Entre CEO’s
Capítulo 11
Este capítulo foi escrito por Ray Dias e M-Hobi
Na manhã seguinte, Maya abriu os olhos assustada por sentir um vazio. Ao não encontrar Yoongi ali, sentiu uma sensação estranha. Deu o próprio jeito e se sentou na cama, sentindo-se cansada e ainda um pouco tonta. O relógio na mesinha ali ao lado marcava que ainda era 7 da manhã. No momento em que foi apertar o botão para chamar por alguém, a porta se abriu e Mason entrou, assustando-a.
— Você acordou! — Ele disse firme, vindo até a cama. — Bom dia, Maya.
— Oi, Mase. — Maya se encolheu na cama, esperando ver Yoongi entrar, mas a porta foi fechada por Chae e ela sentiu a decepção bater forte. Os dois também não pareciam nada tranquilos.
— Como você está se sentindo hoje? — Chae foi direta, parando do outro lado.
— Estou bem. Consegui descansar bem.
— Que bom. Porque o que vamos falar para você exige que esteja bem. — Mason não tinha um tom de voz muito tranquilo. — Maya, você sabia que seus exames estavam mais do que alterados e não falou nada?
— Doutor Kun me disse que você não vai às consultas há mais de dois meses, Maya! — Chae reforçou.
— O que é isso? O que você quer com tudo isso? Enlouquecer todo mundo? Jogar no ralo tudo o que nossa família fez por você desde criança? Jogar na porra do lixo os anos que perdi da minha adolescência porque gastava tempo em visitas no hospital?
— Ah claro, agora você vai jogar na minha cara tudo isso? Eu era uma criança, Mason. Não tinha como simplesmente controlar o que nossos pais achavam que você deveria ou não fazer!
— Você é egoísta demais! Você não pensa nem em si mesma, como esperar que pense nos sentimentos dos outros, não é? — Ele passou as mãos no rosto. — Maya, você só tem duas escolhas nessa vida: viver ou morrer. Se você quer se matar, lentamente, do jeito que for, só deixa a gente de fora! Você já é adulta para ficar tendo essas atitudes infantis. Era a atenção do Yoongi que você queria chamar? — fez uma breve pausa. — Porque você sabe que a merda do seu quadro clínico anda lado a lado com o psicológico. E eu não preciso nem de um registro na medicina para apontar isso! Se você quer a atenção dele, para com essa porra de frescura e assume logo. Só não tortura ninguém a sua volta! E eu vou te falar o que ninguém deve ter tido coragem de te dizer ainda: do jeito que você faz, vai só fazer ele querer distância. Ele e todos os outros.
— Cala a boca! — Ela devolveu, enrijecendo-se no lugar. — Não coloca ele no meio disso. Da sua frustração comigo. Se eu já não tenho culpa de ter nascido doente e ocupado a tua preciosa adolescência com isso, ele muito menos! Você não sabe da nossa história, não sabe o que se passa. Não é só você que tem mais contras do que prós em um relacionamento, Mason!
— Ok, não vamos nos exceder. — Chae interveio, antes que Mason aumentasse mais a discussão, vendo Maya contrair-se e empalidecer. Não entendia muito bem o monitor, mas a frequência estava mais rápida. — Por favor. — insistiu com o irmão dela.
— Eu amo você, Maya. Você é minha irmãzinha. Eu pedi você, eu cuidei de você todos os dias desde que nasceu. Mas chegou em um momento em que eu não posso mais me martirizar porque você não quer se cuidar. — O tom de voz abaixou e ele relaxou mais o corpo. — Eu queria que você se desse a mesma importância que nós damos.
— Eu te afastei, a pedido médico, por um tempo indeterminado. Você só vai voltar ao trabalho quando o doutor Kun liberar. — Chae disse, antes que a discussão se prolongasse. — E antes que você se desespere, a turnê foi adiada, assim como o drama. As meninas não querem seguir os shows sem você. Chegamos a conclusão de que seria melhor adiar… E quanto à série, a Netflix bateu o pé, porque eles queriam você. Então é para você se recuperar e aí reagendaremos as gravações.
— Vocês esqueceram a melhor parte. — Yoongi surgiu aos pés da cama e ela se assustou. O sorriso dele foi lançado a Maya de forma calorosa. — Doutor Kun acredita que você irá se recuperar melhor em casa, vivendo uma vida normal. Mas com cuidados e atenção redobrados, ou seja, com uma babá.
— Você deveria agradecer Yoongi, se não fosse ele, eu e Chae teríamos te internado por um mês. — Mason comentou e olhando para Yoongi não deixou de reforçar o que tinha dito antes a ele: — Embora eu ache o que você quer fazer errado e tóxico para os dois. Ela não deveria ser mais mimada do que eu e meus pais já estragamos, Yoongi. Não era para ela ficar feliz usando você de cuidador, era para ela ter um pingo de autorresponsabilidade e se cuidar sozinha, por ela mesma antes de qualquer coisa.
Mason suspirou desgostoso, afinal já tinha dito aquilo para o idol, que mesmo assim, quis sacrificar o tempo e rotina pela sua irmã. Maya olhou do irmão para Yoongi outra vez.
— Eu prometi que seria sua babá, não prometi?
Ela sorriu tímida, com um riso nasalado.
— Hoje à noite você terá alta e irá para casa. — Chae disse meio incerta, olhando para Yoongi. — Ou, se quiser, pode ir com Yoongi para Los Angeles. Já que ele vai assumir a bronca.
— Vou deixar vocês discutirem essa parte enquanto acerto algumas coisas. — Mason beijou May, carinhoso, e saiu, chamando por Chae.
— Los Angeles? — Ela perguntou a Yoongi quando viu a porta se fechar.
— Sim, o que acha? Eu posso cancelar minha ida, mas acho que seria legal e bom para você ir para outro lugar.
— Deixa eu adivinhar… Basquete?
— Também. Mas tem outra coisa que estou indo fazer e… acho que você vai gostar.
Maya não relutou muito ou fez qualquer cerimônia. Acertaram os detalhes e iriam direto do hospital para o aeroporto, com a deixa da equipe médica, claro.
Yoongi a ajudou tomar banho, até escovou os cabelos dela, cuidando de tudo, inclusive de motivos para ela rir. Ainda na parte da manhã, Taehyung chegou com Jimin, depois Seokjin e todos os outros amigos mais próximos. Na presença de Mason, ela não ficava muito à vontade, porque voltava a refletir todo o desabafo do irmão.
E quando Yoongi disse que iria resolver as questões da viagem na empresa, tudo ficou mais apático para ela, que ficou na companhia de Mason e o notebook dele de trabalho.
— O ator está aí. Eunwoo. Você quer vê-lo? — Mason atendeu o telefone e perguntou a ela antes de autorizar.
— Eunwoo? — Ele assentiu e ela levou um tempo pensando. Não queria vê-lo porque não saberia como agir, o que dizer, como fazer. Como diria a ele que estava indo para Los Angeles se cuidar, com Yoongi? — Melhor não. Diga que estou indisposta.
•••
ainda aguardava a enfermeira lhe dizer se podia subir ou não, pra ver Maya.
— D’Blanco?
Ela olhou para trás, e viu uma médica parada a observando curiosa, com as mãos nos bolsos do jaleco. Ao vê-la a mulher sorriu e levou as mãos à boca, chocada.
— É você mesma! — A mulher então se aproximou mais e demorou um pouco para a reconhecer.
— Le Yin? — se aproximou surpresa — Meu Deus! Não acredito! Le Yin é você mesma!
a abraçou e as duas sorriam animadas.
— Achei que você não voltaria para a Coreia!
— Eu voltei sim… Minha nossa, ! As enfermeiras disseram que ontem a noite você esteve aqui na ala VIP, mas eu não acreditei!
— É, eu… estou tentando ver uma pessoa… Mas, me conta! Há quanto tempo está aqui!?
— Desde que a nossa residência encerrou. Você foi embora depois do exame nacional, e eu fiquei um tempo lá na Espanha, mas, acabei voltando. Meu pai ficou doente.
— Entendo… Sinto muito por isso. Seu pai…?
— Faleceu. — Le Yin explicou com tom triste.
— Sinto muito. — desejou e mudou o assunto rapidamente: — E você se tornou mesmo cardiologista! — Ela leu o jaleco da amiga, e seus olhos brilharam.
— Sim! Eu consegui… — Le Yin gargalhou.
— Lembro do Brad dizendo que você seria aquela que cura os corações feridos… Ele acertou não é?
Le Yin riu sem graça:
— Eu me casei com ele.
— O que!? O Brad…? — levu a mão à boca em choque, e logo as duas começaram a rir de novo — Você é uma fast food agora!?
— É pois é… Senhora McDonald. — Le Yin riu por ela lembrar da velha piada dos amigos para seu marido — Ele se tornou cirurgião plástico, eu cardiologista… Mas, ele veio atrás de mim então, não poderia deixar passar não é?
— Aquela implicância toda realmente tinha algo… — sorriu nostálgica e curiosa perguntou: — Você sabia que eu estava na Coreia este tempo todo?
— Sim… — a médica lhe contou sem graça — Foi você que me fez ler uma Forbes na vida, quando anunciaram sua tomada de direção nas empresas da sua família… , você… Simplesmente saiu do hospital sem se despedir de ninguém, uma semana depois as notícias diziam sobre os negócios… Eu achei que você não ia querer contato antigo. Apesar disso, eu fui na sua galeria…
— Le Yin… Eu nunca deixaria de falar com você! Você foi minha melhor amiga, minha parceira de caos hospitalares! Uma personagem importante na minha vida… — se aproximou abraçando ela — Quando você for na galeria de novo, eu faço questão de te receber!
— Claro! Quando você quiser! A gente precisa tomar um café juntas e pôr as fofocas em dia!
tirou um cartão pessoal de sua bolsa e a entregou.
— Uma médica é mais ocupada do que eu, seus horários são mais intensos, então, quando você puder e quiser me diga, e eu paro tudo para encontrar uma velha amiga!
As duas seguravam suas mãos carinhosas, saudosas e até emocionadas com o reencontro.
— Bem, eu irei avisar! Pode ter certeza! Mas… tenho um paciente pra ver agora, preciso ir!
— Claro! Até mais, senhora McDonald! — sorriu e a outra também, logo caminhando acenando.
continuou estupefata por encontrar a amiga do passado. Por mais que Le Yin tivesse raízes coreanas, não achou que ela largaria a Espanha e o super hospital de excelência em que trabalharam.
Chae estava a observando sorrir quando desceu e encontrou a mulher parada risonha. parecia radiante, então ela se aproximou amigável.
— Uau! Você parece feliz!
— Chae!
— Senhorita, desculpa mas, o telefone não está sendo atendido, eu vou pessoalmente ver se pode subir, me aguarde por favor. — A enfermeira retornou a atenção para , ainda pendurada no telefone na recepção.
— Ela pode! — Chae garantiu à funcionária.
— É o protocolo do Sr. Cafrey, Senhorita… — A enfermeira falou para as duas, visivelmente sem graça. Recebeu ordens expressas do Mason para anunciar toda e qualquer visita à irmã, para ele primeiro.
— Imagine! Tudo bem! Pode ir, eu aguardo! — comentou com a mulher.
— Bom dia, enfim, . — Chae disse assim que ficaram só as duas — Bem, então veio visitar a irresponsável da Maya?
— O quadro dela é mesmo preocupante. Mas, como ela está?
— Agora bem. Yoongi retornou para passar a mão na cabeça dela, apesar de Mason e eu temos lavado a cara dela! Isso inclusive me preocupa. Yoongi não controla Maya… Era melhor ela ficar internada.
— E não vai?
— Vai para casa, ou para Los Angeles com ele. Mais provavelmente, Los Angeles. Ela não vai escolher ficar em casa…
assentiu achando estranho aquele tipo de viagem quando ela deveria repousar e estabilizar os níveis glicêmicos e hormonais.
— Então, ela está com o Yoongi? — Chae assentiu — Ah, já que tive notícias por você, eu vou pra casa então. Depois passe meu recado para ela agradecendo as lindas flores que recebi, e meus desejos de melhoras rápidas.
— Espera um pouco. Eles descem logo, suponho, e você poderá ver a May antes de ela viajar.
— Imagine. Não tem necessidade de incomodá-la! Eu só queria saber se ela está bem, prestar solidariedade… — falou e notou que a enfermeira não havia retornado. —Já está de saída?
— Vou só aguardar o Yoongi para saber a decisão dela. Por que?
— Avise a enfermeira por favor, que eu precisei ir, que a desculpo e agradeço a atenção?
— Claro! — Chae riu nasalado constatando: — Você parece mesmo ser alguém que pensa nos outros… Sempre tão empática!
— Imagina Chae… Ser gentil é uma obrigação. — deu beijinhos no rosto dela — Vou indo, até mais!
E sob acenos, colocou sua bolsa no cotovelo e se virou para saída do estacionamento, indo embora.
Iria para a galeria, mas recebeu informações de Hiro que os curadores estavam apenas catalogando as artes do galpão, e não precisava dela estar lá, então ela foi pra casa. Pediu a Nari pra preparar um almoço caseiro caprichado, e informou no grupo dos primos:
Grupo Los D’Blancos Rebeldes:
: Rafael e Luna, acho muito bom largarem esse campo de golfe e virem almoçar! Eu estou em casa por causa de vocês e pedi à Nari para preparar um almoço bem gostoso!
Rafael: Qual o cardápio? Vai ter sobremesa?
Luna: Já estamos voltando ! Lógico que a gente quer detalhes de ontem! Hehehe
Carlos: Inveja de vocês reunidos!
: Esquece Luna! Nosso papo não vai ser nada sobre aventuras sexuais, e sim, sobre essa merda que vocês vieram jogar no ventilador!
Rafael: Você não veio com a gente porque não quis, Carlitos…
Carlos: Se eu saio daqui agora, quando volto a diretoria foi para outro. ‘Tô me esforçando para segurar o meu cargo, e você dona , faz o favor de resolver isso com o tio Juan! Pare de ser rebelde, isso nunca deu certo pra você, já sabe o seu lugar! A coisa está séria aqui! O Tio Juan vai ficar meses fora! Isso já é certo!
: Vete al carajo, Carlitos!
Carlos: Atenta-se! Me xingar não vai resolver!
deixou o celular de lado, e foi para a cozinha ver o que Nari estava preparando. Depois de chegarem e almoçarem, os primos iam para a varanda frontal, conversar sobre tudo, quando Nari informou que Lauren dissera para entrar em reunião com o pai imediatamente. Ela seguiu para o escritório, com Rafael, Luna e Zyah em seu encalço. Os primos ficaram calados no sofá ouvindo a reunião que ela iniciava por notebook com o pai em sua mesa.
— Tu bendición Papa!
— Bendecido! — Ele disse retirando os óculos — Aqueles chupamedias dos seus primos já estão aí, não é!? O que Rafael lhe disse?
— Eles não são puxa-sacos, papa! Só vieram me visitar, o que eles teriam a me dizer?
— Você não marcou uma reunião comigo no mesmo momento em que teu primo Carlos fica farejando as coisas, por coincidência, ! Você já sabe de alguma coisa! Então pergunte logo!
— Por que vai se afastar? — Ela perguntou direta como o pai desejava que fosse.
Juan suspirou descontente por ela saber as coisas daquele modo, distante e de repente.
— Onde eles estão? Os seus primos.
— Na sala.
— E eu sou o novo rei da Espanha! — Juan afirmou desconfiado à filha.
— Se não acredita por que pergunta, papa?
— Pois saibam os dois, aliás, os três, que a informação é confidencial! Rafael, Luna, se tu padre Miguel souber disso antes do meu anúncio, eu irei me certificar de acabar com todas suas regalias! — Juan declarou alto como se soubesse que os sobrinhos lhe ouviam, embora ele não os visse.
— Papa! Diga logo. O que está havendo!?
— Tu Papa, terá que fazer uma cirurgia de coração. Mas não podemos deixar a causa sair na mídia, nem mesmo entre os acionistas! Portanto, estou dizendo que quero tirar férias prolongadas como uma espécie de já nomeação sua à presidência.
— Uma cirurgia…? — se sentiu aflita.
— Aurora lhe explica melhor depois, … Não entendo essas coisas médicas! Mas, já que sabe agora, pode me informar quando posso marcar o seu casamento e com quem?
— O senhor vai me nomear sem um casamento! Eu já disse isso!
— Mi hija… — Juan suspirou — Se não for agora, o Carlos ficará no seu lugar! Ramirez está com a maioria dos votos entre os acionistas por essa decisão! O fato de ser uma mulher e solteira… — suspirou tentando ser persuasivo — Está além do meu desejo e honra de vê-la delegar nosso sucesso à base de uma construção familiar também, !
— Eu não vou aceitar isso. Papa, tem que ficar ao meu lado!
— Eu estou! Mas esse capricho seu não posso garantir! Você sabe disso! Depois que for nomeada é diferente, ! Mas sabe que sempre há uma erva daninha mal intencionada em dar a volta em um jogo tão importante assim!
— O senhor nunca esteve realmente do meu lado. Os meus “caprichos” — disse com ironia e raiva — só foram concedidos diante concessões que lhe favoreciam!
— Hija… Eu sei que você não quer um casamento de conveniência, sei que deseja se apaixonar e essas coisas… Mas, afora que estamos na nossa atual posição você tem duas opções: casar-se nem que seja com o Rafael por fachada, ou abrir mão de tudo para o Carlos.
— Ou ir pessoalmente em cada acionista mudar os votos deles. — deu uma terceira alternativa.
— Não seja ingênua. Nessa situação, mesmo que todos te prometam o voto, no fim, quem sai como nomeado por mim, presidente interino é o Carlos.
se jogou na cadeira do escritório escondendo o rosto.
— Pois então… Talvez seja bom o senhor e Carlitos se acostumarem a ideia de que eu vá mandar tudo para o inferno!
— É isso mesmo o que você quer? Depois de tudo o que fez e passou? — O pai dela perguntou sério e astucioso.
virou o rosto para o outro lado, evitando olhar a figura de seu pai na tela do notebook e ouviu o mais velho lhe dizer:
— Se você realmente sacrificou seus sonhos pela empresa de nossa família, então vai aceitar a proposta de algum pretendente, ou até mesmo tornar esse seu casinho um casamento. Depois que for presidente, se quiser mesmo me dar esse desgosto, você descasa.
O pai desligou a chamada e ela bufou.
— Vocês ainda não estavam se falando bem desde Jeju, não é? — Rafael perguntou logo que a prima fechou a tela do notebook.
— Também pudera. — Luna se intrometeu — O machismo do tio Juan é insuportável para a … Mas, enfim… Prima, o que vai fazer?
— Por que não tenta? — Rafael simplificou o pensamento — Bancar o divórcio depois, não deve ser tão ruim quanto bancar a presidência saindo de suas mãos, depois de ser arrancada do hospital daquele jeito…
se levantou olhando pela enorme janela de vidro do seu escritório, à toda a vista verde do paisagismo de sua mansão.
— Prima, se esse seu caso… — Luna mencionou — Enfim, se você propor a ele… Aliás, ele está apaixonado não é? E se…
— Se casaria com alguém que te ama, mas você não ama por um ato assim tão egoísta, Luna!? — A prima vociferou e a outra negou constrangida.
Rafael se levantou dizendo:
— Bem, então vamos tornar a novela mexicana uma novela espanhola. Você casa com alguém que não ama e não te ama também, ou casa com o Asensio que vai se separar de qualquer jeito, ou casa com um homem que te ama e aprende a amar ele igual o teu pai e tua mãe.
— Ou joga tudo no colo do Carlos, e vive do teu sonho. — Luna adicionou.
Rafael encarou a irmã cortante:
— Cala a boca Luna!
Em seguida, Rafael direcionou a prima para a sala de TV da casa a fim de tentar assistir um filme, mas não conseguia se distrair. Então ela foi à própria varanda com o celular na mão, tentando pensar no que faria. Em todo caso, terminar com Taehyung lhe parecia o mais certo.
•••
Ao chegar da noite, Maya estava pronta e ouvia os mesmos discursos de Mason, à espera do carro que a levaria direto para o aeroporto. Yoongi a encontraria lá, devido a formalidade de aparecer publicamente em Incheon para a viagem.
Ao ter seu celular em mãos novamente, Maya pôde ler as milhares de mensagens, dando maior atenção ao que Eunwoo lhe enviou.
Mensagem de Cha Eunwoo: Oi! Espero que você esteja bem. ‘Tô extremamente preocupado com a sua recuperação… E me sentindo culpado porque não fiz você comer direito, não cuidei de você como deveria ☹ Já tô sabendo que vai para Los Angeles com o Yoongi e adianto que não estou chateado, May. Não com você, mas comigo… Sempre vou te desejar toda felicidade do mundo. E saiba que não irei desistir tão fácil! Fica bem, se cuida e volta logo ❤
Bloqueou a tela, pensativa.
— O que foi? — Chae surgiu ao lado dela.
— Não sei. De repente eu ‘tô repensando se é ou não certo ir com Yoongi. — suspirou, olhando para o celular de novo.
— E o que te faria não ir? May, o que te impede de verdade de deixar ele ficar na sua vida?
— O medo de nos descobrirem. Não quero que nossa relação seja arrebentada porque as pessoas não acham que devemos ficar juntos… Porque a fulana lá de Londres, de 15 anos, acha que ele é o marido dela. — revirou os olhos. — Eu tenho medo de não aguentar a pressão, Chae. E o Yoongi merece alguém que enfrente tudo com todas as forças.
Chae a segurou pelos ombros, sendo séria.
— O Yoongi precisa de você, Maya. Só isso. Sabe o que ele ia cancelar para ficar aqui com você? Uma campanha com a Valentino e GQ. Aparição na NBA. Trabalhos importantes! — deu um meio sorriso. — ‘Tá pra nascer alguém que te ame mais do que ele. Você só precisa aceitar esse amor. Ele se apaixonou na May que conhece, não numa utopia criada pelos outros.
— E o que eu faço com essa insegurança?
— Entrega pra ele. — Chae se afastou, estendendo a mão para que Maya se apoiasse para levantar. Depois de colocá-la na cadeira de rodas, seguiram para o elevador.
Durante todo o do hospital até Incheon, Maya sentiu borboletas no estômago, ficando cada segundo mais ansiosa para uma viagem não planejada, mas que parecia algo organizado há tempo.
— Amanhã a Hybe soltará uma nota para explicar tudo. Espere dois dias e aí faça uma publicação simples no instagram. Aguarde as instruções, ok?
Maya acatou às observações da staff quando chegaram no embarque, entrando com o carro diretamente na pista de decolagem. Notou a movimentação de seguranças, porém seu corpo reagiu hesitante automaticamente.
— Aproveite. Você não tira um descanso tem tempo… Não é a forma que eu queria que fosse, mas às vezes há males que vem para o bem. — Chae tocou em sua mão, colocada no banco, e fez uma carícia para tranquilizá-la.
Maya não reparou, estava um pouco lenta ainda de toda a medicação, e levou um pequeno susto quando a porta do seu lado foi aberta.
Ver o sorriso de Yoongi lhe acalmou, porém.
— Oi, neném. — Ele disse, e sorriu para Chae também. — Oi, Chae.
— Achei que chegaria antes de você.
— Você sabe que eu não demoro lá na frente. E tinha um bom motivo para estar logo aqui… — se agachou, passando os braços por baixo do corpo dela para pegá-la no colo. — Vem, já está tudo pronto.
Yoongi a levou no colo.
— Estou gostando desse novo ritmo em que você me leva pra cima e para baixo no colo… — flertou com ele, tocando no “rabinho e cavalo” que tinha pela parte do cabelo preso.
— Agora eu sou um homem tatuado e que faz academia regularmente. Precisava de um charme a mais, não é?
— Não sei pra quem.
Yoongi riu da ironia, subindo a escada. Entrando no jatinho, Maya deixou o queixo cair, totalmente surpresa.
— Seu irmão pediu que deixassem tudo organizado como um ambiente prático para você. E exigiu uma equipe médica… — explicou, dirigindo-se para a porta que levava a uma “suíte”. — Então temos uma médica indicada pelo doutor Kun e um enfermeiro.
— Você está mesmo disposto… uau.
— Claro! — Yoongi a colocou na poltrona ao lado da cama com cuidado. — Tenho meu objetivo de herdar tudo isso daqui… Uma frota de 3 jatinhos… — brincou, rindo e beijando-a na testa.
— Besta…
— Eu vou ver se a Chae se perdeu e já volto. Depois que decolarmos, vamos para a cama.
— Okay!
Chae foi atrás, levando a mala de mão de Maya com os pertences e observações hospitalares. Até mesmo ela se surpreendeu quando entrou no jatinho da Cafrey’s Inc e viu tudo arrumado e a equipe toda com mais do que a comissária de bordo.
— Foi coisa do Mason. Ok? — Yoongi surgiu pela porta, assustando ela.
— Eu sei que você pediu… — Ela estreitou o olhar pra ele, que ergueu a mão em rendição. — Você tem certeza mesmo, Yoongi?
— Chae, confia em mim. De duas, uma: ou eu e Maya damos certo de vez ou o contrário. E não, eu não estou fazendo disso um experimento. Realmente quero ela comigo, quero cuidar dela.
— Sempre vou torcer pela primeira opção. Mas a minha preocupação é que… — entortou os lábios, procurando as melhores palavras. — Ela pode estar finalmente caindo em si, Yoongi, só que ela é como uma tartaruga. Se se sentir ameaçada vai se enfiar dentro da casca e não haverá quem tire.
— Não subestime a minha capacidade de não desistir. Se eu não desisti dela até hoje, não vai ser agora. A Maya é… meu motivo de comoção, Chae, e cuidar dela nesse momento é o mínimo que posso fazer para retribuir todas as vezes que ela cuidou de mim.
Chae assentiu, convencida e ainda preocupada.
— Dentro dessa mala tem uma maletinha com todos os medicamentos e instruções. A dieta dela tambem está aí. Yoongi, ela tem que comer exatamente do jeito que a nutricionista montou, ok?
— Sim, senhora.
— Bem, você pode me ligar se precisar. E, por favor, não deixe ela trabalhar. Nada. Absolutamente nada, ok?
— Pode deixar! — bateu continência.
Se despediram e ela foi embora. Yoongi retornou para Maya e não saiu mais do seu lado, deitando junto dela na cama, até que fosse aconselhado sentarem na poltrona para a aterrisagem. Todos os cuidados ficaram por conta dele.
•••
acordou antes dos primos, pegou o carro rumo ao aeroporto particular pra pegar o jatinho.
— Não vai mesmo chamar seus primos? — Sua governanta de confiança e amiga, perguntou preocupada.
— Eles não pretendem voltar para Madrid agora, Nari. Eu retorno no máximo amanhã à noite, avise a eles ok?
Saiu apressada arrumada e com uma pequena mala, além da bolsa de mão.
Quando Rafael e Luna acordaram, Nari lhes avisou da repetina viagem de e os dois ficaram preocupados de que a prima tenha ido fazer o que disse: pedir de acionista a acionista, seus apoios.
Algumas horas de vôo depois, ela estava entrando na casa dos pais, os pegando de surpresa. Juan e Aurora se assustaram, perguntaram o que houve e ela disse que havia ido conversar pessoalmente com o médico do seu pai para entender o que havia de errado.
— Querida, eu ia lhe explicar, não precisava se preocupar. — Aurora, sua mãe, disse.
— Não sei se não devo me preocupar mamãe, não é só a angina na aorta dele que preocupa ao Dr. Suárez e eu, mas o problema na válvula também.
— O Dr. Suárez não vai operar a válvula agora. A angina é mais urgente, e eu preciso… — Juan falava calmo, mas foi interrompido pela filha.
— Diminuir seu fluxo de atividades. Ele já me explicou tudo, papa.
— Mas é bom que veio resolver as coisas da empresa, .
— Não vim por isso, vim porque fiquei preocupada com o senhor. — Os dois se abraçaram como se tivessem feito as pazes .
soube que o quadro de estresse poderia agravar muito no pré e pós operatório do seu pai, contradições deveriam ser evitadas. Ela decidiu não falar de trabalho ainda. Foi tomar banho, almoçar com eles e depois sim, ela disse o que estava pensando:
— Diante do seu quadro… Eu entendi que seu afastamento por mais que seja datado, pode não ter retorno no tempo esperado. O senhor pode até mesmo não voltar para o comando da empresa dependendo do resultado da cirurgia…
— Filha, nós não queríamos te preocupar, e também… — Aurora olhou incerta, ao marido do seu lado antes de continuar a falar. Eles estavam sentados na sala da suntuosa mansão D’Blanco, e igualmente sentada de frente para eles, atenta — Eu andei conversando com seu pai. Por mais que nos doa, se a sua vontade não é assumir o comando da empresa, nós iremos apoiar também a candidatura do Carlinhos. Entre seus primos é o mais preparado, apesar de ele não querer essa responsabilidade.
pegou na mão da mãe e sorriu ao dizer:
— Eu não passei por tudo à toa mamãe. Meu orgulho me fere só de pensar em desistir sem tentar. Eu não quero abrir mão da corporação, porque isso seria jogar todo meu esforço no lixo…
— Mas e a sua felicidade? — A mãe perguntou preocupada com aquilo, como nunca antes esteve.
Em todas as outras vezes que precisou abrir mão dos próprios desejos pelos “assuntos da família”, Aurora esteve ao lado dela a consolando, e ao lado do marido apoiando as decisões dele. Ela acreditava que era o melhor para a filha, já que na visão da mãe, era uma menina romântica e sonhadora demais que ainda não havia entendido o peso de seu sobrenome. Porém, dessa vez, Aurora lembrou-se de como casou-se com Juan sem amá-lo, e mesmo que com os dois tenha dado muito certo, ela pensava que não gostaria que a filha passasse pelo mesmo medo do incerto, como ela passou. Além disso, dar à as galerias de arte da Fundação D’Blanco, para que ela gerisse, e o apoio para que a filha desenvolvesse mais a paixão pela arte, ainda não haviam sido o suficiente para livrar Aurora da culpa em ter, junto com o marido, rompido o sonho de medicina da herdeira. Então, Aurora estava, diante de toda aquela situação, tentando como nunca, apoiar que a decisão da filha dessa vez fosse tomada por ela mesma.
— Não tenho isso há tempos mamãe, não da forma como eu achava que deveria ser… — falou decidida: — Eu aprendi a sobreviver com uma felicidade construída de outro jeito. Não vai ser diferente agora.
— Sua mãe me falou que talvez o casamento por amor, seja a única coisa que você ainda pode garantir a si mesma, . — Juan comentou e afirmou: — Então não quero tirar isso de você. Sua mãe e eu temos uma proposta.
Os dois se olharam e arqueou a sobrancelha.
— Você se casa por um ano com um dos nomes que iremos indicar. Um casamento de conveniência e depois de um ano, o contrato de casamento é anulado, e você se divorcia. Depois de um ano você já vai ter sido a presidente e trabalhado para provar seu valor. Sua vida particular não vai importar, isso se todos acreditarem que o casamento é real e não um acordo. Por isso, achamos que se casar com Asensio seja melhor, vocês são amigos, vai ser mais fácil fingir.
— Asensio realmente gosta de mim, papa. Não vou usar alguém com sentimentos reais. E por isso, eu não vou propor essa loucura ao Taehyung, o rapaz que estou conhecendo. Porque ele também já me disse que está apaixonado. Se for para me casar com alguém que me ame, que seja por eu amar de volta. Não quero usar os sentimentos de ninguém. Ainda mais assim… Friamente.
Os pais se alarmaram com as coisas que ela disse, mas entenderam que ela ainda não correspondia ao rapaz com quem estava se envolvendo. Até acharam justo e digno a maneira dela de não se aproveitar de situações.
— Bom, nesse caso… Seu pai e eu imaginamos que diria não para o Asensio. Mas, temos um nome.
— A outra opção é que seja alguém do meio dos negócios. Os acionistas souberam que Cafrey e eu falamos sobre apresentar nossos filhos e… Digamos que será ótimo para você e para a empresa se Mason Cafrey aceitasse se casar contigo.
arregalou os olhos um tanto preocupada com aquilo. Não bastava o esforço ela não poderia ao menos contratar um ator qualquer?
— Papa, isso não depende apenas de mim. Posso tentar conhecê-lo, mas…
— Conquiste ele. Mason é conhecido por não se envolver publicamente com mulheres há algum tempo, desde sua última relação. Sei que vocês podem ter mais do que parece, em comum. Além disso, você sempre foi teimosa e fadada a desafios complexos. Encare como um grande desafio. — Juan sorriu travesso e arqueou a sobrancelha de um modo quase mafioso — Seduzir e conquistar o coração de Mason Cafrey!
— Juan! — Aurora deu um tapinha no ombro do marido — Que jeito mais… Oras, parece um consiglière da máfia! não é este tipo de mulher!
— Obrigada por cortar as asinhas do senhor Corleone aí… — riu e respondeu ao pai de modo assertiva: — Ele não é idiota, Papa. E eu não vou ser tão baixa assim! Falarei com o Mason sobre minhas aspirações de forma clara e tácita. Ele é um homem prático, e… — se lembrou da breve conversa deles no hospital e da sugestão que Mason havia dado — E… Talvez possamos ter os mesmos interesses.
— O importante é você ser convincente. — Juan declarou dando de ombros e terminando de tomar seu chá. — Depois de um ano pode se divorciar, mas se eu te nomear presidente, filha, dentro de todo o decoro que os acionistas exigem de você pela imagem da empresa também… Então não poderá voltar atrás. Por isso, quero que pense bem. A sua chance de realmente jogar tudo para o alto é agora…
O telefone tocou e uma empregada veio chamar Juan. Ficaram sós, e sua mãe.
— Seu pai está arrasado com a ideia de você não ser a sucessora de tudo o que ele fez e construiu, mas depois desse diagnóstico, a culpa pela cobrança sobre você foi maior. A nós dois, aliás.
pegou a mão da mãe, a beijando:
— Eu vou suceder o papa, mami.
Juan retornou do escritório com uma expressão de total surpresa.
— O que houve? — perguntou ao ver o pai lhe encarando surpreso.
— … Você… Você conheceu o Mason?
— Era ele ao telefone? — Ela arregalou os olhos em surpresa.
— O pai dele. Muito feliz e satisfeito de saber que vocês dois se encontraram, que Mason visitou sua galeria, e que vocês marcaram inclusive um café para se conhecerem melhor!
ficou pálida de novo. Não era possível que Mason tivesse ido na Gaya, e ainda tenha dito ao pai que eles marcaram um café.
— Foi uma coincidência, eu acho… Conheço a irmã dele.
— Coincidência? Ele disse que o Mason foi até lá justamente pra te encontrar! — Juan declarou com as mãos na cintura, tão curioso quanto lhe parecia a filha e a esposa.
— ?
— Mami… Ele e eu nos encontramos por acaso, mas…
sentiu que os pés perdiam o chão. Então, o que Mason pretendia? Notando a surpresa da filha, Aurora mudou o assunto:
— Bem, você precisa pensar pelo visto sobre como vai propor a ele um casamento, ou… Sobre como aceitará uma proposta dele. Ele parece ter ido a você bem direcionado.
— Mas quando ele foi à Gaya? — franzia o cenho tentando imaginar como havia perdido aquela informação.
— O que Mason disse a você quando se viram? Que ocasião foi esta? — Juan perguntou curioso.
— Nada! Nós não conversamos sobre nada disso… Nos encontramos por acaso, devido a Maya e… Olha… Eu aceito sua solução, papa. Só quero que o senhor fique bem de saúde, ok? Irei resolver isso e tentar primeiro, falar a respeito com o Cafrey antes de qualquer passo ser dado.
Juan sorriu. Ele a abraçou de novo prometendo que não a deixaria mais infeliz do que já fez a vida toda. Que aquela, seria a última vez que ela teria de escolher, e que ela futuramente se casaria com quem realmente quisesse. Só teria de suportar um ano.
— Vou anunciar seu nome para os votos em alguns meses. Minha cirurgia está marcada para daqui três meses. Até lá, vou trabalhar em casa com a sua ajuda, é claro. Mas pode ficar na Coreia. O que te peço é que crie um rumor de relacionamento real, para daqui há três meses anunciarmos o seu casamento e sua nomeação.
— Serei eficaz e rápida neste assunto.
retornou de madrugada para Coreia.
Na manhã seguinte, ela ainda não tinha chego quando o Taehyung surgiu de surpresa em sua casa, e o rapaz foi recebido por Nari.
— Desculpe aparecer assim, ahjumma, é que ela não responde minhas ligações e mensagens desde ontem.
— A senhorita D’Blanco viajou ontem para Madrid. Retorna até a noite de hoje, senhor Kim.
Luna e Rafael chegaram na sala prontos a irem para a piscina e viram Tae. Nari os apresentou, e Taehyung até tentou ir embora, mas Luna insistiu que ele ficasse com eles, almoçassem e assim se conhecessem. E ele ficou. Se divertiu muito com as histórias dos primos dela, ficou orgulhoso quando Luna disse que era o primeiro “casinho” da que eles conheciam desde seu último namorado, e que era também o amor de sua vida na época. Mas, aquilo também deixou Taehyung um pouco incomodado.
chegou em casa bem no momento em que eles conversavam, e se surpreendeu pela presença de Taehyung ali. Estava tudo errado! Que droga!
— Taehyung? — Ela perguntou surpresa, parada diante dos três enquanto uma das empregadas levava a mala dela para sua suíte.
— ! AH, eu…
— Ele veio te ver, prima! E nós não deixamos que o coitado fosse embora! — Luna falou risonha, atropelando a explicação de Tae.
Taehyung se levantou do sofá e caminhou apreensivo até , falando baixinho ao parar de frente para ela e pegar em sua mão.
— Me desculpe, eu não imaginei que eles ainda estariam aqui e como você não me deu notícias desde ontem, fiquei preocupado.
— Tudo bem. — sorriu simples e apertou a mão dele, sentindo o homem tenso, ela o puxou para um abraço e selou seu lábios em um beijo rápido — É bom te ver. E eu sei o quanto esses gêmeos são ardilosos.
— Não sei porque nos esconder do rapaz! — Rafael se intrometeu com um sorriso cretino nos lábios ao dizer — Só porque sabemos de todo o seu passado?
— Cala a boca, Rafael. — riu revirando os olhos e se aproximou dos primos de mãos dadas com Tae. — Já que raptaram ele, façam sala até eu voltar. Preciso tomar um banho e comer algo após a viagem.
— Está tudo bem? Você me parece apática. — Taehyung perguntou segurando o rosto dela de modo carinhoso, Luna e Rafael se entreolharam segurando um risinho.
— Assuntos da família podem sugar minha energia com mais frequência do que parece, lindinho. Mas, não vamos falar de nada disso. Quero descansar.
— Vou perguntar a Nari se posso preparar aquele sanduíche para você! — Taehyung comentou sorrindo e puxando ela pela cintura, beijando-a rápido e saindo pela casa à vontade.
Luna e Rafael ficaram encarando aos dois, segurando o riso e a língua. Logo que parou de observar o caminho feito por Taehyung e voltou o olhar aos primos, deparou-se com a expressão jocosa deles.
— Os dois. Calados. — advertiu ela — Vocês gêmeos, são o meu carma! Não é possível! Depois falaremos dessa ousadia de cercarem o garoto desse jeito!
— Ele não é qualquer garoto pelo visto. — Rafael comentou.
— Bem, veja o lado bom prima. Você pode resolver a sua situação da melhor forma com a ajuda dele. — Luna bateu palminhas animada.
suspirou deixando os ombros caírem e fez sinal de silêncio com o indicador à boca.
— Esqueçam esse assunto. — pediu aos primos — Eu não quero falar disso com ele aqui. Por enquanto, vou tomar um banho, comer e agiremos como se nada tivesse acontecendo. Nada de piadinhas ou indiretas para ele, ok?
Ao notarem que a prima estava séria sobre aquilo, os irmãos notaram que provavelmente a viagem trazia novos capítulos daquele drama na bagagem dela. Assentiram e continuaram bebendo e jogando baralho, como estavam quando ela chegou.
foi tomar um banho, almoçou para disfarçar sua preocupação por Tae ali e o que quer que seus primos tenham dito. E no fim da tarde foi descansar. Estava exausta, Tae a beijou propondo ir embora, mas ela não deixou. O puxou para o quarto com ela, e os dois dormiram juntos no começo da noite.
Quando o relógio marcou 19 horas, ela acordou. Enviou uma mensagem para Mason, após ter pedido Lauren para procurar o número dele.
para Mason Cafrey: Olá Mason, tudo bem? D’Blanco aqui. Podemos marcar aquele café?
E depois de enviar a mensagem, ela olhou para Taehyung dormindo e beijou os lábios dele se desculpando baixinho:
— Perdão pelo que vou fazer, Tae. Mas eu jamais usaria você nesse circo…
Quando amanheceu, depois de tudo o que havia pensado em dizer a ele, não conseguiu terminar o que quer que eles tinham, porque Tae foi embora para o trabalho, provavelmente, antes dela acordar. Só ficaram as roupas dele ali. As mesmas que ela vestiu no dia que voltou da casa dele e havia pedido à Nari para não devolver porque ele usaria ali depois.
dizia que não o amava, mas seu coração estava aflito, e àquilo, ela deu o nome de “culpa”.
•••
— Ei… bom dia. — Yoongi sussurrou perto do ouvido de Maya.
O corpo de Maya ainda pesava, ela estava com muito sono, mesmo que tivesse uma excelente noite de sono depois do primeiro dia em LA. No dia anterior, Yoongi foi cumprir com seus compromissos da campanha com a GQ e a Valentino, causando um alvoroço na mídia, e ela ficou vendo tudo do quarto do hotel, na cama, sendo cuidada pelo enfermeiro que havia ido junto. Depois de Yoongi chegar, no final da tarde, ele assumiu tudo e ficaram apenas vendo filmes e conversando.
Naquela manhã, ele também sairia sem demorar a retornar, mas antes queria acordá-la e garantir que estava bem.
— Ei, preguiçosa. Acorda. — cutucou ela de novo. Maya se embolou mais no edredom, resmungando.
— Não quero. Você vai me deixar sozinha mesmo. — reclamou. Ainda de olhos fechados sentiu ele acariciar seu rosto. — Vou dormir até você voltar.
— Tudo bem. Mas não torture o Jinhyoung. Ele só está aqui pra te ajudar. — deixou um beijo na testa dela. — Volto daqui a pouco e aí só saio à noite. Vai ser o último compromisso, depois não saio mais do seu lado.
Maya assentiu, ainda de olhos fechados e ele ficou a olhando por algum tempo, voltando em si quando Jinhyoung surgiu educadamente.
— Alguma recomendação, senhor Min? — perguntou o assistente.
— Tenta fazer ela sair da cama hoje, por favor. — Yoongi suspirou, beijando-a novamente e se levantou. — Qualquer coisa é só ligar.
Jinhyoung assentiu e se encaminhou para a mesinha em que estavam as coisas de Maya. Arrumou tudo para o dia, deixando preparado de acordo com a prescrição médica, e pediu o café da manhã dela depois de algumas horas passadas já excedendo o limite da sua alimentação.
Pouco tempo depois, pôde ouvir batidas na porta. O quarto era quase como um apartamento, então ele fechou a porta da suíte e foi para a “sala”, achando estranho quando abriu e não era um funcionário, mas sim um casal.
— Pois não?
— Onde está ela? — A mulher perguntou exasperada, olhando para dentro.
— Liz, tenha modos! Desculpe, rapaz, somos os pais de Maya. Joseph Cafrey e Hyelin Lee-Cafrey. — O homem se apresentou.
— Oh! Claro! Me desculpem! — Jinhyoung deu passagem para eles, fechando a porta em seguida. — O senhor Min não me avisou que vocês viriam e não falaram nada na recepção…
— Não existe a necessidade dessa formalidade… — Hyelin revirou os olhos, olhando em volta.
— O hotel é nosso. Digo, faz parte do grupo Cafrey. A Marriott Inc foi comprada há algum tempo já. — Joseph sorriu simples. — E Yoongi também não sabia.
— Onde está minha filha? No quarto?
Hyelin não deixou Jinhyoung responder e abriu a porta, entrando às pressas, exatamente no momento em que Maya se levantava da cama.
— Mãe? — estranhou. — Pai? — viu ele logo atrás.
— Oh minha filha! — Hyelin correu até ela, emocionada e a abraçou como se pudesse fazê-la voltar para seu útero.
— Mamãe, você está me sufocando!
— A vontade é essa. Te devolver aqui para dentro e proteger! — Hyelin a afastou, vendo todos os detalhes dela. — Como você está magra minha filha, que isso! Você não tem mesmo se cuidado, Maya!
Maya olhou para o pai, pedindo ajuda com o olhar, mas não foi suficiente. Ele também parecia tão preocupado quanto.
— Valha-me, Maya! Por que você não nos falou que não está bem!? Minha filha, você poderia ter morrido! — Joseph se aproximou também. — Eu e sua mãe sabíamos que tinha algo errado!
— Você prometeu que iria se cuidar, Maya! Por isso deixamos ir para tão longe de nós!
— Não precisa de todo esse drama…
— Como não? Seu irmão nos contou tudo! Ele colocou seu médico coreano para falar com a gente no telefone! Eu posso viver na América, minha filha, mas a minha raiz não sumiu e eu ainda entendo muito bem meu idioma. — Hyelin falava de modo incisivo.
— Filha, ficamos muito preocupados com você… Ouvir Mason chorar ao telefone me cortou o coração!
— Mason chorando? — May se assustou.
— Igual quando era um bebê… Lembra quando você ficou dias internada por algo parecido, mas um pouco mais grave? Ele chorava no meu colo todos os dias, com medo da irmãzinha dele se ir… — Hyelin acariciou o rosto dela. — Nossa família se torna incompleta sem qualquer um dos nossos filhos, meu amor, então, por favor, não faça mais isso…
— Você não é mais nenhuma criança para chegar a esse ponto, Maya. Sabe que precisa de descanso, de cuidados extras… Não devia ter parado a terapia!
— Prometa para a mamãe que irá se cuidar!
— Ela promete sim! — Yoongi disse por ela, tomando a atenção deles. Ele estava escorado à porta, com as mãos nos bolsos, havia esquecido um documento e voltado para o apartamento do hotel quando Jinhyoung o avisou da chegada dos Cafrey — Olá, senhor e senhora Cafrey. — Suga reverenciou os dois brevemente.
— Yoongi! Que bom te ver, rapaz! — Joseph alcançou ele, o puxando para um abraço. — Muito obrigado por cuidar da minha filha, não tenho como agradecer!
— Não precisa, senhor Cafrey. Eu não faço nada demais. Cuidar da Maya é o mínimo que posso fazer por tudo o que ela ja fez por mim.
— Pois saiba que você vai ser sempre parte da nossa família, Yoongi. Qualquer um que ame e cuide dos nossos filhos assim, como você faz, é importante para mim e Joseph também. — Hyelin o abraçou forte, sussurrando em seu ouvido: — Obrigada por persistir na minha menina!
— A gente sabe que ela não é fácil.
— Tá, chega. Já puxaram minha orelha demais! — Maya se enfezou. — Preciso tomar um banho, podem me dar licença?
— Claro. E vista-se com algo bem bonito. Vamos passear hoje, e a noite temos algo para vocês dois! — Hyelin bateu palminhas.
— Mamãe, eu estou indisposta… Ainda não ‘tô muito bem para sair.
— Eu disse, Liz. — Joseph acariciou as costas da esposa, falando carinhoso com ela. — Podemos almoçar com eles e passar a tarde com a nossa filha.
— Tenho um compromisso a noite. Mas podemos jantar antes e vocês ficam aqui com ela até eu voltar.
— Compromisso? — Hyelin perguntou curiosa.
— Sim, vim para cumprir agenda. Mas depois de ver o Lakers hoje eu vou ficar livre e só com ela. — Yoongi caminhou até Maya, a trazendo para perto e ela se ajeitou contra o peito dele.
— Perfeito! — Mais calma, a mãe dela sorriu para os dois.
Maya tomou seu banho sozinha, mas com Yoongi esperando do lado de fora do box. Ele ajudou ela a pentear o cabelo e se vestir. Depois foram para fora do quarto e ele a ajudou tomar o café da manhã, tomar os remédios que precisava e todos os outros protocolos de tratamento.
— Você não tinha um compromisso agora pela manhã, Yoongi? — Ela perguntou vendo que ele ainda estava ali a ajudando.
— Já estou indo, mais tarde eu volto. — Ele a beijou e saiu despedindo-se de todos.
Passaram a tarde conversando, matando tempo com os pais dela e depois do jantar, como dito por Suga, ele se arrumou para sair.
— Uau. — Maya parou atrás dele, escorada no batente da porta do banheiro. — Você está lindo e cheiroso. — elogiou, cruzando os braços.
— Você acha? — ele sorriu tímido, olhando-a pelo reflexo do espelho.
— Uhum. Tá pronto para arrebatar os corações…
Yoongi se virou, já estava pronto.
— Isso inclui o seu?
— Você já tem o meu muito antes desse composto todo da Valentino. — Ela sorriu sincera.
— Podia ter me falado antes, Cafrey. Não gosto muito dessa coisa de modelar.
— Não seja mentiroso! — Ela deu um leve empurrão no peito dele. — Você posou seminu, Yoongi!
Yoongi segurou o punho dela.
— Exatamente. Você devia ter dito antes, aí eu não teria feito nada disso! — brincou, resmungando. — Preciso ir, não quero me atrasar pra voltar.
— Okay. Vê se tira uma foto com o Doncic, hein!
— Ele é do Mavs, May!
— Não me importa. É a sua porta de entrada para ter esse grau de ligação com o Real Madrid. Doncic era de lá, foi pro Mavs e é BFF do Kroos. — Ela puxou o braço, explicando como se fosse algo bobo e se virou para o quarto.
— Você e seus graus de ligações…
Ele foi indo atrás e Maya foi direto para a cama, deitando num lado diferente e deixando o outro com espaço.
— Ué, não vai dormir no meio? — Yoongi reparou.
— Não. — Ela respondeu, pegando o iPad. — Vou ficar aqui, esperando você voltar. Ainda bem que meus pais foram embora.
— Você fala assim, mas tenho certeza de que quando voltar, vou te ver esparramada na cama e roncando. — Ele se vestia com o último casaco.
— Não. Esse lugar é pra você dormir. Vai estar intacto quando voltar.
Yoongi ficou sem resposta, olhando-a vestir os óculos e tocar na tela do iPad. Abriu e fechou a boca sem saber muito bem o que dizer.
— O que foi? — Ela perguntou estranhando.
— Está falando sério?
— Não sei porque o espanto. Domimos juntos no hospital… — deu de ombros.
— Você estava dopada, May, é diferente…
— Mas foi a primeira vez. Não uma das melhores, mas… foi. E também, no avião.
— Certo. Então é melhor eu ir rápido para voltar mais rápido ainda. — Yoongi se apressou, dando um beijo na testa dela e saindo.
Maya ficou rindo sozinha, até a tela da chamada conectar e Moonbyul e Seokjin aparecerem do outro lado. Ficou gastando hora com eles até se ver vencida pelo cansaço e desligar.
Se manteve encolhida no lugar, sonolenta, e dormiu. Não soube quanto tempo levou, mas em algum momento Yoongi se deitou ali, cuidadoso, e ela com sono apenas se aconchegou nele como se estivesse agarrando um tronco e com medo dele sumir.
•••
— Bom dia! O que planejamos para esse sábado? — falou sorrindo ao entrar no quarto do primo.
— … me deixa dormir, vai…
— Levanta Rafael! Vamos tomar café no jardim, Luna já está se arrumando e nós temos que fazer algo hoje! Vocês não vão embora amanhã?
— Isso é um convite ou uma expulsão? — Ele disse se virando na cama para a olhar.
— Jamais. Foi o que vocês disseram.
— Eu acho que vamos adiar um pouco a nossa volta, se não se importar. Combinamos de jogar golfe com o Tetê! — Rafael declarou e arregalou os olhos.
— Tetê? — Ela suspirou levando as mãos na cintura — Que intimidade!
— Errados não estamos… — Rafael riu se levantando nu da cama, fazendo a prima se assustar.
— Rafael, que isso?! — desviou os olhos um tanto despreparada.
— Você já viu isso tudo, pare de cena!
— Luna e eu te esperamos lá embaixo, e vocês vão me explicar isso de “Tetê” direitinho! — Ela saiu do quarto dele, e ele sorria travesso.
Reunidos no jardim, os três tomavam café animados, risonhos e parecia mais leve. Mas não tinha contado a eles sobre os assuntos da viagem porque Taehyung estava lá no dia anterior.
— Caramba, o Taehyung não levantou ainda? Eu vou lá chamar ele! — Rafael comentou se preparando para ir atrás do rapaz.
— Ele foi embora. — E o informou impedindo o primo de levantar.
— Ué, por que? Como assim? Ele não dormiu aqui? — Luna estranhou.
— Quando acordei ele já tinha ido, e vi no celular que ele deixou uma mensagem se desculpando, mas tinha um trabalho em agenda e teria que viajar hoje.
— Poxa! — Rafael lamentou e deu sua opinião como se aprovasse ao outro: — Ele é legal !
— Bonito, talentoso, me pareceu um pouco “cult”, e muito, muito simpático! Eu também aprovo. — Luna confirmou.
— Não sabia que ele estava em um teste e vocês eram a banca. — A D’Blanco ironizou — Não era nem pra vocês se conhecerem… Pelo menos, eu não pretendia isso agora!
— Qual é o problema? Você nunca apresenta seus namoricos! O cara tão boa pessoa! O Tio Juan vai se amarrar nele, você sabe!
— Não ousem dizer ao Papa que o conheceram, ouviram? — Ela ameaçou em um tom de voz sério.
— Qual o problema !? Rafael e eu notamos o quanto vocês ficam bem juntos! Aliás, ouso dizer que você está dando mais espaço pro Taehyung do que já deu pra qualquer outro. Livre acesso à sua casa nunca foi uma possibilidade, com exceção do ator recente…
— Ah é! Nari disse que o tal ator que o tio falou se chama Ji Chang Wook e está viajando, não aparece por aqui há um tempo. Vocês são muito amigos e era o homem de exceção a amanhecer na sua cama, antes. E desde o Tetê, ele não veio mais aqui…
— Apenas não veio porque está trabalhando em gravações. Taehyung é também excelente pessoa, mas não era para vocês o conhecerem. Não assim, não agora, e depois da viagem, percebo que não mesmo!
— Okay, então pode nos contar o que houve nessa ida relâmpago para Madrid? Esteve com o Carlos? — Rafael perguntou preocupado notando a seriedade e nervosismo controlado da prima.
era excelente em segurar suas emoções, mas Rafael a conhecia muito bem! Sabia diferenciar todas as falsas expressões de indiferença ou tranquilidade da prima.
— Muito brevemente, Carlitos estava pirando, mas já o tranquilizei da minha decisão de assumir tudo. Entrei em um acordo e se vocês vão saber disso, saibam que é estritamente confidencial. Nada do que eu disser pode sair daqui, entendido?
Rafael e Luna assentiram sérios, e lhes contou tudo. Da causa da doença de Juan, do que aquilo implicava, e do acordo com os pais.
— Cara, então você vai mesmo casar? — Rafael perguntou tão surpreso como se aquilo fosse a renúncia da Rainha Elizabeth, e ela concordou silenciosa.
— Com o Cafrey? — Luna perguntou ainda mais indignada.
— Não sei, não depende só de mim. Papa achava melhor que fosse o Asensio, por ser próximo e de confiança, alguém que toparia em dois tempos essa loucura. Primeiro por ser um pedido do padrinho dele e segundo porque… Bem, o Marco não teria nada a perder. Só a ganhar.
— E ele tem um crush antigo monumental em você! — Luna pontuou.
— E eu sou contra justamente por isso!
— Será que o Mason está ciente desse interesse das famílias? — Rafael indagou — Você disse que se encontraram no hospital, mas ele foi extremamente formal.
— Acredita que ele disse ao pai dele que me conheceu e o senhor Cafrey ligou ao papa avisando a respeito? — contou ainda confusa com aquela página da história.
— O que significa essa ligação?
— Não é óbvio, Luna? Ele quis indicar que o filho dele tentou uma aproximação, esperando do tio Juan algum sinal positivo sobre a intenção da , para assim as duas famílias marcarem um jantar… — Rafael explicou à irmã e olhou para a prima —Mas, o que tio Juan disse ao poderoso Cafrey?
— Apenas que ficava feliz que nós nos conhecemos e que teria notícias sobre isso por mim, em breve. E veio me perguntar o que houve, assustado, pois, segundo o senhor Cafrey, o Mason já veio até aqui na intenção de falar comigo. Ele esteve na Gaya, e eu sequer soube disso.
— Mason veio para falar com você? — Luna arqueou a sobrancelha — Então, ele deve estar interessado em te conhecer… Ou no mínimo lhe dar um fora como ele faz com todas as candidatas.
— Eu mandei mensagem pra ele, para tentar esclarecer melhor essas coisas, mas… Sei lá, não me parece algo certo agora. — comentou — Antes eu achei que ele não tinha interesse, agora eu soube que ele veio pra falar comigo… Então, e se o Mason cogitar que esse casamento ocorra de verdade? Eu vou ser obrigada a negar e me virar pra arrumar um noivo de mentira.
— Ouça a proposta dele. — Luna a tranquilizou — Às vezes ele teve a mesma ideia que o tio Juan, e só quer uma esposa de mentira.
— De qualquer modo, a sua vida vai virar de cabeça para baixo com isso tudo…. — Rafael comentou — assentiu — Por que não propõe ao Taehyung? Gostei mesmo dele. E acho que depois de um ano, você vai estar cadelando por ele.
— Você acha que eu tenho cara de propor uma coisa dessa para ele, Rafael? Não só a minha vida vai sofrer mudanças bruscas, mas a de quem se casar comigo também! Então, eu não vou colocar alguém que não tenha motivos para passar por isso! Além do mais… O Tae gosta de mim, seria injusto com os sentimentos dele. Por mais que eu me sinta mal, eu vou terminar com ele…
— Acho que você já está começando a gostar dele, apesar de se conhecerem há pouco tempo. — Luna declarou preocupada com o sentimento da prima — Tem certeza que vai jogar fora esse sentimento que não parece nada unilateral?
— Já pensou se você casar com um estranho e ele se apaixonar ou você? — Rafael entrou no mesmo embalo de discurso da irmã — Isso torna as coisas mais difíceis. Então porquê não comete uma loucura e se casa com alguém que te ama? Você pode acabar se apaixonando também, e aí já é tudo elas por elas.
— Ou posso não me apaixonar e fazer o Taehyung sofrer ainda mais por estar comigo sabendo que vamos nos separar! — rebateu aos dois.
— Ué, mas aí é questão de formalidade!! Vocês podem continuar juntos… Mas… depois de um ano. Se você não se apaixonar por ninguém, significa que Pietro quebrou mesmo o seu coração… — Luna soltou e olhou para a prima surpresa por ela falar em seu ex e pelo que Luna diria a seguir: — De qualquer modo, essa coisa de contrato só vai dar certo, se do lado de lá, estiver alguém de peito oco como você!
A irmã de Rafael anunciou que iria se trocar pra ir à piscina e os esperava. Rafael beijou a testa da prima dizendo para ela pensar bem sobre aquilo, e que sua irmã tinha razão. E terminou de beber seu suco no jardim, vendo que Zyah estava vindo para o seu colo. Ficou acariciando o gato até ouvir a notificação de mensagens no celular, onde pôde ver que Mason a respondia.
Mason para : Olá, senhorita D’Blanco. Devo me preocupar em como você conseguiu meu contato? Tenho um tempo livre somente à noite, pode ser um jantar? Posso deixar sua entrada liberada aqui no condomínio da minha irmã.
para Mason: Eu tenho uma assistente muito boa em investigações, me desculpe, mas é que você não deixou cartões. E eu não quis incomodar a sua irmã com isso. Ah, por favor, pode dispensar o “senhorita”, me chame apenas pelo nome. Um jantar na casa de sua irmã, então. Me informe o horário por favor.
Mason para : Te espero às oito.
para Mason: Combinado, Cafrey.
Depois de marcar com Mason e refletir no que disseram os seus primos, sentiu-se preocupada com Taehyung, então o enviou uma mensagem já que não se falaram pela manhã.
para Taehyung: Quer dizer que ficou amigo dos meus primos tão rápido assim, “Tetê”? Tudo bem com você? Fez boa viagem? Quando retornar à Seoul, me avise…
Taehyung para : Poderia estar melhor… Pode ter certeza de que a primeira coisa que vou fazer é te avisar! E você? Como está? Sobre seus primos, eles foram bem receptivos. Sua família tem bons costumes…
para Taehyung: Eu estou bem. Queria apenas falar um pouco contigo, saber como está. Hoje irei a um jantar de compromisso da empresa, Rafael e Luna foram em uma festa… E pode dizer que eles são efusivos, Taehyung. Kkkk
Taehyung para : Eu diria enérgicos e simpáticos. Tudo bem minha linda, tenha um bom dia. Assim que eu conseguir entro em contato de novo. Já sinto falta do seu cheiro. ♥
não respondeu. Ao invés de pensar naquilo tudo, foi juntar-se aos primos para um banho de piscina. Apesar do inverno, a piscina aquecida e coberta da sua mansão, seria uma ótima forma de se distrair.
•••
terminou de se arrumar e pediu a Kai que preparasse o carro para saída. Rafael e Luna haviam saído durante a tarde para uma festa e não voltariam aquela noite, o que facilitou bastante por ela não ter que explicar a razão pela qual se preparou para um jantar.
— A senhorita volta hoje?
— Com certeza, Nari. Não é um encontro, apenas… Um jantar. — Ela sorriu terminando de vestir seus anéis.
— Devo dizer o quê, ao senhores Rafael e Luna?
— Que não sabe onde fui. Embora eu não ache que eles voltem hoje.
beijou o rosto da sua governanta e desceu de seu quarto pronta. Acariciou Zyah na sala, pegou o celular e Kai já a aguardava junto à Harry, o chefe da segurança dela, no hall da mansão.
— Deleguei Johnson para acompanhar a senhorita. Com seus primos na cidade a mídia tem lhes vigiado. — Harry a informou.
— Não me sinto observada por nenhum paparazzi, mas, você é meu chefe de segurança. Faça o que tiver de ser feito, Harry.
Os dois a acompanharam até o lado de fora. Johnson aguardava próximo ao carro e abriu a porta traseira para ela após uma reverência. Kai se encaminhou ao banco do motorista e logo que Johnson entrou, eles saíram. No banco de trás, ela mexia em seu celular.
Chegou na casa de Maya, se anunciou na portaria e seu acesso foi liberado. Então ela subiu tocando a campainha, evitando o elevador privativo da cobertura.
•••
Mason encerrou a última reunião do dia e fechou o notebook, agradecido por mais um dia de negócios fechados e tudo em ordem. Ser o CEO do grupo Cafrey, que possuía o poderio no ramo têxtil e, há pouco mais de dez anos, crescia na hotelaria, comprando um dos maiores grupos de hotéis do mundo, o Marriott, exigia dele muita capacidade intelectual.
Exigia que ele não se arruinasse pelos próprios princípios. Então, aos 35 anos, a cada bom êxito que conseguia ao fim do dia — porque realmente existiam momentos ruins —, sem curvas perigosas na bolsa, ele agradecia.
Se levantou, observando o escritório de Maya que ela nem usava e tinha todos os detalhes a cara dela, e saiu. Encontrou Soho chegando pelo elevador privativo com as compras e, enquanto caminhava para a direção dela foi afrouxando a própria gravata.
— Está radiante hoje para quem passou o dia preso naquela sala. — Soho disse, dando as compras a ele.
— Mais uma vez que o grupo Cafrey termina no top 20 mais sucedidos do mundo, mulher. Tenho motivos para sossegar. — saiu à frente, indo para a cozinha. — Senhor Joseph Cafrey pode continuar as férias dele.
Soho riu, se preparando para arrumar as coisas em seus devidos lugares. Mason pegou uma garrafinha de água na geladeira e se apoiou à bancada.
— Notícias deles? — Soho perguntou.
— Estiveram com Maya e agora devem estar chegando em Madagascar. Papai convenceu Hyelin de que deveriam dar espaço à ela e Yoongi.
— E por que eu tenho a impressão de que tem dedo seu nisso? — A governanta olhou para ele e negou ao ver no rosto do homem, um sorriso que o entregava. — Mason…
— Se eu não intervir, quem vai garantir que minha irmã não comenta a burrada de deixar o amor da vida dela passar?
— Mason, Mason… — Soho fechou a geladeira, virando-se para ele de braços cruzados. — E você? Quem vai garantir o seu? Maya já é adulta, ela sabe se cuidar.
— Tanto sabe que olha os acontecimentos… — Ele soprou um riso, finalizando a água.
— Não mude o assunto!
— Soho. Cuidar de Maya é minha função desde que ela nasceu. — Mason se aproximou da senhora. — Makkie é quem sabe se cuidar sozinha.
— Ah, meu menino, que crime cometeram ao quebrar seu coração… — Soho falou com o olhar pesaroso para ele.
— Fizeram foi o bem para a humanidade. — Mason sorriu cafajeste. — Soho, preciso que saia hoje. Pode ir visitar sua filha, a leve para jantar. No melhor restaurante! Eu mesmo farei o jantar hoje.
— Que?
— Vou receber uma pessoa hoje. Jantar de negócios. — Ele ergueu um dedo, antes que ela dissesse alguma coisa.
Mason dispensou Soho e foi para o andar de cima tomar um banho. Se vestiu simples, ainda que socialmente, e desceu. Separou tudo o que precisava para fazer uma especiaria espanhola: paella.
Separou o melhor vinho que tinha e quando ouviu a campainha, deixou sua taça em cima do balcão da cozinha, que tinha conceito aberto, e foi abrir a porta.
— Sua pontualidade é mesmo de uma D’Blanco. — Ele comentou e abriu mais, dando espaço para a mulher e cumprimentando-a sem qualquer formalidade: — Seja bem vinda, .
Capítulo 12
Este capítulo foi escrito por Ray Dias e M-Hobi
— E esse aqui? — Maya perguntou, girando no lugar quando saiu do provador. Yoongi deixou o celular de lado e a olhou por todos os detalhes.
— Está linda. O vermelho realça todas as suas curvas. — Yoongi cruzou as pernas, tentando se controlar.
Maya assentiu para a vendedora e retornou ao provador voltando a se vestir com a própria roupa. Depois de dar à moça tudo o que iria levar, se direcionou ao caixa, já que Yoongi estava do lado de fora em uma ligação, e foi surpreendida pela vendedora:
— O seu namorado já pagou tudo, senhorita.
— Ah… Tudo bem, obrigada. — respondeu simples. Quando foi pegar as sacolas, ele surgiu ao seu lado e fez isso em seu lugar.
Maya agradeceu o atendimento e saiu com ele, os dois em silêncio. E foi assim até retornarem ao hotel, depois de um tempo passeando em locais menos movimentados e com cuidado para não serem reconhecidos.
Entrando no quarto, sozinhos, Yoongi decidiu falar.
— Você não negou quando disseram que era seu namorado… — estava atrás dela, lhe ajudando a tirar o casaco; o passeio tinha sido cansativo, no fim.
— Achei que seria deselegante, o que pensariam de mim se soubessem que você não era meu namorado e comprou milhares de dólares em Prada?
Yoongi ficou quieto, parado no mesmo lugar e segurando o sobretudo dela. Olhava para os ombros de Maya, querendo dedilhar as tatuagens na pele dela, abaixo do tecido transparente que ela usava de roupa. Ela estava com uma saia comprida, preta, e um body de gola alta de tule, usando um sutiã preto para servir como conjunto. Já havia feito isso tantas vezes, sem nenhum tecido impedindo que as peles se tocassem; agora estava em abstinência total dela, tendo-a ali tão perto. E a respiração de Yoongi contra a nuca dela também serviu como um instigante pensamento.
— Yoongi. — Maya se virou, chocando-se contra ele. — Está tudo bem?
— Sim… sim. — Ele voltou a respirar. — Você quer alguma coisa? — E jogou o sobretudo no sofá ao lado. — Melhor tomar um banho e descansar, andou muito hoje.
— Yoongi. — Maya colocou a mão no peito dele, olhando-o sem muito foco. — Como você está conseguindo?
— O que?
— Se controlar assim… Você não está… — umedeceu os lábios. — Você não está sentindo essa corrente elétrica? Porque eu sempre me sinto assim quando estamos juntos e…
— Maya… Por favor.
— Você está me olhando e me tocando como se eu fosse quebrar. Mas eu não vou! Eu ‘tô bem! — se colou ao corpo dele, Yoongi tentou desviar a atenção. — Neném… por favor… — sussurrou contra o queixo dele.
— Maya… — foi a última tentativa dele, antes de levar a mão direita para a nuca dela e a puxar para um beijo caloroso, cheio de saudade.
Yoongi passou horas ajudando ela a escolher roupas, vendo Maya sorrir e escolher o que mais fazia suas curvas se destacarem, tudo o que valorizava a sua beleza. Deixou ele louco, ávido para tê-la de novo para ama-lá como um vício. Mas tinha medo de fazer qualquer mal, não só para ela, mas também para ele mesmo.
Só que não conseguiu negar. Maya era mais forte quando se tratava de argumentações e eles acabaram suados na cama, juntos, satisfeitos e cansados. Depois de alguns minutos em silêncio, Yoongi se levantou, chamando-a para um banho.
— Vai indo, eu preciso de um pouco mais de tempo… Me espere lá. — Ela resmungou, se enrolando no lençol.
Yoongi deixou beijos nas costas de Maya antes de ir para o banheiro e ela ficou ali, olhando para a lua pela janela. Estava quase pegando no sono quando o celular dele tocou mais de uma vez. Se levantou e pegou o aparelho no bolso da calça dele, jogada ao chão. Não ia ler, mas a tela se acendeu sozinha e ela não pode evitar as notificações na tela.
Wendy para Yoongi: Tomei o vinho que você deixou antes de viajar, é realmente muito bom. Posso dizer que estou com saudade? Porque eu realmente estou. Não consigo parar de pensar no que você me disse antes de ir para Incheon… Não só o que disse, mas o que fizemos… Volta logo, bebê. Quero cumprir com nossos planos de viagem!
O bolo que se formou na garganta de Maya trouxe uma enxurrada de lágrimas junto, mas ela engoliu tudo. Passou a mão no rosto e respirou fundo, controlando a vertigem. Não podia cobrar ou ficar brava com Yoongi. Não tinha o menor direito de falar qualquer coisa a ele, era ela mesmo quem tinha ditado tudo. Se estava perdendo Yoongi, estava perdendo por ela mesma.
Devolveu o celular para a calça e deixou cair no chão, se dirigindo para o banheiro. Entrou no Box, surpreendendo ele com um beijo voraz.
— Ei… que isso… nossa! — Yoongi ofegou, afastando-se.
— Acho que era isso o que eu precisava para me fortalecer. O seu beijo, seu toque. Estar com você — A cada palavra, Maya beijava alguma parte dele, chegando ao peito. — Quero aproveitar cada segundo do seu lado, nessas férias obrigatórias. Cada momento. Passeando, ficando na cama, dormindo com você, acordando do seu lado… Tudo.
— Uau, eu… você está bem?
— Sim. Eu estou ótima! — sorriu para ele, sendo convicente. — Obrigada. Por tudo. Por sempre. — E voltou a beijá-lo.
•••
notou a porta se abrir, e sorriu com o comentário de Mason. Observou o homem de cima à baixo de modo discreto.
— Não posso contestar isso. Bom saber que as pessoas nos reconhecem por este bom hábito. — ela comentou referindo-se ao elogio de Mason pela pontualidade, e sorriu o cumprimentando antes de entrar — Boa noite, Mason! Você está bem?
Ela entrou na casa de Maya sentindo um aroma familiar. Mason fechou a porta atrás de si, enquanto adentrava à casa sorrindo feliz ao ver bem na sala, exposto numa parede em uma prateleira de vidro, as cerâmicas que ela havia dado à Maya. Sorriu apontando e dizendo a ele:
— Ficaram lindas ali. — E virou-se entregando a ele uma caixinha de presente com fita — Uma safra especial da minha adega. Espero que goste. É do vinhedo de minha família.
Mason acompanhou a entrada dela, sendo cordial. Observou o vinho, agradecendo em um aceno de cabeça.
— Foi você quem deu? — mencionou as cerâmicas. — Com certeza ganhou o coração dela na mesma hora. Maya é emotiva por cerâmicas, principalmente as egípcias. Aprendeu isso com nossa avó materna.
— Foi um presente de cordialidade por vir na casa dela uma primeira vez. Não sei se ganhei o coração dela, só quis ser gentil… Essas cerâmicas vieram do Cairo, certa vez eu… — parou de explicar quando viu que iria entrar em um assunto tão específico sobre arte e o olhou rindo discreta — Desculpe, com arte eu me empolgo. Mas… — olhou ao redor — Onde está Soho? Ela quem preparou este jantar que julgo ser meu preferido?
Mason puxou a cadeira da mesa de jantar para , esperando ela sentar-se.
— Soho está de folga hoje. E ela não é cozinheira da casa, é a Jieun. Mas como Maya está em L.A, eu mesmo faço minha comida. Soho não é muito… técnica. — Ele deu a volta, sentando-se na ponta, à direita dela.
deixou sua bolsa no sofá da sala e caminhando até a mesa de jantar, sentou-se ouvindo o que ele disse.
— E ela está bem? A May?
— Está. Yoongi é uma ótima babá. — Mason encheu a taça de com o vinho e a outra com água também.
— Obrigada. — Ela respondeu começando a se sentir desconfortável pela ausência de assunto. Tomou um gole de seu vinho, o observando se sentar novamente e quando ele o fez, ela perguntou de modo gentil: — Se me permite perguntar, qual a razão de ter vindo à Seoul?
— Negócios. — Mason foi restrito. — Os mesmos que você ao aceitar o “café”, . — E foi direto. — Por favor, sirva-se.
— Ah, então seu pai não se confundiu por uma desculpa sua, quando telefonou ao meu pai dizendo que a razão de ter vindo era para me conhecer. — falou direta também, sem perder o tom da cordialidade e serviu-se pouco. Provou a paella sentindo que estava tão boa quanto o cheiro: — Você fica por quanto tempo?
— Não leve em conta o que Joseph diz. Ele ainda está esperançoso para ter netos, é difícil aceitar que vai precisar esperar ao menos 10 anos para que Makkie cumpra com os sonhos dele… — bebericou o vinho. — Talvez até Maya voltar e me convencer de que posso ir.
assentiu, continuando a comer devagar, tentando buscar assuntos.
— A paella, está muito boa, aliás.
— Obrigado. Receita da minha ex sogra. Aprendi muito com ela. — Ele disse e começou a se servir. — Mas me diga, o que te levou a mobilizar sua assistente para me encontrar?
— A ligação do seu pai. Ele foi claro quando disse ao meu papa que você contou que nos conhecemos, que marcamos um café, quando claramente não marcamos. Que você visitou a galeria e veio me encontrar. — Ela dizia tudo sem o encarar, até soltar os talheres para perguntar: — Você foi à Gaya? Quando?
aguardou que Mason respondesse, mas ele se manteve em silêncio comendo, então ela terminou seu pouco jantar e enquanto Mason ainda comia, ela explicou a ele:
— Eu estava em Madrid, na casa dos meus pais quando o Joseph ligou. Pude conversar com meus pais a respeito disso tudo e chegamos em uma decisão em comum. Então, além de conversar com você, de forma a ser recíproca pelo convite feito para aquele café eu também queria te perguntar essas coisas. Fiquei mesmo surpresa em sabê-las, nosso encontro me pareceu coincidência, mas não foi.
Ela sorriu bebendo água e Mason a encarou atencioso, repousou a taça novamente à mesa.
— E, também quis encontrá-lo, para concordar que eu acredito que podemos dizer que tentamos, mas não deu certo. Me desculpe se for um problema a você. Sei que eu concordei no hospital em darmos esta folga a nós mesmos das cobranças deles. Mas acho que eu não poderei manter isso…
— Você entendeu que eu também não estou feliz com essa ditadura de relacionamento, certo? — Mason franziu o cenho. — Não precisa se desculpar. Você não será a primeira que “não deu certo”. — sorriu ameno. — Sei que para você a cobrança da sua família soa pesada em diferentes aspectos, principalmente pelo lado machista. Sinto muito por isso. — Ele fez uma pausa, limpando a boca conforme as regras de etiqueta. — O que deseja perguntar?
sorriu de forma agradecida pelos sentimentos dele e esclareceu sua decisão. Apesar de estar certa a propor um casamento falso para ele, bastou estar diante daquela figura impávida diante do jantar, do homem intimidante que deixava-a insegura, que ela já estava certa de que não poderia cumprir aquela loucura com ele.
— Não tenho nada a perguntar. Só quis esclarecer estas coisas. Digo, encerrar seja lá o que possa haver entre nós.
— Nunca me pareceu que havia algo. — Mason arqueou a sobrancelha e sorriu ladino, analisando ainda mais curioso a figura dela. Havia algo na expressão de indiferença dela que o deixava inquieto — Você é uma mulher interessante, . Se não fosse esse pé esquerdo, com certeza teria me chamado a atenção de alguma forma.
— Eu não disse que havia algo, também. — Ela sorriu — Você também é um homem interessante Mason, mas tenho certeza que sabe disso. — apontou para a louça indicando — Bem, me permite ajudar ao menos limpando a mesa? Por favor, não diga que não, porque já tivemos muitas formalidades até aqui, acho que não há problema numa gentileza, certo?
— Eu aceitaria, mas Soho me arrancaria da cama amanhã de manhã com uma surra. — Ele riu. — Agradeço, mas se tirarmos o trabalho dela e de Jieun, o mundo cai.
— Entendo… Soho não é muito diferente da Nari, pelo visto. — riu levemente e ouviu seu celular na bolsa pedindo licença para atender. Era uma ligação de seu pai.
— ! Você viu o que seu tio Ramirez fez?
— Não papa, estou em um jantar e o fuso de Madrid é bem diferente daqui, mas… O que houve?
— Ele deu uma nota à imprensa sobre os possíveis nomes sucessores, indicou o Carlos, e isso mexeu com a bolsa… As nossas ações estão loucas, eu vou precisar me manifestar, e você certamente vai receber ligações da imprensa! Esteja atenta! Como andam as coisas por aí?
suspirou fundo levando uma mão aos cabelos, os jogando para trás.
— Por enquanto estão tranquilas. Mas eu estarei atenta! Assim que chegar em casa eu consulto a Dow Jones, e as demais ações. Me adiantarei no comunicado, o senhor não precisa fazer nada. Aliás, vá descansar! O senhor não deve ficar acompanhando o surto da bolsa assim…
— Certo, certo. Sua mãe está com seu tio agora, estamos tentando compreender se ele está ficando louco ou se isso é um tombo de dentro da família! — Juan falava tudo denotando o quanto estava nervoso com o irmão.
— Papa, descanse. Assim que chegar em casa eu telefono ao Carlos e nós dois iremos resolver isso. Nada que uma nota oficial de ambas partes não cale aos jornalistas economistas, ok?
— Certo! Não vou mais atrapalhar o seu jantar! Você já falou com o seu pretendente? Precisa de algo?
— Papa, por favor, deixe tudo comigo e descanse, sim? — Ela sussurrou esta parte.
Quando desligou a chamada viu que Mason estava atrás a aguardando com uma taça de vinho, e esperava que ele não tivesse escutado os gritos de seu pai.
— Me desculpe. — pediu pegando a taça e provando o vinho, já sentando-se no sofá e riu: — Pequenas instabilidades, que levam o senhor D’Blanco a desejar cada dia mais passar o bastão.
Olhou no relógio o horário e calculou que terminaria a taça e iria para casa, a fim de pensar na resolução dos conflitos. Nem leu as mensagens que estavam em notificações. Apenas guardou o celular tentando não demonstrar em seu rosto o quão preocupada havia ficado.
— Há algo que eu possa fazer para te ajudar? — Mason perguntou sincero, ainda a observando com certo divertimento.
Não é que se divertisse com a preocupação dela, mas sorria porque ela parecia bastante teimosa e durona. O tipo que quer resolver tudo sozinha sem pedir ajuda. Ele reconheceu um pouco de si, naquela mulher.
— Bem… — olhou para Mason sem saber se deveria contar sobre o plano de seu pai ou fazer a proposta para ele, mas diante daquele jantar, ela definitamente voltou atrás em seu plano: — Acredito que não Mason, a minha situação é bem extrema, mas obrigada.
Ela sorriu suspirando e olhando para a varanda de Maya. Sentia tanta raiva em seu coração que era capaz de chorar, chorar de puro ódio.
— Talvez seja melhor eu ir agora. Preciso arrumar uma bagunça que surgiu hoje e pensar em uma forma de garantir meu cargo na presidência do grupo. — Ela se levantou e pensou por outra forma, em algum outro tipo de ajuda de alguém que também passava pela mesma pressão que ela, ou algo parecido: — Quer saber…? Se você souber como eu posso garantir meu cargo de CEO sem ter que implorar por apoio aos acionistas diante da condição deles de que eu esteja ao menos casada, eu aceito este tipo de ajuda…
Ela falou olhando sincera para Mason, e ele sorriu ladino, soltando um longo suspiro ao encarar o chão e retomar o olhar para a mulher em sua frente:
— Você quase me convenceu de que tinha tudo sob controle. — Mason deixou a taça quase vazia em cima da mesinha e se virou para ela com uma feição serena. — Eu tenho uma sugestão. — deu de ombros. — Podemos dizer que nos conhecemos em uma das nossas viagens, talvez, Portugal, que é onde tenho passado mais tempo e vai ser convincente e desde então mantemos contato. Agora que estou com mais folga na agenda e flexibilidade, decidi me mudar para Seoul e queremos nos casar daqui há dois meses. — Ele pausou observando a expressão surpresa dela, e finalizou concreto de sua ação: — Essa pode ser a história do nosso casamento falso, .
ficou um tempo olhando para ele sem acreditar.
— Er… Eu também achei que tinha controle… Já estava cogitando começar uma guerra na verdade… — falou o encarando ainda aturdida pela forma como a narrativa combinava com o que seu pai havia dito. — Desculpa perguntar, Mason, mas… Essa ideia veio de você?
— Sim. Meu pai não pode sonhar que é falso… Ele se convence depois de, talvez uns dois anos, que não demos certo.
começou a rir da ironia que aquilo parecia.
— Sinceramente? — Ela confessou — Eu tinha uma proposta parecida pra você, mas… Desisti diante da sua integridade. Convenhamos… Um casamento falso é uma ideia muito infame… — suspirou e olhou para ele também de forma mais tranquila — Meu pai e eu pensamos em uma proposta parecida. Um contrato de casamento por um ano, mas eu precisaria anunciar um noivado em até três meses, que é quando meu pai se afasta e eu preciso estar nomeada presidente interina, caso ele não volte… Eu já serei a presidente do grupo de qualquer forma. Para isso, eu precisaria de alguém que aceitasse esse tipo de namoro falso… E sinceramente cogitei que você não aceitaria algo tão… Falso.
— Eu não tenho nada a perder, . Só preciso que isso seja falso entre nós, porque para o resto tem que parecer 100% real. — respirou fundo. — Sabe, aquela coisa com apelidinhos e tudo… — Mason revirou os olhos. — Então se for tudo bem para você, podemos discutir os termos antes das formalidades. Precisamos de uma história bem redonda.
— Eu sei, realmente temos que parecer apaixonados. Até porque, isso implicaria não só para o seu pai, mas para a mídia espanhola inteira refletindo nas minhas empresas…
mordeu os lábios pensativa, e se sentia tão impotente e ultrajada por aceitar “qualquer medida”, que seu coração estava muito apertado. Pensou no seu pai indo para a cirurgia e tudo o que aquilo poderia implicar no futuro, colocou uma mecha do cabelo atrás da orelha e encarou Mason dizendo:
— Te garanto que o meu caráter é bem melhor do que tudo isso, Cafrey. Mas, se você estiver de acordo mesmo, então eu não tenho como me opor. Não se eu quiser realizar tudo pacificamente. Podemos discutir os termos sim.
— Vamos deixar para discutir e conhecer nossos caráteres nos próximos dois anos, tudo bem? — Ele tentou ser bem humorado. — A propósito, é uma farsa um pouco longa, tudo bem para você?
— Dois anos… — sussurrou um pouco assustada e olhou insegura para ele — Sinceramente? Eu não sei se está “tudo bem”… Eu me preparei psicologicamente para um ano. Um ano passa rápido, eu enfiaria a cara em trabalho. Você, acha que podemos ter um contrato de um ano? Pode ser que até lá, a gente convença seu pai e como ele não saberá de nada disso… O que me diz?
Mason se sentou, indicando que ela se sentasse outra vez, já que a mulher ainda estava de pé desde a ligação do pai dela. Abriu os primeiros botões da camisa, já mais confortável com ela e iniciou:
— Maya não pode ter filhos e isso tirou dela todo o desejo de se casar. Ela se traumatizou. Makkie só tem 15 anos, mas ela já tem a ideia bem formada e repudia o assunto. Então eu sou essa caixinha de ouro para os meus pais. — soprou um riso. — Eles se conheceram quando minha mãe foi para a Croácia, numa viagem em família. Ela passou dias no hotel que era na mesma rua do comércio do meu avô. Meu pai jurou que faria o que fosse necessário para ir até ela. E ele foi. Mamãe estudou medicina e ele fez administração. Se casaram e ela sempre apoiou ele no sonho que tinha de fazer o grupo Cafrey, que começou com uma pequena loja de tecidos na antiga Iugoslávia, se tornar o forte que é hoje. — outra pausa. Mason se inclinou, apoiando-se nos joelhos com os cotovelos. — Meu pai é um homem incrível. Ele ergueu o próprio império baseado em cima de um princípio simples de família, porque minha mãe esteve ali. Um casamento de um ano levaria o nosso nome às principais capas, chamando a atenção de forma negativa. Por que um ano? Por que tão pouco? A mídia ocidental é curiosa demais e isso faria com que questionassem. Estou disposto a fazer isso, não vou te forçar a nada, não vou invadir o seu espaço assim como espero que não faça comigo. Da minha parte vai existir todo o respeito necessário. Mas é uma jornada não tão longa, porém nem tão curta. Ao menos para mim.
ouviu a história toda percebendo que era uma linda história de família realmente.
— Entendo… — assentiu explicando também o seu ponto de vista: — Eu nunca quis me casar se não fosse por amor, Mason. Você pode achar isso piegas, mas, é real e sério para mim. Já fui mais emocionada com a ideia de casamento, primeiro porque meus pais também foram o primeiro amor um do outro e estão juntos até hoje, segundo porque… — lembrou-se de Pietro — Eu já tive alguém que achei que seria o homem da minha vida, só não contava com meu coração partido… Então, criei certa resistência a ideia de me abrir para relacionamentos longos. E toda essa ditadura do casamento pela empresa… Bem, eu cogitei largar tudo apenas pra ser fiel aos meus princípios pessoais e ao meu desejo de garantir a minha liberdade ao menos nisso, sabe? Só que… veio a situação da saúde do papai, as coisas acontecendo fora do tempo, e eu descobri que não estou pronta para passar pra nenhum outro o comando das empresas. Eu larguei muitas coisas pra chegar nisso. E como papai diz, de repente, a ideia de só me casar se fosse realmente por um sentimento maior me pareceu um capricho de quem nunca teve o controle da própria vida. Uma atitude desesperada de garantir controle ao menos nisso… Por isso que, um ano, foi o tempo que propus. Mas… — suspirou não deixando cair nenhuma lágrima, tentando se manter impávida — Como você pode ver, eu estou entre a cruz e a espada. Se não for você, terei que arrumar outro noivo ou… declarar guerra.
recostou mais no sofá de Maya, jogando os cabelos para trás, e sorriu pequeno dizendo pra Mason:
— Dois anos vão passar sem a gente sentir. — voltou a inclinar o corpo apoiando os cotovelos nos joelhos também e olhou para ele que estava na mesma posição, tocando em um ponto importante: — Você sai com alguém?
— Somos mais parecidos do que pensei. — Mason sorriu para ela. — Não, eu também tenho cicatrizes incuráveis. No meu caso, mais incurável do que parece. — Ele se levantou, indo até o bar, servindo dois copos com uísque. — Tinha quinze anos quando conheci ela, tivemos muito tempo juntos, até que fui trocado por uma campanha da Gucci e depois por um diretor da Prada. Aparentemente, ser esposa de um CEO seria demais para ela. — Ele retornou ao sofá, entregando um copo para . — Acho que seria bom conhecermos mais um do outro, não quero me ver desprevenido quando me perguntarem alguma coisa de você.
— É por esse motivo que eu não queria envolver candidatos que tenham algum sentimento por mim, nessa empreitada… Esse peso de ser “marido” de uma CEO também é grande. Talvez até maior, já que a CEO é uma mulher… — declarou mencionando a história fracassada de amor dele, e pegou o copo de uísque da mão de Mason agradecendo: — Obrigada. Bem, o que você quer saber de mim? Talvez seja mais fácil um jogo de perguntas e respostas… — sorriu — Agora eu não preciso ficar tão defensiva, já que provavelmente você será meu cobiçado marido.
virou um gole do uísque esperando a pergunta de Mason, e notou que estava ficando cada vez mais tarde ao olhar em seu relógio; e ainda precisaria lidar com o assunto de seu pai por telefone.
— Não, não gosto de jogos. Me fale do seu passado.
— Nossa, já está tarde. Eu preciso ir, ainda tenho que trabalhar essa noite! — Ela falou e respondeu a pergunta dele: — Já aprendi que você é bem direto, então, vou resumir minha história triste. Eu fui criada desde a infância para ser a herdeira de todas as responsabilidades do império D’Blanco, já que foi o meu pai quem tornou nosso grupo a grandiosidade que é hoje. Antes, ele e os irmãos administravam a construtora da família, que vovó e vovô construíram. Então… Meu destino já traçado e decidido por eles nunca foi segredo para mim. Mas eu não queria nada disso desde a infância. E tentei me afastar dessas responsabilidades na adolescência quando entrei no ramo da arte… Possibilidades essas, que foram arrancadas de mim um pouco depois. Então percebi meu outro sonho que era a medicina quando consegui um acordo com meu pai de, ao menos poder cursar a graduação. Atuei um tempo como residente, mas, o senhor D’Blanco sabia que a cada dia mais no hospital, eu viria a jogar tudo para o alto. E eu quase joguei… Eu tinha meu noivo para apoiar a minha decisão de seguir na carreira médica junto a ele, e estava cheia daquele brio de coragem, sabe? Mas… Então eu descobri que meu noivo só estava interessado no meu nome, no dinheiro da família e fazia planos reais com a amante dele. A mesma que ele manteve por dois anos, a mesma que ele se casou logo depois que eu descobri tudo. Então, as coisas ficaram mais fáceis para mais uma vez papai me lembrar que, sonhar fora do meu roteiro já traçado não era muito sensato. E desde então, eu sou a D’Blanco que você está prestes a aceitar uma proposta infame.
Mason escutou a resposta atento, mas ainda tinha outras perguntas. terminou sua bebida deixando o copo na mesa de centro. Se levantou de súbito, e pegou sua bolsa.
— Mason, vamos precisar nos ver depois para terminar este assunto, preciso colocar minhas ações de volta no topo da bolsa, exatamente como deixei esta manhã! — Sua postura agora era rígida, como em seu mood empresária forte e ajeitando seu cabelo e bolsa, ela virou-se para para a porta de saída sendo acompanhada e dizendo a ele: — Então eu aguardo o seu contato. Tudo bem?
— Tudo bem. Podemos nos encontrar amanhã… — Mason puxou o celular do bolso para ver a própria agenda. — Às quatro? Que horas você termina o trabalho?
puxou seu celular também vendo a mensagem não respondida de Tae. Paralisou em pensar nele e em como contaria tudo. Nem sabia porque aquilo a estava preocupando, afinal, eles estavam apenas se conhecendo… Certo? Nada certo. Ela não sabia se estava mesmo certo. Piscou voltando sua atenção à agenda.
— Bem, eu tenho uma lacuna na manhã pré-almoço, e depois das quatro… Mas, amanhã é um dia em que eu vou me encontrar com uma pessoa então, eu não sei como as coisas vão fluir, posso te confirmar de manhã?
— Sim. Pode sim. Eu vou precisar ir para Nova York, para a Maya não voltar sozinha com Soho e atazanar a vida da mulher mais do que ela já faz. Gostaria de deixar tudo certo entre nós antes disso.
— Eu acredito que consigo vê-lo amanhã sim, mas não quero lhe dar uma certeza e ocupar sua agenda, quando não tenho um horário em que que possa estar inteiramente disponível a você. De qualquer forma, quando você pretende ir?
— No máximo depois de amanhã. Maya não vai aguentar muito tempo embaixo da saia da nossa mãe.
sorriu assentindo.
— Nos vemos amanhã então, só fico de lhe confirmar o horário exato.
Mason a acompanhou até a porta. E ela se virou para estender a mão para ele.
— Muito obrigada pelo jantar atencioso, e pela companhia agradável. — Ela estendeu a mão para ele sorrindo.
Mason sorriu cordial e apertou a mão dela, sutilmente a puxando para um cumprimento menos formal, aproximando seus corpos.
— Tenha uma boa noite, . — E disse no ouvido dela.
o olhou de canto, deixando um sorrisinho irônico com expressão de “o que este cara está fazendo?”. Soltou sutilmente sua mão da dele, dando dois passos para trás e piscou antes de se virar e entrar no elevador.
Johnson a aguardava no saguão do luxuoso condomínio.
— Vamos Johnson, assim que chegarmos em casa você está dispensado do seu turno noturno hoje. Eu mesma avisarei ao Harry.
Passou por ele seguindo-o para o carro. Sua cabeça começou a doer, e ela tateou o banco para pegar seu casaco, quando notou que ele havia ficado no cabideiro da casa de May. Lamentando a falta de atenção, ela deixou pra lá, pensando em pedir a algum funcionário que buscasse depois com Soho. Viu a mensagem de Tae, e se sentiu ansiosa. Mas que droga de culpa era aquela?!
Taehyung para : Como foi o jantar? Tive um dia e tanto! Mas, finalmente estou no hotel e não consigo parar de pensar em você…
para Taehyung: Lauren já me enviou uma mensagem dizendo que você chega amanhã, certo? Além de querer muito ver você, nós precisamos conversar …
Taehyung para : Precisamos? Sobre o que?
para Taehyung: Algo muito delicado, que iremos tratar pessoalmente. Isso, se você já não estiver ciente da montanha russa com o meu nome na mídia ocidental…
Respondeu e como Tae não indicou a ela que horário viria, ela teria que esperar que Tae a procurasse logo de manhã, assim que chegasse. Quando chegou em casa dispensou os dois funcionários. Nari já não estava em sua casa, assim como Rafael e Luna também não haviam chegado. Precisava ligar para Lauren, mas era tão tarde…! Então, foi direta ao escritório, sem nem mesmo trocar de roupa. Trabalhou para reverter o ocorrido por seu tio, com notas oficiais que indicavam o desinteresse de Carlos, e seu interesse efetivo no cargo. Explicou que o nome a suceder a empresa seria o dela em conformidade com os desejos também de seu primo Carlos. Por chamada de vídeo, os dois primos redigiram juntos o discurso de ambos, e trabalhou durante quase toda a noite observando os índices da bolsa, após as declarações soltadas nos perfis oficiais da empresa, e já veiculadas pela mídia espanhola.
Quando foi dormir já eram quatro da manhã, e ela começou a notar que a discussão agora se intensificava dentro da presidência do grupo. Decidiu que essa situação ela acompanharia na manhã seguinte.
•••
Já era bem tarde, mas Maya não conseguia dormir, tampouco Yoongi. Estavam na cama, ela estudando o roteiro do drama e ele lendo um dos diversos livros que costumava ler. Até que a leitura de Yoongi se encerrou pelo sono começado a vencê-lo e ele quis arrastá-la para dormir.
— Neném, vamos dormir? Já está tarde e nosso dia começará bem cedo com os exames que precisa fazer. — disse, tirando os óculos e colocando-os em cima da mesinha de cabeceira com o livro fechado.
— Eu já vou. Preciso terminar esse capítulo. — Maya respondeu ainda focada.
Não estava apenas entretida com a leitura, descobrindo o enredo de sua personagem, que ela descobria ser muito mais forte do que além da superfície. Maya estava remoendo muitas coisas, a principal delas: seu egoísmo.
Sentia que estava a ponto de confessar em voz alta que amava sim Yoongi. Mas isso se tornava difícil quando ela encontrava em si um vazio ao se esforçar para fazer isso não ser insuficiente. Ainda não se sentia pronta, ainda ouvia a própria voz adolescente jurando a si mesma que jamais se apaixonaria e se casaria. Então, ao mesmo tempo que estava quase chegando lá, ela via o correr do relógio na bomba que era admitir que deveria deixá-lo ir.
E seu dilema era fazer isso deixando-o saber que o amava ou não.
— Você está afastada do trabalho, me dê isso aqui.
— Neném, não! — protestou quando ele tomou de suas mãos o iPad, sendo em vão.
Yoongi se sentou mais endireitado e afastou um pouco a tela para enxergar melhor. Maya viu que as páginas acabaram voltando e estava na primeira. Na primeira cena, Mayumi e Hyunseok já estavam em um momento bem íntimo num quarto de hotel.
— Qual a faixa etária disso?
— Dezoito. Tem muita violência, drogas, álcool e… cenas de sexo. — Ela sentiu as bochechas corarem e se curvou mais para ver a feição dele. — Yoon… — chamou, sendo guiada pela sua intuição.
— A Netflix tem mesmo dado uma diferenciada nos dramas coreanos… — ele devolveu o iPad, virando-se para ela. — Podemos dormir agora?
— Primeiro eu quero conversar sobre uma coisa com você. Aproveitar que estou com coragem.
— Hum. Geralmente quando você diz que está com coragem, a gente acaba fazendo algo proibido depois.
— Bem, se for analisar assim, podemos dizer que segue o padrão. — sorriu de lábios fechados, transpassando a seriedade à ele. Maya pegou na mão de Yoongi e voltou a se encostar nos travesseiros, guiando ele para o mesmo. — Você consegue me prometer uma coisa?
— Mais uma? Claro que consigo. — acariciou o dorso da mão dela, levando até os lábios. — O que você quer que eu prometa?
— Eu preciso que você me prometa que irá cumprir com suas promessas primeiro.
— Hum… Certo. Prometo.
— Promete que de qualquer forma, não importa como, você não vai deixar de ser meu amigo?
Yoongi franziu o cenho, instintivamente apertando a mão de Maya que se entrelaçou à sua. Ficou um certo tempo encarando o rosto dela, tentando entender de onde vinha aquela conversa e porquê. Maya nunca tinha sido tão específica e sentimental assim.
— Não estou entendendo.
— Só promete.
— Eu prometo. Claro que prometo. Mas não estou entendendo, Maya. Por que isso agora?
— Porque só agora eu dei por mim que nossas vidas já estão traçadas em caminhos diferentes. — ela sorriu fraco. — Você precisa ir embora amanhã, seguir com a sua rotina e aproveitar o período de descanso que tem. E cumprir com seus planos.
— Não, eu não vou te deixar sozinha. ‘Tá maluca?
— Yoongi, eu não vou ficar sozinha. Pedi para Soho vir. Vou ficar aqui até doutor Kun dizer que está tudo bem. Mas você precisa ir.
— Eu não preciso não. Você não pode estar falando sério, Maya.
— Eu tô. Você já fez muito por mim, mas eu não posso deixar que pare a sua vida também para ficar comigo.
Yoongi soltou a mão dela, ainda muito confuso, e se afastou, sentando-se de frente para ela.
— Que merda é essa que você está dizendo? Maya, eu vim porque eu quis. Todas as vezes que estou com você é porque eu quero!
— Eu sei que é. Só que… — ela suspirou. — Yoongi, você fez uma escolha muito sábia e agora está voltando atrás. Não é assim! Não tem que ser assim! Eu ainda não me sinto pronta, eu ainda não consigo e você merece o contrário.
— Você fala como se isso fosse uma roupa a se vestir. Mas, Maya, eu já tô nessa há quatro anos. Já deixei de levar nossa relação como algo casual há muito tempo. E está tudo bem para mim se você só quer isso, eu aprendi a lidar e…
— Yoongi. Quem está terminando isso aqui agora sou eu. — Ela foi séria. — Você precisa ir embora, cuidar da sua vida.
— Eu não vou ter nada a cuidar se você ficar aqui.
— Então descubra algo novo. Vá viver alguma coisa nova.
Ele permaneceu quieto, olhando-a a fim de encontrar qualquer resquício de hesitação em sua postura, qualquer coisa que pudesse entregar que Maya não falava sério.
Mas ela parecia firme até demais e ele não teria forças para refutar, sabia que poderia acabar ouvindo coisas que fossem lhe magoar.
— Você tem certeza? — perguntou baixo demais por conta do bolo na garganta.
— Neném, a minha maior certeza é querer que você seja feliz. E eu jamais vou conseguir êxito nessa tarefa. — Ela esticou o braço, tocando o rosto dele. — Você me faz sentir tão bem, completa, mas eu ainda sou tão pouco para retribuir isso.
— Maya, eu te amo. Sabe o que isso significa? É torturante ficar perto de você te amando tanto assim.
Ela se afastou, ficando mais ereta.
— Então não fica. Até você conseguir. — disse. — Até não ser mais torturante, fica longe. Eu vou me esforçar para não precisar de você e respeitar o seu espaço. Conheça pessoas, Yoongi, viva a vida e não se preocupe comigo.
— Como não me preocupar?
— Essa é a minha promessa para você. Como uma troca. Eu vou me cuidar.
— Promete?
— Prometo.
Yoongi assentiu, puxando Maya para um abraço. Ela encaixava perfeitamente em seus braços, contra seu corpo, e ele não conseguia acreditar que encontraria o mesmo em outra pessoa. Também nunca tinha procurado.
— Eu vou esperar Soho chegar e aí vou embora. Vou me sentir mais seguro assim.
— Está bem.
Ele se levantou da cama, puxando o travesseiro.
— Aonde vai?
— Dormir no sofá. — se inclinou, deixando um beijo na testa dela. — Durma bem, qualquer coisa me chame.
Maya encarou a saída dele tentando controlar a respiração, se deitou encolhida, ocupando o espaço que tinha ficado com cheiro dele. Demorou, mas pegou no sono depois de muito lutar contra si pelo desejo de ir buscá-lo para voltar ao seu lado.
Quando Soho chegou, assim que a porta se fechou, Maya se sentou no sofá, sentindo-se fraca. Tão logo quanto seu mal estar, Soho se ajoelhou em sua frente. Yoongi havia ido embora.
— Maya… — disse sussurrado, acariciando o rosto dela.
— O que eu vou fazer, Soho? — Maya fungou o nariz, olhando para a porta. — O que eu vou fazer? — repetiu, não segurando o choro por muito tempo.
— Oh, minha menina! — Soho a abraçou, deixando-a chorar em seu ombro, liberando os soluços que faziam seu corpo dar solavancos. — Escuta… — Soho a chamou depois de algum tempo, afagando seus cabelos. — Maya, olha para mim. — e Maya se afastou, os olhos estavam inchados e vermelhos. — Você confia no que a ahjumma diz, não confia? — Maya assentiu, ainda soluçando baixinho. — E eu digo que você vai conseguir colocar para fora esse amor todo dentro desse peito. Você vai conseguir e será muito feliz. Um dia, meu bem, um dia.
— Por que não pode ser agora? Por que não pode ser com o amor da minha vida?
— Existem dois tipos apenas, filha, um que é para a nossa e o da nossa vida. Você só descobriu um ainda.
— Eu queria que Yoongi fosse os dois, Soho. Eu queria conseguir confiar minhas inseguranças nele. Parecia tão mais fácil deixar ele ir, só que agora… — fungou — Agora parece que tem um buraco sem fundo aqui dentro. Um vazio doloroso! — e voltou a chorar.
— Eu sei, meu anjo, eu sei. Vai doer mesmo, o amor dói. Mas ele mesmo se cuida, se cura. — Soho limpou as lágrimas dela, levantando-se e segurando suas mãos. — Eu vou ajeitar nossas coisas e vamos para Nova York. Seus pais adiaram Madagascar e estão te esperando.
— Não! Eu quero voltar a trabalhar.
— De jeito nenhum! Você vai ir para Nova York.
— Soho, eu vou enlouquecer se ficar longe do trabalho. Eu preciso colocar minha energia em alguma coisa. Por favor, eu prometo que vou pegar leve! — Maya se levantou bruscamente. — Eu juro! Eu juro por tudo o que é mais sagrado que volto aos poucos. Me deixa ir trabalhando no preparo do drama… Eu… Eu já sou adulta e posso muito bem decidir as coisas por mim!
— Maya Lee-Cafrey! Eu não sou o Yoongi para passar a mão na sua cabeça. Você vai para Nova York, não tente me fazer mudar de ideia. — Soho finalizou firme, indo para o quarto.
Mensagens no grupo dos meninos Bangtan
Seokjin: Yoongi já chegou?
Jungkook: Eu vi as fotos do hyung no aeroporto
Seokjin: Ele não atende o celular.
Hoseok: @yoongi, ‘tá vivo, praga?
Yoongi: Chegando em Seoul. Estou bem.
Taehyung: O que houve?
Yoongi: Fui dispensado dessa vez.
Taehyung: Que droga, Hyung… Bem, amanhã eu também estarei retornando. Se quiser podemos marcar de beber…
Jimin: Já sei! Vamos todos beber! Venham aqui pra casa!
Hoseok: Isso não vai prestar! ‘Tô dentro!
Namjoon: Vou ver o que a Younha fala…
Taehyung: Primeiro eu quero ver minha garota, de qualquer forma só chego amanhã.
•••
Na manhã seguinte, estava muito cansada, mas não poderia ficar em casa. Tae não havia voltado de sua viagem, seus primos já haviam chegado da festa na hora do café, mas nem perguntaram nada. Apenas sentaram à mesa para contar sobre tudo, enquanto estava dispersa e pensativa sobre Taehyung. Não queria admitir, mas separar-se dele seria incômodo. Mais do que poderia imaginar até a noite anterior. Contudo, quando acordou de manhã e abriu seu closet vendo as roupas dele ali, sentiu que contar sua decisão a ele seria muito cruel.
— , no que tanto pensa? — Rafael perguntou preocupado.
— Vejo que vocês não estão a par da última do tio Ramirez… — Os primos negaram e ela acenou as mãos bebendo seu suco — Procurem saber depois. Agora eu tenho que ir para a Gaya trabalhar e esperar Taehyung chegar pra eu… — suspirou — Terminar com ele…
— Vai mesmo fazer isso?
— Eu já tenho um noivo, Rafael.
— Você falou com o Cafrey? — Luna se mostrou surpresa.
— Sobre a proposta? — Luna assentiu — Não. Sinceramente, achei melhor cortar esse assunto entre nós. Mason não me pareceu alguém que aceitaria isso, e nem precisa disso… Mas, acabou sendo ele a propor o mesmo. Começamos a conversar a respeito e parece que o Mason não vai dar pra trás.
— Mas e você? — Luna não estava nada confiante pela decisão da prima.
— Batemos uma queda de 45% na Dow Jones ontem, apenas com a veiculação na mídia de que Carlos seria o sucessor. Vocês acham mesmo que eu tenho algum direito de desistir agora?
Rafael e Luna se alarmaram mais. disse que não podia explicar e se despediu levantando da mesa e ouvindo sua prima dizer ao irmão:
— Agora, ela vai desistir do único cara que voltou a fazê-la sorrir daquele jeito, por causa desse nome… Se eu não fosse uma covarde, eu tiraria esse peso dela!
— Sabe que não temos a competência dela pra isso. Na verdade… Nós nos tornamos um fardo pra nossa prima. E eu me sinto envergonhado por isso agora. Mas é como você disse, irmãzinha: somos covardes.
respirou fundo cansada. Dormiu pouquíssimo e queria ir para o escritório da Gaya trabalhar. Pensar melhor sozinha. Passou a mão em seus documentos, se despediu dos primos e saiu.
Já na Gaya, às nove horas recebeu uma mensagem de Jungkook perguntando se poderia ir vê-la. Ela disse que sim, e uma hora depois o rapaz chegava para fazê-la rir e convidar para um passeio já que não se viam e nem se falavam desde o ano novo. Apesar de querer, ela o informou que não estava no clima, mas JK insistiu e ela aceitou um passeio na sexta-feira. Logo em seguida, Wook ligou também informando que estava voltando e preocupado porque leu notícias com o nome dela. Ótimo, o anúncio já havia chegado na mídia coreana! explicou por alto para ele que teria que se casar logo, e Wook ficou mesmo preocupado com ela porque sempre soube as intenções da amiga de não cumprir aquilo.
— Você tem coragem suficiente para isso, e mais sanidade do que todos aqueles que estão te fazendo agir ao contrário do que você acha certo. Rompa com o tradicionalismo se é isso mesmo que você quer. Um casamento é um elo muito grande e longo. Em todo caso, estarei do seu lado seja qual for sua decisão. Nos vemos em breve, ! — Chang Wook falou pela chamada no telefone.
Ela ouviu o amigo, mas a verdade é que ele não sabia que aquele elo teria hora pra começar e data pra acabar. Suspirou e se despediu prometendo vê-lo em breve.
Tae ainda não havia dito que horas iriam se ver, apenas confirmou novamente na noite anterior que logo que chegasse a procuraria. O relógio indicava 11 horas da manhã, e precisando dar uma resposta ao Mason, resolveu perguntar se Namjoon sabia a que horas o voo de Taehyung chegaria.
Mensagem de Namjoon: Chegou esta manhã, e provavelmente está indo para os seus braços. hehehe
agradeceu e esperou que ele aparecesse pela manhã, porque precisava encontrar Mason à tarde. E o assunto com Tae seria tão sério que não acreditou que ele fosse dormir em sua casa. Caso fosse, seria uma péssima forma de ela pedir pra “terminarem”.
para Mason: Olá Cafrey, bom dia. Tudo bem? Como eu havia lhe informado, confirmo nosso encontro hoje às 16 horas. Você gosta de chá?
Então ligou a TV para saber quais eram as notícias sobre ela no dia. Estava assistindo o veículo disseminar a manchete: “A corporação D’Blanco irá mesmo anunciar a comandante mulher solteira bilionária da próxima geração da família?”.
— Uma mulher nunca tem paz, não é? — comentou para si mesma, revoltada, observando aquele noticiário.
O telefone da mesa de sua assistente tocava sem parar e ela conseguia ouvir, apesar da porta grossa de seu escritório, e deixando Lauren bastante irritada. Ela podia prever a expressão odiosa da funcionária. E pensando nisso, Lauren bateu à porta, enquanto via o projeto de matéria e as notícias da TV sobre seu nome.
— Com licença, . Você tem visita.
— O quê? — Ela perguntou, mas Lauren apenas avisou e saiu de volta à sua mesa de recepção da sala da presidência.
Enquanto esperava sua entrada ser liberada, Mason aproveitou para responder o máximo de e-mails que conseguia. Quando a moça voltou, liberando, ele sorriu e a acompanhou.
— Ela o aguarda. — deu passagem para ele passar e Mason o fez.
— Senhorita D’Blanco, me desculpe. — Mason falou com sua voz grave, surpreendendo a mulher — Tive alguns imprevistos e precisei vir até aqui.
havia mutado a TV do escritório enquanto estava escorada na própria mesa em pé, de pernas cruzadas, com o controle em sua mão e uma expressão de desespero misturada à surpresa. Mas não entendia por qual razão o seu desespero tinha a ver com Tae chegar ali naquele momento. Estava ficando louca definitivamente.
— Ah… Ca-Cafrey… Digo, Mason! Oi! — Ela respirou e se recompôs — Tudo bem, aconteceu alguma coisa?
— Maya quer vir embora. Preciso ir buscá-la. Mas gostaria de deixar tudo acertado antes de ir. — Mason explicou.
•••
Taehyung estava dirigindo tranquilamente até a Gaya, a fim de surpreender com o buquê de flores mais incrível que já tinha visto e uma caixa de chocolates holandeses que havia trazido de sua viagem. Até que seu telefone tocou e ele aceitou a chamada de Sara pelo assistente.
— Tae, onde você está? — Ela estava chorando.
— Indo a um lugar importante. Aconteceu alguma coisa?
— Por favor… eu… eu acho que me perdi em Incheon. Eu não sei onde estou. Eu acordei no meio do nada e… Tae… — Ela fungou o nariz. — Eu tô com medo…
— Você tentou falar com o Seungcheol?
— Eu tentei. Ele… Ele não… — A chamada ficou muda.
— Sara? Sara? — Ele chamou várias vezes e ela não respondeu. — Merda! — Taehyung bateu no volante, fazendo uma curva perigosa. — Bixby, localiza o telefone de Sara Tcheng e joga o caminho para o GPS.
Logo o GPS trazia a localização e ele seguiu.
•••
o recebeu no horário do almoço, onde puderam pedir almoço no restaurante anexo da galeria, mas comeram no escritório dela a pedido dele e devido a pressa. Não falaram sobre si, apenas sobre os termos que indicariam a seus advogados. O Dr. Castellanos, principal advogado pessoal de , estava em chamada de vídeo com os dois que sentaram-se lado a lado à mesa da D’Blanco para resolverem aquilo.
Termos do contrato
1. Sem fusão empresarial. A Cafrey Inc e o Grupo D’Blanco Inc, deverão manter independência total de seus negócios, apesar da união matrimonial de seus herdeiros.
2. Ambas partes interessadas irão manter um relacionamento amoroso “aberto”, salvaguardas às circunstâncias de confidencialidade de suas imagens pessoais e empresariais.
3. Ambos adquirirão e irão residir em uma casa compartilhada, em Seoul.
4. Será responsabilidade de Mason verificar sua flexibilidade de mudanças, haja visto que terá de passar alguns meses em Madrid e outros em Seoul.
5. O acordo nupcial deve se compor em relação conjugal sem partilha de bens.
6. A validade do contrato matrimonial se dará por dois anos, podendo ser rescindido em um ano, somente se em comum acordo das partes.
O Dr. Castellanos, advogado de leu os termos principais.
— Ótimo, eu acho que os demais pormenores empresariais nossos advogados podem resolver com calma, certo Dr. Castellanos? — afirmou.
— Sim, senhorita D’Blanco. Eu entrarei em contato com a assessoria de advocacia do Senhor Cafrey, logo que sair daqui. Contudo, há questões de foro ainda mais íntimo, e que, primordialmente os senhores precisam nos informar suas intenções.
Mason e assentiram para que ele continuasse a falar.
— Em relação à sexualidade. Vocês pretendem criar cláusulas restritivas, orientadoras ou impositivas? — Dr. Castellanos perguntou de forma profissional.
se adiantou em responder ao advogado:
— Não haverá relações sexuais ou quaisquer comprovações matrimoniais deste tipo, certo, Mason?
— Concordo. Mas acho que pode acrescentar que não haverá relações sexuais se, as partes não quiserem. Como um condicional, não uma imposição.
— Você está preocupado de que eu vá quebrar o contrato por isso? — Ela disse com humor, tocando o próprio peito, o esclarecendo: — Fique tranquilo, como dissemos, nossos espaços serão mutuamente respeitados.
O advogado digitou, e pigarreou cortando o debate entre “o casal” ao perguntar:
— E quanto a filhos? Como devemos proceder em uma situação em que haja uma gravidez e…
— Sem filhos. Essa é uma excelente razão para encerrar este contrato, então, pode escrever que o casal não deve ter filhos. — Mason o interrompeu sendo diretivo na sua fala.
— Qual a multa em caso de descumprimento dessa cláusula?
— Multa? — perguntou um tanto incomodada em como aquilo tudo a fazia parecer vulnerável às decisões de Mason.
— Estamos considerando esta multa, aqui, diante um relacionamento aberto, inclusive uma gravidez não direcionada por vocês, mas… Supondo, senhorita D’Blanco que…
— Isso é ridículo! — interrompeu o seu próprio advogado — É lógico que se eu engravidasse de outro homem o Mason não tem nada a ver com isso! E como ele disse, a gravidez é um bom motivo para quebrar de contrato. Logo, o contrato poderá ser anulado se ainda vigente nesse caso. Mas… Dr. Castellanos, Mason e eu podemos elaborar melhor isso com mais tempo. No emergencial, acho que tratamos o crucial. Certo? — Ela manteve uma postura rígida e olhou para Mason incisiva.
Ele não deixou de sorrir discreto pela maneira como ela parecia incomodada com a ideia de gravidez tanto quanto ele. Mason assentiu. O advogado principal da senhorita D’Blanco se despediu em chamada dizendo que o aprimoramento do contrato seria dado em comum acordo à parte de Mason. E que caso ambos tivessem coisas a acrescentar ou retirar era só contatá-lo. O homem saiu da chamada, deixando os dois ali sós, após fechar o notebook.
— Bem… Eu acho que então estamos previamente acordados.
— Claro. Mais uma vez, obrigada Mason por topar tudo isso. E lamento que tenhamos chegado a isso, nessa parceria que se inicia.
— Imagine! Ainda é cedo pra lamentar. Bem… Eu tenho que ir. Qualquer coisa você tem meu número pessoal.
— Igualmente!
sorriu se afastando para o acompanhar até a porta de seu escritório, abrindo a passagem para ele.
— Faça uma boa viagem. Espero que Maya esteja bem!
— Obrigado . Até breve. — Mason se despediu tocando o ombro dela e beijando-a no rosto, a surpreendendo, deu as costas, cumprimentou a secretária dela, Lauren, e entrou no elevador.
Depois que Mason saiu, observu Lauren atarantada com os telefonemas, voltou para sua mesa e se jogou na sua cadeira. A ficha caiu: era real. Ela ia se casar de mentira com Mason Cafrey. Que loucura!
Antes de fazer qualquer outra coisa, ela tentou telefonar para Taehyung, mas a chamada só caía em caixa postal. Logo, avisou à Lauren que iria embora, não aguentava mais o telefone irritante e pediu que a informação para todo e qualquer jornalista fosse de que, em breve ela se pronunciaria publicamente após o aval de seu pai.
— Ah, e Lauren, mais uma coisa. Se Kim Taehyung aparecer aqui, o informe que fui pra casa, por favor, sim?
A assistente afirmou. Naquele dia, a galeria não estava aberta ainda, e nem tinha equipe trabalhando. Tudo estava pronto para dali uma semana. Foi pra casa, e já faziam meses que ela não ia para seu quarto secreto.
Logo que chegou, Nari estranhou o modo como ela apenas entrou em seu quarto e saiu com uma roupa usada para aquilo: o tempo isolada em seu quartinho secreto. E ali, a D’Blanco ficou. O primeiro quadro em meses sem pintar era um esboço de um maxilar. Ela sabia muito bem de quem era, e só então deu razão ao que Luna lhe disse dias atrás. Ela estava pintando Taehyung, e aquilo era um mal sinal. Ou não? Continuou pincelando e pensando naquilo tudo, até ser surpreendida por Nari.
— , está tudo bem aí dentro? — Nari perguntou preocupada com ela trancada por tanto tempo, batendo à porta.
— Sim, ahjumma! Pode me trazer um lanche, por favor?
— É claro querida! — Nari sorriu satisfeita e foi providenciar algo para ela comer.
•••
Mensagens no grupo dos Bangtan
Taehyung: alguém consegue localizar a Yuna ou a Kyia ou a Minji?
Seokjin: Elas estão em Tóquio, não? Foram promover alguma marca lá… Por que?
Taehyung: Sara sofreu um golpe e foi largada em um beco em Incheon.
Namjoon: Porra! Ela está bem?
Taehyung: Agora está, estou a levando pra minha casa.
Yoongi: A única normal desse grupo é a Minji, não adianta.
Jimin: Normal nada, ela tem uns fetiches malucos rsrs
Namjoon: Tae, se precisar de alguma coisa fala com a gente. Está tudo bem para você levar a Sara para a sua casa?
Taehyung: Claro Nam, não se preocupe, nós somos amigos apesar do passado.
Hoseok: Certo! Tae, vai nos avisando sobre ela… E Yoongi, ‘tá bem?
Yoongi: Vou sobreviver.
•••
não recebeu mensagem de Taehyung, nem a sua visita. Nem mesmo o telefone ele estava atendendo. Foi inevitável se sentir preocupada, e por isso, aquele dia, antes de trabalhar, ela decidiu passar na casa dele. Estacionou e pediu para ser anunciada. Taehyung se assustou com a presença dela ali, mas liberou o acesso. Quando subiu, ele abriu a porta sorridente e a puxou de imediato, para um abraço.
— Eu senti tanto a sua falta! — sussurrou no ouvido dela e selou os seus lábios.
sorria, mas estava nervosa.
— Também senti, lindo… Ocorreu tudo bem em sua viagem?
— Sim, sim. Você pode me esperar aqui na sala um momento?
assentiu e Taehyung foi até a cozinha. Ela caminhou pela sala à procura de Yeontan, e não o achou, então foi até a varanda do apartamento. Quando retornou, Taehyung havia subido para o quarto, mas ela só viu as costas dele que parecia carregar algo para cima. Então, continuou procurando Tannie, até resolver subir e ir ao quarto de Tae. Provavelmente o canino estaria lá. Quando chegou no corredor superior, Tae saía do quarto de hóspedes com uma pequena bandeja nas mãos, e se assustou ao ver ela ali.
— Está tudo bem? Você tem visitas?
— Er… Bem, é… Eu tenho.
assentiu se desculpando:
— Me desculpa, eu tentei falar com você e não consegui. Você não atendia o telefone, disse que iria me ver, mas não tive notícias e fiquei preocupada. Então resolvi passar aqui. — suspirou — Mas, eu não pretendo te ocupar muito também…
Taehyung se aproximou mais dela, franzindo o cenho e sorrindo desconfiado:
— Imagina! Você não atrapalha, eu tive problemas ontem e nem vi meu celular descarregar… — Ele pegou a mão dela apertando de forma carinhosa — Eu estava indo até você ontem, mas a Sara me ligou, ela estava em apuros e não tinha como não ir ajudá-la.
— Ah… Então, é a Sara que está ali?
— Sim… Mas, mas, não aconteceu nada entre a gente ! — Ele se explicou um pouco ansioso.
olhou para o chão sorrindo, estranhando o motivo pelo qual ela estava sentindo ciúme, embora achasse aquilo ridículo de sua parte. Que direito ela tinha?
— Relaxa Tae, você é solteiro e pode sair com quem quiser. Não precisa se explicar. — tentou parecer madura.
— Eu disse a você que quando eu estou com alguém é pra valer, e eu fico só com uma mulher… Acredite, não tem nada entre ela e eu, foi realmente uma situação de necessidade.
assentiu e suspirou pesaroso, sentindo um bolo na garganta que não soube identificar de onde vinha. Soltou sua mão da dele, após fazer carinho no rapaz e disse séria:
— Você pode ter o que quiser com outras pessoas, Tae. Eu preciso te contar uma coisa, e por isso eu fiquei tão aflita ao ponto de aparecer aqui sem ser convidada logo de manhã.
Taehyung não gostou do tom dela, tocou o queixo de se aproximando e encarando os olhos dela quando perguntaria que bobagem era aquela de outras pessoas se ele já havia dito que não iria ficar com mais ninguém estando com ela, mas impediu ao dizer:
— Vamos para o seu quarto. Essa não é uma conversa pra se ter em um corredor.
A D’Blanco lhe deu as costas, abrindo a porta do quarto dele e assim que entrou Tannie correu até ela. Ela se abaixou fazendo carinho nele e o abraçando, como uma despedida, sentia seu coração pequenininho.
— Ele te adora! — Taehyung comentou sorrindo, aquela mulher era tudo o que ele precisava em sua vida. Estava ciente de quão envolvido estava por ela, há tempos.
— Assim como Zyah adora você!
— Nari me contou que nenhum outro homem encontrou paz com o seu gato. — Tae riu e viu que estava séria, com expressão de quem iria se bater, ou de quem se sentia um fracasso — ? O que significa tudo isso? ‘Tô preocupado desde que você disse que tinha que conversar comigo, na nossa última conversa pelo telefone…
Ela pegou a mão dele o levando para sentar ao seu lado na poltrona beiral da cama dele.
— Eu sei que a gente não tem um relacionamento, mas, eu quero terminar isso, Tae.
Os olhos dele se arregalaram, e ele se levantou desesperado.
— O que!? Por que? Eu… eu… Eu fiz alguma coisa que te magoou? Ou… Foi porque eu conheci seus primos? Tem a ver com o fato de não conhecer seu pai!?
— Tae, calma. Você não fez nada. Sou eu que não posso mais me encontrar com você. — se levantou pegando na mão dele e o puxando para sentar-se ao lado dela de novo, e ficou de frente para o homem.
— Não estou entendendo! — Taehyung encarava o rosto dela, com o seu próprio, fechado. Desolado buscava resposta na expressão aflita dela.
— Eu vou me casar, Taehyung.
O rosto dele perdeu a cor. Tae a encarava como se estivesse em um programa de pegadinhas, desconfiado do momento em que ela diria que era mentira.
— Olha… As coisas se complicaram em relação à empresa, e eu comentei sobre os interesses do meu pai, certo? Eu não tenho como fugir dessa responsabilidade agora.
— Você disse que não se casaria, que pegaria o comando sozinha e que não se relacionava com ninguém sem amor! — Ele contra-argumentou confuso.
— Eu sei de tudo isso Tae! E realmente era meu plano, mas agora as coisas mudaram. Eu preciso garantir essa nomeação, não só por mim, mas… Porque eu vou ter que assumir tudo antes da hora… Meu pai precisa se afastar, e… Puxa, que situação, mas, acredita em mim, eu não posso dar detalhes…
— Então, você está terminando comigo porque vai ter que casar? — Ele perguntou retoricamente, confuso e com a voz uma oitava mais baixa, um tanto depressivo. O silêncio breve logo foi interrompido pelo lampejo de empolgação dele, ao dizer: — Eu posso casar com você! Eu quero, na verdade!
sentiu o coração quebrar.
— Você quer…? — Ela não pôde conter uma lágrima emocionada de quem estava sentindo que cometia um crime contra a própria consciência.
— Claro, eu não me importo com nada, desde que a gente fique juntos! — Ele sorriu com esperança naquela ideia.
— Taehyung… Eu já tenho um noivo. E… eu já aceitei o pedido dele… — começou a chorar sentindo a voz embargar.
Estava mesmo certa de que não poderia submetê-lo àquela farsa, diante da comoção dele. Declaradamente, Taehyung estava muito apaixonado por ela.
— Não. Você não vai fazer isso! — Ele se levantou nervoso — Não quando tem alguém que gosta mesmo de você aqui!
— Tae, eu… Lamento. Eu não posso voltar atrás. Meu pai já foi informado, e ele… O meu noivo, já viajou pra acertar tudo e…
— Espera! — Te a interrompeu, agora sentindo um misto de ciúme e raiva — Você já conhecia esse cara? Quem é ele?
— Não posso dizer ainda! Ele e eu nos conhecemos há muito tempo, em algumas viagens de negócios e …
— É um casamento de fachada!? — Interrompeu-a de novo — Me diz que é! Não quero imaginar que ele é alguém com quem você estava se encontrando, ao mesmo tempo que estava comigo!
— Não é algo totalmente de fachada, quero dizer, é mais ou menos. Eu não o amo, isso você pode saber. Eu… Realmente… Bem, as coisas se tornaram assim, e ele é a minha melhor possibilidade no momento!
— Sua melhor possibilidade? Mas e eu? Eu gosto de você e declarei isso, eu aceito que você não me ame, mas se vai estar com alguém por interesses ou fachada, porque não pode ser eu!? — Taehyung andava de um lado a outro.
— Justamente porque você me ama que eu não posso fazer isso, Tae! E depois, você tem uma carreira que não deve ser manchada por minha causa! Não ficaria bem pra você ser meu marido, porque as cobranças em você seriam…
— Não me interessa nada disso! — Tae de novo a cortou — Se está dizendo tudo isso, significa que esse homem não te ama, não é?
Tae voltou a sentar pegando na mão dela. E ela lembrou de Mason dizendo que precisava parecer real. Queria contar a verdade ao homem desolado em sua frente, mas não podia. precisava omitir algumas coisas.
— Não, ele gosta de mim. A gente já teve algo. Mas… Nós nos afastamos, nos reencontramos há pouco tempo, antes mesmo de me envolver com você, e temos sido amigos. Só que agora que eu preciso tocar a empresa, ele me apoiou e as coisas simplesmente aconteceram. Se eu tenho que casar e ter um pilar de apoio nesse meu mundo dos negócios, ele é alguém que eu gostaria de ter do meu lado. E não é que eu o ame, nem que não queira você Tae… É só que, ele é a pessoa mais adequada… Ele é o melhor para um matrimônio de fusão empresarial da magnitude do nosso.
— Pessoa mais adequada? Que tipo de colocação é essa? Isso não faz nem sentido, essa não é a mulher que eu conheci e dizia há dois meses que odeia convenções! E se não pode ficar comigo por amá-la, pode ficar com ele que também te ama? Qual seu verdadeiro peso e medida nisso tudo? Eu não passei de um divertimento, não é?
não conseguiu segurar as lágrimas. Ela se levantou apressada dizendo pra ele:
— Só queria que você soubesse por mim e não pela mídia, que logo vai estar escancarando mais coisas. E eu… Não queria brincar com seus sentimentos. Embora… — olhou convicta a ele — Eu nunca te prometi nada, não é? Aliás, você mesmo disse que não se importava sobre o meu ritmo, que só queria estar comigo.
— Se está tão certa disso porque está chorando? — Taehyung devolveu não acreditando em nada do que ela dizia.
— Porque…! — controlou a urgência da voz e o embargo da garganta para explicar — Porque você me fez notar que eu deveria ter mudado mesmo o meu destino, só que você chegou tarde demais. As coisas simplesmente não me dão outras opções. Eu só posso te oferecer um caso com uma mulher que vai estar casada em uma relação aberta. E que ninguém saiba disso, por favor, eu ‘tô confiando em você ao dizer essas coisas. Mas, é só o que eu posso te oferecer Tae, porque a verdade é que meu mundo já era muito comprometido com a vontade dos outros para eu dar asas às minhas próprias vontades!
Ela se virou para ir embora e Taehyung se apressou em puxá-la e a beijar. Sentiu que aquele beijo era além de recíproco, real. Ela não gostava dele, mas se entregava a ele desde o início e ele sabia.
Taehyung achou que em questão de tempo transporia as barreiras que ela havia erguido em torno de seus sentimentos, mas tempo foi o que ele não teve. Ela podia dizer que não o amava e nem gostava dele, mas ele sabia que ela também não amava e nem gostava do outro. Estava só mais uma vez aceitando uma obrigação.
Taehyung sentia em seu coração, pelas reações do corpo dela, que D’Blanco negaria, mas não apagaria que estava sim se apaixonando por ele. E torcia para que o outro homem também não a amasse, assim, seria mais fácil aceitar aquele rompimento justificado por “negócios familiares”. E se tivesse que roubar ela no futuro, roubaria sem culpa.
Terminaram o beijo intenso com os olhos igualmente intensos um no outro. Até que ele lhe fez uma promessa:
— Nesse momento não sei o que pensar. Mas estou decepcionado. Se um dia for possível esquecer essa decepção, eu vou atrás de você. Sei que não me prometeu nada, por isso não me sinto traído, mas me sinto um impotente! Porque tudo isso faz claro que você nem sequer tentou superar qualquer diferença nos nossos mundos. Você julgou que eu era inútil para o seu mundo. Você diz que não quer brincar com meus sentimentos, mas joga com os seus próprios. Então tudo isso me deixa confuso, sem saber se você é a vítima ou eu… Sem saber se você é a vilã que eu devo fugir ou a mocinha que eu quero salvar. — Ele declarou chorando.
Soltou a mulher que não conseguia o encarar mais. Ela não devia se sentir culpada! Estava resguardando o sentimento genuíno dele. Estava o afastando de ser usado e manipulado por ela e os jogos de poder à sua volta. Não havia dito que seria o amor da vida dele nem nada disso, mas por que se sentia culpada como da vez que largou a pintura pelo internato? Que largou a carreira de artista pela trabalho de meio período na empresa? Que largou a medicina pelo curso de negócios? E que largou toda uma vida que desejava, por uma vida que era obrigada a aceitar? Não soube dizer, mas pediu desculpa a ele, silenciosamente em sua mente.
— Se você puder apenas não me odiar, eu já serei grata, assim como sou grata e feliz com nossos pequenos dois meses e meio de amizade colorida, Taehyung. — falou com voz trêmula — Se cuida, e…. Fica bem. Eu acho que você encontra um jeito de me esquecer se quiser mesmo. E eu não vou nem de longe te julgar por isso.
falou limpando o rosto e saiu dali muito, muito mais abalada, do que um dia imaginou que estaria desde Pietro.
Quando chegou na Gaya, desceu do carro e entrou no escritório se trancando lá dentro para chorar. O velho e habitual, choro de raiva.
Capítulo 13
Este capítulo foi escrito por Ray Dias e M-Hobi
— Mase! — Maya desceu os degraus da escadaria correndo e pulou no colo do irmão quando o encontrou na entrada da mansão.
Ele a abraçou forte, mas com cuidado, e depois a colocou no chão, olhando-a por inteiro.
— Como você está?
— Ótima! Acabei de falar com o doutor Kun por chamada de vídeo, ele recebeu meus exames lá e me autorizou a ir embora. E disse que posso voltar ao trabalho.
— Moderadamente. Ele disse que ela pode escolher um ou outro. — Soho surgiu pelo corredor embaixo da escada. — Olá, querido, fez boa viagem?
— Fiz sim. — respondeu à irmã e semicerrou os olhos para Maya. — Não pense que não estou de olho em você, mocinha. Deixa eu adivinhar, vai voltar para o estúdio e se enfiar lá noite e dia…
— Errou. Estou vendo com Chae para eu começar a preparação para as gravações. A Mayumi é uma personagem foda demais, preciso me fortalecer para interpretar ela!
— Sua irmã colocou na cabeça que vai ser o Tom Cruise dos dramas. — Hyelin surgiu do mesmo lugar que veio Soho e foi direto cumprimentar o filho. — Olá, meu amor. Como foi de viagem?
— Tudo bem, mãe. — Mason a abraçou carinhoso. — E por aqui?
— Melhor impossível! — Ao ver Joseph saindo do corredor do escritório, Mason respirou fundo, sabia que ele iria perguntar sobre as novidades, querendo ouvir o que tanto vinha cutucando do filho.
Então, sem enrolação, pois, Mason não era disso, e percebendo o olhar do pai o avaliando como se prescrutasse-o por sinais de alguma novidade, Mason disse:
— Bem, infelizmente Makkie não está aqui, mas eu posso falar para ela depois, em uma visita no internato. — Mason mantinha a mãe ao seu lado, em um abraço ladino.
— Falar o que?
— Família, eu quero comunicar a vocês que… — raspou a garganta. — Em breve, muito em breve, irão conhecer a futura senhora Cafrey.
Ao contrário do que ele esperava, ficou-se um silêncio entre eles. Maya estava de braços cruzados e piscava repetidas vezes sem pausa, esperando que aquilo fosse uma brincadeira fora de hora. Não seria possível que Ashley finalmente tinha retornado, ou que Mason tivesse encontrado alguém tão de repente! Ele sequer havia comentado qualquer coisa com ela.
— O que? Como assim, meu filho?
— É isso mesmo que vocês ouviram, pai. Eu reencontrei uma pessoa que conheci há muito tempo e, felizmente, a recíproca continua verdadeira. E é com ela que quero me casar.
— Cala a boca… Você… Mason! Você ama a Ashley. Isso só pode ser piada! — Maya desacreditou.
— Maya! — Hyelin a repreendeu, afastando-se um pouco do filho e o encarando nos olhos. — Filho, você… Você tem certeza?
— Absoluta, mãe. Ela é uma pessoa incrível. A senhora vai adorá-la. — Beijou a testa de Hyelin e a afastou, beijando Maya também. — Quero que a receba bem, ouviu? Sinto que serão grandes amigas!
— Não prometo nada. — Maya falou desconfiada e claro, enciumada.
— Pai, podemos conversar no escritório? — se virou para Joseph. — Tem algumas coisas que eu gostaria que o senhor soubesse.
— Claro, filho. Vamos.
— Vou pedir para Marta arrumar a mesa do almoço. Com licença. — Soho saiu em direção à cozinha, lugar de onde tinha saído.
Maya e a mãe ficaram olhando a saída do irmão e ele pôde ouvir a voz da irmã dizendo:
— Eu não ‘tô sentindo coisa boa disso, não, mãe.
— Guarde para você. Ele não faria nada por impulsividade, Maya. Você conhece seu irmão. Agora venha, precisamos fazer suas medições antes do almoço.
Mason seguiu acompanhando o pai e entrou no escritório, fechando a porta e trancando. Joseph se dirigiu ao pequeno bar dali e serviu o uísque para os dois, sentando-se em frente ao filho em um sofá, enquanto ele estava no outro.
— Então, o que você quer que eu saiba, filho?
— O senhor falou com o D’Blanco sobre eu ter encontrado com a filha dele?
— Não exatamente. Foi seu tio, Joshua. Sabe como ele é intrometido.
— Pai..
— Ele escutou a nossa conversa ao telefone. Me desculpe, eu estava no golfe e pedi para que Angelo atendesse no viva voz para mim! — Joseph fez uma careta, bebendo um gole. — Mas o que há de errado nisso?
— Na verdade, nada… Eu só queria saber se foi o senhor.
— E o que você quer que eu saiba?
— Pai, o motivo de eu ter demorado a escutar seus conselhos e tentar conhecer D’Blanco é porque eu já a conhecia antes dela se tornar o seu desejo de nora. — Mason deu o tempo dele raciocinar. Joseph franziu a testa buscando mais explicações, e o filho continuou: — Nós nos conhecemos por aí e nunca nos apegamos aos nomes, eu demorei muito a saber quem ela era e vice-versa.
— Ela é a moça com quem você quer se casar? — Mason assentiu. — Então por que ficou tão relutante em ir para Seoul?
— Porque eu nunca pensei que quando a reencontrasse tudo daria tão certo. Que ainda teríamos a… — tentou encontrar as palavras, lembrando do que já havia ensaiado. — Mesma ligação, entende?
— Pelo visto vocês tiveram. — O pai deu de ombros encarando o filho, de um modo analítico.
— É, tivemos.
Joseph colocou o copo em cima da mesinha que os separava e sorriu para o filho.
— Você lembra como conheci sua mãe, certo? Nós levamos mais de dois anos para nos reencontrarmos e… Seu avô não era o meu maior fã por eu ser… menos rico que eles. — riu fraco. — Mas a vida, Mason, ela cuida sozinha. Ela faz com que tudo se encaixe onde tem que encaixar. A gente pode rodar o mundo, ficar ou ir, mas sempre teremos o lugar certo. — se levantou, fazendo com que Mason se levantasse automaticamente. — Eu estou muito feliz e orgulhoso de você, filho. Espero que ela seja mesmo tão incrível quanto você.
— Obrigado, pai.
— Agora vem cá me dar um abraço! — Joseph o puxou, apertando-o e rindo. — Meu filho vai casar! Meu filho vai ser o homem mais feliz deste mundo! Meu filho vai me dar netos! — afastou ele pelos ombros. — Você sabe o quão feliz eu fico com isso, não sabe? Mas o principal para mim não é nome, é que você seja feliz. Vocês três.
•••
Se trancar no escritório para trabalhar não funcionou. Concentração era tudo o que ela não tinha, então, telefonou ao pai em chamada de vídeo.
— Mi Hija! ¿Algo pasó? — Juan atendeu em espanhol e risonho pela chamada da filha, enquanto parecia estar no golfe.
— Tu bendición, papa… — pediu a benção, mantendo o diálogo em espanhol com ele por toda a conversa.
— Bendecido! — vendo a cara de choro dela preocupou-se mais — ! Estou preocupado! Estava chorando?
— Não te preocupes, papa. Tudo está resolvido. Eu e o Mason nos acertamos, mas, tudo tem que parecer um lindo acaso do destino. Ele não vai dizer à família que é uma farsa. Eu disse que só você, mami e meus primos sabem… E vamos utilizar o descaramento latino para fingir uma bela atuação, ok? Por mais que eu seja contra isso, o lance dele com os pais é mais complicado do que o meu. Mason não precisa de mim por questões negociais.
— Bem, mas… Isso é ótimo, não é? Já posso anunciar você sem temer. Os acionistas não se oporão à situação graças à sua expertise de todos estes anos!
— E se opuserem, eu sou capaz de tirar cada ação deles, e tirá-los da grande rota de sucesso que estes…. — parou de falar e controlou a raiva.
— Não vou perguntar se está feliz, porque sei que não está. Mas… Minha filha…. Você andou chorando? O que houve?
— Não há nada. O senhor sabe como eu seguro minhas emoções até elas explodirem, e eu tenho muitos anos de raiva acumulados. Essa situação só me faz sentir mais e mais ódio.
— Ódio de mim? De sua mami? — perguntou se sentindo bravo, mas na verdade era culpa mascarada.
— Não papa… Não poderia odiá-lo por mais que tentasse. E acreditem, eu já tentei… — suspirou — Agora diga-me, vocês já colocaram o tio Ramirez no devido lugar? Ou serei eu a ir até ele?
— Sua mãe está evitando me falar sobre isso! Nós podemos ir até aí em breve! Aliás, como ficará o anúncio entre as famílias? Eu devo me comunicar ao Joseph? E quando posso encontrar o Mason? Não o vejo há tempos!
observou a euforia do pai e rolou os olhos.
— Papa, não alimente esta excitação ao mencionar o Mason. Parece até que gosta dele…
— E gosto! Ele é um ótimo rapaz! Um tanto na dele, meio misterioso, mas… Isso traz um charme especial, não é? — Juan comentou bem humorado para filha e piscou.
encarou o pai com descontentamento.
— Não me interessa o charme que ele tenha ou não papa! Que ideia! — Seu pai riu e ela pediu: — Não faça nada ainda. Ele foi a Nova Iorque, e eu saberei quando e se o senhor deve falar com eles, ou quando anunciaremos à mídia quando puder falar com ele de novo, sim?
— Está bem, filha. E quando estes pulhas desocupados dos seus primos retornam?
— Amanhã. Eles iriam jogar golfe com o… Bem, eles não terão compromissos aqui mais. E também, quero evitar que encontrem o Mason. O senhor conhece os dois, vão tratar ele como alguém da família e isso pode e deve ser adiado. Já me basta este papel ridículo que me presto agora…
— Quais os acordos entre vocês? Vocês ficarão por um ano juntos, e… Isso pode me dar meus queridos netos?
— Papa! Não me faça discutir com o senhor! Precisa se cuidar!
— Está bem, está bem! Mas, você já delegou ao Castellanos que…
— Sim! — interrompeu ao pai — Assim que ele terminar tudo com o advogado do Mason, ele me reportará. E então eu lhe conto…
— Oh! ASENSIO! — Se lembrou Juan — Ele esteve aqui! Pediu para você parar de ignorar as mensagens dele ou ele aparecerá aí! — Juan começou rir e refletir com dor — Meu pobre garoto… Vai se sentir triste ao saber que você se casará com o Mason…
— Acredite papa, duas lágrimas depois na sua frente e Marco irá se consolar muito bem em Barcelona.
Juan ria, mas não. Antes de se despedir ela perguntou ao pai:
— Está fazendo tudo direitinho como o Dr. Suárez mandou?
— Estou! E aquele médico não sabe de nada! Mais me estresse ficar sem trabalho! Você deveria ensinar a ele a ser médico!
— O senhor esqueceu? Eu não sou uma médica. Sou uma D’Blanco. — repetiu a frase que o pai direcionou a ela, muitos anos atrás — Preciso ir, estou cansada papa. Por favor, se cuide.
— Filha! — Juan fez uma breve pausa — Eu te amo, sim? Nós te amamos!
concordou, desligou e avisou para Lauren que iria embora. Chegando em casa, encontrou seus primos perturbando Nari na cozinha.
— Prima!! — Luna gritou quando ela entrou na cozinha — Nari e eu estamos tentando fazer aquele doce da tia Aurora pra você!
— Qual a razão para o brigadeiro?
— É o doce que cura sua tristeza. — Rafael declarou — Então, elas estão se empenhando nisso.
escorou no batente de seu balcão junto a Rafael. Quando os dois se olharam nos olhos, ele reconheceu um brilho triste e antigo ali.
— Ah … Você percebeu agora, não é!? — O primo disse em tom de lamentação e puxou-a para um abraço. Afagou o cabelo dela, enquanto Nari e Luna os olhavam, em silêncio e preocupadas. Mas, segurou o choro. Havia chorado demais.
— Não é isso Rafael. Só estou me sentindo culpada. Um lixo por magoar e daquele jeito…
— Prima, você terminou mesmo com o Tae!? — assentiu e Luna constatou ao irmão — Por isso ele não nos atendeu!
— Esqueçam o golfe com ele. Voltem para casa. Papa me perguntou e eu disse que vocês partem amanhã. Sim, estou expulsando os dois. Afinal, vocês precisam ajudar o Carlos com tudo, e estou falando dos seus pais.
— Você tem razão. — Rafael comentou — Eu já tinha dito para Luna que precisamos voltar.
— Arrumem um trabalho! Vocês não deviam viver de rendimentos de suas ações!
Nari comentou ralhando e mudando a atmosfera fúnebre na cozinha, e deu certo, pois, sorriu concordando.
— Não se preocupe Nari. Logo que eu for nomeada, irei delegar funções para eles…
— Traidora! Nós apoiamos sua candidatura à presidência! — Luna esbravejou.
— Só porque querem evitar seus papéis nessa família. Vocês deviam fazer como Carlos! Usufruir e não confiar nas ações! Rafael quase teve um troço com a baixa da semana!
— Lógico! Sabe quanto dinheiro perdi em uma noite!?
— Você ainda está falando das ações, maninho? — ironizou a irmã e abraçou a prima dizendo: — Mas para nossa felicidade, a maior CEO da Europa, quiçá do mundo, ajeitou tudo em menos de um dia! A alta veio assim que ela desmentiu o tio Ramirez.
— Vou tomar banho. Vocês são mesmo puxa-sacos como diz o papai.
Ela se retirou deixando eles conversantes na cozinha, a fim de tentar realizar o tal “brigadero de la tía Aurora”. E enviou uma mensagem ao Mason:
para Mason: Oi Mason, tudo bem? Fez uma boa viagem? Quando puder, me ligue.
No mesmo momento, não demorou muito e Mason estava a telefonando por chamada de vídeo.
— Olá! Boa noite Mason! Tudo bem? — Ela falou ao atender.
— Estou bem e você?
Mason ajeitou o celular no suporte do carro, batendo a porta e limpando o suor pós corrida da madrugada que sempre fazia.
— Estou. A Maya, está melhor? — perguntou vendo Zyah subir em seu colo.
Ela colocou o celular no pequeno tripé, na mesa que estava ao lado de sua poltrona de balanço e acariciava seu gato, lembrando de como Yeontan gostava do seu carinho.
— Está bem. Estou esperando a liberação do nosso jatinho. — Ele começou a dirigir, prestando mais a atenção no caminho.
suspirou ao ouvir a resposta de Mason, e perguntou de novo:
— Vocês ainda estão em NY, certo? Eu queria saber se você já contou algo…
— Quais seus planos para amanhã a noite?
Zyah miou alto para a tela do aparelho, e sorriu largo o apertando, e beijando, antes de responder:
— Você não me disse se comentou algo com sua família, e sobre amanhã à noite por enquanto eu só tenho trabalho.
— Desculpe, estava concentrado aqui. Apenas disse que em breve eles conhecerão a futura senhora Cafrey. Mas pedi ao meu pai que não falasse nada com ninguém da família ainda. Meus tios são bem intrometidos. — olhou para a tela se deparando com a cena adorável da mulher distribuindo carinhos em um gato. — Amanhã eu te pego às oito então. Tudo bem? Acredito que saio ainda hoje de Nova York.
— Já sabem de nós, o meu pai, meus primos e minha mãe… — aproximou o rosto da tela do celular e sussurrou fingindo segredo, mas na verdade quis mesmo ser discreta, ainda não tinha visto se ele estava sozinho — Sabem de tudo, inclusive, que somos incontestavelmente almas gêmeas um do outro! — Ela voltou a se escorar em sua poltrona e riu ao respondê-lo: — Te espero amanhã, temos muitas coisas ainda a resolver, realmente… Mas, quais os seus planos?
Mason riu com o jeito dela.
— Não quero que pense que tenho a intenção de te conquistar, mas também não quero que seja nada maçante. Pensei em te levar para jantar. Tudo bem? Podemos resolver as coisas que faltam, sem essa coisa chata criteriosa demais…
sorriu leve.
— Claro, se vamos passar dois anos nisso, temos que criar um vínculo amigável. Um jantar entre amigos é um bom começo. — disse e ouviu Rafael entrando em seu quarto gritando em espanhol, e ela deu um salto da poltrona dizendo ao Mason na chamada: — Droga, espere Mason…
se levantou desajeitada com as mãos na cintura e parou na porta da sacada brigando em espanhol:
— Mas que abuso é este Rafael!? Você deveria bater e não entrar gritando! Já arrumou suas malas? Ou você quer que eu mesma as faça!?
— Que mau humor é esse!? Eu não tenho culpa se você terminou… — e antes que ele dissesse mais alguma coisa, a prima jogou uma almofada nele gritando:
— ¡Fuera, fuera!
Rafael olhou para o celular na mesinha, mas não viu quem era, então olhou para a prima de camisola e resolveu zombar:
— AAAH… É sex cam de novo!? Deixa eu ver quem é o felizardo…
o alcançou antes que Rafael chegasse ao celular e chutou a bunda dele para fora da sacada.
— Rafael, não me faça te lembrar que você apanha de mulheres e não é de um jeito bom!
— Ay, ay! Mira Mason, ¿¡es esta la mujer salvaje con la que te quieres casar!? — O primo disse para provocá-la, e fechou a porta da sacada quando Rafael gritou: — Relaxe prima! Ele não deve falar espanhol!
Rafael saiu e voltou ao assento, levando a mão à cabeça irritada, e falando em outro idioma, como era comum de quando ela ficava nervosa.
— La molestia de mis primos, es una de las cosas que evito sin… — deu-se conta do idioma e encerrou a linha de pensamento, voltando à calma: — Nossa, me desculpe… Eu dizia que a inconveniência dos meus primos é algo que eu evito sem nenhum remorso. Lamento por isso… Nós, nos vemos amanhã, então, Mason.
— Nos vemos mañana, querida novia. Hazle saber a tu primo que es obvio que un CEO poderoso como yo hablaría tu idioma. — Mason declarou na despedida para ela, que era sim, versado em espanhol.
revirou os olhos risonha pela ingenuidade de Rafael, e ruborizada de vergonha por Mason ter presenciado aquela brincadeira do primo.
•••
Tae entrou no quarto que Sara dormia e viu que ela estava acordada.
— Está bem? — A seriedade dele era incomum para ela.
— Sim… Taehyung, obrigada. Eu…
— Se levante e se arrume, por favor. — interrompeu ele — Eu tenho que ir para a Hybe e vou deixá-la em casa. Ou em um médico ou delegacia. O que você preferir…
Ele saiu assim que falou, ainda aturdido e foi se arrumar para o trabalho. Estava devastado com a conversa daquela manhã, estava com raiva, mas também triste, queria culpar , mas não tinha certeza se poderia.
Depois de um tempo ele pegou suas coisas e esperou Sara descer na cozinha. Ficou escorado na bancada olhando os chocolates e as flores que eram para . Sara entrou na cozinha vendo aquela cena, e ficou culpada.
— Taehyung… Eu te atrapalhei ontem, não é?
O músico olhou para trás rapidamente, e desviou o rosto de novo para os objetos na bancada.
— Atrapalhou. Mas eu fiz o que eu achava certo… — Ele se levantou da bancada indo na direção oposta à de Sara — Quer tomar outro café antes de ir?
— Não. — Sara se aproximou vendo que o rosto dele estava inchado e novamente olhou para a bancada onde estavam as flores e os chocolates — Tae… Você chorou? Olha, a sua namorada entendeu alguma coisa errada não foi? Me deixe explicar pra ela e…
— Eu não tenho namorada. — cortou-a dizendo antes de sair — Vamos logo.
Sara o seguiu em silêncio, e durante o trajeto tentou conversar, mas Taehyung ligou o som do carro. Ele a deixou na Hybe porque segundo ela, mesmo sem Maya precisava trabalhar. Assim como ele tinha seus compromissos, não discutiu com a ex.
— Hey! Sabe que eu sou sua amiga e posso te ouvir quando quiser não é? — Sara reforçou tocando na mão dele, bastante preocupada.
Taehyung assentiu e então os dois se despediram dentro da empresa. Já com os amigos, depois de metade do dia, eles notaram que Tae não estava nada bem, mas quando perguntaram ele não quis dizer. Até que Namjoon e Jungkook lembraram de perguntando por ele no dia anterior.
— Foi tudo bem na sua volta? — Namjoon perguntou um tanto avaliativo.
— Sim. — E ele continuoy monossilábico com os amigos.
— A noona estava preocupada te procurando ontem. Já esteve com ela?
Tae suspirou e olhou pra todos eles, que o encaravam curiosos e até aflitos. Então ele respondeu de vez para Jungkook, causando o caos:
— Ela me deu um pé na bunda. Foi o que aconteceu.
— O que!!!??? — Jimin gritou assustado.
— Não é possível! — Seokjin também murmurou boquiaberto.
A verdade é que ninguém imaginou sequer a hipótese de que eles não fossem se tornar “o casal” do ano. Não só por Tae, mas também pela D’Blanco que refletia para todos, em seus olhos, o quanto estava envolvida com o mais novo.
— Por causa da Sara!? — Jungkook perguntou sério, como poucas vezes e trocou olhares cúmplices com Namjoon. Os dois estavam mais cientes do que acontecia com a D’Blanco e chegaram a comentar a respeito daquilo, mais cedo.
— Não. Ela teve as razões dela, e eu não quero mais falar disso. — Taehyung declarou, suspiroso.
Namjoon esboçou um quase riso anasalado, e Tae o encarou achando que era deboche.
— Sabe por que ela fez isso? — Tae suspirou descontente porque a razão dela martelava na cabeça dele — Significa que você estava conseguindo entrar naquele coração congelado, Tae. Ela sempre pula fora antes de se tornar amor.
— Isso nem faz sentido! Por que? — Jimin declarou tomando as dores do melhor amigo — Todo mundo notava como eles estavam em uma vibe só deles!
— Porque para ela Jimin, o amor é um luxo que ela não sabe se pode sustentar. As últimas notícias mostram a grandeza que tem as escolhas dela, né? — Namjoon explicava e contou como amigo mais antigo de entre todos ali — Quando conheci a , ela era uma recém diretora de arte, mas era a mais infeliz que eu já tinha visto no ramo. Não era pela diretoria das galerias, era pela CEO que ela sabia que teria que abandonar aquilo tudo um dia…
— Que últimas notícias? — Taehyung perguntou então, curioso sobre o que Namjoon queria dizer com aquilo.
— Você não viu? — Jungkook pegou o celular e abriu em uma página entregando-a ao amigo — Aqui.
Taehyung pegou das mãos de JK o aparelho enquanto Namjoon ainda comentava a respeito:
— Dê um tempo para ela Tae, eu tenho quase certeza que ela gosta de você, mas está tentando te manter longe de tudo porque acha que é o melhor pra você…
Tae viu as notícias sobre a dúvida em quem seria realmente o futuro CEO do Grupo D’Blanco e todas as empresas associadas. Viu o ataque de alguns sobre a posição dela como mulher solteira que dirige galerias de arte da Fundação D’Blanco bem como a presidência do Instituto Artístico D’Blanco, uma organização de fomento à educação a arte e cultura. Viu, além disso, as críticas e fofocas de alguns repórteres que criaram rumores acerca dela não ser a favorita de parte dos acionistas por sua condição de ser uma mulher solteira, e rumores de que seu pai teria pressa de passar o comando por razões ainda inespecíficas.
Aquilo tudo mexeu com a bolsa de valores da empresa em diferentes partes do mundo, e a estabilidade atingiu-se no dia em que Tae voltava de viagem após uma nota dela e do concorrente ao cargo, Carlos.
— Viu? Ela ‘tá numa montanha russa… — Jungkook comentou para ele — Nem queria sair comigo sexta para passear, mas eu a convenci de que espairecer faria bem…
— Vocês vão sair? — Tae perguntou surpreso e Jungkook assentiu — Bem, eu entendi que a vida dela está bagunçada, mas eu queria fazer parte dessa bagunça ao lado dela. E é ela que não quer isso.
Namjoon suspirou tocando o ombro do amigo e Jungkook também. Eles voltaram ao trabalho e Tae saiu um instante para tomar um ar, ainda bastante frustrado com tudo.
•••
Um mês depois…
Jungkook caiu exausto e extremamente suado ao lado de . Os dois se encararam e riam ofegantes.
— Ok, noona… Você tinha razão.
— Que precisávamos dar umas socadas?
— E que eu facilito as coisas pra você, mas eu não consigo rebater! Como que eu vou atacar uma das mulheres mais importantes dos negócios mundiais?
riu se virando de lado e apoiando a cabeça no próprio braço.
— Eu sabia disso! Como alguém com mais experiência no boxe do que eu, me deixa dominá-lo desse jeito? — Ela falou gargalhando pra JK. — Sabe… Eu não vou quebrar, Jungkook. Eu aguento umas pancadas… — Ela piscou de forma marota.
Jungkook fechou os olhos fazendo cara de dor, mas era uma dor muito mais ligada à tensão sexual do que física. notou o pomo de Adão dele subir e descer, e os lábios sendo prendidos nos dentes, e se ligou que se ela não saísse de perto dele, era capaz de atacar o rapaz e fazer as próprias tatuagens com suas unhas nele. Já vinham segurando aquela tensão desde que se conheceram.
— Da próxima, me deixe ter um pouco de dificuldade. — Ela falou voltando a jogar o corpo no tatame ao lado dele.
Jungkook inverteu o corpo para se manter na posição em que ela estava antes. Suas respirações estavam mais calmas, e ele queria fazer uma pergunta para ela já há algum tempo.
— Noona… Eu sei que você aguenta algumas coisas, mas é que eu sou um cara gentil sabe?
— Hm… — começou a rir com o que passou em sua mente — Eu tenho certeza que você sabe ser gentil com alguma brutalidade. Do contrário, eu vou ficar um pouco decepcionada…
— Decepcionada? — Jungkook franziu o cenho e se aproximou do ouvido dela falando baixo — Por que eu tenho a impressão de que não é do boxe que você está falando… — e sussurrou ainda mais lento e provocante — Noona…
mordeu o lábio sentindo um calafrio percorrer sua espinha, e JK notou pelo arrepio na pele dela o efeito que provocou.
— Sabe de uma coisa, Jungkook? — Ele fez uma expressão de desafio para ela responder — Se chegar perto assim de novo, você vai receber uma chave de pernas e não estou mesmo falando do boxe… E se repetir esse “noona” assim, mais uma vez… Vai ver que mesmo sem falar de boxe, vamos fazer algo parecido…
Jungkook riu e sentiu ainda mais calor. Sem nem pensar duas vezes, ele passou as pernas sobre ela a prendendo entre suas coxas, e com as mãos paralelas ao rosto dela, a olhou desafiador. Mas aquilo na verdade era o que ela queria. E sorrindo, a mulher colocou as mãos nos antebraços dele, subindo e descendo em carinhos ali.
— Você não está saindo com alguém? Namjoon e eu temos certeza! — Jungkook mencionou baseado nas fofocas que vinham acontecendo na mídia sobre um “suposto romance” da D’Blanco. No entanto, apesar das imagens, a identidade do cara ainda não havia sido cogitada.
— Estou, mas o que isso tem a ver?
— Do jeito que está à flor da pele, ele não está dando conta é? — Jungkook abaixou para sussurrar no ouvido dela de novo.
Ela riu da ironia. Quase um mês e meio saindo com Mason para jantares e alguns programas pouco públicos, a fim de se conhecerem sem qualquer contato físico, e ainda com as identidades não cruzadas pela mídia, embora o burburinho de romance secreto ocorresse por ambas as partes. Se Jungkook soubesse que era tudo uma farsa e o quanto ela estava necessitada de sexo, não estaria enrolando tanto para agarrar ela ali.
passeou a mão pelos braços de Jungkook, alcançando os ombros e apertando seu trapézio, e puxou a camisa dele sentindo JK arfar de ansiedade.
— Noona… — sibilou em tom de advertência.
— Você não queria me desestressar? A gente já devia ter feito isso há muito tempo, Jungkook.
Jungkook se ergueu arrancando urgente a camisa que vestia, e não teve nenhum pudor em tocar os seios de escondidos naquele top de malhação.
— Tem razão, noona. Demorou até demais! — Ele afundou sua boca na dela em um beijo, curioso, cheio de desejo e com tranquilidade de quem apreciava o inexplorado.
— Sua boca é muito gostosa! — mencionou puxando o lábio dele entre os dentes.
— Você é muito gostosa! — Ele apertou a bunda dela aproximando mais seus quadris — Eu vou te ajudar com o que o seu amigo não dá conta…
— Eu não disse que ele não dava. — respondeu provocante e desceu as unhas pelas costas de Jungkook à medida que os lábios dele beijavam o pescoço dela, descendo para o colo, enquanto suas mãos puxavam as pernas de pra fecharem em sua cintura — Vamos ver se você soca fofo aqui também…. Espero que não.
Ela gargalhou e Jungkook se ergueu pra encará-la nos olhos dela, ofendido e meteu um tapa forte em uma das nádegas dela. Em seguida, beijou com ferocidade sua noona antes de prometer:
— Quando eu disse que era gentil, estava falando apenas do boxe…
Os dois transaram como coelhos, ali na academia pessoal de Jungkook, depois, na sala, e após decidirem subir para tomar um banho, fizeram novamente no chuveiro. E ainda, na cozinha quando foram preparar alguma coisa pra comer. Na hora em que ela ia embora, Jungkook a puxou para si completamente extasiado por tudo o que eles fizeram naquele dia e com pavor de nunca mais se repetir.
— Dorme aqui. Eu sei que você não vai deixar isso acontecer de novo, noona… — Ele pediu.
mordeu os lábios encarando o corpo seminu de Jungkook e misericórdia, como era possível dizer não?
— Eu não posso mesmo.
— Noona… Eu não sei o que está acontecendo, que relacionamento é esse que você tem, mas… Eu sei que você está se entregando para outro cara. Ou pelo menos tentando. — Jungkook nem sabia porque estava dizendo aquilo, mas achou que antes de decidir prosseguir em qualquer coisa com ela, precisava falar aquilo: — O Tae…
Jungkook parou de falar mordendo os lábios e ela se aproximou de Jungkook preocupada, desistindo de ir embora, assim que ouviu o nome do quase-ex.
— O Tae o que?
Jungkook suspirou puxando o corpo dela para o seu, prendendo-a num abraço e encarando os olhos dela, preocupado.
— Ele precisava desabafar. Então, eu e ele saímos… Ele me contou que você o largou para se casar com alguém. Não foi difícil para mim perceber pelos acontecidos daquela semana, e pelo modo como você tem trabalhado e andado estressada, assim como tem andado distante de todos nós… Quer dizer, até o Jin notou que você nunca mais esteve com o nosso grupo, e nem com a Maya! E você até tinha ido ao hospital ajudar ela, então, ficou óbvio que você estava se afastando. — Jungkook disse e suspirou — O Nam acha que eram só por questões da empresa, mas assim como eu, ele é o único que te vê. Então ele não percebe o quanto você se afastou dos outros. Mas… eu percebi. O Taehyung sabe que não é só por causa dele que você deu esses passos para trás. E eu sei que tem a ver com esse cara desconhecido… Você está tentando se apaixonar por ele não é?
respirou fundo ao ouvir o que ele e, provavelmente, o Tae estavam pensando. Que ela estava tentando se apaixonar do tal “pretendente misterioso”. E logo todos os outros pensariam igualmente a mesma coisa. Deveria ficar tranquila, as coisas iriam dar certo na história de novela que eles contariam, mas… Tudo aquilo ainda deixava ela agitada.
— Não é isso, noona? Você está tentando se apaixonar e tornar essa obrigação mais leve como teve que fazer com todas as outras, não é? E o que aconteceu hoje aqui, não vai se repetir, certo?
— Você… — ponderou sorrindo, logo admitindo: — Você está certo Jungkook. Mas, pode manter tudo isso entre a gente?
— Claro! — Jungkook prometeu e a abraçou apertado ainda com uma dúvida em sua mente: — É verdade que o seu noivo não liga por terem um relacionamento aberto?
— De onde você…?
— Taehyung estava bêbado! — Jungkook interrompeu justificando e defendendo o amigo — Ele deixou escapar e me fez prometer que manteria segredo, então não briga com ele! Eu não contarei a ninguém, prometo! Pode confiar em mim.
suspirou e concordou. Jungkook, no entanto, sorriu mais do que ela esperava.
— Então, se você quiser eu não me importo de repetir isso de novo. Por hoje, será que pode ficar comigo? Para eu, ao menos ter todas as memórias que eu quis desde o começo, incluindo, dormir com você… Sentindo o cheiro do seu cabelo…
sorriu da dualidade que Jungkook tinha muito parecida com Tae. Os dois eram amantes vorazes na cama, mas dois fofinhos na hora de ficar junto. Ela estava se sentindo sozinha desde que tudo aquilo começou, então também achou melhor ficar. Aproveitar alguém que não iria julgar sua escolha passada e nem a do momento, mas apenas dar afeto em troca de carinho.
Dormiu com Jungkook e no outro dia, nada mudou entre eles. Descobriu que JK estava se tornando seu melhor amigo, e tinha uma razão a mais de agradecer.
Chegou em sua casa de manhã e Nari perguntou para ela onde havia dormido, muito preocupada porque o noivo dela havia chegado de manhã e ela não sabia explicar onde estava .
— Nari… A senhora não está caindo no conto do vigário? — riu debochada porque Nari sabia de tudo entre e Mason. Era a única funcionária que sabia por acompanhar o desespero da mulher no início, antes mesmo do Mason propor e aceitar a proposta. Piscando aturdida, Nari suspirou ao explicar:
— Realmente eu me esqueço… É que vocês dois, estão cada dia, mais naturais… Perdão minha menina.
— Tudo bem. Ele está onde?
— Na cozinha. Cismou em tomar um café comigo, e está lá como um garoto comum bebendo café e respondendo a e-mails.
foi até ele, e Nari os deixou sós.
— Pode usar o meu escritório se precisar de algo urgente. — Ela falou entrando e apontando para o IPad na mão dele, e sorriu ao caminhar até a geladeira procurando água, terminando de cumprimentá-lo decentemente: — E bom dia, Mase, como você está?
Mason a olhou de cima à baixo. Ela não havia dormido em casa, e não foi na empresa que ela passou a noite, ele acreditava.
— Você não estava com essa roupa ontem? — Mason perguntou discreto observando-a com a mesma roupa que havia saído no dia anterior.
— Uuh… Meu noivo repara mesmo nos detalhes… — Ela zombou se aproximando dele para deixar dois beijinhos no rosto um do outro, e explicou enquanto o cumprimentava: — Sim, eu dormi fora.
— Hm… Por isso não me atendeu então… — comentou e voltou a atenção para seu IPad.
— Vou tomar um banho, e você pode usar o computador do escritório, entendeu? — insistiu na gentileza.
— Nari já me disse isso várias vezes, e não é preciso ! Obrigado! Aliás… — Ele começou a rir discreto ao dizer: — Tinha que ver a lealdade da Nari à você enquanto tentava me dar desculpas por não te encontrar cedo em casa.
riu mais abertamente. Tinha o riso elegante, comedido, mas bem mais solto do que ele, e aquilo era uma das coisas encantadoras que ele havia recém descoberto sobre ela.
— Ela esquece do teatro! Disse que estamos cada dia mais naturais. O que é ótimo, não é?
— É sim. Aos poucos ela também está se acostumando que não precisa de tapete vermelho quando eu estou aqui. Hoje me deixou tomar café na bancada como um…
— Garoto comum! — repetiu junto com Mason e eles riram. — Vou lá, se não atraso a gente! — E perguntou novamente para ele sobre o assunto previamente discutido — Você tem certeza que quer mesmo fazer isso?
— Tenho. Não vou morar na sua mansão. Nós temos que ter a nossa casa.
assentiu e saiu. Um tempo depois estavam olhando as casas que haviam pesquisado, mas não entraram em nenhum consenso. Kai, o motorista oficial da D’Blanco aguardava aos dois no carro, quando eles retornaram discutindo e sentando no banco de trás.
— Seria tão mais simples se você aceitasse que a gente construísse essa casa! Sob medida para nossa necessidade, Mason! Vamos rodar todos os condomínios luxuosos de Seoul, e não vai ter nada menos genérico. — comentou cansada, e Kai observava o diálogo que se iniciava, discreto, pelo retrovisor.
— Você sabe que eu tenho pressa de me alocar logo, . Não que eu não goste de ficar na casa da Maya, mas eu prefiro as coisas do meu jeito, e não vou passar os meses até o casamento na sua casa. Zyah ainda não se acostumou comigo.
— Ele nunca vai se acostumar, é da natureza dele evitar homens, meu gato é possessivo. Ele tem ciúme de mim, pergunte ao Kai. Ele ainda não se acostumou a nenhum dos seguranças, não é Kai?
O motorista sorriu assentindo olhando para Mason do retrovisor e piscou. Mason então puxou para perto, eles se esqueciam de encenar às vezes na frente do motorista ou seguranças, e ela estava muito afastada dele no banco naquele momento.
— Querida, podemos olhar mais um pouco. Se não acharmos nada, eu aceito que seu pai nos entregue a mansão como só a maior construtora do mundo pode fazer, sim? — Ele disse encenando um tom mais carinhoso com ela.
— Tudo bem Mase, mas não adianta olhar demais. Você querendo ou não, papa entregará o projeto logo, logo, e aposto que terá dedo do Joseph nisso.
— Do que você está sabendo? — Mason a encarou desconfiado ao perguntar.
— Não achou mesmo que eles não iriam fazer questão de dar a casa para nós, não é? Mami me fez perguntas do projeto da casa que eu só percebi depois que o senhor Juan D’Blanco havia me informado. Mas, não consegui ver o projeto, ele disse que querem fazer surpresa. Eu não me assustaria se Joseph estivesse envolvido também!
— Liz me fez perguntas ingênuas sobre como eu estava me sentindo sobre a casa. E eu nem percebi… — Mason comentou lembrando-se das sondadas de sua mãe, lamentando — Apesar de ainda não te conhecerem pessoalmente, nossos pais são velhos conhecidos, é claro que Joseph tramaria em ajudar Juan com a casa… — Mason levou a mão à cabeça, reclamando emburrado: — Joseph sabe que eu quero tudo do meu jeito! É a nossa casa afinal!
riu e o motorista também. Kai olhou aos dois pelo retrovisor de novo. A Senhorita D’Blanco apoiada no peitoral do senhor Cafrey, mexendo no celular e ele olhando pela janela contrariado, às vezes espiando o que ela fazia no telefone e voltando a encarar a janela.
— Os senhores ainda não se casaram e já discutem como se estivessem juntos há muito tempo, mas não falta carinho. Deve ter esperado muito para reencontrá-lo senhorita D’Blanco! Dá para notar a cumplicidade de vocês! — Kai ousou dizê-los.
observou o comentário do seu motorista, sem saber se ficava feliz por sua mentira estar indo bem, ou triste.
— Sim, Kai. Nós temos uma cumplicidade admirável mesmo, não é querida?
— Ôh… Não sabe o quanto… — Ela respondeu baixinho olhando para o celular depois de sorrirem e o motorista voltar atenção ao trânsito.
— Nos dê alguma privacidade por favor Kai. — Mason pediu e logo a janela da cabine subiu impedindo que o motorista os visse.
— Para que isso? — perguntou se afastando dele ainda olhando o celular e voltando para o lugar de antes.
— Não me leve a mal, não precisava se afastar. É só para ele achar que estamos nos agarrando um pouco aqui.
— Você vai me deixar mal falada… — ironizou ainda focada em seu celular.
— Eu não. Até porque quem anda dormindo fora de casa sem o noivo é você.
Ele rebateu com humor e sorriu indignada rebatendo:
— Você deveria fazer o mesmo, pra dar uma relaxada, sabia? Está mais estressado com os pormenores do que eu, Cafrey.
Mason riu e não falaram mais nada até chegarem no próximo condomínio, aonde dentro, Mason foi exigente com muita coisa. Estava assustando os corretores dos milionários de Seoul como o “noivo mais detalhista do que a noiva”.
•••
O tempo passou, Maya estava finalizando as gravações do drama, e Mason aproximavam-se aos poucos a fim de fazer a farsa acontecer, afinal, era a hora de anunciarem o noivado, já que haviam passado os últimos dois meses criando burburinhos do namoro e manchetes midiáticas. Como a família da D’Blanco imaginou, a união dos dois era publicamente positiva e rentável aos negócios. No entanto, mesmo sendo fotografados misteriosamente por paparazzis, e tendo os dois criado rumores não admitidos para manter certo “segredo”, os Cafrey ainda não haviam conhecido pessoalmente. Estratégia de Mason para não só terem tempo de conhecerem melhor um ao outro, mas para fazer jus à sua imagem de homem discreto e reservado. também viera naquele tempo, aproximando-se de Jungkook e quanto a Taehyung, ainda vivia um pesar sobre como haviam terminado. Yoongi e Maya também seguiam separados, embora, nunca sem pensarem um no outro.
2 meses e meio depois…
— E… corta! Perfeito, Maya. Perfeito, Eunwoo! — O diretor aplaudiu, levantando-se de sua cadeira.
Maya se afastou apenas com o rosto olhando nos olhos de Eunwoo, que ainda segurava em sua cintura com um braço envolto nela e o outro na curva de seu pescoço, era a posição em que seu personagem beijava a personagem de Maya.
— Parabéns, gatinho. Terminamos. — Maya sorriu aliviada.
— Parabéns, gatinha. Seu primeiro drama será um sucesso de críticas positivas! — Ele devolveu a mesma felicidade.
De fundo, Jang, o diretor, agradecia e discursava como havia sido incrível o trabalho de todos, ovacionado por todos os membros da equipe. Mas Maya e Eunwoo estavam presos no olhar um do outro. Foi quando ele a puxou para um beijo caloroso que as palmas se intensificaram, com assobios, gritos. Toda a equipe comemorava o fim de algo de muito empenho.
Os dois se juntaram ao comes e bebes de comemoração pelo fim das gravações, trocaram conversas e então Eunwoo precisou se despedir, pois, ele tinha que ir correndo para outra locação devido a uma apresentação com o grupo que fazia parte.
Maya estava em seu camarim, desmontando a caracterização, quando Chae começou a lhe dar informações.
— Acabei de receber a confirmação de todos os convidados. Apenas a Chaelin não vai poder ir. — Ela estava no sofá, como sempre com o fiel e companheiro iPad em mãos.
— Falando assim, até parece que é uma lista enorme de convidados. — Maya abriu os olhos, observando-a pelo reflexo do espelho. — Por favor, você mandou apenas para aquela lista do e-mail, sim?
— Claro. Não sou boba. Assim você me ofende.
— Ah, ótimo. Não quero gente demais. É um almoço mais íntimo e Mason irá finalmente deixar a gente conhecer a sortuda que irá se casar com ele…
— Verdade. Isso ainda é um pouco estranho. — Chae observou, deixando o iPad cair em seu colo. — Mason nunca me pareceu o tipo que se casaria com alguém sem ter um par de belas pernas como a da Ashley. Embora… Pode ser que ela tenha também um excelente par de pernas.
— Pois acredite, ele encontrou alguém. Estou ansiosa para conhecê-la.
— Vai ser boazinha com ela ou fazer como fez com Ashley? — riu, voltando para o aparelho.
— Eu era adolescente, ok? E qual é… Todo mundo sabe que nas festas da Eulora não se entra Balenciaga! Eu apenas avisei ela…
— E por que mesmo, hein? Essa richa com a marca, digo…
— Eles recusaram a Eulora. Mason era o novo CEO, então acharam que era um paspalho. E o que aconteceu na mesma semana? Meu irmão fechou um contrato milionário com a Louis Vuitton. — May contou e sorriu orgulhosa. — Então é extremamente proibido usar Balenciaga. A Eulora fornece para inúmeras grifes, incluindo as menos famosas, locais. Não tem diferença, contanto que pague. — deu de ombros.
— Você nunca quis tomar conta? Digo, da empresa. — Chae perguntou genuinamente curiosa por um assunto nunca antes mencionado entre elas.
— Não. É pesado. Mason tem 35 anos e precisa pintar o cabelo regulamente desde os 20. E sem contar que, ele é CEO do grupo. Tem a Eulora, a Gluttein de produtos sem gluten, as três transportadoras para cada segmento, além da compra recente do Marriott. É muita coisa. Só na Eulora tem mais duas casas… As fábricas que produzem para distribuição e vendas em lojas, que são inúmeras mundo afora. É muita coisa, Chae. E nem cheguei na parte da pirâmide que está a Cafrey’s For Women da mamãe; as clínicas estão cada vez mais se multiplicando…
— E você esqueceu do clube. Saudades, inclusive.
Maya riu, lembrando-se do período de férias que passaram uma vez em Los Angeles em um dos clubes de alto padrão do grupo da família dela. Chae, naquela época, não estava acostumada com tanto luxo.
— Mas enfim. Não lembro mais de onde saímos para isso. — riu fraco. — Sobre a recepção, agora garanta para mim uma coisa, Chae. Eu não quero presentes. Os presentes podem ser um valor doado para alguma instituição, por favor.
— Okay! Pode deixar… Algo mais? Quer rever a lista? Vou te falando.
— Manda! — Maya pediu ainda se descaracterizando e ouvindo Chae nomear os convidados.
Chae foi passando os nomes e quando chegou no de Yoongi, parou receosa.
— O que foi? — A atriz se endireitou na cadeira, já sem toda a maquiagem no rosto.
— O Yoongi confirmou. Ele e a Wendy… Você tem certeza desse convite, May?
— Claro que tenho. Por que não teria?
— Porque é o Yoongi, né… E ele não vai ir sozinho.
— Eu acho que eles estão namorando. — Maya deu de ombros. — Ou quase.
— E está tudo bem pra você?
— Chae. Eu e ele somos amigos. É claro que a felicidade dele está tudo bem para mim! — respirou fundo. — Está tudo bem entre a gente e se ele encontrou alguém que o faça feliz, vai estar ótimo para mim.
— Se você diz… Vou colocar o nome dela na lista de entradas liberadas para o dia, então.
Não houve mais respostas, Maya continuou o que estava fazendo no camarim e quando Chae saiu para verificar se o carro já havia chegado para buscá-las, ela se sentou no sofá, pronta para ir, e abriu em seu celular a pasta que tinha do próprio sistema separando fotos que completavam aniversário no dia. A primeira era dela e Yoongi com Holly e Thena, passeando em Namsan de madrugada. Sentiu falta, muita aliás, mas bloqueou de novo a tela e se levantou, saindo dali. Tinha seu aniversário para focar.
•••
Dia do aniversário da May…
Mason para : Já está se arrumando? Maya me mata se eu atrasar.
para Mason: Joshua e Matteo já estão aqui me embelezando.
Mason para : Certeza? Eles não estão no caminho ainda? Já estão mesmo te arrumando?
para Mason: Está tentando contestar a minha pontualidade que você já havia atestado?
Mason para : Talvez eu esteja um pouquinho ansioso… Hoje é a prova de fogo, afinal.
para Mason: Teoricamente quem deveria estar nervosa sou eu. Detalhe: eu estou! Envio uma prova de que estou me arrumando. [ encaminhou uma foto dela com seus assistentes].
Maya terminou de verificar seu cabelo preso e sorriu para o próprio reflexo no espelho, ajeitando a roupa uma última vez.
— Está linda, Maya. — Sara bocejou, impaciente.
— Ela está enrolando porque não quer ver o Yoongi com a namoradinha lá embaixo. — Kyia riu.
— Ou talvez seja porque não quero misturar vocês duas com a minha família e passar vergonha. — revirou os olhos.
As duas ralharam com ela e Maya se convenceu de que estava pronta para descer. Ao abrir a porta do quarto, deu de frente com sua mãe.
— Mamãe! — se assustou. — Algum problema?
— Não. Talvez. Não sei. Você quem vai me dizer, anfitriã que se esconde aqui em cima. Todos chegaram, só falta… a aniversariante?
— Nós viemos buscá-la. — Sara comentou.
— E falharam. Eu sei como funciona essa mente teimosa. Vamos, Maya! — disse Hyelin encarando a filha de modo incisivo.
Maya não refutou mais, não tinha como. Pior que ela, apenas a mãe dela. Seguiram para o terraço, onde estavam todos. Maya foi recebida com sorrisos e felicidade, fazendo graça ao ser elogiada por sua roupa.
— Obrigada por virem! — Ela agradeceu de forma geral depois de cumprimentar um a um.
— Minha filha, mais um ano e ainda assim você continua sendo meu bebê! — Joseph se aproximou dela com cuidado, carregando uma caixa quadrada e pequena. — Feliz aniversário, meu amor. — a beijou, sendo acompanhado de Hyelin.
— Espero que você goste, meu bem! — Liz, apelido de sua mãe, apontou ao presente que o marido entregou à filha.
— Mãe… Pai… O que eu falei sobre presentes? — Maya reclamou.
— Não reclame, apenas abra. — Joseph declarou.
— Só quando o Mase chegar. — fez uma careta, dando a caixa para Soho. — E enquanto isso não acontece, vou beber! — sorriu para os pais e saiu saltitante, indo até Eunwoo que conversava com Jungkook e os amigos da tão famosa 97 Line.
— Você vai querer o que? Bambam faz. — Eunwoo estava sentado no banco ao balcão alto, e recebeu ela entre suas pernas a abraçando.
— O que você tiver de mais forte, senhor Bambarman!
— Vai com calma, Maya… Você disse que seria só um jantar. E não pode exagerar! — Taehyung se aproximou, observando.
Maya fez uma careta para ele e revirou os olhos, se agarrando mais em Eunwoo, o abraçando pelo pescoço.
— Estou de olho, Tae… Relaxa. — Ele beijou o ombro dela. — Aprendi a vencer a teimosia.
Maya ia discutir com os dois, mas relevou pegando a bebida de Bambam e saindo dali depois de receber um beijo carinhoso de Eunwoo. Se virou para onde estavam os sofás com a fogueira gourmet e viu Dahyun e Seungkwan rindo com Seonghwa.
No meio do trajeto, foi parada por Wendy.
— Obrigada pelo convite, May. Fiquei muito aliviada em saber que podemos conviver… Sempre te admirei de longe. — Ela disse sendo simpática e sorridente.
Maya olhou para os lados, procurando por Yoongi.
— Que isso! Fique à vontade. Eu que fico feliz que tenha entendido a minha amizade com ele e… nos permita. Obrigada por isso.
— Não é difícil. Não se preocupe. Não é como se isso fosse um drama e você a vilã. E… você é uma parte importante da vida dele, se eu quero ser uma também, preciso entender o passado. — Wendy comentou de forma amena.
— Pois é… Mas fique à vontade, ok? E se precisar de algo, Jieun ou Soho podem te ajudar. — Maya sorriu uma última vez e saiu de forma furtiva, achando estranho a abordagem. Não era noite para isso e muito menos ela queria esse tipo de conversa com a atual de seu, bem, ex.
Se sentou ao lado dos amigos, rindo com eles até ter sua atenção tomada pela reação alegre notada na voz de sua mãe.
— Nossa, filho! Ela é linda mesmo! — Ela dizia do lado de dentro, e Maya deduziu que Mason tinha chegado.
— Mason chegou. — Makkie, sua irmã caçula avisou e sentou-se ao seu lado. — E a namorada também…
Maya trocou olhares com Dahyun e se levantou, ao se virar para a porque dava para o terraço, ficou paralisada vendo o irmão e quem era a companhia dele, que ele guiava com uma mão na cintura.
Capítulo 14
Este capítulo foi escrito por Ray Dias e M-Hobi
Mason estacionou o carro e olhou para no banco do carona, preocupado. Ela não falou nada desde que saíram de casa sob o olhar orgulhoso de Nari, por segundo a ahjumma, “estarem tão lindos”.
— Você não está pensando em sair correndo logo agora, não é? — Mason perguntou e o olhou acordando de seu devaneio.
— Não. No fim das contas, eu não sou mulher de fugir das minhas responsabilidades. Você já deveria ter notado isso. — disse com um fraco humor sorrindo e revirando os olhos. — Eu só estou apreensiva. Tem… Pessoas lá, que eu não vejo há algum tempo e que certamente vão se impactar…
— Então é agora que você vai, finalmente, me dar os nomes dos seus casos? — Mason falou com um pouco de humor, mas na verdade, estava bastante curioso.
— Nós dois já tivemos essa conversa e deixamos claro que você não precisa saber, não é?
— Seria bom. É comum um certo ciúme dos ex-namorados… — Mason deu de ombros — Mas se você não quer, tudo bem. Vou deduzir. Sou excelente observador…
Mason piscou sorrindo e direcionou-se em abrir a porta para sair do carro. Quando abriu a porta para ela, estendeu sua mão e ela pegou sendo ajudada a descer. Ele fechou o carro e os dois se encararam frente à frente.
— Confie em mim, . Vai dar tudo certo…
— Estou preocupada também com a reação da Maya.
— Dado o meu último histórico apresentando alguém… Eu também. Mas estou confiante na maturidade que ela adquiriu e no fato de que vocês são meio próximas, não é?
— Olha, vou deixar para ela definir se somos próximas. — riu se lembrando que beijou a irmã dele e não tinha o contado.
— Isso, sorria. Sorria mesmo nervosa que eu tenho certeza que esse sorriso ameniza tudo. — Mason arrumou uma mecha do cabelo dela, os dois inspiraram e expiraram o ar, e o Cafrey estava mais tranquilo segurando a mão dela entre as suas — Agora é para valer , vou ser um tanto ator. Não se assuste. — sussurrou no ouvido dela.
— Eu estou pronta.
Eles subiram e quando chegaram foram a atração de todo mundo. De repente, os burburinhos pararam e Mason teve certeza que foi por causa dela. A maioria dos amigos de Maya estavam os encarando, surpresos. , não parou de sorrir, ela olhou ao redor acenando para Eunwoo, Jungkook e Namjoon que mandaram acenos e beijos a ela de forma discreta, embora, chocados. E não pôde conter procurar por Taehyung no ambiente. E o encontrou bem perto de Eun. Seus olhares se cruzaram e ela disfarçou o nervosismo à medida que Mason tocou em sua cintura de forma firme, guiando-a mais para dentro e cumprimentando algumas pessoas.
Makkie, Joseph e Hyelin se aproximaram ao ver o filho, e sorriram largo ao notar a mulher ao lado dele.
— Pai, mãe, Makkie… — Mason cumprimentou-lhes com alguns abraços rápidos — Esta é a . A minha namorada.
sorriu mais tranquila sentindo a segurança de Mason, e estendeu a mão para cumprimentar Hyelin que pegou imediatamente e a puxou para dar dois beijos cordiais em seu rosto. Maya tinha a beleza da mãe, assim como Makkie.
— Ela é mesmo linda, Mason! — Hyelin comentou satisfeita sem conter a voz animada.
— Ora, seu pai não exagerou mesmo quando falava da filha nas convenções… — Joseph se aproximou a cumprimentando também carinhoso, como Hyelin — Seja bem vinda, querida.
— Olha, você precisa me dizer como dominou o Mason! — Makkie brincou — Achei que eu ia apresentar alguém antes dele. Todo mundo achou!
O comentário bem humorado da adolescente implicando com o irmão mais velho tirou sorrisos deles.
— Cadê a May? — O irmão perguntou.
— Acabou de sair pra área externa… Está ansiosa à sua espera.
Joseph pediu que Makkie fosse chamar à Maya. E a mais nova saiu.
— E então, valeu esperarem? Ela não é mesmo uma mulher estonteante? — Mason dizia para os pais todo orgulhoso e falsamente apaixonado de sua namorada troféu.
— Com certeza meu filho, vocês ficam ótimos juntos! Não precisava tanto suspense não é ?
— Bem, a senhora sem dúvidas sabe melhor do que eu, que o Mason tem um tempo próprio, não é? — falou simpática sorrindo e tocando o ombro dele, fazendo carinho em sua orelha e o olhando da mesma forma fingida de apaixonados. — Ele queria que esse momento fosse impecável. Até tive que consultar o estilista da minha grife para saber se minha roupa estava à altura das expectativas dessa noite…
Disse irônica e Mason riu a encarando cúmplice. Estava surpreso em como a mulher nervosa do carro estava sendo tão descaradamente atriz naquele momento.
— Gostei do seu humor, . E sensatez, não disse nada errado. Parece que conhece mesmo o Mason há algum tempo, não é?
assentiu e Hyelin apontou Maya vindo até eles.
— Ah! Sua irmã! Vai conhecer a nossa filha do meio, !
— Elas já se conhecem mãe. Uma coincidência a mais que nos une…
olhou para Maya ansiosa enquanto os pais de Mason se entreolhavam surpresos com o modo como ele parecia à vontade ao lado da namorada, de um jeito que nunca o viram publicamente.
— Só pode ser piada… — Maya soprou pra ela mesma e respirou fundo, levando um certo tempo para crer no que seus olhos viam.
— Vem, vamos lá! É a sua casa, Maya, seja cordial. Ela não é a Ashley e não estamos na Eulora. — Makkie a segurou pelo braço, acordando-a. — E ela não está de Balenciaga!
Com as sobrancelhas arqueadas para a mais nova, Maya tomou um fôlego e deu alguns passos, indo receber os recém chegados. Aos poucos ela foi assimilando.
— Boa noite… — disse, sendo apenas cordial. — Eu… Uau. — riu fraco. — Então essa é mulher incrível que desbravou o oceano pacífico chamado Mason Cafrey, e dividirá nosso sobrenome? — seu tom era suavemente sarcástico, mas de um modo natural, sem intenções de destratá-la.
— Lola… — Mason a olhou semicerrado.
— Calma, Mase! — A irmã ergueu as mãos em rendição. — São boas vindas… — olhou para . — Seja bem vinda outra vez, senhorita D’Blanco.
sorriu e se aproximou dela abrindo os braços em um abraço que foi retribuído.
— Oi May… Obrigada! É bom te ver. E claro: feliz aniversário! Eu tenho um presente pra você, mas não trouxe porque você não queria… — se afastou pegando nas mãos dela e explicando: — E em minha defesa, preciso informar que não associei o seu nome ao dele. Foi um susto reencontrar o Mason quando você esteve internada… Podemos te contar a longa história depois.
Mason assentiu abraçando a irmã e desejando um feliz aniversário para ela, sussurrando no ouvido de May, que ela fosse gentil com a garota dele.
— Então foi por isso que você se empenhou em me mandar para longe, após minha internação, Mason Cafrey? — Maya estreitou o olhar. — Vocês dois não me escapam depois, quando tivermos um momento… — olhou para .
Maya sentiu um braço passando por sua cintura, ficando ao seu lado, e ela retribuiu Eunwoo.
— Na verdade, ele só queria que você ficasse com o… — Joseph ia completar com “Yoongi”, mas Soho rompeu a roda deles educadamente perguntando:
— Agora que Mason e a namorada chegaram, posso pedir que sirvam o jantar, senhores?
Maya trocou um olhar de agradecimento com ela e repreendeu ao pai em seguida.
— Quero o lugar da ao meu ladinho, Soho! — Maya sorriu e se virou para novamente, olhando-a de cima a baixo: — Sem Balenciaga pela segunda vez que pisa na minha casa. Estamos bem.
— Se tem algo que você nunca me veria vestir é Balenciaga, fique tranquila.
riu com o comentário da Maya e concordou após abraçar Soho, que também ficou surpresa em ser ela, a mulher que Mason falava.
— Ah, agora aquela sua reação ao encontrar ela no hospital faz todo sentido, Mason! — Soho mencionou para Mason depois de sair, um tanto sem jeito pelo abraço da namorada quase celebridade.
olhou para trás na busca por Taehyung e viu que ele não tirava os olhos dela. Sentiu um bolo na garganta, mas respirou fundo caminhando à frente de Mason que segurava ainda em sua mão, observador.
Maya seguiu o olhar de e reparou na reação de Taehyung. Ao retornar, ouvia a mãe e o pai eufóricos em cima da recém apresentada namorada de Mason.
— E vocês dois, namoro também? — Mason perguntou à irmã, sendo direto e Eunwoo ficou com as bochechas vermelhas.
— Sem rótulos. O único traidor aqui é você. — Maya respondeu a ele, mostrando a língua. — Agora vamos lá para dentro, ou então Soho vem buscar todo mundo pelo colarinho. — apontou, observando como Hyelin estava alugando .
Jieun avisava a todos que entrassem, que o jantar estava sendo servido e Maya foi indo com Eunwoo.
— Se a vai se sentar ao seu lado, eu…
— De frente, do outro lado da mesa, gatinho. Onde eu possa te enxergar. — Maya brincou, apertando o nariz dele.
Ao chegar na sala de jantar, diante da mesa enorme, Maya foi para onde estava com seu nome e pediu para Sara trocar o de Wendy, tirar do lado de e colocar Makkie.
— Sentem-se… A hora é agora! — disse alto.
— Vou estar bem à sua frente, já que a Maya mudou as posições… — Mason informou baixinho no ouvido da namorada indo para o outro lado da mesa sem desviar o olhar do dela.
permanecia sorrindo, sentada entre Makkie e Maya, e recebendo as perguntas sutis e atenciosas de sua… sogra, respondendo-as com cordialidade.
Depois de sentada, observou que os demais convidados iam entrando e notou que os rapazes do grupo BTS ficaram um pouco distantes delas, o que incluía Yoongi. Eunwoo conversava algo com Mason ao lado dele, mas, Mason estava sendo contido nas reações e respostas e sorriu ao perceber o ciúme do irmão e May também percebeu.
— Ele ficou preocupado em como eu ia te tratar, mas não faz questão nenhuma de ser agradável com o Eun… — Maya falou baixinho para a mulher.
— Isso porque você não viu no hospital… O Mason tem essa aura séria que intimida um pouco no primeiro momento… — sorriu comentando com Maya os observando e depois falou pra ela: — Eun tentava te ver aquele dia, mas o Dementador estava lá, e o Mason, tem uma torcida clara… Fui eu que dei informações suas para o Eun…
— Obrigada pela boa educação. — Maya piscou para ela, levantando-se outra vez quando todos se sentaram.
Pegou a taça de champanhe e ergueu.
— Não é preciso se levantarem… Mas eu quero agradecer muito a todos vocês que estão aqui. Todos são importantes de alguma forma e fizeram meu último ciclo ainda mais… vivo. — Maya sorriu, olhando de um a um. — Obrigada, papai e mamãe, vocês dois são sempre o meu maior porto seguro. — olhou para os dois. — Obrigada aos meus Bangtan amigos. — olhou de um a um, encerrando em Yoongi por um tempo a mais. — Sem vocês eu não seria metade do que sou hoje.
E Yoongi assentiu, igual aos outros.
— Infelizmente nem todo mundo da tão animada 98 line está aqui, mas Seungkwan e Dahyun estão, então fica também meu mais que obrigado por tudo! — recebeu um beijo no ar dos dois, que estavam lado a lado. Se esticou para olhar para o final da mesa. — Bambam, Mingyu, Seo, Minghao, Yug, Jaehyun, Bangchan… Vocês são sempre muito bem vindos! — piscou para eles. — Nossa, tem gente demais… — May constatou e riu fraco. — Que sorte a minha! Tem a Moonbyul, minha unnie que eu amo demais! Obrigada por estar aqui sempre e vir hoje, repesentando a velha guarda. — riu, recebendo o dedo do meio vindo dela, que depois pediu desculpas aos pais de Maya.
— Quem mais… Ah! Claro! Eunwoo, eu preciso muito agradecer ao meu parceiro de gravações. E dentre outras coisas. Obrigada por… — respirou fundo, com receio de falar, mas olhando de soslaio para Wendy ao lado de Yoongi, soltou: — Me aceitar.
Eunwoo ficou vermelho, mas mandou um beijo para ela, abaixo das brincadeiras dos outros.
— E, claro… Minhas meninas! Sem vocês não existiria a Maya Cafrey cantora, rapper, produtora, compositora, modelo, profissional! Obrigada por terem aceitado tudo, todos os momentos. — Sara, Yuna, Kyia e Minji já choravam. — E, por último, não menos importante. Meus irmãos. Makkie, minha caçulinha! Você é o mundo para nós, para mim. E ao meu irmão, Mase. Fico muito feliz que você tenha encontrado alguém que te faça sentir-se completo e sorridente assim. — olhou emocionada para o irmão. — Você sempre foi o meu maior espelho. Espero um dia ser ao menos 10% do que você é. E… — se virou para . — Obrigada por devolver esse brilho ao meu irmão. Espero que sejam felizes. — E finalmente, Maya ergueu a taça, propondo o brinde.
Todos brindaram e olhou para Mason quando May falou sobre ele ter encontrado alguém especial. Seu coração apertou em culpa, e ela quis muito olhar para os rapazes Bangtan, mas não podia. May se virou para ela agradecendo e desejando felicidade e ela sorriu sibilando “Obrigada” para Maya. E decidiu olhar para Mason e apenas ele, na tentativa de encontrar em seus olhos a segurança para não buscar a expressão dos outros presentes.
— Sua felicidade é a felicidade de todos nessa mesa, May. Não tenho dúvidas disso! — Mason falou depois do brinde, e todos começaram a jantar.
antes mesmo de comer tomou um gole de água e um gole vinho. Sentia que estava sendo observada, e Mason ficou atento à ela. Quando os dois se olharam mais uma vez, ele piscou para ela e sorriu.
— Você está mesmo abrilhantando o Mase, … — Makkie falou observando os trejeitos do irmão para a mulher ao seu lado — Vai ser legal ter você por perto. Acho que vou ter uma nova versão do meu irmão, uma versão dele feliz.
Todos jantaram e depois, pediu licença à família e ao Mason para cumprimentar alguns amigos. Foi em direção ao Bangtan, caminhando firme, embora estivesse preocupada com a recepção. Namjoon e Jungkook foram os primeiros a virarem-se e irem abraçar a amiga.
— Imagino que foi por causa da discrição do Mason que não nos contou nada, não é? — Namjoon perguntou abraçado à amiga de longa data.
— De fato, ele é bem mais reservado que eu…
— Bem, de qualquer modo, parabéns. Eu estou muito surpreso. Todos estamos, mas se você está tentando ser feliz é o que importa.
abraçou Namjoon, agradecida. Em seguida Jungkook se aproximou com uma expressão maliciosa de quem tinha piadas.
— Não fale besteira, por favor. — sussurrou no ouvido dele durante o abraço.
— Eu só estou achando engraçado que há um mês eu estava me perguntando quem era o cara que te deixou faminta daquele jeito… — Ele sussurrou no ouvido dela ainda no abraço e então se separaram, e JK disse normalmente: — Bem, parabéns! Parece que você e o Eun se apegaram a este sobrenome, não é?
— Nos rendemos ao charme Cafrey, nos respeite Jungkook, você também se renderia. — Eunwoo comentou ao aproximar-se deles após ouvir seu nome dito pelo amigo.
— Eu prefiro o charme D’Blanco… — Jungkook brincou.
— Hey! Respeite meu namorado! Ele é ciumento, embora nao não pareça, viu? — advertiu brincalhona para Jungkook que apenas declarou:
— É, ele está certo…
Taehyung se aproximou dos dois com a mão nos bolsos e disse irônico parando na frente de , após ouvir o que ela disse para JK.
— Namorado… — encarava ela de um jeito duro — Deve mesmo ser apaixonada por ele, não é? Pra quem dizia que não se envolvia em relacionamentos sem amor… ou alguém está mentindo.
observou a expressão dos amigos preocupados.
— Oi Taehyung. Espero que você esteja bem. — sorriu amena, tentando não cair na pilha dele.
— Que comentário fora de hora, Tae! — Jungkook bronqueou com o amigo, de forma discreta e cuidadoso como se estivesse prestes a separar os dois, observando que Mason se aproximava.
Mason estava observando , de longe, com os amigos, e não percebeu que seus pais e Maya também notaram a expressão preocupada e observadora dele. Joseph entendeu aquilo como outra coisa, é claro.
— Filho, você não namora há muito tempo, então talvez convenha a mim dizer que as mulheres não gostam de se sentir acuadas…
Mason olhou confuso para o pai.
— Do que que senhor está falando?
— Bem, ela é linda, nós estamos vendo, mas não fique encarando os homens que se aproximam dela desse jeito ou vão achar que você está marcando muito em cima. — Joseph aconselhou e riu.
— Pai, o senhor está achando que eu estou com ciúmes deles? — Mason usou um tom ultrajado e sorriu, já Hyelin sorriu com a forma como o filho reagiu arregalando os olhos por ter sido “flagrado” pelo pai, e ouviram Mason defender-se: — De forma alguma, eu sou apenas observador o senhor sabe…
— E não tira os olhos dela por razões que estão muito nítidas pra nós. — Hyelin declarou sorridente.
— Acham mesmo que estou tão apaixonado assim? — Mason perguntou em um misto de satisfação por seu plano dar certo e desconfiança de estar tudo tão fácil.
— Se não é amor, é no mínimo paixão. — O pai dele admitiu.
Mason sorriu concordando e se ajeitando para ir até a namorada, notando que Taehyung se aproximava dela. Ficou preocupado porque notou um olhar duro de mágoa, ou talvez, revolta? Enfim, notou algo assim nos olhares que o rapaz lançava a noite toda sobre ela. E quando chegou mais perto, escutou o comentário dele. tentou ignorar, mas ele não deixaria Taehyung levantar uma suposição arriscada daquela.
— Ela não é uma mulher de perder tempo com relacionamentos rasos, realmente… —Mason falou para Taehyung puxando pela cintura e beijando o rosto dela, a pegando de surpresa. Ela tocou o peitoral de Mason no meio abraço, se sentindo desconfortável por tudo aquilo, enquanto Mason continuou a falar com Tae: — Por isso você está certo, Taehyung. Ela está apaixonada e eu também, pode parecer repentino para vocês todos amigos dela, mas nossa história é antiga, não é meu amor? — E assim, Mason puxou o queixo dela em um selinho.
— Sim, nosso reencontro foi meteórico, mas não foi uma novidade… — limitou-se a responder simplesmente.
— Meteórico. Como uma estrela cadente, de fato. Tem um percurso rápido, bonito, brilhante e tende a cair. — Taehyung rebateu e pegou uma dose de uísque na bandeja de um garçom e levantou para os dois dizendo: — Um brinde ao casal! — e deu as costas saindo.
encarou Mason, preocupada. Diria que falaria com ele, mas Namjoon se adiantou indo até o amigo e Jungkook piscou para ela, cumprimentando Mason, desculpando-se por Taehyung:
— Desculpem por ele. Acho que é o álcool… Nós nos vemos, noona. Até mais, Mason. E mais uma vez, parabéns!
Os dois ficaram a sós e Mason entrelaçou-se à mão de , a puxando de forma discreta.
— Vamos subir. A gente precisa conversar. — Mason mencionou baixo para só ela escutar.
notou que ele estava irritado. E também pudera! Não era para ninguém ficar levantando “falso” da mentirosa história deles. Enquanto os dois subiam para o quarto, May observava tudo à distância.
— Esse é o meu quarto aqui na casa de Maya, entra. — Ele abriu a porta dando passagem pra ela.
Dentro do cômodo, pôde respirar um pouco melhor. E caminhava de um lado ao outro com ansiedade, se sentindo com vontade de bater em Tae, mas nada disso era maior que a culpa que voltava a sentir.
— … — Mason chamou e ela apenas andava pelo quarto — ? — Ela continuou sem falar e andando de um lado a outro. — !
Mason segurou-a pelos braços na tentativa de fazê-la se acalmar.
— Ainda acha mesmo que eu não devo saber de nada? — Ele perguntou sério.
— Era ele que eu… Nós estávamos nos envolvendo antes de você surgir! — começou a explicar nervosamente — Não foi um término tranquilo.
— Se você tinha alguém porque…
— Não. Eu não tinha alguém. A gente estava se conhecendo e eu… — Ela interrompeu o discurso que sabia que ele iniciaria, mas desistiu de explicar, pedindo: — Olha Mason, a gente pode falar disso depois?
— Ok, mas já entendi. O Taehyung no momento me tem como o rival amoroso dele, certo? — Ela assentiu e ele suspirou levando as mãos na cintura. Ajeitou o cabelo e olhou para ela dizendo — Eu vou te ajudar a resolver isso. De uma forma cuidadosa, porque não quero ele fazendo aquele tipo de comentário… — Suspirou Mason, mordendo o lábio e a encarando analítico: — Com quem mais, aqui nessa festa você já se envolveu?
— A nossa única preocupação é o Tae.
— Olha D’Blanco, precisamos confiar um no outro e eu quero nomes!
bufou sem achar aquilo de fato necessário.
— Jungkook. E ele é meu melhor amigo atualmente. Realmente, aqui nessa festa você só precisa lidar com o Tae. O restante das pessoas são alguém que eu já beijei ou que quiseram me beijar um dia.
— Isso que dá me apaixonar por mulher linda e poderosa… — Mason ironizou tentando cortar o clima delicado que ficou entre eles, e se aproximou mais dela perguntando baixinho e preocupado: — Você gosta dele?
encarou-o nos olhos se sentindo incomodada com a pergunta e respondeu insegura:
— Não…
— Não senti firmeza. — Mason sorriu e ouviu passos no corredor fazendo sinal de silêncio com o dedo.
— Vamos sair… — sussurrou ela.
— Mase, , vocês estão bem? — Maya ecoou do outro lado da porta.
— Não responde, estou pensando! — Mason pediu para , um pouco surpreso.
— Se ela tiver notado alguma coisa… Ela sabia do Tae e eu, a gente pode fingir uma discussão de casal! — sussurrou de volta para ele.
— Mase? — May insistiu.
— De jeito nenhum! A minha família não pode achar que temos fragilidades! — Mason declarou assertivo.
— Então o que!? — perguntou com olhos arregalados.
Quando o perguntou assustada, Mason ouviu Maya girar a maçaneta e apenas reagiu sem muito pensar. Puxou a cintura de colando seu corpo no dela, e enfiou a mão de forma desesperada na nuca da mulher e lançou-se sobre ela em um beijo apaixonado. Os dois se assustaram, era o primeiro beijo realmente intenso entre eles naquele jogo de encenação por meses, e foi logo diante de May, que abriu a porta e viu o casal se beijando fervorosamente.
•••
Maya estava ouvindo Wendy falar sobre alguma coisa relacionada à sua casa, de como tinha achado ela linda e invejado as cerâmicas bem posicionadas. E ela já tinha dito várias vezes que o design não aceitava pedidos de fora, apenas dos clientes já de muitos anos, mas ela continuava insistindo. Se não fosse por Moonbyul ao seu lado, Maya teria sido extremamente mal educada ao perder a paciência.
Ela estava tentando, porém, pelo bem de sua amizade com Yoongi, que ia muito bem, aliás.
Como em uma transmissão de pensamentos, Yoongi surgiu.
— Podemos ir? — perguntou à Wendy. — Desculpe, May, preciso ir para Daegu ainda hoje. Vou fazer igual cachorro magro… — Ele riu fraco.
— Tranquilo, você já tinha me dito. — ela deu de ombros, levantando-se. — Obrigada por vir-virem! — olhou para Wendy, sendo educada.
Ela disse algo, mas Maya não prestou atenção, correu seus olhos pela forma como Mason e passaram para dentro, indo em direção ao andar de cima.
— A Moon acompanha vocês, preciso subir rapidinho! — mal prestou atenção em Wendy se inclinando para cumprimentá-la e se virou. — Manda um alô para sua família, Yoongi! — brincou com ele, saindo apressada.
Maya subiu a escada e então foi direto para a porta do quarto que era de Mason. Chamou por eles algumas vezes, ficando impaciente ao não ter respostas.
— Ah, esse cretino não vai transar na minha casa no meu aniversário! — murmurou bem baixo, girando a maçaneta e vendo os dois em um beijo fervoroso. A expressão de surpresa logo foi tomada por travessura, e Maya se escorou no batente da porta, cruzando os braços e provocando: — Será que você a beijaria assim se soubesse que eu também beijei deste modo a sua esperada noiva?
Mason separou-se de devagar, percebendo ela rubra pela surpresa e pigarreou. Colocou o corpo dela mais perto do seu, como se a escondesse de May, encenando o irmão irritado por ser interrompido.
— Maya! Essa é a sua casa, mas enquanto estou aqui você deveria bater antes de entrar! — Ele virou-se para ela finalmente perguntando: — E que história é essa?
olhava para o chão, ainda retornando à personagem aos poucos. Então quando ele deu espaço para elas se verem, pronunciou olhando May, com um sorriso constrangido.
— Eu ainda não tinha dito pra ele como nós nos conhecemos May…
Maya passou a língua entre os lábios, estreitando o olhar e se mantendo na mesma pose.
— Me fala aí, vocês se conheceram onde?
— Em uma viagem de negócios. — Mason puxou pela mão e sentou em sua cama, trazendo a namorada para seu colo. — Foi em Portugal, não foi? Nós nos encontramos naquela convenção de sustentabilidade empresarial… Se não me engano foi a primeira vez.
— Sim, você estava solteiro na época e…
— Na verdade, eu estava dando um tempo… — Mason a interrompeu e o encarou fingindo descobrir aquilo só naquele momento, e apertou o rosto dele com uma mão, o repreendendo:
— Mentiu para mim!
— Não achei que ia te ver de novo… — Ele deu de ombros e riu.
— Seu irmão e eu nos conhecemos nesse dia, bebemos juntos em uma mesa de interesses em comum após a convenção e ele me chamou para jantar com ele no dia seguinte. Eu aceitei, e eu acabo de descobrir que fui usada pra ele se distrair… — explicou voltando a dar atenção à Maya.
— Como se você não tivesse feito o mesmo… — Ele desconversou encarando a irmã desconfiada e perguntou: — Me explica agora, como vocês duas se conheceram?
— Não. — Maya soltou os braços. — Vou deixar você pensando. Se ela quiser, ela conta. — deu de ombros e pediu: — Não demorem a descer, nossos pais estão aí, tenha o minímo de respeito por eles, Mase. — Maya riu, pegando na mesinha ao lado da porta um dos objetos de decoração de peso leve e jogando nele. — Você é um adulto, pode se controlar… Eu vou dormir fora hoje, pode ficar com a casa.
Maya deu as costas, saindo pelo corredor e descendo rápido. No fim da escada, Eunwoo a esperava e a recebeu com um beijo.
— Sabe que eu ainda não acredito que você vai dormir em minha casa hoje? — disse ao partir o beijo, com a testa colada na dela. Como Maya estava no penúltimo degrau, estava tão alta quanto ele.
— Você me prometeu umas coisas gostosas. Não podia recusar.
— Então você vai dormir comigo por causa do café da manhã, Cafrey?
— Na verdade, é porque você aprendeu a dormir comigo e é gostoso. Só por isso. — ela fez uma careta, achando estranho o que estava dizendo.
— Isso me deixa surpreso. E feliz. — Eunwoo a beijou de novo, fazendo um carinho no rosto dela. — Quando quiser ir, nós vamos. Sei que você não ligaria de abandonar a própria festa.
— Não é uma festa, é um jantar. A festa é depois, na sua casa. Só nós…
— Maya! — Yoongi a chamou, cortando-a, e ela estranhou a presença dele ali. Sequer sabia que estava vendo a conversa dos dois desde o início.
— Achei que tivesse ido embora… — virou o rosto para ele, sem afastar Eunwoo. — Está tudo bem?
Yoongi olhou Eunwoo por inteiro e pareceu engolir alguma coisa pelo movimento do seu pomo de adão, olhando para Maya novamente.
— Sim, está. Wendy quis ir ao banheiro e não ia aguentar chegar em Daegu. — colocou as mãos nos bolsos.
— Entendi… — Maya falou e um silêncio estranho se colocou diante deles, sendo rompido por Wendy:
— Ah… pronto, neném! — Ela surgiu, vindo da direção do banheiro social, se pendurando no ombro esquerdo de Yoongi.
Eunwoo segurou a cintura de Maya ao sentir o quão rígida ela ficou. Principalmente ao notar os milímetros que ela ergueu o queixo, em conjunto com o olhar escuro.
Yoongi pareceu desconcertado.
— Façam uma boa viagem. — E ele reconheceu o tom falso de Maya e um tanto duro com ele: — Obrigada por ter vindo, como sempre, Suga.
— Eu sempre venho, May. Seria como perder o aniversário de uma irmã.
Maya assentiu, amolecendo um pouco do corpo.
— Você tem um remédio agora, amor. — Eunwoo olhou o próprio relógio de punho, usando isso como forma de cortar o assunto.
— Vamos indo nessa. Até mais. — Yoongi finalizou.
— Tchau, Maya! — Wendy acenou sendo pega pela mão e arrastada por Suga.
— Tchau… — May acenou até eles entrarem no elevador e quando não via mais o rosto de Wendy, respirou fundo. Eunwoo reprimia um riso. — Que foi?
— Nada não, neném… — E riu. Maya o estapeou, rindo também.
— Que prova foi essa, nossa senhora. Eu deveria ter escutado a Chae! — Ela mencionou.
— Você está bem com isso, mesmo? — Eunwoo a perguntou.
— Com os dois? — Ele assentiu e ela declarou: — Sim, ‘tô sim. Eu não estou bem é com ela. Por que o Yoongi sempre tem que arrumar gente sem noção? A tal da Victoria lá da Alemanha era pior também… E eu achava que a Wendy era gente boa.
— Eu quero muito morrer seu amigo. — Eunwoo gargalhou, beijando o rosto dela, e se afastou ao ver Mason surgindo e suspirou, dizendo baixo somente para Maya: — Eu preciso saber agora como conquistar sua família, a conseguiu de primeira…
Maya se virou para trás e viu o casal.
•••
Mason jogou a cabeça para trás assim que a porta se fechou e saiu de seu colo se sentando ao seu lado na cama, aliviada por terem passado por aquele teste perigoso.
— Não sei se ela acreditou ou fingiu que acreditou. — Ele mencionou.
— Maya é muito safa… Minha nossa Mason, eu nem sabia que conseguia atuar tanto!
Mason olhou para ela concordando e então viu que já estava sem batom. Então ele passou a mão nos próprios lábios, limpando-os sem deixar de pensar no que descobriu:
— Você beijou a minha irmã?
— Na verdade… Foi ela que me beijou. Eu só correspondi.
— Como assim? — A olhou desconfiado.
— Acho que é tradição dos Cafrey beijar de surpresa e perguntar se tudo bem, depois… — falou irônica.
— Hey, você viu! — Mason tentou se defender: — Eu não tinha tempo para perguntar se podia enfiar a língua na sua boca!
— Você não precisava me beijar. Podíamos fingir que estávamos conversando…
Mason deu de ombros e revirou os olhos, ao declarar:
— Olha só, você sabia que isso poderia acontecer. Melhor se acostumar com a minha língua na sua boca às vezes, se vamos mesmo fazer isso. E eu vou querer saber do seu rolo com a May depois.
Ele se levantou ajeitando a roupa no corpo, e o encarou de cima a baixo, reiterando:
— Você não precisa colocar a língua, existe beijo técnico. E também não ‘tô reclamando… — Ela se levantou pegando a mão estendida de Mason — Estou apenas mostrando que você tem opções.
— Beijo técnico? — Ele riu mordendo os lábios e passou a mão no canto do lábios dela, aonde havia batom borrado, limpando-os e declarando em tom sedutor: — Eu não sou idiota.
Mason deu as costas indicando a ela para descerem, e pediu que ele a esperasse retocar a maquiagem.
Logo em seguida, os dois desceram e Joseph os chamou, onde Mason abraçou carinhosamente e ficou ali conversando com os pais. Hyelin se aproximou de Soho, ordenando:
— Soho, separe alguns itens de higiene para a , por favor. E leve para o quarto do Mason.
— Sim senhora, ela dormirá aqui então? Devo preparar uma muda de roupa para ela?
— Provavelmente May deve ter algo não utilizado no closet, mas, não sei se a aceitaria… Elas são amigas Soho? — Hyelin comentou lembrando que as duas se conheciam antes.
— Bem… — Soho lembrou-se da primeira vez, que a senhorita D’Blanco esteve ali. Achou melhor ser discreta — A Senhorita D’Blanco esteve aqui na festa de fim de ano da May. Foi quando se conheceram. Mas, não acho que são amigas ainda. Apenas conhecidas, talvez… Agora, cunhadas!
— Entendo. Bem, eu vou ver com a própria mais tarde. Primeiramente, faça o que eu pedi. Separe um jogo higiênico e deixe no quarto de Mason.
Soho assentiu e Hyelin foi até o filho. Mason estava sentado com ao sofá da sala. Ela, mais comunicativa do que ele, mas não tanto que o incomodasse, conversava com os amigos e amigas que ela tinha em comum com Maya. Chae já havia manifestado também a sua surpresa para o relacionamento dos dois. Mason ficou pensando naquilo, preocupado com o lado familiar dela. Será que seria mais fácil ou pior por eles saberem de tudo?
— Filho, vocês dormem aqui. Já pedi para Soho preparar tudo. A se importa de usar as roupas de Maya?
— Eu vou deixar ela em casa, não se preocupe.
— É justamente o que eu estou evitando! Você já bebeu o suficiente e eu já dispensei os motoristas para uma folga. Maya vai dormir fora, então fiquem vocês aqui, assim, amanhã tomamos café juntos!
— Tudo bem, está certo. — Ele suspirou — Não precisa incomodar a May com roupas para ela. Eu tenho algumas camisas aqui.
— Certeza? — Hyelin perguntou e Mason assentiu — Bem, então seu pai e eu, já vamos nos recolher.
Mason assentiu e tocou na perna de , chamando a atenção dela e sussurrou o que a mãe havia o dito. se ergueu rapidamente para cumprimentar Hyelin. Joseph se aproximou também a deixando um beijo na testa e o casal saiu.
— Você não estava falando sério, estava? — disse baixinho para Mason.
— Nossa quase primeira discussão, nosso primeiro beijo, nossa primeira noite juntos… — Mason sussurrou zombando no ouvido dela: — Uma noite e tanto, não é, meu amor?
começou a rir e arqueou a sobrancelha ao dizer no mesmo tom de humor:
— Você parece estar se divertindo, não é?
Mason deu de ombros e os dois voltaram atenção aos amigos. Alguns dos Bangtan anunciaram que iam embora se despedindo de May que ainda estava ali com Eun, e em seguida, recebeu os meninos vindo até ela a abraçar e se despedir também. Seokjin cobrou que ela não sumisse, Namjoon, JK e Hoseok reiteraram àquilo, mas Yoongi que já havia partido e Jimin, estavam estranhos com ela, quase como se tomassem as dores de Tae. E Taehyung, apenas se manteve distante. Ele cumprimentou May em despedida e saiu trocando olhares tristes com , que fraquejou mudando o semblante também. Para Mason, Taehyung lançou um olhar de raiva, que o mesmo retribuiu com um sorriso irônico e um arquear de sobrancelha.
Logo que os pais dela subiram, May também se despediu. A maioria dos amigos já estava indo, havia se despedido há pouco do Bangtan e das amigas de grupo. Os últimos convidados saíam e ela e Eun foram se despedir de Mason e .
— Até a próxima Eun. Cuidem-se. — sorriu.
— Até mais, noona! Podemos marcar um jantar depois? Tenho umas curiosidades de arte para tratar.
— Claro, quando quiser! — Ela animou-se o abraçando. E Mason o observava, cordial, mas menos simpático do que .
— Bem… Até breve, Mason. E parabéns! A é uma mulher incrível, tenho certeza que serão felizes. — Eunwoo direcionou-se sem graça ao empresário.
— Obrigado, Eunwoo. Nos vemos por aí… Cuide bem da minha irmã.
— ‘Tá, tá… Vamos logo gatinho… — Maya interrompeu e pegou Eun pela mão, abraçou o irmão e à , dizendo para ela: — Eu ainda preciso digerir isso, mas estou feliz por ser você. Além do mais… — olhou ao irmão zombando — Você beija muito bem, disso ele não vai poder reclamar.
Eun riu porque se lembrou da festa escandalosa em que elas se conheceram.
Os dois saíram e Mason caiu no sofá, aliviado. se sentou ao lado dele, começando a tirar seus saltos.
— Não consigo achar bonitinho ela e o Eunwoo. Nada contra ele, mas me preocupo, porque eu sei que não é ele, entende?
— Eun é um bom garoto. Mas, eu te entendo. Me parece um pouco mais certo ela e o Yoongi…
— Mason, senhorita , desejam algo? — Soho surgiu os surpreendendo.
— Pode descansar, Soho. Nós vamos subir.
Mason se ergueu beijando a governanta, e se levantou também pegando os próprios sapatos e passou na frente de Mason, que foi logo atrás a guiando pela coluna sendo observados por Soho.
Ele entregou uma blusa e uma roupa íntima sua, novas, para . Ela tomou banho primeiro enquanto o Cafrey estava deitado pensando em várias coisas. Aquele fingimento todo não era fácil, depois da sessão de fotos com a família mais cedo, fora toda a encenação na festa, pequenas perguntas e detalhes de família poderiam ser muito importantes e botar tudo a perder. saiu do banho enxugando os cabelos.
— Pode ir Charlie… — Ela brincou com o apelido que a irmã dera a ele, e Mason deixou o IPad de lado indo para o banho e dizendo que ela ficasse à vontade.
— Tem secador no gaveteiro do closet e aqui no banheiro. — informou ele.
— Tudo bem, meu cabelo é grande, mas seca rápido.
Mason a olhou descontente e voltou com o secador em mãos.
— Você não pode adoecer e nem eu. Seque o cabelo, por favor.
pegou o aparelho e arqueou a sobrancelha vendo ele sair. Não sabia se ele estava tentando ser gentil, ou se aquilo era uma ordem. De qualquer modo, secou o cabelo. E enquanto fazia aquilo, pensava em Taehyung. Ao acabar, deixou o aparelho sobre a cama e caminhou pelo quarto observando as pequenas coisas de Mason. Era mais um quarto de hóspedes do que exatamente o quarto dele, pela pouca coisa pessoal ali. Mas tinham alguns livros. Ela observou a estante, e pegou o celular fazendo uma chamada de voz com Nari, enquanto se mantinha observando a estante.
— Oi Nari! Desculpa, ajhumma, sei que está tarde, mas vou dormir aqui e… Não havíamos pensado em trazer roupas para isso. Logo, separe uma muda de roupas por favor, meus itens pessoais e peça ao Kai para trazer na casa da Maya, amanhã bem cedo, tudo bem? Acredito que às sete ou oito horas não atrapalhará a Soho. E é para ele entregar pessoalmente, nada de deixar na portaria. Tudo bem?… Ok, ajhumma… Sim, eu e Mason vamos decidir isso ainda, mas com certeza é esta semana que eu viajo. O Papa ligou? Ah é? Bem, eu já sabia, eles estão apreensivos pelo pedido… — Ela riu e parou ao ouvir a pergunta de Nari respondendo-a com um tom chateado: — Sim, ele veio. Foi bem desagradável. Como você acha, Nari? Estou péssima com isso, ele não merecia ser enganado assim. Na verdade, ninguém merece isso… Tentarei falar com ele antes da viagem. Afinal, eu não sei se poderei vê-lo de novo e se o vir… Talvez ele continue me odiando… Sim… Eu tenho que desligar, te conto tudo depois…
Suspirou encerrando a chamada e olhando para o celular na última conversa que tivera com Tae.
•••
Era quase quatro da manhã quando Maya entrou pela área de serviços, aos beijos com Eunwoo. O caminho até a cozinha foi feito aos tropeços, e quando ele a colocou no balcão, prestes a começar a tirar a roupa dela, ouviu um pigarrear.
A luz se acendeu e Maya se assustou com Mason parado perto da geladeira.
— Não ia dormir fora? — O irmão olhou dela para Eunwoo, fazendo-o se afastar de Maya pelo olhar incisivo.
— Íamos. — Maya fez questão de mencionar o plural. — Mas tem uma infestação de borboletas na casa do Woo. — franziu o nariz, fechando as pernas em volta dele para não deixá-lo se afastar e fazendo o inverso, trazendo ele para perto — E você, o que faz acordado? Aproveitou bem que eu não estava aqui, não é?
— Não fale besteira… — Mason revirou os olhos. — Está tarde, deveria ir dormir.
Maya notou o tom frio e mal educado de Mason e soltou Eunwoo.
— Vai subindo, amor. Já te encontro no meu quarto. — deixou um beijo no pescoço dele. — Se quiser me esperar na hidro, pode ligar…
Eunwoo saiu sem jeito, se despedindo de Mason com um aceno de cabeça. Quando se viu sozinha com o irmão, Maya o encarou firme e furiosa.
— Dá para você ser menos idiota com ele?
— Não entendi. — Mason colocou o copo de água recém bebido e lavado sob o armário.
— Você está sendo ridículo! Sequer troca meia dúzia de palavras com ele, Mason! Como você se sentiria se eu estivesse agindo da mesma forma com a porque minha preferência é uma ex?
— Maya, ele não é para você. Ele não te ama e nem você o ama, Maya!
— E quem é você para falar dos meus sentimentos? Você não sabe, Mason. E você não tem o menor direito de me apontar esse dedo, porque até ontem ainda estava perdido pela decepção com uma ex que te largou dez anos atrás! O que torna esse seu romance repentino ainda uma grande incógnita para mim, mas não estou sendo incoveniente com ela ou com você por isso!
— May… — se aproximou. — Eu não quero que você passe 10 anos da sua vida se martirizando porque deixou o Yoongi ir, já que foi exatamente o tempo que eu perdi antes de reencontrar a !
— Ah, faça-me o favor, Mason! — Maya revirou os olhos. — Yoongi e eu não somos almas gêmeas de um só coração. Ele está bem com a Wendy e eu estou bem com Eunwoo. Não se intrometa.
— Tem certeza de que está bem? Você não viu a forma como ele ficou te olhado a noite toda. Nada mudou para ele, Maya.
— Céus! Escuta, eu ‘tô criando algo legal com o Eunwoo. E eu gosto dele.
— Por que não pode ser com o Yoongi, já que está aberta agora para isso? — Mason perguntava confuso com as decisões contraditórias da irmã e o olhar dela continuou fulminante, e ele notou, tentando mudar o personagem, mas sem desistir de conscientizar ela das próprias ações: — Tá! O Wonwoo também é um cara bacana…
— O Wonwoo é… — Ela não encontrou palavras, suspirando. — Por favor, só… Seja mais gentil, ok? Eu realmente ‘tô tentando fazer dar certo. Pelo menos, tente não fazer cara feia. O Eunwoo é realmente um cara legal e me trata super bem, me respeita e… — Maya desistiu vendo a feição de desinteresse em Mason. — Quer saber? Esquece. Você só se importa com a sua felicidade. Alias, não tinha mesmo como eu acreditar que estava em Seul só para ver sua irmã.
— Não seja sentimental. — Maya deu as costas para ele, correndo para a escada e subindo apressada, sendo seguida por Mason que a chamava: — Maya! Espera! — Ela não parou, batendo a porta do quarto que entrou e Mason sibilou estressado: — Merda!
Não demorou muito e ele viu a porta do seu quarto abrir e aparecer, sonolenta. Ela ouviu os gritos de Mason no corredor, havia acordado mais cedo do que o habitual, porque foi extremamente desconfortável não dormir na própria cama. Estranhou que o homem às quatro da manhã não estivesse mais ali, e lembrou-se das corridas dele antes do nascer do Sol. Ao se ver só, ficou até mais à vontade. Então se levantou da cama assustada ao ouvir os barulhos de passos fundos e a voz de Mason abafada pela acústica das paredes chamando Maya.
Abriu a porta do quarto, jogando os cabelos longos, soltos e embaraçados para trás e perguntou quando ele a viu:
— Mason, o que houve?
— Nada, é que eu corro de madrugada. — Explicou a sua própria ausência, esquecendo-se de que já sabia daquilo.
— Eu sei… — Ela comentou dando alguns passos para fora do corredor, ainda com a camiseta dele como uma camisola e cruzando os braços perguntou preocupada pelos gritos e expressão que ele tinha no rosto — E já voltou da corrida?
— Voltei. — Mason apagou a luz do corredor se encaminhando para o quarto — Está tudo bem? Achei que os quartos de hóspedes também tivesse vedação acústica…
— Comigo sim, mas você e a May brigaram?
Mason não respondeu a pergunta dela, e ela não insistiu.
Enquanto ele foi direto ao banheiro de sua suíte, retornou para perto da cama, mas não se deitou de novo, já que estava acordada e mal havia dormido. Incomodada com o clima que havia ficado na nite anterior entre ela e Taehyung, algo se passou em sua mente. Telefonou para casa, Nari atendeu e ouviu as ordens dela pedindo que Kai não enviasse mais nada. Ela pegou as roupas da noite anterior e como Mason estava no banheiro, ela se trocou ali mesmo no quarto. Voltou a vestir sua roupa de festa e colocou as roupas que havia utilizado dobradas sobre a cama que também havia estendido. Se aprontou enquanto aguardava seu motorista chegar e Mason ainda tomava banho. Depois de vestida, ela não veria Mason então deixou uma mensagem:
para Mason: Saí mais cedo, explique aos seus pais que tive imprevistos, ou algo assim. Nos vemos depois, se precisar de algo me fale. Tenha um bom dia…
Caminhou para a saída da mansão digitando a mensagem, e os seguranças do turno noturno a postos na mansão Cafrey, a cumprimentaram.
— Senhorita D’Blanco? — O chefe da segurança da casa mencionou para ela na porta — Bom dia, precisa de algo?
— Bom dia, por acaso o meu carro já chegou?
— O senhor Mason não nos informou de sua saída tão cedo. Um minuto que vou avisar na guarita que é para liberar o seu automóvel. — O segurança falou e recebeu uma resposta da guarita logo que interfonou, avisando que o carro da D’Blanco acabara de chegar solicitando autorização para entrada e ele liberou — Acabou de chegar senhorita, já autorizei a entrada.
— Muito obrigada. Ele já está cadastrado em sua listagem familiar? — perguntou e o segurança informou que sim, então ela sorriu cordial ao homem e se encaminhou até Kai que já se aproximava estacionando. — Um bom dia.
— Igualmente senhorita D’Blanco. — O segurança informou abrindo a portá de trás para ela.
— Olá Kai. Bom dia.
— Bom dia. Devo seguir para casa, senhorita?
— Sim, por favor, Kai. Depois está dispensado, eu vou pegar meu carro.
Quando chegou em sua mansão, foi tomar banho e terminou de se arrumar, em seguida se alimentou e saiu apressada ainda às seis e meia da manhã para a casa de Taehyung. Não queria perder a chance de falar com ele.
Quando chegou na frente do condomínio dele, ela o telefonou, rapidamente, e ainda dentro do carro. Taehyung, no entanto, não lhe atendeu. Então deixou uma mensagem.
para Taehyung: Bom dia Tae. Estou na porta da sua casa, preciso falar com você e tem que ser hoje. Sei que não quer me ver ou receber, mas é importante. Irei até a Hybe se precisar.
Tae leu a mensagem dela e decidiu recebê-la em sua casa.
Taehyung para : Suba.
Aliviada, ela saiu do carro e, Johnson, o segurança pessoal que seu pai insistiu que ela mantivesse mais vezes durante aquele tempo de muita veiculação de notícias, a acompanhou, mas ficou do lado de fora.
Tae abriu a porta, e os dois sentiram a ansiedade em seus batimentos. Ele continuava com a mesma expressão de mágoa, agora até pior. Ela, continuava com a expressão de culpa, porém, aos olhos dele continuava linda.
— Entre. — Taehyung falou em um tom de voz para ela, perturbadoramente frio.
— Me espere aqui, Johnson. — ordenou e entrou observando ao redor. Yeontan correu latindo até ela e fez carinho pegando ele no colo.
— O que você quer? — Ele perguntou diretivo, sentindo a dor de vê-la com seu cachorrinho toda sorridente e familiarizada.
suspirou e virou-se para Taehyung, deixando Tannie ao chão.
— Toda vez que eu te vir, não direi mais “olá”, mas sim, “desculpa”… Acredito que eu te devo um pedido de desculpas, de novo e de novo, por ter feito você perder seu tempo.
— Não perdi meu tempo. Aproveitei cada minuto e não me arrependo. Até faria de novo. — Tae respondeu convicto e se manteve sério.
— Eu deveria ficar feliz com isso, mas, só reitera o quanto eu te fiz mal. Eu soube dos seus sentimentos desde cedo, mas tentei manter você distante e ao mesmo tempo, não quis te deixar livre… — suspirou — Apesar de não ter lhe dado promessas ditas, hoje entendo que eu te dei esperanças de alguma forma não é, Tae?
— Por que você acha que não quis romper antes comigo? — Ele indagou tentando acuá-la com respostas que na percepção dele, significavam que ela gostava dele e não quis aceitar ou se dar conta daquilo: — Por que, , você acha que não me manteve mesmo distante se sabia que na pior das hipóteses de casamento, não era eu quem você ia escolher pra fingir do seu lado?
— Eu nunca usaria os seus sentimentos. Talvez eu fosse capaz de usar realmente os sentimentos de qualquer pessoa. O que eu havia jurado que não faria, mas olha onde eu estou… então, acho que talvez usasse, mas não os seus! — Ela foi sincera.
— De novo, por que? Você realmente não sabe ou não quer admitir?
— Porque o que você sente é real! — declarou com uma culpa pesada no peito — É sincero, não é pela D’Blanco, é pela ! Apenas a !
— Isso é verdade. Mas o que você não admite é que me afastou porque tinha medo de assumir que está apaixonada por mim! Pode não ser um amor arrebatador ainda, mas você gosta de mim! Muito mais do que está tentando fazer parecer com ele, porque comigo, você não transou com mais ninguém! Com ele? Apesar da historinha passada que vocês tem e estão usando como desculpa para dizer que se amam, com ele, você transou com o meu melhor amigo! Coisa que você teve decência de não fazer do meu lado!
sentiu as lágrimas surgirem.
— Ah, você esteve contando… Você é esse tipo de homem então, que julga uma mulher por quantos homens ela dorme ou não… — A D’Blanco disse sentindo-se ultrajada — A minha história passada com o Mason pode não ter tido a intensidade do que você e eu tivemos, mas ele não me julga por nada, na verdade. Ele me aceitou com as minhas dificuldades e imposições. E se quer saber, foi ele quem propôs uma relação aberta entre nós. Porque de uma coisa você tem razão… Nós dois temos os pés mais no chão do que nas nuvens. E sabemos que há uma longa estrada para nós tornarmos o que sentimos agora no amor para a vida um do outro. Eu posso não estar absolutamente apaixonada por ele, como não estive e nem estou, por você, mas o Mason aceitou isso sabendo dos riscos assim como você. E se quer saber? Ontem ele me provou que talvez, eu não tenha feito uma escolha tão errada assim. Você é um garoto apaixonado, Tae. Não sei se você compreenderia mesmo a gama de sacrifícios que estar ao meu lado publicamente iria te expor… O que me prova que não importa o quanto você me amasse, se eu deixasse você do meu lado, o seu sentimento por mim tinha mais chances de ruir do que crescer.
limpou as lágrimas que escorriam. E Tae foi se sentindo com mais raiva.
— Você não tem nem argumentos mais! Se contradiz o tempo todo… Achei que era teatro quando os vi chegar, então saí da festa convicto de que não era, mas agora, você me diz que vocês estão realmente tentando… Eu não sei nem o que pensar de você agora! Mas lamento pelo Mason, ele não precisava aceitar se prestar a esse papel e poderia ter a mulher que quisesse. Quem parece não poder ter o homem que quer é você.
Taehyung falou se aproximando dela. enxugou o rosto, um pouco arrependida de ter ido ali pedir desculpas e acabando por ouvir tantas palavras duras e cheias de mágoa dele, e disse se afastando para sair:
— Eu só vim aqui me desculpar e dizer para você não mencionar mais nenhuma desconfiança sobre Mason e eu. Aliás, você pode evitar falar em nós dois, até porque claramente ainda nem tem uma opinião formada. E depois dessa conversa, não me importa mais. Você já me…
não pôde terminar, porque enquanto estava falando e quase alcançando a porta, Tae que estava atrás dela, a puxou bruscamente e a beijou. Um beijo saudoso e que nenhum dos dois conseguiu interromper. Quando se separaram ela o encarou em dúvida, então Taehyung foi o primeiro a se pronunciar:
— Eu não gosto de você. Eu estou absurdamente apaixonado, e me fere te ver com ele, porque você sente o mesmo por mim, e deveria ser nós dois nesse anúncio público de romance. A minha revolta, D’Blanco, é porque você deu essa chance pra alguém que não te ama, mas inevitavelmente vai se apaixonar porque não tem como não se apaixonar por você! E quem vai passar a vida do seu lado, será ele. Mesmo que usasse os meus sentimentos, mesmo que tivessem sacrifícios, quem deveria dizer se aguentaria ou não, era eu e não você. Eu preferia passar a vida toda fingindo que você me ama do seu lado, do que vendo você fingir com outro.
tentou se soltar, mas Tae a imprensou contra a porta beijando-a de modo mais intenso e com raiva por ter flagrado a conversa dela com Jungkook na noite da festa, descobrindo daquele jeito que ela e seu melhor amigo dormiram juntos.
— Pode dormir com todos os meus amigos, mas eles não são o que eu sou pra você. — Taehyung declarou entre o beijo, e com os olhos um do outro desbravando a alma de tão intensos ele continuou falando — E eu duvido muito, que seja tão profundo até onde você vai com o Mason, duvido que ele seja capaz de fazer você me esquecer, porque agora mais que nunca, … — Taehyung pausou a fala e apertou a cintura dela, fazendo carinho em seu rosto ainda encarando-a nos olhos — Agora que eu tenho certeza que você está arrependida e apaixonada, eu não vou deixar você me esquecer… Pode ter certeza disso. É uma promessa!
estava aturdida, espalmou o peitoral dele o afastando e se recompondo.
— Entendeu errado. Eu não disse que estava arrependida, Taehyung.
Tae se aproximou mais, e levou as mãos para o corpo dela de novo, subindo e descendo pelas laterais da cintura até a coxa.
— Está sim. Eu não preciso de outro beijo desse para saber. Você só está confusa, mas se é assim que você tornou as coisas, se prepare, porque eu não vou parar.
sentiu a mão dele apertar sua bunda, e o rapaz morder os lábios e arquear a sobrancelha em uma expressão de desafio ou ameaça maliciosa.
— Você não tem talento para ser esse cafajeste que quer parecer…
— Você vai ver então… — soltou o corpo dela apertando sua cintura e vendo a mulher reagir como ele esperava — Melhor não ficar muito tempo sozinha comigo, … Seu namoradinho pode não gostar. E não se preocupe, eu não vou acabar com a farsa de vocês, vou me aproveitar dela.
Taehyung abriu a porta onde eles estavam escorados e já ia sair quando ele puxou de novo a mulher para outro beijo, o qual ela se entregou mais uma vez e depois deu passagem pra ela seguir. Estava fodida! Se Tae entraria naquele tipo de jogo, ela perderia, tinha certeza. Só de lembrar dos toques nada pudorosos dele em várias ocasiões consigo, suas pernas fraquejavam. Ela respirou fundo controlando-se no elevador.
— Senhorita D’Blanco? Está se sentindo mal?
— Não Johnson, tudo bem. Vamos para casa.
— Devo dirigir o seu carro? A senhorita me parece nervosa.
— Não. Apenas me siga como o costume. Eu posso dirigir. — falou saindo do elevador.
Quando ela chegou em casa, foi imediatamente para o quarto arrumar as malas. Nari ficou surpresa pelo modo como ela voltou pensativa, mas logo deu o recado:
— , o Mason telefonou.
A mulher continuou com o cenho franzido, concentrada em seus pensamentos e apenas deu de ombros ao responder:
— Ok. Obrigada. Me prepare um chá calmante, por favor, Nari.
A ahjumma quis saber como foi a conversa de sua menina com Taehyung, mas conhecia como se fosse sua filha, e aquele era momento de evitar o assunto. pegou o celular vendo duas chamadas de Mason e telefonou de volta.
•••
Maya resmungou arrastado quando sentiu o beijo de Eunwoo em seu pescoço, com ele lhe abraçando de lado sem a apertar.
— Bom dia, Lola. — Ele disse rouco, baixo, no ouvido dela.
— Bom dia, Woo. — Ela bocejou, cumprimentando de volta e abrindo os olhos devagar. Ficou na mesma posição por algum tempo, até despertar totalmente e conseguir virar, invertendo. Estava sentada em cima do quadril dele, com as mãos espalmadas no peito nu. — Pensei que tinha sido um pesadelo.
— O que? Eu dormir na sua cama? — Ele a segurou pela cintura usando as duas mãos por dentro da camisa do baby-doll.
— Não. As borboletas. Eu odeio elas. — inclinou a cabeça para trás, respirando fundo.
— Deu para notar. Fobia? — Eun perguntou e ela assentiu.
— Não me pergunte como e nem porquê, eu só sei que tenho fobia de coisas que voam, o pior fica para as borboletas e baratas. — Maya fez um bico, acariciando o peitoral de Eunwoo. — Ainda bem que você equivale a dois de mim e estava comigo. Mas saiba que eu não volto mais na sua casa.
— Nunca mais? E se a gente casar, senhorita Cafrey?
Maya desfez a feição tranquila, olhando-o impassível.
— É brincadeira. — Ele contornou a situação, erguendo apenas o tronco e ainda com as mãos na pele dela por dentro da camiseta. — Você fica assustadora quando escuta sobre isso, algum motivo em especial?
— Nenhum. Eu só não tenho essa perspectiva mesmo. Para pessoas como eu isso é… um luxo. — deu de ombros. — Eu ‘tô bem com você assim, Eunwoo, estamos… sei lá, em um passo de cada vez, e isso tem sido incrível.
— Tem mesmo. Eu não trocaria isso por nada nesse mundo.
— Nem pelo papel do próximo drama? — Ela arqueou a sobrancelha, segurando no rosto dele com as duas mãos.
— Maya…
— Você ainda não pensou sobre isso, não é? — Ela perguntou e ele fez um bico. — Não quero que se sinta pressionado. Mas são 5 meses viajando pelo mundo em turnê.
— A gente precisa mesmo decidir isso agora? Vocês entram em turnê depois da premiere…
Maya não insistiu, apenas assentiu e beijou a ponta do nariz dele. Iria passar muito tempo fora e queria que Eunwoo a acompanhasse na estrada, tinha feito o convite porque sabia que ele teria esse tempo sem trabalho, mas um convite foi feito e agora ela não tinha mais certeza sobre os planos dele.
Cessando a conversa, Eunwoo a beijou, começando calmo, mas não mantendo o mesmo ritmo. Logo estavam indo nus para o banheiro, tomar banho, a fim de descerem. Já era quase meio dia.
Desceram aos risos por uma conversa aleatória e quando Maya viu a mãe e o pai conversando na sala com Makkie, sorridentes, estranhou.
— Não é que eu não goste de vocês aqui, mas… Não ficaram no hotel essa noite? — Ela se preocupou deles terem escutado a discussão com o irmão na madrugada. Cumprimentou um a um, sentando-se no sofá vazio e chamando Eunwoo, ele ainda parecia deslocado com sua família.
— Chegamos cedo, filha. Queremos almoçar só com vocês hoje. E, claro, a .
— Achei que teria de ir acordar você. — Joseph ajeitou o óculos. — Não ia dormir fora?
— Problemas com borboletas. — Maya riu, olhando para Eunwoo e se aconchegou nele. — E onde vamos? Eu e Eunwoo temos um compromisso a noite, uma entrevista.
— Você estará livre antes das cinco, Maya.
Pelo modo como o pai falava, Maya ficou incomodada.
— É só com os filhos? Aquela coisa do almoço a cada década? — brincou.
— E a também. Ela faz parte da família agora.
Soho surgiu da área de serviços e cozinha sorrindo, e ao ver Maya veio até perto.
— Já se alimentou, minha menina? Vou arrumar a mesa para você.
— Não precisa. Vou almoçar, não quero comer nada agora. Mas Eunwoo quer. — deu espaço para ele sair. — Encha a barriga dele de comida, Soho, por favor. Preciso dele forte para me proteger de mais borboletas.
— Borboletas? Onde?
— Ele te explica tudinho. — Maya foi “empurrando-o” e sorriu amena para Eunwoo quando ele a encarou sem direção. Ao se ver sozinha com os pais e Makkie, que mais parecia uma estátua em uma das poltronas, mexendo em seu celular, Maya fechou a cara. — Qual o problema dessa família, hein? Por que só o Mason pode apresentar alguém da escolha dele?
— Perdão? — Joseph, seu pai a indagou sem compreender a origem da reclamação dela.
— A forma como vocês estão tratando Eunwoo está me deixando enjoada! — esbravejou. — Qual o problema?
— Eles estão no time do Yoongi, — Makkie comentou sem encará-los. Maya bufou irritada.
— Escutem. Eu só vou falar uma vez. Eu e Yoongi não temos mais nada. Nós transamos enquanto deu e foi só isso, nada mais. Ele está namorando agora, vocês conheceram a namorada dele.
— Achei ela uma fofa! Super educada e prestativa. — Hyelin comentou a fim de concordar e demonstrar apoio à filha.
— Está vendo? — Maya encarou o pai apontando para a fala da mãe, e arguiu: — E por que Eunwoo não pode ser educado e prestativo também? Ele me faz feliz, isso não importa?
— Faz mesmo? — Joseph perguntou sério.
— Céus! Ele faz. Se ele não fizesse, não estaríamos juntos. Eu não teria apresentado ele a vocês. Quantas pessoas que eu já me envolvi vocês conheceram até hoje?
— Quatro. — Makkie se manifestou sem olhar para a família, ainda concentrada em seu celular: — Antony Moose do internato. Eu tinha cinco anos. Depois dele foi o Yoongi, o Wonwoo e agora o Eunwoo. Você tem alguma coisa com nomes que tenham o O duplicado?
Maya evitou rir com a irmã, mantendo-se séria.
— Vocês podem ao menos, tentar aceitá-lo? Eu realmente gosto dele. Eu realmente estou gostando de estar com ele.
— Querida… — Joseph se levantou — Você e Yoongi são o amor um da vida do outro. Não me interessa o que aconteça. Vocês dois são… destinados. Vocês sempre se deram muito bem para ser apenas… sexo sem compromisso.
— Papai. Eu não quero me casar. Eu não quero um relacionamento tão sério. O mais próximo que estou chegando disso é com Eunwoo. Yoongi e eu não temos como ficar juntos.
— Você é muito teimosa, Maya Cafrey! Não chegou perto disso com Yoongi por que o afastou por medo!
— Tenho o seu sangue, Joseph. — Respondeu ao pai mencionando o fato de ele a chamar de teimosa.
— Joseph, querido, não implique com ela. — Hyelin se levantou também, aproximando-se dos dois.
— Ele nem ao menos se apresentou como seu namorado, Maya! Quer que eu trate o rapaz como um genro quando ele nos mostra que está apenas passando tempo na sua cama com você?!
— O que eu preciso fazer pra você entender que nós não temos rótulos?
— O Yoongi disse que era seu namorado e se apresentou formalmente para nós.
— Pai. Não é da sua cultura, então menos, bem menos! E o Yoongi só fez isso por brincadeira, porque ele não queria que vocês descobrissem que na realidade ele só estava fodendo a filha de vocês!
— Maya! — Hyelin perdeu a paciência, mas Maya permaneceu alterada por sua raiva falando sem muito pudor:
— O Yoongi era sim o amor da minha vida, na cama, pai. Na cama. No sexo. Transar com ele sempre foi incrivelmente foda e delicioso. Mas só isso. Sabe quem ele é? Um idol. Assim como eu e o Eunwoo. Só que ele é um homem gigantesco nesse meio e precisa convencer um mundo de gente que é solteiro e livre para elas. E ele tem muito mais trabalho que eu. É muito mais famoso. Então é só isso. Foi só isso, apenas fodas regulares. E nada mais, nada. Precisa que eu soletre?
— F-O-D-A. — Makkie soletrou em coreano, recebendo um olhar feio da mãe e um de escarnário de Maya. O pai, por mais que tivesse tido muitos anos no país, tinha suas dificuldades com o idioma ainda.
— O que está acontecendo aqui? — Mason surgiu ao pé da escada, saindo da direção do escritório.
— Maya está dizendo para o papai e a mamãe que ela e Yoongi não se amam, eles só querem fo-…
— Makkie Cafrey! — Hyelin ergueu o tom de voz outra vez, fazendo-a se calar. Joseph e Maya se encaravam, em um embate. — Ok. Chega vocês dois. Joseph, estamos na casa de Maya, aqui não é lugar para se exceder.
— Tudo bem. Já que ela faz tanta questão assim, faremos um almoço somente com Makkie, Mason e .
Maya respirou fundo, faiscando.
— Joseph isso não é…
— Não, tudo bem, mamãe. — Maya interrompeu a mãe, com os olhos cheios de mágoa ao pai: — Ele já deixou claro há muito tempo que eu não faço parte desse lado da família. Foi boa a sua atuação de ontem, Joseph.
Maya estava saindo para a direção da cozinha e Mason tentou a impedir e dizer alguma coisa, mas ela parecia chateada com ele também e ignorou o imão passando reta por ele.
— O que foi isso? — Mason perguntou aos pais.
— Papai sendo machista outra vez. — Makkie se levantou da poltrona, decepcionada. — Eu vou falar com ela. — e saiu encarando o pai.
Joseph pareceu não se desestabilizar, ele encarou Mason, perguntando:
— Você conseguiu falar com ela?
Quando Mason foi responder, seu telefone tocou e era .
— Oi Mason, bom dia. Está tudo bem?
— Oi, está sim. Onde você está? Posso ir te buscar? Meus pais querem almoçar com a gente.
— Estou em casa. Eu tinha que resolver algo e começar a fazer as minhas malas. Mas tudo bem, eu vou me arrumar e se quiser te encontro onde for o almoço. Para não precisar se incomodar em me buscar…
— Eu prefiro ir te buscar, tudo bem? Preciso de um intervalo dessa família e isso vai ser uma boa desculpa.
— Tudo bem, claro… Eu estarei te esperando.
Mason desligou a chamada dizendo que em quinze minutos estaria na casa dela para buscá-la. chamou Nari informando que ela não almoçaria em casa, já que tinha um almoço com os Cafrey. E foi neste momento que a ahjumma percebeu ser a hora de introduzir o assunto anterior:
— , você está bem? Chegou abalada da casa do Taehyung.
olhou para a mais velha, sentando na cama com uma peça de roupa que poria na mala, em mãos.
— Não sei o que pensar do meu encontro com ele hoje… Ele me beijou Nari… — A governanta levou a mão à boca surpresa — E foi tão bom sentir o beijo, o toque, o cheiro dele de novo…
Nari suspirou e se aproximou a abraçando.
— Ah minha menina! Você sente falta dele… E eu nunca te vi assim…
— Ele disse que eu estou apaixonada por ele e que ele sente isso. Disse que só eu fico negando… E acho que ele está certo, Nari. Mas agora é tarde.
— Será? Você e Mason ainda não casaram. — Nari comentou com esperança de que a encorajasse a repensar sua escolha.
— Dei minha palavra ao Mason e já estamos atolados nisso. Se você visse como a família dele me recebeu… — suspirou frustrada e se ergueu da cama, falando decidida: — Eu vou me tornar uma boa nora e uma boa esposa, Nari. Não quero magoar mais ninguém.
— Certo… Quem sabe vocês não dão certo?
— Nari! Não! — Ela sorriu apontando um dedo para a ahjumma — Isso não tem menor a chance de acontecer. Não se apegue a esta ideia, ouviu?
— Você dormiu com ele ontem? — Nari perguntou como uma velhota travessa e curiosa, arregalando os olhos e juntando as mãozinhas em expectativa — E o beijo? O que você acha do beijo dele? Ele é um homem mesmo forte como parece?
começou a gargalhar pegando nas mãos da governanta curiosa.
— A senhora hein…? — Nari sorriu.
— Não sou cega, em outros tempos, se fosse em minha juventude eu aproveitaria!
— Ele tem um beijo muito bom, realmente. Mas também né, imagina a decepção que seria um homem daquele tamanho não saber beijar? — A empresária riu — Quanto ao corpo dele, não posso lhe dar informações, mal vi o Mason sequer sem camisa.
— Mas… Você dormiu com ele! Ele também não viu esse corpo monumental? — A velhinha falou apontando a mulher de cima a baixo.
— Nari! Claro que não! Eu só dividi uma cama com ele. E não dormi nada, senti falta da minha casa.
— Cruzes. Vocês nem sabem aproveitar! Se já estão nisso, deviam ao menos como diz sua mãe, “tirar uma casquinha!”. Agora vai, vai pro banho que ele já deve estar chegando! — Nari empurrava que ria da reação da mais velha.
— Certo… Você pode terminar esta minha mala, depois?
— Claro! Já deixo tudo pronto também para ele se instalar de vez aqui no quarto de hóspedes. Afinal você já dormiu lá, mas seu namorado está nestes meses todos na casa da irmã e dormiu aqui pouquíssimos dias, isso é suspeito. Vocês precisam acertar as pontas soltas!
caminhava pro banheiro da sua suíte se despindo no caminho e concordou com Nari. O conselho da ahjumma fazia sentido.
— Realmente… Mas vai depender dele. Se ele quiser ele vem, se não, não vou insistir. Já notei que ele é um homem de se falar uma vez apenas.
— Acha que ele não vem? — Nari perguntou estranhando o motivo pelo qual Mason não aceitaria morar com ela enquanto estivesse ali.
— Não sei. Talvez sim, o clima entre ele e a irmã estava estranho quando saí de lá, mas como eu disse, não dá para prever. Vou pedir à Lauren que prepare umas roupas masculinas da coleção do Seo, da Le’Dour e pedir que entreguem aqui. Agora mais do que nunca, roupa masculina não é demais nessa casa…
Nari concordou avisando que já havia separado um espaço para Mason no closet do quarto de hóspedes que seria para ele quando quisesse ou precisasse dormir na mansão de .
•••
Mason fez o máximo que pôde e conseguiu convencer aos pais que fossem primeiro para o restaurante em Seocho, pois ele buscaria sozinho. Depois de se arrumar, ele desceu encontrando Maya e Eunwoo animados e também saindo. Ela não o esperou e saiu. Mason conhecia a irmã muito bem para saber que ela estava chateada, mas ele não conseguia olhar de outra forma para aquele relacionamento. Seu jeito protetor demais com a irmã estava falando mais alto.
— Vocês deveriam pegar leve com o rapaz. — Mason ouviu a voz de Soho tomando sua atenção e parou em frente ao elevador privativo, esperando ele retornar.
— Soho…
— Ela gosta dele. — defendeu a governanta da Cafrey.
— Não, Soho. Ela gosta da facilidade que é estar com ele. — Mason colocou as mãos nos bolsos. — A Maya tem medo de ficar com quem ama e não dar certo. Então ela fica com ele, gostando do fato de poder terminar depois e não se sentir culpada.
— Você já perguntou isso para ela? — Soho ousou dizer.
— Eu conheço ela. Não preciso perguntar. Ela está usando ele para ocupar o espaço do Yoongi que o Wonwoo não ocupa porque não quer.
— Eunwoo gosta dela, então deveria ser o suficiente para vocês respeitarem. Ele gosta a ponto de estar aguentando tudo isso para ficar com ela.
— E você quer o quê, Soho? Que a gente estenda um tapete vermelho para ela desfilar com o garoto que ela está usando?
— Ao menos apoiem o momento. Ela está feliz, da forma dela. E a Maya nunca se permitiu tanto assim. Pode ser sim, a culpa e saudade de quem ela realmente ama, mas na vida nem todo mundo vive o melhor dos dois amores. Você sabe muito bem disso, Mason. — A senhora sorriu simples, ajeitando o paletó dele. — Ela não é mais a mesma menina que te pedia proteção contra borboletas…
Mason ficou ao alento da saída de Soho. Como o elevador demorou, decidiu ir pela saída social e foi direto até a garagem. Dirigiu até a casa de e a esperou-a dentro do carro, inerte.
saiu pela casa, quase pronta, faltando só fechar o vestido em suas costas.
— Nari! — Ela chamava pela governanta — Nari!
— Senhorita. — O segurança surgiu ao pé da escada avisando: — O carro do senhor Mason está parado aí fora.
— Onde está a Nari, Johnson?
— Eu a vi indo até a minivila dos funcionários…
— Droga… Avise a ela por favor que eu estou saindo. — se colocou a descer para o hall, e pediu já no térreo para o segurança: — Me ajude, por favor, a fechar o vestido.
Ela notou pelas paredes de vidro do térreo que o carro de Mason estava parado com ele dentro, escorado no banco do motorista de olhos fechados.
Johnson subiu o zíper e estranhou a informação sobre ela pedir a ele que avisasse. Os dois caminharam para a fachada juntos, e viu Johnson a seguir.
— Não precisa me acompanhar, Johnson.
O segurança entrou na frente dela e ela arqueou a sobrancelha desafiadora.
— Eu vim diretamente da Espanha como subordinado do seu pai, senhorita. As ordens são não desgrudar da senhorita.
— Vendo a sua audácia, é bem o tipo selecionado a dedo pelo senhor Juan. — ironizou ela e alisou o paletó do segurança pelo ombro, dizendo firme: — Você não vai acatar as minhas ordens? É assim que devo entender?
— De forma alguma senhorita. Eu só…
— Vá avisar Nari então, por favor. E se quer mesmo me seguir, se vire para me proteger mantendo-se bem longe. Eu não quero deixar ninguém desconfortável com essa situação, é um almoço familiar.
Johnson puxou o telefone dele e enviou uma foto de em frente ao carro de Mason.
— A senhora Nari está avisada. Estou logo atrás da senhorita e do seu namorado, serei discreto.
arqueou a sobrancelha. Ele era mesmo bem treinado e esperto. De algum modo avisou à governanta sem contrariar as ordens dela e seu próprio dever. Desceu as escadas e o segurança veio logo atrás, abriu a porta para ela entrar no lado do carona e apenas entrou sem o encarar. Viu o homem se encaminhar para o carro preto atrás do de Mason.
— Me desculpa, Cafrey. Ele vai nos seguir, mas pedi bastante discrição. — Ela falou incomodada olhando pelo retrovisor e então virou-se para olhar Mason — Boa tarde. — E sorriu cordial, perguntando preocupada: — Você está bem? Quer dar um tempo antes de irmos, ou conversar… Sei lá?
— Já estou acostumado, fique tranquila… O caminho até o restaurante é longo, terei tempo.
— Tudo bem. — afivelou os cintos e perguntou ainda escapando olhares ao carro de Johnson pelo retrovisor — Precisamos resolver se você irá comigo para Madrid, depois de amanhã. Mas, podemos falar disso depois.
— Existe algum problema se eu for depois de você? Meus pais irão embora daqui dois dias e eu não consigo confiar em deixar eles sozinhos com a Maya agora.
— Não, tudo bem. Eu aviso minha família. Mas, aconteceu algo entre eles?
— … — Ele fez uma pausa, virando o rosto para ela, aproveitando o semáforo. —Você vai presenciar algumas situações em que meu pai discorda e muito do jeito da Maya. Ele nunca foi a favor da carreira dela… E ela nunca abaixou a cabeça. Então, ela tende a ficar extremamente estressada quando passa tempo demais com eles, porque minha mãe não sabe segurar a língua dele e fica entre a cruz e a espada. — Mason voltou a prestar atenção no trânsito. — E no momento, eles estão no meio de um choque. Eu também não fui muito agradável… Enfim, não quero que ela regrida no tratamento por se estressar demais.
— Acha que tem algo que eu possa fazer para ajudar? — perguntou preocupada — Eu me preocupo com ela também, apesar de nós não termos tido tanto tempo pra desenvolver uma amizade. Na verdade, eu ainda não sei se ela está confortável comigo como sua… namorada. — A D’Blanco mencionou a palavra tão estranha — Eu queria ter tido tempo de me aproximar melhor dela, mas… Tudo foi meio rápido demais. Depois do ano novo achei que podíamos nos aproximar mais, e até ajudei na gravação do videoclipe dela, mas… Vidas corridas… — contava e lembrou-se de um ponto importante: — E a sua relação com ela? Vocês são muito próximos, mas eu acho que ela está chateada com você, não é?
— Acho que não tem muito o que você possa fazer para ajudar. Meu pai a excluiu do almoço de hoje.
se sentiu absolutamente desconfortável com a fala “meu pai a excluiu do almoço”.
— Desculpe, mas… Qual a razão disso? O que ela fez para ele ser assim tão duro?
— Ela desafia ele, e ele age assim de maneira idiota. — Mason deu de ombros. — Daqui alguns dias eles voltam a se falar normalmente. O relacionamento com o Eunwoo não vai durar muito mesmo.
o olhou, tentando ter cuidado sobre como tocar no assunto.
— O que nós dois somos, Mason?
Esperou ele responder, mas a resposta foi um olhar confuso e desconfiado.
— Não podemos dizer que somos amigos, porque ainda estamos nos conhecendo. E entre nós, não podemos dizer que somos um casal, porque não é verdade. Então, não sei até onde você me permite opinar sobre questões da sua família. Contudo, você não acha que diante de Maya e Eunwoo, nós merecemos muito mais essa descrença do que o que estão fazendo com ele?
dizia tudo de forma cuidadosa e pacífica.
— É injusto o comportamento do seu pai, mas quem sou eu para me meter nisso. Porém, você é o irmão dela. E não acho que, o que ela mais queira de você é o peso da mão de um pai que não a compreende, mas o carinho e a segurança de um irmão, que entende que ela é uma mulher adulta, madura tentando algo novo com uma pessoa nova e incrível. Eu também acredito que ela e o Yoon tenham algo especial, mas isso não diz respeito só aos dois? Pense… Se fosse você no lugar dela? Aliás… Não acha irônico, para não dizer contraditório, que nós dois que estamos nessa situação justamente pela ditadura do relacionamento em nossas vidas, olhemos pra situação de Maya de forma diferente?
Mason novamente, desviou o olahr da estrada para , de forma confusa.
— Estou querendo dizer que se para você precisar aceitar um casamento com uma total estranha, foi revoltante, que diferença há no que vocês estão fazendo com ela? Ditando que o relacionamento dela com Eun não merece ser tratado como um relacionamento real, ou que está fadado ao fim? — suspirou — Com certeza ela está nisso consciente. Não foi obrigada a nada. Então, veja, por essa ótica, ela tem algo mais real e possível de durar muito com ele do que você, que em dois anos vai terminar com a “sua nova paixão”.
terminou de falar e sorriu de forma amigável para ele, na tentativa de fazê-lo enxergar que estava sendo hipócrita com a irmã, sem tornar aquilo uma ofensa. Seu celular notificou uma mensagem e quando ela abriu, era de sua mãe perguntando sobre a opinião dela a respeito de decoração para receberem o futuro noivo. Todos fingiam acreditar que tudo aquilo era real, e aquele empenho todo era também muito hipócrita.
Aurora telefonou em chamada de vídeo, bem no momento em que e Mason ainda estavam no carro, aproveitando o silêncio que ele havia ficado após suas palavras, atendeu à chamada:
— Tu bendición, mami!
— Biendecida, mi hija! — Aurora observou que ela estava em um carro, e arrumada — Nossa! Mas está tão bela, a minha “Linda”! Qual a ocasião? Você está acompanhada?
— Almoço com os sogros, acompanhada com meu namorado… — falou rindo e virou a câmera para sua mãe ter uma visão dela ao lado de Mason.
Ele olhou rapidamente para o celular e sorriu sem tirar a atenção do trânsito.
— Minha nossa, mas ele é lindo, ! Muito mais bonito do que qualquer revista ou site mostra!
ria da espontânea reação de surpresa e aprovação da mãe.
— Sim, mami. Ele é. Muy guapo!
— Ah vocês precisam chegar logo! Quero fotografar os dois e já os colocar em nosso mural!
— Vai assustar o Mason, mami…
— Bem, não vou atrapalhar muito vocês! , eu preciso saber quando vocês chegam, estou preparando uma recepção com a família.
— Mami, sem exageros, sim? Não deixe o papa meter a nobreza espanhola nisso, ele está obcecado!
— Não me fale nisso, seu pai está eufórico com uma recepção a qual fomos convidados!
— Céus… — sorriu e revirou os olhos — Bem, em todo caso eu chego no domingo, depois de amanhã, o Mason não irá comigo. Ele vai depois.
— Oh… — O desânimo se fez notado na voz da mulher — Compreendo… Bem, então… Quando ele vem?
— Provavelmente, quarta-feira…? — Ela olhou para Mason.
— Sim, isso mesmo! — Ele disse diretamente para a sogra pelo celular na mão de , já havia parado o carro e se aproximado para aparecer no vídeo — Tenho alguns compromissos aqui, por isso chegarei depois dela, senhora Aurora. Mas eu irei com certeza. Será um prazer conhecê-la e poder dizer-lhe igualmente que é muito mais bonita pessoalmente.
Aurora agradeceu simpática, escondendo as bochechas rubras e sorriu pela forma como a mãe se constrangia quando a elogiavam, mas era mesmo, uma mulher muito bonita e elegante.
— Certo! Mason, meu filho, você pode pedir o que quiser para a sua recepção, sim? Gosta de algum prato específico espanhol? Nós temos os melhores cheffs de Madrid!
— Mami? — indagou sem graça e olhou para Mason ao seu lado, que escondia um sorriso.
— Não precisa tentar me conquistar, senhora Aurora, sua filha já o fez!
encarou Mason e começou a rir, iria fazer piada quando a mãe respondeu:
— Eu não tenho dúvidas disso! Ela ainda vai tomar seu coração por completo, Mason!
— Mami, pare com isso. Guarde o personagem para a recepção, sim?
— Ora, que personagem! Vocês estão apaixonados e ponto.
— Muito bem, Mami… Bem, deixa que eu trato as questões para a recepção do Mason quando chegar, sim? Mantenha as coisas preparadas para mim, por favor, e diga à Helena que eu estarei faminta! Ela vai entender!
Os três se despediram e desligaram a chamada. olhou para Mason e começou a rir vendo que ele também a olhava de modo cômico:
— Como você é cara de pau, Cafrey!
— Estou ensaiando. Sua família parece bem…. Calorosa?
— Exatamente. E você terá que ser o homem mais apaixonado do mundo para convencer meus tios e avós, porque eu sou conhecida como a ovelha rebelde que não queria se casar e espantava todos os pretendentes. Vai ser difícil.
— Para mim não, quem tem que ser convincente é você. É você o coração gelado.
— Falou o lobo solitário… — riu e desafivelou o cinto de segurança se preparando para sair do carro.
Capítulo 15
Este capítulo foi escrito por Ray Dias e M-Hobi
chegou em Madrid e logo que pôde descansar foi com seu pai para a sede da GDB Corporation (Corporação e Grupo D’Blanco). Os repórteres apinhavam na entrada, todos ávidos por fotografias do pai e da filha juntos para uma reunião interna e privativa que definiria a participação da mulher no futuro do grupo. entrou na sala de reuniões acompanhada do pai, que discursou sobre seu afastamento temporário, anunciou a nomeação dela à presidência e já adiantou a todos que “até o seu casamento, ficará sobre o controle interino da presidência, após o casamento, Steban, o vice-presidente assumirá, até que ela retorne da lua de mel.”. Quando perguntado sobre quando ele retornaria e o motivo do afastamento, Juan informou ao corpo empresarial que seu retorno ainda não estava previsto, pois, ele decidiu tirar férias prolongadas e assim possibilitar à que exercesse o comando da empresa como uma preparação mais efetiva do futuro cargo geral. Em seguida, ao saírem da reunião, o mesmo foi informado à imprensa que alvoroçou ainda mais com a indicação de que a D’Blanco se casaria.
— Senhorita D’Blanco!!! Por favor!! — olhou para o jornalista que a chamava ansioso, e assentiu com a cabeça indicando que o escutaria e responderia — A Senhorita já está noiva, então? Podemos saber quem é o feliz pretendende ou alguma indicação a respeito dele?
— O anúncio oficial será feito em breve, no momento queremos preservar o que nos resta de privacidade, por favor. — Ela respondeu simples.
— Ele é alguém do meio empresarial? — O mesmo jornalista perguntou de novo.
— Sim, isso posso afirmar. — respondeu objetiva.
E após essa resposta, ela e o pai retornaram para o carro acompanhados pelos seguranças. Aliviados, suspiraram, e aproveitando que estavam sós no banco de trás do carro com o visor da frente erguido, o pai e a filha puderam conversar à vontade:
— Seu namorado chega amanhã, certo?
— Sim, por que?
— Você o avisou sobre o jogo do Real? É a primeira vez em tempos que temos chance de assistir juntos, e eu gostaria que ele participasse dessas tradições de família…
— Não vou forçar ele, papa… Aparecer em público antes de um anúncio oficial pode ser má ideia… Mas, é claro que, se ele não se importar eu irei. Já prometi ao Asensio também…
— Ele estará na recepção. Eu o convidei, esqueci de dizer. — Juan mencionou sobre o jogador. — Também chamei o time todo. Não há problemas não é?
— Eu já imaginava… — suspirou olhando pela janela e então seu pai a encarou, preocupado.
— Hija… — Juan tocou na mão dela carinhoso e perguntou preocupado: — Eu sei que ainda está triste com tudo isso… Mas, ele te trata bem?
— Não é um pouco tarde para essa preocupação? — Ela ironizou com humor.
— Nunca! Se ele não for bom com você, eu quero saber em qualquer momento! — Juan falou em tom autoritário e protetor.
suspirou e arqueou a sobrancelha ao dizer:
— Ele me trata bem. Não sei o que o senhor quer dizer com “bom para mim”, porque Mason e eu tivemos pouca interação na verdade, mas ele tem sido gentil. Vou descobrir essa resposta ao longo da convivência…
— Sabe filha, talvez você possa ser feliz. Se aceita meu conselho, por mais que esteja fingindo agora, tente mergulhar de verdade nisso. Eu vou adorar se puder te ver feliz, e até receber meus netinhos…
bufou soltando a mão do pai.
— Não vamos começar com isso, papa! Dê tempo ao tempo. Eu já estou aceitando toda essa situação, o que vier é lucro, então, não me pressione mais, por favor.
Juan assentiu a olhando preocupado. Por mais que soubesse que tudo foi feito de um jeito torto e errado, desejava, assim como Aurora, que a filha transformasse aquele casamento em matrimônio real e se permitisse apaixonar.
Mason chegaria no dia seguinte, e dois compromissos já eram certos: a recepção com a família no dia da chegada, e o jogo do Real Madrid no outro. tentaria ver com ele a possibilidade de realizarem uma coletiva de imprensa para o anúncio, antes do jogo. Ela não imaginava se ele faria um pedido oficial ou formal de noivado, para ela não era importante. E nem sabia se a família dele iria o acompanhar naquela viagem à Madrid, então, aguardaria a chegada dele para saber se os pais e irmãs de Mason também viriam.
No dia de sua chegada, o jatinho dele pousou no aeroporto particular da propriedade D’Blanco.
— Filha, vai buscá-lo no aeroporto? — Aurora mencionou ao ver surgindo arrumada e apressada pelo hall da mansão — Já recebemos o aviso de que o jato está para pousar.
— Vou. Já pedi para o Devon preparar o carro. Estou a caminho.
Ela terminou de colocar seus brincos, e pegou o celular e bolsa. Desceu as escadarias da frente e foi rumo ao carro da família, onde o motorista Devon a levaria até alguns poucos quilômetros dentro da grande propriedade.
Enquanto Mason observava a propriedade de dentro do carro, lhe dizia sobre sua confusa família.
— Preciso te informar uma coisa só para você não ficar confuso diante alguma situação que vier a surgir, se é que é possível… Meus tios Miguel e Inês são os pais de Rafael e Luna, e meus tios Ramirez e Laura os pais de Carlos. Porém, os casais se divorciaram, e tio Miguel namora com tia Laura. Tio Ramirez e tia Inês não estão namorando, mas andam juntos por pirraça.
Mason arqueou a sobrancelha e suspirou fazendo uma careta.
— Eu sei. Esse é o único escândalo da família D’Blanco no momento. E claro, ainda é um escândalo só nosso, que não saiu na mídia. E não sei por quanto tempo será assim…
— Tudo bem, as linhas de parentesco não tem nada a ver com nós, não tem porque me preocupar com isso.
assentiu e Mason começou a ver uma propriedade enorme, em arquitetura em estilo castelo moderno se aproximando e apontou para ela.
— Aquela é a mansão D’Blanco?
— Sim. Essa propriedade se tornou a principal dos meus pais desde que ele adquiriu essas terras. — sorriu ao olhar para fora também — Confesso que se tornou a minha favorita também, por conta de toda a natureza em volta… Uma liberdade maior… Mas, no centro de Madrid também temos imóveis mais comuns… Digo… Dentro do padrão que pertencemos, claro.
Mason assentiu sorridente, olhando para fora também.
— Já tem algum parente seu por aí?
— Tem sim. Meus primos, tios, avós. Todos paternos, já chegaram. A minha família materna está no Brasil e você conhecerá parte apenas no casamento.
— Algum outro ex-namorado por quem eu deva fingir ciúme?
virou o rosto na direção dele e viu a sobrancelha arqueada de Mason, e a expressão séria de sempre.
— Não. A não ser o Asensio. Mas ele não chegou a ser meu namorado, só era o nome mais cotado antes do seu.
— Não tiveram nada?
— Tivemos sim, algo casual e rápido.
— Claro… — Ele riu fraco.
— Devo me ofender com esse tom, Mason? — Perguntou surpresa, ele a encarou e negou com a cabeça.
— Por que deveria? Não estou te julgando, . Não precisa ficar na defensiva comigo.
Eles se olhavam sérios e então, ela desviou os olhos para fora mais uma vez, o carro se aproximava da entrada e Mason puxou um lenço de seu bolso estendendo a ela.
— Por que isso?
— Para você tirar o seu batom. Que namorada saudosa não beija o namorado no banco de trás do carro?
pegou o lenço e limpou os lábios. Em seguida entregou para ele de volta. E Mason não entendeu.
— Que tipo de beijo é esse que tira o meu batom mas deixa você limpinho assim?
Mason suspirou entendendo a situação e esfregou um pouco os lábios com o lenço.
— Era melhor ter feito do modo tradicional… — sussurrou e o carro parou.
— Não se preocupe, agora você vai ter que atuar. Estão todos no salão reunidos. Ou se preocupe… — comentou com um sorrisinho travesso.
O motorista abriu a porta de trás para Mason, e ele estendeu a mão para sair do lado dele mesmo. Assim que ela estava de pé ao seu lado, ele abraçou-a pela cintura caminhando para dentro do castelo. Chegaram onde estavam todos reunidos e ele conheceu Aurora, a mãe dela, os irmãos de Juan D’Blanco: tios Ramirez e Miguel, as suas ex-esposas Laura e Inês, os primos Carlos, Luna e Rafael, os avós paternos de , Frederico e Carmen D’Blanco. O pai de , ele conheceu há algum tempo pessoalmente com seu pai, em eventos em comum. Mason trocou palavras com eles, e em seguida, foi levado por para o quarto a fim de que que pudesse descansar e se recompor.
entrou no próprio quarto logo após dar passagem à Mason. As malas já haviam sido acomodadas pelos funcionários. Mason entrou no cômodo e observou os itens que lhe permitiam fazer mais uma leitura sobre ela.
— Quartos não faltam aqui, mas meus pais fizeram questão de que você dormisse comigo, já que estão todos aqui também.
— Tudo bem, eu não esperava que fosse diferente.
— Eu pedi que preparassem uma banheira de sais para você, assim você relaxa da viagem. Fique à vontade e não se preocupe com suas malas. Mais tarde alguém vem acomodar suas coisas no meu closet.
— Obrigado . — Mason sorriu e começou a se despir caminhando para a suíte.
perguntou ainda de pé em seu quarto, um pouco mais alto:
— Você quer que eu peça para trazerem um lanche agora, ou vai esperar o almoço?
— Estou sem fome.
— Tudo bem. Vou aguardar você lá embaixo.
Mason abriu a porta e surgiu frente a ela, com um roupão no corpo e a impediu de descer ao pedir:
— Não, não. Me espera aqui. Acho melhor descermos juntos.
— Tudo bem… — Ela concordou e caminhou para a própria cama sentando-se nela e folheando uma revista de arte que estava no cômodo.
Depois que Mason saiu do banho, ele quis descansar um pouco. Deitou-se à cama de , e ela pegou o notebook para ir ao escritório do pai trabalhar um pouco. Ao acordar, Mason olhou em sua volta e não vendo no quarto, saiu. Rafael estava também saindo do próprio quarto.
— Mason! — O outro olhou para trás — Conseguiu descansar um pouco?
— Sim Rafael, pelo menos um pouco. — Mason sorriu simpático ficando sem assunto
— Se quiser, amanhã antes do jogo do Real podemos fazer alguma coisa. A sempre sai de manhã para a cavalgada dela quando está aqui, como você deve saber, e então ela só volta lá pelas 10 horas.
— Claro, podemos fazer algo sim. O jogo é a tarde, certo?
— Ah, você acordou. — falou ao subir as escadas e se deparar com os dois descendo — Rafael, você sabe aonde Carlitos e Luna se meteram? O almoço vai ser servido.
Rafael sorriu irônico.
— Onde estão não sei, mas o que estão fazendo… — sorriu e Rafa continuou sussurrando no ouvido dela — Você pode procurar nos lugares estratégicos que conhece bem.
— Vá procurar a sua irmã e não me enche. — deu um beliscão nele, revirando os olhos e se virando para descerem de novo.
Mason se colocou ao lado dela no degrau abaixo, tendo escutado o que o primo disse a ela e a abraçou pela cintura. Rafael notou o movimento de encenação do Mason, e brincou, dessa vez falando para ele ouvir também:
— Você também pode mostrar os lugares estratégicos para o Mason. Afinal, a vovó, a mamãe e tia Laura não deixarão vocês dois em paz…
acenou para o primo sumir logo, e virou no corredor à esquerda depois da escada, indo ao salão de jantar. Mason então parou no meio do corredor, a travando no caminho também.
— O que foi?
— O jantar de hoje é a recepção oficial ou já é este almoço?
— O que você diz como recepção oficial?
— Ainda não te pedi em noivado.
— Ah… — suspirou — E quer saber se pretende fazer isso agora no almoço ou jantar… Bem, amanhã à noite haverá um jantar que nós teremos que ir. Aquele que combinamos de anunciarmos para imprensa também. Não acha uma boa ocasião para você fazer o pedido formal?
— Para ser verdadeiro e sincero, não. Um pedido formal deve ser feito entre a família. Como meus pais não poderão vir, eu quero fazer só entre nós. Então, hoje você será pedida em casamento. Melhor estar avisada para se preparar.
— Ah. Tudo bem… — Ela concordou um pouco desnorteada e ia falar algo, mas a voz de sua tia Inês ecoou no longo corredor.
— Ah, o casal de pombinhos está namorando no corredor! — sorriu indo até eles, e Mason puxou de novo para si, sorrindo largo na direção da tia dela — Vamos almoçar! Vocês terão a noite toda para namorarem!
— Só estávamos conversando um pouco, tia.
— Sim claro, como se você fosse perder tempo conversando no corredor… A sua tia te conhece, !
Os dois a seguiram e começaram a servir o almoço quando Luna surgiu com Rafael e Carlos. Mason e os olharam de forma discreta, mas sarcástica. Haviam entendido bem a situação. Depois do almoço, as atenções voltaram-se de novo para Mason.
— Mason, o que lhe chamou a atenção na nossa sobrinha querida? — A tia Laura o perguntou.
— Que pergunta boba, Laura! Olha para ela! é uma mulher linda! — O tio Ramirez elogiou a sobrinha.
Mason olhou intrigado para por aquele nome, enquanto marido e ex mulher trocavam implicâncias entre si.
— Linda D’Blanco, prazer… — A herdeira sussurrou para ele que arregalou os olhos em surpresa por descobrir o nome de batismo dela.
— Pai, mãe! Deixem o primo responder, sim? — Carlos, o primo que também era chamado de Carlinhos ou Carlitos, voltou atenção ao Mason.
— Vocês já se divorciaram, deveriam parar com as discussões! Ninguém é obrigado a assistir isso! — A matriarca vovó Carmem reclamou contida, porém firme ao filho e ex-nora.
— Bem, voltando a atenção ao Mason… — Tia Inês reordenou o assunto — E então, querido. O que te fez se apaixonar por ? Soubemos que vocês se conheceram há algum tempo, e agora o destino os uniu.
Aurora e Juan olharam para a filha sentindo-se os dois, lamentáveis. Pela primeira vez encararam com vergonha, porque a resposta para aquela pergunta era uma mentira vestida de humilhação que a filha não precisava mesmo passar. , no entanto, não encarava os pais. Focou em Mason, no seu papel de atriz tanto quanto ele de ator.
Mason a olhou de volta, e lembrou do dia que a viu pela primeira vez na galeria. O dia em que ela sorria para os curadores que organizavam uma escultura para exposição, enquanto ela ordenava-os.
— A gentileza no sorriso. tem um sorriso gentil, ações polidas nos ambientes certos, é uma mulher linda e elegante, além de bastante inteligente.
Olhou para ela se lembrando da primeira vez que se encontraram no hospital e como ela mostrou-se firme com ele, que havia a confundido com uma empregada. Lembrou-se do jantar e do quanto ela parecia dona de si, diante dele como um possível negociante.
— Além disso… Ela me mostrou que é uma mulher forte demais. Isso é sexy, porque no nosso mundo, mulheres troféus são muito comuns. Ela é alguém que me entende, e eu a entendo… — Mason dizia a encarando, mas olhou para a tia dela ao responder: — A nossa identificação se tornou combustível para eu notar as grandes qualidades dela que me fizeram apaixonar. Mas, não seria impróprio dizer que, o beijo dela também ficou em minha cabeça ao ponto de não me deixar a esquecer, não é? — Mason finalizou e sorriu.
sorriu também, falsamente levada ao humor que se apossou da mesa. Mas sua garganta na verdade, trazia embargo. Ela não queria ter que escutar aquelas mentiras de Mason e de nenhum outro. Ela queria ouvir aquilo como uma verdade, e se pegou pensando, durante o resto do momento familiar, em qual seria a resposta de Taehyung àquela pergunta. Sustentou o sorriso e a brandura até que finalmente entrou em seu quarto.
Mason ainda não havia subido, e ela pôde ficar sozinha no quarto e se encaminhou à sacada da sua grande suíte, e chorou. Que péssima hora para confirmar que sim, estava apaixonada em Tae e provavelmente o tinha perdido. Se manteve ali sozinha, até que sem notar, os passos de alguém mais próximo ecoaram e ela limpou rapidamente as lágrimas. Mason a encarava avaliativo e ela tentava parecer bem, mas sem dúvida, não passaria despercebido por ele.
— Você estava chorando? — Mason franziu o cenho, voltando o celular para o seu bolso.
— Não, Mason. Por que choraria? — Ela soltou uma risadinha mentirosa e levantou da poltrona que estava, limpando os olhos e se aproximou até o gradil da sacada se mantendo de costas para ele, na tentativa de se recompor, dizendo: — Você deveria dormir um pouco, pelas 18 horas é o jantar, e bem, Asensio vai chegar e mais alguns amigos e convidados íntimos da família…
Se virou para ele, sem o encarar diretamente tentando sair furtiva do ambiente, a fim de que o homem em pé com as mãos nos bolsos olhando para ela diretamente, não a fizesse o encarar nos olhos.
Mason a cercou mais, segurando-a pelo cotovelo de uma forma sutil. Olhou nos olhos dela e, vendo algo diferente das últimas vezes, a puxou para um abraço:
— Você quer colocar isso para fora? Eu sou um bom “apenas” ouvinte.
Pega de surpresa pelo abraço, ela não conseguiu parar o choro. Se manteve sem jeito, sem saber se o abraçava de volta e permitia agir como uma criança tola e acuada, ou se deveria segurar toda a explosão de sentimentos. Por fim, deixou que as lágrimas caíssem segurando de forma gentil e constrangida, os dois lados da cintura de Mason. Se afastou devagar depois de alguns minutos em que ele se propôs a ouví-la, e então, olhando para ele, se deu conta de que se não pudesse contar com ele naquilo que seriam 2 anos de sufoco, então, não deveria seguir adiante.
— Essa situação… Me faz sentir uma completa impotente e fracassada. Então, desculpa por isso, é só que… — ponderou e suspirou fechando os olhos e encarando o chão — As coisas que você disse… Aquelas mentiras ditas na mesa para todos eles sobre as perguntas das tias… Eu me senti lamentável, sabe? E deu pra ver que até meus pais sentiram o mesmo…
— Bem… Nem tudo o que eu disse foi mentira. — Mason ergueu o rosto dela pelo queixo. — Até chegar em “ela é alguém que me entende”, foi tudo verdadeiro. Não precisei mentir.
sorriu de forma agradecida para ele, enxugando os olhos e piscando encarava o teto para não chorar mais.
— Você é muito gentil, Cafrey. — suspirou voltando a olhá-lo, e se afastando um pouco — Não precisava passar por nada disso, e eu espero que depois dessa aventura, eu consiga deixar sentimentos bons para você, e te ajudar verdadeiramente de alguma forma durante tudo isso… Obrigada pelo ombro… — sorriu serena e fez careta apontando a camisa dele manchada de rímel — E me desculpe pela camisa… Se eu soubesse que ficaria emotiva de verdade, eu trocaria por uma maquiagem à prova de lágrimas.
— Eu acho que o melhor que podemos fazer um pelo outro nessa situação, , é realmente tentarmos ser parceiros. No fim, tudo dará certo. — sorriu por fim, ameno, e se olhou notando que sua camisa havia mesmo manchado. De reflexo, Mason arrancou a camisa sem se importar com a mulher sentir-se constrangida ou não, já indo para a própria mala pegar uma outra para trocar, e propôs: — Quais seus planos de agora? Podemos fazer alguma coisa. Algo que você queira. Eu descansarei a noite.
— Concordo, e pode contar comigo se precisar de ombro amigo também. — sorriu amena, sentando em sua cama de pernas de índio observando Mason se trocar e pensando no que fazer — O que você gosta de fazer? Tem um campo de golfe aqui se quiser jogar, tem os cavalos, tem as quadras de tênis… Mas se quiser sair também… Enfim, você é a estrela no momento, eu faço o que quiser. Se preferir assistir alguma coisa aqui em casa também, não têm problema…
•••
Yoongi passou pela porta do estúdio de Maya e estranhou o vão e a luz que vinha de dentro. Sua curiosidade não lhe deixou seguir, então espiou, logo encontrando Melanie e Park Chanyeol à mesa de produção. Achou estranho, certamente.
— Talvez se você usar o tom mais baixo da sua voz como fez na primeira, mas bem mais profundo, fique mais… impactante. — ouviu o conselho de Chanyeol e permaneceu ali, curioso demais para o que estava acontecendo, no motivo do porque ele, um artista da SM, estava ali. Não estava sabendo de um trabalho novo dela e Maya também não tinha comentado nada sobre música.
— May… Eu… Eu acho incrível a forma como você montou esse trecho, elevando às notas altas e retornando para as baixas. Mas… É necessário que tenha mais dessa frieza e dor de quando finaliza o “should i let him go or go and let him seek me through all my sins” em conjunto do Minhyun antes de assumir o verso de rap no tom baixo. Fecha mais a acústica dos seus trechos. — Informou Melanie.
Yoongi entendeu que Melanie desligou o botão de comunicação quando ela resmungou algumas coisas e respondeu com um “vamos de novo”. Em poucos segundos a identidade de Yoongi foi revelada, quando o celular dele, dentro do bolso, tocou alto.
— A porta ficou aberta! — Melanie reclamou, virando-se para trás. — Ah, é você, Suga!
Ele acenou entrando mais na sala. Podia ver pelo espelho em frente à mesa uma May concentrada em seu próprio mundinho. Por exigência dela, o vidro do lado de dentro do estúdio, onde eram feitas as gravações, tinha uma película mais escura, impossibilitando de quem estivesse lá dentro pudesse ver fora e somente o contrário.
E ele se sentiu aliviado com isso de certa forma, era bom demais ver ela concentrada fazendo o que amava e se dedicando. Além de saudável como estava aparentando.
— Estamos terminando a OST do drama. — Melanie iniciou, tomando a atenção dele. — Maya gravou com o Minhyun do Nu’est. No fim permaneceu à cara do que seria a segunda música de promoção da mixtape dela, afinal.
— Hã? — Yoongi murmurou.
Chanyeol estranhou a feição confusa de Yoongi e cruzando os braços, se direcionou a ele.
— Essa faixa se chama “Let go”. É uma das letras da Maya… — esticou por cima da superfície o caderno de letras de May. — que iria para a mixtape dela.
— Para não desperdiçar o material que ela já tinha pronto, quando decidiu de última hora que iria fazer o drama e não a mixtape, juntamos algumas coisas e ela conseguiu usar na produção da OST. — Melanie explicou.
— Tinha apenas mais duas faixas que ela queria produzir com você. A título da mixtape descartada do drama, claro, e essa. Acho que ela tinha um feat em mente. Mas aí ela mudou para encaixar o Minhyun.
Yoongi observou a página que estava aberta do caderno e forçou mais a vista, vendo as marcações de correções em lápis. Onde antes eram os trechos dele e intervalos para possíveis letras que ele viesse a escrever para contribuir com rap, estavam os trechos já completos de Minhyun.
— Ainda não consigo entender… O drama está sendo bem visto e a Netflix botou uma força tarefa no marketing. Estão nos cobrando a OST para ontem! Mas… me parecia tão mais certo ela ter escolhido a mixtape. Seria um grande sucesso também! — Melanie comentou com pesar, vendo a página.
— Estava ótimo, sim? Não é algo que ela teria desistido de tão última hora.
Ainda lendo os detalhes, ao fim, embaixo do longo trecho de rap dela, tinha uma anotação antiga de “espaço para o uso do gênio de lingua tecnológica”.
Fechou o caderno, reparando no comentário de Chanyeol.
— Desistir de última hora? Não foi exatamente de última hora. — riu fraco lembrando-se da véspera de ano novo. — Ela sempre articula bem o que vai fazer.
— Foi sim. — A voz de Chae rompeu o ambiente, assustando-os. — Céus, só eu sei o que passei para dispensar todos os produtores em um primeiro de janeiro e correr atrás da produtora do drama para aceitar a Maya de volta. — se jogou no sofá, respirando fundo com a lembrança. — Terrível, mas deu tudo certo.
— Não estou entendendo… — Yoongi murmurou confuso.
E Chanyeol explicou:
— Maya me disse na noite do dia 31, antes do acontecido na casa do Jhope, que iria seguir com o plano de gravar a mixtape e posteriormente tentar um novo drama.
— Ela já tinha enviado um email recusando tudo… há uns dois dias antes disso. — Chae suspirou outra vez. — Ela queria tanto trabalhar nessa mixtape que estava encantada… De repente, parece que tudo começou a dar certo, mas aí veio o drama.
Yoongi se manteve em silêncio e Melanie foi chamada por Maya, que dizia estar pronta. Ele respirou fundo, tentando não enlouquecer e prestou atenção na gravação dela:
“Everytime I go back to those moments I made you mine, It’s like my heart could skip a beat and then all my life would run out of time. ‘Cause I keep thinking that there were the days I’ve had just built under a lie. And you could never took off from me the courage to bravely look in your eyes and say those words I know that would make you stay for the rest of my life, So now I know… The heal might be tough, I might feel every dust in picturing you leaving me as I angrily demanded you to do. Every sound of this defeaning echo. Might ruin my mind too, but what else should I expect I’d go through, when it was me all along acting as If it was easy to let go off of you?”
— Eu acho essa letra incrível. — Chae comentou — A Mayumi realmente deve ter se apaixonado pelo personagem do Eunwoo. Pelo spoiler que peguei do roteiro, o fim é um tendo que matar o outro por causa do conflito. Ela uma agente secreto e ele um criminoso mundialmente procurado… Amor proibido mais por parte dela…
— Dela? — Melanie perguntou surpresa.
— Sim, pra ele seria fácil se ela largasse tudo e fosse viver com ele. Ele poderia oferecer segurança e tudo! O cara é da Máfia! Mas ela precisa escolher entre o certo e o errado. Ela tem que escolher entre o que irá lhe fazer sofrer ou… Na verdade, dos dois modos ela sofrerá. — Chae explicou.
— Então a escolha fica mais por conta da ética e moral do que o que o coração dela manda… Aish! Quero logo essa série! Quando é a Premiere? — Melanie comentou ainda mais animada.
— Daqui um mês. Vocês vão, certo? Preciso mandar a lista para eles dos convidados por parte da May. Você vai, não vai, Yoongi? — Chae perguntou.
Silêncio.
— Yoongi?
Demorou para ele se desprender do que tinha escutado e como aquilo tinha lhe tocado. Com a chamada de Melanie, Yoongi retornou em si.
— Sim. Eu vou.
Saiu meio sem graça dali, depois de se despedir com uma enxurrada de emoções nostálgicas. Mesmo que as chamadas de Wendy vibrassem seu bolso, ele não estaria nem aí.
•••
Yoongi ouvia as batidas na porta do Genius Lab, ansioso para bater em Jungkook que não sabia esperar um minuto. Terminou de apagar as luzes e pegar suas coisas, e já abriu a porta com cara de quem poderia cometer um homicídio.
— Finalmente, hyung! Eu tô com fome! — Jungkook reclamou.
— Nós vamos cuidar do Taehyung ou do seu estômago!? — Yoongi falou impaciente.
— Dos dois! Vamos logo, Jimin lá do outro lado do mundo me disse que não é pra deixar o Tae perto de bebida, e pela voz dele, já bebeu e está chorando de novo sozinho em casa!
— E eu sou o único Hyung disponível desse grupo?
— Sim! Não reclama! O Jin você sabe, vai fazer ele mais chorar do que consolar… Namjoon não está na cidade e nem o Hobi… Eu não posso lidar com o Tae sozinho!
Yoongi suspirou cansado. Ele e Jungkook se encaminharam ao estacionamento da empresa até o carro do Yoongi. Jungkook afivelava o cinto, quando Yoongi bufou por saber que Tae andava em uma fossa tremenda.
— Isso tudo é por causa da Yellow Submarine, ainda!? — reclamou olhando para JK ao seu lado no carro, enquanto ele dirigia.
— Ele não consegue aceitar que ela escolheu o Mason… Embora… — Jungkook parou de falar deixando a frase sem final.
Yoongi dirigia com o cenho franzido e um tanto surpreso pela situação de Tae.
— O que aquela garota fez com ele? — Yoongi reclamou chateado de novo e Jungkook apenas esboçou um sorrisinho se lembrando de semanas passadas, e do quanto a D’Blanco poderia ser inesquecível. — Aliás, eu ainda não estou acreditando que ela e o Mason…
— A May nunca falou nada?
— Acho que ela também não sabia… Bem que eles estavam em um clima estranho no hospital. Acho que eles realmente já se conheciam e tinham um passado… A nem apareceu para ver a May no quarto aquele dia, o Mason e ela ficaram juntos o tempo todo. Aish… Ainda assim, é estranho… Ela vai ser cunhada da Maya.
— E a Maya já pegou a cunhada. Será que o Mason sabe? — Jungkook riu.
— Yá! Você e a não ficaram próximos também? Aconteceu alguma coisa?
Jungkook pigarreou e mudou o assunto:
— Você ainda está saindo com a Wendy?
— Não muda de assunto. Pelo visto, você furou o olho do Tae! — Yoongi acusou.
— Eles já não estavam saindo.
— Ela já estava com o Mason?
— Não, hyung. — JK mentiu e sentindo-se incomodado em falar demais, mudou o foco: — E pra que falar disso?
— Aish… Que situação estranha. Eu sinto que está muito errado isso. Não era pra eu estar indo tirar o Tae da fossa com você agora. Era pra eu estar em casa ou na GL pensando na minha vida!
— Sua vida se resume em Maya. Ela está em outra com o EunWoo e você com a Wendy. Então, tô te fazendo um favor! — JK afirmou.
— Jungkook… Você sabia que ela tinha desistido do drama antes?
Jungkook o encarou surpreso por ele não saber.
— Você não? Eun foi do céu ao inferno naquele ano novo. Depois foi pro céu de novo porque ela voltou atrás depois que vocês terminaram. E pelo visto está até agora no paraíso… — Jungkook comentou sem muito filtro.
Yoongi ficou boquiaberto pensativo com expressão séria, e Jungkook resolveu falar uma coisa que não sabia se era certo:
— Mas sabe… Tem uma coisa que é problemática. — Yoongi encarou ele alternando com o trânsito — A família dela não aceita ele. Seu fã clube é maior. E de certa forma, Eun não está conseguindo nem mesmo a compreensão de Mason. Ele me perguntou se eu achava que ele deveria procurar a . Ela sim foi bem aceita…
Yoongi sorriu um pouco embora logo disfarçou e fez careta reclamando:
— Aigooo! Isso me deixa numa situação difícil! Como eu posso não apoiar o Mason agora? — Yoongi gritou notando que se Mason o apoiava, como ele não apoiaria o cara que roubou a paixão do amigo que estava indo consolar?
— Hyung! Se for pra apoiar alguém a ficar com a , me apoie! Afinal, eu que ‘tô te contando fofoca de um dos meus maiores amigos! — Jungkook disse rindo.
— Minha nossa, mas todo mundo quer a Yellow Submarine também… — Yoongi rolou os olhos.
— Como se a Maya fosse muito rejeitada né!?
Yoongi pediu silêncio para Jungkook depois de ficar sem argumentos. Seguiu o trajeto até a casa de Taehyung pensando naquilo tudo, e tentando descobrir se deveria fazer algo sobre o que descobriu. No fim das contas, não tinha ainda uma resposta.
Quando chegaram na casa de Tae, o amigo abriu a porta, visivelmente frustrado. Numa tristeza dramática típica de Taehyung. Jungkook entrou reclamando da música fúnebre, e do estado em que Taehyung estava, e Yoongi entrou observando tudo sem muita paciência, mas compreensivo e solidário o suficiente.
— Ei Jungkook, vamos apenas beber com ele, tudo bem? — Para Yoongi, compartilhar a mágoa com Tae, bebendo soju parecia muito certo naquele instante. — Ajude ele a tomar banho e eu vou preparar alguma coisa pra gente comer.
Olhou pra Tae silencioso no sofá e de pé com as mãos no bolso o encarou como um irmão mais velho brigando:
— Você comeu alguma coisa esses dias!? — O silêncio persistiu por parte de Tae e Yoongi não teve resposta — Taehyung, como você pretende lutar por ela desse jeito!? Você é idiota!? Vamos beber só hoje, ouviu? Amanhã você vai atrás dela, e faz a sua parte!
— Eu posso ir junto!
Taehyung olhou para Jungkook com cara de poucos amigos, acusando-o:
— Você dormiu com a minha garota!
— Que sua o quê…! — Ele riu levantando Tae para guiá-lo ao banho — Para começo de conversa, ela não é de ninguém…
Taehyung resmungando algumas frases ininteligíveis foi empurrado por Jungkook, e Yoongi arrumava minimamente a sala, se encaminhando logo para cozinha. Olhou os potinhos de Yeontan, e pelo menos ele estava alimentando o cachorro. Aquela seria uma longa noite de amigos bebendo e falando de frustrações amorosas. Pegou o celular e enviou uma mensagem pra Wendy dizendo que aquela noite não poderia ir vê-la.
•••
Ofegante e satisfeita, Maya se contorceu, puxando Eunwoo pelo cabelo para que subisse a beijasse com a última força que ainda restava no corpo dela. E depois de ofegar mais pelo fôlego extenso dela, foi ele quem partiu o beijo, deitando o rosto em cima do busto de Maya.
Era o tempo que eles tomavam em silêncio todas as vezes após uma transa. Mas tinha algo inquieto em Eunwoo dessa vez. Ele parecia ávido demais para ocupar os lábios e a atenção dela.
— Você está querendo esconder alguma coisa de mim? — Ela perguntou, fazendo carinho em sua cabeça.
O suspiro dele foi longo.
— Eu acho que ‘tô com medo daquela conversa inacabada.
— Qual? Sobre minha família malcriada ou o seu próximo projeto?
— Sua família é o menor dos problemas. — Ele beijou a pele de Maya, em forma de carinho. Sabia como isso estava ocupando a mente dela de uma forma negativa. — Já tem dois dias que eles se foram e nós estamos aqui, sim? Eu posso muito bem lidar com o favoritismo não sendo meu. Ao menos, a Makkie gosta de mim.
— Então com o quê você não pode lidar? — O silêncio de Eunwoo a fez compreender algumas entrelinhas. — O projeto. Você tomou sua decisão?
Eunwoo demorou e se afastou dela. Sentando-se de frente para o corpo de Maya, que logo se sentou também e encostou-se na cabeceira da cama, puxando o lençol para se cobrir.
— Escuta. Não quero ser a pessoa que vai te colocar entre a cruz e a espada e fazer escolher um lado. É sua carreira e eu respeito isso, entendo seus desejos e perspectivas… Mas… — suspirou. — Serão três meses de turnê. Três meses sem pausa e parada…
— Você acha que não consegue lidar com esse tempo longe? — Eunwoo perguntou para ela.
— Eu não quero é prender você. Ou também, sem hipocrisia, me prender no meio da distância. — Maya esticou o braço, espalmando o peito dele. — Eu quero você do meu lado, Eunwoo. E queria muito que você me acompanhasse. Se fosse o contrário, eu também faria o mesmo.
— E se fosse o contrário, o que você iria esperar que eu dissesse?
— No momento eu só consigo pensar com meu lado egoísta…. Mas certamente eu iria querer o seu apoio em qualquer que fosse a minha decisão.
— Maya… — desta vez, ele tocou o rosto dela. — Eu ‘tô tendo que escolher entre ficar com a mulher que eu amo ou seguir o meu sonho.
Maya sentiu a fala de Eunwoo a atravessar como facas afiadas. Respirou fundo e se aproximou mais dele, deixando os rostos bem colados.
— Nós temos mais alguns dias ainda antes de tudo decolar. — sorriu para passar tranquilidade. — Então podemos aproveitar enquanto dá?
— Sim. Podemos.
Eunwoo a beijou calmamente, não demorando a puxá-la contra si outra vez e recomeçarem tudo de novo. Independente da relação ser taxada ou não, tendo prazo de validade, ele sabia muito bem que seria bem possível não conseguir romper as barreiras de Maya e ser aquele que ficaria. Então iria fazer o máximo de memórias que pudesse, mesmo que sua casa fosse ficar marcada demais dela.
•••
Yoongi, Taehyung e Jungkook estavam na sala da casa de Tae, bebendo e conversando. Taehyung depois do banho, se sentiu um pouco melhor, mais lúcido.
— Taehyung, o que aconteceu? Porque a D’Blanco terminou com você? — Yoongi perguntou finalmente tentando entender aquele cruzamento de fatos, em sua opinião, todos estranhos demais.
— Não sei. Ela é muito… Complicada… — suspirou tentando contar o ocorrido — Na verdade, ela não estava namorando comigo. O ritmo dela é esse do não compromisso. Mas, eu achava que a gente tinha algo, do nada ela diz que não quer mais ficar comigo e aparece com um papo de noivado com ele… — A mágoa estava nítida na voz de Tae.
— Ela provavelmente já estava vendo o Mason enquanto estava com você então. Já que não tinha exclusividade entre vocês.
— Não, Yoongi. Ela me disse que não estava saindo com ninguém por minha causa, muito antes de terminarmos e do Mason aparecer no cavalo branco. — Tae explicou e contou sobre a última conversa deles: — A disse que gosta de mim, mas não quer me envolver nas confusões da vida dela.
— Eu não acho que ela e o Mason estavam juntos quando ela estava com você Tae. Na verdade, não sei nem se estão juntos de verdade… — Jungkook riu debochado, meio sonolento, meio bêbado.
Então Yoongi e Tae se encararam duvidosos.
— ‘Tá bêbado, não liga pra ele… — Suga disse para o Tae, mas deixou Jungkook zangado e ele falou demais.
— Hyung! Eu sei das coisas! Tenho mais informações do que você!
— Do que você está falando!? — Taehyung o perguntou, ansioso.
— Eles não transam! — Jungkook dizia rindo muito como se tivessem contado uma boa piada — Ou no mínimo… Ele não sabe satisfazer ela.
Yoongi jogou uma almofada nele reclamando por perceber que Tae estava com uma expressão de confusão maior do que antes.
— Yá! Para de falar merda! Que noivos não transam? De onde você tirou isso?! — Yoongi falou já ciente do recente anúncio deles de noivado na imprensa espanhola.
— Jungkook, porque você está dizendo isso!? — Taehyung insistiu em acreditar no maknae.
— Quando eu transei com ela, ela já estava com o Mason! — JK revelou.
— E o que? — Yoongi revirou os olhos — Você acha que só por isso ela não faz com ele, tudo o que fez com você?
— Eu sinto as coisas, hyung! Sou sensitivo! — Jungkook gritou revoltado por ninguém acreditar nele e Yoongi rolava os olhos — Ei, é sério! Eu não acredito que eles são um casal!
— Então o que? Você acha que eles são uma fachada? — Yoongi continuou duvidando do mais novo.
Taehyung lembrou da conversa com ela. Sobre dizer do relacionamento aberto. Dizer das complicações envolvidas, que não amava o Mason como amava a ele, mas que o Mason era a melhor opção.
— Faz sentido. Na verdade… Da última vez que eu estive com ela, foi justamente isso o que eu entendi… — Taehyung comentu atraindo a atenção dos amigos — Eles estão juntos por conveniência, mas minha raiva é que ela não precisava dele pra isso! — Taehyung desabafou embolado, sério, e com revolta e choro na voz.
Yoongi arregalou os olhos tomado por uma surpresa daquele roteiro de drama, e Jungkook parecia já saber de algo do tipo ou imaginar. O maknae gesticulava com as mãos conforme Tae contava, como quem dissesse “eu não falei?”.
— É uma fusão? — Yoongi pensou na saída mais óbvia pra explicar o motivo dos dois assumirem uma fachada.
— Não sei. Mas não é só um casamento. — Taehyung respondeu — Ela deixou claro pra mim que cedeu aos interesses da família, porque uma das coisas que ela mais batia de frente com o pai era de que só se casaria por amor. Mas ela não ama o Mason. Eu sei que não. E sei que é só questão de tempo até eu perder ela por completo…
Yoongi deu um tapa na perna de Tae brigando:
— Você não vai perder a Yellow Submarine! Você precisa ir atrás dela!
— Do que adianta? É a família dela quem decide tudo, por que ela foi uma fraca de lutar pelo menos por isso! Por mim! — Tae falou alto e revoltado.
— Devia ter feito como o Yoongi, e conquistado primeiro a família dela… Inclusive, o Hyung é o cunhado preferido do Mason. — Jungkook pontuou.
— Cala a boca Jungkook! — Yoongi brigou.
— Ué, mas é isso! Os Cafrey todos querem que você case com a maluca da Maya… Você é outro que não sei o que tá fazendo aqui… — Jungkook esbravejou com o mais velho.
Taehyung olhou confuso pro Jk.
— Está dizendo para o Yoongi ir atrás da namorada do seu outro amigo, Jungkook?
— Aigoo! — Yoongi fez uma careta — Você é pouco confiável Jungkook!
— Só digo a verdade, Eun sabia que o namoro deles tinha prazo pra acabar!
— Sabe o que me revolta? — Yoongi murmurou baixinho sendo tomado pela tristeza: — Saber que com ele, a Maya tentou ter algo que era só o que eu pedia dela… Parece que a Maya não me queria mesmo como namorado. Só a família dela.
— É verdade! — Jungkook reclamou bêbado de olhos fechados arranhando a garganta: — Aissssssh eu nunca achei que ela daria essa honra para o Eun! Não com as outras opções que ela tinha!
— Eu deveria voar pra Espanha? — Taehyung perguntou do nada e Jungkook abriu os olhos surpreso e Yoongi também. — Ela está na Espanha, com ele.
— Como vai chegar até ela? Você tem alguém que possa te ajudar com isso?
Tae lembrou de Rafael e Luna e que tinha o telefone deles.
— Talvez, os primos dela.
— Yaaaaaa!!! Missão de resgate! — gritou Jungkook — Vamos buscar a nossa noona, Tae! Se ela não ficar com você, eu fico com ela!
Yoongi de novo jogou outra almofada nele.
— Você não tem vergonha!!!!!
— Hyung! Isso é motivacional, eu tô motivando o Tae! — Jungkook apontou para Yoongi como se o bronqueasse também: — Ya! E você hyung!? Não vai lutar pela Maya!? Ou pelo menos ir com a gente para a Espanha! Você pode convencer o Mason a desistir da noona!!
— Você pode parar de beber já! Ninguém vai atrás de ninguém, estamos bêbados! E sobre a Maya… De que adianta ir atrás dela? Eu não sirvo para namorar, pelo visto. E depois… Fui eu que terminei com ela e tem a Wendy…
Taehyung e JK disseram juntos, assim que ele mencionou Wendy, em um coro não combinado:
— Você tem que terminar com ela!
Yoongi os encarou, surpreso.
— Hyung, a Wendy gosta de você. — Taehyung mencionou — Isso é errado. Pelo menos, diga a ela que você está a usando.
Só então, Tae se deu conta de que Yoongi fazia aquilo que vinha insistindo que não era o que ela queria fazer com ele.
— Tae! — Jungkook no entanto, manifestou sua opinião sobre Wendy e Yoongi: — Ela sabe que está sendo usada de estepe para ele esquecer a Maya… — E falou diretamente pra Yoongi: — Mas você devia contar para ela que não pretende esquecer a Maya, e não deixar ela criar esperanças.
— Eu gosto da Wendy! — Yoongi declarou.
— Mas ama a Maya. E do que adianta gostar da Wendy, se você quer mesmo voltar para a Cafrey? — Tae perguntou.
Jungkook aplaudiu, ainda fora de si, e então foi deitar no colo de Tae que estava sentado ao seu lado.
— Os Cafrey só complicam tudo… — Tae mencionou — Que saga, eu preciso me livrar de um, você se prender na outra.
— Taehyung, o que você pretende fazer? — Yoongi perguntou — Confrontar mesmo o Mason? Ir atrás dela e dizer o quê?
— Não sei. Mas amanhã eu ligo para os primos dela e pego um avião. E vocês vão comigo… — Ele olhou implorando para Yoongi — Certo?
— Aish… Vocês são doidos. — Yoongi reclamou — Alguém tem que ir pra evitar que façam merda… Mas amanhã vemos isso com calma Tae! Vai dormir! JK já apagou!
Tae olhou Jungkook dormindo com a cabeça em sua perna, e se jogou para trás no chão, Yoongi levou cobertas para os dois e foi dormir na cama de Tae porque não era obrigado a ficar ali jogado na sala.
•••
— O que você gosta de fazer? Tem um campo de golfe aqui se quiser jogar, tem os cavalos, tem as quadras de tênis… Mas se quiser sair também… Enfim, você é a estrela no momento, eu faço o que quiser. Se preferir assistir alguma coisa aqui em casa também, não têm problema… — comentou com Mason em seu quarto enquanto ele se trovaca.
— Me mostra o lugar, então! — Ele pediu, vestindo a nova camisa e um casaco casual por cima. — Eu posso ser a estrela nos seus olhos, mas precisamos manter a aparência de pombinhos apaixonados. — Ele riu fraco, indo em direção ao banheiro da suíte para terminar de ajeitar sua aparência.
— Você tem certeza que a profissão dos seus sonhos era se tornar o CEO do grupo da sua família? — surgiu à porta, dizendo com humor. — Parece que não é somente a Maya quem gosta de atuar…
— Eu tenho um grande problema, senhorita D’Blanco… — Mason iniciou, olhando-a pelo reflexo no espelho. — Odeio pontas soltas. Sou de exatas. É assim que aprendi a manter as ações lá em cima todos os dias.
Mason se virou para com um sorriso simples no rosto e ela apenas assentiu. Saíram do quarto, com ela comentando mais detalhes sobre a casa e decidindo se as roupas que usavam eram apropriadas para um passeio durante aquele período. Estava frio e tinham muitas coisas a serem feitas na propriedade. Seguiram mesmo assim.
Durante a caminhada pelas proximidades, Mason notou que estavam sendo bem observados e fez de tudo para não ser grudento demais, ainda que precisasse demonstrar certo carinho. Passaram a maior parte do tempo de mãos dadas.
— Qual é o seu? — Apontou para os cavalos no estaleiro quando chegaram perto. — Será que consigo ganhar a confiança dele ou dela? — soltou a mão de se aproximando do funcionário que alimentava os cavalos.
— Você não me parece com alguém que saiba montar um… Sua aparência de garoto da cidade grande exala de longe, Mason! — se permitiu rir, achando engraçado a forma como ele se aproximava, vestido com um estilo casual ao lado de animais de montaria. — Para começo de conversa, esse mocassim de couro não é apropriado.
— Ah, não? — Ele olhou para os próprios pés. — Você se surpreenderia se soubesse o que tanto consigo fazer em um mocassim de couro, senhorita D’Blanco. — E virou o rosto para ela, com um sorriso malicioso nos lábios, o olhar, porém, dizia em silêncio que era um traço da atuação, devido a presença do funcionário.
— Não duvido da sua capacidade. Mas os calos nos seus pés revelam muita coisa. — se aproximou dele. — Esqueça, não vai conseguir montar vestido assim, podemos fazer isso depois. É melhor para a sua segurança.
O homem riu fraco da feição de desgosto de Mason e isso fez ele se sentir desafiado.
— Você está agindo como se eu fosse a princesa indefesa fora da torre. — fez um bico. — Vou descobrir qual é o seu e ganhar a confiança. Alguém irá gostar do meu mocassim de couro e esse conjunto da Dior!
— Vá em frente, então. Mas saiba que eu duvido. — Ela cruzou os braços, encostando-se à porteira do estaleiro. — Rubens pode te ajudar. — sorriu para o homem.
— Sim, senhorita D’Blanco. — Rubens respondeu com muito esforço para esconder o sorriso.
Ele sabia muito bem qual era o cavalo que ela tinha há muitos anos, ele mesmo cuidava, sendo o único, além dela, a conseguir chegar perto.
— Ótimo. — Mason sorriu divertido, convicto de sua postura, e ajeitou as mangas do casaco que usava, abrindo a porteira.
— Não seria bom a senhorita avisá-lo? — Rubens murmurou preocupado.
— Deixa ele… O mocassim vai salvá-lo. — piscou para ele, cruzando os braços e rindo fraco. — Além de que, o máximo que pode acontecer é ele se assustar com o relinchar grosso dela.
Rubens assentiu e então entrou logo atrás de Mason. Um pouco distante dali, alguns membros da família D’Blanco observavam tudo, curiosos por ela tê-lo deixado entrar e não o seguir. Enquanto ela mesma achava divertido, entrando em um estado de equilíbrio na distração que passar a tarde com Mason lhe ofereceu.
— A julgar pela quantia de equinos aqui, diria que a família toda pratica esportes… — Mason iniciou de lá de dentro, analisando um a um. — Temos uma fazenda em Zadar, na Croácia. Meus avós paternos mantém aquele lugar há anos e lá ficam nossos cavalos. Cada Cafrey tem o seu parceiro. Meu avô nos ensinou a jogar polo, ele adora praticar isso, e mesmo quase aos 80 anos ainda se esforça para não abandonar o parceiro dele. — Havia um tom nostálgico e carinhoso no discurso de Mason e até Rubens se entreteu nas palavras. — Então, eu até posso conhecer um pouco de cavalos, , acho que consigo desvendar quem é o seu parceiro… — Ele parou diante da última dupla de divisórias, uma de frente para a outra. — Um mangalarga e um arábe… Qual destes? O dócil ou o casca dura resistente? — soprou um riso, apontando para Rubens abrir o que estava em sua frente. — Maya tem um Arábe que só se acalma na presença dela e do cuidador. Ninguém consegue chegar perto porque Barteau é muito arisco e ele faz bem o jus de ser um cavalo de Maya Cafrey, dona de muralhas em volta de si. Mas é curioso…
Conforme Mason falava, ele seguia com os movimentos corporais cuidadosos, sendo atento e respeitoso. Assim como seu avô havia lhe ensinado que deveria fazer para conquistar a confiança de um cavalo quando estivesse o conhecendo.
— É curioso que você tenha tantos traços parecidos com os da minha irmã, mas ainda assim é um livro cheio de surpresas, . Porque eu não acho que você seja parceira de um alazão que parece tranquilo, mas o temperamento rouba toda a cena. — Mason parou, olhando para o cavalo preto em sua frente. — Por isso que você é dona de um mangalarga dócil, porém de personalidade forte, única, e que sabe bem quem é dentro da própria resistência. O seu parceiro é a sua extensão.
Rubens ficou parado no lugar, petrificado e só se moveu quando Mason assentiu para ele colocar a sela no lombo do cavalo. Ele assim o fez e quando se afastou, o cavalo foi até Mason, demorando a cheirá-lo e demonstrar sua tranquilidade diante dele, por fim dando alívio para o funcionário.
surgiu à porteira aberta.
— Você pode ter acertado, mas não vai montar nela com esse mocassim aí. — apontou.
— Não sou eu quem vou montar. Na verdade, eu vou ser sua companhia. — Mason gesticulou para ela. — O sol vai se pôr e você não me mostrou o outro lado do lago.
Ela encarou Rubens e o aglomerado de pessoas observando-os ao longe. Respirou fundo e soltou os braços, aceitando o destino já que já estavam ali.
se aproximou, cumprimentando a égua e lhe dando um carinho antes de montar e oferecer o braço para que Mason viesse. Assim ele o fez e então, em silêncio, saíram dali com os trotes elegantes e tranquilos. Quanto mais distante foram, mais ela pôde reparar em suas tias querendo chegar mais perto pelas partes de golfe e os primos atentos.
— Estou começando a me sentir a primeira bolacha do pacote… — suspirou, parando à margem do lago, do outro lado que Mason queria chegar. — Eles só tem olhos para você.
— Que triste, não é? — Ele riu, segurando-a pela cintura. — Então vamos devolver o holofote para você.
— O quê? Como? — Ela virou o suficiente para enxergar o rosto dele, sendo surpreendida pelos braços de Mason a rodeando, com uma caixinha de veludo aberta. — Você é realmente muito ator.
— Não era essa a resposta que eu queria… — Ele torceu os lábios, olhando o horizonte de curiosos e sorrindo. — A hora é agora se quiser fugir, eu não vou conseguir correr com esses sapatos.
— Eu é quem não tenho para onde ir. — riu melancólica, maquiando com um sorriso largo em seguida. — Coloca logo no meu dedo, eu não vou saber que desculpa dar a eles depois de porquê demorei tanto a responder.
— Oh, me sinto honrado pelo seu aceite! — Mason dramatizou, também mantendo o sorriso de maquiagem enquanto colocava o anel no dedo dela. — Agora é real.
— Sim…
Mason a olhou nos olhos uma última vez, devolvendo a caixinha vazia para o bolso interno do casaco antes de se inclinar e beijá-la por fim. Mesmo longe, conseguiam ouvir um certo alvoroço. Mason soltou os lábios de , e ela encarou-o nos olhos, sorrindo sarcástica.
— Eles tem talento para paparazzi… — disse mencionando os familiares que mesmo distante haviam ecoado gritos.
— Tem um ator preferido, um cantor? — sorrindo bem humorado ele perguntou de repente, e não entendeu, logo Mason explicou: — Imagine que foi seu favorito que fez o pedido, e chegue lá eufórica! Pulando de alegria! Por que a tia Inês parece ser o tipo que vai preparar sua despedida de solteira!
gargalhou retomando as rédeas de Tita, sua égua, para que eles voltassem à mansão.
— Errou. Essa é a tia Laura. Ela é mais maluca…
— Suas tias são ótimas, querida! — Mason disse rindo beijando o rosto de .
Quando chegaram onde todos estavam bebendo chá, o anel de compromisso no seu dedo e a aura de apaixonados dos dois foi o assunto entre todos. Rafael e Luna se entreolharam cúmplices, por acharem aquela atuação muito divertida.
Depois, no jantar da noite, Mason foi honrosamente apresentado por Juan como “seu genro e noivo de “ a todos, o jantar foi confortável, alegre como aqueles espanhóis geralmente eram, e até mesmo Asensio felicitou Mason o dizendo que tinha uma grande jóia em mãos.
— Ainda estou chateado por não ter conquistado seu coração, . — Asensio falou para ela, em um momento que estavam só os dois no saguão.
— Você nunca foi enganado! — Ela brincou com o rapaz ao seu lado, eles observavam Mason sendo engolido pela família em conversas.
— Mas estou mais chateado por tio Juan ter um novo favorito! Ele era minha maior torcida! — Asensio falou fazendo uma careta apontando o pai dela olhando para o Cafrey com tanta satisfação, ao lado de seus amigos.
gargalhou.
— Vocês vão ao jogo, né?
— Claro! A família toda, e vamos chegar cedo, como sempre…
— Ainda vou te dedicar um gol, mesmo você sendo agora, uma mulher quase casada… — Asensio bateu o ombro no ombro dela rindo.
— Tudo bem, Mason não é possessivo.
— Ah, Jura!? Será que ele pensa assim?
— Se duvida pergunte a ele. Vocês se deram bem.
Asensio levou a mão no bolso e terminou seu suco deixando na bandeja de um garçom. E ficaram ali conversando um pouco mais até Mason se aproximar unindo-se ao assunto.
Naquela noite, tudo havia dado certo, e pôde dormir um pouco mais tranquila do que antes. Escovava os longos cabelos na sua penteadeira, e logo que acabou se levantou indo à cama. Mason lia um livro. Ela se deitou ao lado dele, sentindo que deveria o agradecer.
— Mase? — Chamou-o pelo apelido íntimo de família, mesmo sem saber se ele gostaria que ela o chamasse daquela forma.
Ele a olhou pausando sua leitura, sentindo-se confortável em ouvi-la chamar daquele jeito.
— Hm?
sorriu sem jeito, brincando com as próprias mãos que estavam unidas sobre seu tronco. estava deitada ao lado dele, e Mason, sentado mais alto, portanto, ele a olhava de cima.
— Obrigada. O passeio… Me fez muito bem, e você tem sido muito paciente com a minha família louca também. Então, obrigada por tornar as coisas mais leves. — Ela sorriu encarando-o com expressão amigável.
Mason sorriu de volta, notando o sorriso verdadeiro dela. Ele suspirou ao encarar os olhos da mulher e inclinou-se sobre ela, deixando-a surpresa, porém, ele beijou a testa de .
— Não precisa agradecer, estamos juntos nisso tudo. Somos parceiros, certo?
— Certo. — falou baixinho sentindo-se rubra pela aproximação inesperada dele. — Boa noite, Mason.
se virou para o outro lado e apagou o abajur, Mason respondeu baixinho, e não demorou a também ir dormir.
•••
— Você? — Jungkook falou com olhos arregalados.
— Eu. — Eunwoo ignorou Jungkook, abrindo a porta da cobertura e continuando a ler o que estava em suas mãos.
— Você? — Mingyu surgiu logo em seguida, também estranhando.
— Eu ajudei a comprar esse lugar, não sei porquê a surpresa de vocês. — revirou os olhos passando a página.
— É que, sei lá… Achei que fosse estar com a Maya, você só tem saído com ela ultimamente. — JK explicou.
Mingyu acompanhou Jungkook para a cozinha, ajudando ele a colocar a caixa lá e guardar as compras. Ambos chegaram no apartamento coletivo dos amigos, e não acharam que Eunwoo abriria a porta os surpreendendo.
— Ela está ensaiando para a turnê que começa daqui a alguns dias. — Eunwoo deu de ombros, ainda lendo.
— Então você vai ficar para a nossa social de hoje? Não falou nada no grupo. — Mingyu perguntou.
— Não, vou para casa. Preciso fazer minhas malas, vou para Paris ainda de madrugada. — Eunwoo fechou a pasta, se levantando. — Vim aqui porque estava mais tranquilo para eu ler isso aqui…
— É aquele drama complicado? — JK perguntou e Eunwoo apenas acenou positivo. —Achei que não fosse mais fazer para cair na estrada com a Maya.
— É arriscado, não é? — Mingyu afirmou.
— É. — A resposta curta de Eunwoo deixou Mingyu com uma pulga atrás da orelha.
— Você está legal? Quer conversar? Parece estranho.
— É óbvio, você não vê? — Jungkook revirou os olhos. — Você já falou com ela?
— Ainda não. Vou fazer isso quando voltar de Paris. — Eunwoo deu de ombros. —Enfim, vou nessa, vejo vocês depois. — se despediu, saindo rápido.
— Como assim eu não entendi nada e você entendeu, Jungkook? — Mingyu ficou olhando para a porta e recebeu um tapa de Jungkook. — Ai! Que isso!
— Ele vai terminar com a Maya! Ele vai fazer aquela série internacional, idiota! —Jungkook sacou o celular do bolso. — O hyung precisa saber disso!
— Jungkook! Você é um sem vergonha! O Eunwoo também é seu melhor amigo!
— Eu já fiz a minha parte com ele. — apontou para as garrafas de cerveja que tinha comprado. — Acha que ele vai ir para onde depois de conversar com ela? Duh!!! Agora preciso que alguém console a Maya…
— Ah, mas ela nem vai precisar…
— Vai sim, por isso eu preciso avisar o hyung.
Jungkook para Yoongi: Tenho notícias quentes, hyung. Eunwoo aceitou o trabalho internacional, aquele que vai tirar longos cinco meses dele bem longe… Longe de tudo, de todos… de qualquer pessoa.
•••
Yoongi pediu um café gelado para Wendy, e um suco pra si na cafeteria da Hybe.
— E então, o que de tão sério queria dizer, Oppa?
Yoongi piscou os olhos, suspirando e pensando como dizer. Mas na verdade, não tinha jeitinho, precisava ser direto.
— Você é uma das garotas mais incríveis que eu conheci Wendy, e eu gosto mesmo de você. Muito mesmo. Mas eu não te amo. E depois de conversar com meus amigos, eu percebi que estava sendo pouco sincero com você.
— Eu sei que você ama a Maya, Yoongi. — Wendy falou de forma direta e sensata — Não precisa se preocupar porque eu sei bem que você não me prometeu nada.
— Eu fico feliz de saber que não se sente enganada ou… com falsas esperanças, mas acho que devemos terminar Wendy.
— O que? Mas, por que? Está tão bom assim, não é? A gente se curte e se diverte e…
— Eu não quero mesmo ferir seus sentimentos Wendy. Por isso, é melhor a gente terminar. Você diz agora que não se importa, que tudo bem a gente só ficar juntos se curtindo, mas a verdade é que quanto tempo mais ficarmos juntos, mais você vai gostar de mim e se contentar com pouco do que eu posso oferecer…
— Yoongi… — Ela riu nasalado de forma triste — Você vai atrás dela, não é? Por isso que está me dispensando.
— Como posso ir atrás de alguém que eu mesmo terminei? E que ainda está namorando outro? Eu só não quero que você seja pra mim, o que fui pra Maya… Um caso fixo não correspondido, Wendy.
A mulher deixou uma lágrima escapar dos seus olhos, e não conseguiu beber o café à sua frente.
— Tudo bem Yoongi. Eu não posso e nem quero forçar ninguém a estar comigo. Se você prefere assim, então, seguimos amigos, só amigos… — Wendy segurou o embargo e se levantou um pouco desajeitada.
Yoongi se levantou também e a amparou, pedindo desculpas e que ela aceitasse deixá-lo levar ela em sua casa. Wendy não aceitou, queria ficar sozinha, mas garantiu que eles estavam bem. Que eles permaneceriam bons amigos.
Yoongi sentiu-se horrível enquanto retornava para a GL. Até que seu celular apitou, e ainda no corredor, ele leu a mensagem de Jungkook.
— E agora… O que eu faço? — falou sozinho pensativo no meio do corredor, e reclamou: — Aigoooo…
Seguiu caminhando para seu estúdio com um turbilhão de culpa no peito por Wendy e esperança misturada a desespero por Maya.
•••
De manhã, Mason saiu pra correr na propriedade, foi para sua cavalgada, e jogou um pouco de tênis com Luna, até o almoço. E à tarde, a família toda foi para o estádio.
— Então você é workaholic? — esticou um pouco o pescoço, olhando brevemente para o celular de Mason e em seguida para os olhos dele. — Não saiu desse celular um minuto desde que chegamos. Não gosta de futebol?
— Não. Não é isso… — Ele riu fraco, digitando o que faltava e guardando o aparelho.
— Então o que é? Estão todos curiosos. A julgar por como conheço minha família, estão divididos entre admirar esse perfil de homem de negócios que, nem mesmo no Bernabéu abandona o trabalho, e incrédulos porque noivamos não tem tanto tempo e você já não me dá atenção. — Ela riu com humor. A conversa dos dois era baixa, somente entre eles.
Mason sorriu simples, se inclinando para beijar o rosto dela em uma encenação de carinho com a mão na perna de .
— Em casa somos Madrid desde o nascimento. — iniciou. — Estava falando com o assessor do Modric, perguntando se há alguma chance de nos vermos depois do jogo. Já faz um tempo desde a última vez.
— Ah. Entendo. Ele é croata… Ídolo, sim?
— Sim. Demais. — Mason olhou para frente, vendo o campo. — Meu avô chora sempre que vê ele. Gostamos muito de futebol. A May mesmo é fanática pelo Madrid e… — Mason se interrompeu, lembrando-se de como estava sua relação com a irmã. — Ela gosta muito desse lugar.
— Sério? Então na próxima oportunidade vai ser questão de honra trazê-la para essa tribuna.
— Se você conseguir assistir a algum jogo ao lado dela, te consagraremos como santa. — Ele riu e ela franziu o cenho. — Sério, Maya fica tensa até com os jogos de final de temporada que só precisa cumprir tabela.
o olhou de perfil, observando mais atentamente como ele mudava em relação à Maya, agora parecendo mais hesitante em falar da irmã.
— Vocês ainda estão se estranhando? — Ela ousou perguntar.
— Não diria se estranhando. Não estamos nos falando, na verdade. — Ele suspirou. —Acho que tudo passou do limite dessa vez, mas não consigo mais retornar as casas e resolver.
— Por isso não gosta de pontas soltas? Por não conseguir resolvê-las?
Ele virou o rosto para ela, franzindo o nariz em uma careta por ser pego.
— É uma boa observação. — raspou a garganta, não se prolongando.
— Olha, você não pediu, mas… Acho que vou dar um pitaco mesmo assim. Eu não sei muito sobre a Maya, porém, dá para dizer que sei sobre pessoas e… Bem, ninguém gosta de ser adulto e ter sua vida controlada. — revirou os olhos pelo fundo irônico. — Principalmente quando se trata de escolhas muito pessoais.
— Você tem razão. Mas é que…-
— Ela é sua irmãzinha, já deu para perceber. — o interrompeu — Mas a Maya é uma mulher adulta e independente, ela sabe sim escolher com quem vai querer ou não estar.
— Se soubesse, ela estaria com o Yoongi.
— Mason. — riu com a implicância dele como irmão. — Ela deve ter os motivos dela. Você não precisa dar aprovação nenhuma, nem seus pais, ela não precisa disso. Ela só quer ser respeitada. Também merece isso, assim como você.
Mason torceu os lábios em um bico, respirando fundo e refletindo.
— O segundo tempo começou. Espero que o Benzema desencante esse gol. — cruzou os braços, observando a movimentação em campo após o apito. Inquieta, se levantou, acompanhando a jogada.
— Makkie disse que a Maya apostou que ele vai fazer agora. Assistência do Vini Jr.
Mason acompanhou , indo para mais perto do vidro. Ao ver que a posição de Benzema dava condição legal, Mason se empolgou, não sendo o único. Quando a assistência foi dada e Benzena colocou a bola para dentro do gol, os dois comemoraram juntos, eufóricos ainda em pé.
— A Maya é uma linguaruda! — Ele riu, pegando o celular do bolso. — Errou apenas a minutagem, por um minuto.
— Aproveita o momento… — piscou para ele, olhando para o celular.
Mason, entretanto, entendeu uma coisa diferente. Confuso, mas não hesitante, a puxou pela cintura, beijando-a calorosamente, mesmo que encenando. Ao se afastarem, ela ria divertida.
— Eu estava falando de você mandar uma mensagem para a sua irmã.
— Ah… — Ele riu também. — Bem, pensa por um lado, muitos flashes vieram para cá. Já temos nosso anúncio parcial.
Os dois ja estavam nas notícias, aquilo não era dúvida. e Mason não tiveram paz depois do beijo, as câmeras estavam agora atentas à tribuna. Haviam chegado bem cedo, então fora os membros da família que apareceram no vidro, e até mesmo ela, sozinha, instantes antes, a imprensa não havia notado nada diferente. Até o gol, em que Mason beijou-a de uma forma calorosa, atraindo toda a atenção.
A partir daquele instante, os dois sentaram novamente em suas cadeiras e ficaram encenando com cautela. No fim da partida, esperou um pouco pelo esvaziamento do estádio, e mesmo que ainda não estivesse completamente vazio, se levantou pegando a mão de Mason que não entendeu onde ela ia.
— Nós vamos ao vestiário. Os meninos me esperam. — Ela anunciou à família.
— A imprensa ainda está aí, levem seguranças… E deixa um beijinho no Marco para mim! — Luna comentou.
— Agora você vai investir nele? — Carlitos perguntou enciumado para Luna que não respondeu.
e Mason trocaram olhares e sorriram achando graça dos dois que não escondiam o interesse um pelo outro, apesar de acharem que ninguém notava.
— Vou com vocês! — Juan falou se levantando e Aurora segurou a mão dele, ao mesmo tempo em que negou.
— Papa, não. O senhor não pode ficar se movimentando muito, e nem era para ter vindo! — Ela bronqueou — É daqui para casa, o senhor tem que descansar para o seu procedimento!
Insatisfeito ele soltou uma lufada de ar, pedindo ao Mason:
— Cuide dela, Mason…
— Pode deixar comigo, Juan!
— Cuidar dela? Ele tem que cuidar é do time… — zombou Rafael.
Mason e saíram seguidos e rodeados por seguranças até a entrada do vestiário. encontrou um dirigente ali que a cumprimentou e perguntou sobre Mason, ela sorriu apresentando ele como seu noivo, e os dois foram parabenizados. O senhor entrou no vestiário anunciando que a senhorita D’Blanco estaria ali, e logo ouviram a voz dos jogadores gritando e zoando o Asensio:
— A sua queridinha chegou, Marco!!! — Benzema falou alto. — Sempre pontualíssima!
sorriu para Mason erguendo a sobrancelha e puxou-o para dentro de mãos dadas. Os jogadores que riam e se viravam para a entrada a fim de recebê-la com o comum grito “Halla Madrid!” , emudeceram e se espantaram com a presença de um homem de mãos dadas à ela. A voz de Asensio ecoou do fundo enquanto ele vinha em direção aos dois:
— Ela me trocou por um homem de negócios! — Os amigos todos voltaram a sorrir e aqueles que não foram no jantar na noite anterior, surpresos pela notícia olhavam o casal admirados, enquanto Asensio ainda dizia divertido: — Mas não é qualquer homem de negócios!
Asensio tocou na mão de Mason, receptivo e amigável, e sorriram. Depois puxou para o abraço costumeiro de pós-jogo.
— Já estou limpinho, vem cá!
— Você não fez meu gol! — Foi a primeira coisa que ela disse e então voltou-se ao time: — E eu não sei porque essas caras de espanto! Achavam mesmo que eu casaria com o Marco? Ele é só um bebê!
— Bom, é que a propaganda feita por ele e o seu pai era quase certa né… — Vini Jr. comentou — Eu mesmo achava que você só não queria assumir… — Ele riu indo cumprimentar a amiga com beijinhos no rosto: — Bom te ver ! Não deu mesmo para eu ir ontem.
— Relaxa Vini, sei que as agendas são apertadas. E grande jogo Vini! Já sobre o Asensio, eu nunca menti, somos amigos. Na verdade… Pelo tanto que papa o adora, ele é o filho que o papai não teve! Mas enfim… Queria agradecer a todos pelo jogo e dizer que amo vocês! Poderia ter sido melhor no primeiro tempo, mas vocês arrasaram no segundo! E também… Vim apresentar vocês ao meu noivo…
— Noivo!? — Benzema perguntou ainda mais chocado, achou que o cara seria só um namoradinho.
A zoação em cima de Asensio foi ainda maior. Mason ria de tudo aquilo e ficou feliz por ver o prestígio da família D’Blanco com o time, pensando que Maya adoraria estar ali.
— Este é o homem que conseguiu o inalcançável, Mason Cafrey… — explicou aos amigos.
— Ele ainda não conseguiu. Você pode desistir no meio do caminho para o altar… — Asensio zombou olhando para o Mason.
— Desista Asensio, ele não vai voltar atrás. Você nem mesmo cumpriu sua promessa de fazer um gol para ela… — ironizou em tom de pena.
Todos gargalharam.
— Mas participei da jogada que fez o Vini marcar! — defendeu-se o Marco.
— Não me prometeu uma jogada, me prometeu um gol, Marco!
Mason cumprimentou todos, conversou com todos, pediu que eles tirassem fotos com seu noivo e em especial Modric.
— Modric, pode gravar um vídeo para a família e um para irmã dele, também? Há um lance mais pessoal com você…
pediu rindo, e Modric de boa vontade aceitou. Ao lado de Mason gravou falando com a família Cafrey e com a Maya, enquanto conversava com o restante dos caras do time. Depois de conversarem bastante, os meninos perguntaram se eles seriam convidados ao casamento e ela prometeu que sim.
Mason saiu feliz com seu celular cheio de fotos, e com camisas autografas nos braços.
— Você parece feliz… — falou o olhando de soslaio com um risinho de canto.
Mason sorriu abertamente dizendo:
— Você podia fazer isso e ficou me vendo lutar falando com o assessor do Modric!
— Você não me disse o que iria fazer, quando eu soube já tinha feito…Considere um presente da sua noiva… — Ela piscou.
Logo eles foram se juntar com a família para retornarem à casa. Juan já havia saído com Aurora e os tios de . Apenas seus primos os aguardavam.
Dali, eles quiseram levar Mason para um bar em que sempre comemoravam pós jogo. Algo exclusivo e bastante madricista. Mason enviou mensagens para Maya, enviou fotos dele com Modric, o vídeo e a foto das camisas autografadas.
— Espero que a Maya goste disso…
o encarou deixando sua caneca de chopp na mesa.
— Pediu desculpas a ela? — perguntou-o.
— Quase isso…
Ela revirou os olhos e o encarou insatisfeita:
— Ok Mason, em casa a gente conversa sobre isso!
Mason riu do tom dela e pegou sua caneca brindando com a dela. Percebeu que quando se tratava de cerveja, bebia bem menos do que os destilados.
•••
Maya bloqueou o celular e cruzou os braços pensativa e olhando para a tela de seu computador. Somente depois de respirar fundo ela olhou em volta, já com o instinto de despedida para a turnê que iria se iniciar na próxima semana, sendo o primeiro show em Seul.
Foi quando se levantou, a fim de ir buscar um café, que ouviu batidas na porta. Ao abrir, se surpreendeu com a presença de Yoongi. Ele segurava um buquê de girassol, com uma leve careta.
— Oi! — Ela cumprimentou surpresa, de olhos aturdidos.
— Ei… Tudo bem? — Ele sorriu. — Acho que isso aqui deve ter sido deixado pelo Wonwoo. Estava aqui no chão.
De um modo curioso, se sentiu decepcionada, mas assentiu e deu espaço para ele entrar.
— Obrigada. — agradeceu, pegando o buquê da mão dele, vendo o cartão assinado por Jin. — Seokjin. Ele tem mandado todos os dias, por causa da turnê. — Ela explicou, arrumando um espaço em sua mesa para colocá-lo.
— Ah, verdade. Ele sempre faz isso. — Yoongi parou no espaço em frente ao sofá, observando ela.
— Me diz, precisa de alguma coisa? — Maya se virou, ficando de frente com ele.
— Na verdade não. Parei para te entregar isso, estava amassando no chão. — deu de ombros, levando as mãos aos bolsos. — Tentei a sorte de você estar aqui, pensei que estaria presa em uma sala de ensaio.
— Ah, não! Nem fale disso. Estou cansada de ensaiar. O primeiro show é daqui três dias e agora eu só preciso de um descanso.
— Você falando em descanso? Uau!
Maya fez uma careta e riu.
— Para você ver. Estou cansada, emendar as gravações com a turnê me tirou toda a energia. — Ela apontou para o sofá, fechando a porta e depois indo para sua cadeira. Yoongi sentou.
— Quanto tempo vocês vão ficar fora?
— Quase quatro meses. Só não vamos para a África… Depois de Seoul temos uma sequência no Japão, em seguida Austrália, aí vamos para o Brasil, Argentina, Chile e Colômbia. Temos shows em algumas cidades de Londres, depois é Paris, Lisboa, Munique, Milão, Roma, terminamos a Europa em Madrid e Barcelona. Vamos para os Estados Unidos, lá serão vários shows. E aí voltamos para o Japão e terminamos no Dome. — suspirou.
Enquanto ela dizia, Yoongi prestava atenção atentamente em seu rosto, sua fala, seus lábios.
— Você sempre teve uma memória incrível. Nunca vou conseguir gravar toda a sequência de turnê assim…
— Eu fico fazendo a rota de volta para casa. — riu. — Mesmo que a gente tenha se mudado para Seoul em 2018, eu sinto demais que sempre pertenci a esse lugar. Então fico refazendo o caminho de volta. — Ela fez outra careta.
— Entendo. Eu só ficava contando “hoje é menos um dia para eu voltar pro Holy”.
Maya riu com Yoongi e em seguida ficaram em silêncio.
— Como ele está? Faz tanto tempo que não o vejo. Nem Thena… Soho a colocou em uma creche por causa da minha rotina, então não tenho visto ela. — Maya torceu os lábios.
— Ele está bem. Mimado como sempre. E sente sua falta. — Maya revirou os olhos. —É sério. Ele sente! Eu sei porque quase todos os dias ele vem até mim com aquele cobertor que você deu para a caminha dele, e fica se enrolando no pedaço de pano. Ou então rouba do meu quarto aquela camiseta que você esqueceu outro dia.
Maya prendeu a respiração. Fazia muito tempo que ela tinha deixado a peça para trás e se esqueceu de reaver. Yoongi não piscou ao se dar conta do que disse.
— Enfim, ele sente sua falta. — suspirou. — E da Thena.
— Você pode levar ele para a mesma creche que ela está indo. Vou pedir para a Soho te passar os detalhes.
— Quando acabar sua turnê, podemos voltar a fazer os passeios que fazíamos com os dois. Holy está gordinho, precisa queimar caloria, segundo o que o veterinário falou.
— Podemos sim. — Maya sorriu animada e não desviou o olhar quando o celular de Yoongi tocou e ela viu o nome de Wendy cintilar na tela, ao lado de um coração.
Yoongi, porém, recusou a chamada.
— Não vai atender sua namorada? — riu nasalado.
— Wendy não é minha namorada.
— Não?
— Não. Terminamos. — Ele contou, simples e sem muita emoção.
— Ah… — Maya assentiu, um pouco sem reação.
— Engraçado, não é? E você continua com o Eunwoo. — Ele riu da ironia.
“Não por muito tempo”, ela pensou.
— Pois é. — Maya deu de ombros.
Pelo silêncio pesado, Yoongi se levantou e ela também.
— Vou indo. Vê se descansa.
— Vou sim. Estava criando coragem para ir para casa. — Ela o acompanhou até a porta. — Obrigada pela conversa…
— Não foi nada.
— Yoon…gi — o chamou hesitante quando ele começou a sair.
— Sim?
— Você vai? No primeiro show… — perguntou com pressa. — Fiquei sabendo que toda a Hybe vai… É nosso primeiro show no estádio olímpico.
— E eu não perderia por nada. — Ele sorriu gentil. — Seungkwan e Jungkook estão organizando o fã clube da família Hybe — riu.
— Ah, sim! — Ela sorriu aliviada. — Fico feliz que todos os artistas das subsídiarias estão se dando bem. Ter nos trazido pra cá foi a melhor decisão que eles poderiam ter tomado.
— É… — Outra vez o celular dele tocou e Maya desviou a atenção.
— É melhor você atender. — apontou e ele assentiu. — Até mais, Yoongi.
— Até, May. Se cuida.
Yoongi começou a se distanciar e Maya demorou um pouco para fechar a porta, se encostando nela e deslizando, pensativa.
Era o primeiro dia pós término com Eunwoo, depois dos dois terem achado por prudência terminarem amigavelmente o relacionamento dos últimos seis meses antes dele viajar para Paris. E ela achou estranho o que quer que fosse que o universo queria lhe dizer ao ter Yoongi ali, falando sobre terminar com Wendy.
•••
Mason e chegaram da bebedeira pós-jogo, tarde da noite, quase madrugada. Por isso, acordaram um pouco tarde, atrasados para o jogo familiar. No entanto, conseguiram acompanhar a família e haviam acabado de voltar ao quarto. estava em pé no closet escolhendo entre algumas roupas de banho para entrar na sauna da família, e Mason estava escorado na soleira da porta de braços cruzados a observando quando perguntou:
— Você não vai mesmo me contar como acabou beijando a minha irmã?
Ela riu fraquinho e girou o corpo na direção dele.
— Tem certeza?
— Tenho… Espera! — Mason ergueu uma mão à frente do corpo com expressão de dúvida — Você e a minha irmã, apenas se beijaram, não é?
— O que acontece se eu disser que não? — sorriu zombeteira.
— Não acredito… — Mason murmurou assustado.
— Você parece assustado… — riu e voltou sua atenção ao closet — Foi só um beijo, relaxa. Não precisará lidar com o fantasma da sua noiva e sua irmã tendo um caso.
Mason suspirou aliviado com o que ela disse.
— Mas tem uma história, ninguém sai se beijando do nada… — Ele se aproximou de , sentando na poltrona branca do closet dela, enquanto a mesma colocava os cabides com as roupas de banho sobre um banco aparador.
— Eu conheci a sua irmã na festa de lançamento do Namjoon, somos amigos há muito tempo, e de lá, fomos para um after juntas. Não necessariamente juntas, mas foram todos, e por termos amigos em comum, ela me convidou para a festa de fim de ano dela. E eu fui. Só que ao fim da festa, de repente ela quis me anunciar para os convidados e me desafiou a me jogar na piscina com ela… — suspirou largando a saída de praia escolhida estilo quimono e se sentou no braço da poltrona em que ele estava, olhando para o Mason e terminando de contar: — Eu não gosto de ser desafiada, sabe? Senti um tom de desafio e mesmo não estando de roupa de banho, eu topei. Quando comecei a tirar minha roupa, a May se empolgou e depois que eu estava de lingerie, ela me puxou para um beijo surpresa na frente de todos e em seguida caímos na piscina.
pausou a história se lembrando de Tae, Jungkook e os outros vindo a ajudar.
— Depois ela me levou para o quarto para trocarmos de roupa e conversamos. As pessoas na festa me deram a entender que ela fez de propósito por um ciúme equivocado do Yoongi. Resolvi acreditar que era só o jeito dela como ela mesma disse. E foi isso…
Mason encarava inexpressivo, pensando sobre o que ouviu. Olhou pra ela de cima a baixo e perguntou ainda descrente:
— Você ficou seminua na frente da festa toda?
— A diferença de uma lingerie e um biquíni são apenas os tecidos e as intenções Mason. Considerando o meu arsenal, eu até estava comportada com a minha lingerie aquele dia, nem era transparente… — Ela manteve um sorrisinho debochado.
Mason riu de canto, não acreditando naquilo, e chacoalhou a cabeça.
— Você tem mesmo uns pontos bem interessantes, … — Ele não deixou de achar divertida e improvável aquela história. Ele jamais diria que a D’Blanco tivesse respondido ao desafio da sua irmã naquele tom. Ele bem sabia que Maya era intimidadora quando queria, mas a reagir com humor àquilo só o deixou ainda mais admirado aos pormenores que descobria sobre ela — Não imaginava que também seria impulsiva como a Maya.
se levantou e riu irônica para ele:
— Tem certeza? Isso aqui não é prova suficiente de que posso ser impulsiva? — Ela apontou para os dois, lado a lado.
— Claro que não! Você pensou bem antes de aceitar, não foi como se tivesse aceitado na hora que te propus… — Ele respondeu e suspirou pensativo: — Então você tem um lado rebelde mesmo…
— Não tenho problemas com exposição do corpo, tampouco do meu, Mason. E mostrá-lo não é um tabu. Claro que eu sigo a etiqueta, mas, naquela ocasião, não acho que foi um ato de rebeldia. Embora, para a cultura coreana eu tenha gerado certa comoção nos convidados.
— Tenho certeza que sim… — Ele sorriu um pouco malicioso, sem a encarar, mordendo os lábios em imaginar a situação — E bem, desde então vocês ficaram amigas?
— Não tão amigas se comparadas as outras amigas que temos. Nós ainda estamos nos conhecendo, mas eu gosto da sua irmã. Sou sincera em meus sentimentos de amizade por ela.
Mason sorriu ao ouvir ela falar daquele jeito, e guardou todos os cabides depois de analisar e escolher bem. Pegou as peças indo para a suíte e informando a ele que iria se trocar.
— Não vai mesmo? Uma sauna é uma boa forma de relaxar o corpo após o tênis, Mason. Sei que foi cansativo acompanhar a torcida acalorada dos Blancos no estádio ontem e hoje na nossa pequena competição!
— Uma família competitiva e esportista, realmente.
— Isso porque você não viu meus avós quando éramos crianças. Eles competiam por tudo, e em todo tipo de esporte! — sorriu.
Mason concordou por fim, indo até a parte do closet em que suas roupas da mala já estavam postas. Da suíte, falava mais alto com ele:
— Sabe, Mase… Eu acho que você deveria dar um passo em direção às pazes com sua irmã, e não ‘tô falando de tentar passar por cima de tudo com um vídeo e uma camisa do Modric… — Ela soltou um risinho abafado e um suspiro dizendo ainda alto: — Estou falando de pedir desculpas… Já descobri que você não sabe resolver tão bem as pontas soltas que deixa, mas se quiser ajuda com isso, conta comigo. Você pensou nas coisas que eu disse?
— Sim… — Ele parou diante da porta escorada da suíte, aguardando ela se trocar para ele pôr seu calção de banho também. — Só que a Maya é teimosa… Eu só quero o bem dela e acho que o Eunwoo pode fazer o bem que for, ser o cara legal que for, mas ele não é o cara que ela ama, ! E ninguém deveria ficar distante do próprio amor se tem a opção de ficar junto.
abriu porta após aquela frase e encarou Mason. Ele observou-a rápido, a fim de checar o biquíni matando a curiosidade sobre o corpo dela, mas ela estava com a saída de praia, como um quimono chique e amarrado na cintura. O rosto dela parecia diferente depois de ouvir o que ele disse.
— Você tem razão. Mas… Cada um assume as responsabilidades de suas escolhas. Já te disse o que penso sobre você julgar as escolhas da sua irmã que é adulta e quem você não pode proteger de tudo. Vale a pena ficar nesse jogo de braço com sua irmã?
Mason negou fazendo um bico, embora soubesse que se ele não desse o primeiro passo ela não daria.
— Faça as pazes com a sua irmã, Cafrey!
Ele riu do jeito que ela falou e entrou para se trocar zombando:
— Nem casamos e você já quer mandar no seu marido?
não respondeu. As batidas na porta do quarto tomaram sua atenção, era sua mãe informando o horário da cirurgia do pai no dia seguinte.
Elas conversavam sobre a condição dele, e Aurora disse para descansar e não se preocupar em acompanhá-los. Mas debatia.
— Não mami, é lógico que eu vou! Depois da cirurgia eu deixo o Rafael com a senhora, ou a Luna, e vou para a empresa. Tem muita coisa a ser resolvida na sede antes do meu bate-volta pra Seoul.
— Justamente por isso, … Descanse, filha! Seu papa estará comigo e…
— E eu quero estar com ele e com a senhora também! Não mami, eu irei!
Mason apareceu amarrando o cordão do calção e prestando atenção na conversa das duas. Elas se beijaram e Aurora saiu. Mason ouviu o suspiro de e entendeu que ela estava preocupada com a cirurgia do pai no dia seguinte, e por isso queria ir para a sauna então, não era cansaço físico. Era mental. E ele já tinha notado que era uma mulher fisicamente bem resistente e saudável.
— Eu vou com vocês. Não se preocupe, até voltarmos pra Seoul juntos, eu fico com a Aurora no hospital para você trabalhar… — Ele anunciou.
o encarou, surpresa.
— Você vai voltar comigo para Seoul?
— Claro! — Ele disse óbvio, mas sério — Como eu deixaria vocês aqui amanhã e iria embora com seu pai sendo operado? Aliás, porque não me disse que era amanhã a cirurgia dele!? Achei que fosse ainda há alguns dias… Eu pretendia voltar até.
— Justamente porque você tinha que ir pra casa, resolver as coisas com a sua irmã, a nossa casa, a data do casamento, sua vida né…
Mason suspirou insatisfeito e se aproximou mais dela, parando em sua frente e tocando os ombros dela. E sem brechas para ela achar que era só uma gentileza e não a coisa certa, advertiu:
— Quando falei em sermos parceiros eu falava de tudo, ! Até porque, vamos casar! E não faz sentido o genro ficar longe da família da noiva em um momento delicado, não é? — deu de ombros — Agora não adianta você fazer jogo duro comigo… Você aceitou o anel no seu dedo, e a partir de agora, me conte e inclua em tudo ok? Se for possível ficar do seu lado, eu ficarei. Se não for, eu avisarei também!
assentiu e pegou a mão dele em seu ombro e a apertou de modo agradecido. Em seguida, abriu a porta do quarto o puxando para área de lazer:
— Vem, vamos relaxar na sauna e você pensa em como vai pedir desculpas pra May!
•••
Jungkook se jogou ao lado de Eunwoo no sofá, entregando a ele a garrafa de cerveja.
— Deixa eu ver se entendi. Seu voo foi adiado e você passou para ver a Maya, mas ela sentiu sua aura fúnebre e pediu para terminar? — JK perguntou.
— Quase isso. Conversamos e achamos melhor terminar. Foi uma decisão conjunta.
— Pelo menos durou mais do que o que pensamos que duraria. — Seokmin se esticou no chão, observando. — Mas a Minji me disse hoje que ela ficou mal e perdeu o foco algumas vezes nos ensaios.
— Jura? — Jungkook arregalou os olhos. — Isso aí é a mesma coisa do Hoseok Hyung errar coreografias. Um marco.
— Nosso menino arrasou o coração da Cafrey, afinal. — Seokmin ficou de lado, olhando para os dois. — Mas e você, como está?
— Eu ‘tô bem. Achei que seria pior… Me acostumei demais a ter ela todos os dias comigo, dormir juntos, se falar… Ela entrou na minha rotina, sabe? — Eunwoo suspirou. — Mas no geral estou bem. Acho que foi a decisão certa. Eu não teria problema algum em continuar com a Maya mesmo sabendo que a recíproca dela é diferente.
— Credo. Você falando isso é triste demais, porque parece aqueles discursos de pouca confiança. — Jungkook afirmou.
— Não é pouca confiança. É amor. E eu amo a Maya, a ponto de ser o amor para a vida dela, mesmo sabendo que o Suga é o outro. O da vida. — Eunwoo bebeu a cerveja, rindo nasalado. — Mas eu precisaria lutar mais um pouquinho, só que no momento a minha carreira está… exigindo mais, sabem?
Os dois assentiram.
— Acho que se você gastar essa energia no trabalho vai acabar sendo menos trágico e dolorido. Lembro quando a mãe do Wonwoo faleceu e ele focou a energia no momento que estava passando na carreira; claro que não é a mesma coisa, mas quero dizer que… tipo, a mente vai estar ocupada e devagar as coisas retornam a um novo normal. — Seokmin comentou.
Jungkook soltou um riso, bebendo a cerveja e sendo encarado.
— Que foi? — Jungkook estranhou. — É que eu achei engraçado você citar o Wonwoo quando estamos falando da Maya. — riu sozinho. — Qual é?
— Juro que queria ser o Seokjin uma vez na vida só pra entender os seus neurônios, JK. — Eunwoo falou olhando ao amigo como se ele fosse um alien.
— Ah… É assim, a Maya ama o Yoongi enlouquecidamente. Ele é o amor da vida dela e ela o dele. Beleza. Você é, agora, o ex-namorado dela que ela gosta muito. Eu sei que gosta, só não é a mesma coisa, como você disse. E aí tem o Wonwoo, a paixão dela. O Seokmin sabe melhor do que eu. — JK apontou.
— Eu não! Você que sabe da vida amorosa de todo mundo. Jornalista não por profissão. — Seokmin jogou um petisco nele. — Eu sei que a única pessoa capaz de arrancar ela do Yoongi seria o Wonwoo, mas ele não quer. Ele quer morrer solteiro, pai de pet. — revirou os olhos.
— O Eunwoo também tirou ela do Yoongi. De os créditos! — Jungkook devolveu o petisco, jogando mais. — Tudo bem que foi meio que um tapa buraquinho, mas ela se empenhou.
— Céus! — Eunwoo jogou a cabeça para trás no sofá. — Vocês dois são péssimos!
— Só estamos comentando sua vida. Se acostume porque a partir de agora você é o ex da Maya. — Seokmin deu de ombros.
— Fico muito incrédulo com o poder dela em tudo. — Jungkook levantou um ponto — O cara tem uma carreira que só cresce, aí de repente passa seis meses namorando Maya Cafrey e agora vai ser resumido ao ex dela.
— Poético! — Seokmin zombou rindo.
— Foram bons seis meses… Muito proveitosos. — Eunwoo suspirou, ignorando os dois. Sabia que era a forma deles de tentar fazer piada e transformar mais divertido e menos trágico. — É por isso que você nunca se envolveu com a Maya, JK?
— Não. Foi por falta de oportunidade mesmo. — Jungkook deu de ombros.
— Jungkook com medo de mulheres poderosas? Não viu ele todo arregalado para aquela moça lá… A ? — Seokmin trouxe à tona.
— … A noona… — suspirou, bebendo o resto da cerveja e encarando a careta de Eunwoo. — O que foi?
— É sério que você não ficou com a May por falta de oportunidade?
— Credo. Não! A gente teve um negócio um dia… Ela sempre fica até tarde na empresa, quase não vai pra casa. Ficamos conversando por horas e chegamos a concluir que jamais teria a menor chance disso acontecer. É como se ela fosse uma irmã mais nova.
— Queria que o Jaehyun pensasse assim também… — Eunwoo suspirou ao responder JK.
— Não, você queria que o Jaehyun, o Wonwoo, o Hoshi, o Chanyeol, o Minhyun, o Kihyun, o Yangyang, o Minho e o Hoshi pensassem assim. — Seokmin enumerou.
— Só isso? — JK se surpreendeu — Eu pensei que tinha mais. O Hoshi? Quando?
— Nem ele fala. — Seokmin falou e esticou a garrafa vazia. — Pega mais lá.
— Pega você, eu ‘tô ocupado agora. — Jungkook sacou o celular, digitando uma mensagem.
— Sério? Você está mesmo mandando isso pro Suga? — Eunwoo ralhou. — Comigo do seu lado?
— Amigo, eu estou do seu lado. E quem vai estar do lado da Maya neste momento? — respondeu melódico. — Vai Seokmin, pega logo essa cerveja. Nosso menino precisa!
No grupo Bangtan
Jungkook: Pra quem apostou que Maya Cafrey entraria em turnê solteira, a hora de receber é agora!
Jimin: O Jin não vale, ele é coringa nessa!
Seokjin: Pode mandar o dinheiro, Jimin, ‘tô esperando!
•••
Estavam no hospital, Mason, e Aurora aguardando o Dr. Suárez iniciar a cirurgia. O pai dela já havia sido preparado, e estava no quarto VIP do San’Marino Hospital. ansiosa, caminhava de um lado ao outro, e Mason segurava a mão de Aurora sentado ao sofá da sala de espera.
— Doutora D’Blanco, pode me acompanhar por favor? — O doutor Suárez surgiu chamando por — Seu pai já foi levado ao centro cirúrgico, mas quero conversar com você sobre os procedimentos.
assentiu, nem reclamou daquela vez da forma como ele se referiu a ela. Ela beijou a testa da mãe e tocou a mão de Mason na sua, dando um sorriso encorajador a ela.
— Fique tranquila… — Ele sussurrou e piscou.
No consultório, depois de entrar ao lado do médico responsável e ouvir ele explicar os procedimentos que seriam feitos, Dr. Suárez apresentou a equipe para ela. Cada enfermeira assistente, anestesista, instrumentista e o médico cardiotorácico de apoio.
— E este é o Dr. Pietro Montez, quem me dará apoio na…-
— Não. — encarou de forma dura ao ex. — O que ele faz aqui?
— Ele é um dos principais cirurgiões cardíacos do hospital, . — Dr. Suárez afirmou surpreso pela reação dela.
— Ele pode ser tão bom quanto for, mas o meu pai, ele não opera. Arrume outro médico, o San Marino tem excelentes opções e no último caso, nem que eu tenha que entrar naquela sala, Suárez, mas ele não opera meu pai. — disse diretiva e toda equipe ficou calada.
Algumas enfermeiras já sabiam da história dos dois e logo que ela saiu, disseram baixinho que sabiam que aquilo aconteceria. Então o Dr. Suárez confuso perguntou o que havia de errado e Pietro respondeu antes de ir atrás de :
— Fui noivo dela… E, não terminou bem… — suspirou ao sair e dizer — Tentarei a convencer, pode ir que eu o alcanço Dr. Suárez.
Assim que Pietro saiu, Suárez informou a enfermeira chefe da assistência cirúrgica:
— Chame o Dr. Leon, ele fará comigo a cirurgia.
Suárez jamais faria algo que a família D’Blanco não quisesse. Pietro alcançou quando ela estava chegando na sala de espera, e pegou em seu braço a fazendo parar.
— Por favor, me escute!
— Você teve coragem de pisar no meu hospital? Depois de tudo!? E ainda trabalhar aqui?
— É um dos melhores da Espanha. Você sabe que o San Marino sempre foi o meu sonho e só saí porque o seu pai exigiu e…-
— Exatamente! É um dos melhores da Espanha, se fosse um pouco decente teria ido para outro, mas afinal, é você, não é!? — ironizou soltando a mão dele de seu braço.
— , por favor… — Ele a chamou e o empurrou de sua frente passando, e então ele se aproximou de novo, apelativo: — Eu achei que você era um pouco mais profissional! É a cirurgia do seu pai!
Mason e Aurora viram os dois discutindo no corredor, e surpresa, a sogra pediu ao Mason que fosse até lá, explicando-o:
— Mason, e te contou alguma vez sobre o Pietro?
Mason arqueou a sobrancelha, e alarmado fez sinal positivo quando lembrou-se dela contando do ex-noivo que arrasou o coração dela na noite que se conheceram. Então a sogra pediu:
— É aquele homem. Tire ela de perto dele, por favor. Nem sei o que este canalha faz aqui!
— Sim! A cirurgia do meu pai que você não fará! — ainda discutia com Pietro — Eu estou sendo razoável de apenas tirar você da cirurgia hoje, embora ainda não sei se pouparei você de uma demissão.
deu as costas a ele. Mason a encontrou no caminho entre o corredor e a sala de espera, e a abraçando levou ela de volta para perto da Aurora, não deixando de lançar um olhar duro ao Pietro também. Não o conhecia, mas já não gostava dele.
Ali eles permaneceram juntos, os três, até que a cirurgia de Juan finalizasse. Tudo ocorreu bem, algumas treze horas depois. No dia seguinte à cirurgia do pai, foi para a empresa e Mason como prometido, ficou com Aurora para dar a ela o apoio no pós-cirúrgico de Juan.
— Mason, quero agradecer por estar aqui conosco. Por estar fazendo tudo isso pela nossa filha. — Aurora falou de pé ao lado do rapaz, os dois observavam Juan ainda dormindo.
— Não agradeça Aurora, nós seremos família. É assim que os Cafrey lidam com a família também. — Mason respondeu sereno.
Juan surpreendeu aos dois dizendo:
— Espero mesmo que você se torne família, Mason. — A voz ainda baixa, rouca, embargada, porém bastante lúcida.
— Juan! Meu amor, não fale muito, sim? — Aurora sorriu ao ver ele acordar pela segunda vez desde a cirurgia — Está se sentindo bem?
— Sim.
— Eu vou chamar o Dr. Suárez! — Aurora comentou alegre — Cuide dele, Mason, por favor.
— Claro Aurora. Vá tranquila. — Ele falou sorridente levando as mãos aos bolsos, mas Juan movimentou os dedos pedindo que ele tocasse em sua mão, e Mason entendeu pegando na mão do sogro — Precisa de algo, Juan?
— . — Ele falou devagar, pausadamente, e, paciente Mason esperou o sogro unir todas as palavras até formar as frases: — Cuide dela. Eu fiz mi hija sofrer muito até agora… Eu tirei tudo dela para que ela tivesse tudo o que eu pude construir… Mi hija… — Ele se alterou um pouco emotivo.
— Juan, não podemos deixar sua pressão e frequência subir muito, então, se acalme, sim? Melhor falar depois… — Mason pediu, apertando com cuidado a mão do homem e atento ao visor do computador de sinais vitais dele.
— Ouça. Por favor. — Juan pediu se acalmando, soltando aos poucos a mão do mais jovem, ao dizer urgente: — Mi hija sofreu e sofre muito, então, por favor, não faça ela sofrer também, me promete? Promete que vai cuidar dela como se verdadeiramente a amasse, Mason?
Mason engoliu a saliva em sua boca, um tanto em choque com o pedido. Juan não ia morrer naquela hora e deixá-lo com aquele fardo, não é?
— Eu sei que não se amam… — Juan disse ainda devagar e controlando o esforço — Mas, pode tentar fazê-la feliz enquanto estiver ao lado dela, Mason? É só o que eu te peço, como um pai maltrapilho e desesperado pela culpa do que colocou sobre a única filha.
Mason assentiu. Ele entendia o desespero de Juan estampado nos olhos dele, então o prometeu:
— Eu cuidarei da , farei ela feliz em tudo ao meu lado. E vou apoiá-la em toda decisão, mesmo quando ninguém mais o fizer, Juan. Não se preocupe. Podemos não nos amar, mas ela e eu, temos uma promessa de cuidar e sermos parceiros um do outro.
— Ótimo. Obrigado, Mason. — Juan sorriu mais calmo, e suspirou fechando os olhos antes de dizer: — Espero que um dia se amem como aconteceu com os pais de ambos.
Mason ficou um pouco incomodado com aquilo, mas não esboçou reação. Aurora logo entrava ao quarto com o Dr. Suárez, e abraçou Mason de lado, satisfeita e feliz por falar com ao telefone contando do pai acordando bem.
Capítulo 16
Este capítulo foi escrito por Ray Dias e M-Hobi
Um tempo depois, cerca de um mês e meio após a cirurgia, Juan se recuperava e junto de Joseph, as famílias finalizaram a construção da casa dos filhos em um dos melhores bairros de Seoul. Fariam a entrega surpresa em breve. Mason e já tinham anunciado publicamente o noivado à imprensa. A Forbes tentava convencer Mason a posar com a noiva em uma edição especial, um ensaio como o “maior casal de negócios dos últimos anos”, mas Mason estava reticente.
havia transferido temporariamente a sede do GDB para Seoul, e delegado suas funções de diretoria e presidente de algumas subsidiárias entre os três primos. Com exceção de Carlos, Luna e Rafael não esperavam aquilo e ficaram preocupados com a responsabilidade, mas até iam muito bem em suas funções.
e Taehyung se viram outras vezes, em ocasiões em conjunto, já que tinham amigos em comum e ele permanecia a provocando, como um promessa que tinha feito. Seduzia a mulher em momentos impróprios e lugares perigosos, mas não queria dar o braço a torcer que sentia sua falta e aceitaria ser seu caso extraconjugal. Já Jungkook não tinha nenhum problema nisso, e com frequência os dois dormiam juntos na casa dele.
Mason sabia que estava saindo com alguém, mas não falavam muito sobre aquilo ou identidades. As coisas entre ele e Maya ainda estavam confusas dada a turnê da irmã e os desencontros dos dois. Mason estava morando na casa de com ela desde que voltaram da Espanha, porque não haviam decidido sobre seu imóvel, já que ele sabia que o pai dela estava gastando com aquilo e decidiu aceitar e fingir que não sabia, mesmo reclamando às vezes.
Em relação aos dois, Aurora insistia pra tentar se apaixonar por Mason já que ela “não era apaixonada em ninguém” e os dois estavam se dando tão bem quanto combinavam. E sempre descartava as esperanças dos pais, mas admitia que ela e Mason desenvolviam uma cumplicidade confortável. Os dois seguiam naquilo como dois bons amigos e colegas de casa. Ninguém desconfiava das farsas, e nunca encontrava com Jungkook em sua casa em respeito à imagem de Mason. Não sabia se ele tinha alguém, mas a recíproca era sincera. Já Taehyung… Das poucas vezes que se viram, se pegaram escondido, mas ela queria que ele aceitasse condições que ele não queria. Por isso, o relacionamento deles não encaminhava, e ela estava aprendendo a se divertir com Jungkook cada vez mais.
Deitada na cama de Jungkook, após a noite que tiveram juntos, abraçou-o pelas costas se enrolando nele.
— Noona… Não fica perto assim se não quiser ficar presa aqui hoje… — murmurou sonolento.
riu baixinho.
— Gosto de ficar de coalinha e dormir abraçada…Sinto falta disso. — soltou sem perceber.
Jungkook girou o corpo ficando de frente para ela, e sorrindo beijou o rosto dela a puxando mais pra si.
— Mason não deixa você abraçá-lo enquanto dormem? — Jungkook tinha uma curiosidade genuína e não se importava em fazer qualquer pergunta, e gostava que entendia aquilo.
— Ele não gosta de dormir abraçado… — Ela mentiu, porque na verdade nem sabia se era real, dormir com Mason era menos estranho naquela altura, mas ela ainda se esforçava para manter uma distância respeitosa.
Jungkook a soltou, e apoiou a cabeça na mão, ficando deitado de lado com expressão de quem faria mais perguntas. sorriu ao imaginar que novamente ele entraria naquela seara de Mason x .
— Noona… Este tempo todo juntos e vocês não… Você sabe… Sexo?
imitou a posição de Jungkook e acariciou os cabelos dele os tirando do rosto, e mais uma vez, teria que mentir para JK.
— Quando eu disse que ele e eu não temos sexo entre nós?
— Então porque você me procura?
arregalou os olhos surpresa. E ergueu o corpo pra se sentar, escorada à cabeceira. Jungkook fez o mesmo, mas sentando-se de frente para ela.
— JK, eu gosto de estar com você. Não é como se eu te procurasse apenas para satisfazer a minha libido… Embora, eu goste mesmo de como você faz isso, mas… É sobre estar com você.
— E com ele? O que você sente?
respirou fundo e buscou fugir da pergunta. De todas as pessoas, haviam duas que faziam ela sentir-se péssima em mentir aquela história: Tae e Jungkook, por isso, ela contava verdades possíveis aos dois quando precisava, ou omitia.
— Jungkook, não vamos falar do Mason. Por favor, sabe que eu não fico confortável falando do meu noivado.
— Tudo bem! Desculpe noona, mas é que… Eu ainda não entendo… Você e ele não estão certos juntos! Mas, ok! Não vou mais falar disso, no fundo é tudo inveja porque ele pode ter você todo dia a qualquer hora e eu não!
Ela riu e puxou Jungkook para cima de si, dando um beijo delicioso nele. Até Jungkook continuar falando após separar o beijo:
— Eu posso te perguntar sobre o Tae?
o afastou de novo e suspirou dando-se por vencida.
— O que quer saber?
— O que sente por ele? Por que ele não está aqui? E por que não ficou mesmo com ele?
mordeu os lábios. Era a primeira vez desde que voltou da Espanha que Jungkook perguntava de Taehyung. A curiosidade dele mantinha esse limite.
— Jungkook… Você tem se tornado um grande amigo… Talvez, meu melhor amigo… E eu acho que posso me abrir pra você.
— Você pode sempre se abrir pra mim, noona, eu adoro isso! — Ele falou malicioso com o tom de piadinha que a fizera rir antes de continuar.
— Quando dispensei o Tae não achava que gostava dele, como percebi depois que gostava. E por isso, me soava egoísta enfiar ele no meu problema. Colocar ele sob as minhas obrigações. Então terminei. Naquele tempo, eu precisaria assumir a empresa de repente, e não teria tempo de lutar contra convenções que me incomodavam e brigar pela presidência ao mesmo tempo, então eu tinha que ceder em alguma coisa para ficar no comando. Se eu tivesse mais tempo, talvez tivesse insistido em adiar, mas, eu não tinha. Tudo foi muito rápido, e então, o Mason surgiu como meu grande herói. Como alguém generoso o suficiente pra aceitar um casamento de negócios, e eu, achei que estava fazendo a coisa certa.
Até ali, ela falou a verdade e precisou de novo mentir:
— Mas, o Mason não é uma farsa, os sentimentos dele são reais. Só que ele sabe que os meus sentimentos ainda são diferentes dos dele, e por isso a proposta de relacionamento aberto fez sentido. Sabe? Mas não é como se a gente não fosse um casal real, embora o motivo para nos unirmos fosse primeiro os negócios… Na verdade, se o Mason não me amasse, não teria razão pra ele estar aqui, porque quem precisava de um casamento de negócios era eu e não ele, por isso ele foi um dos homens mais generosos que já conheci. E segue sendo.
suspirou e Jungkook seguia com seus olhos grandes e bem abertos, atentos em tudo e curiosos. Ela acariciou o rosto dele, riu e continuou:
— Quando notei que gostava do Tae… Era tarde. Eu já estava noiva e sinceramente, agora há coisas demais envolvidas nisso para ir atrás.
— A empresa que você tem comandado temporariamente até seu pai se recuperar por completo… — Jungkook sabia da real razão pelo pai dela se afastar, e guardava aquele segredo — E os sentimentos do Mason… É, deve ser difícil chutar alguém que fez e faz tanto por você… Ele realmente sabe a mulher que tem do lado pelo visto, e não vai ser burro de largar.
suspirou e permaneceu a sua narrativa meio falsa meio verdade.
— O fato de Tae não estar comigo JK, é porque ele não quer. Não desse jeito. E eu não julgo, sabe? Me coloco no lugar das pessoas Jungkook, e se fosse eu do lado dele, não sei se aceitaria ser amante de quem amo. Eu o entendo.
— Se fosse o contrário você não aceitaria ser amante do Tae?
pensou a respeito brevemente e murmurou:
— Aceitaria, dele sim, porque é pior ficar longe.
— O que me prova que você ama o Taehyung, noona, e talvez ele é que não te ame tanto assim. Se o politicamente correto pesa mais para ele do que estar com você de qualquer jeito, mostra que talvez… Taehyung ame mais a própria moral.
Jungkook disse reflexivo e despojado apoiando os braços pra trás no colchão e evidenciando o tórax. observou a postura dele, a frase dele e se surpreendeu.
— Me encanta como você sabe ser um homenzão maduro ao mesmo tempo que é um menino, Jungkook… — falou direcionando-se a sentar no colo dele. E Jungkook sorriu orgulhoso, mas logo abaixou a cabeça e ficou sério.
— Mas sabe o que é pior, noona? — murmurou para ele continuar — Eu torço para você e Taehyung ficarem juntos, embora eu saiba que se isso acontecer, eu perco a vez. Se pudesse, no cenário perfeito… Eu ficava com você e ele também.
gargalhou da sinceridade dele, o beijou, e cortando o clima sério falou ao enlaçar a cintura dele com as pernas o apertando e puxando seus cabelos pela nuca:
— Safado! Isso é só a sua maneira de me dizer que queria um ménage? — sussurrou no ouvido dele sendo apertada na cintura pelas mãos grandes de Jungkook.
— Não…Eu estava sendo sincero embora a ideia me atraia… Que tal você convidar seu noivo para uma das nossas brincadeiras? — zombou jogando no colchão e ficando acima dela de novo, ouvindo o riso divertido dela com a sandice dita — Isso me deixou até animado… Imaginar você submissa a mim e mais um noona… Meu Deus!
segurou o rosto dele entre suas mãos:
— Eu tenho que sair às cinco… — E olhou para o relógio — São quatro horas, e você tem uma hora para me satisfazer depois de me provocar essas imaginações, Jeon Jungkook!
— Odeio que você precisa ir embora tão cedo.
Reclamou e logo começaram a beijar, apertar, lamber e instigar cada parte do corpo um do outro. cumpriu o que disse, e depois de tomar banho, evitando que JK fosse junto porque ele a atrasaria, ela foi pra casa. Chegou e Nari já estava pondo a mesa.
— Virou a noite no escritório de novo, ?
— Sim, Nari… — Beijou o rosto da ahjumma, que apesar da mentira que fingia acreditar, sentiu o perfume diferente no cabelo dela, que parecia recém seco e notou que as roupas eram diferentes, embora usasse o mesmo blazer de trabalho do dia anterior.
— E usou o shampoo de quem no escritório?
retesou ao pegar um copo de água, e virou-se para funcionária com uma expressão travessa de quem foi pega em flagrante.
— Não escapa nada de você não é?
— Você sempre aproveita a folga dos seus seguranças pessoais para trabalhar até tarde, e eu conheço seus perfumes de longe, sua roupa cheira a perfume masculino… Enfim, sua sorte é que ninguém desconfia.
— Não é sorte. É competência. — Ela riu deixando o copo na pia: — O Mase já voltou da corrida dele?
— Está na sua suíte, tomando banho suponho.
— Tudo bem, vou lá. Tenho que me trocar para ir ao escritório.
— Onde estão suas roupas de ontem?
— Na malinha, na sala.
foi para sua suíte e ouviu o barulho do chuveiro. Entrou no closet, tirou o blazer deixando-o na poltrona, tirou também seus sapatos scarpin, a calça jeans e a camisa que compunham seu look casual quando saiu da casa de JK, e ficou procurando que roupa vestiria pra trabalhar aquele dia.
•••
Maya virou o último shot prometido da noite e suspirou. Em sua frente, Minhyun parecia estar maior e duplicado.
— Agora sim você pode me deixar ir para minha casa. — Maya disse toda embolada, com os olhos trêmulos, sem conseguir focar em nada. Nem ela mesma sabia mais sobre tudo o que acontecia a sua volta.
— Na verdade, eu prefiro te levar e deixar dentro dela. Acho mais seguro. — Minhyun, por sua vez, estava inteiro, mal tinha bebido uma garrafa inteira de soju. — Vem, cachaceira, eu te levo embora.
Ele se levantou, ajudando-a a fazer o mesmo e abriu a porta do estúdio. Estavam no estúdio dela bebendo e comendo há algumas horas, gastando tempo depois de um período sem se ver. Maya tinha retornado para Seoul havia dois dias e logo já embarcaria para o último show em Tóquio.
— Acho que você pode ir primeiro. Vou ficar aqui, daqui algumas horas eu vou precisar estar aqui mesmo. — Maya se apoiou na mesa, puxando a cadeira e se sentando ali.
— Por que você não muda logo sua casa para cá? — Minhyun se abaixou para pegar as coisas do chão, deixando tudo organizado para ela. — Não vou insistir porque eu te conheço… — Se aproximou dela, deixando um beijo em sua testa e se despedindo. —A gente se vê?
— Vocês vão para Tóquio?
— Claro! Baekho já reservou nosso hotel e tudo. Não perco por nada. — sorriu e ela o abraçou, deixando um beijo no pescoço dele por estar sentada.
— Te vejo em Tóquio então! — Maya sorriu empolgada, com os olhos brilhantes.
Minhyun selou a testa dela outra vez, mais demorado, e então saiu, deixando-a sozinha. Não demorou muito e ela estava quase pegando no sono no sofá cama que tinha em seu estúdio, quando o celular começou a tocar freneticamente. Ela recebia imagens de um número desconhecido, e em todas as imagens era Soojin e Wonwoo entrando no prédio da Hybe.
Sentiu o coração acelerar e levantou-se rapidamente, pegando suas coisas. Não queria encontrar ela e tampouco ficar no mesmo ambiente. Era melhor ir para casa. Logo quando abriu a porta, Maya deu de frente com Yoongi do outro lado do corredor, passando em direção ao seu estúdio. Conhecendo-a tão bem quanto conhecia, ele notou como Maya parecia transtornada.
— May? Está tudo bem? — perguntou.
— Está sim. — Ela foi curta e grossa, seguindo para o elevador. Ele a seguiu.
— Maya, você está bêbada… Vai dirigir assim? — insistiu, notando a chave na mão dela.
— Sim. Vou para casa. — O elevador parou e ela entrou, Yoongi foi atrás. — Você está indo embora também? — Maya perguntou.
— Não. Eu vou levar você.
— Não preciso. Eu vou sozinha.
— Maya, você não está em condição. Por favor. — Ele tentou pegar a chave da mão dela, mas Maya se desvencilhou, espalmando o peito dele.
— Eu não quero ficar perto de você agora e jogar em você o meu ódio. Tem quase um ano que eu lido com a saudade de você, Yoongi, e agora eu ‘tô muito sensível. Então, fica longe, por favor.
A porta abriu e Maya saiu, deixando-o confuso e para trás. Depois de alguns segundos, Yoongi caiu eme si e a seguiu, mas Maya já estava dentro de seu carro.
— Maya, abre a porta! — parou na frente, espalmando o capô. — Sai desse carro!
— Não! — Ela acelerou. — Sai você daí!
— Maya! Me conta o que aconteceu para você estar assim, vamos conversar e você se acalma. Então, depois vai embora… Por favor. — Yoongi estava se assustando com o estado dela.
— Eu ‘tô falando sério. — Maya deu ré e tentou sair com o carro pelo lado para não acertar ele, mas Yoongi saiu da frente. A primeira coisa que ele fez ao ver ela saindo da garagem, foi ligar para Seokjin.
— Você sabe de alguma coisa? Por que a Maya está transtornada?
— Ela está? Bem, eu acho que tem a ver com a Soojin. Recebi umas fotos estranhas…
— Ah, merda!
— Por que? O que está acontecendo?
Yoongi mal ouviu e respondeu, disparou até seu carro e saiu cantando pneu em uma alta velocidade. Confiou no próprio instinto, sentindo o coração apertado, pensando que deveria ter sido mais taxativo, tirado a chave dela, ou a pegado no colo. Não estava pressentindo uma coisa boa.
E foi ao virar na segunda avenida do trajeto, que ele obteve a resposta. Mais à frente do principal cruzamento, havia um carro no meio da pista, batido, causando uma fila de congestionamento. Ele não pensou, parou e desceu chamando a atenção e correndo.
Não era o de Maya, porém.
— O que houve? — perguntou a um cidadão qualquer.
— Dois carros colidiram, o outro capotou. — O senhor apontou para frente e ele seguiu com o olhar, vendo a BMW de lado.
Era a BMW branca de Maya.
Minutos depois, a notícia já estava correndo em todo lugar e ninguém havia tido informações de Maya ou Yoongi.
No grupo dos Bangtan…
Jimin: Alguém já conseguiu falar com o Yoongi?????
Jungkook: É sério o que está passando na TV?
estava acordada, ainda trabalhando em seu escritório, mas o corpo cansado de duas noites sem dormir começava a mostrar que ela precisava sair dali e ir para cama. Entrou no quarto e viu que Mason parecia estar agitado em um sono perturbado. Entrou na suíte tomando um banho rápido e se enrolou na toalha à caminho do closet. Preocupada, decidiu olhar de novo se Mason estava bem. O celular dele ainda brilhava com a tela aberta, e o noivo parecia estar em um longo pesadelo. se aproximou para tentar acordá-lo, mas o celular dele tocou novamente, silencioso. Ela pegou-o na mesa de cabeceira e atendeu a uma ligação de Chae.
— Chae? Oi… É a , aconteceu algo?
— ! O Mason precisa vir! — A voz da agente de Maya era assustada, preocupada e um pouco desesperada — Maya sofreu um acidente saindo da Hybe! A BMW capotou! Estamos indo pro hospital na ambulância, por favor, , eu preciso que ele venha, não avisei os pais dela ainda…
— Meu Deus! Nós já vamos! Não avise os pais dela ainda, espere o Mason decidir… Ela… Ela está muito machucada?
— Está desacordada ! — chorava — O Yoongi me avisou, ele está desesperado seguindo a gente…
— Ok, ok! Até breve, qualquer coisa me liga!
desligou o aparelho dele, desesperada. Respirou fundo, tentando se manter calma e se aproximou da cama de novo. Sentou na beirada ao lado de Mason e o chamou, acordando devagar.
— Mason… — Ele não acordava, então o chamou pelo nome do meio dele, que havia descoberto recentemente — Do Hwan… Acorda…
Mason se remexia um pouco e na segunda vez que o chamou ele acordou. Levou a mão aos olhos e se ergueu sentando na cama, então viu o encarando ainda de toalha ao corpo e se alarmou.
— O que está acontecendo?
— Você estava tendo um pesadelo…
— Sonhei que a Maya se machucava … Foi tão desesperador! — Mason suspirou e se aproximou abraçando que, ficou um pouco sem jeito, mas acariciou os cabelos dele de forma confortante.
— Mason, eu preciso que fique calmo…
Mason se separou dela, assustado a encarando.
— A May… Nós temos que ir o mais rápido possível para o hospital. Ela sofreu um acidente de carro e Chae acabou de ligar para o seu telefone, por isso te acordei e…
Como um tufão ele se levantou dando a volta ao corpo de na cama e fez apenas uma pergunta:
— Qual o estado dela!?
— Não sei, a Chae apenas informou que estava desacordada…
Igualmente rápida, se levantou indo ao closet e escolhendo as roupas e lingerie que vestiria e trocou-se ali mesmo ao ver que Mason estava no banheiro. Em seguida ela pegou as coisas dela: documentos, celular e carregadores, e igualmente pegou a carteira de Mason com os documentos dele e telefone enquanto ele se vestia, e o avisou.
— Vou ir tirando o carro e avisar à Nari que estamos saindo, já peguei seus documentos e telefone!
Disse e saiu apressada para a garagem, informou à Nari pelo interfone dos funcionários o que houve e pôs-se à garagem. Dentro do carro engoliu a seco uma cápsula a mais de cafeína e esperou Mason entrar no carro.
•••
Taehyung para Yoongi: Estão noticiando que você estava no local do acidente, é verdade? Vocês estão em que hospital?
Taehyung para Sara: Sara, me diz o que está acontecendo! Qual hospital ela está? O Yoongi estava com ela? Que notícias vocês tem?
Sara para Taehyung: Tae, eu não tô sabendo! A Chae não atende e nem o Yoongi! Se ele te falar alguma coisa, por favor, avisa a gente!
Taehyung para Sara: Obrigado, pode deixar que eu aviso sim…
Taehyung para : , está tudo bem? O irmão dela…Você… Quer dizer… Eu… Enfim, se precisar de alguma coisa… Eu gostaria de notícias do Yoongi também…
Ao ver o carro de Maya capotado de lado, toda amassado, Yoongi sentiu as pernas fraquejarem e o coração falhar. Ele iria ao chão, mas o senhor em sua frente que lhe deu a informação, segurou em seu braço mantendo-o em pé.
— Espera, você não é o… — Não finalizou a fala, apenas olhou em volta, vendo a movimentação dos curiosos em cima dele e puxou de seu bolso uma máscara fechada em um saquinho, assim como vestiu o proprio boné nele. — Acho melhor colocar isso… — O cidadão se referiu à máscara.
Yoongi apenas assentiu, com quase nenhum dos seus sentidos funcionando. Respirou fundo, unindo forças de onde não tinha, e movido pelas sirenes foi se aproximando pelo caminho até o carro.
A adrenalina tomou conta do seu estado quando deu a volta e viu que o espelho da frente estava quebrado por inteiro e Maya tinha o corpo por cima do capô, parcialmente pendurada e presa pelo cinto, mas toda machucada e desacordada.
Tudo ocorreu em câmera lenta: o período em que as autoridades chegaram, reconheceram ela, jornalistas começaram a surgir cobrindo o local e ela foi cuidadosamente retirada do meio das ferragens. Até Chae chegando após ver tudo pela TV, cercada de seguranças para que Yoongi também tivesse sua imagem protegida, ele não sentiu nada. Era como se estivesse amortecido.
Quando chegou no hospital, com os seguranças em seu encalço e decidido a não arredar o pé dali, Yoongi foi direto seguindo a direção do corredor que levavam Maya.
— Yoongi, por favor, saia daqui! — Chae o parou, mas ainda seguia junto com a maca que era arrastada com Maya.
— Não! Eu vou ficar aqui. Eu não vou embora.
— Daqui para lá só pode passar um, quem vai? — A enfermeira interrompeu o início de discussão deles, ficando com os dois entre a porta da emergência e o saguão. Maya já estava para dentro.
A imagem dela com um balão de oxigênio, as coisas que ouviu sobre pressão arterial, os medicamentos que foram injetados durante o caminho, fez com que Chae sentisse ânsia e não conseguisse se manter firme. Olhando para Yoongi, ela desabou.
— Por favor, Chae…
— Eu… Eu… Eu vou vomitar e esperar Mason aqui. Ele está vindo para cá. Você… — Ela engoliu o refluxo. — Eu vou vomitar. — E se virou, indo para uma lixeira, enquanto Yoongi entrou com a enfermeira.
Outra vez parecia que estava dentro de uma cápsula. Ficou em uma espécie de sala de espera diante de uma outra em que ela estava, onde os primeiro atendimentos aconteciam. E ele via a movimentação pelo vidro. Além daquela imagem de correria, tinha a TV transmitindo ao vivo as informações.
“Acidente trágico pode ter tirado a vida de Maya Cafrey.”
“Motorista causa acidente envolvendo o carro de Maya Cafrey e foge do local; ainda não há noticias oficiais sobre o estado da rapper e produtora.”
“Por que Suga do BTS estava no local do acidente? Veja imagens.”
— Senhor… Senhor? — ouviu a voz da enfermeira o chamando e voltou sua atenção a ela.
— Sim? — Yoongi viu que ao lado dela havia um médico.
— Este é o doutor Hwarang, ele é o chefe do trauma. — Ela os apresentou.
— Ah, sim. Yoongi. Min Yoongi. — Yoongi o cumprimentou. — E qual é o estado dela?
— Ela será levada agora para a sala de cirurgia. A senhorita Maya teve um traumatismo craniano e está com uma hemorragia no abdômen que iremos conter na mesa cirúrgica. A caminho do centro cirúrgico já teremos o resultado da tomografia e pedirei que venham atualizá-lo dos procedimentos a serem feitos. O estado dela é grave, senhor Min, também faremos um raio-x para identificar fraturas. Atualizaremos assim que tivermos novidades. Por hora, peço que acompanhe a senhorita Lim até a espera VIP.
— S-Sim, Doutor… — Yoongi respondeu baixo, sem forças. O médico o cumprimentou em despedida, no exato momento que a sala foi aberta e a maca de Maya saiu. — May!
Ele foi rápido, acompanhando-a. Já estava parcialmente mais limpa, com os cortes do rosto pelos estilhaços menos grotescos, com uma máscara de oxigênio em seu rosto. Mas ainda assim era assustador. Um dos enfermeiros que a arrastava deu espaço para que Yoongi chegasse perto, seguindo com eles.
— Maya, eu preciso que você seja forte. Eu preciso que você volte. Eu passei todo esse tempo sem você, mas eu não vou conseguir viver a vida toda com a sua ausência. Por favor, seja teimosa e volte. Volta pra mim. Volta e eu cuido de você. Eu cuido das suas inseguranças. Eu cuido da gente… — Ao chegarem à porta do centro cirúrgico, eles pararam. — Seu trabalho é voltar e o resto deixa comigo, neném. — apertou a mão dela a última vez, ficando para trás com a enfermeira Lim.
Quando a maca, os médicos e, principalmente, Maya sumiram de sua vista, Yoongi sentiu um aperto no peito o consumir. Passou as mãos no rosto, puxando para o cabelo que já não tinha mais o boné do senhor que lhe deu na rua, e em silêncio acompanhou a enfermeira até a espera VIP, onde Chae já estava sentada e parecia um pouco mais calma.
— E aí!? — Chae se direcionou a ele rapidamente, desesperada.
— Eles levaram ela para a cirurgia. Por hora só sabem que foi um traumatismo craniano e está com hemorragia no abdômen, irão nos atualizar em instantes. Ela está com várias fraturas no corpo e… ele disse que é grave.
— Céus… — Chae suspirou, passando as mãos no rosto. — Eu… merda! — ralhou ao ver o que era noticiado.
“Maya Cafrey se envolveu em acidente de carro nesta madrugada. O carro que ela dirigia capotou pela avenida sentindo Gangnam-du, após ser fechada por um outro motorista que vinha dirigindo na mão contrária. Embora a policia confirme que Maya dirigia sob efeito de álcool, não foi ela quem causou o acidente e o outro motorista era quem vinha em alta velocidade. Segue imagens captadas pelas câmeras de segurança com alerta de imagens fortes…”
Yoongi fechou os olhos, virando o rosto para o outro lado. Não queria ver aquilo. Mas Chae viu.
— Minhyun me disse que eles beberam demais e ela disse que não iria para casa… Que ficaria na empresa.
— Ela viu alguma coisa sobre a Soojin estar no prédio da Hybe e não quis ficar.
— A Soojin? O que ela estaria fazendo lá?
— Não sei. O Jin disse que também recebeu umas imagens estranhas…
— É coisa articulada dessa garota! Só pode! A obsessão dela pelo Seokjin e ter a mesma popularidade da Maya é doença! Olha isso!
— Eu não quero saber de Soojin agora, Chae. Eu realmente não quero. — Yoongi foi até o sofá, sentando-se com o corpo pesado.
— E o que você estava fazendo no local do acidente? Seu nome está em tudo que é site e tem fotos! O CEO deve estar louco atrás do seu agente… — Chae se direcionou a ele, sentando-se ao lado dele.
— Eu vi ela saindo do estúdio. A segui até a garagem, mas a Maya é muito teimosa! Ela é pior que uma porta e isso pode estar custando a vida dela! — bufou, nervoso. —Ela não me deixou levá-la, dizendo que não conseguiria ficar do meu lado… Um papo bêbado de descontar o ódio em mim.
— Sexo. Ela estava falando de usar isso para canalizar a raiva… — Chae revirou os olhos.
— Que fosse! Eu preferia mil vezes ser enxotado da casa dela depois de transar do que estar aqui agora, agoniado! Como é que eu vou olhar para o Mason agora e dizer que eu poderia ter evitado tudo isso, mas deixei a irmã dele seguir adiante com o carro?
— Yoongi, você não tem culpa alguma. A Maya é escorregadia… Ela sempre foi. Ela sempre escorregou pelos seus dedos. — tocou o ombro dele. — Seja confiante, okay? Afinal, ela é teimosa…
— Eu faço tudo, Chae, eu juro. Eu só quero que ela volte. E eu juro pela minha vida que ela não vai mais escapar de mim, jamais. Eu não vou permitir que ela fique longe de mim. Eu tenho que cuidar dela. — fungou olhando para outra direção, vendo Mason surgindo pela porta com .
— Pode deixar que eu assumo a bronca. Fica calmo e confie. — Chae se levantou, tocando o ombro dele, ao ver Mason romper o ambiente como um furacão.
•••
Mason pegou o próprio telefone na bolsa de enquanto ela dirigia, após ligar o rádio e ouvir notícias.
— Mason, não faz isso! Não procure notícias, espere chegar lá, esses jornais são terríveis. Tenta falar com seus pais, saber se a notícia chegou neles…
— Preciso saber como ela está! Preciso saber que está viva, !
— Essa não é a melhor opção, sabe que os noticiários vão… — fugiu o olhar dele voltando a concentrar no trânsito ao vê-lo ignorar o que ela dizia.
— Você mexeu na senha do meu celular? — perguntou nervoso em tom autoritário.
se chocou e o olhou confusa até olhar a mão dele. Eles eram mesmo iguais, até na capinha.
— Este é o meu!
Mason percebeu que a foto de fundo da tela era de um gato, e não uma imagem sóbria.
— Você pode dirigir mais rápido? — Ele pediu de novo, no mesmo tom auutoritário e desesperado.
— Claro, se quiser outro acidente! — E respondeu no mesmo tom enérgico.
Entendia a situação dele, mas descontar nela não adiantaria. Mason, por fim, viu as notícias pelo celular e agradeceu pelos pais ainda não terem descoberto-as. Do contrário já teriam entrado em contato com ele. Queria ser ele a avisar.
pensou que o caminho principal para o hospital estaria bloqueado e pegou um atalho. Furou um sinal de trânsito fazendo uma bandalha, e entrou na rua seguinte como um carro de fórmula um, dando conta de controlar o volante mesmo com todo o cansaço que sentia.
Mason não falava nada, se mantinha sério com os olhos fechados e não percebeu quando ela chegou na parte de trás do estacionamento do hospital. se identificou na guarita e não demoraram a levantar a chancela. Ela estacionou bem perto da porta de emergência.
— Desce, vou arrumar uma vaga. — Ela falou tocando o joelho dele.
Mason abriu os olhos e notou que ela parou o carro finalmente no hospital. Desceu e jogou telefone e bolsa dela no banco, entrando correndo pelas portas da emergência. estacionou e, também rápida, ela pegou o celular dele e sua bolsa no banco do carona. A carteira de Mason estava ali, e ele precisaria para entrar. Se apressou também correndo e puxando a identificação civil dele na carteira. Quando se aproximou, Mason discutia na recepção.
— Aqui, a identificação dele. E essa é a minha. Por favor, dê informações da irmã dele, e eu preencho o que precisar aqui.
Mason olhou para desnorteado e andava em círculo mexendo no cabelo.
— Ah, sim… — A enfermeira viu o documento dele — Senhor Cafrey, sua irmã está em cirurgia. O senhor será levado até a ala VIP onde o namorado e a agente dela estão aguardando.
Uma outra enfermeira o acompanhou logo que essa pediu, e ele olhou para que só fez sinal para que Mason seguisse, mas enérgico ele protestou para a outra enfermeira do guichê:
— Ela é minha noiva! Ela tem que vir comigo!
— Ah, tudo bem. — Notando o desespero e descontrole do familiar, a enfermeira sorriu para . Também considerou o fato de serem pessoas VIP importantíssimas e que nada daquilo deveria se tornar um tumulto e informou à D’Blanco: — A senhorita pode ir, eu subirei depois para preencher com vocês os papéis e termos da paciente que ficaram incompletos…
A enfermeira devolveu os documentos dos dois, e quando chegou perto de Mason ele pegou a mão dela apertando firme, puxando-a apressado ao elevador. Dentro do elevador, ele encarava a outra enfermeira, aflito.
— Como a minha irmã está?
— Foi um acidente grave, mas felizmente ela chegou rápido e teve primeiros socorros rápidos também senhor. — A enfermeira Lim falou em tom calmo, a fim de tranquilizar minimamente o irmão da vítima — Os acompanhantes acima já falaram com o médico responsável pelo setor de trauma, e logo o senhor terá também informações mais precisas da sala cirúrgica.
Mason suspirou pesaroso e apertou mais a mão de , que tocou na dele, com as suas próprias fazendo um carinho ali. E assim que saíram, viram Chae e Yoongi. Mason de novo saiu arrastando , apressado.
— O que houve com ela? Como esse acidente aconteceu!? E qual o estado dela!? — dizia perguntando desesperado para Chae e Yoongi — Por que isso aconteceu, Yoongi? Por que você não está machucado? Você não estava com ela?
— Mason! — disse dura segurando o rosto dele — Se controle! Você precisa estar minimamente calmo para ouvir tudo e contornar a situação, pense nos seus pais que precisarão se apoiar em você! Não é o momento de se desesperar! Calma! Estamos com você e com a Maya aqui!
Mason assentiu e respirou fundo, olhando novamente para os dois que esperavam ali. Yoongi olhou para , segurando as lágrimas. Ela foi até ele e pegou em sua mão apertando também e acalmando:
— Não se culpe! Tenho certeza que você tentou evitar isso tudo, certo?
Chae automaticamente corrigiu sua postura ao ver Mason e ser questionada por ele. Respirou o mais fundo que podia. Sorriu para sendo atenciosa à Yoongi, sabendo que ele estava sim explodindo em culpa e dor, mas o conhecia suficientemente para saber que as paredes dele eram fechadas. Enquanto dava atenção ao amigo BTS, ela focou no irmão de Maya:
— Mason, você quer ligar para os seus pais agora? Eu acho que os médicos devem aparecer com mais notícias em alguns instantes, estavam apenas aguardando os exames mais precisos que foram feitos a caminho da cirurgia…
Yoongi, entretanto, não soltou as mãos de . Ele tremia.
— Ela é teimosa. A Maya é muito teimosa. — Disse simples, como uma forma de ser positivo. — Me desculpa, Mason, eu… Eu tentei-…
— Yoongi. Não. — Chae o cortou. — Ela vai ficar bem, vocês dois precisam ser positivos e se acalmarem. Agora é importante uma ligação sua para os seus pais, Mason. Onde eles estão no mundo? As notícias já cruzaram fronteiras, não se fala de outra coisa… Não seria legal eles terem a notícia assim, nem a Makkie.
— Mase, vamos lidar com a burocracia, certo? — informou a ele sentindo o gelo da mão de Yoongi — Quer que eu ligue para os seus pais?
— Não! Esse é o meu dever! Eu só não queria informar a eles que não sei nada! Chae pode ao menos dizer o que os médicos disseram a vocês?
Chae olhou para que assentiu e contou. Mason ouvia a tudo assustado, e olhou para a noiva com uma esperança de que ela traduzisse aquilo. respirou fundo.
— Trauma craniano sem hemorragia cerebral, certo? — perguntou para Chae.
— Ele não falou nada disso, só que ela está desacordada por conta do trauma.
assentiu e disse ao Mason:
— A questão do traumatismo depende do que a tomografia disser, mas não ter sangramento e nem edema é bom sinal… Precisamos aguardar. Sobre a hemorragia abdominal é mais problemático, significa que ela teve rompimento de órgão interno, então a gente precisa confiar que os médicos encontrarão uma situação reversível, não tem boa notícia até que eles venham nos dizer, Mason. Isso é tudo o que eu posso te dizer com toda a franqueza. Agora, vamos rezar… — Ela apertou a mão de Yoongi tentando passar confiança a ele: — A Maya é teimosa sim, e ela não vai se abater, vamos confiar.
Mason começou a chorar e sacudia os cabelos andando em círculo. soltou a mão de Yoongi pedindo para ele se sentar. E pegou o telefone de Mason na sua bolsa.
— Me deixa explicar aos seus pais… Liga e eu falo.
Mason pegou o telefone da mão dela, mas saiu de perto para dar a notícia à família. Não queria deixar ela, nem ninguém informar nada.
suspirou cansada, exausta, e se virou para Chae aconselhando enquanto pegava seu próprio telefone.
— Emita uma nota nas redes da May. Eu vou emitir na minha também, assim a gente cala um pouco a imprensa. Só esperar ele falar com os pais dele primeiro. Mas acho bom dizer que, o Yoongi por ser colega de empresa é amigo dela e por acaso estava no caminho quando soube do acidente e foi até lá, já que ele viu Maya sair da Hybe no carro descrito. E sobre a saúde dela, vamos ser genéricos, ela está sendo atendida pelos médicos, em quadro estável, e aguardamos mais informações. Nada de falar do quadro clínico real, ok? Isso pode gerar mais tumulto…
se sentou ao lado de Yoongi, e pegou seu telefone vendo as mensagens de Nari, de Luna, Rafael, Carlos, e seus pais. Souberam da notícia e estavam preocupados, e igualmente viu a mensagem de Tae. E respondeu a todos:
no Grupo “Família D’Blanco”: Olá a todos, quando puder noticiá-los melhor, eu informarei. Estou com o Mason no hospital acompanhando tudo e ela está sendo atendida. Requer cuidados. Por favor, não noticiem nada caso a imprensa ou curiosos falem com vocês. Acho que nem preciso dizer o quanto a privacidade da família Cafrey deve ser mantida, mas reforço o pedido família D’Blanco.
para Nari: Não sabemos Nari, mas já chegamos, por favor, prepare uma malinha para mim e para o Mason, com roupas e itens pessoais de higiene. Se o conheço como penso, ele certamente ficará aqui e pelo menos hoje e amanhã, eu ficarei com ele. Peça ao Kai para trazer.
para Taehyung: Yoongi está bem fisicamente. Ele socorreu a Maya por seguir ela, mas não está ferido. No entanto, ele está bem traumatizado. Foi demais para ele, seria bom se ele tivesse apoio de um de vocês, me parece que está sem o celular também. Então, se puder, informe sua empresa e agentes. Sobre a Maya, nós ainda estamos esperando notícias mais certas, só recebemos diagnóstico pré-cirúrgico. Mantenha tudo confidencial por favor, digo… Da Mídia… E informe as amigas dela que Chae está aqui também, mas ocupada. E obrigada pela preocupação e apoio…
Sentiu-se estranha de falar com Tae daquele jeito no lugar de alguém “da familia”, mas nem teve tempo de processar aquilo. Mason apareceu do lado dela.
— Eles falarão com Makkie e estão vindo para cá no jatinho, direto de Nova Iorque. Me pediram para segurar as pontas… Notificar a imprensa com cautela…
O herdeiro Cafrey se sentou ao lado de e ela contou seu plano para ele, que aprovou. Então, ela e Chae soltaram as notas oficiais. logo olhou para Yoongi e o abraçou, dizendo a ele:
— Informei ao Tae, ok? Logo alguém vai estar aqui contigo, não se preocupe… Deixou o telefone na Hybe, não é?
Yoongi assentiu silencioso ainda abraçado a ela e cheio de culpa nos olhos.
— Ela vai ficar bem! Você foi rápido ao chamar a Chae e o socorro, e fez muito bem de acompanhar ela até aqui! Eu tenho certeza que ela vai sair dessa, tá?
falou ao Yoongi, mas olhava para o Mason também, confortando aos dois. Pegou na mão de Yoongi que apertou-a agradecido e sentiu Mason pegar a sua outra mão também a apertando. Ela suspirou e fez um carinho na mão do noivo com o polegar.
— Me diz, , quais as piores hipóteses nesse caso? — Mason perguntou baixinho e assustado.
— Eu vou te dizer a melhor hipótese. Ela receberá transfusão e vai se recuperar sem sequela. Não vamos entrar nesse caminho de pessimismo, Mason!
— Ela pode morrer?
encarou os olhos dele e suspirou sem responder, olhou para frente, brava, por ele não controlar o medo e ficar pensando no pior.
— Para morrer basta estar vivo, Mason. Você precisa confiar nos médicos e mandar pensamento positivo à sua irmã. E não tentar calcular os riscos de um fracasso lá dentro, porque isso não é tão prático assim. Feche os olhos e ore.
Mason não se sentia bem. Precisava que o médico surgisse pela porta o quanto antes e dissesse o que ele queria ouvir: “Foi um sucesso, ela está estável, e vai melhorar”.
Hwarang Yunho, o médico, passou pela porta ainda em suas vestes do centro cirúrgico, acompanhado de uma segunda médica. Já fazia um certo tempo desde que Maya tinha ido para a cirurgia.
Yoongi se levantou em um pulo, soltando a mão de .
— É o médico dela. — disse, indo até ele. — Doutor, quais as notícias? Como ela está?
— Senhor Min. — O médico foi educado, e viu Mason, Chae e também se aproximarem com certa pressa.
— Este é Mason Cafrey, doutor, irmão da Maya. E a noiva dele, D’Blanco. — Yoongi apresentou.
— Como ela está, doutor? Qual é o quadro clínico? Ela está fora de risco? — Mason foi perguntando sem pausas.
Hwarang tirou os óculos, coçando os olhos ao ser bombardeado de tanta preocupação. Trocou um breve olhar com a mulher ao seu lado antes de prosseguir.
— O caso da sua irmã é muito delicado, senhor Cafrey. — Seu tom foi sutil ao noticiar. — Esta é a doutora Younjeen, ela é neurocirurgiã e assumiu a cirurgia com prioridade para o tratamento do trauma, pois no caminho da preparação, a tomografia nos mostrou um foco de hemorragia e descobrimos que Maya entrou em um estado de herniação cerebral…
— Isso acontece quando a pressão dentro do crânio aumenta, fazendo o cérebro ser empurrado através de pequenas aberturas normais nas camadas de tecido que dividem o cérebro em compartimentos. — A doutora Younjeen explicou com calma. —Há algumas formas de tratar, mas nós optamos por prevenir que o pior acontecesse com a paciente, porque também precisamos tratar a causa. Mas neste caso, tratar a herniação é o mais importante, portanto, fiz uma craniectomia para oferecer espaço para o cérebro inchado e reduzir a pressão. Com isso foi possível tratar a hemorragia abdominal, e também a cerebral.
— E o que isso quer dizer? — Mason disparou, desesperado, olhando para . — Ela vai ficar bem?
— Como disse, o estado de sua irmã é um pouco delicado, senhor Cafrey. Depois de controlar as hemorragias e garantir que a pressão se mantivesse estável, continuamos e descobrimos que um dos rins de Maya já estava debilitado devido à diabetes, mas pelo trauma ela sofreu mais lesões. Tentamos de tudo, mas não será possível recuperar o órgão. Maya irá precisar de um transplante.
— Por enquanto, o mais importante é garantir que durante as próximas 24 horas o crânio não volte a sofrer com a pressão. Ela teve uma lesão cervical, mas sem esmagamento, então não corre o risco de não voltar a andar por este motivo.
— Como assim?
— Tudo o que o corpo dela irá precisar se recuperar vai ser do rim lesionado e, principalmente, a herniação. A recuperação para quem passa por esse quadro cerebral é muito distante de simples. Nosso tratamento pode prevenir a morte cerebral, mas não garante a boa recuperação. — Hwarang deu uma pausa. — Entenda, senhor Cafrey, as próximas 24 horas serão extremamente importantes para qualquer primeira resposta de Maya. Se o cérebro continuar a desinchar, nós poderemos continuar o tratamento do órgão inferior. Por enquanto conseguimos conter a hemorragia e ela ficará apenas em observação, sendo assistida para que não tenha intercorrências. O crucial é que ela não volte a inchar.
— No momento vamos focar nessa primeira etapa, tudo bem? Ela é bem… — Younjeen trocou um olhar com Hwarang. — … teimosa. Nunca vi uma pessoa reagir tanto à própria pressão alta. Vamos ser positivos, sim?
Chae apertou o braço de Yoongi, um tanto aliviada.
— Doutor. Doutora. E o rim? Um transplante é muito… difícil. Se não houve doador compatível? Como fica? — Yoongi perguntou trazendo à tona a sua maior preocupação desde que ouviu a palavra “transplante”.
— Não se preocupe com isso agora, senhor Min, deixe para nós. Okay? — Hwarang tocou o ombro dele. — O menor dos problemas será Maya ficar por um tempo sem um rim. Ela precisará sim de um transplante, porque o outro também tem lesões, ainda que sejam menores. É apenas uma garantia de qualidade de vida para ela por conta da diabetes.
— Agora precisamos ir. Irão tirá-la do CC e ela será instalada em um quarto de UTI VIP. Avisaremos e a enfermeira Lim os levará até lá. — Younjeen informou.
Chae, que já havia mencionado ao Mason sobre um boletim médico, a pedido da Hybe, seguiu com os médicos para que eles fossem em frente ao hospital dar as entrevistas esperadas e organizadas já pela própria empresa.
— Vocês podem me acompanhar, por favor. — A enfermeira Lim direcionou-os para o corredor dos quartos, levando-os em silêncio.
não parava de pensar nas palavras ditas pelo diagnóstico, estava bastante preocupada, porque o caminho para Maya seria longo e ela é quem teria que dar todo apoio ao Mason, já que além de parceiros na mentira, eles vinham se tornando parceiros amigos.
No grupo do Bangtan…
Namjoon: Alguém tem notícias?
Jimin: Não, mas eu ‘tô indo pra Hybe ver se consigo algo.
Seokjin: Eu ‘tô voltando pra Seoul, alguém já foi até o Yoongi?
Hoseok: A pergunta é se alguém sabe sobre ele! Ele não atende!
Taehyung: Ele está no hospital. Ele não estava no carro com a Maya, só no local, e o hyung está um caos.
Jungkook: Alguém deveria ir ficar com ele! A Minji acabou de me contar tudo, ela falou com a Chae. Os médicos deram um boletim agora mesmo na TV, disseram que o quadro dela é estável e está bem, mas é mentira.
Jimin: Cheguei na Hybe, Sejin me contou a verdade.
Seokjin: Que verdade?????? Alguém pode falar logo???
Jungkook: A Maya está mal, hyung. Alguém precisa ir lá ficar com ele, eu ‘tô em Jeju, mas já estou indo embora.
Jimin: Sejin me proibiu de sair daqui.
Hoseok: Estou saindo de Gwangju com a Dami.
Namjoon: Estou chegando no hospital.
Taehyung: E eu ‘tô aqui, acabei de chegar.
Mason estava desolado tal qual Yoongi. Yoongi e seguiram a enfermeira com zero reações, a D’Blanco se sentia ainda preocupada com tudo o que ouviu. Precisava sanar algumas dúvidas antes que Mason retornasse da reunião com Chae e os médicos, relacionada à entrevista para a imprensa na porta do hospital. Assim que a enfermeira os deixou no corredor, ela se afastou de Yoongi com cautela, e caminhou até a enfermeira de novo.
— Com licença,a senhorita estava na sala cirúrgica, não é? — perguntou baixinho e a enfermeira assentiu em silêncio. — Por favor, em relação à atividade cerebral dela, após o procedimento de drenagem da hemorragia e craniectomia… Sei que ainda é cedo para um diagnóstico, precisamos aguardar, mas, sempre há uma resposta compensatória das sinapses neurais no momento de alívio… Como ela reagiu?
— A Senhorita é a cunhada dela certo? — A enfermeira Lim perguntou baixinho, olhando para trás de e vendo que Mason já havia chegado e trocava palavras com Yoongi. Se manteve discreta olhando para a mulher curiosa na sua frente.
— Sim, e eu sou médica, por isso estou conscientemente aflita com isso… — olhou para trás rapidamente e também viu Mason a espiando tal como Yoongi — O coma é muito comum nesse caso e a evolução para M.E. é o que ocorre muitas vezes, além das sequelas…
— Suas preocupações são pertinentes, senhora. Ela teve uma boa resposta compensatória sim, a pressão caiu e a atividade cerebral surgiu por cinco minutos, em seguida ela entrou em coma operatório. Por isso precisamos aguardar, ver se o cérebro vai desinchar totalmente e regular a homeostase, mas é provável que…
— Ela fique em coma por algum tempo… — completou.
— E torcemos que seja breve. — A enfermeira consolou e sorriu amena, se despedindo em seguida: — Eu preciso ir agora, tudo bem?
— Sim, obrigada!
suspirou e não se virou imediatamente. Mason se levantou do banco em que havia sentado com Yoongi e continuado a espiá-la, ao notar que ela estava reticente após a saída da enfermeira e foi até ela. Quando se virou, ele segurou-a pela cintura, a fim de prender o olhar dela nos seus, e notou a noiva encarando os olhos dele analíticos.
— Eles não me disseram alguma coisa, não é?
— Na verdade, não é isso, Mason… A situação é mesmo muito delicada e mais depende das respostas fisiológicas dela do que dos médicos.
— Então porque você está preocupada assim? Você tem hipóteses ruins na cabeça não tem?
— Claro que não, Mase! — segurou o rosto dele de forma carinhosa — Você precisa saber que há probabilidade dela melhorar desse quadro, mas não acordar por um tempo. O tempo não podemos precisar o quanto, mas vamos torcer para ser breve. No entanto, o coma não é um inimigo se as funções cerebrais dela continuarem, ele pode ser um sinal do corpo se restabelecendo. Mas, vamos rezar pra ela se recuperar etapa por etapa, certo?
Mason assentiu e deixou uma lágrima cair, embora ele nunca ou quase nunca chorasse. Abraçou de forma firme e forte. Ela devolveu o abraço a ele, e puxou o noivo para voltar a se sentar. Abraçou Yoongi o confortando também, e sentou entre os dois. Estava faminta e as olheiras não podiam ser facilmente disfarçadas, ainda mais que não passou maquiagem antes de sair. Três noites e dois dias sem dormir, seu corpo parecia que iria desligar a qualquer momento, assim que o efeito das pílulas de cafeína acabassem. Queria levantar, mas Mason não soltava a mão dela e tinha a cabeça apoiada em seu ombro. Diante de tudo aquilo, ele não notou o quanto estava mais preparada para cair no colo dele do que o sustentar. Ela piscou os olhos olhando o corpo do noivo encolhido ao seu lado, e viu Yoongi do outro lado seu, igualmente chocado e pegou a mão dele de novo. Ia falar algo, mas a visão de Chae surgindo com Taehyung ao seu lado, a congelou.
•••
— Obrigada, doutor Hwarang. Obrigada, doutora Younjeen. — Chae agradeceu aos médicos, se despedindo deles, e ao virar-se para a direção em que a enfermeira Lim havia levado Yoongi, Mason e , viu que Taehyung conversava com a mesma enfermeira.
— Eu vou falar com ela, senhor, um momento, por favor! — ouviu a enfermeira pedindo.
— Taehyung! — Chae se sentiu um tanto aliviada ao vê-lo. Sendo chamado, ele seguiu a enfermeira até ela, e logo Chae informou para Lim: — Ele pode entrar.
— Chae. Onde Yoongi está? — Tae perguntou aflito, abraçando a agente de Maya em um abraço solidário e consolador pelo susto ao qual todos passavam.
— Eles foram levados para a área de quartos VIP. — Chae assentiu à enfermeira, seguindo-a.
— É verdade o que os médicos disseram? O estado da Maya é estável? — Tae perguntou se referindo à coletiva dada na porta do hospital.
Chae virou apenas o rosto para ele, pressionando os olhos com força e negando com a cabeça.
— Chae… — Ele suspirou.
— É delicado, Taehyung. Mas ela vai conseguir, sim? — tocou o ombro dele e ele assentiu, entendendo o recado de positividade. — No momento, a gente precisa cuidar do Yoongi, okay? Ele está… — não finalizou, estavam passando para dentro da sala de espera.
— Um caco. — Taehyung completou, olhando o amigo sendo amparado por . Não focou no fato dela estar ali com Mason, por hora sua energia seria gasta em dar o ombro para Yoongi e a si mesmo, afinal Maya era sua amiga também.
— Eu vou verificar se já posso liberar vocês para o quarto. Só um momento, por favor. — A enfermeira anunciou e saiu com Chae junto.
Yoongi, ao ver Taehyung, se levantou apressado e não disse nada, Tae o puxou rapidamente para perto e o abraçou forte, afagando sua nuca em um carinho amigável.
— Ela vai ficar bem, hyung. Ela vai ficar. — disse baixinho, notando o corpo dele trêmulo. Yoongi apertou o ombro de Taehyung com força, tentando se controlar. Sem demorar, Chae retornou.
— Podemos entrar. O quarto dela tem dois ambientes, com uma antesala… — explicou Chae para todos que aguardavam.
Mason levantou rápido trazendo junto pela mão, no mesmo momento que Yoongi se afastou de Taehyung com os olhos vermelhos e molhados, assim como ficou o tecido da roupa do amigo. Taehyung não deixou de reparar como estava estranha e parecia cansada, seguiu com eles.
A enfermeira estava à porta principal e a porta da antessala para o quarto efetivo estava aberta, sendo possível ver outras pessoas ajustando algumas coisas, cobrindo a cama por completo.
Mason ainda estava um tanto travado, mesmo que estivesse ansioso, então Yoongi ia à frente com Chae e ele atrás com , Taehyung os acompanhava por último.
— Precisamos que alguém preencha os papéis que faltam do hospital. Precisa ser alguém da família. — A enfermeira olhou de Yoongi para o casal.
— E-eu vou. — Mason raspou a garganta e Yoongi assentiu, mas incerto. — Acho que preciso de um momento de lucidez antes de vê-la. — soltou a mão de , passando as mãos no rosto. Só então ele notou que ela não estava bem, mas sabendo que ela iria negar e tirar a atenção de si, não fez alarde. Pediu calmamente: — Você fica aqui? Aproveita e descansa um pouco, okay? — beijou a testa dela, olhando para a enfermeira. — Vamos.
Yoongi não esperou a conclusão dos dois e se afastou de Chae, ficando parado na segunda porta, criando coragem. Ao poder ver a cama, pelos enfermeiros que foram saindo, ficou mais calmo. Ela ainda estava ali.
Deu passos adentro, tremendo por completo, e alcançou a cama, colocando as mãos na aba de segurança erguida. Os olhos encheram de lágrimas que saíram sozinhas e quietas.
— Ela está nessa posição para maximizar o fluxo venoso e ajudar a minimizar a pressão intracraniana. Você pode falar com ela, é importante que receba estímulos. Ela não está sedada. — A última enfermeira ali, que fazia anotações, disse a ele. Trocou a formal reverência e saiu.
Yoongi voltou a olhar para Maya e suspirou. Ela estava cheia de aparelhos, entubada e com uma faixa cobrindo toda sua cabeça. Os cortes no rosto eram inúmeros. Ele queria tocá-la, mas estava com medo.
— Oi, neném. — Ele fungou o nariz, segurando a mão fria dela. — Sou eu. Yoongi. — suspirou, sem saber o que dizer em meio a tantas coisas que poderia falar. — Eu não vou ficar me declarando para você, Maya, não agora. Quero fazer isso quando você estiver acordada e eu puder olhar em seus olhos, ver seu sorriso. Ver você revirar os olhos quando eu disser que te amo e não vivo sem você, ouvir sua voz reclamando que eu preciso ser menos apaixonado e lembrar que você é um espírito livre… Eu só vou dizer que te amo quando você voltar, Maya, quando você voltar pra mim. — Ele olhou para trás, vendo e Taehyung em uma conversa, tirando um tempo. — Eu tô te esperando desde a primeira vez que te vi, desde o primeiro momento que te beijei. Eu te espero todos os dias, neném. O tempo todo. Por favor, não me faz esperar em sua ausência, você prometeu que jamais quebraria o meu coração.
Yoongi não aguentou, chorando compulsivamente. Em um instante, sentiu uma mão em seu ombro, assustando-se e virou para trás, vendo o sorriso acolhedor de Namjoon.
— Ela vai voltar, hyung. Ela vai.
•••
Assim que Mason saiu, notou os olhares de Taehyung sobre si. Eles entraram no quarto e viram Yoongi ir direto para cama de May. observou o corpo dela deitado e ouviu as palavras trocadas pela enfermeira. Deu alguns passos em que pudesse ver o monitor, e observou os números e sinais vitais ali. Estável. Isso era bom, estava fraca, mas estava respondendo. Cruzou os braços em um aperto contra si, e deu passos para trás dando privacidade ao Yoongi, e então sentiu as mãos em seus ombros.
— … — A voz dele soou baixinha, em um ameno de preocupação e ela se virou para ele.
Os olhos dela permaneciam baixos, apesar de ela ter virado o rosto na direção dele, e o sorriso era cansado.
— Obrigada por vir, o Yoongi e a Maya vão precisar muito de vocês…
— E você? Você não me parece em condições de cuidar do seu noivo… Estou preocupado com você.
sentiu vontade de o abraçar ao ouvi-lo dizer que estava preocupado.
— Obrigada, Tetê… — sorriu o chamando pelo apelido que há muito não chamava — Eu estou cansada, só isso.
— Tem certeza? Seus olhos me dizem que não dorme, e eu ‘tô vendo suas mãos tremendo… Você… Eu sei que sua vida anda agitada , mas você precisa se cuidar já que eu não posso fazer isso por você…
— Tae… Por favor. Não fala essas coisas… — Ela pediu sentindo os olhos arderem.
Taehyung em um instinto protetor a abraçou sem aviso, e então sentiu-a desabando um pouco as forças em seus braços, o abraçando de volta. Mas, não durou muito.
— Independente de qualquer coisa, eu ainda quero que você conte comigo para o que precisar, tá? Eu tenho pensado muito em tudo isso, e agora não é o melhor momento, mas eu quero ficar perto, como seu amigo… Então, sempre que precisar, me fala . Talvez eu não possa fazer muito por você, mas quero fazer alguma coisa.
assentiu e pegou a mão dele apertando. Ele notou as mãos dela, frias e trêmulas.
— Melhor você se sentar… Por que está tremendo tanto?
— Cafeína… Tem me mantido acordada.
Tae a guiou até os sofás da antessala que tinha ali, enquanto Yoongi conversava com Maya e os dois cruzaram com Namjoon entrando. Cumprimentaram-se rápidos, e depois que sentaram na longarina da antessala, Tae a perguntou:
— Por quantos dias tem tomado isso? Você comeu hoje?
— Eu ‘tô bem, Tae. Cuida do Yoongi.
Taehyung franziu o cenho preocupado, mas é claro que ela diria que estava bem. Ele viu ela pousar a cabeça para trás, apoiando-a na parede e fechando os olhos.
— Descansa aqui, vou buscar uma vitamina para você e outra para o Yoongi, sei que ele não comeu e nem vai querer comer nada, mas ao menos uma bebida eu e Nam o formaremos a tomar. E você também precisa comer…
— Taehyung não precisa se… — quando abriu os olhos ele já havia saído. Sentindo as pálpebras pesarem, ela apoiou a cabeça ali de novo e por fim adormeceu.
•••
Mason preencheu os papéis todos, e suspirou voltando aos seus sentidos.
— Ei, Mason… — Chae apertou o ombro dele confortando-o. — Ela vai melhorar. A gente sabe que por mais relapsa com a saúde que ela seja, a Maya tem uma grande vontade de viver.
— Estou com muito medo, Chae. Não gosto de imprevisibilidade… E isso tudo é… —suspirou — Enfim, vou fazer como a disse e pensar positivo.
— Isso! Até porque você precisa retomar seu autocontrole. A May precisa da gente… — Chae olhou para direção do corredor onde ficava o quarto e completou — E acho que a precisa de você… Sei lá, eu achei ela estranha, está tudo bem?
— Sim, ela só tem trabalhado muito… Quase não a vi esses dias.
— Não me diga que ela é igual os Cafrey, e se tranca em escritórios! Ela não me pareceu assim quando a conheci… Quer dizer, empolgada e eficiente, ela é, ainda mais com a Gaya que é a menina dos olhos dela, mas essa vibe workaholic…
Mason sorriu fraquinho.
— Eu acho que ela está numa fase… As coisas estão agitadas para ela e com a chegada do casamento… Enfim, ela é mesmo determinada… mas, quem sou eu pra falar não é?
Chae sorriu fraquinho e fez careta dizendo pra ele, zombando:
— Poxa Mason, você precisava ter se apaixonado por alguém diferente de você.
— Bom, para ser sincero ela é bem diferente de mim… Mas, enfim, como ela está? E a Maya, reagiu?
— May ainda está desacordada, o Yoongi está do lado dela na cama… E a , quando eu vi, ela estava dormindo amparada pelo Namjoon. Parece que deu um apagão nela, e o Namjoon disse que o Taehyung estava indo buscar algo para ela e Yoongi comerem.
Mason assentiu e então se lembrou que Nari havia dito a ele que não almoçou e nem jantou, mas Mason pegou no sono antes mesmo de tentar entrar no escritório dela e fazê-la comer.
— ‘Tô sendo descuidado… — murmurou mais para ele, e Chae riu achando graça.
— Está com ciúme do Taehyung? Ora, ora… Algo que não se vê sempre.
Mason arregalou os olhos sem jeito, não era de Tae que ele estava falando.
— Eu vou na cantina também. Preciso de um café, e talvez ele queira ajuda… Fica de olho nas duas para mim?
Chae assentiu e viu Mason sair.
Mason trocou poucas palavras com Taehyung, mas voltou com ele e diversas coisas para alimentar e Yoongi. Embora estivesse um pouco incomodado com a aparência fraca e cansada dela, Taehyung se limitou ao próprio lugar e não interveio quando Mason se prontificou a cuidar da noiva, insistindo que comesse e dormisse em seu abraço, haja visto que se recusou a ir embora também, enquanto ele mesmo mal bebeu uma água.
Então, Taehyung passou a ajudar Namjoon a tentar convencer Yoongi de descansar pelo menos o mínimo, mas ele não quis, não saiu de perto de Maya por um único minuto sequer. Estava sentado na poltrona ao menos confortável que os amigos arrastaram.
Maya havia dado entrada no hospital às três da manhã e entrado no quarto por volta das oito, depois de todo o atendimento no trauma e o procedimento cirúrgico complicado. Inevitavelmente, Yoongi acabou pegando no sono, segurando a mão de Maya e apoiado no próprio braço à beira da cama; Mason cochilava com a cabeça colada à de em seu ombro, mas nem Taehyung ou Namjoon foram embora e sequer dormiram. Estavam atentos.
Foi um pouco depois do meio dia que as enfermeiras entraram e Yoongi acordou em um pulo, assustado.
— Maya! — disse, como quem estava saindo de um sono. Sentiu a mão dela ainda na sua e a apertou, suspirando, vendo que era tudo real.
— Ei, calma… — Taehyung, saindo do sofá ao lado, tocou seu ombro, sentindo-o relaxar.
Yoongi assentiu, passando a mão no rosto e suspirando. Olhou em volta e viu despertando com cuidado por causa de Mason e próximo da porta na antessala, Namjoon conversava com Chae e o médico Hwarang, na companhia de um outro que ele não conhecia. Observou a enfermeira mexendo em Maya, nos equipamentos e medicamentos.
— Estou apenas conferindo e ajustando a insulina. — Ela foi educada e cordial. — A pressão está boa, se mantendo, e a saturação dela saiu de 86 para 88.
— Isso é bom? — perguntou, com medo.
— É uma ótima resposta antes das 24 horas. — Ela anotou algo em seu Ipad e saiu. Yoongi suspirou, olhando para Taehyung e depois focou na televisão ligada e baixinha.
— A Hybe abriu a ocorrência e estão atrás do outro motorista, ele fugiu do local. — Taehyung explicou. — A Maya vai responder apenas por dirigir embriagada, mas a investigação vai provar que ela não causou o acidente.
— Eu podia ter evitado tudo isso.
— Hyung, você não poderia. Ninguém é inteiramente responsável pelos atos dos outros. — tentou ser sutil. — Não foi sua culpa. Jamais pense isso. Se tem um culpado, ele está sendo procurado pela polícia.
Demorou, mas Yoongi assentiu e voltou a olhar para a TV, exatamente quando passou a imagem dele. Estavam falando sobre sua presença no local e a reação que os cidadãos relataram ao ver ele.
— Namjoon falou com Sejin, fica tranquilo. Ninguém quer que você saia do lado dela e já estão cuidando disso também. — Taehyung tocou no ombro dele de novo, lhe passando tranquilidade. — Inclusive, diversos fãs já começaram projetos. Hoje à noite farão um encontro próximo ao local do acidente para-
— Velar ela viva? — Yoongi revirou os olhos.
— Não. Homenagear ela e se unir em positividade para que ela fique bem logo. Cada um na sua fé. — Taehyung não resistiu e respirou fundo.
Namjoon e Chae entraram no quarto novamente com os dois médicos, indo até eles, e tomando cuidado para não acordar Mason.
Yoongi se levantou, ansioso, e viu Mason também começar a despertar igual a ele pouco antes, parecendo sair de um pesadelo. o acalmou e o casal se juntou perto deles. Cumprimentaram-se formalmente, antes de Mason, por seu nervosismo, mas agora mais calmo e racional, ser o primeiro a questionar o médico:
— Alguma novidade boa, doutor?
— Ainda é cedo para afirmar, senhor Cafrey. — Hwarang ajeitou os óculos no rosto e olhou para Maya, com o outro chegando mais perto da cabeça dela. — Este é o doutor Hajoon, na ausência da Dra Younjeen, é ele quem cuidará da sua irmã. Hoje a Dra. Younjeen precisou ir para Daegu, então o Dr. Hajoon assume.
Hajoon se apresentou e, avaliando tudo, começou a explicar:
— Estão vendo esse monitor? — apontou o pequeno monitor ao lado, que tinha um cabo indo até a parte de trás da cabeça de Maya. — Este catéter esta inserido no cérebro, ele serve para monitorar a pressão intracraniana. O valor deve estar entre 10 e 15 para ser considerado normal. O de Maya continua acima, mas completamente abaixo do que estava quando ela deu entrada nesta madrugada. Nós precisamos agora retirar esse catéter, a fim de evitar infecções e outros problemas mais graves que impeçam o quadro dela de evoluir a melhora. Como são apenas seis horas desde que ela saiu do centro cirúrgico, vamos prepará-la para voltar o CC às quatro e remover o catéter.
— Felizmente as lesões nos rins não sangraram mais e não houve evolução das hemorragias. — Hwarang se adiantou ao ver os lábios de Mason e Yoongi se moverem rapidos.
— Então significa que ela está bem? Que deu tudo certo? — Yoongi perguntou aflito.
— Até aqui sim. Até agora a abordagem da doutora Younjeen foi o que salvou ela de uma M.E, ou seja, morte encefálica, que é o caso mais comum para esse quadro. Os primeiros socorros foram muito cruciais para esse estado considerado estável, ainda que delicado.
Taehyung percebeu o olhar duvidoso do outro médico e, não querendo soar como um banho de água fria, mas ainda assim querendo todas as informações importantes, cutucou Namjoon.
— Mas eles não afirmam nada. Não podem nos dar nenhuma certeza. — Namjoon pronunciou no lugar de Hwarang.
— Qual a pior das hipóteses para a minha irmã? Seja claro, doutor.
— Desculpe a franqueza, senhor Cafrey, mas considere sua irmã uma bomba relógio sem display de contagem. — Hajoon se afastou de Maya, olhando para Hwarang. Podemos ir, temos uma hora e meia até a cirurgia.
— Seus pais estão a caminho? — O doutor Hwarang perguntou ao Mason.
— Eles devem chegar à noite. Estavam em Nova Iorque. — Mason suspirou. — Mas eu vou continuar aqui. — olhou para Yoongi e completou, apertando a mão de : — Nós vamos continuar.
— Pedirei que tragam informações durante a cirurgia. — Hwarang explicou.
— Por favor, a cada passo que for dado, doutor. — Yoongi reforçou educadamente.
— Doutor, e a recuperação dela depois disso tudo?
— Como já mencionamos, senhor Cafrey, não podemos garantir que seja uma recuperação fácil ou menos dolorosa. Estamos indo por partes, sim?
— Se me permitem, acho que vocês deveriam aproveitar esse tempo para terem um momento com ela. À maneira que quiserem. — O doutor Hajoon falou e curvou-se brevemente, saindo com Hwarang.
— Mason, eu acho que você deveria… agora… eu… — Yoongi respirou o mais fundo que pôde. — Eu vou tomar um ar lá fora um pouco. — foi saindo, sendo seguido por Namjoon.
— Com licença. — Nam falou educado indo atrás de Yoongi.
— Vamos te dar privacidade, okay? — Chae falou e concordou em um aceno para Mason e foi saindo. Quando fez menção de seguir com Taehyung, no entanto, Mason segurou a mão dela.
— Pode ficar comigo, por favor? — Ele pediu.
Continua
N/A Fixa: Olá leitora, se você gosta das minhas histórias e gostaria de saber mais sobre meu processo criativo e/ou me conhecer, eu tenho um convite para você! Entre no meu grupo de leitoras no whatsapp e me siga no instagram @escritoraraydias! Aguardo você, ansiosa para conhecer as amoras que leem meus pequenos universos! ✨💖
Olha, Mason tem seu charme, admito HAHAHA
Mas agora eu fico me perguntando quando/como o outro moço vai entrar na jogada se o negócio de fake marriage já tá engatilhado /hm
E Maya e Yoongi vão finalmente ficar juntos e felizes? (sinto que ainda não kkkkrying) A vida não tá fácil.
E ESSE “TÉRMINO” COM MENINO TAE? EU PRECISO SABER COMO O MENINO VAI FICAR DEPOIS DESSA.
O Mason tem muito sexy appeal, Lelen. Tu vai ver, hehe.
Eu acho que você tá um tantinho confusa nas relações… O outro moço que você tá falando, é o Tae. E o Mason é o principal que casa com ela por contrato. Então o dilema vai ser entre o amor que ela sente por um e o dever que tem por outro, e o que esse dever poderá se tornar.
Maya e Yoongi são o subdrama à parte hahahaha.
O término vai fazer o Tae virar a chave de bonzinho que aceita tudo, tá? UHSUAHSUHS Bom demais ler seus comentários Leles ♥
Uai, e o Woo Do Hwan? 😂😂
Desculpa, Tae, mas o Mason tá mais interessante no momento. E também você não é meu favorito, então eu tô mais de olho no Mason mesmo HAHAHAHAHAH
E aí, como será que a Maya vai reagir à revelação de quem será a cunhada dela por um tempo (ou não só por um tempo)?
Woo Do Hwan é o Mason.
Larguei Maya e Yoongi nas mãos de Deus, falei HAOIHASOIDAHOID
O Tae todo mordido e desconfiado, vamos ver se ele vai continuar com essa certeza de que o namoro é fake ou se o namoro fake vai começar a se tornar real demais que vai fazer todo mundo acreditar HEHEHEHE
Eu quero ver o encontro com a família vibe latina, só imaginando HAHAHAHHAH
O encontro da família latino-esopânica é delicioso, juro! USHAUSHAUSA Taetae ainda vai ficar muito mais mordido e Maygi… Bem, larga nas mãos de Deus mesmo pra vc não surtar hhehehe Esse casal é morde e assopra o tempo todo, mas o amorzinho deles é real. Quanto ao nosso Mason Do Hwan Cafrey…. Ai, ai,
Meu Deus, esse homem não vai morrer não, vai? Já temos drama de amor, agora vai ter drama familiar também? NOOOOOO
Amei a família muito brasileira da pp, perguntas indiscretas e sem filtro HAHAH
Espero que o Mason já esteja se apaixonando forte pela pp e ele que lute pra conquistar ela. Quero ver Taetae correndo atrás também, vamos ver pra quem eu vou torcer mais, por enquanto o Mason tá ganhando HAHAHAHAHHAHA
Juan não morre, calma. É mto drama para assimilar né? SUHAUSHAIJI A família dela é maravilhosa mesmo, haha Não sei se o Mason está se apaixonando, mas ele cumpre bem o papel dele. O Taehyung coitado, vai ter mesmo que correr muito atrás. Obrigada por ler e continuar comigo aqui ♥
Gente, eu tava esperando drama de um lado e veio do outro, Jesus.
Já não bastava o romance que não deu certo e o casamento de mentirinha, aí surgiu a cirurgia do pai da moça e agora o acidente com a Maya, acho que tá na hora de uns capítulos felizes e de paz, né? OIASNDIONASOINADP
Leles, vc não perde por esperar USHAUSHAUSHASU