que foi você quem me fez ver a beleza nas coisas simples, sabe?
Namjoon olhou para ele com um brilho nos olhos.
— Fico feliz de ouvir isso. Mas você sempre teve esse lado sensível, Hoseok. Talvez só precisasse de alguém para te ajudar a enxergar — disse, sua voz suave, porém cheia de significado.
O silêncio voltou a se instalar, mas dessa vez não era desconfortável. Sherlock, que estava quieto até então, decidiu se aproximar, cutucando Namjoon com o focinho, o que fez os dois rirem.
— Ele nunca mudou, né? Sempre carente de atenção — Hoseok comentou, acariciando o cachorro.
— Sempre. — Namjoon concordou, sorrindo e se abaixando para fazer carinho em Sherlock também. — Lembra de quando ele era filhote e quase destruiu seu quarto inteiro?
— Como esquecer? — Hoseok riu, balançando a cabeça. — Eu queria te matar por me convencer a adotar ele, mas depois de um tempo não consegui mais ficar bravo.
Namjoon sorriu com carinho, observando Hoseok enquanto ele falava. Havia algo reconfortante em estarem juntos daquela forma, relembrando momentos passados, e aos poucos, a tensão que pairava no ar foi dando lugar a uma sensação de familiaridade, de segurança.
— A gente já passou por muita coisa, né? — Hoseok disse, mais para si mesmo, sua voz ficando mais suave e pensativa.
Namjoon apenas assentiu, sabendo que, mesmo sem dizer mais nada, aquela frase carregava todo o peso dos anos e das experiências que compartilhavam.
***
Depois do jantar, Hoseok e Namjoon se levantaram da mesa, e Hoseok automaticamente começou a recolher os pratos e talheres, enquanto Namjoon pegava as embalagens descartáveis.
— Eu lavo, você seca? — Hoseok sugeriu, já abrindo a torneira e enchendo a pia com água morna.
— Claro — Namjoon respondeu com um sorriso, pegando um pano de prato e se posicionando ao lado dele.
Hoseok começou a lavar os pratos em silêncio, concentrado nos movimentos. O som da água corrente, o tilintar suave dos talheres e o ranger da esponja preenchiam a cozinha. Namjoon, ao lado, secava cada peça cuidadosamente e as colocava no lugar. Os dois estavam em perfeita sincronia, como se tivessem feito aquilo inúmeras vezes antes. Uma leve tensão, no entanto, pairava no ar, diferente do conforto das conversas anteriores.
Em um momento, quando Hoseok estendeu um copo para Namjoon, os dedos dos dois se tocaram por um breve segundo. Era um gesto simples, mas carregado de uma energia diferente. Ambos congelaram por um momento, o toque inesperado causando uma leve faísca entre eles.
Hoseok tirou a mão de volta rapidamente, um tanto sem jeito, enquanto Namjoon, do outro lado, fingia se concentrar em secar o copo. O clima, que antes era leve e descontraído, de repente parecia carregado de algo mais intenso, algo que estava crescendo silenciosamente entre eles.
Pouco tempo depois, enquanto se moviam pela pequena cozinha, o inevitável aconteceu. Namjoon se inclinou para pegar um prato que Hoseok havia lavado, e naquele exato momento, Hoseok se virou para entregar a ele outro copo. Os dois se esbarraram, os corpos quase se colidindo, fazendo com que ambos parassem no lugar, olhos arregalados.
Hoseok abriu a boca para pedir desculpas, mas as palavras não saíram. Namjoon, a apenas alguns centímetros de distância, olhou diretamente nos olhos dele, seus corações batendo forte, como se o ar ao redor tivesse ficado mais pesado.
Sem perceber o que estava fazendo, Hoseok deixou o copo de lado, seus olhos presos nos de Namjoon. Havia uma mistura de sentimentos no rosto do amigo — algo que Hoseok não via há muito tempo. Era desejo, vulnerabilidade, e uma profundidade que ele não sabia que Namjoon conseguia carregar em um olhar.
Antes que qualquer um dos dois pudesse pensar, as distâncias foram quebradas. Antes que qualquer um dos dois pudesse processar, as distâncias foram quebradas de maneira natural. Namjoon se inclinou levemente, os lábios roçando de forma hesitante e suave os de Hoseok. Era como se o mundo ao redor tivesse desaparecido, deixando apenas o toque sutil e quente entre eles. Hoseok, surpreso no início, sentiu seu coração disparar, uma corrente elétrica percorrendo seu corpo.
Os lábios de Namjoon pressionaram com mais firmeza, mas ainda com uma delicadeza que transmitia a incerteza daquele momento. Hoseok respondeu ao beijo, cedendo àquele toque que já parecia inevitável há algum tempo. Ele fechou os olhos, permitindo que a conexão o envolvesse, e levou uma das mãos ao pescoço de Namjoon, puxando-o suavemente para mais perto.
O beijo foi lento, profundo, carregado de significados não ditos. Hoseok sentia a respiração de Namjoon se misturando com a sua, o calor dos corpos próximos aquecendo o ar ao redor. As mãos de Namjoon subiram até a cintura de Hoseok, apertando-o gentilmente, como se quisesse gravar aquele momento na pele.
Quando os lábios finalmente se separaram, ambos estavam ofegantes, as testas encostadas uma na outra. O silêncio que se seguiu foi denso, mas não desconfortável. Hoseok abriu os olhos devagar, encontrando os de Namjoon que o encaravam com uma mistura de surpresa e afeto.
— Eu… — Hoseok começou, a voz rouca. — Eu não sabia que precisava tanto disso até agora.
Namjoon sorriu, um sorriso tímido e vulnerável, muito diferente da confiança habitual. Ele passou o polegar suavemente pelo rosto de Hoseok, acariciando a pele quente.
— Acho que eu também não… — Namjoon murmurou. — Mas agora que aconteceu, não consigo imaginar diferente.
Hoseok respirou fundo, tentando processar tudo o que sentia, o peito ainda apertado com as emoções intensas. Ele riu baixinho, um som quase nervoso, e sacudiu a cabeça levemente.
— Nós acabamos de nos beijar enquanto lavamos a louça. — Ele comentou com humor, a boca se curvando em um sorriso suave.
Namjoon riu, relaxando um pouco, o peso da situação suavizado pelo comentário de Hoseok.
— Acho que nem toda grande história precisa de um cenário épico, não é? — Ele brincou de volta.
Os dois se encararam por mais alguns segundos, o ambiente agora mais leve, mas ainda carregado daquele novo sentimento que começava a florescer.
***
Depois do beijo, o ar parecia diferente entre eles, como se algo tivesse mudado de maneira irreversível. Hoseok e Namjoon trocaram sorrisos discretos, voltando às louças, mas com uma nova energia no ambiente. Cada toque, mesmo acidental, parecia carregado de significados, mas agora havia uma leveza, como se uma barreira invisível tivesse sido derrubada.
Eles terminaram de lavar e secar os pratos em silêncio, mas era um silêncio confortável, cheio de pequenos olhares e sorrisos que diziam mais do que palavras. Quando a última peça foi colocada no armário, Hoseok secou as mãos no pano de prato e se virou para Namjoon.
— Acho que agora merecemos um pouco daquele vinho que você trouxe, né? — Ele disse, com um sorriso brincalhão, apontando para a garrafa que ainda estava na geladeira.
— Com certeza. — Namjoon concordou, caminhando até a geladeira e pegando a garrafa de vinho branco que havia trazido como presente.
Hoseok tirou duas taças de um armário próximo, entregando uma para Namjoon enquanto ele abria a garrafa. O som suave da rolha saindo da garrafa encheu o pequeno espaço, e Namjoon cuidadosamente serviu as taças, entregando uma a Hoseok com um sorriso cúmplice.
— Ao que brindamos? — Namjoon perguntou, levantando sua taça.
Hoseok refletiu por um momento, olhando para Namjoon com uma expressão calorosa.
—
A nós. — Ele respondeu, a voz suave, mas cheia de significado.
Namjoon sorriu, o olhar cheio de carinho e gratidão. Eles brindaram, o som delicado das taças se tocando ecoando pela cozinha. Ambos tomaram um gole, e Hoseok suspirou de satisfação.
— Sempre foi o meu favorito. — Ele comentou, apreciando o sabor do vinho branco.
— Eu lembro. — Namjoon disse, com um olhar significativo. — Por isso fiz questão de trazer.
Hoseok riu baixinho, sentindo-se ainda mais à vontade com a situação. Eles se dirigiram para a sala de estar, se acomodando no sofá com Sherlock subindo logo em seguida, se aninhando entre os dois. O cachorrinho parecia entender o clima, sentindo-se seguro entre as duas pessoas que ele mais amava no mundo.
Com as taças nas mãos e Sherlock esparramado entre eles, Hoseok e Namjoon relaxaram, trocando olhares e palavras tranquilas, enquanto o vinho e a companhia aqueciam a noite.
Com Sherlock acomodado entre eles, o ambiente se encheu de uma tranquilidade acolhedora. Hoseok tomou mais um gole do vinho, sentindo o calor da bebida relaxá-lo, mas era a presença de Namjoon ao seu lado que realmente trazia aquela sensação de segurança. Os olhares que trocavam eram silenciosos, mas profundos, como se tudo estivesse sendo dito através da conexão invisível que haviam partilhado desde sempre.
Hoseok virou a cabeça na direção de Namjoon, que já o observava com um olhar sereno, mas intenso. O sorriso suave nos lábios de Namjoon fez o coração de Hoseok bater mais rápido, como se algo estivesse prestes a acontecer.
— Obrigado por estar aqui comigo — Hoseok murmurou, a voz baixa, quase como se não quisesse quebrar o momento.
Namjoon colocou a taça de lado e, sem dizer nada, apenas inclinou-se ligeiramente, fechando a distância entre eles. Os olhos de Hoseok acompanharam o movimento, até que os lábios de Namjoon se encontraram novamente com os seus. Dessa vez, o beijo foi mais profundo, mais seguro, como se estivessem se permitindo sentir tudo o que haviam segurado por tanto tempo.
As mãos de Namjoon encontraram o rosto de Hoseok, acariciando sua pele com ternura, enquanto Hoseok retribuía o beijo com a mesma intensidade, deixando-se levar por aquele momento tão desejado. Sherlock, ainda aninhado entre eles, fez um movimento leve, mas nenhum dos dois se afastou. A sensação de estarem exatamente onde deveriam estar dominava o ambiente.
Quando o beijo se desfez lentamente, ambos permaneceram próximos, respirando juntos. Hoseok abriu os olhos, seus lábios ainda formigando com a sensação do toque de Namjoon.
— Eu acho que finalmente entendi o que sempre esteve na nossa frente — Namjoon sussurrou, o polegar acariciando a bochecha de Hoseok.
— Eu sei. — Hoseok sorriu, o olhar brilhando com carinho. — Não acredito que demoramos tanto.
Namjoon riu suavemente, encostando a testa na de Hoseok, aproveitando o momento.
— Acho que era o tempo certo, afinal. — Namjoon murmurou, a voz carregada de uma ternura que aquecia ainda mais o coração de Hoseok.
E ali, com o vinho esquecido e Sherlock aconchegado entre eles, Hoseok e Namjoon sabiam que algo novo havia começado.
***
Depois de mais alguns momentos em silêncio, Hoseok puxou Namjoon para mais perto, descansando a cabeça em seu ombro enquanto ambos observavam Sherlock dormindo entre eles. O silêncio confortável só era interrompido pelo som suave da respiração do cachorro e o vento leve que entrava pela janela.
— Sabe… — Hoseok começou, sua voz baixa e pensativa. — Eu fico imaginando como as coisas teriam sido diferentes se tivéssemos feito isso antes.
Namjoon sorriu, seus dedos brincando com as pontas dos cabelos de Hoseok.
— Talvez não estivéssemos prontos antes. Mas o que importa é que estamos aqui agora. — Ele respondeu, a voz cheia de convicção.
Hoseok assentiu, sentindo o conforto que vinha das palavras de Namjoon. O tempo que haviam perdido parecia pequeno comparado ao que ainda tinham pela frente. Ele ergueu o rosto para olhar Namjoon e não resistiu ao impulso de beijá-lo de novo, dessa vez com mais calma, como se estivesse aproveitando cada segundo daquele momento que parecia tão certo.
— Acho que não quero que você vá embora hoje. — Hoseok confessou com um sorriso tímido após o beijo, os olhos brilhando de ternura.
Namjoon riu baixinho, inclinando-se para dar um beijo leve na testa de Hoseok.
— Eu também não quero. Mas… — Ele suspirou, se afastando levemente, mas mantendo um olhar carinhoso. — Amanhã tenho algumas coisas para resolver cedo.
Hoseok fez um bico, claramente desapontado, mas compreendeu.
— Tudo bem. Mas vou te segurar mais um pouco antes de você ir. — Ele brincou, enlaçando Namjoon com os braços e encostando a cabeça no peito dele novamente.
Eles ficaram ali por mais alguns minutos, conversando sobre o futuro, sobre as pequenas coisas que fariam juntos e como seria dali para frente. A intimidade era palpável, e o carinho nos gestos de ambos fazia parecer que já haviam vivido assim por toda a vida.
Finalmente, depois de muitos momentos doces, Namjoon suspirou profundamente, como se estivesse tentando encontrar forças para se levantar.
— Está na hora, não é? — Hoseok perguntou, percebendo o movimento de Namjoon.
— Infelizmente sim. — Namjoon se levantou, mas antes de ir até a porta, ele parou e olhou para Hoseok. — Eu volto amanhã, ok? E a gente continua de onde parou.
Hoseok sorriu, levantando-se também e seguindo Namjoon até a porta.
— Promete? — Ele perguntou com uma voz brincalhona, mas havia um toque de seriedade em suas palavras.
— Prometo. — Namjoon respondeu com um sorriso suave, antes de puxá-lo para mais um abraço apertado, sentindo o calor e a segurança que sempre encontrava em Hoseok.
Quando finalmente se separaram, Namjoon deu um último beijo suave nos lábios de Hoseok, antes de abrir a porta e sair para a noite. Hoseok ficou parado ali, observando até que Namjoon desaparecesse no fim da rua, com o coração mais leve, sabendo que, apesar de tudo o que passaram, agora eles tinham um novo começo juntos.
Ele fechou a porta com um sorriso nos lábios, pronto para o que quer que viesse a seguir.
***
Poucos dias depois…
A festa na casa de Suga e Soo-min estava em seu auge, com risadas e conversas enchendo o ambiente. Todos os amigos estavam lá: Jin, Jungkook, Taehyung, Jimin e os demais, espalhados pela sala e no quintal, animados e se divertindo. Hoseok, no entanto, estava levemente distraído. Ele e Namjoon tinham passado mais tempo juntos nos últimos dias, e aquela conexão que antes parecia tão platônica havia se tornado algo mais. Ele sabia que Namjoon sentia o mesmo, mas não imaginava o que estava prestes a acontecer.
Namjoon, por outro lado, estava agitado. Ele havia planejado tudo em segredo, com a ajuda de Suga e Soo-min, e agora era a hora. Ele respirou fundo, pegando uma caixinha que havia guardado no bolso do casaco. Ajoelhar-se na frente de todos os amigos era uma ideia que o deixava nervoso, mas ele sabia que valeria a pena.
No centro da sala, onde a música tocava e as pessoas riam, Namjoon bateu levemente na taça de vinho com uma colher, chamando a atenção de todos.
— Pessoal! — Ele começou, a voz firme apesar do coração acelerado. — Desculpem interromper por um momento, mas… eu tenho algo muito importante pra fazer aqui hoje.
Hoseok, que estava no canto conversando com Taehyung, olhou para Namjoon com curiosidade, sem fazer ideia do que viria a seguir. Ele notou que seus amigos sorriam de forma cúmplice, e uma leve desconfiança passou por sua mente.
Namjoon deu um passo à frente, seus olhos encontrando os de Hoseok.
— Hobi… — Ele começou, e o silêncio tomou conta da sala. — A gente se conhece há tanto tempo, e você sempre foi alguém muito importante na minha vida. — A voz dele começou a ficar um pouco trêmula de emoção, mas Namjoon respirou fundo e continuou. — E nos últimos dias, depois de tudo o que passamos, eu percebi que não quero perder mais tempo. Quero que a gente construa algo juntos, que a gente viva o que sempre evitamos por medo ou por não saber o que o outro sentia.
Os olhos de Hoseok começaram a brilhar, e ele se aproximou um pouco mais, sem saber ao certo o que dizer ou o que esperar.
Então, de repente, Namjoon se ajoelhou no chão, tirando do bolso a caixinha com um anel. Todos ao redor suspiraram e trocaram olhares emocionados.
— Hoseok… — Namjoon sorriu, os olhos brilhando de nervosismo e amor. —
Você quer ser meu namorado? O silêncio que caiu na sala foi esmagador. Todos aguardavam a resposta de Hoseok, que olhava para Namjoon com o coração acelerado. Ele nunca tinha imaginado que algo assim aconteceria daquela forma, em frente a todos os seus amigos, no meio de uma festa. Mas, ao mesmo tempo, sentiu que era exatamente o que deveria ser.
Hoseok respirou fundo, piscando algumas vezes para conter as lágrimas de emoção.
— Eu… — Ele começou, a voz embargada, e então sorriu, sem conseguir segurar a alegria que explodia dentro dele. — Claro que eu aceito,
moonchild.
Namjoon sorriu, aliviado e radiante, enquanto todos ao redor aplaudiam e gritavam de felicidade. Ele se levantou e colocou o anel no dedo de Hoseok, antes de puxá-lo para um abraço apertado e um beijo suave, sob os aplausos e assobios dos amigos.
Jin foi o primeiro a gritar brincando:
— Finalmente, hein?! Já estava na hora!
Todos riram, e logo Suga e Soo-min se aproximaram para parabenizá-los, seguidos por Jungkook, Jimin e Taehyung, que cercaram o novo casal com abraços e sorrisos. A festa, que já estava animada, agora tinha se tornado uma celebração ainda mais especial.
— Eu não acredito que você fez isso na frente de todo mundo. — Hoseok riu, sussurrando no ouvido de Namjoon enquanto o abraçava.
Namjoon deu de ombros, ainda segurando Hoseok com carinho.
— Achei que merecíamos um momento grandioso. Você merece isso.
Hoseok sorriu, beijando Namjoon mais uma vez, sem se importar com quem estava assistindo. A partir daquele momento, o mundo deles era só um, e nada mais importava. Afinal de contas, agora eles não eram mais
apenas amigos.
Fim
Vou me abster de comentários porque não tô no meu lugar de fala IOASDOIASBD
Mas espero que o futuro chegue logo e ajeite as coisas aí. Esses bonitos merecem ser felizes <3
Vai dar certo (vai dar errado primeiro akokaoskaos) mas vai dá certo, juro!
tu nem sabe que ele te corresponde sim, meu amor 👀
tadinho do bichinho né? ):
eu odeio essa frase 😭😭😭
ai que dorzinha, mas entendo 🥺🥺🥺
O Namu confuso é real ):
Aguardando o próximo capítulo! Espero que tudo se resolva entre os dois 🥺
vem aí viu? vai dar certo <3
AI, MEU HOBI É PRECIOSO DEMAIS PRA ESSE MUNDO, DÁ LICENÇAAAA 😭
E quem é a pessoa que ele tá conhecendo? NOSSO RAIOZINHO DE SOL MERECE TODA A FELICIDADE DO MUNDO, então é bom tu tomar jeito, Kim Namjoon, meu menino não veio aqui pra sofrer, tô de olho 🧐
Prometo que essa pessoa que ele tá conhecendo aparece já já e vai deixar o Namjoon no chinelo por um período haha, mas amor é amor né? ):
Olha, eu tô feliz que o Hobi seguiu com a vida e encontrou alguém para compartilhar as coisas. Vou apenas dizer que Kim Namjoon vai ter que se esforçar um tiquinho pra mudar meu shipp do momento que tá com o Kyung-ho, espero que ele não seja um babaca no fim das contas kkkkkk
Eu disse que ele ia deixar o Namu no chinelo um período haha
Namjoon… Eu sei que o pobi não tem culpa de certas coisas, mas assim… Eu ainda não tô shippando vocês, perdão. E grazadeus Hobi não cedeu à tentação kkkkk eu ia ter que me virar pra passar pano pro meu menino. POR FAVOR, JUNG HOSEOK, NÃO VÁ SER DO TIME QUE BOTA GALHADA NOS PARCEIROS, OBRIGADA.
Já quero o resto <3
Prometo que o Hoseok não vai ser babaquinha, o gato tem responsabilidade afeitva haha
por alguma razão que só meu cérebro conhece, eu imagino o Sherlock como um basset hound (talvez seja porque eu já vi essa raça com cosplay de detetive kkkkk) E EU TÔ TRISTE PORQUE ELE TÁ VELHINHO E A GENTE SABE O QUE VEM DEPOIS DISSOOOOO ;-;
Espero que ele seja muito feliz e que o Namjoon faça parte desse final de vida, POBREZINHO DO BICHINHOOOO!
E sim, eu tenho mais empatia pelos bichos do que pelas pessoas nas histórias kkkkk vamos ver como a história desses dois vai caminhar e como o Kyung-ho vai ficar no meio disso tudo :O
Vou dizer que fiquei triste com o Kyungho, eu gosto dele ;-; mas vou tentar pensar que é uma mudança boa. Espero que os dois continuem amigos pelo menos NÃO SE VÁ, KYUNGHOOOOOOOOOO 😫😫😫
E os outros parzinhos tudo se formando HAISHASISAHI
Tô esperando muito dessa conversa aí entre Joon e Seok, pelamor, se arranjem aí, pelo menos comecem que a gente agradece.
Ele não vai desaparecer não Lelen! Vou deixar ele na história viu? Gosto muito dele também! Taejin tudo para mim haha <3
Será que os dois vão se acertar?
Ai, tadinho do Hobi, ele tá só se ferrando na vida amorosa. MEU NENÉÉÉM, VOCÊ É MUITO PRECIOSO PRA ESSE MUNDO 🥺🥺🥺🥺
Espero que as coisas comecem a se ajeitar de uma vez, num guento ver meu menino sofrendo. E sim, já deu pra perceber que eu tenho minhas preferências HEHEHEEH
Mas gente, só dá sofrência na vida do Hobi, gzus. Primeiro o coração partido, aí o retorno do velho amor, agora o pai acidentado… Tá fácil pra ele não 🥺🥺🥺
E preciso dizer que eu sou totalmente o Jin no começo desse capítulo, total sem paciência e dando tapa de realidade no Joon kkkkk
Tô com medo do que está por vir 👀
O pobi só sofre né amiga? Mas tá acabando, temos mais dois capítuos só, prometo que vem aí o final feliz do querido
Oremos que o final foi feliz!
E eu sou o Jin todinha: “Finalmente, hein?! Já estava na hora!” OPASNDPOASNDPASOD
Já tinha passado da hora, né, meus amores?
Agora é só aproveitar o felizes para sempre e serem felizes para sempre, amém <3
Só chateada pelo pai do Hobi, juro que pra mim, quando ele foi dar a notícia, era um sonho/pesadelo, mas era vida real :((((
Enfim.