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My Little Thief

Capítulo 37

  Sua face estava séria, seu olhar frio, eu já imaginava que ele estaria mais do que chateado comigo, ele deveria estar me odiando naquele momento.
  — Antes que diga aquela frase óbvia de, eu vim pelo pendrive. — comecei dando alguns passos até o sofá. — Seja bem-vindo à minha casa, apesar de não ter sido convidado.
  — Há alguns dias eu era seu marido, então achei que não precisaria de convite. — disse ele num tom irônico. — Mas, voltando ao óbvio, sim, eu vim pelos arquivos da minha família e não vou sair daqui sem eles.
  — Foi o que pensei. — dei um sorriso malicioso e mordi de leve meus lábios inferiores. — Então, vamos negociar.
  — Não. — ele foi direto e preciso. — Você vai me devolver o que roubou de mim, e não vai levar nada em troca.

  — Acha mesmo que vou sair sem nada? — ri de leve. — Acha mesmo que conseguiu me achar sozinho?
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  Ele se manteve em silêncio, parecia pensar em todos o tempo que estava a minha procura.
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  — Acha mesmo que eu não tinha percebido? — mexi na correntinha que ele havia me dado, que ainda estava em meu pescoço, alisando o pingente de pérola. — Você colocou um rastreador nesta correntinha, mas provavelmente ficou tão confuso e chocado por eu ter te roubado que se esqueceu. — suspirei fraco lendo suas expressões faciais. — Mas então, como não conseguiu encontrar nada no meu tablet, acabou de lembrando do presente de casamento, confesso que fiquei torcendo para que não demorasse.
  — O que espera dizendo isso? — ele bufou um pouco. — Que eu admita que você soube como me manipular? Eu admito, mas isso não vai acontecer novamente, você vai me dar este pendrive e nunca mais me verá novamente.
  Senti um frio na espinha, respirei fundo e me voltei para a cozinha, pela primeira vez não sabia o que fazer, nem como agir com ele. Caminhei tranquilamente até a geladeira e a abri retirando uma garrafinha de água, logo a porta da geladeira se fechou, era ela.
  — Não estou com paciência para seus jogos, . — seu tom estava um pouco mais alto e agressivo.
  — Vai me bater para obter o que quer? — perguntei tocando de leve em seu rosto.
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  — Não, jamais faria isso. — ele pegou em minha mão me distanciando ele. — Mas posso persuadi-la.
  Seu olhar ficou um pouco mais malicioso.
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  — Estou começando a gostar disso, mas você disse que não quer jogar. — sorri de leve e abri a garrafinha para beber a água.
  — Não estou jogando. — ele tomou a garrafinha de mim. — Estou falando sério.
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  — Eu também. — peguei a garrafa de volta e tomei um gole.
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  — Não quero pegar a força. — sua sinceridade no olhar arrepiava meu corpo. — Não me importo se não gosta de mim, ou se foi somente diversão para você, mas acho que deveria ter pelo menos respeito a minha mãe, ela ainda te considera da família.
  Engoli seco suas palavras, mencionar sua mãe fez a culpa por ter roubado eles, me corroer ainda mais por dentro.
  — E você? Não me considera mais? — estava curiosa sobre seus pensamentos.
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  — Não misture as coisas. — ele desviou seu olhar de mim. — Só estou te dando a oportunidade de devolver, por um pedido da minha mãe.
  — Você respondeu e isso que faz perceber que está mentindo. — eu me aproximei mais dele e retirei o pendrive do meu bolso, erguendo um pouco. — Consigo ver em seus olhos, mesmo com toda a raiva, não é somente por sua mãe.
  Sorri de canto e assim que ele se moveu para pegar o pendrive, me desviei dele rapidamente e continuei caminhando até a varanda lateral, seguindo em direção a piscina. Ele me seguiu, estava mesmo destinado a me persuadir.
  — Não pode continuar fugindo para sempre. — disse ele atrás de mim.
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  — Eu sei, estou somente pensando em como posso negociar com você. — ri de leve.
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  — Já disse, não vim para negociar. — retrucou ele.
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  — Eu sei. — ri mais um pouco. — Ah, tenho que admitir que sua família possuem muitos desafetos, o que me deixou surpresa.
  — E está pretendendo usar isso a seu favor. — concluiu ele. — Ou só está seguindo ordens?
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  — Ordens? — eu parei ao lado da piscina e fiquei de frente para ele. — Acha mesmo que o controle está nas mãos do Dean?
  — Você me roubou, poderia não ter feito. — retrucou ele. — Queria poder pensar que você fez isso pelo prazer da adrenalina, ou…
  — Não foi porque o Dean mandou, acredite. — mantive minha voz firme, não falaria meu reais motivos, mas não o deixaria pensar tolices. — De qualquer forma, foi melhor ter sido roubado por mim.
  — Você acha? — sua indignação era visível. — Acha mesmo que foi melhor ter sido apunhalado por você?
  — Sim. — melhor eu do que a Louise, pensei comigo mesma.
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  — Essa é a última vez que vou te pedir…
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  — Não. — o interrompi esticando minha mão com o pendrive sobre a piscina. — Este pendrive não vai sair desta casa.
  Mantive meu olhar nele, mas o dele estava naquele pequeno objeto, com a minha unha destravei a lateral do pendrive, o abrindo e sem receio do que estava fazendo, deixei meu breve objeto de desejo cair nas águas da piscina.
  — Bem, acho que isso significa nosso divórcio. — disse de uma forma debochada.
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   desviou seu olhar para mim, ele parecia ainda mais confuso e desnorteado, mas permaneceu em silêncio. Dei alguns passos em sua direção e ao passar por ele.
  — Se serve de consolo, eu não queria ter feito o que fiz. — suspirei fraco.
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  — Suas palavras não muda o fato de ter feito. — retrucou ele.
  — Eu sei. — respirei fundo. — Você conhece o caminho da saída.
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  — Eu prometo nunca mais me aproximar de você.
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  Voltei a seguir para dentro da casa e subi para meu quarto.
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  Minutos depois, Stef entrou acompanhada de Cronos, meu cachorro foi logo se deitando em minha cama, enquanto ela permaneceu parada na porta.
  — Senhorita LT, me desculpe por tê-lo deixado entrar sem avisar. — ela parecia meio receosa — Mas ele deu a sua senha, então.
  — Não se preocupe, aquele senhor é muito bem-vindo em minha casa, apesar de achar que ele nunca irá voltar. — desviei meu olhar para a janela. — Ele já foi?
  — Sim, ficou um tempo olhando a piscina, mas logo se retirou. — respondeu ela.
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  — Stef, pode tirar o resto do dia de folga, amanhã você não vem mesmo. — comecei a pensar no que faria na próxima semana. — Acho que semana que vem, você poderá vir somente dois dias.
  — A senhorita pretende viajar com o Cronos?
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  — Sim, vou iniciar meu plano de férias. — falei com convicção. — E Cronos, meu fiel companheiro, irá comigo.
  — E já tem algum destino traçado?
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  — Andei pensando em Bahamas. — sibilei um pouco. — Acho que posso me divertir lá.
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  — Um bom lugar para se descansar, a senhorita merece.
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  — E você também, por isso, irei depositar uma bonificação em sua conta. — a adverti. — Então trate de aproveitar a próxima semana para viajar também.
  — Ah não, agradeço a bonificação senhora, mas ando economizando para meu casamento.
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  — Stef, finalmente aceitou o pedido dele?
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  — Sim senhorita, Dimitri ficou muito feliz quando eu aceitei.
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  — Não se preocupe com o dinheiro do casamento, apenas pegue a bonificação e viaje como se fosse sua despedida de solteiro. — sorri de leve.
  — Mais uma vez obrigada. — ela se retirou um pouco mais animada.
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  Desviei não meu olhar para Cronos que já estava encolhido no meio da minha cama.
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  — Ah, seu preguiçoso, está animado para nossas férias. — me deitei ao seu lado. — Como sempre, seremos eu e você.
  Naquele momento senti que toda a disposição que havia acordado comigo, já tinha me deixado, aquele cansaço mental de dias tinha retornado e precisava mesmo de uma viagem que ocupasse todos os meus pensamentos. Me levantei novamente e desci as escadas, tinha deixado meu celular em cima da mesa de centro na sala, assim que cheguei perto, notei que minha mala estava ao lado do sofá, assim como meu tablet ao lado do celular na mesa de centro.
  Mais uma vez para estava sem reação diante da família Cho. tinha levado minhas coisas, poderia ter queimado ou jogado fora, mas resolveu devolver, principalmente meu tablet. Por curiosidade, abri a mala e tudo estava devidamente dobrado e organizado, havia uma carta em cima das roupas, meu corpo gelou naquela hora.
  — Mais uma surpresa, . — sussurrei pegando a carta.
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  Mas não era dele, imprevisivelmente era de sua mãe.
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  — Senhora Mary, isso é golpe baixo, eu gosto tanto da senhora. — sussurrei novamente abrindo a carta.
  “Querida LT, posso te chamar assim também?
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  Mesmo triste por ter feito o que fez, tenho certeza que existe um motivo, meus filhos e meu marido estão com raiva, mas uma hora isso passa. O que importa é que eu ainda te considero a filha que nunca tive e te perdoo…”
  Eu não consegui nem terminar de ler. Respirei fundo e dobrei aquela carta novamente. Peguei meu celular e liguei para o senhor D.
  — Uma ligação inesperada sua? — disse ele ao atender.
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  — Quero viajar amanhã. — direta e precisa.
  — Mas ainda não terminamos o último serviço. — contestou ele.
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  — Sim, já terminamos. — respirei fundo. — Não importa o valor, não vou aceitar nenhum.
  — Espera, vamos conversar…
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  — Dean, não. — continuei firme. — Vamos encerrar isso por aqui.
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  — Hum, tudo bem, vou encerrar com você, mas nossos clientes não precisam saber da sua decisão final. — retrucou ele.
  — O que anda fazendo Dean?
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  — Um pequeno leilão.
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  — O quê? — não sabia se ficava indignada ou abismada. — Está fazendo um leilão com as informações da família Cho?
  — Sim.
  — E se eu te disser que não existe mais informações.
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  — Você…
  — Apaguei tudo. — respondi superficialmente.
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  — Apagou mesmo, ou devolveu a quem pertencia?
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  — Aonde quer chegar?
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  — Acha mesmo que não sei da visita do seu, ele ainda é seu marido? — perguntou com um tom disfarçado de deboche.
  — Não importa o que eu fiz, só saiba que não tenho mais nenhum pendrive com arquivos. — Fui ainda mais clara.
  — Tudo bem. — ele riu. — Mas, como eu disse, nossos clientes não precisam saber.
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  — Não importo com o que vai fazer, só não os prejudique mais. — o alertei. — E se ousar mencionar a Louise…
  — Calma, já dei minha palavra e isso já basta. — me interrompeu. — Mas voltando à sua viagem, seria…?
  — Minhas férias. — esclareci.
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  — Hum, andei pensando, se quiser posso te emprestar minha casa nas Ilhas Maldivas.
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  — Já tenho minha rota, Bahamas, e Cronos irá comigo.
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  — Tem certeza? — perguntou ele.
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  — Sim, vou para Bahamas, por isso preciso de um transporte onde meu cachorro possa ficar comigo. — expliquei.
  — Hum, acho que posso te emprestar meu jatinho.
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  — Agradeço.
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  — E para não dizer que sou uma pessoa insensível, o hotel fica por minha conta.
  — Quarto presidencial. — frisei.
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  — O melhor para a melhor. — assentiu ele rindo.
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  — Ok, embarco amanhã cedo. — desliguei o celular e voltei para o quarto.
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  Desta vez eu iria arrumar minhas malas não para mais um serviço, mas para meu tão sonhado descanso. Porém mesmo tendo a companhia do meu fiel cachorro, lá no fundo eu queria que uma certa pessoa também fosse comigo.

“É como se eu não conseguisse respirar, desde meu nascimento até agora…
É a minha primeira vez sentindo algo assim,
Meu cérebro e pensamentos estão preenchidos por você,
Preenchidos pelas suas expressões e suas risadas.”

– My Answer / EXO

Capítulo 38

  

  Eu ainda estava estático com as ações de , ela parecia estar sendo sincera, apesar de ter me enganado algumas vezes, eu consegui sentir que não queria mesmo nos roubar. Mas já havia lhe dado a minha palavra, me manteria o mais longe possível dela, mesmo tendo que ir contra meus reais sentimentos.
  Assim que entrei no quarto do hotel que estava hospedado em Manhattan, liguei o meu notebook e verifiquei meus e-mails. O que me fez lembrar que tinha uma reunião marcada, com um importante cliente da empresa, então tinha que me concentrar de alguma forma, apesar dos meus pensamentos sempre se resumirem a .

  E isso estava me deixando um pouco louco.
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  Me espreguicei ao olhar para as malas que ainda estavam fechadas, tombei um pouco meu corpo me deitando e fechei os olhos, em uma coisa ela estava certa, minha família estava criando muitos desafetos. E isso nos preocupava por guardarmos muitos segredos de nossos clientes. Logo meu celular tocou em meu bolso, o atendi, era uma ligação de casa.
  — Alô. — disse ao atender.
  — , querido? — era a voz de minha mãe.
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  — Olá mamãe, algum problema?
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  — Nenhum, só estava preocupada com você. — respondeu ela.
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  — Estava mesmo preocupada comigo, ou com sua filha protegida? — disse num tom enciumado.
  — A yah. — gritou ela. — Como ela está? Ela devolveu os arquivos?
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  — Sim e não. — respondi.
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  — Como assim? — perguntou Siwon, o telefone parecia estar no viva voz.
  — Quem mais está aí? — perguntei.
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  — A família toda. — respondeu Sam.
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  — Yah. — gritou minha mãe. — Sou eu que fiz a ligação, então parem de interferir.
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  Eu comecei a rir deles.
  — Respondendo sua pergunta, ela aparentemente está bem mãe. — confirmei o que obviamente a senhora Mary queria saber.
  — E o pendrive com as informações? — perguntou meu pai.
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  — Ela não quis me entregar, mas o destruiu na minha frente. — comecei a me lembrar, como se estivesse revivendo aquela cena novamente.
  — Jinja? — disse Sam num tom surpreso.
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  — Eu disse. — comentou minha mãe. — Eu disse que ela jamais faria algo assim conosco, se ela fez é por algum motivo forte, caso contrário, não teria destruído.
  — E como podemos ter certeza que ela não fez uma cópia? — retrucou meu pai.
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  — Cho Hwang, pare de causar mais intrigas. — minha mãe o repreendeu. — Tenho certeza que não nos enganaria assim.
  — O que te faz pensar isso, mãe? — perguntou Siwon.
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  — Nossa mãe nunca erra ao gostar de uma pessoa. — disse tranquilamente.
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  No fundo, mesmo não querendo, eu também acreditava em .
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  Eles me fizeram mais algumas perguntas, mas me neguei a responder todas, até que expliquei que iria desligar para me preparar para a viagem do dia seguinte. Não poderia remarcar aquela reunião, só tinha uma escolha, que era enfrentar horas de voo até as Bahamas.

– x –

  — Seja bem-vindo, senhor Cho. — disse a secretária da família Brown.
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  — Agradeço, espero não tê-la feito esperar muito.
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  — Não senhor, já havíamos sido avisados da demora no desembarque. — explicou sinalizando para um dos seguranças pegar minhas malas. — O senhor Brown fez questão de hospedá-lo no Atlantis Resort, como uma cortesia por sua vinda.
  — Pensei que ficaria na capital. — sibilei um pouco. — Mas fico feliz pelo privilégio de me hospedar no melhor hotel de Bahamas.
  — Que bom que tenha gostado. senhor. Por aqui, por favor.
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  Ela me indicou o caminho e seguimos juntos até o carro. Minutos depois, chegamos ao prédio da empresa. Além de um velho conhecido de meu pai, o senhor Brown era dono de uma indústria de papéis de alta qualidade que começaram a se especializar em sustentabilidade, investindo também em papéis reciclados.
  Até neste ponto, não tinha muito segredo, porém não era somente os papéis de comercialização que nossa empresa transportava para eles. Existia também as remessas especiais, e eram essas que chamavam a atenção de alguns concorrentes.
  Subimos pelo elevador até o andar do escritório do presidente, o senhor Brown já estava me esperando, sentado em sua poltrona.
  — Finalmente, . — disse ele com um ar animado. — Que bom que chegou.
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  — Boa tarde, senhor Brown. — disse me curvando de leve em respeito.
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  — Por favor, eu e seu pai somos conhecidos de tempos e te vi nascer, pode me chamar apenas de Connor. — ele riu um pouco. — Já que agora é você quem está a frente da empresa, confesso que estou surpreso por isso.
  — Eu também, mas como Siwon inventou de ser médico, e Sam não leva jeito com administração, ficou para mim esta responsabilidade. — expliquei rindo de leve.
  — Tenho certeza que fará ainda melhor que seu pai. — assegurou ele. — Os jovens de hoje em dia são mais espertos e perspicazes.
  — Isso é verdade. — suspirei. — Mas não foi para falar da aposentadoria do meu pai que estou aqui, não é mesmo?
  — Verdade. — ele esticou a mão. — Sente-se por favor.
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  — Obrigado. — eu me sentei na cadeira em frente a ele. — Existe algo que esteja lhe preocupando?
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  — Tudo, para ser exato. — ele respirou fundo. — As notícias correm e soube do que aconteceu com o carregamento da empresa dos Boyarsky.
  — O senhor não está colocando em dúvida a credibilidade da minha empresa, está? — perguntei já me preocupando.
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  — Não, jamais faria isso. — disse ele com segurança. — Após anos vendo a eficiência de vocês, jamais duvidaria.
  — Então, a que se deve esta reunião?
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  — Minha preocupação se deve a uma certo boato de um leilão. — explicou ele. — Leilão este, de um pendrive que possui todas as informações dos clientes da sua empresa.
  Meu corpo gelou de imediato, não queria acreditar que poderia ser verdade.
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  — Aconteceu alguma coisa que possa validar esta informação? — reforçou ele.
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  — Não senhor. — respondi com segurança. — Fique tranquilo e desconsidere estes boatos, as informações de nossos cliente nunca estiveram mais seguras como agora.
  Pelo menos era nisso que eu gostaria de acreditar.
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  — E você pode me dar sua palavra? — retrucou.
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  — Sim, tem minha palavra. — mantive minha voz firme e a confiança em meus olhos.
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  — Fico mais aliviado em saber disso. — ele respirou fundo. — Venha comigo, quero lhe apresentar a uma pessoa.
  — Com prazer, senhor Connor.
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  — Ah, nada de senhor. — repreendeu ele rindo.
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  Eu o segui até chegarmos no espaço de convivência dos funcionários da empresa, que ficava no jardim da lateral do prédio.
  — , quero que conheça James Carter, ele é um diplomata da Alemanha. — me apresentou Connor. — James, este é o novo CEO da transportadora InH que te falei.
  — Prazer em conhecê-lo, ouvi muito bem a respeito de sua empresa e família também — ele esticou a mão em cumprimento.
  — Fico feliz que minha família e nossa empresa, tenha uma boa imagem diante da sociedade. — retribui o cumprimento.
  — Bem, se junta a nós para um café? — perguntou o senhor Connor.
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  — Agradeço, mas prefiro de retirar, passarei na filial da empresa ainda. — respondi cordialmente.
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  — Que pena. — disse o senhor Connor. — Mas espero que sua hospedagem no Atlantic seja confortável.
  — Fico muito agradecido por mais essa cortesia. — me curvei de leve.
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  — Atlantic, já que está hospedado lá, me daria a honra da sua presença no jantar que estou oferecendo logo mais à noite?
  — Me sinto honrado pelo convite, estarei lá certamente. — olhei para o senhor Connor. — Manteremos contato, e estarei sempre atento às transportações de sua empresa.
  Ele consentiu com a face, logo me afastei deles e fui acompanhado pela secretária até o carro que me levaria até o hotel. Minutos depois, após fazer o check-in no Atlantic Resort, um dos funcionários me guiou até o quarto que ficaria, considerado que ficava no melhor andar do hotel.
  Para minha surpresa, minhas malas já estavam no quarto, assim que o funcionário se retirou, caminhei até o banheiro e tomei uma ducha relaxante. Demorei um pouco, para que desse tempo do serviço de quarto chegar com a comida que eu tinha pedido, após a refeição, decidi dar uma volta pelo jardim do hotel.
  O passeio estava tranquilo e sereno, entre alguns arbustos, até que avistei ao longe algo que jamais imaginaria. Era ela, estava com sua câmera profissional tirando algumas fotos pelo jardim, estava tão concentrada que realmente parecia uma fotógrafa profissional.
  Me mantive o mais longe possível, não queria que ela me visse ali, mas também não conseguia me concentrar em outra coisa, olhar para ela era como um ímã para mim. As horas foram passando comigo a observando de longe, foi quando me lembrei que havia o tal jantar do diplomata que tinha conhecido mais cedo.
  Por um breve momento senti vontade de convidá-la para me acompanhar, foi neste momento que eu havia me esquecido do que ela tinha feito a minha família. Respirei fundo e voltei para o quarto, felizmente tinha levado um smoking para ocasiões mais formais, e foi ele que vesti.
  Demorei um pouco para sair do quarto e ir até o terraço verde onde estava sendo recepcionado o jantar. Assim que o elevador se abriu, meu olhar foi de encontro a ela, aparentemente havia sido convidada também, olhei para o funcionário que estava com a lista de convidados na mão e perguntei propositalmente quem era.
  Sua resposta foi: Cassie.
  Respirei fundo não acreditando que ela estava mesmo ali a trabalho, o que me levou a pensar o que seria seu novo objeto de desejo. Inicialmente queria sim me manter longe dela, mas se conseguiria era uma incógnita para mim, pois mesmo de longe só por olhá-la meu coração acelerava ainda mais.
  Até o momento que ela fechou os olhos, como se estivesse se concentrando para algo, obviamente para seu possível serviço, porém meu impulso foi mais forte e me aproximei dela sem o menor receio. Poderia ter dito algo, mas ela já estava de olhos fechados, não resistir à tentação e a beijei da forma mais intensa possível.
  Para minha surpresa, ela retribuiu na mesma intensidade.
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  — Não deveria beijar uma mulher de olhos fechados. — sussurrou ela ainda mantendo seus olhos fechados.
  — E se essa mulher for minha esposa? — disse com um ousado.
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  — . — ela sussurrou novamente abrindo seus olhos e me vendo — O que faz aqui?
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  Sorri de canto mantendo meu olhar fixo nela.

“Basta ficar como está,
A medida que você só olha para mim,
Eu nunca vou deixar você ir,
Apenas observe.”

– Growl / EXO

Capítulo 39

  Cedric

  Finalmente após passar alguns dias analisando todos os arquivos de casos de roubos sem soluções, comecei a perceber as ligações que os endereços dos lugares tinham com . Aquilo era mais um ponto para minhas suspeitas, porém tinha um pequeno detalhe, ela possuía sempre um álibi forte e considerável.
  — Ah… Acho que preciso caminhar um pouco. — tomei um gole do café que estava na xícara. — Confinado neste apartamento, minha vista está embaraçando.
  Caminhei até meu quarto e troquei de camisa, voltei para sala já com as chaves na mão e pegando meu celular, saí em direção a rua. Mesmo com todas as minhas investigações secretas, anotações e acúmulo de provas, eu ainda me sentia entediado por não poder voltar a base da Interpol, afinal eu estava de férias para todos.
  Continuei minha caminhada pelas ruas de Paris, pensando em todas as coisas que Davi tinha me contado, além da sua confusão ao pensar que era Cassie, algo que não havia sido somente coincidência. Desviei meu olhar para o outro lado da rua, e de relance vi uma mulher parecida com entrando em um táxi.

  — Ah, espero não estar começando a ver coisas. — sussurrei comigo mesmo.
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  De repente meu celular tocou, olhei no visor, era uma chamada de Peter.
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  — Me diga que finalmente temos uma boa notícia? — disse ao atender.
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  — Acho que sim, consegui encontrar um arquivo oculto no sistema, não foi fácil, mas está tudo aqui comigo.
  — Então, posso prender a ? — perguntei um pouco afobado.
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  — Não, ainda não. — interviu ele. — Não faça nada precipitado.
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  — Mas você não está com tudo aí? — indague.
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  — Claro que sim, mas não estou em Paris. — explicou ele. — Espere até voltar e te entregar tudo o que consegui, então poderá prendê-la.
  — Tudo bem, e quando você volta? — perguntei.
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  — Daqui dois dias, se tudo der certo.
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  — Por curiosidade, posso entender onde você está?
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  — Na sede da Interpol em Washington, D.C.
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  — Então os arquivos estavam aí. — conclui.
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  — Sim, aparentemente, os arquivos dos prodígios que haviam se tornado restritos só poderiam ser abertos em um único computador. — explicou. — Que ironicamente está na sede daqui.
  — O que significa que querem ao máximo concentrar esta informação em um único lugar. — sibilei um pouco. — Você não andou se metendo em confusão, né?
  — Claro que não, apenas hackeei ainda servidores e clonei algumas IP’s. — sua voz estava tranquila. — Nada demais.
  — Sei, vou desligar agora, seja cuidadoso e nos vemos em dois dias.
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  — Eu serei.
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  Desliguei o celular e respirei fundo, acho que de fato iria ignorar os conselhos de Peter desta vez, se mulher que tinha visto entrando no táxi for , eu não vou perder esta oportunidade. Vou prendê-la mesmo não estando com todas as provas de que preciso.
  Me virei voltando para a casa, precisava de um mandato provisório o quanto antes, e usaria a identificação de outro agente para emitir.

  

  Finalmente minhas férias era oficial.
  Apesar de algumas sugestões de viagens vinda de Stef, de Dean ter oferecido sua casa na Ilhas Maldivas, até mesmo Natália ter me convidado para ficar com ela e Joe no Brasil, decidi que passar aquele tempo sozinha era o melhor a se fazer. E não estaria completamente sozinha, já que Cronos viajaria comigo, não teria acompanhante melhor que meu leal cachorro.
  Minha escolha foi Bahamas, por uma cortesia de Dean, minha hospedagem gratuita seria no Atlantis Resort, localizado em Paradise Island que ficava próxima a capital do país, um lugar monumental e cheio de distrações para mim. Algo que estava precisando ainda mais, pois meus pensamentos insistiam se fixar em e no que eu tinha feito a sua família.
  Assim que cheguei ao resort, com Cronos ao meu lado me acompanhando, o gerente veio pessoalmente me receber, aparentemente era uma pessoa simpática e muito prestativa. Olhar para ele me fez lembrar vagamente do gerente do hotel de Vegas, e de como ele conseguiu convencer eu e a participar daquele louco casamento coletivo.
  — Aish, tenho que parar de associar tudo a ele. — disse assim que fechei a porta da minha suíte, após a saída do gerente. — Ah Cronos, bem que você podia ser um homem, assim poderia me fazer gostar de você.
  Cronos já deitado na minha cama, bocejou um pouco mantendo seu olhar em mim, em alguns momentos ele parecia me entender, mas ainda sendo um cachorro, não me ajudaria nesse caso. Enfim, por um lado eu estava realmente certa, tinha que conseguir separar as coisas, estava sendo complicado até mesmo organizar meus pensamentos, todas as coisas que via me levavam a pensar em .
  — Ah. — me joguei sobre a cama em resmungos. — Por que fui me apaixonar por ele, está ainda mais doloroso do que na época que deixei Siwon.
  Cronos resmungou também como se estivesse me respondendo, então engatinhando até mim, pousou sua cabeça na minha barriga. Comecei a acariciá-lo de imediato, ele parecia tão carente quanto eu, o que me levou a pensar que poderia arrumar uma namorada para ele, da mesma raça e muito brincalhona.
  Afinal, os opostos se atraem mesmo e meu cachorro era extremamente quieto. Deixei Cronos deitado na cama e segui em direção ao banheiro, aquela suíte era ainda mais luxuosa e grande, uma das melhores segundo o gerente. Tomei um banho relaxante na banheira e liguei para o serviço de quarto, passaria o resto do dia descansando daquelas horas de voo, meu corpo merecia um pouco.

– x –

  — Eu vou querer duas fatias de tiramisu e ice latte, por favor. — disse ao garçom assim que consegui terminar de escolher meu café da manhã.
  Ele assentiu com a face e se afastou. Olhei para Cronos que estava sentado na cadeira ao meu lado, sua postura e seu comportamento me dava orgulho, ele já tinha comido sua ração especial que pedi logo cedo no quarto. Por mais que as regras do hotel fossem claras, sobre animais de porte grande como ele, eu era uma hóspede VIP e tinha alguns privilégios.
  Além do dono ser um velho cliente de Dean, cujo algumas relíquias eu já havia conseguido para ele.

  — Senhorita. — disse o garçom ao se aproximar com a bandeja na mão. — Bom apetite.
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  — Obrigada. — continuei o observando a colocar os objetos sobre a mesa, até que um bilhete foi colocado junto, ao lado da taça de ice latte.
  Assim que o garçom se retirou, peguei o bilhete e abri.
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“Espero que tenha um excelente descanso e saboreie bem seu tiramisu.
D.”

  Levantei meu olhar e logo meus olhos encontraram ele, estava sentado em uma mesa mais distante levanto uma xícara de café a boca, seu olhar fixo em mim. Não conseguia acreditar que Dean tinha se deslocado até Bahamas para ver como eu estava, o que me fazia pensar que ele talvez quisesse algo de mim.
  Assim que terminei meu café, me levantei da mesa e peguei minha câmera que estava na cadeira ao lado, sinalizei para Cronos, para que ele me seguisse, minha disposição pedia por um passeio produtivo e cheio de registros profissionais do meu novo hobbie. Comecei pelo extenso jardim do resort, afinal, a experiência de fotografar a natureza de perto seria enriquecedora para mim.
  — Soube que foi muito bem instalada, então me sinto aliviado por isso. — disse Dean ao se aproximar de mim de forma natural e espontânea.
  — Não sabia que eu era tão importante assim, a ponto de você vir pessoalmente verificar isso. — comentei de leve permanecendo com minha atenção nos arbustos que estavam próximos de nós.

  — Sabe que sempre foi a mais importante de todos. — retrucou ele.
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  — E é desta forma que trata a mais importante? — desviei meu olhar para ele. — Férias e resort de luxo não vai mudar o que me forçou a fazer.
  — Pensei que estivéssemos zerado essa história. — seu olhar era tranquilo como sempre, porém sua face continuava séria. — Eu a deixei tomar todas as decisões que queria, você controlou tudo.
  — Depois de já feito. — senti minha voz falhar um pouco, talvez por ter me lembrado novamente do meu erro. — Depois que roubei, é fácil você me deixar decidir.
  — Ainda se sente ligada à família dele? — perguntou num tom afirmativo. — Por isso essas palavras tão duras e amargas.
  — Prefiro não responder. — desviei meu olhar.
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  Responder para ele seria o mesmo que admitir que meus pensamentos sempre estariam em . O que eu estava lutando para não acontecer, respirei fundo e posicionei a câmera para fazer mais uma foto, queria desviar o máximo aquela direção que a conversa tinha tomado.
  — Tudo bem. — assentiu ele num tom mais baixo ainda. — Quer saber sobre outra coisa?
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  — O que seria?
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  — Coloquei pessoas vigiando seu agente preferido.
  — Cedric? — o olhei novamente. — E o que ele anda fazendo?
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  — Recentemente descobri que ele se encontrou com Davi. — respondeu.
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  — Se ele encontrou Davi, pode chegar ao Flint, nosso cliente. — suspirei fraco. — Pior, ele pode ir atrás de todos os meus objetos de desejo.
  — Não vai. — assegurou ele. — Nosso agente só está descobrindo o que eu quero de descubra, nada mais.
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  — Não subestime Cedric. — o alertei.
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  — Não estou, acredite, só estou tecendo a teia para que ele mesmo cave sua cova. — explicou com sua forma enigmática.
  — Não está pensando em…
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  — Não, só estou planejando unir o útil ao agradável.
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  — Devo levar isso como algo positivo? — mantive meu olhar nele, buscando alguma falha em sua impecável expressão de tranquilidade, mas Dean era bem mais sagaz que eu.
  — Não confia em mim? — ele piscou de leve. — Aproveite seu momento e relaxe, estou cuidando de tudo que envolve você.
  — Acredito, você nunca falha. — confirmei.
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  — Ah. — ele retirou um papel dobrado do bolso e me entregou. — Caso queira algo para movimentar suas férias, nada muito importante, apenas por diversão.
  — Diversão? — dei um sorriso de canto e peguei o papel guardando em meu bolso.
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  — Talvez precise para manter a mente ainda mais ocupada, caso não queira pensar em coisas que te deixe entediada.
  — Não precisa disfarçar nas palavras. — eu imaginava do que ele estava falando.
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  Pude perceber que nem mesmo Dean queria que eu mantivesse meus pensamentos na família Cho.
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  Meu passeio com Cronos, em meios aos meus registros fotográficos, durou mais algumas horas, tanto que nem tive vontade de almoçar de tanta concentração. Quando voltei ao hotel com meu cachorro, recebi um convite para jantar no jardim do terraço do hotel, aparentemente um diplomata que também era hóspede, estava comemorando o aniversário de sua mãe e havia convidado todos os hóspedes VIPs.
  Mas é claro que aquilo poderia estar relacionado com o papel que Dean tinha me dado, é claro que minhas férias não seriam só férias. Entretanto, poderia ocupar sim minha mente com outra coisa, parar de pensar em era definitivamente minha meta para aquelas semanas que ficaria me Bahamas.
  O papel tinha algumas instruções para um serviço rápido, que envolvia diretamente esse diplomata. Supostamente, meu objeto de desejo era uma pequena agenda que ele mantinha consigo todo o tempo, em outras palavras, eu teria que ser minuciosa ao pegar aquela agenda.
  Tomei uma ducha quente e coloquei o vestido que estava devidamente separado em minha cama, cortesia do hotel. Cronos iria comigo ao jantar, jamais deixaria meu cachorro sozinho em uma viagem para nós dois, afinal foram meses em trabalhos constantes e não podendo dar atenção a ele.
  — Boa noite, senhorita. — disse o gerente assim que saí do elevador. — Espero que se divirta.
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  — Certamente sim, a quem agradeço pelo convite? — perguntei fazendo uma breve reverência com a face.
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  — Seu nome é James Carter, diplomata da Escócia. — respondeu ele apontando discretamente para um homem loiro de smoking azul marinho. — Devo dizer que vosso objeto de desejo está no bolso esquerdo do blazer.
  — Agradeço pelo detalhe. — pisquei de leve para ele e segui para a área reservada ao jantar.
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  Cronos se manteve obediente, permanecendo ao meu lado todo o tempo.
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  Como era um evento fechado, a presença de poucos convidados era óbvia, eu seguiria todos os requisitos que Dean tinha estipulado para aquele serviço, mesmo não entendendo o motivo real. De alguma forma louca, confiava em Dean e sabia que ele jamais faria algo para me prejudicar, mesmo tendo me decepcionado antes.
  — Boa noite, senhor Carter. — disse ao me aproximar dele, que estava conversando com outra mulher. — Agradeço o convite.
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  — Por favor, me chame de James. — disse ele ao se virar para mim, discretamente seu olhar desceu até meu decote e voltou para minha face. — Eu que agradeço por sua presença.
  Sorri de leve me mantendo desinteressada e me virei para me afastar, porém ele que se afastou da mulher que estava ao seu lado e se voltou para mim novamente.
  — Posso ter a honra de conhecer a senhorita? — perguntou ele pegando uma taça de champanhe, da bandeja do garçom que passava por nós e me entregou. — Diga-me seu nome, por favor.
  — Cassie. — respondi tranquilamente como estava escrito nas instruções, dei um pequeno gole. — Pode me chamar de Cassie.
  — Cassie. — sussurrou ele num tom sinuoso.
  Ficamos conversando por alguns instantes, até que propositalmente me afastei dele. Para ser mais sincera, eu estava me sentindo um pouco sufocada com seu olhar significativo, de alguém que queria me levar para seu quarto. Algo que me fez pensar em de imediato, afinal, o único quarto que eu gostaria de estar naquele momento, era do meu álibi marido. Uma realidade que me doía admitir e encarar, meu coração já estava nas mãos dele.
  — Ah, LT, se concentra, pare de ficar pensando em quem não deve. — sussurrei para mim mesma levando a taça a boca, tomei o último gole. — Preciso me concentrar, se não conseguir roubar uma agenda por causa de , não consigo fazer mais nada.
  Talvez aquele serviço não fosse somente para me distrair e sim para me testar, já que estava tão traumatizada em ter que pegar coisas que não queria, que poderia perder minhas habilidades de Little Thief. Respirei fundo fechando os olhos, precisava me concentrar, foi quando senti os lábios de alguém tocarem os meus.
  De início, por algum motivo pedi aos céus para que fosse , mas o que ele estaria fazendo ali em Bahamas? Mantive meus olhos fechados e retribui o beijo, mesmo sem saber quem era, talvez lá no fundo eu pudesse reconhecer o gosto daqueles lábios que tornava aquele momento tão intenso.
  — Não deveria beijar uma mulher de olhos fechados. — sussurrei ainda mantendo meus olhos fechados.
  — E se esta mulher for minha esposa? — disse aquela voz que arrepiava meu corpo.
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  — . — sussurrei novamente abrindo meus olhos e o vendo. — O que faz aqui?
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  — Olá, Cronos. — disse ele desviando o olhar para meu cachorro. — Seu cachorro é realmente muito comportado.
  Meu coração não sabia se parava de vez ou acelerava ainda mais, era ele ali, novamente.
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  — Não vai me responder? — insisti.
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  — Estou a trabalho, mas pelo que vejo, você também. — respondeu ele num tom mais sério ainda, voltando seu olhar para mim. — Cassie.
  — Devo presumir que conhece o diplomata? — sibilei.
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  — Então ele é seu novo objeto de desejo? — perguntou mantendo a frieza em seus olhos, nem parecia a pessoa que tinha me beijado com tanta intensidade.
  — Ele não, mas o que ele possui. — expliquei.
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  — E vai atraí-lo para o quarto também.
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  Senti aquela palavras como uma adaga cortando meu coração, respirei fundo me mantendo firme e estável.
  — Sei que está magoado comigo, mas isso não lhe dá o direito de fazer tal suposição. — retruquei segurança. — Pode não parecer, mas ainda levo aquele casamento a sério.
  — Tem certeza? — ele deu uma risada disfarçada. — Mas não estamos falando da mesma pessoa, minha esposa se chama , você atualmente se denomina Cassie.
  Engoli seco, desta vez não tinha o que contestar.
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  — Algum problema aqui? — perguntou James ao se aproximar de nós.
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  — Nenhum, eu apenas confundi esta senhorita com alguém que conhecia, alguém que considerava ser próximo a mim. — ele desviou seu olhar de amargura para James. — Mas agradeço o convite, senhor Carter, meus pais esperam sua visita em breve.
   se afastou de nós sem nenhuma cerimônia. Seu olhar triste e sua voz fria me fizeram perceber que ele ainda mantinha esperança de que eu pudesse estar arrependida de algo, mas de alguma forma o tinha decepcionado novamente. Senti meu coração mais do que apertado.
  — Tem certeza que está tudo bem? — perguntou James novamente.
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  — Sim. — deu um sorriso disfarçado, o olhar dele estava ainda mais intenso para mim.
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  Talvez o beijo de tivesse provocado ainda mais o desejo que James estava criando por mim, e o meu lado LT iria se aproveitar disso. Sorri de forma maliciosa para ele, porém continuei me mantendo desinteressada, tinha que manter o personagem, mesmo com meus pensamentos a todo momento se voltando para .
  O jantar estava saboroso, desfrutamos de um cardápio extremamente sofisticado, ao final da noite me retirei discretamente e voltei para minha suíte. Assim que entramos, Cronos foi direto para cama e deitou bem no meio dela, fiquei um tempo olhando para ele, quando tocaram na porta do meu quarto.
  — Cassie. — era James. — Saiu sem se despedir.
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  — Bem, não queria atrapalhar a conversa que estava tendo com aquela mulher, ela me parecia uma boa companhia para você. — expliquei saindo e fechando a porta.
  — Digamos que ela não era a companhia que eu queria. — era visível seus traços de uma pessoa alcoolizada, não estava nenhum pouco sóbrio.
  — E posso descobrir com quem gostaria de estar? — perguntei.
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  Ele se aproximou um pouco mais de mim, obviamente sua intenção era me beijar, eu pousei minha mão em seu tórax o mantendo um pouco afastado de mim, aquela era sem dúvidas a melhor hora para pegar meu objeto de desejo. Talvez em uma outra época, eu o distraia com um beijo e pegaria a agenda em seu bolso ao mesmo tempo, mas não naquele momento, pois eu tinha outra pessoa em minha mente.
  Respirei fundo mantendo meu olhar nele, em um piscar de olhos que James avançou mais um pouco em mim, senti uma pessoa o puxando e socando sua cara. Fiquei estática a primeiro momento, porém depois vi que era , eu passei por ele e ajudei James a se levantar, nesse tempo aproveitei para pegar discretamente aquela agenda.
  Notei que o olhar de estava em minhas mãos, com a agenda que escondia atrás de minhas costas, o que me fez respirar fundo.
  — O que está fazendo? — perguntei a ele não entendendo.
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  — O que queria ter feito a muito tempo. — respondeu ele pegando em minha mão e me puxando consigo.
  — Ei. — James segurou na mão dele. — Quem pensa que é, ela está comigo, procure outra.
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  — Ela nunca esteve com você. — deu outro soco em James o derrubando mais uma vez. — Nunca mais se aproxime desta mulher novamente.
  Ele segurou firme em minha mão e me puxou até sua suíte, ao mesmo tempo que me senti aliviada e feliz, estava indignada.
  — Você tem noção do que fez? — perguntei soltando minha mão da dele. — A Cassie foi exposta, aquele homem…
  — Aquele homem nem vai se lembrar de você amanhã de manhã. — assegurou ele tranquilamente. — Além do mais, eu te fiz um favor, já que conseguiu o que queria.
  — Eu não te pedi nenhum favor. — mantive minha mão com a agenda para trás. — Estava tudo sob controle.
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  — Entendi. — ele se virou cruzando os braços, demonstrando frustração. — Me desculpe por tentar te ajudar.
  — Não era você que queria distância de mim? Foi o que disse em minha casa. — retruquei.
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  — Você está certa, eu realmente deveria me manter longe de você. — ele se voltou para a porta e a abriu — Me desculpe por interferir em sua vida, prometo que esta será a última vez.
  Respirei fundo mantendo todas as minhas emoções reprimidas dentro de mim, não perderia minha compostura diante dele, mesmo que eu quisesse jogar aquela agenda pela janela e beijá-lo com toda a minha intensidade. Mas mantive minha face erguida e caminhei até a porta sem hesitar.
  — Então é um adeus definitivo. — disse antes de sair.
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  Segui pelo corredor até chegar em frente à minha suíte, que para minha surpresa James não estava mais lá caído no chão, talvez tivesse voltado para o seu jantar que ainda não tinha finalizado. Ao entrar, coloquei a agenda em cima da mesa ao lado da cama e caminhei até o banheiro já retirando a minha roupa, parei em frente ao espelho por um tempo e fiquei me olhando, lavei meu rosto e respirei fundo.
  Precisava relaxar e me acalmar de alguma forma. Como tantas coisas poderia acontecer em uma única noite, e o mais louco ainda, queria entender como o destino gostava de brincar comigo.
  Era surreal.
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  Mas sempre que tudo indicava que eu jamais veria novamente, ele acaba aparecendo, e nos momentos em que mais preciso.

“E cada vez que eu fujo, eu me aproximo mais,
E te perder de vista assim é ruim demais,
E é por isso que atravesso o teu futuro,
E faço das lembranças um lugar seguro,
Não é que eu queira reviver nenhum passado,
Nem revirar um sentimento revirado,
Mas toda vez que eu procuro uma saída,
Acabo entrando sem querer na tua vida.”

– Quem de nós dois / Ana Carolina

  Eu ainda estava em choque, tanto pela presença de como por sua reação. Mas o que importava é que eu estava com a agenda que Dean tanto queria. O que me preocupava era se James realmente se lembraria de mim ou não, apesar de não ter estado muito sóbrio, ri um pouco ao me lembrar do soco que meu marido tinha dado nele.  
  — Que ousadia, senhor Cho. — sussurrei de leve sentindo um sorriso espontâneo surgir em minha face.
  Espantosamente, os dias que se seguiram no Resort eu sempre esbarrava nele, pelos locais mais movimentados dali, ele se mantinha afastado como se não me conhecesse, mas seu olhar estava sempre em minha direção. Se era um jogo, eu jogaria também e o venceria pelo cansaço, sem o menor problema.
  Continuei meu plano de fotografar todas as paisagens que poderia, enquanto dava meus passeios diários com Cronos, e sempre que surgia uma breve oportunidade, eu fotografava discretamente. Será que eu poderia considerar aquela viagem como uma lua de mel e não umas simples férias? Apesar de estar me ignorando, seus olhares para mim o denunciava da forma mais engraçada possível.
  — Quando vai deixar seu orgulho e me perdoar? — sussurrei de leve ao me sentar na banqueta de frente para o bar do restaurante.

  — Talvez daqui uma eternidade. — disse ele ao se sentar na banqueta ao meu lado.
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  Cronos se manteve sentado do meu outro lado olhando para frente.
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  — Uma eternidade é muito tempo. — questionei.
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  — Por que faz isso comigo? — perguntou ele.
  — Isso o quê? O que eu fiz desta vez? — o olhei.
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  — Nada. — ele desviou o olhar.
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  — Se não sabe jogar, não aperta o play. — eu me levantei.
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  — Espera. — ele segurou em minha mão — Terá uma exposição de fotografia criativa em Paris na próxima semana, várias palestras serão oferecidas a parte para jovens profissionais que possuírem indicação para participar.
  — E?
  — Minha mãe conseguiu colocar seu nome na lista. — concluiu ele. — Mas como não sabemos o sobrenome, usamos da nossa família.
  — E ainda diz que é somente por sua mãe. — sorri de leve. — Agradeça ela por mim e diga que estarei lá.
  Me afastei dele e sinalizei para Cronos me seguir, estava feliz por ele finalmente ter falado comigo. Poderia ser idiotice minha, estar feliz somente por isso, mas mesmo se sentindo estranha em alguns momentos, por nunca ter sentido isso por alguém antes, meu coração sempre acelerava quando ouvia a voz dele.
  O que me faz lembrar da primeira vez que ouvi, quando estava escondida em seu quarto, na fuga daquele bendito roubo que me levou até ele.
  Dei mais algumas voltas com Cronos pelo jardim do Resort, até que voltei para meu quarto. Apesar de ter confirmado minha ida a exposição, não fazia parte dos meus planos ir para Paris, mas já considerava que realmente iria, uma oportunidade única de aperfeiçoar meu novo hobbie e fazê-lo ser oficialmente meu novo álibi.
  Não que eu estava com medo de perder a família Cho, mas eu tinha que ter uma profissão normal, assim como os outros prodígios, exceto Fish, o papel dele era ser o garoto irresponsável e sem sorte na vida. Pensando agora, todos os prodígios seguiram um caminho cômodo e proveitoso para Dean, o arquiteto de toda essa família maluca e desnivelada, como ele denomina.
  — Ah. — suspirei fraco. — Já aconteceu tanta coisa, mas só agora estou me divertindo de verdade com essa vida.
  Desviei meu olhar para Cronos, que estava com seu corpo erguido e suas patas dianteiras apoiadas no beiral da varanda.
  — E você moço, o que anda olhando aí. — sorri de leve indo até ele. — Está olhando o céu? O que acha que ir para Paris comigo? Você quer?
  Ele me olhou, mesmo que fosse surreal ele me entender, parecia que estava aceitando meu convite.
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  — Então, acho melhor nos prepararmos, Paris é muito mais movimentada que aqui. — brinquei acariciando a cabeça dele. — Será que teremos alguma surpresa lá também? Não seria uma má ideia, o senhor Cho também estar na exposição.
  Voltei para dentro do quarto e me joguei na cama, fechei meus olhos e fiquei pensando na tal exposição em Paris.

– x –

  — Obrigada. — disse ao taxista ao colocar minhas malas no porta-malas do carro.
  Desviei meu olhar de Cronos que já estava entrando, e acabei vendo Cedric ao longe, ele estava falando ao celular.
  — Desde quando meu agente favorito está aqui em Paris? — me perguntei curiosa. — Bem, você mora em Paris. — conclui.
  Entrei no táxi, pensando se Dean sabia que o agente tinha voltado para casa, já que obviamente ele estava viajando pelo mundo, tentando encontrar as pessoas que Cassie tinha roubado. Desta vez preferi me instalar em um albergue simples no bairro La Villette, quanto menos eu for vista pelo Cedric, melhor, e o albergue permitia animais, outro ponto positivo para minha escolha.
  Mandei uma mensagem para Dean, dizendo que tinha visto o agente na cidade. Ele ficou curioso para saber o que eu estava fazendo em Paris, poderia até inventar algo, mas acabei dizendo a verdade, o que deixou ele mais admirado ainda. Abri a mala e peguei o folheto da exposição, que tinha deixado para mim na recepção do Atlantic antes de partir.
  Era uma semana de exposição, verifiquei as datas e horários de todas as palestras, felizmente poderia ir em todas, o triste é que Cronos não poderia ir comigo, pois não permitiam a entrada de animais na exposição. A solução era pagar a senhora do albergue para cuidar dele, enquanto eu estivesse fora.
  Reservei o restante do dia para descansar, já que a exposição começaria logo na manhã seguinte. As horas se passaram e eu peguei no sono pouco depois do jantar, no dia seguinte acordei assustada com o despertador do celular tocando, não poderia me atrasar logo na primeira palestra.
  Tomei uma ducha fria para acordar meu corpo e me arrumei correndo, nem mesmo tomei o café e saí correndo. Estava tudo seguindo seu curso certo, até que fui parada há alguns metros da galeria onde ocorria a exposição, por ninguém menos que nosso agente.

  — Olha se não é meu agente preferido, Cedric. — disse com um tom irônico.
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  — Onde pensa que vai? — disse ele sério e frio.
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  — Eu estou indo a uma exposição. — respondi com naturalidade. — E você está me atrasando.
  Ele me entregou um papel, dando um sorriso debochado junto.
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  — O que é isso? — perguntei.
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  — Isso é uma ordem judicial. — explicou com satisfação. — Provisoriamente você está presa, , ou deveria dizer, Cassie.
  Minha voz de repente sumiu e meu corpo congelou, não conseguia assimilar o que aquelas palavras, exatamente significavam.

“Agora eu não posso voltar atrás,
Isto é claramente um vício perigoso,
Tão ruim, ninguém pode pará-la.”

– Overdose / EXO

Capítulo 40

  

  Eu poderia até tentar inventar uma desculpa jogando a empresa no meio, só para não ir para casa, mas minha mãe tinha exigido minha presença em Paris, principalmente por causa da exposição. Quando cheguei em casa, ela me encheu de perguntas sobre como a estava e como eu havia tratado ela, se tinha entregado o recado com gentileza.
  — Você poderia ter sido bem mais cavalheiro com ela. — reclamou minha mãe se sentando no sofá. — deve estar se sentindo solitária agora.
  — Omma, quem exatamente roubou nossa família? — perguntou Siwon em uma indireta enquanto descia o último degrau da escada.
  — Ah, yah, o que você tem no lugar do coração? — ela o olhou feio. — Nossa já se arrependeu, e eu a perdoei.

  — Percebe-se, nossa . — Siwon segurou o riso desviando seu olhar para mim. — E você? A perdoou também?
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  — Deixo este sentimento para nossa mãe. — caminhei até a escada e me desviando dele, comecei a subir os degraus.
  — Será? — sussurrou Siwon dando uma risada.
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  Suspirei fraco e continuei, não demorou nem dois minutos que entrei no quarto, para Siwon entrar logo atrás, fechando a porta e me olhando sério.
  — Pode enganar a todas, até a si mesmo, mas não me engana. — disse ele. — Você está se corroendo de vontade de voltar com ela.
  — O quê? — me fiz de desentendido. — Você está louco? Olha o que ela nos fez.
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  — Yah, você nunca foi rancoroso. — ele riu. — Pare de negar para si mesmo que ainda gosta dela.
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  — E se for? — bufei. — Não acho que ficaria tudo igual agora, não quero ter que dividir ela com seus roubos.
  — Os roubos, ou o Dean? — ele intensificou seu olhar.
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  — Os dois, não acha que já entendi a sacada dele? Dean nunca deve ter gostado da ideia de ter a ligada a nós. — esclareci num tom de chateação. — Além do mais, duvido que ela deixaria essa vida pra ficar comigo.
  — Talvez não colocaria isso no singular. — Siwon assobiou de leve. — Você pode dar a ela o que Dean não pode, uma família de verdade.
  — Não te incomoda? — o olhei curioso.
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  — Bem, prefiro ver vocês dois juntos do que ela sozinha, além do mais, já me convenci que ela te ama de verdade. — ele se espreguiçou. — Posso sobreviver com isso, já que no caso da Taylor, fui o escolhido.
  — Nossa, você se lembra disso até hoje?
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  Nós rimos por um tempo, aquele passado era um pouco engraçado e ao mesmo tempo perturbador.
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  — Então, em detalhes, como ela estava? — perguntou ele dando alguns passos até minha cama e se sentando nela.
  — Além de passear livremente por Bahamas. — suspirei fraco encostando na janela. — Estava fazendo seu papel de fotógrafa com certa perfeição e profissionalismo.
  — Uau, essa eu queria ver.
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  — E Cronos estava com ela. — continuei. — Como você falou, é mesmo um cachorro bem treinado.
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  — É, fui eu que indiquei para ela, me lembro até hoje do dia em que ela encontrou ele. — Siwon inclinou seu corpo para trás, se deitando na cama. — Ele estava chorando dentro de uma caixa de papelão, acho que tinha sido abandonado.
  — Nossa, quem em sã consciência abandona um cachorro de raça pura? — aquilo era impressionante.
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  — Imprevisível, não é mesmo? — ele sorriu de canto. — Mas foi muito legal ver o brilho nos olhos dela quando disse que adotaria aquele cachorro, mais ainda escolhendo o nome.
  — Acho que posso imaginar, apesar de ser um pouco difícil pensar na como uma garota fofa e meiga. — ri de leve.
  — Acredite, ela já foi assim. — Siwon se remexeu na cama. — Hum, preciso me arrumar para a exposição.
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  — Quando termina suas férias? — perguntei curiosamente.
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  — Por que a pergunta? — retrucou ele se levantando.
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  — Curiosidade. — o olhei tranquilamente. — Um residente que não reside.
  — Ah, yah, pare de fazer essas insinuações.
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  — Não estou insinuando nada. — ri de leve.
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  — Estou pensando em trabalhar na filial que está sendo construída no Brasil. — respondeu ele.
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  — Pensei que ficaria no hospital de Manhattan. — retruquei não entendendo sua decisão. — Já que não queria morar em Paris com nossos pais, nem em Seoul.
  — Hum, depois da minha visita ao Brasil ajudando LT, fiquei um pouco admirado com as paisagens. — explicou ele.
  — Paisagens? Sei.
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  — É sério. — ele me olhou como ar de ofendido. — Além do mais, quero muito descobrir algo.
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  — O que seria? — agora estava curioso, Siwon sempre tinha propósito para tudo.
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  — O que aconteceu com o bebê. — respondeu ele. — Estou realmente curioso sobre isso.
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  — Você acha que a LT…
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  — Não, ela não deixaria um bebê inocente em qualquer lugar. — ele pensou um pouco. — Ou com qualquer pessoa, nem entregaria ao Dean.
  — Então, o que está supondo?
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  — Que talvez a LT tenha sim uma família, além dos prodígios, ou alguém que ela confia muito, que talvez nem o próprio Dean saiba que exista. — explicou ele sua teoria.
  — Hum, um irmão? Tia? Avós? Algo assim? — sugeri.
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  — Não seria impossível. — ele me olhou com certeza no que dizia. — Tenho pensado nisso há alguns dias.
  — Seria um achado e tanto, ter uma família escondida. — pensei mais um pouco sobre isso. — Talvez Dean deva saber, e isso seja o motivo dela trabalhar para ele.
  — Outra teoria a se levar em conta. — ele se espreguiçou novamente e bocejou. — Estou um pouco cansado, acho que vou tirar um cochilo antes da exposição, não vou assistir a nenhuma palestra mesmo.
  — Nem pense em chegar muito tarde, nossa mãe te mataria por não prestigiar esta exposição do François.
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  — Sei muito bem disso. — ele riu de canto. — Conheço a dona Mary.
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  Ele caminhou até a porta e saiu rindo, nossa mãe era muito bondosa e doce, mas em alguns momentos nos fazia ter medo dela, porém o respeito seria sempre eterno. Fiquei na janela por algum tempo olhando a rua, as suposições de Siwon me fizera pensar em mais outras coisas a respeito de , principalmente em como ela havia se transformado em uma prodígio.
  E quanto mais eu pensava nela, mais eu queria vê-la.
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  As horas se passaram até que finalmente cheguei a exposição, pouco depois dos meus mais que haviam ido cedo, por pedido de minha mãe. Acho que tanto quanto eu, sua vontade de ir ao evento era mais para ver e poder aproximá-la novamente de nossa família. Lá no fundo eu também tinha esse desejo, mas estava ignorando por um tempo, afinal, tinha o direito de não querer perdoá-la, não tão fácil.
  — Que estranho. — disse minha mãe ao se aproximar de mim.
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  — O que houve omma? — perguntei intrigado, sua face tinha traços de preocupação.
  — Não encontro em lugar algum. — respondeu ela.
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  — Bem, ela deve estar em alguma palestra ou ter se atrasado. — sugeri tentando tranquilizá-la.
  — Não, ela não se atrasaria, não para um evento desse. — retrucou minha mãe com convicção.
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  — Oh, Mary, aí está você. — disse François ao se aproximar de nós. — Achei que não viria, estava a sua procurar em todas as salas de workshop.
  — Mas é claro que viria te prestigiar. — ela se curvou levemente e sorriu. — Você por acaso viu se a estava em alguma dessas salas?
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  — Sua nora? — perguntou ele.
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  — Sim, minha…. — confirmei não sabendo mais como classificaria em minha vida, noiva, esposa, ou ex?
  — Ela mesma, se lembra que te apresentei?
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  — Ah, sim, me lembro dela. — ele pensou por alguns segundos. — Me lembro de ter visto uma mulher parecida com ela mais cedo, estava vindo na direção da galeria, mas acabou sendo parada por um homem e entrando no carro com ele. Infelizmente não consegui confirmar se era alguém conhecida, mas o modo como andava era semelhante ao dela, nunca me esqueceria de alguém que anda com tanta classe.
  — Era a . — confirmei me afastando deles.
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  — Espere, . — minha mãe me gritou vindo atrás de mim. — , querido, o que está acontecendo?
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  — Ainda nada, apenas suspeitas. — continuei seguindo em direção a porta, até que trombei em uma pessoa.
  — Ei, calma, ? — era Siwon acompanhado de nosso irmão mais novo Sam.
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  — Que cara é essa, hyung? — perguntou Sam.
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  — Aconteceu alguma coisa com a . — disse num tom afirmativo.
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  Me lembrei rapidamente da festa de nossos pais em que Davi havia reconhecido a Cassie em por sua forma de andar, o que me fazia ter certeza que a mulher que François tinha visto era realmente ela. Se estava às portas da galeria e foi parada por alguém, tinha algum problema nisso e algo me dizia que desta vez, não era o Dean.
  Eu não conseguiria ficar nem mais um segundo naquela exposição sem saber o que tinha acontecido com minha esposa. Sim, a agonia em meu coração era tanta que estava mesmo a reconsiderando como minha esposa, ou melhor, nunca deixei de considerar isso, afinal eu amava , mesmo com seus defeitos em forma de roubos. Então, segui de volta para casa com meus irmãos, não conseguiria dirigir de tão nervoso que estava.
  Nossos pais chegaram bem atrás de nós.
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  — Eu não consigo deixar de pensar que algo de ruim esteja acontecendo com ela. — disse num tom de preocupação de ansiedade.
  — Para quem nem queria ver ela novamente, está muito visível seus reais sentimentos pela . — comentou meu pai.
  — Sei que falhei miseravelmente com meus princípios. — retruquei num tom baixo.
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  — Perdoar não é perda de princípios. — repreendeu minha mãe. — Além do mais, seus sentimentos por ela são verdadeiros.
  — O que importa agora é conseguirmos fazer algo que nos ajude a encontrá-la, ou pelo menos saber alguma notícia sobre ela. — interviu Siwon. — E a única pessoa que me vem a mente, vocês sabem quem é.
  — Dean? — perguntou Sam, já entendendo.
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  — Ele mesmo.
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  Assim que Siwon confirmou, a campainha tocou, assim que eu abri…
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  — Dean? — disse Siwon ao reconhecer o rosto daquele homem desconhecido para mim.
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  — Boa noite, família Cho. — disse ele num tom suave em sua voz, mantendo seu olhar sereno e tranquilo.

“Essa melodia triste se assemelha a você,
Ela me faz chorar eh eh,
Seu aroma é um doce crime,
Eu te odeio muito, mas ainda amo você.”

– Stay / BlackPink

Capítulo 41

  

  Não era minha primeira vez em uma situação de risco, mas o agente Cedric, sim, era uma novidade interessante, ainda mais sua obsessão em definitivamente me transformar na Cassie. Mais curiosa ainda fiquei, quando adentramos em seu humilde, bem humilde, apartamento. Pensei que ele iria me trancar em uma cela fria e úmida, mas dadas as circunstâncias, acho que estava até com boa sorte.
  — Estou começando achar que seu mandato é falso, agente Choi. — o chamei pelo sobrenome. — Afinal, é um pouco estranho estarmos aqui.
  — Ainda não posso te levar para a Interpol, mas não se preocupe, logo estará dentro de uma cela fria e úmida, já que deseja tanto. — ele riu jogando sua jaqueta no sofá.
  — Fria e úmida. — sussurrei fazendo careta, ele está obcecado demais por mim, está até lendo meus pensamentos, respirei fundo. — Você está tão confiante, como sabe que vai conseguir?
  — Tenho minhas fontes. — ele respirou fundo indo até a parte que ficava a cozinha e pegando a chaleira em cima do fogão. — Aceita um chá? Talvez precise.

  Aquilo já estava me irritando, sua ironia e cinismo estampado no olhar e na voz.
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  — Agradeceria se retirasse as algemas. — retruquei me sentando no sofá e vendo um porta retrato dele com Louise.
  — Me desculpe, mas isso não poderei fazer.
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  — Sua namorada? — perguntei de forma inocente.
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  — Sim. — respondeu ele. — Ao contrário de você, é uma mulher honesta.
  Eu tossi um pouco, comecei até sentir dó dele e de como era enganado.
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  — Se você está dizendo… — agora eu que seria a irônica.
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  — Você está muito calma para quem está com a corda no pescoço. — comentou ele voltando para perto do sofá.
  — Bem, eu não estou sentindo nada me sufocando. — o olhei com tranquilidade. — Existe uma frase que diz, quem não deve, não teme.
  “Agora eu senti atitude na LT!” Pensei comigo mesma.
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  — Admiro sua coragem. — ele suspirou fraco. — Posso te fazer algumas perguntas?
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  — Bom, não é você o agente seguro que sabe tudo? — retruquei. — Mas pode perguntar.
  — Como conheceu ele?
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  — Ele quem? Meu… ? — eu já não sabia como classificar ele, apesar de querer muito dizer marido.
  — Curioso, não era dele que estava falando, mas falando nisso…. — instigou ele.
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  — Nos conhecemos em Manhattan. — de forma automática voltei ao dia que invadi o quarto dele e me escondi, fingindo ser sua namorada. — Digamos que foi cumplicidade a primeira vista.
  Bom adjetivo para classificar a ocasião, já que ajudou uma estranha mesmo sabendo que prejudicaria, uma família conhecida por seus pais.
  — Cumplicidade? Não seria amor? — corrigiu ele.
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  — Cumplicidade. — confirmei mantendo meu olhar nele. — Ou você acredita em amor à primeira vista, agente Choi?
  — Não sei, depende do caso. — respondeu ele. — No seu, acho que não.
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  — Não acha que amo meu… O ? — isso estava ficando desconfortável, precisava logo definir o que estava representando em minha vida.
  — Tudo em torno de vocês dois me faz acreditar que sim, mas lá no fundo ainda me sinto incomodado. — explicou ele.
  — Espero que não esteja assim por eu ter namorado o Siwon. — ri de leve. — Coincidências acontecem, quando conheci Siwon, eu nem tinha feito dezoito anos.
  — Curioso uma colegial namorando um universitário. — seu olhar ficou intrigado.
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  — Por isso não deu certo, digamos que sua experiência com as garotas exigia algo que eu não queria dar. — em tese aquilo era verdade. — Além do mais, como disse, eu era uma colegial.
  — Vou acreditar em sua história. — ele se sentou na cadeira de frente para mim.
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  — Agradeço a honestidade, e você?
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  — Eu o quê?
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  — Como conheceu sua namorada?
  — Em um voo, ela é aeromoça.
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  — Hum. — desviei meu olhar para a janela.
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  “Belo álibi, Chermont Hacker!” Pensei comigo, me lembrando do apelido de Louise entre os prodígios.
  — Hum… Estou curiosa, se não estava falando de , quem seria?
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  — Senhor D. — respondeu ele.
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  — Quem é este? — me fiz de desentendida.
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  — Você sabe de quem estou falando.
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  — Por favor. — o olhei novamente. — Não faço a menor ideia de quem seja.
  Eu falei com tanta certeza, que até eu acreditei. Chocada!
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  — Veremos. — ele se levantou da cadeira. — Você foi vista com os prodígios.
  Como ele sabia sobre isso?
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  — Pro… quem?
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  — Você não vai conseguir me enganar desta vez, Cassie. — ele me olhou meio enfurecido.
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  — Como sempre, continua me confundindo com quem não deveria. — mesmo com aquelas algemas me incomodando, me mantive firme. — Meu nome é , casada com Cho e meu trabalho é com fotografias, se quiser, posso te passar meu cartão de visitas.
  Finalmente! Agora sim tinha definido meu status sentimental.
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  — Casada? — ele riu. — Está começando a cair em contradição.
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  — Sim, casada, afinal, noivos se casam. — o confrontei direta e objetiva, tombei meu corpo no sofá, me deitando e fechei os olhos.
  Estava me sentindo um pouco cansada fisicamente e mentalmente, talvez por não ter descansado devidamente em minhas férias, ou por ter ficado ansiosa demais em participar da exposição de Paris. Não importava o motivo, agora eu teria que focar na minha situação atual e, por mais divertido que fosse confrontar o agente Cedric, precisava mesmo esvaziar minha mente e finalmente pensar no que poderia fazer para conseguir sair daquela situação.
  As horas foram se passando, continuei agindo naturalmente, até chegar encontrar um momento oportuno. E este momento ocorreu pela manhã, ouvi o barulho de Cedric se levantando de sua cama velha que rangia, desagradável aquilo, assim que o som de seus passos direcionava para algum lugar específico, abri meus olhos novamente e me levantei do sofá, espiei de leve pelo corredor, vendo que ele estava retirando sua roupa indo em direção ao banheiro.
  — Acho que agora é minha chance. — eu não iria tentar fugir, ainda mais estando algemada da cabeça aos pés quase, mas poderia chamar reforços, afinal, tinha que continuar mantendo minha pose de inocente.
  Me afastei do corredor e silenciosamente me voltei para seu celular, assim que consegui destravar com um código de emergência que tinha aprendido com Dean, liguei para ele de imediato.
  — Diga que está bem! — disse ele ao atender.
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  — Estou. — disse com convicção.
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  — Já estou localizando sua posição, o que está acontecendo? — seu tom de preocupação era intenso.
  — O que esperava a algum tempo, nosso agente conseguiu algo que me liga a Cassie, mas ainda não está com ele. — respirei fundo olhando novamente para o corredor, ainda ouvindo o som do chuveiro. — Você precisa dar um jeito nisso, eu não vou fugir daqui.
  — Faz muito bem em não reagir, fique tranquila, como sempre fiz, eu vou te proteger. — assegurou ele. — Localizada, em breve tudo voltará ao normal.
  — Ficarei esperando. — assim que desliguei o celular, digitei novamente outro código para que todos os vestígios da ligação fossem apagados.
  Deixei o aparelho novamente no lugar onde estava e voltei para o sofá, assim que fingi fechar meus olhos, Cedric retornou para a sala trajando uma roupa mais social, como se fosse para uma reunião de negócios. O que me deixou admirada e me deu muitas ideias para o futuro.
  — Então, vamos? — perguntou ele.
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  — Para onde? — perguntei abrindo os olhos. — Teremos um encontro? Sou uma mulher comprometida.
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  — Eu não, mas você terá um encontro com a justiça. — ele caminhou até mim e retirou as algemas que tinha colocado em meus pés, deixando somente das mãos.
  — Não está mais com medo que eu fuja? — perguntei num tom irônico.
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  — Vamos. — ele pegou uma pasta que estava em cima da mesa e estendeu a mão apontando para a porta.
  — Bem, vamos então. — o segui sem me opor a nenhuma de suas exigências.
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  Eu confiava que Dean me ajudaria a escapar mais uma vez.
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  Seguimos em direção em direção à matriz da Interpol, Cedric havia alugado um carro para que fosse mais rápido, e assim que chegamos um jovem rapaz já estava a nossa espera com uma maleta em suas mãos. Senti meu coração pulsar mais forte, como se minha vida dependesse do conteúdo daquela maleta.

“Você é minha sorte,
Você me fez arriscar meu coração numa oportunidade única,
Agora, todos estão olhando para nós com pipoca na boca,
Esperando para ver o que vai acontecer com nós dois.”

– Lotto / EXO

Capítulo 42

  

  Eu ainda estava paralisado com a presença de Dean, mais ainda por ver de perto quem era ele, seu jeito tranquilo de agir e olhar, sua voz firme e serena não me convenciam muito, afinal, tudo me dizia que o que ele mais queria era me separar de .

  — Agradeço. — disse ele ao ser servido de uma xícara de café por minha mãe.
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  — Então, não foi para tomar uma café que você veio. — disse num tom impaciente. — O que você fez com a ?
  — Eu não fiz nada. — ele me olhou com sarcasmo. — Para ser sincero, ainda não sei onde ela está, mas tenho minhas suspeitas.
  — Então diga. — disse meu pai também num tom impaciente.
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  — Agente Choi Cedric. — respondeu ele, o que eu realmente não queria ouvir.
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  — O que ele fez com a ? — perguntou minha mãe se preocupando um pouco mais.
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  — Como disse, ainda não sei, mas venho tendo várias suspeitas há tempos, por isso posso deduzir que ele a tenha prendido provisoriamente. — explicou ele.
  — Mas como? — Siwon o olhou. — Dean, a identidade dela está segura, não está?
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  — Também achei que sim, mas tive uma pequena falha. — ele desviou seu olhar para a xícara de café, como se estivesse amargurado. — Fui traído por alguém de minha própria família.
  — Deixe-me adivinhar, e a está sendo prejudicada por isso. — supôs Siwon com ironia.
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  — Ela só está pagando o que plantou. — meu pai deu de ombros, ele ainda estava magoado por tudo que tinha acontecido.
  — Yah, yeobo, pare com este rancor todo. — disse minha mãe chateada com ele, e desviando seu olhar para Dean. — Foi você que a fez nos roubar, não foi?
  — Sim. — assentiu sem o menor problema. — Apesar dela não querer.
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  — Isso já sabemos. — retruquei controlando minha raiva. — Gostaria de saber por que ela seguiu adiante.
  — Para proteger vocês. — respondeu ele mantendo seu olhar em mim. — sabia que se não fosse ela, seria alguém muito pior, que poderia prejudicá-los por causa dela.
  — De quem está falando? tem outros inimigos? — perguntou minha mãe.
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  — Ou você tem inimigos? — completei com insinuações.
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  — Como eu disse, fui traído por um dos meus prodígios, agora minha caçula está com problemas. — admitiu ele.
  — Se ela está com problemas, por que não está tentando ajudá-la? — perguntei um pouco alterado.
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  — É por isso que estou aqui. — respondeu ele.
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  — O que minha família tem a ver com isso? — perguntou meu pai curioso.
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  — Vim para pedir a ajuda de vocês, não posso deixar que meus outros prodígios saibam o que aconteceu com a . — explicou ele. — E como ela sempre defende a família que ganhou, achei que pudesse contar com vocês…
  — Achou errado. — o interrompi. — Não vamos ajudar.
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  Neste instante, todos me olharam surpresos. Talvez a lógica seria que eu ajudasse ela, eu queria ajudar lá no fundo, mas ainda estava magoado também.
  — Nós vamos sim. — assegurou minha mãe num tom forte e autoritário. — Ela nos roubou por sua causa, mas também se redimiu e assegurou que nossos arquivos continuassem em sigilo, por isso ainda a considero parte da minha família.
  — Querida? — meu pai a olhou.
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  — E ai daquele que disser o contrário. — ela desviou seu olhar para mim. — Nós vamos ajudar a , mas com uma condição.
  — Qual? — perguntou Dean.
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  — Que roubar minha família seja definitivamente o último serviço dela. — a voz da minha mãe estava mais firme que o natural, passando muita segurança. — Quero que ela se aposente para sempre, e nunca mais se passe por Cassie, ou é isso, ou não faremos nada.
  Dean passou alguns segundos pensando, até que se pronunciou.
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  — Se é isso que deseja, tudo bem. — assentiu ele. — A LT deixará de existir profissionalmente.
  — E quanto a Cassie? — perguntou Siwon.
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  — Já tenho em mente o que acontecerá com essa personagem. — assegurou Dean com convicção, o que me deixava curioso.
  — E como podemos ajudar? — perguntou minha mãe.
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  — O agente Cedric conta com a ajuda de um amigo dentro da Interpol, e este amigo conseguiu algumas informações sobre a LT, que pode ser relacionado a Cassie, isso me leva a acreditar que a suposta prisão antecipada de está conectada a essas informações e dependendo delas também.
  — E o que você está pensando em fazer? — perguntou Siwon.
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  — Uma troca de informações. — ele respirou fundo e me olhou. — Não posso ser visto, mas vocês dois poderão fazer isso no meu lugar.
  — Eu e Siwon? — o olhei.
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  — Sim. — assentiu. — , você pode estar se fazendo de difícil, mas tenho certeza que está ardendo por dentro, de tanta vontade de ajudar ela.
  Eu não podia negar essa.
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  — Eles vão fazer tudo o que você disser. — assegurou minha mãe novamente. — O que importa é trazer de volta para casa.
  — Era isso que eu queria ouvir. — Dean deu um sorriso de canto e olhou para meu irmão, já que o conhecia a mais tempo, deveria ter mais facilidade em lidar com ele.
  Como minha mãe disse, eu e meu irmão iríamos ajudar, haja o que houvesse.
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  Dean nos explicou seu plano nos mínimos detalhes, só teríamos uma única oportunidade para fazer a tal troca de informações. Na medida que ele ia falando, a toca de olhares entre eu e Siwon estava ficando ainda mais sincronizada, pela primeira vez entraríamos de verdade no mundo da LT e teríamos a sensação que ela tem ao realizar um serviço, já estava até sentindo a adrenalina correr em meu corpo.
  Ansiedade, era a palavra para me definir.
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  As horas se passaram, comigo e meu irmão repassando cada passo que daríamos, surpreendente que até Sam queria participar daquela “operação”, mas minha mãe não permitiu, já que o caçula não tinha tanta discrição como nós. Meu pai ainda achava errado ajudar alguém que quase nos prejudicou, mas não iria contra a decisão da minha mãe, além do mais, lá no fundo ele consentia com tudo aquilo mais por mim do que por ela.

  Na manhã seguinte, levantamos bem cedo e somente após um café reforçado nossa mãe nos permitiu iniciar o plano. Siwon saiu primeiro, pois teria que pegar uma maleta com Dean antes de se dirigir a estação Châtelet, o ponto de partida onde estaria nosso objeto de desejo. Eu segui diretamente para a estação e me posicionei próximo ao corredor secundário, pois precisava de uma vista ampla para o guichê de bilhetes.
  — Uai, você parece mesmo um profissional. — disse Siwon num tom baixo ao passar por mim, seguindo para a bilheteria.
  Ele estava acompanhado de uma garota aparentemente desconhecida por mim, desfilando com seu jaleco branco e olhos de leitura no rosto, uma máscara preta tampando sua como aquelas que usamos na Coreia. A tal maleta preta em mão direita juntamente com o estetoscópio, nem eu o reconheceria daquela forma, se não tivesse falado comigo.
  — Respira fundo , está na hora. — sussurrei para mim mesmo me direcionando para o espaço de embarque do metrô.
  Siwon comprou sua passagem tranquilamente, mantendo uma conversa espontânea com a garota ao seu lado, que parecia ser uma estudante de medicina. Porém, assim que nosso alvo apareceu na estação, percebi seu olhar discreto e fixo nele, então aquele era o tal Peter que continha a carta de forca de LT, segundo nas palavras de Dean. Para nossa sorte a estação estava significativamente cheia, o que proporciona mais distrações além do celular que estava firme nas mãos de Peter, competindo com a maleta também preta.
  Assim que entrei no vagão, permaneci de pé para ter mais visibilidade, Peter entrou logo atrás de se sentou em um dos bancos laterais, mantendo suas maleta ao lado junto a perna e se concentrando em um jogo que estava na tela do celular. Siwon entrou em seguida e gesticulou para que sua acompanhante se sentasse no banco ao lado de Peter. Assim que a garota sentou, meu irmão ficou de frente para ela e colocou a sua maleta ao lado da maleta de Peter sem que o mesmo percebesse, então continuaram a falar sobre alguma coisa relacionada a anatomia humana.
  Sabíamos qual a estação de parada do rapaz, assim como quantas estações tinham no decorrer da viagem, mantive meu olhar para meu irmão, que ao desviar naturalmente a cabeça ao seu redor me fez o sinal para começar minha distração. Foi no parar do metrô, quando as portas já iam abrir, que esbarrei em uma senhora fazendo sua sacola de frutas cair, em uma fração de segundo todos olharam para nossa direção, comigo pedindo desculpas a senhora que com gentileza dizia que não tinha problemas.
  Neste pequeno momento a atenção de Peter se voltou para nós, dando tempo suficiente para Siwon pegar sua maleta e assim que a garota se levantou, as portas se abriram e segurando na mão da garota, ambos saíram tranquilamente. Eu terminei de ajudar a senhora a pegar suas frutas e permaneci no vagão até a próxima estação, havia me oferecido para ajudar aquela senhora a levar suas sacolas pesadas para casa. Algo inesperado que me ajudou na distração.
  — Achei que não conseguiria. — disse ao chegar no ponto de encontro que tinha combinado com Siwon. — Mas aquela senhora me ajudou muito.

  — Você foi bem natural. — respondeu Siwon rindo.
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  — Posso saber quem era a garota? — perguntei curioso me sentando na cadeira daquela cafeteria. — A conversa sobre anatomia estava muito interessante.
  — Você ouviu? — ele riu se espreguiçando.
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  — O vagão inteiro ouviu, ela parecia muito animada. — expliquei.
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  — É uma aluna de um ex-professor meu. — ele riu. — Tenho alguns contatos também.
  — Estou vendo. — cruzei os braços. — Onde está a maleta?
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  — Minha doce universitária levou para nossos pais. — respondeu ele ao tomar um gole do café que estava na xícara.
  — Mas e o Dean?
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  — Acha mesmo que a mamãe ainda deixaria alguma coisa da com ele? — Siwon deu uma gargalhada estranha. — Sabemos que ele não vai cumprir de fato a condição da omma.
  — Hum, pelo menos ela estará em segurança agora. — assenti acenando para o garçom vir até nossa mesa.
  — Queria ser uma mosquinha para ver a cara do Cedric. — Siwon riu desviando seu olhar para a rua.
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  — E eu queria ver a cara da LT. — olhei para o garçom já pronto para fazer meu pedido. — Um expresso, por favor.
  O homem assentiu com a face e se afastou.
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  — O que acha que vai acontecer agora? — perguntou Siwon.
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  — Ela vai voltar à ativa, já que suas férias acabaram.
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  — Ainda acha que ela não vai deixar de ser a LT? — ele deu uma risada rápida. — Você não confia mesmo mais nela?
  — Não sei o que estou sentindo, talvez seria mais fácil se ao menos ela admitisse e pedisse desculpas claramente.
  — A LT é orgulhosa. — ele desviou seu olhar para mim. — Bem, você também é um pouco, olha que isso ainda pode estragar tudo.
  — Que espécie de conselho de irmão mais velho você está dando? — o olhei confuso.
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  — Não estou dando conselho nenhum, só estou alertando, você precisa definir de uma vez o que ela será para você. — explicou ele. — Está nos seus olhos que quer ela de volta.
  — Hum.
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  “E no meu coração também.” Pensei comigo.

“Você é tudo para mim, esse é o meu jeito de confirmar,
Uma simples frase: “Eu estou esperando por você!’,
Mas eu não posso dizer isso em voz alta,
Eu fecho meus olhos e tendo adivinhar o que você está fazendo,
Eu repito isso todos os dias.”

– My Answer / EXO

Capítulo 43

  

  — Obrigado, Peter. — disse Cedric em um tom baixo ao pegar a maleta do rapaz. — Como estão os arquivos?
  — A pasta sobre os prodígios estão todas reunidas e impressas, já os arquivos sobre a Cassie estão em um pen-drive, não tive a oportunidade de abrir, mas todas as informações que encontrei sobre ela, coloquei. — respondeu ele.

  — E você fez uma cópia? — perguntou Cedric.
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  — Eu deveria? — o rapaz o olhou com receio.
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  — Então este é o seu contato? — olhei para o garoto que tinha cara de universitário e comecei a rir. — Você está bem…
  — Peter, sempre deve fazer cópias. — Cedric lançou um olhar de desaprovação sobre o rapaz, então voltou-se para mim. — Vamos.
  Ele pegou na pequena corrente da algema e me guiou até a sala de interrogatório, era uma sala comum iguais às que passam em filmes, dei alguns passos até a mesa a nossa frente e eu logo me sentei em uma das cadeiras. Mantive meu olhar para o notebook que estava em cima da mesa, nunca havia ido tão longe assim, mas teria que continuar com o plano.
  — Cedric, não era para estar de férias? — disse um homem ao entrar na sala, logo seu olhar veio para minha direção, juntamente com a surpresa em sua face ao me ver. — Quem é esta mulher?
  — Cassie. — respondeu Cedric.
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  — O quê? — ele arregalou os olhos. — Cedric, o que andou fazendo?
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  — Me desculpe, senhor, mas eu não consegui ficar de férias. — ele respirou fundo. — Não deixaria esse caso sem solução.
  — Cedric, não possui nenhum mandato e menos ainda provas. — ele bufou. — Como pode prender uma civil?
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  — Eu possuo provas sim. — ele colocou a maleta em cima da mesa. — Melhor, possuo também provas que o diretor Marx conhece o senhor D.
  — Como ousa acusar o diretor Marx? — uma mulher de vestido azul entrou na sala. — Você ultrapassou todos os limites, agente Choi.
  — Só estou relatando a verdade, diretora Collins, Peter é minha testemunha. — ele olhou para o vidro que tinha ao fundo da sala.
  Claro que do outro lado tinha pessoas nos observando, logo Peter entrou na sala.
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  — O que o agente Choi disse tem fundamento, eu mesmo vi o diretor conversando com um homem e o chamando de senhor D. — relatou Peter.
  — Pode provar isso? — a mulher o olhou.
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  — Sim, diretora Collins. — ele desviou o olhar para a maleta. — Está tudo registrado no pen-drive, inclusive os vídeos de câmeras de segurança, infelizmente não conseguiram pegar o rosto dele, mas a voz e o rosto do diretor Marx aparecem nitidamente.
  — Ok, já que eu e o inspetor Smith estamos aqui, apresente-nos as evidências para que a prisão oficial desta mulher e do diretor Marx seja efetuada. — disse a tal Collins ao olhar para mim com arrogância.
  — Com prazer. — disse Cedric ao abrir a pasta.
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  Tinha que admitir que haviam muitos relatórios sobre os passos dos possíveis suspeitos a prodígios, além de muitas fotos deles comigo em várias situações diferentes, era admirável o empenho em ligar todos eles a mim. Porém o inacreditável veio assim que ele pegou o pen-drive e começou a abrir os arquivos.
  — Não, não pode ser. — sussurrou ele ao olhar para os arquivos que iam aparecendo no notebook. — Isso está errado.
  — Quem é esta mulher? — o inspetor Smith olhou para mim e depois voltou seu olhar para o notebook.
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  — Explique-se, agente Choi, o que está acontecendo? — o tom da diretora Collins estava alto e forte.
  Tive que me manter o máximo sério possível, apesar de realmente estar surpresa pelo que acontecia, então Dean havia certamente trocado as maletas, ocasionando toda aquela comoção. Enfim, todas as provas apontavam para a pessoa que Cedric menos esperava, a pessoa que estava ao seu lado todo este tempo, o que me deixava ainda mais boquiaberta pela reviravolta que estava acontecendo.
  Meus olhos simplesmente continuavam olhando a foto de Louise, onde deveria estar a minha, algo milimetricamente calculado, até mesmo em sincronizar todas as evidências que poderiam ser minhas, com os passos que ela havia dado todo este tempo. Deveria confessar que não era exatamente assim que imaginava que aconteceria, porém algo era certo, estava tendo uma segunda chance novamente.
  — Louise Chermont. — disse Collins num tom alto mantendo seu olhar no notebook. — Quem é esta mulher? A verdadeira Cassie?
  — Não pode…. — Cedric olhou para Peter. — Tem certeza que você não viu esses arquivos?
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  — Sim. — assentiu. — Não deu tempo de olhar nenhum deles, eu tive que copiá-los e decodificá-los um por um, mas posso assegurar que foram estes que eu copiei.
  — De onde retirou estes arquivos? — perguntou o inspetor.
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  — Alguns foram do computador do diretor Marx, outros consegui quebrando as senhas e contrassenhas do sistema para acessar alguns arquivos restritos. — explicou Peter.
  — Você pode fazer isso agora? — indagou o inspetor novamente.
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  — Por qual motivo ele teria que fazer isso? — Collins o olhou confusa.
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  — Para sabermos se esta maleta não foi trocada em algum momento sem que Peter percebesse, os arquivos do servidor são originais então poderemos comparar as informações. — explicou Cedric já entendendo o propósito, virando seu olhar para mim.
  Por essa eu realmente não esperava, comecei a controlar ao máximo minha respiração e controle. Mesmo um pequeno deslize meu poderia arruinar tudo e mesmo que os arquivos fossem diferentes, não assumiria nada. Peter sentou na outra cadeira que ficava de frente para mim e iniciou sua busca pelo servidor, mesmo não tendo a senha do diretor Marx, deste vez ele tinha a autorização da diretora Collins, que também se importava muito com este caso.
  Passamos um longo tempo naquela sala, até que Peter conseguiu chegar as pastas ocultas todas denominadas com o nome da Cassie.
  — Encontrei todas. — anunciou ele.
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  — Abra. — ordenou Collins.
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  — Vamos ver a verdade agora. — Cedric manteve o olhar fixado no notebook.
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  Confesso que queria soltar um fundo e forte suspiro de alívio quando a foto de Louise apareceu novamente sendo confirmada como Cassie. Aquele definitivamente era o fim da minha personagem em minha vida, nunca mais eu iria poder utilizar aquele nome, porém eu só conseguia permanecer aliviada e tranquila com tudo o que estava acontecendo.
  — Então essa é a verdadeira Cassie. — disse num tom inocente. — Louise Chermont.
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  — Diretora, eu…. — Cedric abaixou a cabeça parecendo frustrado. — Não sei o que dizer.
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  — Pois eu sei. — o tom de voz dela estava seco e frio. — Simplesmente peça desculpas a esta civil e tire essas algemas dela.
  — Me desculpe, , estava tão cego que…. — ele engoliu seco retirando minhas algemas. — Ignorei a verdade.
  Agora eu estava me compadecendo dele.
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  — Eu entendo que sua sede por justiça tenha lhe cegado um pouco. — juro que queria transmitir ironia, mas meu tom saiu tão generoso. — Pelo menos a verdade apareceu.
  Agora foi um pouquinho debochado.
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  — Senhorita, poderia nos dizer qual relação tem com esta Louise? — Collins me olhou um pouco desconfiada.
  — Que eu saiba, nenhuma. — a olhei. — Aí diz que ela é uma aeromoça, desde que comecei meu trabalho como fotógrafa, costumo viajar muito e a companhia que utilizo é a mesma que ela trabalha.
  — O que está querendo dizer? — o inspetor Smith me olhou. — Que Louise te escolheu a dedo para desviar a atenção da Interpol?
  — Bem, ela é a namorada do nosso agente aqui. — olhei para Cedric que ainda exalava frustração.
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  — Louise é a prodígio hacker, talvez tenha realmente feito isso. — concordou Peter enquanto ainda analisava os arquivos.
  — Eu preciso de um pouco de ar. — Cedric se afastou indo em direção a porta.
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  — Agente Choi? Acha mesmo que pode fazer esta bagunça e sair sem problemas? — se alterou Collins ao vê-lo deixar a sala. — Agente Choi?
  — Deixe-o, Collins, ele acabou de descobrir que sua noiva era a ladra que tanto procurava, além de desconfiar que ela o manipulou esse tempo todo. — interviu Smith.
  — Bem, eu gostaria de saber como ficarei. — olhei para Collins. — Eu fui sequestrada por um agente da Interpol, fui mantida em cárcere por 24 horas, algemada e tudo sem um mandato e provas contra mim, depois passei por um, digamos que não podemos chamar isso aqui de interrogatório.
  — Perdoe-nos por esse transtorno. — finalmente ela baixou sua guarda e também o tom de sua voz.
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  — Será que posso? Seu agente vem me seguindo a pouco mais de um ano, não acho realmente que devo esquecer tudo isso. — intensifiquei meu olhar. — Você não sabe o quão desconfortável foi para mim e meu marido?
  — Você é casada? — mais uma vez o olhar surpreso de Smith estava em minha direção.
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  — Sim, me casei a pouco tempo e quando fui sequestrada, estava indo encontrar meu marido em um evento de arte e fotografia. — mantive meu olhar e coerência histórica, estava amando chamar de meu marido. — Bem, gostaria de fazer uma ligação.
  — Tem todo o direito. — Smith olhou para o rapaz nerd. — Peter, reúna todos os arquivos do sistema e os salve em outro pen-drive, crie uma nova pasta com uma senha que só poderá ser acessada pela diretora Collins e por mim, então transfira todos os arquivos sobre os prodígios para esta nova pasta.
  — Sim senhor. — Peter pegou o notebook. — Melhor não fazer isso aqui.
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  — Venha até minha sala. — Smith fechou a maleta e retirando seu celular do bolso me entregou. — Faça sua ligação, eu pessoalmente irei resolver este mal entendido.
  — Obrigada. — disse pegando o celular da mão dele.
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  — Diretora Collins. — ele esticou a pasta para ela. — Tenho certeza que aqui estão todas as evidências que precisava para destronar o diretor Marx.
  — Muito bem. — ela pegou a pasta. — Veremos o que posso fazer em relação aos prodígios também, quanto a esta civil, deixarei com você, já que se ofereceu.
  — Sim senhora. — assentiu ele. — E quanto ao senhor D?
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  — Ainda não temos nem provas e nem pistas de quem possa ser, mas agora que sabemos definitivamente quem é Cassie e temos provas contra essa Louise, talvez uma troca de benefícios em informações seja feita. — ela disse num tom mais baixo para que eu não pudesse ouvir, porém…
  — Senhorita , voltarei em alguns minutos, deixarei um agente aqui para te fazer companhia.
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  — Não, você vai deixar um agente aqui para me vigiar. — o corrigi merecidamente.
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  — Entenda como quiser. — ele sorriu de canto e saiu da sala sendo acompanhado pela Collins e o rapaz nerd.
  Um outro agente ficou na porta me observando, olhei para o celular e assim que desloquei o descanso de tela…
  — . — meu agente preferido apareceu na porta.
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  — Cedric. — o olhei tranquilamente.
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  — Não sei o que te dizer. — seu olhar estava triste desta vez. — Não sei o que é pior, ter te acusado devido a uma certeza infundada, ou ter descoberto que fui manipulado por ela.
  — As duas coisas são… Imagino que não sejam boas para você, eu realmente não sei que tipo de ligação tenho com ela além da companhia aérea. — aquilo foi um consolo?
  — De qualquer forma. — ele me olhou. — Estou arrependido, deveria mesmo não ter me precipitado como fiz.
  — Vamos recomeçar então. — estiquei a mão para ele. — Prazer, meu nome é , tenho alguns anos de vida e sou fotógrafa, mas estou pensando em investir em outro ramo das artes.
  — Prazer, . — ele aceitou o cumprimento, pegando em minha mão. — Sou Cedric, o pior e mais imprudente agente da Interpol que você vai conhecer.
  — Pior não acho. — eu ri de leve. — Já imprudente, concordo.
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  — Posso te fazer uma pergunta? — perguntou ele.
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  — Claro.
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  — sabe sobre sua irmã? — seu olhar transparece curiosidade, como ele havia descoberto sobre ela?
  — Como sabe sobre isso? — senti um breve aperto no coração.
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  — Sou imprudente, mas sei fazer meu trabalho. — ele sorriu de canto. — Vou deixá-la fazer sua ligação.
  Cedric se afastou saindo da sala, mesmo tudo virando para a direção de Louise, naquelas palavras finais senti que não deveria baixar a guarda de forma alguma. Respirei fundo e levantando da cadeira, me virei e digitei o primeiro número que veio em minha mente, ou melhor meus dedos pareciam condicionados e digitar as teclas exatas.
  — Sim? — disse aquela voz que internamente meu coração pedia para ouvir.
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  — Oi. — respirei fundo. — Preciso que me busque em um lugar.
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  — O quê? — sua voz parecia de indignação. — Te buscar? Acha que sou o quê?
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  — Você é o meu marido e estou no prédio principal da Interpol. — disse num tom baixo explicando superficialmente o que ele deveria entender, ele ainda era meu álibi.
  — Pensei que estivéssemos divorciados. — disse ele mantendo seu tom.
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  — Bem, para mim aquilo foi somente uma briga passageira, já que nossa lua de mel nas Bahamas foi um sucesso. — segurei o riso, mas estava amando aquele momento.
  Ouvi sua respiração alta do outro lado da linha.
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  — Por favor, não estaria ligando se não fosse realmente necessário. — engoli metade do meu orgulho naquele, por favor.
  Em silêncio ele estava e assim encerrou a ligação sem dar uma resposta.

Eu já abri o meu coração para você há muito tempo
Você é tudo para mim, esse é o meu jeito de confirmar
Eu deveria ser cuidadoso e me amar mais, desse jeito eu nunca irei me machucar.”

– My Answer / EXO

Capítulo 44

  

  Me sentei na cadeira novamente, pensando no que faria para sair dali, já que era visível estar sozinha dessa vez. Não podia ligar para o Dean, menos ainda ligar para Siwon, certamente tomaria as dores do irmão. Estava percebendo que somente a senhora Mary havia me perdoado naquela família.

  — Conseguiu fazer a ligação? — perguntou Smith ao entrar na sala.
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  — Sim. — estiquei o celular para ela ao me levantar da cadeira. — Obrigada.
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  — Não, eu que agradeço. — ele retirou uma correntinha do bolso, mostrando discretamente a pequena medalha que estava preso a ele. — Bem, pequenas coisas podem ser insignificantes para uns, porém para outros representam sua honra.
  Eu estava me lembrando daquele objeto, era a mesma medalha que havia resgatado em Portugal, como poderia esquecer daquele serviço, afinal, foi nele que conheci o meu agente preferido. Por essa eu realmente não esperava, tenho que admitir que jamais me importava em saber quem eram os clientes que Dean arrumava para mim, mas descobrir que um deles era inspetor da Interpol me deixava curiosa para saber quem eram os outros, já foram tantos.
  — Algumas pessoas prezam bastante a honra. — respirei fundo mantendo meu olhar na medalha. — Fico feliz que saiba preservar a sua.
  — Assim como você preserva a sua. — ele me olhou com tranquilidade enquanto guardava sua medalha no bolso novamente. — Bem, devemos conversar sobre o erro do nosso agente, novamente peço desculpas por toda a agência, o agente Choi será punido de acordo com as normas da empresa e iremos…
  — Sinceramente, eu não queria que o agente Choi fosse demitido. — intervi com plena razão. — Errar é humano, mesmo que eu tenha saído prejudicada, o que importa é que tudo foi esclarecido e minha ficha continua limpa.
  — Vou considerar suas palavras. — ele estendeu a mão em direção a saída. — Por aqui, por favor.
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  — Me levará até a saída? — perguntei olhando novamente para as algemas que Cedric havia deixado em cima da mesa.
  — Sim, a senhorita está liberada para ir. — assentiu ele.
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  — Tudo bem. — sorri de leve e o segui pelo corredor.
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  A cada passo que dava era um suspiro de alegria, eu estava livre daquele lugar e ainda mais confiante que tudo ficaria bem. Assim que chegamos na porta giratória do prédio, Smith se desculpou mais uma vez e perguntou se queria que ele chamasse o táxi para mim, porém recusei sua oferta, não queria nem por um segundo depender ainda mais dele. Fiquei me perguntando se esse inspetor tinha algum envolvimento nisso tudo.
  — Finalmente livre. — disse me espreguiçando assim que saí do prédio e senti o sol tocar minha pele.
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  — Parabéns, não vai agradecer seu marido? — disse ele. — Ou devo dizer outra definição?
  — Ainda quer ser meu marido? — me virei e o olhei. — Pensei que não viria, .
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  — Eu disse que não viria? — seu olhar um pouco sarcástico estava ali.
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  — Hum… Também não disse que viria. — mantive meu olhar nele.
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   tomou impulso e pegando em minha mão me puxou para perto dele, me abraçando como se estivesse matando a saudade, meu corpo paralisou e meu cérebro não conseguia assimilar o que estava acontecendo, logo meu coração acelerou ao sentir seu perfume.
  — …. — sussurrei. — O que está…
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  — Nosso agente está nos olhando do lado de dentro do prédio. — sussurrou ele. — Mas não é somente isso, talvez eu também queira te abraçar.
  — Talvez? — eu me afastei dele, o olhando séria.
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  — Vamos para casa. — ele segurou em minha mão entrelaçando nossos dedos.
  — Ainda estamos sendo vigiados?
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  — Não. — ele sorriu de leve. — Vamos deixar as perguntas e desculpas para depois, Cronos está com minha família também.
  — Como? — isso me surpreendeu.
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  — Descobrimos o nome do Albergue onde estava. — ele tossiu um pouco. — Para ser sincero, recebemos uma visita bem inesperada ontem.
  Visita inesperada, só tinha um nome para definir isso: Dean. Ele havia sido essa visita, o que tinha me deixado ainda mais admirada foi seu pedido de ajuda para a família de , além de concordar com a exigência da senhora Mary. Algo que realmente havia me impressionado foi ela me defender com tanta força, eu havia ganhado uma mãe de verdade e queria muito retribuir aquele carinho.
  Será que conseguiria?
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  Não demorou muito até que estacionou em frente a casa deles de Paris, precisei respirar fundo muitas vezes até que a coragem para entrar chegou em mim, mesmo com segurando minha mão. De todos ali presente, a pessoa que mais me deixava chateada comigo mesma por tê-los roubado é Mary, a mãe que nunca tive.
  — Mãe, pai, chegamos. — disse ele assim que entramos.
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  — . — Mary veio de encontro me abraçar sem nenhum receio, um abraço apertado e cheio de carinho. — Que bom que está de volta, fiquei tão preocupada.
  — Senhora Mary, eu…. — precisava encontrar palavras certas para finalmente tentar me desculpas pelo menos com ela.
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  — Oh querida, eu sei, não precisa se desculpar, já te perdoei por isso. — ela sorriu com gentileza para mim. — Não ligue para esses rancorosos, sei que deve não ter tido escolha e se fez, foi por algum motivo.
  De alguma forma ela me entendia, o que me fazia cada vez mais querer não decepcioná-la.
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  — Obrigada pelo carinho. — sorri de volta para ela.
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  — Você a perdoou, mas eu não. — o senhor Hwang se levantou da poltrona onde estava. — Você ainda está em falta comigo.
  — Yeoboo, pare com isso. — a senhora Mary interviu.
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  — Mary, não precisa, ele está certo. — respirei fundo desviando meu olhar para ele. — Tem razão de não querer confiar em mim, nem eu confiaria, mas…
  — Mas? — Sam apareceu da porta. — Noona, se você arrumar uma namorada para mim, eu te perdoo.
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  Segurei o riso.
  — Yah, menino abusado, pare de espionar a conversa. — Mary gritou com ele.
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  — Eu não quero uma namorada, mas se me pagar um jantar e me responder algumas perguntas curiosas… — Siwon estava descendo as escadas e ao olhar para mim, piscou de leve de forma sinuosa. — Bem-vinda de volta.
  — Eu… Não sei como dizer…. — realmente não sabia, era a primeira vez que pedia desculpas sinceras para pessoas tão importantes.
  — Se fosse menos orgulhosa, saberia. — soltou minha mão e se dirigiu para a escada, subindo sem a menor preocupação.
  — Aish, esse menino mal criado. — reclamou Mary ao olhar para o filho.
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  Não tinha o que falar, ele estava certo.
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  — Uau, me parece que o casamento de vocês está em crise. — comentou Siwon rindo baixo.
  — Casamento? — Mary me olhou confusa.
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  — Bem, nos casamos em Vegas. — expliquei.
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  — Vegas? — Sam se jogou no sofá. — Noona, não sabia que casamentos em Vegas eram válidos.
  — Alguns são. — Mary sorri. — Este é mais que válido.
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  O senhor Hwang bufou um pouco e se levantando da poltrona, dirigiu-se em direção ao seu escritório, eu já imaginava que teria que pedir desculpas alguma hora, mas não estava muito preparada. Talvez estivesse certo, eu era orgulhosa demais para me desculpar com as pessoas, mas pela primeira vez queria fazer isso, só não sabia como.
  — Não se preocupe, uma hora eles vão entender. — disse Mary.
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  —Talvez ele esteja certo, sou muito orgulhosa para fazer isso. — eu me virei em direção a porta.
  — Espera. — Mary segurou de leve em minha mão. — Aonde vai, querida?
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  — Preciso pegar minha bolsa com o agente, minhas coisas ficaram no apartamento dele. — expliquei um pouco triste.
  — Eu te levo. — disse Siwon ao retirar a chave do carro do bolso. — Assim não terá desculpas para não voltar.
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  — Não precisa. — sorri de leve. — Meu cachorro está aqui, acha mesmo que não voltaria? E por falar nisso, onde está Cronos?
  — Mandamos para o petshop, ele precisava relaxar. — explicou Mary.
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  — Seu cachorro é muito bonito e educado. — elogiou Sam.
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  — Obrigada, eu o treinei muito bem.
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  — Vamos, cunhadinha, eu realmente irei te levar. — Siwon sorriu e pegando minha mão me puxou para porta.
  Eu o conhecia muito bem para saber que não desistiria de me levar, então somente assenti e o segui até o carro.
  — Está mesmo tudo bem agora? — perguntou ele ao ligar o carro.
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  — Sim, como sempre Dean pensou em tudo. — suspirei fraco.
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  — Você se lembra onde é o apartamento do agente? — perguntou.
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  — Sim, mas eu não iria agora até lá. — respondi desviando meu olhar para a rua.
  — Imaginei. — ele suspirou também. — Está assim por causa do meu irmão.
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  — Não me faça pensar nisso assim.
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  — LT, você realmente ama ele. — era uma confirmação. — Te conhecendo como conheço, está lutando contra.
  — Confesso que nunca permiti que chegasse tão longe. — ajustei o cinto de segurança e me encolhi.
  — Como se você tivesse se envolvido com mais pessoas além de nós dois. — ele riu baixo.
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  — Tem razão, o que me deixa ainda mais assustada. — desviei meu olhar para ele. — Não sei o que fez para eu gostar dele assim.
  — Essa eu também quero saber. — ele deu uma gargalhada. — Ele roubou minha chance de te conquistar de verdade.
  Eu ri um pouco desviando meu olhar para frente, Siwon era mesmo um bobo.
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  — Mesmo sendo charmoso, acho que nunca daria certo. — confessei.
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  — Por quê? Sou muito quente? — ele riu mais alto. — Não acredito que gosta de homens empacados como meu irmão.
  — Acredite ou não, o que me chamou a atenção nele foi a voz. — suspirei profundo agora. — Aquela voz…
  “Faz meu corpo arrepiar.” Completei em pensamento.
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  — Aquela voz? — insistiu Siwon.
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  — É uma voz de impacto. — terminei disfarçando.
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  — Hum, voz de impacto. — ele riu com ironia. — E eu, tenho uma voz de impacto?
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  — Digamos que seu ponto forte é o olhar. — respondi tranquilamente. — Em raros momentos me pergunto como foi o romance que tiveram com aquela tal Taylor.
  — Aquela tal Taylor… Hum, soou um ponta de ciúmes.
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  — Por que eu teria ciúmes? — o olhei.
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  — Está mesmo me fazendo esta pergunta? — Siwon riu. — Não sei quem é mais orgulhoso, você ou ele.
  — Do que está falando. — desviei meu olhar para a janela. — Não sou tão orgulhosa assim.
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  — Sei.
  — Estou sendo sincera, Siwon, só não estou acostumada com certos sentimentos. — cruzei os braços.
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  — Posso lhe dar um conselho? — perguntou.
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  — Claro.
  — Pedir desculpas não é o fim da vida, mas pode ser o começo de uma nova. — se aquilo era algum tipo de frase feita, havia me impactado.
  — Você adora frases de efeito. — comentei brincando.
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  — Fazendo efeito ou não, é uma realidade que você pode viver. — seu tom ficou um pouco mais sério.
  — Obrigada. — disse de repente.
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  — Pelo quê?
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  — Por ser meu amigo, apesar de tudo. — aquilo foi sincero.
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  Passamos o dia todo dando algumas voltas por Paris, eu precisava daquele tempo de distração e diversão, Siwon tinha seu lado engraçado e descontraído que me fazia esquecer dos problemas, finalmente havia o definido como um verdadeiro amigo. O que me deixava ainda mais indecisa no que planejava para o futuro, uma família era o álibi perfeito, porém estava começando a se tornar um projeto de vida.
  Não demoramos muito ao passar no apartamento de Cedric, que colaborou não retendo meus documentos que estavam com ele, em minha bolsa. Assim que voltamos à casa da família Cho, eu senti que deveria talvez dar uma chance a frase de efeito de Siwon, então assim que Mary me disse que seu marido estava no escritório, decidi ter uma conversa com ele.
  — Posso te incomodar? — disse ao bater na porta.
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  — Entre. — ele estava sentado na cadeira perto da janela.
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  — Acho que lhe devo algumas explicações, senhor Hwang. — disse fechando a porta. — E… Estou aqui para lhe dar.
  — Dizer não vai mudar o que fez. — seu olhar era tão observador quando o de e Siwon, tinham a quem puxar. — Vai?
  — Sei que não.
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  — Você entrou na minha casa, conquistou minha esposa e meus filhos, o que me entristece não foi trair minha confiança, mas trair a de . — mesmo firme e rígido na voz, seu olhar era tranquilo. — Sempre coloco os sentimentos deles antes dos meus, por isso está aqui, por isso ajudamos você, porque minha esposa a considera sua filha.
  — Eu sei. — mantive meu olhar nele novamente. — Eu não sei como, mas quero reconquistar sua confiança novamente, me diga como.
  — Você sabe como.
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  O que era para ser um enigma me fez perceber que eu realmente sabia, até mesmo o senhor Hwang havia me perdoado sem que eu pedisse, mas havia um motivo para que ele não admitisse isso: .

A resposta é você
Minha resposta é você
Eu te mostrei tudo de mim
Você é o meu tudo, eu tenho certeza
Eu serei mais cuidadoso e te protegerei
Então o seu coração nunca será machucado
Eu nunca me senti assim antes
Como se minha respiração fosse parar.”

– My Answer / EXO

Capítulo 45

  

  Por mais que Mary insistisse para que eu ficasse na casa deles, decidi voltar ao Albergue onde estava com Cronos. Percebi um certo apego que o senhor Hwang pegou pelo meu cachorro, o que me deixou um pouco mais feliz e aliviada. Assim que cheguei no Albergue, havia um pacote para mim na recepção, um bilhete colado escrito “LT”’ me fazia saber que era presente de Dean para mim.
  Assim que entrei no quarto com Cronos, ajeitei minhas malas no canto da porta e sentei na cama, ao abrir o pacote me deparei com um celular que começou a tocar no momento em que o peguei.

  — LT na linha. — disse ao atender.
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  — Por que será que eu já imaginava que você voltaria para o albergue? — seu tom era irônico.
  — Porque você me conhece. — respirei fundo. — Obrigada por tudo.
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  — É minha obrigação te proteger. — sua voz ficou mais fria. — Sabe que sou um homem de palavra, preciso honrar o que disse.
  — Fala sobre minha aposentadoria? — perguntei brincando.
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  — Trabalhamos juntos a quanto tempo? — perguntou ele. — A conheço desde que tinha dez anos, quando Marg começou a te treinar individualmente, você é a minha caçula.
  — Aonde quer chegar com esse monólogo? Eu te conheço, Dean.
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  — Estou dizendo que não será fácil para mim abrir mão de você, em todos os sentidos. Sinto que de alguma forma já esperava por isso, ainda mais quando entrou em sua vida e Siwon retornou a ela. — admitiu ele. — Mas, tenho um último e definitivo serviço para você.
  — Qual? — perguntei.
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  — No fundo da caixa tem duas passagens, deixe Cronos em casa e renove sua mala. — respondeu ele, sua voz intensificou a seriedade. — Depois, use a segunda passagem para ir ao seu destino.
  — O que farei na Grécia? — perguntei curiosa.
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  — Assim que chegar lá, saberá. — ele desligou o telefone.
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  Dean parecia mesmo abalado com o pedido de Mary, mas apesar de todas as minhas habilidades e me querer em todos os trabalhos mais importantes, Dean preservava minha segurança e meu bem estar, por isso eu sempre fazia do meu jeito e o que eu queria. Respirei fundo olhando a tela do celular e comecei a pensar, o que seria este último serviço na Grécia, o que provavelmente Dean iria querer naquele país?
  Como as passagens estavam sem datas, passei mais dois dias em Paris, para aproveitar o final da exposição de fotografia, com isso pude participar de algumas palestras e workshops divertidos e interessantes, aprendi muito sobre aquela que certamente seria minha nova profissão. Aquele tempo serviu para despertar em mim um desejo de realmente me profissionalizar em fotografia e arte, me veio uma ideia louca de fazer faculdade e ter pelo menos um diploma, seria o início da parte normal da minha vida.
  — O que acha, Cronos? — olhei para ele que estava deitado no chão me olhando. — Seria bom se a mamãe fosse para a faculdade?
  Eu me espreguicei dando um largo sorriso e joguei meu corpo para trás me deitando na cama, acho que seria interessante cursar algo, já havia experimentado por um tempo a sensação de ser universitária quando conheci Siwon. Agora poderia realmente ser uma e estava ficando ainda mais empolgada com essa novidade em minha vida.
  Tudo que era meu já estava organizado e pronto, voltaria para Manhattan primeiro e deixaria Cronos em casa, para finalmente seguir para a última e definitiva missão. Mandei uma mensagem a Mary, que veio se despedir de mim no aeroporto, expliquei a ela que precisava fazer algo para Dean, como um acerto de possíveis dívidas, então depois disso estaria definitivamente fora desta vida de objetos de desejo.
  — Mande uma mensagem quando chegar em casa. — disse ela ainda me abraçando. — Já estou sentindo sua falta, e você nem se foi.
  — Obrigada. — sorri de leve. — Por ser como uma mãe para mim.
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  — Mas eu sou. — ela sorriu de volta. — Conte sempre comigo.
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  Eu me afastei dela e segui para o portão de desembarque, assim que olhei para trás pela última vez ao passar pela porta, vi ao longe descendo as escadas correndo, certamente estava ali para ver se eu realmente iria embora. Aquela era uma parte da minha vida que ao mesmo tempo queria ajustar, eu já não conseguia fazer nada para melhorar e só piorava. Assim que entrei no avião me certifiquei da segurança de Cronos e aproveitei para relaxar um pouco.
  Não demorei muito em Manhattan, assim que deixei Cronos sobre os cuidados de Stef com muitas recomendações, preparei uma única mala de viagem e coloquei exatamente tudo o que eu precisava. Parti rumo a Grécia sem saber o que me esperava porém decidida a fazer o melhor neste último serviço, assim que desembarquei no aeroporto internacional de Atenas, recebi uma ligação de Dean me convidando para o café.
  Já havia um carro à minha espera na saída do aeroporto, assim que o veículo parou em frente a uma cafeteria tradicional da cidade, desci tranquilamente deixando minha mala no carro, ajeitei a bolsa no ombro e entrei. Ele estava sentado à mesa dos fundos, saboreando uma xícara de café expresso.
  — Bom dia. — disse ao chegar em frente a ele.
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  Ele me olhou tranquilamente e esticou a mão para que eu me sentasse.
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  — Não foi somente para o café o convite. — comentei me sentando.
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  — Não. — ele voltou seu olhar para o jornal que estava em cima da mesa. — Você tem lido os jornais?
  — Não tenho tido tempo. — respondi olhando o atendente que já vinha me servir com um cappuccino de chocolate e um pedaço de torta de maçã.
  — Tomei a liberdade de pedir para você. — comentou ele assim que o atendente se afastou.
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  — Você já sabe meus gostos. — sorri de leve.
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  — Nem todos. — ele empurrou o jornal para mim.
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  Passei o olho superficialmente e vi que a matéria de destaque era referente a uma série de roubos consecutivos aos bancos de Monterrey. Estranhei por um tempo, até que me lembrei de uma declaração de Dean no passado, dizendo que o dia em que me aposentasse, eu teria que deixar alguém em meu lugar.
  — Não me diga que você arrumou aprendizes para mim? — ri baixo.
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  — Não existirá outra LT, mas precisarei seguir em frente. — explicou ele. — Tenho uma equipe com potencial, preciso que recrute elas.
  — Elas… Quantas pessoas formam uma LT? — ri novamente.
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  — Quatro garotas, que deixarei em suas mãos. — ele engoliu seco. — Tenho certeza que irá ensiná-las melhor do que Marg te ensinou.
  — Você acha? — o olhei surpresa.
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  — Tenho certeza.
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  — Você está muito triste, não será um adeus, Dean. — o consolei segurando o riso.
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  — Marg disse essas mesmas palavras. — ele voltou seu olhar para a saída e se levantou. — O carro de levará para onde será sua nova casa temporária, vou buscar elas pessoalmente.
  Assenti em silêncio, esperei Dean se retirar e desfrutei do café da manhã que ele havia pago para mim, assim como dito, o carro me levou até um condomínio fechado e estacionou em frente a última casa que tinha na colina. Ao entrar, vi que assim como a arquitetura externa era tradicional, a decoração interna também, além de simples era um espaço arejado e amplo. Os dias foram passando comigo naquela casa vazia, Dean havia deixado várias pastas com informações de cada uma das quatro garotas, elas eram amigas de infância o que ajudava na confiança de equipe.
  — LT. — disse aquela voz que sempre aparecia nas melhores horas.
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  — Bom dia. — disse ao me virar para ele. — Veio me conceber mais uma lua de mel? ?
  — Não. — ele desviou o olhar para o mar. — Não sabia que gostava de praias gregas.
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  — Estou a trabalho, um último e definitivo. — expliquei para que não ocorressem mals entendidos.
  — Não precisava dizer. — ele suspirou fraco. — Apesar de minha mãe já ter mencionado propositalmente.
  — Como estão todos? — perguntei, havia pouco mais de uma semana que tinha deixado Paris.
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  — Bem.
  — Posso entender sua presença aqui na Grécia? Principalmente em uma praia?
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  — Estou aqui a trabalho. — ele parecia relutante em meu olhar. — Vou deixá-la em seu momento.
   foi se afastando.
  — Espera. — segurei em seu braço. — Eu…
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  — Você? — ele me olhou serenamente, parecia não estar esperando nada de mim.
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  — Almoça comigo? — convidei.
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  Ele sorriu de canto assentindo com a face, senti meu coração pulsar um pouco mais forte. Fomos a um restaurante indicado por Dean uma vez, a comida era saborosa assim como o ambiente aconchegante, porém, mesmo com tudo a meu favor, permaneceu em silêncio durante todo o tempo, o que me deixava ainda mais agoniada por não saber o que se passava em sua mente.
  Será que eu havia perdido seu coração?
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  — Você esteve muito calado no almoço. — disse enquanto caminhamos pela rua.
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  — Não sinto que tenho algo para falar. — respondeu ele.
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  — Ao contrário de mim, que tenho e não digo. — respirei fundo. — Aposto que foi isso que pensou.
  — Talvez. — concordou ele.
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  — . — segurei sua mão o fazendo olhar para mim.
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  Admito que já estava cansada com suas ironias escondidas atrás da sua sinceridade, o pior é que em tudo ele estava certo e definitivamente, eu não estava preparada para quebrar toda aquela barreira que me mantinha segura longe de sentimentos como amor e confiança. Respirei fundo reunindo a coragem que me faltava.
  — Me…. — era mesmo complicado, aquelas palavras viriam cheias de sentimentos. — Me perdoe.
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  Ele ficou estático por um tempo, me olhando surpreso e ao mesmo tempo chocado com minhas palavras.
  — Você não imagina o quanto esperei por isso, para que admitisse todo seu erro. — ele suspirou fraco. — Mas ainda não posso te perdoar, não sei se consigo confiar novamente em você.
  — O quê? — o olhei com um pouco de indignação. — Você não sabe o quão difícil foi para dizer isso, admitir tudo.
  — Me perdoe também, mas acho que…. — ele me olhou profundamente. — Precisamos nos afastar.
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  Eu não queria me afastar dele.
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  — O que eu faço? — perguntei. — O que tenho que fazer para ter seu amor de volta?
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  Senti me metade do meu orgulho havia desabado em terra com aquela pergunta, segurei as lágrimas no canto dos olhos.
  — Quero que não tenha mais segredos. — respondeu ele. — Não posso confiar em alguém que ainda esconde sua vida de mim.
  Recebi aquela indireta, como se ele desconfiasse de mais algo relacionado a minha vida, logo me lembrei de minha irmã. se aproximou de mim e dando um beijo suave em minha testa, se afastou indo em direção a um táxi que estava parado no ponto.
  — O que faço agora? — sussurrei para mim mesma.
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  Eu tinha que me recompor, ainda existia uma vida longe de que eu tinha que finalizar, respirei fundo, coloquei meus pensamentos em ordem e voltei para casa. Na manhã seguinte a primeira coisa que fiz e voltar a analisar minhas aprendizes, além de montar um treinamento coletivo e individual para todas, queria florescer ao máximo suas habilidades.
  Pelas informações, observei que a líder chamada Jenny era um pouco parecida comigo, principalmente em seu temperamento e ousadia. As outras três, Nalla, Mel e Sunny também me pareciam habilidosas, porém todas tinham um ponto fraco que Dean odiava nas pessoas que trabalhavam para ele: pouca resistência psicológica. O que significava que elas facilmente entregavam o jogo e poderiam ceder a interrogatórios policiais mais intensos.
  No meio da tarde, Dean me mandou uma mensagem programada para que eu ligasse para um número desconhecido e me apresentasse, foi exatamente o que fiz.
  — Bom dia, meninas, espero que estejam bem, para aquelas que não me conhecem, podem me chamar de LT, a partir de hoje vocês serão minhas aprendizes. — disse assim que atenderam, estava no viva voz do outro lado.
  Eu esperei por alguns segundos e desliguei. Agora só me restava esperar pelas minhas aprendizes e finalmente iniciar meu projeto aposentadoria.

Eu te amo muito, mas meu orgulho nessas palavras
Não me permitem dizê-las a você
Hoje vou juntar toda a minha coragem e te dizer
Então escute calmamente, eu vou cantar para você.”

– Sing For You / EXO

Capítulo 46

  

  Foi um ano direto de treinamento duro para minhas quatro garotas, divididos em força, habilidade coletiva, trabalho em grupo e resistência psicológica. Felizmente tudo estava concluído e elas já estavam de partida para a missão teste, que eu já sabia que daria certo, pois fui eu quem tracei o plano base e as ensinei a pensar em todas as possibilidades de erros, acertos, problemas e resoluções.
  — Como previsto, fez um bom trabalho. — comentou Dean olhando o computador e vendo a foto das aprendizes. — De onde veio a ideia de uma oficina de carros como álibi? Não é comum vermos mulheres mecânicas.
  — Adoro diferenciais. — respondi rindo. — E também, acabei descobrindo que carros é um assunto em comum recorrente em todas.

  — Interessante.
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  — Sim, os pais da Mel e da Jenny eram mecânicos, isso as faz saber sobre muitas coisas, já a é boa com números e tecnologia, ficará na administração, e Sunny por sua vez cuidará do marketing e será nossa relações públicas da marca. — me espreguicei um pouco. — Não foi difícil montar todo o planejamento delas, porém como você as quer direcionada a essa área.
  — Como posso te agradecer por isso?
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  — Uma vaga em Yale. — respondi sem rodeios.
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  — Sério? — seu olhar surpreso se voltou para mim. — Está pensando em ingressar na carreira universitária?
  — Tenho pensado sobre isso já alguns meses e acho que o curso de arte e fotografia combinam comigo. — expliquei. — Tenho certeza que para você não será nenhum problema conseguir isso, não é?
  — Seu pedido é uma ordem, só me dê alguns dias. — respondeu ele.
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  — Eu estarei no Brasil.
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  — Vai visitar sua irmã? — perguntou curioso.
  — Não. — respirei fundo. — Vou buscá-la.
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  — Como?
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  — Se terei uma vida normal agora, preciso da minha verdadeira família. — expliquei.
  — Então está pensando em apresentá-la ao…
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  — Talvez, ainda não me decidi.
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  Eu me afastei um pouco e peguei minha bolsa, já estava de saída. Me despedi de Dean e segui em direção ao aeroporto, já estava tudo pronto para meu embarque no jatinho particular dele. Assim que desembarquei no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, fui a uma loja de brinquedos para comprar um lindo presente ao meu sobrinho, afinal, ele tinha completado um ano de vida e eu não havia comparecido ao aniversário dele.
  — Surpresa! — disse assim que Natália atendeu a porta.
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  — ? — seu olhar surpreso deu lugar a alegria em me ver. — Você veio mesmo.
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  — Sim. — eu a abracei. — E trouxe presente para o Joe.
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  — Joe. — ela riu da minha forma de chamar meu sobrinho.
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  — E como está tudo, conseguindo conciliar os estudos com a maternidade?
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  — Não. — respondeu ela fechando a porta, assim que eu entrei. — Resolvi parar com a universidade enquanto ele ainda está pequeno, crianças precisam das mães nessa idade.
  — Que linda. — sorri com carinho para ela.
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  — Ainda mais nessa situação. — ela olhou para Joe que estava no cercadinho brincando. — Essa criança veio ao mundo da pior forma possível, agora sou eu que quero dar a melhor oportunidade a ela.
  — Joe é o nosso segredo. — pisquei de leve para ela.
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  — Segredo. — ela me olhou curiosa. — Por falar em segredo, o que está pensando em fazer? Vai me apresentar para ?
  — Ainda não sei. — suspirei fraco e sentei no sofá que estava perto do cercadinho. — Mas ando pensando muito sobre isso.
  — Agora que começou, acho que deveria seguir em frente. — aconselhou ela. — Não se prive de ser amada por um orgulho que só te afasta de quem você ama, além do mais, eu não me importo de conhecer meu cunhado.
  — Eu sei disso. — ri baixo ao pegar um brinquedinho de Joe e balançar para ele.
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  — Já que a titia está aqui, vou deixá-lo com você, preciso comprar leite. — disse ela.
  — Eu fico aqui, brincando com ele. — assegurei mantendo minha atenção em Joe.
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  Sempre que olhava para Joseph, me lembrava de como era bom contar sempre com minha irmã e sua ajuda, por isso eu queria demonstrar a cada vez mais que ela também podia contar comigo. As horas se passaram e ao final da noite, quando Joseph conseguiu dormir, eu e Natália nos jogamos ao sofá para fazer maratona de Friends pela centésima vez.
  — Diga o que está passando pela sua cabeça maquiavélica. — indagou ela ao perceber que eu estava a olhando demais.
  — Estava aqui pensando, você tem estado muito sozinha ultimamente. — comentei. — Já pensou em arrumar um namorado, ou talvez se casar?
  — Sei que tudo que vem de você tem um propósito. — ela pausou o episódio. — No que está pensando?
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  — Que você precisa de alguém para te ajudar com o Joseph, sabe…. — respondi sinuosamente. — Posso te apresentar um amigo.
  Ela pausou o episódio e me olhou como se não confiasse em mim.
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  — Que tipo de amigo? — retrucou.
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  — Um que provavelmente tem carreiras militares. — comentei indiretamente.
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  — Você não presta. — ela se levantou do sofá. — O que está querendo com a ideia de me apresentar ao agente Choi?
  — Uau, você é boa no raciocínio. — observei. — Olhe pelo lado lógico, você está solteira, ele teve uma desilusão amorosa, ambos podem se completar.
  — Como se eu não conhecesse sua mente calculista. — ela cruzou os braços. — Acha mesmo que vou compactuar com seus planos? Ele estava nas garras da tal Louise e agora que está livre dessa mentira, você quer que eu o agarre para você?
  — Vamos combinar que não é de todo uma má ideia. — eu me levantei também. — É bom manter os amigos perto e os inimigos mais pertos ainda, esse é o nosso lema.
  — Eu não vou brincar com os sentimentos dele por sua causa, . — disse ela tentando não alterar sua voz, mas mantendo firmeza.
  — Não estou pedindo para que brinque com os sentimentos dele. — expliquei. — Estou pedindo para dar uma oportunidade aos dois, eu convivi com Cedric por muito tempo para saber que ele é seu tipo ideal, além de que você tem a ficha limpa, exatamente como ele deseja em uma mulher.
  Ela suspirou fraco, parecia não querer mais criar argumentos contra mim.
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  — Apenas o conheça, como amigo. — pedi fazendo cara de criança sem mãe. — Assim como você quer minha felicidade com , eu também quero te ajudar a ter sua própria família.
  — E quanto ao Joseph, como vou explicar essa criança a ele? — perguntou ela preocupada.
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  — Assim como está nos registros, que são devidamente verdadeiros e livres de falsificações, Joseph é seu filho fruto de uma adoção. — expliquei piscando de leve para ela.
  — Para você é tudo fácil. — observou ela.
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  — Sempre é, somos nós que complicamos. — sorri de leve para ela. — Foi você quem me disse isso uma vez.
  — Tudo bem. — ela respirou fundo. — Aceito somente conhecer ele, no máximo tomar um café.
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  — Hum…. — sorri ainda mais. — Então trate de arrumar suas coisas, vamos para Paris.
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  — O que faremos em Paris? — perguntou ela.
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  — Começaremos uma nova vida, de verdade, como irmãs.
  Natália deu um sorriso singelo, seu olhar transmitia alegria, certamente aquilo era o que ela mais queria, que estivéssemos unidas novamente, sem Cassie, LT ou qualquer outra coisa que me envolvia no mundo de Dean. E eu, a partir daquele momento, só queria ter uma vida normal junto de minha irmã e da minha segunda família.
  — Como é bom estar de volta. — disse assim que descemos do táxi em frente ao hotel que havia reservado para nós, coincidentemente era de um amigo de Dean.
  — É a minha primeira vez aqui. — comentou Natália enquanto segurava Joseph no colo.
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  — Se tudo der certo, você viverá em Paris. — comentei dando indiretas.
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  — Não comece, . — ela caminhou até a porta giratória da entrada.
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  — Só foi um comentário. — reclamei a seguindo.
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  Assim que entramos, fomos recepcionadas pelo gerente que nos informou sobre um almoço especial que o hotel estava oferecendo aos hóspedes. Aproveitamos que a fome já estava presente e almoçamos naquela mesma hora, Natália estava fascinada com tudo o que via ao seu redor, o que me deixava ainda mais aliviada e certa de que estava tomando o rumo certo em minhas decisões.
  Os dias se passaram com nós duas passeando pela cidade, eu queria pessoalmente mostrar todos os pontos turísticos para ela, aproveitando, iria colocar todos os assuntos em dia e poder finalmente fazer várias lembranças boas com ela. Assim que chegamos em frente uma loja de sapatos, não consegui resistir a tentação, havia uma sandália de salto quadrado que parecia sussurrar meu nome.
  — Vai e compra, o que está esperando? — incentivou ela enquanto empurrava o carrinho de Joseph.
  — Acho melhor não. — a olhei. — Não quero te deixar sozinha.
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  — Vai logo comprar essa sandália. — reforçou ela.
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  Sorri um pouco e entrei na loja rapidamente, eu não iria deixar passar aquela oportunidade, assim que fiz o pagamento e descontroladamente acrescentei mais dois sapatos a minha compra, recebi uma mensagem de Mary. Eu havia comunicado a ela que estava indo para Paris, pedi para que ela transmitisse uma mensagem a , já se completava um ano que estava longe dele e não tinha notícias suas.
  Mary assegurou em sua mensagem que ele receberia a mensagem e compareceria no hotel esta noite, estava pronta para definir por completo minha relação com ele, esta noite só teria duas escolhas: ou seríamos um casal de verdade, ou nem queria imaginar a segunda opção.
  — Natália, eu…. — paralisei um pouco a ver ela conversando com uma pessoa que estava de costas, era um homem e parecia estar brincando com Joseph que estava no carrinho.
  — .— disse ela ao me ver. — Já comprou?
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  — Sim. — sussurrei mantendo meu olhar no homem que ao virar sorriu para mim.
  — Oi. — era o meu agente favorito.
  — Cedric? — por esse encontro nem eu estava esperando e arquitetando.
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  — Que coincidência. — ele sorriu sem graça.
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  — Vocês já se conhecem? — perguntou Natália de forma inocente, minha irmã era melhor que eu na atuação.
  — Sim, tivemos algumas divergências passadas. — expliquei brevemente.
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  — Mas está tudo resolvido. — assegurou Cedric. — Não sabia imaginava que tinha uma irmã, porém sabia que ainda escondia algo de mim.
  — Bem, em um passado distante fomos adotadas por famílias diferentes, por isso, poucas pessoas sabem sobre mim. — explicou Natália.
  — Entendo.
  — Você está ocupado, agente? — perguntei.
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  — Não, estou definitivamente de férias. — ele riu baixo.
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  — Gostaria de tomar com café conosco? — perguntei intencionada a fazê-lo ficar mais tempo perto de Natália.
  — Acho que aceitarei desta vez.
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  Olhei para Natália fazendo aquela cara de: consegui! Mesmo que não tivesse planejado aquele encontro, Paris era pequena e certamente em algum momento iríamos esbarrar em Cedric, principalmente por todos os dias estar fazendo ela passear comigo. Nosso café foi muito proveitoso, principalmente pela curiosidade de Cedric em saber como era minha relação de irmã comigo, seu interesse por ela foi de fato instantâneo como imaginei, afinal, se tratava de alguém real mais próximo de mim.
  — Vai me dizer que não foi divertido? — indague assim que entramos no quarto. — Você estava sorrindo à toa.
  — Tenho que concordar que o agente é simpático. — disse ela fingindo não ter interesse nenhum.
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  — Deixe de falsidade. — eu ri dela. — Ele é muito bonito e charmoso, além de educado e gentil quando quer.
  — Ainda guarda ressentimentos dele?
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  — Não, se guardasse, não estaria querendo transformá-lo em cunhado. — ri alto.
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  — Ei, mais baixo. — repreendeu ela. Joseph já estava dormindo em seus braços.
  — Desculpa. — olhei para meu sobrinho fofo.
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  — Como será agora? — perguntou ela.
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  — Viveremos tranquilamente de forma leve e normal. — sorri um pouco. — E eu vou para a universidade.
  — Ainda não acredito nisso, Yale. — ela riu.
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  — Sim, e você voltará a fazer seu curso na melhor escola de gastronomia da França. — reforcei.
  — Sério? Vai mesmo levar essa ideia adiante?
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  — Claro Natália, você gosta de culinária, não poderia deixar você desistir desse sonho.
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  — Obrigada. — ela sorriu.
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  Peguei meu celular para ver se havia mais alguma mensagem de Mary sobre , e havia uma mensagem do próprio dizendo que estava na recepção do hotel me esperando, eu mandei o número do quarto pedindo para que subisse, assim ele fez. Enquanto Natália foi colocar Joseph no berço dentro do quarto, eu fiquei esperando ele no pequeno hall de entrada, assim que tocou na porta, a abri de imediato.
  — Oi, obrigado por vir. — disse assim que ele entrou.
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  — Estou curioso para saber o que a traz aqui, depois de um ano sem dar notícias. — disse ele dando um sorriso fechado e discreto.
  — Para ser sincera, passei todo esse tempo trocando mensagens com sua mãe. — ri baixo. — Mas pedi a ela para não falar sobre isso.
  — Mais segredos. — comentou ele.
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  — Desta vez foi um segredo saudável. — ri mais um pouco e fiquei mais séria ao perceber que Natália havia retornado.
  — Quem é ela? — perguntou .
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  — O motivo de estar aqui. — respondi. — Há um ano atrás, você disse que só me perdoaria se não houvesse mais nenhum segredo entre nós.
  Ele assentiu com um olhar curioso, mantendo-os em Natália.
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  — Quero te apresentar minha irmã mais nova, Natália. — respirei fundo. — Ela é o maior de todos os meus segredos.

A minha mãe me diz todos os dias
Para ter cuidado com os homens
Porque o amor é como brincar com fogo
Minha mãe pode estar certa
Porque quando vejo você, meu coração fica quente
Porque ao invés de medo, minha atração fica maior?”

– Playing With Fire / Blackpink

Capítulo 47

  
  — Confesso que não esperava por isso. — comentou ele enquanto caminhávamos um pouco pelo jardim do hotel. — Pensava que só tivesse Dean e os prodígios em sua vida.
  — É realmente inesperado…. — concordei com ele. — Fomos adotadas por famílias diferentes, assim foi mais fácil não ligar nossas vidas, tudo do nosso passado foi queimado e apagado… Somente o Dean sabia sobre ela.
  — Porém sua irmã sabe sobre tudo em sua vida. — ele riu baixo, provavelmente se lembrando do comentário de Natália sobre nosso relacionamento indefinido. — Me deixou ainda mais surpreso.

  — Admito que sou uma caixa de surpresas quando quero. — brinquei o fazendo rir.
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  Sim, eu era e agora de uma forma estranha estava me sentindo bem mais leve e serena, após contar tudo sobre minha vida e meu passado a ele, agora literalmente não havia mais nenhum segredo de minha parte entre nós dois.
  — Achei nobre ter pedido sua irmã para adotar a criança. — comentou ele ao parar em frente ao pequeno lago climatizado.
  — Não sou uma pessoa totalmente má. — brinquei parando ao seu lado e olhando os peixes que nadavam no lago. — Apesar de tudo tenho meus princípios…
  — Imagino… Estou orgulhoso por isso.
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  — Sério? — o olhei surpresa. — Eu te deixei assim?
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  Ele sorriu de leve e segurou em minha mão com suavidade, seu olhar carinhoso veio de encontro ao meu, ele parecia querer falar algo que se mantinha preso em sua garganta.
  — Eu te amo. — sussurrou ele dando um sorriso de canto.
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  Eu sorri junto de forma espontânea, não sabia como reagir a uma declaração tão direta daquela forma. Será que era um sinal que ele havia me perdoado de fato?
  — O que devo entender com essas palavras? — perguntei.
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  — Que não te deixarei ir nunca mais. — ele me puxou para mais perto e me abraçou com ternura. — Quero estar ao seu lado para sempre.
  — Para sempre é muito tempo. — brinquei um pouco com ele. — Tem certeza?
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  — Sim. — ele me envolveu ainda mais em meus braços. — No início… Senti que você havia roubado toda a minha atenção e junto meu coração, mas agora é tudo teu sem precisar de muito esforço.
  — O quê? — eu o olhei chocada. — Muito esforço? Você sabe o quão difícil foi para te contar tudo? Agora quem não quer mais sou eu.
  Me afastei de leve dele.
  — Agora você terá que provar que me ama. — cruzei os braços.
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  — Que garota mais orgulhosa. — ele riu um pouco e logo se ajoelhou, retirando do bolso uma caixinha. — Já que tenho que provar, quero fazer algo que venho desejando a muito tempo.
  — Não acredito. — mantive meu olhar naquela caixinha já imaginando suas próximas palavras. —
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  — Sei que vai dizer que já somos casados e tudo mais… Porém desta vez, quero começar da forma correta. — seu olhar sincero e profundo me constrangeu um pouco. — Você deseja ser minha esposa, perante toda a sociedade e passa os próximos muitos dias da sua vida com este bobo marido álibi?
  — Hum…
  — Mas é claro que ela vai aceitar. — disse Natália brotando bem próximo a nós dois. — Depois de um ano ouvindo ela dizer que estava com saudades do marido, se ela não aceitar agora eu a arrasto para o altar assim mesmo.
  — Yah, Natália. — eu a olhei. — Como pode? Estávamos no meio de algo.
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  — Estou começando a gostar da minha cunhada. — riu já se levantando.
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  — Não. — eu o fiz se ajoelhar novamente. — Eu ainda não respondi, e você, Natália, silêncio.
  — Não está mais aqui quem falou. — minha irmã riu, era visível sua felicidade por mim.
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  — Então? — insistiu .
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  — Tenho que admitir que você é mesmo um marido bobo… Porém jamais irei te querer como um álibi, a partir de agora te quero te verdade…
  Eu nem terminei meu discurso de aceito e me interrompeu com um beijo intenso e doce, meu marido estava mesmo com saudades de mim e seu amor era tão real quanto o meu. Era sim um recomeço sem mentiras e falsidades, uma nova chance e uma nova vida, senti que deixar meu orgulho de lado não foi tão ruim assim, apesar de doer na hora, agora estava bem mais leve e com a certeza de que seria ainda mais feliz ao lado do homem que amava.
  Nossa comemoração foi cheia de muitos risos e alegrias, Mary que agora mais do que antes me tratava como filha adotiva, ficou encantada ao conhecer Natália e o pequeno Joe, assim como fiz com meu marido, contei a toda família Cho sobre a história da criança. Como esperado, todos apoiaram o que fiz, principalmente o senhor Hwang, que aproveitou o assunto para começar a cobrar netos de minha parte.
  — Ainda não me acho preparada para ter filhos. — comentei com Mary ao entrarmos na cozinha. — Acho que meu sogro está um pouco apressado.
  — E eu estava preparada para ser mãe? — Natália entrou atrás de nós com Joe no colo, senti a indireta vindo para mim.
  — Você é diferente. — retruquei.
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  — Nisso eu tenho que concordar. — Mary riu baixo. — Você tem cara de pessoas amorosas e carinhosas, mães são assim.
  — Viu? — concordei.
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  — Senhora Mary, assim não vale, não pode defender ela sempre. — reclamou Natália. — Mas devo admitir que estou gostando muito da maternidade.
  — E daqui a pouco vai desfrutar do matrimônio. — completei.
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  — . — ela me olhou séria.
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  — Natália? Está noiva? — perguntou Mary curiosa.
  — Oh não. — Natália se retraiu.
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  — Ela ainda está solteira, mas tenho certeza que por pouco tempo. — assegurei rindo mais. — Estou tentando desencalhar ela.
  — Falando assim, parece até que eu estou desesperada. — ela riu junto ao se sentar na cadeira e acomodar Joe em seu colo.
  — E quem é o pretendente? — perguntou Mary.
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  — Hum…. — Natália me olhou receosa.
  — O agente Cedric. — respondi tranquilamente.
  — O quê? — disse ao adentrar a cozinha.
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  — Oi querido, esqueci de te contar sobre isso. — sorri meio sem graça, aquele não era realmente um segredo, mas só algo aleatório que eu não me lembrei.
  — Esqueceu? — ele cruzou os braços. — Esqueceu de me contar que quer juntar sua irmão com o agente que quase te jogou na prisão?
  — É, esqueci. — confirmei com o olhar mais sereno do mundo.
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  — Yah, … Vocês acabaram de reatar o casamento e oficializar tudo, pare de arrumar desculpas para brigarem novamente. — disse Siwon aparecendo ao seu lado. — Além do mais, se é para alguém ficar chateado, que seja eu… Fui completamente descartado como opção.
  — Desculpa cunhadinho, mas você não faz o estilo da minha irmã. — tentei segurar o riso, mas assim que começou a rir da cara do irmão, eu segui junto dando algumas gargalhadas com Mary.
  — Ei, vocês estão falando da minha vida amorosa. — protestou Natália. — Nem sei se realmente o agente Choi é meu tipo ideal.
  — É claro que é. — confirmei desviando meu olhar para me parecia transbordar ciúmes.
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  — Podemos mudar de assunto? — perguntou .
  — Ia sugerir a mesma coisa.
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  Eu e Mary rimos um pouco deles.
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  — Preciso antes comentar que já até imagino o motivo disso. — comentou Siwon.
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  — Apesar de tudo, o agente Choi é uma pessoa legal. — dei alguns passos até e segurei em sua mão. — Podemos conversar.
  Ele assentiu com a face entrelaçando nossos dedos, seguimos em direção à varanda do jardim dos fundos, era raridade eu ir para o jardim deles, era um lindo e muito bem cuidado lugar. Segundo Mary, uma amiga paisagista havia projetado aquele jardim como presente de aniversário para ela.
  — Que outro segredo em forma de novidade quer me contar agora? — perguntou ele permanecendo sério, parecia ainda chateado.
  — Vai mesmo ficar chateado por algo que esqueci de mencionar antes? — cruzei meus braços o olhando séria.
  — Não. — ele suspirou fraco e envolveu seus braços em minha cintura. — Me desculpe…
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  — Eu entendo que deva ser difícil confiar em mim novamente…. — disse me aninhando em seus braços. — Mas…
  — Darei o meu melhor para não ser tão ciumento assim. — brincou ele. — O que queria falar comigo?
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  — Eu… Bem, segundo seus pais, temos que legalizar nosso casamento no civil o mais rápido possível, assim serei definitivamente da família… Então queria te convidar a morar comigo em Manhattan, sei que a empresa do seu pai é aqui…
  — Aceito. — disse ele de imediato. — Em Manhattan, aqui em Paris, na Coreia, não importa o lugar, eu aceito.
  — Eu te amo. — disse de forma espontânea e assustadora até para mim.
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  Ele sorriu de leve com os olhos brilhando.
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  — Tenho outra novidade para você. — anunciei.
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  — Que não seja mais um roubo. — advertiu ele.
  — Não. — eu ri alto. — Sua família foi minha última vez.
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  — E Bahamas? — ele ficou um pouco mais sério.
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  — Foi somente um passatempo. — brinquei.
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  De início ele permaneceu sério, mas depois de um sorriso meu, ele riu do meu comentário.
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  — Mas…. — mordi meu lábio inferior, não sabia ao certo como ele reagiria em relação aos meus planos futuros.
  — Mas?
  — Ando pensando em Yale. — disse diretamente. — Uma vida nova merece uma profissional nova e capacitada.
  — Fico feliz que queira experimentar a experiência de uma universidade. — ele sorriu. — Terá um espaço para seu marido nessa nova fase universitária?
  — Mas é claro. — pisquei de leve. — Como você disse, qualquer lugar, acho que Yale está incluído.
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  — Estou já curioso para te ver estudando. — brincou ele. — Vai ser divertido.
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  — Bem, não será tão cheio de adrenalina como venho vivendo a algum tempo, mas Natália me deu a ideia de entrar para o time de líderes de torcida. — eu ri de imediato me lembrando de sua sugestão.
  — Isso eu iria querer ver com certeza. — ele riu junto. — Estou feliz com sua empolgação.
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  — Confesso que estou mesmo empolgada com esse lado normal da vida, vou viver coisas que nunca vivi até hoje. — admiti sem medo. — Tudo isso por sua causa.
  — Minha causa?
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  — Desde o momento que entrou em minha vida, não consegui parar de pensar em como seria minha vida com você, uma vida simples e normal. — confessei meus mais profundos sonhos e pensamentos.
  — Meu coração acelera quando diz isso. — ele me olhou com carinho. — Se for um sonho, não me acorde.
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  — Se for um sonho, te acordarei com um beijo para viver a realidade comigo. — eu me aproximei um pouco mais dele e o beijei suavemente.
  — Acho que vou gostar dessa realidade.
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  — Acha?
  — Não, tenho certeza. — ele acariciou minha face sorrindo. — Quando vamos para Yale?
  — No próximo semestre. — respondi. — Mas antes, quero uma segunda lua de mel.
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  — Segunda? — ele riu. — Não se contentou mesmo com Bahamas?
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  — Claro que não… Estávamos brigados.
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  — Então, nossa próxima lua de mel será aonde? — perguntou meio curioso.
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  — Gostaria de um lugar calmo e tranquilo, pois Cronos vai conosco.
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  — Ah, sim, não podemos deixá-lo para trás. — garantiu ele. — Que tal Veneza? É uma cidade tranquila.
  — Estava pensando mais na ilha de Jeju. — comentei. — Gostei muito do seu país, gostaria de voltar lá.
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  — Vou te apresentar cada parte da ilha com maior prazer. — ele sorriu parecia ainda mais animado do que eu para a nossa segunda lua e mel.
  Estava divertido fazer planos com meu marido, porém tinha outros detalhes em minha vida que queria resolver o mais rápido possível, um deles envolvia Natália e Cedric, o outro era Dean, que mesmo dizendo que eu estava aposentada, jamais conseguiria confiar cem por cento em suas palavras.

– x –

  — Bom dia para a mais nova graduada de Yale. — disse Natália ao adentrar em meu quarto.
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  — Natália? — eu que estava virada para o espelho, me voltei para ela. — O que faz aqui?
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  — Vim para sua formatura. — explicou ela. — Bem, não só eu…
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  — Não me diga que Cedric veio? — aquilo tinha me deixado chocada.
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  — Sim, ele disse que não seria bom eu viajar sozinha com duas crianças…. — ela começou a explicar com aqueles olhos brilhando, enquanto tocava em sua barriga.
  — Não acredito! — fiquei um pouco mais em sua barriga. — Você está grávida?
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  — Sim. — ela sorriu timidamente.
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  — Natália? Não tem nem seis meses que vocês dois se casaram. — disse um pouco surpresa, estava me sentindo um pouco atrasada por meus anos enrolando para dar netos aos meus sogros.
  — Digamos que percebi que uma criança é motivos fortes para Cedric tirar mais férias. — ela riu se sentando na cama e me olhando meio sapeca. — Devo te agradecer por isso?
  — Pelo quê?
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  — Por me dar uma família completa. — respondeu. — Não te contei, mas após o casamento, Cedric pediu para registrar Joe em seu nome.
  — Sério?
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  — Sim, somos uma família de verdade.
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  — Não precisa me agradecer por isso, digamos que estava em dívida com você. — pisquei de leve. — E onde está meu sobrinho afilhado?
  — Com Cedric, lá na sala. — respondeu tranquilamente olhando em sua volta. — Estou surpresa por ter morado todo esse tempo em um apartamento pequeno, você sempre gostou de casas grandes.
  — Digamos que na média, a vida de um universitário não é tão glamorosa assim, então resolvi viver esse lado também. — expliquei.
  — Queria ter sido uma mosquinha pra te ver no time de líderes de torcida. — ela riu baixo. — Foi legal o vídeo que gravou e me enviou.
  — Ainda morro de vergonha por esse vídeo.
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  Nós rimos um pouco enquanto eu contava sobre algumas coisas que haviam acontecido na universidade, esses quatro anos de estudos que se passaram foram divertidos e ao mesmo tempo surpreendentes em minha vida. A parte mais linda e aconchegante de tudo era ter ao meu lado participando de todos os meus momentos de alegria e estresse da vida universitária.
  As horas se passaram com Natália e sua família se hospedando temporariamente em meu apartamento, eu havia ficado um pouco impressionada com a inesperada amizade que meu marido havia feito com nosso agente preferido. Logo à noite nos reunimos no grande salão onde aconteceria a cerimônia da formatura, junto com o baile que a universidade estava oferecendo aos graduados.
  Fiquei feliz pois até Stef compareceu com seu marido, levando o Cronos também, sua felicidade por minhas realizações eram sinceras e a cada dia agradecia por ela continuar trabalhando para mim, porém agora como minha assistente pessoal.
  — Quem te viu, quem te vê, senhora LT. — disse uma voz conhecida vinda de trás de mim.
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  — Tanaka? — eu me virei e o olhei admirada por ele estar ali acompanhado de Fish. — O que fazem aqui?
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  — Viemos te prestigiar. — explicou Tanaka com empolgação. — Não é todo dia que uma prodígio se aposenta.
  — Ei, fale mais baixo. — o repreendi.
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  — Oh, verdade, havia me esquecido que nosso agente está por perto. — ele riu.
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  — Nosso agente… De onde tirou tanta intimidade? — cruzei os braços.
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  — Dean nos contou algumas partes da história. — respondeu Fish em seu lugar. — Para ser sincero, o que aconteceu com você mudou muita coisa em nossa família.
  — Sério?
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  Desviei meu olhar para Natália e Cedric que estava bem mais à frente conversando com Mary e o senhor Hwang, eles pareciam concentrados em sua conversa.
  — Sim. — confirmou Tanaka. — Carl, ao descobrir sobre Louise e Cedric, também pediu por sua aposentadoria e agora está afastado de tudo e todos.
  — Nossa. — por aquilo não esperava, Carl parecia tão unido e confidente de Louise.
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  — A última informação que tivemos dele, é que está morando em uma pequena cidade ao sul do México e montou uma cafeteria para ele. — continuou Fish.
  — Cafeteria é novidade. — comentei rindo baixo.
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  — Você sabe que ele sempre foi viciado em café. — Tanaka olhou para o lado, se aproximava de nós. — Estou feliz por sua família, agora só falta um herdeiro.
  — Ah não, você também falando de filhos comigo. — reclamei rindo. — Um dia, quem sabe.
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  — Tenho certeza que será em breve. — me abraçou por trás, envolvendo seus braços em minha cintura. — Agora não tem mais a universidade entre nós.
  Desviei meu olhar para o chão meio sem graça.
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  — Então você é o famoso …. — Tanaka sorriu. — Agradeço o que fez por ela, nossa LT sempre será protegida por todos.
  — A filha favorita. — Fish comentou meio amargo.
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  — Deixa de ser invejoso. — o repreendi. — Você também é um bom filho.
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  — Eu que agradeço por ter cruzado o caminho dela. — disse com satisfação. — Sejam bem vindos a nos visitar.
  — Bem, temos que ir antes que o senhor agente nos perceba aqui. — alertou Tanaka. — Nos vemos em breve.
  Eles se afastaram um pouco e ficou me olhando desconfiado.
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  — Não me olhe assim, apesar de tudo, eles também são minha família. — o olhei tranquilamente. — Eu saí dos prodígios, mas eles não saíram de mim.
  — Porque será que imaginei isso. — comentou eles. — Dean os mandaram para ver como estava?
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  — Aparentemente vieram por conta própria, ainda somos uma família bagunçada e maluca, mas crescemos juntos e de alguma forma louca somos próximos. — expliquei.
  — Até mesmo a Louise?
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  — Até mesmo ela, apesar de tudo, ela já salvou minha vida uma vez. — admiti.
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  — E como tudo está? — perguntou curioso.
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  — Não sei, mas até o final da noite terei o prazer de saber, Dean está aqui e participou da cerimônia.
  — O quê?
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  — Louco, mas só quem o conhece consegue perceber que é ele mesmo disfarçado. — voltei meu olhar para um senhor que caminhava de bengala perto da mesa de doces. — ele sempre gostou do fato de ninguém desconfiar de um indefeso senhor aposentado.
   voltou seu olhar para a mesma direção que eu.
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  — Ele é sempre sagaz assim?
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  — Costuma ser pior. — ri um pouco. — Vamos voltar para o baile, nunca tive isso na minha vida e estou me divertindo muito com essa possibilidade, mesmo estando nesta idade.
  — Nunca se é velho demais para se divertir… Além do mais, pare de falar como uma senhora de idade, para alguém que nem chegou aos 30 anos, você está muito reclamona. — ele me puxou para a pista de dança. — Vamos aproveitar a noite.
  Assenti sem discutir com ele… Estava mesmo fazendo aquilo para me divertir e viver todos os momentos possíveis que vivia uma pessoa normal, em minha vida de LT, jamais imaginaria que pudesse fazer faculdade, me casar, ter filhos, ser uma fotógrafa de verdade.
  Meu re-casamento havia sido o início de uma nova vida, porém o divisor de águas realmente foi aquela formatura, o que marcava que meu álibi de fotógrafa estava finalmente se transformando em algo real e verdadeiro em minha vida.
  Naquele momento definitivamente a LT havia morrido de vez para mim e não me importava, pois a coisa mais importante e especial que ela havia me dado em troca, após todos esses anos, não seria perdido com sua inexistência: o amor de !

“Eu não quero dinheiro, eu só preciso de você,
Eu quero tanto você.”
– Lotto / EXO

Epílogo

  
  Eu estava caminhando com Cronos ao meu lado, um pouco mais atrás dela, era um singelo e aconchegante final de tarde, as folhas do outono caindo sobre o chão e minha linda esposa tirando muitas fotos em meio ao Central Park. Ela ficava ainda mais linda usando aquele vestido rodado, deixava sua pequena barriga um pouco mais a mostra.
  — Cuidado! — gritei assim que ela se abaixou para tentar capturar um ângulo melhor com sua câmera.
  Eu me preocupava muito com suas aventuras de fotógrafa, principalmente agora estando grávida dos nossos gêmeos. Até hoje me lembro da minha reação estática ao receber essa notícia do médico da família, meus pais vibraram, já que após tanto tempo de espera teriam dois netos de uma vez só. Porém, fiquei com um pouco de medo de não conseguir ser um bom pai para eles.

  — Consegui! — gritou ela ao checar a foto que havia acabado de registrar.
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  Em um piscar de olhos, assim que um rapaz passou por ela esbarrando um pouco, constatei que ela havia feito algo, assim que me aproximei, ela estava com as chaves do carro do rapaz nas mão.
  — Por que fez isso? — disse pegando as chaves de sua mão.
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  — Estava curiosa se conseguiria depois de tanto tempo. — ela me olhou com carinha inocente. — Não farei novamente.
  Eu me afastei dela e corri até o rapaz, o entregando as chaves inventei que haviam caído sem que ele percebesse, então retornei para ela e fiquei a olhando com suavidade.
  — Não está bravo, está? — perguntou ela dando de ombros. — Foi só uma brincadeira, eu ia devolver.
  — Sei que ia. — concordei sem dar espaços para nenhum tipo de briga.
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  Não era a primeira vez que ela fazia isso, vivia me pregando peças roubando algumas coisas de mim para que eu pudesse fazer favores em troca da devolução… Mas com alguém estranho era a primeira vez e isso começou a me preocupar um pouco, se ela estava sentindo falta de sua antiga vida como LT.
  — Olha só o nosso casal de Manhattan. — disse Siwon ao se aproximar de repente de nós dois, ele estava acompanhando por uma mulher ruiva, sua aparência chamava a atenção, mas não chegava a beleza de minha esposa.
  — O que faz em Manhattan? E acompanhado? — perguntei olhando a mulher.
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  — Boa pergunta. — disse mudando seu tom de voz deixando seu olhar fixo na mulher.
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  Algo dentro de mim me dizia que a conhecia de algum lugar. Logo minha esposa inventou de comprar um algodão doce de um senhor mais a frente, a mulher a acompanhou e eu fiquei parado onde estava com meu irmão.
  — Então, onde conheceu ela? — perguntei.
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  — No meu trabalho, ainda sou um médico conceituado. — ele riu um pouco. — Sabe que agora me transferi para o Lenox Hill Hospital novamente, foi lá que a conheci.
  — E como se conheceram?
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  — Nossa, está parecendo nossos pais…. — ele me olhou surpreso. — Acaso está desconfiando de algo?
  — Não conheço esta mulher, mas minha esposa eu conheço. — desviei meu olhar para a direção de .
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  — Pode chamá-la de Sery e fique tranquilo, ela não é uma pessoa perigosa, só é uma prodígio. — disse ele tranquilamente como se aquilo não fosse tão importante.
  — O quê? — agora eu estava ainda mais chocado, o olhar de estava explicado. — Você me diz que essa Sery é uma prodígio e não tem nada de mais?
  — Claro que não. — assegurou ele.
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  — Você realmente gosta de se envolver com eles…
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  — Falou a pessoa que se casou com a mais especial. — retrucou ele. — Fique tranquilo, Sery é uma boa mulher.
  — Ouvi meu nome acompanhado de um elogio. — disse a tal Sery ao se aproximar de nós.
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  — Siwon é muito bom para elogios. — olhou brevemente para Cronos que estava ao seu lado. — Acho que está na hora de ir para casa, o que acha, ?
  — Uma boa ideia.
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  Sem muita demora nos despedimos de Siwon e sua nova amiga, voltamos em silêncio para casa, assim que entramos na sala Cronos seguiu em direção a cozinha onde ficava sua vasilha de água. permaneceu perto do sofá me olhando com certa intensidade, porém um sorriso singelo nos lábios.
  — Não vai perguntar o que Sery queria? — indagou ela.
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  — Eu deveria saber?
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  — Pare com isso… Sei que está curioso, e tudo o que me perguntar vou te contar. — retrucou ela um pouco chateada. — Ela queria que eu a ajudasse em um serviço.
  — E você?
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  — Não aceitei…. — ela foi direta e extremamente honesta no seu olhar.
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  — Velhos hábitos nunca morrem. — eu estava meio preocupado sim.
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  — No meu caso, sim. — ela deu alguns passos suaves até mim. — Você é o meu presente, e me afastarei de tudo que possa me fazer te perder de novo. — ela sorriu para mim me olhando com segurança, mostrando que jamais trairia minha confiança novamente.
  — Eu te amo. — eu sorri de volta.
  — Eu também te amo. — sussurrou ela.
  Lentamente eu fui me aproximando cada vez mais da minha querida esposa, até que meus lábios tocaram os seus com doçura e suavidade, senti seu corpo arrepiar como sempre. Assim como da primeira vez que a vi em minha cama, no meu quarto, enquanto se escondia em meio a um serviço maluco, meu coração sempre se acelerava quando estava perto dela.

Sou realmente agradecido por te ter,
O presente que Deus me deu.
– Sing for You / EXO

  “Orgulho: Quando quebramos nosso orgulho e pedimos perdão, uma nova oportunidade se abre em nossas vidas, sendo começo ou recomeço, tudo depende da nossa decisão, pois tudo o que acontece de bom em nossas vidas, é um presente de Deus! “Se devo orgulhar-me, que seja nas coisas que mostram a minha fraqueza.” 2 Coríntios 11:30” – by: Pâms

Fim

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