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Natashia Kitamura
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Temporada #033

Eu posso te sentir (breathe)
Wanessa Camargo

Esta história não possui capas prévias (:

Sem curiosidades para essa história no momento!

A escolha que me levou até você

2016

  As flores de cerejeira faziam seu trabalho em garantir um cenário romântico e amoroso para todos os alunos do Colégio Aichi. Grupos de garotas e garotos se espalhavam pela entrada do ginásio principal, onde aconteceria o último jogo em que os alunos do 3º ano jogariam.
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  Mina sentiu as borboletas em seu estômago antes mesmo de entrar no pátio principal, próximo ao portão de entrada do ginásio. O caminho estava aberto ao público de fora, por isso, estava todo rodeado de alunos locais e visitantes.
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  Sentiu uma leve brisa que indicava que o inverno estava próximo.
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  Seu corpo estremeceu, não pelo frio, mas pelo que estava por vir.
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  Estava prestes a se declarar.
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  Odiava todo o nervosismo. Odiava ainda mais a incerteza do que poderia acontecer dali para frente.
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   havia pensado muito sobre tudo isso. Sobre se declarar e abrir mão da relação saudável que tinha com Yuki. A amizade que havia construído durante todos esses anos desde os 11 anos, quando se conheceram no ginásio e passaram a andar junto de um grupo de 5 pessoas, estava em risco. Mas, na verdade, sempre esteve, pelo menos em uma parte dentro de .
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  Odiava pensar que poderia perdê-lo, mas odiava muito mais a ideia de vê-lo com outra garota. Já havia passado por isso antes, quando, um ano antes, Yuki namorou Akina, a jogadora do ano anterior que fazia tanto sucesso entre os garotos. Era claro que o capitão do time ficaria com a melhor.
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  Não sabe dizer se houve outro momento que se sentiu mais aliviada do que quando Yuki terminou com Akina. O motivo mencionado foi a falta de tempo para se dedicar a ela, mas , como uma de suas melhores amigas, sabia que não era por causa disso. Yuki havia namorado a garota por pura pressão dos amigos. É claro que gostava dela — ele não é do tipo que se dedica a alguém sem considerá-la –, mas não o suficiente para arriscar uma vida inteira com a garota. Além disso, ela havia dito que iria para a Itália após a formatura, o que tornava tudo ainda mais difícil.
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  A única coisa que tirou dessa situação, foi que não suportaria vê-lo com outra garota. Não, sem saber se ela tinha chance.
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  — Você tem certeza? — Miki perguntou com cautela. Não queria estragar o breve momento de coragem que finalmente reuniu, mas estava com medo por ela. Porque sabia o quanto a melhor amiga gostava de Yuki, e porque não queria vê-la se machucar.
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  — É claro que ela tem certeza! — Ayu diz em toda sua confiança. A outra ponta do trio de amigas foi fator fundamental na decisão de para se declarar. — E eu tenho certeza que Yuki irá retribuir a ela.
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  — Como pode ter tanta certeza? — perguntou, arregalando os olhos. Ayu olhou para a amiga como se ela fosse maluca.
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  — Como não poderia? Você é adorável, .
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  Se tudo desse errado, uma coisa era certa: certamente teria duas melhores amigas a quem se apoiar.
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  Sabia que o time do colégio Aichi venceria o jogo. Eles eram os favoritos. Os alunos do último ano eram incríveis e os novos eram uma promessa favorável para a temporada que estava por vir. Alguns alunos que estavam para se formar optaram por continuar jogando até o torneio da primavera, mas Yuki já havia dito que não seguiria. Precisava estudar para as provas finais e o vestibular. Não podia arriscar precisar de pagar um ano de cursinho; seus pais não tinham condições.
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   aguardou pacientemente do lado de fora do ginásio, todas as garotas falarem sobre a qualidade do jogo que classificou o colégio Aichi no torneio mais importante do Japão. Seus ouvidos se tornavam mais aguçados quando ouviam o nome de Yuki, mas todos eram comentários de admiração ou de alguém que acabou de conhecê-lo.
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  Quando ouviu a risada de Jun, o levantador escandaloso do time, respirou fundo e segurou o estômago, que por saber que o momento estava próximo, decidiu mostrar-se presente ainda mais com um enorme embrulho.
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  Mas ela não viu Yuki.
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  — Taka! — ela chamou o líbero que fazia parte de seu grupo íntimo de amigos. O garoto acenou para a melhor amiga com um enorme sorriso. Estava extremamente feliz, pois fizera seu trabalho de forma extraordinária e ganhou muitos elogios do técnico e seus assistentes. — Parabéns!
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  — Você viu o jogo inteiro? Onde estão Miki e Ayu?
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  — Ainda lá dentro. Assisti do início ao fim, você foi incrível.
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  Taka abriu um sorriso sem graça, mas não teve muito tempo de falar nada.
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  — Onde está Yuki? — perguntou ao levantador, que percebeu só então da falta do capitão, porém, antes mesmo de perguntar sobre ele, Jun, que passava por perto, disse:
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  — Está vindo… — apontou para trás, onde pode ver Yuki se aproximando rodeado de garotas. Uma, em particular, lhe chamou a atenção por já conhecê-la bem — … com Akina.
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   não conseguiu evitar perder o sorriso. Olhou para Taka, que desviou o olhar sem graça e então para Jun, que não percebeu a mudança de expressão no rosto da garota.
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  — Com Akina? Por que ele está vindo com ela?
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  — Ué, você ainda não sabe? — Jun soltou uma gargalhada. — Eles voltaram no começo da semana! Incrível, não é? Ela até o convenceu a permanecer no time até o torneio da primavera! O técnico está muito feliz com a decisão dele em ficar. Disse que ajudará ele a ter tempo o suficiente para os estudos, mas você sabe, Yuki faz uma grande diferença no nosso time, principalmente para controlar o bobalhão do Shouta, que…
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  A voz de Jun foi sumindo de acordo com que Yuki e Akina se aproximavam do time de vôlei. não ouviu Taka chamá-la, muito menos todo resto do sermão que Jun falava sobre o capitão. Também não percebeu quando as amigas vieram correndo ao seu encontro, após verem, ao longe, a ex-namorada do melhor amigo andar de mãos dadas com ele.
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  Tudo o que ouviu, foi silêncio. Os ouvidos se taparam para dar espaço à visão. Ela enxergou tudo com muita precisão. O sorriso doce e um pouco tímido de Yuki na direção de Akina, os dedos de suas mãos, algumas ainda cobertas pelo esparadrapo que usava durante o jogo, enlaçados com os da garota. Viu, em uma velocidade lenta, a cabeça do melhor amigo virar na direção do time e então seus olhos se cruzarem. Não percebendo nada, abriu um enorme sorriso e acenou em sua direção.
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  Tentou erguer a mão para devolver o aceno. Até tentou sorrir.
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  Ela sabia. Sabia que não iria suportar vê-lo com outra garota.
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  Devia ter seguido a própria intuição e se declarado para ele antes, durante os treinos para a final estadual. Mas usou essa desculpa para postergar a necessidade de ser corajosa.
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  Respirou fundo quando sentiu dois braços enlaçar os seus. Ayu e Miki estavam uma de cada lado, sorrindo como se nada estivesse acontecendo. Taka se colocou um pouco à frente de e dispensou Jun, que não se importou e passou a falar com outra pessoa que tivesse mais interesse em ouvi-lo.
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  — Ei, Ishikawa, parabéns! — Ayu falou um pouco alto demais, e ergueu uma mão para trocarem um toque. Akina, sempre doce, permaneceu calada com um simples sorriso no rosto.
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  As três amigas queriam poder ter motivo para odiá-la, mas sabia que a garota não tinha culpa. Ela era, de fato, adorável. Talentosa, inteligente e muito bonita. A pele branca como a neve e os cabelos compridos e escuros como a noite. Era extremamente simpática e muito prestativa. Ayu, e Miki com certeza aceitariam a garota no grupo, se ela namorasse Taka.
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  Mas era Yuki quem ela namorava.
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  O garoto dos sonhos de .
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  — Então vocês voltaram, hein? — Miki jogou verde e olhou para Yuki, que sorriu sem graça.
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  — É… as coisas foram corridas essa semana.
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  — Deve ter sido mesmo, para você não ter contado para ninguém. — Ayu falava com Yuki, mas seus olhos lançavam laser na direção de Taka, que encolheu os ombros.
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   ouviu Akina dizer que os dois haviam se encontrado na escola no começo da semana, e Yuki se ofereceu para acompanhá-la até sua casa, para que ela não fosse sozinha, afinal, era sempre um perigo. Foi quando os dois perceberam que havia ainda algo interessante entre eles, e que não custava nada tentar novamente.
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  Não custava para eles.
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  — ?
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  A garota piscou, saindo de seu transe, e olhou para Yuki, que a encarava com curiosidade. Não percebeu quanto tempo ficou fora da conversa, mas parecia que nenhuma de suas amigas conseguiam cobri-la mais.
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  — Hum?
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  — Você não vai na nossa reunião?
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  — Ah… não.
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  Yuki não pareceu ficar chateado com a ausência da melhor amiga. É claro que sentiria, mas não tanto, afinal, tinha uma namorada para lhe fazer companhia.
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  Sem dizer nada, deu as costas ao grupo e saiu andando. Ayu e Miki inventaram uma desculpa que provavelmente só colaria com o casal, já que Taka sabia muito bem o motivo pela qual a melhor amiga estava indo embora. Queria poder fazer algo por ela, mas o único que poderia, estava ocupado demais vivendo o próprio amor.
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  Naquele dia, quis ficar sozinha.
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  Passou, inclusive, o final de semana inteiro presa em seu quarto.
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  Na semana seguinte, mudou sua agenda para que não ficasse por perto de Yuki, mesmo quando ele estava sozinho, porque doía demais pensar nas possibilidades que os dois tinham se ele não tivesse ficado até mais tarde na semana anterior e encontrado com Akina.
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  Ayu e Miki faziam um ótimo trabalho como melhores amigas, não deixando nunca que Yuki ficasse sozinho com . O garoto chegou a estranhar quando o professor juntou ele e para fazerem um trabalho juntos, mas as duas amigas fizeram de tudo para separá-los. Yuki esperou que a melhor amiga dissesse algo, mas ela permaneceu calada.
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  Quando ele a procurou, durante a saída, para perguntar se havia feito algo que a aborreceu, quase quis chorar.
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  — Não, não foi nada.
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  — É só que parece que você tem me evitado…
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  — Eu… — pensou que talvez pudesse dizer algo que marcasse e o fizesse pensar sobre o assunto o dia inteiro, mas não poderia fazer isso com ele. Não podia puni-lo por se apaixonar por outra garota. — É só impressão sua.
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  — Tem certeza? Posso passar na sua casa mais tarde, se quiser. Combinei com Akina de levá-la até o cursinho, mas posso encontrar com você durante…
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  — Não é nada, Yuki. Não é nada.
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  A garota viu os lábios finos do melhor amigo pressionarem-se. Ele sabia que havia algo de errado que ela não queria lhe contar, mas não sabia o que fazer. nunca escondeu nada dele desde que se tornaram melhores amigos.
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  — Bem, se você quiser…
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  — Yuki! — a voz de Akina surgiu ao fundo.
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  Os amigos olharam na direção da garota, que mesmo dentro de um relacionamento com Yuki, ainda assim chamava a atenção de todo mundo que estava em seu caminho. aproveitou o tempo que Yuki estava distraído olhando para a namorada e observou como a expressão em seu rosto suavizava e um sorriso tomava conta. Olhou para baixo, magoada.
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  Durante toda a semana anterior, imaginava que essa exata expressão estaria direcionada a ela. Na verdade, sua imaginação havia trabalhado como nunca, criando cenas em que os dois andariam felizes lado a lado como amantes; ela teria a atenção dele inteiramente para si, assim como seus sorrisos e olhares. Ele seria todo dela, assim como ela era dele há anos.
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  — Oi, .
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  — Oi, Akina.
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  Um silêncio permaneceu entre as duas e Yuki encarou uma a outra com um pequeno sorriso no rosto, até perceber que estava mesmo com algo acontecendo. Ela geralmente é do tipo que não deixa uma conversa morrer e faz de tudo para que todos ao seu redor se sintam confortáveis.
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  — Até mais, então. — disse sem emoção, e deu as costas para ele e Akina.
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  — Você quer vir almoçar conosco? — Yuki impulsivamente perguntou. Akina o encarou com curiosidade, mas não disse nada.
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   parou por um instante e então olhou para trás com um sorriso no rosto.
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  — Não, obrigada. Tenham um bom almoço.
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  Foi a última vez que falou diretamente com Yuki. Dali para frente, ela só se dirigia a ele quando estavam juntos de Ayu, Taka ou Miki.
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2024

  O encontro dos alunos de 2017 deveria ter acontecido há muitos anos, mas, por diversas razões que não precisam ser exploradas, acabou por finalmente se realizar em 2024.
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  O grupo de 32 alunos se reuniu em um enorme restaurante. Alguns estavam acompanhados de seus namorados, esposas, maridos e até filhos. 7 anos é espaço o suficiente até para se tornar uma personalidade pública, com aconteceu com Yuki Ishikawa.
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  O antigo capitão do time masculino de vôlei do colégio Aichi foi para a Itália logo após se formar; lá, levou para frente sua carreira como ponteiro e ingressou nos melhores times da atualidade. É por isso que hoje ele é considerado um dos jogadores de maior sucesso da Ásia.
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  Ninguém queria admitir, mas todos estavam naquela reunião com a intenção de reencontrar o amigo que agora era capa de revista e liderava o time da Seleção do país.
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  , por outro lado, só queria reencontrar alguns amigos, mas não conseguiu tirar folga no escritório, para poder estar presente no encontro. Há quem diga que trabalhar como back-end em uma empresa internacional de tecnologia torna a vida de alguém melhor, mas não a dela. Horários imprevisíveis e problemas sempre com urgência em serem solucionados. Ela poderia ter flexibilidade em muita coisa, mas quando lhe era exigido presença no trabalho, não havia como dizer ‘não’.
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  Por isso que fazia uma careta toda vez que Miki ou Ayu enviavam fotos ou vídeos com alguns colegas da época da escola. Queria estar por lá. Queria encontrar com todos, rir e relaxar, lembrando-se da época mais tranquila de sua vida.
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  Queria saber como estava Ishikawa.
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  Nunca mais falou com ele depois que o ex-melhor amigo partiu para a Itália com Akina. Ouviu por Ayu, que ouviu de Taka, que o casal permaneceu junto apenas por alguns meses após terem saído do Japão.
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  Achou que ele entraria em contato, mas este era apenas um pensamento tolo. Foi ela quem se afastou do garoto. Que agiu com imaturidade e não soube lidar com suas decepções amorosas. Que fingiu não querer saber sobre ele para as amigas, mas que até hoje, de vez em quando e cada vez menos, pesquisa sobre o jogador.
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  Sentiu os olhos arderem assim que a tela do notebook se tornou preta após ser desligada. Respirou fundo e encarou o relógio, que marcava quase onze e meia da noite. Fez uma careta ao sentir o estômago vazio reclamar de fome. Poderia passar em uma loja de conveniência a caminho de casa.
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  Enquanto descia o elevador do prédio onde trabalha, olhou as fotos e os vídeos que as duas melhores amigas mandaram, se divertindo com todos os demais ex-alunos do colégio. sentiu muito ter faltado.
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  O vento fresco da primavera trouxe junto algumas pétalas de cerejeira. Estavam na melhor semana do ano; quando as flores mais aguardadas florescem e inúmeros turistas de todo o mundo vêm ao país só para vê-las.
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  Começou a pensar o que poderia pegar para comer na loja de conveniência. Ter ficado até mais tarde no trabalho em uma sexta-feira havia valido a pena. O projeto foi entregue dentro do prazo e agora tudo o que bastava era receber o feedback da diretoria, ou seja, trabalho de verdade só na segunda-feira.
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  — .
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  Ouviu a voz de alguém chamá-la e procurou pelo dono dela.
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  Não muito longe, mas o suficiente para se perder no choque enquanto caminhava para perto dela, observou Yuki caminhar em câmera lenta.
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  Ele estava… mais.
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  Mais alto. Mais forte. Com os traços mais definidos. Mais… lindo.
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  Por Deus, já se passaram 7 anos. Ela brigou com seu coração, mas ele não pareceu se importar com mais nada senão o fato de que seu primeiro amor continuava a tirando de seu eixo como na última vez que o viu.
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  Um sorriso tímido estampava o rosto do capitão da seleção masculina de vôlei. A mão direita foi até a nuca e seu rosto virou de um lado para o outro, como se fosse atravessar uma rua. Quando chegou muito perto de , ela percebeu que sua cabeça mal chegava nos ombros do antigo amigo.
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  — Yuki — foi só o que conseguiu pronunciar. Ainda assim, aquilo parecia o suficiente para fazer o homem sorrir.
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  — Oi.
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  — Oi. — ela respondeu, boba. Limpou a garganta após um tempo de silêncio. — O que está fazendo aqui?
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  Ishikawa ergueu os ombros.
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  — Você não foi na reunião.
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  — Ah. — ela olhou para o prédio atrás dele, de onde ela havia acabado de sair. — Precisei trabalhar.
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  — Foi o que eu imaginei.
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  — Yui e Miki te passaram meu endereço?
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  O homem balançou a cabeça e ergueu os ombros.
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  — Eu só… vim. Quero dizer, eu sabia que estava trabalhando para essa empresa, então só pesquisei na internet como chegar até aqui.
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   olhou para os lados, chocada com o que havia acabado de ouvir.
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  — Você veio até a empresa sem saber se eu estava aqui?
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  Mais uma vez os ombros de Yuki subiram.
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  — Desde que horas está aqui?
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  — Desde as… nove?
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  Só faltou ela cambalear. gaguejou algumas palavras, mas não soube o que dizer. Yuki, por outro lado, deu uma pequena risada e tirou do bolso um pequeno pacote e colocou nas mãos da moça, que sentiu o calor emanar. Olhou para baixo e viu que era um daqueles pacotes aquecedores.
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  — Está um pouco frio ainda. – ele explicou.
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  — Obrigada.
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  Em silêncio, muitas coisas pareciam ser ditas. Sem desviar mais o olhar, os dois ex-melhores-amigos permaneceram tentando desvendar o que havia por trás daquela máscara de educação que mostravam para o outro. Estavam namorando? Saindo com alguém? Interessados em alguém?
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  Foi Yuki quem iniciou o diálogo.
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  — Eu senti sua falta.
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  Os olhos de se arregalaram levemente, surpresa pela brutal sinceridade que o homem colocou na conversa.
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  — Você fez uma boa carreira – ela sorriu para ele. Yuki ergueu os ombros, mas dessa vez para demonstrar a pouca importância que aquilo tinha, diante das atuais circunstâncias.
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  — É só o que eu tenho.
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  — Só? É uma carreira incrível. Todo mundo só sabe falar bem de você!
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  — Todo mundo não tem o mesmo peso que você.
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  A resposta veio rápida demais. sentiu seu cérebro implodir com a afirmação do jogador. Pensou em diversas coisas: por que ele estava falando aquilo? Por que agora? De onde ele surgiu? Por que está no Japão? Como simplesmente decidiu vir até o local onde ela trabalha, só para bagunçar sua vida? Ela está vestindo qual conjunto de lingerie mesmo?
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  Ouviu, então, um suspiro.
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  — Yui e Miki me contaram. Há sete anos. Na final do torneio de inverno.
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  — Ah. — ela disse. Muita coisa se esclareceu. — Ah…
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  — A culpa foi minha — ele levou a mão esquerda ao peito. — Fui imaturo e tolo. Confundi meus sentimentos e acabei fazendo a escolha errada. Era você quem eu deveria ter corrido atrás.
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  — Akina era uma garota legal…
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  — Mas não era você.
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   não conseguia entender o que o fazia parecer tão desesperado em se declarar.
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  — Eu passei todos esses anos em um estado de superação — ele começou a falar —, saí com algumas mulheres, mas não muitas, porque isso distrai a mente, o que é ruim para o meu trabalho. Quando acontecia, eu só me via comparando-as a você. Taka sempre me falava das notícias do que se passava, porque, aparentemente, ele foi muito mais inteligente do que eu e manteve contato com todas vocês.
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  ”E durante todo esse tempo eu permaneci imaginando centenas de vezes como seria a minha vida se eu tivesse ido até você, e não até Akina. Quando o convite para a reunião de hoje chegou, eu só decidi que era hora de dar atenção a outra coisa que não fosse o esporte. Então eu vim.”
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  — E por uma loucura, apostou que eu não estaria na reunião, e sim trabalhando?
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  O capitão soltou uma risada.
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  — Algo me disse que você estaria aqui. Eu só decidi ouvir a voz correta.
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  A mulher não conseguia acreditar. Em um momento, sofria sem saber como ele poderia estar. No momento seguinte tinha consciência de que ele soubera sobre ela durante todo o tempo.
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  — Eu errei? — ele perguntou, agora cauteloso.
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   olhou para Yuki. Percebeu que seus sentidos estavam hipersensíveis. Sentia a brisa bater e ouvia o farfalhar das árvores. O aroma das flores era doce e seu corpo estava todo arrepiado com a cena. Acima de tudo, seus olhos viam, de verdade, a pessoa que lhe tirou o sono por diversas noites durante a época escolar (e alguns outros anos depois). Mas o que mais lhe surpreendeu, é que o conjunto disso tudo a fez perceber que estava se sentindo exatamente como antes.
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  — Não — em um sussurro, ela respondeu. — Obrigada por ter vindo.
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  Sem esperar por uma resposta ou nem mesmo enviar um pedido de permissão, Yuki deu um passo para frente e envolveu com seus braços compridos, pressionando-a entre si.
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  Eles nunca se sentiram tão pertencentes a um lugar.
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  — Eu nunca deveria ter ido — ele murmurou, não querendo largá-la nunca. soltou uma risadinha e apertou o casaco de Yuki.
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  — Claro que deveria. Tudo aconteceu exatamente como precisava acontecer. Você está aqui agora.
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  — Não me deixe mais ir.
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   soltou mais uma risada. Yuki precisava voltar à Itália, já que havia assinado um novo contrato com um dos melhores times da competição europeia. Mas ele havia reacendido os sentimentos que ela deixou adormecidos por tanto tempo.
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   jamais permitiria perdê-lo novamente.
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  — Não vou. — ela disse em tom de promessa.
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  E eles viveriam felizes para sempre juntos.
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  Desde que sempre escolhessem ouvir a voz correta.
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Fim

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