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Sem curiosidades para essa história no momento!

Chaos

Capítulo 13

  Jimin continuava se sentindo péssimo e ao passar das horas parecia que as emoções e pensamentos só pioravam. Ele estava encolhido em sua cama, embaixo das cobertas pesadas esperando que o sono viesse e o tirasse do mundo real. Seu peito estava apertado, um sofrimento que parecia querer estrangulá-lo, esmagar seu coração, fazê-lo infeliz pelo máximo de tempo que fosse possível.
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  A uma certa altura, deixar as lágrimas que se acumularam em seus olhos escorrer era a única coisa que ele parecia poder fazer. Jimin não tinha a menor ideia de onde estava vindo aquela torrente tão esmagadora de sentimentos e pensamentos negativos, mas queria desesperadamente que parasse. 
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  Ele ficou horas deitado em posição fetal sem sequer mover um dedo, esperando que os sonhos finalmente o levassem, mas parecia algo impossível naquele instante. Encarou o relógio digital sobre sua mesinha de cabeceira… Faltava pouco para a meia-noite e Park Jimin esperava com todas as suas forças que ao virar da noite um novo dia se iniciasse. Que as dores e tristezas ficassem para trás junto com as horas e que ele finalmente pudesse sentir a felicidade e alegria novamente.
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  16 de Setembro

  Eram exatas 15 horas e Jin já estava sentado numa das mesas mais visíveis e com boa visão no café perto da estação de metrô da Sexta Avenida. Ele havia chegado há quinze minutos e estava pronto há mais de uma hora. Por algum motivo Seokjin se sentia ansioso para conhecer a pessoa que escrevia sobre viajantes do tempo, por mais que tivesse consciência de que ela não fosse saber sobre como as coisas realmente eram, Jin queria saber como via aquilo. E qual destino ela daria ao seu personagem “Senhor do Tempo”. 
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  Dois minutos haviam se passado quando o rapaz viu uma moça baixa e de cabelos negros e longos olhando para todos os lados, claramente vasculhando o local à procura de algo ou alguém, assim que ela o avistou e avistou o caderno roxo que ele havia deixado sobre a mesa como uma forma de identificação, os olhos dela se iluminaram e parecendo segurar a emoção, rumou até onde Seokjin estava.
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  — Oi, você é o Jin? — Ela perguntou se aproximando de forma um pouco acanhada, mas com um sorriso nos lábios.
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  — ? — Ele sorriu em cumprimento e fez um gesto para que ela se sentasse.
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  — Ah, eu só vim aqui para buscar o meu caderno… — A moça murmurou encabulada, encolhendo os ombros.
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  — Eu esperava que você fosse tomar um café comigo. — Jin disse no tom mais descontraído que conseguiu. — Eu só… — Ele emendou coçando a nuca ficando sem graça quando pensou na forma como devia ter soado a frase anterior. E a julgar pela expressão da moça à sua frente, ela devia ter interpretado da forma como ele pensara. — Eu acabei lendo algumas das suas anotações e…
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  O brilho nos olhos de voltou quase que instantaneamente ao ouvir aquilo e ela se empertigou em seu lugar deixando um sorriso empolgado surgir.
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  — Imagino que talvez você me ache louca agora. — Ela riu, mas finalmente se sentou no lugar a frente de Seokjin.
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  — Na verdade… — O rapaz foi interrompido com a vinda de uma atendente do café perguntando se queriam pedir algo. — Um espresso e… — Ele lançou um olhar para que estava entretida em analisar seu caderno.
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  — Ah… Hum… Um latte. — Respondeu por fim, sorrindo sem graça.
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  Depois que a atendente se foi, um silêncio meio estranho se estabeleceu, até que Seokjin pigarreou e voltou ao assunto que tanto queria.
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  — Pode me contar um pouco mais sobre a história do Senhor do Tempo? — Ele perguntou enfim e o encarou com certa surpresa.
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  — Hum… — Murmurou observando Jin como se o analisasse. 
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  — O que foi? 
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  — Nada, é só que geralmente não é para essa história que as pessoas costumam olhar… — Respondeu pensativa. — Mas o que você quer saber sobre ela? — Perguntou por fim, sorrindo animada, o que fez com que ele também sorrisse.
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  — O que acontece com o Senhor do Tempo? Você anotou que ele encontra um planeta no qual a amada dele ainda está viva.
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  — Bem, esse planeta é mais como se fosse um universo paralelo, e sendo assim, as coisas são diferentes por lá. Não existe uma versão dele nesse planeta, então o amor da vida dele nunca o conheceu. — parou para pensar e organizar melhor as ideias em sua mente. — Mas é claro que o Senhor do Tempo decide que vai tentar a sorte e fica no planeta com a sua garota.
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  — Não é o que qualquer um faria? — Jin perguntou achando interessante a conversa.
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  — É claro que sim. — A moça respondeu empolgada e mal deu atenção ao seu latte que acabava de chegar à mesa. — Mas, a questão é que ele nunca deveria ter existido naquele planeta. E o universo cobrará por essa existência indevida. — Ela sorriu de uma forma que poderia ser descrita como marota e de quem deixa uma surpresa para o final. — Pequenas coisas começam a acontecer de diferente nos dias do planeta, uma chuva estranha aqui, um vento mais forte ali… — Ela gesticulava enquanto dizia. — Até que os acontecimentos começam a ficar maiores, até se tornarem catástrofes.
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  Jin ergueu a sobrancelha um tanto surpreso. Quando havia começado a ler os esboços de ideias da história no caderno, ele imaginara um enredo mais romântico e sem muitos dramas, mas parecia que haveriam alguns obstáculos.
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  — Eu imaginei que fosse um romance… — Disse por fim, pegando seu espresso e o bebericando.
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  — Vai ter romance, mas estamos mexendo com o tempo aqui, né? — perguntou usando um tom que faria qualquer um pensar que ela sabia muito sobre viagens no tempo. — E conhecemos o universo. — Pontuou também bebericando sua bebida. — Se você quer algo, precisa dar algo em troca. 
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  Jin concordou quase que automaticamente com a afirmação. Ele bem sabia que o mundo mortal cobrava das pessoas, mas todo aquele tempo ele havia agido e vivido sob as leis que regiam os Senhores do Universo, e troca e consequências geralmente não estavam incluídas nessas leis. 
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  — E como a história vai terminar? — Perguntou ele.
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   fez cara pensativa e ficou em silêncio por alguns segundos.
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  — Na verdade eu não sei.
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  Jin ergueu a sobrancelha de forma incrédula e quase ofendida.
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  — Você tem tudo menos o final?
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  — Essa é uma história em andamento. E o Senhor do Tempo ainda não me contou como ela termina. — Deu de ombros e Seokjin teve a ligeira impressão de estar conversando com alguém um pouco lunático. — Eu costumo dizer que o que eu escrevo é contado para mim pelos meus personagens, eu não sei o que vai acontecer até eles me dizerem. — Ela riu da cara de confusão do rapaz à sua frente, mas não dava para culpá-lo. 
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  — Eu tava na esperança de saber que o Senhor do Tempo teria um final feliz, mas… — Ele quase choramingou, o que fez gargalhar.
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  — Olha, final feliz depende da perspectiva. — Ela deu uma piscadinha marota e Jin se viu protestando.
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  — É claro que não! — Exclamou indignado. — Um final feliz é um final feliz!
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  — Qualquer final que diminui uma dor ou um sofrimento pode ser considerado feliz se levar em conta todos os acontecimentos. 
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  Seokjin abriu a boca completamente indignado, mas de uma perspectiva da vida real, talvez ele pudesse concordar com a afirmação da moça.
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  — Quer dizer que o Senhor do Tempo vai ter um desses seus tipos de final feliz?
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  — Ele vai ter que fazer muitos sacrifícios, então… Talvez? Eu realmente não sei! — Ela gargalhou com a cara indignada do rapaz.
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  — Nós vamos ter que manter contato, senhorita . — Seokjin se ouviu dizer e teria se dado um soco se pudesse, já que aquilo poderia parecer um tipo nada certo de insinuação. — Você vai ter que me contar o final do Senhor do Tempo. Com exclusividade. — Finalizou quando percebeu que a moça estava tão radiante de compartilhar sua história que não percebeu as coisas como ele havia achado que pareceriam.
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   riu e terminou de tomar seu latte, olhou para o relógio no celular e soltou um resmungo. 
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  — Droga, eu tenho que ir. — Disse se levantando de seu lugar e rumando para o caixa. Seokjin rapidamente se levantou e a acompanhou. — O que foi? Você ainda não terminou de tomar o seu café. — Observou parando para pensar se havia de alguma forma sido rude com o rapaz ao se levantar para ir embora.
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  — Pode deixar que eu pago. — Jin sorriu entrando na frente da moça para falar com o atendente. 
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  — O quê? — Ela exclamou surpresa. — Não, quem deveria pagar o seu café era eu! — Disse tentando enxotar o rapaz do lugar, mas sem sucesso, já que ela não achava que tinham qualquer intimidade para que houvesse qualquer tipo de toque. — Foi você que salvou a minha vida!
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  Após pagar a conta rapidamente, Seokjin se virou para a morena que continuava resmungando indignada.
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  — Você pode me pagar um café da próxima vez. — Ele piscou de forma marota guardando sua carteira no bolso da calça.
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   parou no meio da fila do caixa pensando se tinha entendido bem.
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  — Próxima vez? — Perguntou erguendo a sobrancelha e rindo.
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  — Claro que a gente vai ter que se encontrar de novo qualquer dia pra você me contar as novidades do Senhor do Tempo. — Jin murmurou tentando não demonstrar o quão sem jeito havia ficado quando percebeu a conotação que a frase provavelmente teve.
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  — Eu só não vou reclamar porque essa é uma das minhas histórias favoritas e você é o primeiro a demonstrar o entusiasmo certo por ela. — A moça deu língua de forma divertida voltando para a mesa na qual tinham ficado e pegando seu caderno roxo de anotações. — Mas agora eu realmente preciso ir. — Fez bico enquanto segurava o caderno de forma quase protetora contra o peito. — Eu poderia te abraçar por ter cuidado disso aqui, mas seria estranho demais, até para mim. — Ela riu e Jin a acompanhou coçando a nuca.
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  — Não sei se vou estar por aí para salvá-lo de novo, então tome cuidado. 
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   riu e assegurou que cuidaria muito bem de suas anotações e então, com uma pressa muito grande, ela finalmente se despediu e saiu do café. Kim Seokjin ainda ficou por ali por mais alguns minutos pensando em como ele havia se sentido, e até mesmo agido, de forma estranha perto daquela moça. Soltando uma exclamação um tanto frustrada e envergonhada ao repensar suas ações, ele terminou de tomar seu café e tentou ignorar aquela sensação que nunca havia tido antes.
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  Naquela tarde, Hobi havia decidido ir até a sala que usava como estúdio de dança. Não estava nem um pouco animado com a ideia de dançar, mas geralmente música e dança eram as coisas que mais lhe traziam alegria e felicidade e estava cansado de se sentir tão mal como estava se sentindo. Não havia chamado Jimin para aquele ensaio de última hora, além de o amigo provavelmente ter outras coisas para fazer, Hoseok queria um momento só para si com a dança.
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  Ligou o rádio e deixou que a música tomasse conta do ambiente. Ouviu atentamente e se concentrou em soltar o corpo para deixá-lo livre para se movimentar no ritmo das batidas. Ele começou a se mexer um pouco imaginando os movimentos e passos em sua mente, mas não ficando satisfeito, então nem se dando o trabalho de experimentar de verdade. Depois de alguns minutos daquela forma, Hobi suspirou profundamente e se sentou no chão, frustrado.
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  Ele não sentia mais a mesma paixão que costumava sentir como quando dançava há… Dias atrás? Não fazia sequer uma semana que ele estava completamente animado com a ideia de participar de um concurso e ainda com a ideia de chamar sua melhor amiga, , para fazer uma dança de casal com ele. O que havia acontecido no meio daqueles dias? O que tinha mudado? Nada. Era a resposta que vinha ecoando em sua mente. Nada tinha mudado. Talvez ele tivesse mudado? De repente Hoseok sentiu um desespero tão profundo que parecia quase algo concreto batendo contra seu corpo. Ele sempre tinha amado a dança, os momentos mais felizes e de liberdade em sua vida haviam sido ao dançar. E agora ele não sentia mais nada ao ouvir uma música. Não sentia a alegria. Não sentia a vontade de se mover conforme a batida. Não sentia o coração bater empolgado. Naquele momento ele só conseguiu sentir o medo e a dor.
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  Era como uma história trágica de amor. Uma paixão tão forte e avassaladora havia existido, mas então se extinguiu de repente. Mas Hoseok estava em negação. Ele não podia deixar de gostar de algo que amava daquela forma, podia? Seu coração se apertou ao pensar em como a dança, antes, costumava deixá-lo feliz e cheio de vida… Agora… Agora ele se sentia vazio. Um dançarino morre duas vezes. Era o que muitas pessoas diziam. Seria essa sua primeira morte? Ele não podia imaginar morte mais dolorosa do que aquela.
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Capítulo 14

  Jungkook saiu do apartamento de Yoongi chateado, ele detestava brigar, ainda mais com seu melhor amigo, mas aquela sensação de que o mais velho estava tomando todas as decisões erradas possíveis não saía da sua cabeça. Sabia que não era exatamente problema seu, mas ver Yoongi afogar as mágoas em bebida ou ficando obcecado por alguma coisa como compor sem dormir por vários dias seguidos só para tentar não pensar nas coisas que o incomodavam estava deixando Jungkook inquieto. Se ele podia fazer qualquer coisa para melhorar aquilo, ele faria. E se conversar não funcionasse, bem… Medidas drásticas haviam sido tomadas. 
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  Quando falar de sua preocupação não surtiu efeito maior do que uma frase debochada, JK se viu obrigado a se livrar das coisas que poderiam ser nocivas ao melhor amigo, sendo assim, ele pegou todas as garrafas de bebida alcóolica estocadas no armário da cozinha e as enfiou numa sacola de lixo. Claro que aquilo fez com que o mais velho ficasse possesso, o que acarretou na discussão que fez Jungkook praticamente ser expulso do apartamento.
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  Agora ele caminhava um tanto sem rumo pelas ruas já escuras da cidade. JK se sentia péssimo por ter discutido com Suga, mas ele precisava fazer o mais velho enxergar o que estava fazendo de sua vida!
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  — É a minha vida, Jeon. Você não tem nada a ver com isso! — lembrou de Yoongi berrando com raiva antes de expulsá-lo do apartamento.
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  Seria errado querer mostrar a alguém que existiam outras formas de lidar com problemas? Querer guiar alguém com quem se importava?
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  Os pensamentos de Jungkook estavam longe quando foi atravessar a rua, ele apenas ouviu o som da buzina e a luz do farol o cegando… Quando abriu os olhos, a luz que o cegava vinha do teto de um lugar que parecia branco até de mais, o que fazia seus olhos doerem. Ouviu a voz da mãe exclamar alguma coisa que ele não conseguiu entender muito bem, estava se sentindo zonzo e todo doído.
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  — Filho! — A voz da mãe exclamou novamente e JK sentiu a mão morna segurar na sua firmemente. — Você está me ouvindo? — Perguntou, se debruçando um pouco para encarar melhor o filho que parecia confuso.
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  — O que foi que… — Jungkook tentou dizer, mas estava se sentindo cansado demais para qualquer coisa.
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  Quando a mãe do rapaz ia começar a falar, um médico entrou no quarto falando algo e checando sinais vitais e reflexos de JK que apenas resmungou sentindo como se tivesse sido…
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  — Eu fui atropelado? — Ele perguntou de repente, fazendo menção de se sentar, mas a fraqueza que sentia era muita e ele decidiu se manter deitado.
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  — Filho, o que deu em você para atravessar a rua desatento? — O pai perguntou chegando mais perto do leito também, a expressão não era brava, mas muito preocupada.
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  — Eu… Eu só tava com muita coisa na cabeça… — Murmurou tentando fazer a voz soar mais firme.
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  — Bem, vai poder pensar nessas coisas agora com calma e sem se arriscar, rapaz. — O médico que estava anotando alguma coisa na ficha ao pé da cama murmurou. — Vai ter que ficar por aqui por alguns dias. — Anunciou e o senhor e senhora Jeon se entreolharam.
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  — É muito grave, doutor? — A mãe de JK perguntou aflita.
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  — Não se preocupe, o garoto é jovem, vai se recuperar cem por cento. — O médico disse em tom calmante. — Mas ele sofreu algumas lesões que queremos ter certeza de que são superficiais, fora a perna quebrada. — Explicou. — Ele vai ter dificuldade em andar, por isso talvez seja melhor usar cadeira de rodas para se locomover por enquanto. — A senhora Jeon, ao ouvir “cadeira de rodas” deixou uma expressão de espanto e preocupação sair pelos lábios.
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  — Cadeira de rodas?
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  — É apenas para facilitar, depois podemos ver como ele lida com muletas. Como eu disse, ele é jovem, com certeza vai se recuperar rápido.
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  Após a explicação, o médico saiu do quarto de Jungkook que tentou se ajeitar melhor em seu leito sentindo o corpo todo reclamar com o mínimo de esforço que estava fazendo. Depois de se arrumar com a ajuda da mãe, JK olhou a sua volta e parou seu olhar sobre os pais. Fazia anos que eles não ficavam no mesmo cômodo sem discutir ou se atacar verbalmente. O rapaz suspirou pesadamente e apesar de ter acabado de acordar, sentiu os olhos pesarem novamente.
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  — Descanse, filho. — Seu pai murmurou dando um tapinha leve em seu braço e logo se afastando.
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  Jungkook queria dizer alguma coisa, mas o cansaço o venceu em questão de segundos. Ele só esperava que tivesse a chance de se lembrar do que queria dizer e de poder dizer aquilo finalmente.
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  “Eu acho que te conheço de algum lugar…”

  Foi a mensagem que Jin recebeu de à noite. O rapaz soltou um riso e ficou se perguntando se aquele seria algum tipo de cantada, mas logo ignorou o que estava pensando para poder responder.
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“Tenho certeza de que nunca nos vimos antes.”

  Respondeu e acabou recebendo um emoji pensativo.
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  Na verdade ele havia ficado surpreso em ser contatado tão rapidamente. Claro que ele havia dito todas aquelas coisas sobre manterem contato, mas não imaginava que a moça realmente fosse querer continuar a conversar. Um sorriso involuntário surgiu em seus lábios, e quando percebeu o que estava fazendo e por que, se deu tapinhas leves no rosto.
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  — Yah, Seokjin! — Exclamou balançando a cabeça como que para espantar pensamentos indesejados. — Pare de bobeira. — Murmurou suspirando.
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  Será que a falta de sono após voltar a existir estava interferindo em suas ações e emoções? Ia continuar divagando se não fosse pelo celular começar a vibrar em suas mãos indicando uma ligação.
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  — Alô? 
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  — Hyung? — Ouviu a voz de Namjoon e aquelas ligações estavam se tornando tão rotineiras de uma maneira tão sombria que Jin estava começando a ficar com medo.
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  — O que houve, Joon? — Perguntou tentando se manter calmo. 
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  — Eu só queria avisar que Jungkook está no hospital. — Namjoon murmurou fazendo Seokjin parar estático onde estava. — Parece que ele foi atropelado, mas está bem. Ele quebrou a perna e teve alguns arranhões, mas está fora de risco. — Ele continuou, percebendo a falta de reação do amigo e ficando preocupado.
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  — Que horas isso aconteceu? — Jin finalmente conseguiu dizer após o breve choque.
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  — Agora de noite. Ele estava voltando da casa do Yoongi hyung e tava desatento, mas não sei bem.
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  Jin suspirou pesadamente e massageou a base do nariz tentando manter o estresse sob controle.
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  — Nós podemos visitar?
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  — Ele ainda não está acordado. Talvez seja melhor irmos amanhã. — Joon murmurou e Jin concordou.
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  Depois de desligar, Seokjin se jogou em seu sofá e ficou encarando o nada. Será que alguma vez teria a chance de alguém ligar para ele sem ser para dar notícias ruins?
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  17 de Setembro

  Quando Jungkook abriu os olhos novamente conseguiu ouvir murmúrios exaltados ao seu redor. Ele ficou confuso por alguns segundos, mas identificou as vozes de seus pais. Brigando novamente, pensou sentindo o coração apertar de mágoa. Fechou os olhos para não ter que encarar os dois ali e, quem sabe, pegar no sono novamente, mas naquele instante ele sentia que o corpo estava completamente carregado de energia e a última coisa de que precisava era dormir. Sentiu um grande alívio quando ouviu a porta se abrir calando a pequena discussão no quarto.
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  — Senhor Jeon, hora de acordar… — Uma enfermeira murmurou tocando em seu braço suavemente para que “despertasse”. JK abriu os olhos de uma forma que torceu parecer legítima e olhou para a mulher que o acordou e sorria em sua direção. — Vamos fazer alguns exames agora e logo você receberá seu café da manhã. — Informou enquanto ia em direção à porta, em seguida voltou puxando uma cadeira de rodas.
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  Jungkook sentou-se em sua cama, afastou as cobertas e com certa dificuldade moveu as pernas, sentia que estava sem forças.
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  — Ainda não está em condições de andar, senhor Jeon. — A enfermeira informou sorrindo ternamente. — Vou chamar um enfermeiro para ajudar a…
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  — Eu ajudo. — O pai de JK murmurou prontamente se postando ao lado do filho que com certo esforço conseguiu colocar as pernas para fora da cama.
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  Com o pai ajudando de um lado e a enfermeira do outro, Jungkook foi colocado na cadeira de rodas e logo estava sendo levado pelos corredores do hospital movimentado, e subindo alguns andares até a sala de exames. Coletaram sangue e fizeram tomografias, não levou mais do que meia hora até estar de volta ao seu quarto.
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  Não foi surpresa alguma ouvir novamente a exaltação dos pais antes de sua chegada. A enfermeira — Martha, como se apresentou antes — propôs colocá-lo de volta à cama, mas ele pediu para que o deixassem ficar na cadeira, estava cansado demais de ficar deitado.
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  Alguns minutos após Martha sair, levaram o café da manhã e JK estava feliz em poder se concentrar em fazer alguma coisa quando sentiu o clima no quarto de hospital ficar irritantemente estranho. O silêncio de seus pais era pesado e não durou por muito tempo.
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  Sua mãe retrucou alguma coisa de forma acusadora a seu pai, que irritado rebateu grosseiro e então a discussão reiniciou. Já fazia tanto tempo que os dois viviam aquela vida que Jungkook havia aprendido a não processar as palavras que um dizia para o outro, eram nocivas demais e se prestasse atenção ficaria mais magoado. Mas ele não conseguia ignorar completamente as brigas. Seus ouvidos captavam os tons irritados e alterados e a cacofonia ainda era capaz de perturbá-lo. Irritado e cansado, JK soltou o garfo de forma estrondosa sobre o prato que fez um barulho audível.
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  — Parem! — Exclamou girando a cadeira de roda de forma um pouco atrapalhada, já que não tinha familiaridade com ela. — Só parem! Eu tô cansado de ouvir vocês dois brigando o dia inteiro, se acusando e gritando um com o outro! — Gritou sentindo a raiva e frustração transbordando em seu peito. Com dificuldade, tanto por não estar acostumado quanto pela fraqueza do acidente, JK virou-se para a porta que estava entreaberta e começou a sair do quarto.
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  — Filho…
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  — Me deixem em paz! — Retrucou sentindo os olhos ardendo. Com o máximo de força que dispunha, saiu em velocidade pelo corredor de quartos, conseguindo ouvir um “Jungkook” sendo exclamado ao longe. Ele se encaminhou para o elevador que estava aberto com pressa e as portas já estavam fechando quando uma mão se colocou entre elas atrasando o fechamento.
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  Uma garota magra e um tanto pálida adentrou o cubículo junto de JK, que um pouco desconfortável e frustrado ajeitou a cadeira de rodas mais para o canto. O silêncio reinou por alguns instantes, o rapaz tentando acalmar suas emoções, a respiração alterada, quando a garota pigarreou de leve e mesmo contra a vontade ele olhou em sua direção. Ela o encarava com o olhar cheio de curiosidade e parecia querer falar alguma coisa, mas hesitava. A porta do elevador se abriu alguns andares abaixo do que tinham entrado e JK decidiu sair por ali mesmo, ignorando a moça e sem muita paciência.
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  — ChronosAce? — Ele ouviu uma voz perguntar hesitante, o que o fez parar e virar a cabeça para olhar a garota que caminhou para fora do elevador empurrando o suporte de remédios e soro intravenoso consigo. — Você é o ChronosAce, não é? — Perguntou de forma mais direta quando finalmente alcançou o rapaz.
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  Jungkook encarou a moça que estava vestida com camiseta e calças largas e que eram o uniforme de pacientes do lugar, ele tinha certeza de que não conhecia ela.
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  — Quem é você? — JK perguntou desconfiado, mas viu um sorriso surgir nos lábios da estranha.
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  — Olá, ChronosAce, sou MissEVE. — Ela estendeu a mão num cumprimento e Jungkook ficou encarando aquele rosto de forma descrente. MissEVE? Como podia ser possível? — Sabe, é educado apertar a mão de alguém em circunstâncias assim. — A garota murmurou sem mudar de posição. Jungkook aceitou o cumprimento, mas sua expressão permanecia num misto de abobado e confuso.
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  — Como é que…
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  — Eu ouvi a mulher no corredor chamar você de Jungkook. — A garota por trás de MissEVE explicou. — E eu tenho quase certeza de que não existem muitos Jungkooks nos Estados Unidos. — Ela sorriu. — Então pensei que talvez você de fato fosse o meu amigo ChronosAce.
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  Jungkook ficou ali encarando a garota por alguns instantes sem reação. Quais eram as chances? Ele viu o sorriso da garota se alargar e então ela se direcionou até um banco disposto perto do elevador do qual haviam acabado de sair. Ela tinha a aparência cansada e JK se perguntava o que teria acontecido. Ele a acompanhou, parando a cadeira de rodas ao seu lado.
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  — Então você é mesmo a MissEVE… — Murmurou ele mais para si mesmo do que para a garota. 
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  — Sou . — Se apresentou revelando pela primeira vez sua verdadeira identidade. — Nem de longe um nome tão diferente quanto o seu. — Completou, o sorriso permanecendo em seus lábios por todo aquele tempo. — E então, Chronos, quais são as novidades do mundo online? — Perguntou se acomodando melhor no banco enquanto se virava para JK.
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  O rapaz coçou a nuca ainda um pouco desconcertado com o encontro tão inusitado com sua amiga de games, mas logo se viu sorrindo de leve quando a analisou um pouco melhor. Ela não era nada parecida com a pessoa que ele havia desenhado em sua cabeça, mas todo o seu jeito e a personalidade eram exatamente iguais ao que ela se mostrava com seu avatar.
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  — Você continua sendo a primeira do ranking geral. — Informou e gargalhou.
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  — Eu me esforcei muito para chegar lá, então fico feliz de receber essa notícia. 
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  Depois disso, os dois ficaram imersos em um silêncio que para Jungkook era um tanto incômodo, mas não parecia tão ruim assim para a garota ao seu lado. Ele estava curioso para saber o que havia acontecido com ela, mas não achava que era muito educado de sua parte ficar questionando, por mais que tivessem se falado milhares de vezes online, era a primeira vez que conversavam cara a cara, e por mais que fosse exatamente como MissEVE, para JK parecia que eram pessoas distintas agora que podia associar um rosto de verdade à amiga.
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  — Eu estou com um quadro horrível de gastrite há mais de uma semana. — explicou e Jungkook se pegou pensando se a garota podia ler pensamentos. Ela gargalhou novamente. — Você ficou me olhando com essa cara de quem quer saber, mas não perguntar, então imaginei que fosse isso. — Sorriu. 
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  — Ah… — JK sorriu sem graça e coçou a nuca.
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  — E você, o que houve? 
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  — Desatenção ao atravessar a rua. — Murmurou dando de ombros, não muito orgulhoso com a constatação.
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   assentiu com a cabeça e voltou a observar as coisas ao seu redor. Ela parecia uma pessoa com “alma leve”, feliz e aquilo fez o rapaz sorrir um pouco. Finalmente tinha conhecido MissEVE, a sensação era quase de idolatria. Esperava que pudessem ter a oportunidade de conversarem mais vezes pessoalmente.
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  — Acho que é melhor voltarmos para nossos quartos. — murmurou se levantando. — Bem, pelo menos é melhor eu voltar para o meu quarto. Está quase na hora da troca de medicamentos. — Soltou desanimada. — Mas espero que vá me visitar, estou no quarto 712 do corredor. — Informou sorrindo novamente. 
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  — Claro. — JK murmurou um pouco desconcertado. — E você também pode me visitar. — Disse se sentindo um pouco bobo por dizer aquilo. — Quarto 716. 
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   sorriu mais largamente e entrou no elevador que indicava que estava subindo, acenando animadamente enquanto as portas se fechavam.
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  Jungkook ficou ali, parado, ainda processando o fato de ter encontrado sua melhor amiga de RPG online numa circunstância tão inusitada. Quais eram as chances daquele encontro acontecer da forma que havia acontecido?
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  Quando Jungkook voltou a seu quarto era perto da hora do almoço. Seus pais tinham colocado pelo menos metade dos enfermeiros de seu andar para procurá-lo, o que o fez se sentir um pouco culpado pelos profissionais que tiveram de parar seus afazeres para obedecer a ordem de uma família rica e caprichosa. 
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  — Eu quero que vocês dois me deixem sozinho. — O rapaz murmurou quando abriu a porta e percebeu seus pais caminhando de um lado para o outro em seu quarto e vez ou outra resmungando alguma coisa ao outro.
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  — Jungkook. — O senhor Jeon murmurou se aproximando, mas JK desviou o olhar.
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  — Eu tô cansado. E tenho certeza de que esse ambiente não deveria ser tão estressante. — O rapaz murmurou sem voltar o olhar para seus progenitores.
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  — Filho, podemos revezar e…
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  — Não. Vocês dois podem ir embora. — Retrucou. Sentiu que o pai estava prestes a trovejar uma bronca quando Martha abriu a porta avisando que era hora de JK ser medicado. — Por favor. — Ele finalmente olhou para seus pais com o olhar sério, ressentido, porém decidido.
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  Jungkook viu a mãe acenar com a cabeça e sem mais delongas, puxou o marido consigo que resmungava e lançou um olhar severo em direção ao rapaz. A enfermeira observou toda a movimentação, mas pareceu preferir ficar calada sobre o assunto, o que deixou JK feliz, não queria ter que ficar explicando toda a situação para desconhecidos.
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  — Trarão o seu almoço daqui alguns minutos. — Martha sorriu e deixou o quarto.
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  Jungkook soltou um suspiro alto e depois ficou indo e voltando com a cadeira de rodas, queria poder correr e chutar alguma coisa para poder se desfazer de toda aquela energia acumulada e das sensações negativas. Um enfermeiro o ajudou a voltar à cama e JK se viu agradecido, já que depois de alguns minutos, todo o estresse baixou e ele sentiu o corpo ficar cansado.
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  Em poucos minutos seu almoço chegou e ele ficou um pouco desanimado com o menu. Apesar de comer verduras e vegetais e todas aquelas coisas que dizem ser saudáveis, ele não fazia tanta questão assim, e também, a comida parecia um pouco insossa ao seu paladar. Estava terminando de comer, com muito custo, a última garfada da refeição quando ouviu uma batida leve na porta e logo ela se escancarou.
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  — Jungkook! — Hoseok entrou no quarto exclamando, logo levando um leve tapa no braço e vários “shhhh” puderam ser ouvidos, o que fez o rapaz se encolher. — Desculpe. — Murmurou arregalando os olhos.
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  — Pessoal! — JK sorriu deixando a bandeja do almoço de lado e ao mesmo tempo parecendo surpreso ao ver os seis amigos se enfiando furtivamente no quarto. Claro que tão furtivamente quanto um grupo de seis jovens rapazes poderia ser em um hospital. — O que estão fazendo aqui? E como conseguiram entrar todos juntos? 
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  — Namjoon ligou para a sua mãe para saber o número do seu quarto. — Jimin respondeu sorrindo animado.
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  — E Jin hyung ficou de conversa com a enfermeira que estava querendo nos proibir de entrar. — Hobi completou apontando para Seokjin que fazia pose fingindo se vangloriar.
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  — Yah, Jeon Jungkook, o que foi que aconteceu com você? — O mais velho do grupo parou de brincadeiras e perguntou num tom sério, a expressão se modificando também.
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  JK desviou o olhar e então começou a vasculhar a sala ligeiramente. Yoongi estava ali, parecendo um pouco desconfortável no meio de todos. E então o mais novo do grupo se lembrou da briga que haviam tido na noite anterior. Ao menos Suga estava ali.
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  — Eu só estava com coisas demais na cabeça… — Murmurou por fim.
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  — Vocês querem matar o seu hyung aqui… — Seokjin soltou colocando a mão no coração de forma teatral.
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  — Todos ficamos preocupados. — Namjoon concordou. — E Yoongi hyung ficou se culpando o tempo inteiro depois de receber a notícia… 
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  — Yah! — Suga exclamou fazendo cara feia para Joon, que riu. — Só… Me desculpe. — Disse enfim. 
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  O quarto ficou em silêncio, vários olhares encarando Yoongi um tanto espantados. Ele não era do tipo que saía por aí admitindo seus erros e pedindo desculpas, era muito raro ouvirem “me desculpe” sair da boca de Min. Claro que ele se desculpava quando estava errado, mas geralmente ele o fazia com ações, não com palavras.
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  — Eu também deveria me desculpar, hyung. — Jungkook foi o que quebrou o silêncio. — Eu não devia ter invadido o seu apartamento e simplesmente feito aquilo como se fossem minhas coisas. — Ele baixou o olhar.
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  E o cômodo caiu em silêncio novamente.
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  — Tá bom, alguém aqui quer explicar o que foi que aconteceu? — Jin perguntou, os olhos indo de Suga para JK.
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  O silêncio reinou por longos segundos, até o mais velho suspirar se dando por vencido.
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  — Certo, entendi. — Murmurou erguendo os braços, sabendo que não teria uma resposta dos amigos tão cedo.
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  Depois de mais alguns segundos de silêncio um tanto desconfortável, todos voltaram a conversar mais uma vez. Vários minutos se passaram até que, após uma explosão de gargalhadas, a enfermeira Martha adentrou o quarto ralhando com os sete e pedindo para que o grupo visitante fosse embora.
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  Yoongi ficou um pouco para trás e encarou Jungkook de forma séria enquanto se aproximava do amigo.
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  — Nunca mais faça isso. — O mais velho murmurou dando um soquinho leve e brincalhão no braço de JK.
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  Um instante se passou com os dois em silêncio evitando se olhar, até Suga soltar um suspiro e puxar Jungkook de forma desajeitada para um abraço.
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  — Eu sinto muito, hyung…
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  — Só não faça mais isso. — Yoongi se afastou bagunçando os cabelos de seu amigo que era quase como um irmão mais novo para ele.
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  JK não precisou perguntar se Suga falava sobre seu rompante de desespero ou sobre andar na rua desatento. É claro que seu hyung se referia às duas coisas. E eles sabiam. Era o que importava.
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  — Descansa, Jeon. — O mais velho disse indo em direção à porta onde Martha esperava observando os dois amigos.
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  Quando Yoongi saiu do quarto, a enfermeira entrou para colocar uma medicação junto ao soro e então olhou com ar terno para JK.
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  — Eles realmente se importam com você, garoto. — Ela sorriu parecendo satisfeita. — Você tem muita sorte de ter amigos assim. — Então saiu deixando o rapaz descansar.
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  Jungkook, mesmo tardiamente, concordou com a afirmação de Martha. Ele realmente tinha muita sorte em ter aqueles seis como amigos.
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Capítulo 15

  Hoseok abriu a porta do apartamento onde morava com seu pai e entrou sentindo toda a alegria da tarde se esvair, como água escorrendo por um ralo que acabou de ser destampado. Depois do almoço ele e seus amigos haviam ido fazer uma visita a Jungkook no hospital e todos haviam se divertido bastante, incluindo ele próprio. Mas chegando ali em sua casa, o desânimo e sentimentos ruins haviam retornado como num passe de mágica.
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  O apartamento estava escuro, assim como seu humor começava a ficar. Hobi não fez questão de abrir as persianas que bloqueavam a luz do sol do fim de tarde. Naqueles momentos em que se sentia da pior forma possível, parecia que a penumbra o acolhia melhor do que a luz. Imaginou se sua mãe estivesse ali. Ela com certeza não deixaria as janelas fechadas e muito menos que tanta sombra ficasse dentro de um apartamento que ela chamasse de lar. O rapaz tentou manter o pensamento em sua mãe, mas nem mesmo sua imagem foi capaz de melhorar seu ânimo.
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  Hoseok se colocou deitado quase em posição fetal no sofá da sala e ali permaneceu, sentindo cada segundo da imensa solidão e tristeza que se espalhava por seu corpo.
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  Jimin estava sentado à mesa da cozinha observando sua avó preparar o jantar. Fazia algum tempo que eram apenas os dois naquela casa. Os pais de Jimin trabalhavam com reformas, ambos sendo arquitetos, assim, eles compravam casas antigas e aparentemente sem salvação por preços baixos para poderem reformar o lugar e revender a um preço mais alto. Quando criança, Jimin até acompanhava os pais, mas sua avó interviu dizendo que aquela vida, sem um lar fixo, não era saudável para uma criança. E assim, seus cuidados passaram para as mãos da anciã da família Park.
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  Mesmo longe, pais e filho se comunicavam com frequência. A separação não havia sido fácil para nenhum dos lados, mas os senhor e senhora Park sabiam que a avó do garoto tinha razão, mesmo que achassem que o lugar de um filho era ao lado de seus pais, ambos perceberam à certa altura que Jimin estava ficando tristonho com o fato de ter de se mudar de escola a cada semestre. Agora, ele não tinha do que reclamar, a não ser da saudade que sentia dos pais.
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  Saudade. Ela veio como um soco na boca de seu estômago naquele instante, somada à tristeza que estava sentindo nos últimos dias. Park Jimin não tinha ânimo sequer para abrir os olhos quando acordava e como Hobi não estava mais ensaiando como haviam combinado, ele não tinha por que se levantar. Claro, ajudava sua avó com as tarefas de casa, às vezes era chamado pela vizinha para ajudá-la em sua pequena venda, mas não havia uma rotina que o obrigasse a tentar combater aquele sentimento terrível e negativo.
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  — Jimin, o que anda acontecendo com você, querido? — A avó Park perguntou com sua expressão preocupada enquanto limpava as mãos em um pano de prato e voltava seu olhar para o neto.
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  — Nada, vovó. — Ele respondeu dando de ombros. Em teoria, realmente nada estava acontecendo.
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  — Você anda tão triste e desanimado ultimamente… — A senhora se sentou de frente para o neto, sua expressão numa mistura de preocupação com seriedade.
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  — De verdade, vovó, nada está acontecendo… Acho que talvez eu só esteja um pouco cansado…
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  A senhora Park sorriu um pouco tristonha, pensando se o neto estava lhe escondendo algo, mas ele diria se precisasse dela, certo?
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  — Fale comigo para qualquer coisa, meu querido. — Se levantou fazendo um carinho leve nas mãos estendidas de Jimin sobre a mesa e voltou aos seus afazeres.
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  Jimin não estava mentindo quando disse que nada havia acontecido para deixá-lo triste. Nada tinha acontecido. Mas os sentimentos, sensações e pensamentos continuavam ali, aparentemente sem motivos. Ele daria qualquer coisa para se livrar daquilo.
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  Yoongi encarou a parte do armário de sua cozinha que antes guardava as bebidas alcoólicas do apartamento e também seu velho isqueiro, havia enfiado tudo naquele compartimento do armário para fazê-lo parar de beber tanto e também de fumar. Uma dose ou outra de vez em quando eram aceitáveis, mas sua garota não gostava de tê-lo bêbado como costumava ser antes dela.
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  O rapaz soltou um riso sem humor lembrando das duas pessoas mais importantes da sua vida. e Jungkook. Os dois tentavam melhorar sua vida insignificante como se ela fosse mais valiosa do que qualquer coisa no mundo. 
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  Pouco mais de um mês antes ele havia deixado ela ir embora com um coração partido de volta para o Canadá. E um dia atrás, ele havia brigado com seu melhor amigo por ele ter tentado se livrar das dezenas de garrafas do “armário proibido”. De alguma forma chegava a ser engraçado o fato de que naquele mesmo dia, pouco antes de Jungkook invadir seu apartamento, o pensamento de Yoongi estava exatamente ali. Ele queria abrir aquela divisão do armário da sua cozinha e beber todas as garrafas que conseguisse até cair desacordado. Será que Deus ou seja lá quem havia enviado dois anjos para cuidarem dele? E ele estava fazendo o máximo de esforço para se livrar de ambos?
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  Yoongi se jogou sobre a cama e fechou os olhos. Por sua culpa JK estava no hospital e poderia até mesmo não estar mais ali. Claro que a forma como o amigo havia decidido “ajudar” também não contribuía muito. Onde já se viu entrar na casa de alguém e começar a “fazer a limpa” em seus pertences? Mas em partes Suga sabia que a culpa era sua. Jungkook já havia expressado sua preocupação — aparentemente exagerada — a respeito de seus novos hábitos — virar noites seguidas sem dormir, voltar a beber regularmente, não se alimentar de forma apropriada — de jeito sutil, agora ele conseguia entender isso. Mas Min Yoongi havia decidido ignorar completamente os apelos do melhor amigo cinco anos mais novo e continuar vivendo da forma que bem entendesse… Então Jeon Jungkook não havia visto opção a não ser apelar para o extremo.
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  Suga se lembrou do quanto havia ficado fulo com JK quando o garoto começou a enfiar as garrafas de whisky, vodka, vinho e tudo mais que encontrava no apartamento dentro de um saco enorme de lixo sem o menor cuidado. Yoongi começou a gritar com o amigo, mas ele não parou o trabalho, acabando por ser expulso do apartamento.
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  Quando Yoongi recebeu o aviso do acidente de Jungkook, ele sentiu um grande peso na consciência. Como poderia conviver consigo mesmo se qualquer coisa tivesse acontecido com JK naquela noite? Principalmente sabendo que provavelmente ele só havia sofrido o acidente porque estava distraído demais ruminando a briga que tinha acabado de ter? Yoongi se culpou até o último minuto antes de chegar ao quarto de hospital de Jungkook e constatar que ele estava bem na medida do possível. Quando o viu acomodado na cama cutucando sua comida com desânimo, Suga se permitiu respirar aliviado e deixar um pouco a culpa de lado.
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  Min Yoongi parecia estar fazendo de tudo para afastar as pessoas mais importantes de sua vida, mas estava extremamente aliviado por falhar daquela vez. 
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  18 de Setembro

  Jungkook despertou num sobressalto. Ainda era madrugada quando abriu os olhos de repente, tentando se localizar e com a sensação de que algo o havia acordado num susto. Ele havia ouvido um assobio… Será que havia sido sonho? Mas parecia real, vindo do mundo real. Ele até tinha acordado assustado, o coração palpitando… JK se concentrou no silêncio da noite para ver se ouviria novamente o assobio, mas passado alguns segundos, nada aconteceu. Ele esfregou o rosto e ficou ali, encarando o teto esperando que o sono voltasse. Já era quase de manhã quando voltou a fechar os olhos e sonhar com coisas aleatórias.
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  Depois do almoço, Jungkook decidiu dar uma volta pelo andar, estava cansado de ficar enfiado no quarto sem ter muito o que fazer. Ao sair para o corredor, já estava se direcionando para um lado quando bateu os olhos na numeração. Decidiu ir até MissEVE. Ficou encarando a porta fechada do quarto 712 debatendo mentalmente se deveria ou não bater quando a mesma se abriu de repente o assustando um pouco.
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  — Hei Chronos! — surgiu abrindo um sorriso radiante ao vê-lo ali. — Pensei que ia negar meu convite para visitas. — Murmurou rindo de forma marota e JK se viu rindo junto, um pouco sem graça.
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  — Foram longos dias os que se passaram… — Ele respondeu coçando a nuca e assentiu.
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  — Você tá livre agora? — A garota perguntou saindo de seu quarto e encostando a porta logo em seguida. — Tem uma área de “recreação” lá embaixo, a gente podia ir para lá descansar um pouco da monotonia. — Sugeriu.
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  Jungkook reparou que não usava mais o suporte com soro e remédios, apesar de ainda ter os acessos intravenosos no braço. Ela também parecia estar muito mais animada — se é que aquilo era possível — do que no dia anterior e mais corada também. Parecia estar se recuperando bem, afinal. 
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  Os dois foram até a área que o hospital deixava para que os pacientes pudessem espairecer um pouco, em silêncio. caminhou em direção a um banco de madeira e se acomodou ali, parecendo extremamente satisfeita com a luz do sol que batia em seu rosto e esquentava seu corpo.
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  — O que você quer falar, Chronos? — perguntou sem se virar para o rapaz ao seu lado, ainda apreciando o sol.
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  — Como assim? — JK murmurou confuso.
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  — Eu sei que você está doido pra falar alguma coisa. A sua cara te entrega. — Murmurou a última parte finalmente encarando Jungkook que ficou surpreso.
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  Ele queria perguntar algumas coisas sobre a garota, mas não imaginou que sua curiosidade estivesse tão na cara assim.
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  — Bem… — JK coçou a nuca um tanto desconcertado.
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   sorriu tentando encorajá-lo e parecia preparada para qualquer pergunta, ansiosa como uma criança esperando por alguma coisa.
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  — Eu estava me perguntando… Você está sozinha aqui? 
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  A expressão da garota perdeu um pouco da animação, mas ela manteve a postura.
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  — Desculpe, eu não quero ser intrometido… — Jungkook baixou o olhar encabulado.
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  — Minha mãe vem à noite. — respondeu ignorando o pedido de desculpas. — Ela tá sempre ocupada trabalhando. — Deu de ombros, voltando a encarar o céu.
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  O rapaz lembrou-se de algumas das conversas que tiveram online durante as madrugadas que os dois passavam jogando RPG. Apesar de ser bastante reservada sobre sua vida offline, às vezes MissEVE deixava escapar uma reclamação ou outra sobre seus pais. A mãe era promotora e o pai delegado. Os dois estavam sempre ocupados com algum caso do trabalho e quase sempre deixavam sozinha.
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  — Sinto muito… — JK murmurou sabendo o quão difícil deveria ser ter pais ausentes.
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  — Como ela diz, os dois precisam trabalhar se eu quiser continuar vivendo com o “luxo” que sempre tive. — O rapaz percebeu o sarcasmo na voz da amiga e sua expressão amargurada.
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  Ele podia imaginar que não se importaria em ter uma vida um pouco menos luxuosa se aquilo significasse ter um pouco de atenção do pai e da mãe. Jungkook queria ter palavras que pudessem confortar a garota, mas ele mesmo tinha problemas com seus pais, não fazia ideia do que dizer.
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  — Mas pelo menos agora eu tenho você. — disse simples, pegando-o de surpresa com a tranquilidade com que ela disse aquilo. — Não se sinta pressionado. — Ela riu quando olhou para a expressão dele. — É só que é muito bom ter alguém com quem eu posso conversar enquanto estou aqui. — Ela sorriu. — Ainda mais quando esse alguém é o grande ChronosAce. — Piscou marota.
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  — Pode me chamar de JK. — Ele sorriu de volta, achando a forma que ela tinha de chamá-lo engraçada. 
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  — Chronos é meu apelido particular para você. — Riu e piscou como se aquilo fosse um segredo entre os dois. — Assim, se algum dia você ouvir alguém te chamar desse jeito, vai saber que sou eu. — Gargalhou divertida.
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  — Certo, então, Eve. — JK entrou na brincadeira.
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  — Agora somos amigos no mundo real também. Isso não é maluco? 
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  Jungkook soltou um risinho baixo. Maluco era uma palavra que podia de fato ser usada para definir aquela situação.
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  Seokjin estava mais uma vez sentado em uma das mesas da cafeteria da Sexta Avenida esperando por . Haviam marcado de se encontrarem novamente após a moça lhe enviar dezenas de fotos de sua autoria no chat do app de mensagens quase surtando. Ele riu ao se lembrar da urgência que parecia estar sentindo quando enviou uma mensagem de voz para exigir que se encontrassem novamente. Ele não tinha ideia do que esperar daquela vez. Na verdade nem sabia exatamente por que ela queria tanto vê-lo, apesar de ter ficado satisfeito pelo contato.
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  Era pouco mais de 17 horas quando a moça adentrou o café de forma ansiosa e seguiu em direção a Seokjin quando o avistou. Ela puxou a cadeira à sua frente, sentou-se e o encarou de forma analisadora enquanto se acomodava melhor. Jin ergueu as sobrancelhas um tanto confuso com a situação.
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  — Eu sabia que te conhecia! — finalmente exclamou apontando o dedo na direção do rapaz de forma quase acusadora.
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  Jin estava pronto para refutar aquela afirmação quando a mulher fez sinal para que ele esperasse. Ela pegou seu celular de dentro da pequena bolsa que trazia consigo e após procurar por alguma coisa nele, virou a tela em sua direção.
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  — Você é o senhor Kim! — Exclamou empolgada enquanto Seokjin encarava a coleção de imagens que se encontravam na galeria do celular da moça. Eram fotografias que ele tinha tirado e disponibilizado para uso comercial na internet.
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  — Meu nome é Kim Seokjin, mas nós nunca nos vimos antes. — Voltou a dizer. Ele tinha uma boa memória e além disso, tinha certeza de que se lembraria de uma presença tão vibrante quanto a de se a tivesse conhecido.
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  — Não, eu sei. — Ela respondeu abanando o ar, ainda empolgada. — Mas eu já vi o seu rosto. — Completou séria.
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  A mente de Jin já viajava por “n” direções tentando entender o que aquela afirmação significava. Ela já o tinha visto antes? Como poderia? Ele estava vivendo algum tipo de delírio fantasioso? Mas a explicação era muito mais simples e mundana do que ele imaginava.
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  — Eu trabalho em uma agência de marketing e por dezenas de vezes você salvou a minha vida. — Concluiu. — Eu usei várias das suas fotos em nossos trabalhos. — Explicou enquanto deslizava as imagens em sua galeria de fotos. — E é claro que eu guardei a imagem do rosto do meu salvador na cabeça. Tá no seu perfil de artista. — Acrescentou ao ver que a expressão do rapaz continuava um tanto confusa.
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  Jin soltou uma exclamação de compreensão quando tudo se encaixou e quis rir da sua imaginação que havia criado centenas de teorias mirabolantes para tentar explicar aquilo.
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  — Quer dizer que minhas fotos te ajudaram? — Seokjin se ajeitou na cadeira e se inclinou um pouco para a frente.
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  — Como eu disse: você é meu salvador. — Ela sorriu animada. — E é por isso que eu e meus colegas te apelidamos como “Senhor Kim”, o grande mestre das fotografias perfeitas. — havia dito aquilo em um tom tão glorificador que Jin sentiu-se um pouco envergonhado.
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  — São só imagens que eu acho bonitas. — Ele murmurou baixando o olhar, encabulado.
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  — São as fotos perfeitas. — A moça insistiu e Seokjin não pôde deixar de sorrir. — Eu sempre fiquei pensando como você deveria enxergar o mundo para conseguir capturar as coisas mais simples de uma forma tão… Única e inspiradora. — Naquele momento ficou com o olhar um tanto distante e sonhador e o rapaz não conseguiu segurar o riso.
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  — Acho que da mesma forma normal como qualquer outra pessoa. — Deu de ombros.
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  A mulher fez uma careta leve, claramente aquela não era a resposta que ela esperava ouvir.
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  — Tá bom, hoje é a minha vez de pagar o seu café. — Mudou rapidamente de assunto empurrando o menu na direção de Jin que sorriu divertido.
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  — Um frappé será ótimo. — Murmurou ele sem nem precisar consultar as opções. assentiu e ergueu a mão chamando a atenção de um dos atendentes.
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  — Um frappé e um espresso duplo sem açúcar, por favor. — Pediu sorrindo ao rapaz que havia ido até a mesa dos dois.
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  Um silêncio caiu sobre eles por alguns instantes, até o rosto de se iluminar novamente.
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  — O Senhor do Tempo disse que vai lutar até o fim para ter o seu final feliz. — Anunciou de forma animada e Jin não conseguiu segurar o sorriso vendo tanta empolgação em um ser tão miúdo como .
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  — Eu espero que seja o meu tipo de final feliz. — Riu da expressão contrariada da moça à sua frente.
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  — Pode ficar tranquilo. — Ela riu depois de alguns instantes. — Mas devo dizer que o caminho não vai ser fácil. Eu provavelmente teria desistido se fosse ele. — Deu de ombros, como se comentasse o tempo.
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  Seokjin se viu completamente indignado com a afirmação da moça.
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  — Como assim? — Exclamou ignorando completamente as bebidas que chegavam na mesa. — Você não ia querer correr atrás da sua felicidade? — Perguntou sem esconder a indignação.
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   gargalhou com a reação e depois de dar um gole em seu café, sorriu.
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  — Você fala como se essa história fosse sua, não algo tirado da minha cabeça. — Sorriu ainda mais largamente vendo que o rapaz fez uma careta e ficou emburrado. — Bem, se eu estivesse no lugar do Senhor do Tempo, é claro que eu ia correr atrás do meu final feliz como ele. — Disse. — Mas estou pensando se fosse na vida real. Acho que eu não insistiria tanto em alguém… — Murmurou ficando pensativa logo em seguida.
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  Seokjin novamente se sentiu um pouco ultrajado, mas ao mesmo tempo ficou confuso. Os humanos costumavam ser o tipo sonhador e persistente, às vezes até mesmo egoístas para conseguirem sua parcela de felicidade e aquela mulher estava dizendo que não insistiria em seu “final feliz”?
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  — Não me leve a mal, é só que… Na vida real eu não imagino que exista uma pessoa que valha tanto a pena uma insistência. Com questões mundanas, sabe? — Ela explicou distraída. — Como insistir uma terceira vez com alguém que não deu certo nem da segunda e nem da primeira. — Continuou, brincando com alguns sachês de açúcar que estavam sobre a mesa, a expressão pensativa.
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  — Experiência própria? — Jin se ouviu perguntar e quase se arrependeu. Eles não eram próximos para ficarem tendo aquele tipo de conversa. Pelo menos não ainda.
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  — Pode-se dizer que sim… — deu de ombros suspirando. 
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  Aquela afirmativa não havia deixado Seokjin muito feliz e constatar aquilo o deixou perplexo. Por que ele se importava? Mal conhecia . Sequer sabia seu sobrenome ou o que fazia. Claro, havia descoberto que ela trabalhava com marketing e que nas horas vagas escrevia histórias mirabolantes, mas fora aquilo, ele não tinha a menor ideia de quem era aquela moça. Por que estava se importando?
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  — Você é do tipo que corre atrás da pessoa até o último segundo? — Ele ouviu perguntar despreocupada e ficou desconcertado. — Ah… Desculpe, só tô sendo curiosa. — Sorriu sem jeito encolhendo os ombros.
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  Jin ficou pensando naquela questão. Nunca tinha se apaixonado em toda a sua existência. Não sabia dizer de que forma agiria se encontrasse alguém de quem gostasse. 
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  — Na verdade, eu não saberia responder a sua pergunta… — Disse por fim e viu a sobrancelha de se erguendo levemente. — Eu nunca me apaixonei. — Murmurou tentando transparecer sinceridade.
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  A expressão da moça ficou ainda mais perplexa e então se transformou numa expressão de dúvida, desacreditada.
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  — Nunca? — Perguntou como se aquilo fosse impossível, mas recebeu um aceno de cabeça em resposta reforçando a afirmativa. — Isso é humanamente impossível. — Seu tom era quase acusatório. Jin quis rir. Ele não era humano há muito tempo. — Nem uma paixonitezinha por uma coleguinha do jardim de infância? 
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  Daquela vez, Seokjin não conseguiu segurar a gargalhada. Ele mal se lembrava de ter tido uma infância e mesmo que lembrasse, não faria diferença para aquela conversa. Ele não tinha frequentado uma escola como os humanos. Não tinha tido “coleguinhas”. Fora sempre apenas ele e seus irmãos, mais nada nem ninguém.
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  — Você só pode estar brincando! — retrucou indignada.
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  — Desculpe. — Jin riu. — Mas nada de paixonites também.
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  A moça fez careta e pareceu particularmente ofendida, o que despertou um pouco da curiosidade dele. Ela teria algum interesse nele?
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  — Já entendi. — Retrucou cruzando os braços. — Você é daquele tipo “pega mas não se apega”. — Revirou os olhos parecendo um pouco irritada. — Nós, reles mortais, não somos o suficiente para chamar a sua atenção e nem para ocupar um pedacinho do seu coração. — Concluiu, mas naquele instante não aparentava mais irritação, e sim parecia estar se divertindo. — Eu tomaria cuidado com os corações partidos deixados para trás se fosse você.
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  Jin balançou a cabeça rindo como havia um tempo não fazia.
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  — Não é nada disso, . — Sorriu achando divertido as especulações da moça. — Eu só realmente não tive a oportunidade de me apaixonar.
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   fez careta.
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  — Você é estranho. 
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  Kim Seokjin não se sentiu nem um pouco ofendido com aquela constatação. Aquela moça à sua frente não sabia nem um décimo de suas peculiaridades. Talvez, se soubesse, não estaria ali tagarelando tão alegremente como se já o considerasse um amigo. O Senhor do Universo esperava com todo o coração que pudessem ser aquilo. Amigos.
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  Já passava das dez quando Jungkook finalmente se sentiu cansado o bastante para se acomodar melhor em sua cama. Havia sido um dia cheio, sua mãe havia aparecido no final da tarde para vê-lo e pretendia ficar ali para acompanhá-lo, mas ele se recusou em aceitar. Havia doído um pouco fazer aquilo com sua amada mãe, mas Jeon Jungkook estava cansado, só queria ter algum tempo para si mesmo, poder pensar em que rumo seguir e nas decisões que ele precisava tomar mas estava evitando até o último segundo. Depois que a senhora Jeon foi embora, ainda recebeu telefonemas dela e de seu pai. Não haviam brigado, mas ele sabia que o senhor Jeon não estava nada satisfeito com as atitudes do filho.
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  Jungkook queria muito poder ocupar a mente com outras coisas, mas havia muito pouco o que se fazer estando ali no hospital. Precisava se lembrar de pedir para que alguém levasse alguns livros ou um caderno para que ele pudesse ter o que fazer. Apesar de haver uma televisão no quarto, não havia muito que chamasse sua atenção por mais do que alguns minutos. O tédio estava chegando com força total.
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  Ele estava pronto para fechar os olhos e tentar dormir quando ouviu uma batidinha leve na porta. Esperou que alguma enfermeira entrasse apressada como costumava acontecer, mas a porta permaneceu fechada.
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  — Entra…? — JK murmurou um pouco na dúvida, a batida havia sido tão leve que talvez ele tivesse se enganado.
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  Mas a porta finalmente se abriu e enfiou a cabeça para dentro dando um sorriso tímido.
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  — Oi, Chronos… — Disse um pouco sem graça.
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  — Eve! — Ele sorriu largamente vendo a amiga. — O que houve? — Perguntou ficando um pouco preocupado, já que o sorriso estava sumindo do rosto de e ela parecia um pouco chateada.
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  — Será que eu posso ficar um pouco aqui com você? — Ela perguntou acanhada.
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  Jungkook ergueu as sobrancelhas, confuso.
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  — É só que minha mãe vai demorar hoje e… — A garota mordeu os lábios. — Eu não queria ficar sozinha. — Concluiu.
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  — Claro, entra. — JK disse voltando a sorrir. — Só não posso garantir que vou conseguir me manter acordado… — Riu sem graça coçando a nuca. Ele não queria soar como se estivesse apressando-a a sair, mas achou que seria educado informar que estava com sono.
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  — Não se preocupe, eu realmente só quero ter alguém comigo. Não pra conversar… Só… Pra ficar perto. — Explicou tímida.
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  Jungkook assentiu e foi se sentar na poltrona perto da cama do rapaz. Ela abriu um pequeno livro de bolso que ele não tinha reparado que ela trazia consigo e se acomodou recolhendo as pernas sobre o assento. 
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  — Você pode dormir, está com cara de quem está cansado. Eu vou embora assim que minha mãe chegar. — Ela sorriu.
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  Jungkook sorriu de volta e em poucos minutos já havia caído no sono. Um sorriso bobo e feliz estampando seus lábios mesmo depois de desacordado.
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Capítulo 16

  19 de Setembro

  Jungkook sentia o desespero o invadir, conseguia sentir que algo ruim estava para acontecer, mas não sabia o quê e nem quando, apenas sabia. Ele olhou ao redor, as ruas estavam escuras e estranhamente vazias, só havia uma pessoa andando parecendo desnorteada, um tanto cambaleante. Talvez estivesse bêbada? JK não conseguia enxergar o rosto da pessoa, mas sabia que era um homem. Esse homem parou em frente à vitrine de um antiquário e ficou encarando o lado de dentro que estava escuro, as mãos espalmadas no vidro e o rosto quase encostando no mesmo. Jungkook não estava entendendo muito bem o que estava acontecendo, quando ouviu um barulho que o assustou. Ele olhou para os lados e conseguiu distinguir um carro em alta velocidade completamente desgovernado indo em direção ao antiquário. JK tentou gritar para alertar o homem em frente à vitrine, mas sua voz não saiu. Quando viu novamente a cena, o carro estava com a parte da frente mergulhada no vidro da fachada da loja de antiguidades e seu interior pegava fogo, a trilha sonora daquele pesadelo sendo um assobio alto e quase desesperado…
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  Jungkook sentou na cama do hospital, sobressaltado, a respiração irregular e o coração acelerado. Ainda estava um tanto confuso quando tornou a ouvir o assobio ao longe, alto e longo. Por um segundo ele prendeu a respiração para prestar maior atenção, mas o barulho não tornou a soar. O rapaz soltou o ar com pesar e olhou ao seu redor. O dia ainda não estava tão claro, então imaginou que ainda fosse cedo. Seus olhos pararam sobre uma figura encolhida sobre a poltrona perto de sua cama, um livro aberto sobre o colo e a cabeça pendendo num ângulo que provavelmente lhe daria torcicolo. O rapaz ficou por alguns momentos encarando dormir num sono profundo. Aquilo significava que a mãe dela não havia aparecido?
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  Ele se sentiu triste pela amiga, mas ao mesmo tempo esperou que a mãe da garota tivesse uma boa desculpa para não ter ido ficar com a filha no hospital. Talvez tivesse tido um imprevisto com o carro. Ou poderia não estar se sentindo bem… Suspirou. Jungkook sabia pelo pouco que havia contado que provavelmente a mulher tinha achado alguma coisa no trabalho mais importante do que sua presença ao lado da filha. Não conseguia imaginar como a garota devia se sentir naqueles momentos. 
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  Jungkook tinha seus problemas com os pais, mas eles sempre haviam sido presentes o bastante para ele não se sentir abandonado. A mãe sempre havia ficado em casa, ao menos desde que ele se lembrava, para educar seu único filho e lhe dar todo o amor que podia. O pai trabalhou na maior parte do tempo, mas sempre tirava algumas horas da noite para brincar com seu garotinho. Apesar de um tanto rígido, JK sabia que seu pai o amava tanto quanto sua mãe. Ao menos ele se sentia amado. O problema que estava acontecendo não era com ele, mas entre eles, o casal. Havia anos o senhor e a senhora Jeon começaram a discutir por qualquer bobagem, mas ao mesmo tempo que pareciam se odiar, também pareciam não querer dar fim ao problema. E então as brigas persistiam. 
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  O barulho vindo do celular de despertou aos dois. A garota, do sono e JK de seus devaneios.
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   pegou o aparelho no susto e ainda sonolenta verificou do que se tratava. Depois de alguns segundos, bufou e jogou o celular com certa impaciência no canto da poltrona.
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  — Tá tudo bem? — Jungkook perguntou vendo o olhar sombrio que era bastante raro na expressão da amiga. 
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  Ela balançou a cabeça afirmando, mas sua feição não melhorou.
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  — Minha mãe… — Finalmente respondeu soltando um suspiro longo. — Acredita que ela só se preocupou em me enviar uma mensagem agora para dizer que não viria? — Resmungou nada feliz. — É sério, mãe? Se você não dissesse eu mal perceberia! — O ressentimento parecia transbordar da garota que se levantou irritada.
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  — Eu sinto muito, … — JK murmurou ficando chateado pela amiga. 
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  Ela olhou para o rapaz na cama e suspirou, tentando se desfazer da carranca.
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  — Não é como se eu já não soubesse disso. — Ela deu de ombros voltando a sentar na ponta da poltrona, um tanto cabisbaixa. — Já estava sendo bastante fora do comum ela ter vindo todas as noites por uma semana…
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  Jungkook sentiu-se um pouco mal pela garota. Queria poder ter as palavras certas para confortá-la, ou mesmo poder se levantar para lhe dar um abraço, mas não podia fazer nem isso. Ele suspirou baixinho e fez uma careta rápida e discreta, não querendo que a amiga percebesse e pudesse pensar que era por culpa dela sua reação.
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  — Pelo menos dessa vez eu tive sua companhia. — ergueu o olhar e tinha um sorriso singelo nos lábios, o que fez JK sorrir junto automaticamente. Ele gostava de vê-la sorrir. — Não gosto da sensação de estar sozinha. 
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  A vontade de Jungkook de poder se levantar e abraçar a amiga naquele instante havia sido grande. Ele esperava que ela pudesse ter a atenção que merecia e tanto precisava dos pais. Por uns instantes ele sentiu falta da presença dos pais ali. De como eles costumavam ser antes das brigas começarem.
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  A enfermeira Martha entrou no quarto de JK e se espantou ao ver ali.
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  — Ora, senhorita Simmons, o que faz aqui? — A mulher perguntou erguendo a sobrancelha, desconfiada.
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  — Minha mãe não veio ficar comigo, então vim ficar com JK. — A garota disse simplesmente, dando de ombros e fazendo careta.
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  — Então vocês são amigos… — A enfermeira murmurou indo verificar os medicamentos de Jungkook.
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  — Somos amigos de jogos online. — respondeu. — Mas para mim é como se eu o conhecesse há tempos! — Sorriu parecendo animada e satisfeita.
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  Martha olhou de um jovem para o outro com curiosidade e soltou um risinho divertido depois de alguns segundos.
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  — Certo, mas acho melhor você voltar para o seu quarto agora, senhorita Simmons. Descanse. — A mulher disse e a garota fez careta, mas obedeceu, logo saindo do quarto de JK. — E você, o que faz acordado a esta hora? Geralmente quando passo aqui nesse horário você ainda está dormindo. 
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  Jungkook coçou a nuca, pensativo.
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  — Eu tive um pesadelo. — Deu de ombros, mas sua mente já voltava para o sonho que havia tido.
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  A sensação de desespero logo voltou e por um segundo ele se viu novamente encarando o homem em frente à loja, tentando de todas as formas avisá-lo sobre o acidente.
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  — Querido, você está bem? — Martha perguntou parando um instante para encará-lo melhor. Jungkook assentiu sorrindo fraco. — Tente descansar mais um pouco antes do café. — Sugeriu.
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  JK concordou. Embora não estivesse sentindo cansaço, ainda era cedo demais e ele não tinha muito o que fazer com o tempo que tinha no hospital, talvez dormir mais um pouco ajudasse a passar pela internação mais rápido.
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  A tarde chegou e Jungkook estava sozinho dando uma volta pelo térreo do hospital. Era um dia tipicamente tedioso e não estava ali para lhe fazer companhia, aparentemente o pai havia tirado alguns minutos de sua tarde para fazer uma visita à filha e aquilo era tão fora do comum que a garota decidiu aproveitar cada segundo. Então ele estava ali dando uma volta por todos os andares que pudessem parecer interessantes.
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  — Yah! Jeon Jungkook! — Ele ouviu uma voz conhecida exclamar de forma divertida seu nome.
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  — Jin-hyung, Yoongi-hyung, o que fazem aqui? — JK perguntou quando reconheceu Seokjin junto de Suga que vinham se aproximando em um caminhar despreocupado.
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  — Viemos te animar um pouco. — Jin murmurou com um sorriso convencido nos lábios. — Pelo tom das suas mensagens no celular, você está bem entediado… — O mais velho prosseguiu e os três amigos começaram a seguir para um dos bancos na área de recreação para a qual JK estava seguindo anteriormente.
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  — Aaah, eu estou ficando louco sem ter o que fazer e sem ter como me mover direito. — Reclamou frustrado. Normalmente Jungkook costumava se mover mais, quando não estava com os amigos ou jogando algum game no computador ele tentava praticar esportes. Gostava bastante de basquete que podia às vezes contar com a presença de Yoongi para jogar junto.
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  — Não é bom ter um tempo sozinho e poder dormir o quanto quiser? — Suga perguntou erguendo a sobrancelha.
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  — Eu já cansei de dormir, hyung! — JK soltou, ainda mais frustrado, fazendo Jin rir, o rapaz ficava parecendo ainda mais jovem fazendo aquelas expressões. — E você, Yoongi hyung? Está dormindo como uma pessoa normal agora? — Retrucou.
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  Suga bufou e não respondeu enquanto Seokjin balançava a cabeça negativamente.
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  Os três ficaram em silêncio por algum tempo, Jin olhando pelos arredores, analisando o ambiente, vez ou outra, verificando seu celular. Yoongi parecia um pouco desconfortável depois do último comentário do melhor amigo… E Jungkook estava querendo perguntar o que estava acontecendo na vida de Min Yoongi e se ele estava tentando fazer alguma coisa para se entender com . Claro que JK não precisava pensar muito, pela expressão de Suga, era óbvio que não.
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  — Trouxemos algumas coisas para deixar com você enquanto não sai daqui. O que eu espero que não demore muito. — Jin murmurou estendendo uma sacola de tecido que quase se parecia com uma mochila.
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  Jungkook pegou a sacola e deu uma espiada dentro. Ele sorriu alegre ao tirar um bloco de desenhos e vários tipos de lápis de lá. Além disso, ainda havia uma caixinha com fones de ouvido. 
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  — Obrigado! — Exclamou verdadeiramente feliz. 
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  — Bom, agora vai ter alguma coisa para fazer. — Seokjin sorriu para o mais novo dos amigos com uma verdadeira alegria aquecendo o coração.
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  — É. — Yoongi concordou. — Faz muito tempo que não vejo você desenhar. — Comentou com sua melhor expressão “estou tentando não me importar, mas me importo” que tinha.
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  — Acho que acabei esquecendo o quanto costumava gostar disso. — JK baixou o olhar ficando um pouco menos alegre ao se lembrar que o desânimo com o desenho tinha começado depois de ter se enfiado no mundo online para fugir das brigas dos pais.
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  — Hei, tira esse tempo aqui para pensar um pouco e colocar a cabeça no lugar, tá? — Jin murmurou dando tapinhas leves no ombro do mais novo. Ele abriu a boca para continuar com seu discurso quando seu celular vibrou lhe dando um leve susto. — Eu vou atender. — Sorriu encarando a tela do aparelho e já se afastando, deixando os dois melhores amigos sozinhos.
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  — Quem será que era no telefone? — JK perguntou ainda encarando a figura do mais velho do grupo que conversava animadamente com alguém. Yoongi apenas deu de ombros, não fazia ideia de quem poderia ser, então não gastaria energia especulando. 
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  — O que anda fazendo aqui nesses dias? — Perguntou e Jungkook deu uma leve risada. O amigo tentando puxar assunto era um tanto engraçado e às vezes aquele tipo de coisa acontecia.
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  — Eu conheci uma amiga de RPG. — Murmurou sorrindo um pouco mais largamente. — Não é engraçado como o mundo é pequeno?
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  Yoongi concorduo num misto de dar de ombros. Para ele parecia que o mundo era bem grande naquele momento. Inclusive, tão grande que era capaz de separá-lo das pessoas.
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  — E ela é uma pessoa legal pessoalmente? — JK soltou mais um risinho. — O quê? — Suga retrucou olhando torto para o mais novo.
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  — Você tá parecendo meu pai fazendo essas perguntas. — Explicou não segurando mais o riso.
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  — Não sou seu pai, mas sou seu irmão. — Suga falou, o olhar tão sério quanto seu tom. Jungkook sorriu se sentindo feliz. Min Yoongi era mesmo seu irmão, mesmo tendo cinco anos de diferença na idade e mesmo não tendo os mesmos pais, eles eram irmãos de todas as outras formas. — E então, quem é essa garota? — Perguntou num tom um pouco mais brincalhão.
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  — Ela se chama . — JK começou. — É a melhor jogadora de Underworld, está sempre em primeiro no ranking. Nos conhecemos por lá. Foi a primeira vez que nos vimos fora do jogo.
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  Suga assentiu, mas estava interessado em saber se havia algo mais de interesse entre os dois além do RPG. Estava preocupado como um bom irmão mais velho. Ia continuar com o interrogatório, mas Jin estava caminhando de volta até eles com o sorriso maior que o rosto.
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  — Era sua namorada, hyung? — Jungkook não resistiu em fazer a brincadeira. O sorriso e alegria no rosto do mais velho eram tão evidentes que ele imaginava o que poderia ser a causa daquilo. Ou quem.
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  Seokjin parou no meio do caminho assim que processou a pergunta.
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  — Yah! Claro que não. — Retrucou ficando perceptivelmente sem graça. — É só uma… Amiga? — A última palavra saiu em tom de dúvida o que fez os outros dois amigos se entreolharem confusos.
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  — Você não sabe o que são? — Suga perguntou erguendo a sobrancelha achando o rumo da conversa até que divertido.
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  — Não é que eu não saiba, é só que…
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  — Ela é do tipo difícil?
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  — A gente acabou de se conhecer. — Jin informou bufando. Ele não era muito o tipo de pessoa que gostava de falar sobre aqueles assuntos.
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  O trio caiu em um silêncio considerável, até Jungkook olhar para o mais velho e soltar um risinho.
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  — Hyung, as suas orelhas estão ficando vermelhas… — Comentou tentando segurar a gargalhada.
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  Seokjin tentou lançar o seu melhor olhar irritado, mas a verdade era que estava bastante envergonhado com o rumo que aquela conversa aparentemente inocente tinha tomado.
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  — Hyung… Você gosta dela? — Yoongi perguntou, mas seu tom era quase uma afirmação descrente. 
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  — É claro que não! — ele exclamou prontamente. — Não desse jeito. — Logo se viu explicando.
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  Jungkook olhou de forma desconfiada para seu hyung mais velho, pela forma como estava agindo, com certeza havia pelo menos um pouco mais do que “gostar” nos sentimentos de Kim Seokjin, mas talvez ele ainda não tivesse processado a informação, já que tinha dito que havia acabado de conhecer a moça.
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  — Espero que você desenhe muito nesse bloco, Jungkook. — Jin exclamou mudando completamente de assunto, o que fez JK rir e Yoongi revirar os olhos. 
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  — Vou usar com sabedoria e vontade, hyung. — O mais novo disse de forma solene, era melhor não insistir muito, era a primeira vez que ele ouvia Seokjin falar sobre um possível interesse amoroso.
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  Os três ficaram de conversa por vários outros minutos até Jin informar que precisava voltar para casa para terminar um novo trabalho e Yoongi o acompanhou, já que os dois haviam ido até lá juntos. Eles se despediram, e assim que os dois mais velhos foram embora, Jungkook voltou para dentro do hospital, para seu quarto, e se colocou em frente à pequena mesa que havia ali. Deixou todo o conteúdo da sacola sobre ela, plugou os fones de ouvido no celular, deixou uma playlist tocando e começou a fazer alguns rabiscos na primeira folha do bloco de desenhos, testando os vários lápis que seus amigos haviam lhe trazido. Quando sentiu que sua mão havia começado a se acostumar novamente com os movimentos para desenhar, começou a pensar no que poderia retratar.
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  Não demorou muito até se decidir por fazer pequenas caricaturas dos seus seis amigos. Passou o resto da tarde fazendo várias tentativas de desenhos, se aquecendo para algo possivelmente mais detalhado.
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  21 de Setembro

  Jungkook estava sentado num dos bancos de madeira do espaço recreativo do lado de fora do hospital, a perna quebrada esticada da melhor maneira que conseguiu, as muletas encostadas ao seu lado. Estava imerso em seu próprio mundo, os fones no ouvido enquanto desenhava no bloco que havia ganhado dos amigos. 
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   tinha recebido alta no mesmo dia em que o pai havia ido visitá-la, e agora JK estava se sentindo um pouco solitário sem ter com quem falar. Ele suspirou e encarou o esboço no qual estava trabalhando, o rosto de . De repente ele havia se sentido inspirado o bastante para fazer um retrato bastante realista da amiga, e já que estava sentindo saudades, por que não?
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  O rapaz estava entretido com sua música e seu desenho que mal percebeu a aproximação de alguém. Levou um leve susto quando uma mão puxou um dos fones de ouvido para chamar sua atenção.
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  — Alô, Chronos!
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  Jungkook ergueu o olhar para dar de cara com o encarando com um sorriso alegre nos lábios.
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  — Que bom que consegui te encontrar. — Disse satisfeita, sentando-se ao lado de Jungkook que permanecia um pouco surpreso.
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  — O que está fazendo aqui? — Perguntou tirando o outro fone do ouvido para poder dar atenção à amiga.
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  — Imaginei que você estivesse muito entediado sem a minha presença, então resolvi fazer uma visita.
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  JK sorriu sentindo uma alegria surgir em seu peito, havia mesmo sentido falta dela em seus quase dois dias sozinho ali. 
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   voltou seu olhar para o bloco de desenhos no colo do amigo e foi a sua vez de ficar com a expressão surpresa.
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  — Wow, essa sou eu? — Perguntou apontando abobada para o desenho do rapaz. Ele voltou seu olhar para o papel, parecendo só se lembrar naquele momento dele.
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  — Ah, é… — Respondeu coçando a nuca, um pouco encabulado.
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  Não que ele não tivesse segurança de seu talento ou que tivesse vergonha de mostrar sua arte, mas estava com um pouco de receio de que a garota interpretasse mal sua ação.
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  — Nossa! exclamou com os olhos arregalados, ainda encarando o esboço. — Você é muito bom nisso. 
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  Jungkook sorriu sem graça, mas aliviado que ela não pareceu ofendida por servir de inspiração ou pensando que talvez ele estivesse apaixonado ou coisa parecida. 
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  — Posso? — Perguntou ela apontando para o desenho. JK assentiu e entregou o bloco para a garota que começou a analisar a imagem de perto. — Eu tô me sentindo de ego inflado agora. — Riu consigo mesma após alguns instantes e devolvendo o bloco. — E tem um pouco da MissEVE aqui. — Assinalou parecendo impressionada.
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  — Você percebeu. — Jungkook sorriu de lado, surpreso e ao mesmo tempo satisfeito. — É um pouco a forma como eu vejo você. — Explicou.
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  Agora que conhecia , a pessoa por trás de MissEVE, ele sabia a que rosto associar o personagem do RPG, mas havia passado tanto tempo pensando em MissEVE como MissEVE, a personagem imponente, poderosa, quase uma deusa, que não conseguia dissociá-la completamente da garota que jogava com aquele avatar. A consequência havia sido retratada naquele desenho. O rosto era de , mas a expressão era de MissEVE.
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  — Estou me sentindo lisonjeada… — Murmurou ela ainda boquiaberta. — E com um pouco de inveja. — Pontuou fazendo JK encará-la questionando. — Tem alguma coisa que você não saiba fazer? — Ela parecia descrente ao falar. — Quer dizer, pelas coisas que você me contou durante nossas conversas online, basicamente você sabe fazer de tudo um pouco.
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  Jungkook soltou um leve riso e balançou a cabeça.
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  — Minha avó costumava dizer que isso era um grande problema para mim. Saber um pouco de várias coisas… — Ele ficou pensativo por alguns instantes.
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  — E como isso seria um problema?
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  — Significa que eu sei pouco de muita coisa e que provavelmente não cheguei ao final de nenhuma delas. Finalizar as coisas é importante, eu acho…
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   ficou encarando o nada por algum tempo, pensando. 
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  — Pelo menos você sabe de algumas coisas. — Ela deu de ombros. — Eu acho que só sei como sobreviver em um game online. 
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  — Você sabe muito bem como fazer isso.
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   sorriu e se empertigou ao lado de JK no banco.
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  — E então, você já tem alguma previsão de alta?
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  — Acho que amanhã ou depois eu já volto pra casa… — Murmurou num tom desanimado.
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  — Isso é tão ruim assim? — perguntou erguendo as sobrancelhas e viu um sorriso triste surgir nos lábios de Jungkook. — A gente pode combinar de se encontrar se quiser conversar. Ou só jogar alguma coisa.
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  O sorriso ficou um pouco mais alegre quando ele a ouviu sugerir aquilo. Esperava poder manter contato com a mais nova amiga, e se pudesse, não apenas virtualmente. Aquela ideia o deixou um pouco menos desanimado com o fato de voltar para casa e para as constantes discussões e alfinetadas entre seus pais. Ele tinha amigos com quem contar, afinal.
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Capítulo 17

  22 de Setembro

  Jungkook estava sentado em sua cama com evidente desânimo. Havia recebido alta naquela manhã, mal tinha voltado para casa e os pais já estavam discutindo aos berros um com o outro. O rapaz soltou um suspiro pesado. Apesar de tudo, ele ainda tinha esperanças de que, ao menos por alguns dias por conta de seu acidente, os dois dariam uma trégua. Jungkook se sentia como um garotinho descobrindo que o Papai Noel na realidade era apenas um tio fantasiado. 
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  Ainda era cedo, passava pouco das nove da manhã. Havia saído do hospital às sete e pouco e poderia ter aproveitado todo aquele tempo até o momento para tirar um cochilo, mas se havia uma coisa que Jungkook não estava, era cansado. Sua perna ainda estava engessada e ele tinha que andar com muletas, a mobilidade ainda estava limitada e com aquilo, a energia só se acumulava mais e mais.
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  Ele queria poder jogar basquete ou praticar algum esporte por aí, talvez apenas fazer uma corrida pelo bairro, mas não podia. Até se viu tentado a fazer alguma estripulia, podia tentar fazer cestas no quintal de sua casa, se apoiando em uma das muletas e se equilibrando em uma perna só, mas bem conseguia ouvir a bronca que levaria da mãe se ela visse… Então, ele estava ali, largado na cama em seu quarto, tentando ao máximo ignorar a discussão que parava e voltava de minutos em minutos. 
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  JK estava pensando em enviar uma mensagem para os amigos, talvez alguém tivesse algum tempo para conversar e até mesmo para se encontrar, mas aparentemente não havia ninguém online. Ele soltou um suspiro pesado deixando seu braço que segurava o celular cair pesadamente ao seu lado na cama, quando o mesmo fez barulho, avisando que uma nova mensagem havia sido recebida.
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  “Hei, Chronos, como estamos hoje?” — Quando leu a mensagem de , Jungkook sequer se deu ao trabalho de refrear o sorriso instantâneo que surgiu em seus lábios.
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  “Em casa, como o previsto…” — respondeu, o humor voltando a ficar nublado ao enviar a mensagem.
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  Alguns minutos se passaram antes que uma resposta chegasse.
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  “Você não parece animado.”
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  “As coisas por aqui estão um pouco… Complicadas…”
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  “:( ”

  Jungkook suspirou largando novamente o celular sobre a cama ao seu lado. De alguma forma, apesar da energia física, o seu ânimo e energia mental estavam pouco a pouco se esvaindo. O rapaz estava cansado e se sentindo pequeno. Ele queria poder resolver todos os seus problemas e o das pessoas com quem se importa, mas como fazer aquilo quando nada dependia somente dele?
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  “Você quer jogar um pouco?” perguntou alguns minutos depois.
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  “Você não está no colégio?”
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  “Não fui hoje.
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  Não é como se tivesse alguém aqui pra me obrigar…” — Embora ele não pudesse ver a expressão da garota, sabia que a amiga estava chateada. “Podemos nos encontrar mais tarde em algum cyber café? Não quero ficar em casa hoje, mas também não queria ficar sozinha.”
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  Jungkook não pensou duas vezes antes de responder “sim, podemos”. Ele não sabia se aguentaria muito mais tempo dentro da própria casa, não com os pais deixando o ambiente tão pesado.
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  Namjoon caminhava pelas ruas da cidade tentando espairecer um pouco. O cansaço que estava sentindo nos últimos dias não queria passar embora tivesse se dado uma folga do trabalho e da construção da casa. O acidente com Jungkook havia tirado seu sono e ele ainda estava preocupado com o estado de ânimo de Jimin e Hoseok. Os dois pareciam cada dia mais desanimados e… Sem vida. Embora dissessem que estavam bem e que nada de importante havia acontecido, Joon sabia que aquele não era o estado normal dos amigos.
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  Fora aquilo, ainda havia Yoongi, que insistia em fugir de uma conversa séria com , e mesmo que aparentasse estar relativamente bem, Namjoon sabia que o segundo mais velho do grupo costumava camuflar bem seus sentimentos, deixando para senti-los e expressá-los em algum momento sozinho, coisa que podia transformar Min Yoongi em uma bomba relógio em algumas ocasiões.
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  Joon suspirou e percebeu que suas pernas o levavam para o centro da cidade, muito mais movimentado do que qualquer outro canto. Ele não fazia ideia do porquê havia ido parar ali, geralmente quando queria paz, não era bem ao centro que ele gostava de ir. Mas, de qualquer forma, Namjoon decidiu aproveitar o fato para dar uma passada em sua livraria favorita, embora não pretendesse comprar nada, livros eram bons companheiros para os momentos em que se precisava de um descanso.
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  Entrou na livraria sem um rumo certo. Ele gostava de ler praticamente qualquer coisa, desde livros didáticos até os infantis, então apenas vagou por entre as prateleiras vasculhando cada uma delas com os olhos, vez ou outra pegando algum volume que julgava o título interessante. Quando chegou na parte de não-ficção, passou por uma moça — visivelmente mais baixa que ele — que tinha um grande livro de capa dura em mãos, ele não fazia ideia do que se tratava, mas pela forma como a garota o segurava, parecia ser algo importante e de muito interesse para ela. Mas nos poucos segundos que ele levou para atravessar a seção, viu a moça colocar o livro de volta na estante com um suspiro pesaroso e começar a caminhar em direção à saída.
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  Ele sabia bem como era querer levar mais um livro para casa, mas as prioridades do momento o proibirem. Talvez ela estivesse naquela situação? Quando havia acabado de se mudar para seu terreno, as idas à livraria se resumiam a várias horas apenas observando os vários livros novos e a sua lista de desejados aumentando. Foi um período longo de “abstinência”. Mesmo que no momento atual a situação financeira não tenha mudado muito, ao menos um ou dois livros ele podia se dar ao luxo de comprar por mês sem o peso de estar gastando o dinheiro de sua comida ou dos materiais que precisava para sua “casa dos sonhos”. 
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  Namjoon saiu da loja sem uma história nova, o atendente — que já havia se tornado praticamente um amigo — brincou dizendo que aquele era um dia de “reconhecimento de terreno”, como chamava os dias em que Joon aparecia apenas para dar uma olhada nas novidades.
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  O rapaz caminhava novamente sem rumo pelas ruas do centro, pouco prestando atenção ao que acontecia ao seu redor. Passava por uma ponte movimentada quando ouviu alguém falando numa voz irritada:
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  — Toma cuidado, garota! 
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  Namjoon ergueu o olhar a tempo de ver um homem engravatado brigando com uma moça que segurava um maço de folhetos e parecia pedir desculpas, que aparentemente não tinham sido aceitas, já que o homem pegou os folhetos da mão da moça e os jogou com raiva no chão. Joon arregalou os olhos com a cena e, quase sem perceber, correu até a garota que se abaixava para pegar de volta todas as folhas jogadas.
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  Ela não havia dito nada, sequer resmungado, mas pela forma como os nós dos dedos das mãos que seguravam o bolo de papel estavam evidentes, era claro que ela estava irritada.
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  — Aqui. — Joon murmurou quando terminou de juntar tudo o que estava a seu alcance.
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  A garota ergueu o olhar para encará-lo, a expressão um tanto fechada.
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  — Obrigada. — Soltou baixo, quase num resmungo, enquanto pegava os folhetos que ele lhe estendia.
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  Mesmo que a troca de olhares tivesse durado segundos, Namjoon tinha certeza de que demoraria a esquecer daquele par de olhos analisadores e um tanto enfezados que o encararam: um dos olhos era verde e profundo, enquanto o outro tinha um tom castanho, quase caramelo. Eles brilhavam quando ela se virou e simplesmente saiu andando. E ele sabia que ela estava segurando a vontade de chorar.
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  Era pouco depois do almoço quando Jungkook chegou ao cyber café onde havia combinado de encontrar com . Apesar da mobilidade um tanto restrita, ele preferia caminhar até qualquer lugar com a perna quebrada do que ficar dentro de casa com os pais brigando ou com um dos dois resmungando sobre o outro pelos cantos. Por sorte, o local não era tão longe de onde morava, ele costumava ir para lá de vez em quando madrugar quando não estava a fim de estar em casa.
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  Ele foi até o balcão e pediu por um computador, logo depois aproveitando para pedir por uma bebida também. Não demorou muito até surgir na entrada do cyber café acenando animadamente em sua direção, a garota logo foi para o computador ao lado do de JK, sentando-se na cadeira, o cumprimentou.
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  — E então, como estamos hoje? — a garota perguntou enquanto logava em seu computador.
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  — A mesma coisa de sempre… — Suspirou com um sorriso triste. — Você?
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  — Nada de novo sob o sol. — Ela deu de ombros parecendo indiferente. — E então, vamos jogar ou o quê? — perguntou erguendo a sobrancelha de forma divertida, o que fez Jungkook soltar um riso.
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  Os dois ficaram horas e horas jogando alguns jogos online de cooperação e até entraram em partidas de outras pessoas presentes no cyber café, até finalmente partirem para Underworld, o jogo no qual haviam se conhecido. Pelo ranking se dar por pontuação de jogadores, os vários dias longe do game fizeram MissEVE descer uma posição no ranking mundial.
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  — O que obviamente eu não vou permitir. — disse para JK enquanto os dois se preparavam para mais uma partida do game. — Aparentemente eu tenho a noite toda para recuperar minha posição — ela murmurou dando uma olhada rápida no visor do celular.
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  Jungkook sabia que ela esperava que os pais se preocupassem com ela, ao menos uma mensagem de “onde você está?”, mas os dois estavam muito ocupados com o trabalho para se lembrarem de verificar a filha. Já ele, estava recebendo mensagens de pai e mãe há cada dez minutos, ambos preocupados com seu paradeiro ao anoitecer e com uma perna quebrada. O rapaz apenas respondeu rapidamente que ficaria o resto da noite no cyber café, não tinha a menor vontade de voltar para casa. 
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  Obviamente Jeon Jungkook não queria estar na pele da amiga. JK não queria que seus pais não se importassem mais com ele. Só queria que parassem de brigar a todo instante por qualquer coisa, os dois costumavam ser um casal, se não amoroso, ao menos equilibrado. O que havia acontecido para se tornarem dois estranhos um com o outro?
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  — E então, quem de nós está menos pior? — a garota murmurou alguns instantes depois de mais uma vez verificar o celular.
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  — Acho que nessa, nenhum de nós ganha… — Jungkook murmurou sorrindo triste.
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  Ele preferia não ir por aquele caminho. Nenhum dos sofrimentos era menor para quem estava sentindo, não se podia diminuir sofrimento alheio e tampouco o próprio para tentar “enxergar” o lado “bom” de algo.
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  30 de Setembro

  Jin estava no café à espera de mais uma vez. Aqueles encontros pareciam estar virando parte da rotina dos dois, e o rapaz não estava nem um pouco incomodado com aquilo, na verdade, aqueles encontros eram os momentos mais esperados de sua semana. Era estranho como o estava fazendo se sentir em tão pouco tempo. A animação da moça o contagiava e as coisas que costumava dizer lhe prendiam a atenção de uma forma que ele nunca imaginou ser possível. Daquela vez queria conversar sobre algumas fotos novas que ele havia postado online para venda, bem lá no fundo, ambos sabiam que era apenas uma desculpa para se encontrarem, e mesmo que a moça o tivesse chamado para encarar o céu e ficar em silêncio, ele iria. 
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  Ela chegou ao café e caminhou diretamente para a mesa costumeira que ambos se sentaram desde a primeira vez, sequer parando para olhar na direção para ter certeza de que Jin estava lá. tinha o seu sorriso característico nos lábios, e mais uma vez, automaticamente, Seokjin sorriu junto à moça. 
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  — Vamos tratar de negócios, senhor Kim. — murmurou tentando se fazer de séria, sentando numa postura ereta e cruzando as mãos sobre a mesa. — Quantos cafés eu preciso pagar para ter essa imagem do pôr-do-sol exclusivamente para mim? — perguntou deslizando seu celular pela mesa, deixando à mostra a foto mencionada. 
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  Jin soltou um risinho desacreditado enquanto observava a foto que havia tirado algum tempo atrás, o céu estava em tons de azul, lilás e laranja e uma linha praticamente perfeita do horizonte podia ser vista. 
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  — Eu falo sério, Jin. — permaneceu com a mesma expressão, apesar de um vestígio de sorriso ter surgido por alguns instantes. — Eu preciso dessa imagem pra mim! 
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  Seokjin estava pronto para responder qualquer coisa quando um trio chamativo se aproximou da mesa onde ambos estavam sentados.
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  — Então você veio tratar de negócios, hum, ? — Uma das mulheres do trio se aproximou mais, colocando o braço sobre os ombros da moça sentada e lançando um olhar analisador para Jin. 
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  — Eu disse que era um encontro! — a outra mulher exclamou parecendo empolgada. 
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  — Se bem que, eu não consideraria isso um encontro… — o único rapaz do grupo murmurou com ar analisador.
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  — Gente, mas que diabos vocês estão fazendo aqui? — exclamou com ar confuso encarando os recém-chegados. 
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  — Artie e eu apostamos. Eu disse que era um encontro, e Artie disse que você é muito chata pra viver esse tipo de coisa. — A segunda mulher disse como se comentasse o tempo.
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  Jin apenas observava aquela cena um tanto confuso, mas achando interessante o bastante para não se sentir incomodado ou constrangido. Na verdade, estava curioso para saber onde aquela conversa daria.
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  — E você, Stacey? — olhou de sobrancelha erguida para a mulher que estava ainda com o braço sobre seus ombros. 
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  — Eu só vim conferir se o cara era bonito. — Stacey deu uma piscadela marota na direção da colega e sorriu sugestivamente para Jin.
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   soltou um suspiro, e depois de massagear a base do nariz, finalmente disse:
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  — Pessoal, este é o nosso senhor Kim. — Apontou para Jin. — E Jin, esses são meus amigos intrometidos do trabalho: Arthur, Stacey e Jenna. — Apontou para cada um os apresentando.
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  — Espera, o senhor Kim? — Jenna perguntou olhando um pouco mais atentamente para Seokjin e ignorando completamente o cumprimento do rapaz.
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  — Foi o que eu disse. Inclusive foi o que eu informei a vocês três antes de sair do escritório! — reclamou parecendo indignada com a falta de atenção dos amigos.
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  — Você disse que ia encontrar com um senhor Kim, mas a gente não imaginava que você fosse ter um encontro com o senhor Kim, salvador do universo e senhor das fotos perfeitas. — Jenna murmurou parecendo ressentida. — Espera, então isso é mesmo uma reunião de negócios? — soltou num resmungo.
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  — Eu disse que ela tem uma vida chata demais pra encontros… — Arthur murmurou dando tapinhas consoladores nas costas da amiga.
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  Uma pequena discussão se iniciou entre o quarteto de amigos, excluindo completamente a presença de Jin, que soltou um risinho achando aquilo inesperado. Ele queria poder dizer que estava inteirado sobre o assunto discutido, mas a verdade é que sua atenção estava sobre , que fazia caretas e gesticulava enquanto falava com os amigos e parecia retrucar alguma coisa.
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  — Hei, senhor Kim. — Jenna se virou para ele de repente. — Eu ainda posso ganhar essa aposta.
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  Jin encarou a mulher, suas sobrancelhas arqueando.
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  — Hum, você deveria levar a nossa a um encontro de verdade. — Stacey concordou pensativa. 
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  — Se você não levar, eu levo. — Arthur deu um passo à frente. — é uma boa pretendente, afinal. — Deu de ombros.
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  — Gente, pelo amor de Deus! exclamou passando a mão pelo rosto e parecendo cansada. — Jin, ignora eles, é o que eu faço quase sempre quando estão agindo assim. — A moça tocou de leve no pulso dele para chamar sua atenção.
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  — Cruzes, você é chata. — Arthur riu da careta que a amiga lhe lançou. 
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  — Mas pense bem no que dissemos, amigo. — Jenna murmurou colocando a mão no ombro de Jin. — vale a pena… E claro, a gente pode sempre melhorar a oferta pra compra das suas fotos. — Piscou marota antes de ser puxada por Stacey para longe. 
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  — Me desculpa por isso… — resmungou num suspiro.
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  — Eles parecem bons amigos. — Jin murmurou sorrindo, recebendo um aceno em concordância.
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  — Eles são, mas são bastante intrometidos também. — Os dois riram, e apesar de parecer estar sem graça com a situação, ela soube camuflar bem continuando com a conversa anterior, como se nada tivesse acontecido.
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  Seokjin prestou atenção em cada palavra dita e em cada pausa para respirar e pensar que fez. Em sua mente, bem lá no fundo, ele pensava se os amigos da moça tinham razão. Ela vale a pena.
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Capítulo 18

  15 de Outubro

  Jin encarava o celular em dúvida. Estava fora de casa para terminar alguns trabalhos como fotógrafo, mas agora que estava em frente ao café da Sexta Avenida — que havia virado praticamente uma segunda casa —, seus pensamentos voaram para cerca de duas semanas atrás quando os amigos do trabalho de haviam surgido para investigar o “encontro” da moça. “Você devia levá-la a um encontro de verdade” foi o que uma das amigas de havia dito, e desde aquele dia aquilo ficou martelando em sua mente. Será que ele devia?
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  Ficou por vários segundos encarando a foto do perfil de tentando pensar se devia mandar uma mensagem a ela. Ou talvez fosse mais polido se ligasse, afinal, era um convite para um encontro… Seokjin parou de súbito quando percebeu a forma como estava pensando, ele inconscientemente havia decidido que devia chamá-la para um encontro. Com um suspiro um tanto nervoso, abriu a janela de sua conversa com e começou a digitar, e depois de vários minutos escrevendo e apagando o que deveria enviar, levou um pequeno susto com uma mensagem da própria pipocando no chat, o que o fez se confundir e apertar o botão de envio.
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  “Você tem planos para hoje?” era a mensagem dela.
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  “Eu sei que isso é meio repentino, mas eu queria saber se você gostaria de s…” foi a frase que ele acabou por enviar sem querer.
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  “Se eu gostaria de quê?” perguntou mandando um emoji de dúvida logo em seguida.
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  Jin encarou aquela conversa que havia se iniciado de forma desastrosa e pensava seriamente em simplesmente dizer que havia enviado a mensagem por engano, mas a verdade era que ele mesmo estava ansioso por aquele “encontro de verdade”.
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  “Jin?” a moça enviou depois dos longos segundos sem resposta.
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  Ele estava pronto para começar a digitar novamente quando a tela de chamada de vídeo tomou lugar em seu celular, o que definitivamente o deixou confuso, já que não costumava usar aquele tipo de ligação. Deslizou o botão para atender de qualquer forma.
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  De algum modo, Seokjin não se surpreendeu quando percebeu uma algazarra do outro lado da ligação. A câmera do celular de não estava focada em ninguém em especial, mas a gritaria era bastante audível.
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  — Parem com isso! Desliga! — Ele reconheceu a voz de num tom quase desesperado. 
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  — Ele definitivamente vai te chamar para sair! — Uma outra voz feminina exclamou.
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  — Para, devolve meu celular! — resmungou novamente e depois de a imagem ficar fora de foco, o rosto da moça finalmente apareceu. Ela tinha a expressão sem graça, os olhos levemente arregalados e a boca entreaberta. — Oi, Jin… — Sorriu amarelo, lançando discretamente um olhar torto para alguém atrás do celular.
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  Seokjin sorriu e ficou alguns segundos observando aquela moça peculiar.
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  — Então… — Ele saiu do transe ao ouvi-la falar novamente. — Será que você tem planos para…
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  — Espera, espera. — Jin pediu rindo um pouco nervoso. — Deixa eu fazer isso direito. — Murmurou, vendo os olhos de se arregalar um pouco mais. — Eu estava pronto para desistir disso quando você me ligou.
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  — Meus amigos te ligaram…  — Ela murmurou baixinho, ficando ainda mais sem graça.
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  — Eu imaginei. — Seokjin disse soltando um risinho divertido. — Mas já que estamos nos falando, então… — De repente, o rapaz se sentiu inseguro. E se ela não quisesse sair com ele? E se talvez ele estivesse entendendo tudo errado? Respirou fundo, não seria educado voltar atrás por um motivo bobo. — Você gostaria de ir a um encontro comigo? Um encontro de verdade? — soltou de uma vez, falando a frase tão rápido que não tinha certeza se havia entendido. A imagem da garota parecia ter congelado e o silêncio reinou por alguns longos segundos. — ? — chamou, a ansiedade por uma resposta o atacando.
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  — Eu… — A moça conseguiu dizer antes de gargalhar, deixando Seokjin completamente confuso. Aquilo era um não? Ou talvez fosse um sim? 
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  Depois de alguns segundos de gargalhadas sem motivo e mais alguns segundos com se recompondo, ela finalmente conseguiu dizer:
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  — Eu estava tentando te chamar para sair também quando te mandei a mensagem. — Explicou, o vestígio de riso ainda em seu rosto. — Mas você e meus amigos foram mais rápidos… — Ela pressionou os lábios um contra o outro, parecendo segurar o riso novamente.
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  Seokjin deu risada, daquela vez, de alívio.
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  — Então eu posso considerar isso como um sim? — perguntou, o sorriso se alargando.
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  — Obviamente, senhor Kim! concordou rindo, e logo uma explosão de vozes pôde ser ouvida comemorando onde ela estava.
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  — Ótimo, posso ir te buscar?
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  — Por que não nos encontramos no nosso café? — ouvi-la chamando aquele lugar de “nosso” fez alguma coisa se aquecer no peito de Jin. — E então podemos continuar com nossos planos a partir daí.
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  — Perfeito. — Ele respondeu. — Te espero às sete, podemos jantar.
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  — Jantar vai ser ótimo. sorriu corando levemente de repente. — Eu preciso desligar, meu chefe tá vindo! — exclamou e encerrou a ligação antes mesmo que ele pudesse responder qualquer coisa.
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  Seokjin riu sozinho. Ele pensava se para os humanos era algo normal se sentir daquela forma por alguém em tão pouco tempo como estava acontecendo consigo. Jin tinha uma certeza enorme de que aquela moça miúda e radiante, com ideias mirabolantes para os personagens que criava para suas histórias, já era parte importante de sua vida.
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  Ele estava pronto para seguir seu caminho quando viu a notícia destaque em um jornal: o repentino eclipse solar que havia ocorrido na tarde anterior. Os especialistas pareciam confusos segundo a notícia, já que não havia previsão alguma do fenômeno para qualquer dia daquele ano no país. Seokjin não havia ficado sabendo do ocorrido até aquele momento porque nos últimos dias ele estava se sentindo muito mais cansado do que o habitual, tendo que dormir por muito mais tempo do que qualquer humano acharia saudável ou possível. Um eclipse solar não previsto. Talvez ele devesse ficar alerta. E talvez ele devesse ter levado aquilo como um sinal, assim como a leve dor de cabeça que começava a surgir.
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  Hoseok encarava os frascos que continham suas mais novas companhias: remédios para o sono, ansiedade e depressão. Se encarando no espelho quase não se reconhecia mais. Antes, os olhos que o encaravam de volta pelo reflexo eram brilhantes e animados, agora, estavam opacos e sem vida. Sua expressão também não se assemelhava em nada com o Hoseok de pouco mais de um mês antes, aquela pessoa que o encarava naquele instante parecia extremamente cansada e sem a menor alegria. Hobi tentou forçar um sorriso para si mesmo, tentando melhorar a aparência, tentando ficar um pouco mais parecido com o seu “antes”, mas tudo que conseguiu foi uma careta estranha.
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  Ele suspirou pegando os três frascos da prateleira do banheiro e caminhou quase se arrastando de volta para o seu quarto. Jung Hoseok estava se sentindo vazio e apesar de o tratamento com o psiquiatra já estar acontecendo há quase um mês, ele não via qualquer efeito se fazendo presente, pelo contrário… A cada dia o aperto no peito que se intercalava com o vazio de sentimentos parecia mais forte. Às vezes parecia que até dificultava a respiração… Mas os sentimentos e sensações nem eram a pior parte, o pior do pior mesmo estava na sua cabeça. Nos pensamentos que ele não conseguia controlar, aqueles que diziam que ele era um lixo. Que não servia nem para ajudar o pai a ganhar dinheiro e nem para correr atrás dos próprios sonhos, como o que tinha de se tornar um dançarino profissional, ou quem sabe trabalhar em algum ramo da música. Naquele exato instante, Hoseok não tinha uma perspectiva de futuro algum. Tudo parecia escuro demais quando ele tentava olhar pra frente.
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  Os pensamentos em sua cabeça eram definitivamente a pior parte de tudo. E ele só queria que aquelas coisas parassem. Não pensou duas vezes antes de pegar o frasco de calmante que o ajudava a dormir nas últimas semanas e encher a mão com uma quantidade considerável de comprimidos. Ficou encarando os remédios em sua mão com uma estranha sensação de que logo alguém chegaria e o repreenderia pelo que estava prestes a fazer, mas àquela hora, quase fim de tarde, ninguém estava em casa. Enfiou todos os comprimidos na boca e engoliu rapidamente com a ajuda da água que tinha em uma garrafa plástica que encontrou no quarto. Dormir, muitas vezes, era a única forma que havia para Hobi de calar seus pensamentos. E ele queria muito fazer com que seu cérebro se calasse. E então, ele esperou.
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  Jimin encarava a banheira se enchendo de água quente. Ele esperava que aquilo o ajudasse a se sentir um pouco melhor, mas já fazia quase um mês que ele estava à espera da melhora. A tristeza profunda agora era sua companhia rotineira, mas apesar disso, não era algo com o qual ele pudesse se acostumar. Jimin sentia que não tinha mais um motivo para ser feliz. Não havia nada que o alegrasse durante os dias e também nada que o fizesse querer dormir durante as noites, já que seu sono normalmente estava repleto de pesadelos terríveis e quando acordava, ele se sentia ainda mais cansado do que quando havia ido tentar dormir.
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  Assim que a banheira se encheu, ele fechou a torneira e se preparou para o banho. Na verdade, ele só queria sentir que fisicamente estava relaxado e a água quente costumava ajudar. Depois de se despir, Jimin se afundou com cuidado na banheira. Ficou encarando a água lutando para que a mente não começasse a viajar por caminhos complicados demais. Park Jimin estava extremamente cansado mentalmente e aquilo se refletia no físico. 
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  Enquanto deixava seu corpo deslizar, afundando cada vez mais na água, Jimin teve a leve impressão de ter ouvido o barulho de um bater baixo e leve em vidro, mas ignorou completamente, já que fazia algum tempo que parecia que não podia mais confiar na própria mente. Ela vivia lhe pregando peças, fazendo-o ter a impressão de ter visto algo que não estava lá ou ouvindo barulhos que não tinham acontecido. Talvez ele estivesse ficando louco de vez. Riu sem o menor humor.
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  Ergueu os braços e os encarou. As linhas finas e ainda um pouco avermelhadas dos cortes eram bem visíveis. Ele não queria morrer, só queria se livrar daquele sofrimento profundo e poderoso que sentia constantemente. A dor física o distraía da dor emocional, e lidar com o físico era muito mais fácil do que tentar entender por que ele estava se sentindo daquela forma.
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  Jimin queria poder afogar suas dores e mágoas naquelas águas quentes, queria poder se livrar de toda aquela negatividade como se livrava da sujeira. Com esse pensamento, ele afundou completamente seu corpo na banheira, forçando-se a ficar imerso sob as águas. É claro que o barulho de batidas no vidro – inexistente – aumentou consideravelmente antes dele afundar a cabeça completamente. Talvez fosse alguma parte sã de sua mente tentando evitar que algum desastre acontecesse…
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  Mais de uma hora havia passado desde que Hobi ingeriu os remédios e esperou por um sono que não veio. Na verdade, ele se sentia elétrico, como se tivesse tomado dezenas de litros de energéticos ao invés de calmantes. Então decidiu sair de casa. Talvez uma caminhada o ajudasse a se livrar daquela sensação incômoda e inquietante. 
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  A agonia interior tomou conta de Hoseok. Ele sentia que não conseguia lidar mais com aqueles sentimentos. Mal percebeu quando começou a correr pelas ruas mais vazias da cidade, correu com toda a força que lhe restava, correu até sentir o fôlego se esvair e os pulmões queimarem. E quando parou finalmente, se deixou cair de joelhos sobre o concreto da calçada, um grito de aflição e desespero sendo proferido com o pouco do fôlego que tinha conseguido recuperar naquela pausa. Gritou até a falta de ar se fazer presente e as forças acabarem. Sentiu o corpo ficar entorpecido e pesado e a mente voou para longe antes mesmo que conseguisse sentir o rosto atingindo o chão.
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  Jin se encarava no espelho enquanto decidia qual roupa usar. Ele estava se sentindo um típico adolescente de filmes de comédia romântica em dúvida do que vestir para agradar seu par. Deveria usar uma roupa mais formal? Talvez algo mais casual para não destoar tanto do dia-a-dia e as coisas ficarem um pouco estranhas? No final, acabou optando por uma camisa, um blazer e calças sociais quando decidiu que levaria ao seu restaurante favorito com o melhor cardápio de frutos do mar – obviamente haviam outras opções no menu, mas o lugar era o seu favorito por aquele detalhe em particular – quando finalmente terminou de se arrumar, deu mais uma olhada rápida no espelho e sorriu satisfeito. Estava pronto.
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  O rapaz pegou a carteira, o celular, as chaves do carro e o discreto ramalhete de flores que havia comprado naquela tarde, antes de sair da casa e fechar a porta atrás de si. Ele tinha um sorriso enorme no rosto, mesmo que não percebesse. A alegria e a sensação de “estar dando um passo” naquele relacionamento o deixava empolgado e o sentimento era bom. Seokjin cantarolou junto do rádio por quase todo o caminho até o ponto de encontro dos dois, vez ou outra parando quando a pontada de dor de cabeça se fazia presente novamente, agora, acompanhada da sensação de que algo poderia estar errado. Mas aquele Kim Seokjin decidiu ignorar a sensação agourenta. Aquele era um dia feliz e especial, afinal. Nada podia estragar o grande momento.
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  Jin encontrou um lugar para parar na rua perto do café da Sexta Avenida. Saiu do carro para esperar a chegada de em frente ao lugar, já que há poucos minutos ela havia avisado que estava perto do ponto de encontro. Ele havia ficado em dúvida se deveria entregar as flores assim que a encontrasse ou mais tarde, dentro do carro. Acabou optando por levar o buquê junto, como se fazia nos filmes humanos. 
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  A avenida estava calma e com pouco movimento apesar do horário, por isso foi fácil ver chegando do outro lado da rua, acenando com empolgação em sua direção quando seus olhos o encontraram. A moça usava um vestido simples acinturado combinado com um cardigã e uma sandália baixa nos pés. Seokjin sorriu largamente quando a viu saltitar e parar no meio-fio enquanto olhava para os lados, se certificando de que nenhum carro vinha. O coração do rapaz acelerou, faltava pouco para aquele “encontro de verdade” finalmente iniciar e pensar naquilo o deixava ansioso. estava quase no meio do caminho atravessando a avenida quando uma luz forte e uma buzina furiosa e apressada se fizeram presentes. Jin teve tempo de olhar na direção do carro que havia surgido de repente em alta velocidade e não parecia ter a menor intenção de diminuir, o veículo ia diretamente na direção de … O sorriso nos lábios de Kim Seokjin se apagou no mesmo instante em que o carro colidiu com o corpo da garota. Ela foi jogada a metros de distância enquanto o carro continuava seu trajeto, como que numa fuga alucinada.
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  Jin largou as flores que segurava e correu até o corpo inerte de . Não havia sangue e, apenas olhando, não parecia que as coisas eram tão sérias. Mas qualquer um que tivesse assistido à cena saberia que aquela garota não estava nada bem. O Senhor do Universo refreou o impulso de tocá-la quando um estranho se aproximou com o celular a postos, conversando com alguém.
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  — Não toque nela! — ele alertou, a expressão preocupada. — Temos que esperar os paramédicos chegarem. Podemos agravar a situação. — Explicou.
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  Jin apenas balançou a cabeça, um tanto em choque, e mesmo com o alerta do estranho, ele tocou de leve numa das mãos de . Estava fria e aquilo o apavorou internamente. Quase que de forma automática ele tirou o blazer que vestia e cobriu o corpo pequeno estirado no chão. Embora ele não fizesse a menor ideia dos procedimentos com vítimas de atropelamento, esperava que pudesse deixar o mais confortável possível.
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  Mais alguns minutos e a ambulância chegou, um pouco depois da polícia que começou a pegar os depoimentos das pessoas que acabaram por se aglomerar ao redor da cena do acidente. Jin não pôde acompanhar na ambulância, mas seguiu o veículo para o hospital mais próximo na mesma alta velocidade, sem se importar com polícia ou multas. No hospital, dizer que ele era o namorado da garota acidentada havia sido a mentira mais fácil que um dia já havia contado, a palavra simplesmente deslizou de sua boca de forma natural. O tempo se arrastou na sala de espera e logo os três amigos do trabalho de apareceram lá para lhe fazer companhia, Jenna era um dos números de emergência gravados no celular da moça.
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  Quando finalmente Jin se sentou, um tanto afastado do grupo de amigos, ele sentiu toda a verdade do ocorrido lhe dando um murro bem dado na boca do estômago. Ainda estava desacreditado. Em um momento os dois estavam felizes e sorrindo um para o outro, no segundo seguinte, estava imóvel, lutando pela vida. Lutando pela vida. E se ela não conseguisse? E se a vida dela chegasse ao fim naquela noite? O desespero bateu e antes mesmo de qualquer notícia que o médico cirurgião tivesse para dar sobre , Jin havia decidido. Aquilo não podia acontecer.
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  — Merda… — Resmungou para si mesmo quando a decisão foi tomada.
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  — Senhor Kim… — Stacey murmurou se aproximando de onde ele estava sentado.
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  “Eu sinto muito” foi a frase dita por ambos.
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  — Foi um acidente. — A mulher deu de ombros se recostando na cadeira dura e fria de plástico da sala de espera onde estavam. — Ela estava muito animada com essa noite. — Disse com um sorriso tristonho nos lábios. — Você se tornou alguém muito especial e querido para a minha
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  Ouvir aquelas palavras fez o coração de Jin doer.
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  — Ela vai sair dessa e vocês vão poder ter esse encontro. — Stacey soltou dando um tapinha reconfortante no ombro de Seokjin e tentando sorrir.
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  Mais alguns minutos se passaram até que um enfermeiro veio dar notícias sobre . O impacto em alta velocidade havia causado hemorragias internas na moça, além de ossos quebrados e da grande bagunça interna que o corpo dela havia virado. A equipe médica havia conseguido parar os sangramentos, mas o estado de era delicado…
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  Jin queria poder vê-la uma última vez antes de seguir com sua decisão, mas ao mesmo tempo tinha medo de que olhar para ela pudesse fazê-lo querer desistir, ao menos por algum tempo, até saber o futuro de sua vida de forma mais definitiva. Não, ele não podia correr o risco de esperar. Aquele acidente havia sido culpa dele. Se ao menos nunca tivessem se conhecido, nunca estaria naquela avenida, naquele exato horário para ser atropelada de forma tão fria e horrível. Por mais que doesse, quase de forma irracional, ele tinha que fazer aquilo. Tinha que mudar o que havia acontecido e ele nunca mais deveria chegar perto de .
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  Quando estava no carro, voltando para sua casa, a ligação de Namjoon sequer o pegou de surpresa.
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  — Hobi está no hospital… — Anunciou sem muitos rodeios. — Foi encontrado desacordado na rua. Parece que ele tomou uma superdosagem dos remédios do psiquiatra. — A voz de Joon era quase cansada. —  E Jimin… — O rapaz suspirou pesadamente. — Talvez ele também estivesse tentando alguma coisa hoje… A avó dele entrou no banheiro no momento em que ele estava completamente submerso na banheira. — Informou. — Ah, cara… — Soltou, cansado demais para dizer qualquer outra coisa. — O que está acontecendo com a gente? — perguntou num tom aflito.
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  — Não se preocupe, Namjoon. — Jin murmurou. — Vai ficar tudo bem. — Disse encerrando a ligação e pisando ainda mais fundo no acelerador.
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Capítulo 19

  13 de Setembro

  Eram seis e dez da manhã do dia 13 de setembro e despertou confusa. Não se lembrava bem do que havia acabado de sonhar, mas sabia que tinha sido algo angustiante, ela até mesmo tinha lágrimas nos olhos e aquele aperto no peito não deixava dúvidas sobre o teor do possível pesadelo. Ela se colocou sentada na cama e resmungou quando sentiu que seu corpo inteiro doía.
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  — Será que estou ficando doente? — resmungou para si mesma enquanto tentava massagear rapidamente braços e pernas.
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  Pegou o celular para verificar as horas e se levantou o mais rápido que conseguiu com toda a dor sem sentido que estava se fazendo presente. Ela poderia tomar um banho antes de sair para o trabalho, mas sabia que se entrasse debaixo do chuveiro naquele instante, se atrasaria, então se contentou em apenas se trocar e correr para tomar café, depois, tomando um analgésico para ajudar com as dores.
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  Antes de sair de casa, ela olhou mais uma vez para o relógio e rolou os olhos. Voltou a adentrar o corredor de quartos e sem muita cerimônia escancarou a porta de um deles, acendendo a luz.
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  — Paul, você tá atrasado para levar o Jamie à escola! — exclamou sem muita paciência e depois de ter certeza de que o homem na cama havia despertado, partiu para o quarto em frente.
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  Abriu a porta com muito mais delicadeza e sem acender as luzes, foi até a cama — não sem antes tropeçar em alguns brinquedos pelo caminho — e cutucou levemente a criança adormecida sob as cobertas.
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  — Jamie, tá na hora de levantar. — Murmurou, logo ouvindo um resmungar leve do menino que aos poucos voltava à consciência. — Anda, hoje é dia de levar brinquedos, não deixa seu pai esquecer! — disse antes de dar dois tapinhas carinhosos no rosto de Jamie, que assim que ouviu “brinquedos” se colocou de pé em um pulo, completamente animado.
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  — Oba! Eu vou poder levar o senhor Rex!
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  — Claro, se não se atrasar muito. — disse acompanhando a criança de cerca de cinco anos pelo corredor, fazendo uma careta de desgosto para Paul, que ainda tinha cara de sono. — Estou indo pro trabalho, até mais tarde! 
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  — Tchau, ! — Jamie voltou correndo pelo corredor para abraçar as pernas da moça que logo se abaixou — resmungando um pouco por causa das dores — para poder abraçá-lo de volta.
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  — Se divirta na escola, mas se comporte também. — Ela disse bagunçando os cabelos do menino que sorriu.
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  — Eu sempre me comporto! — protestou.
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  — Mas nunca é demais relembrar, né? — riu acompanhada da criança que lhe deu mais um abraço. — Agora eu tenho que ir, já estou ficando atrasada.
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   não se incomodou em dar tchau a Paul, ela não estava muito feliz com ele naquele instante, então preferia sequer lhe dirigir a palavra.
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  Enquanto caminhava para o prédio de seu trabalho, passou por um aconchegante café na Sexta Avenida. Ela nunca havia entrado nele antes, mas por alguma razão, ao passar pelo lugar naquela manhã ligeiramente corrida, sentiu que talvez devesse dar uma parada por ali quando tivesse tempo. Era apenas uma intuição, mas não se devia ignorar os pequenos sinais que a vida tentava dar, certo?
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  Quando chegou ao andar em que trabalhava, apenas Arthur estava lá, preparando um café no canto da saleta que era onde as melhores campanhas de marketing tomavam forma.
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  — ! — cumprimentou quando percebeu a presença da moça que deixava seus pertences sobre sua mesa. — Você tá horrível — murmurou simples, como se comentasse o tempo e sem dar muita atenção ao fato.
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  — Eu me sinto horrível, muito obrigada — disse tentando manter um certo ar de bom humor, mas as dores, embora um pouco mais leves, ainda eram sentidas, o que resultou em uma careta leve da moça.
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  — O que houve? — O rapaz deixou de lado um pouco o café para se voltar melhor em direção à amiga. — Briga com o Paul de novo?
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  — Não isso. — Suspirou. — Acordei sentindo como se tivesse sido atropelada — resmungou. — Meu corpo todo dói… — Fez bico.
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  — Está ficando doente?
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  — Talvez… — Choramingou.
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  — Devia ter tirado o dia de folga. Você realmente não parece bem — Arthur disse erguendo a sobrancelha um pouco preocupado.
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  — Como se eu pudesse me dar a esse luxo, não é? — riu, depois fazendo careta. — Os trabalhos pendentes não vão ficar prontos sozinhos. 
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  — Você é meio workaholic, né? — Arthur murmurou revirando os olhos. — Eu sei que você é a nossa maga das imagens, mas eu e as meninas podemos dar conta das coisas se for preciso.
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  — Bom, sorte nossa que não é preciso por enquanto. — piscou marota e o rapaz revirou os olhos mais uma vez.
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  — Não se esforce muito, . — Ele se aproximou apoiando os braços sobre a cabeça de que era um bom tanto mais baixa que Arthur. — Sabe que pode contar com a gente quando precisar.
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  — Eu sei, Artie. E agradeço. Mas se me der licença, eu tenho trabalho a fazer. — A moça resmungou se livrando dos braços do rapaz que gargalhou antes de voltar à sua tarefa anterior do café.
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   sorriu. Mesmo que a maior parte da sua vida se desse dentro de um escritório e fosse quase totalmente voltada para o trabalho, ela tinha sorte de ter Arthur, Stacey e Jenna como amigos naquele lugar. Muita sorte.
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  Mais um dia começava, e apesar de naquele instante o sol estar encoberto pelas nuvens, havia uma promessa de um dia lindo. Ao menos era o que esperava.
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  — Vamos lá, garota. Hoje pode ser o dia em que tudo vai mudar. — Ela murmurou para si mesma enquanto amarrava o cabelo em um rabo de cavalo alto e se olhava no espelho. 
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   West tinha pouco mais de vinte anos e estava feliz por ter a casa só para si naquele instante. Seus pais haviam viajado para o Brasil, visitando os pais de sua mãe que estavam festejando as bodas de ouro do casal. não quis ir, embora amasse visitar os avós, ela tinha acabado de arrumar um bico como entregadora de panfletos e seu empregador não era lá muito amigável. E ela precisava do dinheiro se quisesse dar início ao seu sonho de mochileira.
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  Aquele núcleo da família West não passava necessidades, mas também não podiam bancar qualquer luxo que viesse à tona. Tinham o suficiente para manter o conforto e, de vez em quando, bancar alguma estripulia, mas jamais pediria aos pais para pagar uma viagem pelos quatro cantos do mundo, mesmo se eles pudessem fazer aquilo. Era um sonho dela, então ela batalharia para alcançá-lo.
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  A moça deu uma última olhada no espelho e tentou sorrir para si mesma, apesar de só de pensar na trabalheira que tinha pela frente no dia, tendo que lidar com pessoas mal humoradas e muitas vezes mal educadas, o desânimo bateu com força; ela precisava lembrar que aquilo era temporário e dentro de algum tempo ela poderia começar seu sonho de conhecer o mundo, a começar pelo próprio país, em uma road trip.
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  A moça respirou fundo antes de ir em direção à porta da casa, passando pela cozinha para pegar uma barra de cereais como café da manhã. O dia estava apenas começando…
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  Fazia um dia bonito e ensolarado, era pouco depois das nove da manhã quando seis rapazes se encontraram na piscina do velho clube desativado da cidade. Era uma sensação esquisita, embora todos parecessem estar bem e felizes, era inegável que algo parecia fora do lugar. Mesmo quando sorriram uns para os outros ao se encontrarem, parecia algo vazio.
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  Taehyung estava de volta a sua posição de antes de os amigos chegarem, deitado no velho colchão no centro da piscina. O sol batia diretamente no lugar onde estava, mas não o incomodava. Na verdade estava se sentindo um tanto entorpecido desde que havia acordado naquela manhã.
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  — O que há com você hoje? — Namjoon perguntou indo se sentar na beirada do colchão ao lado do amigo deitado.
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  Não houve resposta de imediato e a verdade era que Tae não sabia muito bem o que responder.
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  — Foi o Andy de novo? — Joon arriscou perguntar, embora soubesse que aquele era um assunto delicado.
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  — A porta tava fechada hoje de manhã… — Tae afirmou baixinho, mais um recado para si mesmo do que uma resposta à pergunta do amigo.
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  O mais velho suspirou. Ele sabia pelo histórico que o melhor amigo trazia que aquele não era um bom indicativo, geralmente e Andy haviam brigado de forma extrema quando “a porta estava fechada”. E as brigas da madrugada eram as piores porque nunca faziam barulho, mas sempre estava machucada. Fosse física ou psicologicamente.
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  — Eu sinto muito, Tae… 
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  — Eu não quero falar sobre isso, hyung. — Foi a última resposta que o rapaz deu antes de se levantar no colchão e começar a remexer em sua mochila que estava ao seu lado. Taehyung pegou suas latas de tinta spray e foi adiante, para as paredes da piscina.
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  Namjoon suspirou, mas não insistiu. Taehyung nunca queria falar muito quando o assunto era sua irmã e seu relacionamento, mas o mais velho sabia que aquela era uma questão em que os pensamentos do melhor amigo viviam presos. No entanto, Joon não podia forçá-lo a falar, mesmo que talvez aquilo pudesse ajudar de alguma forma. Ele só podia estar ali pra quando fosse preciso.
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  Jungkook estava sentado encostado na parede da piscina, o caderno de desenhos apoiado em suas pernas. Ele havia acordado naquela manhã com a impressão de um rosto específico em sua mente. Sabia que era um rosto de alguém que não conhecia, mas cada traço era tão nítido que parecia exatamente o contrário. Além disso, o rapaz sentiu o estranho desejo de desenhar, coisa que fazia anos que não praticava, tanto que mal sabia se ainda era capaz de fazer o mínimo rabisco sequer. 
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  O mais novo do grupo estava concentrado em tentar passar para o papel o rosto daquela jovem que havia ficado em sua cabeça, o lápis deslizava sobre o papel com mais facilidade do que JK esperava. No entanto, essa concentração vez ou outra era quebrada quando ele levantava o olhar por alguns instantes, olhando na direção da borda da piscina contrária à que estava encostado. Era como se esperasse que a qualquer momento alguém fosse chegar. Talvez esperasse que Seokjin surgisse mesmo que o mais velho sequer tivesse visualizado a mensagem de Namjoon que avisava sobre o encontro do grupo no clube.
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  — O que está desenhando? — Yoongi surgiu sentando-se ao seu lado de repente. 
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  Dando uma última olhada na direção da borda oposta, Jungkook suspirou e voltou o olhar para o caderno à sua frente.
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  — Acordei pensando nesse rosto — murmurou fazendo mais alguns traçados no desenho.
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  Suga observou o quase retrato de uma jovem no qual o caçula do grupo estava trabalhando, ela parecia ser tão jovem quanto o próprio JK.
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  — E quem é ela?
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  O maknae deu de ombros.
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  — Não sei, eu apenas fiquei com esse rosto na cabeça e decidi aproveitar a vontade de desenhar.
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  Yoongi encarou o amigo de sobrancelha erguida, mas decidiu não comentar, artistas tinham todos seus momentos de loucura e pouco nexo, ele sabia por experiência.
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  — Fazia tempo que eu não te via desenhar — o mais velho murmurou observando o lápis fazer traços e mais traços sobre o papel de uma forma que parecia simples, mas que ele sabia que era necessário ter conhecimento para transformar rabiscos em arte.
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  — Fazia tempo que eu não me sentia… Inspirado pra fazer isso. — Jungkook murmurou deixando um sorriso mínimo surgir em seus lábios ao encarar seu hyung e melhor amigo. — Hoje, pelo menos, eles não estavam discutindo quando saí de casa. — JK soltou antes de voltar a trabalhar em seu desenho.
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  Yoongi balançou a cabeça em entendimento e passou o braço por sobre o ombro do mais novo, dando tapinhas amigáveis e acolhedores naquele meio abraço desajeitado. O mais velho sabia muito bem o quanto aquele fato podia ser de grande alívio para o amigo, embora não soubesse o quanto duraria. Mas talvez devessem comemorar as pequenas conquistas do dia.
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  — E a , hyung? — Jungkook perguntou sem olhar para Yoongi, mas nem precisava fazê-lo para saber que o amigo fazia alguma careta insatisfeita.
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  — Não vamos falar sobre isso. 
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  — Hyung… — O rapaz deixou de lado o desenho mais uma vez para encarar o melhor amigo de forma séria. — Você precisa resolver isso. E pra isso precisa falar com ela. — JK murmurou, já não sabia quantas vezes tinha dito aquelas mesmas palavras antes, mas Min Yoongi poderia ser mais teimoso do que mula empacada quando queria. — Ela está preocupada e eu também.
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  Suga ergueu a sobrancelha com a última frase e estava até um pouco surpreso quando voltou novamente o olhar para Jeon.
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  — Vocês têm se falado? — foi a única coisa que perguntou, sem saber muito bem o que aquela constatação o fazia sentir ou pensar.
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  — Você não responde as mensagens nem retorna as ligações da noona, alguém precisa acalmá-la. — Jungkook respondeu simples, dando de ombros. 
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  O mais novo estava certo de que Yoongi ficaria possesso ao descobrir que o melhor amigo estava “contrabandeando” informações suas para a namorada com quem ele não queria falar, mas na verdade, o mais velho apenas torceu os lábios ligeiramente e assentiu, se recolhendo para dentro de seu próprio mundo depois disso. Jungkook não atrapalharia as reflexões que talvez o amigo estivesse precisando fazer, então apenas deu de ombros e voltou a focar no desenho da desconhecida que tomava cada vez mais forma de um retrato extremamente detalhado.
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  Hoseok fazia alguns movimentos improvisados num canto da piscina, o speaker tocando algumas músicas aleatórias e animadas. O rapaz havia acordado cedo para ensaiar, já que uma pontada extrema de ansiedade o havia despertado quase de madrugada, pontada essa que se acentuava quando ele pensava nos ensaios. Hobi se sentia estranhamente ansioso quando pensava no concurso, nos ensaios e mais ainda quando se lembrava de que devia ir falar com sobre sua proposta de fazer um dueto na dança.
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  Aquela era uma sensação quase estranha para Jung. A dança era uma das coisas que ele mais tinha certeza em sua vida e mesmo que estivesse esperando muito por aquele concurso, não havia real razão para o quase ataque de ansiedade que estava sentindo desde que havia aberto os olhos. Embora não visse sentido no sentimento, decidiu que faria o que fosse possível para diminuir a angústia que a ansiedade trazia. Então foi ensaiar ainda mais arduamente e estava mantendo o corpo em movimento, o que ajudava. Ele também precisava falar logo com , talvez se desfazendo de todos os afazeres daquela sua lista, a ansiedade passasse enfim.
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  — Hyung, vamos ter ensaio amanhã? — Jimin perguntou finalmente quando Hoseok deu uma pausa e se encostou na parede da piscina para descansar.
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  — Claro! — respondeu sorrindo, a ansiedade se transformando em empolgação. — Espero conseguir falar logo com e que ela aceite participar do concurso. 
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  Jimin assentiu.
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  — Mesmo que ela não possa participar, a sua coreografia é muito boa, hyung.
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  Hobi sorriu largamente para o amigo e fez uma dancinha boba em comemoração.
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  — O que será que houve com o Jin hyung? — Jimin perguntou olhando ao redor, como se esperasse que o mais velho surgisse magicamente entre eles. — Ele não é de ignorar as nossas mensagens.
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  Hobi apenas deu de ombros, embora também estranhasse a atitude do mais velho dos amigos, ele não tinha ideia do que poderia ter acontecido. Haviam se falado no chat em grupo no dia anterior e nada parecia fora do lugar.
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  — Talvez ele não esteja tendo um bom dia, só isso… 
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  Jimin concordou com o melhor amigo, mas permaneceu com a expressão e o sentimento de preocupação.
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  Jin se sentia despedaçado, as imagens do acidente de ainda estavam em sua mente, frescas e atormentadoras. Ele queria poder vê-la mais uma vez, ter certeza de que estava tudo bem, mas se quisesse evitar que aquelas imagens em sua mente se tornassem algo real, ele não podia se dar ao luxo de entrar na vida de novamente. 
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  Pensar aquilo fez seu peito apertar e uma angústia enorme se fez presente. Jin não se lembrava de em algum momento de sua longa existência já ter se sentido daquela forma. Mesmo quando seus irmãos, Senhores do Universo, começaram a desaparecer um a um, a dor e sofrimento não se comparavam ao que estava sentindo agora. havia feito parte de sua vida como Kim Seokjin por um breve momento, e talvez tenha sido aquela brevidade que tivesse tornado tudo tão mais profundo. Ele teve tempo de começar a gostar da companhia da moça, mas não de poder aproveitar aquilo. Agora, ele só podia se agarrar ao pensamento de que sem ele, ao menos estaria viva.
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  Jin ficou deitado em sua cama questionando sua existência e sentindo pena de si mesmo durante todo o dia, queria poder fechar os olhos e dormir pelo resto da eternidade, mas sua mente não conseguia parar de chamar mais pensamentos e lembranças o puxando para uma espiral da qual ele não conseguia sair. Era quase fim de tarde quando ele finalmente se levantou e pegou as chaves de seu carro, as roupas, ainda as mesmas que havia usado para o “encontro de verdade” com . Seokjin não se deu ao trabalho de se trocar. Ele só queria dar uma volta e desligar a mente por alguns instantes.
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  Dirigiu e deu voltas e mais voltas pela cidade, tentando não pensar muito, se focando no caminho que fazia e prestando atenção a cada mínimo movimento que precisava fazer para dirigir. Pensou que tudo estava correndo bem, até perceber onde havia ido parar… A linha de trem onde havia encontrado o caderno de . Jin se xingou mentalmente ao perceber, e estava pronto para sair dali quando a tentação e curiosidade acabaram por ser mais fortes. O rapaz desceu do carro e foi até o local perto dos trilhos, não demorou muito até avistar o caderno roxo ali. O Senhor do Universo se abaixou e pegou o objeto com cuidado, o folheando lentamente. Nada havia mudado. As mesmas histórias das quais ele se lembrava, e a sua favorita, sobre o Senhor do Tempo, estavam ali.
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  Pensando por vários segundos, Jin decidiu que ficaria com aquele caderno. E que talvez nunca mais o visse naquela vida. Mas ao menos ele teria uma parte dela ali. Para todo o resto de sua existência.
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  Hobi conversava com Jimin, os dois haviam ficado um pouco para trás no clube desativado apenas para ficarem um pouco mais jogando conversa fora. Aquele dia havia começado de uma forma um tanto estranha… Não pelos acontecimentos em si, mas pela sensação que parecia estar acompanhando todos os componentes daquele grupo de amigos. Para Hoseok não chegava a ser realmente angustiante, mas havia a sensação de que algo não estava em seu devido lugar, embora ele não tivesse a menor ideia do que poderia ser aquele algo. Ele riu de alguma coisa que Jimin havia dito quando percebeu um pedaço de papel esquecido no chão. Por reflexo, Hobi pegou o pequeno retângulo e se espantou quando percebeu o que era.
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  — Ah, Taehyung perdeu a foto dele — murmurou balançando a cabeça, mas um tanto preocupado. Aquela imagem era quase como um amuleto para o amigo que precisaria estar muito transtornado para não perceber que o havia deixado para trás.
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  Jimin se aproximou para olhar melhor, já que nunca tinha tido a chance de ver em mais detalhes a famosa foto que Kim Taehyung guardava sempre consigo.
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  — Ele era só um bebê aqui, mas parecia tão feliz… — Murmurou o mais novo deixando um sorriso triste surgir em seus lábios.
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  — Eu vou atrás dele para devolver, não faz muito tempo que ele saiu do clube… — Hoseok disse pensativo, mas já pegando suas coisas e rumando em direção à saída.
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  — Gostaria de ir junto, mas minha avó está me esperando hoje, prometi ajudá-la com algumas coisas em casa. — Jimin explicou um pouco chateado em deixar o melhor amigo sozinho naquela missão.
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  — Não se preocupe, Jimin-ah, vá ajudar a halmeoni, cuido do Taehyung. — Hobi sorriu e os dois caminharam para fora do clube, se separando na rua, cada um seguindo seu caminho.
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  Não fazia mais de cinco minutos que Tae havia deixado o local de encontro do grupo, talvez Hoseok conseguisse encontrá-lo antes do amigo chegar em casa. Hobi acabou caminhando boa parte do caminho a passos apressados com o incômodo sentimento de que algo muito importante dependia disso; embora estivesse tentando racionalizar, ele não via o que poderia lhe causar ansiedade naquele instante, então simplesmente decidiu se guiar pela intuição e apenas encontrar o amigo o mais rápido possível, a foto devidamente guardada em uma das partições de sua carteira no bolso da calça.
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  Quando chegou ao complexo de prédios em que Taehyung morava, ele simplesmente adentrou o local e foi com pressa subindo os lances de escada de três em três degraus até chegar ao andar em que o amigo morava com a irmã e o cunhado. Ao chegar à porta do pequeno apartamento, estava pronto para tocar a campainha quando ouviu gritos vindos de lá de dentro. Mal raciocinou, quando percebeu, já estava dentro do lugar a tempo de ver Andy desferindo um soco contra o queixo de Taehyung que cambaleou para perto da irmã, que estava encolhida em um canto.
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  Hoseok pensava o que deveria fazer naquela situação quando viu a mão do amigo pegar uma das garrafas espalhadas pelo chão do quarto em que estava. A atenção de Andy estava completamente voltada para para perceber o que estava acontecendo, mas Hobi, por um instante, pensou ter tido um vislumbre do futuro se não fizesse alguma coisa naquele momento… E era tanto sangue.
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  Mais agindo por impulso do que qualquer outra coisa, Hoseok irrompeu pela porta do quarto escancarada a tempo de segurar o braço de Kim Taehyung que segurava uma garrafa quebrada e afiada, pronta para causar um grande estrago.
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  Nota: Esse primeiro semestre de 2022 foi um CAOS para essa autora que vos escreve HAHAHHA
  Eu espero conseguir terminar de escrever essa primeira parte de Chaos antes de as aulas da faculdade voltarem, a esperança é a última que morre, então, quem sabe, não é mesmo?

  Estou pretendendo dividir Chaos em duas partes para eu conseguir manter o gás e a animação de escrever e continuar uma história. Também tô planejando escrever um “depois do final” pra podermos explorar um pouco melhor o romance de cada casal da história E também quero tentar escrever uma prequel – não sei se daria para se colocar como prequel porque a linha do tempo nessa história é bagunçada kkkk – explicando quem são os Senhores do Universo e tal.

  ME DESEJEM SORTE.

Capítulo 20

  15 de Setembro

  Era pouco mais de oito da manhã e o sol brilhava forte e radiante, a janela aberta deixando os raios entrarem no quarto, dando um toque um pouco mais alegre àquele lugar que costumava passar a maior parte do tempo na escuridão. estava sentada na cama com as pernas recolhidas sendo abraçadas. Embora fizessem dois dias desde o incidente que havia envolvido Andy, Taehyung e Hoseok – e Andy tivesse saído do apartamento em fúria e não tivesse mais dado as caras -, a mulher ainda tinha a sensação agourenta de que o marido entraria pela porta do lugar, furioso, e tudo voltaria de onde tinha parado. Marido, aquela palavra soava tão errada e deixava um gosto amargo em sua boca quando a proferia.
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   suspirou tentando se recompor. Sua mente ainda era uma confusão de imagens que lhe causavam diversos sentimentos. Ela não tinha entendido muito bem quando Hoseok apareceu de repente dentro do apartamento segurando com firmeza os braços de Taehyung. Não entendeu até ver o que seu irmão mais novo segurava: uma garrafa quebrada com pontas afiadas, pronta para ser usada como arma.
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  Quando Hoseok segurou Tae, ele ainda berrou com raiva, tentando se desvencilhar do amigo que berrava de volta, tentando colocar algum senso na cabeça do mais novo.
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  — Taehyung, largue! — Hobi – era assim que os garotos amigos de seu irmão chamavam-no? – exclamou lutando para segurar Tae que ainda tentava se livrar dos braços do amigo.
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   não tinha muita certeza do que tinha acontecido depois. Ela se lembrava de ter deslizado até o chão e ter ficado ali, tentando não enlouquecer e, principalmente, tentando ficar fora do alcance de Andy. A próxima cena da qual se lembrava era Hoseok e Taehyung sentados no chão do quarto, parecendo tão cansados quanto ela.
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  — Noona, você devia… — Hoseok havia começado, mas ela já podia imaginar o que ele diria e ela não podia, então apenas balançou a cabeça para interrompê-lo.
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   viu o olhar que Hobi e Tae trocaram, a expressão de Jung era preocupada e a de seu irmão era cansada. Ele já havia tentado convencê-la a ir até a polícia inúmeras vezes, mas ela não podia. Ela queria poder ter a coragem de fazer o necessário para se livrar daquela situação, de poder finalmente respirar aliviada e viver sem ter o medo de mais uma noite daquelas acontecer de repente. Mas quando sua mente cogitava tentar fazer algo, ela se lembrava de todas as vezes em que Andy havia surrado Taehyung por um deslize dela, e das promessas do marido de que caso ela fizesse qualquer coisa contra ele, não seria apenas ela a sofrer as consequências, mas também seu Taetae.
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  Pensar em seu irmão mais novo a fez sorrir involuntariamente. Ela tinha cinco anos quando Taehyung nasceu, não se lembrava de tudo daquela idade, mas sabia que havia amado o pequeno Tae desde o momento em que soube que ele estava para vir fazer parte de sua vida e família. Quando fez quinze anos, o pai faleceu, e embora fosse ainda uma adolescente à flor da pele, a maturidade a atingiu fortemente, tanto quanto a seu irmão, e ela havia se prometido ser forte como sua mãe que sempre batalhou por seus interesses. 
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  De certa forma, Taehyung havia virado “o homem da casa” após a morte do pai. Não pelas responsabilidades, mas por literalmente ser o único do sexo masculino restante naquele pequeno núcleo familiar. Talvez ela e a mãe não devessem ter brincado tanto com aquele fato. Talvez se não o tivesse feito, Taehyung já a tivesse abandonado há muito tempo para ser feliz. E como ela queria que o irmão pudesse ser feliz, pudesse voltar a sorrir como era até seus dezessete anos, quando omma faleceu. 
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  As lágrimas logo se fizeram presentes no rosto de , não que elas fossem algo a se estranhar. Fazia um bom tempo que tudo o que podia fazer era chorar o mais silenciosamente possível durante as noites e quando estava sozinha. As lágrimas eram suas companheiras.
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  E mais uma vez ela se pegou pensando em como tudo havia começado. Andy era um rapaz carinhoso e cuidadoso com ela quando se conheceram, ela tinha dezessete anos e estava encantada com a ideia de ter para si alguém como o pai havia sido para a mãe: companheiro, amigo. E de alguma forma, no início da relação, Andy era aquele homem para ela. Permaneceu assim até pouco depois do casamento, aos vinte e dois anos dela. É claro que de vez em quando surgiam discussões e vez ou outra uma briga mais acalorada, mas que casal não brigava às vezes? Era algo completamente normal em uma relação a dois, certo? Mas as discussões passaram a ficar cada vez piores com o passar dos meses de casamento. havia percebido que ela não sabia nada sobre como cuidar de uma casa. Mal sabia cozinhar direito pratos simples do dia-a-dia, embora fosse muito boa em fazer bolos e pães, mas como dizia Andy, não se podia viver só daquilo o resto da vida.
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  Ela tentou aprender a fazer os pratos favoritos do marido – assim como os dela e os de Taehyung -, mas sempre havia alguma coisa que não estava boa o bastante para ele, sal demais, tempero de menos, aguado demais, sem caldo o suficiente… Ela nunca acertava. E os pequenos erros do dia-a-dia acabaram virando grandes motivos para brigas. Andy era o homem provedor da casa e não tinha que ensinar sua mulher a fazer suas tarefas.
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  — Você não aprendeu nem a ser uma boa mulher com sua mãe? 
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  Andy sempre jogava na cara de o quanto se sentia “enganado”, já que quando os dois estavam namorando o rapaz estava sempre na casa dos Kim com a senhora Kim fazendo os melhores pratos que conhecia. Claro que era de se esperar que também fosse tão prendada quanto a mãe.
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  — Eu adorei o ensopado de kimchi, noona. — Ela se lembrava de Taehyung um dia dizer com seu sorriso doce ainda com aspectos da infância, embora já estivesse quase saindo da adolescência. — É quase igual ao que a omma costumava fazer. 
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  E pronto, toda a alegria que a primeira frase lhe trouxera havia sido incinerada pela frase seguinte. Ela não podia nem agradar ao próprio irmão sem errar ou ser boa o suficiente.
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  As agressões começaram uma noite quando Andy voltou de um encontro com os amigos, estava bêbado e ficou irritado quando percebeu que não havia arrumado as coisas de acordo com o que ele havia dito antes de sair. Não havia sido porque ela não quis fazer, mas havia tido um dia cansativo – na época ela ainda trabalhava fora para ajudar nas despesas -, ela não pensou que seria um problema deixar a tarefa para o outro dia, ou talvez para o fim de semana. Mas era um problema para Andy. ainda estremecia ao lembrar da pegada forte do marido em seu braço e dos berros irados em sua direção. Ele a havia arrastado por todo o apartamento apontando todo o seu desleixo com seu lar, até chegar ao quarto do casal onde a cama ainda estava por fazer. Foi a primeira vez que Andy deu-lhe um tapa. E havia ficado tão em choque com os acontecimentos que mal conseguiu reagir. Mas no dia seguinte ele havia voltado ao normal. Pediu desculpas à ela dezenas de vezes, a abraçou e quase chorou ao se lembrar do tapa que havia dado no rosto da esposa e havia deixado uma marca considerável.
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  — Eu sinto muito, meu amor… — Ele disse a puxando para perto de si e espalhando vários beijos por seu rosto como costumava fazer quando namoravam.
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  Poucos dias depois, ele sugeriu que deixasse o emprego para que pudesse se concentrar melhor nas necessidades da casa, o salário dele era o suficiente para bancar a família. E ela aceitou, embora não quisesse depender totalmente de Andy, para ela aquela era a solução. Se ela pudesse se concentrar apenas nas tarefas domésticas, não erraria ao fazer as coisas que o marido pedia e consequentemente não haveria brigas. Então ela parou de trabalhar fora e passou a tentar manter seu lar organizado.
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  Por algum tempo aquilo pareceu o suficiente. até mesmo tentou melhorar seus dotes culinários cozinhando mais durante o dia e estava bastante feliz e satisfeita com suas pequenas conquistas, Taehyung até tinha dito que o kimchi que ela havia feito estava igual ao da mãe! Mas logo as reclamações de Andy começaram a voltar, apesar de daquela vez virem junto de algum elogio. “O arroz ficou bom no sabor, mas você deixou ele empapado”, “O banheiro está limpo, mas o cheiro do desinfetante é forte demais”, “O quarto está bem arrumado, mas a cômoda continua empoeirada”… Mesmo não sendo todo crítica, tudo o que conseguia ouvir era: você não consegue fazer nada direito.
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  Mas as coisas realmente pioraram quando Andy foi despedido. Então ele passou a ficar boa parte do tempo dentro de casa na companhia de suas garrafas de cerveja. Ele brigava e gritava com por qualquer mínimo detalhe que para ele não parecesse bom, além de ter se tornado violento também na intimidade com ela. A primeira vez em que Andy realmente lhe deu uma surra havia sido durante a noite, quando ela recusou o sexo. A reação do homem havia sido tão extrema que beirava ao brutal. Além dos xingamentos, ele era forte o bastante para obrigá-la fisicamente a qualquer coisa. Foi a primeira de muitas noites em que se sentiu violada pelo próprio marido. A rodada de agressões veio quando ela, em desespero pelo que estava prestes a acontecer sem o seu consentimento, deu um grito que foi calado com um tapa e a afirmação da parte dele de que “ela, como sua mulher, devia atender aos seus desejos e necessidades”. Foi naquela noite que ela aprendeu que era melhor ficar calada ou as coisas podiam ficar muito piores. Taehyung não estava em casa no dia, havia ido ajudar na construção do novo terreno de Namjoon e os dois provavelmente virariam a noite jogando papo fora depois do trabalho. Na verdade, agradeceu pelo irmão mais novo não ter tido de presenciar aquilo, só Deus sabia o que Taehyung seria capaz de fazer se estivesse ali. Bem, agora ela sabia o que ele poderia ter feito naquela noite. Ele poderia ter atacado Andy e algo mais terrível do que alguns ferimentos poderiam ser o resultado do ataque…
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  Depois da perda do emprego, Andy ficava cada vez pior, embora depois das agressões tentasse compensar a mimando com presentes e carícias… Mas toda vez que recebia um novo não de possíveis empregadores, tudo voltava. Com o tempo, aprendeu a engolir o desespero e a desligar a mente quando tudo ficava pesado demais para lidar. Da primeira vez que tentou fugir do homem que pensava que a amava, ela levou a maior surra de todas e foi quando Taehyung se machucou ao tentar defendê-la. Vê-lo sendo agredido daquela forma havia sido mais doloroso do que quando Andy a espancou. Era uma dor no fundo da alma, a dor de uma pessoa tendo seus cacos ainda mais despedaçados e triturados. Andy tinha que deixar Tae fora disso!
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  — Se não quer que ele sofra, então vai passar a se comportar. — O homem sussurrou quando a ouviu choramingar depois de seu irmão mais novo ser largado no chão, quase inconsciente. — Mas eu não posso fazer nada se ele entrar no meu caminho.
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  Depois daquilo, tentou manter Taehyung longe de todas as formas que conseguia pensar. Tentou voltar a sorrir como se lembrava que fazia antes de tudo acontecer, apesar de saber que aquele sorriso dificilmente enganaria o irmão que a conhecia tão bem; tentou voltar a agir com alegria e fingir que nada de errado estava acontecendo; voltou a cozinhar os pratos favoritos do irmão para tentar fazê-lo desviar o foco dos problemas relacionados a ela; tentou até mesmo se forçar a amar aquele “novo” Andy, se colocando sob o véu de uma fantasia feliz. Por certo tempo essa fantasia durou com o marido – como todas as outras fantasias haviam durado -, mas não importava o que fazia, o Andy violento sempre voltava.
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  Naquela tarde, dois dias antes, Andy brigava com ela por causa do lençol manchado sobre a cama, resultado da madrugada anterior que apesar de tudo, não havia sido das piores. Quando Taehyung chegou do encontro com os melhores amigos, foi no exato momento em que Andy lhe deu um soco forte sob o queixo, o que bastou para Tae se jogar para cima do homem em defesa dela, ele teria feito a mesma coisa se visse Andy sequer levantar o dedo para ela.
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  Kim estava exausta. Não só fisicamente. Estava exausta da vida. Por dezenas de vezes pensou em se livrar dela, da vida, mas se lembrava de seu irmão e tentava se agarrar aos bons tempos que costumavam ter. Talvez ele estivesse melhor sem ela, mas ainda se sentia egoísta demais para se desapegar da única coisa boa que havia restado em sua vida. E Taehyung ficaria de coração partido se ela o deixasse da maneira que estava pensando. Ela não podia abandoná-lo de mais uma forma – tão definitiva -, então permanecia aguentando o que fosse. Era a única forma que conseguia protegê-lo no momento. Tudo parecia uma bagunça grande e truncada demais para uma saída simples, como quando você deixa uma bola de neve sair rolando até virar uma bola gigante e massiva capaz de destruir qualquer coisa à sua frente. nem tinha se dado conta de quando havia deixado sua bola de neve rolar tão longe.
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  Nellie Callan caminhava com certa pressa pelas ruas da cidade. Ela havia escapulido da delegacia em que tinha sido detida – mais uma vez – enquanto um dos rapazes do seu grupo de “amigos” armava um escândalo. ia ficar ainda mais furiosa do que estava quando chegou ao lugar para ir buscá-la, mas Nell não estava a fim de ouvir sermão naquele momento especificamente. O sermão já seria ruim o bastante, não tinha como piorar, então, ela simplesmente fugiu.
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  Ela passou pelo centro de comércio do bairro em que vagava e, sem pensar muito, acabou por entrar em uma pequena e organizada loja de conveniências. Ela nunca tinha estado ali antes e logo se pegou zanzando entre as repartições do lugar. Viu algumas coisas que a fizeram se lembrar de , o quanto pequenas coisas costumavam fazer sua irmã mais velha sorrir e o quanto nos últimos anos aqueles sorrisos pareciam escassos.
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  Nellie enfiou a mão no bolso da calça e se xingou mentalmente quando se lembrou que todos os seus pertences haviam sido confiscados na delegacia mais cedo. Mas não ia ser a primeira vez que ela fazia algo contra as regras – ou a lei -, especificamente naquele dia. Nell pegou uma mochila do mostruário e voltou a caminhar entre os corredores da loja, enfiando tudo o que lhe chamava a atenção pelo caminho. Pegou alguns chocolates que sabia que gostava, assim como algumas outras bobagens que as duas costumavam dividir quando mais novas. Obviamente não podia passar sem colocar algumas latas de tinta spray na conta, fazia algum tempo que estava precisando de algumas cores novas para suas artes.
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  Quando a mochila já estava bem estufada de coisas, a garota olhou ao redor para se certificar de que ninguém estava prestando atenção ao que estava acontecendo. Ela deslizou furtivamente para fora dos corredores da pequena loja, a mochila casualmente pendurada em um dos ombros, estava pronta para finalizar sua mais nova façanha quando seus olhos pousaram sobre a figura que estava no caixa, distraída enquanto endireitava alguns mostruários à sua frente. Ia ser fácil passar por aquele rapaz sem ser percebida, mas assim que ele levantou os olhos e a viu, sorrindo de forma amigável, algo dentro de Nellie desabou. O que ela estava fazendo? Um desespero subiu por seu corpo e um aperto estrangulou seu peito, ela não tinha ideia do que estava acontecendo e quando percebeu, seus olhos estavam cheios de lágrimas que surgiram de lugar nenhum. A expressão preocupada do rapaz do caixa só piorou a sensação, então Nellie fez o que fazia de melhor: fugiu. Largou a mochila com as coisas que iam ser roubadas e apenas correu para longe.
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  Os dedos de Hoseok batiam nervosamente sobre a tela do celular pelo qual havia acabado de falar com . Por algum milagre a moça estava em casa e disponível para atender a chamada. Ela parecia tão animada quanto sempre quando atendeu e aquilo fez o coração de Hobi se acalmar ligeiramente. Ele não fazia ideia do que estava acontecendo, mas subitamente sentiu a necessidade de falar com a melhor amiga, de ouvi-la e vê-la. Era uma preocupação quase agourenta que o estava deixando maluco nos últimos dias.
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  Usando a desculpa do concurso em que estava inscrito, Hoseok pediu para encontrar a melhor amiga em frente ao prédio da sala que ele estava alugando para fazer seus ensaios diários. Agora, lá estava ele, inquieto enquanto esperava que aparecesse. Estava tão ansioso que até mesmo tinha convencido Jimin a ir esperar pela garota em frente ao prédio. O melhor amigo não questionou, parecendo ele mesmo um tanto inquieto.
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  Quando ambos ouviram um gritinho empolgado a certa distância, quase conseguiram respirar aliviados. Lá estava , saltitante e alegre enquanto atravessava a rua, correndo na direção de Hobi já com os braços abertos. Hoseok estava ansioso demais para esperar que as pernas curtas da melhor amiga fizessem todo o trajeto, então encurtou a distância ele mesmo, encontrando com no meio do caminho, soterrando-a num abraço apertado.
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  — Hope, você tá me esmagando! — a moça resmungou, apesar de seu próprio abraço estar tão apertado ao redor do melhor amigo quanto.
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  Hobi não se importou em a atitude parecer estranha. Apenas apertou ainda mais os braços ao redor do corpo miúdo da garota antes de finalmente soltá-la.
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  — Até parece que a gente não se vê faz dias. — murmurou rindo.
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  — A gente não se vê faz semanas, . — Hoseok resmungou fazendo bico, o que fez a amiga gargalhar.
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  — Desculpa, o cursinho me fez perder a noção do tempo nos últimos meses. — Ela deu um tapinha leve no braço do rapaz que a conduziu de volta até em frente ao prédio do estúdio. 
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  — , esse é o Jimin. — Hobi apresentou quando chegaram mais perto do amigo.
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  — Oi, Jimmy! — sorriu estendendo a mão para o rapaz de expressão doce. 
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  — É Jimin, … — Hoseok murmurou balançando a cabeça negativamente, mas logo dando de ombros. — Por alguma razão, sinto que nada vai mudar o fato de que você vai continuar chamando ele de Jimmy… 
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  — Que bom que sabe, Hope! — deu língua para Hobi e logo depois voltou-se novamente para Jimin. — É bom finalmente conhecer o outro melhor amigo do meu melhor amigo. — Sorriu largamente para o rapaz que sorriu timidamente de volta.
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  — É um prazer conhecê-la também,
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  Jimin não tinha ideia, mas ver aquela garota miúda tão feliz e sorridente fez algo em seu coração se acalmar, como se aqueles sorrisos assegurassem que estava tudo bem, mesmo que nunca sequer tivesse visto antes, Jimin sabia que ela já era importante em sua vida. Mesmo que o sentimento não fizesse o menor sentido.
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  — É bom você me convidar para fazer parte da sua dança para o concurso, Jung Hoseok. — murmurou cruzando os braços e encarando seriamente o melhor amigo. — Ou vamos ter problemas sérios.
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  — Eu nunca ousaria te chamar até aqui sem uma boa proposta, . — Hobi sorriu do jeito que a garota mais amava e ela o acompanhou.
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  — Ótimo, então o que estamos esperando? 
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  Sem esperar mais, a moça seguiu para a entrada do prédio, fingindo saber exatamente para onde deveria ir, sendo seguida pelos dois rapazes que pareciam aliviados seja lá por qual motivo, mas felizes em ter Shannon ali presente.
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   não estava nada satisfeita. Com as ações de Nellie ela teve que pedir dispensa do trabalho, mas o que deveriam ser apenas algumas horas que ela poderia cobrir no mesmo dia acabou se tornando meio dia inteiro. Nell havia de alguma forma fugido da delegacia que havia sido levada com um grupo que ela chama de “amigos” por terem sido pegos vandalizando uma praça pública. já nem sequer ficava surpresa com as ligações de policiais ou seguranças de lugares, mas ainda assim a sensação de frustração e desapontamento estavam presentes todas as vezes que algo acontecia.
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  Ela não entendia o que estava acontecendo com a irmã mais nova desde a morte do pai. Nellie sempre havia sido uma filha exemplar, uma menina doce e comportada; claro que às vezes havia rompantes de rebeldia com alguma situação, mas nada muito fora do normal da adolescência… Mas naquele instante? Não era nenhum rompante. Alguma coisa dentro de sua irmã mais nova havia desandado completamente. queria entender, mas não sabia mais o que fazer com Nellie e se as coisas continuassem daquele jeito, muito provavelmente o serviço social seria acionado e não queria nem pensar no que aconteceria depois disso.
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   massageou a base do nariz, cansada. Havia passado o resto da tarde tentando encontrar a irmã, mas logo desistiu ao perceber que mal a conhecia mais. Não tinha ideia de para onde Nell poderia ter ido. Perceber aquilo fez seu coração se apertar. Nos últimos anos elas pareciam duas estranhas dividindo uma casa, mal conseguindo manter uma conversa decente uma com a outra. Como foi que aquela família havia se afundado tanto?
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   já tinha a chave na mão quando chegou à porta de sua casa, mas a mesma estava destrancada. Não era uma surpresa, Nellie nunca lembrava de trancar a porta depois que entrava em casa. estava pronta para discursar – mais uma vez – sobre as atitudes da mais nova, mas ao vê-la sentada no sofá da sala abraçando as próprias pernas e com o olhar marejado, decidiu segurar o que tinha para dizer e esperou. Ela estava pronta para vários tipos de cenários, a típica gritaria de uma adolescente à flor da pele; uma tentativa de se explicar; a culpabilização de outros… Mas não esperava pelo que aconteceu de fato.
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  Quando Nellie percebeu a irmã mais velha parada na entrada da sala de estar, ela saiu correndo para um abraço quase desesperado, as lágrimas voltando a rolar por sua face. ficou confusa por alguns segundos antes que conseguisse reagir, abraçando a mais nova de volta, tentando confortar seja lá o que fosse.
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  — Hei, o que houve? — perguntou, mas não esperando uma resposta de verdade.
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  Nellie ainda ficou mais algum tempo naquela posição, escondendo o rosto na curva do pescoço de como costumava fazer quando era pequena. Naquele instante Nell se parecia mais com a irmã que costumava conhecer.
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  — Vem, vamos sentar. — A mais velha murmurou conduzindo a garota agarrada a si em direção ao sofá onde sentaram e Nellie finalmente desfez o abraço. — Quer me contar o que aconteceu? — perguntou sem real esperança de ter alguma resposta. E por alguns instantes foi daquela maneira, com Nell fungando e tentando limpar as lágrimas insistentes.
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  — Me desculpe… — murmurou por fim.
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   internamente se perguntava por qual parte de tudo a irmã mais nova pedia desculpas, mas aquele não era o momento para gerar uma discussão, principalmente levando em consideração que as duas não tinham aquele tipo de conversa fazia muito tempo. Então ela apenas esperou que Nell terminasse de falar.
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  — Eu… — A menina tentava falar e lutar contra as lágrimas ao mesmo tempo. — Eu sinto muito, sinto muito… — Choramingou novamente, agora agarrando uma almofada. — Eu queria que você não tivesse que se preocupar, eu… — E mais uma vez as lágrimas voltaram a escorrer.
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  — Hei, calma, Nell. — murmurou sentando um pouco mais perto da irmã. — Do que você está falando?
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  Depois de mais um minuto inteiro tentando se recompor, Nellie respirou fundo tentando organizar a mente.
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  — Depois que papai morreu… — Sussurrou por fim, voltando a fungar. — Você estava sempre tão preocupada com tudo… E eu… Eu queria que você não tivesse que se preocupar comigo também. Então eu tentei te mostrar que eu podia ser independente e você não precisava cuidar de mim.
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  — Nellie…
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  — Eu sei. — A garota murmurou soltando um riso sem humor e um tanto estrangulado pelo choro que ameaçava voltar. — Mas na minha cabeça, se eu não estivesse aqui, você não ia ter que se lembrar de se preocupar comigo. — Nellie riu novamente, percebendo o quanto aquela ideia era estúpida. — E aí eu conheci o grupo do Jared. E… Eu achei que com eles eu tinha a liberdade de ser quem eu quisesse. Que eu podia fazer as minhas escolhas e só eu seria afetada…
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   ficou encarando a irmã mais nova tentando entender aquela lógica. Ela queria não fazê-la se preocupar… A preocupando? 
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  — Nellie, quando convivemos com pessoas que se importam com a gente, quase nunca nossas decisões afetam apenas a nós. 
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  — Eu só queria que tudo voltasse a ser o que era antes, quando papai e mamãe ainda estavam aqui… Que você pudesse se divertir e nós pudéssemos ter as nossas noites de sábado pra gente de novo. — Nell fechou a mão que segurava a almofada em punho, com força. — Mas tudo saiu do controle e… Eu mal entendia o que estava fazendo, eu só… Fazia.
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  — Eu também sinto falta de como as coisas eram antes, Nell… — puxou a irmã para um abraço quase desajeitado. — Mas elas não são mais daquele jeito. E a gente precisa aprender a viver com o que temos agora.
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   sentiu sua camiseta ficar molhada e sabia que a irmã chorava novamente.
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  — Eu sinto muito mesmo, … — Nellie murmurou novamente apertando os braços em volta da mais velha.
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  — Tudo bem, Nell… Só me promete nunca mais tentar não me deixar preocupada… Não desse jeito. 
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  Um segundo se passou antes que Nellie soltasse uma gargalhada e se endireitasse no sofá limpando novamente as lágrimas.
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  — Eu prometo. — Fungou.
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  — Ótimo, agora vai lavar o rosto e descansar um pouco. Podemos pedir pizza e assistir filmes mais tarde.
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  A mais nova parou por um instante olhando de forma questionadora para .
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  — Mesmo que não tenhamos tudo como era antes, um pouco do que tínhamos nós podemos fazer acontecer de novo. — sorriu, quase nostálgica e se surpreendeu – novamente – quando Nell correu de volta para seu encontro, dando-lhe mais um abraço.
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  Ela não tinha ideia a que se devia a epifania que Nellie Callan havia tido naquela tarde, mas fosse o que fosse, estava agradecida.
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Capítulo 21

  16 de Setembro

  Era pouco depois das nove da manhã e Taehyung observava a pouca movimentação da loja de trás do balcão do caixa. Aquela manhã havia sido a mais tranquila em anos em sua casa. parecia um pouco mais com a irmã que ele se lembrava, a irmã de antes de Andy e suas merdas. Ela havia acordado cedo e preparado o café da manhã, ela terminava com a sua caneca de café quando ele chegou na cozinha, quase confuso.
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  — Achei que seria bom você ter um bom café para variar um pouco… — murmurou timidamente antes de fazer um movimento que indicava que ele devia se servir.
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  Taehyung não estava acostumado com aquilo, então não tinha levantado da cama em um horário que o permitiria sentar e comer com calma. Ele estava pronto para pedir desculpas quando a irmã sorriu.
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  — Você deve estar com pressa, mas devia levar ao menos alguma coisa para comer no caminho. Eu fiz o nosso sanduíche, se quiser… — apontou para um embrulho sobre a mesa. — Já faz um tempo, mas acho que não está tão ruim. — Riu baixinho.
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  O rapaz ficou alguns instantes intercalando o olhar entre a irmã e o embrulho sobre a mesa, sem saber bem como reagir. O nosso sanduíche… Um patê de frango caseiro com alguns tipos de folhas e tomate. Os dois costumavam fazer uma bagunça na cozinha quando a mãe fazia aquele patê, inventando combinações por vezes malucas para experimentarem. Mas sempre acabavam com o tradicional. Ele não comia aquilo fazia anos.
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  — Obrigado, noona. — Sorriu, embora ainda confuso, para e pegou o embrulho antes de sair com pressa do apartamento.
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  Ele havia comido o sanduíche enquanto caminhava até a loja de conveniência e a nostalgia o invadiu na primeira mordida. Era quase como se tivesse voltado aos seus treze, quatorze anos e as lembranças daquela época eram boas o bastante para fazê-lo sorrir. Mas o sorriso logo desapareceu quando o rapaz avistou um carro conhecido parado do outro lado da rua. Por quanto tempo aquela alegria duraria?
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  Suspirando, ele olhou para o pequeno compartimento que havia embaixo do caixa, finalmente se lembrando da mochila que a estranha do dia anterior havia deixado para trás. Não precisou de muito tempo para ele entender o que provavelmente estava para acontecer quando ele a encarou.
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  A garota que havia saído correndo da conveniência na tarde anterior não parecia ter muito mais do que quinze anos de idade, e apesar de quase ter cometido um furto, não parecia ser o tipo de pessoa que entrava naquele tipo de encrenca… Bem, mas as aparências enganam, afinal. 
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  O rapaz abriu a mochila mais uma vez. Não havia reportado o ocorrido ao seu chefe, ele não via exatamente um motivo para incomodá-lo com aquilo, já que nada havia realmente sido roubado, mas ao mesmo tempo ele devia alguma satisfação do que acontecia no lugar a Max? Havia deixado a mochila com seu conteúdo de lado até decidir o que fazer e, na verdade, tinha esquecido de sua existência até aquele instante.
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  Taehyung se viu pensando no quão estranho havia sido aquele momento quando encarou a garota. Por um instante, algo em seu interior dizia que ele a conhecia, mas racionalmente ele sabia que não era o caso. Ele mal tinha entendido o que ia acontecer quando ergueu os olhos do caixa para ela e, por impulso, sorriu. Quando seus olhares se cruzaram, a sensação de déjà vu o pegou ao mesmo tempo em que a garota parou estática onde estava, um segundo depois, largando a mochila furtada no chão, os olhos se arregalando e marejando antes de sair correndo.
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  Quando Tae foi pegar a mochila e olhou dentro – já sabendo, bem lá no fundo, o que encontraria -, um sentimento de desapontamento se fez presente, como se ele conhecesse aquela menina e atos como aquele fossem recorrentes, o que não fazia o menor sentido.
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  Passava das cinco quando finalmente adentrou o café da Sexta Avenida. Era estranho a forma como estava se sentindo quando tocou para abrir a porta, uma pontada de ansiedade surgiu, quase como se esperasse encontrar alguém ali, e naquele instante, sentada numa das mesas mais visíveis do lugar, parecia que ela já conhecia o café havia tempos, era quase reconfortante. Quando o atendente chegou, ela pediu por um latte sem nem ao menos olhar para o menu e depois vagou os olhos pelo local. Não estava tão cheio, mas era o suficiente para haver o burburinho de conversas espalhadas. Embora fossem conversas isoladas, a maioria parecia ter um tema em comum: o eclipse não previsto daquela tarde.
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  Ela estava no prédio do trabalho quando Stacey entrou quase estarrecida no escritório, ela havia ido verificar as impressões de alguns folders na gráfica no mesmo quarteirão antes de voltar para lá.
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  — O que foi que houve? — Artie perguntou erguendo a sobrancelha para a amiga que apenas apontou para a janela sem conseguir dizer mais.
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  Quando todos foram até as vidraças, a princípio não identificaram o motivo da expressão de Stacey, até Jenna exclamar:
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  — Puta merda, o mundo vai acabar?
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  A moça apontava para o céu que escurecia aos poucos de forma diferente de como acontecia quando havia uma tempestade ou coisa parecida. Havia uma sombra encobrindo o Sol.
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  — É só um eclipse, gente… — Arthur murmurou rindo das expressões assustadas das amigas. — Só é estranho ninguém ter comentado em noticiários ou no jornal que haveria um eclipse solar hoje… 
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   já estava no celular pesquisando sobre aquilo quando o amigo falou:
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  — É porque não estava previsto nenhum eclipse solar aqui pra esse ano — informou pesquisando mais uma vez só para ter certeza de que não havia perdido nada. — Isso é estranho. — O rapaz ergueu a sobrancelha voltando a encarar a janela.
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   engoliu em seco quase como se tentasse engolir um bolo na garganta. Sua mente criativa a levou por caminhos nada reconfortantes. Se lembrou da história que havia começado a desenvolver em seu – finado – caderno de anotações sobre um Senhor do Tempo e como suas ações haviam interferido em um planeta inteiro. Um eclipse não previsto era um dos primeiros sinais de uma catástrofe iminente. Um arrepio passou por sua espinha ao pensar naquilo.
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  — Por favor, se controle, Senhor do Tempo — murmurou baixinho para si mesma, imaginando conversar com seu personagem. — Esse planeta não está pronto para acabar.
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  Seu fluxo de pensamentos foi interrompido pelo atendente que trouxera seu pedido, perguntando amigavelmente se ela gostaria de algo mais. negou sorrindo em agradecimento e logo o rapaz se afastou para cuidar de outras mesas. A moça voltou a vagar o olhar ao redor, observando as várias pessoas conversando e finalmente parando sobre a porta de entrada de vidro que se mantinha fechada por causa do ar condicionado. Ela se questionou profundamente quando percebeu que, enquanto olhava para a entrada, sentia uma grande expectativa. Mas expectativa do quê? Era como se ela estivesse esperando por alguém naquele momento, mas não estava, então por que seu peito continuava insistindo naquela ansiedade infundada?
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  Com um suspiro profundo, tentando acalmar os sentimentos e pensamentos, bebericou seu latte e uma sensação de felicidade instantaneamente se apossou dela, foi algo tão estranho mas intenso que ela não pôde refrear o sorriso satisfeito. Ficou um pouco confusa com o efeito de um latte, mas talvez ela estivesse tão cansada nos últimos tempos que sua mente e corpo estivessem tentando encontrar as pequenas alegrias do dia em cada pequeno detalhe. Bem, não era como se ela realmente se importasse em se sentir feliz por quase nada, então apenas aproveitou o momento com uma tranquilidade da qual não desfrutava fazia um tempo.
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  Jin havia vagado pelas ruas da cidade por longas horas, mas sem realmente ter para onde ir. Aqueles últimos três dias haviam sido os mais longos e esmagadores de toda sua existência. Por mais que tentasse com toda a sua força de vontade, ele não conseguia parar de pensar em . Ele queria se convencer de que só queria saber se ela estava bem, mas no fundo sabia que não era apenas aquilo.
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  Seokjin sentia um vazio massivo em seu peito desde aquela noite e seus pensamentos sempre o levavam àquela cena. O momento exato em que havia sorrido para ele do outro lado da rua, antes de atravessar, o coração de Jin se aquecia para, em segundos, ser esmagado com a continuação da cena. Ele vivia naquele looping e não achava uma forma de parar aquilo. Sua saída no dia havia sido para tentar ocupar a mente com qualquer outra coisa, mas já havia passado três vezes pela linha de trem no qual havia encontrado o caderno de e era a segunda vez que passava em frente ao café da Sexta Avenida.
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  Não havia parado para olhar ou pensar em qualquer dos lugares que suas pernas o levaram, mas naquele instante ele sentiu a necessidade de parar e encarar o interior do estabelecimento. Seus olhos sequer precisaram vagar por muito tempo para encontrar o que precisava. Lá estava ela, sentada na mesa deles, os olhos observando os arredores com curiosidade enquanto esperava por seu pedido.
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  Uma mistura de tristeza e alívio tomou conta de Kim Seokjin. Alívio por poder ver bem e vivendo sua vida como deveria ser; tristeza por ele nunca mais poder fazer parte daquela vida. Não se quisesse evitar que as imagens que viviam se repetindo em sua mente se tornassem realidade, o que certamente ele queria evitar. Depois de mais alguns instantes observando a moça peculiar que o havia encantado em algum lugar do universo, Jin se endireitou e voltou a caminhar. Talvez tê-la visto uma última vez fosse o suficiente para acalmar seus pensamentos. O vazio ele sabia que jamais seria preenchido de novo, ao menos não da forma como ele desejava.
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  O alívio momentâneo havia sido o suficiente para que ele lembrasse de outras coisas que não fosse e finalmente prestasse atenção ao seu redor. As conversas de aparentemente todos estavam voltadas ao eclipse solar daquela tarde. Daquela vez Jin estava muito bem acordado para ter presenciado o fenômeno, mas a verdade era que estava ocupado demais tentando se distrair para se importar com aquilo.
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   estava entediada em seu quarto de hospital. Já fazia uma semana que estava internada ali com uma crise aguda de gastrite que ia e voltava e tinha afetado não apenas seu estômago, como também a enxaqueca. Aquele era um dia atípicamente tranquilo considerando os últimos. Ela estava se sentindo melhor e pela primeira vez podia abrir os olhos sem sentir uma dor terrível e seu estômago parecia um pouco mais disposto a aceitar alguma comida de verdade sem devolver tudo.
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  Aproveitando a melhora, decidiu fazer uma caminhada, já não aguentava mais ficar deitada sem fazer nada. Pegou o suporte com os medicamentos e o arrastou consigo para aquela pequena aventura. Logo estava fora do quarto, perambulando pelo corredor do andar em que estava instalada, passou pela porta fechada do quarto quase vizinho ao seu e parou por alguns segundos, como se esperasse ver alguém conhecido sair por aquela porta, mas nada aconteceu, então ela simplesmente continuou caminhando. 
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  Fazia algum tempo que estava com aquela sensação de que alguma coisa deveria acontecer, mas ela não sabia o que ou por que estava se sentindo daquela forma, só sabia que algo faltava, estava fora do lugar. Suspirando, caminhou em direção ao elevador, sequer se preocupou em ser interceptada por alguma enfermeira que a impediria de dar a sua volta, simplesmente adentrou o elevador e se deixou ser levada para qualquer andar que fosse.
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  Por alguma razão, enquanto estava passeando pelos andares com o elevador, acabou se lembrando de seu parceiro e amigo de games, ChronosAce. Mesmo que nunca tivessem se visto fora dos avatares de Underworld, ela tinha a impressão de que conhecia o rosto do amigo e podia imaginar sua forma de falar e agir enquanto interpretava as mensagens que costumavam trocar no jogo. Um sorriso sincero surgiu nos lábios da garota e ela desejou ter perguntado pelo número do amigo para que pudessem se falar fora dos games… Da próxima vez que se encontrassem, era aquilo que ela faria.
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  21 de Setembro

  Jungkook encarou o velho bloco de desenhos que estava à sua frente. Fazia dias que ele sentia o impulso – quase anseio – de desenhar aquele rosto. Ele não tinha ideia de quem se tratava, mas em um belo dia, JK despertou com esse eco de lembrança na mente e foi quase impossível não caçar seu bloco de desenho – há muito esquecido em um canto do armário de seu quarto – para tentar esboçar aquele rosto. No início, ele sentiu quase medo de se esquecer daqueles traços, mas à medida que o tempo foi passando, percebeu que não precisava temer: o rosto da garota parecia ter se fixado em sua mente.
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  Depois de todos aqueles dias desenhando a mesma coisa, Jungkook quase não precisava prestar atenção no que fazia, sua mão sabia exatamente para onde ir com o lápis: o queixo fino, o nariz delicado, os cabelos curtos… Ao imaginá-la, o rapaz sentia que era quase palpável de tão concreto que lhe parecia. Embora estivesse confuso com a origem daquela imagem e também da vontade repentina de voltar a desenhar, simplesmente havia parado de questionar e esperava que em um futuro breve pudesse entender a finalidade de tudo aquilo… Ou simplesmente esquecer.
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  JK observou novamente o último desenho que havia feito. Por alguma razão, havia pensado em MissEve e dado àquele rosto alguns elementos fantásticos do avatar da amiga. Os cabelos haviam sido coloridos levemente de azul claro e algumas tatuagens, que no avatar da amiga eram cintilantes, foram acrescentadas ao quase retrato. Seria aquele o rosto de ? Jungkook soltou um risinho achando graça da própria ideia. Fosse quem fosse – se é que era alguém – por que ele saberia a aparência de MissEve na vida real sem nunca tê-la visto? Não que desenhar um rosto desconhecido fosse muito mais reconfortante…
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  Soltando um suspiro, Jungkook virou a página do bloco para poder fazer mais alguns esboços da tão familiar e desconhecida pessoa.
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  Taehyung encarava a porta do apartamento sem de fato se mover para abri-la. Andy estava de volta, a paz havia durado poucos dias, mas de certa forma, aqueles dias haviam feito o rapaz ter alguma esperança renovada. Ele havia visto que sua antiga e querida noona ainda existia em algum lugar daquela despedaçada. Talvez ele pudesse se dar ao luxo de sonhar que um dia – em breve, talvez? – sua irmã finalmente se livraria daquele ser horrível que ela chamava de marido e eles poderiam voltar a ser uma família feliz.
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  Tae suspirou e enfim abriu a porta. Encontrou a irmã ocupada cozinhando alguma coisa para o jantar. Não havia sinal de Andy, mas como de costume em dias como aquele, o rapaz se viu vasculhando o corpo de a procura de qualquer sinal de novas agressões… não havia nada novo visível. Ele não sabia se ficava aliviado ou mais angustiado ao pensar em quanto tempo levaria até que tudo voltasse ao que era.
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  — Taetae! — virou-se para o irmão mais novo e sorriu, embora o sorriso fosse genuíno, um pouco da alegria que ela havia recuperado nos dias longe de Andy havia diminuído. — Bem-vindo de volta.
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  — Obrigado, noona. — Taehyung sorriu fraco de volta enquanto largava sua mochila num canto perto do corredor de quartos. Rumou até o lado da irmã para observar o que ela fazia.
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   soltou um risinho com aquele gesto. Ela se lembrou que Tae fazia aquilo quando eram mais jovens – e a mãe ainda era viva -, quando ela ou a mãe cozinhavam, o pequeno Taehyung gostava de ficar observando com curiosidade e interesse o que as duas faziam. sentiu uma pontada afiada no peito que quase a fez soltar algumas lágrimas. Como ela tinha saudade daquele tempo em que tudo era mais simples e inocente…
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  — Noona, você quer ajuda? — Tae perguntou já lavando as mãos e se preparando para fazer qualquer coisa.
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   riu e quando voltou seu olhar para seu irmão, quase pôde enxergar o garotinho alegre que ele costumava ser. Daquela vez, ela não conseguiu segurar e logo seus olhos marejaram, ela só percebeu que estava chorando quando viu a expressão surpresa, quase assustada, no rosto de Taehyung.
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  — O que houve, noona? — ele questionou puxando a irmã de forma desajeitada para um abraço.
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  A moça se permitiu ser envolvida pelos braços do irmão mais novo. Quando foi que aquele seu menininho doce e inocente havia crescido tanto? E o mais doloroso: quando havia sido a última vez que haviam se abraçado daquela forma?
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  — Eu sinto tanto, Taetae… — ela murmurou apertando o mais novo ainda mais no abraço.
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   queria poder dizer que seria mais corajosa dali em diante e que enfrentaria a quem quer que fosse para proteger seu Taehyung, mas a verdade era que ela mal sabia se teria forças para passar por mais um dia agora que Andy havia voltado.
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  — Nós vamos dar um jeito nisso, noona.
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  Taehyung queria se agarrar àquela afirmação com toda a sua garra, mas pensava se toda a garra seria o suficiente, já que sentia que ele teria que acreditar naquilo pelos dois.
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  Nota: Meu Deus, depois de meses, eis a atualização. Saiu menor do que eu tava planejando, mas é o que temos para hoje, então a gente só aceita e vai ser feliz HSODNASPODN
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  2022 e esses meses iniciais de 2023 estão sendo um pouco (muito) inconstantes, então tá difícil conseguir manter a vibe, animação e inspiração para escrever.
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  Queria aproveitar essa notinha para dizer que vou dividir Chaos em duas partes essa “pré-caos” que, segundo meus planejamentos (Deus ajude a se cumprir, oremos) terá 27 capítulos (alô, tamo chegando no fim, BORA). A segunda parte será o “durante-o-caos” e o final da história.
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  Decidi fazer essa divisão para conseguir me manter mais animada e não deixar a história entrar em hiatus (sou rainha em fazer isso, bjos). Ainda tenho planos para fazer uma história “pós-caos” e sobre os Senhores do Universo (@Deus, ajuda). Fora isso, eu ainda tenho a ideia palhaça de fazer uma história no universo do TxT e seus clipes doidos, então… É, boa sorte para mim <3
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Capítulo 22

  22 de Setembro

   estava cansada. Havia pouco tempo que estava trabalhando com os panfletos, mas um chefe babaca e pessoas mal educadas podiam fazer um grande estrago na saúde mental de qualquer um. Eram horas em pé – tentando – entregando panfletos desinteressantes para pessoas apressadas para depois retornar à agência onde Dom, seu chefe, reclamaria como sempre da “falta de empenho” dela em entregar todo o bolo de propagandas do dia. Ela se sentia tão drenada que até passou a questionar se seu sonho, aquele que tinha impulsionado sua procura por trabalho, valia a pena.
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  Seus pés a levaram até uma livraria pequena e aconchegante onde ela decidiu fazer a sua “pausa para o almoço”, embora já passasse das três da tarde. vagou por entre as prateleiras e se viu observando os títulos de livros sobre viagens, um livro grande e de capa dura lhe chamando a atenção. Ela pegou-o e passou a folhear, os olhos passeando pelas páginas que misturavam texto e imagens magníficas que reacenderam sua força de vontade. Com um estampido fechou o livro, quase determinada a não se deixar abater. Respirando fundo, marchou para fora da livraria para encarar o restante do dia que ainda havia pela frente.
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  Mal fazia meia hora que havia voltado da “hora do almoço” determinada, mas parecia que o universo não queria cooperar com sua decisão. nunca foi do tipo que gostava de atrair a atenção para si, ao menos não de propósito, mas ser ignorada quando precisava que a vissem era uma coisa diferente. Naquele trabalho de entrega de panfletos as pessoas faziam questão de considerá-la invisível, não se importando com o papel estendido ou de pedir licença antes de passar. Ter os panfletos ignorados não era tão ruim assim, o que realmente irritava eram os encontrões, as pessoas passando por ela como se não existisse e até mesmo tentando “atravessá-la” no meio do caminho. E era aquilo que estava enfrentando naquele exato momento. Um engravatado pomposo havia trombado com ela…
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  — Toma cuidado, garota! — ele gritou irritado, gesticulando exageradamente, gritou como se tivesse alguma razão em estar irritado. Não havia sido ela a querer passar por cima de outra pessoa – literalmente – no meio da rua. 
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   teve vontade de retrucar, mas, tanto para evitar maiores dores de cabeça quanto para manter a boa educação que seus pais haviam lhe dado, ela apenas baixou a cabeça e pediu desculpas, mesmo que o encontrão a tivesse feito derrubar boa parte do bolo de panfletos e o homem não tivesse feito a menor menção de ajudá-la a arrumar aquilo tudo, ele apenas saiu pisando duro e voltando sua atenção ao celular em suas mãos.
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   West queria gritar. Queria xingar e amaldiçoar o mundo naquele instante, mas se segurou, não podia se dar ao luxo de simplesmente surtar no meio da rua, pelo menos ainda não. Ela tinha sonhos a perseguir e ela os alcançaria. 
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  A moça pegava as folhas que iam sendo pisoteadas pelos transeuntes que não se davam o trabalho de desviar, sequer olhar, antes de pisar onde quer que fosse. estava ferrada, definitivamente, e ainda teria aquelas “perdas” descontadas do salário, ou seja, não receberia aquele dia. 
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  As mãos de West se fecharam com força em volta de alguns panfletos, agora, além de pisoteados, estavam amassados também. Estava pronta para xingar baixinho quando percebeu alguém a ajudando a juntar as folhas faltantes espalhadas na calçada.
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  — Aqui — o estranho disse estendendo a mão com as folhas restantes.
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   respirou fundo antes de pegar o montinho das mãos do estranho, o movimento havia saído mais brusco do que ela pretendia, mas estava irritada e frustrada demais para realmente se importar.
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  — Obrigada — disse baixo, encarando o rapaz que a havia ajudado, ao mesmo tempo em que tentava segurar as lágrimas. 
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  Ela estava pronta para se virar e sair o mais rápido possível daquele lugar, talvez jogar os panfletos fora e nunca mais voltar a olhar a cara sonsa de Dom, quando sentiu alguém a segurando delicadamente pelo pulso. se virou e viu uma expressão preocupada no rosto do rapaz que a ajudara.
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  — Você está bem? — perguntou ele, sem deixar o ar preocupado.
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   não queria desabar a chorar na frente de um desconhecido, mas ao mesmo tempo não tinha forças para fazer qualquer outra coisa. Ela ficou ali, parada, encarando o desconhecido, sem saber muito bem o que fazer.
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  — Vem, vamos beber alguma coisa — o estranho disse puxando-a para sabe-se lá onde, sem dar tempo para que ela respondesse.
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  No fundo, agradeceu a pequena distração dos seus sentimentos e se deixou ser arrastada até um pequeno café em uma avenida, que ela estava tão desnorteada que mal prestou atenção a qual era.
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  Ela não conseguiu falar nada quando o rapaz perguntou o que ela gostaria de beber e apenas acenou com a cabeça quando ele perguntou se um mocha estava bom para ela. esteve segurando o choro bravamente até aquele momento, mas agora as lágrimas eram evidentes e já não havia espaço para segurá-las… Então elas escorreram.
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  Mesmo depois das lágrimas se fazerem presentes, tentava se segurar para não acabar fazendo uma cena em público. O desconhecido à sua frente apenas a observou com uma expressão compreensiva, mas permaneceu em silêncio enquanto ela tentava se controlar.
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  — Você quer falar sobre o que aconteceu…? — o rapaz perguntou em um tom um pouco incerto, sem parecer saber exatamente se deveria estar falando naquele instante. balançou a cabeça enquanto fungava e tomava um gole de seu café. — Ok… — o estranhou murmurou um pouco encabulado. — Sou Namjoon — se apresentou estendendo a mão num movimento também incerto.
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   encarou a mão estendida e, após respirar fundo tentando manter a calma que havia conquistado em um curto espaço de tempo, estendeu sua mão em cumprimento também.
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  — — conseguiu dizer, a voz ainda um pouco embargada e falhada devido ao choro de instantes atrás.
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  — Eu vi parte do que aconteceu, sinto muito — Namjoon murmurou parecendo realmente sentir por ela. — As pessoas não são muito gentis atualmente…
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   soltou um riso sem humor, concordando. Gentileza era a última coisa que ela via nos empregos de meio período que havia passado, as pessoas pareciam ocupadas demais consigo mesmas para se importarem em olhar para o lado… 
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  — Se sente melhor? — o rapaz perguntou depois de alguns instantes de silêncio entre os dois, respirou fundo e analisou seu estado de ânimo.
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  Ela com certeza não queria mais ver a cara de Dom ou lidar com pessoas estressadas na rua, mas, ao menos por mais alguns dias ela teria que aturar tudo aquilo, só para garantir alguns trocados a mais em sua caixinha dos sonhos.
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  — Podia ser pior… — murmurou baixinho bebendo o restante de seu mocha.
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  Namjoon a encarou como se questionasse como tudo poderia ser pior, mas preferiu apenas acenar com a cabeça e dar um pequeno sorriso que ele esperava ser reconfortante.
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  13 de Outubro

  Hoseok estava sentado no estúdio de dança encarando o nada há algum tempo. Desde que acordara ele sentia-se ansioso, mas não sabia o porquê da sensação. Ele estava ali esperando pelos dois melhores amigos para mais um dia de ensaios, havia chegado muito tempo antes do normal, então não era bem uma surpresa nenhum dos dois ainda não estar ali. 
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  Quando ouviu o barulho da porta sendo aberta, o rapaz saltou animadamente para saudar quem chegava.
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  — Park Jimin! — exclamou empolgado e um tanto aliviado por ter finalmente alguma companhia naquele dia estranho. — Feliz aniversário! — continuou e partiu para um abraço apertado no melhor amigo que ainda tinha cara de sono e parecia um pouco confuso com a recepção.
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  — Obrigado, hyung! — o mais novo agradeceu rindo depois que conseguiu entender o cenário em plena manhã antes das oito.
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  — Que tal comemorarmos depois do ensaio? Podemos terminar mais cedo para aproveitar melhor o dia — Hobi ia falando de forma frenética, como uma criança empolgada demais para se conter.
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  — Wha, hyung, acalme-se! — Jimin riu enquanto largava sua mochila num canto da sala junto das coisas de Hoseok. — Acha que todos podem se reunir hoje pra comemorarmos de alguma forma? — perguntou um pouco em dúvida.
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  — E você acha que algum de nós iria perder esse dia longe de você, Jiminnie? — Hobi questionou sem deixar de sorrir, mas compreendeu a dúvida do amigo, depois da “vida adulta” bater para todos eles, era muito difícil conseguir um tempo em que todos os sete podiam se encontrar, mas, por alguma razão, Jung tinha certeza de que os amigos não deixariam de passar ao menos um momento com Jimin em seu aniversário.
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  Os dois passaram alguns minutos se aquecendo e conversando, tentando fazer planos para o grupo mais tarde quando a porta da sala se abriu novamente revelando uma animada segurando um pequeno bolo de aniversário com uma única vela acesa bem no meio.
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  — PARABÉNS PRA VOCÊ! — a garota entrou cantando praticamente aos berros enquanto Hobi batia palmas com a expressão surpresa, mas animada.
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  — Whoa! — Jimin se levantou, também surpreso, indo em direção à garota.
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  — Feliz aniversário Jimmy Chimmy! — ela exclamou, os olhos brilhando de alegria. — Vamos, faça um pedido e assopre!
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  Hoseok não conseguiu deixar de sorrir enquanto via seus dois melhores amigos interagindo de forma tão animada, e o fato de ter guardado a data do aniversário de Jimin parecia algo ainda mais importante naquela nova amizade que parecia surgir. Nova amizade… por alguma razão, pensar naquelas palavras fez Hoseok sentir uma fisgada em si, mas logo ele deixou a sensação para trás, não podia estar mais feliz do que naquele instante em que duas das pessoas mais importantes de sua vida estavam se dando bem entre si.
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  Depois do parabéns e felicitações, os três se sentaram no chão, deixando o bolo em cima de um banquinho, claro que havia vindo preparada para a ocasião, tirando de sua mochila pratinhos e garfinhos descartáveis.
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  — E então, o que vamos fazer hoje? — perguntou com sua melhor expressão pidona.
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  — Hum? — Hoseok questionou de boca cheia.
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  — É claro que podemos tirar o dia de hoje de folga para comemorar o aniversário do Jimmy. — Aquilo não era uma pergunta, portanto ela continuou falando. — Eu sugiro a gente ir ao parque de diversões itinerante! — exclamou animada.
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  Hobi apenas soltou um risinho e suspirou, é claro que a amiga havia pensado em cada detalhe daquele dia especial, ele só tinha um pouco de receio do lugar escolhido, conhecendo , ela com certeza tentaria levá-lo para embarcar em brinquedos mais “radicais” que ele não tinha certeza se estava pronto para encarar.
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  — Por mim, tudo bem — Hoseok disse por fim.
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  Houve um silêncio e o rapaz percebeu que a amiga o encarava de sobrancelha erguida.
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  — Não vai nem reclamar por eu ter sugerido o parque de diversões?
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  Hobi apenas deu de ombros em resposta.
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  — Adoro como você sabe quem ganharia essa discussão mesmo antes dela acontecer. — A garota sorriu de forma convencida, fazendo o melhor amigo gargalhar. — Vamos, minha mãe já deve estar chegando para nos levar! — exclamou se pondo de pé e arrumando suas coisas.
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  Os três saíram da sala de ensaios com saltitando de animação à frente. Quando chegaram em frente ao prédio, a mãe da garota já estava à espera, buzinando de forma animada ao ver a filha.
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  — Olá, garotos! — disse a senhora quando todos entraram no carro.
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  — Olá, senhora Shannon — Hobi cumprimentou-a com um largo sorriso.
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  — E você deve ser o Jimmy…
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  — Na verdade, é Jimin, mas o chama de Jimmy — Hoseok explicou rindo de leve.
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  — Ah, é um prazer conhecê-lo, Jimin! — A senhora Shannon deu partida no carro e começou a dirigir.
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  — Igualmente, senhora — Jimin murmurou um tanto acanhado.
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  — Feliz aniversário, querido! — ela exclamou abrindo um sorriso largo em cumprimento. 
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  — Obrigado… — Jimin agradeceu tímido.
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  — Você tem razão, , ele é uma fofura — a mulher ao volante exclamou e a filha gargalhou enquanto Jimin se encolhia um pouco de vergonha no banco de trás.
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  Hobi gargalhou juntamente das mulheres no carro. Pegou-se pensando que talvez devesse estar com ciúmes daquela relação… E se os dois se tornassem melhores amigos e esquecessem dele? O pensamento foi cortado com exclamando um “pega!” do banco da frente e jogando em sua direção alguma coisa… Um pacote de balas de goma. Hoseok não teve o menor problema em deixar o pensamento intrusivo anterior partir, aqueles dois eram seus melhores amigos e continuariam sendo, não importava a configuração daquelas relações.
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  A viagem até o parque itinerante levou pouco mais de vinte minutos, a mãe de os deixou na entrada e a garota avisou à ela que voltariam de ônibus mais tarde. Ainda era relativamente cedo quando os três atravessaram a entrada do parque, mas o lugar já tinha uma quantidade razoável de pessoas.
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  — Vamos no barco viking! — exclamou saltitando com entusiasmo.
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  Hobi estava pronto para protestar, mas viu a animação da garota e de Jimin, então engoliu em seco e concordou sem muita confiança. Jung Hoseok detestava brinquedos “radicais”, a sensação que tinha neles era horrível e ele não conseguia entender como as pessoas podiam gostar daquelas coisas, mas ele não queria ser o estraga prazeres, pelo menos não daquela vez, então ele seria corajoso e enfrentaria as provações do dia para dar um bom dia feliz aos melhores amigos… Ao menos tentaria.
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  — Vem, Hobi, se quiser, pode sentar no meio — disse puxando um Hoseok quase catatônico. 
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  — Sim, hyung! — Jimin disse com seu sorriso largo. — Venha, vai ficar tudo bem — continuou se colocando do outro lado do mais velho.
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  Hoseok tentou reprimir a expressão de pavor em seu rosto, mas não teve muito sucesso, o que fez com que seus dois acompanhantes pegassem suas mãos e as segurassem firme. Vendo aquele gesto, Jung sentiu-se um pouco mais calmo, não com relação ao brinquedo, mas à estranha ansiedade que estava sentindo toda aquela manhã.
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  Quando o brinquedo finalmente parou de balançar, Hobi mal conseguia se aguentar em pé, as pernas falhando a cada poucos passos. Gargalhando, ajudou-o a seguir até um banco no qual ele se sentou esparramado.
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  — Hyung, você quer água ou um refrigerante? — Jimin perguntou com a expressão preocupada. — Você está pálido… 
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  — Eu só preciso de um minuto… — o mais velho respondeu fracamente, tentando se recompor.
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  — Eu vou comprar alguma coisa para a gente — o aniversariante anunciou já se dirigindo para as barracas de comida.
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  Hobi ia retrucar, mas quando conseguiu abrir os olhos e se endireitar para encarar o amigo, ele já estava longe. Aos poucos a cor parecia estar voltando a Hoseok, que respirou fundo algumas vezes tentando fazer seu coração disparado voltar ao normal. entrelaçou seu braço com o dele o puxando para mais perto e apoiando a cabeça em seu ombro. Hoseok sorriu, mais um pinguinho da ansiedade matinal desaparecendo.
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  — Aqui, hyung, toma a sua Sprite! — Jimin logo estava de volta com três refrigerantes em mãos, oferecendo a latinha verde azul em sua direção.
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  O rapaz sorriu ainda mais largamente. Ele não podia ser mais sortudo tendo seus dois melhores amigos ali e se sentindo tão querido por ambos.
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  — Aah! Me sinto muito melhor! — Hoseok exclamou com uma expressão feliz no rosto, se espreguiçando antes de se pôr em pé. — Que tal carrinho de bate-bate agora? — perguntou se virando para os dois amigos que ainda estavam sentados no banco.
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  — Vamos! — exclamou empolgada e Jimin fez um joinha animado antes de rumarem em direção ao local da atração seguindo um Hobi entusiasmado.
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  Jimin e ficaram um pouco para trás conversando.
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  — O hyung parece gostar muito de você — o garoto murmurou um pouco acanhado. 
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  — Bom, ele tem que gostar mesmo, somos melhores amigos! — exclamou e riu.
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  Jimin não tinha dito “gostar” daquela forma, mas decidiu não tentar explicar, talvez ela não tivesse percebido? Ou talvez ele é que estivesse enxergando coisas demais…
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  O dia foi passando com o trio correndo de um lado para o outro do parque experimentando todos os brinquedos que adultos podiam entrar. Obviamente Hoseok decidiu por ficar de fora dos mais radicais, como a torre e uma montanha russa que para a surpresa de todos era bastante rápida.
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  Era meio da tarde quando o celular de Jimin começou a tocar, eles estavam tirando alguns minutos de descanso antes de recomeçarem nos brinquedos.
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  — Yah, Park Jimin! — a voz de Jin soou na chamada de vídeo. — Onde você está? Estamos te procurando faz tempo! — o mais velho reclamou com a expressão indignada.
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  — Ah, Jin hyung! — Jimin acenou. — Eu e Hobi hyung estamos no parque itinerante da cidade com — explicou. — Aconteceu alguma coisa?
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  — Aconteceu. — Jin  ficou sério por um instante. — Aconteceu que nós viemos até o estúdio de dança para cantarmos parabéns para você, mas você não estava aqui! — retrucou o mais velho enquanto virava a câmera do celular para mostrar Yoongi, Namjoon Jungkook e Taehyung sentados na calçada em frente ao prédio que abrigava a sala de dança em que os outros dois ensaiavam.
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  — Whoa! — Jimin exclamou fazendo expressão surpresa. — Vocês todos foram até aí me ver? — Perguntou.
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  — Mas é claro! — A voz de Taehyung pôde ser ouvida e logo o seu rosto apareceu junto de Seokjin na tela do celular. — Viemos dar parabéns, mas já que não está aqui… — O rapaz sumiu por alguns instantes e voltou a aparecer com um bolo em mãos. — Te desejamos parabéns por aqui e ficamos com o bolo. — Sorriu de forma marota.
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  — Heeei! — Jimin reclamou rindo ao ver Taehyung apontar o bolo e fazer tchau antes de sumir novamente.
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  — Ah, que pena, Jimin-ah… Mas acho que o bolo não vai sobreviver até a volta de vocês… — Jin murmurou balançando a cabeça negativamente. — Hei, que tal cantar parabéns? — O rapaz perguntou aos amigos, todos, exceto Yoongi, assentiram, e começaram a cantar alta e escandalosamente enquanto o mais velho filmava em modo selfie.
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   e Hoseok acompanharam o coro com animação, Jung riu um pouco vendo a expressão envergonhada do amigo que sorria enquanto intercalava o olhar entre o celular e os amigos no parque.
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  Após uma curta conversa entre Jin e , com o mais velho pedindo para que a garota cuidasse bem dos seus amigos mais novos, a ligação finalmente foi encerrada. Os três continuaram o passeio entre os brinquedos e atrações do lugar o resto da tarde, saíram de lá quando a noite já caía e não tiveram pressa enquanto voltavam para o estúdio, brincando entre si animadamente até o último instante em que entraram na sala alugada.
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  — Esse foi um dos meus melhores aniversários! — Jimin exclamou se jogando deitado no chão do estúdio, sendo acompanhado pelos outros dois.
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  Ficaram mais algum tempo conversando e rindo quando Hoseok se levantou.
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  — Eu vou buscar alguma coisa para a gente comer — anunciou.
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  — Quer que a gente vá junto? 
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  — Não, vocês dois fiquem aqui e conversem, eu volto logo! — Hobi disse dando uma piscada marota para os amigos antes de sair.
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  À caminho da conveniência, Hoseok quase podia saltar de alegria. Aquele havia sido um dia maravilhoso e toda a ansiedade que o havia atacado pela manhã havia se esvaído, como se nunca sequer tivesse existido. Enquanto voltava para o estúdio, acabou trombando – sendo trombado, talvez explicasse melhor a situação – com dois homens que corriam com tanta pressa que mal fizeram menção de se desculpar e fazer qualquer movimento educado para a situação. Jung Hoseok estava tão feliz que mal se importou com aquilo, mas percebeu um certo alívio passar pelo corpo quando viu as duas figuras desaparecerem muito além da entrada do prédio do estúdio em que Jimin e deviam estar tranquilamente conversando e rindo.
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  Yoongi brincava com seu isqueiro sem muito ânimo enquanto bebia o uísque direto da garrafa. Automaticamente sua mente viajou para e o que ela pensaria se o visse naquele estado… Soltou um riso amargo e sem humor. Como se ela ainda se importasse com você, Min Yoongi, disse para si mesmo entornando novamente a garrafa.
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  Encarou a tela do celular e gargalhou, não por achar realmente graça de alguma coisa, mas quase de desespero. Viu a imagem de fundo da tela de descanso: uma foto de sorrindo ao seu lado. Ele riu porque parecia que fazia tanto tempo desde que haviam tirado aquela foto e que ele havia sido feliz pela última vez… O rapaz largou a garrafa em qualquer canto, sem se importar muito onde e se jogou em sua cama, arrastou o corpo para melhor se acomodar e olhou para o lado, onde costumava dormir quando passava a noite com ele.
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  Suga sorriu tentando imaginar a sua garota ali, ao seu lado, sorrindo de volta para ele. Suas mãos se fecharam em punho quase que involuntariamente quando se lembrou que muito provavelmente nunca mais a veria ali…
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  Yoongi estava acostumado a se pegar imaginando cenários em que ela estava ali com ele novamente, mas daquela vez sua mente havia ido longe demais. Porque lá estava , parada em frente à porta de seu apartamento, o olhar analisador e a expressão não muito feliz enquanto o encarava e por vezes olhava ao redor. Bem como Yoongi imaginava que ela faria caso estivesse mesmo por ali.
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  — Eu espero que tenha uma boa desculpa para isso, Min Yoongi.
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  Suga fechou os olhos e sorriu. Pelo menos em sua cabeça ela ainda se importava.
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Capítulo 23

  14 de Outubro

  Min Yoongi abriu os olhos com dificuldade, a claridade do dia entrando livremente pelas janelas abertas. Demorou um pouco até seu olhar pousar sobre o outro lado de sua cama, onde encontrou uma adormecida. Ele sorriu e soltou um riso meio sem humor. A bebedeira havia sido tanta que nem mesmo uma noite de sono havia feito o efeito passar? Mas quem era ele para reclamar de uma alucinação de ? Suga virou um pouco mais o corpo para poder encarar melhor o rosto de expressão tranquila da… namorada? Ex? Ele não sabia de mais nada.
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  Talvez ele finalmente tivesse ficado louco, porque aquela mulher ao seu lado parecia muito real, a respiração, o peso sobre a cama, o calor do corpo… Yoongi esticou o braço com cuidado, com medo de que qualquer movimento brusco pudesse desfazer aquela linda ilusão, então, com certo receio, se permitiu tocá-la…
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  A surpresa foi grande quando seus dedos encostaram em algo sólido e com textura, bem real. O rapaz se colocou sentado sobre a cama num sobressalto, se dando tapinhas leves, tentando “despertar”. Um resmungo vindo da mulher ao seu lado o fez parar de se mover.
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  — Yoongi, que diabos? — aquela ilusão de sua mente retrucou numa voz rouca matinal.
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  A mente dele podia ser assim tão poderosa para criar uma ilusão tão perfeita e palpável? O rapaz ficou alguns segundos encarando a miragem, não podia ser real, podia?
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  — Yoongi? — chamou estalando os dedos finos e perfeitos na frente do rosto dele. — Pode dizer por que diabos você está me encarando como se tivesse visto um fantasma?
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  Porque estou vendo, era o que o rapaz queria responder, mas as palavras ficaram presas em sua garganta enquanto sua mente tentava entender o que estava acontecendo.
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  — Você não é real… — resmungou consigo mesmo enquanto esfregava os olhos a fim de tentar “despertar” de vez.
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  Suga estava pronto para continuar a retrucar quando recebeu um tapa ardido no braço e quando olhou para , ela tinha uma expressão ressentida no rosto e um olhar sério sobre ele.
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  — Min Yoongi, primeiro você me ignora por semanas, não responde minhas mensagens ou atende minhas ligações; me deixa extremamente preocupada com você, com notícias esporádicas vindas de JK; me faz viajar de volta para cá em emergência, imaginando todos os piores cenários possíveis; me recepciona caindo de bêbado e agora tem a ousadia de me dizer que não sou real? — A na frente do rapaz falava rápido enquanto gesticulava furiosamente. — Eu sou bem real e se precisar de mais tapas para provar isso, é só dizer!
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  O rapaz precisou de alguns segundos para conseguir absorver tudo aquilo. estava ali? De verdade? E estava brigando com ele como devia fazer se estivesse mesmo ali?
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  Que se dane, foi tudo o que pensou quando puxou a moça para si num abraço forte e, quando sentiu que ela não ia se desfazer em névoa, finalmente a beijou. Sentir os lábios quentes e macios de junto aos seus de novo era quase como um sonho. Ele tinha morrido? Entrado em coma alcoólico? Que fosse, estava ali com ele e ele não a deixaria partir novamente, não se pudesse evitar.
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  — Eu também senti a sua falta. — Suga ouviu a namorada murmurar entre uma pausa.
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  — Você está mesmo aqui?
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  A resposta veio em forma de um novo tapa – menos ardido daquela vez – em seu outro braço, o que fez o rapaz gargalhar enquanto abraçava ainda mais forte e junto de si o corpo miúdo de sua , que, por sua vez, não reclamou, também havia sentido falta daquilo, dos braços dele em volta de si, do cheiro familiar que pertencia apenas a ele, da voz rouca pela manhã, do jeito sutil dele demonstrar carinho… sentiu falta dele.
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  — Você não vai se livrar de mim assim tão fácil, Min Suga — murmurou e os dois riram baixinho. Como se algum deles quisesse se livrar do outro.
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   encarou o celular pela milésima vez naquele dia sem saber exatamente o que esperava ou devia fazer, ela apenas sentia que deveria estar fazendo algo naquele instante, mas não fazia ideia do que. Já havia olhado sua agenda dezenas de vezes para ter certeza de que não tinha esquecido nenhum compromisso importante, mas não havia nada.
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  Suspirou. Passava da uma da tarde e ela estava de folga naquele dia, Nell devia estar para chegar da escola…
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  Poucos minutos se passaram e a porta da frente se abriu com uma Nellie despreocupada adentrando seu lar. Quando percebeu a irmã mais velha sentada no sofá com olhar parado sobre ela, se questionou se havia feito alguma coisa de errado.
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  — O que foi…? — arriscou a perguntar.
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   ficou em silêncio por alguns segundos que pareceram eternos para a mais nova que estava preocupada demais para segurar a ansiedade.
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  — Você quer sair?
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  Foi a vez de Nell ficar em silêncio encarando a irmã mais velha com cara de interrogação.
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  — Quê?
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  — Sair. Vamos dar uma volta, sei lá. Talvez ir naquela pâtisserie que você tanto comenta — murmurou já se levantando, como se estivesse pronta para partir.
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  A Callan mais nova ficou encarando a irmã com desconfiança, até ela pegar sua bolsa e rumar para a porta.
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  — Vamos?
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  — Eu só vou trocar de roupa… — Nellie murmurou, ainda um pouco confusa com a situação.
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  Depois daquele dia, há quase um mês, parecia que as duas irmãs estavam finalmente se entendendo novamente, ainda era estranho, depois de tanto tempo agindo como estranhas, alguns tipos de interações, mas ao mesmo tempo também era familiar, já que as duas costumavam fazer aquilo antes de tudo. Ainda estavam no começo daquela nova fase, então ainda ficava desconfiada quando Nellie demorava mais do que o normal para chegar em casa e – nos dias de trabalho – lhe mandar uma mensagem, bem como Nellie achava esquisito quando a irmã surgia com alguma ideia para passarem um tempo juntas. Mas aquilo era uma sensação boa de que as coisas estavam mudando, então nenhuma das duas se atrevia a reclamar.
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  Em poucos minutos Nell estava de volta com as roupas trocadas e o cabelo preso. As duas saíram de casa e foram o caminho todo conversando animadamente sobre qualquer coisa, como costumavam fazer.
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  Quando chegaram ao local, sentiu que estava no lugar certo, mas ao mesmo tempo algo parecia meio fora do lugar. Eu devo estar ficando louca, preciso de férias… murmurou consigo mesma, tentando ignorar a sensação estranha que a acompanhou desde o momento em que abrira os olhos.
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  — Eu sempre quis entrar aqui! — Nellie exclamou animada enquanto se sentava em um canto perto da janela.
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  — Bem, aqui estamos. — sorriu se sentindo bem ao ver sua irmã mais nova tão feliz, era como se o tempo tivesse voltado e as duas ainda fossem quem eram anos atrás, quando o pai ainda estava vivo e a maior preocupação na vida de ambas estava em manter as notas boas e pensar no futuro próximo que construiriam.
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  — Olá, o que vão pedir hoje? — Uma das atendentes do local surgiu sorrindo.
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  — Um choux cream tradicional e uma porção de macarons sortidos — murmurou antes mesmo que Nellie pudesse erguer os olhos do menu. A mais nova encarou a irmã de sobrancelha erguida. — Você vive falando sobre choux cream ser o melhor doce do mundo. — A mais velha deu de ombros.
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  Nell não iria admitir – pelo menos não naquele instante –, mas havia ficado bastante feliz em saber que a irmã prestava atenção nela o suficiente para lembrar daquele pequeno detalhe sobre ela.
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  15 de outubro

  Taehyung tinha acabado de voltar da loja de conveniência quando abriu a porta do apartamento e percebeu a penumbra que estava ali dentro. Merda, foi tudo o que pensou antes de bater a porta e correr na direção do quarto de . As cortinas estavam fechadas e foi um pouco difícil conseguir distinguir a silhueta encolhida de sua irmã mais velha na cama. Taehyung não precisava perguntar o que havia acontecido. A paz até que havia durado por algum tempo daquela vez.
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  — Noona… — o rapaz murmurou se agachando ao lado da cama e tocando com cuidado o bolo de lençol e roupas que era . — Noona, por favor…
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  — Vai embora, Tae, você não tem que passar por isso. — A voz da moça saiu num sussurro abafado.
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  — Noona, por favor, vamos até a del-
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  — Não, Taehyung! exclamou erguendo o tronco de repente, a expressão quase desesperada.
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  — Noona, nós temos que fazer alguma coisa! — Mas tudo o que ele dizia parecia ser em vão.
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  Com medo e pesar, Tae se afastou da irmã e foi até a sala fazer uma ligação. Ele não sabia por que estava ligando para Hoseok, mas pareceu ser a opção mais óbvia, principalmente dado os acontecimentos do mês anterior.
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  Alguns longos minutos se passaram até Hobi surgir batendo à porta.
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  — Tae? O que houve? Você está bem? — Jung perguntou atônito, ao mesmo tempo que tentava recuperar o fôlego.
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  — Eu estou bem, mas… Hyung, temos que fazer alguma coisa, a noona…
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  Hoseok puxou o amigo para um abraço de conforto e então olhou na direção da porta no final do corredor do local onde, tempos antes, ele havia impedido que uma desgraça acontecesse com seu amigo e a irmã.
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  Hobi, sem pensar muito, caminhou até o quarto, sendo acompanhado por Taehyung de perto e, sem saber muito bem como agir, chamou pela mais velha.
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  — noona…
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  Ele não recebeu resposta, mas o pequeno movimento na cama indicou que ela estava ouvindo.
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  — Por quanto tempo mais você vai aguentar passar por isso? — O silêncio, como esperado, foi toda a resposta que o rapaz teve. — Noona, vamos até a delegacia, estaremos junto com você… — O resmungo estrangulado de resposta não foi muito encorajador.
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  — Eu não posso! Eu não posso! — a mulher exclamou de repente, a voz embargada. — Ele pode fazer coisas muito piores se eu…
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  Taehyung e Hobi se entreolharam, eles não faziam ideia do que poderia ser pior do que aquilo que estavam presenciando, mas não estavam em posição de questionar. Hoseok respirou fundo tentando raciocinar, pensar em uma forma de ajudar o amigo e sua irmã, então ele se agachou ao lado da cama.
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  — Noona, vamos para a minha casa. Vocês dois. — Não era uma pergunta. Talvez uma proposta, quase uma imposição.
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   soluçou e fungou uma última vez enquanto tentava processar o que o amigo de seu irmão mais novo havia dito.
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  — Nós não precisamos ir até uma delegacia, mas nenhum de vocês dois vai continuar aqui — Hobi disse, de alguma forma seus olhos encontraram com os da moça na penumbra.
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  — Eu não…
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  — noona! — Hobi se levantou de repente e se sentiu um pouco culpado quando percebeu que a mais velha se encolheu com o movimento. — Se não vai fazer isso por você mesma, então faça por Taehyung. Eu não sei por quanto tempo mais ele vai conseguir aguentar encontrar a mesma cena mais uma vez. Ele se preocupa com você, noona, e eu me preocupo com ele. Se não vai prestar uma queixa contra Andy, então ao menos se coloque em segurança para que Taehyung não tenha que se preocupar o tempo todo.
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  Hobi se calou, a respiração um tanto alterada. Ele não estava bem no direito de dizer qualquer coisa para , mas Jung não aguentava mais ver um de seus melhores amigos sofrendo tanto sem poder fazer nada. Agora ele se questionava se havia passado dos limites.
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  — … Sem polícia? — A voz de soou baixa, quase um sussurro.
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  — Sem polícia, noona. — Foi Taehyung quem respondeu daquela vez. — Por favor, só… Só faça alguma coisa… — O rapaz tinha a voz embargada, era a primeira vez que se deixava ver de forma vulnerável pela irmã.
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  — E o seu pai…? — questionou, pousando o olhar sobre Hoseok que, apesar do quase rompante de minutos antes, sorriu.
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  — Meu pai trabalha no turno da noite, mas não vai se incomodar de acomodar meus amigos em casa — o rapaz garantiu com firmeza.
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  — Mas e…
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  — noona, se você não começar a arrumar as suas coisas para irmos embora em alguns minutos, nós a carregaremos, porque aqui você não fica.
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   não sabia se aquele era um lado “normal” de Jung Hoseok, mas achava, pelo que o irmão dizia, que Hobi não era do tipo tão sério como estava sendo naquele instante.
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  Ela suspirou. Não tinha muito mais o que perder. Talvez se ela desaparecesse da vida de Andy as coisas melhorassem e ela finalmente pudesse ser livre. Riu fraco. Era um sonho bobo aquele, mas com aqueles dois garotos a sua frente, quase podia sentir que o sonho podia ser alcançado, então apenas limpou o rosto molhado de lágrimas e se levantou. Kim não ficaria mais naquele antro.
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  Já era noite quando Jin decidiu dar uma volta. Claro que, considerando a data e o horário, ele havia ido parar ali de todos os lugares. O rapaz encarava a fachada do conhecido café enquanto procurava, discretamente, pelo rosto conhecido. Diferentemente dos dias em que os dois haviam se encontrado em um passado – futuro? – distante, estava sentada em uma mesa mais ao centro do lugar, acompanhada de seus amigos do trabalho.
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  Jin suspirou, ela estava bem. Estava viva e conversando com os amigos… Mesmo que um daqueles amigos, o único homem do grupo, estivesse próximo demais da moça, ver aquilo ainda era mais reconfortante do que a cena alternativa que Jin tentava, desesperadamente, apagar de sua memória.
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  Com um suspiro, o rapaz se afastou do café deles, dando uma última olhada na miúda figura que ria abertamente de alguma coisa que um dos amigos havia dito. Ele não conseguiu segurar o sorriso no fim. Ela estava viva. Ela estava bem. Ela estava feliz. Aquilo bastava para aquele solitário Senhor do Universo.
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  Seokjin voltou para seu carro que estava estacionado exatamente no mesmo lugar daquela noite quando um carro em alta velocidade passou por ali. O rapaz não conseguiu deixar de pensar que talvez fosse o mesmo veículo que… Ele tentou espantar o pensamento, aquilo havia ficado no passado… ou melhor, não aconteceria. Respirando fundo, Jin tentou se acalmar e deu a partida no carro. Estava tudo bem.
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  Jungkook caminhava sem rumo pelas ruas. Ele havia ido até a casa de Yoongi e foi surpreendido em ver que havia voltado para casa. O rapaz ficou feliz pelo amigo que, por alguma razão ainda parecia duvidar dos próprios olhos, já que quando o mais novo chegou no apartamento, a primeira coisa que fez foi perguntar se ele também estava enxergando a mulher ali.
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  — Hm… A não ser que estejamos compartilhando de uma ilusão, hyung, sim, eu posso ver a … — JK murmurou erguendo a sobrancelha para o melhor amigo, que soltou um suspiro e levou um tapa ardido no braço dado pela namorada.
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  — Esse bobo está desde ontem duvidando da minha existência! — a moça exclamou, fazendo uma leve careta para o namorado que sorria um tanto abobalhado para ela. — Senti saudades, Kookie! — disse por fim, indo dar um abraço no mais novo, que retribuiu com alegria e alívio.
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  Depois de ficar por alguns minutos conversando com os amigos, JK decidiu que seria bom sair do apartamento para deixar o casal aproveitar o tempo um com o outro, ele sabia o quanto Min Yoongi estava precisando daquele tempo com Graham.
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  Agora, lá estava ele, caminhando para fosse onde fosse que seus pés o levavam.
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  Não prestava muita atenção quando colocou os pés na faixa de pedestre e levou um susto quando um carro passou voando logo a sua frente e outro freou bruscamente ao seu lado. Só então Jungkook olhou para o farol de pedestres, constatando que o mesmo estava fechado para ele. O rapaz olhou na direção do motorista, por um segundo, sua mente foi transportada para um lugar diferente enquanto encarava as luzes do farol do veículo, um lugar onde ele era cegado por aquelas luzes e despertava em um hospital. Quando voltou a si, JK percebeu que o motorista do carro a sua frente era seu amigo Jin, que acenava para ele.
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  — Hyung! — o mais novo exclamou, se aproximando da janela do carona que havia sido abaixada. — Desculpe, eu estava distraído…
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  — Yah, Jungkook-ah! Você poderia ter sido atropelado — o mais velho repreendeu fazendo uma expressão séria que quase nunca surgia.
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  — Desculpe… — Sorriu sem graça.
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  — Para onde está indo, maknae? — Jin perguntou olhando pelo retrovisor.
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  JK ficou quieto por um instante. Não estava indo para lugar algum, na realidade, apenas caminhava para qualquer lugar.
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  — Eu fui até Yoongi hyung e voltou — o mais novo anunciou.
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  — Oh, isso é ótimo! — Seokjin exclamou deixando um sorriso surgir em seus lábios. — Isso quer dizer que está indo pra casa?
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  Jungkook fez uma leve careta. Ir para casa era a última coisa que queria naquele instante.
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  — Ok, entendi — Jin murmurou. — Quer vir comigo? Não que a minha casa seja muito interessante, mas…
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  — Vou — JK interrompeu seu hyung, já abrindo a porta do carona e se acomodando. Jin não disse mais nada e seguiu seu caminho.
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  Os dois amigos foram conversando durante o percurso até a casa do mais velho. Era a primeira vez que Jungkook ia até lá, embora todos os sete soubessem o endereço uns dos outros, ninguém havia ido até a casa de Seokjin até aquele momento.
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  — Bem, sinta-se em casa, maknae — Jin disse sorrindo enquanto deixava suas chaves no aparador perto da porta de entrada e tirava os sapatos.
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  — Prometo não tomar muito do seu tempo, hyung — JK murmurou encolhendo os ombros timidamente. Não queria atrapalhar a rotina do mais velho que não estava acostumado com suas aparições repentinas.
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  Jin havia dito que ia preparar o jantar e Jungkook poderia andar por aí para conhecer a casa, o que o mais novo de fato fez. Não se demorou muito nos cômodos, mas ele era bastante curioso, então foi de porta em porta para finalmente conhecer a casa do mais velho dos amigos. Embora o lugar fosse mobiliado, não parecia que havia sido decorado de forma personalizada, tudo parecia muito simples e genérico.
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  Jungkook encarou a última porta do corredor da casa, aparentemente era o quarto de Jin. Tudo parecia da mesma forma, a única coisa que fazia o quarto parecer de Seokjin era o mural com várias fotos polaroide em uma das paredes. JK adentrou o cômodo se aproximando para ver melhor as imagens penduradas ali, sorriu quando percebeu que todas eram de momentos que o grupo de sete amigos estavam reunidos.
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  O rapaz estava para sair do quarto quando um objeto grande e coberto por um lençol lhe chamou a atenção. Jungkook não sabia explicar a curiosidade que o impulsionava naquele instante, mas, quando percebeu, já erguia o lençol para ver o que havia embaixo dele.
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  Um espelho. Por que Jin hyung tinha um espelho coberto em seu quarto?, era o que passava na mente do mais novo que encarava o próprio reflexo no objeto.
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  — Hei, maknae, o jantar logo vai estar pronto! — o rapaz ouviu o mais velho exclamar da cozinha.
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  No susto, e sentindo que estava invadindo a privacidade de seu hyung, Jungkook tentou cobrir o espelho de volta, mas algo no objeto o fez parar no meio do caminho. Seu reflexo estava sorrindo. Não seria problema algum, se não fosse o fato de ele, o Jungkook parado em frente ao espelho, não estava sorrindo, daquilo ele tinha certeza.
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  Um arrepio percorreu a espinha do rapaz, que piscou algumas vezes, talvez ele tivesse passado tempo demais acordado. Quando voltou a se encarar no espelho, tudo parecia normal novamente. Suspirou, ele precisava dormir, já estava alucinando… Mas algo naquele objeto parecia estranho para JK. O garoto não conseguiu segurar o impulso e tocou na superfície espelhada e uma sensação esquisita tomou conta de seu ser.
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  Seokjin, a primeiro instante, não estranhou o silêncio na casa, mas ao se lembrar da presença de Jungkook, pensou que algo poderia estar errado, já que uma casa com Jeon Jungkook quase nunca era silenciosa. Jin sentiu a preocupação o atingir. Era como quando uma criança ficava quieta demais, havia algo de errado.
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  O rapaz deixou a cozinha e caminhou pela casa, chamando pelo mais novo, sem obter respostas. A preocupação só crescia enquanto, de cômodo em cômodo, Jin procurava pelo amigo. A sensação apenas se concretizou quando ele chegou ao próprio quarto e percebeu o lençol, que antes cobra seu espelho, largado no chão.
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  — Merda.
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  Nota: Estamos chegando – finalmente – ao final dessa primeira parte de Chaos, oremos! O próximo capítulo vai ser o último dessa parte yay!
  Três anos depois de ter começado a história, eis que ela vai finalizar. A segunda parte de Chaos já tá montadinh, mas ainda precisa ser escrita, então continuem torcendo por mim HHAHAHAHHA
  Até a próxima e última att, pessoal <3

Capítulo 24

  19 de Outubro

  Aquele dia tinha amanhecido um caos, havia sido emitido um alerta de emergência e pedido de evacuação da cidade por causa de um furacão que estava a caminho do lugar. Yoongi estava preocupado com Jungkook que havia sumido há alguns dias e também com Jin; embora o mais velho também tivesse sumido até mesmo nas mensagens e do bate-papo em grupo, todos sabiam que ele fazia aquilo de vez em quando, a grande preocupação de Suga era com JK. Mesmo quando o garoto desaparecia da vida real, ele nunca havia deixado de responder mensagens e estava sempre presente no grupo… naquele instante, nenhum dos cinco que haviam sobrado estava conseguindo contatá-lo.
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  Yoongi já estava ficando sem paciência com a falta de resposta do amigo, principalmente por causa do alerta de furacão.
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  — Suga, calma, talvez ele esteja com os pais e já estejam saindo da cidade — murmurou segurando a mão do namorado.
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  — Esse pirralho… — o rapaz resmungou fazendo carranca, nada satisfeito.
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  — Os garotos também estão preocupados com o Jin… — disse olhando o grupo se encher de mensagens em seu celular. — Hobi disse que vai até a casa dele para ver se o encontra. Ele e estão juntos e vão sair da cidade logo depois de verificar o hyung de vocês.
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  Suga resmungou qualquer coisa, ainda ocupado se preocupando com Jungkook.
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  — Por que não vamos nos encontrar com eles? Assim saímos da cidade todos juntos — a garota sugeriu e recebeu um resmungo e um aceno de cabeça da parte do namorado como resposta.
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  V lia as manchetes de um portal de notícias pelo celular, parecia que era o fim do mundo. Uma quantidade notável de baleias estava sendo encontrada encalhada por várias partes no mundo; o eclipse não previsto dias antes; tsunamis e furacões estavam devastando tudo ao redor do globo… suspirou.
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  — Taetae, Hobi disse que está indo para a casa de Seokjin — a voz de murmurou baixo e Taehyung olhou para cima.
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  Fazia alguns dias que ele e sua irmã estavam hospedados na casa dos Jung e tudo parecia até em paz, pelo menos no que dizia respeito à vida pessoal dos dois. ajudava com as coisas da casa, assim como no preparo da comida, apesar de Hoseok dizer que não havia necessidade e o senhor Jung ficar um tanto sem graça por tal coisa. V gostava de ver aquela nova versão de sua noona, não era exatamente a velha versão de antes de Andy, mas também não era a versão miserável que o marido a havia tornado.
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  — Acha que devemos ir junto com eles? — questionou ainda observando a movimentação do chat.
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  Taehyung acenou com a cabeça. O senhor Jung havia juntado todas as coisas que pôde que serviriam como emergência – roupas, comida, água – e separado em três mochilas. O pai de Hoseok iria na frente para tentar encontrar um bom refúgio para eles e havia pedido para que V entregasse a mochila restante ao filho.
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  — Diga a Hobi e que nos encontraremos com eles na casa do hyung.
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  Vendo a agitação no grupo de mensagens, Namjoon sacou o celular para verificar o que estava acontecendo. Ele estava tomando todas as precauções necessárias para ter o mínimo de dano possível em seu terreno com aquele alerta de furacão. Obviamente ele teria prejuízos, mas já ficaria satisfeito se pudesse continuar com a construção da sua casa dos sonhos.
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  Quando viu o que estava acontecendo, que Jin havia sumido e que Yoongi estava digitando ofensas por Jungkook não estar respondendo a ninguém há dias, o rapaz decidiu que também se juntaria aos amigos para ir até a casa do hyung do grupo. Depois que terminou de ajeitar as coisas que precisava, ligou rapidamente para seus pais, avisando que sairia da cidade junto dos amigos, deixando sua localização visível para os mais velhos.
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  Antes de sair para ir ao encontro do grupo, Joon deu uma última olhada em seu terreno, dando um sorriso ao contemplar seu feito. Ainda havia progredido pouco, mas levando em consideração o tempo que havia dedicado àquele sonho, ele poderia dizer que já havia conquistado muito. Pegou sua bicicleta e saiu pedalando em direção à casa de Jin.
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  Hobi e foram os primeiros a chegar à casa de Seokjin, a garota estava com Bailey, sua cachorra, na coleira, obedientemente sentada ao lado da dona, à espera do que fazer.
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  — Será que ele já foi…? — ela perguntou baixinho, olhando ao redor. Hoseok balançou a cabeça, negando.
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  — O carro dele ainda está aqui. — Apontou. — Faz algum tempo que Jin hyung anda um tanto estranho e desanimado… — Hobi murmurou pensativo e preocupado, tocando a campainha novamente.
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  Poucos minutos depois, Yoongi e chegaram de carro, com Jimin, V e a tira colo.
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  — Nos encontramos no meio do caminho — Jimin explicou quando todos saltaram para fora, percebendo o espanto de Hoseok ao ver todos ali.
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  — Alguma novidade do hyung? — Taehyung questionou indo de encontro a Hobi, com sua irmã o seguindo de perto, parecendo ainda um tanto insegura em ficar longe demais de uma figura conhecida. Jung apenas balançou a cabeça negando.
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  Suga, com sua pouca paciência, começou a tocar a campainha e a bater à porta da casa insistentemente, de uma forma que com certeza irritaria a qualquer um. Namjoon chegou em sua bicicleta no meio da bagunça, já que junto do “estardalhaço” por parte de Yoongi, a cachorra de começou a se agitar também, latindo “para o nada”, as orelhas erguidas e a postura demonstrando ansiedade.
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  — Acho que estamos ficando com pouco tempo — murmurou se agachando, tentando fazer com que Bailey se acalmasse.
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  — Pessoal, vocês têm certeza de que Jin hyung está aí? — Namjoon perguntou olhando ao seu redor.
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  — O carro dele ainda está aqui. — Yoongi apontou para o veículo estacionado e Hoseok concordou. — Ele não pode simplesmente ter desaparecido e deixado para trás as coisas.
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  Namjoon concordou e foi dar uma volta ao redor da casa, bisbilhotando pelas janelas.
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  Jin encarava o teto de seu quarto se sentindo vazio. Ele ignorava a tela de seu celular que a cada segundo acendia, indicando uma nova mensagem. Seokjin não precisava visualizar as notificações para saber que eram mensagens do seu grupo de amigos.
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  Havia algum tempo que os sinais estavam ali, as baleias encalhando por praias ao redor do mundo; eclipses não previstos ocorrendo pelos hemisférios; tsunamis devastando praticamente países inteiros… agora, lá estava o alerta de furacão em seu lar. O Senhor do Universo sabia bem o que aquilo significava, mas não tinha o menor ânimo sequer para se preocupar. O mundo estava para acabar, a Terra estava pedindo divórcio aos seres humanos, mas Jin não tinha forças para tentar se importar, não era a primeira vez que enfrentaria aquilo, afinal…
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  Quando se levantou da cama, finalmente, rumou para sua janela. Embora sua casa fosse localizada em um lugar relativamente tranquilo, todas as manhãs havia pessoas passeando por aquela rua, e Jin gostava de ficar olhando para elas, imaginando como seriam as vidas de cada uma, no entanto, naquele exato instante não havia ninguém, o que deixava a sensação de vazio ainda maior no peito de Seokjin.
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  O Senhor do Universo estava pronto para fechar as cortinas novamente e voltar para a penumbra quando se surpreendeu ao ver o rosto de Namjoon olhando pela janela. Os dois rapazes exclamaram de susto.
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  — Hyung! — Joon exclamou com a expressão se iluminando. — Hyung, você está vivo! — Jin não sabia exatamente por que não estaria vivo, mas apenas assentiu confuso com a cabeça.
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  — O que faz aqui, Namjoon? — perguntou o mais velho abrindo um pouco a janela, deixando uma expressão de confusão surgir em seu rosto.
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  — Nós ficamos preocupados já que você não respondeu nenhuma de nossas mensagens ou atendeu nossas ligações. Temos que sair da cidade — respondeu o outro ficando agitado novamente.
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  — Nós? — questionou Jin. Foi então que ele conseguiu ouvir as batidas insistentes na porta da frente de sua casa e um burburinho de um grupo de pessoas falando.
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  Seokjin saiu correndo de seu quarto e destrancou a porta de entrada, escancarando-a e dando de cara com seu grupo de amigos.
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  — O que fazem aqui?! — exclamou o mais velho, completamente atônito.
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  — Como assim “o que fazemos aqui”? — Yoongi retrucou num tom quase debochado, ignorando completamente a parte em que falava com seu hyung. — Você sumiu, não respondeu nenhum de nós e não nos atendeu quando ligamos — o rapaz fez cara feia —, o que esperava que fizéssemos? — Cruzou os braços encarando o mais velho do grupo com seriedade. deu tapinhas no ombro do namorado tentando fazê-lo se acalmar.
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  — O que Yoongi quis dizer é que ficamos preocupados, principalmente por causa do alerta de furacão e evacuação de emergência — Hoseok interveio imediatamente. — Como não sabíamos se o hyung estava a par disso, resolvemos verificar.
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  Jin não sabia se ria ou se dava um esporro naquele grupo de amigos que havia juntado para si. Por um lado, ele se sentia tocado por ser tão importante na vida daquelas pessoas a ponto de elas irem verificar se ele estava bem, por outro… eles estavam arriscando suas vidas e uma saída segura da cidade para estarem ali com ele…
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  Seokjin soltou um suspiro, não conseguindo decidir qual postura tomar.
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  — Hyung, vamos- — A fala de Namjoon – que àquela altura já havia voltado para junto do grupo – foi cortada pelo sinal terrível e assustador de alerta de emergências.
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  — Merda — Yoongi soltou fazendo uma careta.
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  — Vamos correr! — Hobi exclamou um tanto desesperado.
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  — Não vamos conseguir sair a tempo — Taehyung murmurou segurando o braço de Jung.
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  O grupo todo ficou em silêncio se olhando em um desespero mudo, até que um resmungar baixo da parte de Jin chamou a atenção dos amigos.
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  — Entrem. — Foi tudo o que o mais velho do grupo disse antes de abrir a porta e dar passagem a todos.
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  — Hyung, a não ser que você tenha um tipo de bunker para fim do mundo- — Namjoon começou.
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  — Entrem logo — Jin resmungou puxando Suga e – que eram os que estavam mais próximos – para dentro, logo sendo acompanhados pelo restante do grupo.
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  Assim que todos estavam ali, uma ventania nada amigável começou a se fazer presente. Seokjin fechou a porta e, de uma forma boba, a trancou antes de caminhar em direção à sua estante de livros, mexendo em alguma coisa por ali.
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  — Hyung, é melhor irmos para o porão ou-
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  — Fiquem calmos, tudo vai ficar bem — disse o Senhor do Universo em um tom sério que quase nunca os amigos o haviam visto usar.
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  Quando o barulho de um clique ecoou pela sala da casa de Kim Seokjin, a barulheira que a ventania fazia ao arrastar coisas e derrubar galhos simplesmente cessou. Demorou certo tempo até o grupo de pessoas ali dentro perceber o silêncio do lado de fora, mas quando o fizeram, Taehyung correu até a janela mais próxima para tentar entender o que havia acontecido.
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  — Mas que- — foi tudo o que conseguiu dizer quando se deparou com o cenário do lado de fora da janela.
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Fim da primeira parte

  Nota: Não me matem, essa pausa foi necessária pra eu retomar o ânimo e voltar a escrever. Agora, creio eu, consegui encaixar as ideias de todo o universo de Chaos de um jeito que me satisfez, vamos torcer para que seja isso mesmo e eu não mude de ideia HAHAHA
  Eu provavelmente vou reescrever algumas partes de Chaos antes de voltar com as partes inéditas, mas não é nada garantido e talvez eu simplesmente volte com a segunda parte do nada e é isso HAHAHAH
  Gostaria de deixar aqui um agradecimento ao TXT porque foi assistindo ao clipe de Deja Vu que eu voltei a me inspirar para pensar no universo de Chaos e ajeitar os detalhes que estavam me empacando. Vão lá dar um like no clipe dos meninos <3
  Até daqui a pouco, meu povo!

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