Natashia Kitamura
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Sem curiosidades para essa história no momento!

Chanel

Capítulo 16

  O dia seguinte fora como um dia da semana. Sem por perto.
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   acordou com o sol batendo em seu rosto e o cheiro de maresia do mar que se encontrava à frente da casa. Respirou fundo e abriu os olhos lentamente para que a luminosidade não desfocasse sua vista. Sentou-se e mexeu no cabelo, bagunçando-o ainda mais. Olhou para o lado e já não se encontrava mais em sua cama. Olhou em direção aonde no dia anterior puseram uma imensa mesa de café da manhã e ela não estava lá. Perguntou-se se tudo aquilo foi somente para anunciar seu encontro com Karl. Sem perceber, um pequeno sorriso brotou em seus lábios. Colocou a franja que esvoaçava com a brisa dentro do quarto atrás da orelha e voltou a analisar o ex-quarto de . Ou talvez atual, considerando a ideia de que ele estava dormindo consigo todos os dias. Sentiu-se bem por estar ali protegida dos olhos das pessoas que tanto a odiavam por ter a atenção do cara mais cobiçado de Santa Mônica – e talvez dos Estados Unidos -; lembra-se muito bem de todos os fotógrafos que perseguiam o homem de pose pomposa implorando por um clique decente. Olhou para o criado-mudo ao lado da cama e desfez o sorriso, colocando em seu rosto uma expressão de confusão ao ver um pedaço de papel pardo dobrado ao meio. Engatinhou até o móvel e pegou o papel, lendo a letra caprichada de :
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  “O café será servido no jardim, não espere por mim. .”
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  Colocou a mão na boca ao perceber o sorriso que se abriu sem seu consentimento. Talvez ele se preocupasse em tratá-la bem.
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  Enquanto tomava sua ducha matinal, se lembrou da noite anterior e sua conversa com sobre sentimentos e controvérsias. Fechou os olhos sentindo a água morna tocar-lhe a pele e os olhos de rapidamente surgem em sua memória, tão clara quanto o cheiro do Gauloise que Aurelien fumava. Colocou-se a pensar na relação que estava tendo. Aquilo já não era mais apenas sexo. Não era mais apenas prazer. Pelo menos não da parte de , já que ela nunca deu a mínima para o prazer que ele tentava lhe dar. Mas agora era completamente diferente. Ela sabia que ele dizer que estava tentando faze-la se apaixonar por ele em um tom de brincadeira não era verdade. Para ela, talvez ele estivesse tentando faze-la se apaixonar por ele porque ele já estivesse apaixonado por ela. O que mais lhe perturbava era: Em que momento ele passou a sentir isso por ela? Como ela se sentia ao pensar no sentimento?
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  Porque convinha-se que ela não se esforçara nada para conquistá-lo e o tesão por um corpo definitivamente não se leva ao amor sentimental. Talvez ao amor físico, mas nunca sentimental. Ela nunca lhe fora simpática ou se preocupara em ser sensual. Nunca o paparicara ou se esforçara em agradá-lo. Ela apenas cedeu seu corpo e o evitou. Aquilo estava muito errado. O modo com que o sentimento nasceu não era certo. Nada se esperava por um relacionamento que surgira de um acordo, esse era o sentimento dela sobre o assunto.
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  Saiu do banho com estes pensamentos, trocou-se com ele ainda na cabeça e desceu à espera de ver pela casa, mas assim que se sentara na imensa mesa redonda cheia de guloseimas e uma vista para o mar esplêndido, a empregada – agora mais idosa e nada sensual como eram as de Newport – informou que o dono da casa havia saído para uma reunião com a família e só voltaria no final da tarde.
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  Como se se importasse.
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  - Ele disse que se quiser ir para algum lugar, pedir para o motorista estar a disposição de levá-la.
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  - Obrigada. – ela respondeu com um sorriso e virou-se para observar o céu límpido e azul. O dia estava perfeito para uma caminhada na praia. Talvez ela pudesse ir àquela praça que havia visto no caminho da casa de no primeiro dia. Comeu reforçado e voltou para seu quarto para colocar um vestido leve, passar uma base protetora e colocar seus óculos escuros e chapéu.
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  Desceu rapidamente e deixou um pedaço de papel jazido em cima de sua cama. Passou pelo portão e caminhou sentindo a brisa agora mais ausente. Parecia que o dia nunca ficava feio em Santa Mônica. Não como Paris, que tinha seus dias acinzentados e pessoas mal humoradas caminhando apressadamente para seus trabalhos ou irritadas com os diversos turistas que arriscavam ir à cidade da luz sem saber falar o francês.
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  Abriu um sorriso. Às vezes sentia falta do estresse francês. Paris era uma cidade como Nova York, para jovens e turistas. Noites divertidas para quem sabia se divertir. E diversão era o que a cidade oferecia. Com o caderno de desenhos debaixo do braço e seu estojo numa bolsa própria que juntara dinheiro para comprar no ano anterior, caminhava olhando as crianças se divertirem com suas bicicletas aos olhos dos pais, aos quais estavam sentados em bancos brancos espalhados pela imensa praça em que separava o asfalto da rua e a areia branca da praia.
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   se sentou em uma das mesinhas que tinha de frente para a praia e abriu seu caderno em uma folha branca. Voltou seus olhos para o mar e imaginou como estaria daqui a um ano. Uma coleção de verão. Verão era uma boa estação, apesar dela gostar muito mais da primavera por poder abusar dos florais. Abriu um sorriso, a inspiração pousou em suas costas. Inspirada por estar se sentindo bem. Por estar animada em ter o maior número de desenhos que conseguisse fazer antes de encontrar com Karl. Sempre se baseou em Chanel, mas nunca usou seu trabalho como base. gostava de moda retrô, não clássica. Aqueles vestidos de corte reto e cores neutras não eram combinações que gostava de usar em suas roupas. Olha para a caixa de lápis coloridos que havia ao seu lado. Todos muito bem usados e menores do que o tamanho real, mostrando a qualquer um que ela usava todos eles sem economizar. Não entendia por que Karl se interessara tanto em seus trabalhos. Também não sabia como ele se surpreendera com um trabalho que não é a cara de Coco, nem muito menos ter visto nela um senso como o de Gabrielle. Ela era sua inspiração. Seu modo de vida e de atitudes era aquele que seguia. Mas não seguia o mesmo senso que Chanel. De jeito nenhum.
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  Talvez tivesse feito algo para o estilista considerá-la. Mas será que Karl era assim? Será que ele se levava pelo dinheiro? Qualquer pessoa inteligente no mundo faria algo assim. Ela só não achava que Karl fosse preferir o dinheiro à moda. Se ele a conhecesse, ela poderia pensar que ele pudesse ver um pouco de Coco em si, mas ele nunca sequer a vira em foto.
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  Com os pensamentos cheios, ela fechou seus olhos para se livrar de todos eles. Queria a inspiração que tinha em mãos há meia hora. Suspirou e voltou a abrir os olhos, o sol agora muito forte. O chapéu de palha branca com a faixa azul marinho fazia uma grande sombra em seu rosto por ter uma grande aba. olhou para a folha em branco e com seu lápis de desenho, deu os primeiros riscos fracos, passando para os escuros em seguida.
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  Estava quase pronto. Mais um detalhe na jaqueta e conseguiria formar seu primeiro desenho do dia.
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  Ao finalizar, analisou todos os traços que fez com um sorriso nos lábios. Gostava dessa sensação de que fizera um bom trabalho. Olhou para o relógio e somente uma hora e meia havia passado. Suspirou e pegou a garrafa de água que havia comprado numa pausa que deu no desenho. O calor ainda estava forte e as crianças agora tinham as partes expostas de seus corpos com uma nova camada de protetor solar.
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  - Eu não sabia que você desenhava modelos masculinos. – ouviu atrás de si e se virou rapidamente, vendo curvado em direção ao desenho. arregala os olhos e fecha o caderno sem pensar, como se ele não pudesse ver o conteúdo de seus desenhos. O viu levantar uma de suas sobrancelhas e se sentar ao seu lado.
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  - O que faz aqui? – ela pergunta séria assim que percebeu que a atenção do político estava direcionada às crianças brincando e alguns de seus pais acenando ao vê-lo olhando em suas direções. se perguntava se havia alguém no país fora ela que não conhecesse .
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  O rosto de se virou para ela e, mesmo por detrás daqueles óculos escuros, ela pode saber sem dúvidas que sua atenção era inteira dela:
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  - Oras, você escreveu onde estaria. – disse, fazendo-a lembrar que antes de sair de casa, deixou marcado em um papel para que ela estaria na praça perto de sua casa. – Logo, interpretei como se você quisesse minha companhia, afinal, você nunca fez isso antes.
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  E ela não sabia ainda por que fizera hoje.
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  Alguns minutos se passaram e abriu um sorriso:
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  - Você já se apaixonou por mim?
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  A cabeça de se virou duramente para o homem, que soltou uma risada; o olhar que enviou a ele o fez se divertir ainda mais a ponto de dar gargalhadas.
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  - Achei que fosse mais difícil.
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  - Sim, continue pensando assim. – ela voltou a abrir seu caderno em uma nova folha branca e olhou para um casal que caminhava de mãos dadas à beira-mar.
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  - Qual é a do desenho masculino?
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  - Não se pode mais ter ideias para roupas masculinas? – ela o olhou, aborrecida. levantou as mãos em culpa e nada mais disse.
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  Por um momento, pensou que estaria livre de seus comentários irritantes, mas então começara com as ações. Sentiu as mãos de percorrerem sua cintura e ele depositar um beijo em seu ombro frio. Ela o olhou para deixar muito claro de que aquilo não era algo para ser feito ali, àquela hora.
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  - Hoje é domingo, dia de você ser minha. – ele sorriu e ela revirou os olhos. – Vamos para casa?
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  - Tenho escolha?
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   sorriu. A resposta era óbvia.
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  Sem dizer mais nada, ela fechou seu caderno sem nenhuma ideia mais na cabeça e devolveu o estojo à bolsa que tinha. Colocou os óculos de sol e sentiu segurar em sua mão, entrelaçando os dedos. Antes que pudesse perguntar alguma coisa, as vozes dos casais pais soavam cumprimentando , que retornava com um belo sorriso. se espantava o quão simpático ele parecia aos olhos dos outros. Por estar com o filho do prefeito da cidade e, pelo que viu em alguns papéis em cima da mesa de centro da sala de estar, futuro governador dos Estados Unidos, as pessoas também lhe dirigiam a atenção, cumprimentando-a e não recebendo nada mais do que a expressão séria de em resposta.
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  - Precisamos tratar seus sorrisos, .
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  - Se você quer alguém para sorrir ao seu lado, você sabe que deve chamar outra pessoa para estar no meu lugar. – a garota diz friamente.
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  - Talvez. – diz com a mão livre no bolso. – Mas aí eu teria que levar alguém não tão talentosa como você para conhecer Karl.
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   soltou um riso nasalado ao olhar para e vê-lo com um pequeno sorriso em seus lábios. Ele estava mesmo no jogo.
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  - . – gemia, sentindo em seguida as estocadas mais fortes e rápidas de , que por incrível que pareça, gemia tão alto quanto ela.
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  Assim que ele chegou ao ápice, jogou-se ao lado dela, cobrindo os dois corpos nus. Como sempre, nenhum dos dois dissera nada, deixando-se apenas ouvir a respiração acelerada do outro. se virou para , trazendo-a para perto de si e mais uma vez beijou seu ombro.
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  Ao chegarem em casa, a moradia estava vazia, pois os empregados trabalhavam apenas até a hora do almoço. Por este motivo, não precisou esperar até chegarem ao quarto para começarem a se despir. Foram diversas “rapidinhas” até finalmente chegarem na cama. se sentia cansada e dolorida, pois parecia bem mais dedicado em fazê-la gemer. Ela nunca admitiria, mas gostava de brincar com a indignidade dele.
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  - Você é uma boa namorada. – ele diz do nada, fazendo-a parar de respirar por um tempo, pensando se ouvira certo. Virou seu rosto para o homem e ele a encarou com uma calma expressão. Colocou um sorriso nos lábios e a beijou; beijo este que foi cortado assim que entendeu que ele não estava brincando com ela.
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  - O que você quis dizer com isso? – colocou uma mão no peitoral definido do homem, afim de afastá-lo para enxerga-lo melhor no escuro.
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  - O que um homem quer dizer quando chama a outra de namorada? – ele volta a aproximar seu corpo do dela, cobrindo-a e passando a lhe beijar o colo.
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  - Espere! – ela o afasta, colocando agora duas mãos no peitoral do homem, usando mais força para afastá-lo de si. – Eu não sou sua namorada.
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  - Agora você é. – sem se preocupar com a reação de , voltou a beijá-la; sendo mais uma vez afastado pelas pequenas mãos da designer.
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  - E desde quando você decidiu que seria assim?
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  Ele sorriu e olhou o rosto sério de sendo iluminado pela luz da lua que agora estava forte no céu.
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  - Desde hoje de tarde, quando falei em depoimento mundial que estava namorando você.
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Capítulo 17

   estava vivendo no inferno. Era um inferno. Na verdade, ela achava que se o inferno houvesse um inferno, seria lá onde ela estaria.
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  Desde que soubera que havia dito ao mundo sobre o suposto relacionamento dos dois, todas as pessoas se tornaram ainda mais ousadas.
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  Garotas da universidade corriam atrás de si para paparicá-la e convencê-la a comparecer em suas festas; havia as que a chamava para um café ou tarde de compras, como se ela fosse igual a todas as mulheres ricas de Santa Mônica que almejasse as dezenas de sacolas com conteúdos milionários dentro. Homens estavam ainda mais abusados, além de alguns professores estarem mais atenciosos e outros, mais arrogantes. O pior eram aquelas pessoas com câmeras fotográficas que surgiam de lugares improváveis para capturar foto dela, ou pior, com ela. Era o absurdo dos absurdos. Sempre se perguntou como as celebridades conseguiam conviver com toda essa pressão e agora simplesmente confirmava sua hipótese de que era horrível; ela estava odiando aquela vida, estava odiando toda a atenção. Estava odiando ser perseguida por câmeras profissionais ou de celulares e receber telefonemas de emissoras querendo marcar uma entrevista. Ela era apenas uma garota se relacionando com um cara desagradável.
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  Nunca desejou tanto que uma semana passasse rápido. Tão rápido quanto os odiáveis voos que pegava quando ir para um país a outro na Europa. Todos os dias pela manhã, abre o celular esperando que na tela estivesse marcado o final de semana; parecia que não chegava nunca. Na noite de quarta-feira, cedeu ao seu orgulho e resolveu bater na porta do quarto de . Assim que ouviu o som da fechadura se mexer, levantou o rosto, dando de cara com o corpo exercitado do político à mostra; uma toalha enrolada na cintura e a outra em mãos terminando de enxugar o cabelo.
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  - Se você quiser, posso tomar outro banho mais tarde. – foi a primeira coisa que ouviu, lembrando o quão desprezível ele era.
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  - Posso entrar?
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  - Que milagre. – comentou, soltando uma risada ao ver, pela primeira vez desde muito tempo a garota tomar alguma iniciativa para falar com ele. – À vontade. – fez uma reverência e se afastou da porta. entrou como um foguete e viu que o quarto dele era tão neutro quanto o dela. E bem menor. Limpou a garganta ao se lembrar que estava em território inimigo e se virou para o atual dono do lugar que, na verdade, ela sabia que deveria pertencer à ela. Olhou fingir pouco caso de sua presença, continuando a enxugar os cabelos enquanto enviava seu já manjado olhar de pura malícia.
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  - Diga que terminamos. – foi direta, pegando-o de surpresa e o fazendo levantar as sobrancelhas.
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  - Você sabe que não posso fazer isso. Um namoro que dure três dias? As pessoas parariam de me levar a sério. – deu as costas para ela, jogando a toalha em uma poltrona próxima à janela e seguiu para seu closet, onde abriu uma das gavetas para pegar uma cueca. não se importou em vê-lo nu ou corar, como a maioria das mulheres fingem apenas para fazer charme com o político. Havia vido muitos homens nus em sua vida, principalmente ele.
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  - Então fale para as pessoas pararem de me perseguir! – o seguiu e se afastou ao vê-lo encará-la, sério. Enquanto estivesse de costas era fácil encará-lo, contudo, ao ver sua expressão, lembrou-se que ele poderia fazer estragos, se quisesse. Estragos como desmarcar seu tão ansiado momento com Karl. Ficou do lado de fora do local andando de um lado para o outro, sentindo a coragem voltar enquanto voltava a pensar em tudo o que estava passando. – Eu não aguento mais todas essas pessoas ridículas tentando se aproximar de mim por causa de você! Estou cansada desses homens iguais a você vir até a mim achando que…
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  - Quem foi até você? – ela ouve a voz de de dentro do closet.
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  - Todo mundo! Você quer me ouvir? – ela finalmente desiste de não encará-lo. Ele não estava a levando a sério e aquilo estava acabando com o pouco de paciência que ela tinha em si. Vê com a boxer se olhando no espelho para tentar arrumar o cabelo. – Eu não quero essas pessoas perto de mim! Não quero elas fingindo gostarem de mim!
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  - , desculpe se você faz parte da sociedade…
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  - Acontece que antes de você me por nessa besteira de brincadeira sem graça, eu era uma excluída da sociedade e estava muito bem daquele jeito! Eu não pedi para você espalhar para o mundo que eu era sua namorada! Isso não estava no nosso acordo!
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  - Ora, eu acho que deixei bem claro que você vindo para cá a faria seguir as minhas regras. – ele se virou para ela e encostou no armário com um sorriso nos lábios. Não se importou em colocar uma roupa para encará-la e não sentiu que ela se importou tampouco.
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  - Não, eu vim para cá porque você queria um corpo para transar, não uma mulher para dizer ser sua namorada.
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  O que mais a irritou foi a risada debochada que ele deu em seguida. Seu rosto rapidamente adquiriu um tom avermelhado da raiva que estava sentindo e não conseguiu nem se mexer quando ele se aproximou dela e enlaçou sua cintura.
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  - … Eu disse que estava a fazendo se apaixonar por mim. – ele aproxima seu rosto do dela. – Aguente isso, você consegue. – e piscou com seu olho direito, como sempre costuma fazer para as garotas que quer traçar. Por um segundo, achou que dera certo; até se lembrar de quem estava brincando.
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  - Ou você tira todas essas pessoas de perto de mim, ou eu ignoro todas as suas ameaças e vou embora. – ela diz com raiva na tonalidade, o fazendo diminuir seu sorriso. – Estou pouco me importando se você pretende acabar com a minha vida. Não dá para ficar pior que isso. – ela se aproximou ainda mais para mostrar que não estava brincando e que ele passara dos limites. – Se mais alguém vier com uma de amiguinho pra cima de mim, você pode se preparar para dizer ao mundo que sua namorada morreu, porque eu vou sumir da sua vida. – empurrou seu peitoral ainda úmido do banho e se virou, saindo do quarto e batendo a porta da sua, trancando logo em seguida.
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  Porém, trancar-se dentro de seu quarto não foi necessário, já que surpreendentemente, não fora importuná-la ou ameaçá-la. Passou uma hora e meia dentro da banheira que tinha em seu banheiro tentando tirar todo aquele estresse de dentro de si.
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  Ao sair do carro que estava a levando todos os dias para a universidade, pode ver diversas pessoas afastadas e ao contrário do dia anterior, não havia um monte de paparazzos em cima dela para uma foto perfeita para ser vendida a revistas e programas de televisão. Estranhou as pessoas de longe acenarem para ela, aceno este que não era nunca retribuído. As pessoas paravam de conversar para vê-la passar. Seus passos eram apressados até a sala de aula. Respirou aliviada ao ver-se em seu lugar de sempre. Os companheiros de sala entravam e ao vê-la, sentavam em cadeiras mais distantes, deixando-a com um círculo vago de cadeiras ao seu redor.
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  Todas as aulas se seguiram da mesma maneira. E quando o professor, que no dia anterior havia pedido para os alunos formarem para o trabalho anunciou que gostaria da lista dos nomes de cada integrante, se viu sozinha, o que para ela era perfeito. Ao sair da sala com um sorriso satisfeito, encontrou com parado à frente encostado à parede com diversas mulheres ao seu redor. Esperançosa por não ter sido vista por ele e fingindo não tê-lo visto ali para que as pessoas não desconfiassem de seu relacionamento, saiu de fininnho para o corredor lateral, onde dava para as escadas que a levaria para a saída da universidade, já que aquela fora a ultima aula do dia.
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  - Não está fugindo de mim, está? – ela pula ao sentir os braços de enlaçar sua cintura e seu lábio beijar sua bochecha. Deixou os ombros caírem e o encarou ao perceber que ao tentar andar, ele se manteve junto dela; ao encarar seus olhos, sabia que deveria agir como uma boa namorada. Abriu um sorriso:
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  - Por que faria isso?
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  Ouviu sua risada.
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  - Imagino que esteja de bom humor, não é? – ele sussurrou em seu ouvido, vendo-a manter o mesmo sorriso no rosto e voltar caminhar.
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  - Poderia andar como alguém normal? Não estou conseguindo caminhar direito. – ela tenta se desvencilhar de seus braços, finalmente vendo as pessoas e as expressões feias das mulheres. sorri e segura em sua mão, entrelaçando seus dedos, como um casal de namorados apaixonados.
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  - Que tal almoçarmos fora?
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  - Tenho trabalho a fazer.
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  - Oras, é apenas um almoço. – ele sorri e ela levanta os ombros:
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  - Tudo bem. – tradução: “Como não tenho escolha…”, ambos sabiam disso.
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  - Boa garota. – ele sorri e lhe deposita um beijo nos lábios, pegando sua mochila e a carregando para ela e confirmar que era, sim, um bom namorado.
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  - O que você fez? – ela lhe perguntou quando já se encontravam dentro do carro. – O que fez para ninguém se aproximar de mim? Inventou que tenho algum tipo de doença?
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   ria enquanto dirigia sua Porsche ao som de Coldplay. Estava se divertindo ao ouvir todas as hipóteses criadas pela garota que agora a chamava de namorada.
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  - É claro que não, você acha que as pessoas estariam te olhando feio se soubessem que você tem algum tipo de doença?
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  - Então o que fez? – ela perde a paciência por ter de concordar com ele. lhe olha antes de voltar sua atenção para o trânsito.
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  - Eu apenas disse que não queria ninguém a menos de meio metro perto de você.
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  - Você o quê? – ela perguntou pasma. Aquilo era algum tipo de novo deboche que ele criara para ela?
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  - Ora, você não disse que não queria ninguém perto de você? Eu apenas dei um jeito, por que está querendo de saber de tudo? Não consegue se satisfazer com seu pedido tendo sido realizado? – ele diz pela primeira vez, aborrecido.
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  Ela não responde. Ao invés disso, virou o rosto para observar o lado externo do carro. Viu estacionar em frente a um restaurante simples e o manobrista abrir a porta para ela. Foram encaminhados até um espaço mais reservado e depois de pedirem as bebidas, voltou a falar:
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  - Seu encontro com Karl será às três da tarde, irei com você.
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  - Por quê?
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  - Por que o quê?
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  - Por que você tem que ir comigo?
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  - Porque é o que um namorado faz. – ele sorri, como se aquilo fosse razão o suficiente para lhe perseguir até durante o encontro mais importante de sua vida. O comportamento insensível a fez levantar as sobrancelhas. – Não precisa se produzir…
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  - Eu sei como devo me vestir ou não, ok? Você não vai decidir isso por mim também.
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   manteve seu sorriso nos lábios e encosta na cadeira. Ao olhar para os braços cruzando em frente ao peitoral, pode saber que ele apenas mostrava estar feliz em estar sentado ali ao seu lado. Pela primeira vez, não era ela quem estava desconfortável em um encontro:
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  - Por que você é tão ingrata?
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  - Como? – perguntou, pasma com a direta.
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  - Eu faço tudo para você, . Tudo. Eu consigo tudo o que quer. Posso ser contra e às vezes discutir com você sobre suas vontades, mas nunca deixei de fazer o que me pede. – inclinou seu tronco para perto dela apoiando os cotovelos na mesa, afim de tentar ser o mais discreto possível. – Por que ainda me odeia tanto?
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  Ela não sabia lhe responder. Não esperava uma conversa sincera em público. A questão, é que ela não tinha uma resposta porque não entendia o que achava de . Antes era muito mais fácil interpretá-lo como um cafajeste milionário, mas desde que descobrira mais sobre ele e que o viu conseguir um encontro para si com Karl Lagerfeld, sabia que ele não estava somente juntando fatos para chantageá-la mais tarde. Sabia bem quando alguém havia uma intenção maliciosa por detrás de suas ações e por mais que achasse óbvio o comportamento dele, não achava que tudo o que fazia era para conseguir seu corpo. Há semanas tenta responder essa pergunta, mas até então, nunca encontrara uma resposta.
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  - Você não tem uma razão, não é? – o viu sorrir, fazendo-a encará-lo, séria. – É, não tem mesmo. – voltou a se encostar na cadeira, sentindo que poderia voltar ao seu tom normal. – Sabe, você se tornou compreensível demais.
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  - E você sensível demais.
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  Aquilo, de alguma maneira, o pegou de jeito. nunca pretendera parecer sensível perto de , por mais que ele soubesse sem mistérios que parte dele era vulnerável à garota. Sem perceber, seu sorriso havia saído do rosto, pois estava com uma expressão muito mais confiante. Um pequeno deslize que o fez sair do topo e se manter à mesma altura que a garota.
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  - Você está brincando com o fogo, … – ele diz bebendo um gole do refresco que havia pedido para acompanhar a garota.
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  - Quando você vai entender que eu não tenho medo de você? Pode ser que em alguns aspectos você seja melhor que eu, como sua conta bancária e a influência que você tem em cima das pessoas. – ela pega seu refresco e se encosta na cadeira, misturando o líquido com o canudo que fizera questão de usar, ao contrário do companheiro. Ele a encarava sério prestando atenção no que ela lhe dizia. – Mas eu não tenho medo de perder tudo, . Eu já não tenho nada, não se lembra? Eu sei viver com nada. – ela bebe um gole da bebida, o fazendo semicerrar os olhos, com raiva. Ela imitou sua ação anterior, se inclinando para mais perto dele. – Você pode fazer o que quiser, acabar com minha reputação, me machucar, me ameaçar… Eu vou continuar não dando a mínima para você.
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  Assim que terminou, vira que não adiantava o que fizesse, ele não conseguiria manipulá-la, afinal. Abriu um sorriso para disfarçar sua raiva e respirou fundo, apoiando os braços na mesa e se inclinando, preparado para dizer a frase que ficaria na cabeça de por dias:
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  - Só quero que você saiba que há duas maneiras de se conseguir as coisas na vida: Por bem ou por mal. – seus olhos capturaram os de , que não conseguiu desviá-los. – Se você brinca comigo, eu brinco com você. Se você me prejudica, … Eu acabo com você.
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Capítulo 18

  Apesar da discussão que tiveram durante o almoço da quinta-feira, nenhum dos dois mudou em absolutamente nada. Foi como se aquela conversa nunca tivesse acontecido. Juntos, os dois se mantinham intactos; na frente de todos, aparentavam um casal feliz, fora da vista de todos, ele corria atrás dela e ela o chutava. Por , estava tudo bem. Para , estava fora de seu controle. Ele não conseguia controlar suas emoções perto da garota como antes. Internamente, a luta era constante. Estava se afastado dela o máximo que podia, pois não conseguia entender o porquê de querer tanto tê-la apenas para si, se já a tinha. Sabia que não fazia nada senão o que ele mandava, além de se dedicar aos seus desenhos, que pareciam estar melhores do que ela costumava desenhar, já que o sorriso era uma peça rara constante em seu rosto. Faz um tempo que ele se sente responsável pelo sorriso estar estampado no rosto da garota. Contratara um segurança especial apenas para segui-la de longe para saber se ela quebraria sua regra para que pudesse jogar na cara dela quando ela decidisse quebrar o acordo, já que por ele, os dois ficariam dessa maneira por um bom tempo. Mas ao contrário do que ele jamais imaginou, não tinha o menor interesse em transar com outros homens, como tinham todas as garotas de Santa Mônica e do resto do mundo que viviam na mesma altura de sociedade que a dele. A garota por quem ele se interessara não dependia da atenção dos homens para se sentir bem e não ligava em ter ou não um ou cem homens aos seus pés. Sua satisfação era causada por ela mesma e o resultado que trazia em seus próprios desenhos. E aquilo o irritava. A única coisa com que ele não podia diretamente se relacionar era a única coisa que a satisfazia. Por mais que a satisfizesse com coisas diferentes, como aquilo que a imaginação de usufruía ou uma paisagem para ela se inspirar, não era nada comparado a uma ideia que lhe surgisse à cabeça mesmo estando em pleno trânsito às oito da noite.
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  Além disso tudo, ainda não tivera sucesso nenhum em fazer a garota gozar em suas transas. Na mesma quinta-feira que discutiram, entrara no quarto de quando ela o havia esquecido aberto e a flagrou no banho. Como já era de se esperar, foi impossível de controlar suas reações, tratando de pega-la ali mesmo; durante a ação, percebeu que ela sequer reclamou. Ele adormeceu com ela aquela noite. E pela primeira vez depois de um muito tempo, ela caíra no sono primeiro. Aproveitou o tempo em que se manteve acordado para analisar os traços e o que de verdade lhe chamou a atenção nela. O que no começo era uma brincadeira com seus amigos para provar que ele conseguia qualquer tipo de mulher, até as que odiavam o tipo dele, agora era uma obsessão de necessidade. lhe dava um tipo de prazer que nenhuma outra mulher jamais conseguira. O fato dele conseguir se recompor rapidamente durante a transa, fazia ter uma disposição maior, além da duração ser estendida, comparado a outros homens; mesmo exigindo tudo isso de , ela não reclamava, o que o fazia ficar completamente irado. Pensava que se um dia conseguisse a fazer sentir o prazer do ápice com ele, ela passaria a depender dele como ele era com ela. Mas ele não conseguia. Tentara penetrá-la e dar-lhe prazer de todas as maneiras possíveis, mas nada. Quanto mais os dois transavam, parecia que mais sabia quando era o fim para na transa.
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  Constantemente ele se recordava da única vez que falou diretamente sobre ela e a vida pessoal – e sexual – dela, quando confirmou que não era de gozar muito e apenas uma pessoa havia feito-a sentir tamanho prazer. Uma única pessoa. Não era possível que ele pudesse ser tão bom assim. Não era possível que ele fosse ser um amor de pessoa com ou que fosse algum guri do sexo. Decididamente ele não era assim. era do tipo de mulher que gostava de um desafio, sabia. Ela agia por interesse pessoal, o homem deveria possuir algo que a instigava a sentir o prazer. Mas o quê? Ele lhe dava o mundo e ela não demonstrava nada. Nem um espasmo. Nada. O que o homem fez? Quem é ele? Estaria ela ainda apaixonada por ele? Ela sentia amor por ele?
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  Perguntas que não se calavam. E simplesmente não gostava de ficar com dúvidas.
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  Ela encarava o maço de Gauloise que Aurelien havia lhe dado da última vez que a vira no píer com Marguerite. Ela não pensava especificamente em Aurelien. Ela pensava no prazer que o cigarro lhe daria antes daquela reunião. Mas ela estava completamente pronta, não podia se dar ao desluxo de chegar cheirando à cigarro na frente de Karl. Ele fumava. Era uma chaminé. Mas ele podia. Ela não.
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  Rapidamente ela voltou com o maço na gaveta, escondido de tudo e todos, e o mais importante, escondido dela. Todas as vezes que vira o maço, a imagem de Aurelien aparecia em sua cabeça. Apenas aquele dia em especial, ele foi usado por outra razão. E por mais que o maço estivesse intacto, não conseguia pegar um cigarro e acendê-lo por puro luxo, como estava acostumada a fazer. Sentia como se ao pegar um, estaria considerando a proposta de Aurelien em retornar para Paris com ele.
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  Ela não podia se enganar. Ela queria. Queria com todas as suas forças. Queria Aurelien de volta, queria morar com ele, ser possuída por ele, ser amada por ele, ou ao menos se sentir amada. Por outro lado, ela gostava de Santa Mônica. Gostava de ser cuidada por . Mesmo com todas as ameaças, a respeitava muito mais do que Blanc. Isso era incomparável. Ouve o barulho da porta se abrir e olha para um bem vestido em um terno Versace e um sorriso no rosto ao vê-la muito bem vestida.
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  - Incrível não te ver usando Chanel. – ele desliza a mão pelas curvas da garota e aproxima o nariz de seu pescoço. – E nem usando o perfume dela.
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  - Eu não estou desesperada. – ela diz friamente devido ao nervosismo. Ele sabia muito bem disso.
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  - É o que garotas normais fariam.
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  - É por isso que elas continuam sendo normais. – se levanta e foge dos dedos de , saindo do quarto e indo até o primeiro andar da mansão para ir até o carro que esperavam os dois.
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  - Se você tiver esse humor com Karl, ele com certeza te contrataria.
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  - Eu não quero trabalhar para ele. – ela diz enquanto alisava seu vestido; olhou para o lado ao não ouvir uma resposta imediata e se deparou com a encarando sério.
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  - Como? – ela balançou a cabeça, não entendo a dúvida estampada em seu rosto. – Você não quer trabalhar na Chanel?
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  - Quando você concluiu que eu gostaria?
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  - Quando conversamos sobre isso. – virou seu corpo em sua direção. – Quando eu falei sobre o assunto e você me falou sobre ele com os olhos brilhando. Quando vi suas coisas e só havia coisas de Chanel.
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  Ela o encarou por um tempo, pensando em como responder à sua falta de sensibilidade com percepções e se viu obrigada a responder; assim, disse:
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  - Eu gosto de Chanel. Coco. Não Karl. Se Gabrielle estivesse viva até hoje, eu com certeza gostaria de trabalhar para ela. Mas ela não está. E ela é apenas um ótimo modelo de inspiração a seguir. Quero ter a mesma influência que ela no mundo, mas não quero ser ela. Isso é idiota, querer ser outra pessoa.
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  - Você sabe que Karl a vê como uma pessoa para trabalhar para ele, não é?
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  - Sei.
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  - E mesmo assim você quer encontrá-lo? – estava descrente. Mais uma vez, conseguiu surpreendê-lo. Não deveria ter ficado tranquilo em imaginar que seria somente um encontro casual. Ela não era tão simples a ponto de planejar algo tão fácil de ser imaginado.
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  - Se ele foi escolhido para ser o sucessor de Chanel, ele não é pouca coisa, .
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   abriu um pequeno sorriso. Ela era uma mulher que valia a pena. Foi então que percebeu que todas as suas dúvidas e inseguranças anteriores foram tolices de seu temperamento. Ele era , não precisava da aprovação de para decidir que ela era dele. Não precisava que ela sentisse algo por ele para que ele controlasse seu mundo. Decidiu que mesmo nunca tendo uma prova concreta de que ela seria sua para sempre, o simples fato de ele querer que ela seja dele para o resto de sua vida é o suficiente para a decisão ser tomada. Obviamente, todo político tinha suas segundas, terceiras e quartas opções. Mas … Ela será sempre a primeira.
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Capítulo 19

  - Você é muito interessante, . – Karl dizia depois de um gole que havia dado em seu chá. As pernas cruzadas não se mexeram quando ele pegou um maço de Gauloise que se encontrava depositada em cima de uma bandeja de prata ao seu lado: – Fuma?
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  - Sim.
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  - E honesta. – ele sorri, mas não oferece o cigarro para a garota. Ao invés disso, volta a encostar em sua cadeira e observar: – Gosto disso.
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  - Posso fazer uma pergunta?
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   a encara. Até aquele momento, se mantivera calada apenas se limitando a responder as perguntas de Karl. Não tentava puxar assunto, ouvia tudo o que ele tinha para falar, todas as histórias que queria contar. E ele parecia gostar. Sem a irritação como em uma entrevista, ele não era cortado, tampouco lhe perguntava sobre qualquer assunto administrativo de Chanel. estava ali para ouvi-lo. E ele estava ali para falar.
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  - Prossiga. – mesmo com seu tom sério e polido conhecido mundialmente, assistiu entrevistas o suficiente para saber quando ele estava sendo verdadeiro ao conceber uma permissão ou não. Tal fato não passou despercebido por , cujas vezes que o encontrou foram o suficiente para conseguir entender um pouco do estilista; se surpreendeu ao ver uma garota conquistar Karl em apenas quarenta minutos.
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  - Em sua carta, o senhor foi bastante claro sobre meu senso ser o mesmo que de senhora Chanel. – ela diz com as mãos pousadas em seu colo. Karl mexeu os lábios, mas não chegou a sorrir. – Mas meu senso de moda não é igual o de Coco. – no início da conversa, Karl havia permitido a chamar Gabrielle Chanel por seu apelido usado apenas com clientes ou pessoas mais próximas.
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  Assim que terminou sua dúvida que não foi estampada em uma pergunta, viu Karl beber mais um gole de seu chá de menta, e então depositar a xícara no pires e o pires na mesa. Pousou as duas mãos de volta em seu colo e olhou para a garota, finalmente abrindo a boca para falar:
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  - Depois de um bom tempo trabalhando neste rumo e tendo contato com a própria Coco enquanto ela era viva, experiência é o que não falta em um homem como eu. O mundo sabe que se há uma palavra que descreva Gabrielle, é visionista. Coco enxergava o futuro. Ela sabia do futuro e o que ele trazia de moda para ela. Ela não se importava com nenhuma outra coisa senão seus próprios sensos de moda. Ela fazia o que queria fazer sem prestar atenção nas observações que constantemente recebia de profissionais que, na época, eram considerados melhores que ela. Desenhava e criava o que quisesse desenhar e criar. E não importava o que fosse, ela riscava os traços que desejava. Eu senti os seus traços, . – ele aponta para o trabalho que ela havia levado para mostrar ao profissional. – Mão livre, isso é algo que não existe no contemporâneo. Os estilistas estão planejando os riscos como planejam uma peça de tecido para aquele casaco ridículo da Zara. Os bons estilistas colocam o que está na cabeça, no papel. Não existem modelos assim no mundo. – ele aponta mais uma vez para a pasta de trabalhos. – Coco gostava disso. Ela poderia admirar uma pessoa que conseguisse, assim como ela, criar algo sem pensar nos limites, caso tivesse conhecido alguém. Infelizmente, ela não teve a oportunidade. Felizmente, eu tive.
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  - Obrigada. – dizia maravilhada com as palavras de Karl. Então era isso. Ela era parecida com Coco no final das contas. O sorriso não saía de seu rosto e Karl entendia muito bem. Ele estala os dedos e um dos funcionários presentes se aproxima com uma pasta, o entregando para o próprio Karl, que o abre e olha para , agora sério.
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  - Tenho uma proposta a fazer a você. – ele diz. levanta as sobrancelhas, ela sabia o que era. Ou achava que sabia. A pasta vinha com o nome de Chanel e pelo sorriso que ele lhe dava, não era nada menos do que algum estágio ou espaço na empresa de Chanel. – Uma nova marca será lançada. Crown, é como se chama. Ainda está apenas nos planos. Preciso de um estilista. Estava a procura de um. Mas você deve saber que quando quero fazer algo, gosto de fazê-lo bem feito. E eu não lançaria a marca enquanto não encontrasse alguém a altura do que procuro. Logo que vi seus trabalhos, vi ali as confecções que eu quero ver em Crown. Minha proposta é muito simples: Seja a estilista da Crown.
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  Não era o que planejava. Sentado entre Karl e , ele encarava a garota sério. Via nela a confusão por não ter sido chamada para Chanel. Ou talvez por obter uma proposta tão séria logo de cara. O fato é que ela conseguiria o que queria. Ela receberia bem e se veria em breve livre dele. Isso estava saindo de seu controle.
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  - Mas eu ainda não sou formada…
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  - Não é necessário formação para fazer uma coisa bem feita. – Karl sorriu. – Veja bem, eu não sou formado em bom gosto e tenho bom gosto. Você acha que Coco teve algum tipo de formação?
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  “Ele tem razão”, pensa. Estava parecendo uma tola na frente dele. Recupera a compostura e olha para a pasta deixada no colo do estilista:
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  - Qual é o público alvo?
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  - Jovens e jovens adultos. Entre os dezesseis e trinta anos. É muito claro que atualmente a moda jovem é usada pelas mulheres aos seus trinta anos. A maioria de nossas clientes são senhoras e pessoas independente, queremos chamar também a atenção do público compulsivo. O gosto pelas compras sempre vem da baixa idade. Elas compram pelo prazer, se é que me entende.
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  - Sim, claro. – olha para as mãos. – Quanto ao número de estilistas…
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  - Somente você. O salário girará em torno da lucratividade das vendas. Mas o inicial é de doze mil dólares. Veja bem, . Uma oferta dessa, com um salário desse… Nem um por cento do mundo tem esse privilégio.
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  Karl sabia que estava segurando a atenção da garota. Vira seus olhos se arregalarem levemente e seus lábios serem pressionados um contra o outro.
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  - Você poderá trabalhar em sua própria residência. E exigirei um número entre quarenta a cinquenta desenhos por coleção que serão lançadas por estação.
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  Cinquenta desenhos não era ruim. Era difícil, mas não impossível. E sabia que daria conta. Ela conseguia este tipo de coisa, principalmente quando eram desenhos, quando significava finalmente todos eles confeccionados em uma enorme coleção de luxo juvenil. Quantos estilistas no mundo não lutam por um espaço e demoram mais de trinta anos para conseguirem um espaço na passarela principal no Fashion Week?
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  - Infelizmente, o projeto está parado há dois meses, não posso me dar ao luxo de esperar mais.
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  - Poderei ficar aqui nos Estados Unidos? – ela pergunta. Achou engraçado que, dentre todas as dúvidas que tem sobre a oferta, essa era a que mais queria uma resposta. Karl levantou levemente uma sobrancelha, tão curioso quanto ela, mas por saber a razão da pergunta. Uma pessoa que deseja um trabalho geralmente não pergunta o local onde irá trabalhar, mas sim quando poderá começar.
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  - Tudo depende de como as coisas andarem, sou de Paris, assim como você, pelo que vi em sua ficha. – ele pega outra pasta que já estava depositada em seu colo. – Portanto, a sede será em Paris. No entanto, até lá terei tempo para decidir se gostaria que minha estilista esteja à parte do resto da equipe ou se deverá ter sua vida profissional como a de qualquer outro.
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   assentiu. Não que a confirmação de que ela tivesse que voltar à sua cidade natal fosse mudar sua opinião, iria aonde Karl quisesse que ela fosse. Na verdade, ela sabia se aquela pergunta fora diretamente relacionada à e Aurelien. Talvez se sentisse melhor se ele dissesse que teria a sede construída em Milão ou até na Alemanha, seu país de origem onde viveu apenas algumas semanas.
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  - Esta é uma grande oportunidade, se deseja saber minha opinião. – ele chama a atenção da garota de volta. levanta o olhar para encará-lo. – Nenhum jovem estilista no mundo conseguiu o que você está prestes a conseguir, . Ser a estilista de uma marca que está para ser uma nova tendência é o que todos desejam, mas muito poucos conseguem; se posso ousar, ninguém. Este é um caminho certo de sucesso, negá-lo a tornaria uma tola.
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  A garota sabia daquilo. Assentiu, confirmando sua participação e vendo a satisfação estampada no pequeno e raro sorriso de Karl. O senhor de quase oitenta anos se endireitou e fez um leve sinal com a mão, onde o empregado lhe trouxe mais duas pastas e recolheu as duas que há pouco estavam no colo do estilista.
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  - Este é o contrato. Esta é a cópia do novo projeto. Não é necessário manter segredo, tudo já está na mídia; nossa única novidade será sua contração. – ele lhe entregou uma pasta aberta no qual leu de cabo a rabo com muita paciência e atenção, deixando sua assinatura no fim. A outra não se atreveu a olhar na frente da pessoa que criou para ela; não quando a pessoa era Karl. – Imagino que esteja criando peças para o verão. – Karl balança a mão e duas mulheres retiraram as louças de cima da mesa, deixando nada mais do que o celular dele e de à mesa.
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  - Sim senhor.
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  - Ótimo! E quantos já têm pronto? – vê o homem cruzar a perna e depositar as mãos no colo polidamente, a fazendo limpar a garganta e se endireitar:
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  - Sete.
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  - É um bom número para quem a pouco perdeu tudo. – ele balançou a cabeça, se lembrando do assunto que iniciou a conversa. – Está com eles aí?
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  - Sim senhor. – ela pega a pasta de couro marrom que levava consigo a todos os lugares e a entrega para Karl; este abre-a cuidadosamente e passa a observar e analisar todos os desenhos criados. Ora levantava a sobrancelha, ora mexia os lábios em sinais que ela ainda não conhecia, mas que com certeza saberia ler daqui a alguns anos.
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  - Muito bom… – murmura. Depois de um tempo, desviou o olhar das folhas para a estilista: – Florais? – apontou para um dos desenhos abertos.
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  - Gosto deles.
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  - Como muitas francesas. – ele concorda. – Acho que este vestido está muito clichê. Você poderia trocar as estampas; o vestido para liso e o colete com florais.
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  - E rendas?
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  - E rendas. – o homem concorda com a cabeça, seu tom de voz aprovando a sugestão de . – Rendas é uma ótima aposta para o próximo verão europeu, muito bem.
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   abre um pequeno sorriso. Ela amava rendas. Gostava da seda, mas era um tecido muito complicado de se lidar. Rendas eram decorativas, mas tão essenciais em um vestido de luxo quanto o tule de um vestido de casamento tradicional.
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  - Isso é jeans? – ele aponta para outra peça, confirma. – Interessante… Uma boa combinação, resultado impressionante. – com seus óculos de grau apoiados no nariz, não conseguia ver em que parte do desenho Karl estava olhando. – E se sandálias sem salto de tiras por botas de cano baixo?
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   levanta a sobrancelha e olha para o desenho que Karl inclinou para que ela soubesse sobre qual se referia. Olhou para o estilista, que a aguardava uma resposta com uma de suas sobrancelhas erguidas. apertou os lábios e disse:
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  - Prefiro as sandálias.
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  Sua resposta foi o suficiente para o estilista, que descruzou as pernas e fechou a pasta com uma única mão, devolvendo-a à :
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  - Muito bom. Confiança em seus desenhos, gosto disso. Você tem um belo trabalho, gostaria que me enviasse um jogo de trinta e cinco a quarenta e três peças até o início de Dezembro, sim?
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  - Sim senhor.
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  - Perfeito. – ele se levanta, finalizando a conversa e rapidamente sendo seguido pelos dois. – Fora ótimo conhecê-la senhorita . Vejo um futuro brilhante em nosso novo negócio.
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  - Muito obrigada. – ela sorri, feliz.
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  Karl troca dois beijos de bochecha com e aperta a mão de , trocando algumas palavras que não ouviu por não estar nem um pouco interessada. Ao sentir a mão de em sua cintura, soube que era a hora de deixar a cobertura do hotel em que seu novo chefe estava hospedado. Durante todo o caminho, os dois se mantiveram calados. Sendo seguidos por diversos fotógrafos, mantinha-se séria e, pela primeira vez, não vira sorrir ou acenar para câmera alguma. Continuou com a mão em sua cintura e continuou caminhando sem parar até seu carro.
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  O percurso de casa fora extremamente curto para e longo para . Pensamentos longíquos um do outro; ela, feliz, ele, perturbado. Ao chegarem à mansão, deixou o carro com um pequeno sentimento de aborrecimento por não ter a quem contar a novidade, gostaria de poder compartilhá-la com alguém, mas a única pessoa disponível para poder falar sobre o assunto era . E ela não queria muito papo com ele.
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  Ao contrário da garota, ainda se manteve dentro do carro por alguns minutos, dispensando o manobrista para ter um tempo para pensar. Se lembra da quantia oferecida por Karl como sinal para o trabalho de . Ela poderia achar que seria tudo aquilo, mas sabia que aquilo não era um terço do que ela estará recebendo daqui a alguns meses, quando a Crown estiver lançada com sua primeira loja em Paris. Com doze mil, ela poderia comprar uma pequena casa em qualquer lugar dos Estados Unidos, considerando a pergunta feita pela garota durante a conversa com Karl. Mas ele ainda tinha uma carta na manga. era intercambista e não podia morar sozinha sem alguma autorização do governo. Enquanto o visto dela se mantivesse assim, ela pertenceria a ele. Pelos cálculos, tinha um ano, no mínimo, para achar uma solução para este seu problema.
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  Porém, a pergunta principal era: Por que diabos ele estava planejando estar com em um ano?
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Capítulo 20

  Com a proposta aceita, o tempo de para diminuíra drasticamente. O estudante de administração de empresas, ao invés de fazer como fazia com qualquer mulher que tentava lhe esnobar para que o tivesse mais para ela – que era abandoná-la -, surpreendentemente passou a se trancar mais em sua casa e apenas sair quando quisesse. Enquanto ele não arranjasse uma maneira de fazê-la se apaixonar por ele, continuaria seguindo cada passo fora de casa para saber se ela estaria ou não pensando em sair dali. Por enquanto, o resultado não fora nada terrível. As coisas continuaram da maneira que estavam e ele, ao se olhar no espelho no final do dia, se sentia patético por estar tão obsesso pela fashionista.
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   estava presa em seu quarto. Uma semana e alguns dias se passaram desde a reunião com Karl. Seus assistentes continuavam em contato com ela, mas nunca era nada demais, apenas faziam as perguntas habituais de assistentes a mando de seus patrões. Olha para a pasta nova de desenhos que havia comprado para si e que já possuía um desenho e meio pronto. Se continuasse assim, não conseguiria nunca cumprir o prazo de Karl. Suspira e olha para o corredor com os armários de roupas. Podia ouvir o maço de Gauloises dali lhe chamar para uma tragada. Mas não podia. Se voltasse a fumar aquele cigarro, estaria cedendo para Aurelien. Era isso o que ele queria.
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  Aurelien. Ele estava muito escondido para quem havia feito um estardalhaço há algumas semanas atrás. Duas semanas se completariam e ela não teria ouvido falar nada dele. Se fosse ingênua como antes, acreditaria que ele havia desistido dela. Mas ela sabia muito bem que ele não era um homem de desistir assim tão fácil, em sua vida “conjugal” com o francês, descobriu que ele nunca desistia. Mesmo dizendo que desistiria, nunca acontecia. Todos os momentos que passara com Aurelien em Paris, ele nunca desistiu de nada que acreditava e era isso o que ela admirava mais nele. Independente do número de vezes que ele caísse ou fosse derrubado, ele sempre ia até o fim quando achava que aquele era o fim para ele. Seja pelo bom caminho ou pelo mau caminho.
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  Suspira, levantando o rosto e encara o céu escarlate. Olha para trás pensando se continuava trancado em seu quarto. Ultimamente ele tem sido extremamente misterioso, com poucas palavras e apenas a acompanhando nos lugares sem reclamar ou questioná-la. Nos primeiros três dias, ela achava que ele estaria tramando algo. Sem entrar no quarto dela durante o final de semana para possuí-la… Pra ela, ele decididamente estava tramando algo. Contudo, cinco dias se passaram e ele continuou sem invadir sua privacidade, o que a fazia sentir uma vontade imensa de ir espia-lo em seu quarto e saber a razão da repentina falta de interesse do político. Será que ele estava se encontrando com outra mulher?
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  Mas o que diabos ela estava pensando?
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  Balança sua cabeça e respira fundo. Precisava tomar um ar, pairar. Estava na hora de dar uma volta no centro, isso. Dar uma volta no centro seria uma boa. Segue até seu closet e pelo que havia visto em seu celular, o clima não passaria da mínima dos 18ºC e a máxima dos 25ºC, então estaria, no mínimo, fresco. Decide pegar uma bermuda jeans de cós alta e uma camisa de algodão creme, prendendo-a dentro da bermuda. Um cinto marrom e os sapatos Oxford marrom camurça para combinar com o cinto. Os cabelos soltos e a bolsa de couro, que apesar de velha e desgastada, ainda era muito útil.
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  Ao sair do quarto, caminhou na ponta dos pés e correu para fora de casa para que não a ouvisse e decidisse fazer companhia a ela em seu passeio para tirá-lo de sua mente. Ela precisava deste tempo para ela. Mesmo com toda a privacidade que andava tendo em seu quarto, ela não podia dizer o mesmo fora dele, já que o filho do prefeito a seguia para todos os lados. Respira fundo e segue em direção ao ponto de ônibus que sabia que a levaria para o centro. Desde que começara a desenhar ainda mais pensando em sua nova e agora oficial profissão, ela tem pensado bastante no que iria considerar um hobby, já que seu antigo hobby se tornou seu trabalho. Ao passar por uma loja de eletrônicos, vê uma Nikon na vitrine. Se lembra da vista que tinha da sacada de seu quarto e abre um sorriso. Fotos eram apenas fotos para ela, afinal.
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  Resolveu estrear seu cartão de crédito. Caminhou para dentro da loja e passou quarenta minutos sendo paparicada pela vendedora, que tentava lhe vender uma câmera por um preço absurdo. Ela só queria uma Nikon como a da vitrine, se eles não queriam vender aquela, por que colocavam-na a exposição?
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  A tarde fora gasta com cliques. Acabou parando na baía de Santa Mônica, uma que durante o dia era cheia de famílias felizes e de noite, casais felizes. se sentou em uma pedra e mirou todas as famílias e mais tarde, todos os casais. Durante o tempo que passou sentada naquela pedra, nenhum problema ocupou sua mente. A única coisa que vinha era: Melhor posição e “botão errado”. Como uma máquina poderia ter tantos botões?
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  Seus dedos pararam quando a luz já estava alta no céu, mas a praia não deixava de estar cheia de casais caminhando de mãos dadas ou abraçados, segurando seus calçados e trocando carinhos de afeto em público. O que a fez parar foi o aroma da Gauloise que surgiu repentinamente. Olhou para trás e viu Aurelien em pé um pouco atrás dela com o cigarro novo aceso entre os dedos da mão direita, enquanto a esquerda estava guardada dentro do bolso da jeans.
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   , ao pensar em sua beleza com aquele cenário sentiu uma imensa vontade de registrar a cena. Não podia negar quão charmoso Aurelien é. Os americanos dizem que gostam dos franceses, porque eles sempre aparentam estar vivendo um romance à moda antiga, com frases de efeito, gestos polidos, voz sensual e o estilo impecável. Aurelien é a prova de que os americanos, pela primeira vez, estão certos. Ao contrário de outros franceses e milhares de homens no mundo, os óculos de sol não são objeto de beleza. Da maneira que seus cabelos escuros eram jogados para o alto em um lindo topete, o fato dele estar segurando um cigarro, tragando-o e soltando a fumaça deixava-o completamente maravilhoso. respira fundo e volta a se virar, encarando a vista do mar que agora não era tão bem exposto devido à fraca luz da lua que estava para tomar o lugar do sol.
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  - Difícil te encontrar sozinha ultimamente. – ele inicia o diálogo ainda em pé atrás dela.
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  - Onde está Marguerite?
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  - Paris. As aulas acabaram.
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  - Foi sozinha?
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  - Fleur a veio buscar.
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   olhou para Aurelien séria e uma de suas sobrancelhas perfeitas se ergueu, demonstrando sua surpresa.
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  - Fleur?
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  - Sim.
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  - Chevalier?
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  - Que outra Fleur seria?
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   apertou os lábios e voltou a encarar o mar. Mexe em sua câmera desligada demonstrando quão desesperada para se distrair estava. Fleur Chevalier. A única mulher que conseguiu o respeito de Aurelien até então. A família Chevalier era elitista e muito bem conhecida na França. Amigos íntimos da família de Aurelien, ele e Fleur foram criados juntos desde criança, portanto, não havia pessoa que entendesse ele melhor do que ela. Independente do quanto as garotas se rebaixassem para atingir umas as outras e ficar com Aurelien, nenhuma delas se atreveria a machucar Fleur. Era uma garota tão adorável que nem sequer a pessoa mais rancorosa do mundo conseguiria derrubá-la. Se havia uma mulher a quem não gostava, definitivamente era Fleur. O fato dela poder ter Aurelien quando ela bem quisesse era o suficiente para ser considerada sua primeira rival.
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  Além disso, Margueritte também a amava. Dizia ser sua irmã mais velha e só sabia o quanto aquelas palavras fincavam no corpo dela. Adorava a irmã mais nova de Aurelien como a irmã que nunca teve. Ouvir a garotinha falar dos lindos cabelos lisos que cacheavam perfeitamente e em como as duas se pareciam… Aquilo não a fazia se sentir nada melhor. E o pior de tudo era que Fleur era educadíssima com , algo que ela não conseguiria retribuir nem se morresse e nascesse mais duas vezes.
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  - Ela veio até aqui para buscar Margueritte? – perguntou, ainda insegura sobre virar seu rosto e encará-lo. Não queria mostrar que estava perturbada por Aurelien mais uma vez optar por chamar Fleur ao invés de deixa-la de fora de assunto, mas somente pelo fato dela não mostrar seu rosto para ele era o suficiente para que ele soubesse que ela estava se esforçando em manter-se forte.
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  - Sim.
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  - Deveria ter voltado com ela.
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  - Ela voltará para cá.
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   fechou os olhos para que não pudesse tomar alguma atitude sem sentido. Lentamente, respirou fundo e passou a olhar as fotos que havia tirado o dia inteiro; olhou no conjunto das fotos e viu que estavam ali mais de 200 imagens. Um sorriso se põe em seus lábios ao ver as crianças brincando com seus irmãos e irmãs mais velhos; como uma luz acesa por um interruptor, ideias lhe vêm à cabeça para uma coleção infanto-juvenil. Talvez Karl gostasse daquilo, público jovem.
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  - Vamos voltar para casa. – sua atenção é novamente desviada para Aurelien.
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  - Eu estou em casa. – espontaneamente ela responde.
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  - O que aquele cara tem? – não pode deixar de sentir um gosto de vitória ao ouvir o nervosismo em sua voz. Entretanto, ela aperta os lábios. Não queria falar sobre com ele. Não com ele. – Ele não é o seu tipo.
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  - E desde quando você sabe sobre meu tipo?
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  - Eu sei tudo sobre você, , você sabe disso. Por que está tão aborrecida comigo? – por mais que ele tentasse soar magoado, não sentia um pingo de mágoa no tom de sua voz. O encara e vê o cigarro queimando entre seus dedos. Uma perda de fumo.
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  - Você me usou.
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  - Eu não uso as pessoas.
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  - Então não sou humana para você? – ela o olha e ele solta uma risada nasalada.
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  - . Não vamos levar isso para o lado emocional…
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  - Claro, porque é o que eu sempre faço. Levo para o lado emocional. – ela diz irritada. Ele sempre dizia isso no início de suas discussões. Ela estava cansada. – Não sei como um dia pude me apaixonar por você.
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  - Um dia? Achei que ainda estivesse.
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  Aquilo a pegou de surpresa. É isso. É isso o que acontece quando o retruca sem pensar; como ele podia ser tão injusto? Como a tirava do sério a ponto de fazê-la parecer tão tola? Se sentir tão incompetente?
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  - Como você pode ser tão inescrupuloso? – balança a cabeça e se levanta, batendo na traseira para tirar a sujeira e então pegando a sacola de compra e a bolsa, caminhando para longe de Aurelien, que a seguiu e segurou forte em seu braço, trazendo-a de volta para si.
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  - Você é minha até quando eu disser que não é mais.
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  - Desculpe, mas agora eu sou de outra pessoa, Aurelien. – ela diz friamente, tentando se desvencilhar de suas mãos, mas obviamente não conseguiu. Ele, apesar de magro, era forte.
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  Daquela maneira eles permaneceram; olhos nos olhos, faíscas passando de um para o outro e então, lábios grudados.
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   o empurrou brutamente. Ao encará-lo, viu um sorriso em seus lábios. Odiou seu sorriso deboche, odiou a maneira como ele achava que mexia com ela e o odiou ainda mais depois de ouvi-lo dizer:
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  - Eu chuto que você ainda é minha.
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  Ela pode sentir suas bochechas queimarem, mas não de vergonha. De raiva. Segurou seu temperamento, juntou a pouca dignidade que estava sentindo e o resto de orgulho que restava parar erguer o queixo em autoridade e dizer:
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  - Vamos dizer que eu sou dos dois. – ver o sorriso de Aurelien diminuir lhe deu força para continuar a provoca-lo. – Mas dentre ele e você… Ele ganha.
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  E com um sorriso e uma piscadela, ela o deixou parado no topo da enorme pedra em que passara o dia inteiro.
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Capítulo 21

  Durante o caminho de volta para casa, sentia suas emoções misturadas e confusas. Seus olhos vibravam querendo que lágrimas saíssem de si para expressar sua tristeza em ter de se fazer tão dura, contudo, seu coração machucado a fazia se lembrar de que ele merecia sofrer muito mais do que estava aparentando sofrer agora.
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  Achava que deveria se sentir bem por estar superando Aurelien. Por mais que ele fosse o primeiro amor da vida dela e este uma mulher nunca esquece, sabia que estava na hora de deixar o que é passado para trás e viver o seu presente. Aquele que ela conseguiu sem a ajuda de quem achava que lhe daria o mundo, daquele que fez promessas.
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  Respirou fundo ao ver as árvores começarem a aparecer. O ônibus andava mais rápido do que quando estava no centro por estar bem mais vazio. Era raro ver moradores da área pegarem transportes públicos quando tinham seus próprios carros com motoristas para levá-los aonde quisessem. provavelmente era a única que se dava ao trabalho. O ponto onde descia ainda era a quinze minutos de casa. Durante a caminhada, não conseguia evitar pensar em Aurelien, em Fleur, em . Fecha os olhos caminhando alguns segundos passos sem a menor noção se a direção que seguia era em linha reta ou torta. Abriu-os quando abaixou a cabeça, acompanhando o asfalto. Ao erguê-la novamente, viu que faltava pouco para estar em casa. Teria que encarar .
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  . Que estava muito mais amável e precavido do que era quando se conheceram. Se pedissem sua opinião, ela diria que haviam trocado-o por algum clone. Ele a estava respeitando, o que antes não fazia. Nunca cogitou a ideia de tê-lo tão decente como se apresenta agora. Tão pouco imaginaria vê-lo trocar as festas da universidade por noites solitárias dentro de seu quarto somente porque ela disse que não queria deixar seus aposentos. Daria seu primeiro salário para saber o que se passava com ele. Desde que aceitara a proposta de Karl, ele tem estado estranho.
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  - Boa noite, senhorita. – ouve a voz do empregado e abre um pequeno sorriso. – Gostaria de comer algo?
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  - Uma salada, talvez. Com uma limonada? – não estava com fome, mas dificilmente os empregados lhe perguntavam se gostaria de comer algo. Da primeira vez que recusara, eles a ignoraram por cinco dias, algo que para ela não foi tão ruim, tampouco bom; principalmente quando ela queria saber como chegar em determinada loja e eles não lhe respondiam.
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  - Sim senhorita, gostaria que lhe chamasse em seu quarto?
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  - Sim, por favor. – tentou sorrir, mas seu humor não a estava permitindo. Deu as costas ao empregado e subiu as escadas.
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  Ao entrar no corredor, seus olhos foram diretamente para a porta do quarto de , que estava entreaberta. Levada pela curiosidade, se arrastou nas pontas dos pés até a porta, bisbilhotando da maneira que conseguia dentro do aposento. A cama estava desarrumada, mas não havia nem sinal do dono da casa. Tenta olhar os outros espaços e pode ver a luz de dentro de uma das portas acesa. Deveria ser o banheiro. Aperta os lábios e semicerrou os olhos de modo a pensar se ele estaria mesmo o dia inteiro trancado ali, algo que ela quem fazia quando havia acabado de se mudar para a casa.
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  - Você sabe que pode entrar quando quiser, não é? – as palavras são jogadas em seu ouvido, fazendo-a pular com o susto e acabar entrando no quarto por acidente. Olha para trás e vê com a toalha branca enrolada na cintura enquanto o resto do corpo brilhava pela água que havia sido escorrida durante o possível banho. Os cabelos molhados davam um ar de rebeldia que, ela admitia, é irresistível. – Usei o seu banheiro. Apesar de ter mudado de quarto, nenhum é melhor que o chuveiro do seu.
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   , ao se recompor do flagrante, empina o queixo e mexe os ombros:
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  - Tanto faz. – e dá passos para sair do quarto de , porém, impedida de completar o ato. – Com licença?
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  - Eu vi quando você saiu. – a mão dele estava apoiada no batente de modo que não pode ver nada senão seu forte braço bloqueando seu caminho. – E agora você estava me espiando… Isso é um sinal de saudade?
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  - Isso não é nada. – ela diz tentando sair novamente, mas desta vez tivera seu corpo puxado para dentro do quarto e a porta fechada. – Não é por nada, mas se você ficou o dia inteiro dormindo, eu não, então se você não se importa…
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  - Admita. – diz cruzando os braços, deixando-a boquiaberta.
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  - O que eu deveria admitir?
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  Ouviu sua risada, como se ela estivesse brincando com o caso, o que, de fato, não era completamente mentira. A verdade é que não quer admitir nada que o faça ter a sensação de que ganhou.
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  - Você tem sentimentos por mim.
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  Fora a vez dela rir.
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  - E desde quando você tirou essa conclusão ridícula?
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  - Da sua ação ridícula agora a pouco. – ele balançou a cabeça em direção à porta, fazendo-a sentir seu estomago embrulhar por dentro.
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  - Não se preocupe, não irá mais repetir. – então lhe manda um sarcástico sorriso, se virando para sair, mas sendo mais uma vez impedida.
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  - Por que você simplesmente não admite?
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  Ao olhar para , pode ver o quão sério ele estava. Conseguiu enxergar em seus olhos, o cansaço do jogo entre os dois. Parecia que agora a conversa havia entrado em um nível no qual ela não conseguia entender. Ele estava implorando para ela dizer que gostava dele?
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  - Por que você não admite? – ela levanta o queixo em autoridade e ele solta uma risada nasalada.
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  - Convenhamos, . Eu sou , se lembra? As mulheres apenas admitem para mim que gostam de mim. Não eu a elas.
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  - Acho que então você deveria esquecer o seu nome e sobrenome e fazer diferente com essa mulher aqui, se quiser ouvir o que quer ouvir. – ela lhe envia um sarcástico sorriso e antes que ele saísse de seu choque, sai do quarto fechando a porta atrás de si.
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   dá um soco na parede e aperta os olhos enquanto deslizava a outra mão pelas madeixas umedecidas. Respira fundo, olha para o teto e resmunga com dor:
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  - E você acha que não estou tentando?
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Capítulo 22

  Durante o banho que tomava, ela tentava lavar seus pensamentos com a forte água quente que caía em sua cabeça. Esfregava o couro cabeludo com toda a força que possuía até sentir seus braços doerem por não aguentarem mais ficar levantados. Olha para o espelho fora do box e sua atenção segue para o estado de seu rosto. Seus olhos, mais especificamente. Eles estavam confusos e tristes. Mas ela não se sentia triste. Confusa, sim. Com . Não Aurelien. Ela sabia que não queria mais saber de Aurelien, ele era como a Gauloise escondida em sua gaveta, tentadora e perigosa. E viciante e destruidora. Tudo o que ela tentara fazer durante esse tempo que ele retornara para sua vida, fora não deixá-lo tocá-la. Sabia que uma vez em seus braços, ela não conseguiria mais sair deles. Tinha de ser esperta.
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  Ao terminar o banho, passou um bom tempo penteando seu cabelo em frente ao espelho. A toalha envolta em seu tronco, parando pouco antes do meio de suas coxas de modo de que se abaixasse, sua traseira estaria exposta ao frio do banheiro coberto por azulejos. Agora não era mais Aurelien em seus pensamentos, mas sim . Desde quando esse jogo de sentimentos começara entre os dois? Ela sabia que ele sentia algo por ela. Ok, talvez ela não sentisse, mas algo dentro dela berrava dizendo que ele estava, de fato, interessado por ela. Não sexualmente falando, como fora no início do “relacionamento” dos dois, mas sim… Psicologicamente falando. O que antes era um jogo de sensualidade e orgulho, agora eram atitudes desesperadas sobre quem cederia primeiro ao outro.
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  Faz um tempo que isso tem perturbado o sono de . Não que ela se importasse… Mas agora ela parecia estar bem mais interessada no que ele poderia estar sentindo por ela do que antes. Estaria ela também interessada nele?
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  - Pare de pensar essas besteiras. Você fez uma promessa. – apontou a escova para si através do espelho. – E promessa é dívida.
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  “Não quando falamos de amor.” Algo lhe retruca, a fazendo arregalar os olhos e jogar a escova na pia, se virando e indo para o quarto. Anda em círculos, nervosa, mexendo e bagunçando os cabelos que havia acabado de escovar. Quem falou sobre amor? Amor foi o que sentiu por Aurelien há algum tempo que ela mentia para si mesmo dizendo ser muito distante do agora. Foi o que acabou com ela. Foi o que a trouxe para os Estados Unidos.
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  Foi o que a fez estar onde estava. E ela não estava tão mal. Não, na verdade, estava perfeitamente bem. Perfeitamente. Uma palavra que define o máximo da satisfação.
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  Seus pés param de se mexer, assim como as mãos. Os olhos estavam fixos em um ponto qualquer no chão encapetado do quarto. Se desviam para o espelho do banheiro ao fundo. Ela não podia estar apaixonada. Não por um cara que gostava de usar seu corpo para satisfazer às suas luxúrias.
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   não corre atrás de você ou te obriga a transar com ele faz dias. Quase uma semana.” A voz dentro de si diz. aperta os olhos e morde os lábios. “E parece que ele ficará por bem mais tempo assim.”
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  Não era o que ela queria ouvir. Seu estômago embrulha, mostrando que ela estava certa. Ela não queria ouvir aquilo.
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  - Mas o que diabos você ‘tá pensando, sua louca? – ela chacoalha a cabeça fortemente com os olhos apertados em uma expressão de dor. – Isso foi a coisa mais absurda e sem razão que você pensou desde que chegou aqui.
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  Os braços continuaram jogados ao lado do corpo ainda envolto pela toalha branca. As pernas já quase secas, assim como alguns fios de seu cabelo. Olha mais uma vez para o espelho e pode vê-lo bagunçado. Não era aquilo o que ela queria enxergar. Ela queria ver dentro de si. Se aproximou do espelho dentro do banheiro e apoiou ambas as mãos na bancada da pia, olhando fixamente para seus olhos. Queria achar a verdade. Queria saber se aquilo tudo que estava a confundindo fazia sentido.
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  Depois de alguns minutos olhando todos os pontos de seus próprios olhos, descobriu que não adiantava o quanto analisasse. Seus olhos não diriam a verdade para si, porque seu coração não queria acreditar e seu cérebro ainda estava confuso. Ela teria que descobrir de outra maneira. Andou mais algumas voltas agora dentro do banheiro, até ter uma ideia. Se ela não conseguia lhe dar a resposta, talvez ele conseguisse.
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  Depois de vinte minutos de ter berrado para que deixasse sua salada na mesa de seu quarto, abriu a porta e olhou para os dois lados do corredor, verificando se não havia nenhum sinal de qualquer empregado por perto. Olhou para o relógio cinco vezes para se certificar de que já havia passado das dez e todos estavam de volta à casa dos empregados, na propriedade dos . Mas tinha que se precaver. Ao não ouvir nenhum barulho senão o da televisão ligada do quarto de , abriu a porta de seu quarto por inteiro e deu alguns quatro ou cinco passos até chegar em frente à porta do quarto do político, finalmente hesitando em seu plano.
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  O que ela estava fazendo, afinal? Por que estava dando tanta importância para o que sentia por ele ou o que ele sentia por ela? Ela não estava preocupada com o que sentia por Aurelien até alguns dias atrás? Ou talvez algumas horas atrás? Onde estava toda a hesitação com seus sentimentos com ele? Aurelien era o que ela achava ser o homem de sua vida, não . era a oportunidade que alguém colocou em sua frente para chegar aonde queria chegar. E assim como planejaram, ela conseguiu.
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  Por que então ela ainda não havia deixado a mansão? Tinha dinheiro para comprar um apartamento em um bairro mais perto do centro, onde estava cheio de gente para lhe inspirar. Mesmo assim, não houve nem um dia desde quando assinou seu contrato, que pensasse em sair debaixo do mesmo teto que . Talvez fosse isso o que ela estivesse querendo descobrir; ela queria descobrir o que ele estava sentindo, não ter certeza sobre os sentimentos dela. Porque aquilo era um jogo. Os dois sabiam. Era um jogo com benefícios e ela devia brincar com ele uma última vez antes de decidir sair dali.
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  Com a certeza do que queria, levantou a mão para bater na porta de , mas não conseguiu. Antes de seus dedos chegarem a cinco centímetros da porta, ela parou e deixou a mão cair ao lado do corpo novamente, agora com uma expressão de confusão estampada no rosto. Olhou para o lado para saber se alguém estava por perto, mas as luzes no primeiro andar estavam apagadas e não havia nenhum barulho de gente dentro da casa. Durante o período que ela hesitara – novamente -, a imagem do rosto de lhe veio à mente. Quando ele perguntou por que ela não admitia, ele parecia sentindo dor. sentiu mais do que ele demonstrou. Por que ele não admitia? E se ele o fizesse? Como ela reagiria?
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  Sentiu o coração palpitar forte e arregalou os olhos assustada. Não era possível. Seu coração não estava batendo forte com a possibilidade de ter apaixonado por ela, estava? Respirou fundo e apertou as mãos, agora mais nervosa do que nunca. Talvez não estivesse pronta para saber a verdade. Se ela soubesse a verdade de , teria de dar a sua verdade para ele em troca. E o que ela diria? O que ele gostaria de ouvir? Por que ela se preocupava e se importava tanto com isso? A resposta não é para ser óbvia?
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  Por que ela ainda estava parada à frente da porta de ?
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  Não tivera tempo de pensar em mais nada. Ouvira a porta se abrindo bruscamente em sua frente e parar a olhando sério. Os olhos brilhantes pela luz do corredor, uma vez que dentro de seu quarto a iluminação era devido às imagens que se passavam na TV.
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  Nada disseram. Ela não sentiu suas bochechas queimarem. Ele não a questionou. Olhou para o corpo da garota, que por estar tão ocupada com seus pensamentos, se esqueceu de colocar uma roupa, ainda trajando a toalha branca como única peça. Sem dizer nada, ela se virou para voltar ao seu quarto, mas ele a impediu, segurando em seu pulso. Ela não se virou para ele. Fechou os olhos, pois não queria encontrar os olhos dele. Na verdade, ela não queria que seus olhos encontrassem qualquer parte do corpo dele. Se apenas de pensar em sentir sua presença, o nervosismo causara um impacto daquele, não sabia o que aconteceria se ela trocasse um simples olhar.
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  Sem a pressionar, ele a aguardou tomar uma iniciativa. Apenas não largou de seu pulso, deixando claro de que ela não sairia dali até dizer algo ou se soltar dele, ação esta que não passou pela cabeça da garota. Para ela, apenas haviam duas opções: Ceda ou encare-o. E era entre essas duas que ela estava tentando se decidir.
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Capítulo 23

  Não sabiam há quanto tempo estava ali, mas nenhum dos dois parecia estar com pressa. As pernas de estavam fracas, não pelo tempo que estava em pé, mas sim pela mão que ainda lhe segurava. Suspirou e se virou lentamente, sentindo seu pulso ser solto, como se aprovasse sua reação. Encarava o chão e pode ver os pés descalços de . Subiu-os lentamente pelo corpo do homem e pode ver a bermuda de linho branca que usava somente quando estava em casa. O tronco estava nu e os cabelos bagunçados por estar deitado até agora na cama.
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  - Você não ia descer, não é? – ele sussurrou fracamente, a fazendo se arrepiar.
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  - Não. – sua voz saiu um pouco depois.
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  Voltaram ao silêncio de antes e à tensão também. Ela ainda não havia conseguido subir o olhar para os olhos dele. Respirou fundo diversas vezes até o fazer. Ele parecia estar pronto para receber o choque dos olhos dela nos dele. Para sua própria surpresa, ela também estava preparada. Deu um passo para frente, subindo a mão e tocando no peitoral do homem, que não desviou os olhos de seus olhos para dar atenção à ação. Manteve-se parado, deixando-a se aproximar e tocá-lo com a outra mão também. Sentiu por alguns segundos, a parte frontal de seu corpo, o abdômen definido e os músculos ainda tensos. Inclinou um pouco os pés a fim de ficar mais alta e deixou que seus lábios tocassem os de . Com eles grudados, parece que um sinal o despertou, finalmente subindo as mãos, depositando-as em sua cintura e costas, a puxando para dentro de seu quarto e fechando a porta atrás dela.
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  O beijo se manteve sem mãos-bobas ou movimentos bruscos. Quem visse poderia chutar que era o primeiro beijo dos dois. O ritmo era lento e as respirações se mantinham compassíveis. Ele chegou a acariciar o rosto dela, algo que nunca havia feito em ninguém. As maçãs de estavam quentes, enquanto as bochechas se mantinham geladas. Ela passava as mãos delicadamente pelos braços e tronco do homem, que suspirava com ela como se tivessem combinado. Por um longo tempo, tudo se resumiu àquele beijo.
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  Ela então voltou a dar passos para frente, o fazendo caminhar para trás até se sentar na cama que surgiu atrás dele. O beijo cessou e ela procurou pelo controle da televisão, o achando quase do lado de . Pegou o objeto e desligou o causador da iluminação e som do quarto. Agora sim tudo estava mais sério. A única coisa deixando com que os dois enxergassem os olhos do outro era a luz da lua. Ele a puxou para ele em um abraço e ela acariciou seu rosto, ainda vendo todos os detalhes do rosto de , que mantinha uma expressão que ela se sentia bem em observar. Pensava se ele continuaria a olhá-la com esses olhos ou voltaria a ser o de sempre no dia seguinte.
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  Enquanto isso, ele sentia seu estômago embrulhar por ver tão interessada em seus traços. Nunca a vira o encarar com tanta atenção desde quando se conheceram. Sentia como um dos desenhos dela por ter seus olhos tão fixados nele assim. Um leve puxão e a toalha caiu no chão. passou as mãos pelos traços da mulher em seus braços e a viu fechar os olhos e entreabrir os lábios, soltando o ar do prazer. Sentiu-a suspirar e não resistiu à tentação de abocanhar seus seios. A pele lisa o fazia sentir como se estivesse comendo uma boa fruta no café da manhã. As mãos de se revezavam entre o rosto e os cabelos de , aprovando a ação que lhe fazia sentir pequenos espasmos e muito tesão.
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  Durante alguns minutos ele se manteve revezando entre os dois seios de , até ela finalmente se mexer e o afastar de si para voltar a beijá-lo. Este era um dia em que a boca de parecia diferente de qualquer outro, carnudos e cheios de… Sentimentos. Ela estava gostando de receber todo aquele tratamento. Se sentou de frente em seu colo, de modo a sentir o membro do homem rígido sob a bermuda que não demorou a encontrar o chão junto à cueca Calvin Klein que trajava. Ameaçou deitar na cama, mas ela o impediu, fazendo-o a encarar confuso:
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  - Quero por cima. – sua voz saiu mais como um pedido do que uma certeza, o fazendo sorrir e então a puxar consigo para o meio da cama, encostando-se na cabeceira e arrumando os travesseiros atrás e ao lado dele. Ela sorriu um doce sorriso, este que gostaria que ficasse tatuado nela. – Camisinha?
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  - Quero sem camisinha. – fora a vez dele fazer o pedido e ela o encarou surpresa. Ao olhar para e não achar a expressão maliciosa ou abusada dele em seu sorriso e olhos, não fez nenhuma objeção. Ao contrário do que haveria feito em qualquer uma das noites há semanas atrás, ela se aproximou ainda mais dele e beijou-lhe mais uma vez os lábios. As mãos do homem passavam pelas laterais de seu corpo e seus cabelos, enquanto ela apenas lhe tocava o maxilar.
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  Se movimentou e tocou no membro de , que grunhiu com o toque. Aquele dia eles não teriam oral. Iriam satisfazer-se com o sexo puro. O sexo de casais de verdade. Os de amantes.
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  Assim que penetrou o membro de em sua virgindade, soltou um forte suspiro e apoiou suas mãos no peitoral do mesmo. Gradativamente fora aumentando a velocidade, e sem perceber, ela gemia alto com ele a observando fazer todo o trabalho.
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  A satisfação e o prazer vinha mais por ver as expressões de pudor de e os gemidos por vontade própria do que de seu membro dentro da garota. Queria que ela fosse mais rápido, queria explodir dentro dela, mas aquilo estava surreal demais para que ele a parasse. Segurou seu queixo e se inclinou para um beijo enquanto ela tentava manter o ritmo por si só. Em momento algum tentou tomar controle da situação, como sempre fazia. Ela gostou daquilo, ela amou aquilo. Ela queria aquilo. Queria tomar conta do sexo. Queria vê-lo gemer por ações dela, não dele. Beijá-lo enquanto o sentia dentro de si fora o ápice do prazer. Não conseguia respirar direito, tampouco queria perder aquela sensação.
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  Separou seus lábios para um longo e alto gemido.
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  - Merda! – diz ao sentir o ápice chegar. – … – geme para o homem que trabalhava seu dorso com os lábios.
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  - Continue… – ele diz com a voz abafada.
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  - Não consigo… – ela diz com os olhos apertados, gemendo sem parar. – Vamos mudar. Agora.
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  Ele se afastou dela e pode ver seus olhos pedindo por um pouco de sua brutalidade. Abriu um sorriso e ao senti-la parar, disse:
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  - Você sabe que não vou parar até…
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  - Sei. – ela saiu de cima dele e o esperou se sentar para deitar em seu lugar. – Quero um estrago.
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  - Achei que fosse diferente dessa vez. – ele põe uma séria expressão no rosto e ela levou seus olhos até ele e disse:
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  - É diferente.
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  Viu os lábios de se apertarem e percebeu que estava estragando tudo. Certo desespero tomou conta de seu corpo e ela rapidamente se desencostou da cabeceira, indo até ele e segurando em seu rosto, de modo que ele soubesse que estava falando sério:
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  - Está sendo diferente. – sussurrou e o viu olhar para o lado, não acreditando em suas palavras. – Você não… – afrouxou a força, fazendo-o voltar a encará-la. – Você não está sentindo?
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  Ele abriu a boca, mas nada sai. parecia aborrecida e decepcionada. Aborrecida com ela e decepcionada com ele. Sentiu a grande mão de em seu rosto:
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  - Não estamos bêbados, não é?
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  - Estou muito sóbria.
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  Se calam mais uma vez. sentiu certa hesitação da parte de . Olhou para o lado sem graça e então disse:
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  - Só achei que você gostaria que eu… Bem… Que eu gozasse por você tomando conta da situação. – agradecia a todos os santos pelas luzes apagadas e seu rosto estar na sombra. Mas os santos não foram tão solidários com , fazendo-a enxergar a expressão de felicidade em seu rosto. Os lábios dele se fundiram com o dela e, lentamente, a deitou na cama, agora completamente decidido a tocá-la. fechou seus olhos e sentiu as mãos deslizarem por seu corpo. Passou pela virgindade úmida da garota, agora não mais impulsa ao ápice. Mas ele não queria que seus dedos fizessem o seu trabalho. Beijou os seios de por mais alguns segundos e então se pôs entre suas pernas, penetrando na virgindade quente e ouvindo um suspiro alto vindo da garota. – Não pare nem que eu peça. – ela diz e ele, com os braços apoiados ao lado do tronco da garota, fez com que seus olhos se encontrassem. Ela não conseguia mais não gemer. Ela gostava de gemer para . Se sentia diferente da que pertencia à França. Agora ela pertencia à América. Aos Estados Unidos. A .
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  - Então é por isso que você não goza. – ele diz, ofegante, trabalhando lentamente, enquanto sentia-a estremecer e apertar partes de seu corpo com os dedos finos. – Por que não me contou antes?
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  - Porque eu não queria antes. – ele sorri ao vê-la virar o rosto, provavelmente por vergonha. – Mais rápido… – murmurou.
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  Ele não pode não obedecê-la. Ela dificilmente pedia por velocidade. A cama se movimentava, mas por ser tão boa, não fazia barulho. Ela enlaçara sua cintura com as pernas e começava a aumentar a voz, pedindo por mais, o fazendo lhe dar mais por pudor. Gemia com ela.
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  -
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  Ela abriu os olhos. Fazia tempo que não ouvia seu apelido ser pronunciado. Aurelien nunca o havia feito. Faz uma careta ao se lembrar do ex. Olha para o rosto de , que se contorcia entre dor e prazer, forçando a entrada. Por alguns segundos, se esqueceu de sentir todo o prazer. Olhou estocando dentro dela e pode abrir um sorriso; sem tomar conta de seus atos, acariciou o rosto do homem, que abriu os olhos para encará-la, os dois suados e vermelhos. Ela inclinou-se em sua direção, enquanto desenlaçava suas pernas dele para poder se apoiar na cama e beijou seus lábios. Ele, em um impulso, a puxa para si com um dos braços, fazendo-a se sentar. Parou por alguns instantes até ele a encostar na cabeceira para que pudesse ser mais fácil de penetrá-la.
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  - … – ela sussurra, sentindo-o aumentar ainda mais. – Mais… Mais…
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  Ele não conseguia parar, era automático. Quanto mais fundo achava que ia, mais prazer lhe dava.
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  - … Está vindo.
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  - Mais um pouco. – ela sussurrou e ele aumenta as estocadas. já não estava mais aguentando, ela sabia, mas não queria que ele parasse. Ela sabia que quando ele dizia estar para gozar, era para que ela fizesse o mesmo, pois ele aguentava mais um pouco. Contudo, neste momento, ele estava disposto a aguentar o tempo que fosse para gozar com ela, ambos sabiam disso.
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  Alguns minutos mais e não aguentava mais. Gritava para que parasse e arranhava os braços de , que sorria e, com uma expressão demoníaca em seu rosto, ia cada vez mais fundo. Ele voltara a deitar acima da garota para que fosse mais fácil aumentar a velocidade. Ela berrava para que parasse, mas ao mesmo tempo dizia querer mais. Ele não parara em momento algum, não diminuíra a velocidade, sabia do segredo e estava louco para testá-lo.
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  No meio dos gemidos e dos pedidos de mais prazer, ele pode ouvir, com muita clareza, o que procurava ouvir fazia dias:
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  - Eu te amo. – ela sussurrou com os olhos abertos.
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  Ele abriu os dele e a viu com um sorriso nos lábios. Beijou o sorriso dela e grudou os corpos o máximo que podia, a fazendo voltar a gritar durante o beijo, sentindo-o dentro de si como jamais esteve antes. Nenhuma mulher o fizera chegar a este ponto.
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  -
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  - Mais um pouco. – ele diz, mas sabia que ela não aguentaria. Aumentou as estocadas e, juntos, chegaram ao ápice.
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  Os corpos estavam virados um de frente para o outro. Enquanto ela acariciava o rosto dele, ele fazia o mesmo no tronco dela.
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  - Repita. – ele diz com um sorriso nos lábios.
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  - Eu te amo. – ela diz e ele ri. – O que tem de engraçado?
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  - Em você? Nada. – ele encosta seus lábios. – Eu só achei que nunca fosse capaz de querer tanto ouvir sem parar essas palavras de alguém.
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   sentiu as bochechas queimarem.
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  - Diga novamente. – ele pede.
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  - É a sua vez agora. – ela abriu um sorriso.
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  Ele riu mais uma vez e disse com o sorriso grudado em seus lábios:
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  - Eu te amo, .
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Capítulo 24

  Durante duas semanas, o novo status de relacionamento de e estava dando certo. O casal andava de mãos dadas e se tratavam como um verdadeiro casal apaixonado. Ele a levava para fazer compras e ela não se importava em tê-lo ao seu lado. Assim como era com Aurelian quando o amava. De vez em quando, olhava para e via a ele. Durante a noite, eles dividiam uma cama. Durante o dia, ele a acompanhava. Quando ela pedia por tempo para desenhar, ele a respeitava. Estavam agindo como verdadeiros namorados.
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  Depois de três semanas, ele a surpreendera com um ateliê inteiro só para ela. Onde era a casa da piscina, se tornou o canto de . Com a vista para a praia que ela tanto gostava, com a sala de revelação das fotos que ela se inspirava, com a mesa de desenhos, a máquina de costura e os manequins, além de estoques e mais estoques de todo o material que ela necessitava para trabalhar. Recebeu um telefonema do próprio Karl sobre os desenhos que ela enviou dias atrás, mais alguns extras para uma moda infanto-juvenil e recebeu muitos elogios e pedidos para mudanças de alguns modelos, estes que fizera com o maior prazer e agilidade.
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  Durante um mês, nenhum dos dois tivera problema algum. Até viajar para Nova Iorque. Foi questão de uma noite fora de casa. Uma noite.
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   is back!
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  Aparentemente, anunciou estar solteiro. Deixando a agora ex-namorada fashionista em Santa Mônica, a primeira atitude que o famoso milionário filho do prefeito de Santa Mônica tomou, foi comparecer ao lugar certo “afogar suas mágoas”. E muito bem feito! fora visto na Seven, boate mais badalada e repleta de gente bonita em Nova Iorque acompanhado de duas garotas tão bonitas quanto a ex. Nós sempre soubemos que ele era um garanhão! Políticos sabem bem como se virar!”
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  Ela achava que não fosse sentir aquele sentimento novamente nunca mais. Aquela dor no estômago e as lágrimas se juntaram todas em seus olhos, caindo juntas e encharcando todo seu rosto. Por que fora idiota o suficiente para acreditar nele? Por que não enxergara a verdade? Por que se baseava no presente e acreditava que o futuro pudesse continuar daquela maneira? Por que era tão fraca e ingênua?
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  A praia estava escura, pois o sol já havia desaparecido. Ela não havia falado com e nem atendido ao telefonema dele. No singular. Em três dias fora, ele apenas ligara uma vez. Enviou um recado pela empregada dizendo que teria de ficar por mais alguns dias, mas que não tardaria a voltar para ela.
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  Ele era um idiota. Um imbecil. E ela era ainda mais por ter um dia acreditado nele.
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  Sentou-se na areia e abraçou as pernas. Odiava esse sentimento que casou a perda de toda a inspiração para seus desenhos. Sua sorte era que já havia enviado todos e estava apenas preparando mais alguns para a precaução de Karl recusar algum já enviado a ele.
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  Sentiu uma presença ao seu lado e ao olhar, lá estava Aurelian. Fechou os olhos. Tudo o que menos precisava depois de , era Aurelian. Não queria nenhum homem perto de si. Pelo menos não os que lhe machucavam.
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  - Vamos voltar para Paris. – ele disse calmo.
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  - Me deixe em paz.
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  - , você ainda não aprendeu a lição?
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  - Por que acha que isso aconteceria? Se eu fosse para algum lugar, não seria para onde você estivesse, Aurelian! – ela diz sem paciência. Ele olhava para o horizonte e fumava sua Gauloise, que ela pegara bruscamente e dera uma longa tragada. Fazia um mês que não fumava, a pedido de . Precisava de nicotina em seus pulmões. Precisava especificamente daquela nicotina.
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  - Por que você me odeia tanto?
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  - Por que você continua insistindo? – ela diz o encarando incrédula. – Você me TRAIU. Você me USOU. Você me ENGANOU. Você me TROCOU. Você me MANDOU EMBORA! Ninguém que ama merece receber isso! E você ainda age como se tudo estivesse certo!
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  - Eu posso fazer dar certo.
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  - Certo. Como sempre fizera com todas as mulheres em sua vida.
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  - , eu estou há meses nesse país horrível por causa de você. Isso não demonstra nada do que eu sinto por você?
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  - Isso não justifica nada do que me fez passar no passado.
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  - Eu te descobri, . Te ajudei…
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  - E você sempre jogou isso em minha cara! Eu cresci, Aurelian! Eu me tornei independente! Lide com isso! Aceite! – ela se levantou e tacou o cigarro nele, caminhando de volta para a mansão. É segurada por Aurelian, que puxou-a bruscamente para ele e a beijou, sendo rapidamente empurrado para longe. – Você está maluco?
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  - Prove que não me ama. Se você não me ama, prove. E eu irei embora.
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  Ela dá um passo para trás assustada. Aurelian nunca havia falado em ir embora dessa maneira. Em deixá-la sozinha. Mas ela não o amava mais. Ela amava o imbecil do , que recentemente quebrou seu coração exatamente como Aurelian fez.
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  - Você me ama, não é? E você amou aquele americano porque ele se parece comigo. Você quis colocar alguém em meu lugar, mas não conseguiu. – ele disse. – Aceite, . Você me quer. E eu quero você. – ele dá um passo para mais perto dela e ela dá um passo para trás.
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  - Por que você faz isso quando eu estou confusa? Porque você sabe que eu sou fraca… – ela coloca as mãos na cabeça e olha para o chão. As lágrimas voltam a cair e ela ajoelha na areia. – Me deixa em paz, eu não quero mais saber de ninguém…
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  - Eu estou aqui para você, . – ele a abraça, de modo que ela chorava encharcando sua camiseta. – Chore em mim, se apoie em mim. Fique comigo. Volte para Paris comigo.
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  - Por que você sempre me deixa ir embora? – ela pergunta chorosa.
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  - Porque eu sei que você vai voltar. – ele responde e ela se cala. – Quer saber por que não fui embora daqui até agora? – segura o rosto de , a fazendo olhar para ele. Ela assente. – Porque sei que não irá voltar para mim se eu for.
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  - Por que simplesmente não fica com Fleur?
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  - Porque não é ela quem cuida de mim e me quer bem. Ninguém quer ficar com alguém que não lhe quer bem.
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  - Você não me quer bem. Nunca quis. – ela diz ingenuamente. – Só me faz chorar.
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  - Não sou bom com demonstrações de afetos, você sabe. – ele diz com sua voz grossa, mas um tom de riso, como se achasse engraçado o fato dela ainda não conhecê-lo tão bem. – Mas você sabe ler meus olhos melhor do que ninguém, não é?
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   levantou o rosto e olhou para a máquina de sentimentos de Aurelian; Seus olhos. O sorriso nos lábios dele e o brilho do olhar.
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  Em um impulso, ela o beijou. E tudo foi exatamente como ela sabia que fosse ser se estivesse nos braços do francês. Ela seria dele.
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  Os empregados estavam de folga a pedido de para antes que ele fosse viajar, portanto, ninguém a questionaria se a visse entrando de mãos dadas com Aurelian.
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  Subiram até seu quarto e assim que ele empurrou a porta com o pé, encostou seus lábios nos dela. As roupas agilmente retiradas e jogadas ao chão, Aurelian sabia os tipos de vestimenta que usava. Ele sabia onde seus toques surtiam efeito, sabia onde deveria beijar, acariciar. Sabia enlouquecê-la.
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  Ela olhava em seus olhos enquanto ele a penetrava lentamente, como sempre fazia quando queria provocá-la. Gentilmente se movimentava para dentro e fora dela. Ela gemia baixo:
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  - Por que faz esse barulho horrível? – ele pergunta e ela olha para o lado: – Ele te fez fazer isso?
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  - Talvez. – ela responde.
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  - Então pare.
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  Se sentia vulnerável. Era assim sempre que fazia sexo com Aurelian. Ele sempre tinha o controle da situação, mas nunca exigiu. Se ela quisesse tomar o controle, ele deixaria sem reclamar. Mas gostava de ser controlada por Aurelian. Ao contrário de , ela gostava de estar por baixo de Aurelian e de deixá-lo fazer o que quisesse fazer com ela.
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  - Vamos acabar com isso. – ele diz beijando seus lábios de modo que ela apenas podia suspirar. Sentiu o membro de Aurelian aumentar a velocidade e suspirava ainda mais fortemente. Não se lembrou do quão bom era tê-lo para si. Estava com tanto ódio de que o tesão vindo de Aurelian era bem-vindo.
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  Nada senão o barulho de suas virgindades se fundindo era ouvido.
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  - Pare… – ela pedia, e ele, como a conhecia, aumentava a velocidade, fazendo-a arcar seu corpo de modo que ele baixou o rosto para beijar seus seios. – Eu quero aquela posição. – ela diz ofegante e ele, sem reclamar, a puxou e se retirou de dentro dela de modo com que ela pudesse se mexer.
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   ficou de costas para Aurelian e apoiou as mãos na cabeceira, tendo-o atrás de si, penetrando. Gostava quando ele ficava por detrás dela. Se sentia protegida pelo corpo dele por ele ser muito mais alto que ela. Ela levava a mão para trás, encostando na nuca de Aurelian e então inclinando o rosto para beijá-lo. Uma das mãos dele se dirigiu até seus seios, também para se apoiar nela, enquanto isso, a outra brincava com o clitóris da mulher, que gemia palavras desconexas enquanto o beijava.
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  - Mais… – ela pedia e ele mais lhe dava. – Eu preciso gemer.
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  - Por quê?
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  - É um modo de… Soltar todo o prazer.
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  - Ele lhe disse isso?
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  - Eu senti. – ela disse enquanto o sentia por seus lábios em seu pescoço. Era demais para ela. Aurelian era o único que conseguia mexer com sua virgindade, seios e lábios sem se perder.
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  - Tudo bem. Mas então espere eu chegar lá. – ele diz aumentando ainda mais as estocadas, a fazendo arquear ainda mais e pedir para que parasse. – Grite para mim, mon’ange.
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  - Aurelian… – ela dizia repetidamente, enquanto se apoiava na cabeceira. Ele ia mais e mais rápido, até que se afastou dela e sabia que era hora de gritar. Ele a deitou rapidamente na cama e a penetrou sem medo e com força, a fazendo agarrar o lençol em prazer. Gritava para que parasse e ele, contraditório, ia mais e mais rápido.
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  Como sempre, ele a esperava chegar em seu ápice para que gozasse junto dela. E, como sempre, ele a penetrara ainda um pouco mais, de modo que ela gritasse em dor.
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  - Aguente… Você tem sido uma má garota, mon’ange. – ele diz vermelho, a vendo se contorcer na cama.
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   não aguentava tanta força, gritava para que parasse, mas tudo o que ele fazia era aumentar ainda mais as estocadas. Depois de alguns segundos, sentiu o corpo se acostumar e relaxar.
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  Aurelian fizera aquilo cinco vezes aquela noite. Pararam apenas quando viram o sol tomar conta de todo o quarto.
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  Durante três dias se manteve trancada dentro do quarto, sozinha. A pedido dela, Aurelian a deixou em casa. Disse que ficaria na América por mais uma semana, tempo para ela se decidir se voltaria com ele para Paris ou não.
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  Olhou para o céu afora e pergunta a si mesma se um dia sentiria falta daquele lugar. A resposta era óbvia, ela sempre sentia falta das paisagens. Para ela, eram as pessoas quem estragavam tudo.
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  Ouviu duas batidas na porta e mesmo sem responder, sentiu o cheiro de adentrar em seu quarto e a abraçar, depositando um beijo no dorso de seu pescoço.
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  - Sentiu minha falta? – sua voz saíra melosa e ao mesmo tempo rouca.
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  - Não. – ao contrário do homem, saíra até seca demais.
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  Imediatamente ao ouvir o tom da garota se afastou e observou suas costas. Havia ouvido direito? estava falando sério? Ou estava brincando? Foi apenas uma semana e meia, não é possível que uma pessoa que demorasse meses para se apaixonar, desapaixonasse em uma semana e meia.
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  - Eu não sou tão masoquista quanto você acha. – ele se expressa da maneira que encontrou, de modo que não a ofendesse. Não houve uma resposta imediata.
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  - Eu vi o noticiário. – ela diz.
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  - E o que tem nele?
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  - Você. – ela vira seu rosto para encará-lo. dá um passo para trás. Ele conhecia bem aquela expressão. E não foi a expressão que ele deixou para trás há onze dias.
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Capítulo 25

   soltou uma risada.
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  - Eu não sabia que você era tão ciumenta. – sua voz era machista, de modo que ele havia pensado que ela estava mesmo sentindo uma grande falta dele. Que ele parecia estar se divertindo ao sorrir para os jornalistas que sempre o parava quando saía de seu carro.
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  - Eu não sou. – ela responde séria. Ele desfaz o sorriso.
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  - O que está acontecendo?
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  - Me diga você. O que você fez nessa última semana? Se divertiu muito?
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  - Eu fui para lá a trabalho, , você sabe muito bem. E além do mais – ele encara o corpo da garota. -, tenho minha própria diversão em casa.
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  - Você é nojento. – ela faz uma careta e lhe devolve as costas, indo até seu closet, pegando algumas roupas dentro do primeiro armário que viu à frente.
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   entrou a jato dentro do local e segurou forte em seu braço, a virando para si. Ela pode ver seu rosto vermelho e a expressão nervosa, algo que nunca, jamais havia visto no rosto de .
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  - O que você quer? O que eu fiz? Por que está assim? – ele olhava dentro dos olhos de a procura de algum sinal de mudança, mas não conseguia enxergar nada. Ao contrário de quando ele ainda estava aqui, agora já não mais podia ver a si mesmo nos olhos da garota. Começou a se desesperar, certo de que aquela era a garota que comprou o corpo para se satisfazer há alguns meses. – Por que não está me correspondendo?
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  - Por que está fazendo drama? Foi você quem começou a não me corresponder! – ela tenta se soltar dele, mas a força era tanta que ela podia sentir seus dedos começar a formigar.
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  - Eu não te liguei porque eu trabalhava o dia inteiro e chegava…
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  - Por que está me dando satisfação? Isso era algo que você deveria ter feito quando estava lá! Não quando está aqui! – ela tenta se soltar mais uma vez, mas era impossível. não estava a par de sua força, tampouco que a mão da garota estava começando a avermelhar. – Está me machucando!
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  - Eu demorei meses para te conquistar, você não pode ter…
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  - É engraçado como é fácil você fazer as pessoas te odiarem e tão difícil fazê-las te amarem. – tinha seus olhos cheios de rancor. – Isso não tem a ver com atenção ou…
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  - ENTÃO O QUE TEM A VER?
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  - Foi você quem começou tudo. Você quem me traiu primeiro! Com aquela mulher! – ela aponta com a mão que estava solta para um ponto no chão onde pode ver uma revista aberta. Soltou o braço de para poder se aproximar do material e arregalou os olhos quando viu seu conteúdo. Leu as letras que o acusavam de estar com uma mulher socialite.
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  - Impossível… – ele murmura. estava com sua atenção virada para seu pulso, que estava vermelha e as marcas de dedo de bem expostas. – Isso é impossível.
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  Ela nada disse, queria vê-lo sofrer. Vê-lo ficar com ódio de tudo. Odiar as pessoas que mostraram a verdade sem lhe pedir permissão. Sentir raiva. Como ela. Não podia se sentir miserável sozinha. Ele tinha que estar se sentindo mal. Tinha de estar péssimo.
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  - Isso. – ele se vira, mexendo a revista com a mão no alto. – É uma mentira. Isso não aconteceu e eu posso te provar!
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  - Por que você iria querer provar algo que provaram que aconteceu? – o rancor estava estampado no tom de voz de . se calou. Não pelo que ela disse, claro, ele acreditava no que dizia. Mas seu tom de voz…
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  Achava que nunca fosse ouvir aquele tom de voz em novamente. Um tom de desprezo. Parou para pensar por que se importava tanto com a presença dela. Há mais de seis meses atrás ele era feliz, livre e independente. Agora vivia preocupado, vivia querendo saber como ela estava, perdeu sua vida socialite. Seus pais estranharam seu comportamento, o próprio pai pedia para acompanhá-lo em eventos, mas ele recusava porque tinha de vigiar a garota para que ela não fugisse de si na primeira oportunidade. Havia dito que a amava. Era claro seus sentimentos por ela. O que lhe perturbava era saber quando esse sentimento surgiu. No começo era questão de posse. Mesmo ele sabendo que ela não era de dar para qualquer um, ele não queria correr o risco.
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  Ela era tão importante assim para ele?
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  Olhou para , que encarava o pulso, massageando-o. Soubera a resposta tão rápido quanto a velocidade da luz. Sim, ele se importava. Ele a amava, um amor diferente, nascido de uma estranha relação, mas no final das contas, era amor.
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  - Eu te amo. – ele diz, de modo que não pode evitar levantar a cabeça em sua direção. – É por isso que eu quero provar. E se você quer me deixar, não vou te impedir. Mas apenas depois de você me ouvir.
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Capítulo 26

  Ela não conseguiu se mover. Tentou, mas foi em vão. Seu corpo estava pesado, parecia colaborar com . Nada disse, um olhar foi o suficiente para fazê-lo pegar seu número e ligar para outro.
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  - Quando se é muito famoso, chega um momento que a imprensa começa a ultrapassar dos limites com relação à vida pessoal. Antes de você chegar e roubar o meu coração, eu era do time que não ligava em estar na mídia, contanto que fosse por algo bom. Depois que você chegou, passei a querer todos longe de mim, porque você não gostava de toda a atenção. Por causa disso, eu fiz o que todas as celebridades fazem, contratei pessoas quase idênticas a mim para que se passassem por mim em certos lugares. Por mais que elas fossem descobertas, até as pessoas terem certeza disso, a notícia já teria sido divulgada. – ele desliga a ligação ao ouvir o número ocupado e tenta novamente. – É uma maneira de não parecer rude com a imprensa; apesar de tudo, sou filho de um político famoso e meu rosto já é mundialmente conhecido. Eu não posso dar razão para eles me odiarem e me transformarem em um milionário mimado e drogado como todos os outros no mundo. Preciso manter minha imagem para seguir a carreira que quero.
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  Ouvindo com mais atenção do que deseja, aos poucos, já não o olhava mais com rancor, e sim com interesse no que ele dizia. Sua boca, agora seca, indicava que algo ruim estava por vir. E ela apostava que ela seria a vítima.
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  - Neste dia, desta foto, eu estava em um jantar particular com o presidente de uma multinacional que meu pai queria trazer para Santa Mônica. Acontece que era um evento ultra secreto, já que o concorrente dele ainda está aqui na cidade, prestes a sair, mas achando que está fazendo algum mal ao meu pai. – olha para a foto de seu sósia na revista e volta o olhar para , que o encarava. – Eu não sei como foi que isso aconteceu. Isso não chegou a mim.
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  O silêncio se manteve até o telefonema de ser atendido. Ele falava alto e com raiva no telefone, tudo o que conseguia ouvir, era a voz de seu agente dizendo que aquilo estava resolvido e que haveria uma multa a ser paga para ele, pelos jornalistas e revistas que divulgaram a falsa matéria. sentiu seu estômago remoer e fechou os olhos. Então era tudo mentira. Uma verdade, porém mentida. Deixou-se cair no chão ainda com os olhos fechados, sentindo algumas roupas abaixo de seu corpo, ao invés de confortando-a, machucando-a. A dor que desejava que ele estivesse sentindo também agora era toda dela. A dor se duplicara.
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  Sentiu a mão de alisar sua bochecha e então ele respirar fundo, se deitando ao seu lado no chão.
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  - Você fez alguma besteira por causa disso? – a voz dele saíra compreensível, algo que tanto ela, quanto ele, estavam surpresos.
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  - Fiz.
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  - Você transou com alguém?
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  - Oui.
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  Ele virou seu rosto para ela. não se atreveu a abrir os olhos. Respondeu em francês, porque achava que as palavras em sua língua natal traria menos dor do que se falasse na língua de . Não se sentiu nem um pouco melhor.
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  - Quem? Algum empregado? Da faculdade? Da praia?
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  - Meu ex.
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   nada disse. Até onde sabia, o ex de estava na França. Se sentou e olhou para as pernas de fora por causa do pijama que trajava. Pela primeira vez, não estava ansioso a tocá-la.
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  - Acho melhor me explicar isso direito.
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  Ela respira fundo e, ainda sem abrir os olhos, começou a falar:
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  - Já faz um tempo que ele está atrás de mim. E então, há dois dias, ele voltou depois de um tempo sumido. Eu não estava no meu melhor estado, então me deixei levar. E nós transamos.
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  - E ele… Fez, você sabe…
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  - Sim.
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   sabia que Aurelian era o único que a fazia gozar. Por mais sujo que soasse, o fato de conseguir chegar ao ápice era um dos poucos orgulhos sujos que ele tinha sobre alguém. Sabia melhor do que qualquer um o quão difícil era para ela chegar ao ponto máximo e agora que conseguia, se lembrar que o ex dela era a única outra pessoa do mundo que também conseguia o fazia sentir o sangue subir à cabeça.
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  O silêncio se manteve entre os dois. Por mais que tentasse se enervar com a garota, algo dentro dele não deixava; podia ser o que sentia por ela, podia ser o lado que a conhecia, o fato é que ela ter transado com o ex dele era o que menos o preocupava no momento. Encostou na porta do armário e passou a raciocinar sobre a situação. não era pessoa de acreditar em coincidências. Tudo acontecia por um propósito… Ou era causado por um.
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  Encarou que finalmente havia aberto os olhos e encarava o teto; daria sua fortuna para saber o que se passava em sua cabeça. Se continuava nervosa com ele, se estava arrependida… O que o acalmava era que no meio daquele coctel de emoções, indiferença não estava incluída nos ingredientes. Já era o suficiente para ele saber que depois de meses, finalmente ele podia fazer parte de dentro da muralha da estilista. Porém, ao contrário do que ele jamais imaginara, estar daquele lado da parede era muito mais confuso e complicado. Esperava encontrar uma garota fria com o coração de pedra, mas com uma paixão carnal que qualquer homem desejaria para si. Ao invés disso, se deparou com uma garota insegura e ingênua, que comete erros e se precipita.
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  Pensa que era o tipo de garota que ele tentou evitar por toda a vida, aquelas que não gostavam de se expor por terem medo da sociedade. Achava que evitava a sociedade por achá-la inferior a ela, como ele sentia. Se sentiu atraído por ela porque pensava que, no fundo, ela era igual a ele. E agora tudo se mostrou ser o que não era. Conhecendo a si mesmo, tinha certeza que era questão de segundos para deixá-la ir embora, ou ele mesmo a chutá-la para longe da sua vida. Mas vendo aquele olhar pensativo dela, os dedos cruzados acima da barriga e os cabelos bagunçados, espalhados no chão… Ele sentira que ali era o lugar dela. Com ele.
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  Surpreso com seus próprios pensamentos, se pegou com ela por um longo tempo, o sentimento de repugnância que sentia pelas garotas que se mostravam fracas não era atribuído à no momento. Diferente dos antigos casos de , que se demonstraram sensíveis, tudo o que ele queria fazer agora era protegê-la de seu ex. Mantê-lo longe dos dois.
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  - O que pretende fazer agora? – ele pergunta depois de muito tempo calado. demorou um tempo para responder. Talvez por estar distraída, se decidindo em dar a resposta que ela queria dar ou ele queria ouvir, ou, quem sabe, pensando na melhor resposta a dar para ele.
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  - Não sei. – foi o que respondeu.
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  Sem dizer mais nada, se levantou e a viu não se mexer. Talvez ela não fosse assim tão insegura quanto ele imaginara. Sem tocá-la ou dar a intenção, se retirou do quarto de e seguiu para o primeiro andar da mansão. Sacou seu celular e ligou para seu agente.
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  - Quero que descubra quem é o ex-namorado de . Ele está aqui na América. Ache-o.
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  De todas as conclusões que poderia tirar, a única que lhe martelava a cabeça era: não acreditava em coincidências.
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Capítulo 27

  Dois dias se passaram com presa dentro do quarto.
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   não se atreveu a ir confortá-la. Por mais que a quisesse consigo, o sentimento de que ela deveria sofrer as próprias dores tomava conta de si. Queria que ela pagasse pela traição. Estando frágil no momento ou não, ela o traíra. E ninguém traía . Enquanto ele não descobrisse o que queria descobrir, ele a continuaria evitando.
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  No dia anterior, havia recebido o telefonema de seu agente com as informações que havia pedido sobre o ex:
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  - O nome dele é Aurelian Blanc, estudou Relações Internacionais, mas conhece a senhorita Lor desde adolescentes. Chegaram a morar juntos…
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  - Eu não quero saber a história deles. – o cortou, rancoroso. – Quero saber o que ele faz aqui e se ele foi o autor do escândalo.
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  - Não é possível saber com certeza a razão dele na América, estava em Nova Iorque até pouco tempo com a irmã menor. – o agente dizia no telefone. – Depois, se mudou para cá e regulariza sua estadia entre Los Angeles e NYC.
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  - O que ele fazia em NYC? – encostou em sua cadeira, no escritório. A porta estava trancada e sabia que não iria sair do quarto por um bom tempo. Ouvira há pouco, uma das empregadas tentar lhe fazer sair para comer. – Com quem se encontrava?
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  - Não sei, senhor.
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  - Descubra. – e desligou em sua cara. Massageou as têmporas e desencostou da cadeira, apoiando os cotovelos na mesa. Se levantou rapidamente e caminhou para fora do escritório, mandando uma das empregadas pedir seu carro. Subiu até seu quarto pegando seu blazer e ao sair, viu a porta do quarto de ainda fechada. Passou um tempo encarando a mesma, para então se desviar dela e descer as escadas. Não queria admitir, mas estava contando os dias para ver a garota sair de dentro do lugar.
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  Avisou a empregada que não o esperasse para o jantar e partiu com o carro em direção à estrada de Santa Mônica.
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  Chegou em Huntington Beach horas depois. O dia já estava escuro, mas a hora não era tão tarde. O GPS indicava o caminho que tinha de fazer e já errara três vezes. Respirou fundo, tentando conter seu nervosismo, e depois de uma hora finalmente conseguiu chegar ao lugar indicado. Tinha de lembrar de atualizar o sistema do GPS.
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  Tocou a campainha e aguardou ser atendido; enquanto esperava, olhou para os dois lados da rua larga e bem iluminada, não havia sinal nenhum de paparazzis, apesar de haver diversas pessoas caminhando. Nenhuma delas com interesse maior em saber o que fazia ali. Não pareciam sequer conhecer o famoso filho do político. Ouviu a porta ranger e então olha para a pessoa que abriu:
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  - Senhor ? – um homem quase idêntico a ele, se não fosse pelo nariz consideravelmente mais torto, apareceu.
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  - Boa noite Aidan, posso entrar? – diz em sua voz mais formal possível.
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  - Claro, claro. – seu sósia deu um passo para trás, fazendo com que passasse e visse um estrondoso jardim cheio de diferentes flores, mas sem espaço o suficiente para caminhar. Cerca de dez a quinze passos depois, os dois podiam se ver dentro da casa simplória de Aidan. Ele o levou até uma sala, onde perguntou se gostaria de beber algo:
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  - Não, obrigado. Na verdade, é uma visita rápida. – ele levanta a mão enquanto sentava no sofá com estofado florido. A casa provavelmente era da mãe de Aidan. – Me diga, quantos anos você tem mesmo?
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  - Vinte e dois. – Aidan responde confuso com a visita e muito mais com a pergunta. – Posso ajudá-lo em algo, senhor ?
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  - Ah sim, pode. – ele sorri. – Semana passada você esteve comigo e minha equipe em Nova Iorque, certo? Para se passar por mim.
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  - Certo.
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  - Eu gostaria de saber se, fora do horário de trabalho, alguma pessoa te procurara. Um homem, mais precisamente.
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  - Não estou entendendo.
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   podia ver nos olhos de Aidan que ele não estava a par da gravidade que seu emprego corria risco. Levantou a sobrancelha e respirou fundo:
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  - Você encontrou com algum homem de sotaque francês em Nova Iorque?
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  Aidan arregalou levemente os olhos e encostou-se na poltrona onde estava sentado; passou a mão pelo queixo e olhou para cima, tentando se lembrar.
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  - Tinha este cara, eu não sei se ele era francês e não podia ouvir muito bem para saber do sotaque, mas ele fumava Gauloises e falava ‘oui’ várias vezes.
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  - Ele te ofereceu algo?
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  - Queria me contratar para um serviço, disse que tinha um ateliê de arte e gostaria que eu posasse para seus artistas.
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  As coisas poderiam estar sendo esclarecidas, mas se sentia ainda mais confuso. Pensava nas perguntas certas a fazer a Aidan. Encara o homem que agora, diferente dele mesmo, estava vestido desleixadamente e os cabelos que em trabalho eram jogadas para trás com gel para se parecer com , estavam desgrenhadas e jogadas na cara. Suspirou e disse:
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  - Ele pediu algo mais? Ofereceu algo?
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  - Não… Depois que neguei, ele disse que eu deveria pensar melhor, pois era uma ótima oferta. Então pediu que eu o acompanhasse até a Marquee.
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  Touché.
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  - E você foi?
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  - Fui, claro. É uma das melhores baladas de Nova Iorque e o dia seguinte tinha folga, então não vi mal nenhum ir.
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  - E obviamente a imprensa estava lá. – completou seu raciocínio. Olhou para o sósia, que o encarava curioso. Agora tinha tudo o que queria; se levantou. – Era só isso o que queria saber, Aidan, obrigado.
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  Sem entender um pingo do que o chefe estava dizendo, Aidan não fez nada senão o acompanhar até a porta e vê-lo se afastar dentro de sua Cayene. Já dentro do carro, acionou o viva-voz no dispositivo telefônico do carro conectado ao seu celular ao ligar para seu agente.
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  - Cornelius. – a grossa voz do homem surge.
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  - Descobriu algo?
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  - Ele está em Santa Mônica.
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  - É uma cidade grande. – ele virou à esquerda, onde a placa indicava a rodovia. Sentia-se mais seguro segui-las, ao GPS.
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  - Está hospedado no Holiday Inn, ficara lá durante três dias sem sair, mas não está no local no momento. A administração disse que o check out dele será amanhã às 11 da manhã.
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   se mantêm calado e olha seu retrovisor. Pensou nas informações passadas por Cornelius e não pode evitar soltar uma risada, balançando a cabeça em descrença.
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  - Vá até minha residência e verifique se está lá.
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  - Sim senhor.
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  - E Cornelius?
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  - Sim?
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  - Demita Aidan e peça para Joe Bull me ligar. Agora.
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  - Sim senhor.
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  O som da ligação sendo desligada fez com que voltasse sua atenção para a estrada que a cada segundo passava mais e mais rápido. Não estava se importando com as multas que pegaria esta noite. Sua cabeça agora estava em outro lugar.
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  Esse tal de Blanc era mesmo mais esperto do que ele esperava. Mas não o suficiente para sair ileso.
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Capítulo 28

  Demorou cerca de três horas para chegar em casa. desceu de seu carro calmamente e caminhou até dentro da mansão, onde as luzes estavam apagadas. Durante o caminho de volta, recebeu a ligação de seu agente, informando que ninguém entrou ou saiu da casa. Com o pensamento mais tranquilo, passou a se importar menos com o trânsito atrasava sua chegada na rodovia principal para Santa Mônica.
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  Seguiu para o quarto com o blazer em mãos, pois não gostava de dirigir com ele, achava que limitava o movimento de seus braços. Enquanto subia as escadas com as luzes ainda apagadas, sentiu um par de olhos lhe observando. Imediatamente parou seus movimentos e soltou uma breve risada, baixando sua cabeça com o que estava para presenciar e, em seguida, olhando para cima com impaciência.
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  - Sua segurrança é mesmo uma ‘merde’. – a voz com sotaque francês soou na sala por onde ele havia acabado de passar. virou seu corpo com um sorriso malicioso estampado nos lábios para enfim enxergar o semblante de um homem alto sentado em seu sofá.
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  - Ele funciona com americanos. – respondeu.
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  A risada francesa foi ouvida no meio das paredes vazias e brancas. O dono da casa não pode deixar de perceber que não havia som algum na mansão, significando que a casa estava vazia de empregados.
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  - Você é mesmo interressante, . – Aurelian cruzou as longas pernas típicas francesas enquanto via o político voltar a descer as escadas, jogando o blazer no sofá. – E admito, inteligente. Enviar seus guarda-costas parra vigiá-la forra bem prrudente.
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  - Sei agir na hora certa.
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  - Oui, oui. – Aurelian balança a mão não demonstrando tanto interesse nos créditos do rival. – Vamos dirreto ao ponto, você sabe por que ela está com você?
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   abriu um sorriso esperto no rosto e caminha até o bar localizado no canto da imensa sala iluminada pela luz da lua que adentrava pelas portas de vidro cujas janelas estavam abertas. O pé direito alto da sala fazia com que o ambiente vazio se tornasse ainda maior; no momento, um campo de batalha propício entre os dois amantes de .
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  - Obviamente. – foi a resposta segura que deu ao francês, que concordou com a cabeça, para enfim dizer:
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  - Bom, então deixe-me reforçarr sua opinião, seja ela qual forr. está com você porque você é semelhante a mim.
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  Aquilo chamou a atenção do dono da mansão. Desviou o olhar do whisky que se servia e passou a encarar os olhos claros do francês. Este, cuja diversão estava estampada somente em sua expressão, podia claramente dizer através de seus olhos que não estava gostando do momento tanto quanto .
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  - Semelhantes? – riu em deboche. Aurelian abriu um sorriso com os lábios ainda grudados e suspirou:
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  - Fomos atrraídos pela beleza naturral dela. A murralha que uma garrotinha colocou entrre nós foi le suficient parra nos prrender. – observou-o jogar a cabeça para trás, encarando o teto bem longe de si em torno dos seis metros de altura. – Quem não olharria mais uma vez parra aquelas perrnas?
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   fechou a expressão, bebendo um gole de seu whisky afim de não querer deixar que Blanc visse seu aborrecimento. Lembrou-se claramente da visão que teve pela primeira vez de . As pernas em contraste com o vestido amarelo e os passos largos com os ombros retos como os de uma modelo. Ela parecia estar em uma própria passarela bem no meio da universidade.
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  - Depois de conhecido , fomos atrraídos pelo mistérrio dos olhos dela e o comportamento que nos expulsava. E quanto mais afastados érramos, mais dentro querríamos estar. – soltou uma breve risada, como se regozijasse com as lembranças de quando a viu e conheceu. – Garrota dificíle, mas boa de cama. E no meio de todo este jogo, veio o amorr. – finalizou, encarando , que levantou uma das sobrancelhas.
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  - De fato, isso aconteceu. – rapidamente disse para não demonstrar que Aurelian estava certo e que ele ficara constrangido com as coincidências. – Mas acho que você se esqueceu da possessão pela sua atenção.
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  - Ah, oui, oui, houve isso também. – Aurelian balançou a mão mais uma vez.
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  Os dois trocaram um longo olhar, talvez de análise, talvez de aviso. Ambos procuravam alguma fraqueza, mas nenhum dos dois encontrou nada que pudesse usar contra o outro. Assim como , ambos sabiam muito bem como se fechar contra estranhos; principalmente o estranho que lhe quer roubar sua mulher.
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  - Vim buscá-la. – Aurelian finalmente disse.
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  - Sinto lhe dizer, mas deixará minha casa sozinho. – bebeu outro gole do whisky, sorrindo. Aurelian o retribuiu.
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  - Você acha mesmo que ela quer ficar com você?
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  - Bom, ela disse que me amava. Ela disse isso para você?
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  - Diversas vezes. E ainda ama. Caso contrrário, não hesitarria em me deixar ir emborra quando eu dei a intenção.
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   levantou as sobrancelhas demonstrando uma falsa surpresa e terminou um grande gole do whisky com uma careta. Pousou o copo suado fora da base de apoio, molhando o bar agora menos utilizado pelo dono.
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  - Você não tinha a intenção de ir embora.
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  - ‘No’. – Aurelian sorria um sorriso irritante, provocativo para o homem, afim de lhe tirar do sério. não podia negar, ele conseguia. Queria mandar seus seguranças sacarem suas armas e fuzilarem o francês, mas estava no andar de cima. E se o que ele dizia era verdade, a garota não o perdoaria.
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  - Você a ama? – perguntou, agora sério. Fora a vez de Aurelian levantar as sobrancelhas, abertamente surpreso pela pergunta inesperada e bastante pessoal. Encarou e deixou um sorriso escapar.
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  - Pode-se dizerr que o que sinto é amorr, oui.
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  - Pode-se dizer… – repete para si mesmo e solta outra risada em deboche. – Quando estiver à altura de receber o amor dela, volte. – e se levantou, deixando o copo na mesa e pegou seu blaser, colocando-a em um ombro enquanto a segurava pela gola.
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  - Ela mencionou a dívida que tem comigo? – ouviu a voz dele e novamente parou os passos, revirando os olhos e virando o rosto para ver o semblante de Aurelian ainda sentado no sofá. Suspirou:
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  - De quanto falamos?
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  - De uma vida. A dela, mais prrecisament.
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  - O que quer dizer com isso?
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  Aurelian abriu um sorriso, o choque dera certo, estava curioso e nervoso. Com sua missão cumprida, levantou-se finalmente e alisou a camiseta de manga ¾ e gola redonda que usava. Respirou fundo e, com a voz calma, disse:
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  - Perrgunte à ela você mesmo. E diga que vou emborra amanhã. Aurre voi, . – caminhou calmamente até a porta da frente, abrindo-a e se retirando de dentro da mansão.
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   ficou parado por um tempo pensando no que ele queria dizer e concluiu que não tinha escolha, tinha de ir falar com . Terminou de subir o lance de escadas e foi direto para o quarto da garota, onde entrou sem nem ao menos bater. Ela assistia a qualquer filme antigo que passava na TCM vestida em uma camisola de seda azul marinho que comprou logo depois que se mudou para a mansão. Desviou o olhar rapidamente para o político e os arregalou, surpresa. Não ousou dizer nada, ansiava por este momento, ao mesmo tempo em que o evitava. Olhou nos olhos do socialite e não gostou muito do que viu. Lentamente, desligou a TV com o controle remoto e esperou-o tomar a iniciativa.
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  - Que dívida é essa que você tem com Aurelian Blanc?
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   arregalou os olhos.
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  A noite estava mais fria dentro da mansão, do que fora dela. O silêncio era ainda mais tortuoso do que a maioria dos dias em que ela o prezava. conseguia sentir seu coração acelerado cada vez que via o peitoral de subir e descer rapidamente, como acontece quando as pessoas estão ofegantes de tão nervosas. Olhou uma vez para a expressão estampada no rosto do político e o medo de encará-lo novamente depois de se deparar com a raiva a impediu de lhe dirigir o olhar mais uma vez. Assim, focou na gola desfeita que mostrava parte de seu peitoral definido:
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  - Como…
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  - Apenas responda. – ele a cortou, sério.
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   virou o rosto para o outro lado, tentando quebrar o contato com e evitar que ele lesse seus olhos. Desde quando assumiu seu amor por ele, tem tido medo de estar transparente demais. Sabia que deveria confiar sua vida mais à , mas não conseguia deixar de se lembrar que nenhum homem era cem por cento confiável. Confiou-lhe seu amor, que deve ser o suficiente para o momento.
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  Aparentemente, não é.
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  - Não é nada importante.
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  - Para ter sua vida como pagamento? – ele diz, irônico. – Desculpe, , mas não acredito que não seja importante.
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  A informação foi o suficiente para fazê-la tomar coragem e virar seu rosto com os olhos arregalados com a surpresa dele saber mais do que deveria. Mais precisamente, saber algo que ela sabia que não havia contado, porque prometeu a si mesma que nunca o faria.
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  - Você o encontrou?
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  - Responda minha pergunta.
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   se perguntava quando Aurelian esteve ali e por que não fora vê-la. Apertou os olhos ao perceber o que pensava. estava à sua frente exigindo uma explicação e ele não parecia nenhum pouco paciente.
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  - É passado.
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  - Bom, o seu passado está atrapalhando o nosso futuro! – ele diz ainda mais nervoso. A razão era tão horrível assim? Achava que havia provado que era digno de sua confiança.
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  Ela arregalou levemente os olhos ao vê-lo tratar o futuro dos dois como um só. Foi o suficiente para ela começar a pensar por onde devia começar. O começo não era feliz, assim como o meio. Olhando para e pensando nele no último dia, teve um pingo de esperança que a segunda parte do meio e o final fossem finalmente felizes.
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Capítulo 29

  França // Anos antes

  A Europa nunca foi um continente famoso por dias ensolarados, mas sim pela falta da luz solar durante o inverno e dias chuvosos. Aquele dia, especialmente, era o pior já vivido por em anos.
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  Vestia sapatos engraxados dezenas de vezes, sendo impossível disfarçar a velhice, mesmo quando usados com vestidos limpos e bonitos. nunca gostou de vestidos escuros, porque achava que poderia parecer com um panda. A pele branca escondida atrás do tecido escuro e o rosto coberto por mais fios escuros que vieram, mais tarde, descobrir o poder das tintas capilares. Contudo, para aquela ocasião, seu pai obrigou Chantelle, sua irmã mais velha, vestir e Pauline, a caçula de apenas quatro anos a trajarem os vestidos escuros que somente vestiram uma vez, durante o velório de sua tia Illa. As três tentavam, inutilmente, se protegerem dos pingos congelantes da chuva que despencava sem dó; uma mensagem de Deus para as três novas órfãs do mundo. pensava se ele estava chorando e pedindo perdão por ter-lhes levado a mãe tão cedo.
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  Olhou para o pai, cuja expressão era tão devastada quanto as árvores caídas e as outras covas malcuidadas. Pauline chorou desde quando desceu da caminhonete que trouxera a família agora sem mãe; o choro não era pela perda, ela mal sabia o que estava acontecendo. As lágrimas e o som do choro eram devido ao medo que o ambiente lhe proporcionava sem dó. estava em pé entre Pauline e Chantelle. Suas mãos estavam unidas com os dedos entrelaçados, tentando dividir a dor e o pesar entre si. O pai, com as mãos unidas em frente ao corpo, chorava sem fazer nenhum ruído. As lágrimas se misturavam com as gotas que vinham dos olhos de Deus. Durante os últimos meses não se lembrava de tê-lo visto um dia sequer, sóbrio. A voz arrastada, a barba por fazer e a roupa suja eram características fixas do pai que um dia foi alegre. Desde quando a mãe, vítima de uma forte pneumonia, adoeceu e mostrou-se incapaz de seguir em frente pela falta de recursos que eles podiam oferecer, o pai se escondeu atrás das garrafas de álcool e dos cigarros que os cidadãos franceses deixavam para trás nas calçadas ou ruas francesas. Nunca mais foi o mesmo. Nunca mais pode ver o semblante que gostaria de ter gravado em sua memória para tentar, no futuro, voltar a sentir algo bom pelo pai.
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  Estranhou, depois que voltaram para a casa agora sem luz, o pai arrumar as poucas roupas que tinham. Trovoadas faziam com que Pauline chorasse mais alto entre os braços de , que tentava com toda sua força, ser forte por ela e por Pauline. Chantelle, na época com 18 anos, gritava com o pai, que ignorava a garota e manda-a calar a boca de vez em quando. A cama rangia enquanto balançava Pauline em seus braços, tentando, em vão, acalmar a irmãzinha que não conseguia parar de chorar, tanto o medo do barulho que parecia perto o suficiente para quebrar a casa frágil que moravam. observou o pai empurrar Chantelle, de modo que a irmã mais velha caiu no chão enquanto continuava a gritar com os olhos cheios de lágrimas, e sair pela porta sem olhar para trás.
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  Foi a última vez que viu seu pai. Foi a última vez que se sentiu em casa. Naquela noite, as três irmãs, com fome e com frio, dormiram juntas na cama sem dizerem uma palavra. Pauline foi a primeira a adormecer, sentindo-se segura quando Chantelle deitou ao seu lado. Ela foi a segunda a dormir, deixando sozinha com seus pensamentos sobre as emoções atrapalharem suas vidas. O pai, que deu preferência ao desespero, acabou por errar e deixar-lhes sozinhas para trás. Três filhas de 18, 12 e 4 anos. Crianças dependentes. A mãe, por querer sempre cuidar de sua família, acabou por se deixar adoecer e partir para uma vida melhor sem suas três belles.
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  No dia seguinte, Chantelle, aparentando ser uma nova pessoa, combinou com que por ser maior de idade, iria cuidar das duas, desde que prometessem não contar a nenhum adulto sobre a ida do pai embora. Se as autoridades soubessem que as mais novas estavam órfãs, levariam-nas para o orfanato.
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   viu Chantelle sair todos os dias de manhã cedo para procurar comida e algo que pudesse lhes aquecer durante as noites frias. Pauline era responsabilidade sua durante a ausência da irmã mais velha; dava-lhe banho e brincava para distrair a garotinha de cabelos cacheados como as do pai. Chantelle quase nunca voltava com comida o suficiente e era honesta quando dizia que Pauline deveria comer mais e as duas deveriam comer o resto igualmente, mesmo a irmã mais velha insistindo que tinha que comer mais que ela. A irmã mais velha começou a emagrecer; na terceira semana, passou a sair mais no fim da tarde e voltava somente quando o sol nascia. Milagrosamente, o dinheiro começou a aparecer mais no final do primeiro mês. Chantelle voltava com cobertores fofos e até novas peças de roupas quentes. A comida vinha em mais abundância e, no meio do segundo mês, a luz voltara, fazendo com que as três irmãs sentissem mais prazer em tomar banho na água quente, ao invés da congelada que saía da torneira. Quando perguntou à Chantelle o que ela fizera para ganhar tanto luxo, ficou sem resposta.
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  Em um dos dias, aguardou Pauline adormecer para sair à busca de Chantelle ou descobrir o que a irmã fazia para que pudesse, futuramente, fazer igual e ajuda-la com os gastos da casa. Viu-a com uma roupa absurdamente curta, parada em uma das ruas principais da cidade. Conversava com um grupo de garotas mais velhas e da mesma idade vestidas da mesma maneira. Por alguma razão, sentiu que não deveria se aproximar, por isso, se escondeu atrás de um poste de luz. Observou atentamente Chantelle sorrir para homens mais velhos, quando estes passavam dentro de carros conversíveis. Se surpreendeu ao vê-la entrar em um dos carros, que começou a se afastar. Desesperada para saber aonde a irmã ia com um homem estranho, roubou a bicicleta de um garoto que havia deixado-a do lado de fora da loja de conveniências e seguiu o automóvel da cor bordô. Depois de alguns quilômetros, o carro parou em um prédio que conseguiu ler “motel”. Acostumada a se infiltrar em locais que era proibida, ouviu o homem pedir as chaves do quarto 12; sigilosa, subiu nas pontas dos pés até o tal do quarto.
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  Nunca saberia o que a irmã estava fazendo, se não tivesse aberto uma fresta da porta destrancada pelo estranho. Assim que passou pela porta 9, pode ouvir o som esquisito que nunca havia ouvido sair pela boca da irmã mais velha. Curiosa para saber o que se passava e o que eles faziam, ultrapassou as portas 10 e 11, até chegar à 12. Mexeu lentamente na maçaneta e a viu destrancada. Uma pequena fresta foi o suficiente; por sorte, o dia não estava escuro de modo que a luz do corredor não fez diferença no ambiente já iluminado pela luz do dia. Com um dos olhos metidos na fresta, viu a irmã nua de frente para a parede, tendo uma parte do homem entrando em sua nádega, fazendo-a soltar um grito que não parecia de pavor. pensou em entrar e salvar a irmã do estranho, mas estava hipnotizada pelos movimentos, gritos e sons. Eles não pareciam estar brigando, tampouco se machucando.
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  Por dias a imagem da irmã com o estranho lhe ficou na cabeça. Não tentou perguntar o que ela fazia com ele, pois assim daria na cara que havia a seguido e aborreceria Chantelle. Continuou a cuidar de Pauline até um dia receber a visita do tal da autoridade.
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  O homem, com um chapéu preto, vestido em um terno de boa qualidade, mas não rica, olhou para e em seguida para Pauline atrás, sentada na cama conversando com uma boneca.
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  - Onde está seu pai? – perguntou, olhando em sua prancheta.
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  - No trabalho. – respondeu o que Chantelle havia pedido para ela responder quando alguém lhe perguntasse.
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  - Às seis da manhã? – ele não pareceu se convencer. levantou os ombros, mais um movimento pré-calculado com Chantelle.
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  - Você não possui uma irmã mais velha? Onde ela está? – tentou se esquivar para dentro, mas fechou metade da porta.
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  - Saiu, mas volta logo.
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  Ouviu o suspiro do homem e então viu sua cabeça balançar de um lado para o outro, como vez o médico quando anunciou para seu pai a morte de sua mãe. Com um simples aceno de cabeça, o suspiro pesaroso e os olhos piscando lentamente, soube que Chantelle não voltaria mais para casa. Ela não traria mais dinheiro.
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  Naquele mesmo dia, soube que Chantelle se uniu à sua mãe no céu.
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  O trabalho que realizava tinha nome: Prostituição. O homem de chapéu escuro lhe explicou que era um trabalho procurado por jovens desesperadas por dinheiro. Por ser maior de idade, Chantelle conseguia melhores clientes, mas também mais perigosos. A irmã foi vítima de um mafioso que, ao manda-la se casar com ele para lhe proporcionar prazer quando quisesse, negou e foi eliminada com um simples tiro entre seus olhos. nunca pode ver o rosto de Chantelle, mesmo durante seu enterro. Não deixaram abrir o caixão. Naquela missa onde somente estavam presentes ela, Pauline, o assistente social e o padre, olhou para o céu claro, o oposto da morte de sua mãe. Durante o momento, pensou que o dia estava ensolarado porque Deus passava a mensagem de que sua mãe finalmente estava feliz, já que uma de suas filhas estava consigo. Pensou se seria justo deixar Pauline sozinha e ir embora também. Com o pensamento injusto, foi castigada por ter sido irresponsável em seus pensamentos.
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  Como Chantelle havia dito antes, o assistente social levou as duas a um orfanato. O local, sujo como sua casa, possuía mulheres e homens que se diziam cuidadores das crianças sem pais que viviam sem visão do que poderiam fazer no futuro. Batiam-lhes com pedaços de madeira arrancadas das camas que rangiam quando se mexia durante a noite. Numa das pancadas, a mulher fora forte demais com o pau nas costas de Pauline, que desmaiou em uma poça de sangue; seu próprio sangue. Dessa vez, não pode usar o vestido preto com os sapatos engraxados. Não viu a irmã caçula dentro de um caixão, porque jogaram-na no fundo do quintal durante a madrugada.
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   foi deixada sozinha no mundo. Sem esperanças de uma vida feliz e com preconceito sobre as emoções, que machucavam a todos. Sem perceber, tornou-se uma garota séria, sem expressões, que espantava todos os pais que ansiosamente tentavam conhecê-la melhor para pensar na possibilidade de adotá-la. Passou quatro anos no orfanato até um homem finalmente adotá-la por um bom preço.
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  - Me falaram que você tem 16, garota. – ele dizia, dentro de um carro luxuoso. Tão luxuoso que se sentiu em outro mundo. Os bancos vermelhos de couro estavam limpos e brilhantes; sentia até que seu vestido estava sujando-o com a sujeira acumulada pela falta de higiene do orfanato.
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  - Tenho 16. – ela respondeu, séria. Viu os olhos claros do homem que aparentava seus quarenta e cinco anos analisar o corpo magro da garota no banco de trás.
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  - O que você quer da vida?
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  O que ela queria da vida? Pensou em sua mãe, seu pai, Chantelle e Pauline. Dos quatro, qual teria sido mais feliz? Em sua mente deturpada pelas perdas e desgraças dos últimos quatro anos, pode rapidamente pensar que de todas as vidas, a de Chantelle teria sido mais feliz, ganhando dinheiro e podendo trazer para casa, roupa e comida fresca. Olhou para os dedos machucados pelas agulhas que manuseava; seu novo hobby era costurar. Não podia fazer muito com os pedaços de panos velhos que eram jogados fora depois de usados como pano de chão, mas com a força de sua imaginação, conseguia imaginar peças lindas que pessoas poderiam usar para se sentirem mais belas.
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  - Quero fazer roupas. Ser rica.
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  De fato, fazer roupas não era o que o homem pretendia deixa-la fazer. Mesmo adotando-a, ele nunca a deixou chama-lo de pai. Descobriu que ele era dono de uma casa de prostituição, o negócio que matou Chantelle. No início, se recusou a atuar na área, mas ao ver sua desvantagem e o perigo que corria se não obedecesse as ordens do homem que a adotou, acabou cedendo. Una, a anfitriã da casa, era responsável por treinar as novas garotas que chegavam à casa. Treinou para que falasse polidamente bem, portasse com o corpo ereto e fez com que ela se exercitasse para aumentar a massa de suas coxas. Durante seis meses, ficou na área inferior da casa, trabalhando no backstage e limpando os quartos das prostitutas que viviam ali. Diferente do que viu com Chantelle há quatro anos, o lugar parecia mais decente para se trabalhar.
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  O desespero tomou conta de quando Una anunciou o início de sua vida noturna no próximo final de semana. Deu-lhe lingeries de renda, cintas de liga e espartilhos que lhe sufocava, mas que fazia seus seios parecerem maiores. Na primeira noite, as garotas auxiliaram-na a fazer a maquiagem. Suas pernas tremiam em cima do salto prata. A meia calça arrastão lhe perturbava e o cheiro do tabaco lhe entorpecia. Fumou seu primeiro cigarro quando seu primeiro cliente lhe ofereceu. Conforme Una havia ensinado, deixou que o homem lhe tocasse e, quando perguntou sua idade, mentiu dizendo ter 18, quando ainda estava para completar 17.
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  Quando o bigode do homem alto e desengonçado roçou em seu dorso, sentiu que não podia fazer aquilo e fugiu, dizendo ir pegar uma bebida para aquecê-lo melhor. Recebeu um tapa na cara de Una naquele dia. Ouviu desaforos e, por incrível que pareça, não sentiu remorso algum quando a viu ir embora ainda a xingando.
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  Respirou fundo e fechou os olhos, a fim de organizar melhor seus pensamentos. Quando voltou a abri-los, encontrou com um homem pouco mais velho que ela à sua frente. Lhe beijou os lábios antes que ela percebesse; um beijo que lhe conquistou, afinal, era seu primeiro.
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  - Você quer essa vida? – ele perguntou depois de separado. negou com a cabeça. – Então venha comigo, irei cuidar de você. – sem pensar em nada, deixou-se levar pelo garoto alto e charmoso que cheirava a um tabaco mais forte. Assim que foi coberta por seu sobretudo para saírem pela porta dos fundos da casa, olhou para o garoto que abriu um sorriso malicioso e disse: – Meu nome é Aurelian. Você não deve esquecer de mim e nem deste débito. – e antes de saírem correndo rua abaixo, ele lhe roubou outro beijo, firmando o contrato da dívida de com ele.
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  Santa Mônica // Agora

  - Ele me levou para Paris, onde me escondeu e cuidou de mim até ter certeza de que não havia mais ninguém procurando por mim. Não sei o que ele fez, mas tive paz desde então. – agarrava as pernas cobertas pelo edredom de plumas da cama. Seus olhos estavam bem abertos e fixados em um ponto à frente; mesmo assim, não enxergava nada. O que via era a cena de sua vida há anos atrás. Não gostava de se lembrar de seu passado. Odiava seu passado. Queria destruí-lo; achava que com , poderia finalmente viver uma vida sem dívidas, com uma emoção segura, que não fosse fatal.
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  - Por que o deixou? – perguntou baixo, sentado na beirada da cama de . Ela abriu um pequeno sorriso.
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  - Aurelien sempre achou que minha vida era uma garantia para si. Comprou educação para mim, saúde e conforto. Achou que isso era o suficiente para ter certeza de que meu amor seria dele para sempre. Mas quando se perde tudo, você já não se importa mais em ter de perder novamente, porque sabe que as coisas uma hora ou outra melhorarão. – olhou para o político. – Eu havia me cansado de ser deixada em segundo plano, por isso, decidi esquecer o amor e me dedicar à pouca dignidade que me sobrou e tentar subir em minha vida. Aurelien quem conseguiu este curso para mim; é claro que eu nunca conseguiria sem ele. Também comprou minha passagem. Cuidou de mim como prometeu em nosso acordo. Eu não sei por que, mas achei que tudo o que ele me deu não era o suficiente ao amor que queria ser retribuída. – soltou um pequeno riso nasal e balançou a cabeça. Encarou : – O deixei porque queria saber como seria viver sem depender de alguém para ser feliz.
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   manteve seus braços cruzados enquanto ouvia as palavras de . Não se sentia nem um pouco nervoso quanto há alguns minutos, mas o fato de saber da verdade o perturbava bastante. Agora que entendia a razão de respeitar e amar tanto o francês tinha cabimento. Não era superficial, os dois possuíam uma história. Olhou para a garota, que continuava abraçada às pernas, provavelmente na mesma posição que fazia toda vez que ficava pensativa, com a mente especificamente presa ao passado. agora era dele, não estava mais na França e não havia outra pessoa senão ele para machuca-la com o amor. Sentiu responsabilidade quando percebeu o fato; se sentiu superior a Aurelian, que perdeu a oportunidade quando teve certeza de que não a perderia.
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  Essa era a diferença entre os dois. Apesar de fazer tudo para o conforto de , , ao contrário de Aurelian, sempre pensou em como seria a vida se ele a perdesse. Não gostando de ver o que enxergava, se empenhava mais em deixa-la bem.
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  - Você o ama? – perguntou. Depois da história que ouviu, ele não podia deixar de fazer a pergunta. Sabia que era possível dela ainda sentir algum tipo de sentimento forte pelo homem que, para ela, salvou-lhe a vida. Estava receoso pela resposta, porque sabia que ela poderia vir diferente do que ele esperava ou gostaria.
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   o encarou com o olhar entristecido, mas ele não pode ver a resposta estampada em seus olhos. Sentiu como na época que havia a conhecido. Não conseguia ler seus sentimentos. Aguardou pacientemente a resposta, até ela vir:
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  - Já o amei mais. – respondeu. – Agora, tudo o que sobrou foi gratidão.
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  Aquilo, de alguma maneira, acalmou os nervos de . Seu coração desacelerou e ele sentiu o ar que estava preso no peito sair. Pode sentir a brisa que entrava pela janela entreaberta bater em si, algo que já acontecia antes, mas com a raiva, ele não percebia. Encarou com outros olhos e a viu encolhida em sua cama, insegura e à procura de proteção. Assim que ouviu a resposta, conseguiu com a maior facilidade ver o que os olhos da estilista queriam mostrar.
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  Aurelian era seu passado. Ele a protegeu e salvou sua vida, garantindo que ela tivesse uma boa ideia até agora. era seu presente agora. Ele quem é o atual responsável por garantir a segurança e a felicidade da garota para o resto de suas vidas. Com um sorriso interno, assinou o contrato quebrado de Aurelian para si. Ele teria certeza de que fosse ser feliz com ele e mais ninguém.
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  Cruzou os braços e olhou para o escuro do céu, hoje sem estrelas. Suspirou ao pensar sobre o dia seguinte. O mais engraçado, era que ele não se sentia nem um pouco mal pelo que estava para acontecer. Olhou para mais uma vez e desistiu de se manter longe dela. Retirou a camisa e a calça, ficando apenas com sua boxer. Aproximou-se da cama e, em um único movimento, a empurrou delicadamente para o lado e a puxou para dormir consigo. Foi questão de segundos até que ela adormecesse em seus braços. Demorou muito mais para ele dormir.
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  Talvez fosse sua consciência.
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Capítulo 30

  No dia seguinte, acordou antes do que esperava. Olhou para o relógio e viu que eram onze e meia da manhã. Virou o rosto à procura de , mas não a encontrou ao seu lado. Sentou-se, ainda um pouco sonolento e se obrigando a abrir seus olhos por inteiro. O sol estava forte no lado de fora. Ouviu o barulho do chuveiro ligado e supôs que fosse ela. Encostou-se no encosto da cama e lá ficou pensativo até ver sair do banheiro enrolada em uma toalha branca.
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  - Vai sair? – perguntou.
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  Ela o encarou antes de entrar em seu closet, incerta sobre falar ou não. Decidiu ser sincera:
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  - Aurelian vai embora hoje. – seu tom de voz soou como se nada do que tivesse acontecido no dia anterior, tivesse de fato acontecido. levantou uma de suas sobrancelhas e então se levantou, saindo do quarto.
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  Tomou um rápido banho e colocou uma jeans, seguido de uma camisa, que ficara com os botões de cima sem serem abotoados. Assim que desceu, pode ver o olhar surpreso de enquanto comia seu pão amanteigado preparado pelas empregadas que estavam surpresas em vê-la fora de seu quarto.
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  - Vou com você. – ele disse, depois de agradecer a cozinheira pelas suas frutas. Ela o encarou, séria. – Quero garantir que você volte.
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  - Eu não…
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  - Nada do que você falar irá mudar minha opinião, portanto, não perca seu tempo. – ele disse, abrindo o jornal, como fazia todas as manhãs e lendo o conteúdo que lhe interessava, como a sessão de política.
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  O resto do café da manhã passou no mudo. Apenas o som dos talheres e a virada de página do jornal. As cozinheiras desligavam a rádio quando entrava na cozinha. Depois de meia hora, ele enfim se levantou, sendo seguido por . Caminharam até o carro, enquanto ela mascava um chiclete de menta. Olhou para a garota, que estava vestida com uma saia de cós alta florida e uma leve blusa regata branca, acompanhada de um blaser em tom rosê. Abriu um leve sorriso e entrou no lado do motorista, enquanto ela entrava no passageiro.
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  Seguiram calados até o hotel, mas Aurelian já havia feito seu check out havia uma hora. pode ver no rosto de , a decepção. Ouviu o celular vibrar e, antes de atender, olhou para os dois lados para saber se havia algum policial por perto. Assim que se certificou de que não infringiria nenhuma lei perto de um oficial, atendeu a chamada de Joe Bull.
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  - .
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  - Está feito.
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  - Com sucesso?
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  - Cem por cento.
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  - Cornelius irá acertar com você. – e desligou sem dizer mais nada. Pôs um sorriso nos lábios e caminhou até dentro do carro, onde já o esperava, observando a paisagem do lado de fora do carro sem interesse. – Está na hora de você seguir em frente. – quebrou o silêncio depois de dar partida no carro e sair da entrada do hotel.
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  Ela virou o rosto para saber se ele estava falando com ela. Ao ver que sim, suspirou e voltou a encarar a vista:
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  - É o que estou fazendo desde que pisei neste país.
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  - Parece ainda apegada ao passado.
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  - Isso já é um problema meu.
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   não conseguia deixar de sorrir. Mesmo com a personalidade de voltando a ser o que era antes, ele gostava mais desta do que a sensível que encontrou na noite passada. Gostava da de atitude, não a que se escondia em seu quarto. Admitia gostar de sofrer em suas mãos e, principalmente, de provoca-la e ser provocado.
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  - O que quer fazer? – ele perguntou, dirigindo pelas avenidas da cidade.
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  Ela levantou os ombros, mostrando que para ela tanto fazia.
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  - O que quiser. – respondeu. soltou uma alta risada e disse:
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  - Você não gosta de transar de dia. – olhou de relance para a estilista a ponto de vê-la revirar os olhos.
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  - Ótimo, me leve para fazer compras então. – ela diz nervosa, o fazendo rir com mais vontade e virar à primeira esquerda.
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  Ao entrar na rua, encontrou-a interditada por policiais, paramédicos e pessoas em expressões curiosas e preocupadas. Os policiais pararam o carro de ; um deles se aproximou com seus óculos de sol e sorriu ao ver o filho do prefeito:
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  - Desculpe, senhor , terá de dar a volta pela Summerset. – o oficial apontou para o lado, onde o trânsito parecia estar intenso.
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  - Muito grave? – apontou com a cabeça para o acidente.
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  - Feio. Um carro perdeu o controle e colidiu com um caminhão de consolers que ia para o porto. – o oficial olhou para o acidente com uma careta.
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  - Os passageiros passam bem? – demonstrou preocupação, como sempre fazia com todas as pessoas que via em sua frente. Era parte do papel dele, parte da fama que ele tinha. O policial suspirou e balança a cabeça em negação.
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  - Não conseguiu sobreviver, foi bem feio, senhor . E o pior é que parece que ele não é daqui dos Estados Unidos, havia o passaporte e passagens de embarque hoje para Paris em sua mala de mão.
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   desfez a expressão falsa para uma real. Olhou para , que tinha seus olhos arregalados e a boca aberta, a atenção inteira direcionada para o policial. Observou-a voltar a olhar para o local do acidente e, antes que pudesse impedi-la de fazer algo, ela mesma destravou a tranca do carro e saiu rapidamente, correndo em direção à ambulância, que ainda não havia posto o corpo coberto pelo tecido escuro dentro do carro. Os oficiais e bombeiros estavam tão ocupados que sequer perceberam a garota indo em direção ao corpo da vítima.
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  Olhou para os lados e viu que a mala de mão estava posta ao lado da maca; em cima da mesma, o passaporte da pessoa. Com agilidade, pegou o documento antes de ser impedida por algum oficial e o abriu. Suas pernas falharam e se não fosse por estar atrás dela, estaria no chão. A foto de Aurelian estava estampada na página número dois de seu passaporte, seu nome e identificação na página três. Os olhos arregalados se recusavam a piscar, tamanha surpresa. Quando o fez, lágrimas desceram do rosto de sem ela perceber.
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  - Senhor
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  - Ela conhece a vítima. – levantou a mão, a expressão séria para o oficial, que se intimidou e, com respeito, se afastou dos dois.
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   abriu o zíper do saco que estava envolto em Aurelian e viu o rosto coberto com cortes e hematomas do homem que ela amou. Suas mãos e lábios tremiam. Não esperava nunca por isso. Em sua mente, Aurelian era imortal, já que sempre aparentou ser tão forte. A segurança em suas atitudes fazia pensar que ele sabia exatamente o que fazia, e melhor, sabia como cuidar de sua própria vida. Achava que depois de hoje estaria livre de Aurelian, suas chantagens e pedidos de retorno, mas ela não imaginava que estaria livre dele para sempre. O fato era desesperador.
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  Mais uma perda. Mais um companheiro para sua mãe. Como a vida é injusta. Seria um carma? Seria errado amar alguém? Seria uma fatalidade ser amada por ela?
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  Depositou um beijo na testa de Aurelian e murmurou palavras em francês que não pode ouvir e não gostaria também. Em seus murmúrios, agradeceu por tudo, pediu que encontrasse com suas irmãs e sua mãe e que cuidassem delas como fez consigo. Mesmo fazendo-a sofrer de amor, as três compreenderiam que Aurelien foi um bom anjo em sua vida, mesmo sendo um anjo caído. Fechou o zíper e olhou para , que olhava sério para o corpo do francês.
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  - Vamos embora. – ela disse, se afastando do corpo. a acompanhou calado e informou o oficial, antes de entrar no carro, que enviaria as informações sobre quem entrar em contato em Paris.
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  Assim como no caminho de ida, o silêncio da volta fora ainda pior. nada dizia e , menos ainda. Chegando em casa, pensou se foi certo voltarem para casa, ao invés de levá-la às compras. A viu sair de casa sem os sapatos, provavelmente indo caminhar na praia. Suspirou e ligou para Joe Bull e Cornelius.
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  Assim que o agente e o ex-contratado chegaram, se trancou em seu escritório na companhia dos dois.
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  - Eu disse para fazer na estrada! – ele dizia nervoso, andando de um lado para o outro. – Estávamos no centro da cidade! No centro! Rodeado de pessoas! – mexia no cabelo, enervado. – Não era para ela ter visto. – murmurou mais para si do que para os outros dois que ouviam calados.
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  - Senhor , quando alteramos a engenharia de um carro, não é possível sabermos quando ou onde o carro irá bater. – Joe diz calmo. olhou para o homem com raiva nos olhos, mas nada retrucou. O homem estava certo, ele não tinha como prever lugar e hora que o carro ia sair desgovernado.
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  - Fui até a polícia entregar as informações que o senhor pediu sobre os contatos, eles disseram que terá de dar um depoimento por ser uma conhecida dele aqui na América.
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   o encara bruscamente, a expressão ainda pior que a anterior.
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  - Ela está sendo acusada?
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  - Não exatamente. Pelo menos não foi o indício. – Cornelius era facilmente comparado a um robô; com os cabelos castanhos cortados perfeitamente e o terno que parecia ter nascido grudado ao corpo, não demonstrava expressão nenhuma e sempre fez tudo o que mandou, fosse legal ou ilegal.
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  - Há alguma suspeita de homicídio? – o encarou.
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  - Por enquanto não. Eles vão verificar no histórico do carro, quando foi a última vez que ele fora posto em revisão. A empresa que alugou o carro para Blanc irá cuidar disso. A família dele provavelmente irá querer processar a empresa. Estarei acompanhando o caso e qualquer risco, darei um jeito.
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   concordou com a cabeça. As coisas saíram um pouco de seu controle, mas tudo parecia estar andando de acordo com seu plano. Olhou para o lado externo da casa, onde estava localizada a praia. provavelmente ainda estava caminhando, pensando em sua história com o falecido.
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  - Seja o que for, não quero ela na polícia. Nem muito menos que eles tentem entrar em contato com ela ou qualquer pessoa da família. – aponta para Cornelius, que concorda com a cabeça. Olha para Bull: – É melhor você ir embora.
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  - Sim senhor. – ele se levanta. – Ah, estarei indo para Porto Rico passar uma temporada por lá, muitos trabalhos ultimamente, minha família acha que estou por lá, no caso da polícia desconfiar que fui eu. Qualquer coisa…
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  - Sim, sim, vá logo. – balança a mão.
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  Enquanto ele ficara andando de um lado para o outro, Cornelius fazia as ligações necessárias para completar os pedidos de seu patrão. Joe Bull caminhou até a porta, e ao abrir, deu de cara com o encarando séria.
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  - Ahn… Senhor ? – ele chamou pelo homem, que o olhou impaciente. Ao ver , seu coração parou.
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  - Você o matou? – perguntou, sua voz rouca, mas séria. Cornelius parou de falar ao telefone e olhou para .
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  O que ele poderia dizer? Olhou os olhos da garota e não gostou da posição que estava. Como poderia se explicar? Deu um passo para frente e a viu dar um para trás.
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  - , vamos conversar…
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  - A resposta é simples. – ela o cortou com o tom de voz mais alto. – Sim ou não?
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   respirou fundo e colocou as mãos na cintura. Olhou para o chão e depois de um tempo, voltou a encarar a garota.
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  - Não exatamente.
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  - Você mandou matá-lo. – ela diz, raivosa.
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  - Era eu ou ele, ! – ele faz um movimento com a mão, fazendo com que Cornelius e Bull saíssem do escritório rapidamente.
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  - Ele não tinha a intenção de te matar! – ela quase gritou, se aproximando mais de . Da última vez que havia a visto assim, foi quando ele a anunciou como sua namorada. Não gostou de vê-la tão brava consigo. Não gosto de vê-la tão longe de si. – Você o matou!
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  - Bom, não era para ele ter morrido. – diz, tentando amenizar sua situação, mas era óbvio que não conseguiria. – Ele veio me ameaçar ontem, eu só tive que tomar uma atitude para que nem eu, nem você nos machucássemos. Eu estava nos protegendo. – ele ainda mantinha sua voz calma.
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  - Mentira. – diz com a voz trêmula. – Aurelian nunca mataria ninguém, a não ser que a pessoa fizesse mal à pessoa que ele ama.
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  - Eu te tirei dele…
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  - Isso não justifica! Ele estava indo embora!
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  - Qual a garantia de que ele não voltaria?
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   se calou, pega de surpresa. Balançou a cabeça em descrença. Colocou as mãos na cintura e então se retirou da sala rapidamente, subindo as escadas e batendo a porta. sabia muito bem qual era seu próximo passo. As ameaças feitas anteriormente estavam prestes a se realizar. Chamou pelos seguranças e ordenou que não a deixasse sair da propriedade. Seguiu até o quarto de e bateu na porta. Como todas as vezes, não obteve uma resposta. Entrou sem bater mais uma vez. Viu as malas jogadas em cima da cama e caminhou até o closet, onde a viu retirando com rapidez suas roupas e as dobrando de uma maneira que não ocupasse tanto espaço na mala.
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  - Aonde pensa que vai?
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  - Embora. – ela diz séria e passa por ele, colocando a primeira leva de roupas na mala.
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  - Você não vai a lugar algum. – ele a segura quando ela voltava para o closet.
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  - Você não entende, não é? – ela o olha em seus olhos. se arrependeu no momento que a encarou; os olhos marejados e inundados de lágrimas que estavam lutando contra a vontade de para caírem. – Eu não posso e não vou ficar na mesma casa que a pessoa que o matou. – o empurrou, se soltando de seus braços.
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  - Você disse que não o amava. – a encarou, sério. Ela o olhou enquanto dobrava um de seus blasers.
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  - Isso não significa que eu vá esquecer tudo o que ele fez para mim no passado. – ela responde friamente. – Ele salvou a minha vida.
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  Aquilo para ainda era resquício de amor. Como podia uma pessoa ser tão dependente e presa ao passado? Como ela poderia se esforçar tanto em mantê-lo em sua mente, quando há outra pessoa disposta para amá-la? Soltou uma risada nasalada.
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  - E quando você vai entender que o que fiz foi por nós dois? Ele pode matar, mas eu não?
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   parou de mexer com as roupas e o encarou mais uma vez. Apertou os lábios, tinha razão. Deixa os braços caírem ao lado do corpo. De repente, toda sua força sumira. Não tinha como retrucar o que ele havia dito. Caminhou até o fundo de seu closet e se sentou na poltrona que ali tinha. Fechou seus olhos em dor, uma dor não física, mas sim psicológica. Por que estava odiando tanto ? Não deveria. fez com o Aurelian o que o próprio Aurelian fez com o homem que a adotou. Deu um jeito. Seu próprio jeito de salvá-la e protege-la. Por que não conseguia enxergar com os mesmos olhos que enxergou Aurelian? Será que seu amor pelo francês estava tão doente que passava para o amor que sentia por ?
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  Sentiu a mão do político pousar em seu joelho e levantou o olhar para seus olhos. Várias coisas passavam por sua cabeça e não teve tempo de reagir à proximidade de seus lábios nos dela. As mãos, nunca se encontrando, deslizavam peloo corpo do outro; respirava forte enquanto sentia os lábios de descer por seu colo até seus seios já à mostra. Sem trabalho com a boca, tudo o que eles fizeram foi apenas transar.
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  Assim que ela abriu os olhos, não pode se lembrar imediatamente aonde estava. O chão encapetado que antes parecia até macio, agora estava duro e a deixando com frio. Respirou fundo e espreguiçou, finalmente se sentando e olhando para os dois lados, onde pode ver suas roupas todas espalhadas ao seu redor. Fez uma careta, seguida de um resmungo ao se lembrar da noite passada. Procurou por algum sinal de , mas ele não estava ali. Levantou-se e pegou um robe que ainda não havia sido jogado dentro de uma de suas malas e seguiu para fora do closet, verificando se ele poderia estar no banheiro ou até mesmo em seu quarto. Sem sinal algum do dono da casa, aquilo começou aborrecê-la. Desceu as escadas e encontrou com as cozinheiras conversando, parando subitamente assim que veem adentrar, esta balança o braço:
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  - Não se preocupem comigo. – sua voz sai rouca e sonolenta.
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  - Você precisa de uma dose dupla de gorduras e calorias neste seu rosto anêmico. – a cozinheira principal diz indo até a geladeira.
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  - Sim, obrigada. – fora tudo o que conseguira responder. – não está em casa, está?
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  - Não senhorita, saiu de manhã bem cedo e disse que não irá almoçar em casa.
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  - Ele deixou algum recado para mim? – bebeu um gole do suco deixado à sua frente, tentando demonstrar o maior desinteresse do mundo pela agenda do homem.
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  - Não senhorita. – a cozinheira tornou a repetir.
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  Foi a chave final para deixar de mau humor. Fingiu não se importar e comeu todo o café da manhã que haviam lhe dado. Levantou e seguiu de volta para seu quarto, onde se pôs em sua sacada e, com a vista para o mar, pensou em tudo o que estava passando.
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  Como era de praxe, pensar nunca era bom para .
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Capítulo 31

  Assim que chegou em casa tarde da noite, viu a casa escura e sem ruídos. Os empregados já haviam se retirado devido ao horário. Quando tentou entrar em contato com mais cedo, suspirou ao ser deixado à responsabilidade da caixa postal. Os empregados informavam-no que a garota não saiu de seu quarto depois do café da manhã, pulando o almoço e ignorando a janta. Ele sabia que isso poderia acontecer; conversou com um psicólogo para saber como poderia lidar com a garota. Não queria ter saído mais cedo, preferia passar este dia fatídico com ela, mas os deveres lhe chamaram e ele queria ter certeza que não seria chamada até a delegacia.
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  Subiu as escadas lentamente devido a exaustão e viu a porta do quarto de entreaberta. Parou subitamente, estranhando a luz estar apagada. Se aproximou, cauteloso, e abriu a porta de pouco em pouco até ver que ela não estava por lá. Fechou os olhos em um pesar. Empurrou o resto da abertura da porta e caminhou nervoso até o closet da garota para vê-lo completamente vazio.
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  - O que diabos… – começou a dizer, mas parou, passando a mão pelo rosto. Soltou uma risada nervosa e caminhou para fora do quarto, pegando seu celular e voltando a descer as escadas da mansão. – Cornelius, quero que descubra onde está e traga-a para casa. Agora. – desligou, pegando as chaves do carro no prato da entrada e mandando os seguranças abrirem o portão para ele sair.
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  Percorreu Santa Mônica inteira atrás da garota, mas apenas duas horas depois que Cornelius retorno seu telefonema, informando que havia pego mais cedo, um voo para a França.
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  Encostou seu carro no primeiro lugar que achara vago e respirou fundo. Com os olhos fechados, pensou no quão tolo foi ao pensar que tudo daria certo. Bateu a cabeça no volante; a questão em agora ser um assassino não o perturbava nem um pouco mais do que a ideia de ter sido deixado para trás por . Primeiro, veio o sentimento de culpa, onde ele procurava saber no que havia errado. Em seguida, a raiva se apossou, querendo que o avião da moça caísse para que ela pudesse se juntar àquele demônio que acabou com parte da sua vida. Enfim, desistiu de pensar no assunto. Se ela queria se ver livre dele a ponto de deixá-lo dessa maneira, ele tinha um resquício de seu orgulho próprio e não correria mais atrás dela.
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  Foi a última vez que se permitiu se preocupar por uma mulher.
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  DEZ ANOS DEPOIS.

   finalmente visita os Estados Unidos.
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  A atual estilista da Crown, marca criada pelo renomado Karl Lagerfield, chegou à Nova Iorque para uma conferência exclusiva de sua nova coleção. A mulher de apenas trinta e três anos, conhecida por ser a sensação no mundo da moda e indicada a ser a próxima revolucionária do design de roupas possui um acervo incrível admirado pelos maiores criadores de moda do mundo. Situada em Paris, na França, a estilista dedica seu tempo a criar novas coleções com Karl e cuidar de seu projeto social para crianças carentes.
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  Recentemente em uma de suas entrevistas em seu escritório na França, Lagerfield anunciou a hipótese de passar Chanel para futuramente, quando “achar que ela estará preparada para a marca”. Ele ainda comentou que era bastante claro para todos os grandes nomes da moda que é a pessoa mais indicada para o importante cargo. ou seus representantes não comentaram nada sobre o assunto até então.
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  Comparada à famosa Gabrielle ‘Coco’ Chanel, consta pela quinta vez consecutiva na lista de pessoas mais influentes do mundo deste ano, subindo três posições e estando à frente de nomes como Angelina Jolie e a atual primeira dama dos Estados Unidos. Dona de um humor característico, sua vida pessoal é como o próprio nome diz: Pessoal.
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  Sua única relação pública foi afundada antes mesmo de seu ápice como designer. Dito ter sido a peça principal de ligação entre e Lagerfeld, o político , candidato a deputado federal foi o único homem publicado com quem teve um romance.
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  Paixões à parte, não veio aos Estados Unidos para desenterrar relações passadas, tampouco em criar uma nova. A mulher, focada em seu trabalho, veio acompanhada de Marguerite, a quem adotara dez anos atrás. A adolescente que agora está para completar seus dezesseis anos, pediu à “irmã mais velha” que pudesse acompanhá-la durante a temporada de moda americana.
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  Nenhum jornalista obteve permissão para entrar em contato com , tendo suas aparições sendo agendadas por seus três agentes. permanece na América até o final da próxima semana, quando embarca para os Emirados Árabes para o lançamento de uma nova loja Crown.”
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  A garota minimizou a página onde estava estampada sua foto e fechou a capa do iPad, colocando-o na mesa ao lado do sofá em que estava deitada. Olhou para a televisão, onde podia ver em um comercial político, prometendo coisas que nunca iria cumprir, não por sua característica, mas pelo simples fato dele ser um político. Entretanto, não pode deixar de assemelhar a falta de cumprimento de promessas com ela; não cumpriu com o que prometeu. A felicidade prometida nunca veio, ao invés disso, a culpa ocupou seu lugar. Desviou o olhar cansado e sem emoções para Marguerite, adormecida no sofá ao lado em baixo das cobertas. Durante os sete primeiros anos, viveu com o sentimento de culpa por ter deixado , sofrendo com suas próprias atitudes. Agora, depois de dez anos e olhando para sua jeune sœur” (irmã menor), saberia que se arrependeria ainda mais em pensar que, por sua culpa, a garota perdeu a última pessoa de sua família e foi abandonada por quem mais confiou. preferiu continuar a viver na amargura que a perseguia desde criança, deixando para trás – a deixar Marguerite nas mãos de Fleur, a amiga de infância de Aurelian. Jamais se perdoaria; jamais dormiria bem novamente. E por mais que sofresse toda vez que visse o sorriso da garota, já que ele era idêntico ao que seu amor francês raramente dava à alguém, sabia que era seu destino suportar toda essa dor. É o preço que pagou por ceder às suas emoções, como fez sua mãe quando deixou de se cuidar para garantir conforto às filhas; Chantelle, por querer manter o que a mãe começou; Pauline, por ser pequena e alegre e, por fim, Aurelian, por ter corrido atrás dela.
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  Lembrou-se sobre o amor adoecido. Ele realmente fez mal àqueles que estavam ao redor de si, como se fosse uma maldição. Amou ; amou-o ainda mais depois que o deixou e em troca, o fez sofrer com seu carma. Por uma atitude egoísta de querer ser amada e amar, acabou prejudicando a pessoa que mais amou em sua vida.
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  Olhou para a TV, onde continuava falando. Fisicamente, ele não parecia muito diferente do que deixara há dez anos. Pensou se ele, alguma vez, se lembrava do relacionamento que uma vez teve com . Se assistia suas entrevistas na televisão ou lia seus artigos nos jornais e revistas, porque ela, a todo momento, se lembrava dele. Na verdade, percebeu depois de um tempo que fazia questão de não esquecê-lo. A única pessoa que, de fato, a fez feliz não poderia ser deixada para trás com tanta facilidade. Mesmo podendo não tocá-lo, nunca se esqueceria da noite que teve sua bochecha acariciada, seguida de um ‘eu te amo’.
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  Desligou o aparelho e acordou delicadamente Marguerite, acompanhando-a até seu quarto na cobertura do melhor hotel da cidade, andar que havia sido fechado para as duas. Assim que a acomodou em sua cama, seguiu para seu próprio quarto, onde abriu a mala Louis Vutton criada exclusivamente para ela e dada pessoalmente por Marc Jacobs, estilista da marca. Retirou de dentro de um dos compartimentos, a foto de Chanel que levava consigo como amuleto, apenas para se lembrar como chegara aonde estava e até que ponto queria chegar.
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  - Você sofreu assim também? Ou sou apenas eu? – ela perguntou à foto da mulher, obviamente não recebendo uma resposta.
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  Adormeceu com milhares pensamentos na cabeça, tendo nenhum deles claros em mente.
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Capítulo 32

  A semana se passou rapidamente e, apesar de sua agenda estar completamente lotada, a maioria das entrevistas que concedia, eram no salão de convenções do hotel, para garantir seu próprio conforto.
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  Faltando ainda quatro dias para o voo aos Emirados Árabes, Marguerite a convenceu de irem fazer compras no centro de Nova Iorque, já que a irmã mais velha estava com o resto do dia livre. Seguidas por diversos fotógrafos e acompanhada de milhares de seguranças e infinitos fãs, caminhou pela quinta avenida, a rua das melhores lojas. Depois das compras com Marguerite, as duas foram levadas pelos representantes americanos a um restaurante no SoHo, onde os donos fecharam um espaço reservado para elas e a equipe.
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   dificilmente dizia algo e se limitava a apenas sorrir quando achava necessário. Sua expressão fria era sempre constante, mas, sendo parte de sua própria característica, ninguém pareceu se importar. Marguerite não parava de falar no quão legal era a América e que gostaria de estudar ali na próxima temporada. Sempre que arriscava, olhava de relance para a irmão mais velha, que nada lhe respondia.
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  Voltaram para o hotel quando era tarde da noite, por volta das onze e meia. As compras foram levadas pelos funcionários do hotel e acompanhou Marguerite até sua cama, como sempre fazia desde que começaram a morar juntas. A irmã menor, no início, chorava por Aurélio, e por mais que soubesse que a causa da morte do irmão fora ligada a , nunca culpou ou amou menos a irmã mais velha. Foi o único aquecimento no coração de durante os dez anos.
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  Abriu a porta de seu quarto e viu um semblante no escuro. Acendeu a luz sem medo de descobrir que fosse um assassino ou qualquer outra pessoa. Depois de um tempo, descobriu que a morte já não era mal vinda ou lhe trazia medo. Contudo, o que viu foi muito mais assustador que perder a vida. Arregalou os olhos ao reconhecer segurando a foto de Chanel em mãos. Ao vê-la parada à porta, depositou a armação na sofá e voltou a mão ao bolso.
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  - Já faz um tempo. – ele diz. Ela não se move, tampouco responde. – Não achei que um dia fosse voltar para a América.
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  - Nem eu. – respondeu, séria. O viu abrir o pequeno sorriso que usava quando planejava algo que ela era contra e olhou para o chão, voltando a encará-la alguns segundos depois.
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  - Vim ver com meus próprios olhos como estava. A TV engorda as pessoas. – ele voltou a olhar para o corpo ainda escultural de . Como era antes, a mulher não se intimidara com o olhar repleto de pudor do homem. – Parece bem.
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  - Pareço? – ela pergunta sem propósito algum de obter uma resposta. Era apenas para intimidá-lo. Ouviu uma risada nasalada de .
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  - Você pretende mesmo ter o mesmo fim dela? – aponta com a cabeça para a foto de ‘Coco’ no sofá. olha para a moldura e volta a encarar .
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  - Eu pretendo criar meu próprio caminho.
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  - Até agora você seguiu o caminho dela. – soltou uma risada. – Veja só, até terminou sozinha… Como ela.
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  Aquilo a machucou mais do que deveria, ele sabia disso. rapidamente descobriu qual era o propósito dele ali. Quando decidiu voltar para a América, sabia que ele tentaria entrar em contato de alguma maneira e fazê-la sofrer por sua atitude de dez anos atrás. Por mais que tivesse se preparado para isso, não se sentia nem o mínimo preparada para o que estava recebendo.
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  - Se você quer ser uma revolucionária – ele iniciou o caminho próximo à ela. -, aprenda a criar sua própria estrada. – parou quando estava a centímetros da mulher. – Pare de imitá-la. – sussurrou, sentindo o cheiro do perfume francês que sabia que gostava. Surpreendentemente, quando descobriu, viu que não era nada relacionado à Chanel; mais tarde veio a perceber que era o perfume que sua mãe utilizava quando pequena e trazia o conforto materno que nunca recebeu efetivamente.
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  - Se inspirar é diferente de imitar, achei que você soubesse a diferença. – seu tom de voz mostrava que mesmo se sentindo intimada, não desistia de seu orgulho, que falava bem mais alto que qualquer outro sentimento jogado dentro de seu estômago embrulhado.
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  - Inspirar é usar as coisas boas de uma pessoa a quem admira para coisas boas criadas por você. Tomar certas atitudes apenas porque acha que tal pessoa faria o mesmo não é inspiração. – ele diz ainda próximo à .
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  - O que faz aqui? – ela diz brutamente.
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  - Já disse, vim ver com meus próprios olhos como estava. – volta a se afastar de , com as mãos ainda dentro dos bolsos, dando-lhe as costas e indo até a janela do quarto, olhando os pontos na rua, que simbolizavam as pessoas na frente do hotel, provavelmente fãs ou fotógrafos.
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  - Nós dois sabemos que isso é uma mentira. – diz. Decidiu tentar fazê-lo acabar com ela de uma vez, ao invés de torturá-la aos poucos como estava fazendo. Esperava que ele a machucasse com palavras e então a deixasse ali, da maneira que ela o deixara.
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  Viu o homem não se mexer por um tempo, queria saber o que se passava em sua mente, como iria ofendê-la mais ou qual seria a próxima lembrança que desenterraria para fazê-la sofrer. Ao se virar para ela, assustou-a, de certo modo que a fez dar um passo para trás. Talvez estivesse errada e não estivesse pronta para sofrer deste tanto. Talvez os dez anos de preparação para encará-lo não tenham sido o suficiente para ela.
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  Encarou os olhos brilhantes de e, em sua mente, voltaram ao que eram há dez anos. Os corpos trêmulos de desejo, os olhos presos aos lábios, em busca de um toque ou de um resquício de sorriso; mas os dois estavam machucados demais pelo outro para cederem tão fácil. Tinham um compromisso consigo mesmos, as lembranças do desejo, da luxúria, da morte e do abandono ainda eram fortes e os confundia a cada respiração liberada naquela sala.
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  Se não estivesse presenciando e com o sono esquecido, nunca acreditaria que o momento seguinte foi real. Seu coração foi cúmplice da realidade ao pulsar tão forte que parecia querer rasgar seu peito e sair pulando afora. manteve o olhar na mulher que não sabia mais se tentava se proteger de suas palavras, ou ouvi-las com atenção.
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  - O que posso dizer? – ele olhou para cima com um sorriso irônico no rosto, pensando se estava certo se queria dizer o que estava para dizer. Voltou a encará-la e decidiu que depois de dez anos, nada seria arriscado. – É o que dizem, não é? – viu em seus olhos a confusão e então finalizou: – O primeiro amor, nós nunca esquecemos.
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   , pela primeira vez, foi a primeira a ceder. Com um pequeno sorriso nos lábios, concordou com a afirmação do político e olhou para a foto de Coco, que parecia sorrir para sua pupila enquanto escondia seu maior segredo. Atrás de sua foto, escondida do mundo e até da própria , a foto de jazia para as noites de solidão e da saudade. Aquele era o seu amuleto, como havia dito, repleto de inspiração.
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Fim

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