Natashia Kitamura
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A Pousada da Estrada

  Sempre que programamos uma viagem com os amigos, é esperado que ele seja inesquecível, ou ao menos nos lembremos tempo o suficiente para compararmos a viagem atual com a anterior. O básico de uma viagem é estarmos juntos nos divertindo, rindo e pensando quando teremos a mesma disponibilidade para sairmos novamente juntos. É como querer descobrir algo novo juntos. Como em A Bruxa de Blair, mas sem todas as mortes e suspenses – seríamos tolos demais em querermos descobrir algo que já não existe.
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  Porém, uma viagem inesperada agrega vários fatores que podem – ou não – influenciar no trajeto da viagem em si. Por exemplo, da última vez que McMillan decidiu que seria bom nós irmos com o time de futebol americano para as Bahamas foi uma ótima ideia. Ter várias garotas caindo em nossas lábias por acharem que nós éramos no time reserva principal. Era uma ótima estratégia para transarmos loucamente durante os cinco dias que ficamos naquele paraíso que não tem tempo ruim. Ao contrário de Dardus, quando disse que no feriado do dia 4 de Julho, sua avó estava cansada demais para abrir a pousada na praia de Saint Bertz* e que nós poderíamos ir para lá, já que era um grande ponto turísticos para as cheerleaders de Princeton, com todas as praias de nudismo. No final das contas, tudo o que fizemos foi reformar a tal pousada para que ela estivesse pronta para o verão. Com chuva e sem gatas.
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  Desta vez, a viagem fora tão esquisita que você provavelmente se perguntaria por que diabos eu estaria deixando minha linda Califórnia para ir para o calor infernal e sem umidade do Texas. Todo grupo possui uma líder ou um líder que planeje as viagens ou festas que teremos no decorrer de nosso círculo de amizade – enquanto perdurar durante a época de estudos na universidade -, por ser a mais cara de pau a ponto de perguntar o que ninguém gostaria de perguntar – coisas como “você transou com Lorr ontem? E ela, tipo, grunhi ou ronrona como gemido?” – em nosso grupo, Ash é essa pessoa; nós optamos por deixá-la como responsável pelos nossos eventos, assim ninguém sofreria o risco de ser alvo de sua boca livre. Ir a um hotel no meio do nada para fazer nada é uma programação que muita gente pode pensar em fazer, mas não faz por ser estúpido demais. Ash acha que deveríamos expandir nossos horizontes e tentar coisas novas, como alugar alguns quartos em uma pousada onde a pessoa que atendeu fora um cara com um sotaque falsamente puxado chamado Django. O que se espera de um lugar como esse?
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  A questão, é que por mais que a ideia seja ridícula, todos nós concordamos em fazê-la. Talvez fosse porque não queríamos ouvir as duras verdades de Ashley, talvez porque realmente estivéssemos curiosos para saber o que uma viagem dessa daria, ou apenas porque não queríamos ser deixados sozinhos em uma cidade onde, se você não tem o seu grupo, você sempre será o perdedor. Ao contrário dos outros lugares que fomos, essa viagem fora a primeira em que tiramos nossos carros da garagem duas semanas antes para uma revisão.
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  Eu teria que ir dirigindo o meu Toyota. A prioridade dos carros foram para:
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  Primeiro lugar: Homens.
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  Nós temos uma resistência maior e uma tendência também em querer sempre dirigir ou gostar de pegar na direção.
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  Segundo lugar: Direção automática.
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  Se Ash colocou esse detalhe como segunda coisa mais importante na hora da escolha, é porque a estrada é longa e cansativa.
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  Terceiro lugar: Ar condicionado.
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  Por mais que a maioria dos carros tenha um ar condicionado, devido ao lugar que moramos, ninguém quer ir em um carro cujo ar cheira a mofo ou não esfria em menos de cinco minutos.
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  Quarto e último lugar: Direção manual, homem e ar condicionado.
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  As mulheres, por menor que seja o número delas no grupo, sempre ganham.
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  Meu carro se inclui logo na segunda requisição. Meus pais são pessoas que se preocupam com o bem-estar de seu único filho, por isso, quando entrei na faculdade, ganhei meu Prius, que apesar de ser ecologicamente correto, foi corrompido pela minha mania de querer colocar “bungingangas” no carro, como diz minha mãe. Da versão original, a única coisa que se manteve intacta foram os bancos de couro e o ar condicionado. Na UCLA ou você tem um carro bom ou o seu carro é o melhor. Talvez fosse por isso que, mesmo eu sendo o cara que tira nota regular e gosta de tomar sopa no almoço, chamava a atenção das garotas. Coisas como minhas notas ou o que gosto de comer pode ser facilmente corrigido, mas não é qualquer pessoa que tem um carrão (não que um Prius seja um carrão, mas convenhamos que ele é melhor do que o Chevete que a turma do xadrez usam, não é?).
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  Já faziam três horas que estávamos na estrada. Por sorte, eu não havia caído com muita gente no meu carro, por mais que muita gente quisesse ir nele. Nossa divisão é baseada em sorteio. O primeiro carro a ser sorteado deve levar apenas uma pessoa e as bagagens. O segundo carro deve levar duas pessoas e as comidas para a estrada. O resto dos carros devem levar o resto da galera. Juntos somos em sete carros e vinte e cinco pessoas. Vinte e cinco é um número grande, principalmente quando todos sempre estão presentes nas viagens; mas é sempre bom quando chega nosso aniversário e ninguém quer se juntar para dar um presente junto.
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  Eu havia caído com Jaimie, que apesar de ser um tanto esquisita para o nosso grupo, era até que simpática. Ela era uma garota que quando entrou no nosso clã, usava óculos fundo de garrafa e fazia uma combinação de tênis adidas com uma saia jeans clara. Veja bem, não sou o estilista da Dior ou Chanel, mas qualquer pessoa que tenha consciência do ridículo sabe que tênis e saia não devem ser usados juntos, ao menos que você tenha propensão a ser um traveco. Jessica, a garota fashion do grupo e encarregada de organizar as festas dos frufrus com as garotas, deu um jeito de ajeitar Jaimie para uma garota que curte vestidos de algodão curto e rasteirinhas combinando com as pulseiras enormes. Mesmo ela recusando a usar as lentes de contato, os óculos estão muito mais aceitáveis com a armação de metal fosco. Apesar da aparência não ser das melhores (mas muito melhor que antes), Jaimie é uma ótima pessoa para se conversar:
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  - O que você faria se o mundo realmente acabasse no fim do ano? – Talvez ela tenha uma propensão a iniciar assuntos exóticos quando ela quem deve tomar a iniciativa, mesmo assim, ela consegue ouvir e não se passar de louca com opiniões fora do normal.
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  - Não sei, não acredito muito nessas coisas, quero dizer, por que Deus acabaria com algo que ele mesmo criou? – Respondo olhando para a estrada e a bagunça que o carro da frente de Nick estava armando.
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  - Mas isso não tem nada a ver com Deus. Isso é ciência. Veja só: O alinhamento dos planetas…
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  - Jaimie. Eu sei disso.
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  - Ah. Certo. Ok. – Vejo-a voltar a olhar para frente e arrumar os óculos em seu rosto.
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  - Eu te ofendi? Eu realmente não tinha a intenção…
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  - É claro que eu não me ofendi! – Ela disse exasperada. – Acha que sou algum tipo de nerd louco que acredita em teorias que apenas ele entende?
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  - Você tem cara de ser assim. – Solto uma gargalhada e ela me acompanha.
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  - Bem, eu consegui entrar no grupo, não é? Não foi nada fácil.
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  - Falando nisso, qual foi seu teste? Teve de gritar para o mundo que é ateu ou algo assim?
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  - Não, foi bem pior. – Ela olha para fora pensativa. – Na verdade, acho que foi a coisa mais difícil que já fiz na vida.
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  - Pare de me deixar curioso e fale logo.
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  - Lembra de Jeff Sortudo? – Vi seu corpo se virar para mim novamente, como se estivesse afim de falar sobre o assunto. Pelo seu tom de voz, ela estava mesmo afim.
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  - Hum… Aquele careca de óculos rayban?
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  - Ele. Na festa do branco, tive que chegar até ele e roubar um beijo de língua. Foi a coisa mais nojenta que já fiz na vida!
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  Ficamos calados por um tempo comigo imaginando Jaimie-óculos-fundo-de-garrafa beijando Jeff Sortudo. Jeff Sortudo tem esse apelido porque ele é feio. Feio pra caramba. Um tipo de aberração da natureza. Do tipo, Deus estava afim de saber o que resultava na junção de um macaco babuíno e um antílope e resultou em Jeff. Por ser tão feio, todos os grupos de amigos que tem uma nova garota para entrar, deve fazer alguma coisa bem maliciosa com Jeff. Na época de escola – nós não éramos da mesma sala -, as garotas obrigavam as outras a darem um selinho em Jeff como pedidos de desculpas. O fato dessas garotas serem agora as garotas da UCLA fez com que criassem essa moda de darem beijos de linha ou algum tipo de fetiche como sexo oral ou assistir a um pornô com ele ao lado. O pior fora do grupo dos bambambans de Aaron Cartier (tudo a ver com a marca, mas a história não é sobre ele) e a garota teve que perder a virgindade com Jeff. Por mais que ela depois que ingressara no grupo se tornara um tipo de prostituta deles (imagino que todas as garotas daquele grupo tenham transado com todos os caras de lá), ter a fama de que perdera a virgindade com Jeff Sortudo é algo que ela terá de aguentar pelo resto de sua vida. Dizem as garotas que até hoje, depois de três anos, ela chora quando pensa no fato. Por isso ele é um sortudo. Porque mesmo sendo feio, ele tem uma vida sexual mais ativa do que a maioria de nós do grupo da Ash. Olho de relance para Jaimie e ela me encarava esperando uma resposta.
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  - Uau. – É tudo o que digo. – Estou chocado.
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  - Eu sei.
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  - Mas poderia ser pior.
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  - É muito nojento pensar que sim.
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  - Hew. – Respondo. Ouço suas risadas.
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  - E você? O que fez?
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  - Eu sou do início do grupo, então não precisei fazer algo tão extravagante. Não tem a menor graça. – Sorrio.
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  - Pare de enrolar, fala logo!
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  - Bom, eu tive que transar com Ash. Do tipo, selvagem.
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  Ficamos um tempo calados, até eu olhar para Jaimie para saber qual era a expressão dela. E ela estava surpresa. Não mais do que chocada, mas surpresa.
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  - Você e Ash já…?
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  - Não é como se ninguém soubesse.
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  - Bem, eu não sabia! – Ela diz em sua voz esganiçada. – Então é por isso que ela fala mal de toda garota que você pega.
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  - Tipo isso.
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  - Você sabe que ela gosta de você, não é?
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  - Mais ou menos. Às vezes ela é meio que uma nômade. Tipo, ela gosta de todo mundo do grupo, mas só porque transamos uma vez ela acha que temos que ser para sempre.
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  - Isso é meio careta.
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  - Isso é completamente piegas! – Falo em tom de desabafo.
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  - Mas foi bom?
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  - O quê?
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  - O que mais? O sexo!
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  Solto uma risada e balanço a cabeça indicando que eu não iria responder essa. Jaimie é uma pessoa com uma boa percepção e eu agradeço por isso. Não gostava de falar sobre minha vida sexual, ou pior, meu sexo com Ash. Podemos dizer que foi uma das piores experiências sexuais que já tive, mesmo eu dizendo que foi “bom” e que ela era “boa”. Naquela época, eu até que tinha um tipo de queda por ela, talvez seja por isso que não tenha sido pior.
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  Os carros à minha frente foram parando aos poucos em uma grande casa no meio do nada. Olhei para os lados e só havia areia e vento. Me pergunto se havia mesmo alguma coisa para se fazer ali. Olhei no mapa do GPS e de fato o tempo para chegarmos até uma próxima cidade era a mesma que retornar para Los Angeles. Então não havia muita saída. Desliguei o motor e ao sair do carro, reclamei do calor sem fim junto com o resto do pessoal. Começamos imediatamente a nos abanar e olhar mais ao redor.
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  - Ash, aonde você arranjou esse lugar? – Rick perguntou um pouco aborrecido. – Quando você disse que não faríamos nada, não sabia que era ABSOLUTAMENTE nada.
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  - Bem, precisamos pairar um pouco nossa mente. – Ela respondeu um tanto atordoada. Podia ver que até ela estava surpresa em como aquilo era o final do mundo dos Estados Unidos. – Vamos entrar, talvez lá dentro seja um pouco mais fresco.
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  - Meu carro é mais fresco. – Respondo, recebendo algumas risadas. Vi o olhar fulminante de Ash e me calei. Não era bom mexer com mulheres quando elas acabaram de admitir que haviam errado.
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  O lugar não era pequeno, mas era tão caseiro e sem tecnologia nenhuma que eu não tinha a menor vontade de ficar lá. O som da TV ligada e o ventilador no máximo tomava conta do lugar, já que fora, o único barulho de carro que havia, parou.
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  - É uma pousada abandonada? – Maggie perguntou, mas não demorara nem um minuto para um cara com um moicano que parecia uma cracatua aparecer atrás do balcão. Ele tinha uma cara de sono que o deixava ainda mais… desagradável. As garotas pularam e deram um gritinho, correndo para atrás dos homens, que apenas para demonstrar coragem, deram um passo para frente.
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  - Sim? – A cracatua disse.
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  - Hum… Oi. Sou Ashley Mongomerry e fiz uma reserva aqui há algumas semanas. – Ela entregou um pedaço de papel e voltou a dar dois passos para trás. Enquanto isso, todos se mantiveram calados afastados o suficiente para caso acontecer alguma coisa, podermos sair correndo pela porta de entrada.
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  O cara balançou a cabeça e mexeu a mão, como se fossemos para esperar. O vimos sair andando para uma porta que estava na lateral do balcão e sumir.
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  - E agora ele volta com a metralhadora dele. – Nick diz brincalhão e recebeu vários tapas de quem estava ao seu redor.
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  - Pare de falar besteiras. – Willow disse. – Ele deve ser algum tipo de recepcionista novato. Tem vários do tipo dele no curso de lazer.
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  - É, mas o pessoal da universidade pelo menos sabe falar. – Carrie disse.
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  Voltamos a conversar gradativamente, porém baixo. Fiquei quieto observando a decoração que o lugar trazia. Se fosse para reparar bem, até que não era tão mal assim. Havia cortinas brancas de renda nas janelas e os móveis eram todos de madeira. A TV era até que boa, apesar da imagem não estar por causa do lugar. Havia alguns quadros de flores e um tapete com aspecto de velho no chão. Assim que estava para ver o conteúdo dos quadros, ouvimos o barulho da porta por onde a cracatua havia saído, voltar a se abrir. Mais uma vez ficamos todos calados, ansiosos. Porém, ao contrário do que imaginávamos, por detrás da porta saíra uma garota normal. Ouvi alguns respirarem aliviados e outros darem um curto assobio de aprovação.
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  - Oi! Desculpe a demora, eu sou ! – Ela sorriu. – Bem, quem é Ashley?
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  - Sou eu. – Ash se pôs à frente com um ar de autoridade. – Eu quem fiz a reserva com vocês.
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  - Sim, sim. – parecia distraída com outras coisas. – Dez quartos com duas ou três camas cada, certo?
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  - Sim.
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  - Bem, desculpe por Django, hoje ele está com uma terrível dor de dente e por isso não pode recepcioná-los bem. – Ela apontou para o homem-cracatua que estava de canto com uma cara terrível. – Mas fico feliz por estarem aqui. Bem, os quartos são em duas alas diferentes, portanto, se vocês quiserem se dividir, estas são as chaves…
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  Ela explicou coisas que não pude ouvir muito por estar um pouco afastado do balcão. Mesmo vendo nossas expressões nada satisfeitas, ela parecia bem feliz por ter alguém fora os dois ali.
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  - Posso fazer uma pergunta? – Nick levantou a mão para ser percebido. Viramos todos nossos rostos para ele. – O que se tem para fazer aqui?
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  Ficamos todos calados e voltamos a olhar para , que pela primeira vez parecia um pouco desconcertada.
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  - Bem… – Ela começou a dizer. – Não sei se isso é uma programação, mas temos um organograma com algumas sessões de massagem e relaxamento, algumas aulas de culinária e exercícios. Sei que estão convencidos de que estamos no meio do nada, mas se estiverem aptos a quererem fazer algo que oferecemos… – Ela apontou para um quadro de avisos onde havia as atividades oferecidas pela pousada. – Vocês podem falar comigo.
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  Aposto que todos nós estávamos aguardando alguém dizer algo, então, depois de um minuto calados olhando para a cara do outro, resolvi caminhar até o quadro para não deixar a garota ainda mais constrangida. Li o conteúdo do panfleto grudado com um tipo de alfinete e pensei qual deles poderia fazer:
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  - Talvez uma massagem e depois de descansar uma aula de culinária? – Coloquei as mãos nos bolsos e olhei para a garota, que sorriu animada e concordou rapidamente, marcando em um caderno novo meu nome e o número do quarto, que por ser o primeiro a se pronunciar pude escolher qual gostaria de ficar.
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  Alguns outros concordaram em participar da aula de culinária e os que foram motoristas disseram ser uma boa ideia receber uma massagem para relaxar os músculos.
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  A pousada não era tão mal. Obviamente não era algo como um hotel cinco estrelas, mas era bastante confortável. Os quartos se localizavam em um tipo de apartamentos colocados um ao lado do outro, todos térreos. Não haviam escadas ali, também pudera, com um tamanho de terra sem fim como aquele, não era surpresa se a proprietária quisesse manter mais fácil para os idosos e não colocar escadas. Mesmo tudo sendo térreo, havia um espaço delimitado para os hóspedes, dividindo a área do corredor dos quartos com um tipo de playground para crianças. De acordo com o aroma assim que abri a porta do quarto número 22 onde eu e Nick iríamos ficar, pude ver que ele era muito bem cuidado para os hóspedes. Por tudo ser um tanto novo, foi possível também perceber que não muita gente ficou ali. O que era ótimo.
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  Deixei minha mochila na cama que sobrou, já que Nick entrara correndo para pegar a cama perto do banheiro. Olhei para a janela e vi o horizonte sem fim, um tanto destorcido pelo calor que o chão evaporava. Me sentei na cama e senti o ar vindo do ventilador de teto.
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  - Até que é bem gostosinho este quarto. – Nick comentou e respondi com um grunhido. Estava tão cansado que sequer falar eu tinha vontade. – Hey cara, podemos conversar francamente? – Olhei para trás e o vi deitado em sua cama com a cabeça apoiada em suas mãos.
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  - O que deu em você para querer ter um tipo de conversa como essa? – O imito, deitando em minha cama e cruzando as pernas. Ele levantou os ombros e disse:
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  - Não foi você quem ficou cinco horas ouvindo Ashley falar sobre “um cara que não toma iniciativa”. – Fechei os olhos. Ashley. Sempre Ashley. Não seria possível que eles só soubessem falar sobre ela comigo. Em um dia, nós estamos todos felizes e comentando sobre coisas legais, no momento seguinte, sou alvo do grupo inteiro. Este é o ruim de estar em um grupo de vinte e tantas pessoas. Parece até que saí na notícia de abertura do Good Morning Los Angeles.
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  - E…? – Tentei o máximo demonstrar que não estava nem um pouco interessado em falar sobre o assunto, mas Nick nunca fora muito inteligente ou perceptível.
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  - , você ainda não percebeu que ela gosta de você?
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  - Nick. Todos vocês já falaram isso para mim e eu já respondi para todos vocês que eu não estou afim da Ash. – Meu tom desgastado pareceu tocar Nick, mas ele parecia disposto a continuar me atormentando com o blábláblá. Talvez estivesse tentando juntar informações para começar com a fofoca da viagem. Sempre acontecia. Havia sempre um casal quase formado e o resto do pessoal sempre tentava juntá-los durante a viagem, mesmo que fosse de alguém com uma pessoa de fora. A questão é que, por estarmos no meio do nada, isso será o foco da galera, eu tenho certeza.
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  - Mas, , veja bem, ela é uma gata. Do tipo, gostosa, e está na sua mão. Convenhamos que pegar a Ash será tipo, o ápice do poder para nosso orgulho masculino. Ter ela nas mãos deve ser do caralho!
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  - Nick, eu não quero ter ninguém nas mãos. Só quero aproveitar o feriado não fazendo nada senão nada.
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  - Você sabe muito bem que nós teremos que trocar de quarto em algum momento, certo? – Nick diz envergonhado. Por sua família ser cristã, ele tinha vergonha de dizer aos outros que transava com as garotas. Infelizmente, na nossa idade, tudo o que fazemos que não seja ir para a universidade, é programar festas e transar. Coisas de quem mora no campus, ninguém mais entende. É ainda mais óbvio que no verão os homens e mulheres pensam ainda mais em sexo. Por alguma razão, minha endorfina esta vez não estava forte.
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  - Não, você irá chutar a colega de quarto de quem for. Não estou nem um pouco afim de dormir no hall novamente. Até porque as cadeiras do hall daqui são completamente duras e eu tenho muita dor nas costas, você sabe.
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  - Não que eu vá transar com alguém hoje, mas são dois feriados juntos e teremos uma semana e meia para nos divertirmos. Não é como se eu fosse ficar seco durante todo esse tempo. – Ele ri. – Mas tudo bem, darei meu jeito se você se sentir desconfortável.
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  - Obrigado. – Respondo já sabendo qual é o jeito que ele dará. Talvez meu carro seja uma boa opção durante a madrugada.
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  Depois de duas horas de soneca, desci para o hall onde encontrei Django ouvindo a um rádio. Ao me ver, se endireitou e tentou abrir um sorriso.
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  - Oi. – Levanto a mão, tirando-a do bolso e então retornando-a nele. – Minha massagem…
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  Ele concordou com a cabeça e rapidamente se levantou e correu até a mesma porta que havia ido antes quando havíamos chego. Até que ele não é tão assustador assim. Parecia um cara bem humorado, se não fosse pela tal dor de dente.
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  - Venha. – Ouvi sua voz e ele balançou a mão para mim. Olhei para os lados e então o acompanhei até a tal porta, que dava para um refeitório enorme. Algumas das garotas estavam ali conversando. Olhei para uma porta de vidro afora e vi uma piscina sendo enchida por uma cascata de água e os garotos conversando enquanto aguardavam no calor a piscina ficar cheia.
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  - Hey, ! – Gertie me chamou e sorri, levantando uma mão. – Você não vai entrar na piscina conosco?
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  - Vou para a massagem, quem sabe depois? – Falei com um sorriso e ela concordou com a cabeça.
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  O refeitório até que era grande. Com quatro mesas compridas, como em Harry Potter, mas sem toda a magia ou o imenso banquete que aparecia do nada. Lustres bem polidos com suas luzes apagadas e um palco com alguns instrumentos e microfones. Saí por uma das portas laterais atrás de Django e segui para uma casinha que era separada da pousada. Hesitei um pouco e Django se pôs a ficar atrás de mim, me empurrando.
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  Ao entrar, o ar fresco tomou conta de mim. Olhei para o lado e via um ar condicionado portátil funcionando.
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  - Ainda não tive tempo de comprar um para cada quarto, mas caso resolvam voltar, tenha certeza de que terá. – Ouvi a voz de e olhei para ela se aproximando. – Obrigada por trazê-lo, Django, você pode voltar para a recepção. Se Julie chegar, diga que estou em uma sessão, ok?
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  - Ok. – Ele respondeu e se virou para se retirar.
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  - O seu nome é? – Ela me perguntou.
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  - Ah, sim. Desculpe, sou . Prazer.
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  - Ok, . Obrigada por tomar a iniciativa mais cedo. – Ela sorriu. – Achei que fossem sair imediatamente.
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  - Bem, nós sabíamos que não teríamos muito o que fazer, sem ofensas.
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  Ouvi sua risada e então dizer:
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  - Você pode ficar apenas de cueca e deitar ali com a barriga para cima. – Apontou para uma maca com um plástico a protegendo e uma toalha em cima. – Irei apagar a luz e deixar uma luz azul ligada para que você possa relaxar. Sinta-se livre para dormir.
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  - Tudo bem. – Retirei minha camiseta e então a bermuda. O chinelo ficou em baixo da cadeira onde estava deixando tudo. Deixei todos os meus pertences e me deitei da maneira que ela mandara.
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  Ela tinha mãos dos deuses. De acordo com que deslizavam pelo meu corpo, era como houvesse algum tipo de imã que atraía toda as dores e as retirava de meu corpo. Quando deitei de bruços, fora o momento para dormir. Acordei um tempo depois, quando ela disse que eu poderia sair se eu quisesse. Meu corpo estava tão relaxado, que minhas pernas bambearam assim que coloquei os pés no chão. deu uma pequena risada e então saiu da casinha.
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  Coloquei lentamente minha roupa e assim que saí, alguns dos meus amigos perguntaram como havia sido. Quando disse que fora a melhor massagem que recebi na vida, eles correram até Django para reservarem horários também. Voltei ao quarto para colocar um calção e ao voltar para a piscina e deitar em uma das cadeiras de tomar sol, senti que dormi sem perceber.
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  Ao acordar, o dia estava acabando, com o sol se pondo. Ainda com os olhos fechados, pude ouvir as garotas falarem sobre a gerente da pousada, a . Sobre ela fazer todas as refeições e atividades, além de arrumar nossos quartos no dia seguinte. Django apenas a ajudava na parte mais leve, talvez ele tenha algum tipo de doença, pois não era muito normal. Não o questionei quando não me respondeu assim que fiz uma pergunta tentando puxar assunto.
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  Tenho certeza de que mesmo todos no início fazendo caretas por ser uma pousada pouco atrativa e com um péssimo fluxo de clientela – até aquele momento se hospedaram apenas uma família, um casal de idosos e duas amigas lésbicas -, agora nós já não nos importávamos mais em ter de acordar e não ver uma linda paisagem de praia lotada, e sim um nada onde haviam tempestades fracas de areia e o som de alguns animais que passavam para caçar. A segurança do hotel até que não era tão mal, um companheiro de , um tal de Big Duke, cuidava para que todos pudessemos dormir tranquilos. Por seu tamanho de dois metros e dez, sua descendência negra e a expressão tão ameaçadora quanto a de Mike Tyson, todos nos sentíamos melhores com sua presença. Naquele meio do nada, quanto mais assustador, melhor.
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  Eram quatro e meia da manhã quando acordei por causa de um sonho em que eu bebia uma deliciosa água (água pode ser deliciosa?) e estava morrendo de sede. Eu consigo dormir com fome e com vontade de ir ao banheiro, mas com sede não. Por isso, procurei algum sinal de água, mesmo que fosse quente, para beber no quarto, mas não havia nenhum. Resolvi ir até à cozinha. Mesmo que ela esteja fechada, não era possível que não houvesse algum indício de bebida para que eu pudesse me saciar. Eu poderia muito bem tomar a água da torneira do banheiro, já que talvez ela seja a mesma da cozinha, mas por questão psicológica de higiene, resolvi me dar ao trabalho de levantar e seguir até a casa principal da pousada, onde se encontrava a cozinha.
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  Me dei por surpreso quando encontrei a luz acesa. Por um breve momento pude desconfiar que fosse um ladrão, mas sempre que imaginei ladrões texanos, pensei no cara atrapalhão que derrubasse panelas ao passar pela cozinha; além do mais, com Big Duke lá fora, eu sei que não precisava me preocupar. Talvez até fosse ele ali procurando, como eu, por um copo d’água.
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  Mais uma vez me surpreendi ao encontrar confeitando algumas tortas que estavam espalhadas pela mesa da cozinha.
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  - Ah, olá. – Ela diz com um sorriso. – Pesadelo?
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  - Na verdade, foi bem um sonho mesmo. – Falo fechando a porta da cozinha e olhando para toda a bagunça que ela havia feito. – Você teria um copo d’água?
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  - Claro. – Deixou o objeto com que confeitava uma torta e seguiu até a geladeira. – Meio a meio?
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  - Como?
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  - A temperatura da água. Meio quente e meio gelada?
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  - Ah, sim, sim. Por favor. – Falo ainda um pouco tonto com a iluminação e o fato de eu estar meio dormindo.
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  Ela me deu um grande copo de água, que chuto ter sido a melhor água que já bebi na vida. Porém, quando terminei de beber tudo, o sono já não me pegava mais.
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  - Confeitando? – Pergunto o óbvio apenas para puxar assunto. Deixei o copo na pia e me sentei na mesa onde ela estava atrás em pé fazendo todo o trabalho que destruiríamos assim que acordassemos. Sorriu para mim e voltou a olhar para o trabalho.
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  - Estou deixando o café pronto para vocês. Django não sabe cozinhar e Millie não pôde vir hoje por causa da gravidez.
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  - Você é a dona disso tudo? – Pergunto interessado. Sempre que penso na pousada, me pego imaginando se ela era mesmo a dona ou apenas cuidava.
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  - Hum… Não que eu seja a dona… Mas eu sou sim. – Riu sem graça. Fiz uma careta que ela riu depois de ver. – Bem… Na verdade, esta pousada é da minha avó. – Ela terminou de confeitar. – Vivo por aqui nas férias desde quando eu era pequena. De acordo com que fui crescendo, fui aprendendo mais coisas para deixar o lugar melhor. Eu pretendia ajudar minha avó porque adorava a maneira que ela tratava as pessoas com tanta cortesia. Mas ela veio a falecer há um ano e meio e me deixou como herança este lugar.
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  - Uau. Sinto muito por sua avó. – Falo olhando para ela. – Mas foi uma ótima herança.
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  - Não poderia pedir mais.
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  Vi seus lábios virados para cima, como se ela estivesse muito feliz por estar confeitando bolos às quase cinco da manhã. Olhou para mim de relance e uma expressão preocupada tomou conta de seu rosto.
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  - Me desculpe, você deve estar super cansado e eu aqui falando sobre minha vida. Você quer que eu prepare algum chá?
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  - Não, não! – Falo um tanto exasperado. – Não se preocupe, estou bem confortável. E é bom saber um pouco da vida de alguém que tem um negócio desse. Você não acha que aqui é um lugar um tanto…
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  - Antiquado? – Ela olha para mim insegura.
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  - Eu diria desfalcado. Pela paisagem.
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  Ela sorriu.
  - Com certeza. No início, quando dei por mim que teria de cuidar de tudo sozinha e não havia outra coisa que eu pudesse fazer porque eu me preparara toda minha infância e adolescência para isso, eu odiava aqui. Fiquei brava por minha avó não ter me preparado melhor, ou por não ter me deixado uma carta falando para eu vender tudo isso e ido ter uma vida minha. Mas então eu vi que não havia o que fazer, e que era melhor eu me virar com o que eu tinha. Comecei a reformar tudo aos poucos. Não posso dizer que está tudo finalizado, você deve ver que isso não se compara nada com os hotéis das cidades, mas para descansar, mesmo que seja por um ou dois dias, eu consigo dar conta para que as pessoas se sintam felizes por terem encontrado um bom lugar para ficar no meio do nada. Quem sabe elas passem a utilizar essa rodovia para suas próximas viagens e pousem aqui porque sabem que é bom. – Suas mãos pareciam automáticas. Ela continuava fazendo o que fazia sem desviar os olhos, mas não parecia se perder no que dizia. – Eu não preciso de muito para viver, porque meu trabalho é ter o que todo mundo tem medo de perder, que é um lugar para viver. Então é fácil para mim renovar.
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  Durante todo o tempo até o momento que deu sete e meia da manhã e Django e Big Duke estavam juntos conosco na cozinha ajudando a colocar a mesa e a comida, eu observava em como ela estava feliz por estar fazendo aquilo. Tratava a todos como se fossem seus amigos, o tom de voz sempre contido e sem demonstrar qualquer indício de sono ou cansaço. Sentado, pude perceber que ela era uma garota que, mesmo sendo nova (não tão nova, mas nova), ela não se importava em fazer tudo, desde que tudo ficasse perfeito.
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  - Você está olhando muito para ela. – Ouvi a grossa voz de Big Duke. Pulei da cadeira, e apenas não caí porque sua enorme mão pousou em meu ombro, grudando minha bunda na cadeira.
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  - N-não é-é o q-que está-á…
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  - Calma garoto, não estou querendo te matar nem nada. – Ele deu uma risada, e o acompanhei sem graça apenas para que ele não ficasse sério novamente.
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  - Você sabe que é assustador, não sabe? – Comento ingenuamente e ele ri.
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  - Isso de vez em quando é bom. Mas não se preocupe. Não machuco hóspedes. – Ele pisca, parecendo estar se divertindo com a minha covardia. – Sabe, é uma boa garota. Vivemos juntos desde a época da avó dela. Meus pais trabalharam para ela, aprendi que também queria trabalhar aqui. Mesmo não tendo estudos, a dona sempre me ensinou tudo o que eu devia saber. Ler, escrever, contar. é exatamente como a avó. Durante o tempo que não tem trabalho aqui, trago minhas crianças e eles aprendem o básico para irem à escola.
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  - Ela faz muita coisa. – Comento. Ouço sua risada.
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  - Essa menina é uma pilha sem fim! – Rimos juntos. – Sortudo é aquele que a tiver com ele, se é que me entende…
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  Olhei para Big Duke, que sorria para mim. Um sorriso que dizia outra coisa. Comecei a tossir engasgado.
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  - E-eu n-não… Cara! Eu não estou de olho…
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  - Por que não poderia estar? Ela é muito bonita, uma garota que não tem nada de melhor que as outras garotas, mas que consegue ter um brilho que as outras não conseguem ter igual. – Olhei para , que ajudava Django a colocar as bebidas quentes nas jarras térmicas. Mais uma vez Big Duke colocou sua gigante mão em meu ombro e disse: – Garoto, desde quando o vi pela primeira vez quando chegaram, vi pelas suas atitudes que era uma boa pessoa. Se for da maneira que demonstrou ser, não serei um empecilho em sua vida caso queira se aproximar da pequena ali. Mas ela é valiosa para todos nós. Não apenas à mim e Django. Há outras pessoas trabalhando por aqui e você verá que todos nós adoramos a menininha ali. Então você deve tomar cuidado se quiser quebrar o coração dela.
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  - Não quero, não!
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  - Sei que não. – Ele sorri. – Agora, se eu puder ser folgado e lhe pedir um favor… – Concordo com a cabeça. Estava mais preocupado em não saber qual seria sua reação se eu dissesse “não”. – Poderia pedir para a pequenina ali ir descansar? Ela não dorme vai completar 24 horas daqui a vinte minutos e tem uma sessão de massagem com uma de suas amigas daqui a uma hora e meia.
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  - O qu– que amiga?
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  Ele vai até um caderno e o abre, passando algumas folhas e então, com o dedo, passar por uma lista de nomes, alguns riscados e outros não.
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  - Duas horas com Ashley Mongomerry e então uma pausa de quatro horas devido à trilha que farei com o grupo e mais três do almoço que Millie tomará conta.
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  - Nossa, vou conversar com Ashley, pode cancelar. – Pego uma caneta e rabisco o nome de Ash. Vi os dentes brancos de Big Duke parecerem como aqueles de comercial.
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  - Obrigado, garoto. – Recebi dois tapinhas no ombro e o vi se retirar, antes pegando um copo de café e um pão fresco.
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  A vi terminar de colocar os últimos guardanapos em baixo do garfo, que estava ao lado esquerdo do prato e então voltar para a cozinha.
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  - Escuta… – A chamo me levantando. Ela olha para mim curiosa. – Não é por nada, mas… Você não dorme, não?
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  Ouvi sua risada.
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  - Na verdade, eu vou dormir só às dez e meia, tenho uma sessão–
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  - Ah! Sim, havia esquecido. Ashley deixou um recado lá na recepção pedindo para cancelar. Sabe, ela vai querer descansar mais para a trilha.
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  - Ah… Ah, sim. Então posso ir agora. – Ela olha para o relógio que marcava ainda quinze para as sete. Sorrio e, ainda conversando, seguimos para a área dos quartos. O dela era o primeiro (eu sabia que aquela porta de cor vermelha era completamente diferente das demais, que eram brancas), então se despediu de mim antes que eu pudesse desejá-la um bom sono.
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  Assim que fechou a porta, corri até o quarto de Ashley pensando em como eu poderia convencê-la que cancelar a massagem era uma boa coisa. Olhando para o sol nascendo, pensei na razão de eu estar fazendo tudo aquilo para uma garota que eu mal conhecia.
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  Talvez fora porque quem pediu fora Big Duke.
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  Bati na porta de Ashley ainda sem saber o que falar direito. Quem abriu a porta foi Blake, com os bóbis em seus cabelos muito loiros.
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  - Hey, Blake, desculpe te acordar.
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  - Está tudo bem, , aconteceu alguma coisa? – Ela olhou para mim procurando por algum sinal de desconsolo ou alteração.
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  - Não, na verdade, a Ash está aí?
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  - A… Ash? – Ela olha para dentro e então rapidamente volta a olhar para mim. – Na verdade, ela está bem cansada. Por quê? Você quer que eu passe algum recado à ela?
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  ”Esquisito.” Pensei. Ashley sempre me atendia, independente do horário. E Blake nunca foi muito de querer passar recados.
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  - Hum… Se ela está cansada, então não poderá fazer a massagem?
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  - Ah, provavelmente. Ela está MUITO cansada. – Blake responde com um sorriso.
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  - Ok, então eu vou trocar o meu horário com o dela, já estou acordado, então ela não vai se importar de fazer à tarde, né? Você poderia avisar isso à ela?
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  - Claro, claro. Direi que você a procurou.
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  - Não, Blake. Você diz que eu troquei nossos horários da massagem.
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  - É, vou dizer isso. Tenho que tirar os bóbis, , tchau! – A porta foi rapidamente fechada na minha frente. Fiquei ainda parado por alguns segundos, até perceber que ela realmente fora fofocar com Ashley e Bridget sobre minha visita. Garotas.
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  Caminhei até meu quarto onde Nick estava jogado no chão. Ele sempre caía por ter sonhos esquisitos durante a noite. Uma vez, ele acordou com o susto e me deu um soco na barriga por reflexo. Fiquei sem ar por longos dois minutos. Deitei na cama e encarei a janela, que iluminava o quarto. Pensei na conversa que tive com , suas expectativas de vida e os planos que tinha para aquela pousada. Por mais que tivessemos conversado por apenas uma hora e meia e eu estivesse a apenas dois dias e meio ali, era como se eu estivesse acostumado com as histórias dela. Fechei os olhos, e, coincidentemente, a vi nos meus sonhos.
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  Senti dois braços me acordarem. Um carinhosamente, e outro bruscamente. Abri meus olhos com dificuldade, querendo saber como podia uma pessoa depositar pesos diferentes nos dois braços com tanta facilidade. Porém, encontrei Ashley sentada na minha cama e Nick ao seu lado ajoelhado.
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  - Até que enfim, cara! Sabe que horas são? – Nick se levantou, seus cabelos molhados.
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  - Hum?
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  - Pare de confundí-lo, Nick! – Ashley o empurrou e voltou a se virar para mim. – Não se preocupe com o horário, , são duas horas ainda.
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  - Duas da tarde?
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  - Da manhã que não seria, não é, seu mongol? – Nick parecia um tanto mau humorado.
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  - Por que você não volta para a piscina, HEIN Nick? – Eu seria mesmo um tolo se não tivesse percebido a direta de Ashley. Nick resmungou algo que não pude entender e a obedeceu, fechando a porta do quarto atrás de si. Senti as mãos de Ash deslizarem por meu peitoral e abri um dos olhos, a vendo sorrir. – Blake me disse que você passou no nosso quarto hoje de manhã.
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  - Uhum… – murmurei. – Eu…
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  - Eu sei. – Ela me cortou. Abri o outro olho e a encarei confuso. – Eu também.
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  - Você… também? – Perguntei confuso.
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  - Uhum. – Ela sorriu e se inclinou para perto de mim.
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  O-ou. Não. Não, não, não. Porra.
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  - Ash… – Tento dizer, mas ela me cala com seus lábios. Seguro em seus braços para tentar afastá-la, mas ela interpretou de alguma outra maneira, pois ao se afastar, retirou sua parte de cima do biquíni. Deus meu, da onde surgiram aqueles peitos?
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  Não sei se sabe, mas eu tenho um grande fetiche por peitos. Grandes ou pequenos, se eles coubessem em minhas mãos, eu iria gostar deles. E os Ashley estavam ali. Um pouco siliconados, mas muito satisfatórios para um cara como eu. Deitou-se em cima de mim, e aproveitou que eu estava vidrado olhando para seus seios para beijar meu pescoço, o que me fez começar a ficar excitado. Fechei os olhos como sempre fazia e então a senti passar as mãos por debaixo de minha camiseta. Assim que seus lábios grudaram aos meus, fez menção de inverter nossas posições e deitar na cama, enquanto eu tive de tocar seus seios para ver se eles eram bons de serem apertados como eu imaginava. E abençoado seja o cirurgião que os operou, pois eles eram ótimos. Desci meus lábios por seu pescoço, ansioso por chegar aos peitos, mas não consegui, pois a porta fora aberta e uma apareceu com algumas vassouras e sacolas.
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  Ashley gritou antes mesmo de perceber o que nós estávamos fazendo, porém, quando percebeu, deu um pequeno grito e começou a pedir desculpas, não antes me vendo em cima de uma garota semi-nua.
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  - Me desculpe de verdade, a mensagem de limpeza do quarto estava na maçaneta e…
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  - APENAS SAIA DAQUI! – Ashley gritou e saiu correndo, fechando a porta atrás de si. – Eu vou simplesmente MATAR o Nick! – Ela gritou nervosa. – Vou matá-lo!
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  Ela resmungava e então gritava algumas coisas, mas não pude ouvir muito mais do que isso. Minha cabeça estava na expressão assustada e arrependida de , e suas ações desordenadas. Senti os braços de Ashley ao redor de meu pescoço, mas ao invés de voltar a me aproximar dela, me afastei, levantando.
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  - Acho melhor eu tomar um banho. – Falei.
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  - Mas você… – Ashley apontou para o volume em minhas calças. – Poderíamos…
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  - Não estou afim, Ash. Desculpe. – Virei-me e saí do quarto com uma toalha e meu calção.
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  Ao chegar na piscina, pude ver Ashley emburrada com as garotas ao seu redor, e os caras rindo com Nick da situação, provavelmente. Me aproximei deles e os vi começar a fazer bagunça. Não sorri, mas não demonstrei nenhuma expressão de aborrecimento como Ash.
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  - Cara, não acredito que vocês foram pegos, que mico! – Brian disse entre risos. Levanto os ombros.
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  - Acontece.
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  - Foi culpa do Nick, burro, que deixou a mensagem de limpeza na porta. – Jake disse e recebeu um soco de Nick.
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  - Não tenho culpa nenhuma, imbecis. Não tenho culpa se os dois quiseram transar naquele momento.
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  - Bem, Ashley deveria estar um pouco apressadinha mesmo. – Brian começou a rir com todos nós.
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  - Parem com isso, ela ficará nervosa. – Falo calmo.
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  - Mais do que já está? Cara, é bem capaz dela querer invadir o seu quarto essa noite! – Evan quase gritou, fazendo nossas amigas nos enviar caretas.
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  - Antes que sobre para mim, vou comer alguma coisa no refeitório. Falou. – Levantei-me e caminhei até a parte de dentro da pousada, onde terminava de arrumar a mesa para o café da tarde. – Acabou o almoço?
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  - Na verdade, não, mas quando perguntei se alguém queria mais alguma coisa, todos negaram… – Ela olhava para a mesa. – Eu vou pegar a comida para você–
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  - Está tudo bem, posso fazer isso. Não quero atrapalhar.
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  - Não está.
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  Ela tentou inutilmente olhar para mim e me dar um sorriso, mas seus olhos não levantavam mais do que a altura da mesa, que batia em minha coxa. Seguiu para a cozinha, mas tive que a seguir. Lá, duas mulheres estavam preparando o café da tarde, que demoraria ainda algumas três horas para ser servido.
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   preparou o meu prato e o colocou no micro-ondas. Assim que terminou, se retirou para estender as toalhas da piscina. Comi rapidamente e fui até onde ela estava.
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  - Escuta, sobre mais cedo…
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  - Me desculpe. De verdade. Estou muito sem graça. Eu nem pensei que poderia ter alguém lá dentro quando a mensagem estava…
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  - Não, não. Eu quem peço desculpas, aquilo foi um erro, agradeço por ter parado…
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  - Eu… nossa… me desculpe, mesmo. Começarei a bater na porta antes e…
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  - . Escuta, não tem nada a ver, não estou aborrecido nem nada.
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  - Mas Ashley…
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  - Ela veio reclamar? – Pergunto curioso e assentiu. – Ela só estava muito afim, mas eu não estava. Estava tentando pará-la. – Menti. – Mas aconteceu que você nos pegou e isso foi ótimo, obrigado.
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  - Você… bom. Não é da minha conta. Me desculpe. Mesmo. Não acontecerá novamente, mesmo que queira.
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  Soltei uma risada e balancei a cabeça. A vi se virar de costas para mim e então eu, sem noção do que pensava, falei em voz alta:
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  - Se fosse você no lugar, eu provavelmente estaria aborrecido.
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  A vi olhar para mim surpresa e ao perceber que eu havia pronunciado meus pensamentos, limpei a garganta e me despedi rapidamente.
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  Enquanto todos ficavam fora da pousada tomando sol e se divertindo da piscina, eu caminhava dentro tentando me encontrar com , mas ela parecia começar a fugir de mim. Na quinta noite, ela organizou um luau, onde alguns amigos dela vieram da cidade para tocarem uma música ao vivo para nós. Fora uma boa oportunidade para falar com ela, porém, como sempre, ela estava ocupada demais com as organizações, e Ashley estava loucamente tentando ficar comigo.
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  - Nick. – Chamo-o e o vejo me olhar curioso. – Posso trocar uma palavra?
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  - Claro. – Ele disse, pedindo licença para Ike e Zach e vindo até mim. – O que manda?
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  - Você gosta da Ash, não é? – Pergunto e o vejo corar. – Cara, eu sei.
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  - Foi mal, , eu sei que vocês estão em um rolo e tudo mais–
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  - Está louco? Não estamos nada! – Falei e ele me encarou confuso. – Eu não estou com a Ashley, ela quem botou isso na cabeça porque quase transamos aquele dia. Mas eu não queria. E eu tentei falar isso para ela, mas ela não quis me ouvir e continua me dando diretas. Então vi que você estava afim dela e vou juntar o bom para mim e o agradável para você.
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  - Cara, não é por nada, mas eu não quero estragar a felicidade da Ash…
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  - Que felicidade, Nick? Dela ser sempre rejeitada? Eu não gosto da Ash, não quero transar com ela. E que outra maneira melhor dela saber, senão se aproximando de você?
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  Ele ficou calado pensativo. Olhamos para Ashley que já estava bem alterada por ter bebido todas assim que disse que não estava afim de transar… com ela. Olhei para Nick, que olhou para mim um tanto inseguro. Sorri o encorajando e então ele respirou fundo e saiu até ela.
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  Assim que se retirou, passei os olhos pelo lugar, que não era muito grande. não estava ali. De qualquer maneira, achei que fosse melhor ir até um canto mais calmo da pousada. No outro lado dele, encontrei um canto tranquilo, onde eu podia ouvir o barulho da música e conversa longe. Uma brisa refrescante que passava todas as noites bateu em mim. Olhei para o céu muito estrelado do Texas e pensei em como poderia um lugar tão quente ser tão fresco durante a noite, chegando até a ser frio. Obviamente havia uma explicação científica para isso, mas meu forte sempre foi mais matemática do que física. As estrelas pareciam estar mais brilhantes hoje, talvez pela falta de nuvens no céu, elas pareciam até maiores. E assim, cheguei meus pensamentos em .
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  Eu não poderia estar apaixonado. Ninguém se apaixona de uma hora para outra assim. Mas é inevitável dizer que me sinto um pouco atraído por ela. Diferente das garotas de L.A., ela não parecia se preocupar em ter um bom bronzeado, ou arranjar um cara rico para virar madame, ou até se preocupar demais com seu futuro e se esquecer de se divertir. Havia mulheres de todos os tipos em L.A. Boas e ruins. Mas nenhuma como ela. Não havia alguém que, ao conversar, você se sentisse completamente seguro ou confiante de que estava fazendo algo certo. Ou alguém que mesmo não tendo os cabelos mais brilhantes, as mãos mais delicadas ou as pernas mais finas, conseguia ser a mais bonita dentre todas. Talvez fosse o sorriso que parecia esconder muitos segredos, mas na verdade, era apenas um sorriso tentando transpassar simpatia. Ou então talvez fosse apenas porque, durante nossas conversas, ela não estivesse olhando para os lados, distraída com algo, mas sim com sua atenção completamente em mim. Mesmo de vez em quando eu a atrapalhando e ela continuando suas tarefas enquanto conversávamos, ela nunca deixava de me responder por estar olhando uma receita ou a hora no relógio. Ela apenas fazia o que tinha que fazer, e continuava conversando comigo.
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  Mais uma vez a brisa passou por mim, dessa vez estremecendo meu corpo. Suspirei pensativo. Faltavam apenas dois dias para eu ir embora, amanhã seria o último dia inteiro aqui. Eu estava interessado em uma garota e não havia investido nela. Mas o que eu poderia fazer? Ela não parava.
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  Senti ser coberto e visualizei Ashley tentando, mais uma vez, chegar perto de mim. Mas ela estava bêbada e não chegaria com tanta discrição para perto. Olhei para o lado e vi com o seu sorriso que para mim já não era mais uma incógnita.
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  - Mesmo estando no meio de um quase deserto, aqui faz bastante frio de noite.
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  - Senti quando me afastei da roda de calor humano. – Respondi, recebendo uma risada como resposta. – O que está fazendo aqui?
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  - Verificando se está tudo certo, queria ir dormir mais cedo. Emillie disse que cuidaria de tudo para mim.
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  - Você tem uma equipe muito fiel.
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  - Eles são mesmo muito bons comigo. – Ela sorri e se senta ao meu lado. – E você tem uma roda de amigos bem divertida.
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  - Somos apenas bagunceiros quando podemos ser.
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  Ela me respondeu com um de seus sorrisos e então olhou para o céu. Passamos alguns minutos ouvindo a barulheira do luau e sentindo a brisa se intensificar aos poucos. Olhei para e a vi descoberta. Joguei metade da coberta em suas costas e a puxei para mais perto de mim. Tomou um leve susto, mas sorriu e murmurou um ‘obrigada’.
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  - Eu poderia fazer uma pesquisa de satisfação com você? – A ouvi perguntar.
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  - Você tem até isso aqui?
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  - Na verdade, eu nunca tive tempo de perguntar, apenas recebo o que as pessoas comentam quando deixam a pousada, mas gostaria mesmo de fazer algumas perguntas específicas. – Ela olha sem graça para mim.
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  - Por mim, tudo bem. Manda bala.
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  Se remexeu um pouco aonde estava sentada e então olhou para mim agora com mais intensidade:
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  - Você acha que a variedade de alimentos está boa nas refeições?
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  - Hum… Eu acho que poderia ter mais molhos para salada.
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  - Molhos para salada… Ok. E… vocês estão satisfeitos com a segurança?
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  Durante alguns minutos, ficamos nesse bate e volta de perguntas e respostas. Ela fazia perguntas que geralmente nós não respondemos em hotéis, mas considerando que ela era uma novata e estava se esforçando para manter esta pousada, resolvi ser bem honesto, mesmo minha honestidade ser sempre positiva.
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  - Você voltaria algum dia? – Ela perguntou depois de ter anunciado fazer a última pergunta.
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  Olhei para ela curioso em ver sua expressão e hesitei pensando se era apenas uma pergunta da pesquisa de satisfação, ou se era algo além disso. Limpei minha garganta e olhei para o céu pensativo.
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  - Eu talvez volte. – Respondi. – Não é um lugar que eu venha de espontânea vontade, mas caso eu vá viajar para algum lugar que eu tenha que passar pelo Texas, é por aqui que eu viria.
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  A vi balançar a cabeça, mas ficou vago se ela estava satisfeita com a resposta. Olhei de canto para ela, para ver se ela demonstrava alguma reação desapontada, mas não pareceu que ela estava triste.
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  - Se você me ligasse… eu não hesitaria em voltar. – Finalizei.
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  Senti seu rosto se virar para mim e então ela olhar para o chão. A olhei pelo canto dos olhos mais uma vez e finalmente vi suas bochechas coradas.
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  - Você está gostando de mim? – Sua voz era muito mais sussurrada agora, como se isso fosse um grande segredo a ser divulgado.
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  - Interessado. – A corrigi.
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  - Certo…
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  Ficamos mais uma vez calados sem saber exatamente o que fazer. Pelo menos eu estava meio perdido. Olhei para ela, que mexia suas mãos nervosa e ri internamente ao ver o quão ansiosa ela estava.
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  - Você quer que eu te beije, não quer? – Pergunto em um tom brincalhão.
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  Ela se levantou rapidamente, deixando a coberta que a cobria cair ao meu lado.
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  - N-não a-ache isso! E-eu… bem. Vou indo. – Ela apontou para com seu rosto muito vermelho e então virou seu corpo.
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  Em um impulso, me levantei deixando a coberta no chão e peguei em seu braço antes que ele estivesse fora do meu alcance. Puxei-a com um pouco de força, tudo o que fiz foi grudar seus lábios no meu. Ela não lutou contra, mas também não retribuiu o beijo. Decidi que apenas me separaria dela quando ela demonstrasse algum tipo de reação, o que demorou um bocado. Suas mãos subiram até meu peitoral e eu pude abraçá-la com firmeza. Nossos lábios se movimentavam lentamente, algo que eu imaginei ser típico dela. Mexi em seus cabelos que se mostraram ser muito mais macios do que pareciam ser apenas de vista. E então a peguei, tirando-a do chão e a coloquei em cima da pedra onde nós estávamos sentados, para que ela ficasse ligeiramente mais alta que eu e eu não precisasse ficar concunda para manter o beijo.
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  Vários minutos se passaram até que nosso beijo se desfez. Nossa respiração descompassada mostrava que ele fora bastante satisfatório.
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  - Eu vou… dormir. – Ela disse, mas não a deixei ir assim.
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  - Fica mais um pouco. – Falei, a vendo corar e colocar o cabelo atrás da orelha sem graça.
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  Me aproximei novamente de seus lábios e os selei antes que ela dissesse que teria de voltar.
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  Acordei ao seu lado em seu quarto. Na noite anterior, quando era para nos separarmos e cada um seguir para seu quarto, tive a infelicidade de abrir a porta e dar de cara com Ashley e Nick transando. Em minha cama. Fechei a porta lentamente para não tirar a concentração deles, mas não pude evitar em pensar que deveria arranjar outro lugar para dormir e a única pessoa que poderia resolver meu problema fosse . Segui até o quarto dela e ao vê-la, tudo o que fiz foi beijá-la, e não perguntar se havia algum quarto disponível.
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  Não fizemos nada a não ser nos beijar e trocar carícias. Eu acho que fora a primeira vez que eu dormi com alguém e não fiz nada a não ser dormir com ela. Não sou um garanhão, mas também não sou um santo que perde as oportunidades que caem na frente. Mas com era diferente. Era como se eu não quisesse quebrar a barreira dela, a não ser que ela tomasse a iniciativa. Parecia ser algo especial, então só poderia acontecer em um momento especial.
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  - Bom dia. – Murmurei. Ela sorriu e escondeu seu rosto no travesseiro. Abri um sorriso e a abracei de uma forma que tinha apenas meu braço em cima de suas costas. – Hoje é o seu dia de folga, não é?
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  - Desde quando proprietários tem dias de folga? – Ela pergunta com a voz abafada.
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  - Desde que ela está em um início de relacionamento, oras.
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  - E desde quando estamos em um relacionamento? – Vejo um de seus olhos aparecer à vista.
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  - Desde que estamos dividindo uma cama sem transarmos. Isso para mim é um namoro.
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  Ouvi sua risada.
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  - Eu não namoro clientes.
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  - Bem, eu não me vejo sendo seu empregado, então acho que você vai ter que se acostumar. – Mais uma vez ela riu, agora se virando e ficando de barriga para cima. – Talvez eu tente alguma coisa com você para ganhar um desconto ou uma massagem extra, o que acha? – Faço uma cara de sapeca e fico por cima dela, a fazendo rir.
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  - Eu acho que então você vai ter que se esforçar muito mais do que me dar um simples beijo.
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  Fora minha vez de soltar uma longa risada. Comecei a passar a mão por debaixo de seu pijama e senti-a contrair sua barriga como um calafrio. Ela me deu um sorriso e falou um ‘agora não’, mas tive de continuar atiçá-la. Quando senti seu corpo duro com o início do prazer e seus olhos fugindo dos meus para não ser pega, nossa linha de raciocínio fora cortada pelas batidas na porta.
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  - , temos novos hóspedes! – A voz de alguém que trabalhava ali soava.
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  - Vocês texanos tem um dom de acabar com o clima, não é? – Murmuro parando a brincadeira. Ouvi sua risada e então ela me empurrar de leve. – Você vai mesmo?
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  - Novos hóspedes são importantes para mim. – E se trancou em seu banheiro. Suspirei e fiquei deitado mais um pouco, até ouví-la sair: – Ainda não foi?
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  - Uau. Você poderia mesmo ser mais delicada ao me chutar. – Disse me levantando. Ouvi sua risada e beijei seus lábios antes de abrir a porta do quarto dela.
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  Caminhei até meu quarto preparado para ver uma cena ruim, mas ao chegar lá, apenas Nick continuava dormindo no chão, para variar. Tomei um banho e coloquei um calção para aproveitar o tempo com a galera na praia. Por incrível que pareça, durante toda nossa estadia lá até agora, não houve um dia em que a chuva apareceu, o que era uma milagre considerando que nós sempre pegávamos uma tempestade.
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  - HOLAAAA!!! – Ouvi o pessoal gritar e então tacarem papeizinhos de guardanapo em mim. Reviro os olhos. Era sempre assim: O primeiro a deixar a festa era o alvo das bolinhas de papel no dia seguinte.
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  - Cara, você nunca foi o loser, o que aconteceu? – Brian se aproximou entre risos com Jack e Paul.
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  - Estava com enxaqueca, acho. – Falei fingindo sonolência.
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  - Mas você não dormiu lá, a Ash disse. – Jack sorriu malicioso. – Quem você comeu essa noite, hein?
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  - Ninguém, já disse que estava com enxaqueca. – Falei. – Além do mais, como eu poderia dormir no meu quarto se quando eu entro, ela e o Nick estavam acasalando feito dois cachorros no cio. – Ouço as risadas deles. – Dormi na enfermaria, o Big Duke me deu uma aspirina.
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  - Que porra de Ash, cara. – Por mais que Paul tenha parecido grosseiro, ele falara em um tom de risos, fazendo todos nós rirmos juntos. – Ela fica a viagem inteira correndo atrás de você para então transar com o seu colega de quarto.
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  - Camarada esse Nick, hein? – Brian disse. – E onde ele está agora?
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  - Dormindo no chão, aposto. – Paul respondeu.
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  - Na verdade, eu falei para ele investir nela para que ela parasse de levar foras meu.
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  - … é a Ash. – Brian disse. – Na boa, ela é uma chata de vez em quando, mas aquele corpo dela compensa, tipo, tudo.
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  Olho para eles e então suspiro desistindo:
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  - Gostaria que vocês tivessem ela correndo atrás de vocês por um dia inteiro depois de transar com ela. Só assim conseguirão me entender.
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  - Sei como é. – Jack disse. – Blake é igualzinha. Acho que existe um tipo de estereotipo para elas serem todas iguais.
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  Estalei os dedos em sua direção. Ficamos conversando sobre mais algumas coisas, até Ash se aproximar:
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  - Onde você dormiu?
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  - Na enfermaria. – Jack respondeu por mim.
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  - Dá licença, Jack? Estou falando com o .
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  - Uhhh… – Paul e Brian fizeram rindo.
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  - Acho que Nick não fez um bom trabalho ontem. – Brian brincou. – Se você quiser passar no meu quarto essa noite, garanto que amanhã estará bem boazinha.
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  - Cale a boca, Brian, é por isso que nenhuma garota quer dar para você.
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  - Atenção pessoal, cuidado com a Ash, ela está afiada hoje! – Paul riu a fazendo revirar os olhos. Ri um pouco e perguntei:
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  - Enfermagem, Ash. Estava meio impossível de dormir no meu quarto e na minha cama, não é?
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  - Você poderia ter nos parado. – Ela cruzou os braços.
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  - Isso não é da minha conta, e eu não faria isso com Nick. – Voltei a colocar os óculos de sol.
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  - Mas…
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  - Ash. Pare de fazer isso com você. – Falei sério, todos se calaram. Olhei para os lados e a puxei para se sentar ao meu lado de modo que a conversa fosse entre apenas nós dois. – É sério. Gosto muito de você, mas você não pode correr para sempre atrás de alguém que não está te retribuindo.
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  - Mas, … Você gosta de mim, só não tanto da maneira que eu gosto de você. – Ela encostou sua mão em minha perna e pude ver que ela estava começando a agir em sua estratégia de sedução. Fechei os olhos pacientes e ao abri-los, pude ver do outro lado da piscina servido algumas bebidas. Porém, ela olhava em minha direção um pouco séria; ao perceber que eu a encarava, deu um pulo com o susto de ser pega em flagrante e ao tentar se virar, trombou com Melissa, que deu um grito por estar completamente enxarcada. – Que mané. – Ouvi Ashley falar olhando para a mesma cena que eu. – … – Voltei a encará-la.
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  - Ash. Não. – Simplesmente falei e retirei sua mão de minha perna. – O que eu estou tentando falar, é que não somos feitos um para o outro como você acha, e estou tentando dizer isso numa boa, sem poder te magoar ou todo mundo achar que estou te dando um fora ou algo assim. Nós transamos uma vez, mas foi um desafio, não havia nada de sentimento, lembra? Você disse.
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  - É, mas eu estava brincando!
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  - Ash! Pare com isso! – Levanto-me, chamando a atenção. Olhei para os lados e passei a mão no cabelo. – Eu não quero estragar nada, mas eu não gosto de você dessa maneira. Somos amigos, amigos de verdade não se pegam. Chega com essa brincadeira, eu não vou ficar com você.
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  Quando terminei de falar, vi que todos me encaravam um pouco boquiabertos. Tentei falar alguma coisa para me desculpar à ela, mas seus olhos estavam tão vermelhos e marejados, que eu não tive coragem. Respirei fundo e coloquei as mãos na cintura. Depois de alguns segundos, ela se levantou e se retirou dali.
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  - Você foi um grande mala, . – Jess passou por mim.
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  - Não poderia ter sido mais discreto? – Blake falou aborrecida atrás de Jess. E assim como elas, todas as outras garotas do grupo fizeram o mesmo, me dando um breve sermão e correndo até aonde quer que Ash tenha ido. Passei a mão no rosto e chutei a cadeira de tomar sol.
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  - Relaxa, cara. Todo mundo viu que ela estava indo além da conta com você. – A roda de amigos se aproximou, como sempre era quando havia algum tipo de conflito entre sexos. Nós homens nos reuníamos em um canto para falar mal das garotas, e elas se reuniam em outro lugar do outro lado de onde nós estávamos para falarem mal de nós.
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  - Já estava até ficando sem graça vê-la levar tantos foras. – Mike falou dando dois tapinhas no meu ombro.
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  - Eu não queria que ela se sentisse magoada–
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  - , fala sério! A garota é apaixonada por você há três anos! Como não quer magoá-la dando um fora nela? – Bob disse sentado na cadeira ao lado. Consenti. Isso era verdade; parte da culpa era minha por estar receoso demais em dar um fora e ir deixando para depois.
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  - Eu acho que ela já sabia que você daria um fora desses nela. – Nick disse e todos olhamos para ele pois até um tempo atrás, ele estava dormindo depois de ter tido uma noite de sexo com ela. – Ontem à noite ela estava alterada. Houve um desabafo antes de nós irmos pro quarto. Cara, ela estava bem mal por causa de você.
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  - E mesmo assim você transou com ela? – Paul disse surpreso. – Nick, você é o pior!
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  - Não foi como se eu quisesse! – Ele tentou argumentar. – Só aconteceu, vocês sabem que eu estava de olho nela, e então eu bebi e ela veio querer depositar as mágoas do em mim, e rolou. Foi uma faca de dois gumes.
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  - Bem, vamos dizer então que você se deu bem nisso. – Paul disse.
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  - É cara, talvez você possa ir até ela consolá-la e, sei lá, conseguir algo com ela. – Jack disse.
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  Estava calado vendo todos darem suas opiniões; não éramos em pouco; em torno dos doze, quinze. Olhei para Nick, que me encarava sério.
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  - O que foi? – Perguntei sabendo de sua vontade em falar comigo.
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  - Você está afim da proprietária?
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  Com o susto, dei um pulo que infelizmente todos perceberam.
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  - O QUÊ? – Todos falaram juntos.
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  - A mil e uma utilidades? – Bruce perguntou ao fundo. – Cara, ela é uma gostosa!
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  - Cale a boca Bruce! – Mark disse. – , você deu um fora na Ash por causa da proprietária?
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  - Claro que não, deixem de falar besteiras. Eu sempre dei foras na Ash.
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  - Isso é fato, mas nunca foi tão direto como esteve sendo esses dias. – Nick disse e todos confirmaram.
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  - Da onde você tirou isso? – Perguntei para ele, que levantou os ombros:
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  - No desabafo, Ash falou que sabia que você estava afim da garota. Que passava mais tempo com ela do que com a Ash, e que ela lhe pegava sempre olhando e procurando por .
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  Fiquei sem fala. Nunca fui muito bom em reagir quando sou pego em flagrante. Depois de um segundo em silêncio, todos começaram a falar ao mesmo tempo, perguntando o que eu vi nela, ou o que ela tem que Ash não tem, se eu já peguei ela, coisas que homens perguntam quando querem fofocar. Bufei e fechei os olhos, voltando a deitar na cadeira:
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  - Porra. Você já pegou ela. – Jack disse e aí que todos começaram a falar mais ainda. – , cara! Fala alguma coisa!
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  - Não é como se eu fosse ficar com ela, nem nada. Nós só ficamos conversando depois que Big Duke me deu um remédio e eu vi que ela era uma garota legal, mas não estou afim dela. Não me amolem. – Reclamo e os vejo resmungar por não ser o que eles esperavam.
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  Aos poucos, foram se dispersando, voltando às suas atividades. Só Nick se manteve ao meu lado. Olhei para ele:
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  - Fala logo, Nick.
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  - Você gosta dela, não gosta?
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  - Da Ash?
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  - Claro que não. – Se sentou na cadeira ao lado. – Da pro.
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  Olhei para ele e bufei.
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  - Se eu disser que não, você vai me deixar em paz?
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  Ele deu uma risada e se deitou na cadeira ao lado, apoiando a cabeça nos braços. Respirei fundo:
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  - Ela só me pareceu uma pessoa interessante, mas não quero pegar ela nem nada.
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  - Nada?
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  - Talvez dar uns amassos. – Admiti, o fazendo rir comigo. – Mas ela é uma garota que nós deveríamos pensar quando quisessemos nos casar. Ou ter algum tipo de relacionamento sério.
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  - Ela é tão madura assim?
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  - Ela é madura assim. – Afirmei.
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  Ficamos calados por um bom tempo, sentindo o sol pesado do Texas queimar nossas peles. Ouvi seu suspiro então seu movimento até se sentar e em seguida levantar, vindo até mim e dando dois tapinhas em meu ombro:
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  - Eu bem que sabia que você estava esperando alguém para um relacionamento, só estava rezando para que não fosse a Ash.
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  Soltei uma gargalhada e devolvi os tapinhas, só que em seu braço.
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  Era a última noite que nós ficaríamos ali antes de voltarmos para L.A. e voltarmos à nossa rotina normal de festas nos apartamentos e pubs perto do campus. A galera estava aproveitando para sair para uma trilha ou pegar os quadriciclos para apostarem corrida. Eu havia ido pela tarde com os caras para a corrida, mas no final da tarde, queria apenas deitar na rede que havia perto do playground que era em frente aos apartamentos e então tirar um cochilo. Ao que tudo indicava, eu deveria ter um bom sono, já que a brisa que vinha não era tão abafada quanto nos dias anteriores, mas ao ouvir o barulho de passos se aproximando, passei a mão pelo rosto já aborrecido por ter meu descanso atrapalhado.
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  - Hey. – A voz de Ash chegou aos meus ouvidos. Tive de abrir um olho para vê-la e então voltar a deitar. – Desculpe por hoje de manhã.
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  - Tudo bem.
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  - É sério, . – Ela encostou na mureta que havia para separar o corredor dos quartos com o jardim do playground. – Eu exagerei, admito. Só achei…
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  - Eu sei o que achou. Por isso não queria ter de estrapolar quando falei aquelas coisas. Eu não queria ter dito aquilo, mas você…
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  - Eu sei. Desculpa. – Ela terminou de dizer e preferi não dizer mais nada. Até que ela voltou a abrir a boca: – Nós…
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  - Não, Ash. – Abri os olhos impaciente. – Olha, nós transarmos foi um erro. Não porque foi ruim, mas porque causou isso em você. Esse sentimento que não deveria estar aí. Ash, tem tanta gente que gosta de você, tipo o Nick! E ele é uma ótima pessoa, mas você está pondo uma viseira, se esquecendo das outras oportunidades que estão aí para você.
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  A vi ficar calada encarando o chão e ouvindo o que eu dizia:
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  - Somos amigos. Eu quero que você seja feliz. Infelizmente, não sinto o que você sente por mim para poder te fazer feliz, por isso não quero me arriscar. Por que eu prenderia você à mim se sei que há outra pessoa que pode fazer mais por você do que eu?
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  - Eu acho que se me fará ou não feliz, sou eu quem decide, não é?
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  - Sim, mas a sensação de estar fazendo o certo, quem sente sou eu. – A calei. Suspirei mais uma vez e então me sentei na rede: – Tente se desapegar. Verá que lhe fará bem. E se um dia eu chegar a me apaixonar por você, te dou o direito de me humilhar na frente de todo mundo, tudo bem?
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  Um sorriso brotou em seus lábios e ela concordar com a cabeça.
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  - Apenas pede para Jess parar de me mandar mensagens de texto falando que ficarei sem minha genital durante a noite, por favor. – Ri com ela, que concordou. – Venha cá. – Abri os braços para lhe dar um abraço.
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  - Até que não foi tão mal – Ela disse. – Eu achei que você fosse me esculachar.
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  - Devia ter me avisado antes. – Falei e recebi um tapa. – Você sabe que eu não faria isso.
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  - Claro que sei. Talvez essa seja uma das razões que eu gosto de você.
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  - Você gosta de mim, como amigo. Mas seremos sempre amigos, Ash. – Dei-lhe uma piscadela e então a vi assentir sem graça e se retirar. Suspirei e voltei a deitar na rede; tranquilo por pensar que não terei mais de aguentar as pessoas falando de mim e ela.
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  Assim que acordei do cochilo, já era noite. Olhei em meu relógio e já batia uma da manhã. Me levantei e segui até a cozinha para beber um copo d’água e ver se estava por lá. Não estava. Percorri o resto da pousada e também não a encontrei. Então fui até seu quarto. Bati na porta e, muito depois, ela abriu a porta com o rosto sonolento.
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  - Vim lhe fazer uma visita noturna. – Sorri. Ela olhou para mim séria e pude ver que não estava em seu melhor humor. – Sobre ontem de manhã…
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  - Não precisa me–
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  - Eu estava apenas deixando claro para Ash que não ficarei com ela. Até virei um pouco de piada, porque eles todos descobriram que eu estou de olho em você.
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  Aquilo, de alguma maneira, a fez acordar, pois seus olhos se arregalaram e com a surpresa, deu um passo para trás.
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  - Está… O quê?
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  - De olho em você. – Olhei para os lados e então entrei no quarto dela, fechando a porta atrás de mim. – Você não acha que dormi aqui noite passada apenas porque Ash e Nick estavam transando na minha cama, não é?
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  - Eles transaram?
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  - Você não se importa, não é? Talvez o lençol esteja intacto. – Falei irônico e ela deu uma pequena risada. – Então… na verdade, vim aqui humildemente pedir uma cama para dormir.
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  - Ah é?
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  - Sim. – Fingi uma cara de pidão e ela riu.
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  - Bem, talvez haja um quarto vazio… – Ela começou a caminhar até a porta, mas a parei com meu braço. A puxei para mim e grudei seu corpo ao meu.
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  - Você não poderia ceder sua cama mais uma vez? – Sussurrei, meus lábios perto aos dela.
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  - A diária é mais cara. – Respondeu com o mesmo tom de voz. Sorrri:
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  - Eu vou correr o risco. – E a beijei.
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  - Vocês aceitam cheques, não é? – Jack perguntava pela terceira vez. Django apontou para a placa atrás de si, onde falava “Só aceitamos cartão e dinheiro.” – Merda. , vou te dar um cheque e você fecha o meu?
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  - Uma semana aqui e você nem para ver isso, Jack? – Ash perguntou grudada ao balcão por estar controlando o pagamento de todos.
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  - Oras, não é como se eu pudesse sair depois daqui e ir até o caixa eletrônico mais próximo.
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  - Há um a dois mil quilômetros daqui. – disse em tom de brincadeira, e alguns de nós rimos com ela. – Falta mais alguém?
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  - Eu. – Falei. – Vou acertar o meu e do mongol ali. – Apontei para Jack, que me enviou seu dedo do meio. – Faça isso mais uma vez e ficará lavando louças.
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  - Seria ótimo ter mais ajuda na cozinha. – sorriu para Jack, que fez o mesmo com ela. – São mil e seiscentos.
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  - Uau. Não tem um desconto?
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  - Você quis o quarto extra ontem e anteontem, então tem de pagar mais caro. – Ela comentou com um sorriso.
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  - Quarto extra? Você não ficou na enfermagem? – Ash perguntou olhando para mim e , que coçou a nuca e desviou os olhos.
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  - Este é o quarto extra, Ash. – Falei entre risos. Ash então riu junto, mas ainda desconfiada e olhando para . – Crédito. – Dei meu cartão à ela.
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  Assim que acertamos, peguei o cartão da pousada e mostrei para que estava comigo. Ela sorriu e acenou.
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  - Sem beijo de despedida? – Perguntei enquanto pegava alguns panfletos no balcão. Ela sorriu.
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  - Só dou beijos de boas vindas, desculpe.
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  Dei uma risada e apontei para ela.
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  - Você…
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  - ! Vamos! – As garotas gritavam no lado de fora. Olhei para eles e então voltei a encarar .
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  - Tenha uma boa viagem de volta.
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  - Veja se consiga um wi-fi aqui. – Disse. Ela levantou os ombros e sorriu. Dei mais uma olhada em si antes de dar-lhe as costas e ir embora.
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Um ano depois…

  - Que tal… Bora Bora? – Michell disse sorrindo.
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  - Desculpe, mas está fora dos orçamentos. – Paul disse. – Além do mais, é mais divertido ficarmos em lugares perto para podermos aproveitar mais.
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  - Vou ter que furar, pessoal. – Falei pegando minha mochila. – Meus pais me ligaram, minha avó está doente e acham que não durará muito.
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  - Nossa, Nana está mal? – Nick simplesmente adorava Nana, minha avó. Apenas porque ela adotava a todos que iam visitá-la (mesmo que obrigados por mim) de netos e os mimava como se fossem seus de verdade. – Você quer que eu vá junto?
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  - Vai ser algo mais familiar… – Falei com um sorriso. – Não acho que ela vá, é forte, mas apenas para deixá-la mais tranquila, não posso deixar de fazê-la ver seu único neto, não é?
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  - Claro, claro. Poxa, não acredito que o grupo estará incompleto. Ultimamente vocês estão bastante furões. – Nick reclamou, dando um tapa em Jack.
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  - Está falando o quê? Você e Ash simplesmente trocaram a gente e Vegas por um México de casal!
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  - Fomos comemorar o aniversário dela, Jack, não tem nada a ver.
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  - Nada a ver, desde quando comemoramos aniversários separados?
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  - Desde que somos casais e você não pode ficar no meio de nós no sexo. – Nick comentou e recebeu um soco de Jack.
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  - Vou indo, boa viagem aí, galera. – Falei com as mochilas nas costas.
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  - Veja se não some de novo, . A faculdade terminou, mas a amizade não. – Paul disse.
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  - É! Pizzaiada na minha casa na primeira sexta depois do feriado! Ninguém faltando! – Bruce disse e comemoramos, dando-lhe tapas na cabeça.
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  Corri até meu carro e joguei a mochila no banco de trás. Olhei mais uma vez para o tanque de gasolina e dei partida. Foram várias horas de viagem até eu ver a placa que não via fazia um ano. Sorri e estacionei com dificuldade na frente. Mas eu tinha vaga privilegiada. Desliguei o carro e peguei a mochila no banco de trás.
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  - Boa tarde, . – Ouvi a voz de Django e sorri, levantando a mão como cumprimento. Disse ‘oi’ para os hóspedes que estavam sentados nas poltronas agora estofadas. Corri até a administração, mas não havia ninguém. Encontrei Big Duke, que falou sobre o progresso de seus filhos com o espanhol e que em breve os levaria para o México para que eles pudessem melhorar a dicção.
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  Ao entrar no quarto, ele continuava vazio. Suspirei cansado e fui até a cama me jogar e sentindo meus músculos se contraírem com o relaxamento. Minutos depois, senti um corpo cair em cima do meu e lábios tocarem os meus.
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  - Eu espero que seja a , porque se não for ela e ela entrar por aquela porta, serei um homem morto. – Disse sorrindo e ouvi as risadas dela.
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  - Bem-vindo à pousada. – Ela disse com seus lábios ainda grudados aos meus. Enlacei sua cintura e aprofundei o beijo.
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  - Folga? – Perguntei.
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  - Dois dias.
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  - Quatro.
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  - Três.
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  - O feriado.
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  - Nem morta, você sabe que já contratei muita gente para poder ter todas as noites tranquilas. – Ela se ajeitou ao meu lado na cama que agora era bem maior. Sorri. – E você tem que ficar com as crianças. Elas gostam de você, lembra?
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  - Sei, sei. Estou achando que toda vez que venho para cá, sou mais escravizado do que tratado como sócio.
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  - Você recebe um bom pagamento. – Ela sorri, colocando suas pernas ao redor de meu corpo e se sentando em cima de mim. – Veja só, dessa vez eu lhe darei mais do que um beijo de boas vindas.
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  Sorri malicioso. Se eu contasse aos meus pais que estava morando no meio do nada e ganhando dinheiro através de um negócio de hotel, eles iriam dizer que seu filho havia sido abduzido por ETs e trazido de volta à Terra responsável e louco. Mas o que eu poderia fazer se aquele era o único lugar no mundo onde eu podia ser eu mesmo.
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  Querer não fazer nada nunca significou tanto para alguém quanto está significando para mim.
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  *Local fictício. Qualquer igualdade é mera coincidência.

Fim

  Nota: Dani, dear Dani! Sei que não tem muito a ver com o All Time Low, mas como o Zack morou um tempo na Califórnia, achei que poderia se encaixar legal. Não me importei muito com o resto dos integrantes, porque o que me importou é que você não tivesse muita dificuldade na leitura. Faz um tempo que não escrevo uma fanfic do All Time Low (tirando as que estão em andamento), então pode ser que eu tenha perdido um pouco o jeito, mas foi escrita com muita calma, dedicação e esforço, viu? Hahaha!

  Espero que tenha gostado, nem que fosse um pouquinho!

  Beijos!

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