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História NÃO RECOMENDADA PARA MENORES ou PESSOAS SENSÍVEIS.

Esta história pode conter descrições (explícitas) de sexo, violência; palavras de baixo calão, linguagem imprópria. PODE CONTER GATILHOS

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Vicious

Escrita porSoldada
Revisada por Lelen

PRÓLOGO • INVISIBLE

Tempo estimado de leitura: 34 minutos

  Havia algo de errado com %Atlas% %Gaunt%, algo quebrado.
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  Desde o momento que havia nascido, algo parecia ter se enredado por suas pequenas entranhas e o corrompido. Talvez fosse o peso do legado da Casa dos %Gaunt% que recaiu aos ombros do menino, uma vez que ele era, de fato, o herdeiro daquele lugar, ou talvez, fosse apenas a má sorte de uma leitura equivocada de uma profecia que o colocava como um inimigo ao em vez de uma esperança para a família. Entre os ossos dispostos sobre a mesa coberta por veludo vermelho, permeada por velas coloridas em variadas formas, cartas de tarô, e mesmo borras de café usadas e descartadas aleatoriamente sobre lugares que não deveriam, revelou-se uma preocupante verdade sobre ele: “Sob as escamas da Serpente, criar-se-ia sua destruição, seria pela mão daquele com sangue que a construiu, o responsável por destruir permanentemente a grande Casa dos %Gaunt%”. Nigel rebelou-se com a previsão, tamanha ousadia de mera clarividência descuidada, proferia palavras insensatas, e de sua postura, reconhecia o charlatanismo, além disso, era evidente que sua parte trouxa o tornou mais fraco em sua leitura; fez o que tinha que ser feito. Sangue ainda pingava ritmicamente contra o assoalho de madeira do pequeno consultório, revelando uma mancha considerável absorvida pelo tecido quando ele deixou o lugar, sem um único olhar para trás.
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  Homem de tradições antiquadas, Nigel %Gaunt% não tardou em consultar outros demais clarividentes a fim de compreender melhor como seria a vida de seu herdeiro. Não poderia simplesmente aceitar que a prole que tanto esperava viria a tornar-se a destruição de seu império; a resposta foi unânime: o que havia começado pelas mãos dos %Gaunt%, seria finalizado pelo mesmo.
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  Quando desmontou de seu cavalo naquela noite, Nigel %Gaunt% era um homem transtornado. Os cabelos loiros pálidos, estavam desalinhados de seu cuidadoso penteado, os olhos, arregalados, estavam avermelhados, e as veias projetavam-se ao redor de seu pescoço e testa com um pulsar intenso; estava sendo consumido pela fúria, não pelo desespero.
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  Quando adentrou no casarão, agiu como sempre, não cumprimentou ninguém, sequer os reconheceu em sua presença, mas então, novamente, isso era hábito para um %Gaunt%. Como os herdeiros de Salazar Slytherin, diretamente por sangue, a pureza que carregava dentro de si trazia consigo o peso da dinastia e a herança de uma magia pura e latente ancestral. Era por isso que se viam como superiores, era isso que os tornavam superiores; eles tinham muito cuidado para não se misturar com pessoas erradas ou manchar a reputação, e muito mais o sangue que possuíam.
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  Lufadas de ar escapavam por entre suas narinas dilatadas, rápidas, severas e cálidas contra o lábio superior retorcido, os dentes estavam à mostra em um impulso mal contido repleto de cólera, o grito, encurralado, preso na garganta. A irregularidade com a frequência de sua respiração evidenciava a intensidade de seu tormento; marchou assim, em direção de onde, pudera identificar, vinha o chorinho.
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  Encontrou-o nos braços de sua esposa, como deveria. Pela primeira vez, todavia, desde seu árduo nascimento meses atrás, durante uma noite límpida estrelada, Nigel %Gaunt% não sentiu nada pela criança que em tudo era a sua própria imagem. A frieza há muito o corroeu, isso era fato, quando se casou com Astória, o fizera porque precisava consolidar seu status socialmente, e seu pai jamais aceitaria, mesmo em morte, que ele se tornasse seu herdeiro sem ao menos ter se certificado de ter uma família para que o futuro dos %Gaunt% fosse garantido. Tampouco importava-se com a mulher, desde que fosse submissa e obediente, Nigel tinha poucos problemas; Astória era isso, e, certamente, muito bonita também, logo não hesitou em tomá-la para si. A disparidade de idade entre os dois acabou construindo não apenas um relacionamento, mas um ambiente desprovido de afeição, embora muitos viessem a dizer posteriormente que nem mesmo Astória ou Nigel havia conhecido o significado da palavra. De certo modo, não sabia mesmo, mas houve um tempo que Nigel considerou-a como o mais próximo do que era capaz de oferecer-lhe não apenas conforto, mas, igualmente, afeto. Seria equivocado, todavia, fingir que isso possuía alguma profundidade.
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  Assemelhava-se com um lago cristalino, a água tão corrente e próxima ao chão que se transformava transparente. Era essa a profundidade de seus sentimentos pela esposa; não havia outras mulheres que chamavam sua atenção, tampouco poderia dizer-se que se importava em procurar algum parceiro por fora de seu casamento para cuidar de suas necessidades. A única e verdadeira amante que Nigel sempre havia tido, e sempre teria, era sua própria ambição, seu desejo por poder e glória para o nome de sua casa. Nigel era um %Gaunt%, e um %Gaunt% estava destinado a ser grande não importava a forma de seu nascimento. E era por isso que quando seu pequeno espelho foi expelido para fora do corpo da esposa, ousara ter, ainda que de maneira deturpada, esperanças. Aquela pequena figurinha, de berros fortes e bracinhos gorduchos, tão parecida consigo mesmo, esperneando-se em seus braços, havia, mesmo que por uma fração de segundos, aquecido seu coração gélido, com a certeza de que o faria melhor do que Nigel era. O tornaria melhor e maior; um futuro promissor.
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  Nigel deveria ter amado o filho, mas seu amor era condicional, e desapareceu com a profecia. Seu ódio transbordou pelos olhos ao deparar com a expressão irritada e incomodada de Astória. Viu-a encolher-se, tentando proteger o monstro que havia parido, e pedir-lhe para que não fizesse. Debulhou-se em lágrimas, e foi ali que Nigel percebeu a fraqueza com que permitiu-se unir, não era surpresa que a criança fosse ser um problema futuro.
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  Nigel %Gaunt% teria matado o filho naquela noite, mas algo o impediu.
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  Não foi o chorinho sentido por ter sido tomado dos braços da mãe que pareceu o fazer hesitar, foi a resposta ao desconforto. O bebezinho, ainda jovem demais para compreender sua situação, deveria ter sido movido pela frustração, porque, ainda que suas gengivas fossem macias e desprovidas de quaisquer dentinhos, mordeu com toda sua força o dedo do pai. As mãozinhas esmagando o membro como se pudesse estourá-lo. Nigel tivera o trabalho para arrancar da boca do menino, mas um pequeno plano começava a se formar por sua mente. Talvez ele não pudesse impedir a destruição de sua casa, talvez aquela criatura fosse um monstro desde sua concepção que encontrara refúgio no ventre de sua esposa, não havia como saber, não havia igualmente como calcular o que o futuro iria revelar, mas certamente ele poderia segurar a coleira do monstro. Então, Nigel entregou a criança com ordens expressas para os dois elfos domésticos para que estes o criassem.
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  O menino foi deixado aos cuidados dos elfos, dormia nos estábulos, coberto por uma pequena e frágil manta de tecido puído que Kranky remendou. Em noites mais frias, Kranky e Fiende ajeitavam-se ao lado da criança para protegê-la do frio com o calor de seus corpos. Nigel %Gaunt% tivera ainda mais três outros filhos depois de %Atlas%: %Scorpius%, gêmeo franzino e frágil de %Atlas%, Astra e Celeste, embora as duas meninas mais novas não fossem relevantes para o pai. Tomou então %Scorpius% como seu projeto pessoal de herdeiro. Enquanto %Atlas% crescera largado pelos cantos da casa, usando-se de sua própria crueldade para ganhar um resquício de atenção dos pais que os rejeitaram, %Scorpius% cresceu com o peso da atenção implacável do pai e da responsabilidade de ser o que lhe fora comandado, o herdeiro da Casa dos %Gaunt%, e, acima de tudo, a melhor versão que Nigel %Gaunt% jamais poderia vir a ser.
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  Mas %Scorpius% não era como o pai; ele era como a mãe. Ou o fantasma do que Astória um dia havia sido, antes de ser forçada a casar com Nigel — era uma criança doce, gentil, de coração facilmente partido. Diferia-se entre os irmãos como um dedo podre, se acaso %Atlas% tomava a iniciativa de atormentar uma pobre criatura apenas para dar risada de seu sofrimento, %Scorpius% ficaria para trás, tomaria a criaturinha ferida em suas mãos, e o levaria até o porão da casa, onde cuidaria do animalzinho — deparou-se por vezes, com tentativas que resultaram apenas na morte das mesmas, e a culpa, mesmo em tenra idade, tornou-se uma grande companheira. O garoto melancólico escondia-se entre os cômodos, evitava as festas para as famílias poderosas de bruxos que acompanhavam o pai, e as reuniões de Conselhos Secretos. Preferia esconder-se na biblioteca, abaixo das mesas, e às vezes, raramente, fazia companhia para %Atlas%.
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  %Atlas% era uma criatura esquisita, era cruel e violenta, e às vezes atormentava criaturas mais fracas e frágeis apenas pelo prazer e o poder de o fazer. Arrancou as asas de um grupo de fadinhas que viviam na floresta uma vez, apenas para obrigá-las a andar, e ver quanto tempo levava até que começassem a chorar. Jogava pedras em dois Amassos que pertenciam ao vizinho carrancudo do casarão que viviam, até que um deles se tornasse tão arisco que acabou perdendo-se na floresta. E em certa vez, revelou a %Scorpius% que conseguiu ver os Testrálios nos estábulos do pai, era por isso que cuidava deles — mesmo que colocasse sal a mais em suas comidas para incomodá-los. %Scorpius% percebeu, em algum momento, algo curioso, embora a fachada que %Atlas% apresentava fosse, de fato, a de uma crueldade intrínseca quase inquestionável, havia inúmeras cicatrizes espalhadas por seu corpo, talvez até mesmo em sua alma, a ponta de seu dedo anelar esquerdo era bem menor que os outros — algo, ou alguém, parecia tê-lo arrancado —, e %Atlas% tinha um olhar triste. Mesmo que não gostasse da crueldade do irmão, %Scorpius% não pôde deixar de se questionar se, de fato, não era a ausência de um amigo que o tornava assim, então o menino fez de sua missão pessoal tentar conectar-se com o irmão gêmeo, e por um tempo, até conseguiu. Até o dia que %Atlas% o desafiou a torturar um casal de trouxas.
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  Escaparam em meio a madrugada, a família já há muito colocou-se a dormir, com exceção dos pais que estavam sempre envoltos por uma grossa camada de discussões sussurradas e acusações agressivas. Não perceberam quando os meninos se espreitaram pelos corredores e correram para os estábulos. Foi %Atlas% quem ofereceu-se para levar a culpa caso fossem pegos, e %Scorpius%, por um momento, havia acreditado que o irmão gêmeo havia sido sincero em suas palavras, havia acreditado que iriam apenas aprontar uma peça em Hogsmeade, logo, que mal teria? Mas o que diferenciava as travessuras de %Scorpius% e %Atlas% era simples: o alvo.
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  %Scorpius% gostava de pregar peças nas irmãs mais novas, ouvi-las gritar de medo ou xingá-lo o fazia rir por horas a fio. Observar a mãe chiar entre dentes e mandá-lo buscar alguma outra coisa para fazer acabava por aquecer seu coração por horas a fio até que ele se arrependesse da atitude e trouxesse alguma das frutas que sabia que suas irmãzinhas gostavam. Não entregaria a elas diretamente, deixaria em um pratinho, devidamente cortadas com a ajuda de Fiende e sem as cascas, com um pouco de mel no canto, ele iria deixar à porta delas, chutar a madeira e sair em disparada para se esconder — que os céus proibissem que elas sequer pensassem que %Scorpius% gostava delas, e que sua invenção de que elas haviam sido deixadas em cestas na frente da casa era mentira. Para %Atlas%, pregar uma peça sempre acabava com alguém sangrando.
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  E naquela noite não havia sido diferente. Quando Crucio foi expelido pela boca de %Atlas%, que andava a investigar as magias que o pai e seus amigos debatiam e discutiam utilidades, algo se partiu entre os irmãos. Não foi uma quebra — ao menos, não imediatamente —, mas foi o suficiente para que uma fissura começasse a surgir entre a ligação dos dois. Algo se alterou na mente de %Scorpius% que nunca havia ouvido tamanho desespero escapar da boca de trouxas, que nunca os havia visto debater-se com tamanha dor até que simplesmente pararam de mover-se. Mas havia sido o sorriso que surgiu nos lábios de %Atlas% que mais o apavorou — vagaroso, lentamente revelando-se como se uma máscara tivesse sido puxada para fora de seu rosto. Pela primeira vez em muito tempo, %Scorpius% temeu o irmão gêmeo, e a crueldade que havia sido instaurada dentro de si.
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  Quando um dos trouxas havia parado de gritar, aparentemente a violência da dor que lhe era infligida foi o suficiente para sobrecarregá-lo e fazê-lo encontrar sua própria morte mais rápido e inegavelmente, %Scorpius% não conseguiu conter-se, avançou na direção do irmão gêmeo. Lançou-se de surpresa, usando toda sua força para derrubá-lo contra o chão. O que era uma risada, transformou-se em uma briga descoordenada de socos, chutes e gritos entrecortados de duas crianças rolando pela lama. Morderam-se e debateram-se, lágrimas grossas escorreram dos olhos de %Scorpius%, manchando as bochechas pálidas, o tremor cresceu dentro de si como um pulsar sufocante, enquanto fúria, em seu intrínseco âmago, explodia por trás dos olhos de %Atlas%, que, tal qual um animal selvagem atacado, viu vermelho.
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  A briga somente acabou quando Kranky e Fiende, enviados por Astória, os localizou e os separou usando sua magia. Foram carregados de volta para a casa pelos elfos domésticos com um silêncio sufocante estendendo-se sobre seus ombros. O ressentimento no olhar de %Scorpius% era palpável, quase tão tangível quanto sua pele ou o tecido arruinado pelas mãos do gêmeo e a lama que os envolviam. %Scorpius% havia levado a pior, é claro, um galo na cabeça, um olho roxo inchado, um lábio cortado, mas o olhar de %Atlas% parecia pior; ressentido, irritado, como se a pequena amizade que os dois meninos haviam desenvolvido ao longo de sua infância tivesse ido por água abaixo no segundo que %Scorpius% reagiu. %Scorpius% não se encrencou, o pai, ainda que severo, conhecia a natureza do filho, e sabia que ele era fraco.
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  Palavras duras foram ditas; palavras que não poderiam mais ser retiradas. E havia uma estranha aprovação pairando pelos olhos de Nigel %Gaunt% quando voltou seu rosto severo para %Atlas%. Talvez tenha sido isso que cimentara a putrefação do primogênito. Foi que, naquele pequeno instante de silêncio que se estendeu entre o homem e o menino, houvera um reconhecimento, um reconhecimento positivo. Foi o que bastou. Naquela noite, igualmente, %Scorpius% descobriu quem havia sido o responsável pelas cicatrizes no corpo de %Atlas%.
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  Quando mais se formaram ao longo da pele pálida de suas costas, %Scorpius% viu o cinto do pai, acertando a pele do irmão com violência, criando vergões vermelhos, e cortes profundos na pele, mas %Atlas% não dizia nada, sequer um ruído soltava. Como se em seu silêncio petulante recusava-se a dar a satisfação de seu grito ao mais velho. %Scorpius% esperou pelo momento que o irmão gêmeo iria explodir, o momento em que, em meio aos gritos de sua própria loucura e crueldade, avançaria no pai e lhe tomaria o cinto, %Scorpius% sabia que %Atlas% provavelmente fantasiava com isso, mas se %Atlas% era o que era, então, talvez, a culpa fosse de seu pai, por torná-lo aquilo. A imagem acompanhou-o como um fantasma vagante, assombrou-o por um momento, na solidão de seu próprio quarto, mas então, entre soluços abafados, dedos agarrados às mechas pálidas de seus cabelos, e a culpa sufocante que o fizera encarar por um longo tempo o atiçador da lareira e sua ponta avermelhada pelo fogo que o envolvia, %Scorpius% foi acompanhado pelos gritos de desespero dos dois trouxas que %Atlas% torturou aquela noite, pelo gorgolejo do sangue que escorria pela boca de um, e pela respiração falha acompanhada de engasgo que o outro soltara quando seu coração explodiu dentro do peito tamanha dor deveria estar sentindo. Foi ali que %Scorpius% percebeu que, porventura, %Atlas% merecia tal tratamento do pai.
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  Selvagem como era, %Atlas% não passava de um monstro, uma criatura maldita que merecia adestramento e uma mordaça. Que abaixar a cabeça cabia-lhe tal como um animal selvagem, malcriado. Que deveria ser mantido no porão da casa, trancado e que aquele que possuísse a chave o esquecesse. Poderia sentir a dor do irmão gêmeo como sua, mas não havia como negar que, no fim das contas: %Atlas% %Gaunt% não possuía uma alma.
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  Quando os gêmeos completaram 11 anos, %Atlas% foi autorizado a retornar a viver no casarão dos %Gaunt%. O pai fez acomodações, indagou suas preferências e o menino pediu apenas por uma janela, sem ter ideia do que era a mordomia que os outros irmãos recebiam. Um tratamento estrito e severo o tornou surpreendentemente civilizado, o suficiente para que fosse visto como um bom representante da família %Gaunt% antes de ser preparado para seu primeiro ano em Hogwarts. Fora dos corredores largos e obscuros do casarão, e longe dos olhos severos do pai, %Atlas% era um monstro à deriva, caminhando por entre os colegas de sala como um predador, encantador o suficiente para atrair e fazer amigos, cruel o suficiente para tirar de seu caminho qualquer pobre coitado que interviesse sem que lhe fosse chamada a atenção de imediato. Inteligente o suficiente para ocultar seus passos para que a negligência do Diretor Black não lhe atraísse resposta imediata.
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  Não houve surpresa que ambos os gêmeos fossem selecionados para a Sonserina, por motivos particulares e tradição, a surpresa se deu a escolha de %Scorpius%, que recusou-se a dividir um mesmo quarto com %Atlas% e os dois amigos que havia feito de imediato — Moriarty Grimstone e Dorian Buchanan —, optando por ocupar os aposentos mais afastados das masmorras, quase um depósito de tralhas, a ter que conviver mais do que o necessário com o irmão gêmeo. E por um tempo, tudo pareceu ficar bem. A violência de %Atlas% parecia ter-se tornado meramente uma crueldade enviesada, satisfatória apenas na ação de suas palavras, quando não muito, alguma humilhação significativa que faria outra criança soluçar em um canto escuro.
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  Foi somente no quinto ano dos gêmeos em Hogwarts que as coisas mudaram. Uma estudante de intercâmbio atravessou os portões de Hogwarts causando certo burburinho. Era acompanhada pelo renomado professor de Poções, outrora Auror, Aesop Sharp. Taciturno e com uma inteligência afiada, a figura do homem contrastava com a da jovem como polaridades diferentes: a pele pálida envelhecida de Sharp era envolta por um cabelo escuro e longo, na altura de seus ombros, mas era a cicatriz que atravessava seu rosto, da lateral esquerda da mandíbula ao centro esquerdo de sua testa, que tornava-o mais severo e apático do que talvez tenha vindo ser. Já a jovem, era visivelmente estrangeira, contava-se que uma brasileira de algum lugar entre São Paulo e Minas Gerais. Irrevogavelmente bonita, a pele parecia macia sob o toque, os cabelos volumosos formavam-se em duas tranças que se uniam abaixo de sua nuca, transformando-se em um rabo de cavalo baixo, preso com laço de fita lilás, firme, embora alguns cachos pendessem a frente de seu rosto, emoldurando-o. Olhos marcantes e afiados pareciam ser levemente repuxados nos cantos, e os lábios pareciam repuxar-se para baixo, em uma carranca de poucos amigos. Luvas de renda branca envolviam suas mãos, enquanto o uniforme de Hogwarts destacava-se contra seu tom de pele mais quente. A saia parecia ter sido um pouco mais encurtada, para o choque de algumas professoras da escola, mas levando em consideração o quão rápido caminhava, não era surpresa que ela tivesse adaptado a própria saia para mover-se mais rápido.
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  Chamavam-na de %Luana% %Monteiro%. Apenas %Lua% — como o satélite que girava ao redor da Terra, em sua língua materna.
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  Botas desgastadas de couro curtido chapinhavam as poças que se acumulavam entre as pedras do castelo, ao usar um jornal do dia anterior para proteger-se da chuva. Especulações acompanhavam-na como uma sombra, mas duas delas destacavam-se: contava-se que o pai da jovem fora condenado pelo Ministério da Magia após tentar ressuscitar a esposa morta, mãe de %Luana%, usando magia das trevas. Enlouquecido por seu luto, fora enviado para a Ilha da Queimada Grande, igualmente conhecida por Ilha das Cobras, e de lá, transferido para Azkaban. O renomado pesquisador de Defesa Contra as Trevas, Virgulino %Monteiro%, entrara com um pedido para que o velho colega de pesquisa e amigo de longa data, Aesop Sharp, se tornasse o tutor da filha, enquanto seu julgamento arrastava-se com lamúria.
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  Assim o fez, foi o que disseram. Já outros, um tanto mais desconfiados, gostavam de dizer que Virgulino %Monteiro%, outrora fora conhecido como Leon Van Der Leyen: um traiçoeiro, porém habilidoso Bruxo das Trevas que aliara-se a um grupo de errantes buscando não apenas mais poder, mas Magia Ancestral. Este Bruxo das Trevas havia sido capturado ainda em sua juventude, e aprisionado em Azkaban, de alguma forma, em algum momento, conseguiu escapar e desapareceu em uma balsa para o Brasil. Lá, assentou-se com uma jovem não-mágica, com quem tivera cinco filhos, destes cinco, apenas uma havia sobrevivido ao nascimento: %Luana%. Diziam que ele havia sido capturado novamente pelos Dementadores em uma força tarefa do Ministério da Magia Britânico e Brasileiro, e mandado de volta para Azkaban sem hesitação. Alguns ainda especulavam que Virgulino %Monteiro% — ou Leon Van Der Leyen — havia feito diversos experimentos em seus filhos, por isso todos esses, com exceção de %Luana%, haviam morrido durante ou antes do parto.
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  Seja qual fosse a verdade sobre a natureza dos pais de %Luana% %Monteiro% e a motivação para que ela tivesse sido transferida de CasteloBruxo para Hogwarts, uma coisa era certa: ela não era uma bruxa puro sangue. E para a má sorte da estrangeira, realocada na casa da Sonserina, destacando-se como um dedo podre em uma mão perfeitamente saudável, ela atraiu a atenção da última pessoa que deveria ter atraído: %Atlas% %Gaunt%.
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  Inicialmente ele não havia feito nada, apenas a observou de longe com um olhar intenso, capaz de atravessar as paredes de pedra em tamanho escrutínio. Tinha uma expressão difícil de ser lida, mas certamente não ocultava o desprezo, o desgosto pessoal e a irritação a cada vez que ela respondia alguma pergunta certa, a cada vez que ouvia o som de sua voz carregado com aquele sotaque insuportável brasileiro. Normalmente %Atlas% não atacaria alguém da Sonserina. Ele poderia ser um monstro, ele poderia ter se tornado conhecido por ser a Víbora da casa verde e prateada, mas não era desprovido de sua própria versão pessoal de ética: jamais usava de seus próprios artifícios contra aqueles que conviviam com ele. Usava as cores de sua casa com orgulho, e mesmo que desprezasse abertamente nascidos trouxas — para a satisfação pessoal de Nigel %Gaunt% —, %Atlas%, igualmente, não era gentil com bruxos sangue puro. Seu código pessoal de honra era simples: ele odiava a todos sem exceção. E se você fosse estúpido o suficiente para desafiá-lo, então ele se tornaria seu pior inimigo.
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  %Atlas% não se importava com nomenclaturas, com especificações e muito menos a ideia ridícula de que um poderia ser superior ao outro: ele se importava com a dor. Com a dor que ele poderia causar em outro. Mas certa noite, durante o jantar, %Atlas% viu %Luana% %Monteiro% sentar-se à frente de %Scorpius%; não foi a escolha dela de onde sentar-se que o incomodou, foi a maneira com que, pela primeira vez em muito tempo, %Scorpius% pareceu mais interessado na presença de outra pessoa que não fosse seu livro. O irmão havia se tornado um recluso desde que começaram seus anos em Hogwarts, ainda que tivesse amigos leais, um Lufano de ideias estúpidas e furão branco sempre enroscado nos cabelos ou no pescoço chamado Horatio Lovegood, e uma Corvina chamada apenas de Amelie Davenport, %Atlas% havia feito questão de colocá-los em seus lugares por tempo o suficiente para que %Scorpius% não se incomodasse de sentar ao lado deles, ou conversar com os mesmos quando estava por perto. Evitavam-no como se %Scorpius% %Gaunt% fosse um veneno em ação tardia, temiam aproximar-se de %Scorpius% por causa de %Atlas%, e havia uma sensação sombria de poder que se enredava pela mente de %Atlas%. Uma satisfação de observar o garoto de ouro de seu pai tornar-se um desajustado, um rejeitado enquanto sua casa parecia ao menos respeitá-lo com certa deferência — mesmo que fosse baseada em medo.
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  Mas %Luana% %Monteiro% era uma praga que se esgueirava por entre as catacumbas do castelo, enredando-se mais e mais na vida de %Scorpius%, e %Atlas% tomou como um trabalho pessoal para si mesmo destruir a jovem. Não era que %Atlas% tivesse ficado obcecado em atormentar a jovem brasileira; era que ela respondia suas provocações à altura.
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  Iniciou-se de forma branda, comentários enviesados, rumores relacionados a sua postura arrogante e desdenhosa, até mesmo sobre as condições de seus pais, sobre a inutilidade de sua presença para a Casa, e como ela era uma mancha que a Sonserina deveria expulsar antes que se tornasse pior. Uma doença que %Atlas% parecia ser o único a enxergar tal ameaça. Mas então os comentários se tornaram mais agressivos, mesmo que ela simplesmente os ignorasse com um olhar petulante, de desafio — era como se ela estivesse tentando convir silenciosamente que ele era exatamente o que dizia, e não o contrário, e se isto não alimentou as chamas de seu ódio crescente, certamente, havia machucado em demasia o ego do primogênito %Gaunt%. Então, em uma certa manhã de inverno, %Atlas% fez um comentário particularmente cruel sobre ela ser apenas uma estrangeira qualquer que não passava de uma inutilidade e um projeto de laboratório de um maluco, sequer deveria ser vista como um potencial para casa quando animais teriam mais valor; ele havia desejado atingi-la de tal forma. Ele havia se sentido particularmente satisfeito quando os olhos dela se arregalaram e o queixo se contraiu com um pequeno tremor, ele havia gostado de ver como ela havia lutado contra as lágrimas que se acumularam ao redor de seus olhos, recusando-se a deixá-las cair, embora ela as tivesse sentindo como a ponta afiada de uma navalha atravessando-lhe o corpo.
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  %Atlas% tinha certeza de que havia ganhado aquela guerra fria. Tivera certeza que depois dessas palavras, ela não iria mais esgueirar-se por entre os corredores para acompanhar %Scorpius%, que não riria de suas piadas, e nem mesmo iria se voluntariar a estudar ou fazer quaisquer projetos juntos com o irmão gêmeo dele. Tinha certeza de que %Scorpius% permaneceria isolado, condenado por sua própria fraqueza, e a praga que %Monteiro% havia se tornado, os espinhos que se enroscavam em sua pele e lhe cortavam apenas por existir viria a desaparecer. Mas não foi isso que aconteceu. Em frente a seus amigos, e ao restante de sua casa, %Luana% encontrou dentro de si coragem o suficiente para chamá-lo de “Parasita covarde” e, não satisfeita, atingiu-lhe em cheio um soco que reverberou pelo osso de sua face. A dor foi imediata e explodiu por trás de seus olhos, o grunhido que escapou por entre seus lábios foi acompanhado por um filete de sangue de quando seus dentes atingiram a pele macia de seus próprios lábios, cortando-os. %Atlas% grunhiu, cambaleando para trás, voltando seu olhar na direção da jovem estrangeira com uma mistura de emoções gritantes.
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  Não soube dizer o que sentiu naquele momento, mas não poderia negar que não havia considerado pela primeira vez destruí-la. Por alguns minutos ele apenas a encarou, estupefato, mas então, %Scorpius% bufou, um riso disfarçado de desdenho que corroeu suas veias como veneno. Os olhos dos dois gêmeos encontraram-se, e foi ali que %Atlas% fizera a promessa a si mesmo que não importava o que ele tivesse que fazer, ele iria destruir %Luana%. Porque se o conseguisse fazer, então destruiria %Scorpius% junto.
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  Dizer que a raiva o cegou seria uma comparação empírica e repleta de lacunas; %Atlas% estava completamente transtornado, o estado colérico o fez ver vermelho. Amorteceu sua realidade e diluiu quaisquer outros epicentros de sua crueldade para aquele único ponto: %Luana% %Monteiro%. Pelos meses que se seguiram, as agressões agressivas começaram a aumentar. Tornaram-se mais diretas, mais explícitas, menos calculadas. Não importava se o fazia mesmo em frente a um professor, tudo o que importava era ter a certeza de que %Luana% estaria destruída ao final do dia. Mas este era o problema; tão teimosa quanto, não importava o quanto ele tentasse reduzi-la a fragmentos de si, ela ficava pior. Mais determinada, mais agressiva. Era como se ele estivesse lutando contra um espelho de si mesmo, e embora isso lhe cobrasse o juízo, em algum momento, encontrou também um prazer mórbido e deturpado com as contínuas tentativas de destruí-la. Tanto que passou a ficar mais e mais descuidado, até que, um dia, aconteceu.
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  Na época, %Atlas% havia sido selecionado por Professor Fig para compartilhar da turma seleta de alunos em que ensinaria a arte do Animagus. Embora fosse cruel, e talvez, monstruoso demais para que fizesse mesmo os alunos mais velhos de Hogwarts desviaram seus olhares e baixaram o tom de suas vozes com receio, %Atlas% ainda era um excelente aluno, especialmente se isso significava ofuscar %Luana% %Monteiro% em seu habitat natural. Aprendera o feitiço, e percebeu com uma ponta de satisfação de que podia transformar-se em uma Mamba Negra. Foi a vantagem que precisava para finalmente enviar a maldita estudante de volta para sua terra miserável.
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  Naquela noite, esgueirando-se por entre as paredes e buracos dos calabouços até que tivesse a encurralado entre o fundo dos corredores dos calabouços do castelo, %Atlas%, tão focado em finalmente conseguir fazê-la pagar pelas cicatrizes em seu ego, não percebeu que a jovem talvez tivesse um interesse em particular para estar ali. Talvez a jovem Sonserina possuísse seus próprios interesses e não tivesse abaixado sua cabeça enquanto não o localizasse. Talvez, os terrores noturnos que possuía simplesmente não a tivessem deixado dormir. Seja o que for, cego por seus próprios desejos e fúrias mal controladas, o tormento dos %Gaunt% a localizou, e não tardou a encurralar a jovem.
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  Nunca se soube o que aconteceu naquela noite de fato, se não os dois. As histórias divergem-se em demasia, contadas por inúmeras bocas que ouviram relatos dos fantasmas, dos elfos domésticos ou até mesmo de professores a fim de encerrar discussões. Tudo o que se sabe, é que Professor Fig e a Vice-diretora Weasley encontraram %Luana% à beira da morte, deitada sobre o próprio sangue, desacordada, e com marcas de corte por toda a pele, e um %Atlas% %Gaunt% coberto pelo sangue da jovem, com olhos arregalados ferais e hiperventilando. Não foi preciso muito para compreender exatamente o que havia acontecido.
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  Atacar um colega era digno de expulsão. Talvez, um destino até pior. Mas para a sorte de %Atlas% %Gaunt%, o Diretor de Hogwarts ainda era Phineas Black, um antigo amigo pessoal da família %Gaunt%, e especialmente de Nigel. Quando o rapaz adentrou na sala do Diretor naquela noite, conta-se que estava sorrindo como uma fera sem rédeas. Iluminado pelas chamas tremeluzentes das velas, a coloração amarelada da luz acentuava o sangue que carregava em suas mãos. Contou-se posteriormente que %Atlas% não estava arrependido, e que, o pai, Nigel, tivera que oferecer muito dinheiro e favores ao Diretor para que ele fosse mantido na escola. Como um acordo feito diretamente com o tutor de %Luana%, Sharp exigiu ao menos que %Atlas% reconhecesse o problema que havia se tornado e que tivesse severas lições para ajustar seu comportamento naquela escola. Como punição, Nigel %Gaunt% decidiu que o filho seria enviado para Durmstrang imediatamente, e lá passaria um ano inteiro, sob o rígido regime militar da escola de magia, ante a supervisão do frio e severo Dragomir Lazar, %Atlas% %Gaunt% ficaria isolado e ali permaneceria até que seu comportamento fosse exemplar. Tamanho erro cometeram e sequer perceberam.
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  No outro dia, ao preparar-se para embarcar na nau que o levaria até as terras frígidas de Durmstrang, %Atlas% estava diferente, agora tinha uma cicatriz grotesca atravessando a lateral direita de seu rosto, lhe cortava a pele fundo, desfigurava-o, da altura de sua maçã do rosto ao centro da testa, cegando seu olho direito permanentemente. Outra cicatriz se projetava abaixo de seu queixo, da lateral esquerda de sua mandíbula bem pronunciada, ao canto do lábio inferior esquerdo. Não disse nada. Não se despediu de ninguém, não esperou que ninguém viesse falar com ele, mas não se surpreendeu por deparar-se com %Scorpius% ali, esperando-o.
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  Sobrancelhas unidas em uma carranca defensiva, olhos tempestuosos, atormentados pelas próprias emoções. %Atlas% parou à sua frente sem conseguir conter um sorriso torto de espalhar-se por seu rosto desfigurado, sentindo a pressão da dor dos pontos nos ferimentos latejar como brasas sobre sua pele, mas não parou. Observou o rosto do irmão gêmeo com desprezo, tão próximo de si como um reflexo, mas sem dúvidas, o espelho da própria mãe dos dois. Não hesitou em proferir palavras que sabia que iria cortar o gêmeo, não hesitou em explicitar seu desprezo pelo quão fraco e patético %Scorpius% era, e soltou um riso afiado, como uma navalha quando o gêmeo, cedendo ao próprio temperamento, agarrou-lhe pelo colarinho, ficando a centímetros de seu rosto, bufando como um boi enfurecido. Os dentes trincados expostos em uma careta com a promessa de violência velada. Mas %Atlas% o conhecia bem demais para saber que aquilo não passava de apenas mais um de seus latidos.
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  — A próxima vez que tocar em alguém que amo, serei eu quem irá resolver com você — havia rosnado %Scorpius% com um tom de fúria visceral que distorcia sua voz, mal o fazia compreensivo.
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  Algo sombrio pareceu pairar pela expressão de %Atlas%, talvez a surpresa pelas palavras do irmão, ou a fúria que acompanhava a traição de seu sangue contra si mesmo. Outra vez. A fraqueza que havia tornado o gêmeo naquela criatura patética que seus pais sempre insistiram em proteger.
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  — Vou matá-lo, e não vou me arrepender nem um segundo disso! — ameaçou %Scorpius%, os olhos queimando seu rosto, mas tudo o que %Atlas% conseguiu fazer foi rir. Um ruído frio, desprovido de alma ou pesar, um desafio velado em seus olhos, ao empurrar o gêmeo para longe de si.
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  — Não. Você não vai. — E a certeza em sua voz apenas transpareceu na expressão do gêmeo gentil, fazendo a careta de %Atlas% aumentar com o sorriso afiado. %Scorpius% sempre seria uma criatura fraca, não importava o quanto tentasse provar que não era.
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  Empurrou o ombro do gêmeo para fora do caminho quando atravessou o píer em direção ao navio, sem gastar mais um olhar para trás, mesmo que pudesse sentir o peso do ressentimento de %Scorpius% em suas costas. Bom, muito bom, que ele o odiasse, faria com que tudo fosse mais simples, mais rápido. Caminhou pela proa, sem permitir-se intimidar com o semblante austero de Lazar e seu assistente ao qual o nome não recebera de imediato. Entregou a mala para o assistente de Lazar antes de apoiar os braços contra a balaustrada de madeira escura esculpida, lançando um último olhar para o lugar que se tornara um inferno. Por uma fração de segundos, considerou jamais retornar para aquele lugar outra vez, mas quando Dragomir o arrastou para dentro das cabines, ao passo que o navio começou a ser engolido pelas as águas do rio que se dirigia ao oceano, %Atlas% tinha certeza do que queria fazer. Se vingaria. De todos eles.
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  Começando por %Luana% %Monteiro%.
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Lelen

Assim, maior falta de sacanagem o que fizeram com o menino bebê ainda, mas o bichinho é filhote de cruz credo, né IOASNDOPNASDP
Os elfos não eram boas criaturas pra ensinar alguma bondade pra ele? ASSISTA WICKED, ATLAS!
E que diabos aconteceu nessa noite no corredor? Foi isso mesmo do Atlas atacando a Lua? Ou foi alguma outra coisa?
Eu adoro plot com gêmeos que são bem/mal, yin/yang. Agora vamos ver se os dois aqui nessa história vão se provar aquilo que todo mundo pensa – que um é o diabo encarnado e o outro é o bonzinho fraco -, ou se os dois vão virar essa mesa e mostrar que ninguém é 100% bom ou 100% mau?
Particularmente, eu tô esperando uma virada de mesa com o Scorpius sendo “corrompido” e o Atlas encontrando o seu lado “bom” SOIAHSOIAHSOAIS

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