Capítulo único
Tempo estimado de leitura: 58 minutos
O cheiro de café fresco invadia o pequeno apartamento antes mesmo de o sol nascer completamente. %Yoori% era sempre a primeira a acordar, não por gosto, mas porque sua aula de Ilustração começava cedo — e o professor não perdoava atrasos. Ela estava de avental florido, cabelos presos em um coque bagunçado e óculos escorregando do nariz enquanto passava manteiga nas torradas.
%Niki% apareceu na cozinha arrastando os chinelos, com os cabelos ainda bagunçados da cama e uma camiseta larga de banda antiga. Estudava Dança Contemporânea em uma escola renomada e, apesar da aparência sonolenta, seu corpo inteiro era energia em potencial.
— %Yoori%… esse cheiro de café tá me fazendo viver. — Ele se jogou no banco da ilha, apoiando os braços no balcão. — Te devo a vida. De novo.
— Então paga com silêncio — ela respondeu sem olhar, empurrando a caneca dele para perto com um leve sorriso no canto dos lábios.
%Sunoo% foi o último a aparecer, como sempre. Ele trabalhava em uma floricultura do outro lado da cidade e fazia questão de passar perfume até pra regar cactos. Surgiu impecável, com a camisa social levemente aberta e um sorriso no rosto que contrastava com os olhos ainda inchados de sono.
— Parece que dormi com a cabeça dentro de um balde — ele disse, abrindo a geladeira. — Quem deixou só uma folha de alface aqui dentro?
— A culpa é do %Niki%, ele fez hambúrguer às três da manhã — %Yoori% entregou, apontando o dedão para o colega sem tirar os olhos da torrada que virava na frigideira.
— Traidora. — %Niki% colocou a mão no peito, fingindo estar ferido. — E pensar que divido casa com a minha pior inimiga.
— E com o seu maior fã — %Sunoo% piscou. — Mas cuidado, porque o fã também tem ciúmes. E sabe fazer drama como ninguém.
Eles riram juntos, como faziam toda manhã. Era uma rotina caótica e carinhosa, cheia de piadas internas, pequenas provocações e gestos automáticos — como o jeito que %Sunoo% sempre fechava a mochila de %Yoori% quando ela esquecia, ou o modo como %Niki% colocava a playlist favorita dela sempre que lavava a louça. Eram amigos desde o colégio. Tinham sobrevivido à adolescência juntos, então dividir o mesmo teto agora parecia natural. Era familiar.
Talvez até confortável demais.
%Yoori% os observou ali, rindo entre uma mordida e outra, e por um segundo se perguntou se aquele conforto todo não escondia coisas que ninguém ainda tinha coragem de dizer em voz alta.
Mas era só o começo de mais um dia comum.
🖤🖤🖤
— Ah não, logo na minha vez de tomar banho? — Gritou %Sunoo% de dentro do banheiro sentindo a água ficar gelada pela falta de energia.
%Niki% fechou a geladeira e soltou um muxoxo enquanto ouvia os passos de %Yoori% preguiçosos até a cozinha, com a lanterna do celular acesa. O aviso do blackout na região deles havia sido dado com dois dias de antecedência, eles só não sabiam a hora exata.
%Yoori% levou o celular até o armário e com a ajuda de %Niki% pegou as velas que eles haviam comprado para o momento.
Elas eram perfumadas até demais para o gosto de %Niki%, e claro, haviam sido compradas por %Sunoo% numa loja de souvenirs do lado da floricultura.
— Nem para esse blackout ter acontecido enquanto a gente tava fora! Afe! — %Yoori% bugou enquanto ajudava %Niki% a acender as velas. — A gente deixa duas aqui na sala e coloca uma em cada quarto, né?
%Niki%, concentrado em acender as velas, apenas assentiu para ela, que reparou no quanto ele ficava ainda mais bonito ali, sob a luz das velas no escuro.
Ele curvava levemente o corpo para frente, protegendo a chama do fósforo com a palma da mão. A luz da vela recém-acesa tremulava contra o rosto dele, criando sombras suaves que se moviam por seus traços como se estivessem esculpindo cada detalhe com reverência.
A pele morena ganhava um tom dourado sob a iluminação quente, e os fios pretos e desalinhados caíam displicentes sobre os olhos estreitos e intensos, que pareciam ainda mais profundos no escuro. O maxilar marcado era ainda mais evidente com a meia luz, e os lábios carnudos, entreabertos em concentração, chamavam atenção mesmo sem querer. O reflexo da chama dançava nos olhos dele, e por um segundo, %Yoori% teve a impressão de que o mundo parava ao redor — como se só ele estivesse ali, envolto naquela penumbra laranja e íntima.
E talvez ela o estivesse encarando por tempo demais.
— O que foi? — ele perguntou sem tirar os olhos da vela, soprando delicadamente para fortalecer a chama. A voz soou rouca, mais grave do que o normal, talvez por conta do silêncio e da escuridão ao redor.
%Yoori% pigarreou, desviando o olhar rápido.
— Nada… só tô pensando que essas velas são muito enjoativas. — Disfarçou, mordendo o canto da boca. — Cheiro de flor do campo com baunilha? Sério?
%Niki% soltou um riso abafado, com um sorrisinho torto surgindo no canto dos lábios.
— Culpa do %Sunoo%. Se dependesse de mim, a gente ia acender vela de citronela.
Nesse instante, a porta do banheiro bateu com força e %Sunoo% saiu de lá enrolado na toalha e emburrado como uma criança.
— Vocês dois parecem casal em filme antigo acendendo vela na lareira — resmungou. — E eu aqui sofrendo com banho gelado!
%Yoori% e %Niki% trocaram olhares cúmplices, ambos sorrindo em silêncio.
O blackout mal tinha começado.
Mas a tensão no ar... essa já estava acesa fazia tempo.
%Sunoo% saiu do banheiro bufando, os cabelos úmidos e bagunçados pingando água nos ombros enquanto ele tentava equilibrar a toalha em volta da cintura com uma das mãos. A pele clara ainda estava úmida, e algumas gotas desciam pela linha do pescoço até o peito nu, onde se encontravam com a curva sutil dos músculos do abdômen. Ele não era exageradamente musculoso, mas havia definição suficiente para chamar atenção — especialmente sob a luz tremeluzente das velas.
%Yoori% engoliu seco sem perceber. Os olhos desceram lentamente, observando a forma como a toalha marcava os ossos do quadril e como uma gota solitária escorria pela lateral da barriga dele, desaparecendo ali, entre a pele e o tecido. Ela desviou o olhar rápido, mas já era tarde demais — tinha visto tudo. E pior: tinha gostado de ver.
%Niki% também havia olhado. Sem pressa, sem disfarçar. O maxilar levemente contraído e o olhar fixo demais denunciavam que ele não estava tão imune à cena quanto fingia. A língua passou pelo lábio inferior, molhando-o de forma involuntária enquanto os olhos escureciam por um instante.
— Você tá pingando tudo o chão da sala — comentou, a voz rouca, quase preguiçosa.
— Não é como se eu tivesse opção, né? — %Sunoo% retrucou, parando bem no meio da sala com os braços cruzados sobre o peito. — A água congelou no meio do banho. Eu mereço um prêmio por ter conseguido sair vivo.
%Yoori% riu, mas havia algo no riso dela que soava nervoso.
— Quer que a gente pegue uma muda de roupa pra você? — ela sugeriu, tentando recuperar o foco. Mas seus olhos escaparam novamente, rápido demais, descendo pela clavícula dele, pelo peito levemente arfante.
%Sunoo% arqueou uma sobrancelha, o canto da boca se curvando em um sorriso presunçoso.
— Só se for você que vai trocar pra mim.
O silêncio que se instalou em seguida foi diferente de antes. Não era um silêncio de normalidade — era carregado de algo mais denso. Algo elétrico. E estava no ar, entre os três, se arrastando como a fumaça doce das velas acesas. Nem %Niki% nem %Yoori% responderam de imediato, mas o olhar que trocaram foi suficiente para dizer tudo o que precisavam.
Talvez aquela noite de blackout fosse mais reveladora do que qualquer um deles esperava.
🖤🖤🖤
Depois de levarem as velas cada um para seu quarto, os três se encontraram no corredor, cada um saindo de seu quarto. %Sunoo% agora já estava vestido e os três se encararam.
%Yoori% saiu primeiro, os cabelos presos de qualquer jeito em um coque frouxo, vestindo um moletom largo demais para ser dela. Era de %Niki%. Ou de %Sunoo%. Ninguém lembrava ao certo, mas ela usava com frequência, e nenhum dos dois parecia se importar.
Logo em seguida, %Niki% apareceu encostado na porta do quarto, com a vela ainda acesa na mão. A luz tremeluzente fazia o rosto dele parecer mais maduro do que o normal, e os olhos — antes sempre risonhos — estavam mais intensos, mais... atentos. Ele analisava a cena como quem tentava entender se estava sonhando ou se aquilo era mesmo real.
E então %Sunoo% saiu por último, agora vestido com um pijama claro de algodão, os cabelos ainda úmidos e despenteados. Passou uma das mãos por eles com preguiça, os olhos passeando de %Niki% até %Yoori%, como se tentasse medir o clima antes de dizer qualquer coisa.
— Parece que ninguém tá com sono — ele murmurou, com um meio sorriso nos lábios. — Ou será que é só a falta de wi-fi que tá deixando vocês inquietos?
%Yoori% deu de ombros, encostando-se na parede. A luz da vela que ela segurava tremulava contra o rosto, projetando sombras suaves.
— Blackout, velas, sem celular, sem barulho da cidade… quem é que consegue dormir num clima desses?
%Niki% riu baixo, encostando a própria vela na prateleira de livros do corredor. A chama balançou, lançando um brilho âmbar sobre os rostos dos três.
— É tipo… noite de acampamento, só que em casa.
— Com a diferença de que aqui a gente não tem nem fogueira e nem história de terror — completou %Sunoo%, os olhos ainda nela, como se buscassem algo que não estivesse sendo dito.
— É — %Yoori% respondeu devagar, mordendo o canto do lábio, os olhos agora indo de um para o outro. — Mas acho que a gente tem outras histórias que nunca contou.
Por um instante, o silêncio caiu outra vez. Mas era um silêncio pesado, denso, como se cada um deles tivesse entendido exatamente o que ela quis dizer.
%Niki% se afastou da parede, dando um passo à frente. Seu olhar estava preso nos olhos dela, e por cima do ombro dela, encontrou os de %Sunoo%.
— E se a gente fosse pra sala? A vela da mesa ainda tá acesa. A gente pode… conversar. Ou jogar alguma coisa. Qualquer coisa.
%Sunoo% cruzou os braços, a cabeça levemente inclinada, expressão pensativa.
— Conversar, é? — Ele sorriu, quase divertido. — Isso nunca termina em só conversa com a gente.
%Yoori% levantou uma sobrancelha, o desafio no olhar.
Os dois sorriram, e %Niki% foi o primeiro a caminhar até a sala, passando por ela com os dedos roçando de leve no braço dela. Um toque que podia ter sido acidental — mas não foi. Ela sentiu.
%Sunoo% foi logo atrás, e quando passou por %Yoori%, disse baixinho, com um sopro de provocação:
— Tô curioso pra ouvir as histórias que você ainda não contou.
Ela ficou alguns segundos parada no corredor, sentindo o coração acelerar no peito. Depois, seguiu até a sala, onde os dois já a esperavam, sentados de forma casual no chão, próximos à mesa de centro.
A chama da vela tremulava entre eles. A noite ainda era longa.
E aquela história... estava só começando. 🖤🖤🖤
%Yoori% se sentou no tapete macio entre os dois, cruzando as pernas como se estivesse confortável. Mas seu corpo estava tenso. Ela sentia. Sentia os olhares dos dois — atentos, diferentes.
%Niki% apoiou os braços nos joelhos, inclinado para frente. A luz da vela projetava sombras marcadas em seu maxilar e nos olhos escuros que a observavam em silêncio. %Sunoo% recostou-se no sofá, uma almofada apoiada no colo, mas os olhos, esses estavam cravados nela.
— Então? — %Niki% quebrou o silêncio. — Que histórias você disse que nunca contou?
%Yoori% mordeu o canto da boca, fingindo pensar, quando na verdade só tentava controlar a temperatura do próprio corpo.
— Acho que todo mundo aqui tem histórias que nunca contou — ela devolveu. — Tipo o quê? Paixões secretas? Ciúmes bobos? Sonhos estranhos?
— Ou nem tão bobos assim — %Sunoo% murmurou, brincando com a costura da almofada. — Tipo… ciúmes de amigo. Mesmo quando não devia sentir.
%Niki% levantou o olhar para ele, e então para ela.
— Você já sentiu isso? — ele perguntou direto, a voz baixa, mas firme.
%Sunoo% hesitou. Um segundo. Dois. Depois soltou o ar com um sorriso torto.
— Ou mais — %Yoori% completou, sorrindo de lado. — Eu percebia, sabia?
%Sunoo% riu, o rosto levemente corado pela primeira vez naquela noite. Ele não respondeu. Nem precisava.
— E você? — %Niki% perguntou para ela, a voz rouca. — Já teve um crush em algum de nós?
%Yoori% encarou a chama da vela por um instante. Depois virou-se para ele, o sorriso crescendo no canto da boca.
O silêncio que se seguiu foi quase absurdo.
%Niki% piscou, e pela primeira vez naquela noite, pareceu ser pego de surpresa. %Sunoo% soltou uma risada baixa, mas não era de deboche — era de nervosismo. De desejo contido.
— Isso explica muita coisa — ele murmurou.
— Como assim? — ela perguntou, provocativa.
— Tipo o porquê do %Niki% sempre competir comigo pra te agradar. Ou por que eu odiava quando vocês ficavam rindo de piadinhas no sofá e me ignoravam.
— Não era pra te ignorar — ela disse, agora com os olhos nele. — Era porque se eu olhasse muito tempo, você percebia.
%Niki% pigarreou, o ar entre eles quase impossível de respirar.
— E você sonhava com a gente — %Sunoo% virou-se para %Niki%, lembrando. — Você falou isso uma vez. Que já tinha sonhado com nós três. Achamos que era brincadeira.
— Não era — ele admitiu. — Sonhei mesmo. Com isso aqui. Só que era mais quente. Mais... físico.
— Tipo… assim? — %Yoori% passou os dedos na perna de %Sunoo%, devagar, antes de virar-se para %Niki% e fazer o mesmo no braço dele. Um gesto simples. Mas que fez os dois prenderem a respiração.
%Sunoo% segurou o pulso dela, a mão quente sobre a pele.
— Se a gente fizer isso, não tem volta.
— Já fizemos metade — %Niki% disse, a voz baixa. — O resto já tá no ar. A gente só precisa parar de fingir.
%Yoori% os encarou. Um de cada lado. As pupilas dilatadas, as bocas entreabertas. E sentiu.
Sentiu que agora não era mais sobre tensão. Era sobre entrega.
Ela se inclinou primeiro para %Sunoo%, os lábios roçando devagar nos dele. Foi ele quem a puxou com mais força, a mão subindo pelas costas dela por debaixo do moletom, o beijo ficando quente rápido demais.
%Niki% a puxou para si, num gesto impaciente. O beijo foi mais lento, mais investigativo, como se ele quisesse decorar o gosto dela. E então ela ficou entre os dois — mãos, bocas, respirações pesadas, como se o ar da sala fosse feito de desejo.
Quando a vela apagou de repente, nenhum deles se mexeu para reacendê-la.
Porque agora, já estavam no escuro.
Mas finalmente vendo tudo com clareza.
🖤🖤🖤
A luz das velas, agora acesas novamente, os banhava com um brilho quente e suave. Na sala, o silêncio era preenchido apenas pela respiração dos três. %Yoori% estava entre os dois, o corpo ainda em alerta, mas entregue ao calor que irradiava dos dois lados.
%Niki% se aproximou primeiro, o olhar preso nos dela enquanto uma das mãos se acomodava em sua cintura, puxando-a devagar. Os lábios se encontraram outra vez, agora mais lentos, mais conscientes. Ele a beijava como quem tinha esperado muito por aquilo — e tinha.
%Sunoo%, por sua vez, se posicionou atrás dela, o corpo colando ao dela com cuidado. A mão dele roçou de leve o braço de %Yoori%, subindo devagar até o pescoço. Seus lábios encostaram no ombro dela, fazendo com que um arrepio tomasse conta de toda sua pele.
— Vocês dois… — ela sussurrou, quase sem fôlego, quando se afastou um pouco só para encará-los. — Isso realmente está acontecendo?
— Já aconteceu. — %Sunoo% respondeu, a boca roçando a curva do maxilar dela. — A gente só estava esperando você perceber.
— E talvez a gente também. — %Niki% completou, os dedos já explorando a barra da blusa dela.
%Yoori% mordeu o lábio inferior, o olhar indo de um para o outro. Quando a blusa subiu e foi deixada de lado, os dois suspiraram juntos. O sutiã caiu logo em seguida, com mãos ansiosas, porém cuidadosas, e logo os lábios de %Niki% estavam passeando pela curva dos seios, enquanto %Sunoo% descia beijos pelas costas dela.
Ela se derretia entre os dois, os joelhos começando a ceder. Quando se sentaram no tapete da sala, com as almofadas em volta, os corpos se ajustaram com naturalidade. %Niki% a deitou com cuidado, se posicionando sobre ela, os beijos se intensificando. %Sunoo%, ao lado, observava com desejo e ternura, os dedos acariciando a lateral da coxa dela, os olhos brilhando.
— Posso...? — %Sunoo% perguntou, os dedos tocando os lábios dela com delicadeza.
Ela assentiu, e ele a beijou também — doce no início, depois mais urgente, a língua encontrando a dela num ritmo que a fez gemer contra a boca dele. %Niki% desceu os beijos até sua barriga, e as mãos de %Yoori% buscaram o cabelo dele, arfando.
Enquanto um a beijava, o outro a explorava. E quando ela gemeu alto pela primeira vez, foi como se um limite tivesse sido ultrapassado — não o de um erro, mas de algo inevitável e certo.
Os dedos de %Sunoo% desceram pelas pernas dela, e os de %Niki% a tocaram devagar, com precisão, deslizando entre suas dobras já úmidas.
— Tão molhada pra gente… — %Niki% murmurou, e ela gemeu em resposta.
%Sunoo% não resistiu — tirou a própria blusa, os músculos do peito iluminados pelo brilho dourado das velas, e então se inclinou para beijar a parte interna das coxas dela, alternando com %Niki%, que agora a explorava com a língua.
%Yoori% arqueou o corpo, as mãos agarrando os lençóis jogados sobre o sofá, os olhos fechados, a boca entreaberta.
— Vocês dois vão me enlouquecer…
— É a ideia. — %Sunoo% sorriu contra sua pele, e então, surpreendentemente, seus lábios encontraram os de %Niki% ali, entre os corpos dela. Um beijo molhado, carregado de desejo, como se tudo estivesse fluindo de maneira natural — porque estava.
%Niki% o olhou, os olhos escurecidos, e se aproximou dele para outro beijo — agora direto, sem barreiras. Os dois se beijaram com intensidade, enquanto %Yoori% observava, mordendo o lábio, completamente entregue àquela imagem.
Quando os dois se voltaram para ela, sorriram — cúmplices, unidos.
— Vamos fazer você sentir mais, %Yoori%. — %Sunoo% sussurrou em seu ouvido.
A pele dela se arrepiou por inteiro. As mãos dele contornaram sua cintura com delicadeza, e logo os dedos estavam subindo, lentamente, até alcançar os seios dela, acariciando-os com a palma inteira, com a ponta dos dedos. Ele se posicionou atrás dela, e a boca deslizou pela curva do ombro até a base do pescoço, onde ele mordeu levemente, fazendo-a soltar um gemido rouco.
%Niki% estava ajoelhado à frente dos dois, observando com olhos intensos. Se aproximou, as mãos acariciando a parte interna das coxas dela até abrir espaço para que os dedos explorassem o centro dela outra vez.
— Ainda tão molhada… — ele murmurou, os olhos fixos nos dela. — E tão nossa.
%Yoori% gemeu mais alto quando sentiu os dois ao mesmo tempo — a boca de %Sunoo% sugando seu mamilo, e os dedos de %Niki% deslizando dentro dela, devagar, com precisão.
A cabeça caiu para trás, apoiada no ombro de %Sunoo%, que sorriu satisfeito com a reação. %Niki% beijou a barriga dela, subiu com os lábios pelo esterno e a beijou, primeiro com calma, depois com desejo, a língua se misturando à dela enquanto os dedos continuavam a provocá-la.
Ela estava sendo tomada por todos os lados. E amava.
— Agora é sua vez — %Niki% disse, em um sussurro rouco, se afastando e deitando de costas no tapete, as pernas levemente abertas. — Mostra pra gente o que você quer.
%Sunoo% observava, os olhos arregalados, as mãos apertando as próprias coxas, o desejo óbvio entre as pernas. %Yoori% alternava ritmo e pressão, até que %Niki% levou uma das mãos ao cabelo dela, guiando com carinho, a boca entreaberta, os olhos presos nos dela.
Quando ela se afastou, %Sunoo% já se aproximava, ajoelhando-se diante dela, as mãos em sua cintura. Ela sorriu, e então o beijou. Um beijo profundo, desesperado, que foi descendo até que ela também o tocasse com a boca, as mãos segurando suas coxas, o olhar subindo por ele enquanto a boca fazia o trabalho.
Dessa vez, %Niki% se aproximou por trás dela, suas mãos acariciando suas costas, depois descendo pelas nádegas e coxas. Quando ela terminou, ele a puxou de volta entre eles.
%Sunoo% e %Niki% se entreolharam, os olhos brilhando. O toque começou discreto — uma mão deslizando no abdômen do outro, um beijo tímido no pescoço. Mas a tensão estava ali, latente, explodindo em desejo não verbalizado. Quando se beijaram pela segunda vez, foi com hesitação, mas sem medo.
%Yoori% observava, o corpo em chamas, enquanto os dois se exploravam. As bocas se encontravam, os corpos colavam, as mãos se alternavam entre ela e entre si. %Niki% mordeu o lábio inferior de %Sunoo%, e o outro soltou um gemido abafado. A mão dele desceu, envolveu o membro do amigo com intimidade, o polegar pressionando a glande com lentidão.
— Porra… — %Sunoo% sussurrou. — Isso é melhor do que em qualquer sonho.
%Niki% se inclinou para mais perto, os lábios colando no pescoço de %Sunoo% enquanto a mão que envolvia seu membro deslizava com calma, pressionando o ponto certo, com precisão. Sentia o calor, a rigidez, a pulsação acelerada. %Sunoo% inclinou a cabeça para trás, os olhos fechados, deixando escapar um gemido sussurrado.
— Caralho, %Niki%… — a voz falhou, carregada de prazer. — Continua…
Os olhos de %Niki% estavam cravados nele agora. O polegar circulava a glande com um cuidado quase devoto, depois descia, envolvendo com mais firmeza e voltando a subir. A outra mão pousou na cintura de %Sunoo%, puxando-o para mais perto. Eles se beijaram de novo — mais lento, mais profundo, mais íntimo. A língua de %Niki% invadiu a boca dele com fome, mas também com carinho, como se quisesse memorizar cada resposta que o amigo dava.
%Sunoo% se contorcia sob o toque dele, até que levou a própria mão à barra da cueca de %Niki%, empurrando-a para baixo, revelando o membro ereto e latejante. Os olhos se encontraram, e sem uma palavra sequer, %Sunoo% se ajoelhou, ficando à altura de seu quadril.
%Yoori% observava em silêncio, hipnotizada. O corpo inteiro dela parecia vibrar com cada gemido que escapava dos dois, com cada movimento de língua, de mão, de respiração entrecortada. Se sentou com as pernas afastadas, as costas apoiadas nas almofadas do chão, e levou a mão até o centro do próprio corpo.
Estava molhada, sensível, e ver os dois juntos só a deixava ainda mais acesa.
%Sunoo% envolveu o membro de %Niki% com a boca, primeiro só a ponta, a língua circulando com lentidão. Depois desceu mais, deixando a boca se acomodar em torno dele, os olhos subindo para encontrar os do outro. %Niki% gemeu alto, levando as mãos aos cabelos dele, entrelaçando os dedos entre os fios.
— Isso… assim mesmo, %Sunoo%… — ele sussurrou, o abdômen tremendo com o esforço de se controlar.
%Sunoo% se movimentava com ritmo, alternando entre sugar e lamber, explorando cada centímetro, saboreando a reação que provocava no outro. Uma das mãos dele acariciava as coxas de %Niki%, a outra deslizava entre as próprias pernas, se tocando também, como se o prazer de ver %Niki% desarmado o deixasse completamente à flor da pele.
%Yoori% não aguentou. Gemeu de forma baixa, os dedos circulando seu clitóris enquanto os olhos não desviavam dos dois. O prazer a tomava inteira, como se estivesse conectada a eles de alguma forma invisível. Os três respiravam mais rápido, os corpos ofegantes, a tensão elétrica dominando o ambiente.
%Niki% afastou %Sunoo% devagar, puxando-o para um beijo urgente, e os dois caíram sobre o tapete, os corpos colados, os quadris se pressionando. Eles se tocavam com intensidade — os membros se roçando um no outro, as mãos explorando costas, coxas, pescoço, ombros.
E então %Niki% se virou para %Yoori%, a respiração entrecortada.
— Vem cá… — ele pediu, estendendo a mão para ela. — Quero você com a gente agora.
Ela foi, sem pensar duas vezes, os dedos ainda molhados do próprio prazer. Se aproximou dos dois, e o calor dos corpos juntos a envolveu por completo.
%Sunoo% a puxou para o colo, beijando sua boca com gosto de desejo e saliva e toque. %Niki% a abraçou por trás, a boca voltando a explorar o pescoço dela, enquanto suas mãos deslizavam por suas curvas nuas.
%Yoori% estava no meio dos dois — o lugar mais certo do mundo.
🖤🖤🖤
%Yoori% se arqueou quando sentiu os dedos de %Niki% explorando sua intimidade por trás, enquanto a boca de %Sunoo% mantinha-se colada à dela, alternando beijos profundos e provocativos com mordidas suaves em seu lábio inferior.
— Você tá tremendo toda… — %Niki% murmurou contra a nuca dela, os dedos deslizando lentamente entre seus lábios úmidos, encontrando o clitóris com precisão. — Isso tudo é por nós dois?
Ela assentiu com a cabeça, os olhos fechados, gemendo contra a boca de %Sunoo%. Seus corpos pareciam sincronizados, como se tivessem dançado essa coreografia a vida toda.
— Então sente. Sente a gente. — %Sunoo% pediu, e em um movimento coordenado, ela foi deitada sobre as almofadas, as pernas abertas entre os dois.
%Niki% se posicionou entre as coxas dela, e com uma troca de olhares silenciosa, %Sunoo% se posicionou ao lado, as mãos acariciando os seios dela, os dedos brincando com os mamilos enquanto a boca explorava sua clavícula, seu pescoço.
%Niki% passou a glande por sua entrada, lenta e repetidamente, provocando.
— Tá tão molhada pra mim… — ele sussurrou, com um sorriso no canto da boca. — Quer que eu entre, %Yoori%?
Ela mordeu o lábio e arqueou o quadril, a respiração já instável.
Ele a penetrou devagar, cada centímetro fazendo o corpo dela se contorcer de prazer, as mãos apertando os braços dele com força. %Sunoo% assistia tudo de perto, a expressão entre ternura e desejo.
— Isso… — ele murmurava, acariciando o rosto dela. — Olha pra ele te fodendo. Você tá linda demais assim.
%Niki% começou a se mover, os quadris firmes, precisos, os olhos cravados nos dela. Ele alternava a velocidade, ora devagar, ora mais fundo. %Yoori% gemia entre um beijo e outro, e a cada estocada, sentia-se mais entregue.
Enquanto isso, %Sunoo% se ajoelhou ao lado e pegou a mão dela, levando-a até o próprio membro.
— Mostra pra mim o que você aprendeu, %Yoori%… — ele pediu com um sorriso provocante.
Ela começou a masturbá-lo, os movimentos delicados no início, depois mais firmes, guiados pelos gemidos que escapavam de %Sunoo%.
%Niki% saiu de dentro dela de repente, o membro escorregando por sua intimidade novamente, como uma carícia torturante. Ele a provocava, passava a glande pelo clitóris e descia de novo, apenas roçando.
— Você gosta assim, né? — ele sussurrou. — Quer que eu volte?
— Por favor… — ela gemeu, a voz falha.
E ele voltou a se enterrar nela de uma vez, profundo, firme. Os quadris voltaram a se encontrar, e dessa vez %Sunoo% se abaixou, a boca indo até os seios dela, lambendo e chupando um dos mamilos enquanto %Niki% acelerava o ritmo dentro dela.
Ela se sentia tomada por completo, os sentidos embaralhados, o prazer se acumulando rápido demais.
%Niki% e %Sunoo% se beijaram acima dela, um beijo cheio de fogo, o desejo correndo entre os dois como eletricidade.
— Quero provar você também… — %Niki% murmurou contra os lábios do amigo.
%Sunoo% assentiu, e os dois trocaram de posição. Agora era %Sunoo% quem se posicionava entre as pernas de %Yoori%, enquanto %Niki% ficava atrás dela, puxando-a para se sentar sobre ele.
%Yoori% ficou de joelhos sobre %Niki%, as costas coladas no peito dele, as mãos segurando os ombros para apoio. %Sunoo% a penetrou de frente, devagar no início, enquanto %Niki% beijava seu pescoço, as mãos explorando seus seios.
— Vocês são perfeitos… — ela sussurrou, os olhos vidrados em %Sunoo%.
— Você também é. Nossa. — ele disse, ofegante, as estocadas ficando mais intensas.
%Niki% desceu uma das mãos até o centro dela, massageando o clitóris enquanto %Sunoo% a penetrava, e ela cavalgava sobre os dois, os gemidos crescendo, os corpos colando, suados, entregues.
— Vai gozar, %Yoori%? — %Niki% sussurrou em seu ouvido. — Quero sentir você gozar por nós dois.
Ela gemeu mais alto, os olhos se fechando, o corpo inteiro em espasmos.
— Isso… isso… — %Sunoo% murmurava, a respiração completamente descompassada.
Os três chegaram juntos, os corpos tremendo, as respirações pesadas preenchendo o ambiente. Por um momento, tudo era calor, tremor, prazer e presença.
Depois, os três caíram entrelaçados nas almofadas, as peles coladas, os corações ainda acelerados.
— Então… — %Yoori% sussurrou, com um sorriso preguiçoso. — Isso foi só uma experiência?
%Sunoo% riu contra seu pescoço. %Niki% passou os dedos pelos cabelos dela com carinho.
— Não sei vocês… — ele murmurou. — Mas eu quero repetir. Muitas e muitas vezes.
🖤🖤🖤
O chão da sala estava uma bagunça deliciosa de roupas, almofadas amassadas e velas quase no fim. Os corpos dos três ainda entrelaçados, suados e ofegantes, mas risonhos, cúmplices.
— A gente devia pelo menos se lavar, antes que alguém desmaie aqui com o nosso cheiro. — %Yoori% disse com um meio sorriso, a voz rouca de tanto gemer.
— Lavagem a frio, literalmente. — %Niki% resmungou, rindo, erguendo o braço como se estivesse sem forças.
— Vai encarar, %Niki%? — %Sunoo% provocou. — Ou vai continuar derretido aí no chão?
Ele respondeu com um dedo do meio, fazendo os dois rirem alto.
Mesmo cansados, os três seguiram juntos até o banheiro, tropeçando pelo corredor escuro e rindo como adolescentes depois de uma noite proibida.
O chuveiro jorrava água gelada, como prometido. E mesmo assim, os três entraram juntos, apertados no box. %Yoori% ficou entre os dois, o corpo estremecendo com o primeiro contato com a água.
— Aaaaah! Tá congelando! — ela gritou, rindo e tentando se esconder entre os dois.
— Vem cá, eu te protejo. — %Niki% a puxou para perto, abraçando-a pelas costas. — Quer dizer, mais ou menos, porque eu também tô congelando.
— Isso é tortura sensual. — %Sunoo% comentou, encolhido atrás dela, passando as mãos pelo seu ombro, fazendo-a arrepiar ainda mais.
— Ei, sem encostar nos meus mamilos! Eles já estão duros de frio! — %Yoori% protestou, gargalhando.
— A gente viu eles ficarem duros por outro motivo há pouco, não tenta disfarçar. — %Niki% sussurrou contra o pescoço dela, a voz mais baixa, mais quente.
Ela virou o rosto, sorrindo, e roubou um beijo dele. Depois virou-se para %Sunoo% e fez o mesmo.
— Isso significa que vamos repetir? — ela perguntou, mordendo o lábio.
%Sunoo% trocou um olhar com %Niki% por cima da cabeça dela. Depois respondeu, com uma sinceridade que fez os dois prenderem a respiração:
— Não sei como a gente não percebeu antes, mas… acho que somos melhores quando somos nós três.
%Niki% assentiu, apoiando o queixo no ombro de %Yoori%.
— Foi só uma noite… mas parece que a gente ficou inteiro pela primeira vez.
%Yoori% sorriu, os olhos marejando sem ela perceber. Ela se virou de novo para eles e os abraçou com força, ignorando a água fria que continuava a cair.
— Então vamos descobrir o que isso significa. Juntos.
Os dois a apertaram contra si, e ali, naquele espaço pequeno, com o corpo tremendo por outro motivo agora — o frio — eles encontraram um calor novo.
Não era só desejo. Era pertencimento.
🖤🖤🖤
☀️ Na manhã seguinte...
O cheiro de café fresco invadia o apartamento. A luz do sol entrava pelas frestas da cortina da cozinha, aquecendo o ambiente de forma preguiçosa.
%Yoori% estava sentada à mesa, de camiseta larga e cabelo bagunçado, tentando cortar uma fatia de pão com a faca de manteiga — e falhando miseravelmente.
%Niki% apareceu primeiro, com um moletom largo e o cabelo úmido preso em um coque improvisado. Passou por trás dela, beijou sua bochecha sem avisar e roubou um pedaço do pão já cortado.
— Dormiu bem, princesa? — provocou, a voz ainda rouca da manhã.
— Como uma pedra. Uma pedra fodida por dois terremotos. — Ela respondeu, rindo com a boca cheia.
%Niki% tossiu de tanto rir, e logo %Sunoo% surgiu, também recém-saído do banho, com uma caneca na mão e o olhar preguiçoso. Parou na porta da cozinha, os olhos se demorando em cada detalhe dos dois.
— Isso aqui tá parecendo uma versão estranha de "Três é demais". — comentou, puxando uma cadeira e se sentando ao lado de %Yoori%.
— Não seja modesto, %Sunoo%. Você
foi demais. — %Yoori% respondeu, piscando para ele por cima da borda da caneca de café.
%Sunoo% abaixou a cabeça, mas o sorriso dele era inegável.
— Isso foi… — ele hesitou por um segundo. — Inacreditável. Mas... e agora?
A pergunta pairou no ar. Nem pesada, nem urgente. Só... real.
%Niki% se sentou na ponta da mesa, puxando uma banana do cesto de frutas, mas seus olhos estavam nos dois.
— Eu tô disposto a entender. Se vocês estiverem também. A noite foi incrível, mas não foi só sobre sexo. Pelo menos, não pra mim.
%Yoori% apoiou os cotovelos na mesa e passou as mãos no rosto.
— Eu também não consigo fingir que isso foi só uma aventura. Eu conheço vocês há anos, e ontem... foi como se uma parte de mim tivesse finalmente feito sentido.
%Sunoo% ficou em silêncio por alguns segundos, depois murmurou:
— Eu senti ciúmes. Durante anos. Do que vocês tinham. E ontem, por um momento, eu me senti... incluído. Quase inteiro.
%Niki% se levantou, caminhou até ele e se abaixou ao lado de sua cadeira.
— Não foi só um momento. Foi real.
%Yoori% também se aproximou, apoiando a mão sobre a de %Sunoo% na mesa. Ele entrelaçou os dedos nos dela.
— Então tá. — disse, encarando os dois. — Vamos tentar. Vamos descobrir como fazer isso funcionar.
— Com muito café. E talvez com um cronograma para dividir quem dorme no meio da cama.
%Yoori% rolou os olhos, rindo.
— Ótimo, então começamos agora: quem vai lavar a louça?
Depois, os três apontaram um para o outro ao mesmo tempo.
E caíram na risada, o som da amizade antiga agora preenchido por algo novo, intenso e, acima de tudo, possível.
🖤🖤🖤
🌙 O primeiro encontro oficial
Era sexta-feira à noite e, pela primeira vez, os três tinham combinado algo só para eles. Não uma festa da faculdade, não um jantar casual entre colegas, mas um verdadeiro encontro. Um “date” — mesmo que ninguém tivesse coragem de dizer isso em voz alta ainda.
%Sunoo% foi o primeiro a aparecer na sala, com uma camisa branca meio aberta no peito e jeans escuros. O cabelo estava levemente bagunçado, como se tivesse se olhado no espelho por horas até decidir que o desleixo proposital era mais charmoso.
— Isso é… muita produção pra uma noite de fondue caseiro? — %Yoori% perguntou do corredor, aparecendo em seguida com um vestido preto curto, de alcinha, o batom vermelho dando contraste ao seu sorriso malicioso.
%Sunoo% soltou um assobio.
— Só tô tentando acompanhar o nível da dona da casa.
%Niki% surgiu logo depois da cozinha, com uma bandeja nas mãos e uma camiseta de manga dobrada que realçava os braços definidos.
— Fondue pronto. Mas agora a dúvida: doce ou salgado primeiro?
— Salgado, lógico. — %Sunoo% respondeu, pegando uma das batatinhas mergulhadas no queijo.
— Queria começar pelo doce… — %Yoori% resmungou, fazendo biquinho.
%Niki% trocou um olhar com %Sunoo%.
— A gente pode te dar um pouco dos dois. — disse, com um sorrisinho enviesado.
O olhar dela tremeu, os olhos alternando entre os dois.
Eles jantaram na sala, com a luz baixa, apenas algumas velas acesas e uma playlist calma no fundo. Conversaram sobre bobagens, relembraram histórias do colégio, deram risada. Mas havia algo diferente naquela noite. Tudo parecia ter um brilho novo. Os toques duravam mais. Os olhares se cruzavam com mais intenção.
Quando %Yoori% se levantou para recolher os pratos, %Niki% puxou-a de volta pela cintura, fazendo com que ela caísse sentada entre ele e %Sunoo% no sofá.
— Agora não. Fica com a gente.
%Sunoo% se aproximou por trás, os dedos brincando nos ombros dela, afastando os fios de cabelo para beijar a nuca.
— A gente ainda não terminou nosso encontro. — murmurou.
Ela sorriu, fechando os olhos. Estava ali. O começo de algo novo. Um amor que ninguém entendia, mas que os três estavam dispostos a viver.
%Niki% se inclinou e beijou seus lábios. %Sunoo% desceu beijos pela curva do pescoço. Os corpos se aproximaram como se já soubessem o caminho.
%Sunoo% deslizou os dedos pelos braços de %Yoori%, lentamente, como quem decora um mapa com as pontas dos dedos. A cada toque, a pele dela se arrepiava, o ar ficava mais denso.
%Niki% se inclinou para beijá-la novamente, mas dessa vez foi mais lento, mais profundo. A mão dele segurou firme sua cintura, trazendo-a para mais perto, encaixando as pernas dela entre as suas. Os lábios se moviam em sintonia, como se falassem uma língua que só os dois conheciam.
Do outro lado, %Sunoo% sorria ao ver a entrega, mas não esperou muito para ter sua parte também. Beijou a lateral do pescoço de %Yoori%, fazendo com que ela virasse o rosto para ele com um suspiro entreaberto. Os lábios se encontraram e o beijo foi doce no começo, mas logo o ritmo mudou. A língua dele explorava a dela com um desejo que vinha de longe.
— Isso é mesmo real? — ela murmurou, sem fôlego, quando os dois pararam para respirar.
— Real demais. — %Niki% respondeu, a voz rouca ao pé de seu ouvido.
As mãos deles não paravam. Enquanto %Niki% traçava o contorno das costas dela por baixo do vestido, %Sunoo% descia pela coxa nua, os dedos explorando a pele macia como se pudessem guardar cada textura na memória.
%Yoori% soltou um gemido baixo, sentindo-se tomada por um calor que não era só do corpo, mas de algo mais íntimo, mais profundo. Era o peso do desejo dos dois voltado apenas para ela. E ela queria retribuir.
Virando-se um pouco para %Sunoo%, suas mãos buscaram a barra da camiseta dele. Ela a ergueu devagar, observando os músculos que se revelavam, os olhos acompanhando cada detalhe com atenção. Quando a peça saiu por completo, ela passou as mãos por seu peito e abdômen, sentindo a respiração dele acelerar sob seu toque.
%Niki% aproveitou o momento para se inclinar e beijar o ombro dela, depois desceu pela clavícula, os lábios macios roçando como plumas que queimavam. %Yoori% virou o rosto e puxou %Niki% pela gola da camiseta, arrancando uma risada dele antes de beijá-lo com fome.
Enquanto a boca de %Yoori% devorava a de %Niki%, foi %Sunoo% quem deslizou uma alça do vestido por seu ombro. A pele à mostra parecia brilhar à luz das velas. Ele passou os lábios por ali, pressionando com ternura, enquanto as mãos percorriam a lateral do corpo dela.
— A gente vai cuidar de você — %Sunoo% sussurrou, a voz baixa, quente, carregada de promessas.
%Niki% apoiou a testa na dela e completou:
— Mas você também vai cuidar da gente, né?
Ela assentiu, os olhos vítreos de desejo e carinho.
Os beijos recomeçaram, com novas combinações: ela e %Niki%, ela e %Sunoo%, os dois se encarando entre um toque e outro, trocando olhares carregados de tensão — e de curiosidade.
%Sunoo% se aproximou de %Niki% devagar. A mão dele pousou no rosto do outro, os olhos procurando permissão. %Niki% segurou o pulso dele e, sem palavras, puxou-o para mais perto. O beijo deles foi lento, experimental, cheio de surpresa e arrepio. E ao ver aquilo, %Yoori% mordeu o lábio, o corpo ainda mais aceso.
Ela se recostou nas almofadas, os olhos nos dois, a respiração acelerada enquanto deslizava uma das mãos entre as pernas, buscando aliviar a tensão enquanto assistia.
— Já tá se tocando? — %Niki% provocou, a voz arrastada.
— Ver vocês dois juntos é quente demais. — Ela sorriu, atrevida, a mão ainda entre as coxas.
%Sunoo% se aproximou, os olhos brilhando. Beijou-a novamente, enquanto %Niki% afastava as pernas dela com cuidado, assumindo o lugar ao lado. As mãos deles revezavam-se, explorando, descobrindo, acariciando o corpo dela com reverência e desejo.
Ali, na penumbra da sala, entre beijos, toques e promessas sussurradas, o desejo só crescia.
Eles estavam prontos. Mas sabiam: queriam aproveitar cada instante.
🖤🖤🖤
A água do chuveiro caía fria, fazendo pequenos arrepios subirem pelas peles molhadas, mas ninguém ali parecia se importar. O calor entre os três era tão intenso que nem a água gelada conseguia apagar.
%Niki% foi o primeiro a entrar, puxando %Yoori% pela cintura, com %Sunoo% logo atrás, fechando a porta do box. Os três riram baixinho da situação — do absurdo, do desejo, do momento.
%Yoori% se apoiou na parede gelada, e arfou com o contraste. %Niki% a segurou com as duas mãos na cintura e colou o corpo ao dela, suas bocas se encontrando em um beijo lento, cheio de promessas. A língua dele buscava a dela com precisão, enquanto uma das mãos subia pelas costas, sentindo cada curva, cada reação.
%Sunoo%, atrás dela, aproximou o corpo com cuidado, colando-se às suas costas. A boca dele foi direto ao pescoço exposto de %Yoori%, beijando, mordiscando com vontade. A mão deslizou pela barriga dela, descendo até o centro, pressionando com intimidade e desejo.
Ela gemeu entre o beijo com %Niki%, arqueando-se entre os dois. A água fria já não era mais percebida. Apenas os toques, os suspiros, os beijos, os corpos.
%Sunoo% desceu um pouco, os lábios traçando um caminho molhado pelas costas de %Yoori%, até ajoelhar-se atrás dela, ainda sob o chuveiro. As mãos afastaram as pernas dela com gentileza e desejo. Ele a olhou por um momento, como se estivesse hipnotizado. %Niki% se afastou ligeiramente para dar espaço, mas manteve as mãos no rosto dela, acariciando, os olhos presos aos dela.
— Você é linda demais — sussurrou %Niki%, antes de beijá-la outra vez.
%Sunoo% começou com a língua, lenta e profundamente. O corpo de %Yoori% estremeceu.
Ela apoiou as mãos nos ombros de %Niki% e gemeu sem pudor, o prazer percorrendo a espinha como uma corrente elétrica. Os gemidos dela ecoavam no pequeno banheiro, abafados pelo som da água.
%Niki% desceu os beijos por seu pescoço até os seios, acariciando-os com as mãos, os lábios envolvendo um dos mamilos com vontade. A sensação de ser tocada por dois ao mesmo tempo, em perfeita sintonia, a fazia perder o controle.
Quando o prazer a atingiu em ondas, ela se agarrou a %Niki%, enquanto %Sunoo% continuava com pequenos beijos e carícias entre suas pernas, como se a venerasse.
— Agora é minha vez — ela sussurrou, os olhos faiscando.
Empurrou gentilmente %Niki% contra a parede molhada e se ajoelhou diante dele, olhando para cima com um sorriso atrevido. %Sunoo% se aproximou, também observando. A mão de %Yoori% acariciou o membro de %Niki%, que já pulsava em expectativa. Ela o envolveu com os lábios, lenta e profundamente, explorando, testando, aprendendo.
%Sunoo% se abaixou ao lado dela, as mãos em seus quadris, e a beijou nos ombros e costas, enquanto observava a forma como ela dava prazer a %Niki%.
— Caralho, %Yoori%… — %Niki% gemeu, a mão indo para o cabelo dela, segurando com carinho e urgência.
%Yoori% se afastou um pouco e olhou para %Sunoo%, que agora também estava duro e ansioso. Ela sorriu e o puxou com a mão.
— Não vou deixar você de fora — murmurou, antes de começar a revezar sua atenção entre os dois.
Enquanto ela os tocava, os beijava e explorava, os dois também se tocavam. %Sunoo% encostou a testa na de %Niki%, as respirações pesadas misturadas, enquanto se tocavam, os corpos colados.
Era algo novo. Íntimo. Brutalmente honesto.
A respiração de todos era quente, pesada, contrastando com os pingos gelados que ainda caíam do chuveiro. %Yoori% estava entre eles — os cabelos colados à pele, os lábios úmidos, os olhos brilhando de desejo.
%Sunoo% foi o primeiro a se mover, guiando-a com as mãos até que ela ficasse de costas para ele novamente. Ele a beijou nos ombros, no pescoço, enquanto %Niki% se posicionava à frente dela, os olhos presos nos dela com um misto de ternura e luxúria.
— Quero ver vocês dois assim — %Niki% murmurou, acariciando o rosto dela. — Quero ver você sendo tocada, sentida, amada pelos dois.
%Sunoo% a penetrou com cuidado, a mão firme em sua cintura, o corpo colado ao dela. O gemido que escapou de %Yoori% fez o ventre de %Niki% se contrair.
Ela levou uma das mãos até o membro dele, começando a acariciá-lo, mesmo ofegante, mesmo sendo preenchida por trás com intensidade. %Niki% inclinou-se, tomando seus lábios em um beijo profundo, e o som de seus gemidos se misturava ao barulho da água, aos estalos ritmados de pele contra pele, aos sussurros e suspiros.
— Porra, você fica tão linda assim — %Sunoo% arfou contra sua nuca, as estocadas ganhando um ritmo mais firme. — Toda minha. Toda nossa.
%Niki% segurava o rosto dela entre as mãos, beijando, mordendo levemente o lábio inferior enquanto ela o tocava com mais firmeza, o olhar dela oscilando entre os dois.
— Você gosta, né? — ele provocou, roçando a glande em seus lábios. — Gosta de ser o centro da nossa atenção.
%Yoori% assentiu com a cabeça, a boca entreaberta, entregando-se ao toque, ao ritmo. Ela o envolveu com os lábios, alternando entre os dois prazeres que sentia: o corpo sendo preenchido por %Sunoo%, e o gosto e calor de %Niki% entre os lábios.
%Sunoo% se curvou mais sobre ela, envolvendo-a completamente. Uma das mãos segurava sua cintura, a outra descia entre suas pernas, tocando-a com precisão enquanto a penetrava.
— Porra, %Yoori%… — ele arfou. — Tô quase…
%Niki% a segurou pela nuca, tirando-a de seu membro com carinho, e beijou-a com urgência, o gosto dele ainda nos lábios dela. Ele olhou para %Sunoo% com intensidade, a respiração instável.
— Deixa eu terminar com ela — murmurou. — Preciso sentir também.
%Sunoo% assentiu, ainda ofegante, e deslizou para fora dela com um último gemido rouco. Ele tomou o rosto de %Niki% e o beijou com fome, suas mãos se explorando no escuro molhado do box, seus corpos colados, a tensão entre eles tão carregada quanto o desejo por %Yoori%.
%Niki% virou-a com cuidado, a boca indo direto ao pescoço dela. Levantou uma das pernas dela com a ajuda de %Sunoo%, que a segurou pela cintura, apoiando o corpo dela entre os dois.
— Vai ser devagar agora — ele disse em seu ouvido, a glande pressionando sua entrada. — Quero sentir cada parte de você.
Ele a penetrou devagar, os olhos nos dela. Os lábios de %Yoori% se abriram em um gemido arrastado, o corpo todo se curvando em direção ao dele.
%Sunoo% beijava o ombro dela, os dedos explorando seus seios, o abdômen, pressionando pequenos pontos de prazer enquanto %Niki% a invadia cada vez mais fundo.
— Eu tô aqui, %Yoori% — %Sunoo% sussurrou. — Sente a gente… se entrega…
%Niki% aumentou o ritmo, os gemidos dela preenchendo o banheiro, e os dois a segurando como se ela fosse o elo entre eles. E talvez fosse mesmo. Porque quando ela gozou, tremendo entre os corpos dos dois, foi como se uma conexão mais profunda tivesse se criado — feita de toque, de desejo e de algo que eles ainda não sabiam nomear.
%Niki% gemeu o nome dela contra sua boca antes de explodir dentro da camisinha, enterrado nela até o fim, os olhos cravados nos dela. %Sunoo% a abraçou por trás, o rosto enterrado em seu pescoço, os três unidos pela respiração, pelo calor, e por tudo o que aquela noite mudaria entre eles.
🖤🖤🖤
A água fria já não incomodava. O calor entre os corpos, os sorrisos ofegantes, os olhos que diziam mais do que qualquer palavra preenchiam tudo ao redor.
%Yoori%, deitada entre eles no colchão improvisado com cobertores na sala, sentia os dedos entrelaçados aos de %Sunoo% e %Niki%. Os cabelos ainda úmidos, a pele com o cheiro das velas doces e da chuva que agora caía lá fora.
Ninguém dizia nada por alguns minutos. Só o som da respiração, da água pingando em algum canto da cozinha, e do coração dela martelando no peito.
— Então… — %Sunoo% foi o primeiro a quebrar o silêncio. — Isso… tudo isso. Foi só uma coisa de blackout? Uma loucura?
%Yoori% virou o rosto devagar para ele, mas quem respondeu foi %Niki%:
— Se foi loucura, foi a melhor da minha vida. — E então, voltando o olhar para os dois, completou: — Mas não quero que seja só isso.
%Sunoo% o encarou em silêncio. Seus olhos diziam tudo. Ele também não queria que fosse só aquilo.
%Yoori% sentou-se devagar e olhou para os dois. Sentia algo leve e quente, que se espalhava no peito.
— Eu também não quero que acabe aqui.
Ela estendeu uma mão para cada um dos dois. Eles aceitaram, e os três se aproximaram outra vez.
Não teve promessas. Nem rótulos. Mas houve beijos longos. Abraços apertados. Carinho. Toques suaves e risadas abafadas no meio da madrugada.
E entre lençóis, velas derretidas e a chuva caindo do lado de fora, os três adormeceram juntos — corações descompassados, pernas entrelaçadas, e uma nova história começando ali, no silêncio doce de quem finalmente encontrou o que não sabia estar procurando.
Fim