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Quiz #009
// O Tema
Qual o pet ideal para o seu personagem?
// O Resultado
Raposa


Esta história não possui capas prévias (:

Sem curiosidades para essa história no momento!

A Fox With Two Tails

Capítulo 1 – A mulher-raposa

  Quando Lucien Vanserra decidiu atravessar o oceano e visitar o Continente para conseguir alguns aliados a mais contra Hybern, ele não imaginava o tipo de coisas que lhe aconteceriam naquela viagem. O feérico de cabelos vermelhos gostaria de ter alguma paz, já que desde Sob a Montanha – e depois quando tudo aconteceu com Feyre – ele parecia não conseguir um segundo sequer de paz de espírito e tranquilidade. As coisas não melhoraram muito depois que ele descobriu sobre a ligação de parceria que tinha com Elain Archeron.
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  O fato de sua possível parceira aparentemente detestar sua espécie já era ruim o bastante, mas saber que seu coração pertencia a outro… aquilo era de despedaçar. Mesmo com todas as atribulações que Vanserra havia passado, ele não estaria preparado para aquilo.
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  As criaturas do continente eram parecidas com as criaturas de Prythian, então era de se esperar que não se podia confiar em muitas delas. Agora, estava ali, encarando uma mulher de pele alva e cabelos longos e negros que havia acabado de se transformar da forma de uma raposa.
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  O fato era que Lucien tinha se envolvido em algo que nem ele mesmo tinha entendido, só o que sabia era que havia sido envenenado por uma das criaturas do continente que tentara devorá-lo como presa, só não havia sofrido mais além do envenenamento porque conseguiu usar suas chamas para afastar a criatura-aranha que o emboscara.
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  O feérico havia sido levado até um lugar que poderia ser chamado de palácio e sentia sua vida se esvair a cada respiração que dava. Embora fosse um grão-feérico até poderoso, parecia que a magia daquele lugar era diferente, estranha para ele.
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  — Princesa… — um dos homens que falava e falava com outros seis, murmurou quando percebeu a presença da mulher-raposa.
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  — Você disse que é um estrangeiro? — a dama perguntou lançando um olhar ligeiro na direção de Lucien, que não tinha mais muita energia – ou vontade – para se manter a par do que acontecia ao seu redor, sua mente valsando entre o presente e antigas lembranças, à beira da inconsciência.
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  — De Prythian. — Outro homem confirmou.
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  O feérico conseguiu focar a visão o bastante para ver a bela mulher torcer os lábios em uma careta não muito satisfeita.
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  — Como isso foi acontecer, general? — a mulher questionou voltando seu olhar para o primeiro homem que falara.
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  — Um dos yokais que estávamos transportando fugiu, princesa — um jovem rapaz murmurou, parecendo um pouco encabulado. — Parece que este forasteiro foi atacado por uma jorogumo.
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  — Ela definitivamente queria almoça-lo — outro homem murmurou chegando mais perto de Lucien que mal conseguia se manter de olhos abertos —, o veneno está se espalhando muito mais rápido do que de costume.
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  A aparente princesa do lugar ficou quieta pelo que pareceram longos instantes, mas o feérico estava tão atordoado que não podia ter certeza. Pensou ter ouvido um “isso não pode estar acontecendo agora”, mas havia soado tão distante…
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  — Não há o que possamos fazer, . — Lucien ouviu alguém murmurar ao longe. Pelo menos parecia longe para ele.
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  Mais um instante de silêncio e então o grão-feérico sentiu uma mão morna tocar seu rosto gentilmente, erguendo sua cabeça com delicadeza.
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  — Visitante de Prythian, consegue me ouvir? — A voz suave e musical da mulher-raposa pôde ser ouvida em algum lugar a frente de Vanserra que tentava se esforçar para abrir os olhos. — Diga-me o seu nome — a voz inquiriu.
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  Lucien não tinha certeza de que havia conseguido dar a resposta de forma compreensível para a tal princesa, mas a julgar pelo que havia ouvido logo em seguida, podia dizer que sim.
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  — Lucien Vanserra, eu o reivindico como parceiro. — Foi tudo que conseguiu entender antes de sentir uma leve queimação no peito e então apagar de vez.
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Capítulo 2 – Princesa

  Quando Lucien tornou a abrir os olhos e voltou à consciência, percebeu que não estava mais onde estivera quando havia apagado. Estava deitado sobre algo macio e confortável, embora não tão macio como uma das camas da Corte Primaveril ou de Velaris.
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  O feérico ergueu o tronco e resmungou ao sentir um leve desconforto nos músculos e um formigar no peito onde… onde ele havia sentido a queimação antes de ficar inconsciente. Automaticamente ele se colocou sentado e sua mão direita foi até o peito que formigava. Não havia nada aparente ali, mas a sensação permanecia bem real.
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  Não havia reparado até que olhou ao seu redor: uma raposa cor de fogo e de tamanho considerável o encarava sentada de forma alinhada ao lado do que parecia ser uma porta corrida. Vanserra ficou confuso por um momento até se lembrar da transformação que vira: a raposa que havia virado uma mulher bem na sua frente. A transformação em si não era nada espantosa, ele já havia presenciado Tamlin se transfigurar em lobo diversas vezes, mas algo na magia do continente o fez se sentir… atônito, como um humano frente a frente com um feérico pela primeira vez.
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  Quando Lucien fez menção de se levantar e falar, a raposa se ergueu nas quatro patas e se voltou para a porta pela qual uma mulher majestosa adentrou. A mulher-raposa.
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  — Agradeço, Shin. — A mulher sorriu para a raposa que pareceu menear a cabeça levemente e então saiu do aposento. — Boas-vindas, Lucien Vanserra de Prythian. — Ela se voltou para o visitante que se sentia ainda atordoado com tudo o que havia acontecido.
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  — Você-
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  — Pode me chamar de — ela murmurou agachando-se ao lado do que Lucien constatou ser um futon, no qual estava deitado. — Sinto muito sua estadia aqui ter ficado… conturbada.
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  — O que aconteceu? — Foi tudo o que o feérico conseguiu dizer em meio ao caos que estava sua mente.
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  A tal suspirou e pareceu ponderar por alguns instantes sobre o que deveria dizer. Ela se sentou sobre as pernas tranquilamente e então começou:
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  — Você está em Thalassar, mais precisamente em Shinrin — a mulher começou sua explicação —, infelizmente você foi colocado em meio a perseguição a um yokai de minhas terras e atacado.
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  Aquelas palavras não pareciam fazer muito sentido na mente do feérico que tentava acompanhar o que era dito. Mais uma vez ele imaginou que seria daquela forma como um humano se sentiria ao se deparar com uma criatura mágica – mesmo que ele próprio fosse uma criatura mágica, um grão-feérico.
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   parecia pronta para continuar sua explicação, quando foi interrompida bruscamente por um rapaz jovem que abriu a porta do “quarto” em um estardalhaço.
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  — Princesa, não devia estar aqui sozinha! — A voz forte trovejou.
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  — Você desapareceu, Ren, e eu não achei de bom tom deixar nosso convidado esperando. — Foi a resposta simples da moça que deveria ser uma princesa, a expressão serena inalterada.
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  O tal Ren soltou um resmungo baixo e então se colocou ao lado de , que riu parecendo se divertir, e então voltou seu olhar para o feérico.
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  — Se tentar qualquer coisa contra a princesa, considere-se morto, forasteiro — alertou num tom baixo e ameaçador.
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  — Ora, vamos, Ren. Se ele tivesse a intenção de tentar algo, eu saberia — disse com um sorriso, fazendo um gesto com a mão que fez o peito de Lucien formigar novamente de forma mais intensa. — As vantagens de uma parceria.
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Capítulo 3 – A parceria

  “As vantagens de uma parceria”, aquela frase simples ficou ecoando na mente de Lucien durante bons instantes. Parceria? Que tipo de parceria? Se fosse o tipo que ele conhecia, simplesmente não poderia ser, afinal, ele já tinha uma parceira – embora o laço não tivesse se firmado completamente e sua parceira ainda não tivesse aceitado o vínculo.
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  O feérico só voltou a prestar atenção ao seu redor quando ouviu um trinado ao seu lado, o riso divertido de .
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  — Você parece apavorado, Lucien Vanserra. — A mulher riu mais uma vez. — Imagino que em Prythian a palavra parceria tenha um significado forte também.
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  Por mais que quisesse, Lucien não conseguia juntar palavras para formar uma frase coerente. A princesa estava certa, ele estava praticamente apavorado com a notícia.
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  — Pelo que estudei sobre o seu continente, basicamente a questão do laço de parceria é a mesma, no entanto-
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  — No entanto, você teve sorte de a princesa escolhê-lo como parceiro.
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  — Escolher? — Lucien murmurou, confuso. Não se podia escolher seu parceiro, podia?
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  — Sou , soberana e princesa de Shinrin, descendente direta de Tamamo no Mae, a kitsune mais famosa e poderosa destas terras — se apresentou de forma simples, como se comentasse a receita de um bolo. — As kitsunes normalmente são como vocês, feéricos, um dia simplesmente o laço surge, mas eu, sendo herdeira de Shinrin e Tamamo, tenho o privilégio de escolher meu parceiro.
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  Lucien não conseguiu reprimir a expressão confusa e um tanto assustada com a informação que havia recebido.
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  — Eu o marquei como parceiro. — apontou na direção do coração de Vanserra que voltou a sentir o formigar no peito.
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  — Não sei por que se deu ao trabalho… — O rapaz que estava “em guarda” ao lado de sua soberana resmungou para si mesmo, mas obviamente foi ouvido.
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  — Ren, eu não podia deixar que um estrangeiro morresse nas minhas terras, sob o meu comando. Tudo o que não precisamos agora é inimizade com o povo de Prythian.
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  — Princesa-
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  — Ren — foi tudo o que a mulher disse num tom sério e definitivo, fazendo o soldado se calar imediatamente. — Lucien Vanserra, você estava prestes a morrer por causa do veneno de uma jorogumo, um espírito inferior que se alimenta de outras criaturas.
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  — Estava? — o ruivo questionou.
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  — Com nosso laço de parceria nossas vidas estão ligadas, jorogumos não possuem poder sobre o sangue de kitsunes, sendo assim, o veneno está temporariamente fora de ação sobre você.
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  “Nossas vidas estão ligadas”, então era aquele tipo de parceria que tinham em Shinrin. O que aquilo significaria para ele? Para seu futuro? Para Elain?
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  — Temporariamente? — o feérico questionou assim que conseguiu sair da espiral de pensamentos e questionamentos em que havia se metido. — Eu ainda posso morrer?
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  — Enquanto tivermos nosso laço de parceria, não. — A princesa sorriu de forma serena. — E digo temporariamente porque não pretendo prendê-lo aqui para o resto de sua vida em uma terra desconhecida e estranha. Quando conseguirmos chegar até o antídoto do veneno, desfarei o laço.
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  Lucien pensou nas coisas que sabia sobre laços de parceria em suas terras. Em Prythian não se tinha o poder de escolher um parceiro – quem dera, muitas histórias teriam sido diferentes se assim fosse – e, apesar de ser possível desfazer um laço de parceria, requeria incrível poder e certa coragem, já que o processo poderia ser terrivelmente doloroso, não só fisicamente.
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  — Não se preocupe, voltará inteiro para Prythian, da mesma forma que chegou — afirmou sem tirar o sorriso dos lábios. — Agora descanse um pouco mais. Mais tarde, se tiver curiosidade, podemos dar uma volta por Shinrin.
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  Depois de dizer aquilo, a princesa daquelas terras se levantou de forma leve e majestosa, sem dar ao feérico a chance de falar qualquer coisa. Não que Lucien estivesse em posição ou condição para aquilo, seu corpo parecia estar despedaçando e sua mente tentava organizar os acontecimentos diversos de um curto período de tempo, fazendo sua cabeça latejar. O feérico não se importou em ter sido deixado sozinho novamente – claro que sem antes ter sido avisado uma segunda vez pelo tal Ren sobre como devia se comportar –, em poucos instantes ele já mergulhava novamente na escuridão da inconsciência.
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Capítulo 4 – Shinrin

  O “mais tarde” da princesa acabou se tornando o dia seguinte. Aparentemente, o corpo do feérico estava bastante debilitado por causa do veneno da tal criatura que o atacara. Lucien não tinha muito mais o que fazer depois de ter enviado uma mensagem – que só o Caldeirão poderia dizer se chegaria a tempo – à Corte Noturna informando o ocorrido, então decidiu aceitar o convite da mulher-raposa, , para visitar as terras de Shinrin.
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  A mulher, antes de sair das propriedades da família soberana, transformou-se em sua versão raposa. Agora que o grão-feérico estava totalmente lúcido e sem o perigo de morrer a qualquer momento, ele conseguiu prestar atenção na forma do animal. Era uma raposa maior do que as habituais, com uma postura majestosa. Seus pelos tinham um tom branco que parecia reluzir com a luz, os olhos eram caramelos, mas vez ou outra pareciam brilhar num tom roxo… mas o que realmente intrigou o feérico foi o fato de aquela raposa possuir duas caudas.
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  “Me acompanhe, Lucien Vanserra” a voz de pareceu ecoar em algum lugar da mente do habitante de Prythian que se sobressaltou. Um riso divertido soou logo em seguida. “Desculpe, me esqueci de que as coisas funcionam um pouco diferente por aqui.” A voz da princesa soou novamente.
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  Lucien encarou a raposa alva com expressão de espanto. Ele estava mesmo ouvindo o que ela dizia? Aquilo não era tão normal, mesmo entre a sua espécie.
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  “Aqui em Shinrin, aqueles com laços de parceria conseguem se comunicar de forma mais fácil” explicou. “Talvez seja um pouco difícil para eu conseguir captar a sua essência já que não está acostumado com esse tipo de comunicação, mas me esforçarei.”
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  O grão-feérico ainda estava um tanto atordoado quando a raposa começou a caminhar em direção ao pé da montanha em que estavam, em direção ao que parecia ser uma pequena vila. Vanserra a acompanhou calado, ainda desconfiado sobre toda essa questão de parceria, sua mente vagando automaticamente em direção a Elain.
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  Quando chegaram à vila, uma leve surpresa tomou conta do feérico, sensação essa que não passou despercebida pela sua “nova” parceira.
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  “Aqui em Shinrin nós vivemos em plena harmonia com os humanos” murmurou a raposa sem olhar para ele. “Nós, kitsunes, os mantemos a salvo de ataques mágicos e eles nos auxiliam com suas tecnologias estranhas”.
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  Lucien nunca tinha ouvido falar sobre aquele tipo de convivência humana-feérica no Continente. Em Prythian, definitivamente, aquilo não era algo alcançável, pelo menos não naquele instante. Os humanos de sua terra temiam terrivelmente o poder dos feéricos e os feéricos enxergavam a maioria dos humanos como desinteressantes e inferiores.
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  E quanto às outras espécies de criaturas? O feérico queria perguntar, mas ainda não sabia ao certo o que deveria fazer para alcançar a mente de sua guia em Shinrin.
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  Lucien ouviu o riso característico da mulher-raposa e seus olhos automaticamente se voltaram para ela.
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  “Somos mais ou menos como vocês em Prythian. Somos divididos em alguns territórios, cortes, se preferir, e convivemos em harmonia tanto quanto possível.” A resposta veio mesmo sem ter havido uma pergunta propriamente.
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  Os humanos daquela vila pareciam tranquilos em relação aos seres místicos que andavam livremente entre eles. A maioria dos kitsunes caminhavam em suas formas quase humanas.
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  “Somos vaidosas, Lucien Vanserra de Prythian. Muitas de nós, quando estamos com humanos, preferimos deixar alguma coisa de nossas raposas a mostra.”
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  Na multidão de humanos e kitsunes, os seres místicos só se destacavam porque deixavam a mostra suas orelhas triangulares acima da cabeça ou suas caudas exuberantes, fora aquilo, poderiam ser confundidos tranquilamente com qualquer humano comum.
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  Enquanto passavam pela vila, as pessoas iam abrindo caminho para a majestosa raposa branca que liderava o caminho, muitos dos moradores do lugar faziam pequenas mesuras na direção da princesa que parecia retribuir os cumprimentos com a cabeça. Quanto a Lucien, os seres – humanos e raposas – também o cumprimentavam, mas permaneciam com o olhar curioso seguindo-o a todo momento, não pareciam hostis, no entanto.
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  O feérico se questionou por que a princesa havia optado por sua forma de raposa e não humana como todos os outros…
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  “Me sinto mais confortável assim” explicou a princesa kistune de forma simples. “E também gosto de lembrar, tanto a humanos quanto aos meus, o que sou.”
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  Lucien assentiu, podia entender em partes o raciocínio da soberana de Shinrin. Ela não queria ser vista como uma ameaça, mas ao mesmo tempo não podia permitir que esquecessem o que ela era.
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  “Se conseguirem me respeitar, principalmente os humanos, em minha forma de raposa, certamente conseguirão lidar com minha forma humana” murmurou mais uma vez. Vanserra tinha suas dúvidas quanto a isso, mas aquele lugar era desconhecido para ele, não tinha muito ao que se agarrar para contestar, a não ser suas próprias experiências do outro lado do oceano.
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  Ao chegarem a um certo ponto do vilarejo, voltou a se transformar em sua forma humana, diferente dos outros, não havia sinal de orelhas pontudas ou caudas, talvez a única coisa que a denunciasse fossem os olhos que, da mesma forma que sua raposa, brilhavam num tom leve de roxo.
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  — Bem-vindo ao meu reino, Lucien Vanserra.
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Capítulo 5 – Filhotes

  Assim que a princesa se transformou em humana, pequenas criaturinhas surgiram saltitando e rodeando a mulher: filhotes de raposas.
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  — Olá, pequeninos! — cumprimentou se agachando para poder acariciar os pequenos.
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  Poucos segundos se passaram até cada um daqueles filhotes se transformarem em crianças com orelhas triangulares e rabos pomposos. Apesar disso, tudo o que Lucien conseguia pensar era roupas.
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  A mulher-raposa encarou-o surpresa e então soltou uma gargalhada gostosa.
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  — Em Thalassar é fácil conjurar roupas enquanto nos metamorfoseamos — ela explicou. — Em Prythian não?
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  Ah, em todos aqueles anos que havia vivido, todos que Lucien havia visto se transformar de animal em humano estavam completamente nus.
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  — Oh, bem… Obrigada por avisar, tomarei cuidado para não presenciar esse… momento caso algum dia eu vá visitar suas terras — a princesa murmurou parecendo um pouco desconcertada ao imaginar aquilo.
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  — Princesa! Princesa! — As crianças correram na direção da mulher-raposa a rodeando animadamente. — Este é seu koibito? — uma delas perguntou.
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   riu e então se sentou sem cerimônias no chão, ficando à vontade com os filhotes de kitsunes.
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  — Não, crianças, ele é meu parceiro, não namorado — explicou a princesa.
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  — Mas mamãe disse que parceiro é igual namorado! — Uma menina de cabelos escuros e orelhas cor de fogo exclamou.
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  A soberana riu e então soltou um suspiro. Lucien imaginou que não era fácil – em lugar algum – explicar coisas a filhotes – mesmo que crianças fossem raras no mundo dos feéricos para que ele soubesse de qualquer coisa.
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  — Nem sempre um laço de parceria é feito por amor — murmurou sorrindo.
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  — Mas então? — um dos meninos perguntou.
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  — Veja, crianças, para a maioria de vocês, o laço vai ser sim por amor, mas para alguns de nós, como eu, algumas outras coisas precisam ser levadas em conta.
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  — Mamãe disse que um laço para a soberana precisa ser forte em muitos sentidos, não só o emocional — outra criança pontuou.
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  — E sua mãe está certa — a princesa concordou. — Quando se é necessário proteger e governar uma nação inteira, é preciso tomar cuidado, precisamos saber escolher para o bem de nosso povo.
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  Um grande silêncio se fez presente no grupo. Lucien, por sua vez, não estava nada surpreso com aquilo. Embora não tivesse nada a ver com o laço de parceria, em Prythian muitos casamentos eram feitos por conveniência e união de poderes. Ele sabia muito bem disso.
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  — Mas e se o melhor para o povo não for o melhor para você, princesa?
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   encarou a criança que perguntara aquilo de forma pensativa e um tanto surpresa.
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  — Não acha que nosso visitante de Prythian pode ser o melhor para mim? — perguntou de forma marota.
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  Pela primeira vez em algum tempo, Lucien sentiu uma pequena fisgada no peito ao pensar na possível resposta daquelas crianças sobre ele. Por que estava se importando, pelo Caldeirão?!
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  — Eu não conheço o senhor de Prythian para julgar, princesa — a criança enfim respondeu —, mas e se fosse o caso? E se ele não fosse bom para você?
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   riu parecendo se divertir e então aquele incômodo no peito de Lucien se esvaiu e ele se sentiu leve e aliviado.
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  — Uma raposa de nove caudas precisa saber fazer sacrifícios…
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Capítulo 6 – Raposa de nove caudas

  Lucien sentou-se em meio às crianças-raposa e encarou a mulher que sorria largamente para elas, tão curioso quanto as pequenas para a próxima história a ser contada.
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  — Senhor visitante de Prythian, o senhor conhece a história da raposa de nove caudas? — a criança mais próxima do feérico perguntou com seus grandes olhos curiosos o encarando.
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  Lucien apenas balançou a cabeça negativamente e os filhotes de kitsunes bateram palmas e comemoraram.
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  — Nós amamos essa história! — uma garotinha exclamou animada. — Conte, por favor, princesa!
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   riu e fez um gesto com as mãos que acalmou o grupo que se sentou e passou a prestar atenção.
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  — Tudo começa com Tamamo no Mae, a primeira kitsune criada pela deusa Inari para ajudá-la no mundo mortal. Tamamo foi mensageira da deusa e logo outras kitsunes foram surgindo, mas Tamamo era a mais poderosa entre elas, ela foi a primeira raposa de nove caudas. O reino de Shinrin foi criado por Inari que desejava uma vida de harmonia entre suas criaturas e os humanos, Tamamo ficou no poder por milênios, administrando sabiamente nosso reino, mas chegou o momento de mudanças e uma nova raposa de nove caudas foi escolhida.
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  “Inari é quem decide quando o poder deve mudar de mãos. Existem reinados que duram milênios e outros que duram alguns séculos, ninguém sabe quando a deusa escolherá um novo governante.”
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  — Então não é algo herdado? — Lucien soltou um tanto embasbacado.
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  — Não. Qualquer um aqui pode se tornar o próximo governante se tiver o que Inari acha que é necessário para Shinrin.
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  — E a princesa foi escolhida para voltar com a paz e a harmonia entre raposas e humanos com sua sabedoria e bom coração! — uma das crianças exclamou empolgada.
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  — Sim, meu irmão disse que o reinado antes da princesa havia terminado muito mal — outro garotinho murmurou fazendo careta.
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  Vanserra estava absorvendo a história sobre a criação de Shinrin quando um questionamento veio em sua mente: tinha apenas duas caudas. Antes mesmo que percebesse o que estava pensando, o trinado do riso da mulher-raposa soou, viajando levemente pelo ar.
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  — Eu ainda sou uma kitsune jovem, tenho pouco mais de meio milênio — explicou. — Nossas caudas vão crescendo à medida que o tempo passa e nossa sabedoria aumenta. Eu ainda tenho o título de princesa por isso. Quando eu tiver mais algumas caudas poderei me chamar de imperatriz. Mas são meros títulos bobos, mesmo sendo princesa, eu já tenho a responsabilidade de governar este reino da melhor maneira possível.
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  Lucien Vanserra ergueu a sobrancelha, aquela criatura miúda e esguia era mais velha do que ele e parecia bem mais sábia do que qualquer ancião feérico com quem já havia topado. Ele quase podia sentir uma pontada de interesse surgir ali. O feérico estava pronto para mais uma rodada de histórias e informações sobre aquela terra desconhecida, mas se levantou e todas as crianças protestaram.
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  — A senhorita está encurtando cada vez mais suas visitas, princesa! — um garotinho reclamou fazendo careta.
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  — A cada dia minhas obrigações como regente aumentam, pequeno Renji. — A princesa sorriu e num instante se transformou na elegante raposa na qual viera até o vilarejo.
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Capítulo 7 – As vantagens de uma parceria

  Lucien Vanserra se revirava em seu futon com as imagens tenebrosas que sua mente criava. Sob a Montanha; Feyre ainda humana lutando para salvar feéricos; as torturas de Amarantha; a morte humana de Feyre… então tudo se transformava, o corpo quebrado de Feyre se tornava o corpo desfalecido de Jesminda, a dor daquele dia, séculos atrás, se tornando palpável novamente, e então… o rosto sem vida de Jesminda se transformava no rosto vazio de Elain…
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  Quando abriu os olhos, Lucien demorou certo tempo para se lembrar onde estava, a respiração descompassada e o coração acelerado, sentiu o suor escorrer quando se colocou sentado.
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  Ele não perceberia se a raposa branca não tivesse se mexido ao seu lado, colocando-se sentada com uma expressão indagadora no rosto.
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  — ? — o feérico perguntou encarando o majestoso animal que, depois de alguns instantes, se transformou na mulher que era a princesa.
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  — Sinto muito, não queria incomodar — ela murmurou parecendo um tanto sem graça. — Senti que você parecia em apuros, então vim ver se precisava de ajuda.
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  Lucien sentiu o coração apertar, com o laço de parceria ela podia entrar em sua mente daquela forma?
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  — Eu não sei o que você estava sonhando, Lucien Vanserra — a princesa murmurou num suspiro. — Mas eu sei que não era algo agradável, as sensações que chegavam até mim eram… desconfortáveis.
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  — Foi só um pesadelo — o grão-feérico disse tentando não dar importância —, sinto muito se te acordei.
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   imediatamente balançou a cabeça.
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  — Como meu parceiro e visitante de minhas terras, é meu dever zelar por seu bem-estar. — A moça sorriu.
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  Lucien gostaria de poder sorrir de volta, mas não havia nenhuma razão para aquilo no momento. Ele estava preso num continente que não era seu lar, havia revivido todos os terrores de sua vida, havia perdido novamente a primeira fêmea que havia amado e ainda tinha que se lembrar de Elain e de todo o sofrimento que havia apagado sua essência.
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  Quando Vanserra voltou o olhar para a princesa, ela o encarava com grandes olhos curiosos como os de uma criança e parecia se segurar para não falar ou fazer algo. Lucien suspirou.
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  — Posso fazer algo por vossa alteza? — retorquiu num tom zombeteiro. fez uma careta em resposta, o que fez o feérico rir um pouco. Aquela mulher-raposa poderia até ser mais velha e sábia, mas ainda tinha a essência de uma criança às vezes. — Eu gostaria de poder tentar voltar a dormir se não se importar.
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  A kitsune mordeu o lábio inferior parecendo debater internamente alguma coisa, o que fez o feérico suspirar mais uma vez, clamando paciência e energia para se manter educadamente acordado.
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  — Você parece já estar se sentindo melhor, Lucien Vanserra — murmurou a mulher encarando atentamente a ele. — Mas sinto que ainda há coisas que pesam em seu coração…
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  — As desvantagens de se viver por séculos… — retrucou ele de forma quase sarcástica. apenas balançou a cabeça, concordando.
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  — Sinto muito seja lá pelo que tenha passado — a princesa murmurou se pondo de pé. — Vou deixa-lo descansar e… caso precise, saiba que pode contar comigo para ouvir o que quer que seja, Lucien Vanserra. — Ela sorriu se retirando.
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  Lucien voltou a se deitar em seu futon esperando que pudesse dormir sem mais pensamentos intrusos, mas obviamente as coisas não acontecem da forma que se espera, então não foi surpresa alguma quando as imagens horríveis voltaram a brotar na mente do feérico.
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Capítulo 8 – Arrependimentos, amizade e uma dose de sonhos bons

  Algumas semanas mais tarde

  Lucien não estava num bom humor, os pesadelos o vinham atormentando há semanas e aquilo não ajudava, mesmo com constantemente surgindo nos seus arredores para ajudá-lo no ânimo. Agora ele conseguia saber na maioria das vezes quando as sensações vinham dela. Ele a agradecia por atenuar seu humor, aquele não era um lado que ele gostava de mostrar.
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  Tentando dar alguma paz ao feérico, a princesa lhe mostrou um dos jardins reais no qual ele poderia ficar à vontade e sozinho quanto tempo precisasse. Foi ali que ele adormeceu e teve novos pesadelos, despertou com lágrimas nos olhos e um grito entalado na garganta. As coisas só pareciam piorar em sua mente.
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  Apesar de ter dito que ele ficaria sozinho naquele jardim, logo Lucien pôde sentir a presença de ao longe, ele esperou que ela se aproximasse, mas isso não aconteceu. Suspirou.
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  — Tudo bem, — murmurou baixo.
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  Logo a mulher-raposa se tornou visível, saindo de trás de uma cerca viva. Ela se aproximou silenciosa e majestosa como quase sempre. A princesa não disse nada, mas se sentou ao lado do feérico enviando uma sensação de conforto a ele, era como se ele estivesse sendo abraçado por alguém que realmente se importava.
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  Longos minutos de silêncio se passaram, e apesar de se questionar se não era uma sensação enviada por , ele sentiu a urgência de dizer o que estava se passando em sua mente.
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  — Eu sou um grande covarde imprestável — disse num sussurro.
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  A mulher ergueu o olhar para encarar o companheiro, tinha um ar de questionamento, mas não queria interromper a linha de pensamento.
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  — Fui um covarde quando deixei Jesminda morrer, ser assassinada por meus irmãos. — A última palavra saiu com certo asco. — Eu deixei minha melhor amiga morrer sem mover um dedo! — exclamou exasperado. — A pior coisa é que depois disso eu ainda a decepcionei novamente quando não a ajudei, mesmo que me pedisse, mesmo que eu pudesse ver o seu desespero pela liberdade…
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   não sabia muito bem de quem o grã-feérico falava ou da situação em si. Soube algum tempo antes sobre Jesminda, seu primeiro amor, já sobre aquela sua melhor amiga, a princesa não tinha ideia de quem poderia ser. Mas não questionaria, ao menos não naquele momento. Lucien se deixou levar pelas emoções, balbuciou sobre outras questões que o esmagavam e quase sem perceber, se agarrou à princesa como um garotinho assustado se agarrando à mãe.
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  A kitsune o envolveu num abraço reconfortante e cantarolou algumas canções, já era noite quando Lucien Vanserra finalmente se acalmou e caiu no sono. A princesa não quis acordar o feérico, então apenas fez ambos confortáveis e tocou nas mãos de seu parceiro.
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  Uma coisa que uma raposa de nove caudas podia fazer era entrar nos sonhos de alguém, podendo trazer alegria ou completo terror. não costumava usar aquele seu dom, achava que era algo invasivo demais, mas dado o cenário em que se encontrava, ela não queria que seu novo amigo de Prythian fosse atormentado mais uma vez com pesadelos. A kitsune adentrou o mundo dos sonhos de Lucien que parecia pronto para montar algo tenebroso, mas que, com sua presença, passou a se transformar em algo colorido e alegre.
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  Quando Lucien despertou – o sol batendo em seu rosto –, se surpreendeu por ainda estar no jardim real, ele não se lembrava muito bem do que havia acontecido, os pensamentos ainda nebulosos pelo sono. Olhou ao redor e se deu conta de que estava ali, sentada próxima a ele e muito bem desperta.
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  Não demorou muito até flashes de seu sono surgirem. Ele se lembrou da agonia e da aflição quando percebeu que tudo estava para se repetir em sua cabeça, até que… até que a bela raposa branca de duas caudas surgiu a sua frente, dissipando a névoa negra que precedia seus pesadelos. Vanserra não se lembrava do que havia sonhado depois daquilo, mas algo na sensação de paz em seu peito dizia que havia sido algo bom.
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  Após aquele dia, os laços – fosse de parceria ou simplesmente de amizade – entre ambos se estreitaram. Com o passar dos dias, o feérico já não precisava temer fechar os olhos, os pesadelos haviam ido embora e caso ousassem retornar, ele tinha para afugentar os sonhos ruins novamente.
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  — Você não estava em missão para sua terra, Lucien Vanserra? — a princesa perguntou em um dia no qual ambos caminhavam pela floresta que rodeava a vila ao pé da montanha.
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  — Até quando pretende me chamar dessa forma? — o feérico questionou erguendo a sobrancelha ao encarar a mulher-raposa.
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  Ela parou sua caminhada e se voltou para Vanserra.
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  — Não achei que estivéssemos no nível de apelidos — brincou deixando um sorriso leve surgir.
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  — Talvez eu devesse passar a chamá-la de princesa. — Lucien cruzou os braços com um sorriso de canto.
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  A mulher-raposa lançou ao grão-feérico um olhar não muito amigável ou satisfeito, parou para pensar um pouco e então, com uma careta, respondeu:
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  — Tudo bem, Lucien — a soberana murmurou o nome do feérico em tom quase zombeteiro, logo lançando um sorriso e voltando a caminhar. — Mas você não respondeu à minha pergunta: não estava em missão para Prythian?
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  — Por sorte, consegui completar grande parte da tarefa antes de… tudo isso. — Deu de ombros, não querendo entrar em detalhes.
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  Embora por um lado fosse uma boa forma de se redimir pelo que tinha acontecido com um estrangeiro em Shinrin, Lucien não teria a ousadia de pedir que lutassem na guerra contra Hybern, não depois de a princesa o ajudar quando parecia não haver esperança.
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  — Seja o que for, espero que tudo dê certo em suas terras, Lucien.
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  O feérico riu, seu nome dito por soava um tanto estranho e ele podia sentir a estranheza para a princesa também. Os costumes de Shinrin eram um tanto diferentes dos de Prythian e dos de outras partes do continente também, apenas pessoas muito próximas se tratavam pelo primeiro nome e, se ele fosse seguir aquela regra, estaria ofendendo ao se dirigir a ela pelo nome e não por seu título, mas a princesa não parecia se importar, tratando Lucien como um velho amigo… Seria o efeito do laço de parceria?
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  — Vamos, visitante de Prythian, você deve histórias de sua terra aos filhotes do meu povo! — cortou a linha de pensamento do feérico que riu e seguiu a mulher-raposa para a clareira de costume.
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  De alguma forma, Lucien Vanserra havia sido inserido em meio àquele povo com uma naturalidade que chegava a assustar. Ele gostava de interagir com os moradores da vila e sua maior diversão era poder contar histórias de Prythian aos pequenos filhotes de kitsunes, que a cada vez pareciam mais e mais empolgados e ávidos por mais tramas. Lucien quase podia se esquecer de seu lar do outro lado do oceano e também de que tinha alguém lá que ele esperava que estivesse sentindo sua falta… quase.
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Capítulo 9 – A parceria de uma raposa

  Com o passar do tempo, o grão-feérico parecia cada vez mais acostumado e à vontade em Shinrin. Estar ao lado de o havia feito se sentir de uma forma que parecia que havia séculos não sentia. Mas Ren não parecia satisfeito com aquela aproximação e familiarização do estrangeiro.
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  O senhor e general da guarda imperial e melhor amigo de ainda não confiava o bastante no forasteiro de Prythian, e continuava não concordando com a decisão da princesa em escolher o feérico como parceiro.
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  A parceria era algo importante para kitsunes, e ainda mais importante para uma raposa de nove caudas soberana. Por ter de comandar um reino inteiro, a parceria de uma kitsune soberana devia ter uma combinação de vários aspectos. Aparentemente, a deusa Inari confiava muito no poder de avaliação e escolha de suas raposas escolhidas para deixa-las escolher livremente. Mas Ren continuava não concordando com a escolha de .
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  O kitsune não conseguia esconder seu descontentamento mesmo em frente à sua melhor amiga que lhe lançava olhares de censura quando percebia. Foi numa noite em que a princesa e seu parceiro forasteiro conversavam e riam com animação entre si que Ren decidiu que precisava ter uma conversa com o feérico.
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  Quando os dois se separaram para se recolherem aos seus aposentos, Ren foi até o quarto de Lucien, entrando ali sem se dar ao trabalho de bater ou se anunciar.
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  — Forasteiro — o kitsune chamou com seu tom menos amistoso.
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  O feérico trocava de roupa quando foi surpreendido pelo guarda de .
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  — Algo que eu possa fazer por você, general? — perguntou em tom ligeiramente divertido enquanto terminava de vestir a camisa.
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  — Você e a princesa não deveriam ter se aproximado tanto — resmungou a raposa num tom amargurado.
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  Vanserra ergueu a sobrancelha curioso com onde aquela conversa iria parar.
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  — Acho que foi algo inevitável já que ela me marcou como parceiro. — Deu de ombros quando percebeu que o guarda não continuaria a falar.
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  — Isso foi um erro de um coração bondoso demais — Ren retrucou. — Ela nunca deveria ter escolhido você como parceiro!
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  Lucien avaliou mais atentamente o general. Sua postura para com a princesa sempre pareceu um tanto… amigável demais, protetora. Em meio às muitas conversas que haviam tido, havia explicado que Ren era seu melhor amigo desde que havia sido escolhida por Inari e ambos eram como irmãos… mas seria mesmo apenas aquilo?
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  — Talvez ela devesse ter escolhido você, então? — O grão-feérico não conseguiu segurar o comentário que talvez tenha saído um pouco mais ácido do que pretendia.
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  Ren parou por um instante para assimilar o que o forasteiro havia dito e então quase gargalhou.
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  — Não. Eu tampouco seria a escolha certa — respondeu brevemente, deixando de lado um pouco o tom mais ameaçador. — Você sabia que as raposas só têm um parceiro por toda a vida? — o general perguntou, sentando-se no chão, não se importando com a confusão expressa no rosto de Vanserra. — E ela escolheu você, forasteiro. Alguém que vai embora e que já tem uma parceira do outro lado desse oceano. — Ren soltou um riso desgostoso e encarou o outro.
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  Lucien teve de repetir aquela frase mentalmente por alguns segundos para conseguir absorvê-la. As raposas só têm um parceiro por toda a vida… e ela escolheu você. Um bolo se formou na garganta do grão-feérico. O que diabos estava pensando quando fez aquilo?
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  — Acho que você entendeu — Ren murmurou. — Você não parece disposto a ficar por aqui e nem seu lugar é aqui. E a princesa não pode acompanha-lo porque… bem, ela é a nossa princesa. — O olhar do general era penetrante e não muito amigável na direção de Lucien. — foi a melhor coisa que aconteceu em Shinrin depois dos horrores do último imperador. Confesso que eu duvidei da sua capacidade no início por sua origem humana-
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  — Origem humana? — Vanserra não conseguiu se impedir de interromper aquela narrativa.
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  — Ela não te contou? foi humana antes de ser escolhida por Inari, o coração mais gentil e bondoso que qualquer um de nós jamais tinha visto. Creio que essa escolha impensada da princesa tenha sido um lapso de seu coração humano… — Ren murmurou caindo em pensamentos.
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  Lucien também se afundou em sua própria mente. havia sido humana. Era quase inevitável não se lembrar de Elain… pensar que ambas haviam passado por algo similar, mas enquanto Elain, do outro lado do oceano, parecia imersa em sua própria miséria, parecia estar em sua melhor versão.
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  — Eu não pretendo fazer nada de mal a ela. — Foi o que escapuliu dos lábios do feérico, quase em um sussurro.
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  — De boas intenções o inferno está cheio, já diziam os do reino do outro lado de Thalassar — Ren retrucou erguendo a sobrancelha. — Eu gostaria de acreditar que a princesa fez a escolha certa e que você realmente manterá a palavra do que diz, mas… — Soltou um riso de escárnio e então se calou. — Vá ter um bom descanso, forasteiro. Logo o antídoto estará pronto e você vai poder zarpar de volta para suas terras — o kitsune disse com certa ironia antes de sair dos aposentos.
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  Na manhã seguinte, Lucien encontrou em um dos jardins imperiais. Não conseguiu esconder a curiosidade e o tormento que as palavras de Ren trouxeram na noite passada.
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  — Por que fez isso? — Foi tudo o que conseguiu dizer ao se aproximar da princesa que estava sentada no gramado aproveitando o sol morno.
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  — Você estava para morrer — ela respondeu simples, sem olhar para o feérico.
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  — Eu era- eu sou um desconhecido para você, por que me escolher como parceiro? — Lucien estava exasperado, agora que entendia melhor o que realmente poder escolher um parceiro significava, até mesmo ele podia se odiar.
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   se levantou e caminhou até estar mais próxima do companheiro, um sorriso leve em seus lábios.
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  — Eu não queria que alguém morresse em minhas terras por um erro dos meus guardas — murmurou. — E também não queria iniciar uma possível guerra com Prythian. — Um sorriso brincalhão surgiu nos lábios da princesa.
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  — Teria sido um acidente.
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  — Que eu poderia ter evitado. — Um sorriso torto.
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  — Você evitou desperdiçando a chance de escolher alguém à altura para ser seu parceiro! — Aquela frase saiu entredentes de Lucien. Ele pensou que talvez tivesse passado um pouco dos limites da boa educação e convivência com uma princesa, mas tudo o que recebeu dela foi mais um sorriso.
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  — E por que acha que não está à altura de um parceiro de uma kitsune? — perguntou em tom divertido.
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  — Eu vou embora — Lucien respondeu deixando de fora todo o restante de complexos que tinha sobre si mesmo.
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  — Nunca pensei que ficaria. — Mais um maldito sorriso. — Eu já disse que nunca o condenaria a ficar em terras-
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   não conseguiu terminar de dizer o que queria, foi surpreendida por lábios quentes tocando os seus repentinamente. Nenhum dos dois conseguiria explicar o que de fato havia acontecido naquele instante, Lucien havia se sentido ao mesmo tempo irritado e encantado com e a simplicidade que ela parecia encarar a vida e seus acontecimentos, e então… Lá estava ele, beijando a soberana de Shinrin. Ele se declararia um homem morto caso, surpreendentemente, não tivesse sido correspondido.
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  Os dois se afastaram após um momento, ainda confusos e absorvidos pelo ocorrido. Pela primeira vez pareceu frágil e delicada demais aos olhos do feérico que sentiu uma urgência grande de poder protege-la, fosse algo concreto ou fosse algo abstrato. Ele estava prestes a dar um passo para alcançar novamente quando uma voz exclamou ao longe:
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  — O antídoto está pronto!
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  Lucien e a mulher-raposa se encararam e o feérico parecia quase sentir dor pela expressão que fazia na tentativa de refrear aquela necessidade insana que havia surgido de repente em seu ser, a necessidade de ter aquele corpo esguio e miúdo mais perto do seu.
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  — É só o laço tentando te enganar, Lucien Vanserra de Prythian — murmurou sorrindo novamente. — Ele sabe o que está por vir.
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Capítulo 10 – Adeus, Shinrin

  Feérico e kitsune seguiram o servo do alquimista imperial até uma grande sala cheia de apetrechos que Lucien não saberia identificar.
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  — O antídoto está finalmente pronto! — o alquimista, um kitsune idoso, exclamou alegremente enquanto balançava um recipiente com um líquido azul dentro. — Peço perdão pela demora, princesa, não foi fácil encontrar uma jubokkopara extrair um pouco de sua ceiva.
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  — Isso é bom… — murmurou, fazendo Lucien encará-la de forma engraçada, o que a fez gargalhar. — Ser difícil encontrar uma árvore jubokko significa que pouco sangue foi derramado nestas terras — explicou.
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  — Sim, sim, por um lado é uma ótima notícia, mas dadas as circunstâncias do momento, seria uma pena para nosso visitante — o alquimista imperial murmurou entregando a bebida para a princesa, que agradeceu.
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  — E agora, o que acontece? — Vanserra perguntou um tanto inseguro.
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  — Agora eu desfarei nosso laço e você vai se manter consciente por tempo o bastante para beber o antídoto — a princesa explicou, séria, porém serena.
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  Ouvir a menção “desfazer o laço” fez com que o feérico sentisse um aperto terrível no peito e uma vontade esmagadora de gritar que não era aquilo que ele desejava, mas ao mesmo tempo havia algo, alguém o impedindo de fazê-lo. Os olhos de Lucien foram direto na direção de , que apenas sorriu de forma tranquilizadora.
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  — Vai ficar tudo bem, Lucien Vanserra, você logo retornará para sua terra. — Depois de dizer aquilo, entregou o recipiente do antídoto para um dos aprendizes alquímicos, dando algumas instruções.
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  No instante seguinte, Lucien sentiu um repuxão nada gentil em seu peito que o fez cambalear por um instante, quando olhou adiante, percebeu que não estava em melhor forma.
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  — O antídoto. — Ele conseguiu ouvir a princesa dizer em uma voz fraca para os aprendizes, que correram em sua direção no instante em que aquela dor excruciante do veneno que estava dormente no corpo de Vanserra retornou.
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  O líquido foi colocado em sua boca e, aos poucos, a sensação horrível do veneno foi diminuindo, mas mesmo assim, o feérico se sentiu fraco demais para se manter em pé. O antídoto havia dado errado?
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  Quando Lucien abriu os olhos, encarava o teto já familiar de seus aposentos em Shinrin, ao olhar ao redor, esperou ver a mesma raposa vermelha da primeira vez, ou mesmo , mas quem o encarou de volta foi Ren.
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  — Ótimo que esteja acordado, forasteiro — o general murmurou em seu tom sério e não amigável. — O navio para Prythian partirá em alguns minutos.
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  Lucien se colocou sentado imediatamente, parecia que fazia uma vida que não pensava em Prythian, e pensar em voltar…
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  — Onde está ? — perguntou.
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  — A princesa está indisponível no momento. — Foi toda a resposta que o feérico obteve.
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  Vanserra não quis pressionar o kitsune por mais informações, já havia prolongado sua estadia muito mais do que deveria e estava bem claro que Ren não seria tão cordial e hospitaleiro quanto .
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  Quando o grão-feérico se levantou enfim, pegando os poucos pertences que havia trazido consigo, o general se levantou e, antes de sair pela porta corrediça, disse:
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  — Eu não estava errado em julgar a escolha da princesa, afinal. — O murmúrio foi quase em tom decepcionado.
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  Lucien queria dizer que aquele comentário não o havia incomodado, mas aquela leve fisgada no peito não o deixaria mentir, pelo menos não para si mesmo.
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  O trajeto de volta para Prythian era longo, mas o grão-feérico se manteve à borda do navio observando até que as terras de Shinrin desaparecessem, e ali continuou por um bom tempo, encarando o mesmo ponto em que havia visto o continente pela última vez.
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   não foi se despedir e então Lucien se lembrou da imagem aterradora de quando o laço do acordo – que no momento do ocorrido pensou-se ser o laço de parceria – entre Feyre e Rhysand foi quebrado… os dois que antes estavam ligados pareceram sentir uma dor excruciante… Se quebrar o laço de um acordo já parecia terrível, como seria quebrar uma parceria? Mas desfazer o laço não o havia afetado tanto, ele havia apenas sentido aquele puxão no peito por alguns instantes, mas… havia sido diferente para ?
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  A preocupação com a princesa foi surgindo e aumentando gradativamente no feérico, logo ele estava ansioso para saber o que havia acontecido, ele havia causado o que quer que tivesse impedido de ir vê-lo uma última vez? Lucien sentiu o coração afundar no peito e um nó se formar em sua garganta.
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  Quando chegou a Prythian, o grão-feérico logo atravessou até perto das terras da Corte Noturna, onde logo alguém o recepcionou e permitiu sua entrada em Velaris, a cidade escondida. Nada havia mudado de fato, as estratégias para a guerra vindoura estavam sendo montadas, agora com a adição dos aliados do Continente. Lucien estava cansado, e mesmo quilômetros longe de Shinrin, a sensação desesperadora de saber o que estava acontecendo com não o havia deixado.
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  Um leve fisgar o fez se lembrar de Elain. Nada havia mudado muito em relação a ela também. Continuava a maior parte do tempo isolada, se não em seu quarto, na biblioteca da Casa do Vento. Lucien se lembrou sobre o que Ren havia dito de : ela havia sido humana. Gostaria de poder perguntar à mulher-raposa se havia sido difícil a transição de mortal para kitsune, caso sim, quanto tempo ela havia demorado para superar?
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  O coração mais gentil e bondoso… Lucien pensava que Elain tivesse o coração mais gentil e bondoso que alguém poderia ter, mas não conseguiu encontrar aquilo nas poucas vezes em que conseguiu vê-la. Não era exatamente uma surpresa, já que sendo humana em Prythian, a lei era temer feéricos, talvez toda a gentileza e bondade de Elain tivessem ficado no Caldeirão quando a enfiaram nele.
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  A transformação de teria sido tão terrível quanto a de Elain e Nestha pareceu ser? Ele ainda se lembrava do estado em que a irmã do meio de Feyre havia sido puxada para fora do objeto, e também se lembrava muito bem do grito de ódio e da luta de Nestha contra o poder mágico.
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  Um repuxão no peito. Ele não queria ter que pensar em sofrendo de forma alguma. Algo parecia se afrouxar em seu coração. Será que a mulher-raposa teria ficado tão deprimida quanto Elain após a transformação? Mais um repuxão no peito. Ver em profunda tristeza era inadmissível. Algo que antes parecia estar preso em seu coração com um nó bem dado agora quase deslizava solto. Ele não podia deixar sozinha, ela era sua parceira. Aquele algo que deslizava solto em seu coração, finalmente caiu e se desfez.
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  O lugar onde Lucien sentiu o repuxão no peito agora estava vazio. Ele sabia que o laço de parceria com Elain havia se esvaído, não sabia de que forma, nem mesmo se era possível, mas aquela parceria estava desfeita antes mesmo de ter começado propriamente. Agora aquele vazio… Aquele vazio pertencia a outro laço desfeito, e Lucien Vanserra jurou a si mesmo que não permaneceria com aquela lacuna em seu coração, não por muito tempo.
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  — Eu prometo que voltarei, , princesa de Shinrin.
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  Ele só precisava sobreviver à guerra contra Hybern…
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Fim

  Nota: Eu sei, eu mudei algumas coisinhas aqui e ali do enredo de Asas e Ruína, e também mudei alguns fatos de ACOTAR em si, mas permitam-me a liberdade poética HAHAH
  Vejamos… Lucien Vanserra foi meu primeiro crush na série e eu tô morrendo porque, apesar de não ter morrido (por enquanto) de verdade, a essência dele nos outros livros se perdeu completamente e eu estou de luto (kkkk), o que me obriga a dizer que Espinhos e Rosas é meu livro favorito PORQUE MINHA RAPOSINHA AINDA É PALHAÇO, IRÔNICO E ALÍVIO CÔMICO INESPERADO, pronto, falei.
  Quando o Quiz saiu e eu recebi um “raposa” como resultado, bitch please, só pude pensar no Lucien, né, claro. Essa história eu meio que já tinha ela na cabeça desde que comecei a ler ACOTAR (oi, Mari HAHAHA), mas não sabia muito bem como desenvolver porque ainda tava muito no começo da série HAHAH Eu sempre pensei no Lulu se envolvendo com uma kitsune japonesa, então… <3
  Não vou dizer que saiu exatamente como eu imaginava, acho que eu esqueci de resolver alguns furinhos no enredo, MAS, tô bem orgulhosa – apesar de não ter trazido de volta a personalidade que eu tanto amo no meu homem – porque é a primeira vez que eu escrevo com um personagem de livro fixo (acho) e não acho que saí tanto assim do enredo original HASOPANSPO
  Obrigada pra quem ler, beijão! <3

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Liv
Liv
9 meses atrás
  O fato de sua possível parceira aparentemente detestar sua espécie já era ruim o bastante, mas saber que seu coração…" Read more »

o bichinho já começou sofrendo, pai amado

Liv
Liv
9 meses atrás
  — Lucien Vanserra, eu o reivindico como parceiro. — Foi tudo que conseguiu entender antes de sentir uma leve queimação…" Read more »

EITAAAAAA

Liv
Liv
9 meses atrás
  — Ora, vamos, Ren. Se ele tivesse a intenção de tentar algo, eu saberia — disse com um sorriso, fazendo…" Read more »

hehehehehe

Liv
Liv
9 meses atrás
  — Não sei por que se deu ao trabalho... — O rapaz que estava “em guarda” ao lado de sua…" Read more »

tu é chato, hein

Liv
Liv
9 meses atrás
  — Mas e se o melhor para o povo não for o melhor para você, princesa?" Read more »

a pergunta de um milhão

Liv
Liv
9 meses atrás
  — Uma raposa de nove caudas precisa saber fazer sacrifícios..." Read more »

HAHAHAHAHAHA amei

Liv
Liv
4 meses atrás
  — Isso foi um erro de um coração bondoso demais — Ren retrucou. — Ela nunca deveria ter escolhido você…" Read more »

CHATO

Liv
Liv
4 meses atrás
   não conseguiu terminar de dizer o que queria, foi surpreendida por lábios quentes tocando os seus repentinamente. Nenhum dos…" Read more »

AEEEEEEE

Liv
Liv
4 meses atrás
   não conseguiu terminar de dizer o que queria, foi surpreendida por lábios quentes tocando os seus repentinamente. Nenhum dos…" Read more »

EU QUE PEDI ESSE BEIJOOOOOO

Liv
Liv
4 meses atrás
  — É só o laço tentando te enganar, Lucien Vanserra de Prythian — murmurou sorrindo novamente. — Ele sabe o…" Read more »

oh porra

Liv
Liv
4 meses atrás
  — Agora eu desfarei nosso laço e você vai se manter consciente por tempo o bastante para beber o antídoto…" Read more »

ah não

Liv
Liv
4 meses atrás
  Um repuxão no peito. Ele não queria ter que pensar em sofrendo de forma alguma. Algo parecia se afrouxar em…" Read more »

POIS É, VOLTE PARA ELA AGORA!!!!

Liv
Liv
4 meses atrás
  Ele só precisava sobreviver à guerra contra Hybern..." Read more »

e que sobreviva, pelo amor

Liv
Liv
4 meses atrás

Quero a continuação na minha mesa pra ontem, Lelen!!!!
Demorei, mas finalizei essa belezinha e posso dizer que AMEI! Não conheço os livros, porém, achei bem legal a temática, e espero que tenhamos mais deles dois hihihi


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