Who Said It Could Not Be Forever?


Escrita porSamara Dias
Revisada por Natashia Kitamura


Capítulo. 01

Tempo estimado de leitura: 23 minutos

  Acordei e olhei no relógio, 7 horas da manhã de um Domingo, mas não um Domingo qualquer era o Domingo, eu ainda não acredito que está realmente acontecendo comigo. Eu estou indo pra Londres no dia seguinte e estou ansiosa demais para conseguir dormir, resolvi ligar o computador, talvez tivesse algo que me distraísse. Olhei o Orkut e vi um novo depoimento, era de %Samuel%, meu ex-namorado. Será que ele não vai desistir nunca? Eu sabia que ele odiava muitas coisas que eu gostava e tal, claro eu também odiava muitas coisas que ele fazia mais mesmo assim. Eu não era ridícula como ele era, mas eu tive que ser idiota e sempre pensar duas vezes antes de terminar com ele! Burra! Eu tenho que admitir, o problema era namorar com ele tanto tempo, é muito mais difícil pra terminar principalmente quando você nunca terminou em dois anos de namoro! Por que terminar agora? Aff, como dizem os sábios: “Você está empurrando com a barriga.”, e era isso mesmo que eu estava fazendo! Mas o que ele fez comigo, foi inexplicável! Eu não vou perdoar o que ele me fez, mas não mesmo!

  Flashback On:

  - %Paulinha%, amiga! – Fiz aquela voz de bebê que sempre dava certo!
  - Que foi criança? – Ela me olhou já desconfiada, ai vem bomba!
  - Vamos comigo pra Inglaterra? – Esse é meu maior sonho, não só pelo fato da Inglaterra ser um país maravilhoso e tal, não é só por que eu já queria estudar Inglês em outro país, mas sim porque tinha um motivo especial, eu estava sonhando com aquilo todos os dias e %Paulinha% sabia bem de tudo isso. Eu sempre contava o sonho que eu tive pra ela quando eu chagava na escola. Era o McFly, meus sonhos eram todos com eles incluídos. E eu amo isso! Ainda mais porque esse sonho me fez pensar seriamente por horas e me fez tomar a decisão de ir pra lá, só pode ser um sinal dos céus. Uma visão de que aqueles sonhos se realizariam!
  - O que você sonhou dessa vez? - %Paulinha% me olhou abismada, claro que a ideia não era ruim, não mesmo, ela tinha amado a ideia, mas tinha que saber o que fez sua best ficar tão decidida.
  - Ah, amiga... – Eu a abracei com os olhos brilhando. – Eu tinha me casado com o %Danny%!
  - Eu sabia! Tinha que ter o Jones no meio, não é? – Ela começou a rir.
  - Mas então, você vai? A gente consegue! Eu já olhei tudo, a gente trabalha por um ano mais ou menos e junta o dinheiro pra ir! – Olhei pra ela com cara de cachorro pidão.
  - Antes de responder eu tenho que te contar uma coisa. – Ela fez uma cara pensativa.
  - Então fala! – Franzi a testa.
  - Eu sonhei que tinha casado com o %Dougie%! – Ela abriu um largo sorriso e pareceu voltar pro seu sonho enquanto falava.
  - Viu? É um sinal dos céus! A gente tem que ir pra lá achar nossos maridos!
  - Claro! A gente vai depois de juntar o dinheiro! – Ela já estava elaborando um plano na cabecinha dela tenho certeza. Ficamos em silêncio por um tempo, perdidas em pensamentos.
  - Mas %Saáh%...
  - O quê?
  - Você vai contar para o %Samuel%?
  Parei um pouco pra pensar, isso será difícil.
  - Acho que não. Ele não me apoiaria, você sabe. – Ela assentiu com a cabeça. - Ele acha que eu jamais vou sair daqui sozinha pra fazer faculdade, quanto mais ir pra Inglaterra!
  - É eu também não vou contar pro meu irmão, nesse sentido ele e %Samuel% são idênticos. Uma dupla de egoístas e idiotas!
  - Verdade! – Falei rindo com a ideia genial que eu tive. Londres... Perdi-me em pensamentos novamente.

  Flashback Off.

%Saáh% por favor, a gente precisa conversar!
Atende pelo menos o telefone.
Beijo. %Samuel%

  - Ele acha mesmo que eu vou conversar com ele? Cara, que ilusão!
  Desliguei o computador e voltei pra cama, não ia dormir, eu sabia disso, porém não vou ficar olhando nenhuma mensagem idiota de %Samuel%. Ele não vai estragar o meu dia. Não vai mesmo!
  Cobri-me e enfiei um travesseiro no rosto. É o grande problema do meu quarto, ele é claro demais, mas vai ser por só mais um dia. Só de pensar nisso um sorriso abre em minha boca; Eu estou indo pra Londres e todo esse passado terrível vai ficar para trás. Pra sempre!

  Flashback On:

  - Amiga, só falta um mês de trabalho agora! – %Paulinha% pulava na minha cama igual uma perereca.
  - Você acha que eu não sei? – Disse me juntando a ela na cama. Paramos de pular e sentamos exaustas.
  - Só tem um problema nisso tudo. – Eu disse por fim, ainda ofegante.
  - O que? – %Paulinha% me olhou preocupada.
  - Eu tenho que contar pra %Samuel%. – Falei olhando pra o chão.
  - Amiga, não fica assim não, se ele te ama de verdade ele vai te entender e te apoiar, você vai ver!
  - É você tem razão, se ele não me apoiar é por que ele nunca me amou de verdade!
  - Pronto, agora melhora essa cara porque nós estamos indo pra LONDRES!
  Começamos a gritar como loucas até meu pai vir me chamar.
  - %Samara%, %Samuel% está lá na porta, vai abrir pra ele!
  Meu pai já sabia dessa história, porque eu pedi pra ele não comentar nada sobre a viagem perto de %Samuel%, pois eu queria que ele soubesse por mim e meu pai desconfiava que fosse hoje que eu falaria pra ele.

  - Entra amor. – Disse dando um selinho nele. Depois de um ano de namoro ele era sempre tão indiferente às vezes, não carinhoso e atencioso como no começo. Sempre que a gente brigava eu jogava isso na cara dele. Era como se ele usasse uma máscara pra me conquistar e depois de um ano deixasse a máscara cair e dissesse: Aí, burra, esse é o seu verdadeiro namorado, agora aguenta!
  - Oi, amor. - Ele disse depois do selinho, já indo pra dentro de casa pra cumprimentar o pessoal. Eu fui atrás e logo %Paulinha% aparece.
  - Ei, %Samuel%. Tudo bem?
  - Tudo %Paulinha% e você?
  - Bem também. – Ela virou-se pra mim e disse. – Já vou, amiga, amanhã a gente conversa, tá?
  - Pode deixar, eu te ligo. – Eu disse já sabendo o que %Paulinha% queria conversar.
  - Tchau, %Samuel%. – Ela disse saindo pela porta.

  Nós nos sentamos na calçada, o dia está agradável pra ficar do lado de fora de casa e o que eu quero conversar não é muito bom todo mundo lá de casa ficar ouvindo mesmo, porque eu não sei qual será a reação de %Samuel%.
  - Amor, a gente precisa conversar. – Eu falei meio receosa.
  - Então fala, o que você quer? – Ele franziu a testa e me encarou, coisa que ele não consegue por muito tempo.
  - Lembra quando eu te disse ano passado que eu ia juntar dinheiro, por isso não estava indo entrar na faculdade ainda?
  - Não sei, acho que sim, por quê? – Ah que saco! Ele nunca se lembra de nada que eu falo. E ter que lembrar ele sempre é terrível!
  - Eu vou te dizer o motivo de eu ter juntado o dinheiro. – Puxei o rosto dele pra eu poder olhar nos seus olhos. Eu amo fazer isso.
  - Hey, não era pra sua faculdade não? – Ele já estava desconfiado.
  - Não exatamente...
  - Anda, fala logo! – Ele estava ficando irritado.
  - Calma, amor, não precisa gritar não! – Agora eu estou me irritando.
  - Desculpa, amor. Continua.
  - Bom, eu e %Paulinha% juntamos o dinheiro pra gente ir pra Inglaterra. Nós vamos morar lá e estudar Inglês por um ano, e nosso maior objetivo depois disso é fazer faculdade lá. Pronto, falei!
  - Você só pode estar brincando! – Cara por essa eu não esperava, ele rir? Ele riu, mas ao mesmo tempo parece histérico, irado, uma mistura de sentimentos. Não consigo identificar todos.
  - Não eu, não estou! – Falei séria e firme encarando-o, e ele estava me encarando também. Isso não deve ser bom, mas não mesmo.
  - Você só pode estar louca! Seu pai deixou isso? – Pronto! Começou os ataques de fúria.
  - Deixou, na verdade ele me ajudou, e muito! – Ele se levantou e eu levantei junto.
  - Você não vai! Não é possível isso! – Ele deve estar falando mais pra si mesmo do que pra mim.
  - Acorda, %Samuel%, eu vou sim, meu avião sai no mês que vem! Eu queria que você pelo menos fosse meu namorado agora e me apoiasse, já que você nunca fez isso! - Eu agora já estou chorando. Eu não queria chorar mais a raiva foi mais forte que eu.
  - Te apoiar? Você vai me deixar e ainda quer que eu te apoie? Nunca!
  - Apesar de tudo, eu esperava que você fosse agir diferente dessa vez, mas não, você vai sempre ser assim, por mais que eu tenha tentado nesses quatro anos de namoro. VOCÊ NUNCA VAI MUDAR! – Eu não queria gritar, mas quando eu vi, já tinha feito isso.
  - Sabe o que mais? Vai pra lá encontrar aqueles gays do Mc sei lá o que! Tomara que essa merda desse avião caia! – Ele disse depois se virou e entrou no carro, saindo em disparada.
  - Ca... A... Aia? – Eu já estava soluçando, não consigo acreditar no que eu acabei de escutar. Ele queria que o avião em que eu e %Paulinha% estaremos caísse! Ele só podia estar brincando. Mas não ele não estava! Foi isso mesmo que eu escutei.

  Flashback Off.

  Olhei no relógio pela décima vez, 8 horas ainda é muito cedo, mas eu tenho que me distrair, essas lembranças vão acabar me fazendo chorar se eu ficar aqui mais um segundo.
  - Um banho, eu preciso de um longo banho!
  Devo ter ficado meia hora no banheiro e só sai também porque meu pai me chamou pra tomar café. Depois fui escovar os dentes e trocar de roupa, quando acabei ouvi meu celular tocar, achei que seria uma das meninas então corri pra atender e pra minha surpresa quando olhei no visor...
  - Ai, que MERDA! Esse menino não cansa não?!
  Atendi ao telefone e nem dei tempo dele dizer nada.
  - Acorda, %Samuel%, eu não quero falar com você ou ouvir a merda da sua voz, me deixa em paz e não preocupa não. Quem sabe a PORRA do avião cai amanha do jeito que você me disse? Como você quer que aconteça!
  Desliguei, e estou com uma vontade louca de tacar o celular na parede, mas ai eu lembrei que ele foi muito caro pra eu poder fazer isso. Acalmei-me e terminei de me arrumar, quando o celular tocou de novo, já comecei a me irritar achando que era %Samuel%, porém eu me acalmei vendo que era %Kalissa%, minha best.
  - Oi, %Loraa%!
  - Oi, %Saáh% e ai, tá pronta?
  - Lógico! Só um pouco irritada.
  - Com o quê?
  - %Samuel%.
  - Ah! O que aquele menino fez dessa vez?
  - Quando tiver todo mundo junto eu conto, pra economizar saliva! – Cai na risada e %Loraa% também.
  - Tá bom, a gente passa ai daqui a pouco, viu, amiga?
  - Tá legal, %Loraa%, beijo.
  - Beijo.

  Flashback On:

  - %Loraa%.
  - Meu Deus, %Saáh%, o que aconteceu com você amiga?
  - Eu conto só depois que as meninas chegarem, liga pra elas pra mim?
  - Está bem, senta aí amiga, eu vou pegar o telefone.
  Depois do que eu escutei, eu resolvi não entrar em casa, meu pai ia desesperar em me ver chorando daquele jeito, então fui pra casa de %Loraa% minha best desde os meus 3 anos de idade, ela morava do lado da minha casa e me entedia, ajudava principalmente em situações como essa. %Loraa% ligou pra %AnaPaula% e pra %AnaLuisa% e não demoram muito elas já estavam tocando a campainha da casa de %Kalissa%.
  - Agora conta, amiga, o que aconteceu? – %Aninha% disse preocupada, mas também qualquer um ficaria olhando pra mim, eu estou péssima!
  Contei tudo o que eu conversei com %Samuel%, menos a última frase.
  - %Saáh%, você sabia que essa seria a reação dele. – %Paulinha% disse mais tranquila.
  - É mesmo amiga, melhora essa cara, vai! – %Loraa% disse limpando minhas lágrimas.
  - Não é só isso meninas, a pior parte eu vou contar agora.
  - Então conta logo! – %Aninha% disse já curiosa.
  Ela era assim, a mais meiga, mas também a mais curiosa de todas, ela não era assim tão best como a %Loraa% mais era minha amiga e eu a amo muito também. Antes de eu contar, eu já tinha controlado o choro, estava mais calma, mas não sabia se ia durar muito.
  - Ele disse: Sabe o que mais? Vai pra lá encontrar aqueles gays do Mc sei lá o que! %Tom%ara que essa merda desse avião caia! – Eu já disse começando a chorar de novo, só que agora eu não estou prendendo mais, eu estou chorando com vontade, esperando que tudo acabe logo.
  - O quê? – %Paulinha% falou completamente horrorizada pelo que ela tinha acabado de escutar. – O avião cair com a gente dentro? – Eu assenti com a cabeça.
  - Eu não acredito nisso, foi assim mesmo que ele disse %Saáh%? – %Loraa% perguntou chocada.
  - Ca... Da pa... La... Vra. – Eu já não consigo falar, eu soluço e as palavras saem como se eu fosse gaga.
  - Ah, mas eu vou dizer umas poucas e boas pra ele agora! – %Aninha% levantou nervosa caminhando ate a porta mais %Loraa% a puxou. Eu estou travada, já que %Aninha% sempre é a mais meiga e inocente. Vendo-a querer me defender assim da muita alegria apesar do que aconteceu.
  - %Aninha% esquece isso, ele não merece nem que a gente esteja conversando sobre ele aqui. – %Loraa% disse fazendo %Aninha% sentar na cama.
  - É vamos esquecer isso, amigas. – Eu disse mais controlada. – Já que ele quer que eu morra, então, pra mim, ele morreu hoje!
  - Isso aí! – Disseram as outras três juntas.

  Flashback Off.
  - Pai, tô indo tá? – Gritei logo que ouvi a buzina do carro do pai de %Paulinha%.
  - Está bem e juízo, mocinha.
  - Ok! Eu já nasci ajuizada, esqueceu? – Eu ri.
  - Ei, meninas. Preparadas para o dia de farra e despedida? – Disse entrando no carro.
  - Claro! – Disseram juntas.
  - Mas não esquece que você vai ter que nos contar o que %Samuel% fez dessa vez. – %Aninha% disse, como sempre curiosa.
  - Beleza, mas deixa pra depois.
  - Ok. – Ela assentiu com um sorriso.

  Contei para as meninas toda a história, desde eu ter acordado cedo até eu ter atendido ao telefone. Claro, elas amaram a parte em que eu xinguei ele, mas se eu for parar pra pensar nisso eu fico triste, eu ainda amo %Samuel%, apesar de tudo. São quatro anos de namoro e convivência, não é fácil esquecer-se disso, eu juro que se não fossem as meninas eu estava na fossa até agora!

  - %Saáh%, dorme e descansa, amiga, amanhã é o nosso dia! – %Paulinha% disse super animada.
  - Nós também vamos descansar porque a gente quer acordar amanhã pra levar vocês na Rodoviária. – %Loraa% disse mais pra %Aninha% do que pra ela.
  - Hey, não me olha assim não, eu vou conseguir acordar! – %Aninha% falou percebendo a indireta.
  - Ok, ok meninas, vamos todas dormir e %Aninha%, se você não acordar a gente vai à sua casa com um monte de panelas pra te acordar da pior maneira possível! –Eu disse fazendo cara de mãe mandona.
  - Isso foi uma ameaça, mocinha? – %Aninha% disse tentando prender a risada.
  - Com certeza! – Dissemos.
  - Ok, eu já disse que vou acordar, não quero ter uma experiência dessa na memória! – %Aninha% disse já não segurando o riso acho que ela estava imaginando a cena.
  - Boa noite, bests!
  - Boa noite, %Saáh%!

  Entrei em casa e fui direto pra o banheiro, escovei os dentes e corri pra minha cama. É minha ultima noite com ela, eu tenho que aproveitar cada segundo dessa noite, talvez essa seja a ultima vez que eu vou sonhar com os meninos, com o %Danny%... Eu não vejo a hora de chegar lá e ver que todos os meus sonhos vão se realizar, ou pelo menos o de conhecer os McGuys. Mergulhada em pensamentos, adormeci em menos de 10 minutos.

  - %Samara%, acorda anda!
  Meu pai está me sacudindo enquanto eu luto pra continuar dormindo e tendo esse sonho tão perfeito, mas não consegui, em poucos segundos eu estou de pé entrando no banheiro pra fazer minha higiene pessoal, depois recebo a ligação de %Paulinha% só pra confirmar se eu já estou acordada.
  Terminei de tomar café e liguei pra %Loraa%, e ela já acordou então liguei pra %Aninha% que, pra minha surpresa também já tinha acordado. Combinei com as meninas da gente se encontrar aqui em casa pra irmos pra Rodoviária.
  - Bom dia, best’s.
  - Bom dia, %Saáh%!
  - Preparada? – %Paulinha% disse com um largo sorriso.
  - Eu nasci preparada pra esse momento, querida! – Falei com cara de: “Dã, é óbvio!”.
  - Então, vamos, meninas? – Meu pai disse isso e logo nós entramos no carro, eu já tinha despedido da família lá em casa, e só meu pai ia com a gente lá, junto com o pai de %Paulinha%.

  Chegamos à rodoviária e logo nós estamos esperando só o momento do ônibus sair.
  - Eu odeio esse cheiro! É tão horrível! – Eu disse fazendo uma careta. – O aeroporto daqui bem que podia funcionar, pegar um ônibus pra ir pra BH e ficar sei lá quantas horas dentro dele é um saco!
  - Hey, amiga, para com isso, a gente tá indo pra Londres, pensa nisso que você esquece tudo rapidinho! – %Paulinha% falou tentando me animar.
  - Meninas, o ônibus sai daqui a 10 minutos. – Pai disse voltando da loja com água, refrigerante e quatro pacotes de Ruffles e entregando pra gente.
  - Ai, pai, obrigada. É capaz de a gente sentir fome mesmo. – Eu disse entregando para %Paulinha% as coisas dela.
  Meu pai foi junto com o pai de %Paulinha% levar nossas malas para o ônibus enquanto eu e as meninas estávamos começando a nos despedir.
  - Eu vou sentir tanta falta de vocês. – %Loraa% falou enxugando as lágrimas que caíam no seu rosto.
  - Nós também, %Loraa%, %Aninha%, vocês vão estar sempre nos nossos corações! – Eu também estou chorando, igual uma condenada, devo admitir.
  - É verdade, mas vai ser por pouco tempo, não é? Vocês vão pra Londres nos visitar qualquer dia desses. – %Paulinha% falou também não contendo as lágrimas.
  - A gente vai tentar, não é, %Loraa%? – %Aninha% falou quase aos soluços.
  - Com certeza! – %Loraa% deu aquele sorriso e nós demos também, apesar de estarmos indo embora, nós nunca nos esqueceríamos da nossa amizade.

  Nós estávamos tão distraídas em nos despedir que nem percebemos a presença de um ser estranho ali, um ser que eu conhecia bem e era a última pessoa nesse mundo que eu queria ver.
  - %Samara%. – Eu conheço essa voz e se for de quem eu estou pensando eu já vou começar a me controlar desde agora.
  - O que você está fazendo aqui, idiota? – %Aninha% falou irritada quando nós olhamos pra trás e vimos que era %Samuel% que estava ali, na nossa frente.
  - Calma, eu só queria pedir desculpa pra você %Saáh%. – Ele falou olhando para o chão. Com certeza ele estava tentando juntar forças para continuar ali. – E pra você também, %Paulinha%, eu não devia ter dito aquilo, falei sem pensar. - Nessa hora ele olhou pra mim. – Me perdoa %Samara%?
  - Não! E mesmo por que isso não me importa mais. Para mim, você morreu aquele dia! – Eu disse e puxei as meninas para mais perto do ônibus. Eu queria sair dali, preferia ficar dentro do fedor horrível do ônibus do que olhar pra cara dele ou ouvir aquela voz.
  - Por favor... – Ele parecia que ia chorar e eu também iria, se não tivesse pensado no que eu pensei. Peguei uma folha que estava na minha bagagem de mão. Parecia que eu tinha previsto aquilo, mas eu tinha sonhado com isso uma semana antes. É isso! Os sonhos irão mesmo se realizar, e o primeiro deles acabou de acontecer. Entreguei o papel pra ele e cantei:

Since she left me
Desde que ela me deixou
She told me
Ela me disse
Don't worry
"Não se preocupe."
You'll be ok, you don't need me
"Você vai ficar bem.", "Você não precisa de mim.”
Believe me, you'll be fine.
"Acredite, você vai melhorar."
Then I knew what she meant
Então eu soube o que ela queria dizer
And it's not what she said E não era o que ela disse
Now I can't believe that she's gone.
Agora eu não acredito que ela se foi

  Depois de cantar eu entrei no ônibus e me sentei no meu lugar.
  - O que isso quer dizer? – Ele perguntou para as meninas um pouco confuso. Elas, pelo contrário, conheciam bem essa tradução, essa musica. Era do McFLY: She Left Me. %Paulinha% já imaginando o que tinha na mão dele parou na porta do ônibus.
  - Lê o papel que ela te deu, com certeza tem a tradução que você quer tanto descobrir. – Ela deu um beijo nas meninas e no seu pai e então entrou.

  %Samuel% POV

  Eu fiquei mais confuso ainda, porém fiz como %Paulinha% disse. Li o papel e, como %Paulinha% desconfiava, era a música com sua letra original e tradução. Passei meus olhos pelo ônibus mais uma vez e encontrei os olhos de %Samara% na janela. Eu tinha quase certeza que aquele era o nosso ultimo olhar.
  - Eu a perdi para sempre. – Disse mais para mim mesmo do que para qualquer outro que pudesse ouvir.
  - Você pode ter certeza disso. – Me virei para ver quem dizia isso. Era %Kalissa% e ela dizia com toda razão, eu fiz o que nenhum namorado faria. Eu praticamente roguei uma praga de morte em uma das pessoas que eu mais amava nesse mundo, e ainda amo.
  %Kalissa% e %AnaLuisa% tiraram os olhos de mim e olharam para o ônibus. Ele estava partindo, levando dentro dele o amor da minha vida. Elas acenaram e depois que o ônibus se perdeu de vista elas se viraram e foram embora, e eu fiquei ali, olhando para o lugar onde eu tinha visto os olhos dela pela última vez.
  - Agora é tarde demais. – Falei pra mim mesmo e fui embora dali.

  End POV

  Vi %Paulinha% entrando no ônibus pela janela, ela estava radiante com o que eu tinha acabado de fazer. Ela sentou do meu lado e me deu um abraço.
  - Agora a gente vai começar uma nova vida, vê se alegra essa cara! – %Paulinha% ajeitava suas coisas e tentava me reanimar.
  - É, você está certa! Nova vida, novas pessoas, McFLY... – Abri aquele sorriso. Lembrar-me deles me deixa feliz, lembrar-me DELE me deixa feliz!
  Nós acenamos para as meninas e nossos pais da janela, eu sentiria falta dali, dos amigos, dos meus pais, mas agora uma nova vida me esperava em Londres. Eu sei que um dia eu vou voltar e, quando esse dia chegar, eu quero estar com uma vida totalmente nova. Eu quero estar com uma pessoa em particular e essa pessoa vai me fazer feliz como nenhum outro conseguiu fazer. Eu quero estar com %Daniel% %Jones%, ou somente %Danny% Jones.
  - Pois é! Agora eu vou dormir, a gente acordou muito cedo hoje. – Ela disse já fechando os olhos e colocando os fones de ouvido.
  - É eu vou dormir também, quem sabe eu não sonho com o %Danny%? – %Paulinha% não me ouviu, os fones estavam muito altos e eu dei de ombros, coloquei meus fones e me encostei-me à cadeira.
  - É uma nova vida... – Eu disse baixinho antes de adormecer.

Capítulo. 01
0 0 votos
Classificação do artigo
Inscrever-se
Notificar de
guest
0 Comentários
mais antigos
mais recentes Mais votado
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários
Todos os comentários (0)
×

Comentários

Você não pode copiar o conteúdo desta página

0
Adoraria saber sua opinião, comente.x