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Vincere

Capítulo 21

Perroni

  — Eu não tenho tempo pra isso, Filippo… — Seguia abotoando minha camisa enquanto meu primo falava sem parar sobre os problemas que iriam surgir para a Vincere por uma filha de associado ter sido morta debaixo do nosso teto.
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  — Otelo chega em dois dias, , o que vai dizer pra ele?
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  — Uma coisa de cada vez, preciso voltar antes que acorde. — Virei para sair do closet, mas ele me segurou pelo braço.
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  — Não entenda nada errado, primo.
  Virei para ele e o encarei sério:
  — Não tem nada para entender errado, Filippo.
  — Acaso acha que eu esqueci que você sentia algo por ela?
  — Eu tinha 17 anos, Filippo, um delírio adolescente, nada mais. — Ele me soltou e eu segui caminho para o meu quarto, coloquei o relógio e engoli em seco tentando me manter sereno.
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  — , acha que não percebi os olhares? Non sonno un’idiota! (Não sou uma idiota!).
  — Abbastanza! (Basta!). — Virei para ele irritado. — Não tem olhares nenhum, Filippo! — Engrossei a voz ao olhar para ele determinado a acabar com aquele assunto. — Pare de inventar coisas na sua cabeça! precisa de mim agora, e espero que ela me conte o que diabos aconteceu.
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  — Ótimo, espero que seja mesmo apenas coisa da minha cabeça — disse em tom de aviso. — Não quero chorar a morte de outro familiar, principalmente você,
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  Ele deixou o quarto e eu respirei fundo engolindo aquelas palavras, pois eu podia até tentar esconder, ou mentir pra mim mesmo, mas a verdade é que sempre teve algo impuro em relação a dentro de mim. Desde aquele maldito momento em que eu disse para Filippo que ela me deixava sem reação, que eu sentia algo diferente do que eu sentia pelas minhas irmãs. A distância e o ódio que eu fiz ela sentir por mim nos mantinha afastados, foi proposital, e a parte de mim que teimava em querer tomá-la, enterrada, porém, termos nos aproximado talvez tivesse sido o pior erro que cometi.
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  Foi um tropeço que não tinha como voltar atrás.
  Peguei meu celular e caminhei a passos rápidos, mas dei de cara com Beatrice no corredor e ela me olhou de cenho franzido, fazendo com que eu parasse de andar quase em frente a porta do quarto de .
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  — Bom dia. — Ela me analisou de forma interrogativa, como se estivesse pensando o que eu estava fazendo ali.
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  — Bom dia.
  — Pra onde está indo? — perguntei.
  — Preciso falar com — disse, dando mais um passo.
  — Engraçado, também estava indo ao quarto dela. — Ela deu dois passos em direção a porta.
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  — Fale com ela no café. — Cruzei sua frente colocando a mão na maçaneta do quarto. — Tenho urgência. — Abri a porta e entrei rapidamente, fechando-a em seguida.
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  Respirei fundo fechando os olhos e logo os abri, vi que a indomável continuava dormindo e agradeci por isso. A madrugada foi agitada, ela acordou várias vezes assustada e aos gritos. Caminhei devagar e sentei no colchão, tirei o sapato e me recostei na cabeceira. Estava preocupado de como ela iria superar isso, não conseguiu matar nem os homens que a atacaram, não consigo imaginar como ela estava se sentindo em ter matado Carolyn, que estava amarrada e indefesa. Eu já tinha matado mais homens do que eu conseguiria contar nos dedos das mãos, amarrados então… Aquilo não era nada para mim.
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  Seria impossível me colocar no lugar dela.
  Fiquei resolvendo o que podia no celular e assim que vi ela se mexer, busquei seu rosto, ela foi acordando aos poucos, parecia estar voltando à realidade lentamente. trouxe os olhos verdes até os meus e se levantou devagar, encostando na cabeceira da cama. Ela respirava calmamente e olhava um pouco perdida para seu próprio quarto, como se tentasse absorver a noite anterior novamente. As olheiras eram profundas, denunciando que a noite mal dormida tinha sido longa. Odiava vê-la daquela forma, mas eu não tinha ideia do que fazer para aquilo passar. Esperei que ela falasse algo, não queria invadir o espaço ou o silêncio dela que parecia confortável naquele momento. O que eu não esperava era que ela se aproximasse de mim e encostasse a cabeça em meu ombro.
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  Olhei para o lado vendo os fios ruivos em meu braço, surpreso com a proximidade repentina, larguei o celular na cama ao lado da minha coxa e levantei o braço, fazendo ela apoiar a cabeça em meu peito. Por mais que tivéssemos tido lapsos de comportamentos inadequados, essa aproximação era nova, não era desejo, era carinho e amparo o que ela queria. se acomodou e ali ficou, em silêncio, e eu esperaria até que ela estivesse pronta pra dizer alguma coisa.
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  — Ela era uma Delantera, — disse ela após longos minutos, sem nem mesmo se mexer e eu apenas arregalei os olhos. — Ela era a infiltrada.
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  Como caralhos essa mulher era uma Delantera e ninguém sabia? Eu precisava juntar essas peças. Nada parecia encaixar, o infiltrado era homem, não podia ser Carolyn, mas podia ser os dois trabalhando em conjunto, isso era maior do que eu imaginava. Quantos estavam se esgueirando pela Vincere? Com o que e quem estávamos lidando, depois de tantos anos sem nem sequer vermos ninguém dessa gente que tinha a audácia de se chamar de máfia, resolveram ressurgir das cinzas para nos atrapalhar.
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  — Como você descobriu tudo isso? — perguntei baixo, tentando não me exaltar apesar da informação daquela magnitude.
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  — Giulia descobriu. O pai dela é Carlos Diaz, ele é irmão da esposa do consegliere que Filippo matou.
  Respirei fundo, soltei o ar devagar pela boca, eu não podia brigar com ela agora. Não podia dar um sermão do quanto aquilo foi perigoso e irresponsável, não só da parte de , mas das minhas irmãs também. Quanto tempo elas deixaram Carolyn amarrada no quarto de Beatrice até descobrirem tudo aquilo?
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  — Por que não me contaram nada?
  — Estávamos tentando entender tudo antes de falar qualquer coisa…
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  — Eu preciso contar para Otelo, .
  — Não… — Ela desencostou do meu peito e sentou no meio da cama de frente para mim. — Papai vai me odiar, eu matei alguém dentro da casa dele.
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  — , Otelo vai amar que você matou uma inimiga.
  — ! — Ela arregalou os olhos e então eu percebi o que tinha falado, para ela, o que tinha feito era inconcebível e para mim, nada mais era do que uma tarde de quinta-feira.
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  — Eu sei, desculpe… — Passei a mão pelo cabelo nervoso e desviei meus olhos dos dela.
  — Eu não… — Vi ela fechar os olhos e respirar fundo. — Eu não queria…
  — Foi um acidente… — Desencostei da cabeceira no ímpeto, querendo tocá-la, mas lembrei do que meu primo falou e freei minha ação.
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  — Mas eu apertei o gatilho! — Ela aumentou o tom de voz e soltou o ar com força. Passou a mão pelo rosto e fechou os olhos, respirou algumas vezes, tentando se acalmar. — Não sei o que fazer.
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  — Beatrice estava vindo aqui quando eu também estava. Ela já deve ter notado… — mordeu o lábio em nervosismo. — Mande mensagem para elas nos encontrarem na sala da Giulia.
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  — Céus, , o que eu vou dizer?
  — A verdade, . — Ela abraçou os joelhos e seus olhos marejaram. — Vai ficar tudo bem, eu prometo. — Acariciei a cabeça dela e beijei sua testa.
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[…]

  Ouvi Beatrice reclamar sobre onde Carolyn estava antes de ela me ver entrando na sala de Giu bem atrás de , assim que me viu, se calou. Fechei a porta atrás de mim e respirei fundo, olhei para e vi que aquilo seria difícil para ela, principalmente por estar tudo tão recente, porém, não tínhamos tempo. Meu pai logo chegaria, um corpo apodrecia no porão e minhas irmãs nos olhavam como se a gente tivesse ocultado o cadáver. Bom, a única diferença é que Filippo e Nero ocultaram.
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  Pigarreei e dei dois passos à frente antes de começar:
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  — Podem me explicar o porquê de eu não saber que a mulher que ia se casar comigo era uma Delantera?
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  O silêncio se instaurou na sala e elas se entreolharam, menos , que seguia ao meu lado olhando para baixo, cabisbaixa.
  — Estávamos tentando juntar informações, — explicou Giulia por fim. — Não era tão simples, Beatrice escutou ela no telefone dizendo que iria comandar a Vincere.
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  — E nesse momento vocês deveriam ter vindo até mim…
  — Eu que disse para não falarmos nada. — suspirou. — Deixei meu orgulho… — Vi ela se calar e olhar para o lado como se visse alguém.
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  — … — chamei e ela me olhou, perdida, seus olhos estavam sem brilho algum. Era nítido o quanto ela estava abatida. — Quer voltar e se deitar?
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  — Não. — Minhas irmãs a olharam intrigadas, tentando entender o que estava acontecendo. — Não precisa… Precisamos contar pra elas… — Ela se encolheu e se abraçou, estava em choque e em constante ansiedade, dei dois passos em direção a ela, ficando de costas e cobrindo o corpo pequeno dos olhares inquisidores das minhas irmãs.
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  — , você não precisa fazer isso… Eu posso fazer sozinho — falei baixo e ela seguiu olhando para o chão, puxei seu queixo para que olhasse pra mim. — Tem certeza que está bem? — Ela afirmou com a cabeça e então voltei a ficar ao seu lado.
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  — Vocês estão me deixando nervosa! — exclamou Beatrice. — O que porra aconteceu com aquela parisiense insuportável?
  — Eu matei ela! — falou de uma vez, fazendo as outras arregalarem os olhos, Luna cobriu a boca, chocada, e Giulia sequer mudou sua linguagem corporal.
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  Acariciei o braço dela, tentando acalmá-la e disse:
  — Foi um acidente.
  — Um acidente? — perguntou Beatrice, incrédula.
  — Foi um acidente, Beatrice — falei com ênfase, sério, deixando todas elas cientes de que aquilo não estava aberto para discussões. — Quero todas as informações que você tiver dela e do pai dela, Giulia. Amanhã Otelo chega e vou passar tudo pra ele.
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  — Sim, .
  — Beatrice, cuide da Fascino por enquanto.
  — … — tentou falar, mas neguei com a cabeça, olhando para ela.
  — Você precisa descansar… — falei baixo, tomando o cuidado de não assustá-la. Voltei a olhar minhas irmãs e tentei ao máximo pedir mudo para que elas entendessem a situação. — Espero um relatório, me avise quando estiver pronto, Giu.
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  — Fica pronto antes do jantar.
  — Obrigado.
  Virei para sair e me acompanhou, saímos da sala e voltamos ao quarto dela. Eu vi que ela estava paranoica, acreditava que aquilo era estresse pós-traumático, ela precisava de um médico, remédios e descansar. Ela deitou na cama e se encolheu entre os travesseiros, abraçou as almofadas e se cobriu com o edredom. Olhei para ela e só conseguia pensar no quanto eu queria tirar essa dor dela. Mandei mensagem para Filippo arrumar um médico para ontem, deitei ao lado dela e ali fiquei, sem dizer uma palavra por um tempo, que parecia pouco, mas já tínhamos tomado café e almoçado, ali mesmo, na cama.
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   não queria sair dali, eu percebi que para ela era o único lugar seguro, ali ela estava protegida por alguma coisa que a cabeça dela inventou. Ela pediu para eu ficar, disse que não queria ficar sozinha em nenhum momento e que só eu entendia o que ela sentia. Engraçado era que eu não entendia, entrei na vida adulta achando normal matar as pessoas e não ter o mínimo de remorso por isso. Eu não sabia o porquê de ela achar que eu era a melhor pessoa para lhe fazer companhia em um momento como aquele, mas eu estaria ali, até quando ela precisasse de mim.
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[…]

  Meu pai me olhava há tempo demais, pensativo, fumando seu charuto e bebendo uma dose dupla de whisky depois que eu contei tudo o que aconteceu. Eu já estava sentindo meu corpo tensionado em cada músculo, Otelo era imprevisível, eu não sabia o que esperar e isso me deixava uma pilha de nervos. Nem mesmo as expressões faciais dele eu estava conseguindo ler.
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  — Sabemos o porquê de ela ter tido aquele rompante com seu anúncio então… Ela sabia de algo que nós não sabíamos.
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  — Acredito que tenha sido isso.
  — Por que não está aqui?
  — Ela não está se sentindo muito bem.
  A verdade era que depois que o primeiro psicólogo e psiquiatra disponíveis vieram examiná-la em conjunto, ela finalmente conseguiu dormir com o remédio que o doutor passou. Sem gritos, sem pesadelos, sem ela me agarrar no meio da noite como se estivesse afundando no mais profundo oceano. Ela estava calma e dormindo tranquilamente quando a deixei pela manhã.
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  — Depois comemoro com ela então…
  — Comemorar? — Franzi o cenho.
  — Óbvio! Minha filha matou um Delantera, isso é motivo para uma comemoração. — Ele sorriu, orgulhoso.
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  — Otelo, não é igual a nós…
  — Bobagens, , ela é uma Perroni. — Ele virou para meu primo. — Filippo, mande caçarem esse filho da puta que ousou me enganar. Eu quero ele vivo.
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  — Sim, Don Otelo. — Meu primo deixou a biblioteca e eu seguia tentando processar a discrepância de tudo aquilo.
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   estava em sofrimento e meu pai, feliz.
  — Nos deixem a sós — falei sério para os seguranças presentes e eles nos deixaram. — Pai, está com TEPT.
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  — Como?
  — Estresse pós-traumático. Está dormindo à base de remédios por causa do que ela fez, não fale em comemoração perto dela.
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  — Está me dizendo como agir com a minha filha?
  — Estou dizendo que sua filha está em sofrimento por causa dessa merda toda! — Bati o punho na mesa ao levantar. Estava possesso com aquela mania de relativizar coisas que não eram do entendimento de Otelo ou por simplesmente não estar dentro do que ele achava importante. — Tenha o mínimo de compaixão. Ela não é igual a mim, o monstro que você criou. — Engoli o restante do whisky em meu copo, sentindo o gosto amargo daquelas palavras.
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  — Tem mais alguma coisa que queira me contar, ? — Ele me olhou como se ordenasse uma explicação pelo meu rompante e eu sabia que tinha passado dos limites.
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  — Não.
  — Pode se retirar.
  Saí do escritório pisando duro, a raiva me possuiu de uma maneira que não consegui controlar, foi algo mais forte que eu. Subi a escada e ao ver a porta do quarto de , parei no corredor, virei para a parede envidraçada e me apoiei nela. Tentei me recompor, tentei regular minha respiração, acalmar meus batimentos cardíacos e minha mente. precisava de calmaria e eu estava o próprio caos. Virei e dei alguns passos para bater na porta, em seguida ouvi sua voz baixa permitir que eu entrasse. Abri a porta devagar e ela estava no meio da cama, abraçada aos joelhos e olhando para um lugar qualquer. Era angustiante vê-la daquela forma.
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  — Você está bem?
  — Estou melhor, graças aos remédios.
  Caminhei devagar e sentei na cama, olhando para ela, contei que tinha conversado com Otelo e ele enviou homens para a casa de Carlos Diaz ou seja lá qual fosse o nome daquele homem. Ela escutou tudo atentamente e parecia querer dizer algo, mas um medo tomou seus olhos, eu conseguia ler a dúvida se me contava ou não o que queria.
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  — Eu preciso contar uma coisa… — Balancei a cabeça em positivo, aguardando ela continuar. — Uma mulher foi até a Fascino dizendo que era minha mãe.
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  Arregalei os olhos sem acreditar, as mulheres que venderam as garotas ao meu pai não podiam entrar em contato com elas nunca mais e isso estava escrito em contrato.
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  — Ela não poderia…
  — Essa não é a pior parte, … — Ela me interrompeu e eu engoli em seco. — Mas não vem ao caso… Cheguei a conclusão que ela só queria me jogar contra a famiglia.
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  — Como assim, ?
  — Ela disse que… — vi ela hesitar, então peguei a mão dela e acariciei, seus olhos verdes vieram até os meus, sua mão apertou a minha mais forte e a vi morder o lábio — que Otelo não é meu pai.
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  Senti como se meu coração parasse por um segundo e o ar de repente ficou tão denso que eu conseguiria cortar com uma faca. Os olhos verdes me olhavam com um vazio existencial e aquilo me preocupava, tinha sido uma tragédia atrás da outra, ela iria conseguir se recuperar de tudo aquilo? Será que em algum momento nossa família ia parar de ser tão quebrada?
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  — Eu não acredito nela, não pode ser verdade — cuspiu as palavras de uma forma que parecia tentar convencer mais a ela mesma do que eu.
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  Tantas coisas me passaram pela mente naquele milésimo de segundo, cheguei a sentir uma pontada de dor de cabeça. Se ela não fosse minha meia-irmã, então…
  — E se for? — falei no ímpeto, sem pensar nas consequências da minha, aparente, simples pergunta.
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  — ! — Ela se exaltou e levantou da cama, irritada. — Não pode ser verdade! Minha vida inteira teria sido uma mentira!
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  Eu estava sendo egoísta demais, tinha tanta coisa envolvida nessa possibilidade. Eu não sabia o que era uma vida inteira achando que você era filha de alguém, da única pessoa que realmente quis você, se isso se quebrasse também eu nem sabia como tudo ficaria. Não saberia se a racionalidade de ainda se manteria intacta depois disso.
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  — Você tem razão, não tem como eu entender o que você está sentindo agora, mas…
  — Não tem “mas” — ela me interrompeu e olhou mordendo o lábio, a ponto de chorar —, se isso for verdade… — vi ela hesitar — eu não vou saber mais quem sou eu, .
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Alonso Perroni

  Desde criança eu me questionava qual era o meu lugar no mundo, aos poucos, conforme fui crescendo, eu entendi qual seria o meu posto na família. Vieram os treinamentos, os seguranças, as armas, as festas e tudo começou a fazer sentido na minha cabeça. Contudo, quando chegou, foi como se eu tivesse perdido aquela certeza sobre o lugar que teria. Depois de alguns anos, assumi a boate e fiquei feliz, estava com aquela sensação de que ali era onde eu precisava estar.
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  No entanto, agora, ali estava eu novamente, perdida, procurando meu lugar no mundo, pois tudo parecia bagunçado demais. Aquela dúvida latente de que eu não fazia parte daquela família ainda me assombrava dia após dia, mas nada era mais aterrorizante do que viver com a culpa de ter matado alguém. Não importava se era um inimigo, era uma pessoa como eu e eu tomei a vida dela em um segundo.
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  Viver com aquilo estava pesado demais e a única pessoa que eu achava que poderia me entender era aquela pessoa que roubou o lugar que eu achei que era meu. ; o meio-irmão idiota que eu tinha algum sentimento indecifrável e que eu odiava com todas as forças há alguns anos, ou o qual eu estava beijando algumas semanas atrás. Minha vida era tão conturbada que nem eu mesma conseguia entender o que estava acontecendo e como cheguei até ali.
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  — ? — O psicólogo me trouxe de volta ao momento presente. — Como foi seu dia? — Levantei a cabeça para encará-lo e suspirei.
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  — Nada de diferente de todos os outros dias.
  — Seus pesadelos?
  — Com menos frequência… — Olhei para o sofá que dormia, quase todas as noites, talvez fosse por tê-lo ali que conseguia dormir bem e isso me assustava um pouco, afinal, o maior poder que você pode dar a alguém é se permitir descansar com ele ao seu lado.
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  — Isso é uma ótima notícia. Os remédios têm feito seu trabalho. — Acenei com a cabeça. — A terapia também tem seus créditos. Falar ajuda, .
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  Aquele silêncio constrangedor de quando meu psicólogo queria entrar no assunto que estava rondando a minha mente, ele sabia que eu pensava demais, no entanto, falar era tão mais difícil. Eu tinha essa noção de que ele me observava e tentava me ler nos mínimos detalhes, eu sabia como a psicologia funcionava. No entanto, às vezes eu não queria falar e, em outras, eu sabia que certas coisas eu jamais deveria proferir.
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  — Talvez eu… — Esfreguei uma mão na outra, mordi meu lábio, não poderia falar isso em voz alta, isso só tornaria tudo mais verdade e eu não podia assumir que tinha um papel fundamental no meu sono ou nos meus dias ou na minha vida. Era tudo complicado demais. — Eu… devesse voltar a treinar.
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  — Ótima ideia! O exercício sempre ajuda, não só fisicamente como mentalmente também. — Doutor Martin olhou o relógio. — Preciso ir agora, , mas lembre-se, pode sempre me ligar.
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  — Obrigada, Martin.
  Estava sozinha novamente depois de 1 hora de terapia, era sempre a mesma coisa, e, no fim, a pergunta sobre meu dia. Nada mudou nos últimos 18 dias que eu continuava sem conseguir sair de casa, mal saía do meu quarto, na verdade. Minhas irmãs me procuravam todo santo dia, entravam no meu quarto, tentavam conversar comigo, mas eu não conseguia falar mais do que palavras educadas. Não queria descontar nada que passasse pela minha cabeça nelas, ou que elas vissem um surto meu que, mesmo tomando remédio, às vezes aconteciam. Levantei da poltrona e me joguei na cama, eu estava cansada de me sentir assim.
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  Eu não era mais eu.
  Nem eu mesma sabia que iria reagir assim ao matar alguém, nunca tive coragem de atirar em ninguém, mas também nunca tive pena das pessoas. Parecia latente em mim, já que tive um treinamento para ser violenta, porém, nunca consegui mais do que uns tapas, socos e falar atrocidades. Quando as coisas aconteciam realmente, tudo mudava de figura, era aterrorizante olhar para a morte.
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  Encarei o teto branco acima de mim e senti aquele vazio no peito e minha cabeça parecia pesar toneladas. Não era para eu me sentir melhor depois de fazer terapia? Eu queria um martini, ou melhor, meu whisky, queria me afogar na bebida até esquecer quem eu era. Sentir que fazia parte de outra realidade, outra família, queria ter outra vida… ou vida nenhuma.
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  Senti meu corpo inteiro retesar.
  Fechei os olhos com força e me abracei.
  Mordi o lábio e senti as lágrimas escorrerem pela minha bochecha, apertei minha barriga com mais força e minha vontade era de gritar até ficar sem voz. E quando me dei conta, Luna estava me abraçando e chorando junto comigo.
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  — Vai ficar tudo bem, … — ela repetia em um volume quase inaudível. — Vai ficar tudo bem…
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  Quando ela tinha entrado no quarto?
  — Ela tomou os remédios? — Ouvi a voz grossa e virei a cabeça, vendo na beirada da cama, em pé. — Dê o remédio pra ela, Luna.
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  — Eu estou bem. — Levantei do colo de minha irmã, afastando-me quando finalmente senti forças para tal, e olhei para , que mantinha a expressão serena, mas dava para ver que ele estava irritado com alguma coisa. — O que aconteceu?
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  — Nada que deva se preocupar.
  Luna me deu dois comprimidos e eu engoli com a água que foi me alcançada também por ela.
  — Não precisa ficar me escondendo as coisas, . — Deitei novamente, dessa vez com a cabeça no travesseiro. — Está tudo bem com a Fascino?
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  — Sim, sua boate está ótima.
  — Perfeito… — Senti meus olhos pesarem, virei para o lado e deixei o sono me levar.
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[…]

  — Vince voltou ao trabalho e a Gio vanna também. — Beatrice me contava no café da manhã um dos poucos dias que consegui descer para sentar à mesa. — Ela está começando a perguntar por você…
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  — Diga que estou doente.
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  — Isso funcionou na primeira semana, . — Ela levou mais uma colher de salada de frutas à boca. — Deveria falar com ela…
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  — Não sou uma boa companhia no momento. — Mordi meu sanduíche e suspirei.
  — Ela é sua melhor amiga… — Dei de ombros e torci os lábios. — Você não é assim.
  — Eu sei. — Levantei da mesa e no caminho para o meu quarto, peguei uma garrafa de champanhe, que se fodessem os remédios.
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  — Pra onde pensa que vai com isso?
  Parei no meio do corredor, tão perto de estar segura do meu quarto, mas tinha que surgir sei lá de onde pra me infernizar. Virei devagar para ele, que já vinha em minha direção, assim que parou perto o suficiente, tomou a garrafa da minha mão.
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  — Sabe que não pode beber.
  — Sei também que não posso me matar, então essa é a escolha menos arriscada.
  — — ele franziu o cenho e eu dei de ombros olhando pra ele, que se aproximou ainda mais —, não fale isso.
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  — É a verdade.
  — Não sei o que eu faria se perdesse você… — Sua mão veio em direção ao meu rosto e eu dei um passo para trás, assustada. recolheu seu braço e suspirou, fechando seus olhos. — O que eu posso fazer pra te ajudar? — Voltou a olhar para mim, preocupado, eu odiava aquele olhar.
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  Continuava encarando ele com os olhos baixos e então olhei para o chão antes de dizer:
  — Ninguém pode me ajudar, quanto mais cedo aceitar isso, melhor. — Virei as costas e entrei no meu quarto.
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  Senti meu peito doer, coloquei a mão entre meus seios, lágrimas deixaram meus olhos e senti aquela dor sufocante de novo. Eu queria tanto que isso acabasse, que eu ficasse bem de novo, que eu fosse eu mesma. Sentei no chão e apoiei minha testa em meus joelhos, era angustiante sentir coisas que eu nem mesmo sabia explicar.
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  — Você deveria parar de ser tão fraca…
  Olhei para cima e vi Carolyn me encarando com aquele ar de superioridade. Fechei os olhos com força e abracei meus joelhos, aquilo era minha imaginação.
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  — Você não é real!
  — O que é ser real pra você, ? — Abri os olhos com receio e a vi caminhar pelo quarto, olhando os porta-retratos que eu tinha ali. — É fingir que não está apaixonada pelo seu irmão?
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  — Cala a boca! — Levantei com a raiva tomando conta de mim, esqueci que aquilo era só mais um dos meus episódios de alucinação pela crise de ansiedade e deixei o ódio me preencher. — Você nunca deveria ter entrado por aquela porta.
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  — Ao mesmo tempo que você também não, bastarda!
  Peguei um dos livros que havia na estante de canto e joguei com força em direção a ela, fazendo com que desaparecesse. Senti meu peito doer e a minha respiração acelerada de tão nervosa que fiquei. Eu estava perdendo a cabeça e às vezes eu realmente tinha medo de nunca mais voltar à sanidade completa.
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Perroni

  Doía vê-la daquela forma, eu queria arrancar daquela cama, tirar ela daquela escuridão que tomou seu coração e sua mente. Eu preferia estar brigando com ela ou estar irritado por ela ter feito alguma besteira ou pelo simples fato de amar ser desobediente. Não queria tê-la em casa se fosse desse jeito, quando eu quis foi por sua segurança e não por ela estar destruída psicologicamente.
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  Ela estava quebrada demais para sequer levantar e reclamar por eu estar mais um dia ali, velando seu sono. Queria vê-la dizer que não precisava de mim, que eu estava invadindo seu quarto, seu espaço e sua privacidade. Era doloroso demais vê-la definhar daquela forma, dormir à base de remédios e viver com aquele olhar perdido, vazio e sem brilho, mas que ao mesmo tempo, parecia que muita coisa perturbava sua mente.
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  Não tinha como eu ajudá-la, mas todo dia eu tentava.
  — Bom dia… — Ouvi a voz sonolenta dela soar pelo quarto, me tirando dos meus pensamentos.
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  — Bom dia.
  — Você pode dormir aqui, sabe? — Ela apontou para o outro lado da cama. — É bem grande e… Dormir nesse sofá deve ser horrível.
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  — É o suficiente, não são todas as noites.
  — Mas quase todas. — Ela levantou e foi em direção ao banheiro.
  — Isso foi uma reclamação? — falei mais alto para que ela pudesse ouvir, pude até curvar os lábios achando que aquilo poderia ser ela voltando ao seu normal.
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  — Foi só uma observação.
  Suspirei, murchando os ombros.
  — Não esqueça de tomar seus remédios e… — suspirei, encolhendo meus ombros e continuei baixinho: — tenta sair desse quarto… — Abaixei a cabeça, mas fui alertado pelo som dos seus passos, que ela estava voltando ao quarto, então tratei de me recompor.
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  — Não vou esquecer, você faz questão de me lembrar todo santo dia. — Vi ela pegar os três comprimidos e tomar.
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  — Te vejo no café da manhã? — Deixei o quarto e assim que me vi no corredor, tentei mais uma vez não me culpar por ela estar daquela forma.
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  Era impossível não assumir um pedaço de culpa dessa merda toda. Eu deveria ter dito não, deveria ter falado que não iria casar e ter falado para Carolyn voltar de onde veio. Balancei a cabeça em negativo e segui o caminho para o meu quarto, onde eu estava mais seguro para externar os pensamentos autodestrutivos que me atormentavam a todo segundo.
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[…]

  No dia seguinte, meu pai tinha organizado uma reunião para saber as notícias da busca por Carlos Diaz. Entrei naquele escritório já sentindo de longe a aura pesada estampada em meu primo. Eu tinha esse dom de ler as pessoas facilmente, por isso eu era tão bom nas torturas. Sentei na poltrona em frente à mesa de madeira, logo meu pai entrou na biblioteca exalando poder. Ele adorava quem ele era, isso era muito nítido.
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  — Vamos ao que interessa… — Otelo sentou em sua cadeira.
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  — Don, a busca foi feita por toda a propriedade, mas não havia ninguém.
  — Como não tinha ninguém? — Meu pai socou a mesa de madeira fazendo todos os presentes, menos eu e Filippo, darem um sobressalto. — Eu fui lá há alguns meses…
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  — Os soldados disseram que a casa está completamente vazia, Don Otelo.
  — Eu quero — meu pai rangeu os dentes antes de continuar: — que cacem esse maledetto!
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  — Si, signore.
  Todos se mantiveram na mesma posição, olhei para Filippo, e nós sabíamos o que viria.
  — O que estão esperando? — gritou meu pai. — Agora, vão!
  Todos saíram com pressa, eu apenas respirei fundo, esperando o que sobraria para mim de tudo isso, porém, pela primeira vez vi meu pai sentar calmamente e acender seu charuto depois de uma péssima notícia. O que já me deixou ainda mais preocupado. Otelo não era uma pessoa previsível, nunca sabemos o que esperar, no entanto, tem algumas coisas que eu sabia como ele iria lidar, e, definitivamente, esse comportamento era novo.
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  Levantei devagar quando o silêncio pareceu ser a escolha de meu pai para o momento. Caminhei para fora do escritório e passando pela biblioteca meus olhos foram até a poltrona preferida de . Em um passado não tão distante era raro não encontrá-la ali aquela hora, lendo. Engoli em seco e segui meu caminho até o andar de cima. Tentei desviar meu pensamento para o maior problema que tínhamos nas mãos agora. Não sabíamos onde estava o maior inimigo que tínhamos em anos, um que conseguiu colocar alguém dentro da nossa casa.
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  Eu ainda precisava descobrir quem era o infiltrado que estava trabalhando junto a Carolyn. Assim que avistei o corredor dos quartos ouvi gritos vindo do quarto de , olhei para frente e vi Luna assustada, eu e ela corremos em direção à porta, que abrimos com pressa. estava gritando, deitada bem no meio da cama, seus olhos estavam fechados e seus braços em volta da cabeça.
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  Ela estava em outro surto.
  Luna subiu em cima do colchão depressa e a abraçou, fiquei de pé na beira da cama, olhando as duas, tentando pensar em algo para resolver aquilo. Eu precisava descobrir um jeito de livrar de toda essa dor e angústia. Eu queria resgatá-la, mesmo que isso fizesse eu me perder novamente.
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  Saí daquele quarto após deixá-la medicada e dormindo, tentava pensar em algo que fizesse sentido para ajudar , caminhei até a área da piscina e sentei em uma das espreguiçadeiras. Acendi meu cigarro e ali fiquei, conjecturando comigo mesmo quais eram as minhas opções.
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  Eu poderia forçá-la a sair de casa. Revirei os olhos soprando a fumaça para cima; péssima ideia.
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  Talvez levar ela até a casa de campo, a natureza ajudaria, porém, a atual… personalidade dela não me garantia que ela iria de bom grado. Por mais que fosse uma das casas preferidas dela.
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  Talvez se eu trouxesse Giovanna para ver ela… Se bem que ela disse para Beatrice que não queria ver os amigos.
  Pensar em uma forma de ajuda era uma tortura, eu estava com cansaço mental há tantas semanas. Estava sendo muito complicado para todos nós passar por isso. Meu pai fingia que nada estava acontecendo, mas eu percebia as mudanças de humor, no comportamento, as madrugadas sem dormir, sem falar que faziam dias que ele nem sequer saía dessa casa. Além dele mesmo ter ido atrás do melhor psicólogo para tratar ela.
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  Ele estava morrendo de preocupação, no entanto, era nítido que ele não sabia lidar, pois não foi nenhuma vez vê-la.
  — Está com uma cara péssima, primo. — A voz de Filippo me tirou dos meus pensamentos. — Já te vi pior, mas você tinha levado uma surra no treinamento. — Ele riu enquanto se sentava na cadeira à minha frente.
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  — Engraçadinho.
  — Meu tio não teve uma reação previsível, por mais imprevisível que ele seja.
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  — Ele está apavorado, mas não admite.
  — Minha prima não está bem, não é? — Ele uniu as sobrancelhas, demonstrando preocupação.
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  — Ela teve outro surto. Não sei mais o que fazer…
  — Ela está sendo bem cuidada pelo psicólogo e tomando os remédios, . Ela precisa de tempo agora.
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  — Não aguento mais vê-la dessa forma.
  — Fale com o psicólogo dela, talvez ele te dando uma opinião profissional do que fazer você consiga ajudar.
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  — Você é um gênio, Filippo. — Pela primeira vez em semanas eu sorri e senti aquela ponta de esperança que eu precisava para me manter são.
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Continua

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Lelen
Admin
13 dias atrás

O trauma da guria, coitada. E ainda tem que surgir esse grilo falante saído do inferno pra assombrar a pobi.
Mas o bom é que esse episódio aproximou os pps de forma “amigável” de verdade, sem o “ódio” envolvido, vamos ver até quando vai durar e, se durar, para onde evoluiremos HEHEH
E eu acredito forte na teoria que ela não é filha do Otelo, todos oremos, amém.

PS: JUAN AINDA PERMANECE NA MINHA LISTA DE SUSPEITOS, UM BEIJO.

Ray Dias
12 dias atrás

Fillippo, por favor, fale pro nosso pp ir atrás de Alessia e descobrir tudo, só assim ele vai saber ajudar e tirar a pp desse poço. E também, dominar o jogo sobre Otelo, fazendo-o falar a verdade pra “filha”. E depois sejam o casal que esperamos tanto, com culpa, mas agora não mais sentiremos culpa.


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