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My Little Thief

Capítulo 25

  Cedric

  Eu estava em Singapura, hospedado em um albergue. Segundo as informações de Peter, ela havia desembarcado poucas horas depois de mim, outra novidade era o nome do seu noivo na lista de passageiros do voo em que eu estava. Sorte a minha que Peter conseguiu identidades falsas, poderia viajar com mais liberdade e sem que meus superiores soubessem. Para todos, eu ainda estava preso em casa, com meu apartamento sendo vigiado constantemente.
  — Ah, Cassie, ou melhor, , desta vez você não me escapa — sussurrei para mim enquanto olhava sua foto no meu celular.
  Sabia que esta minha obsessão por ela era perigosa, mas tinha certeza que passaria no momento em que eu a prendesse. Me sentei na cadeira ao lado da janela e abri meu notebook, olhei os arquivos que Peter havia me mandado, fiz um backup geral de todas as informações sobre o caso, colocando tudo em um pen-drive e apagando o que estava no HD do notebook. Foi quando meu celular tocou, era uma ligação de Louise, sorri de imediato, ela sempre me ligava para saber se eu estava me alimentando direito.

  — Bom dia — disse ao atender.
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  — Bom dia, amor. — sua voz continuava doce como sempre. — Liguei para saber como estava, seu celular estava desligado.
  — Ah, estava descarregado. — eu não ia contar que estava em Singapura. — E você? Quando volta para casa?
  — Hum, me escalaram para o outro voo, daqui vou para Boston e depois para Sydney.
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  — Que pena, estava pensando em te fazer um jantar quando retornasse.
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  — Você terá oportunidade, só espere por mim.
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  — Claro que vou, preciso desligar agora.
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  — Hum, está se alimentando direito?
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  — Claro que estou, te amo — desliguei o celular antes que ela pudesse me fazer o mesmo interrogatório de sempre.
  Era legal vê-la se preocupando comigo, e até mesmo demonstrando um certo ciúmes, mas aquela era minha vida, ter fotos de pessoas espalhadas pela minha casa e estar sempre atento a criminosos como os prodígios. Desliguei o notebook e troquei de roupa, só estava esperando Peter me mandar o endereço do hotel que tinha se hospedado. Assim que que recebi a mensagem, peguei as chaves do carro que tinha alugado e saí do quarto, passei pela recepção tranquilamente e entrei no carro, ficaria em frente ao hotel vigiando ela.
  — Sim? — disse ao atender o celular. — O que me trás desta vez, Peter?
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  — Acabei de fazer um backup com todas as informações que venho juntando sobre a Cassie. — ele suspirou um pouco. — Não posso te enviar, ultimamente tenho sido vigiado, por isso estou montando um dossiê com tudo o que tenho, algumas coisas vou imprimir, e apagar do servidor.
  — E? Encontrou algo que ainda não me contou?
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  — Sim. — ele tossiu um pouco, esperou alguns minutos para terminar de falar. — Davi foi a primeira vítima dela.
  — Parece que temos uma testemunha — conclui.
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  — Sim, acho que ele poderá nos ajudar, soube que ele perdeu muito dinheiro por causa da Cassie.
  — Como você fica sabendo dessas coisas?
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  — Tenho meus contatos.
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  — Seu hacker, conte a verdade.
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  — Eu conheço uma garota, que conhece uma garota, que para minha sorte conhece uma garota que já foi namorada dele.
  — E?
  — Me parece que essa namorada pegou ele a traindo com a nossa querida Cassie, e me parece que nesta mesma noite a Cassie roubou uma fórmula do cofre particular dele.
  — Hum, interessante. — mantive minha atenção para a entrada do hotel. — Nossa Cassie é um tanto ousada.
  — Consegui levantar algumas informações sobre este Davi, e chegamos a mais uma novidade.
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  — Surpreenda-me.
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  — A família dele tem algumas ações na empresa da família dos álibis.
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  — Não brinca. — um sorriso de satisfação logo apareceu no meu rosto. — Então, ele deve ter esbarrado com a .
  — Se esbarrou, eu não sei, mas estou te enviando o endereço dele, acho que você pode fazer contato após vigiar nossa garota.
  — Vou, precisamos desta testemunha — quanto mais informações você conseguir, melhor.
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  — Tomei uma decisão, soube que hoje os graduados terão uma reunião mais tarde, então pensei em dormir na empresa.
  — Já disse para tomar cuidado.
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  — Não se preocupe, sou bom em me esconder. — ele riu. — Como sabe, a partir de agora não poderei te enviar mais nenhuma informação, então tudo que eu descobrir, colocarei no dossiê.
  — Tudo bem, só não me deixe às cegas.
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  — Se eu souber de mais alguma movimentação, mando por código.
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  — Ok. — respirei fundo desviando meu olhar para o céu, estava começando a escurecer. — Só mais uma coisa.
  — Sim?
  — Os prodígios? Já saíram de Manhattan?
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  — Alguns. — ouvi ele digitando alguma coisa do outro lado. — Tanaka pegou um voo para Tóquio, Carl acabou de embarcar para Boston, Sery e Fish foram vistos em uma joalheria da 5ª Avenida, já Cauis, soube que participaria de um leilão de quadros em Madri.
  — O que eu não daria para saber quem é o chefe deles. — suspirei fraco. — Queria tanto descobrir isso.
  — Tenho certeza que um dos graduados sabem, essa pessoa deve ser muito influente.
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  — Desta vez eu terei que concordar com sua teoria da conspiração. — tinha mesmo. — Ando pensando que esta pessoa pode, sim, ser da Interpol, mas enquanto não temos provas para chegar nela, continue tentando entrar nos arquivos dos prodígios.
  — Com todo prazer — ele riu e desligou o telefone.
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  — Vamos ver quando você irá atacar, Cassie.
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  Fiquei mais algumas horas, até que eu a avistei saindo pela porta da entrada, estava vestida com uma calça jeans rasgada e jaqueta preta, seu andar ainda me atraía um pouco, e me fazia acreditar ainda mais que ela era realmente Cassie. Assim que entrou no táxi, liguei o carro, dei a partida e segui o carro da forma mais discreta possível, mantive uma certa distância para não chamar atenção.
  Fiquei um pouco surpreso quando o táxi parou em frente à entrada do porto de Singapura. Comecei a pensar no que ela poderia querer ali, ou se era uma simples forma de desviar a atenção se caso estivesse sendo vigiada, é claro que ela não iria deixar de prever essa hipótese, já que me encontrou em alguns lugares de seus roubos.

  

  Desembarcar em Singapura estava sendo um pouco estranho para mim, era minha segunda vez na cidade, a primeira eu só tinha sete anos, era um fato que, mais cedo ou mais tarde, teria que ir na filial do país, mas neste momento era por causa dela. Por que eu estava fazendo isso? Ajudando ela? Sinceramente não sei a resposta, talvez porque eu tenho sentimentos verdadeiros por ela, e mesmo sabendo que seria algo errado ajudá-la, eu queria ajudar.

  — ? — disse Mike, o diretor geral da filial de Singapura. — Está tudo bem?
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  — Hum? — eu o olhei. — Me desculpe, estava pensando em outra coisa.
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  — Espero que esteja gostando do quarto que reservamos para você.
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  — Sim, muito confortável, soube que este hotel era o melhor da cidade — comentei, desviando meu olhar para a porta do hotel.
  — Ah, cinco estrelas com elogios de muitas celebridades que já se hospedaram aqui.
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  — Isso é bom — meu coração paralisou por um momento ao ver um rosto entrar.
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  Naquele momento, eu estava meio fora de órbita e nem conseguia prestar atenção no que Mike falava, estava passando por mim com sua atenção no celular e acompanhada por um funcionário que carregava suas malas. Ela já estava na cidade e no mesmo hotel que eu, minha primeira reação seria ir até ela, meu coração acelerado, mas não faria isso. Assim que ela entrou no elevador, disfarcei meu olhar e fiquei em um lugar que daria para ela me ver, mesmo que de relance, queria que ela soubesse que eu estava lá.
  Olhei para o elevador, após a porta se fechar, respirei fundo e voltei minha atenção para Mike, mesmo perdendo tudo o que ele tinha falado, a única coisa que entendi foi sobre uma reunião que teríamos em alguns minutos. O acompanhei até o carro que nos esperava na entrada, o prédio da filial ficava a cinco minutos do porto, quando chegamos, já tinha alguns outros membros da diretoria nos esperando no hall do prédio.
  Tomamos um breve café da manhã primeiro, oferecido por Mike, e nos trancamos na sala de reuniões. As primeiras uma hora e meia foram monótonas com eles falando sobre expandir a rota de navegação dos barcos de Singapura e acrescentar mais objetos a nossa lista de transportes terrestres. Homens de negócios e ambiciosos falando na minha cabeça, estava começando a achar que ainda não estava preparado para aquilo, foi quando uma mensagem chegou no meu celular.
  “Olá querido, como está seu dia?”
  Era de , um sorriso apareceu em minha face, fiquei me perguntando se ela tinha me visto mesmo. Hesitei um pouco para responder, mas quando percebi meus dedos já estavam digitando a resposta, acho que era automático reagir a ela.
  “Está melhor agora.”
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  “Sério? O que aconteceu?”
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  “Você acaba de me salvar de uma reunião chata.”
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  “Reunião? Olha, você deveria estar atento, os negócios da sua família são mais importantes.”
  “Fala como uma sábia esposa. Kkkk”
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  “Tenho que fazer isso às vezes kkkkkk”
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  “Como está o Cronos?”
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  “Bem, após me ver, ficou mais feliz.”
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  “Acho que estou doente também, preciso te ver. Kk”
  “kkkkkkkkkkkkk….”
  “Estou falando sério.”
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  “Imagino.”
  “Já está em Singapura?”
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  “Não posso dizer.”
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  “Pediu minha ajuda e nem para me dizer sobre isso.”
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  “Segundo Dean, cheguei algumas horas depois de você.”
  “Então, ele está me vigiando.”
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  “Somos casados agora, kk”
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  “Somos?”
  “Neste caso sim.”
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  “Sempre seu álibi.”
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  “Um dia isso acaba”
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  “E se eu disser que não quero que acabe?”
  “Já imaginava isso”
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  “.”
  “Sim?”
  “Onde está agora?”
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  “Pare de querer saber tudo.”
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  “Quero mesmo te ver.”
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  “Eu sei, e você vai, hoje à noite”
  Fiquei um pouco ansioso por isso, ver ela. Claro que eu jamais mencionaria que já tinha a visto mais cedo, e já imaginava que ela não me falaria nada sobre onde estava hospedada. Comecei a cogitar a ideia de estarmos no mesmo hotel, uma breve coincidência arquitetada por Dean, afinal, já tinha descoberto por Siwon que ele sempre pensava em tudo.
  — Então, , o que acha? — perguntou Mike.
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  — Sobre? — eu não tinha mesmo prestado atenção na reunião.
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  — Sobre o que conversamos — explicou ele.
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  — Bem, acho melhor mandarem um relatório com a proposta para mim depois. Por mais que eu esteja à frente da empresa agora, ainda devo satisfações ao meu pai.
  — Você tem razão. — concordou ele. — Que tal conhecer nosso espaço no porto? Fica alguns minutos daqui.
  — Seria muito bom.
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  Seri perfeito, já que eu estava ali por causa do porto e para ajudar uma certa Little Thief, que insistia roubar minha atenção mesmo longe dos meus olhos.

“Agora você quer brincar comigo
Você tem tudo que eu quero
Você foi feita perfeitamente
Amor frio e artificial.”

– Artificial Love / EXO

Capítulo 26

  

  Acordei do meu sono ainda com vontade de dormir mais. Olhei para o lado e peguei meu tablet, já marcava sete da noite, estava na hora de me preparar. Levantei me espreguiçando e troquei de roupa, peguei minha câmera profissional para meu álibi e liguei para a recepção pedindo um táxi. Antes de sair do quarto, mandei uma mensagem a dizendo que estava a alguns passos dele, meio enigmático.

  — Senhorita, seu táxi a aguarda — disse o funcionário assim que eu saí do elevador.
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  — Agradeço, caso tenha algum recado para mim, se certifique que somente você saberá a mensagem — se aquele funcionário era contato direto do Dean, somente ele poderia cuidar dos meus recados.
  — Sim, senhorita. — ele me seguiu até o lado de fora do hotel. — Tenho mais uma coisa.
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  — O quê?
  — Um carro do outro lado da rua está parado lá desde alguns minutos após sua chegada.
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  — Agradeço a informação — assenti olhando disfarçadamente para o carro enquanto entrava no táxi.
  Pedi ao motorista para me levar até o porto de Singapura, porém defini que seu trajeto fosse o mais longo e cheio de curvas possível. Se aquele carro estava na porta do hotel por minha causa, eu iria me certificar disso com este trajeto, não poderia interferir no meu trabalho, mas tinha tempo de sobra para brincar um pouco com meu vigilante.
  — Será que é meu agente preferido? — perguntei para mim num tom baixo, rindo um pouco. — Bem que poderia ser, mas como ele está viajando? Será que… Bem, devo me concentrar no meu trabalho, deixo o Dean cuidando dele.
  Como eu pedi, o motorista foi preciso em sua rota até o porto, e quando eu desci do carro, constatei que estava mesmo sendo vigiada. Respirei fundo, tinha que estar preparada para qualquer eventualidade, me aproximei do segurança que estava no portão principal e pedi algumas informações, dentre elas, qual era o bloco que pertencia a empresa de . Minha desculpa era sempre a mesma, a noiva que estava ali para encontrar seu amado.
  — Agradeço, tenho certeza que não vou me perder.
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  — Se precisar de qualquer informação, sempre terá um segurança por perto — disse o homem robusto que me atendeu.
  — Sim — assenti me afastando.
  Para minha sorte, estava ali no porto, e pelo que entendi estava fazendo uma pequena visita nas instalações. Me desviei do caminho que o segurança me indicou e segui minha própria rota, já tinha todo meu trajeto em mente e precisava ser rápida. Me desviei de todas as rotas com câmeras, andaria nos pontos cegos do lugar, foi demorado, até que consegui chegar no bloco onde se localizava o meu objeto de desejo.
  Meu próximo passo, fazer a troca, e como eu iria fazer isso? Ainda estava planejando, por incrível que pareça, aquela parte do plano ainda não estava formulada e seria no improviso. Ouvi algumas vozes vindo em minha direção, entrei em um corredor estreito entre os containers, estava escuro, ninguém me veria. Eram duas pessoas e pareciam estar conversando sobre um container específico, logo imaginei que pudesse ser meu objeto de desejo.
  — Como sabe, este com o número 277 será realocado em alguns minutos, ele deve ser levado para o transporte de imediato — disse um homem com a voz rouca.
  — Sim senhor, o responsável já está vindo com o guindaste — disse uma voz meio feminina.
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  — Lembre-se que a manipulação deve ser com o máximo de cuidado, o cliente dono desse container deixou muitas recomendações.
  — Não se preocupe, senhor, nosso funcionário sabe sobre isso.
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  Eles trocaram mais algumas frases sobre o destino do container. Dubai. Eu teria que ser o mais rápido possível então. Esperei que eles se afastassem e corri até a sala de controle, tinha que descobrir qual era esse funcionário e tomar seu lugar, o lado positivo era conseguir reconhecer o uniforme dos funcionários daquela empresa, minha lição de casa estava feita, não tinha só pesquisado sobre a empresa de . Até aquele momento eu estava me aproveitando dos acessos menos iluminados, porém, ao passar por um container que recebia mais iluminação, senti uma mão segurar meu braço, logo meu corpo congelou, desviando meu olhar para a pessoa, imaginei que seria meu fim.
  — Onde vai com tanta pressa, ? — era Cedric, e sua voz estava sinuosa demais.
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  — Você. — desviei meu olhar para trás e vi o tal funcionário manobrando o guindaste, meu coração certamente parou com aquilo.
  — Procurando alguém? Ou alguma coisa? — insistiu ele ainda segurando meu braço.
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  — E você? — tentei me recompor, mantendo minha voz firme, e agora? Como eu me livraria dele e completaria meu roubo? — O que faz aqui?
  — Estou a passeio, um amigo trabalha aqui, vim o convidar para beber um pouco.
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  — E não o encontrou? — meu olhar estava no funcionário e minha atenção no container, a cada minuto meu desespero interno aumentava.
  — Encontrei algo bem melhor — seu olhar para mim foi tão intenso que atraiu o meu.
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  — E? O quê?
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  — Você. — seu tom de voz que fez arrepiar, será que ele estava ali para me prender? Será que Louise tinha me delatado? — Você parece um pouco preocupada.
  — Impressão sua — tentava não deixar minha voz falhar, desviei meu olhar novamente para o container que estava desaparecendo do meu campo de visão.
  — Estou me perguntando o motivo de tanto interesse naquele container — seu olhar continuava em mim.
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  — O quê? — minha vontade era de matar ele naquela hora, mas tinha que manter meu disfarce. — Mais uma de suas teorias contra mim?
  — Não, mas seu olhar parece mesmo preocupado.
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  — Digamos que estou esperando uma pessoa, e me parece que ela já se foi.— eu tinha um álibi, então o usaria.
  — Fala do seu noivo? — seu olhar era mesmo profundo, como se tentasse ler minha mente.
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  — E quem mais seria? Ele me disse que estaria aqui — assenti de imediato.
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  — Deve ser difícil para você. — ele desceu seu olhar para minha câmera. — Uma simples fotógrafa, noiva de um homem de negócios.
  — Não me envolvo na vida profissional dele, nem ele na minha. — eu se soltei do braço dele. — Acho que você deveria procurar pelo seu amigo.
  — E deixar uma dama sozinha, em um lugar tão escuro como esse? — retrucou ele.
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  — Ela não está sozinha. — disse aquela voz da salvação vinda atrás de mim, logo senti suas mãos na minha cintura, me envolvendo. — Boa noite querida, desculpe a demora. — ele beijou de leve meu pescoço.
  — Boa… — não sabia se estava aliviada ou se arrepiava com aquele beijo — noite.
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  — Agente, a que se deve sua presença aqui? — a voz de estava firme, séria com um tom de soberania, e me deixando desnorteada. — Estou começando a me chatear com suas aproximações casuais, sou um homem muito ciumento.
  — Imagino. — Cedric que estava com seu olhar em , desviou para mim. — Com uma noiva como , era de se esperar, fico imaginando como é sua relação com seu irmão, você tem ciúmes dele também?
  — Do que está insinuando? — me fiz um pouco de ofendida e segurei a mão de , ele parecia um tanto irritado pelas palavras de Cedric.
  — Não me importa o passado dela com Siwon. — ele deslizou seus braços se afastando um pouco de mim e segurou em minha mão. — O que importa é que agora ela é minha, e sempre será. — eu nunca tinha visto ele falar com tanta segurança.
  — Estou vendo — Cedric o olhou, parecia acreditar, era novidade.
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  — Se nos der licença, temos outro lugar para estar.
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   se afastou, indo em direção ao bloco que pertencia à empresa dele, me puxando junto com ele. Eu me mantive em silêncio, estava tão estática com tudo que tinha acontecido, que quando voltei ao normal, logo a imagem do container invadiu minha mente. Assim que nos afastamos ao máximo de Cedric, tentei me soltar de , voltaria ao meu plano inicial e procuraria o barco que estava com meu objeto de desejo.
  — Não — disse me segurando com mais força.
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  — Me solta — tentei me desprender dele.
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  — Já disse, não. — ele impulsionou meu corpo para o corpo dele e me beijou de surpresa, eu tentei me soltar, com dificuldade. — Você não está pensando direito.
  — Você que está me atrapalhando. — retruquei tentando me soltar dele. — Tenho que continuar o que comecei.
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  — Pare de tentar fugir. — seu tom estava mais sério que o normal, ele envolveu seus braços em minha cintura me puxando para mais perto ainda. — Ele ainda está nos vigiando.
  — O quê? — por aquilo eu não esperava.
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  — Isso mesmo o que eu disse. — ele rodou de leve nossos corpos para que eu pudesse ter uma visão de Cedric. — Agora, se concentre no seu álibi.
  — ? — sussurrei sem entender.
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  Ele me beijou novamente, desta vez com meu consentimento, envolvi meus braços no pescoço dele e retribui o beijo. Aquele parecia o beijo mais real que já tínhamos dado, tão real que me senti até um pouco zonza e sem fôlego quando terminamos, permanecemos daquele jeito, nos olhando por um tempo.
  — Não se preocupe, seu objeto de desejo está seguro — disse ele dando um sorriso de canto.
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  — Como? — eu não estava entendendo aquilo.
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  — Posso não ser o Siwon, mas acho que consigo fazer algo por você. — ele desviou seu olhar para o lado. — Recebi um recado do Dean uma hora antes de você sair do hotel, fiz as trocas pessoalmente.
  — Não consigo acreditar. — por aquilo eu não esperava. — Como você trocou?
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  — O container que você queria estava exatamente de costas para uma pilha de containers vazios, e como o bloco fazia divisa com o meu, foi fácil fazer a troca.
  — Então aquele que estava com o funcionário…
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  — Sim. — assentiu ele. — Trocamos as placas de informação também.
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  — Posso ver? — perguntei de imediato.
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  — Imaginei que quisesse. — ele se afastou um pouco segurando minha mão. — Não se preocupe, nosso agente não poderá nos seguir agora.
  — Como sabe?
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  — Somente pessoas autorizadas conseguem entrar no bloco da minha empresa.
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  — Vejo que a segurança aqui é muito boa.
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  — Eles são bem treinados, e desde que vocês chegaram, minha equipe está monitorando seus passos.
  — Devo presumir que sua família tem alguma ligação com mafiosos? — a cada palavra uma surpresa maior.
  — Não. — ele riu. — Esta empresa só é considerada a mais segura no ramo do transporte, só isso.
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  Sorri de leve, não só , mas até mesmo sua empresa era surpreendente, ele me levou até o galpão de carga e descarga. Quando entramos, tinha somente dois funcionários devidamente uniformizados e portando o crachá de identificação, que vigiavam o container. pediu para que eles saíssem por alguns minutos, me aproximei mais do meu objeto de desejo, um desejo forte de abrir começou a fluir em mim.
  — Hum, tem certeza que é isso mesmo? — confirmei.
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  — Sim, 277. — assentiu ele. — Quer abrir?
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  — Você pergunta a uma criança se ela quer sobremesa? — retruquei sorrindo.
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  — Então, vamos abrir — se aproximou e girando a alavanca principal, destrancou, demorou um pouco para abrir todas as outras fechaduras, então ele abriu.
  — Hum — senti meus olhos brilharem ao ver aqueles carros.
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  — Uau. — disse ele impressionado. — Tanto trabalho…
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  — Não são quaisquer carros. — entrei no container e comecei a avaliar, eram quatro Ferraris, edição limitada. — Estou começando a ter um desejo.
  — O quê? — ele me olhou sem entender.
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  — Meu objeto de desejo mudou — alisei uma Ferrari amarela, mordendo meu lábio inferior.
  — No que está pensando? — perguntou ele.
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  — Em um pequeno desvio. — o olhei. — Você teria outro container sobrando?
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  — Você vai pegar um para você? — ele parecia não acreditar. — Vai roubar seu próprio cliente?
  — Um preço justo, quase fui pega e perdi meu objeto de desejo. — desviei meu olhar para o carro novamente. — Vai ou não me ajudar?
  — Já estou afundado nisso mesmo.
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  Ele respirou fundo e saiu do galpão por um instante, assim, voltou com mais quatro funcionários, levou um tempo para separar o carro que eu queria dos outros e colocar no outro container. Peguei o celular de um dos funcionários de emprestado e liguei para Dean, precisava das novas coordenadas para entrega.
  — Dean na linha — disse ele ao atender.
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  — Preciso das coordenadas.
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  — Conseguiu? Ele conseguiu?
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  — Sim, e ainda quero entender esse seu plano alternativo — não estava chateada, mas frustrada por ter feito tudo no meu lugar.
  — Bem, quem o envolveu desde o início foi você. — ele riu. — E vamos combinar que aquele agente estava na sua cola, então não daria para ser você.
  — Não era você que cuidaria disso? — retruquei.
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  — E estou cuidando, tenha mais paciência.
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  — Eu não terei meu álibi para sempre — retruquei novamente.
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  — Está pensando em divorciar? — brincou ele.
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  — Você sabe o que eu quis dizer. — respirei fundo vendo se aproximar de mim. — As coordenadas.
  — Vou mandar por mensagem para o celular dele. — Dean hesitou um pouco. — Só mais uma pergunta, você não abriu, abriu?
  — É claro que não abri, estou tão preocupada em finalizar isso logo, terei mesmo cabeça para fazer isso? — claro que eu não contaria agora.
  — Coordenada enviada, vou desligar.
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  — Até — assim que desliguei o celular do funcionário, apaguei o registro da ligação e entreguei a .
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  — Você realmente mente bem — disse ele pegando o aparelho.
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  — Digamos que existem coisas que ele não precisa saber. — eu ri de leve. — E essa é uma delas, as coordenadas foram mandadas para você.
  — Hum — pegou seu celular e olhou a mensagem.
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  Ele pessoalmente preencheu a ficha de envio dos containers, os três carros iriam para as coordenadas enviadas por Dean, já o meu desejo em forma de carro iria para Manhattan. Peguei o celular de e enviei uma mensagem para Stef, ela iria se encarregar de pegar meu pacote, um suspiro de alívio veio assim que os containers foram colocados no barcos que os transportariam.
  — Está mais tranquila agora? — perguntou ao se aproximar de mim.
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  — Digamos que sim. — desviei meu olhar do barco para ele. — Seus funcionários…
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  — Não se preocupe, eles são muito discretos e de confiança — seu olhar estava sereno, me passava segurança.
  — Acho que te devo um agradecimento.
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  — Hum, um agradecimento? Só isso? — ele deu um sorriso malicioso.
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  — Desde quando você ficou tão tranquilo perto de uma mulher a ponto de sorrir assim? — eu não estava o reconhecendo mais.
  — Desde quando me apaixonei por você — só conseguia sentir sinceridade vindo dele, junto com um olhar intenso.
  — Acho que posso fazer bem mais que só agradecer, já que você é meu “marido” — sorri de canto me aproximando mais dele e o beijei com certa malícia.

“Em nossas mãos unidas
Não tem calor
Mas por que não somos capazes de deixar o outro ir
Ao mesmo tempo
Nós simplesmente não podemos deixar ir.”

– Fast Pace / SEVENTEEN

Capítulo 27

  

  Felizmente, aquele meu serviço estava concluído com sucesso, foram vários suspiros de alívio dentro do carro de , passamos em uma cafeteria para comer alguma coisa antes de voltarmos para o hotel. De certa forma, eu estava admirada em ver como ele tinha evoluído, de um homem que não sabia nem dar um fora em uma garota chata, a um homem que dizia com toda convicção que meu passado não importava. Aquilo fazia meu coração acelerar um pouco.

  — LT, na linha — disse ao atender meu celular assim que entrei no quarto, sendo seguida por .
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  — Como é bom ouvir sua voz. — disse Dean dando um suspiro de alívio. — Como você está? Depois de toda aquela adrenalina?
  — Irritada e com raiva, ainda quero saber como aquele agente saiu de Paris — respondi me sentando na cama, fechou a porta e ficou encostado na parede me olhando.
  — Não é somente você que quer esta resposta, mas eu vou cuidar disso pessoalmente — assegurou ele.
  — Vai sair de Manhattan? Você? — eu ri. — A quanto tempo que isso não acontece?
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  — Situações extremas pedem medidas extremas. — explicou ele. — Fique tranquila e tire dois dias para respirar, logo enviarei as informações do seu penúltimo roubo.
  — Hum, até que enfim, estou a dois passos do descanso. — eu ri. — Vou desligar, se souber de algo a mais.
  — Eu te aviso assim que o container chegar ao nosso cliente.
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  — E quanto ao meu pagamento? — perguntei de imediato.
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  — Já foi depositado antecipadamente.
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  Eu desliguei o celular e estiquei para , ele pegou e continuou me olhando, a curiosidade estava estampada no seu olhar. Mas isso já não era novidade para mim.
  — Mais um serviço? — perguntou ele.
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  — Sim e não, Dean me deu dois dias de folga. — respondi. — Mas é meu penúltimo serviço antes das férias.
  — Sempre que você fala dessas férias eu sinto um frio na barriga, como se nunca mais fosse te ver — disse ele colocando o celular no bolso.
  — Bem, é uma possibilidade a se pensar — me espreguicei um pouco.
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  — Devo continuar tendo esperanças? — ele cruzou os braços.
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  — Talvez. — eu ri me levantando da cama. — Mas agora preciso dormir, sinto que minha energia foi sugada por aquele agente.
  — O Dean não sabe mesmo como ele veio parar aqui? — perguntou ele.
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  — Parece que não, mas fiquei curiosa, gostaria de saber como o Dean sabia que ele estava aqui e não me disse nada.
  — Ele não disse nada nem para mim, só pediu que eu fizesse a troca antes de você chegar.
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  — Devo agradecer de novo? — sorri de leve e abri a porta. — Boa noite.
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  — Vai me agradecer assim? Me expulsando do quarto?
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  — Hum. — eu ri. — Estou com saudade do tímido com as garotas. — respirei fundo. — Preciso descansar, mas acho que posso te agradecer melhor te pagando um café amanhã.
  — Vou cobrar — ele sorriu de canto e saiu do quarto.
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  Fechei a porta e bocejei um pouco, meu corpo estava pesado e exausto, tomei uma ducha quente e rápida, coloquei o pijama e me joguei na cama. Minha noite seria em um longo e relaxante sono, dormi muito bem que até acordei pouco antes do almoço. Troquei de roupa e desci para o restaurante do hotel, já estava me esperando sentado em uma mesa ao canto.
  — Devo presumir que sua noite foi confortável — brincou ele enquanto olhava o cardápio.
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  — Sim, admito que não dormi e sim desmaiei naquela cama. — eu ri me sentando na cadeira. — Mas sinto que minhas energias voltaram para mim.
  — Está pronta para outra? — ele riu desviando seu olhar para mim.
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  — Pode se dizer que sim, estou — olhei para o cardápio.
  — Ok, então como agradecimento, acho que você pode pagar o almoço.
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  — Pensei que você fosse cavalheiro — o olhei segurando o riso.
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  — Eu sou, mas foi você quem me prometeu pagar o café; já que não o fez, pode se redimir pagando o almoço — ele sorriu.
  — Olhando por esse ângulo, você até tem razão. — suspirei de leve. — Pagarei o almoço então.
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  — Você vai ficar mais tempo aqui?
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  — Não sei, ainda não sei para onde vou, mas não quero gastar meus dois dias de folga dentro de um avião. — o olhei meio intrigada. — E você? Vai ficar até quando?
  — Eu só vim por sua causa, não tenho muito o que fazer na filial da empresa.
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  — Hum, quer dizer que posso ter um programa de casal com meu… ainda fico confusa em te classificar.
  — O quê? — ele riu. — Por quê?
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  — Noivo ou marido. — eu ri. — Ou amigo.
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  — Me classifique como quiser — ele desviou seu olhar para o garçom que se aproximava.
  Sua voz parecia um pouco frustrada, não me importei muito e escolhi no cardápio o que iria comer. A comida estava saborosa e, após a sobremesa, me convidou para dar uma volta pela cidade, eu já tinha visto alguns pontos turísticos com a minha guia, porém, visitar novamente na companhia dele era bem mais interessante.
  Era difícil não comparar meus momentos com e meus momentos com Siwon, ambos eram diferentes e ao mesmo tempo sabiam como despertar minha atenção para eles. Porém, havia algo que me puxava ainda mais para , eu tinha sentimentos por ele, o que existia entre nós dois não era somente atração física. E eu estava começando a perceber isso, ou melhor, estava começando a admitir para mim mesma, a forma como ele me olhava com carinho e serenidade, seu sorriso singelo e chamativo, sua gentileza, suas qualidades se destacavam ainda mais.
  Apesar de eu conhecer Siwon a mais tempo, eu não conseguia sentir isso quando estava perto dele. Por mais que soubesse que ele ainda estava interessado em mim, não podia afirmar se era algo mais do que somente atração física. Acho que era isso que mais diferenciava os dois. Siwon sempre foi sedutor e não media esforços para conseguir a mulher que queria, já tinha aquela timidez que o fazia se sentir deslocado perto de uma mulher, e justo a sua timidez me fez ficar encantada por ele.
  Passamos toda a tarde passeando, até que ao anoitecer entramos no shopping Plaza Singapura, não sei se foi proposital dele, mas a primeira loja que olhei naquele lugar era de sapatos. Senti meu corpo arrepiar, assim que coloquei meus olhos em um sapato de jeans com salto fino, parecia ter sido feito sob medida para mim.
  — Vai ficar só olhando? — disse ele segurando o riso.
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  — Foi proposital? — perguntei num tom irônico mantendo meu olhar no sapato.
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  — Talvez — ele sorriu de canto, pegando em minha mão me levou até dentro da loja.
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  — Espero que não esteja brincando com meu fetiche por sapatos — dei de ombros mantendo meu olhar no meu novo objeto de desejo.
  — Te conheço tempo suficiente para entender que não é somente um fetiche, vou esperar o quanto quiser. — ele se sentou na poltrona do hall da entrada da loja me olhando com tranquilidade. — Não se contenha, apenas se sinta à vontade.
  Neste momento meu olhar já estava fixo nele, não sabia o que falar, estava sem reação por suas palavras e ações. Eu sempre tentava esconder minha verdadeira personalidade das pessoas, vestia máscaras para e me blindava o máximo que podia para manter todo mistério sobre mim. Mas tinha dito algo com tanta convicção, parecia que ele conseguia ler minha alma, como se todo aquele tempo que estávamos perto um do outro, ele fosse se adaptando ao meu jeito e me desvendando em partes.
  Respirei fundo, mantendo minha postura normal e natural, eu não iria demonstrar nenhuma fraqueza ou sentimento, nem mesmo para ele, uma das coisas que Dean havia me ensinado desde criança. Logo uma vendedora se aproximou, simpática e muito educada, me atendeu da forma mais objetiva e instigante possível, graças a ela, comprei além do sapato de jeans, duas sapatilhas florais e uma sandália anabela com o salto em xadrez.
  — Está com fome? — perguntou ele segurando duas sacolas para mim.
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  — Não muito, mas aceito o convite — brinquei rindo.
  — Nossa. — ele me olhou rindo. — Vou te levar a um lugar legal.
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  — Aqui? — perguntei meio curiosa.
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  — Não. — ele riu seguindo em direção a rua. — Primeiro, vamos passar no hotel para nos trocar.
  — Hum. — entrei no táxi vip que estava a nossa espera. — E será algo formal?
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  — Não, apenas vista algo leve e descontraído. — eu ri de leve. — Senhor Cho, o que anda tramando? É um encontro?
  — Talvez — ele desviou seu olhar para a rua mantendo um sorriso de canto malicioso.
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  Permaneci em silêncio segurando o riso, desviei meu olhar para o outro lado, ao chegarmos ao hotel, ele me ajudou a levar as sacolas para meu quarto. Após alguns minutos nos encontramos novamente no hall do hotel, ele tinha alugado um carro para nos locomovermos melhor pela cidade. Para minha surpresa, me levou a um restaurante mexicano chamado Margarita’s Dempsey Hill, o lugar era bonito e muito bem decorado.
  Nos sentamos em uma mesa que ficava na varanda da lateral do restaurante, tinha uma vista privilegiada e cercado da vegetação que compunha a decoração do lugar. Fomos recebidos pelo próprio gerente, que por acaso conhecia o pai de , após ele se afastar e o garçom anotar nosso pedido, fiquei um pouco distraída olhando para a rua.
  — Está pensativa. — disse ele. — Ainda preocupada com o agente?
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  — Não, desta vez não estou pensando nisso, estou mantendo minha mente despreocupada até voltar à ativa. — respirei de forma mais suave desviando meu olhar para ele. — Desde quando está tentando me decifrar?
  — Decifrar? — ele se fez de desentendido.
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  — Sim, sempre me observando, tentando saber o que estou pensando.
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  — Bem. — ele riu de leve mantendo seu olhar em mim. — Eu tentar saber mais sobre você te incomoda?
  — Um pouco. — desviei meu olhar para a rua novamente. — Não gosto de pensar que as pessoas estão me lendo, e você faz isso quando me olha muito.
  — Existe tanta coisa sobre você que não devo saber? — insistiu ele — Ou você tem medo que eu possa descobrir algum lado frágil seu?
  — Eu não tenho ponto fraco — resmunguei dando de ombros.
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  — Não é o que eu acho. — ele tocou minha face de leve me fazendo olhar para ele. — Todos temos um ponto fraco, você está se tornando o meu.
  Senti meu corpo arrepiar, aquilo eu não iria admitir, ele não seria nenhum ponto fraco meu, mantive meu olhar fixo nele, minha face suave e minha voz firme.
  — Eu não tenho ponto fraco. — repeti com segurança. — Mas me sinto lisonjeada por ser o seu.
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  — Você é mesmo um enigma difícil de resolver. — afirmou ele sorrindo com naturalidade. — E está me fazendo ficar ainda mais motivado a te decifrar.
  — Boa sorte — disse sorrindo também.

“Oh, ela me quer
Oh, ela me têm
Oh, ela me machuca
O que poderia ser melhor que isso?

– Overdose / EXO

Capítulo 28

  

  Ela era mesmo um mistério em forma de mulher. conseguia me deixar louco sem fazer o mínimo de esforço, minha vontade de conhecê-la melhor, saber o que tinha em seus pensamentos, só aumentava a cada vez que olhava em seus olhos. Eu conseguia imaginar algumas coisas sobre seu passado, com base em comentários de Siwon e em meus momentos te observando.
  Passar um dia inteiro com ela, sem ninguém para nos atrapalhar, principalmente sem meu irmão, havia sido incrível. Mas minhas preocupação ainda persistia em invadir meus pensamentos, era muita coisa em minha mente, perguntas que ela não responderia, acontecimentos que me faziam temer pelo pior. Uma certa explosão de pensamentos que me consumiam em breves momentos.
  Complicado não pensar que com seu último trabalho, viria sua decisão final, ela tinha se encontrado por acaso com Siwon em Marrocos, e isso me fazia imaginar o que poderia ou não ter acontecido entre eles. O que me doía ainda mais, era que nosso relacionamento era falso, então eu não tinha motivos ou direito de ficar com raiva ou ciúmes. Mas droga, eu estava com raiva do meu irmão e ciúmes dos dois, ela tinha mesmo que ter conhecido justo ele no passado? Não podia ter sido outro cara?
  Siwon sempre foi mais popular e mais sedutor que eu, no passado, foi ele quem Taylor escolheu após descobrirmos que estávamos namorando ela ao mesmo tempo. Ele sempre se destacou mais que eu, principalmente com as garotas, um dos motivos que me fazia imaginar que escolheria ele. E esse pensamento me fazia querer aproveitar cada momento que eu poderia ter com ela.

  — Agora você que está em silêncio — comentou ela ao tomar um gole do vinho.
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  — Me desculpe, estava perdido em meus pensamentos — sorri de leve.
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  — Ao contrário de mim, você é extremamente transparente. — disse ela. — Aposto que estava pensando em mim.
  — Você sempre ganha. — ri de leve. — Sempre estou pensando em você.
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  — Claro, que marido não pensa na esposa? — seu olhar natural me arrepiava.
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  — A naturalidade de como fala, parece até real — respirei fundo.
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  — E não é? — ela sorriu com certa malícia, se levantou de leve dando um passo, ficando em minha frente. — Afinal, você não me ama mais?
  — Que pergunta é essa? — respirei fundo me levantando.
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  — Então você me ama de verdade? — ela suavizou ainda mais seu olhar, o que me deixava um pouco zonzo.
  — O que você acha? — segurei meus instintos por um momento, mas não resisti aquela tentação chamada .
  A beijei com o máximo de intensidade que aquele ambiente público permitia, envolvendo minhas mãos em sua cintura, controlando meu fôlego e sentindo meu coração acelerado. Após o beijo, fiquei a olhando fixamente por um tempo, senti seu olhar se desviar para a rua e depois para mim novamente, ela se aproximou um pouco mais encostando meus lábios no meu ouvido, senti meu corpo arrepiar.
  — Você é o melhor álibi do mundo — sussurrou ela com uma voz doce e envolvente.
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  — O quê? — aquilo tinha me deixado desnorteado.
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  — Estamos sendo seguidos desde que saímos do hotel para dar uma volta pela cidade, e agora, neste momento, tem um homem do outro lado da rua tirando fotos de nós de uma forma bem discreta. — ela dei um beijo de leve no meu pescoço, me fazendo segurar firme no seu braço. — Acho que hoje, você terá que dormir comigo.
  — O quê? — eu me afastei mais e a olhei assustado. — Como?
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  — Continue natural. — ela sorriu de canto. — Obrigada por me amar.
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  Eu não sabia se estava sem fôlego pelo beijo, desnorteado por estarmos sendo seguidos, ou com raiva por ela me usar sem nenhuma cerimônia ou remorso, imaginar que a única coisa que eu seria para ela, era seu álibi me deixava em fúria. Mas como eu conseguiria brigar com ela? Só de olhar para aquele sorriso, já sentia meu corpo arrepiar. Como eu me apaixonei por uma mulher como a ? Uma pessoa o oposto de mim.

  

  Tinha que admitir que brincar com era divertido, mas ao mesmo tempo era perigoso para mim. Quanto mais eu o fazia se apegar a mim, mais eu poderia me apegar a ele também. Isso me fazia perceber que o amor era uma via de mão dupla, uma espada de dois gumes, algo que fere ambos os lados, porém não estava preocupada com isso.
  Terminamos nosso jantar tranquilamente, foi descontraído o suficiente para eu descobrir que gostava que alguns cantores mexicanos, como Luís Miguel. Assim que voltamos para o hotel, como eu previ, a pessoa que nos seguia era um hóspede, e como estava no meu cronograma, foi para meu quarto comigo, o que o deixou um pouco desconfortável, estranho, pois isso nunca tinha sido problema para ele.
  Para minha surpresa, decidiu dormir no sofá que tinha ao lado da porta para o banheiro, talvez ele estivesse com raiva por ter usado ele mais uma vez. Ossos do ofício, quando ele caiu nessa história, já sabia as consequências, meu trabalho estava acima de tudo.
  — Bom dia. — disse me espreguiçando ao acordar. — ? — abri os olhos, olhando em minha volta, mas ele não estava lá. — ?
  Me levantei da cama, no sofá estava a coberta dobrada e um bilhete em cima, pequei e comecei a ler, parecia que alguém estava mesmo com raiva, era divertido aqueles momentos de DR em nosso falso relacionamento.

“Espero ter sido mesmo o melhor álibi do mundo.”

  — Ah, nem um ‘eu te amo’ no final? — ri da minha ironia e rasguei o bilhete e joguei no vaso dando descarga. — Estou sem meu noivo, o que vou fazer hoje?
  Tomei uma ducha sossegada, achando mesmo que aquele dia eu estaria de folga e descansada, porém, uma ligação de Dean iria desviar todos os meus planos para aquele dia.

  — LT na linha, o que houve desta vez?
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  — Você precisará partir agora mesmo para realizar seu próximo roubo — disse ele diretamente de forma bem objetiva.
  — Ei, calma, posso saber qual a pressa?
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  — Seu próximo objeto de desejo está correndo risco de ser muito bem escondido e nunca mais achado — explicou ele.
  — E qual é meu objeto de desejo?
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  — Abra seus arquivos no tablet.
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  — Ok. — peguei meu tablet na bolsa e abri, demorei dois minutos para raciocinar novamente e absorver que aquilo era a foto de um bebê. — Não. — disse na mesma hora.
  — Sim — retrucou ele.
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  — Não, Dean você sabe que tem duas coisas que eu não roubo, pessoas e animais.
  — Me desculpa, LT, mas isso não é questionável, você terá que fazer.
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  — Por quê?
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  — Porque sua liberdade depende disso. — sua voz estava de frustração. — Me desculpe.
  — Comece a falar tudo que você sabe sobre isso e como estou com a corda no pescoço?
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  — O cliente que está querendo este bebê é alguém muito importante na Interpol, importante a ponto de manter muitas pessoas fora do nosso caminho — explicou ele.
  — Dean, você disse que iria resolver nosso problema e não trazer mais — retruquei querendo esfolar ele vivo.
  — Acredite, não foi algo combinado, mas tive que passar ele na frente e colocar como penúltimo roubo, não tive mesmo escolha. — ele respirou fundo. — O bebê é filho do nosso cliente, ironicamente com a filha do maior narcotraficante da Argentina, chamado Raul Pérez, agora, a filha dele, Camillia, está ameaçando nosso cliente.
  — E eu tenho mesmo cara de agente do serviço secreto para resgatar uma criança? — bufei um pouco. — Como pode me pedir isso? Praticar suicídio?
  — , eu juro que não foi intencional, mas você precisa fazer isso, ninguém pode saber que essa criança existe nessas circunstâncias.
  — E o que vai acontecer com o bebê?
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  — Não posso dizer — sua voz falhou um pouco.
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  Eu já imaginava coisa pior, estava sem saber o que fazer, se negasse, minha cabeça estaria a prêmio para o meu querido agente colocar na guilhotina, mas se aceitasse, a vida de um inocente poderia estar em risco, não sabia o que fazer, mas não deixaria aquele bebê nas mãos de pessoas que queriam usá-lo para benefício próprio.
  — Tudo que eu preciso saber está aqui? — perguntei.
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  — Sim — assentiu ele.
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  — E quando será minha oportunidade?
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  — O bebê terá alta do hospital amanhã à tarde, se pegar o voo agora chegará a tempo para executar a tarefa.
  — Ligo quando terminar.
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  Desliguei o celular respirando fundo, precisava pensar no que fazer, em como fazer. Eu iria possivelmente enfrentar o maior narcotraficante da América Latina, iria roubar ele. Suicídio? Não sei, mas estava sendo melhor do que me imaginar em uma penitenciária. Então pensei em ligar para uma pessoa tão louca quanto eu, mas que tinha certeza que me ajudaria.
  — Siwon — disse assim que ele atendeu.
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  — ? — ele parecia surpreso. — Posso entender por que está me ligando?
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  — Preciso de você na Argentina e dos seus conhecimentos médicos.
  — Pra quando?
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  — Pra ontem — respondi já pensando minha mala e saindo do quarto.
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  — Já entendi o nível da urgência, te encontro no aeroporto de Ezeiza em Buenos Aires.
  — Fechado — desliguei o celular e entrei no elevador.
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  Como não poderia recusar, tinha que encarar essa como mais um serviço, porém, meu cuidado seria redobrado e cheio de cautela, meu plano era não chamar a atenção até me distanciar o máximo possível com o bebê. Enviei algumas informações de coisas que eu precisava para Siwon providenciar, já que, por coincidência, ele estava em uma conferência no Uruguai e chegaria antes de mim. Peguei o voo que já estava reservado por Dean, classe executiva, cabine individual, eu passaria todo aquele tempo traçando as rotas do meu pequeno e eficaz plano.
  Tinha que considerar todos as variáveis naquele meio tempo, quando cheguei no aeroporto de Ezeiza, Siwon já estava lá me esperando, seu olhar curioso era visível. Ele já tinha adiantado muita coisa, assim como informar ao Dean que estava no esquema comigo; alugou um carro para nosso conforto e segurança, então fomos diretamente para a maternidade da cidade onde o bebê estava, a Clínica y Maternidad Suizo Argentina.
  Dean sempre me dizia que ter contato era tudo para nossa profissão, e ele estava realmente certo, meu contato era Siwon, e o contato de Siwon era uma antiga amiga da universidade que tinha se formado para obstetrícia. Não era novidade que essa antiga amiga, dra. Rosalie, me pareceu bem íntima dele à primeira vista, o que poderia ser algo a meu favor.
  Ela nos levou até o vestiário dos enfermeiros, trocamos de roupas e colocamos falsos crachás de identificação, que Siwon tinha arrumado com outro amigo dele. Queria entender como Siwon e Dean arrumavam tantos amigos nessas horas, eles sempre conseguiam tudo que eu precisava em um curto espaço de tempo.
  — Chegou a hora, está pronta? — perguntou ele.
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  — Sim, estou. — respirei fundo me olhando no espelho. — Temos que ser rápidos, precisos e silenciosos.
  — Não se preocupe, seremos. — ele segurou em minha mão me virando para ele. — Dean vai estar nos monitorado pelas câmeras do hospital, vai apagar nosso rastro daqui e das câmeras de segurança da rua.
  — Então vamos, tenho um objeto de desejo para adquirir — respirei fundo desviando meu olhar para ele, estava preparada e concentrada para mais um serviço.

“Depois minha respiração
Acelera e eu me sufoco
Eu sinto um arrepio
E depois um suspiro.”

– Overdose / EXO

Capítulo 29

  

  A amiga de Siwon iria monitorar toda a movimentação das enfermeiras, o bebê estava ficando em um quarto isolado com em uma incubadora individual, sendo cuidado por uma enfermeira específica. Meu trabalho era substituir essa enfermeira, e foi o que fiz de imediato, assim que a senhorita entrou no banheiro, entrei atrás dela. A desmaiei e coloquei acomodada em um reservado do banheiro, uma pequena placa de interditado para facilitar.
  Saí do banheiro com meu disfarce, uma máscara muito bem encaixada, peruca trivial e o crachá de autorização da enfermeira desmaiada. Assim que me aproximei do quarto, fui barrada por dois seguranças que estavam na porta, eles me perguntaram por que eu estava ali e onde estava a outra mulher.
  — A outra enfermeira teve que se ausentar, mas eu vim para substituir ela. — disse ao segurança mais charmoso. — Se quiser, posso chamar a dra. Rosalie para confirmar.

  — Bem, Juan, vá até a doutora e confirme isso — disse ele para o segurança mais robusto.
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  — Por que eu? Logo agora que iria comer algo, estou com fome. — ele bufou .— Os outros já deveriam ter chegado.
  — Deixe de ser esfomeado e vai logo, sou eu que estou no comando.
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  — Ah… — o outro saiu espraguejando um pouco.
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  — Hum, então é você o chefe? — perguntei dando um sorriso. — Adoro homens que mandam.
  — Bem, eu sou sim, adoro mandar. — disse ele abrindo a porta. — Vamos.
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  — Você vai ficar aqui dentro comigo? — perguntei ao entrar. — Estou com medo de me desconcentrar.
  — Nossa. — ele parecia um pouco vergonhoso por meus elogios. — Me desculpe pelo meu charme.
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  — Eu largo o serviço às sete, poderíamos ir a algum lugar depois daqui — mordi o lábio inferior desviando minha atenção para a incubadora.
  — Será um prazer — ele sorriu de canto.
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  — Ah, enfermeira… Onde está a enfermeira Jones? — disse a dra. Rosalie ao entrar.
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  — Ela precisou sair para comer algo, acho que estava passando mal por não se alimentar direito. — disse de forma convincente como já havia combinado com ela. — Eu estou aqui para substituir ela.
  — Você está a muito tempo no hospital? — perguntou ela fingindo não me conhecer.
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  — Sim, estou no meu terceiro mês de estágio — respondi com segurança.
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  — Ok. — ela olhou para o segurança. — Você está aqui, vim examinar o bebê pela última vez e assinar a alta dele.
  — Dra. Rosalie, minha patroa vai vir em uma hora pegar a criança.
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  — Eu já sei. — ela o olhou. — Agora poderia, por favor, se retirar para que eu possa fazer meu trabalho?
  — Como quiser. — o segurança me olhou novamente. — Te vejo mais tarde.
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  — Até mais tarde — sorri para ele o olhando até que saísse e fechasse a porta.
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  — Ufa. — Rosalie respirou aliviada e sussurrando. — O que pretende fazer agora?
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  — Isso.
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  Eu peguei a bandeja de metal que estava na mesa ao lado da incubadora e bati na cabeça dela, peguei seu corpo antes que caísse e coloquei cautelosamente no chão. Me voltei para a incubadora e abri, fiz um emaranhado de lençóis e panos para colocar o bebê, e após encaixá-lo com precisão, amarrei em meu corpo de forma segura, minha loucura me faria sair daquele quarto de forma mais imprópria possível. Minha sorte era que o quarto estava localizado na região sul do prédio, sem vista para a rua, ninguém me veria saindo pela janela.
  Respirei fundo reunindo forças e coragem, saí pela janela da forma mais lenta possível, passo a passo fui seguindo pelo beiral até que cheguei na janela do quarto ao lado. Siwon já estava me esperando, eu retirei todo aquele pano e coloquei o bebê em cima da cama, fui até o banheiro que tinha no quarto e retirei todo o meu disfarce, joguei no vaso.
  — E agora? Qual a segunda parte do seu plano? — perguntou ele olhando para o bebê.
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  — Vou para o andar de baixo pelo lado externo, enquanto isso, você leva o bebê. — o olhei vestido de faxineiro. — No cesto de roupas sujas que você trouxe.
  — E esse bebê não vai morrer com falta de ar? — perguntou ele.
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  — Não. — peguei o bebê e o coloquei o cesto, ajeitei os lençóis de forma que só o nariz ficasse para fora de forma discreta. — Eles não vão te parar, agora, me encontre na lavanderia do hospital, temos que ser rápidos.
  — Tudo bem.
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  Voltei para a janela, sozinha eu teria mais mobilidade para me agarrar e pular para qualquer lugar e foi o que fiz, me agarrei ao beiral e balancei o meu corpo até conseguir encaixar minha perna na janela de baixo. Torci meu corpo de leve e agarrei a janela, após um leve impulso joguei meu corpo para dentro do quarto, caí no chão derrubando uma cadeira que estava ao lado.
  Respirei fraco retomando meu fôlego e me levantei, saí do quarto correndo e entrei pelo acesso de funcionário, assim que cheguei na porta de saída de emergência, entrei e comecei a descer as escadas correndo. Já havia me esquecido o quanto era horrível descer escadas correndo, mas era preciso naquele momento, cada minuto era precioso, pois quando soubessem do sumiço, o hospital ficaria perigoso para mim.
  Assim que cheguei no subsolo, encontrei Siwon com os lençóis embolados no bebê, eu tinha outra fase para iniciar, como sair com um bebê sem ser vista. Seria muita loucura me passar por gestante? Não, e era isso que eu faria, coloquei outro disfarce que já estava preparado para mim, e Siwon também colocou outro, seríamos uma família feliz de pessoas normais.
  — Como sempre, haja naturalmente — disse a ele que estava com o bebê na mão.
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  — Boa sorte para nós. — ele sorriu de canto. — E depois, vou querer algo em troco, já me deve um favor.
  — Já te paguei com um beijo e uma suposta noite de amor. — o olhei com desdém. — Mas posso te pagar o café.
  — Não sou meu irmão. — ele riu. — Mas vou aceitar.
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  — Eu sabia, agora vamos.
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  Ele me seguiu rindo, apertamos o botão e entramos no elevador, assim que se abriu no térreo, já vimos que o caos estava instalado pelo hospital. Siwon ajeitou o bebê nos braços, eu me apoiei me leve para ele segurando minha barriga de leve, tinha duas crianças que aparentava ter seis e oito anos sentadas nas cadeiras de espera. Elas vieram a nosso encontro me abraçaram.
  — Papai, mamãe — disseram eles em coral.
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  — Siwon… — sussurrei movendo meu olhar para ele.
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  — Nossa família feliz, você não queria? — ele sorriu de canto. — Vamos para casa.
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  — Vamos — assenti, não imaginava como ele tinha arrumado aquelas crianças, mas a ideia era maravilhosa e assustadora ao mesmo tempo.
  Não conseguia não imaginar se fosse verdade, eu com Siwon e mais quatro filhos, complicado não pensar que esse poderia ser meu destino se o escolhesse. Divertido, já que ele parecia amar crianças. Mas assustador para mim pensar em ter filhos naquele momento, eu estava no auge da minha profissão, balancei a cabeça voltando a realidade. Eu estava quase agindo como se fosse real e estivesse mesmo grávida dele.
  Passamos por muitos seguranças, todos loucos procurando por todos os cantos, estava me sentindo mal pela dra. Rosalie, mas ela disse que sabia se defender, ela era noiva do irmão do tal Raul Pérez, e não se importava de trair a família dele, já que sabia que o bebê seria usado para fins ilegais. Ela tinha conquistado meu respeito com aquela atitude de me ajudar a salvar um inocente.
  Assim que chegamos no estacionamento, entramos no carro e Siwon deu a partida, paramos em uma cafeteria de um conhecido da família de Siwon para deixar as crianças e pagamos aos pais por sua ajuda. Eu retirei meu disfarce novamente junto com ele, queimamos nossas roupas e colocamos outras mais quentes e que cobriam quase todo o nosso corpo. Agasalhamos o bebê também e partimos para um pequeno aeroporto particular da família dele, seguimos de jatinho para Porto Alegre, no Brasil.
  — Será uma hora e meia de viagem — disse ele ao se sentar em minha frente.
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  — Obrigada por ter arrumado tudo isso em pouco tempo — disse olhando para o bebê que estava em uma incubadora portátil que tinham instalado no jatinho.
  — Me agradeça quando o bebê já estiver em segurança longe daqui. — ele sorriu gentilmente. — Já sabe onde vai deixá-lo?
  — Sim, com alguém confiável — respirei fundo desviando meu olhar para a janela.
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  Usaria aquele tempo para descansar e pensar em como me livraria de Siwon por algumas horas, para levar o bebê até o seu lugar de segurança. Para minha surpresa, dormi durante aquele tempo, acordei com o choro do bebê, foi então que eu percebi que durante todo aquele tempo ele não tinha chorado ou feito barulho, era mesmo meu dia de sorte.
  — Oh, você está com fome? — perguntei ao me aproximar de Siwon, que estava com ele nos braços.
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  — Sim, acho que está. — respondeu Siwon. — O que vamos fazer?
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  — Preciso ir a um lugar, lá encontrarei alimento para ele. — o peguei nos braços. — É aqui que nos separamos.
  — Mas e meu café? — ele me olhou com cara triste. — Pensei que estaríamos juntos até o final.
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  — Me desculpe, mas existem coisas sobre mim que não vou deixar que saiba. — me afastei dele. — Mas quanto ao café, podemos tomar em uma cafeteria que conhecemos bem, ela fica em frente ao Cristo Redentor.
  — Posso mesmo te esperar lá? — perguntou ele duvidoso.
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  — Te ligo quando chegar. — me virei peguei minha bolsa e desci do jatinho. — Já tem um táxi me esperando.
  Pedi ao motorista que me levasse até o centro da cidade, desci do táxi e entrei em outro, claro que não daria pistas para Siwon saber onde iria. O segundo táxi parou em frente à Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, tinha uma pessoa naquele lugar que eu considerava muito, a única que eu confiava inteiramente. Desci com o bebê ainda chorando e comecei a procurá-la pelos corredores do lugar, então ouvi um voz ao longe me chamar.
  — ? — ainda conseguia reconhecer depois de tanto tempo.
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  — Mia! — disse ao me virar e ver ela.
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  — O que faz aqui? — perguntou ela sem entender e confusa pelo bebê.
  — Me ajuda — pedi fazendo cara de criança sem família.
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  — E eu conseguiria não fazer isso? — ela pegou o bebê em seus braços o fazendo se acalmar. — Calma, vai ficar tudo bem.
  — Eu acho que ele está com fome — expliquei.
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  — E da onde você tirou esse bebê, não diga que é seu e do Dean.
  — Não. — disse. — Isso jamais aconteceria.
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  — Sei, como se o papai jamais fosse interessado em você.
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  — O nunca o vi dessa forma, agora temos outras coisas para nos preocupar, precisamos de leite.
  — Claro. — ela saiu rindo na minha frente. — Me segue.
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  Mia era o meu maior segredo, meu maior ponto fraco, era minha irmã mais nova que me tratava como se fosse mais velha que eu. Tínhamos três anos de diferença, ou melhor, toda a nossa vida e nossos caminhos eram diferentes, o único que sabia da existência dela era Dean, nem mesmo os prodígios sabiam disso. Era de se esperar que Dean soubesse o ponto fraco de todos os seus “Filhos”, principalmente o meu.
  Andamos alguns corredores até que encontramos uma amiga dela, a mulher estava com um bebê no carrinho, entendi um pouco o que aconteceria a seguir. Enquanto Mia estava cuidando da alimentação do bebê com sua amiga, eu estava de longe bolando alguma desculpa para dar a ela sobre a origem daquela criança. E quanto mais eu pensava, mais eu imaginava que não iria conseguir convencer ela, Mia sempre sabia quando eu mentia.
  — Ele estava mesmo com fome. — disse ela ao retornar com o bebê no colo. — É um lindo menino.
  — É mesmo. — mantive meu olhar no bebê, evitava olhar para ela. — Um lindo menino.
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  — Como me achou aqui? — perguntou ela.
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  — Coloquei rastreador no seu chaveiro — fui direta e honesta.
  — Imaginei. — ela suspirou. — E esse bebê, qual a origem dele?
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  — Podemos falar em outro lugar?
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  — Já estava saindo daqui mesmo. — ela balançou a cabeça negativamente. — Vamos para a minha casa.
  Mia caminhava na frente, com o bebê no colo, o ninando, enquanto isso, aproveitei para esbarrar em um aluno e pegar discretamente seu celular que estava no bolso. Assim que cheguei ao lado dela, Mia me olhou séria como se soubesse o que eu tinha feito, sorri de leve e acenei para o táxi.
  — Dean na linha — disse ele com uma voz de sono.
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  — LT falando — disse me identificando.
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  — Por que está me ligando do Brasil? — perguntou ele confuso. — O ponto de encontro era em Santiago no Chile.
  — Primeiro, liguei para dizer que está concluído, segundo, para dizer que eu mudei de ideia, não vou entregar o pacote.
  Mia virou sua face para mim, a indignação estava realmente estampada na sua cara, mas não podia fazer nada quanto a isso, já estava feito.
  — Você está louca? — ele gritou do outro lado. — Você vai ter duas pessoas poderosas atrás de você!
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  — Eu sei, mas não vou arriscar a vida dessa criança, agora, entre em contato com o cliente e diga que vou cobrar o triplo do que cobro para casos graves, pois neste caso eu vou esconder o pacote.
  — O quê? Está pensando em ficar com a criança? — ele estava mais que nervoso comigo.
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  — Já disse, não vou arriscar a vida de um inocente — desliguei o celular, apaguei a ligação e joguei para fora da janela do carro.
  Mia permaneceu em silêncio, mantendo sua atenção voltada para o bebê, após alguns minutos, chegamos em frente o prédio onde ela morava, um bairro tranquilo e pouco movimentado. Subimos alguns lances de escada, ela morava em um apartamento no terceiro andar, simples e organizado como ela, já fazia muito tempo que eu não entrava naquele lugar.
  Ela foi até seu quarto e ajeitou o bebê na cama de forma segura, quando retornou, se sentou no sofá me olhando séria, eu até engoli seco me sentando no puff que tinha em frente à janela. Estava com medo do que ela pudesse falar ou fazer, se ela não me ajudasse quem me ajudaria?
  — Vai começar a falar? — perguntou ela.
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  — Juro que dessa vez sou inocente. — já me pronunciei. — Ando meio enrolada em minha vida, tive que roubar esse bebê, passei por cima de todos os meus princípios, mas decidi que daria um destino melhor para esse inocente.
  — Imagino que para quebrar suas próprias regras, é porque é sério, só por isso vou te ajudar. — ela suspirou fraco. — Mas como eu vou ficar com um bebê na minha casa?
  — Não se preocupe, mandei uma mensagem a um conhecido, os documentos já estão sendo preparados.
  — Documentos?
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  — Sim, você será a mãe dele — respondi tranquilamente.
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  — O quê? — ela me olhou embasbacada.
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  — Por favor, adote essa criança.
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  Eu estava contando com ela para isso, e iria ajudar da melhor forma possível, Mia era a melhor coisa que poderia acontecer para aquele bebê, literalmente a melhor coisa.

“Agora eu não posso voltar atrás,
Isto é claramente um vício perigoso,
Tão ruim, ninguém pode pará-la.”

– Overdose / EXO

Capítulo 30

  Peter
  Eu estava na minha sala, era a segunda leva de relatórios que me mandava fazer, acho que estavam querendo me manter ocupado, assim não teria tempo para fazer minhas investigações pelo sistema. Era legal ser um hacker, mas ao mesmo tempo era chato, ainda mais quando se estava sempre sendo vigiado pela empresa onde trabalhava.
  As horas foram passando, até que no final da tarde Cedric me ligou revoltado, seu plano tinha dado errado, ainda me perguntava por que ele nunca me escutava. Como ele conseguiria prender alguém sem provas? Mas aquele cabeça dura nunca me escutava.

  — Diga suas frustrações. — disse ao atender o telefone.
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  — Tem certeza? — perguntou ele com uma voz amargurada. — Tenho muitas.
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  — Eu disse para você ter cuidado e esperar, agora ela sabe que está mesmo atrás dela, quem quer esteja protegendo ela, vai te caçar até o final da Terra. — repeti o que já tinha dito dias atrás.
  — Agora, mais do que nunca, preciso da sua ajuda, preciso desse dossiê que está confeccionando. — retrucou ele.
  — Vai ter que esperar, ainda não consegui nada muito comprometedor. — me espreguicei um pouco — E como já avisei, não posso te enviar mais nada, terá que esperar eu reunir tudo.
  — E o que vou fazer até você terminar? — ele parecia ainda mais frustrado.
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  — Não sei, você é o agente. — pensei por um tempo. — Ah, temos uma testemunha, vá atrás desse tal Davi, já te passei o endereço.
  — Boa ideia, vou ter uma significativa conversa com esse tal Davi, talvez possa ter mais pistas sobre como associar a Cassie.
  — Te desejo sorte e me deseje sorte também.
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  — O que está tramando?
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  — Hoje vou invadir o sistema oculto da Interpol, terei acesso aos arquivos dos prodígios.
  — Tome cuidado e boa sorte de novo.
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  Desliguei o telefone e olhei para o monitor do computador, estava adiando demais minha investigação e iria aproveitar aquela noite para realizar meu maior feito como um hacker profissional. Deixei a hora passar até terminar meus relatórios, desliguei tudo na minha sala e peguei meu tablet, só iria precisar do programa dentro dele para quebrar todas proteções do sistema.
  Esperei a maioria das pessoas irem embora e me tranquei no banheiro até a madrugada, abri o forro do teto e fui seguindo pelo duto de ar até o escritório do diretor geral da Interpol, era um dos membros mais importantes e de maior influência. Eu tinha certeza que ele escondia alguma coisa, abri o forro e desci, retirei a lanterna do meu bolso e fui até a mesa. Assim que liguei o computador e conectei meu tablete nele, iniciando a infecção do sistema com um vírus que tinha criado, aquilo iria me ajudar a passar por todas as senhas e contra senhas que teria no sistema e chegar até os arquivos ocultos.
  — Ah, acho que agora eu consigo o que estou procurando. — sussurrei para mim mesmo.
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  Assim que o vírus se completou, comecei acessar o arquivo oculto, havia muitas pastas sobre muitas missões e investigações sigilosas, e após procurar dentro de pastas e mais pastas, encontrei a dos prodígios. Foi um suspiro grande de alívio, fiz uma contra cópia oculta enviando para meu tablet, havia uma pasta reservada somente com informações sobre Cassie e . Aquela pasta que fazia todos as nossas suspeitas se concretizaram, tinha todas as provas que poderia ser uma ligação de com Cassie.
  — Achei. — sussurrei de leve.
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  De repente, ouvi um barulho vindo do lado de fora, fechei todas as pasta e desliguei o computador, assim que voltei para o duto de ventilação, deixei o forro entreaberto para ver quem entraria na sala. Minutos depois finalmente a porta se abriu, era o diretor Marx.
  — Você vai me desculpar sr. D, mas o que a LT fez foi um insulto. — disse ele com voz áspera. — Ela deveria me entregar o pacote.
  — Você já deve saber que ela não pode ser domada, não posso fazer mais nada quanto a decisão dela, minha prodígio já passou por cima dos seus princípios para atender seu pedido. — disse uma voz firme, porém suave, não conseguia ver a face do homem.
  — Princípios? — ele riu. — Não sabia que uma mera criminosa tinha princípios.
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  — Meça suas palavras.
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  — Estou pagando por isso, senhor D. — retrucou ele.
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  — Pagando? — ele riu. — Você ameaçou a minha criança. — o homem se aproximou do diretor e pegou no colarinho de seu terno. — Se eu pedi que ela completasse essa missão, não foi por causa da sua chantagem, proteger a imagem da LT não é um pagamento, é sua obrigação.
  — O que está fazendo? — o diretor parecia um pouco assustado naquele momento e atordoado. — Como ousa falar assim comigo? Com que direito?
  — Tenho muito mais direito do que você imagina, e você me deve muito mais do que imagina, nunca mais ouse usar a LT para conseguir o que quer, ela só pegou aquela criança, porque seria vantajoso para mim, e não por sua reles causa. — o homem soltou o terno do diretor e lhe deu um soco o fazendo cair no chão — Ah, só mais uma coisa, Marx, jamais se refira a LT como uma mulher qualquer, ela vale mil vezes mais que qualquer agente idiota que você tem aqui, ou melhor, cada fio de cabelo dela vale muito mais que você.
  O homem se afastou e saiu da sala. Engoli seco vendo tudo aquilo, o diretor Marx era um cliente da LT, e pior, ele conhecia o chefe dos prodígios. Será uma bomba quando eu contar para Cedric.

  
  Não seria fácil mesmo convencer Natália a ficar com aquele bebê, mas depois que expliquei toda a história em detalhes, desde o início me escondendo no quarto de , até aquele momento com Siwon me ajudando a roubar aquele bebê. Ela ficou sem reação por alguns minutos e até ignorou o fato de eu estar envolvida com o irmão do Siwon, e pior, eu usá-lo tranquilamente como um álibi.
  Natália me deixou no apartamento sozinha e saiu por alguns minutos, quando retornou, estava com algumas sacolas em suas mãos, tinha algumas coisas para o bebê, inclusive leite especial para dar a ele. Fiquei com medo de perguntar se ela aceitaria ficar, ou me expulsaria de lá com meus problemas e confusões, mas minha irmã era muito legal comigo.
  — Me desculpe por trazer minhas loucuras para você. — disse pegando algumas das sacolas da sua mão e colocando em cima da mesa.
  — Irmãos são pra isso, não é? — ela me olhou respirando fundo. — Não vou dizer que estou feliz com a vida que você leva, mas tenho que agradecer, porque foi através disso que hoje somos livres e sobrevivemos.

  — Não precisa dizer com essas palavras. — eu a abracei apertando um pouco. — Também te amo.
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  — Só disse a verdade, graças a você posso fazer faculdade e ter uma profissão digna, quando olho para o nosso passado, não dava para vermos um futuro bom. — sua voz continha tristeza, mas ao mesmo tempo alívio por estarmos melhor. — Devo agradecer ao Dean por isso também?
  — Acho que sim. — suspirei um pouco. — Então, eu sei que pode ser perigoso, mas preciso manter essa criança a salvo, longe de muitas pessoas.
  — Eu deveria dizer não, mas também não deixaria um inocente desamparado. — disse ela me olhando com sinceridade. — Você sabe que ser mãe é uma responsabilidade e tanto?
  — Por isso que tem que ser você, me desculpa por estragar sua vida acadêmica. — disse fazendo cara triste.
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  — Seu olho de criança abandonada não me convence, . — ela riu. — E quanto a faculdade, estava mesmo pensando em mudar de curso e de cidade.
  — De quanto você precisa? — perguntei já pensando na grana que daria para que ela se instalasse em algum lugar legal.
  — Ainda não sei, mas e quanto aos documentos do bebê?
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  — Acho que ficarão prontos em dois dias, serão entregues aqui.
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  — Tudo, tipo, tudo? Porque até mesmo para um registro terá que ter aquelas coisas de médico para provar que eu estive grávida.
  — Quanto a isso, não se preocupe, esse meu amigo é muito bom em forjar evidências.
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  — Tudo bem. — ela respirou fundo. — Enquanto esperamos, eu dou um jeito de organizar minha vida aqui.
  — Já sabe para onde vai? — perguntei meio curiosa.
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  — Estava pensando em fazer gastronomia em São Paulo, o que acha?
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  — Você sempre gostou de cozinhar. — sorri de leve. — E por falar em comida, minha barriga está vazia.
  — Imaginei. — ela riu indo em direção a cozinha. — Que tal spaghetti a la carbonara?
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  — Uah, comida italiana, já amei! — eu ri indo atrás dela. — Estava com saudade da sua comida.
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  — Imagino, e como está o Cronos?
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  — Bem, passou por uns momentos de depressão por causa da minha ausência, mas está recuperado!
  — Que bom. — ela riu abrindo o armário. — Ainda não acredito que está em um relacionamento.
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  — É falso. — afirmei.
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  — Mas seus olhos dizem que é real. — ela me olhou. — Se fosse o Siwon, até entenderia, você me disse que vocês era só físico, mas consigo perceber que quando fala desse , seu coração bate mais forte, seus olhos brilham quando fala o nome dele.
  — Bobagem sua. — dei de ombros não querendo admitir.
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  — Eu te conheço, minha querida irmã! — ela riu de novo. — Agora vá ver como está seu sobrinho.
  — Nossa, mamãe.
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  Eu fui até o quarto rindo e olhei como estava o pequeno bebê, era mesmo bonito e muito quieto, a menos que esteja com fome. Voltei para a cozinha e continuei a conversar com Natália sobre o futuro da criança, de todo o modo, somente eu saberia o segredo dela, eu e minha irmã. Iria esconder até mesmo do Dean, não deixaria que ele se aproveitasse da oportunidade, afinal, quando eu digo não, é realmente não.

  Os dois dias se passaram, como previsto, recebemos um pacote com todos os documentos que eu precisava para dar ao bebê uma nova vida, e tivemos o prazer de escolher um nome para ele. Seu nome seria Joseph e sua mãe oficialmente seria Natália, a família não estava completa e eu iria providenciar isso mais tarde, porém já era suficiente dar a um inocente a chance de não ser usado, não pelo menos por outra pessoa que não fosse eu, sua salvadora.
  Ajudei Natália a organizar as coisas para a mudança, não levaria muita coisa, apenas as roupas do corpo e objetos pessoais. Seria uma vida nova em São Paulo, compramos um apartamento no bairro Liberdade, em um edifício com boa vista e vizinhos que não cuidam da sua vida. A rua era pouco movimentada, tinha boas escolas particulares perto e era próximo à parte mais comercial do bairro, uma localização perfeita para recomeçar.
  Natália passaria os primeiros meses cuidando exclusivamente do pequeno Joe, depois ela iria se matricular no curso de gastronomia na USP, e dinheiro não seria problema para mantê-los confortável e realizar o sonho da minha irmã. Assim que terminamos de arrumar parte das coisas no apartamento dela, recebemos uma visita inusitada e nada esperada.

  — Dean? — disse assim que abri a porta pensando ser o síndico.
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  — Boa tarde, LT. — disse ele parado me olhando.
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  — Quem é, ? — Natália veio do quarto com Joe no colo e parou estática no meio da sala. — Senhor D.
  — Posso entrar? — perguntou ele de forma natural.
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  — Claro. — me afastei para ele passar. — O que faz aqui? Como você…?
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  — Encontrei vocês? — ele sorriu de canto. — Sabe que nada passa por meus olhos, sempre sei dos seus passos, .
  — O senhor aceita alguma coisa? — perguntou Natália tentando não gaguejar.
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  — Não, obrigado. — ele direcionou seu olhar para Joe. — Fico feliz que o pacote esteja bem e que esteja ajudando sua irmã.
  — Irmãos são pra isso, ajudar. — confirmou ela.
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  — Devo imaginar algo a mais sobre isso? — ele se virou para mim.
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  — Esse bebê não vai sair daqui. — afirmei me mantendo firme.
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  — Eu sei, jamais passaria por cima da sua vontade. — ele sorriu novamente. — Soube que Siwon está no Rio à sua espera.
  — Minhas malas ficaram com ele, tenho que ir buscar. — expliquei.
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  — Entendo, mas acho que será bom o encontro de vocês. — ele suspirou um pouco. — Podemos conversar em outro lugar?
  — Claro. — me virei para Natália. — Eu volto mais tarde.
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  — Tudo bem. — ela assentiu mantendo sua atenção em Dean.
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  Eu estava mesmo surpresa por ele estar ali, mas só confirmou que eu jamais sairia das vistas dele, uma vez prodígio, sempre prodígio. Dean sempre seguiria meus passos em qualquer lugar que eu fosse, isso era um fato. Entramos no táxi e seguimos para um lugar tranquilo e calmo, ele me levou ao Parque do Ibirapuera, caminhamos um pouco até chegar numa parte mais elevada, fiquei olhando para o céu do final da tarde, formava um colorido bonito. Era raro esses momentos normais que eu me atentava para as coisas simples da vida.
  — Pare de me olhar e diga logo o que quer. — disse voltando meu olhar para ele. — Por que veio aqui?
  — Para falar do seu último roubo. — disse ele.
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  — Se não quis tratar disso pelo telefone, é porque é sério. — sibilei um pouco imaginando o que poderia ser.
  — Sim, algo que talvez você possa não aceitar, mas é a única que conseguirá fazer.
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  — Direto e preciso. — respirei fundo — Diga então, qual é meu último serviço.
  — Você terá que roubar seu álibi.
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  O quê? Pensei comigo mesma o olhando.
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“Someone call the doctor.”
– Overdose / EXO

Capítulo 31

  
  Eu não sabia o que pensar, Dean tinha dito o que eu jamais imaginaria que pudesse acontecer, em minha mente muitas coisas se passavam. Ficamos parados por alguns minutos em silêncio, eu estava evitando olhar para ele, era raros os momentos em que me sentia confusa e sem direção.
  — Você disse cinco roubos, porque já sabia que esse seria o último. — iniciei dando dois passos para frente olhando para o um casal que estava mais à frente. — De férias, eu não vou precisar de um álibi, porém desta vez o meu álibi é o meu alvo.

  — É a vida. — disse ele atrás de mim, num tom suave. — São somente negócios.
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  — Devo entender como algo proposital vindo de você? — me virei o olhando.
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  — Você pode recusar se quiser, tenho muitas pessoas à minha disposição e uma delas é sua maior inimiga. — ele deu um sorriso de canto cheio de ironia. — Mas, estou curioso sobre uma coisa, você é uma profissional, não é?
  Respirei fundo o olhando fixamente nos olhos, a primeiro momento queria recusar, mas sei como Dean é estrategista, mencionar Louise indiretamente foi um golpe meio baixo. Mesmo que eu recusasse, não conseguiria aceitar ou permitir que aquela traidora tocasse em minha família.
  — Envie as informações para meu tablet.
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  — Quer dizer que vai aceitar?
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  — Quer dizer que vou pensar. — respondi respirando fundo. — Mais alguma coisa?
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  — Se for iniciar seu trabalho, acho que a pessoa à sua espera no Rio pode te ajudar indiretamente. — ele tocou de leve em meu rosto. — Você fica muito interessante com esse olhar vingativo.
  — Não vou mentir e dizer que estou satisfeita. — fui sincera. — Se não há mais nada, preciso me despedir da minha irmã. — passei por ele me afastando.
  — LT. — sua voz ainda estava fria, num tom sério.
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  — Sim? — o olhei.
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  — Deixarei sua vontade passar desta vez, mas da próxima vez que eu disser para entregar um objeto de desejo, seja ele qual for, entregue. — seu olhar fixo nos meus.
  — Entendi. — me virei sem cerimônias e saí.
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  Demorei um pouco para voltar para o apartamento, no caminho passei por uma cafeteria e comprei uma torta de morango com chocolate, para comemorar a nova vida que minha irmã teria. Eu não queria trazer meus problemas para ela, muito menos deixá-la preocupada com tudo que estava acontecendo, quando retornei, Natália estava sentada no sofá, ao lado o carrinho de bebê, com o Joseph dormindo.
  — Está tudo bem? — perguntou ela.
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  — Sim. — assenti fechando a porta e indo até a cozinha. — Trouxe uma torta para celebrarmos o novo apartamento.
  — , eu te conheço. — ela se levantou vindo atrás de mim. — O que o Dean queria?
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  — Falar do meu último roubo antes das férias. — passei a mão no cabelo me encostando na bancada da pia. — Eu não sei se vou conseguir.
  — , o que ele disse? — ela deu alguns passos parando em minha frente.
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  — Ele quer que eu roube o . — desviei meus olhos para o chão. — Como eu poderia roubar meu álibi?
  — Não acredito. — sussurrou ela. — Típico do Dean, será que ele está com ciúmes de vocês?
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  — Pare de levar para esse lado. — respirei fundo me desviando dela e indo para a sala. — São somente negócios.
  — Está falando como ele. — retrucou ela vindo atrás de mim.
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  — Foi o que ele disse. — expliquei.
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  — E o que você vai fazer? Vai mesmo roubar o ?
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  — Não sei, estou pensando ainda. — caminhei até a janela. — De qualquer forma, se não for eu, provavelmente será alguém que odeio.
  — Essas palavras enigmáticas, está falando da Louise? — perguntou ela.
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  — Quem mais? — a olhei.
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  — Desta vez o papai te deixou em uma situação tensa. — brincou ela de leve. — Mas tenho certeza que você vai conseguir tomar a decisão certa.
  — Obrigada. — me aproximei dela e a abracei. — Vou ficar ainda mais com saudade quando for embora.
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  — Você sempre sente minha falta, mas nunca tira um tempo para me visitar. — reclamou ela.
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  — Acredite, eu nunca tenho uma folga. — me afastei um pouco dela.
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  — Pelo menos após toda essa tempestade você terá um descanso. — disse ela se dirigindo para a cozinha novamente. — Já sabe onde vai passar suas férias?
  — Estava pensando em Bahamas ou Havaí, mas poderia tentar uma rotina normal aqui, te ajudando com o meu sobrinho. — respondi indo atrás dela.
  — Olha, LT querendo uma rotina normal na vida. — ela me olhou surpresa. — Sério isso?
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  — Talvez. — sorri de leve. — Acho que preciso mesmo de um tempo para recarregar as energias e pensar no que será da minha vida. — suspirei um pouco. — Corro o risco de quando voltar a ativa, não ter mais um álibi.
  — Não pense nisso agora. — ela foi até a bancada e retirou a caixa com a torta da sacola. — Vamos comer, chocolate alegra a vida e dá energia.
  Eu assenti sorrindo e me sentei na mesa, era bom passar aquele tempo com minha irmã, não pensar na minha vida fora daquele apartamento, entretanto, eu tinha que voltar a realidade e decidir o que iria realmente fazer. Passei aquela noite no apartamento com Natália e Joseph, e aproveitei para comprar minha passagem para o Rio e ligar para Siwon.
  Ele estava hospedado no Copacabana Palace. Logo pela manhã, eu me despedi da minha pequena nova família, eles estavam seguros e era somente isso que importava. Após 45 minutos de voo, desembarquei no aeroporto internacional, conhecido como Galeão, já tinha um carro a minha espera.
  Eu pensei que iria direto para o hotel, mas o carro me levou para a praia de Copacabana, fiquei surpresa ao ver ele sentado em uma cadeira de praia com um drink na mão. Não consegui segurar o riso, aquilo parecia até cena de filme de comédia, caminhei até ele e fiquei parada na frente, tampando seu sol.
  — Chegou o que estava faltando. — disse ele abrindo os olhos.
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  — Você não trabalha, não? — eu ri um pouco. — Está parecendo esses milionários que vive da bolsa de valores.
  — Yah, nem sou assim. — ele ergueu seu corpo. — Você demorou.
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  — Estava resolvendo aquele problema. — expliquei.
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  — Conseguiu? Esbarrei com o Dean, há dois dias atrás. — disse ele. — Ele…
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  — Sim, já conversei com ele e está tudo resolvido. — desviei meu olhar para o mar. — Vim buscar minhas malas.
  — Já? — ele se levantou e pegou em minha mão. — Não vai aproveitar?
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  — Não sei se deveria. — mantive minha atenção no mar.
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  — Você parece tensa, sua conversa com o Dean teve algum problema?
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  — Não. — desviei meu olhar para ele. — Só estou ansiosa por minhas férias.
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  — Hum. — ele deslizou suas mãos em minha cintura me aproximando um pouco mais dele. — O pouco que te conheço, não é somente isso, ele disse algo sobre seu último roubo?
  — Não. — respondi com segurança. — Sei que está tão curioso quanto, mas até agora não tenho nenhuma informação.
  — Então relaxe e aproveite, estamos no Rio e eu me sentiria culpado se não a fizesse aproveitar o momento. — ele veio se aproximando de mim para me beijar.
  — Siwon. — eu encostei meu dedo indicador nos lábios dele. — Eu ainda sou sua cunhada.
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  — Que triste realidade. — ele sorriu de canto se afastando um pouco de mim. — Mas ainda tenho esperanças.
  — Que feio, torcer contra o relacionamento do seu próprio irmão. — disfarcei um sorriso me virando para o mar.
  — Se fosse real, eu estaria mais conformado.
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  — Que tal mudarmos de assunto, agora fiquei com vontade de dar um mergulho. — disse me espreguiçando. — Que pena que estou sem os trajes corretos.
  — Acabei de pensar em algo, mas prefiro não comentar.
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  — Não comente mesmo, sei que sua mente é cheia de comentários maliciosos. — eu ri um pouco.
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  — Quando estamos com uma vontade é melhor realizá-la, não importa a roupa.
  — Eu sei. — pisquei de leve para ele e corri para o mar.
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  Precisava mesmo de alguns mergulhos para deixar meu corpo mais leve e minha mente mais vazia, por um breve tempo, todas as decisões que eu precisava tomar pareciam não importar. Eu voltei para perto de Siwon, estava me sentindo um pouco mais relaxada e menos tensa, tanto que até ele notou isso.
  — Acho que podemos ir para o hotel. — disse ao chegar perto dele. — Me sinto bem melhor.
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  — Estou vendo. — ele sorriu espontaneamente, esticando uma toalha para mim. — Tem certeza que quer ir para o hotel?
  — Sim, preciso das minhas malas. — assenti pegando a toalha e enrolando em mim.
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  — Então, seu desejo é uma ordem.
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  Entramos no carro que continuava lá nos esperando, seguimos para o Copacabana Palace. Eu ficaria na suíte de Siwon, óbvio, assim que entrei peguei a mala e segui em direção ao banheiro, demorei um pouco tomando uma ducha quente, coloquei roupas leves e confortáveis, sequei meu cabelo e voltei para o quarto com a mala.
  — Precisa de privacidade? — perguntou ele encostado na porta. — Posso descer para a piscina.
  — Não quero te incomodar. — disse de forma inocente.
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  — Não me incomoda nenhum pouco, antes de tudo, somos amigos. — ele piscou de leve e saiu do quarto.
  Respirei fundo e peguei minha bolsa, me sentei na cama ligando meu tablet e digitei a senha de entrada, os arquivos já estavam lá, eu os abri por curiosidade, era um dossiê completo sobre a família dele, tinha coisas sobre seu pai que eu nunca imaginaria. A família Cho não era da máfia asiática, mas tinha amizades com famílias muito poderosas, incluindo a família chinesa Chang, que roubei quando conheci .
  — … Não imaginava que sua família tinha tantos inimigos. — sussurrei para mim mesma. — O que eu vou fazer?
  Continuei lendo os arquivos, meu objeto de desejo era alguns arquivos específicos que estavam em um único computador, e este computador estava em um lugar que somente pessoas próximas entravam. A casa da família Cho, considerada o lugar mais seguro e protegido por muitos dos meus clientes especiais, não era à toa que o cliente da vez estava pagando uma pequena fortuna para que esse roubo fosse feito por mim.
  Eu não tinha ideia de como poderia fazer aquilo e nem se eu queria mesmo fazer, mas imaginar que Louise pudesse fazer no meu lugar me deixava mais irritada do que ter que aceitar. Eu sentia que Dean estava me colocando contra parede sem se esforçar, mas seria tão fácil assim para mim, trair meu álibi?
  — O que eu faço? — me perguntei novamente.
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  O telefone do quarto começou a tocar, me levantei e atendi.
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  — LT? — era a voz de Dean.
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  — Diga. — respondi.
  — Já pensou sobre sua resposta?
  — Acabei de ver o que me mandou.
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  — E?
  — Ainda não me decidi. — estava mesmo confusa.
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  — Tudo bem, sei que é algo delicado para você. — ele ficou um tempo em silêncio, conseguia ouvir sua respiração. — Para não dizer que sou uma pessoa má, vou te dar uma semana para resolver isso.
  — O quê?
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  — Isso mesmo, se em uma semana você não concluir seu último roubo, Louise fará no seu lugar, a escolha é sua.
  Eu não tive nem a chance de retrucar, Dean encerrou a ligação, assim que eu coloquei o telefone no gancho, Siwon entrou no quarto, eu o olhei sem reação.

“Agora, todos estão olhando para nós com pipoca na boca,
Esperando para ver o que vai acontecer com nós dois.”
– Lotto / EXO

Capítulo 32

  

  — ? — ele me olhou um pouco confuso e desconfiado — Tudo bem?
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  — Sim. — assenti se afastando do telefone. — Por quê?
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  — Nada. — ele deu alguns passos se afastando da porta. — Ligou para alguém?
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  — Pensei em ligar para casa, ainda estou preocupada com o Cronos, mas desisti. — expliquei inventando uma desculpa plausível. — E você? Se cansou de ficar na piscina?
  — Foi um pouco complicado pensar em outras coisas, imaginando você aqui em meu quarto. — ele me olhou com suavidade. — Mas não se preocupe, não vou te deixar desconfortável.
  — Sei que não. — caminhei até a cama e peguei meu tablet, o desligando. — Alguma novidade? E sua conferência de medicina no Uruguai?
  — Tudo que me importava já havia sido discutido. — respondeu ele cruzando os braços e se encostando na parede. — Eu estava quase voltando para casa.
  — Então mais uma vez eu tive sorte. — sorri de leve, guardando o tablet na bolsa. — Quando você disse casa, está falando da França?
  — Não. — ele suspirou um pouco. — Estou falando da Coréia.
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  — Hum? — por essa eu não esperava, até quando não quero ter sorte as oportunidades surgem na minha cara.
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  — Está surpresa?
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  — Um pouco. — desviei meu olhar para a janela, deixando minha bolsa em cima da mesa ao lado da porta para o banheiro. — Você sempre disse que não se via voltando para seu país, o que vai fazer lá? Servir o exército?
  — Não. — ele riu. — Eu já fiz isso, antes da universidade.
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  — Uau.
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  — É seu “marido” quem ainda não foi. — comentou ele segurando o riso.
  — E isso interfere em algo? — perguntei meio confusa.
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  — Hum, talvez. — ele fez um breve silêncio. — Depende se ele vai continuar sendo seu álibi.
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  — Uma pergunta curiosa. — dei alguns passos até a porta. — Bem, estou com fome, você me acompanha?
  — Claro. — Siwon descruzou o braço, dando um sorriso largo. — A comida desse hotel é maravilhosa.
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  — Imagino, já ouvi muitos elogios.
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  Eu tinha uma semana para me resolver, por ironia, acabei passando três dias no Rio de Janeiro com Siwon, acho que era a folga que precisava para esvaziar minha mente. Não era somente roubar meu álibi, mas também tinha a resposta que eu deveria dar a eles, a escolha que eu também não estava preparada para fazer.
  Escolher entre e Siwon, era tão difícil quanto escolher roubá-los ou não, mesmo que a resposta fosse muito óbvia, a pior parte era admitir para mim mesma o que eu sentia e o que eu deveria fazer. Mas aqueles dias ali, na companhia de um amigo, não do Siwon, meu álibi do passado, mas do Siwon meu amigo, que sabia um pouco sobre mim e me conhecia mesmo com minhas máscaras, estava me fazendo muito bem.
  — Tenho que admitir, o SPA daqui é muito bom. — disse ao entrar no quarto.
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  — Que bom que está gostando. — ele estava encostado na janela de braços cruzados, seu olhar para mim era o mesmo, intenso. — Tenho uma novidade para você.
  — Para mim? — o olhei meio curiosa. — O que seria?
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  — Você, como uma pessoa VIP para nós, foi convidada a um jantar muito importante na verdadeira casa da família Cho. — disse ele num tom sinuoso.
  — Como assim verdadeira casa? Que jantar é esse? — perguntei me fazendo de desentendida.
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  — Um jantar em comemoração ao aniversário de casamento dos meus pais.
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  — Mas e a festa na casa dos seus pais em Paris? — perguntei confusa.
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  — Aquilo. — ele riu. — Foi uma simples celebração para amigos mais simples, o jantar de agora será para pessoas exclusivas.
  — Me sinto lisonjeada por estar na lista. — sorri de canto.
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  Eu conseguia sentir o grau de ostentação em cada palavra dele, era como se, neste momento, estivesse finalmente tendo acesso ao lado mais sério e verdadeiro de sua família. Essa é uma das provas que todos temos segredos e mistérios em nossa vida, a família Cho estava se tornando um mistério para mim, algo que eu queria decifrar. E tinha certeza que descobriria muito mais coisas, se fosse aquela casa.
  — Considere seu convite aceito. — o olhei com pouca intensidade. — Ainda estou devendo um presente a sua mãe.
  — Acredite, ela vai adorar ver você lá. — comentou ele.
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  — E quando vamos? — perguntei.
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  — Nosso voo parte daqui duas horas. — respondeu ele.
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  — Nosso? Você diz como se soubesse que eu aceitaria.
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  — Bem, de alguma forma eu já imaginava isso. — ele se espreguiçou indo em direção a porta. — Vou te deixar à vontade para se preparar.
  — Não acredito que eu vá demorar duas horas. — ri um pouco.
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  — Mulheres costumam demorar. — ele brincou abrindo a porta. — Quando estiver pronta, estarei na recepção.
  — E suas malas?
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  — Já estão lá embaixo. — ele saiu do quarto rindo.
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  “Mulheres costumam demorar.” Eu ainda era a LT pontual de sempre, ri um pouco daquele comentário dele e caminhei até o banheiro, uma ducha quente para relaxar meu corpo e me preparar para 24 horas de voo até o outro lado do mundo. Para a surpresa dele, não gastei muito tempo para me arrumar e conferir minhas coisas, deu até tempo para o almoçarmos em um restaurante chamado Demoiselle, dentro do aeroporto do Galeão.

  Literalmente um dia depois, estávamos desembarcando no Aeroporto Internacional de Incheon, foi surpreendente ver me esperando na área de espera, ele estava encostado em uma coluna, de braços cruzados com o olhar fixo em mim. Tenho que admitir, meu coração acelerou um pouco quando o vi.

  — Bem-vinda. — disse ele com sua voz suave quando eu parei na sua frente.
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  — Hum, como vocês dizem, komaweyo. — eu me mantive um pouco séria, mas com um disfarçado sorriso de canto.
  Ele sorriu espontaneamente, assim que Siwon se aproximou de nós, ele parecia mais sério ainda, o que estava me deixando um pouco intrigada. Nós saímos do aeroporto, Siwon pegou nossas malas e colocou dentro do porta-malas, eu fiquei ao lado de esperando. Siwon terminou, e pegando as chaves da mão de , entrou no carro e partiu.
  — Para onde ele vai? — perguntei.
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  — Para casa. — me olhou tranquilamente. — Nós vamos comprar um presente para meus pais.
  — Nossa. — eu sorri meio sem entender. — Um programa de casal logo na minha chegada.
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  — Siwon me disse que você está devendo um presente para minha mãe.
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  — Sim, é pelo quadro que ela me deu. — assenti o seguindo até um carro.
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  — Aquele carro não era meu. — retirou outra chave do bolso. — Esse é meu carro. — ele apertou o chaveiro para desativar o alarme.
  — O que mais eu não sei sobre sua família? Porque Siwon ficou muito misterioso nas últimas horas.
  — Não me olhe assim. — ele riu abrindo a porta para mim. — Não somos da máfia.
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  — Me prove. — eu entrei no carro, mantendo meu olhar nele.
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  Ele riu fechando a porta e foi para o outro lado, entrou no carro e colocou o cinto de segurança, assim que deu a partida, acelerou.
  — Minha família é comum, a única coisa que nos difere das outras, é que temos muitos amigos importantes e sabemos de alguns segredos deles. — explicou de forma meio superficial.
  — Hum, o que faz vocês serem notados, então. — conclui.
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  — Basicamente isso. — ele dirigia com tranquilidade, seu olhar atento ao trânsito, mas o sorriso discreto se mantinha em seu rosto. — Mas, vamos falar sobre você agora.
  — Sobre mim? — mantive meu olhar para a rua. — O que quer falar sobre mim?
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  — Seu roubo, Siwon me contou sobre a pequena família que vocês tiveram. — ele riu baixo. — Fiquei com um pouco de inveja dele, mesmo que tenha sido uma mentira.
  — Confesso que nunca me vi casada com três filhos, ainda mais com o Siwon. — ri um pouco também. — Mas talvez eu não esteja imaginando isso com a pessoa certa.
  — O que quer dizer com isso? — sua voz se mantinha suave, mas com um tom de ansiedade.
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  — Estou tentando descobrir. — encostei minha cabeça no vidro.
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  Estava mesmo tentando descobrir ou realmente admitir o que já tinha descoberto, talvez as palavras de Natália estejam fazendo sentido, estar ao lado de era diferente, era mais do que somente confortável. Estar com ele era como o complemento que eu sempre procurava, depois de concluir meus roubos, algo que me fizesse esquecer quem sou e ser normal.
  — Você está muito pensativa. — comentou ele estacionando o carro na rua.
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  — Só estava apreciando a arquitetura local. — respondi destravando o cinto de segurança. — Posso saber onde estamos?
  — Eu tenho um amigo que é oleiro, viemos buscar uma encomenda que fiz. — ele segurou em minha mão e começou a me guiar até a entrada do lugar.
  Pela entrada parecia uma galeria de arte, mas quando entrei fiquei impressionada, havia vários vasos de porcelana e cerâmica expostos pelo lugar, as peças pareciam ser muito bem modeladas, pelos preços que estavam indicando. me deixou olhando as peças da loja e entrou em uma porta aos fundos, o lugar era realmente clássico com um toque moderno em seus efeitos com as luzes de led.
  Eu fiquei um pouco entretida com um pequeno vaso branco, com pequenas flores de cerejeira desenhado nele, cada detalhes esculpido e desenhado me deixava um pouco fascinada. Por um breve momento, senti uma vontade de obter aquele objeto para mim, ossos do ofício, comecei a rir.
  — Pelo riso, imagino que seja mais um pensamento travesso. — disse aparecendo ao meu lado.
  — Não consegui resistir. — rindo desviei meu olhar para ele. — O que foi buscar?
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  — Nosso presente para minha mãe. — respondeu ele levantando a sacola que estava em sua mão.
  — Hum. — olhei superficialmente, tinha uma caixa dentro da sacola. — Posso saber como é?
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  — É um vaso inspirado na dinastia Goryeo, minha mãe vem expressando o desejo de ter um assim há um tempo. — explicou ele.
  — Que bom que ela poderá ter seu desejo realizado agora. — voltei meu olhar para o vaso com a pintura de cerejeira.
  — Gostou mesmo dele? Se quiser posso te dar. — sugeriu ele.
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  — Não, dinheiro para comprar eu tenho, mas agradeço a oferta. — eu sorri.
  — Está tudo bem? — perguntou ele.
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  — Por que a pergunta? — eu o olhei intrigada.
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  — Siwon me disse que você tem andado mais silenciosa que o normal. — explicou ele. — Está preocupada com o último roubo?
  — Talvez, mas parte disso é cansaço. — me afastei um pouco dele. — Bem, para onde vamos agora?
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  — Está com fome? — perguntou ele pegando em minha mão novamente.
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  — Um pouco.
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   me guiou novamente, mas desta vez não voltaríamos para o carro, andamos um pouco pelas ruas do bairro de Gangnam, considerado o bairro mais rico de Seoul. Estava mesmo parecendo um legítimo encontro de casal, ele me fez tirar algumas fotos com minha câmera profissional, já que atualmente eu estava investindo no meu novo hobbie, a fotografia.
  Eu já tinha estudado um pouco sobre técnicas de fotografia, ângulos, precisão e composição, mas nenhuma técnica se comparava ao sorriso espontâneo e doce que fazia quando me olhava. Aquilo estava me deixando sem reação, sem ar e principalmente, estava me fazendo me sentir culpada antecipadamente, olhar em seus olhos estava me fazendo pensar em algo que nunca tinha feito em todo aquele tempo de profissão.
  O olhar de para mim, estava me fazendo desistir de vê-lo como um objeto de desejo ou mesmo álibi, eu estava começando a vê-lo como “meu marido”.

“Eu te amo muito, mas meu orgulho nessas palavras,
Não me permitem dizê-las a você,
Hoje vou juntar toda a minha coragem e te dizer,
Então escute calmamente, eu vou cantar para você.”

– Sing for You / EXO

Capítulo 33

  Cedric
  Eu estava mais do que determinado em minha nova estratégia. Peter tinha razão, eu teria que ficar invisível por algum tempo até ele finalmente recolher todas as informações que eu precisava.
  Meu novo destino era Londres, mais precisamente o escritório no centro da cidade, perto do London Palladium. Esperei por um longo tempo na recepção, até que autorizaram minha subida. Assim que cheguei no hall de entrada do andar do seu escritório, a recepcionista já me esperava na porta do elevador.

  — Por aqui, senhor. — disse ela me indicando o caminho. — O senhor Becker já irá atendê-lo.
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  — Tudo bem. — eu a segui observando todo o lugar ao meu redor.
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  Assim que entramos na sala dele, ela estendeu a mão para que me sentasse no sofá e me ofereceu um café, eu recusei, porém agradeci e continuei de pé esperando. Mantive meu olhar na fachada de vidro do prédio, dava uma bela vista da área externa, demorou alguns minutos até que o tal Davi entrou na sala.
  — Fiquei curioso quando minha secretária disse que alguém da Interpol queria falar comigo. — disse ele ao entrar. — Espero não estar em má situação.
  — Claro que não, senhor Davi Becker. — disse desviando meu olhar para ele.
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  — Por favor, me chame somente de Davi. — disse ele esticando a mão em cumprimento.
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  — Como quiser, pode me chamar de Cedric. — retribui o cumprimento com um aperto de mão forte.
  — Bem, já que não é nada de errado comigo, o que o traz aqui? — seu olhar era de curiosidade.
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  — Cassie. — direto e objetivo.
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  — Acho que já entendi. — ele riu caminhando até a sua cadeira e se colocou ao lado dela.
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  — Quero que me conte sua história. — disse com convicção.
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  — E por que eu deveria? Ninguém me deu credibilidade e ainda acharam que era um golpe meu, fui processado por causa daquele roubo e todos os registros do meu boletim de ocorrência desapareceu. — seu olhar estava na vidraça, sua voz tinha traços de amargura.
  — Eu imagino. — suspirei fraco. — Posso te assegurar que irei acreditar em suas palavras, quero prender Cassie mais do que tudo.
  — Muito bem. — ele respirou fundo e se virou para mim. — Tudo começou quando eu consegui inventar uma fórmula de cosmético, tinha acabado de me formar na universidade, estava participando de um concurso. — ele se sentou na cadeira. — Minha fórmula ganhou e eu iria assinar com uma grande empresa de cosméticos que organizava o concurso, porém, dois dias antes eu esbarrei com ela… O pior erro da minha vida foi convidá-la para meu apartamento, no dia seguinte, não tinha mais nenhum vestígio da minha fórmula e três semanas depois, o produto que eu tinha criado estava circulando nas lojas da concorrência.
  — E você não tinha como provar? Não ganhou o concurso?
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  — Me processaram dizendo que eu tinha plagiado a fórmula, tive que pagar uma multa gorda para a empresa que estava comercializando e para o falso dono da fórmula. — explicou ele. — Ou seja, Cassie arruinou o início da minha carreira, minha sorte é que sou de família rica, porém, como no meu apartamento foi encontrado alguns ecstasys, minha credibilidade foi abaixo.
  — E claro que não era seus? — disse num tom irônico.
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  — Não eram, foi implantado. — seu tom era firme e seguro.
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  — Estou curioso, qual o nome desse falso dono da fórmula?
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  — Jason Flint. — respondeu ele. — Foi um colega da universidade, não nos dávamos muito bem, ou melhor, sempre competíamos para saber quem era o melhor.
  — Interessante, então devo concluir que esse Jason é um cliente que pagou para ela te roubar. — conclui gravando o nome em minha mente. — Contudo, você conseguiu se reerguer, já que esta empresa é sua e tem parceria com algumas marcas famosas.
  — Sim, eu consegui, porém este roubo ainda me assombra um pouco, e não recuperei cem por cento do respeito do meu pai. — o tom de amargura tinha voltado em sua voz. — Ainda mais, depois do que fiz na festa da família Cho.
  — O que você fez? — perguntei curioso.
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  — Por um infortúnio, acabei confundindo a noite do filho do senhor Cho, com a Cassie. — ele suspirou um pouco. — Ela era tão parecida, acabei fazendo o que não deveria.
  — Hum, e poderia saber qual o nome da moça? Só por especulação.
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  — . — respondeu ele. — Se ela não fosse noiva dele, afirmaria que ela é a Cassie.
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  Me mantive em silêncio, não falaria para ele que eu conhecia ela, muito menos de minhas suspeitas também.
  — Não se preocupe, Davi, Cassie não sairá impune e certamente sua honra perante a família será restaurada. — disse com convicção. — Tenho certeza que estou muito perto de pegar ela, e contarei com sua ajuda para isso.
  — No que precisar, estarei aqui, serei o primeiro da lista se quiser alguém para testemunhar contra ela. — assentiu ele.
  — Bom saber, agradeço por ter me concedido seu tempo. — estiquei a mão novamente.
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  — Eu que agradeço sua vinda. — Davi apertou minha mão, seu olhar era confiante.
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  Aquilo me fazia confirmar que pelo menos uma testemunha relevante eu teria, além dos arquivos que Peter estava reunindo. Eu lhe entreguei meu cartão e saí da sua sala, assim que entrei no elevador, meu celular começou a tocar, era uma chamada restrita, eu não costumava aceitar, porém desta vez atendi.
  — Agente Cedric falando. — disse ao atender.
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  — Hum, então é assim que você atende ligações suspeitas? — a voz era de Louise.
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  — Oi amor, por que está me ligando de um número restrito? — perguntei curioso.
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  — Estou te ligando de um telefone da empresa, do setor de telemarketing. — explicou ela.
  — O que faz neste setor?
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  — Uma amiga me chamou para contar sobre suas desilusões amorosas, ela foi ao banheiro chorar agora, então pensei em te ligar. — respondeu ela.
  — E onde está agora?
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  — Em Xangai, fui transferida para longas escalas e você?
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  — Estou a trabalho em Londres. — respondi saindo do elevador.
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  — Hum, ainda com aquele caso da mulher das fotos?
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  — Sim, mas prefiro não falar sobre isso. — caminhei até a saída tranquilamente. — E você? Quando volta para casa?
  — Em breve farei a escala Xangai-Paris, e como é mais longa, poderei ficar mais dias de folga. — ela deu uma pausa. — Eu terei meu namorado em casa?
  — Claro. — assenti indo até a ponta da calçada e parando um táxi. — Farei o possível para estar com você.
  — Querido, tenho que desligar.
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  — Eu também, até depois.
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  — Até, te amo. — disse ela encerrando a ligação.
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  Olhei a tela do celular por um momento e entrei no táxi. Pedi para seguir em direção ao albergue que tinha me hospedado, iria fazer algumas anotações sobre tudo que Davi tinha e dito, além do mais tinha meu novo curso. Meu novo alvo seria investigar o tal Jason Flint, que certamente poderia ter alguma pista que pudesse me levar ao misterioso chefe dos prodígios.

  Siwon
  Eu tinha deixado ela com , tinha certeza que não eu, mas meu irmão a faria se sentir em casa aqui na Coréia, melhor, iria fazer ela se sentir parte da família. Assim que cheguei em frente ao portão da nossa propriedade, dei um suspiro meio cansativo, já tinha me esquecido de todos aqueles procedimentos de segurança.
  Ao estacionar em frente à mansão, minha mãe já estava me esperando na porta com um largo sorriso. Saí do carro e caminhei em direção a ela me espreguiçando, após chegar perto ela me deu um longo abraço, perguntando o que eu estava fazendo no Rio de Janeiro com a .
  — Eu juro que só estava lá por indicação de um amigo do Congresso de Medicina. — expliquei ao me afastar dela. — E a foi uma perfeita coincidência.
  — Coincidência? Sei, olhe lá, não quero meus filhos brigando novamente por uma mesma garota. — advertiu ela. — Sabe como foi difícil para nossa família.

  — Calma mãe, eu sei. — ri de leve. — Onde está o papai?
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  — No escritório, conversando com um amigo pelo telefone. — respondeu ela. — Vamos entrar, deixe que o Han guarde as malas.
  Assenti com a face e entrei com ela, minha mãe parecia animada pelo jantar e alegre por ter aceitado o convite.
  — Então, nossa lista de convidados já está confirmada?
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  — Claro que sim. — confirmou ela indo até um jarro que estava na mesa de centro e o ajeitando. — Somente nossos amigos mais íntimos.
  — A senhora parece mais ansiosa que o normal. — comentei permanecendo parado a olhando. — Está mesmo tudo bem?
  — Com nossa família, sim, com nossos amigos, talvez. — sibilou ela. — Mas sabe que não gosto de falar sobre isso, então pergunte ao seu pai depois.
  — Acho que vou perguntar a ele agora. — disse me afastando e indo em direção ao escritório.
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  Ao passar pelo corredor, notei que tinha um quadro novo na parede, sorri de leve imaginando que fosse algum presente para meus pais. Entrei no escritório e me mantive em silêncio, até que meu pai encerrou a ligação, ele olhou sério para mim e após respirar fundo, finalmente falou.
  — Quando finalmente você sai da empresa, mas ainda assim seus amigos acham que você não se aposentou. — comentou ele.
  — O que houve dessa vez? — perguntei um pouco preocupado.
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  — A família Boyarsky estava suspeitando de alguns dos nossos funcionários do porto de Londres, mas já está tudo esclarecido. — explicou ele.
  — O funcionário era mesmo culpado? — perguntei curioso.
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  — Não, e a carga deles chegou pontualmente no porto de São Petersburgo na Rússia. — ele suspirou fraco. — O fato é que, quase fomos alvo de um roubo profissional.
  — O quê? — era difícil acreditar naquilo.
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  — Sim, a carga da família Boyarsky continha alguns documentos sigilosos, que de alguma forma nos envolvia. — respondeu ele. — Entretanto, tudo acabou bem e o pacote foi entregue.
  — Isso quer dizer que nossa família está sendo vigiada? — perguntei um pouco aliviado em saber que a tentativa de roubo não era obra de .
  Tinha certeza de que se fosse ela, teria conseguido pegar os tais documentos.
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  — Isso quer dizer que os inimigos dos nossos amigos começaram a mover seus olhos para nós. — esclareceu ele. — Nossa família deve manter o máximo de segurança.
  — As outras famílias, nossos amigos, sabem sobre isso?
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  — Sim, todos os nosso clientes VIPs já sabem sobre e estarão do nosso lado.
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  Até o momento nunca tinha me preocupado com isso, nossa família apenas era amiga de famílias importantes, tinha clientes importantes, fazia transações importantes. Mas agora passamos a ser um alvo também, o que me deixava ainda mais preocupado.

“Tudo o que quer fazer é bang bang bang bang
E clique, ka-tching, e pegar o meu dinheiro.”

– No F.U.N / SEVENTEEN

Capítulo 34

  
  Ao final da tarde, voltamos até onde tinha estacionado de carro, seguimos por algumas ruas até que ele finalmente entrou em um condomínio residencial e parou em frente a um portão. Fiquei impressionada com todo o procedimento minucioso da fiscalização sobre mim, já que era minha primeira vez naquela casa.
  — Uau. — disse ao seguirmos de carro até a mansão. — Nunca vi uma casa tão protegida como a sua.

  — Sim. — ele riu um pouco. — Às vezes até eu e Siwon somos barrados no portão.
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  — Imagino em seus tempos de criança, como conseguia fugir?
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  — Não conseguia. — ele manteve seu olhar para frente. — Sempre era pego.
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  — Então sua casa é a mais segura que já vi. — ri de leve. — Acho que nem eu conseguiria roubar algo daqui.
  — Sério? Minha casa é segura contra a LT? — retrucou ele impressionado.
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  — Ao que tudo indica. — sibilei um pouco olhando para a mansão logo à frente.
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  Assim que descemos do carro, vi a senhora Mary no jardim dando algumas instruções para uma equipe de garçons.
  — Siwon me disse que seria um jantar discreto. — comentei olhando.
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  — Mas será. — afirmou com a sacola do presente na mão. — Vamos?
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  — Claro. — assenti o seguindo.
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  Caminhamos em direção a mãe dele, assim que me viu, abriu um largo sorriso e veio em minha direção, seu abraço foi apertado e demorado.
  — Que bom que está aqui. — disse ela sorrindo para mim.
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  — Eu agradeço pelo convite. — disse sorrindo junto. — Siwon me disse que somente quem é considerado da família é convidado a vir aqui.
  — Sim, e você é da família. — confirmou ela desviando seu olhar para . — E você? Por que não a trouxe mais cedo para o chá?
  — Estávamos pegando seu presente. — respondeu ele esticando a sacola. — Nosso presente para você e o papai.
  — Oh! — ela pegou a sacola demonstrando emoção. — O vaso que eu tanto queria, que lindo.
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  — Eu gostaria de dizer que foi ideia minha, mas todo o trabalho se deve ao . — admiti meio sem graça. — Acho que ainda te devo um presente de verdade.
  — Não precisava contar. — disse rindo de mim.
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  — Ah yah, não repreenda ela, está sendo sincera e isso já me deixa feliz. — ela deu um tapa de leve no braço dele e sorriu para mim. — Venha , vamos colocar meu vaso em um lugar especial.
  — Claro. — assenti deixando e a seguindo.
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  A senhora Mary era mais do que especial para mim, ela estava começando a representar a mãe que eu nunca tive de verdade. Conversamos um pouco mais sobre meu hobbie de fotografia, que para ela era minha profissão, enquanto ela continuava coordenando os funcionários que trabalhariam no jantar do dia seguinte.
  Em um certo momento, eu me afastei dela e comecei a caminhar pela casa, tinha que reconhecer todo o território, caso que realmente aceitasse o serviço que Dean estava me dando. A mansão era muito bonita e bem decorada, a senhora Mary tinha bom gosto, além de ser muito bem segura, tinha contado mais de vinte seguranças que andavam discretamente na área externa, além dos empregados que ficavam na parte interna da mansão.
  Tinha também algumas câmeras de segurança espalhadas pelo jardim, e algumas raras camufladas em pontos estratégicos dos lugares de maior circulação, como a cozinha, sala de estar e jantar. Teria que ser um perfeito ninja para roubar aquela casa sem ninguém ver, e eu ainda não era um.
  — O que está olhando? — disse Siwon ao parar atrás de mim.
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  — O quê? — desviei meu olhar para ele.
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  — Estava mesmo distraída. — comentou ele dando um sorriso leve.
  — Ah, acho que um pouco. — suspirei fraco. — Estava pensando no Cronos.
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  — Hum, tem certeza que o Cronos é só um cachorro mesmo? — ele riu.
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  — Sim, eu tenho. — assenti rindo junto. — O Cronos é minha família.
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  — Agora você tem outra família. — disse ele. — Se quiser, é claro.
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  — Ando pensando sobre isso. — ando pensando seriamente sobre isso. — Você acha que mereço ter vocês como família?
  — Acho. — ele respirou fundo. — Você acha que merece nos ter como sua família?
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  — Não sei. — desviei meu olhar para a janela novamente.
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  Aquela era a pergunta chave.
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  — . — me chamou descendo as escadas. — Não quer descansar?
  — Claro. — disse me afastando de Siwon. — Em que quarto ficarei?
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  — No meu. — respondeu ele estendendo sua mão. — Vamos?
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  Eu olhei de relance para Siwon, depois voltei minha atenção para ele e peguei em sua mão. Subimos as escadas e me guiou pelo corredor dos quartos, entramos no quarto dele e minha mala já estava na porta do closet.
  — Fique à vontade, tenho que participar de uma reunião urgente na empresa. — disse ele se voltando para a porta novamente.
  — Aconteceu alguma coisa ruim? — perguntei aparentando preocupação.
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  — É isso que vou tentar descobrir, mas você não vai estar sozinha. — respondeu ele. — Siwon e minha mãe estarão em casa, já o Sam deve chegar ao nascer do sol.
  Ele saiu rindo. Eu fechei a porta e fui em direção à minha mala, minha bolsa estava em cima dela, tinha deixado dentro do carro de . Peguei a bolsa e caminhei até a cama, se sentei e peguei o tablet, liguei e coloquei no aplicativo de plantas e maquetes eletrônicas, tinha que desenhar pessoalmente o layout da casa, já que Dean não tinha essa informação.
  Pontuei com precisão todos os lugares que aparentemente possuía câmeras camufladas, destacando das câmera visíveis. A casa deles não era somente segura, mas muito bem dividida os ambientes, todos poderia facilmente ter esconderijos secretos por trás de quadros, debaixo de tapetes, apesar de ser óbvio que as arquivos estariam no computador do escritório do pai deles.
  Porém, eu poderia considerar as probabilidades deles terem transferido os arquivos para um pen drive e escondido esse pen drive. Eram muitas as perguntas que estavam se formando em minha mente, entretanto, todas me levavam ao bendito escritório. A pergunta era, como eu conseguiria entrar lá sem ser notada?
  Talvez eu usasse o jantar para criar uma distração… Quanto mais eu pensava em como roubar, menos eu sentia vontade de roubar. Eu não queria decepcioná-los, nem mesmo magoar a senhora Mary, não queria trair ou perder a amizade de Siwon, mas a imagem de Louise roubando eles sempre me assombrava.
  Após ficar mais de uma hora olhando para o mapa que tinha feito no tablet e lutando contra eu mesma mentalmente, desliguei o aparelho e fui em direção ao banheiro. Precisava de uma ducha quente, relaxar meu corpo e esquecer essa parte da minha vida, precisava somente focar na parte normal que me fazia sorrir sem esforço.
  Assim que terminei de tomar a ducha, me enrolei na toalha e voltei ao quarto, abri a mala e todas as roupas que já tinha usado, fechei logo. Fui até o closet de e peguei uma blusa de moletom dele para vestir, pensei em sair do quarto e ficar vendo televisão com Siwon, ou algo do tipo, porém, ao olhar para aquela grande e aconchegante cama, tive uma ideia melhor.
  Me deitei na cama de sem cerimônias e fechei meus olhos, a mais sábia decisão que tinha tomado em meses, precisava descansar minha mente e encaixar minhas ideias. Precisava esquecer que meu marido era meu álibi, que tinha virado meu objeto de desejo.
  Peguei no sono e o tempo foi passando, despertei lentamente sentindo alguém acariciando meus cabelos. Abri os olhos de leve e estava deitado ao meu lado, de frente pra mim e me olhando fixamente, ele deu um sorriso fofo e continuou fazendo cafuné em mim, seu olhar era sereno.
  — Não resistiu? — perguntou ele num sussurro.
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  — Não. — assenti. — Estava me sentindo um pouco cansada, mentalmente cansada.
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  — Imagino que esteja pensando em muitas coisas que possam te preocupar. — disse ele.
  — Basicamente. — concordei. — Pensei que fosse fácil, mas agora vejo que não é.
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  — O quê?
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  — Ser eu não é fácil. — sussurrei fechando os olhos novamente.
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  — Então durma e descanse mais. — sussurrou ele de volta.
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  Eu aproximei meu corpo do dele me aninhando em seu braço, voltei a dormir sem dor na consciência, curiosamente, estava me sentindo segura e protegida ao lado dele, algo que não sentia a muito tempo.
  A noite passou e na manhã seguinte, acordei me sentindo mais do que renovada, era como se um peso tivesse saído de minhas costas. Meu dia começou com um café da manhã muito interessante no orquidário da senhora Mary, algo que me deixou fascinada foi seu amor por orquídeas. Passei uma grande parte do dia caminhando pelo jardim observando a movimentação contínua dos seguranças, então notei que a segurança externa dobrava à noite, algo interessante.
  — Gostou do jardim? — disse Siwon ao se aproximar de mim.
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  — Sim, encantador, devo presumir que é obra da sua mãe. — respondi a ele.
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  — Certamente sim, ela adora jardinagem e paisagismo. — afirmou ele parando ao meu olhar mantendo seu olhar no canteiro de azaleias que estava diante de nós. — E você? Gosta de plantas?
  — Sim, acho bonito. — respondi.
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  — Olha, se não der certo a fotografia, aposte em paisagismo. — brincou ele.
  — Ah, não, não levo jeito para isso.
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  — Você acha? — ele desviou seu olhar para mim.
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  — Não tenho muita paciência para regar plantas todos os dias, ou decorar qual vegetação é melhor para os jardins, diferenças entre as plantas climáticas, coisas desse tipo. — eu ri espontaneamente. — Acho que fotografia combina mais comigo.
  — Olha, está descobrindo outro talento?
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  — Acho que sim. — suspirei um pouco. — Finalmente encontrei algo que me deixe empolgada de verdade.
  — Pensei que ser a LT te deixasse empolgada. — sibilou ele.
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  — Me deixa, mas é diferente.
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  — Diferente como? — seu olhar estava curioso.
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  — Em tese, ser a LT é meio que uma obrigação. — tentei não deixar minha voz com ar de frustração.
  Ficamos ali no jardim por mais um tempo conversando, ele estava me contando sobre seu Congresso de Medicina e sobre o mestrado que estava pensando em fazer na Universidade de Oxford. As horas foram passando, até que me puxou para seu quarto e me entregou uma caixa.
  — O que tem aqui dentro? — perguntei pegando, estava um pouco pesada.
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  — Notei que suas roupas estavam um pouco usadas. — disse ele segurando o riso. — Então, é um presente.
  — Pode dizer sujas. — admiti.
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  — Eu mandei para lavanderia.
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  — Agradeço. — abri a caixa e tinha um lindo vestido azul marinho, com a parte do busto com renda e um sapato bege. — Agradeço por isso também.
  — Minha mãe me ajudou a escolher o sapato. — ele parecia um pouco envergonhado em dizer aquilo.
  — É um lindo sapato. — elogiei. — Tiveram bom gosto.
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  — Sei que tem algo especial com os sapatos.
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  — Sim, eu tenho. — ri de leve, — Obrigada.
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  Ele pegou em minha mão e me puxou me abraçando. De início fiquei um pouco estática, não entendia o motivo daquele abraço, mas aos poucos fui retribuindo, fechei os olhos de leve assim que senti seu suave perfume.
  — , eu… — me afastei um pouco dele.
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  — Você…
  — Está quase na hora do jantar dos seus pais, então… — respirei fundo desviando meu olhar para a porta do banheiro. — Acho melhor ir tomar um banho.
  — Claro. — sua voz tinha traços de decepção, como se ele esperasse ouvir outra coisa.
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  Não demorei muito para me arrumar, assim que fiquei pronta e retornei ao quarto, ele não estava mais lá. De início achei estranho, mas não iria colocar mais coisas na minha mente, já estava achando ele e Siwon um pouco diferentes em suas formas de falar comigo, me olhei no espelho do closet por alguns instantes e saí do quarto.
  Desci as escadas tranquilamente, comecei a ver alguns rostos estranhos e outros bem conhecidos, lendo os arquivos de Dean sobre a família Cho, notei que metade das possíveis famílias que estariam naquele jantar, eu já tinha roubado. Ou seja, eu estava basicamente no covil do lobo, e qualquer passo em falso poderia ser devorada.
  — Aqui está ela, a noiva do nosso . — disse a senhora Mary ao se aproximar de mim. — , quero que conheça uma amiga muito íntima minha, essa é a senhora Minah, da família Chang.
  — Oh, como é uma honra conhecer a moça que conquistou nosso menino travesso. — disse a senhora se curvando de leve para mim e pegando em minha mão.
  — A honra é minha, senhora Chang. — engoli seco, devido ao sobrenome dela, sorri disfarçadamente pegando em sua mão e me curvando em respeito a ela.
  — Mary tinha me dito que era simpática, agora posso concordar, seu sorriso também é muito bonito.
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  — Agradeço, senhora Chang. — me curvei novamente.
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  Respirei fundo por um momento, estava sentindo meu coração disparado por um momento, até que senti uma mão pegar em meu braço e me puxar.

“Não fique nervosa
Está tudo bem, garota
Você não deve ter medo neste momento.”

– Back Seat / JYJ

Capítulo 35

  

  — ? O que está fazendo? — disse assim que vi que era ele que estava me puxando — Para onde está me levando?
  — Para um lugar seguro. — ele se manteve sério, porém sua voz estava suave. — Imaginei que não estivesse se sentindo bem perto da senhora Chang.
  Assenti, o seguindo, assim chegamos em frente ao escritório do seu pai. se colocou um pouco em minha frente e digitou a senha, fingi não estar prestando a atenção, porém gravei com facilidade a sequência de números. Nós entramos e ele fechou a porta.
  — Espero que não seja difícil para você sobreviver a esse jantar. — disse ele se encostando na porta e cruzando os braços.

  — Não, mesmo eu tendo… Sabe, metade das famílias daqui. — respondi suspirando fraco.
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  — Se quiser, podemos ir para outro lugar. — sugeriu ele.
  — Não, isso deixaria sua mãe triste, hoje é uma noite especial.
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  — Como quiser. — ele sorriu de canto, seu olhar estava fixo em mim.
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  — Agora minha vez. — respirei fundo olhando para a estante de livros ao lado — Está tudo bem com você e Siwon?
  — Por que não estaria? — retrucou ele.
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  — Não sei, vocês dois andam muito estranhos.
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  — Defina estranhos.
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  — Hum, a forma como falam.
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  — Digamos que estamos um tanto ansiosos por sua resposta. — explicou ele.
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  — Ah, sim, minha escolha, agora faz sentido a pergunta do Siwon sobre meu último trabalho.
  — Basicamente. — assentiu ele.
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  — E se eu disser que já tenho minha resposta?
  — Tem? — se olhar ficou como de um curioso.
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  — Mas só darei ao final da noite.
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  — Esperarei ansioso até o final da noite. — ele sorriu de canto novamente — Ah, tenho algo para te dar.
  — O quê? — o olhei curiosa — Você já me deu tanta coisa.
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  — Isso. — ele retirou uma correntinha de ouro, com pingente de pérola do bolso e colocou em meu pescoço. — Já tem um tempo que eu queria te dar isso.
  — É bonita. — sorri de leve sentindo suas mãos encostarem no meu pescoço. — Obrigada.
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  — Estou feliz que tenha gostado.
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  Nós passamos mais algum tempo ali, até que Siwon bateu na porta. A senhora Mary estava nos chamando para o jantar. Eu me sentei ao lado de à mesa grande mesa em formato de U, que estava preparada no jardim, do lado direito havia sentado duas família japonesas, uma britânica e uma russa; já do lado esquerdo tinha se sentado a família chinesa Chang, uma família mexicana, uma italiana e uma tailandesa.
  A família Cho havia se sentado no meio, pois eram os anfitriões. Eu transmiti o máximo de naturalidade e segurança, no fundo estava feliz por ninguém ter me reconhecido, nem mesmo questionado sobre minha família ou algo do tipo. No geral, o jantar foi um sucesso, o cardápio muito bem escolhido e a comida saborosa, a senhora Mary sabia dar uma festa.
  Mais algumas horas depois, os convidados foram aos poucos se despedindo e indo embora. Percebi que estava na hora de dar minha resposta aos irmãos Cho, após todos os convidados partirem, seus pais se recolheram e Sam também, pedi para que ambos me esperassem em seus quartos, minha resposta seria simples, eu entraria no quarto da pessoa que eu tinha escolhido.

  Fiquei alguns minutos no corredor, respirei fundo, pensei mais um pouco no que fazia depois da minha resposta. Então, finalmente segui até o quarto dele, assim que entrei, ele estava virado para a janela olhando o céu, parecia tão concentrado em seus pensamentos que não percebeu que tinha entrado.

  — Posso deduzir que está pensando em mim? — disse ao chegar perto dele.
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  — ? — ele se virou para mim, seu olhar era uma mistura de surpresa e alegria em me ver. — Você…
  — Deveria estar mais feliz em me ver. — brinquei.
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  — Acredite, eu estou.
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  — Isso é bom. — dei impulso e o beijei de surpresa.
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  Logo, ele envolveu seus braços em minha cintura, dando mais intensidade naquele beijo.
  — Preciso ter certeza se não estou sonhando. — sussurrou ele.
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  — Bem, só tem um jeito de saber. — eu sorri para ele. — Andou pensando em nossa noite de núpcias, nos casamos em Vegas e até agora não consumamos nosso casamento.
  — Pensei que o que acontece em Vegas, ficava em Vegas. — disse ele rindo.
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  — , meu marido, para toda regra há uma exceção. — sorri para ele mantendo meu olhar em seus olhos.
  Naquele momento, senti que éramos oficialmente um casal, eu estava mesmo oficializando nosso casamento em Vegas, eu o queria como meu marido de verdade, era minha escolha.

  Fechei lentamente meus olhos e logo senti seus lábios tocarem os meus, algo diferente estava acontecendo entre nós, algo intenso e malicioso, a mentira estava se tornando realidade. Por dentro meu coração se acelerava a cada instante, sentindo suas carícias e retribuindo seus beijos intensos, comecei a desejar que aquela noite jamais se acabasse.
  Perdi a noção do tempo e espaço nos braços dele, era um outro lado de que estava conhecendo, nunca imaginei que me sentiria amada de verdade, menos ainda por uma pessoa que tinha conhecido por acaso. Porém, o acaso tinha acertado quando me fez conhecer ele, mais ainda por me fazer perceber que ele era tudo que eu precisava para me sentir uma pessoa normal e ter uma vida normal.
  Não era somente uma noite de escolha, era uma noite de entrega e amor, a noite que eu estava admitindo que tinha entrado de vez em meu coração, abalado minhas estruturas.
  Entretanto algo ainda me assombrava. Assim que despertei de um breve cochilo, ouvi o barulho do chuveiro, caminhei até lá e olhei pela greta, estava tomando banho. Peguei minha bolsa e a remexendo, retirei o pen drive que sempre mantinha por precaução do fundo falso. Neste momento eu estava curiosa para saber até onde eu iria, saí do quarto e desci as escadas em silêncio, estava contando com o escuro e os pontos cegos das câmeras.
  Eu sabia que o escritório seria óbvio e fácil, logo cogitei a ideia dos arquivos não estarem lá. Foi neste momento que minha memória ajudou e me lembrei de ter visto algo interessante no orquidário da senhora Mary. Ficava ao lado da entrada para a adega, eu teria que ter o máximo de cautela, pois a segurança na parte externa era alta.
  Saí pela porta da cozinha, mantendo meu corpo abaixado e caminhei pela lateral, onde a luz não conseguia chegar. Assim que passei pela adega, fiquei um tempo abaixada na parte escura, atrás de algumas caixas, então após alguns seguranças passarem, entrei no orquidário. Demorou um pouco para encontrar o que queria, porém estava lá.
  Escondido, dentro de uma caixa de semente, um tablet. Liguei o aparelho e conectei o pen drive nele, se tinha algo naquele tablet, o vírus do Dean que estava no pen drive iria detectar. Minutos depois surgiu uma mensagem na tela.

Loading…

  Eu tinha encontrado. Os arquivos da família de estavam todos ali, esperei até que tudo estivesse devidamente copiado, então coloquei o pen drive no bolso, respirei fundo e caminhei até a porta.

  — Vai mesmo fazer isso? — disse uma voz vindo dos fundos do orquidário.
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  Mesmo sem luz, a claridade da lua me permitia ver o rosto da pessoa, era o senhor Hwang, pai de . Eu o olhei, não tinha forças e nem coragem de argumentar, então dei um passo para trás.
  — Vai trair meu filho? Minha esposa? Minha família? — continuou ele.
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  — Mianheyo. — sussurrei me desculpando.
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  Quando saí do orquidário, todos os seguranças estavam na porta. Meu coração acelerado não me deixava pensar no que iria fazer, entretanto, para minha surpresa, todos se afastaram e abriram caminho para que eu passasse. A cada passo que eu dava em direção ao caminho para o portão, eu ficava ainda mais apreensiva, em um certo momento olhei para trás, e vi da sacada do seu quarto.
  Conseguia ver seu olhar triste para mim, senti um aperto no coração, mas já tinha feito o que deveria ou não fazer. Me virei sem remorso e saí correndo em direção ao portão, havia mais seguranças me esperando, apontando suas armas para mim, levantei minhas mãos pensando em como poderia escapar, já que tinha feito minha escolha final.
  — Deixem ela ir. — disse uma voz saindo do rádio de um dos seguranças.
  Era a voz de . Fechei meus olhos respirando fundo, mais uma vez ele estava me salvando, mesmo que sendo contra sua família.

  

  Não conseguia acreditar, estava estático e paralisado. Segurei todas as lágrimas de frustração no canto dos meus olhos, tentando odiar ela, mas não conseguia. Depois de uma noite que me fez acreditar que ela me amava de verdade, tinha me traído da pior forma possível. E a parte mais difícil seria lidar com isso agora, lidar com o fato que eu tinha deixado ela continuar, achando que ela desistiria por mim.
  — Espera. — Disse Sam, após eu e Siwon contarmos toda a história sobre a para ele e nossa mãe. Contamos cada detalhe, desde quando ela conheceu Siwon na universidade, até esta madrugada, quando ela roubou nossa família. — Quer dizer que a noona é uma ladra profissional, te usava como álibi e agora nos roubou? — concluiu ele como uma pergunta.

  — Basicamente isso. — assenti mantendo meu olhar na janela.
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  — Não. — disse minha mãe. — Me recuso a acreditar, a não.
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  — Mas foi. — confirmou meu pai dando um suspiro fraco. — Ela nos traiu e agora, o que faremos? Ela deve ter pego todos os arquivos desse tablet.
  — Nós a deixamos entrar em nossa família. — disse Siwon. — Sabíamos que ela era uma ladra, sabíamos que ela nos roubaria, a convidamos.
  — Deve ter alguma explicação. — minha mãe estava relutante em acreditar. — Não vou aceitar isso, nos tem como uma família, tenho certeza que deve ter algum motivo.
  — Se ela era uma ladra, por que deixaram ela ir? — perguntou Sam.
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  — Porque eu achei que ela desistiria. — respondi com amargura. — Achei que ela me amava o suficiente para desistir, mas estava errado. A culpa foi minha, eu a deixei ir, eu vou consertar isso.
  — O que vai fazer ? — meu pai me olhou de forma séria.
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  — Vou caçá-la, até o fim do mundo se for preciso. — respondi.
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  Saí da sala antes mesmo que minha mãe pudesse intervir, fui direto para meu quarto. Naquele momento começaria minha busca pessoal pela LT, peguei sua bolsa que estava em cima da cama e remexi, tinha que encontrar algo nela que me ajudasse.
  — Vai mesmo caçá-la? — perguntou Siwon ao entrar no quarto.
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  — Ainda duvida? — mantive minha atenção na bolsa dela.
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  — Não, vou te ajudar, também tenho minha parcela de culpa. — disse ele se mantendo parado na porta. — Por onde pretende começar?
  — Por isso! — respondi levantando o tablet dela. — Vou começar por isso, certamente tem muita coisa aqui.
  — Sabe, quando me contou sobre tentarem invadir os sistemas da filial de Tóquio, fiquei preocupado. — Siwon cruzou os braços. — Mas ao mesmo tempo, aliviado.
  — Por que aliviado?
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  — Porque sabia que não era a LT. — confessou ele.
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  Me mantive em silêncio por um tempo, porém compartilhava do mesmo sentimento, eu também tinha esperanças que ela não nos roubaria.
  — Admito que sempre que uma tentativa de nos roubar falhava, eu ficava com medo da próxima tentativa ser ela. — respirei fundo. — Até que você me disse que seus contatos tinha visto o Dean desembarcar no Brasil, então tive certeza que nossa família era seu último alvo.
  — Me sinto tão inútil agora, queria poder te feito algo a mais para que ela tivesse desistido, porém… — ele começou a rir. — Queria até mesmo odiar ela por isso, mas só consigo ficar chateado por ela ter entrado no seu quarto.
  — Sério? — eu o olhei. — Ela nos rouba, e você está chateado por ela ter me escolhido?
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  — Tenho certeza que você também estaria, se estivesse no meu lugar. — ele sibilou um pouco. — Mas consigo sentir a intensidade da sua raiva.
  — Eu nem sei o que estou sentindo, uma mistura de frustração, raiva e felicidade. — comentei.
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  — Felicidade? — ele parecia meio confuso.
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  — Felicidade porque tive a melhor noite da minha vida, frustração porque também foi a pior noite da minha vida, e raiva porque o mentor de tudo foi o Dean.

Por quê? Você foi embora tão naturalmente
Por quê? Você me viu como alguém fácil
Por quê? Você está partindo meu coração em pedaços (Por quê?)
Por quê? Se todos os momentos foram um sonho
Por quê? Se eu tivesse tempo para consertar isso
Por quê? Eu queria que você fosse feliz (Por quê?)

– Keep Your Head Down / TVXQ (Dong Bang Shin Ki)

Capítulo 36

  

  Eu corri o máximo que pude até chegar na estação, peguei o metrô e desci em uma parada qualquer, então entrei em um táxi e segui para o endereço que Dean tinha enviado. Aparentemente, era uma casa de arquitetura tradicional coreana, uma família muito acolhedora, mas não entendia muito o que falava, meu contato era o filho mais velho, que trabalhava para o Dean.

  — Espero que fique confortável. — disse o Jinho ao entrar no quarto de hóspedes comigo.
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  — Ficarei sim, obrigada. — disse ao entrar. — O senhor D. te passou alguma instrução?
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  — Ele somente disse que se a senhorita viesse, deveria ficar aqui por dois dias, até ele fazer contato. — respondeu.
  — Ok.
  Esperei até que ele saísse e tranquei a porta. Só naquele momento eu tinha me dado conta do que tinha feito, estava arrependida mas não podia voltar atrás, respirei fundo e retirei minha roupa. Tomei uma ducha no banheiro que tinha no quarto e coloquei as roupas limpas, que estavam separadas para mim em cima da cama.
  Mesmo que fosse tedioso, mesmo que eu estivesse com uma vontade louca de voltar para a casa da família Cho, eu me manteria ali naquele quarto até Dean fazer contato.

  Os dois dias se passaram, finalmente a ligação que eu esperava veio. Dean parecia um pouco surpreso por eu ter realmente roubado, talvez contava com minha vontade de ter uma família normal.
  — E agora? — perguntei a ele — Como vou sair daqui? Meu passaporte, minha bolsa, meu tablet, ficou tudo com eles.
  — Daqui três horas, Jinho te levará a um jatinho particular, você vai desembarcar em Xangai e pegar um avião para Londres, depois outro para Manhattan. — explicou ele.

  — E quanto aos meus documentos? — indague.
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  — Não se preocupe, sabe que seus documentos verdadeiros estão comigo. — ele fez uma breve pausa. — Terá uma pessoa em Xangai que vai te guiar até seu embarque, ele te dará o pacote que precisa.
  — Ok. — assenti.
  — Está tudo bem? — perguntou ele.
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  — Sim, estou.
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  — Tem certeza?
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  — Sim, só quero minhas férias agora.
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  Ele se manteve em silêncio e depois desligou, dava para notar a irritação em minha voz, estava extremamente com raiva dele por ter me induzido a roubar . Esperei as três horas até Jinho me levar ao aeroporto particular, onde pegaria o jatinho para Xangai, o pendrive estava muito bem guardado entre as roupas que estavam em meu corpo, eu enfrentaria horas e horas de voo.

  Depois de passar por Xangai e Londres, finalmente estava de volta a Manhattan, finalmente me sentia segura para fazer o que estava planejando fazer. Eu não entregaria aquele pendrive ao Dean, menos ainda deixaria barato para quem contratou meus serviços, eu daria o troco da melhor forma possível.
  Peguei um táxi no aeroporto e desci na estação central, após embarcar e desembarcar do metrô e mais dois ônibus, finalmente entrei discretamente em um táxi executivo estacionado na porta de um hotel. Como suspeitado, eu estava sendo seguida por um informante do Dean, de certo para confirmar se eu levaria o pacote ao lugar correto.
  Assim que cheguei a portaria do meu condomínio, desci do táxi. Por sorte Stephanie estava passeando com Cronos, pedi a ela para pagar o homem do táxi e segui em direção a minha casa acompanhada de Cronos. Era bom receber o amor do meu cachorro, já que eu tinha perdido de outra pessoa.

  — A senhora chegou de surpresa, pensei que demoraria mais. — disse Stef ao entrar.
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  — Eu também, mas nem tudo é como queremos. — suspirei fraco olhando para meu cachorro. — E como foram as coisas aqui?
  — O homem veio regularizar o chassi do seu novo carro. — respondeu ela. — O Cronos melhorou bastante após eu começar a colocar as mensagens de voz da senhora para ele durante a noite, e a reforma da piscina está concluída.
  — Que bom, agradeço por sempre cuidar de tudo enquanto estou fora. — me espreguicei um pouco. — Vou tomar um banho, se quiser ir para casa.
  — Ah, prefiro dormir aqui hoje, briguei com minha mãe.
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  — Fique à vontade então, se alguém ligar, diga que não estou.
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  — Sim senhorita. — assentiu ela indo para a cozinha e chamando o Cronos.
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  Após, subi as escadas e fui direto para meu quarto, entrei no closet e abri meu cofre, retirei o pen drive do bolso da calça e coloquei dentro, fechando novamente. Depois caminhei até o banheiro e enchi a banheira de espumas e me joguei nela, meu corpo precisava relaxar um pouco. Fechei meus olhos e fiquei ali dentro sentindo as espumas tocando minha pele, foi o suficiente para um breve cochilo, após isso saí da banheira me enrolei na toalha.
  Coloquei meu roupão e voltei para o quarto.
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  — Senhorita LT? — disse Stef ao entrar com o telefone em sua mão. — Ligação para a senhorita.
  — Quem é? — perguntei pegando o telefone.
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  — Chamada restrita. — respondeu ela.
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  — LT na linha. — disse ao colocar o telefone no ouvido.
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  Observei Stef saindo do quarto.
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  — Você não terminou seu trabalho, por que está em casa? — a voz era de Dean.
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  — Claro que terminei. — disse num tom natural e tranquilo. — Fiz o que me pediu, estou com os arquivos em meu pendrive, roubei o que queria.
  — E por que não entregou o pacote? — indagou ele. — Nosso cliente fez o pagamento antecipado.
  — Sim, ele pagou para que eu roubasse, estou certa?
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  — Sim. — confirmou ele.
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  — Mas não falamos nada sobre eu entregar o que roubei. — disse num tom sinuoso e irônico, já imaginando a cara de fúria de Dean.
  — Sabe que não gosto de brincadeira. — disse ele.
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  — Não estou brincando, Dean. — meu tom ficou mais sério. — Agradeço ao nosso cliente por ter pago pelo roubo, e espero que meu depósito seja feito ainda hoje, porém a um preço diferente para que eu entregue.
  — Você não pode fazer isso. — repreendeu ele.
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  — Eu já estou fazendo, essa foi a segunda e última vez que você me obriga a passar por cima dos meus princípios. — o alertei, desviando meu olhar para a porta e vendo Cronos entrar no meu quarto. — Sei que te devo minha vida Dean, e não quero ter que dizer não a você.
  — Isso tudo porque teve que roubar sua família preciosa?
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  — Não. — respirei fundo caminhando até a janela. — Isso porque me forçou a fazer algo que não queria, e ainda ousou mencionar que envolveria a Louise. Nossa lealdade é uma via de mão dupla, Dean.
  — O que quer dizer com isso? Está me ameaçando? — sua voz estava mais áspera e rude. — Sabe que não sou qualquer pessoa.
  — Eu sei muito bem quem você é, Dean. — virei meu corpo, encostando minhas costas na janela. — Mas espero que sua lealdade a mim seja recíproca. Se mencionar Louise e a família do em uma mesma frase novamente, farei com que se arrependa da pior forma possível.
  — Não acredito que está dizendo isso. — ele deu uma risada baixa. — Está mesmo querendo proteger a família do seu álibi?
  — E se estiver? — indaguei. — Não quero que nenhum dos prodígios toquem neles.
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  — Tudo bem, vou relevar suas palavras amargas para mim e voltemos ao início. — ele respirou fundo. — Não gosto quando temos divergências de opiniões, menos ainda quando seus roubos não seguem o curso esperado.
  — Você já sabe minha posição. — dei alguns passos até o closet. — Este pendrive ficará comigo até quando eu achar necessário.
  Desliguei o telefone e o coloquei na prateleira, retirei o roupão de banho e passei mais alguns minutos escolhendo o que iria vestir, era um ensolarado dia de primavera. Coloquei um vestido floral longo, combinado a uma sapatilha branca e voltei ao quarto, olhei para Cronos que estava deitado em minha cama.
  Fiz um sinal para que ele me seguisse, desci as escadas com ele me seguindo e caminhei direto para a cozinha. Para minha surpresa, Stef tinha deixado um lanche preparado para mim e guardado no microondas, aparentemente ela tinha saído; após comer o que estava preparado, segui até a sala de TV com Cronos.
  Seria meu momento de fazer uma leve maratona na Netflix de doramas, ter viajado para a Coreia tinha despertado um certo interesse pela cultura em mim. Me joguei no sofá com Cronos se deitando ao meu lado, felizmente tinha um fino cobertor dobrado em cima da mesa de centro. Isso significava que o final da minha tarde e a noite, seria longa ali no sofá.

  Os dias se passaram, sábado pela manhã acordei com uma disposição incomum, me espreguicei um pouco ao entrar no closet. Troquei de roupa colocando a camisa de que tinha ficado comigo, combinado a um short curto preto, por um breve momento meus olhos se voltaram para o cofre.
  Abri e retirei o pendrive, estava um pouco curiosa para ver os tipos de arquivos que estavam ali dentro. Fechei o cofre e coloquei o pendrive no bolso do short, voltei para meu quarto e percebi que o celular que Stef tinha comprado para mim estava tocando, era uma ligação de Dean.

  — LT na linha. — disse ao atender.
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  — Fico aliviado sempre que ouço sua voz suave. — brincou ele.
  — O que deseja agora? — perguntei saindo do quarto.
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  — Venho para lhe informar que sua família Cho está no topo da lista dos mais desejados. — disse ele.
  — O quê?
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  — Isso mesmo, apareceram mais alguns clientes que querem os arquivos que estão com você. — explicou ele tranquilamente. — Para simples donos de um empresa de transportes, eles estão me saindo uma bela mina de ouro.
  — Se está achando que vai encher seu bolso às custas do meu roubo… — caminhei pelo corredor seguindo até as escadas.
  — Calma. — ele riu de leve. — Não foi você quem disse que eu poderia refazer as negociações? Não estou dizendo para me entregar o pendrive, só estou dizendo que temos mais possibilidades de negociar com outros clientes.
  — Tudo bem, mas a palavra final será minha. — assim que desci as escadas vi Cronos sentado em direção a porta, assim que meu olhar chegou na pessoa parada. — Nossa.
  — O que houve? — perguntou ele.
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  — Me parece que temos mais uma pessoa disposta a negociar.
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  — Do que está falando? — insistiu ele.
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  — Te ligo depois. — desliguei o celular e mantive meu olhar nele, eu já imaginava que em algum momento ele me encontraria, e estava ansiando por isso. — Bom dia, .

Eu evito o seu olhar fingindo que não estou interessado em você,
Veja bem, eu preciso arriscar tudo que tenho.
Só para passar por você, oh yeah,
Você é tão diferente das outras mulheres

– Lotto / EXO

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