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Temporada #005

1-800-273-8255
Logic

Esta história não possui capas prévias (:

Sem informações no momento.

1-800-273-8255

“I’ve been on the low
I been taking my time
I feel like I’m out of my mind
It feel like my life ain’t mine”

  Melisha tamborilava seus dedos no teclado de seu notebook, havia dias que estava ali, tentando passar para a tela vazia palavras que formariam frases que fariam sentido mais tarde. Seus olhos percorriam o seu celular, onde tinha algumas mensagens de sua prima, provavelmente contando sobre o seu dia ou algo assim. A primeira coisa que escreveu para ela foi “eu vou surtar, não estou conseguindo escrever nada.” Depois, recebeu uma resposta que dizia que Mel conseguiria, bastava levar seu tempo. A morena então absorveu a mensagem e respirou fundo, tratando de focar sua atenção no notebook e assim, iniciando o primeiro parágrafo de sua fic. Suas ideias foram surgindo, prontas para serem expostas, porém, para tal, Melisha precisaria voltar um pouco no tempo para contar duas histórias.
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“I don’t wanna be alive
I just wanna die
And let me tell you why”

  Clhoë encarava a sua janela entreaberta, com suas írises castanhas marejadas e com um nó na garganta interminável. A tentativa falha de ficar se distraindo se esvaía, assim como a sua vontade de levantar a cada amanhecer.
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  Com oito anos, seus pais haviam se separado; descobrira em dezembro que Papai Noel não existia e seu objeto que a acompanhava desde criança e que servia de alento nos momentos de brigas em casa – sua chupeta – havia sido retirado de si.
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  Ainda na infância, descobrira sofrer de TOC, o que colaborou a deixá-la uma criança mais introspectiva e com dificuldades de se comunicar com os seres humanos em geral. Na mesma época, era vítima de bullying por causa de suas manias “estranhas” e seus tiques nervosos que não conseguia controlar. Ninguém falava com Clhoë, nem mesmo um “oi”.
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  E foi a partir daí que as coisas começaram a desandar.
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“I’m hurting deep down but can’t show it”

  Aos poucos perdia a vontade de se levantar, de ir para a escola e até mesmo de conversar com alguém. Perdia as contas de quantas vezes chorava, às vezes era pelo acúmulo e pelo cansaço, estava chegando ao seu limite. Para disfarçar e não ter que se explicar, recorria à maquiagem, escondendo tudo que denunciasse suas lágrimas derramadas por tantas vezes.
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“I never had a place to call my own
I never had a home
Ain’t nobody callin’ my phone
Where you been? Where you at?
What’s on your mind?”

  Era difícil pôr para fora a sua guerra interior, ainda mais quando as pessoas banalizavam o que você sentia. Então, é mais fácil guardar do que se sentir pior por ter falado.
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  Conforme ia crescendo, o bullying havia cessado, mas suas manias e tiques foram se intensificando. Clhoë pedia por ajuda, mas era como se ninguém a escutasse e isso provocava na garota a total perda de vontade de se comunicar, interagir e de viver.
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  Era horrível pensar isso, e mais horrível ainda era olhar para uma faca com uma intensidade mais forte do que o normal. Sua mente começa a vagar por ideias que jamais deveriam ser proferidas por serem cruéis demais e autodestrutivas, porém, chega uma hora que lutar contra a correnteza é difícil. Lá da praia ninguém te vê e nem te escuta e você cogita a possibilidade de desistir de tudo e deixar que uma tragédia ocorra.
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“They say every life precious
But nobody care about mine”

  Clhoë não aguentava mais, odiava o seu reflexo no espelho. Não tinha por que viver num mundo onde seus dias de luta eram maiores e mais sofridos do que os de glória.
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  “Então, para que insistir nisso tudo?”. A menina perguntava a si mesma.
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“I want you to be alive
You don’t gotta die
Now lemme tell you why”

  Ao se indagar, lembrou-se de sua família. Sua mãe e seu pai, sua irmã, sua prima e seu cachorro. A dor deles era inconcebível caso ela partisse. Ela queria ver sua irmã se casando, estar perto do crescimento e amadurecimento de sua prima, ver suas conquistas de perto. Para Clhoë, sua vida mal importava, mas as deles, valia muito.
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“It’s the very first breath
When your head’s been
Drowning underwater”

  A morena, então, se agarrou a isso.
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“It’s holding on, though the road’s long
And seeing light in the darkest things”

  Chegou um momento em que ela se deparou com duas opções: acabar com tudo ou procurar ajuda. Era a sua vida, Clhoë não desistiria sem tentar se ajudar. A mesma não entendia como podiam dizer a ela que ela não tinha nada, Clhoë estava definhando na frente de todos, como eles não percebiam?
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“And when you stare at your reflection
Finally knowing who it is
I know that you’ll thank God you did”

  Agora, com dezoito anos, Clhoë só queria poder voltar no tempo para pegar aquela criança no colo e dizer que tudo ficaria bem. A morena fez seis anos de análise com três psicólogos diferentes. Essas questões são mais complexas do que se imagina e demoram tempos para serem erradicadas. Hoje, Clhoë é extremamente feliz e grata por estar viva e por ter lutado quando tudo parecia desmoronar. O que havia passado em sua infância, construiu a mulher que se tornara e ela não trocaria nada por isso.
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“I know where you been
Where you are, where you goin’”

  Uma coisa que Chloë mal sabia, era que não muito longe de si, ela ajudou direta e indiretamente uma pessoa que sempre a admirou.
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“I know you’re the reason I believe in life
What’s the day without a little night?
I’m just tryna shed a little light”

  Melisha (sim, agora vou falar um pouco da minha história em terceira pessoa) vinha passando por situações difíceis desde que saíra da fase infantil para a pré-adolescência. Todos já passaram por essa mudança de corpo, e com isso, em vários casos, é motivo de bullying. Mel não gostava da sua imagem, ainda mais quando ouvia os comentários maldosos que os colegas de classe ou até mesmo fora da escola proferiam.
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“It can be hard”

  Doía, doía demais.
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  Isso foi alimentando o sentimento de ser insuficiente, e aquilo só progredia conforme o crescimento da garota.
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  Mesmo o bullying ter cessado e Mel ter começado a se aceitar mais, aqueles pensamentos ainda a rodeavam, ela não estava satisfeita com o que via, e isso ia corroendo-a por dentro.
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“It can be so hard”

  Mel havia desencadeado indícios de depressão, causada pela bola de neve que estava a sua vida. Brigas, estresses e a não auto aceitação eram os principais motivos para que fizessem a garota perder cada vez mais o desejo de encarar o mundo lá fora. Além disso, foi a época também que a sua perda de apetite começou. Em momentos de crises de choro, algumas vezes Melisha arranhava seus braços, suas coxas e sua barriga, tentando aliviar a dor interna de alguma forma.
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  Ela estava cansada, não aguentava a maré ruim que a cercava, isso desgastava demais.
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  Porém, Mel decidiu tentar falar para alguém, por mais difícil que fosse. Então, se direcionou para a conversa de Clhoë e desabafou sobre o caos que se encontrava. Tinha muito medo de se arrepender de ter contado, geralmente as pessoas banalizam a sua dor, o seu choro. Mas, ao ler a resposta de Clhoë, pela primeira vez pôde dar um suspiro, mesmo que curto, de alívio.
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“But you gotta live right now
You got everything to give right now”

  “Eu não vou ficar te vendo se afundando e permitir que isso aconteça. Eu estou aqui para te ajudar a levantar e farei de tudo para isso.
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  – Chloë

  Nesse instante, Melisha chorou, chorou bastante. Havia se permitido a tal, sabia o quão doloroso era pensar que não havia nem ao menos um feixe de luz e, quando menos esperava, viu que a sua luz era a sua prima.
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“I finally wanna be alive
I don’t wanna die”

  Clhoë não imaginava o quão grata Melisha era por tê-la em sua vida, e vice-versa. Ambas enfrentavam seus monstros diários, mas sabiam que tinham uma a outra. Quando sofremos, nosso pensamento sempre fará com que achemos que estamos sozinhos, e por mais que as situações possam “reforçar” isso, sempre haverá alguém ali, disposto a estender a mão para nos ajudar a sair do poço.
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*

“Pain don’t hurt the same, I know
The lane I travel feels alone
But I’m moving ‘til my legs give out
And I see my tears melt in the snow”

  A vida é um sopro, com ela as marés boas e ruins sempre atracam o porto. Geralmente, as nuvens negras bloqueiam nossas visões, e os raios solares são impossibilitados de atravessarem as mesmas. É difícil voltar a ter esperança quando você praticamente a perdeu totalmente, mas, é possível. Não será uma trajetória fácil, porém, valerá a pena no final.
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“I wanna feel alive
I don’t even wanna die anymore

  Está tudo bem chorar.
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  Chorar te faz humano.
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  Você encontrará muita gente que falará que isso é bobagem, e por mais que você esteja se segurando por um fio, não o solte. Sua dor não é menor que a dor do outro, cada um sabe onde seu calo aperta e você é mais forte que você pensa.
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  Você é forte;
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  Você é inteligente;
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  Você vale MUITO a pena;
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  Você é importante.
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  Você é um poço de coisas boas, que está sendo vendado pelas marés ruins. Mas, do fundo do meu coração, você vai ficar bem. 
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  E se quiser conversar com alguém, pôr para fora tudo aquilo que te aflige, deixarei o link do Centro de Valorização da Vida, lá haverá pessoas dispostas a te escutar e sem julgamentos.
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  www.cvv.org.br

  De todo o meu coração, Melisha.
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*

  Melisha não segurou as lágrimas, sentia que precisava pôr para fora os acontecimentos que a marcaram e que marcaram sua prima. Ela tinha noção de que não podia mover todas as montanhas de uma só vez, porém, se conseguisse mover aos poucos, isso já a fazia satisfeita.
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“I don’t even wanna die anymore”

Fim

  Nota: Relou, relou! Espero que gostem! <3

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Evelyn
Evelyn
2 anos atrás

que fofinha sua história, mana

ler isso justamente em setembro o mês amarelo é muito acolhedor 

Comentário originalmente postado em 27 de Setembro de 2019

Liv
Liv
2 anos atrás
Reply to  Evelyn

Obrigadaaa, lindona! Fico feliz que tenha gostado, de coração!

Comentário originalmente postado em 28 de Setembro de 2019


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