Youth

Escrita porNatashia Kitamura
Revisada por Natashia Kitamura

Capítulo 6

Tempo estimado de leitura: 13 minutos

Demorei um tempo para conseguir alguma resposta dela. Aguardei pacientemente sua decisão, dando alguns empurrõezinhos.
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  - Há quanto tempo você está procurando um emprego? - chamo sua atenção. - Aqui, se você não tem um bom currículo ou uma boa indicação, não será nada fácil conseguir algo que sustente vocês três.
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  Ela me olhou feio e voltou a olhar para a mesa pensativa. Algum tempo depois, voltei a falar:
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  - Vocês morarão em casa, onde terão tudo o que precisarem e muito mais. Sem custos para nenhuma das três. E uma mesada bem recheada.
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  - Deixe que eu decida sozinha, sim? - ela disse já aborrecida.
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  Dei uma risada e voltei a me calar. Passados mais ou menos vinte minutos, ouvi seu suspiro, fazendo-me desligar o celular.
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  - De quanto estamos falando?
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  Abro um sorriso:
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  - Cinco mil mensal. - perdi o tempo em que ela se decidia criando uma estatística de gastos. Seria muito, mas valeria a pena. Valeria minha liberdade. - Condução, moradia, estudos e alimentação por minha conta. Da sua irmã e da sua sobrinha. - acrescento, vendo-a levantar as sobrancelhas.
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  - E tudo o que tenho que fazer, é fingir ser sua namorada?
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  - Só isso. - sorrio. - Com os beijos e alguns encontros só nós dois. A mídia é esperta.
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  Ao invés de, como qualquer mulher, ela concordar veemente, %Joyce% apenas assentiu com a cabeça e disse, depois de um longo suspiro:
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  - Até quando?
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  - Sem prazo.
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  - Quero um prazo. - ela diz séria. - Não posso, não quero e não vou dedicar minha vida à você. Tenho metas.
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  Levanto as sobrancelhas visivelmente atormentado. Ninguém nunca fizera tão pouco caso de mim assim. Suspiro:
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  - Cinco anos.
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  Ela suspira e concorda com a cabeça, se levantando:
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  - Ficarei aqui até amanhã à tarde. O quarto de Belle é o 782, traga o contrato para assinarmos juntos.
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  Me levanto e estendo o braço para um aperto de mão:
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  - Foi bom fazer negócio com você, %Joyce%.
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  Ela não me respondeu. Apenas um sorriso e, sem demonstrar a menor animação por ter certeza de que me viria em breve, se retirou da sala.
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  Eu logo me acostumaria com o pouco caso que ela faz de mim.
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  Assim que encontrei meu advogado, falei sobre o contrato que ele deveria de criar para o mesmo dia. Ele achou um tanto esquisito, mas como sempre, não fez nenhum comentário. Eu retiraria o bebê no dia seguinte, junto com %Joyce%. Fui para casa depois de ter acertado as documentações de Liam, meu filho. Fora o primeiro nome que me veio à cabeça e eu aposto que ninguém iria se importar com ele.
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  Mandei as empregadas arrumarem o quarto do bebê e também o da irmã de %Joyce%. Me perguntei se deveria arrumar um quarto separado para a filha dela, mas acabei deixando-as juntas. A governanta achara um tanto esquisito, mas não discutiu. Quando falei com Sophia pelo celular no caminho de volta para casa, ela disse que achava melhor ninguém além do advogado e ela saberem disso. Não falei que %Joyce% sabia de toda a situação.
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  Por esta razão, ela teria de dormir no mesmo quarto que eu. Minhas empregadas não eram das mais confiáveis, e se tinha alguém disponível a dar uma boa quantia de dinheiro para elas dividirem uma informação sequer, elas o fariam.
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  Enquanto as empregadas arrumavam os quartos, que seriam melhor decorados depois, eu tratava de pensar em como eu iria fazer para que a mídia não estranhasse eu trazer %Joyce% e a irmã para casa. Eu já era conhecido por ser um tanto apimentado nas relações, havia prometido à mim mesmo que iria parar, mas parecia que desta vez, a fama viera por uma boa causa.
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  No dia seguinte, fui ao hospital pela parte da manhã. Vi %Joyce% sair do quarto onde estava a irmã e me olhar com os olhos cansados. Levantei a sobrancelha e antes mesmo de perguntar, ela respondeu:
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  - Ela deve dores e tive de ficar acordada a noite inteira.
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  Peguei em sua mão e a levei para um quarto vago.
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  - Vou te explicar como serão as coisas. - digo, fazendo-a me olhar exausta, mas balançar a cabeça para eu começar a falar. Disse tudo o que deveria fazer, tudo o que provavelmente iria acontecer, os modos como ela iria agir e a nossa história. - Entendeu? - ela confirmou com a cabeça. - Sua irmã irá sair pelos fundos com sua sobrinha, meu motorista estará a esperando. Você sairá comigo e Liam.
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  - Liam? - ela sorri, parecendo que finalmente havia prestado atenção em alguma coisa que eu havia dito. - É o nome dele?
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  - É. – Respondo, sem o menor interesse. - Que horas sua irmã terá alta? - olho para o relógio.
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  - À tarde.
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  - Avise-a que meu segurança ficará aqui para ela, quando ela sair, ele a levará até o carro que a estará esperando.
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  - Não posso ficar com ela?
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  Respiro fundo, impaciente.
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  - Você não ouviu o que eu disse? Você deve sair comigo.
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  Ela revira os olhos e se dirige à porta:
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  - Eu preferia você quando estava me paquerando. - disse antes de sair.
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  Solto uma risada e balanço a cabeça, seguindo para a área do berçário, onde pude ver Liam apenas por causa da placa com seu nome no berço.
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  A enfermeira olhou em uma plaqueta as informações de Liam e então fora pegá-lo para mim. Demorar quinze minutos para a enfermeira prepará-lo. Assim que ela saiu com ele e colocou-o em meus braços, sorriu carinhosamente, esperando que eu olhasse a criança com um grande sorriso de orgulho, como se eu quisesse Liam ali comigo. Agradeci pelo trabalho e lhe dei as costas, vendo %Joyce% parada do outro lado do corredor, encostada na parede com os braços cruzados. Caminhei até ela, que tinha um sorriso calmo no rosto:
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  - Hiperativo? - apontou com a cabeça para Liam, que não parava de se mexer em meus braços. - Ele parece bem pequeno mesmo nos seus braços.
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  - Pode segurar. - digo, oferecendo Liam e a ouvindo rir.
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  - Fique com ele um pouco, ele deve entender que você é o pai, ou ficará agitado assim toda vez que você o pegar. - me vê levantar as sobrancelhas. - Você não irá querer um vexame na frente da imprensa, irá?
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  Olhei para o menino, que ainda me encarava agitado, voltei a olhar para %Joyce%, que disse:
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  - Vou lhe provar que a educação maternal vale muito mais do que a lavagem cerebral que dão nas escolas elitistas.
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  Quando ainda estávamos no elevador, olhei para %Joyce%, que conversava com Liam enquanto ele estava no meu colo. Fora ela começar a falar e tocar em sua mão, que ele instantaneamente parara de se mexer, como se agora ele tivesse algo para dar atenção. Não me importava com o monólogo de %Joyce% com Liam, tampouco ligava para a educação que ela disse dar a ele. Quem iria ter de aguentá-lo seria ela.
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  Saímos do elevador e pude ver diversos seguranças e fotógrafos no lado de fora, tirando fotos de mim com Liam. Gritavam por meu nome, como sempre faziam, e, como sempre, os ignorei.
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  - Me dê sua mão. - disse, e com a mão que estava livre, pois carregava Liam com apenas um braço de tão pequeno que era, estendi para ela que pegou e enlaçou nossos dedos sem se importar com o que eu diria.
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  Eu não diria nada.
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  Agradeci com um sorriso os donos do prédio, que sempre vinham cumprimentar seus clientes de honra - aqueles que possuíam mais de cinco quartos ali - e caminhei com %Joyce% para fora do hospital, sentindo-os agora ainda mais agitados ainda, por verem que eu já estava com uma nova companheira. Ela havia se arrumado, dissera que meu advogado pedira à ela que se arrumasse para que a imprensa achasse que ela vinha de uma família de prestígio.
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  Em momento algum ela reclamou por ter de fingir qualquer coisa, e antes de sairmos do elevador, colocou uma manta em cima de Liam, dizendo que não era bom ele ver toda aquela agitação dos paparazzis em cima dele.
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  Ainda de mãos dadas, caminhamos em direção ao estacionamento, seguidos sempre dos fotógrafos. As pessoas comuns que estavam na rua paravam para ver quem era a celebridade que estava ali, e assim que viam minha cabeça no meio de todos aqueles fotógrafos, apontavam e falavam entre si. Ouvia algumas pessoas mais próximas falarem "ele já está com outra?", ou "eu queria ver a cara do neném, aposto que puxou a mãe", e até "eu não esperava que ele fosse tão alto e bonito assim". Já estava acostumado com todos os comentários que chegava em mim pela boca do povo. Parei por um minuto para soltar a mão de %Joyce% e colocar os óculos de sol que estavam pendurados na gola de minha camisa. Ao olhar para ela, vi que ela já usava a dela. Voltei a pegar em sua mão e voltamos a caminhar para o carro, que agora estava mais perto.
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  - Segure ele. - falei para %Joyce%, que se virou para mim pronta para pegar Liam no colo, barulhos incessantes de fotos sendo tiradas, mais a berraria do povo gritando ao nosso redor. Ela se arruma e a acompanho até o lado passageiro, onde a ajudei a entrar e colocar o cinto. Dei a volta no carro enquanto via o aglomerado ao redor de meu carro. Não perguntei se estava tudo bem com ela, nem com o bebê. Dei a partida no carro e saí do local, me afastando de toda aquela muvuca. Peguei a avenida principal que me levaria até uma rua mais calma, onde eu poderia diminuir a velocidade e combinar as coisas melhores com %Joyce%. Assim que virei a esquina, diminuí dos 80 para 60 quilômetros por hora.
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  - Há uma coisa que eu não te contei. – falo, fingindo atenção ao trânsito. Vi seu rosto virar para mim, enquanto ela retirava a manta de cima de Liam. - Ninguém, a não ser nós e meu advogado, sabe sobre este acordo.
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  - Tudo bem. - a ouço responder.
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  - Por isso, você dormirá comigo. - finalizei, finalmente atraindo a atenção dela.
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  - Você quer dizer, na mesma cama?
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  - É.
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  - Você não se importa? - seu tom era surpreso e um tanto aborrecido. Solto uma risada:
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  - Já dividi cama com milhares de mulheres...
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  - Sim, mas não com a mesma todos os dias por cinco anos, aposto.
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  - Não é como se eu fosse dormir em casa todos os dias. - olho para ela com um olhar intencional e a vi entender bem minha mensagem.
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  - Tudo bem, desde que você se lembre que há pessoas que dormem com você com a intenção de apenas dormir.
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  - Vou tentar deixar isso em mente. - digo em tom de riso e a ouço soltar uma risada. Olho para Liam quando pego um farol vermelho. Ele dormia tranquilamente no colo de %Joyce%, enquanto ela fazia carinho em sua bochecha com o dedo indicador e cantarolava algo com a boca fechada. Sem dizer nada, volto a atenção para a rua.
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