A (bo)O’Callaghan Halloween
Quando chegou à casa dos O’Callaghan, não se surpreendeu em ver toda a decoração de Halloween que enfeitava, tanto dentro quanto fora, a casa do vocalista do The Maine e de uma de suas melhores amigas. O lugar estava
coberto por teias de aranhas, cabeças de abóboras e esqueletos que, apesar de estranhos e um tanto sinistros, até pareciam um tanto simpáticos com seus
sorrisos eternos.
Não devia ter se espantado tanto assim quando a amiga abriu a porta da frente, toda sorrisos e já fantasiada para a festa. Uma coelha. É claro que havia se fantasiado de coelha e
óbvio que havia tinta em tons de vermelho e vinho simulando manchas de sangue o vestidinho branco que a mulher usava, ela podia reconhecer as mãozinhas dos filhos dos O’Callaghan ali também.
saltitou para a amiga e as duas se abraçaram – um tanto desajeitadas, já que a filha mais nova de , Naomi, estava no colo da mãe –, foi só depois de se desgrudarem do abraço – fazia alguns meses que não se viam pessoalmente, dado a agenda corrida de ambas – que percebeu o grande facão de brinquedo pendurado no cinto do vestido da amiga.
— Cadê o Pat e as crianças? — perguntou , ainda saltitando empolgada.
sequer precisou responder, logo o marido já se aproximava com a filha do meio, Natalie, no colo e a filha mais velha, Nicole, o acompanhando de mãos dadas. Por mais que o tempo tivesse passado, mesmo depois de
anos, Patrick Kirch permanecia exatamente o mesmo com cabelos compridos e carinha de adolescente com a qual havia começado o The Maine.
A moça gargalhou quando viu as fantasias da família. Princesas (e uma fadinha).
E príncipe. Daquela vez Pat havia perdido a fantasia de Branca de Neve e estava vestido de príncipe encantado. Nicole estava fantasiada de Anna de Frozen, Natalie de Ariel e a pequena Naomi de Sininho. usava um belo vestido azul ao melhor estilo Cinderela, remetendo aos momentos de encontros de desencontros até finalmente ela e Pat ficarem juntos.
abriu espaço para que os amigos entrassem, ainda parecendo uma criança empolgada.
— E onde está John? — Foi a vez de Pat perguntar enquanto abaixava para colocar Natalie no chão e ajeitar o vestido de Nicole.
— Tentando arrumar o cabelo de Sammy, segundo ele — respondeu soltando um risinho.
— E o que ele acha que vai conseguir fazer com o cabelo de um bebê de seis meses? — questionou erguendo as sobrancelhas, recebendo um dar de ombros da amiga.
Samuel John era o caçula dos O’Callaghan. Por mais que John e milhares de fãs tivessem tentado convencer a colocar o nome do menino de “John VI”, a mulher se recusou a ter um Junior na sua família, mas cedeu à ideia de colocar o nome do marido como um nome do meio em Samuel.
— Titia! — Lolo – Milo, a primogênita O’Callaghan – surgiu da área da cozinha e saiu correndo na direção de , que se abaixou para cumprimentar e abraçar a menina de pouco mais de dois anos, que vinha acompanhada de Jared.
gargalhou quando viu a fantasia de “coelho-vampiro” de Milo, um vestidinho branco parecido com o de , orelhas de coelho e dentinhos pontiagudos de vampiro. Apesar da combinação improvável, a criança havia ficado adorável daquele jeito.
— Isso quer dizer que o Calango é um vampiro? — perguntou usando o apelido
carinhoso em português que havia surgido para John anos e anos atrás.
— Eu nunca me lembro o que
calango quer dizer, mas sinto que devia me sentir ofendido. — A voz de John se fez ouvir enquanto ele descia as escadas com o filho no colo. Samuel estava mais para “vampiro-coelho”, tendo mais evidências de seu lado vampiro na fantasia do que coelho.
— Ah meu Deus! As crianças estão as coisinhas mais adoráveis com essas fantasias! — exclamou dando um beijo na testa de Naomi e a entregando para Pat, logo correndo em direção a John e estendendo os braços para Sammy, que soltou um risinho alegre com a aproximação.
— Uma mamãe coelha fofa e um papai vampiro sexy geraram dois coelhos-vampiros fofos e adoráveis — disse John sorrindo enquanto se aproximava de e pegava Milo no colo.
— Não vou dizer que concordo com a parte do “fofa” e “sexy”, mas concordo com a parte dos seus filhos serem fofos e adoráveis — murmurou enquanto brincava com Samuel, que gargalhava em seu colo.
Foi só quando surgiu na sala que os recém-chegados enfim deram a devida atenção à fantasia de Jared: ele usava uma camisa branca surrada, uma bermuda cáqui com suspensórios, sapatos lustrosos que pareciam de uma criança muito grande e um chapeuzinho verde. Já usava um vestido rodado no melhor estilo camponesa, sapatinhos boneca e os cabelos loiros presos em duas tranças.
— Ok, eu entendi que à primeira vista vocês dois deveriam ser João e Maria…? — murmurou Pat um tanto hesitante quando olhou a maquiagem “bruxesca” de .
— é Maria, ao mesmo tempo que é a Bruxa da casa de doces — explicou Jared sorrindo animado. — Ela até fez uma casinha de doces
de verdade.
Nicole exclamou alegremente quando ouviu a palavra “doces” e já arrastava Natalie junto de para poderem ver a obra de arte da mulher na cozinha.
Alguns minutos depois, a campainha tocou novamente, e quem chegava era e Kennedy. deu um gritinho quando viu a fantasia da amiga. O casal estava fantasiado de esqueleto, Kennedy até mesmo havia se arriscado a fazer uma maquiagem no melhor estilo Forever Halloween, já usava um macacão preto que não só acompanhava a estrutura óssea do corpo da mulher, mas também mostrava o esqueleto de um bebê na barriga de , que estava grávida de cinco meses do primeiro filho do casal. Além da roupa, ela usava uma maquiagem mais leve com pequenos detalhes brilhantes ao estilo das caveiras mexicanas.
e correram para a amiga e as três se abraçaram e comemoraram o encontro, perguntando como ia a gravidez e com os olhos cintilando pela fantasia linda da amiga.
Os homens da casa já sabiam que ficariam de escanteio por algum tempo agora que as amigas estavam juntas, não que se importassem de fato, estavam todos entre amigos ali. Enquanto as mulheres – e Jared – rumaram para a cozinha para terminar de fazer alguns doces e dar um toque final no jantar, os rapazes ficaram na sala de estar assistindo TV e conversando entre si.
— Que horas a pretende chegar? — perguntou enquanto beliscava alguns doces que oferecia.
— Ai, você sabe o quanto ela e o Garrett são enrolados, né? — murmurou fazendo pequenos ajustes no prato principal. — Ela disse que viria, mas… — A mulher foi interrompida com o som de uma mensagem no celular. — … Ela disse que chega para o
trick or treat.
As pessoas na cozinha gargalharam. Era típico dos Nickelsen irem mudando o itinerário e o horário da chegada deles nos lugares – talvez só não para os shows do The Maine – sendo o casal completamente enrolado e atrapalhado, cada um por seus motivos. O importante era que eles uma hora chegavam e então a festa continuava.
A hora do jantar havia chegado com pratos divertidos para as crianças e algo mais ou menos divertido para os adultos, já que se recusaria a
não ter uma comida enfeitada com a temática de Halloween
na sua própria festa. Em meio a risadas e brincadeiras o jantar se foi, até que a campainha tocou novamente e, enfim, e Garrett chegaram.
Zumbis. É claro que ninguém ficou realmente surpreso quando viram as fantasias do casal. Garrett tinha os cabelos bagunçados – pouco diferente do usual –, maquiagem para deixa-lo pálido e com olheiras destacadas, e roupas estrategicamente esfarrapadas e sujas de algo parecido com terra; estava usando um vestido branco de noiva, igualmente esfarrapado e sujo, maquiagem pálida como a de Garrett, mas com detalhes em alguns pontos que deixavam aparente ossos e músculos.
Noiva Cadáver Zumbi.
só não deu um grande grito excitado ao ver a fantasia de porque estava com Sammy no colo e o bebê estava quase pegando no sono àquela hora.
— Quem quer ir de gostosuras ou travessuras com o tio Garrett e a tia ? — exclamou vendo a cara indignada da amiga para ela. — Amiga, você chegou por último e disse que seria para o
trick or treats, então… — Deu de ombros e gargalhou.
— Eu só não vou reclamar porque eu vim preparada! — A mulher apontou para o baldinho em formato de abóbora que carregava consigo.
— Eu também quero! — Ouviram exclamar o mais baixo que conseguiu.
— Mulher, agora você é mãe e tem um bebê pra cuidar! — disse rindo da cara triste da amiga que só se consolou ao apertar mais Samuel nos braços.
— Muito bem, quem vai? — perguntou Garrett em voz alta.
Jared e se levantaram e pegaram Nicole, Natalie e Milo pelas mãos para que pudessem acompanhar Garrett e na caçada aos doces de Halloween. Quando o grupo de amigos saiu com as crianças, a conversa na sala voltou com o som da televisão ao fundo passando a animação A Noiva Cadáver.
John trocava figurinhas com Pat sobre a paternidade e ser pai de menina, também brincando com Kennedy que logo ele entraria para aquela rodinha, embora ele fosse ser pai de menino. Quando O’Callaghan percebeu uma certa diferença na conversa das garotas, ao olhar para o lado, onde e conversavam, viu adormecida, encolhida contra o encosto do sofá com Samuel dormindo ao seu lado. John deixou um sorriso bobo estampar seus lábios ao ver a cena.
Doze anos antes, John O’Callaghan não imaginaria que a história do seu futuro e presente estavam começando a ser escritos, e tudo por causa de um único vídeo que , na época, a dona do Street Team brasileiro do The Maine,
myTHEMAINEway, havia pedido para ele gravar para uma amiga que esperava do lado de fora do show da gravação do primeiro DVD da banda.
“We’re missing you in here” foi o que ele tinha dito para uma tal “” no vídeo, alguém com quem ele acabaria cruzando nos próximos anos e com quem, surpreendentemente, acabaria criando laços fortes e uma família com a qual aquele John Cornelius O’Callaghan V de 2012 sequer sonhava ter.
Quando se conheceram de fato, John não imaginava que aquele serzinho pequeno, saltitante e envergonhado fosse se tornar parte da sua vida. Veja bem, não tinha muito do que ele costumava se atentar em mulheres, ela era
muito mais baixa do que ele com seus pouco mais de um metro e meio, e ele nunca tinha se envolvido com alguém de outro país, muito menos da Latino América. Na época, estava ajudando no
street team, e já que a amiga estava em intercâmbio na época, havia pedido para que ela e fizessem as vezes das entrevistas e fotografias exclusivas do ST.
foi quem falou mais, estava ansiosa demais para conseguir dizer muito mais do que um olá e um “posso tirar uma foto com você” em inglês, mas uma coisa que havia chamado a atenção de John na garota baixinha foram os cabelos coloridos. Pensando agora, todas as vezes que eles tinham se encontrado antes de terem um relacionamento, havia aparecido com uma cor diferente nos cabelos.
Agora sobre o relacionamento em si, John ria quando se lembrava da época em que tinha contato próximo com Larry e, às vezes, Tim. Havia sido através de Larry que O’Callaghan havia conseguido o contato de , que, obviamente, não acreditou que ele fosse ele mesmo quando enviou a primeira mensagem – de um celular descartável, só para o caso de a garota ser uma fã lunática.
Desde então, cerca de oito anos se passaram com quatro anos de casamento e um casal de filhos. Havia sido um relacionamento completamente livre de dramas e cheio de risos e brincadeiras. Era seguro dizer que John O’Callaghan já não saberia mais viver sem aqueles três em sua vida, e sem
sua , ele com certeza estaria perdido. Com ela, ele não tinha apenas uma esposa, mas sim uma companheira, a mãe de seus filhos, uma melhor amiga, a mulher que o ajudava a carregar o peso de um mundo quando ele estava cansado demais para continuar sozinho.
John soltou um risinho quando viu acordar sobressaltada por causa das gargalhadas de e . Ele foi até ela e lhe deu um beijinho estalado na testa.
— Quer carona para o quarto? — perguntou para , que ainda parecia sonolenta e confusa.
A moça apenas balançou a cabeça negativamente e se espreguiçou, soltando um bocejo.
— Vou só levar Sammy para o berço e já volto, eu não vou perder as fofocas e muito menos os doces da e do Garrett do
trick or treats, né!
John gargalhou e deu mais um beijo na esposa antes de voltar a conversar com Pat e Kennedy. Não tardou muito até que , Garrett, , Jared e as crianças voltassem do doces ou travessuras. foi correndo ao encontro do grupo como uma criança, pronta para roubar alguns doces dos baldinhos de e de Nickelsen.
John O’Callaghan só podia sorrir vendo aquela cena que se repetia ano após ano – com algumas mudanças de cenários e adição de pessoas. Depois da entrada de em sua vida e das garotas na vida do The Maine, a passagem dos anos parecia muito diferente e especial, principalmente levando em consideração a nova “tradição” que o grupo criou: cada data comemorativa do ano era passada na casa de um dos casais. E agora, todo Halloween era um Halloween ao melhor estilo O’Callaghan… ou talvez devesse dizer “ao melhor estilo ”, mas dava no mesmo, não é?
Fim
Nota: Eis que surgiu a oportunidade de escrever essa história!
A verdade é que isso era para fazer parte de uma longfic chamada “Our The Maine Way” que tá nos planos desde… 2011, na real, mas todo mundo sabe como eu sou com longs, então enrolei por uma vida e… Resolvi que a long vai ser uma série de shorts, e todas vão ser ambientadas em uma data comemorativa diferente e abordando maomenos a história do casal da vez.
A história dos O’Callaghan é baseada parcialmente em fatos reais – mentira, só a parte do vídeo é real, e um pouco da ajuda no Street Team –, assim como as histórias dos Kirch e Brock também serão.
Quando teremos as próximas fics? Só Deus sabe, mas se tudo der certo, a gente tem, talvez, a história dos Nickelsen no dia de Ação de Graças, a história dos Kirch no Natal (oi, Nat) e dos Brock no Ano Novo. Os Monaco provavelmente ficarão com o 4th July (e perdão às Monaco, mas eu não tive nenhuma amiga Monaco pra me contar histórias do Jared HAHAHAH).
Ah, sim, falando em Monaco, eu sei que faz anos que Jared e Tess terminaram e que Jared está muito bem, obrigada, com a atual esposa, mas, eu tenho um motivo bom para ter deixado a Tessa como a companheira do nosso guitarrista nessa história, ok?
Bom… Acho que é isso, vamos ver se as outras 4 histórias saem logo!