Parte I
Era a primeira vez que viajava para Hokkaido e estava encantada com as ruas de Sapporo onde as pessoas se preparavam para o Festival de Inverno que aconteceria naquela noite. Ela mal podia esperar para ver como o festival se daria e, claro, poder comer as delícias locais no maior estilo tradicional.
Ela e , sua melhor amiga, estavam hospedadas em uma casa alugada que foi o encanto e alegria de , que amou ver as tecnologias do lugar que tinha um estilo futurista e todas as facilidades que aquilo podia trazer. Também tinha o fato de haver uma banheira novinha em folha que ela estava louca para experimentar, mas aquilo era só um detalhe.
As duas amigas haviam chegado do Brasil há alguns dias, fariam uma pequena incursão entre as ilhas do país para conhecerem um pouco mais as raízes de seus antepassados e aprender um pouco mais sobre a cultura que havia sido repassada para elas no local de origem.
e caminhavam pelo festival de inverno, as ruas do centro de Sapporo haviam sido interditadas especialmente para o evento, a avenida principal estava cheia de esculturas de gelo em toda a sua extensão, cada uma mais magnífica que a outra. As duas amigas não conseguiam manter o celular nas bolsas, já que a cada passo encontravam algo que queriam registrar. Havia até mesmo um tabuleiro
inteiro de xadrez montado no meio da rua, inteiramente de gelo.
As amigas já haviam passado por todas as principais artes do evento e agora estavam se aquecendo e saboreando o original
takoyaki japonês.
soltou uma exclamação quando, afobada como estava, enfiou um takoyaki inteiro na boca, queimando a língua.
—
! — exclamou, rindo da cara desolada da amiga. — Toma, come um pouco de arroz para tentar amenizar a queimadura. — Ofereceu, estendendo seu onigiri para a amiga que deu uma mordiscada, ainda com a expressão tristonha.
Após terminarem de comer, voltaram a caminhar pelo festival, parando em uma barraca e outra para ver os souvenires disponíveis e comprando alguns no meio do caminho. Estavam bastante entretidas quando chegaram perto do palco principal onde uma das atrações convidadas já se apresentava.
A música era animada, e os toques de guitarra e bateria interessaram bastante a , que sacou seu celular, abrindo o aplicativo
Shazam para tentar encontrar a canção em seu streaming de música, mas, dado todo o barulho do local, não havia sido possível identificar a canção pelo aplicativo. Sem muita opção, então gravou um pouco da música em seu celular na esperança de conseguir encontra-la depois.
ia perguntar à amiga – que estava muito mais por dentro dos grupos que eram populares no Japão – se ela conhecia a música, quando sentiu algo estranho em sua boca. De forma sutil, a moça percebeu que sua língua estava ligeiramente inchada e, apesar de ter queimado a boca minutos antes, não achava que fosse por causa do takoyaki extremamente quente. Tentando segurar o desespero que começava a querer surgir, cutucou e murmurou com dificuldade o que estava acontecendo.
—
Meu Deus, ! Você não pode ter uma crise de anafilaxia aqui e agora! — exclamou, já empurrando a amiga para fora da multidão e caminhando na direção do apartamento em que estavam ficando, que era bem perto do centro.
Após alguns minutos de surtos e ligeiro desespero, achou que seria uma boa ideia tomar um banho quente e reconfortante de banheira, já que o inchaço não parecia ter piorado desde que haviam chegado em casa, mas, por via das dúvidas, enviou uma mensagem para a médica da família para ter alguma orientação.
Quando saiu do longo banho de banheira, foi recepcionada por uma atônita e preocupada.
— Você está bem? Melhorou? Cadê?
A moça riu e mostrou a língua, que já estava quase normal novamente, o que fez a amiga suspirar de alívio.
— Eu já tava pesquisando como que faz para chamar a emergência aqui! — exclamou se jogando no sofá da sala em que estavam, parecendo finalmente relaxar.
— Eu não vim para o Japão para morrer, amiga — disse rindo.
As duas gargalharam e, aos poucos, voltaram a uma conversa tranquila e relaxada sobre os próximos pontos que visitariam naquela viagem, um pouco depois, se lembrou da música que havia ouvido no festival e com certo desespero, finalmente perguntou se conhecia a música e quem a cantava, recebendo uma negativa da amiga.
estava em Iwate no Appi Resort com alguns dos membros do Seventeen, estavam aproveitando uns dias de folga que haviam recebido após apresentações no Festival de Inverno de Hokkaido. O grupo havia sido convidado para se apresentar num dos palcos centrais do festival e, apesar do frio e da neve que caía, a apresentação havia sido divertida e agora eles tinham um tempinho para passear pelo Japão.
Aquele resort era bastante conhecido no país por ser um dos maiores e melhores na temporada de esqui; ele, , e estavam ali para passar o dia. foi direto se informar como funcionavam as aulas de esqui, não se importando com o fato de ser o único do grupo com tanto interesse naquilo. Os outros três preferiram partir em um passeio pela floresta no terreno de Appi, algo mais calmo e que exigiria menos esforço.
Depois de combinarem um local e horário para se encontrar, foi para sua aula de esqui e os três restantes foram atrás de guias para o passeio. A guia que ficou à frente do passeio dos três amigos os levou para colocarem as raquetes de neve que ajudariam numa caminhada sem afundar no meio do caminho.
Enquanto caminhavam, a guia passou a contar histórias sobre o local e curiosidades, parecia bastante interessado no que era dito, enquanto prestava atenção em certas partes, mas logo se deixava divagar; quase não ouvia o que a guia tinha a dizer, ele estava focado em tirar boas fotos com sua câmera.
Após cerca de quarenta minutos andando, o grupo fez uma pausa para beber chocolate quente e se aquecer. Quando voltaram a andar, estava tão alheio em seu próprio mundo e tão entretido em uma conversa com a guia, que ninguém percebeu que havia uma presença faltando.
havia se distraído na caminhada enquanto tirava algumas fotos da paisagem ao seu redor, estava tão mergulhado no que fazia que sequer notou o absoluto silêncio que se fez na clareira em que haviam feito a pausa na caminhada. Quando olhou ao redor, não fazia ideia de para onde os amigos tinham ido.
O rapaz riu, quase de nervoso, não acreditando em sua sorte. Ele estava mesmo perdido numa floresta dentro de um resort num país estrangeiro? respirou fundo e tentou se convencer a manter a calma. Os amigos dariam por sua falta e, se ficasse onde estava, uma hora ou outra o encontrariam ali. Sacou o celular do bolso e percebeu que estava com um sinal bastante instável… Resolveu se sentar sobre a rocha que haviam usado como banco minutos atrás e, tentando não pensar no “e se não”, voltou a procurar por paisagens para tirar mais fotos, brincando com o zoom da câmera.
Alguns minutos se passaram quando ouviu um gritinho quase desesperado soar às suas costas e um barulho abafado logo em seguida. O rapaz virou-se não sabendo bem o que esperar, e deu de cara com uma moça esparramada sobre a neve, gargalhando.
—
Você está bem? — ele perguntou se aproximando, automaticamente usando o coreano. A expressão no rosto da garota o lembrou de que não estavam na Coreia, então ele arriscou fazer a mesma pergunta, agora em inglês.
— Ah, sim, estou bem! — Foi a resposta dela – em inglês –, acompanhada de um sorriso.
ficou encarando aquela pessoa coberta de neve até os cabelos, que permaneceu sentada onde havia sido encontrada, mesmo tendo dito que estava bem. Ele deveria ajudá-la a se levantar?
—
Precisa de ajuda? — Arriscou ele em coreano, recebendo uma expressão confusa em troca.
— Fala inglês? — Foi a resposta dela.
—
Não inglês — ele foi capaz de dizer em um inglês bastante rudimentar.
— Japonês?
—
Sou coreano — disse com seu inglês nível iniciante.
Apesar de o Seventeen ter dezenas de músicas em japonês e já terem feito shows no país, todas as interações que faziam ou eram traduzidas ou decoradas, sabia muito pouco da língua japonesa, o que não seria bem o suficiente para ter uma conversa.
viu uma expressão pensativa surgir no rosto da desconhecida que durou por alguns segundos, até que ela sorriu erguendo o dedo indicador, como se tivesse tido uma ideia e pedisse um instante. Quando finalmente ela se levantou, sacou o celular do bolso da blusa e começou a procurar qualquer coisa nele.
A moça apertou um botão e então disse alguma coisa em uma língua desconhecida por , então estendeu o aparelho em sua direção.
Ele estava pronto para fazer sua melhor cara de interrogação, quando ouviu um “
Olá, meu nome é ” em uma voz computadorizada vinda do celular estendido.
O rapaz sorriu e estava pronto para dizer seu nome, quando se lembrou de que aquela moça poderia ser uma Carat, e sua expressão mudou com o pensamento. Ele só queria um dia de paz e estava tendo isso até o momento, não queria que as coisas encerrassem ali caso a garota fosse uma fã… Apesar de ela não ter demonstrado reconhecimento em momento algum da curta conversa.
—
Só eu vou falar? — a tal perguntou através do tradutor no celular.
apenas deu um sorriso amarelo, se distanciando um pouco, não estando a fim de descobrir quanto tempo demoraria para que aquela pessoa o reconhecesse.
—
Ah, por favor, eu acabei me perdendo do meu grupo de caminhada, você tem ideia de onde estamos? — perguntou quando ele fez menção de se virar e sair o mais rápido possível de lá.
voltou a encarar a moça que ainda parecia não ter ideia de quem ele era e percebeu a pitada de desespero no tom de voz dela. Suspirou.
—
Olha, eu… — Foi interrompido por um dedo erguido e um celular estendido. —
Eu sei tanto quanto você. Também me perdi de meus amigos. — Continuou, ouvindo o tradutor fazer seu trabalho naquela língua desconhecida.
— Ah… — viu a garota murchar um pouco, talvez a esperança dela estivesse indo embora.
—
Sinto muito — soltou, pronto para seguir seu caminho para seja lá onde.
—
Espera! — A voz do tradutor disse num tom sem emoção, mas ele havia ouvido exclamar a mesma coisa em sua língua nativa, então ele
quase podia imagina-la falando em coreano. —
Se você também está perdido, podemos… Ficar perdidos juntos? parou onde estava e soltou um risinho. Que tipo de pergunta era aquela? Ele voltou-se novamente para , que tinha uma expressão esperançosa no rosto e ainda nenhum sinal de que sairia surtando por ter encontrado com um integrante do Seventeen. Talvez valesse a tentativa? E, afinal, esperar com companhia seria menos tedioso e menos provável de a ansiedade atacar. Ele suspirou e fez um joinha para a moça que saltitou animada e aliviada.
Ambos foram se sentar sobre a grande rocha que fazia as vezes de banco, em silêncio, mas em um silêncio que não pareceu incômodo para nenhum dos dois. Enquanto a moça mexia em seu celular, vez ou outra resmungando alguma coisa, decidiu verificar se o sinal de seu aparelho havia voltado, como não sabia por quanto tempo a internet e todo o resto funcionariam, aproveitou os poucos pontinhos para mandar uma mensagem para , para que soubessem onde estava, e também procurou pelo tradutor em seu celular, para tentar se comunicar com .
—
Acha que vão demorar muito para nos encontrar? — a garota perguntou pensativa, aparentando calma. deu de ombros. —
Você disse que é coreano, né? — Ela continuou em seu aparente monólogo, já que o rapaz não estava lá
tão a fim de dar sorte ao azar e acabar sendo reconhecido. Ele apenas balançou a cabeça. —
Talvez você possa me ajudar. — sorriu, parecendo animada, o que fez ficar bastante desconfiado.
A moça começou a vasculhar por seu celular, até soltar uma exclamação e então estender o aparelho na direção dele, uma música tocando.
—
Será que você sabe que música é essa? — ela perguntou, esperançosa.
engoliu em seco, já esperando seu dia de paz acabar. Ele conhecia
muito bem aquela música, era o refrão de CALL CALL CALL! do Seventeen que tocava.
—
Estou tentando encontrar essa música ou o artista que cantam, mas ninguém sabe me dizer quem é — reclamou, deixando um bico se formar em seus lábios. —
Ouvi durante o festival de inverno e realmente gostei, mas além da gravação, não tenho mais nada… ficou encarando aquela moça resmungando sozinha consigo mesma, esperando que o surto finalmente viesse. Ele já tinha lidado com muitos tipos de abordagem sem noção de fãs, não se surpreenderia muito se aquela fosse uma nova tática.
—
Parece que você também não pode me ajudar… — resmungou depois que o pequeno trecho da canção acabou de tocar. —
Que azar… Após alguns segundos de silêncio – com ainda no aguardo do ataque de fã louca –, finalmente decidiu dizer alguma coisa, mesmo que ainda desconfiado.
A moça voltou um olhar surpreso em sua direção, mas logo sorriu, a animação voltando a transparecer em sua expressão. assumiu que ela entenderia inglês, então havia programado o tradutor para a língua.
—
Não, sou do Brasil — explicou encolhendo um pouco os ombros. —
Vim com uma amiga conhecer o país dos meus avós.
balançou a cabeça em entendimento, e se convencendo um pouco mais de que
talvez realmente não o conhecesse. Ele sabia que o Seventeen era ligeiramente conhecido do outro lado do globo, mas não sabia exatamente a proporção daquilo, então talvez a moça ao seu lado não estivesse fingindo e realmente apenas quisesse companhia enquanto esperava ser encontrada.
—
Eu devia ter me preparado um pouco melhor para o festival e pesquisado as atrações… — resmungou. —
Mas naquela noite eu acabei descobrindo que tenho alergia a muito frio.
encarou a moça de sobrancelha erguida. Se era verdade, ela
definitivamente estava no país errado.
começou a explicar aos poucos que, talvez, por conta do choque térmico, após comer um takoyaki extremamente quente, sua língua havia começado a inchar, então ela e a amiga tiveram que voltar correndo para casa.
—
Mas depois de um banho quente numa casa aquecida, tudo voltou ao normal. — finalizou e ficou um tanto sem saber o que dizer.
—
Eu nunca tinha ouvido falar sobre alergia ao frio… — Foi tudo o que conseguiu encontrar para que a conversa não se tornasse um monólogo novamente.
—
Eu também não, mas depois percebi algumas coisas… — a moça comentou, pensativa. —
Quando estou no frio sem estar devidamente preparada, a área mais afetada começa a coçar e a inchar… Quase sempre é a mão… se viu soltando um risinho. Ele não fazia a menor ideia de quem era a tal de verdade, mas achou interessante o fato dela começar a falar sobre qualquer coisa com um estranho como ele. Não era algo desconfortável, mas também não era muito usual para ele, apesar de já ter encontrado fãs que falavam sobre suas vidas com informações demais nos meetings, a sensação era diferente.
Talvez fosse o fato de não estar lidando com uma Carat ou por estar perdido no meio do nada, mas estava até
interessado no que a desconhecida tinha a dizer. O som da voz dela era até calmante, quase o fazendo se esquecer da situação em que se encontrava em um país estrangeiro.
—
Posso tirar uma foto com você? — perguntou de repente, fazendo a desconfiança do rapaz voltar por alguns segundos. —
Quero guardar uma imagem do meu companheiro de caminhos perdidos — explicou simplesmente.
Após pensar um pouco, finalmente concordou. sorriu radiante e então posicionou o celular para uma foto simples, sem sequer chegar mais perto – como ele esperava que uma fã fizesse – e batendo uma única foto, parecendo satisfeita com o único resultado.
Os dois estavam entretidos discutindo sobre os últimos filmes lançados, quando vozes puderam ser ouvidas se aproximando.
— ! — Uma moça surgiu destrambelhada das árvores, correndo – ao menos tentando – na direção da moça ao lado de .
—
Yah, ! — O rapaz também pôde ouvir mais vozes se aproximando. Seus amigos também o tinham encontrado.
Os dois grupos estavam ocupados demais verificando se os membros perdidos de cada um estavam bem, tanto que mal se deram ao trabalho de interagirem entre si. Antes de se afastarem, conseguiu passar uma última mensagem para :
—
Procure por um grupo de k-pop chamado Seventeen.
já estava no hostel em que estava hospedada quando terminou de contar sobre sua “aventura” em Appi para , que estava atônita e ao mesmo tempo curiosa.
— Me deixa ver o misterioso sem nome! — exclamou pegando o celular da melhor amiga e vasculhando a galeria. — Ele é bem bonito… — Fez uma cara de “nada mal”, quando devolveu o aparelho.
— Ah, isso me fez lembrar! — exclamou abrindo o navegador do celular para fazer a pesquisa que o “misterioso sem nome” havia sugerido antes de se separarem.
Quando digitou “Seventeen” na busca, encontrou as informações de um grupo de k-pop que, havia pouco tempo, tinha lançado um mini álbum em japonês. Clicou em algumas canções e, com certa surpresa,
finalmente encontrou a música que tanto havia procurado desde o festival de inverno em Hokkaido. Instigada, começou a ler as notícias sobre o grupo e descobriu que o Seventeen esteve no festival no palco principal.
estava tão estarrecida que mal se incomodou em pesquisar mais sobre os integrantes do grupo, mas decidiu postar em seu Instagram a foto com o “misterioso sem nome”, agradecendo pela companhia e pela “dica de pesquisa”, aproveitou para fazer a marcação do Appi Resort. Como já estava relativamente tarde, ela apenas fez a postagem e largou o celular na mesinha de cabeceira.
Quando acordou no dia seguinte, percebeu que havia muitas pessoas comentando em sua última foto, o que não era lá muito normal, apesar de nas fotos da viagem as pessoas estarem interagindo um pouco mais. A garota decidiu deixar para verificar o que estava acontecendo após o café da manhã, e quando finalmente o fez, viu que várias amigas e colegas do Brasil estavam “surtando” nos comentários de sua última foto.
— Mas que diabos? — questionou tentando entender o que acontecia.
Rolou as dezenas de comentários e finalmente encontrou um nome que pudesse ajudá-la a desvendar o mistério: .
Rapidamente correu para o navegador e pesquisou: era um dos integrantes do grupo sul coreano Seventeen. Quando abriu as fotos do tal integrante, levou algum tempo para entender o que seus olhos viam. O tal era
bem parecido com o
misterioso sem nome da sua foto, mas… Devia ser alguém
muito parecido e nada mais, certo?
Ela estava muito pronta para aceitar aquele fato quando percebeu uma nova notificação surgir: gostaria de enviar uma mensagem.
Parte II
Quando enviou a mensagem para o número de , ela estava surtando.
“Eu NÃO acredito que você não me falou!” – Foi tudo o que escreveu.
Eram cerca de oito horas da noite no Brasil, o que significava que era de manhã na Coréia do Sul e muito provavelmente estava dormindo ou tinha acabado de acordar. Ela não esperava que o amigo respondesse na hora, dado ao dia a dia corrido de
idol de , geralmente as conversas entre os dois demoravam horas para continuar, mas era uma coisa com a qual os dois estavam acostumados e não parecia ser um empecilho na hora de manter o contato.
Como os dois haviam acabado virando amigos próximos? Bem, há quatro anos, havia recebido uma DM no Instagram e descoberto que seu “misterioso sem nome” que a havia acompanhado quando tinha se perdido no passeio em Appi, era nada mais nada menos do que , um dos integrantes do grupo de k-pop Seventeen.
No começo, pensou que estava caindo em algum tipo de pegadinha, não acreditou nem um pouco que
aquele lhe mandando mensagens no Instagram era
de fato o idol. Como poderia? Ela era só uma pessoa qualquer cuidando da própria vida. Ela
sequer conhecia o grupo dele na época! Mas depois de muita conversa e uma rápida vídeo chamada depois de
dias do rapaz tentando convencê-la de que era realmente quem dizia ser, se deu por vencida.
Embora a língua fosse uma barreira no começo, com a ajuda de tradutores e aplicativos de conversa que faziam o trabalho automaticamente, os dois acabaram por se aproximar de uma forma inesperada.
Agora, em 2024, e estavam estudando inglês e coreano, respectivamente, para conseguirem se comunicar de uma forma mais fácil. A conversa de ambos era mais em inglês, já que o idol tinha o mínimo de conhecimento inicial quando começou a estudar, portanto, acabou aprendendo mais rápido. ainda tinha um pouco de dificuldade em diferenciar a pronúncia de algumas letras, mas os dois se ajudavam naquela jornada.
“Eu queria fazer uma surpresa 😁” – em alguns minutos, a resposta de chegou.
Era Fevereiro e havia acabado de ver a notícia que o Seventeen faria algumas apresentações no Brasil, e a lista de cidades incluía São Paulo, a cidade em que a moça morava. O show aconteceria apenas em Julho de acordo com a notícia e em breve seriam liberadas maiores informações sobre a venda dos ingressos.
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Eu queria fazer uma surpresa 😁
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De fato, fui surpreendida LOL
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EU NÃO ACREDITO QUE VOCÊ VAI ESTAR NO MEU PAÍS, NA MINHA CIDADE AAAAAA
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não conseguiu segurar a gargalhada enquanto lia as mensagens de sua amiga brasileira que iam chegando sem parar. Aquela amizade havia surgido de uma forma completamente inusitada, mas havia se apegado a ela de uma forma que não fazia desde que havia debutado no k-pop. Talvez o fato de não fazer a mínima ideia de quem ele era quando se encontraram da primeira vez tenha sido um fator decisivo, afinal, a aproximação havia sido por puro acaso e não por interesse.
Conhecer havia sido a coisa mais maravilhosa que havia acontecido na vida de nos últimos quatro anos. Ele ainda se lembrava de quando havia voltado para o hotel em que estava hospedado em Iwate, a primeira coisa que fez foi tentar encontrar a “moça do resort” nas redes sociais. Claro que não foi nenhuma surpresa descobrir que encontrar uma “” na internet seria algo bem menos simples do que o imaginado. já estava desistindo quando decidiu verificar se havia alguma foto que marcava o Instagram do Appi Resort e que, por algum milagre, fosse da que ele procurava.
também se lembrava do olhar torto e questionador de quando comemorou com um quase berro o fato de a garota do resort ter postado a foto que havia tirado junto com ele
e marcado o local. O companheiro havia ficado com o pé atrás com aquela aproximação e interesse repentino de com a estranha, principalmente porque, querendo ou não, eles
eram famosos e muitas pessoas se aproximavam por interesse próprio, o que acabava com o nome do integrante envolvido em um escândalo e com fãs descontentes exigindo a saída de algum membro do grupo.
tinha que admitir que, no início, nem ele mesmo entendeu a necessidade que teve de encontrar além do território de Appi, ela era apenas mais uma pessoa qualquer com quem ele havia passado algum tempo… mas havia sido um tempo como um cara normal, conversando como uma pessoa qualquer e desconhecida, sem o peso da fama falando mais alto e soprando em seu ouvido que ele precisava agir como o do Seventeen que todos esperavam que ele fosse.
Claro,
aquele não era
tão diferente assim do
real, mas era apenas uma vertente, a que precisava ser simpática mesmo quando tudo o que queria era mandar todos para um lugar feio, a que tinha que se manter sorrindo mesmo quando internamente as lágrimas se acumulavam… O lado perfeito e nem tão humano assim de um idol.
passou a monitorar boa parte das interações de com por algum tempo, muito desconfiado das intenções da moça, mesmo dizendo que quem havia ido atrás de contato havia sido
ele.
— Ela postou uma foto com você — o outro retrucou, sem acreditar muito na “inocência” da desconhecida.
— Ela não
sabia quem eu era, Choi — respondeu pela milésima vez, cansado. — E logo depois que eu mandei a DM, ela apagou a postagem e nunca mais comentou nada sobre o assunto.
A verdade era que era tão discreta, mesmo online, que nos
meses em que ficou “vigiando” as redes sociais da moça, ela deve ter postado duas vezes se muito. O lugar onde ela era mais ativa era o Instagram, embora tivesse uma conta no Twitter na qual comentava coisas aleatórias de vez em quando que ele se perguntava se mesmo
ela seria capaz de entender depois. Quanto ao Instagram, costumava compartilhar bastante postagens nos stories, mas quase nunca era algo pessoal. Depois daquele tempo significativo observando a movimentação da desconhecida, finalmente aceitou que ela
provavelmente não representava nenhum perigo para ou o Seventeen.
imaginava que a nova amiga deveria ser ótima em manter segredos bem guardados, já que, até o momento, nada de mais havia acontecido com ele ou seu grupo, como vazamento de informações ou qualquer tipo de fofoca que poderia deixar o Seventeen em maus lençóis.
— Eu adorei conhecer você, ! Não estragaria isso contando para meio mundo que te conheço.
“” foi o apelido que havia lhe dado depois de algum tempo conversando. Para o rapaz foi um pouco estranho no começo, já que não estava acostumado com apelidos, mas logo se viu bastante feliz em ouvir o “” que somente a moça – era autorizada a usar – usava para se referir a ele.
Os meses se passaram e logo o show do Seventeen em São Paulo havia chegado. Assim que se acomodou no quarto de hotel em que o grupo estava hospedado, tratou de enviar uma mensagem para sua amiga brasileira para informar que havia chegado.
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AAAAAAAAH! MEU SVT E MEU NUNU NO MEU PAÍS!!!!
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Desculpe, senhor , mas eu costumo ser possessiva com meus grupos de k-pop e meus favoritos. 😊
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Favorito. Aquilo queria dizer que
ele era o favorito da amiga no Seventeen? Ele queria poder perguntar, mas achou mais prudente apenas deixar aquele detalhe passar e evitar constrangimentos.
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Você já comprou os ingressos? Quer passes especiais pra área VIP?
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… Eu até gostaria, , mas eu não quero nenhum escândalo com os Carats e também não quero morrer tão cedo.
E você acha mesmo que vai me deixar ficar longe do palco e perder a oportunidade de jogar coisas para vocês? Para o ?
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gargalhou, atraindo a atenção de que havia sido colocado como seu companheiro de quarto daquela vez.
— Está falando com a ? — o outro perguntou erguendo a sobrancelha, encarando o amigo, deitado em sua cama.
balançou a cabeça em forma de entendimento, todos ainda se lembravam do episódio de rumor sobre estar namorando e no quanto aquilo se tornou uma dor de cabeça para o amigo.
— Ela também disse que a amiga dela, , quer jogar coisas para você, por isso estarão bem perto do palco no show.
O rapaz ergueu ainda mais a sobrancelha ao ouvir aquilo e estava prestes a retrucar quando deu play em um áudio que a amiga havia enviado.
“Desculpe, , mas talvez jogue coisas em você. Ela não é muito boa de mira.”
riu alto quando recebeu um áudio de com um muito indignado com o “plano” que as amigas brasileiras tinham de atingi-lo com coisas no show. Embora a maior parte da conversa fosse com , havia tido contato com alguns dos outros membros do Seventeen que haviam ficado curiosos com sua amizade inusitada com , estava entre eles. Acabou que o rapaz havia se tornado um bom amigo também, e favorito de que, em sua cabeça, já fantasiava muitas fanfics em que
os quatro – ela, , e – saíam em encontros duplos de casais.
— Você
sabe que o interesse dele
não pode ser só amizade, né, amiga? — se lembrou de dizer em algum momento depois de os dois começarem a conversar online. — Quer dizer,
por que um cara famoso como ele iria se dar ao trabalho de procurar por você nas redes sociais, e ainda insistir tanto em tentar te convencer de que ele é realmente ele?
— , para de me iludir, sua besta! — reclamou quando entendeu onde a amiga queria chegar.
— Não quero te iludir, só não faz sentido na minha cabeça ele ter feito tudo isso pela sua
amizade. — A moça deu de ombros.
— As coisas nunca foram para esse lado nas nossas conversas, ,
é só amizade.
A outra apenas deu de ombros, dando-se por vencida e não querendo prolongar o assunto que poderia se tornar uma discussão que não levaria a lugar algum.
Claro, havia adotado , , como seu favorito,
seu , mas não o via
daquela forma, eles faziam um belo par de amigos e nada mais, e a história de como haviam se conhecido seria contada algum dia para filhos e netos dos dois, cada um com sua família.
Agora, em julho, seria a primeira vez que veria como idol de tão perto. Depois de descobrir
quem era , a moça saiu procurando por tudo quanto é trabalho do rapaz e do Seventeen, se apaixonando pelas canções e mais ainda pela voz do misterioso sem nome – agora muito bem nomeado – que, para ela, se destacava no meio das demais.
não tinha
ideia de como havia acontecido, mas, de alguma forma, ela e haviam conseguido pegar um bom lugar na grade. A moça se sentiu aliviada, pois conseguiria enxergar alguma coisa dali sem ter que se esforçar tanto, já que o palco estava a uma distância razoável da grade de fãs, mas ao mesmo tempo perto o bastante para uma boa interação. se perguntava se o amigo idol conseguiria encontra-la ali em algum momento.
Quando o show começou – e até mesmo
antes – a energia que a plateia de fãs brasileiros emanava parecia
loucura, algo que em poucos lugares o grupo sul-coreano havia experimentado. tinha que concordar com quando ela dizia que fazer shows no Brasil era algo em outro nível para os artistas.
Mesmo com a diferença entre as línguas – português não tinha
nada a ver com coreano –, a plateia parecia empenhada para cantar cada música que era tocada junto deles, chegavam a quase superar o som dos microfones dos treze integrantes.
Loucura. Mas uma loucura maravilhosa que, tinha certeza, a maioria deles adoraria experimentar algumas outras vezes.
passou boa parte da apresentação procurando – discretamente – por , apesar de a amiga ter “dado as coordenadas” de onde estaria com , ele ainda estava bastante perdido, as luzes fortes em direção ao palco também não ajudavam muito. Foi só mais para o meio do show quando, de forma surpreendente ele foi atingido por um gato de pelúcia usando óculos, que ele se voltou na direção que o bicho havia sido atirado e
finalmente enxergou a figura miúda de que parecia estar rindo e acenando em sua direção. O rapaz sorriu e acenou de volta para a amiga, assim como para outros fãs ao redor, ele não queria parecer ter “preferências”, mas também se certificou de que a amiga entenderia que ele a havia encontrado.
estava empolgada observando a movimentação dos seus treze queridos no palco, era o momento em que os rapazes estavam livres para caminhar e interagir mais com os fãs e, geralmente, tanta coisa acontecia naqueles momentos dos shows do Seventeen, que não queria perder nada, ao contrário de , ela não estava gravando o que acontecia, o que foi uma vantagem, já que percebeu quando se agachou perto de onde as duas estavam,
olhando na direção delas… Enquanto estava ocupada gravando , alguns metros distante.
A moça cutucou a amiga de leve, apontando na direção do rapaz, não conseguiu segurar o gritinho quando percebeu acenando e sorrindo
para ela. gargalhou enquanto levava tapinhas e ouvia coisas sem nexo sendo ditas por sua acompanhante. Quando se aproximou de onde estava, o rapaz puxou , apontando na direção das garotas. A leve careta de enquanto ele tentava focar a visão na direção de a fez gargalhar, mas assim que o rapaz a enxergou ali, sorriu e fez coraçõezinhos com os dedos,
em sua direção, o que fez com que os tapinhas de se intensificassem ainda mais.
—
Amiga, nossa fanfic, amiga! — gritava enquanto chacoalhava a moça ao seu lado que, por sua vez, tentava se manter em pé e ria ao mesmo tempo.
O show passou voando depois daquilo e logo depois que
Very Nice tocou pela última vez para finalizar a apresentação, e estavam no paraíso. As duas estavam prontas para irem para casa quando recebeu uma mensagem de :
“vocês estão livres para nos encontrar no hotel?”.
— Amiga,
mesmo que a gente não estivesse, a gente estaria livre pra eles — exclamou, tentando segurar o surto, já que estavam no meio de uma multidão de fãs naquele instante.
respondeu ao amigo que estavam livres e encontrariam com ele no hotel. Depois de pegarem um Uber, as duas ficaram esperando no saguão de entrada, sentindo-se um tanto oprimidas, já que a segurança no local estava estrategicamente bem montada, mesmo estando muito bem disfarçada. Alguns minutos mais tarde, mandou uma nova mensagem, informando que o grupo havia chegado e alguns deles iriam para o bar do local.
Um staff foi enviado para acompanhar as duas amigas até onde o grupo de k-pop estava. foi o primeiro a se aproximar com um sorriso largo nos lábios, mas foi que deu uma de fã e pulou em cima de , que acompanhava o amigo para recepcionar as amigas e foi surpreendido, quase perdendo o equilíbrio.
—
! — exclamou escondendo o rosto com as mãos. —
Desculpe, ! O rapaz apenas ficou parado onde estava, completamente confuso e um pouco assustado.
— Eu juro que ela é uma pessoa normal… — murmurou um tanto sem graça olhando de para , sem saber muito bem o que fazer.
então riu e, inesperadamente, abraçou a mais baixa de forma calorosa.
— É bom te ver de novo. — O rapaz sorriu.
— É estranho te reencontrar sem ser sendo o
misterioso sem nome — murmurou rindo de leve.
O quarteto se manteve conversando enquanto esperavam que alguns outros integrantes do Seventeen se juntassem a eles no bar do hotel. , apesar da apresentação espalhafatosa do início, se controlou e ficou mais perto de , embora vez ou outra se visse arrastando a amiga para mais perto de , que estava achando a interação engraçada.
, e se juntaram ao pequeno grupo de amigos.
— Podíamos combinar de fazer um passeio por aqui… — murmurou pensativo.
— Hm… — resmungou baixinho, passando despercebida por todos, menos , que a encarou de sobrancelha erguida. — Eu não sei se é uma boa ideia, vocês são famosos, né?
sorriu para a amiga, achando a preocupação da mesma algo, no mínimo, interessante.
—
O quê? Eu não quero que meu melhor amigo idol se traumatize
no meu país. Fãs brasileiros são
loucos!
— Ah, vamos, nós não somos
tão famosos assim no Brasil. No mínimo daríamos de cara com alguns fãs, tiraríamos algumas fotos e daríamos alguns autógrafos — foi a vez de murmurar. — Eu topo um passeio!
estava prestes a retrucar novamente, mas foi cutucada por uma de olhar esperançoso, então se manteve calada. Não seria ela a estragar a animação de ninguém, muito menos da melhor amiga e de um grupo de rapazes lindos e famosos.
Foi combinado que os garotos falariam com as equipes que os acompanhavam para verem questões de segurança e logística, as meninas ficaram encarregadas de ver para onde iriam.
Depois de muito implorarem e, de alguma forma, conseguirem um tempo a mais na cidade, o grupo de amigos decidiu por passarem uma tarde no Parque Villa-Lobos. Depois de algum tempo andando de bicicleta, com pausas para comer e descansar, já era fim de tarde e o grupo – composto por , , , , , , e – decidiu por ir à roda gigante – a maior da América Latina – para fechar o dia.
Embora seis daquelas pessoas estivessem extremamente empolgadas com a atração, e haviam ficado quietos em seus cantos, parecendo nervosos.
— Está tudo bem, noona? — perguntou quando percebeu o estado de ânimo da mais nova amiga que, mesmo que mais discreta normalmente, estava mais retraída que o normal.
— Eu tenho medo de altura… — respondeu sorrindo amarelo.
soltou uma pequena exclamação ao se lembrar daquele pequeno detalhe, mas já estavam para embarcar, então ela apenas agarrou o braço da amiga e, sem maiores avisos, empurrou-a em direção a .
— Cuida dela — ordenou enquanto o grupo entrava na cabine particular da atração —, eu já vou ter que cuidar do .
não questionou e ficou perto de para qualquer eventualidade. A maioria estava extremamente empolgada para o “passeio” nas alturas e assim que a roda gigante começou a girar, e soltaram exclamações felizes e se moveram com empolgação, fazendo a cabine balançar levemente.
, que estava concentrada em qualquer coisa que não fosse a altura – a cabine mal havia alcançado a metade da subida –, se encolheu no assento, começando a cantarolar baixinho alguma música para tentar se distrair. encarou a cena e soltou um risinho. ficava ainda mais
encantadora daquele jeito, ele poderia passar o resto das horas daquele dia só observando a moça.
Quando chegaram ao topo, a clássica pausa de alguns minutos foi dada e podia jurar que havia ouvido a melhor amiga xingar baixinho ao lado de . , por sua vez, parecia um garotinho assustado agarrado à sua mão. A moça sorriu discretamente, estava vivendo uma cena de fanfic e não se importaria de ficar naquela posição o resto da noite com o rapaz.
tentava distrair fazendo-a enumerar suas músicas favoritas do Seventeen quando recebeu um olhar maroto de
e , que se entreolharam e sorriram cúmplices antes de começarem a dar pulinhos e andar pela cabine, fazendo a mesma balançar
consideravelmente. Foi uma surpresa para quando soltou um gritinho, agarrou firmemente em seu braço e escondeu o rosto na curva de seu pescoço.
O rapaz lançou um olhar de aviso na direção dos amigos que pararam com a algazarra. lançou um olhar significativo para , mas logo voltou a prestar atenção à incrível vista que o topo da roda gigante estava oferecendo.
se lembrou de que, quando aquela amizade inusitada deslanchou, depois de algum tempo, fora o primeiro a manifestar
aquela ideia. A ideia de que o interesse de não estava apenas na
amizade de .
Claro que negou quase que imediatamente. era apenas uma amiga, alguém com quem ele pôde se conectar sem ter que se preocupar em parecer perfeito, e era
somente por aquilo que estimava tanto aquela relação… Mas os anos foram se passando e, cada vez mais, se via mais conectado e
encantado pela amiga brasileira. Os dois tinham tanto em comum e aquela amizade era tão simples…
— ! Abre os olhos, essa vista está incrível! — Os devaneios de foram interrompidos por que chamava a amiga enquanto consolava um amedrontado.
— Faz uma gravação e me mostra depois! — retrucou de volta, sem se mexer muito, mantendo-se grudada a .
revirou os olhos, mas tirou algumas fotos e fez um pequeno vídeo mesmo assim. Ela não iria julgar a amiga com a cara enterrada no pescoço de , provavelmente
aquilo era mais interessante do que a vista.
Quando a descida terminou, e foram os últimos a desembarcar, a moça ainda estava um tanto aturdida pela “aventura” e suas pernas pareciam ainda bambas. Por , eles poderiam ficar ali o quanto fosse necessário para que a amiga se recuperasse, mas o controlador da atração avisou que estava na hora de saírem.
— Pode me dar mais um instante? — perguntou num tom fraco e sorriu amarelo para o homem, que soltou um suspiro, mas nada respondeu.
— Ok, nós estamos saindo — murmurou em inglês, apesar de não saber se o controlador entendia a língua. — Com licença, — disse antes de, sem esforço algum, pegar a amiga no colo e sair da cabine.
deu alguns gritinhos e tapinhas no ombro de , que riu da moça e logo a colocou no chão, assim que saíram da área da roda gigante. A garota ainda estava muito atordoada quando percebeu que as mãos de ainda seguravam sua cintura para mantê-la firme em pé. Por um segundo, se sentiu em uma cena de filme, quando olhou para cima para encarar o amigo, ela sentiu como se tudo ao redor deles tivesse sumido, restando apenas eles, ali, se encarando. não saberia dizer quais caminhos aquela cena tomaria, já que, de repente, se sentiu extremamente autoconsciente e também percebeu o olhar de em sua direção,
aquele olhar insinuador.
— Obrigada, — murmurou sorrindo
um pouco sem graça. Será que o amigo havia percebido aquele “clima” também?
O grupo se reuniu para voltarem ao hotel dentro da van que havia sido disponibilizada para aquele passeio. Embora agisse como sempre, se pegou pensando na cena de minutos antes. Agora ele tinha uma certeza: não estava errado. Agora ele só precisava saber se aquilo era uma boa coisa ou não.
passou o resto do caminho de volta em seu próprio mundo, vez ou outra sendo cutucado por que lhe perguntava alguma coisa.
Quando chegaram ao hotel, o grupo de amigos saiu na algazarra, comentando o que mais poderiam fazer por ali – embora já não tivessem mais tempo
naquele momento – e onde os idols levariam as duas amigas
quando elas fossem para a Coréia do Sul. ficou para trás e puxou uma distraída consigo.
— Preciso falar com você — foi tudo o que ele disse, rezando para que aquela conversa não fosse tão fria quanto o vento que os fustigava naquele momento.
Nota: Demorou, mas chegou. Em teoria, não era pra demorar tanto assim porque é uma história bem simples, mas acontece que meu eu adulto empacou na parte de “o que fazer no Brasil sendo idol k-pop” e eu queria fazer as coisas muito ligadas à realidade, acabou que cansei e chutei o balde e saiu isso aí HAHAHAH
A próxima parte vem mais rápido porque já tá praticamente escrita (inclusive, quem ler “And After All This Time” já tem ideia do que vai rolar nela HEHEHEHEH), então bora orar pelo meu eu escritor para eu terminar logo LOLOLOLOL
Até a próxima att!
Parte III
Por mais que alguns meses tivessem passado, se sentia totalmente ansiosa naquele momento. Era Janeiro e ela e haviam ido para o Japão novamente, passando o Natal e o Ano Novo no país na companhia de amigos e familiares. Naquele instante as duas estavam à espera do embarque para o voo que as levaria para a Coréia do Sul. E para
ele.
No meio do ano anterior, havia confessado seus sentimentos para a brasileira, que havia ficado completamente sem saber o que dizer.
Claro que ela gostava de ,
seu , mas aquilo era coisa de amiga
e fã, certo? Mas não era só isso para e, no final, estava certa quando disse que o interesse do rapaz
não poderia ser só amizade.
— Acho que eu preciso de um tempo para processar isso tudo, … — Foi o que a moça respondeu naquele fim de tarde frio em São Paulo.
Como um bom cavalheiro e amigo, deu o tempo e o espaço para que pudesse refletir. Vez ou outra o rapaz perguntava se ela havia chegado a alguma conclusão, eles tinham uma longa discussão sobre o que mudaria se a resposta dela fosse positiva em relação aos sentimentos dele, afinal, era um idol famoso e ela… bem, além de não ser famosa e não estar acostumada com aquele tipo de coisa,
ainda morava do outro lado do mundo. Aquelas conversas acabavam sempre da mesma maneira: sem uma resposta definitiva da parte de .
Mas da última vez que haviam se falado e ainda estavam a dois oceanos de distância um do outro, havia prometido que daria uma resposta muito em breve para .
Foram duas horas de ansiedade para a brasileira que passou o voo todo tentando se distrair de diversas formas, mas falhando na maioria das vezes. foi a pouca distração que havia funcionado, tagarelando sobre filmes e séries que as duas haviam assistido e mostrando vídeos de animais fofos pela internet. Quando enfim pousaram, estava um pouco preocupada com a questão “como chegaria até onde o Seventeen estava?”, mas uma mensagem no celular a aliviou:
“O motorista que chamei já deve estar à espera de vocês! Aqui a plaquinha que devem procurar” – Era uma mensagem de , que havia ajudado em todo o planejamento da viagem das duas amigas para a Coréia do Sul. Mesmo sendo um idol atarefado, o rapaz ainda era um bom amigo e havia arranjado um tempinho para, de certa forma, recepcionar as amigas brasileiras. A “plaquinha” em questão era uma folha de papel com os nomes das duas e um “welcome from your dear friend” que fez gargalhar e exclamar por causa da “fofura” de
seu .
As duas foram levadas até um prédio e lá foram instruídas a aguardar alguns instantes, já mandava mensagens ameaçadoras para , pois sua mente extremamente criativa já imaginava os piores cenários possíveis, quando o rapaz surgiu no saguão de entrada com um sorriso largo, caminhando a passadas grandes em direção à dupla.
—
Finalmente vocês chegaram! — exclamou, logo sendo abraçado por uma empolgada que o deixou sem jeito. — O outros estão terminando uma gravação no estúdio, logo mais serão liberados — o rapaz informou quando percebeu os olhos de vasculhando ao redor, a procura de algo – ou
alguém.
— Hum, músicas novas? — perguntou com os olhos brilhando.
— É o que planejamos. — sorriu assentindo. — Venham, vamos esperar os outros no café.
— Você já terminou de gravar? — perguntou seguindo o amigo até um balcão onde o rapaz anunciou as duas para que pudessem adentrar o restante do lugar.
— Eu sempre sou o primeiro a terminar de gravar, quase sempre consigo de primeira. — O rapaz sorriu e piscou marotamente enquanto se vangloriava.
O trio foi até a cafeteria do local onde foi fazer um pedido para as amigas e para si mesmo. Os três conversavam e já havia quase esquecido da ansiedade que havia sentido anteriormente, quando a algazarra de quatro vozes se fez presente no local.
— Wah! Então
essa era a surpresa, ? — exclamou quando percebeu as duas garotas com quem havia passado uma tarde divertida há alguns meses no Brasil. — É bom vê-las de novo! — O rapaz se aproximou de forma despreocupada e cumprimentou as moças no melhor estilo ocidental.
, e as cumprimentaram educadamente antes de seguirem para pegar um lugar à mesa. Um um tanto desconcertado ficou parado por alguns instantes encarando sua melhor amiga.
—
Surpresa! — exclamou, cutucando , que murmurou um “surpresa” baixinho, sentindo-se um tanto exposta naquele instante.
Os segundos de desconcerto logo passaram e um sorriso largo se fez presente nos lábios de , que seguiu até as amigas e as cumprimentou calorosamente.
— Então
por isso estava todo estranho nos últimos dias? — questionou, encarando o companheiro de grupo.
— Ele é terrível para agir naturalmente quando precisa esconder algo, né? — riu da cara de poucos amigos do rapaz.
— Yah, eu ainda consegui esconder do que vocês estavam vindo! — o rapaz retrucou como uma criança emburrada.
Uma pequena discussão entre e se passou, mas não prestou muita atenção, estava focado demais em sua melhor amiga para qualquer outra coisa.
Aqueles meses haviam sido um tanto
complicados para . Ele finalmente havia tirado um peso do peito ao dizer o que estava sentindo por sua melhor amiga brasileira, mas uma nova preocupação havia surgido quando disse que precisava de um pouco de tempo para processar o que ele havia dito. Num primeiro momento, havia pensado – e entrado em pânico por isso – que aquele “tempo” seria como o tempo que casais davam nas séries americanas e que na verdade era uma separação disfarçada. Mas na verdade, tudo continuou como sempre havia sido, apenas com lhe “devendo” um posicionamento.
se sentiu bobo e apreensivo durante aqueles meses de espera. Por um lado, seu eu racional dizia que ele devia deixar as coisas fluírem e viver um dia de cada vez, mas seu outro eu, aquele incontrolável e sonhador – que, por um acaso o havia levado até o status de
idol – criava vários cenários, bons e ruins, sobre seu futuro, de acordo com as possíveis respostas que poderia lhe dar. Já havia vivido tantas
fanfics em sua mente que não sabia se estava preparado para qualquer coisa ou um tanto traumatizado pela própria imaginação.
Ver ali, bem na sua frente,
no seu país, no prédio do seu trabalho, conversando e sorrindo com outros membros do seu grupo
definitivamente parecia um dos cenários que sua mente havia criado. Ver aquilo, no que ele esperava ser a vida real, simplesmente o deixou eufórico como um garotinho.
O tempo passou com o pequeno grupo conversando e se atualizando nos temas das vidas uns dos outros; tentava tirar algum “spoiler” do próximo trabalho do Seventeen de e , mas ambos eram bastante espertos e treinados para não dar sequer uma dica sobre o novo projeto; perguntava para as duas novas amigas sobre coisas que havia pesquisado sobre o Brasil, o rapaz parecia empolgado com a cultura do país desde que havia feito os shows no local. Quando deram conta, a noite já havia caído e e rumaram para o hotel no qual ficariam hospedadas durante a estadia no país.
Mesmo depois de tanto tempo conversando, não pôde evitar em continuar o contato por meio de mensagens, estava falando com antes de dormir, quando de repente a mesma parou de responder. riu sozinho, sabendo que a amiga havia pegado no sono no meio do bate papo.
Com o Seventeen em um curto período de férias, os amigos conseguiram passar os dias juntos, , , e estavam caminhando pelas ruas da cidade, os quatro usavam máscaras, usava um chapéu preto e um boné para tentar manter uma certa privacidade do público. Obviamente que além disso, havia alguns seguranças a paisana para caso houvesse alguma circunstância imprevista.
Os quatro caminhavam por algumas ruas consideravelmente movimentadas quando foram abordados por um rapaz com um microfone lapela nas mãos e um outro que segurava uma câmera.
— Park Yoosung! — exclamou animada quando o reconheceu. O rapaz sorriu numa mistura de surpresa e alegria.
— Sim, eu sou youtuber e gostaria de gravar uma
tag com um de vocês — Yoosung murmurou.
— E do que se trata essa
tag, senhor Park? — perguntou em um coreano bastante impressionante, curiosa enquanto os outros três ficavam observando aquela interação.
— “Ela/ele é um dez, mas…” eu tenho um público internacional considerável que acho que gostaria de saber o que coreanos nativos pensam sobre algumas questões de relacionamento.
Imediatamente foi empurrado para a frente, completamente confuso e surpreso.
— Oh, tudo bem se fizermos a tag com você? — Yoosung perguntou sorrindo.
encarou os amigos com uma expressão de indignação que era escondida pela máscara. Ele não achava de bom tom aparecer no canal de Youtube de alguém, mesmo que sem ter o rosto completamente visível, ele conhecia muito bem os fãs que tinha.
— Ah, certo! — exclamou. — Tudo bem se vocês não filmarem o rosto dele? Ele é um pouco tímido — a garota disse sorrindo.
— Se ele não se sentir à vontade em gravar, podemos fazer com outra pessoa-
— Não, vai ser quem vai responder suas perguntas. — olhou para o amigo com um olhar travesso. — É só não gravar o rosto dele, por favor.
Yoosung olhou para o amigo que fazia as vezes de cameraman, que apenas deu de ombros e concordou. O youtuber assentiu e então murmurou um “feito” para , que saltitou para os amigos, empurrando para mais perto de Park.
O youtuber começou a explicar – para a câmera e para o envolvido – como as coisas funcionariam, eram simples perguntas sobre alguns “tabus” de relações e os “entrevistados” precisavam apenas responder se continuariam em um relacionamento com a pessoa mesmo com o pequeno porém no meio da história.
olhou de rabo de olho para os amigos e caso não estivesse com máscara, seria perceptível que ele não estava muito feliz com onde ele havia ido parar por culpa deles.
— Ok, vamos começar: ela é um 10, mas ela tem filhos — Yoosung estendeu o microfone lapela para .
— Hm… Não me importaria, eu gosto bastante de crianças — ele respondeu um tanto pensativo.
— Ela é um 10, mas é mais alta que você.
encarou o youtuber um pouco pensativo antes de responder.
— Acho que se chegou ao ponto de eu considera-la um 10, a essa altura não importaria muito se ela é mais alta ou baixa do que eu. — estava um pouco confuso com aquelas perguntas, mas se lembrou que Taylor Swift media 1,80, então mulheres altas não deviam ser incomuns no ocidente – por que ele sabia daquilo ninguém saberia.
— Ok, ela é um 10, mas não fala nenhuma das línguas que você conhece. — Ao ouvir aquilo, foi inevitável para o rapaz não olhar discretamente em direção a .
— Não tem problema, usamos tradutores — respondeu dando um risinho.
— Ela é um 10, mas mora do outro lado do mundo.
Mais uma vez foi inevitável não olhar para rapidamente.
— Faremos vídeo chamadas e trocaremos mensagens tanto quanto possível até conseguirmos nos encontrar em pessoa. — sorriu. Ele e haviam passado anos daquela forma e ainda mantinham contato, não só isso como
talvez pudessem passar a se chamar de outra coisa além de
amigos.
— Ela é um 10, mas sua mãe não gosta muito dela — Yoosung ergueu a sobrancelha levemente quando percebeu os olhares que o “entrevistado” dava para uma das amigas.
— Ah, eu duvido muito que minha mãe não goste dela, mas se fosse assim, ela ainda seria um 10 para mim. — achava impossível sua mãe não se apaixonar tanto quanto ele por , principalmente porque ele já havia comentado um pouco sobre ela para a mãe que pareceu bastante interessada e feliz com a animação do filho.
— Ela é um 10, mas não sabe muito sobre a sua cultura.
— Se ela mora do outro lado do mundo e veio até aqui, imagino que ela esteja disposta a se aventurar e aprender um pouco sobre o que temos deste lado. Dez. — não tinha dúvidas de que estava disposta a conhecer mais sobre a cultura sul-coreana, assim como ele não se incomodava em nada em conhecer a cultura brasileira e japonesa da moça.
— Ok, ela é um 10, mas tem uma amiga maluca.
— Oh, essa amiga seria a nossa diversão — olhou discretamente em direção a , que gargalhava com e . — Continuaria sendo um 10.
— Ela é um 10, mas o pet dela não gosta de você.
— Eu amo animais, tenho certeza que vou conquistar o pet. — riu. tinha apenas um hamster em casa que era bastante amigável, apesar de ele mesmo nunca ter interagido com o bichinho.
— Ela é um 10, mas não tem dinheiro.
soltou um risinho pensando sobre a situação.
— Não se preocupe, eu vou trabalhar bastante por nós. — Sorriu.
— Ok, isso é tudo! — Yoosung disse animado. — É impressão minha ou algumas das suas respostas tinham alguém de verdade em mente? — perguntou curiosamente, recebendo apenas um riso de seu entrevistado que logo correu para junto dos amigos. O youtuber ergueu a sobrancelha quando analisou melhor com quem havia acabado de falar. — Espera, você não é-
O rapaz foi interrompido por um “shh” vindo de , que piscou um olho de forma cúmplice antes de dar seguir caminho junto dos amigos. Yoosung nunca teria a oportunidade de confirmar suas suspeitas, mas tinha quase certeza de que havia acabado de entrevistar do Seventeen.
Após fazerem uma pausa para comer e passear por algumas feiras de rua, os quatro seguiram para um bar karaokê, enviou uma mensagem para , o convidando para ir com
a amiga dele dos Estados Unidos até lá se divertirem um pouco.
foi o primeiro a avistar as duas novas adições do grupo e levantou indo até eles, os recepcionando e os direcionando para a mesa de forma animada. foi a que mais rápido se sentiu à vontade com a amiga de , com quem engatou em uma conversa quase que imediatamente.
— Brasil? Como foi que vocês se conheceram…? — a norte-americana perguntou, logo cobrindo a boca como se tivesse falado demais.
— É uma história inusitada, sabe? — murmurou e logo já estava contando como havia se perdido em um resort no Japão e encontrado com .
Os seis, depois de conversarem um pouco, foram pedir por bebidas e algumas coisas para comer também. Assim que o pedido chegou à mesa e as garrafas de bebida foram distribuídas respectivamente a cada um, foi praticamente automático para esticar o braço e pegar a garrafa de makgeolli de , a abrindo facilmente e para ela, que agradeceu.
— Yah! — exclamou de repente quando percebeu, olhando para os dois amigos, o encarou com cara assustada e confusa, assim como e a amiga de . — Ah, às vezes eu esqueço que vocês não são coreanas — o rapaz falou, ainda com vestígios de riso nos lábios. — Na Coréia, quando um cara abre uma bebida e oferece para uma garota é porque ele está flertando com ela — explicou.
desviou o olhar, tentando não corar e completamente sem graça. permaneceu sério. Podia não ter sido a intenção no início, mas ele não se importava de o seu gesto ser tido como uma tentativa de flerte, afinal, seus sentimentos pela amiga não haviam mudado e ele ainda esperava uma resposta dela.
— Hei! Por que você não está abrindo uma garrafa para mim?! — exclamou fazendo-se de indignada e encarando que, depois de gargalhar, pegou uma garrafa, abriu-a e entregou para a moça. — Que fique claro: eu
quero que você dê em cima de mim. — entornou a garrafa em sua boca e foi a vez de ficar um tanto sem graça.
A garota gargalhou, mas bem lá no fundo falava sério. era seu favorito no Seventeen e também havia acabado se tornando um grande amigo que ela não se importaria que se tornasse algo mais.
Algum tempo mais tarde, com todos voltando ao normal e conversando animadamente, exclamou:
— Vamos cantar! — A moça apontou para o pequeno palco montado para quem quisesse participar do karaokê. Naquele momento, poucas pessoas estavam se aventurando por ali.
— Ah, … — resmungou fazendo careta.
— Você
ama karaokê! — A outra acusou. —
Vamos! — A moça sequer esperou pela resposta dos outros, só rumou para o palco – arrastando uma confusa – e começou a olhar as músicas disponíveis.
As duas amigas cantaram algumas músicas por ali e se viu mais animada depois de se aquecer. cantava de forma divertida e palhaça, fazendo caras e bocas enquanto cantava de forma mais contida e tímida.
Depois de muita cantoria das duas e vez ou outra alguns outros clientes do bar se aventurando também, finalmente tomou coragem.
— , você canta um dueto em inglês comigo? — ela perguntou um pouco tímida.
O rapaz a encarou um pouco surpreso, não estava esperando cantar naquela noite, mas o que não faria por ? Ele apenas assentiu e se levantou para acompanha-la até o palco do karaokê. Quando a moça mostrou a música que gostaria de cantar, sorriu achando a escolha um tanto inusitada. Depois de colocarem o código da música e apertarem play,
Lucky (Colbie Caillat e Jason Mraz) começou a tocar.
Do you hear me? I’m talking to you
Across the water across the deep blue ocean
Under the open sky, oh my, baby, I’m trying
sorriu timidamente ouvindo a voz de cantar aquela música. Era engraçado como a canção já parecia se encaixar com a história deles.
Boy, I hear you in my dreams
I feel your whisper across the sea
I keep you with me in my heart
You make it easier when life gets hard
Desde que havia conhecido a vida parecia muito mais fácil e gostosa de se viver, mesmo com o pouco tempo na agenda, o rapaz a fazia se sentir importante por sempre arrumar um tempinho para enviar uma mensagem ou fazer uma chamada de vídeo.
Para não era muito diferente. Desde que havia encontrado com no Japão, as coisas pareciam muito mais coloridas e ter, de certa forma, a companhia da brasileira, fazia com que ele se sentisse renovado a cada dia. Mesmo que antes da moça ele se esforçasse
muito para deixar os Carats felizes, agora ele tinha mais uma pessoa importante em sua vida que gostaria de impressionar.
Lucky I’m in love with my best friend
Lucky to have been where I have been
Lucky to be coming home again
Ooh-ooh-ooh, ooh-ooh, ooh-ooh
Os dois se entreolharam sorrindo um para o outro, sentindo os corações acelerarem por um instante. estava ansiosa para saber se
seu entenderia o que ela queria dizer; já pensava se ele não estava interpretando aquilo de forma errada porque esperava que
sua estivesse dizendo sim para ele.
Every time we say goodbye
I wish we had one more kiss
I’ll wait for you, I promise you, I will
Eles nunca haviam se beijado, mas aquela parte da música era tão real… toda vez que eles diziam adeus, queria poder ficar mais, estar ao lado de por muito mais tempo, poder ser o seu melhor amigo e compartilhar dos momentos com ela… Para não era muito diferente, ela queria poder ficar ao lado de ou que ele pudesse ficar com ela, e todas as vezes que eles se separavam, era uma promessa muda de que um esperaria pelo outro.
Lucky I’m in love with my best friend
Lucky to have been where I have been
Lucky to be coming home again
I’m lucky we’re in love in every way
Lucky to have stayed where we have stayed
Lucky to be coming home someday
Quando a música terminou, encarou sorrindo, mas seus olhos buscavam uma resposta. Ele percebeu o leve aceno de cabeça dela e não conseguiu conter um largo sorriso enquanto desciam do palco, queria ir de volta à mesa, mas a segurou de leve, ele precisava
ter certeza.
— Eu não entendi errado? — ele perguntou a encarando nos olhos. balançou a cabeça ficando um pouco tímida ao encará-lo de volta.
— Eu gosto
muito de você. E não é só coisa de amiga ou de fã. — Ela sorriu, percebeu as bochechas dela corarem e não pôde segurar o riso, sua mão tocou os pontos rosados levemente e ele deu mais um risinho ao perceber ela corando ainda mais.
— Então você aceita ser minha
jagi? — perguntou sorrindo.
— Só se você for
meu . — riu se aproximando um pouco mais de .
— Eu já sou o seu desde a primeira vez que você usou esse apelido, — o rapaz disse envolvendo os braços ao redor da cintura da garota que corou mais uma vez.
— Então aceito. — Ela sorriu timidamente quando percebeu sorrindo e se inclinando para ela.
se sentiu nervosa de repente quando percebeu aproximar seu rosto do dela, mesmo ele tendo percebido isso, só parou quando os narizes dos dois estavam encostados. Uma breve conversa muda e por olhares se passou, não queria fazer nada que deixasse
sua desconfortável, não mentiria, queria
muito poder beijá-la. foi aproximando lentamente os lábios dos dela, até um estar levemente encostando no outro, quando percebeu que não se afastou, finalmente capturou os lábios da moça com os seus, de forma gentil e carinhosa.
Quando ela sentiu os lábios dele nos seus, qualquer nervosismo ou lado racional dela que estivesse impedindo aquele beijo de acontecer, foi desligado. aproximou mais seu corpo do de , passando os braços ao redor dele. Ela sorriu quando sentiu que seu tinha um gosto doce na boca.
Os dois se separaram com sorrisos nos lábios e um misto de timidez e felicidade. Para ainda era incerto o como eles procederiam em relação ao namoro, mas ela sabia que encontrariam um jeito, mesmo que fosse um desafio e uma nova aventura. Com um ao lado do outro, apoiando e dando suporte, haveria pouca coisa naquele mundo que não poderia fazer.
Fim
Nota: Chegamos ao fim – finalmente – de Always in Winter yaaaay! HAHAHAH
Eu planejo trazer um “epílogo” pra história – com o futuro desses dois aqui – e talvez um “spin off” com a história de e – mas não prometo nada HHAHAAH
Sim, a história era curtinha, mas demorei a vida pra finalizar, acontece nas melhores famílias :B
CADÊ A ATT DESSA PRECIOSIDADE????
Os comentários que fiz sumiram, então estou aqui novamente para dizer: eu tô adorando a fic!
Quero muito saber o que vai acontecer nos próximos capítulos, ainda mais com esse final, sabe……………..
caramba, assim do nada? que desespero!
kkkkk mas foram contar justamente com esses dois?
HAHAHAH vi ele falando isso!
opa, to sempre pronta para me perder com você
xiiii, acho que você não fez uma boa escolha
hahaha isso, fique na negação
AAAAAAA COMO VOCÊ ME PARA AÍIIIIIII????
Mei, querida, deixa eu dizer uma coisinha: ELE NÃO QUER SUA AMIZADE. Só isso mesmo :)))
Hahahaahha como a Izumi disse: nenhum cara se daria esse trabalho todo por amizade. Homens são todos iguais, só muda a nacionalidade
E é óbvio que é muito mais legal e interessante ficar com o rosto enfiado no pescoço do boy. Não julgo, faria igual.
queria essa amizade, sabe………….
eu também suspeitaria kkkkkkk
PROFETIZA, SENHOR. TRAZ ELES PRA CÁ ANO QUE VEM
literalmente a minha reação caso fossemos amigos
ai que depressão 🙁
não faz isso, woozi. sou super inocente
obviamente
hehehehehe só eu
bofe, querer eu quero, né. sou pobre
HEHEHEHE
RI ALTO AGORA
foda que isso é a minha cara (eu não jogaria coisas no palco, mas sou péssima de mira)
fanfiqueira como a gente
gata, meia noite te conto um segredo
KKKKKKKKKKKKKKKKKKK filha, vocês vão se casar SIM
espero que sim
é obvio
FOFOS
seria mt eu e minha amg, meu deus kkkkkkkkkkk
izumi me representa em tantos níveis
trio perfeito, adoro vcs
literalmente o que minha amiga faria, socorro KKKKKKKKKK
certíssima
hehehehehe
que diabinhos, meu deus kkkkkkkk
foda que entendo super ela, pq tb tenho nervoso de altura kkkkkkkk sofremos
CLARO QUE É, MEU AMOR
VOCÊ NÃO TINHA O DIREITO DE TERMINAR O CAPÍTULO ASSIM, EU SOU ANSIOSAAAA
Lelen, quero a atualização logooooo u.u
sério, que amorzinho a amizade dos dois, e por mais que eu já tenha uma ideia do que vai acontecer hehehehe eu quero ver o desenrolar do romance deles (e da best com o dino)
Passando aqui nessa maravilha para dizer: estou com saudades. Aguardo uma att, bjs 🤓😚
ME AGUARDE, MEU AMOR
pensar em que, minha queridaaaaaaaaa
QUE ADORÁVEL MEU DEUS DO CÉU TE AMO MEU DINO
ADORÁVEL
woozi eu confio, mas agora o scoups tá indo pelo mesmo barco do hoshi9 e contando tudo KKKKKK
EU AMO ESSAS MENÇÕES/CROSSOVER
EU AMO A IZUMIIIIII
estou emocionada
EU TO SURTAAAAAAANDO
EXATAMENTE!!!!
LELEN, PAGUE MINHA TERAPIA!!!!
finalmente tive um tempo pra ler essa belezinhaaaaa
cara, eu simplesmente amei esse casal e esse final, essa história foi uma delícia de leitura <3333
quero o epílogo e o spin off com os bffs <3