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Ideia #240

doada por Lelen

// A Ideia
A história envolveria a máfia e disputas do tipo. A pp é sequestrada por família mafiosa x, mas é só uma desculpa porque o “mandante” (vou chamar de fave 1) da família na verdade conhece ela/é apaixonado por ela de verdade, então meio que não adiantaria ninguém pagar resgate nem nada porque a intenção nunca foi deixar ela ir. O fave 1 faz de tudo pra tentar fazer a pp se apaixonar e tal, porque realmente sente algo por ela, mas ele é bem do tipo dominador/machista e ela não quer a vida que ele oferece pra ela, então ela acaba sofrendo tanto física quanto psicologicamente.

Um dia ela tenta fugir, consegue desaparecer por algumas horas, mas é capturada de volta e sofre “consequências leves” por isso, mas ainda assim é punida pelo fave 1. Daí ela depois da punição decide que vai fazer qualquer coisa pra poder sair daquele lugar. O tempo passa e ela vai começando a ficar menos arredia e vai mostrando mais confiança no fave 1, que vai continuar tentando conquistar ela. Nisso ela vai acabar “infiltrada” no meio da família x e sabendo dos inimigos e de vários trâmites da máfia.
Um dia ela descobre um agente infiltrado da polícia e meio que os dois acabam se unindo pra derrubar o máximo que conseguirem da máfia. No meio disso tudo ela acaba ganhando a confiança do clã y, e se envolvendo com o último herdeiro da família mafiosa y (fave 2).

No final ela vai matar o fave 1 e armar para o fave 2 levar a culpa e se fazer da garota frágil e desolada que perdeu o homem que amava e de alguma forma ela acaba no comando da família x. Só que ela lidera o clã x para a auto destruição e por consequência também leva uma parte do clã y junto.


// Sugestões
Seria legal mostrar toda a construção do “novo” caráter da principal, as pequenas mudanças e as formas que, futuramente, os leitores poderão associar à manipulação dos outros personagens.
Pode colocar um romance mais concreto no meio da história, talvez com o agente infiltrado ou com alguém de dentro da máfia, mas que seja mais gentil.
// Notas

Esta história não possui capas prévias (:

Sem curiosidades para essa história no momento!

Mafia’s Paradise

11. Don Magnus

Roma, outono de 2015

  Todos temos nossas origens e para a máfia de Toscana, todas as mais célebres ocasiões necessitam ser realizadas sob a bênção dos anciãos da querida cidade de Roma. Onde tudo começou.
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  O evento do ano? A tão aguardada coroação do primogênito Magnus, que estava deixando aliados e inimigos tanto ansiosos como apreensivos. E com todas as movimentações externas, todos os concelhos do pai sendo repassado constantemente desde seu breve retorno ao país, e toda pressão de suas últimas horas de falsa liberdade, nada era mais agonizante do que se lembrar do beijo da filha da empregada, e sentir o gosto de seus lábios de imediato.
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  A pouco mais de doze horas de sua coroação, trancou-se em seu quarto localizado na ala leste da monumental mansão que pertencia aos patriarcas dos Magnus por gerações. Após muito rolar pelos lençóis, sua mente cansada por pensamentos perturbadores rendeu-se ao sono, contudo, algo que inicialmente mostrou ser seu descanso…
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  Na alta madrugada, o que deveria ser um excitante sonho em que o primogênito se rendia aos beijos e carícias de uma misteriosa mulher sedutora, se tornou o gatilho para mais desejo e uma ponta de sensação de pesadelo, quando ele finalmente reconheceu seu olhar. Uma mistura de inocência e malícia, que pertencia apenas a uma pessoa: a garota que lhe atormentava os pensamentos.
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  — ! — Sua voz soou mais alta no susto ao acordar, a respiração ofegante e seu corpo em alerta pela intensidade do sonho, tanto que podia sentir as gotículas de suor escorrendo por suas costas.
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  Com seu corpo erguido, ele olhou para baixo e soltou um suspiro cansado, não era a primeira vez que acordava naquele estado após um sonho inapropriado com a garota. E mesmo com o quarto sendo apenas iluminado pela luz da lua que adentrava o local, ele conseguia ver com clareza o estrago. Cada vez se sentia mais culpado por desejá-la, lutando contra o sentimento que persistia em se manter aflorado. Sentia-se culpado por não revelar seus tormentos à , traindo sua amizade. Culpado por não conseguir ter autocontrole o suficiente para acabar com toda a sua agonia.
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  O que começou apenas com uma fascinação pelo olhar inocente de sua heroína, se transformou em um perigoso vislumbre de overdose pela filha da empregada.
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  — … Você precisa se controlar — sussurrou ele, ainda com os olhos fixos entre as pernas, respirando fundo mais algumas vezes para voltar à sanidade.
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  Levantando-se da cama, ligou as luzes, só havia uma direção a percorrer. Nada como uma ducha gelada, como o sorvete no verão, para abaixar a temperatura e voltar seus pensamentos ao eixo. Minutos em silêncio, apenas olhando para água que escorria pelo seu corpo indo diretamente para o ralo. Havia muitas coisas em jogo, ser o primogênito lhe exigia a perfeição e até estar oficialmente no lugar do pai, tinha o dever de seguir com o plano.
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  — Hum… — o primogênito murmurou um pouco ao retornar para seu quarto, enrolado na toalha e seguiu em direção à cama. 
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  Em cima da mesa de cabeceira, seu celular estava com a tela acesa, indicando uma mensagem no whatsapp. Ao pegar o aparelho, outro suspiro cansado lhe surgiu, ao ver quem era o dono da mensagem. Jogando o aparelho na cama, deu alguns passos até a porta e abriu-a, seu olhar sério não afugentou o sorriso malicioso do irmão caçula.
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  — Com insônia, irmão? — segurou o riso e elevou a mão, mostrando a garrafa de Barolo Riserva Monfortino 2007, que segurava. — Que tal uma sessão de terapia com o dr ?
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  — O que está fazendo aqui? — indagou , avaliando as expressões descontraídas do mais novo. Uma risada boba veio do caçula.
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  — Imaginei que meu irmão favorito precisasse de um ombro amigo — explicou , ao adentrar o quarto, mesmo não sendo convidado.
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  Os olhos atentos do caçula percorreram o lugar, observando cada detalhe até chegar na cama desarrumada. Ele era o único que sabia sobre as noites mal dormidas do irmão, e os muitos sonhos vívidos que alimentavam o mau-humor diário do primogênito.
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  — Não estou de bom humor — anunciou , fechando a porta e se atentando ao irmão. — Ao meio-dia de amanhã, serei coroado e…
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  — Está sentindo o peso? — insinuou , com os olhos brilhando.
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  Ser o único a saber que o ponto fraco do irmão era uma simples e insignificante garota, o deixava em êxtase e ao mesmo tempo preocupado.
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  — Sabe que não é pela coroação. — respirou fundo e se moveu até parar em frente a ele, pegando a garrafa de vinho em sua mão e uma das taças.
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  — Claro que eu sei. — riu de leve, o observando despejar o líquido na taça. — Seus segredos têm segredos e eu sei de cada um deles. — Um tom presunçoso soou, atraindo o olhar atravessado do primogênito. — Calma, novo Don, estamos do mesmo lado… — ergueu as mãos em rendição. — Somos irmãos, pode confiar em mim.
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  — Você já tentou me afogar uma vez — retrucou o mais velho, com um forte argumento.
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  — Por isso mesmo. — A sinceridade no olhar de exalava, de uma forma segura. — Jamais faria algo que levasse a terceiros te prejudicar, eu sou o único que pode te ferir, irmãozinho.
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  — Família — sussurrou , ao primeiro gole.
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  — Família — concordou o caçula ao esticar o copo e ser servido pelo outro.
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  Ambos passaram alguns minutos em silêncio, enquanto se embriagavam com a garrafa que a cada taça se esvaziava. Sentados ao chão, encostados na parede da janela, sentindo a brisa da madrugada refrescar o ambiente.
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  — Já sabe o que vai acontecer após se tornar o Don… — iniciou , quebrando o silêncio.
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  — Sim. — Assentiu o mais velho tomando o último gole em sua taça. — Não serei mais controlado por eles.
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  — Não é disso que estou falando — retrucou o caçula.
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  — Do que é, então? — olhou o irmão por um momento, confuso por sua colocação.
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  — Do seu noivado, da nossa melhor amiga, da filha da empregada — disse o caçula, lhe refrescando a memória. — não merece viver o mesmo que a mamãe.
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  — Não diga algo que já sei, ela sempre foi importante para mim — afirmou ele, respirando fundo, enquanto enfrentava a realidade das palavras de seu irmão. — Não é minha intenção magoá-la.
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  — Já a está magoando. — tomou seu gole final e levantou do chão, era raro, mas seu olhar estava sério. — Pode não admitir para ela, mas nossa amiga é esperta o suficiente para saber o que está rolando entre você e a .
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  — Eu não farei como o papai. — levantou-se do chão, ainda estava com a toalha molhada em sua cintura, nem um pouco preocupado pela pouca roupa. — Tem a minha palavra.
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  — Você deve a sua palavra a ela, não a mim. — O caçula se dirigiu para a porta e saiu tranquilamente.
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  Por dentro, estava com raiva por mais uma vez sentir que seu irmão não era merecedor de mais aquele amor que recebia. Desde crianças, mesmo a princesa Tommaso não demonstrando favoritismos entre ambos, e os tratando de igual como seus melhores amigos, o caçula sabia que a delicada já tinha um futuro traçado pela família: a de futura senhora Magnus, esposa do primogênito.
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  Longe daquele ambiente de reflexões e preparos, estava saboreando o que certamente seria sua última noite de falsa liberdade. Com a mansão de Toscana vazia e os empregados recolhidos em seus quartos, a adolescente, rendida à insônia, deu-se o privilégio de caminhar pelo jardim sob a luz das estrelas. Aquele ano estava sendo pesado para ela, principalmente após o beijo proibido, e por mais que sua mãe notasse o aumento de seu silêncio e a forma em que se mantinha ainda mais retraída, a pequena apenas mantinha-se concentrada em um pensamento: Fugir.
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  — Por que não me responde… — sussurrou ela, ao olhar para seu celular.
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   havia encontrado uma luz no fim do túnel, o que a fazia se sentir esperançosa e grata a Deus, pelo vislumbre de recomeço que lhe apareceu pela frente. Contudo, o silêncio não era apenas de sua parte, pois a voz que em algumas vezes lhe trouxe refrigério por dez segundos, havia se calado por semanas.
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  — Eu não quero continuar aqui… — Ela respirou fundo e sentou-se na grama, voltando o olhar para a lua.
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  Das suas poucas lembranças de quando criança, a mais vívida em sua mente era das madrugadas que passava vendo as estrelas com o pai. De como ria de suas histórias de infância e sentia gratidão pela família que tinha. Seu desejo mais profundo era voltar àquele tempo e ser feliz novamente.
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  Na manhã seguinte, o café na mansão Magnus de Roma foi servido pontualmente para a família. Uma das surpresas que a manhã lhes reservou foi a presença de logo pela manhã, um convite irrecusável de Marie. A senhora Magnus, tinha esperanças de que a presença de Tommaso traria mais foco ao filho, afinal, era sua noiva e precisava se acostumar com as obrigações que vinham juntamente com o cargo.
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  — Mais uma vez agradeço pelo convite, senhora Magnus — disse , com seu habitual tom doce e gentil, quebrando o gelo e frieza que se estabeleceu mediante o silêncio da família anfitriã.
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  — Por gentileza, querida, pode me chamar de Marie agora, estamos em família praticamente, a vi crescer e és noiva do meu filho — pediu a mulher, sentindo orgulho por tudo estar de acordo com o plano inicial.
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  — Ainda não me acostumei, mas prometo que até ser desposada, serei menos formal. — Assentiu Tommaso, demonstrando um pouco de timidez e desconforto pelas palavras da mais velha.
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  As afirmações de na madrugada eram mais do que certas referentes aos pensamentos da amiga. Há anos, vinha se sentindo incomodada com os muitos esbarros que presenciou entre o primogênito e a filha da empregada. O silêncio de também contribuiu com suas desconfianças, porém, a jovem se esforçava para não levar mais peso ao seu futuro marido.
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  — Cunhada, estou surpreso que tenha conseguido uma folga nos estudos — comentou , tentando fazê-la se sentir mais à vontade. — Sei que sentiu minha falta, mas não precisava vir pessoalmente para matar a saudade — brincou ele, arrancando uma risada boba dela, e sendo de imediato repreendido pelo olhar do pai.
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  O caçula já não se importava mais com o que sua família pensava dele, mas sua missão ali era tornar aquele dia mais leve e tolerável para sua amiga. Pelo peso que o irmão passaria a carregar oficialmente, sabia que também se sentiria pressionada a não falhar. Aquele era o arranjo de família mais promissor entre a máfia italiana, e o mais aguardado por todos.
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  A aliança entre Tommaso e Magnus.
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  — Mas é claro que estava com saudades dos meus dois melhores amigos. — Assentiu ela, mantendo a sutileza do comentário. Seu olhar se voltou a , que permanecia em silêncio desde sua chegada no dia anterior. O primogênito, que sempre fora silencioso, estava ainda mais pensativo e observador que o habitual. — Após a coroação, pretendem retornar para Toscana quando? — perguntou ela, ao voltar seu olhar para o patriarca Francesco.
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  — Ficaremos mais alguns dias em Roma, até que todos estejam cientes que, a partir de hoje, estará à frente dos negócios — respondeu o homem, com serenidade e uma pitada de orgulho no olhar. — Mesmo não tendo se graduado ainda, estou satisfeito que as universidades americanas sejam flexíveis quanto aos imprevistos dos alunos.
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  — Hum… — Ela assentiu com o olhar à resposta recebida e deixou sua discreta atenção ao noivo. detestava se sentir daquela forma. Insegura e impotente. Sem saber o que fazer ou o que realmente acontecia com o homem à sua frente, apenas ambicionando ter acesso a pelo menos 1% dos pensamentos de .
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  O restante do café, foi com os muitos comentários de Marie sobre o casamento de ambos, previsto para ser realizado em dois anos. Assim, poderia se manter focada em seus estudos, enquanto o novo Don se estabelecia como o sucessor do pai.
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  — Seu olhar não condiz com o de uma noiva apaixonada — o comentário de , quebrou o silêncio estabelecido no jardim lateral da mansão.
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  Após o desjejum, havia seguido para sala de estar com sua sogra, a fim de folhear alguns books de noiva. Entretanto, não demorou minutos para que a princesa Tommaso se retirasse com sutileza e encontrasse o silêncio do jardim de inverno, a única parte da mansão que parecia não estar em alvoroço pela a coroação.
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  — Como você sempre sabe onde me encontrar? — comentou ela, deixando escapar um sorriso singelo no canto do rosto.
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  — Porque eu te conheço muito bem — respondeu ele, com serenidade. deu alguns passos até se posicionar ao lado da amiga e se sentar na grama também. — O que faz uma noiva feliz sentada na grama com este tecido tão delicado? — indagou ele, num tom de brincadeira para descontrair. — Se a Prada soubesse que está castigando sua última coleção nessa grama.
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  — Ela não diria nada. — riu de leve, voltando o olhar do lago para ele. — E não acho que deva considerar esta noiva tão feliz assim.
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  — Está arrependida? Podemos fugir juntos e casar em Vegas — brincou novamente, fazendo-a gargalhar de leve. Então, mantendo a seriedade no rosto, disse: — Me preocupa não ver mais aquele brilho em seus olhos.
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  — Eu sei, isso me preocupa também. — Ela respirou fundo. — Talvez seja pelo fato da garota inocente ter crescido e descoberto o verdadeiro mundo em que vive.
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  — Nem tudo que queremos é o que temos? — indagou o rapaz, uma das muitas filosofias da amiga.
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  — Não. — Ela voltou o olhar para o lago. — A vida é feita de aparências.
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   engoliu seco, já entendendo o que ela queria dizer.
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  — Posso ter minhas brigas com o , mas tenho certeza que ele não faria nada que te magoe ou te desonre. — Das raras vezes que acontecia, havia sim momentos em que defendia o caráter do irmão.
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  — Eu sei… — Ela assentiu em sussurro, ao sentir o toque suave do amigo em seu ombro, a puxando para lhe aninhar um pouco.
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  — Que tal falarmos de coisa boa… Como estão os estudos? — perguntou ele, num tom mais animado.
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  — Desde quando os estudos se tornaram um assunto bom para você?! — indagou ela, surpresa.
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  — Desde nunca, mas sei que para você é um assunto muito motivador — respondeu , tranquilamente, demonstrando seu cuidado para com a amiga. — Vamos, me conte.
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   soltou uma risada gostosa e boba, assentindo ao pedido dele.
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  — Por onde eu começo… — Ela pensou por alguns instantes, sentindo seus olhos brilhando um pouco. — Acho que já defini o nome da minha marca de mobiliário, sei que está muito cedo para pensar nisso, mas já me decidi.
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  — E qual será? — perguntou o jovem Magnus, se mostrando interessado no assunto.
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  — Franci — respondeu ela, prontamente, erguendo o corpo de leve. — Quero honrar a memória da minha mãe, já que mobiliário é algo que sempre tivemos em comum.
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  — Fico feliz com isso. — sorriu de leve com carinho para ela. — E acho que te invejo um pouco.
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  Tommaso apenas sorriu com sutileza e se impulsionou para abraçá-lo com carinho. Ela sabia muito bem que as poucas demonstrações de carinho e afeto que ele havia recebido, era dela e de seu padrinho Giordano.
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  No relógio marcava nove horas da noite e o jantar de coroação estava seguindo com seu curso planejado. Os olhares de todos estavam em uma só pessoa: Magnus. Com isso, a ausência do caçula jamais seria notada, como de fato aconteceu, exceto por seu irmão, é claro. Em tudo a família Magnus tinha seus segredos, por isso, nem todos sabiam que tinha problemas com aglomerações de pessoas.
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  Sua fobia havia se desenvolvido desde criança, uma das muitas explicações para suas ausências nas recepções da família. Claro que para os pais era mais uma de suas formas de chamar a atenção de todos para si, atrapalhando os planos da família. Entretanto, apenas três pessoas levavam a sério o que lhe acontecia, e um deles era o primogênito. E este era o ponto do desconforto de , após notar a discreta ausência do irmão, minutos depois de sua coroação.
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  — Senhor . — O tom de surpresa foi notório na voz de Liz, assim que adentrou a adega da mansão de Toscana e se deparou com o caçula sentado no chão. A criada jamais iria imaginar tal cena, afinal, um acontecimento importante estava sendo celebrado em Roma.
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  — Finja que não estou aqui — disse ele num tom baixo, porém, firme.
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  Assim ela assentiu, permanecendo em silêncio e seguindo para finalizar sua tarefa do dia de separar os vinhos que seriam servidos no retorno do novo Don. Assim que ela se retirou, o caçula voltou o olhar para a garrafa de vinho ao seu lado, ainda não a tinha aberto e já se contava mais de duas horas encarando-a no silêncio. Não que estivesse triste pela conquista do irmão, pelo contrário, estava mesmo preocupado pelo que poderia vir a seguir.
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  — Dra. Segre… Acho que uma hora não será o bastante. — Ao respirar fundo, ele se levantou do chão e deslocou-se até a escada.
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  Chegando próximo à ala dos empregados, ouviu de longe uma pequena discussão, as duas vozes femininas pareciam alteradas demais para serem ignoradas. Porém, mesmo reconhecendo-as, com sua atenção em outro lugar, suas pernas o conduziram para a garagem com serenidade. As chaves do seu Porsche ainda no bolso dianteiro da calça, e um endereço registrado em sua mente. Foi quando uma movimentação externa e repentina lhe chamou a atenção, fazendo-o recuar um pouco, encostando-se em uma das pilastras, na parte menos iluminada, apenas observando.
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  Logo a silhueta de uma garota surgiu à pouca luz, visível o suficiente para que suas lágrimas fossem notadas.
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  — Eu não quero ser como ela. — A voz de então ecoou pelo o lugar, ao referir-se sobre sua mãe, e os olhares observadores já imaginavam de quem ela falava, enquanto via mais lágrimas serem derramadas.
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   nunca se viu como uma pessoa empática, mas naquele momento, ele, mais do que ninguém, entendia a filha da empregada. Entendia como era desejar ser livre e não ter nenhuma possibilidade.
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  — Eu sempre imaginei como seria a minha vida se algum dia eu fugisse daqui — disse ele, num tom alto, despertando a atenção da garota.
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  — Hum?! — logo sentiu um calafrio passando por seu corpo, então voltou-se para a direção da voz, sussurrando: — Senhor .
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  — Se, hipoteticamente, eu fugisse daqui, não sairia correndo pelo jardim até a entrada dos empregados, seguiria pela lateral leste da casa, onde tem mais pontos cegos das câmeras, pelas partes sem iluminação até chegar no pergolado de trepadeiras — iniciou ele, sua descrição de uma fuga perfeita. — Atrás daquela colcha de folhas verdes tem uma porta enferrujada que só pode ser aberta pelo lado de dentro, é uma passagem secreta que meu pai acha que seus filhos desconhecem. — soltou um suspiro cansado. — Então, ao sair, eu seguiria em direção ao sul, pois não tem alcance das câmeras, e seguiria para a estação de Santa Mônica. Além de ser a menos procurada, é a única que estaria aberta até este horário… E jamais iria para a casa de algum amigo, pois seria muito fácil me encontrar, e passaria em sete cidades aleatórias da Europa antes de chegar ao meu destino final.
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   manteve seu olhar para o caçula Magnus, parecia estar refletindo e ao mesmo tempo memorizando cada uma daquelas palavras.
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  — Por que está me ajudando? — indagou a garota, entendendo o significado das palavras dele.
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  — Eu não estou te ajudando, apenas estou dizendo o que eu faria se fosse fugir daqui… — Ele riu baixo. — Mas nós dois sabemos que não se pode fugir quando se é um Magnus.
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   entendeu o recado, ela não era um Magnus. E se sua mãe, mesmo cansada da vida que viviam, estava cauterizada pelo medo a ponto de não ter mais esperanças por um futuro melhor, a garota estava mais do que decidida a dar um fim em sua agonia.
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  Foram segundos, em que fechou seus olhos respirando fundo. Ao abri-los, suas pupilas dilatadas se direcionaram para uma só direção: sua liberdade.
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Sonhando com o que minha vida poderia ser
  E se eu seria feliz
  Eu rezava.
  – Breakaway / Kelly Clarkson

12. Dra. Segre

Roma, primavera de 2016

  Cada pessoa no mundo tem uma habilidade ou dom que o define, o de Segre era ouvir. Desde criança ela se encantava por ouvir as inúmeras histórias de seus avós e tios, principalmente da parte italiana da família, sempre formulando em sua mente comentários pontuais diante dos conflitos passados e indagando dos mais velhos o que os levaram a tomar suas respectivas decisões. Agora, diante de uma pré-banca avaliadora, ela estava em um delicado momento de sua carreira acadêmica, defendendo o tema escolhido da dissertação de mestrado sobre anomalias comportamentais. Após quase dois anos formada, com sua inexperiência de uma recém-graduada, ela ainda não havia progredido muito em suas pesquisas, porém, precisava mostrar os poucos resultados obtidos, a fim de manter bolsa de estudos na Universidade de Florença.
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  — Então, senhores, de acordo com minhas pesquisas e os testes de observação com os indivíduos selecionados, pode-se compreender um pouco mais as motivações e influências causadas pelo ambiente inserido e sua realidade carregada da infância — concluiu ela, sua apresentação.
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  Seu olhar voltou-se discretamente para o professor Giordano, que mantinha uma ponta de preocupação. Após anos de estudo acompanhando o desenvolvimento de Segre como sua melhor aluna, ali estava a jovem dando seu passo principal para a carreira profissional. E mesmo sabendo do comprometimento dela, ainda havia lacunas a serem preenchidas diante de seus estudos.
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  — Senhorita Segre, confesso que li suas anotações três vezes, além de me dar a liberdade de ler sua monografia da graduação, confesso que me impressionei com a profundidade dos seus estudos, apesar de ainda estarem em andamento — pronunciou-se o mestre em psicologia criminal, professor Jean Françoise. — O que me deixa ainda mais curioso para o que virá na conclusão de sua dissertação de mestrado. 
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  — Seu trabalho vem impressionando todo o corpo docente deste curso — concordou o professor Grimaldi, doutor em psicopedagogia clínica —, mas sinto uma certa preocupação, pois a senhorita possui apenas mais seis meses de pesquisa e sua dissertação parece não ter chegado à metade.
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  — Agradeço as palavras dos senhores — disse ela, sentindo-se realizada como estudante. — E tenho muito a agradecer as orientações do professor Giordano, sei que ainda tenho muito a estudar e complementar em minha dissertação…
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  — O tema estudado por minha orientanda é vasto e repleto de possíveis experimentos, por isso a sensação de um trabalho incompleto — o professor Giordano entrou em sua defesa. — E mesmo após o final do mestrado, ela continuará seus estudos.
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  — É uma pena que seu primeiro objeto de estudo não tenha dado certo e improvisos não são o melhor caminho na ciência — comentou a professora londrina, Allison Voith, doutora e especialista em neuropsicologia. — Acha que será possível ter uma conclusão satisfatória em seis meses?
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  — Eu pretendo… — Antes mesmo que pudesse finalizar sua resposta, foi interrompida por seu orientador.
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  — Não se preocupe, dra. Allison, todos sabemos da capacidade de minha orientanda — disse Giordano, mantendo o mistério no ar.
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  Mais algumas perguntas da pré-banca sobre as comparações e análises entre a pesquisa e os testes de observação mostraram a os pontos que poderiam melhorar em sua dissertação e alternativas possíveis para a solução final. Após passar toda a sua manhã de quinta-feira na apresentação, a jovem aceitou o convite do professor Giordano para o almoço. O interesse do homem era nítido sobre as consultas de seu afilhado.
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  — Agradeço por me convidar para o almoço — disse ela, ao voltar seu olhar para o cardápio e avaliar as opções. — Por mais que eu saiba o real motivo de estarmos aqui. 
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  — Não imagina o quanto estou grato por ter aceitado esta missão — disse ele, acenando para o garçom. — Por mais que não esteja servindo ao propósito de seus estudos.
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  — Para ser honesta, eu não sei se será possível continuar com as consultas, não progredimos nem um pouco, preciso focar na minha dissertação, além dos reais pacientes que são meu objeto de estudo — explicou ela, ainda com receio de sua aceitação. — E ainda sou uma residente.
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  Contava pouco mais de um ano de consultas semanais, em que se encontrava com seu paciente problema. Sendo uma médica graduada, ela dividia seu tempo entre seu estágio de residente no University Hospital Meyer, um hospital infantil, com os momentos de observação em seu estudo de caso da dissertação de mestrado no orfanato da cidade, e as consultas com o Magnus caçula. Inicialmente, todas as quintas, no escritório do professor Giordano, ambos se encontravam para as sessões de uma hora. Na maioria das vezes, os comentários sarcásticos e maliciosos de se misturavam a longos minutos de silêncio. A necessidade de acrescentar mais um dia para tentar algo mais assertivo, fora do ambiente de aspecto familiar, deu-se após um breve devaneio do garoto em um comentário sobre as noites mal dormidas do irmão e sua obsessão pela filha da empregada desaparecida.
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  — Bem, sei que a falta de interesse de meu afilhado atrapalhou nossos planos de usá-lo em seus estudos. — Assentiu ele, com serenidade no olhar voltando a atenção para o garçom ao lado. — Eu vou querer um fettuccine ao molho branco 4 queijos e champignon, acompanhado de vinho tinto Mont Blanc Fogaça 14 anos — disse o professor, sua escolha habitual de refeição.
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  — E a senhorita? — perguntou o homem.
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  — O mesmo, mas troque o vinho por néctar de maçã com hortelã — respondeu ela, prontamente. 
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  Assim que o garçom se afastou, a atenção de Giordano voltou para ela. Seus sentimentos eram um misto de preocupação e ansiedade, no fundo, ele apenas desejava trazer leveza para a dolorosa vida de seu afilhado. Muitas vezes sentindo-se de mãos atadas, o que o angustiava mais ainda.
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  — Sei que na teoria não posso saber sobre o que conversam nas consultas, por questões éticas, mas… — Ele deu uma pausa, respirando fundo, tentando formular sua justificativa.
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  — Ele é meu paciente e o senhor é meu professor e orientador — argumentou ela, finalizando sua frase. — Adoraria muito relatar nossas conversas se elas existissem da forma que esperamos.
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  — Como assim? — O olhar confuso dele era visível.
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  — Por mais que tenha aceitado participar das consultas, ele não se abre comigo — explicou ela, quase em desabafo. — Isso me deixa frustrada… Passamos uma hora com seus devaneios estranhos e momentos de silêncio total, na verdade duas, já que agora temos nossa sessão às terças.
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  — Era isso que eu temia, achei que talvez com alguém diferente de mim, ele pudesse se abrir. — Giordano soltou um suspiro fraco e cansado. 
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  — O senhor conhece muitos doutores na área, bem mais experientes que eu, talvez… — ela iniciou sua sugestão.
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  — Não confio neles, tanto quanto confio na minha melhor aluna — ele a interrompeu. — Sei que tem sido complicado para você, mas… Se tem alguém que eu acredito que consiga, é a dra. Segre. 
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  Ela assentiu, dando um suspiro fraco, voltando o olhar para o garçom que se aproximava da mesa com uma garrafa de vinho na mão. A própria não acreditava que poderia conquistar a confiança de , menos ainda elaborar uma estratégia para isso. Após o almoço, a jovem retornou para o albergue que morava atualmente. Com sua formatura, e deixando o dormitório da universidade, ela não teve muita escolha a não ser partir para a opção mais barata.
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  — Cate?! O que faz aqui? — indagou ao adentrar seu quarto e ver a amiga sentada na cama, rodeada de livros.
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  — Estudando para uma prova — respondeu a outra, concentrada em sua leitura. — A biblioteca estava cheia e não estou de bom humor.
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  — Final de semestre letivo — disse a jovem, fechando a porta e adentrando mais. — Vai me dizer que brigou com o Santoro novamente?!
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  Ao se graduar, a amiga também precisou encontrar um novo lugar para ficar, acarretando no convite do professor. 
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  — Não quero falar do assunto. Como foi sua pré-banca? — perguntou ela, fechando o livro e a olhando.
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  — Pesada, cheia de críticas e perguntas… Mas foi interessante — respondeu Segre, com uma feição singela. — Agora só falta escrever o resto para entregar em seis meses.
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  — E torcer para não surtar com seus pacientes improvisados — brincou a amiga, caindo na gargalhada.
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  — Que maldade, não será assim — retrucou , rindo junto. — E foi um alívio a ajuda da professora Margareth.
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  — Posso dormir aqui hoje? — Caterina fez um olhar de piedade. — Não quero voltar pra casa.
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  — Eu disse pra você não confiar nele. — Segre estava boquiaberta com a coragem da amiga. — Você mesmo não disse que tinham terminado?
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  — A necessidade faz a ocasião, amiga, então… Uma moradia de graça, não pude recusar. — Ela soltou um suspiro. — A casa dele tem uma vista linda e é espaçosa, deveria aceitar também. 
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  — Não, agradeço. — A jovem fez uma careta estranha. — Vou esperar minha dissertação terminar e me mudar do albergue. Consegui até algumas indicações com o Italo.
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  — Este é outro que é louco por você, poderia morar com ele, de graça — sugeriu Cate.
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  — Jamais, ele é apenas um amigo e não estou aqui para viver a fic de dividir a cama com um desconhecido — alegou ela.
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  — Você acabou de dizer que ele é um amigo, então corta esse desconhecido —retrucou Caterina com a mão na cintura.
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  — Você entendeu o que eu quis dizer — argumentou . — Vou tomar um banho, tenho compromisso daqui a pouco.
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  — Seu paciente problema?! — Ela soltou outra gargalhada, lembrando das muitas reclamações da amiga sobre o Magnus e seus comentários impróprios.
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   a ignorou e continuou seguindo para o banheiro. Um banho quente, minutos de reflexão e muitos pensamentos que precisava organizar. precisava melhorar sua estratégia de abordagem, seu interesse por mais comentários sobre o primogênito Magnus poderia ser a porta de entrada para a mente de . Pontualmente ela estava em frente ao lago que compunha o Jardim de Boboli.
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  — Sempre pontual — comentou , mantendo seu olhar na jovem. — Tem certeza que é uma mulher? — brincou ele, soltando uma gargalhada.
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  — Esta pergunta é apenas por minha pontualidade? — indagou ela. — Jovem Magnus.
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  — Não é uma característica comum feminina — retrucou ele.
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  — Não se deve generalizar tudo — disse ela, num tom suave, porém, soando a repreensão.
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  Ele apenas assentiu com um sorriso de canto e, mantendo as mãos nos bolsos da calça, voltou seu corpo em direção ao lago.
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  — Pronta para mais uma sessão? — indagou ele, num tom presunçoso.
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  — Pronto para me contar mais sobre a filha da empregada? — instigou ela.
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  — Não tenho nada para falar. — Ele abaixou seu tom, mantendo-o firme e pouco rude. — Não deveria seguir por uma trilha que não te levará a lugar algum.
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  — Você disse que iria se esforçar — reforçou —, mas não vejo isso, estamos há quase dois anos e não progredimos em nada…
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  — Talvez o problema seja você. — Ele a olhou.
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  Um olhar frio que a fez paralisar por instantes.
  — Como assim? — indagou ela, com perplexidade no olhar.
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  — Não me inspira confiança — explicou objetivamente.
  — Porque sou aluna do seu padrinho? — perguntou, não se deixando intimidar. — Ou porque sou uma mulher?
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  — Nenhum dos dois. — Ele respirou fundo, mantendo o olhar nela. — Apenas por não ter convivência com o mundo ao qual eu pertenço. 
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  — Então, pessoas de fora da máfia não são confiáveis? — constatou ela.
  — Entenda como quiser. — Ele deu um passo para se afastar. — Está certa quando disse que não estamos progredindo… Por isso, está demitida.
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  — O quê? — A expressão no rosto de demonstrava confusão e surpresa.
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  — Isso mesmo que ouviu, está demitida. — Antes mesmo que ela pudesse reagir contra, ele se afastou e seguiu para longe.
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  Pega totalmente de surpresa, Segre soltou um suspiro cansado e, pegando o celular no bolso, mandou uma mensagem ao professor Giordano. Com um breve relato do ocorrido e dizendo que agradecia pela oportunidade, mas que não faria nada para reverter a decisão do rapaz. E lá no fundo, estava sentindo-se aliviada por não ser mais a médica dele. 
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  — Eu não sei você, mas achei incrível esse livro… — A voz de Italo soou bem distante, enquanto relatava sua experiência de leitura. — Te recomendo ler, dessa vez até o final, assim vai entender melhor o que estou falando. — Ele olhou-a intrigado, após perceber seu silêncio. — ?! — chamou-a num tom mais elevado. — , está me ouvindo?
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  — Ah?! — Ela finalmente voltou a realidade e o olhou. — O que disse?
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  — Estava me ouvindo? — perguntou ele, sabendo a resposta.
  — Me desculpe, é que estou com um assunto em minha mente que não consigo esquecer — explicou ela, soltando um suspiro fraco, ao voltar seu olhar para a vidraça da cafeteria.
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  Por mais que fossem apenas amigos, ambos construíram uma singela tradição de degustar os cafés especiais da cafeteria Coffee Prince toda sexta-feira, enquanto comentavam dos livros que leram ao longo da semana. Desta vez, Ungaretti estava lhe encorajando a finalizar a leitura do livro A arte da Guerra.
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  — Seu paciente problema? — perguntou ele, com um olhar curioso.
  — É. — Ela soltou um suspiro cansado. — Fui demitida e até agora não consegui lidar com a informação.
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  — Bem, deveria estar aliviada, menos uma responsabilidade em sua apertada agenda — brincou ele, rindo baixo. — Não fique assim, a culpa certamente não é sua.
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  — Tem razão, e muito obrigada pela indicação do apartamento, eu pensei que pudesse esperar o final do mestrado, mas acho que me mudar agora seria bem melhor e eu teria mais privacidade para estudar — explicou ela, analisando sua situação habitacional.
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  — Fico feliz em ajudar, apesar de ainda disponibilizar o quarto sobrando da minha casa — disse ele, num tom sugestivo.
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  Por muitas vezes Italo demonstrou abertamente seu interesse por ela, mesmo sabendo seu posicionamento de não se envolver emocionalmente com ninguém até o final de seus estudos. Porém, para ele, os preciosos momentos que passavam juntos eram como um investimento que fazia a longo prazo.
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  — Não quero tirar sua privacidade e estou em busca da minha — retrucou , num tom bem-humorado. — Vou fazer a mudança amanhã pela manhã, se quiser me ajudar, vou agradecer muito.
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  — Mas é claro que vou te ajudar — concordou ele, relutante pela recusa dela. — Então, me conta mais sobre sua pré-banca, o que acharam?
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  — Além das críticas e falhas em alguns tópicos de estudos, eles estão gostando do que estou escrevendo — respondeu ela, ao bebericar seu cappuccino. — Trabalhar com estudo de caso é um pouco mais complexo do que apenas uma referência bibliográfica.
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  — Por isso eu não quis ir para universidade — brincou ele, rindo baixo. — Sou um empreendedor hiperativo.
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  — Isso eu concordo, é mesmo. — Ela riu junto. — Eu sempre gostei de estudar, então… É divertido para mim.
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  — O que me preocupa são seus pacientes malucos — comentou Italo, atento a ela.
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  — Por ter que improvisar, eu mudei um pouco minha linha de pesquisa, mas continuo focada na mudança comportamental, agora trabalhando em âmbito infantil hospitalar — explicou ela, demonstrando a delicadeza de sua dissertação. — Não imaginava que trabalhar com criança fosse mais complexo do que com adultos.
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  — E por quê? Parece ser mais fácil porque crianças são mais sinceras e honestas — retrucou Italo, curioso pelo comentário da amiga.
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  — Crianças estão em sua formação de carácter, uma palavra ou frase dita errada pode ser algo negativo em sua formação, por isso, preciso ter mais cuidado com minhas palavras e formas de abordagem — respondeu ela, detalhando seu argumento.
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  — Interessante — disse o rapaz, ao levar sua xícara de café a boca.
  Mais longas horas de conversa e risadas, finalmente conseguiu esquecer seus problemas e responsabilidades na companhia de seu amigo. Um amigo com segundas intenções, mas um amigo.
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  Na manhã seguinte, como planejado, Italo e Caterina, na companhia do professor Lucca Santoro, ajudaram a esperada mudança de Segre. A jovem havia encontrado um loft em formato de estúdio, modesto e barato, no bairro Lungarno, com vista para o rio Arno, uma localização privilegiada que a deixou em choque quando o visitou pela primeira vez.
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  — Amiga, realmente, você fez um bom negócio, a vista aqui também é linda — comentou Caterina, ao deixar a caixa que carregava ao chão e se aproximar de , na varanda.
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  — Sim, nem eu acreditei no valor do aluguel quando o locatário me falou — concordou , ao se debruçar no guarda-corpo de vidro. — Graças a Deus, consegui uma boa localização por um valor acessível.
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  — Bom saber que meu refúgio tem uma vista assim — brincou Cate, soltando uma gargalhada boba do olhar sério da amiga. — , sabe que tenho meus momentos.
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  — Você deveria encontrar um lugar para chamar de seu também — aconselhou a jovem.
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  — Eu já tenho o quarto do Santoro. — Ela lançou um olhar malicioso para a amiga, fazendo-a balançar a cabeça negativamente.
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  — As duas donzelas vão continuar conversando aí? Tem muitas caixas lá embaixo — disse Italo, chamando-as à realidade.
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  — Você disse que era um cavalheiro, deveria trazê-las todas sozinho — retrucou Caterina, em provocação.
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  — Já estamos indo. — riu de leve da careta do amigo. — Só paramos para respirar.
  — Sei. — Ele deu um suspiro e deixou as caixas em sua mão no canto próximo as outras. — Acho que agora falta pouco.
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  — Pelo menos os móveis essenciais você já tem — comentou Caterina, a sorte da amiga.
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  — É, o antigo locatário deixou como parte do pagamento dos meses que devia o dono — explicou ela. — Felizmente não vou precisar comprar fogão, geladeira, cama e o sofá.
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  — Já é um começo — disse Caterina, seguindo para a porta. — Vamos terminar isso aqui, pois já estou ficando com fome.
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  — Olha só, que milagre. — Italo olhou para ela, impressionado. — Você não vive de dieta, como pode estar com fome?
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  — Me deixa. — Ela deu de ombros e saiu pela porta.
   riu discretamente, seguindo-os até a portaria. Não faltava muito para que finalizasse, e após terminarem, ambos seguiram para a lanchonete mais próxima da região. Logo mais à noite, após se despedir dos amigos, Segre retornou ao seu loft para um belo e merecido descanso, afinal, depois de um dia cansativo de mudança, sua primeira noite seria regada a praticidade do lamen, acompanhado de uma boa série da Netflix em seu aplicativo de celular.
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  — Hum… Que cheirinho gostoso — disse ela, ao sentir o aroma exalando da panela, enquanto desligava o fogo. — Que bom que ainda tinha três pacotes de miojo guardados na mochila… Zero condições para fazer compra nas próximas vinte e quatro horas.
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  Prática, ela apenas queria passar seu domingo em sono profundo e descanso.
  — Agora só falta escolher qual série vou ver… — cantarolou ela um pouco ao despejar o lámen da panela na tigela.
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  Em um piscar de olhos, levou a primeira colherada à boca para experimentar seu jantar, o som de batidas em sua porta a assustou ao ponto de acelerar seu coração. Quem seria uma hora daquelas? Um vizinho? Pois se fosse alguma visita, teria tocado o interfone da portaria.
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  — Estou indo… — disse ela, ao deixar a tigela em cima da bancada da pia e seguir até a porta. — Não precisa de desespero.
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  As batidas pareciam fortes e impacientes.
  Assim que abriu a porta, seu corpo gelou de imediato ao se deparar com a única pessoa que jamais imaginou ver ali. 
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   estava com sua expressão confusa e apática, provavelmente, tentando entender o motivo pelo qual seu corpo o levou de forma inconsciente para aquele lugar. Mas de alguma forma, mesmo assustado, o olhar de lhe trazia certo conforto que nunca havia sentido antes. Não queria admitir, mas mesmo a jovem não sendo de seu círculo social mafioso, ela conseguia despertar a curiosidade do caçula a ponto de guiá-lo até ali.
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  — Magnus… — sussurrou ela, descendo seu olhar discretamente até o corte em sua boca.
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  Mais uma vez o rapaz havia sobrevivido à fúria de seu pai. 
  Francesco, mesmo não sendo mais o chefe da família, ainda mantinha sua falta de empatia para com o caçula. E desta vez, pela oposição de em relação a ideia de um casamento arranjado para ele, levou-o a ganhar mais alguns hematomas em seu corpo.
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  — Posso entrar? — pediu ele, com a voz falha, quase em sussurro.
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  Antes mesmo que pudesse assentir, ele deu um passo para adentrar o lugar, sentindo seu corpo desabar logo em seguida. A jovem o amparou nos braços, num misto de susto e preocupação, não podendo se permitir ficar estática com a situação, pois já se encontrava desacordado em seus braços.
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“Existe uma difícil estrada em nossa frente,
Com obstáculos e um futuro que não pode ser sabido,
Mesmo assim eu não vou mudar, eu não posso desistir.”
– Into The New World / Girls’ Generation

13. Negócios de família

Toscana, outono de 2016

  O olhar de , mesmo direcionado para o homem deitado no sofá de seu loft, parecia distante assim como seus pensamentos. A imagem do rosto machucado de na primeira vez que o rapaz se abrigou ali não saía de sua mente, assim como as inúmeras perguntas sobre o assunto. Realmente, a jovem não tinha nenhuma ideia de como funcionava o mundo da máfia italiana, menos ainda como seria o relacionamento das famílias que integravam o meio.
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  — Está gostando da vista — disse ele, num tom presunçoso, despertando-a de seus pensamentos.
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   manteve o silêncio, não dando importância ao comentário dele. Logo, levantou-se do sofá e caminhou até ela, que estava ao lado da porta de passagem para a varanda. 
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  — Se está falando de você… Inicialmente, nem deveria estar aqui — comentou ela, o encarando com seriedade. — Você me demitiu, se lembra?
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  — Que garota rancorosa. — Ele sorriu de canto com malícia.
  — Não sou rancorosa… Não vai vestir uma camisa?! — Ela o olhou discretamente, de cima para baixo.
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  — Gosta do que vê? — Ele segurou o riso. — Está com medo de se apaixonar?
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  Ela desviou o olhar, ignorando seu comentário.
  — Ainda não me disse como descobriu meu endereço. — Ela cruzou os braços, o encarando.
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  — Minha família é dona dessa cidade, quer mesmo que eu diga? — retrucou ele com um soar óbvio.
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  Seu olhar ficou enigmático por um momento.
  Das muitas noites conturbadas que haviam se passado naqueles meses de visitas inesperadas do Magnus caçula nas altas horas da noite, aquela havia sido a mais perturbadora de todas. Não apenas pelos machucados em pontos aleatórios do corpo de , mas pelos delírios que o rapaz demonstrou enquanto se encontrava desacordado. Seus gemidos de dor que se misturavam aos gritos dos pesadelos que o assombravam. Quanto mais se permitia acolhê-lo em suas batidas aflitas à sua porta, mais ela sentia que estava adentrando um perigoso caminho sem volta.
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  — Tudo bem, não precisa dizer, mas… Quando teremos nossa conversa? — indagou ela, o forçando a abaixar a guarda. — Você me prometeu falar de sua infância na última vez que esteve aqui.
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  — A última vez foi quatro noites atrás e eu estava bêbado — relatou ele com precisão a ocasião. — Não deveria acreditar nas promessas de um bêbado.
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  — Tenho que admitir, você é bem mais falante e honesto quando não está sóbrio — brincou ela, arrancando uma risada rápida dele. — E como está seu irmão?
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  — Por que a pergunta? — indagou ele, se aproximando mais um pouco dela. — Saiba que você não faz o tipo dele, não é filha de empregada.
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  Ele riu mais um pouco de seu comentário, então voltou a ficar sério.
  — Você já contou a ele seu segredo? — Ela foi direto ao ponto.
  — Sabe que não posso — retrucou ele, se desviando e aproximando do guarda-corpo, encostando-se a ele. — O que acha que aconteceria se descobrisse que sua preciosa fugiu, devido a minha ajuda?
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   permaneceu em silêncio. 
  Após todo esse tempo de convivência, ela já tinha pesquisado sobre a família Magnus, assim como cada membro integrante. Sabia que não se tratavam de quaisquer pessoas e que a palavra vingança estava no topo do vocabulário da máfia da Toscana.
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  — Não consegue dizer, não é? — Ele a olhou com seriedade, um toque de amargura o invadiu por dentro. — Tenho inveja de , conseguiu sua liberdade… Sem Magnus, sem preocupações…
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  — Se pudesse começar uma nova vida longe de tudo, da máfia, da Itália… Você o faria? — indagou ela, num tom sugestivo e curioso.
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  — Talvez… — Ele deixou seu olhar mais malicioso. — Você viria junto no pacote?
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   respirou fundo e se afastou dele, ouvindo suas gargalhadas enquanto seguia para a cozinha.
  — Está com fome? — perguntou ela, mudando o assunto.
  Mesmo com sua pouca experiência como psicóloga, Segre já estava um pouco mais habituada com sua residência e os casos que acompanhava começaram a lhe dar mais confiança em sua profissão. Para cada paciente, um método diferente de aproximação e conquista de confiança, e com o caçula Magnus, ela ainda estava construindo suas estratégias.
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  — O que teremos para o almoço? — perguntou ele, seguindo-a até a área da cozinha.
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  — Quem disse que vamos almoçar agora? — Ela riu. — Não se pode pular uma refeição.
  — Mas já são onze da manhã — retrucou ele.
  — A culpa não é minha se acordou tarde, e, como disse, nem deveria estar aqui — argumentou ela ao abrir a geladeira.a — Seu desjejum será um singelo brunch inglês, no improviso.
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  — Hum… — Ele encostou na parede e cruzou os braços, observando-a se locomover pelo curto espaço que delimitava o ambiente. — Dra. Segre também é uma masterchef… — Seu comentário soou com um toque de malícia.
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  Após um breve momento de silêncio entre eles…
  — Se eu lhe perguntasse uma lembrança comestível de sua infância, o que me responderia? — perguntou , enquanto se mantinha concentrada no manuseio dos alimentos.
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  — Tiramisu… — soltou um suspiro regado a saudade, que acabou atraindo a atenção dela. — Quando eu era criança, minha nonna sempre aparecia com uma travessa de vidro na manhã do meu aniversário… Ela dizia que era o melhor presente que eu poderia receber, pois vinha com uma pitada de amor…
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  Um sorriso singelo e saudoso se formou no rosto do rapaz, causando uma inesperada sensação de fascínio da parte de , que a fez contemplá-lo por um momento.
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  — Já está se apaixonando, doutora? — brincou ele, com um sorriso de canto.
  — Deixe de besteiras, Magnus. — Ela deu de ombros, voltando sua atenção ao brunch que preparava.
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  Não demorou para que ela finalizasse, servindo-lhe o alimento na bancada da pia, puxando duas banquetas para que assentasse. se aproximou, observando o capricho da jovem, enquanto organizava os pratos e copos com delicadeza.
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  — Impressionante — disse ele, num tom baixo, ao se sentar ao lado dela. — Pelo que sei, você é brasileira, o que sabe sobre culinária inglesa?
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  Ele conhecia bem sobre o assunto, já que havia passado anos estudando em Londres na adolescência, e vendo a forma impecável que a mesa estava posta à sua frente, lhe intrigava ainda mais a respeito dela. 
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  — Existe Youtube hoje em dia. — Ela soltou uma gargalhada. — Temos omelete, waffle, torradas e geleia de morango… Aproveita que eu fiz compra ontem.
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  — O que é isso na xícara?! — indagou ele, fazendo uma careta estranha.
  — Chá — respondeu ela, com tranquilidade.
  — Sou italiano, não gosto de chá — retrucou ele.
  — É um brunch inglês e você vai tomar — disse ela, de forma despreocupada com um sorriso singelo no final.
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   segurou o riso de si mesmo, não entendendo o que ele fazia ali e como no fundo não queria se afastar da doutora que o instigava a cada dia. Pegando a xícara, tomou um gole do chá de camomila com limão que ela havia preparado. Após a degustação, teve uma ideia para desenvolver outra rodada de conversa com ele.
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  — Como eu te alimentei, agora terá que me pagar… — Ela se levantou da banqueta e pegando o pano de prato jogou nele. — A louça suja é sua.
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  — Que mercenária… — Ele pegou o pano quase no ar, olhando-a de forma descontraída. — É assim que trata seus hóspedes? Que má anfitriã.
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  — Nem era para estar aqui — retrucou , seu argumento favorito —, você me demitiu, lembra?
  — Depois diz que não tem um coração rancoroso — reclamou , se levantando da banqueta e seguindo para a pia, levando os pratos sujos.
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  — Não, não… Espera aí — disse ela o repreendendo de leve, e, abrindo uma gaveta do armário, pegou um avental e seguiu até ele. — Para não dizer que sou uma má anfitriã.
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  Ela riu baixo ao colocar o avental nele, ajustando um pouco e em seguida amarrando a liga nas costas dele.
  — Agora entendi o porquê do avental — brincou ele de forma sinuosa.
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  — Entendeu o quê? — perguntou ela, ainda ajeitando o tecido nele.
  — Você queria um motivo para se aproximar… — ele continuou, até que foi parado por um tapa dela em seu braço.
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  — Você realmente é um bobo. — Segre suspirou e se afastou do rapaz. — Quero essa louça extremamente limpa.
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  — Hum… — Ele se virou para ela com malícia. — Que mulher mandona, assim eu é que apaixono.
  — … — tentou repreendê-lo, mas foi interrompida pelo toque do telefone dele.
  Mais alguns instantes de silêncio, até que ele encerrou a ligação e, retirando o avental, entregou a ela, com o olhar sério. 
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  — Prometo que da próxima vez eu pago pela refeição — ele tentou brincar, mas não conseguiu deixar seu olhar sério de lado.
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  — Aconteceu alguma coisa? — perguntou ela, segurando sua preocupação.
   apenas permaneceu em silêncio e, se afastando, retirou-se do loft, seguindo em direção ao seu compromisso, o que deixou estática, confusa, e, principalmente, frustrada por não poder saber o motivo de sua partida.
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  — Justo agora… — sussurrou ela, dando um suspiro de chateação.
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Uma semana depois…

  A conceituada Politecnico di Milano, era considerada o lar dos grandes designers italianos da atualidade, o berço do mobiliário mais aclamado do mundo, o qual seguia tendo a oportunidade de vivenciar de perto. Concentrada em seu novo projeto semestral da disciplina de criação pelo quarto dia consecutivo, encarando a folha em branco de seu sketch book, a garota lutava contra a pressão de orgulhar sua família, não somente com sua futura carreira profissional, como o majestoso casamento que as famílias ambicionavam.
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  — Sempre disse a mim mesma que sofrer de bloqueio criativo era para os fracos, porém, agora… — E ela soltou mais um suspiro profundo. — Não tenho me sentido tão forte atualmente.
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   se espreguiçou mais uma vez, sentindo dores nos músculos das costas. Logo percebeu uma movimentação no ateliê de desenho criativo, era seu motorista com um pacote de papel pardo em mãos, seguindo em sua direção.
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  — O que faz aqui? — indagou ela com o olhar sério e repreensivo. — Já disse que não tem permissão para entrar no ateliê.
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  — Já disse que fui contratado para cuidar da senhorita. — Ele se colocou em sua frente, colocando o pacote em cima da mesa. — Não jantou ontem à noite quando veio para cá, e nem tomou café da manhã após amanhecer.
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  — Vai me obrigar a comer agora? — retrucou ela.
  — Se for necessário, tentarei persuadi-la. — sorriu de canto, um pouco debochado.
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  — Meu pai não está mais entre nós, seja qual for a promessa que fez a ele, pode considerar-se livre — reforçou , demonstrando chateação pela presença do rapaz.
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  — Prometi a vosso pai que a protegeria até seu casamento, não voltarei atrás em minha palavra — confirmou ele sua missão.
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  Ela soltou um suspiro cansado. A garota estava mesmo se sentindo cansada, emocionalmente e fisicamente. estava enfrentando uma chuva de emoções e reviravoltas, após a coroação de Magnus, veio a descoberta de uma doença rara que o pai havia contraído, causando assim seu falecimento repentino. Agora, a família Tommaso era regida por seu irmão, Marco, e sua total forma imprudente de tomar decisões. Seu fio de esperança de um futuro razoavelmente tranquilo era o casamento de milhões entre as famílias. Casamento este que lhe tirou o sono e também a criatividade.
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  — Tudo bem. — Assentiu ela, não se dando ao trabalho de brigar, puxando o pacote para perto e o abrindo. — Já pode ir agora.
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  — Bom apetite — disse ele, dando meia volta para se retirar. — Trouxe torta de amora, sei que é a sua favorita.
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   voltou seu olhar para o rapaz por um momento, intrigada por sua percepção de seus gostos, afinal, poucas pessoas sabiam de sua preferência por amoras. Após 1 ano a servindo de motorista e segurança, já havia observado o suficiente muitos dos costumes e hábitos da garota, além de suas inúmeras mudanças de humor, a ponto de saber quando estava chateada ou feliz, apenas pelo olhar dela. O que a deixava ainda mais admirada.
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  — Não consigo rejeitar amoras — sussurrou ela ao dar a primeira garfada. — Como esse motorista descobriu meu ponto fraco?
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  Ela riu baixo e continuou comendo, lembrando-se das vezes em que comeu a torta com seu pai, nos aniversários de infância. Por mais que Elio Tommaso fosse um homem rígido e em alguns momentos frio com os filhos, houve momentos de ternura de sua parte que a fizeram parecer o melhor pai do mundo. Após alguns minutos, seu celular tocou, era uma vídeo-chamada de sua irmã Diana.
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  — Diana?! — Ela atendeu um pouco preocupada pela ligação da irmã.
  — ! — Diana sorriu para ela, parecia alegre aos olhos da irmã. — Que bom que atendeu.
  — O que houve? Não é de me ligar pela manhã — indagou a mais nova, voltando o olhar para o último pedaço de torta no pote.
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  — Estou te ligando para lembrá-la do aniversário de sua sobrinha — explicou a irmã, virando a câmera do celular para a criança que estava brincando em cima do tapete da sala. — Te quero aqui amanhã à noite, sem falta.
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  — Eu não me esqueci — assegurou ela, com peso na consciência, pois tinha planos de apenas enviar um presente. — Estarei aí, antes, vou para Florença ao final da tarde.
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  — Não acha perigoso viajar à noite? — alertou a irmã preocupada. — Por mais que tenha um segurança, nossa Itália tem andado mais violenta que o normal.
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  — Está sabendo de algo que eu não sei? — indagou .
  Ela sabia que seu irmão Marco jamais compartilharia informações sérias e sigilosas com ela, mesmo sendo noiva do dono da Toscana, entretanto, Diana sempre tinha algumas informações para compartilhar. Afinal, após seis anos de casada, ela já havia conquistado a confiança do marido e criado um parcial sentimento de afeto por ele, principalmente por ainda tratar Jullie como sua filha de sangue, mesmo depois de anos.
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  — Não, não estou sabendo de nada — garantiu Diana com o olhar sereno para ela. — Só me preocupo sempre.
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  — Hum… Além do lembrete de aniversário, mais alguma novidade? — indagou ela, apoiando os cotovelos em cima da prancheta.
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  — Paris continua a mesma de todos os outonos — brincou ela, em resposta. — E como estão os preparativos para o casamento? Marco me disse que pretendem fazer a cerimônia antes do inverno.
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  — É, parece que a senhora Marie pediu para anteciparmos, agora que é o chefe da família, será mais respeitado se estiver em matrimônio — explicou ela os motivos.
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  — Ah, sim, a máfia e sua tradicionalidade a respeito de casamentos — concordou Diana, ao se lembrar das regras. — Um homem honrado é um homem bem casado.
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  A irmã ficou encarando-a, como se estivesse lhe analisando.
  — Seu olhar não é de uma noiva feliz e ansiosa — constatou a mais velha em seu comentário. — Acaso não deseja isso?
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  — Não… É claro que desejo, desde que soube. é o meu melhor amigo, é perfeita nossa união, eu só…
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   sabia bem o ponto central de seu olhar triste, mas não queria compartilhar com sua irmã. Apenas conseguia se sentir confortável falando do assunto com o Magnus caçula, a única pessoa além dela que sabia lidar com o enigmático primogênito Magnus.
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  — Você só…? — insistiu ela.
  — Não me sinto preparada para um casamento aos 18 anos, pensei que demoraria mais, e logo terei mais responsabilidades, isso me assusta um pouco — explicou ela, escolhendo bem as palavras.
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  — Um casamento não é uma faculdade, e lidar com pessoas sempre foi difícil, mas como disse, ambos são amigos e estar com alguém que gostamos torna mais fácil e leve.
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  Será?! Por que estou sentindo isso tão pesado? Pensou , enquanto forçava um sorriso convincente.
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  — Espero que sim — concordou ela. — Mudando de assunto, como foi a viagem de férias com o Mancini?
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  — Foi inesperada e um pouco surpreendente, eu acho. — Diana riu baixo, como se lembrasse dos acontecimentos naquele momento. — Ainda me sinto estranha quando estamos sozinhos, talvez por ele não ser nada romântico e eu ainda ter a maturidade de uma adolescente cheia de sonhos da Disney.
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  — Vocês estão indo para o sétimo ano de casamento… Nem imagino como seja para você — comentou , lembrando-se do dia em que a irmã foi pega fugindo com Pietro. — É mais fácil quando se tem sentimentos.
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  — Eu aprendi a respeitá-lo e admirá-lo como pai da Jullie… — Diana parou por um momento e olhou para frente. — Preciso desligar agora, Alfredo chegou para o almoço.
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  — Tudo bem, depois conversamos mais. — sorriu de leve e encerrou a chamada.
  Se sua vida estava confusa e incerta, a de sua irmã conseguia ser bem pior. Guardando o celular na bolsa, ela recolheu seus materiais e os guardou no escaninho que havia alugado no ateliê, então seguiu para a entrada da universidade. a aguardava prontamente para seguirem para seu apartamento na cidade. Prezando privacidade, Tommaso decidiu que seria melhor um lugar apenas seu para que pudesse ter tranquilidade para seus estudos, além da constante presença de seu segurança. 
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  — Não precisa ficar parado aí o dia todo, pode me esperar no estacionamento — disse ela após entrarem, ao jogar sua bolsa em cima do sofá e seguir até as escadas.
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  Seu apartamento era uma cobertura de dois andares na região central da cidade, bem próximo a galeria Vittorio Emanuele II.
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  — Quantas vezes terei que dizer que não sairei de perto da senhorita? — retrucou ele, permanecendo onde estava.
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  — Acho que mais algumas. — Seu tom foi sério, porém arrancou uma discreta risada dele.
   adentrou seu quarto e seguiu para o banheiro. Antes da viagem para Florença para jantar com seus sogros, ela precisava de um banho de sais para colocar seu corpo no lugar. E foram longos minutos de olhos fechados, apenas relaxando, até que recebeu uma mensagem inesperada de seu então noivo.
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  — ? — sussurrou ela, ao ver o endereço que ele havia enviado para lhe encontrar. — O que houve dessa vez? Será algo com o ?
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  Ela se levantou apressadamente da banheira e, enrolando-se na toalha, seguiu para o closet, uma rápida olhada nas roupas penduradas, acabou por vestir um macacão pantalona alfaiataria azul marinho que tinha comprado da coleção passada da Gucci. Sua bolsa a aguardava no sofá, assim como o segurança que estranhou a mudança de roteiro, quando recebeu o endereço que eles iriam. O destino era uma filial do luxuoso Hotel Pivani, um dos mais antigos de família tradicional da máfia da Sicília, que havia sido construído na década de 20. Em seu estilo arquitetônico clássico com grandes arcos e colunas monumentais, se destacava por sua proximidade com a colina e ser pouco distante da cidade de Milão, com acesso pela rodovia principal. 
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  — Magnus?! — disse ela ao se aproximar dele.
  Havia sido conduzida pela recepcionista até a área privativa Premium, na qual o homem a aguardava. Ele estava de costas, observando a pequena fonte do jardim que compunha aquele espaço.
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  — Deixe-nos à sós — ordenou ele, num tom sério e firme, estendendo a frase a que havia entrado juntamente com as mulheres.
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  Logo a recepcionista assentiu e estendeu a mão para o segurança, o conduziu até o saguão da entrada. sentiu seu coração apertar um pouco, com uma sensação estranha lhe passando pelo corpo, fazendo-a temer aquele encontro.
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  — Por que estamos aqui? — indagou ela, permanecendo parada onde estava.
  — Precisamos ter a nossa conversa como noivos, sem interrupções e sem participações externas — explicou ele, ainda de costas.
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   sabia que deveria seguir até o final em seu propósito para aquela conversa, mas se sentia frustrado pela situação, pois estava diante de uma pessoa especial para ele.
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  — E o que deseja falar? — indagou ela.
  — Nossa união foi um acordo entre nossas famílias, uma aliança firmada por nossos pais e avós, a união que eles sonharam por anos, nunca fomos desconhecidos um para o outro, somos amigos desde criança e nos conhecemos, o que faz tudo ser ainda mais intenso e profundo para nós dois… — iniciou ele, tentando encontrar as melhor palavras para formular seu discurso.
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  — Pare de rodeios, esse não é o que conheço — interrompeu ela, já ficando agoniada com aquela dissertação.
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  Um breve minuto de silêncio, então, ele se virou para olhá-la nos olhos.
  — A partir de hoje, não estaremos mais noivos — disse ele, direto e preciso.
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   sentiu aquelas palavras como uma adaga em seu coração, deixando-a estática.
  — É por causa dela?! — indagou Tommaso, referindo-se à filha da empregada.
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  — Eu não quero magoá-la — continuou ele, tentando fugir da resposta.
   sempre encarou de frente suas responsabilidades e desafios, mas diante de alguém tão importante para ele, pela primeira vez não sabia como agir naquela situação. 
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  Era em sua frente.
  — , por favor, apenas diga a verdade — pediu ela, controlando sua raiva interna e frustração, pois sabia que esse assunto um dia chegaria para eles. — Você gosta da ?
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  A pergunta foi como um choque de realidade que Magnus não queria admitir. Gostar de iria contra seus planos de infância, iria contra os acordos das famílias, iria contra os sentimentos de sua melhor amiga.
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  — Você é minha melhor amiga… — pronunciou-se ele após mais silêncio.
  — E serei apenas isso, não é?! — perguntou ela, mantendo a firmeza no olhar, impedindo as lágrimas de surgirem. — Apenas amiga… Por que será que eu já imaginava isso… A forma como reagiu quando ela desapareceu.
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  — Não farei com você o que meu pai faz com a minha mãe — argumentou ele o ponto chave de sua decisão. — Eu não sei o que de fato sinto por ela, mas sabe dos meus princípios, não posso lhe entregar meu coração, estando com ela em meus pensamentos.
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  — Seu coração jamais seria meu, . — respirou fundo. — Me deixe sozinha.
  — Falarei com seu irmão, mesmo sem casamento, vou assegurar a aliança entre as famílias — garantiu ele ao se aproximar dela.
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  — Me deixe sozinha — pediu ela mais uma vez, dando um passo para trás, se afastando.
  — … — Ele assentiu, sabia que aconteceria. — Me perdoará um dia?
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  — Somos melhores amigos, não somos? — Ela o olhou, enquanto controlava suas emoções, sentia sua garganta arder.
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  , mantendo o olhar mais sereno, aproximou-se dela e deu-lhe um beijo no alto da cabeça. Aquela havia sido a decisão mais sensata sobre o assunto, desde que o anúncio do casamento saiu. 
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  Após ouvir o barulho da porta se fechando, permitiu a primeira lágrima escorrer por seu rosto.
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“I’m Miss American Dream since I was 17,
  Don’t matter if I step on the scene”
  – Piece Of Me / Britney Spears

14. Memórias

Toscana, outono de 2016

  Dizem que não há nada melhor que um pote de sorvete de creme para curar um coração ferido. Passar horas fazendo maratonas de filmes românticos enquanto sua mente processa inúmeras lembranças de momentos felizes antes do término.
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  Claro, que isso funciona apenas com mulheres normais.
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  Para as nascidas da máfia, algo mais forte e eficaz fazia-se necessário. E na concepção de , mesmo tentando proteger seu coração por anos, dosando seus sentimentos e não se entregando totalmente, ainda doía na mesma proporção de como se tivesse mergulhado nas ondas da paixão. Foram longos minutos parada no centro do espaço premium, olhando a fonte à sua frente, processando sua nova realidade, permitindo as lágrimas escorrerem por seu rosto.
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  E honestamente, a frase que mais lhe sobrevinha era:
  “Estando com ela em meus pensamentos”.
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  Finalmente a jovem havia descoberto o que se passava na mente do Magnus após anos de amizade, entretanto, não era exatamente o que esperava. Involuntariamente, seu corpo começou a se mover para fora da sala, seguindo em direção a entrada do saguão, sua atenção estava distante das pessoas que passavam por ela, tanto que nem percebeu a aproximação de . Sua mente ainda confusa e perplexa pela situação, apenas consentiu que seu corpo continuasse a caminhar até o bar do hotel.
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  — Quero aquela garrafa — pediu ela, ao barman que a atendeu.
  Prontamente o homem pegou a garrafa de Martini e colocou à sua frente acompanhada de um copo. Assim que ela se moveu para pegar e abrir, o fez primeiro.
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  — O que está fazendo? — perguntou ele não entendendo o estado da moça.
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  Para o segurança, estava agindo de forma imprudente e automática, como se estivesse fora de órbita.
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  — Não se intrometa. — Ela tocou na garrafa, segurando-a com segurança, lançando um olhar frio e ameaçador para ele.
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  O homem se assustou com gesto, pois nunca a havia visto daquela forma, contudo, mesmo contra sua vontade, retirou a mão da garrafa e assentiu. Permanecendo em silêncio, ele apenas a observou despejando o líquido no copo e tomando em uma única golada. Quanto mais ela repetia os gestos como se estivesse em um looping, mais as lágrimas escorriam em seu rosto, fazendo-a sentir ainda mais dor juntamente com suas memórias felizes.
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  — Eu não sei o que está acontecendo, mas se continuar assim, resultará em um coma alcoólico — comentou ao segurar novamente a garrafa que se encontrava bem abaixo da metade.
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  — Já disse para não se intrometer. — Ela o olhou novamente, porém, desta vez sua voz soou num tom visível de embriaguez.
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  O segurança manteve sua seriedade, observando os olhos inchados e avermelhados da jovem pelas lágrimas. Seu silêncio seguinte a fez entender que ele não a deixaria tomar mais nenhum gole de martini.
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  — Fique com sua garrafa, eu não preciso dela. — voltou-se para o barman e apontou para outra garrafa, de algo um pouco mais forte. — Quero aquela, por favor.
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  — Se fizer isso, vai desejar não existir — disse Vincente ao homem, permanecendo com seu olhar fixo em .
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  O barman, engolindo seco, permaneceu imóvel.
  — Vamos para casa — disse ao afastar a garrafa da moça com precisão e segurá-la pelo pulso. — Não vou permitir que se machuque.
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  — Esqueça a sua promessa, me deixe em paz. — Ela se debateu para se afastar dele, soltando-se, e no impulso da raiva batendo em seu tórax com alguns socos levemente fracos devido ao álcool. — Está demitido.
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  — Elizabeth Tommaso. — Ele segurou mais firme em seus pulsos, fazendo-a parar. — Já disse, não deixarei que se machuque.
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  A firmeza em sua voz fez com que a jovem sentisse um breve arrepio no corpo, mesmo não estando mais sóbria, ela conseguia sentir a entonação e intensidade que emanavam dele. Em instantes, voltou a chorar, desabando nos braços do segurança. , por sua vez, a amparou no susto, envolvendo-a de leve com um abraço reconfortante, que se manteve por longos minutos até que ela desmaiou.
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  — O senhor quer ajuda? — perguntou o barman com o olhar em choque pela cena que presenciava.
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  — Não. — a pegou no colo e se moveu para sair do hotel.
  Colocando-a com destreza no carro, deu a partida seguindo de volta ao centro de Milão. Ao chegarem no estacionamento da cobertura, novamente o segurança pegou-a ainda desacordada e seguiu de elevador até o andar desejado. Por mais que soubesse de todos os passos da garota, havia assuntos restritos dos quais não conseguia participar e a conversa com Magnus havia sido um. O que o fazia pensar que o estado de fora resultado de alguma notícia perturbadora referente a ambos.
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  — Nem mesmo a morte de seu pai lhe causou tantas lágrimas… — comentou ele ao ajeitar o corpo dela sobre a cama, cobrindo-a em seguida com uma manta. — O que foi que conversaram?
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  Ele suspirou fraco e se retirou do quarto, deixando a porta entreaberta. Descendo as escadas, caminhou até a cozinha, em sua mente algumas receitas se passavam, pois já tinha a ideia de forçar a jovem a comer algo assim que acordasse. Mesmo que fosse apenas pelo trabalho, após mais de um ano de convivência diária, havia se habituado a preocupar-se com Tommaso.
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  — O que fazer?! — sussurrou ele ao retirar o celular do bolso e vasculhar no Google maneiras de se curar a ressaca. — Café…
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  Ele sabia que não gostava de tomar café puro e ela não estaria apenas de ressaca ao acordar, seu coração também estava ferido e precisava de tratamento. Lembrou-se de vários conselhos de sua mãe sobre mulheres, quando era adolescente.
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  — Tiramisù, é a pedida certa… — concluiu ele prontamente ao abrir o link da receita. — Temos café e chocolate, além de ser seu doce favorito.
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  E nada como chocolate para um coração triste, com promessas de liberar a endorfina e acalmar os ânimos. Assim, separou os ingredientes e iniciou o preparo da sobremesa com máxima atenção e um toque de descontração para que ficasse bem leve o resultado final. Após minutos de silêncio total, seu celular tocou, forçando-o a atender, por ser importante.
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  — Não deveria me ligar a esta hora do dia — disse ele num tom sério e preocupado.
  — Precisamos nos encontrar, há semanas que não envia seu relatório. — Uma voz feminina soou do outro lado da linha. — Com Tommaso sendo carregada em seus braços em plena luz do dia, não me diga que não há novidades.
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  — Se está me vigiando, não precisa que eu lhe reporte — retrucou ele, demonstrando irritação pelo contato da mulher.
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  — Descubra o assunto da conversa do casal da Toscana — ordenou a mulher em seu tom firme. — E reporte até o final da semana.
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  — Mais alguma ordem, senhora? — perguntou ele, segurando os nervos.
  — Se for para ela se afundar em seu drama, apenas observe e consinta, será um Tommaso a menos para nos preocupar. — O tom de ordem continuou.
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   engoliu seco a ordem, que certamente ele não acataria. Apesar de ser uma Tommaso, já havia lhe mostrado que não tinha nenhuma semelhança de frieza e maldade do pai, menos ainda o caráter duvidoso como o irmão. Um suspiro cansado veio dele, direcionou sua atenção para a geladeira que ainda estava aberta após ele encaixar a travessa de vidro em uma das prateleiras. O segurança permaneceu ali, encostado à bancada, após limpar as vasilhas que sujou e organizar a cozinha. Com o olhar distante e os pensamentos em como seguiria com sua missão extra sem quebrar a promessa feita ao falecido Tommaso.
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Horas depois…

  — Hum… — O som de murmúrio soou de após finalmente seu corpo despertar do desmaio.
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  Uma sensação de peso tomou conta de sua cabeça, fazendo-a sentir-se dolorida. Aquilo tinha nome: ressaca. A última vez que havia exagerado nas doses de martini e tequila foi em sua despedida do colégio de Londres. Uma noitada entre amigas regada a jogo de verdade e consequência com muitos desafios a pagar. Abrindo os olhos, percebeu estar em seu quarto, o que a intrigou qual fora a forma em que chegou ali.
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  — O que foi que eu fiz?? — sussurrou para si ao erguer seu corpo, tentando lembrar seus últimos passos, até que a frase de término de lhe invadiu a mente.
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  A dor que sentiu no momento retornou de imediato, fazendo seus olhos lacrimejarem.
  — Eu me recuso a chorar novamente por causa desse bastardo — disse em alto e bom tom para si mesma, respirando fundo.
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  Levantando da cama, sentiu uma breve tontura que passou assim que firmou os pés. A passos lentos, saiu do quarto e seguiu para o andar de baixo, encontrando seu segurança na área da cozinha, as mãos nos bolsos da calça, encostado na bancada. estava em um misto de confusão e vergonha, pois alguns flashes vieram em sua mente, como a cena dela batendo nele.
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  “Quem deveria ter levado os socos era o pensou ela.
  — O que faz aqui?! — indagou ela, seguindo em direção à cozinha. — Seus serviços não se estendem ao meu apartamento.
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  Ele permaneceu em silêncio, apenas observando-a direcionar o corpo para a geladeira.
  — Não ouviu o que eu disse? — Ela colocou a mão na porta da geladeira e o olhou.
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  Suas vistas ainda estavam doloridas pelas muitas lágrimas, o rosto inchado e os cabelos desgrenhados o fizeram segurar o riso.
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  — Não vou deixá-la sozinha — respondeu ele com precisão. — E não haverá conversa sobre isso.
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  Ela bufou de leve, abrindo a porta e se deparando com a sobremesa.
  — O que é isso? — indagou ela, parcialmente estática.
  — O que está vendo, mas precisa esperar mais alguns minutos para comer — disse ele num tom descontraído.
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  — Você que fez?! — Ela fechou a geladeira e o olhou admirada.
  — Não sou bom apenas em ser segurança. — Ele sorriu de canto com um olhar presunçoso.
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  Aquela havia sido a primeira vez que o via sorrir, mesmo que discretamente. O que a deixou boquiaberta internamente.
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  — Não vou te dar a placa de funcionário do ano — retrucou ela ao se afastar da geladeira. — E não acho que uma simples sobremesa vá me ajudar.
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  — É mais saudável e menos perigoso que uma garrafa de martini — assegurou ele.
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  Ela deu de ombros, seguindo para a sala, então parou e o olhou novamente.
  — Por que fez isso…? E não me diga que foi por uma simples promessa — perguntou ela de forma séria.
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  — Não importa o motivo, vou protegê-la até de si mesma se for necessário — respondeu ele em sua forma enigmática de sempre, o que causou um breve e inesperado arrepio no corpo da jovem, ocasionando em uma acelerada batida no coração.
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  Se café e chocolate curam a ressaca de um coração partido…
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  O que fazer para aplacar a raiva que um chefe da máfia sentia de si mesmo?
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  Uma das coisas que jamais imaginou ver fora seu irmão perdendo o controle sobre si. E lá estava o caçula Magnus adentrando o que havia sobrado da tradicional residência da família. Em um surto de destruição após expulsar todos os empregados da propriedade, o furacão iniciou seu ataque a cada metro quadrado que via pela frente, desde os luxuosos carros na garagem até os vidros dos espelhos nos banheiros.
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  Não houve uma mobília que tenha saído inteira.
  — Reza a lenda que exercícios físicos são bons para acalmar as pessoas, mas andou exagerando, irmão — brincou ao parar em frente ao mais velho.
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  , que estava sentado no chão do escritório, um lugar que por muito tempo havia sido o local de brigas e discussões de seus pais, com as mãos ensanguentadas apoiadas nos joelhos, ergueu seu olhar para ele, demonstrando um misto de desolação e impotência detectadas pelo caçula.
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  — Vai embora — pediu num tom fraco e baixo.
  — Já entendi que não está bem, mas trate de melhorar — disse o caçula com o olhar preocupado. — Me assusta te ver assim.
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  — Já disse para ir embora. — se levantou do chão e pegando a garrafa pela metade ao seu lado, deu um gole, enquanto seguia para a sala.
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  — Eu não vou embora, sou seu irmão. — o parou no caminho, voltando o olhar para a garrafa, estranhando as atitudes do irmão. — Bourbon?! Somos italianos, não tinha algo melhor?
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   tentou segurar o riso, porém, não obteve sucesso.
  — Me deixe em paz. — Ele se soltou do irmão e continuou seguindo até chegar à sala.
  — O que aconteceu para te deixar assim? — indagou ao segui-lo. — Nem a empregadinha sumindo do mapa te deixou nesse estado.
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   permaneceu em silêncio por alguns instantes, sentando-se no sofá.
  — Eu rompi o noivado — finalmente respondeu ele ao fechar seus olhos, sentindo sua cabeça doer com toda a situação.
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  — E como está a ? — indagou ao perceber a seriedade do assunto.
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  Por mais que soubesse da preferência da jovem, ele sempre a teve como uma boa amiga que sempre ajudava nas horas difíceis.
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  — Se eu estou assim… — O mais velho suspirou fraco, fazendo o outro refletir em sua condição atual — como você acha que ela está?!
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  O silêncio vindo do caçula o perturbou.
  — Vai me odiar também? — indagou .
  — não vai te odiar, muito menos eu — assegurou , certo de suas palavras. — Se não tivesse sido honesto com ela, aí sim poderia pensar dessa forma.
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  — Eu me desprezo por ter feito isso com ela. — manteve-se com os olhos fechados, tentando controlar seus sentimentos. — é minha melhor amiga, nunca quis magoá-la.
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  — Por que magoaria uma pessoa sendo sincero com ela? — indagou . O caçula cruzou os braços ao se encostar na parede, olhando o irmão imóvel. — Uma verdade dolorosa vale mais que uma vida de mentiras e aparências.
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   riu de leve, então abriu os olhos e o olhou.
  — Quem é você e o que fez com o meu irmão?! — Seu tom soou descontraído, arrancando uma risada de .
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  — Ir ao psicólogo tem suas qualidades — brincou o caçula. — Agradeça a doutora Segre por isso.
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  — Pelo que sei, demitiu ela — comentou o primogênito.
  — Não vamos focar em minha vida — disse o mais novo, desviando o assunto. — O que fará agora? Ainda não tivemos nenhum sinal da , isso se ela ainda estiver…
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  — Nem ouse insinuar isso. — O olhar do primogênito ficou mais sério e inexpressivo.
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   não se permitia pensar em tal situação.
  — Eu não sei o que farei quanto a isso… Mas sei que não conseguiria dar a a vida em matrimônio que ela merece — continuou , certo de sua decisão. — E jamais a faria passar pelo que nossa mãe passa até hoje.
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   entendeu que as palavras do irmão se referiam mais ao sentimento que tinha de lealdade e amizade pela jovem Tommaso.
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  — Ainda não consegue admitir que gosta da filha da empregada? — indagou o caçula.
  — Eu não sei o que sinto, mas sei que não é bom… Machuca. — Em segundos a lembrança do dia em que foi salvo por tomou sua mente, sendo desviado para a noite em que a beijou pela primeira vez.
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  Ambas as memórias resultaram num misto de sentimentos que levou os olhos de a lacrimejarem.
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  — Lamento dizer, irmão, que, em nosso caso, tais sentimentos podem se transformar em uma intensa onda de amor — informou , sendo empático com ele, quanto à sua condição. — E isso é claramente um vício perigoso.
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Agora eu não posso voltar atrás
  Isto é claramente um vício perigoso.
  – Overdose / EXO

15. Bonequinha de Luxo

Milão, inverno de 2020

  Para os comerciantes dedicados, nada como o clima de Natal para aquecer a economia e impulsionar as vendas. Entretanto, com o passar das festividades, a primeira semana do ano sempre carregava um gostinho de nostalgia e ansiedade pela próxima data comemorativa. Em meio a este novo universo sazonal em que pesquisa de público, marketing e planejamento comercial se faz necessário, a recém-formada estava tentando se adaptar ao mundo dos negócios. Se preparando para lançar sua marca de mobiliário regada a um design italiano contemporâneo, atemporal e clean.
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  Após anos de estudo, muitos esboços e ideias de como seguiria sua carreira profissional, ela já havia encantado algumas pessoas da elite com seus projetos acadêmicos. Dois deles haviam lhe rendido prêmio em concursos de jovens talentos, e exposições da categoria iniciantes da última edição da feira de Milão, voltando a atenção de futuros clientes em potencial como também da mídia nacional, para a nova promessa no ramo de móveis. Com isso, para aproveitar o momento, Tommaso iniciou sua estratégia de lançamento, criando um instagram totalmente voltado para sua marca de mobiliário, em que diariamente gravava vídeos de seu dia a dia no ateliê que montou na cobertura de seu apartamento.
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  — E com isso, encerramos mais um dia de trabalho — disse ela para a câmera do celular em sua mão, enquanto encerrava a gravação.
  Assim que finalizou, fez algumas edições rápidas e logo postou no reels. Mesmo não gostando de tanta exposição, aquele que parecia mais um passatempo que um trabalho, havia sido sua válvula de escape para não pensar nos problemas de família e menos ainda no casamento que não aconteceu. A comoção diante do anúncio de sobre o rompimento causou muitas perturbações à garota, principalmente por parte de seu irmão Marco. Na teoria, sua palavra era sempre de apoio incondicional, porém, na prática, o novo chefe Tommaso nunca perdia a oportunidade de tentar usá-la como moeda de troca para algumas de suas transações.
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  Uma vez que sua vida profissional estivesse em foco, sua mente teria muito do que se ocupar. Contudo, naquela fria tarde de janeiro, o novo inesperado compromisso de seria no restaurante Chanti. Um jantar casual com Noah Evans, um agente duplo americano, conhecido por ser facilmente comprado, e, neste caso, seu interesse pela bela Tommaso, renderia ao irmão algumas informações preciosas sobre o agente Louis Durand.
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  — Vai mesmo a este jantar? — indagou ao se colocar na porta de seu quarto, olhando-a com atenção.
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  — Desde quando os encontros às cegas que meu irmão me promove são da sua conta? — Ela, que estava em frente ao espelho, olhou para seu reflexo.
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  — Todos terminam da mesma forma: — respondeu ele, do seu habitual jeito enigmático — comigo socando a cara de alguém.
   tentou segurar o riso, sem sucesso. Era uma realidade que seus encontros arranjados por seu irmão jamais seriam considerados encontros saudáveis, e a desculpa de que queria lhe arranjar um marido já não se sustentava mais.
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  — Devo agradecer por não deixar o posto de funcionário do ano? — brincou ela ao se virar para ele.
  — Não precisa ir se não quiser — continuou ele, mantendo sua opinião a respeito do assunto.
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  — O que foi, Salvatore?! — Ela deu o primeiro passo, seguindo em sua direção. — Está com ciúmes?
  — Só quero privá-la de mais uma armadilha de seu irmão — respondeu ele, mantendo a frieza no olhar.
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  — Não acho que seja apenas isso. — Ela abriu um sorriso confiante. — Além do mais, sou uma Tommaso, jamais fujo de uma batalha.
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  — Você já fugiu de uma — retrucou o rapaz, referindo-se a Magnus.
  — Aquela guerra nunca foi minha — explicou ela, sentindo seu coração um pouco mais conformado. — Eu vou ao jantar apenas para ver você socando a cara do agente.
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  Ela se afastou dele e deu alguns passos até a cama para pegar sua bolsa, ajeitando o casaco no corpo, seguiu com o segurança até o estacionamento. Pontualidade nunca foi o forte da jovem, pois a mesma fazia seu próprio horário, chegando exatamente quinze minutos após o combinado. O agente já a aguardava sentado em uma das mesas da área VIP, trajando uma roupa mais casual do que de costume dos cavalheiros que frequentavam o lugar.
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  — Senhorita Tommaso — disse ele ao se levantar para cumprimentá-la.
  — Senhor Evans. — Ela retribuiu com um sorriso, o observando arredar a cadeira para que sentasse.
  A atenção do agente voltou-se para por um momento lhe causando estranheza pela presença dele. Entretanto, sendo um bom camaleão, manteve a naturalidade de sempre, com um sorriso carismático no canto do rosto.
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  — Me sinto honrado por ter aceitado o convite — comentou ele ao se ajeitar na cadeira que estava de frente para ela.
  — Meu irmão sabe ser convincente. — Mesmo com a sutileza no olhar do homem, percebeu-o encarando seu funcionário. — Espero que não se sinta intimidado por meu segurança.
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  — Já vivi muitas coisas para me sentir intimidado por um mero segurança — brincou ele, descontraindo o ambiente. — Vamos falar de nós.
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  — Nós? — Ela manteve a serenidade no olhar, imaginando o que o irmão teria prometido ao homem.
  — Vosso irmão me disse que está à procura de um matrimônio — relatou Noah.
  — Estou? — Ela riu internamente.
  — Sei que talvez possa pensar que nenhum homem estará à altura de um Magnus, mas… — ele iniciou seus argumentos.
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  — Acha que pode me cortejar? — indagou ela, o interrompendo. — O que meu irmão lhe prometeu?
  — Nada — respondeu o homem, se fazendo o ofendido.
  — E o que prometeu a ele? — reforçou ela suas indagações, chegando ao ponto central do acordo. — Sei que é um agente duplo, ainda não entendo o que faz vivo e como consegue esse feito, mas se acha que serei a moeda de troca do Marco…
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  — , não é isso que está pensando. — Noah segurou em sua mão para que ela ponderasse suas desconfianças.
  — Não me toque — disse ela num tom de ordem ao se soltar dele. — Eu vim apenas para lhe dizer que, assim como os outros, você não vai ter de mim o que quer que Marco tenha lhe prometido.
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  Ela levantou-se da cadeira para se retirar, porém, antes que pudesse se afastar, Noah segurou em seu braço.
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  — O que acha que seu irmão me prometeu? — perguntou ele, apertando o pulso dela.
  — Solte-a. — A voz de surgiu entre eles, com o segurança também segurando o braço do homem.
  — A conversa ainda não chegou à plebe — disse Noah, não se importando.
   sabia muito bem que o agente não perdia a oportunidade de se mostrar superior a ele quando a tinha, então, no impulso da raiva, socou a cara do homem, o derrubando ao chão.
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  — Ela disse para não tocá-la — reforçou o segurança com firmeza em sua voz.
  — Diga ao meu irmão que essa é a última vez que ele faz promessas em meu nome — anunciou com seriedade e uma pitada de deboche. — Eu sou um brinquedo caro e vocês são uma criança pobre.
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  Em risos de sarcasmo ela se retirou, seguindo para a saída. Antes de se retirar, olhou de forma inexpressiva para o outro.
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  — Uma palavra sobre mim a qualquer pessoa e vai desejar não existir. — Soou como uma sutil ameaça que gerou calafrios no homem ainda caído ao chão.
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  — Acha que sou ganancioso o suficiente para me colocar em risco? — retrucou Noah, engolindo seco. — Sei muito bem quem você é, Salvatore… Mas ela vai gostar de saber?
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  — Isso é um problema meu. — deu as costas para ele e se retirou.
  Chegando ao carro, deu a partida e direcionou para um caminho aleatório, diferente do habitual. No fundo, se sentia aliviado por aparentemente as ondas de encontro finalizarem, sem casamento, sua presença na vida de se faria necessária e este era seu objetivo.
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  — Está silencioso — comentou ela do banco de trás.
  — Estou concentrado — explicou ele.
  — Não gostou do que eu disse? — indagou novamente.
  — Não a vejo como um objeto. — Aquela expressão o havia incomodado.
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  — Foi só uma brincadeira, apesar de saber que tudo na máfia se torna uma moeda de troca — disse a moça com naturalidade, já estava acostumada com o mundo em que nasceu.
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  — Vai mesmo contra as imposições de seu irmão? — perguntou ao estacionar o carro em uma rua pouco movimentada.
  — Apesar de ser divertido te ver socando eles, meu irmão precisa de limites — respondeu ela, voltando seu olhar para a janela. — Onde estamos?
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  — Vai descobrir. — Ele sorriu de canto e desceu do carro.
  Tommaso desceu também, curiosa para saber onde estavam. Seguindo em silêncio, foi observando os detalhes da rua que pertencia à parte mais modesta e simples da cidade. Não chegava à periferia, entretanto, estava longe da parte mais luxuosa de Milão, e juntamente com o frio do inverno se encontrava pouco movimentada.
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  — Você me trouxe a uma cafeteria do outro lado da cidade? — perguntou ela ao parar diante da fachada e ler o nome.
  — Não é qualquer cafeteria. — Ele riu discretamente e pegando na maçaneta da porta de entrada a abriu. — Pare de julgar o livro pela capa.
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  — Não estou julgando. — Ela fez uma careta e o acompanhou ao entrar.
  De fato o lugar não era apenas uma cafeteria, e sim um pequeno espaço no qual também continha algumas peças de móveis clássicos em exposição.
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  — Não se compara ao Museo del Design Italiano no térreo do Triennale di Milano, mas o dono do lugar é um exímio colecionador — contou ao perceber que a deixou sem reação. — Ao invés de apenas guardar essas relíquias, ele montou a cafeteria para as pessoas terem a experiência de sentar em uma cadeira do século passado.
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  — Incrível, posso dizer a primeiro momento que metade dessas cadeiras possuem a assinatura da Bauhaus. — Ela voltou seu olhar para o segurança. — Como encontrou esse lugar?
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  — Meus segredos têm segredos — brincou ele com um sorriso de canto. — Você disse que precisava de um pouco de inspiração para sua primeira coleção oficial.
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  — Eu não vou aumentar seu salário — brincou ela, mantendo o olhar nele.
  — Quem disse que estou pedindo? — Ele a olhou também.
  A cada ano na companhia do segurança, conseguia se sentir ainda mais confortável e segura. Além de se surpreender com frequência devido aos lugares misteriosos que ele a levava. As horas se passaram com ambos degustando dos cafés especiais da cafeteria de nome Casella Caffè, infelizmente o dono não estava presente para que a jovem pudesse conhecer sua história.
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  — Ficar encarando a folha não vai funcionar — comentou assim que adentrou o ateliê.
  Se contava duas horas em que ela estava confinada na cobertura, tentando esboçar algum croqui. Enquanto estava na cafeteria, sua mente fervilhava de ideias que foram se perdendo ao longo do caminho de retorno. O que lhe bateu a frustração.
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  — O que você sabe sobre bloqueio criativo?! — indagou ela ao se voltar para ele.
  — Sei que se forçar demais, só vai piorar as coisas — respondeu com serenidade no olhar.
  — Tenho até março para produzir algo — explicou ela, dando um suspiro fraco. — Se quero lançar minha marca na feira de Milão, preciso desenhar algo que valha a pena para iniciar o protótipo.
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  — Hum… — Ele deu alguns passos até ela, direcionando seu olhar para a folha branca em cima da prancheta. — O que lhe motiva a desenhar?
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  — Minhas memórias com a minha mãe, filmes clássicos de Hollywood, romances da Jane Austen — respondeu , refletindo a pergunta. — Geralmente me concentro mais no cenário e no mobiliário.
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  Um momento de silêncio entre ambos, com ele a encarando, analisando suas expressões.
  — Quando foi que nos tornamos tão próximos a ponto de você me fazer essa pergunta? — indagou ela ao constatar a realidade de sua indagação.
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  — Reza a lenda que cinco anos são bodas de ferro, ou seria madeira?! — Seu comentário soou descontraído, fazendo-a rir.
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  — Se estivéssemos mesmo casados eu já teria pedido o divórcio — afirmou ela, sem receio de magoá-lo.
  — Se estivéssemos casados… — ele parou e pensou com mais clareza o que ia dizer. — Apenas queria ajudar, não posso perder meu posto de funcionário do ano. — Ele deu um passo para se afastar.
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  — Por que não termina o que ia dizer? — Ela segurou no braço do rapaz.
  — Não vale a pena. — Ele se soltou dela com facilidade e saiu do ateliê.
   soltou um suspiro cansado.
  Ela já havia notado os muitos olhares profundos do homem para ela.
  Em cinco anos de convivência ela também já havia se habituado com os olhares e mudanças no humor do segurança, apesar da vida de ser uma perfeita incógnita. Não sabia quem eram seus pais, apenas que havia nascido no norte da Espanha e criado em diversos lares adotivos na infância. No entanto, se havia alguém que confiasse mais do que a própria família, era ele, a pessoa que ficou ao seu lado no momento em que se sentiu mais indefesa: o rompimento do noivado. Mesmo com o apoio de , o Magnus caçula também tinha seus dramas familiares.
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  — O que não vale a pena?! — deixou o lápis em sua mão em cima da mesa e saiu atrás dele.
  Sentindo-se cansada de tantas respostas evasivas, diante da forma em que o homem a tratava, com tanto zelo e cuidado, ela se via irritada por seu emocional carente imaginar coisas que poderiam machucá-la outra vez. No passado, mesmo sendo cautelosa a respeito dos seus sentimentos por e desconfiada do que poderia estar acontecendo, terminou em lágrimas por várias semanas.
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  — Por que você evita tanto me responder com clareza? — perguntou ela, em um visível tom irritado.
  — O que quer que eu responda? — Ele, que estava encostado na porta de passagem para varanda, olhou-a tranquilamente.
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  — Não sei… — Ela bufou de leve. — A forma como se preocupa comigo, como cuida de mim, como me olha… Não acha que eu percebo isso? E tem me deixado louca.
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  — Estou apenas fazendo o meu trabalho — disse ele, friamente.
  — Mentira — disse ela, impulsionando seu corpo para se aproximar dele.
  Em um piscar de olhos de sua aproximação, , no estímulo do desespero interno, o beijou. Pego de surpresa, inicialmente deixou-se levar pelo momento e doçura dos lábios da jovem, envolvendo seus braços na cintura dela de forma despreocupada. Talvez, no fundo, ele também desejasse aquele momento, que levou anos para se realizar.
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  Uma intensidade fora do comum que nem mesmo com Magnus ela havia sentido.
  — Me diga que não sentiu nada… — sussurrou ela, puxando o ar para retomar o fôlego.
  — Eu realmente não senti nada. — Deslizando suas mãos pelo corpo dela até as retirar, Salvatore precisou reunir muita força para dizer aquelas palavras.
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  Internamente, seu desejo era prolongar aquele beijo e elevar o nível das coisas, contudo, indiferente da promessa que havia feito ao pai da garota, ele tinha uma segunda missão a cumprir.
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  — Bastardo! — o empurrou com raiva e se afastou, tomando impulso para sair correndo do apartamento.
  O mesmo sentimento de rejeição que havia sentido há quatro anos com o término do noivado retornou ainda mais doloroso e profundo. Desta vez não havia nenhuma promessa de ambas as partes, nenhum acordo arranjado entre famílias, era apenas seu desejo de ser amada por alguém que se propunha cuidar dela com tanto zelo. E isso a deixava ainda mais furiosa consigo mesma, sendo imprudente a ponto de atropelar seu lado racional para se permitir gostar do funcionário do ano.
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  E sim, definitivamente ela estava apaixonada por ele.
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  — Achei que já tinha superado… — A voz de soou ao lado, despertando-a de seu devaneio momentâneo. — Depois de anos…
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  O caçula tocou na garrafa de Martini recém-aberta, faltava uma dose para chegar na metade.
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  — Por que acha que o mundo gira em torno dos Magnus? — perguntou ela, soltando uma risada fraca.
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  O tom de embriaguez já tinha lhe tomado conta.
  — Qual o motivo, então? Bloqueio criativo? — indagou ele, puxando uma banqueta para sentar ao seu lado. — Gosto de vinhos, mas Martini sempre foi meu favorito para afogar as mágoas, e não acho que álcool vá ajudar nesse caso.
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   despejou a dose no copo e tomou um gole.
  — Ei! Isso é meu — reclamou ela ao olhá-lo. — Pegue sua própria garrafa.
  — Dos amigos é mais prazeroso — brincou ele, observando-a. — Se queria não ser encontrada, deveria ter escolhido outro lugar.
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  Já se contavam horas que havia se abrigado do frio em um bar da máfia chamado Vitrola, que curiosamente pertencia à família Riina, sendo um lugar aconchegante e muito conhecido entre seu grupo de amigos. Na alta madrugada, o estabelecimento já havia fechado ao público, entretanto, quem em sã consciência expulsaria uma Tommaso de seu bar?
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  — O que está fazendo aqui? — perguntou ela, não entendendo a presença do amigo em Milão.
  — Tive alguns negócios pessoais para tratar na cidade, e desejei ver minha melhor amiga — respondeu ele, despejando outro gole e tomando em seu lugar.
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  — Vai mesmo continuar tomando a bebida dos outros?! — indagou ela, não dando importância para sua resposta.
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  — Você não é qualquer pessoa. — Ele sorriu de canto. — O que a trouxe aqui?
  — Nada que valha a pena falar — resmungou a moça, tomando a garrafa dele e jogando o líquido no copo.
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  Antes que pudesse tomar, foi mais rápido e tomou o gole.
  — Ei! — reclamou ela, fazendo-o rir.
  — Está na hora de ir para casa. — Assim que levantou-se da banqueta, a silhueta de apareceu no campo de visão da jovem.
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  — O que ele faz aqui?! — indagou ela, irritando-se.
  — Pelo que sei, ele esteve aqui desde o momento que entrou no Vitrola, na rua, te esperando sair. Foi ele quem me ligou — explicou , suspeitando o motivo. — Te vejo na minha festa de aniversário?
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  — Claro que sim. — Assentiu ela, fazendo bico.
  Tommaso nunca foi de se comportar como uma garota mimada, seu senso de responsabilidade e maturidade causava admiração até mesmo da mais velha, Diana, contudo, diante do turbilhão de emoções pelas quais estava passando, conseguia notar que em sua mente lhe faltava um pouco mais de razão.
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  — Leve-a para casa com discrição — disse Magnus, num tom de ordem.
  — Eu sei fazer o meu trabalho — retrucou se irritando com aquele olhar.
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  — É… Eu estou vendo. — riu baixo e continuou seus passos até a saída.
  Uma onda de silêncio pairou pelo lugar com mantendo sua atenção na garrafa. Seu amigo havia bebido mais do que deveria e a garrafa já estava quase no fim.
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  — Vou te levar para casa — disse assim que o caçula Magnus se retirou do lugar.
  — Eu não quero ir com você — disse ela, demonstrando sua chateação.
  — O que você quer? — perguntou ele, reunindo sua paciência para lidar com a situação. Precisava ter empatia pelos sentimentos dela.
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  — Você! — respondeu ela, direta e precisa.
  Sem pensar nas consequências…
   cedeu aos desejos de ambos e a beijou de forma surpreendente e intensa, fazendo-a perceber que não ficaria apenas em um único beijo.
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  O restante da madrugada renderia.
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Minha resposta é você
Eu já abri o meu coração para você há muito tempo
Você é tudo para mim, esse é o meu jeito de confirmar
Eu deveria ser cuidadoso e me amar mais,
desse jeito eu nunca irei me machucar.
– My Answer / EXO

16. Fiorentina

Toscana, inverno de 2020

  Em meio ao recesso da temporada de jogos do campeonato da liga italiana, intitulado de Série A, estava um casal desfrutando dos quentes cobertores, taças de vinho Château Cheval Blanc e muitas carícias. A vida de Matteo Ricci estava sendo um sonho do qual não queria acordar, afinal, era assim que ele se sentia. Sua carreira no futebol seguia promissora, jogando mais uma temporada pelo seu time de coração, Fiorentina, além de receber muitos mimos da sua fã número 1.
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  — Hum… Fica aqui, estou com frio — resmungou a mulher, se encolhendo mais na cama.
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  — Já volto — disse ele, dando um sorriso de canto.
  Ao se espreguiçar, caminhou para fora do quarto e desceu as escadas. O apartamento duplex em que morava se localizava no bairro mais nobre de Florença, em um condomínio composto por dois prédios luxuosos, afastado do centro comercial. Sua intenção era fazer algo para matar a fome, pois suas energias haviam sido consumidas pelos desejos de sua amada. Contudo, antes mesmo de chegar à cozinha, uma ligação vinda da portaria o desviou da rota. O motivo? Uma visita inesperada que o deixou estático a princípio.
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  — Quando o porteiro me disse quem era, eu não acreditei — disse ele, ao abrir a porta e recepcionar sua visita.
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  A pessoa apenas sorriu de leve e adentrou o apartamento, o impressionando ainda mais.
  — Amor, você está demorando… — A mulher que vinha do quarto, parou estática no meio da escada. — ?!
  — Oi, Rosalia — cumprimentou a garota com um sorriso tímido.
  — ! — Rosa terminou de descer os últimos degraus e correu para abraçá-la. — Amiga, por onde andou? Como nos achou aqui? Que surpresa.
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  — Surpresa estou eu com esse “amor” — ela riu ao olhar para a amiga que vestia uma camisa masculina, então, desviou para Matteo — em seu vocabulário.
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  — Temos tantas coisas para te contar — comentou Matteo com um sorriso bobo.
  — E você também para nós — disse Rosalia em sua curiosidade pelo sumiço da amiga. — Quando todos souberem da sua volta… 
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  — Vai ser uma loucura — completou Matteo.
  — Ninguém pode saber que eu voltei — disse um pouco aflita ao se lembrar do passado. — Principalmente os Magnus.
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  — , você está praticamente em casa agora, toda a região de Toscana é controlada por eles. — Rosalia e seus argumentos racionais a puxaram para a realidade.
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  — Eu aprendi a ser discreta — disse a jovem confiante em suas palavras.
  — Isso dá para notar — brincou Matteo, rindo de leve. — Ficou fora do radar por cinco anos.
  — Vim apenas por consideração aos meus melhores amigos. — Ela sorriu novamente. — E foi fácil achá-los, estão nas revistas agora.
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  — Pois é, meu jogador favorito é um craque famoso — brincou Rosa ao se afastar da amiga e ir se aninhar em Matteo.
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  — E qual o grau de consideração que a trouxe aqui, correndo o risco de se expor a todos? — indagou ele, curioso.
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  — Vou me casar! — ergueu a mão, mostrando o anel de noivado.
  — O quê? — disseram ambos, o casal, boquiabertos.
  — E quero que sejam meus padrinhos — completou , com um brilho no olhar.
  Mesmo surpresos, o casal se alegrou com a felicidade da amiga e a abraçou com felicitações. Os cinco anos de silêncio da parte de haviam sido uma experiência única para ela, que passou a conhecer mais o mundo em que estava inserida da forma mais inesperada possível.
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  — Agora trate de sentar aqui e ir me contando tudo, senhorita. — Rosalia a puxou para o sofá, sentando com ela sob um olhar curioso. — Por onde andou todo esse tempo?
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  — Estive bem longe e escondida — respondeu num tom carismático.
  — Você realmente parece feliz longe de tudo aqui — comentou Matteo ao permanecer de pé, encostado na parede. — Seu rosto está mais reluzente.
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  — Isso é o amor — comentou Rosalia seu palpite.
  — Não, é liberdade — corrigiu , dando um suspiro animado. — Estou tão feliz, conheci tantas pessoas legais ao longo desses anos e… Pela primeira vez consegui ter sonhos e planos para o futuro.
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  — Isso é o que importa, que esteja bem. — Assentiu Rosa, com um sorriso sutil no rosto. — E qual o nome do felizardo?
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  — Tomás Coimbra — respondeu ela, soltando outro suspiro com um toque de apaixonada.
  — Sobrenome português, era lá que você estava? — indagou Matteo, reconhecendo a origem do sobrenome.
  — Sim, como sabe? — perguntou surpresa com sua precisão.
  — Sou jogador, já tive algumas partidas com times portugueses pela Europa League, conheci um jogador do Benfica com esse sobrenome — explicou ele.
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  — Estive morando ao norte da cidade de Braga, depois de passar por várias cidades aleatórias da Europa — contou , parte de sua história. — Foi lá que conheci ele, era um dia de chuva e presenciei o atropelamento de um cachorro, o motorista não quis prestar socorro e eu, apavorada, peguei o animal e saí correndo em busca de socorro, ele estava passando de bicicleta e me viu. Logo me apaixonei por um veterinário fofo.
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  — Que meigo. — Rosalia fez uma cara boba, imaginando a cena. — Quase uma fanfic, amiga.
  — Sim. — Assentiu .
  — E quando vamos conhecê-lo? — perguntou Matteo curioso.
  — Bem, convido vocês para nosso jantar de ensaio do casamento — respondeu ela. — Será na próxima sexta, estamos planejando a cerimônia para o final de janeiro — explicou ela, os planos do casal. — Tomás quer passar a lua de mel no Brasil e voltar antes do carnaval.
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  — Que sonho! — Rosalia sentiu uma pontinha de inveja, pois já havia falado sobre casamento algumas vezes com Matteo, entretanto, o jogador no auge de sua carreira, optou por focar em treinos e nos jogos, não querendo um compromisso que lhe roubasse a atenção. Para ele, casamento era algo sério e seu momento atual estava atrelado ao esporte, o que não o deixaria dar a atenção devida a sua esposa e família.
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  — Posso contar com vocês lá? — indagou .
  — Mas é claro que sim, mande o endereço, por favor — pediu Rosa, afirmando a presença deles. — Os jogos de Matteo estão em recesso pelas festividades do final do ano e a primeira semana do ano nunca tem nada de especial para fazer.
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  — E a senhorita não trabalha? — perguntou impressionada. — E por falar em trabalho, como se deu o meu shipp de infância?
  — Claro que eu trabalho, e foi através do meu trabalho que este shipp aconteceu — contou ela, recordando o dia em que reviu seu melhor amigo no trabalho. — Por ironia do destino, trabalho como T.I para a FIFA, e em um dos eventos da federação eu precisei participar, afinal, sendo integrante da equipe de tecnologia, não posso me ausentar dessas ocasiões, e foi lá que esbarrei no melhor jogador do Fiorentina.
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  — Que fofo, sempre torci por vocês, um completa o outro — disse
  — Antes eu vivia em Londres, mas agora eu trabalho home office só para termos mais tempo juntos — completou Rosalia.
  — Resumindo, eu me tornei jogador e ela se apaixonou por mim, bem conforme o planejado — brincou Matteo, arrancando um olhar atravessado de sua amada.
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   caiu em gargalhadas, lembrando-se da época da escola. No fundo, sentia falta daqueles momentos, de estar com os amigos em uma conversa saudável e tranquila, chegar em casa e receber um abraço caloroso da mãe. De certa forma, ela sentia falta de partes de sua vida em Toscana.
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  — A conversa está maravilhosa, mas eu preciso ir — disse ao se levantar do sofá. — Meu avião parte daqui algumas horas, tenho que voltar para Braga.
  — Mas já?! — Rosa se levantou juntamente, demonstrando tristeza por sua passagem tão rápida após anos longe. — Dorme aqui esta noite, vamos conversar mais.
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  — Não posso, prometi ao Tomás que voltaria hoje — respondeu ela. — Mas… Te quero na segunda em Lisboa para me ajudar com a escolha do vestido.
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  — Sério? — Rosa se mostrou honrada pelo convite.
  — Claro, você é minha madrinha de casamento — garantiu . — Preciso de suas opiniões de moda.
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  — Com prazer — brincou Rosa.
  , em risos, se despediu dos amigos e retirou-se do apartamento deles. Passou alguns minutos esperando pelo elevador, até que o mesmo chegou ao andar vindo da cobertura. Assim que a porta abriu, o coração de gelou de imediato ao se deparar com a última pessoa que havia tido contato no passado.
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  Após segundos de silêncio.
  — Pode entrar, eu não mordo e nem sou uma assombração. — A voz de causou um frio na espinha dela, ele continuou com o dedo no botão, mantendo a porta aberta. — Já você, .
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  — Senhor Magnus. — Ela engoliu seco, dando o primeiro passo para entrar.
  Após tantas pesquisas e cuidados, planejamentos de como entraria e sairia de Toscana sem ser vista ou notada, ali estava ela diante de uma possível ameaça de exposição. Ela sentiu seu corpo trêmulo pelo medo eminente, e , percebendo, riu de leve.
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  — Não precisa se preocupar… Nós compartilhamos do mesmo segredo. — Mais uma vez ele quebrou o silêncio. — Não vou contar ao meu irmão… Mas você deveria ser mais discreta ainda, eu disse para não procurar por seus amigos.
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  — Eu apenas… — Ela respirou fundo quando se lembrou que precisava respirar.
  Sabia que era arriscado estar ali, ele tinha razão.
  — Acha mesmo que meu irmão desistiria de vigiá-los mesmo depois de tantos anos? — perguntou , fazendo-a refletir.
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  — O que faço agora? — sussurrou , quase pedindo clemência.
  — Desça até o estacionamento e saia pela lateral do prédio, pelo acesso dos funcionários — disse ele, mantendo sua serenidade, como se o caso não fosse tão crítico assim.
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  — Por que está me ajudando novamente? — perguntou ela, intrigada pelas ações dele, lembrando-se da forma em que o caçula a aterrorizava quando criança.
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   apenas sorriu de canto e assim que o elevador parou no andar no hall de entrada, ele apertou o botão do estacionamento e saiu ao abrir a porta.
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  — Tente ser mais discreta, se ele te encontrar, não terá mais a minha ajuda. — Com essas palavras, ele manteve seu olhar sério para ela até o fechar da porta.
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  Com o coração acelerado, seguiu passo a passo as recomendações do Magnus caçula, conseguindo com sucesso chegar ao aeroporto e embarcar em seu voo de volta para Braga. Minutos depois de o avião aterrissar, soltou um suspiro de alívio ao encontrar o noivo a esperando no saguão de desembarque.
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  — Desculpe a demora, o avião teve uma turbulência — explicou ela ao se aproximar dele.
  — Fiquei preocupado — disse ele ao abraçá-la forte. — Não deveria ter ido sozinha, cinco horas de voo.
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  — O que importa é que estou aqui. — Ela sorriu de leve. — Vamos para casa?
  — Claro. — Ele pegou a mochila que estava com ela, para carregar. — Como foi rever seus amigos?
  — Foi bem nostálgico, muitas lembranças do passado — contou . — Como previ, Rosa e Matteo estão juntos como casal.
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  — Você é boa em previsões — brincou Tomás, lembrando-se de quando a conheceu no dia do resgate. — Também previu que seria minha esposa.
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  — Você me deixou encantada a primeiro momento, então… Claro que não deixaria passar a oportunidade.
  — Hum… Como se tivesse sido difícil me apaixonar por você — comentou ele, rindo baixo, então lhe roubou um beijo. — Você é um encanto, Miller.
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  Estrategicamente, ambos moravam no mesmo prédio, em andares diferentes. na companhia do cachorro salvo de nome Xerife, e ele na companhia de seus pais já avançados de idade. Tomás tinha mais duas irmãs, já casadas, e sendo tio de três crianças sapecas, seu sonho de ser pai aumentava a cada dia com a expectativa do casamento. Após se despedirem nas escadas, adentrou seu apartamento solitário e foi recepcionada por Xerife. O cão, mesmo velhinho, ainda tinha energia para latir como se desse boas-vindas a sua tutora.
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  — Está com fome? — perguntou ela, sorrindo para ele e seguindo até a cozinha. — Vamos comer um pouco.
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  Os dias se passaram e finalmente na segunda, como combinado, as amigas estavam na loja CasArt, uma das mais conceituadas em vestidos para noivas. 
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  — Ah não, este está muito antiquado — reclamou Rosalia ao lhe fazer experimentar o sexto vestido consecutivo. — Precisamos de um mais moderno.
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  — Nenhum está bom o suficiente para você — disse , rindo da careta da amiga. — Eu gostei do segundo.
  — O segundo tem muita renda, não combina com sua delicada simplicidade — explicou a outra, entendendo o estilo de .
  — Que tal este aqui — disse a atendente, apresentando outra opção. — Sem renda, com a modelagem estilo princesa, tomara de caia, sem luvas e sem véu.
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  — Perfeito, tão sutil e nem um pouco extravagante, tenho certeza que será uma linda noiva — disse Rosa, certa da escolha.
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  — Vou experimentá-lo então. — Assentiu .
  Assim que retornou do provador, recebeu os aplausos da amiga e da atendente, fazendo-a rir de leve e se sentir a mulher mais feliz do mundo. Em um piscar de olhos, sua atenção se moveu para a vitrine da loja, permitindo-a focalizar a rua, por um curto espaço de tempo, ficou paralisada com a possível cena do outro lado da rua. Seus olhos pareciam reconhecer o rosto do homem a quem se escondeu todo aquele tempo, o que a fez entrar em agonia interna.
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  — ?! ?! — Logo a voz de Rosa chamou-a para a realidade, fazendo ela desviar a atenção para a amiga.
  — O quê?! — perguntou a jovem.
  — O que, perguntou eu. Você ficou paralisada. — Rosa olhou para trás, analisando a vitrine. — Viu alguma coisa?
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  — Não… Eu… — voltou novamente o olhar para a mesma direção anterior e viu o local vazio. — Não é nada, acho que só estresse e ansiedade pelo casamento.
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  No restante do dia, a jovem tentou disfarçar sua preocupação. Será que o que havia visto era real, ou apenas sua mente querendo se prender novamente ao passado do qual se libertou? Precisou se esforçar ainda mais, para não demonstrar isso em seu jantar de ensaio.
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  O dia do casamento para uma noiva sempre foi considerado um misto de emoções e expectativas. Para , seria uma data especial para a qual havia se preparado durante tanto tempo. Sua preparação seria no hotel, onde a cerimônia seria realizada em seu espaço vip, um quarto de luxo reservado para a noiva que havia aproveitado a noite anterior com sua madrinha e cunhadas, em uma despedida de solteira regada a filmes de romance na Netflix e muita pipoca doce envolvida. Rosalia parecia mais empolgada que a noiva. Logo pela manhã, todas se levantaram às pressas por estarem atrasadas para a maquiagem e cabelo, e após tudo pronto, a jovem Miller pediu para ficar sozinha por alguns minutos em sua suíte.
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  — Não poderei ter arrependimentos depois de hoje — sussurrou ela ao pegar o buquê de rosas brancas e voltar seu olhar para o espelho diante dela.
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   ficou estática de imediato quando seus olhos ficaram no reflexo da pessoa que jamais esperava ver naquele dia. Seu coração acelerou pela agonia do momento, com sua mente sendo preenchida pelas memórias do passado. 
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  — Bom dia, . — A voz grossa e fria de a fez sentir uma onda de calafrio, seguido de uma fraqueza interna que a fez soltar o buquê em sua mão.
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  Aquele momento caracterizava o fim do ciclo de cinco anos…
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  Cinco anos longe de todos que conhecia… 
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  Cinco anos de paz e liberdade… 
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  Cinco anos de discrição…
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  Cinco anos de segredos…
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  Cinco anos que não via aquele olhar nebuloso e intenso em sua direção.
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But I know I’ll be hunting high and low
High
There’s no end to the lengths I’ll go to.
– Hunting High And Low / A-ha

17. 3 am

Toscana, inverno de 2020

  Noite chuvosa em Florença. 
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  Para alguns, uma boa oportunidade para ficar em casa e fazer maratonas de suas séries favoritas e comendo pipoca, pelo menos era o que muito ansiava. Entretanto, a vida adulta lhe apresentava outras atividades como um plantão na ala de emergência do hospital infantil. Mesmo sendo da área de psicologia, sua presença fazia-se necessária para casos de pacientes especiais. Uma oportunidade a mais para ganhar e viver experiências da profissão.  
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  — Dra. Segre? Ainda por aqui? — indagou Nessia, a enfermeira chefe, ao adentrar a sala de descanso dos funcionários. — Achei que seu plantão já tivesse terminado.
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  — De fato terminou, mas me senti tão cansada que acabei tirando um cochilo antes de pensar que eu tinha uma casa para retornar. — A voz da jovem soou com um pouco de descontração, fazendo a mulher rir junto. 
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  — O doutor Bonato realmente está te castigando, não é? — comentou a enfermeira, enquanto se aproximava de uma cadeira para se sentar.
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  — É, ele já não ia com a minha cara, depois daquela confusão com… — soltou um suspiro cansado ao se lembrar.
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  Tal fato se tratava de uma noite de plantão que o caçula Magnus apareceu ensanguentado no hospital, à procura de sua médica favorita. Após uma pequena discussão com o residente chefe, o trabalho da jovem ficou mais complicado, com a vigilância rigorosa do dr. Andrei Bonato.
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  — Não se preocupe, logo ele esquece — disse a mulher ao se espreguiçar um pouco. — Principalmente agora que descobriu que seu amigo é um Magnus.
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  — Ele não é meu… — não sabia classificar o que o caçula representava em sua vida — amigo.
  — Namorado, então? — O olhar curioso estava em sua direção. — Porque dá para notar o olhar de interesse dele por você toda vez que vem buscá-la no final do plantão.
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  — Ele era meu paciente — disse , explicando sua proximidade. — Mas fui demitida há anos.
  — Hum… Dá pra imaginar o motivo de ele ter te demitido — brincou a enfermeira ao se levantar e seguir para porta. — Preciso voltar ao meu posto antes que alguma enfermeira novata faça algo errado.
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   riu de leve e lhe deu um aceno de despedida. Voltando à realidade de seu dia, ela finalmente trocou de roupa e direcionou-se para a saída do hospital. Curiosamente, sua carona Magnus não estava em seu campo de visão, não que havia se tornado um hábito a presença de nos finais do plantão, entretanto, o caçula já não conseguia passar mais de uma semana sem vê-la.
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  — Não sei quando fico mais preocupada, se é quando você vem, ou quando não vem — sussurrou ela, para si mesma, voltando o olhar para o ponto de ônibus.
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  Mais um detalhe da rotina de seu paciente problema? As muitas vezes que aparecia em seu dia, era após alguma turbulência familiar e muitos machucados pelo corpo. Assim, a jovem retornou para casa, lutando contra seus pensamentos preocupados e desejando apenas uma longa noite de sono. Chegando no apartamento, relaxou o corpo em um banho quente e demorado, deixando as gotas de água concentradas nas costas doloridas pela rotina hospitalar. 
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  — Como senti sua falta! — disse ela ao se jogar na cama, já com seu pijama. — Que vontade de dormir por quarenta e oito horas.
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  Ela ficou olhando para o teto por alguns minutos, até que finalmente pegou no sono, em seu momento de descanso, entretanto, pode-se considerar que tudo é imprevisível e surpresas acontecem. Na alta madrugada, acordou assustada ao som de fortes batidas em sua porta, e mesmo sonolenta, se levantou da cama com precisão para abrir a porta.
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  No relógio marcava três da manhã em ponto, e do lado de fora, a chuva ainda se mantinha constante e mais forte do que o esperado pela meteorologia.
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  — … — sussurrou ela, ao abrir a porta e vê-lo com suas roupas encharcadas pela água e um olhar inexpressivo e vazio.
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  — Se eu não entrar… Estarei no obituário de amanhã — disse ele, num tom baixo mantendo o olhar fixo nela.
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   sentiu um calafrio passar por seu corpo, então, com movimentos sutis, segurou a mão dele e o puxou para dentro, fechando a porta em seguida. Assim como das outras vezes, contudo, com uma leve sensação de ser pior, o rosto de possuía alguns cortes e arranhões, um em especial próximo ao lábio inferior. O silêncio prosseguiu entre eles, enquanto a jovem preocupou-se em buscar a caixa de primeiros socorros para lhe fazer o curativo. O caçula, que parecia reflexivo, sentou no sofá à sua espera, até que ela retornou com uma toalha na mão e roupas secas na outra.
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  — Não vai perguntar nada desta vez? — indagou ele, quebrando o gelo.
  — Eu ainda não entendo essa sua necessidade de se machucar, mas… Sei que não é exatamente como gostaria de viver — respondeu ela, enquanto passava com leveza o algodão molhado nos cortes para desinfeccionar. — O que aconteceu desta vez?
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   sabia que nem todas as idas do rapaz a sua casa eram pelas surras do pai. Mas o caçula havia criado um anseio pela dor que lhe fazia entrar em brigas desnecessárias. encarou-a por um momento, então se levantou do sofá para ir embora.
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  — Espera… — Ela segurou em sua mão novamente, temendo que ele pudesse sair dali e fazer algo pior. — Não precisa dizer se não quiser, só não quero que se machuque ainda mais.
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  Ele voltou seu corpo para ela, permanecendo o mais próximo, sendo possível sentir sua respiração. Logo o coração de acelerou.
  — Mantenha-me distraído, assim não irei me machucar. — Em um tom envolvente, ele encostou seu rosto ao dela, trazendo-a para mais perto.
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  — , não é assim que as coisas… — precisou respirar fundo, e ser forte para não se deixar levar pela sedução do rapaz.
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  — Por favor… — sussurrou ele, num tom sugestivo. — Me distraia.
  Ela fechou os olhos por um momento, pensando no que era certo a se fazer, e o que seu coração a aconselhava. E com os sábios conselhos do seu avô, no impulso da coragem diante da intensidade em pessoa que lhe demonstrava desejo profundo, ela tocou em seu tórax o afastando um pouco.
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  — Eu vou lhe distrair, mas não desta forma — disse ela com um sorriso presunçoso, o puxando para a cozinha.
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  — Mercenária — disse ele de forma descontraída.
   soltou uma gargalhada boba.
  — Nem tudo que queremos é o que temos — explicou ela, utilizando da filosofia de seu avô, Giuseppe Segre —, mas o que ganhamos é o que precisamos.
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   arqueou a sobrancelha, enquanto a observava soltar sua mão e seguir até os armários.
  — E como pretende me distrair? — indagou ele, curioso.
  — Sei que gosta de cozinhar, por incrível que pareça — respondeu ela, de imediato ao abrir um armário e retirar as coisas de dentro — então, como me acordou do meu sono de descanso, como consequência, terá que cozinhar para mim.
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  — E não vou ganhar nada em troca com isso, eu presumo. — Ele cruzou os braços, olhando-a seriamente.
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  — Não — respondeu ela, soltando outra gargalhada.
  — Sabia que me maltratando assim eu me apaixono mais? — Ele descruzou os braços e se aproximou dela, com seu charme mafioso de sempre.
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  Em segundos, ele tocou em sua cintura, fazendo-a sentir um breve arrepio, percebido por ele.
  — Eu não estou te maltratando. — Ela segurou as mãos dele, retirando de sua cintura, com certa dificuldade interna de se manter focada. — Apenas te mantendo distraído.
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  — Você sabe o que eu realmente quero — disse ele com seriedade.
  — Não deve querer, sou sua médica e… — Ela precisava construir com diligência seus argumentos.
  — Você foi demitida — disse ele, com tranquilidade. — O que foi? Está com medo de gostar de alguém da máfia? Não se sente atraída por homens problemáticos?
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  — Não tenho problemas com dark romance — assegurou , confiante em suas palavras. — Mas que tal parar de fugir e começar a cozinhar? Estou com fome.
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  — Não desiste, não é? — comentou ele.
  — Claro que não. — Ela riu, e com rapidez e destreza pegou o celular do bolso dele. — E isso aqui, desta vez, fica comigo no silencioso.
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  — Ei!? — reclamou ele.
  — Foi você quem pediu para ser distraído — argumentou ela, demonstrando estar certa.
  Ela sorriu com sutileza e puxou uma banqueta para se sentar, assim poderia observá-lo melhor em sua atividade. mostrou-se boquiaberto com a ousadia de sua doutora favorita, então, pegando o avental na gaveta, o acomodou no corpo e iniciou o preparo improvisado de risoto milanês. Foi impressionante para acompanhar o processo, um momento único em que pôde ver o rapaz cantarolando uma canção de Andrea Bocelli, com movimentos leves e precisos e vários sorrisos pelo caminho.
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  — O cheiro está convidativo — comentou ela ao se aproximar do fogão e pegar uma colher para experimentar.
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  — Nem pense em tocar na minha panela — disse ele, olhando-a com seriedade. — Ainda não terminei.
   assentiu de imediato, colocando a colher no lugar e fazendo cara de inocente. No fundo, o olhar dele foi um pouco medonho para ela. Contudo, uma característica que havia descoberto, é que o rapaz era um tanto sistemático enquanto cozinhava, e curiosamente aquela atividade era a que mais lhe deixava sereno e em paz. Fazia seu coração acalmar e sua mente ser posta em ordem.
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  — Quanto tempo terei que esperar? Estou com fome — reclamou ela, fazendo bico.
  — Além de mercenária, é impaciente? — Ele voltou seu corpo para ela, encarando-a com atenção, parecia como um pai repreendendo uma criança.
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  — Foi você quem me acordou — disse ela, jogando a culpa nele.
   sorriu de canto e, mantendo a atenção nela, desligou a trempe do fogão.
  — Vou te alimentar! — Ele piscou de leve, fazendo-a sorrir espontaneamente.
  O caçula Magnus serviu-a em um prato e manteve-se sereno aguardando o veredito sobre o sabor de seu risoto. já havia comido aquele prato típico italiano algumas vezes, entretanto, não se comparava ao inusitado dote culinário de seu paciente problema. Apesar de aquela não ser a primeira vez que ele havia cozinhado para ela.
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  — Como dizem os brasileiros… Já pode casar — brincou ela, ao dar mais uma garfada na comida.
  — Se a noiva for você. — Ele piscou de leve para ela, com malícia.
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   respirou fundo, voltando seu olhar para o prato, tentando não se afetar com o charme do rapaz.
  — Como está indo seu relacionamento com o ? — indagou ela, mudando de assunto, tentando uma forma de descobrir o motivo de ele ter chegado ali na situação que estava.
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  — Essas perguntas não me distraem — respondeu ele em sua forma enigmática de sempre. — Sabe disso.
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  — É sobre seu pai querer te casar? — indagou ela.
  — Ele não é meu pai — continuou, afastando-se dela e se aproximando da janela da cozinha.
  — Não deveria falar assim. — não sabia como abordar o assunto, já que as muitas dores que ele sentia, haviam sido causadas por Francesco Magnus.
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  — Não sou eu que digo isso, mas a genética. — manteve seu olhar para fora, sentindo o gosto amargo na boca.
  Por dentro, o rapaz se sentia despedaçado por ter descoberto o pior dos segredos de sua família, além da raiva que sentia dos envolvidos.
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  — Do que está falando?! — indagou ela, quase estática pela revelação.
  — É o que ouviu, daí a explicação por ele não gostar de mim — respondeu , com uma risada rápida da própria tragédia familiar. — Sou o fruto de uma noite proibida entre minha mãe e meu padrinho.
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  — O professor Giordano… — Ela congelou a primeiro momento, sem saber como reagir.
  Era a primeira vez que compartilhava o motivo de seus machucados. sentiu um leve aperto no coração, queria confortá-lo, porém não sabia de que forma. A jovem, vendo-o de punhos fechados e semblante frio, aproximou-se mais e segurou em sua mão o fazendo voltar-se para ela, e o abraçou em seguida. Um abraço caloroso e confortável que rendeu mais um tempo de silêncio entre ambos.
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  — Me abraçando assim, não me ajuda a controlar meus pensamentos com você — comentou ele, num tom brincalhão, mas com seriedade —, apenas me causa ainda mais fantasias maliciosas.
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  — — ela tentou repreendê-lo, ao se afastar para olhá-lo. — Pare de dizer essas coisas, estou tentando te confortar e está me deixando constrangida.
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  — Disse para sempre ser sincero com você — retrucou ele, fazendo o feitiço virar contra o feiticeiro.
  O caçula ergueu sua mão com leveza, tocando no ombro da jovem, deslizando de leve até a correntinha prateada em seu pescoço, sentindo o relevo do crucifixo vazado. O olhar dele se mantinha profundo e fixo nela.
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  — Não precisa ser tão sincero nesse caso. — Ela respirou fundo e deu um passo, se afastando mais.
  — Por mais que eu queira, não vou te agarrar e rasgar suas roupas, sei como controlar meus desejos. — Ele piscou de leve para ela e sorriu de canto. — Ainda preciso ser distraído, já que me fez voltar a pensar no que não queria.
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  — Todo jantar precisa de sobremesa — disse ela, pensando rápido.
  Ele riu.
  — Pensei que você seria a minha sobremesa. — Com malícia, ele se aproximou dela e tocou em sua cintura. — O que acha?
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  — Eu acho que nunca experimentei cannoli — retrucou ela com firmeza na voz. — Tenho os ingredientes no armário.
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  — Devo presumir que seu armário sempre abastecido é por minha causa? — indagou ele, entendendo sua estratégia.
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  — Brasileiros amam comida — explicou ela, piscando de leve. — Pode cozinhar, enquanto me conta como descobriu sobre…
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  — Não quero falar sobre isso. — Ele se afastou dela, arredio.
  — Quanto mais evitar falar sobre, mais estará se machucando — argumentou , a realidade. — Desabafe comigo, estou aqui por você.
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  Seu olhar insistente demonstrava a sua preocupação.
  — Ainda não confia em mim, ? Mesmo depois de cinco anos? — indagou ela.
  — Confio a minha vida, se precisar — disse ele, certo do que sentia por ela.
  — Não quero sua vida, quero que converse comigo. — O olhar dela, reconfortante, trouxe a ele uma sensação estranha de paz. — Externar a dor ajuda a cicatrizar.
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   voltou o olhar para a janela. 
  Desabafar com ela, seria como cravar várias vezes uma adaga em suas feridas, esperando que assim cicatrizarem.
  — . — Ele voltou seu olhar para ela, com um profundo respiro.
  — Não diga nada, não quero forçá-lo. — Ela manteve o rosto suave e acolhedor. — Quando falamos, damos liberdade ao nosso coração de se curar e até mesmo conseguimos liberar perdão, mas… Quero que fale apenas quando se sentir pronto.
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  Ele assentiu com o olhar.
  Antes que ela pudesse ter alguma reação, os lábios de tocaram os seus em um suave e parcialmente angustiado beijo. A doçura que continha em se misturou na intensidade que emanava dele, fazendo-a se desligar da realidade por um instante e apenas sentir o momento.
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  — , não podemos… — sussurrou ela, mantendo os olhos fechados, sentindo a respiração dele próxima.
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  — Por que, não? — indagou o rapaz num tom baixo.
  — Por favor… — pediu ela.
  Nos planos de , não tinha a parte de se envolver emocionalmente com seu paciente problema, ela apenas queria ajudá-lo a se auto entender e vencer seus conflitos internos. Contudo, havia uma habilidade especial que somente os Magnus possuíam, era aquele magnetismo que atraía as pessoas à sua volta.
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  Seja positiva ou negativamente.
  — Você quer acessar meu interior, mas quando terei acesso ao seu coração? — indagou ele com frustração no olhar.
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  — Quando aceitei ser sua médica, prometi a mim mesma que não me envolveria emocionalmente — explicou ela suas decisões. — Além de ser antiético…
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  — Você foi demitida — argumentou ele.
   se afastou de , segurando suas emoções e sentimentos.
  — Seu corpo está frio, acho que precisa de um banho quente para não ficar resfriado — disse ela, mudando de assunto.
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  — Existe uma forma mais eficaz para esquentar meu corpo — brincou ele, sugestivamente.
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  Ela o olhou com repreensão, fazendo-o soltar uma gargalhada.
  — Ainda estou sendo sincero — continuou.
  — O que você quer com isso? — Ela manteve a seriedade no olhar.
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  — Você. — Direto e preciso.
  O rapaz tomou mais um impulso e a beijou mais uma vez, com ousadia.
   — Talvez devesse tomar um banho frio — disse ela ao retomar o fôlego, o afastando.
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  — Não era você que estava preocupada com minha saúde? — Ele se fez ofendido.
  — Vai logo — num tom de ordem — porque ainda me deve uma sobremesa.
   seguiu rindo para o banheiro, seu corpo estava mesmo precisando retirar o resfriado causado pela chuva forte.
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Dias depois…

  Dizem que quanto mais fugimos do passado, mais ele nos persegue, e de fato foi exatamente o que aconteceu com . Seu encontro repentino com o dono de Toscana rendeu um casamento cancelado e o anúncio do desaparecimento da noiva no noticiário da noite. Após horas desacordada e mais três dias trancada em um porão úmido e escuro, sem nenhuma resposta aos seus gritos de socorro e apenas uma garrafa de água e um pacote de pão para se alimentar, a jovem despertou sentindo a cabeça dolorida juntamente com os músculos do corpo. Controlando a respiração para não entrar em pânico, percebeu que certamente estava bem longe de Braga e daquele porão frio e solitário, ao reconhecer o escritório da mansão Magnus.
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  — Não — sussurrou para si, com seu coração em pedaços.
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  Sim, ela havia retornado a casa da qual lutou para sair.
  — Bom dia, . — A voz de soou da porta.
  Ele estava encostado na parede ao lado, com o lugar trancado a chaves. A jovem deitada ao sofá ergueu seu corpo e o olhou temerosa, notando que ainda estava vestida com seu vestido de noiva.
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  — Senhor Magnus. — Ainda se sentia um pouco zonza.
  — Não imagina o quanto te procurei — disse ele, controlando o tom de raiva.
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   estava num misto de sentimentos dos quais ele próprio tinha medo de decifrar. Aliviado por tê-la encontrado, irritado pelos anos de procura, raivoso por ter visto os momentos de romance entre ela e seu noivo, além das muitas preocupações que sua invasão ao território de Braga traria aos seus negócios.
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  — Eu… — Ela abaixou o olhar, ainda não sabia como reagir.
  Ela se levantou do sofá, com os olhos começando a lacrimejar, seguindo na direção do homem.
  — Tem ideia das coisas que fiz para te achar? — continuou ele, num tom de repreensão. — Das pessoas que machuquei? Disse para não sair sem permissão.
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   parou diante dele, tentando reunir coragem para confrontá-lo.
  — Por favor… Me deixe ir — pediu ela, ainda com traços de insegurança.
  — Você não entende, não é?! — disse ele, ponderando a aspereza na voz. — Eu não posso.
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  — Por favor… — A primeira lágrima rolou em seu rosto, ela agarrou em sua camisa em um pedido de clemência.
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  Ao sentir seu toque, a girou, pressionando seu corpo contra a parede, mantendo seus braços elevados, enquanto a prendia pelos pulsos. Seus olhos estavam negros e nebuloso, tinha um misto de fúria e desejo que a intimidava com facilidade.
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  — A culpa é sua — alegou ele com o tom mais baixo, porém firme, aproximando mais seu rosto. — Você me faz desejar o que eu não deveria… A culpa é sua!
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  Um breve e perturbante silêncio, podendo ouvir a respiração ofegante de ambos, um barulho forte soou ao lado na altura do ouvido dela, era socando a parede para externar sua raiva. Após o susto, com mais agonia interna, as lágrimas voltaram a descer do rosto da jovem, fazendo voltar seu lado racional.
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  — Não posso vê-la com outro. — a afastou dele, então saiu pela porta, trancando-a no lugar.
  Do lado de fora, o primogênito conseguia ouvir os gritos de clemência e socorro que dava, em seu desespero não desejando viver o mesmo que a mãe um dia.
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  — Senhor Magnus. — A governanta Vernice se aproximou dele. — Sua mãe o espera na sala de estar, soube do vosso retorno.
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  — Não quero ninguém perto desse escritório — ordenou ele, não dando importância a fala dela.
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  Ignorando totalmente a presença de sua mãe, se dirigiu para a garagem, já com o celular na mão, iniciando uma ligação.
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  — … 
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Você me fez arriscar meu coração
  Agora, todos estão olhando para nós com pipoca na boca
  Esperando para ver o que vai acontecer com nós dois.
  – Lotto / EXO

18. Lockdown

Toscana, inverno de 2020

  Dizem que o paraíso da máfia é feito de acordos e barganhas, estava diante do mais arriscado de sua vida. Não era apenas a vida de sua mãe que poderia estar em risco agora, mas de seus amigos os quais deviam suas carreiras de sucesso ao Magnus, e seu noivo inocente que não tinha ideia do quão perigoso era estar próximo a ela. Sentada diante da mesa do escritório com documentos em sua frente, seu olhar se mantinha fixo nos papeis. Se tratava de uma certidão e um contrato de casamento, ambos com seu nome e de . Para o primogênito, a única forma de garantir que ninguém tocasse nela seria tornando-a sua esposa. Por isso, a presença do vestido de noiva ainda em seu corpo.
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  — Irmão, quando me disseram quem estava aqui não acreditei… — , que entrava repentinamente, parou seus passos após ver presente.
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  Um breve sentimento de perplexidade passou por ele, a garota realmente não tinha sido muito esperta em sua discrição. O olhar do primogênito seguiu atravessado para ele, como se dissesse estar interrompendo um momento importante, porém, não obtendo sucesso em sua ameaça. Com serenidade no olhar, o caçula ignorou o fato de tê-la ajudado no passado e voltou sua preocupação para a situação delicada que os negócios passavam diante dos diversos casos que os noticiários relataram sobre um vírus originado na China.
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  — Estou ocupado agora — disse , mantendo os braços cruzados, de pé do outro lado da mesa.
  — Com? — insistiu o caçula, dando alguns passos para perto e passando os olhos no que estava escrito nos papeis. — Teremos casamento? E não me convidou para padrinho? Isso fere meus sentimentos, irmão.
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  — Não estou para brincadeiras, — continuou o mais velho, voltando a olhar .
  — Podemos falar lá fora? — pediu o caçula, indicando que estava para se retirar.
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   soltou um suspiro fraco.
  — Não quero forçá-la a nada, por isso te darei este tempo para pensar — disse num tom firme, ele passou por ela e seguiu para a porta.
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  Do lado de fora, com seu olhar preocupado, aguardava-o.
  — O que quer? — indagou o primogênito.
  — Tem certeza do que está fazendo? — respondeu ele, com outra pergunta. — Você sequestrou ela no dia do seu casamento e agora está forçando-a se casar com você… Eu poderia até dizer que é um pouco cômico, se não fosse trágico.
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  — O que achou que eu faria? — permaneceu sério.
  — Quando me ligou dias atrás dizendo que viajaria para Braga com urgência, concordamos que não faria nada que prejudicasse nossa família. — sabia que a única fraqueza de seu irmão era a filha da empregada. — Mas não me surpreende que tenha sido por ela.
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  A pessoa que certamente poderia levá-lo à ruína.
  — E não vou — garantiu , certo de suas responsabilidades. — Sei o que estou fazendo. 
  — Ah sim, invadindo território alheio. — O caçula riu de nervoso. — Desde quando faz isso? Sabe que temos diferenças com os portugueses.
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  — Eu sou o chefe, eu dou as ordens e sei o que faço. — O som alto, grave e forte da voz de pôde ser ouvido de longe.
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  — Ok, majestade… — levantou as mãos em rendição. — Não está mais aqui quem criticou. 
  — Se for apenas isso, volte para sua médica e me deixe em paz. — virou de costas.
  — Somos família e você é meu irmão. — O caçula não ligou para o mau humor do mais velho, entendendo que as coisas com a filha da empregada não estavam indo como gostaria. — Sei que temos um leve defeito de querer o que não podemos ter.
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  — Não a estou obrigando — afirmou o primogênito.
  — Ah, não? — O olhar de tinha traços de sarcasmo.
  — Eu lhe dei duas opções. — suavizou o olhar, sabendo que ambas terminariam em ficando ao seu lado.
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  — Até imagino quais sejam. — O caçula riu baixo, e se espreguiçando sentiu um dolorido em sua costas. — Não vou dispor de mais tempo, você tem uma lua de mel para aproveitar.
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  Ele tentou suavizar o sarcasmo.
  — Verei o Don Magnus no lançamento da coleção da ? — indagou o caçula, lembrando-se do evento para a elite que a amiga organizava.
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  Com os muitos avisos de cuidado com aglomerações por parte do governo, Tommaso não estava disposta a adiar mais e com o apoio dos donos de Toscana, tinha autorização para seu lançamento.
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  — Claro que me verá, e estarei muito bem acompanhado — assegurou .
  — Vejo você amanhã à noite na reunião de Toscana, há coisas acontecendo na China que podem nos preocupar — disse ao lembrar-se dos comentários de a respeito do assunto. — Espero que esteja vendo o noticiário.
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  — Estou avaliando o assunto, sei que pode ser perigoso para os negócios, mas se tivermos que parar o país, será do nosso jeito — disse , certo da forma em que comandaria tal reunião, contendo os chefes das famílias da máfia de todas as regiões da Itália.
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  Por mais que o primogênito tivesse seus pensamentos concentrados na filha da empregada, ele ainda tinha deveres para com a máfia, os quais não podia ignorar. Ao retornar ao escritório, andou até e notou os papeis assinados. Ela havia tomado sua decisão e aceitado o fardo de se casar com ele para proteger quem amava.
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  — Preciso que acredite que eu não quero machucá-la. — Ele girou a cadeira para olhá-la nos olhos. — Só quero uma chance.
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  — Chance para quê? — indagou ela, com seus olhos avermelhados e o rosto molhado pelas lágrimas.
  Por um momento, o primogênito sentiu seu coração apertado por causar aquele curto período de dor a ela, contudo, em sua mente tinha a convicção de que se conseguisse conquistar seu coração, poderia fazer de a mulher mais feliz do mundo. Tocando de leve em seu rosto, ele enxugou suas lágrimas com os dedos.
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  — Amá-la. — Sua voz soou mais suave, porém com uma sutil pitada de desespero. 
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  Era a primeira vez que admitia seus reais sentimentos por ela. Finalmente após cinco anos não querendo aceitar que a admiração pela criança que o salvou do afogamento, tornou-se algo mais forte e profundo pela mulher que estava diante dele. se encolheu um pouco abaixando o rosto, um tanto quanto zonza pelas palavras dele, precisando de forças para lidar com a situação, pois apenas conseguia enxergá-lo como um homem obsessivo, assim como Francesco era para sua mãe.
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  — Senhor Magnus… — ela começou a sussurrar, parecia sentir-se sufocada com a informação. 
  — Não seja formal, diga meu nome, somos casados agora — pediu ele, mantendo a voz branda.
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  Dando um passo para trás, afastou-se dela, olhando-a com atenção. , controlando sua respiração, se forçou a organizar a mente que fervilhava de pensamentos, então, tomou coragem para levantar seu olhar novamente e falar.
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  — Eu amo outra… — iniciou ela.
  — Não termine essa frase! — gritou ele, se enfurecendo.
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  Suas mudanças de humor iam de oito a oitenta em um piscar de olhos. A jovem levantou da cadeira, mesmo se sentindo cansada após tantos dias com aquele vestido, que agora se mostrava sujo e rasgado, precisava fazer o homem voltar a razão. Mesmo que demonstrasse não a ter.
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  — Eu sou apenas a filha da empregada e o senhor é um Magnus, como poderia me amar? — indagou ela, se aproximando dele. — O senhor pode ter qualquer mulher que quiser.
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  O desespero tomou conta da voz dela, que apenas queria não viver aquela realidade.
  — Eu quero você! — gritou ele novamente.
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  Ao segurá-la pelo braço, pressionou-a contra a parede, mantendo seus corpos próximos o suficiente para que pudessem sentir a respiração do outro. O coração de acelerou de imediato, o que a fez sentir medo.
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  — Senhor Magnus… — sussurrou com a voz trêmula, e o olhar amedrontado.
  — Diga meu nome — pediu ele ao encostar seu rosto ao dela, controlando seus impulsos internos. — , apenas diga meu nome.
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  — Por favor… . — Ela fechou os olhos ao senti-lo deslizar seus dedos em seu corpo, e com a voz quase falha. — Você prometeu que não me forçaria a nada.
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  Foram longos minutos de silêncio com ela sentindo a mão de segurando em sua cintura com um leve aperto involuntário. O corpo do primogênito emanava uma intensidade fora do comum, sentida por ela com facilidade, uma alta temperatura os envolvia de uma forma que a assustava. Há quanto tempo ele esperava por esse momento em que finalmente poderia tocá-la sem nenhuma culpa. era uma mulher feita, adulta, e agora, perante a lei, sua esposa.
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  — E não vou. — Ele respirou fundo, e mesmo com uma feroz luta interna, seu lado racional o fez se afastar.
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  — Vai me trancar aqui!? — perguntou ela, receosa pela resposta.
  — Jamais faria isso com você — disse ele, com segurança. 
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  O novo Don Magnus sempre se considerou um homem de princípios, tais quais que o tornavam diferente do pai e dos outros dons da máfia, em todos os aspectos. Assim, caminhou até a porta e abriu-a, logo a silhueta da senhorita Vernice apareceu, trazendo ainda mais lembranças à jovem.
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  — Senhorita Vernice, leve minha esposa ao quarto principal — ordenou ele, voltando seu olhar para . — Descanse.
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  Ela assentiu com a cabeça e então se retirou, sendo guiada pela governanta. Para , adentrar o interior da casa era uma novidade, pois jamais havia passado da cozinha onde se reuniam os empregados, com seu discreto olhar foi passando por cada cômodo observando cada pequeno detalhe. Assim que entrou no quarto principal, com a governanta permanecendo ao lado de fora, seu devaneio de pensamentos foi cortado pelo barulho da porta se fechando.
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  — Não a ouvi trancar a porta — disse a jovem num tom baixo, indo até ela e tocando na maçaneta.
  Seria um tanto esperançoso dizer que ela poderia tentar fugir naquele momento, entretanto, ao abrir a porta se deparou com dois seguranças parados um de cada lado. Mesmo não sendo o escritório, já poderia imaginar que aquele quarto seria o novo cativeiro da mansão, o lugar mais protegido de Toscana.
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  No escritório, o olhar de se voltou para o interior do ambiente, ele sabia que aquele lugar fazia mal para a pessoa que tinha seu coração nas mãos. Não levou minutos até que no impulso de sua frustração por passar a noite de núpcias longe da jovem, o Don, colocou abaixo o ambiente de más lembranças para a família. O que o ajudou assim, descarregar todas as suas energias acumuladas.
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  Na manhã seguinte, despertou de seu profundo sono, sendo recepcionada com um largo sorriso vindo de Liz. Ver um rosto conhecido acolhedor, trouxe a ela uma ponta de esperança. De todas as empregadas da casa, Liz sempre se mostrou a mais simpática e recíproca de todos.
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  — Bom dia, senhora Magnus! — Ela parecia animada com a notícia da nova senhora da casa.
   — Bom dia — disse a jovem, sorrindo de volta.
   levantou-se rapidamente e a abraçou no impulso da emoção por vê-la.
  — É uma surpresa e felicidade vê-la novamente na mansão Magnus — disse a empregada, com certa empolgação. — , você está tão crescida. — Liz manteve o olhar gentil. — E bonita — completou. 
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  — A liberdade fez isso. — Ela soltou um suspiro nostálgico e voltou a atenção a empregada que a olhava com atenção. — Minha mãe, não a vi aqui.
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  Liz silenciou-se, então retornou ao seu trabalho quando sentiu movimentações vindas de fora do quarto. No primeiro momento não entendeu, até que a porta se abriu e a mãe de adentrou o quarto.
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  — Liz, espere lá fora — ordenou Marie com seu olhar altivo e superior.
  — Senhora Magnus. — A jovem ficou estremecida pelo olhar da mulher, que remetia a uma pessoa cruel e rancorosa.
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  — Confesso que fiquei tão feliz quando desapareceu, que até um champanhe estourei, mas a gora… — Marie deu alguns passos até ela. — Estou irritada por ter voltado.
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  A mulher ergueu sua mão e bateu no rosto de a ponto de deixar sua marca. A jovem, por sua vez, se sentiu ainda mais indefesa, pois se lembrava com clareza das muitas vezes que foi alvo dos ataques de vingança dela. Porém, mesmo com medo, ela levantou seu rosto novamente, com os olhos lacrimejando.
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  — Prepotente como sua mãe. — Marie ficou ainda mais furiosa, e ergueu sua mão novamente para descontar sua raiva.
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  — O que pensa que está fazendo? — A voz de soou atrás de sua mãe, enquanto segurava seu pulso com força e frieza. — Como ousa tocar nela?
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  — Me solte, , sou sua mãe. — Maria se debateu para se soltar, porém sem sucesso.
  Logo o filho a arrastou para fora do quarto de forma brusca, quanto mais ela tentava se soltar, mais ele apertava seu pulso com raiva dos atos da mãe.
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  — O que vai fazer? — indagou a mulher, não reconhecendo seu filho. — , vai mesmo machucar sua mãe por causa da filha da empregada? 
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  — Não vou machucá-la, não desta vez. — Ele a soltou, ao jogar seu corpo no sofá. — Sabe meus princípios, mãe, mas vou lhe dar apenas um aviso para não dizer que não fui um cavalheiro.
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  — . — Havia medo e espanto no olhar de Marie, pois não reconhecia o filho.
  — Jamais toque nela novamente. — Seu tom forte e ríspido a fez se encolher. — Senhorita Vernice.
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  — Sim, Don Magnus! — respondeu a mulher prontamente.
  — Minha mãe não tem mais a permissão de entrar nessa casa sem a minha autorização. — Ele olhou para ela. — Estamos entendidos?
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  — Sim, senhor — assentiu a governanta. 
   respirou fundo e retornou ao quarto, encontrou a empregada aguardando por novas ordens do lado de fora, uma ação por precaução. Assim que ele entrou e fechou a porta, caminhou em silêncio até , com o olhar focado em seu rosto marcado.
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  — Perdoe-me por isso — disse num tom baixo e amargurado, erguendo sua mão e tocando com suavidade o rosto da moça na região avermelhada. — Não permitirei que volte a acontecer. 
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  — Está tudo bem. — o olhou, mantendo a distância. — Não foi a primeira vez, como deve saber.
  Por mais que tentasse ser acolhedor e gentil, ela não conseguia sentir nada por ele. Ou pelo menos não se imaginava tendo os sentimentos que ele tanto ansiava.
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  — Não está nada bem. — Ele respirou fundo, para controlar-se, não queria deixá-la mais assustada do que já estava, então, notando que a jovem vestia uma camisa sua: — Mandei que lhe comprassem roupas novas, tem total acesso ao closet.
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  — Me desculpe — sussurrou ela, entendendo sobre o que ele falava.
  — Te espero na mesa do café — disse ele, dando um sorriso bobo, como um homem apaixonado.
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  Ela assentiu. 
  Assim que ele se retirou, soltou um suspiro de alívio, não havia completado nem um mês de seu retorno e o caos já tinha se estabelecido em sua vida. Agora ela estava ligada matrimonialmente a Don Magnus para proteger quem amava, e não imaginava como seriam seus dias a partir dali.
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  As horas se passaram e com o anoitecer, a reunião dos Dons estava a alguns minutos de se iniciar. , com sua pontualidade impecável, já se encontrava no interior da confeitaria Tradizionale, que compunha a rede de padarias e confeitarias mais apreciadas da região, estabelecimento este que pertencia aos Tommaso. se manteve de pé, próximo a vidraça, observando os carros estacionando na rua, enquanto o primogênito manteve seu olhar sério e analítico aos homens que adentraram e se acomodaram pelas cadeiras. 
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  — Boa noite, senhor Magnus, deseja um espresso duplo acompanhado do especial cannoli supreme? — ofereceu a atendente ao se aproximar da mesa que ele sentou.
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  — Mas é claro que ele vai querer — brincou , ao se voltar para eles, com um tom brincalhão — meu irmão agora é um homem casado, não pode beber à noite… Mas pra mim, gostaria de uma taça de vinho branco, Cuspere Mont Blanc 1975.
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  A atendente voltou o olhar para , que mesmo irritado com o comentário do irmão acabou assentindo, principalmente pela parte que enfatizou seu novo estado civil. Logo, a mulher retornou com o pedido e os serviu com precisão, indo até os outros senhores e anotando seus pedidos também. Em poucos movimentos, conferiu as horas no relógio em seu pulso, atraindo a atenção de todos no ambiente.
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  — Cavalheiros, sejam bem-vindos a nossa reunião extraordinária — iniciou o Don Magnus, mantendo a imponência que aprendeu a demonstrar através dos ensinamentos do pai. — Temos um assunto de extrema importância para tratar, todos aqui estão acompanhando as notícias sobre o vírus da China, estive com nossa representante no governo, que me relatou a real situação.
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  — Há rumores que pode se tornar uma pandemia — comentou Alfredo Mancini. — O governo francês tem falado em lockdown. 
  — Faremos o mesmo na Itália, o quanto antes — disse , em tom de comunicado, demonstrando não estar aberto a sugestões.
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  — Don Magnus, e como ficarão nossos negócios? — indagou Rivera intrigado com a estratégia do líder.
  — Este é um vírus que se passa através do contato direto, se faz necessário medidas preventivas mais duras e rápidas — explicou , não importando com opiniões contrárias. — Se formos os primeiros e decretar isolamento social, seremos os primeiros a sair da crise, nossa senadora, Donatella Bernini, afirmou que já temos um grupo de cientistas trabalhando para entender melhor este vírus e encontrar uma vacina eficaz. E quanto aos nossos negócios, a equipe de Lorenzo está sendo treinada para exercer com precisão suas atividades de logística com as devidas precauções à saúde, nossos negócios não serão afetados se atuarmos com ordem e prudência. 
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  — Meus funcionários foram examinados e já estão seguindo os procedimentos de segurança. — Lorenzo Moretti se levantou, direcionando o olhar para Rivera, com firmeza. — Estarei à frente de todos os processos, supervisionando cada detalhe.
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  — Mais alguma dúvida, Rivera? — perguntou , satisfeito com as palavras de Moretti.
  — Me impressiona sua agilidade, desse jeito, poderá correr o risco de negligenciar sua lua de mel. — As palavras de Massimo soaram como provocação.
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  Aquela informação seria apenas divulgada no final da reunião. 
  — Meça suas palavras e não ouse mencionar minha esposa. — se levantou com o olhar transbordando fúria. 
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  O primogênito sabia as formas baixas que Massimo jogava. 
  — Cavalheiros, que tal ponderarmos o assunto e degustar um pouco de vinho?! — acenou para a atendente, que começou a servir as taças vazias de todos. — Exceto para o Don Magnus. — Ele riu de sua própria brincadeira.
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  — Diante de uma notícia tão inesperada, devemos fazer um brinde ao matrimônio de Magnus — disse Marco ao levantar sua taça.
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  O primogênito Tommaso ainda tinha ressentimentos pelo término do noivado de sua irmã, não por , e sim pelas muitas vantagens financeiras que teria com a união.
  — Sim, o casamento é o compromisso mais importante na vida de um Don — concordou Mancini, erguendo sua taça.
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  — Estamos esperando pelo seu agora, Rivera, és o único Don solteiro agora — comentou Gasparri, ao levantar sua taça. 
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  — Em breve, cavalheiros — ele ergueu a taça com um olhar provocativo a —, me juntarei aos senhores.
  — Ao casamento de Don Magnus — disse com seu tom debochado, porém respeitoso.
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  — Ao Don! — disseram todos em coral.
  Após o brinde, ambos os cavalheiros se assentaram e retornaram aos assuntos de urgência.
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Dias depois em Milão…

  — A que se deve a visita do Don de Florença? — A voz de cortou o silêncio que pairava em seu ateliê. — Depois de cinco anos de busca, achei que estivesse desfrutando da lua de mel.
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  O tom amargo foi nítido em sua voz. 
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  A jovem permaneceu com sua atenção voltada para a cadeira em miniatura na qual trabalhava com destreza e cuidado. O lançamento de sua primeira coleção oficial de mobiliário estava agendado para a primeira semana de fevereiro, e Tommaso precisava aproveitar cada segundo dos seus dias até a data. Após vencer seu bloqueio criativo, a luta contra o relógio mostrou-se mais acentuada.
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  — Bom dia pra você também, . — manteve sua postura firme, com as mãos nos bolsos, próximo a porta, observando-a.
  — Bom dia. — Ela manteve a atenção no objeto em suas mãos, no qual fazia o trabalho de lixamento da madeira. — Como está sua esposa? — Soou com sarcasmo.
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  — Quer mesmo falar sobre isso? — indagou , analisando sua forma de ignorá-lo. — Sobre a volta de ?
  — Devo confessar que estou chateada por saber do assunto pelo meu irmão? — desabafou a jovem ao parar o que fazia e olhá-lo. — Você prometeu que não me esconderia mais nada.
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  — Ainda somos melhores amigos? — perguntou ele, de forma estratégica.
  — Sou eu quem deveria perguntar isso. — Ela cruzou os braços, com seriedade. — Não parece feliz para quem está em lua de mel.
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  — O mundo não são flores — comentou ele, de forma enigmática.
   logo soltou uma gargalhada.
  — Vai me dizer que o casamento… Nunca te passou pela cabeça que ela poderia não sentir o mesmo por você? — indagou , obtendo sua resposta através do olhar dele. — sendo .
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  — Podemos falar sobre outra coisa? — pediu ele. — Sobre o que me trouxe aqui.
  — E o que seria? — perguntou ela.
  — Vamos fechar o país começando pela região de Lombardia, e seu lançamento terá que esperar mais alguns meses — respondeu ele, direto e preciso.
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  — Não, não pode fazer isso, sabe o quanto estou me preparando? — questionou ela, em recusa.
  — É para sua segurança, não sabemos o que está por vir, já registramos dois casos com mortes aqui em Milão, então nada de aglomerações — explicou ele.
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   sabia o quanto era importante para a amiga, porém, diante das circunstâncias…
  — Por favor, vários países na América estão se preparando para o carnaval — continuou ela, criando seus argumentos. — Será na próxima semana, não posso cancelar.
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  — Não estamos na América, você pode e vai cancelar. — Mesmo sua voz serena conseguia transmitir o tom de ordem.
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  Não era mais o seu melhor amigo falando, e sim, o Don de Toscana.
  — Hum. — Ela bufou chateada.
  — Obrigado por entender. — Ele piscou de leve, e sorriu com gentileza. — Mais uma coisa.
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  — O quê?! — Ela o olhou.
  — Conversei com Marco e o proibi de continuar usando-a como moeda de troca — contou ele.
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  — te falou algo sobre o assunto? — indagou , surpresa por ainda se importar com sua vida.
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  — Já disse, é a minha melhor amiga, não preciso do para saber o que acontece com você. — Ele voltou seu olhar para a janela do ateliê, focando em que estava do lado de fora esperando. — Tem certeza que ele é uma boa pessoa?
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  — Você ainda se preocupa comigo? — Por isso ela não esperava.
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  — Sempre, Elizabeth Tommaso — respondeu, chamando-a pelo nome completo.
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  — Confio a minha vida a — garantiu ela, certa de sua decisão.
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I don’t care who you are
  Where you’re from
  What you did
  As long as you love me.
  – As Long As You Love Me / Backstreet Boys

Continua

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Lelen
Admin
8 meses atrás

O Giovanni… 🫣🫣🫣
Meu Deus, como que vai ser isso aí com a Clarice? E como será que vai rolar o felizes para sempre desse povo todo?
E o Luigi vem me surpreendendo se mostrando um rapazinho sensato – pelo menos com os outros – até? Adorei ele dando as dicas de como/pra onde fugir HAHAHAHHA
Será que Ally vai fugir mesmo? E por que a pessoa que estava se comunicando com ela parou? Aconteceu alguma coisa? 👀👀
Ansiosa também pra ver a entrada de Vincenzo e Nicolai 🤔🤔

Lelen
Admin
2 meses atrás

AI, EU TÔ COM PENA DO LUIGI, ALGUÉM SALVA ESSE MENINOOOOO ;-;
E a menina fugiu mesmo, bora ver no que isso vai dar e como ela vai voltar HEHEHEHE
E quem era a pessoa mandando as mensagens pra ela, hm?
Será que logo veremos o Giovanni agindo como o cabeça da família? O menino que eu estimei por alguns instantes vai permanecer ou ele vai virar o pai 2.0? (nem sei o que eu espero que ele se torne, porque se ele for um bom rapaz não vou querer desapegar ;-;)
Espero que att chegue logo <3

Lelen
Admin
1 mês atrás

Eu não tava esperando esse término abrupto nesse momento não JASPDNAPOD
Assim, fico até orgulhosa do Giovanni por ele pelo menos se dar ao trabalho de tentar fazer as coisas certas, mas a primeira coisa que me passou pela cabeça foi: TU AINDA NÃO SUPEROU A ALICE? 😂😂 (nem vai, né)
E eu jurava que a Clarice ia dizer pra irmã que ela na verdade estava apaixonada por outro, por isso que ela tava meio “assim” com o casamento com o Giovanni, mas ela continua apaixonadinha por ele ☹️☹️☹️ (ou será se é os dois? 🤔)
E o Luigi tá crescendo na vida e no meu coração HASOIDNADOASNOD Eu toda errada, imaginando que ele não seria bacana o suficiente para se manter calado sobre o “desaparecimento” da Alice, mas o tempo passa e ele continua firme e forte, tô orgulhosa 🥰🥰🥰
Vincenzo tá aí se mostrando ligeiramente na jogada, mas já ganhou pontos porque ele presta atenção aos detalhes. É assim que se faz.

Lelen
Admin
1 mês atrás

Eu tô cada vez mais orgulhosa do Luigi? Nunca pensei que ele seria o minimamente sensato da história, mas tá se saindo super bem HHAHAHAH
E o Vincenzo já todo caidinho pela mana, vai dar ruim aparentemente, mas esperamos um final feliz para o casal porque sim.
Mal posso esperar pelo retorno da Alice e os estragos que ela vai causar HAHAHAH Giovanni foi de parafuso, mas a gente já sabia que ele era um pouquinho instável, né. Vamos ver se vai haver alguma consequência da decisão dele de terminar tudo com Clarice.

Lelen
Admin
24 dias atrás

Apesar do capítulo ser do Vincenzo (parabéns, moço) O LUIGI ME ROUBOU, FALEI.
LUIGI TEM MEU CORAÇÃO (pelo menos até o momento). EU AMO ELE. QUERO PROTEGER ELE DESSE MUNDO CRUEL. GUARDAR ELE NUM POTINHO. ELE É PRECIOSO DEMAIS PRA ESSE MUNDOOOOOO.

Lelen
Admin
15 dias atrás

AI, O SHIPP DE INFÂNCIA SE TORNOU REAAAAAAAAAL <3<3
Confesso que eu tinha esquecido deles (PERDÃO, ROSA E TEO!), mas aí lembrei e ao mesmo tempo que não acreditei, acreditei sim HAHAHAHAH
E O SER HUMANO DO GIOVANNI ME APARECE LOGO EM QUE DIA? DISGRAÇA, TINHA TANTO TEMPO PRA APARECER.
E Luigi segue sendo meu amorzinho HAHAHAHAHAHA

Lelen
Admin
6 dias atrás

Agora tá explicado o caso do Luigi. E ele se mete em encrenca só pra ir ver a Aurora? MININO, TOME JEITO!
Mas agora Luigi tá mostrando que cresceu, né? MAS AINDA QUERO GUARDAR NUM POTINHO E PROTEGER DO MUNDO.
Vamos ver o que Giovanni vai aprontar agora que Alice está de volta na sua vida.

Lelen
Admin
5 horas atrás
  — Amá-la. — Sua voz soou mais suave, porém com uma sutil pitada de desespero. " Read more »

Você vai ter a chance de amar ela, mas ser amado de volta……….

Lelen
Admin
5 horas atrás

A OUSADIA DA VIADA DA MARIE? Alguém vira a mão na cara dela também?
Eu não tava esperando o lockdown da vida real acontecendo na história, mas amei a inserção. O Luigi continua sendo o mais sensato da história.
E a Clarice rindo do Giovanni porque ele não pensou que a Alice poderia não gostar dele de volta… HASDOHSODIIO ESSA AMIZADE AHAHAHAHAH
Ainda bem que Clarice seguiu em frente e que Vincenzo não seja problemático demais e de fato goste dela, a pobre.


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